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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA A raça Crioula Lageana: sua história e percepções para o seu futuro. Thiago Filipe Veiga Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção de grau de Engenheiro Agrônomo no Curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 30 de Novembro de 2007.

A raça Crioula Lageana: sua história e percepções para o ...tcc.bu.ufsc.br/CCATCCs/agronomia/ragr033.pdf · os “descobrimentos”. Sobre o gado crioulo é pouco o que se sabe

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE AGRONOMIA

A raça Crioula Lageana: sua história e percepções para o seu

futuro.

Thiago Filipe Veiga

Monografia apresentada como

requisito parcial para obtenção

de grau de Engenheiro

Agrônomo no Curso de

Agronomia, Centro de Ciências

Agrárias, Universidade Federal

de Santa Catarina.

Florianópolis, 30 de Novembro de 2007.

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A raça Crioula Lageana: sua história, e percepções para o seu futuro.

THIAGO FILIPE VEIGA

Termo de Aprovação

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção de grau de

Engenheiro Agrônomo no Curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias,

Universidade Federal de Santa Catarina.

_____________________________________________________

SERGIO A. FERREIRA DE QUADROS

Prof. Dr., Depto. de Zootecnia e Des. Rural/ CCA/UFSC

______________________________________________________

EDISON MARTINS

Méd. Veterinário. Dr., Epagri Lages/SC

______________________________________________________

CLÓVIS T. RABELLO IMPROTA

Méd. Veterinario. Msc., Cidasc

Florianópolis/SC

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me concedido a oportunidade de fazer aquilo que amo.

Aos meus familiares, que sempre me apoiaram e incentivaram, em especial a

minha mãe Zenaide Salete Veiga, que sempre foi um exemplo de dignidade e

coragem, e minha namorada Vanessa Tosatti, que esteve sempre ao meu lado.

Ao meu orientador Prof. Dr. Sérgio A. Ferreira de Quadros, pelo apoio.

Ao Méd. Veterinário Dr. Edison Martins, que foi grande incentivador, e

companheiro durante o período de estágio e com quem aprendi muito.

Ao Méd. Veterinário Msc. Clóvis T. Rabello Improta, pela disponibilidade e auxilio

no desenvolvimento deste trabalho.

A todos os funcionários da Epagri, Estação Experimental de Lages que me

receberam com muito carinho, e que foram essenciais para o desenvolvimento

deste trabalho.

A todos aqueles que participaram deste trabalho, cedendo tempo e conhecimento,

para que ele pudesse ser realizado, em especial os criadores da ABCCL: Nelson

Camargo, Assis Camargo, Márcio Camargo, e Jairo Duarte.

A todos colegas e amigos que participaram desta maravilhosa fase da minha vida.

4

“As raças nativas de gado de uma região

constituem uma forma de expressão do povo

que a habita. Permitir seu desaparecimento

seria o mesmo que permitir a destruição dos

marcos físicos de sua civilização. Uma raça

nativa de gado é um monumento tão

necessário a ser preservado como qualquer

monumento histórico, que identifique,

caracterize ou dê relevo a uma tradição

querida”

(Otávio Domingues, 1956)

5

SUMÁRIO

Página Lista de Figuras ........................................................................................... vi

Lista de Tabelas .......................................................................................... vi

Resumo ....................................................................................................... vii

1 – Delimitação do Assunto ........................................................................ 08

2 - Objetivo Geral ....................................................................................... 10

2.1 – Objetivos Específicos ................................................................. 10

3 - Justificativa ........................................................................................... 11

4 – Revisão Bibliográfica ............................................................................. 13

4.1 - O Termo Crioulo e suas definições .............................................. 13

4.2 – A introdução dos Bovinos nas Américas e a formação da raça

Crioula Lageana .....................................................................................

14

4.3 -Origens das raças Ibéricas e da raça Crioula Lageana ............... 22

4.4 – Conservação do Germoplasma Crioulo ...................................... 23

4.5 – Crioula Lageana e Turismo Rural ............................................... 26

5 - Formulação do Problema ...................................................................... 29

5.1 – Hipótese ....................................................................................... 29

6 - Metodologia ........................................................................................... 31

7 - Resultados e Discussão ........................................................................ 34

8 - Conclusão .............................................................................................. 63

9 - Considerações Gerais ........................................................................... 64

10 – Referências .......................................................................................... 68

11 – Anexos ................................................................................................. 74

6

Lista de Figuras Pág.

Figura 1: Vaca Africana Vermelha, na ExpoLages 2007....................................17

Figura 2: Touro Africano Preto, Grande Campeão ExpoLages 2007...................18

Figura 3: Touro jovem Barroso, na ExpoLages 2007...........................................18

Figura 4: Touro jovem Salino, na ExpoLages 2007............................................. 19

Figura 5: Touro Oveiro Vermelho, Fazenda Igrejinha (Lages/SC)....................... 19

Figura 6:Touro Brasino, Fazenda Canoas (Ponte Alta/SC)..................................20

Figura 7:Vaca Baia, Fazenda da Cadeia (Curitibanos/SC)...................................20

Figura 8:Grau de interesse dos turistas de hotéis fazenda em relação às atrações dserra catarinenseDados globais..........................................................................60 Figura 9: Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense com idade abaixo do 50 anos............................................................60 Figura 10: Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense com idade acima dos 50 anos.......................................................... 61 Figura 11: Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense, com pais de origem rural..................................................................61 Figura 12: Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense, com pais de origem urbana............................................................. 62

Lista de Tabelas Tabela 1: Raças Ibéricas, com similitudes fenotipicas ou com parentensco......23

7

RESUMO

Os bovinos não são nativos do continente Americano, foram trazidos pelos colonizadores no inicio do século XVI. Após 400 anos de miscigenação e seleção natural, estes animais adquiriram extrema adaptabilidade às condições ambientais em que foram selecionados. A raça Crioula Lageana descende dos bovinos Ibéricos chegados ao Brasil sob a tutela dos missionários jesuítas. No século passado, muitos desses animais foram cruzados com bovinos de raças exóticas (européias), e os resultados positivos obtidos destes cruzamentos foram atribuídos exclusivamente as raças européias o que estimulou a importação de reprodutores destas raças, implicando em drástica redução na população de bovinos crioulos. A extinção dessas raças pode se constituir na perda de importantes características de interesse para a produção animal, e sua utilização pode significar importante alternativa para pecuária moderna. O presente trabalho teve como objetivo, realizar uma revisão histórica da raça, além de identificar as diferentes percepções de criadores desta e de outras raças quanto à aceitação e possibilidades de exploração da raça no espaço da Região do Planalto Catarinense. O trabalho foi desenvolvido na região do Planalto Catarinense, onde foram entrevistados criadores da raça Crioula Lageana, criadores de outras raças, proprietários de hotéis fazenda e turistas. A metodologia utilizada foi a do Discurso do Sujeito Coletivo (LEFÈVRE & LEFÈVRE, 2005), para todos os grupos de entrevistados, exceto os turistas, ao qual foi aplicado um questionário estruturado (questões fechadas). Com base nos resultados obtidos conclui-se que a Associação Brasileira de Criadores da Raça Crioula Lageana (ABCCL), neste momento tem como principais metas o desenvolvimento de um mercado diferenciado dos produtos da raça, em especial a carne, a multiplicação de material genético de qualidade com base no programa de seleção e melhoramento da associação, e a formalização da raça junto ao Ministério da Agricultura. Já no que se refere aos criadores de outras raças, existe um bom conhecimento sobre a raça, principalmente da história destes animais na região, mas nota-se um certo preconceito em relação a ela. Quanto à utilização no setor turístico, a raça apresenta grande potencial, já que teve grande aceitação por parte dos proprietários de estabelecimentos de turismo e turistas.

Palavras chave: Crioula Lageana, percepções, possibilidades de exploração.

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1 - DELIMITAÇÃO

O gado bovino não é nativo da América, foi introduzido no Continente após

os “descobrimentos”. Sobre o gado crioulo é pouco o que se sabe sobre sua

ancestralidade, a única certeza é que estes animais chegaram juntamente com os

“descobridores”, mais especificamente na segunda viagem de Colombo em 1493.

O gado trazido pelos “descobridores” aportou primeiramente na ilha La

Espanhola, onde hoje localiza-se o Haiti e a República Dominicana (PRIMO,

1993).

Os embarques oficialmente eram realizados em Sevilha, mas segundo

alguns historiadores, algumas caravelas partiram para as Américas da Galicia,

região norte da Espanha. No entanto não se tem certeza se a totalidade do gado

trazido as Américas era da região de Sevilha, já que as Ilhas Canárias, também

faziam parte da rota, constituindo escala habitual, para as viagens ao Novo

Mundo (PRIMO, 1993).

Os primeiros bovinos trazidos ao continente pelos espanhóis

desembarcaram no Caribe, e dali se disseminaram com sucesso, pois 40 anos

depois já se encontravam em todos os países da América do Sul.

No Brasil, os primeiros lotes chegaram por volta da terceira década do

século XVI, acompanhando o inicio da colonização (PRIMO, 1993). Já no extremo

oriental da América do Sul, Coni (1979) e demais estudiosos indicam que os

animais foram introduzidos pelos jesuítas em suas missões do Alto Uruguai

(1620) e por outras introduções realizadas pelo governador de Hernandarias

(Fernando Arias de Saavedra), em 1611, em Las Vacas, perto de Colônia, na

margem setentrional do Rio da Prata e em 1617, na Ilha Vizcaíno.

O gado crioulo sul-brasileiro descende do Vicentino mesclado com

descendentes da introdução Hernandariana do Uruguai, que é mesclado com o

Paraguaio-Vicentino. Estes animais foram com certeza à origem da expansão da

civilização na América Latina, sob influência dos jesuítas (PRIMO, 1993).

O gado crioulo Lageano é descendente dos bovinos ibéricos chegados ao

Brasil, pelos países platinos sob a tutela dos missionários jesuítas. As raças

bovinas trazidas a América do Sul por espanhóis e portugueses, emigraram para

9

o Paraguai e Argentina e chegaram à região das missões por volta de 1643.

Esses animais se espalharam pelas vacarias do sul (Serra Catarinense e Terceiro

Planalto Paranaense), onde sofreram miscigenação e seleção natural por um

período de quase 400 anos. As condições inóspitas do planalto catarinense, com

invernos rigorosos e nevascas, a baixa disponibilidade de alimento, os predadores

e as condições de abandono nas vastas extensões de campo, resultaram na

formação de uma raça naturalizada extremamente adaptada as condições

ambientais do planalto catarinense (CAMARGO & MARTINS, 2005).

O presente trabalho tem como propósito fazer uma revisão histórica da raça

crioula lageana, além de buscar informações por meio de questionários sobre

quais são os principais gargalos da raça no que diz respeito a mercado e criação.

Servindo os posteriores dados para se trabalhar com o marketing acima dos

aspectos negativos e positivos da raça e auxiliar em futuros programas de

melhoramento genético deste patrimônio histórico, cultural e genético do estado

de Santa Catarina e do Brasil.

10

2 - OBJETIVO GERAL

Realizar uma revisão histórica sobre a raça Crioula Lageana e determinar

as várias percepções quanto à aceitação e possibilidades de exploração da raça

no espaço da Região do Planalto Catarinense.

2.1 - OBJETIVOS ESPECíFICOS Realizar, baseado na bibliografia existente, uma revisão histórica sobre a

raça crioula lageana, levantando os seus ancestrais, a forma de introdução no

continente americano, em especial, no Brasil, a miscigenação e a seleção natural

que deram origem à raça.

Identificar, a partir da percepção dos criadores desta e de outras raças da

região serrana, quais são os principais gargalos relacionados à criação, às

características genéticas dos animais e a forma de exploração mais adequada

para a raça.

Levantar o grau de interesse na raça como atração turística devido aos

seus atributos morfológicos e sua importância histórica, diretamente ligada à

Região do Planalto Serrano.

11

3 - JUSTIFICATIVA

A economia do planalto catarinense é historicamente baseada na produção

de bovinos de corte em sistemas extensivos. Esta região se caracteriza por

apresentar solos com pouca profundidade, ácidos e pedregosos, além de

topografia acidentada. As temperaturas no período de outono e inverno são

baixas, com grande incidência de geadas (clima Cfb). Por apresentar estas

características a produtividade dos campos nativos no período de primavera e

verão é boa, diferentemente do período de outono e inverno, onde a produção

forrageira é praticamente interrompida, causando perdas de peso dos rebanhos

(QUADROS et al 1996).

Devido a fatores econômicos o melhoramento de campo nativo com

espécies de produção hibernal é limitado (RITTER & SORRENSON, 1985).

Sendo assim, a criação de raças adaptadas e seus cruzamentos se tornam

importante alternativa para o aumento da produtividade nesses períodos, além da

diminuição dos custos relacionados à adequação do ambiente para a manutenção

de rebanhos não adaptados (QUADROS et al 1996).

Atualmente, devido à extinção de raças bovinas e conseqüente perda de

material genético, programas mundiais de preservação vem sendo incentivados.

Desde 1970, mais de 40% do total das raças de animais domésticos já se

perderam. Atualmente, cerca de 600 raças encontram-se ameaçadas de extinção,

o que representa 20% do total de raças existentes no planeta (HAMMOND &

LEITCH, 1995). De acordo com dados da FAO (1999), a maior parte dos recursos

genéticos animais em risco de extinção, encontram-se nos países em

desenvolvimento. Segundo Mariante & Fernandez Baca (1998), os programas de

conservação Latino-americanos são instáveis, devido à falta de financiamento e

políticas públicas. Dessa maneira, a falta de conhecimento acerca dessas raças

se apresenta como um grande entrave para o desenvolvimento e preservação

destes recursos genéticos. A raça Crioula Lageana após quase 400 anos de

seleção natural nas condições do planalto catarinense, se apresenta como uma

alternativa para a pecuária atual. São animais de grande rusticidade e excelente

fertilidade, apresentam menor custo de produção, excelentes ganhos por heterose

quando cruzados com raças exóticas sendo também extremamente adaptados

12

aos sistemas naturais de criação, já que é parte integrante do ecossistema em

questão (CAMARGO & MARTINS, 2005).

Segundo Plasse (1973) e Bauer (1973) citado por: Ribeiro (2007), em

condições naturais o gado bovino que foi trazido pelos europeus nos séculos XVI

e XVII, sofreram seleção natural e adquiriram características que interessavam à

cadeia produtiva. Entre elas, a baixa mortalidade, o pequeno porte ao nascer, a

alta longevidade, a facilidade de parto, a alta tolerância a ecto e endoparasitas,

tornando seus custos de produção menores em relação as raças européias

modernas.

Em condições ambientais como as que ocorrem nos campos do Planalto

Catarinense, torna-se mais importante a identificação de genótipos adaptados

para otimizar seu potencial produtivo do que alterar o ambiente para utilizar

animais que só produzam em condições ótimas (RIBEIRO & KOGER, 1992).

Além das características adaptativas da raça Crioula Lageana, outro fator

importante como a mansidão das vacas, aliadas ao seu belo fenótipo, com chifres

longos e a colorida pelagem, juntamente com sua grande importância histórica

são potenciais que podem ser utilizados para a promoção do turismo rural na

região serrana e que não foram explorados em sua plenitude (RIBEIRO, 2007).

Juntamente com a promoção da raça Crioula Lageana, deve-se levar em

consideração todo o ambiente do qual faz parte à raça, já que a promovendo

também se estará auxiliando na preservação de um ecossistema (Campos de

Araucária) que é quase o mesmo a 200 milhões de anos e que está ameaçado de

extinção (RIBEIRO, 2007).

Sendo assim, todos os estudos que visem promover e preservar este rico

ecossistema do qual faz parte o gado Crioulo Lageano e que busque alternativas

que possam valorizar este patrimônio genético e histórico de Santa Catarina, além

de melhorá-la nos aspectos produtivos em que é deficiente, e que tragam ao

criador menores custos de produção são importantes para a preservação da raça

e do ambiente em que está inserida.

13

4 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1 – O TERMO CRIOULO E SUAS DEFINIÇÕES

O termo “Crioulo” tem grande importância histórica para as Américas e foi

importante na organização social do Brasil Colônia, sendo utilizado tanto para

definir a procedência dos indivíduos, como na determinação racial dos mesmos.

Por muitos anos, e até nos dias de hoje, ele foi, e, é utilizado no sentido

pejorativo, o que pode de alguma forma explicar o preconceito em relação

aqueles chamados de “crioulos”, inclusive as raças bovinas. Segundo Soares

(2000), em “Devotos da Cor” o termo crioulo era uma designação exclusiva da

primeira geração de descendentes de africanas nascidos no Brasil. Sugerindo assim

que ser crioulo é uma condição provisória, e que afeta apenas uma geração de cada

vez.

A denominação “Crioulo” provem do étimo “criar”. Historicamente , o termo

“Crioulo” , designa todo o individuo negro nascido de pais africanos na América,

seja escravo ou não, bem como o branco nascido nas colônias européias, e o

dialeto falado por estes.

De acordo com o Padre Raphael Bluteau, em seu “Vocabulário Portuguez e

Latino” publicado em Coimbra e Lisboa entre os anos de 1712 e 1727, “Crioulo”

significa, “Escravo que nasceu na casa de seu Senhor”. Já no “Diccionario Manual

Etymologico da Lingua Portugueza”, (1899) de F. Adolpho Coelho, define-se o

termo como “Que é natural das colônias Européias e tem cor branca. O dialeto

usado nestas colônias”. Lima & Barroso (1939), definem “Crioulo”, como

primitivamente, o negro nascido na América.

Em “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa” (1986), está escrito:

“Diz-se de individuo de raça branca nascido nas colônias européias de além-mar,

particularmente da América; Diz-se do dialeto falado por essas pessoas. Dizia-se

o negro nascido na América”.

Laudelino Freire, em “Grande e Novíssimo Dicionário da Língua

Portuguesa” (1954), descreve “Crioulo” como “Individuo nascido na América e

procedente de europeus; Negro nascido na América, por oposição ao originário

14

da África; Dialeto colonial; Originário do país onde vive; aborígine, autóctone;

Pertencente ou relativo aos habitantes duma região”.

Conforme Celso Pedro Luft (1991), em “Mini Dicionário Luft”, “Crioulo” é o

negro nascido na América; O natural de uma região; Nativo de uma região;

Nascido no país, não importado (gado); Sem raça definida; Dialeto português

falado em Cabo Verde e outras ex-possessões portuguesas da África.

O Termo Crioulo, designa diversos adjetivos e substantivos, e pode ser

compreendido e utilizado de diversas maneiras dependo do contexto em que é

aplicado. De maneira geral o termo faz referência a algo que é local e que foi

criado ali, além de que denota mestiçagem, ou seja mistura de raças, culturas,

linguagens e costumes.

4.2 - A INTRODUÇÃO DOS BOVINOS NAS AMÉRICAS E A FORMAÇÃO DA RAÇA CRIOULA LAGEANA.

No período do descobrimento, não existia nenhum gado bovino no Brasil

sendo que nos meados do século XVI é que estes foram trazidos pelos

portugueses e espanhóis nas expedições a América do Sul (ATHANASSOF,

1956).

Pouco se sabe sobre a ancestralidade dos bovinos crioulos. Estes

chegaram ao continente Americano por volta de 1493 na segunda viagem de

Colombo. Esses animais chegaram primeiramente na ilha La Española, onde hoje

localizam-se a República Dominicana e o Haiti. A cidade que possuía

exclusividade para os embarques à América era Sevilha, mas alguns autores

afirmam que também ocorriam embarques na Galicia (Norte da Espanha). No

entanto não se tem certeza se a totalidade do gado trazido às Américas era da

região de Sevilha, já que as Ilhas Canárias, também fazia parte da rota (escala

habitual), para as viagens ao Novo Mundo.

Os primeiros bovinos trazidos ao continente, pelos espanhóis

desembarcaram no Caribe. Dali se disseminaram com sucesso, sendo que 40

anos depois já se encontravam em todos os países da América do Sul. No Brasil

os primeiros lotes chegaram por volta da terceira década do século XVI,

acompanhando o inicio da colonização (PRIMO, 1993). Segundo Lima et

15

al.,(1990), os primeiros bovinos chegaram com os colonizadores no ano de 1534,

e aportaram em São Vicente. Algum tempo depois outros rebanhos aportaram na

costa Pernambucana e posteriormente na Bahia (MARIANTE & CAVALCANTE,

2000).

A quase totalidade das raças bovinas crioulas tem como ancestrais as

raças autóctones de Portugal, a Mirandesa, a Alantejana, a Minhota, a Barrosã e

a Arouquesa (MARIANTE & CAVALCANTE, 2000).

O gado trazido às Américas possivelmente descende dos antigos bovinos

Hamíticos, que foram domesticados no Egito, por volta de 4000 anos a C, e que

foram introduzidos mais tarde no sul da Espanha. Sendo sua procedência do

Norte da África, estes animais são possuidores de chifres longos, sua

característica mais marcante (INCHAUSTI & TAGLE, 1964).

Coni (1979) e demais estudiosos indicam que no extremo oriental da

América do Sul os animais foram introduzidos pelos jesuítas em suas missões do

Alto Uruguai (1620), e por outras introduções realizadas pelo governador de

Hernanderias.

O jesuíta Cristóvão de Mendoza foi quem introduziu o primeiro gado na

capitânia Del Rei no ano de 1634, e assim foi fundada a primeira estância

missioneira sul-rio-grandense (SPALDING, 1953 citado por: PRIMO, 1993).

Segundo Araújo (1990), o gado bovino foi introduzido pelos missionários

jesuítas na campanha riograndense, tendo como objetivo principal alimentar os

povos das Missões.

O gado crioulo sul-brasileiro descende do Vicentino mesclado com

descendentes da introdução hernandaria do Uruguai, que é mesclado com o

Paraguaio-Vicentino. Estes animais foram com certeza à origem da expansão da

civilização na América Latina, sob influência dos jesuítas (PRIMO, 1993).

Com a invasão das Missões jesuíticas pelos Bandeirantes (Lusos-

Brasileiros), grande parte do rebanho foi levado para a região de Franca no

estado de São Paulo, e assim surgiu a denominação do gado Franqueiro.

Acredita-se que muitos desses animais se perderam das tropas e muitos deles se

embrenharam nas matas do Planalto Catarinense e formaram rebanhos. Quando

se iniciou a colonização dos campos da Serra Catarinense, os colonizadores

16

trouxeram consigo o gado Franqueiro, que cruzou-se com os bovinos da região e

deu origem a raça Crioula Lageana (MARIANTE & CAVALCANTE, 2000).

Os bovinos crioulos do Sul, que tem sua descendência nos rebanhos

remanescentes dos jesuítas foram por um longo período de tempo o esteio da

bovinocultura das regiões dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e

de Santa Catarina (MARIANTE & CAVALCANTE, 2000).

O gado Crioulo Lageano é descendente dos bovinos ibéricos chegados ao

Brasil, pelos países platinos sob a tutela dos missionários jesuítas (PIAZZA,

1983). As raças bovinas trazidas à América do Sul por espanhóis e portugueses,

emigraram para o Paraguai e Argentina e chegaram a região das missões por

volta de 1643 (RUCHEL, 2000).

Esses animais se espalharam pelas vacarias do sul (Serra Catarinense e

Terceiro Planalto Paranaense), onde sofreram miscigenação e seleção natural por

um período de quase 400 anos. As condições inóspitas do planalto catarinense,

com invernos rigorosos e nevascas, a baixa disponibilidade de alimento, os

predadores e as condições de abandono nas vastas extensões de campo,

resultaram na formação de uma raça naturalizada extremamente adaptada as

condições ambientais da região. No século passado, muitos desses animais

foram cruzados com bovinos de raças exóticas (européias), e os resultados

positivos obtidos destes cruzamentos foram atribuídos exclusivamente as raças

européias o que estimulou a importação de reprodutores destas raças, implicando

em drástica redução na população de bovinos crioulos (MARIANTE &

CAVALCANTE, 2000).

O grupamento racial hoje conhecido como Crioulo Lageano, surgiu por

meio de um trabalho de resgate e preservação de alguns animais ainda existentes

na região de Lages-SC. Estes eram conhecidos pela população como franqueiros,

raça velha ou pêlo duro e em sua maioria foram encontrados na Serra em locais

longínquos e de difícil acesso. A população do gado Crioulo Lageano atualmente

é constituída por aproximadamente 500 animais, isso fez com que a FAO os

colocasse na lista de animais em estado crítico, em risco de extinção (CAMARGO

& MARTINS, 2005).

Devido à percepção dos criadores das fazendas Igrejinha, Canoas e

Cabaçais que se localizam no Planalto Catarinense, do grande valor genético

17

desses animais é que se tornou possível à manutenção do acervo, que hoje é a

base da ABCCL (Associação Brasileira de Criadores da Raça Crioula Lageana)

criada no ano de 2003, que hoje conta com mais de vinte sócios nos estados de

Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul (CAMARGO

& MARTINS, 2005).

Os animais da raça Crioula Lageana apresentam uma grande variedade de

pelagens: a africana (vermelha, baio ou preto); a jaguané; oveiro vermelho, baio,

osco; vermelha; brasino; e churriada salina (CAMARGO, 1984). Ainda assim há

predominância de animais africano vermelho, com focinho e orelhas da mesma

cor, e africano preto, com orelhas e focinho preto (CAMARGO & MARTINS,

2005).

Figura 1- Vaca Africana Vermelha, em exposição na ExpoLages 2007.

18

Figura 2- Touro Africano Preto. Grande Campeão da raça na ExpoLages

2007.

Figura 3- Touro jovem Barroso, em apresentação na ExpoLages 2007.

19

Figura 4- Touro jovem Salino, em apresentação na ExpoLages 2007.

Figura 5- Touro Oveiro Vermelho, Fazenda Igrejinha (Lages/SC).

20

Figura 6- À direita, Touro Brasino, Fazenda Canoas (Ponte Alta/SC).

Figura 7- À direita vaca Baia, Fazenda da Cadeia (Curitibanos/SC).

21

A raça apresenta duas variedades, aspada e mocha. Os animais aspados

possuem chifres longos, que se prolongam no sentido horizontal para as laterais,

até se curvarem para frente e para cima, como uma espécie de gancho nos

machos. Já as fêmeas possuem os chifres mais delicados com a porção distal

elevada e pontas para trás.

Apresentam corpo cilíndrico de tamanho médio, tendo as espáduas

inclinadas, com boa conformação de garupa, esqueleto forte e massa muscular

pouco desenvolvida, devido ao meio e a falta de seleção artificial. A inserção da

cauda é alta e expõe a região pélvica, facilitando o parto.

Os animais desta raça apresentam grande longevidade, não sendo raro

encontrar fêmeas com mais de quinze anos produzindo. Os bezerros são

pequenos ao nascer o que facilita o trabalho de parto, mas apresentam bom

desenvolvimento ponderal até o período da desmama. Além disso as fêmeas são

muito dóceis e possuem excelente habilidade materna (CAMARGO & MARTINS,

2005).

De acordo com Ribeiro (1993), em condições ambientais semelhantes as

do Planalto Catarinense, estes animais apresentam excelente produção leiteira e

comportamento materno, não apresentando dificuldades de parto, e terneiros com

grande adaptação ao meio. Mas são deficientes em rendimento e conformação de

carcaça, apresentando pouco músculo e grande proporção de costilhar.

Também segundo Ribeiro (1993), mesmo sem ter sofrido seleção artificial o

crescimento dos Crioulos Lageanos, se compara a da raça Charoles em

velocidade e em relação ao Nelore é superior, sendo melhor que ambas no que

se refere à habilidade materna, quando em condições de campos naturais do

Planalto Catarinense.

Segundo Spritze (2001), devido ao processo de seleção natural ocorrido

durante várias gerações os bovinos crioulos se tornaram adaptados às condições

locais e com isso desenvolveram características que permitem sua sobrevivência

mesmo em condições de escassez de alimento, condições extremas de

temperatura, amplas variações de temperatura e de umidade, além de resistência

aos endo e ectoparasitos e a determinadas enfermidades.

22

4.3 - ORIGENS DAS RAÇAS IBÉRICAS E DA RAÇA CRIOULA LAGEANA

Concretamente, não se sabe as origens do gado bovino trazido às

Américas pelos conquistadores. De acordo com Rouse (1977) apud Primo (1993),

estes descendem diretamente do Bos taurus primigenius, domesticado na zona

pirenaica, a partir do paleolítico. Estes possuíam ampla distribuição geográfica, e

são segundo os zootecnistas ancestral único de todos os bovinos domésticos.

Até o ano de 1178, Espanha e Portugal constituíam um território único, a

Península Ibérica. Posteriormente, nos anos de 1580 a 1640, Espanha e Portugal

novamente formavam um único reino, comandado por Felipe II, assim supõem-se

que os bovinos Ibéricos existentes, formavam um ancestral comum com os

bovinos Crioulos das Américas (PRIMO, 1993).

De acordo com Goulart (1965), o gado Crioulo do Sul do Brasil, tem como

origem provável o tronco Ibérico, mesclado com o gado do tronco Aquitânico, mas

com predominância do primeiro. Já segundo Primo (2000), a raça Crioula

Lageana, tem grande semelhança com a raça Berrenda da Andaluzia. E que tem

grande similitude com a raça Mertolenga de Portugal que é do tronco Bos taurus

aquitanicus (SANCHEZ BELDA, 1984). Segundo Athanassof (1957), e Goulart (1965), as raças naturalizadas

brasileiras descendem das raças portuguesas, Minhota, Barrosã, Arouquesa,

Mirandesa, e Alentejana. Todas estas raças possuem similitudes fenotipicas ou

de parentesco com os bovinos da Espanha (SANCHEZ BELDA, 1984 apud

PRIMO 1993).

23

TABELA 1. Raças Ibéricas, com similitudes fenotipicas ou com parentensco.

Portugal Espanha Tronco

Barrosã = Cachena ou Pisca Bos taurus mauritanus

Minhota = Rúbia Gallega Bos taurus aquitanicus

Arouquesa = Cachena ou Pisca Bos taurus aquitanicus

Alistana-Sanabresa

Caldelana

Mirandesa = Frieiresa Bos taurus Ibericus

Verinesa

Vianesa

Brava = Lídia Bos taurus Ibericus

Aracena = Berrenda em Negro Bos taurus Ibericus

Alentejana =

Retinta Bos taurus turdetanus

Algarvia =

Berrenda em Colorado

Mertolenga = Bos taurus aquitanicus

Salineira Andaluzia

Adaptado de SANCHEZ BELDA (1984), apud PRIMO (1993).

4.4 - CONSERVAÇÃO DO GERMOPLASMA CRIOULO

A partir do desenvolvimento de raças bovinas altamente especializadas em

produção de carne ou leite, houve a divulgação intensiva da utilização destes

animais com os atributos produtivos superiores. Desta maneira, e com o uso de

24

biotécnicas da reprodução, em especial a inseminação artificial, tem ocorrido à

erosão gênica, com o desaparecimento de diversas raças (MARTINS & VEIGA,

2007).

Devido à perda de material genético de raças crioulas, como conseqüência

dos cruzamentos indiscriminados com raças européias e zebuínas a partir do final

do século passado, programas de preservação de raças ameaçadas de extinção

vêm sendo incentivados, já que estes animais se constituem em uma rica fonte de

material genético (CAMARGO & MARTINS, 2005).

Desde 1970, mais de 40% do total das raças de animais domésticos já se

perderam. Atualmente, cerca de 600 raças encontram-se ameaçadas de extinção,

o que representa 20% do total de raças existentes no planeta (HAMMOND &

LEITCH, 1995 apud McMANUS, 2005 ). Essa perda de material genético ocorreu

justamente no período onde as atividades de conservação foram mais intensas

(ALDERSON, 1990 apud McMANUS, 2005). De acordo com Cunningham (1987)

isso pode estar relacionado à falta de conhecimentos sobre os métodos de

melhoramento animal modernos por parte dos responsáveis pelos programas de

preservação destes materiais.

Segundo a FAO (1999), a maior parte dos recursos genéticos animais em

risco de extinção, encontram-se nos países em desenvolvimento. De acordo com

Mariante & Fernandez Baca (1998), os programas de conservação Latino-

americanos apresentam grande instabilidade, devido a falta de financiamento e

políticas públicas. Apenas 55% das raças Latino-americanas possuem dados

sobre suas populações, sendo que 37% delas correm risco de extinção. A falta

de informações sobre as populações está entre os principais entraves no

desenvolvimento de programas de melhoramento e conservação destes recursos.

Desta forma as caracterizações genética e fenotípica oferecem informações

valiosas para tomada de decisões adequadas para a melhoria e desenvolvimento

de programas de melhoramento e seleção (McMANUS et al., 2005).

A extinção dessas raças pode se constituir na perda de importantes

características de interesse para a produção animal como as citadas por Plasse &

Bauer, (1973), que demonstraram que, em condições, naturais os bovinos

trazidos pelos conquistadores espanhóis e portugueses e que sofreram seleção

natural no ambiente Americano apresentavam, baixa mortalidade, alta

25

longevidade, pequeno porte ao nascer, facilidade de parto, alta tolerância a endo

e ectoparasitos, além de superar algumas raças em desenvolvimento ponderal.

As raças crioulas, locais ou naturalizadas brasileiras, entre elas a Crioula

Lageana, foram submetidas ao processo de seleção natural por aproximadamente

500 anos. Isto permitiu a expressão de características especificas de adaptação

às condições ambientais nestes ambientes onde sofreram seleção (MARTINS &

VEIGA, 2007).

Segundo Mezzadra, (1993), as raças Crioulas são as únicas de Bos taurus

que se adaptam as condições ambientais dos trópicos e subtrópicos, e que

possuem um bom potencial de produção, sem as limitações de manejo e

qualidade de carne impostas pelos zebuínos. E mesmo assim, nos tempos atuais

chegamos a um ponto que a diminuição das populações é tão grande que exige

que sejam tomadas medidas para conservação destes germoplasmas, evitando

que se extingam estas raças ou ocorra à erosão de seus genomas.

A conservação da diversidade genética crioula se torna de extrema

importância para que se promova o acesso a genes desejáveis e complexos

gênicos que possam contribuir para o estoque futuro de alimentos. Sendo que os

produtos de origem animal continuarão a ser importante parcela na alimentação

da população humana em constante crescimento (MARIANTE, 2003).

As características da raça Crioula Lageana, citadas por Camargo & Martins

(2005), como longevidade, facilidade de parto, bezerros pequenos ao nascer, mas

com bom desenvolvimento ponderal até desmama, fêmeas com temperamento

dócil e excelente habilidade materna, que antes já haviam sido confirmadas em

experimentos realizados no Planalto Catarinense por Ribeiro (1993), podem ser

de fundamental importância em programas de melhoramento genético intra-

raciais e inter-raciais, visando a sustentabilidade em sistemas de pastoreio como

o empregado na região serrana de Santa Catarina.

De acordo com Quadros et al.,(1996), o germoplasma do Crioulo Lageano

demonstrou que merece ser preservado pelo caráter histórico, genético e

produtivo pois apresentou características maternas pelo menos semelhantes às

da raça Charolês.

Diante da importância destes animais, e pela caracterização da FAO, onde

a raça Crioula Lageana foi listada como uma das raças em perigo de extinção,

26

diversas instituições de pesquisa estão trabalhando para conservar estes ricos

materiais, incluindo a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária),

Universidades, produtores privados com a coordenação a nível nacional do

CENARGEM (Centro nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e

Biotecnologia) (MARIANTE, 2003).

4.5 – CRIOULA LAGEANA E TURISMO RURAL Um dos principais objetivos da ABCCL é justamente promover e divulgar a

raça, ressaltando suas qualidades genuínas, procurando torná-la mais conhecida

e difundida (CAMARGO & MARTINS, 2005).

Sendo assim o turismo rural, seja ele de conhecimento, alimentos típicos,

dentre outros, se torna importante na promoção do Crioulo Lageano e seus

produtos, e também pode ser uma fonte de renda alternativa aos criadores da

raça, estimulando outros criadores da região a explorarem a genética crioula e

seus produtos, visando um mercado restrito como o do turismo rural. De acordo

com Ribeiro (2007), para que outros criadores possam ser estimulados é

necessário que estes novos sócios visualizem vantagens econômicas para que se

incorporem com vigor na empreitada.

Uma das conclusões da ABCCL é a de que, juntamente, com o estímulo à

manutenção da raça, é necessário sejam feitos esforços também no sentido de

preservação do ecossistema onde a raça se forjou, resgate histórico, e qualidade

dos produtos oferecidos (RIBEIRO, 2007). Isto pode impulsionar o setor do

turismo rural, já que os turistas buscam lugares preservados, alimentos de

qualidade e diferenciados, como são os da serra catarinense, devido às

condições ambientais existentes na região, que dão sabor diferenciado aos

queijos, leite ou carne.

Para isso, deve-se levar em consideração um planejamento adequado,

quando se pensa em atividades turísticas, já que estas, quando realizadas de

maneira desordenada, podem provocar graves desequilíbrios ambientais. No

entanto, se adequadamente implantadas e conduzidas podem auxiliar a

preservação de ecossistemas importantes (LAGE & MILONE, 1999 apud

MARTORANO BATHKE, 2002). Desta maneira a atividade turística em ambientes

27

naturais surge como uma proposta de exploração racional dos recursos em áreas

protegidas. Porém, ela deve ser precedida de planejamento e controle

adequados, a fim de minimizar os efeitos negativos e maximizar os positivos,

representando uma alternativa de desenvolvimento sustentável (SILVA, A. M da.

2001).

Outras potencialidades do Crioulo Lageano e que podem ser exploradas,

foram citadas por Camargo & Martins (2005), como animais de chifres longos que

possuem potencialidade para a exploração da manutenção da cultura e tradições

locais, podendo ser utilizado no turismo em hotéis fazenda, além de poderem,

estes animais servirem para filmagens de época.

Segundo o instituto CEPA (2002), as experiências relacionadas com o turismo

rural são mais bem sucedidas quando estão fortemente condicionadas a

articulações de circuitos de turismo trabalhados, sejam estes apoiados em

tradições culturais, condições naturais únicas ou dinâmicas regionais/ locais

específicas o que se encaixa perfeitamente as condições associadas ao Planalto

Catarinense, e a história do gado crioulo de Lages fortemente ligado aos

missionários jesuítas e a colonização da região.

O resgate a valorização e a atribuição de características que diferenciem os

produtos e serviços oferecidos, através de certificação de origem de base

territorial e formas de produção específicas e com responsabilidade ambiental,

podem se constituir em importante estímulo a este tipo de serviço (CEPA, 2002).

O estímulo às atividades, como estas, estará auxiliando na proteção da

paisagem natural, buscando extrair dela o seu potencial, sem degradá-la, além de

estimular as culturas e tradições locais, trazendo consumidores e renda de outros

locais sem ocasionar fluxos migratórios em demasia (RIBEIRO, 2007).

Mas para que isso ocorra, também, se torna necessário empenho político,

e planos adequados de turismo rural. Assim como em Portugal, que em 1986,

regulamentou o setor de Turismo, criando um plano nacional que definiu as

modalidades de turismo no espaço rural (MARTORANO BATHKE, 2002). Ou

como cita a mesma autora, o caso da França onde os estabelecimentos

credenciados apresentam um logotipo que os caracteriza desde que estes sigam

as regras das organizações credenciadoras.

28

Sendo assim para que o turismo rural possa se desenvolver e oferecer

produtos de qualidade e ambientes preservados, aqueles que o fazem devem ser

estimulados e beneficiados com políticas públicas adequadas e que valorizem o

seu trabalho. Dessa maneira outros investidores buscarão atividades que sejam

ecologicamente corretas, que preservem as tradições e culturas locais e os

recursos genéticos únicos de cada região, desde que sejam, ao mesmo tempo,

lucrativos.

29

5 - FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 1 – Quais são os principais pontos positivos e negativos na criação de bovinos

Crioulo Lageano, e como estes podem ser utilizados em futuros programas de

melhoramento genético e fomento da raça?

2 – Existe interesse de criadores, turistas e proprietários de hotéis fazenda na

utilização destes animais no ramo do turismo rural e como isso pode ser feito?

