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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Renata Mello Valin Tays Santana Guerra Telma Mello Valin ORÇAMENTO PÚBLICO MUNICIPAL EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO E CONTROLE DE RECURSOS NA EDUCAÇÃO Prefeitura Municipal de Lins Lins - SP LINS – SP 2011

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Renata Mello Valin

Tays Santana Guerra

Telma Mello Valin

ORÇAMENTO PÚBLICO MUNICIPAL EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO E

CONTROLE DE RECURSOS NA EDUCAÇÃO

Prefeitura Municipal de Lins

Lins - SP

LINS – SP

2011

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RENATA MELLO VALIN

TAYS SANTANA GUERRA

TELMA MELLO VALIN

ORÇAMENTO PÚBLICO MUNICIPAL EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO E

CONTROLE DE RECURSOS NA EDUCAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Banca Examinadora do Centro Universitário Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação das Professoras Ma. Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa e Ma. Heloísa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2011

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Valin, Renata Mello Valin; Guerra, Tays Santana; Valin, Telma Mello

Orçamento público da Prefeitura Municipal de Lins em função da aplicação e controle de recursos na educação / Renata Mello Valin; Tays Santana Guerra; Telma Mello Valin. - - Lins, 2011.

108p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2011.

Orientadores: Heloisa Helena Rovery da Silva; Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa

1. Orçamento Público. 2. FUNDEB. 3. Educação Infantil. I Título.

CDU 657

V267o

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RENATA MELLO VALIN

TAYS SANTANA GUERRA

TELMA MELLO VALIN

ORÇAMENTO PÚBLICO MUNICIPAL EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO E

CONTROLE DE RECURSOS NA EDUCAÇÃO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em:____/____/____

Banca Examinadora:

Professora Orientadora: Ma. Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa

Titulação: Mestre em Contabilidade Avançada pela Universidade de Marília –

UNIMAR/SP

Assinatura:______________________________

1º Prof.(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:______________________________

2º Prof.(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_____________________________

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Dedico a Deus por conceder o dom da vida e por revigorar a minha fé diante dos obstáculos que sem Ele não somos capazes de atravessar. Da mesma forma que agradeço a Deus, meu grande orientador, por sua presença inspiradora e misericordiosa. Ao meu pai, Antonio, a minha mãe, Telma e a minha irmã Mariana, que compreenderam minha ausência, confiaram em minha capacidade nesta empreitada e souberam, em silêncio, esperar para recuperar o tempo que lhes foi negado, em decorrência das horas dedicadas a este estudo. A todos os meus colegas do Curso de Ciências Contábeis, pelos excelentes momentos vividos e experiências trocadas. A todos os professores do Unisalesiano que contribuíram para meu aprendizado, compartilhando seus ensinamentos com compreensão, carinho e paciência. Em especial, às orientadoras, Rosiane e Heloísa, pela atenção, dedicação e orientação, compartilhando comigo uma importante parcela de seus vastos e sábios conhecimentos. Às companheiras nesta caminhada, minha mãe, Telma, e a minha amiga, Tays, pessoas muito importantes que fizeram parte deste estudo.

RENATA

A Deus, pela sua presença constante na minha vida, sem que eu precise pedir, pelo auxílio nas minhas escolhas e me confortar nas horas difíceis, por me dar força interior e coragem para concluir este trabalho e pela perseverança de não desistir nunca. Aos meus pais Lazaro, Zilda e ao meu irmão Gustavo por serem meus amigos, companheiros e acima de tudo, minha família. Por sempre acreditarem em mim nesta escalada e me apoiarem nos momentos difíceis e de realizações. Agradeço a vocês a compreensão nos momentos de ausência para a realização deste trabalho. Amo vocês! A todos os meus amigos, pelo apoio e momentos de alegria! Em especial aos colegas de classe, pelo carinho e pela certeza de que após esses quatro anos de convivência deixamos de ser colegas para nos tornarmos amigos e que sempre nos lembraremos uns dos outros. Obrigada! Um muito obrigada às professoras Rosiane e Heloísa, pelo apoio nos momentos precisos e pelo auxílio na elaboração e conclusão deste trabalho. Aos professores do Curso de Ciências Contábeis, que

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de uma forma ou de outra contribuíram para nossa formação profissional e pessoal. Em especial à “tia” Telma e à “tia” Renata, companheiras de monografia, por me acolherem nesta caminhada, não só como colega de monografia, mas sim como amiga. Enfim, a todos que de alguma maneira contribuíram para a execução desse trabalho, seja pela ajuda constante ou por uma palavra de amizade! Muito Obrigada!

TAYS

Dedico a Deus, por ter permitido a realização deste

trabalho, nada seria possível se não fosse Sua presença constante nesta caminhada. Ao meu esposo, Antonio, grande companheiro, que pacientemente, compreendeu minhas ausências, por seu ombro amigo nas horas de angústia, por seu companheirismo e auxílio que sempre ficou do meu lado transmitindo paz e serenidade sempre dispostas a me apoiar. Ao meu pai, Jorge, que sempre desejou que eu alcançasse formação superior, me estimulando a voltar a estudar. À Mariana, minha filha, ainda que de muito longe, sempre esteve muito presente nas horas mais necessárias. A todos os professores do Unisalesiano que muito ajudaram no meu crescimento e desenvolvimento acadêmico e a todos os colegas de faculdade pelo belo convívio que tivemos e pelo aprendizado adquirido com eles durante todo o curso. Às orientadoras, Rosiane e Heloísa, pela atenção, empenho, dedicação na orientação do desenvolvimento e conclusão deste trabalho. E às minhas companheiras de monografia, Renata, minha filha, Tays, grande amiga, que sem sua colaboração, companheirismo e afeição este trabalho não seria possível.

TELMA

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AGRADECIMENTOS

O caminho para a construção do conhecimento científico é árduo,

escarpado e cansativo. Por isso, o desânimo e a desistência sempre estão à

sombra daqueles atrevidos que se aventuraram a seguir por tal caminho.

Mas este ardiloso percurso nos traz preciosas recompensas que vão

muito além da aquisição do conhecimento científico. Ele nos mostra quem são

nossos companheiros incondicionais, aqueles que nos incentivam a seguir

apesar de tantos obstáculos, aqueles que sustentam nosso frágil e cansado

corpo quando não temos mais força para prosseguir na caminhada, enfim,

aqueles que sempre estarão conosco em todas as jornadas.

Esta pesquisa não a realizamos sozinhas. Jamais conseguiríamos sem a

ajuda daqueles que Deus sabiamente colocou em nosso caminho, auxiliando-

nos a construir e a escrever mais uma página de nossa história. Portanto,

devemos agradecer e reconhecer a importância destas pessoas em nossa

pesquisa.

Agradecemos a Deus pelo dom da vida e por revigorar a nossa fé diante

dos obstáculos que surgiram nesta caminhada.

Agradecemos a todos os professores que nos trouxeram crescimento e

desenvolvimento acadêmico incutindo em nós a esperança em construir um

trabalho consistente e relevante, sem sofrimento e pressões. Ao contrário, este

estudo tornou-se extremamente prazeroso e, ao seu término, deixa em nós um

misto de alegria e tristeza por não compartilhar mais com estas pessoas

maravilhosas, momentos de verdadeiro mergulho no conhecimento.

Agradecemos nossos amados familiares que confiaram em nossa

capacidade nesta empreitada e souberam, em silêncio, esperar para recuperar

o tempo que lhes foi negado, em decorrência das horas dedicadas a este

estudo.

Às orientadoras, Rosiane e Heloísa, pelo apoio, contribuições teóricas e

paciência. Também pela convivência harmoniosa.

Aos amigos do curso de Ciências Contábeis, que fizeram de todos os

momentos, bons momentos compartilhados.

Às pessoas amáveis da Prefeitura de Lins, que se colocaram ao nosso

dispor, para nos dar entendimento e informações necessárias para conclusão

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deste trabalho, em especial à Daiane Cristina Cavalcante, ao Valcinir Roberto

Peruchi, à Maria Aparecida Golmia e à Edna Cristina, que nos acompanharam

durante o trabalho dedicando tempo e atenção.

Enfim, a todos aqueles que a nos incentivaram e colaboraram para que

esse sonho se tornasse realidade, o nosso eterno agradecimento.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é evidenciar a relevância do orçamento público como peça de planejamento e controle, considerando os recursos de financiamento da educação no município de Lins, no exercício de 2011, bem como demonstrar a importância do orçamento público através da otimização dos recursos na área da Educação para alcançar os objetivos propostos pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). A Prefeitura Municipal de Lins tem como plano de trabalho governamental, o Orçamento Público, que é o instrumento legal de planejamento, coordenação e controle das ações Administrativas Governamentais, constituído pelo Plano Plurianual, pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e pelos Orçamentos Anuais, que são utilizados no amparo e análise da aplicação dos recursos à conta do FUNDEB. Este Fundo é composto por recursos provenientes dos próprios Estados, Distrito Federal e Municípios e sua distribuição aos municípios tem como base o número de alunos matriculados, obtido através do censo escolar mais atualizado do ano anterior, aplicados os fatores de ponderação diferenciais de custo aluno/ano, calculados os coeficientes individualizados determinantes da distribuição dos recursos, do início ao fim de cada exercício. Ao analisar a composição dos recursos destinados ao Ensino Infantil, identificou-se que o fator de ponderação está definido em 0,80 (creche parcial), 1,20 (creche integral), enquanto o ideal para o ensino de qualidade é fator de ponderação 1,0. A fim de atingir os objetivos propostos pelo FUNDEB, conforme apontados na Lei nº. 11.494/2007, o município de Lins, otimiza esses recursos e complementa a diferença entre o valor ideal fator de ponderação 1,0 e o repassado e custeia outras controvérsias trazidas por este fundo, através de orçamento próprio.

Palavras-chave: Orçamento Público. FUNDEB. Educação Infantil.

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ABSTRACT

The objective of this study is to highlight the relevance of the public budget as a tool of planning and control, considering the resources of education funding in the city of Lins in the year 2011 ,as well as demonstrate the importance of the public budget through the optimization of resources in the education field, in order to achieve the objectives proposed by the Fund for the Development of Basic Education and Appreciation of the Teaching Profession (FUNDEB). The City Hall of Lins has as governmental work plan the public budget, which is the legal instrument of planning, coordination and control of government administrative actions, which is composed of the Multiyear Planning, the Budget Guidelines Law and the Annual Budgets, that are used in support and analysis of investments provided by FUNDEB. This Fund is composed of funds from its own Federal District and Municipalities. Distribution to municipalities is based on the number of students enrolled, obtained through the school census updated over the previous year, applied the weighting factors cost differentials student / year, rates were calculated individual determinants of the distribution of resources from start to finish of each year. Analyzing the composition of the funds for the Childhood Education, identified that the weighting factor is set at 0,80 (part time daycare), 1,20 (full daycare), while the ideal for quality education is a weighting factor 1,0. In order to achieve the objectives proposed by FUNDEB, as posted in the Law no. 11.494/2007, the city of Lins is using the financial resources to their maximum benefit and contributes moneys from own funds to achieve the ideal weighting factor of 1,0 and financial resources distributed causing other controversies brought by this Fund trough its own budget. Keywords: Public Budget. FUNDEB. Childhood Education.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Escolas Municipais de Lins/SP ........................................................... 29

Quadro 2 - Escolas Estaduais de Lins/SP ............................................................. 29

Quadro 3 - Dirigentes da Prefeitura Municipal de Lins. ....................................... 32

Quadro 4 - Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Lins. ................ 33

Quadro 5 - Mesa Diretora e Vereadores. .............................................................. 35

Quadro 6 - Princípios Fundamentais da Contabilidade. ...................................... 39

Quadro 7 - Estrutura do Plano Plurianual. ............................................................. 47

Quadro 8 - Classificação das receitas por categoria econômica ........................ 52

Quadro 9 - Classificação da despesa por categoria econômica. ........................ 54

Quadro 10 - Classificação da despesa por categoria funcional. ......................... 54

Quadro 11 - Execução da despesa ........................................................................ 55

Quadro 12 - Demonstrações Contábeis ................................................................ 58

Quadro 13 - Recursos da base de cálculo do FUNDEB ...................................... 69

Quadro 14 - Fator de Ponderação. ........................................................................ 74

Quadro 15 - Valor aluno/ano - estimativa da receita FUNDEB 2011/ SP .......... 78

Quadro 16 - Estimativa da receita valor aluno/ano para o município de Lins. .. 79

Quadro 17 - Receita por Categoria Econômica .................................................... 80

Quadro 18 - Valores referentes à retenção de receita de impostos, ano 2011 . 81

Quadro 19 - Demonstrativo da fixação da despesa – FUNDEB ......................... 82

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estação Ferroviária em 1940 ................................................................ 20

Figura 2 - Catedral de Santo Antônio..................................................................... 20

Figura 3 - Lins em 1919........................................................................................... 21

Figura 4 - Lins atual ................................................................................................. 22

Figura 5 - Brasão do Município de Lins/SP ........................................................... 23

Figura 6 - Bandeira do Município de Lins/SP ........................................................ 24

Figura 7 - Fonte de água mineral ........................................................................... 26

Figura 8 - Prefeitura Municipal de Lins .................................................................. 30

Figura 9 - Câmara Municipal de Lins ..................................................................... 34

Figura 10 - Ciclo orçamentário ................................................................................ 46

Figura 11 - Função das Leis que compõem o Orçamento Público ..................... 48

Figura 12 - Classificação da despesa por elemento ............................................ 53

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

C F – Constituição Federal

CONSED – Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação

COOPERSOL - Cooperativa dos Recicladores de Resíduos Sólidos de Lins

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

EJA - Educação de Jovens e Adultos

FMDCA - Fundo dos Direitos da criança e do Adolescente

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

FPE - Fundo de Participação dos Estados

FPM - Fundo de Participação dos Municípios

FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação

FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental

e de Valorização do Magistério

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

IPIexp - Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações

IPTU - Imposto Predial Territorial Urbano

IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

ISS - Imposto Sobre Serviço

ITCMD - Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações de quaisquer

bens ou direitos

ITIV - Imposto sobre a transmissão Intervivos

ITR - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

LDB - Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional

LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA - Lei Orçamentária Anual

LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal

MEC- Ministério da Educação e Cultura

MP – Medida Provisória

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NOB - Noroeste do Brasil

PNE - Plano Nacional de Educação

PPA - Plano Plurianual

R.F.F.S.A. – Rede Ferroviária Federal S.A

UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16

CAPÍTULO I – A PREFEITURA MUNICIPAL DE LINS ................................... 19

1 CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE PÚBLICA ................................... 19

1.1 Descrição Legal ..................................................................................... 19

1.2 Histórico do Município de Lins e sua origem .......................................... 19

1.2.1 Símbolos do Município ........................................................................... 22

1.2.1.1 Brasão ................................................................................................... 22

1.2.1.2 Hino....................................................................................................... 23

1.2.2 Localização ............................................................................................ 24

1.2.3 Relevo, clima e vegetação ..................................................................... 25

1.2.4 A Água ................................................................................................... 25

1.3 Estrutura Organizacional ........................................................................ 26

1.3.1 Educação ............................................................................................... 27

1.4.1 Dirigentes ............................................................................................... 31

1.4.2 Estrutura administrativa do Município de Lins ........................................ 32

1.5 A Câmara Municipal de Lins .................................................................. 33

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................. 36

2 CONTABILIDADE PÚBLICA E ORÇAMENTO PÚBLICO .................... 36

2.1 Contabilidade pública ............................................................................. 36

2.1.1 Histórico da contabilidade pública .......................................................... 36

2.1.2 Conceito de contabilidade pública .......................................................... 37

2.1.3 Função e princípios contábeis ................................................................ 38

2.2 Orçamento público ................................................................................. 40

2.2.1 Origem histórica ..................................................................................... 40

2.2.2 Conceito de orçamento público .............................................................. 41

2.3 Princípios orçamentários ........................................................................ 42

2.4 Orçamento-programa ............................................................................. 43

2.4.1 Comparação entre Orçamento Tradicional e Orçamento-Programa ...... 44

2.5 Ciclo orçamentário ................................................................................. 45

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2.5.1 Plano Plurianual (PPA)........................................................................... 47

2.5.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) .................................................. 49

2.5.3 Lei Orçamentária Anual (LOA) ............................................................... 49

2.6 Receita pública ....................................................................................... 50

2.7 Despesa pública ..................................................................................... 52

2.7.1 Restos a pagar ....................................................................................... 55

2.8 Créditos adicionais ................................................................................. 56

2.9 Fundos especiais ................................................................................... 57

2.10 Demonstrações contábeis ...................................................................... 57

2.11 Prestação de contas públicas e controle da execução orçamentária ..... 58

CAPÍTULO III – O FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO

DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

DA EDUCAÇÃO ............................................................................................... 61

3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL ..... 61

3.1 Introdução .............................................................................................. 61

3.2 Financiamento do Ensino Público e sua História ................................... 62

3.2.1 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e

de Valorização do Magistério (FUNDEF) .......................................................... 64

3.2.2 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) ................................... 66

3.2.2.1 Lei de criação do FUNDEB ................................................................... 68

3.2.2.2 A composição das fontes de recursos do FUNDEB .............................. 69

3.2.2.3 A distribuição e aplicação dos recursos ................................................ 71

3.2.2.4 Fator de Ponderação, valor aluno/ano e custo aluno/ano ..................... 73

3.2.2.5 A aplicação dos recursos do FUNDEB e o orçamento no município

de Lins (SP) ...................................................................................................... 76

3.3 Discussão ............................................................................................... 82

3.4 Parecer final do Orçamento Público da Prefeitura Municipal de Lins

em função da aplicação e controle de recursos da educação .......................... 83

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 85

CONCLUSÃO ................................................................................................... 86

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 88

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APÊNDICES ..................................................................................................... 91

ANEXOS ........................................................................................................... 97

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem a pretensão de demonstrar a importância do

Orçamento Público através da otimização dos recursos na área da Educação,

para alcançar os objetivos propostos pelo Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da

Educação (FUNDEB), valorização do profissional da educação e padrão

mínimo de qualidade de ensino na educação pública.

A Constituição de 1988 estabeleceu como dever do Estado, por meio

dos municípios, a garantia à educação infantil, com acesso para todas as

crianças de 0 a 6 anos a creches e pré-escolas. Essa conquista da sociedade

significou legalmente, em obrigação do Estado e direito da criança.

