ANÁLISE SISTÊMICA: CONTRIBUIÇÃO TEÓRICO METODOLÓGICA E APLICAÇÕES NO ESTADO DO PIAUÍ

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  • 7/30/2019 ANLISE SISTMICA: CONTRIBUIO TERICO METODOLGICA E APLICAES NO ESTADO DO PIAU

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    actageo.ufrr.br Enviado em agosto/2011 Modificado em junho/2012 - Aceito em agosto/2012

    ANLISE SISTMICA: CONTRIBUIO TERICO METODOLGICA EAPLICAES NO ESTADO DO PIAU

    Systemic analysis: theoretical contribution methodology and applications in the state of Piau, Brazil

    Anlisis sistmico: metodologa contribucin terica y aplicaciones en el estado de Piau, Brasil

    Jefferson Paulo Ribeiro SoaresiCludia Maria Sabia de Aquinoii

    Universidade Federal do Piau - Brasil

    RESUMONas ltimas dcadas, os estudos na geografia envolvendo a questo ambiental tendo como suporte lgico a TeoriaGeral dos Sistemas (TGS) vm sendo amplamente disseminados. O emprego da TGS na Geografia Fsica culminoucom a criao do mtodo geossistmico, preconizado pelo russo Sotchava. A aplicao e reconhecimento dessaabordagem metodolgica na identificao e evoluo de unidades ambientais que compem a paisagem, onde asrelaes biticas e abitica so complexas fundamental no cerne da Geografia. Considerando a importncia dareferida abordagem o trabalho tem como propsito apresentar os elementos conceituais, metodolgicos e prticosdos estudos da paisagem feitos sob uma tica sistmica, alm de analisar a aplicao destes elementos em trabalhos

    que tem como base de estudo o territrio piauiense. Com o intuito de alcanar tal propsito este trabalho foimetodologicamente dividido em duas partes. A primeira parte dedicou-se a estudar as bases tericas quefundamentaram o estudo sistmico da paisagem. A segunda objetivou o levantamento de estudos realizados noestado do Piau fundamentados na abordagem sistmica. O levantamento realizado revelou carncia no empregoda anlise sistmica nos estudos ambientais para o Estado do Piau. O fortalecimento do emprego desta abordagemfaz-se necessrio como forma de superar a distncia e a dualidade entre a geografia fsica e geografia humana, nabusca da promoo da unidade da cincia geogrfica.Palavras-chave: Geografia; anlise sistmica; paisagem; Piau.

    ABSTRACTIn recent decades, studies in geography involving environmental issues with the software as General SystemsTheory (GST) have been widely disseminated. The use of TGS in Physical Geography culminated with the creationof geosystems method advocated by Russian Sotchava. The application and recognition of this methodologicalapproach in the identification and development of environmental units that make up the landscape, where the

    relationships are complex biotic and abiotic key is at the heart of Geography. Considering the importance of thisapproach, the paper aims to present the conceptual elements, methodological and practical studies of thelandscape made from a systemic perspective, and analyze the application of these elements in works that is basedon the study area Piau. In order to achieve this goal this study was methodologically divided into two parts. Thefirst part was dedicated to studying the theoretical bases that underlie the systemic study of the landscape. Thesecond objective of the survey of studies conducted in the state of Piau based on systemic approach. The surveyrevealed a lack in the use of systems analysis in environmental studies for the state of Piau. Strengthening the useof this approach is necessary in order to overcome the distance and the duality between the physical geographyand human geography, in order to promote the unity of geographical science.Keywords: Geography; systemic analysis; landscape; Piau.

    RESUMENEn las ltimas dcadas, los estudios de la geografa en relacin con cuestiones ambientales teniendo como un

    apoyo lgico la Teora General de Sistemas (TGS) han sido ampliamente difundidos. El uso de TGS en GeografaFsica culmin con la creacin del mtodo propugnado por Sotchava, el mtodo geossistmico. La aplicacin y elreconocimiento de este enfoque metodolgico en la identificacin y desarrollo de las unidades ambientales queconforman el paisaje, donde las relaciones son la clave compleja bitico y abitico est en el corazn de laGeografa. Teniendo en cuenta la importancia de este enfoque, el documento tiene como objetivo presentar loselementos conceptuales, metodolgicos y prcticos de estudios del paisaje a partir de una perspectiva sistmica, yanalizar la aplicacin de estos elementos en las obras que se basa en el estado de Piau rea de estudio. Con el finde lograr este objetivo este estudio se dividi en dos partes metodolgicamente. La primera parte se dedic aestudiar las bases tericas que sustentan el estudio sistmico del paisaje. El segundo objetivo de la encuesta de losestudios realizados en el estado de Piau, basado en un enfoque sistmico. La encuesta revel una falta en el uso deanlisis de sistemas en los estudios ambientales para el estado de Piau. Fortalecimiento de la utilizacin de esteenfoque es necesario para superar la distancia y la dualidad entre la geografa fsica y geografa humana, con el finde promover la unidad de la ciencia geogrfica.

    Palabras clave: Geografia; anlisis sistmico; paisaje; Piau.

    ISSN 1980-5772

    eISSN 2177-4307

    DOI: 10.5654/actageo2012.0613.0014 ACTA Geogrfica, Boa Vista, v.6, n.13, set./dez. de 2012. pp.239-255

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    Anlise sistmica: contribuio terico metodolgica e aplicaes no estado do PiauJefferson Paulo Ribeiro Soares e Cludia Maria Sabia de Aquino

    ACTA Geogrfica, Boa Vista, v.6, n.13, set./dez. de 2012. pp.239-255

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    INTRODUO

    Na corrente Possibilista o homem e o espao

    fsico terrestre sempre foram objeto de estudo

    da geografia. A historicidade desta cincia

    remonta ao mundo grego, considerada por

    Cavalcanti (2010) como a primeira cultura

    conhecida a explorar a Geografia como cincia e

    filosofia. O referido autor destaca dentre outros

    nomes Tales de Mileto, Periandro de Corinto,

    Ptaco de Metilene, Brias de Priene, Clebulo de

    Lindos, Slon de Atenas, Qulon de Esparta, e os

    considera Sbios da Grcia antiga. A

    sistematizao do conhecimento geogrfico

    ocorreu em meados do sculo XIX, com

    posterior estabelecimento de diferentes

    concepes geogrficas, marcada por diferentes

    definies para as categorias Paisagem, Regio,

    Territrio e Lugar.

