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.ANO XXXII - N'1 098 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUAR1.'A-FEIRA, 7 DE SETEMBRO DE 19'17' CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 1 9 , da Constituição, e eu, Petrâni<> Portella, Presidente do Senádo Federal, promulgo, o seguinte DECRETO LEGISLATIVO N'1 82, DE 1977 Aprova o texto do Decrelto-Iei n" 1.557, de 14 de junho de 1977, que "dispõe sobre a participação acionária da União no capital do Banco da Amazônia S/A e a concessão de incentivos fiscais às pessoas físicas que adquirirem ações no mesmo estabelecimento". Artigo únj.co. É aprovado o texto do Decreto-lei n 9 1. 557, . de 14 de junho de 1977, que sobre a participação acionária da União no Capital do Banco da Amazônia S/A e a concessão de incentivos fiscais às pessoas :físicas que adquirirem ações no mesmo estabelecimento". Senado Federal, 5 de setembro de 1977. - Senador Petrônio Portena, Presidente. CÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1- ATA DA 98. 3 SESSAo DA 3. a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8. a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO DE 1977 I- Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da. ata da anterior m- Leitura do Expediente 'PARECER Parecer n.o 11, de 1977 (Da Comissão de' Constituição e Justiça) - Opina, quanto à Consulta S/N.o/76, do Sr. Alcides Franciscato, no sent,ido de que a eleição para Vice-Prefeito não acarrcia a perda do mandaio federal, o que só ocorrerá se, em substituição ao Prefeito, o Vice-Prefeito assumir o cargo, ou se o Parlamentar perceber, a qualquer título, subsídio ou representação dos cofres municipais. PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n.O 1.239-A, de 1975 <Do Sr. Oswaldo Lima) - nova redação !'to fi 1.0 do art. 4.° da Lei D.O 1.060, de 5 . de fevereiro de 1950, que "estabelece normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados"; t-endo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Trabalho e LegIslação Social, pela aprovação. Projeto de Lei n.o 1.848-A, de 1976 <Do Sr. Lauro Leitão) - Acrescentlil, dispositivos à Lei n.O 5.194, de 24 de dezembro de 1966, qUe "regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, e outras providências."; tendo pareceres: da Comissão de Constituição c Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e; da Co- missão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação. Projeto de Lei n.o 2.151-A, de 1976 (Do SI'. Milton 8OO1n- bruch) - Proíbe a recondução de vogais na Justiça do Traba- lho; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pcla constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, com emenda; e, da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela rejeição. Projeto de Lei n.o 3 A15-A, de 1977 (Do Sr. Jorge Arbage) - Introduz alteração no Código dE: Processo Civil (Lei n.o 5.869, de 11 de janeiro de 1973); tendo parecer, da Comissão de Cons- tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade c, no mérito, pela rejeição. PROJETOS APRESENTADOS Projcto de Lei n. o 4.034, de 1977 (Do Sr. Alcir Pimenta) - Altera dispositivo de aposentadoria da Lei Orgânica da Previ- dência Social. . Projeto de Lei n.O 4.037, de 1977 (Do Sr. Jader Barbalho' - Concede exportações e importações feitas pela Amazônia e Nordeste isenção fiscal, e outras providências. IV - Pequeno Expediente MENANDRO MINABIM - Indicação do Sr. David Rauw para Diretor-Executivo da Rede Tupi de Televisão, em Salva- dor, Bahia. JERONIMO SANTANA - Amparo para os colonos do setor Colorado, em Vilhena, Rondônia. FABIO FONSECA - Ajuizamento, pela União, de processo contra a Hoechst, Germany. MANOEL DE ALlI4EIDA - Repercussão, em Minas Gerais, dos critérios adotados pelo Conselho de Desenvolvimento Eco-

DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

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Page 1: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

.ANO XXXII - N'1 098 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO I

QUAR1.'A-FEIRA, 7 DE SETEMBRO DE 19'17'

CONGRESSO NACIONALFaço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 19 , da Constituição, e eu, Petrâni<>

Portella, Presidente do Senádo Federal, promulgo, o seguinte

DECRETO LEGISLATIVO N'1 82, DE 1977

Aprova o texto do Decrelto-Iei n" 1.557, de 14 de junho de 1977, que "dispõe sobre a participaçãoacionária da União no capital do Banco da Amazônia S/A e a concessão de incentivos fiscais às pessoasfísicas que adquirirem ações no mesmo estabelecimento".

Artigo únj.co. É aprovado o texto do Decreto-lei n 9 1. 557, .de 14 de junho de 1977, que ~'dispõe sobre aparticipação acionária da União no Capital do Banco da Amazônia S/A e a concessão de incentivos fiscais às pessoas:físicas que adquirirem ações no mesmo estabelecimento".

Senado Federal, 5 de setembro de 1977. - Senador Petrônio Portena, Presidente.

CÂMAllA DOS DEPUTADOSsuwIARIO

1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVADA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO DE 1977

I - Abertura da Sessão11 - Leitura e assinatura da. ata da ses~o anterior

m - Leitura do Expediente'PARECER

Parecer n.o 11, de 1977 (Da Comissão de' Constituição eJustiça) - Opina, quanto à Consulta S/N.o/76, do Sr. AlcidesFranciscato, no sent,ido de que a eleição para Vice-Prefeito nãoacarrcia a perda do mandaio federal, o que só ocorrerá se,em substituição ao Prefeito, o Vice-Prefeito assumir o cargo,ou se o Parlamentar perceber, a qualquer título, subsídio ourepresentação dos cofres municipais.

PROJETOS A IMPRIMIRProjeto de Lei n.O 1.239-A, de 1975 <Do Sr. Oswaldo Lima)

- Dá nova redação !'to fi 1.0 do art. 4.° da Lei D.O 1.060, de 5. de fevereiro de 1950, que "estabelece normas para a concessão

de assistência judiciária aos necessitados"; t-endo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Trabalhoe LegIslação Social, pela aprovação.

Projeto de Lei n.o 1.848-A, de 1976 <Do Sr. Lauro Leitão)- Acrescentlil, dispositivos à Lei n.O 5.194, de 24 de dezembrode 1966, qUe "regula o exercício das profissões de Engenheiro,Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, e dâ outras providências.";tendo pareceres: da Comissão de Constituição c Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e; da Co­missão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação.

Projeto de Lei n.o 2.151-A, de 1976 (Do SI'. Milton 8OO1n­bruch) - Proíbe a recondução de vogais na Justiça do Traba­lho; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pcla constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, comemenda; e, da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pelarejeição.

Projeto de Lei n.o 3 A15-A, de 1977 (Do Sr. Jorge Arbage) ­Introduz alteração no Código dE: Processo Civil (Lei n.o 5.869,de 11 de janeiro de 1973); tendo parecer, da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade c, nomérito, pela rejeição.

PROJETOS APRESENTADOSProjcto de Lei n.o 4.034, de 1977 (Do Sr. Alcir Pimenta) ­

Altera dispositivo de aposentadoria da Lei Orgânica da Previ­dência Social.

. Projeto de Lei n.O 4.037, de 1977 (Do Sr. Jader Barbalho' ­Concede à.~ exportações e importações feitas pela Amazônia eNordeste isenção fiscal, e dá outras providências.IV - Pequeno Expediente

MENANDRO MINABIM - Indicação do Sr. David Rauwpara Diretor-Executivo da Rede Tupi de Televisão, em Salva­dor, Bahia.

JERONIMO SANTANA - Amparo para os colonos do setorColorado, em Vilhena, Rondônia.

FABIO FONSECA - Ajuizamento, pela União, de processocontra a Hoechst, Germany.

MANOEL DE ALlI4EIDA - Repercussão, em Minas Gerais,dos critérios adotados pelo Conselho de Desenvolvimento Eco-

Page 2: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

'814 Quarla~feira' DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1971

nô~ico da Presidência da República, através da Resolução n."7n7.

GASTA0 MtíLLE;:R - Divisão de Mato Grosso. Pretensão de.Golás de {)bter área de terras daquela unidade.

.DlB C:HEREM - COnveniência da criação de Delegacia ouAgência do BNH -em Florianópolis, Santa Catarina.

WLTON STEINBRUCH - Programa de Proteção Materno­In:!antil.

MINORU MASSUDA - Dia da Pátria.

IGO LOSSO - Décimo-sexto aniversário de emancipaçãopolitica do Município de Iporã, Paraná.

ALGIR PIMENTA - Necrológio do Sr. Emílio Tofani.

'FRANCISCO ROCHA - Homenagem à memória do Sargen-to Sílvio Delmar Holembach. .

FERNANDO COELHO - Memorial da Sociedade dos Cria­dores do Agreste Meridional sobre medidas adotadas pela Com­panhia de Industrialização do Leite em Pernambuco.

SIQUELRA CAMPOS - Aumento de vencimentos para aMagistratura e Ministério Público goianos.

C1!:LIO MARQUES FERNANDES - Política nuclear brasI-leira. .

ANTONIO BRESOLIM - Campanha eleitoral do MDB noRio Grande do Sul.

WALTER SILVA - Situação dos servidores públicos colo­cados à dIsposição da Justiça Eleitoral.

DASO COIMBRA - Poluição dos rios Bengala e Grande,no Estado do Rio de Janeiro.

J'OLIO VIVEIROS - Melhor conservação da rodovia Con­ceição do Araguaía-Marabá, Pará.

RAFAEL FARACO - Necessidade de instalação de agên­cias da Oaixa Econômica Federal em Manaus, Itacoatiara, Pa­rintlns, Maués, Ooari e Tefé, no Amazonas.

RUY BRITO - vísita ao Brasil de dirigentes sindicais nor­te-americanos.

JORQE ARBAGE - Lançamento do livro "Ensaio Biogrãfi­co", do ~rof. Nilo Pereira.

WALDOMIRO GONÇALVES - Jubileu de Ouro da LegIãoda BOa VOntade.

FLORIM COUTINHO - Situação de membros do Corpo deBaUe do ,'Teatro E~tadual do Rio de Janeiro.

, PEIXOTO FILHO - Proibições impostas pela seita Teste­munhas -de Jeov.á oos seus adeptos.

JOSÉ JBONIFAOIO NETO - Administração Marcos Tamoyo"Rio de .Jánelro, Estado do Rio de Janeiro.

A. H. CUNHA ;BUENO - Conferência do Dr. Francisco deAssis Barbosa no Conselho de Economia, Sociologia e política,

I '

SECRETARIA-GERAL DA MEBA

RELAÇAO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NOGRANDE EXPEDIEN'I'E

mês de Setembro

DATA DIA DA SEMANA NOME

8 Quinta-feira Cardoso àe Almeida - ARENA. Argilano Dario - MDB

9 Sexta-feiraMilton Steinbruch - MDBAry Kffuri - ARENA

12 8egunda-feira Alípio Carvalho - ARENAJosé Zavaglia - MDB

13 Terça-feiraHomenagem à memória doex-Deputado João d'Abreu

14 Quarta-feira Homenagem à memória doSr. Vitorino Freire

15 Quinta-feira Marcondes Gadelha - MDBNereu Guidi - ARENA

16 Sexta-feira Salvador Julianelli - ARENAOctacílio Almeida. - MDB

iie São Paulo: "O abandono dos arquivos, um problema na":cíonal".

'ADHEMAR SANTILLO - Atraso no pagamento de funcio­nArios da SUCAM de Gaiãs.

JUAREZ BERNARDES - Administração Joaquim Rodriguesdos Santos, Campestre, Goiás. Necessidade de complementaçãodos trechos Oámpestre-Palmeirall e Oatúpestre-Guapó, e daligação de Oampestre à rede da TELEGoIAS.

V - Grande ExpedienteANTONIO BRESOLIN - Problemática da agricultura na­

cional.NINA RIBEIRO - Defesa do Consumidor.

VI - Ordem do DiaHUMBERTO LUCENA, LYGIA LESSA BASTOS, DASO CO­

IMBRA, CÉLIO MARQUES FERNANDES, ALBERTO LAVINAB- Apresentação ~e proposições.

ANTONIO BRESOLIN, C~IO MARQUES FERNANDES,DABO COIMBRA, NUNES ROCHA, NINA RIBEIRO - Discussãodo Projeto de Lei TI.O 2.B34-A, de 1976.

TARCISIO DELGADO, OANTíDIO SAMPAIO - Encami-nhamento de votação do Projeto de Lei n.o 2.834-A, de 1976.

FLORIM COUTINHO (Como Líder) - Anistia.

NINA RiBEmO (Como Líder) - Defesa elo consumidor.

PASO OOIMBRA - Discussão do Projeto de LeI n.o 457-A,de 1975.

CANTtDIO SAMPAIO, TARClSIO DELGADO - Encami­nhamento de votação do Projeto de Lei n.o 457-A, de 1975.

PASO OOI~RA, NORBERTO SCHMIDT, ANTONIO BRE-SOLIN - Discussão do Projeto de Lei n.o 490-A, de 1975.

p.rojeto de Lei n.O 2.834-A, de 1976 - Rejeitado.Projeto -de Lei n.o 457-A, de 1975 - Rejeitado.Projeto de Lei n.O 490-A, de 19% - Emendado.

VII - Comunicações Parlamentares

JERONIMO SANTANA - Grilagem de terras devolutas emRondônia.

VALDOMIRO GONÇALVES - Criação'do Estado de Mato;'Grosso do Sul. .

VUI - Desi~ação da Ordem do Dia

IX - Encerramento

2 - MESA (Relação dos' membros)

3 - LíDERES E VICE-LtDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)

§, - COMISSOES (Relação dos membros ,das ComissõesPermanentes, EspecIais, Mistas e de Inqqérito)

19 segunda-feira João Gilberto - MDBOswaldo ZaneIlo - ARENA

20 Terça-feira Homenagem ao ex-SenadorPaulo Guerra

21 Quarta-feira Nosser Almeida - ARENARubem Dourado - MDB

22 Quinta-feira Mário Frota - MDBCélio Marques Fernandes - ARENA

23 Sexta-feira Nunes Leal - ARENAJerônimo Santana - MDB

26 Segunda-feira Florim Coutinho - MDBAntonio Morimoto - ARENA

27 Terça-feira Sinval Boaventura - ARENAAntônio Pontes - MDB

28 Quarta-feira Aleir Pimenta - MDBA.H. Cunha Bueno - ARENA

29 Quinta-feira João Pedro - ARENAMinoru Massuda - MDB

30 Sexta-feira Hildérieo Oliveira - MDBTheobaldo Barbosa - ARENA

'õ'ii8.': Caso não se realize a sessão ou o Grande Expediente tenhaoutra finálida4e, .a inscrição ficará adiada para a seasão seguinte.

Page 3: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

Setembro de 1977 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira- '1 '1815

ATA DA 98.a SESSÃOEM 6 DE SETEMBRO DE 1917

PRESID:e::NCIA DOS- SRS.:MARCO MACIEL, Presidente;

JOAO LINHARES, lC?-Vice-Presidente;JOAO CLtMACO, 31,l.Secretário; e

NORBERTO SCHMIDT, Suplente de Secretário.1-As 13:30 horas comparecem os Senhores:

Marco MacielJoão LinharesAdhemar SantllloDjaima BessaJoão ClímacoNorberto Schmídt

AcreNabor Júnior - MDB.

AmazonasRafael Faraco - ARENA; Raimundo Parente - ARENA.

ParáGabriel Hermes - ARENA; Jorge Arbage - ARENA; Júlio

Viveiros - MDB; Newton Barreira - ARENA.Maranhão

Epitácio Cafeteira - MDB; José Ribamar Machado - ARENA;Marão Filho - ARENA; Temístocles Teixeira - ARENA.

PiauíDyrno Pires - ARENA; Paulo Ferraz - ARENA.

CearáClaudino Sales - ARENA; Figueiredo Correia - MDB; Fur­

tado Leite - ARENA; Gomes da Silva - ARENA; Januário Fei­tosa - ARENA; Jonas Carlos - ARENA; Marcelo Unhares ­ARENA; Vílmar Pontes - ARENA.

Rio Grande do NorteUlisses Potiguar - ARENA; Vingt Rosado - ARENA.

ParaíbaAdemar Pereira - ARENA; Antônio Gomes - ARENA; Hum­

berto Lucena - MDB; Octaeílío Queiroz - MDB; Teotônio Neto-ARENA.

PernambucoAderbal Jurema - ARENA; Alron Rios - ARENA; carlos

Wilson - ARENA; Fernando Coelho - MDB; Josias Leite ­ARENA; Thales Ramalho - MDB.

AlagoasJosé Alves - ARENA; José Costa - MDB; Theobaldo Bar­

bosa - ARENA.Serppe

Francisco Rollemberg - ARENA; Passos Pôrto - ARENA;Raimundo Diniz - ARENA.

BahiaAntonio José - MDB; Horácio Matos - ARENA; JoãG Alves

- ARENA; Joir Brasileiro - ARENA; Manoel Novaes - ARENA;Menandro Minahim - ARENA; Noide Cerqueirá - MDB; PrioooViana - ARENA; Rogério Rêgo - ARENA; Theódulo Albuquer­que - ARENA.

Espírito SantoArgilano Dario - MDB; Oswaldo zanello - ARENA.

Rio de JaneiroAlberto Lavinas - MDB; Alcir Pimenta - MDB; Antonio

Mata - MDB; Brigido Tinoco - MDB; Daniel Silva - MDB; DasoCOimbra - ARENA; Florim Coutinho - MDB; Francisco Studart- MDB; Jorge Moura - MDB; José Haddad - ARENA; Luiz Braz- ARENA; Milton steinbruch - MDB; Nina Ribeiro - ARENA;Oswaldo Lima - MDB; Walter Silva - MDB.

Minas GeraisBento Gonçalves - ARENA; Carlos Cotta - MDB; Fábio

Fonseca - MDB; Francelino Pereira - ARENA; Jorge Vargas ­ARENA; José ,Machado - ARENA; Luiz Couto - MDB; Manoelde Almeida - ARENA; Mutilo Badaró - ARENA; Nogueira deRezende - ARENA; Padre Nobre - MDB; Paulino Cícero de Vas­concellos - ARENA; Sílvio Abreu Júnior - MDB.

São lrauloAthiê Coury - MDB; Aurelio Campos - MDB; Cantídio Sam­

paio - ARENA; Frederico Brandão - MDB; Freitas Nobre ­MDB; João Cunha - MDB; Joaquim Bevilacqua - MDB; JoséZavaglia - MDB; Octacílio Almeida - MDB; Pedro Carolo ­ARENA; Roberto Carvalho -- MDB; Ruy Brito - MDB; UlyssesGuimarães - MDB.

GoiásGenervino Fonseca - MlJB; .Tuarez Bernardes - MDB; Onísio

Llldovico - ARENA; Siqueira Campos - ARENA.Mato (~rosso

Nunes Rocha - ARENA; Valdomiro Gonçalves - ARENA;'Vicente Vuolo - ARENA.

Paraná.Antônio Annibelli - MDB; GamalieI Galváo - MDB; Gomes

do Amaral - MDB; Igo Losso -- ARENA; Minoro Miyamoto ­ARENA; Paulo Marques - MDB; Walber Guimarães - MDB.

Santa CatarinaAdhemar Ghisi - ARENA; Angelina Rosa - ARENA; D1b

Cherem - ARENA; Francisco L~bardoni - MPB; Nereu Guidi ­ARENA; Pedro Colin - ARENA.

Rio Gran':le do SulAlberto Hoffman - ARENA; Aldo Fagundes - MDB; Antôni()

Bresolin - MDB; Célio Marques l"ernandes - ARENA; Eloy Lenzi- MDB; Fernando GOnçalves - ARENA; Getúlio Dias - MDB;Jairo Brum -MDB; Jorge UequeÔ! - MDB; José Mandelli ­MOB; Lauro Rodrigues - MDB; Nelson Marchezan - ARENA;Rosa Flores - MDB.

Ama.pã.-Antônio Pontes - MDB.

RoraimaHélio Campos - ARENA.O SR. PRESIDENTE (João Unhares) - A lista de presença

acusa o comparecimento de 134 Eienhores Deputados.Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus inicia.mos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à ll!itura da ata da sessão anterior.

n - O SR. ANTôNIO BRESOLlN, servindo como 2.0-SCcretá-rio, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é,sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (.João Linhares) - Passa-se à leitura doexpediente.

O SR. NORBERTO SCHMllDT, Suplente de Secretário, servindocomo 1.0-Secretárío, procede à leitura do seguinte

lU - EXPEDIENTEPARECER N.o 11, DE 1977

(Da Comissão de Constituição e Justiça)Opiua, quanto à Consulta s/n.0-76, do Sr. Alcides Fran­

eiseato, no sentido de que a eleição para Vice-Prefeito nãoacarreta a perda do DlRnd~Lto federal, Ot que só ocorrerá' se,em substituição ao Prdeito, o Vice-Prefeito assumir o car­go, ou se o Parlamen\l.ar perceber, a. qualquer título, sub­sidio 011 representação dos cofres municipais.

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "B", apreciando a Consulta s/n.0-76, do Sr. Alcides Franciscato(lpinou, unanimemente, nos termos do parecer do Relator, no sen-=tido de que a eleição para VÍlle-Prefeito não acarreta a perda domandato federal, o que só ocorrerá se, em substituição ao Prefeito,{) Vice-Prefeito assumir o cargo, ou se o Parlamentar perceber, aqualquer título,-subsídio ou representação dos cofres municipais.

Estiveram presentes os Senhores Deputados Célío Borja ­Presidente; Erasmo Martins Pedro '- Relator; Afrisio Vieira Lima,Alceu CoBares, Blota Júnior. Gomes da Silva, Ibrahim Abi-Aekel,Jairo Magalhães, João Gilberto, Joaquim Bevilacqua, Lidovino Fan­ton, Nunes Rocha, Noide Cerqueira e Wilmar Guimarães.

Sala da Comissão, 11 de maio de 1977. - Célio Borja, Presi­dente - Erasmo Martins Pedro, Relator.

PARECER DA COMISSAO DE eONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - RelatórioO Deputado Alcides Franciscato endereçou ofício ao Presidente

da Casa; em que 'formula consulta sobre a aplicação do dispostono art. 34, inciso n, alínea c, da Constituição. " ,'

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'1816 Quarta-fe~a '7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977

É que o parlamentar se candidatou a vice-Prefeito do Muni­cípio de Bauru, no Estado de São Paulo, sendo eleito.

Esclarece que o vice-prefeito, após a diplomação "não tomaposse em nenhum cargo ou função", o que só ocorrerá se o pre­feito se afastar, quando deverá substitui-lo.

II - Voto do RelatorA Constituição do Estado de São Paulo (Emenda n.o 2, de

30-10-69) determina que, no ato da posse, o prefeito e os vereado­res deverão desincompatibilizar-se e fazer declaração pública debens. Mas, no que se refere ao vice-prefeito, essa obrigação só éimposta "quando entrar no exercicio do cargo de prefeito" (art.113).

Essa diferença de tratamento decorre do fato de que o cargode vice-prefeito não se traduz no exercício efetivo de alguma fun­ção. O vice-prefeito não exerce uma função propriamente dita naadministração. municipal. Ele existe para substituir o prefeito, nosseus impedimentos ou na sua vaga. Quando se dá a substituição,o vice-prefeito possa a exercer o cargo de prefeito. Por isso, nor­malmente não é remunerado.

A Lei Orgânica dos Municípios do Estado de São Paulo <De­creto-lei Complementar n.O 9, de 31-12-69), ao dispor sobre o as­sunto, manda que o prefeito e o vice-prefeito tomem posse em se­guida à dos vereadores (art. 33). E contém as mesmas normas daConstituição Estadual quanto à declaração de bens e à desincom­patibilização (art. 33, §§ 2.° e 3.°),

Como se vê, nem a Constituição Estadual, nem a Lei Orgânicafalam no exercício do cargo de vice-prefeito. Isto é certo porquenão existe realmente tal exercicio. O exercício se dá no cargo deprefeito, quando o vice o substitui.

Tornada bem clara essa situação, passemos a estudar o casodo Deputado Alcides Franciscato em face da Constituição Federal.

Segundo está escrito no art. 6.°, quem for investido na fun­ção de um dos poderes não po~erá exercer a de outro.

Essa regra sofre exceções, como a do artigo 36.

E o art. 34 proibe que o deputado exerça outro cargo eletivo:federal, estadual ou municipal, sob pena de perda de mandato(art. 35). •

Nota-se, desde logo, que a Constituição, tanto no art. 6.0 , quan­to no art. 34, fala em exercício de outro cargo.

Para a perda do mandato, exige o Estatuto Básico que o depu­tado exerça outro cargo eletivo, porque não se admite o exercício.simultâneo de dois.

Ora, o vice-prefeito, que não está substituindo o prefeito, naverdade, não exerce outro cargo. Simplesmente porque a únicafunção do vice-prefeito é substituir o prefeito. Em si mesmo, oeargo de vice-prefeito não possui função própria a ser exercida,fora da substituição.

Portanto, não se pode falar em perda de mandato do depu­tado que foi eleito vice-prefeito mas não assumiu o cargo de pre­feito.

O magistério dos constitucionalistas é nesse sentido.Por exemplo, Pontes de. Miranda, ao comentar o art. .34:

9) Pruralidade de Cargos EletivosQuem aceita outro cargo legislativo perde aquele que acei­tou em primeiro lugar. A opção deve ser verificada no mo­mento ·em que se toma posse do segundo cargo, de modoque o exercício dos dois pode acarretar a perda dos dois."A espécie entra no art. 34, c, que supõe exercícío; por­tanto, a posse de um cargo exclui que se tome posse dooutro sem se perder o primeiro". (Comentários à Constí­tuição de 1967, 1973, pág. 36, n.o 9).

Em face do que foi exposto, impõe-se a conclusão de que ofato da eleição do Deputado Alcides Franciscato como Vice-Prefei­to de Bauru absolutamente não acarreta a perda do mandato fe­deral. Isto se dará se ele assumir a prefeitura, em substituição aoprefeito, ou se perceber a qualquer título subsidio ou representa­ção dos cofres municipalS.

lS o nosso entendimento.Sala da Comissão; 11 de maio de 1977. - Erasmo Martins Pedro,

Relator.Brasília, 20 de dezembro de 1976.

Exm.o Sr. Dr.Deputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara FederalNesta.

Senhor Presiderite,Consoante estabelece o art. 34, por sua alínea c, inciso 11, da

Constituição Federal, os Deputados Federais não poderão, desde a

posse, exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou municipal,dando margem a ocorrência dessa hipótese à perda do respectivomandato. •Trazendo para a prática essas disposições Constitucionais, es-pecificamente para a análise do problema em que nos vemos en­volvidos, formulamos à Vossa Excelência, Sr. Presidente, consultasobre a definição legal de nosso caso, pois, como Deputado Federal,nos candidatamos e fomos eleitos para Vice-Prefeito da cidade deBauru - SP.

Antes que nos decidíssemos por aquela candidatura, tivemosa cautela de estudar o prOblema, quando chegamos à conclusão deque não haveria, como não houve, qualquer óbice legal a que nossadisputa eleitoral se efetivasse. .

,Agora, eleito e diplomado, resta uma pergunta, cuja respostagostaríamos que partisse dessa Presidência, oficialmente, para res­paldar aquilo que conscientemente já definimos: o dispositivoconstitucional de Início citado não tem aplicação ao nosso casoporque o Vice-Prefeito, após a diplomação, não toma posse emnenhum cargo ou função, fato que só acontecerá na eventualida­de de um afastamento do Prefeíto eleito.

Aguardando o breve pronunciamento de Vossa Excelência, queagradecemos de antemão, apresentamos-lhe, nesta oportunidade,as nossas mais cordíais saudações. - Alcides Franciscato.

PROJETO DE LEI N.O 1.239-A, DE 19'75

(Do Sr. Oswaldo Lima)Dá nova redação ao li 1.° do art. oi.!> da Lei n.O 1.060,

de 5 de fevereiro de 1950, que "estabelece normas para a.concessão de assistência judiciária aos necessitados"; tendDpareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela.constitucionalidade, juridieidade e técnica legislativa; e,da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela apro­vação.

(Projeto de Lei n.O 1.239, de 1975, a que se referemos pareceres.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O § 1.0 do art. 4.° da Lei n.o 1.060, de 5 de fevereirode 1950, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 4.° " .§ 1.0 A petição será instruida por um atestado de queconste ser o requerente necessitado, não podendo pagaras despesas do processo. Este documento será expedido,isento de selos e emolumentos, pela autoridade policial,ou pelo prefeito municipal, sendo dispensado à vista decontrato de trabalho que comprove que o mesmo percebesalário mínimo."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

.JustificaçãoA assistência judiciária é dogma constitucional que assegura

aos necessitados, assim considerados os economicamente fracos,valer-se dos servíços judiciários sem ônus de natureza pecuniária.Destarte, mais que um benefício, como costuma ser considerada,trata-se na verdade de um direito, direito este decorrente de osnecessitados se socorrerem da justiça gratuita.

Nesta conformidade, tanto os nacionais como os estrangeirosresidentes no País, que necessitarem defender-se ou pleitear direi­tos nos juizos ou tribunais penal, civil, militar, trabalhista ou elei­toral, e não puderem pagar as custas do processo e honoráriosadvocatícíos, poderão pedir assistência judiciária.

A Lei n.O 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, não definiu, comclareza, o verdadeiro' sentido da palavra "necessitado", deixandodúvidas que at~.hoje confundem a ação da Justiça.

Tem-se, contudo, em doutrina, que a concessão da assistência.não pressupõe completa miserabilidade do postulante. lS suficienteque sua situação econômica não lhe permita prover às despesasprocessuais sem prejuízo do sustento próprio e da familla. Ou, naconsonância da conceituação legal:

"Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquelecuja situação econômica não lhe permita pagar as custasdo processo e os honorários de advogado, sem prejuízo dI}sustento próprio ou da família" (art. 2.0

, parágrafo único,da Lei n.o 1.060, de 1950),

Tenho para mim que o trabalhador de salário mínimo encon­tra-se em estado de insolvência igualou quiçá maior que a dosnecessitados definidos na legislação específica retromencionada.

A redação ora oferecida ap § 1.0 do art. 4.° objetiva precipua­mente evitar a procrastinação dos feitos .judiciários e contribuir

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção P Quarta-feira 7 781'7

para. que se proceda, de maneira equilibrada, a uma perfeitadistribuição da Justiça.

À alta consideração dos ilustres para a conversão do presenteprojeto em lei.

Sala das Sessões, 2 de outubro de 1975. - Oswaldo Lima.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELO AUTORLEI N.o 1.060, DE 5 DE FEVEREIRO DE 1950

Estabelece normas para a concessão de assistência ju­diciária a.os necessitados...................................................................

Art. 4.° A parte, que preteml.er gozar os beneficios da assistên­cia judiciária requererá ao juiz competente lhe conceda, mencio­nando, na petição, o rendimento ou vencimento que percebe e osencargos próprios e os da família.

§ 1.0 A petição será instruida por um atestado de que conste1rer o requerente necessitado, não podendo pagar as despesas doprocesso. Este documento será expedido, isento de selos e emolu­mentos, pela autoridade policial, ou pelo prefeito municipal.

§ 2.0 Nas capitais dos Estados e no Distrito Federal, o atestadoda competência do Prefeito poderá ser expedido por autoridadeexpressamente designada pelo mesmo......................................................................

PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - RelatórioO nobre Deputado Oswaldo Lima propõe, com o presente pro­

jeto de lei, pequena alteração na Lei n.O 1.000, de 5 de fevereirode 1950 para permitir a concessão do benefício de assistênciajudiciária mediante a simples comprovação, por intermédio docontrato de trabalho, de o interessado perceber apenas saláriomínimo, dispensando-se, dessa forma, as demais exigências legais.

Na justificação, lembra o autor que "a assistência judiciária édogma constitucional que assegura aos necessitados, assim consi­derados os economicamente fracos, valer-se dos serviços judiciários.sem ônus de natureza pecuniária. Destarte, mais que um benefício,como costuma ser considerada, trata-se na verdade de um direito,direito este decorrente de os necessitados se socorrerem da justiçagratuita".

Embora o parágrafo único do art. 2.0 da referida lei, considerenecessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação eC!l~ô­mica não lhe permita pagar as custas do processo e os honoranosde advogado, sem prejuizo do sustento pr~prio ou da familia, nã0.se-definiu com clareza desejada o verdadeiro sintido da expressa0.A concessão do benefício, entretanto, não pressupõe completamiserabilidade.

