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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS DIRETORIA DE CONTROLE AMBIENTAL DEPARTAMENTO DE REGISTRO E LICENCIAMENTO ESCRITÓRIO DE LICENCIAMENTO DAS ATIVIDADES DE PETRÓLEO E NUCLEAR TERMO DE REFERÊNCIA ELPN/IBAMA Nº 017/99 TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL, PARA A UNIDADE 3, DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO A PROVADO PELO ELPN/IBAMA EM 24/09/99

TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO …licenciamento.ibama.gov.br/Processo PNMA/EIA's CGENE/COEND/PN… · escalas adequadas para a área de influência. E) ... croquis e outros

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTEINSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

DIRETORIA DE CONTROLE AMBIENTALDEPARTAMENTO DE REGISTRO E LICENCIAMENTO

ESCRITÓRIO DE LICENCIAMENTO DAS ATIVIDADES DE PETRÓLEO E NUCLEAR

TERMO DE REFERÊNCIA ELPN/IBAMA Nº 017/99

TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO

AMBIENTAL E RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL, PARA A UNIDADE 3,

DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO

APROVADO PELO ELPN/IBAMA EM 24/09/99

S U M Á R I O

I - DISPOSIÇÕES GERAISI.1 – OBJETIVO

I.2 – PROCEDIMENTOS DO L ICENCIAMENTO

I.3 – ABORDAGEM METODOLÓGICA

I.4 – APRESENTAÇÃO DO EIA/RIMA

II - CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA II.1 – IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E DO EMPREENDEDOR

II.2 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

II.2.1 – APRESENTAÇÃO

II.2.2 – H ISTÓRICO

II.2.3 – JUSTIFICATIVAS

II.2.4 – D ESCRIÇÃO DO E MPREENDIMENTO

II.3 – ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS

II.4 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

II.5– D IAGNÓSTICO AMBIENTAL

II.5.1 – M EIO F ÍSICO

II.5.1.1 – MeteorologiaII.5.1.2 – Geologia e GeomorfologiaII.5.1.3 – SolosII.5.1.4 – Recursos HídricosII.5.1.5 – Qualidade do Ar

II.5.2 - M EIO B IÓTICO

II.5.2.1 – FloraII.5.2.2 – Fauna

II.5.3 - M EIO S OCIOECONÔMICO

II.5.3.1 – Dinâmica populacionalII.5.3.2 – Caracterização das comunidades afetadas

II.5.3.3 – Infra-estrutura básicaII.5.3.4 – Áreas Relevantes

II.6 – S ÍNTESE DA QUALIDADE AMBIENTAL

II.7 – IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

II.8 – MEDIDAS M ITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

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II.9 – PROGRAMAS AMBIENTAIS

II.9.1 – PROGRAMA AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

II.9.2 – PROGRAMA DE C ONTROLE DE IMPACTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS

II.9.3 – PROGRAMA DE C ONTROLE DO USO DO S OLO

II.9.4 – PROGRAMA DE M ANEJO DE R ISCOS DE INUNDAÇÃO

II.9.5 – PROGRAMA DE OBSERVAÇÕES DAS C ONDIÇÕES C LIMÁTICAS

II.9.6 – PROGRAMA DE QUALIDADE DA ÁGUA

II.9.7 – PROGRAMA DE C ONTROLE AMBIENTAL DA ÁREA DA E STAÇÃO E COLÓGICA

II.9.8 – PROGRAMA DE R EMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO

II.9.9 – PROGRAMA DE R ELOCAÇÃO DE INFRA -ESTRUTURA

II.9.10 – PROGRAMA DE S AÚDE PÚBLICA

II.9.11 – PROGRAMA DE C ONTROLE DA POLUIÇÃO

II.9.12 – PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO S OCIAL

II.9.13 – PROGRAMA DE E DUCAÇÃO AMBIENTAL

II.9.14 – PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL

II.9.15 – PROGRAMA DE DESATIVAÇÃO

II.10 – ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE R ISCO E PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA II.10.1 – ANÁLISE DE R ISCO

II.10.1.1 – Descrição das Instalações e SistemasII.10.1.2 – Caracterização das SubstânciasII.10.1.3 – Análise HistóricaII.10.1.4 – Identificação dos Eventos PerigososII.10.1.5 – Alcance dos Efeitos Físicos DanososII.10.1.6 – Cálculo das ConseqüênciasII.10.1.7 – Avaliação de RiscoII.10.1.8 – Medidas de Reavaliação

II.10.2 – GERENCIAMENTO DE R ISCO

II.10.2.1 – Mapas de SensibilidadeII.10.2.2 – Mapas de risco

II.10.3 – P LANO DE AÇÃO DE E MERGÊNCIA

I I .11 – CONCLUSÃO

II.12 – B IBLIOGRAFIA

II.13 – GLOSSÁRIO

II.14 – ANEXOS

II.15 – RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

II.16 – EQUIPE TÉCNICA

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TERMO DE REFERÊNCIA ELPN/IBAMA NO 017/99

TIPO DE ESTUDO A S ER ELABORADO : ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA E RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

EMPREENDIMENTO : UNIDADE 3, DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO

EMPREENDEDOR : ELETRONUCLEAR - Eletrobrás Termonuclear S.A.

DATA DE APROVAÇÃO DO TERMO DE REFERÊNCIA PELO ELPN/IBAMA : 24.09.99

I - DISPOSIÇÕES GERAIS

I.1- OBJETIVO

Este Termo de Referência (TR) tem por objetivo determinar a abrangência, os procedimentos e os critérios para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), instrumentos que subsidiarão o licenciamento ambiental da Unidade 3 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, Angra 3, localizada no município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro.

I.2 - PROCEDIMENTOS DO L ICENCIAMENTO

A) O IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, procederá o licenciamento ambiental do empreendimento, conforme a legislação vigente.

B) O EIA/RIMA deverá atender à legislação ambiental aplicável e a este Termo de Referência.

C) No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a apresentação da certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo.

I.3 - ABORDAGEM METODOLÓGICA

A) A caracterização ambiental da área em questão, deverá ser realizada através de uma análise integrada, multi e interdisciplinar pela aquisição de dados referentes aos meios físico, biótico e socioeconômico. Estes dados deverão abranger as variações sazonais da região, considerando os levantamentos básicos primários e

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secundários realizados na área de influência. Os dados da caracterização ambiental deverão ser individualizados quando forem referentes à áreas potencialmente críticas, incluindo-se as Unidades de Conservação e Reservas Indígenas.

B) Os dados referentes aos Meios Físico e Biótico deverão considerar o período mínimo de 2 (dois) anos, ou contemplar os levantamentos primários realizados na área de influência. Os dados referentes ao Meio Socioeconômico deverão considerar um período que inclua os últimos 6 (seis) anos.

C) Deverão ser apresentadas as descrições dos meios físico, biótico e socioeconômico e de suas interações, caracterizando a situação ambiental na área de influência antes e após a implementação das atividades, englobando as variáveis susceptíveis de sofrer, direta ou indiretamente, efeitos significativos das ações do empreendimento;

D) Os mapas solicitados deverão ser geo-referenciados e apresentados a cores, em escalas adequadas para a área de influência.

E) O prognóstico ambiental deverá ser elaborado considerando as alternativas de execução, de não-execução, bem como a fase de desativação do empreendimento. Este prognóstico deverá considerar a existência das unidades 1 e 2 da CNAAA e de outros empreendimentos da região.

F) Deverá ser apresentada a análise dos impactos ambientais do empreendimento e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. Deverão ser contempladas nesta análise as fases do empreendimento, incluindo a desativação.

G)Os programas ambientais deverão ser capazes de minimizar as conseqüências negativas do empreendimento e potencializar as conseqüências positivas.

H)As Unidades de Conservação, reservas indígenas e outros aspectos socioculturais, históricos e arqueológicos locais deverão ser tratados de acordo com a importância de cada um e a influência do empreendimento sobre eles.

I) A análise de risco da usina deverá ser contemplada em item específico utilizando como base, no que se refere ao impacto radiológico, o Relatório de Análise de Segurança e os estudos comparativos com usinas similares alemãs.

J) Todas as referências bibliográficas utilizadas deverão ser mencionadas no texto e relacionadas no capítulo próprio contendo, no mínimo, as informações referentes a autor, título, origem, ano e demais dados que permitam o acesso à publicação.

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I.4 - APRESENTAÇÃO DO EIA/RIMA

A) O EIA/RIMA deverá ser encaminhado ao IBAMA completo, em conformidade com o presente TR e acompanhando o requerimento da Licença.

B) O EIA/RIMA deverá seguir rigorosamente a itemização apresentada no item II - Critérios para Elaboração do EIA/RIMA, contido neste Termo de Referência.

C) O EIA/RIMA deverá ser precedido de um índice que, além de relacionar os itens em geral, use índices específicos para figuras, tabelas e mapas utilizados no trabalho.

D) Deverão ser utilizados gráficos, figuras, tabelas, croquis e outros recursos que contribuam para facilitar o entendimento do EIA/RIMA.

E) Os dados obtidos deverão ser apresentados descritivamente, em tabelas, diagramas e gráficos, de forma a facilitar a visualização destes como um todo.

F) As áreas de influência direta e indireta do empreendimento deverão ser apresentadas em mapa e em escala apropriada.

G) Deverá ser apresentado mapa esquemático, identificando e localizando, na área de influência das atividades, todas as áreas legalmente protegidas pela legislação ambiental.

H) Os mapas e imagens de satélite utilizados deverão vir acompanhados de legendas, escala, referências, rótulos com título, número do desenho, autor, proprietário, data e orientação geográfica. Deverão ser colocados em embalagem plástica transparente e incorporados ao documento principal.

I) Os mapas deverão ainda ser entregues em meio eletrônico, de forma a permitir a sobreposição dos mesmos.

J) Deverão ser encaminhados ao IBAMA 10 (dez) exemplares do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), e 10 (dez) exemplares do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), em formato A4, utilizando como fonte Times New Roman tamanho 12, encadernado em pasta tipo fichário.

K) As páginas deverão ser identificadas através de numeração do tipo X/Y, onde X é o número da página e Y o número total de páginas do Estudo, devendo conter também o número da revisão do documento, sendo a primeira numerada como 00, e a data de emissão.

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II – CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA

II.1 - IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E DO EMPREENDEDOR

A) Denominação Oficial do Empreendimento

B) Identificação do Empreendedora) Nome ou Razão Social;b) Número dos Registros Legais;c) Endereço Completo;d) Telefone e Fax;e) Representantes legais (nome, CPF, endereço, telefone , fax e E-mail);f) Pessoa de contato (nome, CPF, endereço, telefone, fax e E-mail);

g) Número de Registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais (anexar cópia).

II.2 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

II.2.1 - APRESENTAÇÃO

A) Apresentar a descrição do setor nuclear no contexto da Política Energética Brasileira.

B) Apresentar, especificamente, a contribuição do empreendimento objeto do EIA/RIMA para o setor nuclear e o setor elétrico.

II.2.2 - H ISTÓRICO

Deverá ser feito um relato sumário do histórico do empreendimento, desde a escolha da opção energética e do tipo de reator, escolha do local para sua implantação, sua concepção inicial e estágio atual, abordando as justificativas legais e institucionais de sua forma de execução.

II.2.3– JUSTIFICATIVAS

Deverão ser apresentados as justificativas do empreendimento, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais, discriminando as seguintes: A) Justificativas Técnicas;B) Justificativas Econômicas;C) Justificativas Sociais; D) Justificativas Locacionais;E) Justificativas Ambientais.

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II.2.4 – D ESCRIÇÃO DO E MPREENDIMENTO

Deverão ser apresentados:

A) A descrição geral do empreendimento, inclusive das áreas de habitação e apoio, de seus principais processos, as características de todas as suas etapas, os sistemas de tratamento de rejeitos e suas emissões para o meio ambiente.

B) Os empreendimentos associados à Unidade 3, enfatizando os aspectos comuns às três usinas dentro do complexo Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA).

C) A localização em base cartográfica da área onde será implantado o empreendimento, com as respectivas coordenadas geográficas e UTM, incluindo as rodovias e ferrovias.

D) O cronograma identificando as atividades nas fases de localização, construção, comissionamento, operação e desativação.

E) A planta de situação da CNAAA com a localização de Angra 3 destacada. Deverão ser indicados os prédios desta unidade, o contorno e os limites da CNAAA.

F) Os recursos naturais utilizados, principalmente os minerais.

