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CCB UFV / XVII SIC / NOVEMBRO DE 2007 / BIOLOGIA ANIMAL DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E ESTUDOS TAXONÔMICOS DE COCHONILHAS EM Coffea arabica NO BRASIL Victor Dias Pirovani (Bolsista Fapemig) e Paulo Sérgio Fiuza Ferreira (Orientador). Cochonilhas ou escamas são epítetos para insetos pertencentes à Superfamília Coccoidea, subordem Sternorrhyncha e Ordem Hemiptera. Cerca de 5000 espécies de escamas já foram descritas em todo o mundo. Muitas espécies constituem sérias pragas para plantas cultivadas dentre essas o cafeeiro Coffea arabica. São atualmente registradas 99 espécies de cochonilhas que atacam Coffea arabica cabendo ao Brasil 27 espécies.Os objetivos primordiais alcançados nesse trabalho foram: realização de um levantamento da distribuição geográfica das espécies de Coccoidea através de amostras em Coffea arabica em cafeeiros de maior representatividade produtiva no Brasil; ampliar os conhecimentos taxonômicos sobre as escamas com a identificação e descrição diagnóstica das espécies, produzir chaves para identificação de famílias de cochonilhas e dos principais gêneros que ocorrem em Coffea arabica; apresentar informações básicas sobre a biologia, importância econômica e bibliografia sobre as espécies brasileiras de cochonilhas em Coffea arabica, e ampliar o acervo da coleção entomológica do Museu Regional de Entomologia da Universidade Federal de Viçosa, MG (UFVB).Para a coleta das amostras foram selecionadas áreas de maior representatividade na produção cafeeira no Brasil segundo dados da Embrapa (2000). Para o estudo taxonômico das cochonilhas foram desenvolvidos métodos e técnicas para o preparo de lâminas que permitiram os estudos de caracteres morfológicos e diagnósticos das famílias, gêneros e espécies. No estudo da distribuição geográfica foram descobertos novos registros de espécies da família Coccidae tanto em âmbito neotropical quanto no Brasil: Alecanochiton marquesi: primeiro registro de ocorrência para o estado de Minas Gerais; Coccus alpinus e Coccus celatus: primeira citação para a região Neotropical (coletados em Minas Gerais e Espírito Santo);Coccus lizeri, Coccus viridis e Saissetia coffeae: primeiro registro de ocorrência para o Estado de Minas Gerais e Espírito Santo. 1

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 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E ESTUDOS TAXONÔMICOS DE COCHONILHAS EM Coffea arabica NO BRASIL

Victor Dias Pirovani (Bolsista Fapemig) e Paulo Sérgio Fiuza Ferreira (Orientador).

 Cochonilhas ou escamas são epítetos para insetos pertencentes à Superfamília Coccoidea, subordem Sternorrhyncha e Ordem Hemiptera. Cerca de 5000 espécies de escamas já foram descritas em todo o mundo. Muitas espécies constituem sérias pragas para plantas cultivadas dentre essas o cafeeiro Coffea arabica. São atualmente registradas 99 espécies de cochonilhas que atacam Coffea arabica cabendo ao Brasil 27 espécies.Os objetivos primordiais alcançados nesse trabalho foram: realização de um levantamento da distribuição geográfica das espécies de Coccoidea através de amostras em Coffea arabica em cafeeiros de maior representatividade produtiva no Brasil; ampliar os conhecimentos taxonômicos sobre as escamas com a identificação e descrição diagnóstica das espécies, produzir chaves para identificação de famílias de cochonilhas e dos principais gêneros que ocorrem em Coffea arabica; apresentar informações básicas sobre a biologia, importância econômica e bibliografia sobre as espécies brasileiras de cochonilhas em Coffea arabica, e ampliar o acervo da coleção entomológica do Museu Regional de Entomologia da Universidade Federal de Viçosa, MG (UFVB).Para a coleta das amostras foram selecionadas áreas de maior representatividade na produção cafeeira no Brasil segundo dados da Embrapa (2000). Para o estudo taxonômico das cochonilhas foram desenvolvidos métodos e técnicas para o preparo de lâminas que permitiram os estudos de caracteres morfológicos e diagnósticos das famílias, gêneros e espécies.  No estudo da distribuição geográfica foram descobertos novos registros de espécies da família Coccidae tanto em âmbito neotropical quanto no Brasil: Alecanochiton marquesi: primeiro registro de ocorrência para o estado de Minas Gerais; Coccus alpinus e Coccus celatus: primeira citação para a região Neotropical (coletados em Minas Gerais e Espírito Santo);Coccus lizeri, Coccus viridis e Saissetia coffeae: primeiro registro de ocorrência para o Estado de Minas Gerais e Espírito Santo.

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ACARICIDAS IMPEDEM A RESPOSTA OLFATIVA DE ÁCAROS PREDADORES A PLANTAS INFESTADAS COM ÁCAROS FITÓFAGOS

Daniela Duarte Monteiro Rezende (Bolsista PIBIC/CNPq); Cleide Rosa Dias(Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Elisa Faria de Oliveira (Bolsista PIBIC/CNPq); Hamilton Gomes de Oliveira, Marcos Antonio Matiello Fadini (Membro externo/EPAMIG);  Angelo Pallini (Orientador)

Plantas são capazes de produzir voláteis em resposta ao ataque de herbívoros, e esses voláteis fornecerão a informação sobre a presença dos herbívoros. Essas informações são utilizadas por inimigos naturais para detectar a presença de presas. Estudos têm demonstrado que a resposta dos predadores a plantas infestadas pela presa pode ser afetada por diversos fatores bióticos e abióticos. Nesse trabalho foram avaliados os efeitos subletais dos acaricidas abamectin e dimetoato sobre a resposta olfativa do ácaro predador Phytoseiulus macropilis Banks (Acari: Phytoseiidae) aos voláteis produzidos por plantas de morangueiro infestadas com o ácaro fitófago Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae). Em laboratório, o predador P. macropilis foi exposto a resíduos de abamectin nas concentrações subletais de 0,01 e 0,02 mg i.a./ml, e de dimetoato nas concentrações subletais de 1,0 e 2,0 mg i.a/ml. As aplicações dos acaricidas foram feitas por meio de torre de Potter sobre discos de folha de morangueiro. Esses discos foram secos ao ar por uma hora e, logo após, receberam os predadores. Os predadores foram alimentados por T. urticae e após cinco dias esses predadores foram utilizados no teste de olfatometria. O comportamento de busca dos predadores expostos aos acaricidas em relação as plantas infestadas com T. urticae foi medido em olfatômetro em “Y”, onde as fontes de odores foram: plantas de morangueiro não atacadas e plantas atacadas por T. urticae. Os resultados desse trabalho mostraram que o ácaro predador P. macropilis exposto aos acaricidas abamectin e dimetoato não foi capaz de discriminar entre plantas atacadas e não atacadas por T. urticae. Esse é o primeiro trabalho realizado que demonstrou que os pesticidas impedem que ácaros predadores diferenciem os voláteis originados de plantas atacadas e não atacadas. Esse resultado indica que produtos não seletivos a predadores podem diminuir a eficiência desses no controle de ácaros fitófagos. (CNPq) 

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AGENTES DE MORTALIDADE NATURAL DE Haplostegus nigricus (HYMENOPTERA: PERGIDAE) NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA, MINAS GERAIS

Gilberto de Souza Silva (Estagiário Voluntário); Alexandre Igor de Azevedo Pereira (CNPq); Patrik Luiz Pastori (CNPq); Mábio Chrisley Lacerda (CNPq); Gilberto Santos Andrade (CAPES); José Cola Zanuncio (Orientador)

 Hymenoptera Symphyta são importantes pragas agrícolas e florestais, principalmente no Hemisfério Norte. Seu controle, geralmente, é realizado com produtos químicos que causam efeitos maléficos ao homem e meio ambiente. Estudos sobre o controle biológico dessas pragas com predadores têm sido realizados em laboratório e semi-campo, mas pouco se conhece sobre outros organismos como agentes de mortalidade natural desses insetos. O objetivo foi relatar os principais agentes de mortalidade natural dos desfolhadores de Psidium guajava (Myrtaceae), Haplostegus nigricus Conde (Hymenoptera: Pergidae). O estudo foi realizado em laboratório e em campo, em área experimental da Apicultura, Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, Minas Gerais. As observações consistiram do registro de inimigos naturais em larvas de H. nigricus, três vezes por semana, até duas horas, sem interrupções, durante os seis primeiros meses de 2007. Larvas de H. nigricus foram, também, coletadas em plantas de goiabeira e mantidas em gaiolas teladas de 30 x 30 x 30cm e galhos de P. guajava no seu interior para acompanhamento do desenvolvimento até a fase de pupa. Na fase de larva, principalmente nos estádios mais avançados, os agentes de mortalidade natural foram um Hymenoptera parasitóide da família Chalcidae e o predador Pentatomidae, Brontocoris tabidus Signoret (Heteroptera: Pentatomidae). A fase de pupa de H. nigricus apresentou maior mortalidade natural com os fungos Aspergillus spp. Adultos foram encontrados mortos no solo ou sobre folhas, mas nenhum agente de mortalidade natural foi associado. Ovos de H. nigricus não tiveram viabilidade quando destacados da folha onde a postura foi encontrada. Folhas destacadas, com posturas, trazidas para laboratório e hidratadas, diariamente, propiciaram viabilidade de H. nigricus semelhante à de campo. Nenhum inimigo natural foi observado nessa fase. H. nigricus possui inimigos naturais em, praticamente, todas as fases de seu desenvolvimento, mas a eficácia desses agentes deve ser melhor estudada. (CNPq, CAPES) 

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ANÁLISE EVOLUTIVA COMPARADA DO PLEXO MIENTÉRICO (AUERBACH) DO SUBPHYLUM VERTEBRATA, PHYLUM CHORDATA (PISCES, AMPHIBIA, REPTILIA, AVIS E MAMMALIA) 

Daniela Valente Andrade (Bolsista PIBIC/CNPq); Marcelo José Vilela (Orientador). O Plexo Mientérico é constituído por um conjunto de neurônios organizados isoladamente ou sob a forma de gânglios, formando uma estrutura plexiforme no trato gastrintestinal. O objetivo deste trabalho constitui uma tentativa de descobrir uma ligação evolutiva entre espécies do Subphylum Vertebrata, por meio de um estudo quantitativo e qualitativo do Plexo Mientérico. Analisou-se a porção proximal do intestino delgado de: carpa (Cyprinus carpio), tilápia (Tilapia rendali), traíra (Hoplias malabaricus) e jeju (Brycon sp.), da classe Pisces. Rã-touro (Rana catesbeiana) e sapo-ferreiro (Hypsiboas faber), da classe Amphibia. Jararaca (Bothrops jararaca), jararacussu (Bothrops jararacussu), jararaca pintada (Bothrops newied), boi-peva (Waglerophis merremii), classe Reptilia. Galinha (Gallus domesticus), classe Avis e por fim, o rato (Rattus novergicus) e o coelho (Oryctolagus cuniculus), classe Mammalia. Os fragmentos do intestino foram fixados, delaminados, retirando-se a mucosa e a submucosa, e corados pelo Giemsa lento, que evidencia os neurônios do plexo. A abordagem quantitativa baseou-se nas variáveis: número de gânglios, número de neurônios por gânglio, neurônios ganglionares, neurônios isolados e neurônios totais. Realizou-se também a morfometria dos corpos celulares dos neurônios.   A descrição do plexo observou a distribuição dos neurônios, a morfologia e a presença de outros tipos celulares. Os resultados mostram que há diferença quanto à distribuição topográfica do plexo, sendo que, nas espécies de Pisces e Reptilia a distribuição dos neurônios é difusa, enquanto nas espécies das classes Avis e Mammalia são predominantemente ganglionares. O formato e o tamanho dos neurônios diferem entre as espécies, sendo que a organização do plexo em Gallus domesticus é semelhante a de Oryctolagus cuniculus,. Quanto à análise morfométrica, a espécie da classe Avis apresentou, em média, células maiores do que as demais espécies. Sendo assim, observou-se que há diferenças na distribuição e organização dos neurônios mientéricos, estando os neurônios mais organizados nas classes mais derivadas (errôneamente chamadas mais evoluidas). (CNPq)

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APRENDIZAGEM DE ARTRÓPODES EM CAMPO

Felipe Colares Batista (Bolsista IC/projeto); Juliana Oliveira Fonseca (Bolsista IC/projeto); Angelo Pallini (Orientador); Eraldo Rodrigues de Lima (Docente Colaborador); Arne Janssen (Membro Externo/UVA).

Sinais químicos, principalmente na forma de compostos voláteis, são muito utilizados por predadores e parasitóides de herbívoros no forrageamento de suas presas. Como existe uma grande diversidade destes compostos nos ecossistemas, os organismos precisam aprender a associar determinado composto à presença de alimento para aumentar a sobrevivência e o sucesso reprodutivo dos mesmos. Muitos estudos foram realizados sobre aprendizagem de artrópodes em laboratório, entretanto, pouco se sabe sobre este assunto no campo. Assim sendo, o objetivo desse trabalho foi verificar se ocorre um incremento na taxa de predação e parasitismo ao longo do tempo em ovos de Thyrinteina leucocerae (Lepidoptera: Geometridae) em campo associados a uma fonte de odor, facilitando a busca dos inimigos naturais. Para isso, ovos desse lepidóptero foram distribuídos, em diversas plantas. O tratamento foi composto por ovos de Thyrinteina leucocerae associados a um dispersor de voláteis com óleo de menta e o controle, ovos com dispersor sem esse óleo. O experimento foi realizado durante quatro dias, sendo que as posturas foram avaliadas e trocadas diariamente. Como avaliação, quantificou-se a ocorrência de predação e parasitismo dos ovos. Foi verificada uma maior taxa de ataque aos ovos associados ao volátil em relação ao controle no decorrer dos dias. Os resultados preliminares indicam evidência de que ocorre aprendizado no campo por parte dos predadores, mas não houve aumento de parasitismo com o tempo.  (WOTRO)

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AS VARIÁVEIS BIOLÓGICAS DE ORGANISMOS FITÓFAGOS SÃO MODIFICADAS DEVIDO AO CONTATO DIRETO COM ORGANISMOS PREDADORES?

Elisa Faria de Oliveira (Bolsista PIBIC/CNPq); Daniela Duarte Monteiro Rezende (Bolsista PIBIC/CNPq); Cleide Rosa Dias (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Hamilton Gomes de Oliveira (Bolsista FAPEMIG); Marcos Antonio Matiello Fadini (Colaborador); Angelo Pallini (Orientador) 

A associação entre organismos que habitam o mesmo habitat pode ser descrita pelo reconhecimento que um tem em relação ao outro. Por exemplo, predadores identificam suas presas através do odor que essas emitem e utilizam esses odores para encontrá-las. Do mesmo modo, presas utilizam os odores dos predadores para escapar da predação. Porém, pouco se sabe sobre o quanto o contato direto com predadores vorazes ou não vorazes pode influenciar a taxa reprodutiva de fitófagos. Esse trabalho teve como objetivo avaliar as variáveis reprodutivas de ácaros fitófagos T. urticae que foram expostos ao contato direto por 24 horas com ácaros predadores Amblyseius herbicolus e Phytoseiulus macropilis que apresentam baixa e alta taxa reprodutiva, respectivamente. Em laboratório (T=25±2ºC, UR=65±10% e fotoperíodo de 13h), 40 fêmeas de T. urticae no início da fase reprodutiva foram colocadas em mesma arena sem predador (população controle) ou em arenas contendo cinco fêmeas dos ácaros predadores A. herbicolus ou P. macropilis. Após 24 horas as fêmeas sobreviventes foram retiradas e colocas em arenas individuais para reproduzirem. Por meio das oviposições realizadas por cinco dias, foram avaliadas as seguintes variáveis biológicas de T. urticae: dias decorridos do acasalamento até a oviposição, no de ovos ovipositados, quantidade de ovos por fêmea, dias decorridos da oviposição até a eclosão, taxa de eclosão e razão sexual dos descendentes. Os valores para as variáveis biológicas de fêmeas de T. urticae que tiveram contato com A. herbicolus não diferiram dos valores da população controle (ANOVA, P<0.05). Porém, os valores das variáveis biológicas foram menores para as fêmeas de T. urticae que ficaram em contato com o predador P. macropilis. Isso mostra que essas fêmeas reconhecem o risco que o predador mais voraz representa para elas e para os seus descendentes e por isso investem menos energia na reprodução. (PIBIC/CNPq) 

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ASPECTOS BIOLÓGICOS DA RÃ-TOURO - Lithobates catesbeianus (Shaw, 1802) - EM CONDIÇÕES NATURAIS EM VIÇOSA, MINAS GERAIS.

Emanuel Teixeira da Silva (Bolsista PIBIC/CNPq); Evelyze Pinheiro dos Reis (Estagiária voluntária); Renato Neves Feio (Orientador); Oswaldo Pinto Ribeiro Filho (Co-orientador).

Predadores exóticos invasores são uma das causas de perda de biodiversidade, sendo muitos deles promotores de declínio populacional de anfíbios anuros em locais onde são introduzidos. A rã-touro gigante (Lithobates catesbeianus: Ranidae), anuro de grande porte originário da América do Norte, é um predador generalista que consome largamente outras espécies de anfíbios, e foi introduzida em vários países com fins comerciais, estabelecendo populações invasoras em ambientes naturais. Este estudo foi realizado com o objetivo de caracterizar aspectos reprodutivos, ocupação espacial e a composição da dieta desta espécie em condições naturais em quatro locais na Universidade Federal de Viçosa (20°45’ S e 42° 51’ W), Viçosa, Minas Gerais. Observações de campo e coletas de exemplares foram realizadas entre agosto de 2005 e março de 2007. Os estádios de desenvolvimento gonadal das fêmeas foram caracterizados macroscopicamente. Aspectos reprodutivos observados e a presença de fêmeas em diferentes estádios de desenvolvimento gonadal foram distribuídos mensalmente, assim como os dados de temperatura e pluviosidade total. O conteúdo estomacal de 113 exemplares foi analisado, e estimou-se a importância relativa das categorias de presas consumidas. Os resultados indicam que a espécie ocupa com maior freqüência as áreas marginais dos ambientes aquáticos estudados, possuindo um período reprodutivo que coincide com os meses mais quentes e chuvosos. As categorias de presas com maior importância relativa na dieta foram Anura (pós-metamórficos), Diplopoda, Hemiptera, Hymenoptera (Formicidae) e Araneae. Adultos de ambos os sexos tiveram dietas semelhantes, diferindo em maior grau dos indivíduos jovens. Os adultos mostraram um grande potencial de predação sobre anfíbios anuros nativos principalmente durante o período chuvoso, predando 24% das espécies nativas observadas ao longo do estudo. Estes resultados mostram que a rã-touro está aclimatada à região, podendo causar efeito negativo sobre as comunidades de anfíbios nativos nos locais onde é encontrada (CNPq).

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ASPECTOS DA BIOLOGIA DE Hylesia paulex (LEPIDOPTERA: SATURNIIDAE) EM FOLHAS DE Eucalyptus cloeziana (MYRTACEAE) EM LABORATÓRIO 

Alexandre Simões Lorenzon (PROBIC/FAPEMIG); Alexandre Igor de Azevedo Pereira (CNPq); Wagner de Souza Tavares (Membro Externo/UFVJM); Patrik Luiz Pastori (CNPq); Jose Cola Zanuncio (Orientador)  Mariposas do gênero Hylesia possuem importância em saúde pública por possuírem cerdas urticantes e provocarem dermatites em seres humanos nas fases de lagarta e/ou adulto. A sua ampla distribuição, presença em sistemas agrícolas e florestais e alimentação em hospedeiros de importância econômica explicam o seu potencial como praga agrícola e florestal. De maneira geral, estudos com Hylesia spp., no Brasil, relacionam, apenas, aspectos de sua distribuição e ocorrência em diferentes sistemas, mas pouco se sabe sobre o ciclo de vida desses insetos em hospedeiros de importância econômica. Desta forma, o objetivo foi estudar aspectos da biologia de Hylesia paulex (Lepidoptera: Saturniidae) em folhas de Eucalyptus cloeziana (Myrtaceae) em laboratório. Lagartas recém-emergidas desse inseto foram separadas em 10 potes plásticos (500ml), com 30 larvas por pote e alimentadas, diariamente, com folhas frescas de E. urophylla até a fase adulta.  O período de incubação dos ovos foi de 32,00 ± 1,19 dias, com 65,32 ± 14,52% de viabilidade. A duração da fase larval foi de 67,83 ± 0,84 dias, com sete estádios. A fase de pré-pupa e de pupa duraram 3,87 ± 0,16 e 21,67 ± 0,79 dias, respectivamente. A longevidade de machos foi maior (4,80 ± 0,44 dias) que a de fêmeas (3,50 ± 0,54 dias). O número de ovos/postura foi de 132,3 e o de ovos/fêmea  de 107,82. Mariposas de H. paulex possuem potencial de aumentar seu nível populacional em florestas cultivadas com E. cloeziana. Desta forma, estudos da sua biologia em outros hospedeiros exóticos e nativos devem ser conduzidos para se melhorar os programas de controle desse inseto. (CNPq, FAPEMIG) 

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 ATAQUE E CONTROLE NATURAL DE Leucoptera coffeella EM CAFÉ IRRIGADO NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO INTEGRADA DO

Renan Batista Queiroz (Bolsista PIBIC/CNPq), Flávio Lemes Fernandes (Pós-graduando DS), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Laércio Zambolim (Docente colaborador), Renata Ramos Pereira (Estudante IC), Ricardo Siqueira da Silva (Bolsista PNP&D-Café).

O bicho mineiro Leucoptera coffeella (Lepidoptera: Lyonetidae) é praga-chave do cafeeiro devido a sua ocorrência generalizada e aos grandes prejuízos causados. Seu ataque provoca a redução da área fotossintética e senescência precoce das folhas devido à confecção de minas. Seus principais inimigos naturais são Vespidae predadores e himenópteros parasitóides. No contexto da produção integrada é necessário o uso de métodos de controle eficientes e sustentáveis ambientalmente, economicamente e socialmente nos diversos sistemas de condução da cultura. Um dos sistemas de condução da cultura é seu cultivo sob pivô central. Entretanto pouco se conhece sobre o comportamento desta praga e seus inimigos naturais neste sistema. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar a flutuação de ataque de L. coffeella e da predação e parasitismo deste inseto em cafeeiro irrigado sob pivô central visando gerar subsídio para a produção integrada da cultura. Este trabalho foi realizado em 2006 e 2007 em Jaboticatubas-MG. Avaliaram-se mensalmente no quarto par de folhas a partir do ápice de quatro ramos/planta o ataque do inseto e sua predação. Coletaram-se folhas e avaliou-se em laboratório o seu parasitismo. O maior ataque do bicho mineiro foi de setembro a novembro, tanto em termos de percentagem de folhas minadas quanto em termos de minas/folha. A maior taxa de predação de L. coffeella por Hymenoptera: Vespidae ocorreu de setembro a outubro. Isso mostra que há uma relação densidade dependente entre a praga e estes predadoras. O maior parasitismo de lagartas de L coffeella por himenópteros parasitóides ocorreu em junho. Assim, conclui-se que a o maior ataque do bicho mineiro no cafeeiro ocorre no período seco e quente. Enquanto a maior predação desta praga ocorre no período de seu maior ataque. Já o maior parasitismo da praga ocorre antes do seu pico populacional. (FAPEMIG, CNPq, CAPES e PNP&D-Café, MAPA).

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 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE CITOTÓXICA DE COMPOSTOS DERIVADOS DE CISPLATINA IN VITRO. Renata Ramalho Oliveira (Estagiária voluntária, DBB/UVF); Marcelo José Vilela (Orientador); Marcelo Ribeiro Leite de Oliveira (Professor colaborador); Raquel dos Santos Amim (Bolsista FAPEMIG/UFV) A atividade citotóxica de compostos químicos pode ser utilizada como estratégia no tratamento de diversas patologias, incluindo o câncer, responsável por milhões de mortes anuais. Seis complexos de platina (II) com ânions de ditiocarbimato sintetizados por Oliveira, MRL e Amim, RS no DEQ (UFV) foram avaliados quanto à capacidade citotóxica contra células normais e cancerosas in vitro. Eles variam entre si quanto ao grupo R: etilsulfóxido (1), fenilsulfóxido (2), p-flúorfenilsulfóxido (3), p-clorofenilsulfóxido (4), p-bromofenilsulfóxido (5) e p-iodofenilsulfóxido (6). Esses compostos foram solubilizados em dimetilsulfóxido (DMSO) e testados em quatro concentrações, 500, 100, 50, e 10 µM. Nos experimentos, utilizaram-se as linhagens de células MDCK(normais) e MCF-7(cancerosas). As células foram cultivadas em meio de cultura DMEM suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB), chamado MC. Como grupos-controle, as células foram cultivadas em MC, em MC + 100 µL DMSO e também com cisplatina (1). 1x105 células/poço foram plaqueadas em placas de cultura de seis poços (diâmetro: 35mm) e cultivadas por 24 horas; em seguida, foram tratadas com os compostos por 24 horas. Após esse tratamento, as células foram lavadas, tripsinizadas e re-plaqueadas na densidade 10 células/mm2 sobre lamínulas (diâmetro: 13mm) em placas de cultura de 24 poços (diâmetro: 16mm) e cultivadas por 72 horas. Essas lamínulas foram coradas em HE e o número de colônias foi obtido. As células, após tratamento, não formaram agregados ou formaram poucos e pequenos, em comparação às células não tratadas, critério utilizado para análise experimental. Os resultados sugerem que o efeito citotóxico do composto 2 é alto, dos compostos 4, 5, 6 e 7 é médio e do composto 3 é baixo, comparado com o efeito da cisplatina (1). O composto (2) N-fenilsulfóxido de ditiocarbimato de platina II será utilizado em testes biológicos, a fim de avaliar seu valor terapêutico contra o câncer. (UFV)

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AVALIAÇÃO DA POPULAÇÃO DA BROCA-DO-CAFÉ Hypotenemus hampei FERRARI (COLEOPTERA: SCOLYTIDAE) EM FRUTOS REMANESCENTES NO SOLO APÓS A COLHEITA DO CAFÉ

  Rita Cristina Pereira de Freitas (Bolsista PIBIC/CNPq); Rafael Macedo de Oliveira (Estagiário voluntário); Alberto Soto Giraldo (Pós graduando); Angelo Pallini (Orientador)

 A broca-do-café Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera: Scolytidae) é uma das principais pragas do cafeeiro em Minas Gerais. Essa praga causa prejuízos quantitativos, como a redução do peso dos grãos e a queda de frutos, bem como prejuízo na redução da qualidade do café em razão da alteração no tipo e na classe da bebida. Os prejuízos se iniciam com as larvas que vivem no interior do fruto do café e que necessitam se alimentar de uma ou duas sementes para completar o ciclo. A conseqüente queda dos frutos atacados pela broca-do-café e/ou permanência de frutos sadios no solo podem ser as principais fontes de inócuo da broca do café para a próxima colheita. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi avaliar qual a população média de broca-do-café que permanece no interior de frutos ao redor das plantas e que poderia atacar os frutos do café na próxima colheita. Desse modo, em fazenda de café em Oratórios, MG, após a colheita, 30 grãos de café foram colhidos no solo, ao acaso, e levados para o laboratório. Foram encontrados 1338 indivíduos da broca-do-café no total de frutos avaliados. Isso significou população média por fruto de 6.1 ovos, 12.1 larvas, 5.4 pupas e 21 adultos. Esses resultados demonstram que é muito alta a população da broca-do-café que permanece nos frutos caídos ao solo. Por isso, uma prática simples como a colheita dos frutos do solo após a colheita pode significar uma importante redução na infestação da broca-do-café nos frutos da próxima colheita. Isso resultaria também numa economia tanto por menor necessidade de aplicação de formas de controle a esse inseto, bem como na obtenção de uma bebida de melhor qualidade. CNPq  

 

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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DA POPULAÇÃO DE Tuta absoluta AO INSETICIDA METHOXYFENOZIDE

Rogério Machado Pereira (Estudante de IC), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Márcio Dionísio Moreira (Docente Colaborador), Jorgiane da Silva Benevenute (Estudante IC), Vânia Maria Xavier (Pós-graduando MS), Mateus Ribeiro de Campos (Pós-Graduando-MS)

A Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) é a principal praga do tomateiro no Brasil, os principais danos ao tomateiro são a confecção de minas nas folhas, broqueamento de frutos e ponteiros. O controle químico é o principal método de controle utilizado para redução de sua população. Entretanto, diversos inseticidas não têm apresentado a eficiência para o seu controle, devido a pressão de seleção ocasionada pelo uso exagerado desses produtos no seu controle, levando-as a desenvolverem resistência. Em conseqüência da resistência, a dose e o número de aplicações de inseticidas são aumentados, gerando problemas ambientais e econômicos. Sendo é necessário estudo que visem a detecção e monitoramento adequado de populações de T. absoluta resistentes a inseticidas, minimizando os impactos sociais e ecológicos através do manejo correto das populações desta praga. O inseticida Methoxyfenozide e largamente utilizado em seu controle. Este inseticida é medianamente tóxico a mamífero, seus princípios ativos são registrados no Ministério da Agricultura para o controle desta praga no tomateiro. Sendo assim, este trabalho objetivou avaliar a resistência da T. absoluta a ação do inseticida Methoxyfenozide. As populações testadas foram Caçador–SC, Marilândia do Sul-PR, Apiaí-SP, Paulinea-SP, Sumaré-SP, Paty do Alferes-RJ, Coimbra-MG, Araguari-MG, Goiânia-GO, Ouro Verde-GO, Cascavel-BA e Ibiapina-CE. Utilizou-se a dose recomendada do inseticida, realizaram-se os procedimentos de tratamento e secagem das folhas. As folhas foram infestadas com lagartas de 2° instar e avaliou-se a mortalidade após uma semana. Todas as populações testadas apresentaram resistência ao Methoxyfenozide. As populações mais suscetíveis foram Coimbra, Paulínia e Caçador, que apresentaram mortalidade de 70, 55 e 50%, respectivamente. Entretanto a mortalidade recomenda é de 80% segundo o Ministério da Agricultura. Levando a resistência em consideração é interessante que se faça o uso de outros inseticidas com diferentes princípios ativos no controle desta praga. (FAPEMIG, CNPq e CAPES)

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES DE ESTOCAGEM NA ALEVINAGEM DA TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus)  Rafael  Oliveira Bento (Bolsista BIC-Junior/CNPq); Ana Lúcia Salaro (Orientadora); Angélica da Silva Oliveira (Estudante de Pós-Graduação da UFV); Rodrigo Yutaka Dichoff Kasai (Estudante de Pós-Graduação da UFV); Christiane de Oliveira Valente (Estudante de Pós-Graduação da UFV); Rafael Martins Garcia (Estagiário voluntário) e Mateus Moraes Tavares (Estagiário voluntário) 

 A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é a espécie de tilápia mais cultivada no mundo inteiro, destacando-se das demais pelo rápido crescimento. Entre os fatores que afetam o desempenho produtivo dos peixes destaca-se a densidade de estocagem. A utilização de baixas densidades de estocagem pode levar a um subaproveitamento do espaço físico, enquanto que, altas densidades podem levar a alta taxa de mortalidade. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito de diferentes densidades de estocagem na alevinagem da tilápia do Nilo. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos e quatro repetições. As densidades de estocagem testadas foram: 1,5; 3,0 e 4,5 peixes/m². Alevinos de tilápia com peso médio de 7g e comprimento médio padrão de 6 cm foram distribuídos em tanques de alvenaria (1,0X2,0X0,8m) com renovação apenas da água evaporada e  alimentados diariamente nos horários de 7:00 e 17:00 horas com ração comercial extrusada contendo 32% de proteína bruta. Ao final do experimento (90 dias) foi realizada a biometria dos peixes para avaliação dos seguintes índices zootécnicos: ganho em peso e em comprimento e taxa de sobrevivência. Para o ganho em peso, os melhores resultados foram obtidos na densidade de 1,5 peixes/m², apesar de não diferir estatisticamente da densidade de 3,0 peixes/m². Não foi observada diferença estatística para o ganho em comprimento e para a taxa de sobrevivência dos peixes nas diferentes densidades de estocagem. Portanto, conclui-se que a melhor densidade de estocagem para alevinagem da tilápia do Nilo é de 1,5 peixes/m².

