GÊNERO TEXTUAL: CHARGEGÊNERO TEXTUAL: CHARGE

Charge de HenfilCharge de Henfil

ATIVIDADE:ATIVIDADE:

• Que tipo de crítica faz a charge Que tipo de crítica faz a charge escolhida por você?escolhida por você?

• Qual é o assunto da charge?Qual é o assunto da charge?

• Que informação você precisa ter para Que informação você precisa ter para entendê-la?entendê-la?

• Você concorda com a imagem e com o Você concorda com a imagem e com o que está escrito na charge? Justifique a que está escrito na charge? Justifique a sua resposta. sua resposta.

Charge Charge é um tipo especial de cartum (maneira é um tipo especial de cartum (maneira de emitir opinião sobre os acontecimentos do de emitir opinião sobre os acontecimentos do dia-a-dia). Tem por objetivo a crítica dia-a-dia). Tem por objetivo a crítica humorística de um fato político. Por isso, para humorística de um fato político. Por isso, para poder compreender a charge, é necessário poder compreender a charge, é necessário conhecer o assunto a que ele se refere. As conhecer o assunto a que ele se refere. As características físicas das pessoas características físicas das pessoas representadas são quase sempre exageradas representadas são quase sempre exageradas para despertar o humor. para despertar o humor.

Chargistas e caricaturistas influenciaram na Chargistas e caricaturistas influenciaram na história e na luta pela liberdade de expressão, história e na luta pela liberdade de expressão, no Brasil, e participaram ativamente na luta no Brasil, e participaram ativamente na luta contra a ditadura e, muitos deles, até hoje, contra a ditadura e, muitos deles, até hoje, retratam a política do país.retratam a política do país.

Hoje, as charges estão presentes nos principais Hoje, as charges estão presentes nos principais diários, ilustrando jornais e revistas, fazendo sátiras diários, ilustrando jornais e revistas, fazendo sátiras sociais revestidas de cunho político, irreverência e sociais revestidas de cunho político, irreverência e bom humor. Mas nem sempre foi assim. A história bom humor. Mas nem sempre foi assim. A história das ilustrações no Brasil se confunde com a história das ilustrações no Brasil se confunde com a história da luta pela liberdade de expressão.da luta pela liberdade de expressão.

Com instalação da censura prévia aos meios de Com instalação da censura prévia aos meios de comunicação, no regime militar nas décadas de 60 comunicação, no regime militar nas décadas de 60 e 70, surgiu à chamada imprensa alternativa, e 70, surgiu à chamada imprensa alternativa, trazendo referências como a revista trazendo referências como a revista Pif PafPif Paf lançada por lançada por Millôr Fernandes,Millôr Fernandes, e o Jornal e o Jornal O O PasquimPasquim que foi o celeiro dos melhores chargistas que foi o celeiro dos melhores chargistas e ilustradores do Brasil, na busca pela liberdade de e ilustradores do Brasil, na busca pela liberdade de expressão.expressão.

Mesmo sobre forte censura, nada escapava aos Mesmo sobre forte censura, nada escapava aos traços de chargistas como traços de chargistas como Jaguar, Ivan Lessa, Jaguar, Ivan Lessa, Ziraldo, Millôr e Henfil,Ziraldo, Millôr e Henfil, que como forma de que como forma de resistência  retratavam a realidade da época, resistência  retratavam a realidade da época, dando voz ao povo através de seus trabalhos dando voz ao povo através de seus trabalhos também cobrando mais participações.também cobrando mais participações.

Após a abertura, passado o clima de guerrilha, Após a abertura, passado o clima de guerrilha, surgiram outros nomes como surgiram outros nomes como Angeli, Glauco, Angeli, Glauco, LaerteLaerte e os e os irmãos Carusoirmãos Caruso, que apostavam , que apostavam na crítica pró-democracia, retratando uma nova na crítica pró-democracia, retratando uma nova sociedade que começava a se formar. Então as sociedade que começava a se formar. Então as charges voltaram-se para os tipos urbanos, charges voltaram-se para os tipos urbanos, apostando na contra-cultura, um estilo que apostando na contra-cultura, um estilo que permanece até os dias de hoje.permanece até os dias de hoje.