G) diagrama quantificativo da utilização da água pela usina, mostrando os fluxos (tomada e descarga) máximo, mínimo e a média mensal para os sistemas da usina tais como :• sistema de dissipação de calor (sistema de refrigeração);• sistema sanitário.

H) A descrição do sistema de dissipação de calor (Sistema de Água de Refrigeração dos condensadores) para as diferentes condições de operação, incluindo:• diagrama de fluxo de processo;• desenho, em escala, da estrutura de tomada e descarga d’água;• os sistemas específicos que utilizam a mesma água para o seu resfriamento

ou outros processos;• identificação dos pontos de captação da água e os de retorno da mesma, nas

suas diferentes formas de operação.

I) A descrição do Sistema Sanitário e de Água de Serviço e Circulação, incluindo a identificação das fontes de abastecimento d’água, o diagrama de fluxo de processo e o desenho, em escala, da estrutura de tomada e descarga d’água.

J) As características do Sistema de Geração de Energia, incluindo:• tipo do reator;

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• fabricante do reator;• características e procedência do combustível;• potência térmica do reator;• potência elétrica da usina;• eficiência térmica da usina;• vida útil da usina.

K) O Sistema de Transmissão da Energia a ser gerada na usina.

L) Os Sistemas e Unidades Operacionais da Usina, incluindo:• Geração de vapor;• Envoltório da contenção do reator;• Ciclo primário, secundário e terciário da usina;• Sistemas auxiliares.

M)Os Sistemas de Tratamento de Rejeitos não Radioativos para as fases de construção, operação e desativação, incluindo:• a origem e o percurso dos resíduos sólidos, dos efluentes líquidos e das

emissões atmosféricas;

• a caracterização qualitativa e quantitativa, antes e depois do tratamento; • os sistemas de tratamento, as respectivas eficiências e produtos utilizados;• os padrões aplicáveis, incluindo aqueles utilizados internacionalmente;• a(s) forma(s) e o(s) local(is) de coleta, controle, transporte, armazenamento,

acondicionamento e destino final;• as estimativas dos rejeitos gerados durante as paradas da usina;• planta legendada que permita fácil identificação das áreas ambientalmente

importantes da CNAAA localizando os pontos de lançamento de efluentes líquidos e emissões atmosféricas e dos locais de depósitos de resíduos sólidos. Além desses, devem ser localizados nesta planta, os pontos de tomada e descarga d’água, indicando as cotas de elevação dos mesmos. Todos esses pontos deverão ter um destaque visual na apresentação da planta;

• a descrição do Sistema de Tratamento dos Efluentes dos Tanques de Neutralização e Drenos no Edifício da Turbina, do Sistema de Separação de Água e Óleo e do escoamento do sistema de drenagem pluvial das áreas de atividades de construção e estocagem de materiais;

• a descrição do processo de aplicação de biocidas nas águas de refrigeração, inclusive para as cargas de choque previstas e as concentrações de cloro livre residual em cada uma dessas condições;

• tabela contendo todos os produtos químicos, incluindo inibidores de corrosão e de incrustação, agentes químicos, biológicos e produtos de limpeza a serem utilizados nas fases de montagem, comissionamento e operação, fornecendo sua identificação química em complementação ao nome comercial bem como sua toxicidade. Além dos produtos, deverão ser discriminados na tabela a finalidade de cada agente químico, a freqüência de uso e as quantidades médias e máximas a serem utilizadas anualmente;

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• as fontes de descarga química da usina, classificadas em conformidade com as normas e a legislação vigente.

N) Os Sistemas de Tratamento de Rejeitos Radioativos, incluindo:• as principais fontes de radioatividade, identificando a geração de material

radioativo na usina incluindo os produtos de fissão, corrosão e ativação em operação normal e durante as paradas da usina e apresentando seu fluxo de atividade através dos sistemas da usina até os pontos de liberação que devem ser identificados.

• a estimativa da taxa de fuga e concentração de materiais radioativos a partir do sistema de refrigeração do reator, bem como para outros sistemas, contendo substâncias radioativas no interior dos prédios e nas áreas servidas pelo sistema de ventilação, considerando as diferentes condições de operação da usina. Devem ser descritos o mecanismo de transporte e os caminhos de liberação. As fontes de fuga deverão ser consolidadas em uma tabela indicando a contribuição individual com relação à quantidade total. Os projetos e ações que objetivam a redução de fugas devem ser descritos. Devem ser identificadas as operações que possam resultar em liberação de materiais radioativos para o meio ambiente.

• os diagramas das tubulações e a descrição da instrumentação dos sistemas de refrigeração, purificação e ventilação da piscina do combustível usado, bem como os volumes da piscina e do canal de recarga. Devem ser descritos os sistemas de controle de segurança, o inventário da água durante a recarga e a concentração de radionuclídeos após o recarregamento. As liberações de materiais radioativos nas emissões gasosas devido a evaporação superficial água da piscina e do canal de recarga durante o recarregamento em operação normal.

• a descrição da geração dos rejeitos sólidos durante a operação e as paradas da usina, apresentando em uma tabela as quantidades e atividades estimadas por fonte individualmente, indicando a contribuição individual com relação à quantidade total. Descrição do sistema de tratamento de rejeitos radioativos sólidos, dos processos e capacidade de solidificação e imobilização dos rejeitos líquidos concentrados, da segurança, da instalação e capacidade de estocagem, dos controles, dos tipos de processos utilizados no tratamento, do manuseio, da operação de embalagem, do transporte, do local e forma de estocagem fora da usina. Estimar o tempo de decaimento radioativo até o transporte para o depósito provisório e permanente. Deve ser explicitado se o sistema será utilizado apenas para a unidade 3 ou se atenderá às outras unidades demonstrado, neste último caso, sua capacidade para o referido atendimento. Fornecer diagramas das tubulações, instrumentos e diagramas de fluxo, mostrando a origem, tratamento, estocagem e equipamentos de transporte.

• a descrição dos processos geradores de rejeitos radioativos líquidos, durante a operação e as paradas da usina, apresentando em uma tabela os volumes e concentrações de atividade estimadas por fonte individualmente, indicando a contribuição individual com relação à quantidade total. Descrição dos sistemas de tratamento de rejeitos radioativos líquidos e componentes associados, suas

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inter-conexões com outros sistemas, sua capacidade de processar, controlar e estocar rejeitos líquidos. Fornecer o diagrama de fluxo e a descrição da instrumentação associada. Apresentar a quantificação dos fluxos de entrada, o fator de descontaminação dos equipamentos, o tempo de decaimento e os lançamentos dos efluentes líquidos.

• as estimativas dos rejeitos gerados durante as paradas da usina.• a descrição dos processos geradores de rejeitos radioativos gasosos, durante a

operação e as paradas da usina, apresentando em uma tabela as quantidades e concentrações de atividade estimadas por fonte individualmente, indicando a contribuição individual com relação à quantidade total. Descrição do sistema de tratamento de rejeitos radioativos gasosos, sua capacidade de coleta, controle, ponto de emissão, equipamentos de segurança usados, processamento, estocagem e disposição (gasosos e particulados), durante a operação normal da usina, incluindo as paradas. Incluir o sistema de ventilação dos prédios, as linhas e os sistemas que incorporam filtros de alta eficiência para particulados e/ou adsorvedores de carvão no tratamento dos efluentes dos prédios. Fornecer o diagrama de fluxo e a descrição da instrumentação associada. Apresentar a quantificação dos fluxos de entrada, o fator de descontaminação dos equipamentos e o tempo de decaimento.

• o sumário de todos os radionuclídeos que serão descarregados em cada fluxo de efluente (líquido e gasoso) fornecendo as referências para todas as hipóteses e parâmetros utilizados.

O)As Emissões Atmosféricas do Empreendimento, incluindo: • os pontos de emissão, incluindo a altura, temperatura, taxa e freqüência de

emissão para o meio ambiente, bem como a taxa de emissão média anual esperada;

• os pontos de emissão que são monitorados continuamente ou por amostragem e os processos que interrompem sua emissão em caso de alarme ou que desviam o fluxo para reciclagem;

• os monitores instalados para monitoramento contínuo indicando sua sensibilidade e, no caso de monitoramento por amostragem, a freqüência desta e os tipos de análise a serem realizadas, bem como os limites aplicáveis;

• a concentração de atividade dos elementos liberados radioativos da usina; • os pontos de emissão de gases tritiados e a estimativa da quantidade anual de

trítio a ser liberada.

P) As Emissões de Efluentes Líquidos do Empreendimento, incluindo:• os monitores instalados para monitoramento contínuo, indicando sua

sensibilidade e, no caso de monitoramento por amostragem, a freqüência desta e os tipos de análise a serem realizadas, bem como os limites aplicáveis;

• os pontos de emissão para o meio ambiente, a taxa e freqüência de lançamento para o meio ambiente, a taxa de liberação média anual esperada;

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• os pontos de emissão que são monitorados continuamente ou por amostragem e os processos que interrompem sua emissão, em caso de alarme ou que desviam o fluxo para reciclagem;

• a concentração de atividade dos elementos radioativos liberados da usina, indicando o controle, os equipamentos de medição contínua e sua sensibilidade e os processos que interrompem seu lançamento em caso de alarme, ou que desviam o fluxo para reciclagem, bem como os limites aplicáveis. No caso de monitoramento por amostragem devem ser fornecidos a freqüência de amostragem e os tipos de análise a serem realizados.

• os pontos de emissão de líquidos tritiados e a estimativa da quantidade anual de trítio a ser liberada.

Q)A caracterização qualitativa, quantitativa e radiológica dos resíduos, a(s) forma(s) e o(s) local(is) de coleta, tratamento, controle, transporte, armazenamento, acondicionamento e destino final.

R) Os Sistemas de Segurança de Angra 3, incluindo:• os dispositivos de segurança passivos e ativos e sua confiabilidade.• os fatores humanos, treinamento, funções, procedimentos e cultura de

segurança inserida no empreendimento.

S) As referências da experiência operacional em usinas semelhantes.

T) O cronograma detalhado identificando as atividades nas fases de localização, construção, comissionamento, operação e desativação.

U)Tabela contendo a síntese dos lançamentos radioativos e não radioativos no meio ambiente e dos sistemas de controle para as três usinas da CNAAA abrangendo as emissões atmosféricas, efluentes líquidos e processos geradores de resíduos sólidos.

V) Sempre que exeqüível, ao final da descrição de cada etapa deverão ser

apresentados, fluxogramas, croquis, mapas, tabelas e desenhos ilustrativos com os dados pertinentes de cada etapa.

II.3 – ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS

Deverão ser apresentadas as alternativas tecnológicas e locacionais do empreendimento, confrontando-as com a implantação de outros projetos sob os aspectos energético, econômico, ambiental, temporal e atendimento socioeconômico, bem como a hipótese de não execução do mesmo.II.4 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

A) Definir e justificar os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos ambientais, denominada área de influência do empreendimento, que servirá de base para a elaboração do EIA/RIMA.

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B) Para definição das áreas de influencias direta e indireta da Usina Angra 3 na CNAAA em relação ao meio ambiente, devem ser considerados: a área geográfica da região e suas características físicas, biológicas e socioeconômicas, a bacia hidrográfica na qual a Central Nuclear se insere, e todos os dados meteorológicos capazes de influenciar no transporte das emissões e efluentes gerados neste complexo à própria região.

C) As áreas de influência deverão ser estabelecidas pela equipe responsável pelo estudo, compreendendo:• área de influência direta – área sujeita aos impactos diretos das diferentes

etapas do empreendimento, bem como os associados e decorrentes. A sua delimitação deverá ser em função das características socioeconômicas, físicas e biológicas dos sistemas a serem estudados, e também das características do empreendimento;

• área de influência indireta - área real ou potencialmente ameaçada pelos impactos indiretos das diferentes etapas do empreendimento, bem como os associados e decorrentes. A sua delimitação deverá ser em função das características socioeconômicas, físicas e biológicas que podem ser impactados por alterações ocorridas na área de influência direta, assim áreas susceptíveis de serem impactadas por possíveis acidentes no empreendimento.

D) A apresentação e a análise dos fatores ambientais e suas interações deverão englobar:• as variáveis susceptíveis de sofrerem, direta ou indiretamente, efeitos

significativos das ações nas diversas fases do empreendimento;• informações cartográficas com a área de influência devidamente caracterizada,

em escalas compatíveis com o nível de detalhamento dos fatores ambientais estudados.

E) Apresentar as informações básicas relevantes que relacionem as características físicas, biológicas e sociais das áreas que possam sofrer influências devido às diferentes etapas do empreendimento, que na medida do possível, deverão ser obtidas através de observações e medidas efetuadas ao longo de alguns anos.

