AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    1/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    1

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br

    Ol!

    Depois de algumas semanas juntos, conhecendo e entendendo o DireitoAdministrativo brasileiro, chegou o momento de comearmos a tratar dealguns assuntos mais espinhosos, a exemplo do controle e daresponsabilidade civil do Estado.

    Ao analisar o contedo da aula, perceba que as bancas examinadorastm o hbito de cobrar o entendimento do Superior Tribunal de Justia eSupremo Tribunal Federal em suas questes, j que no existe uma leiespecfica regulando os citados temas.

    Assim, encontrando qualquer dificuldade na assimilao do contedo,fique vontade para recorrer ao frum de dvidas, pois, certamente, todas as

    perguntas enviadas sero respondidas.

    No mais, bons estudos!

    Conte comigo sempre que precisar!

    Fabiano [email protected]

    "O sonho e a esperana so dois calmantes que a natureza concede ao serhumano."

    (Frederico I)

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    2/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 2

    QUESTES COMENTADAS - CONTROLE DA ADMINISTRAO

    (Perito Mdico Previdencirio/INSS 2010/CESPE) Acerca do controle eresponsabilizao da administrao, julgue o prximo item.

    01. No controle jurisdicional do ato disciplinar, compete ao PoderJudicirio apreciar a regularidade do procedimento luz dos princpiosdo contraditrio, da ampla defesa e do devido processo legal, podendoproceder a incurses no mrito administrativo, mesmo porque a CFassegura que no se excluir da apreciao jurisdicional ameaa ouleso a direito.

    No julgamento do Agravo Regimental no Mandado de Segurana n13.169/DF, a Ministra Jane Silva (Desembargadora Convocada do TJMG), doSuperior Tribunal de Justia, afirmou que em regra, no controle jurisdicionaldo ato disciplinar, compete ao Poder Judicirio apreciar apenas a regularidadedo procedimento, luz dos princpios do contraditrio, da ampla defesa e dodevido processo legal, razo por que no h como proceder a incurses nomrito administrativo. Aprecia-se, to-somente, o ato impugnado quanto aoseu aspecto legal, ou seja, a sua conformidade com a lei, com o ordenamento

    jurdico. Assertiva incorreta.

    (Oficial Tcnico de Inteligncia Direito/ABIN 2010/CESPE) Em cadaum dos itens a seguir, apresentada uma situao hipottica,referente prescrio administrativa, seguida de uma assertiva a ser

    julgada.02. Foi proposta, em 5/6/1998, ao civil pblica por ato deimprobidade administrativa contra um ex-prefeito, por ilcito praticadona sua gesto. Na ao, foram requeridos no apenas a suacondenao por ato de improbidade, mas tambm o ressarcimento dosdanos causados ao errio. O trmino do mandato do referido prefeitoocorreu em 31/12/1992. Nessa situao, de acordo com a Lei n.8.429/1992 e os precedentes do Superior Tribunal de Justia (STJ), oex-prefeito no poder ser punido pelo ato de improbidade, jprescrito, mas no ficar impune da condenao pelos danos causadosao errio, que so imprescritveis.

    O art. 23 da Lei de Improbidade Administrativa afirma que as aesdestinadas a levar a efeitos as sanes previstas em seu texto podem serpropostas at cinco anos aps o trmino do exerccio de mandato, de cargoem comisso ou de funo de confiana.

    Como a ao civil pblica por ato de improbidade administrativa somentefoi proposta em 05/06/1998, isto , mais de cinco aps o trmino do mandatoeletivo, o ex-prefeito realmente no poder ser punido pelo ato deimprobidade.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    3/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 3

    Por outro lado, o 5, do artigo 37, da CF/1988, prev que a leiestabelecer os prazos de prescrio para ilcitos praticados por qualqueragente, servidor ou no, que causem prejuzos ao errio, ressalvadas asrespectivas aes de ressarcimento.

    Assim, como possvel constatar, as aes civis de ressarcimento aoerrio so imprescritveis, ao contrrio das aes penais e administrativas, oque torna correta a assertiva.

    03. Um servidor pblico federal protocolou, em 5/6/2007, pedidoadministrativo visando ao ressarcimento de parcelas remuneratriasque no lhe foram devidamente pagas no perodo de 2/7/2003 a31/12/2004. Seu pedido foi indeferido administrativamente pordeciso publicada em 5/6/2008, tendo o interessado ajuizado a devida

    ao condenatria, em 12/5/2009. Nessa situao, de acordo com oque dispe o Decreto n. 20.910/1932, as referidas parcelas no estoprescritas.

    O art. 1 do Decreto n 20.910/1932 dispe que as dvidas passivas daUnio, dos Estados e dos Municpios, bem assim todo e qualquer direito ouao contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a suanatureza, prescrevem em (cinco) anos, contados da data do ato ou fato doqual se originarem.

    No caso apresentado pela questo, os direitos reivindicados pelo servidor

    se originaram entre 02/07/2003 a 31/12/2004, portanto, a data limite para apropositura de ao judicial, sem a possibilidade de prescrio no montantedas parcelas remuneratrias, seria 02/07/2008.

    Como a ao foi proposta antes da referida data, isto , em05/06/2008, nenhuma parcela encontra-se prescrita, o que torna correta aassertiva.

    04. Em 6/6/1994, Paulo, servidor pblico federal, praticoudeterminada infrao disciplinar, descoberta em 10/5/2000. Em

    5/5/2005, foi instaurado o processo administrativo disciplinar para aapurao do fato, no prazo de sessenta dias, prorrogveis por maissessenta dias, o que efetivamente ocorreu. Em 10/9/2010, foipublicada a penalidade de demisso de Paulo. Nessa situao, noocorreu a prescrio da pretenso punitiva da administrao pblica.

    De incio, importante esclarecer que o inc. I, do art. 142, da Lei8.112/1990, prev que a ao disciplinar quanto s infraes punveis comdemisso prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data em que o fato setornou conhecido.

    Assim, se a infrao praticada por Paulo foi descoberta em 10/05/2000,a Administrao teria at o dia 10/05/2005 para processar e punir oservidor. Entretanto, com a instaurao do processo administrativo em

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    4/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 4

    05/05/2005 (antes da data limite), ocorreu a interrupo do prazoprescricional, isto , o prazo de 5 (cinco) anos comeou a ser contadonovamente, porm, somente a partir do trmino do prazo legal que aAdministrao teria para concluir o processo administrativo disciplinar aps a

    sua instaurao (140 dias).Essa previso consta expressamente no 3, do art. 142, da Lei

    8.112/90, ao estabelecer que a abertura de sindicncia ou a instaurao deprocesso disciplinar interrompe a prescrio, at a deciso final proferida porautoridade competente.

    Como o prazo mximo para a concluso do processo administrativodisciplinar de cento e vinte dias aps a sua instaurao (60 + 60), e oprazo para a autoridade competente proferir a sua deciso de vinte dias,conclui-se que o processo instaurado para aplicao da penalidade de

    demisso deveria ser finalizado em, no mximo, cento e quarenta dias(60+60+20).

    Desse modo, interrompido o prazo prescricional (o que zera a contagemdo prazo) com a abertura de sindicncia ou a instaurao de processodisciplinar, o novo prazo de 5 (cinco) anos apenas comea a ser contadodepois de 140 (cento e quarenta) dias aps a instaurao do processodisciplinar.

    Diante do que foi exposto no texto da questo, como o processoadministrativo foi instaurado em 05/05/2005, o novo prazo de prescrio de 5(cinco) anos somente voltar a ser contado depois de 140 (cento e quarenta)dias, isto , a partir do dia 23/09/2005.

    Perceba que o caputda questo afirma que a penalidade de demisso foiaplicada no dia 10/09/2010, portanto, antes de vencer o prazoprescricional imposto Administrao para processar e punir o servidorpblico, o que torna correta a assertiva.

    (Agente Administrativo/AGU 2010/CESPE) Com relao aos atosadministrativos e ao controle da administrao pblica, julgue o item aseguir.

    05. O Tribunal de Contas rgo que auxilia o Poder Legislativo noexerccio do controle financeiro externo da administrao pblica. Porter funo de carter administrativo, suas decises podero sersubmetidas ao controle judicial.

    O inc. XXXV, do artigo 5, da CF/1988, afirma que a lei no excluir daapreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito. Trata-se do princpioda inafastabilidade da jurisdio ou princpio do amplo acesso ao PoderJudicirio. Assim, sempre que algum tiver um direito violado ou ameaado deviolao, poder recorrer ao Poder Judicirio requerendo providncias de modo

    a afastar uma leso ou possibilidade de leso a direito.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    5/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 5

    Todos os atos prejudiciais aos interesses individuais e coletivos podemser apreciados pelo Poder Judicirio, inclusive os atos e decises dosTribunais de Contas, que realmente se caracteriza como um rgo auxiliardo Poder Legislativo. Assertiva correta.

    (Administrador/DENTRAN ES 2010/CESPE) A respeito daresponsabilidade civil e do controle da administrao pblica, julgueos itens subsecutivos.

    06. A legitimidade ativa para a propositura de ao popular um dosinstitutos jurdicos responsveis pelo controle da administraopblica privativa do Ministrio Pblico.

    O inc. LXXIII, do art. 5, da CF/1988, afirma que qualquer cidado

    parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo aopatrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidadeadministrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficandoo autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus dasucumbncia.

