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Internacionalização CADERNOS TÉCNICOS AIMinho Associação Industrial do Minho

CADERNOS TÉCNICOS - aiminho.pt · 1. Introdução à Internacionalização Cada vez mais as pressões competitivas sobre as empresas portuguesas vêm não de outras empresas da mesma

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1. Introdução à internacionalização1.1 O que é internacionalizar...........................................................................................31.2 Estratégias de internacionalização............................................................................41.3 Investimento estratégico financeiro ..........................................................................51.4 Mercados alvo............................................................................................................7

2. Efeitos de uma estrtégia de internacionalização2.1 Alterações na organização.........................................................................................82.2 Efeitos na cultura de empresa ..................................................................................92.3 Certificação e reconhecimentos ................................................................................9

3. Estratégias de marketing global3.1 O mercado e as empresas .........................................................................................113.2 Orientações estratégicas ...........................................................................................123.3 A selecção do destino ................................................................................................143.4 Modos de entrada .....................................................................................................143.5 Avaliação do grau de internacionalização.................................................................15

4. Estratégias do marketing global4.1 Selecção de mercados ...............................................................................................164.2 Pesquisa de mercados ..............................................................................................17

5. Estratégias de expansão5.1 Princípios da expansão ..............................................................................................185.2 Fases de exportação...................................................................................................195.3 Preparação da expansão ............................................................................................19

6. Instrumentos de cooperação6.1 Enquadramento .........................................................................................................216.2 Instrumentos comunitários ......................................................................................216.3 Programas nacionais.................................................................................................24

7. Marketing internacional7.1 Perspectivas de marketing internacional ..................................................................257.2 Escolha dos mercados alvo.......................................................................................297.3 Formas de acesso aos mercados internacionais e políticas de marketing .............307.4 Segmentação em marketing internacional...............................................................317.5 Políticas de marketing no contexto internacional ....................................................32

8. Novas ferramentas de internacionalização8.1 O que são eMarketplaces ..........................................................................................358.2 O papel dos eMarketplaces.......................................................................................368.3 Cooperação científica ................................................................................................368.4 Como preparar e gerir uma reunião .........................................................................36

9. Apoios à internacionalização9.1 Programas nacionais .................................................................................................379.2 Programas comunitários ..........................................................................................389.3 Outros programas .....................................................................................................40

ÍNDICE

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1. Introdução à Internacionalização

Cada vez mais as pressões competitivas sobre as empresas portuguesas vêm não de outras empresas da mesma região, mas

da concorrência estrangeira, competindo de acordo com outras regras e, muitas vezes, perseguindo objectivos diferentes. Neste

ambiente competitivo, em que a produção industrial vem crescentemente tornando-se uma actividade internacional, as empresas

necessitam desenvolver novas competências estratégicas.

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1.1 O que é internacionalizar

A internacionalização significa a actuação em diferentes

nações conduzindo movimentos de factores de produção como

transferências de capital, desenvolvendo projectos em cooperação

com parceiros estrangeiros ou simplesmente comercializando

os seus produtos e/ou prestando serviços noutros países.

A internacionalização, no sentido macro-económico, tem a

ver com o conjunto dos fluxos de trocas de matérias-primas,

produtos acabados e semi-acabados e serviços, ideias e pessoas,

efectuadas entre dois Estados-Nação.

As modalidades de internacionalização podem agrupar-se

em três categorias distintas:

. Transacções: comercialização de produtos, serviços, pa-

tentes e marcas;

. Investimento directo: instalação de operações nos mercados

externos, inclusive através de joint-ventures e subsidiárias;

. Projectos: projectos específicos e limitados no tempo,

nomeadamente projectos chave-na-mão e projectos BOT

(Build-Operate-Transfer).

RAZÕES PARA INTERNACIONALIZAR

Os custos de transporte são elevados? Existem barreiras

significativas à importação? Os custos de produção do país de

destino são significativamente menores que no país de origem?

Então pode muito bem acontecer ser vantajoso empreender

uma estratégia de investimento nesse país em vez de procurar

previamente exportar.

Por exemplo, é sabido que se tornou uma certa moda para

as empresas portuguesas instalarem-se no mercado brasileiro

e mais recentemente em Espanha que se torna no principal país

de destino de exportação (dados de Janeiro a Março 2003). No

Brasil são 170 milhões de pessoas, com uma predisposição

social muito consumista, com um rendimento per capita cerca

de metade de Portugal.

Podem-se mencionar dois argumentos fortes para preferir

a produção in loco à exportação:

1. Barreiras alfandegárias elevadas e outras formas de pro-

teccionismo;

2. Custo do factor trabalho significativamente menor.

São consideradas duas importantes mudanças recentes

com repercussão na internacionalização:

1. O protagonismo adquirido pelas PME’s que, através de

metodologias diversas, estendem a sua actividade através

das fronteiras, mostrando que o comercio externo não é um

exclusivo das grandes multinacionais;

2. A proliferação de novas fórmulas institucionais de acesso

aos mercados internacionais, que deixa para trás o predomínio

da relação empresa-mãe/filial, característico da década de 60,

para se estender por fórmulas mistas e contratuais que permitem

um melhor aproveitamento das vantagens competitivas.

O processo de internacionalização deixou de se apresentar

como uma aventura solitária para a empresa. Internacionalizar-se

é, cada vez mais, integrar-se numa rede de acordos inter-empresariais

erigidos por cima das fronteiras políticas. Por esta razão, a selecção

de parceiros e de modelos contratuais passaram a ser um aspecto

chave na estratégia internacional da empresa.

Num contexto de crescente abertura das economias nacio-

nais, a internacionalização de uma indústria ou de uma empresa

moderna deixou de ser uma questão de opção para se tornar

numa questão de sobrevivência.

Pode dizer-se, pois, que a internacionalização das economias

e das empresas em particular apresenta-se como um assunto cada

vez mais actual e continuamente renovado, suscitado por profundas

alterações no posicionamento dos países e das condições em que

as empresas, grandes e pequenas, têm de exercer a sua actividade.

ETAPAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO

O processo de internacionalização parece seguir uma se-

quência de estágios, sendo que a passagem de um estágio a

outro vem acompanhada de uma aprendizagem progressiva

dos mercados e das actividades no estrangeiro. As etapas que

mais são mencionadas em diversos estudos são as seguintes:

a) Exportação ocasional;

b) Exportação por intermédio de um agente;

c) Exportação por intermédio de uma filial comercial;

d) Implantação produtiva que se substitui, total ou parcial-

mente ao fluxo de exportação.

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4 1.2 Estratégias de internacionalização

IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES

É importante montar um sistema de vigilância a nível

internacional, de forma a poder eliminar à partida os espaços

geográficos internacionais que não tenham potencial de expansão

ou nos quais a concorrência já domine o mercado. É uma fase

complexa, em que deve fazer uma análise do ambiente con-

correncial internacional, que pode ser apresentada da seguinte

forma:

análise daatractividade

identificaçãode

oportunidades

agressividadeconcorrencial

factores chavede sucesso

1. Análise da atractividade da indústria – a definição da

dinâmica internacional do sector, das pressões externas

(regulamentares, sócio-económicas, tecnológicas, grau de

proteccionismo, etc.) e da segmentação da indústria internacional

(identificação e selecção dos critérios de segmentação).

2. Agressividade concorrencial – visa fazer uma análise das

características do sistema concorrencial internacional e as

reestruturações observadas ou previstas, bem como proceder

à identificação das forças da concorrência internacional (ameaça

de novos concorrentes ou de produtos substitutos e o poder

negocial dos fornecedores e dos clientes).

3. Definição dos factores críticos de sucesso da indústria –

deverá analisar estes factores, quer do ponto de vista da oferta

quer da procura nos mercados internacionais. De seguida,

deverá criar cenários de evolução possíveis e quais as estratégias

vencedoras em cada um dos cenários.

IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS FORTES E FRACOS

Visa avaliar os recursos e as lacunas da empresa tendo em

vista a sua internacionalização. Podem-se definir três níveis de

diagnóstico:

1. Internacionalização inicial – avalia o potencial da empresa

para desenvolver relacionamentos negociais duradouros

com empresas e clientes estrangeiros e a capacidade de

adaptação da sua oferta e processos de compra e venda aos

mercados internacionais.

2. Implementação – o desafio deste tipo de diagnóstico é

de avaliar as condições para se poder criar e implementar

uma estratégia de desenvolvimento internacional, associada

à capacidade para gerir e controlar o negócio à distância.

3. Internacionalização – análise da capacidade de concorrer

globalmente.

CLASSIFICAÇÃO DAS MODALIDADES

DE INTERNACIONALIZAÇÃO

As formas de internacionalização vão diferir em função da

necessidade ou não de investimentos directos no exterior ou

de corresponder ou não a uma deslocalização das operações

produtivas para outros países. Com base nestas duas variáveis,

apresenta-se a seguinte classificação das modalidades de

internacionalização:

internacionalizaçãoinicial

identificaçãode pontosfortes e fracos

implementação

internacionalização

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. Operações comerciais sem investimento directo no exterior:

exportação indirecta de produtos; exportação directa de

produtos, exportação de serviços; exportação de know-how,

contratos de gestão, venda de tecnologia;

. Operações produtivas sem investimento directo no estran-

geiro: licença, franquia, contrato de fabricação;

. Operações comerciais com investimento directo no exterior:

filiais de promoção de vendas, unidade de stockagem,

unidades de serviço, filiais de venda;

. Operações produtivas com investimento directo no exterior:

unidade de montagem e unidade de fabricação (em

propriedade total, conjunta, participações minoritárias,

subcontratação internacional).

INCENTIVOS À INTERNACIONALIZAÇÃO

A empresa quando internacionaliza as suas actividades, é

como resposta a um incentivo recebido. Pode-se identificar os

seguintes tipos de incentivos:

1. Perspectivas de crescimento do mercado interno são

inferiores ao potencial de crescimento da empresa;

2. Reduzir a dependência do mercado doméstico, especial-

mente se ele estiver em declínio;

3. Aproveitar as economias de escala;

4. Disponibilidade de produtos, cuja atractividade para o

mercado doméstico tende a se esgotar em breve;

5. Explorar competência única da empresa;

6. Enfrentar competidores domésticos que actuam em

mercados externos.

1.3 Investimento Directo Estrangeiro

O investimento directo estrangeiro (IDE) consiste na posse

e no controlo de activos no exterior. Distingue-se do investimento

de carteira (portfolio investment) cujo objectivo se resume a obter

um ganho dessas participações, frequentemente obrigações

públicas ou privadas.

O IDE, por sua vez, pode ser através de investimentos de

índole comercial ou de índole industrial, podendo estes assumir

três formas distintas:

1. Joint-venture de distribuição e marketing – empresa de

capitais mistos criada no exterior destinada a desempenhar,

apenas, funções de carácter comercial;

2. Joint-venture integrada – de capitais mistos como a

anterior, mas para desempenhar a totalidade das operações;

3. Subsidiária – empresa de capitais próprios que pode ser

apenas de distribuição e marketing ou integrada, ou seja,

para desenvolver todas as operações.

As razões para efectuar o IDE podem, entre outras, ser o

aumento dos lucros e das vendas, quando o mercado interno

se revela exíguo para as possibilidades da empresa em gerar

lucros; a rápida entrada em mercados com forte crescimento;

e a redução de custos, nomeadamente com salários mais baixos,

melhores fornecimentos de matérias-primas, redução de custos

de transporte e ganhos de produtividade.

Podem ser identificados quatro tipos diferentes de IDE:

. IDE baseado na busca de recursos (factores de produção)

– que pode constituir-se em filiais extractoras e proces-

sadoras.

. IDE baseado na redução de custos (efficiency seekers) - pode

concretizar na forma de fábricas offshore, constituídas para

aproveitar locais baratos, nomeadamente mão de obra. Caso

das designadas fábricas de montagem.

. IDE motivado pelo mercado (market seekers) - pode desdo-

brar em meros importadores/distribuidores, fábricas abas-

tecedoras locais, fábricas especializadas em termos horizon-

tais, i.e. que produzem uma ou duas linhas de produtos

para venda nacional e internacional, complementadas por

outras linhas produzidas por outras filiais geralmente insta-

ladas em outros países.

. IDE em busca de activos/capacidades estratégicas (strategic

asset or capability seekers)

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vantagens

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS DIFERENTES MODOS DE ENTRADA

exportaçãodirecta

Barato, já que prescinde de grandes investi-

mentos e permite alcançar eventuais econo-

mias de escala a nível do estabelecimento e

contacto c/ clientes.

exportaçãoindirecta(através de agentese distribuidoresresidentes no paísdo exportador)

licenciamento

desvantagens

Falta de controlo sobre os canais de dis-

tribuição locais. Exposição aos riscos cambiais

e a eventuais medidas proteccionistas.

Ainda mais barato que a modalidade anterior

(p.ex. não precisa de tomar a seu cargo as

formalidades do processo de exportação).

Cobertura extensa do mercado.

Baixo risco.

Além das desvantagens acima mencionadas:

Falta de controlo sobre operações.

Agentes podem sofrer de falta de lealdade

quando comercializam produtos em regime

de não-exclusividade (produtos da concorrên-

cia e/ou mais lucrativos).

Investimento/custo limitado.

Permite acesso rápido a mercados protegidos

contra importações, através de tarifas, ou de

canais de distribuição cativos e onde os aflu-

xos de IDE são dificultados.

Limitações técnicas e de marketing por parte

do licenciado. Subaproveitamento dos lucros

potenciais, até porque têm de ser partilhados.

Perca de controlo sobre a tecnologia e o

mercado para potenciais concorrentes. Custos

de contrato e acompanhamento. Risco de

dissipação doutras vantagens proprietárias,

tais como a imagem da empresa.

equityjointventure

ide de raiz

Riscos e investimento partilhados. Menor con-

corrência, sinergias e aprendizagem entre par-

ceiros. Superação de ineficiências nos mercados

de inputs intermédios. Economias de escala.

Facilidade de adaptação às características am-

bientais nos países dos parceiros.

Diluição/diminuição do controlo. Partilha de

lucros ou prejuízos. Dificuldades de comuni-

cação, coordenação e organização. Divergências

quanto aos objectivos e empenhamento de

recursos dos parceiros. Reversibilidade dos

acordos e comportamento de oportunidade.

Efeito de presença directa no mercado alvo.

Escala da operação pode ser adaptada aos

recursos disponíveis, à cultura da empresa-

-mãe e ao mercado alvo. Controlo facilitado.

Acesso a subsídios e incentivos fiscais.

Compromisso com relativa/ elevados investi-

mentos à cabeça. Risco elevado de não acei-

tação por parte dos clientes potenciais e

outros riscos. Penetração lenta no mercado.

fusões eaquisições

Potencial/ mais barato e menos arriscado no

longo prazo que o IDE de raiz. Entrada mais

rápida e fácil (barreiras à entrada) nos (novos)

mercados (diversificação). Ganho de poder

de mercado e eliminação da concorrência.

Substituto da inovação.

Preço e tipo dos activos podem ser pouco

adequados. Sinergias por vezes sobreavalia-

das. Complexidade da procura de alvo e das

negociações. Herança dos problemas da em-

presa adquirida e dificuldades com integração

de duas culturas organizacionais. Necessidade

de reestruturação.

formas contratuaiscooperativas:aliança/consórcio/rede

Flexibilidade, rapidez de entrada, partilha de

riscos, de conhecimentos e de outros recur-

sos, empenho mútuo, sinergias, eliminação

de potencial concorrente.