F) Especificar o local do empreendimento por latitude e longitude, com precisão de 100 metros. Devem ser indicadas as divisões estaduais, municipais, bem como outras sociopolíticas, nas quais o local está englobado, além de sua localização em relação a aspectos naturais como lagoas, rios, oceanos e cadeias montanhosas.

G)Especificar em mapa com escala apropriada a área do sítio mostrando:• linhas de propriedade, sua área, curvas de nível e caracterização do relevo;• localização dos limites do sítio;• localização e a orientação das principais estruturas identificadas em relação a

sua função, com legenda adequada;

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• limites da área de exclusão, indicando a distância mínima do reator ao referido limite;

• o norte verdadeiro;• rodovias, ferrovias, hidrovias e tubulações especiais, entre outros, que

atravessem o sítio ou que estejam na sua adjacência.

E) Definir as linhas de fronteira da área restrita, bem como as distâncias dos pontos de liberação de efluentes da usina a estes pontos.

II.5 – D IAGNÓSTICO AMBIENTAL

A) Considerar os planos e programas governamentais propostos e em implantação na área de influência do empreendimento.

B) Apresentar a legislação ambiental vigente, em nível federal, estadual e municipal, aplicável ao empreendimento.

C) Retratar a qualidade ambiental atual da área de abrangência dos estudos, indicando as principais características dos diversos fatores que compõem o sistema ambiental, de forma a permitir o entendimento da dinâmica e das interações existentes entre os meios físico, biológico e socioeconômico da área diretamente afetada.

D) O diagnóstico ambiental deverá abranger os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos ambientais, denominada área de influência do empreendimento.

E) Apresentar e justificar as metodologias empregadas na realização do diagnóstico, indicando as referências utilizadas.

F) A caracterização dos meios físico e biótico deverá incluir parâmetros radiológicos e não radiológicos.

G) Apresentar a estimativa das doses para o público decorrentes da operação das unidades 1 e 2 da CNAAA, em conjunto.

H) Estimar em nível local e regional, a influência temporal da operação das unidades 1 e 2 da CNAAA, na radiação de fundo.

I) Poderão ser utilizados estudos já realizados na região, desde que mantenham-se atualizados.

J) Para possibilitar uma visão sistêmica da área de interesse, os diagnósticos dos diversos meios deverão ser ilustrados com tabelas, gráficos, diagramas, croquis e mapas, desenhos ilustrativos, fluxogramas ou qualquer outra forma que facilite, primeiramente sua análise em separado, e posteriormente sua análise integrada.

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II.5.1 - M EIO F ÍSICO

II.5.1.1 – Meteorologia

A) Caracterizar o clima e as condições meteorológicas da região e da área de influência do empreendimento.

B) Identificar os tipos de massa de ar , aspectos sinópticos (sistemas de alta e baixa pressão e sistemas frontais), características e implicações do terreno e dos grandes corpos d’água no clima e as características gerais de transporte atmosférico (direção e velocidade do vento), normais de temperatura e umidade, precipitação e relação entre os processos sinópticos e a escala local.

C) Identificar os fenômenos de tempo severo, incluindo: chuvas intensas (com estudos de recorrência de até 100 anos) tempestades, relâmpagos, vento mais veloz, tornados, entre outros.

D) Estimar a altura da camada de mistura.

E) Informar com relação às medidas meteorológicas locais: a descrição e localização da rede meteorológica local e da instrumentação, a descrição do programa, os parâmetros medidos, níveis de medição, precisão dos sensores, proteção e manutenção do sistema, recuperação de dados, forma de registro, redução, compilação e armazenamento dos dados.

A) Obter dados locais que devem representar dois ciclos anuais completos, incluindo o ano mais recente, e incluir: • a persistência dos ventos, incluindo os calmos, e tabela com a distribuição de

freqüência dos mesmos.• rosa dos ventos mensais e anuais, baseados nas classes de velocidade dos

ventos.• sumários mensais de temperatura e gradiente de verticais de temperatura,

incluindo médias, valores extremos e faixas de variações.• valores médios mensais e anuais de umidade relativa, bem como faixas de

variações.• sumários mensais e anuais de precipitação pluviométrica, incluindo médias,

valores extremos e número de horas com chuva.• freqüência de rajadas acima de 50 nós.

D) Fornecer dados que caracterizem o processo de transporte atmosférico e as condições locais de dispersão.

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E) Apresentar os parâmetros de dispersão do sítio contendo o mesmo ciclo de dados meteorológicos, utilizados para a caracterização da meteorologia local.

II.5.1.2 – Geologia e Geomorfologia

A) Descrição dos aspectos geológicos e geomorfológicos da área de influência, com interpretações de imagens de satélite, fotografias aéreas e observações de campo.

B) Mapeamento geológico e geotécnico detalhado da área de implantação da Usina

e sua área de influência, abrangendo:• Identificação da(s) litologia(s) predominante(s);• Estratigrafia;• Ocorrências minerais/jazidas;• Evolução geológica;• Grau de alteração das rochas e afloramentos;• Arcabouço estrutural (falhas e fraturas);• Estabilidade de maciços;• Realização de ensaios “in situ” e de laboratório para determinar as

propriedades físicas das rochas e do solo;• Realização do estudo de estabilidade de talude e movimento das encostas;• Descrição dos métodos de contenção de taludes;• Declividade dos terrenos.

C) Caracterização da topografia da área de implantação e sua área de influência, abrangendo:• Identificação dos processos erosivos atuais e potenciais;• Posição da área dentro da bacia hidrográfica;• Tipo e forma de relevo dominante;• Mapeamento dos locais susceptíveis a erosão e movimento de massa;• Mapeamento do uso atual do solo na área de influência da área de implantação

do empreendimento.

D) Caracterização sismológica da área do empreendimento e sua área de influência, abrangendo os registros históricos de abalos sísmicos ocorridos nestas áreas e suas características, incluindo intensidade máxima, localização do epicentro e correlação com falhas potencialmente ativas, bem como a identificação de áreas de risco. Fornecer ainda, mapa de risco sísmico.

II.5.1.3 - Solos

A) Caracterizar os solos da área de influência do empreendimento, determinando seus parâmetros morfológicos, físicos, químicos e sua classificação.

B) Mapear e caracterizar as áreas de ocorrência dos tipos de solo.

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C) Descrever os perfis de solos existentes na área de influência do empreendimento, considerando a geomorfologia, topografia , vegetação, clima e rochas.

D) Identificar e descrever os processos erosivos atuais, contemplando a análise da estabilidade dos solos e incluindo a apresentação de mapa de susceptibilidade à erosão natural ou provocada, na área de implantação do empreendimento e na área de influência direta.

II.5.1.4 - Recursos Hídricos

A) Descrever e mapear a configuração da rede hidrográfica e identificar os corpos d’água da área de influência, ressaltando os corpos receptores de efluentes gerados pelo empreendimento.

B) Caracterizar o regime hidrológico, identificando as áreas mais susceptíveis às enchentes, bem como a morfometria da rede de drenagem.

C) Considerar o fenômeno das enchentes e a combinação deste fator com o fluxo das marés.

D) Localizar todas as captações de água na área de influência.

E) Identificar o sistema de drenagem interno e externo, bem como os canais que venham a desaguar no corpo d’água receptor do empreendimento.

F) Descrever para o corpo receptor marítimo, os dados específicos sobre os fluxos hidrológicos associados às marés, os ciclos sazonais de temperatura e salinidade, informações que configurem a linha de costa, taxas de sedimentação (em suspensão e leito) e análise de sedimentos. Fornecer dados sobre as circulações marítimas nas enseadas próximas.

G) Identificar os usos dos corpos d’água que possam afetar as águas de suprimento ou que possam ser afetados pela construção e operação da usina.

H) Descrever e analisar os sistemas de águas confinadas, como por exemplo, reservatórios onde deverão ser fornecidos dados sobre fluxos (entrada e saída) e volumes.

I) Caracterizar a qualidade dos corpos d’água na área de influência do empreendimento, incluindo o lençol freático, com relação aos parâmetros físicos, químicos e biológicos e apresentar a avaliação dos resultados das análises de água e sedimentos, de forma consolidada, bem como os indicadores biológicos da água marinha nas enseadas sob sua influência.

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J) Caracterizar as águas subterrâneas quanto à localização, geometria, litologia, estrutura e demais aspectos geológicos dos aqüíferos, bem como fornecer informações sobre o nível das águas, as condições de infiltração no solo a recarga dos aqüíferos.

K) As amostras deverão ser representativas e coletadas em vários pontos, apresentando os critérios para a seleção das estações de amostragem e mapas geo-referenciados, em escala adequada, com a localização das estações de coleta.

A) As campanhas para coleta de dados deverão ser realizadas nas diferentes estações do ano, considerando as características sazonais da área de influência, devendo ainda haver amostragens compostas.

B) Os procedimentos de amostragem, preparo e análises das amostras, bem como métodos estatísticos para teste de confiabilidade dos resultados obtidos, deverão ser descritos.

C) Os dados deverão ser tratados, discutidos e apresentados na forma de tabelas, diagramas e gráficos.

D) Apresentar uma modelagem tridimensional da previsão da diluição x distância entre os pontos de emissão, para cada parâmetro estudado. Esta modelagem deve considerar, entre outros, os estudos de correntes marinhas e ventos.

II.5.1.5 - Qualidade do Ar

A) Caracterizar a qualidade do ar, apresentando a consolidação e a avaliação dos resultados das análises, considerando os parâmetros radiológicos e não radiológicos.

B) As amostras deverão ser representativas e coletadas em vários pontos, apresentando os critérios para a seleção das estações de amostragem e mapas geo-referenciados, em escala adequada, com a localização das estações de coleta.

C) As campanhas para coleta de dados deverão ser realizadas nas diferentes estações do ano, considerando as características sazonais da região em estudo, devendo ainda haver amostragens compostas.

D) Os procedimentos de amostragem, preparo e análises de amostras, bem como os testes de confiabilidade dos resultados obtidos, deverão ser apresentados.

E) Os dados deverão ser tratados, discutidos e apresentados na forma de tabelas, diagramas e gráficos.

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F) Apresentar uma modelagem da dispersão atmosférica para cada parâmetro estudado, inclusive de forma gráfica.

II.5.2 - M EIO B IÓTICO

A) Descrever a fauna e a flora na área de influência do empreendimento, seus habitats, sua distribuição e interferência na biota regional.

B) Na biota local (fauna e flora), identificar as espécies indicadoras de qualidade ambiental, as espécies de importância na cadeia alimentar, de interesse econômico e científico, raras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção.

C) Determinar o grau de importância ambiental e econômica para as principais espécies existentes na região, classificando-as de acordo com o seguinte critério:• valor comercial ou recreacional;• ameaçada ou comprometida;• influência no bem estar de algumas espécies dos itens acima;• importância para a estrutura e função do sistema ecológico ou é um indicador

biológico de radionuclídeos no meio ambiente.

C) Mostrar a importância relativa entre a área de influência da usina e a área da região em relação a flora e fauna (potencial e explorada).

D) Descrever os fatores ambientais constituintes das áreas potencialmente críticas.

E) Identificar as unidades de conservação na área de influência do empreendimento, descrevendo sua localização, características e programas.

II.5.2.1 - Flora

A) Na área de influência direta:• Caracterizar a flora e elaborar os mapas da vegetação com base em imagens

de satélite, fotografias aéreas e levantamentos de campo.• Realizar levantamento florístico apresentando em forma de tabelas, contendo

classificação taxonômica, nome vulgar, interesse econômico e a biodiversidade, considerando: extrativismo, preservação, interesse medicinal, banco genético, entre outros.

• Apresentar levantamento qualitativo e quantitativo da vegetação, distribuição por estrato, dominância, abundância e freqüência das espécies (Estudo Fito-sociológico), e levantamento volumétrico das espécies (Inventário Florestal), destacando as espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção.

• Realizar levantamento do fitoplâncton e das macrófitas aquáticas com avaliação de habitat e dispersão local.

• Apresentar os critérios para a seleção das estações de amostragem em cada segmento.

B) Na área de influência indireta:

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• Caracterizar e elaborar mapas da vegetação com base em imagens de satélite, fotografias aéreas e análise de dados secundários.

