View
222
Download
1
Category
Preview:
Citation preview
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
1/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
1
www.pontodosconcursos.com.br
AULA 03.
Oi meus amigos,
Na aula de hoje, vamos estudar os benefcios devidos pelo Regime Geral de Previdncia Social
RGPS. Como ns j estudamos a chamada teoria geral dos benefcios, agora hora de conhecer
os requisitos especficos, necessrios para a concesso de cada um dos benefcios e servios
concedidos deste regime. Alm disso, vamos estudar as hipteses onde vedada a acumulao
de benefcios.
Vocs j sabem, mas nunca demais repetir o meu e-mail:
flaviano@pontodosconcursos.com.br. Alm disso, vocs podem se comunicar comigo pelo
Facebook: Flaviano Lima.
Vamos l, continuar o nosso estudo do Direito Previdencirio, para que voc avance no
programa do concurso de AFT!!!
CONTEDO.
01. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
A aposentadoria por invalidez encontra-se prevista nos art. 42 a 47 da Lei n 8.213/1991. o
benefcio devido ao segurado que, estando ou no em gozo de auxlio-doena, for considerado
incapaz para o trabalho e insuscetvel de reabilitao para o exerccio de atividade que lhe
garanta a subsistncia. A incapacidade para o trabalho ser verificada mediante exame mdico a
cargo da percia mdica do INSS. Se desejar, o segurado pode, as suas expensas, se fazer
acompanhar por mdico de sua confiana.
Pela definio acima, vemos que a concesso da aposentadoria por invalidez no est
condicionada existncia de auxlio-doena anterior. Ou seja, se a percia mdica inicial concluir
pela invalidez do segurado, pode, de imediato, conceder-lhe a aposentadoria por invalidez, sem
a necessidade de previamente conceder-lhe auxlio-doena por um perodo mnimo de tempo.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
2/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
2
www.pontodosconcursos.com.br
Considero importante frisar para voc a diferena entre o auxlio-doena e a aposentadoria porinvalidez. O auxlio doena o benefcio concedido ao segurado que fica incapaz para a atividade
que habitualmente exerce por prazo superior a quinze dias consecutivos. A aposentadoria por
invalidez concedida quando h incapacidade total e definitiva para o trabalho. Total porque a
incapacidade para qualquer tipo de trabalho. O fica impossibilitado de exercer a atividade que
habitualmente exerce e, alm disso, no possvel reabilit-lo para o exerccio de atividade
diversa. Definitiva porque, do ponto de vista mdico, no h expectativa de recuperao da
capacidade laborativa.
Doena anterior filiao
A doena ou leso da qual o segurado j era portador ao filiar-se ao Regime Geral de
Previdncia Social no lhe conferir direito aposentadoria por invalidez, salvo quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou agravamento dessa doena ou leso.
Um exemplo: segurado filia-se Previdncia j portador de um tumor maligno.
Apesar de j ser portador da doena no momento da filiao, ela no lhe retirava a
capacidade para o trabalho, o que s vem a acontecer posteriormente, em
decorrncia do seu agravamento. Nesta hiptese, o segurado ter direito ao
benefcio, posto que a incapacidade ocorreu posteriormente filiao do segurado
Previdncia Social, por motivo de agravamento da doena.
Verificao da invalidez
A aposentadoria por invalidez ser paga ao segurado enquanto ele permanecer invlido. A
verificao da continuidade da condio de invlido ser feita por meio de exames mdicosobrigatrios realizados a cada dois anos pela percia mdica do INSS. O segurado aposentado
por invalidez est obrigado, a qualquer tempo, independentemente de sua idade e sob pena de
suspenso do benefcio, a submeter-se a exame mdico a cargo da Previdncia Social, processo
de reabilitao profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente,
exceto o cirrgico e a transfuso de sangue, que so facultativos.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
3/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
3
www.pontodosconcursos.com.br
Como se v, quando convocado pelo INSS, o segurado aposentado est obrigado a submeter-sea exame prescrito e custeado pela Previdncia Social, processo de reabilitao e tratamento
dispensado gratuitamente. Entretanto, o segurado no pode ser obrigado a se submeter a
procedimento cirrgico ou a transfuso de sangue. Neste caso, ainda que se recuse a submeter-
se a cirurgia ou transfuso de sangue prescritas pela percia mdica do INSS, no ter o
benefcio suspenso.
Quero chamar a sua ateno para o fato de que, atualmente, a legislao no mais prev um
momento a partir do qual a aposentadoria por invalidez se tornar irreversvel. Assim, osegurado aposentado por invalidez estar sempre obrigado realizao de exames periciais para
verificao da continuidade da invalidez que motivou a concesso do benefcio. Se em algum
momento a percia mdica constatar a recuperao da capacidade para o trabalho, a
aposentadoria ser cessada, ainda que o segurado j venha recebendo a aposentadoria por
invalidez h bastante tempo.
Retorno ao trabalho do segurado aposentado por invalidez
Se o aposentado por invalidez retornar voluntariamente atividade, sem se submeter percia
mdica do INSS, ter sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno.
Este ponto muito importante. So muitas questes que afirmam ser impossvel o trabalho para
o aposentado por invalidez, sob pena de cessao do benefcio, o que est correto.
Ora, como a gente viu, o fundamento para a concesso da aposentadoria por invalidez a
incapacidade para o trabalho e a impossibilidade de reabilitao profissional. Se o segurado
voltou a trabalhar, porque no est incapaz, logo no mais subsistem os fundamentos do
benefcio, o que justifica a sua cessao.
Caso o segurado aposentado por invalidez se julgue apto a retornar atividade, por ter
recuperado a capacidade laborativa, dever solicitar a realizao de nova avaliao mdico-
pericial. Se a percia mdica concluir pela recuperao da capacidade laborativa, a aposentadoria
ser cancelada. Este cancelamento, entretanto, dever observar os seguintes prazos:
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
4/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
4
www.pontodosconcursos.com.br
I quando a recuperao for total e ocorrer dentro de cinco anos contadosda data do incio da aposentadoria por invalidez ou do auxlio-doena que aantecedeu sem interrupo, o beneficio cessar:
a. de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar funo que desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma dalegislao trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado decapacidade fornecido pela Previdncia Social; ou
b. Aps tantos meses quantos forem os anos de durao do auxlio-doena e da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados.
II quando a recuperao for parcial ou ocorrer aps o perodo de cinco
anos, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exerccio detrabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria sermantida, sem prejuzo da volta atividade:
a. pelo seu valor integral, durante seis meses contados da data em quefor verificada a recuperao da capacidade;
b. com reduo de cinquenta por cento, no perodo seguinte de seismeses; e
c. com reduo de setenta e cinco por cento, tambm por igual perodode seis meses, ao trmino do qual cessar definitivamente.
Veja bem, a regra do inciso I se aplica quando a recuperao for total e ocorrer dentro doperodo mximo de cinco anos. A regra do inciso II aplica-se quando a recuperao no for total,
ou ocorrer mais de cinco anos depois. Observe que na contagem deste prazo de cinco anos, no
se inclui apenas a aposentadoria por invalidez, sendo contado tambm o auxlio-doena que a
tenha precedido. Veja este exemplo:
Thiago sofreu um grave acidente e, em decorrncia dele, passou a receber auxlio-
doena. Aps seis meses recebendo auxlio-doena, a percia mdica entendeu que
a incapacidade de Thiago era total (para qualquer tipo de trabalho) e definitiva (porno haver possibilidade de recuperao). Cinco anos aps a concesso da
aposentadoria, entretanto, contrariando o diagnstico pericial, Thiago recupera a
sua capacidade de trabalho. Nesta hiptese, aplica-se a regra do inciso II acima
mencionado, pois somando-se o tempo do auxlio-doena (seis meses) com o
tempo de aposentadoria (cinco anos), percebe-se que a recuperao da capacidade
laborativa ocorreu em mais de cinco anos.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
5/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
5
www.pontodosconcursos.com.br
Os valores de aposentadoria por invalidez que o segurado recebe aps a constatao pela perciamdica da recuperao da capacidade laborativa so denominados pela doutrina mensalidades
de recuperao.
Veja este exemplo: Lucas, contribuinte individual, encontra-se aposentado por
invalidez h dez anos. Julgando-se novamente apto para o trabalho, retorna
voluntariamente atividade, sem submeter-se percia mdica do INSS. Neste
caso, o INSS, tomando conhecimento desta situao, cessar de imediato o
pagamento da aposentadoria ao segurado.
Caso Lucas, ao invs de ter retornado voluntariamente atividade, tivesse se
submetido percia do INSS, tendo ela constatado a recuperao da capacidade
laborativa, a aposentadoria seria mantida pelo seu valor integral durante seis
meses, sendo reduzida a cinquenta por cento nos seis meses seguintes e, por fim,
seria paga com reduo de setenta e cinco por cento nos ltimos seis meses
(hiptese do inciso II, acima transcrito, por j receber aposentadoria h mais de
cinco anos). Notem que o recebimento das chamadas mensalidades de
recuperao no impediria que Juliano retornasse normalmente atividade.
O segurado aposentado por invalidez que retornar atividade poder, a qualquer tempo,
requerer novo benefcio, o qual ter processamento normal.
