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DIREITO ADMINISTRATIVO AGENTE ADMINISTRATIVO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 58 AULA 1 (30/12/13) Prezado(a) aluno(a), Nessa primeira aula serão abordados os seguintes temas: Noções de organização administrativa. Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. Administração direta e indireta. Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Destaco que o número de páginas dessa aula ultrapassou a média que costumo manter – em torno de 50 págs.-, porém o conteúdo exigiu essa extensão. Por conta disso transferi o tópico “Direito Administrativo: conceito e fontes” para uma próxima aula. Qualquer dúvida utilize-se do fórum disponibilizado pelo Ponto dos Concursos. Grande abraço e ótima aula! Armando Mercadante [email protected]

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AULA 1 (30/12/13)

Prezado(a) aluno(a), Nessa primeira aula serão abordados os seguintes temas:

• Noções de organização administrativa. Centralização, descentralização, concentração e desconcentração.

• Administração direta e indireta. Autarquias, fundações,

empresas públicas e sociedades de economia mista. Destaco que o número de páginas dessa aula ultrapassou a média que costumo manter – em torno de 50 págs.-, porém o conteúdo exigiu essa extensão. Por conta disso transferi o tópico “Direito Administrativo: conceito e fontes” para uma próxima aula. Qualquer dúvida utilize-se do fórum disponibilizado pelo Ponto dos Concursos. Grande abraço e ótima aula! Armando Mercadante [email protected]

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PONTO 2 ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2.1. ESTADO O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado. Na minha opinião, se cair uma questão sobre este tema, a banca vai cobrar o conceito de Estado apresentado pelo Código Civil, como pessoa jurídica de direito público externo. O nosso país, cujo nome é Brasil, é um Estado: a República Federativa do Brasil. Ocorre que não existe apenas este conceito, conforme dito acima, pois haverá variações de acordo com o ângulo escolhido. Em que pese considerar ser bastante remota a chance de a banca cobrar o que abaixo será exposto, não podemos correr o risco da omissão. Assim sendo, segue alguns conceitos sob pontos de vistas variados:

� Ponto de vista Sociológico: corporação territorial dotada de um poder de mando originário;

� Aspecto Político: comunidade de homens, fixada sobre um

território, com potestade superior de ação, de mando e de coerção;

� Sob o prisma Constitucional: pessoa jurídica territorial

soberana. Antecipando-me a vocês, concordo que são conceitos de difícil entendimento, mas não deixem de lê-los. Percebam que no conceito sociológico o enfoque maior dado é para o território (“corporação territorial”), ao passo que no político para o fator humano (“comunidade de homens”). Busquem macetes nos estudos. Por exemplo: os políticos são homens, portanto, aspecto político liga-se aos homens. O nosso Estado recebe o nome de República Federativa do Brasil, que é uma nação politicamente organizada. De acordo com o Código Civil, os Estados são pessoas jurídicas de direito público externo. Muito cuidado com esse detalhe na prova, pois também existem pessoas jurídicas de direito público interno . Veja que a diferença nas expressões está apenas na última palavra. Nada de leitura rápida no dia da prova! Neste dia os detalhes farão a diferença. Por favor, atenção!!!

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Cuidado também para não confundir a Estado (Brasil, Uruguai...) com Estado-membro (Minas Gerais, Rio de Janeiro...). O Estado brasileiro, que é pessoa jurídica de direito público externo, é composto por pessoas jurídicas de direito público interno: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos nos termos da Constituição Federal. É comum os candidatos confundirem União com o Estado brasileiro. Não faça isso! A União, pessoa jurídica de direito público interno, integra o Estado brasileiro, pessoa jurídica de direito público externo. Atenção para a seguinte pegadinha de concurso: mesmo quando a União representa o Estado brasileiro no plano internacional ela permanece sendo pessoa jurídica de direito público interno. Não haverá mudança da sua natureza jurídica! Enquanto a República Federativa do Brasil (Estado brasileiro) possui soberania, nos termos do art. 1º da CF, os entes federados (União, Estados, DF e Municípios) possuem autonomia política. Veja bem que União, da mesma forma que as demais pessoas políticas, não possui soberania! A autonomia política dos entes federados lhes confere capacidade para criar sua Constituição ou Lei Orgânica (auto-organização); para organizar seu governo e para eleger seus governantes (autogoverno); e para organizar seus próprios serviços (autoadministração). Portanto, até aqui vimos que a República Federativa do Brasil é um Estado por constituir-se uma nação politicamente organizada. Possui personalidade jurídica de direito público externo e soberania. É composta pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, todos pessoas jurídicas de direito público interno e autônomos na forma da CF. Quanto à organização do Estado... O Estado brasileiro adotou como forma de Estado a federação (não confundir com forma de governo, que é a República; usem o seguinte macete: Forma de Estado – FEderação). Nossa Federação é composta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos pessoas jurídicas de direito público interno, possuidores de

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autonomia política. Esta autonomia é um dos traços marcantes da federação, significando, conforme já dito linhas acima, que possuem capacidade de auto-organização, ou seja, capacidade para editarem seus próprios diplomas constitutivos (constituições e leis orgânicas – municípios e DF possuem leis orgânicas), além de capacidade de autogoverno e autoadministração, significando, respectivamente, o poder de organizar seu governo e eleger seus governantes.

Ao deparar-se na prova com as expressões “entes federados”, “pessoas políticas” ou “entidades estatais”, saiba que a banca está se referindo às pessoas que compõem a federação. Afirmar, por exemplo, que os Territórios Federais são pessoas políticas é flagrante equívoco, pois eles não integram a federação.

A propósito, é importante destacar este fato. Atualmente, no Brasil não existem Territórios Federais, apesar da possibilidade de criação estar prevista na Constituição Federal (art. 18, §2º, CF/88).

Quando da promulgação da atual constituição, existiam três Territórios Federais: Fernando de Noronha, Amapá e Roraima. Após a Carta Magna, o primeiro foi incorporado ao estado de Pernambuco e os outros transformados em estados.

Desta forma, o que você deve considerar para o dia da prova é que os territórios federais: a) são pessoas jurídicas de direito público interno; b) não possuem autonomia política; c) não integram a federação brasileira; d) integram a União; e) são apenas descentralizações administrativas-territoriais da própria União.

Outro aspecto importante que merece comentários diz respeito à soberania. Ser soberano é não estar limitado por nenhum outro poder na órbita interna e não ter de acatar regras de outros países. Os Estados são soberanos, como é o caso do Estado brasileiro, mas nossos Estados-membros (MG, RJ, SP), o DF e os Municípios não.

Organizando as idéias: o Brasil é soberano e as pessoas políticas são autônomas. Agora, chamo a sua atenção para a formação da República Federativa do Brasil. Você sabia que há diferença entre a formação física e a formação político-administrativa do Estado brasileiro? Já pensou em comprar uma passagem de avião para a União? Sem chances, não é?! Isso porque a União não possui existência física, mas apenas político-administrativa.

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O art. 1º da CF traz a formação física do Estado brasileiro: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos”. Observe que a União não é citada nesse artigo, justamente por não fazer parte da formação física do Estado brasileiro. Este é composto fisicamente pelos Estados, Municípios e Distrito Federal. Já no art. 18 da CF consta a formação político-administrativa do Estado brasileiro: “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. Então, por favor, quero sua atenção quanto a essa diferença na prova. Até aqui tudo certo? Se ainda estiver com dúvidas retorne na matéria e faça uma nova leitura. Para fechar essa primeira parte, só mais uma informação bem simples relativamente aos Estados: seus elementos são povo, território e governo soberano. Quanto aos Poderes do Estado ... A vontade do Estado é manifestada por meio de seus Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, que de acordo com o art. 2º da CF são independentes e harmônicos entre si. O Brasil adota a clássica tripartição dos Poderes concebida por Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, que prevê uma divisão constitucional de tarefas entre eles: Executivo (função administrativa), Legislativo (função legislativa) e Judiciário (função judicial). Essas funções precipuamente atribuídas a cada Poder são chamadas de funções típicas. Quanto a essa teoria é interessante destacar um ponto muito explorado pelas bancas em concursos públicos: não há uma divisão absoluta de funções entre os três Poderes. Contudo, é possível que um Poder exerça função atribuída originariamente a outro Poder. Pense no Presidente da República, Chefe do Poder Executivo, editando uma medida provisória (atividade legislativa). Outro exemplo é o Senado Federal – órgão do Legislativo

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– julgando o Presidente da República em processo de impeachment. Também é exemplo o STF, órgão do Judiciário, realizando licitação ou concurso público, que são funções típicas do Executivo. Quando tais situações ocorrem estaremos diante das funções atípicas. Então memorize que os Poderes do Estado exercem tanto função típica – que é a função principal -, como função atípica. Daí estar errada qualquer afirmação em provas de que os Poderes exercem suas funções com exclusividade. Não há exclusividade, mas sim predominância no exercício das funções típicas! Bom, a partir de agora deixemos de lado as funções legislativa e judiciária e nos concentremos na função administrativa (atividade administrativa), exercida tipicamente pelo Executivo. A pergunta que faço para você é: os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário exercem atividade administrativa? Respondo que sim, e creio que você também, pois o Poder Executivo exerce tipicamente a função administrativa, ao passo que os demais Poderes a exercem de forma atípica. Portanto, sendo certo que os três Poderes exercem atividade administrativa, não há dúvidas de que eles devem obediência às normas constitucionais próprias da administração pública, em especial, as constantes nos art. 37 a 41 da CF. Para comprovar essa afirmação, faça a leitura do art. 37, caput, da CF: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”. 2.2. GOVERNO Enquanto o Estado é nação politicamente organizada, o Governo traça as metas e as diretrizes do Estado por meio dos seus agentes políticos (Presidentes, Governadores, Senadores e etc.). Só que a banca pode cobrar o conceito de Governo e aqui entraremos numa matéria mais abstrata, cuja compreensão fica um pouco dificultada. Então preciso da sua dedicação para entender essa parte. Lembre-se que concurso é feito de detalhes!

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A doutrina apresenta três sentidos para a expressão Governo: formal, material e operacional. a) Sentido formal: conjunto de Poderes e de órgãos constitucionais. b) Sentido material: conjunto de funções estatais básicas. c) Sentido operacional: condução política dos negócios públicos. Eu passo a seguinte dica para meus alunos: em sentido formal pense em “quem faz” (Poderes e órgãos) e no sentido material pense na “matéria feita”, no que “será feito” (as funções estatais). Já o sentido operacional é dinâmico, pois é a realização das operações públicas. Portanto, até agora já vimos as definições de Estado e de Governo, faltando tratar da Administração Pública. Pois bem, se o Governo traça os planos do Estado, eu pergunto: quem é que vai executar esses planos? Creio que já saiba a resposta: Administração Pública. O Estado, como nação politicamente organizada, tem seus planos e metas traçados pelo Governo, cuja execução ficará a cargo dos agentes públicos que integram a Administração Pública. 2.3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Vimos até esse momento que o Estado, por meio de seus Poderes, exerce as funções administrativa, legislativa e judiciária. Estudamos que não há exercício exclusivo pelos Poderes de suas funções típicas, sendo possível que um Poder exerça função de outro, desde que haja autorização constitucional. Com base nesse raciocínio, concluímos que os três Poderes exercem função administrativa. O Executivo de forma típica e os demais Poderes de forma atípica. Isso já foi visto na questão anterior. Mas aí eu lhe pergunto: será que a expressão administração pública alcança apenas o Poder Executivo? Ora, se a função administrativa é desempenhada pelos três Poderes, logicamente a administração pública faz-se presente também nos três

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Poderes. É justamente isso o que diz o art. 37, caput, da CF: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes...”. Dessa forma, onde houver exercício de função administrativa haverá administração pública. Mas qual será o sentido da expressão administração pública? Os dois sentidos mais usados pela doutrina são os seguintes: a) Sentido subjetivo, formal ou orgânico: nesse sentido, você deve pensar em “quem faz”, ou seja, em quem exerce a atividade administrativa. Esse sentido abrange as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos encarregados de exercer a função administrativa. Portanto, se na sua prova a banca indicar no enunciado a União, o Departamento da Polícia Federal ou os agentes da polícia federal, você estará diante do sentido subjetivo de administração pública, pois são, respectivamente, pessoa jurídica, órgão e agente público. b) Sentido objetivo, material ou funcional: nesse sentido, a expressão administração pública corresponde à atividade administrativa, ou seja, a função administrativa que é predominantemente (e não exclusivamente) exercida pelo Poder Executivo. Então, numa questão de prova cujo gabarito seja sentido objetivo, no enunciado não haverá referência a pessoas jurídicas, órgãos ou agentes públicos, mas sim à atividade (função) administrativa. Mas você pode indagar: Armando, como vou saber se determinada atividade é administrativa? De cara elimine as atividades legislativas e jurisdicionais. Portanto, leis e decisões judiciais não correspondem à atividade administrativa. Num segundo momento, adote como referência a doutrina, que afirma que administração pública em sentido objetivo abrange as seguintes atividades: fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção. Há autores que incluem a atividade regulação econômica. Todavia, prevalece o entendimento de que a atividade de regulação é parte de fomento, de polícia administrativa e de intervenção. Essas atividades já englobariam a regulação. Diante dessas explicações, vou reproduzir o enunciado para nova análise: “O poder regulador insere-se no conceito formal de administração pública”.

