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AGENTE DA PF – EDITAL 2012
7. DA PROVA DISCURSIVA
7.1 A prova discursiva valerá 13,00 pontos e consistirá
na elaboração de texto narrativo, dissertativo e/ou
descritivo, com, no máximo, 30 linhas, com base em
tema formulado pela banca examinadora.
7.2 A prova discursiva deverá ser feita pelo próprio
candidato, à mão, em letra legível, com caneta
esferográfica de tinta preta, fabricada em material
transparente, não sendo permitida a interferência e/ou
a participação de outras pessoas, salvo em caso de
candidato a quem tenha sido deferido atendimento
especial para realização das provas(...)
7.3 A folha de texto definitivo da prova discursiva
não poderá ser assinada, rubricada e/ou conter
qualquer palavra e/ou marca que a identifique em
outro local que não seja o indicado, sob pena de
ser anulada. Assim, a detecção de qualquer marca
identificadora no espaço destinado à transcrição
dos textos definitivos acarretará nota 0,00 na
prova discursiva.
7.4 A folha de texto definitivo será o único
documento válido para a avaliação da prova
discursiva. As folhas para rascunho no caderno
de prova são de preenchimento facultativo e não
valerão para tal finalidade.
12.2.3 Os textos da prova discursiva serão
avaliados quanto: a) apresentação textual
(legibilidade, respeito às margens e
indicação de parágrafos); b)
desenvolvimento de tema (objetividade e
posicionamento frente ao tema;
articulação dos argumentos; consistência
e coerência da argumentação; c) domínio
da modalidade escrita de língua
portuguesa: c.1) grafia/acentuação; c.2)
pontuação; c.3) morfossintaxe; c.4)
propriedade vocabular
12.2.4 Nos casos de fuga ao tema, de não
haver texto ou de identificação em local
indevido, o candidato receberá nota no texto
igual a 0,0
12.2.5 A prova discursiva será anulada se o
candidato não devolver sua folha de texto
definitivo, sendo consequentemente
eliminado do certame.
12.2.6 Os critérios avaliativos descritos nas
letras “a” e “b” do subitem 12.2.3 totalizarão
a nota relativa ao domínio do conteúdo (NC),
cuja pontuação máxima será limitada ao
valor de 13,00 pontos.
12.2.7 A avaliação do domínio da modalidade escrita
de língua portuguesa totalizará o número de erros
(NE) do candidato.
12.2.8 Será computado o número total de linhas (TL)
efetivamente escritas pelo candidato.
12.2.9 Será desconsiderado, para efeito de avaliação,
qualquer fragmento de texto que for escrito fora do
local apropriado e/ou que ultrapassar a extensão
máxima de 30 linhas.
(…)
12.2.11 Será eliminado do concurso público o
candidato que obtiver NPD < 6,50 pontos.
TEXTO DISSERTATIVO
Dissertar é o mesmo que desenvolver
ou explicar um assunto, discorrer sobre ele.
Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo
dos textos expositivos, juntamente com o
texto de apresentação científica, o relatório, o
texto didático, o artigo enciclopédico. Em
princípio, o texto dissertativo não está
preocupado com a persuasão e sim, com a
transmissão de conhecimento, sendo,
portanto, um texto informativo.
Os textos argumentativos, ao contrário,
têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre
o ponto de vista do autor a respeito do assunto.
Quando o texto, além de explicar, também
persuade o interlocutor e modifica seu
comportamento, temos um texto dissertativo-
argumentativo.
O texto dissertativo tem uma estrutura
convencional, formada por três partes essenciais.
*Introdução, que apresenta o assunto e o
posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor
formula uma tese ou a ideia principal do texto.
* Desenvolvimento, formado pelos parágrafos
que fundamentam a tese. Normalmente, em
cada parágrafo, é apresentado e desenvolvido um
argumento. Cada um deles pode estabelecer
relações de causa e efeito ou comparações entre
situações, épocas e lugares diferentes.
* Conclusão, que geralmente retoma a tese,
sintetizando as ideias gerais do texto ou propondo
soluções para o problema discutido. Mais
raramente, a conclusão pode vir na forma de
interrogação ou representada por um elemento-
surpresa. No caso da interrogação, ela é
meramente retórica e deve já ter sido respondida
pelo texto.
EXEMPLO
Em tempos como este, em que
crises abalam todos os setores do pais,
é comum buscar soluções imediatistas
para problemas complexos, ou mesmo
transferir a responsabilidade para um
grupo ou classe. A pena de morte como
solução da criminalidade no país é um
desses casos.
Proclamam os seus defensores que a
pena de morte aplicada a um criminoso
serviria de exemplo para que outros não
cometessem o mesmo erro. Todavia, já ficou
provada a ineficiência da pena, quando se
visa a esse fim, na experiência de alguns
Estados norte-americanos, no início do
século. A adoção da pena coincidiu com um
aumento das agressões a policiais e não
houve a desejada diminuição da
criminalidade.
Existe, ainda, uma incoerência fundamental nesse
raciocínio. Pretende-se combater o crime com a morte do
criminoso, estabelecendo-se um círculo vicioso de
violência, além de significar a institucionalização do
assassinato pelo Estado, que passa a ter o supremo
poder de decisão sobre a vida ou morte do réu.
Outra justificativa absurda é a de que a eliminação
do criminoso pouparia os gastos que o governo teria para
sustentá-los. Ora, não se pode deixar de considerar que o
criminoso é o resultado de uma situação de miséria
anterior a ele. Deve, então, a sociedade expurgar todos os
membros que considerar um peso ou ameaça – como na
Alemanha nazista – em vez de assumir sua total
incompetência para reintegrar os frutos de suas
injustiças?
