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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
Secretaria de Estado da EducaçãoAv. Água Verde, 2140 - Água Verde - CEP 80240-900 Curitiba-PR - Fone: (41) 3340-1500
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Superintendência da Educação
Diretoria de Políticas e Programas Educacionais
Programa de Desenvolvimento Educacional
Unidade UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA
CADERNO PEDAGÓGICO
Professor PDE-2009: Olga Andreis Marafon dos Santos
Orientador(a): Profª. Sueli Ribeiro Comar
Núcleo Regional de Francisco Beltrão
2009
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
CADERNO PEDAGÓGICO
OLGA ANDREIS MARAFON DOS SANTOS
FRANCISCO BELTRÃO – PR2009
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OLGA ANDREIS MARAFON DOS SANTOS
TÍTULO: UM LEGADO SOBRE O ENSINO NOTURNO PARA AS FUTURAS GERAÇÕES.
Caderno Pedagógico apresentado para o acompanhamento das atividades do professor PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional.Orientador(a): Profª. Sueli Ribeiro Comar.
FRANCISCO BELTRÃO – PR2009
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Professor PDE – 2009: Olga Andreis Marafon dos Santos.
Área PDE: Pedagogia
NRE: Francisco Beltrão.
Professor Orientador IES: Sueli Ribeiro Comar.
IES vinculada: UNIOESTE – Cascavel.
Escola de Implementação: Colégio Estadual Doze de Novembro – Ensino Médio e Pro-
fissional.
Público Objeto da Intervenção: Professores, Alunos, Direção, Equipe Pedagógica e
Funcionários deste referido colégio.
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CADERNO PEDAGÓGICO PDE-2009
CAROS COLEGAS
O caderno pedagógico apresentado está direcionado a Diretores, Pedagogos,
Coordenadores Pedagógicos, Professores e demais profissionais que acreditam que é
possível transformar a sociedade através da educação, pois é através dela que o
homem aprende a viver e conviver com as pessoas como ser inteligente e capaz de
exercer a cidadania, ocupa um espaço neste mundo cósmico. É na família, que inicia
sua primeira trajetória de vida estendendo-se na escola onde procura desenvolver sua
integralidade e singularidade humana através do desenvolvimento de hábitos atitudes
e valores que perfazem por toda sua existência.
Diante das questões acima surgem estudos e debates que nos leva a refletir
sobre o ensino e aprendizagem, especificamente no ensino noturno quando se torna
cada dia mais difícil uma vez que os alunos têm jornadas de trabalho de oito ou mais
horas diárias, não raro em atividades pesadas e difíceis, os conteúdos fogem da área
de interesses dos alunos.
Por isso muitas dificuldades se contrapõem a quem deseja promover situações
de aprendizagem com significado, a fim de reforçar conteúdos não devidamente
assimilados, ou para desenvolver um ambiente propício ao surgimento de relações
afetivas e sociais, tanto entre professores e alunos quanto entre os próprios alunos.
Percebe-se através de estudos e pesquisas realizadas que a democratização é
atestada não apenas pelo aumento do número de matrículas ou pela expansão da rede
pública, mas também pela possibilidade de, ao menos a partir da década de 90, ter
havido uma alteração qualificativa no perfil sócio-econômico da clientela dos cursos de
ensino médio noturno. Os filhos de trabalhadores, muitos deles já trabalhadores
também, fizeram-se cada vez mais presentes nas escolas de ensino médio,
principalmente em anos mais recentes. E o ensino noturno, apesar das dificuldades e
problemas, contribuiu decisivamente para isso.
Com a expansão do capitalismo o avanço tecnológico, a exigência das
empresas, da indústria e do comércio aumentaram gradativamente em relação ao
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estudo para os funcionários exercerem determinadas funções ou simplesmente serem
um gari ou ocupar outras funções na empresa. Este é um dos motivos principais pela
qual, muitas pessoas voltam às escolas para concluírem seus estudos. Porém, muitas
vezes devido à escola não atender as expectativas esperadas pelos alunos e também
o tempo que estiveram fora da escola, o cansaço do dia-a-dia, acarretam dificuldades
de compreensão em relação aos conhecimentos técnico científicos o que gera evasão
repetência e desistências.
ENTENDENDO O ENSINO NOTURNO
A educação deve ter uma pitada de “sonho”. Sonho de fazer a história que cada um idealizou para o futuro: uma história de possibilidades, mais democrática e pluralista, onde não há autoritarismo e sim humanismo (FREIRE, 2001).