    O texto constitucional claro ao afirmar que a ao popular somentepode ser proposta por cidado, isto , aquele que ostenta a qualidade deeleitor. Assim, deve ficar claro que o Ministrio Pblico no parte legtimapara a propositura da referida ao judicial, assim como os estrangeiros,pessoas jurdicas e demais pessoas que no possam comprovar o status de

    eleitor. Assertiva incorreta.

    07. O controle que a Controladoria Geral da Unio exerce sobre oMinistrio dos Transportes denomina-se controle externo.

    Ao contrrio do que consta na assertiva, a CGU exerce controle internosobre o Ministrio dos Transportes, o que invalida completamente o seu texto.

    O controle externo ocorre quando o controle dos atos administrativos exercido por um Poder diferente daquele responsvel pela sua edio (o queno o caso, j que a CGU e o Ministrio dos Transportes integram a estrutura

    do mesmo Poder, isto , do Executivo).So vrios os exemplos que podem ser apresentados, entre eles a

    anulao de um ato administrativo do Poder Executivo pelo Poder Judicirio; ocontrole realizado pelos Tribunais de Contas sobre os atos do Executivo e doJudicirio; o julgamento anual, pelo Congresso Nacional, das contas prestadaspelo Presidente da Repblica (artigo 49, V, CF/88), entre outros.

    (Defensor Pblico/DPE BA 2010/CESPE) A respeito do controle daadministrao pblica federal, julgue o item abaixo.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    6/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 6

    08. No exerccio do controle externo, cabe ao Congresso Nacionaljulgar as contas dos administradores e demais responsveis pordinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta,includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo poder

    pblico federal.O inc. II, do art. 71, da CF/1988, dispe que o controle externo, a cargo

    do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas daUnio, ao qual compete, dentre outros, julgar as contas dos administradorese demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administraodireta e indireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidaspelo Poder Pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio pblico.

    Perceba que ojulgamento das contas dos administradores pblicos no

    de competncia do Congresso Nacional, mas sim do Tribunal de Contas daUnio, o que invalida o texto da assertiva.

    (Promotor de Justia Substituto/MPE SE 2010/CESPE - adaptada)Acerca do processo administrativo e do controle da administrao,julgue os itens seguintes.

    09. O controle judicial da administrao sempre posterior; somentedepois que os atos administrativos so produzidos e ingressam nomundo jurdico que o Poder Judicirio atua para, a pedido dos

    interessados, examinar a legalidade desses atos.O professor Jos dos Santos Carvalho Filho afirma que a regra geral a

    de que o controle judicial posterior (a posteriori). Depois que os atosadministrativos so produzidos e ingressam no mundo jurdico que oJudicirio atua para, a pedido dos interessados, examinar a legalidade, ou no,dos atos.

    Todavia, informa o professor que h algumas situaes especiais queadmitem um controle prvio do Judicirio (a priori). Esse controle, porm,no deve ser entendido como uma forma de o Judicirio fazer a averiguaoprvia de tudo o que est a cargo da Administrao, mas sim como o meio deevitar que direitos individuais ou coletivos sejam irreversivelmente ofendidos,vale dizer, sem que haja a possibilidade de o ofendido ver restauradainteiramente a legalidade. O fundamento desse controle se encontra no prprioart. 5, XXXV, da CF, que garante o indivduo contra leso ou ameaa deleso a direito. Assertiva incorreta.

    10. O controle por vinculao tem carter externo, pois, nesse caso, opoder de fiscalizao e de reviso atribudo a uma pessoa e exercido sobre os atos praticados por pessoa diversa.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    7/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 7

    Controle por vinculao ou controle finalstico aquele exercidoexternamente pelas entidades da Administrao Direta (Unio, Estados,Municpios e Distrito Federal) em relao s entidades da AdministraoIndireta (autarquias, fundaes pblicas, empresas pblicas e sociedades de

    economia mista).No existe relao de subordinao entre as entidades da

    Administrao Direta e entidades da Administrao Indireta, pois estas estoapenas vinculadas s primeiras. Assim, no h como se falar em controlehierrquico, mas sim em controle por vinculao de uma pessoa daAdministrao Direta em relao a pessoa diversa da Administrao Indireta.Assertiva correta.

    11. No exerccio de controle de natureza poltica, o Congresso Nacional

    dispe do poder de sustar os atos normativos do Poder Executivo e doPoder Judicirio que exorbitem do poder regulamentar.

    Prev o artigo 49, V, da Constituio Federal, que cabe ao CongressoNacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem dopoder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa. Trata-se de ummecanismo criado pelo prprio texto constitucional com o objetivo de contereventuais excessos do Presidente da Repblica na edio de decretosregulamentares ou leis delegadas.

    Em nenhum momento a Constituio Federal menciona a possibilidade de

    o Congresso Nacional sustar os atos normativos editados pelo Poder Judicirio,portanto, assertiva incorreta.

    12. (Agente Administrativo/DPU 2010/CESPE) Acerca do controleexercido sobre a administrao direta e indireta, assinale a opocorreta.A) As fundaes, as empresas pblicas e as sociedades de economiamista no se submetem fiscalizao do TCU, apenas supervisoministerial.B) As empresas pblicas e as sociedades de economia mistasubmetem-se fiscalizao do TCU, independentemente de sua criaopor lei.C) As fundaes, as empresas pblicas e as sociedades de economiamista submetem-se fiscalizao do TCU, desde que criadas por lei.D) As empresas pblicas e as sociedades de economia mistasubmetem-se fiscalizao do TCU, desde que possuam servidoresceletistas e tambm estatutrios em seu quadro de pessoal.E) Por serem parte da administrao indireta, as empresas pblicas eas sociedades de economia mista no se submetem fiscalizao doTCU.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    8/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 8

    No julgamento do Mandado de Segurana n 25.092-5/DF, de relatoriado Ministro Carlos Velloso, o Supremo Tribunal Federal decidiu que asempresas pblicas e as sociedades de economia mista, integrantes daadministrao indireta, esto sujeitas fiscalizao do Tribunal de Contas, no

    obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista.Assim, analisando-se as alternativas apresentadas pela questo,

    constata-se que somente o texto contido na letra B pode ser marcado comoresposta. O fato de ter conter a expresso independentemente de sua criaopor lei, por si s, no invalida o texto da assertiva, pois leva ao entendimentode que qualquer tipo de empresa pblico ou sociedade de economia mistasubmete-se ao controle do TCU, independentemente de eventuais discussessobre a criao dessas entidades.

    13. (Agente Administrativo/DPU 2010/CESPE) Determinado servidorrequereu indenizao por anistia h aproximadamente quatro anos,sem que tenha sido julgado administrativamente o seu pleito. Nessasituao, considerando que o pedido do servidor fundamenta-se na Leida Anistia, a qual no contempla expressamente prazo para aautoridade efetivar o julgamento, e tendo por parmetro os princpiosque regem o processo administrativo, em no havendo prazoespecfico,A) a administrao deve motivar o atraso em prazo de at trinta diase, ento, decidir quando lhe for mais conveniente e oportuno.

    B) a administrao julgar quando lhe for mais conveniente eoportuno, sendo desnecessria a justificativa do atraso, tendo em vistao princpio da legalidade estrita.C) a administrao julgar quando lhe for mais conveniente eoportuno, justificando no julgamento o tempo despendido, tendo emvista o princpio da motivao.D) a administrao tem o prazo de at trinta dias para decidir, nosendo possvel a prorrogao.

    E) a administrao tem o prazo de at trinta dias para decidir, salvoprorrogao por igual perodo expressamente motivada.

    O art. 49 da Lei de Processo Administrativo Federal dispe que concludaa instruo de processo administrativo, a Administrao tem o prazo de attrinta dias para decidir, salvo prorrogao por igual perodo expressamentemotivada.

    Assim, dentre as alternativas apresentadas, somente a letra E pode sermarcada como resposta da questo.

    (Advogado/IPAJM 2010/CESPE - adaptada) A respeito das diversasformas de controle sobre a administrao pblica, julgue os itensseguintes.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    9/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 9

    14. de competncia exclusiva da Cmara dos Deputados sustar osatos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poderregulamentar ou dos limites de delegao legislativa.

    Nos termos do inc. V, art. 49, da CF/1988, compete exclusivamente aoCongresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo queexorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa, oque invalida o texto da assertiva.

    15. Compete ao Tribunal de Contas da Unio (TCU) a fiscalizaocontbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unioe das entidades da administrao direta e indireta, quanto

    legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes erenncia de receitas.

    O art. 70 da Constituio Federal preceitua que a fiscalizao contbil,financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidadesda administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade,economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercidapelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema decontrole interno de cada Poder. Assertiva incorreta.

    16. Uma vez constitudas comisses parlamentares de inqurito, pelaCmara Legislativa ou pelo Senado Federal, em conjunto ouseparadamente, para apurao de fato determinado e com prazo certo,esses rgos tero poderes prprios das autoridades judiciais, taiscomo o de ordenar busca domiciliar e interceptao telefnica.

    No julgamento do Mandado de Segurana n 23.639/DF, de relatoria doMinistro Celso de Mello, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a quebrado sigilo fiscal, bancrio e telefnico de qualquer pessoa sujeita a investigaolegislativa pode ser legitimamente decretada pela Comisso Parlamentar deInqurito, desde que esse rgo estatal o faa mediante deliberao

    adequadamente fundamentada e na qual indique a necessidade objetiva daadoo dessa medida extraordinria.