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Para resolver essa questão é suficiente que o candidato lembre que sentido formal está ligado a “quem faz” e sentido material a “o que é feito”. Regulação é atividade administrativa (”o que é feito”), portanto, administração pública em sentido material. Por isso é que o enunciado está errado, pois indica que regulação é administração pública em sentido formal. Antes de encerrar, não posso deixar de apresentar outros sentidos atribuídos à expressão administração pública... Alguns autores fazem uma distinção adotando como referência a idéia de que administrar compreende planejar e executar. Então teremos: a) Sentido amplo subjetivo e objetivo: aqui você também pode usar aquela dica que eu passei. Sentido subjetivo “quem faz” e sentido objetivo “o que é feito”. a.1) Sentido amplo subjetivo: abrange tantos os órgãos governamentais (Governo – função de traçar diretrizes para o Estado), como os órgãos administrativos (Administração Pública – função de executar os planos do Governo); a.2) Sentido amplo objetivo: compreende a função política (planos do Governo) e a função administrativa (execução dos planos). b) Sentido restrito subjetivo e objetivo b.1.) Sentido restrito subjetivo: abrange apenas os órgãos administrativos. b.2.) Sentido restrito objetivo: abrange apenas a função administrativa. No sentido amplo a expressão envolve o Governo (planejamento) e a Administração Pública (execução), enquanto no sentido restrito apenas Administração Pública (planejamento). Não se preocupe se não entender esses sentidos de cara, pois de fato essa matéria é mais complicada. Releia com calma, compare os sentidos, busque fazer as associações que sugeri (“quem faz”, “o que é feito”). De tudo, se não entender, estarei à disposição no fórum.

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Tenho certeza que você não sairá do curso sem compreender a matéria. Palavra de professor! Dá-lhe responsabilidade heim...(rs) Por fim, um quadro comparativo entre Governo e Administração elaborado com base nos ensinamentos do saudoso Hely Lopes Meirelles:

GOVERNO ADMINISTRAÇÃO Atividade política e discricionária. Atividade neutra, podendo ser

discricionária ou vinculada. Conduta independente. Conduta hierarquizada. Comanda com responsabilidade constitucional e política, mas sem responsabilidade profissional pela execução.

Executa sem responsabilidade constitucional ou política, mas com responsabilidade técnica e legal pela execução.

É o instrumento de que dispõe o Estado para por em prática as opções políticas do Governo.

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PONTO 3 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Quando União, Estados, DF e Municípios, exercem suas atividades diretamente, ou seja, por meio de seus órgãos e de seus agentes públicos, temos a chamada centralização. Portanto, a atuação do TCU, que é órgão da União, corresponde à centralização administrativa, o mesmo ocorrendo com o Departamento da Polícia Federal ou a Receita Federal do Brasil, ambos também órgãos federais. Diferentemente, quando União, Estados, DF e Municípios transferem para outras pessoas competência para execução de suas atividades, temos a chamada descentralização administrativa. Dessa forma, a atuação do INSS, que é autarquia federal integrante da administração indireta, bem como das concessionárias e das permissionárias de serviços públicos, que são pessoas jurídicas de direito privado não integrantes da administração indireta, correspondem à descentralização administrativa. Em resumo... Centralização ocorre quando a atividade é desempenhada diretamente pela administração direta. É o serviço executado, por exemplo, pelo Departamento da Polícia Federal (órgão da União) ou pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (órgão do Estado de Minas Gerais). Descentralização ocorre quando a atividade é transferida pela administração direta para entidades da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) ou para concessionários e permissionários de serviços públicos. É o serviço executado, por exemplo, pelo INSS (autarquia federal), pelas concessionárias de telefonia (OI, VIVO ...) ou pelas permissionárias de transporte municipal (provavelmente na sua cidade o transporte urbano é realizado por empresas permissionárias). Prosseguindo...

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Porém, há duas formas de descentralização administrativa: descentralização legal e descentralização negocial. Em seu estudo vincule descentralização legal à administração indireta e descentralização negocial às concessionárias e às permissionárias de serviços públicos. A descentralização legal, também denominada de descentralização por serviço, descentralização funcional, descentralização técnica ou outorga (guarde principalmente esse nome), ocorre quando o ente federativo atribui a titularidade e a execução de determinada atividade para as pessoas jurídicas por ele criadas (autarquias e fundações públicas de direito público) ou cuja criação foi por ele autorizada (fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de economia mista). Importante destacar que também integram a administração indireta as agências reguladoras (são autarquias ou fundações públicas com regime especial), agências executivas (autarquias ou fundações públicas que formalizam contrato de gestão com o Poder Público) e associações públicas (autarquias). Para ficar mais fácil o entendimento, pense que na descentralização legal o ente federado transfere a titularidade e a execução de determinada atividade para entidade integrante da administração indireta. Dessa forma, o INSS, que é uma autarquia, exerce as atividades que recebeu da União como titular, uma vez que a descentralização legal implica na transferência da titularidade e da execução da atividade. Analisaremos agora a descentralização negocial, que também é denominada de descentralização por colaboração ou delegação (atenção para essa última expressão). Diferentemente do que ocorre na descentralização legal, na descentralização negocial a pessoa política (União, Estados, DF e Municípios) não transfere a titularidade do serviço, mas tão somente a sua execução para concessionárias ou permissionárias de serviços públicos. Essa transferência da execução é formalizada por meio de contrato.

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Dessa forma, concessionárias e permissionárias recebem competência para a execução de serviços públicos, porém, a titularidade permanece com o ente público concedente. Todas as vezes que você pensar em descentralização deve pensar em duas pessoas. Um ente federado transferindo competências para outra pessoa integrante da administração indireta ou para concessionárias/permissionárias de serviços públicos. Aqui é preciso chamar sua atenção para o fato de que todas as entidades da administração indireta são pessoas jurídicas. Da mesma forma, as concessionárias obrigatoriamente são pessoas jurídicas. Já as permissionárias podem ser pessoas jurídicas ou pessoas físicas. Creio que a essa altura você já está firme na distinção entre centralização e descentralização. Vamos então estudar a desconcentração administrativa... Se descentralização envolve a transferência de competência entre pessoas, a desconcentração consiste na distribuição interna de competências dentre os vários órgãos que integram as pessoas jurídicas. Dessa forma, adotando-se como referência a pessoa jurídica INSS, a distribuição de competências entre seus órgãos - Gerências Executivas, Postos de Atendimento, Corregedoria, Diretorias e etc – corresponde à desconcentração administrativa. 3.2. ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA O Decreto-lei nº 200/67 que dentre outras providências dispôs sobre a organização da Administração Federal e estabeleceu diretrizes para a Reforma Administrativa, em seu art. 4º assim dividiu a Administração Federal:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas;

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c) Sociedades de Economia Mista; e d) Fundações públicas1.

É certo que o referido decreto-lei tem aplicação restrita à Administração Pública federal, o que não significa que as entidades acima citadas não integrem também a administração indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Desta forma, existem autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

O quadro abaixo indica a composição das Administrações Direta e Indireta:

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Órgãos da União Autarquias Órgãos dos Estados Fundações públicas de direito

público Órgãos do Distrito Federal Fundações públicas de direito

privado Órgãos dos Municípios Empresas públicas

Sociedades de economia mista

União, Estados, Distrito Federal e Municípios são chamados de entes federados ou pessoas políticas, ao passo que as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta são denominadas de entidades administrativas.

Todos os componentes da Administração Direta, as autarquias e as fundações públicas de direito público são pessoas jurídicas de direito público, enquanto as fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado.

Além desses nomes listados como componentes da Administração Indireta, outras pessoas jurídicas também a integram, mas não com natureza jurídica diferente das apresentadas, pois serão espécies de autarquias e/ou de fundações públicas, dependendo do caso. São as

1 Relativamente às fundações públicas, é interessante destacar desde já que atualmente prevalece a posição que admite a existência de duas espécies: fundação pública de direito público e fundação pública de direito privado.

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seguintes entidades: agências reguladoras, agências executivas e associações públicas.

As agências reguladoras até então foram criadas no Brasil com a natureza de autarquias em regime especial (o que não impede que possam ser criadas com outra natureza jurídica, como fundações públicas, por exemplo), enquanto as executivas podem ser autarquias ou fundações públicas que firme com o Poder Público contrato de gestão e possuam plano estratégico. Já as associações públicas são constituídas com a forma jurídica de autarquias.

Importante frisar, apesar de não ser objeto de estudo desse curso, que as pessoas jurídicas componentes do terceiro setor, as chamadas paraestatais, não integram a Administração Pública. São elas: organizações sociais, entidades de apoio, sociedades civis de interesse privado e serviços sociais autônomos.

A administração indireta está presente em todos os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), conforme se depreende do caput do art. 37 da CF: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios...”.

As entidades da Administração Indireta estão vinculadas ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada a sua principal atividade. Por exemplo, a autarquia Instituto Nacional do Seguro Social – INSS está vinculada ao Ministério da Previdência Social. Esta vinculação é denominada supervisão ministerial, tutela ou controle finalístico. Dessa forma, o controle das pessoas administrativas caberá ao ministério a que estiverem vinculadas e se materializará sob a forma de supervisão, sem prejuízo da utilização de outros instrumentos de controle previstos na CF 88.

Apesar da previsão deste controle, é preciso destacar que não há hierarquia entre as pessoas integrantes da administração direta e as da administração indireta. A hierarquia não se faz presente na descentralização, mas sim na desconcentração, institutos que já foram objeto de estudos.

Além disso, vale ressaltar que as pessoas administrativas não integram a estrutura orgânica da Administração Direta. Assim sendo, a Caixa Econômica Federal (pessoa administrativa), que é uma empresa pública federal, não integra a estrutura orgânica da União. Diferentemente, a Receita Federal do Brasil, que é um órgão federal,

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é integrante da estrutura orgânica da União. A expressão estrutura orgânica está associada a órgãos e não a pessoas jurídicas. Por fim, cumpre informar que nem toda sociedade em que o Estado tenha participação acionária integra a administração indireta, significando dizer que o Estado de Minas Gerais pode adquirir ações de empresas, sem que estas passem a integrar a administração indireta mineira.

3.3. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA A partir desse ponto, iremos estudar cada um das entidades integrantes da administração indireta. - AUTARQUIAS 1) Exemplos: INSS, INCRA, CADE, CVM, IBAMA, Banco Central do Brasil, ANATEL, CVI e Conselhos de Fiscalização de profissões regulamentadas, como Conselho de Medicina, Conselho de Odontologia etc. (exceto OAB, conforme entendimento do STF - ADI nº 1.717-DF) 2) Natureza jurídica: Possuem personalidade jurídica de direito público interno (art. 41, IV, Código Civil), podendo ser federais, estaduais, distritais ou municipais. 3) Criação: Criada por lei específica, nos termos do art. 37, XIX, CF. 4) Momento da aquisição da personalidade jurídica: A regra prevista no art. 45 do Código Civil de que a existência legal das pessoas jurídicas tem início com a inscrição no registro próprio de seus atos constitutivos não se aplica às autarquias, pois essa norma se restringe às pessoas de direito privado.

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O momento de criação da autarquia coincide com o de vigência da lei específica que a instituiu, motivo pelo qual não é necessário o registro de seus atos constitutivos no Cartório. 5) Extinção: Pelo princípio da simetria ou paralelismo das formas jurídicas, pelo qual a forma de nascimento dos institutos jurídicos deve ser a mesma de sua extinção, será lei específica o instrumento legislativo idôneo para extinção das autarquias, de competência privativa do Chefe do Executivo. 6) Iniciativa do projeto de lei de instituição/extinção: Competência privativa do Chefe do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos), conforme art. 61 da CF:

Art. 61. ( ... ) § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: ( ... ) II - disponham sobre: e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;

Portanto, é o Chefe do Poder Executivo quem apresenta o projeto de lei de criação de uma autarquia. A CF/88 refere-se ao Presidente da República, devendo tal regra pelo princípio da simetria constitucional ser aplicada também aos Estados (governadores), Distrito Federal (governador) e Municípios (prefeitos) com as devidas adaptações.

Apenas para fins de esclarecimento, a palavra “órgão” nesse dispositivo constitucional foi utilizada de forma imprecisa, pois a Constituição atribuiu-lhe um sentido amplo, abrangendo os órgãos propriamente ditos e entidades da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). 7) Organização:

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É reservada ao Chefe do Poder Executivo a competência para editar decretos aprovando o regulamento ou estatuto da autarquia. É o que determina o art. 84, VI, “a”, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: ( ... ) VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.

