08 Nocoes de Administracao Orcamentaria e Financeira e Orcamento Publico

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  • Capa

  • Mestrando em Agronegcio e Desenvolvimento (Unesp). Bacharel em Administrao de Empresas (Unesp). Tcnico Gerenciamento

    Empresarial.

  • 1 O papel do Estado e a atuao do governo nas finanas pblicas.................................................... 1 1.1 Formas e dimenses da interveno da administrao na economia ........................................ 2 1.2 Funes do oramento pblico .................................................................................................. 3

    2 Oramento pblico ............................................................................................................................ 4 2.1 Conceito .................................................................................................................................... 4 2.2 Tcnicas oramentrias............................................................................................................. 4 2.3 Princpios oramentrios ........................................................................................................... 4 2.4 Ciclo oramentrio ..................................................................................................................... 4 2.5 Processo oramentrio .............................................................................................................. 4

    3 O oramento pblico no Brasil ........................................................................................................ 10 3.1 Sistema de planejamento e de oramento federal ................................................................... 10 3.2 Plano plurianual ....................................................................................................................... 10 3.3 Diretrizes oramentrias .......................................................................................................... 10 3.4 Oramento anual ..................................................................................................................... 10 3.5 Outros planos e programas ..................................................................................................... 10 3.6 Sistema e processo de oramentao ..................................................................................... 10 3.7 Classificaes oramentrias .................................................................................................. 10 3.8 Estrutura programtica ............................................................................................................ 10 3.9 Crditos ordinrios e adicionais ............................................................................................... 10

    4 Programao e execuo oramentria e financeira....................................................................... 18 4.1 Descentralizao oramentria e financeira ............................................................................ 18 4.2 Acompanhamento da execuo .............................................................................................. 18 4.3 Sistemas de informaes ........................................................................................................ 18 4.4 Alteraes oramentrias ........................................................................................................ 18

    5 Receita pblica ............................................................................................................................... 27 5.1 Conceito e classificaes ........................................................................................................ 27 5.2 Estgios .................................................................................................................................. 27 5.3 Fontes ..................................................................................................................................... 27 5.4 Dvida ativa.............................................................................................................................. 27

    6 Despesa pblica ............................................................................................................................. 32 6.1 Conceito e classificaes ........................................................................................................ 32 6.2 Estgios .................................................................................................................................. 32 6.3 Restos a pagar ........................................................................................................................ 32 6.4 Despesas de exerccios anteriores .......................................................................................... 32 6.5 Dvida flutuante e fundada ....................................................................................................... 32 6.6 Suprimento de fundos ............................................................................................................. 32

    7 Lei de Responsabilidade Fiscal ....................................................................................................... 35 7.1 Conceitos e objetivos .............................................................................................................. 35 7.2 Planejamento .......................................................................................................................... 35 7.3 Receita Pblica ....................................................................................................................... 35 7.4 Despesa Pblica...................................................................................................................... 35 7.5 Dvida e endividamento ........................................................................................................... 35 7.6 Transparncia, controle e fiscalizao ..................................................................................... 35

    Questes ........................................................................................................................................... 40

  • Candidatos ao Concurso Pblico,

    O Instituto Maximize Educao disponibiliza o e-mail [email protected] para dvidas relacionadas ao contedo desta apostila como forma de auxili-los nos estudos para um bom

    desempenho na prova.

    As dvidas sero encaminhadas para os professores responsveis pela matria, portanto, ao entrar em contato, informe:

    - Apostila (concurso e cargo);

    - Disciplina (matria);

    - Nmero da pgina onde se encontra a dvida; e

    - Qual a dvida.

    Caso existam dvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminh-las em e-mails separados. O professor ter at cinco dias teis para respond-la.

    Bons estudos!

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    Poltica fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir trs funes: a estabilizao macroeconmica, a redistribuio da renda e a alocao de recursos. A funo estabilizadora consiste na promoo do crescimento econmico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preos. A funo redistributiva visa assegurar a distribuio equitativa da renda. Por fim, a funo alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e servios pblicos, compensando as falhas de mercado.

    Os resultados da poltica fiscal podem ser avaliados sob diferentes ngulos, que podem focar na mensurao da qualidade do gasto pblico bem como identificar os impactos da poltica fiscal no bem-estar dos cidados. Para tanto podem ser utilizados diversos indicadores para anlise fiscal, em particular os de fluxos (resultados primrio e nominal) e estoques (dvidas lquida e bruta). A saber, estes indicadores se relacionam entre si, pois os estoques so formados por meio dos fluxos. Assim, por exemplo, o resultado nominal apurado em certo perodo afeta o estoque de dvida bruta.

    Resultado fiscal primrio a diferena entre as receitas primrias e as despesas primrias durante um determinado perodo. O resultado fiscal nominal, por sua vez, o resultado primrio acrescido do pagamento lquido de juros. Assim, fala-se que o Governo obtm supervit fiscal quando as receitas excedem as despesas em dado perodo; por outro lado, h dficit quando as receitas so menores do que as despesas. O equilbrio oramentrio ocorre quando as receitas se igualam s despesas.

    A poltica fiscal deve ser conduzida com alto grau de responsabilidade fiscal. O uso equilibrado dos recursos pblicos visa a reduo gradual da dvida lquida como percentual do PIB, de forma a contribuir com a estabilidade, o crescimento e o desenvolvimento econmico do pas. Mais especificamente, a poltica fiscal busca a criao de empregos, o aumento dos investimentos pblicos e a ampliao da rede de seguridade social, com nfase na reduo da pobreza e da desigualdade.

    A Programao Financeira compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de execuo do oramento ao fluxo provvel de recursos financeiros. Assegurando a execuo dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislao vigente.

    Logo aps a sano presidencial Lei Oramentria aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em at trinta dias a programao financeira e o cronograma de desembolso mensal por rgos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Oramentrias.

    A Programao Financeira se realiza em trs nveis distintos, sendo a Secretaria do Tesouro Nacional o rgo central, contando ainda com a participao das Subsecretrias de Planejamento, Oramento e Administrao (ou equivalentes os rgos setoriais - OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE). Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaborao e formulao da programao financeira mensal e anual, bem como a adoo dos procedimentos necessrios a sua execuo. Aos rgos setoriais competem a consolidao das propostas de programao financeira dos rgos vinculados (UGE) e a descentralizao dos recursos financeiros recebidos do rgo central. s Unidades Gestoras Executoras cabem a realizao da despesa pblica nas suas trs etapas, ou seja: o empenho, a liquidao e o pagamento.

    1 O papel do estado e a atuao do governo nas finanas pblicas

    Prof. Danilo Vieira

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    A interveno do Estado na ordem econmica pode acontecer de vrias formas, mas, o poder pblico mais interfere no domnio econmico de forma indireta, ou seja, apoiando a iniciativa privada e estimulando determinados comportamentos. As intervenes do Estado na economia podem ser dirteas e indiretas:

    As intervenes diretas do Estado na economia consistem na prestao de servios pblicos e na explorao de atividades econmicas.

    As intervenes indiretas: o Estado pode conceder incentivos fiscais para atrair indstrias e outros ramos de atividade para se instalar em determinadas regies; pode elevar ou reduzir a alquota de impostos, como IPI, imposto sobre a importao, IOF etc. para expandir ou retrair determinados segmentos da economia; e ofertar financiamentos pblicos mediante a concesso de linhas de crdito especiais, para favorecer determinadas empresas ou setores da economia.

    No Brasil, as principais diretrizes tributrias so estabelecidas pela Constituio Federal, que dispe sobre os princpios gerais, as limitaes do poder de tributar, as competncias e tambm sobre a repartio das receitas tributrias. Assim, o Sistema Tributrio Nacional institudo pela prpria Constituio, que estabelece que a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir tributos. A autonomia poltico-administrativa, caracterstica essencial do nosso sistema federativo, concede a cada esfera de governo a possibilidade de instituir impostos, taxas (em razo do poder de polcia ou pela utilizao de servios pblicos) e contribuies de melhoria (decorrentes de obras pblicas). No que tange s contribuies sociais, em sua maioria somente podem ser institudas pelo Governo Federal.

    De acordo com a Constituio brasileira, a competncia tributria quanto aos impostos deve seguir a distribuio mencionada no quadro abaixo:

    1.1 Formas e dimenses da interveno da administrao na economia

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    Da mesma forma, a Constituio permite Unio instituir emprstimos compulsrios, em condies especiais, por ela definida, e contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas. Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios somente podero instituir contribuies, cobradas de seus servidores, para o custeio, em benefcio desses, de sistemas de previdncia e assistncia social.

    Dentre as contribuies sociais vigentes, as principais, todas de competncia da Unio, so apresentadas no prximo quadro.

    A importncia relativa de cada um dos tributos componentes do sistema tributrio brasileiro pode ser mais bem visualizada pela representatividade econmica destes na carga tributria total. No obstante a maioria dos tributos tenha finalidade precpua de arrecadar fundos para o financiamento das aes estatais (tributos arrecadatrios), alguns deles tm caractersticas que os colocam na condio de instrumentos de poltica econmica ou social (tributos regulatrios). Pode-se citar, a ttulo de exemplo de tributos regulatrios, o IOF e o IPI, que podem ser utilizados pelo governo federal como instrumentos auxiliares na conduo de polticas monetria e industrial, respectivamente.

