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UFV / XVIII SIC / OUTUBRO DE 2008 / VETERINÁRIA CCB ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS ENCONTRADAS NA NECRÓPSIA DE UM JABUTI-PIRANGA FÊMEA E ADULTA DESTINADA AO CETAS-UFV APÓS APREENSÃO PELA POLÍCIA AMBIENTAL VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Não Bolsista/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV) A destruição acelerada de extensivas áreas florestais torna a fauna silvestre cada dia mais vulnerável a fragmentação e perda de seu habitat. Além disso, devido à grande procura, a maioria das espécies nacionais são ameaçadas pelo setor do tráfico que fornece animais para o mercado pet, muitas vezes transportando-os para regiões com condições adversas. Os jabutis (Geochelone sp.) são répteis de hábitos terrestres amplamente comercializados no Brasil, muitos oriundos do tráfico. O presente trabalho objetivou relatar as alterações macroscópicas encontradas na necrópsia de um jabuti-piranga fêmea e adulta, destinada ao CETAS-UFV após apreensão pela Polícia Ambiental. Ao exame externo observou-se secreção viscosa e brancacenta ao redor das órbitas oculares e na cavidade nasal. À necropsia observou-se grande quantidade de líquido na cavidade celomática. O fígado apresentou-se pálido e com aspecto gorduroso ao corte. Durante exame do tubo digestivo foi possível perceber a presença de sete pedras de formatos irregulares, não ultrapassando dois centímetros de comprimento. Havia aderência entre segmentos de alças intestinais, sendo que a mucosa desses órgãos mostrava-se hiperêmica e com diversas áreas de ulceração. Constatou-se a presença de grandes áreas avermelhadas difusas pelos pulmões, os quais se mostravam repletos de líquido. Concluiu-se que o animal avaliado veio a óbito devido à insuficiência respiratória desencadeada pelo preenchimento dos sacos aéreos com secreção serosa, dificultando as trocas gasosas. Suspeita- 325

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ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS ENCONTRADAS NA NECRÓPSIA DE UM JABUTI-PIRANGA FÊMEA E ADULTA DESTINADA AO CETAS-UFV APÓS APREENSÃO PELA POLÍCIA AMBIENTAL

VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Não Bolsista/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

A destruição acelerada de extensivas áreas florestais torna a fauna silvestre cada dia mais vulnerável a fragmentação e perda de seu habitat. Além disso, devido à grande procura, a maioria das espécies nacionais são ameaçadas pelo setor do tráfico que fornece animais para o mercado pet, muitas vezes transportando-os para regiões com condições adversas. Os jabutis (Geochelone sp.) são répteis de hábitos terrestres amplamente comercializados no Brasil, muitos oriundos do tráfico. O presente trabalho objetivou relatar as alterações macroscópicas encontradas na necrópsia de um jabuti-piranga fêmea e adulta, destinada ao CETAS-UFV após apreensão pela Polícia Ambiental. Ao exame externo observou-se secreção viscosa e brancacenta ao redor das órbitas oculares e na cavidade nasal. À necropsia observou-se grande quantidade de líquido na cavidade celomática. O fígado apresentou-se pálido e com aspecto gorduroso ao corte. Durante exame do tubo digestivo foi possível perceber a presença de sete pedras de formatos irregulares, não ultrapassando dois centímetros de comprimento. Havia aderência entre segmentos de alças intestinais, sendo que a mucosa desses órgãos mostrava-se hiperêmica e com diversas áreas de ulceração. Constatou-se a presença de grandes áreas avermelhadas difusas pelos pulmões, os quais se mostravam repletos de líquido. Concluiu-se que o animal avaliado veio a óbito devido à insuficiência respiratória desencadeada pelo preenchimento dos sacos aéreos com secreção serosa, dificultando as trocas gasosas. Suspeita-se que o quadro tenha sido agravado pela bacteremia resultante das lesões no tubo digestivo. A determinação da causa da morte de animais silvestres é de suma importância para determinar as ações mais eficazes para a conservação das espécies e seu manejo em cativeiro.

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ATIVIDADE OVICIDA DO FUNGO Paecilomyces lilacinus (THOM) SOBRE OVOS DE Moniezia sp.

CLÁUDIA MORATO LINS E SILVA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), JACKSON VICTOR DE ARAUJO (Orientador/UFV), ANDRÉ RICARDO E SILVA (Não Bolsista/UFV), ROGÉRIO OLIVA CARVALHO (Bolsista CAPES/UFV), JULIANA MILANI ARAUJO (Não Bolsista/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Estagiário voluntário/UFV), ARTUR KANADANI CAMPOS (Colaborador/UNIVIÇOSA)

 No Brasil grande parte da criação ainda é feita em regime de pasto, o que leva as constantes infecções por parasitos presentes nas pastagens. Entre eles estão helmintos parasitos gastrintestinais, que constituem um sério problema na criação de ruminantes, pois interferem diretamente no desenvolvimento da produção, devido ao impacto que causam na produção de carne e leite e aos altos custos das medidas de manejo e gastos excessivos com o controle. Dentre estes helmintos destaca-se a Moniezia sp., um Cestoda, que embora comum em ruminantes domésticos no Brasil e no mundo possui ação patológica ainda não totalmente elucidada sobre seus hospedeiros. Novas práticas de controle alternativo que possam interferir na contaminação das pastagens e reinfecção animal, como o controle biológico, poderão ajudar a solucionar os problemas decorrentes, desta, e de outras parasitoses. Assim, a utilização de fungos nematófagos aparece como uma alternativa viável e promissora de controle para animais que estão sendo constantemente infectados. Foi objetivo deste trabalho avaliar a atividade ovicida do fungo Paecilomyces lilacinus sobre ovos de Moniezia sp. Cem mil ovos de Moniezia sp. foram vertidos em placas de agar-água 2% com os isolados fúngicos crescidos e sem fungo controle. Ao completarem cinco, dez e quinze dias, cem ovos foram removidos e classificados de acordo com os seguintes parâmetros: efeito tipo 1, efeito lítico sem prejuízo morfológico a casca do ovo; tipo 2, efeito lítico com alteração morfológica da casca e embrião e tipo 3, efeito lítico com alteração morfológica do embrião e da casca, além de penetração de hifas e colonização interna do ovo. O fungo P. lilacinus demonstrou atividade ovicida (p<0,01) sobre ovos de Moniezia sp. nos intervalos estudados apresentando principalmente efeito do tipo 3 de 19%, 20% e 23% respectivamente aos cinco, 10 e 15 dias, demonstrando ser um potencial controlador biológico desse Cestoda.

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COMPÓSITO DE HIDROXIAPATITA ASSOCIADA AO POLIHIDROXIBUTIRATO COMO SUBSTITUTO ÓSSEO: AVALIAÇÃO CLÍNICA, CIRÚRGICA E RADIOGRÁFICA

GLÁUCIA DE OLIVEIRA MORATO (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ANDREA PACHECO BATISTA BORGES (Orientador/UFV), EMILY CORRENA CARLO (Bolsista CAPES/UFV), RENATO BARROS ELEOTÉRIO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), RENATA CASTRO NEHME (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV)

É constante a busca por um substituto ósseo ideal e um material que cumpra a função de estabilização de fraturas sem provocar qualquer alteração indesejável local ou sistêmica a curto e longo prazo. Este subprojeto teve por objetivo a análise clínica, cirúrgica e radiográfica da resposta ao compósito contendo hidroxiapatita (HAP-91®) associada ao polihidroxibutirato (PHB) utilizado como substituto ósseo. Uma falha óssea circular foi realizada superfície lateral do olécrano de 30 coelhos, sendo 12 do grupo controle 18 do grupo tratado. Cada olécrano do grupo tratado, o qual foi dividido em três subgrupos, recebeu um compósito contendo proporções diferentes de HAP-91® e PHB: compósito 1 com 10% HAP-91® e 90% PHB; compósito 2 com 25% HAP-91® e 75% PHB; compósito 3 contendo 50% de cada um desses biomateriais. Os resultados foram comparados com o grupo controle no qual o defeito ósseo experimental não recebeu qualquer forma de tratamento, ou seja, foi preenchido pelo coágulo que se forma naturalmente. Dor, claudicação, deiscência, infecção e edema foram avaliados nos primeiros 8 dias pós-operatórios e no 45º e 90º dias. Radiografias foram realizadas aos 8, 45 e 90 dias. Durante o trans-operatório o compósito 1 se mostrou o mais resistente ao corte e manipulação. O compósito 3 se mostrou frágil, o que pode limitar sua utilização para a fabricação de parafusos e placas. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para os parâmetros clínicos. Esses dados corroboram com a possibilidade dos materiais serem biocompatíveis. À radiografia foi observado contato direto entre compósito e osso sugerindo que os materiais se integram ao tecido ósseo. Não foi observado nenhum sinal, como a osteólise, que indicasse incompatibilidade.

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CONSERVAÇÃO DE MATERIAL GENÉTICO DE SUÍNOS DA RAÇA PIAU (Sus scrofa) POR MEIO DA FORMAÇÃO DE BANCO DE GERMOPLASMA

MAURÍCIO HOSHINO DA COSTA BARROS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JOSE DOMINGOS GUIMARAES (Orientador/UFV), LINCOLN DA SILVA AMORIM (Bolsista FAPEMIG/UFV), HUGO HIDEKI SHIOMI (Estagiário voluntário/UFV), SIMONE ELIZA FACIONI GUIMARAES (Co-orientador/UFV), PAULO SAVIO LOPES (Colaborador/UFV), RENATA VERONEZE (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), LEONARDO FRANCO MARTINS (Bolsista CAPES/UFV)

A preservação de raças nativas nos dias atuais deixou de ser uma preocupação de natureza histórica para ser uma realidade. Dentre as raças suínas nativas brasileiras catalogadas como de alto risco de extinção, apenas a raça Piau (Sus scrofa) ainda existe, uma vez que é considerada a melhor e mais importante raça naturalizada nacional. Entretanto, a maioria dessas raças, por cruzamentos absorventes ou por substituição, deu lugar a outras que, por serem mais produtivas e melhoradas geneticamente, contribuíram para redução apreciável das populações de animais nativos. Considerando os intensos avanços das biotécnicas aplicadas à reprodução animal, o objetivo do presente trabalho foi verificar a possibilidade da criação de um banco de germoplasma de suínos da raça Piau por meio da criopreservação do sêmen desses animais. Até o momento foram coletados 24 ejaculados de 5 machos adultos da raça Piau, alojados na Granja de Melhoramento Genético de Suínos da UFV. O congelamento de sêmen foi realizado segundo a tradicional técnica de Westendorf (1975), modificada quanto à concentração final de glicerol (2%) e embalagem de envase (palhetas finas - 0,25mL). Os resultados de qualidade espermática pós-descongelamento avaliados in vitro encontram-se dentro dos padrões seminais preconizados pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal, tanto para as características físicas como morfológicas do sêmen, sendo que mais de 900 doses de sêmen já se encontram estocadas em nitrogênio líquido. Considerando uma situação onde a população de suínos da raça Piau encontra-se em sérios riscos de extinção, e o número de machos é reduzido, a conservação de recursos genéticos é imprescindível para manter a sua escassa variabilidade genética. Dada as características próprias de adaptação aos ecossistemas brasileiros, presume-se que animais dessa raça constituem fontes potenciais de novas variantes genéticas de extrema importância para um futuro próximo na suinocultura nacional.

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CONTROLE HOMEOSTÁTICO EM CABRAS ALPINAS SUBMETIDAS A DIFERENTES DESAFIOS TÉRMICOS

RENAN MOREIRA PARAIZO (Estagiário voluntário/UFV), ROGÉRIO OLIVEIRA PINHO (Não Bolsista/UFV), LEONARDO FRANCO MARTINS (Bolsista CAPES/UFV), MAURÍCIO HOSHINO DA COSTA BARROS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), RENAN REIS DE OLIVEIRA (Bolsista CAPES/UFV), JOSE DOMINGOS GUIMARAES (Orientador/UFV)

Os animais para terem máxima produtividade, dependem de uma faixa de temperatura adequada, denominada zona de conforto térmico. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes desafios térmicos sobre os parâmetros fisiológicos em cabras Alpinas. O estudo consistiu de um período de adaptação de 30 dias e período experimental de 60 dias. O grupo 1 (n=4) com animais mantidos no interior da câmara bioclimática e controle da temperatura ambiente e umidade relativa do ar (26, 30 e 36ºC; 60%), enquanto que no grupo 2 (n=4) os animais foram mantidos sob influência das variações climáticas naturais da estação. Foram mensurados parâmetros fisiológicos de consumo de água, freqüências respiratória (FR) e cardíaca (FC), temperatura retal (TR) e movimentos ruminais duas vezes ao dia. Os valores para o consumo de água mostraram-se diferentes (p<0,05) tanto em função do grupo, quanto em função do tempo, sendo que os animais do grupo 1 consumiram mais do que o dobro de água (4.386,3mL/dia) do que os animais do grupo 2 (1.663,2mL/dia). Houve diferença entre os valores médios para os parâmetros de FR, para os animais do grupo 1 em ambos os turnos de mensuração em função do tempo (p>0,05) (43,4 x 34,5; 87,4 x 72,1mov/min para manhã e tarde respectivamente), e para o grupo 2 somente no período da manhã (28,8 x 24,3mov/min), para FC somente houve diferença entre turnos no período experimental (60,2 x 66,1; 73.1 x 77,5bat/min grupo 1 e grupo 2, respectivamente). A TR elevou-se em ambos os grupos no turno da tarde (39,1 e 38,6ºC, para os grupos 1 e 2, respectivamente) em relação ao turno da manhã (38,4 e 38,1ºC para os grupos 1 e 2, respectivamente) (p<0,05). Os resultados indicam que fêmeas caprinas podem ser criadas nas condições bioclimáticas propostas, sem que haja comprometimento nos referidos padrões fisiológicos.

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CORRELAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES DE SANEAMENTO E CASOS DE DOENÇA DIARRÉICA AGUDA NOTIFICADOS PELAS EQUIPES DE PSF, VIÇOSA-MG.

PATRÍCIA FINAMORE ARAUJO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), PAULA DIAS BEVILACQUA (Orientador/UFV), THAYSA VIANA ALEMEIDA DE LIEBERENZ (Estagiário voluntário/UFV), ROSE FERRAZ CARMO (Bolsista CAPES/UFV), DANIEL COBUCCI DE OLIVEIRA (Bolsista outra Instituição/UFV), ANA CAROLINA CORDEIRO SOARES (Bolsista FAPEMIG/UFV), JULIANA FERREIRA DE OLIVEIRA (Estagiário voluntário/UFV), RAFAEL KOPSCHITZ XAVIER BASTOS (Co-orientador/UFV)

É reconhecido que intervenções em saneamento, sejam no abastecimento de água quanto no esgotamento sanitário, traduzem-se em declínios substanciais da prevalência de doença diarréica aguda (DDA). O presente trabalho teve como objetivos correlacionar os casos de DDA com as condições de saneamento dos bairros atendidos pelo Programa Saúde da Família (PSF) e elaborar mapas de risco de ocorrência desse agravo. Foram georreferenciados os casos de diarréia ocorridos no município de Viçosa e notificados pelo Monitorização das Doenças Diarréicas Agudas (MDDA) no período de 2006 a 2007 e aplicado questionários para caracterização dos domicílios. A incidência de DDA no período foi de 27,1/1.000 hab, tendo sido georreferenciados 410 casos. A caracterização dos domicílios, de forma geral, aponta para uma expressiva abrangência dos serviços de saneamento, com 92,7% dos domicílios cobertos pela rede pública de abastecimento de água; 89,8% pela rede pública de esgotamento sanitário e 95,2% pela coleta pública de resíduos sólidos. As áreas com menor cobertura de saneamento foram as que tenderam a apresentar maiores valores de incidência para DDA: Amoras (47,0/1.000 hab.) e Nova Viçosa – Posses (45,6/1.000 hab). Entretanto, Cachoeira de Santa Cruz apresentou baixa incidência apesar da baixa cobertura dos serviços. Apesar dos achados sinalizarem alguma correlação entre as variáveis, é significativa a ocorrência de sub-notificação dos casos de DDA, uma vez que vários pacientes não procuram atendimento médico por considerarem o evento diarréia de pouca gravidade. A distribuição espacial dos casos de doença diarréica aguda indicou a existência de áreas com maior risco de ocorrência desse agravo, sinalizando para a possibilidade e aplicabilidade da ferramenta de georreferenciamento no monitoramento de agravos em um serviço de Vigilância Epidemiológica. Os resultados encontrados permitiram uma análise mais específica da situação de saúde subsidiando o gerenciamento, planejamento e a tomada de decisão tanto do setor saúde quanto o de saneamento.

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MONITORAMENTO MICROBIOLÓGICO EM PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE NO ABATE DE FRANGOS

MARCUS VINÍCIUS COUTINHO COSSI (Estagiário voluntário/UFV), BEATRIZ GARBELOTTI MATIAS (Bolsista CAPES/UFV), PAULO SERGIO DE ARRUDA PINTO (Orientador/UFV), LUIS AUGUSTO NERO (Co-orientador/UFV)

Nos últimos anos os países importadores de carne de aves têm aumentado suas exigências em relação à qualidade e segurança, determinando a adoção de programas de controle de qualidade a fim de se obter um rígido controle da contaminação microbiana na linha de abate. O objetivo desse trabalho foi caracterizar os efeitos de pontos importantes na linha de abate na contaminação microbiológica de carcaças de frangos. Em um abatedouro com capacidade de abate de 20.000 aves/dia, foram definidos 4 pontos de coleta: A) antes da evisceração, B) após evisceração, C) após chuveiro, e D) após tanque de resfriamento. Em cada ponto, 30 carcaças de frango foram amostradas por swab superficial (50 cm2), as quais foram submetidas à enumeração de aeróbios mesófilos (AM), coliformes totais (CT), coliformes termotolerantes (CTT) e Escherichia coli (EC), conforme metodologias descritas pelo MAPA. Os resultados finais foram comparados por ANOVA (P < 0,05). As médias obtidas (± desvio padrão) para cada microrganismo indicador em cada ponto de abate foram: AM em A, 4,30±0,69; B, 4,54±0,61; C, 3,90±0,45; e D, 4,28±0,72; CT em A, 3,17±0,71; B, 3,05±0,70; C, 3,01±0,61; e D, 2,46±0,51; CTT em A, 3,22±0,64; B, 3,04±0,72; C, 3,02±0,59; e D, 2,49±0,57; EC em A, 3,18±0,66; B, 2,96±0,73; C, 2,95±0,62; e D, 2,38±0,49. Os dados obtidos mostraram que em relação a AM, a passagem pelo ponto C reduziu sua contaminação significativamente, enquanto a passagem pelo ponto D provocou aumento. Em relação aos demais indicadores, os resultados obtidos também indicaram que a passagem pelo ponto D foi significativa para redução da contaminação. Os resultados obtidos indicaram a importância dos chuveiros e dos tanques de resfriamento na redução da contaminação microbiana.

 

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE DOENÇA DIARRÉICA AGUDA, NOTIFICADOS NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-MG.

JULIANA FERREIRA DE OLIVEIRA (Estagiário voluntário/UFV), PAULA DIAS BEVILACQUA (Orientador/UFV), Ana Carolina Cordeiro Soares (Não Bolsista/), ANA CAROLINA CORDEIRO SOARES (Não Bolsista/UFV), PATRÍCIA FINAMORE ARAUJO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), ROSE FERRAZ CARMO (Bolsista CAPES/UFV), RAFAEL KOPSCHITZ XAVIER BASTOS (Colaborador/UFV), THAYSA VIANA ALEMEIDA DE LIEBERENZ (Estagiário voluntário/UFV), Renan Salazar Ferreira Pereira (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA)

A doença diarréica aguda (DDA) apresenta vários aspectos imbricados em sua origem, sendo sempre significativa a descrição dos casos incidentes em uma localidade, de forma a identificar grupos mais vulneráveis. Este trabalho objetivou caracteriza os casos de DDA ocorridos em Viçosa-MG no período de 2006-2007. A partir das fichas de notificação de DDA do programa Monitorização das Doenças Diarréicas Agudas, foram obtidas informações sobre idade do paciente, mês de ocorrência do caso e plano de tratamento utilizado. Também foram aplicados questionários (321 casos) para coleta de dados sócio-demográficos e características do episódio diarréico e coletadas amostras de fezes para pesquisa de enteroparasitas. A incidência de DDA foi de 27,1/1.000 hab., correspondendo a 1.105 casos notificados. A distribuição trimestral dos casos apresentou caráter sazonal, sendo a maior concentração verificada nos meses mais frios (junho a agosto - 37,8%; p = 0,0001). A faixa etária 1 a 4 anos apresentou a maior concentração de casos (31,7%; p < 0,05) e o plano de tratamento A foi o mais utilizado (58,2%;  < 0,01). Famílias com renda até três salários concentraram maior número de casos (83,1%), sendo a média da renda igual a R$ 690,5 e, considerando os indivíduos com mais de 20 anos, os casos se concentraram naqueles com escolaridade até a 4ª série do ensino fundamental (38,9%) e sem qualquer nível de instrução (13,9%). Os sintomas mais freqüentes foram diarréia (97,8%), vômito (47,7%) e febre (24,3%). A participação de agentes etiológicos na DDA não pode ser adequadamente investigada, uma vez que os exames de fezes (127) resultaram pequeno percentual de resultados positivos (11,8%), entretanto, as características dos casos e a sazonalidade sugerem etiologia por rotavírus. A caracterização do perfil epidemiológico das DDAs orienta as ações de intervenção da Vigilância Epidemiológica, contribuindo para o planejamento estratégico desse serviço no município. (FAPEMIG)

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SOLTURA E MONITORAMENTO DE FÊMEA DE LOBO-GUARÁ (Chrysocyon brachyurus) ADULTA

LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), ANTONIO CARLOS CSERMAK JUNIOR (Bolsista outra Instituição/UFV), EDUARDO COSTA ÁVILA (Bolsista outra Instituição/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), GUILHERME DE SOUSA CAMPONÊZ (Estagiário voluntário/UFV), RAFAEL MORAIS GARAY (Estagiário voluntário/UFV), MARCELO GROSSI MACHADO (Estagiário voluntário/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é a quarta maior espécie do mundo dentre os canídeos e sua área de ocorrência abrange grande parte da América do Sul. Extremamente territorialistas, cada lobo-guará ocupa uma área de 30 a 57 km², sendo que apenas espécimes de sexos diferentes sobrepõem território. Esses animais habitam geralmente regiões de cerrado, porém estão ocorrendo cada vez mais em locais atípicos devido a constante alteração dos biomas por ações antrópicas como o desmatamento para urbanização, agropecuária e construção de barragens para hidroelétricas. O presente trabalho objetivou relatar a estratégia de soltura e monitoramento de um lobo-guará fêmea e adulta realizado pela equipe do Centro de Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Viçosa em julho de 2008. Em fevereiro de 2008 o CETAS-UFV recebeu o lobo-guará citado acima, vítima de atropelamento no município de São João do Nepomuceno. Após receber devido tratamento e se recuperar completamente das lesões que sofrera, o animal foi submetido a exames complementares que objetivaram a confirmação da aptidão do espécime para a reintrodução ao ambiente natural. Em seguida, avaliou-se a possibilidade de soltura em área próxima à originária do animal. Marcou-se a lobo-guará com um brinco na orelha esquerda, colocou-se um radio-colar em seu pescoço. Através da técnica de radiotelemetria seguindo o método de triangulação, com o auxílio de GPS (Sistema de Posicionamento Global) e bússola, uma equipe treinada acompanhou o animal após a soltura, registrando as áreas por onde ela andava e descansava, durante dez dias. No 11° dia o colar se soltou do animal. Após três dias buscando sinais do animal a equipe ouviu vocalizações características de lobo-guará. Por ser considerado Vulnerável na Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, cada exemplar de lobo-guará na natureza é de suma importância para a conservação da espécie.(CETAS UFV )

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  ESTABILIZAÇÃO EXTRA-ARTICULAR PARA TRATAMENTO DE RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL

ANNA CAROLINA DO NASCIMENTO FRAZÃO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), ANDREA PACHECO BATISTA BORGES (Orientador/UFV), RENATO BARROS ELEOTÉRIO (Bolsista FAPEMIG/UFV), TATIANA SCHMITZ DUARTE (Não Bolsista/UFV), KELLY CRISTINE DE SOUSA PONTES (Bolsista CAPES/UFV), EMILY CORRENA CARLO (Bolsista CAPES/UFV), Bruno Galli Pozzebon (Voluntário/)

O ligamento cruzado cranial tem as funções de limitar o deslocamento craniocaudal da tíbia em relação ao fêmur, a super-extensão do joelho e a rotação interna da tíbia. Com sua ruptura, essas funções se perdem, desencadeando grande instabilidade articular com conseqüente dor e claudicação. O objetivo do presente trabalho foi relatar a técnica cirúrgica de estabilização extra-articular da articulação fêmoro-tibio-patelar utilizada em casos de ruptura do ligamento cruzado cranial. A cirurgia foi realizada no HOV da UFV. A técnica iniciou-se com uma incisão cutânea curvilínea craniolateral envolvendo toda a articulação fêmoro-tibio-patelar esquerda, seguida de divulsão do tecido subcutâneo e incisão da cápsula articular para desvio medial da patela e exposição do sulco troclear.Com a cápsula articular aberta, utilizou-se um pino de Steinnman de 3mm acoplado à furadeira para perfuração transversal do côndilo femural .O pino foi mantido em tal posição, e então suturou-se o retináculo e a cápsula articular com fio de náilon 2-0, pontos em X. Um fio de poliéster 5 foi inserido na perfuração transcondilar à medida que o pino de Steinnman foi sendo retirado. O mesmo procedimento de perfuração e passagem do fio de poliéster foi feito na crista tibial cranial, formando uma figura, em forma de oito, com o fio de poliéster. Com o joelho em semiflexão, as duas extremidades do fio de poliéster foram tracionadas e amarradas. Na reavaliação, três dias após a cirurgia, foram observados claudicação do membro operado, dificuldade de se levantar, seroma no local da intervenção e, embora diminuído, ainda havia “movimento de gaveta” cranial positivo. O insucesso da presente técnica poderia ter sido evitado se o membro estivesse em extensão, se a perfuração fosse na altura do epicôndilo, porém, caudal a ele e se o cruzamento dos fios fosse mais proximal o que evitaria o deslizamento dos mesmos.

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ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS ENCONTRADAS NA NECRÓPSIA DE UMA CAPIVARA MACHO E JOVEM

FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Não Bolsista/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), CLARICE SILVA CESÁRIO (Estagiário voluntário/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

Devido à destruição acelerada de extensivas áreas florestais um crescente número de mamíferos de médio e grande porte é encontrado próximo a ambientes urbanos a procura de alimento e abrigo. As capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris), maiores roedores do planeta, são constantemente visualizadas em ambientes antropizados, às margens de lagoas e rios. Vivem em grandes grupos constituídos por um macho dominante, fêmeas adultas com filhotes e outros machos subordinados. O objetivo do presente trabalho foi relatar as alterações macroscópicas encontradas na necrópsia de uma capivara macho e jovem. Em maio de 2008 a carcaça do roedor foi encontrada próximo á fábrica de rações no campus da UFV e encaminhada ao CETAS-UFV para a realização de necrópsia. Ao exame externo observou-se grande distensão abdominal, porém a pele se mostrou intacta, exceto por pequenos cortes na região perianal contendo ovos de mosca. À necrópsia observou-se fratura de diversas costelas, sendo que seus fragmentos ósseos perfuraram a pleura parietal, os pulmões e o rim esquerdo do animal. As cavidades abdominal e torácica encontravam-se repletas de líquido sanguinolento. Durante exame de seu tubo digestivo foi possível perceber que a mucosa intestinal mostrava-se hiperêmica e com áreas de ulceração. Foi constatada infestação por 3 diferentes gêneros de helmintos. Concluiu-se que o animal avaliado veio a óbito no local, instantaneamente após choque mecânico, provavelmente atropelamento, por parada cardiorespiratória, devido à hipovolemia causada pela hemorragia intensa. A determinação da causa da morte de animais silvestres é de suma importância para determinar as ações mais eficazes para a conservação das espécies. O excesso de velocidade dos veículos, a falta de sinalização nas estradas, orientando os motoristas sobre a presença de animais silvestres, e a falta de corredores alternativos para os animais são pontos fundamentais a serem considerados na conservação da mastofauna.