8) Conceito: Do decreto-lei nº 200/67 (art. 5º, I): “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”. Como muitos alunos acham esse conceito complexo, segue outra definição: pessoa jurídica de direito público, de natureza administrativa, integrante da Administração Indireta, com patrimônio próprio exclusivamente público, criada por lei específica para execução de funções típicas do Estado. 9) Objetivos sociais: Serviços públicos (saúde, educação, previdência social etc) ou desempenho de atividades administrativas (Banco Central fiscalizando atividades desenvolvidas pelas instituições financeiras). Estão excluídas do seu objeto atividades de cunho econômico e mercantil. As autarquias não visam lucros. 10) Autonomia administrativa: Todas as entidades integrantes da Administração Indireta possuem essa característica. 11) Supervisão ministerial:

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Entre a autarquia e a pessoa política instituidora não há hierárquica, mas apenas vinculação (tutela ou controle finalístico), por meio da qual a administração direta fiscaliza se a autarquia está desempenhando as funções que lhe foram atribuídas. 12) Patrimônio: O patrimônio é próprio e público, de acordo com o art. 982 do Código Civil. Os bens das autarquias, por serem públicos, possuem as seguintes características: • impenhorabilidade: não podem ser penhorados. • imprescritibilidade: os bens públicos são imprescritíveis, não estando sujeitos à usucapião.

• não sujeição a ônus: sobre um bem público não incide gravames (ônus), como exemplos, uma hipoteca ou um penhor.

• alienação condicionada: o bem público poderá ser alienado3, desde que observados alguns requisitos previstos em lei (art. 17 da Lei 8.666/93).

13) Pagamento de débitos decorrentes de sentença judicial: Os débitos das pessoas jurídicas de direito público decorrentes de sentença judicial são pagos por meio de precatório, nos termos do art. 100 da CF, ou por meio de Requisição de Pequeno Valor - RPV, quando de pequeno valor (no âmbito federal, até 60 salários mínimos). Quanto a esse item eu chamo a sua atenção para o fato de que os débitos das pessoas públicas, não decorrentes de sentença judicial, não são pagos por precatório ou por RPV, mas sim administrativamente.

2 Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

3 A expressão alienação nesse contexto significa transferência da titularidade de determinado bem (“trocar o dono”). Alienar não se resume à venda, pois existem outros meios de mudança de proprietário, como ocorre na doação, na permuta e na dação em pagamento.

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Dessa forma, se a União desapropriar um imóvel e o proprietário concordar com a indenização proposta, o valor será pago administrativamente, e não por meio de precatório ou de RPV, pois o débito não decorreu de sentença judicial. 14) Nomeação dos dirigentes e aprovação prévia do Legislativo: Atualmente, mudando sua posição originária, o STF considera constitucional a exigência de que a nomeação pelo Chefe do Executivo de dirigentes de autarquias, que são ocupantes de cargos em comissão, esteja condicionada à prévia aprovação pelo Poder Legislativo (ADI nº 1.281-PA).

Inclusive, o art. 84, XIV, da CF, condiciona a nomeação do presidente e dos diretores do Banco Central à aprovação pelo Senado Federal, bem como de outros servidores, quando determinado em lei:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) XIV - Nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei.

15) Regime de trabalho: A Emenda Constitucional nº 19/98, alterando o caput do art. 39 da CF, pôs fim à obrigatoriedade das pessoas jurídicas de direito público adotarem regime jurídico único para os seus servidores, possibilitando às autarquias a adoção do regime de pessoal estatutário (por ex., Lei 8.112/90 para as autarquias federais) ou celetista (CLT), de acordo com o que estabelecesse a lei.

Passou a ser possível determinado ente federado ser estatutário e as suas autarquias celetistas. Conforme eu disse, a EC 19/98 pôs fim ao regime jurídico único, passando a conviver dois regimes distintos: estatutário, que se baseia num estatuto, e celetista. O regime estatutário é reservado para os ocupantes de cargos públicos, enquanto o regime celetista para os ocupantes de emprego público.

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Inclusive, no âmbito federal foi editada a Lei 9.962/00 para disciplinar o regime de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional. Porém, depois de aproximadamente 10 anos da promulgação da EC 19/98, olha o que acontece... Identificaram um vício na votação do seu projeto, e por conta desse vício foi proposta uma ação direta de inconstitucionalidade no STF (ADI 2135). Não deu outra: o STF, em 02/08/07, deferiu parcialmente medida cautelar para suspender com efeitos ex nunc (daquele momento para frente) a eficácia do indigitado art. 39, caput, com a redação da EC nº 19/98. Se a EC 19/98 pôs fim ao regime jurídico único ao alterar o art. 39 da CF, com a suspensão de sua aplicação volta a ser aplicado o art. 39 com sua redação anterior, ou seja, fica restabelecido o regime jurídico único.

Com essa decisão, o regime jurídico a ser adotado obrigatoriamente pelas pessoas jurídicas de direito público volta a ser o estatutário (posição que prevalece na doutrina e na jurisprudência). Mas e os entes federados que adotaram o regime de emprego público após a EC 19/98? Como a decisão do STF teve efeitos ex nunc, só produzindo efeitos a partir daquele momento, essas situações permanecerão inalteradas, aplicando-se, contudo, o regime jurídico único para as nomeações posteriores à decisão do STF. Elaborei um quadro para facilitar seu estudo:

Entre CF/88 e EC 19/98

Entre a EC 19/98 e a publicação da cautelar na ADI 2.135

A partir da publicação da cautelar na ADI 2.135

Regime jurídico único: estatutário

Regime jurídico estatutário ou celetista

Regime jurídico único: estatutário. Porém, será mantido o regime celetista para os empregados contratados entre a EC 19/98 e a ADI 2.135, pois a decisão teve efeitos ex nunc.

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16) Prerrogativas: As autarquias gozam das mesmas prerrogativas e privilégios assegurados à Fazenda Pública (União, Estados, DF e Municípios):

• imunidade tributária (art. 150, §2º, CF/88), que veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços das autarquias, desde que estes sejam vinculados a suas finalidades essenciais;

• impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas; • imprescritibilidade de seus bens (não podem ser adquiridos por terceiros via usucapião);

• prescrição quinquenal, significando que as dívidas e direitos de terceiros contra as autarquias prescrevem em cinco anos, salvo exceções legais;

• créditos sujeitos à execução fiscal; • os débitos decorrentes de condenação em sentença judicial são pagos por meio de precatórios ou de RPV (requisição de pequeno valor).

• prazos processuais dilatados, conforme art. 188 do CPC: “computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público”.

17) Foro dos litígios: De início, faça a seguinte divisão: • ações que envolvam discussões sobre relação laboral (sobre relação de trabalho, como exemplo, ações pleiteando pagamento de férias, 13º, horas extras etc...)

• demais ações (ações de dano moral, de ressarcimento etc...). Destaco que todo o meu raciocínio será desenvolvido levando-se em conta autarquias federais...

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- Ações que envolvam discussões sobre relação laboral Se o regime de trabalho da autarquia for celetista (lembre-se que durante um período conviveram os regimes celetista e estatutário), as ações trabalhistas serão julgadas na Justiça do Trabalho. Portanto, um empregado de uma autarquia celetista deve propor uma ação na Justiça do Trabalho para pleitear horas extras não pagas. Agora, se o regime for estatutário, as ações que envolvam relação laboral serão julgadas na Justiça Federal. Dessa forma, se determinado servidor do INSS pretender pleitear diferenças em suas remunerações, deverá propor a ação na Justiça Federal. Será também da Justiça Federal, e não da Justiça do Trabalho, a competência para julgamento das ações envolvendo servidores temporários e autarquias federais, conforme decidiu o STF na Reclamação nº 5.171. Demais ações Quanto às demais ações (dano moral, ressarcimento...), a competência será da Justiça Federal, conforme art. 109, I, da CF, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 18) Agências reguladoras e agências executivas De forma resumida ... - Agências reguladoras No Brasil estão sendo criadas como autarquias em regime especial para regular e/ou fiscalizar as atividades de determinados setores que desempenham atividades econômicas no país (ex: ANATEL, ANVISA, ANS etc). Nada impede que sejam criadas com outra forma jurídica, como fundações públicas, por exemplo. - Agências Executivas

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Poderão ser qualificadas como agências executivas as autarquias e as fundações públicas que celebrem com o Poder Público contrato de gestão, com o objetivo de obterem maior autonomia administrativa e financeira. Em contraprestação, assumem o compromisso de alcançar determinadas metas de desempenho. 19) Associações Públicas: A Lei 11.107/05 institui a possibilidade de a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios reunirem-se para a realização de objetivos de interesse comum por meio de consórcios públicos. Dessa reunião constituir-se-á pessoa jurídica de direito privado ou pessoa jurídica de direito público. Neste último caso, será denominada de associação pública, que nos termos do art. 41, IV, do Código Civil, tem natureza jurídica de autarquia.

20) Conselho de profissões regulamentadas: Você deve estar se perguntando: por que o Armando considera importante tratar de conselhos de fiscalização nessa aula? A resposta é simples: porque são autarquias em regime especial, matéria abrangida pelo tema administração indireta, presente em diversos concursos públicos. Você não precisar conhecer o funcionamento do Conselho Federal de Medicina ou do Conselho Federal de Engenharia, que são exemplos de conselhos de profissões regulamentadas, mas tem que saber que esses conselhos são enquadrados como autarquias, exceto a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. Portanto, se a banca afirmar numa prova que todos os conselhos de profissões são classificados como autarquias, essa assertiva estará errada, pois a OAB, em que pese ser conselho de profissão, não é considerada pelo STF como autarquia. Os demais conselhos são autarquias. De acordo com o STF, a OAB é uma pessoa jurídica de direito público, porém não se enquadra como autarquia, não sendo

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obrigada a realizar concursos públicos nem a prestar contas ao TCU (ADI 3026/DF). Dessa forma, para fazer o ponto na prova: os conselhos de profissão são autarquias, exceto a OAB4. Você deve aplicar aos conselhos de profissões regulamentadas todas as características e as prerrogativas das autarquias que a seguir serão revisadas, ressalvando-se apenas uma particularidade: os servidores dos conselhos de profissões federais não são regidos pela Lei 8.112/90, mas sim pelo regime trabalhista (CLT), de acordo com a Lei 9.649/98 (ADI 1.717-DF). Atenção para esse último detalhe (regime trabalhista dos conselhos), pois se a banca afirmar que todas as autarquias federais são regidas pela Lei 8.112/90, essa assertiva está equivocada, pois os conselhos profissionais não são, além de outras autarquias cujo respectivo ente público optou pelo regime celetista, conforme será estudado oportunamente.

- FUNDAÇÕES PÚBLICAS No início da aula, demonstrei para você que na administração pública existem duas fundações: fundação pública de direito público e fundação pública de direito privado. Na verdade, muitos alunos ficam com dúvidas quanto à existência dessas duas fundações quando fazem a leitura do art. 37, XIX, CF: “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. Observe que o legislador constituinte faz menção à autorização para criação de fundação, o que conduz o aluno a entender que só existe a fundação pública de direito privado, pois para ser pública deveria ser criada por lei específica. Ocorre que doutrina e jurisprudência majoritárias admitem a existência de duas fundações: uma criada por lei específica

4 Ressaltou-se a diferença entre a OAB e os demais conselhos profissionais a justificar o seu tratamento diferenciado, uma vez que aquela não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas, mas também a defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas.

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(fundação pública de direito público) e outra cuja criação é autorizada por lei específica (fundação pública de direito privado). Relativamente à fundação pública de direito público, sua semelhança com as autarquias é enorme, tanto que alguns doutrinadores a denominam de fundações autárquicas. Dessa forma, o que eu disse nas questões relacionadas às autarquias será aplicável a essas fundações, cujos exemplos são FUNAI e FUNASA. Nas provas, as bancas identificam e exploram duas diferenças indicadas pela doutrina entre as autarquias e as fundações autárquicas: I) Enquanto a fundação pública é uma universalidade de bens personificada (personalizada), a autarquia é serviço público personificado. II) As autarquias são criadas para o exercício de funções típicas do Estado, enquanto as fundações autárquicas exercem funções típicas e atípicas. Portanto, como você já conhece as principais características das autarquias e das fundações públicas de direito público, a partir desse momento iniciaremos um breve estudo das fundações públicas de direito privado. - FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO O conceito apresentado pelo Decreto-lei 200/67, em seu art. 5º, IV, é o seguinte: “entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes”. Agora, um conceito mais simples: pessoa jurídica de direito privado, de natureza administrativa, integrante da Administração Indireta, cuja criação é autorizada por lei

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específica, com patrimônio destinado para a execução de atividades de caráter social. Vamos então às principais características: 1) Personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito privado.