    O Estado possui trs funes econmicas clssicas, denominadas funes fiscais, que refletem sobre o Oramento Pblico:

    Funo alocativa: o Estado atua diretamente na produo de bens. De acordo com a Teoria Econmica do Bem-Estar Social, existem razes para essa atuao produtiva do Estado, as denominadas falhas de mercado: competio imperfeita, existncia de bens pblicos, presena de externalidades e de mercados incompletos, informao imperfeita, desemprego e outros distrbios macroeconmicos. Por meio do Oramento Pblico so feitas alocaes de recursos, por exemplo, para que empresas governamentais atuem diretamente na oferta de bens sociedade.

    Funo distributiva: verifica-se que nem todas as distribuies de bens e recursos da sociedade so desejveis, principalmente por consideraes de eficincia e de justia social. Isso leva a que o governo se utilize do Oramento para promover polticas de distribuio de recursos pblicos como forma de tentar resolver tais tipos de problemas.

    Funo estabilizadora: em termos macroeconmicos, a poltica fiscal por meio do Oramento Pblico visa promover ajustes para que a economia atinja adequado nvel de estabilidade. Essa funo estabilizadora importante com vistas a um alto nvel de emprego, um grau razovel de estabilidade nos preos, equilbrio no balano de pagamentos e uma aceitvel taxa de crescimento econmico.

    1.2 Funes do oramento pblico

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    Texto de Morgado (2014).

    Oramento um documento que prev as quantias de moeda que, num perodo determinado, devem entrar e sair dos cofres pblicos, com especificao de suas principais fontes de financiamento e das categorias de despesa mais relevantes. Usualmente formalizado atravs de Lei, proposta pelo Poder Executivo e apreciada pelo Poder Legislativo na forma definida da Constituio. Instrumento de carter poltico, econmico, gerencial e financeiro.

    Programa que contm planos de custeio dos servios pblicos, investimentos, inverses e obteno de recursos. A execuo desse programa de trabalho exige autorizao prvia do rgo de representao popular. A forma material de expressar sua autorizao a lei.

    oramento um processo de planejamento contnuo e dinmico utilizado pelo Estado, para demonstrar seus planos e programas de trabalho por determinado perodo de tempo. Contm a estimativa das receitas j criadas conforme legislao, despesas previstas para a manuteno das atividades do Estado e a execuo dos projetos estabelecidos nos planos e programas de Governo. proposto pelo Poder Executivo para um perodo financeiro, e aprovado pelo Poder Legislativo, passando por exame, discusso, emenda e aprovao.

    A proposta oramentria o conjunto de documentos sintticos e analticos, enviados a Casa Legislativa demonstrando os planos de Governo. Deve ser elaborada em obedincia as disposies contidas na Lei Federal n 4.320/64 que estatui as normas gerais de direito financeiro para elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal. Aps a aprovao, a proposta oramentria passa a ser oramento pblico e/ou oramento-programa pblico. Somente aps a publicao da lei, o Chefe do Poder Executivo poder, no exerccio financeiro seguinte, dar incio execuo dos seus planos. Passa-se, ento, das atividades de estimao da receita e da fixao da despesa (proposta oramentria) s atividades de realizao da receita e da despesa (execuo oramentria).

    De acordo com o princpio oramentrio da totalidade, o oramento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar um nico oramento. Este princpio mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, e visa evitar mltiplos oramentos dentro da mesma pessoa poltica. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exerccio financeiro, devem integrar um nico documento legal dentro de cada nvel federativo.

    Dos prazos para aprovao: A Constituio Federal remete a Lei Complementar fixao de prazos para o processo de

    aprovao do oramento da Unio. Nos Estados e Municpios os prazos so estabelecidos, respectivamente, pelas constituies

    estaduais e municipais, que devero apreciar a proposta oramentria no exerccio financeiro que a receberem para entrar em vigor no exerccio subsequente, j em forma de lei.

    Se o projeto for rejeitado pelo Poder Legislativo, subsistir, para o ano seguinte, a Lei Oramentria do exerccio em curso.

    Por sua vez, o Legislativo - federal, estadual ou municipal - considerar o oramento vigente como proposta se, no prazo constitucional no receber do Executivo a proposta oramentria.

    Contedo da Lei Oramentria: A lei que aprova o oramento no poder conter matria estranha previso da receita e da fixao

    da despesa (princpio da exclusividade, consagrado na CF), exceo feita autorizao ao Poder

    2 Oramento pblico. 2.1 Conceito 2.2 Tcnicas oramentrias. 2.3 Princpios oramentrios. 2.4 Ciclo oramentrio. 2.5 Processo

    oramentrio. Prof. Danilo Vieira

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    Executivo para abrir crditos suplementares e para realizar operaes de crdito por antecipao de receita.

    A Lei do Oramento compreender todas as despesas e todas as receitas do Estado, inclusive as de operaes de crdito autorizadas em lei, com exceo das operaes de crditos por antecipao de receita.

    Perodos de Atividades do Oramento Pblico: A elaborao do oramento obedece s diretrizes conceituais dos princpios oramentrios. O

    oramento elaborado para o perodo de 01 (um) ano. As despesas so rigorosamente discriminadas, conforme dispem os princpios oramentrios da anualidade e da especificao. Alguns dos mais importantes princpios oramentrios discutidos doutrinariamente pela Cincia das Finanas esto consagrados em nossa legislao financeira: anualidade, especificao, exclusividade, unidade e universalidade. Alguns outros princpios so observados tradicionalmente: clareza, exatido, publicidade, etc.

    Tanto a receita (recursos financeiros), como a despesa (aplicaes), tem trs perodos de atividades extremamente importantes: a) perodo de estimao da receita e da fixao da despesa (proposta oramentria); b) perodo de realizao da receita e da despesa (execuo oramentria); c) perodo de confrontaes das receitas estimadas com as realizadas e das despesas fixadas com as realizadas; os resultados desse perodo serviro de base elaborao da proposta oramentria do ano seguinte.

    Princpios Oramentrios So regras fundamentais e norteadoras da prtica oramentria. Conjunto de premissas que devem

    ser observadas durante cada etapa da elaborao oramentria. - Anualidade: O oramento deve ter vigncia limitada a um exerccio financeiro. Conforme a

    legislao brasileira, o exerccio financeiro precisa coincidir com o ano civil. A Lei de Responsabilidade Fiscal LRF vem reforar este princpio ao estabelecer que as obrigaes assumidas no exerccio sejam compatveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exerccio.

    - Clareza: O oramento deve ser claro e de fcil compreenso a qualquer indivduo. - Equilbrio: Os valores autorizados para a realizao das despesas no exerccio devero ser

    compatveis com os valores previstos para a arrecadao das receitas. - Exclusividade: a lei oramentria no poder conter matria estranha fixao das despesas e

    previso das receitas (exceo Constitucional autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operao de crdito).

    - Legalidade: A elaborao do oramento deve observar as limitaes legais em relao aos gastos e s receitas e, em especial, ao que se segue quanto s vedaes impostas pela Constituio.

    - Publicidade: Garantia da transparncia e pleno acesso a qualquer interessado s informaes necessrias ao exerccio da fiscalizao sobre a utilizao dos recursos arrecadados dos contribuintes.

    - Unidade Oramentria: O oramento uno, ou seja, todas as receitas e despesas devem estar contidas numa s lei oramentria. No mbito de cada esfera de Governo (Unio, estados e municpios) deve existir apenas um s oramento para um exerccio financeiro.

    - Uniformidade: Os dados apresentados devem ser homogneos nos exerccios, no que se refere classificao e demais aspectos envolvidos na metodologia de elaborao do oramento, permitindo comparaes ao longo do tempo.

    - Universalidade: Todas as receitas e todas as despesas devem constar da lei oramentria, no podendo haver omisso.

    - Oramento Bruto: Todas as receitas e despesa devem constar na pea oramentria com seus valores brutos e no lquidos.

    - No afetao (ou no vinculao) das receitas: Nenhuma parcela da receita poder ser reservada ou comprometida para atender a certos ou determinados gastos. No entanto, h excees. Exceo da No afetao da receita:

    repartio do produto da arrecadao dos impostos; a destinao de recursos para as aes e servios pblicos de sade, para a manuteno do

    ensino; a prestao de garantias s operaes de crditos por antecipao da receita. - Descentralizao: prefervel que a execuo das aes ocorra no nvel mais prximo de seus

    beneficirios. Com essa prtica, a cobrana dos resultados tende a ser favorecida, dada a proximidade entre o cidado, beneficirio da ao e a unidade administrativa que a executa.

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    - Responsabilizao: Os gerentes/administradores devem assumir de forma personalizada a responsabilidade pelo desenvolvimento de um programa, buscando a soluo ou o encaminhamento de um problema.

    - Simplificao: o planejamento e o oramento devem basear-se a partir de elementos de fcil compreenso.

    O oramento um instrumento de planejamento e execuo das Finanas pblicas. Na atualidade o conceito est intimamente ligado previso das Receitas e fixao das Despesas pblicas. No Brasil, sua natureza jurdica considerada como sendo de lei em sentido formal, apenas. Isso guarda relao com o carter de autorizao das despesas pblicas ali previstas.

    O oramento e estimativa das receitas e autorizao para realizao de despesas da administrao pblica direta e indireta em um determinado exerccio, que, no Brasil, coincide como o ano civil.

    O estudo do oramento pblico retorna dcada de 1920 nos Estados Unidos. Ou mesmo anteriormente, s sendo possvel devido Revoluo Industrial. A gesto empresarial deu enormes saltos de qualidade, propiciando o desenvolvimento de diversas tcnicas de gesto e de elaborao do oramento. Fayol, em sua obra "Administrao Industrial e Geral", j defendia que as empresas eram conjuntos de funes (tcnicas, comerciais, financeiras, segurana, contbeis e administrativas).