Face à imprecisão do conceito legal - que se não lograrámesmo obviar mediante formulação de preceito abstrato - é quese aconselharía a adoção de um critérío prático, como o proposto noProjeto.

li: o relatório.n - Voto do Relator

Releva reconhecer o Intuito construtivo da proposição.Com efeito, a Lei n.o 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, que

regula a assi.stênci.a. judiciári!!', de!xa m.ui~.!3- desejar qua;odoassenta o criterio baSICO com VIstas e. adInlsslbllidade do benefIcio,ao dispor no art. 4.°:

"Art. 4.0 A parte, que pretender gozar os beneficios daassistência judiciária, requererá ao juiz competente lheconceda, mencionando, na petição, o rendimento ou ven­cimento que percebe e os encargos próprios e' os da família.§ 1.0 A petição será instruída por um atestado de queconste ser o requerente necessitado, não podendo pagar asdespesas do processo. Este documento será expedido, isentode selos e emolumentos, pela autoridade policial ou peloprefeito municipal.§ 2.0 Nas capitais dos Estados e no Distrito Federal, oatestado da competência do prefeito poderá ser expedidopor autoridade expressamente designada pelo mesmo."

Destarte, não são poucas as dificuldades que se of~re?e~ aomagistrado para o desate de cada caso, dada a subJetivIdade<lo juizo sugerido pelo dispositivo em apreço.

Mais feliz foi o legislador ao enunciar os §§ 1.0, 2.° e 3.° doart. 14, da Lei n.O 5.584, de 26 de Junho de 1970, expressis verbis:

"§ 1.0 A assistência é devida a todo aquele que percebersalário igualou inferior ao dobro do minimo legal, ficandoassegurado igual benefício ao trabalhador de maior sa-

lário, uma vez provado que sua situação econômica nãolhe permite demandar sem prejuízo do sustento próprio ouda familía.§ 2.0 A situação econômica do trabalhador será compro­vada em atestado fornecido pela autoridade local do Mi­nistério do Trabalno e Previdência Social, mediante dili­gência sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta eoito) horas.

§ 3.° Não havendo no local a autoridade referida noparágrafo anterior, o atestado deverá ser expedido peloDelegado de Polícia da circunscrição onde reside o em­pregado."

Valeu-se ele, em tais passos, de norteamentos mais seguros,posto que conducentes a solução prática. .

No entanto, a lei referida se a.plica exclusivamente à prestaçãoda assistência judiciária na Justiça do Trabalho.

Nada mais acertado, pois, que transplantar idêntico critériopara a Lei n.O l.060/50, disciplinadora da matéria no âmbito- daJustiça comum, onde também se depara casos de processos em quefiguram como partes trabalhadores em condições de miserabilidade,segundo o sentido técnico.

Certo é que tais consideraç(ies entendem com o mérito. E,para a abordagem desse aspecto, Já se designou Comissão Especia­lizada, conquanto, a rigor, esta Comissão não esteja regimental­mente impedicia a tal, visto como o tema sub specie se em"olve emverdade com matéria de direito proceS6ual civil, e não, propria­mente de direito social, ou, especificamente, de direito processualdo trabalho.

De qualquer forma, como já se deferiu à Comissão de Trabalhoe Legislação aquele exame, furtamo-nos a pronunciamento con­clusivo, em semelhante passo, em atenção à praxe vigorante.

Mas, fica a idéia, a titulo de colaboração.Quanto aO que nos resta 0l)inar, cumpre-nos reconhecer a

constitucionalidade do Projeto que não OUSa ofender qualquerprincipio acolhido pela nossa Magna Carta, mas, muito ao con­trário, procura viabilizar aquele que se insculpe no § 32, do art. 153,a saber:

"Será concedida assistênc.ia judiciária aos necessitados naforma da lei."

De contra parte, não nos foi dado surpreender no Projetovícios de injuridicidade ou de técnica legislativa, pelo que se nosimpõe aprová-lo sob os aspectos incursos nos limites de compe­tência desta Comissão.

Sala das Sessões, 7 de nuvembro de 1975. - Joaquim Bevilac­qua.

m - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição fi Justiça, em reumao de sua

Turma "B", realizada em 7-11-75, opinou, unanimemente, pelaconstitucionaliddae, juridicidade e técnica legislativa do Projeton.o 1.239/75, nos termgs do par.ecer do Relator.

Estiveram presentes os Senho.res Deputados: Luiz Braz, Presi­dente; Joaquim Bevilacqua, Cantídio Sampaio, ClaucIoino Sales,Clev€rson Teixeira, Henrique Pretti, Liil.ovino Fanton, Luiz Henri­que, Moacyr DaUa, Nereu Guidi e Sebastião Rodrigues Jr.

Sala da Comissão, 7 de novembro da 1975. - Luiz Braz,Presidente - Joaquim Bevilacqua, Relator.

PARECER DA COMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇAOSOCIAL

I -- RelatórioO presente projeto de lei, que altera a redação do § 1.0 do

art. 4.0 da Lei n.o 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, pretende sim­plificar o processo de concessão ele assistência judiciária aos ne­cessitados, estabelecendo que será dispensada a apresentação doatestado de pobreza à Yista de contrato de trabalho que comproveperceba o empregado salário mínimo.

Na justificação, o Autor, após tecer considerações a respeitodo Instituto da Assistência. Judíoiáiria, esclarece que a retro­mencionada lei reguladora .da espécie não definiu com clareza,como lhe caberia fazer, o verdadeiro sentido da palavra "necessi­tado", de forma que até hoje sobressaltam dúvidas, quanto à suaaplicação, no âmbito da justiça.

Salienta, depois, qUe "a redação ora oferecida ao § 1.° doart. 4.° objetiVa precipuamente evitar a procrastinação dos feitosjudiciários e contribuir para que se proceda, de maneira equili­brada, a mna perfeita distríbuição da Justiça".

A, Comissão de Constituição e Justiça, em reunião· de suaTurma -"B", realizada em 7··11-75, opinou, unanimemente, pelaconstitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da proposi-

Page 6: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

"1818 Quarta-feira '7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19'77

çáo em exame, nos termos do parecer do Relator, Deputado Joa­quim Bevilacqua.

Compete-nos, agora, examinar o mérito do projeto, consoanteo que determina a alínea b do § 15 do art. 2S da Resolução n.o 30,de 1972, que rlispõe sobre o Regimento Interno da Câmara dosDeputados.

Em verdade, a concessão da assistência judiciária deve serassegurada as pessoas reconhecidamente pobres que não podem ­a não ser como grande sacrifício seu: e da familia - pagar asdespesas ou custas processuais para que demandem ou defendamseus direitos. Veja-se que esta assistência compreende não só arlispensa das taxas judiciárias, selos, emolumentos, despesas deeditais, indenização das testemunhas, como também a dos hono­rários de a:dvogado e peritos, durante todo o curso da lide.

As despesas processuais são inúmeras e, com efeito, não hácomo discordar da opinião do Autor quando considera que o tra­balhador de salário mínimo doeve ser incluido como carente dosbeneficios da assistência judiciária, vez que se encontra "em es­tado de insolvência igualou quiçá maior que a -dos necessitadosdefinidos na legislação específica retromencionada".

Destarte, o objetivo perseguido pelo projeto, a nosso ver, en­quadra-se no espírito do Direito do Trabalho, torna mais exe­qüível a lei específica e fornece ao Juiz critério prático para odeslinde dos casos.

II - Voto do RelatorAnte o exposto, opinamos pela aprovação do Projeto de Lei

n.o 1.239, de 1975, do ilustre Deputado Oswaldo Lima.Sala da Comissão, -. Aloísio Santos, Relator.

IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Trabalho e Legislação Social, em sua reumaoordinária, realizada em 17 de agosto de 1977, opinou pela apro­vação do Projeto de Lei n.O 1.239, de 1975, nos termos do parecerdo Relator, Deputado Aloisio Santos.

Estiveram presentes os seguintes Deputados: Wilmar DaIla­nhol, Vice-Presidente, no exercicio da Presidência; Adhemar Ghisi,NereU' GuIdi, Osmar Leitão, Pedro Carolo, Siqueira Campos, VilmarPontes, Rezende Monteiro, Frederico Brandão, Argilano Dario, Ar­naldo Lafayette, Carlos Cotta, Fernando Cunha, Jorge Moura eRuy Brito.

Sala da Comissão, 17 de agosto de 1977. - Wilmar Dallanhol,Vice-Presidente, no exercício da Presidoência - Aloísio Santos, Re­lator.

PROJETO DE LEI N.o ~.848-~, DE 1976(Do Sr. Lauro Leitão)

Acrescenta dispositivos à 'Lei n'.o 5.194, de 24 de de­zembro de 1966, que "regula o exercicio das profissões deEngenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outrasprovidências"; tendo pareceres: da Comissão de Constitui­ção e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e téc­nica 'legislativa; e, da Comissão de Trabalho ~ LegislaçãoSocial, pela aprovação.

(Projeto de Lei n.o 1.848, de 1976, a que se referem osPareceres.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica acrescentado parágrafo único ao art: 13 da Lein.o 5.194, de 24 de dezembro de 1966, com a seguinte redaçoo:

"Parágrafo único. Os infratores do preceito estabelecidoneste artigo serão autuados pelos Conselhos Regionais deEngenharia, Arquitetura I~ Agronomia e punidos, nos ter­mos desta Lei."

Art. 2.0 É acrescentado o art. 24. renumerando-se o atual art.24 e subseqüentes da mesma Lei, desta forma:

"Art. 24. Os serviços de engenharia. arquitetura e agro­nomia estabelecidos nesta Lei deverão ser sempre regis­trados nos Conselhos RegionaIs respectivos, a fim de asse­gurar que sua execução se faça sempre pelos profissionais,em cada uma de suas especialidades, sejam eles empre­gados de pessoas fisicas ou juridicas ou autônomos."

Art. 3.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário,

JustificaçãoA Lei n.o 5.194, de 24 de dezembro de 1966, que "regula o

exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro­Agrônomo" ao enumerar, em séu art. 7.0 , as atividades e atribui-

ções das referidas classes estabelece, em sua alínea c, como desua competência:

"c) estudos, projetos, análises, avaliações, vIstorias, perí­cias, pareceres e dIvulgação técnica;"

Em seu art. 13 encontramos ainda:"Art. 13. Os estudos, plantas, projetos, laudos e qualqueroutro tra.balho de engenharia, de arquitetura e de agro­nomia, quer público, quer particular, somente poderão sersubmetidos ao julgamento das autoridades competentese só terão valor jurídico quando seus autores forem pro­fissionais habilitados de acordo com esta leL"

,Apesar de fixada por lei a competência dos profissionais deengenharia, arquitetura e agronomia e pela mesma lei previstoque os trabalhos a eles afetos só terão validade quando por elesexecutados, vemos, na prática, que muitas das vezes isto nãoocorre.

A introdução do sistema de penalidade a ser imposto aosinfratores dos preceitos retroenumerados ,se faz necessária a fimde coibir os abusos que vêm se verificando neste sentido.

A segunda medida sugerida pelo Projeto que ora apresentamosse refere ao registro dos serviços profissionais de engenharia,arquitetura e agronomia nos respectivos Conselhos Regionais afim de procurar assegurar cada vez mais que os mesmos venhama ser executados exclusivamente pór essas classes profissionais,respeitadas as especializações de cada uma delas, sejam seus repre­sentantes ligados por vinculo empregatício a pessoas físicas oujurídicas, compreendendo-se neste caso atividades no campo daEngenharia Legal e Avaliações, ou mesmo autônomos.

Acreditamos que os acréSCimos à Lei n.o 5.194, de 24 de dezem­bro de 1966, por nós aqui sugeridos vêm preencher uma lacunaexistente no citado documento legal.

Contamos, pois, com a sua adoção por parte dõ CongressoNacional.

Sala das Sessões, 11 de março de 1976. - Lauro Leitão.

PARECER DA COMISSãO DE CONSTITUIÇãO E .JUSTIÇA

I - RelatórioO eminente Deputado Lauro Leitão apresentou o Projeto acima

enunciado, atrayés do qual pretende alterar a Lei n.o 5.194, acres­centando-lhe parágrafo único ao art. 13 e novo art. 24, renume­rando-se o atual art. 24 e subseqüentes.

2. Justificando o Projeto de Lei ora em exame, o ilustre autorargumentr. que, não obstante estar fixada em lei a competênciados profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia, e previs­to, pela mesma lei, que os trabalhos afetos a essa áreas só terãovalidade jurídica quando executados por aqueles profissionais,tem ocorrido, na prática, inobservância desses preceitos legais,fazendo-se necessário, para coibir tais abusos, a introdução de umsistema de penalidade imposto aos infratores.

3. Com vistas a assegurar que a execução dos serviços deengenharia, arquitetura e agronomia se faça sempre por profissio­nais, em cada uma das suas especialidades, pretende também onobre Deputado Lauro Leitão serem esses serviços sempre regis­trados nos respectivos Conselhos Regíonais, sejam seus renresen­tantes ligados por vínculo empregaticio a pessoas físicas ou jurí­dicas, ou autônomos.

4. Presentemente, a matéria é encaminhada à apreciação des­ta Comissão, a fim de que seja a proposição examinada sob osaspectos de constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa,em conformidade com o disposto no art. 28, § 4.°, do RegimentoInterno, não nos cabendo a- análise do mérito.

li: o relatório.

Page 7: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

Setembro de 1977 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira "J 7819

Magalhães, José Bonifácio Neto, Noide Cerqueira e Tarcísio Delga­do.

Sala ãu Comissão, 10 de junho de 1976 - Djalma Bessa, Pre­sidente - Sebastião Rodrigues Jr., Relator.PARECER DA COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇãO SOCIAL

I - RelatórioO Projeto de Lei n.O 1.848/76, de autoria do nobre Deputado

Lauro Leitão, :pretende acrescentar dispositivo à Lei n.o 5.194/66,que regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto eEngenheiro Agl'ÔT!Omo.

Argumenta o Autor que, embora a referida Lei determine, emseu art. 13, que "os estudos, plantas, projetos, laudos e qualqueroutro trabalho de engenharia de arquitetura e de agronomia, querpúblico, quer particl,llar, somente poderão ser submetidos ao julga­mento das autoridades competentes, e só terão valor jurídico quan­do seus autores forem profissionais habilitados de ocordo com estalei", vemos, na prática, que muitas das vezes isto não ocorre, fa­zendo-se, por isso, necessária a introdução de um sistema de pena­lidade a ser imposto aos infratores dos preceitos retrocitados.

A segnnda medida proposta pelo ilustre Autor refere-se aoregistro dos .serviços profissionais das profissões acima mencio­nadas nos respectivos Conselhos Regionais, com a finalidade de"assegura~ cada vez mais que os mesmos venham a ser executadosexclusivamente por essas classes profissionais, respeitadas as espe­cializações de cada uma delas, sejam seus representantes ligadospor vínculos empregatícios a pessoas fisicas ou jurídicas, com­prometendo-se, neste caso, atividades no campo da EngenhariaLegal e Avaliações, ou mesmo autônomos".

Encammhada a matéria à doutra Comissão de Constituiçãoe Justiça, a fim de ser examinada sob os aspectos de constitucio­nalidade, juridicidade e técnica legislativa, recebeu voto favorávelà sua aprovação.

No momento, vem o Projeto de Lei n.o 1.848, de 1976, a estaComissão de Trabalho e Legislação Social para que seja, regi­mentalmejlte, !Jpreciado quanto ao mérito.

Em primeiro lugar, cumpre-nos louvar a iniciativa tomadapelo nobre Deputado Lauro Leitão em favor da classe ora emdiscussão.

Trata-se de medida conveniente e oportuna, nada havendo,ao menos do ponto de vista da legislação social, que desaconselheo seu acolhimento, s.m.j.

11 - Voto do RelatorNessa conformidade, o nosso voto é amplamente favorável à

aprovação do Projeto de Lei n.O 1.848/76, de autoria do SenhorDeputado Lauro Leitão.

Sala da Cmissão, de de 1977. - Octávio Torrecilla,Relator.

111 - Parecer da ComissãoA Comissão de Trabalho e Legislação Social, em sua reunião

. ordinária realizada em 8 de junho de 1977, opinou unanimementepela aprovação do Projeto de Lei n.o 1.848, de 1976, nos termosdo parecer do Relator, Deputado Octávio Torrecilla.

Estiveram presentes os seguintes Senhores Deputados:Frederico Brandão, Vice-Presidente, no exercicio da Presidên­

cia, Wilmar Dallanhol, Adheqlar Ghisi, Alvaro Gaudêncio, LuizFernando, Luiz Rocha, Osmar Leitão, Pedro Carolo, RaimundoParente, Siqueira Campos, Vasco Neto, Vilmar Pontes, AdemarPereira, Lygia Lessa Bastos,. Rezende Monteiro, Aloisio Santos,Argilano Dario, Arnaldo Lafayette, Fernando Cunha, José Costa,OCtávio Torrecilla, Rosa Flores, Ruy Brito, Gamaliel Galvão ePeixoto Filho.

, Sala da Comissão, 8 de junho de 1977. - Frederico Brandão,Vice-Preaidente no exercício da Presidência - Octâvio Torrecllla,Relator.

PROJETO DE LEI N.o 2.151-A, DE 19?6(Do Sr. Milton Steinbruch)

Proíbe a recondução de vogais na Justiça do Trabalho<;tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa,com emenda; e, da, Comissão de Trabalho e LegislaçáoSocial, pela rejeição.

(Projeto de Lei n.o 2.151, de 1976, a que se referem ospareceres. )

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 663 da Consolidação das Leis do Trabalho

(Decreto-lei n.O 5.452, de 1-5-43) passará a sez: acrescido de maisde um parágrafo, com a seguinte redação: .

"Art, 633 . .,Não será permitida a recondução dos vogais parao exercício seguinte." '. . .

Art. 2.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário. _

JustificaçãoOs vogais, principalmente, nos grandes centros do País, onde

os trabalhos das juntas de Conciliação e Julgamento são intensos,ficam na necessidade de afastarem-se de seus afazeres, para ofiel cumprimento de seus mandatos.

E, assim, forçados por essa circunstância, ficam desligados porcompleto de suas atividades, perdendo contato com a profissãoque abraçaram e, por vezes, em virtude dos longos períodos deexercício de vogal, cessada essa condição ficam completamentedeslocados para a volta às amtigas funções.

Ádemais, a recondução sistemática das mesmas pessoas para.as funções de vogal, fenômeno que vem ocorrendo com uma nor­malidade bem acentuada, - temos inúmeros exemplos de vogaisque vêm exercendD essas funções, sem solução de continuidade,desde a fundação da Justiça do Trabalho, ou seja há quase 30 anos- cria um "clima" para essas pessoas, de verdadeiros "profissio­nais" das funções de vogal.

Cremos que, com a proibição de recondução dos vogais I!arao exerCício seguinte, - o que, portanto não impede que apos ointervalo de um exercício, volte a funcionar como vogal - fica oproblema sanado e definitivamente, estabelecendo-se o "rodizio"nessas funções.

Sala de Sessões, 27 de abril ele 1976. - Milton Steinbruch.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHOAprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943.

TrrUL() VilIDa Justiça cllo Trabalho

CAPíTULO II

Das Juntas de Conciliação e Julgamento

SEÇãO IV

Dos Vogais das Juntas

Art. 663 A investidura dos vogais das Juntas e seus suplentesé de 3 (três) anos, podendo, entretanto, ser dispensado, a pedido,aquele que tiver servido, sem interrupção, durante metade desseperíodo.

§ 1.0 Na hipótese da dispensa do vogal a que alude este arti­go, assim como nos casos de impedimento, morte ou renúncia, suasubstituição. far-se-á .pelo suplente, mediante convocação do pre­sidente da Junta.

PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I -- RelatórioSob exame desta Comissão, na forma regimental, o Projeto de

Lei n.o 2.151/76, de autoria do nobre Deputado Milton Steinbruch,acrescentando um parágrafo - que passaria a ser o 3.0 - aoart. 663 da Consolidação das Lells do Trabalho (Decreto-lei n.O

5.452, de 1.0 de maio de 1943).O art. 663 da CLT dispõe sobre a investidura - que é de 3

(três) anos - dos vogais das Juntas de Conciliação e Julgamentoda Justiça do Trabalho.

O citado dispositivo nada estabelece no tocante à proibição deserem reconduzidos, para o período seguinte, os Vogais doas Juntasde Conciliação e Julgamento-.

A proposição visa, pois, precillamente, fixar, em texto de lei,essa proibição.

Sustenta o ilustre autor que a recondução de Vogal se vem. constituindo em norma, especialmente nos grandes centros urba­

nos. E cita exemplo de Vogais que vêm exercendo suas funçõeshá mais de 30 (trinta) anos. Essa prática importaria, a rigor,numa verdadeira "profissionalização" da função de Vogal.

A teor do disposto no art. 8.0 , XVII, letra b, da ConstituiçãoFederal, compete à União legislar sobre direito do trabalho.

Ao demais, na forma do art. 56 da mesma Constituição, ainiciativa de projeto, desde que não privativa do Poder Executivo,compete a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Depu­tados.

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1"7

1: a hipótese de que ora se cuida.Posto a matéria deva ser examinada, também, pela Comissão

de Trabalho e Legislação Social, não se pode, data venia, deixarde assinalar a conveniência e a oportunidade da proposição.

11 - Vuto do RelatorSob o ângulo de sua constitucionalidade e juridicidade, não

há, bem verdade, qualquer embargo a se lhe opor.Não está o projeto, todavia, a juízo do Relator, elaborado

segundo a melhor técnica legislativa. É que a lei em vigor, aI}invés de se referir a "exercício" seguinte, fala em "período" se­guinte.

Dai uma emenda, que se cinge, unicamente, a uma novaredação ao dispositivo proposto, ao fito de ajustá-lo à sistemá­tica consagrada na Consolidação das Leís do Trabalho.

É o parec~r. Favorável ao projeto, com uma emenda:Sala da Comissão, 24 de junho de 1976. - Lidovino Fanton,

Relator.111 - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião da Turma"A", realizada em 24-6-76, opinou, unanimemente, pela constitu­cionalidade, juridicidade e técnica legislativa, com emenda, doProjeto n.o 2.151/76, nos termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djaima Bessa,Presidente; Lidovino Fanton, Relator; Claudino Sales, Jarbas Vas­concelos, João Gilberto, José Bonifácio Neto, Luiz Braz, Noide Cer­queira, Tarcísio Delgado e Theobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, 24 de junho de 1976. - Dialma Bessa,Presidente - Lidovino Fanton, Relator.

EMENDA ADOTADA PELA COMISSãOArt. 1.0 É acrescido, ao art. 663 da Consolidoação das Leis do

Trabalho (Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0 de maio de 1943), umparágrafo, que será o 3.°, COm a seguinte redação:

"§ 3.0 É vedada a recondução de Vogais para o periodoseguinte."

Sala da Comissão, 24 de junho de 1976. - Djalma Bessa,Presidente - Liidovino Fanton, Relator.

PARECER DA COMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇãOSOCIAL

I - RelatórioDo eminente Deputado Milton Steinbruch, doa representação

do Estado do Rio de Janeiro, o Projeto de Lei sob exame proíbe arecondução dos vogais na Justiça do Trabalho.

Com esse objetivo, prescreve a proposição que o art. 663, daConsolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lein.O 5.452, de 1.0 de maio de 1943, seja acrescido de um terceiroparágrafo, assim redigido:

'§ 3.° Não será permitida a recondução dos vogais para oexercício seguinte:'

Entende S. Ex.a que o exercício da função de vogal, sobretudonos grandes centros do País, encerra uma série de sacrifícios: essaatividade exigE; o afastamento ào vogal de suas atividades nor­mais, acarretando a perda de contato com a profissão que abraça­ram. Além disso, em face da recondução sistemátíca das mesmaspessoas para a função de vogal,. vem ocprrendo o "fenômeno" dos"profissionais", que permanecem no cargo por dezenas de anos.

A proposição teria assim por escopo proibir a recondução dos .vogais para o exercicio seguinte, mesmo permitindo que após o Iintervalo a pessoa voltasse a funcionar como vogal, estabelecendo.o sistema de rodízio na ocupação dessas funções.

A douta Comissão de Constitu1ção e Justiça, acompanhandoO voto do Relator, Deputado LidovinoFanton, pronunciou-se pela

. constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa da pro­posição, com emenda modificativa destinada a substituir a ex­pressão "exercício" por "período""

11: o Relatório.

11 - Voto do RelatorNão nos parece, S.M.J., compensadora a mudança do sistema

de representação classista nas Juntas de Conciliação e Julgamen­to. Acolher-se o projeto, nos termos propostos, equívale a dispensara insubstítuivel experiência dos vogais com muitos anos de exer­cício na função, numa troca não desejada pelos interessados, masimposta por lei. Se a maior experiência do vogal conduz ao melhoraproveitamento funcional das JlIDtas, seria de todo desaconse­lliável substituí-lo, ainda mais porque prejudicaria o correto acon­selhamento das partes.

Acresce que o sistema em vigor democraticamente permite asubstituição do vogal ou sua recondução, de acordo com as con­veniências do Síndicato. Se o vogal é bom, que permaneça; se émau, que seja substituido. Quem poderia criticar a norma legal emvigor e sugerir-lhe modificações, se não as classes representantesdo empresariado e dos trabalhadores?

Os Sindicatos de classe - os maiores interessados no perfeitofuncionamento das J.G.J. - unanimemente têm se pronunciadocontra a aprovação do projeto, por considerarem indesejáveis asmodificações que pretende fazer no atual sistema de representaçãoclassista.

, . Nessas circunstâncias, o nosso voto é contrário à apro.'ação doProjeto de Lei n.o 2.151, de 1976.

Sala da Comissão, 3 de novembro de 1976. - Raimundo Paren­te, Relator.

111 - Parecer da ComissãoA Comissão de Trabalho e Legislação SOcial, em sua reumao

ordinária, realizadoa em 29 de junho de 1977, opinou unanimementepela r.ejeição do Projeto de Lei n.O 2.151, de 1976, nos termos doParecer do Relator, Deputado Raimundo Parente.

Estiveram presentes os seguintes Senhores Deputados: WilsonBraga, Presidente; Wilmar Dallanhol, Adhemar Ghisi, Álvaro Gau­dêncio, Luiz Fernando, Luiz Rocha, Nereu Guidi, Pedro carolo,Siqueira Campos, Vasco Neto, Vilmar Pontes, Rezende Monteíro,Arnaldo Lafayette, José Costa, Rosa Flores, Ruy Brito e GamalielGaIvão.

Sala da Comissão, 29 de junho de 1977. - Wilson Braga, Pre­sidente - Raimundo Parente, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 3.415-A, DE 1977(Do Sr. Jorge Arbage)

Introduz alteraA;ão no Código de Processo Civil (Lein.O 5.869, de 11 de janeiro de 1973); tendo parecer, daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionali­dade, juridicidade e, nu mérito, pela rejeição.

(Projeto de Lei n.o 3.415, de 1977, a que se refereo parecer.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 399, caput, da Lei n.O 5.869, de 11 de janeirode 1973 (Código de Processo Civil), passa a vigorar com a seguinteredação: ..

"Art. 399. Quando for demonstrado haver sido diligen­dada sem resultado a obtenção de documentos para im­prescindível juntada aos autos, o juiz requisitará às repar­tições plÍ,blicas em qualquer tempo ou grau de jurisdição:I - as certidões necessárias à prova das alegações daspartes; .II - os procedimentos administrativos nas causas em queforem interessados a União, o Estado, o Municipio ou asrespectivas enti9-ades de administração indireta."

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoCOnsoante a regra do art. 396 do CPC, compete à parte ins­

truir a petição inicial ou a resposta com os documentos destinadosa provar-lhes as alegações. Como se vê. o momento da produçãoda prova documental é, pelo autor, o do ajuizamento do feito e,pelo réu, o do oferecimento' da resposta. Uma única exceção aesse principio é a de poder juntarem-se documentos novos desti­nados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, oupara contrapô-los aos que foram produzidos nos autos (art. 397).

Ora, o art. 399, como se acha redigido e vigorando, está emdesacordo com tais princípios, pois supõe que os documentos (nelereferidos) poderão ser juntados aos autos a qualquer momento esem nenhuma justificativa.

O que se deve entender, todavia, é que a providência ali auto­rizada só ocorrerá quando a parte não tenha conseguido obter, emrepartições públicas, certidões para prova de suas alegações _ ouporque foram negadas, ou porque não fornecidas a tempo - casoem que o juiz promoverá a requisição.

Destarte, convém ficar devidamente esclarecido que a hipóteseprevista no art. 399 somente acontecerá quando a parte demonstrarhaver diligenciado, sem reSIJItado, a obtenção de certidões de atose termos existentes em repartições públicas;para tempestiva jun­tada aos autos.

A isto se propõe a medida aqui sugerida.Sala das Sessões, em 18 de março- de 1977. - Jorge Arba~.

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Quarta-feira 7 7821

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSOES PERMANENTES

LEI N.o 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973

Institui o Código de Processo Civil.LIVRO I

IDo Processo de Conhecimento

, .TíTULO VIII.....................................................................

Do Procedimento OrdinárioCAPíTULO VI

Das Provas~ ;> ..

SEÇAO VDa Prova Documental

...................................................................SUBSEÇAO IH

Da Produção da Prova DocumentalArt. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283),

ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar­lhe as alegações.

Art. 397. É. licito às partes, em qualquer tempo, juntar aosautos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatosocorridos depois dos articulados, ou para contrapô-los aos queforam produzidos nos autos.

Art. 398. Sempre que uma das partes requerer a juntada dedocumento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra, noprazo de cinco (5) dias.

Art. 399. O juiz requisitará às repartições públicas em qual­quer tempo ou grau de jurisdição:

I - as certidões necessárias à prova das alegações das partes;II - os procedimentos administrativos nas causas em que

forem interessados a União, o Estado, o Municipio, ou as respec­tivas entidades da Administração Indireta.

Parágrafo único. Recebidos os autos, o juiz mandará extrair,no prazo máximo e improrrogável de trinta (30) dias, certidões oureproduções fotográficas das peças indicadas pelas partes ou deofício; findo o prazo, devolverá os autos à repartição de origem....................................................................

PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - ~latório

O art. 396 do Código de Processo Civil dispõe:"Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial(art. 283), ou a resposta (art. 397), com os documentosdestinados a provar-lhe as alegações."

Argumenta-se, então, na justificação, que "o momento da pro­dução da prova documental é, pelo autor, e do ajuizamento do:feito e, pelo réu, e do oferecimento da resposta". A exceção únicaestá no art. 397.

Dai, ser necessário modificar o "caput" do art. 399, cuja re­dação atual conflita com aqueles dispositivos, pois enseja a jun­tada de documentos aos autos "a qualquer momento e sem ne­nhunfa justificativa".

O que se deve entender é que a permissão do art. 399 contem­pla, apenas, os casos em que a parte houver diligenciado, sem re­sultado, a Produção das provas indicadas nos incisos dessa norma.

A redação proposta para o "caput" do art. 399 é a seguinte:"Art. 399. Quando for demonstrado haver sido diligen­ciada sem resultado a obtenção de documentos para im­prescindivel juntada aos autos, o juiz requisitará às re­partições públicas em qualquer tempo ou grau de juris­dição."

II - Voto do RelatorO Projeto não porta eivil de inconstitucionalidade ou de in­

juridicidade.O Regimento Interno comete a esta Comissão a exclusividade

no exame do mérito.Não há necessidade nem conveniência na alteração sugerida.O "caput" do art. 399 não se encontra em antinomia com o

art. 396 do CPC. Este regula a oportunidade em que as partesdevem apresentar os documentos que comprovem suas alegações;aquele trata da requisição, pelo juiz, de certidões e processos ad­ministrativos.

É claro que o magistrado só requisitará certidões que a partenão tiver conseguido obter. Essa regra do art. 399 não visa a fa­vorecer a inércia da parte.

Colhe evocar o comentário de Sérgio Sahione FadeI a res-peito:

"Cabe, contudo, esclarecer o alcance da regra em ques­tão: a parte não pode pretender que o juiz a substitua,no dever de prOduzir a prova, de forma a transferir parao magistrado seu ônus, isto é, não deve entrar em juízo.sem o documento arquivado em repartição pública, e soli­citar pura e simplesmente ao juízo que o requisite. Essemodo de proceder não tem cabimento" (in "Código deoProcesso Civil Comentado", vol. li, pág. 259),

E logo adiante afirma o mesmo autor:"Para que a regra do art. 399, l, tenha incidência é ne­cessário que o postulante comprove que d1l1genciou nosentido de" obter a certidão, apresentando o protocolo deseu requerimento, e que, não obstante, não a conseguiu."

Ademais, o art. 396 só pode referir-se a documentos que pre­existam à inicial e à contestação.

O ciclo de cognição permite a produção das provas documen­tais até a audiência de instrução, que nem sempre é a de julga­mento.

