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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ – CAMPUS CATANHAL Disciplina: Extensão Rural Profª: Maria Grings Batista

A nova extensão rural no Brasil

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERALMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ – CAMPUS CATANHAL

Disciplina: Extensão Rural

Profª: Maria Grings Batista

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERALMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ – CAMPUS CATANHAL

Tema da Aula:

A Nova Extensão Rural no Brasil: Desafios e Novos Paradigmas

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Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER: serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais;

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Revisão : Linha do tempo da ATER no Brasil

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Porque Nova ATER?

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O que não é a Nova ATER?

Considerando que a extensão rural foi durante muito tempo uma tarefa

desempenhada quase que exclusivamente por organizações governamentais,

com um enfoque metodológico ‘difusionista’ e uma opção técnica

baseada no que é chamado de ‘pacote da revolução verde’, o Programa de

ATER busca romper com esta realidade. Ele afirma a sua identidade com a visão renovada da extensão rural (INCRA,

2008)

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O que não é a Nova ATER?

Na realidade, se trata de um enfoque de intervenção rural difusionista reducionista homogeneizador que, desde meados do século XX, auxiliou a implantação do modelo de agricultura de tipo Revolução Verde (CAPORAL & COSTABEBER, 2000).

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Nova ATER – Extensão Rural Agroecológica

Para Caporal e Costabeber (2000) Nova Extensão Rural se refere a uma

Extensão Rural Agroecológica: que constitui-se num esforço de intervenção

planejada para o estabelecimento de estratégias de desenvolvimento rural

sustentável, com ênfase na participação popular, na agricultura

familiar e nos princípios da Agroecologia como orientação para a

promoção de estilos de agricultura sócioambiental e economicamente

sustentáveis.

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Nova ATER: Extensão ou Comunicação?

Paulo Freire (1992) faz uma crítica ao termo extensão, que traz a idéia de estender, levar algo a alguém, levar o conhecimento a quem não o possui.

Para o autor a relação entre técnico e agricultor deve ser um processo de construção dialógica de conhecimento – um processo educativo libertador, que valorize os saberes e conhecimentos locais.

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Momento de Transição

PROJETO LUMIAR (1997 – 2000) - começa a romper com os

modelos antigos no âmbito das políticas públicas.

Novos elementos:

• Descentralização;• Terceirização e;• Maior controle social.

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Pinto (2000) - Momento de descentralização da

Ater:

1) O fracasso do modelo governamental de Ater;

2) O contexto de políticas neo-liberais;

3) Mudanças no sentido de uma relação de “parceria” com a sociedade civil, possível através do fortalecimento dos movimentos sociais e das ONG’s;

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A Nova Extensão Rural no Brasil - no que se refere às políticas

públicas• 2003: Grande mobilização nacional para

construção da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER);– Fortalecimento dos órgãos estaduais de

extensão rural;– Maior abertura para entidades de

direito privado;•Assessoria técnica, Social e

Ambiental (ATES) – Público: Assentados de Reforma Agrária;

•Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) – Público: Produtores familiares não assentados.

•Política fundamentada no paradigma da Agroecologia – transição agroecológica;

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Transição Agroecológica

Nesse contexto, e pensando nas bases teóricas para a Nova Extensão Rural, a transição agroecológica se refere a

um processo gradual de mudança, através do tempo, nas formas de

manejo dos agroecossistemas, tendo-se como meta a passagem de um modelo

agroquímico de produção (que pode ser mais ou menos intensivo no uso de

inputs industriais) à outro modelo ou estilos de agricultura que incorporem princípios, métodos e tecnologias com

base ecológica.

