AFT 13 Legislacaoprevidenc Flaviano Aula 03

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    LEGISLAO PREVIDENCIRIA EM TEORIA E EXERCCIOS PARA AFT -

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    AULA 03.

    Oi meus amigos,

    Na aula de hoje, vamos estudar os benefcios devidos pelo Regime Geral de Previdncia Social

    RGPS. Como ns j estudamos a chamada teoria geral dos benefcios, agora hora de conhecer

    os requisitos especficos, necessrios para a concesso de cada um dos benefcios e servios

    concedidos deste regime. Alm disso, vamos estudar as hipteses onde vedada a acumulao

    de benefcios.

    Vocs j sabem, mas nunca demais repetir o meu e-mail:

    [email protected]. Alm disso, vocs podem se comunicar comigo pelo

    Facebook: Flaviano Lima.

    Vamos l, continuar o nosso estudo do Direito Previdencirio, para que voc avance no

    programa do concurso de AFT!!!

    CONTEDO.

    01. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

    A aposentadoria por invalidez encontra-se prevista nos art. 42 a 47 da Lei n 8.213/1991. o

    benefcio devido ao segurado que, estando ou no em gozo de auxlio-doena, for considerado

    incapaz para o trabalho e insuscetvel de reabilitao para o exerccio de atividade que lhe

    garanta a subsistncia. A incapacidade para o trabalho ser verificada mediante exame mdico a

    cargo da percia mdica do INSS. Se desejar, o segurado pode, as suas expensas, se fazer

    acompanhar por mdico de sua confiana.

    Pela definio acima, vemos que a concesso da aposentadoria por invalidez no est

    condicionada existncia de auxlio-doena anterior. Ou seja, se a percia mdica inicial concluir

    pela invalidez do segurado, pode, de imediato, conceder-lhe a aposentadoria por invalidez, sem

    a necessidade de previamente conceder-lhe auxlio-doena por um perodo mnimo de tempo.

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    Considero importante frisar para voc a diferena entre o auxlio-doena e a aposentadoria porinvalidez. O auxlio doena o benefcio concedido ao segurado que fica incapaz para a atividade

    que habitualmente exerce por prazo superior a quinze dias consecutivos. A aposentadoria por

    invalidez concedida quando h incapacidade total e definitiva para o trabalho. Total porque a

    incapacidade para qualquer tipo de trabalho. O fica impossibilitado de exercer a atividade que

    habitualmente exerce e, alm disso, no possvel reabilit-lo para o exerccio de atividade

    diversa. Definitiva porque, do ponto de vista mdico, no h expectativa de recuperao da

    capacidade laborativa.

    Doena anterior filiao

    A doena ou leso da qual o segurado j era portador ao filiar-se ao Regime Geral de

    Previdncia Social no lhe conferir direito aposentadoria por invalidez, salvo quando a

    incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou agravamento dessa doena ou leso.

    Um exemplo: segurado filia-se Previdncia j portador de um tumor maligno.

    Apesar de j ser portador da doena no momento da filiao, ela no lhe retirava a

    capacidade para o trabalho, o que s vem a acontecer posteriormente, em

    decorrncia do seu agravamento. Nesta hiptese, o segurado ter direito ao

    benefcio, posto que a incapacidade ocorreu posteriormente filiao do segurado

    Previdncia Social, por motivo de agravamento da doena.

    Verificao da invalidez

    A aposentadoria por invalidez ser paga ao segurado enquanto ele permanecer invlido. A

    verificao da continuidade da condio de invlido ser feita por meio de exames mdicosobrigatrios realizados a cada dois anos pela percia mdica do INSS. O segurado aposentado

    por invalidez est obrigado, a qualquer tempo, independentemente de sua idade e sob pena de

    suspenso do benefcio, a submeter-se a exame mdico a cargo da Previdncia Social, processo

    de reabilitao profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente,

    exceto o cirrgico e a transfuso de sangue, que so facultativos.

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    Como se v, quando convocado pelo INSS, o segurado aposentado est obrigado a submeter-sea exame prescrito e custeado pela Previdncia Social, processo de reabilitao e tratamento

    dispensado gratuitamente. Entretanto, o segurado no pode ser obrigado a se submeter a

    procedimento cirrgico ou a transfuso de sangue. Neste caso, ainda que se recuse a submeter-

    se a cirurgia ou transfuso de sangue prescritas pela percia mdica do INSS, no ter o

    benefcio suspenso.

    Quero chamar a sua ateno para o fato de que, atualmente, a legislao no mais prev um

    momento a partir do qual a aposentadoria por invalidez se tornar irreversvel. Assim, osegurado aposentado por invalidez estar sempre obrigado realizao de exames periciais para

    verificao da continuidade da invalidez que motivou a concesso do benefcio. Se em algum

    momento a percia mdica constatar a recuperao da capacidade para o trabalho, a

    aposentadoria ser cessada, ainda que o segurado j venha recebendo a aposentadoria por

    invalidez h bastante tempo.

    Retorno ao trabalho do segurado aposentado por invalidez

    Se o aposentado por invalidez retornar voluntariamente atividade, sem se submeter percia

    mdica do INSS, ter sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno.

    Este ponto muito importante. So muitas questes que afirmam ser impossvel o trabalho para

    o aposentado por invalidez, sob pena de cessao do benefcio, o que est correto.

    Ora, como a gente viu, o fundamento para a concesso da aposentadoria por invalidez a

    incapacidade para o trabalho e a impossibilidade de reabilitao profissional. Se o segurado

    voltou a trabalhar, porque no est incapaz, logo no mais subsistem os fundamentos do

    benefcio, o que justifica a sua cessao.

    Caso o segurado aposentado por invalidez se julgue apto a retornar atividade, por ter

    recuperado a capacidade laborativa, dever solicitar a realizao de nova avaliao mdico-

    pericial. Se a percia mdica concluir pela recuperao da capacidade laborativa, a aposentadoria

    ser cancelada. Este cancelamento, entretanto, dever observar os seguintes prazos:

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    I quando a recuperao for total e ocorrer dentro de cinco anos contadosda data do incio da aposentadoria por invalidez ou do auxlio-doena que aantecedeu sem interrupo, o beneficio cessar:

    a. de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar funo que desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma dalegislao trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado decapacidade fornecido pela Previdncia Social; ou

    b. Aps tantos meses quantos forem os anos de durao do auxlio-doena e da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados.

    II quando a recuperao for parcial ou ocorrer aps o perodo de cinco

    anos, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exerccio detrabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria sermantida, sem prejuzo da volta atividade:

    a. pelo seu valor integral, durante seis meses contados da data em quefor verificada a recuperao da capacidade;

    b. com reduo de cinquenta por cento, no perodo seguinte de seismeses; e

    c. com reduo de setenta e cinco por cento, tambm por igual perodode seis meses, ao trmino do qual cessar definitivamente.

    Veja bem, a regra do inciso I se aplica quando a recuperao for total e ocorrer dentro doperodo mximo de cinco anos. A regra do inciso II aplica-se quando a recuperao no for total,

    ou ocorrer mais de cinco anos depois. Observe que na contagem deste prazo de cinco anos, no

    se inclui apenas a aposentadoria por invalidez, sendo contado tambm o auxlio-doena que a

    tenha precedido. Veja este exemplo:

    Thiago sofreu um grave acidente e, em decorrncia dele, passou a receber auxlio-

    doena. Aps seis meses recebendo auxlio-doena, a percia mdica entendeu que

    a incapacidade de Thiago era total (para qualquer tipo de trabalho) e definitiva (porno haver possibilidade de recuperao). Cinco anos aps a concesso da

    aposentadoria, entretanto, contrariando o diagnstico pericial, Thiago recupera a

    sua capacidade de trabalho. Nesta hiptese, aplica-se a regra do inciso II acima

    mencionado, pois somando-se o tempo do auxlio-doena (seis meses) com o

    tempo de aposentadoria (cinco anos), percebe-se que a recuperao da capacidade

    laborativa ocorreu em mais de cinco anos.

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    Os valores de aposentadoria por invalidez que o segurado recebe aps a constatao pela perciamdica da recuperao da capacidade laborativa so denominados pela doutrina mensalidades

    de recuperao.

    Veja este exemplo: Lucas, contribuinte individual, encontra-se aposentado por

    invalidez h dez anos. Julgando-se novamente apto para o trabalho, retorna

    voluntariamente atividade, sem submeter-se percia mdica do INSS. Neste

    caso, o INSS, tomando conhecimento desta situao, cessar de imediato o

    pagamento da aposentadoria ao segurado.

    Caso Lucas, ao invs de ter retornado voluntariamente atividade, tivesse se

    submetido percia do INSS, tendo ela constatado a recuperao da capacidade

    laborativa, a aposentadoria seria mantida pelo seu valor integral durante seis

    meses, sendo reduzida a cinquenta por cento nos seis meses seguintes e, por fim,

    seria paga com reduo de setenta e cinco por cento nos ltimos seis meses

    (hiptese do inciso II, acima transcrito, por j receber aposentadoria h mais de

    cinco anos). Notem que o recebimento das chamadas mensalidades de

    recuperao no impediria que Juliano retornasse normalmente atividade.

    O segurado aposentado por invalidez que retornar atividade poder, a qualquer tempo,

    requerer novo benefcio, o qual ter processamento normal.

    Carncia da aposentadoria por invalidez

    A aposentadoria por invalidez ser devida a todos os segurados e a sua concesso, como regra,

    exige o cumprimento de carncia de doze contribuies mensais. Entretanto, quando a invalidezdecorre de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado

    acometido de alguma das doenas ou afeces especificadas em lista elaborada pelos Ministrios

    da Sade e da Previdncia e Assistncia Social a cada trs anos, a aposentadoria por invalidez

    poder ser concedida independentemente do cumprimento de carncia.