2) Criação, extinção e organização: a lei específica, de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, autorizará a sua criação e a sua extinção, cabendo ao decreto também do Chefe do Executivo definir a sua organização. É interessante reiterar que as pessoas jurídicas de direito público, como as autarquias e as fundações autárquicas, adquirem personalidade jurídica (“nascem”) no momento de vigência da lei instituidora. Já as pessoas jurídicas de direito privado, que é o caso das fundações públicas de direito privado, adquirem personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos (estatuto) no registro próprio (cartórios de pessoas jurídicas). 3) Patrimônio: bens privados, sendo impenhoráveis aqueles destinados às suas finalidades. 4) Objetivos: assistência social, assistência médica e hospitalar, educação, ensino, pesquisa e atividades culturais. Destacando que fundações não exercem atividades econômicas. Nos termos da parte final do art. 37, XIX, CF, caberá à lei complementar definir as áreas de atuação dessas fundações. Essa LC ainda não foi aprovada (há projeto em tramitação). 5) Regime de trabalho: celetista. 6) Prerrogativas: em regra não possui privilégios. Uma prerrogativa garantida consta do art. 150, §2º, da CF, que lhe confere a imunidade tributária relativamente a impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, desde que vinculadas às suas atividades essenciais. Isso por que a CF, nesse ponto, não faz qualquer ressalva relativamente às fundações públicas de direito público e às de direito

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privado, apenas se referindo a fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Outro privilégio diz respeito à impenhorabilidade de bens informada acima. 7) Regime jurídico: o regime jurídico será de direito privado, com incidência de regras de direito público (por ex: obrigatoriedade de realizar concurso público e licitação). Daí dizer-se que seu regime jurídico é híbrido, como ocorre com as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Concluindo, as fundações instituídas pelo Estado com personalidade jurídica de direito privado não se sujeitam inteiramente a esse ramo do direito, pois também haverá incidência de normas de direito público. - EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Até o momento, estudamos as principais características das autarquias, das fundações autarquias e das fundações públicas de direito privado. Restam agora duas entidades: empresas públicas (Caixa Econômica Federal e CORREIOS) e sociedades de economia mista (Petrobrás e Banco do Brasil). Em virtude das semelhanças entre essas duas pessoas jurídicas integrantes da administração indireta, será possível estudá-las em conjunto. Para facilitar o seu estudo, unifiquei abaixo as características dessas entidades: 1) Personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito privado.

2) Criação, extinção e organização: a lei específica, de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, autorizará a criação e a extinção, cabendo ao decreto, também do Chefe do Executivo, definir a organização. Sendo pessoas jurídicas de direito privado, a aquisição da personalidade jurídica (“nascimento”) ocorrerá, após a autorização legislativa, com o registro dos atos constitutivos no órgão competente (Cartório ou Junta Comercial).

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3) Patrimônio: os bens são privados, conforme art. 98 do Código Civil reproduzido na questão nº 16. Quanto à possibilidade de penhora desses bens, raciocine da seguinte maneira na prova: os bens das empresas públicas e das sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas são penhoráveis; já os bens das prestadoras de serviços públicos vinculados à prestação do serviço público serão impenhoráveis. Essa é a posição que predomina no STF e no STJ. 4) Objetivos: prestação de serviços públicos e exploração de atividades econômicas (nos casos de segurança nacional ou relevante interesse público). Enquanto as autarquias e as fundações públicas (seja de direito público ou de direito privado) não podem exercer atividades econômicas, empresas públicas e sociedades de economia mista podem. É por meio dessas entidades que o Estado explora as atividades econômicas. Leia com atenção o art. 173 da CF abaixo reproduzido:

“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.

Dessa forma, de acordo com referido dispositivo constitucional, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, que se dá por intermédio dessas entidades, será permitida em duas situações: quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo. Ocorre que empresas públicas e sociedades de economia mista, em regra, são criadas para a prestação de serviços públicos. Portanto, dois são os objetivos dessas entidades: prestação de serviço público e exploração de atividade econômica. 5) Regime de trabalho: celetista (seus empregados ocupam emprego público).

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6) Falência: não estão sujeitas à falência, seja prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica. Na verdade, nenhuma entidade integrante da administração indireta está sujeita à falência. 7) Prerrogativas: as exploradoras de atividades econômicas não possuem qualquer privilégio. Tanto é assim que a CF no já citado art. 173, 1º, II, sujeita-as ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Na mesma linha, preceitua o §2º do art. 173 da CF/88 que tais entidades não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado. Quanto a essa última frase muito cuidado! A CF não diz que elas não podem gozar de privilégios fiscais! Elas poderão sim gozar destes benefícios desde que sejam estendidos às demais empresas do setor privado. Diferentemente é a situação das prestadoras de serviços públicos, às quais não se aplica o conteúdo do art. 173 da CF, mas sim o do art. 175. Essas são regidas predominantemente pelo regime jurídico de direito público, motivo pelo qual fazem jus a algumas prerrogativas, conforme inclusive vem reiteradamente decidindo o STF.

Foi assim, por exemplo, no julgamento do RE 407099/RS, em que o STF estendeu para os Correios, que é empresa pública federal prestadora de serviços públicos, a imunidade tributária recíproca de que trata o art. 150, VI, “a”, CF, c/c o §2º do mesmo artigo (imunidade de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, desde que vinculados às suas atividades essenciais). 8) Regime jurídico: o regime jurídico será híbrido (direito privado + direito público). Quando prestadoras de serviços públicos, predominam as normas de direito público; quando exploradoras de atividades econômicas, predomínio das normas de direito privado.

Dependendo do objetivo social escolhido haverá mudança no regime jurídico.

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As autarquias e as fundações públicas de direito público são regidas pelo regime jurídico administrativo (ou regime jurídico de direito público). Já o regime jurídico das fundações públicas de direito privado, das empresas públicas e das sociedades de economia mista será híbrido (normas de direito público + normas de direito privado). Basta você pensar na Caixa Econômica Federal, empresa pública federal, que apesar de ser regida por normas de direito privado, pois sua personalidade jurídica é de direito privado, submete-se a algumas normas de direito público, como, por exemplo, obrigatoriedade de realizar concursos públicos e licitações. Quanto ao regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de economia mista é preciso ainda distinguir se prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividades econômicas. Em ambos os casos o regime jurídico será híbrido (público + privado). Contudo, se prestadoras de serviços públicos, serão enquadradas no art. 175 da CF, sendo suas atividades regidas predominantemente por normas de direito público. Se exploradoras de atividades econômicas, enquadram-se no art. 173 da CF, com predominância das normas de direito privado. A propósito, veja a redação desse art. 173 da CF:

“A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública e da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III – licitação e contração de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários.

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V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

O estatuto dessas entidades exploradoras de atividade econômica ainda não foi criado. Conforme consta do art. 173, a sua criação depende da aprovação de uma lei, que ainda não existe. É muito importante que você grave que esse art. 173 só se aplica às exploradoras de atividade econômica. 9) Diferenças: Existem diferenças entre empresa pública e sociedade de economia mista envolvendo composição do capital, forma jurídica e foro dos litígios. Vamos analisar cada uma dessas diferenças: 9.1) Composição do capital: Para entender essa parte da matéria eu peço para meus alunos pensarem na empresa pública Caixa Econômica Federal e na sociedade de economia mista Banco do Brasil. Pergunto: você pode comprar ações da CEF? E do Banco do Brasil? Você não poderá adquirir ações da CEF, mas poderá comprar as do BB, justamente em função da composição do capital dessas entidades. A sociedade de economia mista é formada obrigatoriamente pela conjugação do capital privado com o público. Já o capital da empresa pública é inteiramente público (pertencente a integrantes da administração publica). Por isso, é comum encontrar a afirmação de que o capital da empresa pública é exclusivamente público, significando que sua origem é exclusivamente de entidades integrantes da administração pública (entes federados: União, Estados, DF e Municípios; e pessoas administrativas: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). O capital votante majoritário da empresa pública será obrigatoriamente da pessoa política instituidora, podendo o

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capital remanescente pertencer a outra(s) pessoa(s) política(s) e/ou a quaisquer entidades da administração indireta. Quando houver capital de mais de uma entidade a empresa pública será pluripessoal. Quanto a essa última informação, há uma particularidade interessante nas empresas públicas: elas podem ser unipessoais, quando o capital pertencer exclusivamente à pessoa política instituidora. Tome como exemplo os CORREIOS. A única “dona” dos CORREIOS é a União. O mesmo acontece com a CEF, cujas quotas pertencem na integralidade à União. No caso das sociedades de economia mista, conforme já dito, haverá conjugação de capital público com o da iniciativa privada, devendo o capital votante majoritário permanecer nas mãos da pessoa política instituidora ou de pessoa administrativa integrante de sua administração indireta. 9.2) Forma jurídica: Enquanto as sociedades de economia mista só podem ser criadas como sociedades anônimas, as empresas públicas podem ser instituídas sob qualquer forma admitida no ordenamento jurídico, inclusive sociedade anônima. Inclusive, quanto às empresas públicas federais, como é da competência da União legislar sobre direito civil e comercial (art. 22, I, CF), é possível a sua criação sob novas formas jurídicas. 9.3) Foro dos litígios: A terceira diferença entre essas entidades diz respeito ao foro dos litígios, ou seja, em que juízo deve ser ajuizada uma ação em que uma dessas pessoas jurídicas seja parte. Vou ressaltar que todo o meu raciocínio a partir de agora será desenvolvido adotando como referência pessoas jurídicas da administração federal, pois é o que vai interessar para seu concurso. Não sei se na sua cidade tem Fórum. Se existir, você poderá afirmar que no seu município tem Justiça Estadual.

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Agora, em muito menos cidades existe a Justiça Federal. O que eu posso lhe afirmar é que existe em todas as capitais. Uma terceira “Justiça” será interessante para nosso estudo: a Justiça do Trabalho. Portanto, nas questões de provas envolvendo administração pública e foro processual, pense nessas três “Justiças” que será suficiente. Nesse ponto do nosso estudo, não me limitarei apenas às empresas públicas e sociedades de economia mista, mas também trarei para análise as demais entidades da administração indireta, pois as bancas exploram bem esse tema. De início, faça a seguinte divisão: ações que envolvam discussões sobre relação laboral (sobre relação de trabalho, como exemplo, ações pleiteando pagamento de férias, 13º, horas extras, etc...) e demais ações (ações de dano moral, de ressarcimento, etc...). Vou buscar facilitar ao máximo o entendimento... Se o regime de trabalho da entidade for celetista, as ações trabalhistas serão julgadas na Justiça do Trabalho. Portanto, um empregado da Caixa Econômica Federal (empresa pública), deve propor uma ação na Justiça do Trabalho para pleitear horas extras não pagas. Aqui você deve lembrar que todas as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta são celetistas (fundações públicas de direito privado, empresa públicas e sociedades de economia mista). Portanto, quanto às ações trabalhistas, não há diferença entre empresa pública e sociedade de economia mista. Agora, se o regime for estatutário (somente pessoas jurídicas de direito público), as ações que envolvam relação laboral serão julgadas na Justiça Federal. Lembrando aqui que apenas estou considerando entidades da administração pública federal. Portanto, se determinado Polícia Federal pretender pleitear diferenças em suas remunerações, deverá propor a ação na Justiça Federal. Serão estatutários, em regra, os servidores das autarquias e das fundações autárquicas (sem contar nos servidores das pessoas políticas).

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Será também da Justiça Federal a competência para julgamento das ações envolvendo temporários e União, autarquias e fundações autárquicas federais. Até aqui sem problemas? Qualquer dúvida, tente buscar a solução com novas leituras do texto. Se não conseguir, estarei à disposição no fórum do site. Vamos agora esquecer as ações trabalhistas e pensar nas demais ações. Nesse ponto surgirá a diferença entre empresa pública e sociedade de economia mista federais. Veja o que diz o art. 109 da CF:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Observe que o constituinte não fez referência às sociedades de economia mista. Enquanto as empresas públicas, juntamente com a União e as autarquias (aqui podemos incluir também as fundações públicas de direito público), serão julgadas pela Justiça Federal, as sociedades de economia mista serão julgadas pela Justiça Estadual (“Fórum”). Segue um quadro resumo de diferenças: Empresas

Públicas Soc. de Economia Mista

Capital público público + privado Forma jurídica qualquer forma

jurídica sociedade anônima

Foro dos litígios Ações

trabalhistas Justiça do Trabalho Justiça do Trabalho

Demais ações Justiça Federal Justiça Estadual

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QUESTÕES COMENTADAS

Importante esclarecer que as questões abaixo foram reproduzidas no final dessa ação sem os respectivos comentários. 1) (CESPE/SEJUS/ES/2009) O Estado constitui a nação politicamente organizada, enquanto a administração pública corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado, conduzindo politicamente os negócios públicos.

COMENTÁRIOS De início, está correta a afirmação de que o Estado é nação politicamente organizada. Contudo, na segunda parte da questão, a banca faz referência à administração pública, porém, comete equívoco. Traçar objetivos para o Estado conduzindo politicamente os negócios públicos é papel do Governo, e não da administração pública, como afirma o enunciado. Enquanto o Estado é nação politicamente organizada, o Governo traça as metas e as diretrizes do Estado por meio dos seus agentes políticos (Presidentes, Governadores, Senadores e etc.). GABARITO: errada 2) (CESPE/SEJUS/ES/2009) A vontade do Estado é manifestada por meio dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais, no exercício da atividade administrativa, devem obediência às normas constitucionais próprias da administração pública.

COMENTÁRIOS A vontade do Estado é manifestada por meio de seus Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, que de acordo com o art. 2º da CF são independentes e harmônicos entre si. O Brasil adota a clássica tripartição dos Poderes concebida por Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, que prevê uma divisão constitucional de tarefas entre eles: Executivo (função administrativa), Legislativo (função legislativa) e Judiciário (função judicial). Essas funções precipuamente atribuídas a cada Poder são chamadas de funções típicas.