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A Nova Extensão Rural no Brasil• Programa Nacional de ATER:

Objetivo de levar o serviço para as diversas categorias de agricultores (agricultores familiares, assentados, quilombolas, pescadores artesanais, povos indígenas e outros) de forma gratuita e com a qualidade necessária para promover o desenvolvimento da agricultura familiar no país, visando contribuir para a promoção do desenvolvimento rural sustentável, através de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, estimulando a adoção de enfoques metodológicos participativos e de um paradigma tecnológico baseado nos princípios da agroecologia. (INCRA, 2004)

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A Nova Extensão Rural no Brasil

• Programa de ATES (criada em 2003):

Assessorar técnica, social e ambientalmente as famílias assentadas nos Projetos de Reforma Agrária e Projetos de Assentamento reconhecidos pelo Incra, tornando-os unidades de produção estruturadas, inseridas de forma competitiva no processo de produção, voltadas para o mercado, integradas à dinâmica do desenvolvimento municipal e regional, de forma ambientalmente sustentável (INCRA, 2004).

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A Nova Extensão Rural no Brasil

• Política de ATES (criada em 2003):

O trabalho da assistência técnica deve assumir como princípios, a

promoção da igualdade entre trabalhadoras e trabalhadores

rurais assentadas (os), a utilização de métodos

participativos, a adoção dos conceitos da agroecologia,

cooperação e economia popular solidária, e a garantia

da capacitação continuada dos assentados.

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Concepções da Assessoria Técnica, Social e Ambiental• Caráter educativo• Geração e apropriação coletiva de

conhecimentos• Construção de processos de

desenvolvimento sustentável• Adaptação de tecnologias• Metodologias participativas• Enfoque pedagógico construtivista e

humanista• A partir do conhecimento local• Paradigmas da agroecologia

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Estrutura de coordenação, gestão, execução e

participação social:Instâncias de Coordenação e Supervisão

INCRA Diretoria de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento - DD Superintendências Regionais - SR

Instâncias de Participação Social

O Fórum Nacional de ATES O Fórum Estadual de ATES

Instancia de execução técnica

Equipes de Articulação Núcleos Operacionais - NO

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FASES DE OPERACIONALIZAÇÃO

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Novas questões

• Desenvolvimento Sustentável:

– Transição Agroecológica;– Valorização do saber local;– Saf`s;– Pesquisa, Certificação e

Comercialização de produtos orgânicos;

– Geração de tecnologia para redução de queimadas;

– Grupos de pesquisa em agroecologia;

– Entre outros;

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Novas questões

• Participação:

– Metodologias participativas - Pesquisa e extensão começam a aparecer não mais dissociadas: Pesquisa-ação, Pesquisa desenvolvimento, Pesquisa participativa;

– Diálogo– Desenvolvimento local;– Comunidades rurais;

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Novas questões

• Descentralização:

– ONG’s;– Prestadoras de Serviços;– Cooperativas de Técnicos;

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Desafios

• Processo de transição, onde vários modelos de extensão coexistem;

• Momento de debate – muitas discussões;

• Necessidade de formação de novos quadros profissionais;

• Reestruturação de instituições de pesquisa, ensino e extensão;

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Desafios

• Pesquisa feita na região Norte, mostra ainda a maior abrangência das instituições públicas de extensão rural, através da disponibilização de crédito agrícola, o que leva a utilização de métodos de transferência de tecnologia;

• Métodos mais participativos possuem pouca abrangência, atingindo um número reduzido de agricultores;

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Conclusões

Se conclui que um novo estilo de desenvolvimento rural, determinado pelo imperativo sócio ambiental, exige uma práxis social diferenciada por parte dos agentes envolvidos e, portanto, uma Nova Extensão Rural, praticada com base em um “novo profissionalismo”. Ademais, esse processo de mudança constitui-se em um novo desafio para as instituições de ensino e de pesquisa. (CAPORAL & COSTABEBER, 2000)

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BIBLIOGRAFIA

• FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro-RJ: Paz e Terra; 1977.

• PINTO, R. M. S. Tendências atuais no campo institucional da ATER: situação da região de Marabá [mimeo]. 2000. 22 p.

• CAPORAL, F. R. & COSTABEBER J. A. Agroecologia e Desenvolvimento rural sustentável: perspectivas para uma nova extensão rural. Porto alegre, 2000.

• INCRA. ATES, assessoria técnica, social e

ambiental: Manual operacional, 2008.