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Contribuição ao PIS e COFINS Tácio Lacerda Gama Mestre e Doutor em Direito do Estado pela PUC-SP Professor de Direito Tributário da PUC-SP e do IBET Advogado

Contribuição ao Pis e Cofins

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Contribuição ao PIS e COFINS

Tácio Lacerda GamaMestre e Doutor em Direito do Estado pela PUC-SPProfessor de Direito Tributário da PUC-SP e do IBET

Advogado

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Receitas Tributárias da União (2013)• COFINS : R$ 145.323.138.505• PIS/PASEP: R$ 38.263.044.749• CSLL: R$ 46.746.370.429• Contribuições previdenciárias: R$ 268.759.950.839

Orçamento da previdência social (2013)• R$ 344.396.401.675

Fonte: Senado Federal

Breves considerações sobre política fiscal

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Não-cumulatividade tributária

Origem da não-cumulatividade e função que deve desempenhar nos tributos a que é aplicada:

1. Distorções de uma tributação cumulativa em tributos multifásicos e incidentes sobre a receita;

2. Valor que pretende alcançar: neutralidade fiscal, assegurando a realização da livre concorrência e iniciativa.

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não-cumulatividade

neutralidade fiscal

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PIS/COFINS não-cumulativos

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Contribuição ao PIS e COFINS

Dinâmica da não-cumulatividade na Contribuição ao PIS e na COFINS

Duas formas de se implementar a não-cumulatividade:

1) Incidência monofásica: tributo devido numa etapa única, não pode ser cumulativo;

2) Sistema de débitos e créditos: sistemática distinta da do IPI e do ICMS

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Para a apuração da contribuição ao PIS, o artigo 3°, inciso II, da Lei n° 10.637/2002 prevê o desconto na base de cálculo da contribuição dos:

“bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e

na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda,

inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao

pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de

2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela

intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições

87.03 e 87.04 da TIPI.”

PIS/COFINS não-cumulativos: insumos

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Para apuração da base de cálculo da COFINS, a legislação contempla a mesma disposição no artigo 3º, inciso III, da Lei n° 10.833/2003.

Em razão destas previsões, discute-se a definição do conceito de INSUMO para estas contribuições.

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PIS/COFINS não-cumulativos: insumos

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Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entendem-se como insumos:

I - utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda:a) as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto;

II - utilizados na prestação de serviços:a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; eb) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço.

Instruções Normativas nº 247/2002 (PIS) e nº 404/2004 (COFINS)

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Contribuição ao PIS e COFINS

Onde está o problema?

Maior ou menor amplitude napossibilidade de tomar créditos.

Tensão Fisco x Contribuintes

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Teorias sobre a amplitude do conceitode insumo para PIS/COFINS

1) Teoria que equipara à definição de insumo do IPI:

1.1. Como funciona: a definição do conceito de insumo empregada para o IPI é integralmente

trazida para a contribuição ao PIS e para a COFINS. Assim, geram crédito a matéria-

prima, produto intermediário e material de embalagem adquiridos para emprego na

industrialização, desde que se integrem ao novo produto ou sejam consumidos no

processo industrial.

1.2. Aspectos indesejáveis: a legislação do IPI leva a uma definição bastante restritiva do

conceito de insumo, a qual pode ser compreendida no contexto de um tributo

incidente exclusivamente sobre a industrialização de produtos, mas que não se adequa

a tributos incidentes sobre receita, recolhidos por pessoas jurídicas que atuam nas

mais diversas áreas.

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Teorias sobre a amplitude do conceito de insumo para PIS/COFINS

2) Teoria que equipara às definições de custo e despesa para o IRPJ:

2.1. Como funciona: as definições de “custo” e “despesa”, utilizadas para definir as

deduções autorizadas por lei na base de cálculo do IRPJ, são equiparadas a

insumos para fins de creditamento de PIS e COFINS. Nessa linha, tudo o que for

custo ou despesa para o IRPJ, é insumo passível de crédito para a contribuição ao

PIS e para a COFINS.

2.2. Aspectos indesejáveis: custos e despesas, em matéria de IRPJ, podem ser muito

abrangentes. Nem todos os custos e despesas dedutíveis para fins de apuração

do Imposto sobre a Renda podem ser considerados insumos em matéria de PIS e

COFINS, haja vista tratar-se de tributos com hipóteses de incidência tão diversas.