Carncia da aposentadoria por invalidez
A aposentadoria por invalidez ser devida a todos os segurados e a sua concesso, como regra,
exige o cumprimento de carncia de doze contribuies mensais. Entretanto, quando a invalidezdecorre de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado
acometido de alguma das doenas ou afeces especificadas em lista elaborada pelos Ministrios
da Sade e da Previdncia e Assistncia Social a cada trs anos, a aposentadoria por invalidez
poder ser concedida independentemente do cumprimento de carncia.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
6/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
6
www.pontodosconcursos.com.br
Por exemplo: Jos admitido como empregado de uma grande empresa, exercendo
a funo de eletricista. J no seu primeiro dia de trabalho, envolve-se em um grave
acidente, em virtude do qual vem a ficar invlido. Nesta situao, a aposentadoria
por invalidez ser concedida independentemente de carncia, pois a incapacidade
decorreu de um acidente. Do mesmo modo, se aps o primeiro dia de trabalho Jos
sofresse um enfarto grave, que o deixasse invlido, teria direito ao recebimento de
aposentadoria por invalidez, uma vez que a cardiopatia grave uma das doenas
especificadas em lista, que possibilitam a concesso de aposentadoria por invalidez
independentemente de carncia.
Na nossa aula 03, quando tratamos de carncia, eu mostrei para voc a relao de doenas
graves que possibilitam a concesso da aposentadoria por invalidez independentemente de
carncia. Por isso, no vou repeti-la aqui.
Acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumtica e por exposio a
agentes exgenos (fsicos, qumicos e biolgicos), que acarrete leso corporal ou perturbao
funcional que cause a morte, a perda, ou a reduo permanente ou temporria da capacidadelaborativa.
A lei n 8.213/1991 enquadra as doenas ocupacionais (doena profissional e doena do
trabalho) como acidente do trabalho, de modo que a aposentadoria por invalidez delas
decorrentes tambm independe do cumprimento de carncia.
Quando a legislao previdenciria refere-se a acidente de qualquer natureza ou causa, isto
indica que o acidente tanto pode ter origem no trabalho como em situaes no relacionadas
com o trabalho. Portanto, a aposentadoria por invalidez concedida independentemente de
carncia tanto na hiptese de um acidente de trabalho, quanto nas hipteses em que o acidente
no guarda qualquer relao com o trabalho.
Renda mensal da aposentadoria por invalidez.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
7/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
7
www.pontodosconcursos.com.br
A renda mensal da aposentadoria por invalidez corresponde a cem por cento do salrio debenefcio do segurado. Se antes da aposentadoria por invalidez o segurado vinha recebendo
auxlio-doena, a renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez ser de cem por cento do
salrio de benefcio que serviu de base para o clculo da renda mensal inicial do auxlio-doena,
reajustado pelos mesmos ndices de correo dos benefcios em geral.
Veja bem: quando o segurado se encontra em gozo de auxlio-doena e a percia mdica do
INSS conclui que a incapacidade se tornou definitiva, concedendo-lhe aposentadoria por
invalidez, no dever ser feito novo clculo do salrio de benefcio. Simplesmente, atualiza-se osalrio de benefcio do auxlio-doena. Nesta hiptese, o segurado que vinha recebendo 91% do
salrio de benefcio (renda mensal do auxlio-doena), passar a receber 100% do salrio de
benefcio.
Termo de incio da aposentadoria por invalidez
Quando precedida de auxlio-doena, a aposentadoria por invalidez ser devida a partir do dia
seguinte ao trmino daquele. Se, entretanto, a invalidez j for identificada pela percia mdica
inicial, a aposentadoria por invalidez ser devida:
I ao segurado empregado a contar do dcimo sexto dia do afastamento daatividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento ea entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias;
II ao segurado empregado domstico, contribuinte individual, trabalhadoravulso, especial ou facultativo, a contar da data do incio da incapacidade ou dadata da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trintadias.
Observe que, para o segurado empregado, a aposentadoria por invalidez somente devida apartir do dcimo sexto dia de afastamento do trabalho. Isto ocorre, pois durante os primeiros
quinze dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caber empresa
pagar ao segurado empregado o salrio.
Quando antes da aposentadoria por invalidez o segurado vinha recebendo auxlio-doena, a
aposentadoria ter o seu incio no dia seguinte ao trmino do auxlio-doena.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
8/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
8
www.pontodosconcursos.com.br
Veja este exemplo:
Um segurado empregado sofre um AVC repentino em 01/04, em razo do qual se
torna invlido. A percia mdica inicial do INSS reconhece a invalidez. Tendo
requerido a aposentadoria por invalidez em 25/04 do mesmo ano, a partir de
quando este benefcio ser devido ao segurado? Ora, tendo requerido o benefcio
em menos de trinta dias do afastamento das atividades e sendo segurado
empregado, o benefcio ser devido a partir do dcimo sexto dia de afastamento,
isto , 16/04. A empresa pagar ao empregado o salrio que lhe seria devido no
perodo de 01 a 15/04. A aposentadoria por invalidez ser devida a partir de 16/04.
No mesmo exemplo, se o segurado somente tivesse requerido a aposentadoria por
invalidez em 10/05, portanto mais de trinta dias aps o afastamento das atividades,
a aposentadoria somente lhe seria devida a partir do requerimento. A empresa lhe
pagaria os valores correspondentes aos quinze primeiros dias de afastamento (01 a
15/04) e ele ficaria sem nada receber no perodo de 16/04 a 09/05, devido a sua
demora em efetuar o requerimento.
Adicional de 25% na renda mensal da aposentadoria por invalidez.
O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistncia permanente de
outra pessoa ser acrescido de vinte e cinco por cento. As situaes que do ensejo concesso
do acrscimo encontram-se relacionadas no Anexo III do Regulamento da Previdncia Social.
Este acrscimo ser devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite mximo, ser
recalculado quando a aposentadoria for reajustada e cessar com a morte do aposentado, no
sendo incorporado ao valor da penso por morte.
No esquea: a soma da aposentadoria por invalidez com o acrscimo de 25% pode exceder ao
limite mximo de benefcios do RGPS (atualmente R$ 4.159,00).
O acrscimo cessa com o falecimento do segurado, no sendo transmitido penso por morte.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
9/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
9
www.pontodosconcursos.com.br
A tabela abaixo resume as principais informaes relativas aposentadoria por invalidez:
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
CONCEITO devida ao segurado incapaz para o trabalho e insuscetvel de reabilitaopara o exerccio de atividade que lhe garanta a subsistncia, sendo pagaenquanto o segurado permanecer nessa condio.
QUEM TEMDIREITO
Todos os segurados do RGPS.
CARNCIAEXIGIDA
Doze contribuies mensais.
Sem carncia, quando a invalidez decorrer de:
ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA OU CAUSA;
DOENAS OU AFECES GRAVES ESPECIFICADAS EM LISTAELABORADA PELOS MINISTRIOS DA SADE E DA PREVIDNCIA.
REQUISITOSPARA ACONCESSO DO
BENEFCIO
Verificao da incapacidade, mediante exame mdico-pericial a cargo daPrevidncia Social.
A doena ou leso de que o segurado j era portador ao filiar-se ao RegimeGeral de Previdncia Social no lhe conferir direito aposentadoria porinvalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressoou agravamento dessa doena ou leso.
RENDA MENSALINICIAL
100% do salrio de benefcio.
O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar daassistncia permanente de outra pessoa ser acrescido de vinte e cinco porcento. Este acrscimo ser devido, AINDA QUE A APOSENTADORIA ATINJAO LIMITE MXIMO DO SALRIO DE BENEFCIO.
O acrscimo de 25% cessar com a morte do aposentado, NO SENDO
INCORPORADO AO VALOR DA PENSO POR MORTE.Se antecedida de auxlio-doena, a renda mensal ser de cem por cento dosalrio de benefcio que serviu de base para o clculo da renda mensalinicial do auxlio-doena, reajustado pelos mesmos ndices de correo dosbenefcios em geral.
INCIO DOBENEFCIO
1. Concluindo a percia mdica inicial pela existncia de incapacidade total edefinitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez ser devida:
a) ao segurado empregado a contar do dcimo sexto dia do afastamento da
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
10/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
10
www.pontodosconcursos.com.br
atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre oafastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias.
b) ao segurado empregado domstico, contribuinte individual, trabalhadoravulso, especial ou facultativo, a contar da data do incio da incapacidade ouda data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem maisde trinta dias.
2. No caso de o segurado se encontrar em gozo de auxlio-doena, o benefciode aposentadoria por invalidez ser devido a contar do dia imediato ao dacessao do auxlio-doena.
02. APOSENTADORIA POR IDADE.
A aposentadoria por idade, prevista nos art. 48 a 51 da Lei n 8.213/1991, o benefcio devido
ao segurado que completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou sessenta anos, se
mulher, desde que cumprida a carncia de cento e oitenta contribuies mensais.
Os limites de idade sero reduzidos em cinco anos para os trabalhadores rurais (empregados,
produtores rurais pessoas fsicas ou segurados especiais), bem como para o garimpeiro quetrabalhe, comprovadamente, em regime de economia familiar. O segurado especial que
desenvolva a atividade de pescador artesanal e ou a atividade de extrativismo vegetal tambm
faz jus reduo dos limites etrios.
Uma observao importante: o garimpeiro no segurado especial. Enquadra-se no RGPS na
categoria de contribuinte individual. Entretanto, quando o garimpeiro trabalha em regime de
economia familiar, beneficia-se da reduo dos limites etrios necessrios para a concesso da
aposentadoria por idade.
O trabalhador rural, para fazer jus reduo dos limites mnimos de idade, dever comprovar o
efetivo exerccio de atividade rural, ainda que de forma descontnua, no perodo imediatamente
anterior ao requerimento do benefcio ou, conforme o caso, ao ms em que cumpriu o requisito
etrio, por tempo igual ao nmero de meses de contribuio correspondente carncia do
benefcio pretendido. Portanto, o trabalhador rural, caso deseje se aposentar por idade aos
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
11/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
11
www.pontodosconcursos.com.br
sessenta anos, no caso do homem, ou aos cinquenta e cinco anos, no caso da mulher, devecomprovar o exerccio da atividade rural por cento e oitenta meses.