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    Por exemplo: Jos admitido como empregado de uma grande empresa, exercendo

    a funo de eletricista. J no seu primeiro dia de trabalho, envolve-se em um grave

    acidente, em virtude do qual vem a ficar invlido. Nesta situao, a aposentadoria

    por invalidez ser concedida independentemente de carncia, pois a incapacidade

    decorreu de um acidente. Do mesmo modo, se aps o primeiro dia de trabalho Jos

    sofresse um enfarto grave, que o deixasse invlido, teria direito ao recebimento de

    aposentadoria por invalidez, uma vez que a cardiopatia grave uma das doenas

    especificadas em lista, que possibilitam a concesso de aposentadoria por invalidez

    independentemente de carncia.

    Na nossa aula 03, quando tratamos de carncia, eu mostrei para voc a relao de doenas

    graves que possibilitam a concesso da aposentadoria por invalidez independentemente de

    carncia. Por isso, no vou repeti-la aqui.

    Acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumtica e por exposio a

    agentes exgenos (fsicos, qumicos e biolgicos), que acarrete leso corporal ou perturbao

    funcional que cause a morte, a perda, ou a reduo permanente ou temporria da capacidadelaborativa.

    A lei n 8.213/1991 enquadra as doenas ocupacionais (doena profissional e doena do

    trabalho) como acidente do trabalho, de modo que a aposentadoria por invalidez delas

    decorrentes tambm independe do cumprimento de carncia.

    Quando a legislao previdenciria refere-se a acidente de qualquer natureza ou causa, isto

    indica que o acidente tanto pode ter origem no trabalho como em situaes no relacionadas

    com o trabalho. Portanto, a aposentadoria por invalidez concedida independentemente de

    carncia tanto na hiptese de um acidente de trabalho, quanto nas hipteses em que o acidente

    no guarda qualquer relao com o trabalho.

    Renda mensal da aposentadoria por invalidez.

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    A renda mensal da aposentadoria por invalidez corresponde a cem por cento do salrio debenefcio do segurado. Se antes da aposentadoria por invalidez o segurado vinha recebendo

    auxlio-doena, a renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez ser de cem por cento do

    salrio de benefcio que serviu de base para o clculo da renda mensal inicial do auxlio-doena,

    reajustado pelos mesmos ndices de correo dos benefcios em geral.

    Veja bem: quando o segurado se encontra em gozo de auxlio-doena e a percia mdica do

    INSS conclui que a incapacidade se tornou definitiva, concedendo-lhe aposentadoria por

    invalidez, no dever ser feito novo clculo do salrio de benefcio. Simplesmente, atualiza-se osalrio de benefcio do auxlio-doena. Nesta hiptese, o segurado que vinha recebendo 91% do

    salrio de benefcio (renda mensal do auxlio-doena), passar a receber 100% do salrio de

    benefcio.

    Termo de incio da aposentadoria por invalidez

    Quando precedida de auxlio-doena, a aposentadoria por invalidez ser devida a partir do dia

    seguinte ao trmino daquele. Se, entretanto, a invalidez j for identificada pela percia mdica

    inicial, a aposentadoria por invalidez ser devida:

    I ao segurado empregado a contar do dcimo sexto dia do afastamento daatividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento ea entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias;

    II ao segurado empregado domstico, contribuinte individual, trabalhadoravulso, especial ou facultativo, a contar da data do incio da incapacidade ou dadata da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trintadias.

    Observe que, para o segurado empregado, a aposentadoria por invalidez somente devida apartir do dcimo sexto dia de afastamento do trabalho. Isto ocorre, pois durante os primeiros

    quinze dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caber empresa

    pagar ao segurado empregado o salrio.

    Quando antes da aposentadoria por invalidez o segurado vinha recebendo auxlio-doena, a

    aposentadoria ter o seu incio no dia seguinte ao trmino do auxlio-doena.

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    Veja este exemplo:

    Um segurado empregado sofre um AVC repentino em 01/04, em razo do qual se

    torna invlido. A percia mdica inicial do INSS reconhece a invalidez. Tendo

    requerido a aposentadoria por invalidez em 25/04 do mesmo ano, a partir de

    quando este benefcio ser devido ao segurado? Ora, tendo requerido o benefcio

    em menos de trinta dias do afastamento das atividades e sendo segurado

    empregado, o benefcio ser devido a partir do dcimo sexto dia de afastamento,

    isto , 16/04. A empresa pagar ao empregado o salrio que lhe seria devido no

    perodo de 01 a 15/04. A aposentadoria por invalidez ser devida a partir de 16/04.

    No mesmo exemplo, se o segurado somente tivesse requerido a aposentadoria por

    invalidez em 10/05, portanto mais de trinta dias aps o afastamento das atividades,

    a aposentadoria somente lhe seria devida a partir do requerimento. A empresa lhe

    pagaria os valores correspondentes aos quinze primeiros dias de afastamento (01 a

    15/04) e ele ficaria sem nada receber no perodo de 16/04 a 09/05, devido a sua

    demora em efetuar o requerimento.

    Adicional de 25% na renda mensal da aposentadoria por invalidez.

    O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistncia permanente de

    outra pessoa ser acrescido de vinte e cinco por cento. As situaes que do ensejo concesso

    do acrscimo encontram-se relacionadas no Anexo III do Regulamento da Previdncia Social.

    Este acrscimo ser devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite mximo, ser

    recalculado quando a aposentadoria for reajustada e cessar com a morte do aposentado, no

    sendo incorporado ao valor da penso por morte.

    No esquea: a soma da aposentadoria por invalidez com o acrscimo de 25% pode exceder ao

    limite mximo de benefcios do RGPS (atualmente R$ 4.159,00).

    O acrscimo cessa com o falecimento do segurado, no sendo transmitido penso por morte.

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    A tabela abaixo resume as principais informaes relativas aposentadoria por invalidez:

    APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

    CONCEITO devida ao segurado incapaz para o trabalho e insuscetvel de reabilitaopara o exerccio de atividade que lhe garanta a subsistncia, sendo pagaenquanto o segurado permanecer nessa condio.

    QUEM TEMDIREITO

    Todos os segurados do RGPS.

    CARNCIAEXIGIDA

    Doze contribuies mensais.

    Sem carncia, quando a invalidez decorrer de:

    ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA OU CAUSA;

    DOENAS OU AFECES GRAVES ESPECIFICADAS EM LISTAELABORADA PELOS MINISTRIOS DA SADE E DA PREVIDNCIA.

    REQUISITOSPARA ACONCESSO DO

    BENEFCIO

    Verificao da incapacidade, mediante exame mdico-pericial a cargo daPrevidncia Social.

    A doena ou leso de que o segurado j era portador ao filiar-se ao RegimeGeral de Previdncia Social no lhe conferir direito aposentadoria porinvalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressoou agravamento dessa doena ou leso.

    RENDA MENSALINICIAL

    100% do salrio de benefcio.

    O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar daassistncia permanente de outra pessoa ser acrescido de vinte e cinco porcento. Este acrscimo ser devido, AINDA QUE A APOSENTADORIA ATINJAO LIMITE MXIMO DO SALRIO DE BENEFCIO.

    O acrscimo de 25% cessar com a morte do aposentado, NO SENDO

    INCORPORADO AO VALOR DA PENSO POR MORTE.Se antecedida de auxlio-doena, a renda mensal ser de cem por cento dosalrio de benefcio que serviu de base para o clculo da renda mensalinicial do auxlio-doena, reajustado pelos mesmos ndices de correo dosbenefcios em geral.

    INCIO DOBENEFCIO

    1. Concluindo a percia mdica inicial pela existncia de incapacidade total edefinitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez ser devida:

    a) ao segurado empregado a contar do dcimo sexto dia do afastamento da

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    atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre oafastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias.

    b) ao segurado empregado domstico, contribuinte individual, trabalhadoravulso, especial ou facultativo, a contar da data do incio da incapacidade ouda data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem maisde trinta dias.

    2. No caso de o segurado se encontrar em gozo de auxlio-doena, o benefciode aposentadoria por invalidez ser devido a contar do dia imediato ao dacessao do auxlio-doena.

    02. APOSENTADORIA POR IDADE.

    A aposentadoria por idade, prevista nos art. 48 a 51 da Lei n 8.213/1991, o benefcio devido

    ao segurado que completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou sessenta anos, se

    mulher, desde que cumprida a carncia de cento e oitenta contribuies mensais.

    Os limites de idade sero reduzidos em cinco anos para os trabalhadores rurais (empregados,

    produtores rurais pessoas fsicas ou segurados especiais), bem como para o garimpeiro quetrabalhe, comprovadamente, em regime de economia familiar. O segurado especial que

    desenvolva a atividade de pescador artesanal e ou a atividade de extrativismo vegetal tambm

    faz jus reduo dos limites etrios.

    Uma observao importante: o garimpeiro no segurado especial. Enquadra-se no RGPS na

    categoria de contribuinte individual. Entretanto, quando o garimpeiro trabalha em regime de

    economia familiar, beneficia-se da reduo dos limites etrios necessrios para a concesso da

    aposentadoria por idade.

    O trabalhador rural, para fazer jus reduo dos limites mnimos de idade, dever comprovar o

    efetivo exerccio de atividade rural, ainda que de forma descontnua, no perodo imediatamente

    anterior ao requerimento do benefcio ou, conforme o caso, ao ms em que cumpriu o requisito

    etrio, por tempo igual ao nmero de meses de contribuio correspondente carncia do

    benefcio pretendido. Portanto, o trabalhador rural, caso deseje se aposentar por idade aos

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    sessenta anos, no caso do homem, ou aos cinquenta e cinco anos, no caso da mulher, devecomprovar o exerccio da atividade rural por cento e oitenta meses.