    Perceba que o voto do Ministro Celso de Mello se referiu apenas possibilidade de Comisso Parlamentar de Inqurito quebrar o sigilotelefnico, o que no inclui a possibilidade de autorizar interceptaotelefnica, que so situaes distintas.

    Como conseqncia da quebra do sigilo telefnico, a CPI ter acessoaos registros existentes na companhia telefnica sobre as ligaes realizadaspelo investigado, dados cadastrais, data e durao de chamadas, nmeros detelefones para os quais o investigado ligou etc. Por outro lado, asinterceptaes telefnicas, que somente podem ser autorizadas oudeterminadas pelo Poder Judicirio nos termos e limites previstos legalmente,

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    10/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 10

    possibilitam o acesso ao teor das conversas telefnicas realizadas entre osinvestigados (por isso incide a reserva de jurisdio).

    Em seu voto, o Ministro Celso de Mello afirmou ainda que o princpioconstitucional da reserva de jurisdio - que incide sobre as hipteses debusca domiciliar (CF, art. 5, XI), de interceptao telefnica (CF, art. 5,XII) e de decretao da priso, ressalvada a situao de flagrncia penal (CF,art. 5, LXI)- no se estende ao tema da quebra de sigilo, pois, em talmatria, e por efeito de expressa autorizao dada pela prpria Constituio daRepblica (CF, art. 58, 3), assiste competncia Comisso Parlamentar deInqurito, para decretar, sempre em ato necessariamente motivado, aexcepcional ruptura dessa esfera de privacidade das pessoas.

    Diante do exposto, deve ser considerada incorreta a assertiva, pois, nostermos do entendimento sufragado pelo Supremo Tribunal Federal, as

    Comisses Parlamentares de inqurito no podem ordenar busca domiciliar einterceptao telefnica.

    17. A Cmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suascomisses, podero convocar ministro de Estado ou quaisquer titularesde rgos diretamente subordinados presidncia da Repblica paraprestarem, pessoalmente, informaes sobre assunto previamentedeterminado, importando crime de responsabilidade a ausncia semjustificao adequada.

    Essa prerrogativa consta expressamente no art. 50 da ConstituioFederal, portanto, assertiva correta.

    18. No que se refere ao controle da atividade financeira do estado,vem entendendo o STF que o jurista responsvel pela emisso deparecer que autorize a realizao de ato que importe leso ao erriotambm pode ser responsabilizado pelo contedo de seu parecer.Assim, ainda que a consulta ao parecerista seja facultativa, aautoridade administrativa vincula-se ao emitir o ato tal comosubmetido consultoria, com parecer favorvel ou contrrio, tornandoo parecerista tambm responsvel pelo ato, pois somente poderiapratic-lo de forma diversa da apresentada consultoria se osubmetesse a novo parecer.

    Para o STF, lcito concluir que abusiva a responsabilizao doparecerista luz de uma alargada relao de causalidade entre seu parecer e oato administrativo do qual tenha resultado dano ao errio. Salvo demonstraode culpa ou erro grosseiro, submetida s instncias administrativo-disciplinaresou jurisdicionais prprias, no cabe a responsabilizao do advogado pblicopelo contedo de seu parecer de natureza meramente opinativa (MS

    24.631/DF, DJ 01/02/2008). Assertiva incorreta.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    11/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 11

    (Advogado/IPAJM 2010/CESPE - adaptada) Acerca do controlejurisdicional na administrao pblica brasileira, julgue os itensseguintes.

    19. Nos casos em que a fazenda pblica lesionar o direito departicular, a pretenso tutela desse mesmo direito poder ficarimpossibilitada em virtude da inrcia do seu titular por longosperodos. Em regra, de cinco anos o prazo prescricional paraajuizamento de aes contra a fazenda pblica, sendo que, nasrelaes de trato sucessivo, quando no tiver sido negado o prpriodireito reclamado, a prescrio atingir apenas as prestaes vencidasantes do quinqunio anterior propositura da ao.

    O art. 1 do Decreto Federal 20.910/1932 realmente prev que asdvidas passivas da Unio, dos Estados e dos Municpios, bem assim todo e

    qualquer direito ou ao contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, sejaqual for a sua natureza, prescrevem em (cinco) anos, contados da data doato ou fato do qual se originarem.

    Ademais, a Smula 85 do Superior Tribunal de Justia estabelece quenas relaes jurdicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pblica figurecomo devedora, quando no tiver sido negado o prprio direito reclamado, aprescrio atinge apenas as prestaes vencidas antes do qinqnio anterior propositura da ao. Assertiva correta.

    20. O sistema de smulas vinculantes, trazido com a EmendaConstitucional n. 45/2004, envolve o controle judicirio sobre atosda administrao, na medida em que seus enunciados tm foravinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e administrao pblica, direta e indireta, abrangendo todas as esferasadministrativas. O Poder Legislativo, entretanto, em nenhumahiptese sofre essa vinculao, para que se evite o chamadoengessamento das leis.

    O art. 103-A da Constituio Federal afirma que o Supremo TribunalFederal poder, de ofcio ou por provocao, mediante deciso de dois teros

    dos seus membros, aps reiteradas decises sobre matria constitucional,aprovar smula que, a partir de sua publicao na imprensa oficial, ter efeitovinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e administraopblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

    Apesar da clareza do dispositivo constitucional, perceba que o texto daassertiva afirmou que o Poder Legislativo, em nenhuma hiptese, sofrer osefeitos da vinculao emanados da smula, o que no verdade.

    Os efeitos vinculantes das smulas editadas pelo Supremo TribunalFederal somente no alcanam o Poder Legislativo em relao sua funo

    tpica de legislar, isto , de criar leis. No exerccio da funo administrativa,que atpica, o Poder Legislativo deve obedincia a todas as smulasvinculantes editadas pelo STF, o que invalida o texto da assertiva.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    12/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 12

    21. Atos polticos, assim entendidos como aqueles produzidos porcertos agentes de cpula do pas, no uso de sua competnciaconstitucional, no so propriamente atos administrativos, mas atosde governo. Seu fundamento encontra-se na CF e, por tal motivo, eles

    no tm parmetros prvios de controle, permitindo a conduo daspolticas, diretrizes e estratgias do governo e facultando aoadministrador um leque aberto de possibilidades de ao, todas elaslegtimas. Por essas razes, no se sujeitam a controle jurisdicional.

    O professor Jos dos Santos Carvalho Filho afirma que a doutrina j sepacificou no sentido de que mesmo tais atos so sujeitos a controle pelo PoderJudicirio quando ofendem direitos individuais ou coletivos, por estaremeivados de algum vcio de legalidade ou constitucionalidade. Aqui o problemano diz respeito ao contedo e ao motivo dos atos, mas sim a elementos queno podem deixar de ser fiscalizados, porque nesse caso preleva o princpio dalegalidade e da supremacia da Constituio. A vedao ao controle limita-seapenas valorao dos motivos dos atos por situar-se na esfera privativa doagente governamental. Assertiva incorreta.

    22. Um dos instrumentos constitucionalmente previstos para arealizao do controle judicial da administrao o mandado deinjuno, medida hbil para que o postulante obtenha, em um casoconcreto, a disciplina necessria e indispensvel ao exerccio dequalquer direito seu.

    O inc. LXXI, do art. 5, da CF/1988, dispe que conceder-se- mandadode injuno sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel oexerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativasinerentes nacionalidade, soberania e cidadania.

    Como possvel constatar, o mandado de injuno no medida hbilpara que o postulante obtenha, em um caso em concreto, a disciplinanecessria para o exerccio de qualquer direito, mas somente aquelesrelativos nacionalidade, soberania e cidadania, o que invalida o texto daassertiva.

    23. (Conhecimentos bsicos/Controladoria Geral do Estado dePernambuco 2010/CESPE) A fiscalizao contbil, financeira,oramentria, operacional e patrimonial da Unio, no que diz respeito legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes erenncia de receitas, ser exercida mediante controle externoA) pela Advocacia Geral da Unio.B) pelo Congresso Nacional, com o auxlio do Tribunal de Contas daUnio.C) pelo Poder Judicirio.

    D) pela Controladoria Geral da Unio.E) pela Procuradoria Geral da Repblica.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    13/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 13

    O art. 70 da CF/1988 dispe que a fiscalizao contbil, financeira,oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades daadministrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade,economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida

    pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema decontrole interno de cada Poder.

    Por outro lado, afirma o art. 71 que o controle externo, a cargo doCongresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas daUnio, o que impe a marcao da letra B como resposta da questo.

    (Procurador/TCE BA 2010/CESPE) Acerca da responsabilidade civil doEstado e do controle administrativo e judicial dos atos administrativos,julgue o item seguinte.

    24. Orientado pelos princpios do contraditrio e da ampla defesa, ocontrole jurisdicional dos processos administrativos restringe-se regularidade do procedimento, sem exame do mrito do atoadministrativo.

    O texto da assertiva est em conformidade com o entendimento dadoutrina majoritria, que impe o mrito administrativo como um limite atuao jurisdicional, salvo nos casos em que houver expresso violao aotexto legal. Assertiva correta.

    (Analista Judicirio rea judiciria/TRE BA 2010/CESPE) Quanto aocontrole da administrao pblica, julgue o item seguinte.

