TEORIA DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

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    TEORIA DA ORGANIZAO ADMINISTRATIVA1

    Teoria da Organizao Administrativa o Por pessoa colectiva, entende-se a criao artificial e

    estrutural do Direito, pelo Direito, geneticamente

    instrumentalizada a um fim justificativo da sua criao e

    limite da sua criao e limite da sua susceptibilidade de, em

    abstracto, ser titular de direitos e obrigaes ;

    o No que concerne s pessoas colectivas pblicas: Alguns autores italianos consideram que j no faz

    sentido distinguir entre pessoas colectivas pblicas e

    privadas; Defende-se a sua definio a partir do critrio do

    fim/teleologia e do critrio da iniciativa de criao,

    para delimitar o conceito;

    s pessoas colectivas pblicas, so conferidasatribuies que devem prosseguir; aos rgos, so

    delegadas competncias pela Lei, segundo o princpio

    da prescrio normativa de competncia.

    o Princpio da desconcentrao e da descentralizaoadministrativa (artigo 267., n.2 CRP)

    Princpio da desconcentrao distribuio decompetncias entre os rgos uma qualquer pessoa

    colectiva pblica, no seio da qual h distribuio de

    competncias, independentemente de relao

    hierrquica.

    y Originria resulta directamente da Lei (porexemplo: Estado e sua Administrao Directa,

    tomando em considerao o Estado); actividade

    1Os apontamentos apresentados foram recolhidos em aulas prticas de Direito Administrativo I,

    ministradas pela Exma. Professora Doutora Juliana Coutinho, na Faculdade de Direito da Universidade

    do Porto (FDUP), no ano lectivo 2010/2011.

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    prosseguida por um conjunto de servios

    integrados da pessoa colectiva Estado

    o Administrao Directa Central (Governo,Ministrios e Secretarias de Estado)

    actos com incidncia nacional; o Administrao Directa Perifrica (ou

    Regional e Local) por exemplo:

    Governador Civil.

    Em ambas as Administraes,encontramos:

    y Servios de coordenao (porexemplo: CCDR);

    y Servios de controlo/fiscalizao (por exemplo:

    Inspeco-Geral do Trabalho);

    y Servios de direco (aAdministrao Directa do

    Estado goza de poder de

    direco, nos termos do

    artigo 199., alnea d) CRP).2

    y Derivada na medida em que pressupe umaLei habilitante, que permita um acto de

    delegao e a sua publicao (artigos 29., 35. e

    seguintes CPA).

    Princpio da descentralizao criao e diversidadede pessoas colectivas pblicas

    y Em sentido imprprio (ou devoluo deservios) abarca Estado, Regies Autnomas

    autarquias locais (pessoas colectivas primrias),

    com base territorial e fins mltiplos, que criam

    2Aconselha-se a consulta da Lei Orgnica do XVIII Governo Constitucional (Decreto-Lei n.231/2009, de

    11 de Dezembro), confrontando-a com o Decreto-Lei n. 105/2007, de 3 de Abril (Regime da

    Administrao Directa do Estado).

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    outras entidades de fins singulares e base no

    territorial (pessoas colectivas derivadas).Assim

    se forma a Administrao Indirecta do Estado

    (institutos pblicos3

    e empresas pblicas4). A

    Administrao Indirecta encontra-se sujeita apoderes de superintendncia e de tutela de

    mrito e legalidade (ver artigo 199., alnea d)

    CRP);

    y Em sentido prprio criao de pessoascolectivas pblicas com vista prossecuo de

    interesses prprios de determinados

    agrupamentos infraestaduais.

    o Descentralizao territorial Princpio da subsidiariedade (artigo

    6., n.1 CRP) D lugar s

    autarquias locais5

    (municpios e

    freguesias), num Estado unitrio e

    parcialmente regional.

    o Descentralizao associativa (porexemplo: associaes pblicas6)

    A descentralizao territorial eassociativa deu origem

    Administrao Autnoma do

    Estado, sujeita a tutela de mera

    legalidade (artigo 199., alnea d)

    3Ver Decreto-Lei 105/2007, de 3 de Abril

    4Ver Regime Jurdico do Sector Empresarial do Estado (DL n. 558/99, de 17 de Dezembro, alterado pelo

    DL n. 300/2007, de 23/08 e pela Lei n. 64-A/2008, de 31/12) e Regime Jurdico do Sector Empresarial

    Local (Lei n. 53-F/2006, de 29 de Dezembro, alterado pela Lei n 67-A/2007, de 31 de Dezembro)5

    Ver Lei das Autarquias Locais (Lei n. 169/99, de 18 de Setembro, alterada pela Lei n. 5-A/2002, de 11

    de Janeiro e pela Lei 67/2007, de 31 de Dezembro), como tambm a Lei n. 159/99, de 14 de Setembro

    (Estabelece o quadro de transferncia de atribuies e competncias para as autarquias locais, em

    particular o artigo 13.) e os artigos 235. e seguintes da CRP. 6

    Ver Regime das Associaes Pblicas Profissionais (Lei n. 6/2008, de 13 de Fevereiro).

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    CRP7).Algumas associaes pblicas

    reconhecem uma tutela para l da

    mera verificao do cumprimento

    das leis.

    7Ver tambm Lei n. 27/96, de 1 de Agosto (Regime Jurdico da Tutela Administrativa), enquanto

    concretizao da Constituio, em particular os artigos 2. e 3. (a tutela administrativa exerce-se

    atravs da realizao de inspeces, inquritos e sindicncias).