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MANUAL DE FORMAÇÃO UFCD 0349 AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO Susana Marques Viseu, Novembro 2014

Manual de ufcd 0349

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MANUAL DE FORMAÇÃO

UFCD 0349

AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Susana Marques

Viseu, Novembro 2014

Índice INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 4

PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE..................................................................... 5

GESTÃO DE RESÍDUOS .................................................................................................................... 10

CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS COM A SHST ........................................................ 16

ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST.................................................. 19

ACIDENTES DE TRABALHO ..................................................................................................... 22

Causas dos Acidentes de Trabalho ................................................................................................ 24

- CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS DOS ACIDENTES DE TRABALHO ..................................................... 25

PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS ..................................................................................... 26

- PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS ................................................................................................. 45

- RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO ............................................................................................. 57

- PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA DE ATIVAÇÃO ............................................................................ 60

CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES E A ESCOLHA DO AGENTE EXTINTOR ........................................ 62

SINALÉTICA DE SEGURANÇA ........................................................................................................... 65

- MOVIMENTAÇÃO MECÂNICA DE CARGAS ...................................................................................... 76

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE ............................................................................ 82

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................ 89

CONCLUSÃO.................................................................................................................................... 94

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 95

AMBIENTE

INTRODUÇÃO

A proteção do ambiente e da saúde constitui um dos maiores desafios que se colocam à

sociedade moderna, sendo cada vez mais assumido o compromisso de salvaguarda da igualdade entre

gerações, assente num modelo de desenvolvimento sustentável.

Nesta UFCD pretende-se dar a conhecer e, invariavelmente, alertar para os problemas ambientais da

atualidade, não descurando dos deveres e direitos de cada um de nós, enquanto cidadãos, passando pelo

reconhecimento das leis a que todos nós estamos sujeitos.

O que é o Ambiente?

«Ambiente é o conjunto dos sistemas físicos, químicos, biológicos e suas relações e dos factores

económicos, sociais e culturais com efeito directo ou indirecto, mediato ou imediato, sobre os seres

vivos e a qualidade de vida do homem.»

A higiene e a segurança são duas atividades que estão intimamente relacionadas com o objetivo

de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e

trabalhadores de uma Empresa.

Segundo a O.M.S. – Organização Mundial de Saúde –, a verificação de condições de Higiene e Segurança

consiste num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e

enfermidade.

A higiene do trabalho (atualmente inserida na saúde no trabalho) propõe-se a combater, dum

ponto de vista não médico, as doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o

ambiente de trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições

inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança e bem-estar do trabalhador).

A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os acidentes de

trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a

utilizarem medidas preventivas.

Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem o

fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem, na

empresa, para o aumento da competitividade com diminuição da sinistralidade.

«O trabalho não pode ser uma lei sem que seja um direito.»

Victor Hugo

PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE

Os problemas ambientais vividos no mundo de hoje são consequência direta da intervenção humana

no planeta e nos ecossistemas, causando desequilíbrios ambientais no planeta, comprometendo o

presente e o futuro. Um dos principais problemas vividos pela humanidade nos dias de hoje é o Efeito

Estufa, que se trata de um fenómeno decorrente da detenção da energia solar que deveria ser dissipada

de volta para o espaço mas que permanece na atmosfera em função do aumento da concentração dos

chamados gases estufa. Entre os que ocorrem naturalmente estão vapor de água (H2O), Dióxido de

Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O) e o Ozono (O3).

Água

A disponibilidade de água potável é uma fonte de preocupações mundiais, sendo considerada

por especialistas em meio ambiente como o grande problema do próximo milénio. As justificações são

muitas, entre elas pode-se citar que, do total de água do mundo apenas 3% é água doce e só 0,03% do

total se encontra em superfícies acessíveis. O consumo de água situa-se como uma das necessidades

básicas do ser humano, crescendo em taxas superiores às suportadas pelo planeta a médio prazo. Em

1940, o consumo mundial era de 1 trilião de litros por ano. Em 1960, já estava em 2 triliões, passando

para 4 triliões em 1990. No ano 2000 era de 5 triliões de litros de água por ano. O limite de 9 triliões de

litros, estimado por órgãos internacionais, será alcançado em 2015. Enquanto a busca aumenta, as

disponibilidades diminuem, em face da contaminação e da poluição causados às suas fontes.

Perda de Biodiversidade

A Biodiversidade refere-se à variabilidade dos seres vivos que se encontram no mundo natural.

O conceito abrange a diversidade genética das espécies, a diversidade genética dentro de uma dada

espécie, e também a diversidade dos ecossistemas e habitats. Contudo, o foco principal do tema

biodiversidade incide sobretudo nas espécies.

A perda de biodiversidade que se registou na década de 70 tornará irreversível a extinção de uma parte

da vida selvagem. A ação levada a cabo pelo Homem desde essa altura levou a uma redução de 28%

entre as espécies marinhas, 29% entre os animais que vivem em rios e 25% entre os restantes. A

principal causa é a ação do Homem sobre a Natureza, como consequências da poluição, agricultura,

expansão urbana, pesca excessiva e caça.

Aquecimento Global

O termo aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar

perto da superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e à possibilidade da sua

continuação durante o corrente século.

Se este aumento se deve a causas naturais ou antropogénicas (provocadas pelo Homem) ainda é objeto

de muitos debates entre os cientistas, embora muitos meteorologistas e climatólogos tenham

recentemente afirmado publicamente que consideram provado que a ação humana realmente está a

influenciar a ocorrência do fenómeno. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC),

estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988, no seu relatório

mais recente diz que grande parte do aquecimento observado durante os últimos 50 anos deve se muito

provavelmente a um aumento do efeito estufa (provocado por gases lançados para a atmosfera - o

Metano, o Óxido de Azoto, os CFC e Dióxido de Carbono) que influencia a dispersão do calor proveniente

dos raios solares e causado pelo aumento nas concentrações de gases de origem antropogénica

(incluindo, para além do aumento de gases estufa e outras alterações como, por exemplo, as devidas a

um maior uso de águas subterrâneas e de solo para a agricultura industrial e a um maior consumo

energético e poluição). Estes gases são originários desde a Revolução Industrial e com uma maior

industrialização a nível global.

Existem previsões até 2100, esperando-se que a temperatura aumente entre um e 6 graus

Celsius e o nível do mar consequentemente também devido ao derretimento dos glaciares, mesmo que

os níveis de gases de efeito estufa não aumentem.

Já estão em prática alguns planos para o combate ao aquecimento global, sendo o mais conhecido o

Protocolo de Quioto, assinado por inúmeras nações desde 1997.

O protocolo visa o compromisso dos países para a redução de emissões de gases com efeito

estufa e a cooperação entre as nações para essa diminuição.

Aqui ficam algumas das graves consequências do aquecimento global:

- Aumento do nível do mar, com o derretimento dos glaciares e a provável submersão de cidades ou

mesmo países;

- A desertificação no seu sentido literal ou o aparecimento de novos desertos, com o desequilíbrio de

ecossistemas devido ao aumento da temperatura, levando à morte de várias espécies animais e vegetais

(muitos cientistas lembram que o deserto do Saara foi em tempos uma floresta maior que a Amazónia);

- Devido a uma maior evaporação da água dos oceanos pelo aumento da temperatura, originará

catástrofes como tufões e ciclones;

- Ondas de calor sentidas em lugares que até então eram simplesmente amenas.

Este protocolo incide nas emissões de seis gases com efeito de estufa, tais como, o dióxido de carbono

(CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os hidrocarbonetos fluorados (HFC), os hidrocarbonetos

perfluorados (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6).

Desflorestação

Desflorestação ou desflorestamento é o processo de desaparecimento de massas florestais

(bosques), fundamentalmente causada pela atividade humana.

A desflorestação é diretamente causada pela ação do homem sobre a natureza, principalmente

devido a abates realizados pela indústria madeireira, tal como para a obtenção de solo para cultivos

agrícolas.

Uma consequência da desflorestação é o desaparecimento de absorventes de Dióxido de

Carbono, reduzindo-se a capacidade do meio ambiente em absorver as enormes quantidades deste

causador do efeito estufa, e agravando o problema do aquecimento global.

Para tentar conter o avanço do aquecimento global, diversos organismos internacionais

propõem o reflorestamento; porém essa medida é apenas parcialmente aceite pelos ecologistas, pois

estes acreditam que a recuperação da área desmatada não pode apenas levar em conta à eliminação do

gás carbónico, mas também a biodiversidade de toda a região.

O reflorestamento é, no melhor dos casos, um conjunto de árvores situadas segundo uma

separação definida artificialmente, entre as quais surge uma vegetação herbácea ou arbustiva que não

costuma aparecer na floresta natural. No pior dos casos, plantam-se árvores não nativas e que em certas

ocasiões danificam o substrato, como ocorre em muitas plantações de pinheiro ou eucalipto.

Desertificação

O conceito de desertificação pode ser definido, de acordo com a "Convenção das Nações Unidas

de Combate à Desertificação", como a degradação da terra nas zonas áridas, semiáridas e sub-húmidas,

resultante de factores diversos, tais como as variações climáticas e as actividades humanas.

Apesar de ser um problema já muito antigo, só recentemente, nas últimas duas

ou três décadas, a desertificação passou a ser um objeto de preocupação para muitos governos, devido

ao facto de afetar a produção de alimentos e as condições de vida de milhões de pessoas.

As áreas abrangidas pelo problema da desertificação cobrem cerca de 33% da superfície

terrestre, num total de aproximadamente 51 720 000km2, afetando cerca de 900 milhões de pessoas,

sendo África o continente mais afetado. A estas áreas podem ainda acrescentar-se as zonas hiperáridas

(desertos), que ocupam 9 780 000km2 (16% da superfície terrestre).

A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) propõe cinco áreas de

ação humana, como potenciadoras do efeito de desertificação:

1. Degradação das populações animais e vegetais (degradação biótica ou perda da biodiversidade)

de vastas áreas de zonas semiáridas devido à caça e extração de madeira;

2. Degradação do solo, que pode ocorrer por efeito físico (erosão hídrica ou eólica e compactação

causada pelo uso de máquinas pesadas) ou por efeito químico (salinização ou solidificação);

3. Degradação das condições hidrológicas de superfície devido à perda da cobertura vegetal;

4. Degradação das condições geohidrológicas (águas subterrâneas) devido a modificações nas

condições de recarga;

5. Degradação da infraestrutura económica e da qualidade de vida.

Combustíveis Fósseis

Existem três grandes tipos de combustíveis fósseis como o carvão, petróleo e o gás natural. O

processo de formação de combustível fóssil deve-se às plantas, animais e toda a matéria viva, que

quando morrem decompõem-se, sendo precisos dois milhões de anos até que esta matéria orgânica

origine o carvão, posteriormente dando lugar ao petróleo e ao gás natural.

O nome fóssil surge pelo tempo que demora à sua formação, vários milhões de anos. Estes recurso que

agora se utilizam foram formados há 65 milhões de anos. A regeneração destes fósseis é mesmo o cerne

do problema, pois uma vez esgotados só existirão novamente passado bastante tempo. A economia

global está dependente destes recursos naturais, daí as variâncias do preço do petróleo, pois prevê-se

que acabe em poucas décadas, o que influência em grande parte a crise financeira que agora se vive.

O uso destes recursos teve naturalmente grandes impactos na evolução do Homem, tanto para o

melhor, a nível social, tecnológico, económico mas uma grave consequência para o meio ambiente. As

grandes consequências surgem com o uso deste tipo de combustíveis, como a contaminação do ar pela

sua combustão, sendo mesmo um problema para a saúde pública.

Gases como o Dióxido de Carbono são considerados poluentes por agirem diretamente com o efeito de

estufa, aumentando assim o aquecimento global, não deixando dissipar o calor gerado pelos raios

solares. Este aumento de temperatura é sentido nos dias que correm e, provavelmente, trará

consequências de dimensões catastróficas se nada for feito em contrário.

Smog

O termo smog resulta da junção de duas palavras inglesas: smoke (fumo) e fog (nevoeiro) e, tal

como o nome indica, é o resultado da mistura de um processo natural(o nevoeiro) com os fumos

resultantes da atividade industrial e queima de combustíveis fósseis. O smog é uma forma de nevoeiro

poluidor da atmosfera, já que as partículas sólidas e líquidas (aerossóis) contidas nos fumos industriais

e escapes funcionam como pontos de condensação atmosféricos, agregando-se as moléculas de água em

torno deles, originando assim um nevoeiro muito denso e particularmente perigoso devido às

propriedades que as partículas, em torno das quais ocorre condensação, podem apresentar, como uma

elevada acidez (por exemplo, ácido sulfúrico) ou toxicidade (por exemplo, metais pesados).

É perigoso, sobretudo, devido à presença de elementos nocivos nas camadas baixas da

atmosfera, como os óxidos de carbono, óxidos de azoto, hidrocarbonetos, metais pesados e anidrido

sulfuroso - SO2, que facilmente se oxida em SO3, molécula esta que apresenta uma grande afinidade com

a água, dando origem a aerossóis de ácido sulfúrico (H2SO4), responsáveis por nevoeiros e chuvas

ácidas, com consequências altamente nefastas.

O smog pode assumir diferentes graus de perigosidade sendo, regra geral, sempre tóxico e

prejudicial aos organismos vivos, afetando sobretudo as vias respiratórias e olhos (conjuntivites),

estando ainda presente o risco de envenenamento, devido a concentrações elevadas de aerossóis de

metais pesados.

Chuvas Ácidas

Grandes quantidades de ácidos nítrico e sulfúrico são formadas na atmosfera a partir dos óxidos

de nitrogénio e enxofre emitidos pela combustão do carvão, da gasolina e de outros combustíveis

fósseis. Isto acontece principalmente próximo das grandes cidades e dos grandes complexos industriais,

onde os índices de poluição são mais elevados. A precipitação destas substâncias é denominada chuva

ácida desde que o valor de pH esteja compreendido entre os valores 4,0 e 4,5. Em casos extremos, o pH

pode ser inferior a 2,0. Estes valores contrastam com a chuva normal, cujo pH está geralmente

compreendido entre 5,0 e 5,6, em equilíbrio com o dióxido de carbono atmosférico.

Os ácidos sulfúrico (H2SO4) e nítrico (HNO3) são potentes fornecedores de iões hidrogénio que

implementam uma acidificação do solo, tornando-o impróprio para a agricultura. Muitas vezes, os iões

hidrogénio adicionados ao solo não são suficientes para alterar o pH do mesmo mas, após um longo

período de tempo, pode dar-se um significativo efeito de acidificação, especialmente nos solos com

deficiente proteção.

A lixiviação também contribui para a acidez dos solos, na medida em que renova os catiões que

podem concorrer com o hidrogénio e o alumínio na formação de compostos complexos.

As chuvas ácidas são muito prejudiciais aos solos, que se podem tornar improdutivos, e às florestas, pois

atacam fundamentalmente as folhas, acabando as árvores por morrer. São um fenómeno altamente

nocivo, também, para o património construído, que é muito desgastado, como se pode verificar pelos

inúmeros monumentos que a sua ação corroeu.

Alterações Climáticas

As alterações climáticas podem ser encaradas como uma séria ameaça ambiental, interferindo

com os ritmos naturais do planeta Terra. Têm por base fenómenos naturais, mas são, também, induzidas

pela atividade humana como a exploração excessiva dos recursos naturais.

As alterações climáticas têm impactes negativos nos ecossistemas terrestres, com consequências

diversas, como por exemplo:

- Modificações na fauna e flora;

- Aumento das ondas de calor, com prejuízo da saúde humana, e aumento do consumo de

energia utilizada em sistemas de arrefecimento;

- Diminuição da precipitação, com escassez e diminuição da qualidade dos recursos

hídricos, ou precipitação excessiva, com riscos de cheias;

- Alteração das flutuações climáticas anuais, que interferem com a produção agrícola.

O aquecimento global da Terra constitui um bom exemplo de uma alteração climática com

consequências preocupantes a vários níveis. Pode ser explicado pelo efeito de estufa, produzido pela

libertação de gases, como visto anteriormente, que aumentam a capacidade de a atmosfera absorver a

radiação infravermelha, favorecendo a retenção de calor.

GESTÃO DE RESÍDUOS

A Política de Resíduos assenta em objetivos e estratégias que visam garantir a preservação dos

recursos naturais e a minimização dos impactes negativos sobre a saúde pública e o ambiente.

Para a prossecução destes objetivos importa incentivar a redução da produção dos resíduos e a

sua reutilização e reciclagem por fileiras. Em grande medida, tal passa pela promoção da identificação,

conceção e adoção de produtos e tecnologias mais limpas e de materiais recicláveis.

Para além da prevenção, importa ainda promover e desenvolver sistemas integrados de recolha,

tratamento, valorização e destino final de resíduos por fileira (e.g.: óleos usados, solventes, têxteis,

plásticos e matéria orgânica).

Entende-se por Operações de Gestão de Resíduos, toda e qualquer operação de recolha,

transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos, bem como às

operações de descontaminação de solos e à monitorização dos locais de deposição após o encerramento

das respetivas instalações. A gestão deve assegurar que à utilização de um bem sucede uma nova

utilização ou que, não sendo viável a sua reutilização, se procede à sua reciclagem ou, ainda a outros

modos de valorização. A eliminação definitiva de resíduos, principalmente a sua deposição em aterro,

constitui a última opção de gestão, justificando-se apenas quando seja técnica ou financeiramente

inviável a prevenção, a reutilização, a reciclagem ou outras formas de valorização.

No Artigo 7.º do decreto-Lei n.º 73/2011 de 17 de junho está patente o princípio da hierarquia dos

resíduos:

1 - A política e a legislação em matéria de resíduos devem respeitar a seguinte ordem de

prioridades no que se refere às opções de prevenção e gestão de resíduos:

Prevenção e redução;

Preparação para a reutilização;

Reciclagem;

Outros tipos de valorização;

Eliminação.