Limitações à expansão para certas linhas de

negócio. Indefinição / Partilha de lucros. Perca

de controlo. Risco de dissipação. Custos de

transferência. Custos do contrato, coorde-

nação e acompanhamento.

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71.4 Mercados alvo

Para a selecção dos mercados são geralmente utilizados os

seguintes dois critérios – número de mercados a serem atendidos

e grau de similaridade entre os mesmos.

Em função do primeiro critério, pode-se ter uma concentração

ou diversificação de mercado, de acordo com situações

relacionadas ao produto, ao mercado e ao marketing, sendo:

FACTORES QUE FAVORECEM A CONCENTRAÇÃO FACTORES QUE FAVORECEM A DIVERSIFICAÇÃO

FACTORES PRODUTO

a) produto requerendo uma adaptação aos diferentes

mercados.

b) compras repetitivas.

c) produto no meio de seu ciclo de vida.

a) produto podendo ser vendido em muitos países

sem adaptação.

b) compras não repetitivas.

c) produto no começo ou no fim de seu ciclo de vida.

FACTORES MERCADO

a) número limitado de mercados comparáveis.

b) mercados/segmentos com volume elevado.

c) mercados estáveis.

d) fidelidade de compra elevada.

e) fraco risco de reacção dá concorrência:

em cada mercado geográfico.

a) muitos mercados similares.

b) pequenos mercados segmentos estreitos.

c) mercados instáveis.

d) fraca fidelidade de compra.

e) risco importante de reacção da concorrência em cada

mercado geográfico.

FACTORES DE MARKETING

a) necessidade de adequado um conhecimento aprofundado

do mercado e/ou dos intermediários.

b) Investimentos importantes para atingir a massa critica

de cada país (em actividades promocionais,

serviço após -venda).

c) insuficiência de recursos para se ocupar de novos

problemas de gestão.

a) poucos conhecimentos a obter do mercado e/ou dos

intermediários.

b) poucos investimentos são necessários para atingir a

massa critica de cada país.

c) recursos adequados para gerir novos problemas.

O grau de semelhança entre os mercados refere-se à opção

de procurar mercados que apresentem características

semelhantes ao mercado doméstico ou a empresa deve procurar

uma complementaridade entre mercados. A vantagem do

primeiro enfoque é a possibilidade de a empresa obter redução

nos problemas de coordenação e controlo do seu programa de

marketing, assim como de obter economias no custo de produção

(devido ao menor nível de adaptação requerido) e de marketing.

A escolha de mercados não semelhantes pode reflectir a vontade

da firma de equilibrar flutuações cíclicas ou de reduzir os riscos.

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2. Efeitos de uma estratégia de internacionalização

2.1 Alterações na organização

Existem vários aspectos importantes que alteram o

desempenho da organização quando começa um processo de

expansão para o estrangeiro. São alterações de processo

industrial, novas matérias-primas, novas embalagens, novas

rotinas, etc.

Impacte na organização

Alguns dos exemplos mais frequentes e imediatos dos

impactes nas empresas são os seguintes:

. Todo o material de promoção e apoio, assim como folhetos

técnicos, ensaios e boletins de análises tem de ser emitidos

no idioma do país de destino;

. Adaptação de produtos às normas em vigor noutros países.

Para exportar mobiliário de criança para muitos países,

sobretudo Escandinavos, os vernizes e tintas têm de ser em

base aquosa, o que implica a montagem de linhas específicas,

com equipamentos e processos mais caros do que os habituais.

. Modificação do tamanho das paletes. A norma europeia

da europalete força as empresas exportadoras dentro da EU

a utilizar uma medida comum a todos os países, ainda que

dentro dos respectivos países as medidas possam ser muito

diferentes.

Muitas empresas tiveram que mudar, por exemplo, toda a

arquitectura dos seus armazéns para armazenarem os seus

produtos acabados em paletes homogéneas nas medidas,

tal como os seus clientes no estrangeiro;

. Alterações de embalagens. A partir do momento que a

Alemanha introduziu o seu sistema do Ponto Verde, em

1992, todas as empresas presentes neste país tiveram de

se adaptar e alterar todas as suas embalagens, para poderem

vender os seus produtos. Também devido às diferentes

legislações que regulam a utilização de aditivos alimentares,

a exportação de produtos alimentares pode implicar, e

implica muitas vezes, a alteração dos ingredientes nas

embalagens, assim como, em alguns casos como o Japão,

a alteração dos próprios materiais;

. Alterações nas condições dos transportes. Há países onde

os camiões não podem circular com cargas cujo peso seja

superior a 15 t, (Suiça) e outros onde se admitem cargas

até 30t (Suécia), contra o normal de 24t da restante Europa;

Através destes exemplos, pode-se verificar que existem

muitas alterações que implicam custos, alterações de procedi-

mentos, e até, admissão de pessoal especializado.

Como fazer face às mudanças

Em primeiro lugar as empresas devem ter bem claro se

querem avançar na direcção dos mercados externos de uma

maneira consistente ou não.

Uma vez mantida esta opção, devem ser criados os

mecanismos adequados para ultrapassar estas contrariedades.

a) A primeira fase consiste em recolher informação relevante

sobre qualquer processo de venda. De uma maneira natural,

esta função torna-se responsabilidade do departamento

comercial, uma vez que são os vendedores a charneira entre o

mercado e o resto da organização. É aqui que se sente, em

muitos casos, o primeiro ponto fraco da empresa, o baixo nível

das equipas de vendas. Uma primeira iniciativa, com resultados

quase imediatos, é aumentar a formação da equipa de vendas.

Insistir na recolha de toda a informação, deixando claro que

este é um ponto muito importante do qual pode depender o

sucesso do negócio.

b) A segunda fase vai ser o tratamento da informação na

empresa. Deve ser organizada uma equipa, para analisar os

diferentes requisitos e, imediatamente, tomar uma atitude que

permita ultrapassar o problema. É muito importante dar uma

resposta rápida. As empresas nos outros países aceitam que

hajam problemas, não aceitam é que não sejam resolvidos, e

rapidamente. Uma equipa funcional, e sem demasiados

elementos deve ter um elemento comercial, um de qualidade,

e um da produção. Em alguns casos, pode ser incluído um

elemento da logística.

c) Por fim deve ser implementada a mudança, e informados

os clientes das alterações introduzidas.

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92.2 Efeitos na cultura da empresa

Desde que as empresas se começaram a expandir para o

além fronteiras, (e podemos recuar aos Fenícios, 2000 anos

a.C.) fizeram-se representar por elementos conhecedores do

“modus operandi” da empresa, e o contrário também foi, desde

sempre, prática corrente, ou seja, o envio de novos colaboradores

da empresa, nos países para onde esta se deslocou, de maneira

a promover a troca de conhecimentos e mais rapidamente se

implantar. Existem diferentes factores que influenciam os fluxos

normais de informação (sem perdas nem distorções) entre a

empresa e o mercado, ou até, diferentes filiais de uma mesma

empresa. Podem ser a diferença de níveis de desenvolvimento

dos dois países, as diferenças culturais, o nível de educação,

os processos negociais e os diferentes idiomas.

Todos estes factores são culturais, e ainda que inerentes a

um indivíduo, podem ser alargados a toda uma empresa.

Deve ser preocupação da empresa proporcionar as

ferramentas que permitam ultrapassar os desníveis acima. Os

diferentes métodos utilizados, têm como finalidade facilitar a

comunicação entre as empresas, com os benefícios inerentes

ao criar melhores mecanismos para fazer negócio.

Algumas das modificações sentidas na cultura de empresa,

são apresentadas de seguida.

a) Alterações da gestão da empresa. Tornam-se fundamentais

para adequar a empresa a um mundo mais profissional e

evoluído, mas sobretudo diferente. Em muitos casos a gestão

torna-se menos autocrática e mais fluida, criam-se novos

modelos de organigramas com o objectivo de se tornarem mais

eficazes.

b) Alterações na responsabilização de todos os elementos

da empresa, de molde a responder aos novos desafios dos

novos mercados. Um dos efeitos mais notórios são as normas

de qualidade e ambientais, mais exigentes nos mercados de

exportação, onde se tornam factores críticos do sucesso de

uma empresa exportadora.

c) Inclusão de elementos de outros países nos quadros da

empresa. Isto traz aos funcionários a consciência da sua presença

global, e melhora a transferência de informação sobre o mercado.

2.3 Certificação e reconhecimentos

Actualmente, e dada a concorrência, o utilizador tem à sua

disposição uma oferta variada quando pretende escolher um

produto. Em contrapartida, nem sempre dispõe de informação

clara e objectiva que lhe permita assegurar-se do nível de

qualidade e fiabilidade dos produtos que adquire.

A certificação de produtos permite fazer a diferença, porque

fornece a prova da conformidade de um produto com uma

referência, indicando que o produto é seguro e desempenha

com qualidade as funções para as quais foi concebido.

A certificação é, para além de uma ferramenta de marketing

essencial para um produto, ser o elemento chave para o seu

posicionamento no mercado, nomeadamente no mercado

externo.

A Certificação de Produtos é a avaliação da conformidade

do produto com os requisitos definidos em documentos

normativos através de ensaios e auditoria ao controlo de fabrico.

Dá lugar à emissão de um certificado e concessão de uma

licença para o produto certificado passar a ostentar uma marca

de conformidade, ou seja, é reconhecida a confiança.

O processo de certificação consiste na realização de ensaios

e auditoria ao sistema de controlo do fabrico, para que possam

utilizar nos produtos certificados a Marca Produto Certificado,

Marca Nacional de Conformidade.

2.3.1 Certificação de produtos

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A certificação do sistema de gestão de uma empresa requer

a intervenção de um organismo externo acreditado ao nível

nacional (Instituto Português da Qualidade), devendo este ser

reconhecido internacionalmente de modo a que o certificado

emitido tenha valor no mercado destino.

O âmbito da certificação do sistema de gestão pode, de acordo

com a exigência do mercado destino, estar situada ao nível da

qualidade, ambiente, segurança, qualidade alimentar, entre outros.

A certificação de uma entidade traduz-se pela emissão de

um certificado de conformidade que comprova que a entidade

tem em funcionamento um sistema de gestão, que lhe permite

garantir a conformidade dos seus produtos ou serviços com os

requisitos pré-estabelecidos.

As vantagens internacionalmente reconhecidas pela

certificação podem caracterizar-se por:

. Melhoria na organização interna;

. Melhoria da imagem;

. Aumento satisfação / confiança dos clientes;

. Aumento da motivação / envolvimento no sistema, por

parte dos colaboradores internos;

. Confiança no sistema;

. Melhoria da posição competitiva;

. Aumento da produtividade;

. Redução de custos;

. Acesso a determinados mercados e concursos;

. Facilidade de acesso a informação, entre outros.

O reconhecimento através da certificação é efectuado com

base em referenciais normativos sendo:

Ao nível da qualidade:

. NP EN ISO 9001:2000 – Sistemas de gestão da qualidade.

Requisitos.

Podendo, para indústrias específicas serem utilizados os

referenciais seguintes:

. ISO TS 16949:2002 – no âmbito da indústria automóvel

. ISO 13485:2003 – Medical devices – Quality management

systems – Requirements for regulatory purposes – no âmbito

da fabricação de dispositivos médicos

Modelos de sistemas de Gestão Ambiental definidos na norma:

. ISO 14001: 1996 - “Environmental management systems

– Specification with guidance for use”.

. Verificação EMAS - Sistema Comunitário de Eco-Gestão e

Auditoria - Regulamento (CE) n°761/2001 de 19/03/2001

Modelos de sistemas HACCP definidos na norma:

. DS 3027 E: 1998 – Food safety according to HACCP (Hazard

Analysis and Critical Control Points) – Requirements to be

met by food producing companies.

Modelos de sistemas de Gestão Saúde e Segurança no

Trabalho definidos na norma:

. OHSAS 18001:1999 (NP 4397) – “Occupational Health

and Safety Management System”.

Num mercado cada vez mais competitivo, exigente e global

a Qualidade assume um papel preponderante no funcionamento

e êxito de uma entidade.

É, assim, consensual, considerar vital para uma organização

a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade. A

sua posterior certificação, permite a avaliação contínua da sua

implementação, adequabilidade e eficácia, por profissionais

independentes e de reconhecida competência técnica.

O sistema de gestão da qualidade e a sua certificação tem

várias vantagens, quer a nível interno, quer a nível externo.

A nível interno, a certificação contribui para uma clara melhoria

da empresa, proporcionando organização e disciplina, definição

correcta de funções e de objectivos de cada um dos utilizadores

do sistema.

Por outro lado, evita a realização de auditorias dos clientes, uma

vez que as entidades certificadoras, enquanto entidades indepen-

dentes, e credíveis, do cliente e do fornecedor, se tornam o garante

do bom funcionamento do sistema da qualidade do seu fornecedor.

A nível externo, a certificação confere às empresas um maior

prestígio nos mercados onde operam, uma vez que conseguem

evidenciar qualidade perante os seus clientes e face à concorrência,

conduzindo, naturalmente, a uma maior fidelização dos clientes

e uma significativa redução dos conflitos com os mesmos.

Também a Certificação dos Sistemas de Gestão Ambiental

assume uma importância crescente. O desenvolvimento da

economia, torna evidente a necessidade de proceder a uma

integração cada vez maior das questões ambientais nos sistemas

de gestão, de forma a satisfazer as necessidades sócio-

económicas, optimizando a utilização de recursos, protegendo

o ambiente e prevenindo a poluição. A Certificação de Sistemas

de Gestão Ambiental permite evidenciar, com credibilidade, que

a organização dispõe de um sistema de gestão do ambiente

em conformidade com os requisitos da norma ISO 14001. A

organização é, pois, capaz de demonstrar a qualidade dos seus

processos tecnológicos, de um ponto de vista de protecção

ambiental e de prevenção da poluição.

2.3.2 Certificação de Sistemas de Gestão

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3. Estratégias de Marketing Global

3.1 O mercado e as empresas

O MERCADO

A caracterização da abordagem à exportação bem como as

suas consequências são os aspectos relevantes de apoio à

decisão de exportação. Assim, a situação mais simples é a de

exportação que traduz o alargamento do mercado geográfico

da empresa que exporta, sendo na situação inversa, a importação

acarreta, indirectamente, a extensão do mercado geográfico das

empresas domésticas que vêem aparecer, através do seu produto,

um novo concorrente no mercado.

Ambas as situações mantêm a natureza da competição, que

se processa no mesmo mercado do produto, embora com

concretizações diferenciadas da abrangência geográfica. A

exportação atinge potencialmente novos clientes situados fora

do país, configurando uma concorrência localmente acrescida

que as empresas do país de destino terão de defrontar. Em

contrapartida e reciprocamente, a importação diminui poten-

cialmente os clientes locais devido ao acréscimo de competição

doméstica imposta pelo produto importado.