II.5.2.2 - Fauna

A) Na área de influência direta:• Caracterizar e avaliar a fauna terrestre, alada, aquática e semi-aquática na

área de influência direta, com base no levantamento nos diferentes tipos fitofisionômicos, assim como nas áreas de transição, considerando os aspectos qualitativo e quantitativo, distribuição espacial, habitats, hábitos alimentares, biologia reprodutiva, espécies que migram através da área ou a usam para procriação, dos seguintes grupos:− Invertebrados – terrestres, dulcícolas e marinhos, inclusive os de interesse

médico e econômico;− herpetofauna;− ictiofauna – dulcícola e marinha;− avifauna; e− mastofauna – terrestre, aquática, semi-aquática e reservatório silvestre de

doenças.• Avaliar quantitativamente na fauna, as espécies raras, endêmicas e/ou

ameaçadas de extinção.• Identificar as espécies migradoras e suas rotas.• Apresentar os locais de concentração de espécies e períodos de desova e

reprodução.• Avaliar a ictiofauna a partir de estudos de composição, distribuição e

diversidade de espécies, estudos sobre alimentação e reprodução de peixes, principalmente os de interesse comercial; investigações sobre migrações reprodutivas e sobre a localização de criadouros de larvas e/ou alevinos; e estimativas da produção pesqueira. Estes estudos deverão ser realizados a partir de pescarias experimentais e de um sistema de coleta de dados de desembarque pesqueiro.

• Incluir no relacionamento “espécie-meio ambiente” , descrições do uso da área (habitat, procriação, entre outros) para as espécies importantes, assim como sobre a flutuação populacional sazonal normal, densidade e distribuição dos seus estágios planctônicos, seus requisitos de habitat como tolerância térmica, cadeia alimentar e outros relacionamentos inter espécies, principalmente quando estes contribuem para avaliação do impacto do empreendimento na biota.

• Apresentar os critérios para a seleção das estações de amostragem em cada segmento.

• Apresentar tabelas com os diversos níveis de toxicidade do material atual e sua ação em cada um dos seres vivos na escala evolutiva da bactéria até o homem.

B) Na área de influência indireta:

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• Caracterizar e avaliar a fauna terrestre, alada, aquática e semi-aquática na área de influência indireta, com base no levantamento de dados secundários e entrevistas com moradores da região, enfatizando as espécies de interesse ecológico e econômico.

II.5.3 - M EIO S OCIOECONÔMICO

II.5.3.1 – Dinâmica populacional

A) Os dados populacionais devem ser baseados no censo demográfico mais recente, devendo ser realizado censo e contagem populacional para a ZPE, tendo em vista o atendimento à situações de emergência.

B) A dinâmica populacional deve ser analisada até o ano horizonte dos cenários construídos, o mercado de trabalho e a renda esperada, as relações de trabalho dominantes, a estrutura fundiária e conflitos, chegando a uma “compartimentação” socioeconômica dos diversos territórios que compõem a região.

C) Apresentar mapa, em escala apropriada, que identifique todos os locais com grupamentos populacionais para a áreas de influência direta. Devem ser traçados círculos concêntricos, a cada 1 km, a partir do núcleo do reator. Estes círculos devem ser divididos em setores referentes aos 16 pontos cardeais (com orientação no norte verdadeiro).

D) Apresentar mapa, em escala apropriada, que identifique todos os locais com grupamentos populacionais para a áreas de influência indireta. Devem ser traçados círculos concêntricos, com raios apropriados, a partir do núcleo do reator. Estes círculos devem ser divididos em setores referentes aos 16 pontos cardeais (com orientação no norte verdadeiro).

E) Fornecer tabelas correspondentes aos mapas citados em C e D contendo par cada setor e anel a estimava da população residencial atual, para o primeiro ano de operação da usina e por década, até o final da vida útil da usina. As tabelas devem incluir a população total para cada setor e anel, bem como a população total para as áreas de influência direta e indireta. As bases para essa projeção devem ser descritas. Para a metade da vida útil da usina, deverá ser fornecida também a estimativa da distribuição etária da população projetada.

F) Apresentar o histórico da ocupação territorial da região afetada pelo empreendimento, caracterizando o contexto etno-histórico e arqueológico regional, por meio de levantamento exaustivo de dados secundários.

G) Identificar os fluxos migratórios atuais, indicando a origem, tempo de permanência e causas da migração.

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H) Identificar a população transiente atual, indicando a origem e o tempo de permanência considerando as variações sazonais, de fins de semana e feriados.

I) Estimar os fluxos migratórios futuros, em decorrência da realização do empreendimento proposto, quantificando e destacando a pressão a ser exercida sobre a infra-estrutura existente em cada uma das etapas do empreendimento.

J) Apresentar o levantamento sobre a processo de urbanização e estudo das tendências de ocupação e uso do solo que estão em curso na área de influência do empreendimento , identificando-se as tendências geradas a partir da implantação das primeiras etapas do empreendimento, avaliando-se o seu comportamento a partir dessa ampliação.

II.5.3.2 – Caracterização das comunidades afetadas

A) Estrutura ocupacional: identificar e quantificar a população economicamente ativa (PEA) urbana e rural; a PEA por setor econômico; a contribuição de cada setor, a geração de impostos, geração de emprego e o nível tecnológico por setor, abordando, inclusive, os aspectos da economia informal; as relações de troca entre a economia local, a regional, incluindo a destinação da produção local e a importância relativa; os índices de desemprego.

B) Estimar o contingente operário a ser estabelecido nos locais das atividades e a infra-estrutura necessária à manutenção das mesmas, bem como, a projeção da instalação de pequenos comércios e novas relações culturais/comerciais entre as cidades da região.

C) Devem ser registrados os segmentos populacionais afetados e suas organizações, que serão envolvidos nas discussões das propostas para a usina, e as atividades que podem ser incentivadas como alternativas de desenvolvimento adequado. Não podem ser esquecidos, ainda, os aspectos culturais das populações atingidas. Deve ser dada especial atenção aos estudos das possíveis populações indígenas e comunidades remanescentes de quilombos existentes na área de influência da CNAAA, incluindo sua expectativa em relação ao empreendimento.

D) Educação: caracterizar o sistema formal e não formal de ensino, rural e urbano (recursos físicos e humanos), incluindo o índice de alfabetização; cursos profissionalizantes existentes; formas de educação ambiental existentes e índice da população abrangida.

E) Saúde: informar o coeficiente de mortalidade geral e proporcional; coeficiente de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias (redutíveis por saneamento básico, redutíveis por imunização e por programas especiais). Caracterizar a estrutura institucional e infra-estrutura correspondente, incluindo Programas de Saúde em nível governamental e privado; susceptibilidade do meio físico,

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biológico e socioeconômico à instalação e/ou propagação de doenças; estudo da potencialidade de endemias e introdução de novas epidemias.

F) Lazer, turismo e cultura: informar as manifestações culturais relacionadas ao meio ambiente natural; principais atividades de lazer da população; áreas de lazer mais utilizadas; equipamentos de lazer urbanos e rurais; sítios de significado cultural, histórico e arqueológico.

G) Organização social: descrever o sistema de organização social, identificando os grupos, movimentos e as associações comunitárias, lideranças e forças políticas atuantes.

H) Condições habitacionais: apresentar as condições habitacionais nas cidades, nos povoados e na zona rural.

A) Uso e ocupação do solo: apresentar mapas detalhados de uso e potencial do solo, indicando as ações antrópicas, para as principais áreas de estudo. Destacar o grupo populacional mais próximo. Fornecer informações detalhadas sobre a natureza e extensão da utilização atual e projetada da terra (agricultura, pecuária, unidades de conservação, áreas residenciais, entre outras). Informar sobre os planos existentes, visando restringir o crescimento desordenado da população em áreas zoneadas para fins específicos.

B) Uso da água: informar o efeito do consumo de água pela instalação, construção e operação da usina sobre o consumo da região e vice-versa.

C) Identificar a localização dos usuários na área de influência , que possam ser afetados pelos efluentes desta, quando do uso do solo e das águas adjacentes, tais como: captação e descarga d’água, utilização das águas de superfície e subterrâneas para irrigação, recreação e abastecimento.

D) Transporte: identificar as vias de transporte (rodovias, ferrovias, hidrovias) e os meios de transporte utilizados pela população. Informar os corredores de acesso necessários à instalação da usina.

E) Patrimônio Cultural e Arqueológico: apresentar a caracterização e mapeamento das manifestações relevantes para as áreas de influência direta e indireta, incluindo áreas de valor arqueológico, espeleológico, histórico e cultural.

F) Populações tradicionais (caiçaras), comunidades indígenas, comunidades remanescentes de quilombos e outros grupos étnicos protegidos por lei deverão ser identificados. Devem ser localizados, em mapa, as reservas indígenas e os demais grupamentos étnicos.

G) Relação de dependência: apresentar a relação de dependência entre a sociedade local e os recursos ambientais, bem como a potencial utilização futura desses recursos.

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II.5.3.3 – Infra-estrutura básica

A) Deverá ser feita uma caracterização de infra-estrutura econômica e social da região, visando identificar os principais usuários que possam ser afetados com a implantação, construção e operação da usina. Nesse contexto devem ser identificados e analisados de forma qualitativa e quantitativa , a captação e o uso da água, saneamento, utilização da malha viária e de meios de transporte, equipamentos de saúde, educação e esportes; comunicações e segurança pública. Identificar também os corredores de acesso à CNAAA e aqueles que possam ser utilizados no Plano de Emergência.

II.5.3.4 – Áreas Relevantes

Identificar e localizar em mapa, em escala adequada:

A) Perímetro da usina e área de propriedade do empreendedor.

B) Área total de propriedade da empresa, área ocupada ou modificada pelas suas instalações (ex: drenagem do terreno, alterações de encostas, tomada d’água, dentre outras).

C) Áreas com perspectivas de instalações futuras, informando seus conteúdos.

D) Área de exclusão e propriedades adjacentes.

E) Locais próximos ao ponto de descarga onde há acesso ao público, por terra ou água.

F) Unidades de Conservação, discriminando as diversas categorias.

G) Bacia hidrográfica.

H) Fazendas, residências, áreas recreacionais, áreas comerciais, industriais, escolas, serviços médicos e hospitalar e sistema de segurança pública.

I) Áreas públicas e áreas de valor arqueológico, espeleológico, histórico e cultural e natural.

J) Áreas de interesse estratégico : Identificar e localizar obstáculos de natureza estratégica, como áreas de manobras militares.

K) Vias de transporte (rodovias, ferrovias, hidrovias).

L) Áreas de produção agropecuária : • identificar os locais de produção agropecuária na área de influência,

fornecendo os valores da produção anual atual e projetada, por espécie, dos produtos agrícolas, de carne, leite e seus derivados.

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• informar sobre o regime de alimentação do gado.• informar a fração do leite utilizada para a produção de derivados.

• informar a área de plantio de cada produto agrícola, período de colheita bem como a sua produtividade.

• identificar a utilização de processos de irrigação informando a fonte de água.• identificar os locais de produção de aves domésticas e ovos na área de

influência, fornecendo os valores da produção anual atual e projetada, por espécie.

• quantificar o consumo local.

M)Áreas de produção pesqueira :• identificar os locais de produção pesqueira comercial na área de influência,

fornecendo os valores da produção anual atual e projetada.• identificar e quantificar as principais espécies.• informar os locais de desembarque do pescado.• quantificar o consumo local.• identificar outros tipos de cultura aquática.• identificar os locais de criação de peixes e outras espécies na área de

influência indireta.

N) Para as áreas produtivas (agropecuária e pesqueira) deverão ser levantados dados relativos ao consumo destes produtos na região.

II.6 - S ÍNTESE DA QUALIDADE AMBIENTAL

A síntese da qualidade ambiental terá como objetivo fornecer conhecimentos capazes de embasar a identificação e a avaliação dos impactos decorrentes do empreendimento e, desse modo, caracterizar a qualidade ambiental futura da região.

A) Após os diagnósticos setoriais deverá ser elaborada uma análise integrada que caracterize a inter-relação entre os meios estudados a partir das interações entre seus componentes, para a área de influência do empreendimento, de forma global.

B) Deverá ser apresentada uma síntese das condições sócio-ambientais atuais e suas tendências evolutivas para a área de influência, caracterizando-as da ausência até a presença do empreendimento, explicitando as relações de dependência e/ou de sinergia entre os fatores sócio-ambientais, de forma a se compreender a estrutura e a dinâmica do ambiente da região.

C) Deverá ser apresentada uma síntese da caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da adoção das atividades e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização.

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 017/99 25/45

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D) Deverão ser estabelecidos os pontos críticos do ambiente onde serão desenvolvidas as atividades.

E) A síntese da qualidade ambiental deverá ser consubstanciada por cartas geo-ambientais e gráficos para a área de influência do empreendimento, em escala apropriada.