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A pergunta que faço para você é: os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário exercem atividade administrativa? Respondo que sim, e creio que você também, pois o Poder Executivo exerce tipicamente a função administrativa, ao passo que os demais Poderes a exercem de forma atípica. Portanto, sendo certo que os três Poderes exercem atividade administrativa, não há dúvidas de que eles devem obediência às normas constitucionais próprias da administração pública, em especial, as constantes nos art. 37 a 41 da CF. Para comprovar essa afirmação, faça a leitura do art. 37, caput, da CF: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”. GABARITO: correta 3) (CESPE/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012) Existe a possibilidade de participação de recursos particulares na formação do capital social de empresa pública federal.

COMENTÁRIOS O capital da empresa pública não admite a participação da iniciativa privada, sendo oriundo exclusivamente de pessoas jurídicas integrantes da Administração Pública. GABARITO: errada 4. (CESPE/PC-ES/Escrivão de Polícia/2011) Diferentemente da descentralização, em que a transferência de competências se dá para outra entidade, a desconcentração é processo eminentemente interno, em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação do serviço público.

COMENTÁRIOS Descentralização ocorre quando a atividade é transferida pela administração direta para entidades da administração indireta ou para concessionários e permissionários de serviços

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públicos. É o serviço executado, por exemplo, pelo INSS (autarquia federal), pelas concessionárias de telefonia (OI, VIVO ...) ou pelas permissionárias de transporte municipal (provavelmente na sua cidade o transporte urbano é realizado por empresas permissionárias). Se descentralização envolve a transferência de competência entre pessoas, a desconcentração consiste na distribuição interna de competências dentre os vários órgãos que integram as pessoas jurídicas. Portanto, está correta a assertiva, que afirma que na descentralização a transferência de competências se dá para outra entidade, e a desconcentração é processo eminentemente interno, em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação do serviço público. GABARITO: correta 5. (CESPE/MPU/Analista/Processual/2010) As entidades compreendidas na administração indireta subordinam-se ao ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade, mantendo com este uma relação hierárquica de índole político-administrativa, mas não funcional.

COMENTÁRIOS Na descentralização não há hierarquia entre as pessoas envolvidas, mas sim vinculação. O ente federado exercerá sobre a entidade da administração indireta o que a doutrina denomina de controle finalístico, supervisão ministerial ou simplesmente tutela. Portanto, entre União (administração direta) e INSS (administração indireta) não existe hierárquica, mas sim vinculação. Já na desconcentração haverá relação de hierarquia entre os órgãos envolvidos. Pense na Polícia Federal que é um órgão. Dentro da Polícia Federal existem diversos órgãos que se ligam por relações de subordinação e de coordenação. A Corregedoria da PF, por exemplo, é subordinada à Diretoria Geral. Ou seja, esses órgãos vinculam-se por uma relação de hierarquia. Portanto, descentralização ocorre sem hierarquia e desconcentração com hierarquia.

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Dessa forma, pelas explicações acima apresentadas, equivoca-se a banca ao afirmar na questão “as entidades compreendidas na administração indireta subordinam-se ao ministério”. Erra também ao afirmar “mantendo com este uma relação hierárquica de índole político-administrativa”, GABARITO: errada 6. (CESPE/MMA/Analista Ambiental/2011) No âmbito da União, a administração direta compreende os serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos respectivos ministérios, enquanto a administração indireta é exercida por entidades dotadas de personalidade jurídica própria.

COMENTÁRIOS O Decreto-lei nº 200/67, que, dentre outras providências, dispôs sobre a organização da Administração Federal e estabeleceu diretrizes para a Reforma Administrativa, em seu art. 4º assim dividiu a Administração Federal: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista; e d) Fundações públicas5. Essas informações já são suficientes para concluirmos que a assertiva apresentada está correta, pois simplesmente reproduziu trechos do art. 4º. GABARITO: correta 7. (CESPE/PC-ES/Perito Papiloscópico/2011) O Distrito Federal 5 Relativamente às fundações públicas, é interessante destacar desde já que atualmente prevalece a posição que admite a existência de duas espécies: fundação pública de direito público e fundação pública de direito privado.

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é considerado uma entidade administrativa.

COMENTÁRIOS União, Estados, Distrito Federal e Municípios são chamados de entes federados ou pessoas políticas, pois gozam de autonomia política; ao passo que as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta são denominadas de entidades administrativas, sendo detentoras de autonomia administrativa. Aí residir o erro da questão: o DF não é entidade administrativa, mas sim ente político!

GABARITO: errada 8. (CESPE/IPAJM/Advogado/2010) Segundo o princípio da legalidade, somente por lei específica podem ser criadas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, cabendo à lei complementar definir suas áreas de atuação.

COMENTÁRIOS Trataremos nessa questão da criação e extinção das entidades da administração indireta... Tal tema deve ser tratado à luz do art. 37, XIX, CF, com reflexos da doutrina e da jurisprudência. Eis a sua redação: XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação

O primeiro ponto fundamental diz respeito à necessidade da edição de lei específica (leia-se lei ordinária específica) para criação das entidades administrativas. Interessante destacar que a expressão “especifica” significa que a lei versará somente sobre um tema. No caso do inciso XIX, a criação de cada entidade administrativa. Vamos à análise da criação/extinção de cada pessoa administrativa... - Autarquias e fundações públicas de direito público

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Sendo pessoas jurídicas de direito público, serão criadas e extintas por lei específica de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. Contudo, não basta a edição da lei para que nasçam (em termos jurídicos, adquiram personalidade jurídica). A aquisição de personalidade jurídica só ocorrerá com a vigência da lei instituidora. Pelo princípio da simetria ou paralelismo das formas jurídicas, pelo qual a forma de nascimento dos institutos jurídicos deve ser a mesma de sua extinção, será lei específica o instrumento legislativo idôneo para extinção, de competência privativa do Chefe do Executivo. A regra prevista no art. 45 do Código Civil de que a existência legal das pessoas jurídicas tem início com a inscrição no registro próprio de seus atos constitutivos não se aplica às autarquias e fundações governamentais de direito público, pois essa norma se restringe às pessoas de direito privado. O momento de criação da autarquia e da fundação pública de direito público coincide com o de vigência da lei específica que a instituiu, motivo pelo qual não é necessário o registro de seus atos constitutivos no Cartório. - Fundações governamentais de direito privado, empresas públicas e sociedades de economia mista Sendo pessoas jurídicas de direito privado, lei específica de iniciativa do Chefe do Poder Executivo autorizará a criação e a extinção. É interessante reiterar que as pessoas jurídicas de direito público, como as autarquias e as fundações autárquicas, adquirem personalidade jurídica (“nascem”) no momento de vigência da lei instituidora. Já as pessoas jurídicas de direito privado, que é o caso das fundações públicas de direito privado, empresas públiacs e sociedades de economia mista, adquirem personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos (estatuto) no registro próprio (cartórios de pessoas jurídicas). Da mesma forma, a extinção ocorre no momento do registro do ato desconstitutivo no órgão competente.

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Aplicando as explicações para resolução da questão apresentada, errou a banca nos seguintes pontos: empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado não são criadas por lei específica. Além disso, cabe à lei complementar definir apenas a área de atuação das fundações públicas de direito privado. GABARITO: errada 9. (CESPE/TJ/PI/Juiz/2007) Nos termos do Código Civil, os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público serão públicos.

COMENTÁRIOS Nessa questão trataremos do patrimônio das entidades integrantes da administração indireta... O Código Civil é bem claro ao preceituar em seu art. 98 que são públicos “os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. Dessa forma, os bens das fundações públicas de direito privado, das empresas públicas e das sociedades de economia mista serão privados. GABARITO: errada 10. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) Não colide materialmente com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das entidades da administração pública indireta.

COMENTÁRIOS Atualmente, mudando sua posição originária, o STF considera constitucional a exigência de que a nomeação pelo Chefe do Executivo de dirigentes de autarquias, que são ocupantes de cargos em comissão, esteja condicionada à prévia aprovação pelo Poder Legislativo (ADI nº 1.281-PA).

Inclusive, o art. 84, XIV, da CF, condiciona a nomeação do presidente e dos diretores do Banco Central à aprovação pelo Senado Federal, bem como de outros servidores, quando determinado em lei:

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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) XIV - Nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei.

O erro da questão está na parte destacada: “não colide materialmente com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das entidades da administração pública indireta”. A decisão do STF alcança apenas as autarquias (penso ser possível a extensão para as fundações públicas de direito público), não se aplicando às pessoas administrativas de direito privado integrantes da administração indireta. A assertiva foi muito abrangente, alcançando todas as entidades administrativas. GABARITO: errada 11. (CESPE/TRE-ES/Técnico Judiciário/2011) Considere que João pretenda ingressar como empregado na PETROBRAS, sociedade de economia mista, integrante da administração indireta da União. Nessa situação, João não precisa ser previamente aprovado em concurso público, visto que o regime jurídico dessa empresa é o celetista.

COMENTÁRIOS Trataremos nessa questão do regime de trabalho das entidades integrantes da administração indireta... A assertiva traz duas informações corretas: sociedade de economia mista integra a administração indireta da União e o seu regime jurídico de trabalho é o celetista. Equivoca-se ao afirmar que o ingresso em sociedade de economia dispensa concurso público. A CF é clara ao prever a obrigatoriedade do concurso público para toda a administração pública, seja direta ou indireta, seja para cargos eftivos ou para empregos públicos. Portanto, João deverá prestar concurso para ingressar na Petrobrás.

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GABARITO: errada

12. (CESPE/IFB/Professor/Direito/2011) A Ordem dos Advogados do Brasil, na qualidade de autarquia profissional, não integra a administração indireta e não se submete ao controle do Tribunal de Contas da União.

COMENTÁRIOS A Ordem dos Advogados do Brasil elenca-se dentre os conselhos de profissões regulamentadas, juntamente com o Conselho Federal de Medicina, de Engenharia e etc... Você não precisar conhecer o funcionamento do Conselho Federal de Medicina ou do Conselho Federal de Engenharia, mas tem que saber que esses conselhos são enquadrados como autarquias, exceto a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. Portanto, se a banca afirmar numa prova que todos os conselhos de profissões são classificados como autarquias, essa assertiva estará errada, pois a OAB, em que pese ser conselho de profissão, não é considerada pelo STF como autarquia. Os demais conselhos são autarquias. De acordo com o STF, a OAB é uma pessoa jurídica de direito público, porém, não se enquadra com autarquia, motivo pelo qual não integra a administração indireta, não sendo obrigada a realizar concursos públicos nem a prestar contas ao TCU (ADI 3026/DF). GABARITO: errada 13. (CESPE/STM/Analista Judiciário/Administração/2011) As empresas públicas são criadas por lei, compostas de capital governamental e dotadas de personalidade jurídica de direito público para explorarem atividade econômica.

COMENTÁRIOS A banca afirma que o capital da empresa público é governamental, pretendendo dizer que é exclusivamente público;

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Equivoca-se ao afirmar que empresa pública é pessoa jurídica de direito público. Já vimos que a natureza jurídica é pessoa jurídica de direito privado. Também comete erro na afirmação de empresas públicas são criadas por lei. Na realidade, já estudamos que a lei específica autoriza a criação dessas entidades (art. 37, XIX, CF). GABARITO: errada 14. (CESPE/IPAJM/Advogado/2010) A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não goza de qualquer imunidade tributária, uma vez que a CF veda que empresas públicas gozem de privilégios não extensivos às do setor privado.

COMENTÁRIOS As empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas não possuem qualquer privilégio. Tanto é assim que a CF no já citado art. 173, 1º, II, sujeita-as ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Na mesma linha, preceitua o §2º do art. 173 da CF/88 que tais entidades não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado. Quanto a essa última frase muito cuidado! A CF não diz que elas não podem gozar de privilégios fiscais! Elas poderão sim gozar destes benefícios desde que sejam estendidos às demais empresas do setor privado. Diferentemente é a situação das prestadoras de serviços públicos, às quais não se aplica o conteúdo do art. 173 da CF, mas sim o do art. 175. Essas são regidas predominantemente pelo regime jurídico de direito público, motivo pelo qual fazem jus a algumas prerrogativas, conforme inclusive vem reiteradamente decidindo o STF.

Foi assim, por exemplo, no julgamento do RE 407099/RS, em que o STF estendeu para os Correios, que é empresa pública federal

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prestadora de serviços públicos em regime de monopólio, a imunidade tributária recíproca de que trata o art. 150, VI, “a”, CF, c/c o §2º do mesmo artigo (imunidade de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, desde que vinculados às suas atividades essenciais). Aplicando essa última lição à questão apresentada, equivocou-se a banca ao afirmar que os Correios não goza de qualquer imunidade tributária, pois, conforme dito no parágrafo anterior, o STF tem entendimento diverso. GABARITO: errada 15. (CESPE/PC-ES/Delegado de Polícia/2011) A administração pública pode instituir empresas públicas e sociedades de economia mista mediante autorização legal, as quais estarão inteiramente sujeitas ao regime jurídico de direito privado, por força de lei.