    Com o desenvolvimento do pensamento empresarial e acadmico, que efetua o acompanhamento e controle da Funo Administrativa estatal, era necessrio estabelecer mecanismos que proporcionassem bases seguras para a conduo das atividades empresariais. Neste contexto, surgiram as tcnicas oramentrias mais conhecidas: - Oramento Tradicional; - Oramento Base Zero; - Oramento de Desempenho; - Oramento-Programa; - Sistema de Planejamento, Programao e Oramento; - Sistema de Racionalizao do Oramento; - dentre outras tcnicas. Assim, o conceito de oramento pblico varia dependendo do ngulo em que o observa, podendo adquirir definies variadas.

    A funo do Oramento permitir que a sociedade acompanhe o fluxo de recursos do Estado (receitas e despesas). Para isto, o governo traduz o seu plano de ao em forma de lei. Esta lei passa a representar seu compromisso executivo com a sociedade que lhe delegou poder.

    O projeto de lei oramentria elaborado pelo Executivo, e submetido apreciao do Legislativo, que pode realizar alteraes no texto final. A partir da, o Executivo deve promover sua implementao de forma eficiente e econmica, dando transparncia pblica a esta implementao. Por isso o oramento um problema quando uma administrao tem dificuldades para conviver com a vontade do Legislativo e da sociedade: devido sua fora de lei, o oramento um limite sua ao.

    Em sua expresso final, o oramento um extenso conjunto de valores agrupados por unidades oramentrias, funes, programas, atividades e projetos. Com a inflao, os valores no so imediatamente compreensveis, requerendo vrios clculos e o conhecimento de conceitos de matemtica financeira para seu entendimento. Isso tudo dificulta a compreenso do oramento e a sociedade v debilitada sua possibilidade de participar da elaborao, da aprovao, e, posteriormente, acompanhar a sua execuo.

    Pode-se melhorar a informao oferecida aos cidados sem dificultar o entendimento, atravs da tcnica chamada anlise vertical, agrupando as receitas e despesas em conjuntos (atividade, grupo, funo), destacando-se individualmente aqueles que tenham participao significativa. apresentada a participao percentual dos valores destinados a cada item no total das despesas ou receitas.

    Em vez de comunicar um conjunto de nmeros de difcil entendimento ou valores sem base de comparao, possvel divulgar informaes do tipo "a prefeitura vai gastar 15% dos seus recursos com pavimentao", por exemplo.

    Outra anlise que pode ser realizada a anlise horizontal do oramento. Esta tcnica compara os valores do oramento com os valores correspondentes nos oramentos

    anteriores (expressos em valores reais, atualizados monetariamente, ou em moeda forte). Essas tcnicas e princpios de simplificao devem ser aplicados na apresentao dos resultados da

    execuo oramentria (ou seja, do cumprimento do oramento), confrontando o previsto com o realizado em cada perodo e para cada rubrica. Deve-se apresentar, tambm, qual a porcentagem j recebida das receitas e a porcentagem j realizada das despesas.

    fundamental que a pea oramentria seja convertida em valores constantes, permitindo avaliar o montante real de recursos envolvidos.

    Outra forma de alterao do valor real atravs das margens de suplementao. Para garantir flexibilidade na execuo do oramento, normalmente so previstas elevadas margens de suplementao, o que permite um uso dos recursos que modifica profundamente as prioridades estabelecidas.

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    Com a indexao oramentria mensal inflao real, consegue-se o grau necessrio de flexibilidade na execuo oramentria, sem permitir burlar o oramento atravs de elevadas margens de suplementao. Pode-se restringir a margem a um mximo de 3%.

    No basta dizer quanto ser arrecadado e gasto. preciso apresentar as condies que permitiram os nveis previstos de entrada e dispndio de recursos.

    No caso da receita, importante destacar o nvel de evoluo econmica, as melhorias realizadas no sistema arrecadador, o nvel de inadimplncia, as alteraes realizadas na legislao, os mecanismos de cobrana adotados.

    No caso da despesa, importante destacar os principais custos unitrios de servios e obras, as taxas de juros e demais encargos financeiros, a evoluo do quadro de pessoal, a poltica salarial e a poltica de pagamento de emprstimos e de atrasados.

    Os resultados que a simplificao do oramento geram so, fundamentalmente, de natureza poltica. Ela permite transformar um processo nebuloso e de difcil compreenso em um conjunto de atividades caracterizadas pela transparncia.

    Como o oramento passa a ser apresentado de forma mais simples e acessvel, mais gente pode entender seu significado. A sociedade passa a ter mais condies de fiscalizar a execuo oramentria e, por extenso, as prprias aes do governo municipal. Se, juntamente com esta simplificao, forem adotados instrumentos efetivos de interveno da populao na sua elaborao e controle, a participao popular ter maior eficcia.

    Apesar dos muitos avanos alcanados na gesto das contas pblicas no Brasil, a sociedade ainda no se desfez da sensao de caixa preta quando se trata de acompanhar as contas pblicas.

    A gesto das contas pblicas brasileiras passou por melhorias institucionais to expressivas que possvel falar-se de uma verdadeira revoluo. Mudanas relevantes abrangeram os processos e ferramentas de trabalho, a organizao institucional, a constituio e capacitao de quadros de servidores, a reformulao do arcabouo legal e normativo e a melhoria do relacionamento com a sociedade, em mbito federal, estadual e municipal.

    Os diferentes atores que participam da gesto das finanas pblicas tiveram suas funes redefinidas, ampliando-se as prerrogativas do Poder Legislativo na conduo do processo decisrio pertinente priorizao do gasto e alocao da despesa.

    Esse processo se efetivou fundamentalmente pela unificao dos oramentos do Governo Federal, antes constitudo pelo oramento da Unio, pelo oramento monetrio e pelo oramento da previdncia social.

    Criou-se a Secretaria do Tesouro Nacional, em processo em que foram redefinidas as funes do Banco do Brasil, do Banco Central e do Tesouro Nacional.

    Consolidou-se a viso de que o horizonte do planejamento deve compreender a elaborao de um Plano Plurianual (PPA) e, a cada ano, uma Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) que por sua vez deve preceder a elaborao da Lei Oramentria Anual (LOA).

    Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal, reconhecendo-se que os resultados fiscais e, por consequncia, os nveis de endividamento do Estado, no podem ficar ao sabor do acaso, mas devem decorrer de atividade planejada, consubstanciada na fixao de metas fiscais.

    A transparncia dos gastos pblicos tornou-se possvel graas introduo de modernos recursos tecnolgicos, propiciando registros contbeis mais geis e plenamente confiveis.

    A execuo oramentria e financeira passou a contar com facilidades operacionais e melhores mecanismos de controle.

    Por consequncia, a atuao dos rgos de controle tornou-se mais eficaz, com a adoo de novo instrumental de trabalho, como a introduo do SIAFI e da conta nica do Tesouro Nacional, acompanhados de diversos outros aperfeioamentos de ferramentas de gesto.

    O Oramento Tradicional busca assegurar o controle poltico das atividades governamentais. Detalha o que o governo gasta, enfatiza os elementos de despesa.

    O Oramento Base Zero consiste em um oramento por programas. Utiliza-se de todo o processo operacional de planejamento e oramento, fundamentado na preparao de pacotes de deciso, para escolha do nvel de objetivo ditado pela ponderao da equao de custos e benefcios. uma tcnica para a elaborao do oramento, cujas principais caractersticas so a reviso crtica dos gastos tradicionais de cada rea e a criao de alternativas para facilitar a escala de prioridades a serem levadas para deciso superior. Para implantao desta tcnica necessrio que os executivos estabeleam os parmetros de cada programa, a identificao das reas de deciso, permitam tambm que cada gerente destas reas estabelea trs nveis de gasto para cada programa (nvel mnimo, atual e mais elevado) e que em cada nvel da organizao seja efetuada a classificao ou atribuio de prioridades.

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    Oramento Desempenho: aquele que apresenta os propsitos e objetivos para os quais os crditos se fazem necessrios, os custos dos programas propostos para atingir queles objetivos e dados quantitativos que meam as realizaes e o trabalho levado a efeito em cada programa.

    O Oramento Programa: um instrumento de planejamento que permite identificar os programas, os projetos e as atividades que o Governo pretende realizar, alm de estabelecer os objetivos, as metas, os custos e os resultados esperados e oferecer maior transparncia dos gastos pblicos. A concepo e a tcnica deste oramento so conhecidas h bastante tempo, inclusive no Brasil. Apesar dos avanos ocorridos durante a segunda metade do sculo XX, representados, por exemplo, pela adoo, em 1974, da chamada classificao funcional-programtica, foi apenas com a edio do Decreto 2.829/1998 e das demais normas que disciplinaram a elaborao do Plano Plurianual 2000-2003 e dos oramentos anuais a ele vinculados, que os esforos de implementao do oramento-programa na rea federal tiveram incio efetivamente.

    Ciclo Oramentrio Sequncia de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo oramentrio. A

    maioria dos autores adota como fases do ciclo oramentrio as seguintes: elaborao, apreciao legislativa, execuo e acompanhamento, controle e avaliao, quando, ento, se inicia o ciclo seguinte. Corresponde ao perodo de tempo em que se processam as atividades tpicas do oramento pblico, desde sua concepo at a avaliao final.

    O ciclo oramentrio, ou processo oramentrio, pode ser definido como um processo contnuo, dinmico e flexvel, atravs do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia os programas do setor pblico nos aspectos fsicos e financeiro, corresponde, portanto, ao perodo de tempo em que se processam as atividades tpicas do oramento pblico. Preliminarmente conveniente ressaltar que o ciclo oramentrio no se confunde com o exerccio financeiro. Este, na realidade, o perodo durante o qual se executa o oramento, correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo oramentrio.