Este caderno pedagógico é o resultado do trabalho desenvolvido no Colégio
Estadual Doze de Novembro Ensino Médio e Profissional, localizado no município de
Realeza, atende 800 alunos, distribuídos nos seguintes cursos: cursos Ensino Médio,
Integrado, Administração em nível Médio – Subseqüente e curso de Formação de
Docentes. Apresenta em sua estrutura educacional a Filosofia da Escola – Preparar o
aluno para o exercício consciente da cidadania capaz de defender seus direitos e
cumprir seus deveres, aprimorando-se como pessoa humana em sua formação ética,
moral, autonomia intelectual e compreensão dos conhecimentos científicos e
tecnológicos do mundo contemporâneo através de uma educação transformadora.
O curso de ensino médio do período noturno atende alunos de classes sociais
heterogêneas, todos são trabalhadores no período diurno, exercem as funções
profissionais, como: auxiliar de contabilidade, balconista, vendedor, caixa de
supermercado, de loja, pedreiro, carpinteiro, operador de máquinas, frentista,
secretária, doméstica, entregador de correio e outras profissões.
Visto que a grande maioria dos alunos pertence à classe trabalhadora faz-se
necessário desenvolver uma pesquisa para levantamento de dados voltados às
expectativas e objetivos dos alunos sobre o que esperam da escola para o presente, e
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as metas estabelecidas para o futuro. Diante dessas constatações buscam-se
alternativas de aprendizagem e metodologias diversificadas que propiciem o interesse
pela escola, motivação para a pesquisa, bem como perceber a importância dos
conhecimentos científicos para construção do papel político de cada pessoa na
sociedade.
ENSINO NOTURNO: HISTÓRIA A CONTAR
Há referências ao ensino primário de adolescentes e adultos analfabetos ao
longo de toda a legislação escolar do império, das províncias e mais tarde dos estados
registrados de 1870 – 1880, referem-se a algumas características desse tipo de ensino:
o ensino noturno era oferecido aos que pertenciam às classes trabalhadoras que não
tinham possibilidade de estudar no período diurno, funcionavam à noite. Em locais
improvisados, dirigido por mestres que ganhavam muito pouco. No início das matrículas
a freqüência era grande, diminuía no decorrer do ano letivo. Registros da época
afirmam que os cursos não produziam ‘resultados esperados’ porém, continuavam a
serem criados, motivados pelas exigências políticas da época.
Segundo Carvalho (1998) na década de 50 houve a expansão do ginásio em São
Paulo, a partir da solicitação das associações de bairros aos vereadores e deputados.
Com o funcionamento do período noturno nos prédios dos grupos escolares (que só
mantinham período diurno). As lutas dos estudantes por vagas nas universidades
públicas nos anos de 60 com a abertura das faculdades no período noturno
favoreceram a demanda. Nos anos 70, a falta de compromisso do Estado com a
educação estimulou a abertura de escolas de 2° grau particulares como também a
expansão dos cursos de 2°grau nas escolas públicas quase sempre no período
noturno.
Ainda para o autor, nos anos 80 o ensino noturno se expandiu em toda
Constituição, “(...) a educação é direito do povo e dever do Estado”. A instalação de
escolas e seus períodos pelo caráter oficial de oferta, de favor do governo, mas é
elemento importante para a educação do povo na construção da cidadania.
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A luta pela escola foi levada pelos movimentos sociais urbanos, na década de
50, na esteira do populismo (barganhando politicamente suas demandas por escola,
transporte, assistência médica), mas também aparece na década de 70, quando os
setores populares tiveram que lutar contra um Estado autoritário voltado para os
interesses que não os propriamente ligados à educação do povo.
Por que o povo tem lutado para conseguir Escola? Como se tem organizado para
que essas lutas avancem?
A história dessas lutas lentamente vai sendo contada nos cursos de licenciatura
e de magistério, pela iniciativa de alguns professores, pela implantação de disciplinas
no currículo (como Educação e Sociedade), superando o "atraso oficial" da Escola
quanto à produção contemporânea. Já é possível conhecer parte do esforço na
construção de um saber sobre a Escola; já há material, dados, ainda poucos, mas
produzidos. É o caminho de superação da concepção "estatal", tão presente na história
da Educação que os livros didáticos, os manuais em geral apresentam e que os cursos
de formação de professores quase sempre reproduzem.
Pouco se conhece ainda sobre as representações que o povo faz sobre a
Escola; sua expectativa quanto ao que ela ensina inclusive a ele, pela própria expansão
do acesso; as relações entre o processo de escolarização e o de proletarização (pela
presença ou pela ausência), que estão presentes na história da educação vivida, mas
que não aparecem na história escrita, ensinada nas escolas. A mídia - TV, jornais
diários, rádio -, com todo o seu poder educativo, não priorizam a Escola Pública, não a
inclui como matéria.
