115
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRA GENÉTICA E PÓS-MELHORAMENTO EM CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO ‘AMARELO’: VARIABILIDADE ACESSADA POR FERRAMENTAS BIOMÉTRICAS E MOLECULARES ILHÉUS- BAHIA-BRASIL Março de 2012

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

0

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

ALLAN SILVA PEREIRA

GENÉTICA E PÓS-MELHORAMENTO EM CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO

‘AMARELO’: VARIABILIDADE ACESSADA POR FERRAMENTAS

BIOMÉTRICAS E MOLECULARES

ILHÉUS- BAHIA-BRASIL

Março de 2012

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

1

ALLAN SILVA PEREIRA

GENÉTICA E PÓS-MELHORAMENTO EM CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO

‘AMARELO’: VARIABILIDADE ACESSADA POR FERRAMENTAS

BIOMÉTRICAS E MOLECULARES

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual de Santa Cruz – UESC, como parte

das exigências para a obtenção do título de

Mestre em Genética e Biologia Molecular.

Área de Concentração: Genética e Biologia

Molecular

Orientador: Prof. Ronan Xavier Corrêa

ILHÉUS- BAHIA-BRASIL

Março de 2012

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

2

ALLAN SILVA PEREIRA

GENÉTICA E PÓS-MELHORAMENTO EM CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO

‘AMARELO’: VARIABILIDADE ACESSADA POR FERRAMENTAS

BIOMÉTRICAS E MOLECULARES

_______________________________________________

Dr. Ronan Xavier Corrêa

UESC

(Orientador)

__________________________________

Dr. Fábio Gelape Faleiro

CPAC/EMBRAPA

__________________________________

Drª Fernanda Amato Gaiotto

UESC

__________________________________

Dr. Abel Rebouças São José

UESB

__________________________________

Dr Antonio Carlos de Oliveira

UESB

(Co orientador)

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

3

A meus pais Laurindo e Leonídia que sempre apoiaram seus filhos em todas as batalhas da

vida e que acima de tudo sempre deram exemplo de honestidade e dignidade.

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

4

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de pós Graduação em Genética e Biologia Molecular, a UESC, a UESB a

CAPES, a EMBRAPA CERRADOS, ao Viveiro Flora Brasil e aos produtores rurais por

proporcionarem, cada um a seu modo que esse trabalho se realizasse;

Em especial aos meus pais, não somente pela criação, mas por terem participado comigo das

coletas de dados de campo;

A Gabi, por todo o apoio na horas difíceis;

Ao ser superior que rege toda a harmonia do universo;

A todos que de uma forma ou de outra participaram dessa jornada incansável.

A meus irmãos, Marcos, Charles, Reizinha, Kelé, Raimundo e Simone.

A todos os demais familiares que de uma forma ou de outra contribuíram para a minha

formação.

Aos amigos do grupo de pesquisa GenPlanta.

Aos professores da banca examinadora, Dr. Abel Rebouças São José, Dr. Fábio Gelape

Faleiro e Drª Fernanda Amato Gaiotto por não terem declinado o convite para participar da

banca examinadora do presente trabalho, mesmo por alguns entraves terem atrasado o envio

do presente trabalho para vossas sugestões, correções e comentários.

A tanto outros amigos que tive privilégio de fazer durante esse período da minha vida.

Obrigado!

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

5

Além da opulência das boas colheitas

Do gênero passiflora de tudo aproveita.

Das raízes profundas às folhas derradeiras

Porque é nutritiva, cosmética e milagreira.

Ninguém sabe contar a origem desta planta

Milênios se passaram como o vento que

canta. E o maracujá se espalha em

contorcidas rotas. Sofrendo mutações desde

épocas remotas.

Capítulo 13, IV Reunião Técnica de

pesquisa em Maracujazeiros

Pág.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

6

ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO___________________________________________ 9

2 REVISÃO DE LITERATURA_______________________________ 12

2.1 Descrição taxonômica dos maracujazeiros _____________________ 12

2.2 A importância econômica da fruticultura/ passicultura__________ 12

2.3 Entraves à produção de maracujá no Brasil____ _______________ 16

2.4 Melhoramento genético ____________________________________ 16

2.4.1 Vigor e precocidade em sementes ____________________________ 16

2.4.2 Crescimento vegetativo e características dos frutos _____________ 17

2.4.3 Ferramentas que auxiliam no melhoramento ___________________ 18

2.4.3.1 Parâmetros genético-estatísticos _____________________________ 18

2.4.3.2 Marcadores Genético-Moleculares ___________________________ 20

2.4.3.2.1 Inter Simple Sequence Repeat (ISSR)_________________________ 21

2.4.3.2.2 Resistance Gene Analog (RGA)______________________________ 22

2.5 Cultivares brasileiras de maracujazeiro _______________________ 24

2.6 Testes regionais_________ __________________________________ 26

REFERÊNCIAS GERAIS______________________________________100

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

7

CAPÍTULO 1 ESTIMATIVA DE PARÂMETROS ESTATÍSTICOS,

CARACTERIZAÇÃO E CORRELAÇÕES GENÉTICAS E FENOTÍPICAS DE

GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO

AMARELO 28

Resumo 28

Abstract 29

1 Introdução 30

2 Material e Métodos 33

2.1 Material genético vegetal, delineamento e áreas experimentais 33

2.2 Variáveis 34

2.3 Procedimentos estatísticos 36

3 Resultados e Discussão 38

4 Conclusões 47

Referências 48

CAPÍTULO 2 AVALIAÇÃO GENÉTICA DE CRESCIMENTO VEGETATIVO E

CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS DE FRUTOS DE CULTIVARES DE

MARACUJÁ AMARELO EM CAMPO 52

Resumo 52

Abstract 53

1 Introdução 54

2 Material e Métodos 56

2.1 Áreas experimentais 56

2.2 Material biológico 56

2.3 Variáveis de crescimento vegetativo 57

2.4 Variáveis físico químicas dos frutos 57

2.5 Delineamento 57

2.6 Análises estatísticas 58

3 Resultados e Discussão 60

4 Conclusões 76

REFERÊNCIAS 77

ANEXO 79

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

8

CAPÍTULO 3 VARIABILIDADE GENÉTICA EM CULTIVARES DE MARACUJÁ

‘AMARELO’ EVIDENCIADA POR AMPLIFICAÇÃO COM MARCADORES ISSR E

RGA 80

Resumo 80

Abstract 80

1 Introdução 82

2 Material e Métodos 84

2.1 Material biológico 84

2.2 Obtenção de dados moleculares 84

2.3 Análise dos dados moleculares 86

3 Resultados 88

3.1 Amplificação cruzada 88

3.2 Distância genética entre indivíduos 91

4 Discussão 92

4.1 Amplificação cruzada 92

4.2 Distância genética entre indivíduos 93

5 Conclusão 95

Referências 96

Anexos 99

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

9

1 INTRODUÇÃO

Entre os gêneros que compõem a família Passifloraceae, o gênero Passiflora apresenta

o maior número de espécies descritas, aproximadamente, das quais ao menos 400 espécies tais

quais 120 são nativas do Brasil (Benacci, 2003), e ao menos 50, quando não cultivadas

regionalmente, apresentam ao menos potencial comercial (Vieira e Carneiro, 2004).

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá (IBGE, 2012), com produção em

2010 estimada em 920 mil toneladas de maracujá em 62,2 mil hectares, gerando receita de

796 milhões de reais (IBGE, 2012). A Bahia é o principal estado produtor desta fruta. Em

2010, a passicultura baiana ocupava 32,37 mil ha, respondendo por 50,1% da produção

nacional, com divisas de R$ 400 milhões (IBGE, 2012). A produtividade média dos pomares

brasileiros desta fruteira, em torno de 14 t/ha, é muito aquém em relação ao potencial

produtivo de cultivares melhoradas, em torno de 40 a 50 t/ha (Junqueira et al., 2008), o que

justifica a importância de ações de pesquisa e desenvolvimento.

Diversos são os fatores tidos como influentes na baixa produtividade da passicultura

brasileira, entre eles o cultivo de variedades inadequadas à região, o uso de mudas advindas

de polinização aberta, heterogêneas para qualidade de frutos, produtividade resistência a

doenças, tais como virose do endurecimento dos frutos, bacteriose, murcha de fusário e

antracnose (kitajima et al, 1986; Anselmo e Junqueira, 1997; Junqueira et al; Stenzel & Sera,

1999; Junqueira et al, 2003).

Em contrapartida, diversas estratégias visando ampliar o potencial econômico da

passicultura brasileira e o que define estas estratégias é a característica à qual se deseja

melhorar, como por exemplo sementes, folhas ou frutos e, até mesmo a região de cultivo

(Meletti et al, 2005).

Com relação às sementes, além dos estudos com espécies silvestres visando superar os

entraves biológicos à propagação, como dormência de sementes (Meletti et al., 2002; Santos

et al., 2003), são também realizados trabalhos com maracujazeiros comerciais, visando

otimizar o processo de germinação mediante tratamentos térmicos, físicos e químicos (Pereira

& Andrade, 1994; Maciel & Bautista, 1997; Santos et al., 1999; Maciel, 2003; Osipi e

Nakagawa, 2005). Além da otimização do processo mediante tratamentos como citado acima,

alguns autores sugerem a necessidade de seleção de materiais superiores com relação à taxa

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

10

de germinação de sementes (Melo et al, 2000), o que é possível e justificável, visto que parte

das variações relacionadas à germinação é de origem genética, com potencial para ser

explorado em programas de melhoramento (Redig et al, 2003) e a precocidade de germinação

ou emergência e vigor são fatores que podem influenciar na produtividade das culturas

(Tekrony e Egli, 1991).

No que tange ao melhoramento direcionado ao fruto, principal produto advindo dos

maracujazeiros, dois caminhos, não totalmente excludentes para todas as características

podem ser seguidos, os quais são o consumo in natura e os frutos destinados à indústria. Com

relação ao seguimento in natura, o produto final do programa de melhoramento é uma planta

que apresente frutos grandes, ovais e com boa aparência a ponto de alcançarem boa

classificação comercial; devem ser resistentes a ponto de suportarem ao transporte e tempo de

prateleira. Frutos destinados à indústria devem ter casca fina, alto rendimento de suco, maior

acidez, alto teor sólidos solúveis totais entre outras características (Oliveira et al, 1994). Pra

ambos os seguimentos, o produto final do melhoramento deve apresentar resistência a

doenças e apresentar bom desempenho produtivo (Quirino, 1998).

O melhoramento, mais ciência do que arte nos dias atuais se beneficia dos avanços de

diversas áreas do conhecimento, como genética, fisiologia, estatística, botânica e agronomia

(Borém e Miranda, 2007). Entre essas, a genética, e suas subdivisões, tais como a genética

quantitativa e a genética molecular aplicada ao melhoramento são indispensáveis. Da

genética quantitativa parte o entendimento da ação dos genes envolvidos no controle de

características, de forma a avaliar as possibilidades de ganhos preditos mediante melhores

estratégias de melhoramento, mantendo se a base genética adequada (Cruz & Carneiro, 2006)

e a genética molecular aplicada auxilia na otimização de cruzamentos dirigidos,

caracterização de materiais já melhorados, identificação de materiais de valor para

produtividade, adaptabilidade e resistência (Borba et al., 2005; Castro et al., 2008).

Considerando que se desconhece trabalhos que descrevam o grau de diversidade

genética existente dos genótipos que compõem os cultivares comerciais de maracujazeiro,

hoje disponíveis; de inexistir cultivares melhoradas de maracujá desenvolvidas e/ou

recomendadas para as condições específicas do Estado da Bahia e, ainda, de não haver sido

ainda descrito estimativas de parâmetros genético-estatísticos atrelados a atributos morfo-

agronômicos de interesse, como para germinação de sementes e a produção e qualidade de

frutos destes cultivares, associado às hipóteses de que (i) existe variabilidade genética útil

disponível para a identificação de genótipos superiores dentro das progênies segregantes que

compõem os cultivares comerciais; (ii) alguns dos cultivares comerciais têm maior

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

11

desempenho produtivo e de qualidade de frutos nos cultivos na região Sudoeste e Serras

Gerais da Bahia e (iii) variabilidade genética molecular, acessada por diferentes categorias de

acesso a polimorfismo de DNA, acessam o mesmo grau de variabilidade genética em

indivíduos dos cultivares, o presente trabalho objetivou (i) averiguar a diversidade genética

molecular (ii) proceder testes regionais de produtividade e (iii) estimar parâmetros genético-

estatísticos associados a germinação de sementes e produção e qualidade de frutas; tendo por

base cultivares comerciais lançadas comercialmente pela EMBRAPA, Flora Brasil e Agristar

do Brasil.

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Descrição taxonômica dos maracujazeiros

Os maracujazeiros pertencem à família Passifloraceae, que é predominantemente originária da

América Tropical, engloba cerca de 19 gêneros e 530 espécies, sendo a maioria pertencentes

ao gênero Passiflora, aproximadamente 400 espécies tais quais ao menos 120 são nativas do

Brasil (Benacci, 2003), das quais a mais cultivada é a espécie Passiflora edulis Sims, nome

proposto a ser utilizado em nível taxonômico por Benacci (2008), de forma a resolver

incertezas taxonômicas.

2.2 A importância econômica da fruticultura/passicultura

A fruticultura é um dos mais importantes setores do agronegócio mundial. A produção

de frutas atingiu a partir de meados da década de 2000 a produção de 540 milhões de

toneladas, gerando uma receita em torno de US$162 bilhões (ANDRIGUETO, 2005). Os

maiores produtores mundiais de frutas são China e Índia (com produções de 55,6 milhões e

48,1 milhões de toneladas/ano, respectivamente). O Brasil ocupa o terceiro lugar no mercado

internacional de produção de frutas, com 38 milhões de toneladas/ano (LACERDA, 2004;

ANDRIGUETO, 2005).

O consumo de frutas, verduras e legumes é indispensável para uma boa saúde de

humanos. Contudo no Brasil, o consumo desses alimentos paulatinamente é substituído pelo

consumo de alimentos com maior teor de gorduras, açucares e/ ou sal (MONTEIRO et al,

1995a; MONTEIRO 2000). Segundo proposições da OMS, o consumo diário mínimo

recomendado de frutas, verduras e legumes são de 400 gramas/per capita, pois apresentam em

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

13

função do efeito protetor que apresentam em relação às Doenças Crônicas Não Transmissíveis

(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003).

Todavia, para que os brasileiros atendam essa premissa, teriam que aumentar em três

vezes o consumo desses alimentos, os quais ainda não realizam esse consumo mínimo

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Face à sua grande importância para a saúde humana, o

setor da fruticultura vem se destacando nos últimos anos como um dos mais importantes do

agronegócio brasileiro sendo responsável segundo o IBRAF (Instituto Brasileiro de Frutas),

por exportações anuais equivalentes a US$ 642.743.947 milhões para frutas frescas e US$

2.707.943.895 bilhões, promovendo a geração de cerca de quatro milhões de empregos diretos

(IBRAF). Sustentada por clima e natureza privilegiados, a fruticultura brasileira possui uma

grande variedade de frutas tropicais, subtropicais e temperadas com características

organolépticas marcantes.

Entre as culturas de fruteiras no Brasil, a passicultura começou a adquirir importância

econômica a partir da década de 80 (Meletti e Maia, 1996). Atualmente, o Brasil ocupa o

primeiro lugar na produção mundial de maracujá (BRIGNANI, 2002; IBGE, 2012), sendo

cultivado em todos os Estados da federação (Vasconsellos et al., 2001).

Além de cultivares das espécies Passiflora. edulis Sims (maracujá-amarelo) e P. alata

Cutis (maracujá-doce) exploradas comercialmente e que diga se de passagem respondem por

maior área plantada no país (95%) e expressivos preços in natura respectivamente (Meletti,

1999), VIEIRA e CARNEIRO (2004), observaram que ao menos outras 50 espécies de

Passiflora quando não cultivadas regionalmente, apresentam ao menos potencial comercial.

Para Cunha et al (2002) cerca de 70 espécies produzem frutos comestíveis. Contudo, somente

os maracujazeiros –‘amarelo’ (Passiflora edulis Sims), ‘-roxo’ (P. edulis Sims), ‘-doce’ (P.

alata), ‘-melão’ (P. quadrangularis), ‘-suspiro’ (P. nitida) e ‘-tubarão’ (P. cincinnata) se

destacam como espécies cultivadas (Souza e Meletti, 1997).

O maracujá apresenta grande importância econômica e social no Brasil que é o maior

produtor e o maior consumidor mundial dessa fruta. Esta posição de destaque do Brasil no

ranking mundial foi obtida com o desenvolvimento do maracujá nas últimas três décadas

(Gonçalves e Souza, 2006). A passicultura nacional no ano de 2010 apresentou 62,2 mil

hectares de área cultivada e produção superior a 920 mil toneladas gerando uma receita acima

de 796 milhões de reais (Figuras 1 e 2). Apesar dessa produção, o volume de fruta fresca e

suco de maracujá exportado pelo Brasil é pequeno quando comparado com o de outras frutas.

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

14

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

15

O maracujazeiro é cultivado em praticamente todos os países com clima adequado,

tanto tropical e até mesmo em alguns casos, subtropicais. É cultivado comercialmente no

Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Caribe, Austrália, África e algumas áreas do sul dos Estados

Unidos. Os picos de safra no Brasil, Colômbia, Equador, Peru são novembro-fevereiro,

março-junho, março-junho e março setembro respectivamente. As variedades amarelas são

normalmente maiores do que os tipos roxas. A polpa tem um sabor aromático intenso e pode

ser usado como um aromatizante para bebidas e molhos. Suas propriedades aromáticas o

tornam popular na culinária gourmet. Trata-se de uma boa fonte de vitaminas A e C, bem

como de ferro de potássio e fibra. O maracujá tem centenas de propriedades medicinais que

têm sido utilizados ao longo da história (ITI Tropicals, 2011).

No Brasil, a Bahia é o principal estado produtor desta fruta, e no mesmo ano a área

plantada chegou a 32,37 mil hectares e produção de 461 mil toneladas (139.910t/ano) com

divisas de mais de R$ 400 milhões (IBGE, 2012) e o pólo de Livramento de Nossa

Senhora/Dom Basílio, representa a maior área de plantio de maracujá do Estado (Pires, 2011).

São 3.600 agricultores, empregando basicamente mão-de-obra familiar, com produtividade

média em torno de 15 toneladas/ha (SEAGRI, 2008).

A análise da evolução da cadeia produtiva do maracujá no Brasil permite concluir que

as ações de pesquisa e desenvolvimento têm sido de grande importância (Faleiro et al.,

2008b). Entretanto, considerando a dinâmica da agricultura tropical, são grandes os desafios e

demandas tanto na área fitotécnica quanto na área de melhoramento genético, passando pela

necessidade urgente de conservar e caracterizar os recursos genéticos do gênero Passiflora

(Faleiro et al., 2005; Faleiro et al., 2006).

A lucratividade do maracujá nas últimas três décadas foi efeito de boa produção e

qualidade da matéria-prima (Meletti, 2009). Contudo a produtividade média atual dos

pomares brasileiros desta fruteira, em torno de 14t/ha, (variando entre 13,4 em 2005 a 14,8

toneladas por hectare em 2010) (Tabela 1), fica muito aquém em relação ao potencial

produtivo de variedades melhoradas, que podem atingir 40 a 50 t/ha, o que serviu de meta

para os programas de melhoramento genético visando a seleção de cultivares superiores,

como no caso dos híbridos desenvolvidos pelo IAC (Meletti et al. 2000) e dos da Embrapa

Cerrados (Junqueira et al., 2008).

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

16

2.3 Entraves à produção de maracujá no Brasil

Como citado no parágrafo anterior, a produtividade média dos pomares brasileiros de

maracujá não expressam o grande potencial produtivo que deviam pelas condições favoráveis

que o Brasil possui. O cultivo de variedades inadequadas é um dos fatores responsáveis pela

baixa produtividade (Junqueira et al.,1999). A contínua expansão da passicultura no Brasil

exige a adoção de medidas que visem manter a sanidade dos maracujazeiros nos campos de

produção. A esse respeito, o que seria outro fator responsável pela baixa produtividade seria o

fato de a maioria dos produtores fazer uso de mudas provenientes de polinização aberta, com

grande heterogeneidade na qualidade dos frutos, produtividade e resistência a doenças

(Stenzel & Sera, 1999). Esse último fator também é de suma importância com relação à

passicultura, pois diversas doenças têm limitado o cultivo e comercialização de maracujás.

Dentre estas se pode destacar a virose do endurecimento dos frutos (PWV-Passion fruit

woodiness vírus) (KITAJIMA et al., 1986) / (CABMV - cowpea aphid-borne mosaic virus)

(JUNQUEIRA, 2003), bacteriose (Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae), murcha de

fusário (Fusarium oxysporum f. sp. passiflorae) e a antracnose (Colletotrichum

gloeosporioides) que acometem com freqüência os maracujazeiros nos campos de produção

das diferentes regiões brasileiras (JUNQUEIRA et al. 2005; ANSELMO & JUNQUEIRA,

1997).

2.4 Melhoramento genético

2.4.1 Vigor e precocidade em sementes

Uma questão norteadora sobre a ‘ciência melhoramento de plantas’ que assim como as

demais ciências é aplicada para impactar positiva ou negativamente a humanidade é: O que é

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

17

o melhoramento de plantas? De acordo como citam Borém e Miranda (2007), “é a arte e a

ciência que visam a modificação gênica das plantas para torná las mais úteis ao homem”.

No caso dos maracujazeiros, o melhoramento pode estar dirigido a diferentes partes da

planta, a depender de qual ou quais características se tem a intenção de melhorar. Sementes,

folhas ou frutos, até mesmo a região de cultivo dita o direcionamento dos programas de

melhoramento (Meletti et al, 2005).

Com relação às sementes, tem se a possibilidade de utilização de sementes de algumas

espécies para extração de compostos de uso medicinal. Mas na maioria das vezes os estudos

são direcionados a espécies silvestres e com o objetivo principal é a superação de entraves

biológicos intrínsecos à propagação seminífera, como por exemplo, a da dormência de

sementes (Meletti et al., 2002; Santos et al., 2003). Com relação aos maracujazeiros

comerciais, a maioria dos estudos quanto à germinação de sementes está relacionada à

possível influência de substratos e/ ou foto-termo-períodos, a exemplo dos trabalhos de Osipi

e Nakagawa, 2005; Santos et al., 1999, trabalhando respectivamente com Passiflora alata

Dryander e Passiflora edulis Sims, além de Pereira & Andrade (1994); Maciel & Bautista

(1997); Maciel (2003), trabalhando respectivamente com P. edulis Sims e Passiflora mixta L.

y P.quadrangularis L. Entretanto, além da quebra de dormência de sementes de espécies

silvestres de maracujá e das estratégias que visam aumentar a germinação de sementes das

espécies comerciais, alguns autores sugerem a seleção a médio e a longo prazos de materiais

superiores com relação à taxa de germinação de sementes (MELO et al, 2000), o que é

possível, visto que alguns autores tem observado grande variação de origem genética quanto

ao caráter porcentagem de germinação, com potencial para ser explorado em programas de

melhoramento (Redig et al, 2003). Além da possível seleção para o caráter germinação a

precocidade de emergência e o vigor são fatores que podem influenciar na produtividade das

culturas (Tekrony e Egli, 1991), o que sugere uma relação entre plantas melhoradas

geneticamente para aumento de produtividade e maior precocidade e vigor na germinação de

sementes.

2.4.2 crescimento vegetativo e características dos frutos

No que diz respeito ao melhoramento para folhas, princípios ativos calmantes /

sedativos são realidade no maracujá, a exemplo dos princípios ativos maracujina, calmofilase

e passiflorine (Lima e Cardoso, 2006), este último sendo extraído de folhas do maracujazeiro.

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

18

Entretanto o principal produto advindo do maracujazeiro é o fruto e o melhoramento

genético do maracujazeiro no Brasil está direcionado para a melhoria de características

agronômicas de interesse quer seja para a indústria ou para o consumo in natura. Com relação

a este último, o produto final do programa de melhoramento é uma planta que apresente frutos

grandes, ovais e com boa aparência a ponto de alcançarem boa classificação comercial;

devem ser resistentes a ponto de suportarem ao transporte e tempo de prateleira. Os frutos

destinados à indústria devem ter casca fina, alto rendimento de suco, maior acidez, alto teor

sólidos solúveis totais entre outras características (oliveira et al, 1994). Tanto para consumo in

natura como para a indústria, o produto de melhoramento deve apresentar resistência a

doenças, o que reduz custos de produção (Quirino, 1998), e apresentar bom desempenho

produtivo

2.4.3 ferramentas que auxiliam no melhoramento

As primeiras alterações em plantas, no sentido de se tornarem mais úteis ao homem

foram realizadas pelos primeiros melhoristas, entre eles agricultores com aguçado instinto de

observação no começo da domesticação de plantas. Eram observadas plantas atípicas a campo

que eram colhidas para a obtenção de sementes. Com os avanços dos conhecimentos em

diversas áreas, tais como genética, fisiologia, estatística, botânica, agronomia, etc, o

melhoramento está mais para ciência do que para arte (Borém e Miranda, 2007). Entre as

áreas citadas acima, a genética associada a estatística tem contribuído significativamente para

o melhoramento de plantas.

2.4.3.1Parâmetros genético-estatísticos

O sucesso do melhoramento requer que a característica seja herdável, ocorrendo

variação na população na qual se pratica a seleção para o melhoramento, a patir da qual é se

suma importância conhecer a variabilidade fenotípica. Para o estudo da herança e variação das

características quantitativas, a equação básica é: F = G + M, onde o valor fenotípico é

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

19

estimado diretamente dos dados obtidos dos indivíduos como resultado do valor genotípico

sobre influência do meio (Cruz & Carneiro, 2006).

As estimativas de parâmetros genéticos estatísticos são bons exemplos das

contribuições do avanço das ciências que auxiliam no melhoramento, visto que permitem a

identificação da natureza de ação dos genes envolvidos no controle de características

quantitativas, de forma a avaliar as possibilidades de ganhos preditos mediante melhores

estratégias de melhoramento, mantendo se a base genética adequada. Entre esses parâmetros

podem ser citadas as variâncias genéticas, herdabilidade, correlações, etc (Cruz & Carneiro,

2006). É demonstrado abaixo o modelo de análise de variância em blocos casualizados, a

esperança matemática dos quadrados médios da análise de variância e os parâmetros que

podem ser estimados para estes modelos (Cruz, 2006).

Tabela 1- esquema de resultados da análise de variância e a esperança dos quadrados médios segundo o

delineamento estatístico em blocos casualizados com efeitos aleatórios.

FV GL SQ QM E (QM)

Blocos r-1 SQB QMB σ2 + gσ2b

Tratamentos c-1 SQT QMT σ2 + rσ2g

Resíduo (r-1) (c-1) SQR QMR σ2

Total Gr-1 SQT

Média = m CV% = (100√QMR)/m.

A partir da ANOVA, foram estimados os seguintes parâmetros:

Variância fenotípica média:

Variância genotípica média:

QMT - QMR

r σ = g

2 ^

f

2 σ =

QMT

r ^

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

20

Variância ambiental média:

Herdabilidade para seleção baseada na família:

Correlação intraclasse:

Razão CVg / CV:

2.4.3.2 Marcadores Genético-Moleculares

Outras ferramentas de suma importância para o melhoramento de plantas são os

marcadores moleculares. Ferreira e Grattapaglia (1998) definem marcadores moleculares

como fenótipos moleculares oriundos de genes expressos para ferramentas como as

isoenzimas e seguimentos específicos expressos ou não para DNA. As relações genéticas

desses marcadores são baseadas no dogma central da biologia molecular e em muitos casos na

pressuposição de que as diferenças no DNA refletem diferenças fenotípicas (Faleiro, 2007).

Apesar da infinidade de técnicas moleculares baseadas na plataforma de Reação em

Cadeia da Polimerase (PCR), a expressão genética dos marcadores pode ser dominante (não

distinção de homo e heterozigotos na visualização) ou co-dominante (possibilidade de

distinção entre homo e heterozigotos na visualização) (Ferreira e Grattapaglia, 1998; Faleiro,

2007).

O material utilizado pelo melhorista contém muitas informações acerca da sua

diversidade e estas podem ser reveladas por marcadores moleculares, os quais são ferramentas

importantes na ampliação da base genética (Ferreira & Grattapaglia, 1998).

a

2 σ =

QMR

r ^

ρ =

d

^

+

g ^ σ 2

g ^ σ 2

^ σ 2

CV

CVg =

g ^ σ 2

^ σ 2

σ g

2

2

f σ

h2 =

^

^

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

21

Entre as principais aplicações dos marcadores genético moleculares, com maior ou

menor eficiência de cada técnica com relação à determinada aplicação são: identificação de

genótipo, avaliação de germoplasma, variabilidade genética, mapeamento genético,

mapeamento de QTL’s (Quantitative trait Loci), mapeamento comparativo, genética de

alógamas, genética de autógamas paternidade e análise filogenética (Ferreira e Grattapaglia,

1998; Faleiro, 2007).