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES DE ESTOCAGEM NA ENGORDA DE JUVENIS DA TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus) 

Bruno Mendonça Cunha dos Santos (Bolsista BIC-Junior/CNPq); Ana Lúcia Salaro (Orientadora); Christiane de Oliveira Valente (Estudante de Pós-Graduação da UFV); Rodrigo Yutaka Dichoff Kasai (Estudante de Pós-Graduação da UFV); Angélica da Silva Oliveira (Estudante de Pós-Graduação da UFV); Isabel Gertrudes Arrighi de Araújo (Estagiária voluntária) e Marcelo Duarte Pontes (Estagiário voluntário)

A importância da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) no cenário da piscicultura mundial vem  demandando cada vez mais estudos para potencializar sua criação em cativeiro. Rápido crescimento, reprodução tardia, alta proliferação e habilidade em filtrar partículas do plâncton, são características que tornam essa espécie indicada para a criação em cativeiro. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar diferentes densidades de estocagem na engorda de juvenis de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos e três repetições. As densidades de estocagem testadas foram: 1,5; 3,0 e 4,5 peixes/m². Juvenis de tilápia com peso médio de 104 g e comprimento médio padrão de 13,90 cm foram distribuídos em 12 tanques de alvenaria (1,0X2,0X0,8) com renovação apenas da água evaporada. Os peixes foram alimentados diariamente nos horários 7:00 e 17:00 horas com ração comercial extrusada contendo 28% de proteína bruta. Ao final do experimento (80 dias) foi realizada a biometria dos peixes para avaliação dos seguintes índices zootécnicos: ganho em peso e em comprimento e taxa de sobrevivência. Não foi observada diferença estatística para o ganho em comprimento e para a taxa de sobrevivência dos peixes nas diferentes densidades de estocagem. Para o ganho em peso, os melhores resultados foram obtidos na densidade de 1,5 peixes/m², apesar de não diferir estatisticamente da densidade de 3,0 peixes/m². A densidade de 4,5 peixes/m² resultou nos piores índices zootécnicos avaliados. Portanto, conclui-se que a melhor densidade de estocagem para a engorda de juvenis de tilápia do Nilo é de 1,5 peixes/m².

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AVALIAÇÃO DO ÁCARO PREDADOR Phytoseiulus macropilis COMO AGENTE DE CONTROLE BIOLÓGICO DO ÁCARO-RAJADO EM CASA DE VEGETAÇÃO

Daniela Duarte Monteiro Rezende (Bolsista PIBIC/CNPq); Cleide Rosa Dias(Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Elisa Faria de Oliveira(Bolsista PIBIC/CNPq); Hamilton Gomes de Oliveira(Pós-graduando DS), Marcos Antonio Matiello Fadini(Menbro externo/EPAMIG), Angelo Pallini(Orientador)

O ácaro-rajado Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) é uma espécie polífaga que se alimenta das células do parênquima foliar de mais de 600 espécies de plantas. O controle de populações do ácaro-rajado é feito principalmente através de aplicação de pesticidas sintéticos. Porém, esse método de controle ocasiona sérios problemas ambientais e sociais. Por isso, procura-se implementar o controle biológico de T. urticae através de ácaros predadores. O ácaro predador Phytoseiulus macropilis (Acari: Phytoseiidae) foi encontrado predando o ácaro-rajado sobre plantas de morangueiro. Trabalhos recentes em laboratório mostraram que esse predador é eficiente para controlar populações locais de T. urticae. Entretanto, não se conhece a capacidade predatória desse organismo em ambiente protegido ou em casa de vegetação. Assim sendo, o objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial de P. macropilis como agente de controle do ácaro-rajado em condições de casa de vegetação. Inicialmente, avaliou-se a atratividade de P. macropilis por plantas de morangueiro infestadas pelo ácaro-rajado. Em seguida foi estudada a capacidade de predação de P. macropilis em plantas de morangueiro infestadas pelo ácaro-rajado. O ácaro predador P. macropilis foi mais atraído por plantas de morangueiro previamente atacadas pelo ácaro-rajado e necessitou de aproximadamente 25 dias para controlar populações do ácaro-rajado sobre plantas de morangueiro infestadas inicialmente por 100 fêmeas do ácaro rajado. Os resultados indicam que P. macropilis pode ser usado como agente de controle biológico contra o ácaro-rajado em condições de casa de vegetação ou em ambientes protegidos. (CNPq)  

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 AVALIAÇÃO DO EFEITO DA ALTITUDE NA DISTRIBUIÇÃO DOS QUIRÓPTEROS (CHIROPTERA, MAMMALIA) DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO, MINAS GERAIS

Clever Gustavo de Carvalho Pinto (Bolsista PIBIC/CNPq); Gisele Lessa (Orientadora) 

Apesar da importância para elaboração e adoção de medidas conservacionistas apenas recentemente houve uma intensificação na realização de estudos sobre a influência de gradientes altitudinais em comunidades zoológicas. No Brasil, a influência de gradientes altitudinais sobre a fauna de mamíferos tem sido estudada principalmente em áreas da Mata Atlântica, com descrição de espécies endêmicas associadas às cotas altimétricas. Este estudo teve como objetivo realizar um inventário e avaliar a influência da altitude sobre a quiropterofauna em um fragmento de Mata Atlântica em Minas Gerais, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB) com variações altimétricas de 1.000 a 1.985 metros. Foram utilizadas redes de neblina e procura por abrigos para amostragem da área. Apenas os morcegos capturados em rede foram considerados nas análises de altitude. O PESB foi dividido em três cotas altitudinais (1.000-1.259m; 1.260-1.499m e acima de 1500m). As estimativas de riqueza e similaridade entre as faunas de morcegos dessas cotas foram obtidas utilizando os métodos Jackknife e Jaccard aliado a UPGMA, respectivamente. Os resultados encontrados indicaram a presença de 17 espécies distribuídas em quatro famílias, com duas espécies ameaçadas de extinção: Myotis ruber e Platyrrhinus recifinus. A cota um apresentou uma riqueza esperada de 16,58 espécies e Intervalo de Confiança (95%) de 5,54; a cota dois 13,58 e 4,66 enquanto que a cota três 5,91 e 2,02. A similaridade de fauna entre as cotas dois e três foi de 40%, enquanto que deste grupo com a cota um foi de 27%. Os resultados evidenciam diferenças qualitativas e quantitativas entre as faunas de morcegos nas cotas altitudinais, corroborando estudos que mostram um padrão de diminuição da riqueza ao longo da altitude, para formações geográficas que possuem seus sopés quentes e úmidos como o PESB.

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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO ÁCARO PREDADOR Amblyseius herbicolus PARA SER APLICADO NO CONTROLE BIOLÓGICO DE Tetranychus urticae

 Elisa Faria de Oliveira (Bolsista PIBIC/CNPq); Daniela Duarte Monteiro Rezende (Bolsista PIBIC/CNPq); Cleide Rosa Dias (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Hamilton Gomes de Oliveira (Bolsista FAPEMIG); Marcos Antonio Matiello Fadini (Colaborador); Angelo Pallini  (Orientador) 

Ácaros predadores pertencentes ao gênero Amblyseius são conhecidos como predadores que também se alimentam de fontes energéticas alternativas como pólen e néctar. Um dos membros desse gênero, o ácaro predador Amblyseius herbicolus (Acari: Phytoseiidae) é encontrado naturalmente no Brasil. Em levantamentos populacionais realizados em cultivos de morangueiro, A. herbicolus foi encontrado em plantas infestadas pelo ácaro fitófago Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae). Por ser T. urticae a principal praga da cultura do morangueiro, existe uma busca constante de novas espécies com potencial de agente de controle biológico contra esse fitófago. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi avaliar a biologia do ácaro predador A. herbicolus quando alimentado por dietas compostas por pólen de mamona somente, por T. urticae e pela associação de pólen de mamona e T. urticae. Essas dietas constituíram os tratamentos do experimento que foi conduzido sob condições controladas (T = 25±2ºC, UR = 65±10% e Fotoperíodo de 13h) sobre arenas confeccionadas com folhas de morangueiro (Ø = 2.5 cm). Os resultados desse trabalho demonstram que a fase juvenil do ácaro predador A. herbicolus se completa apenas quando o mesmo foi alimentado somente por pólen e por pólen e T. urticae. Quando alimentado somente por T. urticae, os indivíduos jovens de A. herbicolus morreram aprisionados nas teias confeccionadas pelo fitófago. Quando adulto, maior longevidade do predador foi observada quando o mesmo foi alimentado pela dieta composta apenas por pólen, porém maior taxa de oviposição foi observada quando A. herbicolus foi alimentado pela associação das dietas de pólen e T. urticae. Os dados obtidos demonstram que o ácaro predador A. herbicolus atinge a fase adulta somente quando alimentado por dietas contendo pólen. Porém, na fase adulta, A. herbicolus necessita se alimentar de dietas à base de T. urticae para obter maior energia e assim, conseqüentemente apresentar maior potencial reprodutivo. (PIBIC/CNPq)

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BIODIVERSIDADE E ANÁLISE FAUNÍSTICA DE CERAMBYCIDAE (INSECTA: COLEOPTERA) EM RESERVA DE MATA ATLÂNTICA, VIÇOSA, MINAS GERAIS.

Lorena Ferrari Uceli (Bolsista PIBIC/CNPq); Paulo Sérgio Fiuza Ferreira (Orientador);  Sandra Inês Enriquez Morillo (Pós-graduada, MS).            

A família Cerambycidae Latreille, 1802, está representada por besouros referidos como insetos longicórneos, vulgarmente conhecidos como “serra-pau” ou “toca-viola”. Possuem as antenas longas e filiformes, geralmente ultrapassando o tamanho do corpo. São organismos fitófagos, com amplo espectro de fontes de alimento, principalmente madeira viva, morta, raízes e sementes. Os cerambicídeos constituem parte importante do ponto de vista florestal e agrícola já que as larvas são xilófagas e broqueiam os troncos e galhos, podendo causar prejuízo econômico. Além disso, por constituírem parte importante do ecossistema florestal, associados às plantas hospedeiras, os cerambicídeos podem ser excelentes indicadores do estado de conservação de um ecossistema.  Os objetivos deste estudo foram inventariar as espécies de cerambicídeos da Mata do Córrego Paraíso, Mata Atlântica remanescente no município de Viçosa, MG; elaborar chaves taxonômicas para a identificação de subfamílias, tribos, gêneros e espécies da reserva; elaborar uma guia de campo com fotos e dados biológicos das espécies encontradas e determinar a influência dos fatores climáticos na sazonalidade em espécies de Cerambycidae da Mata do Córrego do Paraíso. Foram coletados 440 exemplares, representados por 140 espécies, 107 gêneros, 37 tribos e 5 subfamílias.A família mais diversa foi Lamiinae com 86 espécies (61,4%), 61 gêneros e 15 tribos, seguida por Cerambycinae com 45 espécies (32,1%), 39 gêneros e 18 tribos; Prioninae com 4 espécies (2,9%), 4 gêneros e 2 tribos; Parandrinae com 4 espécies (2,9%), 2 gêneros e 1 tribo e finalmente Lepturinae com 1 espécie (0,7%), 1 gênero e 1 tribo.No levantamento dos cerambicídeos da Mata do Paraíso foram coletadas 37 tribos,  um número muito alto em comparação com as 29 tribos registradas para a zona da Mata Atlântica (M.L. Monné, comunicação pessoal) e as 26 tribos registradas por Galileo e Martins (2006) no Parque Copesul, Rio Grande do Sul.

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BIOGEOGRAFIA CARIOTIPICA DE Hoplias malabaricus (BLOCH 1794) NAS BACIAS COSTEIRAS DO SUDESTE DO BRASIL.  

OLIVEIRA, Tuane Santos de (Etagiário voluntário); JACOBINA, Uedson Pereira (Pós-graduando MS); VÖLKNER, Michel (Estagiário voluntário); DERGAM, Jorge Abdala (Orientador)

A família Erythrinidae corresponde a um taxon amplamente distribuído pela região neotropical, e compreende três gêneros: Hoplias, Erythrinus e Hoplerythrinus. Dentro desta família, a traíra Hoplias malabaricus ocorre desde Buenos Aires na Argentina ate o Panamá e se destaca sob o ponto de vista citogenético. Estudos indicam que existem sete citótipos, possuindo alta diversidade cariotipica com variações estruturais, sistema de cromossomos sexuais com números diplóides que variam de 2n=39 a 2n=42, o que sugerem a ocorrência de um complexo de espécies que necessita de uma revisão taxonômica. O objetivo deste trabalho foi caracterizar populações de Hoplias malabaricus nas bacias costeiras do sudeste do Brasil, afim ter uma melhor compreensão a respeito da sua biogeografia e os seus efeitos vicariantes. Três populações foram analisadas, pertencentes às bacias do Paraíba do Sul (rio Leopoldina), São João (rio D’ouro) e Itabapoana (rio Itabapoana). Foram utilizadas as técnicas de coloração convencional e a visualização da heterocromatina constitutiva (Banda C). Os resultados obtidos indicam que as populações analisadas de Hoplias malabaricus apresentam número diplóide 2n=42A, sem cromossomos sexuais. Através do bandamento C verificou-se que os blocos de heterocromatina apresentam um padrão característico da espécie Hoplias malabaricus, ocorrendo nas regiões pericentroméricas de todos os cromossomos, assim como, marcações teloméricas em alguns deles. Estes dados indicam que existe uma homogeneidade entre as bacias costeiras do sudeste brasileiro que contrasta com o padrão das bacias continentais como as do Paraná-Paraguai e amazônica, nas quais ocorrem citótipos em simpatria. Neste sentido, a homogeneidade cariotípica sugere que as bacias do sudeste apresentam uma história geológica comum e recente. (Ministério do Meio Ambiente, UFV)

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CAPACIDADE DE VÔO E DISTÂNCIA DE RETORNO DE RAINHAS SUBORDINADAS DE Polistes lanio lanio (HYMENOPTERA: VESPIDAE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 

Raquel Rodrigues Santos (Não Bolsista); Reinildes Silva-Filho (Colaborador); Paulo Cesar Rodrigues Cassino (Colaborador); Camilla Atsumi Zanuncio Sediyama (CNPq); Patrik Luiz Pastori (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador)

 A atividade forrageadora e a capacidade de retorno ao ninho são atributos importantes para insetos sociais e o entendimento desses fatores é essencial para programas de controle biológico. A vespa predadora Polistes lanio lanio (Fabricius, 1775) (Hymenoptera: Vespidae) foi estudada visando estimar o raio de ação e a capacidade de retorno às suas colônias. Cem rainhas subordinadas foram retiradas de vinte colônias (cinco espécimes por colônias), capturadas com rede entomológica, anestesiados com éter etílico durante 25 segundos e acondicionadas em potes de polietileno com uma abertura de 6cm  na tampa protegida por tecido de algodão e pintadas no mesoescuto. Cada ninho recebeu uma cor para identificação e uma segunda para a distância e local de liberação. O estudo foi realizado no verão de 2004 ao inverno de 2005, com a liberação de cinco rainhas subordinadas de cada colônia a 450, 800, 1.000, 1.300, 1.400, 1.500 e 2.050 metros das colônias, em locais e épocas diferentes. Cem por cento das rainhas subordinadas de P. lanio lanio retornaram às colônias quando liberadas nas distâncias testadas, exceto para a colônia 20 cujos indivíduos foram liberados em dia nublado antecedido de dias chuvosos, não havendo retorno das rainha liberadas e uma área teórica de forrageamento de 13,2 km² para a distância de 2.050m da colônia. Além disso, todas as rainhas subordinadas de P. lanio lanio apresentaram atividade forrageadora durante o retorno à colônia. A vespa social P. lanio lanio não apresentou duração proporcional de retorno às suas colônias de acordo com a distância de liberação, embora tenha apresenta extenso raio de raio e elevada capacidade de retorno aos ninhos. (CNPq, CAPES)

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CAPTURA DE Cosmopolites sordidus e Metamasius sp. COM ISCAS DE PSEUDOCAULE TRATADAS COM DIFERENTES ATRATIVOS ALIMENTARES Alexandre Simões Lorenzon (PROBIC/FAPEMIG); Alexandre Igor de Azevedo Pereira (CNPq); Gilberto Santos Andrade (CAPES); Rafael Braga da Silva (CAPES); Camilla Atsumi Zanuncio Sediyama (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador)   Mais de 70 espécies de insetos utilizam a bananeira (Musa spp.) como hospedeiro, incluindo Cosmopolites sordidus e Metamasius spp. (Coleoptera: Curculionidae) como broqueadores. As iscas de pseudocaule, com atrativos alimentares, são importantes para o monitoramento e controle desses insetos. Desta forma, a atratividade do bagaço de laranja e do melaço de cana-de-açúcar (dois atrativos de baixo custo e fácil obtenção) foi avaliada na captura de C. sordidus e Metamasius sp. O estudo foi desenvolvido em um pomar de bananas (Musa sp.), em Macaparana, Estado de Pernambuco. No experimento 1, testou-se, em blocos casualizados, a eficiência das iscas queijo e telha com ou sem um litro de atrativo, registrando-se o número de adultos por armadilha, quinzenalmente. No experimento 2, fatorial 2 x 2 x 2, os atrativos foram diluídos de acordo com os tratamentos: T1- queijo + melaço de cana a 20%; T2- queijo + melaço de cana a 60%; T3- queijo + bagaço de laranja a 20%; T4- queijo + bagaço de laranja a 60%; T5- telha + melaço de cana a 20%; T6 - telha + melaço de cana a 60%; T7- telha + bagaço de laranja a 20% e T8- telha + bagaço de laranja a 60%. Iscas queijo (tratadas ou não) capturaram mais adultos de C. sordidus e Metamasius sp. que as telha. Iscas com melaço de cana (independente do tipo) capturaram maior número de adultos de ambas as espécies, que as com bagaço de laranja. Iscas queijo sem atrativo capturaram maior número de C. sordidus. Entretanto, as iscas telha e queijo com melaço capturaram maior número de Metamasius sp. que as não tratadas. O melaço de cana-de-açúcar, na maior concentração, capturou mais Metamasius sp. O melaço de cana-de-açúcar possui importância como atrativo alimentar para curculionídeos em bananais. (CNPq, CAPES) 

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CASCATA TRÓFICA DE ARTRÓPODES DETRITÍVOROS, FITÓFAGOS, E PREDADORES NA CULTURA DO TOMATE

 Verônica Aparecida Faustino (Estudante IC), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Emerson Cristi de Barros (Pós-Graduando DS), Mateus Ribeiro de Campos (Pós-Graduando MS), Darley Cabral Coutinho (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Renata Ramos Pereira (Estudante IC). 

Muitos artrópodes fitófagos atacam o tomateiro causando danos econômicos constituindo pragas da cultura. Suas populações são controladas por predadores e parasitóides e pela ação dos elementos climáticos. Além dos insetos-praga os inimigos naturais, sobretudo os predadores se alimentam dos artrópodes detritívoros. Estas interações tróficas são conhecidas como cascata trófica. Apesar destas relações serem importantes no planejamento de táticas de controle de pragas, efetivas e ambientalmente corretas, praticamente nada se conhece deste assunto na cultura do tomate. Assim, este trabalho teve por objetivo estudar as relações entre artrópodes fitófagos, inimigos naturais, artrópodes detritívoros e elementos climáticos no tomateiro. Este trabalho foi conduzido em cultivo de tomate em Viçosa-MG em 2006. As densidades dos artrópodes foram avaliadas batendo-se o ponteiro das plantas em bandeja branca. Utilizando-se correlações canônicas  e correlações de Pearson para estudo das inter-relações dos componentes da entomofauna entre si e com os elementos climáticos. Os fitófagos mais abundantes foram Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae) e Frankliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae). O detritívoro mais abundante foi Hypogastrura sp. (Collembola: Hypogastruridae). Os predadores mais abundantes foram: os Coleoptera Anthicus spp. (Anthicidae), Cycloneda sanguinea (Coccinellidae) e Cantaridae; aranhas, os Hemiptera Lasiochilus sp., Orius sp. (Anthocoridae) e Reduviidae; Diptera: Cecidomyiidae e Solenopsis sp. (Hymenoptera: Formicidae). Os parasitóides mais abundantes foram: os himenópteros Trichogramma spp., Opius sp. e Aphidius sp. As aranhas, Lasiochilus sp. e Anthicus spp foram os inimigos naturais que mais influenciaram as populações de insetos pragas e detritívoros. A temperatura influenciou positivamente as densidades dos insetos pragas e detritívoros e a umidade relativa influenciou negativamente. Nos locais com maiores populações de Lasiochilus sp. ocorreram menores densidades de D. speciosa. Assim, conclui-se que as aranhas, Lasiochilus sp. e Anthicus sp., alimentam alternativamente de colêmbolos e controlam as pragas do tomateiro, sobretudo D. speciosa e F. schultzei. (CNPq, CAPES e FAPEMIG).

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COMPATIBILIDADE DE INSETICIDAS REGULADORES DE CRESCIMENTO E O PREDADOR Podisus nigrispinus (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE)

Ancidériton Antônio de Castro (PIBIC/CNPq); Walter Santos Evangelista Júnior (CNPq); Mábio Chrisley Lacerda (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador)

Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) é um percevejo predador em sistemas agrícolas e florestais, atuando no controle de lagartas desfolhadoras. A utilização de inseticidas mais seletivos, como os reguladores de crescimento de insetos (IRC)  são adotados por atuarem após a ingestão dos mesmos e serem menos tóxicos aos inimigos naturais. No entanto, os IRC podem afetar, indiretamente, os predadores pelo consumo de presas contaminadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros reprodutivos do predador P. nigrispinus a partir de adultos recém-emergidos e recebendo lagartas de Anticarsia gemmatalis Hübner (Lepidoptera: Noctuidae) previamente, alimentadas com folhas de soja pulverizadas com os inseticidas inibidores da síntese de quitina diflubenzuron (Dimilin®) ou triflumuron (Certero®) nas dosagens de 60g/ha e 30ml/ha do produto comercial, respectivamente, recomendadas para esta cultura. A fecundidade de P. nigrispinus foi reduzida com o diflubenzuron, especialmente, no início da vida reprodutiva desse predador. No entanto, esse predador se recuperou após duas semanas de emergência dos adultos, fato não observado com o triflumuron. O diflubenzuron pode ter interferido no desenvolvimento do aparelho reprodutor de P. nigrispinus como na espermatogênese ou produção de oócitos. Portanto, o inseticida triflumuron mostrou-se mais indicado para programas de MIP, na cultura da soja, com P. nigrispinus. (CNPq)

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COMPORTAMENTO DE MANUSEIO DO LIXO EM COLÔNIAS DE Atta sexdens rubropilosa SADIAS E INFECTADAS COM Beauveria bassiana (BALS.) VUILLEMAN (MONILIALES: MONILIACEAE) 

Lucas Machado de Souza (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Terezinha Maria Castro Della Lucia (Orientadora); Fabrícia Gonçalves Lacerda (Pós-graduando DS); Olinto Liparini Pereira (Docente Colaborador).