    No Brasil, o exerccio financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia em 01 de janeiro encerra em 31 de dezembro de cada ano, conforme dispe o art. 34 da Lei n 4.320/64. Por outro lado, o ciclo oramentrio um perodo muito maior, iniciando com o processo de elaborao do oramento, passando pela execuo e encerramento com o controle.

    Identifica-se, basicamente, algumas etapas no ciclo ou processo oramentrio: Programao; Elaborao da proposta oramentria; Discusso e aprovao da Lei do Oramento; Execuo oramentria e financeira; Acompanhamento; Controle; Reviso dos Planos.

    Elaborao dos projetos oramentrios e sua tramitao no Congresso Nacional A lei oramentria tem sua origem na proposta oramentria, cuja elaborao cabe ao Poder

    Executivo porque quem administra, conhecendo, portanto, melhor as suas necessidades. Por outro lado, ningum melhor que o Poder Executivo para dizer onde se deve buscar os recursos de que carece, e, alm do mais, tem sua disposio os funcionrios que lhe podem fornecer os dados corretos referentes situao financeira do pas.

    A competncia do Poder Executivo para elaborao da proposta oramentria est consagrada universalmente, no tendo vingado as experincias feitas nos Estados Unidos e na Frana no sentido de atribu-la ao Poder Legislativo.

    Todavia, h quem defenda esta ltima orientao sob o fundamento de preservar a plena competncia do Congresso Nacional na parte mais necessria aos reclamos da coletividade e porque os representantes do povo so os que mais conhecem as necessidades da comunidade social.

    Entretanto, parece-nos mais correta a atribuio de tal iniciativa ao Poder Executivo, conforme, alis, determina o art. 165 da Constituio Federal, em consonncia com o art. 84, XXIII.

    constitucionalmente proibido o incio de programas ou projetos no includos na Lei Oramentria Anual. Caso o gestor necessite iniciar um novo programa/projeto, dever apresentar projeto de lei para crdito especial com vistas a atender ao novo programa/projeto.

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    Ausncia de Lei Complementar A Constituio de 1988, no inciso I do 9 do art. 165, estabelece que cabe lei complementar

    dispor sobre o exerccio financeiro, a vigncia, os prazos, a elaborao e a organizao do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e da lei oramentria anual.

    Enquanto no for aprovada a referida lei complementar, devem ser obedecidas as seguintes normas do 2 do art. 35, do s todas as Disposies Constitucionais Transitrias, aplicvel no caso em tela:

    a) O projeto do plano plurianual, para vigncia at o final do primeiro exerccio financeiro do mandato presidencial subsequente, ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do primeiro exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa;

    b) O projeto de lei de diretrizes oramentrias ser encaminhado at oito meses e meio antes do encerramento do exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa;

    c) O projeto de lei oramentria da Unio ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa.

    Prorrogao do Oramento Anterior A Constituio de 1969 dispunha, no art.66, que o projeto de lei oramentria anual devia ser

    enviado pelo Presidente da Repblica, ao Congresso Nacional, at quatro meses antes do incio do exerccio financeiro seguinte.

    E se, at trinta dias antes do encerramento do exerccio financeiro, o Poder Legislativo no o devolvesse para sano, seria promulgado como lei.

    A Constituio atual silencia quanto hiptese de o Poder Legislativo no devolver o projeto de lei oramentria anual no prazo referido no inciso III do art. 35 antes citado, por no t-lo votado at o incio do exerccio financeiro seguinte.

    Todavia, a Lei n 7.800, de10-7-89 (Lei de Diretrizes Oramentrias), em seu art. 5, determina a prorrogao do oramento anterior, na razo de 1/12 das dotaes, at que o novo venha a ser publicado.

    Apreciao do Congresso Nacional Dispondo da mesma forma que a Constituio anterior, o art. 166 da CF de 1988 prescreve que os

    projetos oramentrios devem ser apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum, e lgico que a votao deve ser em conjunto.

    Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, s diretrizes oramentrias, ao oramento anual e aos crditos adicionais sero apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

    1 - Caber a uma Comisso mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas

    anualmente pelo Presidente da Repblica; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos

    nesta Constituio e exercer o acompanhamento e a fiscalizao oramentria, sem prejuzo da atuao das demais comisses do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

    2 - As emendas sero apresentadas na Comisso mista, que sobre elas emitir parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenrio das duas Casas do Congresso Nacional.

    3 - As emendas ao projeto de lei do oramento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

    I - sejam compatveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias; II - indiquem os recursos necessrios, admitidos apenas os provenientes de anulao de despesa,

    excludas as que incidam sobre: a) dotaes para pessoal e seus encargos; b) servio da dvida; c) transferncias tributrias constitucionais para Estados, Municpios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correo de erros ou omisses; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. 4 - As emendas ao projeto de lei de diretrizes oramentrias no podero ser aprovadas quando

    incompatveis com o plano plurianual.

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    5 - O Presidente da Repblica poder enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificao nos projetos a que se refere este artigo enquanto no iniciada a votao, na Comisso mista, da parte cuja alterao proposta.

    6 - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes oramentrias e do oramento anual sero enviados pelo Presidente da Repblica ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, 9.

    7 - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que no contrariar o disposto nesta seo, as demais normas relativas ao processo legislativo.

    8 - Os recursos que, em decorrncia de veto, emenda ou rejeio do projeto de lei oramentria anual, ficarem sem despesas correspondentes podero ser utilizados, conforme o caso, mediante crditos especiais ou suplementares, com prvia e especfica autorizao legislativa.

    Competncia da Comisso Mista Dispe o 1 do art. 166 da Constituio de 1988 que o Congresso Nacional dever constituir uma

    Comisso Mista de Senadores e Deputados, de natureza permanente, para examinar e emitir parecer sobre os projetos oramentrios. Prescreve o 2 do mesmo dispositivo legal que qualquer emenda deve ser apresentada na mencionada Comisso, que emitir parecer, para ser apreciada, na forma regimental, pelo Plenrio das duas Casas do Congresso Nacional.

    A Constituio anterior (art. 66, 3) considerava conclusiva e final o parecer da referida Comisso, somente admitindo a votao em plenrio de emenda aprovada ou rejeitada na Comisso, em havendo requerimento assinado por um tero dos membros da Cmara dos Deputados e mais um tero de membros do Senado. Pela Constituio atual, como se disse anteriormente, cabe Comisso Mista apenas dar parecer sobre a emenda, pois a apreciao caber ao Plenrio das duas Casas do Congresso.

    Execuo Do Oramento Publicada a lei oramentria, os rgos pblicos competentes devero tomar imediatamente as

    medidas iniciais pertinentes sua execuo, especialmente quanto denominada programao, conforme preceituam o art. 70 do Decreto-lei n 200, de 25-02-67, e os arts. 47a 50 da Lei n 4.320.

    O Oramento Pblico um documento legal, que contm a previso de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas pelo Governo em determinado exerccio, geralmente um ano. No entanto, para que o oramento seja elaborado corretamente, ele precisa se basear em estudos e documentos cuidadosamente tratados que iro compor todo o processo de elaborao oramentria do governo.

    No Brasil, o Poder Executivo elabora o texto do Oramento Geral da Unio e o entrega ao Poder Legislativo para discusso, aprovao e converso em lei. O documento contm a estimativa de arrecadao das receitas federais para o ano seguinte e a autorizao para a realizao de despesas do Governo. Porm, est atrelado a um forte sistema de planejamento pblico das aes a realizar no exerccio. O Oramento Geral da Unio composto pelo:

    Oramento Fiscal, Oramento da Seguridade Social e Oramento de Investimento das Empresas Estatais Federais.

    3 O oramento pblico no brasil. 3.1 Sistema de planejamento e de oramento federal. 3.2 Plano plurianual. 3.3 Diretrizes oramentrias. 3.4 Oramento anual. 3.5 outros planos e programas. 3.6 Sistema e processo de oramentao. 3.7 Classificaes oramentrias. 3.8 estrutura programtica. 3.9 Crditos ordinrios e adicionais.

    Prof. Danilo Vieira

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    Os princpios bsicos para elaborao e controle dos Oramentos Pblicos so definidos pela Constituio, por meio da Lei 4.320/64, no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Oramentrias e na recente Lei de Responsabilidade Fiscal.

    O cidado tem o direito de verificar a destinao dos recursos que o governo recolhe sob a forma de impostos. Nenhuma despesa pblica pode ser realizada sem estar fixada no Oramento. Por este motivo, o oramento pblico planejado por meio do Sistema de Planejamento e de Oramento Federal.

    O Sistema de Planejamento e de Oramento Federal organizado e disciplinado pela Lei N 10.180, de 6 de fevereiro de 2001. A Medida Provisria n 2.112-88, de 2001 foi aprovada para os efeitos do disposto no pargrafo nico do art. 62 da Constituio Federal.

    Dessa forma, as finalidades do Sistema de Planejamento e de Oramento Federal so: I - formular o planejamento estratgico nacional; II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econmico e social; III - formular o plano plurianual, as diretrizes oramentrias e os oramentos anuais; IV - gerenciar o processo de planejamento e oramento federal; V - promover a articulao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, visando a

    compatibilizao de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planos federal, estadual, distrital e municipal.