Desta forma, este estudo está voltado para o financiamento do ensino

infantil e a aplicação dos recursos do FUNDEB. Pretende avaliar o

desenvolvimento do orçamento público, analisando-o em sua execução com

ênfase no controle da aplicação dos recursos da educação, através da

legislação, resoluções e reformas no campo da educação, realçar os aspectos

relativos ao financiamento para a educação, identificando o que este

financiamento oferece ao orçamento público.

A educação infantil, etapa inicial da educação, reconhecida como direito

da criança em inúmeros documentos no Brasil: Constituição Federal de 1988,

Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB), de 1996, e Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, atende crianças de 0 a 5 anos e se

divide em dois níveis: creche (0 a 3 anos) e pré-escola (4 a 5 anos), que

fazem parte da educação básica.

A Contabilidade Pública registra a previsão das receitas e a fixação das

despesas estabelecidas no Orçamento Público aprovado para o exercício,

escritura a execução orçamentária da receita e da despesa.

O Orçamento Público ou orçamento-programa é um plano de atividades

do governo, onde estão discriminados os serviços que ele presta aos cidadãos

e quanto eles custam. O governo necessita de um orçamento bem estruturado

e preciso para funcionar bem e saber quais resultados são alcançados ao fim

de um certo tempo e contribui também para a avaliação da execução do

mesmo.

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A estrutura do orçamento está baseada em três documentos: Plano

Plurianual (PPA) que estabelece as diretrizes, objetivos e metas da

administração para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para

as relativas aos programas continuados. Sua duração e execução se estendem

por quatro anos, começa no início do segundo ano do mandato do chefe do

poder executivo e termina no fim do primeiro ano do seu sucessor, de modo

que haja continuidade do processo de planejamento; Lei de Diretrizes

Orçamentária (LDO), por definição da constituição, estabelece as metas e

prioridades da administração pública inclusive despesas de capital, para o

exercício subsequente e orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual

(LOA), é uma lei que assegura o cumprimento do PPA e a LOA que

compreenderá o orçamento fiscal e seus fundos, o orçamento de investimentos

e o orçamento da seguridade social.

O orçamento público é uma das primeiras peças de planejamento e

controle ao alcance dos entes públicos e traz em sua composição a previsão

da receita e a fixação das despesas e conta ainda com o crédito proveniente

dos fundos especiais.

O fundo especial, na administração pública, é o produto de receitas

especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos

ou serviços. Segundo Andrade, (2008), os fundos são a centralização de

recursos com finalidade de desenvolver ou consolidar, por financiamento ou

negociação, uma atividade pública específica.

Quando da criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do

Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), como o próprio

nome diz, os recursos deste fundo eram todos destinados ao ensino

fundamental, ficando a educação infantil sem nenhuma garantia de verbas

destinadas a ela, dependendo da política educacional do município.

Porém, havia uma forte problemática, uma questão de ordem

pedagógica relativa à transição entre as séries iniciais e as finais, a passagem

dos alunos de um nível de ensino para o que vem em seguida, o impacto de

mudanças abruptas e de efeitos múltiplos refletindo-se negativamente no

desempenho escolar, desta forma, pelos motivos descritos, houve a

necessidade da criação de um sistema que englobasse todas as escolas

públicas (de educação infantil, de ensino fundamental e de ensino médio),

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garantindo a todas o mesmo padrão de qualidade, bem como infraestrutura

pedagógica e administrativa necessária.

Com a implantação do FUNDEB, todas as etapas e modalidades da

educação básica públicas passaram a contar com um mecanismo regular de

financiamento.

Segundo Callegari (2009), comparando o extinto FUNDEF, a nova

sistematização redistributiva processada com o FUNDEB, em que pareça

movimentar um montante maior de recursos financeiros, coloca sob cobertura

um contingente maior de alunos, refletindo-se negativamente nos valores per

capita resultantes. O valor mínimo nacional para garantir padrões mínimos de

qualidade de ensino, por modalidade de ensino, referente ao valor aluno/ano, é

definido pelo fator de ponderação que corresponde a 1,0 (um); respectivamente

para creches e ensino infantil, 0,8 e 1,0 do valor custo-aluno qualidade.

O questionamento que norteou a pesquisa foi: como o município pode

organizar seu orçamento visando a atender de forma plena e sem prejuízo?

Levanta-se a hipótese de que o orçamento público em seu

planejamento deve otimizar seus recursos priorizando projetos.

Para comprovar a hipótese levantada foi realizada uma pesquisa de

campo na Prefeitura Municipal de Lins, no período de fevereiro a outubro de

2011, os métodos e técnicas utilizados na pesquisa estão descritos no terceiro

capítulo.

A composição deste trabalho está distribuída em três capítulos:

No primeiro capítulo, Caracterização da Entidade Publica, é descrito

como surgiu o município de Lins, sua história, localização, estrutura

organizacional, Prefeitura Municipal e outras particularidades.

O segundo capítulo, Contabilidade Pública e Orçamento Público, versa

sobre o conceito e histórico da contabilidade pública, funções e princípios

contábeis, o orçamento público e as peças contábeis (PPA, LDO e LOA) e

conceitos, pautando-se por pesquisa bibliográfica.

No terceiro capítulo, há uma explanação sobre o FUNDEF e o FUNDEB,

o financiamento da educação pública no Brasil, demonstrando que o

Orçamento Público é um instrumento utilizado para a otimização das verbas

públicas na área da Educação na Prefeitura Municipal de Lins.

Finalizando, vem a proposta de intervenção e a conclusão.

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CAPÍTULO I

A PREFEITURA MUNICIPAL DE LINS

1 CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE PÚBLICA

1.1 Descrição Legal

Lins, distrito criado em 30 de dezembro de 1913, com o nome de

Albuquerque Lins, no município de Bauru, em 21 de abril de 1920, obteve a

emancipação político-administrativa. Através da Lei Estadual n. 2.182, de 29 de

dezembro de 1926, sua denominação foi simplificada para Lins. Está inscrita na

Secretaria da Receita Federal sob nº 44.531.788/0001-38.

1.2 Histórico do Município de Lins e sua origem

Conforme histórico da Câmara Municipal de Lins (2006), no início do

século XX, um povoado regional com o nome de Santo Antônio do Campestre

começou a surgir nas proximidades do que era o cruzamento entre uma antiga

trilha dos índios Coroados (habitantes nativos da região) e a recém construída

Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, próxima ao córrego denominado

Campestre (anteriormente conhecido como Brumadinho ou Douradinho).

Em 16 de fevereiro de 1908, o então Presidente da República, Afonso

Pena, inaugurou um trecho contendo quatro estações da Ferrovia. Dentre estas

estações estava a do KM 152, conhecido por “Estação Campestre”, próxima ao

córrego homônimo. Esta estação foi batizada “Albuquerque Lins”, em

homenagem ao político paulista Manoel Joaquim de Albuquerque Lins, que

seria presidente (cargo este que hoje se denomina governador) do Estado de

São Paulo entre 1908 e 1912.

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A região de Lins é composta por dez municípios: Cafelândia, Getulina,

Guarantã, Guaimbê, Lins, Sabino, Pongaí, Promissão, Guaiçara e Uru.

Fonte: Câmara Municipal de Lins, 2011

Figura 1 – Estação Ferroviária em 1940

Em 1909 o Coronel Manuel Francisco Ribeiro doou uma gleba de terra

para a construção da Igreja Santo Antonio, a primeira missa foi celebrada em

03 de julho de 1910.

Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2011

Figura 2 - Catedral de Santo Antônio

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Em 1913 foi feita a doação de terra à margem do córrego Campestre e

junto à Estação da Estrada de Ferro à Câmara Municipal de Bauru, foi criado o

Distrito de Paz de Albuquerque Lins, no município de Bauru.

Em 1914, o Distrito de Paz de Albuquerque Lins do município de Bauru

passou ao município de Pirajuí. No dia 21 de abril de 1920 deu-se a

emancipação política do município de Albuquerque Lins, sendo seu primeiro

Prefeito Municipal o Doutor Urbano Telles de Menezes.

Pela Lei Estadual n. 2.182, de 29 de dezembro de 1926, o município de

Albuquerque Lins, da Comarca de Pirajuí, passou a denominar-se Lins. A

cidade de Lins chegou a ser “o maior centro cafeeiro do mundo”, passando a

ser a “Princesa da Noroeste”, “cidade das escolas”, e chegou ao título de “a

maior bacia leiteira do Estado de São Paulo”.

A denominação do município constitui uma homenagem ao ilustre

homem público Doutor Manoel Joaquim de Albuquerque Lins, que nasceu na

cidade de São Miguel dos campos, Alagoas, em 18 de setembro de 1852, veio

para São Paulo ainda moço. Foi juiz municipal na cidade de Capivari, interior

de São Paulo, onde permaneceu até o ano de 1887, dedicando-se, ainda,

posteriormente, à profissão de advogado, e por fim à atividade de agricultor.

Foi eleito deputado à Assembléia Provincial para o biênio de 1888/89. Faleceu

na cidade de São Paulo em 07 de janeiro de 1926.

Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2011

Figura 3 - Lins em 1919

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Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2011

Figura 4 – Lins atual

1.2.1 Símbolos do Município

1.2.1.1 Brasão

O Brasão de Lins origina-se do Escudo Português, contingência das

raízes portuguesas, firmadas no Brasil. Foi elaborado recebendo

características baseadas na história do lugar e traduzidas em linguagem

heráldica, pela Lei 281, de 17 de dezembro de 1953 e correções autorizadas

pela Lei 1128, de 02 de janeiro de 1970.

A coroa significa Lins fazendo parte das cidades consideradas de

primeira ordem, pela riqueza cafeeira do passado e pela riqueza da Educação

no presente.

É alicerçado por um ramo de café frutificado à esquerda e, à direita,

algodão e cereais em suas cores naturais, representando as fontes de riqueza

que deram ao município a estabilidade socioeconômica tão importante para

seu desenvolvimento.

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O progresso, avanço da tecnologia e a evolução, deixaram para trás o

cultivo do café, trazendo um novo enfoque ao município que entra na Era da

Comunicação: A riqueza do Saber. Por isso, a base do Brasão traz como Lema

Ex coffea - Ac-Scholla: DO CAFÉ E DA ESCOLA SURGE LINS.

Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2011

Figura 5 - Brasão do Município de Lins/SP

1.2.1.2 Hino

Composição do professor Fauze Kfouri, sua música veio de inspiração e

a técnica da professora Dona Maria de Lourdes de Oliveira Morotti.

O Hino traz em seu canto o potencial da imensa riqueza da terra, sua

quase dezena de faculdades, o constante labutar, a grandeza espiritual do

povo e a recordação da antiga “Princesa do Noroeste”, quando foi “O maior

centro cafeeiro do mundo”.

1.2.1.3 Bandeira

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O estudo para a criação da bandeira de Lins foi feito pela “Comissão

Pró-Brasões de Armas”, localizada em Campinas, indicando seu tamanho, a

forma, o tecido e suas cores, a cor da ponta da lança e a altura do mastro.

O Brasão do Município é colocado no centro da bandeira e as cores

escolhidas foram: o azul, que lembra o firmamento, sob o qual trabalharam

todos arduamente; no vermelho exibem-se as vitórias alcançadas. (RIBEIRO,

1995)

Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2011

Figura 6 - Bandeira do Município de Lins/SP

1.2.2 Localização

A região geográfica polarizada pela cidade de Lins é conhecida por

Média Noroeste, que é constituída por dezenove municípios. A região ocupa a

porção central do Planalto ocidental Paulista, limitando-se ao Norte com a

região da Alta Araraquarense, ao Sul com a Alta Paulista, a Leste com a Baixa

Noroeste e a Oeste com a Alta Noroeste.

Localizada na porção central da região, a 457 metros de altitude, a oeste

do Estado de São Paulo, no chamado Noroeste Paulista, com uma área total

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(urbana e rural) de 571 km², dista da capital 453 km por via rodoviária e 388

Km por via aérea.

O município encontra-se junto ao cumprimento das rodovias BR - 153

(Transbrasiliana) e SP – 300 (Marechal Rondon) e na altura do Km 131 da

antiga ferrovia Noroeste do Brasil (NOB) /Rede Ferroviária Federal S.A

(R.F.F.S.A.), e depois privatizada com o nome de Ferrovia Novoeste S/A.

Limita-se ao Norte com os municípios de Guaiçara e Sabino; ao Sul, com os de

Guaimbê e Cafelândia; a Leste, com os Sabino e de Cafelândia; a Oeste, com

os de Guaiçara e Getulina e ainda limitando-se com o Distrito de Guapiranga.

1.2.3 Relevo, clima e vegetação

O relevo encontra-se dissecado em forma de colinas com topos

aplainados e as altitudes estão em torno de 400 a 500 metros. Predominam

solos arenosos, profundos, acentuadamente drenados e originados de material

pobre em sua composição.

A rede hidrográfica pertence à bacia do Rio Paraná, sendo constituída

pelos cursos que correm para o vale do Tiête, destacando-se o afluente Rio

Dourado, Rio Feio, Ribeirão Campestre, Ribeirão Grande, Córrego Capão

Bonito, Córrego Jacutinga.

A vegetação original do município era representada pela floresta

estacional semidecídua, ocorre poucas manchas de vegetação semidecíduo

xeromorfa-cerrado. A vegetação antiga teve na cafeicultura a principal

responsável pela degradação da vegetação original. O clima é do tipo tropical e

subsumido. Possui duas estações: verão quente e chuvoso, ameno e seco.

1.2.4 A Água

Em 1959, a Petrobrás perfurou, em busca de petróleo, um poço que

atingiu 3.459,5 metros de profundidade. O petróleo não foi encontrado, mas

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jorrou água, comum a vazão horária de 450 m³, em uma temperatura de 39

graus centígrados.

Fonte: CURTALINS, 2011

Figura 7 - Fonte de água mineral

Segundo o Código de Águas Minerais, trata-se de água termal mineral,

predominantemente alcalina sódica, isotermal e alcalina-bicarbonatada, na qual

se evidencia propriedades de real valor na crenoterapia, produzindo bons

resultados no tratamento de algumas doenças. A água é semelhante à

renomada água da cidade de Vichy, na França.

A lavra da Fonte de Fátima hoje pertence a um empreendimento

privado, estando localizada no interior do resort instalado na cidade. Existem,

entretanto, várias outras fontes naturais de água potável, de boa qualidade

para o consumo público.

1.3 Estrutura Organizacional

Atualmente o município de Lins possui uma população de 71.432

habitantes, conforme dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2011).

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O atendimento realizado na área social é feito através da Secretaria

Municipal de Ação Social e entidades ligadas à promoção social. São

realizados atendimentos a famílias carentes, crianças e idosos, através de

atendimento, cestas básicas e orientação.

A coleta de lixo é realizada 100% da zona urbana. Na coleta de lixo está

incluída a varrição de rua, o lixo proveniente das indústrias. Na coleta de lixo

hospitalar estão incluídos todos os estabelecimentos de saúde do município.

A Cooperativa dos Recicladores de Resíduos Sólidos de Lins

(COOPERSOL), programa de economia solidária apoiado pelo Município

atende à coleta de material reciclável, com programas separados para óleo

comestível, lixo eletrônico e outros resíduos. A comercialização e reciclagem

efetiva contam com o apoio de empresas particulares locais.

O município possui variados acessos viários, o tráfego rodoviário,

Rodovia Federal BR 153 (Transbrasiliana), que liga o país de Norte a Sul, e

também pelas estradas estaduais: Marechal Cândido Rondon – SP 300 e

Rodovia David Eid – SP 283; o tráfego ferroviário, a malha ferroviária que

passa por Lins interliga o oeste do Brasil a São Paulo e ao Porto de Santos; e

possui ainda o aeroviário (Aeroporto Estadual Governador Lucas Nogueira

Garcez).

Lins possui com atendimento regional na área de saúde, a Santa Casa

de Misericórdia de Lins, fundada em 18 de março de 1923, possui ainda

hospitais particulares, Hospital da Unimed A. Gelis e Hospital e Maternidade

São Lucas, o Hospital Psiquiátrico Clemente Ferreira e quinze unidades de

saúde pública, distribuídas em cada bairro.

No município, existem 26 restaurantes, 7 casas noturnas, 7 hotéis, 4

clubes, 6 Estádios de futebol, 1 teatro, 1 galeria de artes e 1 cinema.

O Museu Histórico de Lins, possui um rico acervo, com peças da

Segunda Guerra Mundial, Revolução Constitucionalista de 32, N.O.B, fotos

históricas, vestimentas religiosas do Monsenhor Pasetto, entre outras.

Nossa região possui como base econômica a agroindústria, a tecnologia,

a educação e o turismo.

1.3.1 Educação

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Segundo o jornal Correio de Lins (2009), a história mais antiga e mais

completa de uma escola municipal de Albuquerque Lins é a da Escola de

Capão Bonito. Esta escola começou a funcionar em 1º de outubro de 1920 “em

uma boa sala de madeira”, sob a regência da professora Luiza Rebolças de

Carvalho.

No dia 10 de agosto de 1921, a Câmara de Albuquerque Lins recebeu

ofício da Secretaria Estadual do Interior, solicitando ao município a criação e

instalação de Escolas Municipais, ao ensejo da comemoração do 1º Centenário

da Independência do Brasil.