3 – Qual é a motivação dos criadores e quais são suas expectativas em relação à

raça e como os não criadores podem ser estimulados a investir nela?

5.1 - HIPÓTESE 1 - Os bovinos da raça Crioula Lageana apresentam características como boa

produção leiteira e excelente comportamento materno, partos sem dificuldade,

terneiros pequenos ao nascer, além de grande adaptação as condições

ecológicas da região do Planalto Catarinense. Mesmo sem ter sofrido seleção

artificial se compara a raça Charolês em velocidade de crescimento e é superior a

Nelore, sendo ainda melhor que ambas em habilidade materna, em condições de

campo nativo do Planalto Catarinense.

Apresenta algumas características deficientes como conformação e

rendimento de carcaça, apresentando pouco músculo e grande proporção de

costilhar.

Quando cruzados com animais Charolês e Nelore apresentam

desempenho superior que os animais puros em desenvolvimento ponderal,

podendo vir a ser estes cruzamentos de grande importância para criadores da

região serrana.

Sendo assim a manutenção destes animais com alta capacidade

adaptativa às condições ecológicas do Planalto Catarinense e os bons

desempenhos dos híbridos podem ser importantes estímulos para os criadores e

possíveis investidores na genética Crioula.

30

2 - O turismo rural, seja ele de conhecimento, alimentos típicos, etc..., torna-se

importante na promoção do Crioulo Lageano e seus produtos, e também pode ser

uma fonte de renda alternativa aos criadores da raça, estimulando outros

criadores da região a explorarem a genética crioula e seus produtos, visando um

mercado restrito.

Os animais da raça Crioula Lageana possuem características fenotípicas

bastante atrativas como chifres longos, grande variedade de pelagens,

assemelhando-se muito aos seus ancestrais ibéricos, além de estarem fortemente

associados a história da colonização do Sul do País e dos jesuítas o que pode ser

explorado no turismo rural de conhecimento, além de servirem para filmagens de

época.

Por isso é importante o desenvolvimento de campanhas de marketing que os

associem a história da colonização e expansão da civilização do Sul do Brasil, e

também sejam seus produtos associados a qualidade dos alimentos produzidos

na Serra Catarinense devido as suas condições ambientais peculiares.

3 – Provavelmente a motivação dos criadores da raça é a sua capacidade

adaptativa as condições ecológicas do Planalto Catarinense, seu excelente

desempenho nos cruzamentos com raças européias e zebuínas e o potencial

turístico que pode ser associado a esses animais devido sua história.

Já os não criadores podem ser estimulados a investirem nestes animais,

buscando através de estudos identificar os mitos negativos relacionados à raça e

trabalhando-se assim, em campanhas que possam revelar o que realmente é

verdade e mentira, além de buscar mercados restritos e lucrativos como o do

turismo de conhecimento e alimentação, bem como sanar as características

deficientes da raça por meio de programas de melhoramento genético.

31

6 - METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido durante o período de 17/08/2007 à

22/10/2007, na região do Planalto Catarinense, mais especificamente nos

municípios de Lages, Painel, Ponte Alta e Curitibanos. Com o acompanhamento

do supervisor do estágio, pesquisador da EEL (Estação experimental da Epagri

Lages), e Secretário Executivo da ABCCL (Associação Brasileira de Criadores da

Raça Crioula Lageana) Médico veterinário Dr. Edison Martins, foram realizadas

visitas a propriedades de criadores da raça Crioula Lageana, além de pecuaristas

criadores de outras raças e estabelecimentos de turismo rural. Nestas visitas

utilizou-se do método de pesquisa quali-quantitativa com base em entrevistas

semi-estruturadas, na forma de questionários (vide anexo 1), com questões

abertas, que foram analisadas segundo a metodologia do Discurso do Sujeito

Coletivo (LEFÈVRE & LEFÈVRE, 2005). A todos os grupos de entrevistados

acima citados, exceto o dos turistas, ao qual foi aplicado um questionário

estruturado, com questões fechadas (vide anexo 3). Todos os entrevistados que

receberam os questionários semi-estruturados tiveram suas entrevistas gravadas

em sistema MP3, sendo que os mesmos receberam um termo de consentimento

(vide anexo 2) e autorizaram as gravações e transcrições de seus discursos

conforme exige a regulamentação ética desta Universidade. Estas entrevistas

tiveram como objetivo identificar informações relevantes acerca da raça Crioula

Lageana e que pudessem vir a contribuir em futuros programas de melhoramento

e seleção da raça, verificar o conhecimento dos não criadores e sua percepção

sobre a raça, além de identificar a potencialidade de inserção destes animais no

ramo do turismo rural da região.

A metodologia de análise de Discurso utilizada para avaliação dos

questionários semi-estruturados tem como proposta a organização e tabulação

dos dados qualitativos de natureza verbal, que foram obtidos dos depoimentos.

Desta maneira após a transcrição das entrevistas, estas são analisadas e nelas

são definidas as Idéias Centrais (IA) dos depoimentos. A idéia central é um nome

ou expressão lingüística, que descreve de maneira sintética, precisa e fidedigna, o

sentido de cada discurso analisado. A partir da definição das IA’s seleciona-se as

expressões chave (ECH) dentro de cada discurso. As ECH’s são trechos ou

32

transcrições literais dos discursos, e que revelam a essência do depoimento, e

que posteriormente formaram o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) (em itálico

dentro das entrevistas). A partir daí, as idéias centrais são agrupadas de acordo

com o seu conteúdo, sendo que as de sentido complementar ou similar formaram

uma idéia central única (neste trabalho as idéias centrais foram agrupadas em

letras A, B, e C). Após a análise inicial (IAD 1), onde se definiram as Idéias

Centrais e Expressões chave, estes dados são transferidos para um segundo

quadro, onde é feita a seleção das expressões chave segundo as idéias centrais

similares ou complementares e posteriormente se realiza a montagem dos

discursos (IAD 2). Os discursos (DSC) são formados pelas expressões chave,

partindo das idéias centrais. Ou seja é um discurso-síntese redigido na primeira

pessoa do singular que é composto pelas expressões chave que têm a mesma

Idéia Central.

Questionário destinado aos criadores da raça Crioula Lageana

Foram entrevistados cinco criadores, sendo eles, os proprietários das

fazendas Igrejinha (Lages/SC), Canoas (Ponte Alta/SC), Fazenda Grande

(Painel/SC), Bom Jesus do Herval (Ponte Alta/SC), e Fazenda da Cadeia

(Curitibanos/SC). Todos são associados ABCCL (Associação Brasileira de

Criadores da Raça Crioula Lageana), e foram indicados para entrevista pela

Diretoria da associação. O questionário (vide anexo 1) era composto de cinco

questões semi-estruturadas (abertas) e foi analisado segundo a metodologia

acima descrita.

Questionário destinado aos pecuaristas não criadores da raça Crioula Lageana

Foram entrevistados seis criadores. Todos são proprietários de fazendas

localizadas no município de Lages/SC, e foram selecionados segundo a indicação

do Presidente do Sindicato Rural do município, Suenon Lisbôa. Entre eles

criadores das raças Charolês, Simental, Angus e Hereford. O questionário (vide

anexo 1) era composto por cinco questões semi-estruturadas (abertas) e foi

analisado segundo a metodologia acima descrita.

33

Questionário destinado a proprietários e administradores de estabelecimentos de turismo rural

Foram realizadas quatro entrevistas todas em estabelecimentos situados

no município de Lages/SC. A saber: Hotéis Fazenda Boqueirão; Pedras Brancas;

Sesc e Fazenda da Ferradura. Este questionário (vide anexo 1) foi composto com

quatro questões semi-estruturadas (abertas), e foi analisado segundo a

metodologia acima descrita.

Questionário destinado aos turistas de hotéis fazenda Foram entrevistados onze turistas em dois hotéis: Sesc e Pedras Brancas.

O questionário (vide anexo 3 e 4) era composto por nove questões estruturadas

(fechadas), e tinha como objetivo identificar o grau de interesse dos turistas em

diferentes atrações encontradas na Serra Catarinense, entre elas o gado Crioulo

Lageano, e conhecê-los quanto à origem e atividade exercida. Todos os turistas

entrevistados foram abordados de forma aleatória e receberam o questionário

para preencherem

34

7 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste item são apresentados os Discursos dos Sujeitos Coletivos (DSC’s)

com suas respectivas discussões individualizadas. Bem como, as demonstrações

gráficas da entrevista estruturada, realizada com turistas e sua discussão. As

entrevistas na integra, e todos os demais passos para o desenvolvimento dos

DSC’s encontram-se nos anexos.

DESENVOLVIMENTO DOS DISCURSOS DO SUJEITO COLETIVO.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS CRIADORES DA RAÇA CRIOULA LAGEANA.

Questão número 1- Quais os motivos que levaram o Sr (a) optar pela criação do gado Crioulo Lageano? Idéia Central A – Preservação do material genético e por fazer parte da história da região.

DSC Bom os motivos foram vários mas o principal é a preservação do material genético, e como eu sou proprietário de uma fazenda histórica, naquele momento a principal atração foi o fato de que eles são animais ligados à história de toda a região, a história do Brasil e a história das Américas. E também porque são animais exóticos de pelagem bonita, além de serem um material genético bom e que merece ser preservado. Idéia Central B - Pela tradição familiar, beleza e história associada à raça, rusticidade e adaptação as condições ambientais da região, que reduz o custo de produção, além da necessidade de preservação.

DSC Esse é um trabalho de preservação, meu pai já criava esta raça, eu achava o gado bonito, gostava da sua história. Daí, aprendi muito sobre a sua rusticidade e capacidade reprodutiva, é uma raça bem adaptada aqui ao nosso clima e pastagem. Eu percebia que as outras raças que vinham de fora no primeiro ano elas passavam, no segundo ano dava um problema como tuberculose ou coisa parecida elas acabavam desaparecendo. Então eu crio a Crioula Lageana pra não extinguir, pela beleza, pela história, e pela adaptação ao nosso clima e pastagem, e pelo baixo custo de produção e a relação custo beneficio que eu considero muito boa. Idéia Central C - Por ser um produto genuinamente nacional, por ser uma raça adaptada ás condições de criação da região e pelo potencial de participação de um mercado diferenciado de carnes.

35

DSC Bom a Crioula Lageana é uma das cinco ou seis raças naturalizadas que nós temos, e o motivo que me levou a criá-la foi o de ver nela o potencial de desenvolvimento de um produto genuinamente nacional, pela longa história que ela tem aqui, pela adaptação que ela tem. Esse potencial se manifesta, principalmente, pelos novos dispositivos de mercado, que são os mercados de produtos diferenciados, produtos certificados com denominação de origem. Então isso aí, me faz apostar em um trabalho de desenvolvimento de uma cadeia diferenciada de carnes principalmente.

Quando perguntados sobre porque criam a raça, entre os cinco

entrevistados nitidamente pode-se distinguir três idéias centrais bem marcantes.

Um grupo demonstrou um sentimento romântico, onde disseram que tem como

principal motivo à preservação deste recurso genético animal, por ela se confundir

com a história das Américas, do Brasil e mais especificamente da região onde

estes possuem suas propriedades. O outro grupo, também associa o motivo de

criá-la com a necessidade de preservação, e sua rica história, mas já apresenta

uma visão mais produtivista, já que vê uma grande vantagem em relação às

demais raças criadas na região, devido sua adaptação às condições ambientais

regionais, rusticidade e resistência, e desta forma acredita numa exploração

econômica mais rentável. No que diz respeito ao terceiro discurso, nota-se uma

visão mais acurada em relação às novas tendências de mercado, e na

possibilidade de desenvolver um produto nacional, e com grande potencial de

agregar valor aos seus produtos, mas não deixando de associar à raça a história

da região.

O primeiro discurso, representa de certa maneira um grupo de criadores

românticos, já que optaram por criar a raça por motivos preservacionistas, mas

além disto, e principalmente, por fascinação pela história da raça, que foi sem

dúvida quem formou os primeiros rebanhos bovinos na Região Sul do Brasil. O

que está de acordo com Mariante & Cavalcante (2000), que afirmam, que após a

invasão das Missões Jesuíticas pelos Bandeirantes, grande parte do rebanho foi

levado para Franca/SP, e que durante a viagem, muitos desses animais se

perderam nas matas do Planalto Catarinense e formaram rebanhos, e quando

iniciou-se a colonização da região Serrana de Santa Catarina, o gado dos

36

colonizadores se cruzou com estes bovinos e deram origem a raça Crioula

Lageana.

Quando analisamos o segundo discurso, podemos notar uma tendência em

criá-los, mais por ela apresentar a característica zootécnica de grande adaptação

à região e por isso nos leva a crer na possibilidade de um discurso mais

tradicionalista, e que demonstra grande experiência no convívio com esses

animais.

No terceiro discurso nota-se uma percepção moderna, especialmente por

associá-la aos novos dispositivos mercadológicos, que valorizam um produto

diferenciado, explorado de maneira sustentável e, acima de tudo, com enfoque

territorial. Estes conceitos há muito já vem sendo desenvolvidos na Europa, onde

se privilegia o produto autóctone, com certificação de origem e de qualidade

superior. E apresentam a longo prazo um grande potencial de mercado para as

raças naturalizadas ou “crioulas” Brasileiras.

Questão número 2 – Quais as características que o Sr (a) acredita possuir o gado Crioulo Lageano que o diferencia das demais raças criadas na região? Idéia Central A – Características fenotípicas e produtivas bem próprias. Grande variedade de pelagens, extremamente rústica e resistente. Capacidade de acumular energia para períodos de escassez de alimento não necessitando de suplementação nos períodos críticos.

DSC As características da Crioula Lageana são bem próprias né, tanto as produtivas como as fenotipicas. Mas a diferenciação primeira é a rusticidade do animal, que já ta ambientando aqui a mais de trezentos anos na região, que é pouco exigente, mas nem por isso deixa de produzir, produz com qualidade, produz, se multiplica rápido né, não exige cuidados especiais. As vacas são longevas e parem sem problemas. Eu tenho vacas aqui de mais de vinte anos criando, repetindo cria a cada doze meses, treze meses, quinze, no máximo dezoito meses tão repetindo cria em condições naturais, sem suporte, sem suplementação nutricional praticamente é o sal mineral e uma pastagenzinha de inverno mas é só pra ajuda, então é campo nativo aqui, é mato, e eles sabem o que comer, escolhem a dieta e assim vão se procriando.Essa capacidade de se manter em parte é pela espessura do couro no pescoço e que daí não resfria o sangue, e ele sente menos frio no inverno, é uma das razões da rusticidade dele. E no verão ele acumula muita gordura nos ossos né, daí no inverno ele tem aquela reserva pra se protege, na entressafra de pasto né. Já com as outras raças dependendo da raça, tinha problema né, morria boi, boi que não era resistente a parasitas também, e o Crioulo Lageano a gente nota a diferença nesse aspecto principalmente. Além disso é um gado que tem uma pelagem bem diversificada , mas há um padrão dentro desta variação de pêlos. Mas estas pelagens, principalmente o africano, tanto o preto como o vermelho e o jaguané são próprias do Crioulo Lageano, não existem em outras

37

raças né, e as características de aspa, com longos chifres e com desenho próprio. Então a conformação geral dele e a rusticidade chamam bastante atenção e os diferencia das demais raças.

Idéia Central B - Raça extremamente adaptada ao meio ambiente da região. Grande potencial mercadológico e no melhoramento animal. Além de apresentar grande beleza.

DSC O que mais diferencia a Crioula Lageana, é a adaptação ao meio, é uma raça que se caracteriza pela história em um ambiente agreste do Planalto Catarinense. Esse gado consegue sobreviver no inverno, inclusive com vacas parindo no período mais frio do ano e levando a sua cria até a desmama. Já do ponto de vista mercadológico e de melhoramento animal, o gado Crioulo Lageano ele se mostra diferente geneticamente das outras raças, mesmo das raças européias, e essa diferença pode contribuir significativamente ou consideravelmente, em programas de seleção e de melhoramento animal. E é claro que não podemos esquecer da beleza que este animal expressa, num ambiente onde ele foi selecionado naturalmente.

Quando perguntados sobre quais eram as características que

diferenciavam a Crioula Lageana das demais raças criadas na região,

apresentaram-se duas Idéias Centrais distintas. A primeira exaltou as

características já confirmadas da raça, de adaptação e rusticidade, além da

capacidade de acumular energia nos períodos de alimentação farta, para a época

critica de outono e inverno nos campos nativos. Essa idéia está intimamente

ligada a uma redução nos custos, com melhorias ambientais, para receber estes

animais, o que leva a crer que se obterão vantagens econômicas. Já que a raça

não necessita de grandes modificações ambientais para produzir

adequadamente. O que é, com certeza, muito interessante não só do ponto de

vista econômico mas também energético/ambiental. E está de acordo com

Quadros et al., (1996), que salienta que nas condições do Planalto Catarinense,

a criação de animais adaptados e seus cruzamentos, são importante alternativa,

para o aumento da produtividade nesses períodos, além da diminuição dos custos

relacionados à adequação do ambiente para a manutenção de rebanhos não

adaptados. Mas cita-se, neste primeiro discurso, também, à grande variedade de

pelagens encontrada na raça e sua beleza característica que, com certeza, é um

38

importante diferencial. Mas salienta-se, também, que, mesmo dentro desta grande

variação, existe um padrão, que caracteriza estes animais.

No segundo discurso, nota-se uma ótica que vai além da primeira e que

percebe o potencial inerente à raça, o de utilizar as características citadas na

primeira idéia central, para desenvolver um híbrido que supere a raça pura. Isto

mostra-se viável pois a Crioula Lageana apresenta-se geneticamente distinta até

mesmo das raças taurinas, o que traz a possibilidade de excelentes ganhos por

heterose nos cruzamentos com outras raças. Percebe-se também a possibilidade

de desenvolver produtos de qualidade e diferenciados, associados à raça, à sua

história e ao ambiente onde ela evoluiu e é criada e, é claro, não esquece de sua

beleza, que é outro importante diferencial, que traz outro interessante mercado

em potencial: o do turismo rural.

Questão número 3 - Como criador, que dificuldades o Sr (a) encontra na criação do gado Crioulo Lageano? Idéia Central A – Pouca disponibilidade de material genético de boa estirpe, tanto de machos como de fêmeas. Reduzido número de criadores e rebanho pequeno o que dificulta a seleção de famílias distintas, além de dificuldade na manutenção dos recursos genéticos.

DSC Existem diversas dificuldades entre elas a disponibilidade de material genético de boa estirpe pra você comprar, já que o tamanho do rebanho é pequeno e não há disponibilidade de matrizes e reprodutores. A maioria dos criadores que se inicia é, acaba buscando um touro de boa qualidade e acaba colocando no rebanho geral ou num rebanho mestiçado, ou num rebanho cruzado pra que possa, duas, três, quatro gerações depois ter um material de boa qualidade. Também se tem dificuldade na seleção de famílias distintas, já hoje nós temos um rebanho fechado, pequeno, e por isso nós precisamos trabalhar fortemente na caracterização genética deste material a partir daí então direcionar um trabalho de formação de famílias distintas. Nos parece que o programa de melhoramento genético da associação e o regulamento do registro genealógico, vai abrir um espaço muito bom pra que se incorpore esses genes naqueles animais sem raça definida e que tem características da raça mas que não estão dentro dos rebanhos de fundação da associação.E daqui três, cinco, seis, sete gerações, nós tenhamos uma variabilidade genética considerável. Outro aspecto que se tem dificuldade, diz respeito a manutenção dos recursos genéticos, de germoplasma por exemplo, nós gostaríamos de instituir um banco de germoplasma aqui em Santa Catarina. Com o livro de registro oficial do Ministério da Agricultura nós vamos poder por touros nas centrais de inseminação e daí poderemos ter bons bancos de sêmen e de embriões e ovócitos e assim por diante.Mas mesmo com todas essas dificuldades, hoje o maior problema e o risco que nós enfrentamos com a raça Crioula Lageana, é com o aspecto sanitário, imagina um foco de febre aftosa, num dos rebanhos de fundação, esse rebanho terá que ser eliminado integralmente, e nós não temos Back-up, nós deveríamos ter Back-up deste material, então esta preocupação que nós precisamos desenvolver, nós deveríamos ter Back-up em diversos lugares.

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Hoje, os riscos que nós corremos são sérios, já que não pode vacinar, e se surgir um foco de febre aftosa é sacrifício sanitário, é liquidar o rebanho. Idéia Central B - As dificuldades de criação e de mercado são mínimas, ou nulas.

DSC A dificuldade é mínima porque o terneiro em geral nasce pequeno, não dá problema de parto né, e as vacas são boas mães né, protegem bem a cria, são boas leiteiras.No que diz respeito ao mercado não tenho dificuldade, quando é a vaca que se destaca na raça a gente deixa até parar de parir né, daí vai pro açougue né, descarte. O que eu quero é que essa raça cresça em todos os aspectos né, no aspecto comercial também porque é através da lucratividade que a gente sobrevive e mantém essa raça viva, livre da ameaça de extinção.

Assim como na questão anterior, na questão onde os criadores são

inquiridos à cerca das dificuldades encontradas na criação destes animais,

apresentam-se duas Idéias Centrais muito distintas. Uma apresenta uma

percepção mais focada no manejo, produtividade relativa da raça, e se restringe

ao mercado frigorífico comum, sem vislumbrar a possibilidade de diferenciação de

seus produtos, e, por isso, não percebe dificuldades quanto à criação destes

animais, possivelmente, por visualizar apenas os aspectos pontuais da criação.

A outra vai muito além e consegue perceber questões de aspecto mais

global, entre elas a manutenção da raça e os riscos que esta corre, por se

encontrar em área livre de febre aftosa sem vacinação, e se preocupa já que o

rebanho é limitado e qualquer foco da doença próximo aos rebanhos de fundação

da Associação, pode levar a quase extinção da raça. Da mesma forma, e

associada a esta idéia, outra dificuldade citada e importante do ponto de vista de

preservação deste Recurso Genético, é a falta de bancos de germoplasma, o que

traz grande preocupação, mas ao mesmo tempo se entusiasma com a

possibilidade de colocarem animais em Centrais de Inseminação, após a

formalização da raça, pelo Ministério da Agricultura. Ao mesmo tempo nota-se um

certo descontentamento com a falta de apoio e interesse do Estado, em preservar

um patrimônio catarinense. Também no primeiro discurso, se percebe, uma

preocupação quanto à qualidade do material genético disponível, e a dificuldade

de adquirir reprodutores característicos da raça, e lembra da necessidade de se

trabalhar com a caracterização genética destes animais. Isso provavelmente está

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relacionado, à necessidade de informações desta natureza para que se possa

trabalhar, adequada e efetivamente, no desenvolvimento genético da raça, e dar

diretrizes aos programas de seleção e melhoramento da Associação.

Questão número 4 – Como o Sr (a) vê o mercado atual em relação à raça Crioula Lageana? E como desenvolvê-lo? Idéia Central A – Sempre existiu mercado principalmente para reprodutor. Em geral, o mercado é bom mas não existe um mercado especifico.

DSC O mercado de carne, ele é bem receptivo, você consegue colocar facilmente o produto no mercado. Com relação à venda de terneiros pra engorda e tal, também, tem excelente receptividade.Já para matrizes e reprodutores se tem um mercado razoável é, eu acho que deve ser mais ou menos, equivalente as outras raças. Eu sempre vendi pra Goiás, Tocantins pra São Paulo né, pro Paraná vendi muito lote de novilha, vaca e reprodutor principalmente. Nós não temos assim, um mercado especifico, mas seria praticamente um boi verde, porque nós só temos o campo nativo e o sal branco, sem nada de agrotóxico. Em geral o mercado pro gado Crioulo, pelo menos por enquanto ele é muito bom. A gente tem sempre mercado pra vender. Idéia Central B – Mercado de futuro, principalmente para o melhoramento de outras raças, devido seus atributos produtivos e sua rusticidade. E para produção de rebanhos F1 para abate.

DSC O principal mercado eu acho que é pra cruzamentos né, pra melhorar certas raças. Eu vejo pro futuro, pra médio e principalmente a longo prazo, um grande valor econômico pra essa raça né, e muita procura, também, por esse gado, não só pela rusticidade, pela produtividade, pelo baixo custo de produção, pela beleza natural dele, mas também porque é uma genética bastante antiga, uma genética exclusiva selecionada pela natureza e que com certeza vai contribuir muito pra formação de rebanhos de animais F1 pra abate, com carcaça de qualidade, com carne de qualidade, não só o rendimento de carcaça mas principalmente a qualidade dessa carne. É um mercado que eu acho que tem futuro. Idéia Central C - É necessário construir um mercado diferenciado de carnes, direcionando-a para pontos de excelência e agregar valor ao nosso produto. No momento estamos na vala comum.

DSC O mercado atual hoje, ele não tem mercado diferenciado, é isso que a gente tem que construir, nós pensamos em desenvolver uma cadeia de carnes, especificamente da Crioula Lageana. O objetivo é dar um direcionamento à carne, para pontos de excelência de carne, de consumo de carne. Achamos que, para que isso ocorra, nós temos que tirar a indústria da carne, o frigorífico, tirar o frigorífico como comprador de bois, nós gostaríamos de chegar a ter o frigorífico como um

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prestador de serviço, e a carne ser direcionada pra nichos de mercado que valorizem produtos naturais e produtos diferenciados, que valorizem recursos genéticos, que valorizem o trabalho que a associação vem fazendo, que valorizem o trabalho que a ciência vem fazendo acima dos recursos genéticos a nível mundial. Nós só vamos ter uma valorização se a sociedade se conscientizar da importância desses recursos genéticos. Então o trabalho grande que a associação tem que fazer depois de ter a carne consolidada é um bom trabalho de mídia pra informar a sociedade como um todo da importância de se consumir uma carne diferenciada, não só pelo ambiente, pelo animal ou pela carne, propriamente dita, pela qualidade da carne. No momento eu acho que nós estamos na vala comum como qualquer outro, mas vislumbramos este mercado diferenciado.

Nota-se, nesta questão, três percepções diferenciadas em relação ao

mercado para a raça e seu desenvolvimento. O primeiro discurso demonstra

claramente, uma certa acomodação, e novamente por não vislumbrar um aspecto

mais global e se restringir à situação atual, não percebe a possibilidade de

desenvolvimento de mercados diferenciados dos produtos da raça. E, desta

maneira, acredita que o mercado não apresenta restrições à raça e de maneira

geral, é satisfatório.

No segundo discurso, observam-se boas perspectivas, quanto à utilização

da raça em cruzamentos devido suas características produtivas. Desta forma,

pode ser importante no melhoramento de raças especializadas, associando, a

estas as características de rusticidade , de resistência e de adaptação às

condições regionais, o que pode trazer sustentabilidade à pecuária regional e

redução de custos relacionados à modificação ambiental. Assim, acredita-se no

desenvolvimento de um mercado futuro interessante, especialmente na produção

de genética, para suprir a demanda na formação de rebanhos F1 para abate, com

carne de qualidade. E mesmo não deixando claro no discurso, demonstra que

vislumbra um mercado diferenciado, onde a raça possa ser inserida, partindo do

principio de utilização como raça melhoradora.

O terceiro discurso, deixa claro a intenção de desenvolver uma cadeia

produtiva especifica da raça, onde sejam valorizados todos os aspectos

relacionados ao ambiente onde se produz, e onde se apresentam aspectos de

história, tradição e territorialidade, no desenvolvimento dos produtos. Também

acredita que, após a consolidação da cadeia produtiva, se torna fundamental um

grande trabalho de marketing, focando, principalmente, a qualidade dos produtos

oferecidos e do seu papel de preservação de um ecossistema (Campos de

Araucária), do qual a Crioula Lageana faz parte.

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Ao analisar mais detalhadamente, percebe-se a possibilidade de união dos

dois últimos discursos no desenvolvimento de um mercado diferenciado, onde se

poderia desenvolver um híbrido, com a utilização de vacas Crioulas com outra

raça especializada, dando desta forma sustentabilidade a exploração nas

condições de campo nativo, valorizando e estimulando a genética Crioula, em

especial, a vaca. Isto possibilitaria formar um rebanho característico da região,

criado em condições de pastagens naturais e estimulando a preservação da raça,

e também agregando valor a estes produtos, devido às condições em que são

produzidos.

Questão número 5 – Quais as ações o Sr (a) acredita que devam ser tomadas pela ABCCL para facilitar a inserção da raça no ramo do turismo rural? Idéia Central A - Existe grande receptividade dos empresários do turismo rural à raça. Mas é necessário desenvolver o material genético existente, para oferecer animais característicos da raça aos hotéis fazenda.

DSC Primeiro nós temos que resolver um problema interno que é a disponibilidade de material genético de boa qualidade pra que se possa colocar junto à área de turismo rural. De maneira geral todos os empresários gostariam de ter exemplares, mas nós temos que ter uns exemplares muito bons pra colocar, não adianta a gente colocar algo que não seja representativo da raça lá, mas o mercado de turismo rural regional ele é bem receptivo a utilizar a raça, até pra divulgação já que ela está ligada à história da região. O que a ABCCL precisa fazer é o que ela já está fazendo, talvez nós tenhamos que intensificar a produção de material genético a inseminação deste material genético pra que a gente tenha produto pra ser ofertado pra esse mercado. Idéia Central B – Não depende apenas da ABCCL, mas também do interesse dos proprietários de hotéis fazenda. Por isso, é necessário conscientizá-los sobre o valor histórico da raça, já que com a Crioula Lageana aumenta a mão de obra. Deve-se atingir um público interessado em pecuária de corte.

DSC Isso aí depende mais dos proprietários dos hotéis de turismo. Não depende só da ABCCL, e sim dos empresários da área turística. O turismo rural já tem que prestar serviço de cavalgadas e outras coisas mais, e daí eles tem o espaço deles muito restrito, então pra ter Crioula Lageana, eles teriam que racionar, aí começa a encarecer, e tem mais mão de obra. Então o que nós podemos fazer é conscientizar as pessoas desse setor né, a respeito do valor histórico da raça e também do diferencial fenotípico desses animais. Nós teriamos que atingir um público alvo, esse público mais restrito que é um turista mais interessado realmente nas coisas da natureza, nos animais e especialmente na pecuária de corte.

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Idéia Central C – Necessidade de se implementar parcerias, onde os criadores disponibilizem animais de primeira linha aos hotéis. Mas a ação esbarra em impedimentos legais. Talvez a ABCCL precise ser mais agressiva mas é necessário o engajamento dos associados.

DSC A associação através dos seus associados, deveria implementar parcerias com esse pessoal do turismo rural né, através dos criadores da associação, os produtores que tem animais disponíveis. Ela precisaria talvez incrementar um pouco mais a ação de disponibilizar animais para as fazendas de turismo rural. Eu acho que esse tipo de trabalho, a associação ainda não desencadeou plenamente, tem algumas iniciativas mas ta esbarrando em alguns aspectos legais né, do ponto de vista de fiscalização profissional então tem empresas de turismo rural que tem interesse, mas nós não podemos colocar ainda animais lá, porque existe restrição ainda sobre a responsabilidade técnica dos animais dentro dos estabelecimentos.Outro ponto importante é que pra mandar uma vaca para um hotel fazenda, o animal tem que ser um exemplar muito bom, não pode mandar um exemplar de segunda ou terceira linha, tem que mandar animais de primeira linha, pra pode dar o destaque que merece né. Outro aspecto que talvez dificulte um pouco, é que como tem poucos animais, eu acho que talvez os produtores queiram segurar os animais na própria fazenda, o que talvez iniba um pouco. Talvez a associação precise ser mais agressiva, mas ela não pode assumir compromisso desta ordem, sem a efetiva colaboração dos associados, porque a associação em si ela não tem animais.

Quando se questionou quais as ações que deveriam ser tomadas pela

ABCCL, para facilitar a inserção da raça no ramo do turismo rural, apresentaram-

se três Idéias Centrais com abordagens bem diferentes, e que demonstrou, por

parte de alguns criadores, um certo desconhecimento sobre a atividade da

associação neste sentido, mais por questão de desinteresse destes associados

no desenvolvimento desta atividade.

Diferentemente da idéia acima, o primeiro e especialmente o terceiro

discurso demonstram, um grande interesse na utilização dos animais neste ramo

de atividade, e também demonstra estar à par dos impedimentos, inclusive de

ordem legal, para que a atividade se desenvolva.

No primeiro discurso nota-se, uma grande preocupação por parte deste

criador, em primeiramente, multiplicar animais característicos da raça para ofertar

ao mercado do turismo rural. É possível perceber um certo conhecimento sobre o

assunto já que ele diz que os estabelecimentos de turismo rural da região, de

maneira geral, são bem receptivos e todos tem interesse em ter animais, inclusive

para divulgação do hotel, já que estes animais são animais ligados à história da

região. Sendo assim, pode-se levantar a hipótese de que existe primeiramente um

interesse de desenvolver um material genético de qualidade, ou seja que

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represente de maneira adequada à raça, e em quantidade suficiente, para

fornecer constantemente animais aos hotéis. Ou seja, neste discurso existe uma

especial preocupação em disponibilizar aos estabelecimentos de turismo animais

com selo racial, e que representem bem a raça.

No segundo discurso, pode-se dizer que há um certo desinteresse e

desconhecimento sobre as aspirações dos proprietários de hotéis rurais à cerca

da raça como atração, visto que, durante as entrevistas com empresários do

ramo, pode-se observar grande interesse em ter animais da raça em seus hotéis.

Demonstra também um certo negativismo, e chega a dizer que os hotéis fazenda

já prestam muitos serviços e que a Crioula Lageana só traria mais mão de obra e

despesas, não apresentando boas expectativas. Mas ao mesmo tempo, vê como

forma de desenvolver este mercado a necessidade de estimular um público alvo

(que goste de gado de corte) e conscientizar os empresários do ramo da

importância histórica da raça. Ou seja, acredita no potencial da raça como

atração turística, mas não tem boas expectativas quanto a esta atividade, o que

pode estar relacionado ao desconhecimento do interesse existente por parte dos

proprietários de hotéis em ter estes animais como atração.

O discurso três demonstra um interesse maior na atividade, mas ressalta

as dificuldades encontradas pela associação e criadores. Entre elas, encontram-

se os aspectos legais de responsabilidade técnica dos animais, o número

reduzido de animais, o que, segundo ele, pode inibir o criador de disponibilizar

animais e também lembra, assim como no primeiro discurso, da necessidade de

desenvolver material genético de qualidade e que seja representativo da raça.

Neste discurso é possível perceber um interesse e conhecimento maior sobre os

assuntos relacionados ao setor, além de demonstrar grandes e boas expectativas

sobre a atividade.

DESENVOLVIMENTO DOS DISCURSOS DO SUJEITO COLETIVO.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PECUARISTAS, NÃO CRIADORES DA RAÇA CRIOULA LAGEANA.

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Questão número 1- O que o Sr (a) conhece sobre a raça Crioula Lageana? Idéia Central A – Raça autóctone local, participou da formação dos primeiros rebanhos da região, muito utilizada antigamente antes das importações das raças européias. Rústica e muito adaptada às condições da Serra. Patrimônio genético.

DSC A raça Crioula Lageana, é a raça autóctone da região né, remonta a origem da nossa civilização na nossa terra né. Quando os primeiros Bandeirantes subiram a Serra como desbravadores procurando um novo caminho para São Paulo, já encontraram inseridos na ecologia da região, o gado bovino e eqüino chamado gado chucro. Ela participou da formação dos rebanhos aqui da nossa região serrana, havia antigamente um número bastante expressivo destes animais. Era o gado nativo de uma seleção natural, e desenvolvido de uma forma empírica. Os rebanhos que formavam as nossas fazendas e sofreram uma seleção empírica pela pelagem, pelo tamanho do chifre, e por outros atributos. Assim perduram por mais de 150 anos, até que então, começaram a entrar raças européias com maior produtividade para tornar nas condições mais atuais, animais mais produtivos, e o Crioulo não deixou de existir. Eu conheço há muitos anos, naquele tempo se chamava gado africano, porque era uma pelagem. Meu avô antigamente usava alguns touros dessa raça para cruzamentos entendeu, porque na época era o que tinha, antes das importações que vieram da Europa. Sempre achei uma raça interessante, uma raça muito rústica, uma raça que se adapta muito bem as nossas condições aqui da Serra. Acredito que se fizerem um trabalho de melhoramento genético, tentando fixar nos descendentes essas características mais produtivas, que o que falta pra mim nela é mais produtividade em termos de maior quantidade de carne, é um animal com uma carcaça um pouco débil, mas levam muita vantagem sobre as demais raças taurinas devido a sua rusticidade, e a sua capacidade de adaptação ao nosso clima, as intempéries, pastagens de baixa qualidade. Eu o vejo como alternativa bem viável, usando ele com as raças que de repente sejam as raças mais produtivas. É um patrimônio genético importante, que está até hoje na nossa região e está sendo desenvolvido pela ABCCL.. Idéia Central B - Raça que apresenta grande capacidade em cruzamentos, especialmente com o Nelore. Muito importante na pecuária baseada em campo nativo, pela excelente adaptação a esse ambiente.

DSC Eu tenho acompanhado a raça Crioula Lageana desde o tempo do seu Antoninho Camargo, que, na verdade, é um dos pioneiros da raça. Essa raça é extremamente importante principalmente quando se trata de exploração de campo nativo, pela adaptabilidade que esses animais tem ao nosso ambiente né, que é a grande virtude da raça. Os trabalhos de acasalamento da Crioula Lageana com Nelore, apresentaram resultados muito satisfatórios e que realmente para esse tipo de cruzamento os resultados foram muito bons.

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Idéia Central C - Se conhece a seleção feita há muito tempo pelos pioneiros na criação da raça, e o trabalho realizado atualmente pela associação.

DSC O Crioulo Lageano a gente conhece basicamente a seleção que é feita aqui na região né, há muito tempo, desde o tempo do seu Antoninho Camargo. E também que alguns pecuaristas preservam estes animais. E que hoje eles estão fundando uma associação, e estão procurando alavancar um pouco mais a seleção da raça né.

Nesta questão, nota-se no primeiro discurso uma visão mais saudosista da

raça, já que fala da sua importância histórica, e de sua participação na formação

dos rebanhos da região. Ao mesmo tempo, salienta as suas características

produtivas, como rusticidade e adaptação, e percebe o potencial de cruzamentos

industriais, onde a raça possa inserir estas características próprias, em outras

raças, que sofreram seleção artificial direcionada. Mas acredita que se torna

necessário um trabalho de melhoramento, em especial, no quesito de massa

muscular, já que ele diz que a raça, possui uma carcaça um pouco débil.

O segundo discurso, ressalta a importância da raça para sustentabilidade

de sistemas exploratórios em campo nativo, devido a adaptação da raça para

estas condições ecológicas. E acredita, assim como no primeiro discurso, na

viabilidade de utilização da raça em cruzamentos industriais, e levanta os

resultados obtidos por Ribeiro (1993), onde os animais das raças Nelore e

Charolês, cruzados com a Crioula Lageana, obtiveram desempenho superior em

desenvolvimento ponderal em condições de campos naturais da Serra

Catarinense, em relação às raças puras.

Já o terceiro discurso, aparentemente não demonstra conhecimento sobre

as potencialidades da raça, e sobre a história destes animais, apenas cita um dos

pioneiros da raça Sr. Antoninho Camargo, e que existe um trabalho que está

sendo desenvolvido por alguns preservacionistas, e que estes se reunirão em

uma associação.

A partir destes três discursos pode-se inferir que por parte de alguns

pecuaristas, existe um certo respeito a estes animais, devido a sua história. Nota-

se também, a percepção quanto as potencialidades da raça especialmente em

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cruzamentos, mesmo que, em nenhum momento, se refiram a outras

potencialidades da raça. Isso pode de alguma forma, estar relacionado ao fato de

que a maioria dos entrevistados, além de pecuaristas, são também profissionais

da área de Ciências Agrárias.

Questão número 2- Quais as características que o Sr (a) acredita serem importantes nestes animais? Idéia Central A – Raça rústica e extremamente adaptada às condições ambientais da região, mas sem padrão racial e com baixa produtividade. Pode ser importante no cruzamento com raças mais produtivas.