Trabalhos visando entender a variabilidade genética de maracujazeiros comercias

mediante ferramentas moleculares foram realizados nos últimos fazendo uso RAPD (Faleiro

et al, 2005b; Bellon et al., 2005; Cerqueira-Silva et al, 2010) AFLP (Devos et al, 2004;Ortiz,

et al 2011) SSR (Reis et al, 2011).

Outras ferramentas multilocos com ampla distribuição no genoma, tais como os Inter

Simple Sequence Repeat (ISSRs) e Resistance Gene analogs (RGAs) (Leisteret al, 1996;

Kanazin et al, 1996 e Yu et al, 1996) são promissores para o estudo da variabilidade genética

em maracujazeiros.

2.4.3.2.1 Inter Simple Sequence Repeat (ISSR)

São primers que apresentam repetições di, tri, tetra ou penta nucleotídeos tem sido

utilizados por muitos pesquisadores (Zietkiewicz et al. 1994). Os ISSR ancoram em regiões

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

22

microssatélites e amplifica a região entre dois microssatélites que estão em orientações

opostas (Figura 3).

Os polimorfismos detectados são gerados por eventos tais como inserções e deleções

(Yang et al. 1996). Segundo Reddy (2002), a técnica combina benefícios das análises de

AFLPs e SSRs com a universalidade dos RAPDs, mantendo se altamente reprodutíveis, por

serem sequências longas de 16 a 25 bases (permitindo anelamento em temperaturas acima dos

40°C).

Marcadores ISSR foram utilizado com sucesso para estimar a diversidade genética nas

principais culturas a exemplo de trigo (Nagoaka & Ogihara, 1997), milho (Kantety et al,

1995.), arroz (Blair et al, 1999.) e cevada (Sánchez de la Hoz et al. 1996; Brantestam et al,

2004); maracujá (Santos et al., 2011);

2.4.3.2.2 Resistance Gene Analogs (RGA)

A teoria gene-a-gene de herança da resistência de plantas a doenças (FLOR, 1947) preconiza

que cada gene de resistência no hospedeiro (gene R) corresponde um gene de avirulência no

patógeno (gene Avr). Com os avanços da biologia molecular, evidências moleculares

comprovaram essa teoria e evidenciaram que a resposta de resistência depende de outros

genes e diferentes metabólitos na célula. Os genes R apresentam domínios conservados nas

estruturas das proteínas por eles codificadas, incluindo-se os NBS (nucleotide binding site) e

as LRR (leucine rich repeat) que configuram a família gênica NBS-LRR (Rommens; Kishore,

2000). Os genes NBS-LRR conferem resistência a bactérias, fungos, vírus, nematóides e

pulgões (Timmerman-Vaughan et al., 2000). Eles possuem um terceiro domínio na porção N-

terminal variável, podendo ser um TIR (Toll-interleukin-like receptor) ou um CC (coiled-coil)

sendo que TIR é encontrado predominantemente em dicotiledôneas (Pan et al., 2000).

Explorando se a estrutura desses genes R, três laboratórios desenvolveram independentemente

a estratégia baseada na amplificação com primers desenhados a partir dos motifs conservados

nesses domínios (Figura 4), possibilitando-os isolar numerosos análogos de genes de

resistência (RGA, do inglês resistance gene analogs).

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

23

Leister et al. (1996) utilizaram primers degenerados baseados em LRR do gene RPS2

de Arabdopsis thaliana e do gene N de tabaco, amplificando RGAs de batata ligados a genes

R a nematóides (Gr1) e à ferrugem tardia (R7). Kanazin et al. (1996), empregando primers

degenerados baseados no motif alça-P e de uma possível região transmembrana do gene L6 de

linho, N de tabaco e RPS2 de A. thaliana, amplificaram RGAs de soja ligados a diferentes

genes R dessa espécie (N1, Rps1, Rmd etc). Ainda em soja, a partir de primers degenerados

baseados em NBS dos genes N e RPS2, Yu et al. (1996) amplificaram RGAs ligados a genes

R a potyvírus (Rsv1 e Rpv), apodrecimento da raiz provocado por Phytophthora (Rps1, Rps2 e

Rps3) e mofo pulverulento (rmd). Após esses três trabalhos seminais descrevendo a técnica

RGA, esta tem sido aplicada em diversas abordagens, tais como caracterização genética

(PAULA, 2010), filogenia (PAN et al., 2000), mapeamento genético (MILLER, 2008;

SCHEJBEL, 2008) e genética de populações (DIAZ; FERRER, 2003). Adicionalmente, na

caracterização da diversidade de RGAs em Pongamia glabra, Adenanthera pavonina, Clitoria

ternatea e Solanum trilobatum, verificou-se que parte desses genes agrupa-se com sequências

de genes não-TIR-NBS-LRR, deixando os genes TIR-NBS-LRR como um grupo separado em

árvore de média distância genética (THIRUMALAIANDI et al., 2008). Os RGAs

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

24

caracterizados em Passiflora, além de evidenciar diversidade entre as espécies estudadas,

revelaram-se similares a genes R típicos NBS-LRR (PAULA, 2010). Estes trabalhos, bem

como diversos estudos empregando RGAs para diferentes espécies, revelam a utilidade desses

marcadores em estudos de diversidade genética, evolução e de melhoramento visando

resistência de plantas a doenças.

2.5 Cultivares brasileiras de maracujazeiro

O termo cultivar tem sido muito empregado como sinônimo de variedade, originou da

contração das palavras inglesas cultivated variety. Há uma discussão com relação a qual

gênero pertence a palavra, masculino ou feminino (Borém e Miranda, 2007). Para fins de

padronização, optou se a aplicar o termo cultivar no presente trabalho como pertencente ao

gênero masculino e em alguns momentos aparecerá a palavra variedade como sinônimo.

As condições favoráveis à passicultura em um país tropical como o Brasil também traz

privilégios com relação à execução de pesquisas a cerca dos maracujazeiros, pois é o centro

de origem de muitas espécies de maracujá e consequentemente detém grande variabilidade

genética que é o ponto de partida para programas de melhoramento genético de uma espécie

(Bruckner, 1997).

A partir de 1998, os primeiros cultivares de maracujá foram lançados e hoje representam

grande avanço em se tratando de produtividade, expressando o potencial do melhoramento

genético em relação a grande variabilidade presente nas espécies de maracujazeiros

(Bruckner, 2002). Alguns dos cultivares brasileiros originaram outros cultivares, o que é

permitido pela legislação brasileira sobre proteção de cultivares, Art. 10, é assegurado o

direito de uso de cultivares como fonte de variação no melhoramento genético ou na pesquisa

científica (BRASIL, 2008).

Pós 2005, as opções de cultivares melhorados de maracujazeiros disponíveis para o

plantio aumentaram. Pode ser observado na Figura 5 abaixo os cultivares de maracujazeiro

amarelo registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Estes

cultivares estão descritos de forma dividida em dois nomes de espécies distintos, por conta de

divergências na classificação taxonômica (ver Bernacci, 2008).

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

25

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

26

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

27

A adoção de novas variedades em campos de produção de uma dada região, além de

incrementar a produção dos pomares, concorre para a ampliação da variabilidade, o que

permite o surgimento de novas combinações alélicas e adaptações a ambientes específicos,

podendo proporcionar, por exemplo, uma redução da vulnerabilidade a doenças e insetos

(Brondani et al., 2003). Junqueira et al.,(1999) citam como um dos agravantes à baixa

produtividade o cultivo de variedades inadequadas.

Segundo Machado et al. (2009), a inexistência de variedades de maracujá

desenvolvida e/ou recomendada para as condições específicas do Estado da Bahia que

apresentem alta produtividade, homogeneidade, qualidade de frutos e com resistência às

principais doenças resulta em desistência pelo cultivo de maracujazeiros em larga escala pelos

produtores rurais.

2.6 Testes regionais

A adoção de uma rede de pesquisa multidisciplinar e interinstitucional, de âmbito

nacional, viabilizada pela EMBRAPA Cerrados (Faleiro et al., 2008) no que tange a cultura

de Passiflora, vem estimulando a realização de ensaios regionais de desempenho agronômico

de novas variedades comerciais, bem como de variedades locais. Recentemente, três

variedades de maracujazeiro ‘amarelo’ lançadas pela Embrapa Cerrados e Embrapa

Transferência de Tecnologia estão sendo testadas em diversas regiões do país, como na cidade

de Adamantina/SP (BRS ‘Ouro vermelho’) e em Terra Nova/MT (BRS ‘Gigante Amarelo’,

BRS ‘Sol do Cerrado’ e BRS ‘Ouro Vermelho’). Por ocasião desses testes, a variedade de

maracujá ‘amarelo’ BRS ‘Ouro vermelho’ obteve excelentes resultados com pequenos

produtores paulistas, mostrando-se mais tolerante à virose do endurecimento dos frutos.

Segundo produtores locais paulistas, ‘... O aproveitamento da nova variedade é 70% superior

às demais’ (Galo, 2008). No caso dos mato-grossenses, os três híbridos em questão foram

aprovados em ensaio de competição de cultivares de maracujá, em comparação a quatro

variedades tradicionalmente mais cultivadas naquele Estado, o que comprova o potencial

agronômico destes híbridos. Cumpre salientar que nos testes das variedades em Terra

Nova/MT, o híbrido BRS ‘Sol do Cerrado’ apresentou a menor incidência de verrugose

(somente 11% das plantas desse híbrido apresentaram esta doença fúngica), muito comum nos

cultivos de maracujazeiros em Mato Grosso (Agrosoft Brasil, 2009).

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

28

A avaliação da produtividade de variedades BRS ‘Sol do Cerrado’, BRS ‘Gigante

Amarelo’ e BRS ‘Ouro Vermelho’ na região sudoeste do Estado da Bahia, bem como de

outros materiais genéticos comerciais superiores, com a inclusão de variedades locais,

constituiria em excelente oportunidade no que tange ao incremento da produção regional, com

eventual aumento da resistência dos pomares a patógenos, a exemplo dos pomares em São

Paulo e Mato Grosso.

A incorporação de novas variedades comerciais, ou delas resultantes no âmbito local

nas regiões Sudoeste e Serra Geral na Bahia põem em perspectiva o aumento da

produtividade, visto que atualmente são descritas variedades que estão se adaptando bem em

outras regiões do país, apresentando alta produtividade e boa tolerância a doenças (Galo,

2008; Agrosoft Brasil, 2009). A realização desses ensaios regionais com o intuito de se

incorporar novas variedades ao sistema produtivo auxilia os trabalhos de validação de

tecnologia e difusão dos resultados, subsidiando as importantes e necessárias ações de

transferência de tecnologia (Faleiro et al., 2008).

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

29

CAPÍTULO 1

ESTIMATIVA DE PARÂMETROS ESTATÍSTICOS, CARACTERIZAÇÃO E

CORRELAÇÕES GENÉTICAS E FENOTÍPICAS DE GERMINAÇÃO E

CRESCIMENTO INICIAL CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO AMARELO

Allan Silva Pereira1, Leandro Lopes Loguércio

1, Antonio Carlos de Oliveira

2, Ronan Xavier

Corrêa1

1Universidade Estadual de Santa Cruz, Dep. Ciências Biológicas, Lab. de Genética Molecular

Aplicada, Rod. Ilhéus-Itabuna – Km 16, Salobrinho, CEP 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brasil

([email protected]; [email protected]) 2Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Dep. Ciências Naturais, Lab. Genética de

Plantas, Estrada do Bem Querer – Km 4, Bem Querer, CEP 45083-900, Vitória da Conquista,

Bahia, Brasil ([email protected]).

RESUMO

Objetivou se no presente trabalho (i) avaliar a germinação de sementes e o crescimento

vegetativo de cultivares de maracujazeiro ‘amarelo’ (Passiflora edulis Sims) e (ii) estimar

parâmetros genético-estatísticos associado a essas variáveis. Para as avaliações de germinação

de sementes, o ensaio foi montado sob delineamento em blocos casualizados (DBC), com

quatro repetições de 25 sementes, totalizando-se 100 sementes por cultivar, mensurando-se as

variáveis quanto a germinação de sementes [porcentagem emergência (% E); porcentagem de

sementes duras ou mortas (% SDM); índice de velocidade de emergência (IVE); índice de

sincronização ou incerteza (Ē, U, H ou I) e tempo médio de germinação (Ť)] e crescimento de

plantas [altura da planta (A) aos 30, 40 e 50 dias após a montagem do ensaio do ensaio e

número de folhas (NF) por planta aos 40 e 50 dias após a montagem do ensaio]. Resultados

médios das variáveis % E, % SDM [previamente submetidos à transformação arco

seno√x/100 e √x +k (k = 0,1), respectivamente] e das demais variáveis foram submetidos à

análise de variância (ANOVA) e teste de separação de médias Scott-Knott (α = 0,05). Foram

observados resultados estatisticamente significativos para todas as variáveis relacionadas à

germinação de sementes. Para crescimento, foram observadas diferenças significativas para

‘A’ aos 30 dias e ‘NF’ aos 40 e 50 dias. Com relação à estimativa de parâmetros, foi

observado que grande parte da variação encontrada para todas as variáveis analisadas (em

menor intensidade pra %E) é de origem genética. Os resultados subsidiam uma possível

seleção, entre os cultivares, de genótipos superiores também para caracteres que envolvam a

propagação.

Termos para indexação: Passiflora edulis, cultivares, propagação, herdabilidade, variância

genética, variância fenotípica e variância ambiental

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

30

Characterization of passion fruit on the seed germination and plant growth and

statistical estimation of genetic parameters

ABSTRACT-

The present work aimed (i) to evaluate the seed germination and vegetative growth of

cultivars of ‘yelow’ passionfruit (Passiflora edulis Sims) and (ii) to estimate the genetic and

statistical parameters associated with variables related to seed germination and plant growth.

For the evaluation of seed germination, the experiment was set up in randomized block design

(RBD) with four replications of 25 seeds, totaling 100 seeds of each cultivar, measuring the

following variables: for seed germination - emergence percentage (% E); percentage of hard

seeds or inactive (% HSI), emergence speed index (ESI), index synchronization or uncertainty

(E, U, H or I) and mean germination time (Ť) and growth seedlings - seedling height (SH) at

30, 40 and 50 days after performed of assessments and number of leaves (NL) per plant at 40

and 50 days after performed of assessments. Percentage results of variables % E, % HIS

[previously undergone transformation and arcsine √ x/100 and √ x + k (k = 0.1), respectively],

and other variables were subjected to analysis of variance (ANOVA) and mean separation test

Scott-Knott (α = 0.05). We observed statistically significant results for all variables related to

seed germination. For growth, significant differences were found for SH at 30 days and NF at

40 and 50 days. Regarding parameter estimation, it was observed that much of the variation

found for all variables (with lower intensity to %E) is of genetic origin. The results provide

the possibility of selecting superior genotypes among cultivars, with regard to the

propagation.

Index terms: Passiflora edulis, cultivars, propagation

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

31

1 INTRODUÇÃO

A geração de pomares de fruteiras mais homogêneos é um fator crucial para

desempenho produtivo de uma cultura. Nesse sentido, Ruggiero & Oliveira (1998) destacam a

importância da homogeneidade e fitossanidade adequadas do material biológico para a

reprodução sexuada e Santos et al. (2010) reforçam que para bons resultados de um pomar de

fruteiras é essencial o uso de mudas de alta qualidade, homogêneas, de formação rápida e

produção precoce. Tais características tornam de suma importância avaliações relacionadas à

propagação e crescimento de plantas, pois permitem a seleção de plantas mais precoces,

vigorosas e homogêneas.

No que dizem respeito à propagação sexuada do maracujazeiro, os estudos na maioria

das vezes são com espécies silvestres e perpassam geralmente pelos entraves biológicos

intrínsecos à propagação seminífera, a exemplo da dormência de sementes (Meletti et al.,

2002; Santos et al., 2003). Com relação aos maracujazeiros comerciais, a maioria dos estudos

quanto à germinação de sementes está relacionada à possível influência de substratos e/ ou

foto-termo-períodos, a exemplo dos trabalhos de Osipi e Nakagawa, 2005; Santos et al., 1999,

trabalhando respectivamente com Passiflora alata Dryander e Passiflora edulis Sims, além de

Pereira & Andrade (1994); Maciel & Bautista (1997); Maciel (2003), trabalhando

respectivamente com P. edulis Sims e Passiflora mixta L. y P.quadrangularis L.

Por outro lado, são escassos os trabalhos relacionados ao potencial germinativo de

sementes de cultivares de maracujazeiros. As sementes de interesse comercial além de

apresentarem alta PE (pocentagem de emergência), VE (velocidades de emergência) e

germinação mais homogênea, baixos U (índice de sincronização ou incerteza, também

conhecido pelas siglas Ē, H e I) e Ť (tempo médio de germinação) têm que originar plantas

com crescimento precoce e homogêneo. A esse respeito, o principal atributo da qualidade das

sementes a ser considerado é uma boa capacidade germinativa pois, sem ela a semente não

tem valor para a semeadura. Dessa boa qualidade das sementes também depende a qualidade

das mudas (Valadares & Paula, 2008).

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

32

A escolha dos cultivares a serem adotados é de suma importância, visto que o máximo

potencial de qualidade das sementes como na emergência são considerados controlados

geneticamente (Prete & Guerra, 1999). Sementes de cultivares de maracujazeiros que

apresentem maiores PG, VE associados à germinação mais sincronizada e menor Ť são de

grande interesse para a cadeia produtiva do maracujazeiro; tanto no que diz respeito à

economia na geração e comercialização de mudas por parte dos viveiristas, como na geração

de pomares mais homogêneos, além de serem fatores que influenciam na produtividade das

culturas como um todo (Tekrony et al., 1991).

Trabalhos envolvendo germinação de sementes de maracujazeiros vêm sendo

desenvolvidos quanto ao (i) emprego de estratégias e procedimentos visando o aumento do

poder de germinação das sementes (Mabundza, 2010; Lima et , 2009; Santos et al., 2010); (ii)

à avaliação do crescimento vegetativo em condições salinas (Costa et al., 2005) ou tratado

com biofertilizantes (Costa, et al., 2008) ou (iii) teste de competição (Machado et al., 2009),

dentre outros. A despeito desses trabalhos, desconhecidos os trabalhos com cultivares

melhoradas visando garantir o plantio de materiais altamente produtivos associado ao rápido

ao vigor vegetativo e precocidade crescimento vegetativo.

O vigor e a precocidade, expressos em variáveis como % E, VE, crescimento precoce

entre outras características são geneticamente condicionadas, em maior ou menor escala. Com

relação à precocidade e vigor na germinação de sementes, observou-se em pimenta ‘macaco’

grande variação de natureza genética quanto ao caráter porcentagem de germinação, passível

de ser explorada em programas de melhoramento genético (Redig et al., 2003).

O fato de essas características serem influenciadas por genes subsidia os estudos da

herdabilidade e decomposição dos componentes da variância, estimando quanto da expressão

fenotípica é de caráter genético e quanto é ambiental (Oliveira, 2003), demonstrando a

viabilidade ou não de se investir na melhoria da característica em questão. Estudos de

herdabilidade para o caráter germinação de sementes de Senna multijuga foram realizados por

Maluf (1993), e para aquela espécie este parâmetro variou de 0,78 a 0,98. É comum a

estimativa de parâmetros genéticos para diversas características em maracujazeiros, como

características físico-químicas dos frutos (Pio Viana et al, 2004), crescimento vegetativo e

características físico, químicas (Oliveira et al, 2011). Estudos relacionados à germinação e

ao crescimento de plantas em cultivares melhoradas e de alto rendimento agrícola permitem

selecionar indivíduos que apresentem precocidade, vigor de propagação e rápida produção,

aumentando o desempenho do cultivo.

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

33

Objetivou-se no presente trabalho (i) avaliar a germinação de sementes e o

crescimento vegetativo de cultivares de maracujazeiros ‘amarelo’ (Passiflora edulis Sims) e

(ii) estimar parâmetros genético-estatísticos associado a variáveis relacionadas à germinação

de sementes e crescimento de plantas.

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

34

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material genético vegetal, delineamento e áreas experimentais

Foram avaliadas em ambos os ensaios os cultivares de maracujazeiro ‘amarelo’ BRS

Gigante Amarelo (GA), BRS Ouro Vermelho (OV), BRS Sol do Cerrado (SC), FB300

Araguari e FB200 Yellow Master, Redondo Amarelo (RA).

O ensaio de germinação e crescimento inicial de plantas (ensaio I) foi montado sob

delineamento em blocos casualizados [(DBC), sob modelo experimental ijjiij bgY ,

em que µ= média geral; gi= efeito do i-ésimo genótipo; bj= efeito do j-ésimo bloco e εij= erro

experimental], com quatro repetições de 25 sementes cada, totalizando-se 100 sementes por

cultivar, na casa de vegetação da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, no município

de Ilhéus (latitude: 14°39'S e longitude: 39°10'22"O, 78 metros de altitude).

Como as sementes e plantas foram utilizadas tanto nos ensaios I e II, buscou se

padronizar condições experimentais. Assim, para o ensaio I utilizou se solo comum peneirado,

de modo que a maioria das partículas do substrato para germinação apresentasse de 0,05 mm

à 0,8 mm de espessura, conforme preconizado pelas Regras para Análise de Sementes (Brasil,

2009). O solo com essa granulometria foi envasado em sacolas plásticas de 14 x 09 x 06 de

tamanho e o plantio de uma semente foi realizado a uma profundidade padronizada de 0,5 cm

para a montagem do ensaio I. O experimento foi irrigado em dias alternados até o término das

avaliações

Para o ensaio II, que foi montado a partir do transplantio de saqcolas plásticas para o

campo de mudas selecionadas que apresentaram germinação precoce e apresentavam três a

quatro pares de folhas maduras e acima de 30 centímetros de comprimento; adubou-se o

substrato com NPK 10:10:10 na quantidade de 200g para cada 100 litros de solo utilizado.

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

35

2.2 Variáveis

Ensaio I

O número de sementes germinadas foi avaliado diariamente, até 28 e até os 50 dias

após a semeadura (DAS) de acordo com as Regras para Análise de Sementes (Brasil, 2009).

Adicionalmente as sementes foram também avaliadas de 0 a 50 DAS para se calcular os

parâmetros abaixo:

1 – porcentagem de sementes emergidas (% E) aos 28 e aos 50 DAS;

% E = (N/A).100

Onde:

E = germinação;

N = número total de sementes germinadas;

A = número total de sementes colocadas para emergir.

2 – porcentagem de sementes duras ou mortas (% SDM) aos 50 DAS;

% SDM = (Sn/A).100

Onde:

% SDM = porcentagem de sementes duras ou mortas;

Sn = sementes não germinadas;

A = número total de sementes colocadas para emergir.

3 – índice de velocidade de emergência (IVE) ou germinação (IVG) durante o ensaio,

determinado por Maguire (1962), avaliado aos 28 e 50 DAS;

IVE = nº de plantas formadas nº de plantas formadas

dias até a 1ª contagem dias até a contagem final

+ ....+

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

36

4 – índice de sincronização ou incerteza (U), adaptado por Labouriau (1983), avaliado aos 28

e 50 DAS.

Onde:

fi = frequência relativa de germinação;

ni = número de sementes germinadas no dia i;

k = último dia da germinação.

5 – tempo médio de germinação (Ť), utilizado por Labouriau (1983), avaliado aos 28 e 50

DAS.

Onde:

ni = nº de sementes germinadas no tempo ti (i-ésima observação);

ti = tempo entre o início do ensaio e a i-ésima observação;

k = dia da observação.

Ensaio II

Após trinta dias após o começo da emergência (DAE), as plantas foram avaliadas com

relação ao crescimento vegetativo, mensurando-se as seguintes variáveis:

1 Altura de planta aos 30 dae (AP- 30 DAE);

2 Altura de planta aos 40 dae (AP- 40 DAE);

3 Altura de planta aos 50 dae (AP- 50 DAE);

4 Número de folhas aos 40 dae (NF- 40 DAE);

5 Número de folhas aos 50 dae (NF- 50 DAE);

6 Plantas anormais.

∑ k

i=1

ni

ni fi= Para encontrar fi, a expressão é:

i=1

U = k

-∑ fi.log2 fi

Ť= i=1

k

i=1

ni

niti

k

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

37

2.3 Procedimentos estatísticos

Resultados percentuais das variáveis % E, % SDM [previamente submetidos à

transformação arco seno√x/100 e √x + k (k = 0,1) respectivamente], IVE, U e Ť, assim como

as variáveis relacionadas ao crescimento vegetativo foram submetidos à análise de variância

(ANAVA) e teste de separação de médias Scott-Knott (α = 0,05), com vistas a detectar

diferenças significativas com relação às variáveis analisadas.

O esquema dos resultados das análises de variância é mostrado a seguir (tabela 1):

Tabela 1- esquema de resultados da análise de variância, segundo o delineamento estatístico em blocos

casualizados.

FV GL SQ QM F

Blocos r-1 SQB QMB

Tratamentos c-1 SQT QMT QMT/QMR

Resíduo (r-1) (c-1) SQR QMR

Total Gr-1 SQT

Média = m CV%=(100√QMR)/m.

A partir da ANAVA, foram estimados os seguintes parâmetros:

Variância fenotípica média:

Variância genotípica média:

Variância ambiental média:

f

2 σ =

QMT

r

QMT - QMR

r σ = g

2

a

2 σ =

QMR

r

^

^

^

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

38

Herdabilidade para seleção baseada na família:

Correlação intraclasse:

Razão CVg / CV:

A ANAVA e o teste Scott-Knott foram realizadas empregando-se os softwares Bioestat v.5.3

(Ayres et al., 2004) e o Sasm-Agri (Canteri et al, 2001). As estimativas de parâmetros

genético-estatísticos foram aferidas pelo programa Genes (Cruz, 2006).

σ g

2

2

f σ

h2 =

^

^

ρ =

d

^

+

g ^ σ 2

g ^ σ 2

^ σ 2

CV

CVg =

g ^ σ 2

^ σ 2

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

39

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A germinação das sementes teve início aos dez DAS nas variedades GA, OV, SC,

FB200 e RA. As demais variedades emergiram decorridos 10 DAS, assim como observado

por Negreiros (2006). Todas elas emergiram dentro do período de duas a quatro semanas após

a semeadura, conforme descrito por São José (1991).

Foi observado que nas fichas técnicas da maioria dos cultivares, exceto RA (ISLA),

não parece descrições com relação à germinação, impossibilitando a comparação. Assim, os

resultados obtidos foram comparados com resultados da literatura, para Passiflora edulis

Sims, espécie na qual se enquadram os cultivares avaliados.

Todas as variáveis avaliadas aos 28 e ou aos 50 DAS apresentaram resultados

estatisticamente significativos entre os cultivares avaliados no presente trabalho (Tabela 2).

Tabela 2- Resultados médios das variáveis relacionadas à germinação de sementes dos cultivares Gigante Amarelo

(GA), Ouro Vermelho (OV), Sol do Cerrado (SC), Flora Brasil 200 Yellow Master (FB200), Flora Brasil 300

(FB300) e Redondo Amarelo (RA) de maracujazeiros avaliados. Médias seguidas por letras diferentes na mesma

linha representam diferenças estatisticamente significativas (α = 0,05) (Ilhéus, BA).

