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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA IVANA ARAÚJO BORGES A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES RITMICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM SINDROME DE DOWN: um relato de experiência TERESINA 2007 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA IVANA ARAÚJO … · 2014-02-20 · A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES RITMICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM SINDROME DE ... número de publicações

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

IVANA ARAÚJO BORGES

A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES RITMICAS PARA O

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM SINDROME DE

DOWN: um relato de experiência

TERESINA

2007

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IVANA ARAÚJO BORGES

A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES RITMICAS PARA O

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM SINDROME DE

DOWN: um relato de experiência

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Profª. MSc Maria Beike Waquim Figueiredo

Teresina

2007

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ARAÚJO BORGES, Ivana

A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES RITMICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA

CRIANÇA COM SINDROME DE DOWN: um estudo de caso, Teresina, 2007.

38p.

TCC (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007.

1. SINDROME DE DOWN 2. DANÇA 3.ESTIMULAÇÃO 4. INTERDICIPLINALIDADE

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IVANA ARAÚJO BORGES

A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES RITMICAS PARA O

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM SINDROME DE

DOWN : um relato de experiencia

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar pela Comissão formada pelos professores:

Presidente:

Profª. MSc Maria Beike Waquim Figueiredo Universidade Federal do Piauí

Membro: Profª. Drª Janete de Páscoa Rodrigues

Universidade Federal do Piauí

Teresina (PI), de março de 2007.

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Especialmente a meiguice de Ariane, por ter me possibilitado a ver que não existe barreiras ao limite do corpo; À Beike Waquim por contribuir de forma positiva para uma parte da minha personalidade e do meu profissionalismo através da transmissão de conhecimentos.

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AGRADECIMENTOS

... A Deus por ser parte de todos os momentos da minha vida;

... À minha família pelo amor e apoio dado;

... À minha orientadora Profª. Ms Maria Beike Waquim Figueiredo pela paciência e incentivo

de conhecimentos;

... À Ariane e sua minha família pelas reflexões e o carinho; ... Ao Ministério do Esporte pela oportunidade de participar de um curso de especialização à

distância; ... À todos aqueles que, direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração deste relatório.

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“Percebemos que os momentos mais profundamente emocionantes de nossas vidas em geral nos deixam sem palavras e que, em tais momentos, nossa postura corporal pode bem ter a capacidade de expressar algo que seria inexprimível de outro modo.”

Rudolf Laban

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RESUMO

O presente estudo tem como objetivo mostrar que a criança com síndrome de down, mesmo apresentando deficiência cognitiva, motora e perceptiva pode desenvolver melhorias nessas áreas. Atribui-se às atividades rítmicas por meio da prática de educação física a contribuição para o desenvolvimento da criança com Síndrome de Down. Esta deve ser estimulada precocemente desde que se considere os estágios de seu desenvolvimento. Atenta-se para importância da família como facilitadora desse ensino e aprendizagem integrando as áreas da dança na escola, como também para a contribuição da prática docente na área de Educação Física. Esta pesquisa foi desenvolvida em uma escola de dança particular; com uma criança com Síndrome de Drow e oito crianças sem deficiência; os procedimentos metodológicos basearam-se na formulação e aplicação de questionários, entrevistas e observações no decorrer das aulas práticas das atividades rítmicas; quais foram vinculadas ao ballet clássico. Revelando os benefícios que essas atividades podem proporcionar ao desenvolvimento das crianças com Síndrome de Drow.

PALAVRAS CHAVES: síndrome de down; dança; estimulação; interdiciplinaridade.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 10

2. LEITURA DA REALIDADE GERAL .......................................................... 13 2.1 E para que dançar? ............................................................................ 15 2.2 E qual o corpo que dança? ............................................................... 15 2.3 Como ocorre o desenvolvimento da criança? ................................. 16

2.4 Esquema Corporal ............................................................................. 17 2.5 Conhecendo a Síndrome de Down .................................................... 18

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ................................................... 21

4. LEITURA DA REALIDADE ESPECÍFICA ................................................. 22 4.1 O caminho percorrido ........................................................................ 24

5. ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS OBSERVADOS NO PST NA

LOCALIDADE.................................................................................................. 26

6. ANÁLISES, CRÍTICAS E SUGESTÕES .................................................... 27

7. CONSIDERAÇOES FINAIS ....................................................................... 28

8. REFERÊNCIAS .......................................................................................... 30

9. APÊNDICES ............................................................................................... 32

10. ANEXOS .................................................................................................... 36

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1. INTRODUÇÃO

As discussões sobre a “normalização” do atendimento à pessoa com

deficiência sofreram várias modificações. Inicialmente, com o intuito de se fazer

classes especiais para a pessoa com deficiência, depois na “agregação” da pessoa

com deficiência em salas de aulas normais, buscando “integração” num o momento

em que se propugna a “inclusão”. E segundo Rotta et al. (2006): é cada vez maior o

número de publicações sobre Inclusão Social; com a pretensão de conscientizar

profissionais de várias áreas; que tratam da pessoa com deficiência e a sociedade a

incluí-la na vida societária normal.

Faz-se uma abordagem sobre a Deficiência Mental, em especial a Síndrome

de Down, que doravante será referenciada com as iniciais “S. D.”. Essa síndrome

possui uma alteração genética: cada célula de um individuo existem 46

cromossomos que são iguais dois a dois, sendo assim cada célula possui 23 pares

ou duplas. No entanto, a pessoa com S.D. possui 47 cromossomos tendo um

cromossomo 21 a mais, ou seja, ela tem três cromossomos 21 em todas as suas

células, ao invés de ter dois.