    Ao traar um panorama histrico da

    evoluo da geografia, percebe-se que a mesmainiciou-se como cincia sob influncia do

    positivismo, onde os principais expoentes so

    Humboldt, Frederick Ratzel, Vidal de La Blache,

    Kant, Ritter e Harsthorne. (RODRIGUEZ,

    et.al.2007). Nesse perodo o espao geogrfico

    concebido sob duas correntes de pensamento:

    uma Determinista e outra Possibilista. Para a

    corrente Determinista, os condicionantes

    naturais determinam o comportamento dos

    homens. O espao ganha uma importncia vital

    para o desenvolvimento das sociedades

    humanas e o territrio concebido como uma

    poro do espao que foi apropriado por um

    determinado grupo (RODRIGUEZ, et.al.2007).

    Apontado como principal agente modelador

    ou transformador do espao geogrfico. Um dos

    conceitos mais trabalhados por esta corrente o

    da paisagem, onde a mesma definida como a

    rea de ocorrncia de uma forma de vida, sendo

    que a paisagem geogrfica o resultando do

    trabalho humano em determinado ambiente.

    Essa concepo da Geografia clssica ou

    tradicional perdurou de por volta de 1840 at

    meados do sculo XX (RODRIGUEZ, et.al.2007).

    Posterior a Segunda Guerra Mundial

    (dcadas de 50 e 60), surge uma nova concepo

    geogrfica, a Teortica Quantitativa, que possui

    como embasamento filosfico o neopositivismo.

    Nessa concepo, que tinha Schaefer como

    principal expoente, a regio o principal

    conceito trabalhado (CAVALCANTI, 2010). Esta

    concebida como o resultado de um processo

    de classificao das unidades espaciais, tendo

    como base dados estatsticos e modelos de

    representao, com o objetivo de propor por

    meios empricos uma organizao espacial,concebendo-a como um sistema complexo de

    relaes entre seus elementos e atributos.

    Nos anos 70 emerge a corrente da Geografia

    Crtica, que aplica o mtodo do materialismo

    histrico e dialtico geografia para fins de

    anlise dos problemas socioeconmicos. Esta

    corrente representou uma aproximao da

    geografia com os movimentos sociais, na

    procura da ampliao dos direitos civis e sociais.

    Os destaques nesta corrente so: Harvey (1973),

    Blaut (1975), Lacoste (1976), Smith (1977), Peet

    (1978), Kropotkin, Reclus e Santos.

    (CAVALCANTI, 2010).

    A corrente da Geografia Crtica concebe o

    espao geogrfico como o espao do homem,

    sendo que esse espao o conjunto de objetos

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    criados pelo homem e localizados ou

    distribudos sobre a superfcie da Terra. Nessa

    concepo as regies so classificadas de acordo

    com o processo de produo espacial em que a

    mesma esta inserida, sendo vistas assim como

    formaes scio espaciais. Segundo Mendona

    (2005, p.56) a geografia crtica no inseriu o

    tratamento das questes ambientais no seu

    temrio de preocupaes ou, quando o fez, o fez

    de maneira bastante pobre.

    A exploso demogrfica mundial a partir

    dos anos 50, o aumento na demanda de recursos

    naturais para continuidade do processo

    produtivo, desencadearam uma srie de

    problemas ambientais: degradao da gua, dos

    solos, da cobertura vegetal, reduo da

    biodiversidade e em algumas regies

    desertificao. Este e outros problemas

    ambientais reorientaram as discusses no cerne

    da geografia fsica. A esta cincia caberiaproduzir trabalhos enfocando e tratando a

    natureza sob o ponto de vista da dinmica

    natural das paisagens em interao com as

    relaes sociais de produo, fundamentados no

    emprego da abordagem sistmica.

    (MENDONA, 2005, p. 61).

    Na perspectiva sistmica o espao

    concebido como um conjunto de sistemas de

    objetos e de aes indissociveis e

    complementares. Por conta disso, o mesmo

    sempre trabalhado de forma sistmica fazendo

    com que estejam integrados os elementos

    naturais e antrpicos. O emprego do modelo

    sistmico na geografia fez surgir o mtodo

    geossistmico, metodologia cientfica especfica

    para os trabalhos de geografia fsica. Nessa

    concepo os principais pesquisadores foram:

    Sotchava (1977, 1978), Bertrand (1972), Tricart

    (1977) e Troll (1950). No Brasil destacam-se

    dentre outros: AbSaber (1977), Christofoletti

    (1999), Troppmair (2004), Troppmair e Galina

    (2006), Monteiro (1971, 2001) e Mendona (2001,

    2005).

    Nos anos 80 emerge embasada na filosofia

    idealista do sujeito e relacionada filosofia dos

    sentidos (fenomenologia) a geografia

    Humanstica ou da percepo (Cavalcanti,

    2010). Esta corrente tem Yi Fu Tuan como um

    dos principais pesquisadores. dado nfase a

    subjetividade, intuio, sentimentos e smbolos,

    sendo assim, o conceito de lugar trabalhado de

    forma constante como sendo o espao

    geogrfico onde se consumam as relaes

    afetivas do ser e onde o mesmo tem uma ligao

    peculiar.

    Os problemas ambientais constituem-se umfato. Analis-los para fins de minimizao

    tarefa de vrias cincias, porm a geografia

    destaca-se nesta misso, sobretudo, porque cabe

    a esta cincia o estudo da relao entre o homem

    e seu meio, entre a sociedade e a natureza.

    Como afirma Mendona (2005) o tratamento

    da temtica ambiental exige aes

    desenvolvidas em perspectiva integrada

    conforme orientaes de Sotchava (1977, 1978) e

    Bertrand (1972), autores que embasaram o

    presente trabalho, que objetiva realizar um

    resgate da contribuio terica metodolgica da

    anlise sistmica, bem como, realizar

    levantamento de aplicaes desta abordagem

    em estudos j realizados no estado do Piau.