Variáveis

Cultivares

Scott-

Knott

GA OV SC FB200 FB300 RA p value CV[8]

(%)

% G - 28 DAS[1]

90,0 a 92,0 a 94,0 a 72,0 b 82,0 b 84,0 b 0,02 10,4

% G 0 a 50 DAS 90,0 a 92,0 a 94,0 a 73,0 b 86,0 b 84,0 b 0,05 10,4

% SDM - 50 DAS[2]

10,0 a 8,0 a 6,0 a 27,0 b 14,0 b 16,0 b 0,02 36,3

IVE - 28 DAS[3]

1,76 a 1,98 a 1,83 a 1,22 b 1,53 b 1,74 a 0,0001 9,6

IVE - 50 DAS 1,76 a 1,95 a 1,83 a 1,22 b 1,53 b 1,74 a 0,0001 9,6

U - 28 DAS[4]

2,40 b 1,55 a 2,42 b 2,76 b 2,78 b 1,98 a 0,0056 19,1

U - 50 DAS 2,53 b 1,65 a 2,47 b 2,86 b 2,89 b 1,78 a 0,001 16,8

Ť - 28 DAS[5]

13,12 a 11,87 a 13,03 a 15,46 b 14,31 b 12,24 a 0,0002 5,81

Ť - 50 DAS 13,12 a 11,87 a 13,03 a 15,62 b 15,51 b 12,24 a 0,0004 6,6

AP - 30 DACE[6]

14,5 b 15,8 a 13,7 b 12,6 b 13,6 b 16,7 a 0,0003 8,9

AP - 40 DACE 10,1 a 8,70 a 9,6 a 9,5 a 9,76 a 10,6 a 0,81 20,0

AP - 50 DACE 12,0 a 12,6 a 13,2 a 10,7 a 12,1 a 13,7 a 0,86 27,7

NF - 40 DACE [7]

8,1 a 8,1 a 8,14 a 7,27 a 7,7 a 8,44 a 0,088 4,7

NF - 50 DACE 9,81 a 9,98 a 9,99 a 9,25 b 9,62 b 10,2 a 0,0157 4,6

Observações: [1]

= porcentagem de germinação aos 28 DAS (dias após a semeadura); [2]

= porcentagem de

sementes duras ou mortas; [3]

= índice de velocidade de emergência; [4]

= índice de sincronização; [5]

tempo médio

de germinação, estimado em dias; [6]

= altura da planta, em cm (centímetros); [7]

= número de folhas; [8]

= C.V. –

coeficiente de variação. DAS – dias após a semeadura, AP – altura média de plantas, DACE - dias após o começo

da emergência.

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

40

Para % E, os cultivares SC, OV e GA apresentaram os melhores resultados tanto para

28 quanto para os 50 DAS (94, 92 e 90%, respectivamente; cluster ‘a’) (p value de 0,02 e 0,05

para 28 e 50 DAS, respectivamente), se enquadrando entre os melhores resultados observados

na literatura para %E (Tabela 2). A única variação com relação aos 28 e 50 DAS foi a

continuação de germinação de FB200 e FB300, passando de 72 e 86% para 73 e 86%,

respectivamente, alterando o p value de 0,02 para 0,05; mantendo ainda assim a significância

(Tabela 2).

Diferentes estratégias para aumentar a %E, IVE e reduzir %SDM de sementes de

maracujazeiros comercias tem sido empregadas e podem ser observadas na literatura. A tabela

3 abaixo mostra um resumo do que tem sido feito e os melhores resultados de alguns dos

trabalhos que podem relacionados à germinação de sementes de maracujazeiro amarelo.

Tabela 3 - quadro síntese com referências encontradas na literatura para variáveis relacionadas à emergência de sementes de

maracujá ‘amarelo’em diferentes condições experimentais

Variável Cultura mín.

máx. substrato condições Autor

IVE¹ maracujá -amarelo 0,131 1,12 A5

10 DSF MARTINS, 2005

IVE maracujá -amarelo 0,51 1,48 TVA6

11EAD ALEXANDREet al, 2004

IVE maracujá -amarelo 0,38 1,33 A (mín), ATE7(máx.)

12 EMFAS LOPES, 2007

IVE maracujá -amarelo 3,55 3,99 A 13

EMF NEGREIROS et al, 2006.

%E² maracujá -amarelo 72,0* 98,67* SCP8

14 CAGTL LIMA et al, 2009

%E maracujá -amarelo 68,3 84,5 ATE EMFAS LOPES, 2007

%E maracujá -amarelo 82,42 96,56 A EMF NEGREIROS et al, 2006.

%E maracujá -amarelo 19,66 44,11 TVA EAD ALEXANDRE et al, 2004

%E maracujá -amarelo - 95,0 TEC9

15 AEP LIMA et al, 2006

%SDM4 maracujá -amarelo 4,50 16,08 ATE EMFAS LOPES, 2007

[1] = IVE - índice de velocidade de emergência;

[2] = %E - porcentagem de emergência;

[3] = %SDM - porcentagem de

sementes duras ou mortas; [4]

= C.V. – coeficiente de variação; [5]

= A - areia; [6]

= TVA - terra vermelha:areia (1:1 v/v); [7]

=

ATE - areia, terra e esterco; [8]

= substrato comercial Plantmax®; [9]

TEC - terriço e esterco de curral na proporção de 3:1; [10]

= DSF - despontadas e sem fungicidas; [11]

= EAD - 48 horas de embebição em H2O destilada;

[12] = EMFAS - Estádios de

maturação do fruto, arilo e substrato; [13]

= EMF - Estádios de maturação do fruto; [14]

= CAGTL - diferentes concentrações

de GA em telado e laboratório; [15]

= AEP - avaliação da germinação de Passiflora spp. * trabalho realizado com sementes

do cultivar Redondo Amarelo.

Lima et al (2009), trabalhando com sementes do cultivar Redondo amarelo, obteve

valores de porcentagem de germinação entre 72 e 98,7% e verificou que diferentes

concentrações de ácido giberélico podem influenciar na germinação de sementes de

maracujazeiro amarelo. O contraste dos dados do presente trabalho com os dados de Lima et

al (2009) são interessantes, por esses autores terem trabalhado com sementes de um cultivar

comercial, muito plantão no Nordeste do Brasil. Os melhores resultados desses autores

(98,67%) foram para a concentração de 1000mg L-1

, superando em apenas 4,67% os melhores

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

41

resultados do presente trabalho. Percebe se então que apenas a seleção de cultivares pode

aumentar a porcentagem de germinação, sem o emprego de tratamentos físicos ou químicos.

Wagner Jr. (2003), estudando a influência de diferentes tempos de embebição em água

(0, 12, 24 e 48 horas) na germinação de genótipos de maracujazeiro ‘amarelo’, observou que

aos 28 DAS nenhum dos genótipos estudados apresentou germinação superior a 50%.

Alexandre et al. (2004), também estudando a germinação de genótipos de maracujazeiro

‘amarelo’, observou valores médios de germinação de 61,0; 60,0; 60,5; 84,0 e 60,5%. Com

exceção dos valores médios encontrados para FB200 aos 28 e 50 DAS e FB300 aos 28 DAS

para % E, todos os demais cultivares apresentaram valores médios de germinação superiores

aos do trabalho citado acima.

Nas avaliações da % SDM aos 50 dias, os melhores resultados foram 6, 8 e 10% para

SC, OV e GA respectivamente (cluster ‘a’). Esses resultados foram estatisticamente

significativos (p = 0,02) com relação a RA, FB300 e FB200, com 14, 16 e 27% de sementes

mortas respectivamente (cluster ‘b’) (Tabela 2). LOPES et al. (2007), avaliando a germinação

e vigor de maracujazeiro ‘amarelo’ com relação a estádios de maturação do fruto, arilo e

substrato observaram que frutos muchos apresentam uma menor quantidade de sementes

duras do que frutos maduros. Como as sementes dos diferentes cultivares foram cedidas por

diferentes instituições, pode haver uma relação entre o estádio de maturação no qual os frutos

foram processados e a % de SDM, visto que os três cultivares cedidos pela EMBRAPA foram

estatisticamente iguais entre si e diferentes significativamente em relação aos demais

cultivares avaliados para % de SDM.

Com relação ao IVE, os valores observados foram os mesmos para 28 e 50 dias,

exceto para o cultivar OV (1,98 aos 28 DAS e 1,95 aos 50 DAS). Os melhores resultados

foram alcançados pelos cultivares OV, SC e GA com respectivos valores de velocidade de

emergência de 1,98; 1,83 e 1,76. Entre os cultivares, a que apresentou menor IVE foi FB200

com 1,22 (Tabela1). Esses resultados foram inferiores aos obtidos por Negreiros et al (2006),

cujo melhor resultado de IVE foi 3,99 (50 sementes como unidade experimental) e superiores

aos resultados obtidos por Alexandre et al (2004) (50 sementes com unidade experimental);

MARTINS, (2005) e LOPES, (2007), com respectivos 1,48; 1,12 e 1,33.

O valor da velocidade de emergência, segundo Santana e Ranal (2000) é influenciado

pelo número de sementes que germinam nas condições do ensaio e, portanto, é adequado para

comparações somente quando as amostras ou tratamentos apresentarem o mesmo número de

sementes. Assim como no presente trabalho, Martins (2005) e Lopes (2007) fizeram uso de 25

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

42

sementes como unidade experimental e portanto podem ser contrastados com os resultados

encontrados nesse trabalho.

Com exceção de FB200, todos os demais cultivares apresentaram valores médios de

IVE (Maguire, 1962) superiores aos observados por Martins (2005) e por Lopes et al (2007),

indicando que a velocidade de germinação pode estar associada aos diferentes cultivares.

Quando os cultivares foram avaliadas mediante índice U, o que em termos práticos

segundo Santana e Ranal (2000) significa que quanto menor o valor de U, mais sincronizada

será a germinação de sementes, os resultados foram significativos tanto aos 28 (p = 0,0056)

quanto aos 50 dias (p = 0,001). Os melhores resultados obtidos foram para OV (1,55); RA

(1,98) aos 28 das e OV (1,65) e RA (1,78) aos 50 das (Tabela 2). Todos os demais cultivares

apresentaram Us superiores a 2,40 para 28 e 50 dias. O cultivar que apresentou germinação

menos sincronizada foi FB 300, com respectivos Us de 2,78 e 2,89 para 28 e 50 dias (Tabela

2). Para a etapa de geração de mudas da cadeia produtiva de culturas propagadas via sementes

como a passicultura é mais interessante do ponto de vista econômico a utilização de grupos de

sementes que sejam mais homogêneos e apresentem maior sincronização de germinação.

Nas avaliações de vigor e precocidade de sementes de cultivares quanto à germinação,

quanto menor o Ť, mais vigoroso e precoce é o cultivar para essa característica. A esse

respeito, os resultados referentes aos 28 e 50 dias de avaliação mantiveram-se os mesmos,

exceto para os cultivares FB200 e FB300. Os cultivares OV e RA apresentaram os Ť, com

11,87 e 12,24 dias respectivamente. Foram então formados dois grupos, um com os cultivares

OV, RA, GA e SC (cluster ‘a’), diferente estatisticamente do segundo grupo formado por

FB200 (15,46 e 15,62 aos 28 e 50 dias) e FB300 (14,31 e 15,51) (cluster ‘b’). Esses

resultados sugerem que é possível selecionar, a partir dessa característica, materiais com Ť

mais rápido entre os de genótipos pertencentes aos cultivares.

Das avaliações de AP, apenas os resultados das avaliações aos 30 dias foram

significativos (p = 0,0003). Os melhores resultados médios foram dos cultivares RA e OV

com 16,7 e 15,8 cm; respectivamente. O menor crescimento médio aos 30 dias foi de FB200,

com 12,6 cm. Com relação ao número médio de folhas por planta, não foram observados

efeitos significativos aos 40 (p = 0,088). Por outro lado, aos 50 dias foram observados efeitos

significativos (p = 0,0157), com RA, SC, OV e GA (10,2; 9,99; 9,98; 9,81 respectivamente,

cluster ‘a’) e FB300 e FB200 (9,62 e 9,25 respectivamente, cluster ‘b’).

Entretanto, além da observação de diferenças significativas entre os cultivares para a

maioria das características avaliadas, em termos práticos, para a utilização do vigor e

precocidade no melhoramento genético, pode ser observado na tabela 4, a partir da estimativa

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

43

de parâmetros estatísticos o quão herdável são essas características e qual parcela da variação

corresponde ao componente genético.

Tabela 4- Parâmetros genéticos-estatísticos estimados de quatro variáveis

relacionadas à germinação de sementes de cultivares de maracujazeiro ‘amarelo’.

Parâmetros

genético-estatísticos

Variáveis

IVE % G U Ť A NF

σˆ2f (média) 0,06 0,01 0,28 3,54 2,27 0,16

σˆ2a (média) 0,005 0,004 0,03 0,30 0,25 0,36

σˆ2g (média) 0,06 0,009 0,24 3,23 2,02 0,13

h2 média - %) 92,61 66,26 86,67 91,28 88,99 78,22

ρ^ (parcela - %) 75,81 32,93 61,92 72,35 66,89 47,32

CVg (%) 14,92 7,89 20,96 13,09 9,83 4,53

Cvg/Cve 1,77 0,70 1,27 1,61 1,42 0,94

Variáveis: IVE – índice de velocidade de emergência; % G – porcentagem de

germinação; U – índice de sincronização; Ť – tempo médio de germinação; AP –

altura das plantas; NF: número de folhas. Parâmetros genético-estatísticos: σˆ2

f –

variância fenotípica; σˆ2a– variância ambiental; σˆ

2g –variância genotípica; h

2–

herdabilidade; ρ^ –correlação intraclasse; CVg – coeficiente de variação genético.

Com base na σˆ2

f, σˆ2

a, σˆ2

g, h2, ρ^, CVg observados, pode se dizer que grande parte

da variação encontrada para todas as variáveis analizadas (em menor intensidade pra % E) é

de origem genética. Apesar de os valores preditos, em geral não serem iguais aos valores

genéticos verdadeiros, de cada indivíduo, permitem indicar quais características que

apresentam maior chance de êxito quando utilizadas, a partir dos materiais avaliados,

permitindo progresso genético efetivo a partir de seleção.

Melo et al (2000) trabalhando com superação de dormência em Passiflora nítida H. B.

K., sugeriram a seleção a médio e longo prazos de materiais superiores com relação à taxa de

germinação de sementes. Selecionar materiais superiores com relação à germinação de

sementes é uma premissa a ser atendida também para os maracujazeiros melhorados, talvez

não no ponto de vista da superação de dormência, mas na seleção de materiais que apresentem

maior quantidade se sementes viáveis e com maior vigor. Os resultados médios aferidos para

as variáveis % E, % SDM, IVE, U e Ť na avaliação dos cultivares GA, OV, SC, FB200,

FB300 e RA, por serem em sua maior parte atribuídos a variação de ordem genética, podem

ser exploradas em programas de melhoramento genético para obtenção de cultivares com

maiores % E, IVE,associados à menores U e Ť, o que é de grande interesse para a cadeia

produtiva do maracujazeiro, visando a manutenção das características pré fixadas como alta

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

44

produtividade e caracteres físico-químicos de interesse, visto que pode ocorrer seleção de

materiais superiores entre indivíduos dos cultivares.

Segundo Tekrony & Egli (1991), a precocidade de emergência e o vigor é um fator

que pode influenciar na produtividade das culturas. Isso sugere, então uma relação entre

plantas melhoradas geneticamente para aumento de produtividade podem apresentar maior

precocidade e vigor na germinação de sementes, explicando os resultados superiores dos

cultivares avaliadas no presente trabalho quando contrastadas com a literatura.

Os resultados referentes às estimativas das correlações entre variáveis de germinação e

crescimento inicial de plântulas podem ser observados na tabela 5 abaixo. Não foram levadas

em consideração as correlações entre mesmas variáveis de épocas diferentes, a exemplo de

IVE aos 28 e 50 dias por serem dependentes.

As correlações fenotípicas e genéticas foram em todos os casos diretamente

proporcionais com relação aos sinais positivos ou negativos, exceto para U aos 28 e 50 dias x

altura aos 50 dias, e SDM x altura aos 50 dias. De acordo com a classificação de Carvalho et

al (2004) [r = 0 (nula); 0 < r < 0,30 (fraca); 0,30 < r < 0,60 (média); 0,60 < r < 0,90 (forte);

0,90 < r < 1 (fortíssima) e r= 1 (perfeita)] e independente dos resultados do teste t, das 87

correlações fenotípicas e genotípicas observadas, 6 foram fracas (6,9%), 10 médias(11,5%),

26 fortes (29,9%), 28 fortíssimas (32,18%) e 17 perfeitas (19,54%) foram observadas (Tabela

5).

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

45

TABELA 5- Matriz de coeficientes de correlações fenotípica (rF), genotípica (rG) e

ambiental (rA)entre características de germinação e crescimento inicial de maracujazeiros

R IVE 50 G 28 G50 U28 U50 TM28 TM50 SDM A30 A40 A50 NF40 NF50

IVE28

F 1,00 0,93 0,90 -0,78 -0,74 -0,95 -0,87 -0,90 0,55 -0,23 0,47 0,62 0,63

G 1,00 1,00 0,99 -0,87 -0,82 -1,00 -0,92 -0,98 0,59 -0,61 0,99 0,66 0,78

A 1,00 0,80 0,78 -0,05 -0,09 -0,31 -0,36 -0,80 0,16 0,73 0,13 0,46 0,39

IVE50

F 0,93 0,91 -0,78 -0,73 -0,95 -0,86 -0,90 0,53 -0,24 0,45 0,60 0,61

G 1,00 1,00 -0,86 -0,81 -1,00 -0,90 -0,98 0,57 -0,64 0,99 0,64 0,75

A 0,81 0,79 -0,05 -0,09 -0,31 -0,33 -0,81 0,14 0,73 0,12 0,46 0,39

G28

F 0,99 -0,56 -0,48 -0,77 -0,73 -0,99 0,25 -0,34 0,35 0,48 0,48

G 0,99 -0,83 -0,70 -0,99 -0,91 -0,99 0,33 -1,01 0,99 0,52 0,64

A 0,99 0,43 0,33 0,18 0,05 -0,99 -0,07 0,48 0,00 0,34 0,23

G50

F -0,49 -0,40 -0,72 -0,63 -1,00 0,14 -0,39 0,22 0,34 0,35

G -0,77 -0,62 -0,96 -0,84 -1,00 0,21 -1,16 0,99 0,35 0,45

A 0,41 0,31 0,18 0,14 -1,00 -0,13 0,48 -0,04 0,34 0,20

U28

F 0,97 0,89 0,88 0,49 -0,85 0,29 -0,59 -0,68 -0,73

G 1,00 0,91 0,92 0,75 -0,93 0,55 0,99 -0,83 -1,08

A 0,83 0,82 0,55 -0,40 -0,30 -0,12 0,03 0,02 0,05

U50

F 0,90 0,89 0,40 -0,93 0,11 -0,70 -0,77 -0,81

G 0,92 0,93 0,60 -1,02 0,19 0,99 -0,91 -1,22

A 0,73 0,54 -0,30 -0,26 -0,02 0,42 -0,06 0,13

TM28

F 0,93 0,71 -0,77 0,09 -0,60 -0,74 -0,74

G 0,95 0,94 -0,83 0,27 0,99 -0,85 -1,02

A 0,73 -0,17 -0,18 -0,34 -0,01 -0,12 -0,11

TM50

F 0,63 -0,84 0,00 -0,78 -0,91 -0,91

G 0,82 -0,89 0,12 0,99 -1,05 -1,25

A -0,12 -0,38 -0,30 -0,16 -0,10 -0,14

SDM

F -0,14 0,39 -0,22 -0,34 -0,35

G -0,21 1,15 0,99 -0,35 -0,45

A 0,13 -0,48 0,02 -0,33 -0,20

A30

F 0,21 0,76 0,85 0,98

G 0,24 0,99 0,91 0,99

A 0,26 0,12 0,57 0,54

A40

F 0,98 0,99 0,99

G 1,01 0,99 0,99

A 0,24 0,80 0,66

A50

F 1,00 0,99

G 1,03 1,02

A 0,02 0,37

NF40

F 1,00

G 1,00

A 0,82

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

46

De acordo com Kemptorne (1973), a correlação entre média observada de variedades

reflete a correlação entre médias verdadeiras, quando a correlação proporcionada por fatores

ambientais (erros experimentais) é baixa, o que foi o caso para 60% das correlações

observadas no presente trabalho. Outros 20% apresentou no máximo correlação ambiental

média, associada a fortíssima correlação genética (ver Carvalho et al, 2004). Partindo desse

pressuposto e para efeitos práticos e aplicáveis ao melhoramento de plantas com relação às

características avaliadas, serão consideradas as correlações genéticas para as características

avaliadas.

Os resultados de IVE, correlacionados com %E aos 28 (r=1,0), %E aos 50 (r=0,9928),

TM aos 28 dias (r=-1,002) e altura aos 50 dias (r=0.7821) foram significativos pelo teste t 1%.

Quando avaliadas as correlações de IVE aos 50 dias, todas as correlações significativas aos 28

dias mantiveram a significância (r=0,9982, 0,9957, 0-9997 e 0,999 respectivamente). Quando

foram correlacionadas as variáveis %E aos 28 dias com TM aos 28 dias (r=-0,987) e altura

aos 40 e 50 dias (-1,01 e 0,99 respectivamente), essas correlações foram significativas,

mantendo se a significância aos 50 dias de %E (-0,9617; ,1,164 e 0,99) respectivamente.

Adicionalmente a correlação entre %E aos 50 dias com SDM também foi significativa (-1,0)

(Tabela 5). As correlações entre IVE e %E indicam que quanto maior a porcentagem de

germinação de sementes, maior também será o vigor do cultivar, de forma que a velocidade

aumenta como aumento de sementes germinadas, o que também diminui o tempo médio de

germinação de sementes e é reforçado pelas correlações entre IVE aos 28 e 50 e TM aos 28. A

correlação entre IVE e altura aos 50 dias também foi forte e demonstra que o maior vigor de

emergência é diretamente correlacionado ao maior vigor de crescimento. Fossati (2007),

“Ecofisiologia da Germinação das Sementes em Populações de Ocotea puberula (Rich.) Ness,

Prunus sellowii Koehne e Piptocarpha angustifolia Dusén Ex Malme” encontrou resultados

semelhantes em correções entre as variáveis IVE x%E, IVE x TM e % x TM concluindo que

o vigor está associado com a quantidade de sementes germinadas para a espécie trabalhada.

No que diz respeito à sincronização aos 28 dias, as correlações significativas foram

com altura e NF aos 50 dias (r=0,999 e -1,08 respectivamente). Para sincronização aos 50

dias, as correlações significativas foram com altura aos 30 (r=-0,9308) e 50 dias (r=0,999) e

NF aos 50 dias (-1,0823).

O tempo médio de germinação aos 28 dias apresentou correlações significativas com

altura (r=0,999) e NF (r=-1,0208), ambos aos 50 dias. Já o tempo médio aos 50 dias

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

47

apresentou correlação significativa com altura aos 30 (-0,8869) e 50 dias (0,999) e com NF

aos 50 dias (-1,2475).

A porcentagem de sementes duras ou mortas se correlacionou significativamente com

a altura aos 40 (r=1,15) e 50 (r=0,999) dias que além de significativa são consideradas

perfeita e fortíssima respectivamente de acordo com a classificação de Carvalho et al (2004),

ao passo que as correlações ambientais foram respectivamente inversa média (-0,48) e fraca

de mesmo sinal (0,02) foi somente média, o que reforça a magnitude de interação genética

entre uma maior quantidade de sementes duras ou mortas e maior altura de plantas aos 40 e 50

dias. A baixa correlação observada aos 30 dias não demonstra qualquer tendência direta ou

inversa.

Para altura aos 30 dias, ocorreu correlação indicando uma tendência positiva com NF

aos 40 e uma correlação significativa com NF 50 dias, classificada como fortíssima. O vigor

observado aos 30 dias pode estar associado a diversos fatores, entre eles a velocidade de

absorção de água pela semente, que segundo Pupinigis (1985) varia de acordo com a espécie,

permeabilidade do tegumento, disponibilidade de água, temperatura, pressão hidostática,

superfície de contato da semente com a água, condições fisiológicas entre outros. Em

delineamentos experimentais como em DBC busca se eliminar ou ao menos minimizar as

influências externas, como fatores ambientais, de forma a expressar as variações dos

tratamentos empregados. Como pode ser observado na tabela 2, aos 30 DACE (que

correspondem também aos 30 DAS) ocorreram diferenças significativas entre os cultivares

com relação à altura aos 30 DACE (p= 0,0003), o que refletem às respostas genéticas de

diferentes cultivares às mesmas condições ambientais do ensaio (em DBC). A fortíssima

correlação (r=0,99) entre esses fatores pode então estar relacionada a respostas genético-

fisiológicas da planta, de forma a estar apta no que diz respeito ao tamanho proporcional, a

lançar mais folhas.

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

48

4 CONCLUSÕES

- As variáveis relacionadas à germinação de sementes e crescimento inicial de plantas têm seu

potencial influenciado pelos cultivares;

- A seleção de plantas precoces quanto ao vigor e precocidade de germinação e crescimento

inicial mostrou-se viável, ficando claro que material melhorado para aumento de

produtividade pode ainda ser selecionado para expressar maior potencial em outras etapas da

cadeia produtiva do maracujá, no caso a geração de mudas.

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

49

REFERÊNCIAS

ALEXANDRE, R.S et al. Germinação de sementes de genótipos de maracujazeiro. Pesq.

Agropec. Bras., Brasília, v.39, n.12, p.1239-1245, 2004.

BANCO DE DADOS AGREGADOS DO SISTEMA INSTITUTO BRASILEIRO DE

GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA – SIDRA.

Disponível em: <http:// www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pam/>. – Acesso em: 09 mar.

2010.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de

sementes. Secretaria de Defesa Agropecuária. – Brasília : Mapa/ACS, 2009. 399 p.

BRIGNANI, F.N. Produção integrada de maracujá. Biológico, São Paulo, v.64, n.2, p.195-

197, jul./dez., 2002.

CARVALHO, F.I.F.; LORENCETTI, C.; BENIN, G. Estimativas e implicações da

correlação no melhoramento vegetal. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária - UFPel,

2004. 141p.

COSTA EG et al. Crescimento inicial do maracujazeiro amarelo sob diferentes tipos e níveis

de salinidade da água de irrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental

(Online),. 9: 242-247, 2005.

COSTA ZVB, et al. Crescimento Vegetativo do Maracujazeiro-Amarelo em Diferentes Tipos

e Dosagens de Biofertilizantes na Forma Líquida. Revista Verde, 3: 116-122, 2008.

CRUZ, C.D. Programa Genes: Estatística experimental e matrizes. Editora UFV. Viçosa

(MG). 285p. 2006.

EDMOND, J.B. & DRAPALA, W.J. The effects of temperature, sand and soil, and acetone

on germination of okra seed. Proceedings of the American Society for Horticultural

Science 71:428-434, 1958.

FOSATE, L.C. Ecofisiologia da Germinação das Sementes em Populações de Ocotea

puberula (Rich.) Ness, Prunus sellowii Koehne e Piptocarpha angustifolia Dusén Ex

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

50

Malme. Curitiba, 2007. 193f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais), Universidade Federal

do Paraná.

INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS – IBRAF. Disponível em:

http://www.ibraf.org.br/x-es/f-esta.html - Acesso em 28 de julho de 2008.

KEMPTORNE, O. An introduction to genetic statistics. Ames: Iowa State University Press,

1969. 545p.

LABOURIAU, L.G. A germinação das sementes. Série de Biologia, Monografia 24.

Organização dos Estados Americanos. Programa Regional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico, 1983. 174p.

LIMA, AA.; CALDAS, RC.; SANTOS, VS. GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO DE

ESPÉCIES DE MARACUJÁ. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal, v. 28, n. 1, p. 125-127, 2006.

LIMA et al. Germinação de sementes e crescimento de maracujá em diferentes concentrações

do ácido giberélico, tempos de imersão e condições experimentais. Revista Brasileira de

Agrociência, Pelotas, v.15, n.1-4, p.43-48, 2009.

LOPES, J.C, et al. Germinação e vigor de plantas de maracujazeiro ‘amarelo’ em diferentes

estádios de maturação do fruto, arilo e substrato. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.31,

p.1340-1346, 2007.

MABUNDZA, R.M., P.K. WAHOME AND M.T. MASARIRAMBI, 2010. Effects of

different pre-germination treatment methods on the germination of passion (Passiflora edulis)

seeds. J. Agric. Soc. Sci., 6: 57–60

MACHADO MD, et al . Teste de competição de genótipos de maracujazeiro. In: Jornada

Científica da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas. EMBRAPA

MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL v. 3, 2009.

MACIEL, N; BAUTISTA, D. T. Efectos de la luz sobre la germinación de la parchita.

Agronomía Tropical, v. 47, n. 4, p. 397 - 408 ISSN 0002-192X. Venezuela, 1997.

MACIEL, P. I. N. Efecto de la luz sobre la germinación de Passiflora mixta L. y P.

quadrangularis L. In: 6º SBMaracujá. Campos, 2003.

MALUF, A.M. Estudo da herdabilidade da capacidade germinativa e da dormência de

sementes de Senna multifuga. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.28, p.1417-1423, 1993.

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

51

MARTINS, CM. Qualidade Fisiológica de Sementes de Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.

e Passiflora alata Curtis influenciada pelo tegumento e arilo. Seropédica, 2005. 127f.

