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ESTAGIO SUPERVISIONADO IV

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ECCOM, v. 4, n. 7, jan./jun. 2013

Tecnologias Móveis em Educação: o uso do celular

na sala de aula

Maria Cristina Marcelino Bento Professora Titular da FATEA- Lorena/SP, Mestre em Educação pela UMESP/SBC/SP, Doutoranda pela

PUC/SP –TIDD

Rafaela dos Santos Cavalcante Bolsista PIBIC-EM/CNPq/E.E.L.C.P.

Resumo

A presente pesquisa busca atender ao objetivo do PIBIC-EM: fortalecer o processo de disseminação

das informações e conhecimentos científicos e tecnológicos básicos, bem como desenvolver as

atitudes, habilidades e valores necessários à educação científica e tecnológica dos estudantes do

ensino médio.

Palavras-chave

Tecnologias Móveis; Prática Educativa; Ensino Médio; Tecnologias da Informação e Comunicação.

Abstract

This research seeks to meet the goal of PIBIC-IN: strengthen the process of disseminating information

and basic scientific and technological knowledge, and develop the attitudes, skills and values

necessary for science and technology education for high school student.

Keywords

Mobile Technologies; Educational Practice; High School; Information Technology and

Communication.

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1. Introdução

O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação Móveis e sem Fio (TIMS)

aumentam os desafios da realidade escolar. Educadores precisam se adequar a realidade

desenhada pelas TIMS. Entre as TIMS, temos o celular, um aparelho popular, com aplicativos

que podem vir a ser utilizados em sala de aula como recurso pedagógico. Desta forma, a

presente pesquisa busca responder: qual a visão de um grupo de professores do Ensino Médio

em relação ao uso do celular em sala de aula? Os objetivos da pesquisa são: conhecer a

história do celular; apresentar possibilidades do uso do celular como recurso pedagógico para

as aulas no Ensino Médio.

A justificativa desta pesquisa se dá pelo registro de Moura (2012): “O acesso a

conteúdos multimédia deixou de estar limitado a um computador pessoal (PC) e estendeu-se

também às tecnologias móveis (telemóvel, PDA, Pocket PC, Tablet PC, Netbook),

proporcionando um novo paradigma educacional, o mobile learning ou aprendizagem móvel,

através de dispositivos móveis. O mobile learning, uma extensão do e-learning, tem vindo a

desenvolver-se desde há alguns anos, resultando em vários projetos de investigação”.

Foi realizado um estudo de caso, com professores que atuam no Ensino Médio, em

uma escola estadual pública, do Vale do Paraíba do Sul. A coleta de dados foi realizada por

meio de um questionário, a análise dos dados é quantitativa e qualitativa. Para o grupo de

docentes que participou desta pesquisa o celular pode ser um recurso pedagógico, ainda que

proibido pelo Decreto Estadual.

Entendemos que se faz necessário um momento de estudo e organização de atividades

escolares de modo que o celular não seja apenas um instrumento de entretenimento para os

alunos.

2. Referencial teórico

O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação Móveis e Sem Fio (TIMS)

aumentam os desafios da realidade escolar. Educadores precisam se adequar a realidade

desenhada pelas TIMS. Entre as TIMS, temos o celular, um aparelho popular, com aplicativos

que podem vir a ser utilizados em sala de aula como recurso pedagógico.

Na perspectiva de Saccol, Schlemmer e Barbosa (2011,p.30): “Em boa parte das

instituições formais de ensino o uso de telefones celulares é restrito, por uma espécie de

convenção social.”

O Estado de São Paulo determinou a proibição do uso do celular pelos alunos das

escolas do sistema estadual de ensino durante as aulas, conforme consta no Decreto nº

52.625, de 15 de Janeiro de 2008. Essa prática precisa ser revista se esse dispositivo for usado

com fins educacionais.

O educador precisa ter consciência que a escolha de tecnologias educacionais estão

vinculadas à concepção de conhecimento que concebe. Desta forma concordamos com

Saccol, Schlemmer e Barbosa (2011, p.31): “... se adotarmos uma concepção epistemológica

de que o conhecimento é fruto de construção do indivíduo feita em colaboração com

professores e colegas, devemos selecionar tecnologias que permitam interação intensiva entre

as pessoas, por exemplo, por meio de ambientes virtuais que disponibilizem fóruns, chats,

espaços para compartilhamento de projetos, arquivos de interesse comum.” Os telefones

celulares surgiram.

