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CONCEPÇÕES SOBRE SAÚDE E DOENÇA A ANTIGUIDADE Oriente médio (Idade Antiga): viam as doenças como decorrentes de causas externas; Cristianismo: pecado é responsável pelos males físicos; Medicinas clássicas da Índia e China: doença como desequilíbrio de elementos chamados “humores”: terra, ar, água e fogo. A IDADE MÉDIA Igreja católica era dominante; Medicina patrística; Duas interpretações para doenças: Pagã: demoníaca ou feitiçaria Cristã: purificação e expiação dos pecados Epidemias: peste, varíola, difteria, sarampo, influenza, tuberculose, escabiose. A IDADE MODERNA Mecanismo da circulação sanguínea; Teoria miasmática; Surgiu o pai da moderna anatomia, pai da cirurgia A IDADE CONTEMPORÂNEA Descobertas bacteriológicas; Formação Unicausal Abordagem do modelo multicausal: Multicausalidade simple: relações causais entre fatores de risco e doença; Historia natural da doença: explicação multicausal da doença Determinação social da doença: novo marco explicativo. O NASCIMENTO DA MEDICINA SOCIAL MEDICINA DE ESTADO ALEMÃ: Tentativa de melhorar o nível de saúde da população – política médica: sistema completo de observação da morbidade; Normatização do ensino médio; Criação de funcionários médicos nomeados pelo governo como administradores de saúde MEDICINA URBANA FRANCESA: Modelo médico e político da quarentena – internamento (peste) e exclusão (lepra); A medicina urbana teria 3 objetivos:

APOSTILA DE SAÚDE COLETIVA

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CONCEPÇÕES SOBRE SAÚDE E DOENÇAA ANTIGUIDADE

Oriente médio (Idade Antiga): viam as doenças como decorrentes de causas externas;

Cristianismo: pecado é responsável pelos males físicos; Medicinas clássicas da Índia e China: doença como desequilíbrio de

elementos chamados “humores”: terra, ar, água e fogo. A IDADE MÉDIA

Igreja católica era dominante; Medicina patrística; Duas interpretações para doenças: Pagã: demoníaca ou feitiçaria Cristã: purificação e expiação dos pecados• Epidemias: peste, varíola, difteria, sarampo, influenza, tuberculose,

escabiose.A IDADE MODERNA

Mecanismo da circulação sanguínea; Teoria miasmática; Surgiu o pai da moderna anatomia, pai da cirurgia

A IDADE CONTEMPORÂNEA Descobertas bacteriológicas; Formação Unicausal Abordagem do modelo multicausal: Multicausalidade simple: relações causais entre fatores de risco e

doença; Historia natural da doença: explicação multicausal da doença Determinação social da doença: novo marco explicativo.

O NASCIMENTO DA MEDICINA SOCIALMEDICINA DE ESTADO ALEMÃ:

• Tentativa de melhorar o nível de saúde da população – política médica: sistema completo de observação da morbidade; Normatização do ensino médio; Criação de funcionários médicos nomeados pelo governo como

administradores de saúdeMEDICINA URBANA FRANCESA:

• Modelo médico e político da quarentena – internamento (peste) e exclusão (lepra);

• A medicina urbana teria 3 objetivos: Análise de regiões de amontoamento, de confusão e perigo no espaço

urbano; Controle e estabelecimento de uma boa circulação da água e do ar; Controle de esgoto e da água usada para beber.

MEDICINA DA FORÇA DO TRABALHO INGLESA:• O pobre começa a apresentar perigo: razão políticas: revoltas ou participação nelas; Falta de serviço para os pobres; Divisão do espaço urbano ente ricos e pobres em função de medo

político e sanitárioO NASCIMENTO DO HOSPITAL

Hospital significa hospedaria, hospedagem, hospitalidade;

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Hospedes: devassos,prostitutas, venéreos, pobres, desabrigados, doentes, louco;

Século XVIII – surgi o hospital como instrumento terapêutico; Surgimento da clínica que organiza o hospital como lugar de formação e

transmissão de saber.HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

Compreende a ação de saúde que representa o instrumento técnico-político que irá intervir no processo saúde-doença amparado pelo conhecimento científico;

Começou a imergir no Brasil no século XX As ações da saúde pública nessa época foram direcionadas para a

criação de grandes campanhas como vacinação em massa da população;