Os níveis de ensino - os objetivos de cada um e as relações entre eles; as
formas de manutenção dos "sistemas" de ensino; a formação, seleção e remuneração
do pessoal docente, administrativo e de serviços; os currículos mínimos de cada nível
de ensino, a organização escolar.
As classes de alfabetização, destinadas a quem a idade e a necessidade de
trabalhar não permitiam freqüentar cursos diurnos, funcionavam à noite, em locais
improvisados, dirigidas por mestres que ganhavam pequena gratificação, e a freqüência
dos alunos diminuía muito no decorrer do ano letivo.
Registros da época dão conta de que os cursos não produziam os "resultados
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esperados", mas continuavam a serem criados, motivados pelas exigências políticas da
época e provavelmente obrigados pela demanda.
A criação de cursos noturnos para atender à continuação de estudos é bem mais
recente e obedece a uma conjuntura social muito diferente. Existem, no entanto,
determinantes estruturais, como as relações sociais de produção no quadro mundial da
modernização neoliberal, competitiva e excludente, que justificam e alimentam a
seletividade e a exclusão dos mais pobres do sistema escolar. A localização das
crianças mais pobres nas escolas - período, bairro, Escola - mostra uma verdade
impossível de ser ocultada. Para Germano (1993), de 1970 a 1976, a média de
dispêndio em Educação e Cultura pela União, como porcentagem da Receita de
Impostos, é de 6,4 %, enquanto de 1960 a 1969 ela é de 10,1 %.
Nesta perspectiva, vemos que a modalidade do Ensino Noturno, acompanha a
história política, econômica e ideológica da sociedade brasileira.
COLÉGIO ESTADUAL DOZE DE NOVEMBRO - ENSINO MÉDIO E
PROFISSIONAL
Apresentação da instituição escolar envolvendo alguns aspectos externos e
internos:
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SALA DE AULA
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QUADRA DE ESPORTES
LABORATÓRIO DIGITAL
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BIBLIOTECA
SALA DE AULA
QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS
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UM LEGADO SOBRE O ENSINO NOTURNO PARA AS FUTURAS
GERAÇÕES
Frente ao referencial teórico exposto até aqui, nos propomos a deixar para todos
os que se preocupam com a pesquisa relacionada ao ensino noturno, algumas ações
as quais se constituem possibilidades de um trabalho menos excludente em relação à
modalidade expressa.
Dentre muitos processos metodológicos dispomos:
Conversação com os alunos sobre o motivo de estudarem no período noturno,
percebendo seus medos, angústias, ansiedades e alternativas de mudança;
Entrevista com os alunos através da aplicação de um questionário com o objetivo
de obter dados sobre a aprendizagem e o local de trabalho destacando o
comportamento, atitudes, maneira de ser e viver e conviver nestes ambientes;
Elaboração do planejamento anual – bimestral – com a adequação do Plano de
Trabalho Docente para os alunos do período noturno que pertencem à classe
trabalhadora, de forma que os conteúdos das respectivas disciplinas atendam as
expectativas dos alunos;
Elaboração de atividades diversificadas como: textos reflexivos, vídeos, palestras
para melhoria da auto-estima e valorização dos mesmos; e,
Elaboração de grupos de estudo envolvendo professores, funcionários e equipe
pedagógica, sobre temas educativos.
QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS
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QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROFESSORES
REFLETINDO COM OS PROFESORES DO ENSINO NOTURNO
O objetivo desse questionário é compreender o aluno do ensino noturno para
que permaneça na Escola com disposição e interesse pelo estudo, de maneira que
ofereça maior qualidade no que envolve o processo ensino e aprendizagem.
(1-) Qual a sua concepção sobre ensino e aprendizagem?
(2-) Em sua opinião existe diferença no ensino do período diurno com o noturno?
Por quê?
(3-) Por que você fez a escolha de trabalhar a noite?`
(4-) Quais suas expectativas em trabalhar com as 1ªs séries noturnas? Por quê?
(5-) Como você analisa as 1ªs Séries do período noturno?
(6-) Em sua opinião quais os aspectos que poderiam ser melhorados na modalida-
de do ensino noturno?
Com o questionário abaixo se pretende obter maior conhecimento e esclareci-
mento em relação à colocação das idéias, como também na maneira de ser, pensar e
agir como aluno do ensino noturno, estudante e trabalhador.
QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS
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(1-) Descreva como é seu dia a dia na escola.
(2-) Quais as dificuldades que você enfrenta no ensino noturno?
(3-) O que você espera da escola em relação ao presente? E ao futuro?