II.7 – IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A) Na identificação e avaliação dos impactos deverão ser considerados os diversos fatores e seus tempos de incidência (abrangência temporal) nas fases de localização, implantação, construção, comissionamento, operação, descomissionamento e desativação do empreendimento, analisando seus reflexos sobre o meio ambiente. A avaliação deve, ainda, considerar as condições do meio ambiente na fase anterior às obras, de modo a permitir um prognóstico das condições resultantes.

B) Na identificação e avaliação dos impactos ambientais deverá ser considerada a eventual ocorrência de acidentes contemplando:• a análise histórica de acidentes em empreendimentos semelhantes;• a estimativa de probabilidade de ocorrência de acidentes relevantes, cujas

conseqüências contenham potencial dano ambiental.

C) A avaliação deve abranger os impactos ambientais do empreendimento e de suas alternativas, através da identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando os impactos:• Positivos e Negativos (benéficos e adversos);• Diretos e indiretos;• Imediatos e a médio e longo prazos; • Temporários, permanentes e cíclicos;• locais regionais e estratégicos.

D) A avaliação deverá abranger o grau de reversibilidade dos impactos e as suas propriedades cumulativas e sinérgicas, bem como a distribuição dos ônus e benefícios sociais, devendo ainda ser considerados os impactos adversos que não possam ser evitados ou mitigados.

E) Deverão ser consideradas, na elaboração desta avaliação, as condições emergentes com as diversas alternativas do empreendimento, com e sem a sua implantação, conduzindo à proposição de medidas destinadas ao equacionamento dos impactos ambientais decorrentes.

F) Na apresentação dos resultados de identificação e avaliação dos impactos deverá constar:

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 017/99 26/45

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• Métodos, técnicas e critérios adotados para a identificação, previsão, quantificação e interpretação e avaliação dos impactos;

• Valoração, magnitude, freqüência e importância dos impactos; • Descrição detalhada dos impactos sobre cada fator relevante e seus aspectos

geradores, considerando o exposto no diagnóstico ambiental;• Síntese conclusiva dos impactos potenciais relevantes, previstos para todas

as fases do empreendimento, acompanhada das interações com os meios físico, biótico e socioeconômico;

• alternativas tecnológicas para a realização do empreendimento, considerando os custos ambientais nas áreas críticas.

G)A identificação e a avaliação dos impactos ambientais deverão ser realizadas adotando métodos consagrados em literatura, os quais deverão ser claramente explicitados.

G) Todas as avaliações de impactos desenvolvidas nesse Termo de Referência deverão considerar os impactos da unidade 3 individualmente e em conjunto com as outras unidades da CNAAA, e demais atividades e/ou empreendimentos existentes na área de influência do empreendimento.

H) Uma tabela final com a síntese de avaliação dos impactos nos diversos meios, com base nos dados levantados na análise de impactos ambientais.

I) Os seguintes impactos decorrentes do preparo do sítio e da construção da Usina deverão ser avaliados, entre outros:

1. No meio físico:• Os impactos sobre a geologia e geomorfologia local, tais como instabilidade de

taludes, alteração da paisagem local, alteração nos sedimentos de fundo (principalmente nos trechos mais rasos), alterações na capacidade de usos das terras no local de construção, processos erosivos e alterações no substrato rochoso. Deverão ser incluídos neste item os aterros criados, usinas de britagem e bota-foras, entre outros.

• Os impactos sobre recursos hídricos por substâncias tóxicas, analisando as possíveis alterações no regime hidrológico e aqüíferos, assoreamento, proliferação das plantas aquáticas e suas conseqüências e os efeitos gerados pela construção da estrutura de tomada e descarga d’água.

• Os impactos na qualidade do ar provocados pela emissão de fumaça e materiais particulados oriundos da preparação do terreno e construção (preparação do canteiro de obras, construções temporárias e construção de acesso e estradas auxiliares, entre outros).

• As alterações nos níveis de ruído provocadas por explosivos, máquinas e demais equipamentos, e seu impacto na fauna e na população da área de influência.

• Os impactos provocados pelo uso de jazidas de matérias primas utilizadas para a construção da usina.

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• Os impactos oriundos das construções provisórias, tais como geração de efluentes sanitários, disposição de lixo e rejeito de origem química, bem como da construção dos prédios permanentes (ex:reservatório d’água).

• A avaliação do nível de radiação no canteiro de obras, considerando a existência das unidades 1 e 2 da CNAAA.

2. No meio biótico:• Os impactos sobre a migração de espécies aquáticas, a produção de alimentos

e sobre os habitats da fauna aquática.• As alterações na composição das comunidades aquáticas, nos ecossistemas

considerados criadouros naturais de larvas e/ou alevinos, bem como a possibilidade de ocorrência de mortandade de peixes.

• As modificações da flora aquática pela alteração dos parâmetros físicos, químicos e biológicos da água.

• Os impactos sobre a vegetação e prejuízo a algum banco genético.• Os impactos provocados pelo desmatamento, identificando as áreas de

preservação permanente.• Na avaliação do impacto sobre a fauna e flora terrestre, deverão ser

consideradas as alterações nas áreas florestais eventualmente afetadas, na composição e distribuição da fauna e flora, o aumento da população de insetos, e alteração na diversidade de espécies nas áreas de reprodução e migração.

3. No meio socioeconômico:• As mudanças socioeconômicas ocorridas nesse período envolvendo as

populações local e adjacentes.• As mudanças no comportamento social e cultural da população afetada, em

especial nas comunidades indígenas, comunidades remanescentes de quilombos, e caiçaras, entre outros.

• O choque entre a população local e forasteira alocada às obras, a expectativa da população com relação ao empreendimento e as relações entre os núcleos urbanos.

• As transformações de núcleos urbanos em pólos de atração migratória.• Os impactos sobre a saúde pública oriundos dos efeitos sociais, poluição

aérea, poluição hídrica, sonora e dos resíduos tóxicos sobre a saúde humana; da disseminação de moléstias endêmicas; do surgimento de focos de moléstias infecto-contagiosas e crônico-degenerativas; de acidentes com a população durante as obras de preparação do sítio e construção da usina.

• O impacto à saúde humana e à integridade dos sistemas biológicos e ao patrimônio genético.

• Os impactos decorrentes da pressão provocada pela população local e o forasteira alocada às obras nos setores de transporte, habitação, saúde e educação, entre outros.

• O impacto sobre as atividades tributárias.• Os impactos nas atividades das populações rural e urbana, nas áreas de

influência da usina.

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• O impacto da geração de empregos para cada fase da construção e operação do empreendimento, informando o perfil da mão de obra necessária.

• Os impactos sobre o patrimônio natural, histórico, cultural, espeleológico e arqueológico, analisando a destruição dos sítios com importância histórica, cultural, espeleológica, arqueológica e paisagística; as alterações nas relações culturais das comunidades regionais (indígenas, caiçaras e dos quilombos, entre outros) e a perda das referências culturais pela população.

4. Os impactos radiológicos:• A estimativa das taxas de dose no canteiro de obras, considerando a operação

das unidades 1 e 2 e a estimativa da dose anual.• A estimativa da dose total acumulada durante o período de construção da

usina.

K) Os seguintes impactos decorrentes da operação da Usina deverão ser avaliados:

1. No meio físico:• Os impactos decorrentes da operação do sistema de dissipação de calor

(Sistema de água de circulação para refrigeração dos condensadores), informando:

• O impacto na qualidade da água devido ao lançamento de efluentes, incluindo a temperatura, considerando as três usinas do complexo nuclear, nas quatro estações do ano.

• As alterações no meio ambiente marinho devido ao acréscimo de temperatura e vazão decorrente da operação do empreendimento, analisando a zona de mistura e classificando os impactos.

• O ponto de captação da água, a origem do aquecimento, o ponto de descarga, as variações de temperatura e a circulação no saco de Piraquara de Fora, considerando o volume gerado pelas três usinas, a zona de mistura e o atendimento às normas ambientais.

• Os modelos de cálculo utilizados para a avaliação da temperatura na zona de mistura. As equações e grandezas físicas consideradas e as simulações realizadas considerando cada usina individualmente, e as três usinas em conjunto, devem ser apresentadas. O perfil atual da região, obtido através de medidas locais, deve ser comparado com as previsões obtidas com os modelos.

• O efeito potencial nas circulações do corpo d’água nas zonas de captação e descarga d’água, considerando os efeitos sobre os parâmetros físico-químicos.

• As alterações devido a variações bruscas de temperatura (choque térmico) nas operações programadas de desligamento do reator.

• Os impactos decorrentes das descargas químicas e biocidas considerando:− A experiência obtida durante o período de operação das unidades 1 e 2 da

CNAAA.− No ponto de descarte do efluente, sua vazão, sua caracterização físico-

química, as concentrações dos poluentes, a freqüência de emissão e os padrões aplicáveis.

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− Os efeitos dos produtos químicos dos efluentes do sistema de refrigeração.− As correntes oriundas de refrigeração do Edifício de Administração, dos

grupos Diesel de geradores de energia, do tratamento contra incrustações e corrosão, e dos tratamentos anti-corrosivos, bem como a contaminação por óleo e o uso de hipoclorito.

− A diluição e mistura da descarga nas águas receptoras, fornecendo uma estimativa de concentrações para várias distâncias do ponto de lançamento.

• Os impactos decorrentes do descarte dos efluentes sanitários, informando: − No ponto de descarte do efluente, sua vazão, sua caracterização físico-

química e biológica, a freqüência de descarte, e os padrões aplicáveis. • Os impactos referentes a geomorfologia/geotecnia, informando os fatores

ambientais impactados devido a susceptibilidade dos solos à erosão no entorno da usina.

• Os impactos referentes a geologia / sismologia, informando a possibilidade de ocorrência sísmicas naturais projetadas a partir do histórico da região, bem como os estudos e levantamentos realizados no diagnóstico ambiental.

• Os impactos referentes a qualidade do ar, informando o ponto da emissão, sua vazão, sua caracterização físico-química, as concentrações dos poluentes, a freqüência de emissão e os limites de emissão aplicáveis, incluindo as emissões gasosas da combustão das caldeiras, do grupo diesel de geradores, e H2 gerado na produção de hipoclorito de sódio, e outros levantados na CNAAA..

• Os impactos decorrentes do depósito, manuseio, transporte e destino final dos resíduos sólidos.

2. No meio biótico:• Os impactos físicos e biológicos devem ser identificados, classificados e

valorados, descrevendo os efeitos do calor liberado sobre a fauna e flora marinha, apresentando as bases estimativas desses efeitos e a relação entre a temperatura e a tolerância para as espécies aquáticas importantes.

• O impacto sobre a população piscosa devido ao sistema de tomada e descarga d’água .

• Os efeitos que os sistemas de tomada e descarga d’água podem induzir, tanto devido aos fenômenos mecânicos como térmicos, ao zooplâncton, ao fitoplâncton e às pequenas formas nectônicas, e as conseqüências destes fenômenos nas espécies importantes da região.

• Os impactos sobre a biota marinha decorrentes dos sistemas que acarretem lançamento de efluente para o meio ambiente.

• Os efeitos sobre a fauna e flora marinha, e as conseqüências na cadeia alimentar, na população marinha, no número de espécies, seletividade, bem como os efeitos dos produtos químicos sobre: fitoplâncton, zooplâncton, bentos e ictiofauna.

• Os impactos biológicos dos efluentes líquidos oriundos do funcionamento da Usina Angra 3, e do complexo nuclear CNAAA, sobre a flora e fauna marinha adjacente.

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3. No meio socioeconômico:• Os impactos socioeconômicos decorrentes do aumento da oferta de energia

elétrica.• Os impactos sobre a percepção do risco à saúde humana.• Os impactos sobre o atendimento hospitalar.• Os impactos sobre a arrecadação tributária.• Os impactos sobre o comportamento social.

4. Os impactos radiológicos:• Os impactos radiológicos decorrentes da operação da usina, incluindo:

− A caracterização, do ponto de vista radiológico, das emissões atmosféricas, informando as taxas e freqüência de emissão para o meio ambiente.

− A avaliação da concentração de atividade de radionuclídeos nas matrizes relevantes tais como: leite, pasto, água doce (superfície), solo e sedimentos. Com base nesta estimativa deverá ser dimensionado o nível de impacto neste ecossistema.

− A identificação dos grupos críticos e dos caminhos críticos de exposição à radiação para o ser humano, fornecendo os critérios utilizados para sua seleção.