    25. O controle exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos praticadospela administrao pblica limita-se s hipteses previstas na CF, bemcomo nas modalidades de controle estabelecidas nas constituiesestaduais.

    Os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo nos informam que ocontrole legislativo, ou parlamentar, o exercido pelos rgos legislativos oupor comisses parlamentares sobre determinados atos do Poder Executivo. O

    controle parlamentar, em respeito ao princpio da independncia e harmoniados Poderes, clusula ptrea de nosso ordenamento, insculpido no art. 2 daCF/1988, somente se verifica nas situaes e nos limites expressamenteprevistos no prprio texto constitucional.

    Assim, o erro da assertiva est no fato de ter afirmado que asconstituies estaduais tambm podem prever formas especficas de controlelegislativo sobre os atos da administrao pblica, o que no verdade.

    (Tcnico Judicirio/TRE BA 2010/CESPE) Julgue o seguinte item,

    acerca do controle e da responsabilizao da administrao.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    14/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 14

    26. O controle financeiro exercido pelo Poder Legislativo da Unio,com auxlio do Tribunal de Contas da Unio, alcana a administraodireta e indireta, bem como entidades privadas que guardem bens ouvalores da Unio.

    O inc. III, do art. 71, da CF/1988, dispe que o controle externo, a cargodo Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas daUnio, ao qual compete julgar as contas dos administradores e demaisresponsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta eindireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo PoderPblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ououtra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio pblico. Assertivacorreta.

    (Tcnico Judicirio/TRE MT 2010/CESPE - adaptada) A respeito docontrole da administrao, julgue os itens seguintes.

    27. Controle de mrito aquele em que o rgo controlador faz oconfronto entre a conduta administrativa e uma norma jurdica vigentee eficaz, que pode estar na CF ou em lei complementar ou ordinria.

    No controle de mrito, no se analisa a conformidade da condutaadministrativa com uma norma jurdica vigente e eficaz (a lei), mas sim a suaconvenincia e oportunidade. O objetivo verificar se aquilo que maisconveniente e oportuno, mais adequado ou mais justo est sendo adotado

    para que a Administrao Pblica possa alcanar os seus fins. no controle de legalidade ou legitimidade que se verifica a

    conformidade da conduta ou ato administrativo com o direito vigente.Constatando-se a incompatibilidade da ao ou omisso administrativa com alei ou princpios gerais do Direito, a reviso da conduta ou do ato medidaque se impe. Assertiva incorreta.

    28. Na medida em que o controle de legalidade dos atos dos PoderesExecutivo e Legislativo exercido apenas pelo Poder Judicirio, ele se

    caracteriza como um controle externo, e no interno.Quando os Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio esto analisando a

    legalidade de seus prprios atos, tem-se o controle interno de legalidade.Por outro lado, quando a legalidade dos atos editados por um poder est sendoanalisada por outro poder, ocorre o controle externo de legalidade.

    Quando o Poder Judicirio julga mandado de segurana impetrado emface de ato administrativo supostamente ilegal, editado por agente do PoderExecutivo, exerce o controle externo. Entretanto, quando a Corregedoria deJustia anula ato administrativo praticado por autoridade judiciria, ocorre ocontrole interno de legalidade. Assertiva incorreta.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    15/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 15

    29. Denomina-se controle por vinculao, e no por subordinao, ocontrole exercido por um ministrio sobre uma autarquia cujasatribuies lhe so afetas.

    Controle por vinculao ou controle finalstico aquele exercidoexternamente pelas entidades da Administrao Direta (Unio, Estados,Municpios e Distrito Federal) em relao s entidades da AdministraoIndireta (autarquias, fundaes pblicas, empresas pblicas e sociedades deeconomia mista). Assertiva correta.

    30. O controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a administraopblica de carter exclusivamente poltico.

    Diferentemente do que consta no texto da assertiva, deve ficar claro que

    o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a administrao pblicadesmembra-se em poltico e financeiro.

    A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que o controlepoltico abrange aspectos ora de legalidade, ora de mrito, apresentando-se,por isso mesmo, como de natureza poltica, j que vai apreciar as decisesadministrativas sob o aspecto inclusive da discricionariedade, ou seja, daoportunidade e convenincia diante do interesse pblico.

    Por outro lado, o controle financeiro est previsto nos artigos 70 a 75da Constituio Federal, materializando-se na fiscalizao contbil, financeira eoramentria os rgo e entidades da Administrao Pblica.

    31. Segundo a CF, o controle externo da administrao pblica federal exercido pelo Tribunal de Contas da Unio, tanto sob os aspectos delegalidade e legitimidade quanto sob os de economicidade, aplicaode subvenes e renncia de receitas.

    O art. 70 da Constituio Federal preceitua que a fiscalizao contbil,financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidadesda administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade,economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida

    pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema decontrole interno de cada Poder. Assertiva incorreta.

    (Analista Judicirio rea judiciria/TRT 21 Regio 2010/CESPE)Acerca de controle administrativo, julgue o item seguinte.

    32. O recurso hierrquico imprprio deve ser dirigido autoridade deoutro rgo no integrado mesma hierarquia do rgo que proferiu oato.

    Recursos hierrquicos imprprios so aqueles endereados aautoridades ou rgos que no so hierarquicamente superiores quelesresponsveis pela edio do ato ou deciso que se deseja impugnar. Podemos

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    16/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 16

    citar como exemplo um recurso interposto perante uma Secretaria Estadual deGoverno em face de deciso proferida por entidade integrante daAdministrao Indireta daquele mesmo Estado (autarquias, fundaespblicas, sociedades de economia mista ou empresas pblicas).

    Nesse caso, entre a Secretaria de Estado (Administrao Direta) e asentidades integrantes da Administrao Indireta no existe relao dehierarquia ou subordinao, mas somente uma vinculao. Assertiva correta.

    (Analista Judicirio rea administrativa/TRT 21 Regio2010/CESPE) Acerca de fiscalizao contbil, financeira eoramentria, julgue os itens subsequentes.

    33. da competncia exclusiva do Senado Federal julgar anualmente

    as contas prestadas pelo presidente da Repblica e apreciar osrelatrios acerca da execuo dos planos de governo.

    Diferentemente do que consta no texto da assertiva, no compete aoSenado Federal julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente daRepblica, prerrogativa assegurada constitucionalmente ao CongressoNacional. Assertiva incorreta.

    34. Compete ao Congresso Nacional exercer a fiscalizao contbil,financeira, oramentria, patrimonial e operacional da Unio e das

    entidades da administrao direta e indireta.O art. 70 da Constituio Federal preceitua que a fiscalizao contbil,

    financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidadesda administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade,economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercidapelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema decontrole interno de cada Poder, portanto, assertiva correta.

    (Analista Advocacia/SERPRO 2010/CESPE) Julgue o item a seguir,

    referente ao direito administrativo.35. De acordo com a jurisprudncia do STF, os tribunais de contas, noexerccio de suas atribuies, no podem apreciar aconstitucionalidade das leis e dos atos do poder pblico, em razo desuas decises serem de carter eminentemente administrativo.

    Os Tribunais de Contas, no exerccio de suas atribuies, podem apreciara constitucionalidade das leis e atos do Poder Pblico, apesar de nointegrarem o Poder Judicirio. Entretanto, destaca-se que as decisesproferidas pelos Tribunais de Contas podem ser revistas pelo Poder Judicirio.Assertiva incorreta.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    17/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 17

    RESPONSABILIDADE CIVIL

    36. (Conhecimentos bsicos/Controladoria Geral do Estado dePernambuco 2010/CESPE) Em um acidente de trnsito, o motorista de

    um nibus de uma permissionria de servio pblico colidiu o veculocontra a traseira de um veculo particular freado imediatamente antesde uma faixa de pedestres, para que uma pessoa atravessasse a rua.Nessa situao, a responsabilidade pela reparao do dano serA) do particular que dirigia seu veculo.B) da empresa permissionria.C) do Estado.D) da empresa permissionria e subsidiariamente do Estado.E) da empresa permissionria e solidariamente do Estado.

    O 6, do art. 37, da CF/1988, afirma que as pessoas jurdicas dedireito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicosrespondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem aterceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos dedolo ou culpa.

    Analisando-se o dispositivo constitucional, no restam dvidas de que aempresa permissionria do servio pblico deve ser responsabilizada pelosprejuzos causados ao particular (letra B), independentemente de ter colididona traseira do outro veculo.

    (Administrador/AGU 2010/CESPE) A respeito do direitoadministrativo, julgue o item seguinte.

    37. A responsabilidade civil objetiva do Estado abrange as pessoasjurdicas de direito privado prestadoras de servios pblicos, sendoexcludas as empresas pblicas e sociedades de economia mistaexploradoras de atividade econmica.

    O 6, do art. 37, da CF/1988, afirma que as pessoas jurdicas dedireito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos

    respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem aterceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos dedolo ou culpa.