A Delegacia Regional de Ensino de Lins foi criada pelo decreto estadual

n. 5.335, de 7/1/1932, sendo instalada nesse mesmo ano. A taxa de

alfabetização da população atual do município de Lins está compreendida em

92,48%, sendo a rede de ensino de Lins constituída pelas seguintes escolas

municipais e estaduais:

(continua)

Escolas Municipais Endereços

EMEI Profª. Áurea de Campos Gonçalves R.Raposo Tavares, 294 - Bairro São João

EMEIEF Profª. Gessy Martins Beozzo R. Ir.Ruth da Costa, 255 - Jardim Bom Viver I

EMEI Egilda Sciamarelli Prado Av. Arq.Luiz Saia, 80 - Centro

EMEF João Alves da Costa R. José Nunes Silva, 255 - Jd. Santa Maria

EMEI Profª. Maria Aparecida da Silva Elias Rua Rockefeller, s/n - Bairro Ribeiro

EMEI Nossa Senhora de Fátima R. Dom Pedro II, s/n - Bairro Junqueira

EMEI Prof. Agostinho Perazza R. José Nunes da Silva, 255 – Jd. Santa Maria

EMEI Profª. Alda T. Perches Queiroz R. Dr. Antonio F. Ibanhes, 535 - Morumbi

EMEI Eng. Lavoisier Monney Júnior Av. Arquiteto Luiz Saia, 2000 – Bairro

EMEI Prof. Eugênio Martins Ramon R. Castro Alves, 780 – Bairro Junqueira

CEP – Paulo Freire R. Luiz Jefferson M. da Silva,181 – Bom Viver I

EMEF Dom Walter Bini R. Benedito Ferraz, 341 – Jd. Bandeirantes

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(conclusão)

EMEI Maria Aparecida Zani Bertin R: Wadih Haman, 435 – Jd. Santa Maria

EMEIF João Santos Meira Rua João Santos Meira, 31 - Guapiranga

EMEI Profª. Kitisi Iamamuti R.Francisco Iyda, 396 – Jd. União

EMEI Carlos Aparecido Sanches R.Jovyra Rolim Sodré, 50 – Manabu Mabe

EMEI Profª. Maria de Lourdes Alencar Silva R.Prof. Antonio Seabra, 805 – B.Sta.Terezinha

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2011

Quadro 1 – Escolas Municipais de Lins/SP

Escolas Estaduais Endereços

EE Prof. Minervina Santana Carneiro Rua Paulo Giraldi, 1.519

EE Dorival Calazans Luz Rua João Ramalho, 73

EE Dona Genoveva Junqueira Rua Nilo Noronha, 306

EE Prof. Miecio Cavalheiro Bonilha Trav. Antonio P. Da Silva, 66

EE Fernando Costa Rua 09 de julho, 1.276

EE 21 de Abril Rua Rio Branco, 1.134

EE José Ariano Rodrigues Rua José Ariano Rodrigues, 77

EE Prof. Jorge Americano Avenida Duque de Caxias, 804

EE Dom Henrique Mourão Travessa Vicente de Paula, 380

EE Prof. Otacílio Sant Anna Rua Prof. Antonio Garbi, 120

EE Prof. Décia L.M. dos Santos Rua Flosculo F.Amaral, 260

EE João Pedro de Carvalho Neto Rua Dr. Lauro Cleto, 120

EE Prof. Walter Cardoso Galati Rua Joaquim F. Valente, 633

EE Pe. Eduardo Rebouças de Carvalho

Rua Alcides Ferrer Plateiro, 550

EE Pe.Octacílio de Oliveira R.Prof. Antonio Seabra, 525

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2011

Quadro 2 – Escolas Estaduais de Lins/SP

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1.4 Prefeitura Municipal de Lins

A Prefeitura Municipal de Lins localiza parte de seus serviços e

secretarias em sede própria no centro da cidade, Rua Olavo Bilac nº. 640.

Além do prédio da Administração Municipal existem outros imóveis alugados na

cidade ocupados pelas secretarias municipais. Em breve, este quadro será

mudado, pois com o número de secretarias aumentando foi necessário a

aquisição de mais um prédio, onde as secretarias serão mais bem distribuídas.

Ele está localizado na Avenida Nicolau Zarvos n. 754.

A atividade desenvolvida pela prefeitura é o serviço de atendimento ao

público. Isto significa serviços de saúde, educação, assistência social e a

manutenção da cidade, praças, ruas, e órgãos a ela ligados. Segundo Andrade

(2008), podem-se conceituar serviços públicos como todo serviço prestado pela

Administração, direta ou indireta, ou por seus delegados, sob normas e

controles estatais, para satisfazer as necessidades essenciais ou secundárias

da coletividade, ou simples conveniência do Estado.

Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2011

Figura 8 - Prefeitura Municipal de Lins

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A Prefeitura de Lins possui, atualmente, em seu quadro de funcionários

1579 servidores municipais, onde 1257 são ativos e 322 aposentados e

pensionistas.

Dados apurados no jornal Correio de Lins (2010), o primeiro Orçamento

Municipal, aprovado pela Câmara Municipal da Albuquerque Lins, Lei n. 20, de

26 de outubro de 1920, assinada pelo prefeito Dr. Urbano Telles de Menezes,

orçou a receita e fixou as despesas para o exercício de 1921 em Rs

70:600$000 (setenta contos e seiscentos mil réis). O atual orçamento, o qual é

regido pela Lei n. 5. 448, de 14 de dezembro de 2010 prevê a receita e fixa as

despesas em R$ 108.070.000,00 (cento e oito milhões e setenta mil reais),

sendo que para a área da educação ficou distribuído R$ 25.249.690,40 (vinte e

cinco milhões, duzentos e quarenta e nove mil, seiscentos e noventa reais e

quarenta centavos).

O prefeito atual do município é o Senhor Engenheiro Waldemar Sândoli

Casadei e a Vice-Prefeita a Senhora Keiko Obara Kurimori.

1.4.1 Dirigentes

A equipe de dirigentes da Prefeitura Municipal de Lins, de acordo com as

informações repassadas pelo Departamento de Recursos Humanos, é

composta conforme quadro:

(continua)

Secretarias Dirigentes

Gabinete do Prefeito Engº Waldemar Sândoli Casadei

Gabinete Vice Prefeito Keiko Obara Kurimori

Chefe de Gabinete Cristiane Pereira

Procuradoria Geral do Município Dr. Rildo Henrique Pereira Marinho

Secretaria dos Negócios Administrativos José Roberto Alves de Oliveira

Secretaria Municipal de Planejamento e Finança

Valcinir Roberto Peruchi

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(conclusão)

Secretaria Municipal de Educação Maria Aparecida de Oliveira Golmia

Alcindo José Checon Secretaria Municipal da Assistência Social

Secretaria Municipal de Esportes, Cultura, Lazer e Turismo

Akio Matsuura

Secretaria de Desenvolvimento e Turismo Israel Antonio Alfonso

Secretaria Municipal de Saúde Claudia Nunes

Secretaria de Urbanismo, Serviços e Obras Públicas

Aderbal R. Peçanha de Lima

Coordenadoria de Modernização Administrativa

Celso Aparecido Martinsdos Santos

Coordenadoria de Comunicação Nilton César Nunes

Coordenadoria de Política Rural e Meio Ambiente

Hemerson Fernandes Calgaro

Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2011

Quadro 3 - Dirigentes da Prefeitura Municipal de Lins.

1.4.2 Estrutura administrativa do Município de Lins

A estrutura administrativa do Município de Lins está organizada da

seguinte forma:

(continua)

Secretarias Setores

GABINETE DO PREFEITO

Chefia de Gabinete Coordenadoria Municipal de Comunicação

Coordenadoria Municipal de Modernização Administrativa

Defesa Civil Divisão de Projetos e Convênios

Fundo Social de Solidariedade

Gabinete da Vice-Prefeita

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Divisão de Cultura

Divisão de Nutrição/Cozinha Piloto

Educação Especial Ensino Infantil

Ensino Fundamental Ensino Jovens e Adultos

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(conclusão)

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

CAPS - Centro de Apoio Psico-Social Saúde Bucal

Saúde da Comunidade

Vigilância Epidemiológica e Imunização Vigilância Sanitária

SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO SERVIÇOS E OBRAS PÚBLICAS

Divisão de Limpeza Pública

Divisão da Manutenção dos Cemitérios Divisão de Vias Públicas

Divisão Municipal de Trânsito

SECRETARIA MUNICIPAL DE NEGÓCIOS ADMINISTRATIVOS

Departamento de Recursos Humanos Divisão de Almoxarifado

Divisão de Assessoria e Apoio Técnico Divisão de Licitação e Compras

Divisão de Protocolo

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E FINANÇAS

Setor de Arrecadação Setor de Cadastro Técnico

Setor de Contabilidade

Setor de Controladoria Setor de Dívida Ativa

Setor de Fiscalização Tributária Tesouraria

PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO Setor Jurídico

SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTE, LAZER E CULTURA

Setor de Projeto Social e Esportivo

Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2011

Quadro 4 - Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Lins.

1.5 A Câmara Municipal de Lins

Na data de 21 de abril de 1920, no edifício situado na Avenida 4, às

14h:30min, hoje Rua Maestro Carlos Gomes, 22, através de sessão solene,

lavrada em ata, foi instalada a Câmara Municipal de Lins, e empossados os

vereadores Dr. Urbano Telles de Menezes, Coronel João Pinto Ramalho, Dr.

João Luiz de Souza, Tenente Florêncio Pupo Neto, José Antunes da Silveira e

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Manoel de Sá Fortes Junqueira Júnior, ato este realizado pelo Dr. Múcio

Floriano de Toledo, juíz de Direito da Comarca.

A Câmara Municipal é órgão fiscalizador dos atos do Poder Executivo, é

o controle externo juntamente com o Tribunal de Contas do Estado, sendo este

o controle externo da Câmara Municipal. Tem como sua jurisdição: dar posse

ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos vereadores, aprovar as peças orçamentárias

municipal, Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei

de Orçamento Anual (LOA), respeitando os prazos de regresso à Prefeitura

conforme Lei Orgânica.

Fonte: Câmara Municipal de Lins, 2011

Figura 9 - Câmara Municipal de Lins

(continua)

Cargo Vereadores

Presidente Edigar de Souza

Vice-Presidente Guadalupe Boa Sorte

1º Secretário Marino Bovolente Junior

2º Secretário Marcio Ricardo Petinatti

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(conclusão)

1º Suplente Roy Nelson Pinto

2º Suplente Mauro Elias Barbosa

Damião Franco de Souza

José Gomes

Durval Marçola

Aparecido Correa da Silva

Fonte: Câmara Municipal de Lins, 2011

Quadro 5 - Mesa Diretora e Vereadores.

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CAPÍTULO II

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2 CONTABILIDADE PÚBLICA E ORÇAMENTO PÚBLICO

2.1 Contabilidade pública

A Contabilidade Pública é regulada pela Lei n. 4.320, de 17 de março de

1964, aplicada às pessoas jurídicas de Direito Público, e hoje constitui a

principal teoria que fundamenta a contabilidade, seguindo os princípios que

passaram a ser aceitos e seguidos por todos.

2.1.1 Histórico da contabilidade pública

A própria contabilidade conta sua história, pois os registros contábeis

fazem parte da matéria-prima dos historiadores. A contabilidade é produto do

Renascimento italiano e que não se sabe quem a inventou, porém, os sistemas

de escrituração por partidas dobradas começaram a surgir nos séculos XIII e

XIV em diversos centros de comércio no norte da Itália. O primeiro registro de

um sistema completo de escrituração por partidas dobradas é encontrado nos

arquivos municipais da cidade de Gênova, Itália, cobrindo o ano de 1340.

(SLOMSKI, 2003)

No Brasil, a contabilidade aparece no reinado de D. João VI, em 1808,

ao publicar um alvará obrigando os Contadores Gerais da Real Fazenda a

aplicarem o método das partidas dobradas na escrituração mercantil. Décadas

depois, em 1850, é promulgada a Lei que institui o Código Comercial, que

tornou obrigatória a escrituração contábil e a elaboração anual dos Balanços

Gerais, compostos dos bens, direitos e obrigações das empresas comerciais.

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A instituição do Código Comercial coincide com a saída da era da

estagnação da contabilidade. Com a queda do Imperador D. Pedro II e

consequente proclamação da República em 1889, faz-se necessário maior

controle das coisas públicas. Assim, em 1922, é aprovado, no Brasil, o Código

de Contabilidade da União e, em 1940 pelo Decreto Lei n. 2.416, de 17 de

julho, foi regulamentada a elaboração e a execução dos orçamentos e

balanços dos Estados e municípios determinando um modelo-padrão de

balanços para essas entidades públicas.

Este Código e Decreto foram substituídos pela Lei Complementar n.

4.320/64, de 17 de março de 1964, que vigora até os dias de hoje, ajustada aos

avanços verificados na ciência contábil e incorporados pelas empresas

privadas do Brasil.

2.1.2 Conceito de contabilidade pública

A Contabilidade Pública é o ramo da Contabilidade que tem por objetivo

aplicar os Conceitos, Princípios e Normas Contábeis na gestão orçamentária,

financeira e patrimonial dos Órgãos e Entidades da Administração Pública, e

como ramo da Contabilidade, oferecer à sociedade, de maneira transparente e

acessível o conhecimento amplo sobre a gestão dos entes públicos.

Partindo dessa premissa, podemos ampliar o conceito da contabilidade pública para o sistema de informações voltado a selecionar, registrar, resumir, interpretar e divulgar os fatos mensuráveis em moeda, que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais de órgãos e entidades públicos. (ARAÚJO; ARRUDA, 2004, p. 31).

Segundo Silva (2004), a Contabilidade Pública registra a previsão das

receitas e a fixação das despesas, estabelecidas no Orçamento Público

aprovado para o exercício, escritura a execução orçamentária da receita e da

despesa, confronta a previsão e a realização das receitas e despesas, controla

as operações de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações,

revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio.

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A Administração Pública pode optar em realizar suas atividades de

forma direta ou indiretamente.

Na Administração Direta, o núcleo de cada Administração Pública

(federal, estadual, distrital ou municipal) corresponde à própria pessoa jurídica

política (União, Estado, Distrito Federal, Municípios) e seus órgãos

despersonalizados.

Já a Administração Indireta é o conjunto de entidades personalizadas,

vinculadas normalmente a um órgão da Administração Direta (Ministério ou

Secretaria), previstas no art. 4. II, do Decreto Lei n. 200, de 25 de fevereiro de

1967, como exemplos: as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e

sociedade de economia mista.

2.1.3 Função e princípios contábeis

Um princípio contábil é a essência das doutrinas e teorias relativas à

Ciência Contábil, sendo, portanto, estável no tempo e espaço. Os Princípios

Fundamentais da Contabilidade, antes chamados de Princípios Contábeis

Geralmente Aceitos foram estabelecidos pelo Conselho Federal de

Contabilidade, através da Resolução CFC 750/93, e mais tarde foram melhor

explicados através da Resolução 774/93. Tornaram-se regras que passaram a

ser seguidas e aceitas por todos e hoje constituem a principal teoria que

sustenta e fundamenta a Contabilidade

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são: Entidade,

Continuidade, Oportunidade, Registro pelo valor original, Atualização

monetária, Competência e Prudência.

(continua)

PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade. Determina a autonomia patrimonial. O patrimônio pertence à entidade; a entidade pertence aos sócios, mas o patrimônio da entidade não pertence aos sócios. O patrimônio da entidade não se confunde com o dos sócios. Os sócios não podem usufruir do patrimônio, em benefício próprio. A Consolidação das Demonstrações Contábeis consolida somente as Demonstrações, e não o Patrimônio das entidades.

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39

(conclusão)

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Em princípio, a entidade existirá infinitamente e terá seu Patrimônio contabilizado pelo Custo Histórico. No caso de haver uma decisão de encerrar as atividades por parte dos proprietários, decisão judicial ou do governo, então, o seu Patrimônio passará a ser avaliado pelo valor de realização. A situação-limite deste Princípio é a cessação total ou parcial das atividades da entidade, e de forma definitiva.

PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

Determina que os registros contábeis sejam feitos no momento em que o fato ocorra (tempestividade) e pelo seu valor completo (integralidade). Portanto, este Princípio determina que o registro seja feito no momento da transferência de propriedade, através da emissão da Nota Fiscal (oportunidade), e pelo seu valor total (totalidade).

PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

A avaliação dos componentes patrimoniais deverá ser feita pelos valores originais das transações com o mundo exterior (valores de entrada), expressos sempre em moeda nacional, independente de se resultaram ou não de livre negociação e em condições de razoável igualdade entre as partes. Se adquiridos ou contratados em moeda estrangeira, terão os seus valores convertidos para a moeda nacional, na data da transação. No caso de se receber um bem em doação, este deverá ser registrado pelo seu valor de mercado, obtido através da avaliação de um perito.

PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

Reconhece que os efeitos do poder aquisitivo da moeda nacional devam ser reconhecidos contabilmente, através de uma atualização monetária, utilizando-se um único indexador (oficial), para todos os ramos de atividades econômicas. Portanto, a Atualização Monetária busca atualizar o valor original, e não o valor de mercado, por isso não se trata de uma “correção”, e sim de uma “atualização dos valores originais”.

PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Determina que as receitas e as despesas devam ser incluídas na apuração do resultado do período em que efetivamente ocorreram independente do seu recebimento ou pagamento (respectivamente). Este princípio está intimamente ligado às variações do Patrimônio Líquido.

PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

Determina que sempre que se apresentarem pelo menos duas hipóteses igualmente válidas, de realização possível e que venha a ocorrer em data futura, que se utilize sempre a que corresponder a um menor ativo e/ou um maior passivo. Portanto, a que representar um menor Patrimônio Líquido.

Fonte: Adaptado de Slomski, 2003

Quadro 6 – Princípios Fundamentais da Contabilidade.

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40

2.2 Orçamento público

O orçamento é um plano de trabalho governamental elaborado pelo

Poder Executivo, expresso em termos monetários. É o instrumento legal de

planejamento, coordenação e controle das ações da Administração

Governamental por meio do qual são organizados os programas através de

projetos, atividades e operações especiais, para um período financeiro, tem

como conteúdo básico a estimativa da receita e fixação da despesa,

considerando-se a série histórica, os diagnósticos e as demandas sociais e

econômicas, onde estabelece as políticas para o exercício a que se refere.

Para a elaboração e o controle do orçamento público no Brasil deve

obedecer aos princípios orçamentários que estão previstos na Constituição

Federal e na Lei n. 4.320/64, que são eles: unidade; anualidade,

universalidade, programação, especificação, exclusividade, clareza, equilíbrio,

publicidade.

O processo de planejamento do orçamento é constituído pelo Plano

Plurianual (PPA), pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e pela Lei

Orçamentária Anual (LOA).

O orçamento público é conduzido por outros instrumentos, a Portaria n.

42, de 14 de abril de 1999, a Lei Complementar n. 101, de 04 de maio de 2000

e ainda a Portaria Interministerial n. 163, de 04 de maio 2001.

2.2.1 Origem histórica

O orçamento público é o principal instrumento de ação de qualquer

governo, independente de sua ideologia. É arrecadando e gastando seguindo

um plano que o governo modifica uma sociedade, em maior ou menor grau

conforme a eficiência, a eficácia e a efetividade de suas ações. O orçamento

não é um fim, é um meio de realizar ações de governo.

A ideia de fazer com que a previsão das despesas e das receitas

públicas fosse aprovada antes de sua real efetivação vem desde a Idade

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Média. A origem do orçamento público ocorreu mais precisamente em 1215, na

Inglaterra, através da Carta Magna, quando os senhores feudais objetivavam

limitar os poderes de arrecadação do rei e definir a forma de realização dos

gastos. (ARAÚJO; ARRUDA, 2004)

Já nos Estados Unidos, a Declaração de Direitos do Congresso da

Filadélfia, elaborada em 1787, implantou a exigência da prática orçamentária.