Oswaldo Cruz – criou e ajudou a organizar instituições de higiene e saúde no Brasil;

A partir de então, a saúde pública vai se configurando e se solidificando como uma política nacional da saúde;

Nessa época não havia a garantia de universalidade e integridade;MODELOS VIGENTES:

Modelo Preventivo: ações de saneamento, vacinação e controle de doenças;

Modelo Curativo: saúde previdenciária. Década de 70 – reforma sanitária Consolidado em 1988

PRINCIPAIS CAMPOS DE ATUAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA Educação em saúde Imunização Saúde do trabalhador Saúde do idoso Epidemiologia

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Capítulo II – dos Direitos Sociais

Art. 6o: “são direitos sociais a educação, saúde, saúde, trabalho. Lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Capítulo II – da Seguridade SocialArt 195: “A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, distrito federal e dos municípios.

Art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Art. 198: “Diretizes do SUS:

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Descentralização Atendimento integral Participação da comunidade

Art. 199: “A assistência à saúde é livre à iniciativa privada” poderá participar de forma complementar a segunda diretriz do SUS.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Universalidade Integralidade Hierarquização dos serviços Descentralização Equidade Participação Social

LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE (LOS) – Lei 8080/90 e 8142/90 Objetivo: têm caráter de norma geral com as diretrizes e limites que

devem ser respeitados pós União, Estados e Municípios ao elaborarem suas próprias normas;

São destinadas a esclarecer o papel das esferas de governo.Lei 8080/90

Detalha a organização do SUS, baseada na descentralização das ações e trata das condições para promoção do atendimento integral;

Art.21 – a assistência à saúde é livre à iniciativa privada; Art.36 – o processo de planejamento e orçamento do SUS será

ascendente, do nível local até o federal; 1o os planos de saúde serão a base das atividades e programações de

cada nível de direção do SUS, e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.

Lei 8142/90

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros e condicionou o recebimento dos recursos financeiros à existência do CMS funcionando de acordo com a legislação;

Exigência para recebimentos dos recursos:1. Fundo de saúde2. Conselho de saúde3. Plano de saúde4. Relatórios de gestão5. Contrapartida constante no orçamento6. Comissão de elaboração do plano de carreira, cargos e salários (PCCS)

NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS (NOBs)

São instrumentos de regulação do processo de descentralização que tratam dos seguintes aspectos:

1. Definição de responsabilidade2. Relação entre gestores

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3. Critérios de transferência de recursos federais para estados e municípios.

I – NOB 01/91

Objetivo: implantar a política de financiamento; normalizar os recursos financeiros para a cobertura da assistência à saúde, aos estados, DF e municípios;

Instituiu o Recurso de Cobertura Ambulatorial (RCA) – teto financeiro repassado mensalmente aos estados, definido pela União, em cima da capacidade instalada e população.

II – NOB 01/93

Reorientou o processo de descentralização; Criou instâncias de negociação e normalização no âmbito federal

(Comissão Intergestores Tripartite – CTI) e estadual (Comissão Intergestores Bipartite – CIB);

Propõe modalidades de gestão descentralizada:1. Estados: gestão parcial e semi-plena2. Municípios: incipientes, parcial e semi-plena; Recurso transferidos por produção;

Introduziu o princípio da limitação de gastos com internações hospitalares a um teto previamente definido – série históricas do valor da AIH.

III – NOB 01/96

Caracteriza a responsabilidade sanitária de cada gestor com a atenção à saúde ;

Intensifica o processo de descentralização: criação de regras para habitação dos municípios de acordo com a capacidade e desempenho dos municípios;

Habilitação pela NOB 96: gestão plena da atenção básica e gestão plena do sistema municipal;

Definição dos papeis das instancias de governo; Responsabilidade dos municípios pela saúde integral; Mudança na lógica de alocação de recursos; Prioriza a reorganização da atenção básica; Introduz inovações na gestão dos sistemas: Programação Pactuada

Integrada (PPI); Piso Assistencial Básico (PAB): montante de recursos, per capita,

destinados à atenção básica; Incentivos vinculados à Vigilância epidemiológica e sanitária; PAB variável; incentivo acrescido ao PAB para implantação de

programas como PACS/PSF.