Vantagens da Reutilização

A reutilização pode ser definida como a reintrodução, em utilização análoga e sem alterações, de

substâncias, objetos ou produtos nos circuitos de produção e/ou consumo, por forma a evitar a

produção de resíduos. Existem várias vantagens associadas à reutilização, tais como:

Poupanças energéticas e de materiais;

Redução das necessidades e custos de eliminação pela diminuição da quantidade de resíduos a

eliminar;

Poupanças económicas para empresas e consumidores, dado que os produtos reutilizáveis

necessitam de menos substituições;

Novas oportunidades de mercado, por exemplo para produtos “reenchíveis”.

No entanto, a reutilização também apresenta desvantagens, nomeadamente:

A necessidade de infraestruturas, incluindo de transporte, para sistemas de retorno-

reenchimento, e em que os custos ambientais podem ultrapassar os benefícios ambientais

derivados da reutilização;

Custos e dificuldades práticas da recolha e lavagem dos produtos;

Maior utilização de matérias-primas no produto original, dado que este necessita de ser mais

robusto do que os produtos de uso único.

Vantagens da Reciclagem

A Portaria nº 209/2004, de 3 de março, define reciclagem como o reprocessamento de resíduos em

processos de produção, para o fim original ou outros fins.

As principais vantagens associadas à reciclagem são as seguintes:

- Aumento do tempo de vida e maximização do valor extraído das matérias-primas;

- Poupanças energéticas;

- Conservação dos recursos naturais;

- Desvio dos resíduos dos aterros ou outras instalações de tratamento mais poluidoras;

- Participação ativa dos consumidores, o que implica uma maior consciência ambiental;

- Redução da poluição atmosférica e da poluição dos recursos hídricos;

- Criação de novos negócios e mercados para os produtos reciclados.

Existem igualmente alguns inconvenientes, tais como:

- Custos de recolha, transporte e reprocessamento;

- Por vezes, maior custo de materiais reciclados (em relação aos produzidos com matérias-

primas virgens);

- Instabilidade dos mercados para materiais reciclados, os quais podem ser rapidamente

distorcidos por alterações na oferta e procura (nacional ou internacional).

Efluentes Líquidos

A grande diversidade das atividades industriais ocasiona durante o processo produtivo, a

geração de efluentes, os quais podem poluir/contaminar o solo e a água, sendo preciso observar que

nem todas as indústrias geram efluentes com poder de impacte nesses dois ambientes. Num primeiro

momento, é possível imaginar serem simples os procedimentos e atividades de controlo de cada tipo de

efluente na indústria. Todavia, as diferentes composições físicas, químicas e biológicas, as variações de

volumes gerados em relação ao tempo de duração do processo produtivo, a potencialidade de toxicidade

e os diversos pontos de geração na mesma unidade de processamento recomendam que os efluentes

sejam caracterizados, quantificados e tratados e/ou acondicionados, adequadamente, antes da

disposição final no meio ambiente.

As características físicas, químicas e biológicas do efluente industrial são variáveis com o tipo de

indústria, com o período de operação, com a matéria-prima utilizada, com a reutilização de água, etc.

Com isso, o efluente líquido pode ser solúvel ou com sólidos em suspensão, com ou sem coloração,

orgânico ou inorgânico, com temperatura baixa ou elevada. Entre as determinações mais comuns para

caracterizar a massa líquida estão as determinações físicas (temperatura, cor, sólidos, etc.), as químicas

(pH, alcalinidade, teor de matéria orgânica, metais, etc.) e as biológicas (bactérias, protozoários, vírus,

etc.).

Na implantação e operação de indústrias, é importante considerar que a utilização das

potencialidades advindas dos recursos hídricos (energia, transporte, matéria-prima, etc.) é um benefício

inquestionável e único, mas precisa ser acompanhada do uso racional da água, sendo por isso

fundamentais a redução e o controle do lançamento de efluentes industriais no meio ambiente, como

uma das formas de cooperação e participação no desenvolvimento sustentável. Cabe ao setor industrial

a responsabilidade de minimizar ou evitar que o processo produtivo acarrete em impactos ambientais.

Emissões Gasosas

Desde há muito tempo que a poluição do ar acompanha as atividades humanas, e que são

conhecidas as suas causas e efeitos no planeta.

Acontece que, durante muito tempo este teve capacidade de regenerar a atmosfera e de repor os

níveis de qualidade do ar essencial a todos os seres vivos, mas esta capacidade começa a diminuir. Com

o aumento das emissões provenientes da indústria, dos meios de transporte (em particular os veículos

automóveis cujo número continua a aumentar) e de outras atividades humanas, que ultrapassam a

capacidade de regeneração da atmosfera, esta vai, por acumulação dos poluentes, ficando cada vez mais

poluída.

A crescente complexidade dos poluentes e dos processos que os originam conduzem a graves

problemas como sejam por exemplo, a diminuição da camada de ozono, o efeito de estufa e as alterações

climáticas.

Na tabela I são apresentados os diferentes poluentes, as suas origens e os principais efeitos no

meio ambiente:

Tabela I. Poluentes, origens e efeitos

Habitualmente considera-se que o controlo da poluição

atmosférica implica a utilização de equipamentos de

remoção de poluentes, mas existe um conjunto de outras

medidas, como o pré-tratamento ou a substituição de

matérias-primas e combustíveis e a adoção de

tecnologias menos poluentes, que podem ser tomadas ao nível do processo com ganhos significativos

para a qualidade do ar.

A utilização de energias alternativas, como a eólica ou a solar, são também medidas importantes, uma

vez que permitem a obtenção de energia através da ação do vento e da luz solar sem ser necessário

recorrer à queima de combustíveis fósseis.

O Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril, estabelece o regime da prevenção e controlo das emissões de

poluentes para a atmosfera, fixando os princípios, objetivos e instrumentos apropriados à garantia da

proteção do recurso natural ar, bem como as medidas, procedimentos e obrigações dos operadores das

instalações abrangidas. A Portaria n.º 675/2009 de 23 de junho habilita a que sejam estipulados valores

limite de emissão (VLE) aplicáveis às diferentes fontes de emissão abrangidas.

Estratégias de Atuação

A intervenção de todos nós para uma efetiva aplicação da política dos 5 R (Reduzir, Reutilizar,

Reciclar, Recuperar e Racionalizar) é fundamental, permitindo a redução do consumo de energia, de

matérias-primas e recursos naturais, e da quantidade de resíduos depositada em aterro ou incinerada.

Reduzir a quantidade de resíduos produzidos (por exemplo, através da utilização de produtos de longa

duração e de produtos a granel);

Reutilizar resíduos quando não for possível reduzir, através da utilização de materiais usados

(por exemplo, reutilização de sacos plásticos, reparação de artigos danificados);

Reciclar os materiais (já) não reutilizáveis, através da prévia separação seletiva e posterior deposição

no respetivo ecoponto (plástico e metal – amarelo –, papel e cartão – azul –, vidro – verde). As pilhas

usadas devem ser depositadas no pilhão e as embalagens de madeira podem ser depositadas nos

ecocentros. Também os eletrodomésticos devem ser entregues e não depositados junto dos contentores

(recolha: Amb3e, ERP Portugal – REEE - Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos). Os óleos

alimentares domésticos devem ser colocados no oleão.

A matéria orgânica é, idealmente, encaminhada para compostagem – outra forma de reciclagem,

que consiste na decomposição biológica controlada da matéria orgânica, obtendo-se o composto que

pode ser utilizado como adubo na agricultura.

A reciclagem é o mais mediático dos 5 R e consiste na transformação de um resíduo numa forma

novamente utilizável, prolongando assim o seu ciclo de vida. Em Portugal, (apenas) 15% dos resíduos

totais produzidos são reciclados.

Recuperar, quando possível, a energia de resíduos que não podem ser reduzidos, reutilizados ou

reciclados. Esta é uma opção direcionada maioritariamente para a indústria e inclui opções como a

incineração, por exemplo, que através da queima controlada de resíduos produz energia elétrica.

Racionalizar a produção e os procedimentos, evitando ao máximo a criação de resíduos.

SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS COM A SHST

ACIDENTE DE TRABALHO Acontecimento não intencionalmente provocado, de carácter

anormal, súbito e inesperado, que se verifica no local e tempo de trabalho ou ao serviço do

empregador, produzido, direta ou indiretamente, Lesão corporal, perturbação funcional ou

doença de que resulte morte ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

AMBIENTE DE TRABALHO Conjunto de variáveis que definem a realização de uma tarefa

concreta e o enquadramento em que esta se realiza, assim como determinam a saúde do

individuo que a executa, na tripla dimensão, física, mental e social.

AVALIAÇÃO DO RISCO Processo de identificar, estimar (quantitativa ou qualitativamente) e

valorar o risco para a saúde e segurança dos trabalhadores. Este processo visa obter a

informação necessária à tomada de decisão relativa às ações preventivas a adotar.

CLASSES DO FOGO Determinação de um fogo pelo tipo de material que está a sofrer o processo

de combustão. Classe A – sólidos; Classe B – líquidos; Classe C - Gases; Classe D- Metais.

COMBURENTE – nome dado à substância que é reduzida numa reação de combustão. O oxigénio

é o principal comburente, porém há casos isolados em que o comburente é o cloro, bromo ou o

enxofre.

COMBUSTÃO - reação de oxidação entre um combustível e o comburente. A reação é provocada

por uma energia de ativação sendo sempre exotérmica (libertação de calor).

COMBUSTÍVEL – qualquer combustível que reage com o comburente de forma violenta ou de

um modo a produzir calor, chamas ou gases.

COMISSÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE Comissão integrada pelos representantes dos

trabalhadores para as questões de segurança e saúde e por representantes dos empregadores

que foi estabelecida e desempenha as suas funções ao nível da organização, em conformidade

com a legislação e as práticas nacionais.

CUSTOS DOS ACIDENTES Consequências dos acidentes de trabalho, geralmente classificados

em dois tipos: custos diretos e custos indiretos.

DOENÇA PROFISSIONAL Doença em que se prova a relação causa-efeito entre a exposição a

fatores de risco existentes no local de trabalho e o seu efeito nocivo na saúde do

trabalhador, constando do diploma legal da Lista de Doenças Profissionais.

DANO Lesão corporal, perturbação funcional ou doença que determine redução na capacidade

de trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante, direta ou indiretamente, de

acidente de trabalho.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Todo o equipamento, bem como qualquer complemento ou acessório, destinado a ser utilizado

pelo trabalhador para se proteger dos riscos, para a sua segurança e para a sua saúde.

ERGONOMIA Ciência que estuda e projeta os postos e lugares de trabalho de modo a adaptar o

trabalho ao homem, permitindo a conjugação da melhoria do nível de saúde, segurança, conforto

e produtividade.

HIGIENE E SEGURANÇA Consiste na identificação e quantificação dos vários fatores de risco e

consequente avaliação e controlo das condições de trabalho, nomeadamente na prevenção da

doença relacionada com o trabalho (Higiene) e na prevenção do acidente de trabalho

(Segurança).

INCIDENTE Ocorrência instantânea e não desejada que, ao contrário do acidente de trabalho,

não provoca lesões ou danos para além dos resultantes da alteração normal da atividade.

ÍNDICE DE FREQUÊNCIA Número de acidentes de trabalho por milhão de horas trabalhadas.

ÍNDICE DE GRAVIDADE Número de dias de trabalho perdidos devido a acidentes de trabalho

por mil horas trabalhadas.

LOCAL DE TRABALHO Todo o lugar em que o trabalhador se encontra, ou donde ou para onde

deve dirigir-se em virtude do seu trabalho, e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao

controlo do empregador.

MEDICINA DO TRABALHO Especialidade da medicina cujo objetivo é prevenir riscos para a

saúde do trabalhador, vigiando e controlando diretamente o seu estado de saúde.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE RISCOS Conjunto de ações de ordem construtiva, técnica ou

organizacional que têm como objetivo evitar ou minimizar os riscos profissionais, ou seja

proteger os trabalhadores na sua integridade física e moral. Como medidas de prevenção mais

vulgarmente utilizadas destacam-se a sinalização de segurança e os equipamentos de proteção

coletiva e individual, bem como as ações de formação e sensibilização dos trabalhadores.

PERIGO Situação que excede o limite do risco aceitável. Propriedade intrínseca de um objeto ou

organismo capaz de produzir danos ou lesões.

PREVENÇÃO Ação de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de

disposições ou medidas que devam ser tomadas no licenciamento e em todas as fases de

atividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço.

PROTECÇÃO COLECTIVA Conjunto de equipamentos e medidas que têm por finalidade evitar

acidentes de trabalho ou doenças profissionais, protegendo não um trabalhador específico mas

sim um conjunto ou a totalidade dos trabalhadores da instalação. Dentro destas proteções,

consideram-se as normas de segurança e a sinalização.

PROTECÇÃO INDIVIDUAL Técnica de proteção relativamente a um ou mais riscos, em que se

aplica ao trabalhador a respetiva proteção.

RISCO (R = P x G) Combinação da probabilidade (P) da ocorrência de um fenómeno perigoso

com a gravidade (G) das lesões ou danos para a saúde que tal fenómeno possa causar.

RISCO PROFISSIONAL Probabilidade de algo afetar negativamente a saúde dos trabalhadores.

RISCOS PSICOSSOCIAIS Os que decorrem da evolução socioeconómica e das transformações do

mundo do trabalho, os riscos psicossociais englobam o stress, a depressão e a ansiedade, o

assédio moral, a intimidação e a violência. Põem em risco o bem-estar no trabalho na sua

dimensão física, moral e social.

SAÚDE NO TRABALHO Abordagem que integra, além da vigilância médica, o controlo dos

elementos físicos e mentais que possam afetar a saúde dos trabalhadores, representando uma

considerável evolução face às metodologias tradicionais da medicina do trabalho.

SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Conjunto de elementos

interrelacionados ou interativos que têm por objeto estabelecer uma política e objetivos de SST,

e alcançar tais objetivos.

ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA SHST

- Obrigações gerais do empregador e do trabalhador

Obrigações gerais do empregador em matéria de segurança e saúde no trabalho

A Lei-Quadro de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho faz impender sobre as entidades

empregadoras a obrigatoriedade de organizarem os serviços de Segurança e Saúde no Trabalho.

A Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012 define como eixo

fundamental do desenvolvimento das políticas neste domínio a promoção da segurança e saúde nos

locais de trabalho, como pressuposto de uma melhoria efectiva das condições de trabalho.

Para tanto, importa que os empregadores adoptem políticas de promoção da segurança e saúde no

trabalho que permitam assegurar a saúde e a integridade física dos seus trabalhadores, respeitando

os princípios de prevenção de riscos profissionais.

Aos empregadores compete, em termos de obrigações gerais, a aplicação de medidas que visam:

Assegurar condições de segurança e saúde no trabalho, de acordo com os princípios gerais de

prevenção, nomeadamente em aspetos relacionados com a planificação da prevenção num sistema

coerente que tenha em conta a componente técnica, a organização do trabalho, as relações sociais e os

fatores materiais inerentes ao trabalho;

Assegurar a vigilância adequada da saúde dos trabalhadores em função dos riscos a que se encontram

expostos no local de trabalho.

A Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro define, no seu artigo n.º 15.º, as obrigações gerais do

empregador, em matéria de segurança e saúde no trabalho. O empregador deve, nomeadamente,

assegurar ao trabalhador condições de segurança e saúde em todos os aspectos do seu trabalho.

O empregador deve, para tal, organizar os serviços adequados, internos ou externos à empresa,

estabelecimento ou serviço, mobilizando os meios necessários, nomeadamente nos domínios das

actividades de prevenção, da formação e da informação, bem como o equipamento de protecção que

se torne necessário utilizar.

Os artigos n.ºs 73.º a 110.º, da Lei n.º 102/2009 obrigam as entidades empregadoras a organizar, na

empresa ou estabelecimento, as atividades de segurança e saúde no trabalho, as quais constituem, ao

nível da empresa, um elemento determinante na prevenção de riscos profissionais e de promoção e

vigilância da saúde dos trabalhadores.

Aos serviços de segurança e saúde no trabalho cabe:

Assegurar as condições de trabalho que salvaguardem a segurança e a saúde física e mental dos

trabalhadores;

Desenvolver as condições técnicas que assegurem a aplicação das medidas de prevenção que

possibilitem o exercício da actividade profissional em condições de segurança e de saúde para o

trabalhador, tendo em conta os princípios de prevenção de riscos profissionais;

Informar e formar os trabalhadores no domínio da segurança e saúde no trabalho;

Informar e consultar os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho ou,

na sua falta, os próprios trabalhadores.

A referida Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012 define, por outro

lado, como objectivo nuclear, a promoção da segurança e saúde nos locais de trabalho, como

pressuposto de uma melhoria efectiva das condições de trabalho.

Para materializar este eixo, a Estratégia Nacional aponta o objectivo da melhoria da qualidade da

prestação dos serviços de segurança e saúde no trabalho e o incremento das competências dos

respectivos intervenientes, entendendo que o sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho em

meio empresarial constitui a essência da abordagem da prevenção de riscos profissionais nos locais

de trabalho.

O incremento das competências dos intervenientes é outro dos vetores que os referenciais

estratégicos apontam. Com efeito, para além da obrigatoriedade da organização dos respetivos

serviços, o empregador tem o dever de proporcionar aos trabalhadores formação adequada no

domínio da segurança e saúde no trabalho.