Dissertação (Mestrado em Fitotecnia), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

MELETTI, L.M.M, et al. Novas tecnologias melhoram a produção de mudas de maracujá. O

Agronômico, v.54, p.30-33, 2002.

MELETTI, L.M, et al. Melhoramento genético do maracujá: passado e futuro.. In: FALEIRO,

F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. (Eds.) Maracujá: germoplasma e

melhoramento genético. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados. p.509-556, 2005.

MELO, A.L.; OLIVEIRA, J.C.; VIEIRA, R.D. Superação de dormência em sementes de

Passiflora nitida H. B. K. com hidróxido de cálcio, ácido sulfúrico e ácido giberélico. Revista

Brasileira de Fruticultura, v.22, p.260-263, 2000.

NEGREIROS et al, Influência do Estádio de Maturação e do Armazenamento Pós colheita Na

Germinação e Desenvolvimento Inicial do Maracujazeiro amarelo. Rev. Bras. Fruticultura,

Jaboticabal - SP, v. 28, n. 1, p. 21-24, 2006.

OLIVEIRA, J.C.; RUGGIERO, C. Espécies de maracujá com potencial agronômico. In:

FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. (Eds.) Maracujá: germoplasma e

melhoramento genético. p. 143 - 158. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2005.

OLIVEIRA, Maria do Socorro Padilha de ; FARIAS NETO, João Tomé de ; NASCIMENTO,

Walnice Maria Oliveira Do . Parâmetros genéticos para caracteres germinativos em progênies

de açaizeiro promissoras para palmito. Boletim de pesquisa florestal - Unidade Regional de

Pesquisa Floresta, Colombo, PR, n. 46, p. 105-113, 2003.

OSIPI, E.A.F.; NAKAGAWA, J. Efeito da temperatura na avaliação da qualidade fisiológica

de sementes do maracujá-doce (Passiflora alata Dryander). Revista Brasileira de

Fruticultura, v.27, n.1, p.179-181, 2005.

PEREIRA, T. S.; ANDRADE, A. C. S. Germinação de Psidium guajava L. e Passiflora

edulis Sims – Efeito da temperatura, substrato e morfologia do desenvolvimento pós-seminal.

Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.16, n.1, p.58-62, 1994.

PRETE, C.E.C.; GUERRA, E.P. Qualidade fisiológica das sementes. In: DESTRO, D.;

MONTALVÁN, R. (Org.). Melhoramento genético de plantas. Londrina: UEL, p.661-676,

1999.

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

52

POPINIGIS, F. Fisiologia de sementes. Brasília: AGIPLAN, 1985. 289p.

REDIG, M. S. F, et al.. Germinação de sementes e estimativas de parâmetros genéticos de

pimenta-de-macaco. Horticultura Brasileira, v. 21, p. 1-4, 2003.

SANTANA, D. G.; RANAL, M. A.. Análise estatística na germinação. Revista Brasileira de

Fisiologia Vegetal, Brasília-DF, v. 12, n. Especial, p. 205-237, 2000.

SANTOS, M.C, et al. Efeito da temperatura e do substrato na germinação de sementes de

maracujá (Passiflora edulis Sims. var. flavicarpa Deg.). Revista Brasileira de Sementes,

v.21, n.1, p.1-6, 1999.

SANTOS, M.R.A, et al. Estudos sobre superação de dormência em sementes de Smilax

japecanga Grisebach. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 27, n. 2, p. 319-324, mar./abr.

2003.

SANTOS, C.A.C dos, et al. Crescimento inicial de plantas de maracujazeiro amarelo

submetidas à gigerelina. Comunicata Scientiae 1: 29-34, 2010.

TEKRONY, M.D.; EGLI, D.B. Relationship of seed vigour to crop yield: a review. Crop

Science, v.31, p.816-822, 1991.

VALADARES, Jane; PAULA, Rinaldo César de. Temperaturas para germinação de sementes

de Poecilanthe parviflora Bentham (Fabaceae - Faboideae). Rev. bras. sementes, Londrina,

v. 30, n. 2, 2008.

VASCONCELLOS, M.A.; BRANDÃO FILHO, J.U.T. & VIEITES, R.L. Maracujá-doce. In:

BRUCNER, C.H.; PICANÇO, M.C. (Eds). Maracujá: tecnologia de produção, pós-

colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco Continentes. p. 71-83, 2001.

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

53

CAPÍTULO 2

AVALIAÇÃO GENÉTICA DE CRESCIMENTO VEGETATIVO E

CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS DE FRUTOS DE CULTIVARES DE

MARACUJÁ AMARELO EM CAMPO

Allan Silva Pereira1, Danilo dos Santos Lemos Filho

2, Samuel Pereira Silva

2, Gisele Santos

Moitinho2, Edilaine Aparecida de Jesus Santos Silva

2, Alex-Alan Furtado de Ameida

1,

Antônio Carlos de Oliveira2, Ronan Xavier Corrêa

1

1 Universidade Estadual de Santa Cruz, Dep. Ciências Biológicas, Lab. de Genética Molecular

Aplicada, Rod. Ilhéus-Itabuna – KM 16, Salobrinho, CEP 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brasil

([email protected]; [email protected]); 2Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Dep. Ciências Naturais, Lab. Biologia

Molecular, Estrada do Bem Querer – Km 4, Bem Querer, CEp 45083-900, Vitória da

Conquista (VCA), Bahia, Brasil ([email protected]).

RESUMO

Diferentes ações de genética e melhoramento de maracujazeiros, a exemplo das assistidas

mediante avaliações biométricas podem contribuir para o aumento da qualidade de frutos e

produção de maracujá. Desta forma, é necessário conhecer o desempenho agronômico de

novas variedades comerciais bem como a herdabilidade de características, aumentando a

eficiência de programas de melhoramento e capacidade de síntese/seleção de genótipos

superiores, inclusive entre cultivares. Neste contexto, objetiva-se (i) avaliar plantas de

maracujazeiro amarelo quanto ao crescimento vegetativo e a características físico-químicos

dos frutos em três localidades de plantio e (ii) estimar parâmetros genéticos estatísticos

associados ao crescimento vegetativo e características físico-químicos dos frutos. Os

experimentos foram conduzidos sob delineamento experimental em blocos casualizados

(DBC), a partir do qual foram avaliados (a) o vigor vegetativo mediante altura da planta (AP),

número total de folhas (NTF), comprimento de 5 folhas maduras (CF), largura de 5 folhas

maduras (LF), área foliar de 5 folhas maduras (AF), área foliar total (AFT), diâmetro do caule

(DC) e número de entrenós (NE) e (b) características físicas e químicas como produtividade,

peso fruto, comprimento médio (C) e largura média do fruto (L), espessura da casca (EC), nº

frutos, peso médio dos frutos (g), peso da casca (g), peso de polpa e rendimento em suco,

quantidade de sólidos solúveis totais (SST), ph, acidez total titulável (ATT) e relação

SST/ATT. Os dados coletados nas áreas experimentais foram submetidos a análises de

variância (ANOVA), e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-knott (p= 0,05). O

crescimento vegetativo e as características físicas e químicas se mostraram diferenciadas e a

partir dos parâmetros pode ser inferido que existe variabilidade genética possível de ser

utilizada em programas de novas demandas de melhoramento a exemplo da junção de vigor

de crescimento e maior produção.

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

54

Termos para indexação: características agronômicas, componentes da variância,

herdabilidade , vigor vegetativo, parâmetros genéticos.

Genetic Evaluation of Plant growth and Fruit Physicochemical traits of ‘Passion Fruit’

Cultivars under Field Conditions

ABSTRACT

Different genetic and breeding stocks of passion fruit, assisted by the example of biometric

evaluations can contribute to improving the quality of fruit and passion fruit production. Thus,

it is necessary to know the agronomic performance of new commercial varieties as well as the

heritability of traits, increasing the efficiency improvement programs and capacity for

synthesis / selection of superior genotypes, even between cultivars. In this context, the

objective is to evaluate (i) yellow passion fruit plants on the vegetative growth and physico-

chemical characters of fruits in three planting locations and (ii) estimate statistical genetic

parameters associated with the vegetative growth and physico-chemical characteristics of

fruits. The experiments were conducted in randomized complete block design (RBD), from

which were evaluated (a) vegetative vigor by plant height (PH), number of leaves (NL), a

length of five mature leaves (LL) , width of five mature leaves (WF), leaf area of five mature

leaves (LA), total leaf area (TLA), stem diameter (SD) and number of internodes (NI) and (b)

physical and chemical characteristics such as productivity (P), weight (W), fruit length (FL)

and average width of the fruit (WL), shell thickness (ST) number of fruit (NF), fruit weight

(FW) (g), shell weight (SW) (g), weight of pulp (WP) and juice yield (JY), amount of soluble

solids (ASS), pH, titratable acidity (TA) and ASS / TA. Data collected in the experimental

areas were subjected to analysis of variance (ANOVA) and means were compared by Scott-

Knott (p = 0.05). The growth and physical and chemical characteristics are shown

differentiated and from the parameters can be inferred that genetic variability can be used in

programs of new demands for improvements like the addition of growth vigor and higher

yields.

Index terms: agronomic characteristics, variance components, heritability, vegetative vigor,

genetic parameters.

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

55

1 INTRODUÇÃO

Entre as culturas de fruteiras no Brasil, a passicultura começou a adquirir importância

econômica a partir da década de 80 (Meletti & Maia, 1996). Atualmente, o Brasil ocupa o

primeiro lugar na produção mundial de maracujá (Brignani, 2002; IBGE, 2012), sendo

cultivado em todos os Estados da federação (Vasconcellos et al., 2001). A produtividade

média atual dos pomares brasileiros desta fruteira, em torno de 14t/ha (Banco de dados do

IBGE, 2012), fica muito aquém em relação ao potencial produtivo de cultivares melhorados, o

que serviu de meta para os programas de melhoramento genético visando a seleção de

cultivares superiores, como no caso dos híbridos desenvolvidos pelo IAC (Meletti et al. 2000)

e dos da Embrapa Cerrados (Junqueira et al., 2008).

As principais metas dos programas de melhoramento genético de maracujazeiros têm

por finalidade aumentar o desempenho da passicultura com relação à produtividade, qualidade

dos frutos, resistência a doenças e aumento da taxa de pegamento dos frutos. Em linhas gerais

os programas de melhoramento apresentam várias finalidades, a depender do produto a que se

espera gerar, como frutos, folhas ou sementes e até mesmo da região de cultivo (Meletti, et al,

2005). Entretanto o desafio do melhorista é reunir o maior número possível de características

de interesse agronômico em uma só constituição genética (Santos, 2010). A estimativa de

parâmetros genéticos é uma estratégia útil no sentido de entender as potencialidades de

populações para fins de melhoramento, delineando o sistema de seleção (Cruz, 2005),

avaliando o nível da melhoria genética, como uma visão precisa da possibilidade de seleção

nas gerações segregantes (Ajmal et al, 2009).

A adoção de novas variedades em campos de produção de uma dada região, além de

incrementar a produção dos pomares, concorre para a ampliação da variabilidade, o que

permite o surgimento de novas combinações alélicas e adaptações a ambientes específicos,

podendo proporcionar, por exemplo, uma redução da vulnerabilidade a doenças e insetos

(Brondani et al., 2003). Junqueira et al.,(1999) citam como um dos agravantes à baixa

produtividade o cultivo de variedades inadequadas.

Segundo Machado et al. (2009), a inexistência de variedades de maracujá

desenvolvida e/ou recomendada para as condições específicas do Estado da Bahia que

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

56

apresentem alta produtividade, homogeneidade, qualidade de frutos e com resistência às

principais doenças resulta em desistência pelo cultivo de maracujazeiros em larga escala pelos

produtores rurais.

A avaliação da produtividade de cultivares na região sudoeste do Estado da Bahia,

contrastando com materiais de seleção local constitui uma excelente oportunidade no que

tange ao incremento da produção regional, com eventual aumento da resistência dos pomares

a patógenos. Os objetivos desse estudo foram (i) avaliar cultivares de maracujazeiro amarelo

quanto ao crescimento vegetativo e a características físico-químicas dos frutos em três

localidades de plantio e (ii) estimar parâmetros genéticos estatísticos associados ao

crescimento vegetativo e características físico-químicos dos frutos.

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

57

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Áreas experimentais

Os experimentos em campo em três áreas de plantio de maracujazeiros foram

conduzidos nos municípios de Livramento de Nossa Senhora (LNS) (latitude: 13º 38' 35”S e

longitude: 41º 50' 26" O), Mortugaba (MGB) (latitude: 15º 01' 24" S e longitude: 42º 22' 05"

O) e Vitória da Conquista (VCA) (latitude 14º 51" 58" S e longitude 40º 50" 22" O),

localizados na principal região produtora de maracujá no Estado da Bahia.

2.2 Material biológico

Dentre os 352 indivíduos utilizados neste estudo, 140 foram avaliados em condições

de campo em cada uma das áreas de MGB e LNS, e 112 na área de VCA. Os tratamentos

consistem em subgrupos de indivíduos pertencentes aos cultivares BRS Gigante Amarelo,

BRS Ouro Vermelho BRS Sol do Cerrado (desenvolvidos pela Embrapa), FB200, FB300

(desenvolvidos pelo Viveiro Flora Brasil), Redondo Amarelo (desenvolvidos pela Agristar do

Brasil LTDA) (maiores detalhes vide revisão de literatura deste trabalho), bem como à

Seleção Regional SR-LNS. A seleção regional é cultivada por diferentes agricultores. Não foi

utilizado nenhum método de seleção elaborado. A seleção foi feita por pequenos viveiristas

apenas mediante observação quanto à produção de frutos grandes e em grande quantidades

quando comparadas com demais plantas da mesma região.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

58

2.3 Variáveis de crescimento vegetativo

Foram mensuradas, aos 100 dias após o plantio, as seguintes variáveis: altura da planta

(AP), número total de folhas (NTF), comprimento de 5 folhas maduras (CF), largura de 5

folhas maduras (LF), área foliar de 5 folhas maduras (AF) (estimada com um medidor

automático de área foliar Li-3100 -Li-Cor, Lincoln, EUA), área foliar total (AFT) estimada

pela multiplicação da área foliar média de 5 folhas pela quantidade de folhas, diâmetro do

caule (DC) e número de entrenós (NE).

2.4 Variáveis físico químicas dos frutos

Foram avaliados nos meses de novembro e dezembro de cinco a dez frutos por

tratamento, mensurando se as seguintes características físicas e químicas dos cultivares: peso

fruto (g), comprimento (C) e largura do fruto (L), espessura da casca (EC) a partir da média

de três regiões equidistantes, nº frutos, peso médio dos frutos (g), peso da casca (g), peso de

polpa e rendimento em suco, sólidos solúveis totais (SST - O teor de sólidos solúveis totais

foi determinado com o auxílio de um refratômetro manual, com faixa de leitura de 0 a 32

ºBrix), potencial hidrogeniônico (pH - mediante emprego de um pH metro digital, acidez total

titulável (ATT –expressa em gramas de ácido cítrico/100 mL-1

), relação SST/ATT de 10 a 20

frutos por tratamento, produção estimada em toneladas por hectare (PRE t/ha); número total

de Frutos por planta (NTF ) e peso médio de fruto a partir da produção total (PMFPT );

2.5 Delineamento

O espaçamento das plantas a campo foi de 2,5m entre ruas e 4,0 m entre plantas,

proporcionando um plantio de 1000 plantas por hectare. O delineamento experimental foi em

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

59

blocos casualizados (DBC) com quatro repetições, coma parcela experimental constituída de

cinco plantas úteis.

2.6 Análises estatísticas

Os dados coletados nas áreas experimentais foram submetidos a análises de variância

(ANOVA), sob modelo estatístico ‘Yij = µ + gi + bi + εij’. Dados referentes a porcentagens,

previamente submetidos à transformação angular arco seno√x/100. Como ocorreram

variâncias não homogêneas em alguns casos, estas foram transformadas mediante

transformação linear, indicado pelo teste de homocedasticidade (Box e Cox, 1964).

O esquema dos resultados das análises de variância é mostrado a seguir (tabela 1):

Tabela 1- esquema de resultados da análise de variância, segundo o delineamento estatístico em blocos

casualizados.

FV GL SQ QM F

Blocos r-1 SQB QMB

Tratamentos c-1 SQT QMT QMT/QMR

Resíduo (r-1) (c-1) SQR QMR

Total Gr-1 SQT

Média = m CV%=(100√QMR)/m.

A partir da ANAVA, foram estimados os seguintes parâmetros:

Variância fenotípica média:

Variância genotípica média:

QMT - QMR

r σ = g

2 ^

a

2 σ =

QMR

r ^

f

2 σ =

QMT

r ^

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

60

Variância ambiental média:

Herdabilidade baseada na família:

Correlação intraclasse:

Razão CVg / CV:

A ANAVA, o teste Scott-Knott e a estimativa de parâmetros foram realizados

empregando-se os softwares Bioestat v.5.3 (Ayres et al., 2004) e o Sasm-Agri (Canteri et al,

2001). As estimativas de parâmetros genético-estatísticos foram aferidas pelo programa Genes

(Cruz, 2006).

ρ =

d

^

+

g ^ σ 2

g ^ σ 2

^ σ 2

CV

CVg =

g ^ σ 2

^ σ 2

σ g

2

2

f σ

h2 =

^

^

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

61

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos para as características relacionadas ao crescimento vegetativo

dos maracujazeiros avaliados no presente trabalho (da tabela 1) referem se, no Quadro

Superior (QS), Quadro Médio (QM) e Quadro inferior (QI) a LNS, MGB e VCA

respectivamente.

Tabela 1- Resultados médios: variáveis de crescimento vegetativo dos cultivares Gigante Amarelo (GA), Ouro Vermelho (OV), Sol

do Cerrado (SC), FB200 Yellow Master (FB200), FB300 Araguari (FB300) e Redondo Amarelo (RA) avaliados mediante plantio

(Letras diferentes nas linhas representam diferenças estatisticamente significativas) em três municípios do estado da Bahia - BA.

Médias seguidas por letras diferentes na mesma linha representam diferenças estatisticamente significativas (α = 0,05).

Quadro Superior (QS) Livramento de Nossa Senhora – BA

Variáveis

Cultivares

Scott-

Knott

RA FB200 SC OV SR FB300 GA p value r blocos CV(%)

AP 284,05b 250,7b 268,74b 247,6b 355,6a 271,1b 289,8b 0,05 0,31 15,6

NTF 28,75a 26,6a 24,7a 27,6a 30,5a 26,6a 27,2a 0,42 0,0001 13,8

CF 11,69a 11b 11,07b 10,71b 11,1b 11,4a 10,98b 0,02 0,37 3,05

LF 14,45a 14,2a 14,64a 14,02a 14,6a 14,1a 14,5a 0,62 -0,09 3,69

AF 109,83a 96,4b 113,28a 100,1b 93,7b 99,1b 99,5b 0,01 0,46 6,57

AFT 3180,8a 2569,4a 2810,7a 2749,2 2808,6a 2548,6a 2655,9a 0,55 0,05 16,5

DC 11,27b 10,7b 9,96b 11,46b 13,2a 10,3b 11,1b 0,03 0,32 11,1

NE 40,35a 35,6a 36a 37,1a 39,3a 38,1a 38,4a 0,45 0,06 9,13

Quadro médio (QM) Mortugaba – BA

Variáveis

Cultivares

Scott-

Knott

RA FB200 SC OV SR FB300 GA p value r blocos CV(%)

AP 159.8a 135.6a 176.2a 137.5a 145.8a 157.0a 163.2a 0,18 0,21 14,8

NTF 17.4a 16.1a 17.1a 17.4a 13.1b 19.2a 17.9a 0,02 0,44 12,5

CF 12.8b 11.7b 13.3a 12.3b 14.4a 12.3b 13.1a 0,009 0,45 6,8

LF 18.4a 16.6b 17.3b 16.6b 19.4a 16.8b 18.6a 0,004 0,55 5,8

AF 142.8a 118.4b 154.1a 133.7b 164.3a 119.9b 154.9a 0,01 0,43 13,2

AFT 2412.9b 1910.1c 2563.4b 2325.4b 2146.6b 2306.1b 2709.7a 0,04 0,39 13,5

DC 11.2c 10.5c 24.5a 23.8a 12.8b 10.7c 11.1c 0,0001 0,99 1,8

NE 21.0a 20.9a 21.2a 22.1a 20.0a 23.5a 23.0a 0,30 0,13 10,2

Quadro inferior (QI) Vitória da Conquista – BA

Variáveis

Cultivares

Scott-

Knott

RA FB200 SC OV SR FB300 GA p value r blocos CV(%)

AP 175,27a 179,63a 185,74a 150,85a 218,53a 180,56a 179,83a 0,31 -0,05 19,2

NTF 16,13a 16,19a 16,56a 14,69a 17,63a 15,5a 16,81a 0,64 -,0,197 14,5

CF 11,23a 10,59a 10,04a 6,29b 10,46a 10,11a 9,88a 0,005 0,30 15,3

LF 13,24a 12,91a 12,99a 7,78b 13,76a 12,68b 13,34b 0,009 0,16 16,4

AF 96,24a 85,34a 82,44a 54,45a 90,8a 82,3a 116,23a 0.39 -0,17 40,3

AFT 1544,21a 1362,68a 1338,93a 834,51a 1591,28a 1327,65a 1843,31a 0,27 -0,08 37,4

DC 11,22a 10,65a 11,84a 11,36a 12,06a 11,62a 11,73a 0,74 -0,06 9,4

NE 24,94a 23,06a 24,31a 21,44a 25,94a 24,88a 25,44a 0,55 -0,11 13,1

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

62

Obs.: variáveis - AP = altura das plantas (cm), NTF = número total de folhas, CF = comprimento foliar (cm), LF = largura foliar (cm), AF

= área foliar (cm), AFT= área foliar total, DC = diâmetro do caule (mm), NE = número de entrenós; variedades – OV = Ouro Vermelho,

RA = Redondo Amarelo, VR = variedade Regional, FB300 = Flora Brasil 300, GA = Gigante Amarelo, FB200 = Yellow Master, SC =

Sol do Cerrado; localidades – LNS = Livramento de Nossa Senhora, MGB = Mortugaba (MGB), VCA = Vitória da Conquista (VCA).

Sobre as avaliações de Livramento de Nossa Senhora, foram observadas diferenças

significativas para AP, CF, AF, e DC (p valor = 0,05; 0,02; 0.01; e 0,03 respectivamente).

Para AP, pode ser observado que SR apresentou maior altura média (355,75cm), diferindo

estatisticamente de um segundo grupo, formado pelos cultivares. Para CF também foram

formados dois grupos, com os resultados estatísticos à favor de RA e FB300 sobre os demais

cultivares e SR. Para AF, os melhores resultados foram obtidos por SC (113,28) e RA

(109,83). O maior DC foi obtido por SR, e diferiu estatisticamente de todos os cultivares. A

baixa correlação entre os blocos para AP, LF, AFT e NE é um forte indício da influência de

fatores externos.

No Quadro médio (QM) da tabela 1, são demonstrados os resultados médios obtidos

pelos cultivares no plantio comercial no município de MGB. Foram detectadas diferenças

significativas para as características NTF, CF, LF, AF, AFT e DC, cujos valores de p foram

respectivamente 0,02; 0,009; 0,004; 0,01; 0,04 e 0,0007. Os melhores resultados obtidos para

NTF foram 19,2 (FB300) e 17,9 (GA), seguidos de Ra, OV, SC, FB200, todos diferindo

estatisticamente de SR (p =0,02). Para CF, SR obteve 14,4; enquanto SC e GA 13,3 e 13,1

respectivamente, diferindo estatisticamente de FB300, FB200 e OV (p valor = 0,009). Para

LF o grupo formado por SR, GA e RA apresentou os melhores resultados, diferindo de SC,

FB300, OV e FB200 (p valor = 0,004). O grupo SR, GA, SC e RA obteve os melhores

resultados para AF, (164,3; 154,9; 154,1 e 142,8 respectivamente), diferindo de OV, FB300 e

FB200 (p = 0,01). Para AFT, formaram se três clusters. O primeiro com GA (2709,7),

diferindo estatisticamente de SC, RA, OV, FB300 e SR, que diferiram estatisticamente de

FB200 (p = 0,04). Para DC, também foram formados três grupos. O primeiro com SC, OV

(24,5 e 23,8 respectivamente) diferindo estatisticamente de SR (2ºcluster), que diferiu de RA,

GA, FB300 e FB200 (p = 0,0001). Vale ressaltar que a correlação entre os blocos para essa

característica foi de r = 0,99 (fortíssima segundo classificação de Carvalho et al, 2004) e o

coeficiente de variação (para os dados transformados) foi de 1,8.

O Quadro inferior (QI) da tabela 1, com os resultados referentes às avaliações no

município de VCA mostram resultados significativos para as variáveis CF e LF. Com relação

à CF, os valores de 11,23; 10,59; 10,46; 10,11; 10,04; 9,88 (RA, FB200, SR, FB300, SC e

GA) diferiram estatisticamente de 6,29 (OV), com CV de 0,3. Em relação a LF, os melhores

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

63

resultados foram para SR, GA, RA, SC, FB200 e FB300 (13,76, 13,34, 13,24, 12,99, 12,91 e

12,68) diferindo estatisticamente de OV (7,78) (p =0,009).

Comparando se os resultados obtidos para as variáveis descritas acima com as

estimativas de parâmetros genético estatísticos da tabela 2, e partindo da premissa de que a

decomposição da variância em componentes genotípico e ambiental gera a problemática

‘herdabilidade versus ambiente’ (Silva e Silva, 1987), percebe se que algumas características,

além de apresentarem diferenças significativas entre os cultivares, apresentam chances de

êxito na seleção de materiais superiores pelos seus valores de σˆ2

g cm relação a σˆ2

f,

herdabilidade.

Tabela 2- Estimativa de parâmetros estatísticos relacionados ao crescimento vegetativo de maracujazeiros cultivados

em campo de produção de três municípios do estado da Bahia

Quadro Superior (QS) Livramento de Nossa Senhora– BA

Parâmetros Características

AP NTF CF LF AF AFT DC NE

σˆ2f (média) 1326,35 3,31 0,10 0,06 51,27 45669,54 1,15 3,00

σˆ2a (média) 483,60 3,56 0,03 0,07 11,14 51578,14 0,38 2,99

σˆ2g (média) 842,75 - 0,069 - 40,13 - 0,77 0,02

h2- (us :média- %) 63,54 - 71 - 78 - 67 0,60

CI (us :parcela) - % 30,34 - 37,35 - 47,38 - 33,45 0,15

CVg (%) 10,33 - 2,35 - 6,23 - 7,86 0,36

CVg/CVa 0,66 - 0,77 - 0,95 - 0,709 0,04

Quadro médio (QM) Mortugaba – BA

Parâmetros Características

AP NTF CF LF AF AFT DC NE

σˆ2f (média) 216,63 3,63 0,78 1,27 320,55 69245,24 40,07 1,59

σˆ2a (média) 128,22 1,11 0,19 0,26 86,87 24983,62 0,17 1,21

σˆ2g (média) 88,42 2,52 0,59 1,01 233,68 44261,62 39,90 0,37

h2- (us :média- %) 40,81 69 75,4 79,4 73 64 99 24

CI (us :parcela) - % 14,70 36,16 43,37 49,11 40,21 30,70 98,32 7,11

CVg (%) 6,12 9,40 5,99 5,69 10,83 8,99 42,31 2,81

Cvg/cve 0,4152 0,75 0,88 0,98 0,82 0,67 7,66 0,28

Quadro inferior (QI) Vitória da Conquista– BA

Parâmetros Características

AP NTF CF LF AF AFT DC NE

σˆ2f (média) 395,48 0,89 2,61 4,26 343,38 97301,64 0,22 2,41

σˆ2a (média) 303,58 1,39 0,56 1,04 306,37 69185,55 0,29 2,528

σˆ2g (média) 91,91 - 2,05 3,22 37,01 28116,09 - -

h2- (us :média- %) 23 - 79 76 10 29 - -

CI (us :parcela) - % 7,04 - 47,73 43,64 2,93 9,22 - -

CVg (%) 5,28 - 14,58 14,46 7,004 11,93 - -

Cvg/cve 0,28 - 0,96 0,88 0,17 0,32 - -

Variáveis: AP – altura da planta; NTF – número total de folhas; CF – comprimento de folhas; LF – largura foliar;

AF – área foliar; AFT – área foliar total; DC – diâmetro do caule; NE – número de entrenós. Parâmetros

estatísticos: σˆ2

f – variância fenotípica; σˆ2a– variância ambiental; σˆ

2g –variância genotípica; h

2–herdabilidade;

CI –correlação intraclasse; CVg – coeficiente de variação genético.