Anos depois, a Constituinte da França de 1789, resultante da Revolução

Francesa, consagrou o princípio de que a “votação das receitas e despesas

seria atribuição dos representantes da nação”. A crise econômica de 1929, a

Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o fim do colonialismo, no pós-guerra

são alguns dos acontecimentos históricos que, apesar de terem outros motivos

muito mais importantes, acabaram forçando a criação de um instrumento de

controle das finanças governamentais e de intervenção na economia nacional,

que resulta no orçamento público como é praticado hoje em dia.

A constituição Imperial de 1824, no Brasil, promove as primeiras

exigências para elaboração de orçamentos formais por parte das instituições

imperiais, sendo que eles só vieram ser efetivados para o exercício de 1830-

1931, mediante Decreto legislativo de 15 de novembro de 1830. A Constituição

de 1891, que surgiu com a Proclamação da República alterou a distribuição

das competências em relação ao orçamento. Com a Lei n. 4.320/64 foi adotado

o modelo orçamentário-padrão para os três níveis de governo, adoção de plano

de contas único para as três esferas. A Constituição Federal de 1988, no art.

165, tratou especificamente do sistema orçamentário.

2.2.2 Conceito de orçamento público

Segundo Araújo e Arruda (2004), orçamento público é a Lei de iniciativa

do Poder Executivo e aprovada pelo Poder Legislativo, que estima a receita e

fixa a despesa para o exercício financeiro, que, nos termos do art. 34 da Lei n.

4.320/64, coincidirá com o ano civil.

Essa lei deve ser elaborada por todas as esferas de governo em um

exercício para, depois de devidamente aprovada, vigorar no exercício seguinte.

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Terá como base o Plano Plurianual e será elaborado respeitando-se a Lei de

Diretrizes Orçamentárias, será aberto em forma de partidas dobradas em seu

aspecto contábil e instrumento de planejamento que permite acompanhar,

controlar e avaliar a administração das ações públicas.

2.3 Princípios orçamentários

Existem princípios básicos que devem ser seguidos na elaboração e

execução do orçamento, que estão definidos na Constituição Federal, na Lei n.

4.320, de 17 de março de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes

Orçamentárias:

a) Unidade - reunião de todas as receitas e despesas da gestão

econômica do Governo de um exercício financeiro, ou seja, o

orçamento público deve se constituir em uma única peça. Com isso,

pretende-se evitar uma pluralidade de documentos que tratem de

orçamento;

b) Anualidade - a autorização para arrecadação da receita e sua

aplicação na despesa deve corresponder ao período de um ano.

Atende interesses do ponto de vista político, financeiro e econômico;

c) Clareza - o Orçamento deve ser elaborado de forma clara, completa

e ordenada, de modo a possibilitar a sua fácil compreensão sem

descuidar das exigências das técnicas orçamentárias;

d) Programação – é a classificação de uma despesa de maneira a ficar

evidenciado onde será utilizado o recurso (em qual função,

subfunção, programa ou ação do Governo);

e) Especificação - vedadas autorizações globais no Orçamento. As

despesas devem ser especificadas no Orçamento, demonstrando a

origem e a aplicação dos recursos. O orçamento tem que ser

detalhado, especificado, para facilitar seu entendimento e

acompanhamento;

f) Exclusividade - define que a lei de orçamento não conterá dispositivo

e estranho a previsão da receita e fixação de despesa, exceto

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43

abertura de Créditos Adicionais Suplementares e Operação de

Crédito;

g) Universalidade - estabelece que todas as receitas e despesas

constarão da lei de orçamento;

h) Equilíbrio - as despesas autorizadas no Orçamento devem ser,

sempre que possível iguais às receitas previstas. Não pode haver um

desequilíbrio acentuado nos gastos, porém, se houver despesas

maiores que as receitas o orçamento prevê cobertura por operações

de crédito. A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 4º, I, a,

estabelece que a Lei de Diretrizes Orçamentárias, disporá também

sobre o equilíbrio entre receita e despesas;

i) Publicidade - o Orçamento de um país deve ser sempre divulgado

quando aprovado e transformado em lei, para que toda comunidade

possa tomar conhecimento dos objetivos do Governo e para que

possa ter validade. A publicidade é um dos princípios da

administração pública conforme Constituição Federal, art. 37.

2.4 Orçamento-programa

Segundo Araújo e Arruda (2004), orçamento-programa surgiu,

originalmente, nos Estados Unidos, sua principal característica que o distingue

do orçamento tradicional é que o orçamento-programa parte da previsão de

recursos para que sejam definidas as atividades e os projetos que serão

executados, enquanto no orçamento tradicional a previsão dos recursos

constitui a etapa final do processo de planejamento.

O orçamento-programa foi introduzido no Brasil através da Lei 4.320/64

e do decreto-lei 200/67 e pode ser entendido como um plano de trabalho, um

instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos

seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de

objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos

relacionados, além dos dados quantitativos que mensurarão os resultados

alcançados e o trabalho realizado em cada programa.

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A Constituição Federal de 1988 implantou definitivamente o orçamento-

programa no Brasil, ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária

através do PPA, da LDO e da LOA, ficando evidente o extremo zelo do

constituinte para com o planejamento das ações do governo.

2.4.1 Comparação entre Orçamento Tradicional e Orçamento-Programa

Orçamento tradicional, também conhecido como orçamento clássico é

aquele sem qualquer especificação do programa e dos objetivos de governo,

enquanto o orçamento-programa evidencia a política econômico-financeira e o

programa de trabalho do governo.

Itens que diferenciam o Orçamento Tradicional e Orçamento-Programa:

O Orçamento Tradicional

a) não é baseado em uma programação;

b) distribui recursos segundo os objetos de gasto (pessoal, material de

consumo, etc.);

c) força os diferentes setores públicos a pressionarem a Administração

superior em busca de maiores recursos;

d) conduz os responsáveis superiores a procederem a cortes

indiscriminados no montante dos recursos solicitados, no intuito de

adequar a despesa à estimativa de receita;

e) não incentiva a busca da economicidade por parte do administrador,

já que não possui mecanismos de controle de custos dos produtos

oferecidos.

O Orçamento-programa

a) atribui recursos para o cumprimento de determinados objetivos e

metas; e não para um conjunto de compras e pagamentos;

b) atribui responsabilidade ao administrador;

c) permite interdependência e conexão entre os diferentes programas

do trabalho;

d) permite mobilizar recursos com razoável antecedência;

e) permite identificar duplicidade de esforços;

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45

f) permite o controle de custos dos produtos oferecidos pelo governo à

sociedade.

2.5 Ciclo orçamentário

Processo orçamentário ou ciclo orçamentário é dividido em quatro fases,

que são: elaboração, aprovação, execução e controle.

Inicia-se pelo momento da elaboração, de competência do Poder

Executivo e tem de ser exercida a cada ano, sob pena de incorrer em crime de

responsabilidade, com base na Lei de Diretrizes Orçamentárias, é a fase em

que se estima a receita, formulam-se as políticas e os programas de trabalho,

estabelecem-se as prioridades e calculam-se os quantitativos dos gastos. Para

isso torna-se necessário conhecer a capacidade instalada, bem como a

população a ser atendida em cada setor de atuação do Governo com a

compreensão da proposta orçamentária, momento em que há a participação

popular e a realização de audiências públicas durante o processo de

elaboração.

Os gastos devem ser projetados sempre em função do que se

pretendem realizar ou alcançar: o produto final, nessa fase, deve ser

formalizada a lei, de acordo com os anexos constantes da Lei n. 4.320/64.

O processo de planejamento e elaboração do orçamento obedece à formalidade definida na Constituição Federal, tem início no primeiro ano de mandato do poder executivo, que elaborará o plano plurianual para quatro exercícios a contar do segundo ano de seu mandato e com vigência para até o primeiro ano do mandato seguinte. (SLOMSKI, 2003, p. 304).

Após a elaboração, será entregue ao Poder Legislativo. Cabe a este

examinar a proposta, emendá-la onde entender necessário, ouvir os cidadãos,

negociar com o Executivo se necessário e, finalmente, aprovar um texto até o

fim do ano anterior ao do orçamento proposto. A Constituição impõe uma série

de restrições ao poder de emendar, o que de certa forma reduz o poder do

legislador de modificar os orçamentos públicos. Não são permitidas emendas

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que contrariem o PPA e a LDO, emendas sem a necessária cobertura de

receita para a sua realização.

A terceira fase do ciclo orçamentário é a execução, a mais importante,

pois significa o conjunto de atividades destinadas ao cumprimento dos

programas estabelecidos para alcançar os objetivos do plano de governo. Essa

execução se dá dentro do exercício financeiro, que coincide com o ano civil, de

primeiro de janeiro a trinta e um de dezembro.

Ainda no referente à execução, cabe mencionar que a Lei n. 4.320, de

1964, preza que toda a despesa pública deve ser realizada via empenho

prévio, que nada mais é do que a emissão de um documento onde ficam

registradas as características básicas de qualquer despesa, como credor,

motivo da despesa, conta orçamentária, valor, saldo da conta, sempre antes da

realização da despesa. As suas finalidades básicas são reservar recursos

orçamentários para uma despesa, impedindo, portanto, o duplo

comprometimento do mesmo recurso e criar uma espécie de contrato com o

credor, a quem fica prometido o pagamento da quantia empenhada se o objeto

do empenho for executado a contento, dentro da lei e conforme os termos que

lhe deram origem.

Finalmente, todos os orçamentos públicos são objeto do controle, que

nada mais é do que a verificação do cumprimento do orçamento sob o ponto de

vista legal e do cumprimento dos programas de trabalho. Esse controle é dito

interno quando realizado pelo próprio poder arrecadador ou gastador, ou

externo quando realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de

Contas.

Fonte: Adaptado de Slomski, 2003

Figura 10 – Ciclo orçamentário

Execução orçamentária e

financeira

Avaliação e Controle

Planejamento e elaboração do orçamento

Discussão e aprovação da Lei orçamentária

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A Lei Complementar n. 101/2000 revalorizou e reforçou o orçamento

público, estabeleceu punições ao não cumprimento das leis orçamentárias,

aumentou a transparência das contas públicas e o número de pessoas com

acesso a elas para analisar e apontar eventuais descontroles.

2.5.1 Plano Plurianual (PPA)

O Plano Plurianual, instituído pela Constituição Federal de 1988 é o

planejamento do governo para um período de quatro anos, iniciando-se no

segundo ano de mandato de um Prefeito e terminando no primeiro ano de

mandato do Prefeito subsequente.

O Objetivo principal do PPA é conduzir os gastos públicos de modo a

possibilitar a manutenção do patrimônio público e a realização de novos

investimentos, norteia a realização dos programas de trabalho para o período

citado. As obras e os programas continuados, como por exemplo, educação e

saúde devem ser inseridas nesse plano. A execução orçamentária só poderá

acontecer se estiver inserida no PPA.

A lei que instituir o PPA estabelecerá, por regiões, as diretrizes, objetivos

e metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas

decorrentes, bem assim aquelas relativas aos programas de duração

continuada que representa mais de um exercício financeiro.

DIRETRIZES São orientações ou princípios que nortearão a captação, gestão e gastos de recursos durante o período.

OBJETIVOS Consistem na discriminação dos resultados que se pretende alcançar com a execução das ações governamentais que permitirão a superação das dificuldades diagnosticadas.

METAS A tradução quantitativa dos objetivos.

Fonte: Adaptado da Lei Complementar n. 101, (BRASIL, 2000).

Quadro 7 - Estrutura do Plano Plurianual.

Há a necessidade de definição de metas, através de escolha de

prioridades, assim será possível vislumbrar até que ponto o planejamento foi

bem sucedido.

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São inseridas no PPA as despesas de capital, que são subdivididas em:

despesa de investimentos que engloba o planejamento e execução de obras,

inversões financeiras que representa a aquisição de imóveis ou de bem de

capital já em utilização, amortização da dívida que são as despesas com

pagamento ou refinanciamento do principal da atualização monetária da dívida

pública. Assim sendo, deve-se inserir as despesas decorrentes das despesas

de capital no PPA, ou seja, são aquelas despesas que visam à manutenção do

produto das despesas de capital, deve-se inserir também as despesas relativas

aos programas continuados e as despesas com a manutenção dos órgãos

administrativos (folha de pagamento, despesas fixas e despesas variáveis).

O PPA, a LDO e a LOA são instrumentos integrados de planejamento,

estando um vinculado ao outro, razão pela qual uma boa execução

orçamentária necessariamente dependerá de um PPA elaborado

adequadamente.

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011

Figura 11 - Função das Leis que compõem o Orçamento Público

Não há proibição no texto constitucional quanto a inclusão de uma ação

governamental na LOA, mesmo que não se encontre previamente discriminada

no PPA, mas tem que fazer parte de algum programa previsto no PPA e com

metas fiscais da LDO.

O conteúdo da PPA com base nos princípios da Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF) determina a ação planejada e transparente, em

Sistema de Planejamento

Planejar Orientar Executar

PPA

LDO

LOA

Políticas Públicas e Programas de Governo

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que se previnem riscos e corrigem desvios; portanto, durante a elaboração da

PPA será imprescindível que conheça os recursos que poderão ingressar aos

cofres públicos e gastos necessários. A inclusão, a alteração ou exclusão de

qualquer programa do governo deve ocorrer sempre por meio do PPA.

A classificação programática é composta por programas e ações

(projetos, atividades e operações especiais), assim cada nível de governo deve

definir a estrutura de seus programas e ações.

Após a elaboração do PPA, a administração deverá implantá-lo,

acompanhá-lo, avaliá-lo e revisá-lo.

2.5.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

A Lei de Diretrizes Orçamentárias, por definição da constituição, é

instrumento de planejamento e tem como função básica estabelecer as metas

e prioridades da Administração Municipal, inclusive despesas de capital para o

exercício subsequente; orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual;

dispor sobre as alterações na Legislação Tributária e estabelecer a política de

aplicação das agências oficiais de fomento (ex: Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES), baseada no artigo 165 § 2º e

169 § 1º da Constituição Federal.

É uma lei anual, que fixa as regras pelas quais os orçamentos anuais

serão elaborados e executados, de modo a assegurar o cumprimento dos

Planos Plurianuais.

Com o advento da Lei Complementar n 101/00 ou Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) passou ainda a exaltar: equilíbrio entre receita e despesas; critérios e formas de limitação de empenho, visando ao cumprimento de metas fiscais e do resultado primário e nominal, além de direcionar formas de limites de gastos com pessoal, limites de dívidas, uso da reserva de contingência, avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, e a inclusão de anexos de Metas Fiscais e Riscos Fiscais. (ANDRADE, 2008, p. 27).

2.5.3 Lei Orçamentária Anual (LOA)

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A Lei Orçamentária Anual, prevista no artigo 165, parágrafo 5º da

Constituição Federal, é o mais importante instrumento de gerenciamento

orçamentário e financeiro da Administração Pública, cuja principal finalidade é

administrar o equilíbrio entre receitas e despesas públicas. O projeto de lei

orçamentária do município será encaminhado ao Legislativo até 30 de

setembro e devolvido para a sanção até o encerramento da sessão legislativa

que terá que ser votado até 31 de dezembro.

A Constituição Federal, em seu artigo 165, § 5º, dita a estrutura da Lei

Orçamentária:

a) o fiscal - está relacionado ao fisco, conjunto de órgão da

administração pública encarregado da arrecadação de tributos e da

fiscalização dos contribuintes;

b) o de investimento - refere-se às despesas com o planejamento e a

execução de obras;

c) o da seguridade social - assegura os direitos relativos à saúde, à

previdência e à assistência social.

De acordo com o artigo 5º da Lei Complementar n. 101/00, a LOA

demonstrará que está compatível e adequada ao Anexo de Metas Fiscais,

tendo ainda por acompanhamento, demonstrativo de efeitos sobre as receitas e

as despesas decorrentes de anistias, isenções e subsídios. Neste caso, a LOA,

sendo orientada pela LDO, deve manter os objetivos definidos nesta. É o que

se observa, ainda, na Reserva de Contingência, que a LDO deverá prever para

o atendimento às despesas previstas no Anexo de Riscos Fiscais. A dívida

pública terá um tratamento especial na LOA, de acordo com o artigo 5º. O

serviço da dívida (encargos mais amortizações), previsto contratualmente e as

receitas para esse fim devem estar destacadas na Lei.

2.6 Receita pública

Na contabilidade pública geral, é entrada de elementos para o ativo.

Define-se como receita pública todo e qualquer recolhimento de recursos feitos

aos cofres públicos que o governo tem direito a arrecadar amparado pela

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Constituição em virtude de leis, contratos ou outros títulos de que derivem

direito em favor do Estado.

Conforme Andrade (2008), as receitas públicas, por convenção contábil

são vislumbradas por regime de caixa, enquanto as despesas públicas o são

por regime de competência.

A Lei n. 4.320/64 classifica a receita pública em receita orçamentária e

receita extra-orçamentária. A receita extra-orçamentária são recursos de

terceiros que transitam pelos cofres públicos e a receita orçamentária é aquela

que de fato pertence à entidade e se classifica economicamente em:

a) receitas correntes – são receitas tributárias, de contribuições

patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda

provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de

direito público ou privado, quando destinadas a atender as despesas

classificáveis em despesas correntes;

b) receitas de capital – são as provenientes da realização de recursos

financeiros oriundos de constituição de dívidas, da conversão, em

espécie de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas

de direito público ou privado, destinado a atender as despesas

classificáveis em despesa de capital, e ainda, o superávit do

orçamento corrente.

As receitas constituem os recursos necessários para as aplicações

programadas. Dentro da categoria econômica: Correntes e de Capital, são

desdobradas em Origem, Espécie, Rubrica, Alíneas e subalíneas, num

esquema numérico de codificação:

(continua)

Nível Código Nomenclatura Orçamentária Nomenclatura usual

(exemplo)

1º Nível 1 Categoria econômica Receitas correntes

2º Nível 11 Subcategoria econômica Receitas tributárias

3º Nível 111 Fonte Impostos

4º Nível 1112 Subfonte Impostos sobre Patrimônio e Renda

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(conclusão)

5º Nível 1112.02 Alínea Imposto s/propriedade predial territorial urbano (IPTU)

6º Nível 1112.02.00 Subalínea (detalhamento dispensado para o IPTU)

Fonte: Adaptado de Andrade, 2008

Quadro 8 - Classificação das receitas por categoria econômica

Na execução do orçamento a receita pública percorre estágios. São

eles: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.