Obrigações do Trabalhador

Constituem obrigações do trabalhador:

a) Cumprir as prescrições de segurança e de saúde no trabalho estabelecidas nas disposições legais e

em instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, bem como as instruções determinadas com

esse fim pelo empregador;

b) Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como pela segurança e pela saúde das outras

pessoas que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho, sobretudo quando exerça

funções de chefia ou coordenação, em relação aos serviços sob o seu enquadramento hierárquico e

técnico;

c) Utilizar corretamente e de acordo com as instruções transmitidas pelo empregador, máquinas,

aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros equipamentos e meios postos à sua

disposição, designadamente os equipamentos de proteção coletiva e individual, bem como cumprir os

procedimentos de trabalho estabelecidos;

d) Cooperar ativamente na empresa, no estabelecimento ou no serviço para a melhoria do sistema de

segurança e de saúde no trabalho, tomando conhecimento da

informação prestada pelo empregador e comparecendo às consultas e aos exames determinados pelo

médico do trabalho;

e) Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou, não sendo possível, ao trabalhador

designado para o desempenho de funções específicas nos domínios da segurança e saúde no local de

trabalho as avarias e deficiências por si detetadas que se lhe afigurem susceptíveis de originarem

perigo grave e iminente, assim como qualquer defeito verificado nos sistemas de protecção;

f) Em caso de perigo grave e iminente, adoptar as medidas e instruções previamente estabelecidas

para tal situação, sem prejuízo do dever de contactar, logo que possível, com o superior hierárquico

ou com os trabalhadores que desempenham funções específicas nos domínios da segurança e saúde

no local de trabalho.

- O trabalhador não pode ser prejudicado em virtude de se ter afastado do seu posto de trabalho ou

de uma área perigosa em caso de perigo grave e iminente nem por ter adoptado medidas para a sua

própria segurança ou para a segurança de outrem.

- As obrigações do trabalhador no domínio da segurança e saúde nos locais de trabalho não excluem

as obrigações gerais do empregador, tal como se encontram definidas no artigo 15.º

- Constitui contraordenação muito grave a violação do disposto na alínea b) do n.º 1.

- Sem prejuízo do disposto no número anterior, o trabalhador que viole culposamente os deveres

referidos no n.º 1 ou o trabalhador cuja conduta tiver contribuído para originar uma situação de

perigo incorre em responsabilidade disciplinar e civil.

ACIDENTES DE TRABALHO

Segundo o Decreto-Lei nº 99/2003, de 27 de agosto, é acidente de trabalho o sinistro, entendido

como acontecimento súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no

tempo de trabalho.

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre os quais se destacam as

falhas humanas e as materiais.

Quanto aos acidentes de trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os

trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

Para uma maior compreensão, analise-se as seguintes definições:

Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um

corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo,

a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação funcional.

Dano é a lesão corporal, perturbação funcional ou doença que determine redução na capacidade de

trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante direta ou indiretamente de acidente de

trabalho. Se a lesão corporal, perturbação ou doença for reconhecida a seguir a um acidente,

presume-se consequência deste senão for reconhecida a seguir a um acidente, compete ao sinistrado

ou aos beneficiários legais provar que foi consequência dele.

Consequências dos Acidentes de Trabalho

Os acidentes de trabalho não afetam somente a vítima, mas também a família, a empresa e a

sociedade.

A Vítima – que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente para o

trabalho;

A Família – que tem seu padrão de vida afetado pela falta dos ganhos normais, correndo o risco de

cair na marginalidade;

As Empresas – com a perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, tempo, etc, e,

consequentemente, elevação dos custos operacionais;

A Sociedade – com o número crescente de inválidos e dependentes da Segurança Social.

Classificação dos Acidentes de Trabalho

Já se analisou anteriormente que os acidentes de trabalho podem classificar-se em diversas

incapacidades que estão compreendidas entre ferimentos ligeiros e a morte. Avalie-se portanto a

forma destes mesmos acidentes:

- Queda de pessoas;

- Queda de objetos;

- Marcha, choque ou pancada por ou contra objetos;

- Exposição ou contacto com temperaturas extremas;

- Exposição ou contacto com corrente elétrica;

- Exposição ou contacto com substâncias nocivas ou radiações.

Segundo o agente material, a classificação dos acidentes de trabalho pode

ser efetuada do seguinte modo:

- Máquinas;

- Meios de transporte e manutenção;

- Fornos, escadas, andaimes, ferramentas, etc;

- Explosivos, gases, poeiras, fragmentos volantes, radiações;

- Entaladela num objeto ou entre objetos;

- Ambientes de trabalho.

A natureza das lesões provocadas por acidentes de trabalho pode ser:

- Fraturas;

- Luxações;

- Entorses e distensões;

- Choque e outros traumatismos internos;

- Amputações;

- Outras feridas;

- Traumatismos superficiais;

- Contusões e esmagamentos;

- Queimaduras.

É importante igualmente lembrar os pontos morfológicos mais suscetíveis de serem alvo de

acidentes de trabalho:

- Cabeça;

- Olhos;

- Pescoço (incluindo garganta e vértebras cervicais);

- Membros superiores;

- Mãos;

- Tronco;

- Membros inferiores;

- Pés.

Causas dos Acidentes de Trabalho

São muitas as situações que podem provocar um acidente de trabalho. As mais comuns são:

- Ascendência e ambiente social;

- Falha humana (imprudência, irritabilidade, etc.);

- Ato inseguro (não utilizar, ou utilizar erradamente, Equipamento de Proteção Individual,

estacionar sob cargas suspensas, usar ferramentas em mau estado, etc.);

- Condição perigosa – proteções ou suportes de máquinas inadequados, congestionamento dos

locais de trabalho, ruído excessivo ou risco de incêndio.

Pode-se igualmente separar as causas dos acidentes em dois fatores:

Fatores materiais ou técnicos

- Má organização do trabalho;

- Deficiente proteção das máquinas;

- Má qualidade dos equipamentos ou ferramentas;

- Falta de Equipamento de Proteção Individual;

- Utilização de produtos perigosos.

Fatores humanos

- Ansiedade e stress;

- Falta de integração do trabalhador no grupo de trabalho;

- Alcoolismo e sonolência.

Prevenção dos Acidentes de Trabalho

A consciencialização e a formação dos trabalhadores no local de trabalho são a melhor forma de

prevenir acidentes, a que acresce a aplicação de todas as medidas de segurança coletiva e individual

inerentes à atividade desenvolvida. Os custos dos acidentes de trabalho, para os trabalhadores

acidentados e para as empresas, são elevadíssimos.

Prevenir, quer na perspetiva do trabalhador quer na do empregador, é a melhor forma de evitar

que os acidentes aconteçam. As ações e medidas destinadas a evitar acidentes de trabalho estão

diretamente dependentes do tipo de atividade exercida, do ambiente de trabalho e das tecnologias e

técnicas utilizadas.

Deve-se sempre:

- Ter muito cuidado e seguir à risca todas as regras de segurança na realização de atividades mais

perigosas;

- Organizar o local de trabalho ou o posto de trabalho, não deixando objetos fora dos seus lugares ou

mal arrumados. Se tudo estiver no seu lugar não se precisa improvisar perante imprevistos e isso

reduz os acidentes;

- Saber quais os riscos e cuidados que se devem ter na atividade que se desenvolve e quais as formas

de proteção para reduzir esses riscos;

- Participar sempre nas ações ou cursos de prevenção de acidentes que a empresa possa

proporcionar;

- Aplicar as medidas e dispositivos de prevenção de acidentes que são facultados, designadamente o

uso de vestuário de proteção adequado, como as proteções auriculares para o ruído, óculos,

capacetes e dispositivos antiqueda, e equipamento de proteção respiratória, entre outras;

- Não recear sugerir à empresa onde se trabalha a realização de palestras, seminários e ações de

formação sobre prevenção de acidentes.

- CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS DOS ACIDENTES DE TRABALHO

Custos Diretos

Custos Diretos ou Custos Segurados são as contribuições mensais pagas pelo empregador à

Previdência Social. O empregador, pessoa física ou jurídica, é obrigado a contribuir sobre a folha de

salários, da seguinte forma:

- 1%, 2% ou 3% sobre o salário de seus empregados, de acordo com o grau de risco da

atividade da empresa;

- 12%, 9% ou 6% exclusivamente sobre o salário do empregado, cuja atividade exercida

ensejar a concessão de aposentadoria aos 15, 20 ou 25 anos de contribuição.

No caso específico de construção civil as contribuições pagas mensalmente pelo empregador são:

- 3% sobre o salário de seus empregados, devido ao grau de risco desta atividade;

- 12%, 9% ou 6% exclusivamente sobre o salário do empregado, cuja atividade exercida

ensejar a concessão de aposentadoria aos 15, 20 ou 25 anos de contribuição – GFIP.

Custos Indiretos

Os custos indiretos ou não segurados são o total das despesas não facilmente computáveis,

resultantes da interrupção do trabalho, do afastamento do empregado da sua ocupação habitual,

danos causados a equipamentos e materiais, perturbação do trabalho normal e outros.

o DOENÇAS PROFISSIONAIS

- Conceito

DOENÇA PROFISSIONAL Doença em que se prova a relação causa-efeito entre a exposição a

fatores de risco existentes no local de trabalho e o seu efeito nocivo na saúde do trabalhador,

constando do diploma legal da Lista de Doenças Profissionais.

PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS

- Riscos biológicos

Agentes Biológicos

Os fatores de risco associados a agentes biológicos relacionam-se com a presença no ambiente de

trabalho de microrganismos como vírus, bactérias, fungos, parasitas, germes, etc., normalmente

presentes em alguns ambientes de trabalho, como:

- Hospitais;

- Laboratórios de análises clínicas;

- Recolha de lixo;

- Indústria do couro;

-Tratamento de efluentes líquidos.

No entanto, embora sejam frequente nas áreas de trabalho mencionadas, eles podem estar

presentes em todo o tipo de trabalho, quer seja este efetuado ao nível produtivo e industrial, quer ao

nível dos serviços.

Os microrganismos geneticamente modificados apresentam-se como fator de risco associado a

agentes biológicos alvo de uma atenção particular.

Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, os fatores de risco

associados a agentes biológicos são responsáveis por algumas doenças profissionais, podendo dar

origem a doenças menos graves como infeções intestinais ou simples gripes, ou mais graves, como a

hepatite, meningite ou sida.

Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, as

medidas preventivas a tomar terão de estar relacionadas com:

• A rigorosa higiene dos locais de trabalho e dos trabalhadores;

• Destruição destes agentes por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso de

cloro;

•Uso de equipamentos individuais de proteção para evitar contacto direto com os

microrganismos;

• Ventilação permanente e adequada;

• Manutenção e limpeza dos sistemas de ventilação;

• Manutenção e limpeza dos equipamentos de trabalho;

• Controle médico constante;

• Vacinação sempre que possível;

• Formação e informação dos trabalhadores;

• Sinalização de segurança, etc.

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por meio de

recolha de amostras de ar e de água, que são depois analisadas em laboratórios especializados.

Microrganismos geneticamente modificados

Com a evolução científico-tecnológica que se tem processado ao nível da biologia, mais

precisamente com a introdução dos microrganismos geneticamente modificados no âmbito do

trabalho, torna-se fundamental estudar qual o grau de perigosidade que estes representam para o

ser humano. Por forma a esclarecer melhor esta problemática, torna-se necessário introduzir a

definição dos dois seguintes conceitos básicos:

- Microrganismo: qualquer entidade microbiológica, celular ou não celular, capaz de replicação ou

de transferência de material genético, incluindo vírus, viróides e células animais e vegetais.

- Microrganismo geneticamente modificado (MGM), microrganismo cujo material genético foi

modificado de uma forma que não ocorre naturalmente por reprodução sexuada e ou por

recombinação natural.

- Vias de entrada no organismo e Medidas de prevenção e proteção

Tal como nos restantes agentes biológicos o modo de penetração do MGM no organismo do

homem pode ser efetuado por via digestiva, respiratória, olhos e pele, podendo originar, igualmente,

algumas das doenças acima mencionadas. No entanto, a perigosidade elevada deste género de

microrganismos advém, exatamente, do tipo de doenças desconhecidas que estes podem provocar

no homem, e que este não tem ainda conhecimento suficiente para as controlar, ou até mesmo

detetar.

A melhor maneira de assegurar o confinamento deste tipo de microrganismos será a adoção de

boas práticas de trabalho microbiológicas, formação, equipamento de confinamento apropriado,

conceção de instalações especiais e princípios de higiene e segurança no local de trabalho, tais como:

ição a quaisquer MGM, quer no local de trabalho, quer no

ambiente envolvente, o mais baixo possível;

aboração de procedimentos específicos de desinfeção e disponibilização de

desinfetantes eficazes para situações de disseminação de MGM;

laboratório contaminados;

a pipetagem à boca, entre outros.

AMBIENTE TÉRMICO

O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas do posto

de trabalho que influenciam o organismo do trabalhador, sendo assim um fator importante que

intervém, de forma direta ou indireta na saúde e bem estar do mesmo, e na realização das

tarefas que lhe estão atribuídas.

CONFORTO TÉRMICO

O homem é um animal de sangue quente que, para sobreviver, necessita de manter a

temperatura interna do corpo (cérebro, coração e órgãos do abdómen) dentro de limites muito

estreitos, a uma temperatura constante de 37 ºC, obrigando a uma procura constante de

equilíbrio térmico entre o homem e o meio envolvente que tem influencia nessa temperatura

interna, podendo um pequeno desvio em relação a este valor indiciar a morte.

Quando existe a perceção psicológica desse equilíbrio, pode-se falar de conforto térmico,

que é definido pela ISO 7730 como “um estado de espírito que expressa satisfação com o

ambiente que envolve uma pessoa (nem quente nem frio)”. É portanto, uma sensação subjetiva

que depende de aspetos biológicos, físicos e emocionais dos ocupantes, não sendo desta forma,

possível satisfazer a todos os indivíduos que ocupam um recinto, com uma determinada

condição térmica.

Um ambiente neutro ou confortável é um ambiente que permite que a produção de calor

metabólico, se equilibre com as trocas de calor (perdas e/ou ganhos) provenientes do ar à volta

do trabalhador. Fora desta situação de equilíbrio, podem existir situações adversas em que a

troca de energia calorífica constitui um risco para a saúde da pessoa, pois mesmo tendo em

conta os mecanismos de termo regulação do organismo, não conseguem manter a temperatura

interna constante e adequada. Nestas situações pode-se falar de stress térmico, por calor ou

frio.

FORMAS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ENTRE HOMEM E MEIO AMBIENTE

Quando dois corpos estão na presença um do outro a temperaturas diferentes há transferência

de calor do corpo mais quente para o corpo mais frio até se estabelecer Ambiente Térmico a

igualdade de temperaturas. Esta transferência pode dar-se através de um ou mais dos seguintes

modos:

Condução

Quando a transferência de calor se realiza através de sólidos ou líquidos que não estão em

movimento (e.g. contacto entre um corpo quente e um frio).

Convecção

Quando a transferência de calor se realiza através dos fluidos em movimento, e por isso só tem

lugar nos líquidos e nos gases (e.g. o movimento do ar).

Radiação

Todas as substâncias radiam energia térmica sob a forma de ondas eletromagnéticas.

Quando esta radiação incide sobre outro corpo, pode ser parcialmente refletida, transmitida ou

absorvida. Apenas a fração que é absorvida surge como calor no corpo.

Evaporação

Uma via de grande importância em fisiologia é a evaporação, que constitui uma perda de calor.

Esta evaporação, através da sudação, dá-se a nível da pele e arrefece a sua superfície.

A sensação de conforto térmico depende do equilíbrio térmico entre a produção de energia

pelo corpo somado dos ganhos de energia do meio e as perdas para o mesmo, com o objetivo de

manter a temperatura interna do corpo em cerca de 37 ºC.

FATORES QUE INFLUENCIAM A SENSAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO

A sensação de conforto térmico depende da conjugação e da influência de vários fatores.

Os principais são:

Variáveis Individuais

- tipo de atividade

- vestuário- aclimatação

Variáveis Ambientais

- temperatura do ar

- humidade relativa do ar ou pressão parcial de vapor.

- temperatura média radiante das superfícies vizinhas

- velocidade do ar

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO

Para avaliar as situações a que está submetido um trabalhador exposto a determinadas condições

ambientais e de trabalho utilizam-se métodos ou critérios objetivos, que se determinam principalmente

em função de:

• temperatura do ar;

• humidade do ar;

• calor radiante;

• velocidade do ar;

• metabolismo;

• vestuário.

No estudo do ambiente térmico há a considerar duas situações:

• A sobrecarga térmica ou "stress" térmico que relaciona a exposição do corpo humano a

ambientes de temperaturas extremas;

• O conforto térmico que, não envolvendo temperaturas extremas, relaciona a temperatura,

humidade e velocidade do ar existentes nos locais que, no seu conjunto, podem provocar

desconforto.

Qualquer uma destas situações pode ser medida com base em técnicas especiais calculando-se índices

que informam da qualidade ambiental do local de trabalho.

- indicador para avaliar a sobrecarga térmica é o índice WBGT1 - Norma ISO 7243 - 1989.

- conforto térmico é medido através dos índices PMV2 e PPD3 - Norma ISO 7730 - 1994.

Qualquer um destes índices é calculado com base em medições de temperatura, humidade relativa,

velocidade do ar, calor radiante e em dados sobre o vestuário dos trabalhadores presentes no local e na

sua atividade.

Os cálculos, por apresentarem alguma complexidade, deverão ser efetuados por um especialista.

Iluminação

A iluminação é um fator que influencia diretamente o conforto, a produtividade e a saúde dos

profissionais no ambiente de trabalho.

Muitos dos acidentes ocorrem porque não se atendeu a aspetos tão simples como uma iluminação

eficaz, em quantidade ou em qualidade.

A iluminação adequada no local de trabalho é um dos fatores mais importantes para um desempenho

eficiente das tarefas, para além de que pode evitar muitos acidentes. É importante não só a quantidade

de luz mas também a qualidade da luz.

Outro fator a evitar no local de trabalho é o encandeamento causado pela luz do sol ou de outras fontes

de luz fortes.

Um problema comum nas empresas e nos escritórios é o excesso de luz. Ter muita luz não significa que

seja a adequada. Muita luz pode gerar uma sensação de desconforto, além de causar problemas de visão.