COMENTÁRIOS Trataremos nessa questão do regime jurídico das entidades integrantes da administração indireta... A questão, de início, afirma com acerto que empresas públicas e sociedades de economia mista são criadas mediante autorização legal, conforme já estudamos (art. 37, XIX, CF). Peca, porém, ao afirmar que o regime jurídico a que estão sujeitas é inteiramente de direito privado. De acordo com o que será demonstrado adiante, veremos que o regime é híbrido (público + privado). As autarquias e as fundações públicas de direito público são regidas pelo regime jurídico administrativo (ou regime jurídico de direito público). Já o regime jurídico das fundações públicas de direito privado, das empresas públicas e das sociedades de economia mista será híbrido (normas de direito público + normas de direito privado). Quanto ao regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de economia mista é preciso ainda distinguir se prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividades econômicas.

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Em ambos os casos o regime jurídico será híbrido (público + privado). Contudo, se prestadoras de serviços públicos, serão enquadradas no art. 175 da CF, sendo suas atividades regidas predominantemente por normas de direito público. Se exploradoras de atividades econômicas, enquadram-se no art. 173 da CF, com predominância das normas de direito privado. GABARITO: errada

16. (CESPE/PREVIC/Técnico Administrativo/2011) Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta criadas por lei sob a forma de sociedades anônimas com o objetivo de explorar atividade econômica ou prestar determinado serviço público.

COMENTÁRIOS As informações corretas passadas pela assertiva são: empresa pública é pessoa jurídica de direito privado; integrante da administração indireta; e tem como objeto explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos. Essas características também valem para a sociedade de economia mista. Quanto aos erros... O primeiro erro reside na afirmação de que empresa pública é criada por lei. Já vimos que empresa publicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado não são criadas por lei, uma vez que a lei autoriza a criação. O segundo erro da questão consiste na afirmação de que empresas públicas são criadas sob a forma jurídica de sociedade anônima. Enquanto as sociedades de economia mista só podem ser criadas como sociedades anônimas, as empresas públicas podem ser instituídas sob qualquer forma admitida no ordenamento jurídico, inclusive sociedade anônima. Inclusive, quanto às empresas públicas federais, como é da competência da União legislar sobre direito civil e comercial (art. 22, I, CF), é possível a sua criação sob novas formas jurídicas.

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Portanto, empresas públicas, diferentemente do que afirmou a questão, não são criadas sob a forma de sociedade anônima, mas sim podem adotar qualquer forma jurídica, inclusive sociedade anônima. GABARITO: errada 17. (CESPE/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Administrativa/2012) Quando determinada pessoa jurídica de direito público distribui competências internamente, tem-se um exemplo de processo de descentralização.

COMENTÁRIOS A definição apresentada não guarda relação com o instituto da descentralização, mas sim com a desconcentração. Essa consiste na distribuição interna de competências para os órgãos integrantes de uma mesma pessoa jurídica, seja esta pessoa política (União, Estados, DF e Municípios) ou entidade administrativa integrante da administração indireta. A desconcentração cria entre os órgãos uma relação de subordinação e de coordenação, motivo pelo qual está associada à ideia de hierarquia (diferentemente da descentralização, que se associa à ideia de vinculação sem hierarquia). Como exemplo, temos a Secretaria da Receita Federal, que é órgão da União, dividida em Superintendências, Delegacias de Julgamento, Delegacias, Alfândegas e Agências. GABARITO: errada 18. (CESPE/TJ-RR/Técnico Judiciário/2012) Quando o Estado cria entidades dotadas de patrimônio e personalidade jurídica para propiciar melhorias em sua organização, ocorre o que se denomina desconcentração.

COMENTÁRIOS A assertiva traz a ideia de descentralização e não de desconcentração. A descentralização ocorre quando competências das pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios) são transferidas para as entidades da administração indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas) por

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meio de descentralização legal, também chamada de outorga (ou descentralização por serviços), ou para as concessionárias e permissionárias por meio da descentralização negocial, também conhecida como delegação (ou descentralização por colaboração).

GABARITO: errada

19. (CESPE/PC/CE/Inspetor de Polícia Civil/2012) O surgimento de uma autarquia se consolida com o registro de seus estatutos em cartório.

COMENTÁRIOS Conforme visto nas questões anteriores, as autarquias são criadas por meio de lei específica, coincidindo a sua instituição com o momento em que a lei instituidora entra em vigor. Portanto, as autarquias, da mesma forma que as fundações públicas de direito público, nascem, ou seja, adquirem personalidade jurídica, com a vigência da lei que as criou. GABARITO: errada

20. (CESPE/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012) A instituição de fundação pública deve ser autorizada por lei ordinária específica, ao passo que a definição de sua área de atuação deve ser feita por lei complementar.

COMENTÁRIOS

Nos termos do art. 37, XIX, da CF, a criação de fundação pública deve ser autorizada por meio de lei ordinária específica (isso vale para a fundação pública de direito privado), devendo sua área de atuação ser definida por lei complementar. GABARITO: correta

21. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das empresas públicas, dado o fato de elas prestarem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.

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COMENTÁRIOS As empresas públicas federais, estaduais, distritais e municipais, independentemente de prestarem serviços públicos ou explorarem atividades econômicas, são julgadas, em regra, pela Justiça Estadual. GABARITO: errada 22. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento – Direito) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, com totalidade de capital público, cuja criação depende de autorização legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma admitida em direito.

COMENTÁRIOS A assertiva traz uma definição correta de empresas públicas, valendo destacar que a totalidade de capital público diz respeito à sua origem pública, ou seja, advém de pessoas jurídicas da administração direta e/ou indireta. GABARITO: correta 23. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento – Direito) A autarquia, mesmo sendo integrante da administração pública indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua criação depende de lei específica.

COMENTÁRIOS A primeira parte do enunciado está correto ao afirmar que autarquia é integrante da administração indireta, porém, equivoca-se quanto à sua natureza jurídica, pois a sua personalidade jurídica é direito público. Também está correta a afirmação de que sua criação depende de lei específica. GABARITO: errada 24. (CESPE - 2013 - CNJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere que determinada sociedade de economia mista exerça atividade econômica de natureza empresarial. Nessa situação hipotética, a referida sociedade não é considerada integrante da administração indireta do respectivo ente federativo,

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pois, para ser considerada como tal, ela deve prestar serviço público.

COMENTÁRIOS Não é o objeto social que determina se determinada entidade integra a administração indireta, mas sim a previsão legal. Dessa forma, se houver autorização legislativa para criação de empresa pública ou de sociedade de economia mista, independentemente da prestarem serviços públicos ou explorarem atividades econômicas, serão integrantes da administração indireta. GABARITO: errada 25. (CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental - Conhecimentos Básicos - Todos os Temas) A criação do IBAMA, autarquia a que a União transferiu por lei a competência de atuar na proteção do meio ambiente, é exemplo de descentralização por serviço.

COMENTÁRIOS Correto o enunciado. A descentralização por serviço também é denominada de descentralização legal ou outorga. GABARITO: correta

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01) A personalidade jurídica do Estado brasileiro pode ser de direito público ou de direito privado, caso atue, respectivamente, no campo do Direito Público ou no do Direito Privado, pois a teoria da dupla personalidade do Estado é adotada no Brasil. 02) A União possui personalidade jurídica de direito público externo. 03) Os Territórios Federais, apesar de possuírem personalidade jurídica de direito público, nos termos do art. 41, II, do CC, não integram a Federação brasileira. 04) A Administração Centralizada é denominada de Direta e a Descentralizada de Indireta.

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05) Através da centralização, o Estado atua diretamente executando suas tarefas por meio de seus órgãos e agentes; já na descentralização, o Estado outorga ou delega a atividade a outras entidades, atuando de forma indireta. 06) Na desconcentração, ocorre a distribuição, em uma mesma entidade, de atribuições para outros órgãos. 07) Há hierarquia na descentralização, ao passo que controle finalístico na desconcentração. 08) Sendo as autarquias serviços públicos descentralizados, personalizados e autônomos, acham-se integradas na estrutura orgânica do Executivo. 09) A espécie organizacional da Administração Pública Indireta que deve ter sua área de atuação definida em lei complementar é autarquia. 10) Os contratos celebrados pelas fundações públicas devem ser precedidos de licitação, exceto, se possuírem natureza de direito privado. 11) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público criar fundações sob regime de direito privado. 12) Autarquias são criadas por lei específica. 13) Autarquias são pessoas jurídicas de direito privado. 14) Autarquias são pessoas administrativas integrantes da administração descentralizada. 15) Os bens das autarquias são públicos, portanto, impenhoráveis. 16) Os bens das autarquias estão sujeitos à prescrição. 17) As autarquias possuem autonomia financeira e administrativa, mas não política. 18) As fundações governamentais têm sua área de atuação definida por lei específica. 19) As agências reguladoras só podem ser constituída sob a forma de autarquias.

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20) As fundações instituídas pelo poder público, tanto as que têm personalidade jurídica de direito público quanto as de direito privado, são criadas para a persecução interesses coletivos. 21) As agências reguladoras são autarquias sob regime especial. 22) No contexto da Administração Pública Federal, o que distingue e/ou assemelha os órgãos da Administração Direta em relação às entidades da Administração Indireta, é que os primeiros integram a estrutura orgânica da União e as outras não. 23) A qualificação como agência executiva pode recair tanto sobre entidade autárquica como fundacional, integrante da Administração Pública. 24) Entre União e o Banco do Brasil, que é uma sociedade de economia mista federal, há hierarquia. 25) Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei específica, com personalidade jurídica de Direito Público externo, patrimônio próprio e atribuições estatais específicas. 26) As autarquias são entes autônomos, mas não são autonomias. Inconfundível é autonomia com autarquia: aquela legisla para si; esta administra-se a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que a criou. 27) O conceito de autarquia é meramente administrativo; o de autonomia é precipuamente político. 28) A autarquia é forma de descentralização administrativa, através da personificação de um serviço retirado da Administração centralizada. 29) À autarquia pode ser outorgado serviço público típico e atividades industriais ou econômicas, desde que de interesse coletivo. 30) Sendo a autarquia um ente autônomo, não há subordinação hierárquica para com a entidade estatal a que pertence, mas sim mera vinculação à entidade-matriz, que, por isso, passa a exercer um controle legal, expresso no poder de correção finalística do serviço autárquico. 31) A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma longa manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado, em condições idênticas às do Estado, com os mesmos privilégios da

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Administração-matriz e passíveis dos mesmos controles dos atos administrativos. 32) O que diversifica a autarquia do Estado são os métodos operacionais de seus serviços, mais especializados e mais flexíveis que os da Administração centralizada. 33) A instituição das autarquias, ou seja, sua criação, faz-se por lei complementar específica. 34) A organização das autarquias se opera por decreto, que aprova o regulamento ou estatuto da entidade, e daí por diante sua implantação se completa por atos da diretoria, na forma regulamentar ou estatutária, independentemente de quaisquer registros públicos. 35) O patrimônio inicial das autarquias é formado com a transferência de bens móveis e imóveis da entidade matriz, os quais se incorporam ao ativo da nova pessoa jurídica. 36) Os atos dos dirigentes das autarquias não são considerados atos administrativos. 37) Os contratos das autarquias estão sujeitos à licitação. 38) O controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política, administrativa e financeira, mas todos esses controles adstritos aos termos da lei que os estabelece. 39) Em função da autonomia administrativa das autarquias, não é possível a nomeação de seus dirigentes pelo Executivo. 40) As agências executivas são autarquias em regime especial. 41) O controle financeiro opera nos moldes da Administração direta, inclusive através da prestação de contas ao tribunal competente, por expressa determinação constitucional. 42) As fundações públicas são "universalidades de bens personalizadas, em atenção ao fim, que lhe dá unidade". 43) As fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público integram a administração indireta, podendo ter personalidade jurídica de direito público ou de direito privado.

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44) As fundações públicas prestam-se à realização de atividades não lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como a educação, cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo estatal. 45) Todas as fundações do Poder Público são criadas por lei específica da entidade matriz e estruturadas por decreto, independentemente de qualquer registro. 46) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a serviços públicos. 47) As empresas públicas são criadas por lei específica. 48) As empresas públicas possuem capital exclusivamente público. 49) As empresas públicas podem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima. 50) As empresas públicas têm como objeto a exploração de atividades econômicas ou a prestação de serviços públicos. 51) As empresas públicas que explorem atividades econômicas não estão obrigadas a licitar. 52) As empresas públicas não podem gozar de privilégios fiscais. 53) As sociedades de economia mista integram a administração indireta, podendo ser federais, estaduais, municipais ou distritais. 54) As sociedades de economia mista são constituídas na forma de sociedade anônima. 55) Considerando que, por disposição constitucional, compete ao MP a tutela de interesses públicos, é indispensável a fiscalização do órgão sobre todos os atos das fundações criadas pelo Governo, segundo reconhecem os estudiosos. 56) A entidade pública que instituiu a sociedade de economia mista responde, solidariamente, pelas suas obrigações. 57) Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado cuja criação é autorizada por lei específica, com capital exclusivamente público, para realizar atividades de interesse da Administração

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instituidora nos moldes da iniciativa particular, revestindo-se da forma de sociedade anônima (S/A). 58) As empresas públicas assemelham-se às sociedades de economia mista por admitirem a participação do capital particular. 59) As empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, exceto quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. 60) Quanto à contratação de obras, serviços e compras, bem como à alienação de seus bens, a empresa pública fica sujeita a licitação nos termos da Lei 8.666/93, enquanto não promulgada lei que confira o tratamento especial previsto na CF/88. 61) Os atos dos dirigentes de empresas públicas, no que concerne às funções outorgadas ou delegadas pelo Poder Público, são equiparados a atos de autoridade para fins de mandado de segurança, e, quando lesivos do patrimônio da entidade, sujeitam-se à anulação por ação popular. 62) As empresas públicas não possuem, por natureza, qualquer privilégio administrativo, tributário ou processual, só auferindo aqueles que a lei instituidora ou norma especial expressamente lhes conceder. 63) As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Público, com participação do Poder Público e de particulares no seu capital e na sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. 64) As sociedades de economia mista revestem-se da forma das empresas particulares, porém, por integram a Administração Pública, não admitem lucro. 65) A doutrina é pacífica ao afirmar que toda participação estatal converte o empreendimento particular em sociedade de economia mista. 66) O regime de pessoal das entidades integrantes da Administração Indireta é o dos empregados de empresas privadas, sujeitos à CLT; não obstante, ficam sujeitos a concurso público, salvo para os cargos ou funções de confiança.

