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1 OlharCristão DEZ 2015 / JAN 2016 PERNAMBUCO Ano 2- nº 12 - Dez 2015 /Jan 2016 - www.revistaolharcristao.com.br R$ 8,00 QUANDO A IGREJA ACOLHE OS DEFICIENTES Sérgio Queiroz trata de dois princípios para a mudança na vida VIRADA Olhar Cristão

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1OlharCristão • Dez 2015 / Jan 2016

pernambuco

Ano 2- nº 12 - Dez 2015 /Jan 2016 - www.revistaolharcristao.com.br

R$ 8,00QUANDO A IGREJA

ACOLHE OS DEFICIENTES

Sérgio Queiroz trata de dois princípios para a mudança na vida

VIRADAOlharCristão

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Rafael Dantas

No último senso elaborado pelo IBGE foi revelado que 23,9% da população brasileira pos-suía algum tipo de deficiência. No convívio da minha comunidade de fé, passei a perceber como algumas pessoas com limitações mentais ou motoras se relacionavam e se desenvol-viam naturalmente no meio da igreja. Mesmo sem ter praticamente nenhum trabalho espe-cífico para atendê-los, lá estavam eles nas nossas viagens missionários, no grupo de louvor, nas salas da escola bíblica e em diversas outras atividades. Apesar de não sermos preparados como um "ambiente inclusivo", essas pessoas chegaram até nós porque sentem sede de relacionamentos e de desenvolver uma vida de adoração a Deus. Pelo carinho da igreja, estão integrados como qualquer outro membro. A inclusão é um desafio que a sociedade tem se esforçado para atingir - e tem avançado nisso - e que as igrejas precisam despertar. Abordamos na matéria de Capa como as igrejas têm engatinhado rumo a ser um ambien-te inclusivo para surdos e cegos, além dos deficientes motores e mentais. A capacitação de pessoal com a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) é talvez o passo que tem alcançado maior projeção nas comunidades cristãs, mesmo que ainda sejam poucas. Algumas deno-minações e organizações, inclusive, já dispõem de missionários ou pastores que se dedicam exclusivamente a esse público, que é um grande campo missionário que está ao nosso lado. A maior parte deles vivem nas regiões urbanas, mas muitos ainda carecem de acolhimento, que não acontecerá se eles não conseguem ao menos entender as celebrações ou mesmo acessar os templos. Esta edição da Olhar Cristão traz uma breve cobertura sobre a Semana da Virada, que foi promovida pela Paróquia Anglicana do Espírito Santo, com um destaque para a ministração do pastor Sérgio Queiroz. Na nossa seção cultural, o destaque fica para a crítica do filme Quarto de Guerra, as-sinada pelo jornalista Wanderley Andrade. O destaque da película da Canzión Films nas salas de exibição do País não é por acaso. Quarto de Guerra é uma das boas novidades da produção cinematográfica cristã em 2015.

Boa leitura!

nestaediçãocartadoeditorUm campo missionário ao nosso lado

DIRETORIA EXECUTIVASérgio Moury FernandesRicardo de AlmeidaLuciano Moura

REDAÇÃOFone: (81) 3327.3944/4348Fax: (81) [email protected]

EDITOR-GERALRafael Dantas

EDITORIA DE ARTECaroline Rocha

[email protected]: (81) 3126.8161

PUBLICIDADEEngenho de Mídia Comunicação Ltda.Fone/Fax: (81) [email protected]

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Evento da PAES propõe uma virada para a vida e para a cidade

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SeçõesArtigo - Thiago Oliveira ...................................

Palavra Sagrada ................................................

MomentoA2 .......................................................

Olhar Cultural ...................................................

Cine Cristão ......................................................

Charge Cristã ......................................................

Uma publicação da SMF- TGI EDITORA Av. Domingos Ferreira, 890, sala 805 Boa Viagem | 51110-050 | Recife/PE - Fone: (81) 3126.8181

Revista Olhar CristãoEdição: 12 Dezembro 2015/Janeiro 2016Capa: Caroline Rocha

Os artigos publicados são de inteira e única responsabilidade de seus respectivos autores, não refletindo obrigatoriamente a opinião da revista.

Quarto de Guerra chega forte nas telonas

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Visão Mundial lança campanha pelas crianças do Sertão

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Um a cada cinco brasileiros tem algum tipo de deficiência. São mais de 45 milhões de pessoas com alguma restrição motora,

auditiva, visual ou mental. Com os recen-tes casos de nascimento de bebês com microencefalia, os olhos da população se voltaram para as necessidades e dramas desse público, que por vezes é chamado de especial, mas em geral está excluído do convívio social. Por muito tempo, in-clusive das igrejas. Porém, nos últimos anos, diversas congregações passaram a investir esforços para acolher e dar dig-nidade para essas pessoas. Os primeiros passos para chegar naqueles que têm mais dificuldades de se achegar aos tem-plos e celebrações religiosas.

Ketyanne Barros, 30 anos, é teóloga, cantora, membro da Igreja Episcopal Carismática de Paulista, e desde bebê é cega, como resultado de um câncer que atingiu a retina dos dois olhos. Porém, desde os nove anos frequenta cultos e por sua experiência pessoal sabe de perto as falhas que a igreja possui para abraçar pessoas com deficiência visual e com outras limitações físicas ou mentais. “Hoje existe um olhar mais amplo em re-

RAFAEL DANTAS

MAIS IGREJAS COMEÇAM A SE PREPARAR PARA ACOLHER PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS E MENTAIS. CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS É O GRANDE DESAFIO PARA EVANGELIZAR SURDOS E CEGOS

CAPA

Um olhar para pessoas especiais

lação a isso. As igrejas têm acolhimento, não são lugares discriminatórios. Mas na maioria das vezes não sabem como rece-ber alguém com deficiência”, comenta.

