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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Secretaria de Estado da Saúde Superintendência de Vigilância Sanitária
Gerência de Desenvolvimento Técnico em Produtos Coordenadoria de Alimentos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Faculdade de Nutrição
Núcleo de Estudos e Pesquisa Aplicadas à Alimentação e Nutrição Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição – Região Centro-Oeste
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS ALIMENTOS OFERECIDOS NA MERENDA ESCOLAR.
GOIÁS, 2004
Goiânia - outubro de 2004
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS ALIMENTOS OFERECIDOS NA MERENDA ESCOLAR.
GOIÁS, 2004
Equipe Técnica
Nome
Formação Titulação Instituição
Alexandre Mendes Vieira Direito Promotor de Justiça e Coordenador do Centro de Apoio Operacional
da Infância e Juventude
MINISTÉRIO PÚBLICO-GO
Elza Maria Caixêta Nutricionista Especialista VISA – SES/GO1
Estelamaris T Monego Nutricionista
Professora Universitária Mestre FANUT/UFG2
Giselle da Silva Freitas Nutricionista Especialista VISA – SMS
Márcia Regina de Moura Dias* Medica Veterinária Especialista VISA – SES/GO
Márcia Helena S Corrêa Nutricionista Professora Universitária
Mestre FANU/UFG
Maria Cecília Martins Brito Farmacêutica / Bioquímica Especialista VISA – SES/GO
Maria Raquel H Campos Nutricionista Professora Universitária
Mestre FANU/UFG
Raquel de Andrade Cardoso Santiago
Nutricionista Professora Universitária
Doutora FANU/UFG
* Coordenadora
1 Avenida Anhanguera, n. 5195, setor Coimbra Tel (62) 201.4140 - Email : [email protected] 2 Rua 267, Qd 68 Setor Leste Universitário – Tel (62) 5211815 – Email: [email protected]
SUMÁRIO
I. Apresentação 04
II. Acerca do tema e do problema 05
III. Objetivos e meta 09
IV. Metodologia 10
V. Resultados esperados 18
VI. Aspectos éticos 19
VII. Cronograma 20
VIII. Recursos financeiros 21
IX. Referências Bibliográficas 23
I. Apresentação
A construção deste projeto é fruto de entendimentos ocorridos entre a
Coordenadoria de Alimentos da Superintendência de Vigilância Sanitária e
Ambiental, da Secretaria de Estado da Saúde; da Faculdade de Nutrição da
Universidade Federal de Goiás, em parceria com Ministério Público e Laboratório
de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros, cujo objetivo é avaliar e monitorar a
qualidade nutricional e higiênico-sanitária da Merenda Escolar distribuída em
nosso estado.
A alimentação escolar constitui-se como um dos direitos fundamentais do
cidadão, sendo previsto na Constituição Federal. No intuito de garantir este direito,
o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi criado como instrumento
oficial do Governo Federal para a melhoria das condições nutricionais, da
capacidade de aprendizagem dos escolares.
Com a descentralização do PNAE transferindo aos municípios a
deliberação, o planejamento, a execução e a capacidade de decisão deste
programa. Desta forma, cabe aos municípios planejar os cardápios, adquirir os
gêneros e controlar a qualidade das refeições oferecidas aos alunos na merenda
escolar.
A Medida provisória nº 1.784 de 14/12/1998 enfatiza o respeito os hábitos
alimentares de cada localidade, sua vocação agrícola e a preferência pelos
produtos in natura. Se por um lado há a valorização da participação da sociedade
local organizada, estimulando a regionalização dos cardápios; por outro lado a
busca pela qualidade da alimentação deve atender às recomendações de
segurança alimentar, garantindo o bom estado nutricional e a saúde da criança.
II. Acerca do tema e do problema
“Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de
assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive
alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu
controle.” (Artigo XXV da Declaração Universal dos Direitos
Humanos)
A alimentação e a nutrição constituem requisitos básicos para a promoção e
a proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento
e desenvolvimento humano, com qualidade de vida e cidadania. No plano
individual e em escala coletiva, esses atributos estão consignados na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, promulgada há 50 anos, os quais foram
posteriormente reafirmados no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais (1966) e incorporados à legislação nacional em 1992. Nesse
período, a estes se somaram vários outros documentos internacionais tratando
dos direitos ambientais, da criança, da mulher, entre outros.