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

64

Para NTF, LF, AFT em LNS e NTF, DC e NE em VCA, os parâmetros não puderam

ser estimados σˆ2

g, h2, CVg e CVg/CVa não puderam ser estimados. A alta σˆ

2g, inclusive

superando a σˆ2

f para os casos em que os demais parâmetros não puderam ser extimados

mostra que essas características provavelmente sofreram grande interferência de fatores

ambientais externos, mascarando os componentes de influência genética.

Em LNS, a parcela genotípica da variância fenotípica total foi alta para as

características AP, CF, AF, e DC, apresentaram valores de herdabilidade respectivos de 64,

71, 78 e 67% associados a índices de variação (CVg/CVa) 0,66; 0,77; 0,95 e 0,80

respectivamente. Em MGB, a parcela genotípica da variância fenotípica total não foi

suprimida por fatores externos para a maioria das características, de forma que NTF, CF, LF,

AF, AFT e DC apresentaram correspondentes valores de herdabilidade de 69; 75,4; 79,4; 73 e

64,99 com respectivos índices de variação 0,75; 0,88; 0,98; 0,82; 0,67 e 7,66. No experimento

de VCA, apenas LF e AF apresentaram relações fenotípicas e genotípicas a ponto de

apresentarem herdabilidades acima de 50% (79 e 76 correspondentemente) com índices de

variação 0,96 e 0,88 respectivamente (Tabela 2).

Esse índice indica uma maior influência genética em relação às magnitudes

observadas para determinada característica e reforça ou não a possibilidade de sucesso na

seleção da desta, de acordo com a conveniência em cada programa de melhoramento. As

demais características que apresentaram valores baixos para os parâmetros ou até mesmo não

puderam ser estimados tiveram grande influência de fatores externos a ponto de mascarar o

seu efeito genético (Tabela 2). Para as características às quais não foram detectadas diferenças

significativas, pode se observar que o coeficiente de variação experimental maior foi para

AFT, com 16,45%, o que para experimentos a campo é um valor considerado baixo, o que

subsidia uma criteriosa coleta de dados. Segundo Silva e Silva (1987) citam fatores

nutricionais ou climáticos como causas mais comuns de variação. Entretanto ressaltam que

parte da variação não genética é de causa desconhecida e não pode ser eliminada (intangível).

Os resultados médios obtidos para as características físico químicos dos maracujazeiros

avaliados no presente trabalho referem se, em QS, QM e QI da Tabela 3, às avaliações de

LNS, MGB e VCA respectivamente. Foram observados resultados estatisticamente

significativos em LNS para EC e pH; em MGB para PP RP, EC e ATT e em VCA para RP,

SST e pH.

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

65

Tabela 3- representação das médias de variáveis relacionadas à características físicas e químicas dos cultivares de

maracujazeiros avaliados em três municípios do estado da Bahia - BA. Médias seguidas por letras diferentes na mesma

linha representam diferenças estatisticamente significativas (α = 0,05).

Quadro Superior (QS) Livramento de Nossa Senhora – BA

Variáveis

Tratamentos/Cultivares Scott-Knott

RA FB200 SC OV SR FB300 GA p value r blocos C.V. (%)

PF (g) 77.78a 90.83a 132.5a 111.7a 90.0a 87.50a 118.3a 0,25 0,14 27,3

PC (g) 51.11a 53.75a 60.00a 76.67a 61.7a 42.5a 66.7a 0,0588 0,37 19,4

PP (g) 26.7a 37.1a 72.50a 33.9a 28.3a 45.00a 51.67a 0,27 0,13 13,4

RP (%) 45,1a 40,2a 38,5a 26,4a 29,0a 50,8a 43,2a 0,13 0,25 16,3

DE (mm) 63.12a 63.76a 71.20a 63.90a 63.3a 65.01a 65.8a 0,11 0,29 5,0

DL (mm) 83.14a 78.10a 79.43a 82.07a 67.4a 80.3a 77.9a 0,10 0,16 7,6

IC 1.32a 1.28a 1.11a 1.28a 1.06a 1.23a 1.18a 0,17 0,20 10,2

EC (mm) 3.50c 3.71c 5.15b 4.97b 6.38a 2.50c 5.00b 0,0001 0,80 14,1

SST 14.31a 13.28a 15.07a 11.73a 12.9a 11.0a 10.07a 0,13 0,28 17,0

pH 3.01c 2.57a 2.75b 2.78b 2.47a 2.55a 3.63d 0,0001 0,94 4,5

ATT 2,26a 2,41a 2,80a 1,87a 2,77a 2,00a 2,65a 0,31 0,24 15,0

SST/ATT 5.91a 5.95a 5.87a 6.36a 6.17a 5.45a 3.43a 0,39 -0,10 28,6

Quadro médio (QM) Mortugaba – BA

Variáveis

Tratamentos/Cultivares

RA FB200 SC OV SR FB300 GA p value r blocos C.V. (%)

PF (g) 178.3a 191.3a 177.5a 160.0a 166.7a 158.3a 163.3a 0,69 -0.07 14.7

PC (g) 105.4a 97.1a 101.7a 87.5a 110.0a 68.0a 116.7a 0,31 0,16 24.5

PP (g) 72.9b 94.2a 75.8b 72.5b 56.7c 90.3a 46.7c 0,003 0.77 12.2

RP (%) 41.3b 47.9b 41.9b 43.0b 33.7c 56.5a 30.1c 0,0104 0,62 9,95

DE(mm) 74.3a 74.2a 75.8a 68.2a 70.9a 72.4a 70.6a 0,46 -0,02 6.3

DL (mm) 91.2a 90.3a 90.3a 92.2a 88.1a 83.9a 85.9a 0,91 -0,20 10.4

IC 1.2a 1.2a 1.2a 1.3a 1.2a 1.2a 1.2a 0,68 -0,12 10.3

EC (mm) 5.1a 4.8a 4.1b 4.0b 6.7a 3.0b 6.0a 0,0207 0,60 22.7

SST 11.8a 13.3a 11.7a 13.1a 12.0a 15.8a 10.8a 0,09 0,32 14.4

pH 3.0a 3.2a 3.1a 2.7a 2.8a 2.4a 3.1a 0,17 0,23 13.0

ATT 3.2b 2.6c 3.0b 3.7b 3.5b 3.8b 4,9a 0,0439 0,44 24.8

SST/ATT 3.8a 5.3a 4.0a 3.6a 4.0a 4.1a 3.5a 0,38 0,06 23.6

Quadro inferior (QI) Vitória da Conquista – BA

Variáveis

Tratamentos/Cultivares

RA FB200 SC OV SR FB300 GA p value r blocos C.V. (%)

PF (g) 148.6a 150.0a 178.5a 118.3a 152.2a 192.8a 165.0a 0,24 0,11 20,9

PC (g) 100.8a 95.4a 115.0a 70.0a 81.6a 101.9a 96.7a 0,11 0.36 17,8

PP (g) 47.8a 54.6a 63.5a 48.3a 70.5a 90.8a 68.3a 0,12 0,21 28,1

RP (%) 32.2b 36.2b 36.1b 42.9a 45.1a 47.2a 40.9a 0,003 0,65 5,34

DE 68.0a 70.2a 75.7a 63.9a 69.1a 72.8a 71.6a 0,16 0,27 6,65

DL (mm) 87.5a 96.7a 91.6a 77.1a 84.1a 93.7a 83.7a 0,09 0,42 8,54

IC 1.28a 1.37a 1.20a 1.21a 1.21a 1.28a 1.16a 0,13 0,25 6,6

EC (mm) 5.6a 4.8a 5.4a 5.3a 4.8a 5.7a 5.2a 0,42 0,03 11,0

SST* 11.6b 15.5a 11.8b 11.6b 12.5b 14.2a 11.8b 0,0407 0,45 5,8

pH 3,33b 3,27b 3,42b 2,73a 2,44a 3,21b 3,52b 0,0004 0,76 5,94

ATT 3.2b 2.9b 3.2b 2.9b 4.0a 3.2b 4.2a 0,005 0,65 17,3

SST/ATT 3.75b 5.40a 3.76b 4.47b 3.18c 4.47b 3.00c 0,03 0,55 17,7

Variáveis: PF – peso de frutos (g); PC – peso de casca (g); PP – peso de polpa (g); RP – rendimento de polpa; DE –

diâmetro equatorial de fruto (mm); DL – diâmetro longitudinal de fruto (mm); IC – índice de conformidade do fruto; EC –

espessura da casca (mm); SST – sólidos solúveis totais (valor de ºBrix); pH – potencial hidrogeniônico; ATT – acidez total

titulada g ácido cítrico /100mL-1

; SST/ATT – razão entre sólidos solúveis totais e acidez total titulada.

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

66

Para a característica PP, p = 0,003 entre os materiais avaliados na localidade MGB. Os

melhores resultados foram 94,2 (g) e 90,3(g) para FB200 e FB300 respectivamente, diferindo

estatisticamente de SC (75,8g), RA (72,9g) e OV (72,5g) que diferiram de SR (56,7g) e GA

(46,7g) (Tabela 3). CAMPOS et al (2009), avaliando a qualidade de frutos de maracujazeiro

‘amarelo’ produzidos no estado do Tocantins encontraram resultados médios próximos, com

amplitude de 71,7 a 98,4g.

Para RP, foram observados resultados estatisticamente significativos em MGB e VCA,

respectivos valores de p = 0,0104; 0,0030. Em MGB, os valores de RP foram 56,5% (FB300),

que diferiu estatisticamente de FB200 (47,9%), OV (43%), SC (41,9%) e RA (41,3%), todos

diferindo estatisticamente de SR (33,7%) e GA (30,1%). Para Vitória da Conquista (VCA),

FB300 também apresentou os melhores resultados (47,2%), seguido de SR (45,1%), OV

(42,9%) e GA (40,9%), diferindo estatisticamente de FB200 (36,2%), SC (36,1%) e RA

(32,2%). Campos et al (2009) obteve resultados semelhantes aos de MGB para FB200 (46,7)

e Redondo Amarelo e superiores a GA (40,3) para MGB e semelhantes para o mesmo cultivar

em VCA (Tabela 3). Embora não tenha sido observado efeito significativo para esta

característica em LNS, pode se observar uma tendência a favor do cultivar FB300 nesse

ambiente, o que mostra um material bastante promissor para RP. Observando se os folders de

descrição técnica de três dos seis cultivares avaliados, disponível na literatura, percebem se

que os resultados foram muito próximos no presente trabalho. A média de RP dos três

ambientes foi para GA (38,1%), OV (37,4) e SC (39,6%) respectivamente, ao passo que as

descrições técnicas para cultivos no Distrito Federal são de 40%RP (GA e OV) e de 38% para

SC. Para EC, foi observada a formação de três grupos e o maior valor médio foi 6,38 mm para

SR, diferente estatisticamente de 5,15mm; 5,0mm e 4,97mm correspondentemente para SC,

GA e OV, que diferiram estatisticamente de FB200, RA e FB300 (3,71mm; 3,50mm e

2,50mm respectivamente) (p = 0,0001). Para os cultivos em MGB, a maior EC observada

também foi em SR (6,7mm), seguida de GA (6,0mm), RA (5,1mm) e FB200 (4,8mm) com

diferenças estatísticas significativas (p = 0,0207) de SC, OV e FB300 (4,1; 4,0 e 3,0mm

respectivamente). Gonçalves et al (2009), observou diferenças estatísticas a 1% para essa

característica, com amplitude de 1,07 a 6,33mm. Reis de Melo (2009) não observou

diferenças estatísticas entre os cultivares e seleções avaliados. Como ressalta Meletti et al

(2005), O produto esperado é um dos fatores que definem a finalidade do programa de

melhoramento do maracujazeiro. Esses autores ainda citam que quando desenvolvido para a

indústria de sucos o maracujá precisa ter casca fina e cavidade interna totalmente preenchida,

conferindo maior rendimento de suco. Entende se também, que o maracujá que vai para o

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

67

consumo in natura necessita de casca mais firme, pois passará pelo tempo de prateleira e

necessita resistir por mais tempo até ser comercializado. Com a diversificação dos produtos

advindos do maracujá, a casca espessa pode vir a ser interessante também para a indústria,

visto que as cascas do maracujá são ricas em pectinas e outras fibras alimentares importantes

para a nutrição humana, como ressalta Córdova et al (2005), ampliando as possibilidades dos

programas de melhoramento para essa característica. Isso pode ser constatado pelos resultados

de Peres e Canteri (2007) que verificou a possibilidade de se obter ganhos na extração de

pectina a depender da espessura da casca e as subdivisões epicarpo, mesocarpo e película.

Para os SSTs, os melhores resultados obtidos em VCA foram para FB200 (15,5° Brix)

e FB300 (14,2° Brix), estatisticamente diferenciados de SR (12,5° Brix), SC, GA, OV e RA

(Brix° 11,8; 11,8. 11,6 e 16,6 respectivamente). Embora não tenham ocorrido diferenças

significativas para SST nas demais localidades, houve uma tendência em MGB à favor de

FB300, que apresentou SST médio de 15,8 Brix° e OV apresentou SST médio dentro da

amplitude prevista na ficha técnica (13 a 15°Brix). Em LNS, houve uma tendência à favor de

SC, que apesar de não ter apresentado diferenças significativas com relação aos demais

materiais, apresentou SST superiores (15,07) superiores inclusive à ficha técnica disponível

na literatura, seguido de RA (14,31Brix°) e FB200 (13,28 Brix°). Oliveira et al, 1994 ressalta

que o maracujazeiro desenvolvido para a indústria deve ter SST superior a 13°Brix. O

mercado internacional comercializa suco com SST concentrados em torno de 50° Brix

(Edwin, et al 2003), e nesse sentido, a maior concentração de SST extraído inicialmente é

inversamente proporcional à quantidade de suco gasta para se atingir o patamar de 50 °Brix,

demonstrando que a identificação de materiais diferenciados quanto à concentração de SST é

de suma importância para agregar maior valor à passicultura nas regiões Sudoeste e Serras

Gerais da Bahia. No geral, todos os cultivares, avaliados nas três localidades apresentaram

SST iguais ou superiores ao valor mínimo estabelecidos pela legislação brasileira, que é de

11°Brix.

Com relação à acidez do suco dos cultivares em LNS, diferenças estatísticas

significativas foram detectadas em nível de 1%, o pH mais baixo foi obtido por SR ( 2,47),

seguido de FB300 (2,55), diferentes estatisticamente de OV e SC (correspondentemente com

2,75 e 2,78), que por sua vez foram estatisticamente diferenciados de RA (3,01) e este, de GA

(3,63). Em VCA também foram detectadas diferenças estatísticas significativas a 1%. SR e

OV apresentaram a maior acidez (2,44 e 2,73 respectivamente), diferindo de FB300, FB200,

RA, SC e GA (3,21; 3,27; 3,33; 3,42 e 3,52 correspondentemente). Em MGB, apesar de não

terem sido observadas diferenças significativas entre os cultivares, foram observada acidez

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

68

alta para FB300 (2,4) seguido de OV e SR (2,7 e 2,8 respectivamente).Reis de Melo (2009),

encontrou para os cultivares SC, OV e GA (pH = 2,82; 2,71 e 2,71 respectivamente), com

maior valor de pH do experimento de 3,08; sendo considerado pelo mesmo autor como

superior estatisticamente, embora o pH mais baixo e consequentemente maior acidez sejam

considerado mais interessantes para a indústria de sucos de maracujá, por diminuir a adição de

acidulantes no processamento dos sucos, como lembra Córdova (2008), que obteve valores de

pH entre 3,36 e 3,4. Embora as polpas de maracujá mais ácidas sejam mais interessantes para

a indústria, existe uma acidez máxima e mínima estipulada pela legislação brasileira para o

maracujá que é valor de pH mínimo de 2,7 e máximo 2,8 (BRASIL, 2000). A partir dessa

premissa, valores de pH mais baixos seriam também onerosos para a indústria, pela

necessidade da incorporação de aditivos ao suco para atender a legislação vigente. Os

menores valores de pH para LNS foram 2,75 e 2,78 (SC e OV respectivamente), para MGB

foram 2,7 e 2,8 (OV e SR) respectivamente e para VCA foram 2,73 para OV. Todos os

materiais avaliados no presente experimento mantiveram dentro do padrão de classificação

comum dos sucos de maracujá ‘amarelo’ (alimentos aquosos ácidos, pH menor ou igual a 5),

pH mínimo de 2,5 (BRASIL, 2000).

Para ATT, foram observadas diferenças estatísticas nos experimento de MGB, Com

maiores valores para GA (4,9g ác. cítrico/100 mL-1

), diferindo estatisticamente de FB300,

OV, SR, RA e SC (3,8; 3,7; 3,5; 3,2 e 3,04g ác. cítrico/ mL-1

respectivamente), que diferiram

de FB200 (2,6g ác. cítrico/ mL-1

). Em VCA, as diferenças estatísticas observadas foram à

favor de GA e SR (4,2 e 4,0g/100mL-1

correspondentemente), diferindo estatisticamente de

RA, SC, FB300, FB200 e OV (3,2; 3,2; 3,2; 2,9 e 2,9 g/100mL-1

respectivamente). São

comuns resultados semelhantes a estes na literatura. Negreiros et al (2008), avaliando o

potencial para indústria ou consumo in natura de progênies de meio irmãos, encontraram

valor médio de amplitude de ATT igual a 3,98 g de ác. Cítrico, com amplitude de 3,22 a

4,48g. Recentemente Freitas et al, (2011) verificou amplitude de 2,39 a 4,60g. Na ocasião, o

cultivar GA foi utilizado como testemunha no trabalho citado, apresentando 3,30g/100 mL-1

.

Exceto para o cultivo em LNS, onde RA, FB200, OV e FB300 apresentaram valores abaixo

dos mínimos determinados per BRASIL (2000), os demais materiais se ficaram acima dos

2,5g de ácido cítrico por 100 gramas.

As avaliações de SST e ATT mediante a razão (SST/ATT) também é de grande

importância para a avaliação, visto que dá uma visão integrada do balanço de açúcares e

ácidos com relação ao composto total (Chitarra & Chitarra, 2005). Nesse sentido foram

também avaliadas as razões SST/ATT.

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

69

Para algumas características físico-químicas estudadas, foram observadas diferenças

estatísticas significativas ou ao menos tendências à favor de um ou mais materiais em uma

determinada característica e uma ou mais localidades. Existe então a possibilidade de serem

selecionados materiais superiores para uso em programas de melhoramento.

Uma forma de enriquecer as avaliações que buscam identificar indivíduos superiores

geneticamente, dando mais confiabilidade para a possibilidade de selecionar com relação às

características de interesse é estimar parâmetros genéticos a partir das médias e variâncias.

Isto foi feito e os resultados podem ser observados nos quadros superior, médio e inferior da

tabela 4 abaixo.

Tabela 4- Estimativa de parâmetros estatísticos relacionados a características físicas e químicas de maracujazeiros cultivados

em campo de produção em três municípios do estado da Bahia - BA

Quadro Superior (QS) Livramento de Nossa Senhora – BA

Parâmetros Características

PF PC PP RP (%) DE DL IC EC SST pH ATT SST/ATT

σˆ2f (média) 392,01 123,50 257,39 75,69 7,98 27,14 0,01 1,67 3,22 0,16 0,14 0,01

σˆ2a (média) 254,96 43,55 173,93 35,44 3,49 11,81 0,01 0,13 1,54 0,01 0, 10 0,01

σˆ2g (média) 137,05 79,95 83,46 40,26 4,49 15,33 0,004 1,54 1,68 0,16 0, 04 0,001

h2- (média- %) 34,96 64,73 32,43 53,18 56,29 56,49 46,65 92,27 52,19 96,64 27 13,18

CI (:parcela) - % 15,20 37,96 13,79 27,47 30,03 30,21 22,57 79,91 26,68 90,56 11,22 4,82

CVg (%) 11,56 15,18 21,67 16,25 3,25 4,99 5,50 27,87 10,27 13,97 8,16 6,44

Cvg/cve 0,42 0,78 0,40 0,62 0,66 0,66 0,54 1,99 0,60 3,10 0,36 0,23

Quadro médio (QM) Mortugaba – BA

Parâmetros Características

PF PC PP RP (%) DE DL IC EC SST pH ATT SST/ATT

σˆ2f (média) 315,7 491,7 292,40 85,37 7,01 28,12 0,002 3,42 3,44 0,118 0,41 0,55

σˆ2a (média) 168,4 102,97 23,22 4,83 6,95 16,29 0,002 0,26 0,43 0,01 0,11 0,34

σˆ2g (média) 147,3 388,7 269,18 80,54 0,06 11,84 0,001 3,16 3,01 0,11 0,30 0,21

h2- (média- %) 46,7 79,1 92,06 94,34 0,88 42,09 31,82 92,4 87,40 92,31 74,3 37,8

CI (parcela) -% 24,9 58,99 81,54 86,40 0,295 21,68 15,09 82,26 72,54 82,06 52,4 16,9

CVg (%) 6,97 19,33 22,75 21,83 0,343 3,83 2,188 34,33 13,68 11,72 16,6 11,2

Cvg/cve 0,58 1,20 2,10 2,52 0,05 0,53 0,42 2,15 1,63 2,14 1,05 0,450

Quadro inferior (QI) Vitória da Conquista – BA

Parâmetros Características

PF PC PP RP (%) DE DL IC EC SST pH ATT SST/ATT

σˆ2f (média) 573,04 214,50 229,43 29,03 14,02 45,35 0,01 0,12 2,28 0,17 0,58 0,62

σˆ2a (média) 364,45 94,110 106,34 3.69 7,26 18,76 0,002 0,11 1,70 0,02 0,10 0,18

σˆ2g (média) 208,59 120,39 123,09 25.34 6,76 26,59 0,003 0,01 0,58 0,15 0,48 0,44

h2- (média- %) 36,4 56,1 53,7 87,3 48,2 59 52 8 25 91 82 71,6

CI (parcela) -% 16,0 29,9 27,8 69,6 23,7 32,1 26,3 2,9 10,1 75,9 60,7 45,7

CVg (%) 9,1 11,6 17,5 12,8 3,7 5,9 4,0 1,9 5,9 12,4 21,5 16,3

Cvg/cve 0,44 0,65 0,62 1,5 0,56 0,69 0,60 0,17 0,34 1,78 1,2 0,92

Variáveis: PF – peso de frutos; PC – peso de casca; PP – peso de polpa; RP – rendimento de polpa; DE – diâmetro equatorial de

fruto; DL – diâmetro longitudinal de fruto; IC – índice de conformidade do fruto; EC – espessura da casca; SST – sólidos

solúveis totais (valor de ºBrix); pH – potencial hidrogeniônico; ATT – acidez total titulada; SST/ATT – razão entre sólidos

solúveis totais e acidez total titulada . Parâmetros estatísticos: σˆ2

f – variância fenotípica; óˆ2

a– variância ambiental; σˆ2

g –

variância genotípica; h2–herdabilidade; CI –correlação intraclasse; CVg – coeficiente de variação genético.

Page 71: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

70

No experimento avaliado em LNS, os melhores resultados observados da variância

genotípica em relação à variância fenotípica foram para PC, EC e PH (79,95; 1,54 e 0,16

respectivamente), com índices de variação (Cvg/cve) respectivos de 0,78; 1,99 e 3,10.

Consequentemente essas características apresentaram herdabilidades media/alta para PC

(64,73%) e altas para EC (92,27%) e pH (96,64%). Para RP, DE, DL, IC e SST foi a relação

variância genotípica com a fenotípica foi mediana, quase 1:1 quando comparada com a

relação variância ambiental e fenotípica, o que reduz o índice de variação (Cvg/cve) e o valor

da herdabilidade estimado. As demais relações apresentaram uma maior variância atribuída a

efeitos ambientais resultando em baixos índices de variação e baixos valores de herdabilidade

(Tabela 4, QS).

Para o experimento avaliado em MGB, pode ser visualizado na tabela 4 que a maioria

das características apresentaram valores altos de variância genotípica. Associados a isso PF,

PC, PP, RP, DE, DL, IC, EC, SST, pH, ATT e SST/ATT apresentaram correspondentes

índices de variação de 0,58; 1,2; 2,10; 2,52; 0,05; 0,53; 0,42; 2,15; 1,63; 2,14; 1,05; 0,450.

Foram encontrados medianos a baixos valores de herdabilidade (abaixo de 50%) para PF, DL,

IC e SST/ATT, ao passo que as demais características demonstraram altos valores de

herdabilidade (Tabela 4, QM).

Com relação à VCA, as características que apresentaram maiores valores para o

componente variância genotípica em relação à variância total foram pH, RP, ATT e SST/ATT

respectivamente 1,78; 1,5; 1,2 e 0,92. Esses valores estão associados à índices de variação

superiores ou muito próximos a uma unidade (Tabela 4). Os valores de herdabilidade para

essas quatro características também foram altos (91; 87,3; 82 e 71,6%). As características PC,

PP, DE, DL, IC apresentaram variâncias genotípicas medianas com proporções próximas de

1:1 com relação às variâncias fenotípicas e índices de variação (CVg/CVe) de 0,65; 0,62;

0,56; 0,69; 0,60 para DL, PC, PP, IC, e DE respectivamente e herdabilidade de 59; 56,1; 53,7;

52 e 48,2 respectivamente, ao passo que PF, EC e SST apresentaram baixos valores de

variância genotípica, índices de variação e herdabilidade (Tabela 4, QI).

Mediante avaliações diretas, pode ser mensurado somente o valor fenotípico de cada

indivíduo. Entretanto, como a transmissão das características entre as gerações é de origem

genética, é interessante para o melhorista mensurar indiretamente a influência de natureza

genética com relação a características de interesse (Borém e Miranda, 2007).

A característica PF apresentou para os três ambientes uma variância ambiental maior

que a variância genética, o que originou um baixo índice de variação CVg/CVa). Os valores

de herdabilidade, com amplitude de 34,96 a 46,7 foram inferiores aos resultados obtidos na

Page 72: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

71

literatura (Tabela 4). Viana (2004) e Moraes (2005) obtiveram 65 e 80,42 %; 56,1% de

herdabilidade respectivamente para PF. Embora tenha se observado valores mais baixos do

que os da literatura para PF no que diz respeito à herdabilidade, a explicação de possível baixa

variabilidade genética entre os cultivares que possivelmente foram melhorados entre outras

características para PF explica apenas parcialmente o fato, visto que todos os

tratamentos/cultivares e SR (que não foi melhorada para PF) estão representados em todos os

blocos que compõem o delineamento, e responderam com grandes e diferenciadas amplitudes

de PF de 77,78 a 132,5 g para LNS, 158,3 a 191,3 para MGB e 118,3 a 192,8 para VCA

(Tabela 4). Uma explicação mais plausível para a os valores de herdabilidade relativamente

baixos é a heterogeneidade do ambiente ofuscando parte da influência genética pela resposta

genotípica diferenciada de exemplares do mesmo cultivar integrando diferentes parcelas

experimentais. Essa explicação é reforçada a partir dos baixos valores de correlação

observados entre blocos (LNS, r = 0,14; MGB, r = -0,07 e VCA, r =0,11) (Tabela 3).

Com relação à PC, foram observados valores de herdabilidade representativos para

todas as localidades, com valores entre 56,1 (VCA) e 79,1 (MGB). Linhales (2007),

caracterizando famílias de irmãos completos de maracujá amarelo observou 70% de

herdabilidade, superiores aos resultados de VCA, semelhante aos de LNS e inferiores aos de

MGB (Tabela 4). Todos esses resultados reforçam a possibilidade de seleções para a

característica. A obtenção de materiais de menor peso da casca é interessante para o consumo

in natura, visto que para o consumidor final desse seguimento a casca e resíduo. Muito

embora se possa também realizar o melhoramento para aumento do peso da casca. Esta é rica

em pectinas e outras fibras alimentares que são interessantes para a saúde humana (Córdova et

al, 2005).

Para PP, a amplitude dos valores de herdabilidade foi grande, de 32,43 (LNS) a 92,06

(MGB) (índice de variação CVg/CVe de 0,4 a 2,10). Linhales (2007) observou herdabilidade

de 68% para PP, situando entre os resultados da presente pesquisa. Para MGB, PP apresentou

diferenças estatisticamente significativas entre os cultivares e para LNS e VCA ocorreram

tendências à favor de alguns cultivares. A amplitude de PP em VCA foi de 47,8 a 90,8g com

coeficiente de variação de 28,1%, o que apesar de estar em uma faixa ainda tolerável para

experimentos a campo, pode ser um indício da influência de fatores externos no valor

intermediário de herdabilidade, com índice de variação de 0,62. Para LNS, a amplitude das

médias de PP foi de 26,7 a 72,5. O valor de herdabilidade obtido de 32,43 é relativamente

baixo (Tabela 4). A baixa correlação entre os blocos (r = 0,13) (Tabela 3) observada para esta

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

72

característica é um indício de que parte do efeito genético esteja sendo ofuscado para esta

característica por fatores externos.