Para previsão da receita, a LRF determina que devam ser observadas

as normas técnicas e legais, os efeitos das alterações na legislação, a variação

nos índices de preços, o crescimento econômico. Deverá ser acompanhada de

demonstrativos de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para dois

anos seguintes àqueles que se referirem, e da metodologia de cálculo e

premissas utilizadas.

A dívida ativa é um dos componentes das outras receitas correntes. De

acordo com Araújo e Arruda (2004), a dívida ativa é formada por tributos,

multas e créditos fazendários lançados, mas não cobrados ou não recebidos no

prazo do vencimento, a partir da data de sua inscrição. Podem ser de origem

tributária ou não.

A administração fazendária registra a dívida ativa após apurada sua

liquidez e certeza. O termo de inscrição da dívida ativa deverá ser autenticado

pela autoridade competente.

2.7 Despesa pública

Entende-se como despesas públicas todo consumo de recurso

orçamentário, ou seja, aqueles recursos fixados pela LOA e consumo de

recursos extraorçamentários todo recurso proveniente de geração de passivo

financeiros.

São os gastos realizados pelos órgãos públicos em bens e serviços, com

a dotação autorizada pelo orçamento. É um ato onde o lançamento contábil

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acontece sem que haja desembolso, a geração de empenho é suficiente para

que haja registro, seu fato gerador, sendo assim, é contabilizado por regime de

competência.

A despesa pública pode ser definida como sendo o gasto ou o compromisso de gastos dos recursos governamentais, devidamente autorizados pelo poder competente, com o objetivo de atender às necessidades de interesse coletivo previstas na Lei de Orçamento, elaborada em conformidade com o plano plurianual de investimentos, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e com a LRF. (ARAUJO; ARRUDA, 2004, p. 110).

Conforme Andrade (2008), para classificar uma despesa quanto à sua

natureza deve-se considerar a categoria econômica, o grupo a que pertence, a

modalidade da aplicação e o elemento.

O código da classificação da despesa é constituído por seis algarismos,

onde:

Fonte: Adaptado de Andrade, 2008

Figura 12 - Classificação da despesa por elemento

Segundo a classificação econômica da despesa, as despesas são

desdobradas nas seguintes categorias:

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CORRENTES

Compreendem as de Pessoal e Encargos Sociais, Juros e Encargos da Dívida Interna e Externa e Outras Despesas Correntes, observadas as conceituações existentes nos dispositivos legais e normas pertinentes em vigor.

DE CAPITAL Correspondem às de Investimentos, Inversões Financeiras, Amortização da Dívida Interna, Amortização da Dívida Externa e Outras Despesas de Capital, observadas as conceituações legais pertinentes em vigor.

Fonte: Adaptado de Slomski, 2003

Quadro 9 - Classificação da despesa por categoria econômica.

As despesas ainda são classificadas conforme sua finalidade, natureza,

e agente, ao que se chama classificação funcional ou por função é composta

por um apontamento de funções e subfunções pré-fixadas, juntando os gastos

públicos por área de ação governamental, nas três esferas:

FUNÇÃO

A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

SUBFUNÇÃO

A subfunção representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesas do setor público. Na nova classificação, a subfunção identifica a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes. Assim, a classificação funcional será efetuada por intermédio da relação da ação (projeto, atividade ou operação especial) com a subfunção e a função.

PROGRAMAS

Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programação denominada operações especiais. O programa é o instrumento de organização da atuação governamental. Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no PPA, visando à solução de um problema ou o atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade.

AÇÕES

São de três naturezas diferentes as ações de governo que podem ser classificadas como categorias de programação orçamentária: atividade (envolve um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente- manutenção da ação de governo), projeto (envolvendo um conjunto de operações, que se realizam num período limitado de tempo - expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo) e operação especial (são ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo). Os projetos e atividades são os instrumentos orçamentários de viabilização dos programas.

Fonte: Adaptado de Slomski, 2003

Quadro 10 - Classificação da despesa por categoria funcional.

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De acordo com as normas vigentes, os estágios da despesa pública são

os seguintes:

PROGRAMAÇÃO Ocorre após a publicação da Lei orçamentária, compreende a programação financeira e cronograma de execução mensal de desembolso, através de reserva de dotação.

LICITAÇÃO

De acordo com o art. 3º da Lei Federal n. 8666/93, a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para administração. Existem várias formas de licitação, todas definidas na lei. As mais conhecidas são: convite – para aquisição de pequeno vulto; tomada de preço – para aquisições intermediárias; concorrência – para aquisição de grande vulto; leilão – utilizado na alienação de bens; pregão – utilizado para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação em que disputa do fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública.

EMPENHO

É o ato emanado de autoridade competente que cria para ente obrigação de pagamento, é de fundamental importância para relação contratual entre o setor governamental e seus fornecedores de bens e serviços. Nenhuma despesa pública poderá ser realizada sem prévio empenho.

LIQUIDAÇÃO

Consiste na verificação do direito do credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito, terá por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo, a nota de empenho e os comprovantes da entrega do material ou da prestação de serviço.

PAGAMENTO Somente poderá ser efetuado quando ordenado após liquidação, será realizado mediante ordem bancária, cheque ou na boca do caixa, efetuado por tesouraria regularmente instituída.

Fonte: Adaptado de Araújo e Arruda, 2004

Quadro 11 – Execução da despesa

2.7.1 Restos a pagar

Conforme Slomski (2003), será considerado restos a pagar o montante

de despesas empenhadas no exercício e não pagas até 31 de dezembro. O

registro contábil será feito por exercício e por credor, distinguindo-se as

despesas processadas das não processadas. Por despesas processadas

entendem-se aquelas que foram liquidadas dentro do exercício financeiro.

A inscrição de despesas em resto a pagar terá validade até 31 de

dezembro do ano subsequente, onde haverá cancelamento dos empenhos não

processados.

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Quando houver a constatação do direito do credor após o cancelamento

do resto a pagar, o pagamento da despesa será por meio de crédito de

despesas de exercícios anteriores.

De acordo com Andrade (2008), denominam-se despesas de exercícios

anteriores uma dotação orçamentária destinada a dar condição de empenhar

as despesas resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros já

encerrados, onde o orçamento do exercício em que foram originadas possuíam

saldo suficiente para atendê-las, porém não foram processadas em época

própria.

2.8 Créditos adicionais

Segundo Araújo e Arruda (2004), o crédito adicional é um meio legal de

ajuste do orçamento utilizado para amenizar ou corrigir distorções identificadas

durante a execução orçamentária, por exemplo, excesso de créditos alocados

em determinadas dotações e insuficientes em outras.

Classificam-se, segundo a Lei 4.320/64 em: crédito suplementar – é

utilizado para solucionar a situação em que os valores autorizados na lei

orçamentária são insuficientes para atender a todas as despesas, é destinado

a um reforço de dotações já existente no orçamento em vigor, deve ser

autorizado por lei e aberto decreto; crédito especial – é utilizado para

solucionar situações em que a lei orçamentária não traz autorização para

realizar despesas que se evidenciam necessárias durante o exercício, destina-

se à despesa que não estava prevista no orçamento, é autorizado por lei e

aberto por decreto do Poder Executivo e; crédito extraordinário - é voltado às

despesas urgentes e imprevisíveis (calamidade pública e outras), é autorizado

e aberto por Medida Provisória ou Decreto do Poder Executivo.

A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da

existência de recursos disponíveis. Consideram-se recursos disponíveis: o

superávit financeiro (diferença positiva entre o ativo e o passivo) apurado em

balanço patrimonial do exercício anterior; os provenientes de excesso de

arrecadação; o resultado da anulação parcial ou total de dotações

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orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em lei e o produto de

operações de créditos autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao

Poder Executivo realizá-las.

2.9 Fundos especiais

O fundo especial é o produto de receitas especificadas que, por lei,

vinculam-se à realização de determinados objetos ou serviço; não fará parte da

estrutura administrativa do Município, mas será um instrumento para o

cumprimento de determinados objetos ou serviços. Sua gestão será exercida

por um gestor nomeado pelo Prefeito, que será responsável pelas suas

receitas e despesas.

De acordo com Araújo e Arruda (2004), fundo especial não é entidade

jurídica, órgão ou unidade orçamentária, mas um conjunto de recursos de

várias naturezas, destinados à concretização de objetivo preestabelecido,

sendo que a sua inclusão no orçamento se dá apenas com a vinculação das

receitas e despesas do órgão que o gerenciará e que executará os programas

relacionados com o objetivo pretendido.

Os fundos especiais têm a finalidade de garantir que algumas áreas

consideradas prioritárias sejam efetivamente atendidas. Como por exemplo,

podem-se citar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação

Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), Fundo de

Saúde; Fundo dos Direitos da criança e do Adolescente (FMDCA), entre outros.

2.10 Demonstrações contábeis

A Lei n. 4.320/64 determina que no final de cada exercício os resultados

da administração sejam demonstrados no balanço orçamentário, no balanço

financeiro, no balanço patrimonial e na demonstração das variações

patrimoniais.

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BALANÇO ORÇAMENTÁRIO

Apresenta as receitas estimadas e as despesas fixadas no orçamento em confronto com as receitas arrecadadas e com as despesas realizadas.

BALANÇO FINANCEIRO

Apresenta a receita e despesa orçamentária executadas, recebimentos e pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior e os que se transferem para o exercício seguinte.

BALANÇO PATRIMONIAL

Demonstra o ativo e passivo do Estado. Classificados em: ativo financeiro (créditos e valores a curto prazo), ativo permanente (bens, créditos e valores utilizados na exploração da atividade estatal, passivo financeiro (compromissos exigíveis a curto prazo), passivo permanente (dívidas fundadas que dependem de autorização legislativa para amortização ou resgate), saldo patrimonial (diferença entre o ativo e passivo), contas de compensação (bens, valores, obrigações e as situações que não entraram nas outras contas, mas que podem afetar o patrimônio).

DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

Mostra as alterações verificadas e indica o resultado patrimonial do exercício.

Fonte: Adaptado de Slomski, 2003

Quadro 12 – Demonstrações Contábeis

Outros demonstrativos legais criados e exigidos pela Lei de

Responsabilidade Fiscal n. 100/2000, o Relatório Resumido da Execução

Orçamentária, deve ser publicado até 30 dias após o encerramento de cada

bimestre e o Relatório de Gestão Fiscal deve ser publicado até 30 dias após o

final de cada quadrimestre. As demonstrações contábeis são ferramentas

importantes para a prestação de contas.

2.11 Prestação de contas públicas e controle da execução orçamentária

São instrumentos que controlam a execução orçamentária, as

prestações de contas e os controles internos e externos.

A prestação de contas é o demonstrativo organizado pelo agente,

entidade ou pessoa responsável, acompanhado ou não de documentos

comprobatórios das operações de receita e despesa, dos demonstrativos

contábeis e seus anexos, que devem sofrer análises do ordenador de

despesas, demonstrando a legitimidade e a economicidade da utilização dos

recursos orçamentários e extraorçamentários, bem como a fidelidade funcional

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e o programa de trabalho e que, se a prestação de contas não for encaminhada

ao órgão responsável dentro do prazo preestabelecido, fará parte integrante de

sua tomada de contas pelos órgãos fiscalizadores.

A prestação de contas pode ser elaborada pelo setor de contabilidade da

Administração Pública, ou de quem fez uso de recursos públicos, através de

autorização legal. Nelas constarão os atos de gestão efetuados em

determinado período, por agente qualificado.

A nossa Carta Magna é taxativa, quando em seu art. 70, parágrafo único, determina que “prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.” (ARAÚJO; ARRUDA, 2004, p. 190).

Os executivos terão que prestar contas dos valores pertencentes aos

fundos especiais, como por exemplo, Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério

(FUNDEB), sob pena de aplicação de multas pelos Tribunais de Contas, no

caso específico, essas prestações deverão ser apresentadas trimestral e

anualmente, acompanhadas do parecer do Conselho responsável (controle

interno).

A Lei n. 4.320/64 estabelece dois sistemas de controle de execução

orçamentário:

a) Controle interno realizado ou fiscaluzado pelos serviços da

contabilidade e ou por auditores independentes tem por objetivos:

avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA, a execução dos

programas de governo e dos orçamentos; comprovar a legalidade e

avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão

orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos da administração e

a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

exercer o controle das operações de crédito e dos direitos e haveres

da entidade; apoiar o controle externo no exercício de sua missão

institucional;

b) Controle externo, que pode ser exercido diretamente pela sociedade,

promotoria pública e pelo poder legislativo que tem como órgão

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auxiliar os Tribunais de Contas dos Estados. Suas atribuições são:

apreciar as contas da administração anualmente; julgar as contas da

administração e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores

públicos da administração direta e indireta; apreciar, para fins de

registro a legalidade dos atos de admissão de pessoal, na

administração direta e indireta exceto cargo de provimento em

comissão; realizar, por iniciativa própria, inspeção e auditoria de

natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial

na administração; fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos

repassados, mediante convênio, acordo e ajuste ou outros

instrumentos congêneres; aplicar aos responsáveis, em caso de

ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções

previstas em lei; representar ao poder competente sobre

irregularidades ou abusos apurados.

Segundo Giacomoni (2005), tanto a Lei Maior como a lei básica do

orçamento (4.320/64) mostram claramente que as questões centrais de

interesse do controle externo são os aspectos legais ligados à questão dos

dinheiros públicos e à observância dos limites financeiros consignados no

orçamento.

Nas entidades públicas existe o controle externo, que é exercido de

várias formas, diretamente pela sociedade, por meio de acompanhamento de

obras e serviços, e/ou indiretamente, pelo Poder Legislativo. (SLOMSKI, 2003)

O controle na administração pública é um instrumento que analisa se os

objetivos planejados estão sendo atingidos dentro da execução orçamentária e

tem como funções: acompanhar, vigiar, verificar, orientar e corrigir.

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CAPÍTULO III

O FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO

DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

DA EDUCAÇÃO

3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL

3.1 Introdução

A pesquisa surgiu com a finalidade de demonstrar a eficiência do

Orçamento Público em sua execução, na aplicação da receita. Conhecer como

são tratados casos com falha orçamentária, como o caso do FUNDEB,

mecanismo de financiamento de toda a educação básica.

Para o entendimento deste trabalho faz-se necessária uma abordagem

sobre a instituição e o funcionamento do FUNDEB, financiamento da educação

e análise do Orçamento Público no exercício de 2011, pretendendo, desta

forma, esclarecer de forma prática a matéria relacionada à aplicação dos

recursos deste fundo.

Foi realizado um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Lins através

de pesquisa de campo e observação sistemática, no período de fevereiro a

outubro de 2011, verificando a importância do Orçamento Público na

otimização dos recursos da educação e comprovar sua eficiência e eficácia

através de planejamento e controle. Destaca-se que a Prefeitura Municipal de

Lins forneceu todo o material necessário à pesquisa e o assessorou em todas

as dúvidas apresentadas.

Técnicas utilizadas na realização do estudo de caso:

Roteiro de estudo de caso (Apêndice A)

Roteiro de observação sistemática (Apêndice B)

Roteiro de entrevista para a Secretaria da Educação (Apêndice C)

Roteiro de entrevista para o contador (Apêndice D)

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Roteiro de entrevista para o secretário de finanças (Apêndice E)

3.2 Financiamento do Ensino Público e sua História

Para que se possa abordar sobre a vinculação de recursos tributários

para a manutenção do ensino, um informe histórico retrocede ao século XVIII

ao tempo do Brasil Colônia.

Segundo Aranha (1996), cabia aos jesuítas a educação formal dos

colonos no Brasil. As poucas escolas que havia eram de responsabilidade dos

representantes da Companhia de Jesus. Após 210 anos de educação jesuítica,

que são interrompidos bruscamente, Portugal, por iniciativa do Marquês de

Pombal, assume o ensino no Brasil, financiado com recursos brasileiro.

Em 1773 foi criado o primeiro tributo brasileiro vinculado à manutenção

do ensino público com o nome de Subsídio Literário, cobrado sobre cada barril

de aguardente produzido pelos engenhos e sobre cada cabeça de gado

cortado nos açougues, era destinado ao pagamento dos mestres régios que

vieram a substituir os educadores jesuítas expulsos do Brasil em 1759. Mais

tarde o Subsídio Literário veio a adquirir caráter definitivo, pois a oferta de

escolarização, ainda que precária, passou a ser permanente. Tanto assim que,

mesmo no Brasil pós-independência, durante o século XIX, esse tributo

continuou a ser cobrado em várias regiões do País, mantendo a mesma

denominação. (AMED, 2000)

Com a expulsão dos jesuítas e as reformas educacionais do Marquês de

Pombal, em Portugal, há uma decadência do ensino no Brasil.

No ano de 1807, Portugal é invadido pelas tropas francesas e a Corte

portuguesa se instala no Brasil. Por conseqüência, a vida urbana cresce

vertiginosamente, o que influencia significativamente toda a vida intelectual do

país.

Diversas medidas de consumo cultural são providenciadas, dentre elas,

a criação de cursos superiores, marcando mudanças relacionadas à educação.

Pela primeira vez, a educação no Brasil respondia as necessidades imediatas e

reais do Estado, com a formação de profissionais liberais.

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Entretanto, continuava a tradição de não-preocupação com os demais

níveis de ensino, o desinteresse completo pela educação de nível primário e

secundário.

Com a volta da Corte para Portugal, em 1821, era intenção que o Brasil

retomasse à mesma situação de 1808, perda da categoria de vice-reino,

começa, portanto, o processo de independência, a necessidade de se construir

um projeto sólido de instrução para garantir a grandeza da nação, a construção

de uma Constituição.

De acordo com Zotti (2004), a Constituição outorgada em 1824 declara

em seu art. 179:

“A inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos

cidadãos brasileiros, que têm por base a liberdade, a

segurança individual e a propriedade, é garantida pela

constituição do Império pela maneira seguinte: § 32 – A

Instrução primária é gratuita a todos os cidadãos.”