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De acordo com o guia do celular em 1947, foi inaugurado o primeiro sistema móvel de

maior amplitude, que atendia todo o trajeto da rodovia que liga as cidades americanas de

Nova Yorque e Boston. Desde então, a comunicação móvel foi sendo aperfeiçoada,

principalmente pelos pioneiros do laboratório Bell. No mesmo site, encontramos a informação

de que a primeira cidade brasileira a contar com a telefonia móvel celular foi o Rio de Janeiro,

em 1990; no ano seguinte implantado em Brasília, e depois em Campo Grande, Belo

Horizonte e São Paulo; não temos certeza se exatamente nesta ordem ou não.

Ainda no site Guia do celular, encontramos uma explicação sobre o funcionamento

deste aparelho: “por mais que evolua a tecnologia, um aparelho celular não deixa de ser um

rádio, que estabelece comunicações com uma Estação Rádio-Base (ERB)”. Uma ERB é uma

estação emissora e receptora, que consiste de uma torre e uma pequena caixa,

aproximadamente do tamanho de um contêiner, que contém o equipamento de rádio.

Este aparelho converge vários aplicativos, entre eles, listamos alguns, os mais simples

e considerados por nós de uso, também, na escola: calculadora, relógio, calendário, rádio,

câmera fotográfica, jogos. Conforme o nível de sofisticação do aparelho os aplicativos

aumentam. O acesso à internet possibilita a utilização de outros aplicativos, se fossemos

relacioná-los aqui usaríamos muitas páginas. Mediante as facilidades da utilização de

diferentes aplicativos no celular, fica nítida para nós a possibilidade de sua utilização em sala

de aula: desde a calculadora ao acesso de bibliotecas virtuais.

3. Metodologia

A pesquisadora bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

para o Ensino Médio do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento - PIBIC-EM-

CNPq solicitou permissão à coordenadora pedagógica da escola em estudo, para aplicar um

questionário durante a Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC), onde todos os

professores estariam reunidos, permissão foi concebida. A autorização para a pesquisa na

instituição de ensino já havia sido realizada, momento em que o projeto de pesquisa foi

apresentado à direção da escola. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da FATEA pelo Parecer nº 79068, está cadastrado na Plataforma Brasil.

Conforme combinado no dia vinte e oito de agosto durante a ATPC, foi exposto o

trabalho de pesquisa. Porém, quando a coordenadora da escola em questão apresentou a

pesquisadora do PIBIC-EMFATEA, muitos professores ali presentes não sabiam do que se

tratava esse projeto. Iniciamos explicando sobre o que é o projeto PIBIC-EM. O que esta sigla

significa, quais eram os objetivos desta bolsa de estudo para os jovens, e a importância da

pesquisa -fortalecer o processo de disseminação das informações e conhecimentos científicos

e tecnológicos básicos, bem como desenvolver as atitudes, habilidades e valores necessários à

educação científica e tecnológica dos estudantes do ensino médio.

Continuando, apresentamos o tema da pesquisa e os objetivos da mesma. Convidamos

os presentes a participarem da pesquisa respondendo a um questionário pré-elaborado pelas

pesquisadoras responsáveis, com duas questões abertas e quatro fechadas. Alguns professores

chegaram a citar exemplos sobre o uso das tecnologias como o notebook nas escolas. Todos

os professores presentes, no momento, aceitaram participar. Distribuiu-se a Carta de

Consentimento de Livre e Esclarecido, na medida em que os professores liam e assinavam o

documento distribuiu-se o questionário para iniciar a coleta de dados. Os dados coletados

foram analisados de forma quantitativa e qualitativa.

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4. Resultados e Discussões

4.1. Questionário aos Professores

O questionário aplicado aos professores foi composto de duas partes, a primeira sobre

dados pessoais, para descrever o perfil dos sujeitos participantes.

De acordo com a figura 1, 71% dos sujeitos pertencem ao sexo feminino, apresentando a

maioria feminina no trabalho docente.

Figura 1 – Sexo

Dos docentes que participaram 71% possuem curso de graduação, 19% Latu Sensu e

10% Stricto Sensu, conforme figura2.