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    PRINCIPAIS CONTRIBUIES DA

    ANLISE SISTMICA A GEOGRAFIA

    FSICA

    SOTCHAVA: O ESTUDO DE GEOSSISTEMAS

    (1977 E 1978)

    A Sotchava (1977 e 1978) coube o pineirismo

    no emprego da anlise sistmica nos estudos da

    paisagem, alis, o mesmo foi o primeiro no

    emprego do termo geossistema. Prope que ao

    se estudar a paisagem em condies normais,

    devem-se observar no os componentes da

    natureza, mas sim as conexes que h entre eles,

    no devendo se restringir a morfologia dapaisagem, mas projetar-se para o estudo de sua

    dinmica, estrutura funcional e conexes.

    A proposta do estudo de geossistema foi

    concebida na escola siberiana como uma base de

    apoio ao planejamento e desenvolvimento

    socioeconmico territorial. Para tanto, Sotchava

    (1977, p. 6 ) explicava que [...] necessrioencarar a questo do estudo dos geossistemas

    como formaes naturais, desenvolvendo-se de

    acordo com os nveis segundo os quais atuam

    sobretudo na esfera geogrfica.

    Para o referido autor, geossistemas so

    uma classe peculiar de sistemas dinmicos

    abertos e hierarquicamente organizados, que se

    subdividem em geossistemas relacionados

    vida terrestre e aqueles que dizem respeito aos

    mares e oceanos (Sotchava, 1977, p. 16) e que

    esto em constante processo de evoluo e

    transformao no decorrer do tempo, sob a

    influncia humana ou de diferentes tipos de

    fenmenos peridicos.

    O mesmo chama a ateno para a

    diferenciao entre ecossistema e geossistema,

    posto no haver uma associao direta entre

    esses dois termos. Dessa forma, para Sotchava

    (1977, p. 17):

    Ecossistemas so complexosmonocntricos nos quais o ambientenatural e suas bases abiticas so

    examinadas do ponto de vista de suasconexes com os organismos. Sendoassim um conceito biolgico. J ogeossistema abrange complexosbiolgicos, possuem uma organizaode sistema mais complicada e emcomparao com os ecossistemas, temcapacidade vertical consideravelmentemais ampla. Geossistemas soplicntricos, sendo-lhes peculiar algunscomponentes crticos, geralmente

    representados pela biota. De qualquerforma mesmo quando h a coincidnciaespacial entre geossitema e ecossistema,as abordagens tanto de um gegrafocomo de um ecologista so diferentes.

    Com o intuito de estudar os geossistemas de

    forma mais sistemtica e metodolgica props

    um princpio de classificao bilateral para os

    geossistemas, sendo que:

    [...] a classificao deveria refletir,claramente, a hierarquia das subdivisesno mbito das paisagens existentes nanatureza; fornecer uma ideia sobre asunidades naturais homogneas dasdiversas categorias e, simultaneamente,sobre as unidades espaciais dediferentes qualidades co-subordinadasentre si, formando tambm umacategoria integral. Sendo queparalelamente a isso, a classificaodeveria refletir a dinmica, ou seja, osestados variveis do geossistema eexamin-los como derivaes de umaoutra estrutura primitiva (SOTCHAVA,1977, p. 26. ).

    Sendo assim, a dual classificao foi

    proposta em gemero, que a menor unidade

    geograficamente homognea, e gecoro, que a

    menor unidade de diferentes qualidades

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    integrativas, sendo que ambos em sua

    totalidade caracterizam a estrutura das

    paisagens da Terra. Esta classificao serve

    como auxlio na identificao da plasticidade

    dos complexos naturais, algo que essencial na

    previso e elaborao de padres racionais da

    ao antrpica sobre a natureza.

    Ressalta-se que um dos principais objetivos

    dos estudos geogrficos sobre geossistemas,

    fornecer subsdios para a elaborao da

    prognose da paisagem, sendo que essa prognose

    embasada nas caractersticas atuais do

    geossistema que forma a paisagem, e na ao

    antrpica que ser desenvolvida no mesmo,

    sendo que apartir dessa ao elaborado um

    estudo projetivo, de como sob essa ao

    antrpica sobre esse geossistema ir se

    desenvolver, pois para Sotchava (1977, p. 49):

    O estudo de geossitemas indica anecessidade da participao dosgegrafos especializados em Geografiafsica na elaborao de projetos, mesmonos casos em que seria suficiente umaconsulta prvia a um especialista em umdeterminado setor. Sendo que aparticipao dos gegrafos naspesquisas, inspees e experimentosligados a conservao do ambiente,assume um especial significado naimportante tarefa da geografia aplicada.

    Os trabalhos elaborados por Sotchava (1977

    e 1978) revelam um intrnsico interesse de

    fornecer medidas reguladoras das aes

    modeladoras da paisagem visando, assim,

    minimizar os impactos causados pelas mesmas,

    alm de frizar que nesse processo se faz

    necessrio presena do gegrafo, pois sem omesmo a viso do todo seria comprometida.

    TRICART: ECODINMICA DA PAISAGEM

    (1977)

    Para Tricart (1977) o conceito de sistema o

    melhor instrumento lgico que temos para

    estudar os problemas ambientais. Sendo que

    esse conceito permite a adoo de uma atitude

    dialtica entre a necessidade da anlise, que

    resulta do prprio progresso da cincia e das

    tcnicas de investigao, e a necessidade de uma

    viso de conjunto, capaz de ensejar uma atuao

    eficaz sobre esse meio ambiente. Ainda mais, o

    conceito de sistema por natureza de carter

    dinmico, sendo assim o mais adequado para

    estudos da dinmica ambiental.

    instrudo por esse conceito de sistema que

    Tricart (1977) props em seu trabalho uma

    classificao ecodinmica dos meios ambientes,

    onde a tica dinmica deve ser o ponto de

    partida para a analise e classificao dos meios.

    Sendo assim para Tricart (1977, p. 35).

    A tica dinmica impe-se em matriade organizao do espao. Com o efeito,esta no consiste na interveno em ummeio inerte, que leva em consideraodados imutveis, definidos uma vez portodas, como sugere o termo inventario,ainda frequentemente usado. A aohumana exercida sobre uma naturezamutante, que evolui segundo leisprprias, das quais percebemos, de maisa mais, a complexidade. No podemosnos limitar a descrio fisiogrfica, domesmo modo que o mdico no pode secontentar com a anatomia. Estudar aorganizao do espao determinarcomo uma ao se insere na dinmicanatural, para corrigir certos aspectosdesfavorveis e para facilitar aexplorao dos recursos ecolgicos que

    o meio oferece.Na sua proposta de classificao Tricart

    (1977) distinguiu as paisagens em trs grandes

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    tipos de meios morfodinmicos em funo da

    intensidade dos processos atuais, a saber: meios

    estveis, meios intergrades e os fortemente

    instveis.