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67) O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um serviço público ou de utilidade pública como uma atividade econômica empresarial. 68) A sociedade de economia mista adquire personalidade jurídica com a entrada em vigor da lei que autorizou sua instituição. 69) A sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica está sujeita à falência. 70) O capital da empresa pública é exclusivamente público, mas pode pertencer a uma ou mais entidades. 71) Em relação ao capital da empresa pública federal, não há mais obrigatoriedade de que ele pertença exclusivamente à União; outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como entidades da Administração Indireta da própria União, dos Estados, do DF e dos Municípios dele podem participar, desde que a maioria do capital votante permaneça com a União. 72) As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privados. 73) A Justiça Federal é competente para apreciar as causas em que as empresas públicas e sociedades de economia mista da União forem interessadas 74) A Justiça Federal é competente para apreciar todas as causas em que as empresas públicas da União forem interessadas. 75) Os litígios trabalhistas envolvendo os empregados e empresa pública da União serão decididos pela Justiça Federal. 76) A Constituição Federal prevê a edição do estatuto jurídico da empresa pública e da sociedade de economia mista que explorem atividade econômica. No conteúdo da referida norma jurídica, conforme o texto constitucional, não está previsto dispor sobre forma de distribuição de seus resultados, inclusive para os acionistas minoritários. 77) As empresas públicas e sociedades de economia mista, no contexto da Administração Pública Federal, detêm alguns aspectos e pontos em comum, juridicamente, mas entre os que lhes são diferentes destaca-se o foro de controle jurisdicional.

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78) O regime jurídico dos servidores de empresas públicas poderá ser trabalhista ou estatutário. 79) Somente por lei específica pode ser autorizada a criação de empresa pública e de sociedade de economia mista, mas a criação de suas subsidiárias prescinde de autorização legislativa; 80) A participação da sociedade de economia mista em empresa privada prescinde de autorização legislativa. 81) Conforme a norma constitucional, as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica terão um tratamento diferenciado quanto às regras de licitação. 82) Admite-se, na esfera federal, uma empresa pública, sob a forma de sociedade anônima, com um único titular do capital. GABARITO: 01) F, 02) F, 03) C, 04) C, 05) C, 06) C, 07) F, 08) F, 09) F, 10) F, 11) F, 12) C, 13) F, 14) C, 15) C, 16) F, 17) C, 18) F, 19) F, 20) C, 21) C, 22) C, 23) C, 24) F, 25) F, 26) C, 27) C, 28) C, 29) F, 30) C, 31) C, 32) C, 33) F, 34) C, 35) C, 36) F, 37) V, 38) C, 39) F, 40) F, 41) C, 42) C, 43) C, 44) C, 45) F, 46) F, 47) F, 48) V, 49) V, 50) V, 51) F, 52) F, 53) V, 54) V, 55) F, 56) F, 57) F, 58) F, 59) F, 60) F, 61) V, 62) V, 63) F, 64) F, 65) F, 66) F, 67) V, 68) F, 69) F, 70) V, 71) V, 72) F, 73) F, 74) F, 75) F, 76) V, 77) V, 78) F, 79) F, 80) F, 81) V, 82) V.

Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto

82 82

Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto

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Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto

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Gabarito comentado 01) Errada - A personalidade jurídica do Estado brasileiro pode ser de direito público ou de direito privado, caso atue, respectivamente, no campo do Direito Público ou no do Direito Privado, pois a teoria da dupla personalidade do Estado é adotada no Brasil. (O Estado brasileiro – a República Federativa do Brasil – possui apenas uma personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito público) 02) Errada - A União possui personalidade jurídica de direito público externo. (Pessoa jurídica de direito público interno. O Brasil é que é pessoa jurídica de direito público externo) 03) Correta - Os Territórios Federais, apesar de possuírem personalidade jurídica de direito público, nos termos do art. 41, II, do CC, não integram a Federação brasileira. (uma vez que não possuem autonomia. A Federação é composta por União, Estados, DF e Municípios) 04) Correta - A Administração Centralizada é denominada de Direta e a Descentralizada de Indireta. (A Direta integrada pelos órgãos da União, dos

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Estados, do DF e dos Municípios e a Indireta pelas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) 05) Correta - Através da centralização, o Estado atua diretamente executando suas tarefas por meio de seus órgãos e agentes; já na descentralização, o Estado outorga ou delega a atividade a outras entidades, atuando de forma indireta. (Na descentralização o Estado pode outorgar poderes para a administração indireta – descentralização legal – ou delegar para as concessionários e permissionárias – descentralização negocial). 06) Correta - Na desconcentração, ocorre a distribuição, em uma mesma entidade, de atribuições para outros órgãos. (lembrar que na desconcentração a distribuição de competências ocorre dentro da mesma pessoa jurídica; ao passo que na descentralização ocorre entre pessoas jurídicas) 07) Errada - Há hierarquia na descentralização, ao passo que controle finalístico na desconcentração. (estão invertidos.... a hierarquia está presente na desconcentração, enquanto o controle finalístico na descentralização) 08) Errada - Sendo as autarquias serviços públicos descentralizados, personalizados e autônomos, acham-se integradas na estrutura orgânica do Executivo. (quem está integrado na estrutura orgânica dos Poderes são os órgãos; autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno) 09) Errada - A espécie organizacional da Administração Pública Indireta que deve ter sua área de atuação definida em lei complementar é autarquia. (são as fundações públicas de direito privado, conforme se extrai do art. 37, XIX, da CF) 10) Errada - Os contratos celebrados pelas fundações públicas devem ser precedidos de licitação, exceto, se possuírem natureza de direito privado. (independentemente da natureza dos contratos, a licitação, em regra, é obrigatória para todas as entidades integrantes da administração pública) 11) Errada - Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público criar fundações sob regime de direito privado. (pode criar tanto fundações públicas de direito privado como fundações públicas de direito público) 12) Correta - Autarquias são criadas por lei específica. (conforme art. 37, XIX, CF) 13) Errada - Autarquias são pessoas jurídicas de direito privado. (são pessoas jurídicas de direito público) 14) Correta - Autarquias são pessoas administrativas integrantes da administração descentralizada. (as entidades integrantes da administração indireta são denominadas de pessoas administrativas; ao passo que União, Estados, DF e Municípios, de pessoas políticas) 15) Correta - Os bens das autarquias são públicos, portanto, impenhoráveis. (sendo públicos, os bens serão impenhoráveis, imprescritíveis, insuscetíveis a ônus e terão a alienação condicionada) 16) Errada - Os bens das autarquias estão sujeitos à prescrição. (conforme dito acima, são imprescritíveis, não sendo sujeitos a usucapião) 17) Correta - As autarquias possuem autonomia financeira e administrativa, mas não política. (somente as pessoas federadas possuem autonomia política: União,

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Estados, DF e Municípios) 18) Errada - As fundações governamentais têm sua área de atuação definida por lei específica. (as fundações governamentais são as fundações pública. A área de atuação, das fundações públicas de direito privado, será definido por lei complementar, conforme art. 37, XIX, CF) 19) Errada - As agências reguladoras só podem ser constituída sob a forma de autarquias. (não necessariamente) 20) Correta - As fundações instituídas pelo poder público, tanto as que têm personalidade jurídica de direito público quanto as de direito privado, são criadas para a persecução interesses coletivos. (tendo como objeto a execução de atividades administrativas ou a prestação de serviços públicos) 21) Correta - As agências reguladoras são autarquias sob regime especial. (em regra, no Brasil, estão sendo criadas com esse formato) 22) Correta - No contexto da Administração Pública Federal, o que distingue e/ou assemelha os órgãos da Administração Direta em relação às entidades da Administração Indireta, é que os primeiros integram a estrutura orgânica da União e as outras não. (órgãos federais integram a estrutura orgânica da União, ao passo que as entidades da administração indireta não são órgãos, mas sim pessoas jurídicas, portanto, não integrantes de estrutura de órgãos) 23) Correta - A qualificação como agência executiva pode recair tanto sobre entidade autárquica como fundacional, integrante da Administração Pública. (desde que a autarquia ou fundação firmem com o Poder Público um contrato de gestão) 24) Errada - Entre União e o Banco do Brasil, que é uma sociedade de economia mista federal, há hierarquia. (já vimos que na descentralização não existe hierarquia) 25) Errada - Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei específica, com personalidade jurídica de Direito Público externo, patrimônio próprio e atribuições estatais específicas. (de direito público interno) 26) Correta - As autarquias são entes autônomos, mas não são autonomias. Inconfundível é autonomia com autarquia: aquela legisla para si; esta administra-se a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que a criou. (a doutrina considera autonomias os entes federados: União, Estados, DF e Municípios) 27) Correta - O conceito de autarquia é meramente administrativo; o de autonomia é precipuamente político. (envolvendo a autonomia administrativa das entidades que integram a administração indireta e a autonomia políticas das integrantes da administração direta) 28) Correta - A autarquia é forma de descentralização administrativa, através da personificação de um serviço retirado da Administração centralizada. (falou em personificação de serviço, pense em autarquia; falou em personificação de bens, pense em fundações) 29) Errada - À autarquia pode ser outorgado serviço público típico e atividades industriais ou econômicas, desde que de interesse coletivo. (autarquias não exercem atividades industriais ou econômicas)

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30) Correta - Sendo a autarquia um ente autônomo, não há subordinação hierárquica para com a entidade estatal a que pertence, mas sim mera vinculação à entidade-matriz, que, por isso, passa a exercer um controle legal, expresso no poder de correção finalística do serviço autárquico. (lembrar que subordinação hierárquica só existe entre órgãos) 31) Correta - A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma longa manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado, em condições idênticas às do Estado, com os mesmos privilégios da Administração-matriz e passíveis dos mesmos controles dos atos administrativos. (lembrando que as autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno) 32) Correta - O que diversifica a autarquia do Estado são os métodos operacionais de seus serviços, mais especializados e mais flexíveis que os da Administração centralizada. (essa é a proposta da criação das entidades da administração indireta: especialização) 33) Errada - A instituição das autarquias, ou seja, sua criação, faz-se por lei complementar específica. (lei ordniária específica) 34) Correta - A organização das autarquias se opera por decreto, que aprova o regulamento ou estatuto da entidade, e daí por diante sua implantação se completa por atos da diretoria, na forma regulamentar ou estatutária, independentemente de quaisquer registros públicos. (característica das pessoas jurídicas de direito público) 35) Correta - O patrimônio inicial das autarquias é formado com a transferência de bens móveis e imóveis da entidade matriz, os quais se incorporam ao ativo da nova pessoa jurídica. (por exemplo, os bens do INSS foram transferidos inicialmente pela União, que é a entidade matriz) 36) Errada - Os atos dos dirigentes das autarquias não são considerados atos administrativos. (são considerados atos administrativos, inclusive passíveis de mandado de segurança) 37) Correta - Os contratos das autarquias estão sujeitos à licitação. (de todas as entidades da administração indireta) 38) Correta - O controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política, administrativa e financeira, mas todos esses controles adstritos aos termos da lei que os estabelece. (é a essência da vinculação administrativa) 39) Errada - Em função da autonomia administrativa das autarquias, não é possível a nomeação de seus dirigentes pelo Executivo. (basta pensar que o Banco Central é uma autarquia e seu Presidente é nomeado pelo Presidente da República) 40) Errada - As agências executivas são autarquias em regime especial. (agência executiva é qualificação atribuída também às fundações públicas) 41) Correta - O controle financeiro opera nos moldes da Administração direta, inclusive através da prestação de contas ao tribunal competente, por expressa determinação constitucional. (todas as entidades integrantes da administração indireta devem prestar contas ao tribunal de contas) 42) Correta - As fundações públicas são "universalidades de bens personalizadas, em atenção ao fim, que lhe dá unidade". (conforme dito linhas acima, falou em personificação de bens pensou em fundações)

