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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MARKETING DIGITAL: O USO DAS MÍDIAS SOCIAIS PELAS EMPRESAS COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
COM O SEU PÚBLICO.
Por: Simone Rezende Brandão
Orientador: Prof. Fernando Alves
Dezembro/2010
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MARKETING DIGITAL: O USO DAS MÍDIAS SOCIAIS PELAS EMPRESAS COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
COM O SEU PÚBLICO.
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como requisito parcial para a
obtenção do grau de especialista em Comunicação
Empresarial.
Por: Simone Rezende Brandão
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente àquele que está acima de
todas as coisas e que detém o controle de tudo que
acontece em nossas vidas. Em segundo lugar, aos
meus pais, que me proporcionaram tantas coisas e
tantas oportunidades. Por fim, ao meu noivo, pelo
incentivo nessa caminhada.
Sem eles eu nada seria...
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu grupo que se manteve
unido desde o primeiro módulo desta Pós-
Graduação, apesar de alguns momentos
conturbados na realização dos trabalhos. Grazi,
Júlia, Alex e Letícia, pessoas que ficarão para
sempre no meu coração e em minhas lembranças.
5
RESUMO
As mídias sociais estão se tornando ferramentas muito importantes para
as empresas, visto que o uso da Internet tem se expandido ao longo dos anos,
fazendo parte cada vez mais do dia-a-dia do ser humano, que a utiliza para
diversos fins. Esta pesquisa pretende demonstrar, no segundo capítulo, a
maneira como essas mídias podem influir no comportamento de compra das
pessoas. As novas febres mundiais do e-commerce (compras coletivas, clubes
de desconto, etc.) também serão citadas nessa parte do trabalho.
Apesar de estar presente e ser tão usual na vida dos seres humanos,
muitos ainda não sabem o significado do termo mídia social e, menos ainda, do
que trata o marketing digital. Para isso, na introdução o tema será descrito em
linhas gerais, para que assim haja um esclarecimento a respeito do assunto,
muito falado, porém ainda tão desconhecido.
O primeiro capítulo tem como finalidade fornecer uma visão ampla da
área, não se restringindo apenas ao assunto em foco. Dessa forma, serão
destacados alguns conceitos de maneira mais abrangente.
Não é novidade quando se diz que a empresa que deseja crescer
necessita acompanhar os seus clientes. Na atual conjuntura, ela deverá estar
presente na Internet, desenvolvendo uma estratégia de marketing online
eficiente para se comunicar com seu público. Porém, essa modalidade de
marketing nem sempre é realizada somente por pessoas jurídicas. O terceiro e
último capítulo (Interatividade na política) falará sobre a comunicação online
como estratégia de campanha de políticos e para isso citará alguns cases.
Essa parte do estudo terá como foco as eleições nos Estados Unidos no
decorrer dos últimos anos, pois o país tem se revelado usuário cada vez mais
assíduo dessas mídias, tanto na política como através das organizações
(tópico abordado no primeiro capítulo).
6
METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado com base em pesquisas bibliográficas
e webgráficas. A Internet foi o principal objeto de análise deste estudo, visto
que a mesma abriga as tão famosas mídias sociais.
Apesar de estar em voga, a temática ainda é recente e por isso
encontramos pouco material bibliográfico disponível no mercado. Em
contrapartida, há uma infinidade de artigos e matérias sobre o assunto em
blogs e sites especializados em comunicação.
O estudo de casos relacionados ao uso das mídias sociais como
ferramenta de marketing contribuiu de forma significativa para uma melhor
compreensão da importância destes meios.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – Marketing Digital 10
CAPÍTULO II – A Internet e o consumo 25
CAPÍTULO III – Interatividade na política 33
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
WEBGRAFIA 41
ÍNDICE 42
8
INTRODUÇÃO
Com o uso cada vez mais frequente da Internet, é fundamental inseri-la
no planejamento de marketing de uma empresa. Não importa qual seja o
negócio: é fato que parte de seu público-alvo se caracterizará por usuários
assíduos desse meio, mais do que de qualquer outro.
Segundo Torres, o “Marketing Digital é o uso das estratégias de
marketing aplicadas à Internet para atingir determinados objetivos de uma
pessoa ou organização”. Esses objetivos podem ser os mais variados, desde
os institucionais, como, por exemplo, criar um relacionamento mais próximo
com o seu cliente, fortalecer a imagem da marca no mercado (podendo esse
ser consequência do anterior), assim como os de cunho comercial, ou seja,
geração de vendas online ou offline, ampliação dos negócios da empresa, etc.
Vale ressaltar que o sucesso no alcance dos objetivos institucionais pode
acarretar em resultados financeiros, pois toda organização ou pessoa que
pensa em aprimorar sua imagem carrega consigo uma pretensão maior, que
vai muito além da simples obtenção de um status positivo.
Ainda que cercadas de tanta tecnologia, muitas empresas nem sequer
imaginam os benefícios que as ações de marketing digital podem lhes
proporcionar. Mal sabem elas que tais ações podem ser cruciais na geração de
lucros e na satisfação de outras necessidades e, o melhor, de modo fácil,
barato e imediato.
Por ser uma mídia de baixo custo e fácil utilização, esta tecnologia
permite que até mesmo empresas de pequeno e médio porte possam gerenciar
de forma mais eficaz o contato com os seus clientes, com seu público e com os
consumidores de um modo geral. Dessa forma, é possível conhecer melhor o
seu público-alvo, saber o que eles pensam sobre o seu produto e/ou serviço e
o que esperam do mesmo. Esse conhecimento se torna ainda mais profundo e
valioso quando se descobre como a marca (e não só seu produto) é vista,
9
como é avaliada em relação aos concorrentes e quais são as necessidades e
desejos dos consumidores, possibilitando à empresa que os satisfaça e que,
assim, ocupe um espaço maior no mercado.
Desta forma, esse estudo tem por finalidade oferecer uma melhor
compreensão sobre o tema em questão e comprovar os benefícios citados por
meio dessa introdução.
10
CAPÍTULO I
Marketing Digital
1.1 – Fundamentação teórica
Seguem nos itens abaixo noções de termos importantes que irão auxiliar
na compreensão do conceito de Marketing Digital.
1.1.1 – O que é Marketing?
O termo, traduzido para o português como Mercadologia ou Mercancia,
significa comercialização, mas também realização.