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ACADEMIA E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO: AS MEDIAÇÕES DE GÊNERO NO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA 

ISABELA APARECIDA ANDRADE BORTOLOTI (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), PAULA DIAS BEVILACQUA (Orientador/UFV), MARISA BARLETTO (Co-orientador/UFV), MARIA DE FATIMA LOPES (Co-orientador/UFV), ALICE INES DE OLIVEIRA E SILVA (Colaborador/UFV)

Essa pesquisa é parte integrante do projeto intitulado “Academia e construção do conhecimento: as mediações de gênero em cursos de graduação” sendo fruto da preocupação acadêmica acerca da necessidade de se refletir sobre a produção do conhecimento a partir de conceitos feministas. Partindo de questões sintetizadas na clássica pergunta: O feminismo mudou a ciência?, assumimos como pressupostos o significado de poder, como estruturador da ordem social; a bipolaridade do mundo social dividido entre esfera pública e esfera privada e a dissociação entre o saber considerado científico do saber do senso comum. A partir da constatação do aumento do ingresso de mulheres no curso de graduação em Medicina Veterinária, objetiva-se analisar se houve mudanças na forma de produzir ciência no curso. A metodologia inclui a coleta e análise de dados referentes aos alunos/as egressos/as, desde o primeiro ano de formatura (1935), e, também, a pesquisa de documentos no Arquivo Central e Histórico da UFV. Dados recentes demonstram a expressiva mudança no perfil do/a candidato ao curso em relação ao sexo: período 81-84: 85,1% e 14,9%; 85-89: 74,8% e 25,2%; 90-94: 61,7% e 38,3%; 95-99: 56,8% e 43,2%; 2000-2006: 46,6% e 53,4% para homens e mulheres, respectivamente. Através do arrolamento de fontes no arquivo mencionado, conseguimos perceber a mudança de foco da Medicina Veterinária enquanto campo de saber. Originalmente se ocupava do cuidado de grandes animais em ambiente fundamentalmente rural, universo essencialmente masculino, principalmente na UFV; percebe-se, mais recentemente, a ênfase cada vez maior em especialidades que visam os “cuidados” de pequenos animais, vistos como tarefas preferencialmente femininas. Essa constatação impõe como reflexão o sentido e significado do cuidar na constituição de sujeitos homens e mulheres. Estudos dessa natureza podem contribuir para a crítica feminista, discussão acadêmica-política necessária quando temas como equidade de gênero, direitos e inclusão social tornam-se pauta do dia.

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AEROSSACULITE E PNEUMONIA ASSOCIADAS A FRATURA DE ÚMERO EM CORUJA-ORELHUDA (Rhinoptinx clamatur). RELATO DE CASO.

AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV), CAIO DE PAULA MARCHI (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Estagiário voluntário/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), CLARICE SILVA CESÁRIO (Estagiário voluntário/UFV)

As aves apresentam um aparato respiratório bastante peculiar em resposta às suas adaptações para vôo. Seus pulmões são rígidos e de volume fixo, localizados dorsalmente na parede torácica e não sofrem expansão durante o movimento de inspiração e expiração. Tal ação é realizada pelos sacos aéreos, estruturas de parede delgada e transparente, que juntamente com a contração e distensão dos músculos abdominais possibilitam a entrada e a saída do ar. Os sacos aéreos comunicam-se com o tecido pulmonar e podem ser divididos em craniais e caudais, totalizando um número de nove em grande parte das espécies. Os sacos aéreos também se comunicam com alguns ossos longos através dos divertículos, sendo um dos mais importantes o divertículo supra-umeral, que liga o saco aéreo clavicular ao úmero. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de aerossaculite e pneumonia em uma coruja-orelhuda (Rhinoptynx clamator) relacionada à fratura do úmero. O Centro de Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Viçosa recebeu em abril de 2008 uma coruja-orelhuda apresentando apatia, anorexia, dificuldade respiratória, estertores traqueais e penas arrepiadas. Foi observada fratura exposta no terço distal do úmero da asa esquerda. O animal foi devidamente medicado, porém veio a óbito no dia seguinte. Na necropsia além da fratura oblíqua do terço distal do úmero esquerdo notou-se que os sacos aéreos craniais apresentavam-se opacos e muito mais espessos que os caudais, porém não estavam rompidos. Nos pulmões observaram-se grandes áreas de congestão. Conclui-se que o animal veio a óbito por insuficiência respiratória resultante de um processo inflamatório nos sacos aéreos craniais e pulmões relacionados diretamente à fratura do úmero devido a sua comunicação com as estruturas respiratórias pelo divertículo supra-umeral. Fraturas nos membros das aves estão amplamente relacionadas a problemas respiratórios por gerarem infecções e inflamações, sobretudo dos sacos aéreos, dificultando a mecânica respiratória.

 

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AJUSTE DA TÉCNICA DA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR) PARA A DETECÇÃO DE

VINÍCIUS EUSTÁQUIO BARRETO CAMPOS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ISABEL AZEVEDO CARVALHO (Não Bolsista/UFV), IANA MORAIS SOUZA (Estagiário voluntário/UFV), NEWTON NASCENTES GALVÃO (Bolsista IC /projeto/UFV), LARISSA GOULART ZANARDO (Estagiário voluntário/UFV), MARIA APARECIDA SCATAMBURLO MOREIRA (Orientador/UFV)

A paratuberculose é uma enfermidade causada pelo Mycobacterium avium subesp. paratuberculosis (MAP) caracterizada por uma enterite granulomatosa de curso crônico em ruminantes, resultando na síndrome de má absorção e em grandes perdas econômicas para a pecuária leiteira. Suspeita-se que este agente esteja relacionado com a Doença de Crohn em humanos. O MAP é um bacilo Gram e Ziehl Neelsen positivos e dependente de micobactina J, para o seu crescimento in vitro. O objetivo desta pesquisa foi ajustar a técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), visando a detecção do MAP em amostras de fezes de bovinos leiteiros provenientes da bacia leiteira de Viçosa/MG, assim como verificar a presença deste agente nas fezes por coprocultura. A principal via de eliminação do agente é as fezes. Foram coletadas 50 amostras de fezes, processadas para cultivo e realização da PCR. Duas amostras controle positivo (I e II) foram obtidas a partir da inoculação de MAP nas fezes de dois animais que não apresentaram resultados positivos em diferentes ferramentas de diagnóstico. Duas amostras controle negativo (I e II) foram obtidas da mesma forma, porém sem a inoculação do MAP. A padronização da temperatura de anelamento usando o controle positivo com os oligonucleotídeos IS900/BN1 e IS900/BN2 indicou que o intervalo de 55 a 65.1°C ocorreu amplificação do fragmento esperado de 626 pb. O mesmo foi realizado para os oligonucleotídeos IS900/BN1 e IS900/BN2, indicando que o intervalo 45,8°C a 54,2°C amplificou o fragmento esperado de 494pb. Das 50 amostras coletadas não houve isolamento do MAP em meio Herrold’s gema de ovo com micobactina J e não houve amplificação de fragmento de tamanho esperado. Utilizando o clone do controle positivo (Carvalho, 2008) e os oligonucleotídeos baseados na sequência de inserção IS900 foi determinado que o limite de detecção da PCR de 110 a 140 bacilos.

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ANTICORPOS DE Mycobacterium avium ssp paratuberculosis (MAP)

IANA MORAIS SOUZA (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS EUSTÁQUIO BARRETO CAMPOS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), NEWTON NASCENTES GALVÃO (Bolsista IC /projeto/UFV), ISABEL AZEVEDO CARVALHO (Não Bolsista/UFV), LARISSA GOULART ZANARDO (Estagiário voluntário/UFV), MARIA APARECIDA SCATAMBURLO MOREIRA (Orientador/UFV)

A Paratuberculose ou Doença de Johne é uma infecção bacteriana contagiosa que compromete o trato intestinal dos ruminantes, provocando redução na digestibilidade dos alimentos, perda de peso e conseqüente queda na produção. Mycobacterium avium ssp paratuberculosis (MAP) é o agente etiológico dessa enfermidade sendo também um possível agente zoonótico, causador da doença de Crohn em humanos. MAP é um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR), pequeno, delgado e de crescimento lento. A doença tem período de incubação longo, podendo durar vários meses ou até anos, sem sinais clínicos, mas com eliminação do agente nas fezes e no leite. Um dos mais sensíveis e específicos testes sorológicos para detecção do MAP é o ELISA (Enzime-linked Immunossorbent Assay). No teste, a quantidade de anticorpos (Ac) que se liga ao antígeno é proporcional à quantidade de antígeno presente na amostra, e é identificada através de espectrofotometria. Usando o kit Pourquier® Elisa Paratuberculosis Antibody Screening (Instituto Pourquier, Montepellier, França) foi realizado o teste de ELISA com amostras de leite e de sangue utilizando como antígeno o protoplasma extraído do MAP. Objetivou-se neste trabalho, detectar anticorpos anti-MAP em amostras de leite e sangue provenientes de bovinos de uma propriedade localizada na bacia leiteira da microrregião de Viçosa. Foram coletados, assepticamente, cinco ml de leite e três ml de sangue de cinqüenta e cinco matrizes. Extraíram-se os soros das amostras de sangue. Os soros e as amostras de leite foram incubados com extrato de Mycobacterium phlei para neutralização de reações contrárias com micobactérias atípicas. Verificou-se presença de Ac anti-MAP em oito animais (14,55%) em ambas as amostras, leite e soro. Um animal (1,82%) encontrou-se em situação duvidosa. Constatou-se presença de Ac anti-MAP no rebanho estudado. O acompanhamento desse rebanho faz-se necessário para confirmação da presença do agente etiológico e assim traçar estratégias de controle e prevenção da doença.

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ASPECTOS NUTRICIONAIS DA LIPIDOSE HEPÁTICA em JABUTIS (Geochelone sp.)

MARCELO GROSSI MACHADO (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Estagiário voluntário/UFV), CLARICE SILVA CESÁRIO (Estagiário voluntário/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), MOACIR CARRETTA JUNIOR (Bolsista outra Instituição/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

O Brasil é um dos principais alvos mundiais dos traficantes da fauna silvestre devido a sua imensa biodiversidade. Devido à grande procura, a maioria das espécies nacionais são ameaçadas pelo setor do tráfico que fornece animais para o mercado pet. Os jabutis (Geochelone sp.) são répteis de hábitos terrestres amplamente comercializados no Brasil, muitos oriundos do tráfico. Seus proprietários habitualmente oferecem a esses animais dietas a base de folhas e frutos que não suprem suas necessidades nutricionais, o que pode lhes acarretar doenças em longo prazo, como a lipidose hepática. O objetivo deste trabalho foi relatar e analisar os aspectos nutricionais da lipidose hepática em jabutis recebidos pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Viçosa desde sua fundação em 2000, oriundos de apreensões e entregas espontâneas. Foram realizados exames tanatológicos de 13 jabutis no CETAS-UFV. Dentre estes, confirmou-se 4 casos de lipidose hepática. As principais alterações encontradas nas necropsias foram grande quantidade de líquido na cavidade celomática e aumento de volume e palidez do fígado, bem como aspecto gorduroso ao corte desse órgão. No exame histopatológico observou-se acúmulo de excessivo de gordura nos hepatócitos. Os antigos proprietários não mencionaram o fornecimento de fontes de proteína animal aos animais, quando questionados sobre a alimentação dos mesmos. A ingestão de níveis inadequados de proteína e lipídeos pode promover insuficiência no mecanismo de secreção hepatocelular de triglicerídeos. Além disso, a ingestão de carboidratos abaixo das quantidades de manutenção por longos períodos promove a mobilização de ácidos graxos incompletamente oxidados no fígado. Esses fatores culminam na deposição excessiva de lipídeos nos hepatócitos. A lipidose hepática é uma doença em ascensão devido ao advento do tráfico de animais e por ser comum em jabutis de cativeiro, abrange vários fatores de risco e releva a importância no controle nutricional desses animais.

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AVALIAÇÃO CLÍNICO-CIRÚRGICA, RADIOGRÁFICA E MACROSCÓPICA DO COMPÓSITO DE HIDROXIAPATITA SINTÉTICA ASSOCIADA À LIGNINA ENTRE IMPLANTE METÁLICO E TECIDO ÓSSEO

DANIEL MACÊDO RATES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JOSE ANTONIO VIANA (Orientador/UFV), ANDREA PACHECO BATISTA BORGES (Co-orientador/UFV), RENATO BARROS ELEOTÉRIO (Estagiário voluntário/UFV), PRISCILA SOARES FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), EMILY CORRENA CARLO (Bolsista CAPES/UFV)

 Hidroxiapatita é um biomaterial substituto ósseo muito estudado. Lignina é um componente da parede celular que fornece rigidez e liga permanentemente as células. Este trabalho avaliou a eficácia dessa associação no processo de osseointegração entre implante metálico e tecido ósseo. Foi realizada falha na face lateral proximal das tíbias dos 20 coelhos até o canal medular. Usou-se compósito para revestir a rosca do pino intramedular, para ser introduzido no canal medular e para preencher o defeito cortical após introdução do pino (grupo tratado). Os animais foram acompanhados por 15 dias, avaliando-se deiscência da ferida, claudicação, sensibilidade dolorosa e circunferência tibial. Foram realizadas radiografias após a cirurgia e aos 8, 30, 60, 90 e 120 dias de pós-operatório, caracterizando as radiopacidades do defeito e ao redor do pino. Nas mesmas datas, exceto na da cirurgia, 4 animais foram eutanasiados e a região do defeito analisada: medida do defeito cortical, teste mecânico de tração, medida do material aderido na rosca do pino e avaliação macroscópica do canal medular. No grupo tratado (tíbias esquerdas) houve decréscimo da radiopacidade tanto no defeito quanto ao redor do pino até se tornar semelhante à do osso circunvizinho, quadro inverso observado no defeito cortical do grupo controle. No teste mecânico de tração o grupo tratado teve o dobro da resistência do controle. Na avaliação macroscópica, o tratado mostrou regeneração da medula óssea e perda da visibilidade do compósito nas datas de avaliação, sendo quase total aos 120 dias. Quanto à circunferência do material aderido à rosca dos pinos, houve tendência linear crescente com o tempo em ambos os grupos, mas no tratado o tecido apresentou consistência e características macroscópicas de osso. Com isso se conclui que é possível utilizar a hidroxiapatita sintética e lignina para guiar o processo regenerativo ósseo até o canal medular.

 

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AVALIAÇÃO DA MUCOSA GASTRODUODENAL DE CÃES DA RAÇA POODLE SUBMETIDOS AO TRATAMENTO EXPERIMENTAL COM MELOXICAM

EDUARDO GUIMARÃES MORATO ABREU (Bolsista FUNARBIC/UFV), PAULO RENATO DOS SANTOS COSTA (Orientador/UFV), LUCIANE BEHLE (Não Bolsista/UFV)

A mucosa gástrica na espécie canina é considerada mais sensível aos efeitos adversos dos antiinflamatórios não esteroidais (AINEs). Este fato pode estar relacionado à alta taxa de absorção gastrointestinal destes fármacos, à longa meia-vida do fármaco no organismo e/ou ao longo ciclo enterohepático nos cães. Além disso, a meia-vida dos AINEs no organismo dos cães pode diferir entre as diferentes raças e da mesma maneira, os efeitos adversos sobre o trato gastrointestinal. O presente trabalho teve por objetivo avaliar os achados macro e microscópicos na mucosa gástrica de cães da raça poodle toy e de cães sem raça definida submetidos ao tratamento experimental com o antiinflamatório meloxicam por via oral por um período de vinte e oito dias. Foram selecionados doze animais clinicamente saudáveis, separados em dois grupos de seis animais, sendo Grupo 1 dos cães da raça poodle toy e Grupo 2, dos cães sem raça definida. Endoscopias foram realizadas um dia antes do início do tratamento controle (T0), um dia antes do tratamento experimental com meloxicam (T29) e depois no décimo sexto dia (T45) e no vigésimo oitavo dia (T56). As biópsias da mucosa gástrica para avaliação histopatológica foram colhidas na primeira (T0) e na última endoscopia (T56). Em relação à incidência e a gravidade das lesões macroscópicas, obervou-se predominantemente lesões de grau leve na mucosa gástrica dos cães do Grupo 1 e lesões de grau moderado na mucosa gástrica de cães do Grupo 2 ao final do tratamento com meloxicam. As lesões microscópicas da mucosa gástrica foram de grau leve em ambos os grupos ao final do estudo. Pode-se concluir que o meloxicam é um AINEs seguro para a mucosa gástrica de cães clinicamente saudáveis da raça poodle toy e cães sem raça definida.

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AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE CELULAR PRODUZIDA PELO PEPTÍDEO SINTÉTICO SBm 7462®, ANTI Rhipicephalus (Boophilus)

GABRIEL A. T. GOMEZ (Voluntário/UFV), JOAQUIN HERNAN PATARROYO SALCEDO (Orientador/UFV), MARLENE ISABEL VARGAS VILORIA (Co-orientador/UFV), SIDIMAR SOSSAI (Bolsista FAPEMIG/UFV), FABRÍCIO LUCIANI VALENTE (Bolsista FAPEMIG/UFV), BIANCA GAZOLLA MENDONÇA (Estagiário voluntário/UFV), KARLOS HENRIQUE MARTINS KALKS (Estagiário voluntário/UFV), ISABELA ALVES DE MELO ZEFERINO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), MARIANA DE BARROS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV)

A vacina sintética SBm 7462® contem três epítopos imunogênicos (4822, 4824 e 4823) derivados da proteína Bm86. Essa proteína foi isolada do intestino do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, amostra Yerongpilly. A eficácia da vacina SBm 7462® foi demonstrada em bovinos por experimentos in vitro e in vivo. Análises genéticas mostraram que o fragmento correspondente ao peptídeo SBm 7462® têm sido conservado nas populações de carrapatos de America Latina, sugerindo que o peptídeo SBm 7462® pode atuar como um imunógeno universal. Neste trabalho, duas seqüências que codificam para a vacina SBm 7462® foram expressas na levedura Pichia pastoris. A seqüência1 que contem os três epítopos imunogênicos na ordem 4822, 4824 e 4823 repetido três vezes e a seqüência 4 que tem os três epitopos na mesma ordem uma só vez. Inoculou-se as seqüências em camundongos BALB/c para avaliar a resposta imune celular, empregando-se como adjuvantes a saponina e o extrato bruto da Picha pastoris. Após 20 dias da primeira inoculação, os resultados da histologia diferencial por hematoxilina e eosina (H&E) nos linfonodos revelaram em alguns grupos de animais uma hiperplasia dos cordões medulais e pouca reatividade dos centros germinais (CGs), sendo melhor a diferenciação celular nos grupos onde atuava a saponina como ajuvante. Ao final do experimento, 60 dias após da primeira imunização, além de áreas paracorticais hiperplásicas, observou-se formação dos CGs delimitados por uma população linfocítica e com uma nítida diferenciação em regiões claras e escuras. Concluiu-se que uma maior proliferação celular foi observada com a seqüência1 utilizando a saponina como adjuvante.

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS PARA IMPRESSÃO DE PEGADAS DE Puma concolor.

GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), GUILHERME DIAS DE CASTRO (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Não Bolsista/UFV), EDUARDO COSTA ÁVILA (Bolsista outra Instituição/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), PABLO SANTOS RODRIGUES (Estagiário voluntário/UFV), ANTONIO CARLOS CSERMAK JUNIOR (Bolsista outra Instituição/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

Técnicas de monitoramento de mastofauna são importantes em projetos de pesquisa e conservação de mamíferos silvestres em vida livre, como o de reintrodução de animais a natureza. Como a maioria dos carnívoros silvestres brasileiros, a onça-parda (Puma concolor) possui hábitos discretos, noturnos e percorre grandes áreas em um único dia. Dessa forma, o armadilhamento de pegadas se torna uma ferramenta muito útil, fornecendo registro confiável da presença recente do animal em determinado local. Apesar de muito simples, essa técnica pode deixar a desejar, uma vez que a qualidade da pegada é muito influenciada pelo substrato utilizado. Esse trabalho objetivou testar diferentes tipos de substratos para impressão de pegadas de Puma concolor. Foram testados três substratos: areia úmida, areia úmida com contraste (fina camada de pó de pedra) e barro. Para cada substrato foi feita uma parcela de 40x60cm e 3cm de profundidade, sendo que para areia foram colocadas esquadrilhas de madeira com o intuito de evitar perda rápida de umidade.As parcelas foram colocadas no recinto da onça-parda, em cativeiro, utilizando iscas de frango para atrair o animal. As pegadas foram vistoriadas no dia seguinte e fotografadas. A areia úmida registrou pegadas pouco nítidas. A areia úmida com contraste registrou pegadas de visualização relativamente boa que permitiam a identificação do animal, pois as regiões mais profundas da pegada ficaram com coloração diferente do restante da parcela. Ambas as parcelas de areia ainda registrava pegadas um dia depois de terem sido preparadas. O barro registrou pegadas mais bem definidas, e ao secar tomou consistência rígida, não registrando novas pegadas e preservando bem as anteriores. O barro e a areia úmida com contraste mostraram-se mais eficientes que a areia úmida sem contraste no registro de pegadas para a onça-parda.

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AVALIAÇÃO DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM CÃES ANESTESIADOS COM ACEPROMAZINA, PROPOFOL E ISOFLURANO

RENATA CASTRO NEHME (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), PAULO RENATO DOS SANTOS COSTA (Orientador/UFV), EVANDRO SILVA FAVARATO (Não Bolsista/UFV), MARIA VERONICA DE SOUZA (Colaborador/UFV), LUIZ GONZAGA POMPERMAYER (Colaborador/UFV)

O refluxo gastroesofágico (RGE) é a causa mais comum de esofagite no cão. Ocorre quando os mecanismos para sua contenção apresentam-se insuficientes, permitindo que o conteúdo gastro-duodenal reflua em direção ao esôfago em condições não fisiológicas. O RGE durante a anestesia geral é a causa mais comum de esofagite e da formação de estenose esofagiana no cão. A maioria dos fármacos anestésicos reduz o tônus do esfíncter gastroesofágico e interferem no mecanismo normal de esvaziamento esofágico, predispondo ao desenvolvimento do refluxo. Este projeto teve como objetivo estudar a incidência de refluxo gastroesofágico em cães anestesiados com acepromazina, propofol e isoflurano durante ovariosalpingohisterectomia eletiva, além de incentivar a castração de cadelas visando o controle populacional de cães errantes no município de Viçosa e micro-região. Foi mensurado o pH esofágico de 30 cadelas hígidas durante o procedimento cirúrgico através da introdução de um eletrodo sensível às oscilações de pH, na luz esofágica, a 5 cm do limite superior do esfíncter gastroesofágico que permaneceu ligado a um aparelho de registro. O refluxo gástrico foi caracterizado pela queda do pH intra-esofágico a valores inferiores a 4 (refluxo ácido) ou pela elevação a valores superiores a 7,5 (refluxo alcalino). Foi constatado RGE em 63,33% dos animais (19 animais), sendo que dentro deste grupo 5,23% apresentou RGE ácido e 94,73% apresentou RGE alcalino. Pela endoscopia realizada imediatamente após a cirurgia, visualizou-se conteúdo no esôfago sugerindo RGE em 5 animais, representando 26,31%. Em 47,36% dos animais com RGE, os refluxos tiveram início após a indução. Pelos resultados obtidos, conclui-se que o RGE é freqüente em cães durante anestesia geral e estimulam o desenvolvimento de um protocolo terapêutico que reduza a incidência do RGE, proporcionando uma recuperação pós-operatória mais segura e confortável para o animal.

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AVALIAÇÃO DOS CASOS DE NEOPLASIAS TESTICULARES EM CÃES DIAGNOSTICADOS NO SERVIÇO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

BRENO SOUZA SALGADO (Estagiário voluntário/UFV), GABRIEL DOMINGOS CARVALHO (Não Bolsista/UFV), FABRÍCIO LUCIANI VALENTE (Bolsista FAPEMIG/UFV), JOAO CARLOS PEREIRA DA SILVA (Colaborador/UFV), MARLENE ISABEL VARGAS VILORIA (Orientador/UFV)

As neoplasias testiculares são mais comuns em cães do que em outras espécies de animais domésticos. As neoplasias testiculares mais freqüentes são sertolioma, leydigocitoma e seminoma, sendo rara a ocorrência de metástases. O objetivo deste trabalho foi analisar a freqüência e a idade média de acometimento dos processos neoplásicos em testículos de cães atendidos diagnosticados pelo Serviço de Patologia Veterinária do Departamento de Veterinária (DVT) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período entre os anos de 2003 e 2007. Os materiais recebidos pelo Laboratório de Histopatologia do DVT/UFV são provenientes de procedimentos cirúrgicos de orquiectomia e exames pós-morte de animais com alterações testiculares, encaminhados por médicos veterinários autônomos ou recolhidos pelo Setor de Clínica e Cirurgia do Hospital Veterinário da UFV. Os materiais foram fixados em solução de formol a 10%, incluídos em parafina e cortados em micrótomo para posterior leitura à microscopia de luz. Foram diagnosticados 10 casos de neoplasias testiculares em caninos, sendo seis seminomas, três sertoliomas e um leydigocitoma. Um mesmo animal apresentou simultâneamente, sertolioma e seminoma. Dos animais com seminoma, dois eram criptorquídicos. Por sua vez, um animal acometido por sertolioma possuía testículo ectópico. Do total de animais com seminoma, três apresentavam o testículo contralateral ao neoplásico atrofiado. De todos os casos diagnosticados, somente um animal possuía menos de cinco anos de idade, sendo um cão da raça Pinscher que apresentou ambos os testículos neoplásicos acometidos por seminoma. A idade média para ocorrência de neoplasias de testículos foi de 10 anos. Metástases não foram relatadas. Assim, conclui-se que a maior parte dos tumores testiculares tende a acometer animais idosos, enquanto que animais com criptorquidismo possuem risco aumentado de desenvolver neoplasias testiculares.