Num país em que o Judiciário não é
eficiente o bastante para fazer cumprir a lei
como convém, em que o sistema
penitenciário não cumpre com sua função de
reformar os indivíduos considerados
perigosos e inaptos para a convivência social
e em que a corrupção e a incompetência
permeiam quase todos os serviços públicos,
seria difícil encontrar pessoas isentas para
condenar um réu à morte. Resta a dúvida:
quem seriam os “carrascos” indicados para
tal função? Quem aceitaria sem hesitação a
incumbência?
A pena de morte não é solução para
a criminalidade. Ela atua como um
mecanismo de vingança da população
contra os criminosos, como um paliativo
para a sensação de insatisfação ,
impotência e insegurança. Ao mesmo
tempo, ressuscita a bem-sucedida – em
sua época – política romana do pão e do
circo. Não há pão para todos, mas haveria
circo.
Não se pode permitir que a
sociedade retroceda à brutalidade da lei
de Talião apenas por mostrar-se
incapaz de resolver a crise geral em
que se encontra. Numa era de tantas
conquistas no campo dos Direitos
Humanos, é inconcebível que se cogite
legalizar a irracionalidade e a violência,
deixando recair sobre alguns o ônus
social que é de todos. Pão e Circo – Paula Pereira, A Imprensa, Faculdade Cásper
Líbero, jun/jul.1991
Atenção: a linguagem do texto
dissertativo-argumentativo costuma ser
impessoal, objetiva e denotativa. Mais
raramente, entretanto, há a combinação
da objetividade com recursos poéticos,
como metáforas e alegorias.
Predominam formas verbais no
presente do indicativo e emprega-se o
padrão culto e formal da língua.
PARÁGRAFO Exemplo de um parágrafo e suas divisões
“Nesse contexto, é um grave erro a
liberação da maconha, pois provocará de
imediato violenta elevação do consumo; o
Estado perderá o precário controle que ainda
exerce sobre as drogas psicotrópicas e
nossas instituições de recuperação de
viciados não terão estrutura suficiente para
atender à demanda. Enfim, viveremos o
caos.”
(Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
Elemento relacionador : Nesse contexto.
Tópico frasal: é um grave erro a liberação da
maconha.
Desenvolvimento: Provocará de imediato
violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce
sobre as drogas psicotrópicas e nossas
instituições de recuperação de viciados não
terão estrutura suficiente para atender à
demanda
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
(Obra consultada: MOURA,Fernado. Nas Linhas e Entrelinhas,
6ª edição, 2004. Ed.Vestcon)
SUGESTÃO DE PRODUÇÃO DE TEXTO
COM BASE EM ESQUEMA
ESQUEMA BÁSICO DA DISSERTAÇÃO
Esquema de dissertação nº 1
1º parágrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2
+argumento 3
2 parágrafo :desenvolvimento do argumento 1
3 parágrafo: desenvolvimento do argumento 2
4 parágrafo: desenvolvimento do argumento 3
5 parágrafo: expressão inicial + reafirmação do
tema + observação final.
EXEMPLO:
TEMA: A qualidade de vida nas regiões rurais,
é em alguns aspectos, superior à da zona
urbana.
POR QUÊ?
*arg. 1: No campo inexiste a agitação das
metrópoles.
*arg. 2: Há possibilidades de se obterem
alimentos adequados.
*arg. 3: As pessoas dispõem de tempo para
estabelecer relações humanas mais profundas
Texto definitivo
É de conhecimento geral que a qualidade
de vida nas regiões rurais é, em alguns
aspectos, superior à da zona urbana, porque no
campo inexiste a agitação das grandes
metrópoles, há maiores possibilidades de se
obterem alimentos adequados e, além do mais,
as pessoas dispõem de maior tempo para
estabelecer relações humanas mais profundas
e duradouras.
Ninguém desconhece que o ritmo de trabalho de
uma metrópole é intenso. O espírito de concorrência, a
busca de se obter uma melhor colocação profissional,
enfim, a conquista de novos espaços lança o habitante
urbano em meio a um turbilhão de constantes
solicitações. Esse ritmo excessivamente intenso torna a
vida bastante agitada, ao contrário do que se poderia
dizer sobre a vida dos moradores da zona rural.
Além disso, nas áreas campestres há maior
quantidade de alimentos saudáveis. Em contrapartida, o
homem da cidade costuma receber gêneros alimentícios
colhidos antes do tempo de maturação, para garantir
maior durabilidade durante o período de transporte e
comercialização.
Ainda convém lembrar a maneira como as
pessoas se relacionam nas zonas rurais. Ela
difere da convivência habitual estabelecida pelos
habitantes metropolitanos. Os moradores das
grandes cidades, pelos fatores já expostos, de
pouco tempo dispõem para alimentar relações
humanas mais profundas.
Por isso tudo, entendemos que a zona rural
propicia a seus habitantes maiores possibilidades
de viver com tranquilidade. Só nos resta esperar
que as dificuldades que afligem os habitantes
metropolitanos não venham a se agravar com o
passar do tempo.
CONSTRUINDO O TEXTO
A ARTICULAÇÃO DOS PARÁGRAFOS
Articulação por introdução de elementos
novos a cada parágrafo
" Nascimento e morte do Universo", de
John Gribbin, vai nos mostrar uma outra
maneira de construir um texto, no que se
refere ao encadeamento dos parágrafos:
Os cosmólogos sentem-se hoje muito
perto de poder responder à velha pergunta dos
filósofos: de onde viemos, para onde vamos?