Já em 1932, um grupo de educadores integrante da elite intelectual

brasileira lançou um manifesto ao povo e ao governo que ficou conhecido como

Manifesto dos Pioneiros da Educação. Propunha uma reconstrução

educacional de grande alcance e vastas proporções, um plano com sentido

unitário e com base científica. O documento teve grande repercussão e

motivou uma campanha que resultou na inclusão de artigos específicos na

Constituição Brasileira de 1934. Segundo Callegari (2009), o artigo 156, por

exemplo, já dispunha que:

"A União e os Municípios aplicarão nunca menos que

dez por cento e os Estados e o Distrito Federal nunca

menos de vinte por cento da renda resultante dos

impostos, na manutenção e no desenvolvimento dos

sistemas educativos.”

Conforme o Art. 212 da Constituição Federal, deverão ser aplicados no

ensino, no mínimo, 25% dos impostos, compreendida a receita proveniente de

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transferências na manutenção e desenvolvimento do ensino. (ANDRADE,

2008)

Segundo Andrade (2008), no caso da não-comprovação da aplicação de

25% dos recursos no ensino, poderá haver intervenção do Estado nos

Municípios (Constituição Federal, art. 34, Inciso VII), assim como rejeição de

contas do gestor pelos Tribunais de Contas jurisdicionados.

De acordo com Callegari (2009), na Constituição Federal de 1988, texto

original, art. 60, caput, ficou estabelecida subvinculação nos seguintes termos:

“Nos dez primeiros anos da promulgação da

Constituição, o poder público desenvolverá esforços,

com a mobilização de todos os setores organizados da

sociedade e com a aplicação de, pelo menos,

cinquenta por cento dos recursos a que se refere o art.

212 da Constituição, para eliminar o analfabetismo e

universalizar o ensino fundamental.”

Desde então, diversos movimentos oscilantes se materializam em

dispositivos legais voltados ao financiamento da Educação. Aqui e ali, em

diferentes lugares e épocas, leis de financiamento do ensino ora foram

ampliadas no seu alcance e dimensão, ora foram reduzidas ou enfraquecidas,

sempre de acordo com a síntese política conjuntural. Mais recentemente,

diante dos enormes desafios de uma Educação insistentemente precária,

mecanismos foram modernizados, como com a criação do FUNDEF e, agora,

com a aprovação do FUNDEB.

3.2.1 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorização do Magistério (FUNDEF)

Em 12 de setembro de 1996, com a Emenda Constitucional n. 14 foi

criado o FUNDEF, e regulamentado pela Lei n. 9424, de 24 de dezembro de

1996, constituído por 15% das receitas provenientes dos seguintes impostos e

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transferências: Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de

serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados proporcional às

exportações (IPIexp), Fundos de Participação dos Estados (FPE), Fundo de

Participação do Município (FPM) e compensação financeira da Lei

Complementar n. 87/96, a ser distribuído entre o Estado e seus Municípios,

proporcionalmente às respectivas matrículas no ensino fundamental,

considerando a maior participação do Estado como provedor de recursos para

o FUNDEF.

A criação do FUNDEF trouxe importantes mudanças ocorridas na

política de financiamento da educação no Brasil nas últimas décadas. Sua

principal importância talvez tenha sido o de proporcionar uma melhor

redistribuição dos recursos financeiros educacionais, mediante o critério do

número de alunos matriculados, com o objetivo de atenuar a desigualdade

regional existente no Brasil. Vale ressaltar, também, a contribuição do FUNDEF

quanto ao aperfeiçoamento do processo de gerenciamento orçamentário e

financeiro no setor educacional, bem como permitindo uma maior visibilidade

na aplicação dos recursos recebidos à conta do Fundo.

Segundo Pinto (2007), utilizando como base os dados do Censo Escolar

do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

(INEP), constata-se que, nos últimos anos no Brasil, a distribuição de

responsabilidade pela educação básica entre estados e municípios, as

matrículas na rede municipal aumentaram, onde de 1991 a 1996 as matrículas

municipais correspondiam a aproximadamente 37% do total da rede pública.

Em 1997, com a entrada em vigor do FUNDEF, houve um progressivo aumento

na rede municipal onde, em 2006, este índice sobe para 52% das matrículas

públicas. O FUNDEF provoca mudanças no perfil de atendimento educacional

no país.

Este fundo induziu um processo de municipalização sem precedentes no

Brasil, trazendo consigo o impacto negativo no atendimento da educação

infantil e na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O conceito de uma educação básica, obrigatória para todos os

brasileiros até os dezoito anos, não esteve presente na formulação do

FUNDEF. Isso porque a sua implantação contribuiu para a ampliação do

atendimento apenas no âmbito do ensino fundamental, deixando, porém, à

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margem do processo de inclusão as crianças de zero a seis anos (educação

infantil) e os jovens que concluem o ensino fundamental e acessam ao ensino

médio, em uma escala crescente de demanda. Cabe, ainda, destacar a

desconsideração do FUNDEF em relação aos milhões de jovens e adultos que

não têm o ensino fundamental completo.

3.2.2 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB

O FUNDEB, criado pela Emenda Constitucional n. 53, de 19 de

dezembro de 2006 e regulamentado pela Lei n. 11.494, de 20 de junho de

2007, é um fundo de natureza contábil (sem órgão administrativo gestor),

substitui o FUNDEF, com a intenção de estender a abrangência do fundo para

todas as etapas e modalidades de educação básica (creches, ensino infantil,

fundamental, médio, educação especial, educação de jovens e adultos,

educação indígena e quilombola), a obrigatoriedade da educação não pode

começar apenas aos sete anos de idade e terminar aos catorze, pois antes e

depois deste período existe um caminho a ser percorrido, valores a serem

entendidos, adequados e vivenciados pelos alunos.

A experiência do FUNDEF e o aprendizado que este possibilitou

trouxeram a reflexão sobre quais elementos deste mecanismo deveriam ser

preservados ou evitados no novo fundo. (SENA, 2008)

Em linhas gerais, o FUNDEB pode ser definido como um sistema de

redistribuição de impostos que garante investimento mínimo por aluno nos

Estados e Municípios. O FUNDEB segue o mesmo critério de distribuição de

recursos do FUNDEF, de acordo com o número de alunos matriculados em

cada rede.

O FUNDEB atende o Ensino Fundamental (6/7 a 14 anos), como

também a Educação Infantil (0 a 5/6 anos), o Ensino Médio (15 a 17 anos) e a

Educação de Jovens e Adultos, está destinada àqueles que ainda não têm

escolarização. A inclusão no FUNDEB destes níveis e modalidades de ensino

que estavam à margem do processo de distribuição de recursos do FUNDEF

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aumenta a responsabilidade do município diante dos matriculados nestas

etapas. Isso exige dos Municípios um planejamento da sua estrutura física e de

pessoal (docente e técnico) a fim de que se tornem capazes de ofertar um

ensino de qualidade a estes alunos.

Em uma definição mais ampla em que se assente o processo

educacional, ensino de qualidade é o aumento de verbas para educação

básica, aliado à melhoria das condições de trabalho.

A escola pública precisa refletir e responder às demandas reais de seus

alunos, produzindo e transmitindo conhecimento, através da valorização dos

profissionais com formação contínua e salários dignos, ampliação do tempo de

permanência das crianças nas unidades escolares e planos nacional e estadual

de educação. Estas são condições imprescindíveis para o alcance da

qualidade no processo de ensino-aprendizagem.

O aumento da cobertura é uma alteração significativa do FUNDEB, pois

pode representar o resgate da concepção de educação básica no Brasil.

Ao privilegiar o atendimento ao ensino fundamental em prejuízo dos

demais, o FUNDEF aprofundou uma situação cruel de afastamento entre níveis

e modalidades de ensino. A legislação educacional brasileira, inclusive,

contribui para esse afastamento ao definir o ensino fundamental como

obrigatório e gratuito; o médio, como progressivamente obrigatório; e a

educação infantil, apenas como direito da criança e da família. Vale ressaltar

que a inclusão das creches no FUNDEB é fruto legítimo da pressão exercida

pela sociedade sobre os parlamentares, uma vez que havia a possibilidade

desse segmento ficar de fora da cobertura do Fundo. (CALLEGARI, 2009)

O FUNDEB, para cada ente federado, é representado pela conta

específica (aberta no Banco do Brasil) onde são creditados/movimentados os

recursos. A retenção, repartição e distribuição dos recursos se processam de

forma automática, por meio de mecanismos de padrão único de

operacionalização. O FUNDEB é implantado automaticamente e seus recursos

devem ser geridos pela Secretaria ou órgão equivalente de educação.

Outro aspecto favorável do FUNDEB em relação ao Fundef diz respeito

à elevação do prazo de vigência. O término do FUNDEB está marcado para o

dia 31 de dezembro de 2020, conforme art. 48 da Lei n. 11.494, de 20 de junho

de 2007, porém, se nenhuma medida for tomada, o país enfrentará mais uma

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crise, pois os municípios ficarão com um número de alunos maior que sua

capacidade de financiamento.

3.2.2.1 Lei de criação do FUNDEB

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), instituído pela Emenda

Constitucional n. 53, de 19 de dezembro de 2006 e regulamentada a

organização e o funcionamento pela Medida Provisória n. 339, de 28 de

dezembro do mesmo ano, convertida na Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007,

dispõe sobre a organização e o funcionamento desse novo Fundo e pelos

Decretos nº 6.253 e 6.278, de 13 e 29 de novembro de 2007, respectivamente,

é um fundo de natureza contábil e terá vigência de 14 anos.

O referido fundo é composto por um percentual de vinculação de 20%

(vinte por cento) do valor retido nas transferências da receita arrecadada de

impostos, conforme definido em Lei: Imposto sobre Transmissão Causa Mortis

e Doações (ITCMD), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

(IPVA), Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ICMS Desoneração, FPM, FPE

e IPIexp.

Os recursos do FUNDEB serão distribuídos proporcionalmente levando

em conta as diferenças entre etapas, modalidades e tipos de estabelecimento

de ensino da educação básica.

Para esta distribuição de recursos será considerada a ponderação entre

diferentes etapas, modalidades e tipos de estabelecimento de ensino adotando

como referência o fator 1,0 (um) para os anos iniciais do ensino fundamental

urbano, a ponderação entre demais etapas, modalidades e tipos de

estabelecimento será resultado da multiplicação do fator referência por um fator

específico ficando entre 0,80 (oitenta centésimos) e 1,30 (um inteiro e trinta

centésimos).

Os recursos do Fundo serão utilizados no exercício financeiro em que

lhes forem creditados, em ações consideradas como manutenção e

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69

desenvolvimentos do ensino para educação básica pública, conforme disposto

art. 70 da Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996.

Pelo menos 60% dos recursos anuais totais dos Fundos serão

destinados a remuneração dos profissionais do magistério da educação básica

em efetivo exercício, restando 40% destinada à manutenção geral das escolas.

A distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do FUNDEB

serão acompanhadas e controladas, junto aos respectivos governos, por

conselhos instituídos especificamente para esse fim.

3.2.2.2 A composição das fontes de recursos do FUNDEB

O FUNDEB é composto, na quase totalidade, por recursos dos próprios

Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo constituído de 20% do:

(DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL

RECEITAS QUE COMPÕE O FUNDEB CONFORME EC. Nº 53/06

FONTE

Art. 155, I 1112.07.00 ITCM Estado

Art. 155, II 1113.02.00 ICMS Estado

Art. 155, III 1112.05.00 IPVA Estado

Art. 158, II 1721.01,05 Cota-parte do ITR Município

Art. 158, III 1722.01.02 Cota-parte do IPVA Município

Art. 158, IV 1722.01.01 Cota-parte do ICMS Município

Art. 159, I, a 1721.01.01 Cota-parte do FPE Estado

Art. 159, I, b 1721.01.02 Cota Parte do FPM Município

Art. 159, II 1721.01.12 Cota Parte do IPI

Exportação Estado

Art. 159, II, § 3 da CF c/c art.3º, § 2º da MP n. 339/06

1722.01.04 Cota-parte do IPI Exportação

Município

Lei Complementar n. 87/96 c/c art. 3º, § 2º da MP n. 339/06

1721.36.00 Cota-parte do ICMS Desoneração Exportação

Município

Art. 20, MP n. 339/06 1321.XX.XX Rentabilidade de aplicação de recursos

Município

Fonte: ANDRADE, 2008, p.180

Quadro 13 - Recursos da base de cálculo do FUNDEB

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Incluindo receitas da dívida ativa e de juros e multas, incidentes sobre as

fontes acima relacionadas.

Vale ressaltar que o FPE, FPM, ICMS, IPIexp, além dos recursos da Lei

Complementar 87/96, já faziam parte da cesta de impostos do FUNDEF. Com o

FUNDEB são acrescidos a esse montante os recursos referentes ao ITCMD,

IPVA e ITR. É importante lembrar ainda que, enquanto no FUNDEF o

percentual de subvinculação era de 15% (quinze por cento), no FUNDEB este

percentual passa a ser de 20% (vinte por cento). Na proposta original de

criação do FUNDEB, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) indicava o

percentual de 25%. Após entendimentos do MEC com o Conselho Nacional

dos Secretários Estaduais de Educação (CONSED) e a União Nacional dos

Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), chegou-se ao patamar de 20%

(vinte por cento), que parece razoável, uma vez que dá uma margem para que,

no caso dos Estados, haja, fora do Fundo, recursos para as instituições de

ensino superior, além de proporcionar, também, alguma flexibilidade aos

Municípios.

Os recursos que compõem o FUNDEB (20% subvinculados) são as

fontes de maior força monetária no índice de vinte e cinco por cento da receita

de impostos arrecadados no orçamento do município, representando 80%

(oitenta por cento) dos 25% (vinte cinco por cento) vinculados para o ensino.

Para os Municípios é positivo o fato dos seus impostos próprios, Imposto

Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto Sobre Serviço (ISS), Imposto sobre a

transmissão Intervivos (ITIV), não fazerem parte da composição das fontes de

recursos do FUNDEB. Esta posição permite uma maior flexibilidade para este

ente federado, e é mais coerente com o respeito à sua autonomia. Entretanto,

a não utilização da sua receita própria no FUNDEB não desobriga o Município

a aplicar, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) desses tributos para a

manutenção e o desenvolvimento do ensino. Ficou de fora do novo fundo

também o Imposto de Renda Retido na Fonte, tanto o que é arrecadado pelo

Estado quanto pelo Município.

Além dos recursos explicitados acima, integra ainda o FUNDEB uma

complementação da União aos Estados em que a receita originalmente gerada

não é suficiente para a garantia de um valor por aluno/ano igual ou superior ao

valor mínimo nacional.

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O FUNDEB tenta corrigir esta distorção definindo valores fixos de

recursos federais a serem transferidos para Estados e Municípios, a título de

complementação.

3.2.2.3 A distribuição e aplicação dos recursos

O critério para a distribuição dos recursos do FUNDEB terá como base

no número de alunos matriculados, aplicados os fatores de ponderação

diferenciais de custo aluno/ano, calculados os coeficientes individualizados

determinantes da distribuição dos recursos, do início ao fim de cada exercício,

entre Estado e Municípios individualizados.

Serão contempladas as matrículas de toda a educação básica pública, e

não apenas do ensino fundamental, como ocorria com o FUNDEF.

Para os fins da distribuição dos recursos serão consideradas

exclusivamente as matrículas presenciais efetivas, conforme os dados

apurados no Censo Escolar mais atualizado, realizado pelo Instituto Nacional

de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), considerando as

alterações aplicáveis.

A distribuição de recursos do FUNDEB é efetuada com base no valor per capita de alunos, abrangendo tanto os alunos da rede estadual, quanto os das redes municipais. Ressalta-se que o ensino médio, apesar de estar inserido na aplicação desse fundo, cabe aos alunos de rede estadual e não aos matriculados na rede municipal. (ANDRADE, 2008, p. 182).

Os recursos do FUNDEB destinam-se ao financiamento de ações de

manutenção e desenvolvimento da educação básica pública,

independentemente da modalidade em que o ensino é oferecido (regular,

especial ou de jovens e adultos), da sua duração (Ensino Fundamental de oito

ou de nove anos), da idade dos alunos (crianças, jovens ou adultos), do turno

de atendimento (matutino e/ou vespertino ou noturno) e da localização da

escola (zona urbana, zona rural, área indígena ou quilombola), levando-se em

consideração os respectivos âmbitos de atuação prioritária (art. 211 da

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Constituição Federal), que delimita a atuação dos Municípios em relação à

educação básica, ou seja, os Municípios receberão os recursos do FUNDEB

com base no número de alunos da educação infantil e do ensino fundamental

matriculados em sua rede de ensino.

Segundo Callegari (2009), o ente federado que recebe os recursos do

FUNDEB, na totalização dos montantes proporcionais ao seu alunado, poderá

aplicar esses recursos nas etapas e modalidades de ensino de seu

atendimento prioritário, conforme entender necessário, sem levar em conta os

recursos recebidos em relação a cada uma delas, ou seja, poderá aplicar os

recursos do FUNDEB, sem considerar para qual modalidade ele foi enviado.

A Lei do FUNDEF proibia a compensação de diferença apurada no 4º

trimestre do exercício financeiro a ser compensada no exercício seguinte;

porém a Medida Provisória n. 339/06, por meio de seu art. 21, § 2º, permite

estender a aplicação ao exercício subsequente, por um limite de até cinco por

cento, desde que, utilizado dentro do primeiro trimestre do exercício imediato.

Destaca-se que a maior exigência quanto a aplicação dos recursos está

no índice de no mínimo de 60% do total dos recursos do fundo na remuneração

dos profissionais do magistério em efetivo exercício. O restante dos recursos,

ou seja, 40% podem ser destinados a outras despesas de manutenção e

desenvolvimento da Educação Básica pública.

Sendo assim, os recursos do FUNDEB, sob responsabilidade do gestor

da área da educação municipal, devem ser aplicados na manutenção e

desenvolvimento da educação básica pública, conforme estabelecido nos §§ 2º

e 3º do art. 211 da Constituição (os Municípios devem utilizar recursos do

FUNDEB na educação infantil e no ensino fundamental e os Estados no ensino

fundamental e médio).

Na aplicação destes recursos o mínimo de 60% devem ser destinados

anualmente à remuneração dos profissionais do magistério (professores e

profissionais que exercem atividades de suporte pedagógico, tais como:

direção ou administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão e

orientação educacional) em efetivo exercício na educação básica pública

(regular, especial, indígena, supletivo), e a parcela restante ,de no máximo

40%, seja aplicada nas demais ações de manutenção e desenvolvimento,

também da educação básica pública, observando que, de acordo com as

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73

diretrizes do diploma legal em exame, o termo demais ações compreende

aquelas destinadas à aquisição de recursos materiais de consumo e

permanentes – pedagógicos ou de uso administrativo –, construção e reformas

de prédios escolares.

