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CEB’S: COMUNIDADES DE COMUNIDADE À LUZ DO VATICANO II

CEBs: Comunidades de Comunidade a luz do Vaticano II

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CEB’S: COMUNIDADES DE COMUNIDADE À LUZ DO

VATICANOII

CONCÍLIO VATICANO II 50 ANOS

O que é um Concílio? Um concílio é uma “reunião” convocada pelo Papa, entre todos os membros do mais alto clero como cardeais e bispos de todo mundo, com o objetivo de discutir, definir e deliberar sobre questões de doutrina, fé, pastorais e costumes da religião cristã.

Maior e mais importante acontecimento da Igreja nas ultimas décadas. Acontecido no Vaticano (Roma) entre os anos de 1962 – 1965, iniciado pelo Papa João XXIII e encerrado em 8 de dezembro de 1965 pelo Papa Paulo VI.

Um papa de transição

CEB’s

Roma Brasil

Concílio Vaticano II

Década de 60

O Concílio Vaticano II eminentemente Pastoral, provocou um grande impacto na Igreja. Suas grandes ideias-chave trouxeram a fundamentação teológica para intuição, já sentida na prática, de que a renovação pastoral deve se fazer a partir da vida comunitária e de que a comunidade deve se tornar instrumento de evangelização.

João XXIII era conhecido como o Papa Bom. E Paulo VI como o Papa sensível, humano, prudente e corajoso. Deu continuidade ao concílio e se preocupou em não romper com a tradição eclesiástica.

Sem mudar as verdades da fé, o C. V. II, nos deu uma nova visão da igreja. A igreja deixaria de ser apenas o papa e passaria a ser o povo em geral, dando abertura aos leigos, chamando-os a ocupar o seu verdadeiro lugar na igreja e assumir sua missão na sociedade como sal e luz do mundo.

O Concilio Vaticano II não veio para definir ou

condenar, mas para servir e salvar.

( Cardeal Dom Aloisio Lorscheider)

Um dos motivos principais da convocação do Concilio Vaticano II era o restabelecimento da unidade dos cristãos. A grandeza de João XXIII foi prometer que o concílio tomasse um rumo não pensado por ele, mas no qual via a ação do Espírito Santo. Se o concílio era um novo pentecostes, não poderia se contentar com repetições antigas ou até mesmo ultrapassadas.

Com a morte de João XXIII, os conservadores esperavam que o concílio automaticamente fosse extinto, mas o novo Papa Paulo VI, eleito em 21 de junho, era um homem aberto aos problemas do mundo e imediatamente decretou a continuidade do concílio, propondo concretamente quatro desafios aos trabalhos: apresentar de modo doutrinal a essência da Igreja, renovar a vida interna da igreja, promover a unidade dos cristãos e intensificar o diálogo da igreja com o mundo inteiro.

O concílio foi encerrado em 8 de dezembro de 65 e ali começava um grande trabalho de aplicar suas decisões. Levar a passagem de uma Igreja extremamente centrada na hierarquia clerical à uma Igreja comunhão, onde todos os batizados sentiam-se responsáveis pela vida interna da Igreja.

Um concílio é uma obra de tamanha importância que são necessárias décadas de trabalho para colher

suas riquezas.

Surge então uma nova eclesiologia

Jesus Cristo

Papa,

Bispos

Padr

es,

Diácon

os

Leigos

Leigas

Religiosos

religiosas

Novos ares na igreja

Renovação: O concílio foi convocado para renovar a Igreja. Vivendo num mundo que se transforma rapidamente, a Igreja precisa acompanhar os tempos, porque é lá que se encontra os homens e mulheres que ela deve reunir e salvar;

Inculturação: A igreja precisava se encarnar em cada povo, em cada nação, em cada cultura. É preciso conservar a unidade, mas sem impor a uniformidade.

Descentralização: Não é mais possível que para cada mínima coisa se precise recorrer a Roma. O Papa existe para manter a unidade, e não para absorver todas as decisões. A centralização era abafar o crescimento da Igreja, impedir a renovação e a adaptação.

Serviço: A igreja está a serviço do ser humano. Por isto, a Igreja precisa se apresentar pobre e despretensiosa, para que não a vejam como dominadora.

Participação: A Igreja é de Todos e não só de alguns. O Concílio foi redescobrir a rica noção bíblica, de que a Igreja é um povo e não uma pequena elite. Quando o povo um povo desperta exige democracia. Quando os cristãos despertam, exigem participação na Igreja.

Antes do Concílio Vaticano II

Missa em Latim

Padre de costa para o povo

Nenhuma participação de leigos.

Várias celebrações ao mesmo tempo na mesma

igreja.

Apenas o clero tinha acesso a Bíblia.

• 1955 – Nascimento do CELAM: com reuniões periódicas e instrumento de ligação;

• Conferência de Medellín (Colômbia – 1968): preocupação com a violência institucionalizada, crítica à invasão econômica das grandes multinacionais;

• Conferência de Puebla (México – 1979): rejeição da violência, libertação total do homem da pobreza, revalorização da religiosidade indígena e popular;

• Conferência de Santo Domingo (Rep. Domin. – 1992): valores tradicionais do mundo latino-americano.