Figura 2 – Formação Acadêmica

A figura 3, o tempo de serviço no magistério dos sujeitos está entre 5 a 20 anos de

docência.

Figura 3 - Tempo de serviço no Magistério

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Ao verificarmos as disciplinas lecionadas pelos sujeitos encontramos: quatro

professores de Matemática; cinco professores de Português, um de Ciência, quatro de

História, três de Geografia, um de Arte, dois de Inglês, um de Biologia, dois de Física, um de

Química, um de Espanhol e dois que se apresentaram como polivalentes, lecionando qualquer

disciplinas na ausência do professor regente.

A primeira questão da segunda parte do questinário ajudar-nos-ia a verificar se os

sujeitos tinham celulares. Entre os vinte e um sujeitos somente um não possui celular. A

questão seguinte completava a primeira, indagamos quantos aparelhos de celular cada docente

possuía. A figura abaixo mostra que 71% dos professores possuíam um aparelho.

Figura 4 - Quantidade de aparelhos que possui

Entre as marcas de celular utilizadas pelos sujeitos encontramos: Apple, LG,

Motorola, Multilaser, Nokia, Sansung, Sony Ericsson, ZTE. Um sujeito registrou não

conhecer a marca do produto e outro deixou a resposta em branco.

A penúltima questão, indagou-se sobre a permissão do uso do celular em sala de aula.

A figura 5 mostra que 71% dos sujeitos não permite o uso do celular. Entre as justificativas

pela não permissão as respostas se dividem entre a proibição pelo Decreto nº 52.625, de 15 de

Janeiro de 2008 e “atrapalha os alunos a prestarem atenção as aulas”, “não perceber relação

didática com o aparelho”, “muitos alunos em sala dificulta o controle por parte do professor”

e “o acesso a esta tecnologia é só para alguns, além de ser um instrumento contra o professor

e expor os colegas de classe.” . Os professores que permitem o uso em sala de aula – 14% -

“utilizam tradutor”, “fotografias, músicas e vídeos para aprimorar os conteúdos em sala e

aula”, “uso da calculadora”. Um professor registrou sim e não, explicou que solicita

fotografias tiradas pelo celular fora da escola, com o intuito de utilizar em atividades em sala

de aula.

Figura 5 – Permite o uso do celular em sala de aula

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Na última questão do questionário, indagou se o docente considera o celular um

recurso pedagógico. A maioria reconhece o celular como recurso pedagógico, as justificativas

para tal são: “ necessidade de planejamento prévio”, “alguns modelos possuem internet e

podem facilitar as pesquisas e dúvidas em sala de aula”, “deve haver uso consciente por parte

do aluno”, “ se usado corretamente, o aluno em geral não usa o celular para aumentar seus

conhecimentos e sim só para mandar mensagem”. Dos 14% da população do estudo que

desconsideram o celular um recurso pedagógico justificaram: “outros recursos deveriam ser

melhor trabalhados em sala de aula, como os computadores da sala de informática, lousa

digital” “não” “nem todos têm acesso à internet, usam para fins próprios e podendo usá-lo

contra você.”

Figura 6 - O celular pode ser considerado um recurso pedagógico

4.2 Possibilidades de uso do celular pelo olhar da aluna bolsista

Existem várias formas de se utilizar um celular em sala de aula, seja de um celular

simples até mais moderno. Um celular simples, por exemplo, que tem como aplicações, a

calculadora, o conversor de moeda, de comprimento, de peso, de volume, de área, e de

temperatura, tem também a contagem regressiva e o cronômetro. E os mais modernos

possuem, além disso, tudo como aplicações, também o tradutor de línguas que bastante

conhecido por ser utilizado no Google, mais que em alguns não têm necessidade da internet

para o uso, o gravador de voz, a filmadora a câmera, e a internet.

A calculadora pode ser utilizada na aula de matemática, como uma forma de conferir

os resultados, ou até mesmo resolver algumas frações e equações antes, para saber o resultado

que se deve obter no final da conta antes de fazê-las em seu caderno.

O conversor como é uma ferramenta para se transformar metro em centímetro e vice-

versa, peso em grama, etc., pode ser utilizada em física que exige esses tipos de transformação

de um para outro, também uma forma de conferir os resultados a ser obtido.