Ela conta que conhece alguns cegos e surdos que após frequen-tar os cultos deixaram de congregar devido a dificuldade de compreender as celebrações. “Uma dessas pessoas não entendia nada do que se passava na igreja. Passou a ir a outro segmento reli-gioso que dispunha de um ambien-te mais acessível, inclusive com literatura em braile”, comen-ta. “É um segmento que se equipara a um povo não alcança-do pelo Cristianis-mo”, avalia.

No livro Deficiente: O Desafio da Inclusão na Igreja (Editora Hagnos), Brenda Dark avalia que a falta de informação da igreja acerca desse pú-blico é um dos motivos que levam os cristãos a esse distanciamento. “Os cristãos são a luz e

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{ "E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e den-tre a escuridão e as trevas os olhos dos cegos as verão" ISAÍAS 29.18

o sal do mundo. Isto significa que nosso exemplo deve ser excelente. Há irmãos trabalhando duro para melhorar a vida de pessoas com deficiência. Eles zelam pelo seu bem-estar, ensinam como in-cluí-los na sociedade e como valorizá-los. No entanto, na verdade, estes ainda são minoria. Infelizmente encontramos nas igrejas muita confusão e pouca informa-ção sobre o assunto e, como resultado, a indiferença. É preciso ouvir as vozes da-queles que têm algum tipo de deficiên-cia para que possamos entender sua vida e o clamor de seu coração”.

SURDOSUm desses públicos que passou a ter mais atenção das igrejas nos últimos anos é o dos surdos. Apesar do número escasso de igrejas que dispõe de pes-soas capacitadas com a língua brasileira de sinais (Libras), hoje já é mais comum vê-las nos cultos. Em geral, essas igrejas pioneiras são a fonte para treinamento dos interessados em se preparar para evangelizar e discipular esse público.

A Convenção Batista de Pernambu-co, através da Área de Missões Estaduais (AME), está realizando um levantamento sobre como andam os ministérios com surdos no Estado. Quem está fazendo essa pesquisa é a missionária Wellenice Lima,

que é bacharel em Libras pela Universida-de Federal de Santa Catarina e atua espe-cificamente com deficientes auditivos. “A princípio estamos identificando as igrejas que já atuam nesse segmento e aquelas que têm interesse de começar a trabalhar nessa área. Temos ainda bem poucas igre-jas, mesmo na Região Metropolitana do Recife. A partir dessas informações, pre-

tendemos traçar estratégias em nível de convenção para alcançar para a maioria das igrejas”, afirma. “Pretendemos ajudar as pessoas a observarem a importância de fazer que os surdos tenham acesso a Palavra de Deus.”

Uma das barreiras que a missioná-ria observa para que haja uma expansão maior da atuação das igrejas junto aos sur-dos é a falta de treinamento. Atualmente, o acesso mais fácil é aprender a linguagem do sinais através das instituições governa-mentais ou ONGs, visto que são pratica-mente inexistentes os cursos em seminá-rios ou mesmo organizações missionárias. A falta de um material sistematizado sobre evangelização e ensino cristão para esse público é outro desafio a ser superado. “Tudo ainda é bastante incipiente. Não tem material especifico para usamos em libras. Aqui no Recife, no entanto, temos uma pessoa que está desenhando uma apostila com sinais em libras".

TECNOLOGIASe as dificuldades com a falta de recursos humanos para atender a população defi-ciente são um fator negativo, o avanço das tecnologias inclusivas – muitas com baixo custo - é uma novidade que pode ser ex-plorada pelas igrejas com maior inten-

Ketyanne defende igreja mais inclusiva

Templos precisam ter mais acessibilidade

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{ "Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,o qual deseja que todos os homens sejam salvos."

1 TIMÓTEO 2.3,4

sidade. Ketyanne lembra que alternativas como disponibilizar o boletim de forma di-gital, por exemplo, auxilia os cegos a terem acesso às informações da igreja através de softwares que fazem a leitura.

Ela lembra que hoje muitos elemen-tos da celebração dificultam a integração dos deficientes visuais, como as apresen-tações coreográficas ou a exibição de vídeos. “Numa apresentação de coreo-grafia ou de teatro seria fundamental a presença de um audiodescritor. Isso já é comum na sociedade e seria importante que a igreja acompanhasse essas ten-dências. Essas pessoas pretendem estar em ambientes inclusivos”, afirma.

Sobre o acesso a literaturas, uma inovação tecnológica grande aliada da proclamação do evangelho são os audio-books ou mesmo e-books, que já contam com leitores de tela. Ketyanne lembra que ao fazer sua graduação em Teologia, no Seminário Teológico Pentecostal do Nordeste, com o acesso a pouquíssimos materiais em braile, ela escaneou muitos livros para se aprofundar nos conheci-mentos teológicos e realizar as provas do

curso. “Nem sempre precisamos do ideal para que o real seja feito. As vezes temos o real na mão. Mas quando a gente quer fazer, consegue”, afirma.

Da mesma forma que para o acolhimen-to dos surdos, a recepção dos deficientes visuais tem como principal barreira a capa-citação de recursos humanos. Conhecimen-

É PRECISO OUVIR AS VOZES DAQUELES QUE TÊM ALGUM TIPO DE DEFICIÊNCIA PARA QUE POSSAMOS ENTENDER SUA VIDA E O CLAMOR DE SEU CORAÇÃO.

tos nas áreas de orientação em mobilidade, tecnologia assistida e audiodiscrição seriam bons aliados para alcançar esse público.

INFRAESTRUTURAOutra preocupação que as igrejas já de-vem ter é quanto a acessibilidade para receber pessoas com deficiência motora. Além da motivação evangelística, exis-tem marcos legais, a exemplo da Lei da Acessibilidade (Lei nº 10.098), que orien-tam a arquitetura de espaços públicos, como os templos religiosos. "Algumas igrejas têm usado como desculpa de que não existe cadeirante para fazer um in-vestimento tão específico. E não se pode pensar somente no cadeirante, pense na gestante, no idoso ou em alguém com problemas de articulação que tem difi-culdade de locomoção diante de uma escada. O fato dessas pessoas não conse-guirem subir uma escada pode significar uma desmotivação para ir à igreja, se no local não existir outra forma de acessso. A acessibilidade deve fazer parte do co-tidiano das igrejas", aponta o arquiteto Shileon Ferreira Martins Junior.

