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Elaboração de projetos e tecnologia educacional www.proedutec.blospot.com UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS-PROFLETRAS

Ciência e senso comum: concepções e abordagens

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Elaboração de projetos e tecnologia educacional

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁINSTITUTO DE LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES

MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS-PROFLETRAS

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Noções básicas sobre pesquisa científica

Profª Tânia Maria MoreiraNovembro de 2014

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CONHECIMENTOS PRÉVIOS

O que vocês pensam quando a palavra ciência ou cientista é mencionada? Quais as imagens de ciência que vemos em propagandas na TV?

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Imagens mais comuns

Gênio, louco, que inventa coisas fantásticas.

Excêntrico (fora do centro), manso, distraído. Pessoa que pensa sobre fórmulas incompreensíveis para muitos.

Alguém que fala com autoridade, que sabe o que está falando e que os outros devem ouvir e obedecer.

Só o cientista pensa, cria, fala com autoridade? Será que ele realmente sabe tudo?

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SENSO COMUM CIÊNCIA

SENSO COMUM CIÊNCIAACADÊMICA

CIÊNCIA ESCOLAR

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SENSO COMUM

• É um tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso dia-a-dia. Trata-se de um conhecimento intuitivo,espontâneo, de tentativas e erros que construímos na nossa vida diária. Sem esse conhecimento seria muito complicado viver.

• Exemplos:– A dona de casa sabe por quanto tempo, quando usa uma garrafa

térmica mantém o café quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo as leis da termodinâmica.

– Quando alguém, em casa, reclama de problemas no fígado, ela faz um chá de boldo, que é uma planta medicinal usada pelos avós de seus avós, sem, no entanto, conhecer nenhum estudo farmacológico.

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CARACTERÍSTICAS

• Percorre um caminho que vai do hábito à

tradição, a qual, quando estabelecida, é

passada de geração para geração, para facilitar

a vida das pessoas.

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• O senso comum é uma forma de conhecimento

que mistura e recicla outros saberes muito mais

especializados produzidos, por exemplo, pela

ciência, pela filosofia, pela religião, e os reduz

a um tipo de teoria simplificada, produzindo

uma determinada visão de mundo.

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O senso comum se agarra à magia, ao

milagre.O senso comum nasce da visão de um

universo no qual os desejos e emoções podem

alterar os fatos.

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COMO FUNCIONA O SENSO COMUM?

Imaginemos...Alguém está dirigindo um carro. Repentinamente ele deixa de funcionar e a pessoa não tem como chamar um mecânico. Vamos imaginar a cena e tentar visualizar as mãos e o seu cérebro dessa pessoa.

OUNa sua frente há um monte de peças de um quebra-cabeças. Sua tarefa é armá-lo sem ter um modelo. Como você procederia para resolver a tarefa?

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ALGUNS MODO DE RESOLVER AS SITUAÇÕES COLOCADAS NÃO TÊM A VER COM A COM

SENSO COMUM E COM CIÊNCIA?

O quebra-cabeça do senso comum é muito semelhante ao quebra-cabeça da ciência, a despeito das diferenças que podemos encontrar em cada modo de conhecimento.

A CIÊNCIA NASCEU DE ATIVIDADES COMO ESSAS.

Ser bom em ciência e no senso comum é ser capaz de inventar soluções.

O senso comum e a ciência são expressões da necessidade de compreender o mundo para viver melhor e sobreviver.

O senso comum e a ciência começam com um problema, passam pela análise e a construção de modelos/representações

Fazer ciência se assemelha a cozinhar, a andar de bicicleta, a brincar, a jogar, a adivinhar.

Page 13: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

CIÊNCIA É ...

Souza Santos (1989, p. 13) - é uma prática social de

conhecimento.

Morin (2005, p. 24) - Karl Popper - é um campo aberto, onde

as teorias, os princípios de explicação, as visões de mundo e

os postulados metafísicos ou ideologias são combatidas a

partir de regras, como o respeito aos dados, por exemplo.

Moreira (2014) – é uma atividade sócio-cultural em que as

pessoas se engajam para conhecer as coisas do mundo.

Page 14: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

Japiassú (1975, p. 10) ... pode ser tanto uma procura metódica

do saber, quanto um modo de interpretar a realidade; tanto pode

ser uma instituição, com seus grupos de pressão, seus

preconceitos, suas recompensas oficiais, quanto um metiê

subordinado a instâncias administrativas, políticas ou ideológicas;

tanto uma aventura intelectual conduzindo a um conhecimento

teórico (pesquisa), quanto um saber realizado ou tecnicizado.