Desde o nascimento há necessidade da estimulação precoce propiciando o

seu desenvolvimento motor e intelectual, a dança pode ser uma atividade que

proporcione essa estimulação.

A dança é uma arte capaz de transmitir o estado de espírito, sentimento,

sensações e, através do movimento do corpo, pode-se descobrir suas limitações e

habilidades. Assim, não existe corpo perfeito para a dança; mas, todo aquele que

tem sentimento é capaz de dançar, pois o movimento surge de dentro para fora do

seu próprio eu; dessa forma, o relato das contribuições da dança na vida das

crianças com Síndrome de Down ocorre através de uma criança com S.D., inserida

numa escola de dança com crianças sem deficiência, na faixa etária de 4 a 8 anos.

No que diz respeito à escola sabe-se que boa parte dela não possui o

devido preparo e a necessária preocupação com crianças que possuem

necessidades educativas especiais; embora o Sistema Educacional, venha

melhorando com as políticas públicas no que tange aos problemas das deficiências,

mas considera-se que as dificuldades da criança com Síndrome de Down não

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resultam apenas de fatores biológicos; dependem também das suas características,

da proposta educacional oferecida e do seu ambiente familiar.

Passa-se a relatar um estudo de caso onde se descreve experiências com

atividades rítmicas com uma criança com S.D., e por questões éticas será omitido o

nome real desta criança, e a partir de agora ela será denominada de “A. S.”.

Através da vivência com criança com Síndrome de Down, será abordado

neste relato o comportamento desta criança, onde atividades complementares, como

dança, música, artes e outras, vêm dando sua parcela de contribuição para o

desenvolvimento das pessoas com algum tipo de deficiência e a partir deste estudo

pode-se colaborar de forma eficaz com a pratica docente.

Neste relato, é feita uma abordagem referente aos fundamentos da

Educação Física nas concepções de corpo e movimento, baseando-se no PCN e em

outras literaturas que se relacionam com o corpo. Percebe-se a necessidade do

corpo movimentar-se desde cedo, ainda no ventre de sua mãe. Logo, surgem as

indagações: E pra que dançar? E qual o corpo que dança? Com suas respectivas

respostas, pois o homem dançava para tudo que se tinha um significado; e não há

um corpo perfeito para se dançar, pois a dança é sentimento, e vem de dentro do

seu próprio eu.

Aborda-se também sobre o desenvolvimento das crianças com S.D.; em

seguida o conhecimento do Esquema Corporal, mostrando a relação de que,

conhecer o próprio corpo e sua representação tem um papel fundamental no seu EU

e no mundo exterior.

E diante disso, fala-se da Síndrome de Down (S.D.), as características de

uma criança com S.D. e a relevância de integrar a família no processo ensino-

aprendizagem atentando sempre que a S.D. não é uma doença, e sim uma condição

de relacionar-se com o mundo.

No capítulo seguinte, encontram-se os processos metodológicos

utilizados na pesquisa, o perfil da criança em questão e a população envolvida no

relato.

Num outro, a leitura da realidade específica onde se atenta para a

vivencia da própria prática pedagógica no dia-a-dia no Programa Segundo Tempo

(P.S.T.) e no decorrer de toda a vida acadêmica. Segue-se então uma apresentação

do caminho percorrido durante toda a pesquisa, onde se mostra como foram as

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aulas das atividades rítmicas, e a participação da família e da escola para uma

melhor aprendizagem.

Na etapa seguinte, temos os aspectos positivos e negativos observados

no P.S.T. onde traz também as contribuições do programa na prática pedagógica e

sua relevância.

Sabe-se que as pessoas dizem sim a inclusão social; mas algumas ainda

não estão preparadas para aceitar as diferenças, logo é abordado algumas análises,

críticas e sugestões referentes à inclusão social e às diferenças que sempre somos

submetidos a julgamentos.

Mostrou-se nas considerações finais como as atividades rítmicas são

importantes para o desenvolvimento das crianças com Síndrome de Down, o quanto

permite se ter uma interdisciplinaridade no processo ensino aprendizagem,

apontando também o papel fundamental da família.

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2. LEITURA DA REALIDADE GERAL

A Educação Física tem seus fundamentos nas concepções de corpo e

movimento, considerando as dimensões, social, cultural, afetiva e política.

A Proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) adotou uma

distinção entre organismo – um sistema fisiológico – e corpo – que se relaciona

dentro de um contexto sociocultural - e adota os conteúdos da Educação Física,

como expressão de produções culturais, como conhecimentos historicamente

acumulados e socialmente transmitidos.

“Dentre as produções dessa cultura corporal, algumas foram incorporadas

pela Educação Física em seus conteúdos: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a

luta. Estes têm em comum a representação corporal, com características lúdicas, de

diversas culturas humanas. Localizando em cada uma dessas manifestações seus

benefícios fisiológicos e psicológicos e suas possibilidades de utilização como

instrumentos de comunicação, lazer e cultura” PCN (1997).

Sobre esses conteúdos, tomam-se por base as Atividades Rítmicas (a

dança – como parte integrante do PCN de Arte), que inclui as manifestações da

cultura corporal que tem como características comuns a expressão, os gestos e a

presença de estímulos sonoros como referência para o movimento corporal.