Conhecimentos sobre a biologia básica de “operárias do lixo” de colônias de Atta sexdens rubropilosa são escassos. Objetivou-se descrever o comportamento de operárias do lixo durante o manuseio do mesmo em colônias sadias e naquelas experimentalmente infectadas com o fungo entomopatógeno Beauveria bassiana. Neste trabalho foram utilizadas sete colônias de saúva-limão em recipientes de 1L de capacidade. Duas colônias foram consideradas controles e cinco foram infectadas com uma solução de B. bassiana. Borrifou-se 8 mL sobre a massa de lixo de concentração 3,7 x 106 esporos/mL. A densidade populacional estimada nessas sete colônias foi de 10.884 ± 849 (média ± desvio padrão) indivíduos distribuídos em 1L de massa de fungo. Após 10 dias de observação do comportamento de manuseio do lixo, verificou-se que os formigueiros C1 e C2 (controles) não apresentaram partição de tarefas. Os ninhos B1, B2, B3, B4 e B5, infectados com B. bassiana, apresentaram 85%, 80%, 93%, 87% e 91%, respectivamente de divisão de tarefas: operárias do lixo depositando o refugo em um monte provisório. Esse padrão de organização de trabalho minimiza o contato entre as operárias do lixo, que estão provavelmente contaminadas com o patógeno inoculado e o jardim de fungo. Tanto as operárias que deixaram o jardim de fungo sem contato com o ambiente adverso do lixo principal, como também aquelas operárias presentes naquele local infectado exibiram comportamento higiênico, querendo dizer que elas não entraram em contato com o jardim de fungo. Esse comportamento higiênico foi induzido a fim de manter a integridade sanitária da colônia, diminuindo o risco de contrair a doença imposta experimentalmente. Conclui-se que o comportamento de manuseio do lixo varia em função das condições das colônias. Na presença de esporos de B. bassiana ocorreu partição de tarefas no transporte de refugo do jardim de fungo para o monte de lixo final. (PROBIC/FAPEMIG)

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COMPORTAMENTO GREGÁRIO E TAMANHO DA PRESA AFETAM O DESENVOLVIMENTO E SOBREVIVÊNCIA NINFAL DE Podisus nigrispinus (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) 

Eduardo de Aragão Santana (PIBIC/CNPq); Alexandre Igor de Azevedo Pereira (CNPq); Gilberto Santos Andrade (CAPES); Evaldo Martins Pires (CNPq); Rafael Braga da Silva (CAPES); José Cola Zanuncio (Orientador)

O comportamento gregário melhora o forrageamento e reduz a mortalidade de insetos. Predadores em grupo têm maior sucesso em emboscadas com presas maiores, podendo reduzir o comportamento defensivo e o gasto energético no ataque e manipulação das mesmas. O objetivo deste trabalho foi comparar o desenvolvimento e a sobrevivência de Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae), em grupos ou individualizado, com Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) de dois tamanhos. O estudo foi conduzido no Laboratório de Controle Biológico do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO), da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, Minas Gerais. Predadores foram mantidos a 25 ± 2oC, 60 ± 10% de UR e fotoperíodo de 12hs, com os tratamentos: T1- ninfas do predador individualizadas com presas de terceiro estádio em copos de 100ml; T2- cinco ninfas com presas de terceiro estádio de A. gemmatalis por copo de 500ml; T3- ninfas individualizadas com lagartas de quinto estádio por copo de 100ml e T4- cinco ninfas com lagartas de quinto estádio por copo de 500ml. A duração dos segundo, terceiro e quarto estádios de P. nigrispinus foi semelhante entre tratamentos; mas a do quinto foi maior no T2 (10,33 ± 0,82 dias) que nos T1 (6,71 ± 0,28 dias), T3 (5,75 ± 0,52 dias) e T4 (5,32 ± 0,22 dias). A competição no tratamento T2, provavelmente, interferiu no desenvolvimento desse predador. A baixa sobrevivência de ninfas de quinto estádio de P. nigrispinus no tratamento T3 pode ser devido à defesa da lagarta de A. gemmatalis de quinto estádio e ao menor espaço para defesa do predador. Vantagens da agregação para Pentatomidae precisam de mais estudos para se entender interações predador-presa em sistemas agrícolas e florestais. (CNPq, CAPES)

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CONSUMO FOLIAR DE Acromyrmex disciger MAYR (HYM.: FORMICIDAE) EM EUCALIPTOS

 Alexandre Arnhold (estudante de iniciação científica); Terezinha Maria Castro Della Lucia (orientadora); Norivaldo dos Anjos Silva (co-orientador); Mara Lúcia Agostini Valle (pós-graduanda MS)  

Devido à importância das formigas cortadeiras relacionadas à eucaliptocultura, e também, à falta de informações sobre Acromyrmex disciger, realizou-se este trabalho para estimar o consumo foliar em Eucalyptus urophylla e Eucalyptus cloeziana, para esta espécie de quenquém. Para isso, foram utilizadas duas colônias de A. disciger, estabelecidas em condições de laboratório, no insetário do Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – Minas Gerais. Foram oferecidas  folhas frescas pesadas antes e após o forrageamento durante 24 horas em um período de seis dias para cada espécie de Eucalipto. Foram realizadas quatro repetições para cada espécie, com um intervalo de 48 horas. Neste intervalo as colônias eram expostas a folhas de Acalypha wilkesiana, para se evitar o estresse das mesmas em razão da utilização ininterrupta de um único substrato. Baseando-se em folhas intactas mantidas externamente para controle da perda de água, constatou-se que a massa média de folhas cortadas em E. urophylla, foi significativamente diferente pelo teste t-bilateral ao nível de 5% de probabilidade (P>-0,05), maior do que a de E. cloeziana. Houve também diferença intercolonial no consumo de E. urophylla. A massa foliar consumida por uma colônia foi 1,43 ± 0,79g e pela outra foi de 4,42 ± 1,72g, sendo a diferença de atividade, a possível razão para estes resultados.

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CONTROLE BIOLÓGICO DA COCHONILHA Selenaspidus articulatus (HOMOPTERA: DIASPIDIDAE), POR APHELINIDAE (HYMENOPTERA), COCCINELLIDAE (COLEOPTERA), CHRYSOPIDAE (NEUROPTERA) NOS MUNICÍPIOS DE RIO BONITO E ARARUAMA, RIO DE JANEIRO

Eduardo de Aragão Santana (PIBIC/CNPq); Otávio Raimundo Fonseca Azevedo (Colaborador); Reinildes Silva-Filho (Colaborador); Paulo Roberto Ramalho Silva (Colaborador); Paulo Cesar Rodrigues Cassino (Colaborador); Camilla Atsumi Zanuncio Sediyama (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador)

 O conhecimento da população de organismos bióticos reguladores é importante para manter o equilíbrio e o nível populacional de insetos-praga, pois o uso de agrotóxicos pode dizimar inimigos naturais de Selenaspidus articulatus (Morgan, 1889) (Homoptera: Diaspididae) na citricultura fluminense. O efeito do parasitismo e predação na dinâmica populacional dessa cochonilha foi avaliado nos municípios de Rio Bonito e Araruama, região citrícola do Estado do Rio de Janeiro, de outubro de 1998 a outubro de 2000. Dezesseis talhões de citros foram pesquisados, cada um com 210 plantas. Esses talhões estavam plantados com laranja (Citrus sinensis, Osbeck) cultivar natal e seleta (folha murcha); tangerina (Citrus reticulata, Blanco) cultivar ponkan; limão (Citrus latifolia, Tanaka) cultivar tahiti. As plantas foram monitoradas no campo para se observar a presença de predadores de S. articulatus, os quais foram registrados em planilha. O parasitismo foi avaliado em folhas coletadas com essa cochonilha, acondicionadas e levadas ao laboratório de Entomologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Essas folhas foram limpas com pincel, eliminando-se os organismos indesejáveis e deixando-se, apenas, indivíduos de S. articulatus. As folhas com a cochonilha foram colocadas em potes de polietileno, lacrados e com a parte superior telada em sala climatizada à temperatura de 25 2 ºC, UR de 70 10 % e fotofase de 12 horas. Esse material foi observado após 15 a 20 dias, quando os parasitóides emergidos foram coletados e colocados em frasco com álcool 70% e, posteriormente, identificados. Os parasitóides identificados foram Aphytis lingnanensis (Compere, 1955) e Encarsia sp. (Hymenoptera: Aphelinidae) e Arrhenophagus chionaspidis (Aurivillius, 1888) (Hymenoptera: Encyrtidae). Os predadores observados foram Azya luteipes e Pentilia egena (Coleoptera: Coccinelidae) e espécies de Chrysopidae. O parasitismo por microhimenópteros mostrou forte impacto sobre a população de S. articulatus em todos os talhões de citrus. (CNPq, CAPES)

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CONTROLE DE Coccus viridis POR Lecanicillium lecanii  

Ricardo Siqueira da Siva (Bolsista PNP&D-Café), Flávio Lemes Fernandes (Pós-Graduando DS), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Pablo da Costa Gontijo (Bolsista PIBIC/CNPq), Renan Batista Queiroz (Bolsista PIBIC/CNPq), Tarcísio Visitin da Silva Galdino (Bolsista PNP&D-Café)   

 A cochonilha verde Coccus viridis (Green) (Hemiptera: Coccidae) é uma praga que ataca ramos e folhas do café (Coffeea arábica). O seu ataque causa definhamento das plantas, queda de folhas e redução na produtividade devido à sucção de seiva e introdução de toxinas no sistema vascular das plantas. O controle natural é realizado por predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos. Entre os fungos entomopatogênicos destaca-se o fungo Lecanicillium lecanii. Assim,objetivou-se neste trabalho avaliar o controle de C. viridis por L. lecanii nas regiões abaxial, adaxial e ramos das plantas de C. arabica. Esta pesquisa foi conduzida em casa de vegetação na Universidade Federal de Viçosa. Semanalmente contaram-se os números de adultos e de ninfas de C. viridis em 10 plantas plantadas em vasos de 5L. Os nutrientes foram fornecidos as plantas aplicando-se diariamente a areia 0.5L de solução nutritiva. Semanalmente foi avaliado a mortalidade de ninfas e de adultos de C. viridis na região abaxial, adaxial e os ramos das plantas. A maior mortalidade de C. viridis por L. lecanii ocorreu na face abaxial das folhas (cerca de 50%), seguida da mortalidade nos ramos cerca de 30%) e face adaxial das folhas (cerca de 10%). Na face adaxial das folhas a maior mortalidade por L. lecanii foi verificado para ninfas de 3º ínstar. Já na face abaxial as maiores mortalidade pelo fungo ocorreram no 2º e 3º ínstares. Nos ramos a maior mortalidade da cochonilha pelo fungo ocorreu no 2º ínstar do inseto. Assim conclui que o fungo L. lecanii é um importante agente de controle biológico para C. viridis  atuando principalmente nas cochonilhas presentes na face abaxial das folhas. Sua atuação é principalmente  sobre as ninfas de 2º e 3º ínstar (FAPEMIG, CAPES,CNPq e PNP&D-Café)

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 CONTROLE DE Lipaphis erymisi POR OITO INSETICIDAS BOTÂNICOS 

 Hudson Vaner Ventura Tomé (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Márcio Dionízio Moreira (Pós-Doutor), Nilson Rodrigues Silva (Estudante-IC), Martha Freire da Silva (Estudante-IC), Darley Cabral Coutinho (Bolsista PROBIC/FAPEMIG) 

Os inseticidas botânicos são compostos inseticidas provenientes de plantas que estão relacionados aos mecanismos de defesa da plantas. Tendo em vista, a importância do pulgão Lipaphis erysimi (Hemiptera: Aphididae) como praga de brássicas este trabalho teve por objetivo o estudo da atividade inseticida de extratos hexânicos de oito plantas a esta praga. Foi testada a atividade inseticida de seis espécies de plantas do bioma Amazônia: Banara guianensis, Mayna parvifoli, Piper augustum, Ryania speciosa, Spilanthes oleracea e Siparuna sp., uma do bioma Cerrado: Curatela americana e Azadirachta indica usada como padrão. O material vegetal in natura foi pesado, picado e acondicionado em erlemeyers para extração com hexano. Os insetos de L. erysimi foram coletados em cultivo de repolho. Os bioensaios foram realizados em delineamento inteiramente casualizado com três repetições. A unidade experimental constituiu-se de frasco de vidro de diâmetro de 2,2 X 8,2 cm de altura, sendo cada uma tratada com os extratos das plantas, diluídos em acetona. A concentração dos extratos na superfície interna da unidade experimental foi de 0,075 g/cm2. A testemunha foi tratada apenas com acetona. Após a evaporação do solvente cada unidade experimental recebeu 10 insetos. A mortalidade foi avaliada 24hs após o tratamento. Dados foram submetidas a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott (p < 0,05). S. oleracea (100%), R. speciosa (96,70%), P. augustum (97%), B guianensis (87%), A. indica (80%) (folhas e sementes) e C. americana (77%) apresentaram as maiores mortalidades para L. erysimi sendo seguidas de Siparuna sp. (43%) e M. parvifolia (33%). Assim, conclui-se que os extratos hexânicos de S. oleracea, R. speciosa, P. augustum, B guianensis, A. indica (folhas e sementes) e C. americana apresentam boa eficácia de controle para L. erysimi. (FAPEMIG,CAPES e CNPq).  

  

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CONTROLE DE Orthezia praelonga POR INSETICIDAS BOTÂNICOS APOLARES

Tarcísio Visintin da Silva Galdino(Bolsista PNP&D/CAFÉ); Marcelo Coutinho Picanço (Orientador); Renata Ramos Pereira(Estudante-IC);Vânia Maria Xavier(Pos-graduando MS) Bruna Apolônio Santana(Estudante-IC); Verônica Aparecida Faustino(Estudante -IC)

Orthezia praelonga (Homóptera: Ortheziiae), é um sugador que ao alimentar-se da seiva injeta toxina na planta. Sobre sua excreção cresce a “fumagina” que se desenvolve recobrindo as folhas, comprometendo o processo fotossintético. O uso de inseticidas botânicos no controle de pragas é promissor pois apresenta baixa persistência no ambiente e baixa toxicidade ao homem e inimigos naturais. Assim objetivou-se testar a eficiência de oito extratos apolares no controle de O. praelonga. As plantas utilizadas foram Piper sp. (Piperaceae), Camboatá Cupania oblongifolia (Sapindaceae), Ryania speciosa (Flacourtiaceae), Spilanthes oleraceae (Asteraceae), Mayna paviflora, Copaiter indica, Azadirachta indica (Meliaceae), Siparuna sp (Monimiaceae). O material vegetal in natura foi pesado, fragmentados em tamanhos de 1 a 2 cm e acondicionado em erlenmeyers para extração. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições. Cada parcela experimental constituiu-se de um tubo de vidro (raio = 1,1 cm por 8,2 cm de comprimento). A concentração utilizada foi de 4,45 mg/cm2 dos extratos. Foi adicionado 10 insetos/vidro. As avaliações de indivíduos mortos e vivos foram realizadas 12 e 24 horas após a adição das cochonilhas. Na avaliação de 12 horas observou-se uma alta mortalidade para os extratos de Camboatá (100%), R. speciosa (86,67%), S. olarecea (76,67%) e um controle intermediário com M. parviflora (50%) e C. indica (46,67%). As demais plantas não diferiram significativamente da testemunha. Para a avaliação após 24 horas, os extratos de Camboatá (100%), R. speciosa (96,67%), S. olarecea (76,67%), C. indica (70%) e M. parviflora (70%) apresentaram um efeito tóxico alto diferindo dos demais tratamentos. Conclui-se assim que os extratos das espécies A. indica, R. speciosa e S. olarecea tem um efeito instantâneo em relaçao a M. parviflora e C. indica pois proporcionaram uma alta mortalidade nas primeiras 12 horas. Esses cinco extratos apresentaram-se eficientes no controle da cochonilha.(FAPEMIG, CNPq, CAPES, PNP&D/CAFÉ).

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CONTROLE NATURAL DE Neoleucinodes elegantalis EM VIÇOSA - MG NA PRIMAVERA DE 2006 

Pablo da Costa Gontijo (Bolsista PIBIC/CNPq); Ézio Marques da Silva (Pós-graduando DS); Marcelo Coutinho Picanço (Orientador); Hudson Vaner Ventura Tomé (Bolsista FAPEMIG); Leandro Bacci (Docente colaborador); Rogério Machado Pereira (Estudante IC).  

A broca pequena N. elegantalis é praga chave do tomateiro L. esculentum no Brasil. As perdas são ocasionadas pelas larvas que bloqueiam os frutos. Em programas de manejo integrado de pragas é necessária a manipulação dos fatores que afetam o ataque da praga. Entre os principais instrumentos de pesquisa utilizados nos estudos de fatores determinantes da intensidade de ataque de pragas estão as tabelas de vida ecológicas. O objetivo do trabalho foi de construir uma tabela de vida ecológica e determinar os fatores de mortalidade de N. elegantalis. Os adultos de N. elegantalis usados nos estudos foram obtidos de criações em laboratório. Para a avaliação da mortalidade natural utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado. Foram 10 parcelas constituídas de 5 plantas. Na avaliação da mortalidade de ovos, 500 fêmeas foram distribuídas nas 10 parcelas em sacolas de organza e permaneceram nestes por 24h. Os ovos foram contados e os não eclodidos foram levados para o laboratório para verificar o parasitismo e inviabilidade. Na fase larval, a avaliação foi com base nos indivíduos originados de ovos. Com a chegada do término da fase larval, os cachos foram novamente ensacados para se contabilizar o número de pupas formadas que foram levadas ao laboratório para aguardar a emergência de parasitóides. Para a mortalidade de pupas, um total de 200 pupas foi distribuído nas 10 parcelas. Através do número de unidades iniciais que iniciaram uma fase e o número de unidades que restaram após o término da fase, determinou-se a mortalidade natural de N. elegantalis. As mortalidades nos estádios imaturos de N. elegantalis foram em média 98,85%, sendo 46,4 % na fase de ovo, 47,6 % na fase larval e 4,8% na pupa. O que resultou em um total de apenas 12 adultos de um total de 1000 indivíduos e taxa reprodutiva líquida de 1,07.  

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CONTROLE QUÍMICO DE Naupactus sp. NO CONTEXTO DA PRODUÇAO INTEGRADA DO CAFÉ    

Hudson Vaner Ventura Tomé (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Flávio Lemes Fernandes (Pós-Graduando DS), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Maria Elisa de Sena (Pós-Graduando MS), Júlio Claudio Martins (Pós-graduando MS), Mateus Ribeiro de Campos (Pós-Graduando MS), Laércio Zambolim (Docente Colaborador)

Naupactus.sp. (Coleoptera: Curculionidae) é um inseto que se alimenta dos bordos das folhas de café, causando desfolha com um aspecto serrilhado e conseqüentemente danos a cultura. No Brasil a ocorrência de Naupactus sp. é relatada nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, porém existem poucos estudos sobre este inseto. No contexto da produção integrada é necessário o uso de métodos de controle eficientes e sustentáveis ambientalmente, economicamente e socialmente nos diversos sistemas de condução da cultura. Assim este trabalho teve por objetivo estudar o controle químico de Naupactus sp. no cafeeiro. No experimento do foram testados três inseticidas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro repetições. Cada unidade experimental foi composta de placas de Petri com dez insetos adultos, juntamente com a folha de café tratada com o respectivo tratamento. Os tratamentos foram os inseticidas cartape 500 PM (carbamato) na dose de 1,5 mg de ingrediente ativo (i.a.)/mL calda; deltametrina 25 CE (piretróide) na dose de 0,013 mg de i.a/mL calda, Permetrina 500 CE (piretróide) na dose de 0,156 mg de i.a/ml calda e a testemunha. Na testemunha as folhas de café foram tratadas somente com água. Avaliou-se 24 horas após a aplicação dos tratamentos a mortalidade do inseto. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste Scott-Knott a p<0,05. Verificou-se que o inseticida que causou maior mortalidade aos adultos de Naupactus sp. foi o cartape (75% de mortalidade) seguido da deltametrina (37% de mortalidade) e permetrina (25% de mortalidade). Então, conclui-se que dentre os inseticidas estudados o melhor para o controle de adultos de Naupactus sp. no cafeeiro é o cartape.. (FAPEMIG, CAPES, CNPq, PNP&D-Café, MAPA).

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CONTROLE QUÍMICO DE Selenaspidus articulatus (HOMOPTERA: DIASPIDIDAE) E IMPACTO SOBRE PREDADORES EM PLANTAS CÍTRICAS NO MUNICÍPIO DE ARARUAMA, RIO DE JANEIRO  Raquel Rodrigues Santos (Não Bolsista); Otávio Raimundo Fonseca Azevedo (Colaborador); Reinildes Silva-Filho (Colaborador); Paulo Roberto Ramalho Silva (Colaborador); Paulo Cesar Rodrigues Cassino (Colaborador); Antonio José Vinha Zanuncio (Bolsista UFVCredi); José Cola Zanuncio (Orientador)  Selenaspidus articulatus (Morgan, 1889) (Homoptera: Diaspididae) causa danos econômicos a citricultura fluminense pela sucção da seiva e das grandes infestações, causando redução na produção de frutos e na área foliar. Esta pesquisa foi desenvolvida na região citrícola do Estado do Rio de Janeiro, município de Araruama (São Vicente de Paulo), de setembro de 1999 a novembro de 1999 para avaliar o controle químico da cochonilha S. articulatus com os thiamethoxan (actara 10 GR) e aldicarb (temik 150 G) e o impacto desses produtos em predadores. O experimento foi instalado em um talhão com 210 plantas de limão (Citrus latifolia, Tanaka) cultivar Tahiti em blocos ao acaso, com cinco tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram: A- (testemunha); B- thiamethoxan (actara 10 GR)= 50 g/planta; C- thiamethoxan (actara 10 GR)= 75 g/planta; D- thiamethoxan (actara 10 GR)= 100 g/planta e E- aldicarb (temik 150 G)= 130 g/planta. O aldicarb, na dosagem de 130 g/planta de limão, foi mais eficiente contra S. articulatus. O thiamethoxan (actara 10 GR), na dosagem de 75 g/planta, reduziu em 40% a densidade populacional dessa praga, após 30 dias da aplicação, e foi mais seletivo para Cycloneda sanguinea Linnaeus (Coleoptera: Coccinellidae) (20%) e Pentilia egena Mulsant (Coleoptera: Coccinellidae) (30%) e Chrysopidae (100%). A população de S. articulatus foi mantida em nível populacional aceitável com os produtos químicos e o thiamethoxan (actara 10 GR) foi mais seletivo aos predadores dessa cochonilha. Entretanto o inseticida Aldicarb (Temik 150 G), na dosagem de 130 g/planta, foi mais eficiente para o controle da cochonilha S. articulatus. (CNPq, CAPES)

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DESENVOLVIMENTO DOS ESTÁGIOS DE IMATUROS DE Polistes lanio lanio (HYMENOPTERA: VESPIDAE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Robson Oliveira Silva (Não Bolsista); Reinildes Silva-Filho (Colaborador); Paulo Cesar Rodrigues Cassino (Colaborador); Camilla Atsumi Zanuncio Sediyama (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador)

A vespa social Polistes lanio lanio (Fabricius, 1775) (Hymenoptera: Vespidae) foi estudada em condições de campo, objetivando investigar a duração dos estágios imaturos e verificar a influência sazonal e dos fatores climáticos no seu ciclo de vida. Oitenta e quatro colônias dessa vespa foram monitoradas diariamente. Dez ninhos dessa vespa, com oito células no estágio de pupa (quando uma larva tece seu casulo de seda, fechando a célula) foram coletados no Campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e transferidos para o vespário no Centro Integrado de Manejo de Pragas. Esses ninhos foram fixados com alfinete entomológico, circundados com vaselina para se evitar ataque de inimigos naturais (formigas) e eliminados, após a emergência dos adultos, deixando-se, apenas, o pedúnculo para estimular o início de uma nova nidificação e observar-se a reutilização do ninho por outra rainha dominante. Estas colônias estiveram ativas durante todo o ano, especificamente de outubro a fevereiro. Os estágios de imaturos de P. lanio lanio mostraram as seguintes médias: ovo: 56,59 dias na primavera; 7,51 dias no verão; 79,22 dias no outono e 97,08 dias no inverno; larva: 71,65 dias na primavera; 31,86 dias no verão; 72,24 dias no outono e 98,96 dias no inverno; pupa: 77,78 dias no primavera; 16,82 dias no verão; 19,86 dias no outono e 92,79 dias no inverno e emergência: 93,25 dias na primavera; 68,37 dias no verão; 60,38 dias no outono e 99,80 dias no inverno. Existe uma forte interferência dos fatores ambientais sobre os estágios imaturos dessa vespa social. (CNPq, CAPES)

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DESENVOLVIMENTO NINFAL DE Podisus nigrispinus (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) SUBMETIDOS A INSETICIDAS REGULADORES DE CRESCIMENTO 

Ancidériton Antônio de Castro (CNPq); Walter Santos Evangelista Júnior (CNPq); Mábio Chrisley Lacerda (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador)

 O controle biológico e a utilização de inseticidas com menor toxicidade são práticas adotadas no manejo integrado de pragas da soja visando menor impacto ao meio ambiente. Esse trabalho teve o objetivo de avaliar o desenvolvimento e a sobrevivência do predador Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) a partir de ninfas no segundo estádio submetidas a inseticidas reguladores de crescimento (IRC). Grupos de cinco ninfas, de segundo estádio de P. nigrispinus, foram confinadas em potes de 500 ml onde foram alimentadas com lagartas de Anticarsia gemmatalis Hübner (Lepidoptera: Noctuidae), de terceiro estádio, durante 48 horas. Essas lagartas foram, previamente, alimentadas por 12 horas com folhas de soja contaminada com os inseticidas diflubenzuron (Dimilin®) ou triflumuron (Certero®) nas dosagens de 60g/ha e 30ml/ha do produto comercial, respectivamente, recomendadas para esta cultura e depois fornecidas ao predador. Após esse período, receberam duas pupas de Tenebrio molitor L. (Coleoptera: Tenebrionidae) a cada dois dias até a morte. O triflumuron causou alta mortalidade ninfal, mas não foi suficiente para matar toda a população de P. nigrispinus, porém reduziu (P<0,05) o peso de machos (diflubenzuron= 40,14 ± 2,62 mg; testemunha= 50,96 ± 2,03 mg) e fêmeas (triflumuron= 46,50 ± 2,40 mg; testemunha= 68,06 ± 2,32 mg) desse predador. O diflubenzuron causou mortalidade de 100% de ninfas de P. nigrispinus até o terceiro estádio. Ambos os inseticidas causaram efeitos deletérios no desenvolvimento ninfal desse predador, mas o triflumuron pode ser indicado para programas de MIP na cultura da soja por ter apresentado certa seletividade a P. nigrispinus. (CNPq)

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DESENVOLVIMENTO NINFAL, SOBREVIVÊNCIA E PESO DE ADULTOS DO PREDADOR Supputius cincticeps (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) COM FOLHAS DE LEGUMINOSAE, MYRTACEAE E MALVACEAE

Gelton Geraldo Fernandes Guimarães (PIBIC/CNPq); Alexandre Igor de Azevedo Pereira (CNPq); Mábio Chrisley Lacerda (CNPq); Camilla Atsumi Zanuncio Sediyama (CNPq); Rafael Braga da Silva (CAPES); José Cola Zanuncio (Orientador)

 Predadores podem se alimentar de presas e plantas, sendo essa última fonte de água e nutrientes. Esse comportamento tem sido estudado para Pentatomidae, mas é preciso se entender os benefícios (ou não) de mais espécies vegetais para os mesmos. O objetivo foi estudar o efeito de plantas de soja, Glycine max (Leguminosae), eucalipto, Eucalyptus cloeziana (Myrtaceae) e algodão, Gossypium hirsutum (Malvaceae) na dieta de ninfas de Supputius cincticeps (Heteroptera: Pentatomidae). O estudo foi conduzido no Laboratório de Controle Biológico do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO), da Universidade Federal de Viçosa em Viçosa, Minas Gerais. Ninfas de segundo estádio de S. cincticeps foram mantidas em grupos de cinco por copo de 500 ml, em câmaras climatizadas, tipo BOD, a 25 ± 2ºC, 60 ± 10% UR e fotoperíodo de 12hs, com quatro dietas: T1- folhas de soja, água e Tenebrio molitor (Coleoptera: Tenebrionidae), T2- eucalipto, água e T. molitor, T3- algodão, água e T. molitor e T4- água e T. molitor. Duas pré-pupas de T. molitor foram oferecidas a cada dois dias. Ninfas de quinto estádio e adultos recém-emergidos de S. cincticeps foram pesados e o comprimento e a largura de machos e fêmeas desse predador foram medidos. A duração dos terceiro, quarto e quinto estádios de S. cincticeps foi menor nos tratamentos com planta e T. molitor que aquele com água e presa. A adição de plantas aumentou a sobrevivência dos estádios desse predador, exceto para os do segundo e quinto. Ninfas de segundo estádio que não receberam material vegetal originaram ninfas de quinto e fêmeas e machos mais leves. A largura e comprimento de fêmeas de S. cincticeps foram maiores nos tratamentos com planta. O predador S. cincticeps deve receber plantas em laboratório para ser produzido em programas de controle biológico. (CNPq, CAPES)       

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DINÂMICA POPULACIONAL DA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA NA CRIAÇÃO DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus) EM DIFERENTES MANEJOS ALIMENTARES

Raquel Gontijo de Loreto (Bolsista PIBIC/CNPq); Walter Yoshizo Okano (orientador) e Ana Lúcia Salaro (Co-orientador) Em criações semi-intensivas de peixe torna-se cada vez mais importante o estudo da comunidade zooplanctônica por serem esses organismos os responsáveis pelo elo entre a comunidade produtora e os demais níveis tróficos. Os manejos dessas criações baseiam-se na eutrofização artificial dos tanques que podem alterar a dinâmica das populações zooplanctônicas. Esse trabalho tem como objetivo avaliar as mudanças na estrutura da comunidade zooplanctônica decorrente de diferentes manejos alimentares para peixes. Exemplares de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), foram cultivados em tanques de alvenaria, na Piscicultura da UFV no período de 24/11/05 a 02/03/06. Os tanques tiveram cinco tipos de tratamentos: adubo orgânico (T1), adubo químico (T2), adubo orgânico e ração comercial (T3), adubo químico e ração comercial (T4) e ração comercial (T5). Foram realizadas quatro coletas, feitas em arrasto vertical, utilizando-se uma rede de plâncton 68 micra de abertura de malha. Cada uma das amostras coletadas foi fixada com formol a 10% para posterior análise da estrutura e densidade das populações presentes na comunidade zooplanctônica. Foi observado um aumento na densidade zooplanctônica em todos os tratamentos no decorrer do experimento, porém, em proporções significativamente diferentes. Os tratamentos com ração, que apresentaram maior ganho de peso do peixe, são os mesmo onde a ocorrência de formas maiores é expressiva. Nos demais tratamentos, os organismos de pequeno porte representam quase a totalidade da comunidade. Conclui-se que todos os manejos alimentares para peixe testados alteram a densidade e composição da comunidade zooplanctônica embora de maneiras distintas.