Para RP, foram observadas diferenças estatísticas em MGB e VCA. Em LNS, apesar

de não ter havido diferenças estatisticamente significativas entre os materiais testados, a

amplitude das médias de RP foram de 26,4 a 50,8%(Tabela 3). Todos estes resultados

demonstram variabilidade genética para RP. Adicionalmente os valores de herdabilidade

foram de mediano (LNS = 53,18%) a altos (MGB = 94,34% e VCA = 87,3%) (Tabela 4).

MORAES et al (2005) observou significância estatística para RP, com herdabilidade de

83,2%, superior aos resultados obtidos para LNS e inferior aos de MGB e VCA para RP.

Como ressalta Meletti et al (2005), o produto esperado é um dos fatores que definem a

finalidade do programa de melhoramento do maracujazeiro. Esses autores ainda citam que

quando desenvolvido para a indústria de sucos o maracujá precisa ter, entre outros fatores a

cavidade interna totalmente preenchida, conferindo maior rendimento de suco. Os efeitos

significativos associados aos altos valores de herdabilidade observados no presente trabalho

para RP, demonstram que mesmo entre cultivares melhoradas para apresentarem alto

desempenho na cadeia produtiva do maracujá, é possível ganhar desempenho produtivo em

novas estratégias de melhoramento. Uma possibilidade de estratégia a ser executada é a

exploração do potencial do vigor híbrido a exemplo das variedades sintéticas (Albuquerque,

2001), provenientes de intercruzamento de um grupo de clones selecionados a partir da

capacidade de combinação (Borém e Miranda, 2007).

Para DE, DL e IC, os resultados de herdabilidade obtidos a partir presente trabalho

foram medianos, de 31,82 (IC – MGB) a 59 (DL – VCA), exceto DE – MGB, igual a 0,88. Os

resultados de herdabilidade para DL (LNS, MGB e VCA), e DE – MGB e VCA foram

inferiores aos obtidos por Moraes et al (2007), ao passo que DE – LNS foi superior aos

resultados encontrado pelos mesmos autores. A herdabilidade mediana para as três

características em LNS foram medianas, demonstrando a possibilidade de selecionar para

frutos maiores em comprimento e largura e oblongos, visto que o índice de conformação

apresentou valores superiores a uma unidade (Tabela 4, QS).

Para EC foi observado baixo valor de herdabilidade para VCA (8%) e índice de

variação também baixo (0,17) (Tabela 4, QI). Pode ser observado na tabela 3, QI, a baixa

correlação entre os blocos (r = 0,03), o que denota influência de fatores externos para esta

característica, na correspondente localidade. Diferentemente, as outras localidades, além de

apresentarem resultados estatísticos significativos em LNS e MBG entre os materiais testados,

apresentaram alta herdabilidade (92,27 e 92,4 respectivamente), com índice de variação 1,99

Page 74: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

73

(LNS) e 2,15 (MGB) . Esses resultados demonstram a possibilidade de utilização desses

materiais em programas de melhoramento, como fonte promissora para adequação da

espessura da casca aos interesses comerciais. Como citado anteriormente, o produto esperado

é um dos fatores que definem a finalidade do programa de melhoramento genético do

maracujazeiro. (Meletti et al, 2005). De acordo com esses autores, o fruto de maracujá para

fins industriais precisa ter casca fina e cavidade interna totalmente preenchida, conferindo

maior rendimento de suco. Em oposição, o maracujá que vai para o consumo in natura

necessita de casca mais firme ao ponto de resistir tempo de prateleira até ser comercializado.

Outra importância da espessura da casca do maracujá que pode ser melhorada é para produção

de pectinas e outras fibras alimentares importantes para a nutrição humana, como ressalta

Córdova et al (2005). Foi observada por Peres e Canteri (2007) a possibilidade de se obter

ganhos na extração de pectina a depender da espessura da casca e as subdivisões epicarpo,

mesocarpo e película.

Para os SST, pode se observar efeitos estatísticos diferenciados para VCA e uma

tendência em MGB para alguns materiais testados. A amplitude da herdabilidade variou de

25% para VCA a 87,4% para Mortugaba com índice de variação de 1,63. Linhales (2007) não

observou valores de herdabilidade média da família. Viana et al (2003) observaram

herdabilidade de 34,97. Os resultados obtidos sugerem possível sucesso na seleção de

materiais superiores para esta característica em MGB e com algum método de seleção mais

elaborado poderia lograr êxito também em LNS. As amplitudes observadas foram para LNS

(10,07 a 15,07°Brix), para MGB (10,8 a 15,8°Brix) e para VCA (11,6 a 15,5°Brix). De acordo

com a legislação Brasileira, a quantidade mínima de SST é de 11,0 °Brix. O mercado

internacional comercializa suco concentrado de maracujá com SST em torno de 50° Brix

(Edwin, et al 2003). Em uma amplitude de 10,8 a 15,8° Brix, como a observada para MGB,

associada a fatores como alta herdabilidade (87,40%) e índice de variação acima de uma

unidade (1,63) possibilitam o delineamento de estratégias de melhoramento com grandes

chances de se logras êxito.

Para o pH foram observadas diferenças significativas em LNS e VCA. Para MGB,

embora não tenham sido detecadas diferenças significativas, foi verificada uma amplitude de

pH 2,4 a 3,2. Os valores de herdabilidade foram para LNS, MGB e VCA respectivamete de

96,64; 92,31 e 91, com correspondentes índices de variação de 3,1; 2,14 e 1,78. De acordo

com Oliveira et al (1994), se o maracujá foi desenvolvido para atender o setor industrial, a

maior acidez é um dos fatores interessantes, por permitir maior flexibilidade na adição de

açúcar (Souza & Sandi, 2001).

Page 75: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

74

Para ATT foram observadas diferenças significativas entre os materiais avaliados. Os

valores de herdabilidade foram de 27; 74,3 e 71,6 respectivamente para LNS, MGB e VCA,

com coeficientes de variação correspondentes de 0,36; 1,05; 1,02. Viana et al (2003) não

observaram diferenças estatísticas significativas para ATT e, obtiveram 19,07% para

herdabilidade de ATT, com índice de variação de 0,23. Para Negreiros et al (2008), A acidez

do fruto desfavorece a manifestação de microrganismos e confere maior tempo de

conservação do produto. Os valores obtidos para herdabilidade altos de MGB e VCA,

associados ao índice de variação acima de uma unidade, são fortes indícios de sucesso para

um programa de melhoramento genético pra esta característica.

Para a relação SST/ATT, foram observados valores estatísticos significativos para

VCA. A herdabilidade para VCA foi de 71,6%, com índice de variação de 0,92. Para LNS e

MGB, não foram observadas diferenças significativas entre os materiais avaliados. Os valores

de herdabilidade foram 13,18 e 37,8% para LNS e MGB respectivamente. Uma possível

explicação para o fato de uma mesma característica apresentar alta herdabilidade em um

ambiente e baixa em outro pode ser o fato de os fatores externos estarem interferindo em

maior magnitude onde foram verificados baixos valores de herdabilidade. Isso pode ser

constatado verificando se as correlações entre os blocos para SST/ATT. Para LNS, a

correlação entre blocos foi de r = -0,10 e para MGB de r = 0,06. A relação SST/ATT gera

fortes indícios de que é possível obter sucesso na seleção de materiais superiores no que diz

respeito ao balanço açúcar/acidez para utilização em programas de melhoramento genético.

Segundo Chitarra e Chitarra (2005), o sabor dos frutos é avaliado pela relação SST/ATT e

deve-se ao balanço de ácidos e açúcares com relação ao composto total.

Foram também realizadas avaliações de vigor de produção de todos cultivares e

seleção regional utilizados no presente trabalho. Entretanto, devido à grande incidência de

doenças nas plantas avaliadas nos experimentos de LNS e VCA, como a doença do

endurecimento dos frutos, antracnose e morte prematura (vide anexo), estas avaliações só

puderam ser realizadas de forma consistente em MGB. A isso se deve o fato de a entidade de

dados das variáveis PRE, NTF e PMFPT, assim como os respectivos parâmetros genético

estatísticos estimados terem sido abordadas em separado. Pode ser observado na Tabela 5

abaixo os resultados referentes às variáveis PRE, NTF e PMFPT do experimento de MGB.

Page 76: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

75

Tabela 5 - representação das médias de variáveis relacionadas a produção dos cultivares e seleção regional de

maracujazeiros avaliados no município de Mortugaba - BA. Médias seguidas por letras diferentes na mesma linha

representam diferenças estatisticamente significativas (α = 0,05; 0,01).

Variáveis

Tratamentos/Cultivares

RA FB200 SC OV SR FB300 GA p value r

blocos

C.V.

(%)

PRE (t/ha) 21,2a 17,3b 20,4a 8,6c 16,7b 16,5b 15,3b 0,020985 0,55 21,6

NTF 119,7a 100,5a 125,9a 57,2b 79,5b 114,1a 91,9b 0,004082 0,69 17,4

PMFPT (g) 176,9b 173,8b 161,3b 150,3b 209,6a 142,3b 167,7b 0,001228 0, 70 7,9

Variáveis

Parâmetros

σˆ2

f (média) σˆ

2a

(média) σˆ

2g (média) h

2- (média- %)

CI (:parcela) -

%

CVg

(%) Cvg/cve

PRE (t/ha) 16786576.07 4276525.67 12510050.40 74.5 49.37 21.34 1

NTF 593.014021 97.999258 495.014763 83.47 62.74 22.61 1,3

PMFPT 475,30 59,38 415,92 87,51 70,01 12,08 1,53

PRE (t/ha) – produção estimada em toneladas por hectare; NTF – número total de Frutos por planta PMFPT - peso médio

de fruto a partir da produção total; Parâmetros estatísticos: σˆ2

f – variância fenotípica; σˆ2a– variância ambiental; σˆ

2g –

variância genotípica; h2–herdabilidade; CI –correlação intraclasse; CVg – coeficiente de variação genético.

Pode ser observado na tabela acima que os materiais avaliados diferiram

estatisticamente entre si para as três características. Os resultados para a variável PRE

formaram três grupos diferenciados estatisticamente. Os melhores resultados foram obtidos

por RA e SC, com 21,2 e 20,4 toneladas por hectare, diferindo estatisticamente de FB200, SR,

FB300 e GA, que também diferiram estatisticamente de OV (p = 0,020985). Para NTF,

podem ser observados dois clusters, o de melhores resultados formado por SC, RA, FB300 e

FB200 (125,9; 119,7; 114,1; 100,5 respectivamente), diferindo estatisticamente de GA, Sr e

OV (p = 0,004082). Para PMFPT, apenas SR diferiu dos demais (209,6g). Reis de Melo

(2009) avaliando a produção de cultivares e seleções regionais em Pernambuco, obteve

amplitude de produtividade entre 17,52 e 28,49 toneladas por hectare. Diferentemente de

Melo Reis, que utilizou plantio super adensado, com espaçamento de 2,5 metros entre plantas

e entre ruas, o que proporciona um plantio de 1600 plantas por hectare, no presente trabalho

foi utilizado o espaçamento de 2,5 metros entre ruas e 4 metros entre plantas, permitindo

plantio de 1000 plantas por hectare. Os resultados obtidos refletem alto desempenho da

maioria dos cultivares, acima da média de produtividade nacional, que é em torno de 14 t/ha

(IBGE, 2012). É estimado que o potencial produtivo de cultivares melhorados possa atingir

40 a 50 t/ha (Junqueira et al., 2008), o que aparenta ser viável em MGB, região escape de

doenças que acometem de maracujazeiros, visto que com espaçamento que proporciona

menos densidade nos plantios, foram observados valores de produtividade superando aa 20

toneladas por hectare.

Page 77: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

76

Para NTF, Reis de Melo (2009) obteve variações que atingiram amplitude de 69,14 a

109, 35; diferente do presente trabalho, no qual a amplitude foi de 57,2 (OV) a 125,9 (SC).

Esses resultados são condizentes com a literatura. Tanto Viana et al (2003) quanto Reis de

Melo 92009) encontraram diferenças significativas quanto ao número de frutos por planta.

Este último avaliou cultivares em comum com o presente experimento.

No que diz respeito a PMFPT, (amplitude de 142,3 a 209,6) os resultados foram

superiores aios obtidos por Junqueira et al (2003), onde o autor avaliou onze cultivares de

maracujá amarelo (amplitude de 112 g a 140). Em avaliações no recôncavo baiano, lima et al

( 2002) obtiveram resultados de 128 a 151 g. Esses resultados demonstram o grande potencial

de entre os materiais avaliados no que diz respeito a seleção. Isso pode ser confirmado

observando se os parâmetros genético estatísticos na parte inferior da Tabela 5, os quais

corroboram com essa proposição. Os altos valores de herdabilidade obtidos para PRE, NTF e

PMFPT (74,5; 83,47 e 87,51) associados aos índices de variação superiores a uma unidade e

aos valores estatisticamente significativos para PRE, NTF e PMFPT, indicam que existe

variabilidade genética para a herança desses caracteres a ponto de ser realizar seleção com

grandes chances de ganho predito significativo. Segundo Ajmal et al (2009), as estimativas de

herdabilidade geram informações sobre o quão transmissíveis são as características

quantitativas e, portanto são essenciais para o delineamento de estratégias de melhoramento

das culturas.

Embora não tenha sido feita uma comparação direta entre os ambientes, percebe se

que, no contexto geral, a área de plantio de MGB foi a mais estável e permitiu uma avaliação

mais homogênea (com menos interferências externas) dos parâmetros genéticos e sua relações

com os fenótipos e o ambiente. Alguns autores citam como fatores externos que afetam o

desenvolvimento das plantas, entre eles as condições edafoclimáticas, práticas culturais e

ocorrência de patógenos.

Com relação aos três experimentos, ocorrêm doenças de parte aérea em VCA, as quais

são: virose do endurecimento dos frutos e antracnose. Com relação a LNS, podem ser

observados sintomas de vorose do endurecimento dos frutos e ocorre intensamente morte

precoce (vide anexo deste capítulo). Possivelmente a menor interferência de fatores externos

em MGB se deu por se tratar de uma área ‘escape’ de doenças que afetam a passicultura. A

figura 1 abaixo ilustra os três plantios.

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

77

4 CONCLUSÃO

Mediante avaliações de crescimento vegetativo, de características físico-químicas e

produtividade de frutos de cultivares melhorados e seleção regional de maracujazeiros

avaliados nos municípios de Livramento de Nossa Senhora – BA, Mortugaba – BA e Vitória

da Conquista – BA, é possível identificar potenciais fontes para o vigor vegetativo e/ ou

características agronômicas de interesse;

Os parâmetros genético estatísticos, associados ao crescimento vegetativo e a

características físico-químicas dos frutos, estimados a partir de cultivares melhorados e

seleção regional permitiram a identificação de variabilidade potencialmente utilizável para a

integração de características de interesse em cultivares melhorados, inclusive a partir de

métodos de seleção simples para algumas características.

Page 79: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

78

REFERÊNCIAS

AJMAL, U.S.; ZAKIR, N.; MUJAHID, M.Y. Estimation of Genetic Parametres and

Character association in Wheat. J. Agric. Biol. Sci. 1(1): 15-18, 2009.

ALBUQUERQUE, A. S. Seleção de genitores e híbridos em maracujazeiro (Passiflora

edulis Sims). 2001. 90 f. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento)- Universidade

Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2001.

BOX, G.E.P.; COX, D.R. An analysis of transformation. Journal of the Royal Statistical

Society, B, London, v.26, p.211-243, 1964.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução normativa n°01 de 07 de

janeiro de 2000. Diário Oficial da Repúblida Federativa do Brasil, Brasilia-DF, p.54-58,

Seção 1. 2000.

BRITO, Marcos Eric Barbosa et al. Rendimento e qualidade da fruta do maracujazeiro-

amarelo adubado com potássio, esterco de frango e de ovino. Rev. Bras. Frutic., v.27, n.2,

pp. 260-263, 2005.

CAMPOS, G. A.; TEIXEIRA JUNIOR, T.; NOGUEIRA, S. R. Qualidade de frutos de seis

variedades de maracujazeiro azedo produzidas em condições de Cerrado tocantinense.

Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (Embrapa Cerrados), v. 253, p. 1-20, 2009.

CARVALHO, F.I.F.; LORENCETTI, C.; BENIN, G. Estimativas e implicações da

correlação no melhoramento vegetal. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária - UFPel,

2004. 141p.

CÓRDOVA, et al. Características físico-químicas da casca do maracujá amarelo (Passiflora

edulis flavicarpa Degener) obtida por secagem. B. CEPPA. Curitiba. 23, n. 2, 221 – 230,

2005.

CRUZ, C.D. Princípios de genética quantitativa. Viçosa: UFV,

2005. 394p.

Page 80: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

79

CRUZ, CD (2001) Programa Genes: Aplicativo computacional em genética e estatística.

Editora UFV, Viçosa, 648 p.

EDWIN, V. et al. Comparison of different methods for deacidification of clarified passion

fruit juice. Journal of Food Engineering, v.59, p.361-367, 2003.

LINHALES, H. Seleção em famílias de irmãos completos de maracujazeiro amarelo

(Passiflora edulis Sims flavicarpa Deg) no segundo ano de produção. 2007. 84 f. Dissertação

(Mestrado em Fitotecnia - Produção Vegetal) - Universidade Federal de Viçosa.

MELETTI, L.M. & MAIA, M.L. Maracujá: Produção e Comercialização. Campinas,

Instituto Agronômico, 64p, 1996.

MELETTI, L. M. M et al. . Melhoramento genético do maracujá: passado e futuro. In:

FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; BRAGA, M. F. (ed.). Maracujá: germoplasma e

melhoramento genético. Planaltina: EMBRAPA Cerrados, p. 55-78. 2005.

NEGREIROS, J.R. da S et al. Caracterização de frutos de progênies de meios‑ irmãos de

maracujazeiro‑ amarelo em Rio Branco – Acre. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30,

p.431‑ 437, 2008.

OLIVEIRA, J. C. de et al. Aspectos gerais do melhoramento do maracujazeiro. In: São José,

A. R. Maracujá, produção e mercado. Vitória da Conquista: DFZ-UESB, 1994. p. 27-37.

PERES, P. A.; CANTERI, S. M. H. Rendimento da extração de pectina de diferentes

partes da casca do maracujá. V Semana Tecnológica em Alimentos. Ponta Grossa. Centro

de Federação Tecnológica do Paraná. 21-25, 2007.

PIRES et al. Caracterização do Mercado de Maracujá. . In:PIRES, M.M.; SÃO JOSÉ, A.R.;

CONCEIÇÃO, A.O. (Eds.) Maracujá: Avanços Tecnológicos e Sustentabilidade. Ilhéus,

BA: Editus. P 21 – 67, 2011.

REIS de MELO, Filipe de Moura. Caracterização agronômica e molecular de oito genótipos

de maracujá azedo no Agreste Meridional Pernambucano. 2009. 58f. Dissertação (Mestrado

em Agronomia - Melhoramento Genético de Plantas), Universidade Federal Rural de

Pernambuco.

SOUZA, A. C. G. de; SANDI, D. Industrialização. In: BRUCKNER, C.H.; PICANÇO, M.C.

Maracujá: tecnologia de produção, pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco

Continentes, 2001. 472p.

Page 81: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

80

ANEXO

Page 82: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

81

CAPÍTULO 3

VARIABILIDADE GENÉTICA EM CULTIVARES DE MARACUJÁ ‘AMARELO’

EVIDENCIADA POR AMPLIFICAÇÃO COM MARCADORES ISSR E RGA

Allan Silva Pereira1, Leandro Lopes Loguercio

1, Antônio Carlos de Oliveira

2, Ronan Xavier

Corrêa1

1Universidade Estadual de Santa Cruz, Dep. Ciências Biológicas, Lab. de Genética Molecular

Aplicada, Rod. Ilhéus-Itabuna – KM 16, Salobrinho, CEP 45662-900, Ilhéus, Bahia, Brasil

([email protected]; [email protected]) 2Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Dep. Ciências Naturais, Lab. Biologia

Molecular, Estrada do Bem Querer – Km 4, Bem Querer, CEP 45083-900, Vitória da

Conquista, Bahia, Brasil ([email protected]).

RESUMO

Os maracujazeiros podem ser considerados semiperenes e por isso os estudos genéticos

mediante caracteres morfológicos demandam tempo. As ferramentas genético moleculares

proporcionam resultados rápidos poderem não ser necessário esperar o crescimento

vegetativo. Maracujazeiros possuem variabilidade genética a ser conhecida, caracterizada,

protegida, conservada e convenientemente utilizada comercialmente ou em programas de

melhoramento genético. Objetivou-se: (i) avaliara amplificação cruzada de primers RGAs em

maracujazeiro ‘amarelo’e (ii) quantificar a variabilidade genética em cultivares, seleção

regional e silvestres de maracujazeiro ‘amarelo’ mediante marcadores ISSR e RGA. Foram

avaliados 98 indivíduos de maracujazeiros‘, dos cultivares BRS Gigante Amarelo, BRS Ouro

Vermelho, BRS Sol do Cerrado, FB200, FB300, Redondo ‘amarelo’, uma seleção regional de

Livramento de Nossa Senhora – BA e acessos silvestres coletados no estado da Bahia. DNA

destes foram amplificados com primers ISSR e RGA e avaliados quanto à porcentagem de

amplificação, número de amplicons por primer, porcentagem de polimorfismo, amplitude dos

fragmentos em pares de bases e distância genética pelo complemento aritmético do

coeficiente de similaridade de Nei & Li. Dos dez iniciadores ISSR avaliados, 50%

amplificaram, de 12 a 23 regiões por primer com amplitude de 208 a 2296pb, 93,8% de

polimorfismo e distância genética média de 0,49. Para os RGAs, 85% dos primers

amplificaram, foram acessadas de 2 a 27 regiões por primer com amplitude de 160pb a

2400pb e 83% de polimorfismo e distância genética média de 0,35. Os resultados tanto com

ISSR como RGA foram satisfatórios diante das preposições do trabalho. ISSR e RGA são

apresentam potencial para estudos intraespecíficos com maracujazeiro ‘amarelo’, por

possibilitarem o acesso a quantidades satisfatórias de regiões genômicas e existe variabilidade

genética nos cultivares, seleção regional e acessos silvestres de maracujazeiro ‘amarelo’ para

essas regiões, úteis para alargamento da base genética dos programas de melhoramento

genético de maracujazeiros.

Page 83: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

82

Termos para indexação: Passiflora edulis, variedade local, germoplasma, Amplificação

cruzada.

Page 84: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

83

Genetic variability in cultivars of passion 'yellow' evidenced by amplification with ISSR

and RGA markers

ABSTRACT

The passion fruit may be considered half perennial so genetic studies by morphological time

consuming. The molecular genetic tools provide rapid results because it is not necessary to

wait for vegetative growth. Passionfruit have genetic variability known to be characterized,

protected, maintained and properly used commercially or in breeding programs. This study

aimed to: (i) assess cross-amplification primers RGAs in passion fruit and (ii) quantify the

genetic variability in cultivars, selected regional and wild passion fruit by ISSR and RGA. We

evaluated 98 individuals of passionfruit of BRS Gigante Amarelo, BRS Ouro Vermelho, BRS

Sol do Cerrado, FB200, FB300, Redondo' Amarelo cultivars and, a regional selection of

Livramento de Nossa Senhora city – BA State and wild accessions collected in the Bahia

State. DNA samples were amplified with primers ISSR and RGA and evaluated for

percentage of amplification, number of amplicons per primer, percent polymorphism, size

range of the fragments in base pairs and genetic distance by the arithmetic complement of

similarity coefficient of Nei’s similarity coeficient complement. Of the ten ISSR primers

evaluated, 50% amplified 12-23 regions by primer with an size range of 208 to 2296pb,

93.8% of polymorphism and genetic distance average of 0.49. To the RGA primers evaluated,

85% amplified 2-27 regions by primer with an size range of 160pb 2400pb, 83% of

polymorphism and genetic distance average of 0.35. The results with both ISSR and RGA

were satisfactory on the prepositions this work. ISSR and RGA have potential for

intraspecific studies with passion fruit, as they allow access to satisfactory quantities of

genomic regions and genetic variability in the cultivars, selected regional and wild accessions

of passion fruit, useful for broadening the genetic base of programs genetic improvement of

passionfruit.

Index terms: Passiflora edulis, local varieties, germplasm, cross-amplification

Page 85: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

84

1 INTRODUÇÃO

Os maracujazeiros podem ser considerados semiperenes visto que os plantios

produzem por até cinco anos (atingindo alta performance nos três primeiros anos). As

ferramentas moleculares são, então, de grande importância para a otimização de cruzamentos

dirigidos em programas de melhoramento genético, caracterização de materiais já

melhorados, visto que estudos genéticos mediante caracteres morfológicos, como lembram

Borba et al (2005) demandam tempo. As ferramentas genético moleculares proporcionam

resultados rápidos visto que não é necessário esperar o crescimento vegetativo. A

variabilidade genética é a base dos programas de melhoramento genético e estudar a

variabilidade pode resultar na identificação de recursos genéticos de valor para produtividade,

adaptabilidade e resistência (Castro et al., 2008), o que se justifica no caso dos maracujazeiros

por possuírem ampla variabilidade genética a ser conhecida, caracterizada, protegida,

conservada e convenientemente utilizada comercialmente ou em programas de melhoramento

genético (Faleiro et al., 2005a).

Com relação aos maracujazeiros comerciais, Borém & Miranda (2005) ressaltam que

os cultivares comerciais são muito aparentados entre si e um número restrito de genótipos

ocupa grandes plantios, o que é um risco para a agricultura, pois pode causar erosão genética,

tornar a passicultura mais vulnerável à ação de patógenos e afetar significativamente a

produção. Entretanto, para Souza e Meletti (1997) é possível explorar a variabilidade genética

natural do maracujazeiro ‘‘amarelo’’em programas de melhoramento genético obtendo

significativos ganhos genéticos. Em avaliações da diversidade genética realizadas por Reis et

al (2011) em seleções recorrentes de maracujazeiro amarelo provenientes de combinações das

variedades Maguary, Yellow Master e seleções mediante marcadores microssatélites foi

observada elevada heterozigozidade em diferentes loci, passível de ganhos genéticos.

Trabalhos visando entender a variabilidade genética de maracujazeiros comercias

mediante ferramentas moleculares foram realizados nos últimos fazendo uso RAPD (Viana et

al,.2003; Faleiro et al., 2005b; Bellon et al., 2005) AFLP(Devos et al, 2004;Ortiz, et al 2011)

SSR (Reis et al, 2011).

Page 86: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

85

Além dos RAPDs e AFLPs, outras ferramentas multilocos com ampla distribuição no

genoma, tais como os Inter Simple Sequence Repeat (ISSRs) e Resistance Gene analogs

(RGAs) (Leisteret al, 1996; Kanazin et al, 1996 e Yu et al, 1996) são promissores para o

estudo da variabilidade genética em maracujazeiros.Os ISSR são primers que apresentam

repetições di, tri, tetra ou penta nucleotídeos tem sido utilizados por muitos pesquisadores

(Zietkiewicz et al. 1994). Os ISSR ancoram em regiões microssatélites e amplifica a região

entre dois microssatélites que estão em orientações opostas. Os polimorfismos detectados são

gerados por eventos tais como inserções e deleções (Yang et al. 1996).

Segundo Reddy (2002), a técnica combina benefícios das análises de AFLPs e SSRs

com a universalidade dos RAPDs, mantendo se altamente reprodutíveis, por serem sequências

longas de 16 a 25 bases (permitindo anelamento em temperaturas acima dos 40°C). Os RGAs

também são primers longos, geralmente entre 17 a 24 bases (Leisteret al, 1996;Kanazin et al,

1996 e Yu et al, 1996). Diferentemente dos ISSR, a técnica funciona com um par de primers.

Baseiam se na amplificação de regiões polimórficas associadas à resistência a doenças, visto

que são desenhados a partir de regiões altamente conservadas (motifs estruturais) entre táxons

maiores e relacionadas a genes de resistência a patógenos (genes R), o que permite uma

flexibilidade entre diferentes espécies no que tange a amplificação cruzada. Inexistem primers

RGA desenhados a partir de sequências isoladas de espécies do gênero Passiflora SP e até o

presente momento, apenas seis combinações de RGA (S2+As1, S2+As2, S2+As3,

S2+LM637, F1+As2 e S2+R1), indicando que outras combinações de RGAs podem ser

transferidas para maracujazeiros (Paula, 2010).