NOAS 01/2001

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Objetivo geral: promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações de saúde em todos os níveis de atenção;

Fundamentos da regionalização:1. Integração entre sistemas municipais;2. Papel coordenador e mediador de gestor estadual; Três grupos de estratégias articuladas:1. Regionalização e organização da assistência;2. Fortalecimento da capacidade de gestão do SUS;3. Revisão de critérios de habitação de municípios e estados; Adota a estratégia da regionalização como re-orientadora do processo

de descentralização.

EMENTA CONSTITUCIONAL No 29

Editada em 13/09/2000; Assegura a co-participação da união, Estados, DF e municípios no

financiamento das ações e serviços públicos de saúde; Estabelece percentuais mínimos das receitas de cada um a serem

aplicados em ações e serviços públicos de saúde, até o exercício de 2004;

Resulta no aumento e na maior estabilidade dos recursos destinados à saúde.

PACTO PELA SAÚDE

Publicado na Portaria/GM n 399, de 22 de fevereiro de 2006, contempla o pacto firmado entre os gestores do SUS, em três dimensões: pela vida, em defesa dos SUS e de gestão;

Principais mudanças:1. Substituição do atual processo de habilitação pela adesão solidária aos

termos de compromisso de gestão;2. Regionalização solidária e cooperativa como eixo estruturante do

processo de descentralização;3. Integração das várias formas de repasse dos recursos federais;4. Unificação dos vários pactos hoje existente.

I – PACTO PELA VIDA

É o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população;

Prioridades pactuadas:1. Saúde do Idoso (pessoa com 60 anos ou mais);2. Controle do câncer do colo do útero e da mama;3. Redução da mortalidade infantil e materna;4. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e

endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza.

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5. Promoção da saúde;6. Fortalecimento da Atenção Básica

II – PACTO EM DEFESA DO SUS

Articulação e apoio à mobilização social pela promoção e desenvolvimento da cidadania;

Estabelecimento de diálogo com a sociedade; Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos sociais; Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Usuários do SUS; Regulamentação da EC n 29 pelo Congresso Nacional; Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três

esferas de gestão.

III – PACTO DE GESTÃO Diretrizes para a gestão do sistema nos aspectos da:1. Descentralização2. Regionalização3. Financiamento4. Planejamento5. Programação Pactuada e Integrada6. Regulação7. Participação e Controle Social8. Gestão do trabalho9. Educação na Saúde.

NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDEATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE

Compreende um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, que engloba a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação;

Constitui o primeiro nível da atenção do Sistema Único de Saúde. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde

Deve: Ser baseada na realidade local Considerar os sujeitos em sua singularidade, complexidade, integridade

e inserção sócio-cultural Orientar-se:

Pelos princípios do SUS: universalidade, equidade, integralidade, controle social, hierarquização

Pelos princípios próprios: acessibilidade, vínculo, coordenação, continuidade do cuidado, territorialização e adscrição de clientela, responsabilização, humanização.

Fundamentos da Atenção Básica: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de

qualidade e resolutivos; efetivar a integralidade em seus vários aspectos; desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e

a população;

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valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e do acompanhamento constante de sua formação e capacitação

realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados, como parte do processo de planejamento e programação;

estimular a participação popular e o controle social.

NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE PRIMÁRIO: refere-se a promoção da saúde e a proteção específica; SECUNDÁRIO: é realizada no individuo sobre a ação de um agente

patogênico; TERCIÁRIO: é a prevenção da incapacidade através de medidas de

reabilitação.Atenção Primária

é aquele nível de um sistema de serviço de saúde que oferece a entrada no sistema para todas as novas necessidades e problemas; fornece atenção sobre a pessoa no decorrer do tempo, fornece atenção para todas as condições, e coordena ou integra a ação fornecida em algum outro lugar ou por terceiros.(Starfield, 2004) A Atenção ou os Cuidados Primários de Saúde, como entendemos hoje, constituem um conjunto integrado de ações básicas, articulado a um sistema de promoção e assistência integral à saúde. (Aleixo, 2002)

VIGILÂNCIA SANITÁRIACONCEITO“Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo;

O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICACONCEITO“Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.” (Lei 8.080/90)

OBJETIVOS Prevenir, controlar, eliminar ou erradicar doenças; Evitar ocorrência de casos, óbitos e seqüelas, com repercussão negativa

sobre a sociedade e prestação de serviços de saúde.FUNÇÕES

Coleta de dados; Processamento de dados coletados; Análise e interpretação dos dados processados; Recomendação das medidas de controle apropriadas;

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Promoção das ações de controle indicadas; Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; Divulgação de informações pertinentes.