Quem busca uma frase que melhor explique o que vem a ser Marketing
depara-se com uma infinidade de estudiosos do ramo com as mais diferentes
versões sobre o assunto. O termo nunca logrou uma explicação definitiva,
“O marketing digital está se tornando cada dia mais
importante para os negócios e para as empresas.
Não é uma questão de tecnologia, mas uma mudança
no comportamento do consumidor, que está utilizando
cada vez mais a Internet como meio de comunicação,
relacionamento e entretenimento”. (Cláudio Torres.
Guia prático de marketing na internet para pequenas
empresas. 2010, P. 06)
11
única. Cada autor descreve Marketing a sua maneira, com base em seu próprio
entendimento.
Para a American Marketing Association (AMA)1 “O marketing é uma
função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a
comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração
do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu
público interessado”.
Kotler2 afirma que o marketing envolve a identificação e a satisfação das
necessidades humanas e sociais. Porém, a partir de um ponto de vista
gerencial, define-o como a arte e a ciência de escolher o mercado alvo e de
aplicar os conceitos fundamentais de comercialização.
Apesar de o marketing advir da economia, verificou-se que seu uso
precisa se basear também em outras ciências, como, por exemplo, na
antropologia, na sociologia, na psicologia e até mesmo na estatística. Richers
aborda o tema pelo seu lado antropológico, afirmando que o marketing se
traduz em atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à
busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando
benefícios específicos.
Partindo para uma visão mais detalhada, os estudiosos desmembram o
marketing em inúmeros tipos, dentre eles: 1 A American Marketing Association (Associação Americana de Marketing) é a associação profissional de indivíduos e
organizações que estão liderando a prática, o ensino e o desenvolvimento do marketing no mundo inteiro. A AMA foi
criada em 1937 da fusão de duas organizações antecessoras, a Associação Nacional de Professores de
Marketing e a Sociedade Americana de Marketing. Além disso, publica uma série de manuais e monografias de
pesquisa, amplamente difundidas pelas bibliotecas.
2 Philip Kotler é o mais conhecido guru do marketing no mundo. Os seus livros já venderam mais de três milhões de
cópias em todo o globo, encontrando-se traduzidos em vinte línguas. A sua obra resulta num guia essencial para
técnicos e estudantes de marketing. Philip Kotler é professor de Marketing na Northwestern University, universidade
que possui, de acordo com a revista Business Week, uma das melhores escolas de ensino de marketing, a J.L. Kellogs
Graduate School of Management, o que em muito se deve à ação de Kotler. O autor já ganhou vários prêmios, entre os
quais o Excellence from the European Association of Marketing Consultants and Sales Trainer. Foi também consultor
de várias empresas (IBM, Merck e AT&T). É o autor de obras como Administração de Marketing (uma das mais
importantes e lidas da área), Princípios de Marketing, entre outras.
12
§ Ecomarketing (ou Marketing Ambiental ou Natural) - Marketing relacionado
a causas ambientais, naturais e ecológicas.
§ E-mail marketing - Espécie de divulgação ou venda de produto em que se
utiliza o correio eletrônico. É considerada uma das ferramentas do marketing
direto.
§ Endomarketing - 1. Em uma tradução literal: marketing voltado "para dentro'.
É o marketing que tem como objetivo o público interno de uma organização.
2. Marketing executado por uma empresa de serviços para treinar e motivar de
forma efetiva os funcionários que entram em contato com o consumidor, de
modo a formar uma equipe que proporcione a satisfação do cliente.
§ Grassroots marketing - É a utilização de ferramentas e instrumentos de
marketing direcionados a grupos de pessoas de determinados nichos ou
comunidades com o objetivo de transformá-las em evangelizadoras da marca,
da empresa, do produto ou do serviço.
§ Marketing um-para-um - Marketing individualizado. É uma forma de atender
de forma personalizada o cliente ou consumidor, através da customização de
mercadorias.
§ Marketing concentrado - É a utilização de todos os recursos da empresa em
uma parte do mercado com o intuito de dominá-lo. Baseia-se no pressuposto
de que é melhor ser grande em um determinado mercado do que pequeno em
todos.
§ Marketing cultural - É toda ação de marketing que usa a cultura como veículo
de comunicação para difundir o nome, produto ou fixar a imagem de uma
empresa patrocinadora.
§ Marketing de guerrilha - É um método que utiliza estratégias de guerrilha
bélica no campo do marketing para planejar, lançar e manter a maior ofensiva
mercadológica possível. Seu objetivo é transformar clientes potenciais em
consumidores reais. Normalmente utilizado por empresas com pequenas
verbas.
§ Marketing de massa - Tipo de marketing que visa atingir todos os
consumidores de maneira única.
§ Marketing de relacionamento - Estratégia que tem como objetivo o profundo
conhecimento do cliente e de seus hábitos, visando atendê-lo de forma a obter
a fidelização.
13
§ Marketing de valor - Princípio do marketing que determina que a empresa
deveria investir a maior parte de seus recursos em ações de marketing para
ampliar seu valor.
§ Marketing de varejo - Atividade responsável por providenciar e oferecer
mercadorias e serviços desejados pelos consumidores. Traduz-se como a
relação balconista/consumidor e em volta deles infinitas mercadorias que
podem ser vendidas unitariamente ou em quantidades variadas.
§ Marketing diferenciado - 1. Ação de marketing que tem como pretensão
atingir o mercado como um todo, ou parte deste, com ofertas diferentes para
cada um desses segmentos. 2. Atividade de marketing focada em um
segmento específico de mercado para efeito de tratamento exclusivo. 3.
Estratégia de cobertura de mercado na qual a empresa deseja alcançar vários
segmentos do mercado e desenvolve ofertas específicas para cada um deles.
§ Marketing direto - 1. Marketing executado com propaganda através de vários
tipos de mídia que interagem diretamente com o consumidor, muitas vezes
solicitando a eles que apresentem uma resposta. A mala-direta é um exemplo
desse tipo de mídia. 2. Venda direta. 3. Ação de marketing em que os seus
resultados são passíveis de mensuração. 4. Sistema de venda em que o
vendedor ou um estabelecimento comercial são substituídos, no todo ou em
parte, por estímulos de compra realizados através da mídia impressa ou
eletrônica.
§ Marketing experiencial – É um esforço de marketing que reúne diversos
elementos ligados à lógica, às emoções e ao pensamento, objetivando um
contato mais forte entre o consumidor e a marca ou empresa.