    TERMO DE INCIO DA APOSENTADORIA POR IDADE

    A aposentadoria por idade ser devida ao segurado empregado e ao empregado domstico a

    partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at noventa dias depois dela. Se

    for requerida mais de noventa dias aps o desligamento do emprego, bem como se no houver

    desligamento do emprego, a aposentadoria ser devida a partir do requerimento. Para os

    demais segurados (trabalhador avulso, contribuinte individual, segurado especial e facultativo),

    a aposentadoria por idade ser sempre devida a partir do requerimento.

    Lembre-se que a obteno da aposentadoria por idade no exige que o empregado se desligue

    do seu emprego. A Lei n 8.213/1991, inclusive, prev expressamente que o segurado

    aposentado que retornar atividade ou nela permanecer, ser segurado obrigatrio do RGPS.

    APOSENTADORIA POR IDADE COMPULSRIA.

    Nos regimes prprios de Previdncia social, de acordo com o inciso II do art. 40 da Constituio,

    o servidor aposentado compulsoriamente quando completa setenta anos de idade. Aqui no

    RGPS no h exigncia neste sentido. Portanto, possvel que o trabalhador vinculado ao RGPS

    continue prestando servios aps os 70 anos.

    Entretanto, a aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado

    tenha cumprido a carncia, quando este completar setenta anos de idade, se do sexo masculino,

    ou sessenta e cinco anos, se do sexo feminino. Nesta hiptese, a aposentadoria compulsria,garantida ao empregado a indenizao prevista na legislao trabalhista, considerada como data

    da resciso do contrato de trabalho a imediatamente anterior do incio da aposentadoria.

    Veja bem: quando o trabalhador completa setenta anos de idade, no caso do homem, e 65 anos,

    no caso da mulher, a empresa pode requerer a sua aposentadoria. Se a empresa requerer, a

    aposentadoria ser compulsria para o segurado. O requerimento pela empresa equivale

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    dispensa do segurado, que tem direito a receber todas as parcelas rescisrias. Na prtica,poucas empresas utilizam-se desta permisso legal.

    RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA POR IDADE.

    A renda mensal da aposentadoria por idade corresponde a setenta por cento do salrio de

    benefcio, acrescido de um por cento a cada grupo de doze contribuies mensais, alcanando,

    no mximo, cem por cento do salrio de benefcio.

    Vamos ver um exemplo:

    Um segurado possui 342 contribuies mensais e sessenta e cinco anos de idade.

    Qual a renda mensal da aposentadoria por idade a ele devida? Nos termos da

    legislao, a renda mensal corresponder a 70% do salrio de benefcio + 1% a

    cada grupo de 12 contribuies mensais (342/12 = 28,5), logo a renda mensal

    desta aposentadoria seria de 98% do salrio de benefcio.

    Observe que os ltimos seis meses de contribuio foram desprezados no clculo darenda mensal, pois o acrscimo de 1% somente ocorre a cada grupo de doze

    contribuies. Logo, se o segurado tivesse 28 anos e onze meses, a renda mensal

    no se modificaria.

    No esquea que no clculo do salrio de benefcio de aposentadoria por idade, a aplicao do

    fator previdencirio facultativa. Ele somente aplicado se contribuir para a elevao do

    benefcio.

    Outro ponto relevante: A perda da qualidade de segurado no afeta o direito aposentadoria

    por idade. Logo, se a pessoa completar os requisitos para a obteno da aposentadoria quando

    no mais goza da condio de segurado, ainda assim far jus ao benefcio.

    Se, por exemplo, o segurado efetuou cento e oitenta contribuies mensais entre os vinte e os

    trinta e cinco anos de idade e, em seguida, deixou de exercer atividade remunerada. Ao

    completar sessenta e cinco anos de idade esta pessoa j teria perdido a condio de segurado

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    da Previdncia (pois estava sem atividade desde os trinta e cinco anos de idade), entretanto,faria jus ao recebimento da aposentadoria, pois j teria cumprido todos os requisitos para a sua

    obteno (idade mnima + cumprimento da carncia).

    Tabela resumo:

    APOSENTADORIA POR IDADE

    CONCEITO Aposentadoria devida ao segurado que completar 65 anos de idade e segurada que completar 60 anos.

    Para os trabalhadores rurais (incluindo-se a os pescadores artesanais e aspessoas que desenvolvem a atividade de extrativismo vegetal), a idademnima exigida ser de 60 anos para o homem e de 55 anos para a mulher. Areduo de 5 anos aplica-se tambm aos segurados garimpeiros quetrabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar.

    SEGURADOSQUE TMDIREITO

    TODOS OS SEGURADOS.

    CARNCIA 180 CONTRIBUIES MENSAIS.

    REQUISITOSPARA ACONCESSO

    Comprovao da idade mnima e do cumprimento da carncia exigida.

    Os trabalhadores rurais devero comprovar o exerccio de atividade rural emrelao aos meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefcio,mesmo que de forma descontnua, durante perodo igual ao da carnciaexigida para a concesso do benefcio.

    RENDAMENSALINICIAL

    70% do salrio-de-benefcio + 1% a cada grupo de 12 contribuies mensais,at o mximo de 30%. No clculo do salrio de benefcio, a aplicao do fatorprevidencirio facultativa.

    TERMO DEINCIO DOBENEFCIO

    Para o segurado empregado e o domstico:a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requeridaat 90 dias depois dela;

    b) a partir da data do requerimento, quando no houverdesligamento do emprego ou quando for requerida aps o prazo de 90dias.

    Demais segurados, a partir da entrada do requerimento.

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    03.APOSENTADORIAPORTEMPODECONTRIBUIO.

    A aposentadoria por tempo de contribuio, prevista nos art. 52 a 56 da Lei n 8.213/1991, o

    benefcio devido ao segurado que completar trinta e cinco anos de contribuio, se homem, ou

    trinta anos, se mulher. Este benefcio substituiu a antiga aposentadoria por tempo de servio,

    extinta pela Emenda Constitucional n 20.

    Preste bastante ateno, pois se voc ler o art. 52 da Lei n 8.213/1991, ver que este artigo

    ainda se refere aposentadoria por tempo de servio e que os requisitos ali previstos so trinta

    anos de servio para o homem e 25 anos de servio para a mulher. Tais requisitos, entretanto,

    foram modificados pela EC n 20/1998.

    Em regra, os segurados especiais no tm direito aposentadoria por tempo de contribuio. Isso

    ocorre, porque a contribuio devida pelo segurado especial Previdncia Social incide sobre a Receita

    Bruta da comercializao da produo rural e, na grande maioria das vezes, a lei transfere a obrigao

    de recolher a referida contribuio para os adquirentes da produo. O fato gerador da contribuio

    devida por este segurado, portanto, no ocorre necessariamente todos os meses, somente ocorrendo

    nas ocasies em que o segurado comercializar a sua produo. A obrigao de recolher a contribuio

    somente ser do prprio segurado especial, quando ele comercializar a sua produo diretamente no

    varejo, para consumidor pessoa fsica. Em alguns casos, quando o segurado especial desenvolver uma

    atividade rural apenas para a sua subsistncia, sequer haver contribuio, devido ausncia de

    comercializao da produo.

    As razes acima levaram o legislador a excluir o segurado especial do direito aposentadoria por

    tempo de contribuio. Do mesmo modo, para obter benefcios, o segurado especial no precisa

    comprovar o recolhimento de contribuio, mas apenas demonstrar o efetivo exerccio da atividade

    rural por perodo de tempo igual quele requerido para a concesso dos demais benefcios

    previdencirios.

    Caso deseje obter aposentadoria por tempo de contribuio, a legislao previdenciria admite que o

    segurado especial contribua facultativamente da mesma forma que os contribuintes individuais. Mas

    no confunda: o segurado especial no pode ser segurado facultativo (com a gente sabe, aquele que

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    exerce atividade que o enquadra como segurado obrigatrio no pode se inscrever como facultativo).O que o segurado especial pode recolher contribuies, facultativamente, da mesma forma que os

    contribuintes individuais. Com isto, passaria a ter direito a receber aposentadoria por tempo de

    contribuio, desde que cumprisse os requisitos.

    Tambm no tm direito a aposentadoria por tempo de contribuio os segurados que optarem pelo

    sistema especial de incluso previdenciria.

    E quem pode optar pelo sistema especial de incluso previdenciria?

    Os segurados facultativos; Os segurados contribuintes individuais que prestem servios a pessoas fsicas; O micro-empreendedor individual MEI.

    Uma vez optando por este sistema especial de incluso previdenciria, os segurados abrem mo

    do direito aposentadoria por tempo de contribuio e, como contrapartida, passam a recolher

    a contribuio previdenciria com alquota menor.

    Os segurados facultativos optantes pelo sistema especial recolhem contribuio de onze por

    cento sobre o salrio-mnimo. Dentre eles, entretanto, a pessoa sem renda prpria, que se

    dedique ao trabalho domstico no mbito de sua prpria residncia, desde que vinculada a uma

    famlia de baixa renda, caso opte pelo sistema especial de incluso previdenciria, recolher 5%

    sobre o salrio-mnimo.

    Deixe-me resumir, para que voc no se confunda: qualquer segurado facultativo pode optarpelo sistema especial de incluso previdenciria. Como consequncia desta opo, o segurado

    facultativo pagar contribuio mensal de 11% sobre o salrio-mnimo e abrir mo do direito a

    aposentadoria por tempo de contribuio. Esta contribuio uma vantagem, pois o segurado

    facultativo que no optar por este sistema especial, recolher mensalmente 20% sobre o valor

    declarado.