DSC As mais importantes são a rusticidade, e adaptação ao clima. Sem dúvida é uma raça que se adapta a qualquer tipo de campo, é um animal que agüenta bem as intempéries. Não me parece ser uma raça de muito rendimento. Deveria existir nela um trabalho melhor em cima, que ela tivesse uma precocidade de terminação, não digo igual às raças inglesas mas perto das raças inglesas, e levando a grande qualidade dela que é a adaptabilidade e a rusticidade. Acho que falta muito em termos de seleção e melhoramento para produção de carne, de produção de leite, de padronização racial também né. Idéia Central B – Raça rústica e extremamente adaptada à ecologia da região. Com grande potencial para o desenvolvimento de mercados de carne diferenciadas. Bons resultados nos cruzamentos com outras raças. Grande valor histórico e cultural.

DSC De todas, a mais importante, inegavelmente, é a sua adaptação as condições mesológicas, esta característica é insuperável por qualquer uma outra das raças. Isso ocorreu porque a seleção natural se encarregou de fazer todo este processo de seleção pela força do ambiente. A Crioula é um animal que exige pouco e pras condições de criação de uma grande parte dos criadores. Aqui da região e mesmo de outras regiões do estado e de outros estados é um animal que tem essa virtude de uma adaptabilidade muito grande.Ela se apresenta como um verdadeiro banco de sêmen, e acho que sendo melhorada, ela tendo condições próprias adquiridas ao meio eu acho que ela poderá comercialmente também oferecer uma mercadoria ao comércio de carnes especiais, como temos em várias partes do mundo. Ela pode trazer uma contribuição para a exploração de animais com rusticidade alta, e associando a produtividade de outras raças né, sendo que dentro de um programa de engenharia genética, pode trazer uma contribuição fantástica, pelo fornecimento destes genes de importância na adaptabilidade dos animais. Até porque é um animal que tem mostrado resultados positivos nos cruzamentos. Além disso é um animal que potencialmente tem um grande valor histórico, valor turístico e valor de conhecimento.

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Aqui novamente a raça é lembrada pela sua rusticidade, e adaptação as

condições ambientais da região, mas no primeiro discurso nota-se um certo

preconceito e desconhecimento quanto às aptidões da raça, em especial quando

é citada como uma raça com pouca produção de leite e sem padrão racial. De

acordo com Ribeiro (1993), a Crioula Lageana, tem como uma de suas

características de destaque, boa produção leiteira, em comparação às raças

Nelore e Charolês, em condições ambientais do Planalto Catarinense. E quanto

ao padrão racial, provavelmente, a suposição se baseia na grande variedade de

pelagens encontradas na raça, o que, não, necessariamente indique que a raça

não tenha padrão genético. Isto vai contra os dados obtidos por Nunes (1985),

onde as vacas Crioulas Lageana de diferentes pelagens e contrastantes quanto à

feminilidade e peso adulto apresentaram-se muito semelhantes em desempenho.

No segundo discurso, a percepção se mostra totalmente contrária ao

primeiro, mesmo que, mais uma vez, se refira à adaptação como a principal

característica da raça. O discurso consegue fazer uma análise mais global e

percebe as demais potencialidades da raça, como a de desenvolvimento de um

mercado de carnes especiais, associadas ao ambiente em que sofreram seleção

natural, além de observar o valor histórico, cultural, e genético da raça, e sua

importância em programas de engenharia genética.

Desta maneira, percebe-se uma divisão em linhas de pensamento no que

diz respeito à raça, uma produtivista e desinformada sobre suas potencialidades

produtivas e mercadológicas, e outra, que consegue vislumbrar as importantes

aptidões produtivas destes animais, seu valor histórico e cultural, bem como seu

potencial, no desenvolvimento de um mercado diferenciado e na utilização em

programas de melhoramento genético animal.

Questão número 3 - Quais os motivos que levariam o Sr (a) a criar os animais da raça Crioula Lageana? Idéia Central A – Preservação da genética Crioula para utilização em cruzamentos industriais. Pelo potencial turístico, devido sua beleza exótica.

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DSC Não propriamente animais de puro sangue, usaria ele como animal exótico, e como um banco genético para um resgate de alguma característica que eu precisar usar num futuro cruzamento, podendo estar inserindo genes de rusticidade e de adaptação a esse clima, seria bastante interessante. A Crioula Lageana passa hoje na nossa região quase como um banco genético, que tem aqui e que a gente deve preservar, justamente, pra usar algumas características desse banco genético em termos de melhoramento genético de outras raças. Quem sabe nesses melhoramentos que a gente sempre faz de cruzamentos industriais, de cruzamentos entre taurinos e zebuínos, usar dela as características que eu acho que são as principais.Desta maneira ela poderia dar a sua contribuição. Então o principal aspecto que me levaria a criá-la seria o de preservar essas virtudes que o animal tem, da sua genética para a adaptabilidade, e também por esse aspecto turístico, pela beleza que eles tem, tanto na sua conformação corporal quanto nos seus enormes chifres. Se a minha fazenda estivesse numa rota turística, sem dúvida nenhuma eu teria animais da raça Crioula que é um patrimônio da região, e que estaria ali como atração para os visitantes observá-los né. Idéia Central B – Por saudosismo, e pela tradição da raça. Também pela sua grande beleza e por serem excelentes mães e boas produtoras de leite.

DSC Eu acredito que até por um certo saudosismo hoje eu viesse a ser criador, porque eram animais muito bonitos. O Crioulo Lageano é muito tradicional, eu acho que desperta muita curiosidade, talvez seja pela atração do chifre enorme. Também sei que as vacas são muito boas produtoras de leite, e que criam os bezerros muito bem. Então sobre esse aspecto é interessante o Crioulo Lageano.

Idéia Central C - Por mercado, questão comercial. Hoje não criaria, falta muito

em termos de melhoramento.

DSC

Talvez por mercado, por questão comercial mesmo né. Hoje não criaria, porque eu acho que hoje, em termos de seleção ainda ela está muito atrasada, em termos de agregar alguma coisa a pecuária, eu acho que falta muito, falta muito em termos de seleção da própria raça, em termos de precocidade, em termos de cobertura muscular né, de padronização de carcaça. A raça hoje não tem padrão definido, um padrão de tipo, um padrão de pelagem né. Então, eu acho que hoje, ainda não é um momento de pegar uma raça dessa, e dizer que ela é uma raça melhoradora.

Nos dois primeiros discursos, os pecuaristas demonstram um certo

interesse na utilização da raça. O primeiro se refere a ela como um importante

material genético que possivelmente poderia ser utilizado em cruzamentos

industriais, mas parece ver raça mais como uma atração turística, já que no final

do discurso fala que se estivesse numa rota turística com certeza a criaria. O

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segundo discurso, declara que criaria mais por saudosismo, e lembra da beleza

característica destes animais, mas, ao final, cita algumas características

importantes e já comprovadas por Ribeiro (1993), como a boa produção leiteira,

facilidade de parto e excelente habilidade materna, e acredita que neste sentido a

raça seria importante para a pecuária.

O terceiro discurso demonstra uma certa antipatia pela raça, já que não

percebe nela nenhum atributo produtivo positivo, e acredita que ainda falta muito

em termos de melhoramento intra-racial, e não cogita a possibilidade de criá-la

nas condições atuais.

Mesmo nos primeiros dois discursos, aparentemente nota-se um certo

descredulo no potencial produtivo da raça, já que os motivos que os levariam a

criá-la seriam mais pela beleza, e por saudosismo. Observa-se também que

mesmo sabendo dos resultados científicos obtidos com a Crioula Lageana, ainda

existe um certo preconceito a criação destes animais, que poderia estar

relacionado à aparência do animal e talvez na dificuldade de manejo associada

aos grandes chifres.

Questão número 4 - Que tipo de características o Sr (a) busca quando seleciona

um reprodutor?

Idéia Central A – Animais com boa produtividade, fertilidade, conformação, estrutura, rusticidade, adaptabilidade ao meio onde irão trabalhar e com qualidade de carne. Que repassem aos seus descendentes essas características, sempre levando em consideração a parte econômica.

DSC Eu quando seleciono um reprodutor busco um animal com boas caracteristicas de produtividade né, nunca esquecendo da parte reprodutiva deste animal, e da sua capacidade de adaptação, e rusticidade. E é claro tem que ser morfologicamente adequado aquele objetivo que se propõe. O reprodutor tem que passar aos seus descendentes suas caracteristicas desejáveis. Hoje dentro de uma pecuária moderna, eu procuro um animal que seja precoce em terminação, que tenha boa precocidade sexual, ganho de peso e fertilidade. Além disso, um animal que tenha uma estrutura de sustentação muito boa, aprumos corretos e que introduza e repasse aos seus descendentes se for de preferência fêmea habilidade maternal, rusticidade, adaptabilidade ao calor, e em termos de marmoreio também, e que introduza em seus descendentes camada adiposa para que tenha no período de resfriamento da carne qualidade, e não perca no resfriamento a qualidade da carne. No caso de gado de corte,o animal tem que apresentar boa cobertura de carne sobretudo na parte de carnes mais nobres, na região posterior, lombar né, boa profundidade,e arqueamento de costelas. Se for gado de leite, o animal tem que apresentar um bom projeto de úbere né, com veias bem manifestas e com a característica clássica com formação de cunha, principalmente nas matizes,

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nos machos até ao contrário. Mas que exibam as características de uma boa produtora. Outra condição essencial para a seleção de um bom reprodutor são os aspectos de masculinidade nos machos e feminilidade nas fêmeas. E claro a capacidade de conversão do seu alimento em carne ou em leite. Ou seja eu busco um animal que de lucro ao criador, mas com rapidez e eficiência.

Nesta questão todos os pecuaristas formaram uma única Idéia Central, e

basicamente disseram que buscam características produtivas como ganho de

peso, precocidade sexual e de abate, fertilidade e adaptação ao meio onde serão

criadas, e claro sempre levando em consideração a parte econômica.

Observou-se que em quase todos os casos a adaptação e a rusticidade

dos animais foi lembrada como importante característica de um reprodutor, desta

maneira a Crioula Lageana poderia se tornar importante alternativa especialmente

na formação de rebanhos F1 para abate em condições ecológicas semelhantes a

do Planalto Catarinense.

Sendo assim, me parece importante um trabalho forte de informação dos

produtores da região, focando em primeiro lugar a característica de adaptação e

rusticidade da raça, e de que forma isto implica na redução de custos com

insumos na produção de carne bovina. Podendo desta forma abrir uma brecha

importante para que outros pecuaristas invistam na genética Crioula.

Questão número 5- Que opinião o Sr (a) tem na utilização do gado Crioulo Lageano no cruzamento com outras raças?

Idéia Central A – As expectativas são boas. Esse é o caminho para raça no regime de criação a campo nativo. Associar as suas caracteristicas de rusticidade e excelente habilidade materna com a produtividade de raças especializadas. Dessa maneira pode contribuir muito para o melhoramento.

DSC A expectativa que tenho é muito boa. Acredito muito que ela venha a contribuir demais para o melhoramento, introduzindo genes juntamente nos cruzamentos com outras raças, genes importantes né, de rusticidade e adaptabilidade, de produção enfim, o que seria uma contribuição muito interessante. Acredito que a raça Crioula pelo potencial genético que ela tem, entra com estes atributos valiosos nos cruzamentos. Especialmente se usasse as fêmeas Crioulas Lageanas, com reprodutor Zebu ou Angus, teria um resultado bom, porque são vacas leiteiras, boas mães, férteis e rústicas, que é o que se precisa no inverno Lageano. Então, em um sistema mais tradicional, eu acho que entra uma possibilidade muito grande de utilização da raça Crioula no cruzamento com animais, especialmente animais que tenham sangue de raças altamente produtivas. É uma associação que pode trazer em condições nutricionais mais baixas, resultados muito favoráveis. Se ao invés de usar Zebu,os produtores usassem uma raça como a Crioula

52

Lageana eles teriam a rusticidade maior do que eles obtém com Zebu, e nesses cruzamentos associariam a produtividade de uma raça altamente produtiva e que conciliasse as duas coisas, então seria a vaca adaptada à um regime de criação a pasto nativo, enfrentando o inverno com facilidade, dando uma boa produção de leite, e um reprodutor então que trouxesse as caracteristicas de produtividade. Me parece que nesse caminho, é o caminho de utilização da raça

Idéia Central B - Não tenho conhecimento para emitir opinião sobre esse tipo de

cruzamento. DSC

Eu não tenho conhecimento para poder emitir uma opinião própria sobre o uso da Crioula Lageana no cruzamento com outras raças. Até porque eu não vi o cruzamento desses animais com outros animais, principalmente animais Zebuínos, que é a grande quantidade de animais que a gente tem no Brasil Central né, e no Brasil como um todo. O forte da pecuária no Brasil é o zebuíno, então o cruzamento tem que ser baseado em cima do zebuíno.

Nesta questão, o primeiro discurso demonstrou acreditar na utilização da

raça, em cruzamentos com raças altamente especializadas, e classificou este tipo

de cruzamento como uma importante alternativa de exploração da pecuária

bovina em condições de campo nativo. Assim estaria associando a adaptação e a

rusticidade da raça Crioula Lageana às características produtivas de rendimento

de carcaça e precocidade de abate de raças especializadas. Isto com certeza,

representaria um importante ganho por heterose, já que a Crioula Lageana, por

ser uma raça naturalizada e que sofreu seleção basicamente natural, se

diferencia geneticamente até mesmo das raças taurinas. Também aborda um

importante aspecto em relação aos cruzamentos, que é o de utilizar a vaca,

aproveitando assim suas intrínsecas aptidões produtivas, como excelente

habilidade materna, facilidade de parto e boa produção leiteira, o que com

certeza são aspectos essenciais na pecuária bovina.

Desta maneira é importante levar em consideração o aspecto social e

ambiental da bovinocultura na região do Planalto Catarinense, que se beneficiaria

com a utilização de animais altamente adaptados às condições edafoclimáticas

local, e estaria aumentando a produtividade por unidade de área, com esse tipo

de cruzamentos, dando sustentabilidade à pecuária em campos nativos.

No segundo discurso, o entrevistado prefere não emitir nenhuma opinião

sobre o assunto. Diz não conhecer este tipo de cruzamentos, apenas se refere

aos zebuínos como base para todo e qualquer cruzamento, visto que estes são os

53

animais mais criados no Brasil. Mas para as condições ambientais da Região

Serrana de Santa Catarina, pode-se inferir que os zebuínos não são os animais

mais indicados para cruzamentos, já que evoluíram e foram selecionados em

condições muito distintas das encontradas no Planalto Catarinense.

DESENVOLVIMENTO DOS DISCURSOS DO SUJEITO COLETIVO.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROPRIETÁRIOS DE HOTÉIS FAZENDA.

Questão número 1- O que o Sr (a) conhece sobre o gado Crioulo Lageano? Idéia Central A – Gado histórico, muito antigo, rústico e adaptado a região. Apresenta grande variedade de pelagens e aspas grandes. Grande potencial para utilização no turismo rural.

DSC Bom, conheço muito da história né. O gado Crioulo Lageano é um gado histórico, de pelagem salina, aspas grandes, é um gado que povoou a nossa região do planalto, o planalto do Sul do Brasil, e foi o que movimentou o comércio no Séc XVIII, o comércio era todo feito em cima desse gado. A família já teve há tempos atrás, atualmente nós não temos, não estamos trabalhando, mas temos interesse. Eu acredito que seja uma raça que pode trazer muitos benefícios aqui pra nossa região. Principalmente por que é um gado bem rústico, e que requer menos cuidados. É um gado que pra nossa região, se adapta muito bem, e por isso ele hoje ganha dos outros gados em ganho de peso, por ser bem aclimatado aqui,e tem um bom rendimento de carcaça né, bom rendimento de carne. Além disso é um animal muito belo, exótico. Hoje é pouca gente que tem, por que até pra se adquirir é muito difícil. São animais que hoje ele produz, mas hoje ele está sendo tido como animal para visitação, porque é um animal muito bonito. Idéia Central B - Ainda conheço pouco. Mas sei que é um gado puramente Lageano, e que existe uma associação de criadores.

DSC Ainda sou pouco conhecedor desta raça, mas por pesquisas até mesmo na internet, a gente sabe que esse gado é puramente Lageano né. E foi trazido pra cá, pelo o que eu conheço pelos indígenas, foi vindo, e foi se criando aqui na região. E que alguns criadores mais interessados e apaixonados pela raça, estão com essa luta pra que o gado se prolifere por aí. Alias volte a se proliferar, porque hoje nós só temos em Lages.

54

Nesta questão, observamos um certo conhecimento e simpatia por parte

dos hoteleiros, já que nas duas Idéias Centrais o gado é citado como um gado

histórico, e de grande beleza. Notamos também que no primeiro discurso a

abordagem histórica e até mesmo os aspectos de produtividade e características

de pelagem são comentados, o que pode estar relacionado, ao fato de que o

primeiro discurso, é composto por proprietários de hotéis fazenda tradicionais da

região, e que são, ao mesmo tempo, fazendas que exploram a pecuária bovina,

e por isso tem um maior conhecimento sobre a raça.

O segundo discurso, demonstra um conhecimento mais superficial da

história, entretanto, conhece o trabalho da Associação. Também diz que este é

um gado puramente Lageano, e sabe do risco eminente de extinção da raça. O

conhecimento, revelado pelo discurso mostra-se restrito em relação à história da

raça, e o que sabe é por meio de pesquisas na internet, o que demonstra que

existe um interesse por parte desse sujeito coletivo, na raça.

Com os discursos apresentados, acredita-se que existe interesse e

receptividade por parte dos proprietários e administradores de hotéis fazenda em

ter exemplares da raça em suas fazendas. Durante o discurso ressaltam que

existe uma certa dificuldade em adquirir estes animais. A percebem também,

como um importante componente da história e da tradição local, e que pode ser

fundamental para pecuária da região devida sua adaptação às condições locais.

Questão número 2- Qual a possibilidade de utilização do gado Crioulo Lageano na promoção do turismo rural da região? Idéia Central A - Acrescenta ao turismo rural a possibilidade de mostrar o que é antigo.

DSC Eu acho que o gado Crioulo Lageano, vem pro turismo rural acrescentar um potencial muito grande de pode mostrar, já que o turismo rural é mostrar tudo que tem de antigo, de coisas do passado. Acredito ser importante nós mostrarmos o Crioulo Lageano, também pro nosso turista, e dizendo a eles que ele é o gado mais antigo da nossa região.

55

Idéia Central B - No contato com os turistas com os animais e com a história dos mesmos.

DSC Bom aqui mesmo na nossa pousada a gente tem interesse em colocar uma ou duas cabeças né. Já manifestamos o interesse. Mas, por problemas burocráticos, é que a gente não trouxe ainda. Mas é de grande importância que a gente passe isso para o turista né, e a gente explique pra ele. Nós temos um momento que é o momento do trato dos animais acompanhado pelos turistas, e nesse momento , o gado também seria tratado. Aí a Bióloga faz uma explanação da história dos animais, acho que o Crioulo Lageano se encaixaria muito bem nessa programação. Idéia Central C – Grande potencial para o turismo nacional e internacional por só existir aqui na região. Pouco incentivo do poder municipal.

DSC Bom, para o turismo a nível nacional e internacional, ter um animal diferente, que só existe nesta região, ele pode realmente beneficiar muito o incremento de turistas né, se tornando uma forma, inclusive, de chamar turistas aqui pra Serra Catarinense.Isso pode beneficiar principalmente o turismo rural feito nas fazendas nas propriedades produtoras de gado. Nós temos um manancial muito grande, os produtores que tem este tipo de animal nunca se negaram a fazer promoções, mas se faz tudo por conta própria. O nosso município especificamente não tem dado aquele reconhecimento que este setor teria para o turismo e a visitação. Mas eu creio que breve, depois do teu trabalho alguém vai se acordar, pra que se mostre a qualquer turista, não só do Brasil, como de fora, esse patrimônio que nós temos na nossa região.

Quando questionados de que forma o gado Crioulo poderia estimular a

promoção do turismo rural da região, no primeiro discurso observa-se uma

tendência de associá-lo com o turismo cultural, devido à antiga história do gado

na região. Esta percepção pode estar associada, a abordagem que este

estabelecimento tem sobre o que é o turismo rural, por ter história de tradição da

região e acreditar que o turismo rural tem um papel fundamental na manutenção

da cultura e tradições locais.

56

Analisando o segundo discurso, observa-se também o apelo histórico

associado à raça, e de que forma isto poderia contribuir no contato dos turistas

com os animais, e com as lidas do meio rural, o que nos apresenta uma forte

inclinação ao turismo de conhecimento e cultural, aliado ao contato dos turistas

com a natureza, que demonstra uma diferenciação ideológica entre os

estabelecimentos, do que é o turismo rural, e como ele deve ser desenvolvido.

No terceiro discurso, levanta-se a possibilidade do gado Crioulo estimular

não só o turismo nacional, como também internacional, já que é uma raça

diferenciada e que só existe na região da Serra Catarinense. Aborda também a

possibilidade de desenvolver rotas turísticas dentro das fazendas produtoras de

gado, desta forma não restringindo o turismo associado a estes animais, apenas

aos hotéis fazenda e pousadas rurais. Outro ponto que foi ressaltado dentro deste

discurso, é a falta de incentivo do poder público municipal, no desenvolvimento de

projetos de incentivo e melhoria das condições do turismo rural na cidade de

Lages. Esta questão foi lembrada fora das entrevistas por quase todos os

entrevistados, que acreditam que os representantes municipais esqueceram o

setor de turismo rural da região.

Analisando todas as percepções apresentadas, pode-se dizer que mesmo

observando que estas, tendem a formas de desenvolvimento da área turística

diferenciadas, todas acreditam na Crioula Lageana, como uma importante

ferramenta para estimular o interesse dos turistas e desenvolver o turismo rural

regional.

Questão número 3- Quais as características da raça o Sr (a) acredita que poderiam atrair mais o interesse dos turistas? Idéia Central A – As aspas e a pelagem variada, muito diferente e que só a Crioula Lageana tem.

DSC A raça tem como característica a aspa grande né,tanto o aspa fina como o aspa grossa são enormemente bonitos de se observar. Aspas que chegam a um metro e meio pra cada lado né,essa é a identidade dele. Além é claro da pelagem bem pintada, salina ou africana, que é uma pelagem bem diferente mesmo, e que só o Crioulo Lageano tem. Essas seriam as características mais atrativas, porque são diferentes né, você não vai encontrar em outra raça uma pelagem tão

57

bonita como a dela, que chame tanto a atenção. Isso pode chamar bastante a atenção dos turistas, porque eles não vão encontrar em outro lugar. Acho bonito, e tenho certeza que o turista também vai achar.

Idéia Central B - A estrutura do animal que só existe aqui, e a carne.

DSC A própria estrutura do animal né , que ele é bem diferente do resto dos bovinos que o mundo inteiro conhece, isso já atrai e eu acredito que seja o próprio formato, a apresentação do animal né, sem dúvida isso é o que mais vai chamar a atenção dos turistas. Mas a gente tem que tomar bastante cuidado pra que a gente tenha também como poder servir estes animais. Porque o que o turista vai querer. Então nós temos que desenvolver um jeito de levar essa carne à mesa para ser degustada, esses cuidados que com certeza a ABCCL já está pensando, e a gente pode fazer parcerias sem problemas.

No primeiro discurso são citadas como características diferenciais e que

podem atrair mais o interesse dos visitantes, o fato de serem animais que só se

encontram na região e também, a grande variedade de pelagens e os chifres

característicos da raça.

Já no segundo discurso, além de sua aparência exótica, levanta-se a

necessidade de disponibilizar a carne da Crioula Lageana para os visitantes, e

acredita que esta também seria uma forma de atrair o interesse dos turistas para

a raça. Assim como no discurso de alguns criadores da raça, observa-se que

neste discurso acredita-se na possibilidade de desenvolvimento de uma cadeia

diferenciada de carnes de qualidade. Esta poderia também ser uma forma de

divulgar os produtos da raça, disponibilizando através de parcerias com a

Associação de Criadores os produtos da Crioula Lageana a hotéis fazenda.

Questão número 4- O que o Sr (a) acha que a ABCCL deve fazer para facilitar a inserção dos animais no ramo do turismo rural? Idéia Central A – Já estão fazendo procurando, provocando e demonstrando o potencial que nós do turismo rural temos de criá-los . Dando oportunidade de aquisição dos animais, oferecer para compra. Expor mais, explicar e demonstrar suas características e potencialidades para que as pessoas conheçam.

58

DSC

Eu acho que é justamente o que vocês estão fazendo, é provocar os donos do turismo rural, mostrando o potencial que nós temos de criá-los. Também visitando as propriedades, e oferecendo alguns animais para compra mesmo né, que inicialmente se coloque uma pequena quantidade, para que o produtor possa ir sentindo e se adaptando e, posteriormente, possa ter ai, como adotar o gado numa maior quantidade dentro das propriedades para poder dar embasamento a todo esse trabalho de fixação de território né. A procura pela pousada pra colocar animais aqui, pra que os turistas conheçam né, isso já é uma grande ação da parte deles pra que o gado fique mais conhecido, eu acho que já partiram de um principio muito importante né.Outra maneira é dar oportunidade fácil de nós podermos adquirir os animais na própria fazenda. Eu acho que um grande incetivo tem que ser dado pra gente poder entrar, e começar a criar o gado Crioulo dentro do turismo rural. E é claro, expor mais, colocar em exposições, vender, explicar. Acredito que, mesmo os criadores que criam outras raças, deveriam criar, também, algumas vacas desta raça, acho que isso também é importante. Idéia Central B - A associação tem feito tudo que pode. É necessário apoio do poder público. Poderiam ser definidos pacotes de turismo, para a visitação das fazendas, mas é necessário melhorias nas estradas que estão em um estado deplorável e são um grande empecilho.

DSC A associação tem feito tudo que pode, até pouco tempo não era aceito nem nas exposições aqui da região. Hoje já ta se mostrando nas exposições agropecuárias, como a Expolages. Mas é muito perigoso que a gente canse, e não havendo interesse e apoio do poder municipal, estadual e federal, a gente fique só pro nosso dia-dia esse animal, e não seja interesse estar mostrando, e fazendo comentários e apresentando ao público né. Se houver interesse dos proprietários do turismo, fornecedor e animais têm. Acredito que poderia se visitar os animais nas próprias fazendas. Agora o que nós temos de dificuldade hoje, são os acessos pra veículos, é muito ruim as nossas estradas. Até então as estradas são o maior empecilho pra se levar uma visita em uma das fazendas. Então se houver um trabalho bem feito, de quem interessar possa, o manancial está ai, está em várias fazendas, não muitas é lógico, e é por isso que é importante. E se houver um interesse da Secretária de turismo do município, da Secretária da Cultura, faz –se os pacotes os turistas visitam, define-se um preço. Mas isso aí não é pra qualquer um e sim para um turista que tenha um pouco mais de grau, não menosprezando, mas ele tem que ser mostrados para pessoas que gostam, que entendam e que tenham interesse neste setor.

Quando perguntados de que forma a Associação deveria atuar para facilitar

a inserção da raça no setor, observou-se o desenvolvimento de duas Idéias

Centrais. A primeira levantou a necessidade de esclarecer os proprietários de

hotéis sobre a raça e suas potencialidades, bem como investir mais em eventos

expositivos e de divulgação, ao mesmo tempo em que solicitou a facilitação na

aquisição de exemplares da raça. Lembrou também a necessidade de

implementação de parcerias entre os criadores e proprietários de

estabelecimentos de turismo.

59

No segundo discurso, aborda-se novamente o pouco incentivo do poder

público no desenvolvimento do setor, e a possibilidade de desenvolvimento de

rotas turísticas dentro das fazendas de criadores, que poderiam ser viabilizadas

através de parcerias entre os hotéis e a Associação por meio de pacotes turísticos

desenvolvidos em conjunto com as Secretárias de Cultura e de turismo do

município, e cita como principal entrave na visitação das fazendas às condições

em que se encontram as estradas de acesso a elas. Fala também da necessidade

de buscar um público alvo, com mais esclarecimento e que se interesse pela

pecuária bovina, e por raças Crioulas.

Nesta questão nota-se o descontentamento dos proprietários de hotéis,

pousadas e fazendas de turismo rural, com os poderes públicos, que segundo

eles não tem investido no setor. Outra observação importante é a necessidade de

desenvolver campanhas de marketing que busquem um público diferenciado e

capaz de compreender a importância da Crioula Lageana, para a pecuária

Serrana e para a tradição e cultura local, bem como a necessidade de expandir o

setor, não restringindo a visitação da raça apenas em hotéis fazenda, e sim

desenvolvendo rotas turísticas que levem o turista aos criatórios particulares, e

onde eles possam ter uma noção mais completa da importância da raça para a

manutenção do ecossistema onde se encontram os campos naturais, dando a ela

um enfoque de preservação de um ambiente, e não apenas de um animal com

pelagens variadas e grandes chifres.

60

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS TURISTAS DE HOTÉIS FAZENDA. Neste questionário (vide anexo 3) foram mostradas aos entrevistados

quatro pranchas com duas fotos cada uma (vide anexo 3), que caracterizavam a

Região Serrana de Santa Catarina, entre elas a Crioula Lageana, e lhes foi pedido

que estas figuras (atrações), fossem colocadas em ordem de preferência. Os

resultados obtidos segundo suas diferentes classificações quanto à origem dos

pais, e idades dos entrevistados estão demonstrados nos gráficos abaixo.

Interesse dos turistas de hotéis fazenda em relação às atrações da Serra Catarinense

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Neve Crioula Lageana Cavalgada/CampoNativo

Comidas tipicas

Ent

revi

stad

os (%

)

Neve

Crioula Lageana

Cavalgada/CampoNativoComidas tipicas

Figura 8 – Grau de interesse dos turistas de hotéis fazenda em relação às atrações da serra catarinense. Dados globais.

0

5

10

15

20

25

30

35

Neve Crioula Lageana Cavalgada/CampoNativo

Comidas tipicas

Ent

revi

stad

os (%

) Neve

Crioula Lageana

Cavalgada/Campo Nativo

Comidas tipicas

Figura 9 – Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense com idade abaixo dos 50 anos.

61

0

10

20

30

40

50

60

70

Neve Crioula Lageana Cavalgada/CampoNativo

Comidas tipicas

Ent

revi

stad

os (%

)

Crioula Lageana Cavalgada/Campo Nativo

Figura 10 - Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense com idade acima dos 50 anos.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Neve Crioula Lageana Cavalgada/CampoNativo

Comidas tipicas

Ent

revi

stad

os (%

)

Neve

Crioula Lageana

Cavalgada/CampoNativo

Comidas tipicas

Figura 11 - Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense, com pais de origem rural.

62

0

10

20

30

40

50

60

Neve Crioula Lageana Cavalgada/CampoNativo

Comidas tipicas

Ent

revi

stad

os (%

)

Crioula Lageana

Cavalgada/CampoNativo

Figura 12 - Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense, com pais de origem urbana.

Analisando os gráficos, nota-se que a Crioula Lageana apresentou

excelente aceitação por parte dos entrevistados, em todas as categorias de

classificação, e foi juntamente com as cavalgadas em campo nativo, a atração

mais prestigiada pelos turistas nos dados globais. A Crioula Lageana foi

considerada sempre uma atração prioritária, à exceção do manifestado pelo grupo

de entrevistados com idade acima de 50 anos que preferiram as cavalgadas em

campo nativo. Isto demonstra o grande potencial da raça como atração turística.

Ressalta-se que as cavalgadas são, segundo os proprietários de hotéis fazenda o

divertimento mais procurado em todas as épocas do ano. Sendo inclusive

realizados eventos específicos com este tipo de atração devido o grande

interesse dos visitantes. Apurou-se que é necessário, maior divulgação da raça

para o público geral, visto o total desconhecimento dos turistas sobre a raça,

inclusive achando que estes animais não existiam no Brasil, mesmo sendo todos

os entrevistados Catarinenses.

Observou-se também que a neve foi à atração menos prestigiada em

dados totais, isto pode estar relacionado à época do ano em que se realizaram as

entrevistas (Outubro), e ao tipo de turista encontrado durante este período do ano,

que não vem em busca deste tipo de atração.

63

8 - CONCLUSÃO

Com base nos dados obtidos com as entrevistas, percebe-se que entre os

criadores da raça Crioula Lageana existem diferentes percepções quanto à

motivação de criá-la, e as formas de exploração da raça. Pode-se dizer, que

existe por parte da maioria dos criadores da raça, um forte apelo ao

desenvolvimento de um mercado diferenciado, e que agregue valor aos produtos

da raça, em especial a carne. Também se pode concluir que a Associação de

Criadores da raça Crioula Lageana (ABCCL), neste momento tem como principais

objetivos o desenvolvimento de material genético de qualidade, por meio do

programa de melhoramento e seleção do plano de gestão da Associação,

conseguir a formalização da raça junto ao Ministério da Agricultura para

posteriormente colocar animais em Centrais de Inseminação, desenvolver o

programa de controle do rebanho, e conservação de germoplasma ex situ, por

meio de criopreservação de sêmen, e óvulos .

Já no que diz respeito aos pecuaristas não criadores, pode-se dizer, que

existe em âmbito geral um bom conhecimento em relação à história da raça na

região, mas ao mesmo tempo, nota-se um certo preconceito e descrença em

relação a ela.

Quanto ao turismo rural, conclui-se que a Crioula Lageana tem grande

potencial como atração turística, e percebe-se em relação aos proprietários de

estabelecimentos de turismo, um grande interesse e expectativa quanto à

possibilidade de utilização destes animais no setor, mas ao mesmo tempo é

necessária uma maior interação da Associação junto aos proprietários, para que a

inserção da raça seja facilitada.

64

9 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

O rebanho da raça Crioula Lageana, atualmente é constituído por

aproximadamente 600 animais, o que consiste em um sério risco de extinção de

sua população. Essa situação traz consigo algumas dificuldades e riscos,

relacionadas à cadeia produtiva e a sanidade respectivamente, já que não é

possível sustentar a demanda de carnes do mercado frigorífico comum devido às

limitações impostas pelo número de exemplares, especialmente matrizes de

qualidade e reprodutores. E também, por ser o Estado de Santa Catarina

considerado área livre de febre aftosa sem vacinação, onde qualquer foco da

doença próximo aos rebanhos de fundação da raça se constitui em sério risco a

manutenção da mesma.

Além destes problemas, a falta de políticas públicas e empenho político na

preservação e desenvolvimento de programas de incentivo às raças

naturalizadas Brasileiras, entre elas à Crioula Lageana, se apresentam como um

sério entrave na manutenção destes Recursos Genéticos (RG), já que dependem

de poucos criatórios particulares e poucas Instituições de Pesquisa.

Esta situação leva à necessidade do desenvolvimento de estratégias que

possam auxiliar na preservação destes RG. Entre elas, a criação de mercados

diferenciados que agreguem valor aos produtos delas provenientes, e que se

baseiem na preservação de ecossistemas naturais e na territorialidade destes

produtos agroalimentares, bem como, associá-las ao mercado turístico, devido

sua grande importância histórica, tradicional e diferenciada morfologia, que são

únicas entre as demais raças de bovinos encontradas.

Desta maneira é importante que se proponham novas formas de

exploração destes RG, e que estas propostas se apresentem economicamente

rentáveis para que mais criadores e pesquisadores, bem como, entidades

políticas venham a se interessar na preservação destes rebanhos. Mas não se

deve esquecer, que juntamente com estas propostas deve se pensar na

sustentabilidade destes empreendimentos, para que eles não se tornem

agressivos ao meio onde serão desenvolvidos e explorados.

65

É preciso lembrar, que toda forma de preservação dos RG, sejam eles

animais ou vegetais, trazem consigo uma maneira de exaltar e preservar também,

às tradições, a história, e o orgulho de um povo, além de resgatar suas raízes e

auxiliar no desenvolvimento territorial. Assim sendo, isto se torna um dever de

toda a sociedade e especialmente de suas instituições e representantes.

Diante deste panorama algumas propostas de exploração e divulgação da

raça Crioula Lageana, são descritos nos itens a seguir.

Quanto à cadeia produtiva

Desenvolvimento de um programa de melhoramento animal, visando à

obtenção de um híbrido que caracterize a região serrana, e que alie as

características intrínsecas e já confirmadas da raça Crioula Lageana como:

excelente habilidade materna, boa produção leiteira, facilidade de parto,

longevidade, fertilidade, rusticidade e adaptação às condições ambientais

especificas da região do Planalto Catarinense, com a produtividade de raças

especializadas como por exemplo a raça Angus.

A partir desse híbrido, trabalhar fortemente no desenvolvimento de uma

cadeia diferenciada de carnes de qualidade superior, visando o aspecto de

territorialidade e buscando essa diferenciação partindo da denominação de

origem dos produtos agroalimentares produzidos na região serrana e que seguem

normas de preservação ambiental. Focando especialmente as condições

ambientais em que foram criados estes animais, o bem estar animal a

manutenção de um recurso genético animal ameaçado de extinção e de grande

valor histórico e cultural para o Sul do Brasil. A raça será doadora de matrizes

para a formação destes rebanhos F1 para abate, desta forma auxiliando na

preservação deste recurso genético e do ecossistema em que este está inserido

(campos de araucária), que vem sendo ameaçado devido à expansão predatória

dos reflorestamentos nestas áreas.

Desta maneira, é urgente e imperioso o desenvolvimento de políticas

públicas eficientes e estáveis, e o auxilio do poder público para a manutenção

deste ecossistema e da biodiversidade que o compõe.

66

Assim sendo, estará agregando-se valor aos produtos produzidos neste

território, além de auxiliar no desenvolvimento territorial e estimular outros

pecuaristas a investirem na genética Crioula, na produção de alimentos de

qualidade e na preservação do ambiente onde estes são produzidos.

Quanto ao turismo rural

Implementar o desenvolvimento de parcerias com os empresários do

turismo rural, onde os criadores disponibilizem vacas prenhes em lactação aos

estabelecimentos de turismo. Em contrapartida os empresários mantém os

animais sem custos aos criadores e lhes entregam a vaca e o bezerro após a

desmama, como forma de aluguel. Em seguida ocorre a reposição deste animal

por outro associado de forma que todos que tem disponibilidade de animais

estarão colocando seus exemplares característicos da raça a disposição dos

estabelecimentos de forma rotativa. Enquanto os animais permanecerem nos

hotéis estes devem ser acompanhados por técnicos da associação, que

verificarão o manejo e a sanidade dos animais, sendo as visitas remuneradas

pelo proprietário do estabelecimento, e a remuneração definida pela associação

de criadores, e como esta será usada em prol da mesma.

Também, de maneira organizada, pode-se proporcionar visitas às fazendas

dos associados, sendo que o hotel onde estão hospedados os turistas

proporcionam o deslocamento e cobram uma espécie de pacote, que será

posteriormente dividido com os pecuaristas visitados.

Quanto à divulgação da raça

Realizar encontros técnicos em parceria com Universidades e instituições

de pesquisa de maneira regular, onde sejam proferidas palestras e seminários

sobre as pesquisas realizadas no continente Sul-americano à cerca de raças

bovinas, eqüinas, ovinas etc..., “crioulas”. Durante estes eventos podem ser

realizados dias de campo onde os participantes poderão visitar os criatórios e

conhecer melhor os animais estudados e suas peculiaridades.

67

Pode-se durante estes eventos desenvolver, boletins técnicos que

demonstrem as pesquisas que vem sendo realizadas sobre a raça e exaltar suas

características positivas e potencialidades de mercado.

Realizar eventos públicos específicos da Crioula Lageana onde ocorra à

divulgação da raça, exposição de animais e leilões de reprodutores e matrizes.

Participação em feiras agropecuárias regionais e nacionais, fazendo com

que a raça se torne mais conhecida e apreciada.

Outra proposta seria o desenvolvimento de uma revista especifica da raça

Crioula, onde os criadores expusessem seus animais e onde fossem contadas

peculiaridades, histórias, narrando como a associação de criadores vem

desenvolvendo os projetos idealizados para promoção, seleção e melhoramento

da raça. Isto poderia, de alguma forma, se tornar um incentivo aos criadores, para

que estes busquem melhorar a qualidade de seu plantel, em relação ao que

busca a associação no seu programa de seleção e melhoramento. Também

poderia atrair novos associados, entusiasmados pelas características de

produção, potencialidades de mercado, história, tradição e beleza da raça.