Pode ser recordado, neste passo, Acórdão do Colendo Supre­mo Tribunal Federal, que b'em interpreta o tema do direito àprova:

"Prova.Não se trata de reexame dela, mas de questão de direitoprobatóz:io.As provas requeridas pelas partes não podem ser nega­das, por mer.o arbítrio do juiz.Recurso extraordinário conhecido e provido, em parte."(Rec. Extr. 75.900 - Relator: Ministro Luiz Gallotti - .l.&.Turma - decisão unânime - in "Revista Trimestral deJurisprudência", vPI. 65, pág. 294.)

Assim, a proposição é ociosa, ante a doutrina e a jurisprudên­cia. Por outro lado, não corrige eontradição, pois inexistente esta.

NQ mérito, indicamos a rejeição.Sala da Comissão, - José Bonifácio Neto, Relator.

DI - Parooer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­

ma "A", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridici­dade e, no mérito, pela rejeição do Projeto n.o 3.415/77 nos ter­mos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:Célio Borja - Presidente; José Bonifácio Neto Relator;

Celso Barros, Cleverson ']'eixetra, Erasmo Martins Pedro, LuizBraz, Jairo Magalhães, Joaquim Bevilacqua, Noide Cerqueira eTheobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, 22 de junho de 1977. - Célio Borja, Presi­dente -- José Bonifácio Neto, Helator.

PROJETO DE LEI N.o 4.034, DE 1977(Do Sr. Alcir Pimenta)

Altera dispositivo de aposentadoria da. Lei Orgânicada Previdência Social.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Não será obrigatório ao segurado da Previdência So­

cial desligar-se da atividade que exerce ou encerrá-la, para efei­to de aposentação, sempre que não houver vínculo empregatício.

§ 1.0 No caso de o segurado exercer duas ou mais atividades,sendo uma delas com vínculo empregatício, a aposentação nãoabrangerá a' de vínculo empregaticio, salvo se o segurado desli­gar-se desta.

§ 2.° Na hipótese do parágrafo primeiro, se o segurado optarpela aposentação da atividade sem vínculo empregatício, perderáa parte da aposentadoria correspondente à atividade exercidacomo esse vinculo, mas fará jus ao pecúlio previdenciário ao sedesligar dela. '

Art. 2.° Esta lei entrará em vIgor 30 dias após a sua publi­cação, revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoRealmente, não tem nenhum sentido prático ou social exÍ'­

gir-se do dírigehte de empresa ou do t'rabalhadór autônomo CJ.

Page 10: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

'1822 Quarta-feira '1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1971

desligamento da atividade profissional, para obter a aposenta­doria. Se não houver vontade de abandonar a atividade profissio­nal, para que exigir tanta burocracia para obter a aposentação?E a despesa inútil que se realiza para esse fim?

A sociedade, o segurado e .a própria Previdência Social nadaganham com esse procedimento não racional.

Social e economicamente, é um mal o dirigente de empresaencerrar o seu negócio, o trabalhador por conta própria fecharseu escritório para obterem a aposentadoria, pois isso importaráem fechar fonte de empregos e de serviços.

Se o empregador e o trabalhador autônomo atenderam àscondições legais e financeiras necessárias para a conquista daaposentadoria, por que criar embaraços burocráticos?

Já o caso da aposentadoria da atividade com vinculo empre­gatício tem algumas conseqüências diferentes, de ordem legal,econômica e social.

Com efeito, a aposentação com a manutenção do contrato detrabalho do empregado restringe OU condiciona sensivelmente odireito da empresa de renovar ou rejuvenescer seu quadro depessoal, implicando também em não abrir a possibilidade da ofer­ta de um emprego para a sociedade e da admissão de mais umnovo fator produtivo ao mercado de trabalho.

Caso o empregador precise do empregado que se aposenta, odireito da empresa de reempregar e o do empregado de quereraceitar o convite para trabalhar permanecem.

O presente projeto de lei tem por fim racionalizar um dosdispositivos da Previdência Social - a aposentadoria do empre­gador e do- trabalhador autônomo, com vantagens para todos.

O assunto deste projeto de lei foi muito discutido recente­mente na 29.B Convenção dos Contabilistas do Estado do Rio deJaneiro, realizada no mês de julho próximo passado, graças aostrabalhos apresentados e aprovados, de autoria dos contadoresLuiz Ildebrando ZamborUni, auditor independente, e Antônio Go­mes crespo, atuário e perito judicial.

Sala das Sessões, 25 de agosto de 1977. - Alcir Pimenta.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

DECRETO N.o 17.077, DE 24 DE JANEIRO DE 1976

Expede a Consolidação das Leis da Previdência Social ({)LPS)

T1TULOITIPrestações

CAPíTULO IVAposentádoria pOr Velhice

Art. 37. A aposentadoria por velhice será de,vida ao segu­rado que, após 60 (sessenta) contribuições mensais, completar 65(sessenta e cinco) anos de idade, se do sexo masculino, ou 60 (ses­senta), se do feminino, e consistirá numa renda mensal calculadana forma do § 1.° do artigo 35.

§ 1.0 A data do início da aposentadoria por velhice será ada entrada do requerimento ou a do afastamento da atividade,se posterior àquela.

§ 2.0 O auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez dosegurado que completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, sedo sexo masculino, ou 60 (sessenta), se do feminino, serão auto­maticamente convertidos em aposentadoria por velhice.

§ 3.° A aposentadoria por velhice poderá ser requerida pelaempresa quando o segurado tiver completado 70 (setenta) anosde idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco), se dofeminino, sendo nesse caso compulsória, garantida ao empregadoa indenização prevista nos artigos 478 e 479 da Consolidação dasLeis do Trabalho, paga pela metade.

CAPíTULO VIAposentadoria por TempO de Serviço e Abono de

Permanência em ServiçoArt. 41. A aposentadoria por tempo de serviço será devida,

após 60 (sessenta) contribuições mensais, aos 30 (trinta) anos deserviço:

I - quando o salário-de-benefício for igualou inferior aomenor valor-teto (artigo 225, § 3,o), em valor igual a:

a) 80% (oitenta por cento) do salário-de-beneficio para oBegurado do sexo masculino;

b) 95% (noventa e cinco por cento) do salário-de-beneficlopara o segurado do sexo feminino;

Ir - quando o salário-de-benefício for superior ao menor va­lor-teto (artigo 225, § 3.°), será aplicado à parcela correspon­dente ao valor excedente ao do menor valor-teto o coeficiente áaletra "b" do item II do artigo 28; "-

In - na hipótese do Item anterior o valor da renda mensaldo benefício será a soma das parcelas calculadas na forma dositens I e rI deste artigo, não podendo exceder o limite do item nrdo artigo 28.

§ 1.0 A aposentadoria do segurado do sexo masculino quecontinuar em atividade após 30 (trinta) anos de serviço terá ovalor referido no item I acrescido de 3% (três por cento) do sa­lário-de-benefício para cada novo ano completo de atividade­abrangida pelo regime desta consolidacão, até 95" (noventa ecinco por cento) desse salário aos 35 (trinta e cinco' anos de ser­viço.

§ 2.° O tempo de atividade será comprovado na forma esta­belecida em regulamento.

§- 3,0 A aposentadoria por tempo de serviço rá devida acontar da data:

a) do desligamento da atividade, quando requerida até 180'(cento e oitenta) dias após o desl!gamento;

b) da entrada do requerimento, quando este for apresentadoapós o prazo da letra "a".'~ .. .

PROJETO DE LEI N.o 4.037, DE 197',

(Do sr. Jader Barbalho)Concede às exportações e importações feitas pela Ama­

zônia e Nordeste isenção fiscal, e dá outras providências.(As Comissões de Constituição e JUstiça, de Economia,

Indústria e Comércio, de Finanças e da Amazõnia.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 A exportação de mercadoria de origem nacional para

consumo ou industrialização na Amazônia e no Nordeste estápara todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em 'vigOrisenta do Imposto sobre Produtos Industrializados. '

Parágrafo único. Os beneficios advindos do disposto nesteartigo visarão somente aos produtos destin8 dos à agricuLtura,pecuária, pesca, incluindo veículos utilitários, máquinas, motoresagrícolas e marítimos; maquinaria agropecuária, fertilizantes, me­dicamentos agronômicos e veterinários, além de materiais parapesca em geral, inclusive barcos, bem assim, a bens e equipamen­tos destinados a pesquisa científica.

Art. 2.° É proibida a revenda de produto favorecido pelasisenções para que possa sair das regiões mencíonadas nesta Lei,pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Art. 3.0 É vedada, a importação de produtos similares aosfabricados na Amazônia e no' Nordeste.

Art. 4.° Estão isentas do Imposto sobre Produtos Industriali­zados todas as mercadorias produzidas na Amazônia e no Nordeste,referidas no Parágrafo único do art. 1.0 desta Lei, que se destinemao seu consumo interno, quer a comercialização em qualquer pontodo território nacional.

Art. 5.° As isenções previstas nesta Lei vigorarão pelo prazode 20 (vinte) anos, podendo ser prorrogadas por decreto do PoderExecutivo, mediante 'aprovação prévia do Conselho de segurançaNacional.

Art. 6.° O Poder Executivo regulamentará a presente Leidentro do prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de suapublicação.

Art. 7.° Esta Lei entra em vigor na data de SUá publicação,revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoBastante conhecida é hoje a interpretação do eminente soció­

logo francês Jacques Lambert sobre a estrutura social dos paíseslatlno-amerícanos e', em especial, a do Brasil.

Em seu trabalho América Latina, onde analisa as estruturassociais e políticas dos paises dessa área, refere-se ao México, Brasil,Venezuela e Colômbia como "quatro países retalhados pelo dua­lismo social". Posteriormente em outra obra. Os Dois Brasis, carac­teriza nossa estrutura social dualista com riqueza de detalhes.Vejamos alguns tópicos desse excelente trabalho:

"Observa-se, assim, dentro do próprio Brasil, a mesmadiferença, grandemente acentuada, entre pais novo, prós-

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (geçio I) Quarta-feiJ'a '7 18U

pero e em constante transformação e sociedade velha, mi­serável e imóvel, que se nota no plano internacional. NaBrasil reproduzem-se os contrastes do mundo: nele sedafácil encontrar aspectos que lembram os de Los Angefes,ou Chicago e outros que, sem serem tão trágicos, pois no.Brasil há lugar para todos, fazem lembrar os da índia: oudo Egito."

"Entre o velho Brasil e o novo existem séculos de diStân­cia; no correr dos anos a diferença dos ritmos de evolUÇãoocasionou a formação de duas sociedades, diferentes por­que não são cbntemporâneas."

"Entre essas duas épocas da cultura brasileira. a dlstânclavem-se acentuando constantemente, íá que uma evo~~cadg vez mais rapidamente, ao passo que a outra se mau:,.tên perfeitamente imóvel enquanto não for rompido o;seu isolamento. Mas. entre as duas culturas diferentes••'possivel a circulaçãO', pois são brasileiros os que as, poa­suem; pode-se, pois, esperar que elas se reencontrem um'dia e que a so-eiedade brasUeira recupere a unidade ametl­çada em um periodo de transição." .'

..A menos que sobrevenha uma revolUção profunda. quê,para ser rápida, tem que ser singularmente brutal; a evo-- 'lução deverá demorar multo para atingir todo n Brasil; I>sentido, porém, dessa evolução parece claro. O gJ;ande pro­blema para o Brasil é eVitar que o desenvolvlmento econô­mico do pais se processe muito exclusivamente na região,já desenvolvida, fazendo com que, ao contrário, ele se'difunda por todo o pais, a fim de uniformizar a sua esttu­tura sociaL"

Verlfica-se, destarte. a ingente tarefa a realizar para a inte­gração dos milhões de habitantes do Brasil pobre ao Brasil mencnsacrificado. Mesmo assim, nesse Brasil mais bem aquinhoado, naspopulações urbanas do Centro-Sul e do Sudeste, a distância' entreas classes ê, a mais das vezes, tão grande que se formam verdadei­ras Ilhas de imensa pobreza incrustadas em núcleos de grandeprosperidade, o que levou outros estudiosos a falarem não dedols, mas de vários Brasis.

Integrar uma Nação é fazer dela uma só unidade fisica e so­ilial, é, segundo Gunnar Myrdal, a supressão de todas as barreirassociais e econômicas que se opõem à igualdade das oportunidadesindividuais.

A Integração nacional deve ser entendida portanto, como umfenômeno geopolítico, sócio-econômico e histórico-cultural, tantoem seus objetivos como em seus processos.

Envolve todas as esferas de ação nacional, sob o comando de-decisões políticas, dado a papel fundamental que desempenha nodesenvolvimento da coletividade e no aumento do poder nacional.

O papel da integração se dimenslona, principalmente, em ter­mos de segurança, preservação da unidade, enriquecimento cultu­ral e fortalecimento do poder econômtco nacionaL

Anunciando em Manaus o Programa de Integração Nacional,dlzla o então Presidente Emilio Garrastazu Médici que "o problemainicial da Amazônia é conhecê-Ia de verdade. E que, para cànhecê­la como é preciso, impõe-se torná-la mais próxima e mais abertapam se poder prová-Ia. Assim, a politica do Governo na Amazôniaestá voltada prioritariamente para a realização de um gigantescoesforço de integração, no duplo objetivo da descoberta e da huma­nização".

E mais adiante explicando o seu conceito de integração na­cional estabelece a 'posi~ão relativa das regiões brasileiras face àAmazônia:

"Não pu,;so falar à Amazônia sem pensar no Brasil integra­do. Tenho bem presente o espetáculo de 30 milhões de nor-

destinos, que vfvém em' torno de núcleos esparsos de pro­duçãl} agrícola e Industrial, produzindo e consumindo me­

. n08 de 15 por centO' da renda lnterna. Sei que essa pequen..produção estA náS; mãos de um décimo da popu~ da­

. quela. área.

Constato que paI;' falta eJe u~ Infra-estrutura econ6mlca eSOCial adequada, esses brasUelrns não se encaminham paraas l\reas desooupadaa do- Pafs.. que estio l\ espera de braçospata eonstltuirl!lD;novos pólolt de prosperidacte e- tique..

.i'onheço. todo o <lram.. da Bua migraçíio para. Q Centro-sur.agraftndo as aglomerações marginalIZadas cItA.S favelas'.

,B. no eQtanto~ a~nt~~.mais da metade·.ela te~tddo" Nack>llal poderia,"nCl~muito m.da q,*~ à poplJ­. laf:ão; atual 00 B.l'astl. E sél que, a pa~dpaçiô da ~uõnta;e do! ceQtro~oel~' na r~\1Dtema equln~ a atelUMde,.@lco. pOrcento:, enquutó',apénas uma regli<tp Ói Céntro-SuI.forntee quase ,a liQtall~~dOs',~lOltde que~ .. uniãopara atender. àsCleçessldadell de fnvestlmellto;é de eust.elodlt a\úação- govettlllmenW el11 todO' o PaiS.

N'cl co~tronto de$$êS dado&, compreende-se $flâ&l q..."., pua,eUm1D.ar eSS$& disparidades econôaúeaa e iDJIisUçasoeta.la'~tetemos de desenvolver da Amazônia solltl\rla ao N'ordésté.em eonsonâncfa. eom o desenvolvimentO' de todo· o' BrasiL

,O atJ:&aoe e li llOtlrezada AmazônIa l!', do NorlJesf.e, além deSOCial,e politleamente lnaA:lel~vels.têm repercussijess- nega­tivas que chepm a preiudlcar fortemente a. produção e: ..economia do Centro-Sul. Por não eonstltulrelQ um mercadoeonsumilJol' com efetivo poder de eornpra, essas duas re­gUies não participam substancialmente do mercado Inter­no brasUeiro. não Contribuem para a' diluição dos custosda produção indUStrial e. par sua baixa produtividade. det­xam de fornecer. matérias-primas necesaArfas à indda&dado centro-SuL

Nessas condições. é legitimn afirmaI' que a pobreza doNordeste e a eseassez do homem na Amazônia exercemuma pressão estruturai na alta dos preços no Brasil e quesó o equilíbrio de regiões e estruturas permitirá a ellmlna­ção das forças inflacionárias no país.

seria criminosa supor que se possa retardar a solução dosproblemas amazônicos e nordestinos até que o país atinjaum nivel de ptopriedades em que delas possa cuidar. Esta­mos convencidos do contrário. temos de combater agora.esses desequilíbrios pois o destino nacional é indivisiveL

Em síntese: ou cresceremos juntos todos os brasileiros ounos retardaremos indefinidamente para crescer. E como asegunda alternativa não é admissível, o Programa de Inte­gração Nacional terá de ser, como decldimos que será, uminstrumento a serviço do progresso de todo o Brasil."

Integrando desse modo, as politicas para a Amazônia e o Nor­deste, anunciava o Presidente adaptações essenciais na SUDAM ena SUDENE, com a flnalidade de fazer esses dois órgãos alndamais atuantes a serviço da redução dos desníveis inter-regionais eda integração nacional.

Entretanto, passados já alguns anos do lançamento do Planode Integração Nacional - PIN (Decreto-lei n.O 1.100, de 16 de ju­nho de 1970), sentimos que multo pouco ou quase nada se fez, jáque continua a se alargar o fosso que separa o norte e o nordeste­da região centro-sul do País.

Dados mais recentes do IBGE permitem a elaboração do qua­dro que se segue:

Densidade Ptoduto

Regiões Superfície População Demográfica Interno

(hab./Km") Bruto

Norte 42r;,~} 4% 1,03 2%

Nordeste 18% 30°", 18.59 16%

Sudeste 11% 43% 43,90 61%

Sul 7% 18% 29,68 18%

Centro-oeste 22% 5% 2,75 3%'-0 • __ .. _ ,._,"._~~_._o.~,__"., __,.___~

Page 12: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

7824 Quarta-feira 'I' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçã~ I) Setembro de 1977

Como se pode observar, as regiões Nordeste, Sudeste e Sul, quecompreendem os Estados litoráneos do Maranhão até o extremoSul, abrangendo poueo mais de 1/3 (um terço) da superfície, con­centram mais de 90% (noventa por cento) da população brasileira,deixando semivazlos, praticamente 2/3 (dois terços) do territóriocom todo .seu extraordinário potencial econômico.

Verifica~se, na última coluna do quadro em estudo, a desigualcontribuição das diversas regiões na formação da renda interna doPaís. A região Sudeste polariza mais de 60% da riqueza nacional,sendo que mais da metade correspondem a dois Estados, São Pauloe Rio de Janeiro. O Norte e o Centro-Oeste constituem o grandevazio econômico, gerando apenas 5% da renda nacional. Verifica­se, ainda, que a Região Sul, com 3 (três) Estados, apenas, contribuipara a renda nacional, com percentual idêntico ao das RegiõesNorte e Nordeste reunidas, 18% (dezoito por cento) e num total de12 Estados e 4 Territórios.

O outro aspecto das desigualdades estruturais do Brasil situa­se na distribuição social da renda. Essa desigualdade é uma cons­tante histórica no nosso desenvolvimento econômico, já que, atendência à concentração da renda em mãos de uma pequena par­cela da sociedade nacional se acentuou com o processo de indus­trialização do Pais.

O objetivo principal do projeto que temos a honra de subme­ter à consideração dos nobres pares do Congresso Nacional temcomo escopo fundamental a diminuição dos desníveis regionais re­tromencionados.

Para tanto, estabelecemos a concessão de isenções e incentivosfiscais e financeiros às importações feitas à Amazônia e ao Nor­deste, idênticos aos que são concedidos às exportações. O esvazia­mento de recursos oriundos de incentivos fiscais, dessas duas re­giões é, sem dúvida, evidente.

Segundo o atual presidente do Banco do Nordeste, economistaNilson Holanda, em 1968 os incentivos fiscais representavam 60%(sessenta por cento) dos recursos financeiros que alimentavam onordeste, enquanto hoje significam apenas 6% (seis por cento).

Diante da palavra oficial de um representante categorizado doGoverno, acho que nada mais precisa ser acrescentado.

Assim justificado o propósito deste projeto, entrego-o à apre­ciação dos meus nobres pares, consciente de que dar-lhe-ão, como costumeiro espirito público e ampla visão dos problemas nacio­nais, a acolhida que merece, dentro dos objetivos que nortearamsua formulação.

Sala das Sessões, de de 1977. - JaderBarbalho.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.O 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966

Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e instituinormas gerais aplicáveis à União, Estados e Municípios.

TITULO TIl

Crédito Tributário.................... 0'0 .

CAPiTULO V

Exclusão do Crédito Tributário

SEÇãO IlIsenção

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, ésempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitosexigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendocaso, o prazo de sua duração.

Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinadaregião do território da entidade tributante, em função de condiçõesa ela peculiares.

Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção nãoé extensiva:

I - às taxas e às contribuições de melhoria;II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo ou em

função de determinadas condições, pode ser revogada ou modifica­da. por lei a qualquer tempo, observado o disPQsto no inciso III doart. 104.

Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral,é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administra­tiva, em requerimento com o qual o interessado faça prova dopreenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos pre­vistos em lei ou contrato para sua concessão.

§ 1.0 Tratando-se de tributo lançado por período certo. detempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da ex­piração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitosa partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixarde promover a continuidade do reconhecimento da isenção........................................... ~ ". ~ .. - ~ ...

O SR. PRESIDENTE (.João Linhares) - Está finda a leitura doeXpediente.

IV - Passa-se. ao Pequeno Expediente

Tem a palavra o Sr. Menandro Minahim.

O 8R. MENANDOR MINAHIM (ARENA - BA. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, viveu a famíliados "Diários Associados", na última sexta-feira, em Salvador, Capi­tal do meu Estado, uma noite de gala com a homenagem que aBahia, representada por todas as classes sociais, prestou, no "ClubeHespanhol", a David Raw, pela sua indicação para Diretor-Exe­cutivo da Rede Tupi de Televisão.

David Raw, o mais novo dos baianos, com a outorga da cida­dania que em breves dias lhes será feita pela Assembléia LegIslativa,de há muito se tornou baiano por adoção.

Incontáveis devem ser, Sr. Presidente, os cidadãos que, nascidosem outras terras, na Bahia têm renascido, impregnando-se de suasbelezas, de suas tradições e do calor humano da sua gente.

Dentre estes destaca-se David Raw.Dirigindo, por alguns anos, a Televisão Itapoan e o "Diário de

Noticias", fez destes dois importantes setores de comunicação gran­des trincheiras na defesa dos mais altos interesses da Bahia.

Homem de largo descortino e de fibra inquebrantável. teveoportunidade, mais uma vez, de revelar estas qualidades, quandoum terrível incêndio destruiu totalmente os estúdios da Televisãoltapoan, enchendo de dor e consternação todo o meu Estado.

E o que se viu foi, como uma fênixe a ressurgir das cinzas, umanova Itapoan, mas poderosa e enriquecida de novos programas.

Este é, Srs. Deputados, em ligeiras pinceladas, o perfil destecidadão que fez do jornalismo e da televisão a sua grande paixão.

Ao fazer este registro, quero congratular-me com a alta dire­ção dos "Diários Associados'" pela escolha de David Raw para Dire­tor-Executivo da Rede Tupi de Televisão, pois estou certo de que,com seu dinamismo e know-how, muito irá ganhar a nossa queridaTupi.

O SR. JERôNIMO SANTANA {MDB - RO. Pronuncia. o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, formulamos hojeum apelo ao Sr. Presidente da República, pelo amparo aos colonosdo setor Colorado em Vilhena.

Colorado é o setor mais abandonado por parte daqueles quesão responsáveis pela colonização de sentido social em Rondônia.

O Colorado está isolado e distante cerca de 90 quilômetros daBR-364, por estradas precárias e de dificeis condições de tráfego,o que impede o coiono de escoar sua produção, que não obtémpreços. As safras de arroz não são sequer batidas, o cereal é cor­tado e empilhado, e, por falta de preço e comprador, e pelas con­diçôes de armazenagens e de transportes, o coiono não ousa sequerbater o arroz para ensacar, e chega a trocar um saCo de arroz poruma lata de leite Ninho.

Não vigora, nos projetos de colonização do INCRA em Rondô­nia, a política dos preços mínimos. Não existe armazém para o pro­duto. Não existem estradas para que o colono possa levar o produtoaté a cidade, onde será comercializado.

Essa é a denominada aventura da colonização do INCRA emRondônia.

Existem mais de dois milhões de sacas de arroz em Rondônia,sem condições de serem comercializadas, por falta de estradas vici­nais e armazéns. A política dos preços mínimos não é aplicada emRondônia.

O problema de saúde no Colorado é da maior gravidade. Qualo destino do Colorado? Até quando os colonos do Colorado vão seresquecidos e desasistidos? .

É preciso reformular a colonização de sentido social em Ron­dônia.

O INCRA não tem sequer previsão para destinar lotes aosmilhares de colonos sem terras, hoje, em Rondônia.

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Setembro de 19'77 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quarta~feira '1 '1825

É preciso que se ampare, pelo menos, os colonos que já seacham nos lotes.

O SR. FABIO FONSECA (MDU - Ma. Pronuncia O< seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, antes de entrarmos nasconsiderações finais, vamos introduzir um preâmbulo que julgamosde muita importância para todos nós, políticos.

O político e os problemas sociais pertinentes às comunidades

Entender as coisas é o começo da liberdade, porque esta con­siste no domínio da política sob as necessidades mínimas para asobrevivência das comunidades.

Quase nunca, porém, exceto por acaso, um gênio seria capazde interpretar de maneira total as ansiedades da comunidade, eesta reagir negativamente, não compreendendo a estreiteza donosso universo.

Muitas coisas advém da natureza, e existem, como nós existi­mos, sem que tenhamos criado, mas a grande parcela restante,:para complementar as necessidades, é produto da criatividade eesforço humano através dos tempos.

Estamos cônscios de que até hoje não somos plenamente se­nhores do meio fisico nem mesmo daquela fração que é obra dohomem.

E é possivel que certas questões derradeiras nunca serão com­pletamente devassadas pelo entendimento, pois a cada ano que:passa tudo se avança e novos horizontes nos são mostrados.

A unidade da sociedade

"Os Governos existem porque aspiramos a certos resultadosque eles sáo capazes de proporcionar.

Por conseguinte. para saber-se que é um Estado, cumpre obser­var-se o que êle realíza.

Dpste modo. voltamo-nos aos cidadões a que serve panl a na­tureza dos serviços que prestam.

Todos os grupos, como ,vimos, diferenciam-se conforme fun­-ções que executam.

No caso do Estado, tais funções admitem muitas variações.E desde que abrange largas margens de escolha, estão sujeitas

.ao debate".As fontes da autoridade

"A justificação da autoridade.A escolha de técnicas por meio das quais exerça o Governo suas

funções em benefício dos participantes do Estado constitui o ter­.ceiro dos grandes problemas da política.

8e os objetivos dos Governos hão de progreair, para chegar.além da ação protetora, e se devem atingir ao estágio do bem-estar.social que lhe cumpre atender, os meios à sua disposição terão deser transformados".

A liberdade dos governadosOs principios da Revolução de 1964."Para assegurar estes direitos, sáo os Governos instituídos en­

tre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dosgovernados".

81'. Presidente, Srs. Deputados, pela primeira vez na históriada Saúde Pública Brasileira um processo penal é movido pela Uniãocontra uma Empresa Farmacêutica Multinacional de grande porte,que é a Hoechst Akiengesellschalft Frankfurt Germany, conhecidoentre nós como Hoechst, que tem sua fábrica de Gamaglobulina noEstado do Rio, na cidade de Teresópolis. O cuidado desse laborató­rIo era tão grande, que a Gamaglobulina estava contaminada como vírus B, o que provocou inúmeros casos de hepatite naqueles qUea usaram.

O Ministro Paulo de Almeida Machado sabia do risco calcubnoque iria correr, pois mexer com uma associada da poderosaABIFARMA, União dos Laboratórios de Produtos Farmacêuticosalienigenas, com sj.las representações no Brasil e suas Matrizes noExterior, é uma temeridade.

Não vacilou S. Ex.'" e encaminhou à Procuradoria Geral daRepública, em 1976, o processo corttra o laboratório Hoechst. So­mente em maio de 1977 o processo foi remetido à Procuradoria daRepública no Estado do Rio de Janeiro, onde se encontra aguar-dando propositura da ação penal. .

Sr. Presidente, 81'S. Deputados, crimes dessa natureza poderiamestar dormitando tanto tempo desde o início di!. denúncía até che­gar à Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro, quepor certo, com este nosso grito de alerta, deverá dar continuaçãoa esta ação penal, para coibir o abuso desses falcões tesaurosmó­ticos da indústria farmacêutica, que industrializam, através nadoença e da saúde do povo brasileiro, os seis bilhões de dólares qlúlnos arrancam anualmente.

A mesma ABIFARMA, União dos laboratórios de Produtos far­macêuticos, com filiais no Brasil e Matrizes no Exterior, entraramcom um processo, através dos Advogados Miguel Reale, Sérgio Au­gusto Malta e Sérgio Ferraz, <:ontestando o art. 5.0 da Lei n." -6.360,de 1976.

O Consultor Jurídico do Ministério da Saúde, Dr. Hélio PereiraDias, em pronunciamento de contestação datado de abril de 1977,contradita os eminentes Advogados assalariados pela ABIFARMA.

Mas a controvérsia ainda não foi dirimida pela ConsultorIa.Geral da República.

Sr. Presidente, 81'S. Deputados, para melhor es<:larecimento, ve-jamos o que diz a Lei n.O 6.360, de 23-9-76, no seu a:ct.5.0;

"Os produtos de que trata esta lei não poderão ter nome oudesignação que induza a erro quanto à $la composição,qualídade, finalidade, suas indicações, suas aplicações, seumodo de usar ou sua. procedência. As drogas e insumosfarmacêuticos em hipótese nenhuma poderão ostentar no­mes ou de!,ignação de fantasia".

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o que querem esses ávidos mem­bros da ABIFARMA, através da contestação do arfo 5.0 da Lei n.o6.360, é a continuação da poluição medicamentosa, outrora exis­tente e que fora contida por essa Lei de vigilância sanitária demedicamentos, drogas e insumos, correlatos, cosméticos, saneantese outros produtos.

O que eles querem é que um fármaco ou medicamento continuea dar origem a duzentos, duzentos e cinqüenta nomes fantasias,método este usado nas teorias de 8kínner e Sullivan. E, <:omo disse:o Presidente da Associação Americana da Indústria Farmacêutica,de maneira cínica no Programa "Io"antástico", de 28-8-77, o Brasilé um bom mercado, porque oferece facilidades. E os 58,7% dos re­médios que foram retirados do mercado americano encontram noterceiro mundo, muito especialmente na América Latina, um ver­dadeiro paraiso, com um carimbo: "Export to South America". Ouseja, além da linha inferior do Equador vale tudo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, é necessário que a Bancada doEstado do Rio de Janeiro, ARENA e MDB, se' unam e exijam umarápida tramitação do processo que se encontra com fi ProcuranorGeral da República no Estado do Rio de Janeiro, contra o labora­tório Hoechst.

Saúde não deve ter cores 100líticas - é o interesse coletivo detodo o povo brasileiro.

Era o que tinha a dizer.

O SR. MANOEL DE ALMEIDA (ARENA -.MG. Pronuncia.oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o critérioadotado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico da Presi­dência da República rCDE), através da Resolução 07/77, restringea expansão da capacidade instalada no setor cimenteiro a 130%da demanda prevista por região. De nosso ponto de vista terevários interesses a saber: torna compartimentos estanques áreasem todo homogêneas, como {l o caso da região sul-mineira vizinhade São Paulo, cuja produção tem seu mercado não limitado pelalinha de divisão política do Estado. Da mesma forma, no quet{)ca aos produtos industriais, o Estado de Minas Gerais tem sidotradicional mercado da indústria de São Paulo, absorvendo seusexcedentes, mesmo diante da existência de similares estaduaisproduzidos dentro de suas fronteiras.

Como justificar o artificio injusto do critério que adota aprevisão de expansão da demanda estadual, para não homologaros projetos da CIMINAS e COMINCI, no caso referenciando-seàs médias do Estado de Minas como um rodo, relativamente in­feriores aos indicadores de São Paulo, quando aquela região mi­neira convive dentro do principio dos vasos comunicantes relativa­mente a São Paulo, e podendo ser a expansão de sua demanda'estimada como igualmente dinâmica?

É evidente a preocupação protecionista da medida, cujo efeitoimediato é o prejuizo do crescimento do Produto Interno Bruto eda racional distribuição das áreas produtoras, que não deveriamter barreiras, senão na capacidade de competitividade, esta, sim,um marco definidor, por assegurar melhores preços reais para oproduto.