Não é necessário ser um homem de ciência
para ter ouvido falar do BIG BANG, expressão
que descreve o nascimento do Universo sob a
forma de uma bola de fogo, há cerca de 15
bilhões de anos. Mas mesmo entre os
estudiosos, são poucos os que sabem algo
mais acerca dessa teoria.
A tese que liga o nascimento do Universo
a seu fim deve muito à combinação de duas
grandes conquistas da física do século XX: a
relatividade geral e a teoria dos quanta.
Pesquisadores como Jayant Narlikar, da Índia,
e Jim Hartle, da Califórnia, assim como
diversos especialista soviéticos, deram sua
contribuição. Mas aquele cujo nome está mais
estreitamente associado a essa descoberta é
Stephen Hawking, da Universidade de
Cambridge, no Reino Unido.
Hawking é, certamente, muito conhecido
hoje como o autor de um best-seller sobre a
natureza do tempo, mas também como vítima de
uma doença que o confina a uma cadeira de
rodas, podendo comunicar-se apenas com os
movimentos de uma das mãos, da qual se serve
para soletrar laboriosamente palavras e frases
com a ajuda de um pequeno computador.(...)
Durante 20 anos, seus trabalhos concentraram-se
no estudo da singularidade - isto é, um ponto de
matéria de densidade infinita e de volume nulo,
como deve existir (segundo a teoria geral da
relatividade) no coração dos buracos negros, ou
tal como deve ter existido na origem do
universo.(...)
Conclusão
Desse modo, os cosmólogos
responderam à pergunta acerca de onde vem
nosso Universo e para onde vai. Segundo
eles, vivemos em um gigantesco buraco negro
que encerra todo o cosmo. Surgido do nada
como uma flutuação quântica do vazio, o
Universo continuou sua expansão durante 15
bilhões de anos, mas em um ritmo bem
decrescente. Em um determinado momento de
um futuro mais distante, a força da atração da
gravidade dará um fim inevitavelmente a essa
expansão e mudará seu sentido.(...)
COESÃO E COERÊNCIA
Coesão textual Todo texto bem escrito obedece a uma hierarquia
de informações, que se dividem em parágrafos, isto é, o
texto avança em partes semanticamente organizadas de
modo que as informações não se atropelem. Mas o
avanço das informações deve ser costurado, ou então
será apenas uma sequência avulsa de dados. Para que
esta “costura” seja clara e lógica, a língua dispõe de uma
série de recursos coesivos, que são aquelas palavras
que estabelecem relação entre o que foi dito (elementos
anafóricos) e o que se vai dizer (elementos catafóricos)
que ligam uma coisa com outra. Essas palavras são
chamadas de relatores.
Preste atenção nas palavras em negrito
no texto a seguir:
Pede-se atenção ao teste que se
segue. “ Era uma vez uma terra distante
onde todo mundo trabalhava naquilo que
mais gostava – e, mesmo assim só quando
acordasse disposto. Nesse lugar, escola e
assistência médica eram gratuitas, ninguém
pagava aluguel e, nas horas de folga, todos
se dedicavam à dança, ao teatro, à música e
às artes em geral.”
Anáfora e Catáfora
A remissão anafórica(para trás) realiza-se
por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa(retos
e oblíquos) e os demais pronomes; também por
numerais, advérbios, artigos e outros. Exemplos:
1. A jovem acordou sobressaltada. Ela não
conseguia lembrar-se do que havia acontecido e
como fora parar ali.
2. Márcia olhou em torno de si. Seus pais e seus
irmãos observavam-na com carinho.
3. O concurso selecionará os melhores candidatos.
O primeiro deverá desempenhar o papel principal
na nova peça.
4. O juiz olhou para o auditório. Ali estavam os
parentes e amigos do réu, aguardando ansiosos o
veredito final.
5. Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum
valor em sua época. Houve telas que serviram
até de porta de galinheiro. (sinônimos)
6. Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena
que o cineasta mais famoso do cinema
brasileiro tenha morrido tão cedo.(epíteto-
expressão que qualifica a pessoa)
7. O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu
a sessão às oito horas em ponto e (ele) fez então
seu discurso emocionado.(elipse)
8. Lygia Fagundes Teles é uma das principais
escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é autora
de "Antes do baile verde", um dos melhores livros
de contos de nossa literatura. (repetição de parte do
nome)
9. Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz
disse, porém, que tal testemunho não era válido
por serem parentes do assassino.(nominalização)
10. São Paulo é sempre vítima das enchentes de
verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito,
provocando engarrafamentos de até 200
quilômetros.(associação)
A remissão catafórica (para a frente) realiza-se
preferencialmente através de pronomes
demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de
nomes genéricos, mas também por meio das
demais espécies de pronomes, de advérbios e de
numerais. Exemplos:
1. O incêndio havia destruído tudo: casas,
móveis, plantações.
2. Desejo somente isto: que me deem a
oportunidade de me defender das acusações
injustas.
3. O enfermo esperava uma coisa apenas: o alívio
de seus sofrimentos.
4. Ele era tão bom, o presidente assassinado!
Exemplo – A coesão no texto
Falar em direitos humanos pressupõe
localizar a realidade que os faz emergir no
contexto sócio-político e histórico-estrutural do
processo contraditório de criação das
sociedades. Implica, em suma, desvendar, a
cada momento deste processo, o que venha a
resultar como direitos novos até então
escondidos sob a lógica perversa de regimes
políticos, sociais e econômicos, injustos e
comprometedores da liberdade humana.
Esse ponto de vista referencial determina a
dimensão do problema dos direitos humanos na América
Latina.