TERMO DE INCIO DA APOSENTADORIA POR IDADE
A aposentadoria por idade ser devida ao segurado empregado e ao empregado domstico a
partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at noventa dias depois dela. Se
for requerida mais de noventa dias aps o desligamento do emprego, bem como se no houver
desligamento do emprego, a aposentadoria ser devida a partir do requerimento. Para os
demais segurados (trabalhador avulso, contribuinte individual, segurado especial e facultativo),
a aposentadoria por idade ser sempre devida a partir do requerimento.
Lembre-se que a obteno da aposentadoria por idade no exige que o empregado se desligue
do seu emprego. A Lei n 8.213/1991, inclusive, prev expressamente que o segurado
aposentado que retornar atividade ou nela permanecer, ser segurado obrigatrio do RGPS.
APOSENTADORIA POR IDADE COMPULSRIA.
Nos regimes prprios de Previdncia social, de acordo com o inciso II do art. 40 da Constituio,
o servidor aposentado compulsoriamente quando completa setenta anos de idade. Aqui no
RGPS no h exigncia neste sentido. Portanto, possvel que o trabalhador vinculado ao RGPS
continue prestando servios aps os 70 anos.
Entretanto, a aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado
tenha cumprido a carncia, quando este completar setenta anos de idade, se do sexo masculino,
ou sessenta e cinco anos, se do sexo feminino. Nesta hiptese, a aposentadoria compulsria,garantida ao empregado a indenizao prevista na legislao trabalhista, considerada como data
da resciso do contrato de trabalho a imediatamente anterior do incio da aposentadoria.
Veja bem: quando o trabalhador completa setenta anos de idade, no caso do homem, e 65 anos,
no caso da mulher, a empresa pode requerer a sua aposentadoria. Se a empresa requerer, a
aposentadoria ser compulsria para o segurado. O requerimento pela empresa equivale
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
12/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
12
www.pontodosconcursos.com.br
dispensa do segurado, que tem direito a receber todas as parcelas rescisrias. Na prtica,poucas empresas utilizam-se desta permisso legal.
RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA POR IDADE.
A renda mensal da aposentadoria por idade corresponde a setenta por cento do salrio de
benefcio, acrescido de um por cento a cada grupo de doze contribuies mensais, alcanando,
no mximo, cem por cento do salrio de benefcio.
Vamos ver um exemplo:
Um segurado possui 342 contribuies mensais e sessenta e cinco anos de idade.
Qual a renda mensal da aposentadoria por idade a ele devida? Nos termos da
legislao, a renda mensal corresponder a 70% do salrio de benefcio + 1% a
cada grupo de 12 contribuies mensais (342/12 = 28,5), logo a renda mensal
desta aposentadoria seria de 98% do salrio de benefcio.
Observe que os ltimos seis meses de contribuio foram desprezados no clculo darenda mensal, pois o acrscimo de 1% somente ocorre a cada grupo de doze
contribuies. Logo, se o segurado tivesse 28 anos e onze meses, a renda mensal
no se modificaria.
No esquea que no clculo do salrio de benefcio de aposentadoria por idade, a aplicao do
fator previdencirio facultativa. Ele somente aplicado se contribuir para a elevao do
benefcio.
Outro ponto relevante: A perda da qualidade de segurado no afeta o direito aposentadoria
por idade. Logo, se a pessoa completar os requisitos para a obteno da aposentadoria quando
no mais goza da condio de segurado, ainda assim far jus ao benefcio.
Se, por exemplo, o segurado efetuou cento e oitenta contribuies mensais entre os vinte e os
trinta e cinco anos de idade e, em seguida, deixou de exercer atividade remunerada. Ao
completar sessenta e cinco anos de idade esta pessoa j teria perdido a condio de segurado
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
13/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
13
www.pontodosconcursos.com.br
da Previdncia (pois estava sem atividade desde os trinta e cinco anos de idade), entretanto,faria jus ao recebimento da aposentadoria, pois j teria cumprido todos os requisitos para a sua
obteno (idade mnima + cumprimento da carncia).
Tabela resumo:
APOSENTADORIA POR IDADE
CONCEITO Aposentadoria devida ao segurado que completar 65 anos de idade e segurada que completar 60 anos.
Para os trabalhadores rurais (incluindo-se a os pescadores artesanais e aspessoas que desenvolvem a atividade de extrativismo vegetal), a idademnima exigida ser de 60 anos para o homem e de 55 anos para a mulher. Areduo de 5 anos aplica-se tambm aos segurados garimpeiros quetrabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar.
SEGURADOSQUE TMDIREITO
TODOS OS SEGURADOS.
CARNCIA 180 CONTRIBUIES MENSAIS.
REQUISITOSPARA ACONCESSO
Comprovao da idade mnima e do cumprimento da carncia exigida.
Os trabalhadores rurais devero comprovar o exerccio de atividade rural emrelao aos meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefcio,mesmo que de forma descontnua, durante perodo igual ao da carnciaexigida para a concesso do benefcio.
RENDAMENSALINICIAL
70% do salrio-de-benefcio + 1% a cada grupo de 12 contribuies mensais,at o mximo de 30%. No clculo do salrio de benefcio, a aplicao do fatorprevidencirio facultativa.
TERMO DEINCIO DOBENEFCIO
Para o segurado empregado e o domstico:a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requeridaat 90 dias depois dela;
b) a partir da data do requerimento, quando no houverdesligamento do emprego ou quando for requerida aps o prazo de 90dias.
Demais segurados, a partir da entrada do requerimento.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
14/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
14
www.pontodosconcursos.com.br
03.APOSENTADORIAPORTEMPODECONTRIBUIO.
A aposentadoria por tempo de contribuio, prevista nos art. 52 a 56 da Lei n 8.213/1991, o
benefcio devido ao segurado que completar trinta e cinco anos de contribuio, se homem, ou
trinta anos, se mulher. Este benefcio substituiu a antiga aposentadoria por tempo de servio,
extinta pela Emenda Constitucional n 20.
Preste bastante ateno, pois se voc ler o art. 52 da Lei n 8.213/1991, ver que este artigo
ainda se refere aposentadoria por tempo de servio e que os requisitos ali previstos so trinta
anos de servio para o homem e 25 anos de servio para a mulher. Tais requisitos, entretanto,
foram modificados pela EC n 20/1998.
Em regra, os segurados especiais no tm direito aposentadoria por tempo de contribuio. Isso
ocorre, porque a contribuio devida pelo segurado especial Previdncia Social incide sobre a Receita
Bruta da comercializao da produo rural e, na grande maioria das vezes, a lei transfere a obrigao
de recolher a referida contribuio para os adquirentes da produo. O fato gerador da contribuio
devida por este segurado, portanto, no ocorre necessariamente todos os meses, somente ocorrendo
nas ocasies em que o segurado comercializar a sua produo. A obrigao de recolher a contribuio
somente ser do prprio segurado especial, quando ele comercializar a sua produo diretamente no
varejo, para consumidor pessoa fsica. Em alguns casos, quando o segurado especial desenvolver uma
atividade rural apenas para a sua subsistncia, sequer haver contribuio, devido ausncia de
comercializao da produo.
As razes acima levaram o legislador a excluir o segurado especial do direito aposentadoria por
tempo de contribuio. Do mesmo modo, para obter benefcios, o segurado especial no precisa
comprovar o recolhimento de contribuio, mas apenas demonstrar o efetivo exerccio da atividade
rural por perodo de tempo igual quele requerido para a concesso dos demais benefcios
previdencirios.
Caso deseje obter aposentadoria por tempo de contribuio, a legislao previdenciria admite que o
segurado especial contribua facultativamente da mesma forma que os contribuintes individuais. Mas
no confunda: o segurado especial no pode ser segurado facultativo (com a gente sabe, aquele que
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
15/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
15
www.pontodosconcursos.com.br
exerce atividade que o enquadra como segurado obrigatrio no pode se inscrever como facultativo).O que o segurado especial pode recolher contribuies, facultativamente, da mesma forma que os
contribuintes individuais. Com isto, passaria a ter direito a receber aposentadoria por tempo de
contribuio, desde que cumprisse os requisitos.
Tambm no tm direito a aposentadoria por tempo de contribuio os segurados que optarem pelo
sistema especial de incluso previdenciria.
E quem pode optar pelo sistema especial de incluso previdenciria?
Os segurados facultativos; Os segurados contribuintes individuais que prestem servios a pessoas fsicas; O micro-empreendedor individual MEI.
Uma vez optando por este sistema especial de incluso previdenciria, os segurados abrem mo
do direito aposentadoria por tempo de contribuio e, como contrapartida, passam a recolher
a contribuio previdenciria com alquota menor.
Os segurados facultativos optantes pelo sistema especial recolhem contribuio de onze por
cento sobre o salrio-mnimo. Dentre eles, entretanto, a pessoa sem renda prpria, que se
dedique ao trabalho domstico no mbito de sua prpria residncia, desde que vinculada a uma
famlia de baixa renda, caso opte pelo sistema especial de incluso previdenciria, recolher 5%
sobre o salrio-mnimo.
Deixe-me resumir, para que voc no se confunda: qualquer segurado facultativo pode optarpelo sistema especial de incluso previdenciria. Como consequncia desta opo, o segurado
facultativo pagar contribuio mensal de 11% sobre o salrio-mnimo e abrir mo do direito a
aposentadoria por tempo de contribuio. Esta contribuio uma vantagem, pois o segurado
facultativo que no optar por este sistema especial, recolher mensalmente 20% sobre o valor
declarado.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
16/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
16
www.pontodosconcursos.com.br
Entretanto, se o segurado facultativo for uma dona de casa vinculada a famlia de baixa renda(pessoa sem renda prpria, que se dedique ao trabalho domstico no mbito de sua prpria
residncia, desde que vinculada a uma famlia de baixa renda), caso venha a optar pelo sistema
especial de incluso previdenciria, a sua contribuio previdenciria mensal ser de 5% sobre o
salrio-mnimo.