3.2.2.4 Fator de Ponderação, valor aluno/ano e custo aluno/ano

Um conceito central para a equidade da educação básica no Brasil é o

de valor mínimo. A Medida Provisória n. 3398/2006 cria uma Junta de

Acompanhamento dos Fundos no âmbito do Ministério da Educação, de caráter

deliberativo, composta por representantes do MEC, CONSED e UNDIME com

a função de dentre outras coisas: especificar anualmente as ponderações

aplicáveis entre diferentes etapas, modalidades e tipos de estabelecimentos de

ensino da educação básica. (CALLEGARI, 2009)

Para orientar o trabalho da Junta, a Medida Provisória foi estabelecido

como referência o fator 1,0 (um), que corresponde ao valor aplicado por

Estados e Municípios, para as séries iniciais do ensino fundamental urbano (1ª

a 4ª), e fixou como referências para a distribuição entre as outras etapas e

modalidades o intervalo entre 0,8 (menor) e 1,3 (maior). Como o fator 1,0 (um)

é o custo aluno das séries iniciais, quer dizer que os demais oscilarão até 30%

(trinta por cento) para cima ou para baixo.

Foram definidos valores de ponderação para as etapas, tipos e ponderações. Estas ponderações poderão ser alteradas junto ao FUNDEB. Entretanto, o cálculo do valor per capita aluno a ser repassado para quaisquer umas das etapas e tipos, deverá usar como base o valor “1”, equivalente às séries iniciais do ensino fundamental urbano. (ANDRADE, 2008, p. 184).

Abaixo quadro com os índices para distribuição de recursos do FUNDEB:

(continua)

NÍVEL E MODALIDADE DE ENSINO FATOR DE PONDERAÇÃO

Educação Infantil

creche parcial 0,80

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Fonte: Adaptado de CALLEGARI, 2009

Quadro 14 – Fator de Ponderação.

Para as creches, os fatores variam entre 0,80 e 1,20, por se considerar

que para esse segmento, apesar das pesquisas apresentarem tendência de

custo equivalente ao dobro do custo do ensino fundamental, as crianças de 0 a

3 anos podem ter a garantia dos municípios, não captados pelo FUNDEB.

Valor aluno/ano, expressão de medida relacionada a recursos

financeiros disponibilizados para o ensino público (receita), corresponde ao

resultado da divisão de um determinado montante de recursos pelo número de

alunos atendidos ou a atender no tempo de um ano letivo, observadas no

cálculo as regras e as limitações pertinentes.

(conclusão)

creche integral 1,20

pré-escola parcial 1,00

pré-escola integral 1,30

Ensino Fundamental

anos iniciais - Urbano 1,00

anos iniciais - Rural 1,15

anos finais - Urbano 1,10

anos finais - Rural 1,20

tempo integral 1,30

Ensino Médio

Urbano 1,20

Rural 1,25

tempo integral e integrado à educação profissional

1,30

Educação Especial 1,20

Educação de Jovens e Adultos

EJA com avaliação no processo 0,80

EJA integrado a educação prof. de nível médio 1,20

Indígena e Quilombola 1,20

Entidades Conveniadas

Creche Integral 1,10

Creche Parcial 0,80

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No âmbito de cada Estado, os valores aluno/ano definitivos só podem

ser conhecidos ao final de cada exercício, com os dados finais da arrecadação

efetiva dos impostos e transferências de impostos que constituem o FUNDEB.

Os valores aluno/ano também podem ser estimados ao final do exercício

anterior, com base nas estimativas da receita para o exercício seguinte dividido

pelas matrículas do censo escolar INEP/MEC mais atualizado, cujo resultado

está disponibilizado até o final do ano em que é esse censo realizado,

computando-se os fatores de ponderação também já estabelecidos. Esta

atribuição é de competência dos Ministérios da Educação e da Fazenda,

conforme estabelecido no art. 7º do Decreto nº 6.253, de 2007.

Segundo Callegari (2009), o valor aluno/ano mínimo nacional constitui-

se em valor de referência relativo às séries-iniciais do ensino fundamental

urbano e que, o valor aluno/ano do ensino fundamental do FUNDEB não pode

ser inferior ao do FUNDEF efetivamente praticado em 2006 (Emenda

Constitucional n. 53/06, § 2º do art.2º e Lei 11.494/07, art. 32, caput, § § 1º e

2º), atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O valor aluno/ano, inicialmente, é provisório uma vez que trabalha com

matrículas e fatores de ponderação definitivos, mas com montantes de

recursos estimados. Tornar-se-á definitivo quando recalculado com base em

receitas efetivamente realizadas, conhecidas só depois do encerramento do

exercício respectivo e mantidos as mesmas matrículas e fatores de

ponderação, quando então far-se-á o ajuste conforme estabelecido no artigo

6º, § 2º, da Lei nº 11.494, de 2007.

A União complementará a maior ou a menor em função da diferença da

receita utilizada para cálculo e a receita realizada do exercício de referência,

esta complementação será ajustada no 1º (primeiro) quadrimestre do exercício

imediatamente subsequente e debitada ou creditada à conta específica dos

Fundos, conforme o caso.

A União exercerá função supletiva e redistributiva mediante

complementação de recursos aos FUNDEBs, em os quais, o valor médio

ponderado por aluno não alcançar o mínimo nacional. “A União complementará

os recursos do FUNDEB, sempre que, em cada Estado e no Distrito Federal, o

valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente.” (ANDRADE,

2008, p. 181)

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Com relação à medida relacionada às despesas, o custo aluno/ano

corresponde ao resultado da divisão de um determinado montante de despesas

com ensino, pelo número de alunos atendidos ou a atender, em um ano letivo,

observadas no cálculo as regras e os limites pertinentes.

Conforme Callegari (2009), referindo-se à manutenção e ao

desenvolvimento do ensino, nos itens de despesas elencados na Lei n.

9.394/96, art. 70, estão identificadas as despesas a serem consideradas na

formulação da equação de custo (custo, igual a soma dos dispêndios, em

termos monetários, com fatores de produção empregados para a obtenção do

produto/serviço).

De acordo com as informações acima, o valor aluno/ano mínimo

nacional corresponde ao fator de ponderação 1,0 (um), que representa o custo

mínimo de um aluno/ano para um ensino de qualidade.

Na administração pública verba e custo caminham juntos e como regra

se equivalem: para realizar, empenha-se a verba; verba empenhada passa a

ser despesa, que se torna custo, uma vez efetivada a aplicação respectiva.

Porém, essa equivalência só faz sentido quando relaciona valor aluno/ano e

custo aluno/ano constituídos com os mesmos recursos, no contexto da

captação e da destinação. A distribuição de recursos proporcionalmente ao

aluno torna o aluno um fator de receita, deixando de ser apenas um fator de

despesa.

3.2.2.5 A aplicação dos recursos do FUNDEB e o orçamento no município de

Lins (SP)

A Carta Magna prevê em seu art. 211, § 2º que os municípios atuarão

prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. Está na Lei de

Diretrizes e Bases (LDB): a Educação Infantil em creches e pré-escolas deve

ser oferecida pelos municípios. Aos Estados, cabe a responsabilidade de

assegurar o Ensino Fundamental, juntamente com os municípios e de oferecer,

com prioridade, o Ensino Médio. Sendo assim, o município é o ente que deve

ocupar-se preferencialmente da educação infantil.

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A Constituição Federal, bem como a Lei n. 9.394/1996, de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional e a Lei n. 10.172/2001, que institui o Plano

Nacional de Educação (PNE) fazem referência ao dever do Estado em garantir

padrões mínimos de qualidade de ensino (Constituição Federal. /88, artigo 206,

inciso VII).

Ainda na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, em seu art.

69, define:

“A União aplicará, anualmente, nunca menos de

dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta

nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da

receita resultante de impostos, compreendidas as

transferências constitucionais, na manutenção e

desenvolvimento do ensino público.”

Assim, têm-se duas palavras-chave: custo e qualidade a serem

combinados e aplicados por aluno do sistema público de ensino.

Um passo importante, iniciado a partir do FUNDEF e aprofundado com o

advento do FUNDEB, foi o reconhecimento de que os diferentes níveis, etapas

e modalidades de educação apresentam custos diferenciados – caracterizados

nas ponderações fixadas a partir de coeficientes que variam de 0,80 a 1,30 (Lei

n. 11.494/2007). Características como tamanho da jornada escolar, relação

adequada aluno/professor e salas com recursos especializados (no caso da

educação especial) influenciam os valores per capita.

O FUNDEB é um fundo especial. A Lei n. 4.320/64 define que “fundo

especial é o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à

realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de

normas peculiares de aplicação.” (BRASIL, 1964)

Na administração pública, fundo é uma conta titulada na contabilidade

governamental, cujo título a identifica para fins administrativos dirigidos: com

identidade administrativa, mas destituído de personalidade jurídica, é um caixa

especial que mantém e movimenta recursos financeiros em separado do caixa

geral. (CALLEGARI, 2009)

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Conforme a Portaria Interministerial n. 1459, de 30 de dezembro de 2010

(Anexo A), o valor anual por aluno para o Estado de São Paulo, exercício 2011:

Portaria Intermunicipal n. 1459 de 30 de dezembro de 2010.

Valor anual por aluno estimado e estimativa da receita do FUNDEB -2011

EDUCAÇÃO INFANTIL ENSINO FUNDAMENTAL EJA

Creche Integral

Pré-Escola Integral

Creche Parcial

Pré-Escola Parcial

Série Inicial Urbana

Série Inicial Rural

Série Final

Urbana

Série Final Rural

Avaliação Processo

3168,45 3432,49 2112,30 2640,38 2640,38 3036,43 2904,41 3168,45 2112,30

Fonte: Adaptado da Portaria Interministerial n. 1459/10, (BRASIL, 2010)

Quadro 15 – Valor aluno/ano - estimativa da receita FUNDEB 2011/ SP

O fator de ponderação para os níveis creche e pré-escola, no município

de Lins está definido em 0,80 (creche parcial), 1,20 (creche integral) e 1,0 (pré-

escola) que corresponde, conforme com quadro acima, a R$ 2.112,30, R$

3.168,45 e R$ 2.640,38 respectivamente.

Através de dados obtidos na Secretaria Municipal de Educação de Lins,

o município, no ano letivo de 2011, mantém em suas escolas 3.362

matriculados, assim distribuídos: creches de período parcial, 613; creches de

período integral, 225; pré-escola, 1599; educação especial , 48; ensino

fundamental, 652 e o Ensino Jovens e Adultos (EJA) composto por 225 alunos.

(continua)

ANO LETIVO DE 2011 – RECURSO FUNDEB

Nível de Ensino

Fator de

Ponderação

Valor/aluno - ano

Valor mínimo para

ensino de qualidade

Número de

alunos

Valor aluno considerando o fator de

ponderação

Valor necessário manutenção (considerando

fator de ponderação 1,0 e carga horária)

Creche parcial 0,80 2.112,30 2.640,38 613 1.294.839,90 1.618.552,94

Creche integral 1,20 3.168,45 5.280,76 225 712.901,25 1.188.171,00

Pré-escola 1,00 2.640,38 2.640,38 1599 4.221.967,62 4.221.967,62

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(conclusão)

Educ.especial 1,20 3.168,45 5.280,76 48 152.085,60 253.476,48

Fundamental 1,00 2.640,38 2.640,38 652 1.721.527,76 1.721.527,76

EJA 0,80 2.112,30 2.640,38 225 475.267,50 594.085,50

TOTAL 3362 8.578.589,63 9.597.781,30

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2011

Quadro 16 – Estimativa da receita valor aluno/ano para o município de Lins.

O quadro acima demonstra dois totais de receita: a receita do FUNDEB

correspondente a cada nível de ensino, com base fator de ponderação fixado

para cada nível, multiplicado pelo número de matriculados na rede de ensino

do município de Lins no ano letivo de 2011 e sugere a receita correspondente a

cada nível de ensino, considerando o mesmo número de alunos se fosse

multiplicado pelo fator de ponderação 1,0, índice ideal para ensino de

qualidade, considerando também a carga horária dobrada, no caso de níveis

em período integral, onde deveria ser adotado fator de ponderação 1,0 para

cada período (manhã e tarde). O valor repassado pelo fundo é inferior aos

apontados acima, uma vez que é utilizado para este cálculo número de

matriculados e receita realizada do ano de 2010 (Anexo B). Esta diferença de

valores será administrada pelo orçamento municipal, instrumento de

planejamento e controle das ações públicas.

Em uma rápida explicação de como é trabalhada essa variante entre

outras, a administração pública de Lins, para elaboração da LOA para o ano

seguinte, promove reuniões nas secretarias, onde são envolvidos os diretores,

parte técnica e o secretário da área, é feito um estudo onde são colocados

projetos, necessidades e prioridades, há um levantamento da receita a ser

destinada para a secretaria e fixada a despesa para os projetos que deverão

ser desenvolvidos no ano seguinte.

É neste momento que a Secretaria da Educação analisa suas

necessidades e prioridades, faz uma previsão de todas as receitas e onde

serão alocadas. Para a previsão da receita do FUNDEB, através do site do

MEC - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), cujo valor

está disponível, acresce a este valor a projeção da inflação, já que o valor ali

apontado tem como base dados do ano anterior.

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As decisões desta reunião são levadas a outra, nível macro, composta

de secretários, diretores, assessores de todas as secretarias e a contabilidade,

para unir todos os projetos, que então são discutidos, porque a receita do

orçamento em questão deverá contemplar todas as secretarias e priorizar

projetos.

Alguns ajustes são feitos para que haja equilíbrio entre a receita e

despesa. Apropriadas, então, as despesas às receitas, os dados são

encaminhados à contabilidade que elabora os quadros e demonstrativos que

constituem o Projeto de Lei do Orçamento, com base no PPA e na LDO, a ser

apresentado à Câmara, de acordo com a Lei Orgânica do Município. Esse

projeto de lei deverá dar entrada na Câmara até o dia 30 de setembro do ano

corrente.

Durante a execução do orçamento, caso seja encontrada alguma

deficiência orçamentária, para corrigir essa falha, a dotação orçamentária

deverá ser suplementada.

O orçamento municipal de Lins, para o exercício de 2011, aprovado pela

Lei n. 5.448, de 14 de dezembro de 2010 (Anexo C), orçou a receita e fixou as

despesas em R$ 108.070.000,00, sendo que, de acordo com art. 212,

Constituição. Federal/88, vinte cinco por cento do valor de impostos

arrecadados no município devem ser destinados à Secretaria Municipal de

Educação para a manutenção do ensino público.

RECEITAS POR CATEGORIA ECONÔMICA

RECEITAS CORRENTES 103.539.261,00

1.1 – Receitas Tributárias 15.581.000,00

1.3 – Receita Patrimonial 2.834.500,00

1.7 – Transferências Correntes 78.213.761,00

1.9 – Outras Receitas Correntes 6.910.000,00

RECEITAS DE CAPITAL 4.530.739,00

2.1 – Operações de Crédito 380.000,00

2.4 – Transferências de Capital 4.150.739,00

TOTAL GERAL DA RECEITA 108.070.000,00

Fonte: Adaptado da Lei n. 5.448/2010, (Câmara Municipal de Lins)

Quadro 17 – Receita por Categoria Econômica

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Na retenção das transferências da receita arrecadada de impostos

(20%), para o exercício de 2011, o município de Lins contribuirá com R$

9.304.000,00 para o FUNDEB (Anexo D).

DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL

RECEITAS REDUTORAS QUE COMPÕE O FUNDEB CONFORME

EC. Nº 53/06

MUNICÍPIO DE LINS

Art. 158, II 1721.01.05 Cota-parte do ITR 12.000,00

Art. 158, III 1722.01.02 Cota-parte do IPVA 1.916.000,00

Art. 158, IV 1722.01.01 Cota-parte do ICMS 3.194.000,00

Art. 159, I, b 1721.01.02 Cota Parte do FPM 4.100.000,00

Art. 159, II, § 3 da CF c/c art.3º, § 2º da MP n. 339/06

1722.01.04 Cota-parte do IPI Exportação 42.000,00

Lei Complementar n. 87/96 c/c art. 3º, § 2º da MP n. 339/06

1721.99.00 Cota-parte do ICMS Desoneração Exportação 40.000,00

TOTAL 9.304.000,00

Fonte: Adaptado do quadro da receita por categoria econômica, (Prefeitura Municipal de Lins)

Quadro 18 – Valores referentes à retenção de receita de impostos, ano 2011

O valor que retornará ao município terá como base a soma das

matrículas (número obtido através do censo escolar mais atualizado, do ano

anterior, 2010), aplicado os fatores de ponderação diferenciais de custo

aluno/ano.

Conforme dados obtidos no Quadro de Receita Segundo a Categoria

Econômica, quadro que compõe a LOA, o valor fixado para o FUNDEB, para o

exercício de 2011, que deverá cobrir despesas do mesmo Fundo, será de R$

8.127.500,00, acrescentando-se sua rentabilidade, sendo que no orçamento do

município de Lins, inicialmente foi alocado para o ensino infantil (creche e pré-

escola) o valor de R$ 3.223.337,00 e o restante, para o ensino fundamental

(Anexo E).

(continua)

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA - 02.02.00 - SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Unidade executora - 02.02.02 - CRIANÇA DE 0 A 5 ANOS-INFANTIL

Fonte de recursos 5

TRANSFERÊNCIAS E CONVÊNIOS FEDERAIS

VALOR FIXADO

Funcional programática 12.365.0041-2.441 MANUTENÇÃO DO FUNDEB – 60% 2.593.837,40

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(conclusão)

Funcional programática 12.365.0041-2.442 MANUTENÇÃO DO FUNDEB – 40% 629.499,60

Unidade executora - 02.02.04 - ENSINO FUNDAMENTAL

Fonte de recursos 5

TRANSFERÊNCIAS E CONVÊNIOS FEDERAIS

VALOR FIXADO

Funcional programática 12.361.0138-2.441 MANUTENÇÃO DO FUNDEB – 60% 4.035.595,00

Funcional programática 12.361.0138-2.442 MANUTENÇÃO DO FUNDEB – 40% 1.041.068,00

Total da fonte de recursos 8.300.000,00

Fonte: Adaptado do quadro de detalhamento da despesa, (Prefeitura Municipal de Lins)

Quadro 19 – Demonstrativo da fixação da despesa – FUNDEB

Considerando o valor ideal para custear padrão de ensino de qualidade

corresponde ao fator de ponderação 1,0 (um), que representa o valor de R$

2.640,38, para o exercício de 2011, é o mínimo nacional que se constitui em

valor de referência relativo à série inicial do ensino fundamental urbano,

ministrado em período parcial, foi fixado para creches em período parcial fator

de ponderação 0,80, para as creches em período integral, o fator de

ponderação é de 1,20, onde dever-se-ia considerar valor em dobro, uma vez

que o período é dobrado.

