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Cardiopatias Congênitas Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Medicina e Enfermagem Curso de Medicina MED 102 – Bases Morfofuncionais da Medicina 2 Monitor: Leonardo Vasconcelos Barros Orientador: Vanderson Antônio Esperidião

Cardiopatias congênitas

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  • 1. Universidade Federal de ViosaCentro de Cincias Biolgicas e da SadeDepartamento de Medicina e EnfermagemCurso de MedicinaMED 102 Bases Morfofuncionais da Medicina 2Monitor: Leonardo Vasconcelos BarrosOrientador: Vanderson Antnio Esperidio

2. Plano de Apresentao Reviso da embriologia do sistema cardiovascular; Defeitos do septo atrial; Defeitos do septo ventricular; Transposio das grandes artrias; Tronco arterial persistente; Tetralogia de Fallot; Ducto arterioso persistente; Sndrome do corao esquerdo hipoplsico; Coarctao da aorta; Dextrocardia e Situs inversus Bibliografia 3. O Desenvolvimento Embriolgico do Corao 18 dias 4. 20 24 dias 5. Alongamento,dilatao econstrio dotubo.Epicrdioderivado declulas do seiovenoso 6. Septao do Canal AtrioventricularFinal da 4 semana 7. Septao do trio 8. Septao do VentrculoPoro membrancea:origem dos coxinsendocrdicos e poromuscular do ventrculo .Fusiona com o septoaorticopulmonar,comunicando VE comaorta e VD com troncopulmonar. 9. Resumindo Ateno! 10. Abordagem ao Paciente comCardiopatia Congnita Ocorrncia: 0,5 0,8% dos nascidos vivos, 3 - 4% denatimortos, 10 25% de abortos espontneos e 2% deprematuros. Diagnstico em at 1 semana de vida para 50%. Ainda a principal causa de morte em pacientes commalformaes congnitas. A circulao fetal compensa muitos defeitos durante agestao. Etiologia: desconhecida para a maioria, carter multifatorial. Cuidado especial para mes portadoras de cardiopatiacongnita! Sintomatologia depende da magnitude da doena... 11. Do que suspeitar?Cianose ebaqueteamentodigital deintensidade leve amoderada emlbios, mucosas,ps e mos. 12. Do que suspeitar? Sndromes genticas: Down (21), Turner, William, Noonan (12), Marfan 13. Avaliao do Paciente com CardiopatiaCongnita H cianose? Qual o padro da trama vascular radiografia? Qual o padro evidenciado pelo ECG? Qual o padro de ausculta? ClassificaoCaractersticasExemplos Leses cardacas acianticas Sobrecarga de volume por CIA, CIV, defeitos do septo AV eshunt esquerda > direita persistncia do canal AVSobrecarga de presso porEstenose de valva pulmonar,obstruo do fluxo sanguneo estenose de valva aorta enormal coarctao da aorta Leses cardacas cianticasCom fluxo sanguneoTetralogia de Fallot, atresia depulmonar diminudo tricspide e ventrculo nico com estenose pulmonarCom fluxo sanguneoTransposio de grandes vasos,pulmonar aumentado trio comum, ventrculo comum, tronco arterioso persistente. 14. Defeitos do Septo Atrial1 : Forame oval patente Assintomtico ou no cianose, principalmente se associado a estenose ou atresia de vasos pulmonares. Presente em cerca de 25% da populao. No requer reparo, mas pode ser causa de embolizao paradoxal (direita> esquerda).Demais defeitos do septo atrial, a listar: defeito no foramen secundum, defeito no coxim endocrdico com defeito no foramen primum, defeito no seio venoso e trio comum. 15. Defeitos do Septo AtrialDSA do foramen secundum: Defeitos na fossa oval, originados peloprimum e secundum. Bem tolerado na infncia, comeando amostrar sinais de hipetenso pulmonarna terceira dcada de vida. Originado pela reabsoro anormal doseptum primum durante a formao dosecundum, com fenestras e reticulaes. Diagnstico: desdobramento amplo e fixode B2, sopro de ejeo sistlico, sopromesodiastlico curto. Imagem: ampla imagem de trio e vasos.Sobrecarga ventricular ao ECG. Confirmao pelo Ecocardiograma. Fechamento por cirurgia com coraoaberto e mortalidade menor que 1%. Afeta mais o sexo feminino (3:1). 