Wellenice é missio-nária com surdos

7OlharCristão • Dez 2015 / Jan 2016

artigo

Idolatria política – Um perigo iminente

Desde as eleições presidenciais de 2014, observamos que o de-bate político ficou muito mais acirrado. Por conta das redes

sociais, muitos se aventuram em falar so-bre política e expressam suas preferências partidárias e/ou ideológicas. Os cristãos evangélicos - uma fatia importante da so-ciedade - não ficam atrás. Se em décadas passadas evangélico e política eram duas coisas que não se misturavam de jeito ne-nhum, hoje, existe até uma bancada de políticos que representa a massa evangé-lica no Congresso Nacional. Pois é, os tem-pos estão mudados.

Obviamente que o envolvimento político não é algo ruim em si. A política tudo permeia e é por isso que devemos estar atentos a ela. Os cristãos não são alienígenas. Os cristãos são cidadãos que pagam seus impostos e estão inseridos no convívio social, sendo concomitantemen-te produtores e consumidores no sentido econômico e também cultural. Mas há um detalhe: Estamos no mundo, porém, não pertencemos a ele. A Escritura nos diz que a nossa verdadeira cidadania é no Reino dos Céus, e quem a conquistou para nós foi Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Por conta disto, devemos ter um compor-tamento diferenciado daqueles que são do mundo. É justamente por não obser-varmos direito esse ponto que estamos pecando em nosso envolvimento político.

A política mundana tomou para si ideologias que fazem de algum elemento da criação aquilo que salvará a humani-dade. Vejamos os exemplos: Para o libera-lismo, a salvação se dá pela liberdade. O socialismo vai eleger o Estado como seu “messias” e o nacionalismo coloca o povo como salvador de si mesmo. O messianis-mo político é pecado pelo simples fato de tentar salvar a humanidade deixando de lado o único e suficiente salvador, que é

Cristo. Quando um dos elementos supra-citados toma o lugar que pertence a Cris-to, a política se tornou idólatra. Idolatria é uma abominação e muitos evangéli-cos não se dão conta que em alguns ca-sos eles idolatram determinado político, partido ou ideologia. Se a esperança do cristão for depositada em qualquer outra coisa que não seja Cristo e a consumação de sua obra na segunda vinda, então ele - infelizmente - já foi envenenado pelo ma-terialismo, que é ambidestro. Acreditando que algum elemento da criação seja ca-paz de tornar este mundo um lugar ideal, sem mazelas e sem injustiças, ele tira a prerrogativa de Jesus, pois, somente ele enxugará de nossos olhos toda a lágrima. Logo, essa esperança vã deve ser chama-da pelo nome que lhe é devido: idolatria.

Em tempo de crise, muitos pendem para um lado e para outro na esperança de ver o Brasil sair do atoleiro de corrup-ção e má gestão em que se encontra. Não é ilícito desejar por mudança. Não é erra-do querer mudar. Mas acontece que os crentes estão mais preocupados em ele-ger “salvadores da pátria” do que dobrar os seus joelhos e interceder ao Senhor

THIAGO OLIVEIRA*

*Thiago Oliveira é teólogo, especia-lista em ciência política e membro da Igreja Evangélica Livre

dos senhores para que a nossa nação seja curada. Parece também que esqueceram que são o sal da terra e a luz do mundo, pois, vivem em guetos eclesiásticos, nu-trem uma subcultura e não promovem os valores do Reino. O Evangelho é para ser vivido, aplicado em qualquer área da vida, a política também está inclusa nisso. As ideologias de esquerda e direita são – ambas – mundanas. O que é espiritual é o Evangelho. Devemos discernir e confron-tar todo e qualquer pensamento ideológi-co através das lentes da Escritura. A nossa cosmovisão, isto é, nossa maneira de ver o mundo, não deve abandonar a confessio-nalidade. Precisamos olhar para a política sabendo que Cristo é Senhor e que ele tem domínio sobre César, e não o oposto.

Tome muito cuidado, antes de sair por aí dizendo que político ou partido X te representa. Procure assegurar-se de que está usando os óculos certos, os que trazem consigo as lentes da Escritura. Se envolva no debate político, escolha um partido. Só não se esqueça de dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Confundir as bolas pode te deixar em maus lençóis com o Soberano.

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A Paróquia Anglicana do Espírito Santo promoveu entre os dias 28 de novembro e 5 de dezem-bro o evento Semana da Virada.

Dias de reflexão e desafio para todos os cristãos, com palestras dos pastores Paulo Mazoni (da Igreja Batista Central de Belo Horizonte), Sérgio Queiroz (idealizador do Projeto Cidade Viva, de João Pessoa), Carlito Paes (da Igreja da Cidade, em São José dos Campos), Márcio Meira (da Pa-róquia Anglicana Comunhão, na Paraíba), Jeremias Pereira (da 8ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte), além do bispo Miguel Uchoa. O templo ficou cheio durante to-dos os dias da Semana da Virada.

“A virada que Deus espera de mim” foi o tema do pastor Sérgio Queiroz. “A ver-dade é a semente do Espírito Santo para que a virada aconteça”, começou o pastor, pontuando o princípio da realidade fac-

cobertura

Uma virada para a vida e para a cidade

tual como o primeiro passo para a mu-dança de vida. Abaixo fazemos uma me-mória dessa mensagem. Todos os vídeos do evento, com as palestras na íntegra, estão disponíveis no site da igreja:www.somospaes.com.br/semanadavirada

RESTAURAÇÃOAutor de Gloriosas Ruínas – O caminho bíblico para restauração, publicado pela editora Mundo Cristão, o procurador da Fazenda Nacional e presidente da Cidade Viva, Sérgio Queiroz trouxe para a Semana da Virada uma mensagem abordando dois princípios apresentados por ele no livro. Duas necessidades básicas para se iniciar uma virada em qualquer área da vida ou da sociedade: reconhecimento da realidade e a sensibilização diante dela.