    Para Tricart (1977) meios estveis so reas

    cujo modelado evolui lentamente, muitas vezes

    de maneira insidiosa, dificilmente perceptvel,

    onde os processos mecnicos atuam pouco e

    sempre de modo lento. A caracterizao

    essencial desse tipo de meio com a lenta

    evoluo, a constncia dessa evoluo,

    resultante da permanncia no tempo de

    combinaes de fatores, entre eles cobertura

    vegetal suficientemente fechada para opor um

    freio eficaz ao desencadeamento dos processos

    mecnicos de morfognese; dissecao

    moderada sem inciso violenta dos cursos

    dgua, sem sapeamentos vigorosos dos rios, e

    vertentes de lenta evoluo; ausncia de

    manifestaes vulcnicas suscetveis dedesencadear paroxismos morfodinmicos de

    aspecto mais ou menos catastrficos.

    Meios intergrades, so reas transicionais

    entre meios estveis e instveis, esses meios

    caracterizam-se pela interferncia permanente

    de morfognese e pedognese, exercendo-se de

    maneira concorrente em um mesmo espao.

    Mas as modalidades de interferncia

    morfognese-pedognese variam em funo de

    dois critrios: um qualitativo e outro

    quantitativo, sendo que do ponto de vista

    qualitativo se faz necessrio distinguir entre os

    processos morfognicos que afetam unicamente

    a superfcie do solo e no alteram a sucesso dos

    horizontes no perfil e aqueles que agem em toda

    a espessura do solo ou em uma parte importante

    dessa espessura, perturbando em consequncia

    a disposio dos horizontes. Do ponto de vista

    quantitativo apoiamo-nos no balano

    pedognese/morfognese, desde que a

    instabilidade fraca, a pedognese ganha

    vantagem com toda uma srie de termos de

    termos de transio para os meios estveis

    (TRICART, 1977).

    Meios fortemente instveis, nesses meios o

    elemento predominante da dinmica natural a

    morfognese, fator determinante do sistema

    natural, na qual os outros elementos naturais

    esto subordinados. Sendo que tal situao pode

    ter diferentes origens desde o vulcanismo onde

    os efeitos so mais imediatos a deformaes

    tectnicas e antrpicas (TRICART, 1977).

    Para Tricart (1977) imprescindvel essa

    classificao, pois ela auxilia na maneira

    dinmica de abarcar os problemas e por

    seguinte introduzir critrios de ordenao egesto do territrio. Sendo que a deciso do

    poder pblico que antes de decidir deve estar

    cinte das consequncias de suas decises.

    BERTRAND: PAISAGEM E GEOGRAFIA

    FSICA GLOBAL - ESBOO METODOLGICO

    (1978)

    Bertrand (1972) props o modelo sistmico

    de anlise da paisagem. O autor afirma que:

    estudar a paisagem antes de tudo propor um

    mtodo para analis-la. Foi com esse intuito

    que nos props nos anos de 1960 e 1970 o seu

    modelo sistmico de anlise da paisagem. Tal

    modelo veio a contribuir em prol de por fim

    viso sincrtica que pairava sobre a paisagem,

    pois durante muito tempo o conceito de

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    paisagem ficou quase que estranho a Geografia

    fsica, sendo que os estudos realizados

    anteriormente nessa rea estavam ordenados de

    forma inadequada.

    Por conta disso, postulou que a paisagem

    no deveria ser vista apenas como uma adio

    disparatada de elementos geogrficos; pelo

    contrrio, a paisagem deve ser vista como o

    resultado de uma combinao dinmica, sendo

    assim instvel, de elementos fsicos, biolgicos e

    antrpicos que, reagindo dialeticamente entre si,

    fazem da paisagem um conjunto nico e

    indissocivel. (BERTRAND, 1972).

    Balizado nesta definio Bertrand (1972)

    elaborou um esboo metodolgico de

    classificao da paisagem. Nesta classificao a

    paisagem dividida em seis nveis tmporo-

    espaciais, sendo que trs so de unidades

    superiores: zona, domnio e regio, onde os

    elementos climticos e estruturais so os fatoresbsicos de estruturao dessas unidades; e trs

    unidades inferiores: geossistema, geofcies e o

    getopo. Nos nveis inferiores os elementos

    biogeogrficos e antrpicos destacam-se nessas

    unidades. (BERTRAND, 1972).

    A zona, o primeiro nvel de classificao, se

    caracteriza por demarcar ou delimitar os

    eventos que se apresentam em uma grandeza

    planetria, sendo que a zona se define

    primordialmente pelo seu clima e seus biomas e

    acessoriamente por megaestruturas, a exemplo

    da zona temperada. J o domnio designa as

    manifestaes de escala continental, como o

    caso do domnio das florestas tropicais. A

    terceira unidade a regio, que compreende a

    manifestaes de mdio e grande porte, como

    o caso da regio dos cerrados e da caatinga.

    Os prximos trs nveis inferiores so:

    geossistema, geofcies e getopo. Estes so os

    que mais dinamizam e auxiliam o trabalho

    geogrfico. O geossistema acentua o complexo

    geogrfico e a dinmica do conjunto e

    compreende alguns quilmetros a centenas de

    quilmetros quadrados. nessa escala tmporo-

    espacial que ocorrem a maior parte dos

    fenmenos que interferem nos elementos da

    paisagem, e que provoca uma evoluo das

    combinaes dialticas. (Bertrand, 1972). De

    forma mais sinttica, o geossistema corresponde

    combinao de fatores geomorfolgicos,

    climticos, biolgicos e hidrolgicos alm de

    outros.

    Por conta da dinmica interna, o

    geossistema no apresenta necessariamente uma

    grande homogeneidade fisionmica, pelocontrrio, ele geralmente formado por

    diferentes paisagens em diferentes estgios de

    evoluo, sendo que esses estgios ou sistemas

    de evoluo renem uma gama de formas de

    energia que so complementares ou

    antagnicas, que reagindo dialeticamente entre

    si, determinam a evoluo geral da paisagem.