Desde cedo, o indivíduo ainda no seu processo de formação intra-uterina,

realiza sinais de existência, nos seus primeiros movimentos; sendo a linguagem uma

maneira para se ajudar e comunicar suas necessidades, emoções e sentimentos.

Como a criança ainda não teve tempo de aprender quase nada, no nascimento podemos observar que parte de seus movimentos é automática, o que lhe garante um instrumento mínimo de interação.(FREIRE,1989,p.25)

Pois, segundo Nanni (1995), “A evolução dos comportamentos motores

desde os primórdios da existência do homem, teve seu aponte a partir dos

movimentos naturais, hoje padrões básicos essenciais à existência do homem.

Determinados por vários motivos desde o mais simples impulso orgânico, aos

estados frenéticos e emocionais com níveis que variam em estágios dos mais

simples ato de andar, correr, saltar, trepar, levantar, transportar, arremessar, agarrar

os gestos e movimentos mais eficientes ou perfeitos a nível de habilidade e

destreza”.

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Vive-se em constantes movimentos; e a evolução e desenvolvimento

ocorrem de modo semelhante e gradativamente. O movimento se faz presente em

todas as atividades dos homens, na ação de ir de um lado para o outro, ao dirigir, ao

sentar para lê um livro no seu cotidiano, pois através dele o homem se comunica, se

alimenta, vive.

Fahlbusch (1990, p. 85); afirma que o “Movimento é um elemento

constante no espaço. Diz-se na física que um corpo está em movimento quando ele

ocupa posições sucessivas no espaço impulsionado por uma força.” Para ela, o

movimento não é somente um resultado físico, um deslocamento de matéria e a

força que o determina. É sempre a força resultante de uma reação psíquica e

emocional que, atuando sobre o nosso corpo, determina. Desprendimento de

energia e variações de tensão muscular que podem resultar no deslocamento de um

ou mais segmentos do corpo.

Pode-se no movimento demonstrar o estado de espírito em que uma

pessoa se encontra. Dessa forma, quando se observa uma criança, constata-se a

mudança dos seus movimentos em determinados esforços físicos, sendo às vezes,

harmoniosos outras vezes, agressivos.

Desde cedo as pessoas fazem contato com o movimento, que aos poucos

vai se tornando expressões rítmicas com determinados fins.

Assim, o movimento é a base da dança, e este é um elemento que deve

ser modelado e aperfeiçoado, pois ele é responsável pela transmissão do próprio

ser, dos sentimentos e da própria alma. Nisso, Laban (1990,p.108) já afirmava:

“ (...) Quando criamos e nos expressamos por meio da dança, quando

executamos e interpretamos seus ritmos e formas, preocupamos exclusivamente

com o manejo do se material que é o próprio movimento(...) “

Podemos entender por Fahlbush (1990) que “dançar é transmitir um

estado de espírito, uma maneira de se ver e ver o mundo, de sentir plenamente seu

corpo e utilizar para conhecer outros sentimentos e sensações”; pois dançar é a arte

do movimento, onde o sentimento é o centro das ações, capaz de fluir os mais

profundos sentimentos da alma.

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E para que dançar?

Afirmava Verderi (1998): “O homem dançava para tudo o que tinha um

significado, sempre em forma de um ritual. Podemos dizer que a dança é a arte mais

antiga que o homem experimentou e a primeira arte a vivenciar o nascimento”.

Pode-se observar que o homem e a dança evoluíram juntos nos

movimentos, emoções, formas de expressões e na própria arte de transformar os

seres do mundo; diante disso os PCN (1997): asseguram que “A diversidade cultural

que caracteriza o país tem na dança uma de suas expressões mais significativas,

construindo um amplo leque de possibilidades de aprendizagem”.

Através das danças pode-se conhecer, resgatar e trabalhar a cultura

brasileira, a diversidades da própria cultura e de certa forma despertar a identidade

social.

Verderi (1998) novamente nos coloca que, através das atividades de

dança, pretende-se que a criança evolua quanto ao domínio de seu corpo,

desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo

novos espaços, novas formas, superação de suas limitações e condições para

enfrentar novos desafios quantos aos aspectos motores, sociais, afetivos e

cognitivos.

E qual o corpo que dança?

O mundo da dança era um território só para os corpos perfeitos, “perfeitos”

tanto no que se refere à ausência de deficiência física, quanto àqueles corpos

definidos a partir do padrão exigido pelo ballet clássico. Qual seria o corpo ideal para

a dança? O corpo-objeto, o corpo-perfeito ou o corpo que sente, se expressa, que

vive. Não há um corpo ideal, pois dança é sentimento, vêm de dentro do ser, do seu

próprio eu. Isso mostra que a relação com o mundo se dá pelo/no corpo que surge

do/no ser. Corpo que é a sensação e ação ao mesmo tempo, constituindo

uma unidade que é e está presente no mundo. Sou corpo, sou instrumento

do mundo e pelas minhas ações me expresso como ser-no-mundo [...].

(PORTO, 2005, p.28.)

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Se o corpo desenha o seu próprio espaço no mundo, ele é presença, ele

vive e tem relação com o espaço. O corpo é um meio de estar no mundo; ora com

gestos que são necessários para conservação da vida e ora com gestos que deixa

de ser próprio, para tornar-se figurado.

Ao colocar-se como ser no mundo é como estar centrado nele, fazendo

parte de todos os acontecimentos, onde o corpo interage no mundo, através de

movimento e comportamentos percebidos.