De um ponto de vista de gestão estratégica é indispensável

entender a natureza potencialmente agressiva da exportação,

impondo a sua concretização um estudo prévio e cauteloso não

só dos potenciais clientes e das condições concorrenciais

prevalecentes no novo destino (vulgarmente designado, por

estudo de mercado), mas também das possibilidades de re-

taliação no mercado de origem das empresas (ou até dos

“produtos”) que se vêem confrontados com um novo desafio.

Quer isto dizer que perspectivar uma exportação na lógica

tradicional e exclusiva do estudo do mercado destino é falhar

rotundamente a definição de base do novo mercado geográfico

aumentado (potencialmente nos dois sentidos – exportação e

importação) pela nova estratégia cujas consequências devem

ser estudadas a priori no novo mercado. Na verdade, perspecti-

vando as possibilidades de “retaliação”, o que estamos a

descrever é um mercado “doméstico” alargado, se não existirem,

é claro, qualquer tipo de entrave fronteiriço, como é o caso da

União Europeia (e daí a designação de Mercado Interno ou

Mercado Único). No caso de entraves fronteiriços, o estudo

alargado é não menos relevante, incorporando ainda a avaliação

institucional das condições aduaneiras entre os países de origem

e destino, que podem, eventualmente, beneficiar um ou outro

dos intervenientes.

Clarificadas as características destes movimentos de inter-

nacionalização, importa salientar:

. a manutenção da natureza da competição que as empresas

já defrontavam previamente aos movimentos efectuados;

. o alargamento do mercado geográfico relevante para a

empresa que faz o movimento e para as empresas que ven-

dem no país de destino;

. a possibilidade de aumento de competição no país de ori-

gem em resultado de movimentos de sentido contrário.

AS EMPRESAS

A internacionalização das empresas portuguesas, com a

subjacente necessidade de criação de Grupos Portugueses com

crescente implantação no estrangeiro, assumiu contornos de um

paradigma para a sociedade portuguesa, deixando na sombra,

alguns aspectos relevantes que se devem examinar atentamente.

Num mundo em grande mutação, desencadeada pela di-

fusão crescente da Tecnologia e dos Sistemas de Informação,

é fundamental verificar se alguns conceitos aceites como norma

não estarão a ser sujeitos a uma usura provocada por esta

aceleração da mudança e, em consequência, se todos continuam

a atribuir o mesmo conteúdo a termos que até agora pouca

controvérsia levantava.

A internacionalização das empresas é um desses termos,

a nosso ver, por duas ordens de razões que se imbricam pro-

fundamente:

. em primeiro lugar, por a internacionalização aparecer ainda

frequentemente como uma alternativa estratégica (o que

significa que se pode ou não optar por ela);

. em segundo lugar, porque pressupõe uma separação de

espaços económicos nacionais e, em simultâneo, uma radicação

estrutural e estratégica num desses espaços nacionais.

O elevado irrealismo da primeira alternativa, e o esbatimento

continuado das fronteiras económicas nacionais impõem um

reequacionamento dos movimentos de internacionalização e

sobretudo uma nova terminologia. No entanto, esse reequa-

cionamento não invalida, antes suscita, o conhecimento dos

movimentos "tradicionais" de internacionalização.

Por outro lado, atendendo à dimensão relativamente pequena

da generalidade das empresas portuguesas, há que ter consciên-

cia de que a natureza e a profundidade dos movimentos que

se lhes abrem são diferentes dos concretizados pelas grandes

empresas que desde há muito operam no mercado internacional.

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12 3.2 Orientações Estratégicas

A distinção entre internacionalização "activa" e "passiva"

apenas tem sentido quando nos fixamos numa dada empresa.

É em relação a ela que a internacionalização é activa (sendo ela

o sujeito) ou passiva (sendo ela o objecto alvo). Uma vez que

a passiva não é mais que um resultado de uma prévia estratégia

activa, não tendo existência autónoma, todos os estudos de

internacionalização centram-se quase exclusivamente nas

estratégias activas (autónomas), o que significa estudarem-se

muito mais as causas, motivações e incentivos para a

internacionalização do que as suas consequências ou reflexos

(um dos quais é a internacionalização “passiva”).

Modelos do Instituto de Upsala (U)

Estes modelos são baseados na hipótese de que a

internacionalização de uma empresa se desenvolve em quatro

estádios, hipótese essa originalmente apoiada pela evidência

fornecida por "estudos de casos" de quatro empresas suecas.

. Estádio 1: não há qualquer actividade regular de exportação.

. Estádio 2: as exportações processam-se através de repre-

sentantes independentes (agentes).

. Estádio 3: a empresa abre no estrangeiro um estabelecimen-

to de vendas.

. Estádio 4: a empresa estabelece no estrangeiro unidades

de produção próprias.

Como é evidente, os estádios estão apresentados por ordem

crescente relativamente ao grau de envolvimento internacional,

desde o isolamento completo até à integração total na actividade

de transformação de um país estrangeiro, num processo que

vai da simples movimentação dos seus produtos até à mobilidade

de factores de produção e contratação de factores estrangeiros

para levar a cabo as suas transformações.

Esta cadeia de estádios não esgota todas as modalidades

de envolvimento internacional, fixando-se unicamente nas

estratégias individuais, não cooperativas, das empresas, bem

como em movimentos estritos entre o país de origem da

empresa em internacionalização e um só país de destino.

Na tentativa de explicar a internacionalização para mais de

um país, admitiu-se que as empresas em internacionalização

entrariam em novos mercados em círculos concêntricos de

distanciamento físico crescente. Este ponto de vista materiali-

za-se hoje na defesa da lógica dos mercados regionais, admi-

tindo-se até que os hiatos geográficos de expansão natural das

empresas são expressão da perversão da estratégia natural em

resultado de desvios políticos: a formação da União Europeia,

do MERCOSUL e dos emergentes mercados regionais asiáticos

são evidência empírica assinalável.

Na base do desenvolvimento destes modelos estão dois

conceitos:

. Conhecimento do Mercado – Este apresenta, ainda, duas

variantes de grau diferente de profundidade: o conhecimento

geral e o conhecimento específico. Considera-se que o geral

decorre do domínio das características globais da procura

do produto em causa, que têm grande universalidade,

enquanto o específico é mais exigente, pois releva as

idiossincrasias locais e a influência destas sobre os padrões

(os que decorreriam das características universais);

. Compromisso com o mercado – Em contrapartida, este

conceito é bem mais do que um conhecimento do mesmo.

3.2.1 Nível de internacionalização

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A supressão das fronteiras económicas nacionais abre outras

potencialidades à cooperação e reclama dimensões crescentes

das empresas (bem para além das capacidades da generalidade)

no caso de estas quererem afirmar a sua competitividade nestes

mercados alargados.

Por tal, os modos de entrada mais cooperativos vêm

substituir a lógica tradicional da prevalência dos movimentos.

No fundo, esses movimentos de “internacionalização” já não

existem no “estado puro” tal como foram descritos, porque,

tantas vezes, o “mercado já é único”.

Portanto, não se trata de “se mover de um mercado para

outro”. Trata-se primeiro de sobreviver e depois de triunfar num

mercado integrado – portanto, há que escolher a melhor forma

para o fazer.

A promoção crescente de empresas comuns (joint-ventures)

e sobretudo de alianças estratégicas, justificando estas últimas

exactamente pelo facto de as arenas competitivas terem

assumido uma natureza global e não nacional. No entanto a

estratégia a desenvolver deve assentar não a intervenção

individualizada da empresa mas sim numa associação que

permita uma maior intervenção no mercado global.

3.2.2 Novas orientações de internacionalização

Na mesma linha está C. Freidhem (1998) que, provavelmente

devido a essa maior dimensão do mercado relevante, define o que

chama The Trillion Dollar Enterprise, afirmando basicamente que

será esse novo tipo de empresa fundada em alianças entre grandes

empresas a revolucionar completamente o negócio global.

Na visão da globalização é incluída a nova vertente da

digitalização da economia, que proporciona enormes economias

de rede e em que a rede se configura muito bem com uma

lógica de alianças, as empresas portuguesas não se poderão

alhear deste novo modo de operar nos mercados internacionais

que, com maior rigor, deverão ser substituídos por “mercado

global”.

Há que não esquecer uma espécie de um novo “mercado

geográfico”, a Internet, que pode permitir a um tempo uma

presença mundializada de qualquer empresa e uma mais fácil

concretização das redes ou das alianças desejadas.

Claro que todas estas novas orientações estratégicas criam

novos desafios à organização empresarial, portanto às

modalidades de gestão de projectos, impõe mesmo, que se

arrisque na busca de novas estratégias.

mercadolocal

mercadoglobal

empresas

joint-ventures

aliançasestratégicas

fusões/cruzamentode capitais

estratégia demarketing

orientada parao mercado local

estratégia demarketing

orientada para omercado global

estratégia demarketing

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a) CRITÉRIO DE DECISÃO E INFORMAÇÕES A RECOLHER

Para uma empresa, a decisão de se implantar num novo

país inspira-se geralmente em três critérios principais: o potencial

do mercado, a regulamentação e os riscos políticos.

1.° O potencial do mercado

Para avaliar o potencial de um mercado, as principais

informações a recolher são as seguintes:

. situação e tendências demográficas;

. situação económica geral;

. dimensão e tendências do mercado;

. análise dos factores culturais e sociais;

. análise da concorrência;

. características dos canais de distribuição e de comunicação

existentes.

2.° Regulamentação

Deve ser estudada sob os seguintes aspectos principais:

. “barreiras à entrada”: eventuais restrições à importação,

à produção ou à venda dos produtos considerados;

. regulamentação respeitante ao preço;

. restrições eventuais relativas aos movimentos de capitais

e «repatriamenro» dos lucros;

. possibilidade de obter ajudas dos poderes públicos;

. legislação social, respeitante por exemplo ao emprego de

pessoal estrangeiro, nível de salários mínimos, restrições

aos licenciamentos, etc.;

. regulamentação da publicidade.

3.° Avaliação dos riscos políticos

É importante, tratando-se de países cuja estabilidade política

e institucional não está assegurada, avaliar a natureza e a importância

dos riscos aos quais se expõe a empresa ao implantar-se nesse

mercado: mudanças sociais susceptíveis de provocar uma crise

económica ou financeira, riscos de nacionalização de empresas

estrangeiras, riscos de alterações desfavoráveis da legislação

existente, etc.

b) AS FONTES E MÉTODOS DE ESTUDO

A maior parte das informações necessárias para avaliar o

interesse da implantação em determinado país pode ser recolhida

por métodos de análise de dados secundários.

Para completar e “confirmar” os dados secundários, a

empresa pode enviar uma missão de estudo ao país considerado,

ou confiar essa tarefa a um gabinete de estudos especializado.

3.3 A selecção do destino

3.4 Modos de entrada

exportação

. directa

. indirecta

produtor

contratação

. licenciamento e transferênciade tecnologia

. franchising

. contrato de gestão

. subcontratação internacional

. consórcio

investimento directo

. joint venture

. propriedade total/parcial

cliente

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rmed

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Para avaliação do grau de internacionalização podem ser

identificados diversos indicadores. Seguem-se dois grupos de

indicadores que foram alvo de estudo e análise:

A. CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO GRAU DE

INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS

(Conceito multidimensional) (Dunning 1993):

1. Número e dimensão das subsidiárias ou associadas que

controla no estrangeiro.

2. Número de países em que desenvolve actividades de

valor acrescentado.

3. Proporção dos seus activos, receitas, lucros ou assalariados

da responsabilidade das suas filiais no estrangeiro,

4. Grau de internacionalização do seu corpo de gestores ou

de proprietários.

5. Extensão da internacionalização das suas actividades de

mais elevado valor acrescentado, p.ex. de investigação e

desenvolvimento (I&D).

6. Extensão e estrutura das vantagens sistémicas que decor-

rem do seu controlo sobre uma rede de actividades eco-

nómicas localizadas em vários países.

B. SULLIVAN (1994) analisa a contribuição de cada um dos

seguintes indicadores para a classificação das empresas de

acordo com o seu grau de internacionalização e chega à

conclusão que os indicadores 2 e 3 podem ser descartados sem

que isso diminua a capacidade classificativa do indicador

composto pelas restantes variáveis:

1. Vendas ao estrangeiro como percentagem das vendas

totais;

2. Exportações como percentagem das vendas totais;

3. Lucros no estrangeiro como percentagem dos lucros

totais;

4. Activos no estrangeiro como percentagem dos activos

totais;

5. Subsidiárias no estrangeiro como percentagem do total

de subsidiárias;

6. Experiência internacional dos gestores de topo;

Dispersão psíquica (cultural) das operações internacionais.

3.5 Avaliação do grau de internacionalização

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4. Estratégias de Marketing Global

No mundo actual existem mais de 200 países, uns mais

ricos e promissores que outros. Utilizando um critério de

proximidade, podemos reduzir o espectro para os 15 países da

CE, com cerca de 380 milhões de consumidores. Mas, quais

são os que nos interessam como possíveis mercados a explorar?

Por onde começar? Quais podem estar interessados nos nossos

produtos? Qual o critério de selecção que devemos usar?

Proximidade? Espanha ou Marrocos. Dimensão? Estados Unidos

ou China. Poder de compra? Alemanha ou Japão. São tudo

decisões a tomar, em função do produto e através de um plano

de marketing de exportação, que permitirá estabelecer a estratégia

e a táctica necessárias para a sua execução.

4.1 Selecção de mercados

A selecção do mercado onde actuar deve ser baseada em

critérios lógicos, mas muitas vezes aspectos como a proximidade

ou a existência de um mercado natural podem facilitar a escolha.

De uma maneira geral, e para conhecer melhor o mercado

onde se pretende vender, a recolha de dados como o PIB e PIB

per capita, população, índices de poder de compra, distribuição

de população pelo meio urbano e rural, são números que ajudam

a conhecer um país. A sua actualidade é muito importante, pelo

que estes números não devem ter mais do que três anos, e

sempre que possível devem ser comparados com os do nosso

país, para uma análise mais fácil e estabelecer algumas

correlações simples.

Estes elementos acima referidos, assim como muitos outros

necessários para o nosso trabalho podem ser disponibilizados

por diferentes organismos, entre eles, para o caso dos países

da EU o Eurostat. Outra fonte de informação, europeia, é o

“Kompass On-line”, uma base de dados com informação de

mais de 300 000 empresas de 12 países, a Thomas Global Re-

gister Europe com cerca de 200 000 empresas de 17 países e

cerca de 10000 produtos distintos, ou a Planet Business onde

estão presentes cerca de 210 países.

Para quem actua na área do retalho, publicações como “Eu-

ropean Directory of Retailers and Wholesalers”, ou “Store Buyer

International” disponibilizam informação sobre milhares de

empresas, o que fazem, quem compra, etc. Também o nosso

INE e o ICEP dispõem de muita informação geral sobre os

mercados, que fornecem mediante pedido. Dentro de cada pais

existem organismos que também disponibilizam este tipo de

informação. Nos EUA, existem vários como o American Statistics

Index ou o Bureau of the Census Catalog. Por fim não podemos

esquecer a “Dun & Bradstreet”, que possui um serviço alargado

a vários níveis, útil para quem está a começar a exportar e

precisa de apoio na recolha de diferentes tipos de informação.