“Sem realidade não há transforma-ção, sem fatos reais e verdadeiros qual-

quer virada não passará de uma vã uto-pia. É maquiar cadáver”, ressalta. Queiroz defende que um diagnóstico preciso é o primeiro princípio para a mudança.

Essa reflexão foi feita ao percorrer a história do profeta Neemias, registrada no Antigo Testamento. O conhecimento sobre a realidade do seu povo, após anos de cativeiro na Babilônia está descrita nos primeiros versículos do seu livro, quando ele pergunta “pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém”. Diante do relato de miséria e desprezo das condições de vida do seu povo e da destruição da ci-dade é que ele se sensibiliza para iniciar uma mudança na história de Israel.

O relato bíblico aponta o incômodo no coração do profeta Neemias ao ouvir a situação do seu povo: “E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e

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chorei, e lamentei por alguns dias; e esti-ve jejuando e orando perante o Deus dos céus. (Neemias 1.4)” Em sua mensagem, Sérgio Queiroz afirma que hoje temos muito conhecimento sobre o nosso tem-po, mas, diferente do profeta, estamos perdendo a capacidade de se sensibili-zar: “Quanto tempo vai precisar para que você se inquiete com os fatos e faça algu-ma coisa? Sem inquietação não há mu-dança. Você não muda aquilo que antes não te inquiete profundamente”, disse.

Queiroz contou como esses princípios impactaram a sua vida e o moveram a fun-dar o projeto Cidade Viva, há 10 anos. No início do seu ministério na Primeira Igreja Batista do Bessamar, na cidade de João Pessoa, após ouvir um relato emocionado de uma viúva sobre seu filho dependen-te químico, o pastor foi despertado para encarar um dos grandes males do nosso tempo: as drogas. Desse inquietamento frente a uma mãe que via seu filho mor-rendo pelas mãos do tráfico, nasceu o sonho de construir um Centro de Reabili-tação, visto que havia pouquíssimas alter-nativas de tratamento no Estado.

No entanto, essa caminhada levou o

pastor e sua pequena congregação, com cerca de 100 pessoas na época, a adquirir uma área de aproximadamente 150 hec-tares. Era quase um milhão e quinhentos mil metros quadrados, com um custo fora da realidade daquele grupo, cerca de R$ 1 milhão, há 10 anos. Mas havia uma certeza de que o Senhor desejava algo além das forças, sonhos e capacidades. E dali nascia não apenas um centro para recuperar pes-soas com dependência química, mas uma cidade com uma série de projetos para abençoar a sociedade e sinalizar o reino de Deus. Toda essa história está contada no site www.cidadeviva.org. Na ministração, Sérgio Queiroz trouxe a memória ainda o testemunhos de algumas pessoas que pas-saram por viradas na vida, mesmo partin-do das situações mais desumanas, como a prostituição e a marginalização carcerária.

Antes mesmo de abordar os princípios e apresentar o seu testemunho, Sérgio Queiroz faz um ajuste na pergunta chave acerca das perspectivas para o próximo ano. A sua provocação é a seguinte: No lu-gar de perguntar o que Deus irá preparar para nós em 2016, porque não nos per-guntar o que 2016 pode esperar de cada um? O que a nossa cidade ou nosso País podem esperar de nós? Uma proposta de pensar fora do discurso egocêntrico e he-gemônico dos nossos dias. (R.D.)

"Sem realidade não há transformação, sem fatos reais e verdadeiros qualquer virada não passará de uma vã utopia", afirmou o pastor Sérgio Queiroz.

10 OlharCristão • Dez 2015 / Jan 2016

palavrasagrada

Graça numa sociedade corrompida

Ao declinarmo-nos sobre a lite-ratura do Antigo Testamento veremos que suas lições são preciosas para a vida comum e

que não somente a lei foi importante para a religião judaica, mas, para o desenvolvi-mento da cultura ocidental que foi muito influenciada pela cosmovisão judaico--cristã. Ao partirmos do primeiro livro de Moisés – o Gênesis – notamos a magnífica construção teológica, literária e histórica desse livro que encabeça o grande tomo da revelação de Deus para os homens.

O valor dos ensinos bíblicos para o de-senvolvimento da humanidade tanto nos âmbitos sociais, culturais; no que concerne ao estabelecimento de leis cívicas, sociais e políticas, também em outras esferas como a adoração do povo de Deus e a instituição da família como célula mater da socieda-de nos fornecem um espectro que serve como compêndio instrutivo para enten-dermos o que Deus disse em sua revelação e qual é a sua vontade para a sociedade. Ao lermos Gênesis 1.26-31 temos então o que chamamos em teologia de mandatos da criação, são eles – cultural, social e espiri-tual. Com base nesses mandatos dados ao primeiro casal no paraíso e compreenden-do a grande linha interpretativa da Bíblia que podemos dizer que transcorre partin-do da criação, depois a queda, redenção e consumação de todas as coisas.

Ao lermos que o pecado entrou no mundo e com isso a degeneração moral e espiritual do primeiro casal como repre-sentantes da raça servem como o ponto inicial para compreendermos o que o livro procura mostrar: que Deus criou o homem, que o homem pecou e foi destituído da glória de Deus, que Deus providenciou a redenção do homem e que Deus é quem guia a história com seu plano da promessa até culminar em Cristo no Novo Testamen-to, é importante saber que, em Gênesis 3.15 temos o proto-evangelho, a promessa

da semente da mulher que seria a salvação prometida por Deus – Cristo Jesus.