16. Defeitos do Septo AtrialDefeitos no coxim endocrdicocom DSA no foramen primun: O septo primum no se fundecom o coxim endocrdico,criando um foramem primumpatente; pode haver CIV; No tipo completo e mais raro,no ocorre fuso dos coxins,com defeito no septo AV; Comum na sndrome deDown; Pode ser detectado em UScardaco fetal. 17. Defeitos do Septo AtrialDSA do seio venoso: Parte superior do septointeratrial, junto entrada daVCS; s vezes uma veia pulmonardrena para a VCS. Reabsoro incompleta do seiovenoso no trio direito e/ouanomalia do septumsecundum. Achados semelhantes ao DASforamen secundum.trio comum: Raro, ocorre pelo nodesenvolvimento do septumprimum e do secundum. 18. Defeitos do Septo Ventricular Os mais comuns (25 30 %) Homens > Mulheres DSV mais comum: membranoso Fechamento incompleto damembrancea do septo IV. Gera dispnia e IC DSV muscular: padro de queijo suo.Desvio dependente de tamanhodo shunt e resistncia vascularpulmonar. Ventrculo nico: muito raro,geralmente associado atransposio das grandes artrias. 19. Defeitos do Septo VentricularDiagnstico: Sopro holossstlico intenso em REEcom frmito. Dispnia, dificuldades alimentares,menor desenvolvimento estrutural,sudorese, infeces respiratriasfrequentes.Raio-X: cardiomegaliaproeminente, edemapulmonar. No exemplo ao lado,raio-x pr e ps-cirrgico.ECG: hipertrovia ventriculardireita e esquerda.Precrdio esquerdo e impulsoapical proeminentes. 20. Transposio de Grandes Artrias Causa mais comum de doena ciantica, associado a me com DM Geralmente associada a CIA ou CIV (permitem melhor prognstico) Pode mimetizar tetralogia de Fallot; Achados: mal desenvolvimento, intolerncia ao exerccio, ECG comhipertrofia biventricular e desvio para a direita; Confirmao comecocardiograma; Sem interverno cirrgica, obito ocorre aps algunsmeses de vida; Crescimento conal: ausnciado crescimento em espiral dosepto artico-pulmonar; 21. Tetralogia de Fallot Congrega classicamente 4 defeitos: estenose pulmonar, defeito dosepto ventricular, dextroposio da aorta e hipertrofia doventrculo direito. Se h atresia pulmonar, o caso muito grave. Aorta cavalgada: sobreposio da valva artica ao CIV (dupla viade sada, mas com mesma manifestao da TF). 22. Perfuso do pulmo depende deum ducto arterial patente ouvasos brnquicos. Presena de um tronco pulmonarpequeno. Diviso do tronco arterial todesigual que o tronco pulmonarno tem luz ou no h orifcio nonvel da vlvula pulmonar. Cianose ocorre mas infrequenteao nascimento (caso no sejagrave) e pode ser imperceptvel sea estenose pulmonar for leve oumoderada. Devem-se observarprincipalmente as mucosas deboca e lbios e unhas de mos eps. 23. Achados: dispnia, intolerncia s brincadeiras, crises dehipoxemia (sncope, cianose, taquidispnia), dficits dedesenvolvimento, sopro holo sistlico rude com frmito no REE. Ao raio-x: VE e aorta aumentados, campos hilares mais limpos,padro em bota. ECG com hipertrofia de VE e desvio para a direita. Ecocardiografia confirma diagnstico. 24. Ducto Arterial Persistente 2 a 3 vezes mais frequente em Quando associado a outras malformaes,mulhere; gera um quadro menos grave (coarctao, estenose pulmonar, transposio, etc); No involuo do ducto arterial; Ate 70% do dbito do VE pode ser Desvio do sangue artico para odesviado;tronco pulmonar; Se for grande, a presso pulmonar pode Muito associado a infeco por atingir nveis sitmicos, predispondo arubola no incio da gravidez, maior risco de doena pulmonar vascular.prematuros e quadros de hipxia; 25. Achados: IC semelhante ao da CIA, retardo de crescimento,amplitude de pulso proeminente, hipertrofia cardaca,abaulamento precordial, frmito; Sopro contnuo clssico (diferenciar de zumbido venosojugular, inocente) Radiografia: artria pulmonar abaulada com tramapulmonar aumentada, rea cardaca aumentada; Ecocardiograma: ventrculos aumentados e fluxoturbulento ao doppler; DD: janela aortopulmonar, tronco arterioso, fstulaarteriovenosa coronariana, CIV isolado. 