§ Marketing indiferenciado - Estratégia de ataque a um mercado para atingir
vários segmentos com uma única oferta.
§ Marketing institucional - Ações elaboradas para criar, manter ou modificar
atitudes e comportamentos do público-alvo em relação a uma organização.
Não tem como objetivo imediato a venda. Sua finalidade principal é fixar uma
imagem positiva da marca e seus produtos na mente dos consumidores,
melhorando assim a reputação da empresa.
§ Marketing internacional - É o desenvolvimento de oportunidades de negócios
que ultrapassam as fronteiras do país de origem da empresa.
§ Marketing político – Atividades de marketing elaboradas com a finalidade de
promover um candidato.
14
§ Marketing social – Serve para mudar comportamentos e atitudes a fim de
promover uma transformação social.
§ Marketing viral - Método de transmissão de uma mensagem ou uma ideia
para um grupo de pessoas. Cada indivíduo que recebe a mensagem sente-se
compelido a encaminhar a mensagem. Dessa maneira, milhares ou milhões de
pessoas são atingidas.
§ Webmarketing (Marketing Digital) - É o conjunto de ações de marketing
executadas através de meios eletrônicos como a internet, em que o cliente
controla a quantidade e o tipo da informação recebida.
Em síntese, Marketing abrange todas as atividades comerciais ligadas
ao fluxo de bens e serviços, desde sua produção física até o seu consumo
final.
É muito comum as pessoas confundirem marketing com propaganda. De
fato, ambos não são sinônimos. O que acontece é que a propaganda faz parte
do marketing, mas este não se reduz a isso. As atividades de marketing
possuem diversas formas, que podem ser descritas através do mix ou
composto de marketing3. Essas ferramentas foram classificadas por McCarthy4
em quatro grandes grupos, chamados de 4P´s do marketing: produto, preço,
praça (ponto-de-venda) e promoção. Em correspondência aos 4P´s do
vendedor, Robert Lauterbon propôs os 4C´s do cliente: cliente (solução para o),
custo (para o cliente), conveniência e comunicação.
3 Conjunto de ferramentas que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing. 4Jerome McCarthy é um autor norte-americano que criou os "quatro P's”, porém o conceito foi difundido e popularizado
por Philip Kotler. McCarthy prestou consultoria em estratégia de marketing a muitas empresas norte-americanas e
estrangeiras e foi professor de marketing da Universidade de Michigan.
15
1.1.2 – A Internet e as Mídias Sociais
1.1.2.1 – Internet – um breve histórico de como tudo começou
A Internet foi criada em 1969, época da Guerra Fria, com o nome de
ARPANET. Ela foi desenvolvida como o intuito de manter a comunicação entre
as bases militares dos Estados Unidos, mesmo que o Pentágono sumisse do
mapa devido a um ataque nuclear. Isso porque toda a comunicação da rede já
existente passava por um computador central localizado no Pentágono.
Portanto, se a antiga URSS decidisse cortar a comunicação da defesa
americana, bastaria lançar uma bomba no Pentágono e, assim, esta
comunicação entraria em colapso, deixando o país mais vulnerável a ataques.
A ARPANET foi criada para evitar isto. Ao invés de existir um centro
definido ou mesmo uma rota única para as informações, um back bone
passava por baixo da terra, tornando a rede praticamente indestrutível.
Quando acabou a ameaça da Guerra Fria, a ARPANET passou a ser
considerada sem utilidade e, por isso, os militares se desinteressaram em
mantê-la sob a sua guarda. Assim, permitiram o acesso aos cientistas que,
algum tempo depois, cederam a rede para as universidades e estas,
sucessivamente, passaram-na para as universidades de outros países. Dessa
forma, os pesquisadores domésticos passaram a acessá-la, até que mais de
cinco milhões de pessoas se conectassem. Esse meio continuou se
disseminando, sendo considerado hoje o maior sistema de comunicação
desenvolvido pelo homem.
16
A Internet se tornou mais atraente com o surgimento, em 1991, da World
Wide Web5. Isso possibilitou incorporar imagens e sons ao conteúdo. Um novo
sistema de localização de arquivos formou um ambiente em que cada
informação tem um endereço único e pode ser encontrada por qualquer usuário
da rede.
Em suma, a Internet é um conjunto de redes de computadores
interligadas que tem em comum um conjunto de protocolos e serviços, de uma
forma que os usuários conectados usufruam de serviços de informação e
comunicação de alcance mundial.
1.1.2.2 - A Internet nos dias atuais
A Internet, através da troca de informações entre países do mundo
inteiro, foi a grande responsável pelo início da Globalização, pois aproximou as
diferentes culturas. Interatividade que permitiu ao ser humano expressar suas
opiniões e a compartilhar idéias e informações, que facilitou a comunicação
entre empresas e clientes etc.
Surgiu no Brasil no ano de 1989, mas a primeira conexão se deu no
início da década de 90. Foi nessa época que o uso de computadores se
popularizou, gerando o mesmo para a rede. Essa popularização se deu pela
5 A World Wide Web (rede de alcance mundial) é um sistema de documentos em hipermídia que são interligados e
executados na Internet. Também é conhecida como Web e WWW. Esses documentos podem estar na forma de
vídeos, sons, hipertextos e figuras. Usa-se um programa de computador chamado navegador para descarregar
informações (documentos ou páginas) de servidores web (ou "sítios") e visualizá-las.
“A Internet é formada pelas centenas de redes de
computadores conectadas em diversos países dos
seis continentes para compartilhar a informação”.
(José Benedito Pinho, 2000, P.38)
17
queda no preço dos computadores e pela variedade de ofertas de serviços de
Internet discada e banda larga, além da disponibilidade de provedores de
acesso gratuito.
Antes da virada do século surgiram empresas online como Yahoo! Inc.,
Google, Amazon.com e até mesmo o YouTube. Começa então a era da
Internet móvel 6 e da chamada web 2.0.
O termo web 2.0 foi criado em 2004 pela empresa americana O'Reilly
Media e, ainda que remeta a uma nova versão para a Web, não diz respeito à
atualização técnica, e sim, à mudança na forma como ela é encarada por
usuários e desenvolvedores, ou seja, de forma interativa e participativa.