    O Sistema de Planejamento e de Oramento Federal compreende as atividades de elaborao, acompanhamento e avaliao de planos, programas e oramentos, e de realizao de estudos e pesquisas socioeconmicas. E integram:

    o Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, como rgo central; rgos setoriais: so unidades de planejamento e oramento dos Ministrios, da Advocacia-Geral

    da Unio, da Vice-Presidncia e da Casa Civil da Presidncia da Repblica. rgos especficos: so as unidades vinculadas ou subordinadas ao rgo central do Sistema,

    cuja misso est voltada para as atividades de planejamento e oramento.

    As unidades responsveis pelas atividades de planejamento: I - elaborar e supervisionar a execuo de planos e programas nacionais e setoriais de

    desenvolvimento econmico e social; II - coordenar a elaborao dos projetos de lei do plano plurianual e o item, metas e prioridades da

    Administrao Pblica Federal, integrantes do projeto de lei de diretrizes oramentrias, bem como de suas alteraes, compatibilizando as propostas de todos os Poderes, rgos e entidades integrantes da Administrao Pblica Federal com os objetivos governamentais e os recursos disponveis;

    III - acompanhar fsica e financeiramente os planos e programas referidos no planejamento I e II, bem como avali-los, quanto eficcia e efetividade, com vistas a subsidiar o processo de alocao de recursos pblicos, a poltica de gastos e a coordenao das aes do governo;

    IV - assegurar que as unidades administrativas responsveis pela execuo dos programas, projetos e atividades da Administrao Pblica Federal mantenham rotinas de acompanhamento e avaliao da sua programao;

    V - manter sistema de informaes relacionados a indicadores econmicos e sociais, assim como mecanismos para desenvolver previses e informao estratgica sobre tendncias e mudanas no mbito nacional e internacional;

    VI - identificar, analisar e avaliar os investimentos estratgicos do Governo, suas fontes de financiamento e sua articulao com os investimentos privados, bem como prestar o apoio gerencial e institucional sua implementao;

    VII - realizar estudos e pesquisas socioeconmicas e anlises de polticas pblicas; VIII - estabelecer polticas e diretrizes gerais para a atuao das empresas estatais.

    J s unidades responsveis pelo Oramento Federal compete: I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaborao dos projetos da lei de diretrizes oramentrias

    e da lei oramentria da Unio, compreendendo os oramentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais;

    II - estabelecer normas e procedimentos necessrios elaborao e implementao dos oramentos federais, harmonizando-os com o plano plurianual;

    III - realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeioamento do processo oramentrio federal;

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    IV - acompanhar e avaliar a execuo oramentria e financeira, sem prejuzo da competncia atribuda a outros rgos;

    V - estabelecer classificaes oramentrias, tendo em vista as necessidades de sua harmonizao com o planejamento e o controle;

    VI - propor medidas que objetivem a consolidao das informaes oramentrias das diversas esferas de governo.

    Plano Plurianual O Plano Plurianual (PPA) um instrumento previsto no art. 165 da Constituio Federal destinado a

    organizar e viabilizar a ao pblica, com vistas a cumprir os fundamentos e os objetivos da Repblica. Por meio dele, declarado o conjunto das polticas pblicas do governo para um perodo de quatro anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas.

    o instrumento de planejamento que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administrao Pblica Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. O PPA declara as escolhas pactuadas com a sociedade e contribui para viabilizar os objetivos fundamentais da Repblica. Alm disso, organiza a ao de governo na busca de um melhor desempenho da Administrao Pblica.

    O PPA apresenta uma parte dos recursos financeiros oramentrios (esferas Fiscal e Seguridade Social e Investimentos das Estatais) arrecadados pelo Governo, mas tambm faz uso de recursos que no esto no oramento, valores que podem ser originrios de agncias oficiais de crdito (exemplos: Banco do Brasil, Caixa Econmica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social - BNDES, etc.), de fundos administrados pelo Governo (ex: FAT - fundo de Amparo ao Trabalhador), de incentivos ou renncias fiscais, de parcerias com o setor privado, entre outras possibilidades. Diferentemente da Lei Oramentria Anual (LOA), o PPA no apresenta os Programas classificados como Operao Especial. Atualmente, a pea oramentria de cada exerccio anual permite visualizar o tipo de recurso que est financiando determinada ao oramentria.

    A gesto do PPA ocorre, principalmente, com base no monitoramento dos Programas, Objetivos, Metas e Iniciativas, dedicando especial ateno aos meios mais eficazes para possibilitar a execuo necessria ao desenvolvimento do Pas. importante destacar que o conceito de gesto associado ao Plano Plurianual - PPA dialoga com a criao de condies objetivas que favoream a execuo, de forma que o conceito de resultado est associado abertura de canais que ampliem a escala de entregas do Estado.

    O PPA confere um tratamento especial transversalidade e multissetorialidade, institutos que permitem identificar pblicos ou polticas especficas em determinados setores de atuao do governo. o caso, por exemplo, da declarao e identificao da poltica para as mulheres (pblico) no interior da poltica de desenvolvimento agrrio (setor). Por meio das agendas transversais do PPA, por exemplo, possvel combinar diferentes Objetivos, Metas e Iniciativas, criando condies para uma abordagem mais adequada da relao entre os programas, alm de permitir a anlise e o acompanhamento de polticas pblicas integradas.

    Dessa forma, a atual estrutura do PPA ampliou as possibilidades das polticas para as mulheres, raa, criana e adolescente, idoso, LGBT, quilombola, povos e comunidades tradicionais, juventude e pessoa com deficincia. O Plano apresenta a viso de futuro para o Pas, macrodesafios e valores que guiam o comportamento para o conjunto da Administrao Pblica Federal. Por meio dele o governo declara e organiza sua atuao, a fim de elaborar e executar polticas pblicas necessrias. O Plano permite tambm, que a sociedade tenha um maior controle sobre as aes concludas pelo governo.

    A Lei de Diretrizes Oramentrias A Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) estabelece as metas e prioridades para o exerccio

    financeiro seguinte; orienta a elaborao do Oramento; dispe sobre alterao na legislao tributria; estabelece a poltica de aplicao das agncias financeiras de fomento. Com base na LDO aprovada pelo Legislativo, a Secretaria de Oramento Federal (SOF) elabora a proposta oramentria para o ano seguinte, em conjunto com os Ministrios e as unidades oramentrias dos Poderes Legislativo e Judicirio. Por determinao constitucional, o governo obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Oramento ao Congresso Nacional at 31 de agosto de cada ano.

    o instrumento por meio do qual o governo estabelece as principais diretrizes e metas da Administrao Pblica para o prazo de um exerccio. Ela estabelece um elo entre o Plano Plurianual de Ao Governamental e a Lei Oramentria Anual, uma vez que refora quais programas relacionados no PPAG tero prioridade na programao e execuo oramentria.

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    Conforme disposto na Constituio Federal, compete LDO traar diretrizes para a elaborao da Lei Oramentria Anual do exerccio subsequente a sua aprovao, assegurar o equilbrio fiscal das contas pblicas, dispor sobre alterao na legislao tributria e estabelecer a poltica de aplicao das agncias financeiras de fomento. Fora as exigncias constitucionais, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ampliou as atribuies da LDO conferindo-a o papel de apresentar os resultados fiscais de mdio prazo para a administrao pblica.

    O projeto de Lei da LDO, que contm a consolidao das propostas parciais de cada Poder (Legislativo, Judicirio, Ministrio Pblico, e Defensoria Pblica), elaborado pelo chefe do Poder Executivo auxiliado por seu corpo tcnico da Secretria de Estado de Planejamento e Gesto. Ele deve ser encaminhado Assemblia Legislativa do Estado at o dia 15 de abril para ser aprovado na primeira sesso legislativa. Compreende as metas e prioridades da administrao pblica federal, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subsequente, orientar a elaborao da lei oramentria anual, dispor sobre as alteraes na legislao tributria e estabelecer a poltica de aplicao das agncias financeiras oficiais de fomento.

    Ciclo oramentrio Sequncia de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo oramentrio. A

    maioria dos autores adota como fases do ciclo oramentrio as seguintes: elaborao, apreciao legislativa, execuo e acompanhamento, controle e avaliao, quando, ento, se inicia o ciclo seguinte. Corresponde ao perodo de tempo em que se processam as atividades tpicas do oramento pblico, desde sua concepo at a avaliao final.

    O ciclo oramentrio, ou processo oramentrio, pode ser definido como um processo contnuo, dinmico e flexvel, atravs do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia os programas do setor pblico nos aspectos fsicos e financeiro, corresponde, portanto, ao perodo de tempo em que se processam as atividades tpicas do oramento pblico. Preliminarmente conveniente ressaltar que o ciclo oramentrio no se confunde com o exerccio financeiro. Este, na realidade, o perodo durante o qual se executa o oramento, correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo oramentrio.

    Oramento anual No Brasil, o exerccio financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia em 01 de janeiro encerra em

    31 de dezembro de cada ano, conforme dispe o art. 34 da Lei n 4.320/64. Por outro lado, o ciclo oramentrio um perodo muito maior, iniciando com o processo de elaborao do oramento, passando pela execuo e encerramento com o controle.

    Outros planos e programas O oramento da Unio contm programas sociais do governo para diversas reas de atuao, como

    sade, educao e segurana alimentar, e para diversos grupos de beneficirios, como mulheres, crianas e quilombolas. Por meio de parcerias com organizaes da sociedade civil que acompanham segmentos especficos das polticas pblicas, identificamos e destacamos os diversos oramentos temticos contidos no oramento da Unio, de modo a facilitar o acesso informao pelos interessados. Por exemplo:

    Oramento da Educao: contm aes que impactam a qualidade e disponibilidade de servios de educao para a populao. Como forma de apoiar a atuao das entidades que fazem o acompanhamento das polticas educacionais, identifica-se, destaca-se e disponibiliza-se as aes de educao contidas no oramento da Unio.