Com a dança pode-se demonstrar o estado de espírito que a pessoa se

encontra, e até ser capaz de lançar os sentimentos mais profundos, e quem sabe,

até contribuindo para uma melhoria da própria vida.

Como ocorre o desenvolvimento da criança?

Ao se ter uma relação próxima com crianças, essa relação ocorre por

motivos diversos e pode proporcionar diferentes níveis do conhecimento do mundo

infantil. De toda maneira, no período que vai desde o nascimento até os seis anos,

ocorrem mudanças evidentes que permitem considerar que cada vez mais formam

parte da nossa cultura e nossa vida.

De acordo com Brita Holle (1979), A primeira etapa do desenvolvimento da

criança é a sensorio-motora, e antes dessa etapa se completar, a criança não pode

se desenvolver em outros terrenos, isto é, não se pode esperar dela que aprenda a

ler e escrever.

E à medida que as crianças crescem, elas dominam diferentes estágios do

desenvolvimento; cada um com um determinado ritmo, e aos poucos a criança

familiariza-se com o seu próprio corpo, conhecendo seus limites, e as sensações

que ele produz. São necessárias experiências que possibilitem o aprimoramento de

sua criatividade, da sua capacidade de interpretação, do desenvolvimento do

aspecto lúdico e emocional.

O desenvolvimento motor é um processo contínuo e demorado, pelo fato

das mudanças mais acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de vida. Sendo

importante observar a criança nesta etapa, pois é nesse período que se determina

que tipo de adulto a pessoa torna-se.

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O ser humano, principalmente quando criança precisa construir seus próprios

meios de transporte para empreender essa viagem chamada vida. Se ele não

consegue alcançar um objeto que o atrai, que ele deseja, só resta um

recurso: construir um mecanismo que o leve a seu objetivo [...]. (FREIRE,

1989, p.28)

É preciso fazer que a criança execute cada movimento da melhor maneira

possível, vivenciando por completo cada habilidade e no seu real estágio.Consta-se

isso, quando Stanley (2002) diz “que as crianças dominam essas tarefas do

desenvolvimento em ritmos muito diferentes. Apressar a criança em qualquer estágio

pode, na verdade, torná-la mais lenta”.

Esquema Corporal

Ter o conhecimento do próprio corpo e sua representação tem um papel

fundamental para a relação entre EU e o mundo exterior; e Wallon (1995) afirma que

“um elemento básico, indispensável na construção de sua própria personalidade,

para a criança, é a representação mais ou menos global, mais ou menos específica

e diferenciada que ela tem de seu próprio corpo”.

Através da consciência do próprio corpo, das suas mobilizações a criança

é capaz de identificar as ações simples. Pois Vayer (1984) ressalta que a criança

aprende a conhecer as diferentes partes de seu corpo, a diferenciá-las e a sentir

suas atribuições. O que lhe permite alcançar a independência de seus movimentos e

a disponibilidade de seu corpo em vista da ação.

A consciência corporal, o senso cinestésico, o tato, a visão e o inter-relacionamento entre estes sentidos devem, portanto, sempre ser estimulados paralelamente à capacidade motora, de acordo com a verdadeira etapa de desenvolvimento da criança. (HOLLE,1979,P.29)

È importante que tanto a criança sem deficiência, como a criança com

deficiência passe uma etapa de desenvolvimento sensorial e motor, antes de ser

capaz de realizar novas experiências intelectuais.

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Há uma estreita relação ente o desenvolvimento motor e o

desenvolvimento perceptivo, quando um se atrasa, o outro terá poucas perspectivas,

e a criança será pouco desenvolvida sobre todos os aspectos.

Conhecendo a Síndrome de Down

Considera-se pessoas com deficiência, aquela que por motivo de

anomalia ou perda, seja psicológica ou estrutura, possa se apresentar em situações

de desvantagens para o exercício das atividades ditas normais.

Deficiência é a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser. humano. (PIAUI, 2006,p.76).

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS),

aproximadamente 10% de qualquer população são portadores de algum tipo de

deficiência, onde 5% são deficientes mentais.

Traduz-se deficiência mental por um desenvolvimento mais lento e

limitado, que no individuo sem deficiência, sendo na mesma idade cronológica.

Ao se referir sobre a deficiência Mental, aborda-se a Síndrome de Down

(SD), que segundo Batista (1984): “Síndrome de Down é essencialmente um atraso

do desenvolvimento, tanto das funções motoras do corpo, como das funções

mentais”.

Toda pessoa tem seu corpo formado por pequenas unidades chamadas

células, que só podem ser vistos ao microscópio. Dentro de todas as células estão

os cromossomos que são os responsáveis por todo o desenvolvimento funcional da

pessoa, determinando a cor dos olhos, altura, sexo, funcionamento dos órgãos

internos e etc. Cada uma de nossas células possui 46 cromossomos que são iguais

dois a dois, quer dizer existem 23 pares ou duplas dentro de cada célula. Um desses

pares de cromossomo chamado de par número 21, é que está alterado na Síndrome

de Down (SD).

A pessoa com SD possui 47 cromossomos tendo um cromossomo 21 a

mais, ou seja, ela tem três cromossomos 21 em todas as suas células, ao invés de

ter dois.

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A SD está representada por 15% dos portadores de atraso mental que

freqüentam instituições próprias para crianças especiais. O diagnóstico preciso é

feito através do cariótipo, que é a representação do conjunto de cromossomo de

uma célula.