    Nas expresses destacadas acima, devemos incluir como pessoasjurdicas de direito pblico a Unio, os Estados, os Municpios, o DistritoFederal, as autarquias e as fundaes pblicas regidas pelo Direito Pblico.Como pessoas jurdicas de direito privado prestadoras de servios pblicos,inclumos as empresas pblicas e sociedades de economia mista, desde queprestadoras de servios pblicos, e tambm as empresas privadas, mesmono integrantes da Administrao Pblica, desde que prestem serviospblicos, a exemplo das concessionrias, permissionrias eautorizatrias de servios pblicos.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    18/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 18

    As empresas pblicas e sociedades de economia mista exploradoras deatividades econmicas (a exemplo da Petrobrs, da Caixa EconmicaFederal, do Banco do Brasil etc.), no so alcanadas pelo 6, do artigo 37,da CF/1988, pois respondem pelos danos que seus agentes causarem a

    terceiros de acordo com as regras do direito privado, assim como acontececom os seus concorrentes no mercado.

    Assim, lembre-se sempre de que a responsabilidade das empresaspblicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividadeseconmicas de natureza SUBJETIVA, ao contrrio daquela preconizada nodo 6, do artigo 37, da CF/1988, que OBJETIVA, em regra. Assertivacorreta.

    (Procurador Federal/AGU 2010/CESPE) Em cada um dos prximos

    itens, apresentada uma situao hipottica a respeito daresponsabilidade civil do Estado e do controle jurisdicional daadministrao pblica, seguida de uma assertiva a ser julgada.

    38. Pedro foi preso preventivamente, por meio de deciso judicialdevidamente fundamentada, mas depois absolvido por se entenderque ele no tivera nem poderia ter nenhuma participao no evento.No entanto, por causa da priso cautelar, Pedro sofreu prejuzoeconmico e moral. Nessa situao, conforme entendimento recentedo STF, podero ser indenizveis os danos moral e material sofridos.

    No julgamento do Recurso Extraordinrio n 385.943/SP, de relatoria doMinistro Celso de Mello, o Supremo Tribunal Federal ratificou o entendimentode que nos casos em que o indivduo for preso indevidamente, entendendo-seposteriormente que no tivera nem poderia ter qualquer participao emevento criminoso, assegurado o direito indenizao pelos danos morais emateriais sofridos, o que torna a assertiva correta.

    Eis o teor da ementa da deciso que fundamentou a elaborao dapresente questo pelo CESPE:

    EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO (CF, ART.37, 6). CONFIGURAAO. "BAR BODEGA". DECRETAAO DE PRISOCAUTELAR, QUE SE RECONHECEU INDEVIDA, CONTRA PESSOA QUE FOISUBMETIDA A INVESTIGAAO PENAL PELO PODER PBLICO. ADOAODESSA MEDIDA DE PRIVAAO DA LIBERDADE CONTRA QUEM NAO TEVEQUALQUER PARTICIPAAO OU ENVOLVIMENTO COM O FATOCRIMINOSO. INADMISSIBILIDADE DESSE COMPORTAMENTO IMPUTVELAO APARELHO DE ESTADO. PERDA DO EMPREGO COMO DIRETACONSEQNCIA DA INDEVIDA PRISO PREVENTIVA.RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIA LOCAL, DE QUE SEACHAM PRESENTES TODOS OS ELEMENTOS IDENTIFICADORES DODEVER ESTATAL DE REPARAR O DANO. NAO-COMPROVAAO, PELO

    ESTADO DE SO PAULO, DA ALEGADA INEXISTNCIA DO NEXO CAUSAL.CARTER SOBERANO DA DECISAO LOCAL, QUE, PROFERIDA EM SEDERECURSAL ORDINRIA, RECONHECEU, COM APOIO NO EXAME DOS

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    19/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 19

    FATOS E PROVAS, A INEXISTNCIA DE CAUSA EXCLUDENTE DARESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PBLICO. INADMISSIBILIDADEDE REEXAME DE PROVAS E FATOS EM SEDE RECURSALEXTRAORDINRIA (SMULA 279/STF). DOUTRINA E PRECEDENTES EM

    TEMA DE RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO. ACRDAORECORRIDO QUE SE AJUSTA JURISPRUDNCIA DO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL. RE CONHECIDO E IMPROVIDO.

    (Procurador Federal/AGU 2010/CESPE) Julgue os seguintes itens, queversam sobre responsabilidade civil do Estado.

    39. As aes de reparao de dano ajuizadas contra o Estado emdecorrncia de perseguio, tortura e priso, por motivos polticos,durante o Regime Militar no se sujeitam a qualquer prazo

    prescricional.No julgamento do Recurso Especial n 1.056.333/RJ, de relatoria da

    Ministra Denise Arruda, o Superior Tribunal de Justia fixou entendimento deque so imprescritveis as aes de reparao de dano ajuizadas emdecorrncia de perseguio, tortura e priso, por motivos polticos, durante oRegime Militar, afastando, por conseguinte, a prescrio qinqenal previstano art. 1 do Decreto 20.910/32. Isso porque as referidas aes referem-se aperodo em que a ordem jurdica foi desconsiderada, com legislao deexceo, havendo, sem dvida, incontveis abusos e violaes dos direitosfundamentais, mormente do direito dignidade humana. Assertiva correta.

    40. A responsabilidade civil objetiva da concessionria de serviopblico alcana tambm no usurios do servio por ela prestado.

    At o ms de agosto de 2009, prevalecia no Supremo Tribunal Federalo entendimento de que as pessoas jurdicas prestadoras de servios pblicosno poderiam ser responsabilizadas objetivamente pelos danos causadospelos seus agentes aos terceiros que no fossem usurios do servio pblicoprestado.

    No julgamento do Recurso Extraordinrio 262.651/SP, em 16/11/2004,de relatoria do Ministro Carlos Veloso, o STF decidiu que a responsabilidadeobjetiva das prestadoras de servio pblico no se estende a terceiros no-usurios, j que somente o usurio detentor do direito subjetivo de receberum servio pblico ideal, no cabendo ao mesmo, por essa razo, o nus deprovar a culpa do prestador do servio na causao do dano.

    Desse modo, se um nibus pertencente a uma concessionria de serviopblico de transporte coletivo urbano colidisse com um automvel particular, aresponsabilidade civil daquela seria de natureza subjetiva, isto , o particularsomente seria indenizado pelos prejuzos sofridos se provasse o dolo ou a

    culpa do motorista da empresa, j que no estava usufruindo dos serviosprestados pela mesma.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    20/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 20

    Todavia, no julgamento do Recurso Extraordinrio 591.874, em26/08/2009, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, o Supremo TribunalFederal decidiu que a Constituio Federal no faz qualquer distino sobre aqualificao do sujeito passivo do dano, ou seja, no exige que a pessoa

    atingida pela leso ostente a condio de usurio do servio.Desse modo, passou a vigorar no Supremo Tribunal Federal o

    entendimento de que as pessoas jurdicas prestadoras de servios pblicosrespondem objetivamente pelos danos que seus agentes causarem aterceiros, inclusive aqueles que no estejam usufruindo dos serviosprestados, a exemplo do particular que tem o seu carro atingido por umnibus pertencente a concessionria prestadora de servios pblicos. Assertivacorreta.

    (Advogado/CEF 2010/CESPE - adaptada) Com relao s teoriasacerca da responsabilidade civil do Estado, julgue os itens seguintes.

    41. No caso de danos causados por rebelio em presdio, que resultena morte de detento, o STJ possui entendimento pacificado de que aresponsabilidade do Estado somente ocorrer na hiptese de restardemonstrada a culpa (ou dolo) do agente pblico responsvel pelaguarda.

    No julgamento do Recurso Especial n 713.682/RJ, de relatoria doMinistro Joo Otvio de Noronha, o Superior Tribunal de Justia firmou

    entendimento no sentido de que o Estado responde objetivamente por danoadvindo de morte de detento provocada por demais presidirios dentro doestabelecimento prisional.

    Assim, dispensvel a demonstrao da culpa ou dolo do agentepblico responsvel pela guarda para que fique caracterizada a obrigaoindenizatria por parte do Estado, o que invalida o texto da assertiva.

    42. A teoria do risco integral somente prevista pelo ordenamentoconstitucional brasileiro na hiptese de dano nuclear, caso em que o

    poder pblico ser obrigado a ressarcir os danos causados, ainda que oculpado seja o prprio particular.

    Apesar de a Constituio Federal de 1988 no estabelecerexpressamente, a responsabilidade civil daqueles que causarem danosnucleares a outrem ser regida pela teoria do risco integral.

    Assim, permanecer a obrigao de indenizar at mesmo nos casos deinexistncia de nexo causal entre a ao/omisso do Estado ou particular e odano causado.

    Trata-se de uma hiptese excepcional e extremada de responsabilizao

    civil, pois no prev excludentes de responsabilidade, nem mesmo nos casosde culpa exclusiva de terceiros, da vtima, caso fortuito ou de fora maior.Assertiva correta.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    21/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 21

    43. Segundo a jurisprudncia atual do STF, o art. 37, 6., daConstituio Federal de 1988 (CF) deve ser interpretado no sentido dedefinir que a responsabilidade civil das pessoas jurdicas de direitoprivado prestadoras de servio pblico objetiva somente em relao

    aos usurios do servio, no se estendendo tal entendimento para osno usurios.

    No esse o atual posicionamento do Supremo Tribunal Federal, que, nojulgamento do Recurso Extraordinrio n 591.874, de relatoria do MinistroRicardo Lewandowski, afirmou que a Constituio Federal no faz qualquerdistino sobre a qualificao do sujeito passivo do dano, ou seja, no exigeque a pessoa atingida pela leso ostente a condio de usurio do servio.