Direitos Humanos são aqueles que os seres humanos possuem, única e
exclusivamente, por terem nascido e serem parte da espécie humana. Estes
direitos são inalienáveis e independem de legislação nacional, estadual ou
municipal específica. Eles foram firmados na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, assinada em 1948, pelos povos do mundo, por intermédio de seus
chefes de estado e governos. Desde então a comunidade internacional vem
detalhando os conceitos e definindo seus mecanismos de operacionalização.
Data de 1999 a homologação, pelo Conselho Nacional de Saúde, a Política
Nacional de Alimentação e Nutrição que integra a Política Nacional de Saúde,
tendo como propósitos “a garantia da qualidade dos alimentos colocados para
consumo no País, a promoção de práticas alimentares saudáveis e a prevenção e
o controle dos distúrbios nutricionais, bem como o estímulo às ações intersetoriais
que propiciem o acesso universal aos alimentos”.
A elaboração da PNAN atende à Lei 8080/90 que dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e, dá outras providências. A Lei
Orgânica da Saúde estabelece em seu Art. 16, inciso I que à direção nacional do
Sistema Único da Saúde (SUS) compete formular, avaliar e apoiar políticas de
alimentação e nutrição.
A mesma Lei estabelece, ainda, as competências dos gestores estaduais e
municipais do SUS, ao que se refere à alimentação e Nutrição. Assim em seu Art.
1, inciso IV, alínea c, é dito que à direção estadual do Sistema Único de Saúde
(SUS) compete coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços
de alimentação e nutrição; e, segundo o Art. 18, inciso IV, alínea c, a direção
municipal do Sistema de Saúde (SUS) tem a competência de executar serviços de
alimentação e nutrição;
Ainda como resultado da Lei 8080/90, atendendo ao preceito constitucional
de participação e controles sociais no âmbito da saúde, o Art. 13, inciso IV
estabelece que a articulação das políticas e programas, a cargo das comissões
intersetoriais, abrangerá, entre outras, atividades de alimentação e nutrição. Tais
comissões teriam por finalidade a articulação “de políticas e programas de
interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)”. (Art. 12, parágrafo único).
Esses avanços estabelecidos em forma de Lei são consolidados e
incorporados pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), cujos
objetivos, metas e estratégias de ação resultaram de ampla discussão e
participação de variados segmentos sociais (entidades governamentais,
organizações não-governamentais, sociedade civil, acadêmica e setor produtivo),
Assim, o Brasil passa a reconhecer explicitamente que a alimentação é um direito
humano e que, a concretização deste direito é de responsabilidade do Estado, da
sociedade e dos indivíduos.
Outro pilar fundamental da PNAN é a sua inserção no contexto da
Segurança Alimentar e Nutricional, entendida esta como um direito dos cidadãos e
um dever do Estado uma vez que, se consolidada, é um instrumento fundamental
para planejar, executar, avaliar e monitorar ações, serviços, resultados e
processos, permitindo a adequada e necessária articulação intersetorial na área
de alimentação e nutrição.
Neste contexto se insere a escola, que desempenha papel fundamental na
formação dos hábitos de vida e da personalidade da criança, ocupando cerca de
1/3 de vida ativa do escolar nos dias de semana, em pelo menos 200 dias ao ano.
A escola é um componente básico do processo educativo que forma uma
rede de interdependência com o ambiente social e emocional em que se insere a
criança. É assim que, a escola passa a fazer parte de uma visão integral de ser
humano, contextualizando as crianças em seu entorno familiar, comunitário e
social.
A cooperação entre a educação e a saúde é amplamente reconhecida, e,
neste novo modelo conceitual de escola é possível esperar que crianças e
adolescentes tenham a possibilidade de criar uma consciência positiva com
relação à saúde física e mental, além de valores sobre a convivência harmônica e
o respeito ao cidadão. Saliente-se a individualidade da escola, que possui uma
combinação particular de elementos físicos, culturais, emocionais e sociais que
vão determinar um processo de ensino e aprendizagem único.
Apesar da merenda ou lanche escolar representar apenas 15 % da ingestão
diária de alimentos, muitas controvérsias têm sido observadas em relação à sua
composição, qualidade e quantidade (Amodio, 2002).