(4-) O que você considera mais importante aprender na escola?
(5-) Como é seu relacionamento com:
a) Professores b) Funcionários
b) Equipe pedagógica c) Direção
(6-) Você se sente motivado e tem interesse em estudar a noite?
(7-) Quais as dificuldades pessoais que você tem que superar para estudar no no-
turno?
(8-) Sente dificuldade em alguma disciplina ou você tem facilidade de aprendiza-
gem em todas as áreas?
(9-) Existe, da sua parte, concentração e seriedade em relação aos estudos? Jus-
tifique:
(10-) O que os professores representam para você?
(11-) Como você se sente em relação ao trabalho?
(12-) Como é o relacionamento com seu patrão no trabalho?
(13-) Em sua opinião o trabalho é importante no dia a dia das pessoas? Por quê?
Ao responder essas questões pretende-se obter conhecimento sobre o que se
pensa, se reflete e se busca na escola, ou seja, estabelecer a relação entre escola e
trabalho enquanto espaço educativo. Por isso sua colaboração é muito importante:
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QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS AGENTES EDUCACIONAIS - I
(1-) O que você entende por escola enquanto espaço educativo?
(2-) De que forma você exerce influência na educação dos alunos no dia a dia do
seu trabalho?
(3-) Em sua opinião houve mudanças de comportamento, atitudes e valores em
relação aos alunos do passado com os do presente? Explique:
(4-) Você gosta de trabalhar no período noturno? Descreva como é trabalhar a
noite.
(5-) Relate uma experiência que mais marcou você durante seu trabalho no rela-
cionamento com os alunos.
QUESTIONÁRIO DESTINADO A EQUIPE PEDAGÓGICA
Com as questões abaixo se pretende obter um conhecimento mais próximo so-
bre a estrutura organizacional e disciplinar da Escola, que engloba como centro, o alu-
no, no processo ensino e aprendizagem.
(1-) Qual sua concepção sobre ensino e aprendizagem?
(2-) Através da análise do Planejamento e Plano Docente do Período Noturno es-
tabeleça a viabilidade em se concretizar a aprendizagem em relação a:
a) Objetivos b) Conteúdos
c) Estratégias metodológicas d) Critérios de Avaliação
(3-) Existem alternativas teóricas e metodológicas para que haja a permanência
dos alunos na escola do período noturno?
(4-) De que forma o pedagogo pode ser o mediador do ensino e aprendizagem no
período noturno?
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SUGESTÕES DE FILMES E DOCUMENTÁRIOS/SINOPSES
Este espaço se constitui em uma oportunidade de percebermos que o Ensino
Noturno não é uma modalidade isolada, mas faz parte de um contexto maior, com
determinantes políticos e econômicos. Dada a sua importância, muitos produtores
tentam traduzir os desafios do ensino, por meio de filmes, documentários. O nosso
objetivo é enriquecer ainda mais a análise com algumas sugestões.
DOCUMENTÁRIO: Pro Dia Nascer Feliz.
• Sinopse
As adversas situações que o adolescente brasileiro enfrenta dentro da escola.
Meninos e meninos, ricos e pobres em situações que revelam precariedade,
preconceito, violência e esperança. Em três estados brasileiros, em classes
sociais distintas, adolescentes falam da vida na escola, seus projetos e
inquietações numa fase crucial de sua formação. Professores também expõem
seu cotidiano profissional, ajudando a pintar um quadro complexo das
desigualdades e da violência no país a partir da realidade escolar. Prêmio
especial do júri no Festival de Gramado 2006.
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FILME: Desafiando Gigantes.
• Sinopse
Nunca desista, nunca volte atrás, nunca perca a fé O PODER DA CRENÇA
PROPORCIONA A HABILIDADE DE VENCER. Nos seus seis anos como técnico
de futebol americano de uma escola, Grant Taylor nunca conseguiu levar seu
time Shiloh Eagles a uma temporada vitoriosa. E ao ter que enfrentar crises
profissionais e pessoais aparentemente insuperáveis, a idéia de desistir nunca
lhe pareceu tão atraente. É apenas depois que um visitante inesperado o desafia
a acreditar no poder da fé que ele descobre a força da perseverança para
vencer.
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FILME: Escritores da Liberdade.
• Sinopse
Erin Gruwell (Hilary Swank) é uma jovem professora que leciona em uma
pequena escola de um bairro periférico nos EUA. Por meio de relatos de guerra,
ela ensina seus alunos os valores da tolerância e da disciplina, realizando uma
reforma educacional em toda a comunidade.