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AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE ETIDRONATO, PRAVASTATINA, SINVASTATINA E IPRIFLAVONA ATRAVÉS DA MORFOMETRIA E DENSIDADE EM TIBIAS FRATURADAS E OSTEOPORÓTICAS D

MARIELLA DIAS RIBEIRO (Estagiário voluntário/UFV), RODRIGO LUIZ FAZZA (Estagiário voluntário/UFV), JULIANA FRANÇA MONTEIRO DE MENDONÇA (Estagiário voluntário/UFV), THIAGO LUIZ MENDES ARCEBISPO (Estagiário voluntário/UFV), ALOISIO DA SILVA PINTO (Orientador/UFV), GLÁUCIA GUIMARÃES AMARAL (Estagiário voluntário/UFV)

A osteoporose é uma condição caracterizada por redução da massa óssea e desorganização da microarquitetura, com conseqüente redução da força do osso, resultando em fraturas espontâneas ou após pequenos traumatismos. Este experimento objetivou verificar os efeitos de etidronato, pravastatina, sinvastatina e ipriflavona através da morfometria e da densidade na reparação de fraturas em ratas osteoporóticas induzidas com dexametasona. Foram utilizadas 36 ratas da raça Wistar, adultas, pesando em média 250g. A indução osteoporótica com dexametasona foi feita por via intramuscular, na dose de 7,5 mg/Kg de peso corporal, uma vez por semana, durante cinco semanas. Passado este período, os animais, anestesiados, foram submetidos à fratura fechada, sendo em seguida distribuídos aleatoriamente em seis grupos experimentais de seis animais. O grupo 1, controle, foi composto por ratas normais submetidas somente ao procedimento de fratura; a partir do grupo 2, houve o uso de glicocorticóide e o procedimento de fratura, sendo que os grupos 3, 4, 5 e 6 receberam os medicamentos etidronato (0,25mg/Kg) , pravastatina (1mg/Kg), sinvastatina (1,2mg/Kg) e ipriflavona (100mg/Kg), respectivamente, por via oral, diariamente, durante 30 dias. Aos 35 dias após a fratura, os animais foram eutanasiados, coletando-se tíbias para estudo. Análise morfométrica foi realizada com medidas de comprimento, espessura e diâmetro do calo ósseo (DCO) das tíbias, realizadas com um paquímetro. Além disso, foram efetuadas aferições da densidade desses ossos que ocorreram através da relação dos valores de pesagem e deslocamento de líquido em recipiente graduado. Os resultados mostraram não haver diferenças significativas nos comprimentos e espessuras entre os grupos. No entanto, observou-se diferenças significativas nos valores do DCO e densidade entre o grupo controle e glicocorticóide, bem como nos grupos tratados com fármacos em relação ao glicocorticóide. Estes resultados evidenciam as ações favoráveis dos medicamentos sobre a recuperação das fraturas em animais osteoporóticos.

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AVALIAÇÃO HISTOPATOLÓGICA DA TENDINITE EM EQÜINOS TRATADOS COM O PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP).

YAME FABRES R. S. SILVA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), MARIA VERONICA DE SOUZA (Orientador/UFV), LEANDRO MAIA (Bolsista CAPES/UFV), AECIO CARLOS DE OLIVEIRA (Colaborador/UFV), GERALDO ELENO SILVEIRA ALVES (Colaborador/), JOSE IVO RIBEIRO JUNIOR (Colaborador/UFV), LAERCIO DOS ANJOS BENJAMIM (Colaborador/UFV), BRUNA MOTA ZANDIM (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JOAO GABRIEL DA SILVA NEVES (Estagiário voluntário/UFV), JOSE DO CARMO LOPES MOREIRA (Colaborador/UFV)

 O objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia do plasma rico em plaquetas (PRP) no tratamento da tendinite eqüina, no que se refere à qualidade da cicatrização, mediante avaliação histopatológica. Foram utilizados seis eqüinos hígidos machos castrados, com idade entre oito e 15 anos. A tendinite do tendão do músculo flexor digital superficial (TFDS) foi provocada em ambos os membros torácicos (MTs), mediante a administração intratendínea de 2,5 mg de colagenase. Doze dias após a indução da tendinite foi realizada administração local de 2,5 mL de PRP (320.000 a 500.000 plaquetas.µL-1) no TFDS direito (grupo tratado - GT). Na tendinite do TFDS esquerdo (grupo controle - GC) foram administrados 2,5 mL de NaCl a 0,9%. Trinta e seis dias após a realização do tratamento, procedeu-se à biópsia em ambos os MTs. Os fragmentos colhidos foram corados com hematoxilina-eosina, Tricrômico de Masson e Picrosirius Red. As seguintes variáveis foram estudadas: quantidade e características dos fibroblastos, presença e tipo de infiltrado inflamatório, neovascularização, aparência da matriz extracelular (paralelismo das fibras colágenas e organização tecidual), que foram classificadas em intensidade numa escala de 0 a 3. No GT, o TFDS apresentou-se mais (P<0,05) organizado, com fibras colágenas e fibroblastos melhor dispostos na matriz, enquanto que no GC observou-se uma disposição mais irregular dos mesmos. Observou-se predomínio (P<0,05) de fibroblastos com morfologia alongada no GT e fibroblastos arredondados no GC. A análise qualitativa demonstrou menor (P<0,05) atividade fibroblástica no GT, que não foi confirmada (P>0,05) na análise quantitativa. A maior organização tecidual, o predomínio de fibroblastos alongados e a menor atividade fibroblástica verificados no GT (P<0,05) durante a análise qualitativa sugerem maior maturidade do tecido cicatricial em relação ao do GC. O PRP promove reparação tecidual uniforme e organizada; o exame histopatológico é um método de monitoração eficaz no processo de reparação tendínea.

 

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AVALIAÇÃO IN VITRO DA TOXICIDADE DE DIFERENTES MATERIAIS LABORATORIAIS USADOS NO PROTOCOLO DE CANGELAMENTO DO SÊMEN CANINO

DANIEL QUEIROZ FRANÇA (Estagiário voluntário/UFV), MOACIR CARRETTA JUNIOR (Bolsista outra Instituição/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), SIMONE SCARPIN DE SÁ (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

Embora o primeiro nascimento de filhotes com o uso de sêmen congelado na espécie canina date de 1969, ainda hoje a eficiência do uso de sêmen canino descongelado é mais baixa que a observada nas outras espécies. Muitos fatores influenciam a qualidade do sêmen através do processo de criopreservação, entre eles destaca-se o tipo de material que entra em contato com o sêmen durante o processo de congelamento. Existem relatos de um possível efeito tóxico exercido pelo látex e pela água sobre amostras de sêmen. No presente trabalho foi avaliada a possibilidade de materiais feitos à base de látex, como luva e êmbolo da seringa, água e massa de modelar, usada para vedar palhetas, influenciar negativamente a qualidade do sêmen durante seu congelamento. Doze ejaculados de um mesmo animal foram avaliados segundo volume, aspecto físico, vigor e motilidade. Após análise o sêmen foi diluído em meio Tris-citrato-ovo, dividido em cinco frascos tipo eppendorf com alíquotas iguais e submetidos ao banho-maria à temperatura de 38° C. Amostras de massa de modelar, água, luva de latéx e êmbolo de seringa foram adicionadas aos frascos, deixando-se um frasco ausente de amostra. Foi realizado o teste de termorresistência durante duas horas, sendo que, a cada quinze minutos, as alíquotas foram avaliadas segundo vigor e motilidade. Pouca influencia foi observada das diferentes amostras sobre a qualidade espermática das aliquotas submetidas aos diferentes materiais testados nos primeiros tempos amostrados, sendo que os fragmentos de luva de latex apresentaram os maiores efeitos deletérios sobre o vigor e a motilidade nos tmpos mais avançados do teste de termoresistência.

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AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DOS CAMPOS PULMONARES DE GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA COM SUSPEITA DE LESÕES PULMONARES NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2008

RAUL FELIPE DORNAS (Bolsista FUNARBIC/UFV), MARIA CRISTINA FERRARINI NUNES SOARES HAGE (Orientador/UFV), SÂMARA TURBAY PIRES (Não Bolsista/UFV)

O significado dos quadros radiográficos dos campos pulmonares pode ser de difícil avaliação. A vantagem da identificação do padrão radiográfico nos exames é que a atenção é dirigida para a estrutura anatômica alterada, facilitando sobremaneira a sugestão de razões lógicas para as alterações visibilizadas. Nesse trabalho foram estudadas radiografias torácicas de gatos com suspeita de alterações pulmonares atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa no 1º semestre de 2008. Foram avaliados 6 animais nesse período, sendo 3 (50,00%) fêmeas e 3 (50,00%) machos; 5 (83,33%) não possuíam raça definida e 1 (16,67) era Siamês; 2 (33,33%) com menos de um ano de idade, 2 (33,33%) com idades entre 1 e 5 anos, 1 (16,67%) com idade superior a 5 anos e 1 (16,67%) com idade não informada. Dos 6 gatos avaliados apenas 1 (16,67%) não apresentou alterações pulmonares. Dos demais, 1 (16,67%) apresentou apenas padrão intersticial, 1 (16,67%) apenas padrão alveolar, 1 (16,67%) apenas padrão brônquico, 2 (33,32%) apresentaram quadro misto, um deles intersticial e alveolar e o outro intersticial e brônquico. Os achados radiográficos que classificaram os campos pulmonares como intersticial, alveolar e brônquico são apresentado a seguir; nesse item os achados que classificaram os campos pulmonares como quadro misto estão inseridos em cada padrão individualmente. Portanto, dos 3 casos de padrão intersticial encontrados, 3 (100,00%) apresentaram aumento difuso da radiopacidade pulmonar e 3 (100,00%) apresentaram visibilidade dos vasos dificultada; dos 2 casos de padrão alveolar, 2 (100,00%) apresentaram aspecto enevoado, 2 (100,00%) consolidação pulmonar e 2 (100,00%) broncogramas aéreos; dos 2 quadros de padrão brônquico 2 (100,00%) apresentaram espessamento da parede brônquica. A manutenção desse estudo nos próximos anos deve aumentar a casuísta, tornado possível uma melhor visualização do panorama da situação das lesões pulmonares detectadas radiograficamente nesses animais. (Bolsa Funarbic – Projeto Registrado n. 50501156615). (FUNARBE )

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CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS DE QUEIJO FRESCAL PRODUZIDO COM LEITE CRU COMERCIALIZADO INFORMALMENTE NO BRASIL

PAULA MENDONÇA MORAES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), GABRIELA NOGUEIRA VIÇOSA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), ANDERSON KEIZO YAMAZI (Estagiário voluntário/UFV), MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI (Bolsista CAPES/UFV), LUIS AUGUSTO NERO (Orientador/UFV)

O queijo frescal é um dos mais apreciados no Brasil, sendo comumente produzido de forma artesanal a partir de leite cru em pequenas propriedades rurais, muitas vezes sob condições inadequadas de higiene. Considerando a importância da produção e comercialização de queijo frescal a partir de leite cru, este trabalho tem como objetivo determinar a qualidade microbiológica deste produto. Foram avaliadas 55 amostras de queijos frescal comercializados informalmente no município de Viçosa-MG, coletadas em mercados e feria livre, e submetidas diluição seriada em escala decimal (com NaCl 0,85%) para enumeração dos seguintes microrganismos indicadores: aeróbios mesófilos (AM) através de PetrifilmTM

AC (35ºC por 24-48h), coliformes totais (CT) e Escherichia coli (EC) através de PetrifilmTM

EC (35ºC por 24-48h) e estafilococos coagulase positivo (SCP) com ágar Baird Parker (35ºC por 48h) e confirmação por prova de coagulase. Os resultados finais obtidos foram expressos em UFC/g e comparados com padrões oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Ministério da Saúde (ANVISA). Todas as amostras apresentaram contagens de AM acima de 106 UFC/gr, além de altas contagens de CT (entre 1.0 x 103 e 1.8 x 108 UFC/gr) e EC (entre 1.0 x 102 e 3.5 x 106 UFC/gr). Foi verificada contagem de SCP em níveis acima de 104 UFC/gr em 17 (30,9%) amostras. Ao comparar os resultados obtidos com os parâmetros oficiais determinados pelo MAPA e pela ANVISA, verificou-se que 50 (90,9%) e 34 (61,8%), respectivamente, amostras seriam classificadas como impróprias para consumo. Estes resultados sugerem a baixa qualidade microbiológica do leite cru e condições insatisfatórias de higiene durante a produção das amostras, enfatizando a necessidade de um serviço de inspeção adequado desde a produção até a comercialização, a fim de garantir ao consumidor o fornecimento de um produto com qualidade.

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CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS DO SÊMEN IN NATURA DE VARRÕES DA RAÇA PIAU (Sus scrofa)

HUGO HIDEKI SHIOMI (Estagiário voluntário/UFV), MAURÍCIO HOSHINO DA COSTA BARROS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JOSE DOMINGOS GUIMARAES (Orientador/UFV), SIMONE ELIZA FACIONI GUIMARAES (Co-orientador/UFV), LINCOLN DA SILVA AMORIM (Bolsista FAPEMIG/UFV), PAULO SAVIO LOPES (Colaborador/UFV), RENATA VERONEZE (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ERICK FONSECA DE CASTILHO (Não Bolsista/UFV)

 No Brasil, a raça Piau (Sus scrofa) é considerada a melhor e mais importante raça naturalizada nacional, sendo a que agrega o maior número de estudos e trabalhos publicados. Entretanto, diante das vantagens oferecidas pelas raças especializadas estrangeiras, as raças nativas foram sendo relegadas a um segundo plano de importância, de modo que a maioria das referências bibliográficas inerentes à raça disponíveis atualmente são antigas e escassas. Sendo assim, o presente trabalho foi realizado no intuito de caracterizar aspectos andrológicos da raça, na tentativa de contribuir com o conhecimento de sua fisiologia reprodutiva. Foram coletados 12 ejaculados de quatro machos adultos da raça Piau, instalados na Granja de Melhoramento Genético de Suínos da UFV. Após as avaliações de volume e aspecto dos ejaculados, procedeu-se com a determinação da motilidade, vigor, morfologia e concentração espermáticas, com o auxílio de um microscópio com contraste de fase. O volume dos ejaculados apresentou variações entre 200 e 300 mL, com aspecto sempre variando de soroso a leitoso. A concentração espermática média encontrada foi de 34,85±13,55 bilhões de espermatozóides por ejaculado. Os resultados médios de motilidade e vigor espermáticos foram de 82,08±6,20 e 3,54±0,54, respectivamente. Na morfologia espermática, a porcentagem média de defeitos totais foi de 7,75±0,02 por ejaculado, sendo que nenhuma alteração morfológica individual ultrapassou limites de 5%. Comparativamente, as características físicas e morfológicas do sêmen dos animais utilizados apresentaram padrão semelhante ao de suínos de linhagens comerciais. No entanto, verificou-se que as características seminais quantitativas (volume e concentração espermática) dos varrões estudados mostraram-se aparentemente inferiores às variações encontradas na literatura para as raças melhoradas, sendo explicados pelo menor peso corporal e menores dimensões testiculares presentes nos machos da raça Piau. Contudo, conclui-se que os ejaculados desses animais possuem ótima qualidade, cumprindo com os requisitos mínimos estabelecidos pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal.

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CARCINOMA ESPINOCELULAR EM CÃO: RELATO DE CASO

ANNA CAROLINA DO NASCIMENTO FRAZÃO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), ANDREA PACHECO BATISTA BORGES (Orientador/UFV), EROTIDES CAPISTRANO DA SILVA (Bolsista CAPES/UFV), RENATO BARROS ELEOTÉRIO (Bolsista FAPEMIG/UFV), Priscila Curso Almeida (Voluntário/)

O carcinoma espinocelular ou epidermóide é um tumor maligno que se origina do epitélio escamoso estratificado. Como os demais carcinomas, tem uma propensão a fazer metástase nos linfonodos regionais, e daí para os órgãos viscerais. A causa não é conhecida mas existe uma relação entre irradiação solar e a ocorrência do carcinoma epidermóide em animais de pele branca.O objetivo do presente trabalho foi discutir o caso de um cão atendido no HOV da UFV diagnosticado com carcinoma epidermóide, já que este é o mais comum carcinoma de pele e ocorre com alguma freqüência em todas as espécies domésticas. O animal da raça Pitbull e pelagem branca foi encaminhado ao Hospital Veterinário do DVT/UFV com queixa de três lesões de pele ulceradas que não cicatrizavam. Foi feita a anamnese, na qual foi relatado que as lesões se iniciaram no membro pélvico esquerdo e tiveram um crescimento rápido. Usou-se Lepesid® duas vezes ao dia como tratamento, porém não se obteve sucesso. Foi procedido o exame físico e as lesões foram mapeadas na ficha dermatológica. Solicitaram-se exame de sangue e citologia como exames complementares. Ao exame de sangue se observou uma moderada anemia e no exame citológico foram encontradas células com núcleos maiores, nucléolos mais evidentes apresentando certas deformidades, o que levou ao diagnóstico de possível carcinoma espinocelular. O tratamento escolhido foi a técnica cirúrgica para se retirar os três tumores ulcerados. O animal teve uma parada cardiorespiratória no trans-operatório e não sobreviveu. À necropsia e na avaliação histopatológica foram encontradas metástase pulmonar, possivelmente responsável pelo óbito. Portanto, como citado na literatura, o tumor, por ser maligno, é bastante agressivo e apresenta crescimento rápido e freqüente metástase, o que torna o prognóstico desfavorável. O tratamento precoce é, então, essencial para que se tenha uma boa evolução do quadro.

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CASUÍSTICA DE SOLTURA E REABILITAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES REALIZADAS PELO CETAS-UFV

CLARICE SILVA CESÁRIO (Estagiário voluntário/UFV), AUGUSTO RENAN ROCHA SEVERO DOS SANTOS (Estagiário voluntário/UFV), VANESSA LUÍSA MARINHEIRO SILVA (Estagiário voluntário/UFV), Bruno Péricles (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Não Bolsista/UFV), ANTONIO CARLOS CSERMAK JUNIOR (Bolsista outra Instituição/UFV), EDUARDO COSTA ÁVILA (Bolsista outra Instituição/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

A fragmentação florestal, a perda de habitat e a cultura de criação de animais silvestres como “pets” são as principais causas do crescente número de animais encontrados com problemas e encaminhados a centros conservacionistas como o CETAS-UFV (Centro de Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Viçosa). Esta instituição tem por objetivo receber, triar, tratar e encaminhar animais silvestres. Pensando na destinação destes animais criou-se um núcleo de reabilitação e soltura de animais silvestres neste centro de triagem, visando à discussão acerca das condições físicas e comportamentais e também da capacidade de retorno à vida livre destes. Este trabalho se propõe a relatar a casuística de soltura e reabilitação, realizadas pelo CETAS-UFV, desde sua criação, no ano de 2000. Para a realização deste trabalho foram analisadas rigorosamente as informações contidas nos arquivos desta instituição. Dos animais recebidos pelo CETAS-UFV, 80,5% são aves, destacando-se os passeriformes (59,4%) e os psitaciformes (22%). Dos 1695 animais registrados no CETAS-UFV, 90,4% foram encaminhados, sendo que 21,9% deles foram destinados à soltura. As aves são os animais com maior retorno à natureza (88,4%) e dentre elas, os passeriformes representam a maioria dos casos de soltura (90,9%). Neste grupo estão incluídos os canários-da-terra, Sicalis flaveola, (37,7%), os trinca-ferros, Saltator similis, (23,7%) e os coleiros, Sporophila caerulescens, (15,5%). A compilação dos dados sobre a casuística de soltura e reabilitação é de suma importância para se projetar protocolos adequados e para traçarmos objetivos que visem o aumento do tempo de sobrevivência das espécies, o restabelecimento de espécies-chave, o aumento do montante da biodiversidade e, principalmente, a busca pelo equilíbrio ambiental.

 

 

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COCCIDIOSE SUBCLÍNICA EM CANÁRIOS-DA-TERRA (Sicalis faveola) RECEBIDOS PELO CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CLARICE SILVA CESÁRIO (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), CAIO DE PAULA MARCHI (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Não Bolsista/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

A coccidiose aviária é causada por parasitas do gênero Eimeria e leva as aves a uma enfermidade entérica, muitas vezes fatal. O melhor tratamento para a coccidiose é o preventivo, uma vez que esta doença é altamente contagiosa. A transmissão se dá através da ingestão de material fecal contaminado com oocistos esporulados. Algumas aves silvestres podem atuar como reservatórios e disseminadoras desse parasito, eliminando os oocistos, sem demonstrar sinais clínicos. Esse trabalho objetivou a pesquisa e identificação dos gêneros de parasitas gastrintestinais de canários-da-terra (Sicalis faveola) recebidos pelo Centro de Triagem de Animas Silvestres da Universidade Federal de Viçosa (CETAS-UFV) nos meses de Março, Abril e Maio de 2008. Foram coletadas amostras de fezes das gaiolas, pouco tempo após a eliminação pelos animais. O material foi processado imediatamente após cada coleta no Laboratório Clínico do CETAS-UFV. O método utilizado para pesquisa de parasitos foi o exame direto. Das 36 amostras oriundas dos canários-da-terra, 18 (50%) apresentaram positividade para Eimeria sp. Apesar da eliminação de oocistos deste parasito, nenhuma ave apresentou qualquer sinal clínico como diarréia, desidratação, apatia, anorexia ou penas arrepiadas. A observação de animais assintomáticos eliminadores de oocistos de Eimeria sp. aumenta a importância do esquema de biosseguridade nos Centros de Triagem, os quais recebem diariamente animais de diversas idades e oriundos de diferentes regiões. Com o advento do tráfico de animais silvestres, os canários-da-terra, bem como outras espécies de aves canoras estão cada vez mais ameaçados por enfermidades associadas a animais domésticos. O levantamento de dados sobre a sanidade de animais em Centros de Triagem parceiros do IBAMA é de suma importância para determinar as ações mais eficazes para a conservação das espécies tanto em cativeiro como em vida livre.

 

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CONSERVAÇÃO  DOS DETERMINANTES IMUNOGÊNICOS DA VACINA SINTÉTICA ANTI- Rhipicephalus (Boophilus) microplus

BIANCA GAZOLLA MENDONÇA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JOAQUIN HERNAN PATARROYO SALCEDO (Orientador/UFV), ANA PAULA PECONICK (Bolsista CAPES/UFV), SIDIMAR SOSSAI (Bolsista FAPEMIG/UFV), KARLOS HENRIQUE MARTINS KALKS (Estagiário voluntário/UFV), LETICIA MAGALHÃES ARRUDA (Estagiário voluntário/UFV), GABRIEL A. T. GOMEZ (Estagiário voluntário/UFV), VITOR BARBOSA FIALHO MARTINS (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), BRUNA ALVES DEVENS (Bolsista CAPES/UFV)

O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus é um dos parasitas de maior relevância em medicina veterinária pelo grande impacto econômico gerado à atividade pecuária do Brasil e dos países com clima tropical e subtropical. Os esforços para o controle deste parasito estão centrados, principalmente, no uso de acaricidas, que, além de exercerem uma pressão seletiva discriminando indivíduos resistentes, são, seguramente, danosos ao meio ambiente. O emprego de vacinas vem a ser, então, uma alternativa segura e sustentável ao uso de acaricidas. Atualmente, as vacinas disponíveis no mercado são produzidas a partir da glicoproteína intestinal Bm86. Estudos demonstram falhas no uso de vacinas recombinantes devido ao polimorfismo no gene da proteína Bm86 em diversas populações de carrapatos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar cinco amostras de carrapatos provindas de diferentes estados do Brasil quanto ao polimorfismo genético, nas seqüências que codificam os peptídeos 4822, 4823 e 4824, epítopos das proteínas Bm86, e constituintes da vacina sintética denominada SBm7462®. Para cada população do ectoparasita, extraiu-se RNA e os fragmentos de cDNA gerados foram clonados em vetores pGEM-T. O material foi seqüenciado e analisado pelo software BioEdit®. As análises confirmaram as conservações das seqüências nucleotídicas e aminoácidicas dos peptídeos 4822, 4823 e 4824. As variações médias das populações estudadas foram maiores em relação à proteína Bm86 quando comparada a Bm95, proteína homóloga a anterior. As médias de variação de nucleotídeos foram de 5,47% com o padrão Bm86 e 2,94% com o padrão Bm95. Em relação à taxa de variação de aminoácidos os valores foram de 9,06% comparando-se as populações com Bm86 e 5,03% com Bm95. Mesmo com as variações significativas no gene bm86 ou bm95, as poucas variações dos determinantes antigênicos 4822, 4824 e 4823 não foram capazes de interferir na eficiência vacinal, sugerindo a idéia de a SBm7462® ser um imunógeno universal.

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CONSTRUÇÃO DE UM CANDIDATO À VACINA DE DNA UTILIZANDO GENES SINTÉTICOS DERIVADOS DO PEPTÍDEO SBm7462® CONTRA O CARRAPATO Rhipicephalus (Boophilus) microplus

BIANCA GAZOLLA MENDONÇA (Estagiário voluntário/UFV), JOAQUIN HERNAN PATARROYO SALCEDO (Orientador/UFV), CARLA LEITE MEDEIROS (Não Bolsista/UFV), ANA PAULA PECONICK (Bolsista CAPES/UFV), KARLOS HENRIQUE MARTINS KALKS (Estagiário voluntário/UFV), FATIMA APARECIDA VIEIRA DOS SANTOS (Estagiário voluntário/UFV), ISABELA ALVES DE MELO ZEFERINO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), STHEFANY PATARELI (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), MARIANA DE BARROS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV)

O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus é o parasita de maior impacto econômico na pecuária brasileira. Há mais de 70 anos foram iniciados estudos de vacinação para o controle de carrapatos, como alternativa ao controle químico. Isso de deu através da construção de uma vacina anti-R. (B.) microplus baseada na glicoproteína Bm86 encontrada no intestino deste parasita. Eficácia protetora foi obtida pela utilização do peptídeo sintético SBm7462®, derivado da Bm86. A construção e síntese de uma seqüência nucleotidíca baseada neste peptídeo podem ser úteis para o design de vacinas de DNA que apresentam grandes vantagens sobre as vacinas sintéticas, como a não necessidade de processamento após a purificação do plasmídeo. Um gene, denominado seq1, desenhado no Laboratório de Biologia e Controle de Hematozoários e Vetores, BIOAGRO – UFV, foi construído repetindo três vezes, em tandem, a seqüência nucleotidíca do SBm7462®. Esse gene foi clonado no vetor de expressão de mamíferos pCIneo. Para que tal construção funcionasse como vacina, quatro diferentes primers foram desenhados de maneira a inserir, pela metodologia da PCR, o códon de iniciação ATG, ausente no gene sintético e no vetor. Os fragmentos obtidos foram clonados no vetor pGEM®-T Easy. As colônias portadoras do fragmento de interesse foram identificadas por -complementação e confirmadas por PCR de colônia. Os clones positivos foram crescidos em meio LB líquido para extração do DNA plasmidial, o qual foi clivado pelas enzimas de restrição EcoRI e XhoI para a liberação do inserto ATG-seq1. O fragmento liberado foi clonado no vetor pCIneo. O material foi seqüenciado e analisado pelos softwares Seqman e Chromas. Apenas o primer4 mostrou-se eficaz em gerar um fragmento do tamanho esperado. O seqüenciamento revelou que a mutação não foi corretamente inserida através das presentes metodologias empregadas. Correções e novos genes estão sendo preparados para a viabilização futura da presente vacina de DNA.

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CONTAMINAÇÃO POR AGENTES PARASITÁRIOS EM ÁREAS DE RECREAÇÃO DE CRECHES DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-MG.

ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JACKSON VICTOR DE ARAUJO (Orientador/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), ROGÉRIO OLIVA CARVALHO (Bolsista CAPES/UFV), JULIANA MILANI ARAUJO (Não Bolsista/UFV), ANDRÉ RICARDO E SILVA (Não Bolsista/UFV), FERNANDA VIEIRA CASTEJON (Estagiário voluntário/UFV), LUIZA NEME FRASSY (Estagiário voluntário/UFV), CAMILA DOMINGUES FERREIRA ALVES (Estagiário voluntário/UFV), CLÁUDIA MORATO LINS E SILVA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV)

A contaminação das caixas de areia utilizadas para a recreação infantil constitui grave problema de saúde pública devido à possibilidade da transmissão de parasitoses, especialmente larva migrans visceral (LMV) e larva migrans cutânea (LMC). O objetivo do presente trabalho foi verificar a contaminação de áreas de recreação de creches do município de Viçosa-MG por agentes da LMV e da LMC. Foram coletadas amostras de areia de áreas de recreação de onze creches em Viçosa-MG no mês de março de 2008. As coletas foram realizadas preferencialmente em áreas úmidas e sombreadas, pela manhã e com auxílio de um tubo de PVC numa profundidade entre cinco e 10 centímetros em relação à superfície. Amostras com cerca de 100 gramas de areia foram retiradas de cinco locais diferentes nas caixas de areia de cada creche. O material foi processado no Laboratório de Parasitologia do Departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa. A recuperação das larvas foi realizada pelo método de Baermann modificado. A pesquisa de ovos foi realizada através da técnica de centrífugo-flutuação com a solução hipersaturada de açúcar (d=1,24). Todas as creches apresentaram positividade para larvas de Ancylostoma sp.. Três creches apresentaram resultado positivo para ovos de helmintos, sendo duas para ovos de Ancylostoma sp. e uma para ovos de Ancylostoma sp. e Toxocara canis. A origem da areia e a freqüência de troca em cada instituição podem ser fatores de risco para a contaminação. O controle do acesso de animais é de suma importância, uma vez que estes podem contaminar o solo pela eliminação de ovos dos agentes. A contaminação da areia de áreas de lazer pode ser prevenida através da redução de sua umidade através da reviragem, troca periódica e cobertura das caixas de areia com lonas durante o período de sua não utilização.

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CONTROLE BIOLÓGICO DE Ancylostoma spp. DE CÃES

ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JACKSON VICTOR DE ARAUJO (Orientador/UFV), ROGÉRIO OLIVA CARVALHO (Bolsista CAPES/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), JULIANA MILANI ARAUJO (Não Bolsista/UFV), ANDRÉ RICARDO E SILVA (Não Bolsista/UFV), FERNANDA VIEIRA CASTEJON (Estagiário voluntário/UFV), LUIZA NEME FRASSY (Estagiário voluntário/UFV), CAMILA DOMINGUES FERREIRA ALVES (Estagiário voluntário/UFV), CLÁUDIA MORATO LINS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), SEBASTIÃO RODRIGO FERREIRA (Voluntário/)

Os pequenos animais representam importante fonte de risco à saúde humana, sendo capazes de transmitir diversos agentes infecciosos. Os nematóides do gênero Ancylostoma spp. são enteroparasitas altamente prevalentes em cães, os quais são responsáveis pela contaminação ambiental, principalmente se não receberem tratamento anti-helmíntico adequado. Este trabalho objetivou avaliar a utilização dos fungos nematófagos Duddingtonia flagrans (AC001), Monacrosporium thaumasium (NF34a), M. appendiculatum (CGI), M. sinense (SF53), Arthrobotrys conoides (I-40), A. cladodes (CG719) e A. robusta (I-31) no controle de Ancylostoma spp., parasito de cães. Para avaliar a atividade predatória in vitro dos fungos sobre larvas infectantes (L3) de Ancylostoma spp., disseminou-se em placas de Petri 1.000 conídios de cada isolado e 10.000 L3 desse nematóide. Diariamente, por 10 dias, computou-se o número de L3 capturadas pelos fungos e o de L3 livres de predação. No teste de passagem pelo trato gastrintestinal de cães, forneceu-se oralmente 1g/kg de micélio fúngico. Amostras fecais foram coletadas de cada animal às 8, 12, 24, 48, 72 e 96 horas após o tratamento. Colocou-se dois gramas de fezes em placas de Petri contendo 1.000 L3 de Ancylostoma spp. e o crescimento de conidióforos foi observado durante 15 dias. Houve redução significativa (P<0,05) na média de larvas infectantes de Ancylostoma spp. recuperadas dos tratamentos, em relação ao controle, no teste in vitro, sendo que os isolados AC001, I-31 e NF34a se mostraram mais eficazes e em seguida foram avaliados in vivo quanto à capacidade de suportar a passagem pelo trato gastrintestinal de cães. Os três isolados fúngicos sobreviveram à passagem sem perda da habilidade de predar L3 de Ancylostoma spp., mostrando-se eficientes nas primeiras 48h. Apenas o isolado NF34a se manteve eficaz até 96h de observação. Os fungos M. thaumasium, D. flagrans e A. robusta se mostraram promissores para serem utilizados no controle biológico de Ancylostoma spp.

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DEFEITOS ESPERMÁTICOS PARA O SÊMEN DE JUMENTOS (Equus asinus) DA RAÇA PÊGA

ALINE LUCIANA RODRIGUES (Estagiário voluntário/UFV), IGOR FREDERICO CANISSO (Bolsista CNPq/UFV), PEDRO GAMA KER (Não Bolsista/UFV), Thiago Castro Sena (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), GIOVANNI RIBEIRO DE CARVALHO (Orientador/UFV), JOSE DOMINGOS GUIMARAES (Colaborador/UFV)

A avaliação quantitativa dos defeitos espermáticos tem sido empregada como parte do exame andrológico de eqüídeos (SAMPER, 2007). Diversas classificações têm sido propostas para avaliação da morfologia espermática (KENNEY et al., 1983). No Brasil a classificação adotada pela maioria dos estudos e pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA, 1998) é a de BLOM (1973), onde de acordo com o autor os defeitos espermáticos podem ser agrupados em defeitos espermáticos maiores e menores. A presença de altos percentuais de defeitos espermáticos tem sido associada a redução de taxas de concepção para o sêmen de eqüídeos (FERNANDES e PIMENTEL). O objetivo deste estudo foi de relatar os percentuais de defeitos espermáticos para sêmen de jumentos da raça Pêga. O sêmen de seis reprodutores da raça Pêga foi coletado em 180 ocasiões, mediante o uso de vagina artificial modelo Botucatu com emprego de uma égua em estro. Após a coleta, a fração gelatinosa foi separada, e uma amostra de sêmen da fração livre de gel, foi coletada e diluída em solução de formol salino tamponado aquecida (37ºC) (HANCOCK, 1954). Para avaliação da morfologia espermática, procedeu se a leitura da lamina em câmera úmida com aumento de 1000x em imersão, onde 200 células espermáticas foram contadas por ejaculado e a seguir as anomalias foram arranjadas em defeitos espermáticos maiores e menores. Realizou-se o cálculo da media e desvio padrão dos defeitos espermáticos. Os valores registrados para alterações na morfologia espermática foram de 7,97 ± 3,02 % defeitos maiores e de 6,80 ± 1,59% para os defeitos menores. O percentual de defeitos espermáticos se mostrou incluso no intervalo considerado normal para asininos (MORAIS et al., 1994; GEBER, 1995). Os reprodutores empregados no presente estudo apresentaram percentual de defeitos espermáticos incluso na faixa considerada normal pelos autores, e os presentes valores podem ser utilizados como referencia para novos estudos com a espécie.

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DEFORMIDADE ANGULAR CARPO VALGO EM MUAR: RELATO DE CASO

YAME FABRES R. S. SILVA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), NATÁLIA PEREIRA PAIVA FREITAS (Não Bolsista/UFV), PEDRO TEIXEIRA DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), LUIZ GONZAGA POMPERMAYER (Orientador/UFV), MARIA VERONICA DE SOUZA (Colaborador/UFV), PAULO ALUISIO BORSATTI (Não Bolsista/UFV), GUILHERME COSTA FAUSTO (Não Bolsista/UFV)

Deformidades angulares dos membros constituem as principais doenças ortopédicas do desenvolvimento em eqüídeos e suas manifestações podem ser congênitas ou adquiridas, uni ou bilateral. Dentre as deformidades, o carpo valgo é o mais observado em animais jovens, sendo ele caracterizado como um desvio do metacarpo no sentido lateral e do rádio no sentido medial. As causas dos desvios cárpicos são variadas, complexas e multifatoriais, tendo maior importância a flacidez das estruturas periarticulares de suporte (tendões, ligamentos e cápsulas articulares), ossificação incompleta, mau posicionamento intra-uterino, disfunções endócrinas, e fatores hereditários. Quando o grau de desvio do carpo é menor ou igual a 10º, o confinamento é suficiente para uma correção espontânea do membro e, quando maior ou igual a 15º, o tratamento cirúrgico pode estar indicado. O objetivo desse trabalho foi relatar o caso de um muar, ruão, macho, de aproximadamente dois meses de idade que foi atendido em fevereiro de 2008 no Hospital Veterinário da UFV, apresentando desvio lateral do metacarpo e medial do rádio, em ambos os membros torácicos. Após exame físico específico do aparelho locomotor em superfície plana, e exame radiográfico utilizando-se projeções dorso-palmar e oblíquas medial e lateral, estabeleceu-se o diagnóstico de carpo valgo bilateral. No membro torácico direito (MTD) o animal apresentava 8º e no membro torácico esquerdo (MTE) 15º de desvio. Optou-se pelo tratamento cirúrgico apenas do MTE e posterior confinamento, visando correção espontânea do MTD. A técnica cirúrgica utilizada foi a de transecção em hemicircunferência do periósteo e elevação periostal. Após sete meses do tratamento realizou-se novo exame físico do animal, onde foi constatado posicionamento normal dos membros torácicos. Os exames físico e radiográfico de animais com deformidades angulares são fundamentais para estabelecimento de um diagnóstico e tratamento adequado, e o sucesso terapêutico está intimamente relacionado à precocidade de estabelecimento dos mesmos.

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DETERMINAÇÃO DE VALORES DE ERITROGRAMA E PROTEÍNA PLASMÁTICA TOTAL (PPT) EM ARARAS-CANINDÉ (Ara ararauna)

LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), JULIANO VOGAS PEIXOTO (Bolsista CAPES/UFV), GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), RAFAEL MORAIS GARAY (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

A arara-canindé (Ara ararauna) é uma ave da família Psittacidae, característica de matas úmidas. Pode ser encontrada do sudeste do Brasil até a América Central, geralmente ocorrendo em várzeas com buritizais, babaçuais e bordas de matas. Sua penugem é formada por partes dorsais azuis e partes ventrais amarelas, garganta e fileiras de penas faciais negras. Poucas são as referências a respeito da contagem células sanguíneas de animais silvestres, principalmente aves. Os dados de eritrograma são úteis na avaliação clínica dos animais, auxiliando em diagnósticos, prognósticos e tratamentos. Os valores de referência fornecem uma base para comparação com os valores obtidos em exames posteriores de um determinado indivíduo. O presente trabalho objetivou determinar os valores de hemácias, hematócrito e proteína plasmática total (PPT) no sangue de três Araras-canindé recebidas pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS UFV), as quais eram mantidas ilegalmente em cativeiro na cidade de Viçosa MG, e comparar os dados obtidos com valores de referência pré-existentes na literatura. Os animais foram contidos fisicamente e em seguida coletou-se sangue dos três indivíduos por punção venosa na asa. O material foi armazenado em tubos contendo o anticoagulante EDTA. Os exames foram feitos dentro da rotina laboratorial. Após analisadas as amostras, e devidamente catalogados os resultados, comparou-se as médias com dois trabalhos pré-existentes, feitos com a mesma espécie, porém em diferentes regiões, a fim de verificar possíveis diferenças regionais nos valores médios e, até mesmo, estimar um padrão para a espécie. Verificou-se variação significativa dos resultados obtidos em relação a apenas um dos trabalhos. O levantamento de dados sobre a fisiologia e sanidade de animais em Centros de Triagem parceiros do IBAMA é de suma importância para determinar as ações mais eficazes para a conservação das espécies. (CETAS UFV )

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DIAGNÓSTICO E PERFIL IMUNOLÓGICO DA CISTICERCOSE BOVINA 

HANNA CAROLINA CAMPOS FERREIRA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), PAULO SERGIO DE ARRUDA PINTO (Orientador/UFV), ALINE GIROTTO (Não Bolsista/UFV), LEANDRO SIQUEIRA CHAVES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JULIO CESAR OLIVEIRA DIAS (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), ADRIANO GRÔPPO FELIPPE (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV)

A presença de larvas de Taenia saginata (Cysticercus bovis) nos tecidos de bovinos resulta numa moléstia conhecida como cisticercose bovina. Esta doença vem sendo considerada como um dos principais problemas nos matadouros-frigoríficos devido à depreciação de vísceras (coração) e músculos dos animais acometidos e a riscos para a saúde pública. Portanto, as pesquisas na área se desenvolveram visando elucidar as medidas de controle e aprimorar os métodos de diagnóstico laboratorial para detecção da doença; isto, por meio da coleta sangüínea de bovinos destinados ao abate. Esta pesquisa teve-se como objetivo geral estudar o comportamento imunológico de diferentes grupos de bovinos imunizados, portadores de cisticercose experimentalmente e naturalmente e não infectados, visando a avaliação, e posterior sugestão, de uma proposta de diagnóstico sorológico da cisticercose bovina pelo teste ELISA, utilizando diferentes tipos de antígenos de T. crassiceps (total, vesicular e membranar) e de T. saginata (total). Os resultados das densidades ópticas de cada soro, após análise no software Microsoft Excel® e no programa SAEG®, indicaram resposta imunológica mais acentuada naqueles animais infectados experimentalmente quando comparados aos infectados naturalmente. Quanto à comparação de soros de animais infectados experimental e imunizados, não houve diferença significativa, assim como entre os diferentes antígenos. Concluiu-se que o teste ELISA é eficaz em casos de infecção maciça/experimental, mas não em discreta/natural, apresentando baixa sensibilidade no segundo caso. Indica-se, assim, maior aprofundamento nessa mesma linha de pesquisa para que se encontre um modelo diagnóstico mais viável, por meio do teste ELISA ou outros, que possa ser utilizado no próprio abatedouro, durante a inspeção ante-mortem.

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DIREITOS E SAÚDE SEXUAL REPRODUTIVA E RELAÇÕES DE GÊNERO: REFLEXÃO E MOBILIZAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE

SILVANO SOUZA DIAS (Bolsista PIC-CAIXA/UFV), PAULA DIAS BEVILACQUA (Orientador/UFV), MARIA DE FATIMA LOPES (Co-orientador/UFV), MARISA BARLETTO (Co-orientador/UFV), Alice Inês de OIiveira e Silva (Voluntário/UFV), ELENIZ SOARES LISBOA (Estagiário voluntário/UFV), ALICE ASSIS CARVALHO (Estagiário voluntário/UFV)

O presente trabalho teve por objetivo analisar e organizar em áreas temáticas as representações de usuárias e Agentes Comunitárias do PSF de Amoras sobre saúde e direitos sexuais reprodutivos e relações de gênero, assim como a construção de textos temáticos, de modo que sejam instrumentos significativos para o trabalho das Agentes Comunitárias de Saúde. A metodologia consistiu na elaboração de textos ilustrados destinados às gestantes e usuárias e às agentes de saúde sobre os direitos das gestantes tendo por base trabalhos já desenvolvidos pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero (NIEG) naquele bairro. As ilustrações que compõem o texto foram confeccionadas com base em fotografias e representações locais da comunidade. Após a elaboração da primeira versão do material, partiu-se para o trabalho de campo objetivando coletar impressões e opiniões de usuárias e profissionais de saúde do PSF Amoras, buscando uma melhor adaptação ao contexto da comunidade e dos profissionais de saúde, além de observar o alcance do material na mobilização e no fomento do debate entre esses atores. Os resultados alcançados nos permitiram constatar que, ao ler o material, as mulheres expressaram suas experiências vividas ao longo da gestação, relatando momentos em que seus direitos foram desrespeitados, além de constrangimentos e, até mesmo de dor. Além disso, as usuárias expressaram certo descrédito em relação à efetivação de seus direitos o que mostra que há um grande distanciamento entre a legislação e seu cumprimento efetivo. Com relação à impressão dos profissionais sobre o material informativo/instrucional destinado às agentes de saúde, pudemos identificar alguns obstáculos em relação à concretização dos princípios da integralidade e da educação. Pelas falas desses profissionais, percebeu-se uma visão da usuária e da gestação apenas sob o ponto de vista biológico, ocorrendo um reducionismo do sujeito indo de encontro aos princípios da integridade e educação em saúde.

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DIRETRIZES BÁSICAS PARA A SOLTURA NA NATUREZA DE ANIMAIS SILVESTRES: REVISÃO DE LITERATURA

MARCELO GROSSI MACHADO (Estagiário voluntário/UFV), KÍSSIA FERREIRA PEREIRA (Estagiário voluntário/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), GUILHERME DE SOUSA CAMPONÊZ (Estagiário voluntário/UFV), LISIEUX FRANCO FUZESSY (Estagiário voluntário/UFV), PABLO SANTOS RODRIGUES (Estagiário voluntário/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), JÚNIA PAULA SANTOS (Estagiário voluntário/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

A soltura em ambiente natural de animais apreendidos, recolhidos ou doados/devolvidos é uma importante ferramenta de manutenção da fauna local e preservação da natureza. Nesse intuito, o IBAMA fornece normas, por meio de dispositivos legais, tais como Portarias e Instruções Normativas, de todos os protocolos que devem ser seguidos para uma soltura e pós-soltura (monitoramento) corretos, objetivando o êxito da soltura. Entre tais regras podemos citar algumas, englobadas em três grandes grupos: regras ambientais, jurídico-legais e logísticas. Entre as ambientais são incluídas aquelas que preservam as relações ecológicas, tais como observação quantitativa e qualitativamente de toda fauna local, relações em cadeias tróficas, presença de outros indivíduos de mesma espécie e mensuração da área de abrangência e territorialidade; e aquelas que visam à sanidade animal e a higidez de seu ecossistema: neste ponto são solicitados diversos diagnósticos veterinários negativos de várias patologias, específicas para cada grupo animal. Entre os protocolos jurídico-legais se incluem aquelas que permitem todos os trâmites legais do processo, tais como ficha civil ou jurídica (Certidão Negativa) do proprietário do local escolhido para soltura (em caso de estabelecimento privado), retirada de uma série de documentações do animal e do processo aberto, tais como GTA (Guia de Trânsito Animal) de Silvestres, permissões do IBAMA. Entre as instruções logísticas destacam-se aquelas que solicitam veículo, contenções, transporte, método de soltura e método de monitoramento corretos, específicos a cada grupo animal. Dessa maneira, seguindo tudo o que é solicitado, é possível obter uma ação efetiva, importantíssima para a recuperação da fauna tão degradada, mas principalmente realizar uma ação de acordo com as diretrizes e portarias dos órgãos competentes, minimizando possíveis solturas desastrosas. (CETAS-UFV )

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EFEITO DO FUNGO Paecilomyces lilacinus SOBRE OVOS DE Taenia saginata

FERNANDA VIEIRA CASTEJON (Estagiário voluntário/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), JULIANA MILANI ARAUJO (Não Bolsista/UFV), ANDRÉ RICARDO E SILVA (Não Bolsista/UFV), ROGÉRIO OLIVA CARVALHO (Não Bolsista/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JACKSON VICTOR DE ARAUJO (Orientador/UFV)

 Paecilomyces lilacinus é um fungo de solo, parasita facultativo de ovos de helmintos. O cestódeo Taenia saginata é responsável pela teniíase humana, e sua forma larval produz a cisticercose, em bovinos, considerada uma zoonose endêmica nos países em desenvolvimento. Esse estudo teve como objetivo demonstrar a eficácia ovicida do fungo P. lilacinus sobre ovos de T. saginata. Primeiramente, o fungo nematófago foi mantido em tubos de ensaio a 4º C contendo corn-meal-ágar 2% (AA 2%) e no escuro durante 10 dias, para o seu crescimento. Discos de cultura de 4 mm de diâmetro foram transferidos para placas de Petri de 9,0 cm diâmetro contendo 20 mL de ágar-água 2% durante 10 dias. Os ovos de T. saginata utilizados, após passarem por análise morfológica de integridade, foram vertidos sobre a superfície das placas de Petri contendo o meio AA 2% com o isolado fúngico crescido por 10 dias e sem fungo como controle, sendo feitas 10 repetições para cada grupo. Cada placa continha mil ovos. Ao final de 10 dias, aproximadamente cem ovos foram retirados de cada placa (contendo o fungo e controle), sendo então avaliados em objetiva de 40x de acordo com parâmetros de penetração dos ovos. Foi observado efeito lítico com alteração morfológica do embrião e da casca, além de penetração de hifas e colonização interna do ovo. Os dados foram submetidos ao teste não paramétrico de Friedman com 5% de probabilidade. Houve atividade ovicida (p<0,05) em relação ao grupo controle no décimo dia e colonização interna dos ovos de 25,5 %. Tais resultados demonstram que o fungo P. lilacinus apresentou eficácia in vitro sobre ovos de T. saginata em condições laboratoriais.

 

 

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EFEITO DO NÍVEL DE INGESTÃO DE ALIMENTOS SOBRE A EXCREÇÃO URINÁRIA DE CREATININA EM BOVINOS NELORE

LUCIANA LOUZADA PRATES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), RILENE FERREIRA DINIZ VALADARES (Orientador/UFV), ANALÍVIA MARTINS BARBOSA (Bolsista CNPq/UFV)

Em ruminantes, para que a produção microbiana ruminal e outros parâmetros de interesse nutricional possam ser determinados de forma rápida e rotineira, é de fundamental importância a determinação do volume urinário diário. Para que este volume possa ser estimado, tem sido utilizada a excreção de creatinina na urina. Considerando ainda que a maior parte do rebanho nacional é criado a pasto, o conhecimento da excreção de creatinina torna-se ainda mais necessário, uma vez que, nessa condição, é praticamente impossível fazer coleta total de urina. O objetivo deste trabalho foi determinar o efeito do consumo de alimentos sobre a excreção de creatinina. Para isso, utilizaram-se oito novilhas Nelore, com peso inicial de aproximadamente 250 kg, mantidas em confinamento no Laboratório de Animais (DZO/UFV), alimentadas à base de silagem de milho e concentrado nas proporções 60 e 40% na base da matéria seca (MS), respectivamente. As dietas foram fornecidas ao nível de 1,2; 1,6; 2,0 e 2,4% do peso vivo (PV), constituindo os tratamentos experimentais. Foram utilizados dois quadrados latinos 4 x 4, balanceados, com quatro animais, quatro tratamentos e quatro períodos experimentais. Realizaram-se análises de MS, cinzas (CZ), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) nas amostras de alimentos, sobras e fezes, assim como determinação de creatinina nas amostras de urina. Os consumos de matéria seca e orgânica foram compatíveis com cada tratamento; os consumos de PB, EE, FDN e CNF refletiram o progressivo aumento de consumo de MS, visto serem as dietas de mesma composição. As digestibilidades dos nutrientes apresentaram relação inversa com o consumo. Não foi observado efeito do consumo (P>0,05) sobre a excreção de creatinina, obtendo-se média de 25,30 ± 1,557 mg/kg PV. Conclui-se que a creatinina pode ser utilizada como indicador da produção urinária, independente do nível de ingestão de alimentos.

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EFEITO OVICIDA DE FUNGOS NEMATÓFAGOS SOBRE OVOS DE Taenia taeniaeformis

CAMILA DOMINGUES FERREIRA ALVES (Estagiário voluntário/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), JACKSON VICTOR DE ARAUJO (Orientador/UFV), ROGÉRIO OLIVA CARVALHO (Bolsista CAPES/UFV), ANDRÉ RICARDO E SILVA (Não Bolsista/UFV), JULIANA MILANI ARAUJO (Não Bolsista/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), PAULO RENATO DOS SANTOS COSTA (Colaborador/UFV), SEBASTIÃO RODRIGO FERREIRA (Voluntário/)

Taenia taeniaeformis é um cestóide cosmopolita parasito do intestino delgado de gatos (Felis catus) e outros carnívoros. Nos gatos, as infecções por cestóides causam poucos prejuízos e transtornos, mas, sugere-se tratamento e controle dessas infecções. Alguns organismos como fungos, bactérias, vírus, protozoários, entre outros, são reconhecidos como antagonistas naturais de helmintos parasitos gastrintestinais, podendo ser utilizados como uma alternativa viável no controle destes parasitos. O efeito ovicida dos fungos nematófagos Monacrosporium sinense (SF53), Monacrosporium thaumasium (NF34) e Pochonia chlamydosporia (VC1) sobre ovos de Taenia taeniaeformis foi avaliado em condições laboratoriais. Os ovos foram vertidos em placas de Petri contendo o meio ágar água 2% com os isolados fúngicos crescidos por 10 dias e sem fungo (controle), sendo feitas 10 repetições para cada grupo. Nos tratamentos, cada placa continha mil ovos de T. taeniaeformis com apenas um dos isolados fúngicos. Nos intervalos de sete e 14 dias, cem ovos foram retirados de cada placa contendo o isolado e do controle sendo então avaliados em objetiva de 40x de acordo com os seguintes parâmetros: efeito tipo 1, fisiológico e bioquímico sem prejuízo morfológico à casca do ovo, onde hifas são observadas aderidas à casca; tipo 2, efeito lítico com alteração morfológica da casca e embrião, sem penetração de hifas através da casca e tipo 3, efeito lítico com alteração morfológica do embrião e da casca, além de penetração de hifas e colonização interna do ovo. Ao final do ensaio experimental o fungo P. chlamydosporia demonstrou atividade ovicida (p< 0,01) em relação às outras espécies sobre ovos de T. taeniaeformis, apresentando principalmente resultados percentuais para a colonização interna dos ovos (efeito tipo 3) de 32,2% e 54,0% respectivamente aos sete e 14 dias. Esses resultados demonstraram que o fungo P. chlamydosporia teve eficácia in vitro sobre os ovos de T. taeniaeformis, ao contrário dos demais fungos, que não apresentaram o efeito do tipo 3.

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EFEITO OVICIDA DOS FUNGOS NEMATÓFAGOS Pochonia chlamydosporia, Duddingtonia flagrans e Monacrosporium thaumasium

LUIZA NEME FRASSY (Estagiário voluntário/UFV), JULIANA MILANI ARAUJO (Não Bolsista/UFV), JACKSON VICTOR DE ARAUJO (Orientador/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), ROGÉRIO OLIVA CARVALHO (Bolsista CAPES/UFV), ANDRÉ RICARDO E SILVA (Não Bolsista/UFV), SEBASTIÃO RODRIGO FERREIRA (Voluntário/)

As infecções helmínticas ainda permanecem como um importante problema para a saúde pública. Dentre essas infecções causadas por helmintos parasitos gastrintestinais em seres humanos está o complexo teníase/cisticercose, uma zoonose que afeta até 77 milhões de pessoas e é causada por cestóides da família Taenidae, como a Taenia saginata.. O complexo teníase/cisticercose por T. saginata apresenta uma distribuição cosmopolita e está amplamente difundido na maioria dos países onde existe a atividade pecuária bovina. Várias medidas podem ser aplicadas no controle do complexo teníase/cisticercose, mas a principal estratégia consiste na interrupção do ciclo evolutivo do parasito. Contudo, medidas alternativas que possam ser empregadas no combate à disseminação ambiental, deste, e de outros parasitos gastrintestinais e suas formas infectantes são importantes, como o uso de antagonistas naturais de helmintos. Os Fungos nematófagos são divididos em endoparasitas, predadores e parasitas de ovos. O efeito ovicida dos fungos nematófagos Pochonia chlamydosporia (VC1), Duddingtonia flagrans (AC001) e Monacrosporium thaumasium (NF34) sobre ovos de T. saginata foi avaliado em condições laboratoriais. Os ovos de T. saginata foram vertidos em placas com ágar-água 2% contendo os isolados fúngicos crescidos e sem fungo como controle, sendo observados no quinto, décimo e décimo quinto dias. Ao final do ensaio experimental o fungo P. chlamydosporia demonstrou atividade ovicida (p<0,05) em relação às duas outras espécies sobre os ovos de T. saginata, apresentando principalmente resultados percentuais para a colonização interna do ovo de 12,8% (VC1) e 2,2% (VC4); 18,1% (VC1) e 7,0% (VC4); 9,76% (VC1) e 8,0% (VC4) respectivamente aos cinco, 10 e 15 dias. Esses resultados demonstraram que o fungo P. chlamydosporia apresentou eficácia in vitro sobre os ovos de Taenia saginata ao contrário dos demais fungos. D. flagrans e M. thaumasium. 