De acordo com a importância das diferentes ferramentas genético-moleculares para a

cultura do maracujazeiro, no presente estudo objetivou-se: (i) avaliara amplificação cruzada

de primers RGAs em maracujazeiro ‘amarelo’e (ii) quantificar a variabilidade genética em

cultivares, seleção regional e silvestres de maracujazeiro ‘amarelo’ mediante marcadores

ISSR e RGA

Page 87: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

86

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material biológico

Foram avaliados 98 indivíduos de maracujazeiros‘amarelo no presente estudo, dos

cultivares BRS Gigante ‘amarelo’, BRS Ouro Vermelho, BRS Sol do Cerrado, FB200,

FB300, Redondo ‘amarelo’, de uma seleção regional de Livramento de Nossa Senhora – BA e

acessos silvestres coletados no estado da Bahia.

2.2 Obtenção de dados moleculares

As amostras de tecido foliar de cada indivíduo foram coletadas no campo,

transportadas em caixas refrigeradas com gelo e mantidas em ultra freezer (- 80 °C) no

Laboratório de Genética do CBG da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) em

Ilhéus/BA. O DNA genômico foi extraído a partir de 200 mg de cada amostra (Doyle &

Doyle, 1990; Bertoldi et al 2009).

Os 10 primers ISSR e os 15 primers RGA (que geraram 18 combinações aos pares)

que foram utilizados no presente estudo podem ser visualizados na Tabela 1. Os ISSRs foram

desenvolvidos pela University of British Columbia (UBC set nº 9), ao passo que os RGAs

foram desenhados a partir de motifs conservados dos genes de resistência RPS2, N, L6 de

Arabdopsis. Thaliana, Linum usitatissimum Le Nicotianatabacum (Leister et al, 1996; Yu et

al, 1996; Kanazimet al, 1996.) Dentre esses primers testados nas amplificações, foram

selecionados cinco ISSRs e cinco RGAs de com base na quantidade e na consistência dos

fragmentos amplificados, os quais foram utilizados para amplificar todas amostras de DNA de

cada um dos 98 individuos.

Page 88: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

87

Tabela 1 – Descrição dos primers utilizados em maracujazeiro ‘amarelo’

Descrição Sequência: 5’ 3’ TM (°C) Autor

UBC 810 GAGAGAGAGAGAGAGAT 40

A

UBC 811 GAGAGAGAGAGAGAGAC 40

UBC 812 GAGAGAGAGAGAGAGAA 53

UBC 815 CTCTCTCTCTCTCTCTG 53

UBC 825 ACACACACACACACACT 40

UBC 841 GAGAGAGAGAGAGAGAYC 40

UBC 842 GAGAGAGAGAGAGAGAYG 48

UBC 855 ACACACACACACACACYT 40

UBC 866 CTCCTCCTCCTCCTCCTC 40

UBC 884 HBHAGAGAGAGAGAGAG 40

s1 GGT GGG GTT GGG AAG ACA ACG 37

B

s2 GGN GGN GTN GGI AAG ACG AC* 37

as1 CAA CGC TAG TGG CAA TCC 37

as2 IAA IGC IAG IGG IAA ICC 37

as3 IAG IGC IAG IGG IAG ICC 37

NBSf1 GGA ATG GGN GGN GT N GGN AAR AC 37 C

NBSr1 YCT AGT TGT RAY DAT DAY YYT RC 37

LM637 ARI GCT ARI GGI ARI CC 37

D

RGA 1f AGT TTA TAA TTY SAT TGC T 37

RGA 2r CAC ACG GTT TAA AAT TCT CA 37

RGA 5f TGC TAG AAA AGT CTA TGA AG 37

RGA 5r TCA ATC ATT TCT TTG CAC AA 37

RGA 6f AGC CAA AGC CAT CTA CAG T 37

RGA 6r AAC TAC ATT TCT TGC AAG T 37

RGA 8r AGC CAC TTT TGA CAA CTG C 37

*Substituição de I por N; Códigos para as posições degeneradas são: I – inosina; R – A/G; Y, C/T; N=A/G/C/T;

S, G/C; H = A/C/T; B=C/G/T; D = A/G/T. Fonte: A - Laboratório de Biotecnologia da Universidade Columbia

Britânica, coleção nº 9; B - Leister et al, (1996); C - Yu et al, 1996; D -, Kanazimet al, 1996.

Para as reações de amplificação com os primers ISSR e RGA, reações de 15µL

tiveram a seguinte composição: 1,5 µl tampão KCL (10x); 0,9 µl de MgCl2 (25mM); 1,2 µl

(2,5mM) de cada deoxinucleotídeo trifosfato (dNTPs); 40ng de DNA genômico; 0,2 unidades

da enzima Taqpolimerase (Fermentas) e 0,75μl do primer (4μM).

Page 89: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

88

As amplificações com os primers ISSR foram realizadas em um termociclador

GeneAmp® PCR System 9700 com tempo inicial de 5 minutos a 94°C, seguidos de 35 ciclos

[40s a 94ºC, 40s a 40 – 53°C (de acordo com cada primer) e 1min a 72°C], com extensão final

por 5 minutos a 72°C. Com relação aos RGAs, o tempo inicial foi de 5 minutos a 95°C,

seguidos de 35 ciclos [40s a 95ºC, 1min a 37°C e 1,2 min a 72°C], com extensão final por 5

minutos a 72°C.

Os amplicons foram resolvidos e avaliados em gel de agarose 2% submetidos a duas

horas de corrida a 110V ,. Para visualização dos amplicons os géis corados com brometo de

etídeo foram expostos a luz ultra-violeta (UV) e fotodocumentados com software

ImageQuant™ 400.

2.3 Análises dos dados moleculares

Amplicons ISSR e RGA apresentam padrão de herança dominante e por isso foram

avaliados quanto ao padrão de presença ou ausência dos amplicons (1 e 0 respectivamente)

com relação a todos os exemplares avaliados. As distâncias genéticas foram geradas pelo

complemento aritmético do coeficiente de similaridade de Nei & Li (Dice, 1945; Nei & Li,

1979).

Onde:

Dij = dissimilaridade

Sij = Coeficiente de similaridade;

a = número de combinações 1,1;

b = número de combinações 1,0;

c = número de combinações 0,1;

2a 2a + b + c

Dij = 1 – Sij = 1 -

Page 90: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

89

A matriz de dissimilaridade gerada foi utilizada para geração de dendrogramas e

análise de clusters pelo método UPGMA.

Adicionalmente foram gerados dendrogramas com indivíduos dos cultivares RA,

FB200, SC, OV e GA para análise de agrupamento destes nos respectivos cultivares pelo

método UPGMA mediante o uso de marcadores moleculares ISSR e RGA.

As análises estatísticas foram realizadas com auxilio do software Genes, versão

Windows (Cruz, 2001).

Page 91: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

90

3 RESULTADOS

3.1 Amplificação cruzada

Resultados referentes ao número de produtos de amplificação de ISSR e RGA,

tamanhos mínimos e máximos em pares de bases para podem ser observados na Tabela 2

abaixo.

Tabela 2 – Número e tamanho dos produtos de amplicações de x maracujazeiro ‘amarelo’ com os

primers Inter Simples Sequence Repeat (ISSR) e Resistance Genes Analogs (RGA).

Primers Nº amplicons Mín (pb) Máx (pb)

ISSR

UBC 810 17 462 1778

UBC811 23 370 2041

UBC812 22 587 1946

UBC815 23 337 2296

UBC 825 0 0 0

UBC 841 0 0 0

UBC 842 12 208 1452

UBC 855 0 0 0

UBC 866 0 0 0

UBC 884 0 0 0

RGA

s1+as1 14 210 1138

s1+as2 0 0 0

s1+as3 15 302 2000

s1+LM637 27 217 1854

NBSf1+NBSr1 2 318 425

NBSf1 + as1 9 163 1251

NBSf1+as3 3 375 523

NBSf1+LM637 3 360 545

s1+NBSr1 16 314 1933

RGA1f+RGA2r 0 0 0

RGA5f+RGA5r 8 160 1512

RGA6f+RGA6r 13 132 1834

RGA1f+RGA8R 17 450 2454

s2 + as1* 5 671 1199

s2 + as2* 4 880 1357

s2 + as3* 3 474 671

s2 + LM 637* 7 331 861

NBSf1 + as2* 5 792 1895

%PA - -

S = Sim; N = Não; Códigos para as posições degeneradas dos primers RGAs: I, Inosina; R, A/G;

Y, C/T; K, G/T; N, A/G/C/T; D, A/G/T; W, A/C; S, G/C. *controles positivos, não considerados

na porcentagem de amplificação. %PA – porcentagem de primers que amplificaram.

Page 92: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

91

Para os 10 iniciadores ISSR testados, foi observado um percentual de amplificação em

maracujazeiro ‘amarelo’ de 50% para os. Os primers UBC 810, UBC 811, UBC 812, UBC

815 e UBC842 acessaram 17, 23, 22, 23 e 12 regiões genômicas respectivamente. A

amplitude do tamanho dessas regiões foi de 208 a 2296pb para UBC 842 e UBC 815

respectivamente (Tabela 2).

Esses cinco iniciadores amplificaram 97 marcas, sendo 92 marcas polimórficas,

totalizando 93,8 de porcentagem acumulada, destacando se os oligonucleotídeos UBC 810 e

UBC 815, com 100% de polimorfismo cada um (Tabela 3).

Os resultados obtidos para a amplificação cruzada de primers RGAs em

maracujazeiros podem ser visualizados na tabela 2 (acima) nas figuras 1(abaixo) e 4 (anexo).

Figura 1–transferidos para Passiflora edulisSims. Exemplares do cultivar BRS Sol do Cerrado. RGAs: A –

(NBSf1 + NBSr1); B – (s1 + LM637) ; C – (s2 + LM637); D – (NBSf1 + as1); E – (NBSf1 + as2); F –(NBSf1 +

as3); G –(NBSf1 + LM637); H – (s1 + NBSr1).

Para os RGAs, 85% dos primers testados amplificaram em maracujazeiro ‘amarelo’.

As combinações s1+as2 e RGA1f +RGA2r foram as únicas a não apresentarem nenhum

produto de amplificação. Os pares de primers que acessaram menor (2) e maior (27)

quantidade de regiões genômicas foram respectivamente NBSf1+NBSr1 e s1+LM637. A

amplitude de tamanho de produtos de amplificação foi de 160pb (RGA6f+RGA6r) e 2400pb

(RGA1f+RGA8R).

Page 93: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

92

Foram selecionados entre os RGAs os cinco primers que acessaram mais regiões no

genoma e apresentaram melhor visualização no gel (s1+as1 = 14, s1+LM637 = 27, s1+NBSr1

= 17, s1+as3 = 18 e 1f+8r = 17 regiões). Os RGAs selecionados, juntamente com os cinco

ISSR (UBC 810, 811, 812, 815 e 842) foram utilizados em novas PCRs, em 98 indivíduos dos

cultivares, seleção regional e silvestres. Os resultados descritivos quanto aos produtos de

amplificação encontram-se na tabela 3 abaixo.

Tabela 3– Primers ISSR e RGA selecionados amplificados em 98 indivíduos de

acessos de cultivares, seleção regional e silvestres de maracujazeiro ‘amarelo’.

Primers NTB NBP %P

Téc

nic

as

ISSR

UBC 810 17 17 100

UBC 811 23 21 91

UBC 812 22 21 95

UBC 815 23 23 100

UBC 842 12 10 83

Total 5 97 92 93,8*

RGA

s1+as1 14 11 79

s1+LM637 27 27 100

s1+NBSr1 17 12 71

s1+as3 18 15 83

1f+8r 17 14 82

Total 5 93 79 83*

* porcentagem média;Número total de bandas (NTB), número de bandas

polimórficas (NBP), número de bandas exclusivas e porcentagem de polimorfismo.

O total de 97 produtos de amplificação foi obtido para os cinco iniciadores ISSR, com

média de 19,4 amplicons por primer, dos quais 92 foram polimórficos, perfazendo 93,8% de

polimorfismo médio total. Para os primers RGA, o total de 97 produtos de amplificação foi

obtido para os cinco iniciadores (média de 18,6 amplicons por primer), dos quais 79 foram

polimórficos, perfazendo 83% de polimorfismo médio total.

Page 94: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

93

3.2 Distância genética entre indivíduos

A dissimilaridade (dgij) média por acesso de polimorfismo mediante primers ISSR

obtida para os materiais avaliados foi de 0,49 e a amplitude de diferença genética entre os

indivíduos foi de 0.15 (FB300 -66 e GA -81; FB300 -66 e GA -82) a 0.83 (OV -37 e AS -94)

(dados não apresentados devido à extensão da matriz de dissimilaridade – 98L x 98C). A

partir de um total de 4753 comparações aos pares dos 98 indivíduos entre si, pode se verificar

que 701 comparações apresentaram dgij superior a 0,6; totalizando 15% dos pareamentos. A

maior parte das comparações entre os pares para as 92 regiões genômicas polimórficas

acessadas revelou ‘dgij’ baixa a mediana, entre 0,4 e 0,5.

Para os RGA, a dissimilaridade (dgij) média obtida para os materiais avaliados foi de

0,35 e a amplitude de variação entre os indivíduos foi de 0,11 (GA -83 x GA -86) e 0,60 (RA

-7 x FB200 -21) (dados não apresentados devido à extensão da matriz de dissimilaridade –

98L x 98C). A partir de um total de 4753 comparações aos pares dos 98 indivíduos entre si,

pode se verificar que 145 comparações apresentaram ‘dgij’igual ou superiora 0,5; totalizando

3.1% dos pareamentos. A maior parte das comparações entre os pares para as regiões

genômicas polimórficas acessadas revelou dgij baixa, entre 0,2 e 0,4.

Page 95: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

94

4 DISCUSSÃO

4.1 Amplificação cruzada

A avaliação da amplificação de primers ISSR e RGA já descritos na literatura constitui em

uma boa alternativa para estudos genético moleculares aplicados à cultura do maracujazeiro, o

que também foi evidenciado no presente trabalho para maracujazeiro amarelo, visto que tais

primers amostraram grande quntidade de regiões no genoma, com grande amplitude no

tamanho de fragmentos em pares de bases (que facilita a separação destes em gel) e em sua

maioria apresentaram alto polimorfismo (Tabela 3 – apenas os selecionados para etapa

posterior), base de quaisquer estudos de genética molecular. O screening de polimorfismo

molecular em 42 acessos de maracujazeiro mediante iniciadores ISSR foi realizado por Santos

et al (2011), que observou de 4 a 23 bandas por primer, com amplitude de 91 a 100% de

polimorfismo. Reis de Melo (2009), realizando caracterização molecular de cultivares de

maracujazeiro ‘amarelo’, entre elas GA, SC e OV e seleções regionais, testou a amplificação a

partir de primers UBC e obteve 86,6% de amplificação total, diferente dos 93,8% de

polimorfismo do presente trabalho. O autor citado acima encontrou cinco marcas moleculares

com UBC 810 e 11 marcas com UBC 811, 60 e 54,5% de polimorfismo respectivamente.

Sofalian et al (2008), em estudos com primers ISSR aplicados à avaliação da diversidade

genética de trigo verificou que o iniciador UBC 815 acessou 15 regiões para aquela espécie,

com 80% de polimorfismo. Além dos primers UBC 810 e 811 já avaliados por outro autor em

maracujá ‘amarelo’, UBC 812, 815 e 842 mostraram de viáveis para uso em estudos diversos

relacionados a maracujazeiros, pois apresentaram alto polimorfismo (acima de 80%).

O screening de polimorfismo entre oito espécies de maracujazeiros foi realizado por

Paula et al em 2010 e estes autores, mediante uso de seis combinações de primers RGA (S2 +

AS1, S2 + AS2, S2 + AS3, S2+ LM637, NBSF1 + AS2 e S2 + R1). Esses autores

Page 96: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

95

descreveram os RGA como uma eficiente ferramenta para acesso de polimorfismo entre as

espécies estudadas. Diferentemente desses autores, no presente trabalho foi realizado o

screening de polimorfismo intraespecífico em maracujá ‘amarelo’. Os resultados descritos na

Tabela 3 demonstram que os RGA acessam conteúdo polimórfico satisfatório intraespecífico

em maracujá ‘amarelo’, mediante ao menos nove combinações de RGA, que acessaram entre

7 e 27 regiões polimórficas por primer, o que possibilita a execução de pesquisas relacionadas

à variabilidade genética intra específica, seleção de potenciais fontes de resistência a

patógenos e/ ou mapeamento genético de maracujazeiro ‘amarelo’, inclusive pelo fato de que

essas regiões poderem estar associadas a regiões expressas, como demonstram Kanazin et al

(1996).

Os resultados obtidos para os primers RGA para maracujá ‘amarelo’, assim como os

resultados de Paula (2010) reforçam a hipótese levantada por LEISTER et al; KANAZIN et al

e YU et al (1996) (os três trabalhos a descreverem a técnica inicialmente) de que primers

desenhados a partir de motifs conservados (sítios de ligação de nucleotídeo -NBS e repetições

ricas em leucina LRR) pertencentes aos genes de resistência RPS2, N, L6) geram produtos de

amplificação em espécies distintas àquelas das quais as regiões foram isoladas e originaram os

oligonucleotídeos.

Novas combinações de primers RGAs serão testadas em maracujá, com a finalidade

de ampliar os recursos da técnica para maracujazeiros, aumentando a quantidade de loci

polimórficos acessados, possibilitando maior robustez em trabalhos de diversidade e

mapeamento genético.

4.2 Distância genética entre indivíduos

A caracterização da variabilidade genética entre cultivares, seleções e acessos

silvestres de maracujazeiros comerciais constitui se em uma alternativa válida no ponto de

vista prático, visto que alguns autores citam a existência de variabilidade útil a programas de

melhoramento em maracujazeiros comerciais (Meletti et al, 1997; Reis et al, 2011). Como foi

evidenciado no item resultados, a variabilidade genética média entre os maracujazeiros

avaliados foi mediana (0,49) a partir de 5 primers ISSR.

Reis de Melo (2009), avaliando a diversidade entre cultivares de maracujazeiro

‘amarelo’ e seleções regionais mediante primers ISSR encontrou valor de similaridade (dgij –

Page 97: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

96

1) de 64,7% e atribuiu isso a possível baixa variabilidade genética existente entre os materiais

testados. Porém o mesmo autor utilizou o método de Simple Matching, que considera na

comparação entre os pares de indivíduos a dupla ausência de amplicons (0,0) como

similaridade, o que pode ter superestimado a similaridade. Mesmo a dissimilaridade média

observada no presente trabalho ter sido mediana (0,49). Isso não pode ser considerado um

reflexo de baixa variabilidade genética, visto que a amplitude da dissimilaridade genética

(dgij) entre os indivíduos foi de 0.15 (FB300 -66 e GA -81; FB300 -66 e GA -82) a 0.83 (OV -

37 e AS -94). Também apresentaram grandes distâncias genéticas (0.82) os seguintes pares de

genótipos: SC -35 x SR -65, SC -33 x AS -90. Contrastados com a literatura sugerem que os

cultivares lançados pela EMBRAPA em 2008, do Viveiro Flora Brasil, da AGRISTAR DO

BRASIL LTDA, a seleção regional e os acessos silvestres contêm variabilidade genética

intraespecífica interessante tanto para a elevação da variabilidade genética nos plantios

comerciais de maracujazeiros na Bahia (além do incremento da produção), como para a

ampliação da base genética de em programas de melhoramento e consequente lançamento de

novos cultivares, aumentando o desempenho da passicultura nacional.

Para primers RGA, a dissimilaridade genética (dgij) média entre os maracujazeiros

avaliados foi de 0,35. Paula et al (2010) observaram, mediante primers RGA, distâncias

genéticas entre 0,4 A 0,889 para comparações entre espécies de maracujá. Com relação a

dissimilaridade observada em comparações intraespecíficas de maracujazeiro amarelo, tem

sido observado amplitudes: para RAPD de - 0,066 e 0,474 (Faleiro et al, 2005b); 0,091 a

0,496 (Bellon et al, 2007); 0,033 a 0,438 (Castro, 2008); para ISSR de 0,08 a 0.32 (Costa,

20??Éder); para AFLP de 0,065 a 0,496 (Ganga et al, 2004). A amplitude da dissimilaridade

genética (dgij) assistida por primers RGA entre os indivíduos foi de 0,11 (GA -83 x GA -86) e

0,60 (RA -7 x FB200 -21), assim como para o trabalho de PAULA et al (2010) se mostrou

muito expressiva quando contrastada com as demais técnicas na literatura.

Assim como descrito para os marcadores ISSR, os resultados obtidos com os RGAs

citados acima e contrastados com a literatura sugerem que os cultivares lançados pela

EMBRAPA em 2008, do Viveiro Flora Brasil, da AGRISTAR DO BRASIL, a seleção

regional e os acessos silvestres contêm variabilidade genética intraespecífica interessante

tanto para a elevação da variabilidade genética nos plantios comerciais de maracujazeiros na

Bahia (além do incremento da produção), como para a ampliação da base genética de em

programas de melhoramento e consequente lançamento de novos cultivares, aumentando o

desempenho da passicultura nacional.

Page 98: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

97

5 CONCLUSÕES

Os primers ISSR e RGA são apresentam grande potencial para estudos

intraespecíficos com maracujazeiro ‘amarelo’, visto que possibilitam o acesso a quantidades

satisfatórias de regiões genômicas;

Existe variabilidade genética mediante uso de marcadores ISSR e RGA nos cultivares,

seleção regional e acessos silvestres de maracujazeiro ‘amarelo’ para estas regiões genômicas,

úteis para alargamento da base genética dos programas de melhoramento genético de

maracujazeiros.

Page 99: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

98

REFERÊNCIAS

BELLON, G et al. Variabilidade Genética de Acessos Silvestres e Comerciais de Passiflora

edulissims. com Base em Marcadores RAPD. Rev. Bras.Frutic., Jaboticabal, v. 29, n. 1, p.

124-127, 2007.

BORBA, R.S, et al. Dissimilaridade genética de linhagens de

Trichogrammawestwood(Hymenoptera: Trichogrammatidae) através de marcadores

moleculares ISSR. Neotropical Entomology, londrina, v. 34, p.565-569, 2005.

BORÉM, A.; MIRANDA, G. V. Melhoramento de plantas. 4. ed. Viçosa: Editora UFV,

2005. 525 p.

CASTRO, Ana Paula Gomes de et al. Variabilidade Genética de Maracujazeiro obtida em

plantações comerciais do DF com base em marcadores RAPD. In: IX Simpósio Nacional

sobre Cerrado e II Simpósio sobre Savanas Tropicais, 2008, Brasília, 2008.

CRUZ, C.D.; Programa Genes: Aplicativo computacional em genética e estatística. Editora

UFV, Viçosa, 648 p, 2001.

DEVOS et al. Diversidad genética em maracujazeiro-’amarelo’ utilizando marcadores

moleculares fAFLP. RevBrasFrutic26:494–498, 2004.

DOYLE, J.J.; DOYLE, J.L.; Isolation of plant DNA from fresh tissue. Focus 12:13-15, 1990.

FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. Germoplasma e melhoramento

genético do maracujazeiro- Desafios da pesquisa. In: FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.;

BRAGA, M.F.(Ed.). Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Planaltina Distrito

Federal: Embrapa Cerrados, p.187- 210 2005 a.

FALEIRO, F. G et al. Diversidade genética de variedades comerciais de maracujazeiro-azedo

com base em marcadores moleculares. In: IV Reunião Técnica de Pesquisas em

Maracujazeiro, 2005, Planaltina. Faleiro, F.G et al (Ed.). IV Reunião Técnica de Pesquisas

em Maracujazeiro - Trabalhos apresentados. 2005. p. 105-109.

Page 100: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

99

GUIMARÃES, C. T.; MOREIRA, M. A. Genética Molecular aplicada ao melhoramento de

plantas. In: BOREM, A. Melhoramento de espécies cultivadas. Viçosa, MG:UFV, 1999. P.

715-740.

JUNQUEIRA, et al. BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho e BRS Gigante Amarelo:

híbridos de maracujazeiro azedo para sistemas de produção no Cerrado. In: II Encontro da

Sociedade Brasileira de Melhoramento de Plantas Regional DF, 2009, Planaltina, DF.

JUNQUEIRA, N.T.V.; ANJOS, J.R.N.; SILVA, A.P.O.; CHAVES, R.C.; GOMES, A.C.

Reação às doenças e produtividade de onze cultivares de maracujá-azedo cultivadas sem

agrotóxicos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília DF, v. 38, n. 8, p. 1005-1010, 2003.

KANAZIN, V.; MAREK, L.F. & SHOEMAKER, R.C. Resistance genes analogs are

conserved and clustered in soybean. Proceedings of the National Academy of Sciences

USA, v.93, p.11746-11750, 1996.

LEISTER, D et al. A PCR-based approach for isolatingpathogen resistance genes from potato

with potential for wide application in plants.NatureGenetics, v.14, p.421-429, 1996.

MELETTI, L.M. & MAIA, M.L. Maracujá: Produção e Comercialização. Campinas,

InstitutoAgronômico, 64p, 1996.

NEI, M.; LI, W.H. Mathematical model for studying genetic variation in terms of restriction

endonucleases.Proceedings of the National Academy of Science, Missouli, v.76, p. 5269-

5273, 1979.

ORTIZ et al. Evaluating Purple PassionFruit (Passiflora edulissimsF. Edulis). Genetic

Variability in Individuals from Commercial Plantations in Colombia. Genet. Resour. Crop.

Evol., 2011.

PAULA, M. S et al. Caracterização Genética de Espécies de Passiflora por Marcadores

Moleculares Análogos a Genes de Resistência. Rev. Bras. Frutic. v.32, n.1, 2010.

REDDY, M.P.; SARLA, N.; SIDDIQ, E.A. Inter SimpleSequenceRepeat (ISSR)

Polymorphismand its Application in PlantBreeding. Euphytica,128:9–17, 2002.

REIS de MELO, Filipe de Moura. Caracterização agronômica e molecular de oito

genótipos de maracujá azedo no Agreste Meridional Pernambucano. 2009. 58f.

Dissertação (Mestrado em Agronomia - Melhoramento Genético de Plantas), Universidade

Federal Rural de Pernambuco.

Page 101: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

100

REIS, R. V et al. Diversidade genética em seleção recorrente de maracujazeiro amarelo

detectada por marcadores microssatélites. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.46, n.1, p.51-57,

2011.

SANTOS, D. B. dos. Análise multivariada em agrupamento de caracteres morfológicos,

agronômicos e de marcadores moleculares em acessos de maracujazeiro. 2010. 61f.

Dissertação (Mestrado em Pós-Graduação em Ciências Agrárias) - Universidade Federal do

Recôncavo da Bahia.

SANTOS, L. F et al. ISSR Markers as a Tool for the Assessment of Genetic Diversity in

Passiflora. Biochem Genet, 2011.

VIANA, A. P et al. Diversidade genética entre genótipos comerciais de maracujazeiro-

‘amarelo’ (P. edulisf. flavicarpa) e entre espécies de Passifloras nativas determinada por

marcadores RAPD. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal v. 25, n. 3, p.489-493,

2003.

YANG W et al. Comparison of DNA marker technologies in characterizing plant genome

diversity: variability in chinese sorghums. Crop Science 36: 1669-1676, 1996.

YU, Y.G.; BUSS, G.R. & SAGHAI-MAROOF, M.A. Isolation of a superfamily of candidate

disease-resistance genes in soybean based on a conserved nucleotide-binding site.

Proceedings of the National Academy of Sciences USA, v.93, p.11751-11756, 1996.

ZIETKIEWICZ, E. et al.Genome fingerprinting by Simple Sequence Repeat ( SSR)-anchored

polymerase chain reaction amplification. Genomics 20: 173-183, 1994.

Page 102: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

101

ANEXO

Figura – amplificação cruzada de: I = RGA s1 +as1 em exemplares da seleção regional de Livramento de

Nossa Senhora; II = A - RGA s2 +as2, B – s2 + as3, s2 + as 1, 5f + 5r, 6f + 6r em exemplares de FB200,

Ouro Vermelho e Seleção Regional de Livramento de Nossa Senhora para os cinco primers (da esquerda

I

II

III

Page 103: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

102

para a direita) e III = ‘A’ - RGA8f+RGA8r ,’B’ - RGA1f+RGA2r, ‘C’- s1+as2, ‘D’ - s1+as3 e ‘E’ -

RGA1f+RGA8r em exemplares de FB200, Ouro Vermelho e Seleção Regional.