O Microempreendedor individual MEI tambm recolhe mensalmente para a Previdncia Social
5% sobre o salrio-mnimo.
O segurado contribuinte individual que preste servios exclusivamente a pessoas fsicas, caso
opte pelo sistema especial de incluso previdenciria, abre mo do direito aposentadoria por
tempo de contribuio e recolher contribuio mensal de 11% sobre o salrio-mnimo.
Vamos ento dar uma resumida nisto aqui, para que fique bem claro quais os segurados que no
tero direito a aposentadoria por tempo de contribuio:
Os segurados especiais, salvo se recolherem contribuio facultativa da mesma formaque os contribuintes individuais;
Os segurados que optarem pelo sistema especial de incluso previdenciria.Se algum dos segurados desistir da opo pelo sistema especial de incluso previdenciria e
quiser computar o perodo em que esteve no sistema para efeito de recebimento de
aposentadoria por tempo de contribuio, dever efetuar o recolhimento da contribuio
complementar relativa ao perodo, acrescida de juros.
Exemplo: suponha que um segurado afastou-se por completo das suas atividades
para estudar para concurso. Durante o perodo em que estava estudando, o
segurado efetuou recolhimento como segurado facultativo, optando pelo sistema
especial. Logo, recolheu 11% sobre o salrio-mnimo. Depois de um ano estudando,
o segurado foi aprovado em um concurso pblico, e passou a recolher contribuies
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
17/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
17
www.pontodosconcursos.com.br
na condio de segurado empregado do RGPS. Ora, se o segurado olhar para trs e
quiser computar o ano que passou estudando e recolhendo pelo sistema especial
para fins de obteno de aposentadoria por tempo de contribuio, deve recolher a
contribuio complementar de 9%.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO DO PROFESSOR
A aposentadoria por tempo de contribuio do professor que comprove, exclusivamente, tempo
de efetivo exerccio em funo de magistrio na educao infantil, no ensino fundamental ou no
ensino mdio, se dar aos trinta anos de contribuio e a da professora aos vinte e cinco anos
de contribuio.
Segundo o Decreto no 6.722/2008, considera-se funo de magistrio a exercida por professor
em estabelecimento de educao bsica em seus diversos nveis e modalidades, includas, alm
do exerccio da docncia, as funes de direo de unidade escolar e as de coordenao e
assessoramento pedaggico.
Vejo alguns alunos fazendo confuso e por isso quero chamar a sua ateno: os requisitos daaposentadoria por idade so reduzidos em cinco anos para os trabalhadores rurais, incluindo o
garimpeiro que trabalha em regime de economia familiar. No caso da aposentadoria por tempo
de contribuio, os requisitos so reduzidos em cinco anos para os professores da educao
infantil, do ensino fundamental e do ensino mdio.
CARNCIA E RENDA MENSAL DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO.
A aposentadoria por tempo de contribuio exige o cumprimento de carncia de cento e oitentacontribuies mensais. A sua renda mensal corresponde a cem por cento do salrio de benefcio.
Mas lembre-se: para o clculo do salrio de benefcio de aposentadoria por tempo de
contribuio, o fator previdencirio ser utilizado obrigatoriamente.
INEXIGIBILIDADE DE IDADE MNIMA PARA APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIO.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
18/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
18
www.pontodosconcursos.com.br
No mbito do RGPS no h exigncia de limite mnimo etrio para a concesso de aposentadoriapor tempo de contribuio. Esta exigncia somente existe nos Regimes Prprios de Previdncia
Social, por fora das disposies do art. 40 da Constituio Federal. Portanto, se uma segurada
da Previdncia Social comeou a trabalhar aos 16 anos e contribuiu por trinta anos seguidos,
pode, aos 46 anos de idade, pleitear aposentadoria por tempo de contribuio.
TERMO DE INCIO DO BENEFCIO
Aplicam-se data de incio da aposentadoria por tempo de contribuio as mesmas regras da
aposentadoria por idade. Assim, a aposentadoria por tempo de contribuio ser devida ao
segurado empregado e ao empregado domstico a partir da data do desligamento do emprego,
quando requerida at noventa dias depois dela. Se requerida aps o prazo de noventa dias ou
quando no houver desligamento do emprego, ser devida a partir da data do requerimento.
Para os demais segurados, a aposentadoria por tempo de contribuio ser sempre devida a
partir da data da entrada do requerimento.
Lembre-se que a concesso de aposentadoria por tempo de contribuio no impede que o
segurado continue trabalhando.
Assim como na aposentadoria por idade e na aposentadoria especial, a perda da qualidade de
segurado no afeta o direito aposentadoria por tempo de contribuio.
TEMPO DE CONTRIBUIO
O Regulamento da Previdncia Social considera tempo de contribuio o tempo, contado de data
a data, desde o incio at a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangidapela Previdncia Social, descontados os perodos legalmente estabelecidos como de suspenso
de contrato de trabalho, de interrupo de exerccio e de desligamento da atividade.
No h necessidade de que o tempo de contribuio do segurado seja contnuo. Tome-se como
exemplo um segurado que tenha contribudo para o RGPS como segurado obrigatrio durante
dois anos, posteriormente tenha deixado de exercer atividade remunerada por cinco anos, para,
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
19/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
19
www.pontodosconcursos.com.br
logo em seguida, contribuir por mais trinta e trs anos. Nesta situao, o segurado faz jus aposentadoria por tempo de contribuio. O perodo de tempo em que o segurado efetuou as
suas contribuies incorpora-se ao seu patrimnio na condio de direito adquirido, de modo
que, ainda que venha a perder posteriormente a condio de segurado, como no exemplo acima
citado, continua tendo direito ao cmputo daquele perodo em benefcio futuro.
No ser computado como tempo de contribuio o perodo j considerado para concesso de
qualquer aposentadoria do RGPS ou de outro regime de Previdncia Social. Impede-se com esta
regra que o segurado venha a obter dois benefcios em razo do mesmo tempo de contribuio.
Um exemplo: Alexandre contribuiu durante trinta e cinco anos para o regime prprio do
estado da Bahia, em razo do exerccio de cargo efetivo, e aposentou-se por aquele
regime. Uma vez aposentado, passou a exercer atividade de consultoria que o vinculava
obrigatoriamente ao RGPS na condio de contribuinte individual. Ora, Alexandre no
poder jamais computar, para efeito de recebimento de aposentadoria do RGPS, os trinta
e cinco anos de contribuio ao regime prprio da Bahia, uma vez que este tempo j foi
por ele utilizado para a obteno da aposentadoria por aquele regime.
Tenha certeza que, caso Alexandre tivesse exercido a atividade de consultor concomitantemente
ao exerccio do cargo pblico ao longo dos trinta e cinco anos, estaria vinculado aos dois regimes
previdencirios (RGPS e RPPS) e poderia obter duas aposentadorias, posto que para a obteno
da aposentadoria junto ao RGPS seriam computados os trinta e cinco anos de contribuio como
consultor, enquanto para a aposentadoria pelo RPPS seriam computados os trinta e cinco anos
de exerccio do cargo pblico.