    Oramento da Mulher: um extrato do oramento da Unio contendo as aes que, segundo a metodologia adotada, impactam a qualidade de vida das mulheres brasileiras. Foi organizado em parceria com o Centro Feminista de Estudos e Assessoria - CFEMEA, para facilitar o acompanhamento do processo oramentrio pelas entidades voltadas para as polticas da mulher.

    Oramento da Sade: contm aes que impactam a qualidade da sade dos cidados e a disponibilidade de servios de sade para a populao. Por meio de parceria com a Escola Nacional de Sade Pblica ENSP/FIOCRUZ, que desenvolve o portal ParticipanetSUS, as aes de sade contidas no oramento da Unio so identificadas e destacadas, de modo a apoiar a atuao das instituies responsveis pelo controle social, a exemplo dos Conselhos de Sade, no acompanhamento do processo de elaborao e execuo das despesas pblicas.

    Oramento da segurana alimentar: um extrato do oramento da Unio contendo as aes que, segundo a metodologia adotada, promovem uma alimentao saudvel, acessvel, permanente e de qualidade para os cidados. Foi elaborado em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconmicos

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    INESC, para facilitar o acompanhamento do processo oramentrio pelas entidades integrantes do Conselho Nacional de Segurana Alimentar CONSEA e outras organizaes da sociedade civil.1

    Sistema e processo de oramentao O Sistema de Oramento tem por finalidade formular o Plano Plurianual, as diretrizes oramentrias

    e os oramentos anuais; gerenciar o processo de oramento e promover a articulao entre os outros nveis do governo.

    Classificaes oramentrias As classificaes so numeraes utilizadas para facilitar e padronizar as informaes que se deseja

    obter. Pela classificao possvel visualizar o oramento por Poder, por funo de governo, por subfuno, por programa, por categoria econmica. A classificao funcional-programtica representou um grande avano na tcnica de apresentao oramentria. Ela permitiu a vinculao das dotaes oramentrias a objetivos de governo que, por sua vez, eram viabilizados pelos programas de governo. Esse enfoque permitiu uma viso do "que o governo faz", o que tinha significado bastante diferente do critrio anterior, que visualizava o "que o governo comprava". A partir do oramento do ano 2000, diversas modificaes foram estabelecidas na classificao vigente, procurando-se privilegiar o aspecto gerencial do oramento, com adoo de prticas simplificadoras e descentralizadoras.

    Despesa oramentria pblica aquela executada por entidade pblica e que depende de autorizao legislativa para sua realizao, por meio da Lei Oramentria Anual ou de Crditos Adicionais. o conjunto de dispndios realizados pelos entes pblicos para o funcionamento e manuteno dos servios pblicos prestados sociedade.

    A classificao da despesa oramentria, segundo a sua natureza, compe-se de:

    I Categoria Econmica; II Grupo de Natureza da Despesa; e III Elemento de Despesa.

    A natureza da despesa ser complementada pela informao gerencial denominada modalidade de aplicao, a qual tem por finalidade indicar se os recursos so aplicados diretamente por rgos ou entidades no mbito da mesma esfera de Governo ou por outro Ente da Federao e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminao da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

    1 Mais informaes sobre programas do oramento federal podem ser obtidas no site:

    http://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-anuais/orcamento-2013-1/arquivos-cadastro-de-acoes/todos-os-programas-por-ordem-alfabetica.

    Plano Plurianual

    (PPA)

    Lei Das Diretrizes

    Oramentrias (LDO)

    Plano Plurianual

    (PPA)

    Consolida, qualifica a programao do governo para os 4 anos subsequentes.

    Estabelece prioridades na programao do governo subsequente

    Destina recursos programao para o ano subsequente Segundo a orientao da LDO

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    Estrutura da Natureza da Despesa Oramentria Os arts. 12 e 13 da Lei n 4.320/1964, tratam da classificao da despesa oramentria por categoria

    econmica e elementos. Assim como na receita oramentria, o art. 8 estabelece que os itens da discriminao da despesa oramentria mencionados no art. 13 sero identificados por nmeros de cdigo decimal, na forma do Anexo IV daquela Lei, atualmente consubstanciados na Portaria Interministerial STN/SOF n 163/2001, e constantes do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico Procedimentos Contbeis Oramentrios.

    O conjunto de informaes que constitui a natureza de despesa oramentria forma um cdigo estruturado que agrega a categoria econmica, o grupo, a modalidade de aplicao e o elemento.

    O cdigo da natureza de despesa oramentria composto por seis dgitos, desdobrado at o nvel de elemento. Na Unio o desdobramento da despesa feito, obrigatoriamente, at o nvel de subitem, ficando composto por oito dgitos.

    Para a Unio a Natureza da Despesa - ND, desdobrada da seguinte forma:

    X Categoria Econmica; X Grupo de despesa; XX Modalidade de Aplicao; XX Elemento de despesa; XX Subitem da natureza da despesa

    A classificao da Reserva de Contingncia bem como a Reserva do Regime Prprio de Previdncia Social - RPPS, quanto natureza da despesa oramentria, sero identificadas com o cdigo 9.9.99.99.99, conforme estabelece o pargrafo nico do art. 8 da Portaria Interministerial STN/SOF n 163, de 2001.

    A despesa classificada em duas categorias econmicas: 1. Despesas Correntes: Classificam-se nessa categoria todas as despesas para manuteno e

    funcionamento dos servios pblicos em geral, so despesas que no contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de capital. Exemplos: material grfico, manuteno e conservao de equipamento de processamento de dados; pen-drive; peas de informtica para reposio imediata ou para estoque, despesas com dirias pagas a prestadores de servios para a administrao pblica, manuteno de software, suporte de infraestrutura de T.I., suporte a usurios de T.I.

    2. Despesas de Capital: Classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuiro para a produo ou gerao de novos bens ou servios e integraro o patrimnio pblico, ou seja, contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de capital. Essas despesas ensejam o registro de incorporao de ativo imobilizado, intangvel ou investimento (no caso dos grupos de natureza da despesa 4 investimentos e 5 inverses financeiras) ou o registro de desincorporao de um passivo (no caso do grupo de despesa 6 amortizao da dvida). Exemplos: obras e instalaes, mquinas e equipamentos, aquisio de software, aquisio de softwares sob encomenda, veculos, bens mveis.

    Grupo de Natureza da Despesa um agregador de elementos de despesa com as mesmas caractersticas quanto ao objeto de

    gasto, conforme discriminado a seguir:

    1 Pessoal e Encargos Sociais 2 Juros e Encargos da Dvida 3 Outras Despesas Correntes 4 Investimentos 5 Inverses Financeiras 6 Amortizao da Dvida 9 Reserva de Contingncia

    1 - Pessoal e Encargos Sociais Despesas oramentrias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos,

    cargos, funes ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espcies remuneratrias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variveis, subsdios, proventos da aposentadoria, reformas e penses, inclusive adicionais, gratificaes, horas extras e vantagens

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    pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuies recolhidas pelo ente s entidades de previdncia, conforme estabelece o caput do art. 18 da LRF.

    Observao: Nesse GND devem ser includas somente as despesas com pessoal concursado e os admitidos por processo seletivo simplificado, conforme comentrios ao fim do detalhamento dos grupos.

    2 - Juros e Encargos da Dvida Despesas oramentrias com o pagamento de juros, comisses e outros encargos de operaes de

    crdito internas e externas contratadas, bem como da dvida pblica mobiliria.

    3 - Outras Despesas Correntes Despesas oramentrias com aquisio de material de consumo, pagamento de dirias,

    contribuies, subvenes, auxlio-alimentao, auxlio-transporte, alm de outras despesas da categoria econmica "Despesas Correntes" no classificveis nos demais grupos de natureza de despesa.

    4 - Investimentos Despesas oramentrias com softwares e com o planejamento e a execuo de obras, inclusive com

    a aquisio de imveis considerados necessrios realizao destas ltimas, e com a aquisio de instalaes, equipamentos e material permanente.

    5 - Inverses Financeiras Despesas oramentrias com a aquisio de imveis ou bens de capital, em utilizao; aquisio de

    ttulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espcie, constitudas, quando a operao no importe aumento do capital; e com a constituio ou aumento do capital de empresas, alm de outras despesas classificveis nesse grupo.

    6 - Amortizao da Dvida Despesas oramentrias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualizao

    monetria ou cambial da dvida pblica interna e externa, contratual ou mobiliria.

    9 Reserva de Contingncia Despesas oramentrias destinadas ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem

    como eventos fiscais imprevistos, inclusive a abertura de crditos adicionais.2

    Estrutura programtica A partir da Portaria n 42, de 14 de abril de 1999, os programas deixaram de ter o carter de

    classificador e cada nvel de governo passou a ter a sua estrutura prpria, adequada soluo dos seus problemas, e originria do processo de planejamento desenvolvido durante a formulao do Plano Plurianual PPA.

    H convergncia entre as estruturas do plano plurianual e do oramento anual a partir do programa, mdulo comum integrador do PPA com o Oramento. Em termos de estruturao, o plano termina no programa e o oramento comea no programa, o que confere a esses documentos uma integrao desde a origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilizao entre mdulos diversificados. O programa age como nico mdulo integrador, e os projetos e as atividades, como instrumento de realizao dos programas.