Na implantação e popularização da rede (web 1.0) houve a distribuição
da informação em massa. Com a web 2.0, não apenas obtemos informação,
mas também a transformamos em conhecimento e discutimos a seu respeito. Nesse momento, a interação passa a ser total. O internauta cria, envia e
coordena matérias e arquivos de sites, como acontece no Orkut, YouTube,
Wikipedia e outros. Ele também pode opinar e comentar em portais, blogs e
fóruns sobre os mais diversos assuntos.
1.1.2.3 – A futura web 3.0
A web 3.0 pretende ser a terceira geração da Internet, onde a
organização e o uso de todo o conhecimento que já se encontra disponível
acontecerá de forma mais inteligente, com o foco mais direcionado para as
6 O uso de tecnologias de comunicação sem fio (wireless) para acesso a informações e aplicações web a partir de
dispositivos móveis, como celulares ou handhelds (espécie de notebook em miniatura, com o mesmo desenho básico,
com o teclado de um lado e a tela do outro). A Internet móvel, pelas suas características, tem aspectos bem diferentes
da Internet tradicional, tipicamente acessada por desktops.
18
estruturas dos sites e menos para o usuário. Fala-se na convergência de várias
tecnologias que já existem: banda larga, tecnologia de rede semântica e
acesso móvel à internet. Todos utilizados integradamente, de modo eficiente.
Haveria então uma transição da World Wide Web (rede mundial) para
World Wide Database7(base de dados mundial), ou seja, de um montante de
documentos para um montante de dados. Quando essa previsão se tornar
realidade, ou melhor, quando isso acontecer com mais frequência, softwares
serão desenvolvidos para melhor aproveitarem esses dados.
Devido à capacidade semântica dos sites, os internautas encontrarão
respostas mais precisas em suas pesquisas. O usuário poderá fazer perguntas
ao seu programa e será auxiliado com mais eficiência. As páginas das
ferramentas de busca (Google, etc.) serão organizadas por assuntos e
interesses previamente expressos pelo usuário.
A Web 3.0 está começando a ser desenvolvida. No Vale do Silício
(Estados Unidos), por exemplo, algumas empresas estão trabalhando em
função disso, entre elas o Almaden IBM Research Center (Centro IBM de
Pesquisas de Almaden) e a Metaweb8. No Brasil, a PUC-Rio tem sido pioneira
na Web 3.0, desenvolvendo trabalhos com ênfase na língua portuguesa. Há
rumores nesse meio de que em um futuro não muito distante surgirão
novidades no Yahoo e no Skype.
7 É uma rede de bancos de dados distribuída mundialmente. Esses dados consistem em milhões de nós em torno da
rede que, coletivamente, se comportam como um gigantesco sistema de banco de dados virtual, descentralizado. O
Google Base é uma tentativa para tentar tornar essa base de dados centralizada, ou seja, em um único nó. Nesse
lugar, o usuário pode facilmente adicionar todos os tipos de conteúdo, online ou offline, que serão hospedados pelo
Google e se tornarão pesquisáveis. Em suma, ele permite aos proprietários de contas do Google, que não possuem um
site, o armazenamento e a publicação de todo tipo de conteúdo e propaganda. A ideia do site é: "Se você tem
informação que quer compartilhar com outros, mas não tem certeza de como ser visto por um determinado público, o
Google Base é para você".
8 Fundada em 2005 por Danny Hills e comprada pelo Google em 2010, a Metaweb Technologies, Inc. é uma empresa
americana que está desenvolvendo o Freebase, seu banco de dados online, descrito como um "banco de dados
aberto e compartilhado do mundo do conhecimento”.
19
1.1.2.4 - O que são mídias sociais?
Torres afirma que “As mídias sociais são sites na Internet que permitem
a criação e o compartilhamento de informações e conteúdos pelas pessoas e
para as pessoas, nas quais o consumidor é ao mesmo tempo produtor e
consumidor da informação. Elas recebem esse nome por que são sociais, ou
seja, são livres e abertas à colaboração e interação de todos, e porque são
mídias, ou seja, meios de transmissão de informações e conteúdo”.
Basicamente, significa a produção descentralizada de conteúdos, ou
seja, o controle editorial não fica concentrado nas mãos dos grandes grupos. A
produção passa a acontecer de muitos para muitos.
As mídias sociais representam a web 2.0. São as ferramentas que fazem
com que exista a interação, característica básica dessa nova era da Internet.
Compartilha-se, através destas, conteúdo, experiências, perfis, opiniões e
mídia em si. Acontecem as conversas on-line. Entre as tais ferramentas estão
os blogs, fóruns, podcasts9, lifestreams10, bookmarks11, redes, comunidades,
9 È a série de arquivos publicados por podcasting. Podcasting é uma forma de publicação de arquivos de mídia digital
(áudio, vídeo, foto, PPS, etc.) pela Internet, através de um feed RSS, que permite aos utilizadores acompanharem a
sua atualização. Com isso, é possível o acompanhamento e/ou download automático do conteúdo de um podcast.
A palavra "podcasting" é uma junção de iPod (marca do aparelho de mídia digital da Apple de onde saíram os
primeiros scripts de podcasting) ou a sigla de Personal On Demand (numa tradução literal, algo pessoal e sob
demanda) e broadcasting (transmissão de rádio ou televisão).
10 Conceito que se refere à atividade de concentrar todo o fluxo de conteúdo produzido online por uma pessoa em um
único lugar: posts em blogs, atualizações em redes sociais, publicação de fotos etc.
11 O sistema de bookmarks funciona como o menu "Favoritos" de um navegador (ex.: Internet Explorer, Mozilla Firefox,
etc.). A partir deste sistema, os favoritos são gravados na Internet para que eles estejam sempre disponíveis onde quer
que a pessoa esteja. Uma grande vantagem deste serviço é a possibilidade de compartilhar os favoritos com outras
pessoas e ter outros bookmarks disponíveis para navegação. Através do tagging, o usuário coloca etiquetas em seus
bookmarks, fazendo com que eles sejam facilmente localizados por ele ou outros usuários.
20
wikis12 e vlogs13. As mais populares são: Wikipedia (referência), MySpace e
Facebook (redes sociais), Twitter (aplicativos de presença), YouTube (partilha
de vídeo), Second Life (realidade virtual), Digg e Propeller (notícias
compartilhadas), Flickr (Imagens compartilhadas), Blogtv (livecasting),
del.icio.us (bookmarking ) e World of Warcraft (jogos on-line).
