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Direito Penal I Aula 08 – Fudamentos Prof. Rodrigo Correa do Couto

Aula 08 - Fundamentos

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Materia Penal N1

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Direito Penal IAula 08 – Fudamentos

Prof. Rodrigo Correa do Couto

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Sumário

• Fontes do Direito Penal;

• Analogia em Direito Penal;

• Infração Penal;

• Diferença entre crime e contravenção;

• Elementos e circunstâncias do crime;

• Comunicabilidade das elementares e circunstâncias no concurso de agentes;

• Circunstâncias elementares;

• Sujeitos do Crime;

• Lei Penal e Norma Penal;

• Resultado do Crime.

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Fontes do Direito Penal

• Conceito –Origem das normas jurídicas;

• Fontes materiais, substanciais ou de produção:

• Conceito – órgão encarregado da produção do Direito Penal;

• Somente a União pode legislar sobre o Direito Penal –CF/88 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

• I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

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Fontes do Direito Penal

• Fontes formais, de conhecimento ou de cognição:

• Conceito – espécies normativas que podem conter normas jurídicas;

• Imediatas –Conforme o princípio da reserva legal (Art. 5º, XXXIX, CF/88) – somente Leis Complementares e Lei Ordinárias podem incriminar condutas;

• Mediatas –Costumes, Princípios Gerais do Direito e Analogia in bonam partem:

• Tais fontes mediatas só poderão ser utilizadas para ampliar a licitude das condutas, nunca para prejudicar o réu.

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Analogia em Direito Penal• Analogia – método de integração do ordenamento jurídico.

Trata-se de mecanismo utilizado para suprir ou colmatar lacunas.

• Pressupostos para aplicação:

• Lacuna da lei;

• Solução legal semelhante prevista no ordenamento jurídico;

• Somente poderá ser utilizada no Direito Penal a analogia in bonam partem:

• Ex. Art. 22, CP.

• Analogia in malam partem:

• Ex. Lei n. 3.688/1941 - Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.

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Infração Penal

• Conceito – Infração penal é um gênero que, em nosso ordenamento, subdivide-se em duas espécies: crime e a contravenção penal;

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Infração Penal

• Diferenças entre crime e contravenção penal:

• Quanto à ação penal:

• Crimes – ação penal pública incondicionada, condicionada à representação ou privada (Art. 100, CP);

• Contravenções – sempre terão ações penais públicas incondicionadas (Art. 17. LCP);

• Punibilidade da tentativa:

• Crimes: tentativa punível (Art. 14, II, CP);

• Contravenções: não se pune a tentativa (Art. 4º, LCP).

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Infração Penal

• Quanto ao Elemento Subjetivo:

• Crimes – podem ser dolosos ou culposos (Art. 18, CP);

• Contravenções – basta a conduta (Art. 3º, LCP)

• Quanto ao tratamento do Erro:

• Crimes – aplicam-se os princípios do erro de tipo e do erro de proibição (Art. 20 e 21, CP);

• Contravenções – somente o erro de direito (Art. 8º, LCP);

• Quanto à extraterritorialidade:

• Crimes – lei penal brasileira se aplica tanto aos crimes praticados no Brasil (Art. 5º, CP) como àqueles praticados no exterior (Art. 7º, CP);

• Contravenções – somente às contravenções praticadas no Brasil (Art. 2º LCP).

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Infração Penal

• Quanto limite de cumprimento:

• Crimes – 30 anos (Art. 75, CP);

• Contravenções – (Art. 10, LCP);

• Quanto ao sursis:

• Crimes – dois a quatro anos, excepcionalmente, quatro a seis anos (Art. 77, CP);

• Contravenções – três anos (Art. 11, LCP).

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Elementos e circunstâncias do crime

• Conceito – elementos do crimes são os dados constitutivos específicos da figura típica, que se bipartem em elementares e circunstâncias.

• Elementares – dados essenciais da figura típica, sem os quais não há crime, ou, ainda, cuja ausência provoca o surgimento de outro delito. Encontram-se no tipo fundamental da norma penal incriminadora; Ex. Art. 121, CP.

• Circunstâncias – são dados acessórios da figura típica que, agregados ao tipo fundamental, influem na quantidade da pena, aumentando-a ou atenuando-a. Art. 121, §1º, CP.