Assim as charges tiveram papel fundamental na luta contra Assim as charges tiveram papel fundamental na luta contra a repressão, e ainda hoje atuam na sociedade de forma a repressão, e ainda hoje atuam na sociedade de forma participativa nas questões políticas e sociais, participativa nas questões políticas e sociais, desenvolvendo o questionamento e a crítica com muito desenvolvendo o questionamento e a crítica com muito humor. Mas as charges além de privilegiar o humor e a humor. Mas as charges além de privilegiar o humor e a sátira política, abordam temas atuais, mostram as sátira política, abordam temas atuais, mostram as preocupações do país e do mundo oferecendo ao leitor preocupações do país e do mundo oferecendo ao leitor elementos de fácil  identificação e reconhecimento, elementos de fácil  identificação e reconhecimento, cumprindo seu papel social garantindo algum espaço a cumprindo seu papel social garantindo algum espaço a opinião e a liberdade de expressão.opinião e a liberdade de expressão.

O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, mais O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, mais conhecido como Jaguar, foi um dos fundadores do jornal conhecido como Jaguar, foi um dos fundadores do jornal mais influente na oposição ao regime militar, batizado mais influente na oposição ao regime militar, batizado por ele de O Pasquim. Junto com Ivan Lessa, Jaguar por ele de O Pasquim. Junto com Ivan Lessa, Jaguar publicava suas tiras com ratinho publicava suas tiras com ratinho SigSig, dando uma injeção , dando uma injeção de humor nas situações cotidianas absurdas, ironizando de humor nas situações cotidianas absurdas, ironizando os chavões, criando frases de efeito em tiras hilárias, que os chavões, criando frases de efeito em tiras hilárias, que mais tarde foram imortalizadas com publicação da série mais tarde foram imortalizadas com publicação da série “Lugares in-comuns”.“Lugares in-comuns”.

Ziraldo, que é um dos mais consagrados ilustradores Ziraldo, que é um dos mais consagrados ilustradores brasileiros, conhecido por suas obras infantis, também brasileiros, conhecido por suas obras infantis, também era um dos militantes a favor da livre expressão. era um dos militantes a favor da livre expressão. Participou da fundação do Pasquim e com seus Participou da fundação do Pasquim e com seus personagens personagens Jeremias, o Bom, a Supermãe e Jeremias, o Bom, a Supermãe e Mineirinho,Mineirinho, trabalhou intensamente na resistência à trabalhou intensamente na resistência à repressão, chegando ficar preso por dois meses. No ano repressão, chegando ficar preso por dois meses. No ano de 2001, na tentativa de reviver O Pasquim dos anos 60, de 2001, na tentativa de reviver O Pasquim dos anos 60, Ziraldo lançou o Ziraldo lançou o Pasquim 21Pasquim 21, que deixou de ser , que deixou de ser publicado em 2004.publicado em 2004.

O escritor, tradutor e cartunista Millôr Fernandes, que era O escritor, tradutor e cartunista Millôr Fernandes, que era responsável pela revista Pif Paf marco da imprensa responsável pela revista Pif Paf marco da imprensa alternativa no Brasil, também participou da fundação do alternativa no Brasil, também participou da fundação do jornal O Pasquim. Com um humor sarcástico e jornal O Pasquim. Com um humor sarcástico e provocações explícitas ao regime militar, não só nas provocações explícitas ao regime militar, não só nas charges mais também em seus textos e peças. Millôr foi charges mais também em seus textos e peças. Millôr foi um dos maiores questionadores do esquema repressor um dos maiores questionadores do esquema repressor que dominava o país naquela época. Hoje, Millôr é um que dominava o país naquela época. Hoje, Millôr é um dos mais consagrados escritores brasileiros.dos mais consagrados escritores brasileiros.

Henfil ou Henrique de Sousa Filho, era cartunista e Henfil ou Henrique de Sousa Filho, era cartunista e quadrinhista, se destacou por sua forte atuação quadrinhista, se destacou por sua forte atuação nos movimentos políticos e sociais na luta pelo nos movimentos políticos e sociais na luta pelo fim do regime ditatorial. Com seu estilo fim do regime ditatorial. Com seu estilo inconfundível, suas charges traziam personagens inconfundível, suas charges traziam personagens tipicamente brasileiros e eram marcadas pela tipicamente brasileiros e eram marcadas pela crítica e sátira política.crítica e sátira política.