Muitas famílias não conseguem oferecer hábitos adequados de alimentação
às crianças e, neste contexto, as escolas devem oferecer alimentação equilibrada
e orientar os alunos para a prática de bons hábitos de vida, pois o aluno bem
alimentado apresenta maior aproveitamento escolar; tem equilíbrio necessário
para seu crescimento e desenvolvimento e mantém as defesas imunológicas
adequadas. Sendo assim, o lanche escolar é uma das poucas oportunidades em
que Estado tem a oportunidade de intervir com ações de segurança alimentar e
nutricional, com vistas a beneficiar a criança.
Entende-se por Segurança Alimentar e Nutricional (SA&N) o acesso em
quantidade e qualidade aos alimentos requeridos e às condições de vida e de
saúde necessárias a seu aproveitamento e para a garantia de uma existência
digna, de forma contínua e permanente.
Nesta perspectiva, A SA&N deve ser objetivo nacional básico e estratégico,
articulando todas as políticas e ações nas áreas econômica e social, sendo
perseguida e almejada por todos os segmentos sociais, em parceria com o
governo ou em iniciativas cidadãs.
A SA&N implica em uma disponibilidade de alimentos que seja
simultaneamente:
• Suficiente para atender não apenas a demanda alimentar efetiva, como
também a demanda potencial (da incorporação de setores sociais
atualmente excluídos);
• Estável, no sentido de neutralizar as flutuações cíclicas da oferta;
• Autônoma, assegurando a auto-suficiência nacional de alimentos
básicos;
• Sustentável, ao garantir o uso em longo prazo dos recursos naturais;
• Eqüitativa, por contemplar o acesso universal ao mínimo nutricional, do
ponto de vista quali-quantitativo.
III. Objetivos e Metas
Objetivo Geral
Avaliar e monitorar a qualidade nutricional e higiênico-sanitária dos alimentos
oferecidos aos escolares que freqüentam escolas públicas e particulares do
estado de Goiás.
Objetivos Específicos
• Avaliar e monitorar a qualidade nutricional dos alimentos oferecidos aos
escolares que recebem merenda no estado de Goiás;
• Avaliar e monitorar a qualidade sensorial dos alimentos que compõe a
merenda escolar oferecida aos escolares no estado de Goiás;
• Propor medidas de intervenção para melhorar a qualidade nutricional e
sensorial da merenda escolar;
• Avaliar e monitorar as instalações físico-funcionais dos locais destinados ao
preparo e distribuição da merenda escolar (cantinas ou cozinhas escolares);
• Avaliar e monitorar a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos oferecidos
aos escolares que recebem merenda no estado de Goiás através de análises
microbiológicas de amostras dos produtos;
• Avaliar as condições gerais de processamento e as condições higiênico-
sanitárias dos alimentos da merenda escolar através da verificação da
presença de microrganismos indicadores;
• Verificar a presença de microrganismos patogênicos em amostras de alimentos
da merenda escolar;
• Analisar os resultados com base nos critérios e padrões microbiológicos para
alimentos exigidos pela legislação vigente da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária do Ministério da Saúde;
• Propor orientações técnicas de boas práticas de armazenamento, preparação
e distribuição de alimentos destinadas aos manipuladores envolvidos na
confecção da merenda escolar no estado de Goiás;
Meta
Controlar a qualidade da alimentação fornecida aos alunos na merenda escolar
em 50 % dos municípios em 2005 e 100% dos municípios do estado de Goiás, no
ano de 2006.
IV. Metodologia
População-beneficiária: crianças, funcionários e professores vinculados a
escolas publicas e particulares do estado de Goiás.
Amostragem : São 4.769 escolas em todo o Estado de Goiás, sendo 3.527
escolas públicas (entre municipais, estaduais e federais) e 1.146 escolas
particulares, resultando um total de 1.665.620 alunos. Dentre as escolas públicas
serão sorteadas aleatoriamente, 704 escolas, para participação no presente
trabalho. Para a definição da amostra será adotada a divisão do Estado em
Macro-Regionais, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Em cada uma das
quinze Micro-Regionais serão sorteados 20% das escolas. Desta forma a amostra
será representativa do universo total, com intervalo de confiança de 95% e erro
aceitável de 10% (Epi-Info, versão 2003).
Para a realização das análises de composição centesimal e fibra total bem como
para as análises microbiológicas, será sorteada uma sub-amostra de 30% do total
de escolas participantes da amostra.