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43) Correta - As fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público integram a administração indireta, podendo ter personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. (se pessoa jurídica de direito público, serão criadas por lei específica; se pessoa jurídica de direito privado, a criação será autorizada por lei específica) 44) Correta - As fundações públicas prestam-se à realização de atividades não lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como a educação, cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo estatal. (lembrando que fundações a autarquias não podem exercer atividades econômicas) 45) Errada - Todas as fundações do Poder Público são criadas por lei específica da entidade matriz e estruturadas por decreto, independentemente de qualquer registro. (a frase não se aplica às fundações públicas de direito privado) 46) Errada - Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a serviços públicos. (podem também prestar serviços públicos) 47) Errada - As empresas públicas são criadas por lei específica. (a lei específica autoriza a criação, que se dará quando do registro do ato constitutivo no órgão competente) 48) Correta - As empresas públicas possuem capital exclusivamente público. (todo o capital da empresa pública advém da administração pública) 49) Correta - As empresas públicas podem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima. (podem adotar qualquer forma jurídica) 50) Correta - As empresas públicas têm como objeto a exploração de atividades econômicas ou a prestação de serviços públicos. (da mesma forma que as sociedades de economia mista) 51) Errada - As empresas públicas que explorem atividades econômicas não estão obrigadas a licitar. (a regra de licitar aplica-se tanto às exploradoras de atividades econômicas como às prestadoras de serviços públicos) 52) Errada - As empresas públicas não podem gozar de privilégios fiscais. (se prestadoras de serviços públicos, podem gozar de certos privilégios; se exploradoras de atividades econômicas, o privilégio deverá ser estendido às demais empresas do setor privado: art. 173, §1º, CF) 53) Correta - As sociedades de economia mista integram a administração indireta, podendo ser federais, estaduais, municipais ou distritais. (o mesmo raciocínio vale para autarquias, fundações públicas e empresas públicas) 54) Correta - As sociedades de economia mista são constituídas na forma de sociedade anônima. (diferentemente das empresas públicas, que podem adotar qualquer forma jurídica) 55) Errada - Considerando que, por disposição constitucional, compete ao MP a tutela de interesses públicos, é indispensável a fiscalização do órgão sobre todos os atos das fundações criadas pelo Governo, segundo reconhecem os estudiosos. (como já há fiscalização pela administração direta, torna-se desnecessária a atuação do MP, o que não impede que o mesmo fiscalize. Não há obrigatoriedade,

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porém não há proibição de fiscalização) 56) Errada - A entidade pública que instituiu a sociedade de economia mista responde, solidariamente, pelas suas obrigações. (a responsabilidade será subsidiária) 57) Errada - Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado cuja criação é autorizada por lei específica, com capital exclusivamente público, para realizar atividades de interesse da Administração instituidora nos moldes da iniciativa particular, revestindo-se da forma de sociedade anônima (S/A). (qualquer forma jurídica) 58) Errada - As empresas públicas assemelham-se às sociedades de economia mista por admitirem a participação do capital particular. (não admite capitar particular, mas tão somente de integrantes da administração pública) 59) Errada - As empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, exceto quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. (inclusive. Essa regra vale para as exploradoras de atividades econômicas – art. 173) 60) Errada - Quanto à contratação de obras, serviços e compras, bem como à alienação de seus bens, a empresa pública fica sujeita a licitação nos termos da Lei 8.666/93, enquanto não promulgada lei que confira o tratamento especial previsto na CF/88. (a lei especial será aplicada para as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas, não se aplicando às prestadoras de serviços públicos) 61) Correta - Os atos dos dirigentes de empresas públicas, no que concerne às funções outorgadas ou delegadas pelo Poder Público, são equiparados a atos de autoridade para fins de mandado de segurança, e, quando lesivos do patrimônio da entidade, sujeitam-se à anulação por ação popular. (os atos praticados por dirigentes de empresas públicas e de sociedades de economia mista, quando do exercício de função pública, são considerados atos administrativos) 62) Correta - As empresas públicas não possuem, por natureza, qualquer privilégio administrativo, tributário ou processual, só auferindo aqueles que a lei instituidora ou norma especial expressamente lhes conceder. (essa é a regra, que se aplica também para as sociedades de economia mista) 63) Errada - As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Público, com participação do Poder Público e de particulares no seu capital e na sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. (pessoa jurídica de direito privado) 64) Errada - As sociedades de economia mista revestem-se da forma das empresas particulares, porém, por integram a Administração Pública, não admitem lucro. (não há impedimento legal quanto à auferição de lucros) 65) Errada - A doutrina é pacífica ao afirmar que toda participação estatal converte o empreendimento particular em sociedade de economia mista. (o Poder Público pode ser sócio ou acionista de empresas que não integram a administração indireta) 66) Errada - O regime de pessoal das entidades integrantes da Administração

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Indireta é o dos empregados de empresas privadas, sujeitos à CLT; não obstante, ficam sujeitos a concurso público, salvo para os cargos ou funções de confiança. (e as autarquias e as fundações públicas de direito público que adotam regime estatutário?) 67) Correta - O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um serviço público ou de utilidade pública como uma atividade econômica empresarial. (o mesmo raciocínio aplica-se às empresas públicas) 68) Errada - A sociedade de economia mista adquire personalidade jurídica com a entrada em vigor da lei que autorizou sua instituição. (com o registro do seu ato constitutivo) 69) Errada - A sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica está sujeita à falência. (nenhuma integrante da administração pública está sujeita) 70) Correta - O capital da empresa pública é exclusivamente público, mas pode pertencer a uma ou mais entidades. (desde que integrantes da administração pública) 71) Correta - Em relação ao capital da empresa pública federal, não há mais obrigatoriedade de que ele pertença exclusivamente à União; outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como entidades da Administração Indireta da própria União, dos Estados, do DF e dos Municípios dele podem participar, desde que a maioria do capital votante permaneça com a União. (o que não pode haver é participação de capital particular) 72) Errada - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privados. (esse raciocínio só vale para as exploradoras de atividades econômicas. Gabarito alterado) 73) Errada - A Justiça Federal é competente para apreciar as causas em que as empresas públicas e sociedades de economia mista da União forem interessadas (apenas empresas públicas da União, conforme art. 109, I, CF) 74) Errada - A Justiça Federal é competente para apreciar todas as causas em que as empresas públicas da União forem interessadas. (todas não, basta pensar nas ações trabalhistas) 75) Errada - Os litígios trabalhistas envolvendo os empregados e empresa pública da União serão decididos pela Justiça Federal. (pela Justiça do Trabalho) 76) Correta - A Constituição Federal prevê a edição do estatuto jurídico da empresa pública e da sociedade de economia mista que explorem atividade econômica. No conteúdo da referida norma jurídica, conforme o texto constitucional, não está previsto dispor sobre forma de distribuição de seus resultados, inclusive para os acionistas minoritários. (conforme art. 173) 77) Correta - As empresas públicas e sociedades de economia mista, no contexto da Administração Pública Federal, detêm alguns aspectos e pontos em comum, juridicamente, mas entre os que lhes são diferentes destaca-se o foro de controle jurisdicional. (para as federais, em regra, ações de empresas públicas tramitam na Justiça Federal, enquanto ações envolvendo sociedades de economia mista na Justiça Estadual)

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78) Errada - O regime jurídico dos servidores de empresas públicas poderá ser trabalhista ou estatutário. (somente trabalhista, pois o regime estatutário é exclusivo das pessoas jurídicas de direito público) 79) Errada - Somente por lei específica pode ser autorizada a criação de empresa pública e de sociedade de economia mista, mas a criação de suas subsidiárias prescinde de autorização legislativa; (depende de autorização, conforme art. 37, XX) 80) Errada - A participação da sociedade de economia mista em empresa privada prescinde de autorização legislativa. (depende de autorização legislativa, conforme art. 37, XX) 81) Correta - Conforme a norma constitucional, as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica terão um tratamento diferenciado quanto às regras de licitação. (conforme art. 173, CF) 82) Correta - Admite-se, na esfera federal, uma empresa pública, sob a forma de sociedade anônima, com um único titular do capital. (basta pensar que a empresa pública pode adotar qualquer forma jurídica, além de poder ser unipessoal, ou seja, ser constituída apenas por uma pessoa jurídica)

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QUESTÕES COMENTADAS NESSA AULA 1. (CESPE/SEJUS/ES/2009) O Estado constitui a nação politicamente organizada, enquanto a administração pública corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado, conduzindo politicamente os negócios públicos. 2. (CESPE/SEJUS/ES/2009) A vontade do Estado é manifestada por meio dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais, no exercício da atividade administrativa, devem obediência às normas constitucionais próprias da administração pública. 3) (CESPE/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012) Existe a possibilidade de participação de recursos particulares na formação do capital social de empresa pública federal. 4. (CESPE/PC-ES/Escrivão de Polícia/2011) Diferentemente da descentralização, em que a transferência de competências se dá para outra entidade, a desconcentração é processo eminentemente interno, em que um ou mais órgãos substituem outro com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação do serviço público. 5. (CESPE/MPU/Analista/Processual/2010) As entidades compreendidas na administração indireta subordinam-se ao ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade, mantendo com este uma relação hierárquica de índole político-administrativa, mas não funcional. 6. (CESPE/MMA/Analista Ambiental/2011) No âmbito da União, a administração direta compreende os serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos respectivos ministérios, enquanto a administração indireta é exercida por entidades dotadas de personalidade jurídica própria. 7. (CESPE/PC-ES/Perito Papiloscópico/2011) O Distrito Federal é considerado uma entidade administrativa. 8. (CESPE/IPAJM/Advogado/2010) Segundo o princípio da legalidade, somente por lei específica podem ser criadas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, cabendo à lei complementar definir suas áreas de atuação. 9. (CESPE/TJ/PI/Juiz/2007) Nos termos do Código Civil, os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público serão públicos.

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10. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) Não colide materialmente com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das entidades da administração pública indireta. 11. (CESPE/TRE-ES/Técnico Judiciário/Administrativa/2011) Considere que João pretenda ingressar como empregado na PETROBRAS, sociedade de economia mista, integrante da administração indireta da União. Nessa situação, João não precisa ser previamente aprovado em concurso público, visto que o regime jurídico dessa empresa é o celetista. 12. (CESPE/IFB/Professor/Direito/2011) A Ordem dos Advogados do Brasil, na qualidade de autarquia profissional, não integra a administração indireta e não se submete ao controle do Tribunal de Contas da União. 13. (CESPE/STM/Analista Judiciário/Administração/2011) As empresas públicas são criadas por lei, compostas de capital governamental e dotadas de personalidade jurídica de direito público para explorarem atividade econômica. 14. (CESPE/IPAJM/Advogado/2010) A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não goza de qualquer imunidade tributária, uma vez que a CF veda que empresas públicas gozem de privilégios não extensivos às do setor privado. 15. (CESPE/PC-ES/Delegado de Polícia/2011) A administração pública pode instituir empresas públicas e sociedades de economia mista mediante autorização legal, as quais estarão inteiramente sujeitas ao regime jurídico de direito privado, por força de lei. 16. (CESPE/PREVIC/Técnico Administrativo/2011) Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta criadas por lei sob a forma de sociedades anônimas com o objetivo de explorar atividade econômica ou prestar determinado serviço público.

17. (CESPE/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Administrativa/2012) Quando determinada pessoa jurídica de direito público distribui competências internamente, tem-se um exemplo de processo de descentralização. 18. (CESPE/TJ-RR/Técnico Judiciário/2012) Quando o Estado cria entidades dotadas de patrimônio e personalidade jurídica para

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propiciar melhorias em sua organização, ocorre o que se denomina desconcentração. 19. (CESPE/PC/CE/Inspetor de Polícia Civil/2012) O surgimento de uma autarquia se consolida com o registro de seus estatutos em cartório. 20. (CESPE/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012) A instituição de fundação pública deve ser autorizada por lei ordinária específica, ao passo que a definição de sua área de atuação deve ser feita por lei complementar. 21. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das empresas públicas, dado o fato de elas prestarem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado. 22. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento – Direito) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, com totalidade de capital público, cuja criação depende de autorização legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma admitida em direito. 23. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento – Direito) A autarquia, mesmo sendo integrante da administração pública indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua criação depende de lei específica. 24. (CESPE - 2013 - CNJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere que determinada sociedade de economia mista exerça atividade econômica de natureza empresarial. Nessa situação hipotética, a referida sociedade não é considerada integrante da administração indireta do respectivo ente federativo, pois, para ser considerada como tal, ela deve prestar serviço público. 25. (CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental - Conhecimentos Básicos - Todos os Temas) A criação do IBAMA, autarquia a que a União transferiu por lei a competência de atuar na proteção do meio ambiente, é exemplo de descentralização por serviço. Gabarito: 1) F, 2) V, 3) F, 4) V; 5) F; 6) V; 7) F; 8) F; 9) F; 10) F; 11) F; 12) F; 13) F; 14) F; 15) F; 16) F, 17) F, 18) F, 19) F, 20) V, 21) F, 22) V, 23) F, 24) F, 25) V

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Com esses exercícios encerro essa minha primeira aula. Qualquer dúvida é só fazer contato. Grande abraço Armando Mercadante [email protected]