A luz solar deve ser sempre aproveitada mas nunca em excesso podendo ser controlada com persianas e

cortinas. Além da iluminação geral, algumas atividades exigem uma iluminação mais direta na mesa de

trabalho. Ao longo do dia as pessoas têm necessidades diferentes de iluminação. Ao identificar essa

variação poderá ajudar no rendimento do trabalho. Uma iluminação com cores diferentes torna o

ambiente de trabalho menos monótono, causando uma sensação de bem-estar.

Intensidade de Iluminação

As principais tarefas a executar num posto de trabalho com ecrãs de visualização colocam em

termos de iluminação duas exigências quase opostas: a leitura do texto e o olhar sobre o teclado

requerem um nível de iluminação relativamente elevado, enquanto a leitura da informação no ecrã

exige um bom contraste entre os carateres e o fundo. Pela sua natureza este contraste diminui em

função do aumento do nível da iluminação do local por interferência da luz.

A qualidade da iluminação do local de trabalho deve ser de modo a não existir diminuição do

contraste no ecrã de visualização e reflexos, e permitir uma boa leitura do documento, por isso as

recomendações para intensidades de iluminação divergem bastante entre si.

O tom da luz

Deve-se escolher como tom da luz os tubos fluorescentes o branco neutro ou o branco quente,

sendo este último o mais compatível com as exigências acrescidas em matéria de conforto e o que

permite um ambiente luminoso agradável. Para além disso, os tubos fluorescentes com tons quentes

têm um grau de oscilação e uma tendência de cintilação inferiores. Por outro lado, a tolerância aos

efeitos da iluminação é mais elevada quando a luz é branco quente.

Reflexos

O fator de reflexão influi seriamente na difusão da luz no local. Sobre a superfície dos ecrãs

podem formar-se reflexos mais claros o que pode levar a ofuscamentos incómodos.

Em muitas pesquisas de campo foi constatado que os reflexos eram considerados a mais

desagradável manifestação que acompanha o trabalho com monitores. É possível lutar contra os

reflexos a partir da regulação do ecrã. O meio mais simples consiste em inclinar o ecrã para baixo. O ecrã

deve ser inclinável de 88º a 105º relativamente ao plano horizontal. Outros fatores que contribuem para

a existência de reflexos são as características das superfícies de trabalho. Estas devem ser mates de

modo a diminuir a sua intensidade.

É também necessário escolher e colocar as armaduras de maneira a evitar o mais possível os

reflexos na superfície de ecrã. Ilustrando:

Legenda:

A – Raio luminoso com ângulo de incidência de 30º

B – Raio luminoso com ângulo de incidência de 15º

Inclinação do ecrã e reflexos possíveis da iluminação do teto sob os diferentes ângulos visuais

Iluminação Natural

A luz do dia, só por si, não convém para iluminar os postos de trabalho com ecrãs de visualização

porque está sujeita a fortes variações (atingindo o máximo de 10.000 lux – unidade de medida da

luminosidade – diretamente por detrás das janelas). Dado que a maior parte dos locais onde existem

ecrãs de visualização têm janelas, convém ter em conta os seguintes pontos:

- Não deve haver janelas nem diante nem atrás do ecrã;

- O ângulo principal do olhar deve ser paralelo à fila de janelas;

- Os ecrãs de visualização devem, tanto quanto possível, ser colocados ou mudados para zonas

ou sítios do local de trabalho afastados das janelas;

- As janelas deverão ser equipadas com estores exteriores porque estes são termicamente mais

vantajosos do que os interiores; para as janelas com vidros isolantes do calor devem ser

tomadas medidas particulares no interior do local;

- É vantajoso a existência de cortinas/estores interiores; estes devem ser reguláveis e de

material espesso, liso e claro (tons pastel), de modo a evitar reflexos.

Iluminação artificial

Os locais iluminados pela luz do dia têm necessidade, em todos os casos, de uma

iluminação artificial complementar. Esta deve ser composta sob a forma de filas de lâmpadas

dispostas paralelamente à fila das janelas. Por vezes a iluminação artificial provoca reflexos e

complica ainda mais a colocação do ecrã no local adequado.

Os locais de trabalho interiores com ecrãs de visualização devem ser iluminados com a

ajuda de filas de lâmpadas contínuas, dispostas paralelamente ao eixo do olhar, podendo ser

colocadas separadamente. Não devem ser colocadas fontes luminosas atrás do ecrã de

visualização porque provocam reflexos, nem na frente e são fontes de ofuscamento direto. Não

são convenientes:

- As lâmpadas fluorescentes nuas;

- As armaduras dispostas em forma de calha;

- As armaduras dispostas em filas paralelas;

- As armaduras dispostas em filas cruzadas;

- As armaduras de luz incandescente com lâmpadas nuas.

O mais conveniente é uma iluminação em todas as direções, difusa em grandes superfícies e de

pouca iluminação.

Em certos casos pode ser útil uma iluminação de apoio dirigida sobre o posto de trabalho. Excluem-

se em regra os candeeiros de mesa porque ofuscam muitas vezes os operadores dos postos próximos.

São recomendáveis as armaduras com lâminas ou grelha. A proteção dos reflexos que incidem sobre o

ecrã e que resultam das armaduras faz-se tomando medidas apropriadas sobre o próprio ecrã (proteção

antirreflexo, mudança da disposição da sala, etc.).

- RADIAÇÕES (IONIZANTES E NÃO IONIZANTES)

A radiações constituem uma forma de energia que, de acordo com a sua capacidade de interagir

com a matéria, se podem subdividir em:

Radiações Ionizantes: as que possuem energia suficiente para ionizaros átomos e moléculas

com as quais interagem, sendo as mais conhecidas:

➱ raios X e raios gama (radiações electromagnéticas);

➱ raios alfa, raios beta, neutrões, protões (radiações corpusculares).

Radiações Não Ionizantes: as que não possuem energia suficiente para ionizar os átomos e as

moléculas com as quais interagem, sendo as mais conhecidas:

➱ luz visível;

➱ infravermelhos;

➱ ultravioletas;

➱ microondas de aquecimento;

➱ microondas de radiotelecomunicações;

➱ corrente eléctrica.

As radiações que pertencem ao espectro eletromagnético ocupam aí diferentes posições de

acordo com a sua energia e comprimento de onda.

Dada a complexidade deste tema, abordar-se-ão apenas as radiações que têm aplicação na

indústria do material eléctrico e electrónico, dando especial ênfase às aplicações industriais, possíveis

efeitos negativos para a saúde e medidas de prevenção e de controlo.

RADIAÇÕES IONIZANTES

A matéria é constituída por átomos que correspondem às unidades estruturais dos elementos

químicos conhecidos.

Os átomos são entidades que resultam da associação de três tipos de partículas: protão,

neutrão e electrão. Os protões e neutrões encontram-se agregados no núcleo do átomo

(podendo por isso também ser designados por nucleões), ao passo que os electrões se movem

em torno do núcleo. De referir que o núcleo do átomo possui carga eléctrica positiva e

representa a quase totalidade da massa do átomo, ao passo que os electrões são electricamente

negativos.

Se o número de electrões periféricos de um átomo for igual ao número de protões do respectivo

núcleo, o átomo tem carga eléctrica total nula - trata-se de um átomo em estado neutro. No caso

contrário, o átomo encontra-se no estado ionizado - se o átomo tiver excesso de electrões, a sua

carga elétrica é negativa e estamos perante um ião negativo; se o átomo tiver deficiência de

electrões, a carga do átomo é positiva, tratando-se assim de um ião positivo.

Designa-se por radioatividade a propriedade que determinados nuclídeos (naturais ou

artificiais) possuem de emitir espontaneamente radiações corpusculares ou eletromagnéticas.

De notar que o ser humano tem sempre vivido num mundo radioativo, encontrando-se

continuamente exposto às radiações provenientes do espaço cósmico, além de que existem

radionuclídeos no solo, água, alimentos e até mesmo o corpo humano tem na sua constituição

elementos radioativos.

As radiações ionizantes têm tido crescente utilização em inúmeras actividades,desde a

medicina à indústria. Na indústria de material eléctrico e electrónico têm nomeadamente

aplicação em aparelhos de radiografia para controlo de qualidade, podendo ainda os raios X

ocorrer como emissão parasita em certos aparelhos (tubos de raios catódicos, reguladores de

tensão).

EFEITOS NO ORGANISMO HUMANO

Os efeitos das radiações ionizantes podem classificar-se em somáticos, se aparecerem no

indivíduo exposto e em hereditários, se afectarem os descendentes.

Os efeitos das radiações ionizantes podem ainda classificar-se de outra forma:

➱ efeitos probabilísticos ou estocásticos: são aqueles que são tanto mais prováveis quanto

maior for a quantidade de radiação recebida. Ainda que não existam certezas absolutas, aceita-

se que, por muito pequena que seja a quantidade de radiação recebida, poderá ocorrer algum

tipo de efeito, o qual, uma vez que apareça, será sempre grave.

Nestas situações, são induzidas modificações na estrutura de uma ou mais células do corpo

humano que conduzem a alterações genéticas (mutações cromossómicas) e ao aparecimento de

diversos tipos de neoplasias, tais como, leucemia, cancros do pulmão, pele, estômago, cólon,

bexiga, mama e ovário, etc.

➱ efeitos deterministas ou não estocásticos: são aqueles que só ocorrem quando a dose de

radiação excede um determinado valor ou limiar e cuja gravidade depende da dose e do tempo

de exposição. Os orgãos e sistemas mais afectados são os olhos (cataratas), a pele

(queimaduras) e os órgãos reprodutores (infertilidade).

Como se poderá compreender, grande quantidade de informação a este respeito é proveniente

da experiência da radioterapia no tratamento do cancro.

CONTROLO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES

O objetivo principal da proteção contra as radiações ionizantes é impedir os feitos não

estocásticos e limitar ao máximo os efeitos estocásticos.

Como princípios gerais, todas as atividades que envolvam exposição a radiações ionizantes,

deverão processar-se por forma a:

➱ que os diferentes tipos de atividades que impliquem uma exposição sejam

previamente justificados pela vantagem que proporcionam;

➱ que seja evitada toda a exposição ou contaminação desnecessária de pessoas e do

meio ambiente

➱ que os níveis de exposição sejam sempre tão baixos quanto possível em cada instante

e sempre inferiores aos valores-limite fixados por lei.

Assim, para determinar o risco e estabelecer as medidas de controlo é necessário contemplar

os seguintes aspetos:

➱ avaliar as condições de exposição (habituais ou acidentais), com o estudo ambiental

dos locais de trabalho e respetiva classificação atualizada das diferentes zonas de risco

de acordo com os níveis potenciais de exposição;

➱ autorização prévia, licenciamento e parecer favorável para o uso de fontes

radioativas;

➱ determinação das doses limite. A título exemplificativo, poderemos dizer que a dose

equivalente ao limite anual para os trabalhadores expostos é de 50 m Sv *(5 rem1) para

os efeitos estocásticos e para os não estocásticos é de 500mSv, com exceção do globo

ocular (150 mSv); para as pessoas em geral é recomendado que não se exceda a dose

anual de 5 mSv (de referir que a radioatividade média anual de origem natural é cerca de

3 mSv);

➱ manutenção rigorosa de todos os registos efetuados durante pelo menos um período

de 30 anos, devendo ser facultados às entidades oficiais competentes;

➱ as proteções coletiva e individual a instituir, bem como o acompanhamento da

dosimetria individual, deverão ser da responsabilidade de técnicos especialistas na

matéria, com qualificação pelos serviços do Ministério da Saúde. A vigilância de saúde é

fundamental para os trabalhadores expostos às radiações ionizantes, quer nos exames de

admissão e periódicos, quer nos ocasionais, nomeadamente em caso de exposição

acidental, obedecendo a manutenção dos registos clínicos a critérios rigorosos

(igualmente por um período mínimo de 30 anos).

Sv ("sievert") - unidade equivalente de dose, no Sistema Internacional; dada a sua grande

divulgação, expressa-se também o equivalente de dose em "rem", sendo que 1 Sv = 100 rem.

De cada exame médico resultará a respectiva "Ficha de Aptidão" não devendo em caso algum o

trabalhador exercer funções se o parecer médico for negativo.

Os trabalhadores expostos a radiações ionizantes deverão ter formação contínua específica, de

forma a cumprirem todos os procedimentos de segurança exigíveis.

Deverão ainda ser informados acerca dos níveis de radiação a que se encontram sujeitos, bem

como do resultado dos exames médicos de vigilância de saúde a que são submetidos.

RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES

Toda as radiações eletromagnéticas têm uma origem comum - a movimentação de cargas

elétricas.

Como foi referido na Introdução, elas variam em frequência, comprimento de onda e nível

energético, produzindo assim diferentes efeitos físicos e biológicos.

De todas as radiações não ionizantes, apenas se irão referir as Radiações Ultravioleta e

infravermelha e o caso específico do Laser, uma vez que são aquelas que habitualmente

encontramos na indústria de material elétrico e electrónico.

RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

Na indústria, no que se refere à emissão deste tipo de radiações, temos as operações de

soldadura por corte oxiacetilénico e a soldadura por arco elétrico.

O poder de penetração das radiações ultravioleta é relativamente fraco, pelo que os seus efeitos

no organismo humano se restringem essencialmente aos olhos e à pele, nomeadamente:

➱ inflamação dos tecidos do globo ocular, em especial da córnea e da conjuntiva (a

queratoconjuntivite é considerada uma doença profissional nos soldadores); em regra, a

profundidade de penetração é maior de acordo com o aumento do comprimento de onda,

assim, o cristalino e a retina só poderão ser atingidos em casos extremos; ➱ queimaduras

cutâneas, de incidência e gravidade variáveis, de acordo também com a pigmentação da pele; os

ultravioletas produzem envelhecimento precoce da pele e podem exercer sobre ela, o efeito

carcinogénico, em especial nas exposições prolongadas à luz solar;

➱ fotosensibilização dos tecidos biológicos.

A gravidade da inflamação da córnea e conjuntivo por 'queimadura por flash" ou "clarão de

soldadura" depende de vários factores:

➱ duração da exposição

➱ comprimento de onda

➱ nível de energia.

As medidas de proteção consistem fundamentalmente em:

➱ atuação em primeiro lugar sobre a fonte, mediante desenho adequado da instalação,

colocação de cabines ou cortinas em cada posto de trabalho, sendo preferencial a

utilização de cor escura;

➱ redução do tempo de exposição;

➱ proteção da pele através de vestuário adequado, luvas ou cremes protetores;

➱ proteção dos olhos através de óculos ou viseira equipados com filtro

adequado em função do tipo de ultravioleta emitido. Mesmo em curtas operações de

soldadura, como o "pingar", o trabalhador não deverá retirar a proteção;

➱ não esquecer que as lâmpadas fluorescentes de iluminação emitem geralmente

radiações ultravioletas que podem, em alguns casos, contribuir para a dose anual

recebida pelo trabalhador.

A vigilância de saúde é importante na deteção precoce de alterações nos órgãos-alvo (por

exemplo, nos olhos refere-se a "sensação de areia", intolerância à luz, lacrimejo e inchaço das

pálpebras).

De igual forma, é fundamental a formação e informação dos trabalhadores expostos à radiação

ultravioleta de forma a utilizar quotidianamente os procedimentos mais corretos.

RADIAÇÃO INFRAVERMELHA

A exposição à radiação infravermelha poderá sempre ocorrer desde que uma superfície

tenha temperatura mais elevada que o receptor, podendo ser utilizada em qualquer situação

em que se queira promover o aquecimento localizado de uma superfície. Na indústria, este tipo

de radiação poderá ter aplicação nomeadamente na secagem de tintas e vernizes e em processo

de aquecimento de metais.

A radiação infravermelha é percetível como uma sensação de aquecimento da pele,

dependendo do seu comprimento de onda, energia e tempo do exposição, podendo causar

efeitos negativos no organismo como, por exemplo, queimaduras da pele, aumento persistente

da pigmentação cutânea e lesões nos olhos.

Assim, é recomendável proteção adequada (vestuário de trabalho, óculos e viseiras com

filtro para as frequências relevantes).

LASER

L.A.S.E.R. significa "Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation" e caracteriza-se,

principalmente, pela alta direccionalidade do feixe e pela elevada energia incidente por unidade

de área. O conceito começou a ter aplicação prática nos anos 70 em várias áreas, desde a

medicina à indústria, passando pelas áreas militar e de comunicações. Na indústria

metalomecânica e de automóveis tem aplicação em operações de soldadura, perfuração e corte,

permitindo:

➱ menor tempo de operação;

➱ qualidade superior da superfície tratada;

➱ aumento da espessura do corte;

➱ maior variedade de materiais que podem ser trabalhados.

Os seguintes componentes e processos, são comuns a todos os lasers:

➱ meio emissor ou meio laser: gasoso (ex.: CO2) sólido (ex.: cristal de rubi) ou líquido (ex.:

corantes orgânicos)

➱ excitação ou "sistema de bombagem": o meio emissor pode ser excitado quer óptica, química

ou eletricamente, o que origina emissões estimuladas de energia sob a forma de luz;

➱ amplificação: a luz emitida é amplificada através do meio por um sistema de espelhos que

permite obter um feixe de luz unidireccional de elevada energia e intensidade.

A utilização dos lasers pode ter efeitos negativos no organismo humano, nomeadamente a nível

do globo ocular e da pele, de acordo também com a gama de comprimento de onda da radiação

emitida (de infravermelhos a ultravioletas), nomeadamente:

➱ queimadura da córnea; ➱ lesão grave da retina (não se pode esquecer que o poderoso feixe

de luz do laser é concentrado por focagem cerca de 100.000 vezes na retina)

➱ queimaduras da pele, dependendo do poder de densidade e de focagem (um foco mais

desfocado poderá provocar queimaduras mais extensas, um foco focado queimaduras

localizadas, mas significativamente mais profundas).