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3) Teoria funcional:

3.1. Como funciona: insumos corresponderiam aos gastos gerais que a pessoa jurídica precisa incorrer na produção de bens ou serviços por ela realizada e, ainda, todos os custos e despesas não expressamente vedados pela legislação aplicável às contribuições.

3.2. Aspectos desejáveis: há um regime jurídico próprio de apuração de créditos para a contribuição para o PIS e para a COFINS, não se confundindo com a forma restritiva (crédito físico) aplicável ao IPI, nem com a forma excessivamente permissiva (que inclui custos e despesas amplamente considerados) trazida da sistemática do IRPJ.

Insumos para PIS/COFINS: critérios próprios

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Dúvida: qual o conceito de insumo para efeito da aplicação da não-cumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS?

Embora a legislação que disciplina as contribuições ao PIS e a COFINS –

Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 – utilize o termo INSUMO, não explicita o

conteúdo que lhe deva ser atribuído.

Há grande relevância a Lei das Sociedades Anônimas, que se preocupou

em definir categorias fundamentais, como custos, despesas, fatores de produção,

entre outros.

A jurisprudência, tanto no âmbito administrativo, quanto no judicial, tem

voltado sua atenção para a análise desse tema, em razão dos questionamentos dos

contribuintes. As manifestações sobre o tema são variadas e, hoje, temos algumas

linhas distintas de entendimento sobre o tema.

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Jurisprudência administrativa - CARF

Insumo para PIS/COFINS = insumo para o IPI

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Acórdão nº 203 – 12.469 da Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (Relator Cons. Odassi Guerzoni Filho):

“O aproveitamento dos créditos do PIS no regime da não-cumulatividade há que obedecer às condições específicas ditadas pelo artigo 3° da Lei n° 10.637, de 2002, c/c o artigo 66 da IN SRF n° 247, de 2002, com as alterações da IN SRF n° 358, de 2003. Incabíveis, pois, créditos originados de gastos com seguros (incêndio, vendaval etc.), material de segurança (óculos, jalecos, protetores auriculares), materiais de uso geral (buchas para máquinas, cadeado, disjuntor, calço para prensa, catraca, correias; cotovelo, cruzetas, reator para lâmpada), peças de reposição de máquinas, amortização de despesas operacionais, conservação e limpeza, e manutenção predial. No caso do insumo "água“, cabível a glosa pela ausência de critério fidedigno para a quantificação do valor efetivamente gasto na produção.”

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Atividade da empresa: Fabricação de calçados.

Insumos: buchas de máquina, cadeado, caixa para disjuntor, calço para prensa, peças de reposição, material de segurança, seguros, água, amortização de gastos pré-operacionais, água sanitária, cloro, desinfetante, lâmpadas, tomadas, carimbos, gás, entre outros.

Foi negado o aproveitamento de créditos gerados com a aquisição destes materiais, que não se agregam fisicamente ao produto final ou são consumidos integralmente no processo produtivo.

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Jurisprudência administrativa - CARF

Insumo para PIS/COFINS = insumo para o IPI

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Insumo para PIS/COFINS = legislação IRPJ

Acórdão n° 3202-00.226 da Terceira Seção de julgamento do CARF (Relator Cons. Gilberto de Castro Moreira Júnior): “O conceito de insumo dentro da sistemática de apuração de créditos pela não cumulatividade de PIS e Cofins deve ser entendido como todo e qualquer custo ou despesa necessário à atividade da empresa, nos termos da legislação do IRPJ, não devendo ser utilizado o conceito trazido pela legislação do IPI, uma vez que a materialidade de tal tributo é distinta da materialidade das contribuições em apreço.”

Insumos: serviços efetuados sob encomenda para empresa preponderantemente exportadora, materiais para manutenção de máquinas e equipamentos, energia elétrica, crédito sobre estoques de abertura existentes no momento do ingresso no sistema não cumulativo.Atividade da empresa: provavelmente fabricação de móveis

Jurisprudência administrativa - CARF

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Insumo para PIS/COFINS = legislação IRPJ

B) Insumo para PIS/COFINS = legislação IRPJ

Acórdão n° 203-12.741 da 3° Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (Relator Cons. Emanuel Carlos Dantas de Assis / Dalton Cordeiro de Miranda):

“Na apuração do PIS não-cumulativo podem ser descontados créditos calculados sobre as despesas decorrentes da contratação de seguros, essenciais para a atividade fim desenvolvida pela recorrente, pois estes caracterizam sim como ‘insumos’ previstos na legislação do IRPJ.”