De cada 500 bebês que nascem, um é portador de S.D; e apesar dessa

alta incidência, grande parte da população ainda ignora que essas crianças podem

se tornar produtivas e independentes.

Existem características físicas que podem ajudar no diagnóstico da S.D,

tais como:

• A hipotonia (flacidez muscular)

• O comprometimento intelectual (a pessoas aprende mais devagar)

• O fenótipo (aparência física)

• Olhos amendoados, entre outros.

Tanto o processo de desenvolvimento da criança sem deficiência, como

da criança com S.D são de um modo geral iguais, tornando-se diferentes no sentido

da própria deficiência.

Se desde cedo, a criança com S.D for estimulada ela torna-se cada vez

mais independente. As estimulações precoces são atividades efetuadas com a

criança (quanto mais cedo, melhor) com o objetivo de interagi-la com o meio

ambiente, estimulando o desenvolvimento sensitivo, motor, da linguagem entre

outros.

Por ser precoce tem objetivo preventivo, onde a família representa um

papel fundamental, por estar presente em todas as ocasiões na vida da criança,

mostrando a ela seus limites e dificuldades.

A família é a primeira integradora e, o amor, a compreensão, confiança e

estímulos que permeiam a relação, são formas de proteção utilizada para facilitar o

processo de integração e participação do indivíduo na sociedade.

A S.D não é uma doença, e sim uma condição de explorar o mundo e

relacionar-se com ele. “Portanto, é inadequado falar de ‘cura’ ou que a criança vai ‘sarar’ recebendo

determinado tratamento [...]. A pessoa portadora dessa alteração sempre

apresentará Síndrome de Down. Mas isso não significa de modo algum que

ela não se desenvolverá”. (CORDE, 1993, p.23).

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Como já foi dito anteriormente, a criança com SD passa pelos mesmos

estágios de qualquer criança do seu próprio ritmo e possibilidade, ou seja, ela não

pode se tornar sem deficiência, nem mesmo através das habilidades motoras, mas

pode ser estimulada a passar pelos estágios de desenvolvimento na ordem correta e

ter êxito como qualquer indivíduo.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

A pesquisa foi desenvolvida em uma escola de dança particular, situada na

zona sul da cidade de Teresina, onde existe uma aluna com deficiência e oito sem

deficiência. Na aplicação das atividades rítmicas, a dança foi vinculada ao ensino do

balet clássico, observando seus padrões, disciplina e sempre adaptando-as à

realidade de A.S.

A.S. é uma criança do sexo feminino, com 7 anos de idade, que tem S.D.

leve e estuda em uma escola normal no Ensino Infantil - Fase II, com crianças sem

deficiência. É assistida por uma geneticista, psicóloga e fonoaudióloga, através

consultas periódicas.

A A.S. é de uma família de situação econômica baixa, não participa de

nenhuma instituição ou órgão que seja especializado em sua problemática, pois a

própria família desde cedo se preocupou em aprender a conviver com a deficiência,

e isso fez com que A.S. seja uma criança meiga, espontânea e muito observadora.

Inicialmente A.S. teve que se adaptar ao ambiente, a professora e ate

mesmo às outras alunas. Passando-se essa fase, observou-se a importância da

família e que para um melhor aproveitamento das aulas era preciso uma interação

entre EDUCADOR, FAMÍLIA e ESCOLA. Logo, foram aplicados questionários e

entrevistas, com a família e a escola; apresentando-se relatório a cada nova

descoberta.

O constante contato com a família, facilita-se a interdisciplinaridade com a

escola onde um ajudava o outro em cada dificuldade encontrada; e as observações

através de alguns relatórios da psicóloga e fonoaudióloga que a própria família

relatava.

Foram abordadas algumas modificações no planejamento das aulas, quais

chamadas de Condutas de Ação, que eram desenvolvidas durante as práticas

pedagógicas,tais como: noções do esquema corporal, coordenação motora de base

e o desenvolvimento perceptivo da criança;onde trabalhava-se a pratica

propriamente dita com todas as crianças juntas.

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4. LEITURA DA REALIDADE ESPECÍFICA

Durante a prática pedagógica no Programa Segundo Tempo (PST)

confirma-se mais uma vertente do que se aprendeu durante o período acadêmico,

que além do aprendizado a ser ensinado e de seus fundamentos dentro do contexto

e o entendimento da Educação Física como fator cultural e humano, é necessário

sempre incentivar o aluno para que ele possa tornar-se um agente capaz de

transformar a sua realidade e de ter consciência do seu “papel” na sociedade.

“Ensinar não é, e nunca será, tarefa simples e desprovida de responsabilidades. Ao ensinar tem-se o compromisso com o formar. Formar o cidadão que, para se superar e ser sujeito histórico no mundo necessita desenvolver sua criticidade, sua autonomia, sua liberdade de expressão sua capacidade de reflexão”. (Brasil ,2004)

Após o estudo de cada módulo da especialização, faz-se uma reflexão

sobre a questão do esporte para todos e da inclusão de crianças com uma ou outra

deficiência; tendo com isso um novo olhar para as pessoas com necessidades

educativas especiais. E através do próprio P.S.T. constata-se que seria capaz de

romper qualquer que fosse às dificuldades e incluir crianças com deficiência na

prática pedagógica do dia a dia.