Trabalhou nas revistas  Trabalhou nas revistas  Alterosa, Realidade, Alterosa, Realidade, Visão, Placar e O Cruzeiro,Visão, Placar e O Cruzeiro, tornou-se tornou-se conhecido a partir de 1969, quando passou a conhecido a partir de 1969, quando passou a colaborar no jornal O pasquim. Seus principais colaborar no jornal O pasquim. Seus principais personagens foram os personagens foram os Fradins, Pó de Arroz, Fradins, Pó de Arroz, Zeferino, Orelhão, Bode Orelana, Graúna, Zeferino, Orelhão, Bode Orelana, Graúna, Cabôco Mamadô, Urubu, Bacalhau e Ubaldo Cabôco Mamadô, Urubu, Bacalhau e Ubaldo o Paranóico.o Paranóico.

Angeli, Glauco e LaerteAngeli, Glauco e Laerte surgiram no fim da ditadura, surgiram no fim da ditadura, também fazendo oposição ao regime militar. Mas logo também fazendo oposição ao regime militar. Mas logo depois nos anos 80 deixaram de investir só na política depois nos anos 80 deixaram de investir só na política inovando ao adotar o contexto da contra-cultura, inovando ao adotar o contexto da contra-cultura, falando sobre assuntos que até então eram tabus como falando sobre assuntos que até então eram tabus como sexo e drogas.sexo e drogas. Juntos fizeram as revistas Juntos fizeram as revistas Chiclete Chiclete com Banana, Geraldão e Piratas do Tietê.com Banana, Geraldão e Piratas do Tietê. E E mesmo passado  o clima de guerrilha, hoje continuam mesmo passado  o clima de guerrilha, hoje continuam fazendo sátiras políticas, mantendo o estilo que fazendo sátiras políticas, mantendo o estilo que redefiniu o humor nos cartuns brasileiros.redefiniu o humor nos cartuns brasileiros.

Leitores assíduos de O Pasquim e fãs de Ziraldo, os Leitores assíduos de O Pasquim e fãs de Ziraldo, os irmãos Caruso, surgiram no fim dos anos 60. Ficando irmãos Caruso, surgiram no fim dos anos 60. Ficando conhecidos por suas charges que falavam sobre a conhecidos por suas charges que falavam sobre a situação econômica, a violência nas cidades e falta de situação econômica, a violência nas cidades e falta de distribuição de renda enfatizando sempre os tipos distribuição de renda enfatizando sempre os tipos urbanos. Os chargistas, que também são músicos e urbanos. Os chargistas, que também são músicos e escritores, ainda atuam no cenário nacional, dentro da escritores, ainda atuam no cenário nacional, dentro da crítica política e social.crítica política e social.

Em abril de 2006 a Em abril de 2006 a Editora Editora DesiderataDesiderata lançou O Pasquim – lançou O Pasquim – Antologia 1969 – 1971, uma compilação feita por Jaguar Antologia 1969 – 1971, uma compilação feita por Jaguar e Sérgio Augusto de matérias e entrevistas das 150 e Sérgio Augusto de matérias e entrevistas das 150 primeiras edições do semanário. O livro foi um sucesso primeiras edições do semanário. O livro foi um sucesso motivando o lançamento de um segundo volume em motivando o lançamento de um segundo volume em 2007, desta vez cobrindo o material do período entre 2007, desta vez cobrindo o material do período entre 1972 e 1973, e depois um terceiro em 2009, cobrindo os 1972 e 1973, e depois um terceiro em 2009, cobrindo os anos de 1973 e 1974.anos de 1973 e 1974.

É possível encontrar os três volumes e qualquer boa É possível encontrar os três volumes e qualquer boa livraria da sua cidade e até mesmo em alguns Sebos.livraria da sua cidade e até mesmo em alguns Sebos.

Referência Bibliográfica:Referência Bibliográfica:

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FARACO, Carlos Emílio & MOURA. FARACO, Carlos Emílio & MOURA. Linguagem nova.Linguagem nova. São Paulo: Ática, 2002. pp. 250, São Paulo: Ática, 2002. pp. 250, 251. 251.