Insumos: receitas transferidas a terceiros (subcontratados para transporte de cargas), despesas com pedágio, contratação de seguros.Atividade da empresa: Transporte de cargas em geral, especialmente de veículos, bem como suas partes e peças; por via rodoviária ou em conjunto com outras modalidades; serviços de reparos, manutenção e colocação e instalação de equipamentos e acessórios em veículos, serviços de armazéns gerais.

Jurisprudência administrativa - CARF

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Insumo para PIS/COFINS = critérios próprios

Duas correntes:

1. Insumos corresponderiam aos gastos gerais que a pessoa jurídica precisa incorrer na produção de bens ou serviços por ela realizada;

2. Insumos compreenderiam todos os custos e despesas não expressamente vedados pela legislação aplicável às contribuições.

Há, sob qualquer das perspectivas, um regime jurídico próprio de apuração de créditos para a contribuição para o PIS e para a COFINS, não se confundindo com a forma restritiva (crédito físico) aplicável ao IPI, nem com a forma excessivamente permissiva (que inclui custos e despesas amplamente considerados) trazida da sistemática do IRPJ.

Jurisprudência administrativa - CARF

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Insumo para PIS/COFINS = critérios próprios

Acórdão nº 9303-01.036 da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (Relator Cons. Henrique Pinheiro Torres):

“A inclusão no conceito de insumos das despesas com serviços contratados pela pessoa jurídica e com as aquisições de combustíveis e de lubrificantes denota que o legislador não quis restringir o creditamento de Cofins às aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e ou material de embalagens (alcance de insumos na legislação do IPI) utilizados, diretamente, na produção industrial, ao contrário, ampliou de modo a considerar insumos como sendo os gastos gerais que a pessoa jurídica precisa incorrer na produção de bens ou serviços por ela realizada.”

Insumos: combustíveis, lubrificantes e custos com remoção de resíduos industriaisAtividade da empresa: indústria de couros, tapetes, painéis e estofados.

Jurisprudência administrativa - CARF

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Observação: acórdão transcrito no julgamento, mas ainda não publicado. Pode conter variações.

Insumo para PIS/COFINS = critérios próprios

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Acórdão nº 3301-000.954 da Terceira Seção de Julgamento do CARF (Relator Cons. Maurício Taveira e Silva):

“O termo ‘insumo’ utilizado pelo legislador na apuração de créditos a serem descontados da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins denota uma abrangência maior do que MP, PI e ME relacionados ao IPI. Por outro lado, tal abrangência não é tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar todos os custos de produção e as despesas necessárias à atividade da empresa. Sua justa medida caracteriza-se como o elemento diretamente responsável pela produção dos bens ou produtos destinados à venda, ainda que este elemento não entre em contato direto com os bens produzidos, atendidas as demais exigências legais.”

Jurisprudência administrativa - CARF

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Insumo para PIS/COFINS = critérios próprios

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Insumos: larva, pós-larva, rações e alimentos diversos para o camarão, tais como: camaronina, farelo, artemia, cal, calcário, fertilizantes, adubos químicos etc; gases comprimidos utilizados nas máquinas e equipamentos industriais, ou seja, oxigênio, acetileno, argônio, amônia etc.; telas e cercas de proteção, tarrafas, redes arames, cordas, lonas e tecidos, ferro, madeira, vigas e tábuas, etc.; cloro, material de limpeza e higienização de instalações, medicamentos; combustíveis, óleo diesel e lubrificantes; caixas de isopor para transporte de pescado, utilizadas para levar o camarão dos tanques onde são criados pelos produtores até a sede da empresa para processamento e embalagem

Atividade da empresa: criação, beneficiamento e comercialização de camarão

Observação: acórdão transcrito no julgamento. Pode conter variações.