    Desse modo, lembre-se sempre de que as pessoas jurdicas prestadorasde servios pblicos respondem objetivamente pelos danos que seus agentes

    causarem a terceiros, inclusive aqueles que no estejam usufruindo dosservios prestados, a exemplo do particular que tem o seu carro atingido porum nibus pertencente a concessionria ou permissionria prestadora deservios pblicos. Assertiva incorreta.

    44. Segundo a jurisprudncia majoritria do STJ, nas aes deindenizao fundadas na responsabilidade civil objetiva do Estado, obrigatria a denunciao lide do agente supostamente responsvelpelo ato lesivo, at mesmo para que o poder pblico possa exercer odireito de regresso.

    Segundo entendimento da doutrina e jurisprudncia majoritrias(inclusive do Superior Tribunal de Justia), no pode haver denunciao lidedo agente pblico, j que o pedido do particular em face do Estado estamparado na RESPONSABILIDADE OBJETIVA, enquanto a responsabilidadedo agente em face do Estado fundamenta-se na RESPONSABILIDADESUBJETIVA.

    O prprio Estatuto dos Servidores Pblicos Federais (Lei 8.112/90)declara que, ocorrendo danos causados a terceiros, o servidor deverresponder perante a Fazenda Pblica mediante AO REGRESSIVA (artigo

    122, 2) e, portanto, no h que se falar em denunciao lide. Assertivaincorreta.

    45. Na hiptese de falha do servio pblico prestado pelo Estado, desnecessria a comprovao do nexo de causalidade entre a aoomissiva atribuda ao poder pblico e o dano causado a terceiro.

    A teoria da culpa administrativa ou da faute du service assegura apossibilidade de responsabilizao do Estado em virtude do servio pblicoprestado de forma insatisfatria, defeituosa ou ineficiente.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    22/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 22

    No necessrio que ocorra uma falta individual do agente pblico, masuma deficincia no funcionamento normal do servio, atribuvel a um ouvrios agentes da Administrao, que no lhes seja imputvel a ttulo pessoal.

    Nesse caso, a vtima tem o dever de comprovar a falta do servio (ou asua prestao insuficiente ou insatisfatria) para obter a indenizao, alm deser obrigada a provar ainda uma culpa especial do Estado, ou seja, provarque o Estado responsvel por aquela falta do servio pblico. Assertivaincorreta.

    (Administrador/DENTRAN ES 2010/CESPE) A respeito daresponsabilidade civil e do controle da administrao pblica, julgueos itens subsecutivos.

    46. Caso servidor pblico, no exerccio de sua funo, provoque dano aveculo de particular, o Estado tem obrigao de indenizar oproprietrio do veculo, contanto que se comprove o dolo por parte doservidor.

    A Constituio Federal de 1988 prev em seu texto a responsabilidadecivil objetiva do Estado, sob a modalidade do risco administrativo, emrazo dos prejuzos que seus agentes causarem a terceiros no exerccio dafuno pblica.

    Desse modo, para que o Estado seja obrigado a indenizar o danocausado por seus agentes, suficiente que o particular prejudicado comprove

    o dano existente e o nexo causal entre a ao do agente e o evento danoso.No necessrio que o particular comprove que o agente pblico agiu comdolo ou culpa, pois isso irrelevante para efeitos de indenizao estatal.Assertiva incorreta.

    47. Caso lei impessoal, abstrata, dotada de generalidades e que notenha sido julgada inconstitucional pelo STF gere dano a cidado, eleno ter direito indenizao do Estado.

    Apesar de o Poder Legislativo exercer parcela da soberania do Estado ao

    legislar, necessrio que tais atos legislativos sejam editados emconformidade com as normas constitucionais, pois, caso contrrio, ocorrendo odesrespeito ao texto constitucional, surge a obrigao de indenizar.

    Para responder corretamente s questes de concursos pblicos, lembre-se sempre de que o Estado, em regra, no pode ser responsabilizado pelosatos legislativos editados pelas respectivas casas legislativas, exceto nos casosde edio de leis inconstitucionais ou leis de efeitos concretos.

    Assim, se o Poder Judicirio decretar a inconstitucionalidade dedeterminada lei causadora de prejuzos a particular, surge a obrigatoriedade de

    indenizao estatal. Da mesma forma ocorre em relao s leis de efeitosconcretos (aquelas que no possuem carter normativo, generalidade,impessoalidade ou abstrao citam-se como exemplos aquelas famosas leis

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    23/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 23

    municipais que modificam nomes de ruas), que, se causarem danos aosparticulares, geram para o Estado o dever de indenizar. Assertiva correta.

    (Oficial Tcnico de Inteligncia Direito/ABIN 2010/CESPE) Acerca daresponsabilidade civil do Estado e das concesses de servio pblico,julgue o item subsequente.

    48. De acordo com a jurisprudncia atual do Supremo Tribunal Federal(STF), no se aceita a tese da responsabilidade civil do Estado noscasos de priso preventiva de acusado que, depois, seja absolvido.

    No julgamento do Recurso Extraordinrio n 429.518/SC, de relatoria doMinistro Carlos Velloso, o Supremo Tribunal Federal ratificou o entendimentode que o decreto judicial de priso preventiva, quando suficientemente

    fundamentado e obediente aos pressupostos que o autorizam, no se confundecom o erro judicirio a que alude o inc. LXXV do art. 5 da Constituio daRepblica, mesmo que o ru ao final do processo venha a ser absolvido outenha sua sentena condenatria reformada na instncia superior.Interpretao diferente implicaria a total quebra do princpio do livreconvencimento do juiz e afetaria irremediavelmente sua segurana paraavaliar e valorar as provas, bem assim para adotar a interpretao da lei queentendesse mais adequada ao caso concreto."

    Para responder corretamente s questes de prova, lembre-se semprede que a responsabilidade civil do Estado por atos jurisdicionais somente

    ocorrer quando ficar configurado erro do Poder Judicirio ou quando oindivduo ficar preso alm do tempo fixado na sentena. Assertiva correta.

    (Analista Tcnico Administrativo/DPU 2010/CESPE - adaptada) Quanto responsabilidade civil da administrao, julgue os itens seguintes.

    49. O nexo de causa e efeito no constitui elemento a ser aferido naapurao de eventual responsabilidade do Estado.

    Para que o Estado seja obrigado a indenizar o dano causado por seusagentes, essencial que o particular prejudicado comprove o dano existente e

    o nexo causal entre a ao do agente e o evento danoso. No necessrioque o particular comprove que o agente pblico agiu com dolo ou culpa, poisisso irrelevante para efeitos de indenizao estatal. Assertiva incorreta.

    50. O Brasil adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado,segundo a qual a administrao pblica somente poder reparar oprejuzo causado a terceiro se restar devidamente comprovada a culpado agente pblico.

    Ao contrrio do que consta no texto da assertiva, destaca-se que aConstituio Federal de 1988 consagrou a responsabilidade objetiva doEstado pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, o que dispensa acomprovao de dolo ou culpa do agente pblico. Assertiva incorreta.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    24/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 24

    51. A reparao do dano, na hiptese de prejuzo causado a terceirospela administrao, pode ser feita tanto no mbito administrativoquanto no judicial.

    A reparao do dano decorrente da responsabilidade civil do Estado podeser feita tanto no mbito administrativo quanto no mbito judicial. O fatode a Administrao indenizar o particular na esfera administrativa no aimpede de ingressar com uma ao regressiva contra o servidor responsvelpelo prejuzo causado aos cofres pblicos, portanto, assertiva correta.

    52. As empresas prestadoras de servios pblicos no respondempelos prejuzos que seus agentes, nessa qualidade, causarem aterceiros. Em tal hiptese, o ressarcimento do terceiro prejudicadodeve ser feito diretamente pelo agente causador do dano.

    O 6, do art. 37, da CF/1988, expresso ao afirmar que as pessoasjurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de serviospblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvelnos casos de dolo ou culpa.

    Assim, no restam dvidas de que o texto da assertiva deve serconsiderado incorreto.

    53. A teoria da irresponsabilidade do Estado aplicvel no direitobrasileiro.

    Historicamente, por muitos anos, vigorou a mxima de que O Rei nuncaerra (The King can do no wrong) ou O Rei no pode fazer mal (Le roi nepeut mal faire).

    Durante esse perodo, notadamente nos regimes absolutistas, o EstadoNO PODIA SER RESPONSABILIZADO pelos danos que causasse aosparticulares no exerccio das funes estatais.

    Entretanto, mesmo durante esse perodo, os indivduos no ficavam

    totalmente desamparados de proteo em virtude dos danos sofridos, poisexistia a possibilidade de responsabilizao individual dos agentes pblicosque, atuando com dolo ou culpa, acarretassem danos a terceiros. Aresponsabilidade, nesse caso, recaa sobre o prprio agente e no sobre oEstado.

    Conforme nos informa o professor Digenes Gasparini, o princpio daresponsabilidade do agente pblico, em lugar da responsabilidade do Estado,estava previsto na Constituio de 1824, no item 29 do artigo 179.

    No item 29 do artigo 179, o prprio Imperador fazia a ressalva de queno estava submetido a qualquer responsabilidade.

    Apesar da necessidade de conhecimento dessa teoria para responder squestes de concursos, destaca-se que ela est inteiramente superada

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    25/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 25

    (inclusive no Brasil), mesmo nos Estados Unidos e na Inglaterra, que foram osltimos pases a abandon-las, em 1946 e 1947, respectivamente. Assertivaincorreta.