TIPOS DE DADOS Demográficos Ambientais Sócio-econômicos Dados de morbidade Notificação de casos/surtos Dados de mortalidade

ROTEIRO PARA INVESTIGAÇÃO EM VE Dados de identificação Dados de anamnese e exame físico Diagnóstico (suspeitas diagnósticas) Informações sobre o meio ambiente (exposições) Informações sobre o ambiente de trabalho (exposições) Exposições Busca ativa de casos Busca de pistas

SISTEMAS DE ABRANGÊNCIA NACIONAL

SIM: Sistema de Informação de MortalidadeSINASC: Sistema de Informação de Nascidos VivosSIH: Sistema de Informação HospitalarSIA: Sistema de Informação AmbulatorialSINAN: Sistema de Informação sobre Agravos de Notificações

PROGRAMA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (PACS)

INFORMAÇÃO

AÇÃODECISÃO

ANÁLISE

DADO ÚTIL

DADO

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O exercício da atividade profissional de Agente Comunitário de Saúde deve observar a Lei nº 10.507/2002, que cria a profissão de Agente Comunitário de Saúde, o Decreto nº 3.189/1999, que fixa as diretrizes para o exercício da atividade de Agente Comunitário de Saúde, e a Portaria nº 1.886/1997 (do Ministro de Estado da Saúde), que aprova as normas e diretrizes do Programa de Agente Comunitário e do Programa de Saúde da Família.

ATIVIDADES REALIZADASPor meios de ações individuais ou coletivas, o agente comunitário de

saúde realiza atividade de prevenção de doenças e promoção da saúde sob supervisão do gestor local do SUS (a Secretaria Municipal de Saúde).

Ao ACS deverá atender entre 400 e 750 pessoas, dependendo das necessidades locais, e desenvolverá atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde por meio de ações educativas individuais e coletivas, nos domicílios e na comunidade, sob supervisão competente, como:

Visita no mínimo uma vez por mês cada família da sua comunidade; Identificar situação de risco e encaminhar aos setores responsáveis; Pesar e medir mensalmente as crianças menores de dois anos e

registrar a informação no Cartão da Criança; Incentivar o aleitamento materno; Acompanhar a vacinação periódica das crianças por meio do cartão de

vacinação e de gestantes; Orientar a família sobre o uso de soro de reidratação oral para prevenir

diarréia e desidratação em crianças; Identificar as gestantes e encaminhá-las ao pré-natal; Orientar sobre métodos de planejamento familiar; Orientar sobre prevenção da AIDS; Orientar a família sobre prevenção e cuidados em situação de

endemias; Monitorar dermatoses e parasitoses em crianças; Realizar ações educativas referentes ao climatério; Realizar atividades de educação nutricional nas famílias e na

comunidade; Realizar atividades de educação em saúde bucal na família com ênfase

no grupo infantil; Supervisionar eventuais competentes da família em tratamento

domiciliar e dos pacientes com tuberculose, hanseníase, hipertensão, diabetes e outras doenças crônicas;

Realizar atividades de prevenção e promoção da saúde do idoso; Identificar portadores de deficiência psicofísica com orientação aos

familiares para apoio necessário no próprio domicílio.

FUNCIONAMENTO Residir na própria comunidade Idade mínima de 18 anos; Saber ler e escrever; Ter disponibilidade de tempo integral par exercer suas atividades.

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ESTRATÉGIA OU PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA – ESF/PSF

1. IntroduçãoO Ministério da Saúde criou, em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF). Seu principal propósito é reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família e, com isso, melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.A estratégia do PSF prioriza as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas, de

forma integral e contínua. O atendimento é prestado na unidade básica de saúde ou no domicílio, pelos profissionais (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde) que compõem as equipes de Saúde da Família. Assim, esses profissionais e a população acompanhada criam vínculos de co-responsabilidade, o que facilita a identificação e o atendimento aos problemas de saúde da comunidade.Diante dos ótimos resultados já alcançados, o Ministério da Saúde está estimulando a ampliação do número de equipes de Saúde da Família no Brasil. E, para isso, é fundamental a mobilização das comunidades e dos prefeitos, pois só por intermédio deles as portas dos municípios se abrirão para a saúde entrar.