NA AMÉRICA LATINA

• DOM JOSÉ PEDRO COSTA – Em 1962, participou do Concílio. Situação que influenciou a adoção de inovações litúrgicas e pastorais, além de dinamizar a participação dos leigos na vida da Igreja.

• Estando no Concílio Vaticano II, escreveu várias cartas pastorais, para que o povo pudesse acompanhar os novos tempos da Igreja.

EM NOSSA DIOCÉSE…

Reconhecendo a grandiosidade deste trabalho podemos afirmar que: o Concílio Vaticano II foi um dos maiores dons do espírito santo à sua Igreja, deu-lhe uma face mais fraterna, ecumênica, servidora, humilde, missionária, participativa, servidora do mundo, mais a imagem do Cristo crucificado.

Foram aprovados 16 textos em 4 sessões do concílio: 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações. Os que mais marcaram a vida da igreja foram as constituições:

LUMEN GENTIUM

SACROSACNTO CONCILIUM,

DEI VERBUM

GAUDIUM ET SPES.

Constituição Dogmática sobre a Igreja. Reflete sobre a natureza, a identidade, a estrutura e a missão universal da Igreja

LUMEN GENTIUM – LG luz dos povos

É O DOCUMENTO CENTRAL DO CONCÍLIO VATICANO II

LUMEN GENTIUM

SACROSANCTUM CONCILIUM – SC O Sagrado Concílio

Constituição sobre a liturgia. Foi o primeiro documento aprovado, que propôs a renovação da Liturgia, fixando linhas para as Celebrações, dando grande importância a Sagrada Escritura na liturgia, desenvolvendo o amor vivo pela Palavra de Deus, dando testemunho a tradição dos ritos, orientais e ocidentais.

SACROSANCTUM CONCILIUM

DEI VERBUM - DV Palavra de Deus

Constituição Dogmática sobre a divina revelação. Apresenta a natureza, o objeto e a necessidade da revelação, sua transmissão e o papel da Sagrada Escritura na vida e missão da Igreja. Recomenda: Leitura assídua, com orações numa intimidade com a Palavra

de Deus; Estudo dos livros sagrados, difundindo a Palavra, aumentando

a veneração por tudo o que Deus falou.

DEI VERBUM

GAUDIUM ET SPES – GS A alegria e esperança

Constituição Pastoral sobre a dignidade do ser humano no mundo contemporâneo, suas transformações, esperanças e angústias, procurando dar respostas, mostrando que o homem foi criado à imagem de Deus. Compromisso com o serviço da paz e da justiça.

GAUDIUM ET SPES

Sem dúvida, após o Concílio, a Igreja se modificou radicalmente em relação ao papel da Escritura na sua vida em todos os níveis, desde os círculos bíblicos populares nas Comunidades, até os estudos aprofundados em exegese. A Escritura impregnada a liturgia e a espiritualidade. Cresce a prática da leitura orante da Escritura.

Ao fim do concilio, Paulo VI perguntou aos Bispos italianos “Findo o concílio, volta tudo o que era antes? AS APARÊNCIAS E OS HÁBITOS RESPONDERÃO QUE SIM, O ESPÍRITO DO CONCÍLIO RESPONDERÁ QUE NÃO”.

O C.V.II um novo pentecostes. As portas foram abertas, e novos horizontes foram vistos. Era a

Igreja que brilhava com uma nova luz.

O impulso do Vaticano II nos impulsiona a vivermos em uma rede de Comunidades de Comunidade, onde é necessário que cada Comunidade se sinta comunidade irmã, uma vez que se sabe que nenhuma delas existe sem que sejam ligadas formando uma rede que chamamos de Paróquia.

A fecundidade da comunhão que vem de Deus nos impulsiona a vivermos em uma rede de comunidades de comunidade, fazendo assim com que haja uma transformação da sociedade, e a valorização do NÓS e não do EU.

Criada a imagem e semelhança do Deus Trindade, do Deus que é amor e comunhão, a pessoa só se realiza plenamente à medida que vai se descobrindo irmã de todos e de tudo. A vida fraterna em comunidade gera e alimenta atitudes de apoio mútuo, reconciliação, solidariedade e compromisso.

A Comunidade eclesial deve efetivamente mostrar sua estima pelo princípio de que todos são irmãos e iguais em dignidade. Quanto maior for sua união, tanto mais a comunidade será eficaz em seu testemunho.

O Vaticano II vem levantar o olhar sobre o povo de Deus.Onde as CEBs como rede de comunidades se tornam Comunidades de Comunidade no momento em que, todas elas se encontram em uma só: o povo de Deus, que vive tendo como centro a Comunidade perfeita a Santíssima Trindade.

A Comunidade como reflexo da trindade, numa

interação que gera comunhão.

Após 50 anos, temos que agradecer a graça deste vento renovador, que foi o Concílio Vaticano II e nos inspirar no esforço de tantos que tornaram possível a sua concretização ao longo da história. O Concílio Vaticano II continua sendo uma fonte inspiradora para a Igreja e para cada um de nós, chamados a estar atentos “aos novos sinais dos tempos”, deixando-nos provocar e animar pela força renovadora do Espírito de Deus que conduz a Igreja.

Com o novo Papa um Concílio Vaticano III?

NÃO

Uma vez que colocarmos em prática o C.V.II, estaremos respondendo aos anseios das primeiras Comunidades cristãs.

Referências