    54. (Tcnico em assuntos educacionais/DPU 2010/CESPE) A teoriaque considera que a responsabilidade civil do Estado depende dacomprovao de culpa de seus agentes denomina-se teoria daA) culpa annima.B) responsabilidade integral.C) irresponsabilidade.D) responsabilidade civilstica.E) responsabilidade objetiva.

    A professora Maria Silvia Zanella di Pietro afirma que foi no sculo XIXque a tese da irresponsabilidade ficou superada. Porm, ao admitir-se,inicialmente, a responsabilidade do Estado, adotavam-se os princpios doDireito Civil, apoiados na idia de culpa; da falar-se em teoria civilista daculpa.

    Ademais, informa ainda a professora que a doutrina civilista serviu deinspirao ao artigo 15 do Cdigo Civil Brasileiro (de 1916), que consagrou ateoria da responsabilidade subjetiva do Estado.

    Diante das informaes apresentadas, constata-se que somente a letra

    D pode ser marcada como resposta da questo.

    (Tcnico em assuntos educacionais/DPU 2010/CESPE) No queconcerne administrao pblica e responsabilidade civil do Estado,assinale a opo correta.

    55. A responsabilidade civil objetiva no abrange as pessoas jurdicasde direito privado.

    As pessoas jurdicas de direito privado, desde que prestadoras de

    servios pblicos, tambm respondem objetivamente pelos danos que seusagentes, no exerccio da funo pblica, causarem a terceiros, o que invalida otexto da assertiva.

    56. A responsabilidade civil objetiva no atende aos servios noessenciais.

    O texto constitucional no faz qualquer ressalva em relao aos serviospblicos no essenciais, o que torna incorreta a assertiva.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    26/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 26

    57. O sistema jurdico brasileiro jamais adotou a responsabilidadedireta do agente pblico, a qual est ligada teoria dairresponsabilidade do Estado.

    O professor Digenes Gasparini afirma que o princpio daresponsabilidade do agente pblico, em lugar da responsabilidade do Estado,estava previsto na Constituio de 1824, no item 29, do artigo 179, o queinvalida o texto da assertiva.

    Durante esse perodo, em que vigorava a teoria da irresponsabilidadedo Estado, os indivduos no ficavam totalmente desamparados de proteoem virtude dos danos sofridos, pois existia a possibilidade de responsabilizaoindividual dos agentes pblicos que, atuando com dolo ou culpa,acarretassem danos a terceiros. A responsabilidade, nesse caso, recaa sobre oprprio agente e no sobre o Estado.

    58. A responsabilidade civil objetiva do Estado no est prevista naConstituio Federal de 1988.

    Ao contrrio do que conta no texto da assertiva, destaca-se o 6, doart. 37, da CF/1988, dispe que as pessoas jurdicas de direito pblico e as dedireito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos queseus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito deregresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.

    Trata-se de responsabilidade civil na modalidade objetiva, que no

    alcana as empresas pblicas e sociedades de economia mista exploradoras deatividades econmicas. Assertiva incorreta.

    59. Pela teoria da responsabilidade solidria do Estado, o lesado podemover ao contra o servidor ou contra o Estado.

    De incio, perceba que o texto da assertiva se referiu expressamente teoria da responsabilidade solidria do Estado, que, atualmente, no mais adotada no mbito do Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal deJustia.

    Apesar disso, essa teoria realmente assegura que compete ao particularprejudicado escolher se ir propor a ao indenizatria em face do Estado ouem face do agente pblico, o que torna a assertiva correta.

    60. (Tcnico em assuntos educacionais/DPU 2010/CESPE) No Brasil, aresponsabilidade civil do Estado, em relao aos danos causados aterceiros, A) dependente de culpa do agente do estado.B) subjetiva, passvel de regresso.C) objetiva, insuscetvel de regresso.D)O objetiva, passvel de regresso.E) subjetiva, insuscetvel de regresso.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    27/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 27

    Nos termos do art. 37, 6, da CF/1988, a responsabilidade civil doEstado em relao aos danos que seus agentes causarem a terceiros denatureza objetiva, sendo assegurado o direito de regresso em face do agentecausador do dano.

    Assim, constata-se que somente a letra D complementa corretamenteo caputda questo.

    (Analista de Saneamento Direito/EMBASA 2010/CESPE) Com relao responsabilidade civil do Estado, s formas de utilizao dos benspblicos e administrao indireta, julgue os itens a seguir.

    61. Quando ocorre enchente em determinado local devido a excesso de

    chuva, o Estado pode ser responsabilizado civilmente pelos danoscausados populao.

    Se ficar comprovado que o Estado foi omisso, ou seja, que no efetuoua limpeza dos bueiros de escoamento da gua, permitindo o acmulo de lixo e,consequentemente, o seu entupimento, poder, sim, ser responsabilizado,desde que o particular lesado comprove o dolo e/ou a culpa do Estado. Nessahiptese, a responsabilidade do Estado ser SUBJETIVA.

    Entretanto, se os danos provenientes da enchente ocorreram em virtudedo real excesso de chuvas, j que recentemente o Estado havia efetuado a

    limpeza de todo o sistema de escoamento de gua, mantendo-o em perfeitascondies de funcionamento, teremos ento a hiptese de FORA MAIOR (jque se trata de um evento EXTERNO, estranho a qualquer atuao do Estado)e, portanto, ser excluda a responsabilidade estatal. Assertiva correta.

    (Promotor de Justia Substituto/MPE SE 2010/CESPE - adaptada) Noque concerne responsabilidade civil do Estado e aos poderesadministrativos, assinale a opo correta.

    62. Para efeito de responsabilidade civil do Estado, considera-se

    agente o servidor que, em sua atuao, causar dano a terceiros.Exclui-se, assim, dessa noo as pessoas que no tm vnculo tpico detrabalho com a administrao e os agentes colaboradores e semremunerao.

    Ao referir-se a agentes, o constituinte no restringiu o alcance dotexto constitucional somente aos servidores estatutrios, incluindo tambmos celetistas (empregados das empresas pblicas, sociedades de economiamista e das concessionrias, permissionrias e autorizatrias de serviospblicos), os contratados temporariamente em razo de necessidadetemporria de excepcional interesse pblico, bem como todos aqueles que

    exercem funes pblicas, ainda que transitoriamente e sem remunerao,incluindo-se os agentes delegados (oficiais de cartrio, por exemplo).

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    28/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 28

    Fato importante, e que deve ser lembrando no momento da prova, queos agentes pblicos devem ter atuado na condio de agente ao causar odano, pois, caso contrrio, no ser possvel responsabilizar o Estado.Assertiva incorreta.

    63. Direito de regresso o assegurado ao Estado no sentido de dirigirsua pretenso indenizatria contra o agente responsvel pelo dano,independentemente de este ter agido com culpa ou dolo.

    O direito de regresso em face do agente pblico causador do danorealmente est assegurado no 6, do art. 37, da CF/1988. Todavia, necessrio que o Estado comprove em juzo que o agente pblico agiu comDOLO ou CULPA ao causar o prejuzo ao particular, pois, caso contrrio, noconseguir xito na demanda, pois a responsabilidade do agente pblico de

    natureza subjetiva. Assertiva incorreta.

    (Procurador Municipal/Prefeitura de Boa Vista RR 2010/CESPE)Julgue o item abaixo, considerando a responsabilidade do advogadopblico parecerista.

    64. No tocante advocacia pblica consultiva, o advogado poder serresponsabilizado nos casos de culpa grave, erro inescusvel, dolo equando o parecer for vinculante.

    No julgamento do Mandado de Segurana n 24.631-3/DF, de relatoriado Ministro Joaquim Barbosa, o Supremo Tribunal Federal fixou entendimentode que o advogado somente poder ser responsabilizado se agiu com culpaextrema, erro inescusvel, e, ainda, nas manifestaes jurdicas cujo parecerfor vinculante, o que valida o texto da assertiva.

    Eis o teor da ementa do acrdo:

    EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONTROLE EXTERNO.AUDITORIA DO TCU. RESPONSABILIDADE DE PROCURADOR DEAUTARQUIA POR EMISSO DE PARECER TCNICO-JURDICO DENATUREZA OPINATIVA. SEGURANA DEFERIDA.

    I Repercusses de natureza jurdico-administrativa do parecer jurdico:(i) quando a consulta facultativa, a autoridade no se vincula aoparecer proferido, sendo que seu poder de deciso no se altera pelamanifestao do rgo consultivo; (ii) quando a consulta obrigatria, aautoridade administrativa se vincula a emitir o ato tal como submetido consultoria, com parecer favorvel ou contrrio, e se pretender praticarato de forma diversa da apresentada consultoria, dever submet-lo anovo parecer; (iii) quando a lei estabelece a obrigao de decidir luz deparecer vinculante, essa manifestao de teor jurdica deixa de sermeramente opinativa e o administrador no poder decidir seno nostermos da concluso do parecer, ou , ento, no decidir.