− A identificação dos hábitos alimentares e costumes para o grupo crítico.− A apresentação e descrição dos modelos utilizados para os cálculos das

concentrações de atividade dos radionuclídeos no meio ambiente, e para cálculo de dose, identificando cada parâmetro e justificando os valores utilizados.

− Para emissões atmosféricas, a apresentação e a discussão sobre a adequabilidade e precisão dos modelos de transporte, de estimativa da concentração, de deposição e de cálculo de dose adotadas e as hipóteses assumidas, considerando as características específicas do local.

− As estimativas das concentrações relativas (χ/Q) e de deposição relativa anual (D/Q), a partir dos modelos de dispersão e transporte atmosférico, e dos dados meteorológicos.

− Todas as estimativas referidas devem ser efetuadas para cada uma das micro-áreas determinadas na inserção dos círculos concêntricos (de 1 em 1km na área de influência direta), centrados na usina, com cada um dos 16 setores angulares de 22,5 graus. O modelo deverá abranger a área de exclusão.

− Para lançamento de efluentes, a apresentação e a discussão sobre a adequabilidade e a precisão dos modelos de transporte, utilizando hipóteses conservativas, sendo as estimativas efetuadas para a enseada receptora.

− Os modelos utilizados na análise da absorção e incorporação em sedimentos devem contemplar a remoção dos radionuclídeos dispersos em meio aquático, através dos mecanismos de remoção nos sedimentos de fundo e em suspensão.

− A apresentação da concentração de atividade dos radionuclídeos no meio físico, biótico e antrópico, decorrente da operação da usina, bem como do complexo CNAAA, na área de influência do empreendimento. Os cálculos

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deverão ser efetuados para distâncias pré-estabelecidas e locais considerados mais críticos, na área de influência.

− A estimativa e análise dos impactos radiológicos considerando os termos fonte e os caminhos críticos de exposição à radiação, comparando os resultados com os limites de dose estabelecidos pela CNEN. Devem ser justificados os valores utilizados para cada parâmetro do modelo adotado para o cálculo de dose equivalente para o indivíduo do grupo crítico, bem como para a dose coletiva para a população.

− A estimativa da dose para os grupo crítico considerando a operação da unidade 3, bem como do complexo CNAAA, demonstrando que serão respeitados os limites de dose estabelecidos pela CNEN.

II.8 – MEDIDAS M ITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

A) Com base no prognóstico das condições resultantes da implantação do empreendimento, e na conseqüente avaliação dos impactos ambientais, radiológico ou não, deverão ser recomendadas medidas que venham a eliminá-los, minimizá-los, ou compensá-los, ou no caso de impactos positivos, maximizá-los, sendo avaliada a eficiência de cada uma delas. As medidas mitigadoras deverão ser classificadas quanto:• Ao componente ambiental afetado;• À fase do empreendimento em que deverão ser implementadas; • Ao caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia.

B) Medidas compensatórias deverão ser propostas, para os impactos que não puderam ser evitados ou mitigados.

C) Deve ser apresentada a estimativa de custos das medidas de responsabilidade dos governos Municipal , Estadual e Federal.

D) Deverão ser estabelecidos programas para o acompanhamento dos possíveis

impactos ambientais visando tanto a recuperação como a preservação e conservação do meio ambiente, bem como o maior aproveitamento das novas condições a serem criadas.

E) As medidas mitigadoras e compensatórias deverão estar consubstanciadas em Programas Ambientais.

F) A elaboração destes programas deverá ser precedida por um programa prévio de educação ambiental que tenha como prerrogativa básica ouvir a comunidade, a sociedade civil organizada e as instituições governamentais identificadas, antes que se inicie a construção e a operação do empreendimento, bem como considerar na elaboração dos programas de recuperação, preservação e conservação, as demandas, sugestões e critérios advindos dos diversos atores sociais, buscando, desta forma, a inserção regional do empreendimento.

II.9 – PROGRAMAS AMBIENTAIS

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A) Os Programas Ambientais deverão conter a seguinte estrutura:

1. Justificativa – Descrever qual(is) a(s) situação(ões) / problema(s) a ser(em) trabalhado(s), ou seja, qual(is) o(s) impacto(s) resultante(s) do empreendimento a ser(em) minimizado(s) ou compensado(s).

2. Objetivos do Programa (Geral e Específicos) – Explicitar o objetivo geral do Programa, bem como os objetivos específicos correspondentes a cada projeto existente. Os objetivos específicos devem demonstrar a maneira pela qual será alcançado o objetivo geral e devem ser definidos para cada etapa do programa, quando couber.

3. Metas – Devem ser vinculadas aos objetivos específicos e ser mensuráveis.

4. Indicadores Ambientais – Para o estabelecimento de indicadores, deve-se considerar entre outras, a sua:• Representatividade;• Sensibilidade às mudanças;• Possibilidade de continuidade de obtenção ao longo de toda uma etapa de

trabalho.

Devem ser estabelecidos indicadores que determinem:• O desempenho operacional das unidades; • As condições do meio ambiente na região; e• A eficiência do programa ambiental na região geograficamente definida.

5. Público-alvo – Identificação do público-alvo a ser atingido com o Programa e/ou cada projeto.

6. Metodologia e Descrição do Programa – Descrever o modo como se concebe e se pretende organizar o desenvolvimento do Programa, explicitando claramente seus métodos e técnicas específicas.

7. Inter-relação com outros Planos e Programas – Um determinado programa pode interagir com um mais programas a serem desenvolvidos. A inter-relação entre eles e o grau de interferência para se alcançar os objetivos determinados devem ser explicitados, sempre que cabível.

8. Atendimento à Requisitos Legais e/ou Outros Requisitos – Todos os programas devem considerar os requisitos legais, bem como normas e diretrizes aplicáveis. O atendimento aos requisitos deve fazer parte dos objetivos do programa.

9. Etapas de Execução – Para os programas que possuírem etapas de execução, estas etapas devem ser descritas no Programa.

10. Recursos Físicos, Financeiros e Humanos – Deverão ser explicitados:

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a) os recursos em termos de infra-estrutura, mobiliário e equipamentos que serão necessários à execução do Programa e cada projeto;

b) os recursos financeiros necessários à execução do Programa e de cada projeto;

c) os recursos humanos necessários à execução do Programa e cada projeto, com definição de suas funções e formação.

5. Cronograma Físico-Financeiro – Detalhamento da ações a serem implementadas, em cada etapa, bem como dos recursos que serão gastos nas diversas etapas/períodos do Programa e cada projeto.

6. Responsáveis pela Implementação do Programa – Devem ser especificados quais os responsáveis pela implementação do Programa e cada projeto, incluindo as instituições envolvidas e as respectivas responsabilidades durante todo o processo de implementação. Deverá também constar informações tais como o tipo de instituição (governamental ou não, privada, etc.), endereço, responsável, entre outros.

7. Responsáveis Técnicos – Os responsáveis técnicos pelo programa, bem como toda a equipe técnica, deverão ser apresentados, indicando a área profissional de atuação e o número de registro no respectivo conselho de classe, quando couber, e no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (no caso deste último, anexar cópia).

8. Bibliografia – Indicar a bibliografia utilizada na elaboração do Programa e de cada projeto.

B) Para cada um dos programas constituídos deverá ser prevista a emissão dos relatórios, com periodicidade definida, constando dos mesmos, com relação à equipe técnica, os requisitos previstos no capítulo II.16 deste Termo de Referência.

C) Além dos Programas necessários à eliminação, mitigação e compensação dos impactos significativos, o EIA/RIMA deverá incluir, no mínimo, os seguintes programas:

I I . 9 .1 – PROGRAMA AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO

A) Deverá ser estruturado um programa com a finalidade de acompanhar o desenvolvimento da construção, e as mudanças ambientais na área de influência do empreendimento.

B) O Programa Ambiental de Construção deverá contemplar: • critérios para localização dos canteiros de obra;

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• critérios para disposição de resíduos, e efluentes oriundos da obra;• controle de emissões atmosféricas;• mecanismos de controle de erosão e sedimentos;• técnicas de limpeza de terreno;• técnicas de terraplenagem;• técnicas de escavação;• métodos de recomposição e revegetação de áreas.

I I . 9 .2 - PROGRAMA DE C ONTROLE DE IMPACTOS G EOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS

A) Deverá ser estruturado um programa com a finalidade de acompanhar a evolução das alterações geológicas e geomorfológicas na área de influência do empreendimento.

B) O Programa deverá incluir diretrizes: • para o controle de impactos sobre os taludes marginais e margens retificadas; • para o acompanhamento do lençol freático;• para o manejo e proteção das cavidades naturais subterrâneas.

I I . 9 .3 - PROGRAMA DE C ONTROLE DO USO DO S OLO

A) Deverá ser estruturado um programa com a finalidade de acompanhar as mudanças relativas ao uso do solo, na área de influência do empreendimento.

B) O Programa deverá incluir: • diretrizes para a formulação de um plano geral de uso racional dos recursos

naturais para a Bacia Hidrográfica;• diretrizes para elaboração de planos de controle de processos erosivos e da

contaminação dos solos com material radioativo, e sua influência sobre a qualidade das águas;

• diretrizes e projeto de controle de desestabilização dos solos.

I I . 9 .4- PROGRAMA DE M ANEJO DE R ISCOS DE INUNDAÇÃO

A) Deverá ser estruturado um programa contendo as diretrizes para medidas corretivas (estruturais, administrativas e institucionais), em função da ocorrência de maré sizígia.

I I . 9 .5 - PROGRAMA DE OBSERVAÇÃO DAS C ONDIÇÕES C LIMÁTICAS

A) Deverá ser estruturado um programa com a finalidade de acompanhar as alterações climáticas.

B) O Programa deverá incluir: • a complementação da rede de observações meteorológicas e climáticas;

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• a seleção da rede de registro de dados, incluindo um sistema de alerta hidrometeorológico e telemétrico;

• o sistema de avaliação comparativo das condições climáticas, incluindo a metodologia correspondente, e a correlação e medição de efeitos sobre outras variáveis ambientais.

I I . 9 .6 - PROGRAMA DE QUALIDADE DA ÁGUA

A) Deverá ser estruturado um programa com a finalidade de acompanhar as alterações na qualidade da água, na área de influência do empreendimento.

B) O Programa deverá incluir: • o detalhamento dos parâmetros físicos e químicos que serão monitorados,

como a temperatura da água do mar, salinidade, nutrientes, entre outros, indicando a função de cada um e sua importância com relação aos mecanismos de inter-relacionamento no equilíbrio ecológico;

• diretrizes para elaboração de planos de controle das modificações no nível de lençol freático e obstrução de canais.

I I . 9 .7 - PROGRAMA DE C ONTROLE AMBIENTAL DA ÁREA DA E STAÇÃO E COLÓGICA

A) O Programa deverá incluir: • O levantamento da flora e da fauna nas áreas selecionadas para integrarem

as áreas de preservação;• Plano de pesquisa para a área da Estação Ecológica;• Projeto preliminar de viveiro florestal e programas de educação ambiental

para recuperação da cobertura vegetal das áreas degradadas, onde deverão ser reconstituídas as características originais ou naturais do bioma local, evitando a introdução de espécies exóticas a esse meio ambiente.

I I . 9 .8 - PROGRAMA DE R EMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO

A) O Programa deverá incluir: • a definição de critérios e compromissos para com a população que venha a

ser atingida pelas obras ou pela operação do empreendimento;• o desenvolvimento de modelos alternativos para remanejamento da

população que sejam discutidos e aceitos por ela;• o desenvolvimento das atividades que objetivem informar, permanentemente,

à população que venha a ser atingida nas etapas de planejamento e de desenvolvimento do empreendimento, incluindo estratégias das informações decorrentes da implantação do empreendimento;

• plano de ação de para desapropriação, incluindo a proposição de critérios, instrumentos legais vigentes, cronogramas e avaliação de custos.

I I . 9 .9- PROGRAMA DE R ELOCAÇÃO DE INFRA -ESTRUTURA

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A) O Programa deverá incluir: • a análise dos interesses das comunidades afetadas pela implantação da

usina;• elaboração de alternativas de relocação de estradas, pontes atingidas, entre

outros; • ampliação dos sistemas de planejamento de energia elétrica e de

comunicações, entre outros.

I I . 9 .10 - PROGRAMA DE S AÚDE PÚBLICA

A) O Programa deverá incluir: • a descrição dos programas e convênios para controle e promoção da saúde

pública, citando os órgãos públicos responsáveis pela implementação de tais programas, visando fazer face às migrações internas decorrentes do empreendimento;

• a apresentação da estimativa da oferta de serviços de atendimento médico que respondam às necessidades da população, de acordo com as etapas do empreendimento.