Os limites de exposição a este factor de risco não se encontram definidos

consensualmente, uma vez que se baseiam em múltiplos critérios como, por exemplo,

comprimento de onda, duração da exposição, potência do pico, frequência de repetição, etc.

Assim, as medidas de protecção deverão ser escrupulosamente cumpridas, nomeadamente:

➱ munir os equipamentos de laser com adequados sistemas de ventilação e de exaustão, uma

vez que durante as operações de corte existe a libertação de fumos, gases e vapores

provenientes dos materiais trabalhados;

➱ uso imprescindível do equipamento de protecção individual (óculos com protecção em todo

o redor e em conformidade com as frequências relevantes) bem como vestuário e luvas

adequados;

➱ instalação de túneis no dispositivo laser;

➱ evitar superfícies reflectoras nas instalações;

➱ providenciar que a iluminação na instalação seja suficiente e homogénea de forma a limitar a

abertura da pupila do olho;

➱ evitar a exposição directa dos olhos em relação ao feixe laser e aos espelhos;

➱ permanecer alerta durante as operações de ajustamento, lembrando-se sempre que o feixe

permanece perigoso mesmo a longas distâncias;

➱ restringir o acesso à área de trabalho e implantar sinalização de segurança adequada.

Será ainda necessário outro tipo de precauções uma vez que, aliadas ao processo, existem

outras situações perigosas, a saber:

➱ riscos eléctricos: dado que são sempre necessárias altas voltagens para excitar o meio

emissor, as operações de manutenção deverão ser feitas por pessoal especializado e sempre

com a corrente desligada;

➱ riscos de incêndio e de explosão: dependendo da natureza e da pressão dos gases utilizados

como meio emissor.

Ruído

Quando o Homem se encontra num ambiente de trabalho e não consegue ouvir

perfeitamente a fala das outras pessoas no mesmo recinto, isso é uma primeira indicação de

que o local é demasiado ruidoso.

Os especialistas no assunto definem o ruído como todo o som que causa sensação

desagradável ao homem. O ruído é pois, um agente físico que pode afetar de modo significativo

a qualidade de vida do trabalhador. O nível de pressão acústica mede-se usando um sonómetro,

e a unidade usada como medida é o decibel ou abreviadamente dB, no entanto, este precisa de

um filtro normalizado A, por forma a medir o ruído no ouvido humano, ou seja, dB(A) (unidade

de medição do ruído do ouvido humano – decibel ponderado A).

Assim sendo, as perdas de audição são derivadas da frequência e intensidade do ruído,

transmitidas através de ondas sonoras (tanto pelo ar como por materiais sólidos). Quanto

maior for a densidade do meio condutor, menor será a velocidade de propagação do ruído.

Notas:

- Para 8 horas diárias de trabalho, com um ruído na ordem dos 80 dB(A), os EPI já devem estar

disponíveis para o trabalhador;

- Em exposições de 85 dB(A) o uso de EPI já é obrigatório [admite-se um pico de 87 dB(A)];

- O ruído emitido por uma britadeira é equivalente a 100 decibéis;

- O limite máximo de exposição contínua do trabalhador a esse ruído, sem proteção auditiva, é

de 1 hora.

Sem qualquer medida de controlo ou proteção o excesso de intensidade do ruído acaba

por afetar o desempenho do trabalhador na execução da sua atividade laboral, pois provoca

distúrbios ao nível do cérebro e do sistema nervoso. Inclusive, em condições de exposição

prolongada ao ruído por parte do aparelho auditivo, os efeitos podem resultar na surdez

profissional. Uma única exposição a um valor de 140 dB(A) provoca a surdez, que é a segunda

doença profissional com maior incidência em Portugal, e uma das grandes causas responsáveis

pela incapacidade permanente nos trabalhadores portugueses.

As sequelas referentes ao ruído têm impactos no trabalhador a todos os níveis, como

sejam dificuldades para se relacionar com os colegas e família, assim como dificuldades

acrescidas em se aperceber da movimentação de veículos ou máquinas, agravando as condições

de risco de acidente físico.

NOTA: Consultar Decreto-Lei n.º 182/2006 de 6 de setembro.

Os ruídos podem-se dividir em:

Ruído uniforme, quando o nível de pressão acústica (técnica relativa ao estudo das vibrações

sonoras, à sua produção, sua propagação e seus efeitos) e os espectros de frequência (conjunto

ou gama de frequências de um som ou ruído) são constantes durante um certo tempo

relativamente longo, como por exemplo o ruído numa fábrica de fiação;

Ruído intermitente, quando o nível de pressão acústica e o espectro das frequências variam

constantemente, como por exemplo numa oficina de mecânica;

Ruído impulsivo, quando o nível de pressão acústica é muito elevado mas dura pouco tempo

(menos de 1/5 do segundo), como por exemplo um tiro.

As medidas de proteção que se podem tomar por forma a eliminar ou minimizar os efeitos

nocivos de exposição ao ruído, passam por:

o Formação e informação dos trabalhadores;

o Sinalização e limitação de acesso das zonas muito ruidosas;

o Vigilância médica e audiométrica da função auditiva dos trabalhadores expostos;

o Encapsulamento de máquinas;

o Barreiras acústicas;

o Montagem de elementos absorventes do som;

o Limitação da duração do trabalho em ambientes muito ruidosos;

o Organização da rotatividade de mudanças nos postos de trabalho;

o Utilização de protetores de ouvido, etc.

- Riscos químicos

- PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS

Risco Químico – é o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos

químicos que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar-lhe a saúde. Os danos físicos

relacionados à exposição química incluem, desde irritação na pele e olhos, passando por

queimaduras leves, indo até aqueles de maior severidade, causado por incêndio ou explosão. Os

danos à saúde podem advir de exposição de curta e/ou longa duração, relacionadas com o

contacto de produtos químicos tóxicos com a pele e olhos, bem como a inalação dos seus

vapores, resultando em doenças respiratórias crónicas, doenças do sistema nervoso, doenças

nos rins e fígado, e até mesmo alguns tipos de cancro.

- Classificação dos agentes químicos quanto à sua forma

Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos produtivos industriais, são lançadas no

ambiente de trabalho através de processos de pulverização, fragmentação ou emanações

gasosas.

A essas substâncias chamam-se de contaminantes ou poluentes químicos, e consistem em toda a

substância orgânica, inorgânica, natural ou sintética, que durante a fabricação, manuseamento

ou uso, pode incorporar-se no ar ambiente, e em doses passíveis de apresentar possibilidade de

lesionar a saúde das pessoas que entram em contacto com elas. Fala-se então dos fatores de

risco associados a agentes químicos.

Os contaminantes ou poluentes químicos podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e

gasoso contidos no ar, água ou alimentação. No estado sólido apresentam-se como fumos,

aerossóis, poeiras de origem mineral, animal e vegetal, sendo exemplo a poeira mineral sílica

encontrada na indústria cerâmica. No estado

gasoso tem-se, por exemplo, o GPL (gás de petróleo liquefeito) usado como combustível ou gases

libertados nas queimas ou nos processos de transformação das matérias-primas. Quanto aos

agentes químicos no estado líquido, eles apresentam-se sob a forma de solventes, tintas,

vernizes ou esmaltes.

As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são obtidas por meio de

aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, a percentagem existente em relação ao

ar atmosférico de um determinado poluente químico. A partir dessas medições estabelecem-se

os Valores Limites de Exposição, que não são mais do que as concentrações máximas, permitidas

por lei, de diferentes substâncias existentes no ar dos locais de trabalho, acima dos quais a saúde

dos trabalhadores pode ser afetada. Abaixo destes valores a exposição contínua do trabalhador

não representa qualquer risco para o mesmo.

As substâncias químicas quando absorvidas pelo organismo em doses elevadas, e quando

ultrapassam os valores limite de exposição provocam lesões nos trabalhadores. Os efeitos no

organismo vão pois depender da dose absorvida e da quantidade de tempo de exposição a essa

dose.

No âmbito das legislações comunitária e nacional, são designados por substâncias os elementos

químicos e os seus compostos tal como se apresentam no estado natural ou tal como são

produzidos pela indústria e que contenham, eventualmente, qualquer aditivo necessário à

preservação da estabilidade do produto e qualquer impureza decorrente do processo, com

exclusão de qualquer solvente que possa ser extraído sem afetar a estabilidade da substância

nem alterar a sua composição; preparações são as misturas ou soluções que são compostas de

duas ou mais substâncias.

Existem um conjunto de Diretivas que dizem respeito à classificação, embalagem e rotulagem

dos produtos químicos perigosos bem como à limitação da sua comercialização e/ou utilização.

Segundo aquelas, só se podem comercializar as substâncias químicas que sejam notificadas pelo

fabricante ou importador à autoridade competente de cada um dos Estados-membros. De

acordo com esta legislação, a avaliação dos perigos das preparações e substâncias perigosas é

efetuada fundamentalmente sob o ponto de vista das propriedades físico-químicas e efeitos

sobre a saúde. Os produtos químicos perigosos são classificados com base na Portaria 732-A/96

de 11 de dezembro, em:

Propriedades físico-químicas Explosivos – são agentes químicos que pela ação de choque,

percussão, fricção, produzem faíscas ou calor suficiente para iniciar um processo destrutivo

através de uma liberação violenta de energia. Deve-se evitar atrito, choque, fricção, formação de

faísca e a ação do calor.

Comburentes – são agentes que favorecem uma combustão. Podem inflamar substâncias

combustíveis ou acelerar a propagação de incêndio. Deve-se evitar qualquer contacto com

substâncias combustíveis. Perigo de incêndio. O incêndio pode ser favorecido dificultando a sua

extinção.

Facilmente inflamáveis – deve-se evitar contacto com o ar, a formação de misturas inflamáveis

gás-ar e manter afastadas de fontes de ignição.

Inflamáveis

Extremamente inflamáveis – deve-se manter longe de chamas abertas e fontes de ignição.

Propriedades toxicológicas

Tóxicos – são agentes químicos que, ao serem introduzidos no organismo por inalação,

absorção ou ingestão, podem causar efeitos graves e/ou mortais. Deve-se evitar qualquer

contacto com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancerígenos ou

mutagénicos.

Muito tóxicos – a inalação, ingestão ou absorção através da pele, provoca danos à saúde na

maior parte das vezes, muito graves ou mesmo a morte. Deve-se evitar qualquer contacto com o

corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancerígenos ou mutagénicos.

Nocivos – são agentes químicos que por inalação, absorção ou ingestão, produzem efeitos de

menor gravidade. Deve-se evitar qualquer contacto com o corpo humano, e observar cuidados

especiais com produtos cancerígenos ou mutagénicos.

Corrosivos – estes produtos químicos causam destruição de tecidos vivos e/ou materiais

inertes. Não se deve inalar os vapores e deve-se evitar o contacto com a pele, os olhos e

vestuário.

Irritantes – são substâncias que podem desenvolver uma ação irritantesobre a pele, os olhos e

sob a via respiratória. Não se devem inalar os vapores e deve-se evitar o contacto com a pele e os

olhos.

Sensibilizantes

Os que provocam efeitos específicos graves para a saúde humana em caso de exposição

prolongada:

Carcinogénicos

Mutagénicos

Os riscos das substâncias e preparações químicas perigosas dependem de:

- Fatores intrínsecos aos próprios produtos químicos, em consequência das suas propriedades

físico-químicas ou reatividade química determinantes da sua perigosidade;

- Fatores extrínsecos relativos à insegurança com que estes se utilizam, como por exemplo

deficiências da organização dos equipamentos e das instalações;

- Comportamentos humanos inadequados gerados basicamente por um desconhecimento da

perigosidade do produto ou processo químico em questão, e por falta de formação que permita

adotar procedimentos de trabalho seguros.

- Vias de exposição

Assim, as principais vias pelas quais os agentes químicos podem penetrar no organismo do

trabalhador são a:

Via respiratória: essa é a principal porta de entrada dos contaminantes

químicos porque, ao respirar-se continuamente, tudo o que está no ar acaba por passar nos

pulmões;

Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou se estas estiverem

estado muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas serão

ingeridas com o alimento, atingindo o estômago e podendo provocar sérios riscos à saúde.

Via dérmica: esta via de penetração é mais difícil, mas se o trabalhador estiver desprotegido e

tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição no corpo, estas serão absorvidas

pela pele.

Via parenteral (parentérica): entrada de contaminantes no organismo humano (via corrente

sanguínea), decorrente, por exemplo, de ulcerações/feridas na pele do trabalhador.

Via ocular: alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos olhos e

conjuntivites, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode ocorrer também pela

vista.

As lesões ou doenças que mais vulgarmente se aplicam a este tipo de agentes e que apresentam

problemas para a saúde do trabalhador são:

• Anemias;

• Queimaduras;

• Encefalopatias;

• Ulcerações e perturbações cutâneas, etc.

Torna-se então necessário implementar medidas, nomeadamente:

ica;

Os produtos químicos podem ser analisados de acordo com os diferentes tipos de risco e em

especial das suas consequências:

- Riscos de explosão e de incêndio;

- Riscos de irritação e de queimaduras por contacto;

- Riscos de intoxicação;

- Riscos para o ambiente.

Devido às características físico-químicas dos produtos químicos, podem desencadear-se

incêndios e explosões quando da presença de substâncias inflamáveis, explosivas e

comburentes. Em consequência de desprendimento de calor e devido à incompatibilidade

química de algumas substâncias pode dar-se a inflamação ou explosão dos reagentes e dos

produtos de reação libertando matérias muito tóxicas.

- Classificação, rotulagem e armazenagem

O rótulo é para o utilizador a primeira fonte de informação relativa ao produto. É pois

fundamental lê-lo e compreendê-lo, pois ele evidencia os riscos relativos a determinado produto.

O rótulo:

- Informa imediatamente o utilizador do produto;

- Permite evitar confusões e erros de manipulação;

- Ajuda a organizar a prevenção;

- É um guia para a compra dos produtos;

- É um auxiliar da armazenagem dos produtos;

- É importante em caso de acidente;

- Dá conselhos sobre a gestão de resíduos e a proteção do ambiente.

Informação fornecida pelo rótulo

Conforme consta da legislação, o rótulo deve conter as seguintes informações, redigidas em

língua portuguesa:

- Nome da substância ou designação comercial da preparação;

- Origem da substância ou preparação (nome e morada completa do fabricante, importador ou

distribuidor);

- Símbolos e indicações de perigo que apresenta o uso da substância ou da preparação;

- Frases-tipo indicando os riscos específicos que derivam dos perigos que apresenta o uso da

substância (frases R);

- Frases-tipo indicando os conselhos de prudência relativamente ao uso da substância (frases S);

- Número CE (da Lista Europeia das Substâncias Químicas Notificadas), quando atribuído;

- Indicação Rotulagem CE, obrigatória para as substâncias incluídas no anexo 1 da Portaria nº

732-A/96, 11 de dezembro.

Figura 5. Exemplo de um rótulo de uma substância química

Símbolos de Perigo

A figura seguinte indica os símbolos mais comuns em rótulos de substâncias

químicas.

Frases R – Natureza dos riscos específicos atribuídos a produtos químicos:

R1 Explosivo no estado seco.

R2 Risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição.

R3 Grande risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição.

R4 Forma compostos metálicos explosivos muito sensíveis.

R5 Perigo de explosão sob a ação do calor.

R6 Perigo de explosão com ou sem contacto com o ar.

R7 Pode provocar incêndio.

R8 Favorece a inflamação de matérias combustíveis.

R9 Pode explodir quando misturado com matérias combustíveis.

R10 Inflamável.

R11 Facilmente inflamável.

R12 Extremamente inflamável.

R14 Reage violentamente em contacto com a água.

R15 Em contacto com a água liberta gases extremamente inflamáveis.

R16 Explosivo quando misturado com substâncias comburentes.

R17 Espontaneamente inflamável ao ar.

R18 Pode formar mistura vapor-ar explosiva/inflamável durante a utilização.

R19 Pode formar peróxidos explosivos.

R20 Nocivo por inalação.

R21 Nocivo em contacto com a pele.

R22 Nocivo por ingestão.

R23 Tóxico por inalação.

R24 Tóxico em contacto com a pele.

R25 Tóxico por ingestão.

R26 Muito tóxico por inalação.

R27 Muito tóxico em contacto com a pele.

R28 Muito tóxico por ingestão.

R29 Em contacto com a água liberta gases tóxicos.

R30 Pode tornar-se facilmente inflamável durante o uso.

R31 Em contacto com ácidos liberta gases tóxicos.

R32 Em contacto com ácidos liberta gases muito tóxicos.

R33 Perigo de efeitos cumulativos.

R34 Provoca queimaduras.

R35 Provoca queimaduras graves.

R36 Irritante para os olhos.

R37 Irritante para as vias respiratórias.

R38 Irritante para a pele.

R39 Perigo de efeitos irreversíveis muito graves.

R40 Possibilidade de efeitos irreversíveis.

R41 Risco de graves lesões oculares.

R42 Pode causar sensibilização por inalação.

R43 Pode causar sensibilização em contacto com a pele.

R44 Risco de explosão se aquecido em ambiente fechado.

R45 Pode causar cancro.

R46 Pode causar alterações genéticas hereditárias.

R48 Risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada.

R49 Pode causar cancro por inalação.

R50 Muito tóxico para organismos aquáticos.

R51 Tóxico para organismos aquáticos.

R52 Nocivo para os organismos aquáticos.

R53 Pode causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente aquático.

R54 Tóxico para a flora.

R55 Tóxico para a fauna.

R56 Tóxico para os organismos do solo.

R57 Tóxico para as abelhas.

R58 Pode causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente.

R59 Perigo para a camada de ozono.

R60 Pode comprometer a fertilidade.

R61 Risco durante a gravidez com efeitos adversos na descendência.

R62 Possíveis riscos de comprometer a fertilidade.