Implementar junto as Instituições de ensino e pesquisa do Estado, grupos

de pesquisa direcionados às raças de bovinos, eqüinos, suínos e ovinos Crioulos

existentes em nosso território. Este trabalho estimularia estudantes e profissionais

destas Instituições a desenvolver alternativas que tornem a exploração destas

raças sustentáveis do ponto de vista ambiental e econômico, estimulando a

adesão de novos criadores e auxiliar na preservação destes RG.

Buscar, junto ao poder público municipal, o desenvolvimento de oficinas de

artesanato para pessoas de baixa renda e idosos, onde se utilize como matéria

prima o couro, aspas e cascos de animais da raça. A matéria prima poderia ser

adquirida dos criadores pela prefeitura, e o pagamento poderia ser feito tanto em

dinheiro como em produtos oriundos das oficinas, ou ambos. A partir daí,

desenvolver feiras onde estes produtos possam ser vendidos, ou serem

disponibilizados para lojas especializadas em produtos artesanais, ou até mesmo

para hotéis fazenda, onde estes produtos seriam vendidos aos turistas, desta

forma se possibilitaria a geração de renda aos criadores, e aos alunos das

oficinas, além de divulgar os produtos da raça Crioula Lageana e auxiliar no

desenvolvimento socioeconômico da região.

68

10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ARAÚJO, R.V. Os jesuítas dos 7 povos. Porto Alegre: La Salle. 1990. 467 p.

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11 - ANEXOS

Anexo – 1 - Transcrição integral das entrevistas dos três grupos de entrevistados com questionário semi-estruturado; seleção das expressões-chave, segundo as Idéias Centrais; e desenvolvimento dos DSC’s. Obs: As Expressões-chave encontram-se em itálico no lado esquerdo do quadro.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS CRIADORES DA RAÇA CRIOULA LAGEANA (ABCCL). Questão número 1- Quais os motivos que levaram o Sr (a) optar pela criação do gado Crioulo Lageano?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C-1.1 - (abccl) – Bom, os motivos é foram vários mas

o principal é a preservação do material genético, como eu sou proprietário de uma fazenda histórica, há alguns anos atrás eu, mais precisamente em janeiro de 2001, eu andei fazendo um trabalho voluntário para a prefeitura de Painel então buscando todas as raízes , buscando tudo que faz parte da história e da tradição regional, e numa dessas buscas eu busquei, tudo que faz parte entre elas os animais e fazendo uma consulta num site de busca eu acabei encontrando, no site da Embrapa uma situação e algumas fotos de gado Crioulo Lageano, que até aquela data eu não sabia que existia né apesar de eu já tinha a propriedade há 4 anos aqui na região. Então tomando conhecimento lá no site , que citava a fazenda Canoas , Toninho Camargo e tal. Então no primeiro final de semana que eu vim pra fazenda eu procurei o pessoal da região citando a fazenda Canoas, e daí me deram um

Preservação do material genético por fazer parte da história da região

A

75

indicativo, fui lá e tomei contato com os animais e com o seu Toninho. É sabendo mais sobre a história desses animais e a presença deles na região e também sobre os aspectos dele que é um animal exótico de pelagem bonita, que me chamou atenção na época e já que eu tinha a propriedade na região e tava começando a criar gado, porque não o Crioulo Lageano, não, é? A principal atração naquele momento foi o fato de que é um animal ligado a história de toda a região, a história do Brasil e a história das Américas, e também que ele é um material genético bom e que merece ser preservado então o meu objetivo inicial foi é em função histórica e em função de preservação do material genético.

C- 2.1-(abccl) - Eu sempre gostei da raça, desde

criança quando meu pai ia na fazenda onde ele nasceu, que era a fazenda do meu vô, que ficou pro meu tio então lá me chamava a atenção. Eu achava o gado bonito, gostava da história do gado. Meu tio era muito entusiasmado com aquele gado e um dia aconteceu que surgiu a oportunidade né de começar a criar essa raça também, daí aprendi muito mais sobre a rusticidade, a capacidade reprodutiva né, e todas a qualidades que essa raça a Crioula Lageana como nós chamamos hoje, tem como virtude né, então eu crio Crioulo Lageano pela beleza, pela história, pelo baixo custo de produção a relação custo beneficio que eu considero muito boa.

Preservação pela beleza e história da raça associada à qualidade de rusticidade, baixo

custo de produção e boa relação custo benefício.

B

C- 3.1- (abccl) – Primeiro lugar porque era uma raça

que o meu pai já criava né, uma conservação um trabalho que ele fez ai de anos, e outra é porque eu gosto da raça é uma raça bem adaptada aqui pra nós né, continua com a mesma raça,e daí decide não muda, continua com essa mesma raça.

Pela tradição familiar e por sua adaptação às condições ambientais da região.

B

C- 4.1 - (abccl)- Esse é mais um trabalho de preservação das raças né, que se não tivesse alguém pra preservar, ia acaba extinguindo né. Porque a maioria dos pecuaristas que começaram antes de mim, eles, surgia uma raça nova eles optavam pela nova né, e a gente não né. Comecei a perceber que as que vinham de fora, o primeiro ano elas passavam, no segundo ano dava um problema, uma tuberculose ou coisa parecida acabava desaparecendo. Então a gente se convenceu que essa é uma raça que ta aclimatada aqui na região né, com o nosso clima e pastagem, que a nossa pastagem no inverno se torna muito pobre, e não sendo um gado rústico não agüenta, é essa uma das razões que a gente preservou este plantel até hoje, é pra não extinguir e pela adaptação ao nosso clima e

Por sua condição de rusticidade e adaptação às condições ambientais da

região e pela necessidade de preservação dessa raça.

B

76

pastagem. C- 5.1- (abccl) – Bom, o motivo que me levou a criar a

raça Crioula Lageana, foi o de ver nela o potencial de desenvolvimento de um produto genuinamente nacional, hoje genuinamente nacional, pela longa história que ela tem aqui, pela adaptação que ela tem, é considerada uma raça nacional né, e como poucas raças naturalizadas que nós temos, ela é uma das cinco ou seis raças naturalizadas que nós temos. E que tem um potencial enorme, principalmente pelos novos dispositivos de mercado né. Que são os mercados de produtos diferenciados, produtos certificados com denominação de origem, de procedência de produto, então isso aí, me faz apostar num trabalho de desenvolvimento de uma cadeia diferenciada de carnes principalmente.

Por ser um produto genuinamente nacional, por ser uma raça adaptada ás condições de

criação da região e pelo potencial de participação de um mercado diferenciado

de carnes.

C

Questão número 2 – Quais as características que o Sr (a) acredita possuir o gado Crioulo Lageano que o diferencia das demais raças criadas na região?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C- 1.2 – (abccl) - Bom, a diferenciação primeira é a

rusticidade do animal, que já ta ambientando aqui a mais de trezentos anos na região. Segundo é a pelagem altamente pigmentada e que chama bastante atenção, e a terceira são as aspas né que também chamam a atenção, então a conformação dele geral, pelagem e a aspa que é algo que chama atenção e a rusticidade, acho que isso são as principais características que o diferencia das outras raças.

A rusticidade do animal, e as características fenotipicas como pelagem

altamente pigmentada e chifres, a conformação em geral que chama bastante

a atenção. A

C- 2.2 – (abccl) – Características são bem próprias né , tanto as características produtivas como fenotípicas então se eu for falar da aparência do gado é completamente diferente das outras raças porque é um gado que tem uma pelagem bem diversificada , e uma pelagem , mas há um padrão, existe um padrão né, dentro da variação de pelos e, mas é bem típico né, principalmente o africano, tanto o preto como o vermelho o , e jaguané , são pelagens próprias do Crioulo Lageano, não existem em outras raças né, e as características de aspa para a variedade aspada né, com longos chifres e com desenho próprio ou melhor uma forma que, também distingue esta raça das outras né, e ai também na parte da rusticidade e da produtividade, nós temos ai um gado muito adaptado ao meio ambiente, pouco exigente, mas nem por isso deixa de produzir, produz

Características fenotipicas e produtivas bem próprias, como a grande variedade de pelagens, e a rusticidade. Não necessita de

grandes modificações ambientais para produzir, é extremamente adaptado ao

meio. Muito resistente a doenças e parasitas, diferentemente das outras raças.

A

77

com qualidade, produz, se multiplica rápido né, não exige cuidados especiais, então as vacas parem muito bem sem problemas sem intervenção é raro um parto distócico em vaca Crioula Lageana , raríssimo na verdade nunca tive nenhum aqui, eu crio gado o Crioulo Lageano a quatro anos já , nunca aconteceu, a longevidade chama atenção também, eu nunca criei outra raça mas penso que isso também difere o Crioulo Lageano, eu tenho vacas aqui de mais de vinte anos criando, repetindo cria a cada doze meses, treze meses, quinze, no máximo dezoito meses tão repetindo cria em condições naturais né, sem suporte, sem suplementação nutricional praticamente, a gente faz o mínimo né que é o necessário que é o sal mineral e uma pastagenzinha de inverno mas é só pra ajuda, então é campo nativo aqui, é mato, e eles sabem o que comer, escolhem a dieta e assim vão se procriando, então isso me chama a atenção porque como eu já disse eu nunca criei outra raça mas eu sei que, já tive engorda de boi a anos atrás e os bois, meu pai engordava boi aqui de outras raças e sempre tinha dependendo da raça, tinha problema né, morria boi, boi que não era resistente a parasitas também, e o Crioulo Lageano a gente nota a diferença nesse aspecto principalmente.

C- 3.2 - (abccl) – A principal é a rusticidade né, eu acho que a rusticidade é a principal caracteristica que tem que diferencia das outras raças né.

Raça extremamente rústica. A

C- 4.2 – (abccl)- Em parte é pela espessura do couro no pescoço principalmente que daí não resfria o sangue, e ele sente menos frio no inverno, é uma das razões da rusticidade dele. E no verão ele acumula muita gordura nos ossos né, daí no inverno ele tem aquela reserva pra se protege, na entressafra de pasto né. A principal diferença das outras raças é que ele não depende de pastagem e nem de ração, ele com o campo nativo se mantém, porque, eu não sei se você viu a parte do plantel aí é só campo nativo e sal branco, não tem nenhum outro complemento pra melhorar o estado dele né.

Couro espesso, e acumulo do gordura nos ossos, o que auxilia na sua manutenção

durante o inverno. Extremamente rústico, não necessita de suplementação.

A

C- 5.2 – (abccl) – Bem, o que mais diferencia a Crioula Lageana, é a adaptação ao meio, é uma raça que se caracteriza pela história em um ambiente agreste do Planalto Catarinense, onde nós temos as temperaturas mínimas as mais baixas do estado ta, onde esse gado consegue sobreviver no inverno, inclusive com vacas parindo no período mais frio do ano e levando a sua cria até a desmama ta, então

Raça extremamente adaptada ao meio ambiente da região. Grande potencial

mercadológico e no melhoramento animal. Além de apresentar grande beleza.

B

78

este é um fator importante da raça Crioula Lageana. Outro fator da raça Crioula Lageana, é do ponto de vista mercadológico e de melhoramento animal, o gado Crioulo Lageano ele se mostra diferente geneticamente das outras raças, mesmo das raças européias, e essa diferença pode contribuir significativamente ou consideravelmente, em programas de seleção e de melhoramento animal. Então nós temos um material genético, considerado um patrimônio genético e eu posso dizer um patrimônio genético Catarinense né, que pode contribuir com outras raças inclusive, e num programa de produção de carne a partir da Crioula Lageana, produzir animais com boa qualidade de carne, com rusticidade né, e com a beleza que este animal expressa, num ambiente onde ele foi selecionado naturalmente, nos campos de araucária, onde a raça Crioula Lageana, pode ser considerada um ícone dentro desse ambiente.

Questão número 3 – Como criador, que dificuldades o Sr (a) encontra na criação do gado Crioulo Lageano?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C- 1.3 - (abccl)- Eu acho, que a principal dificuldade

que nós encontramos, que eu particularmente encontro é a disponibilidade de material genético de boa estirpe pra que você possa comprar, eu por exemplo pra inicia a criação eu fui obrigado a adquiri um rebanho de gado mestiço que tivesse algum tipo de característica ligada ao Crioulo né, na época eu me ative a pelagens mais pigmentadas e tal no caso do gado africano e existia, e ainda existe uma disponibilidade razoável de machos, mas no caso das fêmeas você não tem material disponível bom para a aquisição eu consegui alguns exemplares, mas poucos, o seu Toninho Camargo mesmo falava ele disse ó macho eu te consigo que tem disponibilidade mas fêmea se eu for te vender é gado de descarte, é coisa que não presta, não adianta tu comprar, então com a morte do seu Toninho, por exemplo é teve dois filhos que passaram a criar gado mocho, Crioulo mocho e receberam alguns animais aspados mas esses animais eram de , eles fizeram uma seleção na família e quem foi criar aspado ficaram com os melhores animais, e os

Pouca disponibilidade de material genético de boa estirpe, em especial matrizes e o

pequeno tamanho do rebanho. A

79

animais de descarte foram pros outros, colocado a venda, só que pra mim não me adiantava ou eu tinha que busca material bom né, ou então, tinha que ficar com o rebanho que eu tenho né, então eu consegui algumas fêmeas com o seu Nelson Camargo, que me forneceu um material de boa qualidade, mas em geral nós temos uma séria dificuldade de consegui matrizes de boa qualidade, a maioria dos criadores que se inicia é, acaba buscando um touro de boa qualidade e acaba colocando no rebanho geral ou num rebanho mestiçado, ou num rebanho cruzado pra que possa, duas, três, quatro gerações depois te um material de boa qualidade também, então a grande dificuldade é essa o tamanho do rebanho e a disponibilidade de matrizes, essa eu acho que é a maior dificuldade, agora com relação as qualidades do rebanho do gado Crioulo, o gado Crioulo se assemelha em qualidade de carcaça tudo as outras raças européias e em relação as outras raças eu vejo vantagem justamente, na rusticidade na adaptação dele ao meio, se você fornece alimentação adequada ele responde bem.

C- 2.3 –(abccl) – Nenhuma, não tenho dificuldades né, gosto, sou entusiasmado pela raça. Esse ano mesmo eu vendi todos os terneiros que eu queria né, pra os que eu não selecionei pra touros, eu vendi todos eles por um preço muito bom, um preço acima da média, e a vista inclusive, então foram vinte terneiros no padrão de tamanho de pelagem, a maioria deles era africano vermelho, então o comprador ficou muito satisfeito também, e isso que me deixo mais contente, que tanto eu como ele saímos ganhando né. Então eu não vejo dificuldade nenhuma, o que eu quero é que essa raça cresça em todos os aspectos né, no aspecto comercial também porque é através da lucratividade que a gente sobrevive e mantém essa raça viva, livre da extinção, da ameaça de extinção.

Nenhuma dificuldade. B

C- 3.3 – (abccl) – Dificuldades é, são poucos criadores, dificuldade em adquirir reprodutores né pra fazer o cruzamento, isso é difícil de trabalhar com esse gado, principalmente machos.

Existem poucos criadores, e existe dificuldade em adquirir reprodutores,

principalmente machos.

A

C- 4.3 – (abccl)- A dificuldade é mínima porque o terneiro em geral nasce pequeno, não dá problema de parto né, e as vacas são boas mães né, protegem bem a cria, são boas leiteiras né, inclusive, já apareceu de alguma vaca aparecer riscada a cara a orelha de unha de onça pra proteger o bezerro né. Elas são muito boas mães, produzem bastante leite né. É um gado que é adaptado, pra quem mexe

As dificuldades de criação e de mercado são mínimas.

B

80

com pecuária pra fazer o próprio queijo caipira né. São bem apropriadas porque são leiteira e mansa né, e muito boas mães. Já de mercado não tenho dificuldade, quando é a vaca que se destaca na raça a gente deixa até parar de parir né, daí vai pro açougue né, descarte.

C- 5.3 – (abccl) – A dificuldade hoje na criação do

gado Crioulo Lageano, é a seleção de famílias distintas, hoje nós temos um rebanho fechado, pequeno, e nós precisamos trabalhar fortemente na caracaterização genética deste material, o que a gente vem fazendo com o apoio da EMBRAPA, EPAGRI e das Universidades, e nesse sentido, a partir daí então direcionar um trabalho de formação de famílias distintas, nos parece que o programa de melhoramento genético da associação e o regulamento do registro genealógico, vai abrir um espaço muito bom pra que se incorpore esses genes naqueles animais sem raça definida e que tem características da raça mas que não estão dentro dos rebanhos de fundação da associação. E a partir daí, daqui três, cinco, seis, sete gerações, nós tenhamos uma variabilidade genética considerável né, pra poder direcionar o trabalho de melhoramento e de seleção de touros, principalmente de touros para os cruzamentos que devem ser feitos daqui pra frente. Então outro aspecto que se tem dificuldade é, diz respeito a manutenção dos recursos genéticos, de germoplasma por exemplo, poderíamos ter um bom banco de germoplasma, hoje nós temos uma parceria com a EMBRAPA/CENARGEM, nós temos lá, mas nós gostaríamos de instituir um banco de germoplasma aqui em Santa Catarina, então, até com o Back-up, porque hoje o maior problema e o risco que nós enfrentamos com a raça Crioula Lageana, é com o aspecto sanitário, imagina um foco de febre aftosa, num dos rebanhos de fundação, esse rebanho terá que ser eliminado integralmente, e nós não temos Back-up, nós deveríamos ter Back-up deste material, então esta preocupação que nós precisamos desenvolver, nós deveríamos ter Back-up em diversos lugares, e a gente ta trabalhando nesse sentido, nós já contamos com seis núcleos espalhados aqui no estado, mais um núcleo fora do estado em São Paulo, pra tentar, se por acaso der um surto de aftosa, e acabar o que nós temos aqui, nós não vamos perder tudo, então achamos que com o congelamento de embriões, estocagem de sêmen e óvocitos, nós podemos ter uma certa segurança deste material genético, e depois que nós tivermos com o livro de registro oficial do Ministério da Agricultura nós

Dificuldade na seleção de famílias distintas devido ao tamanho reduzido do rebanho, e

manutenção dos recursos genéticos.

A

81

vamos poder por touros nas centrais de inseminação e daí poderemos ter bons bancos de sêmen e de embriões e ovócitos e assim por diante. Hoje, os riscos que nós corremos são sérios, temos uma preocupação séria quanto a parte sanitária, já que não pode vacinar, e se surgir um foco de febre aftosa é (stampping out= sacrifício sanitário), é liquidar o rebanho.

Questão número 4 – Como o Sr (a) vê o mercado atual em relação a raça Crioula Lageana? E como desenvolvê-lo?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C- 1.4 – (abccl)- Bom, o mercado de animais, de

animais pra venda pra frigrorífico ele é um mercado bem receptivo, o mercado de carne né, ele é bem receptivo, você consegue colocar facilmente o produto no mercado. Com relação a venda de terneiros pra engorda e tal também tem excelente receptividade esse ano eu até então fazia o ciclo completo né, criava e engordava, criava, recriava e engordava, mas esse ano resolvi vender os terneiros e vendi com bastante facilidade, uma procura boa, o pessoal gosta dos animais, isso animais cruzados né. Com relação a animais matrizes e reprodutores, os reprodutores tem um mercado razoável é, eu acho que deve ser mais ou menos equivalente as outras raças, os reprodutores que eu coloquei a venda eu sempre consegui colocar, não é assim tão fácil mas consegui colocar, e com relação as matrizes é, infelizmente nós não temos matrizes pra colocar no mercado, mas, é entre os próprios criadores a dificuldade é grande de consegui então se você tiver matrizes disponíveis com certeza você consegue colocar no mercado, até entre os próprios associados, então em geral eu acho que o mercado pro gado Crioulo, pelo menos por enquanto ele é muito bom.

Os mercados de carne,e de terneiros para engorda são bem receptivos. O de

reprodutores é razoável. Em geral o mercado pro gado Crioulo é bom.

A

C- 2.4 – (abccl)- Essa raça ela é uma pedra preciosa nas mãos de poucos criadores, mas ela ainda não foi lapidada, ela foi muito pouco lapidada então é assim que eu vejo hoje a raça Crioula Lageana, depende de nós fazermos esse trabalho pra mostrar que essa pedra brilha muito, então eu vejo pro futuro, pra médio e principalmente a longo prazo, um grande valor econômico pra essa raça né, e muita procura também por esse gado, não só pela rusticidade, pela produtividade, pelo baixo

Futuramente grande valor econômico, devido aos seus atributos produtivos e

rusticidade, que irão ser melhoradores da qualidade da carne de rebanhos F1 para

abate.

B

82

custo de produção, pela beleza natural dele, mas também porque é uma genética bastante antiga, uma genética exclusiva selecionada pela natureza e que com certeza vai contribuir muito pra formação de rebanhos de animais F1 pra abate, com carcaça de qualidade, com carne de qualidade, não só o rendimento de carcaça mas principalmente a qualidade dessa carne que vai se utilizada no futuro né com a contribuição da raça Crioula Lageana.

C- 3.4 – (abccl) – É um mercado que eu acho que tem futuro, é uma raça praticamente em extinção né, eu acho que é uma raça de futuro, tem, vai ter mercado né. O principal mercado eu acho que é pra cruzamento né, melhorar certas raças né, cruzar com outras raças.

Mercado de futuro, principalmente para o melhoramento de outras raças.

B

C- 4.4 – (abccl) – O mercado hoje em dia, como em outras raças, ta um tanto restrito né, mas a gente tem sempre mercado pra vender novilhas pra outros plantéis né, esses dias mandaram aqui na fazenda pra que eu vendesse um lote de novilhas e um reprodutor né, pra começa um plantel, mas aí como o gado ta meio ruim, o inverno foi rigoroso né, eu achei por bem adiar pra vender mais adiante né, que a procura sempre tem né, eu sempre vendi pra Goiás, Tocantins pra São Paulo né, pro Paraná vendi muito lote de novilha, vaca e reprodutor principalmente. Mas agora as divisas estão um pouco complicadas pra passar né, então o mercado ta muito desaquecido né. Esses lotes que a gente vendeu foi mais pra criame né, pra plantel, e daí como o criame é um tanto restrito, daí o mercado da carne enquanto ta meio acomodado, não temos assim, um mercado especifico, mas seria praticamente um boi verde, que nós só temos o campo nativo e o sal branco, sem nada de agrotóxico.

Sempre existiu mercado, principalmente pra reprodutor. Mas não existe um mercado

especifico.

A

C- 5.4 – (abccl) – O mercado atual hoje, ele não tem mercado diferenciado, é isso que a gente tem que construir, nós esperamos que num curto espaço de tempo, talvez em quatro ou cinco anos, o nosso pensamento é já ter uma carne diferenciada no mercado, só ai nós vamos sentir a diferença ta, nós achamos que pra que isso ocorra nós temos que tirar a indústria da carne, o frigorífico, tirar o frigorífico como comprador de bois, nós gostaríamos de chegar a ter o frigorífico como um prestador de serviço, e a carne ser direcionada pra nichos de mercado que valorizem produtos naturais e produtos diferenciados, que valorizem recursos genéticos, que valorizem o trabalho que a associação vem fazendo, que valorizem o trabalho que a ciência vem fazendo acima dos recursos genéticos a nível mundial, a gente vê em outros países que os consumidores pagam mais por um produto oriundo de uma área de

É necessário construir um mercado diferenciado de carne, direcionando-a para

pontos de excelência e agregar valor ao nosso produto. No momento estamos na

vala comum.

C

83

proteção ambiental, um produto autóctone, mesmo que seja menos produtivo, paga-se mais pra ajudar a manter aquele recurso genético, e nós pensamos em desenvolver uma cadeia de carnes, especificamente da Crioula Lageana, como existe na Espanha n raças com esse foco né, raças autóctones, em Portugal também da mesma forma e com valor agregado de até 40% em cima dessas raças, da carne dessas raças, então isso é uma mudança de consciência de quem? Da sociedade como um todo, nós só vamos ter uma valorização se a sociedade se conscientizar da importância desses recursos genéticos. Então o trabalho grande que a associação tem que fazer depois de ter a carne consolidada é um bom trabalho de mídia pra informar a sociedade como um todo da importância de se consumir uma carne diferenciada, não só pelo ambiente, pelo animal ou pela carne propriamente dita, pela qualidade da carne, que nós estamos agora trabalhando com avaliações da qualidade da carne, a UFSC já fez um trabalho no passado, um trabalho feito e publicado pela equipe da UFSC, com o Professor Lauro Miller, Professor Ribeiro, e deram já um encaminhamento, nós agora temos que dar continuidade a esse trabalho e estamos procurando parceiros para essa ação né. E o objetivo é dar um direcionamento a carne, pra pontos de excelência de carne, de consumo de carne, a exemplo de como se faz com o porco ibérico da Espanha com o Ramon Pata Negra, e acho que nós temos espaço para isso né. No momento eu acho que nós estamos na vala comum como qualquer outro, mas vislumbramos este mercado diferenciado.

Questão número 5 – Quais as ações o Sr (a) acredita que devam ser tomadas pela ABCCL para facilitar a inserção da raça no ramo do turismo rural?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C- 1.5 (abccl)- Bom, eu acredito primeiro nós temos

uma, nós temos que resolver um problema interno que é a disponibilidade de material genético de boa qualidade pra que se possa coloca junto a área de turismo rural, é, tendo material é, os contatos que eu tive com o pessoal do turismo todos eles foram receptivos, todos eles gostariam de ter exemplares, mas nós temos que ter uns exemplares muito bons pra colocar não

Existe grande receptividade dos empresários do turismo rural à raça. Mas é necessário desenvolver o material genético

existente, para oferecer animais característicos da raça aos hotéis fazenda.

A

84

adianta a gente coloca algo que não seja representativo da raça lá, mas o mercado de turismo rural regional ele é bem receptivo a utiliza a raça na, até pra divulgação e como ela está ligada a história da região naturalmente os hotéis fazenda instalados eles também querem disponibilizar este material para o seu público porque ele está ligado a história, está ligado as lidas antigas das fazendas né, então é um animal que chama a atenção pelo seu exotismo também e chama a atenção pela sua ligação histórica. O que a ABCCL precisa fazer é o que ela já está fazendo, talvez nós tenhamos que intensificar a produção de material genético a inseminação deste material genético pra que a gente tenha produto pra ser ofertado pra esse mercado.

C- 2.5 (abccl)- É isso ai, é uma pergunta bem difícil né, porque não depende só da ABCCL, mas depende também do interesse dos empresários né, da área turistica, é então o que nós podemos fazer é conscientizar as pessoas desse setor né, a respeito do valor histórico da raça e também do diferencial fenotípico desses animais né, que chama realmente a atenção daquele turista que se interessa por pecuária, porque aquele turista que se interessa por pecuária ele sabe muito bem né que um gado pintado de vermelho e branco ou coisa parecida e com aspas muito grandes não é nada comum, nem no Brasil, nem em nenhum outro lugar do mundo, então esse turista é um turista mais seleto né, então nós teriamos que atingir esse público alvo aí , esse público mais restrito que é um turista mais interessado realmente nas coisas da natureza, nos animais especialmente na pecuária de corte.

Não depende apenas da ABCCL, mas também do interesse dos empresários da

área. Mas pra isso é necessário conscientiza-los do valor histórico e

fenotípico da raça. É necessário atingir um público interessado em pecuária de corte.

B

C- 3.5 – (abccl) – Eu acho que daí é uma forma de fomento né, fazer parcerias com esse pessoal do turismo rural né. Através dos criadores da associação, os produtores que tem animais disponíveis né, fazer uma parceria com o pessoal do turismo rural.

Necessidade de se fazer parcerias, onde os produtores disponibilizem animais para os

hotéis.

C

C- 4.5 – (abccl) – Isso aí depende mais dos proprietários dos hotéis de turismo né, porque pelo que eu vejo o turismo rural já tem que prestar serviço de cavalgadas e outras coisas mais, e daí eles tem o espaço deles muito restrito, então pra ter Crioula Lageana, eles teriam que racionar, aí começa a encarecer, e tem mais mão de obra, e que o turismo rural em si já tem mão de obra bastante né, porque é bastante serviço pra manter um turismo rural né.

Depende dos proprietários de hotéis fazenda. Já que com a Crioula Lageana,

aumenta a mão de obra e pode encarecer a atividade.

B

C- 5.5 – (abccl) – Bom, eu acho que a associação através dos seus associados, ela precisaria talvez incrementar um pouco mais a ação de disponibilizar animais para as fazendas de

Necessidade dos produtores disponibilizarem animais aos hotéis e de primeira linha. Mas essa ação esbarra em

aspectos legais, de responsabilidade

85

turismo rural. Se os associados colocassem uma vaca, duas vacas em cada fazenda de turismo rural produzindo, terminou a produção de leite delas, leva outras duas e assim vai. Então eu acho que esse tipo de trabalho, ainda a associação não desencadeou plenamente, tem algumas iniciativas mas ta esbarrando em alguns aspectos legais né, do ponto de vista de fiscalização profissional então tem empresas de turismo rural que tem interesse, mas nós não podemos colocar ainda animais lá, porque existe restrição ainda sobre a responsabilidade técnica dos animais dentro dos estabelecimentos, que é uma exigência legal dos organismos de fiscalização, então nós estamos tentando ajudar este empreendedor pra abrir espaço e nós podermos colocar alguns animais lá, pra visitação, pra servir um Camargo pros turistas né, olharem, apreciarem, tirarem fotografias né, contarem causos a respeito da Crioula Lageana né, tem muitos né, dentro dos hotéis fazenda né, então eu acho que pode ser inserido, a associação talvez precise ser mais agressiva, mas ela não pode assumir compromisso desta ordem, sem a efetiva colaboração dos associados, porque a associação em si ela não tem animais, então teria que contar com a colaboração dos produtores, e já tem, hoje nós temos produtores que disponibilizariam animais para o turismo rural. Em algumas fazenda que são passagem de passeios eqüestres né, já tem algumas fazendas que já tem ali animais, que é para, dentro do rebanho normal da fazenda, que pra serem mostrados aos visitantes, quando estes vem passando a cavalo, além de que eu acho que deve ser aumentada um pouco mais essa ação aí. Outro aspecto que talvez dificulte um pouco, é que como tem poucos animais, eu acho que talvez os produtores queiram segurar os animais na própria fazenda, o que talvez iniba um pouco, o cara tem lá dez vacas, quinze vacas, manda uma pra lá, de repente adoece morre um animal, e pode perder um recurso genético, e pra mandar uma vaca pra um hotel fazenda, o animal, tem que ser um exemplar muito bom, não pode mandar um exemplar de segunda ou terceira linha, tem que mandar animais de primeira linha, pra poder dar o destaque que merece né.

técnica. Talvez a ABCCL precise ser mais agressiva, mas é necessário o engajamento

dos associados.

C

SELEÇÃO DAS EXPRESSÕES-CHAVE, SEGUNDO AS IDÉIAS CENTRAIS. QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS CRIADORES DA RAÇA CRIOULA LAGEANA.

86

Questão número 1- Quais os motivos que levaram o Sr (a) optar pela criação do gado Crioulo Lageano?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C-1.1 - (abccl) – Bom, os motivos é foram vários mas o principal é a preservação do material genético, como eu sou proprietário de uma fazenda histórica, C-1.1 - (abccl) –. É sabendo mais sobre a história desses animais e a presença deles na região e também sobre os aspectos dele que é um animal exótico de pelagem bonita, que me chamou atenção na época C-1.1 - (abccl) –. A principal atração naquele momento foi o fato de que é um animal ligado a história de toda a região, a história do Brasil e a história das Américas, e também que ele é um material genético bom e que merece ser preservado

C-1.1 - (abccl) – Preservação do material genético por fazer parte da história da região

A

C- 2.1-(abccl) - Eu achava o gado bonito, gostava da história do gado. C- 2.1-(abccl) - daí aprendi muito mais sobre a rusticidade, a capacidade reprodutiva C- 2.1-(abccl) - então eu crio Crioulo Lageano pela beleza, pela história, pelo baixo custo de produção a relação custo beneficio que eu considero muito boa. C- 3.1- (abccl) – era uma raça que o meu pai já criava. C- 3.1- (abccl) – eu gosto da raça é uma raça bem adaptada aqui pra nós né, C- 4.1 - (abccl)- Esse é mais um trabalho de preservação das raças né, C- 4.1 - (abccl)- Comecei a perceber que as que vinham de fora, o primeiro ano elas passavam, no segundo ano dava um problema, uma tuberculose ou coisa parecida acabava desaparecendo. C- 4.1 - (abccl)- é uma raça que ta aclimatada aqui na região né, com o nosso clima e pastagem, C- 4.1 - (abccl)- é essa uma das razões que a gente preservou este plantel até hoje, é pra não extinguir e pela adaptação ao nosso clima e pastagem.

C- 2.1-(abccl) - Preservação pela beleza e história da raça associada à qualidade de

rusticidade, baixo custo de produção e boa relação custo benefício.

B

C- 3.1- (abccl) – Pela tradição familiar e por sua adaptação às condições ambientais da

região.

B

C- 4.1 - (abccl)- Por sua condição de rusticidade e adaptação às condições

ambientais da região e pela necessidade de preservação dessa raça.

B

87

C- 5.1- (abccl) – Bom, o motivo que me levou a criar a raça Crioula Lageana, foi o de ver nela o potencial de desenvolvimento de um produto genuinamente nacional, pela longa história que ela tem aqui, pela adaptação que ela tem C- 5.1- (abccl) – ela é uma das cinco ou seis raças naturalizadas que nós temos C- 5.1- (abccl) – tem um potencial enorme, principalmente pelos novos dispositivos de mercado né. Que são os mercados de produtos diferenciados, produtos certificados com denominação de origem C- 5.1- (abccl) – então isso aí, me faz apostar num trabalho de desenvolvimento de uma cadeia diferenciada de carnes principalmente.

C- 5.1- (abccl) –Por ser um produto genuinamente nacional, por ser uma raça

adaptada ás condições de criação da região e pelo potencial de participação de um

mercado diferenciado de carnes.

C

Questão número 2 – Quais as características que o Sr (a) acredita possuir o gado Crioulo Lageano que o diferencia das demais raças criadas na região?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C- 1.2 – (abccl) - a diferenciação primeira é a rusticidade do animal, que já ta ambientando aqui a mais de trezentos anos na região. C- 1.2 – (abccl) -a pelagem altamente pigmentada e que chama bastante atenção, e as aspas, a conformação dele geral. C- 2.2 – (abccl) – Características são bem próprias né , tanto as características produtivas como fenotípicas C- 2.2 – (abccl) – gado que tem uma pelagem bem diversificada , mas há um padrão dentro da variação de pelos. C- 2.2 – (abccl) – principalmente o africano, tanto o preto como o vermelho o , e jaguané , são pelagens próprias do Crioulo Lageano, não existem em outras raças né, e as características de aspa, com longos chifres e com desenho próprio. C- 2.2 – (abccl) – e ai também na parte da rusticidade e da produtividade, nós temos ai um gado muito adaptado ao meio ambiente, pouco exigente, mas nem por isso deixa de produzir, produz com qualidade, produz, se multiplica rápido né, não exige cuidados especiais, vacas parem muito bem sem problemas sem intervenção C- 2.2 – (abccl) – a longevidade chama atenção

C- 1.2 – (abccl) - A rusticidade do animal, e as características fenotipicas como pelagem

altamente pigmentada e chifres, a conformação em geral que chama bastante a

atenção. A

C- 2.2 – (abccl) – Características fenotipicas e produtivas bem próprias, como a grande variedade de pelagens, e a rusticidade. Não

necessita de grandes modificações ambientais para produzir, é extremamente

adaptado ao meio. Muito resistente a doenças e parasitas, diferentemente das

outras raças. A

C- 3.2 - (abccl) – Raça extremamente rústica. A

C- 4.2 – (abccl)- Couro espesso, e acumulo do gordura nos ossos, o que auxilia na sua

manutenção durante o inverno. Extremamente rústico, não necessita de

suplementação. A

88

também C- 2.2 – (abccl) – vacas aqui de mais de vinte anos criando, repetindo cria a cada doze meses, treze meses, quinze, no máximo dezoito meses tão repetindo cria em condições naturais né, sem suporte, sem suplementação nutricional praticamente, C- 2.2 – (abccl) – é o sal mineral e uma pastagenzinha de inverno mas é só pra ajuda, então é campo nativo aqui, é mato, e eles sabem o que comer, escolhem a dieta e assim vão se procriando, então isso me chama a atenção

C- 2.2 – (abccl)- raças dependendo da raça, tinha problema né, morria boi, boi que não era resistente a parasitas também, e o Crioulo Lageano a gente nota a diferença nesse aspecto principalmente. C- 3.2 - (abccl) – A principal é a rusticidade C- 4.2 – (abccl)- Em parte é pela espessura do couro no pescoço principalmente que daí não resfria o sangue, e ele sente menos frio no inverno, é uma das razões da rusticidade dele. E no verão ele acumula muita gordura nos ossos né, daí no inverno ele tem aquela reserva pra se protege, na entressafra de pasto né. C- 4.2 – (abccl)- ele não depende de pastagem e nem de ração, ele com o campo nativo se mantém C- 5.2 – (abccl) – o que mais diferencia a Crioula Lageana, é a adaptação ao meio, é uma raça que se caracteriza pela história em um ambiente agreste do Planalto Catarinense. C- 5.2 – (abccl) – esse gado consegue sobreviver no inverno, inclusive com vacas parindo no período mais frio do ano e levando a sua cria até a desmama C- 5.2 – (abccl) – do ponto de vista mercadológico e de melhoramento animal, o gado Crioulo Lageano ele se mostra diferente geneticamente das outras raças, mesmo das raças européias, e essa diferença pode contribuir significativamente ou consideravelmente, em programas de seleção e de melhoramento animal. C- 5.2 – (abccl) – a beleza que este animal expressa, num ambiente onde ele foi selecionado naturalmente

C- 5.2 – (abccl) – Raça extremamente adaptada ao meio ambiente da região. Grande potencial mercadológico e no

melhoramento animal. Além de apresentar grande beleza.

B

89

Questão número 3 – Como criador, que dificuldades o Sr (a) encontra na criação do gado Crioulo Lageano?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C- 1.3 - (abccl)- é a disponibilidade de material genético de boa estirpe pra que você possa comprar. C- 1.3 - (abccl)- existe uma disponibilidade razoável de machos, mas no caso das fêmeas você não tem material disponível bom para a aquisição. C- 1.3 - (abccl)- a maioria dos criadores que se inicia é, acaba buscando um touro de boa qualidade e acaba colocando no rebanho geral ou num rebanho mestiçado, ou num rebanho cruzado pra que possa, duas, três, quatro gerações depois te um material de boa qualidade. C- 1.3 - (abccl)- o tamanho do rebanho e a disponibilidade de matrizes. C- 3.3 – (abccl) – são poucos criadores, dificuldade em adquirir reprodutores né pra fazer o cruzamento, isso é difícil de trabalhar com esse gado, principalmente machos. C- 5.3 – (abccl) – A dificuldade hoje na criação do gado Crioulo Lageano, é a seleção de famílias distintas, hoje nós temos um rebanho fechado, pequeno, e nós precisamos trabalhar fortemente na caracaterização genética deste material C- 5.3 – (abccl) – a partir daí então direcionar um trabalho de formação de famílias distintas, nos parece que o programa de melhoramento genético da associação e o regulamento do registro genealógico, vai abrir um espaço muito bom pra que se incorpore esses genes naqueles animais sem raça definida e que tem características da raça mas que não estão dentro dos rebanhos de fundação da associação. C- 5.3 – (abccl) – daqui três, cinco, seis, sete gerações, nós tenhamos uma variabilidade genética considerável. C- 5.3 – (abccl) – Então outro aspecto que se tem dificuldade é, diz respeito a manutenção dos recursos genéticos, de germoplasma por exemplo. C- 5.3 – (abccl) – nós gostaríamos de instituir um banco de germoplasma aqui em Santa Catarina. C- 5.3 – (abccl) – hoje o maior problema e o risco que nós enfrentamos com a raça Crioula Lageana, é

C- 1.3 - (abccl)- Pouca disponibilidade de material genético de boa estirpe, em especial matrizes e o pequeno tamanho do rebanho.