Então ao lermos a narrativa bíblica nos capítulos seguintes, temos a des-cendência de Adão e Eva em seus filhos Caim e Sete (Pois Abel foi morto por seu irmão), vemos que o pecado continuou a multiplicar-se na semente de Caim. Ao chegarmos ao sexto capítulo do Gênesis lemos que [...] viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. E aqui propriamente chegaremos ao pon-to de nossa reflexão, lemos neste capítulo a história de Noé e sua família obede-cendo à ordem de Deus em construírem uma arca porque viria um grande dilúvio. Evidentemente meu ponto aqui caro lei-tor não é discutir sobre as possibilidades cientificas do dilúvio ou se ele foi territo-

THOMAS MAGNUM FELIX DE ALMEIDA*

*Thomas Magnum é professor do Se-minário Congregacional do Nordeste e mestrando em teologia

rial ou mundial, tomo por linha interpre-tativa que o dilúvio de fato aconteceu, é um fato. Com isso partimos para as mani-festações da graça divina nesse capítulo da história humana. Comumente somos levados a acreditar que a graça de Deus só foi demonstrada no Novo Testamento, isso não procede, a graça é demonstrada ativamente desde a queda do primeiro casal. Ao chegarmos à história de Noé lemos que Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor . Noé achou graça não só a despeito do pecado, mas também por causa de sua integridade (v.9) . Bruce K. Waltke nos diz que

Esta afirmação aparece em forma de clímax no final do relato dos des-cendentes de Adão. Noé representa um novo começo, uma inversão que foi antecipada em 5.29. Noé acha graça

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diante de Deus, não a despeito do seu pecado, mas em virtude da sua reti-dão (ver 6.9). O narrador deixa o seu auditório compreender que a retidão de Noé não é propriamente sua, mas um dom da graça de Deus, justamente como foi o dom da soberana graça que no coração de Eva foi posta a inimiza-de contra a serpente. Deus opera em Noé, como faz em todos os santos, tan-to o querer quanto o realizar, segundo o seu beneplácito (Fp 2.13) .

Notemos que a causa do juízo de Deus enviando o dilúvio era o pecado dos homem como vimos descrito no capítulo 6 e versículo 5 de Gênesis, no entanto en-contramos em meio a essa manifestação da ira santa de Deus para com o pecado e consequentemente com pecadores a graça sendo manifestada através de Noé. Por Noé ter achado graça diante de Deus, agora foi alcançado por esse favor divino sua família seria preservada do juízo de Deus sobre a terra. Deus agraciou a famí-lia de Noé, não porque eram dignos, mas, porque a misericórdia divina assim o quis.

Ao lermos com atenção toda a nar-rativa de Gênesis veremos que há um contraste entre a queda do homem, sua degradação moral que desemboca nas instituições que ele está envolvido, na sociedade, na família, em seus negócios, e a graça de Deus que o beneficia, que

o restaura, que o levanta para cumprir a promessa descrita no início do livro como vimos acima. Noé era um tipo de Cristo, a tipologia aqui é clara, como sua família foi salva por meio dele, os homens são salvos por meio de Cristo. Cristo é o cabeça da família, do seu povo que salvou dos seus pecados (Mt 1.21; Ef 5.25).

Ao lermos Gênesis, o texto nos diz com clareza a situação do mundo – A terra, po-rém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência.

E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra . Temos um caos moral devastador insta-lado, será que nos lembra algo? Será que nosso tempo é totalmente distante dessa realidade de pecado? Será que somos di-ferentes daqueles que viviam no tempo de Noé? Nos diz o apóstolo Pedro

Os quais noutro tempo foram re-beldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, en-quanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indaga-ção de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo.

O anúncio da graça ainda é ouvido, através de Cristo e somente dele o homem pode sair do caos espiritual, a ressurreição de Jesus nos proporciona esse batismo com água, nos dá graça, vida, paz e mise-ricórdia. Em Noé temos a figura, em Cristo temos a manifestação perfeita e cabal da

graça, Cristo é a pura manifestação da gra-ça, o verbo feito carne, a porta. Cristo é a arca de Deus. Sua vida nos é comunicada na cruz e na ressurreição. Por isso a igreja é a comunidade da cruz, porque na cruz e no túmulo vazio recebemos redenção e justi-ficação. Graça para uma sociedade corrom-pida somente em Cristo, a proclamação continua vindo agora da igreja semelhante a Noé que pregou a justiça de Deus, procla-mamos a salvação e o juízo vindouro sobre toda carne que se volta contra o altíssimo:

E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios.

Diante da emergente situação de nos-so país, diante da imensa problemática em vários setores da sociedade, diante da crise econômica, educacional, na saúde e até na religião a mensagem ainda é proclamada aos ouvidos do mundo caído, nos disse o Senhor no Santo Evangelho de Mateus:

O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas uni-camente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.

Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem .

Nos vale a advertência das Escrituras Sagradas, Cristo é nossa arca, há graça, há vida, há ressurreição.

Michelangelo - The Deluge,

John Martin - Diluvio, 1828

12 OlharCristão • Dez 2015 / Jan 2016

de Deus para sua vida. E ele deve ser vivido em plenitude, dentro do matrimônio.

A mesma Bíblia que proíbe o sexo an-tes do casamento (1Cor 7:9) e fora do casa-mento (Ex 20:14-17) ordena que ele acon-teça no casamento ( Gn 1.28, 2:24, 1Co7:5).

A prática do sexo antes e fora do ca-samento não é propósito de Deus, assim como a ausência de sexo no matrimônio. (1Co 7:3-5).

Na Bíblia, encontramos vários textos que ressaltam a beleza do sexo na vida

de um homem e de uma mulher. Como uma flor, a vida sexual do casal deve ser regada, cuidada e

adubada. Muitos querem fazer da vida sexual um belo jardim, mas não querem cuidar dele.

A vida conjugal acontece principalmente quando o casal

está entre quatro paredes, na sua inti-midade familiar. É dentro de casa,

em seu quarto, que mostram realmente quem são e como vivem como marido e mulher.

Logo no começo de tudo,

Deus criou o homem e a mulher, e or-denou: “crescei e multiplicai” (Gênesis 1.28). Deus criou o sexo. Deus fez nossos corpos, com partes e prazeres "masculi-nos e femininos". Ele criou nossos corpos com possibilidade de ter prazer.