    Esses sistemas de evoluo podem ser divididos

    em dois conjuntos diferentes: Geossistemas em

    biostasia e Geossistemas em resistasia.

    Segundo Bertrand (1972) geossistemas em

    biostasia, trata-se de paisagem onde a atividade

    geomorfogentica fraca ou nula. O potencial

    ecolgico , no caso, mais ou menos estvel. O

    sistema de evoluo dominado pelos agentes e

    os processos bioqumicos e a interveno

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    antrpica pode provocar uma dinmica

    regressiva da vegetao e dos solos, mas nunca

    ele compromete o equilbrio entre o potencial

    ecolgico e a explorao biolgica.

    Nos geossistemas em resistasia, a

    geomorfognese controla a dinmica global das

    paisagens. A eroso, o transporte e a

    acumulao dos detritos, levam a mobilidade

    das vertentes e a uma modificao mais ou

    menos acentuada do potencial ecolgico

    (BERTRAND, 1972).

    Os geofcies, o segundo entre os nveis

    inferiores se define de forma facilmente

    perceptvel no interior dos geossistemas, pois

    eles correspondem a um setor fisionomicamente

    homogneo onde se desenvolve uma mesma

    fase de evoluo dos geossistemas. Nesta escala

    a vegetao fornece os melhores critrios, sob a

    forma de agrupamentos fitosociolgicos. A

    extenso tmporo-espacial compreende emmdia centenas de quilmetros quadrados,

    dessa forma, o geofcies representam uma

    malha na cadeia das paisagens que se sucedem

    no tempo e no espao no interior de um

    geossistema. (BERTRAND, 1972).

    Os getopos obedecem aos mesmos

    princpios bsicos postulados para um geofcie,

    no entanto, sua dimenso tmporo-espacial

    bem mais restrita, correspondendo de

    centmetros a metros quadrados. A

    representao cartogrfica desta unidade exige

    um inventrio geogrfico completo e

    relativamente detalhado.

    RODRIGUEZ, SILVA E CAVALCANTI:

    GEOECOLOGIA DAS PAISAGENS (2004)

    Para estes autores, o conceito de paisagem

    assume diversas posies filosficas e diferentes

    interpretaes cientficas. Entretanto, os mesmos

    ressaltam que para a geoecologia, a noo de

    paisagem natural o conceito bsico, sendo esta

    concebida como uma realidade, cujos elementos

    esto dispostos de maneira tal que subsistem

    desde o todo e o todo desde os elementos, como

    se estivessem agrupados como conexes

    harmnicas de estrutura e funo

    (RODRIGUEZ, et.al., 2004).

    Essa viso da geoecologia da paisagem

    reverte-se de significativa importncia no

    mbito de uma nova perspectiva, pois

    enfocada a idia de uma multidisciplinaridade,

    onde por meio desta elaborado um sistema de

    mtodos, procedimentos e tcnicas de

    investigao com o propsito de obter um

    conhecimento mais abrangente sobre o meio

    natural, com os quais se pode estabelecer umdiagnstico operacional.

    Sendo assim, pode-se constatar que a

    geoecologia da paisagem lana-se como uma

    base para o planejamento ambiental do

    territrio, convertendo-se como um elemento

    tanto bsico como complementar para a

    elaborao de programas de desenvolvimento

    econmico e social. Segundo Rodriguez et al.

    (2004, p. 13):

    A concepo cientfica sobre ageoecologia da paisagem, como basepara o planejamento ecolgico doterritrio, ser analisada como umsistema de mtodos, procedimentos etcnicas de investigao, cujo propsito

    consiste na obteno de umconhecimento sobre o meio natural, comos quais pode-se estabelecer umdiagnstico operacional.

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    Contudo, para alcanar esse objetivo

    crucial que a geoecologia se aposse de aporte

    terico e metodolgico sistmico, objetivando

    estabelecer um sistema nico na caracterizao

    da paisagem, no desenvolvimento de conceitos eprocedimentos normativos e na aplicao de

    mtodos adequados para a efetuao da anlise

    integrada da paisagem.

    Para isso foram adotados um conjunto de

    axiomas propostos por Preobazhenskii e

    Aleksandrova (1988): (i) axioma sistmico, onde

    o planeta terra visto como um grande sistemacaracterizado pela existncia de formaes

    compostas por diferentes elementos que esto

    inter-relacionados entre si; (ii) axioma

    hierrquico, onde o mundo possui uma

    estrutura hierrquica, na qual as propriedades

    dos sistemas de nveis inferiores refletem nas

    propriedades dos sistemas de nveis superiores;

    (iii) axioma temporal, defende que tudo que

    observamos atualmente consequncia do

    desenvolvimento daquele fragmento do mundo

    material que estudamos, sendo s um momento

    no transcurso do desenvolvimento do passado e

    futuro; (iv) axioma planetrio postula que nos

    planetas do sistema solar, manifesta-se a

    diferenciao do espao na dimenso planetria

    e as premissas de organizao contnua dos

    mesmos; (v) axioma terrestre, postula que todos

    os fenmenos geogrficos, independentemente

    da maneira em que se manifestam, pertencem

    ao planeta Terra, isto o que determina seus

    traos fundamentais. A esfera exterior

    geogrfica da Terra caracterizada por umaestrutura contnua submete-se a uma

    diferenciao espacial onde a substncia viva e

    as aes antrpicas desempenham um papel

    que condiciona em parte a evoluo do planeta.

    Por fim, aparece o axioma paisagstico que

    postula que a estrutura contnua da esfera

    exterior da Terra, manifesta-se na presena de

    partes sistmicas terrestres e aquticas,

    qualitativamente diferenciadas uma das outras e

    hierarquicamente subordinadas.

    (PREOBAZHENSKII E ALEKSANDROVA,

    1988).

    A partir destes axiomas pode-se

    compreender que as formaes, objetos e

    processos geogrficos s podem ser

    compreendidos a partir de sua manifestao

    existencial no espao, e que todos estes

    fenmenos geogrficos esto intimamente

    ligados a certas localidades geogrficas que se

    tornam independentes devido a sua situao, a

    qual constitui a base para relacionar-se

    espacialmente com as localidades vizinhas.Ressalte-se que estas inter-relaes so

    contnuas para todos os fenmenos geogrficos,

    ou seja, no existe na superfcie terrestre uma

    rea de localidade isolada e segregada das

    relaes geogrficas gerais. Contudo, vale

    ressaltar que todos os fenmenos possuem

    limites objetivos, que so impenetrveis e de

    carter absoluto, isto claro, devido aos

    processos de inter-relao entre os fenmenos

    geogrficos (RODRIGUEZ, et.al., 2004).