O FUNDEB, em cumprimento de Lei, deverá aplicar o mínimo de 60% de

seus recursos à remuneração dos profissionais que estejam diretamente

ligados ao magistério, que executem atividades pedagógicas, não inclui a

outros trabalhadores da educação não envolvidos em funções tradicionalmente

definidas como pedagógicas, que igualmente são essenciais ao andamento

das atividades do ensino e que deverão ser custeados de uma outra forma.

3.3 Discussão

Os dados acima expostos são significativos e exigiram uma reflexão

séria em sua análise e, após examinados, surgiu o seguinte questionamento:

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como o município pode organizar seu orçamento visando a atender de forma

plena e sem prejuízo?

O orçamento público municipal, instrumento de planejamento e controle

dos recursos públicos, otimiza os recursos destinados ao financiamento da

educação e complementa esta diferença entre o valor ideal, fator de

ponderação 1,0 e o repassado e custeia outras controvérsias trazidas por este

fundo, através de orçamento próprio. Em primeira instância esta diferença sairá

do que corresponde a 25% de orçamento estabelecido para educação e,

posteriormente, irá atingir o orçamento geral do município.

Após estudo, constata-se que quando utilizados recursos próprios para

complementar o valor do FUNDEB, para atingir o valor ideal, fator de

ponderação 1,0, o município opta em alcançar as metas propostas pelo Fundo;

todavia, deixa de investir em outros projetos necessários.

Há a necessidade de construção de novos prédios para criação de

novas vagas. Isso seria possível se não fosse a imperativa escolha do

município em complementar o valor faltante ao FUNDEB, porque ao fazer esta

preferência o município utiliza recursos que seriam usados em outros projetos.

O não cumprimento das disposições legais relacionadas ao FUNDEB

acarreta sanções administrativas, civis e/ou penais, trazendo ao chefe do poder

executivo sujeição ao processo de crime de responsabilidade, perda do cargo,

a inabilidade para o exercício de cargo ou função pública, eletivos ou de

nomeação, pelo prazo de cinco anos, conforme art. 1º, § 2º, Decreto-Lei n.

201/67 e, ao município, impossibilidade de celebração de convênios junto à

administração federal e estadual, quando exigida certidão negativa do Tribunal

de Contas e perda da assistência financeira da União e do Estado (art. 76 e 87,

§ 6º da LDB – Lei 9.394/96).

3.4 Parecer final do Orçamento Público da Prefeitura Municipal de Lins em

função da aplicação e controle de recursos da educação

Observou-se, no decorrer desta pesquisa, que o FUNDEB, fonte de

financiamento de toda a educação básica, ao estender o efeito distributivo,

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tornou-se o meio mais eficaz para promover a equidade, mas é necessário

equacionar o complexo problema da fixação das ponderações que incidem

sobre as etapas, modalidades e tipos de estabelecimento, sob

responsabilidade dos municípios.

É preciso considerar que o FUNDEB não é suficiente para garantir

automaticamente os objetivos propostos.

Através da contabilidade, o município de Lins aplica os princípios

fundamentais da contabilidade e orçamentária, e as normas que regulam o seu

exercício, contribuindo de forma decisiva para demonstrar que o Orçamento

Público é instrumento de planejamento e controle. Notadamente, a forma de

atuação constitui-se em elemento de planejamento, pois possibilita perceber a

realidade, tornando possível avaliar e estruturar os caminhos e alcançar os

objetivos ao qual o planejamento se destina.

Desde a implantação do FUNDEB, o município de Lins vem aplicando a

mesma metodologia: executa os projetos determinados por lei e prioriza outros

indispensáveis na área da educação, complementa os valores voltados ao

financiamento da educação através de movimentação orçamentária e deverá

manter este procedimento até que haja mudanças em Lei e os fatores de

ponderação alcancem o ideal.

Assim, esta pesquisa pretendeu contribuir para colocar em pauta a

importância do orçamento público no controle e aplicação dos recursos da

educação e o papel dos gestores públicos na operacionalização das

determinações legais e na efetiva concretização dos direitos das crianças.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Diante da pesquisa realizada na Prefeitura Municipal de Lins, referente

ao Orçamento Público Municipal em função da aplicação e controle de recursos

na educação, aplicado em 2011, propõe-se que:

Para que o FUNDEB constitua um instrumento adequado para o

financiamento da educação pública que garanta a equidade, a autonomia, o

regime de colaboração e o controle social, é necessário que as informações

contábeis reforcem o orçamentário destinado à educação infantil.

Identificou-se que a média de ponderação ideal, correspondente a 1,0

(um) por aluno, que é o mínimo para uma qualidade de ensino, para que seja

alcançada, deverá o município de Lins aplicar a mesma metodologia

empregada em anos anteriores, utilizando-se do orçamento público municipal,

otimizando os recursos destinados ao financiamento da educação para

executar os projetos determinados por lei e priorizando outros indispensáveis

na área da educação e complementando a diferença entre o valor ideal e o

valor repassado, e custeando outras controvérsias trazidas por este Fundo,

através de orçamento próprio.

É necessário que o controle social se utilize plenamente de fiscalização

que a legislação prevê e se integre aos controles internos e externos já

previstos na legislação brasileira e aplicável ao FUNDEB.

Outra proposta é a manutenção dos espaços de participação dos

movimentos sociais para corrigir e reorientar a política de financiamento à

proporção que ocorram as eventuais dificuldades, inclusive a insuficiência de

recursos.

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CONCLUSÃO

O trabalho responde à pergunta formulada demonstrando que realmente

o orçamento público do município de Lins em seu planejamento otimiza seus

recursos priorizando projetos.

O planejamento é uma ferramenta administrativa que possibilita

perceber a realidade, avaliar as dificuldades e mostrar caminhos a serem

seguidos.

Sendo a educação instrumento de desenvolvimento econômico muito

além de seu status de direito social, destaca-se sua relevância como

ferramenta para o crescimento econômico de um país.

O valor mínimo nacional deve garantir um padrão mínimo de qualidade

de ensino. A Lei n. 11.494/07, que regulamenta o FUNDEB, estabeleceu como

fator de ponderação para as creches em período parcial, um índice que

corresponde a apenas 80% do custo-aluno das séries iniciais do ensino

fundamental e para as creches em período integral um valor de 20% acima

daquele definido para as séries iniciais do ensino fundamental. Contudo, como

sabem os profissionais da educação, uma creche em tempo integral tem um

custo-aluno que é, no mínimo, duas vezes maior que o custo-aluno das séries

iniciais do ensino fundamental, e ainda, a criança da creche exige um cuidado

e produz gastos muito maiores do que a criança em outras etapas.

Apesar desta questão, o FUNDEB se constitui na principal fonte de

financiamento da educação para todas as crianças, jovens e adultos nas

escolas públicas de educação básica, havendo através dele uma melhor

integração entre os níveis de ensino. Trouxe avanços na área da educação,

reconhecendo a educação básica como processo único, contínuo e articulado,

mas trouxe também um comprometimento maior ao município, ao se tratar de

orçamento. Ainda que diante de grande esforço, as metas do FUNDEB deverão

ser alcançadas.

Através do estudo pode-se concluir que esta é uma situação que pode

ser resolvida especialmente por aqueles que lidam com o orçamento público e

por aqueles que atuam na área da educação, a se manterem mobilizados em

prol de sua superação, sendo esta uma luta que não se pode abdicar para se

manter ensino de qualidade, através da otimização do orçamento.

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Uma administração pública coerente e responsável deve priorizar dois

instrumentos:

a) Planejamento: sendo um instrumento gerencial, fazendo uma

previsão dos possíveis problemas e propõe soluções, fixa metas,

determinando a melhor maneira para atingi-los;

b) Controle: ferramenta na visualização de eventuais anomalias ou

problemas durante a execução, possibilitando a adoção de medidas

corretivas para que processo siga na direção dos objetivos traçados.

Através destes instrumentos, as verbas públicas são otimizadas,

fazendo com que o FUNDEB obtenha resultados satisfatórios.

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REFERÊNCIAS

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______. Lei do FUNDEB – Lei nº. 11.494, de 20 de junho de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11494.htm>. Acesso em: 09 fev. 2011. ______. Decreto n. 6.253, de 13 de novembro de 2007. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB regulamenta a Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Decreto/D6253.htm>. Acesso em: 17 jul. 2011. ______. MEC. FNDE. Financiamento da Educação - Fundeb. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/index.php/financ-fundeb>. Acesso em: 12 jul. 2011

CALLEGARI, C. O FUNDEB: e o financiamento da educação pública no Estado de São Paulo. 4. ed. São Paulo: Aquariana. 2009. CÂMARA municipal de Lins. Histórico municipal de Lins. 2006. _______. Disponível em: < http://www.camaralins.sp.gov.br/>. Acesso em: 07 mai. 2011. _______. LOA – Lei Orçamentária Anual. Lei nº. 5.448, de 14 de dezembro de 2010. Disponível em: <http://www.camaralins.sp.gov.br/camver/camver/leimun/2010/05448.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2011 CARVALHO, C.L.C.M. Lins 89 anos: um passeio pela história da educação linense. Jornal Correio de Lins. Lins, abr. 2009. Suplemento, p.5. _______. Lins 90 anos: orçamentos municipais de Albuquerque Lins e Lins. Jornal Correio de Lins. Lins, abr. 2010. Suplemento, p.4.

CURTALINS. Disponível em: <http://www.curtalins.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=140:fonte-fatima&catid=110:curiosidades&Itemid=142>. Acesso em: 07 mai. 2011 GIACOMONI, J. Orçamento público. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

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IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1.>. Acesso em: 07 mai. 2011 LINS. Disponível em: <http://www.lins.sp.gov.br>. Acesso em: 30 abr. 2011. PINTO, J.M.R. A política recente de fundos para o financiamento da educação e seus efeitos no pacto federativo. Educação & Sociedade. Campinas, v. 28, n. 100, p. 877-897, out. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010173302007000300012&script=sci_arttext&tlng=andothers>. Acesso em: 08 fev. 2011. RIBEIRO, A.G. Lins e seus Pioneiros. São Paulo: Cultural Signos, 1995 SENA, P. A legislação do Fundeb. Caderno de Pesquisa. São Paulo, v. 38, n. 134, p. 319-340, ago.2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v38n134/a0438134.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2011 SILVA, L.M. Contabilidade governamental: um enfoque administrativo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004. SLOMSKI, V. Manual de contabilidade pública: um enfoque na contabilidade municipal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. ZOTTI, S. A. Sociedade, educação e currículo no Brasil: dos jesuítas aos anos de 1980. Campinas: Plano. 2004

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Roteiro de estudo de caso

1 INTRODUÇÃO

O objetivo principal do estudo de caso será a análise dos recursos

públicos voltados para a educação na elaboração do Orçamento Público e o

processo orçamentário. Serão descritos os métodos e técnicas utilizados e as

dificuldades e facilidades encontradas.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) Descrição da importância do Orçamento Público na otimização das

verbas públicas na área da educação.

b) Análise da legislação vigente para composição do orçamento.

c) Verificação dos procedimentos estabelecidos no processo e

elaboração do orçamento.

1.2 Discussão

Através da pesquisa será utilizado um confronto entre a teoria e a prática

utilizada na entidade.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a manutenção ou

modificações de procedimentos.

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APÊNDICE B - Roteiro de Observação Sistemática

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa:

Localização:

Ramos de Atividade:

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Histórico da empresa

2 Sede

3 Número de alunos na área municipal

4 Receita

5 Despesa

6 Orçamento anterior e o vigente

7 Lei do FUNDEB

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APÊNDICE C - Roteiro entrevista para a Secretaria da Educação

I - IDENTIFICAÇÃO

Profissão:

Escolaridade:

Experiência profissional:

II - PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 O município de Lins possui quantas escolas públicas?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2 Qual o número de escolas de responsabilidade do município?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

3 Qual o número de alunos matriculados na rede pública municipal?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

4 Na rede pública municipal, qual é o número de matriculados nas creches

e no ensino infantil?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5 Qual é o valor gasto por aluno/ano nas creches e ensino infantil?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

6 Qual a previsão da receita referente ao FUNDEB?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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APENDICE D – Roteiro de entrevista para o contador

I - IDENTIFICAÇÃO

Profissão:

Escolaridade:

Experiências profissionais:

II - PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual a finalidade do Orçamento Público para o município?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2 Qual a previsão da receita referente ao FUNDEB?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

3 Qual a importância do FUNDEB para a composição da receita dentro do

Orçamento Público?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

4 O Orçamento Público é instrumento de planejamento, controle e

monitoramento das verbas públicas?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5 Qual o papel do contador na elaboração do orçamento?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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APÊNDICE E - Roteiro de entrevista para o secretário de finanças

I - IDENTIFICAÇÃO

Profissão:

Escolaridade:

Experiências profissionais:

II - PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual o procedimento para se conseguir recursos de outra esfera de

governo para aumentar o Orçamento Público?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2 O orçamento é peça que controla as despesas públicas?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

3 Qual a importância do Orçamento Público nas despesas da educação?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

4 Qual a importância do Orçamento Público na Administração Municipal?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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ANEXOS

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ANEXO A – Portaria Interministerial n. 1.459 de 30 de dezembro de 2010

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ANEXO B - Matrículas da educação básica, consideradas no FUNDEB em 2010, estimativa da receita anual do fundo e coeficientes de distribuição dos

recursos

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ANEXO C – LEI N. 5.448, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2010.

PREFEITURA MUNICIPAL DE LINS ESTADO DE SÃO PAULO

LEI Nº 5.448, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2010

Estima a receita e fixa a despesa do município de Lins para o exercício financeiro de 2011.

O Engº Waldemar Sândoli Casadei Prefeito Municipal de Lins, usando das atribuições que lhe são conferidas por Lei, Faço saber que a Câmara Municipal de Lins aprovou e eu promulgo a seguinte LEI:

Art. 1º - Esta Lei estima a receita e fixa a despesa do município de Lins para o exercício financeiro de 2011, compreendendo: I – o Orçamento Fiscal referente aos Poderes do Município, seus fundos, órgãos e entidades da Administração Municipal direta; II – o Orçamento da Seguridade Social abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração Municipal direta. Art. 2º - A receita orçamentária estimada é de R$ 108.070.000,00 (cento e oito milhões e setenta mil reais). Art. 3º - As receitas decorrentes da arrecadação de tributos, contribuições e de outras correntes e de capital, previstas na legislação vigente, são estimadas com o desdobramento discriminado no anexo a desta Lei, observada a seguinte classificação:

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

1.0 RECEITAS CORRENTES R$ 103.539.261,00

1.1 Receitas Tributárias R$ 15.581.000,00

1.3 Receita Patrimonial R$ 2.834.500,00

1.7 Transferências Correntes R$ 78.213.761,00

1.9 Outras Receitas Correntes R$ 6.910.000,00

2.0 RECEITA DE CAPITAL R$ 4.530.739,00

2.1 Operações de Crédito R$ 380.000,00

2.4 Outras Transferências de Capital R$ 4.150.739,00

TOTAL DA RECEITA R$ 108.070.000,00

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PREFEITURA MUNICIPAL DE LINS ESTADO DE SÃO PAULO

Art. 4º - A despesa fixada será realizada de acordo com o Quadro de Detalhamento da Despesa, anexo a esta Lei, com o seguinte desdobramento:

POR ÓRGÃO ADMINISTRAÇÃO DIRETA

01 – CÂMARA MUNICIPAL 01.01 – Corpo Legislativo R$ 4.367.450,00

02 – PREFEITURA MUNICIPAL

02.01 Gabinete do Prefeito R$ 1.530.204,85

02.02 Secretaria Municipal de Educação R$ 25.249.690,40

02.03 Secretaria Municipal de Saúde R$ 24.543.400,00

02.04 Secretaria Municipal de Urbanismo Serviços e Obras Públicas

R$ 16.771.500,00

02.05 Secretaria Municipal dos Negócios Administrativos R$ 6.646.100,00

02.06 Encargos do Município R$ 9.090.000,00

02.07 Secretaria Municipal de Planejamento e Finanças R$ 2.342.400,20

02.08 Procuradoria Geral do Município R$ 568.500,00

02.09 Secretaria Municipal de Esporte e Lazer R$ 5.697.427,30

02.10 Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentado e Turismo

R$ 3.334.760,00

02.11 Fundo Municipal de Assistência Social R$ 6.275.646,40

02.12 Coordenadoria de Política Rural e Meio Ambiente R$ 1.652.920,85

TOTAL GERAL DAS DESPESAS R$ 108.070.000,00

Art. 5º - O Poder Executivo é autorizado, nos termos da Constituição Federal, a: I – realizar operações de crédito por antecipação da receita, nos termos da legislação em vigor; II – realizar operações de crédito até o limite estabelecido pela legislação em vigor; III – abrir créditos adicionais suplementares até o limite de dez por cento do total da despesa fixada, observado o disposto no artigo 43 e seus parágrafos da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964; IV – abrir créditos suplementares destinados a suprir insuficiências nas dotações orçamentárias relativas a débitos constantes de precatórios judiciais, despesas de exercícios anteriores e despesas à conta de recursos vinculados, não onerando o limite autorizado no inciso anterior; V – transpor, remanejar ou transferir recursos, dentro de uma mesma categoria de programação, sem prévia autorização legislativa, nos termos do artigo 167, VI da Constituição Federal.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE LINS ESTADO DE SÃO PAULO

Art. 6º – Esta Lei entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2011.

Art. 7º – Revogam-se as disposições em contrário.

Lins, 14 de dezembro de 2010

Engº Waldemar Sândoli Casadei Prefeito de Lins/SP

Registrada e publicada na Secretaria Municipal dos Negócios Administrativos, em 14 de dezembro de 2010.

José Roberto Alves de Oliveira

Secretário Municipal dos Negócios Administrativos

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ANEXO D - Receita segundo as categorias econômicas

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ANEXO E – Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD)

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