Figura 1 - Exemplo de lifestream (posts de um blog) indicado pela seta vermelha. Imagem retirada da página: http://seraqueessepode.blogspot.com/.
1.1.2.5 O que são redes sociais? Diferença entre mídias e
redes sociais.
Conforme define o Wikipedia, rede social é uma das formas de
representação dos relacionamentos afetivos ou profissionais dos seres entre si
ou entre seus agrupamentos de interesses mútuos. A rede é responsável pelo 12 Páginas comunitárias na Internet que podem ser alteradas pelos usuários que têm direito de acesso. Um grande
exemplo desse tipo de página é o fenômeno Wikipedia (enciclopédia online escrita por leitores). As wikis são também
utilizadas por empresas, onde trabalhadores envolvidos em um projeto podem trocar idéias facilmente.
13 É uma derivação dos weblogs, mas seu conteúdo principal consiste em vídeos. Normalmente, o videolog (vlog) tem
estrutura similar a de weblogs e fotologs, possui atualização frequente e constitui-se como um site pessoal.
21
compartilhamento de ideias entre pessoas que possuem interesses e objetivos
em comum.
Dessa forma, um grupo de discussão é formado por pessoas que
possuem identidades análogas. As redes sociais são encontradas com mais
frequência na Internet, devido ao fato de que este meio oferece mais rapidez
na divulgação de ideias.
A diferença entre redes e mídias sociais pode ser facilmente descrita:
enquanto a primeira caracteriza as relações entre indivíduos com interesses e
valores semelhantes, a segunda refere-se aos locais em que acontecem essas
relações, como por exemplo, comunidades do Orkut14.
1.2- Dados sobre o uso das mídias sociais pelas
empresas
As mídias sociais tornaram-se ferramentas essenciais de marketing nos
dias atuais. Dessa forma, os profissionais de marketing de grandes empresas
precisaram se adequar a essa nova realidade. Porém, as pequenas e médias
empresas também começaram a usar essas ferramentas em benefício próprio.
14 É uma rede social filiada ao Google que foi criada em 2004 com o objetivo de se tornar um site de relacionamentos.
Seu nome foi inspirado no projetista chefe Orkut Büyükkökten, engenheiro turco do Google. O alvo inicial do Orkut era
os Estados Unidos, mas a maioria dos usuários são brasileiros e indianos.
22
1.2.1 - A presença das mídias sociais nas empresas norte-
americanas
Nos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa realizada no ano de
2009, 92% das empresas já utilizavam ou estavam planejando fazer uso das
mídias sociais e aproximadamente 70% dessas empresas tinham menos de
dois anos de experiência com essa atividade.
A pesquisa também constatou que cerca de 65% dessas empresas
utilizavam as mídias sociais para realizar pesquisas, procurar informações
importantes e fazer benchmarking15. Entre as atividades que as empresas
executam nessa área, as mais comuns são:
Atividades
Participação das empresas que utilizam mídias
sociais em cada atividade
Manter sites de mídia social da companhia
70%
Monitorar o que é dito sobre a empresa
60%
Fazer parte do Twitter
56%
Monitorar ratings
54%
Acompanhar o que é dito sobre os concorrentes
53%
15 È um instrumento de gestão que consiste em mensurar o desempenho do concorrente, permitindo que uma empresa
compare sua eficiência com a de outra organização, preferencialmente com a líder do segmento ou outra muito
relevante. De acordo com Kotler, Benchmark ou Benchmarking é estudar as empresas com as melhores práticas, a fim
de melhorar o próprio desempenho. Porém, o benchmarking também pode ser feito entre organizações de diferentes
ramos, o que é chamado de benchmarking funcional. Por exemplo, uma empresa do setor bancário que necessita
melhorar a sua logística pode fazer um benchmarking com uma empresa de outro ramo, se esta for referência no
assunto.
23
Participar de discussões em sites de terceiros
51%
Divulgação e propaganda
50%
Gerir uma comunidade on-line para os consumidores
50%
Participar de sessões de perguntas e respostas em sites
de terceiros
50%
As redes mais usadas pelas empresas são Facebook, Twitter, LinkedIn e
YouTube.
1.2.2 – As mídias sociais em empresas brasileiras
Segundo uma pesquisa concluída em janeiro de 2010 pela Associação
Comercial de São Paulo, a relação das empresas brasileiras com as mídias
sociais ainda é distante, sobretudo quando se trata de PMEs (pequenas e
médias empresas). Este estudo inédito de mapeamento da Internet realizou
500 entrevistas com gestores de empresas de todos os segmentos e revelou
que apenas 17% das empresas estão cadastradas em redes sociais, ainda que
40% monitorem o que é dito sobre elas na Internet.
Embora haja alguma preocupação com esse meio, ainda assim as
empresas quase não investem na área, pois as poucas atividades realizadas
nem sequer são executadas por equipes focadas no assunto.
Porém, muitas companhias estão mudando a realidade e têm utilizado
esses mecanismos, conforme mostra o quadro abaixo:
24
Atividades mais realizadas pelas empresas brasileiras que
investem em mídias sociais
Relacionamento com seus clientes
Levantamento de críticas e sugestões (funciona como uma “pesquisa”
online e gratuita)
Divulgação de promoções de produtos
Divulgação gratuita de vagas para contratação de novos funcionários
25
CAPÍTULO II
A Internet e o consumo
A era da Internet está sendo responsável por uma transformação radical
no comportamento de compra dos consumidores. Segundo Kotler, a instalação
de computadores nos lares e nas empresas possibilita a quem navega na rede
o acesso rápido aos fornecedores de bens, produtos e serviços. Os
fornecedores, no entanto, conseguem coletar informações sobre o consumidor,
tais como suas preferências e comportamentos de compra. Sendo assim,
podem oferecer itens personalizados a cada um de seus clientes.
Essa mudança permite aos fornecedores que direcionem as estratégias
de marketing um para um 16 de forma mais eficaz, tornando o mercado cada
vez mais disponível para um maior número de consumidores. De fato, a
Internet não apenas facilita o acesso às compras, como também o amplia.
Para Las Casas, os computadores estão revolucionando o mercado.
Além de maior agilidade, proporcionam informações necessárias a um melhor
desempenho. Segundo o autor, o comércio eletrônico é uma realidade em
crescimento.