Há muiros critérios para o nesenvolvimento regional de umpaís, todavia, a lei natural do desdobramento das áreas de ativida­de intensa para as áreas pioneiras é a viabilidade do projeto. Ora,se as firmas "x" e "y" lograrem aprovação de seus projetos emnivel técnioo, isto é, do Conselho de Desenvolvimento Indústrial(CDI), especifico na matéria, qUtal seria a razão a justificar a de­saprovação em nivel ministerial de uma questão técnica e-o·tirocínio técnico não deve variar - aquela natureza jamais poderiadar lugar'à conotação política que, no caso, deveria atual apenasa serviço dos interesses nacionais? .

Há, inequivocamente, na política desenvohimentista do Brasiluma p,reocupação que se ergue à categoria de principio: sempre

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7826 Quarta-feira 7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) SeteD1bro de 1977

que se pode desfazer as desigualdades sócio-econômicas e dispa­ridades interregionais de renda, através de novas frentes, emáreas onde existam vantagem comparativas evidentes, em termosda custo e possibIlidades de emprego de mão-de-obra amplamentedisponível ou da própria economicidade em sentido amplo dosprojetos passiveis de implementação, não cabe lugar a dúvidas, ea diretriz se Impõe. Não foi outro o cerne da concepção que levouà criação de órgãos regionais como a SUDENE, SUDAM, SUDECOou OODEVASF, os quais continuam postulando segundo essa fi­losofia. BrasUia, no Planalto Central, não teve outro objetivo. Sur­giu para, com o tempo, neutralizar o imenso Himalaia do eixoSão Paulo-Rillt de Janeiro, uma vez que o Brasil necessitava cres­cer, barmonicamente, apropriando seu imenso interior. Por que,então, admitir-se, na nossa Administração, no ano de 1977 da eracristã, dezessete anos, quase duas décadas após a inauguração deBrasilia, o critêrio incompreensível da Resolução 07/77?

{} ,sistema Bambui Sul é o grande interesse das grandes in­dústrias do' Pais, no que se refere ao fosfato. Desejam até benefi­ciá-lo fora do Estado; posto que a sua linha de nobreza o permite.Mas o calcário, pelaa suas características técnicas, encontra obs­táculo, não pel;IDitindo aequer aua utilização como recurso natural,com todaa as lmpUcações para o ,estreitamento do mercado de tra­baluQ- para a mão-de-obra mineira e, conseqüentemente, seu custosoc;ial é alto: pe!a excluaão dessa alternativa econômica.

Es.tas considerações, Sr. Presidente, levam-me a lembrar alu~a pela construção de Três Marias. Projeto pronto, com doisanos de vantagem sobre Furnas, pressionaram o Presidente daépoca, Juscel1no Kubitachek de Oliveira, para que a prioridade:fosse' dada à represa do Rio Grande, cuja essencialidade nunca.queaUonamos; apenas não admitimos que soterrasse mo projeto, já.aprovado, mais que isto, o programa para a represa do São Fran­ciaeo, de efeitos multlplos (navegação, saneamento bâsieo, irrigaçãoe quase, como subproduto, a eletricidade), considerando o que elerepresentava para nós, para os baianos, pernambucanos, sergipa··nos e alagoanos. O Sr. Lucas Lopes, à época, jogando no outrotime, teve a coragem de nos propor, na Associação Comercial deMinas Gerais, que fizéssemos apenas a barragem, porque a regiãonão oferecia demanda para a energia. Como se encontrava íludidoo grande técnico. A primeira linha de Três Marias abasteceu oquadrilâtero ferrífero, permitindo o deslocamento de recursos ener­géticos de que dispunha o Estado, para São Paulo, onde teve açãoprovidencial, no grande parque industrial nacional. Para concluir,os efeitos benéficos de Três Marias, a represa desarrazoada, feitaonde não bavia demanda (nem para a centésima parte dos qui­lowates resultantes em todo o médio São Francisco mineiro) che­garam a contr,ibuir, de forma indireta, para que se retirassem oslampiões dos restaurantes e voltassem a funcionar, sem raciona­mento, os elevadores do Rio de Janeiro. 11: uma lição que colhemosno passado, Sr. Presidente, 8rs. Deputados, e que devemos recordar,a propósito da Resolução 07177.

Concluo este pronunciamento, enviando um apelo ao Sr. Pre­sidente da Repúbli«a, pal:"a que I:"ecomende aos seus dignos auxÍ­liarea a revisão da matéria. Com o Brasil carente de grandes açõesque repercutem positivamente no crescimento do Produto InternoBruto e de um gigantesco trabalho, para o qual nossas responsabi­lidades cl:"escem dia a dia, no sentido de fazer face aos nossos-compromissos externos, que se têm vinculado ao nosso próprio de­senvolvimento, não se pode permitir que os comandantes de seudirecionamento posssam dar-se ao luxo de esfo~os como os reali­zados na elaboração de um documento que desserve ao seu povo.

O SR. GASTA0 MCLLER (ARENA - MT. Pronuncia o sc­~uinte discurso.) - SI:". Presidente, Srs. Deputados, é com prazerque venho, mais uma vez, a esta tribuna, este ano, uma das pou­cas oportunidades que tenho, estagiário que sou, da Escola Su­perior de Guerl:"a, representando a Câmara, ao lado de um colegae um Senador, e o Congresso Nacional, naquela notável insti­tuição, onde se aprende a estudar metodicamente os problemasbrasileiros e, se possível, apresentam-se sugestões objetivandocooperar com os Poderes constituidos, a fim de atingir o bemcomum, com segurança e grande desenvolvimento.

Desta vez, Sr. Presidente, Srs. Deputados, para meu desencan­to, diante da atitude dos ilustres e dignos amigos, Congressistasdo Estado de Goiâs, é para assinalar o nosso protesto pelo im­pertinente e inexplicável comportamento daqueles caros patricios.

A emenda apresentada pelos Parlamentares goianos ao pro­jeto de divisão do meu Estado, além de extemporânea, provocousério problema psicossocial, atingindo toda a população mat.o­grossense, principalmente da região leste.

Não se compreende que os dignos representantes goianos, es­pecialmente os da ARENA daquele Estado, apresentassem talemenda, contrariando o projeto de autoría do Poder Executivo, aoqual estão ligados por laços partidários, e sabendo que princi­pias que norteiam o projeto de Lei Complementar, apresentadapelo Ex.lnp Sr. Presidente da República Ernesto Geisel, é refor­mular, ou melhor, remanejar o território nacional, Visando a dar­lhe melhores condições de desenvolvimento.

A emenda goiana não atinge, absolutamente, o fim colimado,além de estribar-se em documento e fatos históricos já passadosem julgado.

A par desses fatores, Sr. Presidente, Srs. Deputados, bá umparadoxo no fato, poi:s se sabe qUe existe um sonbo de certasáreas da população goiana de criar-se ao norte daq,uela unldaçleum novo Estado, o de Tocantins, argumentando-se para tantocom a vaatidáo dn território goiano. Se há essa tendência, porque ampliar c território goiano ainda mais, com a sonhada ane­xação? Os Ers. Deputados e os Sra. Senadores. de Goiás, de ambosos Partidos, continuam a merecer o meu respeito e :!mizade, mastenho o direito de deles discordar e lamentar a infeliz idéia apre­sentada sob forma da famigerada emenda.

Tenho certeza de que os Srs. Congressistas gofanos, melhorpensando, não levarão adiante essa desastrosa ídéía:. Conflo nobom-senso dos 6rs. ~epresentantes goianos, no re~tol!, meu caroirmão, amigo e colega, Senador Osires Teixeira;. R.eIa.tor da Comis­são Mista, poIS, sendo um grande braslleim, Cól,ll real espírito pú­blico, não aprovarâ a emenda e aconselhará, 'ni~mo aOll seUll co­legas que a retireD1. Se isso não se der, tenho' certeza de que oPresidente Geisel fará sentir, por lnterméd.lo- dos setores compe­tentes, o seu sereno e inegável bom-senso de notável estadista eas ordens superiores serão democratícamente cumpridas - isto é,não será aprovada a tal emenda.

O Sr. Presidente Geisel bá de agir, imediatamente, visando atranqüilizar a população mato-grossense, naturalD1ente perplexadiante dessa emenda dos caros amigos e colegas parlamentaresgoianos.

O Brasil é uno e indivisível e os mato-grossenses e goianos de­vem viver em plena harmonia, como sempre. Não, será um atoprecipitado que nos vai levar a criar confrontações que não Lr:?­rão nada de útil para o Brasil. l?rrar é humano. Quem tor puroque atire a pl:"imeira pedra nos goianos, mas acho que eles ~indatêm tempo para corrigir o erro.

A Comissão Mista me merece toda confiança, todo respeito,bem como o próprio Sr. Relator, Senador Osires Teixeira.

A minha confiança irrestrita se estende ao Presidente daARENA, o dinâmico Deputado Francelino Pereira, como tambémà. figura extraordinária do Senador Petrônio Portella, digno Pre­SIdente do Senado e do Congresso Nacional, eldadões brasileirosque lidE'ram o Partido da Revolução, sabendo o que fazer lle"sashoras que angustiam a população mato-grossense.

O jovem Deputado Marco Maciel, hãbil e inteligente Presi­dente da Cãmara, não tenho dúvidas, atuará positivamente.

O~ outros membros da Comissão, também, são todos brasilei­ro_s ilustres e saberão agir com presteza, bom-senso e brasilidade,nao aprovando a famigerada emenda, repito mais uma vez.

Confio, outrossim, no Líder da ARENA na Câmara, o Depu­t~do José Bonifácio, pois a sua competência e habilidade de poli··tlCa naturalmente o inspiraram com razões precisas na indicacãodos membros da Comissão Mista. O mesmo, lógico, deve ser ditocom relação à inteligência do Líder da ARENA no Senado, Sena­dor Eurico Rezende, e dos Líderes do MDB.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, tranqüilize-se o povo mato­grossense. Confiamos no Presidente Geisel e na sua autoridade'a Lei Complementar será aprovada e a emenda rejeitada. Mat~Grosso não perderá um quilômetro sequer do seu território. Qt'emviver, verá ...

Era o que tinha a dizer.

O SR. Dm CHEREM (ARENA - se. Sem revisão do orador.) _Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Estado de Santa Catarina vemreivindicando, há vários anos, a criação de uma Delegacia ou mes­mo de uma agência do Banco Nacional da Habitação em Florianó­polis. Aliás, neste sentido, realizamos gestões junto ao Ministrodo Interior, Dr. Rangel Reis, e ao Presidente do Banco Nacional daHabitação, as quais, até agora, foram infrutíferas.

A propósito, recebemos ofício do Sr. Osvaldo G. Moritz, Presi­dente da Associação Comercial de Florianópolis, datado de 17 deagosto do corrente ano, cujo texto passamos a ler, para conheci­mento desta Casa e dos Srs. Parlamentares:

"Senhor Deputado:O nosso Estado, como uma constante, tem sido pacientede preterições em suas justas reivindicações para sediarórgãos ou entidades da administração federal, indispensá­veis à administração pública e particular e ao seu de­senvolvimento .Dentre outras, podem ser destacadas: o Tribunal Regionaldo Trabalho; a Refinaria da PETROBRÁS; a Superinten­dência da Receita Federal; o Polo Carboquimíco; a Delega-.eia Regional do BNH - Banco Nacional da Habitação, etc.

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-Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sel,lão I) Quarta-feira '1 7827

Não pretendemos tirar nada de outros Estados. Queremosapenas igualar-nos. Libertar-nos da depenp.ência injusta eprejudicial.Nas preterições mencionadas, tem sido objeto de renovadasolicitação a instalação de um escritório, ou agência, ousubdelegacia do BNH, em condições de atender aos servi­ços desse Banco que se converteu na maior fonte de recursospara investImentos do País.A manutenção dessa situação é insuportável, principal­mente depois da declaração do Senhor Maurício Schul­mann, Presidente do BNH ao Correio do Povo e ao O Estado,nas edições de 9 do corrente, pela inviabilidade da reivin­dicação, afirmando: "( ... ) Desmembrar a Delegacia doParaná, que abrange Santa Catarina, com outra em Flo­rianópolis" representaria enfraquecer as duas, sem nenhu­ma vantagem adicional "( ... )".Precisamos abranger-nos no imenso potencial de recursosque anuabnente o BNH tem distribuido nos vários Estadosda Federação. Esses recursos são imprescindíveis ao nossodesenvolvimento e representarão a contrapartida da nossacontinuada e valiosa contribuição.Por estas razões vimos solicitar a Vossa Excelência seuapoio a esta justa reivindicação solicitando que acione osmeios a sua disposição para conseguirmos do Governo Fe­deral a instalação em Santa Catarina de uma represen­tação do Banco Nacíonal da Habitação.Renovando protestos de elevada estima e consíderação,subscrevemo-nos muito atencíosamente."

Sr. Presidente, reiteramos o apelo já dirigido ao Sr. Ministrodo Interior e ao Presidente do Banco Nacional da Habitação, paraque reexaminem a decisão anterior e determinem a instalação deuma agência do Banco Nacional da Habitação no Estado de SantaCatarina, tendo em vista o que ali se processa no setor de habitaçãoe bem assim em todas as linhas de investimento em que atua essapoderosa agência financeira do nosso. País. Além deste expediente,faremos novas> gestões junto ao Sr. Ministro do Interior e ao Sr.Presidente do BNH, a fim de que se torne realidade esta justareivindicação do Estado que temos a honra de representar.

O SR. MILTON STEINBRUCH (MDB - RI. Pranuneia o se­guinte discursa.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Ministérioda Saúde, conforme o publicado no Diário Oficial da União de 14de julho passado, firmou acordo para um programa de proteçãomaterno-infantil no Brasil, tendo como signatários, também. aOrganização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundialde Saúde.

Este acordo, Sr. Presidente, em suas informações básicas, trazdeclarações que não nos surpreendem. Se ditas por um represen­tante da Oposição, mereceriam reparos das lideranças situacionis­tas. Mas os fatos estão narrados nas páginas do Diário Oficial enos dizem, entre outras coisas, "que a análise dos dad.os disponiveispermite estímar que o coeficiente de mortalidade geral, no Brasil,.,se situou em torno de 10 .óbitos por mil habitantes e que o coefi­ciente de mortalidade infantil, em 110 por mil nascidos vivos".

"Estima-se ainda que a mortalidade geral seja influenciada em37% pela mortalidade infantil e em 51 % pela mortalidade do grupode O a 4 anos de idade. A mortalidade materna situa-se em tornode 3 mil por nascidos vivos".

"A elevada incidência de doenças transmissíveis, as condiçõesde desnutrição e a precariedade do saneamento básico respondempelos altos coeficientes de morbidade observados no grupo de O a 4anos de idade".

"Entre as principais causas de óbitos da população infantil,encontram-se as doenças infecciosas, destacando-se como maisfreqüentes as gastrenterites, as doenças respiratórias, o sarampo,a coqueluche, o tétano, a difteria e a tuberculose. A deficiência nu­tricional como causa associada de morte entre menores de 5 anosde idade é considerável."

"A análise da capacidade instalada, produtora de bens e ser­viços destinados à assistência materno-infantil, tanto do setor pú­blico como do privado, revela baixa produtividade, má distribuiçãogeográfica e conseqüente deficiência de cobertura populacional."

Estas verdades, Sr. Presidente, são confessadas pelo próprioMinistério da Saúde, através do Diário Oficial já citado, e revelamas condições de vida do homem brasileiro, contrariando outras in­formações menos realistas, divulgadas por órgãos técnicos compro­metidos na divulgação de uma imagem irreal, quanto ao padrãoem que vivem as populações brasileiras nos grandes e pequenoscentros comunitários.

Os objetivos do convênio firmado pelo MinIstério da Saúdecom os organismos internacionais mencionados, visa, entre outros,a ampliar a assistência materno-infantil por meio de instalaçãoprogressiva de unidades integradas de saúde, principalmente na

área rural. Participar dos programll.s de controle de doenças trans­missíveis e de outras doenças que constituam problemas de saúdepública e estimular a colaboração com programas de assistência eeducação alimentar para os grupos vulneráveis de saúde pública.

Ao abordarmos este assunto, não o fazemos em termos críti­cos, mas, sim, reconhecendo a coragem do Ministério da Saúlp. emconfessar realidades que outras áreas do Governo buscam escon­der ou negar. Mas o Ministro da Saúde trabalha para solucioná-los,ao invés de tentar "tapar o sol com a peneira".

Seria de todo interessante que os representantes do povo aten­tassem para este convênio, cuja puhlicação serve para engrandecero Ministério da Saúde e colocar aquela Pasta como um órgão queenfrenta problemas, buscando resolvê-los, sem termos obscuros esem a pretensão de iludir o povo.

De nossa parte, se algo desejamos, é a efetiva concretizaçãodaquele Convênio, a nivel da União, dos Estados e dos Municípios,desde que sejam atingidas todas as metas preconizadas em seuPlano de Ação, sobretudo mobilizando-se a comunidade para aintegração de seus membros no processo de participação ativa nosprogramas materno-infantil e demais ações de saúde.

Era o que tinha a dizer.O SR. MINORU MASSUDA (I\IDB-SP. Pronuncia o seguinte

discurso) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, AMANHA é o Dia daPátria. A juver..tude, nas escolas; os mestres, no seu comando; omagistério eclesiástico, na pregação dos altares; o povo, nas ruas,com os cataventos auriverdes, expostos à brisa da primavera ante­cipada; os soldados, os operários, os camponeses, as mulheres, ospolíticos e os doutores, todos, Sr. Presidente, estarão presentes àssolenidades cívicas, ou às manifestações da alegria popular, oudiante do vide9 vendo e ouvindo, sobretudo sentindo as cálidasemoções elo maior dia da nacionalidade.

Daí por que, neste instante, antecipamos nossa homenagemà Pátria brasileira.

Mas a Pátria não é, para nós, apenas um ente de razão; sig­nifica a nação eterna, unindo todos os instantes da coordenadado tempo, numa só origem: a data maior de um povo, que soubeafirmar s, sua autodeterminação.

Dizia Rui Barbosa que "a Pátria é a família amplificada".Por isso, compomos uma só irmandade, fiel à mãe comum, no

imenso território que conquistamos, mantendo sua integridadegraças à tessitura das tradiçõ>es comuns e a busca permanentede instituições que nos unam e conservem esta comunidade naplenitude da sua força renovadora, na integridade das suas aspi­rações de equilibrio e de grandeza.

Home:lageando a Pátria brasileira, prestamos o nosso tributoe o nosso pt'€'ito de gratidão tanto aos que a construiram no passa­do, como aos que, atualmente, procuram engrandecê-la: os gover­nantes e os governados; os trabalhadores e os estudantes; dona­de-casas e comerciantes; universitários e industriais; lavradorese profissionais liberais; militares e civis; policiais militares e fun­cionários públicos; a juventude, a adolescência e a infância; quan­tos compõem a laboriosa familia brasileira, como os que se prepa­rám para lavrar as sel?-das do futuro.

Homenageamos, neste instante. igualmente, os três Poderesdo Estado: o Legislativo, como primeiro mandatário da soberaniapara a feitura das normas jurídicas; Judiciário, que as interpretae garante o direitos da pessoa humana; o Executivo, que procurarealizar a ingente tarefa da construção nacional.

Também os partidos políticos, Sr. Presidente, a quem o povoconfia a interpretação das suas aspirações e dos seus sentimentos,unidos, neste instante, acima das diferenças ideológicas, comoam todo único, na reverência à Pátria brasileira.

Fazemos votos para que, amanhã, não haja um só de nossosirmãos indiferentes à data; que cada um tenha um instante demeditação sobre o nosso futuro, renovando suas reservas de tena­cidade, de confiança nos destinos do País, sob a invocação dosnossos numes tutelares, retemperando a fé em nossos destinosdemocráticos e já deslumbrando no horizonte o fruto da vontadebrasileira.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presiclente.O SR. IGO LOSSO (ARENA-PR. Pronuncia o seguinte discurso)

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Visitamos, oficialmente, nos dias19 e 20 de agosto último, o grande e próspero Município de Iporã,no Estado do Paraná, que orgulhosamente representamos nestaCâmara Federal, juntamente com o Deputado Estadual EzequiasLosso, que representa na Assembléia Legislativa, por ocasião deseus festejos comemorativos ao 16.0 aniversário de emancipaçãopolítica.

O Município de Iporã é hoje um dos mais importantes doParaná e um dos mais progre,ssistas do Estado. Sua história édaquelas que impressiona qualquer colonizador e as autoridades

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7828 Quarta-feira '1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977

deste grande País. Seu início foi marcado pelo grande idealismode duas das mais destacadas e tradicionais figuras de nossos meiossociais: 1!:nio Pipino e João Pedro Moreira de Carvalho, que aliás,também foram homenageados e relembrados com muito carinhonos festejos. Estes dois ilustres colonizadores, que foram respon­sáveis pelo desbravamento de grande parte das matas virgens donosso Estado, com a criação de inúmeros Municípios, através daSociedade Imobiliária Noroeste do Paraná Limitada, atualmentedenominada SINOP, resolveram fundar a cidade de Iporã, nome in­digena que significa "aguas boas". Deste desejo para a realidadefoi um passo. Loteada a Gleba Atlântica em 1957, situou-se e mar­COU-SE' o local da cidade que ia nascer e se transformar maistarde na sede da Comarca do Município de Iporã. Inicialmenteera um simples planejamento, logo um patrimônio, no dizer po­púlar, depois um distrito administrativo e judiciário de Peabiru,e, finalmente, de Cruzeiro do Oeste, em 1955.

A população continuava a crescer assustadoramente. Para láse dirigiram outros valorosos pioneiros e trabalhadores que deramestrutura e força à lavoura, à pecuâria e à pequena cidade, quejá grande, foi E'levada a categoria de Municipio em 25 de julho de1960, por força da Lei Estadual n.o 4.245. Instalado oficialmente€m 15 de novembro de 1961, Iporã continuou o seu desenvolvimen­to cada vez mais expressivo.

Como homenagem, citamos aqui alguns destes pioneiros res­peitados e rememorados com carinho pela laboriosa população:Toshio Uchiyama, Francisco Vieira Marques, Augusto Herrig,Rodolfo Hering, Arlindo Pereira da Silva, Luiz Bossa e tantose tantos outros, que se notabilizaram historicamente pela corageme amor com que ajudaram a construir o que é hoje Iporã, e porque não dizer, o oeste do Paraná.

Diversos Prefeitos se sucederam na administração da cidade,até que assumiram agora, no início do ano, o Prefeito FernandesMoretto e o Vice-Prefeito Lauro Valvassori após terem vencidomemorável pleito em que o povo imporãense desejou mudar total­mente a política adotada nas, últimas administrações. Foi umaverdadeira revolução pelo voto, da qual orgulhosamente participa­mos em companhia ,do Deputado Estadual Ezequias Losso transmi­tindo ao povo, por inúmeras vezes, a nossa mensagem franca esincera, de fé e confiança, nos destinos futuros do Município eapelando para que prestigiassem estes dois nomes honrados edignos, juntamente com os candidatos a Vereadores que integra­vam a equipe. A resposta nos foi dada com lealdade e decisão. Osquase cento e vinte mil habitantes representados pelo seu eleitora­do consciente!' livre, disse: sim! E, Iporã depois de renhida luta,voltou a calma com uma administração segura e objetiva.

Ao assumirem os seus cargos, o Prefeito Fernandes Morettoe o Vice-Prefeito Lauro Valvassori entraram em ação. Para a Pre­sldéncia da Câmara Municipal foi eleito um outro grande e expe­riente líder, na pessoa do Vereador Otoniel Ferreira, que mereceuo apoio unânime dos seus demais companheiros, sendo eleitos oVereador Juracy Ribeiro de Alencar o seu Vice-Presidente, Verea­dor Antônio Carlos Valvassori, Secretário e Vereador AntônioVicente do Carmo para 2.° Secretário. Integram ainda a CâmaraMunicipal os Vereadores: Antõnio Francisco de Azevedo, AntônioGonçalves, Antõnio Hilário Monteiro, Jorge Figueira de AzevE'doe Joaquim Alves Filho. O Poder Judiciário no Município contavacom a atuação serena e digna do brilhante magistrado Dr. EmílioLuiz Augusto Prohmann, como Juiz de Direito e o Dr. Sonny Mar­tins Carneiro, como Promotor Público da Comarca. Na Delegaciade Policia o trabalho inteligente do Dr. Renato Wasthner de Limalogo se fez sentir. Neste clíma de alta responsabilidade iniciou oPrefeito Fern:mdes Moretto o seu trabalho administrativo há seismeses, com o nosso integral apoio junto aos órgãos federais eestaduais.

Um dos primeiros convites formulados foi ao Exm.o Governa­dor Jayme Canet Junior, para que visitasse imediatamente Iporá,demonstrando o seu apoio a administração recém-iniciada.

Lembramo-nos perfeitamente das palavras do grande Gover­nador que temos no Paraná: "Eu só irei visitar o Município, quan­do puder inaugurar alguma obra de importância para a população".Esta resposta foi mais um estímulo para a administração Fernan­des Moretto e Lauro Valvassori.

Inúmeras viagens, audiências e pedidos foram encaminhadosvisando à solução dos problemas de Iporã. E, rapidamente, os re­sultados começaram a surgir. A melhoria do sistema educacionaldo Município e do Estado, convênios para o combate a erosão foramassinados, as estradas em péssimas condições foram melhoradasdo dia para a noite, o parque de máquinas totalmente reformu­lado, verbas foram consignadas para diversas finalidades, os fun­cionários, muitos dos quais há muitos e muitos anos não recebiam()s seus vencimentos em dia, tiveram seus pagamentos atualizados,centenas de contas foram pagas, telefones foram pedidos para osdistritos, sendo construída a ligação para Cafezal, pedido o acessoasfáltico para a cidade e concluído, além de muitos outros pro­blemas que brevemente serão solucionados, pois os pedidos foramfeitos.

Concluida a ligação telefônica para Cafezal pela TELEPAR eo asfaltamento do acesso pelo Governo do Estado através daSecretaria dos Transportes, apressaram-se o Prefeito FernandesMoretto, o Vice-Prefeito Lauro Valvassori e os Vereadores repre­sentando o povo de Iporã em convidar o ilustre Governador, queprontamente atendeu ao convite, para inaugurar aqueles melhora­mentos e visitar oficialmente a cidade. Tivemos a oportunidadede juntamente com o Deputado Ezequias Losso acompanhar oilustre Prefeito para este convite.

Vimos com que alegria S. Ex.a se dispôs a encerrar com chavede ouro a extensa programação que foi desenvolvida dos dias 13 a20 de agosto.

Precisamente às 9 horas da manhã do dia 20, o Prefeito Fer­nandes Moretto e uma expressiva parcela da população encontra­vam-se em nossa companhia _no aeroporto de Iporã para recebero supremo mandatário estadual, além de inúmeros outros Prefeitose Vereadores da região. Recebido com todas as honras popularese oficiais, após a inauguração do acesso asfáltico S. Ex.a o Gover­nador Jayme Canet Júnior, e sua comitiva representada pelo DI'.Armando Queiroz de Moraes, Chefe da Casa Civil; Ce!. Ralf Sabi­no dos Santos, Chefe da Casa Militar; DI'. Osíris Sthenguel Gui­marães, Secretário de Transportes; Dr. Francisco Borsari Neto,Secretário da Educação e Cultura; DI'. Noel Lobo Guimarães, Se­cretário do Interior; Dr. Celso Sabóia, Presidente do Banco doEstado; Dl'. Eduardo Machado Lima, Superintendente daquele es­tabelecimento de crédito e muitas outras autoridades se dirigiramao palanque oficial, de onde assistiram a um magnífico d·esfilecívico-militar que a todos impressionou.

Ainda no palanque e perante uma enorme multidão de maisde dez mil pessoas ligadas à educação, ao comércio, à indústria eprincipalmente à lavoura e à pecuária, o Prefeito saudou S. Ex.a,em nome de todos os munícipes, dizendo da satisfação de recebê-locomo Governador de todos os paranaenses e disse do seu empenhoem administrar bem Iporã, com apoio do Governador.

A seguir teve a grata honra de falar ao povo, o DeputadoEstadual Ezequias Losso, que como representante do Municípiona Assembléia Legislativa do Estado, disse de sua grande emoçãoem vislumbrar tão grande massa popular, que vekl para cumpri­mentar e homenagear o dinâmico Governador Jayme Canet Júnioratravés da convocação do atuante Prefeito Fernandes Moretto.Disse que como Deputado tinha muito a agradecer ao Governadorque nunca haVIa negado seu apoio por ele solicitado para ,Iporã,tendo sido por isso vivamente aplaudido pela população.

A seguir dirigimos também nossa palavra aos presentes emhomenagem ao Governador Jayme Canet Júnior. Dissemos queo Governador do Paraná tem sido um dos melhores Governadoresnos últimos tempos. Um homem de diálogo franco, que não sórecebe no Palácio Iguaçu, mas que também vem ao interior paradialogar com prefeitos, vereadores e com o povo, sentindo osseus problemas e examinando-os nos locais onde eles existam.Ressaltamos o aspecto de que o Governador Jayme Canet Júniornão é aquele homem público de meias-palavras, nem de visitar osMunicípios de mãos vazias, pois chegava em Iporã inaugurando.obras, o acesso asfáltico à cidade, e saía inaugurando outro im­portante serviço público - a ligação telefônica de Cafezal.

Dada a palavra ao Sr. Governador Jayme Canet Júnior, eleemocionou a todos os presentes que vibraram ao ouvirem suas sá­bias palavras .sobre a situação social brasileira e a necessidadeda união de todos os iporãenses, paranaenses e brasileiros, emtorno do verdadeiro ideal de desenvolvimento, ordem e progresso.Depois de ser p.plaudido demoradamente, o Governador foi cum­primentado pessoalmente pelo povo que ali se encontrava, perma­necendo por longo tempo entre a multidão.

Logo a seguir na Câmara Municipal de Iporã, foi saudado peloVereador Juracy Ribeiro de Alencar antes de receber o título deCidadão Honorário de Iporã, juntamente com a honraria concedidaao íntegro magistrado DI'. Emillo Luiz Augusto Prohmann e aopioneiro João Pedro MoreIra de Carvalho, que foram, também,saudados, em nome cLl. Casa, pelos autores das proposições, Verea­dores Antônio Carlos Valvassori e Antônio Hilário Monteiro.

Concluída a cerimônia oficial o Governador Jayme Canet Jú­nior acompanhado pelo Prefeito Fernandes Moretto, do Chefe daCasa Civil, Dr. Armando Queiroz, e de nossa pessoa, faz rápIdavisita ao Vice-Prefeito Lauro Valvassori, de onde partimos parao local previamente escolhido na cidade, onde foi realizada umadas maiores churrascadas, tendo o Governador tido a oportunidadede palestrar demoradamente com todos os iporãenses, outrosPrefeitos e Vereadores da região que vieram homenageá-lo.

Ao se retirar de nossa cidade de lporã, o Governador e Comi­tiva, temos certeza, levaram a melhor impressão do povo daquelapródiga terra.

Concluímos, Sr. Presidente e 81'S. Deputados, dizendo que foium acontecimento histórico e marcante para a vida de lporã, quequeriamos ficasse registrado.

Era o que tínhamos a dizer.

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I) Quarta-feira 7 7829

O SR. ALCIR PIMENTA (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, após 58 anos deexemplar dedicação ao Brasil, foi sepultado domingo último, emSanta Cruz, na Cidade do Rio de Janeiro, o comerciante EmílioTofani, natural de Bani di Lucca, na Itália, onde faleceu no dia26 de agosto próximo passado, cumprindo-se assim, por inspiração·divina, o desejo que ele passou a acalentar e a manifestar, tãologo pressentiu o instante da desenc.arnação.

Seria necessário ter o dom de poetar, Sr. presidente, para ex­primir, em toda a sua plenitude, o que foi o eficiente trânsito ter­reno daquele espirito privilegiado, sob cujo comando se criou, emSanta Cruz, uma familia eminentemente cristã e voltada para osinteresses maiores da comunidade, não sendo poucos os lances deverdadeira bravura cívica em que Emílio Tofani, sem renegar asua origem italiana, dava ao Brasil inquestionáveis demonstra­ções de amor à nossa terra, que regou com o suor do seu rostosempre cheio de vida, seja trabalhando indormidamente pelo de­senvolvimento da comunidade a que tão proficientemente serviu,seja pondo-se a serviço da pátria brasileira, como aconteceu duran­te todo o transcurso da última conflagração mundial, quando foiescolhido pela "Coordenação da Mobilização Econômica" para ge­rir a distribuição de alimentos em Santa Cruz, tarefa em que senotabilizou não só pela infatigável dedicação, mas também pelalisura e pelo espírito de justiça com que o fez, incorporando-sedefinitivamente ao rico patrimônio regional e nacional, princi­palmente após a sua indicação como correspondente qo Banco doBrasil em Santa Cruz, o que significaria o reconhecimento do pró­prio Governo ao trabalho e à probidade de Emílio Tofani.