As amostras coletadas serão submetidas à análise de orientação, obedecendo
procedimentos legais estabelecidos no Decreto Lei no. 986/69 e Lei Federal no.
6.437/77.
Local do estudo: escolas públicas, municipais, estaduais e federais, sorteadas
segundo critérios estabelecidos no item amostragem.
Desenho do estudo:
CONTROLE HIGIÊNICO
SANITÁRIO AVALIAÇÃO
COLETA DAS AMOSTRAS + CHECK LIST
AMOSTRA ESCOLAS
SEMINÁRIO
NUTRICIONAL CHECK LIST+ VERIFICAÇÃO DO CARDÁPIO + FICHA TÉCNICA
1
SEMINÁRIO 2
INTERVENÇÃO
MONITORAMENTO
INCLUSÃO DA REDE PARTICULAR
A avaliação do controle da qualidade e monitoramento dos alimentos fornecidos pela merenda escolar obedecerá ao que se segue:
FASE 1: DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO
1. Seleção das Escolas participantes
Dentre as escolas públicas serão sorteadas aleatoriamente, 704 escolas. Para a
definição da amostra, conforme apresentado anteriormente, será adotada a
divisão do Estado em Macro-Regionais. Em cada uma das quinze Micro-Regionais
serão sorteados 20% das escolas. Desta forma a amostra será representativa do
universo total, com intervalo de confiança de 95% e erro aceitável de 10%.
Para a realização das análises de composição centesimal e fibra total bem como
para as análises microbiológicas, será sorteada uma sub-amostra de 30% do total
de escolas participantes da amostra.
Relação das Macro – Regionais / Sedes / Amostragem
Macro Regional Cidade Sede
Total de Escolas
Amostra 20%
Sub-Amostra 30%
Iporá 125 25 08 Jataí 129 26 08
Rio Verde 212 42 13
OESTE S. L. Montes Belos 90 18 05
Anápolis 246 49 15 CENTRO Goiânia 842 168 50
Catalão 142 28 08 SUL Itumbiara 209 42 13
Ceres 276 55 17 Goiás 239 48 14
Porangatu 135 27 08
NORTE Uruaçu 111 22 07
Campos Belos 171 34 10 Formosa 330 66 20
NORDESTE
Luiziânia 270 54 16
TOTAL 3.527 704 212
2. Seminário Estadual 1
Reunião de todos os envolvidos na pesquisa em nível local (VISA
municipal), em seminário de sensibilização e capacitação que ocorrerá em
Goiânia. O instrumento de trabalho desta fase é o Manual de Capacitação, cuja
elaboração estará a cargo dos professores da UFG.
Data: 08 de novembro de 2004 Local: Auditório do Ministério Público - GO Objetivo: sensibilização e capacitação de técnicos Público-alvo: fiscais das regionais de saúde, equipes do projeto, ministério público
3. Colheita de amostras, análises, check list e avaliação do cardápio
Esta etapa é local, e estará a cargo do técnico da VISA municipal que
participou da capacitação em Goiânia.
a) Análise microbiológica dos alimentos prontos para o consumo: serão
obtidas as amostras junto às cantinas das escolas em estudo e encaminhadas
,para análises microbiológicas, ao Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni
Cysneiros, de acordo com a metodologia estabelecida pelo Compendium of
Methods for the Microbiological Examination for Foods – APHA (2001) e,
obedecendo as exigências da Resolução – RDC n° 12 de 02 de janeiro de 2001,
que estabelece os critérios e padrões microbiológicos para alimentos.
b) Análise microbiológica da água: será realizada segundo portaria 518, de
março de 2004, publicado no DOU, de 26/03/2004, que estabelece o padrão de
potabilidade de água para consumo humano. A metodologia está referendada no
Standard Methods 20th edition 1998, seção 9221-D. Presença-Ausência (P-A)
para teste de coliformes (Coliform Test).
c) Análise da composição centesimal e fibras totais: a determinação química
das amostras dos alimentos prontos para o consumo, será realizada em triplicata.