A Emenda Constitucional n 20, como a gente viu, substituiu o requisito tempo de servio por
tempo de contribuio. Entretanto, a lei ainda no definiu exatamente o que entende como
tempo de contribuio. De acordo com o art. 60 do Regulamento da Previdncia, at que lei
especfica discipline a matria, so contados como tempo de contribuio, entre outros:
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
20/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
20
www.pontodosconcursos.com.br
I o perodo de exerccio de atividade remunerada abrangida pela
previdncia social urbana e rural, ainda que anterior sua instituio,
respeitado o disposto no inciso XVII;
II o perodo de contribuio efetuada por segurado depois de ter deixado
de exercer atividade remunerada que o enquadrava como segurado
obrigatrio da previdncia social;
III o perodo em que o segurado esteve recebendo auxlio-doena ou
aposentadoria por invalidez, entre perodos de atividade;
IV o tempo de servio militar, salvo se j contado para inatividade
remunerada nas Foras Armadas ou auxiliares, ou para aposentadoria no
servio pblico federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, ainda que
anterior filiao ao Regime Geral de Previdncia Social, nas seguintes
condies:
a) obrigatrio ou voluntrio; e
b) alternativo, assim considerado o atribudo pelas Foras Armadas queles
que, aps alistamento, alegarem imperativo de conscincia, entendendo-se
como tal o decorrente de crena religiosa e de convico filosfica ou
poltica, para se eximirem de atividades de carter militar;
V o perodo em que a segurada esteve recebendo salrio-maternidade;
VI o perodo de contribuio efetuada como segurado facultativo;
VII o perodo de afastamento da atividade do segurado anistiado que, em
virtude de motivao exclusivamente poltica, foi atingido por atos de
exceo, institucional ou complementar, ou abrangido pelo Decreto
Legislativo no18, de 15 de dezembro de 1961, pelo Decreto-Lei no
864, de
12 de setembro de 1969, ou que, em virtude de presses ostensivas ou
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
21/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
21
www.pontodosconcursos.com.br
expedientes oficiais sigilosos, tenha sido demitido ou compelido ao
afastamento de atividade remunerada no perodo de 18 de setembro de
1946 a 05 de outubro de 1988;
VIII o tempo de servio pblico federal, estadual, do Distrito Federal ou
municipal, inclusive o prestado a autarquia ou a sociedade de economia mista
ou fundao instituda pelo Poder Pblico, regularmente certificado na forma
da Lei no3.841, de 15 de dezembro de 1960, desde que a respectiva certido
tenha sido requerida na entidade para a qual o servio foi prestado at 30 de
setembro de 1975, vspera do incio da vigncia da Lei no6.226, de 14 de
junho de 1975;
IX o perodo em que o segurado esteve recebendo benefcio por
incapacidade por acidente do trabalho, intercalado ou no;
X o tempo de servio do segurado trabalhador rural anterior
competncia novembro de 1991;
XI o tempo de exerccio de mandato classista junto a rgo de deliberao
coletiva em que, nessa qualidade, tenha havido contribuio para a
Previdncia Social;
XII o tempo de servio pblico prestado administrao federal direta e
autarquias federais, bem como s estaduais, do Distrito Federal e
municipais, quando aplicada a legislao que autorizou a contagem
recproca de tempo de contribuio;
XIII o perodo de licena remunerada, desde que tenha havido desconto
de contribuies;
XIV o perodo em que o segurado tenha sido colocado pela empresa em
disponibilidade remunerada, desde que tenha havido desconto de
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
22/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
22
www.pontodosconcursos.com.br
contribuies;
XV o tempo de servio prestado Justia dos Estados, s serventias
extrajudiciais e s escrivanias judiciais, desde que no tenha havido
remunerao pelos cofres pblicos e que a atividade no estivesse poca
vinculada a Regime Prprio de Previdncia Social;
XVI o tempo de atividade patronal ou autnoma, exercida anteriormente
vigncia da Lei no3.807, de 26 de agosto de 1960, desde que indenizado
conforme o disposto no art.122;
XVII o perodo de atividade na condio de empregador rural, desde que
comprovado o recolhimento de contribuies na forma da Lei no6.260, de
06 de novembro de 1975, com indenizao do perodo anterior, conforme o
disposto no art.122;
XVIII o perodo de atividade dos auxiliares locais de nacionalidade
brasileira no exterior, amparados pela Lei no 8.745, de 09 de dezembro de1993, anteriormente a 1o de janeiro de 1994, desde que sua situao
previdenciria esteja regularizada junto ao Instituto Nacional do Seguro
Social;
XIX o tempo de exerccio de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou
municipal, desde que tenha havido contribuio em poca prpria e no
tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro regime de
previdncia social;
XX o tempo de trabalho em que o segurado esteve exposto a agentes
nocivos qumicos, fsicos, biolgicos ou associao de agentes prejudiciais
sade ou integridade fsica, observado o disposto nos arts. 64 a 70; e
XXI o tempo de contribuio efetuado pelo servidor pblico de que tratam
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
23/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
23
www.pontodosconcursos.com.br
as alneas i, j e l do inciso I do caput do art.9o26
.do arto
e o 2, com base
nos arts. 8 e 9 da Lei no8.162, de 08 de janeiro de 1991, e no art.
2o da
Lei no8.688, de 21 de julho de 1993.
XXII o tempo exercido na condio de aluno-aprendiz referente ao perodo
de aprendizado profissional realizado em escola tcnica, desde que
comprovada a remunerao, mesmo que indireta, conta do oramento
pblico e o vnculo empregatcio.
Uma observao importante diz respeito contagem, como tempo de contribuio, dos perodos
em que o segurado esteve recebendo benefcio por incapacidade (auxlio-doena e
aposentadoria por invalidez). De acordo com o referido art. 60, se a incapacidade tiver decorrido
de acidente do trabalho, este perodo ser computado como tempo de contribuio. Entretanto,
se a incapacidade decorrer de causa no relacionada ao trabalho, o perodo de recebimento de
benefcio por incapacidade somente ser computado como tempo de contribuio se intercalado
entre perodos de atividade.
Exemplo: Antonio contribuiu durante vinte anos para a Previdncia, quando sofreu
acidente de carro durante as frias que o deixou incapaz por trs anos, perodo no
qual recebeu auxlio-doena. Uma vez cessado o auxlio-doena, Antonio voltou ao
trabalho e contribuiu por mais doze anos. Nesta Hiptese, teria Antonio direito ao
recebimento de aposentadoria por tempo de contribuio? A resposta sim, pois o
perodo de incapacidade est intercalado entre perodos de atividade, logo mesmo
tendo a incapacidade decorrido de fato alheio ao trabalho, o perodo de recebimento
do auxlio-doena ser computado como tempo de contribuio.
Caso o recebimento do auxlio-doena tivesse decorrido de causa relacionada ao trabalho, ainda
que este perodo no estivesse intercalado entre perodos de atividade, seria computado como
tempo de contribuio.
O tempo em que o segurado esteve recebendo benefcio por incapacidade, ainda que possa ser
computado como tempo de contribuio nas hipteses que mencionei acima (quando intercalado
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
24/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
24
www.pontodosconcursos.com.br
entre perodos de atividade ou quando decorrente de acidente de trabalho), no ser computadopara efeito de carncia.
De acordo com o art. 62 do Regulamento da Previdncia Social, a prova de tempo de servio
feita mediante documentos que comprovem o exerccio de atividade nos perodos a serem
contados, devendo esses documentos ser contemporneos aos fatos a comprovar e mencionar
as datas de incio e trmino. Quando se tratar de trabalhador avulso, os documentos devem
mencionar a durao do trabalho e a condio em que foi prestado.
No ser admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de comprovao de tempo de
servio ou de contribuio, salvo na ocorrncia de motivo de fora maior ou caso fortuito. A
legislao previdenciria, em regra, exige ao menos um incio de prova material para a prova do
tempo de servio ou contribuio.
APOSENTADORIA PROPORCIONAL
A Emenda Constitucional no 20/1998 extinguiu a chamada aposentadoria proporcional, que era
devida ao homem aps trinta anos de servio e mulher aps vinte e cinco anos de servio.Este benefcio permanece hoje apenas como regra de transio, podendo ser concedido aos
segurados que j se encontravam inscritos no RGPS na data da promulgao da referida Emenda
Constitucional (16/12/1998), desde que cumpridos os requisitos nela estabelecidos.
A referida emenda exigiu, como regra de transio, para que fosse concedida a aposentadoria
proporcional, a idade mnima de cinquenta e trs anos para o homem e de quarenta e oito anos para
a mulher.
Alm de comprovara a idade mnima de 53 (homem) e 48 (mulher), o segurado deveria comprovar
os trinta anos de contribuio, se homem, e vinte e cinco anos de contribuio, se mulher. Alm
disso, deveria comprovar a contribuio por um perodo adicional equivalente a quarenta por cento
do perodo que faltava, em 16/12/1998, para completar os trinta anos, se homem, ou os vinte e
cinco anos, se mulher. Esta ltima exigncia comumente conhecida como pedgio.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
25/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
25
www.pontodosconcursos.com.br
Veja este exemplo: determinado segurado contava, em 16/12/1998, com exatos vinte e
nove anos e dois meses de contribuio e cinquenta e trs anos de idade. Naquela data,
portanto, faltavam dez meses para que completasse o perodo de trinta anos exigido para
a aposentadoria proporcional. Pela regra de transio, este segurado deveria contribuir
por mais quatorze meses (10 meses + 40%) para a obteno da aposentadoria
proporcional.
Como os requisitos so cumulativos, se no momento em que cumprisse as exigncias de
tempo de contribuio no tivesse a idade mnima exigida, somente poderia requerer o
benefcio quando a completasse.
A renda mensal inicial da aposentadoria proporcional corresponde a setenta por cento do salrio de
benefcio, aos vinte e cinco anos de contribuio para a mulher e aos trinta anos de contribuio para
o homem, sendo acrescidos cinco por cento para cada grupo de doze contribuies excedentes a
estes prazos, at o limite de 100% do salrio de benefcio.
Do mesmo modo que ocorre em relao aposentadoria por idade e aposentadoria especial, aperda da qualidade de segurado no afeta o direito aposentadoria por tempo de contribuio,
desde que o segurado tenha cumprido os requisitos para a concesso do benefcio.
Tabela resumo:
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO.
CONCEITO o benefcio devido aos segurados que comprovem trinta e cinco anos decontribuio, se homem, e trinta anos de contribuio, se mulher.
Estes prazos so reduzidos em cinco anos para os professores quecomprovem tempo de efetivo exerccio da atividade de magistrio naeducao infantil, no ensino fundamental e no ensino mdio.
SEGURADOSQUE TMDIREITO
Todos os segurados, EXCETO: O segurado especial que no contribui facultativamente da mesma
forma que os contribuintes individuais.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
26/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
26
www.pontodosconcursos.com.br
Os segurados que optem pelo sistema especial de inclusoprevidenciria.
CARNCIA 180 contribuies mensais.
REQUISITOSPARA ACONCESSO
Comprovao do tempo de contribuio mnimo exigido (35 anos para ohomem e 30 anos para a mulher) e da carncia.
A aposentadoria proporcional devida apenas aos segurados inscritos at16/12/1998 e exige 30 anos de contribuio para o homem e 25 para amulher + idade mnima de (53/48) + pedgio de 40% do tempo faltante em
16/12/1998.RENDA MENSALINICIAL
100% do salrio de benefcio aos 35 anos de contribuio, se homem, eaos 30 anos de contribuio, se mulher.
Aposentadoria por tempo de contribuio Proporcional:
70% do salrio de benefcio aos 25 anos de contri-buio para amulher e para o homem aos 30 anos de contribuio acrescendo 5%por cada grupo de 12 contribuies at o limite de 100% do salrio-de-benefcio.
TERMO DEINCIO DOBENEFCIO
Para o segurado empregado e o domstico:a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at
noventa dias depois dela;b) a partir da data do requerimento, quando no houver desligamento do
emprego ou quando for requerida aps o prazo de 90 dias.
Para os demais segurados, a partir da data do requerimento.