A C- 3.3 – (abccl) – Existem poucos criadores,

e existe dificuldade em adquirir reprodutores, principalmente machos.

A

C- 5.3 – (abccl) – Dificuldade na seleção de

famílias distintas devido ao tamanho reduzido do rebanho, e manutenção dos

recursos genéticos.

A

90

com o aspecto sanitário, imagina um foco de febre aftosa, num dos rebanhos de fundação, esse rebanho terá que ser eliminado integralmente, e nós não temos Back-up, nós deveríamos ter Back-up deste material, então esta preocupação que nós precisamos desenvolver, nós deveríamos ter Back-up em diversos lugares. C- 5.3 – (abccl) – com o livro de registro oficial do Ministério da Agricultura nós vamos poder por touros nas centrais de inseminação e daí poderemos ter bons bancos de sêmen e de embriões e ovócitos e assim por diante. Hoje, os riscos que nós corremos são sérios, já que não pode vacinar, e se surgir um foco de febre aftosa é (stampping out= sacrifício sanitário), é liquidar o rebanho. C- 2.3 –(abccl) – não tenho dificuldades. C- 2.3 –(abccl) – não vejo dificuldade nenhuma, o que eu quero é que essa raça cresça em todos os aspectos né, no aspecto comercial também porque é através da lucratividade que a gente sobrevive e mantém essa raça viva, livre da extinção, da ameaça de extinção. C- 4.3 – (abccl)- A dificuldade é mínima porque o terneiro em geral nasce pequeno, não dá problema de parto né, e as vacas são boas mães né, protegem bem a cria, são boas leiteiras. C- 4.3 – (abccl)-de mercado não tenho dificuldade, quando é a vaca que se destaca na raça a gente deixa até parar de parir né, daí vai pro açougue né, descarte.

C- 2.3 –(abccl) – Nenhuma dificuldade.

B C- 4.3 – (abccl)- As dificuldades de criação e

de mercado são mínimas, ou nulas.

B

Questão número 4 – Como o Sr (a) vê o mercado atual em relação a raça Crioula Lageana? E como desenvolvê-lo?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C- 1.4 – (abccl)- o mercado de carne né, ele é bem receptivo, você consegue colocar facilmente o produto no mercado. Com relação a venda de terneiros pra engorda e tal também tem excelente receptividade. C- 1.4 – (abccl)- Com relação a animais matrizes e reprodutores, os reprodutores tem um mercado razoável é, eu acho que deve ser mais ou menos equivalente as outras raças. C- 1.4 – (abccl)- o mercado pro gado Crioulo, pelo menos por enquanto ele é muito bom.

C- 1.4 – (abccl)- Os mercados de carne,e de terneiros para engorda são bem receptivos.

O de reprodutores é razoável. Em geral o mercado pro gado Crioulo é bom.

A

C- 4.4 – (abccl) – Sempre existiu mercado,

principalmente pra reprodutor. Mas não existe um mercado especifico.

A

91

C- 4.4 – (abccl) – a gente tem sempre mercado pra vender. C- 4.4 – (abccl) – eu sempre vendi pra Goiás, Tocantins pra São Paulo né, pro Paraná vendi muito lote de novilha, vaca e reprodutor principalmente. C- 4.4 – (abccl) – não temos assim, um mercado especifico, mas seria praticamente um boi verde, que nós só temos o campo nativo e o sal branco, sem nada de agrotóxico. C- 2.4 – (abccl)- eu vejo pro futuro, pra médio e principalmente a longo prazo, um grande valor econômico pra essa raça né, e muita procura também por esse gado, não só pela rusticidade, pela produtividade, pelo baixo custo de produção, pela beleza natural dele, mas também porque é uma genética bastante antiga, uma genética exclusiva selecionada pela natureza e que com certeza vai contribuir muito pra formação de rebanhos de animais F1 pra abate, com carcaça de qualidade, com carne de qualidade, não só o rendimento de carcaça mas principalmente a qualidade dessa carne. C- 3.4 – (abccl) – É um mercado que eu acho que tem futuro. C- 3.4 – (abccl) – O principal mercado eu acho que é pra cruzamento né, melhorar certas raças né.

C- 2.4 – (abccl)- Futuramente grande valor econômico, devido aos seus atributos produtivos e rusticidade, que irão ser

melhoradores da qualidade da carne de rebanhos F1 para abate.

B

C- 3.4 – (abccl) – Mercado de futuro,

principalmente para o melhoramento de outras raças.

B

C- 5.4 – (abccl) – O mercado atual hoje, ele não tem mercado diferenciado, é isso que a gente tem que construir. C- 5.4 – (abccl) – nós achamos que pra que isso ocorra nós temos que tirar a indústria da carne, o frigorífico, tirar o frigorífico como comprador de bois, nós gostaríamos de chegar a ter o frigorífico como um prestador de serviço, e a carne ser direcionada pra nichos de mercado que valorizem produtos naturais e produtos diferenciados, que valorizem recursos genéticos, que valorizem o trabalho que a associação vem fazendo, que valorizem o trabalho que a ciência vem fazendo acima dos recursos genéticos a nível mundial. C- 5.4 – (abccl) – nós pensamos em desenvolver uma cadeia de carnes, especificamente da Crioula Lageana. C- 5.4 – (abccl) – nós só vamos ter uma valorização se a sociedade se conscientizar da importância desses recursos genéticos. Então o trabalho grande que a associação tem que fazer depois de ter a carne consolidada é um bom trabalho de mídia pra informar a sociedade como um todo da importância de se consumir uma carne diferenciada, não só pelo ambiente, pelo animal ou pela carne propriamente dita, pela qualidade da carne.

C- 5.4 – (abccl) – É necessário construir um mercado diferenciado de carne,

direcionando-a para pontos de excelência e agregar valor ao nosso produto. No momento estamos na vala comum.

C

92

C- 5.4 – (abccl) – o objetivo é dar um direcionamento a carne, pra pontos de excelência de carne, de consumo de carne C- 5.4 – (abccl) – No momento eu acho que nós estamos na vala comum como qualquer outro, mas vislumbramos este mercado diferenciado. Questão número 5 – Quais as ações o Sr (a) acredita que devam ser tomadas pela ABCCL para facilitar a inserção da raça no ramo do turismo rural?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS C- 1.5 (abccl)- Primeiro nós temos que resolver um problema interno que é a disponibilidade de material genético de boa qualidade pra que se possa coloca junto a área de turismo rural. C- 1.5 (abccl)- todos eles gostariam de ter exemplares, mas nós temos que ter uns exemplares muito bons pra colocar não adianta a gente coloca algo que não seja representativo da raça lá, mas o mercado de turismo rural regional ele é bem receptivo a utilizar a raça na, até pra divulgação e como ela está ligada a história da região. C- 1.5 (abccl)- O que a ABCCL precisa fazer é o que ela já está fazendo, talvez nós tenhamos que intensificar a produção de material genético a inseminação deste material genético pra que a gente tenha produto pra ser ofertado pra esse mercado.

C- 1.5 (abccl)- Existe grande receptividade dos empresários do turismo rural à raça. Mas é necessário desenvolver o material genético

existente, para oferecer animais característicos da raça aos hotéis fazenda.

A

C- 2.5 (abccl)-não depende só da ABCCL, mas depende também do interesse dos empresários né, da área turistica, é então o que nós podemos fazer é conscientizar as pessoas desse setor né, a respeito do valor histórico da raça e também do diferencial fenotípico desses animais. C- 2.5 (abccl)- nós teriamos que atingir esse público alvo aí , esse público mais restrito que é um turista mais interessado realmente nas coisas da natureza, nos animais especialmente na pecuária de corte. C- 4.5 – (abccl) – Isso aí depende mais dos proprietários dos hotéis de turismo. C- 4.5 – (abccl) – o turismo rural já tem que prestar serviço de cavalgadas e outras coisas mais, e daí eles tem o espaço deles muito restrito, então pra ter Crioula Lageana, eles teriam que racionar, aí começa a encarecer, e tem mais mão de obra

C- 2.5 (abccl)- Não depende apenas da ABCCL, mas também do interesse dos

empresários da área. Mas pra isso é necessário conscientiza-los do valor

histórico e fenotípico da raça. É necessário atingir um público interessado em pecuária

de corte.

B C- 4.5 – (abccl) – Depende dos proprietários

de hotéis fazenda. Já que com a Crioula Lageana, aumenta a mão de obra e pode

encarecer a atividade.

B

C- 3.5 – (abccl) – fazer parcerias com esse pessoal do turismo rural né. Através dos criadores da associação, os produtores que tem animais

C- 3.5 – (abccl) – Necessidade de se fazer parcerias, onde os produtores disponibilizem

animais para os hotéis.

93

disponíveis. C- 5.5 – (abccl) – a associação através dos seus associados, ela precisaria talvez incrementar um pouco mais a ação de disponibilizar animais para as fazendas de turismo rural. C- 5.5 – (abccl) – eu acho que esse tipo de trabalho, ainda a associação não desencadeou plenamente, tem algumas iniciativas mas ta esbarrando em alguns aspectos legais né, do ponto de vista de fiscalização profissional então tem empresas de turismo rural que tem interesse, mas nós não podemos colocar ainda animais lá, porque existe restrição ainda sobre a responsabilidade técnica dos animais dentro dos estabelecimentos. C- 5.5 – (abccl) – a associação talvez precise ser mais agressiva, mas ela não pode assumir compromisso desta ordem, sem a efetiva colaboração dos associados, porque a associação em si ela não tem animais C- 5.5 – (abccl) – Outro aspecto que talvez dificulte um pouco, é que como tem poucos animais, eu acho que talvez os produtores queiram segurar os animais na própria fazenda, o que talvez iniba um pouco. C- 5.5 – (abccl) – pra mandar uma vaca pra um hotel fazenda, o animal, tem que ser um exemplar muito bom, não pode mandar um exemplar de segunda ou terceira linha, tem que mandar animais de primeira linha, pra poder dar o destaque que merece né.

C

C- 5.5 – (abccl) – Necessidade dos produtores disponibilizarem animais aos hotéis e de primeira linha. Mas essa ação

esbarra em aspectos legais, de responsabilidade técnica. Talvez a ABCCL

precise ser mais agressiva, mas é necessário o engajamento dos associados.

C

DESENVOLVIMENTO DOS DISCURSOS DO SUJEITO COLETIVO.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS CRIADORES DA RAÇA CRIOULA LAGEANA.

IAD 2 Questão número 1- Quais os motivos que levaram o Sr (a) optar pela criação do gado Crioulo Lageano? Idéia Central A – Preservação do material genético e por fazer parte da história da região.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C-1.1 - (abccl) – Bom, os motivos é foram vários mas o principal é a preservação do material genético, como eu sou proprietário de uma fazenda histórica,

Bom os motivos foram vários mas o principal é a preservação do material genético, e como eu sou proprietário de uma fazenda histórica, naquele

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C-1.1 - (abccl) –. É sabendo mais sobre a história desses animais e a presença deles na região e também sobre os aspectos dele que é um animal exótico de pelagem bonita, que me chamou atenção na época C-1.1 - (abccl) –. A principal atração naquele momento foi o fato de que é um animal ligado a história de toda a região, a história do Brasil e a história das Américas, e também que ele é um material genético bom e que merece ser preservado

momento a principal atração foi o fato de que eles são animais ligados à história de toda a região, a história do Brasil e a história das Américas. E também porque são animais exóticos de pelagem bonita, além de serem um material genético bom e que merece ser preservado.

IAD 2 Idéia Central B - Pela tradição familiar, beleza e história associada à raça, rusticidade e adaptação as condições ambientais da região, que reduz o custo de produção, além da necessidade de preservação.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 2.1-(abccl) - Eu achava o gado bonito, gostava da história do gado. C- 2.1-(abccl) - daí aprendi muito mais sobre a rusticidade, a capacidade reprodutiva C- 2.1-(abccl) - então eu crio Crioulo Lageano pela beleza, pela história, pelo baixo custo de produção a relação custo beneficio que eu considero muito boa. C- 3.1- (abccl) – era uma raça que o meu pai já criava. C- 3.1- (abccl) – eu gosto da raça é uma raça bem adaptada aqui pra nós né, C- 4.1 - (abccl)- Esse é mais um trabalho de preservação das raças né, C- 4.1 - (abccl)- Comecei a perceber que as que vinham de fora, o primeiro ano elas passavam, no segundo ano dava um problema, uma tuberculose ou coisa parecida acabava desaparecendo. C- 4.1 - (abccl)- é uma raça que ta aclimatada aqui na região né, com o nosso clima e pastagem, C- 4.1 - (abccl)- é essa uma das razões que a gente preservou este plantel até hoje, é pra não extinguir e pela adaptação ao nosso clima e pastagem

Esse é um trabalho de preservação, meu pai já criava esta raça, eu achava o gado bonito, gostava da sua história. Daí, aprendi muito sobre a sua rusticidade e capacidade reprodutiva, é uma raça bem adaptado aqui ao nosso clima e pastagem. Eu percebia que as outras raças que vinham de fora no primeiro ano elas passavam, no segundo ano dava um problema como tuberculose ou coisa parecida elas acabavam desaparecendo. Então eu crio a Crioula Lageana pra não extinguir, pela beleza, pela história, e pela adaptação ao nosso clima e pastagem, e pelo baixo custo de produção e a relação custo beneficio que eu considero muito boa.

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IAD 2 Idéia Central C - Por ser um produto genuinamente nacional, por ser uma raça adaptada ás condições de criação da região e pelo potencial de participação de um mercado diferenciado de carnes.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 5.1- (abccl) – Bom, o motivo que me levou a criar a raça Crioula Lageana, foi o de ver nela o potencial de desenvolvimento de um produto genuinamente nacional, pela longa história que ela tem aqui, pela adaptação que ela tem C- 5.1- (abccl) – ela é uma das cinco ou seis raças naturalizadas que nós temos C- 5.1- (abccl) – tem um potencial enorme, principalmente pelos novos dispositivos de mercado né. Que são os mercados de produtos diferenciados, produtos certificados com denominação de origem C- 5.1- (abccl) – então isso aí, me faz apostar num trabalho de desenvolvimento de uma cadeia diferenciada de carnes principalmente.

Bom a Crioula Lageana é uma das cinco ou seis raças naturalizadas que nós temos, e o motivo que me levou a criá-la foi o de ver nela o potencial de desenvolvimento de um produto genuinamente nacional, pela longa história que ela tem aqui, pela adaptação que ela tem. Esse potencial se manifesta principalmente pelos novos dispositivos de mercado, que são os mercados de produtos diferenciados, produtos certificados com denominação de origem. Então isso aí, me faz apostar em um trabalho de desenvolvimento de uma cadeia diferenciada de carnes principalmente.

IAD 2 Questão número 2 – Quais as características que o Sr (a) acredita possuir o gado Crioulo Lageano que o diferencia das demais raças criadas na região? Idéia Central A – Características fenotipicas e produtivas bem próprias. Grande variedade de pelagens, extremamente rústica e resistente. Capacidade de acumular energia para períodos de escassez de alimento não necessitando de suplementação nos períodos críticos.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 1.2 – (abccl) - a diferenciação primeira é a As características da Crioula Lageana são bem

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rusticidade do animal, que já ta ambientando aqui a mais de trezentos anos na região. C- 1.2 – (abccl) -a pelagem altamente pigmentada e que chama bastante atenção, e as aspas, a conformação dele geral. C- 2.2 – (abccl) – Características são bem próprias né , tanto as características produtivas como fenotípicas C- 2.2 – (abccl) – gado que tem uma pelagem bem diversificada , mas há um padrão dentro da variação de pelos. C- 2.2 – (abccl) – principalmente o africano, tanto o preto como o vermelho o , e jaguané , são pelagens próprias do Crioulo Lageano, não existem em outras raças né, e as características de aspa, com longos chifres e com desenho próprio. C- 2.2 – (abccl) – e ai também na parte da rusticidade e da produtividade, nós temos ai um gado muito adaptado ao meio ambiente, pouco exigente, mas nem por isso deixa de produzir, produz com qualidade, produz, se multiplica rápido né, não exige cuidados especiais, vacas parem muito bem sem problemas sem intervenção C- 2.2 – (abccl) – a longevidade chama atenção também C- 2.2 – (abccl) – vacas aqui de mais de vinte anos criando, repetindo cria a cada doze meses, treze meses, quinze, no máximo dezoito meses tão repetindo cria em condições naturais né, sem suporte, sem suplementação nutricional praticamente, C- 2.2 – (abccl) – é o sal mineral e uma pastagenzinha de inverno mas é só pra ajuda, então é campo nativo aqui, é mato, e eles sabem o que comer, escolhem a dieta e assim vão se procriando, então isso me chama a atenção

C- 2.2 – (abccl)- raças dependendo da raça, tinha problema né, morria boi, boi que não era resistente a parasitas também, e o Crioulo Lageano a gente nota a diferença nesse aspecto principalmente. C- 3.2 - (abccl) – A principal é a rusticidade C- 4.2 – (abccl)- Em parte é pela espessura do couro no pescoço principalmente que daí não resfria o sangue, e ele sente menos frio no inverno, é uma das razões da rusticidade dele. E no verão ele acumula muita gordura nos ossos né, daí no inverno ele tem aquela reserva pra se protege, na entressafra de pasto né.

próprias né, tanto as produtivas como as fenotipicas. Mas a diferenciação primeira é a rusticidade do animal, que já ta ambientando aqui a mais de trezentos anos na região, que é pouco exigente, mas nem por isso deixa de produzir, produz com qualidade, produz, se multiplica rápido né, não exige cuidados especiais. As vacas são longevas e parem sem problemas,eu tenho vacas aqui de mais de vinte anos criando, repetindo cria a cada doze meses, treze meses, quinze, no máximo dezoito meses tão repetindo cria em condições naturais, sem suporte, sem suplementação nutricional praticamente é o sal mineral e uma pastagenzinha de inverno mas é só pra ajuda, então é campo nativo aqui, é mato, e eles sabem o que comer, escolhem a dieta e assim vão se procriando.Essa capacidade de se manter em parte é pela espessura do couro no pescoço e que daí não resfria o sangue, e ele sente menos frio no inverno, é uma das razões da rusticidade dele. E no verão ele acumula muita gordura nos ossos né, daí no inverno ele tem aquela reserva pra se protege, na entressafra de pasto né. Já com as outras raças dependendo da raça, tinha problema né, morria boi, boi que não era resistente a parasitas também, e o Crioulo Lageano a gente nota a diferença nesse aspecto principalmente. Além disso é um gado que tem uma pelagem bem diversificada , mas há um padrão dentro desta variação de pêlos. Mas estas pelagens, principalmente o africano, tanto o preto como o vermelho e o jaguané são próprias do Crioulo Lageano, não existem em outras raças né, e as características de aspa, com longos chifres e com desenho próprio. Então a conformação geral dele e a rusticidade chamam bastante atenção e os diferencia das demais raças.

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C- 4.2 – (abccl)- ele não depende de pastagem e nem de ração, ele com o campo nativo se mantém

IAD 2 Idéia Central B - Raça extremamente adaptada ao meio ambiente da região. Grande potencial mercadológico e no melhoramento animal. Além de apresentar grande beleza.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 5.2 – (abccl) – o que mais diferencia a Crioula Lageana, é a adaptação ao meio, é uma raça que se caracteriza pela história em um ambiente agreste do Planalto Catarinense. C- 5.2 – (abccl) – esse gado consegue sobreviver no inverno, inclusive com vacas parindo no período mais frio do ano e levando a sua cria até a desmama C- 5.2 – (abccl) – do ponto de vista mercadológico e de melhoramento animal, o gado Crioulo Lageano ele se mostra diferente geneticamente das outras raças, mesmo das raças européias, e essa diferença pode contribuir significativamente ou consideravelmente, em programas de seleção e de melhoramento animal. C- 5.2 – (abccl) – a beleza que este animal expressa, num ambiente onde ele foi selecionado naturalmente

O que mais diferencia a Crioula Lageana, é a adaptação ao meio, é uma raça que se caracteriza pela história em um ambiente agreste do Planalto Catarinense. Esse gado consegue sobreviver no inverno, inclusive com vacas parindo no período mais frio do ano e levando a sua cria até a desmama. Já do ponto de vista mercadológico e de melhoramento animal, o gado Crioulo Lageano ele se mostra diferente geneticamente das outras raças, mesmo das raças européias, e essa diferença pode contribuir significativamente ou consideravelmente, em programas de seleção e de melhoramento animal. E é claro que não podemos esquecer da beleza que este animal expressa, num ambiente onde ele foi selecionado naturalmente.

IAD 2 Questão número 3 - Como criador, que dificuldades o Sr (a) encontra na criação do gado Crioulo Lageano? Idéia Central A – Pouca disponibilidade de material genético de boa estirpe, tanto de machos como de fêmeas. Reduzido número de criadores e rebanho pequeno o que dificulta a seleção de famílias distintas, além de dificuldade na manutenção dos recursos genéticos.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 1.3 - (abccl)- é a disponibilidade de material genético de boa estirpe pra que você possa comprar.

Existem diversas dificuldades entre elas a disponibilidade de material genético de boa estirpe pra você comprar, já que o tamanho do

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C- 1.3 - (abccl)- existe uma disponibilidade razoável de machos, mas no caso das fêmeas você não tem material disponível bom para a aquisição. C- 1.3 - (abccl)- a maioria dos criadores que se inicia é, acaba buscando um touro de boa qualidade e acaba colocando no rebanho geral ou num rebanho mestiçado, ou num rebanho cruzado pra que possa, duas, três, quatro gerações depois te um material de boa qualidade. C- 1.3 - (abccl)- o tamanho do rebanho e a disponibilidade de matrizes. C- 3.3 – (abccl) – são poucos criadores, dificuldade em adquirir reprodutores né pra fazer o cruzamento, isso é difícil de trabalhar com esse gado, principalmente machos. C- 5.3 – (abccl) – A dificuldade hoje na criação do gado Crioulo Lageano, é a seleção de famílias distintas, hoje nós temos um rebanho fechado, pequeno, e nós precisamos trabalhar fortemente na caracterização genética deste material C- 5.3 – (abccl) – a partir daí então direcionar um trabalho de formação de famílias distintas, nos parece que o programa de melhoramento genético da associação e o regulamento do registro genealógico, vai abrir um espaço muito bom pra que se incorpore esses genes naqueles animais sem raça definida e que tem características da raça mas que não estão dentro dos rebanhos de fundação da associação. C- 5.3 – (abccl) – daqui três, cinco, seis, sete gerações, nós tenhamos uma variabilidade genética considerável. C- 5.3 – (abccl) – Então outro aspecto que se tem dificuldade é, diz respeito a manutenção dos recursos genéticos, de germoplasma por exemplo. C- 5.3 – (abccl) – nós gostaríamos de instituir um banco de germoplasma aqui em Santa Catarina. C- 5.3 – (abccl) – hoje o maior problema e o risco que nós enfrentamos com a raça Crioula Lageana, é com o aspecto sanitário, imagina um foco de febre aftosa, num dos rebanhos de fundação, esse rebanho terá que ser eliminado integralmente, e nós não temos Back-up, nós deveríamos ter Back-up deste material, então esta preocupação que nós precisamos desenvolver, nós deveríamos ter Back-up em diversos lugares. C- 5.3 – (abccl) – com o livro de registro oficial do Ministério da Agricultura nós vamos poder por touros nas centrais de inseminação e daí poderemos ter bons bancos de sêmen e de embriões e ovócitos e

rebanho é pequeno e não há disponibilidade de matrizes e reprodutores. A maioria dos criadores que se inicia é, acaba buscando um touro de boa qualidade e acaba colocando no rebanho geral ou num rebanho mestiçado, ou num rebanho cruzado pra que possa, duas, três, quatro gerações depois ter um material de boa qualidade. Também se tem dificuldade na seleção de famílias distintas, já hoje nós temos um rebanho fechado, pequeno, e por isso nós precisamos trabalhar fortemente na caracterização genética deste material a partir daí então direcionar um trabalho de formação de famílias distintas. Nos parece que o programa de melhoramento genético da associação e o regulamento do registro genealógico, vai abrir um espaço muito bom pra que se incorpore esses genes naqueles animais sem raça definida e que tem características da raça mas que não estão dentro dos rebanhos de fundação da associação.E daqui três, cinco, seis, sete gerações, nós tenhamos uma variabilidade genética considerável. Outro aspecto que se tem dificuldade, diz respeito a manutenção dos recursos genéticos, de germoplasma por exemplo, nós gostaríamos de instituir um banco de germoplasma aqui em Santa Catarina. Com o livro de registro oficial do Ministério da Agricultura nós vamos poder por touros nas centrais de inseminação e daí poderemos ter bons bancos de sêmen e de embriões e ovócitos e assim por diante.Mas mesmo com todas essas dificuldades, hoje o maior problema e o risco que nós enfrentamos com a raça Crioula Lageana, é com o aspecto sanitário, imagina um foco de febre aftosa, num dos rebanhos de fundação, esse rebanho terá que ser eliminado integralmente, e nós não temos Back-up, nós deveríamos ter Back-up deste material, então esta preocupação que nós precisamos desenvolver, nós deveríamos ter Back-up em diversos lugares. Hoje, os riscos que nós corremos são sérios, já que não pode vacinar, e se surgir um foco de febre aftosa é (stampping out= sacrifício sanitário), é liquidar o rebanho.

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assim por diante. Hoje, os riscos que nós corremos são sérios, já que não pode vacinar, e se surgir um foco de febre aftosa é (stampping out= sacrifício sanitário), é liquidar o rebanho.

IAD 2 Idéia Central B - As dificuldades de criação e de mercado são mínimas, ou nulas.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 2.3 –(abccl) – não tenho dificuldades. C- 2.3 –(abccl) – não vejo dificuldade nenhuma, o que eu quero é que essa raça cresça em todos os aspectos né, no aspecto comercial também porque é através da lucratividade que a gente sobrevive e mantém essa raça viva, livre da extinção, da ameaça de extinção. C- 4.3 – (abccl)- A dificuldade é mínima porque o terneiro em geral nasce pequeno, não dá problema de parto né, e as vacas são boas mães né, protegem bem a cria, são boas leiteiras. C- 4.3 – (abccl)-de mercado não tenho dificuldade, quando é a vaca que se destaca na raça a gente deixa até parar de parir né, daí vai pro açougue né, descarte.

A dificuldade é mínima porque o terneiro em geral nasce pequeno, não dá problema de parto né, e as vacas são boas mães né, protegem bem a cria, são boas leiteiras.No que diz respeito a mercado não tenho dificuldade, quando é a vaca que se destaca na raça a gente deixa até parar de parir né, daí vai pro açougue né, descarte. O que eu quero é que essa raça cresça em todos os aspectos né, no aspecto comercial também porque é através da lucratividade que a gente sobrevive e mantém essa raça viva, livre da ameaça de extinção.

IAD 2 Questão número 4 – Como o Sr (a) vê o mercado atual em relação a raça Crioula Lageana? E como desenvolvê-lo? Idéia Central A – Sempre existiu mercado principalmente para reprodutor. Em geral o mercado é bom, mas não existe um mercado especifico.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 1.4 – (abccl)- o mercado de carne né, ele é bem receptivo, você consegue colocar facilmente o produto no mercado. Com relação a venda de terneiros pra engorda e tal também tem excelente

O mercado de carne, ele é bem receptivo, você consegue colocar facilmente o produto no mercado. Com relação a venda de terneiros pra engorda e tal também tem excelente

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receptividade. C- 1.4 – (abccl)- Com relação a animais matrizes e reprodutores, os reprodutores tem um mercado razoável é, eu acho que deve ser mais ou menos equivalente as outras raças. C- 1.4 – (abccl)- o mercado pro gado Crioulo, pelo menos por enquanto ele é muito bom. C- 4.4 – (abccl) – a gente tem sempre mercado pra vender. C- 4.4 – (abccl) – eu sempre vendi pra Goiás, Tocantins pra São Paulo né, pro Paraná vendi muito lote de novilha, vaca e reprodutor principalmente. C- 4.4 – (abccl) – não temos assim, um mercado especifico, mas seria praticamente um boi verde, que nós só temos o campo nativo e o sal branco, sem nada de agrotóxico.

receptividade.Já para matrizes e reprodutores se tem um mercado razoável é, eu acho que deve ser mais ou menos equivalente as outras raças. Eu sempre vendi pra Goiás, Tocantins pra São Paulo né, pro Paraná vendi muito lote de novilha, vaca e reprodutor principalmente. Nós não temos assim, um mercado especifico, mas seria praticamente um boi verde, porque nós só temos o campo nativo e o sal branco, sem nada de agrotóxico. Em geral o mercado pro gado Crioulo, pelo menos por enquanto ele é muito bom. A gente tem sempre mercado pra vender.

IAD 2 Idéia Central B – Mercado de futuro, principalmente para o melhoramento de outras raças, devido seus atributos produtivos e sua rusticidade. E para produção de rebanhos F1 para abate.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 2.4 – (abccl)- eu vejo pro futuro, pra médio e principalmente a longo prazo, um grande valor econômico pra essa raça né, e muita procura também por esse gado, não só pela rusticidade, pela produtividade, pelo baixo custo de produção, pela beleza natural dele, mas também porque é uma genética bastante antiga, uma genética exclusiva selecionada pela natureza e que com certeza vai contribuir muito pra formação de rebanhos de animais F1 pra abate, com carcaça de qualidade, com carne de qualidade, não só o rendimento de carcaça mas principalmente a qualidade dessa carne. C- 3.4 – (abccl) – É um mercado que eu acho que tem futuro. C- 3.4 – (abccl) – O principal mercado eu acho que é pra cruzamento né, melhorar certas raças né.

O principal mercado eu acho que é pra cruzamentos né, pra melhorar certas raças. Eu vejo pro futuro, pra médio e principalmente a longo prazo, um grande valor econômico pra essa raça né, e muita procura também por esse gado, não só pela rusticidade, pela produtividade, pelo baixo custo de produção, pela beleza natural dele, mas também porque é uma genética bastante antiga, uma genética exclusiva selecionada pela natureza e que com certeza vai contribuir muito pra formação de rebanhos de animais F1 pra abate, com carcaça de qualidade, com carne de qualidade, não só o rendimento de carcaça mas principalmente a qualidade dessa carne. É um mercado que eu acho que tem futuro.

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IAD 2 Idéia Central C - É necessário construir um mercado diferenciado de carnes, direcionando-a para pontos de excelência e agregar valor ao nosso produto. No momento estamos na vala comum.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 5.4 – (abccl) – O mercado atual hoje, ele não tem mercado diferenciado, é isso que a gente tem que construir. C- 5.4 – (abccl) – nós achamos que pra que isso ocorra nós temos que tirar a indústria da carne, o frigorífico, tirar o frigorífico como comprador de bois, nós gostaríamos de chegar a ter o frigorífico como um prestador de serviço, e a carne ser direcionada pra nichos de mercado que valorizem produtos naturais e produtos diferenciados, que valorizem recursos genéticos, que valorizem o trabalho que a associação vem fazendo, que valorizem o trabalho que a ciência vem fazendo acima dos recursos genéticos a nível mundial. C- 5.4 – (abccl) – nós pensamos em desenvolver uma cadeia de carnes, especificamente da Crioula Lageana. C- 5.4 – (abccl) – nós só vamos ter uma valorização se a sociedade se conscientizar da importância desses recursos genéticos. Então o trabalho grande que a associação tem que fazer depois de ter a carne consolidada é um bom trabalho de mídia pra informar a sociedade como um todo da importância de se consumir uma carne diferenciada, não só pelo ambiente, pelo animal ou pela carne propriamente dita, pela qualidade da carne. C- 5.4 – (abccl) – o objetivo é dar um direcionamento a carne, pra pontos de excelência de carne, de consumo de carne C- 5.4 – (abccl) – No momento eu acho que nós estamos na vala comum como qualquer outro, mas vislumbramos este mercado diferenciado.

O mercado atual hoje, ele não tem mercado diferenciado, é isso que a gente tem que construir, nós pensamos em desenvolver uma cadeia de carnes, especificamente da Crioula Lageana. O objetivo é dar um direcionamento à carne, para pontos de excelência de carne, de consumo de carne. Achamos que para que isso ocorra nós temos que tirar a indústria da carne, o frigorífico, tirar o frigorífico como comprador de bois, nós gostaríamos de chegar a ter o frigorífico como um prestador de serviço, e a carne ser direcionada pra nichos de mercado que valorizem produtos naturais e produtos diferenciados, que valorizem recursos genéticos, que valorizem o trabalho que a associação vem fazendo, que valorizem o trabalho que a ciência vem fazendo acima dos recursos genéticos a nível mundial. Nós só vamos ter uma valorização se a sociedade se conscientizar da importância desses recursos genéticos. Então o trabalho grande que a associação tem que fazer depois de ter a carne consolidada é um bom trabalho de mídia pra informar a sociedade como um todo da importância de se consumir uma carne diferenciada, não só pelo ambiente, pelo animal ou pela carne propriamente dita, pela qualidade da carne. No momento eu acho que nós estamos na vala comum como qualquer outro, mas vislumbramos este mercado diferenciado.

IAD 2 Questão número 5 – Quais as ações o Sr (a) acredita que devam ser tomadas pela ABCCL para facilitar a inserção da raça no ramo do turismo rural?

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Idéia Central A - Existe grande receptividade dos empresários do turismo rural à raça. Mas é necessário desenvolver o material genético existente, para oferecer animais característicos da raça aos hotéis fazenda.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 1.5 (abccl)- Primeiro nós temos que resolver um problema interno que é a disponibilidade de material genético de boa qualidade pra que se possa colocar junto a área de turismo rural. C- 1.5 (abccl)- todos eles gostariam de ter exemplares, mas nós temos que ter uns exemplares muito bons pra colocar não adianta a gente colocar algo que não seja representativo da raça lá, mas o mercado de turismo rural regional ele é bem receptivo a utilizar a raça, até pra divulgação e como ela está ligada a história da região. C- 1.5 (abccl)- O que a ABCCL precisa fazer é o que ela já está fazendo, talvez nós tenhamos que intensificar a produção de material genético a inseminação deste material genético pra que a gente tenha produto pra ser ofertado pra esse mercado.

Primeiro nós temos que resolver um problema interno que é a disponibilidade de material genético de boa qualidade pra que se possa colocar junto à área de turismo rural. De maneira geral todos os empresários gostariam de ter exemplares, mas nós temos que ter uns exemplares muito bons pra colocar, não adianta a gente colocar algo que não seja representativo da raça lá, mas o mercado de turismo rural regional ele é bem receptivo a utilizar a raça, até pra divulgação já que ela está ligada à história da região. O que a ABCCL precisa fazer é o que ela já está fazendo, talvez nós tenhamos que intensificar a produção de material genético a inseminação deste material genético pra que a gente tenha produto pra ser ofertado pra esse mercado.

IAD 2 Idéia Central B – Não depende apenas da ABCCL, mas também do interesse dos proprietários de hotéis fazenda. Por isso, é necessário conscientizá-los sobre o valor histórico da raça, já que com a Crioula Lageana aumenta a mão de obra. Deve-se atingir um público interessado em pecuária de corte.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 2.5 (abccl)-não depende só da ABCCL, mas depende também do interesse dos empresários né, da área turistica, é então o que nós podemos fazer é conscientizar as pessoas desse setor né, a respeito do valor histórico da raça e também do diferencial fenotípico desses animais. C- 2.5 (abccl)- nós teriamos que atingir esse público alvo aí , esse público mais restrito que é um turista mais interessado realmente nas coisas da natureza, nos animais especialmente na pecuária de corte. C- 4.5 – (abccl) – Isso aí depende mais dos proprietários dos hotéis de turismo.

Isso aí depende mais dos proprietários dos hotéis de turismo. Não depende só da ABCCL, e sim dos empresários da área turística. O turismo rural já tem que prestar serviço de cavalgadas e outras coisas mais, e daí eles tem o espaço deles muito restrito, então pra ter Crioula Lageana, eles teriam que racionar, aí começa a encarecer, e tem mais mão de obra. Então o que nós podemos fazer é conscientizar as pessoas desse setor né, a respeito do valor histórico da raça e também do diferencial fenotípico desses animais. Nós teriamos que atingir um público alvo, esse público mais restrito que é um turista mais interessado realmente nas coisas da natureza, nos animais

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C- 4.5 – (abccl) – o turismo rural já tem que prestar serviço de cavalgadas e outras coisas mais, e daí eles tem o espaço deles muito restrito, então pra ter Crioula Lageana, eles teriam que racionar, aí começa a encarecer, e tem mais mão de obra

e especialmente na pecuária de corte.

IAD 2 Idéia Central C – Necessidade de se implementar parcerias, onde os criadores disponibilizem animais de primeira linha aos hotéis. Mas a ação esbarra em impedimentos legais. Talvez a ABCCL precise ser mais agressiva mas é necessário o engajamento dos associados.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC C- 3.5 – (abccl) – fazer parcerias com esse pessoal do turismo rural né. Através dos criadores da associação, os produtores que tem animais disponíveis. C- 5.5 – (abccl) – a associação através dos seus associados, ela precisaria talvez incrementar um pouco mais a ação de disponibilizar animais para as fazendas de turismo rural. C- 5.5 – (abccl) – eu acho que esse tipo de trabalho, ainda a associação não desencadeou plenamente, tem algumas iniciativas mas ta esbarrando em alguns aspectos legais né, do ponto de vista de fiscalização profissional então tem empresas de turismo rural que tem interesse, mas nós não podemos colocar ainda animais lá, porque existe restrição ainda sobre a responsabilidade técnica dos animais dentro dos estabelecimentos. C- 5.5 – (abccl) – a associação talvez precise ser mais agressiva, mas ela não pode assumir compromisso desta ordem, sem a efetiva colaboração dos associados, porque a associação em si ela não tem animais C- 5.5 – (abccl) – Outro aspecto que talvez dificulte um pouco, é que como tem poucos animais, eu acho que talvez os produtores queiram segurar os animais na própria fazenda, o que talvez iniba um pouco. C- 5.5 – (abccl) – pra mandar uma vaca pra um hotel fazenda, o animal, tem que ser um exemplar muito bom, não pode mandar um exemplar de segunda ou terceira linha, tem que mandar animais de primeira linha, pra poder dar o destaque que merece né.

A associação através dos seus associados, deveria implementar parcerias com esse pessoal do turismo rural né, através dos criadores da associação, os produtores que tem animais disponíveis. Ela precisaria talvez incrementar um pouco mais a ação de disponibilizar animais para as fazendas de turismo rural. Eu acho que esse tipo de trabalho, a associação ainda não desencadeou plenamente, tem algumas iniciativas mas ta esbarrando em alguns aspectos legais né, do ponto de vista de fiscalização profissional então tem empresas de turismo rural que tem interesse, mas nós não podemos colocar ainda animais lá, porque existe restrição ainda sobre a responsabilidade técnica dos animais dentro dos estabelecimentos.Outro ponto importante é que pra mandar uma vaca para um hotel fazenda, o animal tem que ser um exemplar muito bom, não pode mandar um exemplar de segunda ou terceira linha, tem que mandar animais de primeira linha, pra pode dar o destaque que merece né. Outro aspecto que talvez dificulte um pouco, é que como tem poucos animais, eu acho que talvez os produtores queiram segurar os animais na própria fazenda, o que talvez iniba um pouco. Talvez a associação precise ser mais agressiva, mas ela não pode assumir compromisso desta ordem, sem a efetiva colaboração dos associados, porque a associação em si ela não tem animais.