Nesse contexto, a fiel abordagem acerca das
condições presentes e dos caminhos futuros dos direitos
humanos passa, necessariamente, pela reflexão em
torno das relações econômicas internacionais entre
países periféricos e países centrais.
As desarticulações que dessa situação resultam
não chegam a modificar a base estrutural destas
relações: a extrema dependência a que estão
submetidos os países periféricos, tanto no que concerne
ao agravamento das condições de trabalho e de vida
(degradação dos salários e dos benefícios sociais),
quanto na dependência tecnológica, cultural e ideológica.
Coerência textual - é a relação que se
estabelece entre as diversas partes do texto, criando
uma unidade de sentido. Está ligada ao entendimento,
à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou
lê. Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer
que estamos escrevendo bem. Além da coesão, é
preciso pensar na coerência. É possível escrever um
texto coeso sem ser coerente. Observe:
Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo
presidente. Este deve ter ideais muito elevados.
Esses ideais se concretizarão durante a vigência de
seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por
todos.
Ninguém pode dizer que falta coesão a
esse parágrafo. Mas de que ele trata mesmo?
Dos problemas do povo? Do presidente? Do
seu mandato? Fica difícil dizer. Embora ele
tenha coesão, não tem coerência. A coesão
não funciona sozinha. No exemplo acima,
teríamos que, de imediato, decidir qual a sua
palavra-chave: presidente ou problemas do
povo? A palavra escolhida daria estabilidade
ao parágrafo. Sem essa base estável, não
haverá coerência no que se escrever, e o
resultado será um amontoado de ideias.
Enquanto a coesão se preocupa com a parte
visível do texto, sua superfície, a coerência vai
mais longe, preocupa-se com o que se deduz do
todo.
A coerência exige uma concatenação
perfeita entre as diversas frases, sempre em
busca de uma unidade de sentido. Não se
pode dizer, por exemplo, numa frase, que o
"desarmamento da população pode
contribuir para diminuir a violência", e , na
seguinte, escrever: "Além disso, o
desemprego tem aumentado
substancialmente". É evidente a
incoerência existente entre elas.
RELAÇÕES LÓGICAS
O texto de opinião (argumentativo), escrito
para se defender ou para se atacar uma ideia,
um ponto de vista qualquer, trabalha
fundamentalmente com relações lógicas. E a
língua concretiza essas relações lógicas através
de relatores específicos que estabelecem uma
ponte lógica entre o que se disse e o que se vai
dizer: mas, porque, pois, se, quando, no entanto,
apesar de, etc.
Observe esse exemplo:
Os problemas sociais não são resolvidos
porque não há vontade política de resolvê-los.
Nesse tipo de relação, apresenta-se
um fato (os problemas sociais não são
resolvidos) e a causa ( não há vontade
política de resolvê-los) . Observe que a
ordem dos elementos pode ser alterada, o
relator pode ser outro, mas a natureza da
relação (causa e efeito direto) permanece
inalterada:
Não há vontade política de resolver os
problemas sociais e por isso eles não são
resolvidos.
Não esqueça: há muitos modos de marcar essa
relação, além dos populares “ porque” e “por isso”. Veja
mais alguns:
Como não há vontade política de resolver os
problemas sociais, eles não se resolvem.
Já que não há vontade política, os problemas sociais
não se resolvem.
Podemos também estabelecer relações de causa e
efeito pelo uso de alguns verbos. Veja:
A falta de vontade política impede a solução dos
problemas sociais.
Decorre da falta de vontade política a ausência de
solução para os problemas sociais.
INDICAÇÕES DE CIRCUNSTÂNCIAS –
RELAÇÕES DE SENTIDO Circunstância de CAUSA- vocabulário semântico
*substantivos: motivo, razão, explicação,
fundamento, desculpa, pretexto, o porquê, embrião e
outros.
* conjunções (e locuções): porque, visto que, pois,
por isso que, já que, uma vez que, porquanto, na
medida em que, como, etc.
* preposições(e locuções): por, por causa de, em
vista de, em virtude de, devido a, em consequência
de, por motivo de, por razões de, por falta de, etc.
Circunstância de CONSEQUÊNCIA, FIM,
CONCLUSÃO
Se o fato determinante de outro é a sua causa, esse
outro é a sua consequência. A consequência
desejada é o fim (propósito, objetivo). Verifique os
exemplos seguintes:
Causa: Os motoristas fizeram greve porque
desejavam aumento de salário.
Fim: Os motoristas fizeram greve para conseguir
aumento de salário.
Consequência: Os motoristas fizeram tantas
greves que conseguiram aumento de salário.
Vocabulário semântico de
consequência, fim e conclusão.
FIM, PROPÓSITO, INTENÇÃO
*substantivos: projeto, objetivo, finalidade,
meta, pretensão, etc.
*partículas e locuções: com o propósito de,
com a intenção de, com o fito de, com o intuito
de, de propósito, intencionalmente – além das
preposições para, a fim de, e as conjunções a
fim de que, para que.
CONSEQUÊNCIA, RESULTADO,
CONCLUSÃO
substantivos: efeito, sequência, produto,
decorrência, fruto, reflexo, desfecho,
desenlace, etc.
verbos:decorrer, derivar, provir, vir de, ter
origem em, resultar, etc.
partículas e locuções: pois, por isso, por
consequência, consequentemente, logo,
então, por causa disso, em virtude disso,
devido a isso, em vista disso, visto isso, à
conta disso, como resultado, em conclusão,
em suma, em resumo, enfim
OPOSIÇÃO, CONTRASTE
Vocabulário semântico na área de oposição
substantivos: antagonismo,reação, resistência,
competição, hostilidade, contraposição, obstáculo,
empecilho, óbice, impedimento,objeção.
verbos: ir de encontro a, defrontar-se,enfrentar,
reagir, impedir, obstar, objetar,opor-se, contrapor-
se
preposições, locuções prepositivas e
adverbiais: apesar de, a despeito de, sem
embargo de, não obstante, malgrado, ao contrário,
em contraste com, em oposição a, contra, às
avessas.