As análises de composição centesimal seguirão os métodos descritos pelo
Instituto Adolfo Lutz (1985) e Association of Official Analytical Chemists-AOAC
(1990). A umidade será determinada por dissecação em estufa a 105º C, cinzas
por incineração em mufla a 550º C, proteínas por Kjeldhal, lipídeos por Soxhlet e
carboidratos por diferença. As análises serão realizadas no Laboratório de
Análises Químicas e Bromatológicas da Faculdade de Farmácia da Universidade
Federal de Goiás.
d) Análise sensorial: será realizado um teste de aceitabilidade utilizando escala
hedônica facial de 5 pontos ou escala numérica de cinco pontos, de acordo com a
faixa etária. A escala facial é modificada da descritiva, sendo as expressões
“gostei muitíssimo” a “desgostei muitíssimo” substituídas por caretas que
expressam a aceitabilidade. Esta escala é usada principalmente para crianças que
não sabem ler e a elas é solicitado que registrem a careta que melhor descreve o
quanto gostou ou desgostou da amostra. Para avaliação dos resultados, cada
careta recebe um valor e os dados são avaliados estatisticamente (MORAES,
1985). O painel selecionado para avaliação constará de crianças e adolescentes
de ambos sexos, selecionados das escolas sorteadas. Ressalta-se que esta
avaliação será realizada apenas no momento de intervenção, quando serão
avaliadas as preparações propostas para o cardápio já oferecido. Os provadores
receberão esclarecimentos sobre o preenchimento da ficha de avaliação após a
merenda. (MORAES, 1985). Para verificar diferenças entre as médias será
realizado análise de variância e teste de Tukey (p<0,05).
e) Preenchimento do Check list que levantará os dados para a avaliação de
cardápios e das condições gerais das instalações físico-funcionais das cantinas
escolares em estudo, conforme a Resolução 216 de 15 de setembro de 2004 que
dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de
Alimentação.
f) Verificação do cardápio e das fichas técnicas: será avaliado através do
cálculo de Valor Energético Total, baseado em tabelas de composição de
alimentos. Serão avaliadas ainda as características sensoriais, preparo do
cardápio e técnica de cocção utilizada.
4. Avaliação dos dados levantados A avaliação das condições higiênico-sanitárias dos alimentos e da água
utilizada no seu preparo será realizada após a emissão dos laudos analíticos a
serem emitidos pelo Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros da
Secretaria de Estado da Saúde.
A avaliação da qualidade nutricional será realizada a partir dos dados
obtidos na composição química da refeição, composição do cardápio e formas
usuais de preparação. Estes serão comparados com a recomendação para
população em estudo afim de verificar a sua adequação.
A avaliação das instalações físico-funcionais das cantinas será realizada
após a compilação das informações levantadas no Check list e confrontadas com
a legislação vigente.
A avaliação sensorial será realizada apenas no momento de intervenção,
quando serão avaliadas as sugestões de preparações para o cardápio já
oferecido. Para verificar diferenças entre as médias será realizada análise de
variância e teste de Tukey (p<0,05).
Tais etapas serão de responsabilidade da Coordenadoria de Alimentos da
Superintendência de Vigilância Sanitária e Ambiental / SES-GO e da Faculdade de
Nutrição /UFG.
5. Análise dos resultados
Responsabilidade da ViSA-GO e FANUT-UFG com vistas a organização da
devolução dos resultados e das atividades de intervenção.
6. Seminário Estadual 2: reunião dos gestores da saúde e educação dos
municípios envolvidos, para devolução dos resultados e discussão de propostas
de intervenção e monitoramento. Esta atividade estará a cargo dos parceiros do
projeto. O instrumento de trabalho será o Manual da Merenda Saudável, criado
pelos professores da UFG.
7. Seminários Regionais: reunião com técnicos das regionais de saúde;
das VISAs municipais e das escolas dos todos os municípios da área de
abrangência, para discutir os resultados e colher sugestões de intervenção e
monitoramento. Esta atividade estará a cargo dos parceiros do projeto. O
instrumento de trabalho será o Manual da Merenda Saudável, criado pelos
professores da UFG.
8. Elaboração de relatório parcial de atividades, para apresentação ao Ministério Público. Esta atividade estará a cargo dos parceiros do projeto.
FASE 2: INTERVENÇÃO
A partir das sugestões colhidas nas etapas 6, 7 e 8, além da contribuição da
equipe de parceiros, serão estabelecidas ações de intervenção junto às escolas,
tendo como enfoques:
1. capacitação técnica continuada de merendeiras;
2. medidas intervencionistas de acordo com o resultado em cada
escola;
3. produção de material instrucional para a comunidade escolar;
4. seminário estadual [ou regionais] para merendeiras.