26. Sndrome do coraoesquerdo hipoplsico VE pequeno e afuncional, ocorrendoDAS ou forame oval dilatado, com o VDmantendo circulao sitmica epulmonar (mistura total); Atresia de orifcio artico e aortaascendente, supridas pelo DA, que podeocluir e agravar o problema; Diagnsticos nas primeiras horas apso parto; bito nas primeiras semanas de vida; Achados: cianose, choque, IC, dispneia,hepatomegalia, pulsos perifricosfracos, sopro sistlico. radiografia: cardiomegalia; ECG: dominncia ventricular e ondas Plargas; Diagnstico ao ecocardiograma; Associado com doenas neurolgicas. 27. Dextrocardia e Situs inversus Dobramento para a esquerda do tubocardaco, deslocando o e grandes vasospara a direita; Na associao com situs, no ocorremem geral outras anomalias cardacas; Isoladamente, h comumenteassociao com outras cardiopatiasgraves (ventrculo nico, transposiode artrias). Situs inversus com levocardia tambm fator de risco para cardiopatias; Ao Raio-x: situs inversus, situsvsceroatrial ou situs solitus. Associado a asplenia ou poliesplenia(vrios pequenos baos). Diagnstico pode exigir detalhadosestudos radiogrficos e laboratoriais. 28. Coarctao da Aorta 10% de cardiopatascongnitos a manifestam; Muito associada a vlvulaartica bicspide,sndrome de Turner 90% justaductal; O padro ps-ductal permiteformao de anastomoses pelatorcica interna (shuntagem comcianose diferencial) O fechamento do DA causadegenerao grave do beb Utiliza-se prostaglandinas (E2)no intuito de reabrir o DA,seguida de cirurgia corretiva ereavaliao aps 1 ano(reestenose). 29. Achados: muitas vezes assintomtico,crianas e jovens descobrem HAS emexames de rotina, ou manifestamsintomas vagos de fraqueza em MMII; Sinal clssico: disparidade entre PA deMMSS e MMII; Ausculta pode ser normal e deve seratenta a sinais leves (sopros, estalidos). Na coarctao grave: neonatos comsinais de hipoperfuso de MMII,acidose e IC. Sopro sistlico com B2hiperfontico. Confirmao pelo ecocardiograma. 30. Princpios Gerais de Tratamento (nocirrgico) Considerar a extenso da cardiopatia, pode ser que no hajanecessidade de interveno, aconselhe pais superprotetores; Estilo de vida: comida, bebida, fumo; Adaptao para a educao fsica; Imunizao de rotina, incluindo vacina da gripe; Tratamento vigoroso mas no indiscriminado contrainfeces bacterianas; Observao de policitemia em pacientes cianticos (AVC).Flebotomia em casos graves; Evitar altitudes elevadas e uso de diurticos; Ateno em anestesias para pacientes com histrico dearritmia; Ateno em parturientes cardiopatas. 31. A questo do uso da Prostaglandina E1 Marco da cirurgia peditrica; Dilatao do canal arterial, mantendo prvio o fluxosanguineo no sistema pulmonar, permitindo hematosesatisfatria e correo do pH; Medicamento de eleio para atresia pulmonar, estenosepulmonar crtica, isolada ou associada como na ttrade deFallot, dupla via de sada dos grandes vasos do ventrculodireito, atresia tricspide, corao esquerdo hipoplsico,dentre tantos...; Efeito vlido at o primeiro ms de vida; Pode associar-se a xido ntrico, dapamina, dobutamina,sinergicmanete. 32. Bibliografia Embriologia clnica, Keith l. Moore/ Persaud, oitavaedio,2008. Saunders elsevier; T.W. Sadler - Langmans medical embryology, 11th edition Pediatric critical care medicine, 1st edition. Slonim, Anthony D.;Pollack, Murray M. 2006 Nadas pediatric cardiology.2nd ed. / John F. Keane,Philadelphia, Pennsylvania; SAUNDERS ELSEVIER, 2006. Atlas of pediatric physical diagnosis/[edited by] Basil J. Zitelli,Holly W. Davis.5th ed. Philadelphia, Pennsylvania, 2007. Nelson textbook of pediatrics, 18 ed. Philadelphia, Pennsylvania.Saunders elsevier, 2007. ATIK, Edmar. Tratamento Farmacolgico na CardiologiaPeditrica: Os Avanos e o Manejo Especfico em cadaSndrome. Arq. Bras. Cardiol., So Paulo, v. 79, n.6, Dec. 2002 33. Obrigado, e Boas Festas! 34. S que no...