Sexo e amor são bem diferentes. Você pode fazer sexo sem amor, e pode ter amor sem sexo. Uma prostituta que vende seu corpo oferece sexo, não amor; casais que chegam à reta final da vida perma-necem tendo amor, porém o sexo não é o fator mais importante no relacionamento.

A cama é o altar do casal. O leito é um lugar de amor, de harmonia, momento para conversas tranquilas, oportunidade para rir e chorar juntos. Não é lugar para se discutir problemas da família, traba-lho ou amigos. Tratar desses assuntos na hora em que o casal se deita afasta qual-quer possibilidade de sexo entre eles.

Para que o relacionamento sexual entre os cônjuges fique cada vez

melhor é fundamental que eles conversem sobre suas preferên-cias, sobre o que gostam de reali-

Amor e Sexo Como ser Feliz na cama

momentoA2*Darrell e Márcia Marinho traba-lham com ministério de casais e são apresentadores da #TvA2

De grande relevância social, a temática em torno do sexo ainda não é discutida de forma adequada numa época de pro-

fundas transformações comportamen-tais. Boa parte da instrução sexual mi-nistrada dentro da igreja, por exemplo, não se faz de maneira clara, aberta. Fora do ambiente cristão, existem conceitos duvidosos a respeito dessa prática tão natural. A mídia vende uma ideia de um sexo pervertido, em que para ser feliz na cama muitas vezes é necessário ter relação fora do casamento, pois a monotonia da vida con-jugal impede que se tenha uma vida sexual satisfatória, a não ser que se lance mão de condutas estra-nhas entre os parceiros.

Há de se entender que sexo antes do casamento é fornicação, portanto, total-mente desaconselhado. Fora do casamen-to é adultério, igualmente inválido diante de Deus. Sexo é ordenança divina #deDeus, é um presente

http://www.youtube.com/momentoA2

13OlharCristão • Dez 2015 / Jan 2016

zar na hora do ato. Muitos casais sofrem porque não conversam sobre sexo em casa. Estar atento ao outro faz-se neces-sário nesse momento, pensar em corres-ponder às expectativas do cônjuge e não apenas no seu próprio prazer.

O sexo precisa ser favorável a am-bos, não deve ser algo mecânico, nem programado, deve ter início sempre que um dos cônjuges manifestar o desejo e começar a plantar... É importante tam-bém que exista um ambiente propício à intimidade do casal.

O sexo, embora visto sob prismas diferentes entre homens e mulheres, é algo que necessita ser praticado com carinho. Enquanto o homem valoriza infinitamente o toque físico, a mulher é conquistada pelo ouvir, pelas emoções. Como os únicos seres que fazem sexo olhando um para o outro, podemos nos entregar totalmente ao ato, oferecendo o que temos de melhor ao nosso parcei-ro. Se essa rendição de fato acontecer, e for verdadeira, haverá muito menos queixas sobre a falta de cuidado dos ho-mens em relação ao sexo.

As mulheres buscam muito mais do que o simples ato sexual, elas querem ser cortejadas, elogiadas, percebidas no dia a dia, não apenas na hora “H”. A rotina traz certa acomodação para muitas pessoas, as quais deixam de se cuidar com o pas-sar dos anos. Dessa forma, para que sejam notadas, uma dose extra de cuidados cai bem. De acordo com as preferências de cada casal, vale apostar num bom per-fume, num novo corte de cabelo numa roupa interessante para dormir. Esse é um bom investimento na relação, a conquis-ta não pode ser esquecida ainda que te-nham 10, 20, 30 anos juntos. Ela desperta a atração entre os parceiros, e o sexo tem tudo a ver com isso.

O sexo é tão importante para a ma-nutenção do casamento quanto é a água para a preservação da vida, tanto que Pro-vérbios menciona: Beba das águas da sua cisterna, das águas que brotam do seu próprio poço. (Provérbios 5:15).

Investindo no seu casamento, enten-dendo o que cada um pode fazer para que o outro esteja satisfeito no sexo, e o colocando em prática com carinho, você não sentirá necessidade de “beber das águas de poço alheio.”

Assim, afinados no amor e no sexo, vo-cês poderão falar para o mundo que são:

Casados para sempre.

QUE TAL?

Uma noite diferente, programada, planejada para surpreender seu amor. Uma música especial, um jantar em casa mesmo ou em um restaurante preferido dela(e), recitar uma poesia de declaração de amor , colocar uma roupa especial e curtir um #momen-toA2 marcante em seu casamento? O clima de romance será a diferença para vocês serem felizes na cama. O amor e sexo combinados são presen-tes de Deus para o seu casamento.

COMIGO, NÃO!

De acordo com pesquisa no jornal britânico Daily Mail , sete entre dez entrevistados revelaram que fariam mais amor se o companheiro fosse mais romantico e 79% admitiram ficar mais feliz em dormir bem do que fazer um esforço para fazer sexo no meio da noite. Essa falta de interesse tem no seu casamento?

Quero isso não.

Comigo, não!

REFLETINDO A2

Como são deliciosas as suas carícias, minha namorada, minha noiva! O seu amor é melhor do que o vinho;o seu perfume é o mais agradável que existe.

Cantares 4:10

#FICA A DICA

O casal Darrell e Márcia, apresentadores da #TvA2, lançaram o livro #ficaAdica, uma ferramenta de transformação em muitos casamentos. O livro, que reúne 100 dicas para aperfeiçoar o relacionamento dos casais.

14 OlharCristão • Dez 2015 / Jan 2016

olharcultural

CDS

Um dos grandes eventos cristãos do Nordeste acontece no perío-do do Carnaval, entre os dias 4 e 9 de fevereiro, quando a maioria

das igrejas se recolhe nos acampamentos. O Encontro Nacional para Consciência Cristã (VINACC) movimenta a cidade de Campina Grande (a 190 km do Recife) e atrai participantes de todo o País. Nomes de repercussão nacional e internacional no meio evangélico fazem parte da equipe de preletores, como Hernandes Dias Lopes, Russell Shedd, Augustus Nicodemus, Jo-

Consciência Cristã reúne pensadores evangélicos na PB

especiais, a feira terá milhares de títulos de algumas das principais editoras evangé-licas do Brasil: Sociedade Bíblica do Brasil, CPAD, Fiel, Vida, Hagnos, Vida Nova, Cultura Cristã, PES, Mundo Cristão, Pão Diário, Es-perança, Nustra, AD Santos e Visão Cristã, o selo editorial oficial do evento.