R63 Possíveis riscos durante a gravidez de efeitos indesejáveis na descendência.

R64 Pode causar danos nas crianças alimentadas com leite materno.

Frases S – Conselhos de segurança a adotar relativamente a produtos químicos:

S1 Guardar fechado à chave.

S2 Manter fora do alcance das crianças.

S3 Guardar em lugar fresco.

S4 Manter fora de qualquer zona de habitação.

S5 Manter sob... [líquido apropriado a especificar pelo produtor].

S6 Manter sob... [gás inerte a especificar pelo produtor].

S7 Manter o recipiente bem fechado.

S8 Manter o recipiente ao abrigo da humidade.

S9 Manter o recipiente num local bem ventilado.

S12 Não fechar o recipiente hermeticamente

S13 Manter afastado de alimentos e bebidas incluindo os dos animais.

S14 Manter afastado de... [matérias incompatíveis a indicar pelo produtor].

S15 Manter afastado do calor.

S16 Manter afastado de qualquer chama ou fonte de ignição não fumar.

S17 Manter afastado de matérias combustíveis.

S18 Manipular e abrir o recipiente com prudência.

S20 Não comer nem beber durante a utilização.

S21 Não fumar durante a utilização.

S22 Não respirar as poeiras.

S23 Não respirar os gases/vapores/fumos/aerossóis [termo(s) apropriado(s) a indicar pelo

produtor].

S24 Evitar o contacto com a pele.

S25 Evitar o contacto com os olhos.

S26 Em caso de contacto com os olhos, lavar imediata e abundantemente com água e consultar

um especialista.

S27 Retirar imediatamente todo o vestuário contaminado.

S28 Após contacto com a pele, lavar imediata e abundantemente com... [produtos apropriados a

indicar pelo produtor].

S29 Não deitar os resíduos no esgoto.

S30 Nunca adicionar água a este produto.

S33 Evitar acumulação de cargas eletrostáticas.

S35 Não se desfazer deste produto e do seu recipiente sem tomar as precauções de segurança

devidas.

S36 Usar vestuário de proteção adequado.

S37 Usar luvas adequadas.

S38 Em caso de ventilação insuficiente, usar equipamento respiratório adequado.

S39 Usar um equipamento protetor para a vista/face.

S40 Para limpeza do chão e objetos contaminados por este produto utilizar... [a especificar pelo

produtor].

S41 Em caso de incêndio e/ou explosão não respirar os fumos.

S42 Durante as fumigações/pulverizações usar equipamento adequado [termo(s) adequado(s) a

indicar pelo produtor].

S43 Em caso de incêndio utilizar... [meios de extinção a especificar pelo

produtor. Se a água aumentar os riscos, acrescentar "Nunca utilizar água"].

S45 Em caso de acidente ou indisposição consultar imediatamente o médico (se possível

mostrar-lhe o rótulo).

S46 Em caso de ingestão consultar imediatamente o médico e mostrar-lhe a embalagem e o

rótulo.

S47 Conservar a uma temperatura que não exceda ...ºC [a especificar pelo produtor].

S48 Manter húmido com... [material adequado a especificar pelo produtor].

S49 Conservar unicamente no recipiente de origem.

S50 Não misturar com... [a especificar pelo produtor].

S51 Utilizar somente em locais bem ventilados.

S52 Não utilizar em grandes superfícies nos locais habitados.

S53 Evitar a exposição - obter instruções específicas antes da utilização.

S56 Eliminar este produto e o seu recipiente, enviando-os para local autorizado para a recolha

de resíduos perigosos ou especiais.

S57 Utilizar um recipiente adequado para evitar a contaminação do ambiente.

S59 Solicitar ao produtor/fornecedor informações relativas à sua recuperação/reciclagem.

S60 Este produto e seu recipiente devem ser eliminados como resíduos perigosos.

S61 Evitar a libertação para o ambiente. Obter instruções específicas/fichas de segurança.

S62 Em caso de ingestão, não provocar o vómito. Consultar imediatamente um médico e

mostrar-lhe a embalagem ou o rótulo.

Fichas de segurança (FDS)

Sempre que se armazenem ou manipulem substâncias e/ou preparações perigosas, é essencial

estar informado sobre os principais riscos representados pela utilização desses produtos.

A Portaria n.º 732-A/96 de 11 de dezembro obriga os fabricantes e ou importadores e

fornecedores dos produtos assim classificados a fornecerem ao utilizador a designada ficha de

dados de segurança, que transmite informações fundamentais sob o ponto de vista da segurança,

designadamente:

• Identificação do fabricante;

• Identificação dos perigos;

• Primeiros socorros;

• Medidas de combate a incêndios;

• Medidas a tomar em caso de fugas acidentais;

• Manuseamento e armazenamento;

• Controlo da exposição/proteção individual;

• Propriedades físico-químicas;

• Estabilidade e reatividade;

• Informação toxicológica;

• Informação ecológica;

• Informações relativas à eliminação;

• Informações relativas ao transporte;

• Informação sobre regulamentação;

• Outras informações.

Armazenagem de Produtos Químicos

No armazenamento de produtos químicos perigosos, e fundamental a separação. Assim, deve

evitar-se qualquer contacto entre:

- Ácidos fortes;

- Bases fortes;

- Redutores fortes;

- Produtos inflamáveis, compatíveis, ou não, com a água;

- Produtos tóxicos não incluídos nos grupos anteriores.

Os produtos químicos com condições específicas de perigosidade devem ser armazenados de

acordo com a sua especificidade.

O armazenamento de gases, por seu turno, deve fazer-se num local isolado, sempre no exterior.

No quadro seguinte estão patentes todas as combinações de armazenamentos de produtos

químicos.

Legenda:

(-) Armazenar separadamente

(+) Podem ser armazenadas em conjunto

(o) Não armazenar em conjunto, exceto se implementadas as medidas de

segurança adequadas.

Combinações de armazenamento químico

Atmosfera Perigosa

É o ambiente de trabalho em que se verificam condições adversas para a permanência dos

trabalhadores, quer pelo risco de explosão, quer pela falta de oxigénio ou pela presença de

algum produto nocivo.

Os espaços confinados que contêm ou podem conter atmosferas perigosas resultantes da

insuficiência de oxigénio ou da presença de produtos ou misturas perigosas (inflamáveis, tóxicas

e/ou asfixiantes) que podem provocar:

- Asfixia por insuficiência de oxigénio (pode faltar o oxigénio suficiente para a respiração, antes

ou depois do trabalhador ter entrado no espaço confinado; podem haver infiltrações de fumos

perigosos; os gases nocivos podem substituir o oxigénio);

- Misturas inflamáveis ou atmosfera tóxica Para além da insuficiência de oxigénio, num espaço

confinado podem existir contaminações perigosas que se podem agrupar da seguinte forma:

- Gases combustíveis: gás natural, gás fabricado ou gases líquidos do petróleo;

- Vapores de combustíveis e de dissolventes líquidos: nafta, gasolina, petróleo, benzeno e outros

hidrocarbonetos;

- Gases resultantes da fermentação de matérias orgânicas: metano, anidrido carbónico,

hidrogénio, anidrido sulfuroso;

- Produtos da combustão: anidrido carbónico e monóxido de carbono proveniente do escape de

motores;

- Gases e substâncias voláteis dentro de condutas industriais;

- Gases formados em consequência de explosões e incêndios;

- Gases provenientes do uso de nitro-explosivos.

Dado que as misturas destas classes de contaminantes se produzem com frequência, no mesmo

espaço confinado podem coexistir os riscos de explosão, de incêndio e de intoxicação.

- Efeitos na saúde

Contaminação e Intoxicação

Por definição, contaminação é a presença de agentes ou substâncias indesejáveis que

desvaloriza o material onde se encontram ou lhe confere características nocivas ou mesmo

tóxicas.

Intoxicação é o efeito nocivo que é provocado quando uma substância tóxica é ingerida,

inspirada ou entra em contacto com a pele, com os olhos ou com as membranas mucosas

- RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO

- O fogo como reação química

Para determinar e controlar o fogo, para evitar que o incêndio se produza e para o extinguir é

necessário conhecer os fundamentos do fogo, combustão, combustível, comburente, energia de ativação

e reação em cadeia.

A combustão é uma reacção de oxidação entre um corpo combustível e um corpo comburente. A

reacção é provocada por uma determinada energia de activação, sendo do tipo exotérmica, ou seja, com

libertação de calor. Ainda que os processos de combustão sejam muito complexos, podem representar-

se mediante um triângulo no qual cada um dos seus lados, representa um dos três factores essenciais

para produzir um fogo: combustível, comburente e energia de activação.

Combustível

É toda e qualquer substância que em presença do oxigénio e de uma determinada energia de

activação é capaz de arder.

Comburente

É o gás em cuja presença o combustível pode arder;de uma forma geral, considera-se o

oxigénio como comburente típico que se encontra presente no ar ambiente (numa proporção

de aproximadamente 21%).

Energia de activação

É a fonte de energia que, ao manifestar-se sobre a forma de calor, pode provocar a

inflamação dos combustíveis.

componentes do triângulo do fogo

Estes três componentes formam o Triângulo do Fogo. Esta representação aceitou-se

durante muito tempo. No entanto, muitos fenómenos anómalos que se produziam no

incêndio não podiam explicar-se completamente tendo por base este triângulo. A união

sustentada destes três elementos leva ao aparecimento do quarto elemento, a Reacção em

cadeia, com o qual se produz a combustão de maneira continuada. Devido a esse facto,

propôs-se uma nova representação, que compreende as condições necessárias para que se

produza um fogo, em forma de tetraedro.

A razão para se empregar um tetraedro e não um quadrado, é que cada um dos quatro

elementos está directamente adjacente e em conexão com cada um dos outros três como se

pode observar na figura.

.Formas de combustão

A combustão torna-se mais fácil se o combustível possuir algumas características: estado da

divisão da matéria, por exemplo : uma folha de papel arde mais rapidamente se estiver em pedaços.

Para além disso, se num foco de incêndio dentro de uma sala, fecharmos as portas e as janelas, não

renovando o comburente, a velocidade da combustão diminui. Sendo assim, podemos concluir que a

velocidade da combustão depende de dois factores: grau de divisão do combustível e grau de renovação

ou alimentação de comburente.

As reacções de combustões podem classificar-se quanto à sua velocidade, em cinco tipos.

Combustão espontânea - é uma reacção química entre distintas matérias orgânicas a

qual é acompanhada de uma elevação da temperatura que pode chegar à temperatura de

ignição sem introdução de calor externo.

Combustão lenta - é aquela que se reproduz a uma temperatura suficientemente baixa

para que não chegue a haver emissão de luz (oxidações de metais e fermentações).

Combustão viva - é aquela em que se produz forte emissão de luz, com chamas e

incandescência. é uma combustão viva, em que a velocidade de propagação é inferior à

velocidade do som (340 m/s).

Deflagração - é uma combustão viva com velocidade de propagação superior à

velocidade do som e na qual uma mistura de gases com o ar está nas condições ideais.

Explosão - A explosão é, sem dúvida, uma brusca e violenta dilatação exercida sobre o

meio em que se dá, destruindo-o e produzindogrande ruído (detonação).

Manifestações e produtos da combustão

Os fumos e gases libertos são muitas vezes mais perigosos para o indivíduo que as próprias chamas. O

fumo é irritante e pode provocar danos no aparelho respiratório e/ou irritação nos olhos. Os gases

podem ser tóxicos, sendo o monóxido de carbono o principal causador de vítimas nos incêndios.

Os produtos da combustão podem manifestar-se isolada ou conjuntamente sob a forma de:

gases: são o resultado da modificação da composição do combustível.

fumo: aparece devido à combustão incompleta, na qual pequenas partículas se tornam

visíveis, variando estas na sua cor, tamanho e quantidade.

chamas: são a manifestação mais visível da combustão, é uma zona de gases

incandescendentes visível em redor da superfície do material em combustão. As chamas não

são mais que a combustão de gás.

calor: é a energia libertada pela combustão, sendo o principal responsável pela

propagação do fogo dado que aquece todo o ambiente, aquecendo ao mesmo tempo os

produtos combustíveis presentes, elevando as suas temperaturas às temperaturas de

inflamação e possibilitando deste modo a continuação do incêndio.

Depois de nos referimos ao processo de desencadeamento dos incêndios, abordamos

seguidamente as formas de classificação.

- PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA DE ATIVAÇÃO

- Classes de Fogos

Atendendo aos diversos materiais combustíveis, foi acordado internacionalmente agrupá-

los nas seguintes classes.

As quatro classes supra mencionadas vão facilitar a selecção da estratégia mais adequada à

extinção de determinado incêndio. Cada categoria requer um método e um meio de extinção apropriado.

- Métodos de extinção

Quando ocorre um fogo, é preciso saber como extingui-lo. Como são necessários quatro

elementos para que exista combustão, consequentemente terão de existir métodos que

irão actuar sobre um ou mais destes elementos para que se actue sobre o fogo de forma a

que seja extinto.

Existem quatro métodos de extinção (cada um válido para uma ou mais classes de fogo)

Arrefecimento - É o método mais empregue e consiste em baixar a temperatura do combustível e

do meio ambiente abaixo do seu ponto de ignição.

Abafamento- É o método que consiste no isolamento do combustível e do oxigénio ou na redução

da concentração deste no ambiente.

Diluição ou eliminação do Combustível - É o método que consiste na separação do combustível

da fonte de calor ou do ambiente do incêndio.

Inibição da chama ou interrupção da reação em cadeia - Este método modifica a reacção

química, alterando a libertação dos radicais livres produzidos na combustão e impedindo, portanto,

que esta se desenvolva.

- Meios de primeira intervenção – extintores

Existem vários agentes extintores que actuam de maneira específica sobre cada um dos quatro

elementos anteriormente citados (Tetraedro do Fogo), que são usados no fabrico dos Meios de 1ª

intervenção (Extintores Portáteis e Redes de Incêndio Armadas).

A eleição do agente adequado dependerá, fundamentalmente, da classe de fogo e das características

do combustível, como se pode verificar no Quadro nº5. Neste quadro, pretende-se dar uma visão

global do cruzamento entre as classes do fogo e a eficácia dos meios e agentes extintores

disponíveis.

CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES E A ESCOLHA DO AGENTE

EXTINTOR

Meios de primeira intervenção

-

Meios de primeira intervenção

São considerados meios de primeira intervenção os extintores portáteis e as redes de

incêndio armadas. Quer no caso dos Extintores Portáteis, como no caso das RIA, antes do seu

uso, verificar a sua adequação ao tipo de fogo de acordo com o agente extintor em uso. No

caso das RIA, a água e nos Extintores Portáteis consultar a inscrição no corpo do mesmo,

onde devem constar, para além das classes de fogos, a capacidade, data de inspeção e

instruções de utilização.

SINALÉTICA DE SEGURANÇA

os sinais de meios de evacuação e os sinais de equipamentos de combate a incêndios, sendo que

tanto as normas Portuguesas como Internacionais têm aspectos comuns como as cores e as formas.

Para além disso, existem símbolos gráficos que podem ser associados, dando origem a um leque

variado de sinais possíveis de serem criados.

A sinalética de segurança é factor fundamental, pois que, viabilizando o reconhecimento dos

obstáculos e indicando o percurso a seguir para uma evacuação correcta, evita acidentes pessoais e

reduz o pânico.

Riscos elétricos

Eletricidade é um bem essencial, que há muito nos habituamos a tomar como garantido. Já não

sabemos viver sem ela, mas será que temos consciência dos riscos que a sua utilização indevida

pode acarretar?

Esses riscos colocam-se ao nível do utilizador comum e, principalmente, ao nível dos profissionais

que trabalham com a eletricidade.

Não vivemos em perigo permanente ao estarmos a usar equipamentos elétricos, é claro: temos,

porém, de tomar uma consciência global do que pode suceder se algo de errado corre:

- a nível humano (consequências físicas que, em última instância, podem culminar na morte);

- a nível material (destruição de equipamentos, por exemplo).

É por isso que, de seguida, iremos escalpelizar os riscos que um trabalhador corre ao laborar

com material elétrico, as suas causas e consequências, bem como propor algumas medidas

essenciais de proteção e segurança.

Ao falarmos em riscos eléctricos para as pessoas, temos de ter muito presentes dois conceitos

fundamentais:

electrocussão - um choque eléctrico que origina um acidente mortal;

electrização - um choque eléctrico que não causa um acidente mortal, mas que pode originar

outro tipo de acidentes, com consequências que podem ser mais ou menos graves.

A distância que vai entre a electrocussão e electrização depende de muitos factores. Assim, os

efeitos da corrente eléctrica variam de acordo com:

- O tempo de passagem;

- A intensidade;

- A frequência;

- O percurso através do corpo;

- A capacidade de reacção da pessoa.

Deste modo, em baixa tensão, a morte é sobretudo condicionada pela acção local da quantidade

de electricidade que atinge o coração. Em alta tensão, por sua vez, a morte surge devido à extensão

das queimaduras.

Por conseguinte, a perigosidade da corrente diminui com o aumento da frequência. As

frequências industriais (50/60hz) são as mais perigosas. Acima dos 10.000hz, os principais perigos

são as queimaduras, se as correntes forem muito intensas.

- Riscos de contacto com a corrente elétrica: contatos diretos e indiretos

O Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de Energia Eléctrica identifica

duas categorias gerais de riscos eléctricos para as pessoas:

Directas:

- Defeito de isolamento da instalação eléctrica;

- Contacto acidental com uma peça do cabo condutor sob tensão.

Indirectas:

- Ligação súbita à rede de alimentação

- Falta inesperada de electricidade.

Passando para situações mais específicas, podemos identificar as causas mais comuns de

acidentes eléctricos com condutores e ligações eléctricas:

- Cabos arrastados, dobrados, entalados, queimados, etc..