Princípios Básicos do PSFA estratégia do PSF incorpora e reafirma os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS) - universalização, descentralização, integralidade e participação da comunidade - e está estruturada a partir da Unidade Básica de Saúde da Família, que trabalha com base nos seguintes princípios:Integralidade e hierarquizaçãoA Unidade de Saúde da Família está inserida no primeiro nível de ações e serviços do sistema local de assistência, denominado atenção básica. Deve estar vinculada à rede de serviços, de forma que se garanta atenção integral aos indivíduos e famílias e que sejam asseguradas a referência e a contra-referência para clínicas e serviços de maior complexidade, sempre que o estado de saúde da pessoa assim exigir.Territorialização e cadastramento da clientelaA Unidade de Saúde da Família trabalha com território de abrangência definido e é responsável pelo cadastramento e o acompanhamento da população vinculada (adscrita) a esta área. Recomenda-se que uma equipe seja responsável por, no máximo, 4.500 pessoas.

Equipe multiprofissionalCada equipe do PSF é composta, no mínimo, por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde (ACS). Outros profissionais - a exemplo de dentistas, assistentes sociais e psicólogos - poderão ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades e possibilidades locais. A Unidade de Saúde da Família pode atuar com uma ou mais equipes, dependendo da concentração de famílias no território sob sua responsabilidade.

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Como começou o PSFA estratégia do PSF foi iniciada em junho de 1991, com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Em janeiro de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes comunitários (cada equipe do PSF tem de quatro a seis ACS; este número varia de acordo com o tamanho do grupo sob a responsabilidade da equipe, numa proporção média de um agente para 575 pessoas acompanhadas).Funcionando adequadamente, as unidades básicas do programa são capazes de resolver 85% dos problemas de saúde em sua comunidade, prestando um atendimento de bom nível, prevenindo doenças, evitando internações desnecessárias e melhorando a qualidade de vida da população.

Como funciona o PSFAtribuições dos membros das equipes: Médico:Atende a todos os integrantes de cada família, independente de sexo e idade, desenvolve com os demais integrantes da equipe, ações preventivas e de promoção da qualidade de vida da população.Enfermeiro:Supervisiona o trabalho do ACS e do Auxiliar de Enfermagem, realiza consultas na unidade de saúde, bem como assiste às pessoas que necessitam de cuidados de enfermagem, no domicílio.Técnico/Auxiliar de enfermagem:Realiza procedimentos de enfermagem na unidade básica de saúde, no domicílio e executa ações de orientação sanitária.Agente Comunitário de Saúde:Faz a ligação entre as famílias e o serviço de saúde, visitando cada domicílio pelo menos uma vez por mês; realiza o mapeamento de cada área, o cadastramento das famílias e estimula a comunidade.

Cada equipe é capacitada para: conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio

de cadastramento e diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas;

identificar os principais problemas de saúde e situações de risco aos quais a população que ela atende está exposta;

·elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para enfrentar os determinantes do processo saúde/doença;

·prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, organizada ou espontânea, na Unidade de Saúde da Família, na comunidade, no domicílio e no acompanhamento ao atendimento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar;

desenvolver ações educativas e intersetoriais para enfrentar os problemas de saúde identificados.

Como implantar o PSFA implantação do Programa Saúde da Família depende, antes de

tudo, da decisão política da administração municipal, que deve submeter a proposta ao Conselho Municipal de Saúde e discutir o assunto com as

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comunidades a serem beneficiadas. O Ministério da Saúde, juntamente com as Secretarias Estaduais de Saúde, está empenhado em dar todo o apoio necessário à elaboração do projeto e à sua implantação, que começa com as seguintes etapas:

Identificar as áreas prioritárias para a implantação do programa; mapear o número de habitantes em cada área;

Calcular o número de equipes e de agentes comunitários necessários; Adequar espaços e equipamentos para a implantação e o

funcionamento do programa; Solicitar formalmente à Secretaria Estadual de Saúde a adesão do

município ao PSF; Selecionar, contratar e capacitar os profissionais que atuarão no

programa.