“É importante insistir que trabalhar com crianças ‘especiais’ não requer especialização para ‘reduzir deficiências’, mas u aprimoramento pedagógico para que este professor possa identificar as dificuldades de seus alunos no sentido de mediar as suas relações com a escola”(MINISTÉRIO DO ESPORTE/ Cead ,2004,p.97)

Teve-se a necessidade de saber quais os limites cognitivos, sensoriais,

perceptivos ou outro que pudessem impedir o ser humano de ser aceito pelo o que

ele é e pelo o que representa na sociedade.

Desde cedo, tive um interesse pelo corpo, sendo ele para mim como uma

linguagem-onde eu podia não falar e ele falaria por mim - talvez por praticar dança

clássica e em um determinado momento ter oportunidade de fazer o curso de

Educação Física, ou seja, sempre na junção do corpo.

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“Meu corpo tem poder sobre o mundo quando minha percepção me oferece

um espetáculo tão variado e tão claramente articulado quanto possível, e

quando minhas intenções motoras, desdobrando-se, recebem do mundo as

respostas que esperam”. (MERLEAU PONTY, 1994,P.21)

Baseando-me nas atividades rítmicas - a dança; e tendo como

características a expressão, os gestos e os estímulos sonoros relacionando-os com

o movimento, buscando através deles as limitações do corpo, a criatividade e os

próprios movimentos capazes de serem executado com o próprio corpo.

Como foi dito antes, não existe corpo perfeito para a dança, mas que todo

aquele que tem sentimento é capaz de dançar. E isso constatei através de uma

criança com Síndrome de Down,denominada neste trabalho de A.S.

Em um primeiro momento tive que ser aceita, me fazer conhecer, pois “A.S”

precisava passar por um processo de adaptação, tanto pelo local (sala de aula),

quanto pela pessoa (pois até então não a conhecia). E tudo a cada dia era uma

descoberta,uma novidade para ambas.

“Meu corpo percebe o mundo a partir das minhas abordagens; do mesmo

modo, o corpo do outro também o percebe, garantindo uma comunicação

verdadeira entre nós, em que cada um conserva sua individualidade [...]”

(PORTO,2005,P.33)

Terminando o processo de adaptação, foi preciso perceber para

compreender o mundo que estava ao meu redor, que as minhas abordagens, meu

planejamento como estava sendo excutado se tornava incapaz diante da síndrome.

Logo, era preciso observar, saber o que “A.S” queria, através de cada movimento

executado, da sua maneira de ser.

A literatura mostra que o desenvolvimento de uma criança com deficiência,

e o desenvolvimento de uma criança sem deficiência, passa pelo mesmo estágio, só

que o primeiro, de uma forma mais lenta. Passei a dar mais importância aos

movimentos, gestos, repeti-los quantas vezes fosse necessário. Aos poucos fui

observando que por meio de alguns gestos, se tinha o estímulo, que provocava os

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gestos; e que esse estímulo iria ajudar na prática pedagógica. Freire (1989,p.28) nos

confirma isso: “[...] Uma vez provocado o estímulo, o gesto necessariamente se manifesta.

Surgida a intenção, não basta um estímulo: é preciso que haja desejo, que se

queira fazer o gesto. [...]”.

Dentro dessa estimulação senti a necessidade de ter uma participação

maior da família, onde essa estimulação já havia iniciado desde cedo, conforme

alguns relatos da mãe, “A.S” já era estimulada com a música (ainda quando bebê),

com a dança, os gestos, os vídeos, as histórias e outros. Nisso Holle (1979,p.29) nos

confirma: “Depende cada criança o ponto de sua vida em que se torna difícil começar a

estimula-la, mas esta estimulação pode ser iniciada demasiadamente cedo,

e, em qualquer caso, deve ser iniciada tão logo que seja diagnosticado o

retardamento”.( HOLLE,1979,p.29)

Evidencia-se desde cedo a importância da família nesta estimulação, devido

o tempo que a criança passa com ela.

4.1 O Caminho percorrido

Durante a aplicação das atividades rítmicas, ensino a dança vinculada ao

ballet clássico, procurando desenvolver todos os tipos possíveis de estimulações,

desde a cognitiva, perceptiva e motora, qual estabeleça as noções de Esquema

Corporal, identificando-as com a música, a imitação, o faz-de-conta e outros; onde a

criança terá a representação do próprio corpo, sendo um papel fundamental na

relação entre o eu e o mundo exterior.

Adotei algumas condutas de ação a serem seguidas durante as práticas

pedagógicas, as quais não eram diferentes do que já se conhecia e exercia com

qualquer criança, apenas atentando para corresponder ao nível e às necessidades

da criança,as quais eram:

• Esquema Corporal - estabelecia a consciência do eu e o controle do próprio

corpo

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• Coordenação Motora de base – coordenação dinâmica, coordenação olho-

mão e o equilíbrio;

• Desenvolvimento Perceptivo – organização do espaço, tempo e direção.

Durante as aulas, o movimento era imitado, e em seguida compreendido; o

que lhe dava possibilidades para criar o seu próprio gesto, movimento, que através

dos materiais que utilizávamos; como o espelho, o som, a barra, lenços e outros,

sentia mais entusiasmo.

Constatei que aos poucos formava uma relação de afeto e confiança entre

nós; o que se tornou um ponto muito favorável para o andamento das aulas. Aprendi

a conhecer “A.S”, entendê-la, verificar seus anseios, necessidades e vontade de ir

além. Nesse aspecto, Tunes (2001) relata:

[...] O sentimento de confiança, por sua vez, é o que irá impulsioná-lo para

tentar ir cada vez mais longe. É um circulo que se fecha e começa a se

movimentar e nunca mais pára.