Jurisprudência administrativa - CARF

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Insumo para PIS/COFINS = critérios próprios

Acórdão nº 3402-0001.088 da Terceira Seção de Julgamento do CARF (Relator Cons. Julio Cesar Alves Ramos):

“A apropriação de créditos da contribuição PIS apurada na forma da Lei 10.637/2002 está restrita às hipóteses expressamente elencadas em seu art. 3º. “

Insumos: auxilio creche; serviços de terceiros PJ, manutenção reparos; despesas veículos, custos com importação (despachantes), manutenção de instalações; assistência médica e odontológica; assistência farmacêutica; tratamento de resíduos Industriais; transporte de pessoal; formação profissional; lanches e refeições; roupas e equipamentos de trabalho; Programa Alimentação do Trabalho, comissões, propaganda e publicidade e anúncios; assistência técnica e jurídica.Atividade da empresa: provavelmente atacado e fabricação de calçados.

Observação: acórdão transcrito no julgamento. Pode conter variações.

Jurisprudência administrativa - CARF

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O velho e o novo sobre a definição da base de cálculo da Contribuição

ao PIS e da Cofins

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PIS/COFINS: base de cálculo

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Redação original

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;

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O velho: definição estrutural

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• Lei nº 9.718/98

Art. 2º. As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei.

Art. 3º. O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 1º Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.

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O velho: definição estrutural

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Inconstitucionalidade da equiparação de receita bruta e faturamento

CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE - ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO - INSTITUTOS - EXPRESSÕES E VOCÁBULOS - SENTIDO.(...) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - PIS - RECEITA BRUTA - NOÇÃO - INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidou-se no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindo-as à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (RE 346084, Rel.  Min. Ilmar Galvão, Rel. p/ Acórdão Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno. DJ 01-09-2006)

O velho: definição estrutural

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Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:(...)b) a receita ou o faturamento;

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O velho: definição estrutural

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Base de cálculo: Lei nº 9.718/98

Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica.

PIS/COFINS: regime cumulativo

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Base de cálculo: Leis nº 10.867/02 e 10.833/03

Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.§ 2o A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput.

PIS/COFINS: regime não-cumulativo

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Definição funcional dos conceitos de “receita bruta” e de “faturamento”:

Análise da atividade empresarial

O novo: definição funcional

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Analisando a definição de faturamento para fins tributários, o Ministro defendeu que se devesse tributar tão-somente e de modo preciso aquilo que cada empresa auferisse em razão do exercício das atividades que lhe fossem próprias e típicas enquanto conferissem o seu propósito e a sua razão de ser.

Ressaltou, ainda, não ser necessário desenvolver um rol exaustivo que correlacione todas as espécies possíveis de receitas aos variados tipos de atividades e objetos sociais e empresariais, bastando que se estabeleça, com segurança, o critério jurídico, afirmando-se a tese de que a expressão faturamento corresponde à soma das receitas oriundas das atividades empresariais típicas.

RE 400.479 – ED no AgR: Min. Cezar Peluso

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• Para haver receita (em sentido jurídico) é necessário que haja ingresso de valores que representem incremento patrimonial para a pessoa jurídica (aumento do ativo ou diminuição do passivo), o que implica:

i. Definitividade dos ingressos;

ii. Disponibilidade dos ingressos.

Definição de receita

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• Para haver faturamento (em sentido jurídico) é necessário que haja receita proveniente da realização, pela pessoa jurídica, de suas atividades típicas.

Definição de faturamento

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• Nem todo ingresso de recursos é receita e nem toda receita é faturamento;

• É necessário analisar a atividade do contribuinte para definir o que efetivamente compõe sua receita e, também, o que é faturamento para aquela empresa.

Primeiras conclusões

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Problemas concretos da definição funcional de “receita bruta” e “faturamento”

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As receitas financeiras auferidas pelas instituições financeiras integram o conceito de faturamento, tendo em vista a natureza das atividades destas pessoas jurídicas?

Receitas financeiras dasInstituições Financeiras

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Receitas financeiras das instituições financeiras:CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. COFINS E CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. INCIDÊNCIA. RECEITAS FINANCEIRAS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. CONCEITO DE FATURAMENTO. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 609096 RG, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 03/03/2011, DJe-080 DIVULG 29-04-2011 PUBLIC 02-05-2011 EMENT VOL-02512-01 PP-00128 )

Instituições Financeiras

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Somente pode ser submetido à tributação o que for receita da pessoa jurídica. As chamadas “receitas de terceiros” correspondem a simples ingressos provisórios que, como tal, não se subsumem ao conceito de receita.

Para identificar as receitas que pertencem à pessoa jurídica é necessário, no entanto, analisar as particularidades de sua atividade.