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174.2 Pesquisa de mercados

ESTUDOS E ANÁLISE DE MERCADOS

O estudo de mercados pode ser definido com “a recolha,

análise e arquivo sistemático de informação relacionada com

o mercado em geral e para o mercado dos nossos bens ou

serviços”.

Este trabalho pode ser dividido em duas fases, ambas

importantes, mas distintas:

1. Pesquisa primária. Trata-se da pesquisa prática, no terreno,

através de entrevistas, visitas a supermercados, mailings,

sampling, etc. Este trabalho é muito mais caro do que a alter-

nativa, mas tem a vantagem de ser actual e, até mais real, uma

vez que se trata da “voz” do mercado ouvida directamente.

Pesquisa secundária. Aqui está incluído todo o trabalho de

secretária como pesquisa na Internet, bases de dados,

trabalhos já publicados, e, no fundo, recolher toda e qualquer

informação existente e disponível sobre o mercado onde

pretendemos actuar.

1a fase

2a fase

3a fase

. selecção dos países

. proximidade coerência cultural,...

. potencial do mercado/país

. análise de indicadores

. análise do potencial

. grau de adequação ao produto

. realização do estudo de mercado

. recolha de informação

. tratamento da informação

pesquisaprimária

4a fase

. pesquisa primária pesquisa prática no terreno

. emissão de relatórios

. tomada de decisões

. definição de objectivos

. elaboração do plano de marketing

pesquisasecundária

. pesquisa secundária recolha e tratamento de dados a partir de diversas fontes

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5. Estratégias de expansão

5.1 Princípios da expansão

Uma empresa para se expandir tem diferentes possibilidades, usando as variáveis que são os produtos, e os clientes.

Num mercado saturado e para uma empresa industrial,

produtora, torna-se difícil e sobretudo muito custoso aumentar

a base de clientes ou o número de produtos. Os custos de

marketing associados são muito elevados. Naturalmente que

o posicionamento está numa empresa que tem uma base de

clientes estável, e com uma linha de produtos estruturada que

preenche a maioria das necessidades dos seus clientes.

Aumentar as vendas através da entrada num novo mercado,

considerando este novo mercado como um novo segmento de

clientes, pode ser, e habitualmente é, uma solução mais fácil e

menos custosa.

Pode-se considerar esse segmento um novo distrito, uma

camada social não atingida ou um novo país. Os dois motivos

mais evidentes para facilitar essa entrada são:

. Nesse segmento escolhido, o nosso produto tem uma

presença nula, pelo que um crescimento, ainda que pequeno

é sempre possível;

. A concorrência não está preparada nem informada sobre

a empresa, facilitando a entrada a novos concorrentes.

Se se admitir este novo segmento como uma expansão da

empresa na exportação, quais seriam as diferentes estratégias

a utilizar?

aumentarsimultaneamenteprodutose clientes

aumentar o no declientes para osmesmos produtos

aumentar o no deprodutos para osmesmos clientes

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Esta última fase surge quase naturalmente, após um período só com vendas, como a

integração de todo o negócio no país de destino.

Os motivos são vários e prendem-se com diferentes razões:

. Interessa desviar para um país com impostos mais baixos a capacidade produtiva;

. Interessa desviar para um país com salários mais baixos a capacidade produtiva;

. É importante ter a fábrica mais perto do mercado de destino dos produtos.ca

der

no

téc

nic

o ·

Inte

rnac

iona

lizaç

ão

195.2 Fases de exportação

O modelo clássico de exportação, (seguido pelas empresas

Japonesas nos anos sessenta como uma regra), passa por 4 fases.

Desta maneira, qualquer estratégia de expansão para mercados

externos pode passar por cada uma das diferentes fases.

É neste momento que algumas decisões cruciais devem ser tomadas, tais como:

. Avaliação dos mercados alvo;

. Definição dos objectivos;

. Selecção do modo de entrada;

. Desenho do plano de marketing.

A empresa decide que vai avançar para mercados externos, e passa à fase seguinte.

Este é o passo que vai condicionar todo o futuro da empresa. A escolha apropriada de

um parceiro comercial (ou até a opção de avançar sem intermediários), vai determinar

a rapidez de entrada num determinado mercado.

Por outro lado, é esta fase que vai determinar como e quando se passa às fases seguintes,

em que condições, etc.

ausência de

actividade de

exportação

exportação

através de

intermediários

estabelecimento

de uma empresa

de vendas

estabelecimento

de actividade

produtiva

Nesta fase, com o conhecimento do mercado adquirido, a empresa opta por vender

directamente através de uma empresa local.

Com este movimento, procura apresentar soluções para alguns dos problemas detectados

ao longo do tempo, como a proximidade com o mercado, a língua e os intermediários.

5.3 Preparação da expansão

O primeiro passo deve ser uma análise profunda das capacidades

da empresa e dos seus produtos. Imediatamente em seguida, dos

mercados para onde tenciona exportar.

Algumas perguntas para iniciar o trabalho são:

. Qual a dimensão do mercado?

. Qual a sua taxa de crescimento?

. Estrutura dos compradores. É de fácil acesso aos clientes?

. Será fácil a entrada nesse sector?

. Como são os produtos da concorrência?

Por fim, é necessário estabelecer uma estratégia para entrar

no mercado seleccionado.

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. problemas ou rupturas técnicas;

. torna-se fácil a entrada de novos concorrentes

e ser copiado pela concorrência;

. grandes investimentos em tecnologia.

. tendência para impor preços demasiado

elevados;

. rápida imitação pela concorrência;

. capital muito intensivo.

. mudança das preferências dos consumidores;

. aparecimento de produtos standard,

canibalizando os produtos da empresa;

. muitos segmentos diferentes, difíceis

de controlar.

. políticas de preços baixos;

. diversidade de oferta;

. forte concorrência.

. vulnerável a ataques da concorrência;

. pouca inovação, empresa seguidora;

. recursos humanos limitados

. pouco conhecimento da empresa, pelo mercado;

. produtos pouco conhecidos, inovadores;

. pouca comunicação sobre os produtos.

. envelhecimento da gama de produtos;

. pouca renovação, de mercados e produtos;

. estrutura de custos acima da média do mercado.

. sem inovação. Copiam o existente;

. sem investimentos em marketing, seguem

os lideres.

1. custos

2. diferenciação

3. focusing

4. ofensivas

5. defensivas

6. estratégiaspara industriasemergentes

7. estratégias paraempresas maduras

8. estratégias paraempresasseguidoras

. esforço interno, produtivo e comercial.

. melhorar continuamente o processo;

. melhorar o produto simples, a sua

funcionalidade;

. melhorar o produto alargado, ou seja o serviço,

o aspecto, a embalagem.

. esforço produtivo para determinados segmentos

de mercado.

. procurar comprar aos melhores fornecedores;

. baixar os preços;

. aumentar os gastos em promoções/ publicidade,

aumentando a visibilidade da empresa;

. dar serviços gratuitos ou mais baratos que a

concorrência;

. comprar as melhores localizações

. introduzir produtos semelhantes à concorrência;

. financiar clientes e distribuidores.

aumentar prazos de cobrança;

. obter contratos exclusivos de distribuição/venda;

. oferecer formação aos clientes e distribuidores

. facilitar o acesso ao produto pelos primeiros

clientes, baixando preços;

. facilitar o acesso ao produto, aumentando a

comunicação, fazendo promoções;

. investir fortemente na qualidade do produto;

. procurar novos clientes, em novas áreas geográficas.

. localizar e abandonar produtos não rentáveis;

. reduzir custos, permanentemente;

. aumentar vendas nos clientes actuais;

. diversificar mercados, exportar.

. apostar na diferenciação;

. atacar clientes pequenos;

. atacar os nichos negligenciados pelos grandes;

. melhorar a imagem: boa qualidade, embalagem,

melhor serviço, baixo preço.

ESTRATÉGIA PONTOS FRACOS TÁCTICA

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6. Instrumentos de cooperação

6.1 Enquadramento

A procura de parceiros externos para alavancar o desenvolvi-

mento e o crescimento das empresas é particularmente impor-

tante para as PMEs, que dispõem de recursos humanos, finan-

ceiros e técnicos limitados. Para contornar essas restrições,

deve ser desenvolvida a interactividade no seu ambiente e devem

ser captados recursos externos. Trata-se aqui de adquirir “activos

complementares” e de desenvolver uma estratégia baseada não

apenas nas suas competências internas mas também na ex-

ploração de competências disponíveis no seu ambiente externo.

A alavancagem das competências internas através da interacção

com actores externos que detêm competências complementares

leva à necessidade de cooperação e, consequentemente, ao

desenvolvimento de redes.

Uma das definições de rede considera-a como um complexo

de relações cooperativas que dinamizam a acção de seus agentes

em torno de objectivos comuns ou complementares. Esta

definição coloca a cooperação, nas suas variadas formas e para

as mais diversas finalidades, como o conceito central na formação

de uma rede.

Várias são as abordagens sobre as redes de empresas. Uma

das mais significativas é a abordagem orientada para a estratégia

de cooperação das empresas.

A cooperação, neste caso, é orientada pela estratégia global

da empresa, que dita o tipo de relações que ela manterá com

outras empresas para a obtenção de sucesso competitivo. A

cooperação com outras empresas é analisada, portanto, do

ponto de vista das vantagens competitivas que poderão ser

obtidas, seja em custos de produção, seja noutros objectivos

estratégicos. A questão de base, consequentemente, é: que tipo

de cooperação (alianças, acordos, parcerias), com quem e para

atingir que objectivo(s) estratégico(s)?

Os objectivos da cooperação deverão focar, evidentemente,

a remoção das deficiências em termos de recursos e competên-

cias necessários à competição internacional, orientados por

uma estratégia de internacionalização.

6.2 Instrumentos comunitários

Após a introdução do euro foi oferecida às empresas a

possibilidade de actuarem num mercado mais amplo, aberto e

competitivo, por isso a Comissão Europeia sempre tratou de

favorecer a cooperação transnacional entre as empresas, facilitando

o acesso a novos mercados, produtos, tecnologia, clientes, etc.

Uma forma directa e demasiado arriscada para internacio-

nalizar as empresas e que é cada vez mais utilizada é a coope-

ração ou associação com outras, alternativa que tem a aceitação

das autoridades comunitárias. Surge assim a Agrupamento

Europeu de Interesse Económico (AEIE), que permite a coope-

ração transfronteiriça entre empresas sem obrigação de se

fundirem ou criar empresas conjuntas. O objectivo destes

agrupamentos é o de fomentar a união entre empresas para

obter melhores resultados do que poderiam obter em separado.

A criação do AEIE fica a dever-se a diversas razões: organizativas,

financeiras, comerciais, técnicas, de desenvolvimento, etc. e

apesar de ser um instrumento jurídico novo e estar formada

por pelo menos dois sócios de dois Estados Membros pode

originar inconvenientes, como o regime fiscal a aplicar, a aplicação

da normativa comunitária em matéria de concorrência e a

dificuldade na redacção do contrato de constituição.

As AEIE's apresentam numerosas vantagens. Facilitam a

saída para o mercado europeu, incrementam o volume de

vendas, potenciam uma maior competitividade, melhoram a

imagem da empresa e a sua criação favorece a participação em

programas comunitários já que muitos deles necessitam que

os projectos de participação sejam apresentados em conjunto

com vários Estados Membros.

6.2.1 Agrupamento europeu de interesse económico

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22

O reforço da competitividade das PME nacionais num

contexto de globalização crescente e de concorrência acrescida,

passa pela dinamização da cooperação inter-empresarial como

forma de aumentar a sua massa crítica e melhorar o seu posi-

cionamento estratégico no mercado.

Neste sentido, e no âmbito da sua missão, o IAPMEI procura

estimular a criação de uma “rede de competências” susceptível

de assegurar a promoção e o apoio qualificado a projectos de

cooperação em rede e a clubes de fornecedores emergentes.

A actividade do IAPMEI nesta área destina-se a ajudar as

PME a estabelecer contactos de negócios e de relações de

cooperação a nível internacional, designadamente na União

Europeia, de forma a potenciar oportunidades de internacionali-

zação e de reforço da sua capacidade competitiva.

Existem, para além de instrumentos de cooperação comu-

nitários, diversas redes de contactos internacionais através das

quais o IAPMEI coloca, ao serviço das PME, recursos adicionais

para identificar parceiros e oportunidades de negócio e coope-

ração a nível internacional: Destes destacam-se:

. AL-INVEST – Programa de cooperação industrial e pro-

moção dos investimentos em favor dos países da América Latina

. Cooperação e desenvolvimento transnacional das PME

. MEDA – Programa no âmbito da parceria euro-mediterrânica

. Programa PHARE

. Programa TACIS

. UE-JAPÃO – Centro para Cooperação Industrial

AL-INVEST

Programa de cooperação industrial e promoção dos inves-

timentos em favor dos países da América Latina

O Al-Invest foi criado em 1993 pela Comissão europeia, com

o objectivo de promover a cooperação entre PME da Europa e

empresas da América Latina.

Para implementar o programa foi constituída uma rede de

operadores da Europa e da América Latina que cooperam na

organização de encontros (também conhecidos como “encontros

sectoriais”) entre empresas, nos dois lados do Atlântico.

O Al-Invest está aberto a todas as empresas europeias e

latino americanas. Os empresários interessados em participar

de encontros sectoriais devem contactar as organizações da

rede de operadores Al-Invest na Europa e na América Latina.

A rede de operadores económicos participantes no programa

é constituída por Câmaras de Comércio, Associações Profissio-

nais, Federações de Industrias, Instituições de Comércio Exterior,

Agências de Desenvolvimento e Consultores Privados.

O Al-Invest proporciona acordos de distribuição, joint-

ventures, transferência da mais avançada tecnologia, ou simples-

mente informações imprescindíveis sobre o sector que facilitam

a formação de alianças estratégicas. Durante 4-5 anos, mais de

6.000 empresas na Europa e na América Latina foram benefici-

adas com estes contactos. Até ao ano 2004, a Comissão co-

financia cerca de 200 encontros sectoriais para empresas

europeias e latino-americanas que procurem estabelecer relações

comerciais e alianças estratégicas.

Cooperação e desenvolvimento transnacional das PME

As empresas, particularmente as PME, são confrontadas com

o processo acelerado de mudança estrutural, a emergência da

economia digital e a intensificação da concorrência e da globalização.

Tendo em vista a dinamização da cooperação entre empresas

a nível internacional, a Direcção Geral da Empresa criou uma

base de dados específica a Business Partner Search Database

(http://eic.cec.eu.int/psd/), cujo objectivo é promover e dinamizar

a identificação de potenciais parceiros, visando o estabelecimento

de parcerias entre PME a nível internacional, bem como a dis-

seminação e o intercâmbio de informações sobre oportunidades

de cooperação. Esta base de dados é gerida pela DG Empresa

sendo que, do ponto de vista operacional, o seu funcionamento

tem por base a actividade de um conjunto de intermediários

(agências públicas para o desenvolvimento industrial ou regional,

entidades públicas, semi-públicas ou privadas, Câmaras de

Comércio e Indústria, Associações Empresariais, bancos, consul-

tores, etc.) que, operando em rede, são responsáveis pela criação,

divulgação e intercâmbio de informação referente a oportunidades

de cooperação, informação essa que se apresenta sob a forma

de perfis de cooperação (Co-operation Profiles / CP).