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    29/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 29

    II No caso de que cuidam os autos, o parecer emitido no tinha cartervinculante. Sua aprovao pelo superior hierrquico no desvirtua suanatureza opinativa, nem o torna parte de ato administrativo posterior doqual possa eventualmente decorrer dano ao errio, mas apenas

    incorpora sua fundamentao ao ato.III Controle externo: lcito concluir que abusiva a responsabilizaodo parecerista luz de uma largada relao de causalidade entre seuparecer e o ato administrativo do qual tenha resultado dano ao errio.Salvo demonstrao de culpa ou erro grosseiro, submetida s instnciasadministrativo-disciplinares ou jurisdicionais prprias, no cabe aresponsabilizao do advogado pblico pelo contedo de seu parecer denatureza meramente opinativa.

    IV Mandado de Segurana deferido.

    (STF, Pleno - MS n 24.631-3/DF, rel. Min. JOAQUIM BARBOSA. DJU,01.02.2008)

    (Procurador/TCE BA 2010/CESPE) Acerca da responsabilidade civil doEstado e do controle administrativo e judicial dos atos administrativos,julgue o item seguinte.

    65. Se determinada pessoa, submetida a investigao penal pelo poderpblico, for vtima da decretao de priso cautelar, embora no tenhatido qualquer participao ou envolvimento com o fato criminoso, e,

    em decorrncia direta da priso, perder o seu emprego, tal situaoacarretar responsabilidade civil objetiva do Estado.

    O texto da assertiva est correto, pois se refere deciso proferida peloSupremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinrio n385.943/SP, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cuja ementa segueabaixo:

    EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO (CF, ART.37, 6). CONFIGURAAO. "BAR BODEGA". DECRETAAO DE PRISOCAUTELAR, QUE SE RECONHECEU INDEVIDA, CONTRA PESSOA QUE FOI

    SUBMETIDA A INVESTIGAAO PENAL PELO PODER PBLICO. ADOAODESSA MEDIDA DE PRIVAAO DA LIBERDADE CONTRA QUEM NAO TEVEQUALQUER PARTICIPAAO OU ENVOLVIMENTO COM O FATOCRIMINOSO. INADMISSIBILIDADE DESSE COMPORTAMENTO IMPUTVELAO APARELHO DE ESTADO. PERDA DO EMPREGO COMO DIRETACONSEQNCIA DA INDEVIDA PRISO PREVENTIVA.RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIA LOCAL, DE QUE SEACHAM PRESENTES TODOS OS ELEMENTOS IDENTIFICADORES DODEVER ESTATAL DE REPARAR O DANO. NAO-COMPROVAAO, PELOESTADO DE SO PAULO, DA ALEGADA INEXISTNCIA DO NEXO CAUSAL.

    CARTER SOBERANO DA DECISAO LOCAL, QUE, PROFERIDA EM SEDERECURSAL ORDINRIA, RECONHECEU, COM APOIO NO EXAME DOSFATOS E PROVAS, A INEXISTNCIA DE CAUSA EXCLUDENTE DA

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    30/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 30

    RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PBLICO. INADMISSIBILIDADEDE REEXAME DE PROVAS E FATOS EM SEDE RECURSALEXTRAORDINRIA (SMULA 279/STF). DOUTRINA E PRECEDENTES EMTEMA DE RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO. ACRDAO

    RECORRIDO QUE SE AJUSTA JURISPRUDNCIA DO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL. RE CONHECIDO E IMPROVIDO.

    (Analista Judicirio rea judiciria/TRE BA 2010/CESPE) Julgue oitem subsequente, relativo responsabilidade civil do Estado e aosservios pblicos.

    66. As entidades da administrao indireta que executem atividadeeconmica de natureza privada no esto sujeitas incidncia daregra da responsabilidade objetiva do Estado.

    As empresas pblicas e sociedades de economia mista, caso explorematividades econmicas, realmente sero submetidas responsabilidade civilsubjetiva, nos mesmos moldes das demais pessoas jurdicas regidas pelodireito privado. Assertiva correta.

    (Analista Judicirio rea administrativa/TRE MT 2010/CESPE -adaptada) Segundo a Constituio Federal de 1988 (CF), as pessoasjurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras deservios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa

    qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regressocontra o responsvel nos casos de dolo ou culpa. Considerando oentendimento da jurisprudncia e doutrina dominantes acerca daresponsabilidade civil do Estado, julgue os itens seguintes.

    67. Segundo a teoria objetiva da responsabilidade civil do Estado noBrasil, no necessria a comprovao de culpa ou nexo causal entreao e resultado para se imputar o dever de indenizar ao Estado.

    Para que o Estado seja obrigado a indenizar o dano causado por seusagentes, imprescindvel que o particular prejudicado comprove o dano

    existente e o nexo causal entre a ao do agente e o evento danoso. No necessrio que o particular comprove que o agente pblico agiu com dolo ouculpa, pois isso irrelevante para efeitos de indenizao estatal. Assertivaincorreta.

    68. No que se refere responsabilidade civil por atos judiciais,segundo jurisprudncia majoritria, a regra a irresponsabilidade civildo Estado.

    Assim como ocorre em relao aos atos legislativos, a regra a de que

    no ser possvel responsabilizar o Estado pelos atos jurisdicionaispraticados pelos juzes, desde que no exerccio de suas funes tpicas (a dejulgar).

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    31/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 31

    Entretanto, o prprio inciso LXXV, do artigo 5, da CF/88, apresentaduas excees, ao estabelecer que o Estado indenizar o condenado porerro judicirio, assim como o que ficar preso alm do tempo fixado nasentena. Assertiva correta.

    69. Um dos requisitos para que seja caracterizada a responsabilidadeobjetiva do Estado a demonstrao da culpa in eligendo daadministrao na escolha do servidor que praticou o ato.

    Para que fique caracterizada a responsabilidade objetiva do Estado, no necessrio comprovar o dolo ou qualquer tipo de culpa estatal no eventodanoso, o que invalida a assertiva.

    Por bvio, tambm no necessrio comprovar a culpa in eligendo, que

    advm da m escolha do servidor responsvel pela prtica do ato ou condutaadministrativa, que, a princpio, no habilitado ao exerccio da funo.

    70. No caso de dano causado por leis de efeito concreto, no se admitea responsabilizao civil do Estado.

    Segundo o entendimento da doutrina dominante para fins de concursospblicos, atualmente o Estado somente pode ser responsabilizado, em relaoaos atos legislativos, pela edio de leis inconstitucionais ou leis de efeitosconcretos.

    Leis de efeitos concretos so aquelas que no possuem carternormativo, generalidade, impessoalidade ou abstrao, a exemplo das famosasleis municipais que modificam nomes de ruas. Assertiva incorreta.

    71. O dano causado por sociedade de economia mista prescreve emcinco anos.

    No julgamento do Recurso Especial 698.195/DF, em 04/05/06, oSuperior Tribunal de Justia proferiu deciso fixando o prazo prescricional de03 (trs) anos para a propositura de ao pleiteando indenizao por danos

    causados por agentes de pessoas jurdicas de direito privado prestadorasde servios pblicos.

    Tal entendimento se baseou no texto do inc. V do 3 do art. 206 doCdigo Civil brasileiro, que claro ao afirmar que prescreve em 03 (trs)anos a pretenso de reparao civil. Perceba que o STJ baseou-se no fato dea pessoa jurdica possuir natureza jurdica de direito privado, apesar deprestar servios pblicos, para utilizar o Cdigo Civil no julgamento.

    Apesar da deciso proferida no citado recurso especial, importanteesclarecer que esse no o entendimento mais atual do Superior Tribunal de

    Justia, que, no julgamento dos Embargos em Recurso Especial n1.081.885/RR, cuja publicao no DJE ocorreu em 01/02/2011, voltou aafirmar que nas aes contra a Fazenda Pblica aplica-se o prazo prescricional

  • 7/30/2019 AFT 13 Administrativo EXE Fabiano Aula 06

    32/47

    CURSO PREPARATRIO AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/M.T.E.PROF. FABIANO PEREIRA DIREITO ADMINISTRATIVO

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 32

    quinquenal nos termos do art. 1 do Decreto n 20.910/32, pois o Cdigo Civil um diploma legislativo destinado a regular as relaes entre particulares, notendo invocao nas relaes do Estado com o particular".

    Todavia, perceba que o enunciado da questo simplesmente fazreferncia sociedade de economia mista, sem dizer se presta servio pblicoou explora atividade econmica. No primeiro caso, entende o STJ que o prazoprescricional de 5 anos. Todavia, no segundo caso o prazo prescricionalrealmente seria de 3 (trs) anos.

    Diante das informaes apresentadas, no possvel considerar aassertiva correta.

    (Tcnico Judicirio/TRE MT 2010/CESPE - adaptada) Julgue os itens

    seguintes relativamente responsabilidade civil do Estado.72. Os agentes que, por ao ou omisso, podem gerar aresponsabilidade civil do Estado so os servidores estatutrios, umavez que apenas eles tm relao de trabalho que os vinculadiretamente administrao.

    Para que o ato praticado pelo agente pblico possa ser imputado aoEstado, necessrio que exista uma relao entre o ato e o servio, ou seja, essencial que o ato ou ao lesiva tenham sido praticados para o servio oudurante a prestao do servio pblico. Se a condio de agente pblico tivercontribudo de algum modo para a prtica do ato danoso, ainda que

    simplesmente lhe proporcionando a oportunidade para o comportamento ilcito,responde o Estado pela obrigao de indenizar.

    Ao referir-se a agentes, o constituinte no restringiu o alcance dotexto constitucional somente aos servidores estatutrios, in