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QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PECUARISTAS, NÃO CRIADORES DA RAÇA CRIOULA LAGEANA. Questão número 1- O que o Sr (a) conhece sobre a raça Crioula Lageana?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC-1.1 - (pecuaristas) – Bem, a muitos anos a gente

já tem conhecimento sobre a raça Crioula Lageana, porque meu avô antigamente ele usava alguns touros dessa raça para cruzamentos entendeu, porque na época era o que tinha, antes das importações que vieram da Europa, no começo que vieram as raças inglesas, inclusive meu avô começou com a raça Shorthon, e o meu pai também deu seqüencial, e mais pra frente meu pai importou da Alemanha o gado Simental, mas o Crioulo eu tive conhecimento quando ainda era jovem né, eu achava uma raça interessante, uma raça muito rústica, uma raça que se adapta muito bem as nossas condições aqui da Serra, uma raça que enfrenta muito bem as adversidades do inverno, eu acredito que se fizerem um trabalho de melhoramento genético, tentando fixa nos descendentes essas características mais produtivas, que o que falta pra mim nela é mais produtividade em termos de maior quantidade de carne, é um animal com uma carcaça um pouco débil, mas leva muita vantagem sobre as demais raças taurinas devido a sua rusticidade, e a sua capacidade de adaptação ao nosso clima, as intempéries, pastagens de baixa qualidade, e eu conheci e vejo ele como alternativa bem viável, usando ele com as raças que de repente sejam as raças mais produtivas, que ele venha completa com a rusticidade, com essa capacidade de adaptação superior as outras raças que tem aqui na região, e que a gente explora aqui na região.

Utilizava-se muito antigamente, antes das importações de raças Européias. Raça rústica e muito adaptada as condições ambientais da região, e por isso leva

vantagem em relação as outras raças nesse sentido.

A

NC-1.2 - (pecuaristas) - Bom, sobre a raça Crioula Lageana a gente sabe seu histórico já de bastante tempo, porque na formação dos rebanhos aqui da nossa região serrana, havia antigamente um número bastante expressivo destes animais, e houve um momento, em que houve uma redução. Mas hoje graças a um grupo de criadores, hoje essa raça se mantém viva e com força né, preservando esse patrimônio genético aí na região.

Participou da formação dos primeiros rebanhos da região. Patrimônio genético.

A

NC- 1.3 - (pecuaristas) – A raça Crioula Lageana, é a Raça autóctone da região, formada pela

105

raça autóctone da região né. Ela remonta a origem da nossa civilização na nossa terra né. Porque quando os primeiros Bandeirantes subiram a Serra como desbravadores procurando um novo caminho para São Paulo, já encontraram inseridos na ecologia da região, o gado bovino e eqüino chamado gado chucro. Lógico que depois esse gado foi sendo utilizado pelas fazendas que se formaram ao longo desses caminhos, e foram sendo pegos a laço e até a boleadeira e domesticados e assim formaram os primeiros rebanhos, isso lá pelo século XVIII, e posteriormente lá pelo século XIX, eram o gado nativo de uma seleção natural, e desenvolvido de uma forma empírica, os rebanhos que formavam as nossas fazendas e sofreram uma seleção empírica pela pelagem, pelo tamanho do chifre, e por outros atributos já que o valor comercial era muito pequeno, porque não havia mercado. Foi surgindo depois o mercado do couro, posteriormente o mercado do charque né, mas os animais ainda não tinham a seleção zootécnica propriamente dita. E assim perduram por mais de 150 anos, até que então, começaram a entrar raças Européias com maior produtividade para tornar nas condições mais atuais, animais mais produtivos, e o Crioulo não deixou de existir. E está até hoje na nossa região, como um patrimônio genético importante, e está sendo desenvolvido pela ABCCL, e que se espera aos poucos, ser melhorado em suas condições econômicas né, o que está sendo feito com grande conhecimento técnico, e portanto se espera bastante.

seleção natural, e que sofreu apenas seleção artificial empírica. Patrimônio genético.

A

NC- 1.4 - (pecuaristas) – Olha, eu conheço a muitos anos, talvez desde gurizinho, já se ouvia falar, e naquele tempo se chamava gado africano, porque era uma pelagem, tinha um tipo de pelagem que eles chamam de africano. E então desde guri eu conheço e vejo por ai por Lages. Eu não tenho um conhecimento sobre a raça, meu conhecimento é mais sobre as raças de corte como a Charôles. Hoje eu sei que existe bastante criadores, eu conheci por exemplo, muito meu amigo Toninho Camargo, e conheci muito o gado dele, acompanhei durante talvez vinte ou trinta anos.

Gado bovino conhecido a muitos anos na região.

A

NC- 1.5 - (pecuaristas) – Bom, eu tenho acompanhado a raça Crioula Lageana desde que alguns criadores como o seu Antoninho Camargo, que na verdade é um dos pioneiros da raça, e que em algumas ocasiões inclusive, foram encaminhados alguns trabalhos pelo nosso companheiro Alberto Deben Médico Veterinário, que depois foi pro CENARGEM em Brasília, e que fez uns trabalhos de

Raça que apresenta grande capacidade em cruzamentos, especialmente com o Nelore. Muito importante na pecuária baseada em campo nativo, pela excelente adaptação a

esse ambiente. B

106

acasalamento da Crioula Lageana com Nelore, onde se obtiveram resultados muito satisfatórios e que realmente para esse tipo de cruzamento apresentou resultados muito bons né, tanto em ganho de peso, e especialmente e principalmente quando se trata de exploração de campo nativo, pela adaptabilidade que esses animais tem ao nosso ambiente né, que é a grande virtude, e que na verdade eu acho que é um trabalho de persistência dos pioneiros e que hoje vem sendo valorizado. Inclusive por profissionais habilitados e gabaritados, que tem um interesse muito grande em preservar estes animais. Então a gente tem mais ou menos acompanhado neste sentido. E na verdade eu acho que este é um trabalho futuro que vai ter reflexos futuros muito significativos.

NC- 1.6 - (pecuaristas) – O Crioulo Lageano a gente conhece basicamente a seleção que é feita aqui na região né, a muito tempo, desde o tempo do seu Antoninho Camargo com quem eu tive mais contato e estudo com animais dele né, basicamente isso, e que alguns pecuaristas preservam estes animais. E que hoje eles estão fundando uma associação, e estão procurando alavanca um pouco mais a seleção da raça né.

Se conhece a seleção feita a muito tempo pelos pioneiros na criação da raça, e o

trabalho realizado atualmente pela associação.

C

Questão número 2- Quais as características o Sr (a) acredita serem importantes nestes animais?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC- 2.1 – (pecuaristas)- Bem, como eu já havia

falado, eu acho que principalmente, a característica que eu acho é a adaptabilidade né, a rusticidade, é um animal que agüenta bem as intempéries. Principalmente a qualidade que eu acho nela é adaptabilidade as nossas intempéries, a nossa região, principalmente no inverno, quando ocorre falta de pastagem essas coisa, e eu acredito que a rusticidade e adaptabilidade, eu acho como eu te falei que deveria existir nela um trabalho melhor em cima, que ela tivesse uma precocidade de terminação, não digo igual as raças inglesas mas perto das raças inglesas, e levando a grande qualidade dela que é a adaptabilidade e a rusticidade dessa raça, pra mim, no meu conceito eu acho isso aí, que ela, o que falta um pouco no Crioulo Lageano, vamos dizer assim é uma conformação de

Animal extremamente adaptado e rústico, podendo ser importante no cruzamento com raças mais produtivas. Mas falta precocidade

de terminação.

A

107

carcaça um pouco melhor, de conformação de musculatura, de quantidade de musculatura, de trem posterior, enfim, um animal que seja mais cheio de carne entendeu, um animal mais completo, mas eu acho que tem muitas qualidades que podem ser exploradas nos cruzamentos com outras raças que tenham essas características, que ela não tem e que elas possam transmitir aos seus descendentes.

NC- 2.2 – (pecuaristas)- Eu acho, que das características as mais importantes é a da rusticidade, e adaptação ao clima. É claro que junto a isto tem que se melhorar a produtividade também, mas uma característica muito expressiva é a adaptação ao clima frio e a região, que de certa forma não é muito promissora a criação de gado né, com campos nativos né, mas ela vem e tem se adaptado muito bem, então eu acho que esta é uma característica bastante importante.

Raça adaptada ao clima da região, e rústica. É necessário melhorar a produtividade.

A

NC- 2.3 – (pecuaristas) – Bem, de todas a mais importante inegavelmente é a sua adaptação as condições mesológicas. Eu comecei dizendo que ela foi encontrada aqui integrada a ecologia da região, portanto houve uma seleção natural onde prevaleceu o mais forte, é lógico. E esta característica é insuperável por qualquer uma outra das raças, portanto pela sua pureza genética, vamos dizer, que isso aconteceu de forma a se formar linhas puras né, esse valor intrínseco, a própria raça pode dar lugar futuro a condições excepcionais de formação de outros tipos, de outras raças, assim visando a adaptação ao meio, porque as vezes as raças chamadas nobres, elas resultam de uma mistura de sangue de diversas outras, que poderão, segundo eu entendo levar à uma degeneração da própria raça. Então a Crioula é um verdadeiro banco de sêmen, e acho que sendo melhorada ela tendo condições próprias adquiridas ao meio eu acho que ela poderá ser comercialmente também oferecer uma mercadoria ao comércio de carnes especiais, como temos em várias partes do mundo.

Raça extremamente adaptada a ecologia da região. E com grande potencial de mercado,

principalmente de carnes diferenciadas. B

NC- 2.4 – (pecuaristas) – Pois olha, eu acho que é a rusticidade. Sem dúvida é uma raça que se adapta a qualquer tipo de campo, nos piores campos ela se adapta. Então eu acho que ai o forte do Crioulo Lageano, é a rusticidade. Mas é uma raça que eu acho que hoje teria no caso do Crioulo que ser vendido a peso vivo, porque não é uma raça de muito rendimento, é o que me parece. Então eu acho que ela não deve ser vendida abatida, e

Sem dúvida a rusticidade e excelente adaptação a qualquer tipo de campo. Mas

com baixo rendimento.

A

108

sim vendida a peso vivo, já que é uma raça bastante pesada.

NC- 2.5 – (pecuaristas) – Bom, eu acho que uma das

caracteristicas que é muito importante é o aspecto de preservação de um animal que tem um histórico muito grande. Além de ser um animal que tem mostrado resultados positivos nos cruzamentos, embora não se possa dizer que se possa comparar esses resultados a raças que sofreram anos e anos de melhoramento mas é um animal que potencialmente tem este valor histórico, esse valor turístico, esse valor de conhecimento, de um animal que praticamente a seleção natural se encarregou de fazer todo este processo de seleção pela força do ambiente, e conseqüentemente isto é uma riqueza muito grande, que aos criadores principalmente de bovinos, isso não tem uma importância muito grande, porque há um imediatismo muito grande em colher resultados. Então esse animal, não vai ter um ganho de peso como um animal que sofreu seleção artificial ao longo dos anos, mas que em função desta melhoria, perdeu a característica original e se tornou um animal exigente. E a Crioula é um animal que exige pouco e pras condições de criação de uma grande parte dos criadores aqui da região e mesmo de outras regiões do estado e de outros estados é um animal que tem essa virtude de uma adaptabilidade muito grande. Então este seria um aspecto, o aspecto turístico de beleza do animal, o aspecto histórico, o aspecto de conhecimento, e da história da nossa bovinocultura e também o aspecto que eu acho que é extremamente importante é que hoje, nós não trabalhamos mais com aquela seleção individuo por individuo, mas hoje esta se trabalhando na parte do genoma, na parte genética, e esses genes que efetivamente comprovam uma adaptabilidade fantástica, uma condição de rusticidade né que, indiscutivelmente é o grande ponto que a raça apresenta, isso ai pode trazer uma contribuição para a exploração de animais com rusticidade alta, e associando a produtividade de outras raças né, sendo que dentro de um programa de engenharia genética, pode trazer uma contribuição fantástica, pelo fornecimento destes genes de importância na adaptabilidade dos animais.

Raça muito rústica, e com adaptação fantástica as condições da região, e que

apresenta resultados positivos nos cruzamentos com outras raças. Com grande

valor histórico e cultural. B

NC- 2.6 – (pecuaristas) – Eu acho que o que tem um pouco mais de importância é a rusticidade né. Porque eu acho que falta muito em termos de seleção e melhoramento para produção de carne, de produção de leite, de padronização

Raça rústica, mas muito pouco produtiva, e sem padrão racial.

A

109

racial também né. Então eu acho que a característica mais forte que tem é a rusticidade.

Questão número 3 – Quais os motivos que levariam o Sr (a) a criar os animais da raça Crioula Lageana?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC- 3.1 – (pecuaristas)- Bem, é uma raça que pra

gente, eu, na minha visão como pecuarista, filho de pecuarista e neto de pecuarista, eu não vejo nela uma raça exótica digamos assim, ela passa hoje na nossa região quase como um banco genético, que tem aqui e que a gente deve preservar, justamente pra usar algumas características desse banco genético em termos de melhoramento genético de outras raças, e eu, vejo nela que se fosse ser criador dela, justamente isso, ter em casa, ter na minha fazenda de repente animais da raça Crioula, para que no futuro próximo, ou quem sabe nesses melhoramentos que a gente sempre faz de cruzamentos industriais, de cruzamentos entre taurinos e zebuínos, usar dela as características que eu acho que são as principais, que eu já falei nas perguntas anteriores, mas é um animal que tem um valor, hoje tem até alguns amigos meus, que moram no estado de São Paulo, que tiveram aqui na região, e trouxeram outros criadores, justamente pra comprar estes animais, e levar, mas, mais era pra animais exóticos, animais diferentes, que lá no Brasil Central não existe Crioula Lageana, que nada mais é que praticamente o Long-Horn americano, que o que tem lá é o piquira, o pantaneiro, que são animais que também são do mesmo tronco do Crioulo Lageano, mas o Crioulo Lageano, eu acho que pela pelagem, pela conformação de aspa e de cabeça, é um animal exótico, porque tem o borrachudo, que tem a base da marrafa mais larga, a guampa né, que aqui no Sul eles usam muito pra fazer borrachão de pinga, e o aspa fina, que pra mim é o mais bonito, um animal de beleza exótica é o jaguané vermelho de aspa fina, ou o jaguané mouro de aspa fina, então eu usaria ele como animal exótico, e como um banco genético para um resgate de algumacaracteristica que eu precisar usar num futuro cruzamento, ou inserir em outra

Preservação deste material genético pra utilização no cruzamento com outras raças, e

por ser um animal de beleza exótica. A

110

raça alguma característica que eu venha a desejar. Então eu acredito que deve ser feito em cima dela um trabalho genético, um trabalho de melhoramento melhor que venha a introduzir nos descendentes futuros do Crioulo Lageano, não perdendo a característica, que a característica é um animal rústico e de grande adaptabilidade, agora, deve se colocar nesses animais uma característica de melhor conformação de carcaça, talvez um animal que tenha uma habilidade maternal um pouco melhor, você ta entendendo, é detalhes, mas eu criaria sim, criaria, apesar de que já crio várias raças de gado, eu crio Simental, SimBrasil, Hereford e Braford. Eu até pensei esses tempos atrás, e perguntei pro Edison o que que custava, quanto custaria uma fêmea, mas a intenção minha, era ter esse animal mais como um animal exótico, mas no fundo pensando, em adquirir dele, trazer dele, alguma coisa deste animal, alguma característica deste animal que pudesse ser usada no cruzamento com alguma raça taurina ou de repente com alguma raça zebuína, pra procurar, justamente, essas características de rusticidade e adaptabilidade.

NC- 3.2- (pecuaristas)- Eu acho que o motivo, não

propriamente animais de puro sangue, mas eu acho que no cruzamento, podendo estar inserindo genes de rusticidade e de adaptação a esse clima, seria bastante interessante, porque a maior parte dos rebanhos da região não é de animais puros e sim de animais cruzados, então nós poderíamos introduzir estas características no nosso rebanho pra aumentar a produtividade. Então, em termos de cruzamento industrial, ele poderia dar a sua contribuição.

Não animais de puro sangue, mas em cruzamentos industriais ela poderia dar sua

contribuição. A

NC- 3.3 – (pecuaristas) – Na minha situação, já pela idade que me encontro, 89 anos, já não teria mais essa condição de pensar na raça Crioula, como em qualquer uma outra. Agora, é de minha formação né, porque o meu pai ainda criava o gado Crioulo, e cuidava muito bem do seu rebanho, embora não tivesse os conhecimentos técnicos necessários é verdade, mas tinha um apanhado visual muito boa, eu me lembro do gado selecionado até por pelo, ele criava um gado barroso, era a predileção dele esta pelagem. Eu acredito que até por um certo saudosismo hoje eu viesse a ser criador, porque eram animais muito bonitos, em todas as características, animais de pelagem

Por saudosismo, e por serem animais de grande beleza.

B

111

bem lisa, pelo curto né, e de certa forma animais que eu me lembro, animais muito bonitos.

NC- 3.4 – (pecuaristas) – Olha, pra mim seria difícil,

porque a estrutura depois de você estar criando a muitos anos determinada raça, como é no meu caso a Charôles a mais de cinqüenta anos é dificil trocar. Mas eu acho que hoje o pessoal novo que está iniciando, porque hoje existe mais uma parte de tradição, e o Crioulo Lageano é muito tradicional, eu acho que desperta muita curiosidade, o pessoal todo diz, a eu quero conhecer o Crioulo Lageano. Talvez seja pela atração do chifre enorme, mas sei que é uma vaca muito boa produtora de leite, que cria o bezerro muito bem. Então sobre esse aspecto é interessante o Crioulo Lageano.

Pela tradição da raça e por serem animais muito atrativos. São excelentes mães e boa

produção de leite. B

NC- 3.5 – (pecuaristas) – Bom, eu acho o seguinte, eu na verdade, falei que as pessoas são imediatistas e eu também sou. Então na verdade o meu negócio de exploração, é um negócio que visa o mercado, atender as condições de mercado, no meu negócio quem manda é o mercado comprador. Porque na verdade, a gente tem os objetivos econômicos né, e a gente procura, eu tenho procurado fazer um melhoramento muito grande no aspecto nutricional, pra atender as exigências desta safra. Mas eu acho que para que eu criasse animais da raça Crioula Lageana, o principal aspecto seria de preservar essas virtudes que o animal tem, da sua genética para a adaptabilidade, e também por esse aspecto turístico. É claro que uma propriedade que tem uma exploração turística, que hoje é uma caracateristica muito desenvolvida na nossa região aqui, ter animais na propriedade para este tipo de visitação das pessoas mais urbanizadas, isso aí é na verdade um negócio fantástico né, é uma coisa que o animal tem de beleza, quer dizer ele tem aquela conformação corporal, aqueles enormes chifres. Então tudo isto aí são aspectos que do ponto de vista do turismo eu acho que é uma coisa que devia integrar essas fazendas, como um aspecto de atração para essas pessoas. E eu, se a minha fazenda tivesse numa rota turística, sem dúvida nenhuma eu teria animais da raça Crioula que é um patrimônio da região, e que estaria ali como atração para os visitantes observa-los né.

Preservação da genética Crioula, e pelo seu potencial turístico, devido sua beleza.

A

NC- 3.6 – (pecuaristas) – Eu crio outras raças, na qual eu vejo algumas qualidades né e talvez

Por mercado, questão comercial. Hoje não

112

qual eu vejo algumas qualidades né, e talvez por mercado, por questão comercial mesmo né, é uma raça daqui a pouco tenha um futuro comercial bom né, tenha comercialização boa, basicamente por isso. Hoje não criaria, porque eu acho que hoje falta ela ta, em termos de seleção ainda ela está muito atrasada, em termos de agregar alguma coisa a pecuária, eu acho que falta muito, falta muito em termos de seleção da própria raça. A raça hoje não tem padrão definido, um padrão de tipo, um padrão de pelagem né. Acho que falta muito em termos de precocidade, em termos de cobertura muscular né, padronização de carcaça. Então eu acho que hoje, ainda não é um momento de pegar uma raça dessa, e dizer que ela é uma raça melhoradora, pra fazer cruzamento ou qualquer coisa assim com outros animais né, então eu acho que falta muito. Talvez hoje no estágio que está, só se fosse em termos comerciais, se fosse uma raça que estivesse vendendo muito, muito, como seleção ainda não.

criaria, falta muito em termos de melhoramento.

C

Questão número 4 – Que tipo de características o Sr (a) busca quando seleciona um reprodutor?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC- 4.1 – (pecuaristas)- Bom, eu sou agrônomo,

pratiquei um pouco a agronomia, e logo depois eu declinei para a área zootécnica, eu sou um agrônomo zootécnico digamos assim, eu faço parte do corpo de jurados da raça Simental, atualmente também faço parte do corpo de jurados da raça Aberdeen Angus, sou técnico de registro da associação Brasileira da raça Simental e SimBrasil. Eu quando seleciono um reprodutor eu busco passar aos seus descendentes as características desejáveis desse animal. Eu procuro um animal, hoje dentro de uma pecuária moderna, um animal que seja precoce em terminação, precocidade sexual, ganho de peso, fertilidade, e que introduza e repasse aos seus descendentes se for de preferência fêmea habilidade maternal, eu trabalho com raça a mista, a raça mista, no caso a Simental, eu vejo isso, eu procuro, porque o que a gente procura hoje no Simental um animal de fremem moderado, não um animal pequeno, porque pequeno tem as raças inglesas que tem um porte

Animais que repassem aos seus descendentes características de

produtividade, fertilidade e rusticidade, e apresentem carne de qualidade (marmoreio)

e com boa camada adiposa, para manter a qualidade da carne durante o resfriamento.

A

113

pequeno, porque a raça Simental é considerada uma raça grande, mas hoje com o trabalho genético que tem sido feito, nós procuramos a linhagem Sul Africana, que foi trabalhado em cima de rusticidade, adaptabilidade ao calor, e em termos de marmoreio também, que agora é um novo trabalho genético que tem sido feito. Então eu procuro num animal essas características desejáveis, um animal que seja precoce sexualmente e na parte de terminação de carcaça, que introduza em seus descendentes camada adiposa para que tenha no período de resfriamento da carne qualidade, e não perca no resfriamento a qualidade da carne, e nas suas fêmeas habilidade maternal, como também fertilidade e precocidade sexual, é isso que eu procuro num individuo.Que de lucro ao criador, mas com rapidez e eficiência.

NC- 4.2 – (pecuaristas)- Eu acho que caracteristicas de produtividade né, mas também a gente tem que ver a região onde a gente vai explorar estes animais, pra ver a adaptação ali. Então eu acho que um reprodutor ele tem que ter, ser morfologicamente adequado aquele objetivo que se propõe, no nosso caso seria mais animais de corte, mas também deve possuir caracteristicas reprodutivas bastante importantes, porque, não adianta ele só ser bonito e não reproduzir. Então eu acho que esse é um fator muito importante, índice de fertilidade, e de natalidade do rebanho.

Boas características de produtividade e fertilidade, e adapatação a região onde se

cria. A

NC- 4.3 – (pecuaristas) – Bom, eu sou Engenheiro Agrônomo e trabalhei com melhoramento animal praticamente por toda minha vida útil como funcionário do Ministério da Agricultura. E escolhi porque trabalhava no serviço de registro genealógico, e escolhi este setor porque gosto muito da área da parte de seleção e sempre escolhi em todas as raças, porque eu trabalhava com todas as raças na época, e é claro que eu buscava as características próprias de cada raça. Mas sempre procurei a parte econômica , alias as características raciais levando em consideração a parte econômica. Então eu procurava um animal que apresentasse boa rusticidade, que isso se vê pelo comportamento do animal, até pela forma de andar né, já se tinha uma idéia. O animal que é bem adaptado ao meio que ele está, ele pisa leve, ele tem uma mobilidade que só quem tem esta habilidade pode perceber. Esta é a primeira coisa que se observa, e naturalmente se for gado de corte ver a cobertura de carne sobretudo na parte de

Caracteristicas raciais e de produtividade bem definidas, e rusticidade. Sempre levando

em consideração a parte econômica. A

114

carnes mais nobres, na região posterior, lombar né, e olhava certamente porque se busca o peso do animal, olhava para raça o comprimento do animal, profundidade, arqueamento de costelas. Já no gado de leite ao contrário, se procuravam animais com as características iniciais as mesmas, quer dizer características raciais. Mas que fosse um animal que apresentasse um bom projeto de úbere né, com veias bem manifestas e com a característica clássica com formação de cunha, principalmente nas matizes, nos machos até ao contrário. Mas que exibissem as características de uma boa produtora.

NC- 4.4 – (pecuaristas) – Carne, precocidade,

estrutura óssea para suportar, e capacidade de caminhar grandes distâncias procurando o melhor pasto. Nunca esquecendo a parte reprodutiva, então como hoje a gente já tem uma tranqüilidade que os reprodutores tudo são feitos testes de fertilidade, exame andrológico, então essa segurança já se tem. Nas exposições pra você adquirir algum animal, ele já vem com todas essas garantias. Então talvez hoje a gente não tenha tanta preocupação com a parte reprodutiva, são animais já feitos exames andrológicos. Como no meu caso, a gente só compra animais puros, isso é muito interessante, talvez seja o mais importante nesse sentido, o fator reprodutivo.

Boas características reprodutivas e de produtividade.

A

NC- 4.5 – (pecuaristas) – Bom, hoje nós nos guiamos pelo mercado. Então a característica principal que eu vejo, por exemplo num reprodutor é o seu potencial produtivo. Então características como: ganho de peso, acabamento de carcaça, precocidade de acabamento, fertilidade, capacidade reprodutiva como potencial de utilização deste animal em várias fêmeas, capacidade de serviço enfim, e além disso um animal que tenha uma estrutura de sustentação muito boa, aprumos corretos, animal que tenha musculatura desenvolvida, uma boa capacidade digestiva e torácica, os aspectos de masculinidade nos machos e feminilidade nas fêmeas, são condições essenciais para seleção de um reprodutor de qualidade.

Potencial produtivo, conformação, estrutura e as caracteristicas de sexo bem definidas.

A

NC- 4.6 – (pecuaristas) – Basicamente rusticidade, precocidade, capacidade de conversão do seu alimento em carne ou em leite, mas principalmente carne, porque eu trabalho com animais voltados pra carne né. E animais com capacidade de adaptação ao

Caracteristicas de rusticidade, produtividade e adaptabilidade ao meio onde irão trabalhar.

A

115

meio aonde eles vão trabalhar, por exemplo, a gente trabalha com vendas de animais para reprodução, com venda de touros. Esses touros são vendidos basicamente, os animais que eu crio pra região do Mato Grosso né, e uma característica que a gente vê como muito importante, é a adaptação deles no meio onde eles vão trabalhar, então a gente seleciona animais de pelagem curta, e que tenham adaptação ao calor né, e que possam trabalhar muitos anos cobrindo vacas nas regiões mais quentes né.

Questão número 5- Que opinião o Sr (a) tem na utilização do gado Crioulo Lageano no cruzamento com outras raças?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC- 5.1 – (pecuaristas) – Eu acho que aqui na

região, agora que ta começando com o trabalho da ABCCL, que começou através do Dr Edison e do Edison, o trabalho de seleção o trabalho de buscar nos indivíduos, lá na fazenda do falecido Toninho, e do seu Nelson, indivíduos pra formar um plantel, formar uma base pra que venha difundir na região essa raça, que tava ai praticamente na mão de duas pessoas, e hoje eu to vendo que já ta se tornando mais conhecida, mais difundida, e já tem inclusive um núcleo forte no Rio Grande do Sul. Eu acredito muito que ela venha a contribuir demais para o melhoramento, como eu já tinha frisado, colocando as suas características de rusticidade e de adaptabilidade. Então eu acredito muito que o Crioulo Lageano como uma raça, se existir um trabalho dos criadores, uma associação unida, porque o que precisa pra uma raça ir pra frente é uma associação e os criadores unidos, pensando e trabalhando no mesmo objetivo, divulgar, difundir e promover a raça para um bem comum, não individual, é lógico que quando se cria uma raça se procura obter lucro dela. Mas eu penso assim, pra que uma raça de certo, qualquer raça, os criadores tem que ser unidos, buscando um mesmo objetivo, e trabalhar para produção de animais que venha a contribuir para a pecuária seletiva que é hoje, e hoje com o melhoramento genético, transferência de embrião, sêmen sexado, então eu acho que se fizer um trabalho bem feito, bem direcionado, com

Pode contribuir para o melhoramento. A

116

bastante critério eu acredito que vai ser uma raça que tem tudo pra dar certo, porque existe mercado e lugar pra todas as raças, só depende de nós criadores.

NC- 5.2 – (pecuaristas)- É, eu acho que já foi citado né, eu acho que dado as caracteristicas e até por uma certa pureza racial e genética, caracteristicas da raça que foi selecionada, eu acho que ela pode introduzir genes juntamente nos cruzamentos com outras raças, genes importantes né, de adaptabilidade, de produção enfim, o que seria uma contribuição muito interessante neste caso.

Importante contribuição para inserção de

características de adaptabilidade. A

NC- 5.3 – (pecuaristas) – Eu, em realidade não tenho ainda uma opinião formada né, que possa defender essa idéia se assim fosse necessário. A expectativa que tenho é muito boa, porque ela vai dar as raças nobres, chamadas raças nobres, que nem sei se é próprio esse termo, mas foi assim que eu aprendi. Porque nós no nosso meio ambiente, nem sempre podemos dar a essas raças mais especializadas, tudo aquilo que elas necessitam em alimentação, porque nem sempre é econômico, porque não se cria bovinos em geral pra bonito, se cria pra se ter alguma rentabilidade né. Portanto são poucos os lugares no Brasil que eu acredito que possa se criar animais apenas explorando a sua potencialidade maior, animais especializados eu repito, sem uma suplementação. E, eu acredito que a raça pelo potencial genético que elas tem, no que diz respeito a rusticidade e resistência, que são coisas diferentes, a Crioula entra com esse atributo muito valioso, como entraria o Caracu que no fim também é raça Crioula, e que seguiu outras linhas de seleção né, e que as raças européias não suportam, vamos dizer, as situações menos favoráveis. Nós aqui da região de Lages, temos condições excepcionais para criar, o nosso meio ambiente é excelente no que diz respeito a clima a água de primeira qualidade que temos nos nossos arroios, tudo isso é muito interessante. Mas as condições de solo demandam um investimento muito alto para termos pastagens de grande qualidade. Não parece econômico retribuir ao solo tudo que ele precisa para produzir nas melhores condições né. Mas o ecossistema dos campos gerais vamos dizer, guardadas as proporções, seguido o manejo adequado a ele, nós temos capacidade de manter nossos rebanhos, e a maior parte dos rebanhos da região é mantido assim a campo nativo. Então para manter a campo nativo, para

Boas expectativas, já que é uma raça muito rústica e resistente.

A

117

responder a sua pergunta, eu acho que entraria muito bem, ou as raça zebuínas, e melhor ainda as raças nacionais, especialmente a Crioula que já é nativa da nossa região. Naturalmente observado conhecimentos técnicos para selecionar animais adequados ao melhoramento da própria raça Crioula, que vão atuar muito bem nas raças especializadas.

NC- 5.4 – (pecuaristas) – Olha, eu acho que o

Crioulo Lageano deveria se usar a vaca, e o reprodutor de outra raça. Seria no caso o Charôles o Hereford, o Angus, eu acho que menos o Zebu porque ela já tem um tanto de sangue Zebu. Então, eu acho que se usasse as fêmeas Crioula Lageana, com reprodutor destes, teria um resultado bom, porque são vacas leiteiras, boas mães, férteis e rústicas, que é o que se precisa no inverno Lageano.

Deve-se usar a vaca Crioula com outras raças, já que estas são excelentes mães e

rústicas. A

NC- 5.5 – (pecuaristas) – Eu acho o seguinte, hoje ou o produtor trabalha no sentido de aumentar as suas condições exploratórias na nossa região, buscando um melhoramento de campo, um melhoramento na alimentação e no manejo, e condições de produção de pasto e de produtividade, formas de armazenamento de forragem para o inverno, como silagem ou feno, ou ele então se continua em um sistema mais tradicional, eu acho que daí entra uma possibilidade muito grande de utilização da raça Crioula no cruzamento com animais, especialmente animais que tenham, sangue zebuíno e que tenham sangue de raças altamente produtivas. Eu acho que é uma associação interessante, é uma associação que pode trazer, em condições nutricionais mais baixas, resultados muito favoráveis. E essa é mais ou menos a situação que predomina em muitas propriedades na nossa região. Acredito que estes criadores, que tenham um nível nutricional baixo, não se deram conta da importância de ter o Crioulo no cruzamento, eles fazem muita questão de ter um sanguezinho de Zebu, que dá uma maior resistência aos animais, no entanto o Zebu é de clima quente, e a nossa região não é de clima quente. Se ao invés de usar Zebu, usassem uma raça como a Crioula Lageana eles teriam a rusticidade maior do que eles obtém com Zebu, e nesses cruzamentos associariam a produtividade de uma raça altamente produtiva e que conciliasse as duas coisas, então seria a vaca adaptada à um regime de criação a pasto nativo, enfrentando o inverno com facilidade, dando uma boa produção de leite, e um reprodutor

Esse é o caminho para raça no regime de criação a campo nativo. Associar a sua

rusticidade com a produtividade de raças especializadas.

A

118

então que trouxesse as caracteristicas de produtividade. Me parece que nesse caminho, é o caminho de utilização da raça.

NC- 5.6 – (pecuaristas) – Olha, eu não posso emitir

nenhuma opinião porque eu realmente, eu não tenho conhecimento, não tenho convívio, não vi o cruzamento desses animais com outros animais, principalmente animais mais Zebuínos, que é a grande quantidade de animais que a gente tem no Brasil Central né, e no Brasil como um todo. O forte da pecuária no Brasil é o zebuíno, então o cruzamento tem que ser baseado em cima do zebuíno. E eu não tenho conhecimento pra poder emitir uma opinião própria sobre o uso da Crioula Lageana no cruzamento.

Não tenho conhecimento pra emitir opinião sobre esse tipo de cruzamento.

B

SELEÇÃO DAS EXPRESSÕES-CHAVE, SEGUNDO AS IDÉIAS CENTRAIS. QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PECUARISTAS, NÃO CRIADORES DA RAÇA CRIOULA LAGEANA. Questão número 1- O que o Sr (a) conhece sobre a raça Crioula Lageana?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC-1.1 - (pecuaristas) – meu avô antigamente ele usava alguns touros dessa raça para cruzamentos entendeu, porque na época era o que tinha, antes das importações que vieram da Europa. NC-1.1 - (pecuaristas) – eu achava uma raça interessante, uma raça muito rústica, uma raça que se adapta muito bem as nossas condições aqui da Serra. NC-1.1 - (pecuaristas) – eu acredito que se fizerem um trabalho de melhoramento genético, tentando fixa nos descendentes essas características mais produtivas, que o que falta pra mim nela é mais produtividade em termos de maior quantidade de carne, é um animal com uma carcaça um pouco débil, mas leva muita vantagem sobre as demais raças taurinas devido a sua rusticidade, e a sua capacidade de adaptação ao nosso clima, as intempéries, pastagens de baixa qualidade. NC-1.1 - (pecuaristas) – e eu conheci e vejo ele como alternativa bem viável, usando ele com as raças que de repente sejam as raças mais produtivas

NC-1.1 - (pecuaristas) – Utilizava-se muito antigamente, antes das importações de raças Européias. Raça rústica e muito adaptada as condições ambientais da região, e por isso leva vantagem em relação as outras raças

nesse sentido.

A

NC-1.2 - (pecuaristas) - Participou da formação dos primeiros rebanhos da região.

Patrimônio genético.

A

NC- 1.3 - (pecuaristas) – Raça autóctone da região, formada pela seleção natural, e que sofreu apenas seleção artificial empírica.

Patrimônio genético.

A

119

NC-1.2 - (pecuaristas) - na formação dos rebanhos aqui da nossa região serrana, havia antigamente um número bastante expressivo destes animais. NC-1.2 - (pecuaristas) - patrimônio genético. NC- 1.3 - (pecuaristas) – A raça Crioula Lageana, é a raça autóctone da região né, remonta a origem da nossa civilização na nossa terra né. NC- 1.3 - (pecuaristas) – quando os primeiros Bandeirantes subiram a Serra como desbravadores procurando um novo caminho para São Paulo, já encontraram inseridos na ecologia da região, o gado bovino e eqüino chamado gado chucro. NC- 1.3 - (pecuaristas) – eram o gado nativo de uma seleção natural, e desenvolvido de uma forma empírica, os rebanhos que formavam as nossas fazendas e sofreram uma seleção empírica pela pelagem, pelo tamanho do chifre, e por outros atributos. NC- 1.3 - (pecuaristas) – assim perduram por mais de 150 anos, até que então, começaram a entrar raças Européias com maior produtividade para tornar nas condições mais atuais, animais mais produtivos, e o Crioulo não deixou de existir. E está até hoje na nossa região, como um patrimônio genético importante, e está sendo desenvolvido pela ABCCL. NC- 1.4 - (pecuaristas) – eu conheço a muitos anos, naquele tempo se chamava gado africano, porque era uma pelagem.

NC- 1.4 - (pecuaristas) – Gado bovino conhecido a muitos anos na região.

A

NC- 1.5 - (pecuaristas) – eu tenho acompanhado a raça Crioula Lageana desde que alguns criadores como o seu Antoninho Camargo, que na verdade é um dos pioneiros da raça NC- 1.5 - (pecuaristas) – trabalhos de acasalamento da Crioula Lageana com Nelore, onde se obtiveram resultados muito satisfatórios e que realmente para esse tipo de cruzamento apresentou resultados muito bons né NC- 1.5 - (pecuaristas) – principalmente quando se trata de exploração de campo nativo, pela adaptabilidade que esses animais tem ao nosso ambiente né, que é a grande virtude

NC- 1.5 - (pecuaristas) – Raça que apresenta grande capacidade em cruzamentos,

especialmente com o Nelore. Muito importante na pecuária baseada em campo nativo, pela

excelente adaptação a esse ambiente. B

NC- 1.6 - (pecuaristas) – O Crioulo Lageano a gente conhece basicamente a seleção que é feita aqui na região né, a muito tempo, desde o tempo do seu Antoninho Camargo. NC- 1.6 - (pecuaristas) – e que alguns pecuaristas preservam estes animais. E que hoje eles estão

NC- 1.6 - (pecuaristas) – Se conhece a seleção feita a muito tempo pelos pioneiros na criação da raça, e o trabalho realizado atualmente pela

associação.

C

120

fundando uma associação, e estão procurando alavanca um pouco mais a seleção da raça né. Questão número 2- Quais as características o Sr (a) acredita serem importantes nestes animais?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC- 2.1 – (pecuaristas)- é a adaptabilidade né, a rusticidade, é um animal que agüenta bem as intempéries. NC- 2.1 – (pecuaristas)- podem ser exploradas nos cruzamentos com outras raças NC- 2.1 – (pecuaristas)- deveria existir nela um trabalho melhor em cima, que ela tivesse uma precocidade de terminação, não digo igual as raças inglesas mas perto das raças inglesas, e levando a grande qualidade dela que é a adaptabilidade e a rusticidade NC- 2.2 – (pecuaristas)- as mais importantes é a da rusticidade, e adaptação ao clima. É claro que junto a isto tem que se melhorar a produtividade também NC- 2.4 – (pecuaristas) – é a rusticidade. Sem dúvida é uma raça que se adapta a qualquer tipo de campo. NC- 2.4 – (pecuaristas) – não é uma raça de muito rendimento, é o que me parece. NC- 2.6 – (pecuaristas) – o que tem um pouco mais de importância é a rusticidade né. NC- 2.6 – (pecuaristas) – falta muito em termos de seleção e melhoramento para produção de carne, de produção de leite, de padronização racial também né

NC- 2.1 – (pecuaristas)- Animal extremamente adaptado e rústico, podendo ser importante no cruzamento com raças mais produtivas.

Mas falta precocidade de terminação.

A

NC- 2.2 – (pecuaristas)- Raça adaptada ao clima da região, e rústica. É necessário

melhorar a produtividade. A

NC- 2.4 – (pecuaristas) – Sem dúvida a

rusticidade e excelente adaptação a qualquer tipo de campo. Mas com baixo rendimento.

A

NC- 2.6 – (pecuaristas) – Raça rústica, mas

muito pouco produtiva, e sem padrão racial.