Receitas próprias e de terceiros

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• Natureza dos ingressos financeiros das cooperativas:

A Medida Provisória nº 2.158-35/2001 revogou isenção relativa ao PIS e à Cofins em relação às cooperativas;

Discute-se, então, se os valores recebidos pelas cooperativas seriam, de fato, receita, já que os atos cooperativos não geram faturamento ou receita para a sociedade, pois o resultado positivo decorrente desses atos pertence, proporcionalmente, a cada um dos cooperados.

Repercussão geral reconhecida no RE 599.362, Rel. Min. Dias Toffoli.

Cooperativas

Page 40: Contribuição ao Pis e Cofins

Cooperativas e o STJ:TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ATOS PRATICADOS COM TERCEIROS QUE GERAM RECEITA E LUCRO. ATOS NÃO COOPERATIVOS. INCIDÊNCIA DE PIS E COFINS. PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO.1. Segundo orientação do Superior Tribunal de Justiça, "os atos praticados pela cooperativa com terceiros não se inserem no conceito de atos cooperativos e, portanto, estão no campo de incidência da contribuição ao PIS e à COFINS. Ato cooperativo é aquele que a cooperativa realiza com os seus cooperados ou com outras cooperativas. Esse é o conceito que se depreende do disposto no art.79 da lei que institui o regime jurídico das sociedades cooperativas - Lei n. 5.764/71" (REsp 1.192.187/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJe 17/8/10).2. Agravo regimental não provido.(AgRg no AREsp 170.608/MG, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, DJe 16/10/2012)

Cooperativas

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Page 41: Contribuição ao Pis e Cofins

Cooperativas e o CARF:

PIS/COFINS. COOPERATIVAS DE SERVIÇOS MÉDICOS. ATO COOPERATIVO. DESPESA. FALTA DE PERTINÊNCIA COM O FATURAMENTO OU RECEITA BRUTA. Ato cooperativo é aquele especificamente praticado entre a cooperativa e seus cooperados, destinado à consecução dos objetivos sociais da entidade. O fato de os pagamentos realizados pela cooperativa aos seus cooperados configurarem um ato cooperativo é indiferente para a apuração de PIS/Cofins, que são tributos que incidem sobre a receita bruta ou faturamento, ou seja, que incide sobre o ingresso de recursos na entidade.(Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF - 3a. Seção - 4A CAMARA / 3A TURMA ORDINARIA ACÓRDÃO 3403-002.369 Data de decisão: 21/08/2013)

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Cooperativas

Page 42: Contribuição ao Pis e Cofins

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Apenas as comissões recebidas por intermediação e gerenciamento da mão-de-obra recebidas por estas empresas corresponderiam à sua receita. Os valores utilizados para pagar os trabalhadores, então, não poderiam sofrer incidência de PIS/Cofins.

Empresas de mão-de-obra

Page 43: Contribuição ao Pis e Cofins

Questão decidida em Recurso Repetitivo pelo STJ:

[...] Conseqüentemente, a definição de faturamento/receita bruta, no que concerne às empresas prestadoras de serviço de fornecimento de mão-de-obra temporária (regidas pela Lei 6.019/74), engloba a totalidade do preço do serviço prestado, nele incluídos os encargos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores para tanto contratados, que constituem custos suportados na atividade empresarial. [...] razão pela qual, independentemente do regime normativo aplicável, os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários não podem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS. [...] 8. Recurso especial da Fazenda Nacional provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.

(REsp 1141065/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 01/02/2010)

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Empresas de mão-de-obra

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• Telefonia: interconexão de redes e roaming:

Na interconexão de redes argumenta-se que os valores recebidos são necessariamente repassados para as empresas detentoras das linhas, obrigadas a compartilhar sua estrutura.

No caso do roaming, alega-se que o serviço não é prestado pela empresa remunerada, mas sim por aquela responsável pela área onde está o usuário. Haveria, assim, mero trânsito de recursos pela contabilidade da prestadora contratada. O entendimento dos contribuintes foi acolhido pelo CARF.

Interconexão e Roaming

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• Interconexão de redes:

A obrigatoriedade de interconexão às redes (prescrita pela LGT), nas hipóteses de prestação de serviço de interesse coletivo, não é mera conveniência do negócio, mas verdadeiro instrumento para viabilizar a continuidade e a universalização desse serviço público essencial, conforme estipulado nos contratos submetidos ao regime público.