    A partir desse embasamento, os referidos

    autores procuraram hierarquizar, atravs de

    uma taxonomia, os nveis de organizao geral

    das paisagens. O resultado desse estudo foi a

    criao de categorias dimensionais onde as

    mesmas se dividem em trs categorias gerais:

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    1. A planetria que abrange a ecosfera que

    tem como base de representao cartogrfica as

    escalas em torno de 1:50.000.000. Tal valor

    diminuto se deve ao fato dessa categoria ter a

    funo de abranger fenmenos geogrficos de

    grandes dimenses, de nvel global.

    2. Em seguida ocorre a categoria de nvel

    regional que se subdivide em continental, pas,

    domnio, provncia, distrito e regio. Esta tem

    como base de representao cartogrfica escalas

    de 1:50.000.000 1:500.000, sendo que tal

    variao se deve ao fato da subdiviso incisiva

    que abrange fenmenos de dimenso

    continental regional.

    3. Por ltimo, aparece a categoria local que

    se subdivide em trs unidades de regionalizao

    sendo elas, localidade, comarca, e fcies, sendo

    que as mesmas possuem como base cartogrfica

    escalas que vo de 1:1000 1:500.

    Os ndices diagnsticos da regionalizaogeoecolgica das paisagens no Brasil elaborados

    por Rodriguez et al. (2004), constituem uma

    aplicao prtica dessa taxonomia como pode

    ser visto no Quadro 1. Todo este esforo de

    classificao tem como objetivo auxiliar os

    estudos do planejamento ecolgico.

    Na proposta dos autores (op.cit.) as reas de

    estudo esto classificadas de acordo com o

    territrio administrativo que a mesma abrange,

    quer nacional, regional, municipal e distrital.

    Tal compartimentao em unidades

    administrativas de fundamental importncia,

    pois segundo Cavalcanti e Viadana (2007),

    [...] para a obteno de uma mudana noplanejamento e desenvolvimento que

    contemplem estas aes, devem-seconhecer o valor das unidadespaisagsticas, sendo necessrios novosinstrumentos que possibilitem aavaliao adequada dos recursos eservios ambientais, que acarretaro aproteo dos processos ecolgicos e a

    diversidade biolgica, alm dasustentabilidade ambiental de seusrecursos.

    Vale ressaltar ainda que o principal objetivo

    ao elaborar essa taxonomia a viabilizao do

    planejamento territorial contextualizado com as

    caractersticas scio-polticas e administrativas

    da rea. Sendo assim, ao analisar a obra de

    Rodriguez et al. (2004), percebe-se que a mesma

    fundamenta-se nas propostas de Sotchava (1977

    e 1978) e de Bertrand (1972).

    Sotchava (op. cit.), considera que o

    conhecimento das conexes existentes, e que

    compoem os geossitemas necessrio tanto para

    a planificao e utilizao racional dos recursos

    naturais, como tambm para interferir de acordo

    com a necessidade no desenvolvimento

    espontneo da natureza, visando sempre a

    otimizao da relao entre o homem e os

    recursos naturais, fundamentada em bases

    sustentaveis.

    O mtodo de Bertrand (1972) prope uma

    taxonomia com o intuito de sistematizar aanlise da paisagem.

    Na proposta taxonmica de Rodrigues et al.

    (2004) constata-se a juno entre a ideia do

    estudo da paisagem atravs de uma taxonomia

    ou classificao, e a utilizao de informaes da

    paisagem de forma integrada com o propsito

    de, utilizando-se do prognstico, propor umplano de ao e de desenvolvimento da mesma.

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    Tal diviso em unidades adminstrativas tem

    como base cartogrfica respectivamente as

    escalas de 1:5000.000; 1:1000.000; 1:250.000;

    1:50.000; 1:5000. Alm disso, o estudo do

    planejamento ecolgico dividido em doisnveis: o regional e o urbano, dando ao mesmo

    um carter mais abrangente (tais explicitaes

    podem ser observadas no Quadro 2)

    O Quadro 2 revela a importncia da

    taxonomia organizada pelos autores no auxlio

    da criao de nveis de estudo para o

    planejamento ecolgico.

    PESQUISAS REALIZADAS UTILIZANDO A

    ANLISE SISTMICA NO ESTADO DO

    PIAU

    As caractersticas ambientais do estado do

    Piau refletem as condies de rea de transioentre o domnio das depresses interplanlticas

    recobertas por Caatinga em clima semirido, as

    reas de Cerrado do Planalto Central Brasileiro

    e a Floresta Tropical da Amaznia (AQUINO et

    al. 2006). As diferentes nuances do Estado,

    ensejam a necessidade de trabalhos

    fundamentados na abordagem integradasistmica.

    QUADRO 1 - ndices diagnsticos da regionalizao geoecolgica das paisagens do Brasil.Fonte: Rodrigues et al (2004).

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    A aplicao da anlise sistmica no Estado

    manifesta-se em uma srie de trabalhos, dentre

    os quais se destacam:

    1. Macrozoneamento geoambiental da bacia

    hidrogrfica do rio Parnaba, Rivas (1996). O estudo

    apoiou-se no enfoque sistmico, empreendendo

    para isso a necessria integrao dos

    componentes geoambientais e socioeconmicos.

    Foram identificadas unidades geoambientais de

    acordo com seus atributos e propriedades que

    exprimem suas potencialidades,

    vulnerabilidades e limitaes. Considerando a

    QUADRO 2 - Nveis espaciais e estgios de estudo do planejamento ecolgico.Fonte: Rodrigues et al (2004).

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    similaridade climtica e fitoecolgica foram

    identificadas 6 regies naturais. Nas regies

    naturais considerando as similitudes dos

    condicionantes fsicos foram identificados 19

    geossistemas, e dentro destes geossistemas

    considerando o elevado grau de coerncia

    ecolgica foram identificadas as geofcies.