Católico praticante e fervoroso, "Seu Emílio", como era cha­mado, viveu vida digna e retilínea, quer como cristão, quer COmohomem de comunidade, incluindo-se entre as suas mais apreciá­veis realizações a fundação da Associação Comercial do Rio de ,Janeiro, tendo sido agraciado, na Itália, em 1970, com a Medalha

'-, Imigrante do Ano, por ser o italiano há mais tempo distante dapátria, sem que nunca tivesse esquecido a terra natal e o idioma,que cultuava patrioticamente.

Por mais afanosa que fosse, porém, a sua atribulada vida decomerciante em busca da consolidação material, não olvidavajamais o Sr. Tofani as suas obrigações de esposo e da pai, encon­trando sempre na angelitude e na operosidade da Sr.a MargaridaTofani o alento necessário nos momentos de dificuldades, intensi­ficando-se cada vez mais o amor recíproco, fonte permanente deincentivo para as duras lutas que enfrentaram.

Razões há, portanto, Sr. Presidente, e de sobejo, para a indi­zível consternação com que, italianos e brasileiros, deploramos oseu desaparecimento, podendo-se afirmar, sem contradita possí­vel, que a morte de Emílio Tofani orfanou a comunidade ítalo­brasileira de uma das suas figuras mais exponencíais, empobre­cendo-se todos nós, seus amigos e admiradores, com a lacunaimpreenchível.

Designado pelo MDB para traçar-lhe o panegirico, no ato dosepultamento, Srs. Deputados, confesso tê-lo feito emocionada­mente, não me tendo sido fácil controlar o impulso de misturaro meu pranto ao da incalculável multidão que assistia consternadaàs derradeiras manifestações de carinho àquele que foi, indubita­velmente, um paradigma de amor ao próximo, reconhecido de umae de outra parte do Atlântico.

Só me resta, portanto, Sr. Presidente, renovar as palavras desolidariedade e de pesar expressas ao ensejo dos funerais, augu­rando encontre a família enlutada, na fortaleza da fé e na intre­pidez do seu patriarca, o lenitivo para essa perda irreparável.

O SR. FRANCISCO ROCHA (MDB - RN. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, de todas as virtudesque nos aproximam, é a solidariedade humana a mais nobre, namedida em que exprime um sentimento de fraternidade e deperpetuação do bem comum.

Recentemente, ou melhor, há precisamente sete dias, a cidadede Brasília amanheceu consternada e transtornada diante doacidente de que foi vítima o Sargento Sílvio Delmar Holembach,das fileiras do Exército brasileiro.

Seu ato de bravura comoveu toda a Nação, a começar pelamanifestação de pesar do próprio J;'residente da República, aotelegrafar à família enlutada e providenciar sua imediata promoçãopost mortem. Sepultado com honras militares no Rio Grande doSul, seu gesto continua vivo na memória de todos os brasilienses.

Daqui mesmo desta tribuna, tive oportunidade de apresentarà consideração desta Casa projeto de lei, dando o nome do inditosoSargento ao Jardim Zoológico da Capital da República, mas sin­cera, traduzindo o sentimento de todos quantos viveram o drama.

Hoje, Sr. Presidente, numa demonstração do altruísmo e doespírito de compreensão de que é possuidor, o eminente Gover­nador de Brasília, o engenheiro Elmo Serejo Farias, em declara­ções à imprensa, revelou que vai, realmente distinguir o nosso

herói dando seu nome ao :2:00 da Capital da República. Alémdisso, vai diligenciar junto à Funclação Zoobotâníca e à Secretariade Agricultura, no sentido de que sejam concedidas bolsas de- es­tudos para seus filhos, assim como dispensará à viúva toda a as­sistência de que venha a necessitar.

Demonstra, com isso, o Governador Elmo Farias que o Go­verno da cidade também sentiu o drama e avaliou suas conse­qüências, tornando-se, pois, mais uma vez, merecedor do nossoapreço e da nossa eterna admiração.

Como também salientei na justificação do projeto de lei dandoo nome do Sargento Sílvio Holembach ao Zoológico, seu gesto foium desses que só aos heróis é dado praticar. E a população deBrasilia, assim como o seu Governador, não deixou de sublinhare aprovar integralmente a nossa pretensão. É bem verdade quenada o devolverá à sua esposa e aos filhos pequer,ünos. Mas ashomenagens de que vem sendo alvo têm contribuído para consolare atenuar-lhes o sofrimento nesse doloroso transe.

Ele também saiu da vida para entrar na História. Mais doque isso, para dar vida a uma criança, que, a estas horas, fatal­mente estaria no seu lugar.

Ao fazer este registro, renovo minhas condolências à famíliaenlutada e reafirmo ao Governador Elmo Farias a manifestaçãodo meu mais profundo respeito e admiração.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. FERNANDO COELHO (l\'Wn - PE. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Sociedade dos Cria­dores do Agreste Merid~onal, com sede em Garanhuns, em Per­nambuco - entidade que congrega o/> pecuaristas de toda a região- vem de encaminhar memorial às autoridades comDe:j:entes,denunciando "medidas arbitrárias e prepotentes" praticadas pelaCompanhia de Industrialização do Leite de Pernambuco (CILPEJe que estão levando ao colapso a pecuária leiteira naquele impor­tante Estado nordestino.

Com um sistema de comercializa!;áo centralizado p.ela CILPE- no qual a empresa estatal figura como intermediária extJlusivaentre, a produção e o consumo - ficaram os -produtores de leiteem Pernambuco inteiramente à sua mercê. Assim, de início, ospecuaristas foram surpreendidos com uma retenção obrigatóriano pagamento do leite. Quando existiam outras indústrias con­correntes - hoje todas incorporadas à CILPE - essa retenção erade apenas sete dias. Após a incorporação da Gisa, a medida foiadotada a pretexto de fazer face à transação, sob o rótulo deabertura de capital e, segundo foi dito à época, por tempo deter­minado. F'indo o prazo previsto, a cobrança começou a ser feitasob a denominação de segundo frete, impondo-se ao produtor tam­bém o pagamento do transpOl1;e do leite, do entreposto à plata­forma da companhia.

Com a aquisição da Sanharó e da Santa Maria - e semprepara fazer face à sua politica de expansão - a 0ILPE deu inícioà retenção de mais sete dias. Agora, sem qualquer fato novo, aempresa passou a reter um dia por semana do leite que lhe éfornecido. .

Não satisfeita - e como se tudo isso não estivesse inviabili­zando uma atividade já em crise, sujeita a preços políticos e semrentabilidade - a CILPE vem deixando de efetuar o pagamentodo teor de gordura superior a 3,1%, bem como vem exorbitandono desconto do segundo frete, onerando mais ainda os elevadoscustos da produção leiteira.

Não procede a desculpa da CILPE no sentido de que a ma­joração de preços concedida no primeiro semestre_ teria compro­metido a estabilidade financeira da empresa, absorvendo seu ca­pital de giro. Tal majoração - como salientam os pecuaristaspernambucanos - veio também aumentar a margem de lucros esuas vendas não sofreram solução de continuidade, tanto que elanão dispõe de produtos estocados. Se a companhia está descapi­talizada - e essa denúncia, pela sua gravidade, não pode deixarde ser considerada - é que "os seus recursos estão sendo crimi­nosamente desviados para outros setores", segundo afirma expres­samente o documento da Sociedade dos Criadores do Agreste Me­ridional.

A situação tende a piorar, com o agravamento dos problemasdos pecuaristas responsáveis pela produção da maior bacia lei­teira do Estado de Pernambuco. Slljeitos, já, aos preços baixosimpostos pelo Governo Federal, a nível dos produtores, não podemsuportar os novos ônus que, sem qualquer justificativa razoável,a CILPE lhes está imputando.

Sendo a CILPE uma empresa estatal, o Governo de Pernam­buco, em última análise, é o responsável pelos erros que ela estácometendo.

Transmitindo, desta tribuna, as graves denúncias que os pro­dutores do Agreste Meridional fazem contra a CILPE, esperamosque a situação tenha um paradeiro, antes que se verifique o colap-

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so total da produção na maior bacia leiteira do Estado de Per­nambuco, com prejuízos maiores para os criadores, para a popu­lação, que pode vir a ter interrompído o abastecimento do leite, epara a economia pernambucana.

Era o que tínhamos a dizer:

O SR. SIQUEIRA CAMPOS (ARENA - GO. Pronúncia o se­guinte diseur&o.) - Sr. Presidente, :Srs. Deputados, no EncontroRegional de Municípíos, em Colinas de Goiás, foi unanimementeaprovada indicação da nossa autoria, propondo a melhoria dos ven­CImentos do Ministério Público e da Magistratura, desde que ospequenos aumentos concedidos "foram inteiramente devorados pelainf.lação galopante, numa das fases conjunturais mais críticas denossa história".

Para demonstrar que o nosso Estado não procura atender aos"status" daquelas duas classes, das quais depende a celeridade dajustiça e s competência do seu desempenho, basta examinarmos,com referência a um dos Estados do Leste e dois do Sul, um qua­dro comparativo com o Estado de Goiás:

Funções R.G.Sul E. Santo Paraná Goiás

Proc. Geral. Just. 19.380 19.590 23.350 15.000Prom. Entr. Espec. 18.36.0 18.405 20.280 13.000Prom. l.a-Entrãncia 14.200 14.315 16.426 7.500Prom. Sub8tituto 14.315 1.140

Tais vencimentos, nos quatro Estados, correspondentes e sa­lários e' gratificações, pagos a partir de março deste ano.

A comparação com o Estado do Paraná chega a ser depri­mente: lá um Promotor Substituto ganha 13.140,00, enquanto umPromotor -de Jl~stiça em Goiás, na instãncia inicial, ganha, na ver­dade, menos da metade do que percebe o seu colega de La entrân­cia paranaense, ou seja, 7.500 cruzeiros contra 16.426 cruzeiros.

Imagine-se o estuão comparativo feito entre o Ministério Pú­blico paulista e o goiano. Poder-se-ia alegar que se trata de duasregiões geo-econômica distintas.

Então, no caso, seria do melhor alvitre equiparar os- venci­mentos, não só do Ministério Público, mas da Magistratura doEstado de Goiás, com os padrões vigentes em Brasília, sabido queo Distrito Federal tem o seu retângulo terxitorial inscrito dentro doantigo mapa geográfico do nosso Estado.

Ademais, num plano geral, deviam ser equiparados em todo oPais os vencimentos da Magistratura e do Ministério Público, pelomenos nas comarcas respectivas, porque de ambos se exige a mesmaqualificação, não diferindo seu desempenho a serviço da Justiça.

Mas o que pensa do assunto o Governador Irapuã?

Notícia divulgada na imprensa, em julho último, afirma que oaumento c.e 31% dos magistrados, segundo a Emenda n.O 7 à Cons­tituição do Estado de Goiás, devia ser pago a partir do dia pri­meiro daquele mês. Ressalte-se que, na oportunidade da discussão,houve subemenda equiparando os vencimentos do Ministério Públi-­co aos da Magistratura. A bancada governamental, ante a obstru·,<:ão à Proposta, fez um acordo, em torno de u:n aditivo, pelo qualo nivelamento seria feito a partir de janeiro de 1978. Mas, comeosse acordo, os magistrapos tiveram dois aumentos: um espontâ··neo, de vinte por cento, e o constitucional, de 31%.

Mesmo assim, ainda achamos insuficiente a paga da Magistra··tura goiana, sem prejuízo da tese, por nós sustentada, da equipa..ração de vencimentos do Ministério Público ao dos Juizes.

O Governador fará tudo para não atender. Gostariamos de queele se candidatasse a alguma coisa em nosso Estado, certos de quereceberifi, a única punição possível: a repugnância das urnas.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR, CELIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, doisfatores marcaram a história da busca do átomo no Brasil: de umlado, a telltativa dos físicos de implementar uma tecnologia nu­clear e, de outro, o empenho americano de evitar a proliferação dearmas nucleares. Ela caracterizou-se por impasses, recuos e con­fiitos nas relações com os Estados UnidOS; pas:lOU pela única (masfrustrada) experiência efetiva de produzir um reator de potêncianacional através do chamado "Grupo do Tório" e pelo alinhamento&s teses' ~mericanas com a construção de Angl='a I; até chegar abusca de novos parceiros, com a assínatura em 1975 do acordocom a Alemanha Ocidental. No entanto, permanece ainda o mesmoquadro dos anos 50; as pressões americanas e a presença dosfísicos, estes agora adotando uma 'postura crítica à opção brasilei­ra pela linha de reatores a urânio enriquecido.

Quando o almirante Alvaro Alberto, então Presidente do Con­selho Nacional de Pesquisas, encomendou à Alemanha Ocidental,em 1953, uma usina de enriquecimento de urânio para instalar noBrasil um ciclo completo que permitisse a exploração comercialda energia l1u('1ear, a operação foi embargada pelos Estatlos Uni­dos. Assim, não se pôde concretizar a política elaborada pelo CNPqde "procurar a colaboração da ciência e da técnica dos paisesamigos, g']j,ado, apenas, pelo que lhe for mais conveniente, visandoa um progl'esso mais rápido".

Desde 1945, quando o Brasil assinou com os E&tados Unidos seu,rimeiro acordo de exportação de minério atômico, até às atuaisnegociaçõe3 em torno do acordo Brasil-Alemanha, firmado em 1975,um dos plincilJais fatores que marcam a história da busca doátomo no País é, de um lado, a tentativa encaminhada pelos físicosbrasileiros de implementar uma tecnologia nuclear c, de outro, oempenho americano de evitar a proliferação de armas nucleares_

As origens da fisica nuclear no Brasil podem ser encontradas110 Departamento de Física da Universidade de São Paulo. criadoem 1\)34, e no Centro Brasileiro de Pesquisas Fisicas, de 1949, que,em colaboração com o Departamento de Física da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, encarregou-se dos trabalhos de pes­(juisa no Rio.

O esboço de uma politica nacional visando à exploração daenergia nuclear foi feito no Brasil relativamente tarde, se compa­rado com outros países nas mesmas condições. Só em 1951, quandoa Noruega já instalava seu primeiro reator, é que foi criado o Con­selho Nacional de Pesquisas, com a função, entre outras, de con­trolar e d2senvolver as atividades sobre a energia atômica no Pais.

Além de criar o CNPq, a Lei n,O 1.310, cujo anteprojeto foielaborado pelo almirante Alvaro Alberto, estabeleceu ainda o mo­nopólio estatal do comércio externo dos principais minérios atômi­cos e fixou severas restrições à sua venda,

Com a formação do CNPq, em acordo com o Conselho de Se­gurança Nacional, e sob a assistência do Estado-Maior das ForçasArmadas foram. elaboradas as diretrizes que deveriam dirigir a po­litica nuclear no Pais, sintetizadas em dois prír.cípios básicos. Pri­meiro, o chamado principio das "compensações específicas", atra­vés do qual pretendia-se usar como poder de barganha a venda. deminerais atômicos em troca de informações técnicas e equipa­mentos especializados no setor nuclear. Segundo o memorandosecreto do Conselho de· Segurança Nacional, apresentado posterior­mente na CPI da Câmara dos Deputados, o princípio das "compen­sações especificas" é assim formulado: "visam ao aparelhamentodo Brasil para a era atômica", e devem ser usados "toda vez quesejam negociados acordos comerciais para a exportação de nossosminérios atômicos".

Os -equipamentos comprados na França e Alemanha Ocidental,para a montagem das usinas nucleares, chegaram ao Brasil nofinal de l!i56 e estão até hoje guardados em São Paulo. A usinanunca foi montada, entre outras coisas porque os componentes che­garam desfalcados (com a mudllnça da direção do CNPq, em 1954,e, com a retirada de Alvaro Alberto da presidência, encerra-se aprimeira fa.se da História da Energia Nuclear no Brasil).

A partir de 1!i74, com a crise do petróleo, que trouxe o pri­meirG plano da questão energética, o Brasil adota a filosofia do"pragmatismo responsável", isto é, começa a desenvolver )lmaofensiva em busca de novos mercados_ Os reflexos da nova políticana área nuclear se fazem sentir rapidamente. Em novembro de 1975é assinado o acordo nuclear Brasil-Alemanha.

Considerando as pressões exercidas pelos Estados Unidos sobreo É'cordo, o quadro é aparentemente o mesmo vivido pelo almiran­te Ãlvaro Alberto, em 1953: de um lado, os físicos brasileiros e,de outro, a legislação americana de não querer a proliferaçãonuclear, tentando impedir que se concretize um plano nacional deenergia nuclear.

Entretanto, uma das mudanças básicas que se observa noatual quadro é a posição assumida pelos físicos. Segundo recentedocumento divulgado pela Sociedade BrasEeira de Físíca, váriascríticas são feítas â opção pelo acordo Brasil-Alemanha Ocidental.

O documento, que pretende manifestar a opinião da comuni­dade cientifico. ante as dificuldades crescentes que envolvem oacordo, aborda as pressões americánas, propondo, em contraparti­da, que se exija "uma posição concreta pelo desarmamento nu­rlear das grandes potências", como condições para "qualquer com­promisso adicional com relação ao programa nuclear brasileiro".

Um dos principais pontos de discordância apresentado é aopção pela linha de reatores de urânio enriquecido, quando a posi­ção dos fí"j,cos "tradicionalmente tem sido a favor da linha de urâ­nio natural", que permite maior independência com relação aospaíses detentores da tecnologia nuclear avançada. Além disso, ma­nifesta uma posição crítica em relação "à viabilidade de transfe­rência de tecnologia" através do acordo.

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira "/ 78n

Em síntese, a SBF propõe uma abordagem diferente em tornoda questão energétíca, como se pode ver no mesmo documento:

"A Sociedade Brasileira de Física considera que ainda es­tão em aberto as opções para um programa modesto e cau­teloso de deMmvolvimento de uma tecnologia nuclear bra­~ileira independente. A possibilidade de economizar energiae a existência de um grande potencíal hidroelétrico nãoutilizado dentro do nosso território garantem o prazo ne­ces;,ário para a implantação deste programa."

Sr. Pr2sidente, Srs. Deputados, voltaremos em outros pronun­ciamentos a comentar a política atômica brasileira.

O SR. ANTONIO BRESOLIN (MDB - RS. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, o MDB gaúcho está em grande ativi­dade. Sob o comando do eminente Deputado Pedro Simon, o MDB,além de realizar grandes concentrações regionais, está articulandoa campanha em todos os Municípios, objetivando a vitória no pró­ximo pleito.

Sobre o assunto recebi a seguinte correspondência:"Na Convenção Estadual extraordinária do MDB do RioGrande do Sul, realizada em maio próximo passado, foiaprovada por unanimidade, como contribuição para a saídado impasse político institucional por que passa nosso País,a tese da Assembléia Nacional Constituinte.Posteriormente, no Congresso Estadual de Vereadores, asnossas lideranças esta:duais tiveram oportunidade de pro­mover reunião, à parte, com os Vereadores do MDB e deci­diram promover uma semana de estudos e debates sobrea constituinte.O Diretório Regional do MDB, acolhendo a sugestão dosbravos Vereadores de nosso partido, em reunião de 5 deagosto corrente, aprovou aquela decisão por unanimidadee encampou a organização da mesma.Mais recentemente, o MDB gaúcho, em reunião com osPresidentes das Executivas estaduais de todo o Brasil, jun­tamente com a Comissão Executiva Nacional, ofereceumais uma contribuição ao Partido, no sentido da Convoca­ção de uma Convenção Nacional extraordinária a ser rea­lizada em 28 de setembro do ano em curso, cujo temaprincipal da ordem do dia será a Assembléia NacionalConstituinte.Desta forma, e pela responsabilidade do MDB gaúcho, peloesforço despendido no sentido de que esta tese de real evital importância para a vida política deste Pais seja con­cretizada, se faz necessário, mais do que nunca, que todosos companheiros se empenhem na mobilização de todas asbases partidárias no debate e estudo da matéria.Assim, pretendemos realizar, em todo o Estado, na semanaentre 12 a 17 de setembro, palestres e estudos sobi'e a As­sembléia Nacional Constituinte.Recomendamos aos Diretórios municipais que reunam aslideranças municipais e promovam, pelo menos, um atoonde será estudada e debatida a Constituinte.Aos nossos Vereadores solicitamos que, em todas as sessõesdas Câmaras Municipais, haj a pelo menos um deles esca­lado para falar sobre o tema, tendo inclusive o cuidadode fazer convite aos nossos companheiros para ouvir eprestigiar !ts manifestações da tribuna das Câmaras.O Diretório Regional informa, outrossim, que no decorrerdesta semana serão promovidos debates na Assembléia Le­gislativa, Câmara Federal e Senado, através da represen­tação do Rio Grande do Sul.Anexamos à presente circular alguns pronunciamentos esubsidias para os Vereadores do MDB e demais lideranças,no sentido de prepararem seus pronunciamentos e debates,e, caso acharem por bem dar mais amplitude aos mesmos,sugerimos que convidem os Srs. Deputados Estaduais eFederais para promoverem palestras e conferências, ou en­tão lideranças municipais devidamente preparadas paraabordar o tema.Deputado Pedro SOOon, Presidente - Deputado RonúIdoBolzan, Secretário - Deputado LêIiG Souza, Lider."

Como se vê, a campanha emedebista está de vento em popa,prenunciando, desde já, uma espetacular vitória no pleito de no­vembro de 1978.

O SR. WALTER SILVA (MDB - RJ. Pronuncia o seguintecUscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, os servidores públicos,sejam eles estatutários ou contratado,s pela CLT, sobretudo osmunicipais, colocadoS à disposição da Justiça Eleitoral, deveriammerecer maiores benefícios do Poder Público pelos serviços queprestam àquela Justiça especializada.

Em alguns Municípios, São João da Barra, por exemplo, umfuncionário, percebendo apenas 1.400 cruzeiros dos cofres muni­cipais, trabalha sem qualquer acréscimo ou outra vantagem parao serviço eleitoral, quantia irrisória para quem tem família, parasustentar a representação e responsabilidades a atender.

No que tange à espécie, é bem de ver-se também que os ser­vidores requisitados pela Justiça Eleitoral são colocados à disposi­ção desse órgão do Poder JudiciárIo, na qualidade de comissiona­dos. Tais afastamentos, via de regra, são autorizados sem pre­juízo de vencimentos e demais va.ntagens do cargo ou função, I>que não é bastante.

Assim, o servidor colocado à disposição da Justiça Eleitoralcontinua a perceber os vencimentos de seu cargo ou função, ei&que os Tribunais Regionais Eleitorais não os remuneram.

A providência que ora alvitramos, além de cuidar de servidorespúblicos, implicaria em aumento de despesa pública, envolvendo,inclusive, verbas próprias da Justiça Eleitoral. Assim, qualquerproposição de iniciativa parlamentar dispondo sobre a matéria nãoteria condições de prosperar, pois infringiria o disposto no art. 57,itens II e V, da Constituição Federal, que estabelece ser da com­petência exclusiva do Poder Executivo - Presidente da Repúbli­ca - a iniciativa de leis que aumentem a despesa públíca e dis­ponham sobre os servidores públicos da- União, preceitos que umaConstituição .votada por certo não agasalharia.

Por essa razão, deixamos de elaborar minuta de projeto de lei,submetendo, no entanto, o assunto à iniciativa do Poder Executivo,a quem compete propor medida que se coloque ao nível da melhorjustiça para com aludidos e abnegados servidores.

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, SISo Deputados, inúmeras vezes temoscomparecido a esta tribuna para abordar problemas atinentes àpoluição hídrica no território fluminense. Hoje aqui estamos paradenunciar o alto indice de poluição industrial e bacteriológica re­gistrada nos rios Bengala e Grande, que atravessam os Municípiosde Friburgo e Bom Jardim, e que vem ameaçando a ecologia dl;l.região. .

Cerca de 400 indústrias friburguenses e mais a rede de esgotosparticulal:' despejam diariamente no rio Bengala, e nos seus a:fluen­tes Santo Antônio e Cônego, grande quantidade de áC\idos poluentes,detergentes não biodegradáveis e de coliformes fecais. Pratica­mente não há mais vida animal no trecho do rio Bengala, entreo inicio do perímetro urbano de Nova Friburgo e o Distrito deConselheiro Faulino.

Pedimos a atenção das autoridades estaduais, particularmenteda FEEMA, para este tipo de poluição hidrica e comunicamos àCasa que na próxima semana apresentaremos Projeto de Lei dis­ciplinando a matéria.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JÚLIO VIVEmOS (MDB ,- PA. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, a região sul do Estado do Pará,onde fica Conceição do Araguaia, é uma das mais promissorasáreas de pecuária do meu Estado. Entretanto, reclamações contrao DER do Estado são quase constantes, no que tange à manutençãoda ligação de Conceição do Araguaia com o Municipio de Marabá.

As estradas estão em más condições para o tráfego. A ponteque existia sobre o rio Arrais ruiu, e está sendo construída umanova ponte de madeira, quando se deveria partir para uma pontede concreto armado que garantisse o tráfego ininterrupto de veí­culos, para sustentação da viabilidade sócio-econômica da região.

Não entendemos a política do Governo do Estado, pois essaregião riquíssima do sul do Pará, que compreende Conceição doAraguaia, Santana do Araguaia, São João e Marabá, não vemsendo olhada com o devido carinho com referência ao seu sistemaviário. É preciso que o Governo ]]]stadual, por intermédio da direçãodo DER, volte sua atenção para esse problema, para que o tráfegonão seja interrompido e a riqueza daquela região tenha maiorcirculação.

Aqui fica, portanto, o nosso reclamo em defesa das populaçõesque reivindicam melhor conservação das estradas do sul do Pará,a fim d~ que haja desenvolvimento na região.

O SR. RAFAEL FARACO (ARENA - AM. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Caixa EconômicaFederal tem no Amazonas uma única Agência, na cidade de Ma­naus, há mais de 30 anos, quando aquela Capital contava comapenas 150 mil habitantes e meia dúzia de indústrias e comércioincipiente. ' ,

Hoje, Manaus contá com mais de 600 mil habitantes., umcomércio próspero e um parque industrial dos mais promi~sores

do Pais.Alé:m, 4b;~q, .os :M:w:)-icípios de Itacoatiara, Parintins, Maués,

Coari e 'Tefe, 'em serido pólos de desenvolvimento das micro-

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'1832 Quarta-feira 7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977'

reglOes do Estado, contam com agências de bancos oficiais, quasesempre do Banco da Amazônia, Banco do Brasil e Banco do Estado.

Acredito que um estudo bem feito do mercado em cada umdesses Municípios concluirá pela viabilidade econômica que jus­tifique a criação de agências da Caixa Econômica Federal, queprestarão relevantes serviços àquelas comunidades, quer operandodiretamente com o setor privado da economia, quer fazendo opera­ções com as Perfeituras daqueles Municípios.

Formulo apelo ao Dr. Humberto Esmeralda Barretb, dinâmicoe inovador Presidente da Caixa Econômica Federal, no sentido dedeterminar sejam feitos estudos com a finalidade de instalarAgências da Caixa Econômica naqueles Municípios e pelo menosmais uma em Manaus, no Bairro de Educandos, um dos mais po­pulosos e economicamente fortes da cidade.

O SR. RUI BRITO (MDB - SP. Sem revisão do·orador.) ­Sr. Presidente, depois de alguns dias de permanência em nossoPais, uma delegação de dirigentes sindicais norte-americanos, re­presentando a AFL-CIO, central síndical daquele país, partiu namanhã de hoje para a Argentina, em visita aos dirigentes sindi­cais do país irmão.

Durante sua permanência no Brasil aqueles dirigentes man­tiveram contatos com sindícatos e autoridades brasileiros, ocasiãoem que fizeram sentir o ponto de vísta do síndicalismo norte-ame­ricano a respeito da autonomia e da liberdade sindical.

Defendem os dirigentes sindicais norte-americanos hoje umaposição que os coloca ao lado dos trabalhadores dos países emdesenvolvimento, porque contrária à polítíca de exploração demão-de-obra desenvolvida nos países periféricos pelas empresas:multinacionais. Tal posição reforça a nossa convicção de que (I

Governo brasileiro tem errado ao oferecer campo aberto para 3.!:empresas multinacionals que aqui vêm explorar. a mão-de-obrabarata e o Governo, na expectativa de que a atuação dessas em··presas permitirá ao nosso País competir no mercado internacionalao preço de exploração da mão-de-obra, comete um erro, porqueestamos verificando, por força da atitude tomada pelos sindicatosnorte-americanos, que os trabalhadores daquele país estão intei..ramente conscientes de que a ação dessas empresas nos países emdesenvolvímento acaba por lhes acarretar prejuizos, na medidaem que, exportando para lá produtos a preços mais baixos, geratambém desemprego nos Estados Unidos, criando dificuldades parao ingresso naquela nação dos produtos que fabricamos aqui.

Assim, no dia de hoje, apelamos mais uma vez para que oGoverno brasileiro reexamine sua politica trabalhista, reformulesua politica de contenção salarial, conceda liberdade às organiza­ções sindicais. Acreditamos que seria um gesto da maior grandez~"destinado por certo a promover os entendimentos iniciais que po­derão reconduzir nosso País à normalidade democrática.

O SR. JORGE ARBAGE (ARENA - PA. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, desejo registrar nos Anais que o Prof. NiloPereira, Catedrático da Faculdade de Direito de Recife, acaba delançar, em comemoração ao sesquicentenário da instituição dosCursos Jurídicos no Brasil, a obra intitulada "Ensaio Biográfico".

Nela o autor retrata a atuação daquela Faculdade de 1927 a1977 e enfatiza o papel por ela desempenhado nas grandes causasde interesse nacional.

O SR. VALDOMIRO GONÇALVES (ARENA - MT. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, como bra­sileiro e parlamentar quero, nesta data, patentear o meu respeitoao trabalho emínl'lntemente educativo que o Presidente da Legiãoda Boa Vontade, Sr. Alziro Zarur, vem desenvolvendo em diversasáreas de atividade.

O rádio brasileiro deve a esse comunicador de escol a implan­tação de novas e utilíssimas estruturas. Na década de 30, Zamrvinculou, através de uma iniciativa digna de louvor, a cultura àdiversão e à informação. Criou, para os radiouvintes brasileiros,o "Coquetel Lítero-Musical", a "Enciclopédia Literária", os "Ga­tinhos e Sinucas" - programas que marcaram definitivamente(lS rumos desse Importante e imediato veiculo de comunicação.

Na imprensa, Zarur vem atuando, desde menino, com muitagarra e objetividade, sempre imbuido de propósitos renovador(~s,

eomo o atesta o seu Jornal da Paz,' em cujo segundo número es­creveu: "O Jornal da Paz, não limitará as idéias de nenhum ou­tro órgão da imprensa: tem um programa próprio, como a LBV".

Na televisão, pôde Alzlro Zarur demonstrar sua tese vitoriosa,que tornou o Brasil o pioneiro do Movimento Ecumênico Religio­so.

Pelo que tem desenvolvido, na área da Assistência Social, Za­rur conquistou lugar de honra na alma do povo. Implantou, coma sua Legião da Boa Vontade, um esquema inteiramente inéditopara o socorro das populações carentes de auxílio, em todos ossentidos. Seu maior mérito situa,-se precLsamente ai: na ausên­cia total de subvenções do Governo para manter de pé suas es­colas de alfabetização, seus lares. para crianças e velhinhos de-

samparados, creches, albergues, ambulatórios médicos, gabinetesdentários, cursos de datilografia, office-boy, marcenaria, mani­cura, artesanato etc., Zarur foi ao encontro dos homens e mu­lheres de boa vontade deste País e, com eles, durante 30 anos,vem desafiando todas as dificuldades para provar que querer époder quando o que se pretende é saciar a fome de milhões dealmas, é encaminhar a juventude, é abrigar a criança. é socorrero velho, é amparar os desprotegidos, sem nenhuma discrimina­ção.

Alziro Zarur é daqueles raros homens que, em todo o mundo,não perguntam em que lhe pode servir a Pátria - antes, servem,sem nada reivindicar ou impor.

Creio que, da filosofia deste homem bom, desprendido, unifi­cador de crenças e ideais, todos nós podemos tirar proveitosaslições. E é com alegria justificada que destaco, dentre os seus.muitos e preciosos postulados, este que considero da mais altaimportância social, nesta hora em que o homem precisa desar­mar-se para que a autodestruição não atinja o seu climax dolo­roso:

"O Novo Mandamento de Jesus - Amai-vos uns aos ou­tros como Eu vos amei - é a Lei do Amor, porque Deusé Amor e nada existe fora desse amor. Para que religião?Para que todos se amem uns aos outros. Para que Filoso­fia? Para que todos se amem uns aos outros. Para queCiência? Para que todos se amem uns aos outros. Paraque Política? Para que todos se amem uns aos outros.Entretanto, pela negação do Novo Mandamento, isso tudoserve, apenas, para que os homens se odeiem uns aos ou­tros, no clima de terror que esmaga a humanidade. Fe­lizmente, tudo cessará neste "fim dos tempos", pela forçado Apocalipse, cujos fatos mudarão a mentalidade dasnações." - Do livro de Alziro Zarur - "Mensagem deJesus para os Sobreviventes" - 14.a edição.