2.1 – Uma mudança nas instalações das empresas
Uma vez que o consumidor visita menos frequentemente as instalações
“físicas” de uma empresa, os investimentos em aparências luxuosas têm
16 Ver definição na página 12.
26
diminuído. Essa visita agora “virtual” possibilita que os setores comerciais
tenham acomodações práticas e compactas, além de permitir uma maior
agilidade logística.
2. 2 - O perfil do consumidor online no século XXI
De acordo com Las Casas, conforme o consumidor vai tornando-se mais
informado e consciente do seu ato de comprar, ele consequentemente passa a
ser muito mais exigente.
Porém, o consumidor não só faz compras pela internet, como também a
usa à procura de informações (de todos os tipos, inclusive sobre produtos,
através de sites de busca), entretenimento e relacionamento. Vale ressaltar
que ele tem mais facilidade em comprar, como também em vender. Anunciar
produtos e serviços ficou muito mais fácil. Nem sequer é preciso ter um site.
Basta utilizar ferramentas como Orkut, Facebook, entre outras. Existem
também sites como o Mercado Livre que foram desenvolvidos para este fim.
O consumidor virtual procura as lojas físicas principalmente para
escolher produtos que ele quer tocar e experimentar, como alimentos e roupas.
Porém, as empresas destes ramos devem se basear nos conceitos da web 2.0
para que possam utilizar esse meio de comercialização. Para que seus clientes
se sintam seguros, elas podem disponibilizar, por exemplo, vídeos, opiniões de
consumidores e imagens 3D de seus produtos.
27
2.2.1 – O consumidor online brasileiro
Atualmente, o comércio eletrônico no Brasil conta com mais de 17,5
milhões de consumidores, sendo que o faturamento em 2009 foi de R$ 10,6
bilhões.
Cerca de 2.500 internautas brasileiros entre 15 e 64 anos de idade
participaram de uma pesquisa feita pelo Ibope, que foi divulgada em
08/12/2010. Esta pesquisa revelou que a maioria dos brasileiros que fazem
compras online são homens (54% dos clientes), pertence às classes A e B
(responsáveis por 61% do total do e-commerce), tem grau de escolaridade alto
e gasta em média 118 reais por mês nas transações.
O estudo mostrou que 36% dos clientes estão matriculados em
instituições de ensino, 32% falam um segundo idioma e 37% residem nas
cidades do Rio de Janeiro ou São Paulo.
Este comprador tem em média 33 anos de idade, sendo que quase a
metade dos compradores online - 48% - tem entre 25 e 44 anos de idade.
Outros 32% têm entre 15 e 24 anos. Já os consumidores com mais de 45 anos
respondem pelo restante.
Entre os produtos preferidos estão: livros (30%), telefones e acessórios
para celulares (20%), eletrodomésticos (18%) e produtos de tecnologia pessoal
(17%), como câmeras digitais e MP3 players.
Uma outra pesquisa feita em 2010, dessa vez pela E-Bit (empresa de
informações sobre comércio eletrônico), constatou que a renda média familiar
do e-consumidor é de cerca de R$ 3.560, enquanto os que realizam suas
compras off-line ganham R$ 1.444.
28
2. 3 - Novas tendências do e-commerce
2.3.1 – Compras coletivas
Compra coletiva é uma forma de e-commerce que anuncia produtos e
serviços com um grande percentual de descontos (até 90% de seu preço
original). A compra é chamada de coletiva por ser necessário, para sua
validação, que se atinja um número mínimo de interessados dentro de um
prazo (entre 24 e 48 horas). Se a oferta for validada, o site envia por e-mail um
cupom com um código para o desconto ser utilizado. O cupom costuma ter
validade de três a seis meses.
Figura 2 - Site de compra coletiva Peixe Urbano (http://www.peixeurbano.com.br).
Essa modalidade de comércio virtual foi criada em 2008 nos Estados
Unidos. A tendência foi lançada no Brasil em 2010, sendo o site Peixe Urbano
responsável pelo pioneirismo. O resultado dessa aposta no país foi
29
extremamente positivo, pois possibilitou às empresas um maior volume em
suas vendas (por conta do preço) e permitiu aos consumidores a compra de
bens com relevantes descontos.
A maioria dos produtos comercializados dessa maneira são aqueles que,
até há pouco tempo, não eram anunciados de forma expressiva na Internet. Os
bens de consumo não duráveis (serviços de estética, hospedagem, refeições,
etc.) são os campeões em número de anúncios.
2.3.1.1 – Buzz Marketing: a contribuição das redes sociais para as
compras coletivas.
O Buzz Marketing é uma ferramenta de extrema importância para este
canal de compras. Caracteriza-se pela divulgação das ofertas com a ajuda dos
próprios consumidores, que utilizam principalmente as redes sociais para esse
fim. O objetivo da divulgação é atingir o número mínimo de pedidos.
Figura 3 - Exemplo de Buzz Marketing indicado pela seta num perfil do Orkut.
30
2.3.1.2 – Previsões para as compras coletivas
A tendência para os próximos anos é que esta espécie de comércio
eletrônico passe por uma série de fusões, transformando as pequenas
empresas brasileiras em gigantes do e-commerce. Espera-se o mesmo
crescimento para os demais países do mundo, principalmente em mercados
como os Estados Unidos e a China, onde a compra coletiva tem evoluído
rapidamente.
2.3.2 – Clubes de desconto
Ao contrário das compras coletivas, os clubes de desconto independem
de um número mínimo de adesões. Isso se deve ao fato de que trabalham com
empresas já estabelecidas no mercado, que podem anunciar seus produtos
e/ou serviços com descontos significativos para qualquer número de
interessados.
Os clubes de desconto virtuais funcionam como lojas físicas e
disponibilizam ofertas tentadoras de produtos de marcas famosas. Essas
ofertas atraem os consumidores que desejam objetos de qualidade e que
normalmente não podem adquiri-los, e também aqueles que são viciados em
liquidações.
31
Figura 4 - Site do clube de desconto Groupon (http://www.groupon.com.br).
2.3.3 – Leilões virtuais
No leilão tradicional, quem não leva, não paga. No leilão virtual, quem não
leva também paga. Essa é a fonte de receita da empresa. É preciso comprar
créditos no site para dar lances.
O custo de cada lance varia entre R$ 0,50 e R$ 1,00. Os sites de leilão
compram as mercadorias de redes de varejo, que as entregam diretamente ao
vencedor, que também paga o preço final do leilão e o frete.