Page 15: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

Motta-Roth (2009, p. 132) um conhecimento de qualquer

objeto ou fenômeno que se efetiva por intermédio da

observação, da identificação, descrição, investigação ordenada e

explicação de um fenômeno com base em um paradigma

vigente.

Kuhn (2006, p. 356) Um modelo universalmente aceito

por uma comunidade. Um paradigma científico, ou um

modelo de ciência é “um princípio que controla as

visões do mundo” (MORIN, 2005, p.22), servindo como

referência para todo um fazer científico durante uma

determinada época ou um período de tempo, até que

outro modelo passe a existir e disputar espaço de

hegemonia na construção do conhecimento.

Page 16: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

Moreira (2011, p. 55) é uma prática social constituída por sujeitos

que realizam atividades, bem como compartilham saberes,

recursos e regras estabelecidas social e culturalmente de modo a

estabelecer conhecimentos teóricos, metodológicos e tecnológicos

a partir de modelos científicos vigentes no desenvolvimento de

uma pesquisa.

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É um conjunto de conhecimentos, obtidos de maneira

programada, sistemática e controlada para que permita a

verificação da sua validade, sobre fatos ou aspectos da

realidade (objetos de estudo), expresso por meio de uma

linguagem precisa e rigorosa.

COMO FUNCIONA A CIÊNCIA?

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PESQUISA CIENTÍFICA

• É um processo de investigação sistemático e metódico.

• É um conhecimento produzido a partir de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, com o objetivo de encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos e a definição de tipos de pesquisas (CERVO; BERVIAN, 2002; ALVES, 1999).

• É uma atividade desenvolvida por investigadores para novas descobertas, melhoria da qualidade da vida intelectual e da vida material.

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PesquisaÉ um conjunto de ações determinadas para o propósito de se

investigar, analisar e avaliar uma determinada questão ou problema

em uma dada área do conhecimento

É um processo planejado de investigação que consiste em três

momentos: 1) o levantamento de perguntas, hipóteses ou problemas;

2) a coleta de dados; e 3) a análise e interpretação dos dados.

(MOTTA-ROTH, 2006, p. 67).

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CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA

• gera um saber/conhecimento que pode ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido. Ex. motor movido a álcool.

• envolve a abertura de horizontes e a apresentação de diretrizes fundamentais, que podem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento (OLIVEIRA, 2002, p. 62).

• um premissa para o desenvolvimento do ser humano e a pesquisa como a consolidação da ciência.

• aspira à objetividade. Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção. Objetivo específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processos cumulativos do conhecimento, objetividade fazem da ciência uma forma de conhecimento que supera o conhecimento espontâneo do senso comum.

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Marconi e Lakatos (2009, p. 80) - A pesquisa científica é factual (real), porque lida com todas as formas ocorrências ou fatos que se manifestam de algum modo. um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm uma veracidade ou falsidade conhecida por meio de experiências. sistemática, visto que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. verificabilidade, a tal ponto que as afirmações que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. um conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o Acervo de teoria existente.

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No desenvolvimento de uma pesquisa científica compreende

seis passos: 1) seleção do tópico ou problema para

investigação; 2) definição e diferenciação do problema; 3)

definição do método de pesquisa; coleta, sistematização e

classificação de dados; 5) análise e interpretação dos dados e

6) sistematização dos resultados da pesquisa.

PASSOS DE UMA PESQUISA

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PESQUISADOR/CIENTISTA

• pessoa que utiliza conhecimentos teóricos e práticos, bem como utiliza métodos e procedimentos precisos, planejamento eficaz, critérios e instrumentos adequados que passem confiança e credibilidade tanto aos envolvidos no processo quanto no resultado do trabalho. (MENEZES; VILLELA, 2006).

• necessita ter habilidades para a utilização de técnicas de análise, entender os métodos científicos e os procedimentos com o objetivo de encontrar respostas para as perguntas formuladas.

Page 24: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

Método científico

De origem grega, significa o conjunto de etapas e

processos a serem vencidos ordenadamente na

investigação dos fatos ou na procura da verdade.

É a um processo racional que se segue para chegar a um

fim, um modo ordenado de proceder ou um conjunto de

procedimentos.

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MÉTODO

É um conjunto de procedimentos definidos para que a pesquisa seja

adequadamente conduzida e capaz de levar a conclusões válidas, isto é, que

se prestam efetivamente a verificar o que o pesquisador se propôs a

investigar.

É um processo racional que se segue para chegar a um fim, um modo

ordenado de proceder ou conjunto de procedimentos técnicos e científicos

(MOTTA-ROTH, 2006, p. 68).