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DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA DAS INTENSIDADES DE ATAQUE DE Triozoida limbata (HEMIPTERA: PSYLIDAE) A GOIABEIRA

Darley Cabral Coutinho ( Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Márcio Dionízio Moreira (Bolsista CNPq); Marcelo Coutinho Picanço (Orientador); Júlio Cláudio Martins (Bolsista CNPq); Nilson Rodrigues da Silva (Estudante IC); Renan Batista Queiroz (Bolsista PIBIC/CNPq).

O psilídeo Triozoida limbata (Hemiptera: Psylidae) é praga-chave da cultura da goiaba no Brasil. Suas ninfas sugam seiva e injetam toxinas fazendo que haja retorcimento e necrose das folhas. Os sistemas de tomada de decisão de controle de pragas são compostos de um plano de amostragem e de índices de tomada de decisão. Para determinação de planos de amostragem é necessário se conhecer a distribuição de freqüência das intensidades de ataque da praga à cultura. Este estudo é de fundamental importância, pois permite a determinação de qual metodologia será utilizada na determinação do número de amostras a compor o plano de amostragem. Apesar da importância do psilídeo T. limbata não se conhece até o momento a distribuição de freqüência das intensidades de ataque à cultura da goiabeira. Assim, visando suprir esta lacuna o objetivo deste trabalho foi o de determinar a de distribuição de freqüência das intensidades de ataque de T. limbata a goiabeira. Foram avaliadas as densidades de ataque de T. limbata a 12 pomares comerciais de goiabeira nos municípios de Paula Cândido e Cajuri, MG. As características avaliadas foram às percentagens de folhas e ramos atacados pelo inseto. Os dados experimentais foram submetidos a análises para verificação se estes obedeciam às distribuições de freqüência da binomial negativa, binomial positiva ou Poisson pelo teste de qui-quadrado (2). Tanto os dados de percentagens de folhas atacadas como as percentagens de ramos atacados não se ajustam às distribuições binomial negativa, binomial positiva ou Poisson. Portanto, a metodologia a ser utilizada para determinação do plano de amostragem de T. limbata na cultura da goiabeira não deverá usar as distribuições de freqüência binomial negativa, binomial positiva ou Poisson (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, FAPEMIG, CNPq e CAPES).

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EFEITO DA ALIMENTAÇÃO E DA DISPONIBILIDADE DA PRESA ALTERNATIVA Anticarsia gemmatalis (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) NAS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DE DESCENDENTES DE Podisus nigrispinus (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE)   

Astolfo Gomes Guimarães Júnior, (PROBIC/FAPEMIG); José Salazar Zanuncio Junior, (Pós-graduando DS), José Cola Zanuncio (Docente colaborador); José Milton Milagres Pereira, (Orientador)

 Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) é um predador de pragas agrícolas e florestais e, por isto, sua produção massal tem sido feita com presas alternativas. Foi avaliado o efeito da dieta ninfal e da disponibilidade da presa A. gemmatalis nas características biológicas desse predador. Fêmeas de P. nigrispinus foram criadas em laboratório com pupas de Tenebrio molitor L. (Coleoptera: Tenebrionidae) ou com lagartas de terceiro e quarto estádios de Anticarsia gemmatalis (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae). Os parâmetros reprodutivos de descendentes de P. nigrispinus alimentado com a lagarta da soja foram avaliados em casa de vegetação. Cada fêmea de P. nigrispinus foi acondicionada em sacos de organza envolvendo uma planta de soja com uma, três, cinco ou sete lagartas de A. gemmatalis de terceiro ou quarto estádios, diariamente. O condicionamento alimentar não afetou os parâmetros reprodutivos de P. nigrispinus. Além disso, a lagarta da soja mostrou ser uma presa adequada para esse predador, alcançando pico de 570 ovos por fêmea de P. nigrispinus recebendo quatro lagartas de A. gemmatalis diariamente. Isto indica que esse predador necessita de, pelo menos, quatro lagartas diariamente para manter sua capacidade reprodutiva. Por outro lado, P. nigrispinus apresentou maior longevidade com uma lagarta diária de A. gemmatalis. Isto mostra que esse predador pode se manter por longos períodos com baixa disponibilidade de presas e aumentar sua capacidade reprodutiva com maior disponibilidade. (FAPEMIG; CAPES; CNPq)

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EFEITO DA APLICAÇÃO DE ENDOSULFAN E GLYPHOSATE SOBRE A RIQUEZA E DIVERSIDADE DE ARTRÓPODES DO SOLO NA CULTURA DA SOJA   Jorgiane da Silva Benevenute (Estudante IC), Jardel Lopes Pereira (Pós-graduando DS), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Emerson Cristi de Barros (Pós-graduando DS), Hudson Vaner Ventura Tomé (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Renan Batista Queiroz (Bolsista PIBIC/CNPq).

 Relatos da mistura de inseticidas e herbicidas e seus possíveis efeitos sobre a riqueza e diversidade das populações de artrópodes do solo são escassos. Desta forma objetivou-se avaliar o impacto do herbicida (glyphosate), do inseticida (endosulfan) e da mistura de ambos sobre a riqueza e diversidade de artrópodes do solo na cultura da soja. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com cinco repetições. Os tratamentos foram o herbicida glyphosate, o inseticida endosulfan, a mistura destes dois produtos e a testemunha onde se aplicou água. O número de espécies foram avaliadas aos 2, 7, 14, 20, 34 e 48 dias após a aplicação dos tratamentos. A riqueza foi representada pelo número total de espécies e de artrópodes detritívoros, fitófagos, predadores e parasitóides observados em cada tratamento. A riqueza de artrópodes foi estimada pelo índice de diversidade de Margalef. A equitabilidade entre grupos foi determinada pelo índice de equitabilidade de Shannon. As espécies detritívoras e predadoras apresentaram redução na riqueza onde se aplicou o endosulfan de forma isolada ou em mistura com glyphosate. Os artrópodes fitófagos não sofreram alterações na sua riqueza devido a aplicação dos tratamentos. Para o Índicie de Margalef os valores obtidos para os detritívoros variaram de 17,98 na testemunha a 12,91 na mistura de glyphosate com endosulfan. Nos fitófagos variou de 2.85 para testemunha a 1,95 para a mistura de glyphosate com endosulfan. Nos predadores variou de 17,66 na testemunha a 13,22 no tratamento endosulfan. Para a equitabilidade de Shannon os valores obtidos para os detritívoros variaram de 0.89 no tratamento glyphosate a 0,87 no glyphosate em mistura com endosulfan. Nos fitófagos variou de 0,99 para a testemunha a 0,97 para a mistura de glyphosate mais endosulfan. Nos predadores variou de 0,83 para a testemunha a 0,75 no tratamento glyphosate em mistura com endosulfan.(FAPEMIG, CAPES e CNPq).

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EFEITO DE EXTRATOS VEGETAIS POLARES SOBRE Leucoptera coffeella 

Tarcísio Visintin da Silva Galdino (Bolsista PNP&D/CAFÉ); Márcio Dionízio (Docente Colaborador); Marcelo Coutinho Picanço (Orientador); Jander Fagundes Rosado (Pós-graduano MS); Renan Batista Queiroz (Bolsista PBIC/CNPq), Hudson Vaner Ventura Tomé (Bolsista PROBIC/FAPEMIG)

O bicho mineiro do cafeeiro, Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville) (Lepidoptera: Lyonetiidae), é a principal praga de café Coffea arabica no Brasil. Esse inseto confecciona minas nas folhas, levando a senescência dessas, provocando prejuízos na produção e comprometendo a longevidade do cafeeiro. A utilização de produtos naturais no controle de pragas apresenta vantagens como baixa persistência no ambiente, controle rápido e baixa toxicidade ao homem e inimigos naturais. O objetivo deste trabalho foi testar o efeito de extratos polares sobre o bicho mineiro do café. As plantas selecionadas para estudo foram Maspa Clavija weberbaueri Mez. (Theophrastaceae), Azeitona brava Eugenia sp. (Myrtaceae), Bawa curu upirau Piper augustum Rudge (Piperaceae), Mentrasto Ageratum conyzoides L. (Asteraceae), Pata de vaca Bauhinia variegate L. (Caesalpinioideae) e Espatódea Spathodea campanulata P. Beauv. (Bignoniaceae). Foram utilizados insetos de segundo instar obtidos através de coletas de folhas em lavouras atacadas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições. Cada parcela experimental constituiu-se de um tubo de vidro (raio = 1,1 cm por 8,2 cm de comprimento). A concentração utilizada foi de 4,45 mg/cm2 dos extratos. Foi adicionado 10 insetos/tubo. Após quatro horas avaliou-se o número de indivíduos vivos e mortos. Os tratamentos foram compostos pelos extratos e pela testemunha. A testemunha foi tratada com 0,5mL do solvente. As mortalidades dos extratos foram 100%; 100%; 96,67%; 93,33%; 93,33% e  93,33% para C. weberbaueri, A. conyzoides, S. campanulata, P. augustum, Eugenia sp, B. variegate respectivamente, não diferindo entre si. Todos os extratos diferiram da testemunha. Portanto, todas as essas espécies vegetais testadas tem um potencial de uso no controle de Leucoptera coffeella. Dentre elas a mais promissora é Ageratum conyzoides, não só pela mortalidade elevada que causa, mas por ser uma planta espontânea presentes nas lavouras de café e sua baixa toxidade a mamíferos.(FAPEMIG, CNPq, CAPES, PNP&D/CAFÉ)

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EFEITO DO FOTOPERÍODO NA CRIAÇÃO INTENSIVA DE RÃ-TOURO (Lithobathes catesbeiana) NO SISTEMA ANFIGRANJA. 

Douglas Fagner Oliveira Paiva (estudante de graduação da UFV), Allan Reis Troni (estudante de graduação da UFV), Bruno Alves de Mello (estudante de graduação da UFV), Fernando Barros Nascimento (estudante de graduação da UFV), Marcelo Maia Pereira (estudante de Pós Graduação da UFV), Oswaldo Pinto Ribeiro Filho (Orientador). Luiz Carlos dos Santos (Professor associado/ DBA). 

Poucas pesquisas têm sido feitas para analisarem a influencia dos fatores ambientais sobre o desenvolvimento do animal a partir da fase de imago. A realização deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes fotoperíodos na fase de imago até a fase de abate comercial dos animais. O experimento foi realizado no ranário experimental da Universidade Federal de Viçosa, no período de oito de junho á oito de setembro de 2005. Foram utilizados 495 animais na fase de imago pesando em média de 24,107g distribuídos igualmente em baias climatizadas de 1,2m2 que simulam o sistema anfigranja. Os tratamentos foram três diferentes períodos de luz sendo T1=16L/8D, T2=12L/12D e 8L/16D com três repetições, foram realizados abates aos 30, 60, 90 dias. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, para as análises estatísticas foi feito o teste de tukey a nível 5%. A ração utilizada continha de 40% de proteína bruta e o arraçoamento foi feito duas vezes ao dia, o fotoperíodo foi controlado por timer ajustado de acordo com o tratamento e a lâmpada é do tipo incandescente de 60Watts. A temperatura máxima média foi de 30°C e a temperatura mínima média foi de 23°C. Os resultados encontrados de peso (gramas), carcaça (gramas) e comprimento (centímetros) por tratamento foram respectivamente, aos 30 dias: T1= (76,616;35,103;9,339), T2= (70,747;37,734;9,217), T3= (63,521;33,615;8,452); aos 60 dias: T1= (106,924;52,269;10,145), T2= (105,657;50,950;10,415), T3= (111,181;53,761;10,605); aos 90 dias: T1= (192,932;107,734;15,948), T2= (201,742;120,229;12,296), T3= (180,840;104,192;12,787). Apesar da diferença entre os resultados, este não diferiu quando analisados pelo teste de tukey a 5% de probabilidade, mas é recomendável a utilização do de 12 horas de luz e 12 horas de escuro.    

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EFEITO DOS INIMIGOS NATURAIS E CLIMA NO ATAQUE DE Bemisia tabaci, Diabrotica speciosa, Empoasca sp Frankiliniella schultzei e Nasonovia ribisnigri AO ALFACE   Verônica Aparecida Faustino (Estudante IC), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Nilson Rodrigues Silva (Estudante IC), Darley Cabral Coutinho (Bolsista –PROBIC/FAPEMIG),Gerson Adriano Silva (Pós-graduando MS), Júlio Cláudio Martins (Pós-graduando MS).

 Entre as principais pragas que atacam a alface no Brasil estão Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae), Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae), Empoasca sp. (Hemiptera: Cicadelidae), Frankiliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae) e Nasonovia ribisnigri (Hemiptera: Aphididae). B. tabaci, Empoasca sp., F. schultzei e N. ribisnigri são sugadores e D. sepeciosa causa desfolha às plantas. Para o desenvolvimento de programas de manejo integrado de pragas é necessária a manipulação dos fatores que influenciam o ataque de pragas. Entre estes fatores estão os elementos climáticos e os inimigos naturais. Assim, este trabalho teve por objetivo estudar influência de elementos climáticos, predadores e parasitóides de insetos-praga de alface. Este experimento foi implantado em Viçosa, MG em 12/08/2006 e avaliaram-se as densidades de insetos-praga, predadores e parasitóides. Observaram-se os predadores Toxomerus sp. (Diptera: Syrphidae), os Diptera Cecidomyiidae Condylostylus sp. (Dolychopodidae), aranhas, Hemiptera: Miridae, Eriopsis connexa e Cycloneda sanguinea (Coleoptera: Coccinellidae) e os himenópteros parasitóides Aphelinus sp. (Aphelinidae)e Opius sp. (Braconidae). Em períodos de temperaturas mais elevadas foi menor o ataque de Empoasca sp. Maiores densidades de F. schultzei ocorreram em períodos de maior precipitação pluviometrica e de ventos menos intensos. Os ataques de B. tabaci, D. speciosa e e N. ribisnigri foram pouco influenciados pelos elementos climáticos. A variação dos elementos climáticos explicou 73% da flutuação populacional dos inimigos naturais. Os predadores Condylostylus sp. e E. connexa foram os inimigos naturais mais influenciados pelos elementos climáticos. As chuvas afetam negativamente a densidade de Condylostylus sp. e E. connexa. Assim, conclui-se que em períodos chuvosos é maior o ataque de F. schultzei e menores as densidades dos predadores Condylostylus sp. e E. connexa. Já na época quente é maior o ataque de Empoasca sp. ao alface. (CAPES, CNPq e FAPEMIG). 

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EFEITOS DE DIFERENTES DENSIDADES DO ÁCARO RAJADO Tetranychus urticae (ACARI: TETRANYCHIDAE) EM PLANTAS DE MORANGO, SOBRE A ATRAÇÃO DO ÁCARO PREDADOR Phytoseiulus macropilis (ACARI: PHYTOSEIDAE)

Elaine Ferrari de Brito (estagiária voluntária), Cleide Rosa Dias (bolsista PROBIC/FAPEMIG), Daniela Duarte Monteiro Rezende (Bolsista PIBIC/CNPq), Elisa Faria de Oliveira (Bolsista PIBIC/CNPq), Eduardo Goes Cordeiro (estagiário voluntário), Hamilton Gomes de Oliveira (Pos-Doc FAPEMIG), Marcos Antonio Matiello Fadini (pesquisador EPAMIG), Angelo Pallini (orientador).

Plantas ao serem atacadas por insetos fitófagos produzem substâncias secundárias que são atrativas aos inimigos naturais. Trabalhos realizados anteriormente sugerem que a produção desses compostos pelas plantas é dependente de diversos fatores bióticos e abióticos. Nesse trabalho foi avaliada a atratividade do ácaro predador P. macropilis em plantas de morangueiro infestadas por diferentes densidades do ácaro fitófago Tetranychus urticae. Plantas de morangueiro com aproximadamente quatro meses foram infestadas por fêmeas do ácaro-rajado nas densidades de 20, 40, 100 ácaros/ planta. Como controle foi utilizada a densidade de 1400 ácaros/planta, densidade essa já antecipadamente reconhecida como atrativa ao ácaro predador. As plantas permaneceram infestadas por três dias isoladas em gaiolas no interior de casa de vegetação. Após esse período, as plantas foram submetidas a testes usando um olfatômetro em “Y”. Cada braço do olfatômetro foi conectado a um container contendo as fontes de odores. Este sistema foi conectado a uma bomba de vácuo que aspira os odores emitidos pelo organismo testado. Neste experimento, foram colocadas as seguintes fontes de odores no olfatômetro: voláteis de plantas atacadas e voláteis de plantas limpas. Os resultados foram submetidos ao teste de distribuição binomial (P<0,05) e revelaram que o predador P. macropilis foi atraído apenas pela infestação controle, isso é, por plantas infestadas com 1400 ácaros. Esse trabalho demonstra que plantas de morangueiro infestadas por densidades de até 100 fêmeas de T. urticae por planta não são atrativas ao ácaro predador. Possivelmente os danos causados por menores densidades de ácaros fitófagos não induzem plantas de morangueiro a produzir compostos de defesa, cujo custo metabólico seria maior para as plantas que as perdas para as mesmas devido à presença desses fitófagos. Outra hipótese seria que plantas infestadas por baixas densidades de fitófagos produzem compostos, porém, a baixas concentrações, o que não perceptíveis ao ácaro predador. (CNPq)

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EFEITOS LETAIS E SUBLETAIS DA CALDA SULFOCÁLCICA SOBRE O ÁCARO FITÓFAGO Oligonychus ilicis E O SEU PREDADOR Iphiseiodes  zuluagai

Rafael Macedo de Oliveira (Estagiário voluntário); Rita Cristina Pereira de Freitas (Bolsista PIBIC/CNPq);Vanessa Soares Miranda (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Ana Paula Servulo de Andrade (Bolsista IC/projeto); Alberto Soto Giraldo (Bolsista outra Instituição); Angelo Pallini  (Orientador)

O ácaro-vermelho Oligonychus ilicis (Acari: Tetranychidae) é praga importante na cultura do cafeeiro. Associado as populações desse fitófago, é encontrado o ácaro predador Iphiseiodes zuluagai (Acari: Phytoseiidae). Devido a essa associação, torna-se importante o desenvolvimento de técnicas de controle do ácaro praga e que não sejam agressivas ao ácaro predador I. zuluagai. Desse modo, nesse trabalho avaliou os efeitos letais e subletais da calda sulfocálcica sobre o ácaro fitófago O. ilicis e seu predador I.  zuluagai. O experimento foi realizado em campo sobre plantas de café em idade de produção comercial. Inicialmente realizou-se uma amostragem para identificar a população de ácaros predadores e fitófagos na área teste. Após 48 horas, a calda sulfocálcica foi aplicada nas concentrações de 0,5 1,0 e 1,5%. O controle constituiu-se da aplicação de água. Foram feitas cinco repetições por tratamento. Após a aplicação foram realizadas duas avaliações. A primeira ocorreu após 48 horas da aplicação e coletou-se 15 folhas ao acaso. As mesmas foram levadas para laboratório onde se avaliou o efeito letal da calda sulfocálcica sobre o ácaro-vermelho e o predador I. zuluagai. Após oito dias da aplicação foi feita a segunda avaliação seguindo os mesmos critérios anteriores. Nessa, foram avaliados os efeitos subletais da calda sulfocálcica sobre os ácaros fitófagos e predadores. Os resultados obtidos mostraram que o ácaro predador I. zuluagai foi 3,25 vezes mais resistente a calda sulfocálcica do que o ácaro-vermelho quando se avaliou o efeito letal. Em relação aos efeitos subletais o crescimento populacional do ácaro predador decresceu com o aumento das doses e apresentou valores negativos após 0,75% e para os fitófagos o crescimento populacional tornou-se negativo para doses de 0,3%. Esses resultados indicam que a aplicação da calda sulfocálcica pode controlar a população do ácaro praga no café afetando muito pouco a população de seu predador. (CNPq)

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EFEITOS LETAIS E SUBLETAIS DE FORMULAÇÕES COMERCIAIS A BASE DE NIM SOBRE O ÁCARO RAJADO - Tetranycus urticae EM MORANGO   

 Vanessa Soares Miranda (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Madelaine Venzon (Orientadora/EPAMIG), Ana Paula Servulo de Andrade (Bolsista IC), Rafael Macedo de Oliveira (Estagiário voluntário), Jaqueline Costa de Castro (Estagiária voluntária), Angelo Pallini (Colaborador), Hamilton Gomes de Oliveira (Bolsista FAPEMIG), Alberto Soto Giraldo (Bolsista PEC/PG CAPES-Colômbia)

O ácaro rajado Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) é a principal praga que ataca cultivos de morangueiro. A aplicação de pesticidas sintéticos para controlar essa praga vem causando resultados indesejáveis como contaminação das águas e dos homens que realizam o cultivo e que consomem o produto. A aplicação de produtos alternativos no controle do ácaro rajado é uma alternativa que vem sendo estudada. Nesse trabalho foi avaliada a aplicabilidade de utilização de produtos comerciais à base de nim, NeemAzal e Organic Neem. Os experimentos foram montados em laboratório sob condições controladas (25 ± 2ºC, UR= 65 ± 10% e fotoperíodo de 13h). Arenas confeccionadas com disco de folhas de morangueiro (Ø=3,5 cm) foram pulverizadas no interior da torre de potter. Essas arenas foram colocadas para secar ao ar por uma hora e após esse período, oito fêmeas de T. urticae foram colocadas em cada arena. Foram avaliados os efeitos de concentrações crescentes dos dois produtos a fim de se obter a curva de mortalidade e a curva dos efeitos subletais sobre o ácaro fitófago. Os efeitos subletais foram avaliados pela taxa de crescimento populacional (ri). As doses necessárias para controlar 50% das populações de T. urticae, Cl50, obtidas pela análise de Probit foram iguais a 0,85 e 1,6%, para NeemAzal e Organic Neem, respectivamente. Houve paralisação do crescimento populacional, isso é, o ri foi igual a zero nas doses de 1,3 e 2,1%, para NeemAzal e Organic Neem, respectivamente. Os resultados dessa pesquisa demonstraram que os produtos a base de nim tem potencial para controlar populações de T. urticae. (FAPEMIG).

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EFEITOS LETAIS E SUBLETAIS DE PRODUTOS ALTERNATIVOS NO CONTROLE DO ÁCARO VERMELHO Tetranycus evansi EM TOMATE 

Ana Paula Servulo de Andrade (Bolsista IC), Madelaine Venzon (orientadora/EPAMIG), Vanessa Soares Miranda (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Rafael Macedo de Oliveira (Estagiário voluntário), Rita Cristina Pereira de Freitas (Bolsista PIBIC/CNPq), Angelo Pallini (colaborador), Hamilton Gomes de Oliveira (Bolsista FAPEMIG), Alberto Soto Giraldo (Bolsista PEC/PG CAPES- Colômbia)

O ácaro vermelho Tetranychus evansi (Acari: Tetranychidae), atualmente disseminado por todo o território nacional, vem sendo considerado uma importante praga na cultura do tomate.  Essa espécie possue rápido crescimento populacional e produz grande quantidade de teia, o que dificulta  assim a ação de inimigos naturais. Desse modo, torna-se importante a busca por métodos eficientes de controle de populações de T. evansi. Nesse trabalho, foram avaliados os efeitos letais e subletais da calda sulfocálcica, e de extratos de semente de nim (NeemAzal e Organic Neem) sobre T. evansi. Os experimentos foram conduzidos em laboratório sob condições controladas (25 ± 2 ºC, UR = 65 ± 10% e fotoperíodo de 13 h). Avaliou se o efeito das concentrações crescentes dos produtos, a fim de se obter a curva de mortalidade e a curva dos efeitos subletais sobre o ácaro fitófago. Arenas confeccionadas com discos de folhas de tomate (Ø=3,5 cm) foram pulverizadas em torre de Potter e secas ao ar por uma hora. Posteriormente, cada arena recebeu oito fêmeas adultas de T. evansi. Os efeitos subletais foram avaliados pela taxa de crescimento populacional (ri). As doses capazes de controlar 50% das populações de T. evansi, Cl50, obitidas pela análise de Probit foram iguais a 0,75, 0,55 e 0,35%, para a calda sulfocálcica, NeemAzal e Organic Neem, respectivamente. Os efeitos subletais dos produtos foram obtidos nas menores doses, observando a paralisação do crescimento populacional (ri = 0) nas doses de 1,4, 0,72 e 0,80%, para a calda sulfocálcica, Organic Neem e o NeemAzal, respectivamente. Os resultados demonstraram que esses produtos alternativos, apresentam potencial para controlar populações de T. evansi . 