Conjunções: coordenativas: mas, porém, todavia,
contudo, no entanto, entretanto, senão (adversativas);
Subordinativas: embora, se bem que, ainda que, posto
que, conquanto, em que pese a, muito embora,mesmo
que, por mais que(concessivas)
PRONOMES RELATIVOS: que – quem - cujo – onde
Ao empregar um pronome relativo, devemos ter o
seguinte cuidado:
1.Observar a palavra a que ele se refere para evitar
erros de concordância verbal
Encontramos um bom número de pessoas que
estavam reivindicando os mesmos direitos dos vinte
funcionários vitoriosos. (que = as quais- pessoas)
ASPECTOS RELATIVOS À FORMA
A FRASE
1. Extensão
A crise de abastecimento de álcool não é apenas
resultado da incompetência e irresponsabilidade das
agências governamentais que deveriam tratar do
assunto, pois ela também foi causada por outro vício de
origem que foi no primeiro caso os organismos do
governo encarregados de gerir os destinos do Proálcool
que foram pouco a pouco sendo apropriados pelos
setores que eles deveriam controlar, se transformando
em instrumento de poder desses mesmos setores que
através deles passaram a se apropriar de rendas que
não lhe pertenciam.
Uma possível redação para esse texto seria:
A crise no abastecimento do álcool não
resulta apenas da incompetência e da
irresponsabilidade do governo; ela é também
causada por certos vícios que rondam o poder. Os
órgãos responsáveis pelo destino do Proálcool se
eximem de controlá-lo com rigor. Disso resulta uma
situação estranha: os órgãos do governo passam a
ser dominados justamente pelos setores que
deveriam controlar. Transformam-se assim em
instrumentos de poder de usineiros que se
apropriam do erário.
2. Fragmentação
Errado:
O carro ficou estacionado no shopping. Onde
tínhamos ido fazer compras.
O Detran tem aumentado sua receita. Multando
carros sem nenhum critério.
Ele tem lutado para manter o status. Uma vez que
perdeu quase toda a fortuna.
A colisão do meteoro, que deve ocorrer no dia 20.
Tão esperada pelos astrônomos, é notícia no
mundo inteiro.
3.Onde / Aonde
1)Só se deve usar onde quando se referir a
lugar.
O país onde nasci fica muito distante.
Nos demais casos, use em que
São muito convincentes os argumentos em que
você se baseia.
2)Só se deve usar aonde, quando a regência
do verbo assim o exigir.
Aonde iremos à noite? (ir a)
Aonde você pretende chegar ?(chegar a)
4. Emprego exaustivo de Gerúndio
“O contribuinte brasileiro está precisando
receber um melhor tratamento das autoridades fiscais,
sendo ele vítima constante de um Leão sempre
descontente de sua mordida, não se sentindo a salvo e
sendo sempre surpreendido por novas regras, novas
alíquotas, assaltando, o seu bolso”.
Melhor dizer:
“O contribuinte brasileiro precisa receber um
melhor tratamento das autoridades fiscais. Ele é vítima
constante de um Leão sempre descontente de sua
mordida, não há ano em que se sinta a salvo. É
sempre surpreendido por novas regras, novas
alíquotas, novos assaltos ao seu bolso.”
5. Emprego exaustivo do conectivo QUE
É indispensável que se conheça o critério que
se adotou para que sejam corrigidas as provas
que se realizaram ontem, a fim de que se
tomem providências que forem julgadas
necessárias.
Melhor dizer:
É indispensável conhecer o critério adotado
para a correção das provas realizadas ontem, a
fim de se tomarem as providências (julgadas)
necessárias.
PARALELISMOS
A função do paralelismo é veicular
informações novas através de determinada
estrutura sintática que se repete, fazendo o
texto progredir de forma precisa.
Tomemos a seguinte frase:
Falava-se da chamada dos conservadores ao
poder e da dissolução da Câmara.
O conector E soma duas informações
vinculadas ao verbo falar (falava-se de)
Observe o exemplo:
“Ele cometeu dois erros: o primeiro foi não cumprir
o acordo estabelecido; o segundo foi a
desvalorização dos procedimentos sugeridos.
(faltou paralelismo)
Melhor dizer:
Ele cometeu dois erros: o primeiro foi não cumprir o
acordo estabelecido; o segundo, desvalorizar os
procedimentos sugeridos. OU
Ele cometeu dois erros: o primeiro foi o não-
cumprimento do acordo estabelecido; o segundo, a
desvalorização dos procedimentos sugeridos.
As questões de paralelismos devem ser
analisadas sob o ponto de vista sintático e
semântico. Observe o exemplo :
Ele estava não só atrasado para o concerto,
mas também sua mulher tinha viajado para a
fazenda.
A frase está correta sintaticamente, mas não tem
lógica. Ela pode ser corrigida da seguinte forma:
Ele estava não só atrasado para o concerto,
mas também preocupado com a fila que iria
enfrentar.
PARALELISMOS MAIS FREQUENTES
a)e , nem
Ele conseguiu transformar-se no comandante das
Forças Armadas e no homem forte do governo.