O filme "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers, EUA, 2007) aborda, de uma
forma comovente e instigante, o desafio da educação em um contexto social
problemático e violento. Tal filme se inicia com uma jovem professora, Erin
(interpretada por Hilary Swank), que entra como novata em uma instituição de
"ensino médio", a fim de lecionar Língua Inglesa e Literatura para uma turma de
adolescentes considerados "turbulentos", inclusive envolvidos com gangues.
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FILME: 1,99 o supermercado que vende palavras.
• Sinopse
1,99 é um supermercado que vende palavras. Os personagens principais do
filme são o desejo, a angústia e a compulsão que temos pelo ato da compra.
Curiosas histórias ocorrem neste supermercado branco e ninguém consegue de
lá sair. Em um cenário todo branco e sem diálogos, com prateleiras e carrinhos
iguais aos de um supermercado, o diretor paulista Marcelo Masagão faz uma
reflexão sobre os limites do consumismo. Há pelo menos uma linha ficcional
mais explícita para colocar dentro deste supermercado. Os frequentadores do
lugar, homens, mulheres, crianças, velhos e moços, só têm à disposição caixas
de vários tamanhos, onde se lêem slogans, frases prontas, palavras ou apenas
letras. Muitas das referências à publicidade são reais e foram usadas com
autorização de empresas creditadas nos letreiros iniciais. Não há diálogos, mas
cria-se uma série de situações dramáticas onde estas pessoas, também vestidas
de branco, se relacionam. Do lado de fora outras tantas, vestidas com as cores e
com os níveis de elegância da vida real, que simbolizam os excluídos.
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FILME: Nenhum a Menos.
• Sinopse
As dificuldades encontradas por uma menina de 13 anos quando tem de
substituir seu professor, que viaja para ajudar a mãe doente. Antes de partir, ele
recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante
sua ausência. Quando um garoto desaparece da escola, a jovem professora
descobre que ele deixou o vilarejo em direção à cidade em busca de emprego,
para ajudar no sustento da família. Seguindo os conselhos de seu professor, ela
vai atrás do aluno.
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FILME: Gênio Indomável.
• Sinopse
Um garoto dotado de grande inteligência mas que vive se metendo em encrenca.
Sem família e com pouca educação formal, ele devora livros mas guarda tudo
que aprende para si e procura empregos que dispensam qualificação. Um
professor do MIT descobre que Will é um gênio e quer o garoto em sua equipe
de matemática, mas, como Will tem problemas com a polícia, é preciso fazer um
acordo com a justiça. São impostas duas condições: ele tem que trabalhar com o
professor e fazer terapia. Sean McGuire (Robin Willians) é o terapeuta chamado
para domar o dificíl temperamento do rapaz. Ambos são igualmente teimosos,
mas surge uma amizade que convence Will a encarar seu passado e seu futuro.
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FILME: O Duelo de Titãs.
• Sinopse
Nos anos 70, numa cidade da Virgínia, a justiça determinou que as escolas
deveriam promover a integração entre brancos e negros. Cumprindo a norma, a
escola T.C. Williams substituiu o treinador de futebol americano Bill Yoast,
branco, por Herman Boone, negro. Além de não ser bem recebido, o novo
treinador tem que lidar com jovens que estão juntos pela primeira vez e que, por
preconceito racial, não se dão bem. Mais do que o esporte, o racismo é o maior
desafio que Boone enfrenta para levar o time adiante.
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CONCLUSÃO
A questão fundamental a ser respondida agora é esta: quais são as condições
para que, dentro do processo ensino-aprendizagem, o aluno da escola noturna esteja
em busca de trabalho, iniciando-se nele ou já inserido no seu universo, e possa
construir sua aprendizagem seja a base para sua vida, seja ingressando no ensino
superior ou permanecendo no mesmo nível?
Creio que os segmentos da escola pública necessitam serem revisados como
um todo: currículo, infra-estrutura, corpo docente, alunos e as necessidades de cada
um desses segmentos, pois não são ações isoladas ou grupos de pessoas (sejam
professores, pais ou autoridades) com boa vontade que conseguirão realizar todas as
modificações que a escola necessita.
Os professores necessitam melhores condições de trabalho, para que possam
também perceber seus alunos de forma diversificada e com isso auxiliá-los na
construção significativa de conhecimentos, proporcionando, assim, promoção,
permanência e não evasão e repetência.
Creio, portanto, que se cada um dos segmentos envolvidos na criação,
administração, e manutenção das escolas noturnas se propuser a refletir reavaliar e
transformar muitas das atividades e atitudes que hoje ocorrem nas escolas noturnas de
nível médio, com certeza haverá alunos e professores melhores e mais felizes.
SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
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