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EMPREGO DE ARMADILHAS ISCADAS COM ÁLCOOIS NA GERAÇÃO DE NÍVEL DE AÇÃO PARA A BROCA-DO-CAFÉ, Hypothenemus hampei (COLEOPTERA: SCOLYTIDAE)   Christiane de Fátima Martins França (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Andreza Kerr Fantine (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Christiam Felipe Silva Maciel (Bolsista PIBIC/CNPq), Evaldo Ferreira Vilela (Orientador), Adriano Elias Pereira (MS- UFV)   A tomada de decisão para controle populacional da broca café Hypothenemus hampei é baseada na percentagem de frutos broqueados, caídos ao solo, na época de trânsito dos adultos. A amostragem dos frutos do cafeeiro para estimar a infestação da broca-do-café na lavoura é onerosa devido a necessidade de mão-de-obra e pelo tempo gasto na contagem dos frutos, dando ao cafeicultor pouco tempo para a tomada de decisão de controle, o que se constitui em um problema tanto para pequenos como para grandes produtores. Assim, visando contribuir para a geração de novos níveis de ação para H. hampei foram conduzidos ensaios em quatro cafezais comerciais da região de Viçosa, MG, usando-se armadilha confeccionada com garrafa PET de dois litros, contendo uma mistura de etanol e metanol na proporção de 1:3 mais benzaldeído à 1% do volume, com taxa de liberação de 98mg/dia. O conteúdo das armadilhas eram coletados inicialmente a cada 15 dias e depois mensalmente, e este era trazido para o laboratório onde contava-se o número de adultos de H. hampei presentes. Avaliava-se também nestas datas a percentagem de frutos broqueados em cada lavoura, que recebeu a instalação de 20 armadilhas/ha. Verificou-se que é pequena a captura de H. hampei nas armadilhas contendo álcoois nas épocas em que os frutos do cafeeiro já estão desenvolvidos. Entretanto, é grande a captura de H. hampei nestas armadilhas na época de trânsito dos seus adultos. Verificou-se também uma correlação significativa entre a intensidade de ataque de H. hampei aos frutos, e a densidade de adultos deste inseto e do total de adultos de Scolytidae nas armadilhas contendo álcoois. Portanto, na época de trânsito o uso de armadilha contendo álcoois representa uma ferramenta promissora na geração de nível de ação a ser empregado em sistemas de tomada de decisão de controle deste inseto-praga (FAPEMIG) 

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL DE MINAS GERAIS

Juliana Soares Biruel (Estudante de Eng. Florestal); Lina Andrade Lobo de Rezende (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador)   O Estado de Minas Gerais é o líder no setor florestal brasileiro, sendo que a maioria dos plantios é feita com espécies do gênero Eucalyptus, destacando-se Eucalyptus grandis W. Hill ex Miden. A disponibilidade de alimento nos extensos plantios e a baixa biodiversidade possibilita o aumento populacional dos insetos, transformando muitos deles em pragas. As espécies nativas também sofrem ataques de várias espécies de insetos, principalmente quando são feitos plantios homogêneos.  Sabendo-se da dificuldade de estabelecimento dos plantios devido ao ataque de pragas, o objetivo deste trabalho foi conhecer os insetos daninhos às essências florestais usadas para produção de madeira no estado de Minas Gerais. Para tal, realizou-se um levantamento através de revisão bibliográfica e de contatos com pessoas em instituições do ramo florestal, das árvores nativas e exóticas utilizadas como produtoras de madeira no estado, identificando as mais importantes para essa finalidade e seus respectivos insetos daninhos. Por fim, localizou-se em Viçosa, algumas destas árvores consideradas como as mais importantes, onde foram feitas vistorias afim de encontrar insetos associados a elas ou a seus produtos. As espécies mais plantadas em Minas Gerais para fins madeireiros são Eucalyptus grandis, Anadenanthera sp., Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr., e Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze. Os principais grupos de insetos daninhos encontrados foram insetos sugadores, broqueadores de flores, frutos e sementes, formigas cortadeiras, besouros desfolhadores, lagartas desfolhadoras e insetos broqueadores de produtos da madeira. Os insetos que causam maiores danos nas espécies plantadas em Minas Gerais são as formigas cortadeiras, insetos broqueadores de flores, frutos e sementes e broqueadores de produtos da madeira.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL DE PERNAMBUCO 

Fernanda Cristina Caparelli Oliveira (Estudante de Eng. Florestal); Camila Brás Costa (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador)

  O Estado de Pernambuco é composto predominantemente pela Mata Atlântica (floresta úmida com árvores de grandes tamanhos) e pela Caatinga (floresta seca com árvores de pequenos tamanhos). O uso madeireiro das espécies vegetais desses biomas ocorre de forma intensiva e desorganizada. A fim de diminuir a pressão extrativa sobre as florestas naturais no estado, varias iniciativas já foram tomadas no sentido de ocupar áreas já degradadas com o plantio de espécies exóticas como as de eucalipto. Este trabalho teve como objetivo identificar as espécies de insetos daninhos relacionadas com as principais espécies florestais de comprovado valor madeireiro ocorrentes em Pernambuco. Para tanto, foram realizados contatos com profissionais da área florestal no estado e revisão da bibliografia especificamente relacionada ao assunto. As principais espécies de insetos que se relacionam com as espécies florestais encontradas foram Ischnaspis lomgirostris, Pseudaonidia trilobitiformis e Anastrepha mombinpraeoptans em Genipapeiro (Genipa americana); Aethalion reticulatum em Jatobá (Hymenaea courbaril); Stiphra robusta em eucaliptais (Eucalyptus spp.) e Hypsipyla grandella em Cedro (Cedrela odorata). Hypsipyla grandella é a espécie de inseto que parece ter a maior importância econômica entre as que atacam as espécies nativas devido a severidade de seus ataques que inviabilizam o uso potencial desta essência florestal. Já nas plantações de essências florestais exóticas, Stiphra robusta é a espécie de inseto apontada como a mais importante para o setor florestal no estado por trazer grandes prejuízos econômicos às plantações de eucaliptos.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL DE RONDÔNIA

Felipe Rodrigues Alcides (Estudante de Eng. Florestal); Humberto Guimarães Quiossa (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador). 

A maior parte do Estado de Rondônia está inserida nos biomas Cerrado e Floresta Amazônica e apresenta um grande potencial para a silvicultura. A extração de madeira é uma das principais atividades do Estado, mas a produção de madeira, assim como quaisquer outras produções, tem seus problemas. Um destes são os insetos daninhos que atacam tanto a plantação como os produtos florestais. Existe dificuldade de obtenção de informações sobre ataque de insetos em essências florestais nativas, sobretudo em florestas nativas, o que demonstra o imenso potencial para esta área, sobretudo quando se trata do Estado de Rondônia, que possui poucas pesquisas sobre o assunto. Este trabalho teve como objetivo levantar as principais espécies exploradas para fins madeireiros no Estado de Rondônia e os principais insetos que atacam estas espécies ou seus produtos. Para isto, foram realizadas pesquisas bibliográficas, consultas às empresas, a órgãos do Estado, a professores e, ainda, foram examinadas árvores em Viçosa, Minas Gerais. Como resultado, constatou-se que Cedrella fissilis e Swietenia macrophylla são espécies que se destacaram devido ao alto valor comercial de suas madeiras naquele estado. Como resultados, foram encontrados registros de ataque de seis espécies de insetos (Oncideres saga, Hypsipyla grandella, Oncideres dejeani, Silba pendula, Diploschema rotundicolle e Acrocinus longimanus) em cinco espécies florestais (Caryocar villosum, Cedrella fissilis, Erisma uncinatum, Swietenia macrophylla e Acacia mangium) sendo uma delas exótica (Acacia mangium). Duas destas espécies de insetos (O. saga e H. grandella) foram encontradas, também, em árvores destas essências florestais em Viçosa. Constatou-se, ainda, que é Cedrella fissilis a espécie florestal com maior quantidade de registro de insetos daninhos, provavelmente, devido ao alto valor econômico de sua madeira.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

André Vilela Torres (Estudante de Eng. Floretal); Francisco Augusto Granate Sá e Melo Marques (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador) 

O estado do Espírito Santo localiza-se na região litorânea do Sudeste brasileiro e representa cerca de 0,54% do território nacional. O clima predominante é o tropical úmido e a vegetação predominante é caracterizada pelos remanescentes florestais da Mata Atlântica que ocupa cerca de 30% das terras do estado. O setor florestal representa 5% do valor da produção total capixaba sendo o terceiro maior setor em superávit da balança comercial, destacando principalmente a indústria de celulose voltada para exportação. O objetivo do trabalho foi conhecer a realidade dos problemas entomológicos associados às principais essências florestais utilizadas para fins madeireiros no estado Para a elaboração deste estudo realizou-se uma revisão bibliográfica e consultas com profissionais da área e contato com empresas florestais. O resultado do trabalho indicou que as principais essências florestais cultivadas são o Eucalipto, Pinus, Seringueira, Cedro-australiano, Pau-brasil, Guanandi, Nim-indiano, Mogno-africano e Teça-da-india. Foi constatado que as espécies de maior importância florestal no estado são o eucalipto (Eucalyptus spp.), Pinus (Pinus spp.), Pau-Brasil (Caesalpinia echinata) e Guanandi (Calophyllum brasiliensis) e os insetos de maior relevância são da ordem Hymenoptera, representadas pelas formigas cortadeiras das espécies Atta spp. e Acromyrmex spp., os insetos broqueadores de madeira morta da ordem Isoptera como os cupins (Cryptotermes brevis) e as lagartas desfolhadoras da ordem Lepidoptera representadas pelas espécies Thyrinteina arnobia, Euselasia spp e Basilona cassicus.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL DO MARANHÃO

Ernani Lopes Possato (Estudante de Eng. Florestal); Tiago Monteiro Conde (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador) 

Os pólos madeireiros existentes no estado do Maranhão têm como principal matéria prima, na fabricação de produtos, a madeira de lei. Existe uma tendência crescente em substituir o uso destas por madeira proveniente de plantações florestais, motivado pela escassez de matéria prima em áreas nativas e por controles ambientais mais rígidos. Por outro lado o complexo siderúrgico Carajás está promovendo o desenvolvimento florestal na região oeste do estado com o plantio de essências exóticas para suprir a demanda de carvão. Este trabalho teve como objetivos identificar as espécies florestais nativas e exóticas de importância na produção de madeira no estado do Maranhão, assim como os insetos associados às essências no estado.  Foram consultados profissionais e pesquisadores relacionados com as espécies florestais nativas e exóticas de importância madeireira no estado e sobre os insetos relacionados a elas. Em Viçosa foram feitas vistorias em exemplares das espécies florestais, sendo identificado os insetos e os danos causados. Dentre as espécies florestais mais importantes na produção de madeira destacaram-se o Játoba-fava (Hymenaea courbaril), Sapucaia (Lecythis usitata) e Estopeira (Cariniana estrelensis) dentre as nativas; entre as espécies exóticas destacou-se o eucalipto (Eucalyptus grandis). Dentre os insetos daninhos associados destacaram-se, pelo dano econômico ocasionado, as espécies Thyrinteina arnobia (Lagarta desfolhadora), Oncideres sp.  (Inseto serrador), Atta sexdens sexdens (Formiga cortadeira) e Costalimaita ferruginea (Besouro desfolhador). Na fase de produção de mudas em viveiro e na implantação das culturas, as formigas cortadeiras ( Atta spp. e Acromyrmex spp.) são as principais responsáveis pelos danos.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL EM SANTA CATARINA

Ana Paula Coelho Duarte (Estudante de Eng. Florestal), Loane Vaz Fernandes (Estudante de Eng. Florestal), Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador)

No estado de Santa Catarina está 10% dos plantios florestais do Brasil, o que tem gerado 90.000 empregos diretos. Como não existe uma publicação específica sobre a Entomologia Florestal neste estado, procurou-se neste trabalho caracterizar as principais essências florestais utilizadas para fins madeireiros e seus respectivos insetos daninhos de lá. Para tal, fez um estudo sobre as espécies madeireiras, nativas e exóticas, e sobre as correspondentes espécies de insetos daninhos ocorrentes no estado, através de revisões em literatura e de entrevistas com profissionais atuantes no estado. Depois de selecionar as essências florestais mais importantes, fez um levantamento dos insetos que estavam ocorrendo em associação com árvores de tais essências florestais e que puderam ser encontradas em Viçosa, Minas Gerais. Dentre as espécies nativas ocorrentes em Santa Catarina destacaram-se Araucaria angustifolia e Mimosa scabrella, a primeira devido ao seu uso múltiplo e a segunda para fins energéticos. As espécies exóticas de maior importância são Acacia mangium, Pinus taeda, Pinus elliottii, Eucalyptus viminalis e Eucalyptus dunnii. Com relação aos insetos, constatou-se a ocorrência de “Broqueadores de Madeira Viva” como Sirex noctilio, Oncideres sp. e Elasmopalpus lignosellus, atacando respectivamente Pinus elliottii, Acacia mangium e Araucaria angustifolia; de “Formigas cortadeiras” como Acromyrmex sp. e Atta sp, atacando Pinus elliottii e Acacia mangium, Araucaria angustifolia e Pinus elliotti, respectivamente; de “Lagartas Desfolhadoras” como Dirphia araucariae e Dirphiopsis epiolina atacando Araucaria angustifolia  e Mimosa scabrella; de “Broqueadores de Frutificações” como Cydia sp. atacando Araucaria angustifolia e de “Insetos Sugadores” como Cinara sp., atacando diversas espécies de  Pinus. Entre estes insetos daninhos, a “Vespa-da-madeira” (S. noctilio) é a espécie de maior importância para o estado de Santa Catarina.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL MATO-GROSSENSE

Wagner Calixto de Castro Morais (Estudante de Eng. Florestal); Carlos Silva Dambroz (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador) 

O Estado do Mato Grosso (MT) possui 11,2 % da área de florestas naturais de produção enquanto que o Mato Grosso do Sul (MS) possui 4,2 %. No entanto, a produção de carvão de origem do extrativismo no Mato Grosso do Sul é a segunda maior do país, enquanto o Mato Grosso apresentou a segunda maior produção nacional de madeira em tora, em 2005. Apesar de toda esta importância, não existe um estudo sobre os insetos daninhos associados com as essências florestais que produzem a madeira necessária para obter tão grande  destaque no cenário florestal  brasileiro. Neste trabalho, procurou-se conhecer as espécies madeireiras mais importantes e as de insetos que as atacam naqueles estados. Para tal, foram desenvolvidos vários contatos com pessoas e instituições ligadas ao ramo nos dois estados, fez-se ampla revisão bibliográfica via internet e na literatura pertinente e, finalmente, examinaram-se, em Viçosa, Minas Gerais, árvores das principais essências florestais usadas para a produção madeireira naqueles estados. Entre as principais espécies florestais nativas encontradas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão a Paineira (Chorisia speciosa), Garapa (Apuleia leiocarpa) e o Cedro (Cedrella sp.). Eucaliptos de várias espécies são as exóticas mais cultivadas nestes estados. Relacionados a essas espécies madeireiras, pode-se considerar como insetos daninhos mais importantes, os besouros Entimus sp. e Bolax flavolineata em C. speciosa; a mariposa Plodia interpunctella e os besouros Amblycerus sp. em A. leiocarpa; a mariposa Hypsipyla grandella e o besouro Oncideres dejeani em Cedrella sp. Por fim, nas espécies de Eucalyptus, os besouros Cratosomus stellio e Platypus sulcatus e as formigas cortadeiras Atta spp. e Acromymex spp. foram considerados como sendo os insetos que mais causam danos a essas essências florestais madeireiras nos estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL DA BAHIA 

Lívia Cristina Cavalher Atz de Vilhena Moraes (Estudante de Eng. Florestal); Pâmela Cristina Zanutto (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Orientador) 

No Estado da Bahia, a maior parte da madeira utilizada provem de plantios de eucalipto e pinus, mas essências florestais nativas ainda são usadas para a produção de madeira, em especial, no extremo sul do estado. As madeiras são utilizadas principalmente para serraria, celulose e papel. A escassez de dados sobre a situação florestal no estado, bem como sobre os insetos daninhos às essências florestais utilizadas para madeira justificam esse trabalho, que tem como objetivo conhecer as principais espécies produtoras de madeira e seus insetos daninhos. Para tal, foram realizados contatos com empresas florestais e feitas revisões bibliográficas. Depois, foram escolhidas espécies de essências florestais nativas e exóticas mais importantes, as quais foram vistoriadas periodicamente em Viçosa-MG, a fim de registrar o ataque e caracterizar as injúrias causadas por insetos daninhos. Como resultado, pode-se afirmar que a espécie exótica mais cultivada no estado da Bahia é o Eucalipto (Eucalyptus spp.) e que as espécies florestais nativas mais importantes para a produção de madeira são o Jequitibá (Cariniana legalis), o Ipê (Tabebuia sp.), o Jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra), a Cotieira (Joannesia princeps) e a Farinha-seca (Peltophorum dubium). A espécie Dalbergia nigra é atacada pelos insetos sugadores Ceroplastes spp., Pericerya purchasi e pelo broqueador Stenodontes spinibarbis. Em eucalipto, foram relatados problemas com Oxydia vesulia, Costalimaita ferruginea, Oncideres spp., Acromyrmex rugosus, Atta laevigata e Atta opaciceps. Em Viçosa, foram vistoriadas mudas de Eucalyptus urophylla e árvores adultas de Tabebuia sp., Cariniana legalis e de Dalbergia nigra. No eucalipto, constataram-se injúrias causadas por pulgões e por besouros desfolhadores; nas árvores nativas constatou-se a presença de formigas cortadeiras, besouros desfolhadores e de cochonilhas. Pelo exame das informações, concluiu-se que formigas-cortadeiras é o grupo de insetos mais daninhos aos eucaliptos e a maior quantidade de relatos sobre ataques de insetos em essências florestais nativas ocorreu em Jacarandá-da-bahia. 

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL NA PARAÍBA 

Vanessa Pataro Maffia (Estudante de Eng. Florestal); Otavio Surian Gambá (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador) 

A porção semi-árida do Nordeste compreende cerca de 900.000 Km2 e a vegetação que a recobre é a Caatinga, constituída de arbustos e árvores que refletem as condições de clima alí existentes. A água é escassa devido às poucas chuvas e ao fatos dos solos serem muito rasos. Apesar da sua grande abrangência, é proporcionalmente a região menos estudada e menos protegida das composições florísticas brasileiras. Por se apresentar no semi-árido, as árvores não possuem um grande crescimento em altura e diâmetro ficando restrita a produção de lenha e carvão. Este trabalho objetivou estudar as principais espécies de essências florestais madeireiras nativas e exóticas encontradas na região e os insetos daninhos associados a elas. Para tal, foram realizadas contatos com professores e pesquisadores de várias instituições no estado, e revisão bibliográfica da literatura pertinente. Como resultado, constatou-se que as principais essências florestais utilizadas com a produção de madeira foram Prosopis juliflora (Algarobeira), Myracrodruon urundeuva (Aroeira-preta), Mimosa caesalpiniifolia (Sabiá), Schinopsis brasiliensis (Braúna), Aspidosperma pyrifolium (Pereiro), Spondias tuberculata (Umbuzeiro), Eucalyptus camaldulensis, Tabebuia serratifolia (Ipê-amarelo), Caesalpinia pyramidalis (Catingueira) e Mimosa acustistipula (Jurema-preta). Vários são os insetos daninhos encontrados injuriando as espécies estudadas e dentre eles podem ser destacados a Mosca-branca”  a Cochonilha, Besouro-serrador, Formigas-cortadeiras (Saúvas e quenquéns), e lagartas desfolhadoras. Os danos provocados por estes insetos, vão desde perdas econômicas até conseqüências ambientais como desflorestamento, simplificação do ecossistema, destruição de habitas, aumento dos riscos de incêndio, mudanças na composição da flora e depreciação no valor de imóveis rurais e residenciais.

 

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL NO AMAPÁ 

Marisângela Rodrigues Santos (Estudante de Eng. Florestal), Ricardo Roberto Silva (Estudante de Eng. Florestal), Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador)

O Estado do Amapá apresenta 99% de sua cobertura vegetal original preservada o que constitui uma complexa área com diversidade de habitats, abrigando as mais variadas espécies de fauna e flora, muitas até hoje ainda desconhecidas. A exploração madeireira no estado ocorre, principalmente, nas florestas de várzea e nas florestas de terra firme, constituindo-se numa importante fonte de renda para a população da região. Não foi encontrada nenhuma bibliografia que tratasse da Entomologia Florestal no Estado do Amapá. O objetivo do presente trabalho foi o de conhecer a realidade dos insetos daninhos associados às essências florestais nativas e exóticas utilizadas para produção de madeira neste estado. Para isto, foram realizados contatos com instituições de pesquisa, empresas privadas, profissionais do setor madeireiro e revisões bibliográficas com a finalidade de se descobrir quais eram as espécies nativas e exóticas mais importantes para a produção de madeira no estado do Amapá. Das espécies obtidas selecionaram-se três espécies nativas e mais uma exótica, cujas árvores puderam ser examinadas em Viçosa, estado de Minas Gerais. Como resultados, pode-se afirmar que onze espécies nativas, uma exótica e um híbrido foram relatadas como sendo as mais importantes, economicamente, produtoras de madeira no estado do Amapá. Os principais insetos daninhos associados a essas essências florestais no Amapá foram Hypsipyla ferrealis, Atta sexdens rubropilosa, Atta laevigata, Atta cephalotes, Acromyrmex coronatus e Spodoptera frugiperda. Já em árvores de Carapa sp., Tabebuia serratifolia, Hymenaea courbaril e Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis, examinadas em Viçosa, encontraram-se lagartas desfolhadoras, insetos sugadores, formigas cortadeiras, insetos daninhos em viveiros florestais, insetos broqueadores de madeira viva e insetos broqueadores de produtos da madeira. Concluiu-se que as formigas cortadeiras é o grupo de insetos daninhos, mais importante para a Entomologia Florestal do Amapá.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL NO ESTADO DO ACRE

Anastácia Rocha Campos Ridolfi (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador)

O estado do Acre situa-se a noroeste da região Norte estando inserido dentro dos limites da floresta equatorial amazônica, que por sua localização, expressa grande importância na extração madeireira de espécies nativas. Não existem publicações que expressam a realidade da Entomologia Florestal neste estado brasileiro. O presente trabalho tem como objetivo o de conhecer os insetos daninhos associados às principais essências florestais madeireiras do estado do Acre. Para tanto, foram realizadas revisões bibliográficas pertinentes, consultas a professores e a profissionais do ramo florestal e da área entomológica, visando caracterizar as espécies florestais madeireiras mais importantes comercialmente no estado, bem como as de insetos associados a elas. Em Viçosa-MG, foram examinadas exemplares de árvores das essências florestais selecionadas como as mais importantes no Acre, com o propósito específico de verificar se os insetos de lá também ocorrem neste município. Como resultado, pode-se selecionar as essências florestais nativas Swietenia macrophylla (mogno), Tabebuia serratifolia (ipê-amarelo) e Cedrela fissilis (cedro-rosa) como as mais importante produtoras de madeira no estado do Acre e a Acácia-mangium (Acacia mangium) a espécie exótica mais importante. Associadas a estas essências florestais foi encontrada a ocorrência de formigas cortadeiras do gênero Atta e a ocorrência da lagarta broqueadora de madeira viva, Hypsipyla grandella (broca-das-meliáceas). No levantamento das essências florestais em Viçosa, foram encontradas as espécies H. grandela, Atta sexdens rubropilosa (saúva-limão), Oncideres saga (besouro serrador) e Nasutitermes sp. (cupin-de-madeira-úmida) em ataque a tais essências florestais. Conclui-se que a broca-das-meliáceas deve ser o maior problema entomológico-florestal do Acre, atualmente.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL NO ESTADO DO AMAZONAS

Cleovane Pereira Martins (Estudante de Eng. Florestal); Robson Minateli (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador)  

As madeiras da Amazônia representam um potencial enorme para o suprimento de matéria-prima para quaisquer indústrias florestais. Diante disso, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA publicou diversos trabalhos sobre Entomologia Florestal, visando contribuir no controle das pragas no Estado. Assim, objetivou-se neste trabalho produzir um levantamento sobre as principais espécies nativas e exóticas usadas como produtoras de madeira no Estado do Amazonas, os insetos associados a essas árvores, bem como a seus produtos. Realizou-se a identificação dessas essências florestais por consulta a empresas, instituições e bibliografias. Foi feito uma revisão bibliográfica sobre os insetos relacionados às três principais essências florestais nativas e a uma exótica. Em Viçosa-MG, procurou-se locais onde existem exemplares dessas árvores, as quais foram vistoriadas periodicamente a fim de encontrar insetos associados a elas ou a seus produtos. Muitas foram as espécies nativas encontradas, utilizadas como produtoras de madeira no Estado, das quais as principais são Maquira cariocea, Ceiba pentandra, Dinizia excelsa, Copaifera multijuga, Manilkara huberi, Dipteryx adorata, Hymenaea courbaril, Protium sp., Erisma uncinatum, Goupia glaba, Endopleura uchi e Caryocar villosum. A espécie exótica encontrada foi Eucalyptus sp. O principal inseto que ataca Ceiba pentandra pertence ao grupo dos insetos broqueadores de madeira viva (Oncideres dejeani). Para a Manilkara huberi encontrou-se insetos broqueadores de madeira viva (Lecanium oleae e Rhaphiorhynchus pictus) e insetos broqueadores de flores, frutos e sementes de árvores (Lonchaea aenea, Anastrepha serpentina). Dipteryx adorata, é atacado por insetos broqueadores de flores, frutos e sementes das árvores (Pseudococcus sp. e Litostylus sp.). No eucalipto, verificou-se alguns insetos broqueadores de madeira viva (Oncideres dejeani) desfolhadores (Schistocerca paranensis), sugadores (Aethalion reticulatum, Lecanium oleae) e broqueador de flores, frutos e sementes de árvores (Pachycoris torridus). Inseto daninho em viveiro florestal (Membracis lunata). O principal problema está realcionado com as formigas cortadeiras (Atta laevigata).

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    ENTOMOLOGIA FLORESTAL NO PIAUÍ  Karine Fernandes Caiafa (Estudante de Eng. Florestal; Alexandre Simões Lorenzon (Estudante de Eng. Florestal); Norivaldo dos Anjos (Orientador)   O Estado do Piauí possui uma imensa diversidade de espécies florestais onde, além do eucalipto, existem vários outros gêneros que são largamente utilizados para produção de madeira. No setor florestal brasileiro, têm sido evidenciados vários problemas relacionados à interação negativa de alguns insetos com espécies arbóreas, desde o viveiro até a fase adulta, trazendo sérios danos principalmente nas plantações florestais. Neste estado não parece haver nenhum estudo caracterizando a situação dos insetos florestais em essências florestais madeireiras. O presente trabalho teve como objetivo listar as árvores nativas e exóticas usadas como produtoras de madeira no estado do Piauí, bem como os insetos associados as principais espécies nativas e exótica neste estado. Foram realizadas revisões em literaturas específicas (revistas e periódicos entomológicos), buscas em sites acadêmicos e contatos com empresas, instituições de pesquisa, ensino ou extensão do ramo florestal deste Estado. Em Viçosa, foram localizadas e vistoriadas as três principais árvores nativas e a principal exótica das 17 espécies constatadas no Piauí, sendo dessas 15 nativas e 2 exóticas. Foram encontrados três insetos associados à espécie exótica, mas nenhum inseto foi encontrado nas espécies nativas. A principal espécie exótica e as três principais espécies nativas são, respectivamente, Eucalyptus camaldulensis (eucalipto-vermelho), Hymenaea courbaril (jatobá), Tabebuia heptaphylla (ipê-roxo) e Cedrela fissilis (cedro-rosa). Em Viçosa, foram encontrados insetos daninhos associados às quatro principais espécies florestais. Os grupos são, respectivamente, de insetos sulgadores, broqueadores de frutos e sementes, formigas cortadeiras e insetos broqueadores de madeira viva. Conclui-se que não há, ainda, insetos associados ás essências florestais nativas, para o eucalipto, as principais pragas são as formigas cortadeiras, onde atacam as árvores em todas as fases do crescimento da planta.

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL NO RIO GRANDE DO NORTE 

Andréa Bittencourt Moreira (Estudante); João Vitor Mota de Andrade (Estudante); Norivaldo dos Anjos (Orientador) 

O desenvolvimento florestal madeireiro no Rio Grande do Norte, atualmente, é voltado para as culturas florestais em diversas escalas e para a implantação de sistemas agroflorestais. Sua silvicultura está em franca expansão com plantios de exóticas como Eucalyptus sp. e Prosopis juliflora. Entretanto, ainda existe extrativismo, sendo Schinus terebinthifolius, Anadenanthera macrocarpa, Amburana cearensis, Chlorophora tinctoria as principais nativas exploradas. Contudo, estudos entomológicos relacionados ao setor florestal do estado são ainda incipientes. O objetivo deste trabalho foi conhecer a realidade dos insetos daninhos associados às essências florestais destinadas ao setor madeireiro no Rio Grande do Norte. Para tal, foram feitos contatos com pesquisadores e profissionais do ramo florestal neste estado e foi realizada uma ampla revisão bibliográfica sobre o assunto. Adicionalmente, foram examinadas árvores das espécies madeireiras mais importantes e que puderam ser encontradas em Viçosa, Minas Gerias. Como resultado, constatou-se que os principais insetos daninhos às essências florestais no estado do Rio Grande do Norte foram Schistocerca pallens em Amburana cearensis; Oncideres dejeani em Schinus terebinthifolius, Prosopis juliflora, Anadenanthera macrocarpa e Chlorophora tinctoria; Oncideres saga em Schinus terebinthifolius e em Prosopis juliflora; Ceroplastes grandis em Schinus terebinthifolius; Clinodiplosis chlorophorae em Chlorophora tinctoria; Stiphra robusta em Prosopis juliflora, Eucalyptus sp. e Schinus terebinthifolius; Eburodacrys sexmaculata em Anadenanthera macrocarpa; Ascia monuste orseis em Prosopis juliflora e, finalmente, Mimosestes mimosae  em sementes de Prosopis juliflora. Entre todos os insetos, Schistocerca pallens (Gafanhoto-saltão) é o de maior importância para o Rio Grande do Norte porque é a espécie que tem causado os maiores prejuízos às árvores madeireiras naquele estado.