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EFEITOS DO THIODAN NA MORFOLOGIA DE TESTÍCULOS DE JOVENS DE TILÁPIA NILÓTICA (Oreochromis niloticus)  

VIVIAN ROCHA DE FREITAS (Bolsista IC /projeto/UFV), LAERCIO DOS ANJOS BENJAMIM (Orientador/UFV), LUZ NATÁLIA FRANCO MONTOYA (Não Bolsista/UFV), MARLENE ISABEL VARGAS VILORIA (Co-orientador/UFV), SERGIO LUIS PINTO DA MATTA (Co-orientador/UFV), ANN HONOR MOUNTEER (Co-orientador/UFV), LINO ROBERTO FERREIRA (Colaborador/UFV), ANTONIO ALBERTO DA SILVA (Colaborador/UFV)

Agrotóxicos são amplamente utilizados no controle de plantas daninhas. Entretanto, levam ao aumento na contaminação do solo, despertando o interesse de pesquisas que avaliem indicadores biológicos. Investigações das alterações morfológicas nos órgãos internos dos peixes podem ser úteis como bioindicadores da poluição em ambientes aquáticos. Este estudo visou avaliar alterações provocadas pelo efeito agudo do Thiodan® nos testículos de tilápias nilóticas (Oreochromis niloticus). O teste de toxicidade aguda utilizou 40 peixes em quatro repetições com três diferentes concentrações do Thiodan® (0.5, 1.0, 1.4mg/L), e um grupo-controle. Fragmentos de testículos foram fixados em Bouin, desidratados em álcool etílico, incluídos em historesina, seccionados e corados com hematoxilina-eosina, azul de toluidina, tricrômico de Gomori e Giemsa. A análise da água constou da avaliação de pH, dureza, amônia total e tóxica, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica, encontrando-se todos dentro dos parâmetros normais para pisciculturas. Foram registrados comprimento total, comprimento-padrão e peso corporal dos animais após o período experimental, não encontrando diferença estatística entre os grupos. Os testículos são pares, localizados dorsalmente na cavidade celomática e fixados pelo mesórquio. Histologicamente, apresentam organização tubular seminífera cística e, ao corte transversal, mostram aspecto triangular a oval. O parênquima testicular apresentou compartimento intersticial evidente, início da formação de cistos de espermatogônias e formação dos ductos espermáticos, grande população de células indiferenciadas em um parênquima testicular constituído principalmente de tecido conjuntivo, e poucas células de Leydig. Os animais encontravam-se em maturação inicial, apresentando desde espermatogônia primária (G1) até espermatócitos secundários (E2). Nos grupos tratados com 1,0 e 1,4µg/L, observou-se alteração no arranjo estrutural, na morfologia dos cistos, diminuição populacional, degeneração e tumefação de células germinativas, e necrose parcial ou total do parênquima testicular. A maior percentagem de tecido necrosado observada na concentração de 1,4µg/L demonstra que maior concentração do produto na água gera maior dano tecidual no testículo.

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EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE VACAS LEITEIRAS CRIADAS EM SISTEMA FREE-STALL

PEDRO TEIXEIRA DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), JOSE DOMINGOS GUIMARAES (Orientador/UFV), ERICK FONSECA DE CASTILHO (Não Bolsista/UFV), MARIA IGNEZ LEAO (Colaborador/UFV), BRUNO LUIS FILGUEIRAS RODRIGUES (Não Bolsista/UFV), ROGÉRIO OLIVEIRA PINHO (Não Bolsista/UFV), LEONARDO FRANCO MARTINS (Bolsista CAPES/UFV), MAURÍCIO HOSHINO DA COSTA BARROS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), RENAN MOREIRA PARAIZO (Estagiário voluntário/UFV)

A produção leiteira brasileira está entre as dez maiores produções mundiais. Porém, a eficiência reprodutiva apresenta desempenho inferior aos esperados. A carência de mão-de-obra qualificada, manejo reprodutivo, nutricional e sanitário inadequados são os principais fatores a serem corrigidos para otimizar os índices reprodutivos. O objetivo deste estudo foi avaliar os índices reprodutivos de vacas leiteiras criadas em sistema Free-stall. As médias dos índices reprodutivos (idade ao 1° parto - I1P; 1° período de serviço – 1PS; período de serviço geral – PS; intervalo de partos – IP; n° de inseminações/1ª concepção – NI1C; n° de inseminações/concepção geral – NIC; e taxa de fertilidade - TF) foram obtidas no banco de dados da Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão – Gado de Leite/UFV. Foi empregado o programa Excel Microsoft® utilizando análise descritiva. Atualmente, o rebanho é constituído por 111 fêmeas, sendo 73 animais (65,77 %) em reprodução (23 novilhas e 50 vacas adultas) e 38 bezerras/novilhas (34,23 %) de reposição. A taxa de prenhez atual dos animais em reprodução é de 46,58 % (n=34). Os valores médios obtidos dos índices reprodutivos foram: I1P = 805,7 dias (26,5 meses); 1PS = 142,4 dias (4,7 meses); PS = 155,6 dias (5,1 meses); IP = 420 dias (13,8 meses); NI1C = 1,4; NIC = 1,7; TF = 85,4 %. Todos os índices estudados estão dentro da normalidade, exceto o PS que está superior aos esperados (80 a 120 dias). Estes valores superiores justificam-se pela presença de alguns animais idosos que interferem na média geral dos índices. Os mesmos não podem ser descartados do rebanho devido ainda apresentarem alta produção leiteira (≥ 6.000 kg/lactação; ≥ 20 kg/dia). Concluiu-se que apesar dos animais serem criados em sistema Free-stall, onde se observa estresse dos animais decorrente do confinamento, os índices reprodutivos estudados são semelhantes aos registrados nos grandes centros de produção leiteira.

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EQUIVALÊNCIA ENTRE OS TESTES DE COAGULASE E TERMONUCLEASE NA IDENTIFICAÇÃO DE ESTAFILOCOCOS ISOLADOS DE LEITE CRU E QUEIJO FRESCAL

GABRIELA NOGUEIRA VIÇOSA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), PAULA MENDONÇA MORAES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ANDERSON KEIZO YAMAZI (Estagiário voluntário/UFV), MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI (Bolsista CAPES/UFV), LUIS AUGUSTO NERO (Orientador/UFV)

Estafilococos produtores de enterotoxinas são considerados importantes agentes causadores de toxinfecções alimentares, frequentemente associados a alimentos de origem animal. A pesquisa de suas enterotoxinas em alimentos é uma atividade extremamente laboriosa e algumas de suas características bioquímicas, como a produção de coagulase e termonuclease, são utilizadas para se determinar o potencial enterotoxigênico desses microrganismos. Contudo, algumas espécies de estafilococos apresentam resultados divergentes para ambos os testes, o que poderia comprometer os resultados obtidos de acordo com a sua concentração na microbiota do alimento analisado. O objetivo deste trabalho foi verificar a correspondência entre os resultados dos testes da coagulase e termonuclease em culturas de estafilococos isoladas de leite cru e queijo frescal. 693 culturas de estafilococos isoladas de leite cru e queijo frescal por diferentes metodologias e meios de cultura foram recuperadas em caldo BHI e submetidas ao teste da coagulase em plasma de cavalo e ao teste da termonuclease em ágar DNAse com azul de toluidina (após aquecimento a 100°C por 15 min). Para o teste da coagulase, a presença de aglutinação no fundo do tubo foi considerada como resultado positivo. Para o teste da termonuclease, a presença de halos de coloração rosa foi considerada como resultado positivo. Os resultados obtidos para cada cultura testada foram agrupados e comparados para verificação de correspondência entre os testes realizados. 641 (92,5%) culturas apresentaram resultados concordantes para os dois testes, e apenas 52 (7,5%) apresentaram resultados discordantes. Algumas espécies de estafilococos apresentam perfis distintos para ambos os testes, como Staphylococcus delphini, S. chromogens e S. simulans. Assim, devido à baixa incidência de espécies de estafilococos isoladas de leite cru e queijo frescal com resultados não concordantes, os testes de coagulase e termonuclease podem ser realizados de forma independente quando não seja possível a realização simultânea dos mesmos, sem que haja comprometimento dos resultados.

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ESTUDO RETROSPECTIVO DOS TUMORES CUTÂNEOS DIAGNÓSTICADOS EM CÃES E GATOS NO SERVIÇO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

BRENO SOUZA SALGADO (Estagiário voluntário/UFV), VINICIUS WINTER VIANA (Não Bolsista/UFV), JOÃO PAULO MACHADO (Bolsista CNPq/UFV), JULIANA EVANGELISTA BEZERRIL (Não Bolsista/UFV), FABRÍCIO LUCIANI VALENTE (Bolsista FAPEMIG/UFV), GABRIEL DOMINGOS CARVALHO (Não Bolsista/UFV), CAIO DE PAULA MARCHI (Estagiário voluntário/UFV), JOAO CARLOS PEREIRA DA SILVA (Colaborador/UFV), LISSANDRO GONCALVES CONCEICAO (Colaborador/UFV), MARLENE ISABEL VARGAS VILORIA (Orientador/UFV)

Tumores cutâneos são frequentemente encontrados em animais domésticos, dadas diversas características intrínsecas da pele que é composta por variados tipos celulares potencialmente capazes de sofrer transformação neoplásica. Além disso, está sujeita a fatores genéticos, agentes internos envolvidos na produção de tumores e está exposta a diversos fatores químicos, físicos e biopatogênicos como agentes infecciosos, raios ultravioleta solares e poluentes ambientais que podem iniciar ou promover desenvolvimento tumoral. Neste contexto, tumor significa aumento de volume, neoplásico ou não. Objetivou-se neste trabalho avaliar a ocorrência de tumores cutâneos em cães e gatos e diagnósticos firmados no Serviço de Patologia Veterinária(SPV)-Departamento de Veterinária (DVT) da Universidade Federal de Viçosa, entre 2003 e 2007. Os diagnósticos foram instituídos sobre amostras cutâneas provenientes de exames pós-mortem ou sobre biópsias de pele recebidas pelo SPV-DVT, sendo os dados obtidos dos arquivos de diagnóstico do Laboratório de Histopatologia-DVT. No período analisado foram realizados 302 diagnósticos histopatológicos suspeitos de enfermidades neoplásicas em cães e 19 em felinos. Deste total, 86 amostras caninas mostraram-se não neoplásicas, enquanto que das 19 amostras de gatos verificadas 8 apresentaram-se da mesma maneira. Do total de neoplasmas de cães, o mastocitoma foi mais frequente (11.6%), seguido de carcinoma de células escamosas (5,5%), hemangioma e hemangiossarcoma (4.6%). Por sua vez, nos felinos, o adenocarcinoma (45.4%) foi mais obsevado, seguido por hemangiossarcoma, fibrossarcoma, schwannoma, condrossarcoma e adenoma apócrino (9.1%). Dos 216 neoplasmas cutâneos caninos, 205 afetaram cães diferentes, sendo que 14 cães apresentavam simultâneamente dois tipos de dermatopatia neoplásica diferentes e 2 cães mostraram três tipos de neoplasia cutânea com diagnóstico diferente. É importante, assim, estar atento às informações clínicas e anamnésicas, visto que neoplasmas são mais representativos que os tumores não neoplásicos como dermatopatias, porém, em muitos casos, a falta de informações dificulta o diagnóstico correto e compromente futuras avaliações epidemiológicas.

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ETIDRONATO E PRAVASTATINA NA REPARAÇÃO DE FRATURAS EM TÍBIAS DE RATAS OSTEOPORÓTICAS AVALIADAS POR MARCADORES BIOQUIMICOS.

GLÁUCIA GUIMARÃES AMARAL (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ALOISIO DA SILVA PINTO (Orientador/UFV), RICARDO JUNQUEIRA DEL CARLO (Colaborador/UFV), CLAUDIO CESAR FONSECA (Colaborador/UFV), TANIA TOLEDO DE OLIVEIRA (Colaborador/UFV), CARLOS ANTÔNIO CARDOSO (Colaborador/)

A osteoporose é uma desordem do tecido ósseo caracterizada pelo comprometimento da força do osso, que predispõe a um aumento no risco de fraturas. O presente experimento visou comparar os efeitos de etidronato e pravastatina através de marcadores bioquímicos na reparação de fraturas em ratas osteoporóticas induzidas com dexametasona. Foram utilizadas 28 ratas da raça Wistar, adultas, pesando em média 250g. A indução osteoporótica com dexametasona foi feita por via intramuscular, na dose de 7,5 mg/Kg de peso corporal, durante cinco semanas. Passado este período, os animais, anestesiados, foram submetidos à fratura fechada, sendo em seguida distribuídos aleatoriamente em quatro grupos experimentais de sete animais. O grupo 1, controle, foi composto por ratas normais submetidas somente ao procedimento de fratura; a partir do grupo 2, houve o uso de glicocorticóide e o procedimento de fratura, sendo que os grupos 3 e 4 foram tratados com etidronato (0,25mg/Kg) e pravastatina (1mg/Kg), respectivamente, por via oral, diariamente, durante 30 dias Aos 35 dias, após a fratura, os animais foram eutanasiados, coletando-se amostras de sangue para a dosagem dos níveis séricos de cálcio, fósforo, albumina, proteínas totais, utilizando o Aparelho Multiparamétrico de Bioquímica (Alizé) e fosfatase alcalina óssea (FAO), utilizando o equipamento de quimioluminescência Access Immunossay System da Beckman Coulter. Os valores obtidos não revelam alteração com os tratamentos medicamentosos para cálcio, fósforo, albumina e proteínas totais em relação àqueles dos animais do grupo controle e do glicocorticóide, bem como entre eles. No entanto, apesar de os valores da fosfatase alcalina óssea não terem mostrado significância entre os grupos 1 e 2, apresentaram diferenças significativas entre estes grupos e os tratados com medicamentos. Os resultados demonstram que os fármacos utilizados possuem atividade reparadora do tecido ósseo, visto que o aumento deste parâmetro reflete ação metabólica positiva da atividade óssea, sugerindo seu uso nesta patologia clínica.

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EXPANSÃO E CULTIVO DE CÉLULAS DE MIELOMA SP2/0

KARLOS HENRIQUE MARTINS KALKS (Estagiário voluntário/UFV), JOAQUIN HERNAN PATARROYO SALCEDO (Orientador/UFV), BRUNA ALVES DEVENS (Bolsista CAPES/UFV), ANA PAULA PECONICK (Bolsista CAPES/UFV), SIDIMAR SOSSAI (Bolsista FAPEMIG/UFV), BIANCA GAZOLLA MENDONÇA (Estagiário voluntário/UFV), Sthefany Patareli (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), Vitor Barbosa Fialho Martins (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), ISABELA ALVES DE MELO ZEFERINO (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV)

Mielomas são tumores malignos de células B as quais produzem anticorpos. Existem várias linhagens de células de mielomas estabelecidas para procedimentos necessários a produção de anticorpos monoclonais. Células de mieloma da linhagem SP2/0 têm sido utilizadas para a produção de hibridomas secretores de anticorpos pelos pesquisadores do Laboratório de Biologia e Controle de Hematozoários e Vetores (LBCHV), BIOAGRO - UFV. Essas células podem se multiplicar por longos períodos, sendo assim possível mantê-las em cultivo celular. Além disso, quando fusionadas com linfócitos B podem originar os hibridomas, possibilitando a estes também serem cultivados por longos períodos com o meio de cultivo adequado. As células SP2/0 usadas neste trabalho foram obtidas na Escola Paulista de Medicina em 1996. Neste mesmo ano foram clonadas, expandidas e posteriormente armazenadas em nitrogênio líquido; contabilizando um total de 6 passagens. O presente trabalho consistiu em descongelar os mielomas, expandi-los e avaliar sua viabilidade para o processo de fusão. As células foram retiradas do nitrogênio líquido e o criotubo levado a banho-maria à 37ºC para o descongelamento. Posteriormente o material foi centrifugado e o sobrenadante obtido descartado. As células foram então transferidas para garrafas de cultivo, onde estava já se havia acrescentado meio de cultivo apropriado, e foram mantidas em estufa a 37ºC e 5% de CO2. Após algumas semanas em cultivo, observou-se um bom crescimento no número de células, sendo realizado um total de 7 passagens. As células apresentavam-se refrigentes, com bastante colônias e sem contaminação por bactérias ou fungos quando observadas por microscopia. Dessa forma, os mielomas demonstraram viáveis para o processo de fusão celular, possibilitando a realização de técnicas para o desenvolvimento de anticorpos monoclonais.

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EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS DE ESTRESSE (HSP 70) EM NEOPLASIA MAMÁRIA DE CADELAS

RENATO BARROS ELEOTÉRIO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), ANDREA PACHECO BATISTA BORGES (Orientador/UFV), TATIANA BORGES DE CARVALHO (Bolsista CAPES/UFV), KELLY CRISTINE DE SOUSA PONTES (Não Bolsista/UFV), EMILY CORRENA CARLO (Bolsista CAPES/UFV), EROTIDES CAPISTRANO DA SILVA (Bolsista CAPES/UFV), DANIEL MACÊDO RATES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), BRUNO GALLI POZZEBON (Estagiário voluntário/), GLÁUCIA DE OLIVEIRA MORATO (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ANNA CAROLINA DO NASCIMENTO FRAZÃO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV)

O objetivo do presente trabalho foi investigar a expressão de HSP 70 em glândula mamária normal e neoplásica de cadelas atendidas no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizadas 34 amostras de tecido mamário, sendo 23 neoplásicas e 11 normais. As análises para identificação da HSP 72 no tecido mamário foram realizadas no Laboratório de Biologia Molecular de Plantas – BIOAGRO/UFV, utilizando o anticorpo monoclonal Anti-Heat Shock Protein 70 (HSP 70) preparado contra HSP 70 de ratos. As proteínas das amostras foram extraídas e quantificadas, e então foram realizados a eletroforese SDS-PAGE e o imunoblotting. O anticorpo monoclonal utilizado reconheceu especificamente duas proteínas identificadas imunologicamente como sendo as proteínas HSP 72 e HSP 73 de cães. Consistente com um padrão de expressão constituitivo, a proteína HSP 73 foi identificada em todas as amostras de tecidos analisadas, enquanto que a expressão de HSP 72 ocorreu de forma mais acentuada nos tecidos neoplásicos. Foi ainda observada equivalência entre tumores benignos e malignos quanto à expressão da HSP 72. Elevados níveis de proteínas da família de HSP 70 em células tumorais têm sido associados com a função dessas chaperonas em atividades proliferativas de células. Entretanto, os resultados apresentados nesta investigação não confirmaram o potencial da HSP 72 como alvo para terapias ou prognóstico da doença em cães, devido à falta de uma correlação absoluta entre sua expressão e os tecidos apresentando neoplasia. Apesar disso, a tendência observada para indução de HSP 72 em tecidos tumorais caninos sugere um envolvimento da proteína no processo de carcinogênese, conforme observado em tumores de glândulas humanas.

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FALHA NA APLICAÇÃO DE INTERLOCKING NAIL EM FRATURA DE FÊMUR EM CÃO. (RELATO DE CASO)

AMANDA MARIA SENA REIS (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), DANIEL PORTELA DIAS MACHADO (Estagiário voluntário/UFV), RICARDO JUNQUEIRA DEL CARLO (Orientador/UFV), MAURICIO CORREIA DALTRO RODRIGUES (Bolsista CNPq/UFV), Fábio Andrade Marinho (Voluntário/UFV), LIANA MESQUITA VILELA (Bolsista CAPES/UFV) As fraturas do fêmur equivalem a 20-25% do total de fraturas em cães. São descritas várias técnicas para correção, incluindo-se o “tie-in” que envolve a colocação de pino intramedular associado a fixador externo, e o “interlocking nail” (ILN) que se trata de uma haste intramedular perfurada transversalmente e que permite o bloqueio através de parafusos inseridos a partir da cortical óssea. Relata-se uma cirurgia realizada em uma cadela, pesando 14,4kg, com 2 anos de idade e que teve um aloenxerto ósseo colocado no terço médio do fêmur e fixado por meio de uma haste bloqueada. Ao exame clínico, realizado 28 dias após a cirurgia, o animal não apoiava o membro ao solo, na região do enxerto havia crepitação e rotação, com desvio lateral do fragmento distal. Aos raios X, observou-se que os parafusos inseridos no fragmento distal/haste estavam quebrados. Nova cirurgia foi indicada, removendo-se os parafusos quebrados e aplicando-se uma fixação externa do tipo IA associada a um método “tie in”. Essa associação permite que o enxerto fique resistente a todas as forças empregadas e, assim, mais estável. Por se tratar de uma haste multi-perfurada, fixou-se com 5 pinos de Steinmann. No fragmento proximal utilizou-se 2 pinos, um fixado a cortical óssea por um dos orifícios não utilizados no primeiro procedimento cirúrgico, e outro tangenciando a haste, no fragmento distal. Os outros três pinos foram usados fixando o fragmento, imediatamente ao fim da extensão da haste. Exames radiográficos mostraram que o enxerto ficou bem estabilizado, possibilitando dessa forma a evolução da osteointegração na interface distal e conseqüente recuperação do animal.

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FRAÇÃO GELATINOSA NO EJACULADO DE JUMENTOS  (Equus  asinus) DA RAÇA PÊGA

ALINE LUCIANA RODRIGUES (Estagiário voluntário/UFV), Thiago Castro Sena (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), PEDRO GAMA KER (Não Bolsista/UFV), IGOR FREDERICO CANISSO (Bolsista CNPq/UFV), GIOVANNI RIBEIRO DE CARVALHO (Orientador/UFV), JOSE DOMINGOS GUIMARAES (Colaborador/UFV)

O ejaculado de eqüídeos é composto por duas frações: a gelatinosa e fração rica em sêmen livre de gel (THOMPSON, 1992). Em eqüídeos a fração gelatinosa é produzida pelas glândulas vesiculares (KENNEY et al., 1983). Em jumentos domésticos a presença da fração gelatinosa foi relatada como ausente ou em baixo volume, e de manifestação individual e sazonal (NISHIKAWA, 1959; KREUCHAUF, 1984; ARRUDA et al., 1989). A presença da fração gelatinosa em eqüídeos é uma característica fisiológica, porem altamente indesejável na rotina de manipulação do sêmen para a inseminação artificial (DAVIES-MOREL, 1999). Os objetivos deste estudo foram de avaliar a presença e o volume gel no ejaculado de seis reprodutores da raça Pêga. Os animais foram agrupados em adultos (J1, J2, J3) e jovens (J4, J5, J6). Foram realizadas 180 coletas de sêmen, para isto se fez uso de uma vagina artificial modelo Botucatu e uma égua em estro como manequim. Imediatamente após a coleta de sêmen, procedeu-se a separação das frações gel e livre gel, e a seguir a fração gel foi depositada em um frasco de boca larga e o conteúdo gelatinoso foi aferido com uso de seringa plástica descartável para maior precisão. O valor registrado no presente estudo da fração gel foi de 71,75 ± 54,80 mL. A fração gelatinosa esteve presente em 30% das coletas (54/180 coletas), sendo que o jumento J1 foi responsável por 72,22% das coletas que apresentaram gel (39/54) e com um VG médio de 90,00 ± 51,79 mL. O J2 apresentou essa fração em sete das 17 coletas que foram realizadas com esse reprodutor, e o VG médio foi de 37,42 ± 34,12 mL. O animal J3 apresentou essa fração somente em uma coleta (1/40 coletas), e o VG nesta coleta foi de apenas 5 mL. Para as coletas realizadas com os reprodutores J4 e J5, em nenhuma das coletas feitas no presente estudo, foi possível detectar a fração gelatinosa. J6 apresentou gel em 7 coletas de um total de 29, e o VG foi de 14,00 ± 54,80 mL. A fração gel se mostrou de manifestação individual e aparentemente há efeito da idade na manifestação desta fração.

 

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FRATURAS EM CÃES E GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA EM 2007

LUANA SALES TORRES (Estagiário voluntário/UFV), MARIA CRISTINA FERRARINI NUNES SOARES HAGE (Orientador/UFV)

A solução de continuidade de um osso é conhecida como fratura. As fraturas são comuns em cães e gatos. Elas são resultado de traumas como acidentes automobilísticos, pancadas, quedas ou doenças que predispõem a fragilidade óssea e conseqüentes fraturas patológicas, como o hiperparatireoidismo secundário nutricional ou as neoplasias ósseas. Setenta e cinco porcento das lesões traumáticas produzem fraturas, destas, 80% ocorrem nos membros, sendo a maior porcentagem em ossos longos. Consagradamente o exame radiográfico é o método de escolha para o diagnóstico e classificação das fraturas, porém outros métodos de imagem podem ser empregados como a cintilografia óssea, a tomografia computadorizada e a ultra-sonografia. O objetivo desse estudo foi avaliar retrospectivamente as radiografias do arquivo do Setor de Radiologia do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa, no período compreendido entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2007, com a finalidade de obter informações quanto a freqüência das fraturas em animais da espécie canina e felina e conhecer quais os ossos mais afetados. Nesse período foram radiografados 157 animais com fraturas, destes, 149 (95%) da espécie canina e 8 (5%) da espécie felina. No total foram computadas 192 fraturas, pois alguns animais apresentaram mais de um osso afetado. Em ordem decrescente a freqüência de acometimento foi: rádio e ulna (19,27%), tíbia (19,27%), fêmur (18,75%); coxal (11,45%), fíbula (7,29%), úmero (5,20%), vértebra (5,20%), metacarpo (3,64%), crânio (3,12%), costela (2,60%), metatarso (1,04%), escápula (1,04%), carpo (1,04%), tarso (0,52%) e falange (0,52%). As fraturas foram mais freqüentes nos cães, porém, sabe-se que o número de gatos atendidos no Hospital Veterinário é muito pequeno, o que pode ter contribuído para essa menor casuística. Os ossos longos foram os mais acometidos, concordando com as descrições da literatura. A importância desse estudo recai na demonstração do panorama das fraturas em nosso meio.

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HISTÓRICO DE DOENÇAS NUTRICIONAIS EM PAPAGAIOS (Amazona sp.) ENCAMINHADOS AO CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES DA UFV NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2005 A AGOSTO DE 2008.

AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), MARCELO GROSSI MACHADO (Estagiário voluntário/UFV), RODRIGO MARTINS CUNHA (Estagiário voluntário/UFV), ALICE DOS SANTOS RIBEIRO (Estagiário voluntário/UFV), AUGUSTO RENAN ROCHA SEVERO DOS SANTOS (Estagiário voluntário/UFV), MOACIR CARRETTA JUNIOR (Bolsista outra Instituição/UFV), MAYTÊ KOCH BALARINI (Bolsista FAPEMIG/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

Os papagaios são aves pertencentes à ordem dos Psitaciformes, família Psittacidae e gênero Amazona totalizando cerca de 30 espécies ocorrentes em todo o continente americano. Os papagaios costumam viver em bandos e por serem animais extremamente sociáveis são comumente utilizados como animais de estimação, muitas vezes de forma ilegal. Em vida livre possuem uma alimentação baseada em frutos, sementes, brotos, flores e eventualmente insetos que estão nas frutas. Tal alimentação apesar de simples, raramente consegue ser recriada em ambientes de cativeiro e muitas vezes por falta de conhecimento são elaboradas de forma errônea acarretando em graves e freqüentes distúrbios nutricionais, que podem se manifestar através de mudança na coloração natural das penas, raquitismo, tumores hepáticos, problemas renais e respiratórios, obesidade, crescimento anômalo e descamação do bico. O Centro de Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Viçosa (CETAS-UFV) recebe animais da fauna brasileira cuja origem nem sempre é favorável a saúde física ou comportamental do animal. O objetivo deste trabalho é relatar os principais casos de doenças nutricionais em papagaios encaminhados ao CETAS-UFV no período de janeiro de 2005 a agosto de 2008. Para tais foram considerados diagnósticos clínicos e laboratoriais além de achados de necropsia de cada animal. Dentre os 21 indivíduos do gênero Amazona encaminhados ao CETAS-UFV foram relatados animais com esquizocroísmo, doença ocasionada pela hipovitaminose A e que resulta em mudança da coloração das penas da ave, animais vítimas de esteatose hepática devido ao excesso de gordura na alimentação e aves que tiveram o crescimento anômalo do bico dentre outras disfunções físicas devido à carência de nutrientes essenciais ao metabolismo corporal. Tais dados nos levam a concluir que animais de cativeiro são expostos à condições precárias em termos nutricionais e que resultam em patologias não vivenciadas em seus habitat natural.

 

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IDENTIFICAÇÃO DE Escherichia coli ISOLADAS DE CARCAÇAS DE FRANGO PELA ATIVIDADE GLUCORONIDÁS

ANDERSON KEIZO YAMAZI (Estagiário voluntário/UFV), PAULA MENDONÇA MORAES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), LUANA MARTINS PERIN (Estagiário voluntário/UFV), ALLAN CARVALHO MILLER (Estagiário voluntário/UFV), BEATRIZ GARBELOTTI MATIAS (Bolsista CAPES/UFV), MARCUS VINÍCIUS COUTINHO COSSI (Estagiário voluntário/UFV), PAULO SERGIO DE ARRUDA PINTO (Co-orientador/UFV), LUIS AUGUSTO NERO (Orientador/UFV)

Escherichia coli é um importante microrganismo no controle de qualidade de carcaças de frango por ser um indicativo de deficiências higiênicas na produção e linha de abate. A enumeração desse grupo é usualmente feita pela técnica dos tubos múltiplos, seguido de confirmação bioquímica de isolados suspeitos. Entretanto, várias outras metodologias baseadas em enzimas e substratos específicos são utilizadas na identificação de E. coli, como a enzima β-D-glucuronidase (GUD). O objetivo desse trabalho foi identificar a capacidade de produção de GUD por culturas suspeitas de E. coli isoladas de carcaças de frango, visando à utilização da atividade glucuronidásica como característica bioquímica adequada para identificação e enumeração dessa espécie. Amostras superficiais de 120 carcaças de frango foram coletadas na linha de abate de um abatedouro de pequeno porte e submetidas à enumeração de coliformes totais, termotolerantes e E. coli pela técnica do Número Mais Provável. A partir da última etapa, as culturas obtidas foram estriadas em ágar Eosina Azul de Metileno e incubadas a 35ºC por 48h para verificação de colônias suspeitas de E. coli (brilho metálico). Foram detectadas 622 culturas suspeitas, que foram semeadas pontualmente em placas Petrifilm™ EC (35ºC por 48h) para verificação da atividade glucuronidásica (formação de colônias azuis). Apenas 44 (7,1%) dessas culturas não apresentaram produção de GUD, e após identificação bioquímica (Bactray 1 e 2), todas foram identificadas como E. coli. Considerando os resultados obtidos, a baixa ocorrência de culturas GUD negativas não iria interferir na enumeração de E. coli por metodologias e sistemas baseados na atividade glucuronidásica, reforçando a aplicação dos mesmos no monitoramento da qualidade microbiológica de carcaças de frango.

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INOCULAÇÃO EXPERIMENTAL DE Mycobacterium avium SUBESPÉCIE paratuberculosis (MAP) EM AMOSTRAS DE LEITE

NEWTON NASCENTES GALVÃO (Bolsista IC /projeto/UFV), ISABEL AZEVEDO CARVALHO (Não Bolsista/UFV), VINÍCIUS EUSTÁQUIO BARRETO CAMPOS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), IANA MORAIS SOUZA (Estagiário voluntário/UFV), MARIA APARECIDA SCATAMBURLO MOREIRA (Orientador/UFV)

Mycobacterium avium subespécie paratuberculosis (MAP) é o agente etiológico da doença de Johne ou Paratuberculose em ruminantes domésticos e silvestres, acometendo principalmente bovinos leiteiros. A doença tem grande importância econômica e em saúde pública, pois o MAP tem sido associado à Doença de Crohn em humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da metodologia de detecção do MAP em amostras de leite bovino por cultivo. Para realização do experimento, preparou-se o leite em pó Molico (Nestlé®) segundo recomendações do fabricante com água milliQ estéril. Foram adicionadas cinco colônias certificadas de MAP ao leite reconstituído e este foi submetido aos mesmos procedimentos que as amostras de leite oriundas do campo. O leite reconstituído foi então centrifugado a 1950g por 15 min. Descartado o sobrenadante o sedimento foi dividido em duas partes. A primeira parte foi lavada duas vezes com 5ml de PBS (Phosphate Buffered Saline) pH 7,2 e o sedimento final foi ressuspendido em 250µl de PBS. À segunda parte foram adicionados 15ml de HPC (Hexadecylpyridinium Chloride) 0,9% e mantida por cinco horas à temperatura ambiente. Transcorrido este tempo, centrifugou-se novamente a 1950g por 15 min, descartou-se o sobrenadante e ressuspendeu-se o sedimento em 1ml de solução antimicrobiana contendo ácido nalidíxico (50mg/ml), vancomicina (50mg/ml) e anfotericina B (100mg/ml). Foram inoculados 150µl em quatro tubos com meio HEYM (Herrold’s egg yolk medium) inclinado, dois com micobactina e dois sem o sideróforo. Os tubos foram incubados a 37°C por 16 semanas e observados em intervalos quinzenais. Foi observado o desenvolvimento de colônias com características morfo-tinturiais de MAP nos tubos com micobactina e nenhum nos tubos sem micobactina. As colônias desenvolvidas foram submetidas a teste molecular para certificação, sendo confirmadas como colônias de MAP. Assim, concluímos que a metodologia utilizada é eficiente para detecção de MAP por cultivo em amostras de leite.

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MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA EM OVINO DA RAÇA SANTA INÊS: RELATO DE CASO.

MANUELA PEREIRA DA MATTA (Não Bolsista/UFV), YAMÊ FABRES ROBAINA SANCLER DA SILVA (estagiária voluntária), ERNANI PAULINO DO LAGO (Orientador/UFV), JOSE DE OLIVEIRA PINTO (Colaborador/UFV), CLAUDIO JOSE BORELA ESPECHIT (Colaborador/UFV)

Defeitos congênitos nas espécies domésticas podem resultar de genética defeituosa, de agressões externas ou de agentes associados com o ambiente fetal. A maioria dessas alterações possui etiologia desconhecida, sendo difícil estabelecer um diagnóstico específico para as diversas espécies domésticas, sobretudo em ovinos, já que há poucos relatos dessas anomalias. O objetivo desse trabalho foi relatar um caso de má formação congênita em ovino, fêmea, da raça Santa Inês, ocorrido em agosto de 2007 em um criatório no município de Vieiras (MG). A cordeira, de pelagem malhada e pesando 4,6 kg, filho de uma ovelha com aproximadamente 10 anos de idade, mas que em outras ocasiões havia parido cordeiros normais nasceu apresentando agenesia parcial de rádio e ulna no membro torácico direito, que foi constatada através de exame físico. Apesar da anomalia, o animal possuía bom escore corporal e não apresentava dificuldades em se manter em estação para o ato da amamentação, entretanto, devido à má formação, teve que ser descartado da reprodução, pois não teria condições físicas adequadas para suportar uma gestação. Defeitos localizados no esqueleto apendicular são na maioria das vezes hereditários, entretanto, podem estar relacionadas a fatores ambientais ou, interações ambientais-genéticas. Dentre as alterações congênitas descritas a que mais se assemelha ao caso relatado é a hemimelia, sendo esta mais observada na tíbia. A hemimelia é definida como uma aplasia ou hipoplasia de um ou mais ossos longos, podendo acometer um ou mais membros e ter como possíveis causas fatores genéticos ou nutricionais. Conclui-se que em casos de má formação congênita, deve-se investigar a etiologia e realizar o descarte da matriz se for constatado o caráter hereditário da anomalia, pois a utilização deste animal prejudica a qualidade do plantel.

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MASTITE AGUDA EM CABRA: RELATO DE CASO

RODRIGO MELO MENESES (Voluntário/UFV), ERNANI PAULINO DO LAGO (Orientador/UFV), GUILHERME COSTA FAUSTO (Não Bolsista/UFV), NATÁLIA PEREIRA PAIVA FREITAS (Não Bolsista/UFV), PAULO ALUISIO BORSATTI (Não Bolsista/UFV), LEANDRO MAIA (Bolsista CAPES/UFV)

A mastite é uma das principais causas de prejuízo econômico nas explorações leiteiras, principalmente em sistemas intensivos. Em caprinos a doença pode se apresentar de forma subclínica, com diminuição da produção de leite e atrofia progressiva da glândula mamária ou de forma extremamente aguda, apresentando alta taxa de mortalidade por septicemia. Entre os agentes que causam mastite aguda em cabras destaca-se a Escherichia coli, sendo que os principais fatores que determinam a ocorrência desta doença são as más condições de higiene das instalações e o manejo inadequado da ordenha. Neste tipo de mastite o animal apresenta inflamação grave com tumefação, calor e dor da região afetada, havendo intensa reação sistêmica que pode evoluir para a morte. Em abril de 2008, foi atendida no Hospital Veterinário da UFV, uma cabra Pardo-Alpina, com histórico de anorexia e aumento de volume da porção direita do úbere. Ao exame clínico observou-se edema e dor à palpação, aumento da temperatura local, apatia, desidratação intensa (10%), taquicardia (126 bpm), taquipnéia (48 mpm) e secreção sanguinolenta à ordenha. Ao final do exame foi diagnosticada mastite aguda acompanhada de septicemia. Devido ao estágio avançado da doença, optou-se pelo sacrifício do animal com imediata realização de necropsia, durante a qual foram observadas vísceras e mucosas pálidas, ascite discreta, linfonodos inguinais, mamários e meséntericos aumentados, pulmão com líquido sanguinolento, mucosa intestinal enegrecida e com áreas hemorrágicas no duodeno e jejuno. O parênquima da glândula mamária apresentou grande quantidade de exsudado necro-hemorrágico e leite coagulado. As avaliações histopatológicas revelaram congestão no coração, fígado, baço, rins, intestinos e pulmões, hemorragias no endocárdio e intestino delgado, além de glomerulonefrite. Conclui-se que a mastite aguda produziu sinais clínicos de toxemia, com lesões graves em diferentes órgãos, caracterizando um quadro de choque séptico, confirmados através de necropsia e achados histopatológicos.

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MONITORAMENTO E CONTROLE DE DOENÇAS QUE ACOMETEM VACAS LEITEIRAS NO INÍCIO DO PERÍODO PÓS-PARTO

RODRIGO MELO MENESES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JOSE DANTAS RIBEIRO FILHO (Orientador/UFV), JOSE DOMINGOS GUIMARAES (Colaborador/UFV), PACIFICO ANTONIO DINIZ BELEM (Colaborador/UFV), AÉCIO CARLOS DE OLIVEIRA (Não Bolsista/UFV), ERICK FONSECA DE CASTILHO (Não Bolsista/UFV)

Avaliações clínicas e laboratoriais foram feitas em vacas leiteiras no início do período pós-parto com o objetivo de verificar a eficácia dos exames físico e laboratoriais no reconhecimento precoce de doenças infecciosas e metabólicas. Dezoito vacas, primíparas e pluríparas, com idades entre dois e nove anos, das raças Holandesa e Pardo-Suíço foram monitoradas até o trigésimo dia pós-parto. O monitoramento consistiu na avaliação de parâmetros clínicos [temperatura retal, frequências cardíaca e respiratória, coloração de mucosas, circunferência abdominal, características das fezes, grau de desidratação, movimentos ruminais, escore de condição corporal (ECC) e tempo de enchimento capilar]. Também foram realizadas análises laboratoriais como hemograma completo (número de eritrócitos, concentração de hemoglobina, hematócrito e contagem global e diferencial de leucócitos), exame bioquímico [proteínas totais (PT), fibrinogênio, cálcio ionizado, glicose plasmática, magnésio total e fósforo] e urinálise [pH, densidade, glicose, corpos cetônicos (CC), proteína e sangue]. No exame físico observou-se diminuição da frequência cardíaca e aumento dos movimentos ruminais (P<0,05), respectivamente, no segundo (T2) e quinto (T5) dia pós-parto; o ECC sofreu redução no trigésimo (T30) dia de avaliação (P<0,05). O hemograma revelou diminuição (P<0,05) na concentração de hemoglobina e no hematócrito no T5, enquanto o decréscimo no número de neutrófilos segmentados foi observado no T2. No exame bioquímico as PT aumentaram (P<0,05) no T30, porém o inverso ocorreu com os valores do fibrinogênio; a glicose plasmática sofreu redução no T2; no T5 houve aumento do cálcio ionizado e diminuição do magnésio no quinto (T5) e décimo (T10) dias após o parto. A urinálise revelou redução (P<0,05) no pH no T2 e T5, aumento dos CC no 15º (T15) e decréscimo na presença de sangue no T10 e no T30. O monitoramento clínico e laboratorial é eficaz no reconhecimento precoce de doenças metabólicas e infecciosas que acometem vacas leiteiras no puerpério inicial. (CNPq)

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NEOPLASMAS CUTÂNEOS DE EQUIDEOS DA ZONA DA MATA MINEIRA: DIAGNÓSTICO NO SERVIÇO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ENTRE 2003 E 2007

BRENO SOUZA SALGADO (Estagiário voluntário/UFV), TÁSSIA SELL FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), MARLENE ISABEL VARGAS VILORIA (Colaborador/UFV), LISSANDRO GONCALVES CONCEICAO (Orientador/UFV)

A oncologia é atualmente uma das especialidades que mais evolui dentro da medicina veterinária. Informações detalhadas sobre os diferentes tipos de tumores, no que se refere à epidemiologia, etiopatogenia, aos achados clínicos e laboratoriais, são assuntos de cada vez maior interesse. Na oncologia veterinária, os tumores de pele ocupam lugar de destaque devido a alta frequencia. Objetivou-se com esse trabalho verificar a ocorrência dos diferentes neoplasmas cutâneos em eqüídeos. Foram resgatadas as fichas patológicas do Serviço de Diagnóstico em Patologia - DVT/UFV no período de 2003 a 2007. Apenas foram incluidos os casos com diagnóstico definitivo. Foram diagnosticados 26 casos distribuídos em cinco tipos diferentes de neoplasias cutâneas, sendo o sarcóide o mais frequente (73.1%), seguido por carcinoma de células escamosas (CCE) (19.3%), papiloma escamoso (3.8%) e linfoma cutâneo (3.8%). Dos 19 casos de sarcóide, a espécie equina foi a  mais acometida (57.9%), seguida pelos muares (36.8%) e asininos (5.3%). Para os outros neoplasmas supracitados, somente os eqüinos foram acometidos. A distribuição dos processos neoplásicos entre animais machos e fêmeas foi de 60.2% e 30.8%, respectivamente. A idade média de ocorrência para o sarcóide foi de quatro anos e para o CCE foi de nove anos. Essa analise demonstrou, como em outros estudos, que o sarcóide foi a neoplasia mais freqüente em equinos na região da Zona da Mata Mineira. Durante o exame clinico de um equideo portador de massa cutanea é importante estar atento aos diagnósticos diferenciais e sempre que possível utilizar da confirmação histopatológica para mellhor nortear o plano terapêutico e inferir sobre o prognóstico.

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OCORRÊNCIA DE Capillaria sp. EM TRINCA FERRO (Saltator similis) ENCAMINHADO AO CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (CETAS-UFV).

LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Estagiário voluntário/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), RAFAEL MORAIS GARAY (Estagiário voluntário/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

O trinca-ferro (Soltator similis) é uma ave que habita grande parte do território brasileiro e de alguns países vizinhos como: na Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. No Brasil é encontrado principalmente nos estados do Mato Grosso, Goiás, Bahia e em direção ao sul até o Rio Grande do Sul. Vive em capoeiras, bordas de florestas e clareiras, sendo de fácil visualização principalmente em árvores frutíferas. Devido à grande procura e ao seu alto valor comercial os trinca-ferros são extremamente ameaçados pelo setor do tráfico que fornece animais para o mercado pet. Em decorrência disto, centenas desses animais são encaminhados, anualmente, a Centros de Triagem, após serem apreendidos pela Polícia Ambiental. O presente trabalho objetivou relatar a presença de helmintos de gênero Capillaria sp. em trinca-ferros encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Viçosa oriundos da Zona da Mata mineira. Foram coletadas amostras de fezes das gaiolas, pouco tempo após a eliminação pelos animais. O material foi processado imediatamente após cada coleta no Laboratório Clínico do CETAS-UFV. O método utilizado para pesquisa de parasitos foi o exame direto. Constatou-se a presença de ovos de Capillaria sp. em 1 dos 23 animais avaliados, porém nenhum dos trinca-ferros avaliados apresentou qualquer indício clínico do parasitismo pelo nematóide. Indivíduos adultos podem estar infestados por este parasito e apresentarem-se assintomáticos, funcionando como potenciais disseminadores de Capillaria sp. A importância desse helminto em Medicina Veterinária é relevante, por acarretar grandes distúrbios gastrointestinais principalmente em animais jovens que podem apresentar anorexia, perda de peso, anemia, fraqueza, diarréia e morte.

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OCORRÊNCIA DE Cryptosporidium spp. E Giardia spp. NO RIBEIRÃO SÃO BARTOLOMEU, VIÇOSA-MG.

JACQUELINE EVANGELISTA FONSECA (Bolsista IC /projeto/UFV), PAULA DIAS BEVILACQUA (Orientador/UFV), RAISSA VITARELI ASSUNÇÃO DIAS (Bolsista IC /projeto/UFV), PATRÍCIA FINAMORE ARAUJO (Bolsista IC /projeto/UFV), RAFAEL KOPSCHITZ XAVIER BASTOS (Colaborador/UFV)

A veiculação de protozooses constitui, atualmente, um dos maiores problemas de saúde pública relacionados com o abastecimento de água para consumo humano. O presente trabalho apresenta resultados de pesquisa de ocorrência de (oo)cistos de Giardia sp. e Cryptosporidium spp. em um dos mananciais de abastecimento no município de Viçosa-MG (Ribeirão São Bartolomeu - RSB). Entre novembro de 2007 e julho de 2008, foram coletadas, mensalmente, amostras em oito sub-bacias do RSB. Adicionalmente, foi realizado um levantamento das atividades desenvolvidas em torno dos pontos de coleta. Para a concentração das amostras, foram empregadas duas técnicas: filtração em membrana (turbidez < 10uT) ou floculação com carbonato de cálcio. A etapa de enumeração dos (oo)cistos foi realizada com uso de kit MERIFLUOR, pela técnica de imunofluorescência direta. Em várias das sub-bacias do RSB verificam-se atividades agropecuárias e, ou, ocupação urbana, com descargas de esgotos domésticos e dejetos de animais. Na maioria das amostras, observou-se ocorrência de oocistos de Cryptosporidium em números superiores aos de cistos de Giardia, sendo que as concentrações variaram de “não detectado” a 135 oocistos/L e de “não detectado” a 30 cistos/L, respectivamente. Os resultados obtidos demonstram a vulnerabilidade das águas do RSB e sinalizam a necessidade de adoção de medidas de controle que minimizem a contaminação do manancial, bem como de rigoroso controle operacional nas estações de tratamento de água. (Ministério da Saúde).

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OSTEOSSARCOMA – IMPORTÂNCIA DA CORRELAÇÃO ENTRE ASPECTO RADIOGRÁFICO E ANATOMOPATOLÓGICO

ARTHUR CAMPAGNARO PRANDI (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), MARIA CRISTINA FERRARINI NUNES SOARES HAGE (Orientador/UFV), TATIANA SCHMITZ DUARTE (Colaborador/UFV), ISAAC AVELINO PACHECO (Voluntário/UFV), JOSÉ DO CARMO LOPES MOREIRA (Colaborador/)

As neoplasia ósseas podem ser de origem primária ou metastática. As neoplasias ósseas primárias representam de 3 a 4% dos tumores malignos em animais da espécie canina, sendo identificados principalmente em cães de grande porte. O osteossarcoma é a neoplasia óssea mais freqüente em cães descrita em 80% dos casos. Fibrossarcoma, hemangiossarcoma, tumor das células gigantes, lipossarcoma, linfoma, osteoma, mieloma múltiplo e condrossarcoma respondem pelo restante. Relata-se o caso de um cão de 7 anos de idade, da raça Pointer, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa. O animal apresentava impotência funcional do membro pélvico direito e creptações à palpação da região distal do fêmur. Ao exame radiográfico em projeção mediolateral observou-se lesão predominantemente lítica, caracterizada por osteólise difusa, perda do padrão trabecular e destruição da cortical em metáfise e epífise distais do fêmur direito, apresentando transição pobremente demarcada entre regiões de osso normal e afetado. Os aspectos radiográficos sugeriram neoplasia óssea ou osteomielite fúngica. Não foram observadas metástases nos campos pulmonares após avaliação radiográfica. O animal foi encaminhado para cirurgia onde foi realizada coleta de material para exame anatomopatógico que revelou presença de células osteoblásticas ovaladas e fusiformes contendo núcleos com nucléolos evidentes, firmando o diagnóstico de osteossarcoma osteoblástico. Foi sugerido ao proprietário a cirurgia de amputação do membro, porém o mesmo optou pelo não tratamento e o animal veio a óbito 6 meses após a confirmação do osteossarcoma. Esse relato mostra como é importante o conhecimento das limitações do exame radiográfico, sendo difícil, senão impossível distinguir precisamente uma neoplasia de uma osteomielite fúngica, já que em ambas podem ocorrer destruição óssea e processos reativos, sendo necessários estudos anatomopatológicos para a distinção entre processo neoplásico e infeccioso, bem como a distinção adequada entre os diversos tipos de tumores ósseos. (PIBIC/CNPq/UFV).

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PADRÃO DE QUALIDADE TÉCNICA DAS RADIOGRAFIAS TORÁCICAS DE GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA COM SUSPEITA DE LESÕES PULMONARES NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2008

RAUL FELIPE DORNAS (Bolsista FUNARBIC/UFV), MARIA CRISTINA FERRARINI NUNES SOARES HAGE (Orientador/UFV), SÂMARA TURBAY PIRES (Não Bolsista/UFV)

A qualidade radiográfica adequada permite que as informações sejam percebidas facilmente em uma radiografia. A inadequação da técnica pode conduzir a interpretação subestimada ou superestimada de anormalidades. Para evitar tais erros devem ser empregados o posicionamento correto do animal, filmes de qualidade, fatores de exposição adequados e técnica de revelação primorosa. No presente trabalho avaliou-se radiografias de gatos com suspeita de lesões pulmonares atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa no 1º semestre de 2008. No total foram obtidas 14 radiografias de 6 gatos, sendo que 4 animais (66,66%) foram avaliados em 3 projeções e 2 (33,34%) foram avaliados em apenas 1 projeção. Quanto ao posicionamento notou-se que 6 radiografias (42,85%) estavam bem posicionadas e 8 (57,14%) não, sendo que o maior erro ocorreu pelo não alinhamento das articulações costocondrais direitas e esquerdas nas projeções laterolaterais. Das 14 projeções 4 (28,57%) estavam na fase inspiratória, 2 (14,28%) na intermediária, 7 (50,01%) na expiratória e 1 (7,14%) foi impossível avaliar. Do total de 14 projeções 2 (14,28%) estavam subexpostas, 3 (21,42%) superexpostas e 9 (64,30%) adequadas. As 14 radiografias (100,00%) apresentaram riscos, sendo que 9 (64,28%) também estavam manchadas e 1 (7,14%) estava amarelada. Esse estudo demonstrou que já são utilizadas várias projeções radiográficas na avaliação dos campos pulmonares, o que favorece a minimização de resultados falso-negativos ocasionados pela atelectasia posicional; que mais cuidado deve ser tomado para o adequado posicionamento dos animais antes do disparo do feixe de raios X e que a etapa de revelação precisa de melhorias para evitar riscos e manchas, o que pode ser obtido com a utilização de uma processadora automática. A realização de estudos nessa área tende a diagnosticar problemas e propor soluções na tentativa de maximizar a utilização da técnica radiográfica como método diagnóstico. (Bolsa Funarbic – Projeto Registrado n. 50501156615).(FUNARBE)

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PADRONIZAÇÃO DA MICROESTRUTURA DO PÊLO DE LOBO-GUARÁ (Chrysocyon brachyurus)

LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), RAFAEL MORAIS GARAY (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo das Américas e habita o Cerrado, Pantanal, Campos do Sul, Caatinga e Mata Atlântica. Solitários, onívoros e territorialistas, possuem hábitos crepusculares e noturnos. Por vários anos esta espécie esteve na lista dos principais animais brasileiros ameaçados de extinção e por isso há grande relevância em estudos a seu respeito. O presente trabalho objetivou estabelecer o padrão da microestrutura do pêlo de lobos-guará segundo os padrões estabelecidos por QUADROS (1996). Foram avaliados pêlos de oito animais mantidos no Centro de Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Viçosa (CETAS-UFV). Coletou-se pêlos do dorso dos animais, próximo a escápula. Para obter a estrutura da cutícula, lâminas foram preparadas com uma fina camada de esmalte incolor e deixadas em repouso por 30 minutos à temperatura ambiente para que secassem. Os pêlos foram lavados com álcool comercial e colocados sobre a lâmina com esmalte. Uma lâmina foi colocada sobre a anterior, formando um conjunto lâmina-esmalte-lâmina. Foi feito um “sanduíche” com dois pedaços de madeira e submissão à morsa para uma pequena compressão. Para observação da medula do pêlo, foi necessário descorá-lo adicionando água oxigenada trinta volumes e amônia na proporção de um pra um e exposto ao sol durante 80 minutos. Foram observados três pelos de cada animal para a verificação da cutícula e da medula. Verificou-se que o padrão dos pêlos de lobo-guará foi: cutícula imbricada, foliácea, larga, transversal, pouco ornamentada, contínua; e a medula apresentando: presente, contínua com alguns locais descontínuos. A identificação da microestrutura do pêlo dos lobos-guará auxilia o estudo ecológico e epidemiológico destes animais, contribuindo para sua preservação.