Não se trata de etapa do serviço (subcontratação ou terceirização), mas de prestação compartilhada.

Interconexão e Roaming

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• Interconexão de redes:

A cobrança concentrada em uma única fatura decorre de lei;

As concessionárias atuam como depositárias de valores que devem ser, necessariamente, repassados para as operadoras que efetivamente realizaram os serviços de interconexão, em co-prestação.

Interconexão

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SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÃO. CUSTOS COM USO DE REDE ALHEIA PARA COMPLEMENTAÇÃO DE LIGAÇÃO TELEFÔNICA. INTERCONEXÃO. Se o ajuste de vontade dá-se única e exclusivamente entre a operadora de telefonia e seu cliente, que não conhece e nem se relaciona com eventuais operadoras de telefonia cujas redes são necessárias para o complemento da ligação, o valor pago pelo segundo é receita exclusiva da primeira. Os custos de interconexão compõem a base de cálculo da contribuição devida pelas prestadoras de serviços de telecomunicações, pelas receitas advindas da prestação de serviços que utilizem redes operadas por terceiros.(CARF 3ª Seção, 3ª Turma Especial, AC 3803-01.663, julgado em 31.05.2011)

Interconexão

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COFINS. RECEITAS DE TERCEIROS. TELEFONIA CELULAR. "ROAMING". As receitas de "roaming" mesmo recebidas pela operadora de serviço móvel pessoal ou celular com quem o usuário tem contrato não se incluem na base de cálculo da COFINS por ela devida. A base de cálculo da contribuição é a receita própria, não se prestando o simples ingresso de valores globais, nele incluídos os recebidos por responsabilidade e destinados desde sempre à terceiros, como pretendido "faturamento bruto" para, sobre ele, exigir o tributo. Recurso especial negado. (Acórdão CSRF/02-02.218, Relator Rogério Gustavo Dreyer – Designado, DOU 06.08.2007)

Roaming

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• A MP 627, de 11 de novembro de 2013 tenta harmonizar o conceito de receita para IRPJ, CSLL, PIS e COFINS.

• Alteração do art. 3º da Lei 9.718/98:

Art. 3º O faturamento a que se refere o art. 2º compreende a receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977.§ 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluem-se da receita bruta:I - as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;II - as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita;

Medida Provisória 627

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• Alteração do art. 1º das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03:

Art. 1º A Contribuição para o PIS/Pasep, com a incidência não cumulativa, incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.§ 2º A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep é o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, conforme definido no caput e no § 1º.

Medida Provisória 627

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• Art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598:

Art. 12. A receita bruta compreende:I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria;II - o preço da prestação de serviços em geral;III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; eIV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas nos incisos I a III.

§ 1º A receita líquida será a receita bruta diminuída de:I - devoluções e vendas canceladas;II - descontos concedidos incondicionalmente;III - tributos sobre ela incidentes; eIV - valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, das operações vinculadas à receita bruta.

Medida Provisória 627

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• Neutralidade (art. 3º das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03):

§ 25. No cálculo do crédito de que tratam os incisos do caput, poderão ser considerados os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso III do caput do art. 184 da Lei nº 6.404, de 1976.§ 26. O disposto nos incisos VI e VII do caput não se aplica no caso de bem objeto de arrendamento mercantil, na pessoa jurídica arrendatária.§ 27. Para fins do disposto nos incisos VI e VII do caput, fica vedado o desconto de quaisquer créditos calculados em relação a:I - encargos associados a empréstimos registrados como custo na forma da alínea “b” do § 1º do art. 17 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977; eII - custos estimados de desmontagem e remoção do imobilizado e de restauração do local em que estiver situado.§ 28. No cálculo dos créditos a que se referem os incisos VI e VII do caput, não serão computados os ganhos e perdas decorrentes de avaliação de ativo com base no valor justo.§ 29. Na execução de contratos de concessão de serviços públicos, os créditos gerados pelos serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura, quando a receita correspondente tiver contrapartida em ativo intangível representativo de direito de exploração, somente poderão ser aproveitados à medida que o ativo intangível for amortizado, excetuado o crédito previsto no inciso VI do caput do art. 3º.”

Medida Provisória 627

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