- Puxar pelo cabo de alimentação;

- Mover equipamentos ou aparelhos com cabos em tensão;

- Fichas e/ou tomadas pisadas ou atiradas ao chão.

- Utilizar fita adesiva para fazer isolamentos;

- Aquecer os cabos dos equipamentos eléctricos de aquecimento;

- Utilizar equipamentos com cabos de ligação deteriorados.

Por seu turno, os acidentes domésticos envolvendo a electricidade devem-se muitas vezes a:

- Sobrecarga das instalações;

- Candeeiros metálicos sem ligação à terra;

- Trabalhos sob tensão;

- Falta de corrente;

- Restabelecimento da corrente.

- Efeitos da corrente elétrica sobre o corpo humano

O ponto de partida da técnica de protecção das pessoas é a determinação do limiar do perigo

para o organismo humano. Esse perigo varia consoante a intensidade da corrente: quanto

maior, maiores efeitos fisiológicos terá para o ser humano.

Normalmente, a corrente circula das mãos para os pés ou de uma mão para a outra, situação

esta que configura o maior perigo.

O acidente é ainda mais grave quando a trajectória da corrente atravessa o coração, sendo

que o percurso mão direita-pé esquerdo é o que provoca maiores riscos de fibrilação

ventricular.

Os estados fisiológico e patológico da pessoa influem na receptividade à corrente eléctrica.

Consequentemente, a gravidade do acidente depende:

da fadiga;

da idade:

da saúde;

da sede

Assim, em qualquer instalação elétrica com uma determinada tensão, a intensidade da

corrente que atravessará o corpo humano depende da resistência que este oferece à

passagem da corrente elétrica. Essa resistência resulta do seguinte somatório:

- Resistência do ponto de contacto:

- Resistência dos tecidos internos que a corrente atravessa;

- Resistência da zona de saída da corrente.

- Medidas de prevenção e proteção

Como já aflorámos anteriormente, existem vários tipos de medidas a tomar de forma a utilizar-

se uma eficaz política de proteção e segurança contra os riscos elétricos.

Podemos começar com as medidas informativas, essenciais a qualquer situação, e que têm

como objetivo avisar e dar a conhecer a existência dos riscos de eletricidade. Alguns casos deste

tipo de medidas são:

- Sinais;

- Instruções;

- Normas de Segurança.

Proteção obrigatória das mãos

Se se quiser atuar contra a possibilidade de contactos diretos, as medidas de proteção ativas

são as mais adequadas. Por exemplo:

- Recobrimento das partes ativas da instalação;

- Uso da tensão reduzida de segurança;

- Afastamento das partes ativas;

- Interposição de obstáculos.

Por outro lado, se o objetivo for proteger as pessoas de contactos indiretos, existem alguns

tipos de medidas de proteção passivas que podem ser empregados:

- Emprego de tensão reduzida de segurança;

- Separação dos circuitos.

Além das medidas informativas, deve-se também atentar a outros exemplos de medidas de

proteção gerais:

- Isolamento dos elementos condutores estranhos à instalação;

- Inacessibilidade simultânea de massas e elementos condutores estranhos à instalação;

- Estabelecimento de ligações equipotenciais;

- Dispositivos diferenciais a corrente residual de alta sensibilidade (menor ou igual a 30 mA).

Assim, os trabalhos em instalações elétricas devem:

- ser realizados por técnicos qualificados;

- ter, por regra, a instalação fora de tensão;

- ser devidamente identificados e sinalizados.

Podemos resumir a informação de segurança em Cinco Regras de Ouro no que toca a trabalhos

em instalações elétricas:

Separar (ou isolar) a instalação das fontes de alimentação;

- Bloquear os aparelhos de separação na posição de aberto;

- Comprovar a ausência de tensão;

- Ligar à terra e em curto-circuito;

- Delimitar a zona de trabalhos e proteger as peças em tensão na vizinhança, colocando

dispositivos isolantes ou ecrãs.

- RISCOS MECÂNICOS

Principais riscos mecânicos decorrentes da utilização geral de máquinas e respectivas medidas

de prevenção

Principais Riscos

Os principais riscos mecânicos a que estão expostos os trabalhadores quando maquinam peças

metálicas são:

hamento

Localização dos Perigos Mecânicos das Máquinas

Os principais perigos mecânicos das máquinas estão directamente relacionados com os seus

órgãos móveis, e encontram-se em 3 áreas fulcrais:

1. No ponto de operação: ponto de corte, moldagem, perfuração, estampagem, esmagamento ou

empilhamento de material

2. Mecanismos de transmissão de força: qualquer componente do sistema mecânico que

transmita energia às partes da máquina que executam o trabalho. Ex.: volantes, polias, correias,

junções, engates, correntes, engrenagens, manivelas, etc.

3. Outras partes móveis: todas as partes que se movam enquanto a máquina trabalha com

movimento recíproco. Ex.: movimentos rectilíneos, giratórios, alternados, mecanismos de

alimentação ou partes auxiliares das máquinas.

Principais Causas de Acidentes Devidos à Utilização de Máquinas

Os acidentes quando ocorrem são, regra geral, imputados ao operador que desempenha a tarefa.

No entanto as suas verdadeiras causas são, na maioria das vezes, originadas por situações

alheias ao trabalhador mais direto, tais como:

Elementos de proteção em falta, inadequados ou danificados

Desenho da máquina incorreto (está pensado unicamente para o produto final e não para a

utilização por parte do trabalhador)

Instalação e montagem da máquina precária (movimenta-se, vibra, etc.)

Utilização inadequada da máquina (submeter a máquina a esforços para os quais não está

dimensionada ou utilizá-la para outros fins que não aqueles a que se destina)

Manutenção da máquina deficiente ou inexistente

Ferramentas da máquina em mau estado, inadequadas ou gastas

Erros de comando (inexistência de sinalização ou instruções dos comandos da máquina)

Arranque intempestivo da máquina

Impossibilidade de paragem da máquina em condições de segurança (inexistência ou deficiência

de funcionamento dos sistemas de paragem de emergência)

Medidas de Prevenção

Recomendações Gerais

Só devem ser adquiridas e colocadas em funcionamento as máquinas que cumpram os

requisitos mínimos de segurança e saúde (máquinas com marcação CE).

Os sistemas de comando das máquinas devem ser bem visíveis, estar claramente

identificado e equipados com um comando à distância (sempre que seja possível),

posicionados e acessíveis fora da zona perigosa da máquina e possuir um sistema de

paragem de emergência acessível e devidamente identificado (este deve completar o

comando de paragem manual).

A colocação da máquina ou equipamento em funcionamento só deve ser possível por

ação voluntária do operador; uma manobra não intencional nunca deve provocar uma

situação perigosa (o comando de arranque deve estar protegido contra o toque

inadvertido)

A ordem de paragem da máquina tem que ter prioridade sobre a ordem de arranque

Os dispositivos de segurança e proteção da máquina devem ser robustos e solidamente

fixos; devem ser concebidos de forma a poderem ser desmontados para que se possa

aceder à zona perigosa ou equipamento sem gerar riscos adicionais; a sua colocação não

pode ocasionar riscos complementares e devem facilitar a observação do ciclo de

trabalho.

Os órgãos de transmissão, correias, engrenagens, polias, etc., devem estar devidamente

protegidos ou isolados

As zonas das máquinas onde existam riscos mecânicos e onde não haja uma intervenção

por parte do operador devem possuir proteções eficazes (ex.: proteções fixas).

Todas as máquinas devem estar corretamente fixas ou estáveis no pavimento.

Todas as máquinas devem ser mantidas num perfeito estado de conservação, limpas e

oleadas.

A máquina dever ser manipulada sem distrações e de acordo com as regras de segurança

estabelecidas.

A iluminação dos locais de trabalho e de manutenção deve ser suficiente e em função das

exigências da tarefa.

Devem existir dispositivos de alerta que devem ser facilmente percebidos (se sonoros,

devem-se sobrepor ao ruído da máquina e ambiente) e a sua interpretação deve ser

imediata e sem ambiguidade.

Todas as zonas perigosas das máquinas devem estar devidamente sinalizadas e

identificadas.

As máquinas devem ser alvo de manutenções periódicas no sentido de se verificar o seu

funcionamento seguro, e de inspeções adicionais sempre que sejam feitas alterações na

máquina, haja um acidente ou por falta de uso prolongado.

A manutenção da máquina dever ser feita de preferência com o equipamento parado;

sempre que tal não seja possível devem ser tomadas medidas de prevenção e

conformidade com a situação.

Todos os trabalhadores que tenham de operar uma máquina devem receber formação

adequada, que deve abordar os riscos a que estão expostos, as zonas perigosas da

máquina e as condições seguras de operar a máquina.

Normas Básicas de Segurança

- Todos os trabalhadores devem utilizar os equipamentos de protecção individual adequados:

óculos ou viseiras de protecção contra a projecção de limalhas, aparas ou

fragmentos da máquina (principalmente ao mecanizar metais muito duros,

frágeis ou quebradiços)

calçado de segurança que proteja contra os esmagamento (por queda de peças

pesadas) e perfuração ou corte (recomenda-se a utilização de botas ou sapato

com biqueira e palmilha de aço)

luvas adequadas ao trabalho a realizar (ter especial atenção ao manusear peças

com arestas vivas)

- As limalhas e aparas resultantes do processo de maquinação nunca devem ser retiradas com as

mãos; para tal deve ser utilizado:

um pincel ou similar quando estas se encontram secas.

uma escova de borracha quando estas se encontram húmidas ou com gordura.

- Não utilizar acessórios durante o trabalho: anéis pulseiras, brincos, colares, etc.

- Os cabelos compridos devem ser usados sempre presos e protegidos por uma touca, chapéu

ou similar

- Os trabalhadores não devem utilizar a barba comprida (pode ficar presa em elementos da

máquina dotados de movimento).

Antes de Iniciar o Trabalho

Verificar se as proteções das engrenagens, correias, etc., estão colocadas corretamente e

devidamente fixas.

Não remover ou adulterar qualquer proteção ou barreira de proteção da máquina e não

iniciar o trabalho se alguma se encontrar danificada ou ausente

Verificar se os dispositivos de protecção se encontram no seu local e corretamente

instalados

Verificar se os elementos de fixação da peça estão em bom estado de conservação e

devidamente fixos à máquina

Verificar se a peça a maquinar está corretamente fixa aos elementos de fixação

Verificar que na mesa onde se vai maquinar a peça não se encontram ferramentas ou

peças que possam cair ou ser alcançadas e projetadas por elementos da máquina

Durante o Trabalho

Durante a maquinação das peças o operador deve manter as mãos afastadas da

ferramenta da máquina; para trabalhos que se realizem em ciclos automáticos, nunca se

devem apoiar as mãos na mesa da máquina

Todas as tarefas de verificação, ajuste, etc., devem ser realizadas com a máquina parada,

especialmente as que se seguem:

Afastar-se ou abandonar o posto de trabalho (mesmo que seja por um breve momento)

Medir e calibrar

Verificar o trabalho (acabamento da peça)

Ajustar os elementos de protecção

Direccionar o líquido de refrigeração, óleos de corte, etc.

Limpar e/ou olear

Colocar a peça a trabalhar na máquina

Operações de Manutenção

Devem realizar-se em condições de segurança adequadas:

Parar, sempre que seja possível, a máquina

Sinalizar com avisos de proibição de colocação em funcionamento todas as máquinas

avariadas ou cujo funcionamento seja perigoso

Para evitar a colocação em funcionamento acidental de máquinas em manutenção deve-

se bloquear o interruptor principal de acionamento da máquina ou desligar e bloquear

no quadro a alimentação eléctrica da máquina (por exemplo, com cadeado)

Todos os equipamentos desligados devem estar devidamente identificados, utilizando

para tal procedimentos de segurança: lock-out (desligar e bloquear o arranque da

máquina) e tag-out (aviso de máquina em manutenção)

Utilização de Protetores

Os protetores são elementos que podem ser colocados nas máquinas com o objectivo de

proteger o trabalhador de uma determinada zona perigosa através da interposição de uma

barreira material. Estes podem ter várias designações, consoante a sua construção: tampa,

porta, resguardo, etc.

Existem diversos tipos de protectores, com ou sem dispositivos de encravamento ou de

bloqueio associados, que devem ser escolhidos tendo em consideração o risco que está

associado à parte da máquina a proteger, o normal funcionamento da máquina e das tarefas do

operador.

- MOVIMENTAÇÃO MECÂNICA DE CARGAS

- RISCOS ERGONÓMICOS

A ergonomia visa assegurar a melhor adaptação de uma situação de trabalho ao trabalhador e à

tarefa que ele realiza, de acordo com critérios de segurança e saúde.

Os riscos ergonómicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos, suscetíveis de provocar

sérios danos à saúde do trabalhador e comprometer a sua segurança e produtividade, como, por

exemplo: cansaço físico, perturbações músculo-esqueléticas, hipertensão arterial, alteração do

sono, doenças nervosas, doenças do aparelho digestivo.

São considerados riscos ergonómicos a inadequada movimentação manual de cargas, as

posturas e os movimentos inadequados, os movimentos repetitivos, a pressão mecânica direta

sobre os tecidos do corpo, as vibrações e o desconforto do ambiente térmico.

A prevenção dos riscos ergonómicos comporta a análise do posto de trabalho, a identificação dos

perigos e a avaliação dos riscos a ele associados, a implementação de medidas de prevenção

adequadas a combater os riscos, a vigilância da saúde do trabalhador afetado, a disponibilização de

informação e formação adequadas, de modo a permitir que o trabalhador se torne agente ativo

dessa prevenção, e, finalmente, implica a reavaliação da eficácia das alterações introduzidas.

Ao longo do processo produtivo na indústria do calçado os trabalhadores podem estar sujeitos a

riscos ergonómicos com origem na ausência ou deficiente adaptação ergonómica dos postos de

trabalho que:

• Impedem ou dificultam a alternância de postura corporal do trabalhador;

• Submetem o trabalhador a movimentos inadequados ou de cadência excessiva, a pressões

mecânicas sobre os tecidos e sobre esforços.

A movimentação manual de cargas em condições não adequadas é também suscetível de provocar

perturbações músculo-esqueléticas(lesões e dores nas costas e nos membros, tais como tendinites

e epicondilites).

- MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGAS

Entende-se por movimentação ou transporte manual de cargas, qualquer operação de

transporte e sustentação de uma carga, por um ou mais trabalhadores, que devido às suas

características ou condições ergonómicas desfavoráveis, comporte risco(s) para os mesmos,

nomeadamente na região lombar. Desta forma, podemos dizer que os riscos inerentes ao transporte

manual de cargas estão intimamente ligados com os factores de risco ergonómicos .

As principais lesões

derivadas do transporte

manual de cargas são as

relacionadas,

maioritariamente, com a

região dorso – lombar, no

entanto, podemos assinalar

outras, tais como:

• Entorses;

• Esmagamento;

• Cortes;

Sendo assim, a entidade empregadora terá de tomar medidas apropriadas de forma a eliminar

ou minimizar os riscos inerentes à atividade de movimentação manual de cargas. Estas medidas passam

por, se possível, substituir o transporte manual de cargas pelo transporte mecânico das mesmas,

introduzir medidas de organização adequadas ou fornecer aos trabalhadores os meios adequados para a

execução do trabalho em segurança, possibilitar ao trabalhador espaço livre suficiente, nomeadamente

vertical, para o exercício da atividade, segundo uma postura segura e correta, providenciar pavimentos

ou pontos de apoio estáveis, providenciar pavimentos regulares e não escorregadios, providenciar

temperatura, humidade ou circulação de ar adequadas, proporcionar ao trabalhador períodos

suficientes de descanso e recuperação fisiológica e providenciar formação e informação aos

trabalhadores.

Ergonomia-Boas práticas Trabalho sentado

Conforto visual -para garantir o conforto

visual, mantenha seu monitor entre 45 e 70 cm

de distancia e regule sua altura no máximo até

a sua linha de visão. Isto pode ser feito através

de um suporte de monitor, ou pela utilização de

mesas dinâmicas. Sempre que possível procure

descansar a vista, olhando para objetos

(quadros, plantas, aquários, etc...) e paisagens a

mais de 6 metros.

Punho neutro é fundamental- Assim como

altura do monitor, a do teclado também deve

ser regulável. Ajuste-a até que fique no nível da

altura dos seus cotovelos. Durante a digitação é

importante que o punho fique neutro .

Mantenha o teclado sempre na posição mais

baixa e digite com os braços suspensos ou use

um apoio de punho!

Pés bem apoiados- É importante que as

pessoas possam trabalhar com os pés no chão.

As cadeiras devem possuir regulação compatíveis com as da população em questão. Quando a cadeira

não permite que a pessoa apoie os pés no chão, a solução é adotar um apoio para os pés, que serve para

relaxar a musculatura e para melhorar a circulação sanguínea dos membros inferiores.

Dê um descanso para as costas- com exceção de algumas atividades, as cadeiras devem possuir

espaldar (encosto) de tamanho médio. Uma maior superfície de apoio, garante uma melhor distribuição

do peso corporal, e um melhor relaxamento da musculatura.

Iluminação - Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos, devem ser foscas e o

monitor deve possuir uma ecrã antirreflexo. Evite posicionar o computador perto de janelas e use

luminárias com proteção adequada.

Cores - Equilibre as luminâncias usando cores suaves em tons de mate. Os coeficientes de reflexão das

superfícies do ambiente devem ser e3m torno de 80% para o teto; 15 a 20% para o piso; 60% para a

parede (parte alta); 40% para as divisórias, para a parede (parte baixa) e para o mobiliário.

Temperatura - temperaturas confortáveis, para ambientes informatizados, são entre 20 e 22 graus

centígrados no inverno, e entre 25 e 26 graus centígrados no verão (com níveis de humidade entre 40 a

60%).

Acústica - É recomendável para ambientes de trabalho em que exista solicitação intelectual e atenção

constante, índices de pressão sonora inferiores a 65 dB (A). Por esse motivo recomenda-se o adequado

tratamento do teto e paredes, através de materiais acústicos e a adoção de divisórias especiais.