Era o que tinha a dizer, nesta homenagem que presto aogrande Presidente da LBV, pelos seus 33.000 programas radiofô­nicos completados no Jubileu de Ouro de sua pregação.

O SR. FLORIM COUTINHO (MDB - RJ. Pronuncia (} sei'uin­te discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Sr. Geraldo Ma­teus Torloni, Diretor da FUNTERJ, apesar dos diversos pronun­ciamentos na Câmara Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,apesar dos meus pronunciamentos desta tribuna, apesar dos mui­tos tópicos publicados na imprensa caripca e na do interior doEstado, continua na seqüência de seus desmandos, verdadeirosatentados contra os indefesos bailarinos e bailarinas do TeatroMunicipal.

Que a FUNTERJ construa o seu teatro no aterro do Flamen­go, cUJO terreno já lhe foi doado pelo Governo Estadual, cujaplanta é de autoria do grande arquiteto OScar Niemeyer e cujocrédito de 50 milhões de cruzeiros já está à disposição naEMBRATUR. E no palco desse teatro o Sr. Torloni eviza as suasbailarinas.

O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é com profunda me­lancolia que constato, em plena semana da Pátria, um episódioque macula os exemplos dignificantes que nos foram legados pe­los maiores vultos de nossa nacionalidade.

Trata-se Sr. Presidente, do seguinte: um adepto da seitaTestemunhas de Jeová retirou seus filhos de um grupo escolarem Goiânia, Goiás, para evitar que durante as festividades da.Semana da Pátria eles cantas,sem o Hino Nacional. Como justi­ficativa para o seu gesto antipatriótico, o construtor JoaquimRodrigues Neto citou a estrofe - "ã Pátria amada, idolatrada,salve, salve", enfatizando: "Nós não a cantamos porque é um atode idolatria". '

Sr. Presidente, há pouco tempo, na cidade fluminense de Ca­choeiras de Macacu, um rapaz faleceu sem socorros médicos por­que o pai, adepto dessa seita, proibiu o médico do hospital queo assistia de proceder a uma transfusão de sangue.

A propósito, Sr. Presidente, estou elaborando projeto de leipara alterar o caput do art. 246, do Código Penal, de maneira atornar mais severa a punição para o pai que deixar de prover ouimpedir a educação dos filhos, inclusive por motivos religiosos,abrangendo também outras proibições que a seita impõe e quesão contrárias ao espírito de solidariedade humana, apanágio donosso povo, de formação cristã, humanistica e fraterna.

Por fim, para as Testemunhas de Jeová lerem e meditarem:"A Pátria - um dia nos disse Rui - não é um, são todos. Não­é uma raça, é um caldeamento de raças. Não é uma classe, éuma fusão de classes. A Pátria somos nós. Precisamos defendê­la". Cantando o Hino Nacional, estamos renovando os sagrados.compromissos a/isumidos para com a Pátria.

Era o que tinha a dizer.

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira '/ '/833

O SR. JOSÉ BONIFACIO NETO (MDB - RJ. Pronuncia () se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, estamos, nesta tribuna, parareclamar da situação de calamidade financeira em que se debatea cidade do Rio de Janeiro.

Quando o Governo Federal anunciou a fusão, surgiram aspromessas de que a Guanabara não seria prejudicada. Mas, o ro­lar do tempo veio mostrar quadro diferente por inteiro - o Rioficou isolado. '

Em reportagem publicada no Jornal do Brasil, há' poucos dias,o Prefeito Marcos Tamoyo e seus Secretários de Planejamento eda Fazenda afirmaram que a qualidade de vida do carioca vaipiorar, que o Orçamento municipal é insuficiente e que há ne­cessidade de um endividamento além do limite.

São os homens mais ligados à administração, os que estão àsua frente, que chamam a atenção do público e do Governo Fe­deral principalmente para esses fatos,

O Rio, Sr. Presidente, era um Estado próspero, pujante, coma segunda receita do Pais, entre as unidades federadas. Pois bem.Reduziram-no a um Municipio pobre. Terra amada por todos 'osbrasileiros, cartão de visita nacional, por suas bélezas naturais,centro de cultura de primeira grandeza, por suas instituições euniversidades, o Rio foi testemunha dos mais importantes acon­tecimentos históricos e a eles serviu de palco.

Trata-se, sem dúvida, de uma cidade especial, especialíssima,no contexto do Brasil. Não pode permanecer sob tratamento ina­ceitável e injusto.

A arrecadação de 19'76 não cobriu o básico. E é de lembrar-seque houve grande aumento de impostos, sobretudo do predial,como também a criação de taxas municipais. A Prefeitura temde dar "saltos" para funcionar e gerir a cidade.

O Rio não cessa de crescer. Multiplicam-se as escolas, e sem­pre há precisão de mais, além de professoras, que os recursosoficiais não têm permitido remunerar condignamente, o que di­ficulta o recrutamento. A saúde pública é um desafio constante,com os hospitais carecendo de reformas e ampliações.

A13 dificuldades do trânsito atestam o crescimento desordena­do. Inadiável é a solução para o transporte de massa. O metrôcarrega também dinheiros municipais.

Repito, Sr. Presidente, a Prefeitura carioca já atingiu a ca­pacidade de endividamento. Espera que o Estado lhe repasse re­~ursos. Mas terá o Estado, cheio de problemas, capacidade paraisso?

Na verdade, só uma reforma tributária realmente justa po-. derá pôr termo a essa situação aflitiva. É preciso, urgentemente,modificar a repartição da receita. Quem fica com a maior parteé a União. Mas a posição do Rio deve ser encarada como excep­cional pelo muito com que ele concorre para essa receita e portodos os outros aspectos que já abordamos.

Ao Governo Federal, inspirador, planejador, e fiador da fu­são, resta a maior responsabilidade para com o Rio. Este precisacontinuar como sempre foi. Deixar que se desfigure é verdadei­ramente intolerável, porque um atentado contra uma cidade queé patrimônio nacional.

O SR. A. H. CUNHA BUENO (ARENA _ SP. Pronuncia o se­I'uinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em recenteconferência perante o Conselho de Economia, Sociologia e Políti­-ca, de São Paulo, órgão ligado à Federação do Comércio do Esta­do de São Paulo e cujo Presidente é o Sr. José Papa Júnior, oDr. Francisco de Assis Barbosa, paulista de Guaratinguetá, mem­bro do Conselho Federal de Cultura, membro da Academia Brasi­leira de Letras, advogado, jornalista, escritor, professor, histo­riador e editor de livros, abordou um assunto por demais atual enecessário: "O Abandono dos Arquivos, um Problema Nacional".

Sua conferência, reproduzida na integra pela revista' Pro-,blemas Brasileiros, publicação mensal daquele Conselho, justa­mente para dar ressonância aos assuntos ali debatidos, semprede interesse nacional, tratou de um tema que merece ser comen­tado desta tribuna, motivo por que eu o trouxe hoje.

Uma das afirmações do Dr. Francisco' de Assjs Barbosa, emsua conferência, Sr. Presidente, pode ser tomada" como a síntesede tudo o que ele disse:

"Há quem diga que a memória nacional está morrendo,pela perda de segmentos importantissimos, por incúriaou intencionalmente servidos ao banquete das traças."

Autoridade respeitada no assunto - recebeu do Governo doEstado de São Paulo a honrosa tarefa de estudar a reorganiza­ção do sistema de arquivos de nosso Estado -, defendeu ele, mui­to veementemente, a necessidade da implantação de uma ver­dadeira política arq:uivistica para toda administração de Gover­no, quer seja Federal, Estadual ou Municipal.

Para isso, frisou o conferencista, é necessarm a criação, an­tes, de uma nova mentalidade arquivística. Lamentou que estejaainda em fase de debates a criação do Sistema Nacional de Arqui­vos, que muitos serviços poderia prestar ao Brasil nesse particular.E culminou com a apresentação de uma idéia para a construção.imediata de um "Palácio da Memória" em São Paulo, a exemplodo que já existe em outros países. i

Realmente, Srs. Deputados, o problema de São Paulo, quan­to a arquivos, merece, por sua magnitude, atenção especial porparte de nosso Governo Estadual. A solução que for dada em SãoPaulo, como já aConteceu em alguns outros assuntos, poderá ser­vir de modelo para o que se deve fazer em ambito federal e noâmbito de outros Estados ou até de Municípios mais importan­tes.

Como inicio da implantação de uma nova mentalidade ar­quivística, pelo menos em São Paulo, Sr. Presidente, o Dl'. Fran­cisco de Assis Barbosa, devidamente autorizado pelo Secretárioele Cultura de nosso Estado, apresentou projeto de um curso dearquivistica, a ser ministrado pelo Departamento de História daUniversidade de São Paulo, curso esse que terá como ponto departida os modelos indicados pelo Secretário-Geral do ConselhoInternacional de Arquivos, Prof. Carlos Keskeneti, e cuja elabo­ração ·teve a participação da Professora Mirlan Ellis.

Um só dado pode nos dar a idéia de como estamos precisando,realmente, de uma reformulação de nossa política arquivística.Grande parte do acervo dos documentos governamentais do tem­po da Capitania, em São Paulo, está em estado tão lastimávelque quase já não pode mais ser lido. Isso se deve, é lógico, aofato de esses documentos estarem mal arquivados, sujeitos à açãodo tempo, da umidade e das traças. Aliás, diga-se de passagem,Srs. Deputados, que, num Estado corno São Paulo, cuja pujançaeconômica é inconteste e cuja tradição cultural também o é, aDivisão de Arquivos está instalada em uma casa alugada, comárea utilizável para depósitos de 1.500 metros quadrados, sempreprecisando de obras. de adaptação, o ra no telhado, por causa degoteiras, ora no madeirame, inteiramente corroído por cupins!

A palavra de alerta do Pro!. Francisco de Assis Barbosa vem,pois, a calhar. E ela precisa ser ouvida e ser posta em prática,para que se salve a memória nacional, que está morrendo.

Era o que tinha a dizer.O SR. ADHEMAR SANTILLO (MII)B - GO. Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, tenho recebidoinsistentes reclamos dos funcionários da SUCAM, em Goiás, quan­to ao atraso no recebimento de seus ordenados. Eles são contrata­dos daquele órgão de combate às endemias rurais pelo regimetrabalhista, recebendo apenas o salário mínimo, na maioria dasvezes. Ao contrário dos que se encontram lotados nos gabinetes,os que trabalham no campo são vexados pelo atraso de seus ven­cimentos.

Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o salário minimo já seconstitui numa paga inferior às necessidades da família de umtrabalhador, por menor que ela seja. Com freqüência pode dar"mal e porcamente", segundo a expressão popular, para a ·manu­tenção da pessoa do trabalhador, se ele não tiver encargos extra­ordinários.

Pois bem, os funcionários da SUGAM que vão para o mato,para o cerrado, que se dedicam à tarefa benemérita de combatera doença de Chagas e outras endemias, são remunerados apenascom o salário minimo, tendo de deslocar-se de seu domicilio parao cumprimento desse dever. E com freqüência, em meu Estado,quando' vão ao guichê receber seus vencimentos, não os encontram.Inexplicavelmente eles se acham atrasados. Com isto, sacrificam­se honrados pais de família, funcionários que não têm condiçõesfísicas nem psicológicas para o bom desempenho de seu trabalhoquando têm de comprar fiado na mercearia, recorrer ao agiota oudeixar os filhos com fome.

Da tribuna desta Casa, endereço apelo ao Sr. Ministro da Saú­de, no sentido de que não frustre o seu anunciado plano de com­bate às endemias, prejudicando-o justamente pelo arcabouçohumano. Se o homem que deve executar o plano não recebe seusvencimentos em dia, que condições de trabalho, que tranqüilidade,que paz terá para desempenhar seu papel, para cumprir seu dever?

É uma situação que identifiquei em meu Estado, e que, comsinceridade, não sei se se deve à SUCAM regional. De qualquermaneira, é uma denúncia que me cabe fazer ao Ministro da Saúde,reclamando suas providências.

O SR. JUAREZ BERNARDES (MDB - GO. Pronuncia o se­gufinte discurso.) - Sr. Presidente; Srs. Deputados, regressei, diasatrás, de uma visita ao Município de Campestre, no. meu Estado,onde tive oportunidade de avaliar o amor e a dedicação que oPrefeito Joaquim Rodrigues dos Santos imprime à sua adminis­tração.

Quando o procurei, informaram-me que se fora ao rio, comalguns trabalhadores, buscar areia para concluir obras em anda-

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menta do prédio da Prefeitura Municipal. Vi, naquele gesto de umhomem empreendedor: e dinâmico, o que está faltando a muitagente:.a coragem de enfrentar o serviço, tal e qual ele se apre­senta. Ele, ° prefeito "Zote", como é conhecido por toda comuni­dade, é um homem dotado de grande capacidade administrativa,que poderia ficar tranqüilamente sentado no seu gabinete, coman­dando os seus subordinados. Mas, ao contrário disso, ptefere comeles enfrentar, ombro a ombro, as dificuldades, transformando-a!;em realizações em prol de todos os seus municipes. Assim é que,sem possuir trator, já conseguiu patrolar todas as estradas muni··cipais; dinamizou o setor educacional, oferecendo oportunidade atodos os que desejam estudar; procura, através de convênios,- ofe..recer condições cada vez melhores ao setor de saude pública. En··fim, quanto ao que está diretamente ligado à sua administração,com apenas sete meses de muito trabalho, muito empenho e muitoesforço, já sé tem a resposta no próprio rosto do povo, um sorrisode agradecimento pelo muito que já realizou o seu governantemunicipal.

Mas, mesmo com todo o seu empenho, o Prefeito Joaquim Ro­drigues não estava satisfeito, e me dizia: "Deputado Juarez, Cam­pestre necessita, e com urgência, de duas estradas fundamentaispara o seu desenvolvimento, que são as ligações Campestre-Pal­meiras, continuação da GO-56, com apenas 29 km; e a estradaCampestre-Guapó, integrando essas regiões riquissimas ao desen­volvimento do nosso Municipio. A outra nossa reivindicação é aligação da TELEGOIAS à sede municipal.

Aproveitamos, portanto, essa oportunidade, para dirigir o nos­so mais veemente apelo ao Exmo. Sr. Governador, bem como àsdemais autoridades do Estado, ao Presidente da TELEGOIAS, nosentido de que atendam essas justas reivindicações daquele prós­pero Municipio goiano, que tem à sua frente um homem de bem,voltado para o trabalho, e com um único objetivo: o cumprimentodo dever.

O SR. PRESIDENTE (.João Linhares) ­

V - Passa-se ao Grande Expediente.Tem a palavra o Sr. Antônio Bresolin.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN (MDB - RS. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, atente-se para opanorama universal e se verificará desde logo que todas as naçõesprósperas do mundo têm sua base na produção.

Os exemplos confirmam esta assertiva. Os EUA são o maiorprodutor de alimentos do mundo. O pequeno Uruguai, com umrebanho de quinze milhões de cabeças de gado, produz trezentasmil toneladas de carne por ano. A Argentina, que figura entreos maiores exportadores de caro'e, trigo, milho e vinho. O Peru,que cultivando o arroz IRS, chamado arroz milagroso, produz amédia de seis toneladas e meia por hectare. O Canadá, que, hámais de quin7:e anos, planta dez milhões de hectares de terra comtrigo e colhe vinte milhões de toneladas de cereal-ouro. Na últimasafra, considerada excepcional, colheu trinta por cento a mais. AAustrália, que, além de atender de doze a catorze por cento dademanda mundial de trigo, é a maior exportadora de lã do mundo,com um rebanho ovino de cento e sessenta milhões de cabeças.O México, que produz 2.500 quilos de trigo por hectare, e Israel,que produz até 7.500 quilos por hectare. O próprio Japão, que temuma área territorial equivalente ao Estado de São Paulo, ocupadacom cento e vinte milhões de habitantes, com cinqüenta por centodo território coberto de matas, é auto-suficiente na produção dearroz, o principal alimento dos povos asiáticos. E os exemplos po­deriam ser citados com facilidade.

Está provado que nenhum país do mundo supera suas difi­culdades, criando condições de tranqüilidade e fartura aos seushabitantes, a não ser através da produção.

Povo que não produz é povo fadado à miséria, fadado até aodesaparecimento.

Produzir, racionalmente e em larga escala, é glorificar a terra,é estimular todos os setores da atividade, é fazer os beneficios dacivilização penetrarem em todos os recantos da Pátria, é assegu­rar melhores dias aos trabalhadores, é dinamizar a indústria e ocomércio, é criar divisas para a Nação, é banir o espetro da fome,este terrivel abutre que ainda infesta as nossas cidades e extensasregiões do interior do Pais.

Para se chegar a este estágio, no entanto, é preciso sacudir obolor da infra-estrutura existente, criando novas e melhores can-

o dições de vida para o homem do campo.

O Sr. Siqueira Campos - Permite-me V. Ex." um aparte?O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Com muito prazer.

O Sr. Siqueira Campos - Deputado Antônio Bresolin, V. :E:x."já começa a demonstrar, no belo discurso que profere esta tarde,a orientação que não é somente de V. Ex.a, mas de todos aquelesque se dedicam aos estudos, que são sérios e patriotas como V. Ex.a ,e conhecem a realidade brasileira. Sem infra-estrutura não é pos-

sivel produzirmos nem transportarmos a baixo custo. Portanto,competimos com essas grandes nações organizadissimas, jogandoprodutos agrícolas nos mercados mundiais, sempre em vantajosascondições. Mas, meu nobre amigo, o povo brasileiro deu uma, de­monstração de suas imensas possibilidades nesse setor, porque,quase que sem nenhum apoio à agricultura, chegamos à situaçãode produzir mais barato do que todas essas nações do mundo; in­clusive os Estados Unidos. Nosso grande problema é o transporte.Levar da fonte de produção ao porto tem sido o "calcanhar deAquiles" do Brasil, porque não temos terminais rodo-ferro-portuá­rios, armazéns e silos. Somos um pais, cujo problema é, como já.se disse milhões de vezes, estrutural. Estamos constatando que,quando o politico decidia, sem planejamento, "em cima da perna",fazia-o bem e dirigia bem esta Nação, porque conhecia o quadrodas realidades brasileiras, vivendo a experiência junto com o povo,com os variados setores da vida nacional. Hoje, o tecnocrata tam­bém age "em cima da perna", sem planejamento, porque o Brasilé um Pais sem informações. Nenhum órgão sabe qualquer coisa arespeito do Brasil. Têm eles compêndios imensos, complicadissimos,que dizem tudo, menos o que se precisa realmente saber para estarbem informado. Complicam tudo, para se tornarem indispensáveis,e constroem castelos faraônicos. Veja V. Ex." que a sede do BancoCentral consumiu recursos superiores a 50% das dotações desteano para o FINOR, que é o Fundo de Incentivos para o Nordeste,e o FINAM, que é o Fundo de Incentivos para a Amazônia. E estãoai, em construção, os anexos dos palácios, verdadeiros castelosfaraônicos, enquanto que são miseráveis os salários do povo, aagricultura está desamparada e a Nação desorganizada. Chegoua hora de o político retomar as rédeas e trazer o técnico e o militarpara junto de si, mas não o tecnocrata, para que,' com orientaçãopolítica, com assessoria técnica e com segurança, possamos fazerrealmente aquilo que o povo brasileiro está a necessitar; umaadministração que faça com que a distribuição das riquezas sejaum bem efetivo, permanente, para que o Brasil possa despontarno concerto das nações como uma grande potência, como já mereceser classificado, pelo esforço do seu povo e pelas condições que os­tentamos. Parabenizo V. Ex." por mais esse belo trabalho queprofere em favor da Nação.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito obrigado a V. Ex." Re­colho o aparte do eminente colega sumamente honrado, porqueV. Ex." não é apenas um dos mais atuantes parlamentares destaCasa, mas um dos mais objetivos Deputados da Câmara Federal e,sempre que fala, o faz com conhecimento de causa. '

Sr. Presidente, Srs. Deputados, ninguém planta trigo ou criagado por patriotismo. O que faz investimento, o que trabalha eproduz precisa ter recompensa justa pelo seu esforço, necessita terpadrão de vida compatível com a dignidade humana. E isso nãoestá acontecendo, infelizmente, nos dias que correm.

Voú citar alguns exemplos.

Ainda há poucos dias, eu e o Deputado José Mandelli, repre­sentando esta Casa e a Comissão de Agricultura e Política Rural,visitamos a Quadragésima Exposição de Gado, de Esteio.

Recebidos pelo ilustre Secretário da Agricultura, Dl'. GetúlioMarcantonio, andamos em todo o parque da exposição, sempreacompanhados pelo Dl'. José Luiz Nelson Costaguta, um dos maiorestécnicos do Pais. Lá estavam expostos belíssimos exemplares deCharolês, Devon, Santa Gertrudes, Jersey, Nelore, Holandês, He­reford e outras raças, além de maravilhosos exemplares das me­lhores raças de ovino, cavalos e porcos. Lá estava o esforço, adedicação, a técnica e o dinheiro de renomados cabanheiros e deoutros criadores.

Veio o arremate dos animais, verificando-se a maior decepção.A violenta crise que assola a pecuária e a falta de crédito fizeramcom que a venda de tão preciosos animais não fosse além da somaalcançada há mais de um ano, na outra exposição. O próprioGovernador Sinval Guazzelli, que também é fazendeiro, ficou preo­cupado e chocado com o fato.

O Sr, Júlio Viveiros - Permite V. Ex." um aparte?O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Com muito prazer.

O Sr. Júlio Viveiros - Nobre Deputado Antônio Bresolinesta Casa já se acostumou a ouvi-lo, devido à seriedade e à cons~tância com que V. Ex." trat:;t dos problemas da agricultura noplano nacional e, particularmente, no do seu Estado, o Rio Gr;ndedo Sul. O Banco Central e o Conselho Monetário não agiram bemquando determinaram a extinção do PROTERRA, do PROPEC e deoutros programas de auxilio à agricultura. Fala-se à boca pequenaque o Ministro Mário Henrique 8imonsen teria dito que o atualsurto inflacionário era devido aos empréstimos agrícolas cOnce­didos a juros baixos. Se isso é verdade, S. Ex.a desserve a econo­mia do País. A retirada dos recursos destinados à agricultura, sob aalegação de que favoreciam a inflação, está gerando isso que V. Ex.amostra no seu discurso: o abandono do setor. O Ministro da Agri­cultura promete, mas não libera os créditos necessários. No País,criaram o POLONORTE, à semelhança do POLONORDESTE. O atofoi assinado pelo presidente Ernesto Geisel, com banda de música

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e _foguetes, mas até hore os recursos não saíram. Enquanto isso,nao se faz uma programação efetiva, por intermédio do BASAe do ~a?co do Brasll, para o soerguimento da região Bragantina,a fiaIS Importante <lo meu Estado. V. Ex.a mostra a problemáticadll soja e do trigo. A vocação do nosso País é a agropecuária. Por>este lUGtl.VD, cada vez que V. Ex.a assoma à tribuna para defendero aq-ricuítor e a agricultura defende a economia nacional. Nestatarde, V. Ex.a mostra mais uma vez; que é realmente um grandeexpert na matéria.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito obrigado ao eminentecolega pelo aparte, que recebo com imensa satisfação, inclusíveporque seí que V. Ex.a está empenhado em introduzir a culturada soja no Estado que tão bem representa. E o que está aconte­

'çendo neste ano e <:lue já aconteceu no passado com a cultura dasoja não deve constituir desãnimo para ninguém, porque tenhoabsoluta certeza de que dias melhores virão para esta leguminosade capital importância para o Pais.

O Sr. ,Júlio Viveiros - Permite V. EX.", apenas para comple­mentar meu raciOcínio; a soja é a solução da Amazônia. EmSantarém, já se fez um experimento, que se revelou altamentepositivo. E o próprio ex-Secretário da Agricultura, Sr. Eurico Pi­nheiro, foi testemunha do que afirmo. Entretanto, jamais o Go­vernador do Estado - e aqui vai nossa critica a S. Ex." - ligoupara a agricultura de subsistência, nem continuou com os experi­mentos da soja, principalmente _no Baixo Amazonas. Ficamostristes quando falamos em soja, porque, no nosso entendimento,esta cultura representará o soergimento do Amazonas.

O SR. ANTONIO BRESOLIN - Multo obrigado a V. Ex.a pormais este aparte.

Com muita satisfação, concedo {) aparte ao meu velho e esti­mado nmígo, Deputado Jorge Arbage, ilustre Vice-Lider do Go­verno.

O Sr. ;Jorge Aroage - Muito obrigado, ilustre Deputado An­tônio Bresolín. Entendo que as lideranças da ARENA e do MDBdeveriam estabelecer um entendimento no sentido de que, diaria­mente, numa das horas destinadas às Comunicações das Lideran­11a3, um parlamentar da ARENA e um do MDB pudessem assomarà tribuna desta Casa para debater o tema que V. Ex.a traz esta tar­de para bríndar este imenso plenário vazi{); a problemática da agri-'cultura. Devo dizer a V. Ex.", nobre Deputado Antônio Bresolin,que, independentemente da amizade e da estima que lhe devoto,tenho pelo seu trabalho uma profunda admiração. Considero-omesmo um dos missionários desta Casa, não apenas pela assidui­dade üa ,sua presença nesta Casa e na tribuna. mas também pelaseriedade e pela importância dos assuntos que traz ao debate. Tor­nei-me, assim, um fã do trabalho de V. Ex." e, longe de limitá-lo,tenho procurado, tanto quanto possível, fazer o que me possa cre­denciar no exercício deste mandato, a exemplo do que V. Ex.a jáconquistou ,em quatro mandatos nesta Casa. Mas. nobre DeputadoAntônio Bresolin, muitas vezes sentimos na própria carne as frus­trações dos nossos ideários. Já que V. Ex.a fala na agricultura,direi, agora, que foi com profunda tristeza que tive conhecimentode que o Senado Federal rejeitou um projeto de lei de minha au­toria, aprovado por unanimidade nas Comissões Técnicas e no ple­nário desta Casa, obrigando a aplicação de um mínimo de 20% dosrecursos da SUDAM especificamente na atividade agrícola na Ama­zônia. Era a úníca forma capaz de transformar aquela Regiãono grande celeiro brasileiro e, quiçá, universal. Mas, nobre Depu­tado Antônio Bresolin, mais alto do que nossa vontade, do quenosso ideário, falaram outros interesses que, desgraçadamente, nãoconhecemos as origens; o projeto caiu e a Amazônia continuarâa ser devastada, cedendo lugar à "pata do boi", quando ali deve­ria ser implantada a cultura de subsistência, principalmente por­que nosso Pais tem tudo para ser o maior produtor de gênerosalimenticios. Nesta hora dificil, em que a humanidade se debatecom uma crise de alimentos, não entendo a razão deste procedi­mento. Mas, nobre Deputado Antônio Bresolin, congratulo-me comV. Ex.a pelo brilhante pronunciamento. Não podemos perder oentusiasmo pela luta. Não, ela continuará enquanto houver umhomem do ideário de V. EX.a, cujo procedimento é nossa inspi­ração.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Recebo, comovido, o generosíssi­mo aparte de V. Ex.a , eminente Deputado Jorge Arbage. Sei dá. sualuta, sei do seu 1;rabalho em prol do desenvolvimento da agricultu­ra na Região Amazônica. Quero dizer a V. Ex.a que estou solidáriocom seu pensamento e, aqui mesmo, repudio o procedimento doSenado Federal.

Já disse, nesta Casa, muitas vezes, que as maiores inspira­ções, os trabalhos de maior profundidade, na maioria das vezes.morrem dentro destas quatro paredes. Tive oportunidade de dizer,ainda es1\a semana, quando aqui foi rejeitada uma emenda domais alto interesse do Pais, que quem luta contra a produção dotrigo é mau brasileiro, é antipatriota, é um elemento que deveestar a serviço do estrangeiro. De maneira que V. Ex.a tem aminha solidariedade.

O Sr. Célio Marques Fernandes - Nobre Deputado AntônioBresolin, desde que para aqui viemos, há quase 7 anos, observa­mos que V. Ex.a é um profundo estudioso do trigo e soja ­assunto que V. Ex.a aborda no momento - enfim de tudo aquiloque diz respeito ao homem que trabalha no campo: Ontem foi lidoaqui no Plenário um artigo de quase uma folha inteira, publicadonum d?s maiores jornais do País, um jornal de respons!).bHidade,o que e de entnstecer, procurando ridiculariz;ar os Deputados quemais trabalham, que mais falam, e entre eles eu fui citado, assimcomo V. Ex.a e o Deputado Alcír Pimenta. Quero trazer a minhasolidariedade a V. Ex." e dizer que, quanto mais nos atacam, maísvontade temos de trabalhar. Querer orientar a política de cadaum de nós é um erro. Quem traça e orienta a sua ação, nobrecolega, é o próprio Deputado. Se eu quiser registrar aqui um votode pesar, eu farei. Não me preocupa se um moço qUalquer debarbas compridas ou não vai ridicularizar-me. O 'Deputado queenfocou este problema pediu providências à Mesa, porque o Re­gimento Interno estabelece que cabe à Presidência zelar peloprestígio e o decoro da Câmara, bem como pela dignidade de seusmembros.

Quero trazer a minha solidariedade a V. Ex.a e dizer que, naparte que me toca, como também na de V. Ex.a , estou certo, nãoalteramos nossos métodos de trabalho. Continuaremos a dizer oque queremos, como ql/.eremo~ e onde queremos, não admitindocensura de quem quer que seJa aos nossos trabalhos. As pe:;;soasque mais reclamam da censura é que nos querem censurar. VejaV. Ex.a quanto contra-senso. Essa reportagem prestaria a um"Pasquim", nunca a esse jornal que a publicou. Estóu ue -plenoacordo com V. Ex.a

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito obrígado, eminente co­lega.

É lamentável que nós, que damos tanta cobertura à imprensa. - e eu sou jornalista profissional há mais de ao anos - 'não'~enhamos a cobertura de que necessitamos. E o Parlamento' é omaior e o mais intransigente defenSOr da imprensa, :porque é atra­vés dele, inclusive, que respira a Nação, como ,Uzia o grandeRuy Barbosa. Mas nós respondemos a esse jornal como D~1).te:

"Non raggiona di lor, ma guarda e passa". Continuaremos a nossaluta, defendendo os superiores interesses da comunidade e da Na­ção brasileira.

O Sr. Tarcisio De~gaaô - Nobre Deputado Antônio :Bresp1in,V. Ex.a traz à t:ribuna, 'uoje, mais um daqueles brilhantes discursosque costumeiramente .aborda nesta Casa, sopre tema do qual éprofundo conhecedor, e de grande valia. V. Ex.a é .0 nosso Lideraqui na Casa na batalha em defesa da produção em. nosso ,Pais.Nós não temos sido felizes, nobre Deputado, como V. Ex.'" sem.preressalta. Os nossos governantes não se conscientizam de qúe ·0n-osso País é '1ocacio.nado para a agricultura e para aa.gropecuá­ria. Pelo clima, pela topografia, pela extensão territorial, tuc:lo levaa concluir -que o Brasil é um Pais vocacionado para ser o grandeceleiro do mundo. Mas nossos governantes realmente não se sen­sibilizam com isso, têm suas atenções objetivamente voltadas para.esse setor. Enquanto os nossos produtores rurais continuam sacri­ficados, os incentivos, -os insumos, as vantagens. os créditos ofere­cidos às multinacicJna1s são desproporcionais àqueles oferecidos aonosso produtor, ao nosso homem do campo. O Brasil, não sei porque, não tem sido feliz ,realmente. O saudoso Presidente' Jusce­lino Kubitschek, no seu Governo de 50 anos de progresso em 5,deu prioridade ao binômio energia-transporte. Na convenção quepreparava sua volta à Presidência, dissera llue seu 'Outro Governoseria dirigido para a agricultura. Veio 1964 e Juscelino - todossabem {) seu destino - não voltou' à presidência da -República.Então, quando teriamos um Governo que já havia anunciado dariaplioridaife à agricultura, esse Governo foi por água abaixo, emvirtude da Revolução de -64. E daí nós continuamos nessa situação,com ~nversão total de valores, com inversão total -de prioridades.Aplica-se em outros setores no Brasil. e se relega a agricultura,como também se relega a educação os dois pólos fundamentaispara um real desenvolvimento deste País. Está V. Ex.a de parabéns.Teria que lhe trazer a minha palavra, o meu aparte, não só emmeu nome, como em nome da Liderança do nosso partido, paracumprimentá-lo por este novo bri.lhante trabalho que traz à tri­buna da Càmara Federal.