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    Entretanto, se o segurado facultativo for uma dona de casa vinculada a famlia de baixa renda(pessoa sem renda prpria, que se dedique ao trabalho domstico no mbito de sua prpria

    residncia, desde que vinculada a uma famlia de baixa renda), caso venha a optar pelo sistema

    especial de incluso previdenciria, a sua contribuio previdenciria mensal ser de 5% sobre o

    salrio-mnimo.

    O Microempreendedor individual MEI tambm recolhe mensalmente para a Previdncia Social

    5% sobre o salrio-mnimo.

    O segurado contribuinte individual que preste servios exclusivamente a pessoas fsicas, caso

    opte pelo sistema especial de incluso previdenciria, abre mo do direito aposentadoria por

    tempo de contribuio e recolher contribuio mensal de 11% sobre o salrio-mnimo.

    Vamos ento dar uma resumida nisto aqui, para que fique bem claro quais os segurados que no

    tero direito a aposentadoria por tempo de contribuio:

    Os segurados especiais, salvo se recolherem contribuio facultativa da mesma formaque os contribuintes individuais;

    Os segurados que optarem pelo sistema especial de incluso previdenciria.Se algum dos segurados desistir da opo pelo sistema especial de incluso previdenciria e

    quiser computar o perodo em que esteve no sistema para efeito de recebimento de

    aposentadoria por tempo de contribuio, dever efetuar o recolhimento da contribuio

    complementar relativa ao perodo, acrescida de juros.

    Exemplo: suponha que um segurado afastou-se por completo das suas atividades

    para estudar para concurso. Durante o perodo em que estava estudando, o

    segurado efetuou recolhimento como segurado facultativo, optando pelo sistema

    especial. Logo, recolheu 11% sobre o salrio-mnimo. Depois de um ano estudando,

    o segurado foi aprovado em um concurso pblico, e passou a recolher contribuies

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    na condio de segurado empregado do RGPS. Ora, se o segurado olhar para trs e

    quiser computar o ano que passou estudando e recolhendo pelo sistema especial

    para fins de obteno de aposentadoria por tempo de contribuio, deve recolher a

    contribuio complementar de 9%.

    APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO DO PROFESSOR

    A aposentadoria por tempo de contribuio do professor que comprove, exclusivamente, tempo

    de efetivo exerccio em funo de magistrio na educao infantil, no ensino fundamental ou no

    ensino mdio, se dar aos trinta anos de contribuio e a da professora aos vinte e cinco anos

    de contribuio.

    Segundo o Decreto no 6.722/2008, considera-se funo de magistrio a exercida por professor

    em estabelecimento de educao bsica em seus diversos nveis e modalidades, includas, alm

    do exerccio da docncia, as funes de direo de unidade escolar e as de coordenao e

    assessoramento pedaggico.

    Vejo alguns alunos fazendo confuso e por isso quero chamar a sua ateno: os requisitos daaposentadoria por idade so reduzidos em cinco anos para os trabalhadores rurais, incluindo o

    garimpeiro que trabalha em regime de economia familiar. No caso da aposentadoria por tempo

    de contribuio, os requisitos so reduzidos em cinco anos para os professores da educao

    infantil, do ensino fundamental e do ensino mdio.

    CARNCIA E RENDA MENSAL DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO.

    A aposentadoria por tempo de contribuio exige o cumprimento de carncia de cento e oitentacontribuies mensais. A sua renda mensal corresponde a cem por cento do salrio de benefcio.

    Mas lembre-se: para o clculo do salrio de benefcio de aposentadoria por tempo de

    contribuio, o fator previdencirio ser utilizado obrigatoriamente.

    INEXIGIBILIDADE DE IDADE MNIMA PARA APOSENTADORIA POR TEMPO DE

    CONTRIBUIO.

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    No mbito do RGPS no h exigncia de limite mnimo etrio para a concesso de aposentadoriapor tempo de contribuio. Esta exigncia somente existe nos Regimes Prprios de Previdncia

    Social, por fora das disposies do art. 40 da Constituio Federal. Portanto, se uma segurada

    da Previdncia Social comeou a trabalhar aos 16 anos e contribuiu por trinta anos seguidos,

    pode, aos 46 anos de idade, pleitear aposentadoria por tempo de contribuio.

    TERMO DE INCIO DO BENEFCIO

    Aplicam-se data de incio da aposentadoria por tempo de contribuio as mesmas regras da

    aposentadoria por idade. Assim, a aposentadoria por tempo de contribuio ser devida ao

    segurado empregado e ao empregado domstico a partir da data do desligamento do emprego,

    quando requerida at noventa dias depois dela. Se requerida aps o prazo de noventa dias ou

    quando no houver desligamento do emprego, ser devida a partir da data do requerimento.

    Para os demais segurados, a aposentadoria por tempo de contribuio ser sempre devida a

    partir da data da entrada do requerimento.

    Lembre-se que a concesso de aposentadoria por tempo de contribuio no impede que o

    segurado continue trabalhando.

    Assim como na aposentadoria por idade e na aposentadoria especial, a perda da qualidade de

    segurado no afeta o direito aposentadoria por tempo de contribuio.

    TEMPO DE CONTRIBUIO

    O Regulamento da Previdncia Social considera tempo de contribuio o tempo, contado de data

    a data, desde o incio at a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangidapela Previdncia Social, descontados os perodos legalmente estabelecidos como de suspenso

    de contrato de trabalho, de interrupo de exerccio e de desligamento da atividade.

    No h necessidade de que o tempo de contribuio do segurado seja contnuo. Tome-se como

    exemplo um segurado que tenha contribudo para o RGPS como segurado obrigatrio durante

    dois anos, posteriormente tenha deixado de exercer atividade remunerada por cinco anos, para,

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    logo em seguida, contribuir por mais trinta e trs anos. Nesta situao, o segurado faz jus aposentadoria por tempo de contribuio. O perodo de tempo em que o segurado efetuou as

    suas contribuies incorpora-se ao seu patrimnio na condio de direito adquirido, de modo

    que, ainda que venha a perder posteriormente a condio de segurado, como no exemplo acima

    citado, continua tendo direito ao cmputo daquele perodo em benefcio futuro.

    No ser computado como tempo de contribuio o perodo j considerado para concesso de

    qualquer aposentadoria do RGPS ou de outro regime de Previdncia Social. Impede-se com esta

    regra que o segurado venha a obter dois benefcios em razo do mesmo tempo de contribuio.

    Um exemplo: Alexandre contribuiu durante trinta e cinco anos para o regime prprio do

    estado da Bahia, em razo do exerccio de cargo efetivo, e aposentou-se por aquele

    regime. Uma vez aposentado, passou a exercer atividade de consultoria que o vinculava

    obrigatoriamente ao RGPS na condio de contribuinte individual. Ora, Alexandre no

    poder jamais computar, para efeito de recebimento de aposentadoria do RGPS, os trinta

    e cinco anos de contribuio ao regime prprio da Bahia, uma vez que este tempo j foi

    por ele utilizado para a obteno da aposentadoria por aquele regime.

    Tenha certeza que, caso Alexandre tivesse exercido a atividade de consultor concomitantemente

    ao exerccio do cargo pblico ao longo dos trinta e cinco anos, estaria vinculado aos dois regimes

    previdencirios (RGPS e RPPS) e poderia obter duas aposentadorias, posto que para a obteno

    da aposentadoria junto ao RGPS seriam computados os trinta e cinco anos de contribuio como

    consultor, enquanto para a aposentadoria pelo RPPS seriam computados os trinta e cinco anos

    de exerccio do cargo pblico.

    A Emenda Constitucional n 20, como a gente viu, substituiu o requisito tempo de servio por

    tempo de contribuio. Entretanto, a lei ainda no definiu exatamente o que entende como

    tempo de contribuio. De acordo com o art. 60 do Regulamento da Previdncia, at que lei

    especfica discipline a matria, so contados como tempo de contribuio, entre outros:

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    I o perodo de exerccio de atividade remunerada abrangida pela

    previdncia social urbana e rural, ainda que anterior sua instituio,

    respeitado o disposto no inciso XVII;

    II o perodo de contribuio efetuada por segurado depois de ter deixado

    de exercer atividade remunerada que o enquadrava como segurado

    obrigatrio da previdncia social;

    III o perodo em que o segurado esteve recebendo auxlio-doena ou

    aposentadoria por invalidez, entre perodos de atividade;

    IV o tempo de servio militar, salvo se j contado para inatividade

    remunerada nas Foras Armadas ou auxiliares, ou para aposentadoria no

    servio pblico federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, ainda que

    anterior filiao ao Regime Geral de Previdncia Social, nas seguintes

    condies:

    a) obrigatrio ou voluntrio; e

    b) alternativo, assim considerado o atribudo pelas Foras Armadas queles

    que, aps alistamento, alegarem imperativo de conscincia, entendendo-se

    como tal o decorrente de crena religiosa e de convico filosfica ou

    poltica, para se eximirem de atividades de carter militar;

    V o perodo em que a segurada esteve recebendo salrio-maternidade;

    VI o perodo de contribuio efetuada como segurado facultativo;

    VII o perodo de afastamento da atividade do segurado anistiado que, em

    virtude de motivao exclusivamente poltica, foi atingido por atos de

    exceo, institucional ou complementar, ou abrangido pelo Decreto

    Legislativo no18, de 15 de dezembro de 1961, pelo Decreto-Lei no

    864, de

    12 de setembro de 1969, ou que, em virtude de presses ostensivas ou

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    expedientes oficiais sigilosos, tenha sido demitido ou compelido ao

    afastamento de atividade remunerada no perodo de 18 de setembro de

    1946 a 05 de outubro de 1988;

    VIII o tempo de servio pblico federal, estadual, do Distrito Federal ou

    municipal, inclusive o prestado a autarquia ou a sociedade de economia mista

    ou fundao instituda pelo Poder Pblico, regularmente certificado na forma

    da Lei no3.841, de 15 de dezembro de 1960, desde que a respectiva certido

    tenha sido requerida na entidade para a qual o servio foi prestado at 30 de

    setembro de 1975, vspera do incio da vigncia da Lei no6.226, de 14 de

    junho de 1975;