No decorrer das aulas observei que quando deixava seu corpo livre para

o som, o espaço e o tempo me surpreendiam com algumas respostas corporais

visualizadas.

Ao observar “A.S” e seu desenvolvimento em todos os estágios, vi que o

corpo é quem nos possibilita e nos permite está presente no tempo e no espaço;

procurando viver todas as situações que possam aparecer.

Dentro de tudo isso, estabeleceu-se uma relação favorável entre

EDUCADOR-FAMÍLIA-ESCOLA, pois através das atividades rítmicas , percebi que é

possível contribuir também, para o processo pedagógico da pessoa com

necessidades especiais como no caso de “A.S”.

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5. ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS OBSERVADOS NO PST NA

LOCALIDADE.

Em janeiro de 2005 foi implantado o Programa Segundo Tempo,

inicialmente em Teresina (capital), e após alguns meses foi expandido para outros

municípios. Aqui no Piauí, o órgão responsável por este projeto é a FUDESPI

(Fundação de Desporto do Piauí), e esta tem parceria com SASC, que um órgão

municipal tendo como responsabilidade, fornecer o espaço físico para realização das

atividades.

Os aspectos positivos são: a proposta do projeto que é oferecer um esporte

pedagogizado no período contra turno escolar, o favorecimento de várias crianças

que não tem oportunidade de praticar uma atividade esportiva, a elevação da auto-

estima através do esporte, a valorização das atividades esportivas e artísticas,o

reforço nas atividades esportivas entre outros.

Os aspectos negativos são alguns profissionais atuantes sem formação

especifica atuando como coordenador, acadêmicos de Educação Física ou outro

curso assumindo o papel de coordenador ; a falta de material esportivo e

pedagógico em alguns núcleos, o espaço físico inadequado ou até mesmo sem

espaço para área esportiva,a falta do acompanhamento dos pais e outros.

Esses mesmos aspectos observados no PST são encontrados na prática do

cotidiano em algumas escolas ,centros educacionais e/ou outros, acreditando que

com isso a nossa pedagogia de ensino possa ser dificultada mas não despercebida.

O PST aponta para a necessidade de uma nova perspectiva para os

esportes,isto é a possibilidade de serem praticados por todos em espaço e tempos

iguais;onde os mesmos incentiva nos projetos de esporte,arte e cultura da rede

publica.

Para tanto, é preciso transforma-se por dentro e simultaneamente criar as

condições externas para o esporte o lazer, tornando-se possível a transformação

social de acordo o que acreditamos e queremos.

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6. ANÁLISES, CRÍTICAS E SUGESTÕES

Atualmente, são vários os acessos as informações sobre a Inclusão

Social.Tornando a sociedade de um modo geral consciente sobre a importância

dessa inclusão,de se tornar acessível, de ser aceito no dia a dia.

Mas o que observo é que nem sempre as pessoas estão preparadas para

aceitar as diferenças, sejam elas de raça, cor, sexo, econômica, cultural, social. Pois

a própria sociedade traça um perfil do homem normal, com a expectativa de que

todos devem adequar-se a ele. E aqueles de que algum modo não se ajusta a esse

perfil, são submetidos a julgamento que conduzem a preconceitos ou

discriminações.

As mudanças ocorrem, mas é preciso uma maior busca de informações,

interesses por parte de estudiosos,educadores e demais profissionais da área,alem

das, no sentido de mudar este quadro de desinformação acerca das capacidades do

deficiente com S.D. e outros.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (artigo 4 inciso III): As escolas devem

ajustar-se a todas as crianças, independente das suas condições físicas, sociais

lingüísticas e outras. Pois o estado estar obrigado a oferecer garantia e atendimento

especializado gratuito aos educandos“ com necessidades especiais

preferencialmente, na rede de ensino” .

Mas em algumas escolas não há o devido preparo e a necessária

preocupação para com a criança que possui necessidades especiais. Alguns

profissionais não têm informação especifica para atuar com determinada

deficiência,ás vezes até tem o interesse mais não tem recursos,nem conhecimentos

mínimos para lidar com esta categoria de alunos.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da indagação que me levou ao estudo, sobre quais as

contribuições das atividades rítmicas no desenvolvimento da criança com Síndrome

de Down, buscando respostas a questionamentos acerca dessa temática, como

inserir crianças com S.D nas atividades rítmicas junto a crianças sem deficiência.

Através das observações realizadas verifiquei mudanças benéficas no

desenvolvimento da criança com S.D. e uma maior possibilidade de se integrar no

meio social em que vive;onde a família ,como , a principal integradora, se inseri

dento do processo pedagógico e faz essa ligação entre PROFESSOR X FAMILIA X

ESCOLA tornando as dificuldades encontradas na prática educativa,mais fáceis de

serem solucionadas e trabalhadas; qual nos possibilitou um melhor desenvolvimento

cognitivo,social e afetivo.

Constatei que a intervenção das atividades rítmicas foi aceita com veemência,

pois a aluna em questão participou de forma espontânea tendo sempre

possibilidades de criar seu próprio gesto, demonstrando entusiasmo, satisfação e

criatividade,adotando uma postura de decisão dentro do seu limite.