    Posterior a esta identificao as regies e as

    unidades menores (geossistemas e geofcies)

    foram analisadas a partir da classificao

    ecodinmica de Tricart (1977) em ambientes:

    Estveis, Transio e Instveis. Aps a anlise

    da vulnerabilidade natural do ambiente, esta foi

    relacionada com as presses antrpicas. A

    anlise interativa destes parmetros define a

    situao ambiental da bacia. De modo geral

    Rivas (1996) afirma que devido a

    particularidades regionais, foram identificadas

    com tendncia crescente a instabilidade,

    evoluindo a ambientes instveis.2. Macrozoneamento costeiro do Estado do Piau:

    Relatrio geoambiental e socioeconmico, (CEPRO,

    1996). O trabalho baseou-se em concepes

    metodolgicas consagradas para estudos

    integrados da natureza a identificou cinco

    geossistemas e oito geofcies com suas

    respectivas vulnerabilidades. Os resultados

    indicam que em seis das oito geofcies

    identificadas h predomnio de ambientes

    instveis e de transio.

    3. Estudo da degradao ambiental em Gilbus-

    PI. Reavaliando o Ncleo de desertificao, SALES

    (1998). A autora reavaliou a degradao

    ambiental do ncleo de desertificao de

    Gilbus PI. Fundamentou exemplo das

    contribuies de: Sotchava (1977 e1978);

    Bertrand (1972) e Tricart (1977). O trabalho -se

    em abordagem sistmica e identificou baseado

    nas inter-relaes geolgicas, geomorfolgicas,

    hidrolgicas, pedolgicas e biticas as seguintes

    unidades geoambientais que refletem setores

    naturais fisionmicos e funcionalmente

    homogneos, a saber: I- Superfcie plana

    conservada; II- Superfcie fortemente Inclinada

    em processo de dissecao; III- Superfcie

    suavemente Inclinada em processo de

    dissecao; IV- Superfcie plana em processo de

    dissecao e V- Vales da Superfcie dissecada.

    Indica as Superfcie fortemente inclinada e a

    Superfcie suavemente inclinada como as mais

    degradadas. Foi atribuda a intensa degradao

    da regio a fatores de ordem pedolgica,

    geolgica, topogrfica, hidrolgica e

    biogeogrfica. A eroso hdrica foi considerada

    o fator de maior expressividade no

    desencadeamento dos processos de degradao

    nessa regio. Argumentou, ainda, que a readegradada de Gilbus no deve ser considerada

    como tpica de desertificao.

    4.Caracterizao ambiental das reas sob

    influncia do reservatrio de Bocana (PI) com base

    na compartimentao geomorfolgica, Sales & Ramos

    (2000). As autoras elaboraram uma carta com as

    unidades geoambientais da rea de estudo, a

    saber: I- Superfcie plana conservada; II-

    Superfcie dissecada em estreitos interflvios;

    III- Superfcie dissecada em largos interflvios e

    IV- Superfcie de acumulao. Indicam a

    Superfcie dissecada em largos interflvios e a

    Superfcie de acumulao, como as unidades

    mais comprometidas por processo de

    degradao, exigindo, portanto, aes rpidas

    para fins de minimizao dos problemas

    ambientais a exemplo da eroso,

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    empobrecimento do solo e perda da

    biodiversidade.

    5. A anlise geoecolgica da paisagem:

    perspectiva de organizao geoambiental na rea do

    aude Caldeiro, no municpio de Piripiri, no estado

    do Piau. Cavalcanti (2004a) utilizou concepo

    geoecolgica da paisagem tendo como

    finalidade a propor estratgias de organizao

    geoambiental em uma rea representativa do

    municpio de Piripiri-Pi, alm de contar com um

    inventrio das unidades de paisagem e com um

    diagnstico geoambiental abrangendo as

    unidades naturais, antrpicas, os impactosambientais, as potencialidades e as limitaes da

    rea de estudo.

    6. Anlise integrada das unidades paisagsticas

    na plancie deltaica do rio Parnaba-PI/MA,

    Cavalcanti (2004b). Esse estudo foi efetuado na

    plancie deltaica do rio Parnaba tendo como

    objetivo o estudo das unidades paisagsticas,fundamentado atravs da anlise das condies

    naturais e socioeconmicas decorrentes da

    atividade humana. O autor empregou enfoque

    sistmico e dinmico da paisagem objetivando a

    explicao da realidade atual da rea, atravs do

    conhecimento e comportamento dos fatores,

    agentes e processos morfognicos, considerando

    ainda as intervenes antrpicas. Analisou-se

    tambm o atual estgio de uso e ocupao do

    espao costeiro pelas atividades

    socioeconmicas desenvolvidas, relacionando-

    as as condies atuais e as tendncias de

    evoluo. O autor aponta as potencialidades e

    limitaes da rea.

    7. Estudo da paisagem da caatinga piauiense no

    Parque Nacional Serra das Confuses-PI, Moura

    (2005). O trabalho dedica-se a analisar a

    paisagem da caatinga, sua organizao espacial

    e a relao das comunidades dos municipios de

    Caracol, So Raimundo Nonato e Bom Jesus por

    apresentarem uma relao direta com o parque.

    A metodologia utilizada considera a abordagem

    sistmica utilizando os procedimentos de

    pesquisa bibliogrfica e pesquisa direta.

    8. Praia de Macap, Lus Correia-PI: Uma

    anlise geoambiental, Lima (2006). O estudo

    dedica-se a analisar a situao peculiar da costa

    piauiense que possui 66 km de extenso.

    Sucedendo-se ao longo dessa rea restingas,

    manguezais, delta esturio, dunas, recifes e

    outros ambientes de alta relevncia ambiental e

    extrema importncia do ponto de vista

    ecolgico. Esse estudo tem como objetivo

    identificar as causas e consequncias dos

    condicionantes geoambientais (naturais e

    antrpicos) em Macap, Lus Correia-PI, para

    reunir subsdios que venham a contribuir naformulao de polticas que garantam a

    proteo e o desenvolvimento socioeconmico

    da rea de forma sustentvel.

    9. Compartimentao geoambiental no complexo

    de Campo Maior, PI: uma rea de tenso ecolgica,

    Barros e Castro, (2006). Fundamentados na

    perspectiva sistmica, segundo pressupostos

    tericos de Sotchava (1977, 1978), e Bertrand

    (1972), considerando caractersticas

    ecogeogrficas (rocha-me, solo, relevo,

    vegetao) e os respectivos problemas

    geoambientais no Complexo de Campo Maior,

    individualizaram (3) geoambientes e oito (8)

    subambientes. O Complexo Vegetacional de

    Campo Maior caracteriza-se segundo os autores

    por geoambientes diversificados, com reas

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    sujeitas a inundaes peridicas, em zona de

    transio ecolgica caracterizada por uma forte

    instabilidade.