.

Page 26: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

UMA PESQUISA PODE SER...

Dedutiva - partir pela elaboração de perguntas ou hipóteses e, a partir daí,

buscar evidências que respondam às perguntas ou confirmem ou refutem as

hipóteses levantadas. Nesse caso, ela parte da teoria para os dados.

Indutiva – inicar pela análise dos dados para chegar a uma teoria ou

princípios que parecem reger a organização dos dados. Nesse tipo de

pesquisa, parte-se dos dados para a teoria.

.

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É válido destacar que

os diversos passos empregados em qualquer pesquisa não são

estabelecidos apriori; de fato, os pesquisadores procuraram agir

cientificamente e, só depois, param para examinar o caminho que conduzira

seu trabalho ao êxito.

o uso de um método científico confere segurança e é fator de

economia na pesquisa, no estudo, na aprendizagem.

.

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ALGUNS MÉTODOS Um método é estabelecido e aprimorado pela contribuição cumulativa dos

antepassados.

Há várias maneiras de se classificarem os métodos de investigação. Em

determinado tipo de pesquisa um método pode ter maior predomínio do

que outro.

Cordeiro (1999), há várias tendências metodológicas. Nas ciências sociais,

é possível mencionar que os mais usados são: o histórico, o comparativo, o

estudo de caso, a pesquisa-ação, o estatístico ou matemático e o

etnográfico.

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O método histórico leva em conta o passado e remete os pesquisadores à necessidade de resgatarem

as raízes daquilo que se pretende pesquisar (DIAS, 2005).

pode ser aplicado no estudo da vida, das instituições, dos costumes do passado (BONAVIDES, 2003,

p. 406). Ele também pode ser empregado no estudo da história de proposições legislativas.

O pesquisador pode investigar como se originou uma lei, pode procurar encontrar as pessoas realmente

participaram na elaboração de uma lei, trazendo à luz os fatores políticos, econômicos e sociais que

influenciaram na elaboração de uma lei. Em resumo, esse método busca a compreender a natureza, a

origem das coisas e sua funcionalidade.

.

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• O método comparativo envolve a comparação entre dois ou mais

variações de um fenômeno. Desse modo, ele tem por objetivo reconhecer

semelhanças ou diferenças observáveis em diferentes situações, tais como, em

grupos culturais, comunidades, instituições e fenômenos sociais, por exemplo.

(DIAS, 2005).

.

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O estudo de caso consiste no estudo intensivo e detalhando de um indivíduo ou grupo,

com vistas a obter generalizações a partir de uma análise compreensiva do tópico da

pesquisa como um todo (CORDEIRO, 1999, p. 55).

Envolve a investigação de um tema de estudo empírico e o uso um conjunto de

procedimentos pré-especificado, geralmente, envolvendo observação direta e uma série

sistemática de entrevistas (YIN, 2005). Exige do pesquisador grande equilíbrio

intelectual e capacidade de observação, além de parcimônia quanto à generalização dos

resultados (1999, p. 29). A título de exemplo, destaca-se o estudo do comportamento de

uma tribo indígena em termos de sua aculturação por posseiros da região.

.

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ESTUDO DE CASOEnvolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu

amplo e detalhado conhecimento. (GIL, 1999).

Pode abranger análise de exame de registros, observação de acontecimentos, entrevistas estruturadas

e não-estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um

grupo, uma organização, um conjunto de organizações ou, até mesmo, uma situação. (DENCKER,

2000).

A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é

sugerido nas fases iniciais da pesquisa de temas complexos para a construção de hipóteses ou

reformulação do problema. É utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento.

A coleta de dados geralmente é feita por mais de um procedimento. Entre os mais usados estão: a

observação, a análise de documentos, a entrevista e a história da vida. (GIL, 1999).

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PESQUISA-AÇÃOConcebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo.

Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (GIL, 1999). Implica o contato direto com o campo de estudo, envolvendo o reconhecimento visual do local, a consulta a documentos diversos e, sobretudo, a discussão com representantes das categorias sociais envolvidas na pesquisa.

É delimitado o universo da pesquisa e recomenda-se a seleção de uma amostra. O critério de representatividade dos grupos investigados na pesquisa-ação é mais qualitativo do que quantitativo.

É importante a elaboração de um plano de ação envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a população a ser beneficiada, a definição de medidas, procedimentos e formas de controle do processo e de avaliação de seus resultados. (GIL, 1996). Não segue um plano rigoroso de pesquisa, pois o plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade, os resultados e o andamento das pesquisas. O investigador se envolve no processo e sua intenção é agir sobre a realidade pesquisada. (DENCKER, 2000).