Não adianta tomar atitudes radicais nem fazer de
conta que o problema não existe.
b)não só ... mas também
O projeto não só será aprovado, mas também
posto em prática imediatamente.
c)mas
Não estou descontente com seu desempenho, mas
com sua arrogância.
d)tanto ... quanto
Estamos questionando tanto seu modo de ver os
problemas quanto sua forma de solucioná-los.
e)Isto é / ou seja, etc
Você devia estar preocupado com seu futuro, isto é, com
a sua sobrevivência.
f)ou
O governo ou se torna racional ou se destrói de vez.
g)com as orações justapostas (aquelas que estão
coordenadas sem conectivos)
O governo até agora não apresentou nenhum plano para
erradicar a miséria, não criou nenhum programa de
emprego, não destinou os recursos necessários para a
educação e à saúde.
PARALELISMOS – ESTRUTURAS INCORRETAS
1.Não saí de casa por estar chovendo e porque
era ponto facultativo.
2.Nosso destino depende em parte do
determinismo e em parte obedecendo à nossa
vontade.
3. Peço-lhe que me escreva a fim de informar-me
a respeito das atividades do nosso Grêmio e se a
data das provas já está marcada.
Outro exemplo de erro de Paralelismo
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos
Ministérios economizar energia e que
elaborassem planos de redução de despesas.
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos
Ministérios que economizassem energia e (que)
elaborassem planos para redução de despesas.
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos
Ministérios economizar energia e elaborar planos
para redução de despesas.
Erros de Comparação
1.Errado: O salário de um professor é mais
baixo do que um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo
do que o salário de um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo
do que o de um médico.
2.Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da
Portaria.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
3.Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais
verbas do que os Ministérios do Governo.
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
do que os outros Ministérios do Governo.
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
do que os demais Ministérios do Governo
8. O emprego de APESAR DO....x / APESAR
DE O ...
1. Apesar da chuva, ele saiu de casa.
Apesar de a chuva cair torrencialmente, ele saiu
de casa.
2.Ele reclamou desses artigos, que já foram
revogados.
O fato de esses artigos terem sido revogados
não vem ao caso.
Norma: Separa-se a preposição quando seu
complemento é sujeito de um verbo.
Devem ser evitadas, portanto, construções
como:
1.Errado: É tempo do Congresso votar a
emenda.
Certo: É tempo de o Congresso votar a
emenda.
2.Errado: Apesar das relações entre os países
estarem cortadas, (...).
Certo: Apesar de as relações entre os países
estarem cortadas, (...).
9. Pontuação nas orações reduzidas
a) oração reduzida de gerúndio - se há valor
adverbial, vem normalmente com vírgula.
O Estado, visando ao bem comum, elabora suas
normas.
Visando ao bem comum, o Estado elabora suas
normas.
O Estado elabora suas normas, visando ao bem
comum.
b) oração reduzida de particípio - depende do valor e
da posição:
Uma vez preenchidos todos os requisitos legais, o
Ministério Público dispõe do processo.
Analisadas as contas na Suíça, pôde-se ter uma ideia
mais evidente do problema.
* nas reduzidas de particípio intercaladas, o uso da
vírgula depende do valor da oração.
- restritivo: As duas propostas classificadas na primeira
fase , serão levadas à frente.
- explicativo: A Constituição Federal, concluída em
1988, trouxe importantes mudanças.
- adverbial: Os eleitores, conferidos seus
documentos, votarão em urnas individuais.
c) oração reduzida de infinitivo - se há valor
adverbial e está deslocada, vem com vírgula.
Esse preceito, ao efetivar-se na legislação
brasileira, trouxe avanço nas conquistas sociais.
Ao efetivar-se na legislação brasileira, esse
preceito trouxe avanço nas conquistas sociais.
REDAÇÃO DE ALUNO
Cargo: Policial Rodoviário Federal
Proposta:
Na aurora dos tempos históricos, o homem
dependia diretamente do espaço circundante para a
reprodução de sua vida. Dessa forma, as primeiras
técnicas foram elaboradas no contato íntimo com a
natureza.
O surgimento do sistema capitalista acarretou
um aprofundamento da divisão, social e geográfica,
do trabalho, que separou o homem dos meios de
produção, e, cada vez mais, o homem se vê obrigado
a utilizar técnicas que não criou, para produzir para
outros aquilo de que não tem necessidade ou que não
tem os meios de utilizar.
Na discursividade urbana, o social fica
imobilizado pelo discurso da marginalidade, que
tem na segurança sua contraparte, e pelo
discurso do planejamento, que focaliza a infra-
estrutura. Dois pontos de equívoco que
reafirmam a exclusão social.
Eni P. Orlandi (Org.). Cidade atravessada: os
sentidos públicos no espaço urbano. Campinas:
Pontes, 2001, p. 59.
FAVELÁRIO NACIONAL
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
Medo só de te sentir, encravada
Favela, erisipela, mal-do-monte
Na cova flava do Rio de Janeiro.
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
nem de tua manha nem de teu olhar.
Medo de que sintas como sou culpado
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.
Custa ser irmão,
custa abandonar nossos privilégios
e traçar a planta
da justa igualdade.
Somos desiguais
e queremos ser
sempre desiguais.
Considerando que os textos acima têm
caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo que responda à seguinte
pergunta.
O principal problema das megalópoles é a
superpopulação?
(Modelo de redação – nota máxima – 20
pontos)
O crescimento constante da população das
áreas urbanas, fruto principalmente do fenômeno de
migrações internas do campo para as cidades, é
hoje o maior problema observado nas grandes
metrópoles, visto que a estrutura dessas, ao longo
do processo histórico, não sofreu as alterações
necessárias para contemplar o grande contingente
populacional formado.