 

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ESTUDOS BIOLÓGICOS DO PARASITÓIDE Palmistichus elaeisis (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE) EM PUPAS DE Anticarsia gemmatalis (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE)

João Paulo Silva Araújo (Não Bolsista); Fabrício Fagundes Pereira (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador); Juliana Maria de Oliveira (PIBIC/CNPq); Alexandre Igor de Azevedo Pereira (CNPq); Gilberto Santos Andrade (CAPES) 

A família Eulophidae apresenta 283 gêneros e 3977 espécies em regiões tropicais e temperadas, como endoparasitóides ou ectoparasitóides; idiobiontes ou coinobiontes; solitários ou gregários; primários ou hiperparasitóides; especialistas ou generalistas e muitas dessas espécies tem sido estudadas e utilizadas com sucesso em programas de controle biológico. Palmistichus elaeisis Delvare & LaSalle, 1993 (Hymenoptera: Eulophidae) é um endoparasitóide que inviabiliza, principalmente pupas de lepidópteros. Este trabalho teve como objetivo estudar a reprodução de P. elaeisis em pupas de Anticarsia gemmatalis Hubner, 1818 (Lepidoptera: Noctuidae) visando utilizar esse hospedeiro para criação desse parasitóide. Pupas de A. gemmatalis, com 48 horas de idade e peso (mg) de 207,74 ± 7,88 foram expostas ao parasitismo durante 24 horas por fêmeas de P. elaeisis com 72 horas de idade, em vidros (2,2 cm de diâmetro x 14,0 cm de altura) em câmara climatizada a 25 ± 2ºC, umidade relativa de 70 ± 10% e fotofase de 12 horas, no Laboratório de Controle Biológico de Insetos da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais. A duração do ciclo (ovo-adulto) foi de 21,00 ± 0,00 dias, a porcentagem de parasitismo (descontando-se a mortalidade natural dos hospedeiros) de 100%, o número de indivíduos de P. elaeisis produzidos por pupa de A. gemmatalis de 135,00 ± 17,72, a razão sexual (rs= nº de fêmeas/nº de adultos, sendo o sexo determinado com base nas características morfológicas da antena e abdome) de 0,98 ± 0,002, o tamanho do corpo e da cápsula cefálica (mm) de fêmeas e machos de P. elaeisis foram de 1,97 ± 0,03; 0,52 ± 0,01 e 1,50 ± 0,02; 0,45 ± 0,01, respectivamente. A longevidade (dias) foi de 13,43 ± 0,54 para fêmeas e de 8,30 ± 0,58 para machos desse parasitóide. P. elaeisis demonstrou desenvolvimento satisfatório em pupas de A. gemmatalis. (CNPq, CAPES) 

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FATORES DE MORTALIDADE NATURAL DE Coccus viridis 

 Pablo da Costa Gontijo (Bolsista PIBIC/CNPq); Marcelo Coutinho Picanço (Orientador); Jander Fagundes Rosado (Pós-graduando MS);  Darley Cabral Coutinho (Bolsista IC); Rogério Machado Pereira (Estudante IC); Jorgiane da Silva Benevenute (Estudante IC).  

 A cochonilha verde Coccus viridis (Hemiptera: Coccidae), constitui uma importante praga do cafeeiro succionando seiva e  favorecendo o surgimento de fungo (fumagina) nas folhas das plantas  dificultando a fotossíntese. Dentro da filosofia do Manejo Integrado de Pragas, há a necessidade de se conhecer quais os fatores que exercem o controle da praga desta cultura. Sendo assim este trabalho tem por objetivo determinar a importância natural relativa dos fatores de mortalidade ecológicos de C. viridis usando tabela de vida. O trabalho foi realizado em Coffea arabica L  variedade Catuaí vermelho em fase de produção. Durante o período experimental, foi monitorado semanalmente a intensidade de ataque das espécies de cochonilhas, seus predadores e parasitóides. Avaliando-se a parte superior, inferior das folhas nos terços do dossel e ainda no ápice caulinar em 30 ramos das plantas no talhão. Na avaliação do parasitismo, em cada época do ano foi coletado 300 folhas contendo cochonilhas, nas quais avaliou-se a taxa de parasitismo. Para tanto, as cochonilhas foram criadas no Laboratório sob temperatura, umidade e fotoperíodo ambiente. Utilizou-se potes plásticos de 500 mL de capacidade, perfurados em suas tampas e telados com organza. No interior destes, as folhas coletadas foram acondicionadas e mantidas com o pecíolo imerso em água. Os parasitóides ao emergirem foram retirados, contados, separados por morfoespécie. Verificou-se que a maior mortalidade na fase adaxial foi devido à ação de fungo entomopatogênico (55,44%), seguido por predação (35,23%) e himenópteros parasitóides (9,33%). Já na face abaxial das folhas, a maior mortalidade foi pela ação de predadores (43,46%), fungo entomopatogênico (37,24%) e himenópteros parasitóides (16,33%). 

 

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FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Tuta absoluta NA CULTURA DO TOMATEIRO  Renan Batista Queiroz (Bolsista PIBIC/CNPq), Leandro Bacci (Orientador), Marcelo Coutinho Picanço (Docente Colaborador), Derly José Henriques da Silva (Docente Colaborador), Ézio Marques da Silva (Pós-graduando DS), Maria Elisa Sena (Pós-graduando MS).  A traça do tomateiro Tuta absoluta é a principal praga do tomate na América do Sul. As perdas ocasionadas por este inseto variam ao longo do ano. Assim, objetivou-se estudar os efeitos dos elementos climáticos na variação sazonal do ataque de T. absoluta. O estudo foi realizado nos anos de 2004 a 2005 em lavouras de tomate sem aplicações de inseticidas, em Viçosa, MG. Semanalmente, avaliaram-se as densidades de T. absoluta. Os dados sobre vento, precipitação pluviométrica e temperatura do ar foram coletados diariamente durante o período experimental. Foram realizadas análises de variância para o estudo do efeito dos elementos climáticos na flutuação de T. absoluta. Altas densidades de adultos foram observadas em épocas com crescente aumento da temperatura do ar, baixa precipitação pluviométrica e maiores velocidades do vento. Já as maiores densidades de ovos e minas foram registradas com o aumento da temperatura do ar e baixa precipitação pluviométrica. No ano de 2004, a percentagem de frutos broqueados ultrapassou o nível de dano econômico no período entre 4ª sem./ago. a 2ª sem./dez. No ano de 2005, altas percentagens de frutos broqueados foram observadas nas 3ª sem./jan. e jun., e nos períodos entre as 1ª sem./jul. a 4ª sem./ago., 2ª sem./set. a 4ª sem./nov. e 1ª a 2ª sem./dez. A baixa densidade populacional de T. absoluta no verão e no outono se deve aos efeitos diretos e indiretos dos elementos climáticos sobre esta praga. As populações de adultos de T. absoluta foram parcialmente reguladas pelos efeitos diretos e positivos da velocidade do vento e temperatura do ar e diretos e negativos da precipitação pluviométrica. A influência destes elementos climáticos sobre ovos foi indireta através dos efeitos sobre adultos. Da mesma forma, os elementos climáticos afetam as minas pelos efeitos indiretos nos adultos e ovos. (FAPEMIG, CAPES, CNPq). 

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FLUTUAÇÃO POPULACIONAL E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Selenaspidus articulatus (HOMOPTERA: DIASPIDIDAE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO  Gilberto de Souza Silva (Estagiário Voluntário); Otávio Raimundo Fonseca Azevedo (Colaborador); Reinildes Silva-Filho (Colaborador); Paulo Roberto Ramalho Silva (Colaborador); Paulo Cesar Rodrigues Cassino (Colaborador); Antonio José Vinha Zanuncio (Bolsista UFVCredi); José Cola Zanuncio (Orientador) Selenaspidus articulatus (Morgan, 1889) (Homoptera: Diaspididae) é considerada praga fundamental de citros na costa do Peru, e essa cochonilha infesta folhas e frutos e se adaptou bem às condições brasileiras, desde o seu primeiro registro no Estado do Pará. O presente trabalho teve por objetivo observar e monitorar  a flutuação populacional e a distribuição geográfica da cochonilha S. articulatus em plantas cítricas, em municípios do Estado do Rio de Janeiro. O período de desenvolvimento das atividades foi de outubro de 1998 a outubro de 2000 com viagens aos municípios de Rio Bonito, Araruama, Seropédica, Piraí, Silva Jardim, Saquarema, São Pedro d´Aldeia, Cabo Frio, Iguaba Grande, Maricá, Itaboraí, Bom Jesus de Itabapoana, Itaperuna, Tanguá, Natividade, Varre-Sái e Porciúncula, Rio de Janeiro. O monitoramento ocorreu, somente, nos municípios de Rio Bonito e Araruama, da região citrícola do Estado do Rio de Janeiro, enquanto nos demais a plantas cítricas foram, apenas, observadas. Esse monitoramento foi realizado em talhões de citros, nesses municípios, com 210 plantas da laranja (Citrus sinensis, Osbeck), cultivar natal (folha murcha), tangerina (Citrus reticulata, Blanco) cv. ponkan, limão (Citrus latifolia, Tanaka) cv. tahiti e laranja (Citrus sinensis, Osbeck) cultivar seleta. A cochonilha S. articulatus foi encontrada em plantas cítricas em 100% dos municípios. Os picos populacionais da cochonilha ocorreram, principalmente, em meses quentes e úmidos. Essa espécie apresenta ampla distribuição geográfica no Estado do Rio de Janeiro, mas com baixa densidade populacional, nunca superando 1,1 cochonilhas/folha e a cochonilha S. articulatus foi observada em plantas cítricas de todos os municípios visitados. (CNPq, CAPES)      

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IMPACTO DE INSETICIDAS BOTÂNICOS APOLARES SOBRE Lasiochilus sp.

 Jorgiane da Silva Benevenute (Estudante-IC), Márcio Dionizio Moreira (Pós-Doutor), Darley Cabral Coutinho (Bolsista-PROBIC/FAPEMIG), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Pablo da Costa Gontijo (Bolsista-PIBIC/CNPq), Júlio Cláudio Martins (Pós-graduando MS). 

 Os inseticidas botânicos constituem instrumento interessante no manejo de pragas por serem utilizados em cultivos orgânicos ou servirem de modelo para a síntese de novos inseticidas. Muitas destas moléculas são apolares. Nos estudos sobre estes inseticidas um dos assuntos relevantes é a toxicidade destes aos inimigos naturais. O percevejo Lasiochilus sp. (Hemiptera: Anthocoridae) constitui um predador importante de diversos insetos-praga. Assim este trabalho teve por objetivo o estudo do impacto de extratos vegetais apolares sobre Lasiochilus sp. Foram estudadas 11 plantas do bioma Amazônia: Banara guianensis, Banara nitida, Clavija weberbaueri, Copaifera sp., Eugenia sp., Mayna parvifolia,  Piper augustum, Piper sp., Ryania speciosa, Spilanthes oleracea e Siparuna sp., uma do bioma Cerrado: Curatela americana e quatro plantas de ocorrência geral: Ageratum conyzoides, Azadirachta indica (folhas e frutos), Bauhinia variegate e Spathodea campanulata. O material vegetal foi acondicionado em erlemeyers para extração com hexano (solvente apolar). Os bioensao foi em delineamento inteiramente casualizado com três repetições. Cada unidade experimental foi tratada com os extratos das plantas diluídos em acetona (10 mg/mL). A concentração dos extratos na superfície interna da unidade experimental foi de 0,075 mg/cm2. A testemunha foi tratada apenas com acetona. Após a evaporação do solvente cada unidade experimental recebeu 10 adultos do inseto. A mortalidade foi avaliada em 24 e 48hs após o tratamento. Na avaliação de 24hs os inseticidas botânicos mais tóxicos foram A. conyzoides (100% de mortalidade) seguido por sementes de A. indica e S. oleracea (17 e 10% de mortalidade). Na avaliação de 48hs os mais tóxicos foram A. conyzoides, B. nitida, A. indica (sementes) e S. oleracea com 100; 40; 37 e 23% de mortalidade respectivamente. As demais plantas não apresentaram efeito tóxico ao predador. Então se conclui que A. conyzoides ocasiona grande impacto sobre o predador Lasiochilus sp. (FAPEMIG, CAPES e CNPq)    

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IMPACTO DO CLIMA, PREDADORES E PARASITÓIDES SOBRE O ATAQUE DE Brevicoryne brassicae E Myzus persicae NO REPOLHO 

Martha Freire da Silva (Estudante IC), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Renan Batista Queiroz (Bolsista PIBIC/CNPq), Gerson Adriano Silva (Pós-graduando MS), Nilson Rodrigues Silva (Estudante-IC), Tarcísio Visitin da Silva Galdino (Bolsista PNP&D-Café).

 Os pulgões Brevicoryne brassicae e Myzus persicae (Hemiptera: Aphididae) são pragas-chave da cultura do repolho. Estes insetos podem danificar as plantas devido a sucção da seiva, injeção de toxinas e serem vetores de doenças viróticas. Nos programas de manejo integrado de pragas é de fundamental importância o estudo dos fatores que influenciam o ataque de pragas às culturas. Entre os fatores mais importantes que influenciam o ataque de insetos-praga às plantas estão os elementos climáticos e os inimigos naturais. Assim, este trabalho teve por objetivo estudar a influência dos elementos climáticos, predadores e parasitóides sobre o ataque de B. brassicae e M. persicae na cultura do repolho. Foram realizadas contagens diretas das densidades de B. brassicae e M. persicae, seus predadores e parasitóides em 20 plantas escolhidas aleatoriamente. Foram coletados, diariamente, dados de temperatura do ar, umidade relativa do ar, precipitação pluviométricaa e velocidade dos ventos. Observou-se correlação significativa entre as densidades de pulgões e de inimigos naturais, entre pulgões e elementos climáticos e entre inimigos naturais e elementos climáticos. B. brassicae foi o pulgão mais influenciado pelos inimigos naturais (r=0,98) e o inimigo natural que mais influenciou negativamente a densidade desta praga foi o parasitóide Aphelinus sp. (Hymenoptera: Aphelinidae) (r = -0,61). B. brassicae foi o pulgão mais influenciado pelos elementos climáticos (r = -0,83), sendo o vento o elemento climático que mais influenciou sua densidade (r = -0,86). O ataque de M. persicae foi menor que o de B. brassicae não se detectando efeito dos elementos climáticos e inimigos naturais sobre M. persicae. Assim, conclui-se que o pulgão que ataca mais o repolho é B. brassicae, sobretudo em períodos de menor intensidade de ventos. O inimigo natural que controla mais intensamente este pulgão é o himenóptero parasitóide Aphelinus sp. (FAPEMIG, CNPq e CAPES).

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IMPACTOS DE INSETICIDAS A Lasiochilus sp. NA CULTURA DO TOMATE

Rogério Machado Pereira (Estudante IC); Leandro Bacci (Orientador); Darley Cabral Coutinho (Bolsista FAPEMIG); Marcelo Coutinho Picanço (Docente colaborador): Mateus Chediak (Pós-graduando MS); Mateus Ribeiro de Campos (Pós-graduando MS).

O percevejo Lasiochilus sp. (Hemiptera: Anthocoridae) é um importante predador de insetos-pragas como a traça-do-tomateiro Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae). Nos programas de manejo integrado é importante a preservação de agentes de controle biológico natural. Uma das formas de se atingir tal objetivo é utilizando inseticidas seletivos que apresentam baixo impacto sobre organismos não-alvo. Assim, este trabalho objetivou avaliar a toxicidade de seis inseticidas utilizados no controle da traça-do-tomateiro aos adultos de Lasiochilus sp., via três rotas de exposição. Os inseticidas usados foram: abamectina, cipermetrina, clorfenapir, espinosade, indoxacarb e metamidofós. Os inseticidas foram empregados em concentrações que correspondem a 100 e 50% da dose recomendada no controle de T. absoluta. Na testemunha usou-se água destilada. Os adultos de Lasiochilus sp. foram expostos aos inseticidas por: aplicação tópica, resíduo do inseticida e consumo de presas contaminadas. A mortalidade do predador foi avaliada 24, 48 e 168hs após aplicação dos tratamentos e corrigida em relação à da testemunha. Houve diferenças nas mortalidades do percevejo predador provocada pelas diferentes rotas de exposição aos inseticidas. Entretanto, não foram observadas diferenças nas mortalidades entre as doses testadas e nos tempos de avaliação. O inseticida metamidofós foi o mais tóxico ao predador provocando mortalidades de 88, 92 e 100%, quando este foi submetido a presa contaminada, a aplicação tópica e aos resíduos, respectivamente. A cipermetrina foi prejudicial ao Lasiochilus sp. em aplicação tópica (100%) levemente prejudicial com resíduo (73%) e inócuo quando alimentado por presa contaminada (10%). Clorfenapir casou mortalidade de 25, 9 e 4%, espinosade de 11, 15 e 2%, abamectina de 11, 18 e 1% e indoxacarbe de 0,7, 1 e 4%, nas respectivas vias de esposição: aplicação tópica, resíduo de inseticida e presas contaminadas. (FAPEMIG, CNPq e CAPES)

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INFESTAÇÃO PRÉVIA DA PLANTA HOSPEDEIRA POR HERBÍVORO HETEROESPECÍFICO AFETANDO OVIPOSIÇÃO E PRODUÇÃO DE TEIA DO ÁCARO VERMELHO Tetranychus evansi BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE)

Cleide Rosa Dias (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Felipe de Lemos (Bolsista IC/projeto), Renato de Almeida Sarmento (Membro Externo/UvA), Angelo Pallini (Orientador), Arne Janssen (Membro Externo/ UvA).

 O ácaro vermelho Tetranychus evansi é uma importante praga de solanáceas ao redor do mundo. Um dos fatores que dificulta a seleção de predadores eficientes para o controle biológico desse acaro é sua elevada produção de teia. Tanto a teia produzida pelos ácaros como os ovos são constituídos principalmente de proteína, provenientes dos aminoácidos retirados das plantas durante sua alimentação. Tomateiros previamente infestados por T. evansi produzem menos inibidores de protease do que os infestados por Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), quando comparados aos níveis encontrados em plantas não danificadas. Tais substâncias possuem efeitos deterrentes sobre a oviposição de T. evansi. O objetivo deste trabalho foi avaliar a oviposição versus produção de teia por T. evansi, mediante a infestação prévia de tomateiros pelo herbívoro heteroespecífico T. urticae. Quantificou-se a produção de ovos e de teia por T. evansi em discos feitos a partir de folhas de tomateiros previamente infestados por co-específicos, por T. urticae e não infestados. Nos discos danificados por co-específicos, T. evansi apresentou significativo aumento na oviposição e redução na produção de teia, quando comparado aos não infestados. Já em discos das plantas infestadas por T. urticae houve uma significativa redução na oviposição e aumento na produção de teia por T. evansi. Esses resultados mostram que T. evansi  pode alocar recursos ora  em defesa ora em reprodução. A insfestação prévia altera o mecanismo de defesa da planta e isso pode definir a estratégia de forrageamento de T. evansi. (FAPEMIG;WOTRO)

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INSETOS DANINHOS À ACÁCIA-NEGRA NO RIO GRANDE DO SUL

Bruno Eduardo Rodrigues (Estudante Eng. Florestal), Diego de Paula Toledo (Estudante Eng. Florestal), Norivaldo dos Anjos (Orientador) 

 As culturas florestais no Rio Grande do Sul são feitas com eucaliptos, pinus e acácia-negra (Acacia mearnsii De Wild.). A respectivas áreas plantadas são de 179.690 ha, 185.080 ha e 156.377 ha, sendo que o estado concentra 87,5% dos plantios de acácia-negra do Brasil. A cultura da acácia-negra exerce importante papel na economia do estado e seu principal uso é para a produção de tanino, mas a madeira é utilizada como lenha, na produção de carvão e na produção de celulose e chapas de partículas (aglomerado). O objetivo deste trabalho foi o de obter uma aproximação sobre que insetos podem limitar a produção na cultura da acácia-negra no estado do Rio Grande do Sul. Para tal, revisou-se a literatura científica e, a partir dos dados obtidos, fez-se uma listagem dos insetos daninhos mais importantes. Entre todos eles, pode-se destacar os serradores (Oncideres spp.), a lagarta-desfolhadora (Adeloneivaia subangulata) e o besouro-desfolhador (Phaops thunbergi). O serrador-da-acácia-negra anela os galhos das árvores, para ovopositar no lenho em secagem. A lagarta-da-acácia-negra se alimenta das folhas e causa perda de área foliar. O besouro desfolhador causa perdas semelhantes aos da lagarta-desfolhadora. Faltam estudos importantes para a tomada de decisão visando o manejo integrado de tais insetos na acacicultura brasileira. Assim, pode-se concluir que entre os insetos daninhos à Acácia-negra, os principais se encontram no grupo dos desfolhadores.

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INTENSIDADE LUMINOSA NO CONDICIONAMENTO ALIMENTAR DE ALEVINOS DE TRAIRÃO Hoplias lacerdae  

William Chaves (Bolsista PIBIC/CNPq.), Ana Lúcia Salaro (Orientadora), Mateus Moraes Tavares (Bolsista PIBIC/CNPq), Jener Alexandre Sampaio Zuanon (Docente colaborador), Galileu Crovatto Veras (Pós-graduando MS), Wesley Freitas da Annunciação (Estagiário voluntário), Rodrigo Yutaka Dichoff Kasai (Pós-graduando MS), Leandro Moreno de Oliveira Alves (Estagiário voluntário). 

A luminosidade tem papel determinante no desenvolvimento de larvas de peixes. O trairão é uma espécie de grande potencial para a piscicultura. Portanto, no presente estudo objetivou-se avaliar a influência da intensidade de luz no condicionamento alimentar de alevinos de trairão Hoplias lacerdae. Em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e três repetições, alevinos de trairão (3,0 + 0,4 cm e 0,50 0,05 g) foram distribuídos em aquários (24x20x14 cm) contendo três litros de água salinizada (4 g de sal comum/L) e aeração constante, na densidade de estocagem de seis peixes/litro. Os aquários foram mantidos em banho-maria a 26 0,5 ºC. As intensidades luminosas testadas foram: 0,30 watts/m2 (T1); 0,26 watts/m² (T2); 0,08 watts/m² (T3); 0,00 watts/m² (T4). Ao final de 21 dias avaliou-se o desempenho produtivo e aspectos comportamentais como: posição dos peixes no aquário, formação de grupos, aceitação e ou disputa pelos péletes. Em todos os tratamentos foi observada a aceitação da dieta no primeiro dia de alimentação. Houve disputa pelo alimento entre dois ou mais peixes, porém não de forma freqüente ou padronizada. Com relação a posição e a formação de grupos, notou-se que os peixes dos tratamentos T1, T3 e T4 permaneceram espalhados por todo o aquário, não sendo observada a formação de grupos. No tratamento T2, os peixes permaneceram posicionados em grupos. Não foi observada diferença significativa entre os tratamentos quanto aos ganhos de comprimento e de peso e sobrevivência dos peixes em função da intensidade luminosa. Portanto a intensidade luminosa não influencia o desempenho de alevinos de trairão durante o condicionamento alimentar. (PIBIC/CNPq)

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INTERAÇÕES ENTRE PALHADA, BIOMASSA DE PLANTAS DANINHAS E ARTRÓPODES NO FEIJOEIRO 

Nilson Rodrigues da Silva (Estudante de IC); Jardel Lopez Pereira (PósGraduando DS); Marcelo Coutinho Picanço (Orientador); Tarcísio Visintin da Silva Galdino (Estudanta de IC); Renata Ramos Pereira (Estudante de IC); Martha Freire da Silva (Estudante de IC). 

O plantio direto e a rotação de culturas podem afetar as comunidades de artrópodes devido a uma cascata trófica. Nesta cascata a maior disponibilidade de detritos orgânicos acarreta em maiores populações de artrópodes detritívoros os quais constituem fonte alternativa de alimento dos inimigos naturais dos insetos-praga. Desta forma objetivou-se com este trabalho avaliar as interações entre palhada, biomassa de plantas daninhas e artrópodes no feijoeiro. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com cinco repetições. Os tratamentos foram à cultura do feijão em plantio convencional em sucessão ao milho grão, cultura do feijão em plantio convencional em sucessão ao milho silagem, cultura do feijão em plantio direto em sucessão ao milho grão e cultura do feijão em plantio direto em sucessão ao milho silagem. Não se detectou efeitos diretos e indiretos da precipitação + irrigação sobre as densidades de Hypogastrura sp., Solenopsis sp., E. kraemeri e Circulifer sp. Também não se detectou efeitos diretos e indiretos da temperatura do ar sobre as densidades de Hypogastrura sp., Solenopsis sp., E. kraemeri e Circulifer sp. Verificou-se que quanto maior a biomassa de palhada deixada pelo cultivo anterior do milho maior foi à biomassa das plantas daninhas. Verificou-se que quanto maior a biomassa de palhada deixada pelo cultivo anterior do milho maior foi à densidade do detritívoro Hypogastrura sp. no dossel do feijoeiro. Observou-se que quanto maior a biomassa das plantas daninhas menor foi à densidade de Hypogastrura sp. no dossel do feijoeiro. Verificou-se que quanto maior a densidade do detritívoro Hypogastrura sp. maior foi a densidade do predador Solenopsis sp. Observou-se que quanto maior a densidade do predador Solenopsis sp. menores foram as densidades dos fitófagos E. kraemeri e Circulifer sp. Verificou-se correlação significativa entre as densidades de E. kraemeri e Circulifer sp (CNPq).