I I . 9 .11 – PROGRAMA DE C ONTROLE DA POLUIÇÃO

A) Deverão ser estabelecidas as diretrizes ambientais a serem adotadas durante a operação do empreendimento.

B) Deverão ser estabelecidos programas ambientais de controle dos poluentes. Estes programas devem ser subdivididos para cada atividade específica, e deverão estabelecer, na hierarquia abaixo indicada, diretrizes para:1o) Minimização da produção de efluentes líquidos, emissões gasosas e resíduos sólidos;2o) Minimização do consumo de recursos naturais;3o) Recuperação e reciclagem de resíduos;4o) Tratamento, emissão e lançamento de efluentes;5o) Tratamento e disposição de resíduos sólidos;6o) Medidas adotadas para garantir o atendimento aos limites para liberação estabelecidos pela CNEN para poluentes radioativos e os padrões dos órgãos ambientais para os demais poluentes;7o) Elaboração de relatórios de acompanhamento.

C) Este programa deverá explicitar todos os equipamentos de controle, de detecção e os sistemas de tratamento, incluindo as eficiências e confiabilidades esperadas de cada um.

D) Para as emissões atmosféricas devem ser explicitados os procedimentos utilizados para orientação da emissão nos horários de menor impacto (emissões programadas), considerando os dados meteorológicos locais.

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E) Para os efluentes químicos e sanitários deverá ser dada ênfase às projeções de expansão da estação de tratamento.

F) Para os resíduos sólidos radioativos deverá ser explicitada sua classificação quanto ao nível de radiação, sua forma de acondicionamento e seu local de disposição final.

I I . 9 .12– PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO S OCIAL

A) Deverá ser estruturado um programa de comunicação social com a finalidade de esclarecer e manter informada a comunidade, bem como ouvi-la sobre as fases do empreendimento a serem executadas, e o andamento daquelas em execução, destacando as possíveis interferências na comunidade, e quais as ações a serem tomadas para minimizar esta interferência.

B) No Programa deverá ser utilizada linguagem clara e objetiva, respeitando o nível de escolaridade, cultura e conhecimento do público-alvo.

I I . 9 .13– PROGRAMA DE E DUCAÇÃO AMBIENTAL

A) Deverá ser elaborado um Programa de Educação Ambiental que se constituirá na referência para qualquer ação de educação ambiental tomada, estabelecendo diretrizes, referenciais teóricos e buscando criar unidade de ação.

B) O Programa deverá proporcionar à comunidade um conhecimento mais aprofundado do seu meio ambiente, visando com isso formar uma consciência crítica apta a opinar sobre as interferências no macro e micro ambiente; apresentar a proposta do projeto, para que sejam amplamente discutidos os impactos ambientais advindos do empreendimento; proporcionar o conhecimento da legislação e dos instrumentos de participação comunitária, visando garantir à comunidade o exercício de sua cidadania.

C) O programa deverá incluir ações locais a serem definidas em conjunto com as populações afetadas (direta ou indiretamente), compreendendo todas e quaisquer ações que possam contribuir para a instrumentalização das pessoas, grupos ou segmentos sociais localizados nas áreas abrangidas pelo empreendimento alvo do licenciamento, a fim de que estas passem a atuar efetivamente na gestão dos recursos ambientais, bem como nas decisões que venham a afetar a qualidade dos meios físico-naturais e socioculturais e, por conseguinte, sua qualidade de vida.

D) É importante que, para a operacionalização das atividades de Educação Ambiental (E.A.) dentro do processo de gestão, alguns princípios estejam bem claros:

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• Reconhecimento da pluralidade e da diversidade cultural;• Interdisciplinaridade – a abordagem interdisciplinar exige discussão e troca

entre diversos níveis de conhecimento, sejam científicos ou populares;• Participação dos diferentes segmentos sociais;• Descentralização – divisão de responsabilidades e deveres intersetorial e inter-

institucional.

E) Deverão ser detalhadas as ações previstas para os diferentes segmentos sociais afetados pelo empreendimento, nas suas diversas etapas.

F) O Programa de Educação Ambiental deverá também abordar:• O treinamento dos trabalhadores, enfatizando os cuidados necessários na

execução das suas atividades e as interferências causadas no ambiente, nas suas diversas etapas do empreendimento.

I I . 9 .14– PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL

A) Deverá ser estruturado um programa com a finalidade de avaliar os efeitos ambientais, que venham a ocorrer durante as fases de construção, operação e desativação da usina, através da seleção de indicadores ambientais.

B) Este Programa deverá incluir parâmetros radiológicos e não radiológicos.

C) Devem ser descritas as técnicas empregadas, a instrumentação utilizada, cronogramas e procedimentos que permitam uma avaliação precisa da situação ambiental.

D) O Programa de Monitoramento deverá abranger, além das informações de monitoramento já realizado, dados relativos às fases distintas pré-operacional e operacional.

E) Com base no diagnóstico ambiental e nos impactos previstos, deverá ser elaborado programa(s) visando o monitoramento e o acompanhamento dos impactos negativos e positivos, explicitando os fatores e parâmetros a serem considerados com o objetivo de acompanhar a evolução da qualidade ambiental na área de influência do empreendimento. Este(s) programa(s) conterá(ão):• Indicadores ambientais que permitirão a aferição das mudanças nos meios

físico, biótico e socioeconômico; • Para o monitoramento do meio biótico, a definição das espécies bio-

indicadoras para cada um dos ecossistemas na área de influência;• Os procedimentos de amostragem, análise e comunicação dos dados,

devendo o intervalo de tempo entre a coleta e a disponibilização dos dados ser compatível com o propósito das variáveis monitoradas;

• A malha, o período e a freqüência das amostragens, incluindo suas justificativas técnicas quanto à localização, período e freqüência de amostragem. A freqüência deve ser compatível com a necessária

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representatividade das variáveis em relação ao fenômeno que está sendo monitorado.

F) Deverão ser fixadas as freqüências, datas ou épocas para monitoramento para todos os parâmetros, considerando-se, além das atividades normais, as condições atípicas de funcionamento, as características sazonais dos corpos receptores e as características específicas do empreendimento.

G)Programa de Monitoramento Ambiental da Fase Pré-operacional• Devem ser revistos os programas originais do Diagnóstico Ambiental, de forma

que, seja assegurada a inclusão de todos os parâmetros ambientais que deverão ser monitorados nas fases de implantação e operação da usina.

• Para o meio aquático− incluir os parâmetros biológicos com a identificação da presença e

abundância das espécies aquáticas importantes.− a metodologia para a determinação de tais parâmetros deve ser aplicada às

condições locais e, no caso da utilização de outras bases de informação, estas deverão estar adequadamente documentadas.

− os dados coletados deverão permitir a identificação de prognósticos relativos a espécies importantes, de respostas fisiológicas, letais ou comportamentais, que possam ser provocadas pelas fases de implantação e operação da usina.

− os parâmetros físicos e químicos que serão monitorados, como a temperatura da água do mar, salinidade, nutrientes, entre outros, devem ser detalhados, indicando a função de cada um e sua importância com relação aos mecanismos de inter-relacionamento no equilíbrio ecológico.

• Para o meio aéreo− identificar os aspectos relevantes não radiológicos das emissões gasosas

que justifiquem o monitoramento da qualidade do ar, considerando as informações da meteorologia local, bem como seu transporte.

− identificar as fontes dos dados meteorológicos usados no planejamento do sistema de amostragem.

− especificar a localização das estações de amostragem, o tipo de instrumentação, o sistema de registro, a freqüência e a duração das medidas.

• Para o meio terrestre− apresentar o programa adotado para avaliar as características da ecologia

terrestre da área de influência, que deve ser capaz avaliar a presença e a abundância das espécies terrestres importantes, detalhando-as em termos de freqüência, duração da observação, entre outros, comparando-as com os dados levantados no Diagnóstico Ambiental.

• Para o monitoramento radiológico

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− descrever detalhadamente o programa que deve ser capaz de permitir o levantamento do perfil da radiação natural de fundo na área de influência, explicitando o perfil para o sítio, área de influência direta e indireta.

− fornecer informações específicas sobre as medidas e amostras que comporão o programa, os locais, os métodos de medidas, a freqüência e os procedimentos de amostragem, os tipos de análise para cada amostra, a freqüência e os procedimentos de análise, bem como o local onde serão realizadas.

− localizar em mapa os locais de medidas e de coleta de amostras. Justificar os locais selecionados, identificando a distância e direção em relação à usina.

− informar o método utilizado para tratamento dos dados e interpretação, o sistema de registro e de divulgação dos resultados.

− descrever o Programa de Monitoramento Radiológico Operacional das Unidades 1 e 2, atualmente em curso, explicando como será adaptado para atender à operação da Unidade 3.

• Programa de Monitoramento Ambiental da Fase Operacional− deve possibilitar o acompanhamento sistemático das condições ambientais

durante o período de operação da usina e conter o mesmo detalhamento do Programa de Monitoramento Ambiental da Fase Pré-operacional.

− os parâmetros selecionados para compor os programas para esta fase, devem permitir a comparação com os dados obtidos durante o período pré-operacional.

− os programas operacionais devem justificar os itens que possam diferir dos propostos nos programas pré-operacionais.

I I . 9 .15 – PROGRAMA DE D ESATIVAÇÃO

A) Deverá ser apresentado um Programa visando a fase de desativação da Unidade 3, incluindo;• o estado da arte e as técnicas atuais de desativação utilizadas em usinas

nucleares;• as medidas a serem adotadas no término da vida útil da usina para a proteção

do público e do meio ambiente com relação à radioatividade residual, bem como seu custo, a fim de ser dada a instalação como desativada;

• o orçamento destinado pela empresa para atendimento à essa atividade;• o planejamento detalhado e as diretrizes ambientais para o desenvolvimento

desta atividade;• a legislação vigente sobre o assunto;• as conseqüências ambientais da desativação previstas e as aceitáveis para os

diversos meios;• plano de monitoramento ambiental para esta fase até o abandono da área.

II.10 – ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE R ISCO E PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA

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A) Deverá ser apresentado uma síntese da Análise de Acidentes Nucleares e Radiológicos. Nessa discussão, devem ser quantificadas as probabilidades associadas a cenários de acidentes com danos ao meio ambiente.

B) As análises dos acidentes mais significativos devem ser sucintamente descritas, identificando métodos e modelos para estimativas das conseqüências, os requisitos de desempenho dos sistemas de segurança e das barreiras de proteção à emissão de radioatividade. Para os casos limitantes, deverão ser quantificadas as conseqüências sobre parâmetros críticos, incluindo, quando aplicável, as conseqüências radiológicas ao meio ambiente.

C) Deverá ser elaborado um estudo que contemple uma avaliação dos riscos ambientais inerentes ao empreendimento, bem como um plano de gerenciamento de riscos e um plano de ação de emergência para casos de acidentes com conseqüências ambientais.

I I.10.1 – ANÁLISE DE R ISCO

A) Deverá ser elaborado um estudo de análise dos riscos ambientais inerentes ao empreendimento.

B) Os riscos ambientais deverão ser classificados em dois grupos:- industriais;- nucleares ou radiológicos.

C) A análise de risco deverá contemplar as seguintes etapas:

I I.10.1.1 – Descrição das Instalações e Sistemas

A) Deverão ser apresentados os principais sistemas, unidades e procedimentos previstos para as diferentes atividades do empreendimento que possuam interface com o meio ambiente.

B) Deverá ser apresentada a localização das instalações em planta, em escala adequada, dividindo-as em subáreas, identificando os pontos críticos do empreendimento.

C) Deverá ser apresentado um detalhamento para cada subárea, com uma breve descrição do seu uso e relacionando todas as substâncias tóxicas, inflamáveis ou explosivas ali utilizadas, geradas ou armazenadas. Essa relação deverá conter a massa de referência de cada substância.

D) Deverá ser apresentado, para cada subárea, um diagrama indicando os equipamentos, as substâncias, os fluxos de massa, as temperaturas e pressões nominais.

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E) Para as subáreas com uma ou mais unidades de produção, geração, ou processamento, envolvendo substâncias tóxicas, inflamáveis ou explosivas, deve ser informado o regime de operação (contínua ou batelada), e apresentado diagrama indicando os equipamentos, as substâncias, os fluxos de massa, e as temperaturas e pressões nominais.

F) Deverão ser mencionados os critérios de segurança incluindo as normas adotadas na fase de planejamento das atividades.