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PERIGOS MICROBIOLÓGICOS EM QUEIJO FRESCAL PRODUZIDO E COMERCIALIZADO EM VIÇOSA-MG

PAULA MENDONÇA MORAES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), GABRIELA NOGUEIRA VIÇOSA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), ANDERSON KEIZO YAMAZI (Estagiário voluntário/UFV), MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI (Bolsista CAPES/UFV), LUIS AUGUSTO NERO (Orientador/UFV)

O queijo tipo frescal é um produto amplamente consumido no Brasil e pode ser produzido artesanalmente a partir de leite cru em pequenas propriedades rurais, sob condições insatisfatórias de higiene. Devido a essas características de produção, esse tipo de queijo é um potencial veiculador de patógenos, como Listeria monocytogenes, Salmonella spp. e Staphylococcus aureus produtor de enterotoxinas. Esses patógenos podem ter origem na matéria prima ou no ambiente, e dependendo das condições de estocagem podem se multiplicar no alimento. Considerando a possível presença de patógenos, o controle e monitoramento são necessários para garantia da segurança microbiológica desse produto. Esse trabalho teve como objetivo detectar a presença destes microrganismos patogênicos em queijo frescal produzido a partir de leite cru. Foram coletadas 55 amostras de queijo em diferentes estabelecimentos informais do município de Viçosa e submetidos à detecção de L. monocytogenes e Salmonella spp., e enumeração de estafilococos coagulase positivo (SCP), de acordo com a metodologia descrita pelo Standard Methods for the Examination of Dairy Products. Em todas as amostras foi verificada ausência em 25 gr de Salmonella spp. e L. monocytogenes. Foram enumerados SCP em 17 (30%) amostras em níveis acima de 104

unidades formadoras de colônia (UFC)/gr. Tais resultados indicam que SCP podem ser considerados como perigos microbiológicos nas amostras analisadas. Apesar do uso de leite cru durante produção destes queijos, os resultados sugerem um baixo risco microbiológico aos consumidores. Mais estudos são necessários para elucidar se fatores que podem interferir na sobrevivência e isolamento de patógenos, tais como resíduos químicos e atividade da microbiota natural autóctone da matéria prima utilizada.

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PESQUISA, IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE PARASITOS GASTRINTESTINAIS DE CAPIVARAS (Hidrochoerus hidrochaeris) DE VIDA LIVRE.

PABLO SANTOS RODRIGUES (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), FABIO RIBEIRO BRAGA (Não Bolsista/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

O campus da Universidade Federal de Viçosa possui diversas lagoas cercadas por fragmentos de mata ciliar, os quais ainda mantêm várias espécies da fauna silvestre como a capivara (Hidrochoerus hidrochaeris), maior roedor do mundo. A carne da capivara é muito apreciada em algumas regiões do Brasil, o que as torna grandes vítimas da caça ilegal. No entanto, há cada vez mais interesse em manter criações comerciais desses animais. O conhecimento sobre doenças infecciosas e parasitárias das capivaras é essencial para sua conservação em vida livre e um instrumento útil para seu manejo em cativeiro. Esse trabalho objetivou pesquisar e identificar helmintos gastrintestinais em capivaras de vida livre oriundas do campus da UFV bem como quantificar sua carga parasitária. Foram utilizadas 20 amostras fecais oriundas de um grupo de 15 animais. O material foi obtido da porção superior do bolo fecal, sem contato com o solo, logo após a eliminação pelos animais e imediatamente processados e analisados no laboratório clínico do Centro de Triagem de Animais Silvestres da UFV. Para identificação dos helmintos utilizou-se os métodos de flutuação em solução hipersaturada de sal (Willis), sedimentação (H.P.J.), coproculturas e método de Baerman. Todas as amostras foram positivas para o cestódeo Monoecucestus sp. e para nematóides da Superfamília Strongyloidea. Observou-se prevalência de Protozoophaga obesa (Oxyuridae), Cooperia sp. e Trichostrongylus sp. (Trichostrongylidae) com médias de 200, 1200 e 300 ovos por grama de fezes, respectivamente. Todos os animais avaliados apresentaram-se assintomáticos à avaliação clínica. O campus da UFV abriaga capivaras infestados por Monoecucestus sp., Protozoophaga obesa, Cooperia sp. e Trichostrongylus sp. capazes de suportar altas cargas parasitárias sem demonstrar sinais clínicos. Esses helmintos têm relevante importância em Medicina Veterinária por causarem inflamação crônica da mucosa intestinal, anemia, inapetência e diarréia, levando a danos significativos nas espécies que acometem.

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PLASMA RICO EM PLAQUETAS NO TRATAMENTO DE TENDINITE EM EQÜINOS: AVALIAÇÃO CLÍNICA

BRUNA MOTA ZANDIM (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), MARIA VERONICA DE SOUZA (Orientador/UFV), LEANDRO MAIA (Bolsista FAPEMIG/UFV), AECIO CARLOS DE OLIVEIRA (Colaborador/UFV), Geraldo Eleno Silveira Alves (Colaborador/), JOSE IVO RIBEIRO JUNIOR (Colaborador/UFV), YAME FABRES R. S. SILVA (Estagiário voluntário/UFV), JOAO GABRIEL DA SILVA NEVES (Estagiário voluntário/UFV)

O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia do plasma rico em plaquetas (PRP) no tratamento da tendinite do músculo flexor digital superficial (TFDS) mediante acompanhamento por exame clínico. Foram utilizados seis eqüinos hígidos machos castrados, com idade entre oito e 15 anos, numerados de I a VI. A tendinite do TFDS foi provocada em ambos os membros torácicos mediante administração intratendínea de 2,5 mg de colagenase. Após doze dias, os eqüinos foram submetidos a tratamento com 2,5 mL de PRP na tendinite do TFDS direito (grupo tratado – GT). O grupo controle (GC) – TFDS esquerdo - recebeu 2,5 mL de NaCl a 0,9%. Nos primeiros 30 dias após a indução da tendinite, os eqüinos foram acompanhados diariamente e, posteriormente, duas vezes por semana, sendo realizado exame clínico geral e específico do aparelho locomotor. Componentes hematológicos e bioquímicos foram determinados semanalmente. As variáveis do exame clínico geral não foram influenciadas pelo tratamento. Os valores médios das variáveis hematológicas se mantiveram dentro dos padrões de referência para a espécie. Após o tratamento (12o dia) o fibrinogênio aumentou, devido ao processo inflamatório local. Observou-se edema local discreto até o 30o

(I e VI) ou 45o dia (demais animais), diminuindo ao longo do tempo, porém com menor (P<0,05) intensidade no GT. A dor à palpação (discreta a moderada), foi observada durante 20 (II, III e V), 30 (VI) ou 45 dias (I e IV), diminuindo ao longo do tempo, sendo de menor (P<0,05) intensidade no GT. O aumento de temperatura local foi discreto e permaneceu durante quatro dias, sem diferença (P>0,05) entre grupos. A claudicação (grau 1 a 2) persistiu por 2 (IV e VI), 18 (II e V) ou 33 (I) dias, sem diferença (P<0,05) entre grupos, estando ausente no animal III. O PRP diminui o edema local e a dor à palpação.

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PREVALÊNCIA DE HELMINTOS NO TUBO DIGESTIVO DE CAPIVARA (Hidrochoerus hidrochaeris) ORIUNDA DA REGIÃO DO CAMPUS DA UFV.

FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), CLARICE SILVA CESÁRIO (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Não Bolsista/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

A capivara (Hidrochoerus hidrochaeris) é o maior roedor vivente no planeta. Vive em grupos nos quais se encontram um macho dominante, fêmeas, filhotes e machos submissos. É um animal de hábitos semi-aquáticos e tem a capacidade de ficar submerso por muito tempo, podendo até dormir com apenas o focinho para fora da água. Possui membranas entre os dedos, sendo assim uma ótima nadadora e utilizando rios e lagos para sua fuga sempre que necessário. No campus da Universidade Federal de Viçosa existem alguns grupos de animais dessa espécie, vivendo nas proximidades das lagoas e alimentando-se de gramíneas e vegetação aquática. O conhecimento restrito sobre a biologia local das capivaras limita e dificulta a criação de estratégias para sua preservação nos fragmentos de Mata Atlântica, visto que o conhecimento sobre a helmintofauna deste roedor, assim como de outros animais silvestres ainda não está solidificado. O presente trabalho objetivou identificar a prevalência de helmintos no tubo digestivo de uma capivara oriunda da região do campus da UFV. Em maio de 2008 foi encaminhado ao setor de patologia do Centro de Triagem de Animais Silvestres de Viçosa uma capivara morta, macho e jovem, oriunda do campus da UFV. O animal apresentava aumento de volume na região abdominal e várias escoriações pelo corpo. Ao exame do tubo digestivo evidenciou-se a infestação por helmintos dos gêneros Monoecocestus sp. e Cooperia sp. parasitando o intestino delgado e Protozoophaga obesa, parasitando o intestino grosso. A identificação dos gêneros se baseou na morfologia dos ovos, na morfologia da bolsa copuladora dos nematóides machos adultos, na espécie parasitada e nos órgãos parasitados. Esses helmintos têm relevante importância em Medicina Veterinária por causarem inflamação crônica da mucosa intestinal, anemia, inapetência e diarréia, levando a danos significativos nas espécies que acometem.

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PRINCIPAIS PONTOS DE CONTAMINAÇÃO MICROBIANA NA LINHA DE ORDENHA E CONTROLE POR BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO

ANDERSON KEIZO YAMAZI (Voluntário/UFV), PAULA MENDONÇA MORAES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), GABRIELA NOGUEIRA VIÇOSA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI (Bolsista CAPES/UFV), LUIS AUGUSTO NERO (Orientador/UFV)

A qualidade do leite cru é influenciada diretamente pelas condições de higiene na ordenha e armazenamento, bem como sanidade dos animais. Isso determina que a adoção de Boas Práticas de Produção é fundamental para obtenção de produtos final com baixas contagens microbianas, indicativas de boa qualidade. Visando avaliar a eficiência de práticas higiênicas durante o procedimento de ordenha em uma propriedade rural, pontos específicos foram selecionados e amostrados em duas etapas: uma fase inicial, com as práticas do produtor, e uma fase seguinte, onde práticas higiênicas simples foram propostas (soluções de cloro para pré-dipping, a 750ppm, e higiene de utensílios, a 300 ppm, e descarte de primeiros jatos de leite). As amostras coletadas foram coletadas em 3 repetições em cada etapa e submetidas a contagens de aeróbios mesófilos (Petrifilm™ AC, 35ºC por 48h), psicrotoróficos (superfície de ágar padrão de contagem, 7ºC por 10 dias), coliformes totais e Escherichia coli (Petrifilm™ EC, 35ºC por 48h). Os resultados finais obtidos foram comparados em cada etapa. Na etapa inicial os grupos identificados como principais contaminantes da linha de ordenha foram os aeróbios mesófilos e psicrotróficos, presentes em altos níveis nos tetos e leite dos animais. As práticas propostas geraram redução da contaminação dos microrganismos indicadores pesquisados em vários pontos da linha de ordenha, sugerindo a eficiência das soluções de cloro para higienização de tetos dos animais e utensílios de ordenha. Os resultados obtidos indicam a importância de práticas higiênicas simples na redução das possíveis fontes de contaminação microbiana na linha de ordenha.

 

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PRODUÇÃO DE HIBRIDOMAS SECRETORES DE ANTICORPOS ANTI-SBm7462®

KARLOS HENRIQUE MARTINS KALKS (Estagiário voluntário/UFV), JOAQUIN HERNAN PATARROYO SALCEDO (Orientador/UFV), BRUNA ALVES DEVENS (Bolsista CAPES/UFV), SIDIMAR SOSSAI (Bolsista FAPEMIG/UFV), ANA PAULA PECONICK (Bolsista CAPES/UFV), BIANCA GAZOLLA MENDONÇA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), STHEFANY PATARELI (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), VITOR BARBOSA FIALHO MARTINS (Estagiário voluntário/UNIVIÇOSA), GABRIEL A. T. GOMEZ (Estagiário voluntário/UFV)

Os prejuízos causados pela infestação de carrapatos e pelas doenças transmitidas pelos mesmos estão na ordem de bilhões de dólares, sendo o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus o parasita de maior impacto econômico na pecuária do Brasil e dos países com clima tropical e subtropical. Neste contexto, vê-se a necessidade do controle desta infestação. A vacina sintética anti-R. (B.) microplus (SBm7462®) é um método eficiente para contornar os problemas causados por esse parasita. A produção do imunógeno de forma recombinante em leveduras, plantas e o uso de vacinas de DNA são metodologias que estão sendo implementadas pelos pesquisadores do Laboratório de Biologia e Controle de Hematozoários e Vetores, BIOAGRO, UFV. O uso de proteínas heterólogas representa uma alternativa viável de produção de vacinas, com um custo reduzido e possibilidade de fabricação em nosso país. No presente trabalho, camundongos BALB/c foram imunizados com a vacina sintética e posteriormente eutanasiados para a coleta de linfócitos. Procedeu-se a fusão destes linfócitos com células de mieloma da série SP2/0 para a obtenção de hibridomas secretores de anticorpos. Os hibridomas obtidos foram mantidos em placa de cultivo de 96 poços com meio RPMI-1640 (Gibco BRL) complementado com soro fetal bovino e meio HAT (hipoxantina, aminopterina e timidina; Sigma-Aldrich). O sobrenadante do meio de cultura foi submetido à metodologia ELISA e o resultado mostrou que vários poços reagiram positivamente ao teste. Assim, pôde-se concluir que os processos de imunização, fusão e cultivo celular possibilitaram a obtenção de hibridomas secretores de anticorpos anti-SBm7462®. Esses anticorpos podem ser usados para a detecção do peptídeo através de imunoensaios e na purificação protéica, através da técnica de cromatografia de afinidade. Dessa forma, há grande importância na produção de hibridomas secretores de anticorpos anti-SBm7462® para a implementação dos projetos de produção do imunógeno de forma recombinante.

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PRODUÇÃO DE VACINAS RECOMBINANTES CONTRA O CARRAPATO Rhipicephalus microplus UTILIZANDO SISTEMA FERMENTATIVO DE Pichia pastoris.

MARINA QUADRIO RAPOSO BRANCO RODRIGUES (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), SIDIMAR SOSSAI (Bolsista FAPEMIG/UFV), KARLOS HENRIQUE MARTINS KALKS (Estagiário voluntário/UFV), ANA PAULA PECONICK (Bolsista CNPq/UFV), ISABELA ALVES DE MELO ZEFERINO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), JOAQUIN HERNAN PATARROYO SALCEDO (Orientador/UFV)

A vacinação de bovinos com o imunógeno sintético SBm7462, desenhado a partir da proteína Bm86 do carrapato Rhipicephalus microplus é uma alternativa eficaz para o controle deste carrapato. A produção desse imunógeno, por meio de fermentação, é uma estratégia compatível com a realidade das indústrias farmacêuticas veterinárias do Brasil que detêm essa tecnologia. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e testar dois imunógenos recombinantes derivados do imunógeno SBm7462 denominados rBm7462 alfa e rBm7462 beta em testes “in vitro” e “in vivo” com a finalidade de avaliar as respostas imunes humoral e celular. Para isso duas cepas recombinantes de Pichia pastoris Km71 produtoras dos dois imunógenos testados foram submetidas ao processo fermentativo em baixa escala e em alta escala em fermentador Bioflow III sob a indução com metanol. O sobrenadante da cultura, contendo as proteínas expressas, foi purificado e concentrado através de ultra filtração em membranas com pontos de corte de 30 KDa, 10 KDa e 3 KDa. A caracterização e identificação dos imunógenos foram realizadas através de eletroforese, em gel de poliacrilamida com gradiente de 10% a 16% de C, e Western Blotting revelados com anticorpos de coelho anti-sBm7462. Os estudos realizados “in vitro” demonstraram o reconhecimento dos produtos recombinantes por anticorpos policlonais monoespecíficos contra o peptídeo sintético sBm7462, indicando a homologia dos antígenos vacinais recombinantes rBm7462 alfa (5 KDa) e rBm7462 beta (15 KDa) com o imunógeno sintético sBm7462. Com o objetivo de avaliar as respostas imunes humoral e celular “in vivo” tais imunógenos foram utilizados como vacinas em camundongos Balb/c. Esse estudo foi realizado em camundongos submetidos à três vacinações contendo 50 µg de cada imunógeno mais 50 µg do adjuvante saponina aplicados subcutaneamente. Esse estudo demonstrou aumento do título de anticorpos específicos.

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RAQUITISMO EM UM FILHOTE DE GAMBÁ (Didelphis sp.) ORIUNDO DA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA

VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), JULIANO VOGAS PEIXOTO (Bolsista CAPES/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), CARLA MARIA SÁSSI DE MIRANDA (Voluntário/), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), MOACIR CARRETTA JUNIOR (Bolsista outra Instituição/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), GUILHERME DE SOUSA CAMPONÊZ (Estagiário voluntário/UFV), TARCISIO DE SOUZA DUARTE (Estagiário voluntário/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Orientador/UFV)

Os gambás (Didelphis sp.) são animais basicamente terrestres, utilizando o habitat arbóreo principalmente para a procura de alimento, refugiando-se nos ocos de árvores durante o dia. Devido à fragmentação e destruição de seu habitat natural, esses animais são constantemente visualizados em ambientes antropizados, principalmente em épocas reprodutivas. O Raquitismo é uma doença comum em animais jovens, consiste na mineralização inadequada das placas epifisárias devido à insuficiente exposição à luz solar ou dietas pobres em cálcio. O objetivo do presente trabalho foi relatar as alterações macroscópicas encontradas na necropsia de um filhote de gambá oriundo da área urbana do município de Viçosa e encaminhado ao CETAS-UFV. Em março de 2008, após cinco meses mantido em cativeiro, o animal começou a apresentar ausência de movimentos dos membros pélvicos que evoluiu progressivamente para uma deformidade óssea generalizada, evidenciada nos membros e ao longo da coluna vertebral. O quadro também foi acompanhado de caquexia e apatia profunda culminando com o óbito do animal. Na Perinecropsia foram observadas úlceras de contato nos membros nas áreas das articulações do tarso e do carpo e prolapso retal. Durante a necropsia observou-se que aparelho digestivo apresentava áreas com mucosa hiperêmica e os pulmões tinham uma listra de coloração vermelha escura e de aspecto compactado. Todos os órgãos pareciam muito desenvolvidos comparados à estrutura óssea do animal. Os ossos longos apresentavam-se com aspecto curvilíneo e quebravam-se facilmente, as articulações estavam amolecidas e aumentadas de volume. Após análise clínica, anatomo-patológica e histológica confirmou-se o quadro de raquitismo. Animais silvestres, quando submetidos a situação de cativeiro, se tornam muito susceptíves a deficiências nutricionais. Dados sobre nutrição e fisiologia desses indivíduos são de grande importância em seu manejo em cativeiro, sobretudo para os Centros de Triagem, que recebem constantemente um grande número de animais de diferentes espécies.

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REDUÇÃO E IMOBILIZAÇÃO DE FRATURA DE VÉRTEBRA LOMBAR EM CÃO PELA TÉCNICA DE FIXAÇÃO ESPINHAL SEGMENTAR MODIFICADA – RELATO DE CASO

RENATO BARROS ELEOTÉRIO (Bolsista outra Instituição/UFV), ANDREA PACHECO BATISTA BORGES (Orientador/UFV), TATIANA SCHMITZ DUARTE (Não Bolsista/UFV), EMILY CORRENA CARLO (Bolsista CAPES/UFV), KELLY CRISTINE DE SOUSA PONTES (Não Bolsista/UFV), EROTIDES CAPISTRANO DA SILVA (Bolsista CAPES/UFV), BRUNO GALLI POZZEBON (Estagiário voluntário/), GLÁUCIA DE OLIVEIRA MORATO (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ANNA CAROLINA DO NASCIMENTO FRAZÃO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV)

As afecções que envolvem coluna vertebral normalmente são associadas a prognóstico desfavorável, pela possibilidade de acometimento da medula espinhal. Muitas vezes opta-se por tratamento conservativo, temendo-se que procedimentos cirúrgicos sejam perigosos ou não justificáveis pelo prognóstico. Relata-se aqui um caso de fratura da sexta vértebra lombar em cão tratada com pinos de Steinmann e fios de cerclagem. O cão (teckel, 5 meses, 4,85 kg) foi atendido no Hospital Veterinário da UFV com histórico de trauma automobilístico e queixa de paraplegia. No exame do paciente foram detectados paraplegia, crepitação na região lombossacra, incontinência urinária, reflexos espinhais aumentados, ausência de propriocepção, posicionamento tátil e dor profunda nos membros pélvicos. O exame radiográfico evidenciou fratura oblíqua no corpo de L6, com desvio ventral de eixo da coluna a partir da linha de fratura. Com o animal anestesiado e em decúbito esternal, foi feita incisão retilínea dos tecidos moles sobre os processos espinhosos das vértebras torácicas até as sacrais, possibilitando a redução da fratura. Foi feita uma perfuração na asa dos ílios, com furadeira e pino, e nos processos espinhosos e articulares caudais de L4, L5 e L7 com furadeira e broca. Dois pinos foram dobrados em “L” e colocados através dos orifícios nas asas do ílio (um pino alojado paralelamente à direita e outro à esquerda dos processos espinhosos). Fios de cerclagem nº 0 foram inseridos nos processos espinhosos e amarrados envolvendo a porção livre de ambos pinos, e os fios inseridos nos processos articulares caudais envolveram a porção livre de um pino. Os tecidos moles foram aproximados. A radiografia revelou bom grau de redução. Após 25 dias o animal sustentava-se sobre os membros afetados e havia retorno ao controle urinário, porém observava-se déficit proprioceptivo. Por informação do proprietário, o animal voltou a se locomover normalmente.

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RESPOSTA IMUNE À VACINA SINTÉTICA ANTI-CARRAPATO Rhipicephalus (Boophilus) microplus (SBm 7462) EM CAMUNDONGOS BALB/C: AVALIAÇÃO “IN VITRO” DE MEDICAMENTOS INDUTORES DE APOPTOSE VIA TCR EM LINFÓCITOS T.

PABLO HERTHEL DE CARVALHO (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), MARLENE ISABEL VARGAS VILORIA (Orientador/UFV), JOAQUIN HERNAN PATARROYO SALCEDO (Colaborador/UFV), GABRIEL DOMINGOS CARVALHO (Bolsista CAPES/UFV), JULIANA DEL GIÚDICE PANIAGO (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV)

O conhecimento dos mecanismos celulares envolvidos na apoptose e na indução da morte celular induzida por ativação (AICD) é fundamental para a compreensão dos mecanismos envolvidos em uma resposta imune eficiente. O objetivo geral deste trabalho é avaliar os mecanismos de indução e inibição da AICD de linfócitos T de memória após apresentação e reconhecimento do peptídeo sintético. Utilizou-se 60 animais dos quais foram obtidos linfócitos T e B, células apresentadoras de antígenos e macrófagos peritoneais. O efeito da indução da AICD foi avaliado por meio da inibição da expressão de myc mediante tratamento com mitramicina e por meio da inibição da síntese de proteínas e aumento na expressão de Fas com cicloheximida, já o de inibição, por meio da inibição da transcrição do RNA utilizando-se de benzamida ribósido e da inibição de cacineurina e FasL por meio de ciclosporina A. Os resultados obtidos pela técnica de TUNEL, Laranja de Acridina e a de exclusão pelo Azul de Tripan foram submetidos a análise de variância, ANOVA, e comparação de médias pelo método Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Em ambos os métodos utilizados para a inibição de AICD, observou-se que não houve inibição da apoptose dos linfócitos T SBm7462 reativos e as médias das porcentagens de células apoptóticas nos testes realizados mostraram que não houve variação nem diferença estatisticamente significativa pelo teste F, quando se compara com o sistema modelo, o controle do peptídeo e o controle do medicamento na presença de Cicloheximida. As porcentagens de células apoptóticas encontradas indicam que a Mitramicina não influenciou na AICD via sinalização do TCR. Também foi desenvolvida uma atividade com Imunocitoquímica Eletrônica objetivando avaliar os sítios da proteína Bm86 utilizada como antígeno vacinal nas superfícies da mucosa intestinal de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus que espoliaram animais imunizados com o peptídeo SBm7462.

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RESSECÇÃO CIRÚRGICA DE CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM TERCEIRA PALPEBRA DE EQUINO.

MANUELA PEREIRA DA MATTA (Estagiário voluntário/UFV), SIMONE REZENDE GALVÃO (Orientador/UFV), JORGE JOSÉ RIO TINTO DE MATOS (Co-orientador/), BAITY BOOCK LEAL (Colaborador/), JOÃO LUIS DO ESPIRITO SANTO JUNIOR (Estagiário voluntário/)

As doenças oftálmicas têm diversas etiologias, podem afetar todas as estruturas do olho ou cada uma delas de maneira individualizada, comprometendo em maior ou menor grau a visão dos eqüinos. A incidência de neoplasias na conjuntiva e na terceira pálpebra não é rara, sendo o carcinoma de células escamosas o tipo mais freqüente, merecendo destaque, pois podem originar metástases. Relata-se um caso clínico acometendo uma égua de 6 anos de idade, tordilha, Mangalarga Marchador, atendida no Hospital Veterinário da PUC Minas Betim. Ao exame clínico, o animal apresentou uma massa tumoral na terceira pálpebra do olho esquerdo, de aspecto firme, coloração rosada, de aproximadamente 4 cm de comprimento e evolução de dois meses. Foi recomendada a ressecção do tumor, que ocupava parte da conjuntiva palpebral da terceira pálpebra. A medicação pré-anestésica constou de uma associação de Acepromazina, via IM, com Xilazina, via IV. O decúbito do animal foi obtido pela administração de Éter-gliceril-guaiacol (EGG) e a manutenção feita com Isoflurano, em circuito semi-aberto. Para permitir a melhor exposição da terceira pálpebra, foram realizados pontos de apoio nas pálpebras inferior e superior. A massa foi tracionada em sua região central, através de ponto de fixação. Em seguida, realizou-se a exérese completa da terceira pálpebra, permitindo ampla margem de segurança. Após a sua completa remoção, a extremidade foi suturada com Monocryl® 4-0, em padrão contínuo simples. No pós-operatório foram realizados limpeza e curativo local e administração tópica de cloranfenicol (Epitezan pomada) e intravenosa de sulfa-trimetropim (Trissulfin). Ao exame histopatológico foi identificado carcinoma de células escamosas. Os tratamentos de neoplasias em anexos oculares variam de acordo com o tipo de tumor, sua localização e tamanho, assim como a finalidade do animal e, tem por objetivos eliminar o tumor, restabelecer a anatomia normal e manter a função do olho e das estruturas associadas.

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TOXICIDADE DO ABACATE (Persea americana) PARA PSITACÍDEOS

AUGUSTO RENAN ROCHA SEVERO DOS SANTOS (Estagiário voluntário/UFV), MOACIR CARRETTA JUNIOR (Bolsista outra Instituição/UFV), MAYTÊ KOCH BALARINI (Bolsista FAPEMIG/UFV), AYISA RODRIGUES DE OLIVEIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ALICE DOS SANTOS RIBEIRO (Estagiário voluntário/UFV), VINÍCIUS HEROLD DORNELAS E SILVA (Estagiário voluntário/UFV), RODRIGO MARTINS CUNHA (Estagiário voluntário/UFV), FILIPE TAVARES CARNEIRO (Estagiário voluntário/UFV), MARCELO GROSSI MACHADO (Estagiário voluntário/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Coordenador/UFV)

O abacate (Persea americana) é um alimento citado pela literatura como tóxico para aves, havendo inclusive relatos de casos de morte, principalmente para psitacídeos em cativeiro. O objetivo do presente trabalho é discutir sobre o potencial tóxico do abacate para aves da família psitacidae. A toxina do abacateiro é a persina que está presente na polpa, casca e semente da fruta, além da árvore em geral, porém há variação no potencial de toxicidade entre as variedades de abacate. Quando intoxicadas pela persina, as aves apresentam incapacidade de se empoleirar, taquipnéia e anorexia. Pode ocorrer dispnéia, penas arrepiadas e apatia, embora em alguns casos a morte ocorra antes que se percebam os sinais clínicos. A causa da morte dos animais se deve a ocorrência de edema subcutâneo peitoral, congestão pulmonar e acúmulo de líquido no saco pericárdico. O tratamento para ingestão recente de abacate consiste na desintoxicação através da indução da regurgitação para eliminar o material vegetal do esôfago, papo e pró-ventrículo, seguido do uso de carvão ativado por via oral para que não ocorra absorção pela mucosa do trato gastro-intestinal da ave de qualquer remanescente da toxina. Em casos mais graves, utiliza-se oxigênio umidificado e dilatadores de brônquios. Diuréticos podem ajudar no caso do edema pulmonar. O uso dos tratamentos citados apenas ajuda a estabilizar o quadro clínico do animal, visto que não é conhecido o mecanismo de ação da persina. Conclui-se que deve-se evitar oferecer abacate ou qualquer parte do abacateiro para psitacídeos até mesmo usar galhos como poleiros. Também é desaconselhável deixar as aves próximas a abacateiros para que não ocorra ingestão acidental de qualquer parte do abacateiro.