04.APOSENTADORIAESPECIAL
A aposentadoria especial, prevista nos art. 57 e 58 da Lei n 8.213/1991, o benefcio devido ao
segurado empregado, trabalhador avulso, bem como ao cooperado filiado cooperativa de trabalho
ou de produo, que tenham trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o
caso, sujeitos a condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
27/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
27
www.pontodosconcursos.com.br
Este no um benefcio por incapacidade. Pelo contrrio, este benefcio tem carter preventivo. Oobjetivo evitar que o trabalhador que se encontra exposto a agente nocivo prejudicial a sua sade
de modo permanente venha a ter um problema de sade em decorrncia desta exposio. Para
evit-lo, a lei reduz o tempo de trabalho necessrio para que este trabalhador obtenha a sua
aposentadoria.
Os requisitos necessrios concesso deste benefcio vm sofrendo enormes modificaes,
principalmente a partir da edio da Lei n 9.032/1995. Anteriormente a esta lei, a concesso do
benefcio encontrava-se vinculada, na maioria dos casos, atividade desenvolvida pelo segurado,sem que fosse necessria a comprovao da efetiva exposio aos agentes nocivos.
Hoje, para que seja concedida a aposentadoria especial, o segurado precisa comprovar, perante o
INSS, tempo de trabalho permanente, no ocasional nem intermitente, exercido em condies
especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica, durante o perodo mnimo fixado na
legislao. Para tanto, o segurado dever comprovar a efetiva exposio aos agentes nocivos
qumicos, fsicos, biolgicos ou associao de agentes prejudiciais sade ou integridade fsica,
pelo perodo equivalente ao exigido para a concesso do benefcio. O fundamental para a concessodo benefcio, portanto, no a atividade desenvolvida pelo trabalhador, mas sim o fato de que, no
exerccio desta atividade, ele encontra-se exposto permanentemente aos agentes nocivos.
O direito aposentadoria especial encontra-se intimamente relacionado com o recebimento, pelo
trabalhador, do adicional de insalubridade. Isto , o trabalhador efetivamente submetido a condies
consideradas insalubres pela legislao trabalhista ter direito aposentadoria especial. Entretanto,
no h relao entre direito aposentadoria por invalidez e o recebimento do adicional de
periculosidade ou penosidade (este ltimo previsto no texto constitucional, mas ainda nodisciplinado por meio de lei).
Para efeito de determinao do direito aposentadoria especial, considera-se trabalho permanente
aquele que exercido de forma no ocasional nem intermitente, no qual a exposio do empregado,
do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissocivel da produo do bem ou
da prestao do servio.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
28/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
28
www.pontodosconcursos.com.br
So contados como de efetiva exposio ao agente nocivo os perodos de descanso determinadospela legislao trabalhista, inclusive frias, os perodos de afastamento decorrentes de gozo de
benefcios de auxlio-doena ou aposentadoria por invalidez decorrentes de acidente do trabalho,
bem como os de percepo de salrio-maternidade, desde que, data do afastamento, o segurado
estivesse exercendo atividade considerada especial.
A comprovao da exposio do trabalhador aos agentes nocivos se d por meio das chamadas
demonstraes ambientais, documentos elaborados pela empresa cuja finalidade a demonstrao
das condies de sade, higiene e segurana do ambiente de trabalho. Para tanto, estesdocumentos, que na sua maioria devem ser elaborados por mdicos do trabalho ou engenheiros de
segurana, devem mapear os agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho da empresa, medir
a sua concentrao, identificar os trabalhadores que a eles esto expostos e indicar as medidas de
segurana coletivas e individuais que so tomadas para controlar a exposio dos trabalhadores aos
agentes nocivos. A elaborao destas demonstraes uma obrigao acessria a ser cumprida
pelas empresas. Em caso de inadimplemento desta obrigao, a legislao prev a aplicao de
penalidade pecuniria.
So as seguintes as principais demonstraes ambientais a serem elaboradas pela empresa:
PPRA Programa de Preveno de Riscos Ambientais; PGR Programa de Gerenciamento de Riscos (exigido das empresas que atuam
na rea de minerao);
PCMAT Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria daConstruo;
PCMSO Programa de Controle Mdico da Sade Ocupacional; LTCAT Laudo Tcnico de Condies Ambientais do Trabalho; PPP Perfil Profissiogrfico Previdencirio;
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
29/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
29
www.pontodosconcursos.com.br
CAT Comunicao de Acidente do Trabalho.Os documentos acima, ao mapear os agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho, devem
levar em conta a classificao e os limites de tolerncia previstos na legislao trabalhista.
Tomando por base as informaes constantes do Laudo Tcnico das Condies Ambientais do
Trabalho LTCAT, a empresa dever elaborar o Perfil Profissiogrfico Previdencirio PPP, que um
documento individual, no qual deve ser relatado o histrico laboral do trabalhador no que toca
exposio aos agentes nocivos, afastamentos por acidente de trabalho e exames mdicos. Em
sntese, enquanto o LTCAT um documento no qual so identificados os agentes nocivos presentes
em todo o ambiente de trabalho da empresa e a respectiva concentrao.
O PPP um documento individual, feito para cada trabalhador, no qual se identificam os riscos a que
o trabalhador esteve exposto ao longo de todo o perodo de prestao de servios empresa, a
permanncia da exposio aos agentes nocivos, a utilizao de equipamentos de proteo e conclui-
se pelo direito ou no aposentadoria especial.
Obviamente, o PPP deve ser elaborado em consonncia com o LTCAT. Por exemplo: se o LTCATidentifica a presena do agente nocivo rudo acima dos limites de tolerncia na linha de produo de
uma fbrica, o PPP do funcionrio que trabalha nesta linha de produo deve mencionar a exposio
do trabalhador ao agente nocivo rudo. Alm disso, o PPP mencionar a existncia de sistemas de
proteo, fato que tambm deve estar relatado no LTCAT e, por fim, o PPP concluir pelo direito ou
no do segurado aposentadoria especial.
A elaborao do PPP com informaes divergentes daquelas presentes no LTCAT constitui infrao. O
PPP deve ser mantido atualizado pela empresa, de modo que reflita a situao atual do trabalhador,a quem deve ser fornecida cpia autntica no momento da resciso do contrato de trabalho.
O PPP ser o documento hbil para demonstrar a efetiva exposio do trabalhador ao agente nocivo.
O INSS, por meio de sua percia mdica, avaliar as informaes constantes do PPP e do LTCAT e, se
necessrio, inspecionar o local de trabalho do segurado para confirmar as informaes contidas nas
demonstraes ambientais.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
30/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
30
www.pontodosconcursos.com.br
O tempo exigido para a concesso do benefcio varia em razo do agente nocivo a que o seguradoencontra-se exposto. O Anexo IV do Regulamento da Previdncia Social relaciona os agentes nocivos
qumicos, fsicos e biolgicos considerados para fins de concesso da aposentadoria especial e o
tempo necessrio para a obteno do benefcio em caso de exposio a cada um deles.
Somente a exposio aos agentes nocivos relacionados no Anexo IV do regulamento da Previdncia
Social d ao segurado o direito aposentadoria especial. A exposio a qualquer outro agente
nocivo, distinto daqueles que esto ali relacionados, no dar ao segurado o direito aposentadoria
especial.
Para a grande maioria dos agentes nocivos relacionados no Anexo IV, o direito do segurado
aposentadoria especial exige 25 anos de trabalho com exposio permanente. O direito
aposentadoria especial aps 15 anos existe apenas para as pessoas que trabalham em frentes de
produo no subsolo de mineraes subterrneas, por estarem expostas a uma associao de
agentes nocivos. Aposentam-se aps vinte anos as pessoas que trabalham em mineraes
subterrneas, porm em atividades afastadas das frentes de produo, e as pessoas que trabalham
com exposio permanente ao asbesto (amianto).
Para efeito de aposentadoria especial, o tempo de atividade exigido para a aposentadoria especial do
homem e da mulher ser o mesmo. O que determina o tempo necessrio concesso do benefcio
o agente nocivo a que estiver exposto o segurado.
CARNCIA E RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA ESPECIAL
A concesso da aposentadoria especial exige o cumprimento de carncia de cento e oitenta
contribuies mensais. A renda mensal inicial corresponde a cem por cento do salrio de benefcio.No esquea que no clculo do salrio de benefcio da aposentadoria especial no ser aplicado o
fator previdencirio.
TERMO DE INCIO DO BENEFCIO
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
31/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
31
www.pontodosconcursos.com.br
Aplicam-se data de incio da aposentadoria especial as mesmas regras da aposentadoria por idade.Ou seja, a aposentadoria especial ser devida ao segurado empregado partir da data do
desligamento do emprego, quando requerida at noventa dias depois dela. Se requerida aps o
prazo de noventa dias da data do desligamento, ou quando no houver desligamento do emprego,
ser devida a partir da data do requerimento.
Para os demais segurados, a aposentadoria especial ser sempre devida a partir da data da entrada
do requerimento.
No esquea que apenas tm direito aposentadoria especial os empregados, os trabalhadores
avulsos e os cooperados associados a cooperativa de produo e a cooperativas de trabalho.
RETORNO AO TRABALHO DO SEGURADO EM GOZO DE APOSENTADORIA ESPECIAL
O segurado em gozo de aposentadoria especial que retornar ao exerccio de atividade ou operaes
que o sujeitem aos agentes nocivos constantes do anexo IV do Regulamento da Previdncia Social
ou nela permanecer, na mesma ou em outra empresa, qualquer que seja a forma de prestao do
servio, ou categoria de segurado, ter a sua aposentadoria cessada a partir da data do retorno atividade. O aposentado especial, portanto, no pode voltar a trabalhar com exposio a agentes
nocivos.