O cronômetro como é um marcado de tempo, servi para as aulas de químicas como um

instrumento útil para as experiências em sala, saber quanto tempo leva para uma reação de

duas substancias deferentes reagirem. A contagem regressiva é também uma ferramenta que

marca tempo que poderá ser muito bem utilizada em educação física, como uma forma de

marca o tempo de cada esporte como o futebol e o vôlei, por exemplo, quanto estiver

praticando.

O tradutor que pode ser utilizado como dicionário na aula de língua portuguesa, é será

um modo mais fácil que o dicionário na versão impressa, já que tem a vantagem da

portabilidade; mas não que o dicionário fique de lado, ele também pode ser utilizado

normalmente por aqueles que preferirem.

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A câmera, em arte como uma forma de registrar as cenas de um teatro, por exemplo, e

mandar para o blog da escola direto do celular, a filmadora também poderá ser bem útil a

filmar as cenas de cada personagem, assim como o gravador que pode auxiliar nos ensaios da

fala de cada pessoa em seu papel de personagem

A filmadora também pose ser usada na aula de português, em trabalhos que pedem

para o aluno entrevistar uma pessoa, e o gravador como uma maneira de corrigir o próprio

modo se falar, como um autoajuda para si mesmo melhora a fala em relação a linguagem

correta.

A internet é um meio em que todos têm para se comunicar com a outra, e levando em

consideração que o aparelho celular pode levar a qualquer lugar sem problema. Pode ser útil

para se pesquisar em sala durante a aula sem precisar se locomover para outro espaço.

Seria ainda melhor se as escolas possuíssem um sistema que desse acesso aos alunos

para usar a internet da mesma em seus aparelhos, durante as situações que fosse preciso.

Essas são só algumas das funções de um celular que pode servir de material

pedagógico na escola. Mas para que isso se torne um hábito comum em sala de aula, os

professores e os demais representantes do corpo docente necessitam de um treinamento com a

finalidade de obter conhecimento sobre as mudanças que vêm acontecendo na era da

tecnologia, para assim aproveitar melhor o celular como uma forma de educação e não só para

comunicação.

E para os alunos que possuem um aparelho celular simples, o que pode ser feito? Para

esses alunos pode-se deixá-los fazer as atividades propostas junto a um amigo, de forma

colaborativa. Mas quem não possui um celular hoje em dia? Podemos até dizer que existe sim,

mas são raros os que não possuem. Propor atividades em dupla ou até mesmo coletivas seria

uma boa ideia para amenizar essas situações, além de proporcionar uma discussão com

opiniões diversificadas e preparando para que eles possam trabalhar em equipe sabendo

respeitar as ideias contrárias.

Conclusão

Para o grupo de docentes que participou desta pesquisa, o celular pode ser um recurso

pedagógico, ainda que proibido pelo Decreto Estadual. Entendemos que se faz necessário um

momento de estudo e organização de atividades escolares de modo que o celular não seja

apenas um instrumento de entretenimento para os alunos. Para a pesquisadora, o celular pode

ser um recurso didático a ser utilizado em diferentes momentos na escola, desde que conste no

planejamento do plano de aula do docente e da instituição escolar. Para isto é necessário que o

corpo docente, as famílias e a escola comuniquem-se e promovam um trabalho colaborativo.

Referências

MOURA, Adelina. Geração Móvel: um ambiente de aprendizagem suportado por

tecnologias móveis para a “Geração Polegar”. Disponível

em:<http://adelinamouravitae.com.sapo.pt/gpolegar.pdf>. Acesso em: 03 agosto de 2012

SACCOL A., SCHLEMMER E. e BARBOSA J. m-learming e u-learning – novas

perspectivas da aprendizagem móvel e ubíqua. São Paulo: Pearson, 2011.

SILVA, Mauro Alves da. Portal do Movimento COEP. Disponível

em:<http://movimentocoep.ning.com/forum/topics/lei-estadual-de-sp-n-12730-de> Acesso em

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ECCOM, v. 4, n. 7, jan./jun. 2013

12 agosto de 2012

http://www.guiadocelular.com/2011/09/historia-do-celular.html Acesso em 12 agosto de 2012

Agradecimentos

Agradecemos ao CNPq por conceder a bolsa de Iniciação Científica, PIBIC-EM, que

possibilitou a realização da presente pesquisa.