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TRATAMENTO NÃO INVASIVO DE FRATURAS DE MANDÍBULA E MAXILA COM FIXAÇÃO POR RESINA ACRÍLICA AUTO-POLIMERIZÁVEL EM GATO – RELATO DE CASO.

LUANA SALES TORRES (Estagiário voluntário/UFV), ANDREA PACHECO BATISTA BORGES (Orientador/UFV), Marco Antonio Gioso (Co-orientador/), GISELE CRUZ DA SILVA TAKEDA (Estagiário voluntário/)

As fraturas de mandíbula são comuns em cães e gatos e são resultado de traumas como atropelamentos, pancadas, quedas ou doenças que predispõem à fragilidade óssea e conseqüentes fraturas patológicas, como doença periodontal e neoplasias. Nos cães, a maioria das fraturas mandibulares afeta o corpo da mandíbula. Já nos gatos, o local mais afetado é a área sinfisial. O objetivo deste estudo foi descrever um método de fixação de fraturas de mandíbula e maxila que seja não invasivo e de baixo custo. Um animal da espécie felina, macho, com nove meses de idade foi encaminhado para o Laboratório de Odontologia Comparada do Hospital Veterinário da FMVZ-USP com histórico de pancada. Ao exame clínico apresentou edema no antímero esquerdo, dor à palpação e incapacidade de fechar a boca. Foram evidenciadas fraturas em mandíbula esquerda na região entre 302 e 303 e na maxila, entre 101 e 201, e caudalmente, entre 207 e 208, confirmadas ao exame radiográfico. O animal também apresentou fratura completa no côndilo esquerdo e incompleta no côndilo direito da articulação têmporo-mandibular (ATM) e fratura no arco zigomático esquerdo. Foi feita exodontia de 301 por estar no foco da fratura e em seguida, a curetagem no mesmo. Foi então, feita redução e imobilização da fratura usando fio de aço, entre os caninos inferiores, em forma de oito e, posterior ferulização com resina acrílica auto-polimerizável, poli-metilmetacrilato. Em seguida, com a mesma resina fez-se o bloqueio entre o canino superior e o inferior, bilateralmente, para estabilização da ATM, mantendo-se esta imobilização por 20 dias. Após esse período, observou-se recuperação total do animal. A utilização de resina acrílica auto-polimerizável mostrou-se ser de rápida aplicação, sendo uma técnica não invasiva e de baixo custo, mantendo a oclusão próxima do normal, o que possibilitou a consolidação das fraturas.

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ULTRA-ESTRUTURA DE EMBRIÕES SUBMETIDOS A DIFERENTES MEIOS DE MANIPULAÇÃO

EMÍLIO CÉSAR MARTINS PEREIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), FLAVIO GUISELLI LOPES (Bolsista CAPES/UFV), GIANCARLO MAGALHÃES DOS SANTOS (Não Bolsista/UFV), JOSÉ ROGÉRIO MOURA DE ALMEIDA NETO (Bolsista CAPES/UFV), RAFAEL JOSÉ OTERO ARROYO (Não Bolsista/UFV), GUSTAVO GUERINO MACEDO (Não Bolsista/UFV), SANELY LOURENÇO DA COSTA (Não Bolsista/UFV), MARIANNE CAMARGOS DIAS (Voluntário/UFV), EDUARDO PAULINO DA COSTA (Orientador/UFV)

O meio PBS modificado tem sido amplamente utilizado como meio de manipulação de embriões nas diferentes espécies de animais domésticos. Entretanto, trata-se de um meio instável, estando sujeito a alterações na sua composição durante a armazenagem. O objetivo deste trabalho foi substituir este meio por soluções mais simples e estáveis. O experimento foi conduzido no Laboratório de Reprodução Animal – DVT-UFV. Foram utilizados embriões de camundongas da linhagem c57 blc. No laboratório, os embriões foram coletados e distribuídos aleatoriamente em quatro meios (controle; MD1; MD2 e MD3) e mantidos durante quatro horas, à temperatura ambiente. Posteriormente, os embriões foram transferidos e cultivados em meio TCM 199 modificado, por 24 horas a 37,0ºC em atmosfera de 5% de CO2. Após o cultivo, os embriões foram avaliados quanto à taxa de clivagem. Os resultados iniciais mostraram que os meios foram inferiores ao controle, quanto à taxa de clivagem. Considerando que os meios propostos deveriam apresentar resultados semelhantes ou superiores ao controle, antes de dar prosseguimento ao experimento, os meios foram submetidos a vários ajustes e testados quanto à taxa de clivagem. O meio MD3 não apresentou resultados satisfatórios, mesmo após todos os ajustes realizados, sendo então descartado. Não houve diferença (P>0,05) dos meios quanto à taxa de clivagem após o cultivo (93,0, 96,9 e 88,9% para os meios controle, MD1 e MD2, respectivamente). Entretanto, a taxa de embriões eclodidos foi maior (p<0,01) para o meio MD1 (30,8, 46,9 e 13,8% para os meios controle, MD1 e MD2, respectivamente). Tendo em vista os resultados satisfatórios encontrados, sugerindo grandes possibilidades de substituir o meio convencional utilizado na rotina de transferência de embriões, procedeu-se à execução dos procedimentos para microscopia eletrônica. Os embriões foram fixados e estão sendo submetidos aos procedimentos de inclusão e microtomia para posterior análise em microscopia eletrônica. O experimento encontra-se em andamento.

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USO DE DOIS PROTOCOLOS DE CONGELAMENTO DE SÊMEN SUÍNO E A VIABILIDADE ESPERMÁTICA AVALIADA IN VITRO POR TESTES CONVENCIONAIS E COMPLEMENTARES.

MAURÍCIO HOSHINO DA COSTA BARROS (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), JOSE DOMINGOS GUIMARAES (Orientador/UFV), LINCOLN DA SILVA AMORIM (Bolsista FAPEMIG/UFV), HUGO HIDEKI SHIOMI (Estagiário voluntário/UFV), SIMONE ELIZA FACIONI GUIMARAES (Co-orientador/UFV), PAULO SAVIO LOPES (Colaborador/UFV), RENATA VERONEZE (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ROGÉRIO OLIVEIRA PINHO (Não Bolsista/UFV)

As pesquisas na área de criopreservação de sêmen da espécie suína, efetuadas durante os últimos trinta anos, resultaram em avanços originados, sobretudo, dos estudos efetuados para a avaliação de diferentes crioprotetores, embalagens de congelamento, diluentes e curvas de congelamento e descongelamento. No entanto, o emprego de sêmen congelado ainda está associado à redução de 10 a 20% na taxa de parto e de 1 a 2 leitões por leitegada, quando comparado ao uso de sêmen resfriado. Os objetivos do presente trabalho foram avaliar a viabilidade espermática após a criopreservação de sêmen de suínos da raça Piau (Sus scrofa) por meio de testes in vitro. Foram coletados 11 ejaculados de 3 machos adultos da raça Piau instalados na Granja de Melhoramento Genético de Suínos da UFV. Tais ejaculados foram submetidos a dois protocolos de congelamento: método preconizado por OHATA (P1) e o método preconizado por FÜRST (P2). Após o descongelamento, o sêmen foi submetido ao teste de termoresistência (TTR), que consiste na incubação dos espermatozóides a 37ºC por 2h em BTS. Durante o teste, foram avaliados a motilidade e vigor espermáticos com 10, 30, 60, 90 e 120 minutos pós-descongelamento. Os resultados médios de motilidade/vigor espermáticos foram de 35,5/3,1(P1) e 21,4/2,5(P2) com 10 minutos pós-descongelamento e de 7,3/1,0(P1) e 1,8/0,5(P2) após 120 minutos de incubação. Os dados de motilidade espermática pós-descongelamento encontram-se dentro dos padrões estabelecidos pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (>20%) e das variações verificadas por outros autores na literatura científica. A análise estatística dos dados obtidos revelou que não houve diferença significativa entre os protocolos de congelamento. Dentre os resultados encontrados no teste de termoresistência, com exceção do vigor espermático de P1, não houve diferença dos parâmetros após 60 minutos de incubação, o que sugere a desnecessidade de prolongar a duração do teste para 120 minutos.

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USO DE SINVASTATINA E IPRIFLAVONA NA REPARAÇÃO DE FRATURAS EM TÍBIAS DE RATAS OSTEOPORÓTICAS AVALIADAS POR HISTOMORFOMETRIA.

GLÁUCIA GUIMARÃES AMARAL (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ALOISIO DA SILVA PINTO (Orientador/UFV), RICARDO JUNQUEIRA DEL CARLO (Colaborador/UFV), CLAUDIO CESAR FONSECA (Colaborador/UFV), TANIA TOLEDO DE OLIVEIRA (Colaborador/UFV), CARLOS ANTÔNIO CARDOSO (Colaborador/)

A osteoporose é uma doença caracterizada por diminuição da massa óssea, com consequente aumento da incidência de fraturas, necessitando de métodos preventivos e de tratamentos eficazes para as mesmas. Este estudo objetivou verificar, por histomorfometria, os efeitos da sinvastatina e ipriflavona na reparação de fraturas em ratas osteoporóticas induzidas com dexametasona. Foram utilizadas 28 ratas da raça Wistar, adultas, pesando em média 250g. A indução osteoporótica com dexametasona foi feita por via intramuscular, na dose de 7,5 mg/Kg de peso corporal, uma vez por semana, durante cinco semanas. Passado este período, os animais, anestesiados, foram submetidos à fratura fechada, sendo em seguida distribuídos aleatoriamente em quatro grupos experimentais de sete animais. O grupo 1, controle, foi composto por ratas normais submetidas somente ao procedimento de fratura; a partir do grupo 2, houve o uso de glicocorticóide e o procedimento de fratura, sendo que os grupos 3 e 4 receberam os medicamentos sinvastatina (1,2mg/Kg) e ipriflavona (100mg/Kg), respectivamente, por via oral, diariamente, durante 30 dias. Aos 35 dias após a fratura, os animais foram eutanasiados e coletou-se as tíbias para estudo. O exame histológico constou de coloração Hematoxilina-Eosina e Tricrômico de Masson, sendo aplicado o método de cálculo planimétrico por contagem de pontos para avaliação da densidade trabecular óssea. Através da histomorfometria, foi possível detectar alterações teciduais na unidade metabólica óssea, particularmente no osso trabecular. Através da análise da densidade trabecular óssea, constatou-se o sucesso da indução da osteoporose pelo glicocorticóide, bem como a restauração do tecido ósseo pelos medicamentos, o que preconiza o uso destes fármacos em casos de osteoporose e/ou fraturas.

 

   

 

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UTILIZAÇÃO DE ESGOTOS SANITÁRIOS PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL: AVALIAÇÃO DE RISCO DE INFECÇÃO E QUALIDADE DE PRODUTOS

ALYNE DUARTE PEREIRA (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), PAULA DIAS BEVILACQUA (Orientador/UFV), RODRIGO VIANA SEPÚLVEDA (Estagiário voluntário/UFV), RAFAEL KOPSCHITZ XAVIER BASTOS (Co-orientador/UFV), GEANNE MOREIRA BRITO (Estagiário voluntário/UFV), ROBSON BRUNIERA DE OLIVEIRA (Estagiário voluntário/UFV), JORGE MARIO OLIVAR BARRETO (Estagiário voluntário/)

Wetlands construídos são considerados uma boa opção para o tratamento de águas residuárias, pois utilizam tecnologia simples, de fácil operação e baixo custo. Esses sistemas utilizam processos físicos, químicos e biológicos para o tratamento de efluentes, sendo também capazes de produzir biomassa que pode ser destinada à alimentação animal. O presente trabalho objetivou avaliar um sistema de wetlands construídos como pós-tratamento de efluente de reator anaeróbio e perigos microbiológicos relacionados à utilização da biomassa produzida para alimentação animal. A ETE experimental é constituída por um reator UASB, sendo seu efluente utilizado para abastecer cinco wetlands vegetados e cultivados com dois tipos de macrófitas distintos: braquiária e taboa. A braquiária produzida foi utilizada para alimentação de cabras em lactação. As análises realizadas incluíram pesquisas bacteriológicas e parasitológicas dos efluentes do reator UASB e wetlands, da cobertura vegetal e das fezes e leite dos animais. O efluente do reator UASB apresentou valores médios de 107-108

coliformes totais/100mL e 106-107 E. coli/100mL. Os wetlands alcançaram remoção de duas (coliformes totais) e duas a quatro (E. coli) unidades logarítmicas. Observou-se remoção de (oo)cistos de protozoários mais elevada que a de ovos de helmintos. A produtividade da braquiária alcançou valores médios de 20,64% de matéria seca e a caracterização bromatológica indicou que em geral, a biomassa produzida satisfaria as exigências de caprinos em manutenção, mas não em lactação. Na cobertura vegetal, foram identificadas concentrações de organismos patogênicos elevadas, 147,2 ovos de helmintos/100g e 100 (oo)cistos de protozoários/100g, o que pode caracterizar risco ao trabalhador e aos animais consumidores da biomassa produzida. Entretanto, apesar de identificada a ocorrência de patógenos na forrageira cultivada, o monitoramento dos animais não indicou alterações dos perfis clínico e sanitário dos mesmos, que pudessem estar associados a problemas derivados da alimentação consumida, sugerindo a produção segura de alimentos para consumo animal. (FAPEMIG)

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UTILIZAÇÃO DE FECHO DE CONTATO DE GANCHO (VELCRO) COMO ALTERNATIVA PARA CAPTURA DE PÊLOS DE ANIMAIS SILVESTRES.

GEDIENDSON RIBEIRO DE ARAÚJO (Estagiário voluntário/UFV), THYARA DE DECO SOUZA (Bolsista outra Instituição/UFV), EDUARDO COSTA ÁVILA (Bolsista outra Instituição/UFV), RAFAEL MORAIS GARAY (Estagiário voluntário/UFV), THAIS DE FARIA E SOUSA LOPES TRINDADE (Não Bolsista/UFV), LEANES CRUZ DA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), LETÍCIA BERGO COELHO FERREIRA (Estagiário voluntário/UFV), ALEXANDRE DE OLIVEIRA TAVELA (Estagiário voluntário/UFV), JOÃO BOSCO GONÇALVES DE BARROS (Bolsista CAPES/UFV), TARCIZIO ANTONIO REGO DE PAULA (Coordenador/UFV)

A fauna e flora brasileiras vêm sendo constantemente ameaçadas pelo desmatamento, e consequentemente pela fragmentação das florestas, o que causa a perda de habitat, a restrição do tamanho populacional e o isolamento de populações locais. O primeiro passo para o desenvolvimento de planos de conservação de espécies ameaçadas de extinção é determinar sua presença e abundância. Uma nova possibilidade para monitorar a demografia de espécies, principalmente daquelas que são difíceis de serem observadas ou capturadas é a utilização de materiais orgânicos. Dentre essas técnicas, a tricologia microscópica tem a vantagem de utilizar pêlos encontrados em fezes ou em armadilhas de pêlos, oferecendo alternativas para levantamentos de mastofauna, estudo das dietas, monitoramento da população sem necessariamente capturar o animal. O presente trabalho teve como objetivo a utilização de fecho de contato de gancho (Velcro) como alternativa para captura de pêlos. Todo o trabalho foi realizado no Centro de Triagem de Animais Silvestres da Universidade Federal de Viçosa (CETAS-UFV), onde foram colocados troncos com fitas de Velcro em dois recintos, um no recinto da jaguatirica (Leopardus pardalis) que serviu como ponte de passagem e o outro no recinto de duas fêmeas de gatos-do-mato pequeno (Leopardus tigrinus), sendo que nesse tronco havia um furo no centro para colocação de carne. Os troncos ficaram em cada recinto durante uma semana e depois os velcros foram retirados para realizar a coleta dos pêlos. Nos dois recintos foi possível encontrar uma quantidade razoável de pêlos, sendo que o velcro do tronco que possuía carne obteve o triplo de pêlos em relação ao outro tronco , mas em ambos foi perfeitamente possível à identificação das espécies pela tricologia microscópica. O uso do velcro como armadilha de pêlos, principalmente associado com iscas, demonstrou ser uma opção interessante nos estudos de conservação das espécies por meio da tricologia microscópica.

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UTILIZAÇÃO DE PLACA METÁLICA E FIXAÇÃO EXTERNA ASSOCIADAS A APLICAÇÃO PERCUTÂNEA DE MEDULA ÓSSEA NA REPARAÇÃO DE FRATURA DE TIBIA E FIBULA DE CÃO (Canis familiaris). (RELATO DE CASO)  

AMANDA MARIA SENA REIS (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), DANIEL PORTELA DIAS MACHADO (Estagiário voluntário/UFV), RICARDO JUNQUEIRA DEL CARLO (Orientador/UFV), LIANA MESQUITA VILELA (Bolsista CAPES/UFV), MAURICIO CORREIA DALTRO RODRIGUES (Bolsista CNPq/UFV), BETÂNIA SOUZA MONTEIRO (Bolsista CAPES/UFV)

Fraturas de tíbia e fíbula são comuns em cães, compreendendo 21% de fraturas de osso longo e 11,7% de fraturas apendiculares, sendo a maior incidência por traumatismos. Os métodos de fixação utilizados para osteossíntese de tíbia compreendem pino intramedular, interlocking nail, fixador externo e placas metálicas, dentre outros. Relata-se o caso de uma cadela da raça Yorkshaire, 2 anos de idade, com 5 kg que apresentou histórico de claudicação por 3 dias. A Proprietária relatou que o animal prendeu o membro pélvico esquerdo ao tentar descer de uma cadeira, com ausência de apoio e com dor localizada. Na análise radiográfica observou-se fratura completa diafisária de tíbia e fíbula. Foram realizadas 4 cirurgias até obtenção de resultado definitivo. Na primeira fez-se redução da fratura e fixação com placa metálica. A segunda cirurgia foi feita devido a nova queda do animal e fratura da placa. Aplicou-se também, injeção percutânea de medula óssea autógena. Após 30 dias, observou-se aos raios X, fratura da placa, formação do calo ósseo, mas manutenção da linha de fratura. Então, foi realizada a terceira cirurgia com redução de fratura e imobilização por meio de fixador externo biplanar com resina acrílica e quatro pinos transcutâneos lisos, dois no fragmento proximal e dois no distal. No pós-operatório tardio, o animal não apoiava o membro e ao exame ortopédico observou-se que os dois pinos proximais apresentavam mobilidade. Transcorrido mais 30 dias observou-se reabsorção óssea no local de inserção dos pinos. Então o animal foi submetido à quarta cirurgia, com introdução de um pino no fragmento proximal, para estabilizar os outros dois que estavam móveis. Após 30 dias houve formação de ponte óssea, com calos primário e secundário. Nesta época, os pinos foram removidos, dinamizando a fratura e com recuperação completa do animal.

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  CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE FATORES DE VIRULÊNCIA EM Escherichia coli ISOLADAS DE LEITE MASTÍTICO BOVINO  

LARISSA GOULART ZANARDO (Estagiário voluntário/UFV), NEWTON NASCENTES GALVÃO (Bolsista IC /projeto/UFV), JOSÉ BENEDITO CARVALHO FERNANDES (Não Bolsista/UFV), VITOR DE OLIVEIRA SILVA (Estagiário voluntário/UFV), MARIA APARECIDA SCATAMBURLO MOREIRA (Orientador/UFV)

 Mastite é uma inflamação da glândula mamária, causada por uma variedade de agentes. É uma doença importante do rebanho leiteiro devido à alta incidência, aos prejuízos econômicos e aos problemas relacionados à saúde pública.  Escherichia coli é reconhecida como um dos principais agentes etiológicos da mastite ambiental bovina. Objetivou-se detectar fatores de virulência em 27 isolados de E. coli obtidos de mastite bovina. Para detecção da produção de enterohemolisina e α-hemolisina foi usada a técnica de semeadura na forma de placa Mestre contendo Ágar Sangue de carneiro desfibrinado acrescido de 10mM CaCl2. A resistência aos antimicrobianos foi verificada pelo método de difusão em ágar usando discos contendo antimicrobianos preconizados para tratamento da mastite ambiental. Produção de biofilmes foi detectada pelo crescimento dos isolados em orifícios de microplaca acrescidos de cristal violeta (1%) e ácido acético glacial (33%). O resultado foi avaliado baseado na densidade óptica do controle negativo. Teste turbimétrico também foi usado para detectar a resistência ao soro. Um pool de soro bovino (normal e inativado) foi misturado a cada cultura. Nenhum isolado apresentou capacidade hemolílica para ambas hemolisinas. Foram observados quatro isolados (15%) resistentes simultaneamente à ampicilina e sulfadiatrim, e nove (33%) à sulfadiatrim. Todos os isolados mostraram-se sensíveis à cefoperazone, enrofloxacina, ceftiofur, florfenicol, cefalexina, gentamicina e neomicina. Dos isolados analisados, cinco (18%) foram considerados grandes produtores de biofilme, onze (41%) médios e onze (41%) fracos produtores. A resistência ao soro foi verificada em quinze (56%) isolados. Observou-se que sete (26%) isolados apresentaram três fatores (biofilmes, resistência ao soro e resistência antimicrobiana), dez (37%) apresentaram dois (oito biofilmes/resistência ao soro e dois biofilmes/resistência antimicrobiana) e dez (37%) apresentaram um dos fatores estudados. Conhecer os fatores de virulência do agente é importante para diminuir a sua capacidade de causar infecção, decrescendo a incidência e prevalência da mastite do rebanho.

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  DETECÇÃO DE ATIVIDADE ANTAGONISTA ESPECÍFICA E NÃO-ESPECÍFICA DE BACTÉRIAS ÁCIDO LÁTICAS NATURALMENTE PRESENTES EM LEITE CRU E QUEIJO FRESCAL

GABRIELA NOGUEIRA VIÇOSA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI (Bolsista CAPES/UFV), ANDERSON KEIZO YAMAZI (Estagiário voluntário/UFV), PAULA MENDONÇA MORAES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), LUIS AUGUSTO NERO (Orientador/UFV)

    Bactérias Ácido Láticas (BAL) são microrganismos deteriorantes naturalmente presentes em vários alimentos, e capazes de produzir substâncias com potencial antimicrobiano, como ácidos orgânicos, peróxido de hidrogênio e bacteriocinas. O objetivo deste trabalho foi detectar a atividade antagonista de culturas de BAL isoladas de amostras de leite cru e queijo frescal previamente caracterizadas como negativas para Listeria monocytogenes e Salmonella spp., e com níveis de estafilococos coagulase positivos menores que 103 UFC/mL ou g. 320 culturas de BAL isoladas de ágar Man-Rogosa-Sharpe (MRS) foram recuperadas em caldo MRS (incubação a 35°C/48h) e testadas quanto à atividade antagonista por dois protocolos. Para detectar antagonismo inespecífico, 1 µL de cada cultura foi inoculado em placas contendo ágar M17, incubadas a 35°C/8h, e sobrepostas por uma camada de ágar Brain Heart Infusion (BHI) (0,75%) contendo 105 UFC/mL do patógeno alvo. O antagonismo específico foi realizado para detectar a possível produção de bacteriocina, utilizando BHI em substituição ao M17 (para evitar a produção de ácido), tratado com catalase a 100 UI/mL (para degradar H2O2 produzido). As placas foram incubadas a 37°C por 24h e a formação de um halo de inibição ao redor da cultura era considerada atividade antagonista positiva. Antagonismo inespecífico e específico foi detectado, respectivamente, em 61 (19,1%) e 48 (15,0%) das culturas de BAL contra L. monocytogenes, 46 (14,4%) e 43 (13,4%) contra Lactobacillus sake (controle positivo) e 10 (3,1%) e 4 (1,3%) contra Staphylococcus aureus. Não houve atividade antagonista contra S. Typhimurium. Os resultados obtidos indicam a presença de BAL na microbiota de leite cru e queijo frescal com atividade antagonista contra os microrganismos Gram-positivos estudados, e sugere capacidade de produção de bacteriocinas pelos mesmos, que será confirmada por estudos mais detalhados.

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  PERFORMANCE DO ÁGAR FIBRINOGÊNIO PLASMA DE COELHO NA ENUMERAÇÃO DE ESTAFILOCOCOS COAGULASE POSITIVO EM QUEIJO FRESCAL E LEITE CRU

GABRIELA NOGUEIRA VIÇOSA (Bolsista PROBIC/FAPEMIG/UFV), PAULA MENDONÇA MORAES (Bolsista PIBIC/CNPq/UFV), ANDERSON KEIZO YAMAZI (Estagiário voluntário/UFV), MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI (Bolsista CAPES/UFV), LUIS AUGUSTO NERO (Orientador/UFV)

     A enumeração de estafilococos é fundamental para a garantia de qualidade e segurança microbiológica dos alimentos, pois estão frequentemente associados à toxinfecções alimentares devido à produção de enterotoxinas termoestáveis. A metodologia oficialmente recomendada para sua enumeração utiliza o ágar Baird-Parker (BP), que possui como inconveniente a necessidade de realização de testes bioquímicos confirmatórios. Como alternativa, pode ser utilizado o Ágar Fibrinogênio Plasma de Coelho (FPC), que permite a enumeração de colônias coagulase positivas diretamente nas placas semeadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho do ágar FPC na enumeração de estafilococos coagulase positivos (ECP) em queijo frescal e leite cru. Amostras de queijo frescal (n=37) e leite cru (n=31) foram coletadas na região de Viçosa, MG, submetidas à diluição seriada decimal e semeadas por profundidade, em duplicata, em ágar FPC (incubação a 35ºC por 48h). As colônias formadas foram enumeradas, classificadas em típicas (presença de halo opaco) e atípicas (ausência de halo) e os resultados finais expressos em UFC/g ou mL. Seis colônias típicas e seis atípicas de cada amostra foram selecionadas aleatoriamente e submetidas à confirmação pelo teste de coagulase em tubos. Considerando esses resultados, as contagens obtidas foram corrigidas para UFC de ECP/g ou mL. Os resultados finais foram convertidos em log10 e comparados por regressão linear (P < 0,05). As contagens entre os estafilococos típicos no FPC e ECP confirmados pelo teste de coagulase em tubos apresentaram excelente correlação (r = 0,99), independente do tipo de amostra analisada. Pelos dados obtidos, o ágar FPC pode ser considerado uma alternativa para enumeração de ECP, devido à praticidade, confiabilidade na obtenção dos resultados, dispensando a realização de testes confirmatórios para coagulase e gerando dados mais precisos.

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