Lembre-se disso: o segurado aposentado por invalidez no pode desenvolver nenhuma atividade,
sob pena de cessao do benefcio. O segurado que goza de aposentadoria especial, entretanto, pode
voltar a trabalhar, desde que em atividade na qual no haja exposio a agente nocivo.
CONVERSO DO TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM
Para a concesso da aposentadoria especial o segurado deve comprovar o trabalho com exposio
permanente ao agente nocivo pelo perodo de tempo exigido pela legislao. Se o segurado houver
exercido atividade especial (sujeita a condies especiais prejudiciais sade ou integridade fsica)
por um tempo, sem, entretanto, completar nesta atividade o prazo mnimo exigido pela legislao
para a concesso da aposentadoria especial, poder converter este tempo de exerccio de atividade
especial em tempo comum, utilizando os multiplicadores indicados na tabela abaixo:
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
32/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
32
www.pontodosconcursos.com.br
TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL A CONVERTERMULTIPLICADORES
MULHER(PARA 30)
HOMEM(PARA 35)
DE 15 ANOS 2 2,33
DE 20 ANOS 1,5 1,75
DE 25 ANOS 1,2 1,4
Um exemplo te ajudar a entender melhor: suponha que Marcos trabalhou durante dez anos ematividade especial, com exposio a agentes nocivos, que lhe conferia o direito aposentadoria
especial aos vinte anos de atividade. Em seguida, passou a exercer atividade comum, sem exposio
a agentes nocivos. Nesta hiptese, ele no ter direito a aposentadoria especial, pois para isso
precisaria comprovara a exposio ao agente nocivo por vinte anos.
O tempo de atividade especial, entretanto, deve ser convertido em tempo de atividade comum.
Consultando a tabela, possvel observar que o coeficiente a ser aplicado nesta hiptese de 1,75,
de modo que os dez anos de atividade especial, quando convertidos, equivalero a dezessete anos emeio (10 x 1,75) de atividade comum.
A essa altura voc deve estar se perguntando se necessrio decorar os fatores de converso
indicados na tabela acima. A resposta no. Para solucionar qualquer questo relacionada a
converso, basta que a gente utilize uma regra de trs simples, que pode ser assim descrita:
o tempo de atividade especial efetivamente exercida pelo segurado est para otempo necessrio para a concesso da aposentadoria especial naquela atividade,
assim como o tempo resultante da converso estar para o tempo total necessrio
para a aposentadoria na atividade que o segurado passou a exercer.
No exemplo dado acima, a soluo seria encontrada da seguinte forma:
10 _______ 20
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
33/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
33
www.pontodosconcursos.com.br
X _______ 35.
Logo: 20X = 35 x 10
X = (35 x 10)/20
X = 17,5.
A varivel (X) corresponde exatamente ao tempo de atividade especial aps a converso. O tempo
necessrio para a aposentadoria na nova atividade de trinta e cinco anos, pois a atividade
comum (sem exposio a agentes nocivos) e o segurado homem.
CONVERSO DO TEMPO ESPECIAL EM TEMPO ESPECIAL
O mesmo raciocnio aplica-se para as hipteses em que o segurado exerce uma atividade especial e
depois passa a exercer uma outra atividade, tambm ela especial, sem, entretanto, completar em
nenhuma delas o tempo exigido para a concesso da aposentadoria especial. Nestes casos, a
legislao determina que os respectivos perodos sero somados, aps converso, considerada a
atividade preponderante, nos termos da tabela abaixo:
TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES
PARA 15 PARA 20 PARA 25
DE 15 ANOS - 1,33 1,67
DE 20 ANOS 0,75 - 1,25
DE 25 ANOS 0,6 0,8 -
Mais uma vez, um exemplo nos ajuda a entender os clculos: um segurado trabalhou trs anos na
frente de produo de uma mina subterrnea, em atividade que lhe dava direito aposentadoria
especial aps quinze anos. Em seguida, passou a exercer uma atividade industrial com exposio ao
asbesto, o que lhe dava direito aposentadoria especial aps vinte anos.
A atividade industrial ser a atividade preponderante, pois nela o segurado desenvolver, em termos
proporcionais, a maior parte das suas atividades laborais. Devemos, ento, converter os trs anos de
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
34/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
34
www.pontodosconcursos.com.br
atividade especial na mina (aposentadoria aos 15 anos) em atividade que d direito a aposentadoriaaos vinte anos. Para tanto, a tabela indica o multiplicador de 1,33. Logo, os trs anos na mina
valero aproximadamente quatro anos na atividade industrial.
Tambm aqui a gente pode solucionar o problema de converso com uma regra de trs simples, da
seguinte forma:
3
________
15X________20.
Logo: 15X = 3 x 20
X = (3 x 20)/15
X = 4.
Como a gente viu, possvel converter tempo de atividade especial em tempo de atividade comum e
tempo especial em especial. Entretanto, no permitida a converso de tempo comum em tempoespecial. Por exemplo: se um segurado tem quinze anos de contribuio em atividade comum e mais
treze em atividade especial que com aposentadoria aos vinte anos, ele no pode utilizar o tempo
comum para efeito de obteno da aposentadoria especial. Isto porque, se assim o fizesse, ele
estaria burlando a prpria regra de concesso da aposentadoria especial, posto que obteria o
benefcio sem ter os vinte anos de efetiva exposio ao agente nocivo, como requer a lei.
De acordo com o inciso I do art. 96 da Lei n 8.213/1991, no possvel a converso de tempo
especial em tempo comum para fins de contagem recproca de tempo de contribuio. Assim, sedeterminado segurado laborou durante quinze anos em atividade especial que lhe dava o direito de
aposentar-se aps vinte anos e, posteriormente, veio a ser aprovado em concurso pblico, poder
averbar no regime prprio apenas os quinze anos que efetivamente trabalhou, sem ter o direito de
convert-los.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
35/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
35
www.pontodosconcursos.com.br
Do mesmo modo que ocorre em relao aposentadoria por idade e aposentadoria por tempo decontribuio, a perda da qualidade de segurado no afeta o direito aposentadoria especial, desde
que o segurado tenha cumprido os requisitos para a concesso do benefcio.
Tabela resumo:
APOSENTADORIA ESPECIAL
CONCEITO devida ao segurado que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte ecinco anos, conforme o caso, sujeito a condies especiais que prejudiquem asade ou a integridade fsica, em decorrncia da exposio aos agentesnocivos previstos no anexo V do Regulamento da Previdncia Social.
SEGURADOSQUE TMDIREITO
Empregado, trabalhador avulso, cooperado associado cooperativa deproduo e cooperado associado cooperativa de trabalho.
CARNCIA 180 contribuies mensais.
REQUISITOSPARA ACONCESSO
O segurado dever comprovar, perante o INSS, o tempo de trabalhopermanente, no ocasional nem intermitente, exercido em condies especiaisque prejudiquem a sade ou a integridade fsica, durante o perodo mnimo de15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade laborativa.
Dever comprovar a efetiva exposio aos agentes nocivos qumicos, fsicos,biolgicos ou associao de agentes prejudiciais sade ou integridadefsica, pelo perodo equivalente ao exigido para a concesso do benefcio.
RENDA MENSAL 100% do salrio-de-benefcio.
TERMO DEINCIO DOBENEFCIO
Para o segurado empregado:a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at 90
dias depois dela; oub) a partir da data do requerimento quando for requerida aps o prazo de
90 dias.Demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.
5.APOSENTADORIADOSEGURADOPORTADORDEDEFICINCIA.
O 1 do art. 201 da Constituio Federal veda a adoo de requisitos e critrios diferenciados para
a concesso de aposentadoria aos beneficirios do RGPS, ressalvados os casos de atividades
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
36/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
36
www.pontodosconcursos.com.br
exercidas sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica e quando se tratarde segurados portadores de deficincia, nos termos definidos em lei complementar.
A Lei Complementar n 142, de 2013, regulamentou a concesso de aposentadoria aos segurados do
RGPS portadores de deficincia. Observe que, at a edio da referida Lei Complementar, por no
existirem regras especficas que lhe fossem aplicadas, o portador de deficincia que viesse a se filiar
ao RGPS tinha que cumprir os mesmos requisitos exigidos dos trabalhadores em geral. Ou seja, para
se aposentar por idade, por exemplo, precisava contar com 65 anos de idade, se homem, sessenta
anos, se mulher, alm da carncia de cento e oitenta contribuies mensais.
Vale tambm ressaltar que a Lei Complementar trata da concesso de aposentadoria aos segurados
do RGPS portadores de deficincia. Trata-se, como se v, de um benefcio previdencirio. Voc no
deve confundi-lo com o BPC-LOAS, benefcio assistencial devido ao deficiente que no possua meios
de prover a prpria manuteno nem de t-la provida por sua famlia.
Considera-se deficiente, para o reconhecimento do direito aposentadoria prevista na Lei
Complementar n 142, considera-se pessoa com deficincia aquela que tem impedimentos de longo
prazo de natureza fsica, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interao com diversas
barreiras, podem obstruir sua participao plena e efetiva na sociedade em igualdade de condies
com as demais pessoas.
Ainda de acordo com a Lei Complementar, a deficincia pode ser grave, moderada ou leve. A
definio do grau de deficincia ficar a cargo do regulamento. O poder executivo deve elaborar
Decreto definindo as situaes que se encaixam em cada um dos nveis de deficincia. Compete
percia mdica do INSS, por meio de avaliao mdica e funcional, atestar a existncia de deficincia
e o seu grau.
assegurada a concesso de aposentadoria pelo RGPS ao segurado com deficincia, observadas as
seguintes condies:
I - aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuio, se homem, e 20 (vinte) anos,
se mulher, no caso de segurado com deficincia grave;
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
37/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
37
www.pontodosconcursos.com.br
II - aos 29 (vinte e nove) anos de tempo de contribuio, se homem, e 24 (vinte e
quatro) anos, se mulher, no caso de segurado com deficincia moderada;
III - aos 33 (trinta e trs) anos de tempo de contribuio, se homem, e 28 (vinte e
oito) anos, se mulher, no caso de segurado com deficincia leve; ou
IV - aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de
idade, se mulher, independentemente do grau de deficincia, desde que cumprido
tempo mnimo de contribuio de 15 (quinze) anos e comprovada a existncia de
deficincia durante igual perodo.