    10. A anlise da percepo dos referncias

    paisagsticos do municpio de Pedro II, no estado do

    Piau. Cavalcanti (2008) dedicou-se a atribuir

    critrios para o exerccio da reambulao das

    cartas planialtimtricas e caracterizao dos

    condicionantes naturais do espao, aspectos

    geolgicos, geomorfolgicos, associaes de solo

    e drenagem, caractersticas climticas, aspectos

    vegetacionais e faunsticos, alm das atividades

    antrpicas e sua posterior integrao,

    culminando com a anlise da percepo dos

    refernciais paisagsticos.

    11. Estudo da degradao/desertificao no

    Ncleo de So Raimundo Nonato, Aquino (2010).

    Identificou unidades ambientais no Ncleo de

    So Raimundo Nonato objetivando avaliar o

    risco de degradao fsica da rea. O empregoda abordagem sistmica que preconiza o

    estabelecimento de unidades ambientais para

    fim de anlise de fenmenos ambientais

    permitiu a autora identificar com base na

    geologia e hipsometria as seguintes unidades

    geoambientais: Superfcie Conservada

    Sedimentar, Superfcie Conservada Cristalina,

    Superfcie Pediplanada, Plancie Fluvial e Vales

    Pedimentados e Interplanlticos. Em cada uma

    destas unidades foram analisados os seguintes

    indicadores: ndice climtico, erosividade das

    chuvas, erodibilidade dos solos, a declividade e

    o NDVI (ndice de cobertura vegetal) dos anos

    de 1987 e 2007. Os resultados indicaram que em

    1987 70% e 30% da rea apresenta

    respectivamente degradao moderada e alta.

    Para o ano de 2007, os dados indicaram que 71%

    e 29% da rea apresentou respectivamente

    degradao efetiva moderada e alta. Esses

    dados revelam uma situao de equilbrio

    ecolgico dinmico com uma sutil tendncia de

    melhoria nas condies de degradao

    ambiental, posto reduo da classe de alta

    degradao efetiva.

    Considerando as concepes de Gegrafia

    deste os primrdios das civilizaes, at o

    levantamento dos trabalhos sumariados acima,

    constata-se um processo de evoluo na forma

    da Geografia trabalhar seu objeto de estudo: o

    espao. Nesse processo evolutivo surgiram

    diversas linhas de pensamento, com destaque

    para a anlise sistmica da paisagem,

    biogeogrfica ou geoecologia. O

    desenvolvimento desta abordagem na Geografia

    guarda relao direta com o crescente

    incremento dos problemas ambientais, que

    passou a demandar um aprimoramento quevinhesse subsidiar o planejamento ambiental. A

    resposta da Geografia a essa demanda emerge

    nas inmeras propostas de classificao da

    paisagem quer fundamentadas em Sotchava

    (1977, 1978), Bertrand (1972), Tricart (1977),

    Rodrigues et al. (2004), ou mesmo da

    combinao de alguma destas, que objetivam

    propor um novo modelo de desenvolvimento

    que leve em conta os aspectos fsicos e sociais da

    rea, objetivando alcanar o desenvolvimento

    sustentavl.

    CONSIDERAES FINAIS

    O levantamento das pesquisas realizadas

    utilizando a anlise sistmica no Estado do Piau

    revela que estes trabalhos ainda so esparsos e

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    Anlise sistmica: contribuio terico metodolgica e aplicaes no estado do PiauJefferson Paulo Ribeiro Soares e Cludia Maria Sabia de Aquino

    ACTA Geogrfica, Boa Vista, v.6, n.13, set./dez. de 2012. pp.239-255

    254

    concentrados (norte, sul e sudeste do Estado),

    havendo verdadeiros vazios espaciais (centro e

    sudoeste), que denotam a carncia de estudos

    mais detalhados e sistemticos sob a tica da

    viso sistmica da paisagem. Essa carncia em

    parte explicada pela ausncia de um aparato

    tcnico-cientfico e um aporte financeiro mais

    substncial que venha corroborar para a

    expanso das pesquisas, por meio da formao e

    aprimoramento de pesquisadores e melhoria da

    infraestrutura das instituies de ensino e

    pesquisa.

    Constatamos tambm, que a realidadede

    acerca da produo de conhecimento no estado

    do Piau vem sofrendo transformaes

    qualitativas a partir de 2002 com a adeso da

    UFPI (Universidade Federal do Piau) ao

    PRODEMA (Programa Regional de Ps-

    Graduao em Desenvolvimento e Meio

    Ambiente) que possui uma linha de pesquisaintitulada biodiversidade e utilizao

    sustentvel dos recursos naturais, que

    intensificou os estudos sistmicos da paisagem

    no Estado. Estudos estes que devem ser

    reforados, posto que em 2011 fra aprovado o

    mestrado acadmico de Geografia pela CAPES

    (Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal

    de Nvel Superior) e a criao do PPGEO

    (Programa de Ps-graduao em Geografia)

    com duas linhas de pesquisa sendo que uma

    delas dedica-se a estudos regionais e

    geoambientais.

    Dessa forma podemos vislumbrar um

    cenrio de transformao, onde paulatinamente

    as deficncias regionais devam ser mitigadas de

    modo que em um futuro prximo tenhamos no

    estado do Piau um repertrio satisfatrio e

    heterogneo de estudos fundamentados na

    anlise sistmica, das diversas paisagens que

    compem o mosaico do territrio piauiense,

    dando assim, subsdios para o planejamento e

    gesto do mesmo.

    NOTAS

    i Graduando em Geografia pela Universidade

    Federal do Piau (UFPI).

    E-mail: [email protected]

    ii Doutora em Geografia pela UniversidadeFederal de Sergipe (UFS); Professora da

    Universidade Federal do Piau (UFPI).

    E-mail: [email protected]

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    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Anlise sistmica: contribuio terico metodolgica e aplicaes no estado do PiauJefferson Paulo Ribeiro Soares e Cludia Maria Sabia de Aquino

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