O SR. ANTÔNIO BRESOLIN .- ·Muito honrado com o apartede V. Ex.a

O SR. PRESIDENTE (João Clima.(:o) - Comunico a V. Ex.a.que dispõe de quatro minutos para concluir o seu discurso.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Vou concluir, Sr. Presidente.V. Ex.a, nobre Deputado Tarcisio Delgado, fala com muito acerto.Li e ouvi pelo rádio, com tristeza, aiDl~a oI).tem, que o Brasil vaiser o único fornecedor de minério para uma grande usí'na que vaiser instalada pão sei oniie. Estamos comprometendo o futurb:J·i:l:ósnossos filhos, vendendó aquilo com que Deus nos doou, e não nos

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preocupamos em criar a riqueza da terra, que é fundamental, queé reconhecida em todos 05 países do mundo que desfrutam situaçãoaltamente privilegiada, como o Japão, Israel, América do Norte,Canadá, Austrália, países que visitei recentemente.

O Sr. Aleir Pimenta - Quero congratular-me com V. Ex.a , nãosó pela natureza do tema de que se ocupa na tarde de hoje, senãotambém pela constância .com que vem defendendo as classes menosfavorecidas, sobretudo a agricultura brasileira, efetivamente emsegundo plano, completamente deslembrada na hora da distri­buição de auxílio governamental, embora se diga por aí a foraestar o Governo empenhado em desenvolver este importante ramoda. atividade nacional. V. Ex.a , com seus trabalhos, em muitasoportunidades, tem levado ao Governo notável contribuição, nãosendo poucas as ocasiões em que, quer o Ministério da Agricultura,quer o Ministério da Indústria e do Comércio, quer outros setoresgovernamentais se inspiram nas sugestões de V, Ex.a, baseadassempre no propósito e na intenção de favorecer aqueles sobrecujos ombros pesa a grande responsabilidade de garantir a pro··dução nacional, sem o que impossível será pensar-se em qual..quer forma de desenvolvimento. Eu me congratulo com V. Ex.a ,ainda mais porque V. Ex.a , certo das suas atribuições e cioso dassuas responsabilidades, tem-se mostrado indiferente àqueles quelhe criticam a perseverança e a constância na tribuna.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito obrigado a V. Ex.a

O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Lembro ao nobreDeputado que faltam dois minutos para terminar o tempo deV; Ex.a

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Grato pelo aparte desse amigoe grande Deputado que é Alcir Pimenta. Efetivamente, os meustrabalhos, que se realizam no campo da agropecuária, não têm re­cebido apenas o apoio dos parlamentares desta Casa. Tenho rece­bido correspondências altamente elogiosas de Embaixadores doBrasil em outros países, do Ministro da Agricultura, do Interior,das. Relações Exteriores, do Presidente da EMBRAPA, do SeCrEi­tário do Meio Ambiente e de outras altas autoridades do Governo.E Isto faz com que eu prossiga porque sei que, embora Deputadoda Oposição, através de um trabalho honesto e sincero, estou pres­tando ao Governo, uma contribuição em favor dos altos interessesdo País.

Acabo de receber do Deputado JOl>é Lázaro Dumont, Presi­dente da Comissão Diretora do Ir Simpósio Nacional da Soja, arealizar-se em Curitiba, entre 18 a 21 de outubro, atencioso COll­vit.e para participar do importante certame. O primeiro se realizouem Porto Alegre, há pouco mais de um ano.

O Simpósio contará com a presença de autoridades, técnicos,dirigentes cooperativistas, produtores e oútros, dos Estados produ­tores e da Capital da República.

Considero oportuníssima a idéia desse conclave. E, se não fo­rem acertadas e tomadas deliberações corajosas e oportunas, acon­tecerá com a soja o mesmo que vem ocorrendo com a lavourade trigo, que neste ano foi reduzida em maís de vinte por cento.

A política dn Governo em relação a soja é desastrosa.Todos sabem que, quando o produto era vendido por preço vll,

o Governo nunca se lembrou da soja. Os paliativos algumas vezesadotados tiveram pálida repercussão no conjunto da comerciali­.zação do cereal. E, neste ano, que a soja foi muito bem cotada noinício da safra, o Governo estabeleceu o confisco cambial. Nãosatisfeito com isso - quando quase todo o produto poderia ter sidocomercializado por preço compensador - o Ministro da Fazendadeteve a exportação. Quando voltou a ser liberada a exportaçã.o,a soja estava sendo vendida pela metade do preço. E, há pou,:osdias, quando visitei Passo Fundo, o mesmo cereal estava sendocomprado a Cr$ 125,00, menos da metade do preço do inicio dasafra, que era de Cr$ 280,00 a saca.

E agora, quando o desastre está consumado, o Governo can­celou o confisco. Isto é o mesmo que chorar no velório da vítima.

A imprensa noticia que da previsão de venda de 1,7 milhõesde toneladas foram vendidos 1,2 milhões. Acontece que só 900(novecentas) toneladas foram embarcadas. O resto continua guar­dado nos silos e graneleiros. Estamos às portas da colheita de trigo.Onde será depositado o cereal-ouro, se os graneleiros continuamsendo ocupados com soja?

Vamos citar outro exemplo, que refle~e a política paradoxale errada do Governo em rela!(ão à produção. Veja-se o que vemacontecendo com o trigo.

Enquanto se procura, com acerto, melhorar a semente do cereal,atmvés dos esforços da EMBRAPA, o Governo, com a justificativade que alguns lavoureiros haviam desviados recursos no chamado"adubo-papel", cortou por completo o subsídio do adubo. Parale­lamente, fixou o novo preço do trigo em bases alheias à realidade,a despeito dos apelos e protestos da FECQTRIGO, dascoopera­tivas e de outros órgãos e granjeiros.

Os resultados desta política não se fizeram esperar. Muitos.lavoureiros, decepcionados, ludibriados nos seus objetivos, reduzi­ram a área de plantio.

E o que mais impressiona é que o Ministro Alysson Paulinellianda tão por fora do problema que só agora declarou que achadifícil o Brasil se tornar auto-suficiente em trigo no ano de 1979.Se a produção por hectare é baixíssima e foi reduzida nas duasúltimas safras, se a área de plantio foi reduzida agora, como sepode pensar em auto-suficiência?

Não se compreende, por outro lado, que enquanto o Governobanca o Catão com os produtores, deixe os fabricantes e vende­dores de máquinas e implementas agricolas cobrarem o que bementendem dos granjeiros. Vêem o que se passa com o adubo e comos fungicidas.

Já tive a oportunidade de relacionar aqui elementos colhidosna própria fonte e que comprovam os abusos, a extorsão de di­nheiro a que estão sujeitos os produtores, sem que qualquer órgãodo Governo mova uma palha na sua defesa.

Com os aluguéis dos campos acontece a mesma coisa. Sei defazendeiros que vendem o gado vão morar nas cidades. Especulamaté alugar seus campos por preços abusivos. E o granjeiro, que jácomprou máquinas, que deve ao Banco do Brasil, tem que sesujeitar a tudo isso. .

Os males não param aqui, no entanto. Atente-se para os jurosque cobra o Banco do Brasil e outros estabelecimentos de crédito,acrescidos da odiosa correção monetária.

Viajando com alto funcionário do Banco do Brasil há poucosdias, ele mesmo se manifestava estarrecido com o que vem ocor­rendo. E, a certa altura da palestra, disse: "Mas o culpado não éo Banco e, sim, o Conselho Monetário Nacional, que fixa os jurose as diretrizes". Mas vale a pena perguntar: o Conselho não 'é umórgão do Governo?

E o pior de tudo é que, além dos juros extorsivos e da cor­reção monetária, praticamente não há financiamentos. Em SãoLuiz Gonzaga, São Borja, Santiago e Santo Angelo, além da an­gústia dos produtores, ouvi a mesma queixa por parte dos venàe­dores de máquinas e implementos agrícolas.

E o que se passa com o feijão? Ouvi um técnico afirmandonum simpósio que o Brasil produz menos feijão hoje do que hádez anos. E não é por falta de apelos e protestos que o Governodeixou de tomar as providências cabíveis. Os Anais desta, Casaconfirmam esta assertiva. Acontece que o Governo, como nos casosdo trigo, da soja etc., prefere os dados frios dos tecnocratas à vozda experiência e do bom senso. Prefere subsidiar o colono quenunca viu, a pagar preço justo ao produtor nacional. Além disso,há pOl1COS dias, em Frederico Westphalem, Alpestre, Planaito, Iraíe outros municípios da regíão produtora, não havia semente. Com­pravam a mesma em Santa Catarina, pagando até mil cruzeiros asaca para depois vender o produto por preço vil.

Se o Governo adotasse medidas seguras e acertadas atravésda EMBRAPA, produzindo semente da melhor qualidade, o Brasilem breve poderia até exportar feijão, contanto que o produtorrecebesse preço justo. Grandes áreas das lavouras de trigo e desoja poderiam ser diversificadas com o plantIo do feijão. Isto seriaaltamente benéfico, inclusive para os granjeiros. '

Vou citar, por fim, aqui o problema do milho e do algodão,ambos sem mercado. Que estaria fazendo o Governo no caso?

Milhões de sacas de milho encontram-se ao relento em Unaí,Goiás. Embora coberto com plásticos, não é difícil prever o destinodeste milho, agora com chuva diária.

Estes são apenas alguns dos grandes problemas que enfren­taram os produtores. Imagine-se que a Austrália conta com 14%de sua população residindo no interior e os EUA, com 7%. E comtão reduzida parcela realizam milagres de produção. No Brasil,mais ou menos 50% da população residem no interior, e não somossequer capazes de produzir o que- comemos. Importamos tudo:carne, trigo, feijão, batatinha, cebola, arroz, alho e outros pro­dutos. E, quando o agricultor obtém uma boa safra, o produto nãovale nada, como está acontecendo agora com a cebola, nas mar­gens do São Francisco. Os colonos queimam ou jogam a cebola norio, porque o preço não vai além de cinqüenta -centavos o quilo.E onde está a SUNAB, este cabide de empregos? '

Este pronuncíamento, que 'podería ser facilmente ampliado,não tem o sentido de critica. 1l: um brado de alerta. 1l: um chama­mento à realidade. É um esboço fiel do que se passa no, BrasIl,no campo da produção.

Ao concluir, desejo deixar algumas sugestões que considerooportunas para soiucionar alguns dos problemas que afligem a.agropecuária:

1.0 _ facilidade de crédito e redução dos juros bancários.2.0 - severa fiscalização na venda de equipamentos agrí-

colas, adubo e fungicidas. '

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3.° - arquivar para sempre o confisco cambial da soja e frearas multinacionais para que não continuem explorando os produ­tores.

4.° - Reforma agrária para facilitar terra aos que trabalhame produzem, evitando-se os abusos dos aluguéis dos campos.

5.0 - Adoção do sistema da comercialização do trigo do Uru­guai e da Argentina - reajustando o preço do cereal trinta diasantes do plantio e trinta dias antes da colheita, de acordo com aelevação do custo dos insumos.

6.° - Criação do Serviço Agropecuário, com base no que fun­ciona com tanto sucesso no Uruguai.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Antônio Bresolin, o Sr. JoãoLinhares, 19-Vice-Presidente: deixa a cadeira da presidên­cia, que é ocupada pelo Sr. João Clímaco, 39-Secretário.

O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Tem a palavra o Sr.Nina Ribeiro. (Pausa.)

O SR. NINA RIBEIRO (ARENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, em 16 de março próximo passado,apresentei projeto de lei disciplinando as informações sobre o usode remédios e cosméticos no Brasil. Nada mais fiz do que aprimo­rar denúncias anteriores apresentadas por mim a esta Casa, querem Plenário, quer na Comissão Parlamentar de Inquérito em de­fesa do consumidor, que tive a honra de propor, e que as enrique­ceram, com amplos e novos aspectos, fruto de pesquisa que puderealizar, à minha própria custa, nos Estados Unidos, em váriosorganisfllos públicos, como a Food and Drug Administration, alémde outras organizações privadas, como a de Ralph Nader, comquem mantive contato pessoal. Distinguimos, elementarmente, osremédios proibidos dos remédios perigosos. E os proibidos foramaqueles que me levaram a indagar de vários representantes delaboratórios, mesmo no seio da Comissão Parlamentar de Inquérito,um deles o representante da WINTROP, se ele achava que a fisio­logia do homem no Hemisfério Norte era diferente da do homemdo Hemisfério Sul. "Não estou entendendo, Deputado Nina Ribeiro,a sua pergunta", foi a resposta. Expliquei melhor a S. s.a, a fimde que entendesse. Mostrei-lhe uma lista de remédios que nãomais são vendidos nos Estados Unidos, no Canadá nem em qual­quer país da Europa. No entanto, com o mesmo nome ou com onome trocado, com o maior desplante, são eles vendidos em paísesafricanos, em paises latino-americanos, inclusive no Brasil. Per­guntei-lhe, então, se, por acaso, abaixo do Equador, o fígado, osintestinos, o pâncreas, o coração ou os outros órgãos do organismohumano funcionam de maneira diferente. E ele, obviamente, nãopodendo responder, começou a tergiversar, começou a querer so­fismar em torno desse aspecto fundamental e, finalmente, depoisde pressionado no terreno intelectual pela hábil capacidade deargumentação de honrados colegas que tinham assento na Comis­são Parlamentar de Inquérito, acabou por confessar que vendiaesses remédios no Brasil porque simplesmente aqui não havia proi­bição.

Ora, Sr. Presidente, ao lidarmos com esses laboratórios quefaturam mais de um bilhão de dólares anualmente em nosso Pais,de acordo com o livro "Hungry for Profits", de Ledogar, com pre­fácio do próprio Ralph Nader, que controlam 84% da venda deremédios no Brasil, constatamos que não é a melhor das óticas,não é a melhor das éticas, não é, sem sombra de dúvida, o parâme­tro da moralidade, do respeito, do humanitarismo que os guia.Ao contrário, lamentavelmente, na quase totalidade, são orientadospelo desejo de vender, pelo desejo de faturar e lucrar. Lucrar cadavez mais, a qualquer título, a qualquer preço, inclusive passandopor címa de vidas humanas.

Agora, enfeixamos o capitulo dos remédios perigosos. Jl: umoutro capitulo, não mais dos remédios proibidos, notem bem osSrs. Deputados, mas de remédios cuja venda é permitida, tantoaqui, como em outros países, mas que so são receitados em últimaanálise, quando não há outra forma de salvar uma vida. Noentanto, há que sempre se alertar, em primado de honestidade,de imparcialidade e de verdade, os perigos a eles inerentes. Nãoapenas as bulas, mas principalmente a literatura destinada aclasse médica chama a atenção para os denominados side facts,ou seja, efeitos colaterais, bem como para as contra-indicações.Pois bem, isto é omtido no Brasil; isto é omitido em outros paísesda América do Sul, para não fazer baixar a venda desses produtos.Com isso força-se um faturamento espetacular. Somos o quintoconsumidor de remédios de toda a ordem. llJ, portanto, alvissareiroconstatar que conceituados órgãos da nossa imprensa ferem oassunto com a importância que ele exige. Trata-se da vida de bra­sileiros, que morrem por falta de informações devidas.

Programas como o "Fantástico" e "Painel", da Rede Globo,deram lastro de penetração popular as minhas denúncias, frutode pesquisas que fiz nos Estados Unidos, em órgãos públicos comoo Food and Drug Administration, o Federal Trade Comition, e ou­tros, bem assim na iniciativa privada, como a organização de

Ralph Nader, de Florence Mason e de Florence Rice, que, semdúvida alguma, prestam notável trabalho de denúncia quando es­ses remédios, por interesse despudorado, vulneram não apenas aeconomia do povo, mas sua saúde, e em alguns casos a própriavida. •

Nesta campanha de penetração de esclarecimento popular semprecedentes novas vozes se levantam, também aqui no Congresso,o que demonstra, em alto grau, a necessidade de uma solução parao problema das informações falaciosas, omissas ou distorcidas. OGoverno' tem empenho em esclarecer isto. E temos notado pro­gresso no campo espeCÍfico do Ministério da Saúde. E a campanhainiciada pelo eminente Ministro Mário Henrique Simonsen bemdemonstra o sentido de defesa da bolsa do povo, da economiapopular ensinando- a pechinchar e a fazer com que a defesa doconsumidor, em toda extensão, em toda profundidade, em toda suaexcelência, venha a ser diversificada, compreendida, e, sobretudo,co-participada pela população em geral, principalmente as ca­madas de menor pUder aquisitivo.

Todavia, Sr. Presidente, o problema subsiste, pois a legislaçãoque temos é manifestamente insuficiente, em que pese os esforçosrealizados na órbita governamental, os quais já ressaltei. Mas osinteresses, as patranhas desses monstros tentaculares, desses mons­tros de mil caras, desses verdadeiros polvos sempre ávidos porsugar a economia do povo e a esmagar o desejo sincero e ativoda subsistência popular, esse desejo imoderado tem levado a dis­torções e a formas que vulneram lamentavelmente o pouco de le­gislação que temos na matéria.

Por efeitos colaterais alinham os trustes exatamente um con­trole de 84% da venda de remédios em nosso País. E tambémneste quinto maior comércio mundial do assunto eles conseguemescamotear as informações devidas para o público brasileiro, quetem o direito de saber a verdade e de conhecer integralmente quaisas indicações dos remédios. Vemos alguns remédios com três ouquatro indicações rigorosamente provadas nos Estados Unidos e·na Europa para debelar alguns males. E, aqui, esses mesmos re­médios são indicados para 15 ou 20 finalidades diferentes, sendoque o excesso e a diferença valem apenas para aspectos publici­tários. Também no que concerne as contra-indicações, aos efeitoscolaterais, vemos como são escamoteadas, como são suprimidas,não apenas das bulas que informam o consumidor em geral, quetem o direito de saber a verdade, mas são escamoteadas as infor­mações devidas para a briosa classe médica brasileira, porque osmédicos, no consultório, quando recebem o propagandista com asamostras grátis, chaveiros e uma série imensa de bugigangas quenada têm a ver com a Medicina, ainda recebem informações omis­sas, informações deturpadas, informações cavilosas e que visama não comprometer o ímpeto da venda e da comercialização dessesremédios.

E, com isso, os brasileiros chegam a morrer. Os exemplos aíestão: dezenas e dezenas de remédios que vão vulnerar milharese milhões de pessoas pelo imenso território desta Nação conti­nental. Eu poderia multiplicar os exemplos com facilidade. A te­traciclina, por exemplo, é um antibiótico poderoso que serve paramúltiplas indicações, tais como para debelar um linfogranulomavenéreo ou uma infecção amebiana. Nos Estados Unidos é vendidocom a seguinte recomendação, sob chancela da FDA: "Nunca dêeste remédio a quem sofre dos rins, a quem tem insufiência renal,porque it might be fatal". Isso está escrito com todas as letras.Pode ocasionar a morte. ,

Ora, no Brasil, na Argentina e nos outros países existem la­boratórios que omitem essa informaçiio. Na bula da tetraciclina,especificamente, é omitido esse aspecto, dentre outros que pode­riam ser lembrados.

E o que acontece? O paciente, indo ao consultório de ummédico brasileiro, de um médico que, por acaso, não tenha tempoou dinheiro para aprender a ler em inglês o que é publicado nosEstados Unidos, sob a chancela da Food and Drug Administration,poderá receber uma receita de tetraciclina, dada em sã consciên­cia para debelar aqueles males. E esse irmão nosso, brasileiro, aosair do consultório com a prescrição assinada, vai à farmáciamais próxima adquirir o remédio para debelar o seu mal, e, aorecebê-lo, pode morrer, e morre, nas mais das vezes, de imediato,com essa injeção, exatamente porque a tetraciclina vai operarsobre seus rins, que já estão doentes, e isto vai ocasionar a suamorte. São mu'itos os casos que podem ser liIlinhados nesta matériae que mostram a falta de pudor, a falta de caridade, a falta ele­mentar de sentido humanitário, quando não vulneram a próprialegislação penal que temos no nosso País.

Concedo apartes aos nobres colegas. Apenas apelo modesta­mente para que sejam breves, por obséquio, dada a exigüidade dotempo e a enormidade dos assuntos que me trazem hoje à tribuna.Ouço o nobre Deputado Célio Marques ))'ernandes.

O Sr. Célio Marques Fernandes - Sr. Deputado, desejo ressal­tar a luta de V. Ex.a em torno do assunto. Na CPI e depois nesteplenário, quando discutimos as conclusões, V. Ex.a fez essa série

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de acusações. Remédios que deviam garantir-nos saúde, causam··nos a morte. V. Ex." bem diz que o Governo está interessado emresolver o problema, mas não resolve. Precisamos fazer um movi··mento geral de opinião pública, a começar daqui, dos que repre··sentam o povo, para mostrar que não pode mais continuar esseestado de coisas. Um remédio é receitado para um cidadão quesofre de outro mal. Conseqüência: ele fica doente dos rins. Ora,não é possível que isso continue. Quero felicitar V. Ex." e encora­já-lo a. continuar na. luta, porque só lutando é que se consegue avitória final. Estaremos a seu lado para mostrar a necessidadeda luta em defesa do povo, pois não é possível continuar da ma­neira como está.

O SR. NINA RmEIRO - Agradeço a V. EX." o aparte. Logo aseguir ouvirei outros colegas. Peço licença para prosseguir umpouco no assunto.

Alguml18 vozes maldosas se ergueram e em críticas aos nossospronunciame~tos disseram: "O que o Deputado Nina Ribeiro pedejá existe - a Lei n.O 6.360, de 23 de setembro de 1976, que obrigaa publicação dos efeitos colaterais". Mas existe, por um lado, oua ignorância do problema ou a maldade de querer com meiasverdades pintar realmente um quadro por inteiro. É aquilo quejá dizia o velho Mestre Machado de Assis: "Diga-se a verdade,mas por inteiro, porque a verdade pela metade equivale a umamentira completa". É a dura realidade. Não desconheço por certoessa legislação, votada nesta Casa com a nossa contribuição, in­clusive com a contribuição valiosa de eminentes colegas, legislaçãoque representa um passo decisivo na melhoria desse campo. Lou­vam<m na ocasião os esforços de S. Ex.a , o Ministro da Justiça.Mas isso não basta, não encerra o assunto, não esgota as possibi­lidades de fraude e sobretudo do vulnerar dos legítimos anseiosdo povo brasileiro, como subsistir, viver, prosseguir na sua ca­minhada, embora a duras penas. O art. 81 da Lei n.o 6.360, ele23-9-76, dá o prazo de um ano às empresas farmacêuticas paraelaborarem as alterações e adaptações necessárias. Achamos, d~

saída, o prazo muito longo. Enquanto isso os doentes vão morrendopelo caminho. Mas não é tudo. Não há qualquer exigência sobrea. publicação das substâncias que compõem os cosméticos e pro­<lutos de beleza. Sabemos que manifestações alérgicas têm ocorridoe podem continuar a ocorrer exatamente em virtude dessa igno­rância.

Peço, no meu projeto, que seja publicado o conteúdo por umprincípio elementar de virtude. Jlj aquilo que o Presidente Kennedydizia, dentre os direftos fundamentais e cardiais do consumidor,o direito de ser informado, o direito de saber, o direito de sabero que está comprando. Há até um despudor por parte de algunsrepresentantes de produtos de beleza, como os cosméticos Eliza­beth Arden. Encontramo-nos ocasionalmente em São Paulo, naagência do Sr. Mauro Sales. Eu dizia: "Por que não publicar oconteúdo das fórmulas desses produtos de beleza?" E aquele se­nhor respondeu-me: "Para que uma firma (longênere não venhacopiar a nossa fórmula". Ora, isto é um absurdo, Srs. Deputados.se uma firma congênere copiar, é um caso a ser resolvido nostribunais por perdas e danos. Não se tem direio de enganar a boa­fé de uma população inteira, que poderá inclusive escapar de ma­les terriveis da pele. Os dermatólogos aí estão para informar quesenhoras e senhoritas, só em nosso meio, vão aprender que deter­minado produto faz mal pela via dolorosa, depois que as queima­duras já apareceram, depois que a pele empolou e que outrasmales mais sérios se manifestaram. Mas não é apenas na questãodos cosméticos; a burla nos chamados efeitos colaterais continuaenorme, e a lei existente, ao contrário do meu Projeto n.o 3.442,deste ano, não impede coisa nenhuma. Os laboratórios em nossoPais - como já dissemos - controlam 84% do movimento devendas de remédios, faturando mais de um bilhão de dólares noquinto- maior mercado de remédios de todo o mundo.' Pois bem,eles publicam apenas os efeitos colaterais de menor importância.

O meu projeto exige a publicação das indicações dos mesmosefeitos colaterais e das contra-indicações divulgados no país deorigem, só para que brasileiros não' contínuem a morrer desta ma­neira. Eles publicam, por exemplo, Srs. Deputados, que algunsremédios podem causar leves náuseas, dores- de cabeça e outrosefeitos até certo ponto despiciendos, mas omitem que aquelasmesmas drogas poderão provocar uma parada cardíaca ou umaapoplexia ou, com o advento da síndrome de Grey, a morte dorecém-nascido. Esses aspectos mais terrificantes baixariam a ven­da do produto ou chamariam, pelo menos, a atenção e a cons­ciência do público em geral e da classe médica esflecifícamente,classe que, neste momento, está tendo dificuldades de receitarbem, porque, simplesmente, não é bem informada, e ninguém podeadiVinhar. Repito, um médico brasileiro, cônscio das suas obri­gações, ao qual rendemos a nossa homenagem e o nosso tributo,a não ser que tenha tempo e dinheiro para ler o que se publicanos Estados Unidos sob a chancela da Food and Drug Administra­tion, estará, em sã consciência, receitando remédios que podem cau­Sar males, inclusive alguns - dezenas deles eu cito na justificativado meu projeto de lei - que podem levar -à morte o paciente emvez de curá-lo.

Concedo o aparte a V. Ex."

O Sr. Jorge Arbage - Nobre Deputado Nina Ribeiro, à pro­porção que são revelados fatos estarrecedores como aqueles levadosao ar pela Rede Globo de Televisão, mostrando que mais de umacentena de medicamentos condenados nos Estados Unidos sãovendidos livremente no Brasil, a luta de V. Ex.", no desfraldara bandeira em favor do consumidor brasileiro, ganha notorie.dadee a simpatia do consenso brasileiro. O Ministro da Saúde, pordecisão desta augusta Casa, já se acha convocado para aqui com­parecer, a fim de esclarecer aqueles fatos revelados no programa"Fantástico", da Rede Globo de Televisão. Nós também, nobreDeputado Nina Ribeiro, coerentes com esse princípio de defesado consumidor, apresentamos projeto de lei nesta Casa, que tra­mita pelas Comissões Técnicas, estabelecendo a obrigatoriedadeda fixação das datas de validade em todos os enlatados vendidosno País. Portanto, queremos, nesta oportundade, apresentar aV. Ex.a a nossa solidariedade integral pela luta extraordináliaque vem desenvolvendo em todo o curso do seu mandato, o quedemonstra, sem sombra de dúvida, que o con.sumidor brasileironão está totalmente desprotegido.

O SR. !(IUNA RIBEIRO - Fico verdadeiramente emocionado,eminente Deputado Jorge Arbage, quando vejo homens do talentode V. Ex." e também outros companheiros de ambos os partidosse irmanarem para que tudo isto realmente galvanize um movi­mento, a rigor, de defesa do povo brasileiro, acima das distinçõespartidárias. Vemos órgãos da importância da Rede Globo, emprogramas como "Fantástico" e "Painel", divulgarem denúnciasque originariamente eram nossas, que trouxemos para esta Casadesde o ano passado e reiteramos no dia 16 de março último,quando apresentamos projeto de lei que visa a coibir essas irre­gularidades. Fui buscar informações até nos Estados Unidos, empesquisa por mim custeada, vasculhando órgãos públicos e priva­dos, como a organízação do Sr. Dalph Nader, intimorato cavaleiroandante da nossa época, verdadeiro Dom Quixote que investenão contra moinhos de vento, mas contra o poder tentacular dasmultinacionahi, que muitas vezes existem apenas para infelícitarmuitos povos.

O Sr. Getúlio Dias - Permite-me V. Ex." um aparte?O SR. NINA RIBEIRO - Concedo o aparte a V. Ex.a , emi­

nente Deputado Getúlio Días.O Sr. Getúlio Dias - Antes de mais nada, quero cumprimentar

V. Ex." pela atividade que vem desenvolvendo nesta Casa emdefesa do consumidor, de que todos somos testemunhas. Saúdepública, Deputado Nina Ribeiro, é problema de segurança nacional.­Este, sim, é problema de segurança nacional. Em razão disto, eufaria uma indagação a V. Ex.", já que Parlamentares, em outraslegislaturas, levantaram o problema da saúde públiea no Brasil,apontando aquele elenco enorme de medicamentos que, proibidosnos Estados Unidos, aqui são franqueados ao consumo público,deteriorando a saúde do brasileiro. Indago de V. Ex." se não es­tavam corretos aqueles que solicitavam do Governo a nacionaliza­ção do setor, porque saúde pública, dizendo respeito à saúde dopovo, é questão de segurança nacionaL Razão por que gostariaque V. Ex." equacionasse também, em seu pronunciamento, o pro­blema da segurança nacional com a saúde pública e com a na­cionalização deste setor fundamental da vida brasíleira.

O SR. NINA RIBEIRO - Agradeço a V. Ex." o aparte, e sótenho a dizer que a Central de Medicamentos, criada no Governodo eminente brasileiro General Emílio Garrastazu Médici, surgiude uma maneIra tão bem concebida, tão aperfeiçoada, que a civi­lizada Suécia copiou o nosso modelo. Informações seguras derevistas médicas, não apenas suecas, mas também da Itália,' insus­peitas, atestam que o modelo da Central de Medicamentos bra­sileira foi copiada pela Suécia, e outros países também espreitavamalvissareiramente a solução nacional para esse aspecto. Lamen­tavelmente, a Central de Medicamentos não cresceu na medidapor nós desejada dai para a frente. Temos de realmente cerrarfileiras em torno desse setor, estimulando-o, quando for o caso,até com sugestões valiosas que venham de ambas as bancadas, paraque essa iniciativa muito bem concebida, que encontra respaldoe idealismo em todas as áreas, prospere e possa beneficiar o con­sumidor em geral, não apenas no setor de remédios, com os melho­res resultaàos. Por isso, Ex....., criamos a Associação Nacional deDefesa do Consumidor - ANDEC - com o apoio de muitos colegascom assento nesta Casa e no Senado da República. E lançamosdois livros, agora publicados e oferecidos a todo o público brasi­leiro: "O meu Depoimento Perante a CPI do Consumidor" e "EmDefesa do Consumidor". Estes livros, que serão vendidos pelo re­embolso postal, denunciam esses e outros abusos e têm tambéma finalidade de tornar possivel o crescimento independente danossa ANDEC, organismo público sem finalidade luerativa, re­conhecido de utilidade pública, que espera servir o nosso povo, játão sofrido e oprimido, nesta matéria. Nossa caixa postal, emBrasília, tem o n.o 7/321. Srs. Deputados, temos realmente o desejode prosseguir nesta luta. Concedo o aparte ao eminente DeputadoCantídio Sampaio.

O Sr. Cantídio Sampaio - Desejava apartear V. Ex." já hábastante tempo, mM como estamos nos últimos instantes de sua

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Setembro de 1977 DIARI0 DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 7 7839'

Acre

Nosser Almeida - ARENA; Ruy Lino - MDR

ParáAJacid Nunes - ARENA; Edison Bonna - ARENA; João Me­

nezes - MDB; Juvêncio Dias - ARENA; Ubaldo Corrêa - ARENA.

MaranhãoEurico Ribeiro - ARENA; João Castelo - ARENA; Luiz Rocha

- ARENA; Magno Bacelar - aRENA; Vieira da Silva - ARENA.

PiauíCelso Barros - MDB; Correia Lima - ARENA; Hugo NapoleãoARENA; MUTilo Rezende - ARENA; Pinheiro Machado ­

ARENA.

oracão - V Ex.a certamente tem bastante coisa a dizer aindasobre o assunt.o - e como a Liderança tem a sua hora vaga, depoisda Ordem do Dia, gostal"ia de pedir a V. Ex.a , justamente para.dar ensejo aos seus colegas de debater a matéria, a alguns que,como eu, discordam de V. Ex.a nesse campo, que se inscrevessepara falar n"sse horário, a fim de debatermos a questão sem oatropelo a que V. Ex.a se viu obrigado.