Ao se estabelecer a consciência do eu, as noções de direção,espaço e

equilíbrio a criança passa a ter o controle do próprio corpo;ficando evidente que a

variedade de atividades que a dança possibilita, permiti uma interdisciplinaridade

com o processo de ensino pedagógico.

Faço uma abordagem ao processo de ensino aprendizagem nas aulas de

esporte escolar, que precisa sofrer modificações dentro do seu contexto

metodológico e pedagógico; necessitando de uma capacitação mais freqüente para

os professores de educação física e lembrando que para se incluir uma criança com

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deficiência em sua pratica pedagógica, não há a necessidade primaria de se

especializar na deficiência e sim de se interessar pelo assunto e buscar de varias

formas as informações cabíveis.

Ressalto também, que a dança se constitui num meio para aumentar as

expectativas sobre o desenvolvimento das crianças com deficiência, e colaborar com

a prática docente na área de Educação Física para crianças com Síndrome de

Down.

Considero o presente trabalho como uma importante referencia para futuras

pesquisas dentro deste contexto, para essa e outras áreas, principalmente quando

se trata de uma aplicação teórico-prática.

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8. REFERÊNCIAS

BATISTA, Denise A. S. et al. Projeto Down. São Paulo: LBA: 1985.

BRASIL, Ministério do Esporte. Dimensões pedagógicas do Esporte.

Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2004.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental.

Brasília: MEC/SEF, 1997.

FAHLBUSCH, Hannelore. Dança: moderna – contemporânea. Rio de

Janeiro: Editora Sprint, 1990.

FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Interno: Teoria e prática da

Educação Física. São Paulo: Ed. Scipione, 1989.

HOLLE, Brita. Desenvolvimento Motor na criança normal e retardada.São Paulo: Editora Manole, 1979.

LABAN, Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo: Editora Ícone,

1990.

MINISTÉRIO DO BEM-ESTAR SOCIAL. Essas crianças tão especiais: manual para solicitação do desenvolvimento de crianças portadoras da Síndrome de Down/ Maria Tereza Eglér Mantoan, organizadora;

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31

colaboração de Ana Isabel de Figueiredo Ferreira e José Luiz Rodrigues.

Brasília: CORDE, 1992.

MERLEAU PONTY, M. O Primado da percepção e suas conseqüências

filosóficas.Tra.de Constança Marcondes César.Campinas: Papirus, 1990.

NANNI, Dionísia. Dança Educação: Princípios, Métodos e Técnicas. Rio

de Janeiro: Editora Sprint, 1995.

PORTO, Eline.A corporeidade do cego: novos olhares.São Paulo:

Editora Unimep/Memnon, 2005.

PIAUI, Secretária de Educação do Estado do. CEID. Revista Sociedade

Inclusiva.Teresina, 2004.

ROTTA, Newra Tellechea; OHLWEILER, Lygia; SANTOS,

Rudimar.Transtornos da aprendizagem: Abordagem neurobiológica e multidisciplinar.Riesgo: Editora Artmed, 2006.

STANLEY, I. Greenspan.BRAZELTON, T. Berry.As necessidades essenciais das crianças: o que toda criança precisa para crescer e se desenvolver?Trad.Cristina Monteiro.Porto Alegre: Artmed, 2002.

VAYER, P. Educação psicomotora e retardo mental: Aplicação aos diferentes tipos de inadaptações. 4ed. Rennes: Editora Manole,1984.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 01

QUESTIONÁRIO/FAMÍLIA

NOME COMPLETO: QUANTIDADE DE FILHOS: NOME DA FILHA:

1- Como foi o nascimento da Meiguice? 2- Como foi para senhora receber Meiguice? Sua aceitação? 3- E a atitude (aceitação) da família?

4- Quais as dificuldades encontradas nos primeiros dias de convívio com Meiguice? 5- Houve algum tipo de estimulação? 6- Outros relatos importantes que não abordei...

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APÊNDICE 02

QUESTIONÁRIO/ ESCOLAR PROFESSOR (A): ______________________________________________ ALUNO (A): ___________________________________________________

1. Há quanto tempo você acompanha a aluna? 2. Como foi o seu primeiro contato com sua aluna?

3. E o primeiro contato dela com a turma?

4. Já havia alguma informação sobre a sua deficiência? Sabia como

proceder?

5. Quais as características pessoais em sala–de-aula?

( ) alegre ( ) ativo ( ) organizado ( ) Participativo

( ) triste ( ) apático ( ) desorganizado ( ) agitado

( ) independente( ) agressivo ( ) calmo ( ) disperso 6. Participa de alguma atividade na escola? Qual? Educação Física Escolar ( ) Natação ( ) Recreação ( ) Outros : _________________________________________________ 7. Percebeu alguma mudança em seu desenvolvimento, depois que iniciou

a prática da dança/ ballet ?

SIM ( ) NÃO ( )

• Caso afirmativo, em quais áreas ?

Coordenação motora fina ( ) Percepção ( )

Coordenação motora grossa ( ) Cognição ( )

Comunicação ( ) Fala ( )

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8. Depois da pratica da dança/ ballet apresentou mudanças em suas características pessoais? Muita ( ) Pouca ( ) Nenhuma ( ) 9.Qual a importância que você atribui à prática da dança / ballet para essa aluna ? Muita ( ) Pouca ( ) Nenhuma ( )

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ANEXOS

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Ø Aluna “A.S“ na prática da atividade rítmica/dança.

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