O processo de urbanização dos grandes
centros no Brasil ocorreu, de certa forma, de maneira
forçada, devido à crescente utilização de máquinas
no setor agrícola. A substituição da mão-de-obra
humana ocasionou uma escassez de empregos, que
em teoria poderiam ser encontrados nas incipientes
grandes cidades.
Outro fator preponderante nas correntes migratórias
para a área urbana foi a grande extensão das terras
utilizadas na atividade agrícola, que diminuíam
drasticamente o território de moradias e o
desenvolvimento de novas comunidades. Estes
empregos, assim como as moradias, foram
buscados nas cidades.
Esta busca, no entanto, aprofundou um
problema observado numa simples lógica: na
proporção em que uma população aumenta faz-se
necessário o crescimento de toda uma infra-
estrutura que dê conta de propiciar a inclusão
social. Isso não aconteceu.
A estagnação de serviços básicos como
sistemas de iluminação pública, saneamento
básico, redes de esgoto e geração de empregos
são apenas alguns dos graves problemas
estruturais que podem ser observados nos
grandes centros e que acabam, muitas vezes,
marginalizando boa parte da população. Essa
marginalização acaba ensejando outras
mazelas, dentre elas a violência.
Aí o círculo se torna completo, já que em
uma grande população o número de excluídos
se torna maior, logo a pressão sobre outros
setores da sociedade também é aumentada.
Isso demonstra como o excesso populacional é
desencadeador do caótico processo vivido nas
grandes megalópoles, já que põe em xeque a
capacidade do Estado de proporcionar condições
satisfatórias de atendimento à sua população.
A equação social que soma grande contingente
populacional com precária situação de vida só
poderia ter resultado negativo. Quanto mais pessoas
mais difícil torna-se o processo de desenvolvimento de
uma melhor qualidade de vida para a população em
geral. Somente solucionando seu maior problema, o
da superpopulação, a administração de uma cidade
pode tratar todos os males que dele resultam.
ESPELHO DA AVALIAÇÃO DA PROVA
DISCURSIVA
Aspectos Macroestruturais – quesito avaliado
1. Apresentação e estrutura textual(legibilidade,
respeito às margens, paragrafação)
Faixa de valor (0,00 a 2,00) nota: 2,00
2.Desenvolvimento do tema
Objetividade na resposta apresentada
Faixa de valor (0,00 a 3,00) nota: 3,00
2.2 Seleção / consistência dos argumentos
Faixa de valor (0,00 a 5,00) nota: 5,00
2.3 Progressividade
Faixa de valor (0,00 a 5,00) nota: 5,00
2.4 Coesão e coerência
Faixa de valor (0,00 a 5,00) nota: 5,00
Aspectos microestruturais avaliados
Tipo de erro: grafia e acentuação gráfica;
morfossintaxe ; propriedade vocabular
Resultado:
Nota no conteúdo(NC = soma das notas
obtidas em cada quesito) – 20,00
Número total de linhas efetivamente escritas
(TL) – 29
Número de erros (NE) – 0
NOTA DA REDAÇÃO: 20,00
REDAÇÃO DE ALUNO
Cargo:Agente de Polícia Federal (2012)
Proposta:
O departamento de Polícia Civil do Estado de São
Paulo vem investigando os crimes cometidos por três
pessoas, maiores e capazes, que atuam no roubo de
cargas transportadas em operações interestaduais
nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul. As empresas transportadoras
afetadas pelas ações dos criminosos são totalmente
privadas, ou seja, não possuem participação
financeira de nenhum ente da Federação, não
havendo, portanto, em decorrência desses delitos,
prejuízo patrimonial direto à União.
Em operação destinada a prender em
flagrante os criminosos, apenas um deles foi
preso. No momento da prisão, ele ofereceu, ao
chefe da equipe policial, cem mil reais para que
fosse informalmente libertado. A proposta não foi
aceita, e a prisão do criminoso foi efetuada, de
acordo com as formalidades legais.
Com base na situação hipotética apresentada
acima, redija um texto dissertativo que
responda, necessariamente e de maneira
fundamentada, aos seguintes
questionamentos.
* Havendo necessidade de repressão
uniforme dos crimes acima mencionados,
poderá o Departamento de Polícia Federal
investigar os delitos contra o patrimônio
(roubos)?
* Na situação considerada, a proposta feita
pelo criminoso ao chefe da equipe policial
configurou crime contra a administração
pública? Em caso afirmativo, especifique o
delito.
“A repressão aos crimes contra o
patrimônio de repercussão interestadual pode
ser realizado tanto pelas polícias estaduais
quanto pela polícia federal, já que essa possui
competência estabelecida tanto pela
Constituição federal de 1988 como em lei
específica para atuar nesses delitos.
Cabe ressaltar que a investigação por
parte da polícia estadual não prejudica e nem
inibe a atuação da federal e vice versa, o que
seria importante é um trabalho conjunto entre
ambas a fim de obter melhores resultados já
que diversa organizações mantem células
criminosas em muitos estados da federação.
Porém o que prejudica essa cooperação é
a falta de comunicação e de informação entre as
polícias estaduais e federal, o que aumenta a
dificuldade do indivíduo já que cada um possui
um sistema de dados diferente e cadastros
nacionais, infiseg e sinivem, muitas vezes estão
desatualizados gerando problemas para
identificação dos envolvidos e suspeitos o que
atrapalha um combate mais uniforme desses
delitos interestaduais.