    IX o perodo em que o segurado esteve recebendo benefcio por

    incapacidade por acidente do trabalho, intercalado ou no;

    X o tempo de servio do segurado trabalhador rural anterior

    competncia novembro de 1991;

    XI o tempo de exerccio de mandato classista junto a rgo de deliberao

    coletiva em que, nessa qualidade, tenha havido contribuio para a

    Previdncia Social;

    XII o tempo de servio pblico prestado administrao federal direta e

    autarquias federais, bem como s estaduais, do Distrito Federal e

    municipais, quando aplicada a legislao que autorizou a contagem

    recproca de tempo de contribuio;

    XIII o perodo de licena remunerada, desde que tenha havido desconto

    de contribuies;

    XIV o perodo em que o segurado tenha sido colocado pela empresa em

    disponibilidade remunerada, desde que tenha havido desconto de

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    contribuies;

    XV o tempo de servio prestado Justia dos Estados, s serventias

    extrajudiciais e s escrivanias judiciais, desde que no tenha havido

    remunerao pelos cofres pblicos e que a atividade no estivesse poca

    vinculada a Regime Prprio de Previdncia Social;

    XVI o tempo de atividade patronal ou autnoma, exercida anteriormente

    vigncia da Lei no3.807, de 26 de agosto de 1960, desde que indenizado

    conforme o disposto no art.122;

    XVII o perodo de atividade na condio de empregador rural, desde que

    comprovado o recolhimento de contribuies na forma da Lei no6.260, de

    06 de novembro de 1975, com indenizao do perodo anterior, conforme o

    disposto no art.122;

    XVIII o perodo de atividade dos auxiliares locais de nacionalidade

    brasileira no exterior, amparados pela Lei no 8.745, de 09 de dezembro de1993, anteriormente a 1o de janeiro de 1994, desde que sua situao

    previdenciria esteja regularizada junto ao Instituto Nacional do Seguro

    Social;

    XIX o tempo de exerccio de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou

    municipal, desde que tenha havido contribuio em poca prpria e no

    tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro regime de

    previdncia social;

    XX o tempo de trabalho em que o segurado esteve exposto a agentes

    nocivos qumicos, fsicos, biolgicos ou associao de agentes prejudiciais

    sade ou integridade fsica, observado o disposto nos arts. 64 a 70; e

    XXI o tempo de contribuio efetuado pelo servidor pblico de que tratam

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    as alneas i, j e l do inciso I do caput do art.9o26

    .do arto

    e o 2, com base

    nos arts. 8 e 9 da Lei no8.162, de 08 de janeiro de 1991, e no art.

    2o da

    Lei no8.688, de 21 de julho de 1993.

    XXII o tempo exercido na condio de aluno-aprendiz referente ao perodo

    de aprendizado profissional realizado em escola tcnica, desde que

    comprovada a remunerao, mesmo que indireta, conta do oramento

    pblico e o vnculo empregatcio.

    Uma observao importante diz respeito contagem, como tempo de contribuio, dos perodos

    em que o segurado esteve recebendo benefcio por incapacidade (auxlio-doena e

    aposentadoria por invalidez). De acordo com o referido art. 60, se a incapacidade tiver decorrido

    de acidente do trabalho, este perodo ser computado como tempo de contribuio. Entretanto,

    se a incapacidade decorrer de causa no relacionada ao trabalho, o perodo de recebimento de

    benefcio por incapacidade somente ser computado como tempo de contribuio se intercalado

    entre perodos de atividade.

    Exemplo: Antonio contribuiu durante vinte anos para a Previdncia, quando sofreu

    acidente de carro durante as frias que o deixou incapaz por trs anos, perodo no

    qual recebeu auxlio-doena. Uma vez cessado o auxlio-doena, Antonio voltou ao

    trabalho e contribuiu por mais doze anos. Nesta Hiptese, teria Antonio direito ao

    recebimento de aposentadoria por tempo de contribuio? A resposta sim, pois o

    perodo de incapacidade est intercalado entre perodos de atividade, logo mesmo

    tendo a incapacidade decorrido de fato alheio ao trabalho, o perodo de recebimento

    do auxlio-doena ser computado como tempo de contribuio.

    Caso o recebimento do auxlio-doena tivesse decorrido de causa relacionada ao trabalho, ainda

    que este perodo no estivesse intercalado entre perodos de atividade, seria computado como

    tempo de contribuio.

    O tempo em que o segurado esteve recebendo benefcio por incapacidade, ainda que possa ser

    computado como tempo de contribuio nas hipteses que mencionei acima (quando intercalado

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    entre perodos de atividade ou quando decorrente de acidente de trabalho), no ser computadopara efeito de carncia.

    De acordo com o art. 62 do Regulamento da Previdncia Social, a prova de tempo de servio

    feita mediante documentos que comprovem o exerccio de atividade nos perodos a serem

    contados, devendo esses documentos ser contemporneos aos fatos a comprovar e mencionar

    as datas de incio e trmino. Quando se tratar de trabalhador avulso, os documentos devem

    mencionar a durao do trabalho e a condio em que foi prestado.

    No ser admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de comprovao de tempo de

    servio ou de contribuio, salvo na ocorrncia de motivo de fora maior ou caso fortuito. A

    legislao previdenciria, em regra, exige ao menos um incio de prova material para a prova do

    tempo de servio ou contribuio.

    APOSENTADORIA PROPORCIONAL

    A Emenda Constitucional no 20/1998 extinguiu a chamada aposentadoria proporcional, que era

    devida ao homem aps trinta anos de servio e mulher aps vinte e cinco anos de servio.Este benefcio permanece hoje apenas como regra de transio, podendo ser concedido aos

    segurados que j se encontravam inscritos no RGPS na data da promulgao da referida Emenda

    Constitucional (16/12/1998), desde que cumpridos os requisitos nela estabelecidos.

    A referida emenda exigiu, como regra de transio, para que fosse concedida a aposentadoria

    proporcional, a idade mnima de cinquenta e trs anos para o homem e de quarenta e oito anos para

    a mulher.

    Alm de comprovara a idade mnima de 53 (homem) e 48 (mulher), o segurado deveria comprovar

    os trinta anos de contribuio, se homem, e vinte e cinco anos de contribuio, se mulher. Alm

    disso, deveria comprovar a contribuio por um perodo adicional equivalente a quarenta por cento

    do perodo que faltava, em 16/12/1998, para completar os trinta anos, se homem, ou os vinte e

    cinco anos, se mulher. Esta ltima exigncia comumente conhecida como pedgio.

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    Veja este exemplo: determinado segurado contava, em 16/12/1998, com exatos vinte e

    nove anos e dois meses de contribuio e cinquenta e trs anos de idade. Naquela data,

    portanto, faltavam dez meses para que completasse o perodo de trinta anos exigido para

    a aposentadoria proporcional. Pela regra de transio, este segurado deveria contribuir

    por mais quatorze meses (10 meses + 40%) para a obteno da aposentadoria

    proporcional.

    Como os requisitos so cumulativos, se no momento em que cumprisse as exigncias de

    tempo de contribuio no tivesse a idade mnima exigida, somente poderia requerer o

    benefcio quando a completasse.

    A renda mensal inicial da aposentadoria proporcional corresponde a setenta por cento do salrio de

    benefcio, aos vinte e cinco anos de contribuio para a mulher e aos trinta anos de contribuio para

    o homem, sendo acrescidos cinco por cento para cada grupo de doze contribuies excedentes a

    estes prazos, at o limite de 100% do salrio de benefcio.

    Do mesmo modo que ocorre em relao aposentadoria por idade e aposentadoria especial, aperda da qualidade de segurado no afeta o direito aposentadoria por tempo de contribuio,

    desde que o segurado tenha cumprido os requisitos para a concesso do benefcio.

    Tabela resumo:

    APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO.

    CONCEITO o benefcio devido aos segurados que comprovem trinta e cinco anos decontribuio, se homem, e trinta anos de contribuio, se mulher.

    Estes prazos so reduzidos em cinco anos para os professores quecomprovem tempo de efetivo exerccio da atividade de magistrio naeducao infantil, no ensino fundamental e no ensino mdio.

    SEGURADOSQUE TMDIREITO

    Todos os segurados, EXCETO: O segurado especial que no contribui facultativamente da mesma

    forma que os contribuintes individuais.

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    Os segurados que optem pelo sistema especial de inclusoprevidenciria.

    CARNCIA 180 contribuies mensais.

    REQUISITOSPARA ACONCESSO

    Comprovao do tempo de contribuio mnimo exigido (35 anos para ohomem e 30 anos para a mulher) e da carncia.

    A aposentadoria proporcional devida apenas aos segurados inscritos at16/12/1998 e exige 30 anos de contribuio para o homem e 25 para amulher + idade mnima de (53/48) + pedgio de 40% do tempo faltante em

    16/12/1998.RENDA MENSALINICIAL

    100% do salrio de benefcio aos 35 anos de contribuio, se homem, eaos 30 anos de contribuio, se mulher.

    Aposentadoria por tempo de contribuio Proporcional:

    70% do salrio de benefcio aos 25 anos de contri-buio para amulher e para o homem aos 30 anos de contribuio acrescendo 5%por cada grupo de 12 contribuies at o limite de 100% do salrio-de-benefcio.

    TERMO DEINCIO DOBENEFCIO

    Para o segurado empregado e o domstico:a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at

    noventa dias depois dela;b) a partir da data do requerimento, quando no houver desligamento do

    emprego ou quando for requerida aps o prazo de 90 dias.

    Para os demais segurados, a partir da data do requerimento.