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MECANISMOS DE AÇÃO DA COBERTURA MORTA COM PALHA DE ARROZ SOBRE Brevicoryne brassicae (HOMOPTERA: APHIDIDAE) EM Brassica oleraceae var. acephala

Antônio José Vinha Zanuncio (Bolsista UFVCredi); Reinildes Silva Filho (Colaborador); José Cola Zanuncio (Orientador); Glauco da Cruz Canevari (CNPq); Patrik Luiz Pastori (CNPq)  Coberturas com materiais sintéticos, como plásticos coloridos e matérias vegetais podem reduzir infestações de afídeos. Por isto, o objetivo foi avaliar o mecanismo de ação de cobertura morta com palha de arroz sobre populações de Brevicoryne brassicae (Linnaeus 1758) (Homoptera: Aphididae) em Brassica oleraceae var. acephala. Dois experimentos foram instalados na Universidade Federal de Viçosa em Viçosa, Minas Gerais, com cinco blocos ao acaso e dois tratamentos. As plantas de couve foram transplantadas em 17 de outubro de 2001, sendo o desbaste de suas folhas feito mantendo-se cinco folhas/planta e aplicando-se 2,5 litros de esterco de galinha e 200 gramas de NPK na formulação de 4-14-8 por cova, as quais foram irrigadas por aspersão durante os 15 dias subseqüentes. Os tratamentos foram: A- cobertura com palha de arroz (1,056Kg Mseca/m2 com uma camada de 10cm) e B– testemunha. As avaliações foram realizadas, diariamente, eliminando-se os pulgões nas folhas das plantas de couve. Duas folhas dessa planta foram coletadas por parcela, após os primeiros sete dias para análise do teor de nutrientes das mesmas. A elevação da temperatura pela cobertura morta reduziu a chegada de alados de B. brassicae em folhas de couve, o que demonstra a eficiência de cobertura no solo no manejo integrado desse inseto. A troca de posição dos vasos apresentou interação significativa, o que alterou o número de pulgões nas plantas de B. oleraceae var. acephala. Além disso, as concentrações dos macronutrientes nitrato= 1,30 dag/Kg; amônio= 1,36 dag/Kg; cálcio= 1,88 dag/Kg; enxofre= 0,10 dag/Kg; potássio= 2,41 dag/Kg; magnésio= 0.43 dag/Kg e fósforo= 0,46 dag/Kg, e os teores de nitrato, amônio, cálcio, enxofre e potássio foram maiores nas plantas de couve, mas sem correlação com a chegada de pulgões. No entanto, o potássio e magnésio reduziram a chegada de alados de B. brassicae (F= 8,76 e p< 0,0001). (CAPES, CNPq) 

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MECANISMOS DE AÇÃO DA COBERTURA MORTA PALHA DE ARROZ SOBRE POPULAÇÕES DE Myzus persicae (Homoptera: Aphididae) EM PLANTAS DE COUVE (Brassica oleraceae var. acephala)

Antônio José Vinha Zanuncio (Bolsista UFVCredi); Reinildes Silva Filho (Colaborador); Glauco da Cruz Canevari (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador)

O uso de cobertura morta no solo reduz a população de afídeo em plantas cultivadas. Este estudo avaliou a cobertura morta palha de arroz sobre a população de Myzus persicae (Homoptera: Aphididae) em plantas de couve. As plantas foram transplantadas, feito desbaste, mantendo-se cinco folhas/plantas e aplicando-se 2,5 litros de esterco de galinha e 200 gramas de NPK na formulação de 4-14-8 por cova, as quais foram irrigadas por aspersão durante os 15 dias subseqüentes. O primeiro experimento avaliou os efeitos diretos da cobertura morta e o segundo os efeitos indiretos sobre a taxa de imigração nas plantas de couve, testando as características de preferência na chegada desse inseto nas plantas. A posição dos vasos foi trocada entre os tratamentos após sete dias para avaliar os efeitos na chegada de alados. O terceiro experimento avaliou o efeito direto da coberutra sobre o crescimento da população desse afídeo. Cada folha de couve foi inoculada com um indivíduo de M. persicae e coberta com uma gaze anti-afídeo. Alados, ninfas e adultos desse inseto foram contados por planta após 15 dias. Os tratamentos foram: A- cobertura morta com palha de arroz (1,056Kg Mseca/m2) e B- testemunha. A cobertura morta aumentou a temperatura nas parcelas e o crescimento das plantas e reduziu o número de chegada de alados de M. persicae após as plantas serem removidas para o solo sem cobertura. As plantas com ou sem cobertura apresentaram valores nutricionais semelhantes. O crescimento da população de M. persicae, oriunda da inoculação, foi maior nas parcelas testemunha, devido o aumento da temperatura sobre as parcelas com cobertura e a mudanças fisiológicas das plantas de couve. A cobertura do solo com palha de arroz diminuiu a chegada de alados de M. persicae, aumentou a temperatura do dossel e melhorou do desenvolvimento vegetativo das plantas de couve. (CAPES)

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METODOLOGIA DE CRIAÇÃO MASSAL DO ÁCARO PREDADOR Phytoseiulus macropilis (BANKS) (ACARI: PHYTOSEIIDAE) PARA CONTROLE BIOLÓGICO APLICADO 

Livio da Silva Amaral (Bolsista EPAMIG/FAPEMIG), Marcos Antonio Matiello Fadini (Orientador), Hamilton Gomes de Oliveira (Bolsista PDJ/FAPEMIG) , Elisa Faria de Oliveira (Estagiária), Madelaine Venzon (Co-Orientadora), Angelo Pallini (Co-Orientador)

O ácaro predador Phytoseiulus macropilis apresenta potencial para controle biológico aplicado do ácaro-rajado Tetranychus urticae. Objetivou-se otimizar a produção de P. macropilis em criação massal. Para tanto, avaliou-se, em casa de vegetação, as relações iniciais 20:12; 25:5; 25:7 e, em condições semi-campo, a relação inicial 25:7 da presa T. urticae e do predador P. macropilis sobre plantas de feijoeiro. Após a infestação das plantas, as populações de presa e predador foram avaliadas, semanalmente, através de contagem direta de fêmeas adultas sobre as plantas para montagem da dinâmica populacional da presa e do predador. Foram avaliados o número máximo de predadores produzidos por planta e o tempo para alcançar o número máximo de predadores. Em casa de vegetação as relações 20:12; 25:5 e 25:7 presa:predador apresentaram o número máximo de 18,1 ± 1,4; 35,0 ± 1,0 e 159,4 ± 28,6 predadores por planta, alcançados aos 38, 38 e 42 dias após a infestação, respectivamente. Em semi-campo a relação 25:7 presa:predador apresentou 12,3 ± 1,2 predadores por planta após 21 dias da infestação, ou seja, dez vezes menos do que o número produzido em casa de vegetação (Z= 3,86; P<0,001). Conclui-se que criações massais de P. macropilis têm maior chance de obter sucesso caso mantidas em ambientes protegidos do que em condições abertas de campo. Tais resultados influenciam na escolha da estratégia de controle biológico para esse predador. (FAPEMIG). 

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MORFOLOGIA DE IMATUROS DO PREDADOR Podisus distinctus (STAL) (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) 

Túlio Luís Borges de Lima (Estagiário Voluntário); José Cola Zanuncio (Orientador); Carlos Eduardo Costa Paiva (Membro Externo/EMBRAPA-CNPMS); Marcus Alvarenga Soares (Pós-Graduando DS);Veríssimo Gibran Mendes de Sá (Pós-Graduando MS); José Eduardo Serrão (Docente Colaborador)

  Podisus distinctus (Heteroptar: Pentaomiade) é um  predador pouco conhecido, mas com boas possibilidades de utilização em programas de controle biológico no Brasil. A descrição dos estágios imaturos de P. distinctus pode ser uma ferramenta que facilite a identificação da espécie. Utilizou-se 15 exemplares de cada ínstar para estudo dos parâmetros morfométricos. As medidas apresentadas correspondem à média ± DP mm, tendo sido obtidas em microscópio estereoscópico com o ocular. Em todos os estádios, as ninfas possuem cabeça, pernas e antenas escuras, quase negras; olhos vermelhos; abdome dorso-ventralmente avermelhados. No primeiro estádio, apresenta corpo oval, fortemente convexo, com maior largura ao nível do terceiro urosternito (LT) 1,15 ± 0,08; comprimento total (CT) 1,29 ± 0,07. Dorso do abdome com 7 + 7 manchas laterais e quatro manchas dispostas medianamente, todas negras. No segundo, LT: 1,26 ± 0,06; CT: 2,58 ± 0,18; dorsalmente 9 + 9 manchas negras laterais; ventralmente seis manchas castanho-claras. No terceiro, LT: 3,27 ± 0,37; CT: 4,44 ± 0,36; pronoto com manchas 1 + 1 em forma de Y contrapostos; dorsalmente como descrito para o segundo estádio, exceto pelo surgimento de 5 + 5 manchas na face dorsal, que variam do branco ao alaranjado. No quarto estádio, LT: 4,01 ± 0,21; CT: 5,77 ± 0,33; escutelo e pterotecas levemente desenvolvidos; dorsalmente, ocorre a fusão das manchas negras laterais passando a 7 + 7. No quinto, LT: 5,75 ± 0,43; CT: 9,11 ± 0,57; pteroteca e escutelo evidentes; desaparecimento das manchas 1 + 1 do pronoto. A descrição da morfologia, coloração e manchas dos imaturos de P. distinctus são características diagnósticas desta espécie. (CAPES)

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O DESENVOLVIMENTO DE Palmistichus elaeisis (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE) PODE SER AFETADO PELA DENSIDADE DESSE PARASITÓIDE? Aline Rodrigues Pôrto Pedrosa (PIBIC/CNPq); Fabrício Fagundes Pereira (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador); Eduardo de Aragão Santana (PIBIC/CNPq); Alexandre Igor de Azevedo Pereira (CNPq)  O endoparasitóide Palmistichus elaeisis Delvare & LaSalle, 1993 (Hymenoptera: Eulophidae) se desenvolve, principalmente, em pupas de lepidópteros. Como P. elaeisis possui hábito gregário, torna-se necessário determinar a densidade ideal de fêmeas desse parasitóide por pupa hospedeira para se aumentar, em laboratório, a produção de seus descendentes. Portanto, o objetivo foi verificar se a densidade de P. elaeisis afeta seu desenvolvimento em pupas de Anticarsia gemmatalis Hubner, 1818 (Lepidoptera: Noctuidae). Pupas desse hospedeiro alternativo foram individualizadas em vidros (2,2 cm de diâmetro x 14,0 cm de altura) e expostas ao parasitismo por fêmeas desse parasitóide nas densidades de 1:1, 2:1, 4:1, 6:1, 8:1, 10:1 e 12:1, parasitóides:hospedeiro, respectivamente. Observou-se 54,54 e 90,90% de pupas parasitadas nas densidades de 1:1 e 2:1 e 100% nas demais com P. elaeisis emergindo de 18,18% e 72,72% de pupas de A. gemmatalis nas densidades de 1:1 e 6:1, respectivamente. A duração do ciclo de vida (ovo-adulto) variou de 20 a 22 dias com valores decrescentes com o aumento da densidade de P. elaeisis. A progênie de P. elaeisis variou de 16 a 225 descendentes por pupa de A. gemmatalis com melhores resultados na densidade de 6:1. A razão sexual de P. elaeisis variou de 0,95 ± 0,01 a 0,97 ± 0,01 sem diferenças nas densidades estudadas. Esse parasitóide deve ser criado com seis fêmeas por pupa de A. gemmatalis, para se aumentar, em laboratório, a produção de seus descendentes. (CAPES, CNPq, FAPEMIG)

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O PREDADOR Podisus nigrispinus (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) PODE SER AFETADO PELO GOSSIPOL? Gelton Geraldo Fernandes Guimarães (PIBIC/CNPq); Walter Santos Evangelista Júnior (CNPq); Mábio Chrisley Lacerda (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador)   Gossipol é um terpenóide produzido pelo algodoeiro em diferentes concentrações e possui efeito de antibiose sobre herbívoros. Portanto, algodoeiro com alto teor de gossipol poderá afetar os percevejos predadores através da presa alimentando nessas plantas ou quando estes ocasionalmente se alimentarem da planta. Este trabalho avaliou o efeito da ingestão do gossipol pelo predador Podisus nigrispinus (Het.: Pentatomidae) no seu desenvolvimento, sobrevivência e reprodução. O experimento foi conduzido no Laboratório de Controle Biológico de Insetos da UFRPE a 25±1,2°C, 71±7% de UR e fotofase de 12horas. O extrato de gossipol purificado foi obtido na Embrapa Algodão, Campina Grande, Paraíba. Ninfas de segundo estádio (<12h de idade) e adultos recém emergidos receberam, diariamente, soluções do gossipol nas concentrações de 0; 0,05; 0,1 e 0,2% em tubos anestésicos de 1,5mL. Como presa foram utilizadas pupas de Tenebrio molitor (Col.: Tenebrionidae). A duração da fase ninfal de P. nigrispinus aumentou com o incremento da concentração do extrato de gossipol, mas a sobrevivência ninfal não foi afetada. O número de ovos por fêmea e a viabilidade de ovos de P. nigrispinus, que receberam extrato desde a fase ninfal, diminuiu com o aumento da concentração de gossipol. No entanto, fêmeas que ingeriram gossipol, apenas, na fase adulta não tiveram as características de sobrevivência e reprodutiva afetadas em comparação à fêmeas sem ingestão do gossipol. Também, fêmeas de P. nigrispinus que ingeriram ou não gossipol durante a fase ninfal e adulta tiveram sobrevivência semelhante. O gossipol em baixa concentração não foi tóxico para P. nigrispinus. Somente com a ingestão de grandes concentrações do gossipol, muito além daquela normalmente expressada nas plantas, poderá ocasionar efeito negativo sobre esse predador. Assim, plantas de algodão exibindo resistência a herbívoros pela produção de gossipol não causarão efeito negativo sobre o percevejo predador, P. nigrispinus. (CNPq) 

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ODORES INDICATIVOS DA PRESENÇA DE COMPETIDOR HETEROESPECÍFICO INFLUENCIANDO A PRODUÇÃO DE TEIA POR Tetranychus evansi BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE)

Felipe de Lemos (Bolsista IC/projeto), Cleide Rosa Dias (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Renato de Almeida Sarmento (Membro Externo/UvA), Angelo Pallini (Orientador), Arne Janssen (Membro Externo/UvA).

O ácaro vermelho Tetranychus evansi tem como característica marcante uma alta produção de teia em suas colônias, quando comparado com as demais espécies do mesmo gênero. A teia representa um importante mecanismo de defesa desses herbívoros contra seus predadores. Estudos prévios mostraram que T. evansi produz mais teia e menos ovos sobre plantas previamente danificadas por Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), possivelmente por causa de indução da defesa da planta para esta espécie. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar se a produção de teia e a oviposição de T. evansi é influenciada por odores provenientes de tomateiros infestadas por co-específicos e por T. urticae. Fêmeas de T. evansi foram mantidas durante 4 dias, em discos feitos a partir de plantas não infestadas, sob odores provenientes de folhas de tomateiros infestadas por T. evansi, T. urticae e folhas não infestadas. Após esse período quantificou-se a oviposição e a produção de teia de T. evansi. Não foi observado efeito dos voláteis sobre a oviposição de T. evansi. Entretanto, a produção de teia foi superior na presença de odores de plantas infestadas por T. urticae. Odores de plantas infestadas por co-específicos não influenciaram na produção de teia. Esses resultados indicam que T. evansi é capaz de regular a produção de teia em função de estímulos olfativos. Dessa forma, a produção de teia por T. evansi mostra-se mais associada à presença de um competidor heteroespecífico do que à qualidade da planta hospedeira. (CNPq/WOTRO)

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Palmistichus elaeisis (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE) CRIADOS COM O HOSPEDEIRO ALTERNATIVO Tenebrio molitor (COLEOPTERA: TENEBRIONIDAE) João Paulo de Mello Felipe (PIBIC/CNPq); Gabriel de Castro Jacques (PROBIC/FAPEMIG); Fabrício Fagundes Pereira (CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador); Juliana Maria de Oliveira (Estagiário Voluntário)

O sucesso de programas de controle biológico com o parasitóide de pupas Palmistichus elaeisis Delvare e LaSalle, 1993 (Hymenoptera: Eulophidae) depende da escolha do hospedeiro alternativo adequado para sua criação. Tenebrio molitor Linnaeus, 1758 (Coleoptera: Tenebrionidae) pode ser criado com facilidade e a baixo custo. Por isto, objetivou-se verificar se P. elaeisis parasita pupas de T. molitor visando viabilizar a criação massal desse parasitóide em laboratório. Pupas de T. molitor foram individualizadas em tubos de vidro (2,2 cm de diâmetro x 14,0 cm de altura) e expostas ao parasitismo por fêmeas de P. elaeisis, durante 24 horas, a 25 ± 2ºC, umidade relativa de 70 ± 10% e fotofase de 14 horas. As porcentagens de parasitismo e de emergência de P. elaeisis foram de 100,00 e de 90,76%, respectivamente, em pupas de T. molitor. A duração do ciclo (ovo-adulto) de P. elaeisis foi de 23,42 ± 0,18 dias, com 70,07 ± 2,50 indivíduos de P. elaeisis produzidos por pupa de T. molitor; a razão sexual foi 0,94 ± 0,01 e o tamanho do corpo e da cápsula cefálica (mm) de fêmeas e machos de P. elaeisis de 2,00 ± 0,03; 0,58 ± 0,01 e 1,34 ± 0,02; 0,45 ± 0,01, respectivamente. A longevidade foi de 22,65 ± 1,13 para fêmeas e de 28,3 ± 2,38 para machos desse parasitóide. As altas taxas de parasitismo e emergência de adultos de P. elaeisis, principalmente, fêmeas, de pupas de T. molitor indicam ser esse hospedeiro adequado para criação massal desse parasitóide. (CAPES, CNPq, FAPEMIG). 

 

 

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PLANO DE AMOSTRAGEM PARA Tetranychus mexicanus NO MARACUJAZEIRO   Martha Freire da Silva (Estudante IC), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Ézio Marques da Silva (Pós-graduando DS), Jorgiane da Silva Benevenute (Estudante IC), Rogério Machado Pereira (Estudante IC), Verônica Aparecida Faustino (Estudante IC).

 O ácaro vermelho Tetranychus mexicanus (Acari: Tetranychidae) é uma praga importante do macujazeiro por succionar o conteúdo celular das folhas causando amarelecimento, queda de folhas ou até a morte dos ponteiros. Um dos pontos básicos de implantação de programas de manejo integrado é o estabelecimento de planos de amostragens das pragas. Entretanto, não existem informações a este respeito para T. mexicanus na cultura do maracujá. Assim, este trabalho teve por objetivo desenvolver um plano de amostragem convencional para T. mexicanus na cultura do maracujá. Para tanto, foram monitoradas as densidades deste ácaro em plantas em fase de produção em Viçosa, MG. As técnicas de amostragem em estudo foram a contagem direta dos ácaros com lupa manual de 10 aumentos e com microscópio esterioscópico. Foram avaliadas as 18 primeiras folhas a partir do ápice dos ramos. Para seleção dos componentes do plano de amostragem foram usados os critérios de representatividade, precisão, custo e tempo de amostragem. A amostragem com lupa manual foi a mais rápida e de menor custo (86,35 s/amostra R$ 5,77/amostra) que o uso de microscópio estereoscópico. A maior freqüência de ácaros ocorreu da segunda até a sexta folha a partir do ápice dos ramos. Entre essas folhas as que geraram amostras mais representativas da densidade total foram a segunda e terceira folha a partir do ápice dos ramos. O número de amostras a compor o plano de amostragem foi estimado em 33 ramos/talhão. Assim, conclui-se que a amostragem de T. mexicanus na cultura do maracujá deve ser realizada contando-se o número de ácaros presentes na segunda e terceira folhas a partir do ápice caulinar usando lupa manual de 10 aumentos e avaliando-se 33 ramos/talhão. (FAPEMIG, CNPq e CAPES). 

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POLIMORFISMO DE HETEROCROMATINA EM POPULAÇÕES DE Hoplias malabaricus (PISCES ERYTRINIDAE) NO ESTADO DA BAHIA.

OLIVEIRA, Tuane Santos de (Estagiária voluntária); JACOBINA, Uedson Pereira (Pós-graduando MS); FAVA, Lucioni (Pós-graduando MS); DERGAM, Jorge Abdala (Orientador)

A espécie Hoplias malabaricus tem a maior parte dos seus estudos extensivelmente sob o ponto de vista citogenético. Essas análises sugerem uma alta diversidade cariotípica, nas diferentes bacias hidrográficas do Brasil. Apesar de não exibir significado morfológico, a variação de dados citogenéticos sugerem a ocorrência de um complexo de espécies que necessita de uma revisão taxonômica. Poucas pesquisas foram desenvolvidas em relação a essa espécie na região Nordeste, principalmente no estado da Bahia, o qual possui uma rica ictiofauna ainda desconhecida. Nas bacias do rio das Contas e Itapicuru, não há relatos de trabalho com esta espécie. O objetivo desse trabalho foi caracterizar citogeneticamente a espécie Hoplias malabaricus através da técnica coloração convencional e visualização de heterocromatina constitutiva (bandamento C). Foram analisados 23 espécimes da Bacia do rio das Contas e quatro exemplares da bacia do Itapicuru. Os resultados indicam que os exemplares analisados de Hoplias malabaricus das duas bacias (Contas e Itapicuru) apresentaram número diploide 2n=40 com cromossomos metacêntricos e submetacêntricos sem diferenciação entre machos e fêmeas e com um grande par de cromossomos metacêntricos, semelhante ao cariótipo 2n=40F da bacia do rio São Francisco. Com relação à heterocromatina, na bacia do rio das Contas, foram encontradas marcações na região pericentromérica de todos os cromossomos. Entretanto, na bacia do rio Itapicuru foram encontrados marcações pericentromérica em todos os cromossomos assim como marcações teloméricas em outros. O polimorfismo numérico nos blocos de heterocromatina, observado no presente trabalho pode ser comparado ao encontrado em estudos anteriores, o que pode ser explicado por modelo de dispersão de heterocromatina ou por replicação múltipla, mudanças unilaterais na amplificação, acumulação e deleção. (FAPESB)

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PÓS-DEPOSIÇÃO DE OVOS DE Podisus distinctus (STAL) (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) 

Aline Rodrigues Porto Pedrosa (Bolsista PIBIC/CNPq); José Cola Zanuncio (Orientador (SIC e SIMPÓS)); Veríssimo Gibran Mendes de Sá (Pós-graduando MS); Carlos Eduardo Costa Paiva (Membro externo/EMBRAPA-CNPMS); Marcus Alvarenga Soares (Pós-graduando DS); José Eduardo Serrão (Docente colaborador);

  Podisus distinctus (Heteroptera: Pentatomidae) apresenta ampla dispersão na área neotropical, desde o Paraguai até as Ilhas Galápagos. A morfologia de seus ovos e a dinâmica de pós-deposição, que descreve as mudanças imediatas no córion após a postura, não foram relatadas para esta espécie. Para a caracterização morfológica, foram utilizados 15 ovos, onde se avaliou a altura e largura dos mesmos (mm) e o número de processos aero-micropilares em microscópio estereoscópico. Foram estudados, através da microscopia de varredura, ovos em diferentes períodos de desenvolvimento: ovócitos, recolhidos no ovaríolo; ovos recolhidos no oviduto comum; ovos recém depositados, com menos de uma hora após a postura e ovos depositados com mais de uma hora de postura (quatro horas e dois dias). Os ovos foram acondicionados em tubos tipo Eppendorf de 1,5 mL com fixador Zamboni e, posteriormente, desidratados em série alcoólica crescente, transferidos para hexametildisilazone por cinco minutos, secos ao ar e metalizados com ouro. Ovos de P. distinctus possuem forma ovalada, com base mais estreita que o ápice; opérculo circular, convexo. Altura: 1,09 ± 0,03; largura: 0,90 ± 0,04. Processos aero-micropilares clavados, em número de 16,00 ± 2,00. Ovos possuem coloração perolada no momento da postura, mas após uma hora em média, tornam-se grafite. Com o desenvolvimento do embrião, os ovos adquirem tom avermelhado, sendo possível se observar, através do córion, os olhos vermelhos da ninfa. Através da microscopia de varredura, se observou uma camada de células foliculares hexagonais recobrindo todo o ovócito. Ovos recolhidos no oviduto apresentavam resquícios do tecido folicular; processos aero-micropilares bastante recurvados, quase tocando o opérculo e os espinhos da coroa encontravam-se curvados, junto à superfície. Ovos recém depositados apresentavam os espinhos da coroa assumindo um posicionamento ereto, enquanto aqueles com mais de uma hora de postura apresentaram espinhos da coroa em posicionamento completamente ereto, bem como os processos aero-micropilares; na parede lateral do ovo foi possível observar cicatrizes, em forma de mosaicos poligonais, onde antes se aderiam células foliculares. (CNPq)

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PRIMEIRO ÍNSTAR LARVAL DE Oncideres impluviata (GERMAR) (COL.: CERAMBYCIDAE)

Pedro Guilherme Lemes Alves (Bolsista voluntário); Gláucia Cordeiro (Bolsista CAPES); Norivaldo dos Anjos (Professor Orientador)

O besouro-serrador Oncideres impluviata é considerado a principal praga em plantações de Acácia-negra (Acacia mearnsii) e de Bracatinga (Mimosa scabrella) na Região Sul do Brasil. Ele serra galhos de árvores em pleno vigor, onde depositam seus ovos e completam o seu desenvolvimento. Na acácia-mangium não existe nenhum estudo sobre o desenvolvimento da fase larval deste inseto. Neste trabalho, procurou-se caracterizar a morfologia de larvas de primeiro ínstar deste besouro-serrador.  Galhos de Acacia mangium serrados por O. impluviata foram coletados em Coimbra, MG, de onde foram retirados os ovos para serem incubados em placa de Petri, mantidas a 25°C, 70% de umidade relativa e 12 horas de fotofase. Entre as larvas recém-eclodidas obtidas, cinqüenta foram medidas através de lupa equipada com ocular micrométrica e descritas quanto à coloração e forma do corpo. Larvas de O. impluviata, no primeiro ínstar, são de corpo cilíndrico, segmentado, noduloso, apódas, cabeça pequena e distinta, antenas reduzidas, segmentos torácicos alargados, espiráculos torácicos visíveis lateralmente, e de coloração esbranquiçada. O comprimento total e a maior largura do corpo foram, em média, de 1,86 + 0,03 mm e 0,62 + 0,01 mm, respectivamente. A largura da sua cápsula cefálica mediu, em média, 0,39 + 0,01 mm. Os dados obtidos são semelhantes aos obtidos para larva deste inseto, quando desenvolvidas em galhos de bracatinga.

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PROGÊNIE DE Palmistichus elaeisis (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE) COM PUPAS DE Anticarsia gemmatalis (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) ARMAZENADA EM BAIXA TEMPERATURA Gabriel de Castro Jacques, (PROBIC/FAPEMIG); Fabrício Fagundes Pereira, (Bolsista CNPq); Eduardo de Aragão Santana, (PIBIC/CNPq); José Cola Zanuncio, (Orientador); Aline Rodrigues Pôrto Pedrosa, (PIBI/CNPq)  A possibilidade de conservação de hospedeiros em baixa temperatura, sem perda da capacidade reprodutiva dos parasitóides, é importante para quando for necessário se aumentar a produção desses agentes de controle biológico. Avaliou-se a influência do armazenamento de pupas de Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) em baixa temperatura na progênie de Palmistichus elaeisis (Hymenoptera: Eulophidae). Pupas de A. gemmatalis, com 24 horas de idade, foram pesadas (196,41 ± 3,61 mg) e armazenadas a 12ºC por um, três, seis, nove ou 12 dias comparado à testemunha, com pupas desse hospedeiro de mesma idade, porém sem armazenamento. Cada pupa foi exposta ao parasitismo por seis fêmeas de P. elaeisisi com 72 horas de vida em tubos de vidro, tampados com algodão por 24 horas a 25 ± 2ºC, 70 ± 10% de umidade relativa e fotofase de 12 horas. A duração do ciclo de vida de P. elaeisisi com pupas de A. gemmatalis, após armazenamento por diferentes períodos a 12ºC, foi afetada e variou de 19 a 24 dias, respectivamente. P. elaeisis parasitou 100% das pupas de A. gemmatalis, com emergência de adultos em 20 a 54,54% das pupas desse hospedeiro submetidas aos períodos de armazenamento a 12ºC, respectivamente. A progênie de P. elaeisis por pupa de A. gemmatalis variou de 71 a 198 e teve relação inversa com o aumento do período de armazenamento das pupas de A. gemmatalis. A razão sexual de P. elaeisis foi semelhante nos diferentes períodos de armazenamento dessas pupas a 12ºC com médias de 0,94 a 0,95, respectivamente. A longevidade de fêmeas de P. elaeisis, emergidas de pupas de A. gemmatalis, decresceu com o aumento do período de armazenamento das mesmas a 12°C. Pupas de A. gemmatalis, armazenadas a 12ºC, por até seis dias podem ser utilizadas para a produção massal de P. elaeisis. (CAPES, CNPQ, FAPEMIG)

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QUEBRA DA DIAPAUSA DE OVOS DE Mahanarva fimbriolata (HEMIPTERA: CERCOPIDAE) SUBMETIDOS A CHOQUE TÉRMICO. 