    Cada programa contm, no mnimo, objetivo, indicador que quantifica a situao que o programa tem por fim modificar e os produtos (bens e servios) necessrios para atingir o objetivo. Os produtos dos programas do origem aos projetos e atividades. A cada projeto ou atividade s pode estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, d origem meta.

    Os programas so compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programao denominada operaes especiais. Essas ltimas podem fazer parte dos programas quando entendido que efetivamente contribuem para a consecuo de seus objetivos. As operaes especiais quando associadas a programas finalsticos apresentam, na maioria dos casos, produtos associados. Da a necessidade de caracterizao desses produtos. Quando no, as operaes especiais no se vincularo a programas.

    2 Texto completo sobre classificaes oramentrias, disponvel em:

    http://manualsiafi.tesouro.fazenda.gov.br/020000/020300/020332

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    A estruturao de programas e respectivos produtos, consubstanciados em projetos e em atividades, sempre revisada anualmente e seu resultado disponibilizado para que os rgos setoriais e as unidades oramentrias apresentem as suas propostas oramentrias.

    O programa o instrumento de organizao da atuao governamental. Articula um conjunto de aes que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual, visando soluo de um problema ou o atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade.

    Toda a ao finalstica do Governo Federal dever ser estruturada em programas, orientados para consecuo dos objetivos estratgicos definidos, para o perodo, no PPA. A ao finalstica a que proporciona bem ou servio para atendimento direto s demandas da sociedade.

    Tipos de programas

    - Programas Finalsticos: so programas que resultam em bens e servios ofertados diretamente sociedade. Seus atributos bsicos so: denominao, objetivo, pblico-alvo, indicador(es), frmulas de clculo do ndice, rgo(s), unidades oramentrias e unidade responsvel pelo programa

    O indicador quantifica a situao que o programa tenha por fim modificar, de modo a explicitar o impacto das aes sobre o pblico alvo.

    - Programas de Gesto de Polticas Pblicas: os programas de gesto de polticas pblicas assumiro denominao especfica de acordo com a misso institucional de cada rgo. Portanto, haver apenas um programa dessa natureza por rgo. Exemplo: Gesto da Poltica de Sade.

    Seus atributos bsicos so: denominao, objetivo, rgo(s), unidades oramentrias e unidade responsvel pelo programa

    Na Presidncia da Repblica e nos Ministrios que constituam rgos centrais de sistemas (Oramento e Gesto, Fazenda), poder haver mais de um programa desse tipo.

    Os Programas de Gesto de Polticas Pblicas abrangem as aes de gesto de Governo e sero compostos de atividades de planejamento, oramento, controle interno, sistemas de informao e diagnstico de suporte formulao, coordenao, superviso, avaliao e divulgao de polticas pblicas. As atividades devero assumir as peculiaridades de cada rgo gestor setorial.

    - Programas de Servios ao Estado: Programas de Servios ao Estado so os que resultam em bens e servios ofertados diretamente ao Estado, por instituies criadas para esse fim especfico. Seus atributos bsicos so: denominao, objetivo, indicador(es), rgo(s), unidades oramentrias e unidade responsvel pelo programa.

    - Programa de Apoio Administrativo: o programa de Apoio Administrativo corresponde ao conjunto de despesas de natureza tipicamente administrativa e outras que, embora colaborem para a consecuo dos objetivos dos programas finalsticos e de gesto de polticas pblicas, no so passveis de apropriao a esses programas. Seus objetivos so, portanto, os de prover os rgos da Unio dos meios administrativos para a implementao e gesto de seus programas finalsticos.

    Crditos ordinrios e adicionais Crdito ordinrio aquele aprovado pela lei oramentria anual e que consta no oramento fiscal, da

    seguridade social e do investimento das empresas estatais. A quantia monetria (dotao) que consta no crdito oramentrio limita o recurso financeiro autorizado.

    Pode acontecer de haver um gasto pblico menor do que o previsto, uma vez que o princpio da eficincia pode motivar gastos menores.

    No prazo entre a elaborao e a execuo do oramento podem ocorrer situaes que no estavam previstas, dessa forma, o gestor pblico precisa de flexibilidade para trabalhar, uma vez que os crditos oramentrios iniciais podem sofrer alteraes qualitativa e quantitativa por meio de crditos adicionais.

    Crdito adicional a autorizao de despesa no computada ou insuficientemente dotada na lei oramentria, a Lei n 4.320 de 17 de Maro de 1964:

    Art. 40. So crditos adicionais, as autorizaes de despesa no computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Oramento. Os crditos adicionais podem ter a abertura j prevista em lei oramentria, mas que o normal que eles passem a integrar o oramento aps sua abertura ou que sequer o integrem.

    Art. 41. Os crditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforo de dotao oramentria; II - especiais, os destinados a despesas para as quais no haja dotao oramentria especfica;

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    III - extraordinrios, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoo intestina ou calamidade pblica.

    Art. 46. O ato que abrir crdito adicional indicar a importncia, a espcie do mesmo e a classificao da despesa, at onde for possvel.

    Primeiramente, deve-se identificar algumas etapas no ciclo ou processo oramentrio: Programao; Elaborao da proposta oramentria; Discusso e aprovao da Lei do Oramento; Execuo oramentria e financeira; Acompanhamento; Controle; Reviso dos Planos.

    Elaborao dos projetos oramentrios e sua tramitao no Congresso Nacional A lei oramentria tem sua origem na proposta oramentria, cuja elaborao cabe ao Poder

    Executivo porque quem administra, conhecendo, portanto, melhor as suas necessidades. Por outro lado, ningum melhor que o Poder Executivo para dizer onde se deve buscar os recursos de que carece, e, alm do mais, tem sua disposio os funcionrios que lhe podem fornecer os dados corretos referentes situao financeira do pas.

    A competncia do Poder Executivo para elaborao da proposta oramentria est consagrada universalmente, no tendo vingado as experincias feitas nos Estados Unidos e na Frana no sentido de atribu-la ao Poder Legislativo.

    Todavia, h quem defenda esta ltima orientao sob o fundamento de preservar a plena competncia do Congresso Nacional na parte mais necessria aos reclamos da coletividade e porque os representantes do povo so os que mais conhecem as necessidades da comunidade social.

    Entretanto, parece-nos mais correta a atribuio de tal iniciativa ao Poder Executivo, conforme, alis, determina o art. 165 da Constituio Federal, em consonncia com o art. 84, XXIII.

    constitucionalmente proibido o incio de programas ou projetos no includos na Lei Oramentria Anual. Caso o gestor necessite iniciar um novo programa/projeto, dever apresentar projeto de lei para crdito especial com vistas a atender ao novo programa/projeto.

    Ausncia de Lei Complementar A Constituio de 1988, no inciso I do 9 do art. 165, estabelece que cabe lei complementar

    dispor sobre o exerccio financeiro, a vigncia, os prazos, a elaborao e a organizao do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e da lei oramentria anual.

    Enquanto no for aprovada a referida lei complementar, devem ser obedecidas as seguintes normas do 2 do art. 35, do s todas as Disposies Constitucionais Transitrias, aplicvel no caso em tela:

    a) O projeto do plano plurianual, para vigncia at o final do primeiro exerccio financeiro do mandato presidencial subsequente, ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do primeiro exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa;

    b) O projeto de lei de diretrizes oramentrias ser encaminhado at oito meses e meio antes do encerramento do exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa;

    4 Programao e execuo oramentria e financeira. 4.1 Descentralizao oramentria e financeira. 4.2 Acompanhamento da

    execuo. 4.3 Sistemas de informaes. 4.4 Alteraes oramentrias.

    Prof. Danilo Vieira

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    c) O projeto de lei oramentria da Unio ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa.

    Prorrogao do Oramento Anterior A Constituio de 1969 dispunha, no art.66, que o projeto de lei oramentria anual devia ser

    enviado pelo Presidente da Repblica, ao Congresso Nacional, at quatro meses antes do incio do exerccio financeiro seguinte.

    E se, at trinta dias antes do encerramento do exerccio financeiro, o Poder Legislativo no o devolvesse para sano, seria promulgado como lei.

    A Constituio atual silencia quanto hiptese de o Poder Legislativo no devolver o projeto de lei oramentria anual no prazo referido no inciso III do art. 35 antes citado, por no t-lo votado at o incio do exerccio financeiro seguinte.

    Todavia, a Lei n 7.800, de10-7-89 (Lei de Diretrizes Oramentrias), em seu art. 5, determina a prorrogao do oramento anterior, na razo de 1/12 das dotaes, at que o novo venha a ser publicado.

    Apreciao do Congresso Nacional Dispondo da mesma forma que a Constituio anterior, o art. 166 da CF de 1988 prescreve que os

    projetos oramentrios devem ser apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum, e lgico que a votao deve ser em conjunto.

    Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, s diretrizes oramentrias, ao oramento anual e aos crditos adicionais sero apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

    1 - Caber a uma Comisso mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas

    anualmente pelo Presidente da Repblica; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos

    nesta Constituio e exercer o acompanhamento e a fiscalizao oramentria, sem prejuzo da atuao das demais comisses do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

    2 - As emendas sero apresentadas na Comisso mista, que sobre elas emitir parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenrio das duas Casas do Congresso Nacional.

    3 - As emendas ao projeto de lei do oramento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

    I - sejam compatveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias; II - indiquem os recursos necessrios, admitidos apenas os provenientes de anulao de despesa,

    excludas as que incidam sobre: a) dotaes para pessoal e seus encargos; b) servio da dvida; c) transferncias tributrias constitucionais para Estados, Municpios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correo de erros ou omisses; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. 4 - As emendas ao projeto de lei de diretrizes oramentrias no podero ser aprovadas quando

    incompatveis com o plano plurianual. 5 - O Presidente da Repblica poder enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor

    modificao nos projetos a que se refere este artigo enquanto no iniciada a votao, na Comisso mista, da parte cuja alterao proposta.