    04.APOSENTADORIAESPECIAL

    A aposentadoria especial, prevista nos art. 57 e 58 da Lei n 8.213/1991, o benefcio devido ao

    segurado empregado, trabalhador avulso, bem como ao cooperado filiado cooperativa de trabalho

    ou de produo, que tenham trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o

    caso, sujeitos a condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica.

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    Este no um benefcio por incapacidade. Pelo contrrio, este benefcio tem carter preventivo. Oobjetivo evitar que o trabalhador que se encontra exposto a agente nocivo prejudicial a sua sade

    de modo permanente venha a ter um problema de sade em decorrncia desta exposio. Para

    evit-lo, a lei reduz o tempo de trabalho necessrio para que este trabalhador obtenha a sua

    aposentadoria.

    Os requisitos necessrios concesso deste benefcio vm sofrendo enormes modificaes,

    principalmente a partir da edio da Lei n 9.032/1995. Anteriormente a esta lei, a concesso do

    benefcio encontrava-se vinculada, na maioria dos casos, atividade desenvolvida pelo segurado,sem que fosse necessria a comprovao da efetiva exposio aos agentes nocivos.

    Hoje, para que seja concedida a aposentadoria especial, o segurado precisa comprovar, perante o

    INSS, tempo de trabalho permanente, no ocasional nem intermitente, exercido em condies

    especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica, durante o perodo mnimo fixado na

    legislao. Para tanto, o segurado dever comprovar a efetiva exposio aos agentes nocivos

    qumicos, fsicos, biolgicos ou associao de agentes prejudiciais sade ou integridade fsica,

    pelo perodo equivalente ao exigido para a concesso do benefcio. O fundamental para a concessodo benefcio, portanto, no a atividade desenvolvida pelo trabalhador, mas sim o fato de que, no

    exerccio desta atividade, ele encontra-se exposto permanentemente aos agentes nocivos.

    O direito aposentadoria especial encontra-se intimamente relacionado com o recebimento, pelo

    trabalhador, do adicional de insalubridade. Isto , o trabalhador efetivamente submetido a condies

    consideradas insalubres pela legislao trabalhista ter direito aposentadoria especial. Entretanto,

    no h relao entre direito aposentadoria por invalidez e o recebimento do adicional de

    periculosidade ou penosidade (este ltimo previsto no texto constitucional, mas ainda nodisciplinado por meio de lei).

    Para efeito de determinao do direito aposentadoria especial, considera-se trabalho permanente

    aquele que exercido de forma no ocasional nem intermitente, no qual a exposio do empregado,

    do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissocivel da produo do bem ou

    da prestao do servio.

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    So contados como de efetiva exposio ao agente nocivo os perodos de descanso determinadospela legislao trabalhista, inclusive frias, os perodos de afastamento decorrentes de gozo de

    benefcios de auxlio-doena ou aposentadoria por invalidez decorrentes de acidente do trabalho,

    bem como os de percepo de salrio-maternidade, desde que, data do afastamento, o segurado

    estivesse exercendo atividade considerada especial.

    A comprovao da exposio do trabalhador aos agentes nocivos se d por meio das chamadas

    demonstraes ambientais, documentos elaborados pela empresa cuja finalidade a demonstrao

    das condies de sade, higiene e segurana do ambiente de trabalho. Para tanto, estesdocumentos, que na sua maioria devem ser elaborados por mdicos do trabalho ou engenheiros de

    segurana, devem mapear os agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho da empresa, medir

    a sua concentrao, identificar os trabalhadores que a eles esto expostos e indicar as medidas de

    segurana coletivas e individuais que so tomadas para controlar a exposio dos trabalhadores aos

    agentes nocivos. A elaborao destas demonstraes uma obrigao acessria a ser cumprida

    pelas empresas. Em caso de inadimplemento desta obrigao, a legislao prev a aplicao de

    penalidade pecuniria.

    So as seguintes as principais demonstraes ambientais a serem elaboradas pela empresa:

    PPRA Programa de Preveno de Riscos Ambientais; PGR Programa de Gerenciamento de Riscos (exigido das empresas que atuam

    na rea de minerao);

    PCMAT Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria daConstruo;

    PCMSO Programa de Controle Mdico da Sade Ocupacional; LTCAT Laudo Tcnico de Condies Ambientais do Trabalho; PPP Perfil Profissiogrfico Previdencirio;

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    CAT Comunicao de Acidente do Trabalho.Os documentos acima, ao mapear os agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho, devem

    levar em conta a classificao e os limites de tolerncia previstos na legislao trabalhista.

    Tomando por base as informaes constantes do Laudo Tcnico das Condies Ambientais do

    Trabalho LTCAT, a empresa dever elaborar o Perfil Profissiogrfico Previdencirio PPP, que um

    documento individual, no qual deve ser relatado o histrico laboral do trabalhador no que toca

    exposio aos agentes nocivos, afastamentos por acidente de trabalho e exames mdicos. Em

    sntese, enquanto o LTCAT um documento no qual so identificados os agentes nocivos presentes

    em todo o ambiente de trabalho da empresa e a respectiva concentrao.

    O PPP um documento individual, feito para cada trabalhador, no qual se identificam os riscos a que

    o trabalhador esteve exposto ao longo de todo o perodo de prestao de servios empresa, a

    permanncia da exposio aos agentes nocivos, a utilizao de equipamentos de proteo e conclui-

    se pelo direito ou no aposentadoria especial.

    Obviamente, o PPP deve ser elaborado em consonncia com o LTCAT. Por exemplo: se o LTCATidentifica a presena do agente nocivo rudo acima dos limites de tolerncia na linha de produo de

    uma fbrica, o PPP do funcionrio que trabalha nesta linha de produo deve mencionar a exposio

    do trabalhador ao agente nocivo rudo. Alm disso, o PPP mencionar a existncia de sistemas de

    proteo, fato que tambm deve estar relatado no LTCAT e, por fim, o PPP concluir pelo direito ou

    no do segurado aposentadoria especial.

    A elaborao do PPP com informaes divergentes daquelas presentes no LTCAT constitui infrao. O

    PPP deve ser mantido atualizado pela empresa, de modo que reflita a situao atual do trabalhador,a quem deve ser fornecida cpia autntica no momento da resciso do contrato de trabalho.

    O PPP ser o documento hbil para demonstrar a efetiva exposio do trabalhador ao agente nocivo.

    O INSS, por meio de sua percia mdica, avaliar as informaes constantes do PPP e do LTCAT e, se

    necessrio, inspecionar o local de trabalho do segurado para confirmar as informaes contidas nas

    demonstraes ambientais.

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    O tempo exigido para a concesso do benefcio varia em razo do agente nocivo a que o seguradoencontra-se exposto. O Anexo IV do Regulamento da Previdncia Social relaciona os agentes nocivos

    qumicos, fsicos e biolgicos considerados para fins de concesso da aposentadoria especial e o

    tempo necessrio para a obteno do benefcio em caso de exposio a cada um deles.

    Somente a exposio aos agentes nocivos relacionados no Anexo IV do regulamento da Previdncia

    Social d ao segurado o direito aposentadoria especial. A exposio a qualquer outro agente

    nocivo, distinto daqueles que esto ali relacionados, no dar ao segurado o direito aposentadoria

    especial.

    Para a grande maioria dos agentes nocivos relacionados no Anexo IV, o direito do segurado

    aposentadoria especial exige 25 anos de trabalho com exposio permanente. O direito

    aposentadoria especial aps 15 anos existe apenas para as pessoas que trabalham em frentes de

    produo no subsolo de mineraes subterrneas, por estarem expostas a uma associao de

    agentes nocivos. Aposentam-se aps vinte anos as pessoas que trabalham em mineraes

    subterrneas, porm em atividades afastadas das frentes de produo, e as pessoas que trabalham

    com exposio permanente ao asbesto (amianto).

    Para efeito de aposentadoria especial, o tempo de atividade exigido para a aposentadoria especial do

    homem e da mulher ser o mesmo. O que determina o tempo necessrio concesso do benefcio

    o agente nocivo a que estiver exposto o segurado.

    CARNCIA E RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA ESPECIAL

    A concesso da aposentadoria especial exige o cumprimento de carncia de cento e oitenta

    contribuies mensais. A renda mensal inicial corresponde a cem por cento do salrio de benefcio.No esquea que no clculo do salrio de benefcio da aposentadoria especial no ser aplicado o

    fator previdencirio.

    TERMO DE INCIO DO BENEFCIO

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    Aplicam-se data de incio da aposentadoria especial as mesmas regras da aposentadoria por idade.Ou seja, a aposentadoria especial ser devida ao segurado empregado partir da data do

    desligamento do emprego, quando requerida at noventa dias depois dela. Se requerida aps o

    prazo de noventa dias da data do desligamento, ou quando no houver desligamento do emprego,

    ser devida a partir da data do requerimento.

    Para os demais segurados, a aposentadoria especial ser sempre devida a partir da data da entrada

    do requerimento.

    No esquea que apenas tm direito aposentadoria especial os empregados, os trabalhadores

    avulsos e os cooperados associados a cooperativa de produo e a cooperativas de trabalho.

    RETORNO AO TRABALHO DO SEGURADO EM GOZO DE APOSENTADORIA ESPECIAL

    O segurado em gozo de aposentadoria especial que retornar ao exerccio de atividade ou operaes

    que o sujeitem aos agentes nocivos constantes do anexo IV do Regulamento da Previdncia Social

    ou nela permanecer, na mesma ou em outra empresa, qualquer que seja a forma de prestao do

    servio, ou categoria de segurado, ter a sua aposentadoria cessada a partir da data do retorno atividade. O aposentado especial, portanto, no pode voltar a trabalhar com exposio a agentes

    nocivos.