Para Portugal, o IAPMEI, cujo interlocutor privilegiado são

as empresas, nomeadamente as micro, pequenas e médias

empresas, na qualidade de correspondente da rede acima

descrita, oferece a todas as empresas interessadas em identificar

parceiros de negócio para o estabelecimento de acordos de

cooperação a nível internacional, os serviços de assistência

necessários à configuração e disseminação dos respectivos

perfis de cooperação (CP) via Business Partner Search Database.

MEDA

Programa no âmbito da parceria euro-mediterrânica

Programa que se destina a incentivar e apoiar a reforma das

estruturas económicas e sociais dos parceiros mediterrânicos,

tendo em vista, nomeadamente, a preparação para o comércio

livre com a Comunidade Europeia.

6.2.2 Cooperação inter-empresas – iniciativas comunitárias

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23O programa destina-se a contribuir, através de determinadas

medidas, para as iniciativas de interesse comum nas três

vertentes da parceria euro-mediterrânica:

. reforço da estabilidade política e da democracia;

. criação de uma zona de comércio livre euro-mediterrânica;

. desenvolvimento da cooperação económica e social, em

função da dimensão humana e cultural.

Na execução dessas medidas de apoio, ter-se-á em conta

o objectivo da estabilidade e prosperidade a longo prazo,

nomeadamente nos domínios da transição económica, do

desenvolvimento económico e sustentável e da cooperação

regional e transfronteiriça.

As medidas a financiar serão seleccionadas, nomeadamente

em função das prioridades e da evolução das necessidades dos

beneficiários, da sua capacidade de absorção e dos processos

efectuados na reforma estrutural. A selecção basear-se-á também

numa avaliação do potencial das medidas adoptadas para atingir

os objectivos de apoio comunitário, de acordo com as

disposições dos acordos de cooperação ou de associação.

Programa PHARE

O programa PHARE constitui actualmente o principal ins-

trumento da cooperação financeira e técnica da Comunidade

Europeia com os Países da Europa Central e Oriental (PECO).

Foi criado em 1989 para apoiar o processo de reforma e a tran-

sição económica e política na Polónia e na Hungria. Actualmente,

o programa engloba 14 países parceiros da região.

Na sequência do Conselho Europeu de Essen de Dezembro

de 1994, o programa PHARE tornou-se o instrumento financeiro

da estratégia de pré-adesão que tinha como objectivo a adesão

final dos dez países associados da Europa Central à União Europeia.

Estes países são: a Bulgária, a Estónia, a Hungria, a Letónia,

a Lituânia, a Polónia, a República Checa, a Roménia, a Eslováquia

e a Eslovénia.

Além disso, o programa PHARE ajuda os países não asso-

ciados da região, isto é, a Albânia, a Antiga República Jugoslava

da Macedónia e a Bósnia-Herzegovina, no seu processo de

transição para a democracia e a economia de mercado.

Na sequência da publicação da Agenda 2000 e da intensifi-

cação do processo de alargamento que se lhe seguiu, o programa

PHARE foi reorientado para a preparação dos países candidatos

à adesão. As actividades do programa PHARE concentram-se

doravante em duas prioridades:

. Ajudar as administrações dos países candidatos a adquirir

as capacidades necessárias para aplicar o acervo comunitário.

O programa PHARE ajudará igualmente as administrações

nacionais e regionais e os órgãos de regulamentação e de

controlo dos países candidatos a familiarizarem-se com os

objectivos e procedimentos comunitários.

. Ajustar a sua indústria e as suas infra-estruturas básicas

às normas comunitárias, mobilizando os investimentos

necessários. Este esforço será principalmente consagrado

aos domínios como o ambiente, os transportes, a indústria,

a qualidade dos produtos, as condições de trabalho, etc.,

em que as normas comunitárias são cada vez mais estritas.

Programa TACIS

O programa TACIS nasceu do reconhecimento de que as

iniciativas de reforma económica tomadas pela União Soviética

são importantes para a promoção da paz e da estabilidade na

Europa e no mundo. Constitui uma iniciativa da União Europeia

destinada a ajudar os Novos Estados Independentes a realizar

a transição para a economia de mercado e a fortalecer as suas

sociedades democráticas.

É um Programa que visa estabelecer parcerias e cooperação

entre as organizações dos Novos Estados Independentes e os

membros da União Europeia. Estas ligações devem existir não

só entre os governos, mas também entre organizações públicas

e privadas, bem como entre comunidades e entidades individuais.

O TACIS é o principal programa que garante o fornecimento

de know-how aos Novos Estados Independentes. Inclui 13 países:

Arménia; Azerbaijão; Bielorrússia; Cazaquistão; Geórgia;

Moldávia; Quirguistão; Rússia; Tadiquistão; Turquemenistão;

Ucrânia; Usbequistão; Mongólia.

O apoio consiste na concessão de financiamento que es-

timule a troca de conhecimentos e de experiência técnica

especializada através de parcerias, ligações mais ou menos

generalizadas, estabelecidas a todos os níveis da sociedade.

Os principais sectores prioritários apoiados são a reestru-

turação de empresas, a agricultura, as Infra-estruturas, a seg-

urança nuclear e meio-ambiente, a reforma da Administração

Pública e os serviços sociais e Educação.

UE-JAPÃO - Centro para Cooperação Industrial

Programa no âmbito da parceria euro-Japonesa, que se

destina a incentivar a cooperação industrial entre empresas

Japonesas e Europeias.

Tem como objectivos organizar acções de formação e infor-

mação, com vista a promover uma melhor compreensão das

práticas de gestão no Japão, assim como aumentar as trocas

industriais entre ambas as regiões.

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O Programa SISCOOP consubstancia-se em actividades

operacionais que visam:

. dinamizar e consolidar um sistema integrado de cooperação

empresarial;

. divulgar e assimilar metodologias de suporte aos processos

de cooperação;

. contribuir para a diversificação e sistematização das com-

petências ao nível das entidades facilitadoras dos processos

de cooperação;

. induzir a identificação de oportunidades de cooperação e

o seu desenvolvimento, através dos modelos mais adequa-

dos às necessidades detectadas nos potenciais cooperantes

(mobilização trans-sectorial e/ou regional);

. facilitar o recurso a serviços de consultoria e de assistência

técnica;

. facilitar a articulação com instrumentos de financiamento

(sistemas de incentivos e outros);

. criar um sistema de informação abrangente e integrador

capaz de funcionar como indutor de um relacionamento

inter-activo entre os diversos agentes do sistema.

6.3 Programas Nacionais

COOPERAÇÃO EMPRESARIAL - SISCOOP

A necessidade de potenciar os resultados obtidos e consolidar

a experiência adquirida com a execução do Programa de Dinami-

zação da Cooperação Inter-Empresarial, desenvolvido no âmbito

do PEDIP II, fez com que o IAPMEI conceptualizasse o SISCOOP

– Programa de Reforço e Dinamização da Cooperação Inter-

-Empresarial, inserido no Programa de Incentivos à Modernização

da Economia – PRIME.

O Programa SISCOOP tem como objectivo a dinamização

e consolidação de um sistema integrado de promoção da

cooperação empresarial, por via da consolidação, da divulgação

e assimilação das metodologias de suporte aos processos de

cooperação, da diversificação e sistematização das competências

ao nível das entidades facilitadoras dos processos de cooperação

e do estímulo às empresas de menor dimensão (e/ou sectores

específicos) para utilizarem a cooperação empresarial como

um instrumento de reposicionamento estratégico potencialmente

indutor de ganhos de competitividade.

O Programa SISCOOP tem como principais destinatários

as Pequenas e Médias Empresas (PME), enquanto potenciais

cooperantes, dos sectores do comércio, da construção, da

indústria e dos serviços.

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7. Marketing Internacional

7.1 Perspectivas de Marketing Internacional

O marketing internacional surge como uma das disciplinas

que estuda os aspectos relacionados com os negócios interna-

cionais das empresas.

O contexto empresarial do marketing internacional implica

a compreensão das formas como a empresa reage às oportunida-

des e ameaças, que se lhe deparam em mercados com carac-

terísticas muito diferentes. Em tais circunstâncias, a empresa

responde desenvolvendo novas políticas de marketing (produto,

preço, distribuição e comunicação) ou adaptando as políticas

existentes às necessidades dos consumidores, quer nos merca-

dos internacionais, quer no mercado doméstico. O marketing

internacional está também relacionado com a escolha dos

mercados-alvo, da ordem, do momento e da forma de entrada

no mercado.

MARKETING DE EXPORTAÇÃO

Esta é, em geral, a primeira etapa por que passa uma empresa

quando se envolve em operações internacionais. Nesta óptica o

marketing internacional é praticamente sinónimo de comerciali-

zação para exportação. A empresa utiliza as capacidades produ-

tivas, de marketing e comerciais, entre outras, que possui no seu

país de origem e em geral não desenvolve qualquer esforço de

marketing no mercado de destino. Ao nível mais simples, esta

perspectiva pode traduzir-se apenas na aceitação de encomendas

do exterior e aproveitando o facto de ter capacidade instalada

disponível, faz exportações ocasionais, visando apenas o lucro

de curto prazo, não existindo uma predisposição para interna-

cionalizar.

A um nível mais avançado, a empresa exportadora estuda

os mercados-alvo e procura adaptar os seus produtos às neces-

sidades específicas de cada um deles. O marketing de exportação

estará mais adequado para as empresas que pretendem prolon-

gar nos mercados externos, a sua política comercial do mercado

doméstico. Nesta perspectiva, as empresas procuram no exterior

mercados-alvo semelhantes ao seu mercado de origem, em que

a procura seja semelhante e que tenham aceitação os mesmos

produtos que vende no mercado doméstico. Este posicionamento

permite reduzir ao mínimo os custos de adaptação dos produtos

aos novos mercados, proporcionando uma oferta mais compe-

titiva em termos de preço.

MARKETING INTERNACIONAL

Quando uma empresa reconhece a importância das dife-

renças entre os vários mercados externos e o peso que têm na

sua actividade e procura desenvolver acções em vários países

ao mesmo tempo, tratando cada um de modo diferente ao nível

de marketing, estamos numa perspectiva de marketing interna-

cional. Em geral, nesta situação a empresa desenvolve um plano

de marketing independente para cada mercado, podendo as

diferentes subsidiárias serem autónomas no estabelecimento

dos objectivos de marketing e no planeamento, o que resulta

num marketing-mix diferente para cada mercado.

A empresa não procura semelhanças entre os diferentes

elementos do marketing-mix, incentivando deste modo a

adaptação aos mercados locais. O controlo é geralmente des-

centralizado para reforçar a ideia de que cada mercado é único

e requer planeamento e controlo de marketing local. A empresa

pode todavia continuar a abastecer os vários países em que

está presente a partir da sua base doméstica, de forma a

aproveitar vantagens competitivas, nomeadamente o benefício

de economias de escala, que lhe permitem custos mais baixos.

Quase sempre, a empresa possui uma representação directa

nos vários países, para coordenar a implementação dos seus

programas de marketing, não confiando os seus negócios a

intermediários. A perspectiva de Marketing Internacional é

adoptada frequentemente por empresas fortemente implantadas

no estrangeiro.

A transferência para os mercados externos da política

comercial utilizada no mercado doméstico não é suficiente,

sendo necessário elaborar uma estratégia internacional, baseada

em políticas comercias próprias para cada país. Para as PME´s

portuguesas esta perspectiva poderá tornar-se possível mediante

acordos de parceria ou da implementação de redes de empresas,

que permitam o desenvolvimento da massa crítica necessária

para a internacionalização.

Se analisarmos, por exemplo, o sector do calçado, em que

Portugal, com cerca de 100 milhões de pares, é o quinto maior

produtor da UE, atrás da Itália, da Espanha, da França e do

Reino Unido, verifica-se que um dos maiores problemas é a

imagem de origem pouco desenvolvida, quando comparada

com outros países fornecedores de calçado, como por exemplo

a Itália a Espanha ou a França e a dimensão das empresas no

mercado internacional. A não ultrapassagem destes problemas

conduz as PME nacionais a ficarem condenadas à exportação

por subcontratação e a pequena distância, ficando a interna-

cionalização de grande escala reservada às grandes empresas.

MARKETING GLOBAL

Nesta perspectiva as empresas tratam o mundo como sendo

um único mercado. A postura de marketing global sustenta-se

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26 na globalização dos mercados o que significa vender o mesmo

produto, da mesma forma, em todos os mercados em que a

empresa esteja presente. Esta perspectiva assenta no princípio

de que existe homogeneidade das necessidades dos consumi-

dores, provocada pelo desenvolvimento dos media, com órgãos

de comunicação social verdadeiramente globais, como The

Economist, o Finantial Times, a MTV e a CNN, e com uma

verdadeira revolução nas comunicações, protagonizada pela

Internet, que em segundos permite estabelecer contactos entre

quaisquer pontos da rede.

A globalização não se encontra, no entanto, confinada a

produtos de alta tecnologia, em que a linguagem dos consu-

midores é universal, o que facilita a standardização. Outros

casos de sucesso fora destas áreas surgem cada vez mais,

baseados na existência de segmentos de mercado com cara-

cterísticas de procura semelhantes para o mesmo produto, em

diferentes países. Entre estes contam-se as cadeias de fast-food

americanas, os filmes de Hollywood, os cosméticos, alguns

produtos têxteis, os motociclos e os equipamentos de vídeo e

audio japoneses. Empresas, como a Levi Strauss, Nike, Revlon,

Honda e Sogrape, vendem bens relativamente standardizados

em vários segmentos de mercado globais, que procuram os

mesmos produtos para satisfazer as suas necessidades e desejos.

A estratégia destas empresas está em procurar encontrar estes

segmentos, de forma a conseguirem atingir as economias de

escala de que necessitam para ser competitivas.

Todavia marketing global e globalização não significam

mundialização, ou seja, estar presente em todos os países do

mundo. A decisão de entrar ou não em determinados mercados

externos, depende dos recursos da empresa e das oportunidades

e ameaças de cada mercado no instante da análise. O facto de

empresas, como a IBM e a Coca-Cola, estarem presentes em

mais de 100 países, é justificado pelo facto de terem iniciado

a sua internacionalização nos anos 50 e de ao longo dos anos,

terem disposto de recursos e oportunidades que lhes permitiram

ir entrando sucessivamente em novos mercados.

Os principais obstáculos à globalização são as diferenças

culturais, os hábitos e padrões nacionais e as características

socioeconómicas específicas dos vários países.

Uma comparação entre as perspectivas de marketing de

exportação e marketing global, segundo as componentes tradicionais

do marketing-mix., encontram-se resumidas no quadro seguinte.

. Transferir para o estrangeiro a política comercial

interna.

. Visar o segmento de mercado mais importante.

. Adaptar os produtos.

. Conceber uma gama de exportação.

. Calcular e fixar o preço de venda para exportação.

. Formar uma força de vendas.

. Escolher canais.

. Dar a conhecer a marca no estrangeiro.

objectivos

segmentação

politica deproduto

politica de preço

politica dedistribuição

politica decomunicação

. Conceber uma política de marketing global.

. Procurar segmentos de mercado idênticos

transpondo as fronteiras.

. Desenvolver produtos internacionais ou criar

uma carteira de actividades.