FASE 3: MONITORAMENTO
O monitoramento é processo contínuo e longitudinal, que transcorre a partir
da obtenção dos primeiros resultados. É concomitante à intervenção e estará a
cargo dos parceiros do projeto.
V. RESULTADOS ESPERADOS
• Promoção de ação de impacto sobre a SA&N
• Consolidação de parceria entre VISA, FANUT-UFG, Ministério Público e
Secretaria de Educação (estadual e municipais)
• Atividade de impacto e resultados que contribuam para a melhoria da
qualidade da merenda escolar
• Promoção de hábitos alimentares saudáveis, a partir da implementação
de atividades em Educação Nutricional
• Implementação da capacitação do pessoal de serviço com a produção
de uma monografia de especialização; uma dissertação de mestrado e
uma tese de doutorado
• Publicação de pelo menos três trabalhos em reuniões científicas e três
publicações em revista indexada
VI. ASPECTOS ÉTICOS
Este projeto, depois de aprovado e acordado pelos parceiros, será
devidamente cadastrado na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e
Comitê de Ética e Pesquisa/UFG.
VII. CRONOGRAMA DE AÇÕES
2004 2005 ATIVIDADES
Ago/set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul a Dez Elaboração projeto Seminário 1 Colheita e análise de amostras
Análise físico-funcio-nal
Análise nutricional Análise sensorial Seminário 2 Seminários Regional Intervenção Monitoramento Divulgação Avaliação Replanejamento para 2006
IX. RECURSOS FINANCEIROS
9.1 Capital Especificação Quantidade Valor unitário Valor final
SUB-TOTAL 1 9.2 Consumo
Item Especificação Valor final Material de escritório Papel, pasta, caneta, lápis, borracha,
prancheta, transparência, clip, grampo, etiqueta, e outros
3.000,00
Material de expediente Sacos plásticos esterilizados, sacos plásticos, material descartável, gelo reciclável, caixa térmica e outros
3.000,00
Material de informática Disquete, CD, cartucho para impressora, papéis especiais
3.000,00
SUB-TOTAL 2 9.000,00 9.3 Serviço de Terceiros - Pessoa Física
Especificação Quantidade Valor unitário Valor final Hora/aula professor 1000 90,00 90.000,00 Bolsista 500 20,00 10.000,00
SUB-TOTAL 3 100.000,00 9.4 Serviço de Terceiros – Pessoa Jurídica
Descrição do serviço Quantidade Valor unitário
Valor final
Serviços gráficos (cartilha) 10.000 - 15.000,00 Reprografia 5.000,00 0,10 500,00 Transporte (combustível/motorista) - - 6.000,00 Análises físico-químicas 212 90,00 19.080,00 Análises microbiológicas 212 50,00 10.600,00
SUB-TOTAL 4 51.180 9.5 Diárias
Especificação Quantidade Valor unitário
Valor final
Diárias 130 60,00 7.800,00 SUB-TOTAL 5 7.800,00
PLANILHA FINANCEIRA GLOBAL
CAPITAL CONSUMO 9.000,00
SERVIÇO TERCEIROS – PF 100.000,00 SERVIÇO TERCEIROS - PJ 51.180,00
DIÁRIAS 7.800,00 TOTAL GLOBAL 167.980,00
ORIGEM DOS RECURSOS FINANCEIROS
Item de dispêndio SES-GO UFG MIN PÚBLICO
VISAs MUNICIPAIS
Produção intelectual do projeto Seminário 1 Colheitas de amostras Check list Análises Microbilógicas Análise nutricional Análise sensorial Análise dos resultados Seminário 2 Seminários regionais Elaboração de relatório Intervenção Monitoramento Produção científica Divulgação dos resultados
X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL.. Ministério da Saúde. Resolução – RDC ANVIS/MS n. 216, de 15 de
jsetembro de 2004.
_______ . Ministério da Saúde. Resolução-RDC ANVS/MS n. 12, de 02 de janeiro
de 2001. Diário Oficial da União. Brasília, 10 de janeiro de 2001.
Compendium of Methods for the Microbiological Examination for Foods. 4.ed. Washington: APHA, 2001.