A lei prev trs hipteses de aposentadoria por tempo de contribuio, que dependem do grau de
deficincia do segurado, e uma hiptese de aposentadoria por idade cujos requisitos so os mesmos
qualquer que seja o nvel de deficincia do segurado. Em todos os casos, as regras so mais
vantajosas do que as aplicadas aos trabalhadores no portadores de deficincia.
No caso das aposentadorias por tempo de contribuio, a renda mensal inicial corresponde a cem por
cento do salrio de contribuio, enquanto a renda mensal da aposentadoria por idade corresponde asetenta por cento do salrio de benefcio, acrescido de um por cento a cada grupo de doze
contribuies mensais, at o limite de cem por cento do salrio de contribuio. O fator
previdencirio ser aplicado no clculo do salrio de benefcio, se resultar em renda mensal de valor
mais elevado. Portanto, em se tratando da aposentadoria devida aos portadores de deficincia, a
aplicao do fator previdencirio ser facultativa tanto na aposentadoria por tempo de contribuio
quanto na aposentadoria por idade.
A comprovao de tempo de contribuio na condio de segurado com deficincia em perodoanterior entrada da Lei Complementar n 142 no ser admitida por meio de prova exclusivamente
testemunhal. Segue-se aqui a regra geral tambm prevista na Lei n 8.213, que no permite a
comprovao de tempo de contribuio exclusivamente por meio do depoimento de testemunhas.
Esta prova pode at ser utilizada, desde que no seja o nico meio. Exige-se ao menos o incio de
prova material.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
38/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
38
www.pontodosconcursos.com.br
A Lei Complementar n 142 assegura a contagem recproca do tempo de contribuio na condio desegurado com deficincia relativo filiao ao RGPS, ao regime prprio de previdncia do servidor
pblico ou a regime de previdncia militar, devendo os regimes compensar-se financeiramente. Isto
implica dizer que o tempo de contribuio do portador de deficincia para RPPS ser reconhecido
pelo RGPS e vice-versa.
O segurado portador de deficincia contribuir para a Previdncia do mesmo modo que os demais
trabalhadores e far jus aos demais benefcios do RGPS normalmente. Ou seja, alm de ter direito
aposentadoria prevista na Lei Complementar n 142, o deficiente pode obter qualquer um dosbenefcios do RGPS, inclusive as aposentadorias previstas na Lei n 8.213, de 1991, que lhes sejam
mais favorveis.
A reduo aplicada aposentadoria do deficiente no poder ser acumulada, no tocante ao mesmo
perodo contributivo, com a reduo assegurada aos casos de atividades exercidas sob condies
especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica (aposentadoria especial).
6.AUXLIO-DOENA
Auxlio-doena o benefcio devido ao segurado que ficar temporariamente incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos. Este benefcio
encontra-se previsto nos art. 59 a 64 da Lei n 8.213/1991.
Para a concesso do auxlio-doena, a incapacidade deve se dar em relao atividade que o
segurado exerce habitualmente e deve ser temporria. Caso a incapacidade se d em relao ao
trabalho de um modo geral e seja definitiva, deve ser concedida ao segurado a aposentadoria por
invalidez.
Por outro lado, se o segurado em gozo de auxlio-doena for considerado insuscetvel de recuperao
para sua atividade habitual, dever submeter-se a processo de reabilitao profissional para exerccio
de outra atividade, no cessando o auxlio-doena at que seja dado como habilitado para o
desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistncia ou, se for considerado no
recupervel, at que seja aposentado por invalidez.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
39/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
39
www.pontodosconcursos.com.br
DOENA OU LESO ANTERIOR FILIAO
Para a concesso do auxlio-doena, a incapacidade do segurado deve ser verificada pela percia
mdica do INSS. Do mesmo modo que ocorre na aposentadoria por invalidez, a doena ou leso da
qual o segurado j era portador ao filiar-se ao RGPS no lhe conferir direito ao auxlio-doena, salvo
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou agravamento dessa doena ou leso.
Por exemplo: um segurado se filia Previdncia j portador do vrus da AIDS. Apesar de j ser
portador da doena no momento da filiao, ela no lhe retirava a capacidade para o trabalho, o que
s vem a acontecer posteriormente, em decorrncia do seu agravamento. Nesta hiptese, haver
direito ao auxlio-doena, posto que a incapacidade ocorreu posteriormente filiao do segurado
Previdncia Social, em decorrncia de um agravamento da doena da qual ele j era portador ao
filiar-se.
CARNCIA DO AUXLIO-DOENA.
O auxlio-doena ser devido a todos os segurados do RGPS e a sua concesso depende do
cumprimento da carncia de doze contribuies mensais. Porm, se a invalidez decorrer de acidentede qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, aps filiar-se ao RGPS, for
acometido de alguma das doenas ou afeces especificadas em lista elaborada pelos Ministrios da
Sade e da Previdncia Social a cada trs anos, o auxlio-doena poder ser concedido
independentemente do cumprimento de carncia. Esta regra idntica quela fixada para a
aposentadoria por invalidez.
Para que exista o direito ao recebimento do auxlio-doena, fundamental que se mantenha a
condio de segurado na data de incio da incapacidade. Alm disso, o segurado deve comprovar ocumprimento da carncia naqueles casos em que ela exigida.
TERMO DE INCIO DO BENEFCIO
A data de incio do auxlio-doena definida da seguinte forma:
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
40/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
40
www.pontodosconcursos.com.br
I a contar do dcimo sexto dia do afastamento da atividade para o segurado
empregado, exceto o domstico;
II a contar da data do incio da incapacidade, para os demais segurados; ou
III a contar da data de entrada do requerimento, quando requerido aps o
trigsimo dia do afastamento da atividade, para todos os segurados.
Como visto, o benefcio somente ser devido se o afastamento for superior a quinze dias
consecutivos. Para o segurado empregado, ele ser devido a partir do 16 dia de afastamento, pois aempresa obrigada a arcar com a remunerao do segurado durante os quinze primeiros dias de
afastamento.
Um exemplo pode esclarecer melhor este ponto: suponha que um segurado
empregado sofra um acidente no dia 1 de janeiro, que o deixe temporariamente
incapacitado para o seu trabalho por trs meses. Em qualquer hiptese, a
responsabilidade pelo pagamento da remunerao correspondente aos quinze
primeiros dias de afastamento (01 a 15/01) ser da empresa para a qual o
segurado trabalha. Se o requerimento do auxlio-doena ocorrer at o dia 30/01,
o auxlio-doena ser devido a partir do dia 16/01. Nesta hiptese, o segurado
no sofreria soluo de continuidade em seu rendimento, uma vez que receberia
o valor referente aos dias um a quinze da empresa e, a partir do dia dezesseis,
receberia o auxlio-doena. Por outro lado, se o auxlio-doena for requerido aps
o dia 30/01, haveria soluo de continuidade, pois a empresa pagaria o valor
correspondente aos quinze primeiros dias de afastamento (01 a 15/01) e o
segurado somente passaria a receber o benefcio previdencirio a partir da data
do requerimento. Estes exemplos, entretanto, valem apenas para o segurado
empregado.
Para os demais segurados, o benefcio ser devido a partir do primeiro dia de afastamento, desde
que requerido em at trinta dias. No se deve esquecer, entretanto, que o fundamento para a
concesso do benefcio o afastamento por prazo superior a quinze dias consecutivos.
7/30/2019 AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03
41/114
LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -
PROFESSOR FLAVIANO LIMA
41
www.pontodosconcursos.com.br
Veja: se um contribuinte individual incapacitar-se para a sua atividade habitual por treze dias, noter direito ao recebimento do benefcio. Por sua vez, se o afastamento for de dezesseis dias, ter
direito a receber o auxlio-doena desde o primeiro dia de afastamento.
RENDA MENSAL
A renda mensal do auxlio-doena corresponde a 91% do salrio de benefcio. Lembre-se que a
renda mensal do auxlio-doena obedece ao limite mximo aplicvel aos benefcios em geral,
atualmente R$ 4.159,20. Alm disso, o auxlio-doena um benefcio que substitui a renda mensal
do trabalhador, logo a sua renda mensal no pode ter valor inferior ao salrio-mnimo. Assim, se o
salrio de benefcio do segurado foi de um salrio-mnimo, a renda mensal do auxlio-doena
tambm seria de um salrio-mnimo, e no de 91% do salrio-mnimo.
ESTABILIDADE NO EMPREGO DO SEGURADO QUE RETORNA DE AUXLIO-DOENA
ACIDENTRIO
De acordo com o art. 118 da Lei no 8.213/1991, o segurado que sofreu acidente do trabalho tem
garantida, pelo prazo mnimo de doze meses, a manuteno do seu contrato de trabalho naempresa, aps a cessao do auxlio-doena acidentrio, independentemente de percepo do
auxlio-acidente.
Auxlio-doena acidentrio o nome que se d ao auxlio-doena quando a incapacidade que motivou
a sua concesso teve origem em um acidente do trabalho sofrido pelo trabalhador ou em uma
doena ocupacional.
VERIFICAO DA INCAPACIDADE
O segurado em gozo de auxlio-doena est obrigado, independentemente de sua idade e sob pena
de suspenso do benefcio, a submeter-se a exame mdico a cargo da Previdncia Social, processo
d
Recommended