. Estabelecer uma política de preços internacional.

. Constituir uma rede de distribuição

internacional.

. Criar uma imagem internacional homogénea.

MARKETING DE EXPORTAÇÃO MARKETING GLOBAL

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27MARKETING GLOCAL

Este conceito está associado ao marketing global, todavia

em vez da standardização integral, defende a ideia de que as

empresas mais bem sucedidas serão as que adaptarem melhor

os seus produtos e serviços, às situações específicas apresen-

tadas pelos mercados locais.

O sucesso das empresas glocais depende de quatro com-

petências: capacidade para construir um capital intelectual

através da transmissão de poder e de responsabilização aos

colaboradores nos mercados onde actuam (empowerment);

criação de produtos originais de uma forma contínua com

capacidade de costumização às características apresentadas

pelos mercados locais; construção e desenvolvimento de um

capital de informação; e desenvolvimento de um capital ético

através da responsabilização empresarial global e local, isto é,

a empresa glocal não está ligada a nenhum Estado, mas sim à

comunidade em que se insere.

O desenvolvimento recente do Marketing Glocal pode

explicar-se pela cada vez maior flexibilização da produção, que

reduz a importância das economias de escala, permitindo limitar

a dimensão das fábricas, pela melhoria das comunicações,

conduzindo a custos de transporte cada vez mais baixos nos

últimos anos e pela preocupação em satisfazer as necessidades

dos clientes. Nesta perspectiva nenhum produto é universal.

As empresas passam a fazer simultaneamente produtos pa-

dronizados e diferenciados.

MARKETING INTERNACIONAL Versus

MARKETING DOMÉSTICO

O marketing doméstico está direccionado exclusivamente

para os mercados do país de origem da empresa. O marketing

internacional não é mais do que a aplicação de políticas de

marketing ajustadas aos diferentes mercados-alvo.

aspectos adicionais do marketing internacional relativamente ao marketing doméstico

. I&D para ir ao encontro das necessidades produto

. Estabelecimento do preço

. Preços de promoção

. Crédito

. Gestão dos canais

. Canais paralelos

. Countertrade

. Mensagem

. Alvos

. Plano de media

. Focalizada nos mercados domésticos

produto

preço

distribuição

comunicação

organização

. Standardização / adaptação do mercado

. Ciclo de vida do produto I mercado próprio

. Aspectos técnicos próprios

. Legislação

. Aspectos culturais

. Preço de transferência

. Adaptação de preços

. Taxas de câmbio

. Modo de entrada

. Adaptações da mensagem

. Restrições e costumes locais

. Restrições e costumes locais

. Focalizada nos mercados internacionais: sub-

sidiárias, divisões internacionais, etc.

MARKETING DOMÉSTICO MARKETING INTERNACIONAL

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28 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO

INTERNACIONAL DA EMPRESA

Podem ser identificadas cinco etapas no desenvolvimento

de uma empresa, no caminho para o seu processo de interna-

cionalização.

Cada uma delas apresenta diferenças significativas ao nível

de estratégia, abordagem do mercado mundial, orientação e

forma de gestão das diferentes subsidiárias.

A chave do sucesso, em marketing internacional, reside na boa

adaptação às diferentes formas como estes aspectos se manifestam

nos vários mercados e na capacidade de previsão dos acontecimentos.

Para o sucesso desta adaptação é fundamental que o respon-

sável pelo marketing internacional tenha um conhecimento profundo

de cada um dos mercados com que está a trabalhar. É ainda

importante que conheça as instituições económicas internacionais,

como o FMI (www.fmi.org) e a OCDE (www.ocde.org), bem como

os acordos comerciais entre nações, como a OMCI (Organização

Mundial de Comércio) (www.wto.org) o NAFTA (www.nafta-sec-

alena.org), ou o Mercosul entre outros.

Uma leitura atenta deste quadro permite-nos descortinar que

a empresa internacional e a doméstica têm ambas uma orientação

de gestão etnocêntrica. Relativamente à visão do mercado mundial,

ela varia desde a empresa com orientação doméstica, até à

empresa transnacional, que vê mercados globais e recursos,

similitudes e diferenças em cada um dos países.

No que respeita ao papel de cada uma das subsidiárias, este

varia profundamente à medida que a empresa vai evoluindo no seu

processo de desenvolvimento internacional. Na empresa interna-

cional a subsidiária é responsável por adaptar e fortalecer competên-

cias. Na empresa multinacional compete à subsidiária explorar as

oportunidades locais. Na empresa global, a subsidiária é responsável

pelo marketing ou pelo aprovisionamento e na empresa transna-

cional, é responsável pela contribuição das actividades no seu país,

para o sucesso global da organização em que se insere e pela

partilha das suas experiências com toda a organização.

doméstico

país doméstico

etnocêntrica

localizados no país

doméstico

único país

país doméstico

modeloestratégico

abordagemdo mercadomundial

orientação degestão

activos chave

papel dassubsidiárias

know-how

internacional

coordenação

prolongamento de

mercados

etnocêntrica

em geral

centralizados.

por vezes dispersos

adaptar e potenciar

competências

criado centralmente

e transferido

INTERNACIONAL MULTINACIONAL GLOBAL TRANSNACIONAL

multidoméstica

descentralizada

mercados

nacionais

policêntrica

descentralizados e

auto-suficientes

explorar

oportunidades locais

retido em cada uma

das subsidiárias

global

centralizada

mercados

e recursos

globais

mista

todos no país de

origem excepto o

marketing ou os

aprovisionamentos

marketing ou

aprovisionamento

marketing

desenvolvido em

conjunto e

partilhado

global

integrada

rede

mercados e

recursos mundiais

geocêntrica

dispersos

interdependentes e

especializados

todas as funções

desenvolvidas em

conjunto e

partilhadas

todas as funções

desenvolvidas em

conjunto e

partilhadas

DOMÉSTICAETAPAS

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. Selecção de mercados potenciais, recolha da informação

e primeira decisão sobre os mercados a estudar

. Estimativa do potencial de vendas da indústria em cada

mercado e do potencial de vendas da empresa em cada

mercado.

. Selecção, decisão e eventual teste dos mercados escolhidos.

Em cada uma das etapas, o número de mercados potenciais

vai sendo sucessivamente reduzido.

7.2 Escolha dos mercados-alvo

Em vez de responder a oportunidades ocasionais de mercado,

a empresa deve adoptar um procedimento lógico para a selecção

do mercado alvo, desde que tenha decidido internacionalizar

as suas actividades ou expandir actividades internacionais já

existentes.

A escolha sistematizada de mercados-alvo pode ser efectuada

seguindo a lógica do esquema que a seguir apresentamos e

que se baseia nas seguintes etapas base:

Modelo de escolha de mercados alvo num processo de internacionalização

incentivo parainternacionalizar

detecção de umaoportunidade específica

num mercado internacional

responder à oportunidadede mercado

comparar a oportunidadecom outras oportunidades

disponíveis

recolherinformação

avaliação e decisão teste demercado

mercadorejeitado

mercadosescolhidos

primeiraselecção

estimativa do potencialda indústria em cada

mercado

estimativa do potencialde vendas da empresa

em cada mercado

Fonte: Frank Bradley, op. cit.

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30

arrisca-se a causar uma imagem desfavorável nos consumidores

potenciais e vir a danificar o potencial de vendas da empresa,

podendo vir a requerer posteriormente esforços adicionais para

renovar a imagem.

As alternativas de formas de acesso são em geral agregadas

em grupos que se baseiam no:

. Investimento I Controlo

. Local de produção:

– Produção no país de origem e exportação para o mercado

de destino

– Produção no mercado de destino

7.3 Formas de acesso aos mercados internacionais e politicas de marketing

Após a escolha e estudo dos mercados-alvo é necessário

determinar qual a melhor forma de entrada nesse mercado. O

processo traduz-se na escolha da forma de acesso ao mercado

e na selecção dos canais de distribuição a utilizar em cada um

dos mercados. A escolha da forma de acesso é uma decisão

crítica em marketing internacional, uma vez que irá influenciar

todas as acções ao nível do marketing-mix. Se a empresa optar

pela utilização de organizações independentes ou pela concessão

de licenças, para abordar os mercados-alvo, limita as suas

possibilidades de controlo sobre preços, políticas de produto,

distribuição e comunicação.

A selecção de um modo de entrada correcto é essencial,

uma má decisão a este nível conduz a eventuais prejuízos e

Fraca ou nula

Fraca, mas função

do contrato

Nulo

Bastante boa

Boa

Excelente

Médio

Parte adaptada

Bom

exportaçãoindirecta

exportação viadistribuidorexclusivo

licenciamento

franchising

contrato gestão

filial comercial

contrataçãoprodução

joint-venture

filial produçãoou integrada a100%

Standardização

Standardização

Adaptação

Adaptação I

standardização

Adaptação

Standardização

Adaptação.

Fraco controlo de

qualidade

Bom controlo, mau

controlo da adaptação

Em parte adaptado

POLÍTICADE PRODUTO

POLÍTICADE PREÇO

CANAIS DEDISTRIBUIÇÃO

POLÍTICA DECOMUNICAÇÃO

Não controlável

Controlo fraco/

razoável

Controlo nulo

Controlo traco

Fraco controlo

Bem controlada

Mal controlada

Controlo médio

Bem controlado

Não controláveis

Controlo fraco/

razoável

Controlo nulo

Controlo bom

Fraco controlo

Bom controlo

Controlo médio

Bem controlados

Não controlável

Controlo fraco/

razoável

Controlo nulo

Controlo bom

Fraco controlo

Bem controlada

Controlo médio

Bem controlada

DOMÍNIO DAESTRATÉGIACOMERCIAL

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O estudo do comportamento do consumidor em marketing

internacional deve ser feito com o mesmo rigor que a análise

do consumidor no mercado nacional. A generalização, de um

mercado a outro dos comportamentos observados, ou a hipótese

de comportamentos homogéneos, que caracterizam o consumi-

dor, não pode servir de base à definição de uma política de

marketing no estrangeiro.

Em todos os casos, pesquisas particulares são necessárias,

seja numa base nacional, para identificar o comportamento dos

diferentes segmentos de mercado que constituem um deter-

minado país, seja numa base internacional, procurando através

do espaço internacional constituir segmentos de mercado que

permitam reunir consumidores com comportamentos idênticos

disseminados em mercados mais vastos, que por vezes os dis-

simulam ou escondem.

Posicionamento

Após a escolha dos segmentos-alvo, a empresa deve planear

a melhor forma de os atacar, escolhendo o posicionamento

mais adequado para a sua oferta. Posicionar significa encontrar

uma forma de fixar o produto na mente dos potenciais compra-

dores, desenvolvendo o marketing-mix adequado.

O posicionamento global pode não ser adequado para todos

os produtos. Podemos definir como critérios de posicionamento

genérico produtos com ênfase na tecnologia ou na imagem.

Os produtos com ênfase na tecnologia, de que são exemplos

os computadores pessoais, os equipamentos stéreo e vídeo e

os automóveis, são adquiridos com base em características

concretas, sem que todavia, a imagem deixe de ser importante.

Em geral, os consumidores já possuem ou desejam obter

informação técnica relevante sobre o assunto.

No caso dos produtos com maior ênfase na imagem, existe

igualmente um grande envolvimento dos consumidores, que

partilham uma linguagem comum e um conjunto de símbolos

relacionados com saúde, materialismo e romance.

Alguns produtos podem ser posicionados de várias formas,

quer estejam no grupo de produtos de alta tecnologia quer no

grupo de ênfase na imagem.

7.4 Segmentação em marketing internacional

Os consumidores num mercado global são cada vez mais

numerosos e embora dispersos estão organizados, beneficiam

de mais e melhor informação, possuem poderes de compra

muito variados e a concorrência pode estar em melhores

condições para servir determinados grupos de consumidores

do que a empresa. Estas constatações levam as empresas a

optarem por procurarem satisfazer os grupos de consumidores

mais atractivos e aqueles que podem servir com maior eficiência

em vez de seguirem uma abordagem global.

A segmentação é um dos conceitos fundamentais do mar-

keting, na medida em que ajuda a uma melhor identificação

das oportunidades e grande parte das decisões são tomadas

com base na segmentação (gama de produtos, escolha de meios

e canais de distribuição, política de comunicação, pricing etc).

Em marketing internacional é necessária uma observação

ainda mais atenta da segmentação, porque o mercado interna-

cional é um conjunto vasto que a empresa não pode de forma

alguma servir na totalidade. É necessário fazer escolhas, de

maneira a seleccionar os mercados que possuam a dimensão

e a atractividade desejada e porque o mercado mundial apresenta

uma grande heterogeneidade, muitas vezes incompatível com

uma estratégia de standardização pura.

Os objectivos da segmentação em marketing internacional

são identificar e ajudar a conhecer melhor os segmentos-alvo

de modo a conceber e pôr em prática estratégias adequadas de

marketing.

Em marketing internacional a segmentação pode ser utilizada

para determinar países ou mercados-alvo, segmentar um mer-

cado estrangeiro e segmentar o mercado mundial.

Estudo do comportamento dos Consumidores

A nível internacional, o estudo do comportamento dos

consumidores pode fazer-se de acordo com três concepções:

a universalidade das necessidades e da natureza humana; as

teorias da identidade nacional ou cultural (as fronteiras nacionais

não se sobrepõem forçosamente às fronteiras culturais), o que

supõe a existência de comportamentos-tipo por comunidade

(sociedades ou nações); e a constatação de que as diferenças

de comportamento no interior de um espaço nacional se pro-

longam a vários países.

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os gostos, preferências, diferenças culturais e os aspectos

económicos dos mercados em que o produto será comerciali-

zado. Na escolha da estratégia de produto devem ainda ser

ponderados eventuais custos de adaptação e produção. A análise

conjunta destes aspectos proporcionará a tomada de decisão

da estratégia de produto mais adequada.

POLÍTICA DE PREÇO

Na generalidade das economias desenvolvidas e emergentes,

um elevado número de produtos tornou-se internacional. Exis-

tem, no entanto, poucos produtos em que se observa uma

procura e uma oferta mundial, com um preço mundial, se

exceptuarmos algumas matérias-primas em que o preço resulta

de um acordo de produtores, como o caso da OPEP, ou em que

ele é objecto de cotações em bolsas especializadas, como os

casos do café, cobre e ouro.

Para a maioria dos produtos, a fixação do preço de venda

é da responsabilidade da empresa. Dada a sua influência no

valor das vendas e na rentabilidade da empresa torna-se uma

decisão de grande importância. Tradicionalmente, a fixação de

preços sempre foi efectuada de forma adquirida porque constitui

um dado exógeno à empresa. As empresas produziam e vendiam

nas condições de preço do mercado. Um eventual controlo

sobre os preços pressupõe geralmente, ausência de concorrência

e/ou da escassez da oferta. A secundarização (estratégica) desta

variável de marketing conferiu-lhe um carácter estático e passivo.

Hoje, porém e mercê de alterações externas e internas à empresa,

as decisões relativas ao preço envolvem uma abordagem mais

activa.

Por outro lado a adopção de uma politica de marketing

requer uma harmonização entre o posicionamento de preço e

as outras variáveis do marketing–mix. Torna-se necessário dese-

nhar um quadro que permita determinar uma politica de preço

coerente com o posicionamento adoptado implicando uma

coordenação com as restantes variáveis do mix conforma se

apresenta na figura seguinte.