    6 - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes oramentrias e do oramento anual sero enviados pelo Presidente da Repblica ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, 9.

    7 - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que no contrariar o disposto nesta seo, as demais normas relativas ao processo legislativo.

    8 - Os recursos que, em decorrncia de veto, emenda ou rejeio do projeto de lei oramentria anual, ficarem sem despesas correspondentes podero ser utilizados, conforme o caso, mediante crditos especiais ou suplementares, com prvia e especfica autorizao legislativa.

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    Competncia da Comisso Mista Dispe o 1 do art. 166 da Constituio de 1988 que o Congresso Nacional dever constituir uma

    Comisso Mista de Senadores e Deputados, de natureza permanente, para examinar e emitir parecer sobre os projetos oramentrios. Prescreve o 2 do mesmo dispositivo legal que qualquer emenda deve ser apresentada na mencionada Comisso, que emitir parecer, para ser apreciada, na forma regimental, pelo Plenrio das duas Casas do Congresso Nacional.

    A Constituio anterior (art. 66, 3) considerava conclusiva e final o parecer da referida Comisso, somente admitindo a votao em plenrio de emenda aprovada ou rejeitada na Comisso, em havendo requerimento assinado por um tero dos membros da Cmara dos Deputados e mais um tero de membros do Senado. Pela Constituio atual, como se disse anteriormente, cabe Comisso Mista apenas dar parecer sobre a emenda, pois a apreciao caber ao Plenrio das duas Casas do Congresso.

    Execuo Do Oramento Publicada a lei oramentria, os rgos pblicos competentes devero tomar imediatamente as

    medidas iniciais pertinentes sua execuo, especialmente quanto denominada programao, conforme preceituam o art. 70 do Decreto-lei n 200, de 25-02-67, e os arts. 47a 50 da Lei n 4.320.

    Pode-se definir a Execuo Oramentria como sendo a utilizao dos crditos consignados no oramento. J a Execuo Financeira representa a utilizao dos recursos financeiros, visando atender a realizao das aes oramentrias atribudas a cada unidade. A Contabilidade cuida de registrar esses fatos, consolidando e demonstrando os resultados nas peas contbeis.

    No contexto da tcnica oramentria, os termos Crdito e Recurso tm significados distintos. Crdito designa o lado oramentrio, representando a dotao ou autorizao de gasto. J Recurso refere-se ao lado financeiro, indicando dinheiro ou saldo financeiro. Neste sentido, diz-se que ambos so faces de uma mesma moeda.

    A lei de responsabilidade fiscal incorporou o entendimento de que, para se garantir que o nvel de execuo do oramento seja efetivamente ajustado s novas estimativas de arrecadao, alm da programao do fluxo de caixa dever ser tambm objeto de programao a parcela de oramento que cada rgo poder comprometer. Por conseguinte, a lei determina em seu artigo 8, que o poder executivo estabelea a programao financeira e o cronograma de execuo mensal de desembolso at trinta dias depois de publicados os oramentos, nos termos dispostos na Lei de Diretrizes Oramentrias. E, prosseguindo, no artigo 9 estabelece que, ao final de cada bimestre, caso novas estimativas indiquem a possibilidade de frustrao da receita anteriormente prevista, e no comportem o cumprimento da meta de resultado primrio, os trs poderes editaro atos para impor a reduo da execuo oramentria mediante limitao do volume da despesa a ser empenhada.

    Esse procedimento efetivado por meio da elaborao de um Decreto de Programao Financeira do Executivo, o qual regulamenta a programao para a realizao das aes de governo, ou seja,estabelece a forma e o montante dos dispndios mensais de gastos do poder pblico.

    A Programao Financeira do Municpio do exerccio de 2012 foi aprovada pelo Decreto n 22.560 de 26 de janeiro de 2012 fazendo constar no seu art. 2 o acompanhamento de que trata o art. 9 da LRF; Art. 2 A execuo da despesa bem como as disposies estabelecidas no Decreto municipal n 22.547 de 19 de janeiro de 2012.

    A Programao Financeira compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de execuo do oramento ao fluxo provvel de recursos financeiros. Assegurando a execuo dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislao vigente.

    Logo aps a sano presidencial Lei Oramentria aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em at trinta dias a programao financeira e o cronograma de desembolso mensal por rgos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Oramentrias.

    A Programao Financeira se realiza em trs nveis distintos, sendo a Secretaria do Tesouro Nacional o rgo central, contando ainda com a participao das Subsecretrias de Planejamento, Oramento e Administrao (ou equivalentes os rgos setoriais - OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE).

    Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaborao e formulao da programao financeira mensal e anual, bem como a adoo dos procedimentos necessrios a sua execuo. Aos rgos setoriais competem a consolidao das propostas de programao financeira

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    dos rgos vinculados (UGE) e a descentralizao dos recursos financeiros recebidos do rgo central. s Unidades Gestoras Executoras cabem a realizao da despesa pblica nas suas trs etapas, ou seja: o empenho, a liquidao e o pagamento.

    Descentralizao de Crditos Oramentrios e Recursos Financeiros Por intermdio da elaborao oramentria estima-se a receita e fixa-se a despesa para um

    determinado exerccio. Depois de elaborada, consolidada, aprovada, sancionada e publicada, a LOA permite que os recursos nela previstos sejam aplicados com vistas ao alcance dos objetivos e metas definidos na fase de programao.

    A partir da, comea a fase de execuo do oramento. A execuo oramentria poder processar- se mediante descentralizao de crditos oramentrios que ocorrem quando for efetuada movimentao de parte do oramento para outras unidades administrativas executar a despesa.

    Os crditos oramentrios descentralizado devero ser empregados obrigatria e integralmente na consecuo do objeto previsto pelo programa de trabalho pertinente, respeitada fielmente a classificao funcional programtica e econmica da despesa oramentria. Quando a descentralizao envolver unidades gestoras de um mesmo rgo tem-se a descentralizao interna, tambm chamada proviso. Se ocorrer entre unidades gestoras de rgos ou entidades de estrutura diferente, ter-se- uma descentralizao externa, tambm denominada de destaque.

    Acompanhamento da execuo A Programao Financeira compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo

    de execuo do oramento ao fluxo provvel de recursos financeiros. Assegurando a execuo dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislao vigente.

    Logo aps a sano presidencial Lei Oramentria aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em at trinta dias a programao financeira e o cronograma de desembolso mensal por rgos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Oramentrias. A Programao Financeira se realiza em trs nveis distintos, sendo a Secretaria do Tesouro Nacional o rgo central, contando ainda com a participao das Subsecretrias de Planejamento, Oramento e Administrao (ou equivalentes os rgos setoriais - OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE).

    Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaborao e formulao da programao financeira mensal e anual, bem como a adoo dos procedimentos necessrios a sua execuo. Aos rgos setoriais competem a consolidao das propostas de programao financeira dos rgos vinculados (UGE) e a descentralizao dos recursos financeiros recebidos do rgo central. s Unidades Gestoras Executoras cabem a realizao da despesa pblica nas suas trs etapas, ou seja: o empenho, a liquidao e o pagamento.

    O Contingenciamento um procedimento utilizado pelo Poder Executivo, que consiste no retardamento e, no raro, na inexecuo de parte da programao de despesa prevista na lei oramentria. Considerando que no ordenamento jurdico brasileiro a lei oramentria tem mantido o seu carter autorizativo, na questo da despesa, o Poder Executivo tem se valido desse expediente para a consecuo de metas de ajuste fiscal, sob o pretexto de adequar a execuo da despesa ao fluxo de caixa do Tesouro.

    O Limite de Empenho e a Movimentao Financeira seguem os critrios estabelecidos na Lei das Diretrizes Oramentrias (LDO). Segundo o artigo 9 da Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF), Art. 9 Se verificado, ao final de um bimestre, que a realizao da receita poder no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio e nominal estabelecidas no anexo de metas fiscais, os Poderes e o Ministrio Pblico promovero, por ato prprio e nos montantes necessrios, nos trinta dias subseqentes, limitao de empenho e movimentao financeira, segundo os critrios fixados pela lei de diretrizes oramentrias (LDO). 1 No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposio das dotaes cujos empenhos foram limitados dar-se- de forma proporcional s redues efetivadas. 2 No sero objeto de limitao as despesas que constituam obrigaes constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do servio da dvida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes oramentrias.

    3o No caso de os Poderes Legislativo e Judicirio e o Ministrio Pblico no promoverem a limitao no prazo estabelecido no caput, o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critrios fixados pela lei de diretrizes oramentrias.

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    Sistemas de informaes No stio do Senado3 dedicado ao Oramento Pblico Federal pode-se encontrar informaes sobre o

    processo oramentrio, acompanhar a elaborao e execuo das leis oramentrias, consultar emendas parlamentares, verificar as transferncias para estados, municpios e entidades privadas, acessar um amplo banco de dados sobre as leis oramentrias (SIGA Brasil), entre outros.

    A Constituio da Repblica Federativa do Brasil determina, em seu art. 70, que cabe ao Congresso Nacional a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas.

    Atualmente o principal dilema da economia moderna conseguir encontrar algum tipo de equilbrio entre os benefcios gerados pela atuao do Estado e os altos custos pagos pela sociedade para financiar tais gastos.

    A legisla