O Brasil inspirou-se em um site alemão e hoje já existem mais de 30
sites de leilão no país, entre eles o Bate o Martelo e o Olho no Click. Esse tipo
de e-commerce gerou desconfiança acerca de fraudes, por ser um modelo
revolucionário que possibilita adquirir produtos caros por preços irrisórios. Para
combater as desconfianças, muitos sites contratam auditorias que
acompanham os leilões.
33
CAPÍTULO III
Interatividade na política
3.1 – O uso da Internet nas campanhas eleitorais norte-
americanas
3.1.1 - A campanha revolucionária de Obama
Enquanto Hillary Clinton e John McCain, fortes candidatos à presidência,
pensavam em como seria a disputa eleitoral entre eles, entrava na disputa
Barack Obama, um jovem e quase desconhecido político negro de sobrenome
árabe, que dispunha de parcos recursos financeiros para a campanha. Porém,
o diferencial que fez de Obama o 44º presidente dos Estados Unidos foi a sua
estratégia de comunicação em grande parte baseada em redes sociais. Ele
contratou Chris Hugues, um dos fundadores do Facebook17. Hugues tinha
como atribuição tornar forte a presença de Obama na Internet, atingindo os
eleitores de uma forma mais pessoal.
O republicano McCain também utilizou a Internet em sua candidatura.
Ele tentou combater a liderança digital de Obama lançando uma enorme
17 É uma rede social que foi lançada em 2004 por Mark Zuckerberg, ex-estudante da Universidade de Harvard, com o
apoio de Andrew McCollum e do brasileiro Eduardo Saverin. Quando começou, a adesão ao Facebook era restrita
apenas aos estudantes de Harvard. Para promover o site, Zuckerberg se juntou a Dustin Moskovitz e Chris Hughes e o
Facebook acabou se expandindo a outras universidades. Em 2006, o Facebook passou a aceitar estudantes
secundaristas e algumas empresas e então foi crescendo. O website é gratuito para os usuários e gera receita
proveniente de publicidade, como por exemplo banners e grupos patrocinados. Os usuários criam perfis com fotos e
listas de interesses pessoais e trocam mensagens privadas e públicas.
34
quantidade de vídeos. Entretanto, não conseguiu obter o mesmo resultado que
o democrata, ou seja, não causou impacto suficiente na comunidade virtual. A
campanha de Obama foi mais eficiente, tendo como foco a segmentação dos
seus apoiadores, através da elaboração de diferentes formas de comunicação
para cada grupo. Entre essas formas de comunicação estavam as mensagens
de texto direcionadas aos eleitores mais jovens e os e-mails enviados aos mais
velhos. No início, para conquistar popularidade e evitar gastos excessivos com
comerciais de TV, e-mails eram enviados praticamente todos os dias com a
intenção de manter as pessoas informadas sobre as últimas notícias. No final,
eles passaram a enviar e-mails e mensagens diariamente com diversas
finalidades. Uma dessas finalidades era a de estimular as pessoas a
aparecerem nos eventos próximos das suas residências.
Tanto Obama quanto McCain usaram o chamado targeting de
comportamento online18, criando assim campanhas realmente individualizadas.
No entanto, o site do democrata liderou a audiência em uma proporção de 4:1
em relação ao do adversário. Provavelmente essa conquista se deve ao fato de
Obama ter utilizado as redes sociais desde o início em sua estratégia.
O uso bem planejado da Internet pela equipe de Obama fez com que o
atual presidente conseguisse reduzir os gastos de sua campanha, já que a
Internet também oferece a oportunidade de publicidade de baixo custo. Alguns
milhões de dólares foram investidos nos sites oficiais e na rede social
MyBarackObama.com, mas ainda assim a maior parte dos esforços online teve
custos muito reduzidos ou até mesmo gratuitos. Um bom exemplo disso foi o
uso de ferramentas como o Youtube, Facebook e MySpace para se comunicar
com os mais jovens. Algo inédito na história da política e que proporcionou
resultados muito melhores do que os das caras mídias tradicionais.
De fato, a inserção no mundo virtual é importantíssima para qualquer
político, seja durante as eleições ou mesmo no período do mandato. Os
18 No momento em que o eleitor navegava pelo site do candidato, um “cookie” era colocado no seu navegador,
identificando os sites visitados e apresentando o conteúdo de acordo com as preferências deste eleitor.
35
rumores e acusações, por exemplo, podem ser combatidos de forma eficaz. Os
virais de vídeos caseiros e artigos de blogs têm um imenso poder de persuasão
e dificilmente as opiniões finais geradas por eles serão modificadas. Um
político eleito pode se aproximar de seu povo, mantendo contato regularmente
e se beneficiando com apoio e ideias.
Figura 6 - Página inicial do site my.barackobama.com, que atualmente funciona
para o governo de Obama.
3.1.2 - Histórico do uso da Internet na política estadunidense.
A Internet tem sido utilizada na política norte-americana desde a década
de 90, ainda que nessa época seu uso fosse limitado à distribuição de
“panfletos eletrônicos”. Antes da virada do século, não havia interatividade nos
websites políticos. A comunicação online se caracterizava por ser “top-down”
(de cima para baixo) e “one-way” (mão única), o que impossibilitava a
existência de diálogo com os cidadãos. Com o passar dos anos, a utilidade
desse meio foi crescendo, tornando-o vital no planejamento das campanhas
eleitorais.
O ano de 1992 foi marcado pelo uso ainda primitivo da Internet na
comunicação política, quando Bill Clinton e Al Gore a utilizaram para enviar
36
mensagens eletrônicas e postar discursos e posições a respeito de assuntos
específicos.
Porém, a importância dessa mídia começou a ser revelada com um
episódio ocorrido em 1996, data em que o uso da Internet nessa área foi
ampliado e na qual se descobriu como esta ferramenta podia despertar a
curiosidade do povo. Tal episódio aconteceu no fim do primeiro debate
presidencial, quando o candidato republicano Bob Dole mencionou sua home
page, convidando os telespectadores a visitá-la. Essa simples atitude de Bob
resultou em 500.000 acessos a seu site, mas o que surpreendeu é que essa
quantidade de visitas foi registrada nas primeiras 24 horas após o debate.