SERVIÇO:O 18º Encontro para a Consciência Cristã acontecerá de 4 a 9 de fevereiro de 2016, no Complexo do Parque do Povo, em Campina Grande. Confira a programação completa no site: www.conscienciacrista.org.br

nas Madureira e Franklin Ferreira. Uma das novidades da edição 2016 da conferência será o pastor africano Conrad Mbewe.

Uma das marcas do VINACC é a realiza-ção de uma série de eventos paralelos. Nes-te ano, acontecerão de forma simultânea na cidade o Fórum Campinense para uma Fa-mília Sadia, o 1º Consciência Cristã Jovem, o Seminário de Ciências Bíblicas da SBB, o En-contro Apologético da Paraíba, entre outros.

A 18ª Consciência Cristã, além das pa-lestras e plenárias, também terá a 4ª Feira do Livro da Consciência Cristã. Com preços

TETELESTAI

Já está disponível o novo CD/DVD do Diante do Trono. Tetelestai (palavra grega que significa "Está Consumado) é o 17º álbum do ministério e foi gravado em Israel.

HABITO

O Trazendo a Arca lançou recentemente o CD Habito, pela Sony Music. O álbum conta com colaborações de Kleyton Martins, músico conhecido pela sua parceria com o ex-vocalista Davi Sacer.

15OlharCristão • Dez 2015 / Jan 2016

Crítica Quarto de Guerra (2015)

cinecristão

Militares debruçados sobre um mapa, avaliando qual a melhor estratégia para avançar sobre as forças inimigas. É assim que

começa Quarto de Guerra (2015), nova pro-dução dos irmãos Alex e Stephen Kendrick, responsáveis por sucessos como Desafian-do Gigantes, À Prova de Fogo e Corajosos. Mais uma vez a família é o centro da história.

Na trama, Tony (T. C. Satllings) e Elizabeth (Priscilla Shirer) formam um casal que passa por um momento de crise. Tony trabalha como representante de produtos farmacêuticos e investe a maior parte do tempo nas atividades da empresa, deixando a família em segundo plano. Elizabeth é corretora de imóveis e, durante uma visita de trabalho, conhece Clara (Karen Abercrombie), uma doce se-nhora que lhe ensinará a fazer da oração uma potente arma na luta contra as for-ças que tentam destruir seu casamento.

A primeira cena com os militares ser-ve de figura para a batalha espiritual que será travada por Elizabeth, através da oração. Orientada por Clara, aprenderá que insistir nas discussões com o marido não é o melhor caminho e que ele não é seu verdadeiro inimigo.

O filme tem personagens interessantes e complexos. Clara é um deles: uma mulher otimista, firme em suas convicções, que oculta um passado de traumas provocados pela morte do marido. Tony é outro perso-nagem que chama a atenção, considerando a transformação que sofre na história.

O roteiro, apesar de bem escrito, per-de um pouco da força ao apresentar, em alguns momentos, diálogos sem naturali-dade, que parecem mais com mensagens tiradas de algum livro de inspiração cristã.

WANDERLEY ANDRADE - ESPECIAL PARA OLHAR CRISTÃO

A direção do longa é de Alex Ken-drick, que também assina o roteiro. Seu currículo é extenso: pastor, escritor, ator, diretor e produtor. Em Quarto de Guerra Kendrick mostra que evoluiu bastante desde A Virada (2003), seu primeiro tra-balho. Em parceria com o irmão Stephen, vem acumulando grandes bilheterias com filmes de baixo orçamento. Só nos Estados Unidos mais de 12 milhões de pessoas já assistiram a suas produções.

A boa recepção na estreia aponta Quarto de Guerra como mais um grande sucesso dos irmãos. No Brasil, após chegar a 46 salas de cinema, alcançou o 2º lugar na média de público por salas, na semana de estreia, perdendo apenas para o filme Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2.

O maior êxito de Quarto de Guerra não está nas altas cifras conquistadas, mas na bela mensagem que traz para as famílias, uma mensagem de fé e vitória através da oração.

Abordando a relevância da oração para a vida devocional e para a transformação do convívio familiar, "Quarto de Guerra" tem se destacado nos cinemas.

16 OlharCristão • mar/abr/2015

memória

Militares agiram contra o Dom da Paz

A Comissão da Memória e Verda-de em Pernambuco fez revela-ções sobre uma intervenção do Governo Militar Brasileiro junto

à organização do Nobel da Paz para evitar uma premiação ao líder católico Dom Hel-der Camara. O religioso, que foi um dos fundadores da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil e arcebispo por mui-tos anos a Arquidiocese de Olinda e Reci-fe, teria sido difamado pelo Ministério das Relações Exteriores como represália a sua atuação em prol dos direitos humanos de perseguidos políticos no Brasil.

O anúncio da comissão aconteceu juntamente com a publicação do docu-mento “Cadernos da Memória e Verda-de”, com mais de 200 páginas contendo informações pesquisadas desde 2012

de 70, apontado como um dos nomes favoritos à época. Nascido em 1909, no Ceará, Dom Helder Camara esteve a frente da Arquidiocese de Olinda e Recife entre os anos de 1964 e 1985. Os atritos com o Governo Federal teriam início quando ele passou a pedir a liberdade das pessoas e da igreja durante o Regime Militar. O esto-pim de conflito dessa relação com os mili-tares teria sido no ano de 1969, quando o religioso foi acusado de comunista por ter criticado a condição miserável dos agri-cultores nordestinos. O arcebispo faleceu no Recife, aos 90 anos.