Humanização do ambiente - Sempre que possível humanize o ambiente (plantas, quadros e quando

possível som ambiente). Estimule a convivência social entre os funcionários.

- Riscos psicossociais

As mudanças significativas que ocorreram no mundo do trabalho nas últimas décadas

resultaram em riscos emergentes no campo da segurança e saúde ocupacional e levaram - além de

riscos físicos, químicos e biológicos - ao surgimento de riscos psicossociais.

Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho têm sido identificados como um dos grandes

desafios contemporâneos para a saúde e segurança e estão ligados a problemas nos locais de trabalho,

tais como o stress, violência, assédio e intimidação no trabalho.

Cerca de metade dos trabalhadores europeus considera o stresse uma situação comum no local

de trabalho, que contribui para cerca de 50% dos dias de trabalho perdidos. À semelhança de muitas

outras questões relacionadas com a saúde mental, o stresse é frequentemente objeto de incompreensão

e estigmatização. No entanto, se forem abordados enquanto problema organizacional e não falha

individual, os riscos psicossociais e o stresse podem ser controlados da mesma maneira que qualquer

outro risco de saúde e segurança no local de trabalho.

Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na conceção, organização e gestão do trabalho, bem

como de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico,

físico e social tais como stresse relacionado com o trabalho, esgotamento ou depressão. Eis alguns

exemplos de condições de trabalho conducentes a riscos psicossociais:

cargas de trabalho excessivas;

exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções;

falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controlo

sobre a forma como executa o trabalho;

má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral;

comunicação ineficaz, falta de apoio da parte de chefias e colegas;

assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.

Ao considerar as solicitações profissionais, importa não confundir riscos psicossociais como a

carga de trabalho excessiva com as condições, embora estimulantes e por vezes desafiantes, de um

ambiente de trabalho construtivo em que os trabalhadores são bem preparados e motivados para dar o

seu melhor. Um ambiente psicossocial positivo promove o bom desempenho e o desenvolvimento

pessoal, bem como o bem-estar mental e físico dos trabalhadores.

Os trabalhadores sofrem de stresse quando as exigências inerentes à função excedem a sua

capacidade de lhes dar resposta. Além de problemas de saúde mental, os trabalhadores afetados por

stresse prolongado podem acabar por desenvolver graves problemas de saúde física, como doenças

cardiovasculares ou lesões músculo-esqueléticas.

Para a organização, os efeitos negativos incluem um fraco desempenho geral da empresa,

aumento do absentismo, "presenteísmo" (trabalhadores que se apresentam ao trabalho doentes e

incapazes de funcionar eficazmente) e subida das taxas de acidentes e lesões. Os períodos de

absentismo tendem a ser mais longos do que os decorrentes de outras causas e o stresse relacionado

com o trabalho pode contribuir para um aumento da taxa de reforma antecipada, em particular entre

trabalhadores administrativos. Os custos estimados para as empresas e para a sociedade são

significativos e chegam aos milhares de milhões de euros a nível nacional. O stresse é o segundo

problema de saúde relacionado com o trabalho mais referido na Europa.

Uma sondagem de opinião de âmbito europeu conduzida pela EU-OSHA concluiu que mais de

metade dos trabalhadores considerava o stresse como uma situação comum no local de trabalho. As

causas mais comuns do stresse relacionado com o trabalho referidas foram a reorganização do trabalho

e a insegurança de emprego (indicadas por cerca de 7 em cada 10 inquiridos), acréscimo das horas de

trabalho, carga de trabalho excessiva, assédio ou intimidação no local de trabalho (cerca de 6 em cada

10 inquiridos). A mesma sondagem demonstrou que cerca de 4 em cada 10 trabalhadores consideram

que o stresse não é tratado de forma adequada no local de trabalho.

No mais abrangente Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes

(ESENER), cerca de 8 em cada 10 dirigentes europeus manifestaram preocupação com o stresse nos

respetivos locais de trabalho; todavia, menos de 30% admitiram ter implementado procedimentos para

lidar com os riscos psicossociais. O inquérito também concluiu que quase metade das entidades

empregadoras considera que os riscos psicossociais são mais difíceis de gerir do que os riscos

"tradicionais" ou mais óbvios de segurança e saúde no trabalho.

Com a abordagem correta, os riscos psicossociais e o stresse relacionado com o trabalho podem

ser prevenidos e geridos com sucesso, independentemente da dimensão ou tipo de empresa. Nesse

sentido, podem ser tratados da mesma forma lógica e sistemática que outros riscos de saúde e

segurança no local de trabalho.

A gestão do stresse constitui não só uma obrigação moral e um bom investimento para as

entidades empregadoras como também um imperativo legal estabelecido na Diretiva-Quadro

89/391/CEE, reforçado por acordos-quadro com os parceiros sociais sobre stresse no trabalho e sobre

assédio e violência no trabalho.

Além disso, o Pacto Europeu para a Saúde Mental e Bem-Estar reconhece a mutação das

solicitações e a intensificação das pressões no local de trabalho e incentiva as entidades empregadoras a

implementar medidas voluntárias suplementares para a promoção do bem-estar mental.

Embora as entidades empregadoras tenham a responsabilidade legal de assegurar a avaliação e o

controlo adequados dos riscos no local de trabalho, é essencial garantir também o envolvimento dos

trabalhadores. Os trabalhadores e os respetivos representantes têm uma melhor perceção dos

problemas que podem ocorrer no local de trabalho. A sua participação garantirá que as medidas

aplicadas sejam adequadas e eficazes. A EU-OSHA disponibiliza um vasto conjunto de informações e

instrumentos práticos para a identificação, prevenção e gestão dos riscos psicossociais e do stresse

relacionado com o trabalho.

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE

- Conceito

A sinalização de segurança tem por objetivo chamar a atenção das pessoas, de forma rápida e

inequívoca, para as situações que, nos espaços onde elas se encontram, comportem riscos para a

sua segurança.

A sinalização de segurança deverá existir em todos os locais de trabalho, qualquer que seja a

atividade, para abranger quer os trabalhadores quertodos aqueles que temporariamente aí se

encontrem (ex.: visitas, fornecedores, prestadores de serviços externos), mas também nos locais

que habitualmente se encontram abertos ao público.

A sinalização de segurança e saúde reveste várias formas - sinais coloridos; acústicos; verbais;

gestuais - adaptando-se à situação que pretendem prevenir, mas de certo modo, todas elas se

complementam entre si.

A forma utilizada, a cor, o número e dimensão dos sinais de segurança dependerão da

importância dos riscos, dos perigos existentes e da extensão da zona a cobrir.

Todos os equipamentos de sinalização de segurança deverão ser mantidos em bom estado de

conservação (limpeza e funcionamento), não devendo ser confundida ou afetada por qualquer

outro tipo de sinalização ou fonte emissora estranha à sinalização de segurança.

. Tipos de sinalização

Existem várias formas de sinalização universais e que se complementam entre si:

➱ Sinais coloridos (pictogramas ou luminosos) para assinalar riscos ou dar indicações;

➱ Sinais acústicos habitualmente para assinalar situações de alarme e de evacuação;

➱ Comunicação verbal;➱ Sinais gestuais para que, quando a comunicação de viva voz não seja

possível, se possam dar as indicações necessárias.

2.1 SINAIS COLORIDOS (PICTOGRAMAS)

A forma geométrica e o significado dos sinais de segurança, bem como a combinação das formas e

das cores e seu significado nos sinais estão indicados nos quadros 1 e 2.

De acordo com a legislação vigente, apresentam-se seguidamente os sinais relativos à sinalização

de segurança e saúde. De qualquer forma, existem disponíveis no mercado alguns outros sinais que

poderão complementar as prescrições mínimas previstas na lei.

SINAIS DE PROIBIÇÃO

A sinalização de obstáculos e locais permanentemente perigosos, tais como degraus de escadas,

buracos no pavimento ou locais que apresentem um risco de choque, quedas ou passos em falso, ou

ainda risco de queda de materiais, deverá ser feita com a ajuda de faixas preto/amarelo ou então

vermelho/branco.

A sinalização referida deverá ser feita tendo em conta as dimensões do obstáculo ou do local

perigoso.

Sinais relativos a recipientes e tubagens

Os recipientes que contenham substâncias ou preparações perigosos, tal como definidos na

Portaria n.º 1152/97 de 12 de Novembro, bem como as tubagens visíveis que os contenham,

deverão estar rotulados sob a forma de pictogramas sobre fundo colorido, como indicado no

referido diploma, ou sinalizados por meio de placas com o sinal de aviso adequado e informação

complementar, nomeadamente a fórmula química da substância ou preparado perigoso e

pormenores sobre os riscos.

Sinalização das vias de circulação

Quando a proteção dos trabalhadores o exija, as vias de circulação de veículos deverão ser

identificados com faixas contínuas que podem ser brancas ou amarelas, localizadas de modo a

garantir as distâncias de segurança necessárias, quer entre os veículos e trabalhadores, quer entre

ambos e os objetos ou instalações que possam encontrar-se na vizinhança.

SINAIS ACÚSTICOS

Podem ser de vários tipos e características, por exemplo:

➱ Intermitentes (indicando um maior perigo);

➱ Contínuos, normalmente associados a situações de alarme ou evacuação.

SINAIS LUMINOSOS

Os sinais luminosos de segurança deverão garantir um contraste não excessivo, mas também não

insuficiente, tendo em vista as suas condições de utilização. A superfície luminosa deverá ser de

uma cor uniforme igual, conforme o caso, com as cores usadas nos sinais coloridos (pictogramas). A

alimentação elétrica dos sinais luminosos deverá ser autónoma.

SINAIS GESTUAIS

Os gestos devem ser simples, fáceis de executar e de compreender.

Nos quadros seguintes, exemplificam-se alguns gestos codificados.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL

Todas as profissões apresentam algum tipo de risco para o bem estar de quem as executa. Desde os

trabalhos que tradicionalmente são associados às mortes e acidentes graves no local de trabalho, até aos

trabalhos mais sedentários ou que apresentam menor esforço físico, uma vez que também estes

apresentam riscos de lesões músculo-esqueléticas ou do foro psicológico, por exemplo. Segundo a

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (OSHA-EU) os escorregões, tropeções e quedas

são a causa mais frequente de acidentes em todos os sectores, desde a indústria transformadora pesada

ao trabalho de escritório. Entre os demais perigos, podem referir-se a queda de objetos, as queimaduras

térmicas e químicas, incêndios e explosões, substâncias perigosas e stresse. Para prevenir acidentes no

local de trabalho, as entidades patronais devem instaurar um sistema de gestão da segurança que inclua

a avaliação de riscos e procedimentos de acompanhamento. A avaliação dos riscos deve,

prioritariamente, analisar a possibilidade de prevenir ou evitar os riscos, a eliminação pode passar por:

Avaliar se a tarefa ou atividade é necessária;

Eliminar efetivamente o perigo;

Utilizar diferentes substâncias ou processos de trabalho

- Principais tipos de proteção coletiva e de proteção individual

Equipamentos de Proteção Coletiva, são equipamentos utilizados para proteção de segurança

enquanto um grupo de pessoas realizam determinada tarefa ou atividade. O Equipamento de Proteção

Coletiva deve ser usado prioritariamente ao uso do Equipamento de Proteção Individual por exemplo:

um equipamento de enclausuramento acústico deve ser a primeira alternativa a ser indicada numa

situação onde houver risco físico de ruido, por proteger o coletivo. E somente quando esta condição não

for possível, deve ser pensado o uso de protetores auditivos como Equipamentos de Proteção

Individuais (EPI) para proteção dos trabalhadores, pois são de uso apenas individual.

Como exemplos de EPC podem ser citados:

Enclausuramento acústico de fontes de ruído

Exaustores para gases, névoas e vapores contaminantes

Ventilação dos locais de trabalho

Proteção de partes móveis de máquinas

Sensores em máquinas

Barreiras de proteção em máquinas e em situações de risco

Corrimão e guarda-corpos

Fitas sinalizadoras e antiderrapantes em degraus de escada

Piso Antiderrapante

Barreiras de proteção contra luminosidade e Radiação (Solda)

Cabines para pintura

Redes de Proteção (nylon)

Isolamento de áreas de risco

Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas zebradas)

Lava-olhos

Detetores de Tensão

Chuveiros de segurança

Chuveiro Lava Olhos

Primeiros socorros Kit de primeiros socorros

Segundo a Diretiva 89/656/CEE o Equipamento de Proteção Individual é “qualquer equipamento

destinado a ser usado ou detido pelo trabalhador para sua proteção contra um ou mais riscos

suscetíveis de ameaçar a sua segurança ou saúde no trabalho, bem como qualquer complemento ou

acessório destinado a esse objetivo.”

Na general idade, os EPI devem ser util izados quando os riscos existentes não puderem ser evitados

ou suficientemente l imitados por meios técnicos de proteção coletiva ou por medidas, métodos ou

processos de organização do trabalho. Para além de um estudo prévio, que deve envolver os

trabalhadores na escolha do EPI mais adequado à tarefa a executar, devem sensibilizar-se os

trabalhadores que têm a necessidade de utilização dos EPI para:

Usar o equipamento de proteção de forma adequada,

Estar ciente de quando o EPI é necessário,

Saber que tipo de equipamento de proteção é necessário,

Entender as l imitações do EPI na proteção de trabalhadores contra lesões,

Colocar, ajustar, vestir e retirar EPI,

Manter o equipamento de proteção de forma adequada.

Os EPI são uma ferramenta útil, mas que deve ser bem estudada para que a sua ação seja

efetivamente preventiva e não prejudicial ao trabalhador quando a util iza, quer por pôr perigo a sua

condição, ou por não permitir que execute com eficiência e conforto a sua tarefa. Os EPI mais

frequentemente utilizados estão descritos a seguir, bem como a sua utilidade.

Proteção contra lesões na cabeça

Os capacetes podem proteger de impactos na cabeça, lesões de perfuração, e lesões elétricas

como as causadas por queda ou objetos voadores, objetos fixos, ou contato com condutores elétricos. Os

trabalhadores também devem cobrir ou proteger os cabelos compridos para evitar que fiquem presos

em peças de máquinas como correias e correntes

Proteção contra lesões nos pés e pernas

Além da proteção para os pés e botas/sapatos de segurança, as calças (por ex,. couro, fibra têxtil

aluminizada, ou outro material apropriado) podem ajudar a prevenir lesões ao proteger trabalhadores

de perigos como queda ou objetos rolantes, objetos afiados, superfícies húmidas e escorregadias, metais

fundidos, superfícies quentes e perigos elétricos.

Proteção contra lesões nos olhos e rosto

Além dos óculos de proteção, os EPI, como capacetes especiais ou bl indagens, óculos com

proteção lateral e proteção para o rosto podem proteger trabalhadores de fragmentos perigosos ou

voadores, lascas grandes, faíscas quentes, radiação ótica, derrame de metais fundidos, bem como

objetos, partículas, areia, vapores, pós e faísca.

Proteção contra perda auditiva

Usar tampões ou protetores auriculares pode ajudar a prevenir um dano auditivo. A exposição a

altos níveis de ruído pode provocar perda auditiva irreversível ou deficiência além de stresse físico e

psicológico. Os tampões auriculares feitos de espuma, algodão encerado, ou lã de fibra de vidro ajustam-

se automaticamente e geralmente encaixam bem. Um profissional deve verificar individualmente os

protetores auriculares moldados ou pré-fabricados dos trabalhadores. Os protetores auriculares devem

ser l impos regularmente e substituídos quando não podem ser l impos.

Proteção contra lesões nas mãos

Os trabalhadores expostos a substâncias perigosas através da absorção pela pele, cortes severos

ou lacerações, abrasões severas, queimaduras químicas, queimaduras térmicas e temperaturas

extremas perigosas beneficiarão da proteção para as mãos.

Proteção contra lesão corporal

Em alguns casos, os trabalhadores devem proteger a maior parte do corpo contra perigos no

local de trabalho, como exposição ao calor e radiação além de metais quentes, líquidos escaldantes,

fluídos corporais, materiais perigosos ou dejetos e outros perigos.

Além de roupa resistente ao fogo e algodão resistente ao fogo, os materiais usados nos EPI que

cobrem todo o corpo incluem borracha, couro, sintéticos e plástico.

Proteção respiratória

Quando não é possível uma situação de aspiração/el iminação de materiais que ponham em

risco a saúde respiratória, os trabalhadores devem usar respiradores apropriados que os protejam

contra efeitos de saúde adversos causados por respirar ar contaminado como pós perigosos, névoas,

fumos, vapores, gases ou líquidos pulverizados. Os respiradores geralmente cobrem o nariz e a boca ou

todo o rosto ou cabeça e ajudam a prevenir doenças e lesões. Contudo, é essencial um encaixe adequado

para os respiradores serem eficientes.

CONCLUSÃO

Na sociedade em que nos inserimos, urge cada vez mais agir no presente, para garantir o futuro,

sendo esta filosofia, a que melhor define o desenvolvimento sustentável. Não apenas consciencializar é

importante, mas também agir e saber como agir, começando por conhecer os nossos direitos e deveres

enquanto cidadãos.

Atualmente, a prevenção de riscos profissionais e a promoção da saúde do trabalhador é um dos

princípios gerais consagrados na legislação nacional e, como tal, é uma obrigação das entidades

empregadoras assegurar o funcionamento dos serviços de segurança e saúde no trabalho.

A segurança e saúde no trabalho é um direito de todas as pessoas que exercem uma atividade

profissional. O cumprimento das regras de segurança é um dever de todos.

Para isso, é essencial que os trabalhadores estejam sensibilizados para os riscos que correm e

para as formas que existem para os combater, protegendo a sua integridade e a sua capacidade,

contribuindo para um aumento da produtividade e qualidade dos serviços prestados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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