A

NC- 2.3 – (pecuaristas) – de todas a mais importante inegavelmente é a sua adaptação as condições mesológicas. NC- 2.3 – (pecuaristas) – esta característica é insuperável por qualquer uma outra das raças NC- 2.3 – (pecuaristas) – a Crioula é um verdadeiro banco de sêmen, e acho que sendo melhorada ela tendo condições próprias adquiridas ao meio eu acho que ela poderá ser comercialmente também oferecer uma mercadoria ao comércio de carnes especiais, como temos em várias partes do mundo.

NC- 2.3 – (pecuaristas) – Raça extremamente adaptada a ecologia da região. E com grande potencial de mercado, principalmente de carnes diferenciadas.

B

NC- 2.5 – (pecuaristas) – Raça muito rústica, e

com adaptação fantástica as condições da região, e que apresenta resultados positivos

nos cruzamentos com outras raças. Com grande valor histórico e cultural.

121

NC- 2.5 – (pecuaristas) – uma das caracteristicas que é muito importante é o aspecto de preservação de um animal que tem um histórico muito grande. NC- 2.5 – (pecuaristas) – animal que tem mostrado resultados positivos nos cruzamentos NC- 2.5 – (pecuaristas) – é um animal que potencialmente tem este valor histórico, esse valor turístico, esse valor de conhecimento NC- 2.5 – (pecuaristas) – a seleção natural se encarregou de fazer todo este processo de seleção pela força do ambiente. NC- 2.5 – (pecuaristas) – a Crioula é um animal que exige pouco e pras condições de criação de uma grande parte dos criadores aqui da região e mesmo de outras regiões do estado e de outros estados é um animal que tem essa virtude de uma adaptabilidade muito grande. NC- 2.5 – (pecuaristas) – condição de rusticidade né que, indiscutivelmente é o grande ponto que a raça apresenta, isso ai pode trazer uma contribuição para a exploração de animais com rusticidade alta, e associando a produtividade de outras raças né, sendo que dentro de um programa de engenharia genética, pode trazer uma contribuição fantástica, pelo fornecimento destes genes de importância na adaptabilidade dos animais.

B

Questão número 3 – Quais os motivos que levariam o Sr (a) a criar os animais da raça Crioula Lageana?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC- 3.1 – (pecuaristas)- ela passa hoje na nossa região quase como um banco genético, que tem aqui e que a gente deve preservar, justamente pra usar algumas características desse banco genético em termos de melhoramento genético de outras raças. NC- 3.1 – (pecuaristas)- quem sabe nesses melhoramentos que a gente sempre faz de cruzamentos industriais, de cruzamentos entre taurinos e zebuínos, usar dela as características que eu acho que são as principais. NC- 3.1 – (pecuaristas)- usaria ele como animal exótico, e como um banco genético para um resgate de alguma característica que eu precisar usar num

NC- 3.1 – (pecuaristas)- Preservação deste material genético pra utilização no

cruzamento com outras raças, e por ser um animal de beleza exótica.

A

NC- 3.2- (pecuaristas)- Não animais de puro sangue, mas em cruzamentos industriais ela

poderia dar sua contribuição. A

122

futuro cruzamento, ou inserir em outra raça alguma característica que eu venha a desejar. NC- 3.2- (pecuaristas)- não propriamente animais de puro sangue, mas eu acho que no cruzamento, podendo estar inserindo genes de rusticidade e de adaptação a esse clima, seria bastante interessante NC- 3.2- (pecuaristas)- em termos de cruzamento industrial, ele poderia dar a sua contribuição. NC- 3.5 – (pecuaristas) – o principal aspecto seria de preservar essas virtudes que o animal tem, da sua genética para a adaptabilidade, e também por esse aspecto turístico. NC- 3.5 – (pecuaristas) – o animal tem de beleza, quer dizer ele tem aquela conformação corporal, aqueles enormes chifres. NC- 3.5 – (pecuaristas) – se a minha fazenda tivesse numa rota turística, sem dúvida nenhuma eu teria animais da raça Crioula que é um patrimônio da região, e que estaria ali como atração para os visitantes observa-los né.

NC- 3.5 – (pecuaristas) – Preservação da genética Crioula, e pelo seu potencial

turístico, devido sua beleza. A

NC- 3.3 – (pecuaristas) – Eu acredito que até por um certo saudosismo hoje eu viesse a ser criador, porque eram animais muito bonitos NC- 3.4 – (pecuaristas) – o Crioulo Lageano é muito tradicional, eu acho que desperta muita curiosidade NC- 3.4 – (pecuaristas) – Talvez seja pela atração do chifre enorme, mas sei que é uma vaca muito boa produtora de leite, que cria o bezerro muito bem. Então sobre esse aspecto é interessante o Crioulo Lageano.

NC- 3.3 – (pecuaristas) – Por saudosismo, e por serem animais de grande beleza.

B

NC- 3.4 – (pecuaristas) – Pela tradição da raça

e por serem animais muito atrativos. São excelentes mães e boa produção de leite.

NC- 3.6 – (pecuaristas) – talvez por mercado, por questão comercial mesmo né, NC- 3.6 – (pecuaristas) – Hoje não criaria, porque eu acho que hoje falta ela ta, em termos de seleção ainda ela está muito atrasada, em termos de agregar alguma coisa a pecuária, eu acho que falta muito, falta muito em termos de seleção da própria raça. A raça hoje não tem padrão definido, um padrão de tipo, um padrão de pelagem né NC- 3.6 – (pecuaristas) – falta muito em termos de precocidade, em termos de cobertura muscular né, padronização de carcaça. Então eu acho que hoje, ainda não é um momento de pegar uma raça dessa, e dizer que ela é uma raça melhoradora

NC- 3.6 – (pecuaristas) – Por mercado, questão comercial. Hoje não criaria, falta

muito em termos de melhoramento. C

B

123

Questão número 4 – Que tipo de características o Sr (a) busca quando seleciona um reprodutor?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC- 4.1 – (pecuaristas)- quando seleciono um reprodutor eu busco passar aos seus descendentes as características desejáveis desse animal. Eu procuro um animal, hoje dentro de uma pecuária moderna, um animal que seja precoce em terminação, precocidade sexual, ganho de peso, fertilidade, e que introduza e repasse aos seus descendentes se for de preferência fêmea habilidade maternal, rusticidade, adaptabilidade ao calor, e em termos de marmoreio também NC- 4.1 – (pecuaristas)- que introduza em seus descendentes camada adiposa para que tenha no período de resfriamento da carne qualidade, e não perca no resfriamento a qualidade da carne NC- 4.1 – (pecuaristas)- Que de lucro ao criador, mas com rapidez e eficiência. NC- 4.2 – (pecuaristas)- caracteristicas de produtividade né, NC- 4.2 – (pecuaristas)- a adaptação NC- 4.2 – (pecuaristas)- ser morfologicamente adequado aquele objetivo que se propõe. NC- 4.2 – (pecuaristas)- também deve possuir caracteristicas reprodutivas bastante importantes. índice de fertilidade, e de natalidade do rebanho. NC- 4.3 – (pecuaristas) – características raciais levando em consideração a parte econômica. NC- 4.3 – (pecuaristas) – boa rusticidade NC- 4.3 – (pecuaristas) – Esta é a primeira coisa que se observa, e naturalmente se for gado de corte ver a cobertura de carne sobretudo na parte de carnes mais nobres, na região posterior, lombar né, e olhava certamente porque se busca o peso do animal, olhava para raça o comprimento do animal, profundidade, arqueamento de costelas. NC- 4.3 – (pecuaristas) – Já no gado de leite um animal que apresentasse um bom projeto de úbere né, com veias bem manifestas e com a característica clássica com formação de cunha, principalmente nas matizes, nos machos até ao contrário. Mas que exibissem as características de uma boa produtora.

NC- 4.1 – (pecuaristas)- Animais que repassem aos seus descendentes

características de produtividade, fertilidade e rusticidade, e apresentem carne de qualidade (marmoreio) e com boa camada adiposa, para

manter a qualidade da carne durante o resfriamento.

A

NC- 4.2 – (pecuaristas)- Boas características de produtividade e fertilidade, e adapatação a

região onde se cria. A

NC- 4.3 – (pecuaristas) – Caracteristicas raciais e de produtividade bem definidas, e

rusticidade. Sempre levando em consideração a parte econômica.

A

Boas características reprodutivas e de produtividade.

A

Potencial produtivo, conformação, estrutura e as caracteristicas de sexo bem definidas.

A

Caracteristicas de rusticidade, produtividade e adaptabilidade ao meio onde irão trabalhar.

A

124

NC- 4.4 – (pecuaristas) – Carne, precocidade, estrutura óssea para suportar, e capacidade de caminhar grandes distâncias procurando o melhor pasto. Nunca esquecendo a parte reprodutiva. NC- 4.5 – (pecuaristas) – seu potencial produtivo, capacidade de serviço. NC- 4.5 – (pecuaristas) – além disso um animal que tenha uma estrutura de sustentação muito boa, aprumos corretos NC- 4.5 – (pecuaristas) – aspectos de masculinidade nos machos e feminilidade nas fêmeas, são condições essenciais para seleção de um reprodutor de qualidade. NC- 4.6 – (pecuaristas) – Basicamente rusticidade, precocidade, capacidade de conversão do seu alimento em carne ou em leite. NC- 4.6 – (pecuaristas) – animais com capacidade de adaptação ao meio aonde eles vão trabalhar. Questão número 5- Que opinião o Sr (a) tem na utilização do gado Crioulo Lageano no cruzamento com outras raças?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS NC- 5.1 – (pecuaristas) – Eu acredito muito que ela venha a contribuir demais para o melhoramento, colocando as suas características de rusticidade e de adaptabilidade. NC- 5.2 – (pecuaristas)- ela pode introduzir genes juntamente nos cruzamentos com outras raças, genes importantes né, de adaptabilidade, de produção enfim, o que seria uma contribuição muito interessante. NC- 5.3 (pecuaristas) A expectativa que tenho é muito boa. NC- 5.3 – (pecuaristas) – eu acredito que a raça pelo potencial genético que elas tem, no que diz respeito a rusticidade e resistência, que são coisas diferentes, a Crioula entra com esse atributo muito valioso NC- 5.3 – (pecuaristas) – eu acho que entraria muito bem, ou as raça zebuínas, e melhor ainda as raças nacionais, especialmente a Crioula que já é nativa da nossa região.

NC- 5.1 – (pecuaristas) – Pode contribuir para o melhoramento.

A

NC- 5.2 – (pecuaristas)- Importante contribuição para inserção de características

de adaptabilidade. A

NC- 5.3 – (pecuaristas) – Boas expectativas, já que é uma raça muito rústica e resistente.

A

NC- 5.4 – (pecuaristas) - Deve-se usar a vaca Crioula com outras raças, já que estas são

excelentes mães e rústicas. A

NC- 5.5 – (pecuaristas) – Esse é o caminho para raça no regime de criação a campo nativo. Associar a sua rusticidade com a

125

NC- 5.4 – (pecuaristas) – eu acho que o Crioulo Lageano deveria se usar a vaca, e o reprodutor de outra raça, Zebu e Angus. NC- 5.4 – (pecuaristas) – se usasse as fêmeas Crioula Lageana, com reprodutor destes, teria um resultado bom, porque são vacas leiteiras, boas mães, férteis e rústicas, que é o que se precisa no inverno Lageano. NC- 5.5 – (pecuaristas) – se continua em um sistema mais tradicional, eu acho que daí entra uma possibilidade muito grande de utilização da raça Crioula no cruzamento com animais, especialmente animais que tenham, sangue zebuíno e que tenham sangue de raças altamente produtivas. NC- 5.5 – (pecuaristas) – é uma associação que pode trazer, em condições nutricionais mais baixas, resultados muito favoráveis. NC- 5.5 – (pecuaristas) – Se ao invés de usar Zebu, usassem uma raça como a Crioula Lageana eles teriam a rusticidade maior do que eles obtém com Zebu, e nesses cruzamentos associariam a produtividade de uma raça altamente produtiva e que conciliasse as duas coisas, então seria a vaca adaptada à um regime de criação a pasto nativo, enfrentando o inverno com facilidade, dando uma boa produção de leite, e um reprodutor então que trouxesse as caracteristicas de produtividade. Me parece que nesse caminho, é o caminho de utilização da raça.

nativo. Associar a sua rusticidade com a produtividade de raças especializadas.

A

NC- 5.6 – (pecuaristas) – não vi o cruzamento desses animais com outros animais, principalmente animais mais Zebuínos, que é a grande quantidade de animais que a gente tem no Brasil Central né, e no Brasil como um todo. O forte da pecuária no Brasil é o zebuíno, então o cruzamento tem que ser baseado em cima do zebuíno. NC- 5.6 – (pecuaristas) – eu não tenho conhecimento pra poder emitir uma opinião própria sobre o uso da Crioula Lageana no cruzamento.

NC- 5.6 – (pecuaristas) – Não tenho conhecimento pra emitir opinião sobre esse

tipo de cruzamento. B

DESENVOLVIMENTO DOS DISCURSOS DO SUJEITO COLETIVO.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PECUARISTAS, NÃO CRIADORES DA RAÇA CRIOULA LAGEANA.

126

IAD 2

Questão número 1- O que o Sr (a) conhece sobre a raça Crioula Lageana? Idéia Central A – Raça autóctone local, participou da formação dos primeiros rebanhos da região, muito utilizada antigamente antes das importações das raças Européias. Rústica e muito adaptada às condições da Serra. Patrimônio genético.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC-1.1 - (pecuaristas) – meu avô antigamente ele usava alguns touros dessa raça para cruzamentos entendeu, porque na época era o que tinha, antes das importações que vieram da Europa. NC-1.1 - (pecuaristas) – eu achava uma raça interessante, uma raça muito rústica, uma raça que se adapta muito bem as nossas condições aqui da Serra. NC-1.1 - (pecuaristas) – eu acredito que se fizerem um trabalho de melhoramento genético, tentando fixa nos descendentes essas características mais produtivas, que o que falta pra mim nela é mais produtividade em termos de maior quantidade de carne, é um animal com uma carcaça um pouco débil, mas leva muita vantagem sobre as demais raças taurinas devido a sua rusticidade, e a sua capacidade de adaptação ao nosso clima, as intempéries, pastagens de baixa qualidade. NC-1.1 - (pecuaristas) – e eu conheci e vejo ele como alternativa bem viável, usando ele com as raças que de repente sejam as raças mais produtivas NC-1.2 - (pecuaristas) - na formação dos rebanhos aqui da nossa região serrana, havia antigamente um número bastante expressivo destes animais. NC-1.2 - (pecuaristas) - patrimônio genético. NC- 1.3 - (pecuaristas) – A raça Crioula Lageana, é a raça autóctone da região né, remonta a origem da nossa civilização na nossa terra né. NC- 1.3 - (pecuaristas) – quando os primeiros Bandeirantes subiram a Serra como desbravadores procurando um novo caminho para São Paulo, já encontraram inseridos na ecologia da região, o gado bovino e eqüino chamado gado chucro. NC- 1.3 - (pecuaristas) – eram o gado nativo de uma

A raça Crioula Lageana, é a raça autóctone da região né, remonta a origem da nossa civilização na nossa terra né. Quando os primeiros Bandeirantes subiram a Serra como desbravadores procurando um novo caminho para São Paulo, já encontraram inseridos na ecologia da região, o gado bovino e eqüino chamado gado chucro. Ela participou da formação dos rebanhos aqui da nossa região serrana, havia antigamente um número bastante expressivo destes animais. Eram o gado nativo de uma seleção natural, e desenvolvido de uma forma empírica. Os rebanhos que formavam as nossas fazendas e sofreram uma seleção empírica pela pelagem, pelo tamanho do chifre, e por outros atributos. Assim perduram por mais de 150 anos, até que então, começaram a entrar raças Européias com maior produtividade para tornar nas condições mais atuais, animais mais produtivos, e o Crioulo não deixou de existir. Eu conheço há muitos anos, naquele tempo se chamava gado africano, porque era uma pelagem. Meu avô antigamente usava alguns touros dessa raça para cruzamentos entendeu, porque na época era o que tinha, antes das importações que vieram da Europa. Sempre achei uma raça interessante, uma raça muito rústica, uma raça que se adapta muito bem as nossas condições aqui da Serra. Acredito que se fizerem um trabalho de melhoramento genético, tentando fixar nos descendentes essas características mais produtivas, que o que falta pra mim nela é mais produtividade em termos de maior quantidade de carne, é um animal com uma carcaça um pouco débil, mas levam muita vantagem sobre as demais raças taurinas devido a sua rusticidade, e a sua capacidade de adaptação ao nosso clima, as intempéries, pastagens de baixa qualidade. Eu o vejo como alternativa bem viável, usando ele com as raças que de repente sejam as raças mais produtivas. É um patrimônio genético importante, que está até hoje na nossa região e está sendo desenvolvido pela ABCCL.

127

seleção natural, e desenvolvido de uma forma empírica, os rebanhos que formavam as nossas fazendas e sofreram uma seleção empírica pela pelagem, pelo tamanho do chifre, e por outros atributos. NC- 1.3 - (pecuaristas) – assim perduram por mais de 150 anos, até que então, começaram a entrar raças Européias com maior produtividade para tornar nas condições mais atuais, animais mais produtivos, e o Crioulo não deixou de existir. E está até hoje na nossa região, como um patrimônio genético importante, e está sendo desenvolvido pela ABCCL. NC- 1.4 - (pecuaristas) – eu conheço a muitos anos, naquele tempo se chamava gado africano, porque era uma pelagem.

IAD 2 Idéia Central B - Raça que apresenta grande capacidade em cruzamentos, especialmente com o Nelore. Muito importante na pecuária baseada em campo nativo, pela excelente adaptação a esse ambiente.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC- 1.5 - (pecuaristas) – eu tenho acompanhado a raça Crioula Lageana desde que alguns criadores como o seu Antoninho Camargo, que na verdade é um dos pioneiros da raça NC- 1.5 - (pecuaristas) – trabalhos de acasalamento da Crioula Lageana com Nelore, onde se obtiveram resultados muito satisfatórios e que realmente para esse tipo de cruzamento apresentou resultados muito bons né NC- 1.5 - (pecuaristas) – principalmente quando se trata de exploração de campo nativo, pela adaptabilidade que esses animais tem ao nosso ambiente né, que é a grande virtude

Eu tenho acompanhado a raça Crioula Lageana desde o tempo do seu Antoninho Camargo, que na verdade é um dos pioneiros da raça. Essa raça é extremamente importante principalmente quando se trata de exploração de campo nativo, pela adaptabilidade que esses animais tem ao nosso ambiente né, que é a grande virtude da raça. Os trabalhos de acasalamento da Crioula Lageana com Nelore, apresentaram resultados muito satisfatórios e que realmente para esse tipo de cruzamento os resultados foram muito bons.

IAD 2 Idéia Central C - Se conhece a seleção feita há muito tempo pelos pioneiros na criação da raça, e o trabalho realizado atualmente pela associação.

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EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC- 1.6 - (pecuaristas) – O Crioulo Lageano a gente conhece basicamente a seleção que é feita aqui na região né, há muito tempo, desde o tempo do seu Antoninho Camargo. NC- 1.6 - (pecuaristas) – e que alguns pecuaristas preservam estes animais. E que hoje eles estão fundando uma associação, e estão procurando alavanca um pouco mais a seleção da raça né.

O Crioulo Lageano a gente conhece basicamente a seleção que é feita aqui na região né, há muito tempo, desde o tempo do seu Antoninho Camargo. E também que alguns pecuaristas preservam estes animais. E que hoje eles estão fundando uma associação, e estão procurando alavanca um pouco mais a seleção da raça né.

IAD 2 Questão número 2- Quais as características o Sr (a) acredita serem importantes nestes animais? Idéia Central A – Raça rústica e extremamente adaptada às condições ambientais da região. Mas sem padrão racial e com baixa produtividade. Pode ser importante no cruzamento com raças mais produtivas.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC- 2.1 – (pecuaristas)- é a adaptabilidade né, a rusticidade, é um animal que agüenta bem as intempéries. NC- 2.1 – (pecuaristas)- podem ser exploradas nos cruzamentos com outras raças NC- 2.1 – (pecuaristas)- deveria existir nela um trabalho melhor em cima, que ela tivesse uma precocidade de terminação, não digo igual as raças inglesas mas perto das raças inglesas, e levando a grande qualidade dela que é a adaptabilidade e a rusticidade NC- 2.2 – (pecuaristas)- as mais importantes é a da rusticidade, e adaptação ao clima. É claro que junto a isto tem que se melhorar a produtividade também NC- 2.4 – (pecuaristas) – é a rusticidade. Sem dúvida é uma raça que se adapta a qualquer tipo de campo.

As mais importantes são a rusticidade, e adaptação ao clima. Sem dúvida é uma raça que se adapta a qualquer tipo de campo, é um animal que agüenta bem as intempéries. Não me parece ser uma raça de muito rendimento. Deveria existir nela um trabalho melhor em cima, que ela tivesse uma precocidade de terminação, não digo igual às raças inglesas mas perto das raças inglesas, e levando a grande qualidade dela que é a adaptabilidade e a rusticidade. Acho que falta muito em termos de seleção e melhoramento para produção de carne, de produção de leite, de padronização racial também né.

129

NC- 2.4 – (pecuaristas) – não é uma raça de muito

rendimento, é o que me parece.

NC- 2.6 – (pecuaristas) – o que tem um pouco mais de importância é a rusticidade né. NC- 2.6 – (pecuaristas) – falta muito em termos de seleção e melhoramento para produção de carne, de produção de leite, de padronização racial também né

IAD 2 Idéia Central B – Raça rústica e extremamente adaptada à ecologia da região. Com grande potencial para o desenvolvimento de mercados de carne diferenciadas. Bons resultados nos cruzamentos com outras raças. Grande valor histórico e cultural.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC- 2.3 – (pecuaristas) – de todas a mais importante inegavelmente é a sua adaptação as condições mesológicas. NC- 2.3 – (pecuaristas) – esta característica é insuperável por qualquer uma outra das raças NC- 2.3 – (pecuaristas) – a Crioula é um verdadeiro banco de sêmen, e acho que sendo melhorada ela tendo condições próprias adquiridas ao meio eu acho que ela poderá ser comercialmente também oferecer uma mercadoria ao comércio de carnes especiais, como temos em várias partes do mundo. NC- 2.5 – (pecuaristas) – uma das caracteristicas que é muito importante é o aspecto de preservação de um animal que tem um histórico muito grande. NC- 2.5 – (pecuaristas) – animal que tem mostrado resultados positivos nos cruzamentos NC- 2.5 – (pecuaristas) – é um animal que potencialmente tem este valor histórico, esse valor turístico, esse valor de conhecimento NC- 2.5 – (pecuaristas) – a seleção natural se encarregou de fazer todo este processo de seleção pela força do ambiente. NC- 2.5 – (pecuaristas) – a Crioula é um animal que exige pouco e pras condições de criação de uma grande parte dos criadores aqui da região e mesmo de outras regiões do estado e de outros estados é um animal que tem essa virtude de uma adaptabilidade

De todas a mais importante inegavelmente é a sua adaptação as condições mesológicas, esta característica é insuperável por qualquer uma outra das raças. Isso ocorreu porque a seleção natural se encarregou de fazer todo este processo de seleção pela força do ambiente. A Crioula é um animal que exige pouco e pras condições de criação de uma grande parte dos criadores aqui da região e mesmo de outras regiões do estado e de outros estados é um animal que tem essa virtude de uma adaptabilidade muito grande.Ela se apresenta como um verdadeiro banco de sêmen, e acho que sendo melhorada, ela tendo condições próprias adquiridas ao meio eu acho que ela poderá comercialmente também oferecer uma mercadoria ao comércio de carnes especiais, como temos em várias partes do mundo. Ela pode trazer uma contribuição para a exploração de animais com rusticidade alta, e associando a produtividade de outras raças né, sendo que dentro de um programa de engenharia genética, pode trazer uma contribuição fantástica, pelo fornecimento destes genes de importância na adaptabilidade dos animais. Até porque é um animal que tem mostrado resultados positivos nos cruzamentos. Além disso é um animal que potencialmente tem um grande valor histórico, valor turístico e valor de conhecimento.

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muito grande. NC- 2.5 – (pecuaristas) – condição de rusticidade né que, indiscutivelmente é o grande ponto que a raça apresenta, isso ai pode trazer uma contribuição para a exploração de animais com rusticidade alta, e associando a produtividade de outras raças né, sendo que dentro de um programa de engenharia genética, pode trazer uma contribuição fantástica, pelo fornecimento destes genes de importância na adaptabilidade dos animais.

IAD 2

Questão número 3 - Quais os motivos que levariam o Sr (a) a criar os animais da raça Crioula Lageana? Idéia Central A – Preservação da genética Crioula para utilização em cruzamentos industriais. Pelo potencial turístico, devido sua beleza exótica.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC- 3.1 – (pecuaristas)- ela passa hoje na nossa região quase como um banco genético, que tem aqui e que a gente deve preservar, justamente pra usar algumas características desse banco genético em termos de melhoramento genético de outras raças. NC- 3.1 – (pecuaristas)- quem sabe nesses melhoramentos que a gente sempre faz de cruzamentos industriais, de cruzamentos entre taurinos e zebuínos, usar dela as características que eu acho que são as principais. NC- 3.1 – (pecuaristas)- usaria ele como animal exótico, e como um banco genético para um resgate de alguma característica que eu precisar usar num futuro cruzamento, ou inserir em outra raça alguma característica que eu venha a desejar. NC- 3.2- (pecuaristas)- não propriamente animais de puro sangue, mas eu acho que no cruzamento, podendo estar inserindo genes de rusticidade e de adaptação a esse clima, seria bastante interessante NC- 3.2- (pecuaristas)- em termos de cruzamento industrial, ele poderia dar a sua contribuição. NC- 3.5 – (pecuaristas) – o principal aspecto seria de

Não propriamente animais de puro sangue, usaria ele como animal exótico, e como um banco genético para um resgate de alguma característica que eu precisar usar num futuro cruzamento, podendo estar inserindo genes de rusticidade e de adaptação a esse clima, seria bastante interessante. A Crioula Lageana, passa hoje na nossa região quase como um banco genético, que tem aqui e que a gente deve preservar, justamente pra usar algumas características desse banco genético em termos de melhoramento genético de outras raças. Quem sabe nesses melhoramentos que a gente sempre faz de cruzamentos industriais, de cruzamentos entre taurinos e zebuínos, usar dela as características que eu acho que são as principais.Desta maneira ela poderia dar a sua contribuição. Então o principal aspecto que me levaria a criá-la seria o de preservar essas virtudes que o animal tem, da sua genética para a adaptabilidade, e também por esse aspecto turístico, pela beleza que eles tem, tanto na sua conformação corporal quanto nos seus enormes chifres. Se a minha fazenda tivesse numa rota turística, sem dúvida nenhuma eu teria animais da raça Crioula que é um patrimônio da região, e que estaria ali como atração para os visitantes observá-los né.

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preservar essas virtudes que o animal tem, da sua genética para a adaptabilidade, e também por esse aspecto turístico. NC- 3.5 – (pecuaristas) – o animal tem de beleza, quer dizer ele tem aquela conformação corporal, aqueles enormes chifres. NC- 3.5 – (pecuaristas) – se a minha fazenda tivesse numa rota turística, sem dúvida nenhuma eu teria animais da raça Crioula que é um patrimônio da região, e que estaria ali como atração para os visitantes observa-los né.

IAD 2

Idéia Central B – Por saudosismo, e pela tradição da raça. Também pela sua grande beleza e por serem excelentes mães e boas produtoras de leite.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC- 3.3 – (pecuaristas) – Eu acredito que até por um certo saudosismo hoje eu viesse a ser criador, porque eram animais muito bonitos NC- 3.4 – (pecuaristas) – o Crioulo Lageano é muito tradicional, eu acho que desperta muita curiosidade NC- 3.4 – (pecuaristas) – Talvez seja pela atração do chifre enorme, mas sei que é uma vaca muito boa produtora de leite, que cria o bezerro muito bem. Então sobre esse aspecto é interessante o Crioulo Lageano.

Eu acredito que até por um certo saudosismo hoje eu viesse a ser criador, porque eram animais muito bonitos. O Crioulo Lageano é muito tradicional, eu acho que desperta muita curiosidade, talvez seja pela atração do chifre enorme. Também sei que as vacas são muito boas produtoras de leite, e que criam os bezerros muito bem. Então sobre esse aspecto é interessante o Crioulo Lageano.

IAD 2 Idéia Central C - Por mercado, questão comercial. Hoje não criaria, falta muito

em termos de melhoramento.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC

NC- 3.6 – (pecuaristas) – talvez por mercado, por questão comercial mesmo né, NC- 3.6 – (pecuaristas) – Hoje não criaria, porque eu acho que hoje falta ela ta, em termos de seleção ainda ela está muito atrasada, em termos de agregar alguma coisa a pecuária, eu acho que falta muito,

Talvez por mercado, por questão comercial mesmo né. Hoje não criaria, porque eu acho que hoje, em termos de seleção ainda ela está muito atrasada, em termos de agregar alguma coisa a pecuária, eu acho que falta muito, falta muito em termos de seleção da própria raça, em termos de precocidade, em termos de cobertura muscular né, de padronização de

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falta muito em termos de seleção da própria raça. A raça hoje não tem padrão definido, um padrão de tipo, um padrão de pelagem né NC- 3.6 – (pecuaristas) – falta muito em termos de precocidade, em termos de cobertura muscular né, padronização de carcaça. Então eu acho que hoje, ainda não é um momento de pegar uma raça dessa, e dizer que ela é uma raça melhoradora

carcaça. A raça hoje não tem padrão definido, um padrão de tipo, um padrão de pelagem né Então eu acho que hoje, ainda não é um momento de pegar uma raça dessa, e dizer que ela é uma raça melhoradora.

IAD 2

Questão número 4 - Que tipo de características o Sr (a) busca quando seleciona

um reprodutor?

Idéia Central A – Animais com boa produtividade, fertilidade, conformação, estrutura, rusticidade, adaptabilidade ao meio onde irão trabalhar e com qualidade de carne. Que repassem aos seus descendentes essas características, sempre levando em consideração a parte econômica.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC- 4.1 – (pecuaristas)- quando seleciono um reprodutor eu busco passar aos seus descendentes as características desejáveis desse animal. Eu procuro um animal, hoje dentro de uma pecuária moderna, um animal que seja precoce em terminação, precocidade sexual, ganho de peso, fertilidade, e que introduza e repasse aos seus descendentes se for de preferência fêmea habilidade maternal, rusticidade, adaptabilidade ao calor, e em termos de marmoreio também NC- 4.1 – (pecuaristas)- que introduza em seus descendentes camada adiposa para que tenha no período de resfriamento da carne qualidade, e não perca no resfriamento a qualidade da carne NC- 4.1 – (pecuaristas)- Que de lucro ao criador, mas com rapidez e eficiência. NC- 4.2 – (pecuaristas)- caracteristicas de produtividade né, NC- 4.2 – (pecuaristas)- a adaptação NC- 4.2 – (pecuaristas)- ser morfologicamente adequado aquele objetivo que se propõe. NC- 4.2 – (pecuaristas)- também deve possuir

Eu quando seleciono um reprodutor busco um animal com boas caracteristicas de produtividade né, nunca esquecendo da parte reprodutiva deste animal, e da sua capacidade de adaptação, e rusticidade. E é claro tem que ser morfologicamente adequado aquele objetivo que se propõe. O reprodutor tem que passar aos seus descendentes suas caracteristicas desejáveis. Hoje dentro de uma pecuária moderna, eu procuro um animal que seja precoce em terminação, que tenha boa precocidade sexual, ganho de peso e fertilidade. Além disso um animal que tenha uma estrutura de sustentação muito boa, aprumos corretos e que introduza e repasse aos seus descendentes se for de preferência fêmea habilidade maternal, rusticidade, adaptabilidade ao calor, e em termos de marmoreio também, e que introduza em seus descendentes camada adiposa para que tenha no período de resfriamento da carne qualidade, e não perca no resfriamento a qualidade da carne. No caso de gado de corte,o animal tem que apresentar boa cobertura de carne sobretudo na parte de carnes mais nobres, na região posterior, lombar né, boa profundidade,e arqueamento de costelas. Se for gado de leite o animal tem que apresentar um bom projeto de úbere né, com veias bem manifestas e com a característica clássica com formação de cunha, principalmente nas matizes, nos machos até ao contrário. Mas que exibam as características de uma

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caracteristicas reprodutivas bastante importantes. índice de fertilidade, e de natalidade do rebanho.

NC- 4.3 – (pecuaristas) – características raciais levando em consideração a parte econômica. NC- 4.3 – (pecuaristas) – boa rusticidade NC- 4.3 – (pecuaristas) – Esta é a primeira coisa que se observa, e naturalmente se for gado de corte ver a cobertura de carne sobretudo na parte de carnes mais nobres, na região posterior, lombar né, e olhava certamente porque se busca o peso do animal, olhava para raça o comprimento do animal, profundidade, arqueamento de costelas. NC- 4.3 – (pecuaristas) – Já no gado de leite um animal que apresentasse um bom projeto de úbere né, com veias bem manifestas e com a característica clássica com formação de cunha, principalmente nas matizes, nos machos até ao contrário. Mas que exibissem as características de uma boa produtora. NC- 4.4 – (pecuaristas) – Carne, precocidade, estrutura óssea para suportar, e capacidade de caminhar grandes distâncias procurando o melhor pasto. Nunca esquecendo a parte reprodutiva.

NC- 4.5 – (pecuaristas) – seu potencial produtivo, capacidade de serviço. NC- 4.5 – (pecuaristas) – além disso um animal que tenha uma estrutura de sustentação muito boa, aprumos corretos NC- 4.5 – (pecuaristas) – aspectos de masculinidade nos machos e feminilidade nas fêmeas, são condições essenciais para seleção de um reprodutor de qualidade. NC- 4.6 – (pecuaristas) – Basicamente rusticidade, precocidade, capacidade de conversão do seu alimento em carne ou em leite. NC- 4.6 – (pecuaristas) – animais com capacidade de adaptação ao meio aonde eles vão trabalhar.

boa produtora. Outra condição essencial para a seleção de um bom reprodutor são os aspectos de masculinidade nos machos e feminilidade nas fêmeas. E claro a capacidade de conversão do seu alimento em carne ou em leite. Ou seja eu busco um animal que de lucro ao criador, mas com rapidez e eficiência.

IAD 2

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Questão número 5- Que opinião o Sr (a) tem na utilização do gado Crioulo Lageano no cruzamento com outras raças?

Idéia Central A – As expectativas são boas. Esse é o caminho para raça no regime de criação a campo nativo. Associar as suas caracteristicas de rusticidade e excelente habilidade materna com a produtividade de raças especializadas. Dessa maneira pode contribuir muito para o melhoramento.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC NC- 5.1 – (pecuaristas) – Eu acredito muito que ela venha a contribuir demais para o melhoramento, colocando as suas características de rusticidade e de adaptabilidade. NC- 5.2 – (pecuaristas)- ela pode introduzir genes juntamente nos cruzamentos com outras raças, genes importantes né, de adaptabilidade, de produção enfim, o que seria uma contribuição muito interessante. NC- 5.3 (pecuaristas) A expectativa que tenho é muito boa. NC- 5.3 – (pecuaristas) – eu acredito que a raça pelo potencial genético que elas tem, no que diz respeito a rusticidade e resistência, que são coisas diferentes, a Crioula entra com esse atributo muito valioso NC- 5.3 – (pecuaristas) – eu acho que entraria muito bem, ou as raça zebuínas, e melhor ainda as raças nacionais, especialmente a Crioula que já é nativa da nossa região. NC- 5.4 – (pecuaristas) – eu acho que o Crioulo Lageano deveria se usar a vaca, e o reprodutor de outra raça, Zebu e Angus. NC- 5.4 – (pecuaristas) – se usasse as fêmeas Crioulas Lageanas, com reprodutor destes, teria um resultado bom, porque são vacas leiteiras, boas mães, férteis e rústicas, que é o que se precisa no inverno Lageano. NC- 5.5 – (pecuaristas) – se continua em um sistema mais tradicional, eu acho que daí entra uma possibilidade muito grande de utilização da raça Crioula no cruzamento com animais, especialmente animais que tenham, sangue zebuíno e que tenham sangue de raças altamente produtivas. NC- 5.5 – (pecuaristas) – é uma associação que pode trazer, em condições nutricionais mais baixas, resultados muito favoráveis.

A expectativa que tenho é muito boa. Acredito muito que ela venha a contribuir demais para o melhoramento, introduzindo genes juntamente nos cruzamentos com outras raças, genes importantes né, de rusticidade e adaptabilidade, de produção enfim, o que seria uma contribuição muito interessante. Acredito que a raça Crioula pelo potencial genético que ela tem, entra com estes atributos valiosos nos cruzamentos. Especialmente se usasse as fêmeas Crioulas Lageanas, com reprodutor Zebu ou Angus, teria um resultado bom, porque são vacas leiteiras, boas mães, férteis e rústicas, que é o que se precisa no inverno Lageano. Então, em um sistema mais tradicional, eu acho que entra uma possibilidade muito grande de utilização da raça Crioula no cruzamento com animais, especialmente animais que tenham sangue de raças altamente produtivas. É uma associação que pode trazer em condições nutricionais mais baixas, resultados muito favoráveis. Se ao invés de usar Zebu,os produtores usassem uma raça como a Crioula Lageana eles teriam a rusticidade maior do que eles obtém com Zebu, e nesses cruzamentos associariam a produtividade de uma raça altamente produtiva e que conciliasse as duas coisas, então seria a vaca adaptada à um regime de criação a pasto nativo, enfrentando o inverno com facilidade, dando uma boa produção de leite, e um reprodutor então que trouxesse as caracteristicas de produtividade. Me parece que nesse caminho, é o caminho de utilização da raça.

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NC- 5.5 – (pecuaristas) – Se ao invés de usar Zebu, usassem uma raça como a Crioula Lageana eles teriam a rusticidade maior do que eles obtém com Zebu, e nesses cruzamentos associariam a produtividade de uma raça altamente produtiva e que conciliasse as duas coisas, então seria a vaca adaptada à um regime de criação a pasto nativo, enfrentando o inverno com facilidade, dando uma boa produção de leite, e um reprodutor então que trouxesse as caracteristicas de produtividade. Me parece que nesse caminho, é o caminho de utilização da raça. IAD 2 Idéia Central B - Não tenho conhecimento para emitir opinião sobre esse tipo de

cruzamento. EXPRESSÕES-CHAVE DSC

NC- 5.6 – (pecuaristas) – não vi o cruzamento desses animais com outros animais, principalmente animais Zebuínos, que é a grande quantidade de animais que a gente tem no Brasil Central né, e no Brasil como um todo. O forte da pecuária no Brasil é o zebuíno, então o cruzamento tem que ser baseado em cima do zebuíno. NC- 5.6 – (pecuaristas) – eu não tenho conhecimento pra poder emitir uma opinião própria sobre o uso da Crioula Lageana no cruzamento.

Eu não tenho conhecimento para poder emitir uma opinião própria sobre o uso da Crioula Lageana no cruzamento com outras raças. Até porque eu não vi o cruzamento desses animais com outros animais, principalmente animais Zebuínos, que é a grande quantidade de animais que a gente tem no Brasil Central né, e no Brasil como um todo. O forte da pecuária no Brasil é o zebuíno, então o cruzamento tem que ser baseado em cima do zebuíno.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROPRIETÁRIOS DE HOTÉIS FAZENDA. Questão número 1- O que o Sr (a) conhece sobre o gado Crioulo Lageano? IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS HF- 1.1- Bom, o que eu conheço sobre o gado Crioulo

Lageano, é que ele é um gado que está a mais de cem anos aqui na região. É um gado bem rústico, de pelagem salina, aspas grandes né. É um gado que pra nossa região, se adapta muito bem devido ao frio, devido ao nosso campo que é mais elevado “dobrado” né. Então ele é um gado bem adaptado a nossa região, que hoje ele ganha

Gado muito antigo na região, rústico e que apresenta pelagem variada e aspas grandes.