SERVIÇO: A publicação completa pode ser acessada no site da Cepe, através do link: http://cepedocumento.com.br/comissao-verdade.html

que confirmaram a interferência do Go-verno Federal do caso. O ex-deputado estadual Fernando Coelho, coordenador da Comissão, indica que essa pesquisa conseguiu revelar um dos capítulos da atuação da diplomacia brasileira no pe-ríodo ditatorial, um dos que se têm me-nos informação. “Publicamos dezenas de documentos oficiais, correspondências, por exemplo, do ministro das Relações Exteriores para os embaixadores, do embaixador para o ministro dando ins-truções e dando conta das providências tomadas para impedir que dom Helder recebesse o Nobel. O conteúdo é objeti-vo, claro e determinante e traz providên-cias e prestação de contas”, afirma.

Dom Helder foi indicado em três edi-ções da premiação, no início da década

Quais os valores morais dos brasileiros?

O discurso anticorrupção não é o que mais comove os bra-sileiros. Isso é o que revela a pesquisa “Moral e Ética: Quais

os Valores que Norteiam os Brasileiros?” Coordenado pelo sociólogo Rodrigo Toni, ex-diretor do instituto Ipsos no Bra-sil e fundador do Flyfrog, o levantamento indicou que assuntos com embasamen-to mais religioso, como aborto e até a blasfêmia, mexem mais com o sentimen-to de repulsa dos brasileiros.

Para entender como pensa a popu-lação, o estudo criou um ranking com 34 situações consideradas reprováveis pelas pessoas. A corrupção, tema que tomou o noticiário nacional nos últimos meses, for-temente ancorado na cobertura do impea-chment da presidente Dilma Rousseff, ficou apenas na 14ª colocação no Nordeste, por exemplo. Enquanto isso, o aborto é o tema

a segunda que provoca maior indignação dos brasileiros, alcançando a nota de 3,8. Temas como o divórcio (0,08) e o adultério (0,47) parecem já ter maior índice de acei-tação na população, ocupando índices reduzidos de rejeição.

O levantamento, realizado pelo Insti-tuto Flyfrog, especializado em pesquisa de mercado, ouviu 400 brasileiros com mais de 18 anos das classes A, B e C, no mês de outubro. A técnica para elaboração da pes-quisa, denominada de “Max Diff”, mapeia índices de repulsa ou aceitação da socieda-de. Quando uma temática recebe nota 1, os especialistas identificam uma situação de equilíbrio, quando ela está abaixo disso há um nível de aceitação. Enquanto que,

quanto maior for o indicador há uma representação do

grau de repulsa ao tema em análise.

que provoca mais repulsa na população (com uma nota de 8,31), apesar das recen-tes manifestações pró-aborto pelo País.

O componente da religiosidade na opinião dos brasileiros fica ainda mais claro quando a prática de “falar mal ou reclamar de Deus” alcançou a nota de 2,47. Apesar de parecer ser muito baixa, ela está acima de práticas de corrupção de homens pú-blicos, como aceitar propina (0,86) e votar em políticos corruptos (0,86).

Se o posicionamento da população parece bastante conservador na maioria dos temas, uma campanha social que conseguiu sensibilizar a população foi em relação à violência contra a mulher. Após a exposição de inúmeros casos de assas-sinatos com motivação de gênero e dos avanços dos marcos legais do País, como a Lei Maria da Penha, a prática de bater em mulheres é

pesquisa

18 OlharCristão • mar/abr/2015

Visão Mundial apoia crianças sertanejas

cidadania

Os pequeninos, que vivem em situação de pobreza e vulne-rabilidade social do Sertão brasileiro são alvo de uma

campanha nacional da Visão Mundial. O Sertão Criança é uma iniciativa da enti-dade que tem como proposta engajar pessoas a apadrinhar crianças na região através de doações para suprir suas ne-cessidades de alimento, educação e saú-de, pelo período de um ano.

O Sertão brasileiro enfrenta uma das maiores secas da história. Na região, são quase mil cidades que estão em situação de emergência pela escassez de chuvas. A estiagem severa atinge só em Pernam-buco 56 municípios, que já declararam situação de emergência. De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o fenômeno El Niño tem provoca-do efeitos no Semiárido, inibindo as chu-vas. Segundo a Apac, os reservatórios do Sertão estão com apenas 6% da capacida-de em total de acumulação. Um cenário que só piorou nos últimos anos na região.

Com essa realidade, em determina-das regiões o acesso a direitos básicos é difícil, prejudicando todo o desenvolvi-mento social e estrutural das comunida-des. Para que os sorrisos dessas crianças não sequem, a Visão Mundial tem a meta

de garantir um ano de proteção, educa-ção e participação de uma criança com apenas R$ 50 mensais. Para conhecer a campanha, acesse o site: www.sertao.vc

O alvo da campanha é beneficiar 250 crianças com o apadrinhamento, garantindo para isso um investimento mensal de R$ 600, que cobrirá seus gas-tos nos três pilares propostos pela Visão Mundial. A doação só pode ser realizada através de cartão de crédito pelo site do projeto Sertão Amigo da Visão Mundial.

A Visão Mundial é uma organização internacional com compromisso com a transformação social através da mudança de estruturas sociais com características de opressão, que reduzem as possibilidades de desenvolvimento de crianças, jovens e adolescentes. Para cumprir essa missão,

a entidade promove justiça para a infân-cia, a ajuda humanitária e a reabilitação, de modo a garantir um desenvolvimento transformador e sustentável, dentro de uma perspectiva dos valores cristãos.

A organização está presente em todo o País, com 77 programas, sendo 37 Progra-mas de Desenvolvimento de Área (PDAs) em 885 comunidades e 49 municípios em 10 estados brasileiros. Atualmente, há 15 programas em andamento no Brasil apoia-dos exclusivamente por brasileiros - nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. No Brasil, a  Visão Mundial  também trabalha em diversas situações de emergência, como a seca no Nordeste e as enchentes ocorridas em Santa Catarina e, também, na região serrana do Rio de Janeiro.

19OlharCristão • Dez 2015 / Jan 2016

cristã

CHAR

GE

20 OlharCristão • mar/abr/2015