    Lembre-se disso: o segurado aposentado por invalidez no pode desenvolver nenhuma atividade,

    sob pena de cessao do benefcio. O segurado que goza de aposentadoria especial, entretanto, pode

    voltar a trabalhar, desde que em atividade na qual no haja exposio a agente nocivo.

    CONVERSO DO TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM

    Para a concesso da aposentadoria especial o segurado deve comprovar o trabalho com exposio

    permanente ao agente nocivo pelo perodo de tempo exigido pela legislao. Se o segurado houver

    exercido atividade especial (sujeita a condies especiais prejudiciais sade ou integridade fsica)

    por um tempo, sem, entretanto, completar nesta atividade o prazo mnimo exigido pela legislao

    para a concesso da aposentadoria especial, poder converter este tempo de exerccio de atividade

    especial em tempo comum, utilizando os multiplicadores indicados na tabela abaixo:

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    TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL A CONVERTERMULTIPLICADORES

    MULHER(PARA 30)

    HOMEM(PARA 35)

    DE 15 ANOS 2 2,33

    DE 20 ANOS 1,5 1,75

    DE 25 ANOS 1,2 1,4

    Um exemplo te ajudar a entender melhor: suponha que Marcos trabalhou durante dez anos ematividade especial, com exposio a agentes nocivos, que lhe conferia o direito aposentadoria

    especial aos vinte anos de atividade. Em seguida, passou a exercer atividade comum, sem exposio

    a agentes nocivos. Nesta hiptese, ele no ter direito a aposentadoria especial, pois para isso

    precisaria comprovara a exposio ao agente nocivo por vinte anos.

    O tempo de atividade especial, entretanto, deve ser convertido em tempo de atividade comum.

    Consultando a tabela, possvel observar que o coeficiente a ser aplicado nesta hiptese de 1,75,

    de modo que os dez anos de atividade especial, quando convertidos, equivalero a dezessete anos emeio (10 x 1,75) de atividade comum.

    A essa altura voc deve estar se perguntando se necessrio decorar os fatores de converso

    indicados na tabela acima. A resposta no. Para solucionar qualquer questo relacionada a

    converso, basta que a gente utilize uma regra de trs simples, que pode ser assim descrita:

    o tempo de atividade especial efetivamente exercida pelo segurado est para otempo necessrio para a concesso da aposentadoria especial naquela atividade,

    assim como o tempo resultante da converso estar para o tempo total necessrio

    para a aposentadoria na atividade que o segurado passou a exercer.

    No exemplo dado acima, a soluo seria encontrada da seguinte forma:

    10 _______ 20

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    X _______ 35.

    Logo: 20X = 35 x 10

    X = (35 x 10)/20

    X = 17,5.

    A varivel (X) corresponde exatamente ao tempo de atividade especial aps a converso. O tempo

    necessrio para a aposentadoria na nova atividade de trinta e cinco anos, pois a atividade

    comum (sem exposio a agentes nocivos) e o segurado homem.

    CONVERSO DO TEMPO ESPECIAL EM TEMPO ESPECIAL

    O mesmo raciocnio aplica-se para as hipteses em que o segurado exerce uma atividade especial e

    depois passa a exercer uma outra atividade, tambm ela especial, sem, entretanto, completar em

    nenhuma delas o tempo exigido para a concesso da aposentadoria especial. Nestes casos, a

    legislao determina que os respectivos perodos sero somados, aps converso, considerada a

    atividade preponderante, nos termos da tabela abaixo:

    TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES

    PARA 15 PARA 20 PARA 25

    DE 15 ANOS - 1,33 1,67

    DE 20 ANOS 0,75 - 1,25

    DE 25 ANOS 0,6 0,8 -

    Mais uma vez, um exemplo nos ajuda a entender os clculos: um segurado trabalhou trs anos na

    frente de produo de uma mina subterrnea, em atividade que lhe dava direito aposentadoria

    especial aps quinze anos. Em seguida, passou a exercer uma atividade industrial com exposio ao

    asbesto, o que lhe dava direito aposentadoria especial aps vinte anos.

    A atividade industrial ser a atividade preponderante, pois nela o segurado desenvolver, em termos

    proporcionais, a maior parte das suas atividades laborais. Devemos, ento, converter os trs anos de

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    atividade especial na mina (aposentadoria aos 15 anos) em atividade que d direito a aposentadoriaaos vinte anos. Para tanto, a tabela indica o multiplicador de 1,33. Logo, os trs anos na mina

    valero aproximadamente quatro anos na atividade industrial.

    Tambm aqui a gente pode solucionar o problema de converso com uma regra de trs simples, da

    seguinte forma:

    3

    ________

    15X________20.

    Logo: 15X = 3 x 20

    X = (3 x 20)/15

    X = 4.

    Como a gente viu, possvel converter tempo de atividade especial em tempo de atividade comum e

    tempo especial em especial. Entretanto, no permitida a converso de tempo comum em tempoespecial. Por exemplo: se um segurado tem quinze anos de contribuio em atividade comum e mais

    treze em atividade especial que com aposentadoria aos vinte anos, ele no pode utilizar o tempo

    comum para efeito de obteno da aposentadoria especial. Isto porque, se assim o fizesse, ele

    estaria burlando a prpria regra de concesso da aposentadoria especial, posto que obteria o

    benefcio sem ter os vinte anos de efetiva exposio ao agente nocivo, como requer a lei.

    De acordo com o inciso I do art. 96 da Lei n 8.213/1991, no possvel a converso de tempo

    especial em tempo comum para fins de contagem recproca de tempo de contribuio. Assim, sedeterminado segurado laborou durante quinze anos em atividade especial que lhe dava o direito de

    aposentar-se aps vinte anos e, posteriormente, veio a ser aprovado em concurso pblico, poder

    averbar no regime prprio apenas os quinze anos que efetivamente trabalhou, sem ter o direito de

    convert-los.

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    Do mesmo modo que ocorre em relao aposentadoria por idade e aposentadoria por tempo decontribuio, a perda da qualidade de segurado no afeta o direito aposentadoria especial, desde

    que o segurado tenha cumprido os requisitos para a concesso do benefcio.

    Tabela resumo:

    APOSENTADORIA ESPECIAL

    CONCEITO devida ao segurado que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte ecinco anos, conforme o caso, sujeito a condies especiais que prejudiquem asade ou a integridade fsica, em decorrncia da exposio aos agentesnocivos previstos no anexo V do Regulamento da Previdncia Social.

    SEGURADOSQUE TMDIREITO

    Empregado, trabalhador avulso, cooperado associado cooperativa deproduo e cooperado associado cooperativa de trabalho.

    CARNCIA 180 contribuies mensais.

    REQUISITOSPARA ACONCESSO

    O segurado dever comprovar, perante o INSS, o tempo de trabalhopermanente, no ocasional nem intermitente, exercido em condies especiaisque prejudiquem a sade ou a integridade fsica, durante o perodo mnimo de15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade laborativa.

    Dever comprovar a efetiva exposio aos agentes nocivos qumicos, fsicos,biolgicos ou associao de agentes prejudiciais sade ou integridadefsica, pelo perodo equivalente ao exigido para a concesso do benefcio.

    RENDA MENSAL 100% do salrio-de-benefcio.

    TERMO DEINCIO DOBENEFCIO

    Para o segurado empregado:a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida at 90

    dias depois dela; oub) a partir da data do requerimento quando for requerida aps o prazo de

    90 dias.Demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

    5.APOSENTADORIADOSEGURADOPORTADORDEDEFICINCIA.

    O 1 do art. 201 da Constituio Federal veda a adoo de requisitos e critrios diferenciados para

    a concesso de aposentadoria aos beneficirios do RGPS, ressalvados os casos de atividades

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    exercidas sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica e quando se tratarde segurados portadores de deficincia, nos termos definidos em lei complementar.

    A Lei Complementar n 142, de 2013, regulamentou a concesso de aposentadoria aos segurados do

    RGPS portadores de deficincia. Observe que, at a edio da referida Lei Complementar, por no

    existirem regras especficas que lhe fossem aplicadas, o portador de deficincia que viesse a se filiar

    ao RGPS tinha que cumprir os mesmos requisitos exigidos dos trabalhadores em geral. Ou seja, para

    se aposentar por idade, por exemplo, precisava contar com 65 anos de idade, se homem, sessenta

    anos, se mulher, alm da carncia de cento e oitenta contribuies mensais.

    Vale tambm ressaltar que a Lei Complementar trata da concesso de aposentadoria aos segurados

    do RGPS portadores de deficincia. Trata-se, como se v, de um benefcio previdencirio. Voc no

    deve confundi-lo com o BPC-LOAS, benefcio assistencial devido ao deficiente que no possua meios

    de prover a prpria manuteno nem de t-la provida por sua famlia.

    Considera-se deficiente, para o reconhecimento do direito aposentadoria prevista na Lei

    Complementar n 142, considera-se pessoa com deficincia aquela que tem impedimentos de longo

    prazo de natureza fsica, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interao com diversas

    barreiras, podem obstruir sua participao plena e efetiva na sociedade em igualdade de condies

    com as demais pessoas.

    Ainda de acordo com a Lei Complementar, a deficincia pode ser grave, moderada ou leve. A

    definio do grau de deficincia ficar a cargo do regulamento. O poder executivo deve elaborar

    Decreto definindo as situaes que se encaixam em cada um dos nveis de deficincia. Compete

    percia mdica do INSS, por meio de avaliao mdica e funcional, atestar a existncia de deficincia

    e o seu grau.

    assegurada a concesso de aposentadoria pelo RGPS ao segurado com deficincia, observadas as

    seguintes condies:

    I - aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuio, se homem, e 20 (vinte) anos,

    se mulher, no caso de segurado com deficincia grave;

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    II - aos 29 (vinte e nove) anos de tempo de contribuio, se homem, e 24 (vinte e

    quatro) anos, se mulher, no caso de segurado com deficincia moderada;

    III - aos 33 (trinta e trs) anos de tempo de contribuio, se homem, e 28 (vinte e

    oito) anos, se mulher, no caso de segurado com deficincia leve; ou

    IV - aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de

    idade, se mulher, independentemente do grau de deficincia, desde que cumprido

    tempo mnimo de contribuio de 15 (quinze) anos e comprovada a existncia de

    deficincia durante igual perodo.