7.5 Políticas de marketing no contexto internacional

POLÍTICA DE PRODUTO

Pode definir-se produto como uma ideia, um serviço, um

bem ou qualquer combinação dos três conceitos. É um conjunto

de atributos, através dos quais se consegue a satisfação das

necessidades ou o benefício do utilizador ou comprador. O

produto é constituído por atributos tangíveis e intangíveis, que

incluem o produto físico, a marca, a imagem, a embalagem, o

rótulo e os serviços associados. Qualquer um destes atributos

pode ser utilizado como instrumento competitivo.

Num contexto de internacionalização, as decisões relativas

ao produto são de extrema importância, ao nível de características

como design, performance e marca. Por outro lado, a escolha de

produtos e serviços que é feita para os mercados externos

condicionará todo o marketing-mix internacional da empresa.

Alguns dos aspectos a considerar ao nível desta variável são o

número, quantidade e tipo de produtos que se pretende comer-

cializar, o tipo de produtos que é necessário desenvolver de novo

e quais os produtos existentes que se devem adaptar para os

diferentes mercados.Estas adaptações podem incidir sobre o

produto em si ou sobre aspectos, como a embalagem, os canais

de distribuição a utilizar ou o tipo de comunicação a desenvolver.

O estudo do potencial de lançamento de um produto em

mercados internacionais deve atender a cinco aspectos, sempre

na perspectiva do consumidor:

. Utilização funcional primária,

. Uma segunda utilização,

. A sua durabilidade e qualidade,

. A sua funcionalidade e operacionalidade

. E, por último, as suas características no que respeita a as-

pectos ligados à manutenção.

Os níveis de qualidade também podem variar segundo o

mercado, assim como as condições de uso e o nível de ma-

nutenção necessário. Na definição da política de produto inter-

nacional, é necessário identificar e caracterizar o mercado para

cada um dos produtos em causa. Devem identificar-se os

potenciais utilizadores, o momento, o motivo e o modo de

utilização. Para conhecer estes aspectos é necessário estudar

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POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO

Uma vez escolhida a alternativa de entrada nos mercados

internacionais ou a combinação de alternativas para entrar nesses

mercados, a empresa deve preocupar-se com a distribuição do

produto. O comprimento do canal de distribuição varia consoante

o país em causa, sendo certo que quanto maior for este, mais

se agrava o preço a praticar junto do consumidor final.

Outro aspecto importante reside no tipo de retalhista que

domina a distribuição. Por exemplo, em Portugal, verifica-se

um crescimento cada vez maior do peso das grandes superfícies,

enquanto em Itália as pequenas lojas de bairro dominam uma

grande fatia da distribuição. Se considerarmos um país como

a Índia, são milhões os retalhistas de rua e os supermercados

praticamente não existem. Nem todas as empresas com

actividade internacional chamam a si a gestão da distribuição

no interior dos mercados.

Para as que o não fazem, o problema encontra-se resolvido

quando escolhem a sua forma de acesso ao mercado. Estão,

entre estas, as empresas que vendem através de exportação

indirecta, licenciamento e as que vendem por exportação directa

via agente ou distribuidor. As empresas que normalmente

chamam a si a gestão da distribuição no interior dos mercados

são as que possuem filiais ou joint-ventures nesses mercados.

O primeiro passo na gestão da distribuição no exterior é

coordenar os objectivos da empresa no mercado estrangeiro

com as suas capacidades. O papel do responsável de marketing

é identificar os actores presentes no mercado, que constituem

a estrutura dos canais existentes. Devem ainda ser identificadas

as tarefas específicas a desempenhar pelo canal de distribuição

no mercado em causa, como sejam inventários, promoções,

crédito, distribuição física e serviços. As necessidades

identificadas são comparadas com as capacidades dos canais

alternativos disponíveis no mercado.

POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO

O marketing inclui várias actividades desenvolvidas pela

empresa nos seus mercados. A comunicação é no entanto, a

actividade mais visível, assim como a mais influenciada pela

envolvente cultural, pois, enquanto nas outras variáveis a

empresa procura atingir o mercado de uma forma discreta, no

caso da comunicação pretende ser notada.

A evolução das comunicações provocou o incremento das

transacções comerciais internacionais, reduzindo a importância

das fronteiras geográficas. A procura do aproveitamento do

efeito das economias de escala conduziu naturalmente as

empresas a tentar vender produtos o mais standardizados

possível, correndo no entanto o risco de não se adaptarem às

diferentes envolventes nacionais. Deste aspecto ressalta a

importância da variável comunicação nos mercados externos.

Em geral, a comunicação pode incluir as seguintes componentes:

publicidade, venda pessoal, promoção e feiras.

A publicidade é a comunicação paga das mensagens da

empresa através de meios impessoais, tais como o áudio

(Rádio), o visual (outdoors, jornais, revistas), audiovisuais,

como a TV e o Cinema ou ainda pela Internet.

Existem dois conjuntos de factores que condicionam as

campanhas publicitárias nos mercados externos: um relaciona-

se com a situação interna da empresa e o outro com a envolvente

internacional. Na figura, são esquematizados estes factores.

Refira-se que os princípios e requisitos que estão na base da

publicidade são os mesmos em todos os países. São os métodos

e as técnicas bem como os símbolos que têm de variar para

contemplar as condições de cada mercado.

Posicionamento versus Preço

determinar preferênciasdos consumidores

determinarnecessidades dos

consumidores

determinarmercados-alvo

determinarperformance

dos concorrentes

definir ambienteconcorrencial

determinar customarginal das marcas

concorrentes

definir valor

determinar volumede compras

determinar preferênciasdos consumidoresdentro da lista de

marcas que preferem

posionamento preço

determinarlista de marcaspreferidas dosconsumidores

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34 Depois da publicidade a venda por contacto pessoal é, prova-

velmente, a ferramenta de comunicação mais importante. Este

tipo de comunicação assume uma importância tão grande no

mercado internacional como no mercado doméstico, pelo potencial

que desempenha na transmissão boca a boca da mensagem a

passar ao mercado e porque é, sobretudo, uma actividade levada

a cabo por vendedores locais, conhecedores dos comportamentos

e atitudes dos consumidores. A utilização de vendedores interna-

cionais é sempre difícil pelo custo envolvido, pela dificuldade de

recrutamento e pela adaptação cultural que é exigida.

A promoção pode ser interpretada como uma actividade de

venda directa ou indirecta fora da venda pessoal e da publicidade,

como sejam por exemplo; concursos, cupões, amostras, prémios,

reduções temporárias de preços ou ofertas. A importância das

promoções varia de mercado para mercado, interessando à

empresa promotora as formas e canais que melhor persuadam

os consumidores a comprar.

Para além dos aspectos económicos envolvidos, as

promoções como venda a nível internacional são afectadas por

questões legais e culturais. A legislação em determinados

mercados pode restringir a dimensão e o tipo de amostra,

prémio, concurso ou o período durante o qual são admitidos,

por exemplo, os saldos, como é o caso em Portugal.

Ao nível de influência geográfica as feiras podem ser clas-

sificadas em regionais, nacionais ou internacionais. Anualmente

realizam-se mais de 5000 feiras em mais de 70 países. O

encurtamento das distâncias e a proliferação de feiras em todos

os países e dentro destes em vários locais, fez com que

praticamente cada sector elege-se um pequeno numero de feiras

internacionais, que funcionam como uma show rooms das

novidades e das oportunidades de negócio conduzindo à perda

progressiva de importância das feiras regionais que na maior

parte dos caso são utilizadas pela retalho para fazer venda

directa.

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8. Novas ferramentas de internacionalização

8.1 O que são eMarketPlaces

Com a chamada “nova economia” surgiram novas formas

de fazer negócio, entre as quais se destaca o marketplace

electrónico, o qual permite atingir um maior número de desti-

natários e com menor dispêndio de recursos do que no comércio

tradicional. Constitui, por isso, um importante instrumento no

processo de internacionalização.

Um eMarketplace business-to-business (B2B) representa

um ponto de encontro entre vários compradores e vários vende-

dores. O eMarket B2B é uma área da Internet onde um inter-

mediário fidedigno coloca funcionalidades de negócio à

disposição de empresas registadas. O fornecedor do eMarket

não tem qualquer interferência no preço dos bens e serviços

negociados através do eMarket.

Entre as vantagens para as PME na utilização dos emarketplaces

destacam-se a chegada a novos clientes e parceiros, proporcionar

aos clientes um meio conveniente para adquirir produtos, permitir

reduzir custos ao utilizar os serviços disponibilizados pelo emar-

ketplace e obter informação sobre a concorrência.

FERRAMENTAS DE eBUSINESS

Existem diversas ferramentas de apoio ao eBusiness, sub-

stituindo as ferramentas tradicionais de modo a sistematizar

e facilitar as actividades dos processos desde a pré-venda até

ao após venda.

Estas ferramentas cobrem, desde os sistemas mais simples

(Email) até aos mais avançados (eMarkets). Normalmente os

sistemas mais avançados implicam que a empresa tenha em

funcionamento os sistemas mais simples. Isto quer dizer que

a utilização de um eMarketplace terá mais hipótese de sucesso

se a empresa tem já implementada a comunicação directa, o

site na Internet (Marketing) e utiliza o Email.

CATEGORIAS DE eMARKETS

Um eMarket pode ser definido como um website com

funções de transacção comercial, para diversos compradores

e vendedores. O promotor do eMarketplace não tem o domínio

nem o controlo sobre os preços praticados. O comprador e o

vendedor efectuam o negócio entre si e pagam uma taxa ao

eMarketplace.

Exemplos de eBusiness que na verdade não são eMarketplaces:

Directório de empresas – é uma lista de empresas. Normal-

mente não existem ferramentas para a procura de produtos

do catálogo, nem é possível solicitar uma cotação.

Private Exchange – diversas empresas criam a sua plataforma

de negociação com fornecedores ou com cientes

Online distributor – um distribuidor que pode representar

diversas marcas e efectua as suas vendas online. Só o

vendedor é que controla o preço dos produtos.

Os eMarketplaces podem ser divididos em três categorias,

baseadas nos seus principais stakeholders e operadores:

eMarket independente – é gerido por uma terceira parte,

que não é comprador nem vendedor. Está aberto para todos

os comprados e vendedores de uma área de actividade,

indústria ou região.

Consórcio industrial ou eMarket orientado para a venda –

é gerido por um número limitado de empresas para uma

venda mais eficiente a um grande número de compradores.

Consórcio industrial ou eMarket orienado para a compra –

é gerido por um número limitado de grandes compradores

para a optimização do processo de compra. O eMarket está

aberto aos fornecedores.

Existem categorias híbridas, sendo que em alguns casos

grandes empresas criaram um emarket orientado para a compra,

embora para o tornar atractivo para os fornecedores, é criado

um eMarket independente numa empresa autónoma.

Consoante a área de actividade, indústria ou região, actual-

mente foi estabelecida a caracterização dos eMarkets em:

eMARKETS VERTICAIS

Dirigidos a sectores específicos, como por exemplo têxteis,

indústria automóvel. As empresas utilizam estes eMarkets para

comprar ou vender produtos estratégicos para a sua actividade.

Um fabricante de mobiliário de madeira pode adquirir a matéria-

prima base num vertical e pregos noutro vertical.

eMARKETS HORIZONTAIS

São geralmente orientados para uma determinada zona

geográfica, produtos ou serviços. As empresas adquirem produ-

tos que não são considerados estratégicos para sua actividade,

tais como equipamento de escritório, serviços de consultoria

ou sobressalentes.

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anos

36 8.2 O papel dos eMarketPlaces

Um eMarket é uma plataforma para o negócio electrónico.

O Website da empresa é também outro importante canal de

comunicação e informação para e-business. A empresa pode

escolher pela utilização do Website não apenas como um canal

de informação e comunicação, mas também a utilização de

funcionalidades de compra e/ou venda.

Um eMarket pode ser utilizado com funcionalidades tão

diversas como um canal de Marketing, na fase de pré-venda,

assim como um canal de vendas.

O eMarket é uma ferramenta completa de comunicação

directa entre computadores, tal como o EDI (Electronic Document

Interchange) na fase de venda.

A INFORMAÇÃO NO eMARKET

Em inúmeras actividades uma das grandes falhas na divul-

gação é a constante necessidade de actualização dos produtos

que se encontram no mercado, sendo:

. Quais os novos produtos que estão disponíveis

. Quais os fornecedores com capacidade de fornecer

. Quais os fornecedores que possuem determinado produto

em stock para poder fornecer.

Os eMarketplaces têm como objectivo tornar os contactos do

negócio e as consequentes transacções mais fáceis e a um custo

menor.

A vantagem dos eMarketplaces é maior para as actividades onde

existem maiores ineficiências. O quadro abaixo apresenta um resumo

das ineficiências habituais e a vantagem da utilização do eMarketplace.

8.3 Cooperação científica

A cooperação científica é efectivamente uma forma de

participar internacionalmente em projectos de investigação e

desenvolvimento que posteriormente terão aplicação no mundo

empresarial, quer ao nível da inovação quer ao nível das tecno-

logias emergentes.

O Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e do

Ensino Superior (GRICES) desenvolve a coordenação das activi-

dades de internacionalização das actividades de inovação

tecnológica e científica, sendo sua vocação:

. Contribuir para a formulação das políticas relacionadas

com a União Europeia e com a cooperação internacional;

. Coordenar as acções de cooperação e as actividades ine-

rentes à participação de Portugal como membro da UE

nas áreas da ciência e tecnologia e do ensino superior;

. Assegurar e desenvolver as actividades do Ministério da

Ciência e do Ensino Superior no que respeita às relações

bilaterais e multilaterais;

. Assegurar, nas áreas da sua competência, a articulação

com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e com outros

departamentos da Administração Pública;

. Promover e apoiar a cooperação com os países de expressão

portuguesa nas áreas da sua competência;

. Promover a difusão do potencial português na área da

ciência e do ensino superior no estrangeiro.

INEFICIÊNCIA FUNÇÃO DO EMARKET

Catálogo Electrónico

Leilão ou valor de bolsa

Soluções e-commerce para colocar e receber encomendas

Controlo/segurança das empresas aderentes

Ferramentas de colaboração para conceber e especificar os

produtos

Informação de marketing – É difícil para os vendedores informarem

os clientes e para os clientes procurar potenciais fornecedores

Preço – É difícil para os compradores e vendedores terem

informação do mercado para se conhecer o melhor preço

Processo de encomenda – Muitas compras são efectuadas

sem que exista um sistema eficaz e formal

Confiança – É difícil julgar quando o pagamento e/ou a entrega

são efectuadas por um novo player

Colaboração – Muitas empresas especializadas estão envolvidas

em projectos internacionais, sendo difícil a troca de informação

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9. Apoios à internacionalização

9.1 Programas nacionais

De forma a garantir uma melhor coordenação dos projectos,

o ICEP Portugal tem vindo a desenvolver uma colaboração

sistemática com outros organismos que têm a seu cargo a

gestão de instrumentos de apoio à internacionalização, tais

como a Agência Portuguesa de Apoio ao Desenvolvimento, a

COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, o IAPMEI – Instituto

de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento,

a IPE CAPITAL – Sociedade de Capital de Risco, S.A. e o FIEP

– Fundo para a Internacionalização das Empresas Portuguesas,

S.G.P.S., S.A..