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Elementos e circunstâncias do crime

• Elementos podem ser:

• Objetivos: dados de natureza concreta, perceptíveis sensorialmente. Ex. verbos do tipo; momento do crime; modo de execução; objeto material do delito;

• Subjetivos: dados de natureza psíquica, referindo-se à intenção do agente. Não são perceptíveis concretamente.

• Normativos: dados conceituais que não podem ser perceptíveis nem em concreto nem na psique do autor.

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Elementos e circunstâncias do crime

• As circunstâncias podem ser:

• Judiciais: encontram-se previstas no art. 59, CP;

• Legais: podem ser genéricas, quando previstas na Parte Geral do Código Penal ou Específicas quando estiverem previstas na Parte Especial do Código Penal.

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Elementos e circunstâncias do crime

• Comunicabilidade das elementares e circunstâncias no concurso de agentes:

• CP, Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime;

• Todas as elementares do crime, obejtivas, normativas ou subjetivas, comunicam-se;

• Circunstâncias objetivas se comunicam;

• Circunstâncias subjetivas não se comunicam.

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Sujeitos do Crime

• Sujeito Ativo:

• Pessoa que comete a infração:

• Humano;

• Maior de 18 anos.

• Capacidade especial do sujeito ativo (crimes próprios ou de mão própria):

• Crimes próprios – sujeito ativo com condição especifica para o cometimento do crime – Ex. Infanticídio.

• Crime de mão própria - somente podem ser cometidos pela pessoa que ostenta a condição exigida na lei – não admite coautoria –Falso testemunho.

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Sujeitos do Crime

• Sujeito passivo:

• Titular do bem jurídico tutelado pela norma penal:

• Formal – Estado;

• Material –Vítima;

• Humano;

• Pessoa Jurídica;

• Estado;

• Coletividade;

• Entes sem personalidade jurídica.

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Sujeitos do Crime

• Sujeito passivo:

• Obs:

• Civilmente incapaz;

• Recém-nascido;

• Feto;

• Cadáver;

• Animais;

• Entes sem personalidade jurídica.

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Objeto do Crime

• Objeto Material – a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta;

• Objeto Jurídico – bem jurídico tutelado pela norma penal incriminadora.

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Lei Penal e Norma Penal

• Lei Penal – enunciado legislativo;

• Norma Penal – comando normativo implícito na lei.

• Lei penal –Características:

• Imperatividade;

• Exclusividade;

• Generalidade;

• Impessoalidade;

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Lei Penal e Norma Penal

• Espécies de normas penal:

• Penal incriminadora:

• Preceito primário – antecedente normativo – descrição de conduta;

• Modal deôntico:

• Proibido;

• Obrigatório.

• Preceito secundário – consequente normativo – sanção.

• Penal não incriminadora:

• Explicativa – explica determinados conceitos trazidos na norma incriminadora;

• Permissivas – aumenta a licitude da conduta tida como típica.

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Lei Penal e Norma Penal

• Lei penal em branco:

• Conceito – lei cujo preceito primário é incompleto, embora o preceito secundário seja determinado; Deve ser completada por outra.

• Espécies:

• Homogênea – o complemento deverá ser previsto em fonte formal de mesma hierarquia, Ex. Art. 237, CP/Art. 1.521,CC;

• Heterogênea – o complemento deverá ser previsto em fonte formal de hierarquia diversa, Ex. Art. 33, Lei n. 11.343/Portaria da ANVISA;

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Lei Penal e Norma Penal• Lei Penal Incompleta:

• Conceito – Lei onde o preceito primário está completo, mas o secundário é indeterminado, devendo ser determinado por outra norma,

• Ex. Lei n. 2.889/1956 Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:

• a) matar membros do grupo;

• b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;

• c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;

• d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;

• e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;

• Será punido:

• Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;

• Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;

• Com as penas do art. 270, no caso da letra c;

• Com as penas do art. 125, no caso da letra d;

• Com as penas do art. 148, no caso da letra e;

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Resultado do Crime

• Teoria naturalística: resultado é a modificação no mundo exterior provocada pela ação ou omissão;

• Teoria jurídica: resultado é a lesão ou ameaçå de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal.

• Há crime sem resultado?