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• A pesquisa-ação possibilita a participação dos membros da comunidade estudada, durante

a pesquisa, na análise e interpretação dos dados de modo que os resultados possam

influenciar a comunidade no sentido de propor soluções para os problemas detectados. Um

caso exemplar é o estudo de uma comunidade que participa do levantamento sócio-

econômico da cidade, identificando problemas e utilizando esses dados para propor

soluções.

.

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O método estatístico ou matemático é também conhecido como método

qualitativo. Esse método reúne procedimentos estatísticos para medir ou

manipular o objeto de pesquisa ou dados. Sua principal característica é a

credibilidade nos números. Em um estudo sobre as mães de adolescentes no

Brasil, por exemplo, não é possível entrevistar todas as mães existentes. Dessa

maneira, o pesquisador pode recorrer a uma amostragem que seja

representativa desse todo. Serão, então, definido um número pequeno de

mães, que torne possível a realização de entrevista. Para que o resultado

chegue o mais próximo possível da realidade, o grupo de amostragem deve

conter todas as características encontradas em mães adolescentes em todo o

Brasil (DIAS, 2005, p. 39).

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A etnografia é o estudo de pessoas e de grupos, em primeira mão, durante

um período de tempo, que utiliza a observação participante ou entrevistas

para desvendar o comportamento social. Esse tipo de pesquisa procura

revelar os significados que sustentam as ações sociais e é realizada por

meio do envolvimento direto do pesquisador nas interações que constituem

a realidade social para o grupo de estudo (GIDDES, 2004, p. 514).

.

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• A escolha do método de pesquisa sempre será selecionado de acordo com e a

área de atuação e o gênero textual (TCC, monografia, dissertação, tese, artigo

científico, resenha...) que o pesquisador desenvolve, já que os resultados das

investigações podem ser encontrados sob a forma de trabalhos técnico-

científicos, publicados em revistas científicas, em eventos e em instituições de

Ensino Superior.

• Na realização de estudos relativos ao seu curso de formação e na definição do

método de pesquisa, converse com os seus professores ou pesquise na internet.

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OUTROS MÉTODOS DE PESQUISA

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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, com informações disponibilizadas na internet. Quase todos os estudos fazem uso do levantamento bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. (GIL, 1999). A técnica bibliográfica busca encontrar as fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Pode realizar-se em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, atualmente, nos acervos que fazem parte de catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais. (OLIVEIRA, 2002).

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PESQUISA DOCUMENTAL

Elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc., ou, ainda, documentos de segunda mão que, de alguma forma, já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc. (GIL, 1999). Normalmente se encontram no interior de órgãos públicos ou privados como manuais, relatórios, balancetes e outros.

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LEVANTAMENTOEnvolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento em relação ao problema estudado se deseja conhecer para, em seguida, mediante análise quantitativa, identificar as conclusões correspondentes aos dados coletados. O levantamento feito com informações de todos os integrantes do universo da pesquisa origina um censo. (GIL, 1999). O levantamento usa técnicas estatísticas, análise quantitativa, permite a generalização das conclusões para o total da população e, assim, para o universo pesquisado, permitindo o cálculo da margem de erro. Os dados são mais descritivos que explicativos. (DENCKER, 2000).

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PESQUISA PARTICIPANTERealizada através da integração do investigador, que assume uma função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir a uma proposta pré-definida de ação. A intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo. O grupo investigado tem ciência da finalidade, dos objetivos da pesquisa e da identidade do pesquisador. Permite a observação das ações no próprio momento em que ocorrem. (DENCKER, 2000). Esta pesquisa necessita de dados objetivos sobre a situação da população. Isso envolve a coleta de informações sócio-econômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica aos adquiridos nos tradicionais estudos de comunidades. Estes dados podem ser agrupados por categorias como: geográficos, econômicos, educacionais e outros. (GIL, 1996).

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PESQUISA EXPERIMENTAL

Quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. (GIL, 1999). A pesquisa experimental necessita de previsão de relações entre as variáveis a serem estudadas e o seu controle. Desta forma, na maioria das situações, é inviável quando se trata de objetos sociais. (GIL, 1996). É geralmente utilizada nas ciências naturais.