Com o objectivo de reforçar os meios de apoio disponíveis,

os empresários nacionais beneficiam ainda do suporte dos

Centros de Apoio aos Investidores Portugueses, serviços que

já são disponibilizados em Espanha, no Brasil e na Polónia, nas

respectivas Delegações do ICEP. Estes Centros visam propor-

cionar apoio local aos investidores, desde a fase de preparação

do investimento até à constituição da empresa e à introdução

daqueles em redes de contactos formais e informais que ajudem

e facilitem os processos de investimento.

PRIME

O PRIME compreende duas medidas de apoio à interna-

cionalização, sendo a primeira dirigida essencialmente às

empresa e a segunda, para além das empresas compreende

uma forte componente de apoio a instituições para promoção

de Portugal de das marcas portuguesas.

Medida 1 – Estimular a Modernização Empresarial

Esta medida do PRIME assume-se como o principal sistema

de incentivos às empresas no quadro do Programa. Tem como

objectivo central apoiar projectos de desenvolvimento empre-

sarial, desejavelmente integrados, resultantes de uma análise

estratégica das empresas nas suas diversas áreas funcionais,

nomeadamente nas áreas da internacionalização, eficiência

energética, qualidade, segurança e gestão ambiental e qualificação

dos recursos humanos

Especificamente na área da internacionalização, a Medida

1 do PRIME contempla a possibilidade de apoio a programas

de Marketing Internacional e Abertura de Escritórios de Repre-

sentação e ao investimento Directo Português no Estrangeiro.

Em paralelo, embora não directamente relacionada com a

vertente de internacionalização, esta Medida contempla também

a possibilidade de apoio a iniciativas de criação e desenvolvi-

mento de marcas próprias.

Medida 8 – Internacionalizar a Economia

O PRIME prevê o apoio a projectos integrados de divulgação

da imagem de Portugal e de promoção de marcas portuguesas,

bem como a projectos de abordagem de mercados sustentados

em acções colectivas de prospecção, presença e/ou demon-

stração da oferta portuguesa.

Benefícios fiscais

As empresas promotoras de projectos de internacionalização

de montante superior a 249399 euros podem beneficiar de um

crédito de imposto correspondente a uma proporção dos

investimentos efectuados.

Não estão previstas limitações relativamente aos países de

destino do investimento, excepto no caso de projectos desen-

volvidos por grandes empresas na União Europeia, que não são

elegíveis.

A taxa de incentivo é de 10% sobre as aplicações relevantes

do projecto, que podem consistir na criação de sucursais ou

estabelecimentos estáveis no estrangeiro, na aquisição de

participações ou constituição de capital em sociedades não

residentes (desde que a participação directa seja de, pelo menos,

25%) ou em campanhas de projecção plurianual para lançamento

e promoção de produtos.

Estão previstas majorações da taxa de apoio em 5% no caso

de projectos desenvolvidos por pequenas e médias empresas

e de projectos que se realizem na UE e nos países de expressão

oficial portuguesa, podendo a taxa máxima de apoio ascender

a 20%.

FIEP – Fundo para a Internacionalização das Empresas

Portuguesas (SGPS)

São destinatários deste programa as empresas portuguesas

de qualquer sector de actividade, excepto financeiro, com signi-

ficativa quota de mercado interno, que promovam investimentos

no estrangeiro ou operações de parceria com empresas

estrangeiras desenvolvidas em território nacional.

A finalidade é facilitar o acesso aos apoios financeiros do

FIEP e financiar complementarmente os projectos de interna-

cionalização.

CDE – Centro para o Desenvolvimento da Empresa

O CDE, é um organismo paritário UE/ACP criado ao abrigo

do Acordo de Cotonou e financiado pelo Fundo Europeu de

Desenvolvimento (FED), com o objectivo de apoiar o desen-

volvimento de empresas e associações profissionais dos países

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38 ACP (África, Caraíbas e Pacífico), visando o reforço do sector

privado.

Em Portugal o CDE é representado pelo ICEP Portugal, inter-

locutor único, com o qual mantém um Acordo de Cooperação

desde 1987.

Podem aceder a estes apoios as pessoas singulares, as

empresas e os agrupamentos, organizações e associações de

promoção do investimento, consultores e sociedades de con-

sultoria portuguesas, instituições financeiras de desenvolvimento.

O promotor do projecto tem de ser detentor da tecnologia

a utilizar; demonstrar capacidade financeira e técnica; possuir

idoneidade comercial; comprovar que a sua situação contributiva

para com o Estado e a Segurança Social está regularizada.

PRO&INVEST - Programa para a promoção do investimento

nos países ACP

Com o objectivo de promover o investimento e a transferência

de tecnologia em empresas, dos sectores-chave, dos países ACP,

o PRO&INVEST é um programa de partenariado UE-ACP elaborado

e implementado pela Comissão Europeia, sendo posto em prática

por uma Unidade de Gestão no âmbito do CDE - Centro Para o

Desenvolvimento da Empresa, sob a supervisão da EuropeAid

(Departamento de Cooperação da Comissão Europeia). O programa

é financiado pelo FED (Fundo Europeu de Desenvolvimento) e

tem como actividades o reforço do ambiente institucional e o apoio

aos sectores-chave / Desenvolvimento de parcerias entre empresas.

9.2 Programas comunitários

Uma das múltiplas atribuições da Comissão Europeia (CE)

é a gestão dos programas comunitários de ajuda ao desenvolvi-

mento nos países terceiros. No âmbito da implementação destes

programas é necessário o recurso aos serviços das empresas

de consultoria. Consequentemente são assim criadas inúmeras

oportunidades para o processo de internacionalização do sector.

Os principais programas comunitários de apoio ao desen-

volvimento são os seguintes:

PHARE

Objectivo: Actualmente o Phare está essencialmente voca-

cionado para apoiar os países da Europa Central e Oriental e

em fase de pré-adesão, na introdução das reformas necessárias

ao alinhamento das normas desses países com as comunitárias

(Critérios de Copenhaga).

ISPA (Instrument for Structural Policies for Pre-Accession)

Objectivo: Instrumento financeiro destinado a financiar

projectos nos países PECO candidatos à UE que contribuam

para a implementação das políticas comunitárias em matéria

de ambiente e de transportes.

SAPARD (Special Accession Programme for Agriculture

and Rural Development)

Objectivo: Apoiar os países PECO em fase de pré-adesão,

na implementação dos ajustamentos estruturais em termos

agrícolas e de desenvolvimento rural, bem como na implemen-

tação do acervo comunitário no que respeita a Política Agrícola

Comum (PAC).

TACIS (Technical Assistence to the Commonwealth

of Independent States)

Objectivo: Assistência técnica ao processo de transição dos

países da Europa Oriental e Ásia Central (ex-União Soviética)

para uma economia de mercado e uma sociedade democrática.

MEDA (Programa de Assistência e Cooperação

com os Países do Mediterrâneo)

Objectivo: Instrumento financeiro para implementação de

parcerias euro-mediterrânica em três grandes vertentes: política,

no sentido de promover uma zona de paz e de estabilidade na

bacia mediterrânica; económica ou financeira, via o desenvolvi-

mento sustentável e de cooperação regional tendo por objectivo

a instauração de uma zona de comércio livre em 2010; social,

cultural e humano, direitos dos trabalhadores e outras questões

sociais. A instituição destas parcerias afirma-se seja via a

celebração de acordos de cooperação bilaterais (UE/país med-

iterrânico) ou regionais (UE/Magrebe).

FED (Fundo Europeu de Desenvolvimento)

Objectivo: Trata-se de um programa de assistência técnica

e financeira e abrange igualmente uma cooperação comercial

e cultural com os países ACP, com vista a alcançar o estabelecido

no Acordo de Cotonu. Os recursos do FED dividem-se, em

ajuda programável caso se trate de financiar acções estabelecidas

nos planos nacionais ou regionais e ajuda não programável,

caso se trate de fundos a utilizar em situações de emergência.

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39ALA (Programas de Apoio aos Países da América

Latina e Ásia)

Objectivo: A cooperação orientada para o reforço das relações

entre a Comunidade e os seus parceiros da Ásia e da América

Latina, a redução da pobreza, o desenvolvimento sustentável,

pretendendo contribuir para a prosperidade, a segurança e a

estabilidade.

Seguro de créditos

Os riscos relacionados com a exportação de bens/serviços

ou capitais, podem ser cobertos através das apólices de seguro

da COSEC, S.A.

Com a apólice de Seguro de Créditos, o exportador português

poderá cobrir os riscos associados à empresa importadora

(riscos comerciais) ou ao país de importação (riscos políti-

cos/extraordinários), quer ocorram na fase de preparação da

encomenda, quer após a sua expedição.

Os créditos abrangidos podem ser de curto ou médio/longo

prazos.

Com a apólice de Seguro de Investimento, o investidor

português poderá proteger-se contra os riscos políti-

co/extraordinários que ameacem a propriedade do seu investi-

mento e a transferência dos rendimentos gerados.

O direito à indemnização decorrente das apólices da COSEC

pode ser cedido à banca, facilitando, deste modo, o financiamento

das exportações.

Os riscos de natureza comercial são assumidos pela COSEC

e pelo seu sistema privado de resseguro, enquanto que os riscos

político/extraordinários beneficiam da garantia do Estado.

Linhas de crédito

A linha de crédito concessional para Marrocos criada pelo

Despacho Conjunto nº 588/2001, dos Ministérios dos Negócios

Estrangeiros e das Finanças (DR nº 154, II Série, de 5 de Julho),

no valor global de 10 milhões de euros, surge no quadro do

desenvolvimento internacional da economia portuguesa, em

particular no que diz respeito ao aprofundamento da cooperação

bilateral entre a República Portuguesa e o Reino de Marrocos.

Os principais objectivos subjacentes à criação desta linha

de crédito, centram-se no domínio da internacionalização da

economia: visando contribuir para o aprofundamento das

relações económicas entre Portugal e Marrocos e para a consti-

tuição e reforço de parcerias empresariais neste país; e no

domínio da política de cooperação: visa o desenvolvimento

económico do Reino de Marrocos, apostando nas PME marro-

quinas e nas empresas mistas luso-marroquinas.

No âmbito desta linha de crédito, poderão ser financiadas

operações de exportação de bens e serviços de origem portu-

guesa, no quadro da criação/desenvolvimento de empresas

mistas e operações de importação de bens e serviços de origem

portuguesa por parte de PME marroquinas.

Encontra-se ainda previsto o financiamento de despesas

locais, relativas à criação/desenvolvimento de empresas mistas

luso-marroquinas, até um máximo de 15% do valor do contrato

entre o exportador e o importador.

O valor global dos financiamentos a solicitar por cada

beneficiário final (PME marroquinas ou empresas mistas) não

poderá exceder o contravalor em euros de 2 milhões de DSE

(Direitos de Saque Especiais) – cerca de 2,85 milhões de euros

à cotação de 30.11.01. As condições de financiamento praticadas

aos beneficiários finais terão de respeitar os seguintes requisitos:

taxa de juro não superior a 6% ao ano e período de reembolso

não inferior a 8 anos, incluindo 2 de carência.

TRADE FACILITATION PROGRAMME TFP

Objectivo

Promoção e apoio ao comércio externo com os países da

Europa Central, Oriental e Ásia Central.

O BERD (Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvi-

mento) criou um programa cujo objectivo é apoiar o comércio

intra-regional e internacional, nos 27 países em que opera,

promovendo o comércio externo com a Europa Central e de

Leste e com os países da Comunidade de Estados Independentes.

De forma resumida, o BERD apoia operações bancárias

ligadas ao comércio externo, garantindo, perante um conjunto

de bancos de confirmação (na sua maioria, bancos da Europa

Ocidental e americanos), os créditos documentários e instru-

mentos afins emitidos por instituições cujo risco aqueles bancos

de confirmação não estariam normalmente dispostos a aceitar.

Base de dados europeia de iniciativas e medidas de apoio

às empresas

A Comissão Europeia disponibiliza a base de dados de medidas

e iniciativas de apoio às empresas, SMIE (Support Measures and

Initiatives for Enterprises), a nível europeu, com destaque para as

melhores práticas neste domínio, que se encontra disponível em

www.europa.eu.int/comm/enterprise/smie/index_pt.htm.

A base dispõe de informação sobre mais de 2500 medidas

de 25 países europeus, proporcionando análises comparativas,

avaliação e benchmarking, transparência no mercado de serviços

de apoio e visibilidade e acesso melhorados aos serviços de apoio

às empresas.

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40 9.3 Outros programas

PROGRAMA LIFE-AMBIENTE

O Programa Life-Ambiente é uma das vertentes do Programa

LIFE e visa o apoio financeiro a acções-piloto e de demonstrações

inovadoras para problemas ambientais importantes.

JEV - JOINT EUROPEAN VENTURE

Esta Iniciativa Comunitária, aprovada pela Comissão Europeia

em 5 de Dezembro de 1997, destina-se a apoiar a criação de

empresas comuns transnacionais no Espaço Europeu, por PME.

EU – CHINA: JUNIOR MANAGERS' TRAINING PROGRAM

Este Programa foi criado pela Comissão Europeia, em con-

junto com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação

Económica do Governo Chinês, com a finalidade de gerar um

grupo de gestores europeus de elite, que terão a experiência e

os conhecimentos necessários para serem bem sucedidos nos

seus negócios na China.

PROGRAMA INTERREG III

O Interreg III é uma iniciativa comunitária do Fundo Europeu

para o Desenvolvimento Regional (FEDER), destinada a favorecer

a cooperação entre regiões da União Europeia no período de

2000-2006. Tem como objectivo actual o de reforçar a coesão

económica e social na UE, pela promoção da cooperação trans-

europeia, em favor do desenvolvimento harmonioso e equilibrado

do território Europeu, dando especial atenção à questão das

regiões ultraperiféricas e das regiões situadas na linha de fronteira

externa da UE com os países candidatos à adesão.

PROGRAMA LEONARDO DA VINCI

O Programa Leonardo da Vinci é um programa comunitário

de acção em matéria de formação profissional e destina-se a

apoiar e complementar as actividades nacionais para a melhoria

da qualidade das políticas e práticas de formação.

PROGRAMA MEDIA PLUS

Programa de incentivo ao desenvolvimento, à distribuição

e à promoção de obras audiovisuais europeias, dentro e fora

da Comunidade, destinado a reforçar a indústria audiovisual

europeia.

eCONTENT

O Programa eContent tem por objectivo estimular o desen-

volvimento e a utilização de conteúdos digitais europeus nas

redes mundiais e promover a diversidade linguística na sociedade

da informação.

6° Programa-Quadro de Investigação e Desenvolvimento

O 6° Programa-Quadro, abrangendo o período de 2002 a

2006, tem por objectivo a criação do "Espaço Europeu da

Investigação".

PROGRAMA eTEN

O eTEN é um programa comunitário que apoia a implantação

de serviços que utilizam redes de telecomunicações (serviços

electrónicos) com dimensão transeuropeia. Os seus objectivos

estão no centro da missão eEurope – uma sociedade da infor-

mação para todos.