Em 2004, a Internet foi utilizada pela primeira vez como a principal
ferramenta de uma campanha eleitoral. Esse acontecimento virou um exemplo
paradigmático do uso bem sucedido da mídia. A campanha de Howard Dean
tornou-se muito popular devido à interação com os cidadãos por meio de
computador, permitindo a estes postarem comentários e perguntas ao
candidato, encarregado de respondê-las com rapidez. O site deu espaço a um
fórum interativo, onde os internautas poderiam discutir assuntos entre si, caso
o candidato ou seus assessores não respondessem as perguntas
imediatamente.
Dean, que até então era um político desconhecido em âmbito nacional,
atraiu a atenção midiática, que antes via sua candidatura como irrelevante.
Com mensagens de e-mail e o apoio de comunidades criadas para a
arrecadação de fundos, o candidato angariou cerca de 25 milhões de dólares
para sua campanha. Embora não tenha conquistado o cargo, suas estratégias
de comunicação deram um novo rumo às campanhas políticas nos Estados
Unidos, despertando o interesse de pesquisadores de todo o mundo.
A Internet, no entanto, também pode ter um impacto negativo. Isso foi
observado em 2006, poucos meses antes das eleições ao Senado, quando
George Allen, o mais importante candidato, se referiu a um membro da
campanha de seu adversário com um termo racista, chamando-o de macaco.
37
Este episódio foi filmado e o vídeo foi amplamente difundido após ser colocado
no YouTube, causando indignação entre os eleitores. Por causa de tamanha
repercussão, o fato foi assunto em rede nacional e, apesar do favoritismo, Allen
perdeu as eleições. O destino do candidato provavelmente seria diferente se
não fosse a existência da Internet, que facilitou em muito a difusão do vídeo e,
consequentemente, o conhecimento do caso.
O histórico da Internet na política norte-americana contempla ainda
muitos outros exemplos. As exemplificações citadas servem não apenas para
traçar a evolução no uso deste importante meio de comunicação na estratégia
de campanhas, assim como para demonstrar a influência que exerce.
38
CONCLUSÃO
Com o presente estudo foi possível compreender a importância do
marketing digital para as empresas que desejam crescer ou mesmo continuar a
existir. Na atual era web 2.0, a empresa que se recusar a interagir com seu
público provavelmente estará fadada ao fracasso. Cada vez mais as empresas
estão se conscientizando dessa realidade e, ainda que em nosso país elas
estejam dando passos lentos rumo à Internet, a previsão é de que em poucos
anos a maioria se encontre online.
Com a evolução da Internet, que foi criada para atender a fins militares e
se transformou num importantíssimo, senão o mais importante meio de
comunicação, as pessoas passaram a ter rápido e fácil acesso à informação.
Em resposta a toda essa disponibilidade, o consumidor tornou-se mais
informado e, consequentemente, começou a exigir das empresas essa
acessibilidade aos dados de seus produtos e/ou serviços. Além de permitir que
as pessoas analisem, comparem e até mesmo comprem mercadorias, a web
facilita a aproximação do cliente com a empresa, gerando uma comunicação
bilateral, viabilizada por e-mail, redes sociais, fóruns e atendimento online, uma
espécie de chat inserido no site de muitas empresas. Esse contato, se bem
planejado, gera resultados positivos principalmente para a organização,
inclusive no que diz respeito a sua reputação, ou seja, os benefícios vão além
dos comerciais. Porém, como quase tudo na vida, ela também oferece riscos,
devido ao imenso poder de disseminação instantânea de informações.
Em suma, este trabalho apresentou muitas oportunidades oferecidas
pela Internet, como publicidade de baixo custo, análise do perfil dos
consumidores de uma empresa, entre outros. Foi possível observar, no
entanto, que não só as empresas se beneficiam dessa rede mundial. As
pessoas físicas - sejam elas consumidores, artistas, políticos ou até mesmo um
ser humano comum em prol de alguma causa - também saem lucrando. As
redes sociais e os sites de compras coletivas são bons exemplos que
39
comprovam essa afirmação. Portanto, quem deseja se informar, consumir,
ganhar dinheiro, começar ou manter relacionamentos, não pode ficar
desconectado dessa rede infinita de vantagens.
40
BIBLIOGRAFIA
TORRES, Cláudio. A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber
sobre marketing e publicidade e não tinha a quem perguntar. 3ª edição. São
Paulo: Novatec, 2009.
TORRES, Cláudio. Guia prático de marketing na internet para pequenas
empresas. 2010.
KOTLER, Philip e KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12ª
edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, Philip e ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 7ª edição. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
41
WEBGRAFIA
http://pt.wikipedia.org, Wikipédia – A enciclopédia livre. Acessado em dezembro
de 2010.
http://www.ibope.com.br, site do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e
Estatística (IBOPE). Acessado em 20 de dezembro de 2010.
http://www.ebitempresa.com.br/, site da empresa E-bit, que fornece
informações sobre e-commerce nacional. Acessado em 20 de dezembro de
2010.
http://www.mundodomarketing.com.br/. Acessado em dezembro de 2010.
http://midiassociais.blog.br. Acessado em dezembro de 2010.
https://tudosobremarketingdigital.wordpress.com. Acessado em dezembro de
2010.
42
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – Marketing Digital 10
1.1 - Fundamentação teórica 10
1.1.1 - O que é marketing? 10
1.1.2 - A Internet e as mídias sociais 15
1.1.2.1 – Internet – Um breve histórico de como tudo 15
começou
1.1.2.2 – A Internet nos dias atuais 16
1.1.2.3 – A futura web 3.0 17
1.1.2.4 – O que são mídias sociais? 19
1.1.2.5 – O que são redes sociais? Diferença entre mídias 20
e redes sociais
1.2 – Dados sobre o uso das mídias sociais pelas empresas 21
1.2.1 – A presença das mídias sociais nas empresas 22
norte-americanas
1.2.2 – As mídias sociais em empresas brasileiras 23
CAPÍTULO II – A Internet e o consumo 25
2.1 – Uma mudança nas instalações das empresas 25
2.2 – O perfil do consumidor online no século XXI 26
43
2.2.1 – O consumidor online brasileiro 27
2.3 – Novas tendências do e-commerce 28
2.3.1 – Compras coletivas 28
2.3.2 – Clubes de desconto 30
2.3.3 – Leilões virtuais 31
CAPÍTULO III – Interatividade na política 33
3.1 – O uso da Internet nas campanhas eleitorais norte-americanas 33
3.1.1 – A campanha revolucionária de Obama 33
3.1.2 – Histórico do uso da Internet na política estadunidense 35
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
WEBGRAFIA 41