    A lei prev trs hipteses de aposentadoria por tempo de contribuio, que dependem do grau de

    deficincia do segurado, e uma hiptese de aposentadoria por idade cujos requisitos so os mesmos

    qualquer que seja o nvel de deficincia do segurado. Em todos os casos, as regras so mais

    vantajosas do que as aplicadas aos trabalhadores no portadores de deficincia.

    No caso das aposentadorias por tempo de contribuio, a renda mensal inicial corresponde a cem por

    cento do salrio de contribuio, enquanto a renda mensal da aposentadoria por idade corresponde asetenta por cento do salrio de benefcio, acrescido de um por cento a cada grupo de doze

    contribuies mensais, at o limite de cem por cento do salrio de contribuio. O fator

    previdencirio ser aplicado no clculo do salrio de benefcio, se resultar em renda mensal de valor

    mais elevado. Portanto, em se tratando da aposentadoria devida aos portadores de deficincia, a

    aplicao do fator previdencirio ser facultativa tanto na aposentadoria por tempo de contribuio

    quanto na aposentadoria por idade.

    A comprovao de tempo de contribuio na condio de segurado com deficincia em perodoanterior entrada da Lei Complementar n 142 no ser admitida por meio de prova exclusivamente

    testemunhal. Segue-se aqui a regra geral tambm prevista na Lei n 8.213, que no permite a

    comprovao de tempo de contribuio exclusivamente por meio do depoimento de testemunhas.

    Esta prova pode at ser utilizada, desde que no seja o nico meio. Exige-se ao menos o incio de

    prova material.

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    A Lei Complementar n 142 assegura a contagem recproca do tempo de contribuio na condio desegurado com deficincia relativo filiao ao RGPS, ao regime prprio de previdncia do servidor

    pblico ou a regime de previdncia militar, devendo os regimes compensar-se financeiramente. Isto

    implica dizer que o tempo de contribuio do portador de deficincia para RPPS ser reconhecido

    pelo RGPS e vice-versa.

    O segurado portador de deficincia contribuir para a Previdncia do mesmo modo que os demais

    trabalhadores e far jus aos demais benefcios do RGPS normalmente. Ou seja, alm de ter direito

    aposentadoria prevista na Lei Complementar n 142, o deficiente pode obter qualquer um dosbenefcios do RGPS, inclusive as aposentadorias previstas na Lei n 8.213, de 1991, que lhes sejam

    mais favorveis.

    A reduo aplicada aposentadoria do deficiente no poder ser acumulada, no tocante ao mesmo

    perodo contributivo, com a reduo assegurada aos casos de atividades exercidas sob condies

    especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica (aposentadoria especial).

    6.AUXLIO-DOENA

    Auxlio-doena o benefcio devido ao segurado que ficar temporariamente incapacitado para o seu

    trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos. Este benefcio

    encontra-se previsto nos art. 59 a 64 da Lei n 8.213/1991.

    Para a concesso do auxlio-doena, a incapacidade deve se dar em relao atividade que o

    segurado exerce habitualmente e deve ser temporria. Caso a incapacidade se d em relao ao

    trabalho de um modo geral e seja definitiva, deve ser concedida ao segurado a aposentadoria por

    invalidez.

    Por outro lado, se o segurado em gozo de auxlio-doena for considerado insuscetvel de recuperao

    para sua atividade habitual, dever submeter-se a processo de reabilitao profissional para exerccio

    de outra atividade, no cessando o auxlio-doena at que seja dado como habilitado para o

    desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistncia ou, se for considerado no

    recupervel, at que seja aposentado por invalidez.

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    DOENA OU LESO ANTERIOR FILIAO

    Para a concesso do auxlio-doena, a incapacidade do segurado deve ser verificada pela percia

    mdica do INSS. Do mesmo modo que ocorre na aposentadoria por invalidez, a doena ou leso da

    qual o segurado j era portador ao filiar-se ao RGPS no lhe conferir direito ao auxlio-doena, salvo

    quando a incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou agravamento dessa doena ou leso.

    Por exemplo: um segurado se filia Previdncia j portador do vrus da AIDS. Apesar de j ser

    portador da doena no momento da filiao, ela no lhe retirava a capacidade para o trabalho, o que

    s vem a acontecer posteriormente, em decorrncia do seu agravamento. Nesta hiptese, haver

    direito ao auxlio-doena, posto que a incapacidade ocorreu posteriormente filiao do segurado

    Previdncia Social, em decorrncia de um agravamento da doena da qual ele j era portador ao

    filiar-se.

    CARNCIA DO AUXLIO-DOENA.

    O auxlio-doena ser devido a todos os segurados do RGPS e a sua concesso depende do

    cumprimento da carncia de doze contribuies mensais. Porm, se a invalidez decorrer de acidentede qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, aps filiar-se ao RGPS, for

    acometido de alguma das doenas ou afeces especificadas em lista elaborada pelos Ministrios da

    Sade e da Previdncia Social a cada trs anos, o auxlio-doena poder ser concedido

    independentemente do cumprimento de carncia. Esta regra idntica quela fixada para a

    aposentadoria por invalidez.

    Para que exista o direito ao recebimento do auxlio-doena, fundamental que se mantenha a

    condio de segurado na data de incio da incapacidade. Alm disso, o segurado deve comprovar ocumprimento da carncia naqueles casos em que ela exigida.

    TERMO DE INCIO DO BENEFCIO

    A data de incio do auxlio-doena definida da seguinte forma:

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    I a contar do dcimo sexto dia do afastamento da atividade para o segurado

    empregado, exceto o domstico;

    II a contar da data do incio da incapacidade, para os demais segurados; ou

    III a contar da data de entrada do requerimento, quando requerido aps o

    trigsimo dia do afastamento da atividade, para todos os segurados.

    Como visto, o benefcio somente ser devido se o afastamento for superior a quinze dias

    consecutivos. Para o segurado empregado, ele ser devido a partir do 16 dia de afastamento, pois aempresa obrigada a arcar com a remunerao do segurado durante os quinze primeiros dias de

    afastamento.

    Um exemplo pode esclarecer melhor este ponto: suponha que um segurado

    empregado sofra um acidente no dia 1 de janeiro, que o deixe temporariamente

    incapacitado para o seu trabalho por trs meses. Em qualquer hiptese, a

    responsabilidade pelo pagamento da remunerao correspondente aos quinze

    primeiros dias de afastamento (01 a 15/01) ser da empresa para a qual o

    segurado trabalha. Se o requerimento do auxlio-doena ocorrer at o dia 30/01,

    o auxlio-doena ser devido a partir do dia 16/01. Nesta hiptese, o segurado

    no sofreria soluo de continuidade em seu rendimento, uma vez que receberia

    o valor referente aos dias um a quinze da empresa e, a partir do dia dezesseis,

    receberia o auxlio-doena. Por outro lado, se o auxlio-doena for requerido aps

    o dia 30/01, haveria soluo de continuidade, pois a empresa pagaria o valor

    correspondente aos quinze primeiros dias de afastamento (01 a 15/01) e o

    segurado somente passaria a receber o benefcio previdencirio a partir da data

    do requerimento. Estes exemplos, entretanto, valem apenas para o segurado

    empregado.

    Para os demais segurados, o benefcio ser devido a partir do primeiro dia de afastamento, desde

    que requerido em at trinta dias. No se deve esquecer, entretanto, que o fundamento para a

    concesso do benefcio o afastamento por prazo superior a quinze dias consecutivos.

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    Veja: se um contribuinte individual incapacitar-se para a sua atividade habitual por treze dias, noter direito ao recebimento do benefcio. Por sua vez, se o afastamento for de dezesseis dias, ter

    direito a receber o auxlio-doena desde o primeiro dia de afastamento.

    RENDA MENSAL

    A renda mensal do auxlio-doena corresponde a 91% do salrio de benefcio. Lembre-se que a

    renda mensal do auxlio-doena obedece ao limite mximo aplicvel aos benefcios em geral,

    atualmente R$ 4.159,20. Alm disso, o auxlio-doena um benefcio que substitui a renda mensal

    do trabalhador, logo a sua renda mensal no pode ter valor inferior ao salrio-mnimo. Assim, se o

    salrio de benefcio do segurado foi de um salrio-mnimo, a renda mensal do auxlio-doena

    tambm seria de um salrio-mnimo, e no de 91% do salrio-mnimo.

    ESTABILIDADE NO EMPREGO DO SEGURADO QUE RETORNA DE AUXLIO-DOENA

    ACIDENTRIO

    De acordo com o art. 118 da Lei no 8.213/1991, o segurado que sofreu acidente do trabalho tem

    garantida, pelo prazo mnimo de doze meses, a manuteno do seu contrato de trabalho naempresa, aps a cessao do auxlio-doena acidentrio, independentemente de percepo do

    auxlio-acidente.

    Auxlio-doena acidentrio o nome que se d ao auxlio-doena quando a incapacidade que motivou

    a sua concesso teve origem em um acidente do trabalho sofrido pelo trabalhador ou em uma

    doena ocupacional.

    VERIFICAO DA INCAPACIDADE

    O segurado em gozo de auxlio-doena est obrigado, independentemente de sua idade e sob pena

    de suspenso do benefcio, a submeter-se a exame mdico a cargo da Previdncia Social, processo

    d