I I.10.1.2 – Caracterização das Substâncias

A) Deverão ser apresentadas as Fichas de Informação de Segurança (Material Safety Data Sheets – MSDS) de todas as substâncias tóxicas, inflamáveis ou explosivas relacionadas nas diversas subáreas.

B) As Fichas de Informação de Segurança deverão conter:• Nome ou marca comercial, composição, designação química, sinonímia,

fórmula bruta ou estrutural.• Número da ONU (UN number) e do CAS (Chemical Abrastracts Service) dos

EUA.• Propriedades (massa molecular, estado físico, aparência, odor, ponto de

fusão, ponto de ebulição, pressão de vapor, densidade relativa ao ar e à água, solubilidade em água e outros solventes, atividade específica, entre outros).

• Reatividade (instabilidade, incompatibilidade com outros materiais, temperatura em que há decomposição e os produtos gerados, capacidade para polimerizar descontroladamente).

• Riscos de incêndio ou explosão (ponto de fulgor, ponto de auto ignição, limites de inflamabilidade, atuação como agente oxidante).

• Riscos e efeitos toxicológicos e efeitos tóxicos (ação sobre o organismo humano pelas diversas vias – respiratória, cutânea, oral; atuação na forma de gás ou vapor, névoa, poeira ou fumo; IDLH, LC 50, LC LO, LD’s; potencial mutagênico, teratogênico e carcinogênico).

C) Deverão ser identificados os produtos e resíduos transportados, as vias empregadas, a carga, a freqüência e os impactos sobre as vias.

I I.10.1.3 – Análise Histórica

A) Deverá ser feito o levantamento de acidentes ocorridos em usinas similares, e que resultem em danos para o meio ambiente. Estes acidentes deverão ser descritos sucintamente, bem como os danos deles decorrentes.

B) Da análise histórica deverão ser inferidos: a tipologia dos acidentes, causas de explosões, incêndios e/ou vazamentos, e magnitude das conseqüências. Para os acidentes nucleares deverá ser informada a gravidade destes eventos, preferencialmente usando a escala INES da AIEA. Deverão ser ainda

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apresentadas a estatística da experiência internacional e as conclusões técnicas, caracterizando as possibilidades de eventos acidentais em usinas nucleares.

C) A partir da identificação dos acidentes mais relevantes com danos ambientais, deverá ser aprofundada uma discussão, destacando a similaridade de sistemas ou situações com a Unidade 3 da CNAAA.

I I.10.1.4 – Identificação dos Eventos Perigosos

A) Os acidentes nucleares ou radiológicos contemplados no Relatório de Análise de Acidentes deverão ser descritos de forma sucinta. Para os cenários de acidentes com danos para o meio ambiente devem ser identificados os métodos e modelos para a estimativa das conseqüências e os requisitos de desempenho dos sistemas de segurança e das barreiras de proteção à radiação. Devem ser mencionados os estudos probabilísticos de segurança para centrais similares, quantificando a probabilidade de ocorrência associadas, bem como os estudos internacionais, comparando o risco associado a acidentes em usinas nucleares, com acidentes em outros tipos de empreendimentos, especialmente os geradores de energia.

B) Deverá ser realizada uma Análise Preliminar de Perigos (APP) para cada subárea que utilizar, gerar ou armazenar substâncias tóxicas, inflamáveis ou explosivas, para a identificação de todos os cenários acidentais possíveis de ocorrer nas condições normais de operação e manutenção, bem como as condições de partida e parada das unidades, quando aplicável, independentemente da freqüência esperada e dos potenciais efeitos danosos ocorrerem interna ou externamente à instalação. Os cenários que apresentarem a possibilidade de causar efeitos danosos fora da área do empreendimento deverão ser assinalados.

C) Os resultados da APP deverão ser consolidados em uma planilha que contenha um mínimo de quatro categorias de freqüência e quatro categorias de severidade.

D) Deverá ser estabelecido um critério que permita a classificação dos perigos, de maneira a identificar e priorizar os eventos acidentais mais críticos.

E) Deverá ser contemplado o Efeito Dominó, caso seja configurada durante o estudo, a significativa propagação dos efeitos de incêndios e explosões de algum sistema sobre outros.

F) Identificar as emissões, efluentes e resíduos gerados durante a ocorrência de acidentes.

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G) Deverá ser informada qual a sistemática de transporte (interno e externo) dos materiais e resíduos perigosos a serem movimentados, as vias empregadas, a carga e sua freqüência.

I I.10.1.5 – Alcance dos Efeitos Físicos Danosos

A) Os cenários identificados na APP como de severidade mais elevadas deverão ter o alcance dos seus efeitos físicos danosos determinado por meio de modelagens matemáticas conceituadas.

I I.10.1.6 – Cálculo das Conseqüências

A) Avaliação dos efeitos1. Para os cenários acidentais considerados relevantes na análise, deverão ser

aplicadas técnicas capazes de calcular a magnitude das conseqüências. As zonas afetadas pelo evento (intensidade da radiação, impulso de pressão ou concentração tóxica, temperatura, ondas de choque e impactos de fragmento) deverão ser localizadas em mapa.

2. Todos os efeitos gerados secundariamente, a partir de um cenário inicial, deverão ser considerados como diretamente decorrentes deste.

3. As curvas de igual magnitude de efeito deverão ser plotadas em um mapa onde estejam indicadas residências, hospitais, ambulatórios, escolas, creches e outras instalações industriais abrangidas pela curva.

B) Vulnerabilidade1. Deverá ser apresentado o grau de dano à população, destacando-se quantitativa

e qualitativamente os efeitos da tipologia acidental.

I I.10.1.7 – Avaliação de Risco

A) Deverá ser expressa a previsão do risco à população vizinha às atividades através da determinação dos Riscos Individuais, Sociais e do Risco Total para o empreendimento, demonstrando que estes riscos são toleráveis.

B) Os riscos individuais deverão ser indicados sob a forma de contornos de iso-risco, sendo apresentadas as curvas representativas desde os maiores valores até, pelo menos, o nível de 10-8/ano.

C) Os riscos sociais deverão ser apresentados sob a forma de curvas FN. Deverá ser obtido também o índice correspondente ao risco social médio,

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correspondente ao somatório dos produtos freqüência x conseqüência de todos os cenários analisados.

I I.10.1.8 – Medidas de Reavaliação

A) O evento acidental considerado inaceitável, segundo a metodologia usada, deverá ter seu projeto e/ou procedimento operacional revisado e as alterações propostas reavaliadas no processo, de maneira que torne a atividade aceitável.

B) Devem ser relacionadas as medidas que serão adotadas tendo em vista a APP, a análise de vulnerabilidade e os riscos individual e social calculados. As medidas mitigadoras propostas deverão estar correlacionadas com os cenários acidentais e com o estudo de vulnerabilidade.

C) Os resultados de cada medida sobre os riscos da unidade deverão ser apresentados separadamente.

II.10.2 – GERENCIAMENTO DE R ISCO

A) Deverá ser elaborado um plano de gerenciamento de riscos, considerando os riscos de acidentes com conseqüências ambientais das diferentes atividades a serem desenvolvidas na unidade.

B) Devem ser relacionados os recursos de segurança e as medidas que serão adotadas tendo em vista a APP, a análise de vulnerabilidade e os riscos individual e social calculados.

C) As medidas propostas deverão ser visivelmente correlacionadas com os cenários acidentais e com o estudo de vulnerabilidade.

D) As medidas adotadas para a redução das conseqüências e das freqüências são consideradas parte integrante do gerenciamento de risco, que deverá contemplar os seguintes procedimentos:• inspeções periódicas;• programas de manutenção (preventiva e corretiva);• capacitação técnica;• auditorias periódicas.

E) Os resultados do impacto de cada medida sobre os riscos da instalação deverão ser apresentados separadamente.

I I.10.2.1 - Mapas de Sensibilidade

A) A área de influência do empreendimento, deverá ser mapeada quanto à sensibilidade às liberações acidentais, considerando os fatores físicos, biológicos, socioeconômicos e o uso do solo. Este mapeamento discriminará

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desde segmentos especialmente sensíveis (manguezais, praias de turismo, corais, atividade pesqueira, aquacultura, p.ex.) até aqueles menos sensíveis (costões rochosos, p. ex.).

II.10.2.2 - Mapas de risco

A) A extensão das atividades previstas, os limites típicos de confiabilidade dos equipamentos e a simulação das liberações acidentais deverão subsidiar a elaboração de mapas de risco. Estes cálculos deverão ser continuamente atualizados ao longo do tempo, nas diferentes fases das atividades.

II.10.3 – P LANO DE AÇÃO DE E MERGÊNCIA

A) As diretrizes para o Plano de Ação de Emergência (PAE) deverão conter as medidas a serem adotadas para a redução dos efeitos das conseqüências acidentais sobre as populações limítrofes e o meio ambiente, considerando as alternativas de evacuação da população e percursos alternativos para os socorros médico e de incêndio, entre outros.

B) O PAE deve ser elaborado para todos os acidentes com conseqüências ambientais.

C) O Plano de Ação de Emergência deve incluir, no mínimo:• Organização e responsabilidades frente a emergências;• Lista de pessoas-chave;• Detalhes sobre serviços de emergência;• Planos de comunicação interna e externa;• Ações a serem adotadas para os diferentes tipos de emergência;• Informações sobre materiais perigosos, o seu possível impacto sobre o meio

ambiente e medidas a serem tomadas no caso de lançamentos acidentais;• Plano de treinamento; • Simulação para verificar a eficácia das medidas.

II.11 – CONCLUSÃO

Deverá ser apresentada de forma conclusiva a viabilidade ou inviabilidade ambiental do empreendimento, indicando as alternativas tecnológicas e locacionais mais favoráveis.

II.12 - B IBLIOGRAFIA

Deverá constar a bibliografia citada no EIA/RIMA, especificada por área de abrangência do conhecimento.

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II.13 - GLOSSÁRIO

Deverá constar uma listagem dos termos técnicos utilizados nos estudos, contendo as suas definições/significados.

II.14 - ANEXOS

Anexos considerados pertinentes e que se refiram ao EIA/RIMA devem ser incluídos.

II.15 – RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

A) O Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, deverá refletir as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental – EIA.

B) O RIMA deverá conter no mínimo:• Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as

políticas setoriais, planos e programas governamentais;• A descrição do empreendimento proposto e suas alternativas tecnológicas e

locacionais, especificando para cada uma delas, nas diferentes fases do empreendimento, a área de influência, as matérias-primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados;

• A síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental da área de influência do projeto;

• A descrição dos prováveis impactos ambientais das diferentes fases do empreendimento, considerando o projeto, as suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação;

• A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como a hipótese de sua não realização;

• A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não possam ser evitados e o grau de alteração esperado;

• A relação dos programas ambientais;• Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários

de ordem geral);• A descrição da escala INES de comunicação ao público de eventos

operacionais em reatores nucleares.

C) O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada à sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível ao público, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender claramente as

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conseqüências ambientais das atividades e suas alternativas, comparando as vantagens e desvantagens de cada uma delas.

II.16 - EQUIPE TÉCNICA

A) Deverá ser apresentada a equipe técnica multidisciplinar responsável pela elaboração do EIA/RIMA, indicando a área profissional e o número de registro no respectivo Conselho de Classe, quando couber, e no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental do IBAMA (anexar cópia), conforme a Resolução CONAMA 01/88.

B) O EIA/RIMA deverá conter a assinatura de todos os técnicos envolvidos na sua elaboração, indicando qual parte do Estudo esteve sob a sua responsabilidade.

___________________ xxxxxxxxxxxxxxxxxx___________________

EQUIPE TÉCNICA QUE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DO TERMO DE REFERÊNCIA DO EIA/RIMA PARA A UNIDADE 3 DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO:

ELPN/IBAMA:

− Aloysio Accioly de Senna Filho− Anderson Américo Alves

Cantarino − Carmen Luisa Pimentel Novaes− Lisia Vanacôr Barroso − Lucia Helena da Costa S ilva− Paulo César Silva da Motta− Roberto de Souza Medina− Telma Maria Marques Malheiros− Waleska de Oliveira Leal

− Geólogo − Engenheiro Químico− Médica Veterinária− Engenheira Agrônoma− Química− Biólogo− Biólogo− Advogada, Chefe ELPN− Bióloga

ESTE TERMO DE R EFERÊNCIA INCORPORA , TAMBÉM , COMENTÁRIOS E SUGESTÕES RECEBIDOS DAS SEGUINTES INSTITUIÇÕES :

− Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN− Fundação Cultural Palmares − Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA − Fundação Nacional do Índio− Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN− Prefeitura Municipal de Angra dos Reis

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