Andreza Kerr Fantine (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Christiane de Fátima Martins França (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Alejandro Pabón Valverde (Pós-graduando DS), Christiam Felipe Silva Maciel (Bolsista PIBIC/CNPq), Evaldo Ferreira Vilela (Orientador SIC), Eraldo Rodrigues de Lima (Docente colaborador).  Devido à importância da cigarrinha-da-raiz como praga da cultura da cana-de-açúcar, diversos estudos têm sido realizados para elucidar os aspectos relacionados à biologia deste inseto. Esta cigarrinha produz ovos de desenvolvimento normal e diapáusicos, permitindo que ultrapassem condições ambientais desfavoráveis. O objetivo deste trabalho foi determinar a quebra da diapausa de ovos de M. fimbriolata submetidos a choque térmico. O choque térmico consistiu em submeter os ovos diapáusicos com 55 dias de idade a termoperíodos e intervalos de duração diferentes usando câmaras climatizadas. Desenvolveram-se dois experimentos, cada um deles com oito tratamentos, com cinco repetições por tratamento e 50 ovos por repetição. No primeiro experimento, inicialmente os ovos foram submetidos à termoperíodo de 23°C e 15°C e no segundo a 18°C e 10°C durante dia e noite, respectivamente, por intervalos de 0, 1, 2, 4, 8, 16, 32 e 64 dias, após os quais se submeteram a temperatura constante de 28°C. No tratamento controle, ovos foram constantemente mantidos a 28°C (zero dias de choque térmico). Durante os dois experimentos, os ovos foram acondicionados sobre papel filtro com umidade de contato. Nos dois experimentos constatou-se que o período da postura até a eclosão foi inferior para os ovos mantidos em temperatura constate de 28°C (zero dias em choque térmico), comparado com aqueles que foram submetidos ao choque térmico. Ao contrário do que se esperava a variação da duração do choque térmico não promoveu um sincronismo de eclosão. (FAPEMIG)

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REPRODUÇÃO DE Podisus nigrispinus (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE), COM LAGARTAS DE Anticarsia gemmatalis (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) DE DOIS TAMANHOS Robson Oliveira Silva (Não Bolsista); Alexandre Igor de Azevedo Pereira (CNPq); Gelton Geraldo Fernandes Guimarães (PIBIC/CNPq); Rafael Braga da Silva (CAPES); Gilberto Santos Andrade (CAPES); José Cola Zanuncio (Orientador)  Pentatomidae Predadores têm vantagens no ataque em grupos, com presas maiores, pela redução da defesa da presa, por emboscadas, gastando menos energia no ataque e manipulação das mesmas. O menor gasto de energia na predação pode aumentar o investimento na reprodução e aumento populacional. O objetivo foi comparar parâmetros reprodutivos de Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae), em grupos ou individualizado, com lagartas de Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) de dois tamanhos. O estudo foi conduzido no Laboratório de Controle Biológico do Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIOAGRO), da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, Minas Gerais. Os predadores foram mantidos a 25 ± 2oC, 60 ± 10% de UR e fotoperíodo de 12hs, com os tratamentos: T1- ninfas do predador individualizadas com lagartas de terceiro estádio em copos de 100ml; T2- cinco ninfas com lagartas de terceiro estádio por copo de 500ml; T3- ninfas de P. nigrispinus individualizadas com lagartas de quinto estádio por copo de 100ml e T4- cinco ninfas com lagartas de quinto estádio por copo de 500ml. Após a emergência, casais de P. nigrispinus foram individualizados em potes plásticos (500ml) com água e presa at libitum e observados até a morte das fêmeas. Parâmetros de fecundidade, fertilidade e longevidade de fêmeas de P. nigrispinus foram registrados a cada 24 horas. Fêmeas desse predador apresentaram maior período de pré-oviposição no T2, mas os números de ovos/fêmea, de ovos e de posturas foram menores nesse tratamento. Os períodos de oviposição, pós-oviposição e incubação dos ovos foram semelhantes entre tratamentos. Fêmeas de P. nigrispinus do T1 tiveram ovos com menor viabilidade e número de ninfas que nos demais tratamentos. Fêmeas tiveram longevidade semelhante entre tratamentos. O menor gasto de energia, devido ao gregarismo, no ato da predação, pelas ninfas de P. nigrispinus tem importância na reprodução desse predador. (CNPq, CAPES) 

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RESISTÊNCIA DE Tuta absoluta A INSETICIDAS NEUROTÓXICOS 

Renata Ramos Pereira (Estudante IC), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Ricardo Siqueira da Silva ( Bolsista PNP&D-Café), Nilson Rodrigues Silva (Estudante IC), Pablo da Costa Gontijo (Bolsista PIBIC/CNPq), Hudson Vaner Ventura Tomé (Bolsista FAPEMIG) 

 A traça do tomateiro Tuta absoluta (Lepidoptera: Gelechiidae) constitui praga-chave da cultura do tomate no Brasil minando as folhas e broqueando ápices caulinares e frutos. Seu controle é realizado por até três aplicações semanais de inseticidas. Entretanto em muitas situações o controle obtido não tem sido satisfatório. Uma das possíveis causas deste fato é a existência de populações desta praga resistentes a inseticidas. Ente os principais inseticidas utilizados no controle deste inseto estão os inseticidas neurotóxicos chlorfenapyr e spinosad. Assim, este trabalho objetivou estudar a resistência de populações brasileiras de T. absoluta aos inseticidas chlorfenapyr e spinosad. Inicialmente foram confeccionadas curvas concentração-mortalidade para a população de Viçosa-MG considerada como padrão de suscetibilidade nos estudos de resistência a inseticidas para T. absoluta. Usando-se estas curvas estimaram-se as CL90 para os inseticidas. Posteriormente populações de Apiaí-SP, Araguari-MG, Caçador-SC, Cascavel-BA, Coimbra-MG, Goiânia-GO, Ibiapina-CE, Marilândia do Sul-PR, Ouro Verde-GO, Paty do Alferes-RJ, Paulínia-SP, Sumaré-SP e Viçosa-MG foram submetidas as CL90 estabelecidas. Foram consideradas suscetíveis as populações cuja mortalidade não diferiam daquela ocorrida na população suscetível a p<0,05. Todas as populações foram suscetíveis ao chlorfenapyr com mortalidades médias variando de 95 a 100%. As populações de Apiaí-SP, Araguari-MG, Caçador-SC, Coimbra-MG, Goiânia-GO, Ibiapina-CE, Marilandia do Sul-PR, Ouro Verde-GO, Paty do Alferes-RJ, Paulínia-SP, Sumaré-SP e Viçosa-MG apresentaram suscetibilidade ao spinosad e apenas a população de Cascavel-BA apresentou menor suscetibilidade que a população padrão de suscetibilidade. Assim, conclui-se que de forma geral as populações brasileiras de T. absoluta são suscetíveis ao chlorfenapyr e spinosad mostrando que estes inseticidas podem ser usados no manejo integrado das pragas do tomateiro objetivando o controle deste inseto-praga. (CAPES, CNPq e FAPEMIG).

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RESISTÊNCIA POR ANTIXENOSE DE INTRODUÇÕES DE Lycopersicon esculentum DO BGH-UFV A Bemisia tabaci 

Darley Cabral Coutinho (Bolsista Fapemig); Maria Elisa de Sena (Pós-graduando MS); Derly José Henriques da Silva (Professor adjunto); Marcelo Coutinho Picanço (Orientador); Pablo da Costa Gontijo (Bolsista PIBIC/CNPq); Ricardo Siqueira Silva (Estudante IC).

A mosca branca Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) é praga importante na cultura do tomateiro (Lycopersicon esculentum). A fase adulta é responsável pela transmissão de viroses, ocasionando amarelecimento, seca e necrose parcial das folhas. O método de controle mais utilizado é o químico, sendo este a causa do aumento da resistência de pragas. Assim, objetivou-se neste trabalho obter acessos de tomateiro do banco de germoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa, resistentes a B. tabaci. Foram utilizados 15 novos acessos de e a variedade Santa Clara foi utilizada como variedade susceptível com três repetições. As plantas de tomate foram infestadas quando estavam com seis folhas desenvolvidas. A determinação da intensidade de ataque foi feita com a contagem do número de adultos e de ninfas encontrados na face abaxial das folhas em cada tratamento. A avaliação foi feita com dois, cinco e oito dias após a infestação (DAI). Foi realizada análise de variância e teste de média de Scott – Knott a p<0,05. Verificou-se através da análise de variância que houve diferença de intensidade de ataque de adultos da mosca branca nos diferentes acessos de tomateiro em todas as datas de avaliação. Verificou-se ainda que a variedade Santa Clara apresentou maior intensidade de ataque de adultos de B. tabaci em todas as datas avaliadas.

 

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RESPOSTA DE DOIS GENÓTIPOS DE Brachiaria spp. A ADULTOS DA CIGARRINHA-DAS-PASTAGENS Notozulia entreriana (HEMIPTERA: CERCOPIDAE). 

Andreza Kerr Fantine (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Christiane de Fátima Martins França (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Christiam Felipe Silva Maciel (Bolsista PIBIC/CNPq), Alejandro Pabón Valverde (Pós-graduando DS), Evaldo Ferreira Vilela (Orientador), Domingos Sávio Queiroz (Pesquisador/EPAMIG).   As cigarrinhas-das-pastagens são as principais pragas de Brachiaria no Brasil. O uso de cultivares resistentes é o principal método de controle dessa praga. Grandes avanços têm sido obtidos nas técnicas de estudos e obtenção de genótipos de Brachiaria spp. resistentes às ninfas das cigarrinhas, mas poucas pesquisas têm sido desenvolvidas com os adultos desta praga, sendo que estes interagem de forma diferente com a planta. Este trabalho teve dois objetivos, inicialmente procurou-se determinar um nível de infestação discriminante entre genótipos susceptíveis e resistentes, e seguidamente avaliar se o sexo do inseto afeta a expressão de dano na planta. Os adultos de N. entreriana foram obtidos em criação massal mantida em casa de vegetação localizada na EPAMIG-Viçosa. Os genótipos avaliados foram B. decumbens cv. Basilisk e B. brizantha cv. Marandu, usados geralmente como testemunhas suscetível e resistente respectivamente. No primeiro experimento testaram-se três níveis de infestação: 2, 3 e 4 adultos por planta; no segundo testaram-se três relações de sexo (No. machos - No. fêmeas): 4 - 0, 2 - 2 e 0 - 4 por planta. Utilizaram-se perfilhos individuais plantados em unidades de crescimento feitas com conexões de PVC, acondicionados em garrafas PET 2L que tiveram a função de gaiola. A infestação ocorreu quinze dias após do plantio e dez dias depois desta avaliaram-se os danos mediante escala visual, índice SPAD e a perda de peso das plantas. Os testes foram desenvolvidos em casa de vegetação. O cv. Basilisk mostrou danos significativamente maiores ao cv. Marandu nos dois experimentos. Encontrou-se que o nível de infestação de 4 adultos por planta discriminou claramente entre a testemunha susceptível e a resistente. As relações entre os sexos não afetou a expressão de dano na testemunha suscetível. Estes resultados serão incorporados na metodologia de avaliação de futuros experimentos. (FAPEMIG)

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RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE Brachiaria spp. À ADULTOS DA CIGARRINHA Mahanarva fimbriolata (HEMIPTERA: CERCOPIDAE)   Christiane de Fátima Martins França (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Andreza Kerr Fantine (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Christiam Felipe Silva Maciel (Bolsista PIBIC/CNPq), Evaldo Ferreira Vilela (Orientador), Domingos Sávio Queiroz (Pesquisador/EPAMIG), Alejandro Pabón Valverde (Pós-graduando DS)  As cigarrinhas-das-pastagens são as principais pragas de Brachiaria no Brasil. O uso de cultivares resistentes é o principal método de controle dessa praga. Grandes avanços têm-se obtidos nas técnicas de estudos e obtenção de genótipos de Brachiaria spp. resistentes às ninfas das cigarrinhas, mas poucas pesquisas tem-se desenvolvido com os adultos desta praga, sendo que estes interagem de forma diferente com a planta. O objetivo desse trabalho foi avaliar a reação de sete genótipos de Brachiaria spp. à adultos da cigarrinha Mahanarva fimbriolata. Os genótipos de B. decumbens cv. Basilisk e B. brizantha cv. Marandu foram usados como testemunhas suscetível e resistente respectivamente. Usaram-se perfilhos individuais plantados em unidades de crescimento feitas com conexões de PVC, acondicionados em garrafas PET 2L que tiveram a função de gaiola. Usaram-se um nível de infestação de três adultos por planta. A infestação ocorreu quinze dias após do plantio e sete dias depois desta avaliaram-se os danos mediante escala visual, índice SPAD e a perda de peso das plantas. Os testes foram desenvolvidos em casa de vegetação. Os adultos da M. fimbriolata afetaram fortemente as plantas da testemunha suscetível ocasionando inclusive sua morte. Com exceção da testemunha resistente, os outros genótipos apresentaram elevados níveis de dano, estatisticamente similares à testemunha suscetível em apenas sete dias de infestação, o que traduz uma maior severidade de dano quando comparado com danos ocasionados pelas ninfas, justificando a necessidade de dar continuidade a esse tipo de estudos. (FAPEMIG)

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RESPOSTA FUNCIONAL DE ADULTOS DE Podisus nigrispinus (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) A DIFERENTES DENSIDADES DE LAGARTAS DE Anticarsia gemmatalis (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) EM PLANTAS DE SOJA.  

Astolfo Gomes Guimarães Júnior, (PROBIC/FAPEMIG); José Salazar Zanuncio Junior, (Pós-graduando DS), José Cola Zanuncio (Docente colaborador), José Milton Milagres Pereira, (Orientador) 

A resposta funcional pode indicar o potencial de agentes de controle biológico. O predador Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) foi criado em laboratório com a presa alternativa Tenebrio molitor L. (Coleoptera) Tenebrionidae) ou a natural Anticarsia gemmatalis (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) por uma, duas ou três gerações. A capacidade predatória de fêmeas de P. nigrispinus foi estudada com os parâmetros da resposta funcional a diferentes densidades de lagartas de A. gemmatalis em plantas de soja em casa de vegetação. Fêmeas desse predador apresentaram, quando descendentes da criação com a presa alternativa ou natural, respostas do tipo II e do tipo III, respectivamente. Isto indica possível efeito do aprendizado desse predador, pois a taxa de ataque aumenta com a densidade da presa para a resposta funcional do tipo III. Fêmeas de P. nigrispinus descendentes da criação com a presa alternativa apresentaram menor tempo de manipulação da presa (Th) que as descendentes da criação com a presa natural. Fêmeas desse predador descendentes da criação com a presa alternativa tiveram capacidade predatória semelhante àquelas criadas com a presa natural, com máximo de 100 lagartas de A. gemmatalis predadas durante a vida adulta. Isto indica que P. nigrispinus pode ser criado com a presa alternativa T. molitor e apresentar alto potencial para o controle biológico da lagarta da soja A. gemmatalis. (FAPEMIG; CAPES; CNPq)

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SELEÇÃO PARA MASSA CORPÓREA E RESPOSTA PARA RESISTÊNCIA A DELTAMETRINA EM POPULAÇÕES DE Sitophilus zeamais

Julia Tolledo Santos (Bolsista PIBIC/CNPq); Geraldo Henrique Ferreira (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Alberto Soares Corrêa (Pós Graduando MS); Eliseu José Guedes Pereira (Pós graduando PDS); Raul Narciso Carvalho Guedes (Orientador)

Duas populações de Sitophilus zeamais, uma resistente (Jacarezinho) e uma susceptível (Sete Lagoas), foram utilizadas com o objetivo de testar, através da seleção artificial, a existência de relação entre massa corpórea e resistência a deltametrina. Foi realizada a seleção artificial pelo método bidirecional, possibilitando a formação de duas linhas opostas de seleção, uma para maior e outra para menor massa corpórea, em cada população. Para a avaliação da magnitude da resistência foram feitos testes diagnósticos após o final do processo de seleção para a determinação da CL50 das populações resultantes. Os resultados para massa corpórea das populações oriundas da seleção artificial de Sete Lagoas e Jacarezinho diferiram significativamente de suas respectivas populações padrões. O teste diagnóstico de resistência mostrou que, na população susceptível, os indivíduos com menor massa corpórea apresentaram menor CL50. Já as populações oriundas da resistente não apresentaram tal padrão, sendo a população selecionada para menor massa corpórea a que apresentou maior nível de resistência. Para as populações susceptíveis o aumento na massa corpórea influenciou diretamente na resistência a inseticidas. Já para as populações resistentes, a população com menor massa se mostrou mais resistente. Desta forma podemos concluir que a característica massa corpórea não está ligada à resistência a inseticidas, sendo ambas independentes. Contudo, a eventual coincidência delas em dada população pode minimizar o custo adaptativo normalmente associado à resistência a inseticidas na ausência destes compostos. (CNPq)

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 SISTEMÁTICA MOLECULAR DO GÊNERO OLIGOSARCUS, GÜNTHER 1864, (OSTARIOPHYSI: CHARACIDAE).

  SOUZA, Gisele Oliveira (Bolsista PIBIC/CNPq); PEREIRA, Tiago Leão (Pós-graduando DS); DERGAM, Jorge Abdala (Orientador) Departamento de Biologia Animal – Laboratório de Sistemática Molecular BEAGLE. [email protected]

 Muitos rios mineiros encontram-se ameaçados por vários fatores, expondo espécies locais a diversos graus de ameaças. Na bacia do rio Doce, duas espécies de lambari-bocarra, Oligosarcus argenteus e Oligosarcus solitarius, também encontram-se ameaçadas. O. argenteus é amplamente distribuído na bacia do rio Doce, ocorrendo também no rio das Velhas e rio Cipó (bacia do São Francisco). Já O. solitarius é restrita aos lagos do médio rio Doce. Na bacia do rio das Velhas, as populações de O. argenteus estão restritas a algumas cabeceiras e pequenos riachos, expondo-as ao risco de extinção por fatores estocásticos. No rio Doce, O. solitarius são suscetíveis à presença de espécies exóticas e as populações remanescentes compreendem poucas lagoas do médio rio Doce. Portanto, a determinação do padrão de variação molecular e morfológica de populações de Oligosarcus destas drenagens é uma forma eficiente de testar a hipótese do número de espécies deste gênero em ambas as bacias, permitindo uma avaliação do grau de ameaça de cada população. Assim, 145 espécimes foram analisados através de marcadores RAPD-PCR e 53 deles morfologicamente. Os baixos valores de bootstrap observados no fenograma indicam baixa diferenciação genética entre as populações estudadas. Contrariamente, o Teste Exato de Fisher indica alto grau de diferenciação das populações do sistema de lagos do Médio rio Doce e do rio das Velhas com as demais populações analisadas. A análise morfológica diferenciou os indivíduos das lagoas dos indivíduos de outras localidades, confirmando a existência de O. solitarius. As populações do rio das Velhas apresentaram menor número de dentes na parte posterior do dentário que os demais O. argenteus, o que pode ser considerado um caráter morfológico diagnóstico. A diferenciação genética e morfológica das populações de lambaris-bocarra do rio das Velhas indica que estas populações necessitam de medidas urgentes de conservação, já que são restritas e vulneráveis. (CNPq)  

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 TABELA DE VIDA ECOLÓGICA PARA Tuta absoluta

 Nilson Rodrigues Silva (Bolsista de iniciação cientifica), Leandro Bacci (Professor colaborador), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Terezinha Maria Castro Della Lucia (Professor), Ézio Marques da Silva (Doutorando), Júlio Cláudio Martins (Mestrando).

A traça do tomateiro Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) é a principal praga do tomate Lycopersicon esculentum Mill. na América do Sul. Este inseto causa sérios prejuízos econômicos à cultura do tomate devido à redução na produtividade e ao grande número de aplicações de inseticidas utilizados no seu controle. A variação sazonal da mortalidade natural de insetos fitófagos é regulada pela importância relativa dos fatores bióticos e abióticos do agroecossistema e o conhecimento da magnitude destes fatores ao longo do ano representa um ponto chave no estabelecimento de estratégias e táticas de manejo de pragas. Uma importante ferramenta de pesquisa ecológica utilizada em estudos de dinâmica populacional consiste na construção de tabelas de vida ecológica. Estes estudos permitem avaliar de forma quantitativa e qualitativa os fatores de mortalidade natural. Assim, o objetivo deste estudo foi construir e analisar tabelas de vida ecológicas para T. absoluta em duas estações do ano, com o intuito de identificar os estágios críticos e os fatores chave de mortalidade desta praga. Os dados para a construção das tabelas de vida foram coletados em lavouras de tomate no inverno e verão de 2005. Múltiplos fatores bióticos e abióticos de mortalidade afetaram os estádios imaturos de T. absoluta. Estes fatores causaram redução populacional no verão e aumento no inverno. No inverno, o fator chave de mortalidade foi o parasitismo de larvas de 4º ínstar por Bracon sp. No verão, o fator chave de mortalidade foi a predação de larvas de 2º, 3º e 4º instares por Protonectarina. sylveirae.

(apoio financeiro: CNPq e CAPES )

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Thyrinteina arnobia (LEPIDOPTERA: GEOMETRIDAE) PODE SER CONTROLADA POR Palmistichus elaeisis (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE)?  Gabriel de Castro Jacques (PROBIC/FAPEMIG); Fabrício Fagundes Pereira (CNPq); Astolfo Gomes Guimarães Júnior (PROBIC/FAPEMIG); José Cola Zanuncio (Orientador); Robson Oliveira Silva(Estagiário Voluntário); Aline Rodrigues Pôrto Pedrosa (PIBIC/CNPq)    O endoparasitóde de pupas, Palmistichus elaeisis Delvare e LaSalle, 1993 (Hymenoptera: Eulophidae), tem sido relatado, principalmente, em lepidópteros desfolhadores de eucalipto. O objetivo foi demonstrar que esse inimigo natural tem potencial para ser utilizado no controle de Thyrinteina arnobia (Stoll, 1782) (Lepidoptera: Geometridae). No primeiro estudo, pupas desse lepidóptero foram expostas ao parasitismo por fêmeas de P. elaeisis por 72 horas em condições de laboratório. A duração do ciclo de vida (ovo-adulto) desse parasitóide foi de 21,60 ± 0,16 dias em pupas de T. arnobia, com 81,82% de parasitismo das mesmas e 100% de emergência daquelas parasitadas. A progênie de P. elaeisis foi de 298,44 ± 75,04 indivíduos por pupa de T. arnobia. No segundo estudo, o parasitismo de P. elaeisis foi avaliado nos hospedeiros natural e alternativo no campo. Trinta mil fêmeas desse parasitóide foram liberadas em um talhão de eucalipto, onde trezentas pupas de Anticarsia gemmatalis Hubner, 1818 (hospedeiro alternativo) foram colocadas devido à indisponibilidade de se obter aquelas do hospedeiro natural T. arnobia em número suficiente. Aquelas pupas foram individualizadas em armadilhas confeccionadas com tela do tipo mosqueteiro e grampeadas em galhos de 60 árvores de eucalipto, recolhidas após 48 horas e levadas para o laboratório. O parasitismo, a emergência e a progênie de P. elaeisis, de pupas de A. gemmatalis, foram de 57,33%, 31,03% e 113,92 ± 8,36 indivíduos, respectivamente. O parasitismo natural de pupas de T. arnobia por P. elaeisis foi constatado, no campo, após a liberação desse inimigo natural. A capacidade de P. elaeisis encontrar e parasitar pupas dos hospedeiros natural e alternativo, em plantios de eucalipto, caracteriza esse inimigo natural como promissor para o controle biológico de T. arnobia. (CAPES, CNPq, FAPEMIG)

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TOXICIDADE DE EXTRATOS VEGETAIS POLARES A Brevicoryne brassicae.  

Renata Ramos Pereira (Estudante IC), Márcio Dionízio Moreira (Pós Doutor), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Renan Batista Queiroz (Bolsista PIBIC/CNPq), Tarcísio Visintim da Silva Galdino (Bolsista PNP&D-Café), Verônica Aparecida Faustino (Estudante IC) 

       Entre as pragas chaves das brássicas encontra-se o pulgão Brevicoryne brassicae (Hemiptera:Aphilidae), que causa grande prejuízo devido à sucção contínua de seiva e introdução de toxinas no sistema vascular das plantas, além da transmissão de viroses. Uma das alternativas de controle deste inseto é o uso de extratos vegetais. Assim, este trabalho teve por objetivo o estudo da atividade inseticida dos extratos vegetais polares de plantas da Amazônia, Cerrado e de ocorrência geral a B. brassicae. As plantas da Amazônia foram: Banara guianensis, Piper augustum, Clavija weberbaueri e Mayna parvifolia. Foi usada uma planta do Cerrado Curatela americana e duas plantas de ocorrência geral: Ageratum conyzoides e Spathodea campanulata. Estas plantas foram acondicionadas em erlenmeyers contendo etanol (solvente polar). Cada unidade experimental foi tratada com os extratos das plantas, diluídos em acetona (10 mg/mL). A testemunha foi tratada apenas com acetona e após a evaporação do solvente cada unidade experimental recebeu 10 insetos. A mortalidade foi avaliada em 24hs após o tratamento. Todas as plantas apresentaram atividade inseticida estatisticamente iguais: P. augustum (100% de mortalidae), A. conyzoides  (97%), S. campanulata  (93%), M. parvifolia (87%), C. weberbaueri (80%), B. guianensis (73%) e C. americana (73%). P. augustum é uma piperaceae onde estão presentes compostos como o fenilpropanóide dilapiol com reconhecida ação inseticida. A atividade inseticida de A. conyzoides foi reportada em literatura devendo-se especialmente à presença de cumarina. S. campanulata é uma planta produtora de mel tóxico para diversas espécies de insetos. As demais plantas não apresentam registro em literatura de sua atividade inseticida e podem ser promissoras com relação à presença de compostos inseticidas. Assim, conclui-se que os extratos polares de P. augustum, A. conyzoides, S. campanulata, M. parvifolia, C. weberbaueri, B. guianensis  e C. americana podem ser usados no controle de B. brassicae. (FAPEMIG, CAPES e CNPq)

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USO DE INSETICIDAS BOTANICOS APOLARES NO CONTROLE de Hyphotenemus hampei NO CONTEXTO DA PRODUÇAO INTEGRADA DO CAFÉ  

Ricardo Siqueira da Siva (Bolsista PNP&D-Café), Márcio Dionizio Moreira (Pós-Doutor), Marcelo Coutinho Picanço (Orientador), Tarcísio Visitin da Silva Galdino (Bolsista PNP&D-Café), Mateus Chediak (Pós-graduando MS), Renan Batista Queiroz (Bolsista PIBIC/CNPq), Laércio Zambolim (Docente Colaborador).    

A broca do café, Hypothenemus hampei (Coleoptera: Scolytidae) é considerada praga-chave da cultura do cafeeiro. O controle da broca do café tem sido, tradicionalmente feito pelo uso de inseticidas sintéticos. Entretanto, no contexto da produção integrada é necessário o uso de métodos de controle eficientes e que se mostrem sustentáveis ambientalmente , economicamente e socialmente. Assim o uso de inseticidas botânicos se mostra como uma alternativa interessante. Assim este trabalho teve por objetivo estudar a atividade de inseticidas botânicos apolares no controle de H. hampei. Para isso foram avaliados o impacto de extratos das  plantas: maspa Clavija weberbaueri (Theophrastaceae), azeitona brava Eugenia sp. (Myrtaceae), bawa curu upirau Piper augustum (Piperaceae), mentrasto Ageratum conyzoides (Asteraceae), pata de vaca Bauhinia variegate (Caesalpinioideae) e espatódea Spathodea campanulata  (Bignoniaceae) sobre H. hampei. Adultos do inseto foram coletados e submetidos aos extratos. Os tratamentos foram compostos pelos extratos e testemunha. Cada parcela experimental constituiu-se de um tubo de vidro de 10mL tratados na concentração de 4,45 mg/cm2. A cada tubo foram adicionados 10 insetos. Após 12, 24 e 48hs avaliou-se a mortalidade do inseto. Não se verificou ação inseticida dos extratos vegetais 12hs após a aplicação. As 24 e 48hs após a aplicação os extratos que apresentaram efeito inseticida foram C. weberbaueri (60 e 80% de mortalidade), P. augustum,(90 e 100% de mortalidade), B. variegata (57 e 73% de mortalidade) Eugenia sp. (67 e 83% de mortalidade) e A. conyzoides (97 e 100% de mortalidade). O extrato de S. campanulata não apresentou efeito inseticida. Assim conclui que os extratos de C. weberbaueri, P. augustum, B. variegata, Eugenia sp. e A. conyzoides contêm substâncias apolares com ação inseticida a H. hampei. (PNP&D-café, FAPEMIG, CAPES, CNPq e MAPA).

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VARIAÇÃO NICTEMERAL DE TEMPERATURA E PH EM TANQUES DE PISCICULTURA COM E SEM Astyanax scabripinnis.

Lucas Navaro Paolucci (Estudante de Graduação); Raquel Gontijo de Loreto (Estagiária voluntária); Alice Silva Pereira (Estudante de Graduação); Tatiana de Faria Pedersoli (Estudante de Graduação) e Walter Yoshizo Okano (Orientador) 

 A piscicultura vem sendo apontada por especialistas como uma promissora atividade no

mundo e, principalmente, no Brasil. Assim, o conhecimento das principais características da água é importante para que o piscicultor possa controlar melhor o ecossistema dos  tanques de criação e obter maior produtividade. Esse trabalho tem como objetivo analisar a influência da presença de peixes sobre a temperatura e o pH em tanques de piscicultura. Foram utilizados dois tanques de 20,0 x 10,0 x 1,0m de profundidade, um sem peixes (Tanque 1) e outro contendo lambari-prata, Astyanax scabrinnis, (Tanque 2). O experimento teve início às 18h30min do dia 12 de maio de 2007 e consistiu na análise da água de cada tanque, em três profundidades, durante um período de 24 horas. Para isso foram coletadas, a cada três horas, amostras de água na superfície, a 0,5m e a 1,0m de profundidade, utilizando-se uma garrafa de Van Dorn de 6 litros de capacidade. A temperatura e o pH foram medidos através de um termômetro e Phmetro. Ambos os tanques apresentaram temperaturas mais elevadas na superfície, durante o dia, e no fundo, durante a noite. O pH nos dois tanques apresentou-se menor durante a noite, sendo que no tanque 2 os valores absolutos foram mais elevados e com maior amplitude. A partir dos resultados conclui-se que a temperatura não é influenciada pela presença de peixes, diferentemente do pH que é mais elevado com a presença desses organismos.

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