REFERÊNCIAS GERAIS

AGROSOFT BRASIL. Cooperativa do Mato Grosso aprova híbridos de maracujá da

Embrapa. Agrosoft Brasil, 2009. Disponível em: www.agrosoft.org.br/agropag/211093.htm.

Acesso em 10 jan. 2010.

AJMAL, U.S.; ZAKIR, N.; MUJAHID, M.Y. Estimation of Genetic Parametres and

Character association in Wheat. J. Agric. Biol. Sci. 1(1): 15-18, 2009.

ALBUQUERQUE, A. S. Seleção de genitores e híbridos em maracujazeiro (Passiflora

edulis Sims). 2001. 90 f. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento)- Universidade

Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2001.

ALEXANDRE, R.S et al. Germinação de sementes de genótipos de maracujazeiro. Pesq.

Agropec. Bras., Brasília, v.39, n.12, p.1239-1245, 2004.

ANSELMO, R.M.; JUNQUEIRA N.T.V. Doenças de Maracujá-doce (Passiflora alata

Dryander) em pós-colheita. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIA, 30.

1997, Poços de Caldas-MG. Fitopatologia brasileira, Brasília, v.22, suplemento, 1997.

ANDRIGUETO, J.R.; KOSOSKI, A.R. & OLIVEIRA, D.A. Maracujá no contexto do

desenvolvimento e conquistas da produção integrada de frutas no Brasil. In: FALEIRO, F.G.;

JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. (Eds.) Maracujá: germoplasma e melhoramento

genético. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, p.509-556, 2005.

BANCO DE DADOS AGREGADOS DO SISTEMA INSTITUTO BRASILEIRO DE

GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA – SIDRA.

Disponível em: <http:// www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pam/>. – Acesso em: 09 mar.

2010.

BERNACCI, L. C. Passifloraceae. In: WANDERLEY, M.. L.; SHEPHERD, G. J.;

GIULIETT, A. M.; MELHEM, T. S. (Coord.). Flora Fanerogâmica do Estado de São

Paulo. São Paulo: FAPESP, v. 3, p. 247 – 248, 2003.

BERNACCI, L.C. et al. Passifl ora edulis Sims: the correct taxonomic way to cite the

yellow passion fruit (and of others colors). Revista Brasileira de Fruticultura, v.30,

n.2, p. 566-576, 2008.

Page 104: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

103

BELLON, G et al. Variabilidade Genética de Acessos Silvestres e Comerciais de Passiflora

edulissims. com Base em Marcadores RAPD. Rev. Bras.Frutic., Jaboticabal, v. 29, n. 1, p.

124-127, 2007.

BLAIR, M.W., O. PANAUD AND S.R. MC COUCH. Inter- simple sequence repeat (ISSR)

amplification for analysis of micro-satellite motif frequency and fingerprinting in rice (Oryza

sativa L.). Theor. Appl. Genet., 98: 780–92, 1999.

BRIGNANI, F.N. Produção integrada de maracujá. Biológico, São Paulo, v.64, n.2, p.195-

197, jul./dez., 2002.

BORBA, R.S, et al. Dissimilaridade genética de linhagens de

Trichogrammawestwood(Hymenoptera: Trichogrammatidae) através de marcadores

moleculares ISSR. Neotropical Entomology, londrina, v. 34, p.565-569, 2005.

BORÉM, A.; MIRANDA, G. V. Melhoramento de plantas. 4. ed. Viçosa: Editora UFV,

2005. 525 p.

BOX, G.E.P.; COX, D.R. An analysis of transformation. Journal of the Royal Statistical

Society, B, London, v.26, p.211-243, 1964.

BRANTESTAM, A.K et al. Inter-simple sequence repeat analysis of genetic diversity and

relationship in cultivated barley of Nordic and Baltic origin. Hereditas, 141: 186–92, 2004

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução normativa n°01 de 07 de

janeiro de 2000. Diário Oficial da Repúblida Federativa do Brasil, Brasilia-DF, p.54-58,

Seção 1. 2000.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de

sementes. Secretaria de Defesa Agropecuária. – Brasília : Mapa/ACS, 2009. 399 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Legislação brasileira sobre

proteção de cultivares. Brasília: MA/SDR/SNPC, 2008. 72p.

BRIGNANI, F.N. Produção integrada de maracujá. Biológico, São Paulo, v.64, n.2, p.195-

197, jul./dez., 2002.

Page 105: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

104

BRITO, Marcos Eric Barbosa et al. Rendimento e qualidade da fruta do maracujazeiro-

amarelo adubado com potássio, esterco de frango e de ovino. Rev. Bras. Frutic., v.27, n.2,

pp. 260-263, 2005.

BRONDANI, C.; BRONDANI, R.P.V.; RANGEL, P.H.N. Utilização de marcadores

moleculares em programas de ampliação da base genética de espécies cultivadas. Santo

Antônio de Goiás: Embrapa, 2003 (Série Documentos Número 155).

BRUCKNER, C.H. Perspectivas do melhoramento genético do maracujazeiro. Maracujá:

temas selecionados. Porto Alegre: Cinco Continentes Editora, 1997. p. 25-46.

BRUCKNER, C.H.; MELETT, L.M.M.; OTONI, W.C. e JUNIOR, F.M.Z. Maracujazeiro.

In: BRUCKNER, C.H. Melhoramento de Fruteiras Tropicais. Viçosa: UFV, 2002. p. 373-409.

CAMPOS, G. A.; TEIXEIRA JUNIOR, T.; NOGUEIRA, S. R. Qualidade de frutos de seis

variedades de maracujazeiro azedo produzidas em condições de Cerrado tocantinense.

Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (Embrapa Cerrados), v. 253, p. 1-20, 2009.

CARVALHO, F.I.F.; LORENCETTI, C.; BENIN, G. Estimativas e implicações da

correlação no melhoramento vegetal. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária - UFPel,

141p, 2004.

CASTRO, A.P.G et al. Variabilidade genética de maracujazeiro obtido em plantações

comerciais do Distrito Federal com base em marcadores RAPD. In: IX Simpósio Nacional

sobre o Cerrado e II Simpósio Internacional sobre Savanas Tropicais. Brasília - DF,

2008.

CENTRO DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DOS CERRADOS – CPAC. Disponível em:

http://www.cpac.embrapa.br/ivrtpm/importmaracuja.html - Acesso em 28 de julho de 2008.

CUNHA, M. A. P.; BARBOSA, L. V.; JUNQUEIRA, N. T. V. Espécies de maracujazeiro. In:

LIMA, A. A. (Ed.). Maracujá Produção: aspectos técnicos. Brasília, DF: Embrapa

Informação Tecnológica, 2002. 104 p. (Embrapa Informação Tecnológica. Frutas do Brasil;

15).

CERQUEIRA-SILVA et al. Genetic diversity of yellow passion fruit (Passiflora edulis Sims)

based on RAPD markers. Crop Breeding and Applied Biotechnology, v. 10, p. 154-159, 2010.

COLIN, J. DAVIDSON et al. ISSR Genotyping Of Endangered Plants Using An

Optimized Workflow On The Applied Biosystems 3500xL Genetic Analyzer. Plant and

Animal Genome Conference XVIII, San Diego – CA, 2010.

Page 106: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

105

CÓRDOVA, et al. Características físico-químicas da casca do maracujá amarelo (Passiflora

edulis flavicarpa Degener) obtida por secagem. B. CEPPA. Curitiba. 23, n. 2, 221 – 230,

2005.

COSTA EG et al. Crescimento inicial do maracujazeiro amarelo sob diferentes tipos e níveis

de salinidade da água de irrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental

(Online),. 9: 242-247, 2005.

COSTA ZVB, et al. Crescimento Vegetativo do Maracujazeiro-Amarelo em Diferentes Tipos

e Dosagens de Biofertilizantes na Forma Líquida. Revista Verde, 3: 116-122, 2008.

CRUZ, C.D.; Programa Genes: Aplicativo computacional em genética e estatística. Editora

UFV, Viçosa, 648 p, 2001.

CRUZ, C.D. Princípios de genética quantitativa. Viçosa: UFV, 2005. 394p.

CRUZ, C. D.; CARNEIRO, P. C. S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento

genético. Viçosa, MG: UFV, 579 p. v. 2, 2007.

CRUZ, C. D. Programa Genes - Estatística Experimental e Matrizes. 1. ed. Viçosa:

Editora UFV, v. 1. 285 p, 2006.

DEVOS et al. Diversidad genética em maracujazeiro-’amarelo’ utilizando marcadores

moleculares fAFLP. RevBrasFrutic26:494–498, 2004.

DIAZ, V.; FERRER, E. Genetic variation of populations of Pinus oocarpa revealed by

resistance gene analog polymorphism (RGAP). Genome, v. 3, p. 404-410, 2003.

DOYLE, J.J.; DOYLE, J.L.; Isolation of plant DNA from fresh tissue. Focus 12:13-15, 1990.

EDMOND, J.B. & DRAPALA, W.J. The effects of temperature, sand and soil, and acetone

on germination of okra seed. Proceedings of the American Society for Horticultural

Science 71:428-434, 1958.

EDWIN, V. et al. Comparison of different methods for deacidification of clarified passion

fruit juice. Journal of Food Engineering, v.59, p.361-367, 2003.

Page 107: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

106

FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. Germoplasma e melhoramento

genético do maracujazeiro- Desafios da pesquisa. In: FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.;

BRAGA, M.F.(Ed.). Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Planaltina Distrito

Federal: Embrapa Cerrados, p.187- 210 2005 a.

FALEIRO, F. G et al. Diversidade genética de variedades comerciais de maracujazeiro-azedo

com base em marcadores moleculares. In: IV Reunião Técnica de Pesquisas em

Maracujazeiro, 2005, Planaltina. Faleiro, F.G et al (Ed.). IV Reunião Técnica de Pesquisas

em Maracujazeiro - Trabalhos apresentados. 2005. p. 105-109b.

FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. Maracujá: demandas para a

pesquisa. Planaltina,DF: Embrapa Cerrados. 54p, 2006.

FALEIRO, F.G.; FARIAS NETO, A.L.; RIBEIRO JÚNIOR, W.Q. (Eds.) Livros e cultivares

apresentados no II Encontro da Sociedade Brasileira de Melhoramento de Plantas Regional

DF. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2008. p. 46-47.

FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. Pesquisa e desenvolvimento do

maracujá. In: ALBUQUERQUE, A.C.S.; SILVA, R.C.; (Eds.). Agricultura Tropical:

Quatro Décadas de Inovações Tecnológicas, Institucionais e Políticas. 1 ed. Brasília:

Embrapa, 2008b. p. 411-416.

FERREIRA, M.E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares

em análise genética. 3. ed. Brasília: EMBRAPA-CENARGEN, 1998. p. 79 – 82

FLOR H.H. Inheritance of reaction to rust in flax. J. Agric. Res., v. 74, p. 241-262, 1947.

FOSATE, L.C. Ecofisiologia da Germinação das Sementes em Populações de Ocotea

puberula (Rich.) Ness, Prunus sellowii Koehne e Piptocarpha angustifolia Dusén Ex

Malme. Curitiba, 2007. 193f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais), Universidade Federal

do Paraná.

GALO, L. Nova variedade de maracujá resistente a virose. Frutas Benassi, 2008. Disponível

em: http://www.benassisp.com.br/noticias/novo_maracuja.htm#. Acesso em 10 mar. 2010.

GUIMARÃES, C. T.; MOREIRA, M. A. Genética Molecular aplicada ao melhoramento de

plantas. In: BOREM, A. Melhoramento de espécies cultivadas. Viçosa, MG:UFV, 1999. P.

715-740.

Page 108: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

107

IBGE. Banco de Dados Agregados. Sistema IBGE de Recuperação Automática -SIDRA.

Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/default.asp?z=t&o=11&i=P – Acesso

em: 05 fev. 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS – IBRAF. Disponível em:

http://www.ibraf.org.br/x-es/f-esta.html - Acesso em 28 de julho de 2008.

ITI Tropicals. Disponível em: <www.passionfruitjuice.com> Acesso em 24 de agosto de

2011.

ITI Tropicals. Passion Fruit Tropical Juice Products, 2012 Disponível em-

http://www.ititropicals.com/passion-fruit-puree - acesso em: 21 nov. 2011.

KANAZIN, V.; MAREK, L.F. & SHOEMAKER, R.C. Resistance genes analogs are

conserved and clustered in soybean. Proceedings of the National Academy of Sciences

USA, v.93, p.11746-11750, 1996.

KANTETY, R.V et al. Assesment of genetic diversity in dent and popcorn (Zea mays L.)

inbred lines using inter simple sequence repeat (ISSR) amplification. Mol. Breeding, 1: 365–

73, 1995.

KEMPTORNE, O. An introduction to genetic statistics. Ames: Iowa State University Press,

1969. 545p.

KITAJIMA, E.W.; CHAGAS, C.M.; CRESTANI, O.A. Enfermidades de etiologia viral e

associadas a organismos do tipo micoplasma em maracujazeiros no Brasil. Fitopatologia

Brasileira, Brasília, v. 11, p. 409-432, 1986.

LABOURIAU, L.G. A germinação das sementes. Série de Biologia, Monografia 24.

Organização dos Estados Americanos. Programa Regional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico, 1983. 174p.

LACERDA, M.A.D.; ROGÉRIO LACERDA, R.D. & ASSIS, P.C.O. A participação da

fruticultura no agronegócio brasileiro. Revista de Biologia e Ciências da Terra. v. 4, n.1.

2004.

LEISTER, D et al. A PCR-based approach for isolatingpathogen resistance genes from potato

with potential for wide application in plants.Nature Genetics, v.14, p.421-429, 1996.

Page 109: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

108

LIMA, AA.; CALDAS, RC.; SANTOS, VS. GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO DE

ESPÉCIES DE MARACUJÁ. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal, v. 28, n. 1, p. 125-127, 2006.

LIMA, A.A.; CARDOSO, C.E.L. Por que plantar maracujá?. 2006. Artigo em Hypertexto.

Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/Maracuja/index.htm>. Acesso

em: 21/10/2007.

LIMA et al. Germinação de sementes e crescimento de maracujá em diferentes concentrações

do ácido giberélico, tempos de imersão e condições experimentais. Revista Brasileira de

Agrociência, Pelotas, v.15, n.1-4, p.43-48, 2009.

LINHALES, H. Seleção em famílias de irmãos completos de maracujazeiro amarelo

(Passiflora edulis Sims flavicarpa Deg) no segundo ano de produção. 2007. 84 f. Dissertação

(Mestrado em Fitotecnia - Produção Vegetal) - Universidade Federal de Viçosa.

LOPES, J.C, e t al. Germinação e vigor de plantas de maracujazeiro ‘amarelo’ em diferentes

estádios de maturação do fruto, arilo e substrato. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.31,

p.1340-1346, 2007.

MABUNDZA, R.M., P.K. WAHOME AND M.T. MASARIRAMBI, 2010. Effects of

different pre-germination treatment methods on the germination of passion (Passiflora edulis)

seeds. J. Agric. Soc. Sci., 6: 57–60

MACHADO MD, et al . Teste de competição de genótipos de maracujazeiro. In: Jornada

Científica da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cruz das Almas. EMBRAPA

MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL v. 3, 2009.

MACIEL, N; BAUTISTA, D. T. Efectos de la luz sobre la germinación de la parchita.

Agronomía Tropical, v. 47, n. 4, p. 397 - 408 ISSN 0002-192X. Venezuela, 1997.

MACIEL, P. I. N. Efecto de la luz sobre la germinación de Passiflora mixta L. y P.

quadrangularis L. In: 6º SBMaracujá. Campos, 2003.

MALUF, A.M. Estudo da herdabilidade da capacidade germinativa e da dormência de

sementes de Senna multifuga. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.28, p.1417-1423, 1993.

MARTINS, CM. Qualidade Fisiológica de Sementes de Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.

e Passiflora alata Curtis influenciada pelo tegumento e arilo. Seropédica, 2005. 127f.

Dissertação (Mestrado em Fitotecnia), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Page 110: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

109

MELETTI, L.M. & MAIA, M.L. Maracujá: Produção e Comercialização. Campinas,

Instituto Agronômico, 64p, 1996.

MELETTI, L.M.M, et al. Novas tecnologias melhoram a produção de mudas de maracujá. O

Agronômico, v.54, p.30-33, 2002.

MELETTI, L. M. M et al. . Melhoramento genético do maracujá: passado e futuro. In:

FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; BRAGA, M. F. (ed.). Maracujá: germoplasma e

melhoramento genético. Planaltina: EMBRAPA Cerrados, p. 55-78. 2005.

MELETTI, L.M.M.; SANTOS, R.R.; MINAMI, K. Melhoramento do maracujazeiro amarelo:

Obtenção do ‘Composto IAC-27’. Scientia Agricola, v. 56, p. 491-498, 2000.

MELETTI, L. M. M. Maracujá: produção e comercialização. Campinas: Instituto

Agronômico. 64 p. (Boletim técnico, 181) , 1999.

MELO, A.L.; OLIVEIRA, J.C.; VIEIRA, R.D. Superação de dormência em sementes de

Passiflora nitida H. B. K. com hidróxido de cálcio, ácido sulfúrico e ácido giberélico. Revista

Brasileira de Fruticultura, v.22, p.260-263, 2000.

MILLER RNet al. Analysis of non-TIR NBS-LRR resistance gene analogs is Musa

acuminata Colla: Isolation, RFLP marker development, and physical mapping. BMC Plant

Biol., v. 8. doi: 10.1186/1471-2229-8-15, 2008.

MONTEIRO, C.A. et al. Da desnutrição para a obesidade: a transição nutricional no Brasil.

In: MONTEIRO, C.A. (Ed). Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e

suas doenças. São Paulo: HUCITEC/USP, 1995.

MONTEIRO, C.A. et al. Secular changes in dietary patterns in the metropolitan areas of

Brazil (1988-1996). Rev. Saúde Pública, [S.I.], v.34, n.3, p.251-258, 2000.

NAGOAKA, T. AND Y. OGIHARA. Applicability of inter- simple sequence repeat

polymorphisms in wheat for use as DNA markers in comparison to RFLP and RAPD

markers. Theor. Appl. Genet., 94: 597–602, 1997.

NEGREIROS, J.R. da S et al. Caracterização de frutos de progênies de meios‑ irmãos de

maracujazeiro‑ amarelo em Rio Branco – Acre. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30,

p.431‑ 437, 2008.

Page 111: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

110

NEGREIROS et al, Influência do Estádio de Maturação e do Armazenamento Pós colheita Na

Germinação e Desenvolvimento Inicial do Maracujazeiro amarelo. Rev. Bras. Fruticultura,

Jaboticabal - SP, v. 28, n. 1, p. 21-24, 2006.

NEI, M.; LI, W.H. Mathematical model for studying genetic variation in terms of restriction

endonucleases.Proceedings of the National Academy of Science, Missouli, v.76, p. 5269-

5273, 1979.

OLIVEIRA, J. C. de et al. Aspectos gerais do melhoramento do maracujazeiro. In: São José,

A. R. Maracujá, produção e mercado. Vitória da Conquista: DFZ-UESB, 1994. p. 27-37.

OLIVEIRA J.R, M.E.; MANICA, I. PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE FRUTAS

NO ANO DE 2005. Toda Fruta. 2006 – Disponível em:

http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=14442 - Acessado em

30 de janeiro de 2011.

OLIVEIRA, Maria do Socorro Padilha de, et al. Parâmetros genéticos para caracteres

germinativos em progênies de açaizeiro promissoras para palmito. Boletim de pesquisa

florestal - Unidade Regional de Pesquisa Floresta, Colombo, PR, n. 46, p. 105-113, 2003.

OLIVEIRA, J.C.; RUGGIERO, C. Espécies de maracujá com potencial agronômico. In:

FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. (Eds.) Maracujá: germoplasma e

melhoramento genético. p. 143 - 158. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2005.

ORTIZ et al. Evaluating Purple PassionFruit (Passiflora edulissimsF. Edulis). Genetic

Variability in Individuals from Commercial Plantations in Colombia. Genet. Resour. Crop.

Evol., 2011.

OSIPI, E.A.F.; NAKAGAWA, J. Efeito da temperatura na avaliação da qualidade fisiológica

de sementes do maracujá-doce (Passiflora alata Dryander). Revista Brasileira de

Fruticultura, v.27, n.1, p.179-181, 2005.

PAN, Q et al. Comparative genetics of nucleotide binding site-leucine rich repeat

resistance gene homologues in the genomes of two dicotyledons: Tomato and

Arabidopsis. Genetics, May 1, 2000; 155(1): 309 - 322.

PAULA, M. S et al. Caracterização Genética de Espécies de Passiflora por Marcadores

Moleculares Análogos a Genes de Resistência. Rev. Bras. Frutic. v.32, n.1, 2010.

Page 112: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

111

PERES, P. A.; CANTERI, S. M. H. Rendimento da extração de pectina de diferentes

partes da casca do maracujá. V Semana Tecnológica em Alimentos. Ponta Grossa. Centro

de Federação Tecnológica do Paraná. 21-25, 2007.

PEREIRA, T. S.; ANDRADE, A. C. S. Germinação de Psidium guajava L. e Passiflora

edulis Sims – Efeito da temperatura, substrato e morfologia do desenvolvimento pós-seminal.

Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.16, n.1, p.58-62, 1994.

PIRES et al. Caracterização do Mercado de Maracujá. . In:PIRES, M.M.; SÃO JOSÉ, A.R.;

CONCEIÇÃO, A.O. (Eds.) Maracujá: Avanços Tecnológicos e Sustentabilidade. Ilhéus,

BA: Editus. P 21 – 67, 2011.

POPINIGIS, F. Fisiologia de sementes. Brasília: AGIPLAN, 1985. 289p.

PRETE, C.E.C.; GUERRA, E.P. Qualidade fisiológica das sementes. In: DESTRO, D.;

MONTALVÁN, R. (Org.). Melhoramento genético de plantas. Londrina: UEL, p.661-676,

1999.

QUIRINO, T. R.; Agricultura e meio ambiente: tendência. In: SILVEIRA, M. A. da;

VILELA, S. L. O. Globalização e sustentabilidade da agricultura. Jaguariúna: CNPMA,

1998. Cap. 6, p. 109-138. (CNPMA. Documento, 15).

REDDY, M.P.; SARLA, N.; SIDDIQ, E.A. Inter SimpleSequenceRepeat (ISSR)

Polymorphismand its Application in PlantBreeding. Euphytica,128:9–17, 2002.

REDIG, M. S. F, et al.. Germinação de sementes e estimativas de parâmetros genéticos de

pimenta-de-macaco. Horticultura Brasileira, v. 21, p. 1-4, 2003.

REIS de MELO, Filipe de Moura. Caracterização agronômica e molecular de oito

genótipos de maracujá azedo no Agreste Meridional Pernambucano. 2009. 58f.

Dissertação (Mestrado em Agronomia - Melhoramento Genético de Plantas), Universidade

Federal Rural de Pernambuco.

REIS, R. V et al. Diversidade genética em seleção recorrente de maracujazeiro amarelo

detectada por marcadores microssatélites. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.46, n.1, p.51-57,

2011.

ROMMENS, C.M.; KISHORE, G.M. Exploiting the full potential of disease-resistance genes

for agricultural use. Current Opinion Biotechnol., v.11, p. 120-25, 2000.

Page 113: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

112

SÁNCHEZ DE LA HOZ et al. Simple sequence repeat primers used in polymerase chain

reaction amplifications to study genetic diversity in barley. Genome 39:112–117, 1996.

SANTANA, D. G.; RANAL, M. A.. Análise estatística na germinação. Revista Brasileira de

Fisiologia Vegetal, Brasília-DF, v. 12, n. Especial, p. 205-237, 2000.

SANTOS, C.A.C dos, et al. Crescimento inicial de plantas de maracujazeiro amarelo

submetidas à gigerelina. Comunicata Scientiae 1: 29-34, 2010.

SANTOS, D. B. dos. Análise multivariada em agrupamento de caracteres morfológicos,

agronômicos e de marcadores moleculares em acessos de maracujazeiro. 2010. 61f.

Dissertação (Mestrado em Pós-Graduação em Ciências Agrárias) - Universidade Federal do

Recôncavo da Bahia.

SANTOS, L. F et al. ISSR Markers as a Tool for the Assessment of Genetic Diversity in

Passiflora. Biochem Genet, 2011.

SANTOS, M.C, et al. Efeito da temperatura e do substrato na germinação de sementes de

maracujá (Passiflora edulis Sims. var. flavicarpa Deg.). Revista Brasileira de Sementes,

v.21, n.1, p.1-6, 1999.

SANTOS, M.R.A, et al. Estudos sobre superação de dormência em sementes de Smilax

japecanga Grisebach. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 27, n. 2, p. 319-324, mar./abr.

2003.

SCHEJBEL, B, JENSEN, L.B., XING, Y., ASP, T., LÜBBERSTEDT, T. Mapping of QTL

for powdery mildew resistance and resistance gene analogues in perennial ryegrass. Plant

Breeding, v. 127, p. 368-375, 2008.

SOUZA, A. C. G. de; SANDI, D. Industrialização. In: BRUCKNER, C.H.; PICANÇO, M.C.

Maracujá: tecnologia de produção, pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco

Continentes, 2001. 472p.

SOUZA, J.S.I. & MELETTI, L.M. Maracujá: espécies, variedades, cultivo. Piracicaba:

Fundação Estudos Agrários Luiz de Queiroz, 1997. 179p.

STENZEL, N.M.C.; SERA, T. Melhoramento genético de maracujá-amarelo (Passiflora

edulis f. flavicarpa) no Paraná. In: REUNIÃO TÉCNICA DE PESQUISA EM

MARACUJAZEIRO, 2., 1999, Londrina. Anais. Londrina: IAPAR-SBF, 1999, p. 81.

Page 114: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

113

TEKRONY, M.D.; EGLI, D.B. Relationship of seed vigour to crop yield: a review. Crop

Science, v.31, p.816-822, 1991.

THIRUMALAIANDI, R et al .Cloning and characterization of resistance gene analogs from

under-exploited plant species. Electron. J. Biotechnol., v. 11, 2008.

TIMMERMAN-VAUGHAN, G.M.; FREW, T.J. and WEEDEN, N.F. Characterization and

linkage mapping of R-gene analogous DNA sequences in pea (Pisum sativum L.). Theor.

Appl. Genetics, v. 101, p. 241-247, 2000.

VALADARES, Jane; PAULA, Rinaldo César de. Temperaturas para germinação de sementes

de Poecilanthe parviflora Bentham (Fabaceae - Faboideae). Rev. bras. sementes, Londrina,

v. 30, n. 2, 2008.

VASCONCELLOS, M.A.; BRANDÃO FILHO, J.U.T. & VIEITES, R.L. Maracujá-doce. In:

BRUCNER, C.H.; PICANÇO, M.C. (Eds). Maracujá: tecnologia de produção, pós-

colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco Continentes. p. 71-83, 2001.

VIANA, A. P et al. Diversidade genética entre genótipos comerciais de maracujazeiro-

‘amarelo’ (P. edulisf. flavicarpa) e entre espécies de Passifloras nativas determinada por

marcadores RAPD. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal v. 25, n. 3, p.489-493,

2003.

VIEIRA, M. L. C.; CARNEIRO, M. C. Passiflora spp. Passionfruit. In: LITZ, R. (Ed).

Biotechnology of fruit and nut crops. Oxford: CABI, p. 436-453, 2004.

YANG W et al. Comparison of DNA marker technologies in characterizing plant genome

diversity: variability in chinese sorghums. Crop Science 36: 1669-1676, 1996.

YU, Y.G.; BUSS, G.R. & SAGHAI-MAROOF, M.A. Isolation of a superfamily of candidate

disease-resistance genes in soybean based on a conserved nucleotide-binding site.

Proceedings of the National Academy of Sciences USA, v.93, p.11751-11756, 1996.

ZIETKIEWICZ, E. et al.Genome fingerprinting by Simple Sequence Repeat ( SSR)-anchored

polymerase chain reaction amplification. Genomics 20: 173-183, 1994.

______. Diet Nutrition and the Prevention of chronic diseases: report of a joint WORLD

HEALTH ORGANIZATION /FAO expert consultation. Geneva, 2003a. (WHO Technical

Report Series, 916).

Page 115: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ALLAN SILVA PEREIRAnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/DISSERTAÇÃO... · 2018-11-01 · épocas remotas. Capítulo 13, IV Reunião Técnica

114

______. Guia alimentar para a população brasileira. MINISTÉRIO DA SAÚDE: Secretaria de

Atenção à Saúde Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Brasília, 2005.