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PESQUISA EX-POST-FACTO

Quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. O pesquisador não tem controle sobre as variáveis. (GIL, 1999). É um tipo de pesquisa experimental, diferindo apenas pelo fato do fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador tenha controle sobre ele, ou seja, nesse caso, o pesquisador passa a ser um mero observador do acontecimento. Por exemplo: a verificação do processo de erosão sofrido por uma rocha por influência do choque proveniente das ondas do mar. (BOENTE; BRAGA, 2004). Esta pesquisa é geralmente utilizada nas ciências naturais.

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LINGUÍSTICA

• é uma ciência pós-moderna, voltada para o estudo da

linguagem humana;

• está voltada à descrição e à explicação de como a linguagem

humana funciona e de como são usadas as línguas em

particular, para beneficiar outras ciências e artes que usam,

de algum modo, a linguagem falada ou escrita.

14/04/23 45ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO

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ÁREAS DE PESQUISA DA LINGUÍSTICA:

• há várias áreas de interesse, dependendo do ponto de vista como é observada a linguagem;

14/04/23 46ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO

Page 47: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

TIPOS DE PESQUISA

As pesquisas podem ser classificadas quanto:

• à natureza da pesquisa (básica ou aplicada);

• à abordagem do problema (qualitativa ou quantitativa, ou ambas combinadas);

• à realização dos objetivos (descritiva, exploratória ou explicativa);

• aos procedimentos técnicos ou métodos de pesquisa (bibliográfica, documental, levantamento, estudo de caso, participante, pesquisa-ação, experimental e ex-post-facto).

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Do ponto de vista da sua natureza

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PESQUISA BÁSICA

Objetiva produzir conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais (GIL,1999). Assim, o pesquisador busca satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento e sua meta é o saber. (CERVO; BERVIAN, 2002).

Page 50: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

PESQUISA APLICADA:

Gera conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve interesses locais (GIL, 1999). A pesquisa visa à aplicação de suas descobertas na solução de um problema (COLLIS; HUSSEY, 2005).

Page 51: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

Da forma de abordagem do problema

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PESQUISA QUANTITATIVA

Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o uso de técnicas estatísticas e de recursos (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, e outros) (GIL, 1999). Assim, a pesquisa quantitativa é focada na mensuração de fenômenos, envolvendo a coleta e análise de dados numéricos e aplicação de testes estatísticos (COLLIS; HUSSEY, 2005).

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PESQUISA QUALITATIVAConsidera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave (GIL, 1999). A pesquisa qualitativa utiliza técnicas de dados como a observação participante, história ou relato de vida, entrevista e outros(COLLIS; HUSSEY, 2005).

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Do ponto de vista de seus objetivos

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Pesquisa ExploratóriaProporciona maior proximidade com o problema, visando torná-lo explícito ou definir hipóteses. Procura aprimorar ideias ou descobrir intuições. Possui um planejamento flexível, envolvendo, em geral, levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos similares. Assume as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso (GIL, 1996; DENCKER, 2000). Esse tipo de pesquisa é voltado para pesquisadores que possuem pouco conhecimento sobre o assunto pesquisado, pois, geralmente, há pouco ou nenhum estudo publicado sobre o temaB (COLLIS; HUSSEY, 2005).

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PESQUISA DESCRITIVAVisa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. A forma mais comum de apresentação é o levantamento, em geral realizado mediante questionário ou observação sistemática, que oferece uma descrição da situação no momento da pesquisa. Metodologia indicada para orientar a forma de coleta de dados quando se pretende descrever determinados acontecimentos (GIL, 1996; DENCKER, 2000). É direcionada a pesquisadores que têm conhecimento aprofundado a respeito dos fenômenos e problemas estudados.

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PESQUISA EXPLICATIVA Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o porquê das coisas e, por isto, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos acontecimentos. Caracteriza-se pela utilização do método experimental (nas ciências físicas ou naturais) e observacional (nas ciências sociais). Geralmente, utiliza as formas de Pesquisa Experimental e Ex-post-facto. Método adequado para pesquisas que procuram estudar a influência de determinados fatores na determinação de ocorrência de fatos ou situações. (GIL, 1996; DENCKER, 2000).

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ETAPAS DA PESQUISA

• Elaboração do projeto da pesquisa• Desenvolvimento da pesquisa• Sistematização da pesquisa• Divulgação da pesquisa

Page 59: Ciência e senso comum: concepções e abordagens

SITES DE DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• MOTTA-ROTH; HENDGES, G. H. Produção textual na universidade. São Paulo : Parábola Editorial, 2010.

• SILVA, R. ; URBANESKI, V. Metodologia do trabalho científico. Centro Universitário Leonardo Da Vinci – Indaial : Grupo UNIASSELVE, 2009.