Muito adaptado a região.

A

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dos outros gados em ganho de peso, por ser bem aclimatado aqui.

HF- 2.1- Bom eu sei que, por eu mesmo ter me

interessado e por informações de outras pessoas, eu ainda sou pouco conhecedor desta raça, mas por pesquisas até mesmo na internet, a gente sabe que esse gado é puramente Lageano né. E foi trazido pra cá, pelo o que eu conheço pelos indígenas, foi vindo, e foi se criando aqui na região. E que alguns criadores mais interessados e apaixonados pela raça, estão com essa luta pra que o gado se prolifere por aí né. Alias ele volte a se proliferar, porque hoje nós só temos em Lages. Basicamente é isto que no momento eu conheço.

Ainda conheço pouco. Mas sei que é um gado puramente Lageano, e que existe uma associação.

B

HF- 3.1- Bom conheço muito da história né, que é um gado que se criou aqui na região, e que é um gado nativo da região. A família já teve a tempos atrás, atualmente nós não temos, não estamos trabalhando, mas temos interesse. Eu acredito que seja uma raça que pode trazer muitos benefícios aqui pra nossa região, que pelo que a gente conhece ela tem um bom rendimento de carcaça né, bom rendimento de carne, e é um gado mais rústico, e que requer menos cuidados, inclusive com medicamentos né.

Gado que se criou na região, nativo. Rústico.

A

HF- 4.1- O gado Crioulo Lageano é um gado histórico, é um gado que povoou a nossa região do planalto, o planalto do Sul do Brasil, desde o Rio Grande até Palmas quase. É um gado que hoje é pouca gente que tem, por que até pra se adquirir é muito difícil. É um animal muito belo, exótico, e foi o que movimentou o comércio no Séc XVIII, o comércio era todo era feito em cima desse gado, porque não tinha outras raças, e só depois que foi se introduzindo o Europeu. Então hoje quem tem esse tipo de animais, é uma raridade, e também eu sempre digo aqueles que cuidam, como o Edison e o seu Nelson, eu sempre digo, esse gado por mais que seja repunado, e aqueles que fazem isso, os produtores de outras raças é porque não tem condições de terem esses animais que não são baratos. São animais que hoje ele produz, mas hoje ele está sendo tido como animal para visitação, porque é um animal muito bonito, muito importante, e por incrível que pareça muita pouca gente tem esse gado, e quem tem deve ser aproveitado, e cobrar pra mostrar.

Gado histórico, povoou a região do Planalto Sul Brasileiro, movimentou o comércio do séc XVIII. Pouca gente tem, muito belo, grande potencial

para o turismo rural.

A

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Questão número 2- Qual a possibilidade de utilização do gado Crioulo Lageano na promoção do turismo rural da região? IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS HF- 1.2- Eu acho que o gado Crioulo Lageano, vem

pro turismo rural acrescentar um potencial muito grande de pode mostrar, já que o turismo rural é mostrar tudo que tem de antigo, de coisas do passado. Então não deixa de ser muito importante nós mostrarmos o Crioulo Lageano, também pro nosso turista, e dizendo a eles que ele é o gado mais antigo da nossa região.

Acrescenta ao turismo rural a possibilidade de mostrar o que é antigo.

A

HF- 2.2- Bom aqui mesmo na nossa pousada a gente tem interesse em colocar uma ou duas cabeças né. Já manifestamos o interesse desde o ano passado, por problemas burocráticos e que a gente não trouxe ainda. Mas é de grande importância que a gente passe isso para o turista né, e a gente explique pra ele. Na nossa programação da manhã nós temos um momento que é o momento do trato dos animais acompanhado pelos turistas, e nesse o gado também seria tratado, e ai a Bióloga faz uma explanação da história dos animais, do gado, e eu acho que o Crioulo Lageano se encaixaria muito bem nessa programação que a gente oferece no período da manhã.

No contato com os turistas com os animais e com a história dos mesmos.

B

HF- 3.2- Bom para o turismo a nível nacional e internacional, ter um animal diferente, que só existe nesta região, ele pode realmente beneficiar muito o incremento de turistas né, se tornando uma forma inclusive, de chamar turistas aqui pra Serra Catarinense. E eu acredito que só aqui na nossa região exista o gado, e isso pode beneficiar muito o incremento para o turismo, principalmente o turismo rural, a maior característica do turismo da Serra Catarinense é o turismo rural, onde é feito nas fazendas nas propriedades produtoras de gado.

Pode incrementar o turismo, até internacional por só existir aqui na região.

C

HF- 4.2- Nós temos um manancial muito grande, os produtores que tem este tipo de animal nunca se negaram a fazer promoções. Foi feito mais menos e sempre se faz tudo por conta própria, alguns dias de campo, algumas orientações sobre o gado, mas o nosso município especificamente não tem dado aquele reconhecimento que este setor teria para o turismo e visitação. Mas eu creio que breve, depois do teu trabalho alguém vai se acordar, pra que se mostre a qualquer turista,

Grande potencial para o turismo tanto nacional como internacional. Pouco incentivo do poder

municipal.

C

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não só do Brasil, como de fora esse patrimônio que nós temos na nossa região.

IAD 1 Questão número 3- Quais as características da raça o Sr (a) acredita que poderiam atrair mais o interesse dos turistas?

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS HF- 1.3- A raça tem como característica a aspa

grande né, aspas que chegam a um metro e meio pra cada lado né, pelagem bem pintada, salina ou africana, que é uma pelagem bem diferente mesmo, e que só o Crioulo Lageano tem. Essas seriam as características mais atrativas, porque são diferentes né, você não vai encontrar em outra raça uma pelagem tão bonita como a dela, que chame tanto a atenção. Então eu acho que isso pode chamar bastante a atenção dos turistas, porque eles não vão encontrar em outro lugar animais com esse tipo de pelagem, e aspas desse tamanho né.

As aspas e a pelagem variada que só o Crioulo tem.

A

HF- 2.3- Olha o que mais me atrai, e o que eu particularmente acho bonito, e tenho certeza que o turista também vai achar é o porte do chifre dele né. O chifre grande nem todos tem mas aqueles que se destacam né, e até mesmo a pelagem dele né. Eu acho que chama muito a atenção dos turistas.

Porte do chifre e até mesmo a pelagem.

A

HF- 3.3- As características, eu acho que o animal, já por si só, a própria estrutura do animal né , que ele é bem diferente do resto dos bovinos que o mundo inteiro conhece, isso já atrai e eu acredito que seja o próprio formato, a apresentação do animal né, sem dúvida isso é o que mais vai chamar a atenção dos turistas. Outra forma que a gente tem que tomar bastante cuidado é que a gente tenha também como poder servir estes animais. Porque o que o turista vai querer, 50% de um bom produto turístico é feito de gastronomia, os outros 50% são de hospitalidade e estrutura de hospedagem. Então nós temos que desenvolver um jeito de levar essa carne à mesa para ser degustada, esses cuidados que com certeza a ABCCL já está pensando, e a gente pode fazer parcerias sem problemas.

A estrutura do animal que só existe aqui, e a carne.

B

HF- 4.3- A característica é o chifre muito bonito, muito diferente, hoje o animal industrial até chega a ser amochado, para facilitar o transporte e manejo. E esse animal, a identidade dele é realmente o chifre. Existe o de aspa fina e o da grossa, então nós temos duas variedades. Os dois são enormemente bonitos para se observar.

São os chifres muito bonitos e diferentes, tanto o aspa fina como o aspa grossa.

A

139

Questão número 4- O que o Sr (a) acha que a ABCCL deve fazer para facilitar a inserção dos animais no ramo do turismo rural? IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS HF-1.4- Eu acho que é justamente o que vocês estão

fazendo, é provocar os donos do turismo rural, mostrando o potencial que nós temos de cria-los. E claro dando oportunidade fácil de nós podermos adquirir os animais na própria fazenda. Eu sou uma que me candidato, claro que tem que ser de maneira leve né, pra começar. Mas eu acho que um grande incetivo tem que ser dado pra gente poder entrar, e começar a criar o gado Crioulo dentro do turismo rural.

Provocando e demonstrando o potencial que nós do turismo temos de cria-lo. Dando oportunidade

de aquisição dos animais.

A

HF- 2.4- Eu acho que já está fazendo né. A procura pela pousada pra colocar uma cabeça aqui pra que os turistas conheçam né, isso já é uma grande ação da parte deles pra que o gado fique mais conhecido, eu acho que já partiram de um principio muito importante né. E eu acho que expor mais, colocar em exposições, vender, explicar que ele também é um gado que dá leite, que serve talvez até para o abate né, apesar dele não ter um porte tão grande. Mesmo os criadores que criam outras raças, deveriam criar também algumas vacas desta raça, acho que isso também é importante.

Já estão fazendo procurando os hotéis. Expor mais e explicar sobre suas características e

potencialidades, pra que as pessoas conheçam.

A

HF- 3.4- Acredito que visitando as propriedades, e oferecendo alguns animais para compra mesmo né, que inicialmente se coloque uma pequena quantidade, para que o produtor possa ir sentindo e se adaptando e posteriormente possa ter ai como adotar o gado numa maior quantidade dentro das propriedades para pode dar embasamento a todo esse trabalho de fixação de território né.

Visitando as propriedades e oferecendo os animais para compra.

A

HF- 4.4- A associação tem feito tudo que pode, no peito e na raça. Porque na verdade, até pouco tempo não era aceito nem nas exposições aqui da região. Hoje já temos condições de trazer um animal que foi feito alguma seleção, ta se mostrando nas exposições agropecuárias, como a Expolages. E esta é uma raça que tem chamado muito a atenção da juventude, dos historiadores, dos pesquisadores, dos criadores mesmo, uns como eu já falei, que não podem criar a raça não dão muita importância, não tem interesse, mas é os que não tem condições. Mas é muito perigoso que a gente canse, e não havendo interesse e

A associação tem feito tudo que pode. É necessário apoio do poder público. Poderiam ser definidos pacotes de turismo, para a visitação das

fazendas, mas é necessário melhorias nas estradas que estão em um estado deplorável e

são um grande empecilho.

B

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apoio do poder municipal, estadual e federal, a gente fique só pro nosso dia-dia esse animal, e não seja interesse estar mostrando, e fazendo comentários e apresentando ao público né. Se houver interesse dos proprietários do turismo, fornecedor e animais tem. Mas também, dentro de um manejo mais adequado, até porque não é fácil de manejar esse gado, então poderia se visitar nas próprias fazendas. Agora o que nós temos de dificuldade hoje, são os acessos pra veículos, é muito ruim as nossas estradas. Até então as estradas são o maior empecilho pra se levar uma visita em uma das fazendas, porque tem que ver se vai chover, se já choveu, se o carro tem tração ou não, isso não pode no Séc. XXI. Eu sou um que digo, não tem explicação os acessos as estradas vicinais não ter condições. Então se houver um trabalho bem feito, de quem interessar possa, o manancial está ai, está em várias fazendas, não muitas é lógico, e é por isso que é importante. E se houver um interesse da Secretária de turismo do município, da Secretária da Cultura, faz –se os pacotes os turistas visitam, define-se um preço, toma-se um café da tarde, um chimarrão, rusticamente. Mas isso aí não é pra qualquer um e sim para um turista que tenha um pouco mais de grau, não menosprezando, mas ele tem que ser mostrado para pessoas que gostam, que entendam e que tenham interesse neste setor.

SELEÇÃO DAS EXPRESSÕES-CHAVE, SEGUNDO AS IDÉIAS CENTRAIS. QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROPRIETÁRIOS DE HOTÉIS FAZENDA.

IAD 1 Questão número 1- O que o Sr (a) conhece sobre o gado Crioulo Lageano?

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS HF- 1.1- ele é um gado que está a mais de cem anos aqui na região. É um gado bem rústico, de pelagem salina, aspas grandes né. É um gado que pra nossa região, se adapta muito bem HF- 1.1- ele é um gado bem adaptado a nossa região, que hoje ele ganha dos outros gados em ganho de peso, por ser bem aclimatado aqui.

HF- 1.1- Gado muito antigo na região, rústico e que apresenta pelagem variada e aspas grandes.

Muito adaptado a região.

A

HF- 3.1- Gado que se criou na região, nativo. Rústico.

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HF- 3.1- Bom conheço muito da história né, que é um gado que se criou aqui na região, e que é um gado nativo da região. A família já teve a tempos atrás, atualmente nós não temos, não estamos trabalhando, mas temos interesse. Eu acredito que seja uma raça que pode trazer muitos benefícios aqui pra nossa região. HF- 3.1- tem um bom rendimento de carcaça né, bom rendimento de carne, e é um gado mais rústico, e que requer menos cuidados HF- 4.1- O gado Crioulo Lageano é um gado histórico, é um gado que povoou a nossa região do planalto, o planalto do Sul do Brasil. HF- 4.1- gado que hoje é pouca gente que tem, por que até pra se adquirir é muito difícil. HF- 4.1- animal muito belo, exótico, e foi o que movimentou o comércio no Séc XVIII, o comércio era todo era feito em cima desse gado. HF- 4.1- São animais que hoje ele produz, mas hoje ele está sendo tido como animal para visitação, porque é um animal muito bonito.

A

HF- 4.1- Gado histórico, povoou a região do Planalto Sul Brasileiro, movimentou o comércio

do séc XVIII. Pouca gente tem, muito belo, grande potencial para o turismo rural.

A

HF- 2.1- ainda sou pouco conhecedor desta raça, mas por pesquisas até mesmo na internet, a gente sabe que esse gado é puramente Lageano né. E foi trazido pra cá, pelo o que eu conheço pelos indígenas, foi vindo, e foi se criando aqui na região. E que alguns criadores mais interessados e apaixonados pela raça, estão com essa luta pra que o gado se prolifere por aí. HF- 2.1- Alias ele volte a se proliferar, porque hoje nós só temos em Lages.

HF- 2.1- Ainda conheço pouco. Mas sei que é um gado puramente Lageano, e que existe uma

associação.

B

Questão número 2- Qual a possibilidade de utilização do gado Crioulo Lageano na promoção do turismo rural da região?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS HF- 1.2- Eu acho que o gado Crioulo Lageano, vem pro turismo rural acrescentar um potencial muito grande de pode mostrar, já que o turismo rural é mostrar tudo que tem de antigo, de coisas do passado. HF- 1.2- importante nós mostrarmos o Crioulo Lageano, também pro nosso turista, e dizendo a eles que ele é o gado mais antigo da nossa região.

HF- 1.2- Acrescenta ao turismo rural a possibilidade de mostrar o que é antigo.

A

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HF- 2.2- Bom aqui mesmo na nossa pousada a gente tem interesse em colocar uma ou duas cabeças né. Já manifestamos o interesse. HF- 2.2- por problemas burocráticos e que a gente não trouxe ainda. Mas é de grande importância que a gente passe isso para o turista né, e a gente explique pra ele. HF- 2.2- nós temos um momento que é o momento do trato dos animais acompanhado pelos turistas, e nesse o gado também seria tratado, e ai a Bióloga faz uma explanação da história dos animais, acho que o Crioulo Lageano se encaixaria muito bem nessa programação

HF- 2.2- No contato com os turistas com os animais e com a história dos mesmos.

B

HF- 3.2- Bom para o turismo a nível nacional e internacional, ter um animal diferente, que só existe nesta região, ele pode realmente beneficiar muito o incremento de turistas né, se tornando uma forma inclusive, de chamar turistas aqui pra Serra Catarinense. HF- 3.2- isso pode beneficiar muito o incremento para o turismo, principalmente o turismo rural feito nas fazendas nas propriedades produtoras de gado. HF- 4.2- Nós temos um manancial muito grande, os produtores que tem este tipo de animal nunca se negaram a fazer promoções. HF- 4.2- se faz tudo por conta própria.

HF- 4.2- o nosso município especificamente não tem dado aquele reconhecimento que este setor teria para o turismo e visitação. Mas eu creio que breve, depois do teu trabalho alguém vai se acordar, pra que se mostre a qualquer turista, não só do Brasil, como de fora esse patrimônio que nós temos na nossa região.

Pode incrementar o turismo, até internacional por só existir aqui na região.

C

Grande potencial para o turismo tanto nacional como internacional. Pouco incentivo do poder

municipal.

C

Questão número 3- Quais as características da raça o Sr (a) acredita que poderiam atrair mais o interesse dos turistas?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS HF- 1.3- A raça tem como característica a aspa grande né, aspas que chegam a um metro e meio pra cada lado né, pelagem bem pintada, salina ou africana, que é uma pelagem bem diferente mesmo, e que só o Crioulo Lageano tem. Essas seriam as características mais atrativas, porque são diferentes né, você não vai encontrar em outra raça uma pelagem tão bonita como a dela, que chame tanto a atenção.

HF- 1.3-As aspas e a pelagem variada que só o Crioulo tem.

A

HF- 2.3- Porte do chifre e até mesmo a pelagem.

A

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HF- 1.3- isso pode chamar bastante a atenção dos turistas, porque eles não vão encontrar em outro lugar. HF- 2.3- acho bonito, e tenho certeza que o turista também vai achar é o porte do chifre. HF- 2.3- mesmo a pelagem dele né. Eu acho que chama muito a atenção dos turistas. HF- 4.3- A característica é o chifre muito bonito, muito diferente HF- 4.3- E esse animal, a identidade dele é realmente o chifre. Existe o de aspa fina e o da grossa. Os dois são enormemente bonitos para se observar.

HF- 4.3- São os chifres muito bonitos e diferentes,

tanto o aspa fina como o aspa grossa.

A

HF- 3.3- a própria estrutura do animal né , que ele é bem diferente do resto dos bovinos que o mundo inteiro conhece, isso já atrai e eu acredito que seja o próprio formato, a apresentação do animal né, sem dúvida isso é o que mais vai chamar a atenção dos turistas. HF- 3.3- a gente tem que tomar bastante cuidado é que a gente tenha também como poder servir estes animais. Porque o que o turista vai querer. HF- 3.3- Então nós temos que desenvolver um jeito de levar essa carne à mesa para ser degustada, esses cuidados que com certeza a ABCCL já está pensando, e a gente pode fazer parcerias sem problemas.

HF- 3.3- A estrutura do animal que só existe aqui, e a carne.

B

Questão número 4- O que o Sr (a) acha que a ABCCL deve fazer para facilitar a inserção dos animais no ramo do turismo rural?

IAD 1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS HF-1.4- Eu acho que é justamente o que vocês estão fazendo, é provocar os donos do turismo rural, mostrando o potencial que nós temos de cria-los. E claro dando oportunidade fácil de nós podermos adquirir os animais na própria fazenda. HF-1.4- eu acho que um grande incetivo tem que ser dado pra gente poder entrar, e começar a criar o gado Crioulo dentro do turismo rural. HF- 2.4- Eu acho que já está fazendo né. A procura pela pousada pra colocar uma cabeça aqui pra que os turistas conheçam né, isso já é uma grande ação da parte deles pra q e o gado fiq e mais conhecido

HF-1.4- Provocando e demonstrando o potencial que nós do turismo temos de cria-lo. Dando

oportunidade de aquisição dos animais.

A

HF- 2.4- Já estão fazendo procurando os hotéis. Expor mais e explicar sobre suas características e potencialidades, pra que as pessoas conheçam.

A

Visitando as propriedades e oferecendo os

144

da parte deles pra que o gado fique mais conhecido, eu acho que já partiram de um principio muito importante né. HF- 2.4- expor mais, colocar em exposições, vender, explicar. HF- 2.4- Mesmo os criadores que criam outras raças, deveriam criar também algumas vacas desta raça, acho que isso também é importante. HF- 3.4- Acredito que visitando as propriedades, e oferecendo alguns animais para compra mesmo né, que inicialmente se coloque uma pequena quantidade, para que o produtor possa ir sentindo e se adaptando e posteriormente possa ter ai como adotar o gado numa maior quantidade dentro das propriedades para pode dar embasamento a todo esse trabalho de fixação de território né.

animais para compra.

A

HF- 4.4- A associação tem feito tudo que pode, até pouco tempo não era aceito nem nas exposições aqui da região. HF- 4.4- Hoje já temos condições de trazer um animal que foi feito alguma seleção, ta se mostrando nas exposições agropecuárias, como a Expolages. HF- 4.4- Mas é muito perigoso que a gente canse, e não havendo interesse e apoio do poder municipal, estadual e federal, a gente fique só pro nosso dia-dia esse animal, e não seja interesse estar mostrando, e fazendo comentários e apresentando ao público né. Se houver interesse dos proprietários do turismo, fornecedor e animais tem. HF- 4.4- poderia se visitar nas próprias fazendas. Agora o que nós temos de dificuldade hoje, são os acessos pra veículos, é muito ruim as nossas estradas. Até então as estradas são o maior empecilho pra se levar uma visita em uma das fazendas HF- 4.4- Então se houver um trabalho bem feito, de quem interessar possa, o manancial está ai, está em várias fazendas, não muitas é lógico, e é por isso que é importante. E se houver um interesse da Secretária de turismo do município, da Secretária da Cultura, faz –se os pacotes os turistas visitam, define-se um preço. HF- 4.4- Mas isso aí não é pra qualquer um e sim para um turista que tenha um pouco mais de grau, não menosprezando, mas ele tem que ser mostrado para pessoas que gostam, que entendam e que tenham interesse neste setor.

A associação tem feito tudo que pode. É necessário apoio do poder público. Poderiam ser definidos pacotes de turismo, para a visitação das

fazendas, mas é necessário melhorias nas estradas que estão em um estado deplorável e

são um grande empecilho.

B

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DESENVOLVIMENTO DOS DISCURSOS DO SUJEITO COLETIVO.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS PROPRIETÁRIOS DE HOTÉIS FAZENDA.

IAD 2 Questão número 1- O que o Sr (a) conhece sobre o gado Crioulo Lageano? Idéia Central A – Gado histórico, muito antigo, rústico e adaptado a região. Apresenta grande variedade de pelagens e aspas grandes. Grande potencial para utilização no turismo rural.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF- 1.1- ele é um gado que está a mais de cem anos aqui na região. É um gado bem rústico, de pelagem salina, aspas grandes né. É um gado que pra nossa região, se adapta muito bem HF- 1.1- ele é um gado bem adaptado a nossa região, que hoje ele ganha dos outros gados em ganho de peso, por ser bem aclimatado aqui. HF- 3.1- Bom conheço muito da história né, que é um gado que se criou aqui na região, e que é um gado nativo da região. A família já teve a tempos atrás, atualmente nós não temos, não estamos trabalhando, mas temos interesse. Eu acredito que seja uma raça que pode trazer muitos benefícios aqui pra nossa região. HF- 3.1- tem um bom rendimento de carcaça né, bom rendimento de carne, e é um gado mais rústico, e que requer menos cuidados HF- 4.1- O gado Crioulo Lageano é um gado histórico, é um gado que povoou a nossa região do planalto, o planalto do Sul do Brasil. HF- 4.1- gado que hoje é pouca gente que tem, por que até pra se adquirir é muito difícil. HF- 4.1- animal muito belo, exótico, e foi o que movimentou o comércio no Séc XVIII, o comércio era todo era feito em cima desse gado. HF- 4.1- São animais que hoje ele produz, mas hoje ele está sendo tido como animal para visitação, porque é um animal muito bonito.

Bom conheço muito da história né. O gado Crioulo Lageano é um gado histórico, de pelagem salina, aspas grandes, é um gado que povoou a nossa região do planalto, o planalto do Sul do Brasil, e foi o que movimentou o comércio no Séc XVIII, o comércio era todo feito em cima desse gado. A família já teve há tempos atrás, atualmente nós não temos, não estamos trabalhando, mas temos interesse. Eu acredito que seja uma raça que pode trazer muitos benefícios aqui pra nossa região. Principalmente por que é um gado bem rústico, e que requer menos cuidados. É um gado que pra nossa região, se adapta muito bem, e por isso ele hoje ganha dos outros gados em ganho de peso, por ser bem aclimatado aqui,e tem um bom rendimento de carcaça né, bom rendimento de carne. Além disso é um animal muito belo, exótico, e hoje é pouca gente que tem, por que até pra se adquirir é muito difícil. São animais que hoje ele produz, mas hoje ele está sendo tido como animal para visitação, porque é um animal muito bonito.

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IAD 2

Idéia Central B - Ainda conheço pouco. Mas sei que é um gado puramente Lageano, e que existe uma associação de criadores.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF- 2.1- ainda sou pouco conhecedor desta raça, mas por pesquisas até mesmo na internet, a gente sabe que esse gado é puramente Lageano né. E foi trazido pra cá, pelo o que eu conheço pelos indígenas, foi vindo, e foi se criando aqui na região. E que alguns criadores mais interessados e apaixonados pela raça, estão com essa luta pra que o gado se prolifere por aí. HF- 2.1- Alias ele volte a se proliferar, porque hoje nós só temos em Lages.

Ainda sou pouco conhecedor desta raça, mas por pesquisas até mesmo na internet, a gente sabe que esse gado é puramente Lageano né. E foi trazido pra cá, pelo o que eu conheço pelos indígenas, foi vindo, e foi se criando aqui na região. E que alguns criadores mais interessados e apaixonados pela raça, estão com essa luta pra que o gado se prolifere por aí. Alias volte a se proliferar, porque hoje nós só temos em Lages.

IAD 2 Questão número 2- Qual a possibilidade de utilização do gado Crioulo Lageano na promoção do turismo rural da região? Idéia Central A - Acrescenta ao turismo rural a possibilidade de mostrar o que é antigo.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF- 1.2- Eu acho que o gado Crioulo Lageano, vem pro turismo rural acrescentar um potencial muito grande de pode mostrar, já que o turismo rural é mostrar tudo que tem de antigo, de coisas do passado. HF- 1.2- importante nós mostrarmos o Crioulo Lageano, também pro nosso turista, e dizendo a eles que ele é o gado mais antigo da nossa região.

Eu acho que o gado Crioulo Lageano, vem pro turismo rural acrescentar um potencial muito grande de pode mostrar, já que o turismo rural é mostrar tudo que tem de antigo, de coisas do passado. Acredito ser importante nós mostrarmos o Crioulo Lageano, também pro nosso turista, e dizendo a eles que ele é o gado mais antigo da nossa região.

IAD 2

147

Idéia Central B - No contato com os turistas com os animais e com a história dos mesmos.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF- 2.2- Bom aqui mesmo na nossa pousada a gente tem interesse em colocar uma ou duas cabeças né. Já manifestamos o interesse. HF- 2.2- por problemas burocráticos e que a gente não trouxe ainda. Mas é de grande importância que a gente passe isso para o turista né, e a gente explique pra ele. HF- 2.2- nós temos um momento que é o momento do trato dos animais acompanhado pelos turistas, e nesse, o gado também seria tratado, e ai a Bióloga faz uma explanação da história dos animais, acho que o Crioulo Lageano se encaixaria muito bem nessa programação

Bom aqui mesmo na nossa pousada a gente tem interesse em colocar uma ou duas cabeças né. Já manifestamos o interesse. Mas por problemas burocráticos e que a gente não trouxe ainda. Mas é de grande importância que a gente passe isso para o turista né, e a gente explique pra ele. Nós temos um momento que é o momento do trato dos animais acompanhado pelos turistas, e nesse momento , o gado também seria tratado, e ai a Bióloga faz uma explanação da história dos animais, acho que o Crioulo Lageano se encaixaria muito bem nessa programação.

IAD 2 Idéia Central C – Grande potencial para o turismo nacional e internacional por só existir aqui na região. Pouco incentivo do poder municipal.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF- 3.2- Bom para o turismo a nível nacional e internacional, ter um animal diferente, que só existe nesta região, ele pode realmente beneficiar muito o incremento de turistas né, se tornando uma forma inclusive, de chamar turistas aqui pra Serra Catarinense. HF- 3.2- isso pode beneficiar muito o incremento para o turismo, principalmente o turismo rural feito nas fazendas nas propriedades produtoras de gado. HF- 4.2- Nós temos um manancial muito grande, os produtores que tem este tipo de animal nunca se negaram a fazer promoções. HF- 4.2- se faz tudo por conta própria. HF- 4.2- o nosso município especificamente não tem dado aquele reconhecimento que este setor teria para o turismo e visitação. Mas eu creio que breve, depois do teu trabalho alguém vai se acordar, pra que se

Bom, para o turismo a nível nacional e internacional, ter um animal diferente, que só existe nesta região, ele pode realmente beneficiar muito o incremento de turistas né, se tornando uma forma, inclusive, de chamar turistas aqui pra Serra Catarinense.Isso pode beneficiar principalmente o turismo rural feito nas fazendas nas propriedades produtoras de gado. Nós temos um manancial muito grande, os produtores que tem este tipo de animal nunca se negaram a fazer promoções, mas se faz tudo por conta própria. O nosso município especificamente não tem dado aquele reconhecimento que este setor teria para o turismo e visitação. Mas eu creio que breve, depois do teu trabalho alguém vai se acordar, pra que se mostre a qualquer turista, não só do Brasil, como de fora esse patrimônio que nós temos na nossa região.

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mostre a qualquer turista, não só do Brasil, como de fora esse patrimônio que nós temos na nossa região.

IAD 2

Questão número 3- Quais as características da raça o Sr (a) acredita que poderiam atrair mais o interesse dos turistas? Idéia Central A – As aspas e a pelagem variada, muito diferente e que só a Crioula Lageana tem.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF- 1.3- A raça tem como característica a aspa grande né, aspas que chegam a um metro e meio pra cada lado né, pelagem bem pintada, salina ou africana, que é uma pelagem bem diferente mesmo, e que só o Crioulo Lageano tem. Essas seriam as características mais atrativas, porque são diferentes né, você não vai encontrar em outra raça uma pelagem tão bonita como a dela, que chame tanto a atenção. HF- 1.3- isso pode chamar bastante a atenção dos turistas, porque eles não vão encontrar em outro lugar. HF- 2.3- acho bonito, e tenho certeza que o turista também vai achar é o porte do chifre. HF- 2.3- mesmo a pelagem dele né. Eu acho que chama muito a atenção dos turistas. HF- 4.3- A característica é o chifre muito bonito, muito diferente HF- 4.3- E esse animal, a identidade dele é realmente o chifre. Existe o de aspa fina e o da grossa. Os dois são enormemente bonitos para se observar.

A raça tem como característica a aspa grande né,tanto o aspa fina como o aspa grossa são enormemente bonitos de se observar, aspas que chegam a um metro e meio pra cada lado né,essa é a identidade dele. Além é claro da pelagem bem pintada, salina ou africana, que é uma pelagem bem diferente mesmo, e que só o Crioulo Lageano tem. Essas seriam as características mais atrativas, porque são diferentes né, você não vai encontrar em outra raça uma pelagem tão bonita como a dela, que chame tanto a atenção. Isso pode chamar bastante a atenção dos turistas, porque eles não vão encontrar em outro lugar. Acho bonito, e tenho certeza que o turista também vai achar

IAD 2

Idéia Central B - A estrutura do animal que só existe aqui, e a carne.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF- 3.3- a própria estrutura do animal né , que ele é A própria estrutura do animal né , que ele é bem

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bem diferente do resto dos bovinos que o mundo inteiro conhece, isso já atrai e eu acredito que seja o próprio formato, a apresentação do animal né, sem dúvida isso é o que mais vai chamar a atenção dos turistas. HF- 3.3- a gente tem que tomar bastante cuidado é que a gente tenha também como poder servir estes animais. Porque o que o turista vai querer. HF- 3.3- Então nós temos que desenvolver um jeito de levar essa carne à mesa para ser degustada, esses cuidados que com certeza a ABCCL já está pensando, e a gente pode fazer parcerias sem problemas.

diferente do resto dos bovinos que o mundo inteiro conhece, isso já atrai e eu acredito que seja o próprio formato, a apresentação do animal né, sem dúvida isso é o que mais vai chamar a atenção dos turistas. Mas a gente tem que tomar bastante cuidado pra que a gente tenha também como poder servir estes animais. Porque o que o turista vai querer. Então nós temos que desenvolver um jeito de levar essa carne à mesa para ser degustada, esses cuidados que com certeza a ABCCL já está pensando, e a gente pode fazer parcerias sem problemas.

IAD 2 Questão número 4- O que o Sr (a) acha que a ABCCL deve fazer para facilitar a inserção dos animais no ramo do turismo rural? Idéia Central A – Já estão fazendo procurando, provocando e demonstrando o potencial que nós do turismo rural temos de criá-los . Dando oportunidade de aquisição dos animais, oferecer para compra. Expor mais, explicar e demonstrar suas características e potencialidades para que as pessoas conheçam.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF-1.4- Eu acho que é justamente o que vocês estão fazendo, é provocar os donos do turismo rural, mostrando o potencial que nós temos de cria-los. E claro dando oportunidade fácil de nós podermos adquirir os animais na própria fazenda. HF-1.4- eu acho que um grande incetivo tem que ser dado pra gente poder entrar, e começar a criar o gado Crioulo dentro do turismo rural. HF- 2.4- Eu acho que já está fazendo né. A procura pela pousada pra colocar uma cabeça aqui pra que os turistas conheçam né, isso já é uma grande ação da parte deles pra que o gado fique mais conhecido, eu acho que já partiram de um principio muito importante né. HF- 2.4- expor mais, colocar em exposições, vender, explicar.

Eu acho que é justamente o que vocês estão fazendo, é provocar os donos do turismo rural, mostrando o potencial que nós temos de cria-los. Também visitando as propriedades, e oferecendo alguns animais para compra mesmo né, que inicialmente se coloque uma pequena quantidade, para que o produtor possa ir sentindo e se adaptando e posteriormente possa ter ai como adotar o gado numa maior quantidade dentro das propriedades para pode dar embasamento a todo esse trabalho de fixação de território né. A procura pela pousada pra colocar animais aqui, pra que os turistas conheçam né, isso já é uma grande ação da parte deles pra que o gado fique mais conhecido, eu acho que já partiram de um principio muito importante né.Outra maneira é dar oportunidade fácil de nós podermos adquirir os animais na própria fazenda. Eu acho que um grande incetivo tem que ser dado pra gente poder entrar, e começar a criar o gado Crioulo dentro do turismo

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HF- 2.4- Mesmo os criadores que criam outras raças, deveriam criar também algumas vacas desta raça, acho que isso também é importante. HF- 3.4- Acredito que visitando as propriedades, e oferecendo alguns animais para compra mesmo né, que inicialmente se coloque uma pequena quantidade, para que o produtor possa ir sentindo e se adaptando e posteriormente possa ter ai como adotar o gado numa maior quantidade dentro das propriedades para pode dar embasamento a todo esse trabalho de fixação de território né.

rural. E é claro, expor mais, colocar em exposições, vender, explicar. Acredito que mesmo os criadores que criam outras raças, deveriam criar também algumas vacas desta raça, acho que isso também é importante.

IAD 2 Idéia Central B - A associação tem feito tudo que pode. É necessário apoio do poder público. Poderiam ser definidos pacotes de turismo, para a visitação das fazendas, mas é necessário melhorias nas estradas que estão em um estado deplorável e são um grande empecilho.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC HF- 4.4- A associação tem feito tudo que pode, até pouco tempo não era aceito nem nas exposições aqui da região. HF- 4.4- Hoje já temos condições de trazer um animal que foi feito alguma seleção, ta se mostrando nas exposições agropecuárias, como a Expolages. HF- 4.4- Mas é muito perigoso que a gente canse, e não havendo interesse e apoio do poder municipal, estadual e federal, a gente fique só pro nosso dia-dia esse animal, e não seja interesse estar mostrando, e fazendo comentários e apresentando ao público né. Se houver interesse dos proprietários do turismo, fornecedor e animais tem. HF- 4.4- poderia se visitar nas próprias fazendas. Agora o que nós temos de dificuldade hoje, são os acessos pra veículos, é muito ruim as nossas estradas. Até então as estradas são o maior empecilho pra se levar uma visita em uma das fazendas HF- 4.4- Então se houver um trabalho bem feito, de quem interessar possa, o manancial está ai, está em várias fazendas, não muitas é lógico, e é por isso que é importante. E se houver um interesse da Secretária de turismo do município, da Secretária da Cultura, faz –se os pacotes os turistas visitam, define-se um preço. HF- 4.4- Mas isso aí não é pra qualquer um e sim

A associação tem feito tudo que pode, até pouco tempo não era aceito nem nas exposições aqui da região. Hoje já ta se mostrando nas exposições agropecuárias, como a Expolages. Mas é muito perigoso que a gente canse, e não havendo interesse e apoio do poder municipal, estadual e federal, a gente fique só pro nosso dia-dia esse animal, e não seja interesse estar mostrando, e fazendo comentários e apresentando ao público né. Se houver interesse dos proprietários do turismo, fornecedor e animais têm. Acredito que poderia se visitar os animais nas próprias fazendas. Agora o que nós temos de dificuldade hoje, são os acessos pra veículos, é muito ruim as nossas estradas. Até então as estradas são o maior empecilho pra se levar uma visita em uma das fazendas. Então se houver um trabalho bem feito, de quem interessar possa, o manancial está ai, está em várias fazendas, não muitas é lógico, e é por isso que é importante. E se houver um interesse da Secretária de turismo do município, da Secretária da Cultura, faz –se os pacotes os turistas visitam, define-se um preço. Mas isso aí não é pra qualquer um e sim para um turista que tenha um pouco mais de grau, não menosprezando, mas ele tem que ser mostrados para pessoas que gostam, que entendam e que tenham interesse neste setor.

151

para um turista que tenha um pouco mais de grau, não menosprezando, mas ele tem que ser mostrado para pessoas que gostam, que entendam e que tenham interesse neste setor.

152

Anexo – 2 – Termo de consentimento.

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu.............................................................................................., RG:

..........................................., CPF: ........................................, autorizo Thiago Filipe

Veiga, RG: 12c3239992, CPF: 008642519-63, a utilizar as informações por mim

prestadas durante a entrevista, para posterior elaboração do trabalho de conlusão

de curso, e demais publicações científicas, desde que seja preservado o meu

direito de anonimato, não sendo o meu nome citado em nenhum trabalho sem

minha prévia autorização.

Sendo verdade o escrito acima, subscrevo-me.

................................................... ................................................. Entrevistado Thiago Filipe Veiga RG: RG: 12c3239992 CPF: CPF: 008642519-63

Lages, ...................de .....................................de 2007

153

Anexo – 3 - QUESTIONÁRIO DESTINADO A TURISTAS DE HOTÉIS FAZENDA Nome: Idade: Cidade/Estado onde reside: Atividade exercida: Origem dos Avós: Rural; Urbana; Ambas Origem dos Pais: Rural; Urbana; Ambas Origem do Entrevistado: Rural; Urbana; Ambas Como turista qual das figuras apresentadas lhe chama mais atenção. Indique a ordem de sua preferência. Figura 1 OBS: As pranchas com as fotos seguem anexo na próxima folha.

Figura 2

Figura 3

Figura 4

154

Anexo – 4 - Pranchas com as fotos das atrações mostradas aos turistas. PRANCHA 1. (CENÁRIO C/ NEVE).

FIGURA 1.

155

PRANCHA 2. (CRIOULA LAGEANA).

156

PRANCHA 3. (CAVALGADAS / CAMPO NATIVO).

157

PRANCHA 4. (COMIDAS TIPICAS DA SERRA CATARINENSE).

158

Anexo – 5 (Fotos de animais da raça Crioula Lageana).

Touro da variedade Aspada: Fazenda da Cadeia (Curitibanos/SC)

Touro da variedade Mocha: Fazenda da Cadeia (Curitibanos/SC)

159

Touro Aspado Africano Preto: Fazenda Canoas (Ponte Alta/SC).

Touro Aspado Africano Preto: Fazenda Igrejinha (Lages/SC).

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Bois de Canga Aspados: Fazenda Igrejinha (Lages/SC).

Vaca Aspada Africana Baia: Fazenda Igrejinha (Lages/SC).

161

Touro Aspa Grossa Oveiro Vermelho: Fazenda Igrejinha (Lages/SC).

Touro Aspa Fina Africano Vermelho: Fazenda Bom Jesus do Herval (Ponte Alta/SC).

162

Touro Aspa Fina Africano Preto: Fazenda Canoas (Ponte Alta/SC).