A conduta de oferecer vantagem indevida a
funcionário público para não praticar ato de ofício
configura crime de corrupção ativa, ou seja crime
contra a administração pública praticado por
particular fazendo com que o infrator responda
pelo delito anteriormente praticado mais
corrupção ativa consumada já que se trata de um
crime formal não necessitando o policial aceitar a
vantagem para se consumar o crime.
Assim a conduta do policial que recebeu a
proposta foi lícita já que o mesmo recusou a
proposta e ratificou a ordem de prisão em
flagrante contra o indivíduo.”
Valor da questão: 13,00
Nota mínima: acima de 6,50
ESPELHO DE AVALIAÇÃO DA PROVA
DISCURSIVA
Aspectos macroestruturais – quesitos
avaliados
1. Apresentação textual(legibilidade, respeito às
margens, paragrafação)
Faixa de valor (0,00 a 1,00) nota: 1,00
2. Desenvolvimento do tema
2.1 Possibilidade de o Departamento de Polícia
Federal investigar os delitos contra o patrimônio
(roubos)
Faixa de valor (0,00 a 6,00) nota: 1,50
2.2 Configuração de crime contra administração
pública; especificação do delito
Faixa de valor (0,00 a 6,00) nota: 6,00
Aspectos microestruturais avaliados
Tipo de erro: grafia e acentuação gráfica;
morfossintaxe ; propriedade vocabular
Resultado:
Nota no conteúdo(NC = soma das notas
obtidas em cada quesito) – 8,50
Número total de linhas efetivamente escritas
(TL) – 26
Número de erros (NE) – 17
NOTA DA REDAÇÃO: 7,19
PROPOSTAS DE REDAÇÃO
1.(CESPE/UnB/PF-2009)
Prova Discursiva – Cargo : Agente da Polícia
Federal – MJ/DPF
TEXTO: Em 20 de agosto de 2007, o governo federal
lançou o Programa Nacional de Segurança Pública
com Cidadania (PRONASCI) , PPR meio da Medida
Provisória nO. 384, comprometendo-se a investir
R$6,707 bilhões, até o fim de 2012, em um conjunto
de 94 ações, que envolverão dezenove ministérios,
em intervenções articuladas com estados e
municípios.
O PRONASCI enfatiza princípios que tratam de
direitos humanos e eficiência policial, intensidade da
repressão policial na defesa de direitos e liberdades
e papel histórico da polícia na construção da
democracia. Esse programa tem o mérito de valorizar
a contribuição dos municípios para a segurança
pública, rompendo os preconceitos restritivas ,
oriundos de uma leitura limitada do artigo 144 da
Constituição – contribuição que não se esgota na
criação de guardas civis; estende-se à implantação
de políticas sociais preventivas. Outro princípio
essencial desse programa afirma que a segurança é
matéria de Estado, não de governo, situando-a,
portanto, acima das disputas político-partidárias.
Proposta:considerando que o texto acima tenha
caráter unicamente motivador, redija um texto
dissertativo que aborde, necessariamente, os
seguintes aspectos:
* Relação entre eficiência policial e direitos do
cidadão;
* Finalidade da repressão policial e sua
intensidade;
* Aparelho policial como um dos pilares da
sociedade democrática
_______________________________________
________
2. CESPE/UnB – Escrivão da PF/2009
Nos últimos anos, o mundo foi colocado
diante de uma realidade nova: os sindicatos do
crime ultrapassaram as fronteiras geográficas
dos países, com os objetivos de obter maiores
resultados nas operações delituosas e assegurar
proteção e impunidade a seus agentes.
Em razão disso, a comunidade das nações
entendeu a importância da criação de acordos
internacionais para uma ação conjunta contra o
crime transnacional organizado.
No ano de 1998, a Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU)
determinou a criação de um comitê de trabalho
com o fim específico de elaborar uma convenção
internacional para enfrentar esses crimes.
Em dezembro de 1999, realizou-se em Palermo,
Itália, uma reunião para a assinatura da
Convenção das Nações Unidas contra o Crime
Organizado Transnacional — a Convenção de
Palermo —, que identificou que os países estão
diante de um gravíssimo problema, que só pode
ser eliminado mediante uma ação conjunta da
comunidade das nações.
Essa Convenção, que foi adotada pela ONU
em novembro de 2000, na Assembleia Geral do
Milênio, é suplementada por três documentos que
abordam áreas específicas de atuação do crime
organizado:
• o protocolo para prevenir, suprimir e punir o tráfico
de pessoas, especialmente mulheres e crianças;
• o protocolo contra o contrabando de imigrantes por
terra, ar e mar;
• o protocolo contra a fabricação ilegal e o tráfico de
armas de fogo, incluindo peças, acessórios e
munições.
O problema da corrupção também foi abordado
nos documentos; neles há propostas para agravar as
sanções contra esse tipo de crime. A Convenção
trata, ainda, de aspectos relacionados com a
extradição de criminosos e a transferência de presos,
respeitando a legislação nacional dos países.
O Congresso Nacional do nosso país aprovou,
em maio de 2003, o texto da Convenção de Palermo,
e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Decreto
n.º 5.015, de 12 de março de 2004, sacramentou a
adesão do Brasil a esse documento. Convenção de Palermo (fragmento). In: Estudos
Avançados. USP, 21 (61), 2007, p. 102 (com adaptações).
Proposta: Considerando que o texto
acima tem caráter unicamente motivador,
redija um texto dissertativo, abordando,
necessariamente, os seguintes aspectos:
< importância da Convenção de Palermo;
< crime organizado e direitos humanos;
< medidas de combate ao poder financeiro do
crime organizado.