O SR. NINA RIBEIRO - Agradeço ao eminente DeputadoCantidio Sampaio a oferta, mlas confesso achar-me curioso dever um talento como o de V. Ex.a se declarar contra a matéria.Realmente, fico perquirindo os desvãos do meu modesto raciocíniopara ver com.) V. Ex.a, com a honradez e, inclusive, os atributosque ornam a personalidade intelectual de V. Ex.a , possa declarar-secontra uma campanha ou uma pregação desse jaez, que logra atéunificar, nesta Casa, as duas Bancadas.

Um dos raros pontos que tem um denominador éomum, quenão. separa e não distingue ARENA de MDB, nem distingue Ban­cadas do Norte ou do Sul, ou de qualquer região deste País, é adefesa do consumidor, exatamente no setor precípuo que estamosferindo no dia de hoje, o dos remédios.

Queremos apenas, eminente Deputado Cantídio Sampaio, quehaja um direito de informação do povo brasileiro. Não estou pe­dindo que essas multinacionais sejam expulsas do País, ou quesejam banidas pelos crimes que muitas vezes cometem. Isto seriatalvez desejável. Mas não estou pedindo isto no meu projeto delei. Estou exigindo apenas que haja a publicação do inteiro teordos remédios' e não apenas de sua indicação criteriosa e cientifica.Queremos que os efeitos colaterais, que as contra-indicações se­jam publicadas, a fim de que o público em geral e, principalmente,a classe médica possa realmente saber o que estão receitando ou() que estão consumindo.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Comunico ao nobreorador que o tempo destinado a 8. Ex.a já se encontra esgotado.

O SR. NINA RIBEIRO - Sr. Presidente; sou disciplinado e,embora meu tempo tenha sIdo invadido pelo orador anterior,cumpro rigorosamente a determinação de V. EX,a

Vou encerrar, dizendo que aceito o que me foi oferecido, emnome da Liderança da Maioria, pelo eminente Deputado CantidioSampaio. De modo que, se V. Ex.a houver por bem, considero-meinscrito, pelas mãos de V. Ex.a, para que, após o periodo especificode apresentação de proposições, eu possa voltar a este tema ereceber o' que considero um prêmio, um galardão: o aparte doseminentes colegas, que realmente trazem brilho a este descoroçoa­do discurso. .

O Sr. Cantidio Sampaio - Não apoiado.

O SR. NINA RIBEIRO - Quero essas informações, desejo-asmuito, porque falamos em uníssono, sobretudo quando se tratada defesa do povo brasileiro. Muito obrigado. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr, Nina Ribeiro, o Sr. JoãoCHmaco, 3°-Secretário, deixa a cadeira da presidéncía, queé ocupada pelo Sr. Marco Maciel, Presidente.

O SR, PRESIDENTE' (Marco Maciel) - Está findo o tempodestinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs.:jader BarbalhoJosé CamargoDiogo NomuraPeíxoto FilhoAntônio Morais

Antunes de OliveiraFrota - MDB.

AmazonasMDB; Joel Ferreira - MDB; Mário

CearáErnesto Valente - ARENA; Flávio Marcílio - ARENA; Josias

Gomes - ARENA; Mauro Sampaio - ARENA; Ossian Araripe ­ARENA; Paes de Andrade - MDB; Paulo Studart - ARENA,

Rio Granrle do NorteAntônio Florêncio - ARENA; Francisco Rocha - MDB; Hen-

rique Eduardo Alves MDB; Pedro Lucena - MDB; VanderleyMariz - ARENA.

ParaíbaÃlvaro Gaudêncio - ARENA; Antônio Mariz - ARENA; Arnal­

do Lafayette - MDB; Marconde~ Gadelha - MDB; Maurício Leite- AItENA; Wilson Braga - ARENA.

PernambucoCarlos Alberto Oliveira - ARENa; Fernando Lyra - MDB;

Geraldo Guedes .- ARENA; Gonzaga Vasconcelos - ARENA;Inocêncio Oliveira - ARENA; Joaquim Coutinho - ARENA; Linse Silva - ARENA; Ricardo Fiuza - ARENA; Sérgio Murilo - MDR

AlagoasAntonio Ferreira - ARENA; Geraldo Bulhões - ARENA; Vi­

nicius Cansanção - MDB.SeJrgipl'

Celso Carvalho - ARENA; José Garlos Teixeira - MDB.. Bahia

Afrisio Vieira Lima - ARENA; Henrique Brito - ARENA; Hil­dérico Oliveira - MDB; João Durval- ARENA; Jutahy Magalhães- ARENA; Leur Lomanto - ARENA; Lomanto Júnior - ARENA;Ney Ferreira - MDB; Odu'lfo Domingues - ARENA; RómuloGalvão - ARENA; Ruy Bacelar - ARENA; Vasco Neto - ARENA;Viana Neto - ARENA; Wilson Falcão - ARENN.

Espírito SantoAloisio Santos - MDB; Gerson Camata - ARENA; Henrique

Pretti - ARENA; Mário Moreira - MDB; Moacyr Dalla - ARENA;Parente Frota - ARENA.

Rio de Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alacir Ferreira - ARENA; AlvaroValle - ARENA; 'Ãrio Theodoro - MDB; Célio Borja - ARENA;Darcílio Ayres - ARENA; Dayl de Almeida - ARENA; EduardoGalil - ARENA; Emanoel Waisman - MDB; Erasmo MartinsPedro - MDB; Flexa Ribeiro - ARENA; Hélio de Almeida ­MDB; Hydekel Freitas - ARENA; JG de Araújo Jorge - MDB;Joel Lima - MDB; José Bonifácio Neto - MIm; José Maurício- MDB; Léo Simões - MDB; Leônidas Sampaio - MDB; LygiaLessa Bastos - ARENA; Mac Dowell Leite de Castro - MDB; Mar­celo Medeiros - MDB; Miro Teixeira - MDB; Osmar Leitão,-ARENA; Pedro Faria MDB; Rubem Dourado MDB; RubemMedina - MDR .

Minas GeraisAécio Cunha ARENA; Altair Chagas ARENA: Batista

Miranda - ARENA; .Cotta Barbosa -. MDB; Francisco Bilac Pinto- ARENA; Genival TourinhG - MDB; Geraldo Freire - ARENA;Homero Santos - ARENA; Humberto Souto - ARENA; IbrahimAbi-Ackel - ARENA; Jairo Magalhães - ARENA; Jorge Ferrjl.z- MDB; José Bonifácio - ARENA; ,Juarez Batista - MDB; LuizFernando - ARENA; Melo Freire - ARENA; Navarro Vieira ­ARENA; Nelson Thibau - MDB; Raul Bernardo - ARENA; RenatoAzeredo - MDB; Sinval Boa,entura - ARENA; Tancredo Neves- MDB; Tarcisio Delgado - MDB.

São Paull{l

Adalberto Camargo - MDB; A.H. Cunha 13ueno - ARENA;Airton Sandoval - MDB; Airton Soares - MDB; Alcides Fran­ciscato - ARENA; Amaral Furlan - ARENA; Antonio Morimoto- ARENA; Blota Junior - ARENA; Cardoso de Almeida ­ARENA; Dias Menezes - MDB; Edgar Martins - MDB; FariaLima - ARENA; Ferraz Egreja - ARENA; Gioia Junior ­ARENA; Herbert Levy - ARENA; Israel Dias-Novaes - MDB;Ivahir Garcia - ARENA; João Arruda - MDB; João Pedro ­ARENA; Jorge Paulo - MDB; Minoru Massuda - MDB; OctavioTorrecilla - MDB; Otavio Ceccato - MDB; Pacheco Chaves ­MDB; Ruy Côdo - MDB; Santilli Sobrinho - MDB; Sylvio Ven­turolli - ARENA; Yasunori Kunigo - MDB.

Goiás

Elcival Caiado - ARENA; Fernando Cunha - MDB; Helio. Levy - ARENA; Hélio Mauro - ARENA; Iturival Nascimento ­MDB; Jarmund Nasser - ARENA; Rezende Monteiro - ARENA;Wilmar Guimarães - ARENA.

Mato Grosso

Antonio Carlos de Oliveira - MDB; Benedito Canellas ­ARENA; Gastão Müller - ARENA; Ubaldo Barem - ARENA; Wal­ter de Castro - MDR

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7840 Quarta-feira '1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setenlbro de 19'1T

ParanáAdriano ValIente - ARENA; Agostinho Rodrigues - ARENA;

Alípio Carvalho - ARENA; Alvaro Dias - MDB; Antônio Ueno- ARENA; Ary Kffuri - ARENA; Cleverson Teixeira - ARENA;Expedito Zanotti - MDB; Fernando Gama - MDB; Flávio Giovini- ARENA; ítalo Conti - ARENA; João Varg'as - ARENA; NelsonMaculan - MDB; Norton Ma~êdo - ARENA; Olivir Garbado ­MDB; Osvaldo Buskei MDB; Pedro Lauro - MDB; Samuel Rodri­gues - MDB; Santos Filho - ARENA; Sebastião Rodrigues Júnior- MDR

Santa CatarinaAbel Avila - ARENA; César Nascimento - MDB; Ernesto de

Marco - MDB; Henrique Córdova - ARENA; Jaison Barreto ­MDB; José Thomé - MDB; Laerte Vieira - MDB; Walmor deLuca - MDB; Wilmar DaUanhol- ARENA.

Rio Grande do Sul

Alceu CoUares - MDB; Alexandre Machado - ARENA; Alui­zio Paraguassu - MDB; Arlindo Kunzler - ARENA; Augusto Trein- ARENA; Carlos Santos - MDB; Cid Furtado - ARENA; HarrySauer - MDB; João Gilberto - MDB; Lauro Leitão - ARENA;Lidovino Fanton - MDB; Magnus Guimarães - MDB; MárioMondino - ARENA: Nunes Leal- ARENA; Odacir Klein - MDB;Vasco Amaro - ARENA.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDR

VI - ORDEM DO DIA

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - A lista de presençaacusa o comparecimento de 212 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentarpoderão fazê-lo.

O SR. HUMBERTO LUCENA - Projeto de lei que dispõe sobrea atualização salarial para os empregados demitidos sem justacausa pelo empregador.

A SR.a LYGIA LES,SA BASTOS - Requerimento de consigna­ção nos Anais da Casa de voto de congratulações com a Diretoriada Campanha Nacional d~ Escolas da Comunidade pelo transcursoda data de sua fundação.

- Requerimento de consignação nos Anais da Casa de voto decongratulações com a Diretoria do Teatro de ópera do Rio de Ja­neiro pelo transcurso do 18.° aniversário de sua fundação.

O SR. DASO COIMBRA - Requerimento de consignação nosAnais da Casa de voto de congratulações com a Igreja Metodista doCatete, no Rio de Janeiro, pelo transcurso do 90,° aniversário deconstrução de sua primeira capela no BrasiL

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES - Requerimento deconsignação nos Anais da Casa de voto de pesar pelo falecimentodo Sr. Neri da Silva Cardoso, de São Borja, Rio Grande do Sul.

O SR. ALBERTO LAVINAS - Projeto de lei que altera a re­-dação do art. 57 da Lei Orgânica da Previdência Social .

O SR. PRESIDENTE (Marco Maeiel) - Vai-se passar à votaçãoda matéria que está sobre a mesa e a constante da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte

REDAÇãO FINAL

REDAÇãO FINAL DO PROJETO DE LEI N.o 335-B, DE 1975

Isenta de custas os atos praticados no Juizado de ;~le­

nores, independentemente de comprovação de pobreza daspartes.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 São isentos de custas os atos judiciais praticados noJuizado de Menores, quando de sua iniciativa, independenteme-ntede comprovação de pobreza dEIS partes.

Parágrafo único. Não se incluem na isenção os atos deconell-tes de processo por infração às leis de proteção aos menores.

Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na data da sua publica~ão.

Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Comissão de Redação, 6 de setembro de 1977. - Daso Coim!IJra,Presidente; .João Castelo, Relator; Aleir Pinlenta.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel> - Os Srs. que a aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senapo Federal.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos o seguinte

REQUERIMENTO

Sr. Presidente,

Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex.a , que seja designada,parte da sessão do dia 20 do corrente mês (setembro), para serprestada uma homenagem a Epopéia Farroupilha, data históricaque deve ser reverenciada por esta Câmara dos Deputados.

Brasília, 6 de setembro de 1977. - Célio Marques Fernandes.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs, que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.) .

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -

Discussão única do Projeto de Lei n.O 2. 834-A, de 1976,que declara de utilidade pública as duas potências Maçôni­cas Grande Oriente do Brasil e Grandes Lojas, os GrandesOrientes Estaduais e as Grandes Lojas Estaduais, bem co­mo as Lojas filiadas às duas potências; tendo parecer, daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionali­dade, juridicidade e, no mérito, pela aprovação. mo Sena­do Federal.) - Relator: Sr. Erasmo Martins Pedro.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Antônio Bresolin, para discutir o projeto.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN (MDB - RS. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, sempre que se discuteprojeto desta natureza tenho trazido minha palavra de apoio, nodesejo, inclusive, de prestigiar o Congresso Nacional. Nada existena Constituicão que vede a aprovação de projeto desta ordem. E,tanto é verdade, que este projeto, de singular importância porquedeclara de utilidade pública as duas potências maçônicas GrandeOriente do Brasil e Grandes Lojas, os Grandes Orientes Est9duaise as Grandes Lojas Estaduais, benl como as Lojas filiadas às duaspotências, teve parecer favorável da Comissão de Constituição eJustiça.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, sou católico praticante, mas co­nheço os serviços que a Maçonaria presta ao nosso País.

Quando Deputado Estadual, o primeiro projeto que apresenteifoi justamente dispensando do Imposto de Transmissão Intervi'TOSa escritura do terreno em que a Loja Maçônica de Ijui construíasua sede. Mais tarde, criador e, durante quatro anos, Presidente doInstituto de Menores de Ijuí - organização modelar que hoie sesitua entre as melhores do Rio Grande do Sul - sempre que delanecessitei, a Loja Maçônica se fez presente. Sou testemunha dotrabalho que os maçons realizam, inclusive na mínha terra natal,Cruz Alta, onde existe uma Loja Maçônica constituida de figurasexponenciais do mundo político, econômico financeiro e agropecuá­rio daquele Município.

Este projeto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que tem parecerfavorável da douta Comissão de Constituição e Justiça, deve seraprovado. Será uma maneira não apenas de prestigiar este Par­lamento, mas de prestigiar aquela Comissão. Por mais de uma vezdiscuti projetos de minha autoria que foram considerados inconsti­tucionais por aquele órgão técnico e, sempre que se argumentavacontra as minhas proposições, dizia-se que, se o projeto tivesse oparecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, seriaaprovado.

Tratando-se de projeto de tão singular importância. que vaibeneficiar instituicões que estão prestando grandes serviços à nossaPátria e que, inclusive, influíram decisivamente no destino do Bra­sil, espero que venha a merecer a aprovação por parte da ilustradarepresentação da ARENA nesta Casa, já que o MDB sempre votaa favor de proposições que visam a proteger instituições que pres­tam serviços à comunidade brasileira.

, O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para discutir o proj eto,

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES (ARENA - RS. Sem re­visão do orador.) - S1'. Presidente, nobres Deputados, o projeto oraem discussão. originário do Senado Federal, é de autoria do SenadorOsires Teixeira. O autor do projeto reconhpce que a declaração deutilidade pública é disciplinada pela Lei n.o 91, de 28 de agostode 1935, e regulamentada também pelos Decretos n.os 50.517/61 e60.931/71. afirmando que o caminho legislativo já foí largamenteutilizado. E citam que esta Casa e o Governo da República já decla­raram de lttilidade pública o Lions Club, o Rotary Club do Brasile a Associacâo Cristã de Mocos. Assim, três entidades foram decla­radas de utilidade pública, por iniciativa do Legislativo, com aconcordância do Executivo. Estes argumentos dificilmente podemser contestados. Os episódios anteriormente citados são conhecidospor todos. Há aquela velha tese do poder concorrente, segundo aqual a utilidade pública pode ser concedida por decreto do Executi­vo, ou através de uma lei de iniciativa do Legislativo.

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I, Quarta-feira ':I 7841

Sr. Presidente, as potências maçônicas realizam - e isso nin.­guém pode negar - comprovada e continuadamente obras de rele­..ante valor social, desde a época da Monarquia, quando todos osgovernos eram maçons, até hoje. Mas não fa,z mal a ninguém sermaçom; ao contrário, o maçom procura fazer o bem. Entretanto,o problema não é posto nesses termos, mas, sim, em termos jurídl.­coso Não vejo razão para não aprovarmos o projeto, já que o LionsClub, o Rotary Club do Brasil e a Associação Cristã de Moças jáobtiveram a condição de utilidade pública. São muitos os argumen­tos contrários, mas também são inúmeros os favoráveis ao projeto,tendo em vista as realizações da maçonaria em todas as ;mRS po­tências, quer as estaduais, quer as demais lojas a ela filiadas. NoRio Grande do Sul, a maçonaria é muito forte. Passou por umperíodo fraco, mas hoje há vários Governadores no Brasil, que sãomaçons. Se formos verificar, encontraremos a maioria desta Casaformada de Deputados maçons. O fato não deve ser surpresa paraninguém. Aquilo que há tempos era segredo, hoje se tornou conhe­cido de todos. Há poucos dias, um ilustre maçom, da tribuna destaCâmara, elogiou a maçonaria e o seu trabalho em beneficio dacoletividade brasileira.

Sr. Presidente, se reconhecemos que a maçonaria presta rele­vantes serviços, se, por outro lado, esta Casa já concedeu o titulode utilidade pública às três entidades citadas, por que negá-lo àspotências maçônicas Grande Oriente do Brasil e Grandes Lojas,inclusive às entidades estaduais a elas filiadas?

Aí fica, Sr. Presidente, o meu voto favorável ao projeto. Nãonos esqueçamos de que esta Casa já declarou outras entidades deutilidade pública. Além disso, a velha tese da competência concor­rente do Legislativo e do Executivo vem em abono do nosso pont.ode vista.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Daso Coimbra, para discutir o projeto.

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, no mérito, louvável é o projetode autoria do Senador Osires Teixeira, ·apresentado em 1975, noSenado Federal e já aprovado naquela Casa. Aqui recebeu parecerfavorável da Comissão de Constituição e Justiça e vem hoje aplenário para nossa apreciação.

Realmente grande é a contribuição da Maçonaria para oprogresso das nossas instituições e também no campo da filan­tropia, da cultura e da beneficência social. As potências maçônicasa Grande Oriente do Brasil e as Grandes Lojas são contempladasneste decreto, assim como as organizações regionais, os OrientesRegionais, sendo consideradas de utilidade pública.

Sr. Presidente, realmente, para a formação da nossa naciona­lidade muito contribuiu a maçonaria. Maçon era Tiradentes. A

. Inconfidência Mineira teve na maçonaria um de seus grandesimpulsionadores. Maçons eram José~ Bonifácio, Gonçalves Ledo eD. Pedro r. A Independência do Brasil repousou no tripé da moço­naria. Também maçons foram grandes lideres da nossa República:Benjamim Constant, José do Patrocínio e muitos outros. 11:, pOl~­

tanto, grande a contribuição da maçonaria para as instituiçõesbrasileiras e para a formação da no~sa nacionalidade.

Sr. Presidente, o que tem feito a maçonaria em termos defilantropia é indiscutível. Em qualquer Estado brasileiro encon­traremos organizações de assistência a menores, orfanatos, oucolégios montados pela maçonaria. Nenhum dos lideres maçônicosrecebe qualquer remuneração para exercer suas atividades. Logo,a entidade tem tudo para que seja considerada como de utilidadepública. No entanto, se, no mérito, estamos de acordo, já há umponto de vista firmado nesta Casa: é o estabelecido em votaçãosucessivas, em que projetos similares foram rejeitados. Isto, por­que a concessão do título de utilidade pública é hoje definida porlei como ato meramente administrativo. Trata-se, efetivamente,de ato de decreto do Poder Executivo, que o faz após a verificaçãodo cumprimento de determinadas exigências, que somente aquelePoder tem condições de fazer.

Assim sendo, Sr. Presidente, embora louvando os grandes atospraticados no campo da benemerência pela maçonaria e exaltandoa contribuição dos lideres maçônicos para a formação da nossanacionalidade, somos obrigados, por coerência, por já havermosvotado contrariamente em casos análogos e por entender que aatribuição é do Poder Executivo, a votar contrariamente à aprova­ção do projeto.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) _ Tem a palavra o Sr.Nunes R?cha, para discutir o projeto.

O SR. NUNES ROCHA (ARENA - MT. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, é altamente louvável o projeto,oriundo do Senado Federal, que ora discutimos e que declara deutilidade púbHca as potências Maçônicas, Grande Oriente do Brasile Grandes Lojas, os Grandes Orientes Estaduais e as GrandesLoj as Estaduais, bem como as Loj as filiadas às duas potências.

Sr. Presidente, temos çl.e nos curvar aos grandes benefíciostrazidos pela Maçonaria à nossa História. Debruçando-nos sobre a

nossa História, vamos verificar que, desde a Independência, a Abo­lição da Escravatura, a Proclamação da República, enfim, sucessi­vamente, desde os mais notáveis fatos políticos acontecidos noBrasil, todos sempre tiveram como sustentáculo a Maçonaria. Enão só no Brasil, mas no mundo, tem tido essa instituição umpapel fundamental.

Por outro lado, discordamos da tese de que não tenha o Con­gresso Nacional 'competência para declarar de utilidade públicaqualquer entidade. Adotamos a Unha concorrente, isto é, que tantoo Poder Executivo quanto o Poder Legislativo têm competênciapara legislar sobre este assunto. Mas o privilégio dessa legislação,o poder legiferante, cabe ao Congresso Nacional.

Desta forma, coerentes com o parecer da douta Comissão deConstituição e Justiça, somos favoráveis a que a Cãmara dos Depu­tados aprove este projeto em tão boa hora para cá encaminhado.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Nina Ribeiro, para discutir o projeto.

O SR. NiNA RffiEIRO (ARENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, congratulo-me com o eminenteSenador Osires Teixeira pela iniciativa desta proposição que me­rece, unanimemente, o respaldo das duas Casas do Congresso.

Os oradores que me antecederam na tribuna já expenderam,à saciedade, considerações SObrE! o tema. Mas nunca será demaisdestacar o relevante papel. hisrorico e tradicional, de profundocunho social e filosófico, representado em nosso País pela Maçona­ria. Não será exagero çl.izer que um dos elementos fundamentaisno processo de nossa emancipação política - a Independência ­deveu-se, em grande parte" à Maçonaria.

Ao longo dos séculos da nossa História, o credenciamento delideres maçons tem emprestado à vida pública brasileira suas maisaltas culminâncias. Não enunciaria aqui uma lista de citaçõesporque, a rigor, seria interminável. E eu teria receio de omitirnomes da mais alta importância..

Fica, sobretudo, dentro da nossa consciência, o aspecto filo­sófico e mesmo metafísico, da Maçonaria, quando tudo é feito emfunção e visando ao escopo maior do Grande Arquiteto do Universo.Esta linguagem, esta forma de sentir e de pensar, a disciplina emfavor do real progresso da nossa coletividade, a importância da.Maçonaria no ensino em todos os graus e outros fatores positivossempre altamente merecedores de todos os elogios credenciam aslojas maçônicas - as Potências Maçônicas Grande Oriente doBrasil e Grandes Lojas, os Grandes Orientes estaduais e as Gran­des Lojas estaduais e ainda as Lojas regulares filiadas a ambasas ~otências.- a serem reconhecidas como de utilidade pública.Sera, sem duvida, honrar essas entidades, considerá-las de utili­dade pública, mas, reciprocamente, o próprio conceito de utilidadepública sairá também honrado.

O SR. PRESIDENTE (Marc!o Maciel) _ Não havendo maisoradores inscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.

Tarcísio Delgado, para encaminhar a votação.

O SR. TARCíSIO DELGADO (MDB - MG. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, encontra-se em fasede votação o Projeto de lei n.o 2. 834-A, de 1976 do Senado Fe­deral, que declara de utilidade pública as duas Pótências Maçôni­cas Grande Oriente do Brasil e Grandes Lojas. Esse projeto mere­c~u, naquela Casa. do Congresso Nacional, pareceres das Comis­soes competentes, Inclusive da Comissão de Constituição e Justi­ca, pela aprovação unânime. Foi ao Plenário do Senado Federalonde também mereceu aprovação unânime. Veio à Câmara do~Deputados e, na sua tramitação, foi às Comissões competentes.Na Comissão de Constituição e Justiça, mereceu parecer unânimepela constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa.Vem agora a Plenário para votação.

. Alega a Liderança da AREN'A que vota contra o projeto emVIrtude de impedimento C'.onstltucional, não quanto ao mérito.Queremos, todavia, demonstrar, no encaminhamento da votação,que a ARENA vai votar contra o mérito da proposição, pois re­jeitando o projeto na Câmara dos Deputados, entende a ARENAque as Lojas Maçônicas - as Potências Grande Oriente do 'Bra­sil e Grandes Lojas não são, no mérito, de utilidade pública.

Quanto à alegação, isto já foi discutido amplamente na Casanas Comissões Técnicas e no Plenário. A competência da inicia':tiva de projetos de lei sobre utilidade pública, no mínimo é con­corrente - do Poder Executivo e de membros do Congre'sso Na­cional E por que, no mínímo, é concorrente? Porque o processolegislativo, Sr. Presidente e Srs. Deputados, está bem definido naConstituição Federal - arts. 46 e seguintes. Ali uão há qualquerimpedimento a que um membro do Congresso Nacional tome ainiciativa de projeto de lei sobre a utilidade pública de qualquerentidade. De sorte que a Liderança da ARENA não conseguirádemonstrar esse impedimento, à luz da Constituição, Por isso,

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'7842 Quarta-feira '7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) SeteD1bro de 197'7

veD1 a Liderança da Maioria e argumenta COD1 UD1a lei ordináriaque disciplina a concessão de títulos de utilidade pública. Essalei, poréD1, Sr. Presidente, não está no nível da Constituição Fe­deral. De D1odo que essa lei ordinária, contrariando o preceitoconstitucional, estará sendo inconstitucional, e não a iniciativado Deputado ou Senador, de apresentação de projeto dessa na­tureza. O vício de iniciativa há de ser perquirido com base notexto da Constituição, sendo que, explicitaD1ente, no bojo da LeiMaior não há esse iD1pediD1ento.

Sr. Presidente, uma lei ordinária não pode afastar de UD1meD1bro do Congresso Nacional o poder de iniciativa que lhe dá aConstituição Federal e esta nada diz eD1 contrário. AssiD1, qual­quer membro do Congresso Nacional pode ter a iniciativa de pro­jetos de lei sobre utilidade pública.

Esta questão já foi D1uito díscutida tanto no âmbito das Co­missões Técnicas C0D10 no Plenário da Casa. Todavia, reiterada­mente, vem a Liderança da Maioria rejeitando projetos C0D10 es­te, que estaD10s apreciando agora.

Queremos, mais uml. vez, deixar claro, com estas palavras,que o MDB votará pela aprovação do projeto, porque entendeque as entidades contempladas com o título de utilidade públicarealmente o são. Embora a Maioria arguD1ente com a preliD1inarde Inconstitucionalidade ou de defeito na iniciativa, não conse­guirá arrolar um artigo da Constituição que inquine esta inicia­tiva como tal. Ela votará, então, na verdade - embora os argu­mentos possam ser outros - contra O D1érito do projeto, o qualdeseja conceder esse título às Lojas Maçônicas.

Por isso, Sr. Presidente, ao declararD10s que a Minoria votarápela aprovação"'tlo projeto, mais uma vez Jevantamos aqui, nestePlenário - como temos levantado nas Comissões - o absurdoda interpretação da Maioria nesta matéria, chegando a proibir,inclusive, que um membro do Congresso Nacional tenha a ini­ciativa de tais projetos de lei, não por não estar vedado na Cons­tituição, mas, sim, porque existe lei ordinária que confere essainiciativa ao Sr. Presidente da República. A lei ordinária, entre­tanto, não pode afastar de um integrante do Congresso Nacional{l direito de iniciativa de projeto de lei sobre assunto não referidoexpressamente pela Constituição Federal A matéria faculta aqualquer membro do Congresso Nacional a iniciativa de projeto-de lei.

Por isso, votaremos favoravelmente, lamentando que a Maio­ria derrote· proj eto de tão grande alcance, porque ele nada maisfaz do que justiç.a às potências maçônicas, realmente de utilidadepública neste País, até por SU& história, sempre tão ligada à His­tória da própria Nação e aos acontecimentos mais significativose de maior relevo em toda a vida nacional.

O SR. PRESIDENTE (MarllO Maciel) - Tem a palavra o Sr.Cantidio Sampaio, para encaminhar a votação.

O SR. CANTIDIO SAMPAIO (ARENA - SP. Sem revi5ão doorador.) - Sr. presidente, Sra. Deputados, sou um grande admi­rador da inteligência e do talento do eminente Deputado TarcísioDelgado. Mas, confesso que desconhecia uma outra virtude deS. Ex."', a sua capacidade de prever o futuro. Um futurólogo estáaqui ao nosso lado, podendo' prestar tão relevantes serviços aoBrasil e ao mundo. S. Ex.'" antecipou o discurso da Maioria. Creio,Sr. Presidente, entretanto, que S. Ex.a , como futurólogo, não étão exímio como Deputado ou juriBta.

Na realidade, a Liderança da Maioria tem, realmente, rejei­tado os projetos que, por lei, visam a estender o benefício de uti­lidade pública a entidades assistenciais, mas não pelas razõesinvocadas por S. Ex.'" Ninguém jamais alegou inconstitucionali­dade ou incapacidade do Deputado em oferecer projetos dessanatureza. Não há impedimento constitucional - proclamamos aqui- meu privilégio de iniciativa deferida ao Sr. Presidente da Re­pública. O que teD10S dito e reiterado é que projetos dessa na­tureza não são COnvenientes à ordem pública, porque esta Casa,através de lei, deferiu ao Executivo a competência de outorgaresses títulos a tais f;!ntidades assistenciais, desde que elas preen­-eham umas tantas condições tambéD1 estipuladas em lei.

Ora, Sr. presidente, tais condições não são perD1anentes, mas.suscetíveis de desaparecimento. As entidades que as preenchemhoje podem não fazê-lo amanhã. E é claro que, se o deferimentoda utilidade pública ocorrer por lei, só uma nova lei poderá cassara condição de utilidade pública deferida a tal entidade.

Sr. Presidente, pela inconveniência desses projetos e para ser­mos fiéis à outorga que fizemos, por lei, ao Poder Executivo, a fimde que, por atos administrativos, sejam versadas essas matérias,e por coerência, insistimos em dar nosso voto contrário a essasproposições.

A eD1inenil(! Oposição não pode agora, encher-se de mágoa edizer que estamos com preconceitos contra colegas do MDB, por­que a matéria é da autoria de eminente Senador da ARENA, quetoda esta Casa e todo o Brasil admiram. Portanto, Sr. Presidente,não há nenhum preconceito de ordem política. E, se não há pre-

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conceito de ordem política, é claro que deve haver uma razãomaior, uma razão de Estado ou de interesse público perscrutadapela Maioria, a fim de que a concessão desses titulos atendam aum critério que se afine melhor com o alto interesse público emjogo.

l!: claro, Sr. Presidente, que o MDB, pela palavra de seu emi­nente Líder, procura incompatibilizar-nos com essas sociedadesmaçônicas. Ora, isso é profundamente ridiculo, porque tais enti­dades têm suficientes descortino e tradição para analisar o dis­curso do eminente Líder da Minoria e as razões que expendemos,de caráter estritamente objetivo, que nos levam a tomar UD1a ati­tude não contra a maçonaria, porque como disse o Lider do Mo­vimento Democrático Brasileiro, temos reiteradamente rejeitadoprojetos dessa natureza, sem indagar quais seriam os beneficiá­rios.

A posição da Maioria é coerente, afina-se com as melhoresregras de Direito e, principalmente, está em consonância com' oalto interesse público, que a esta Casa e ao Governo cumpre res­guardar.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vou subD1eter a votosa seguinte:

PROJETO N.O 2.834-A, DE 1976

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 São reconhecidas de utilidades pública as duas po­

tências Maçônicas Grande Oriente do Brasil e Grandes Lojas, osGrandes Orientes Estaduais e as Grandes Lojas Estaduais e, ain­da, as Lojas regulares filiadas a ambas as potências.

Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as di.sposiçõe~ em contrário.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os 8rs. que o apro-

vam queiram ficar como estão. (Pausa.)Rejeitado.Vai ao Arquivo.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Nos termos do inciso

IV do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr.Florim Coutinho, na qualidade de Líder do Movimento Democrá­tico Brasileiro.

O SR. FLORIM COUTINHO (MDB - RJ. Como Líder. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, cunhan-do para a eternidade, escreveu Rui Barbosa: . '

"A anistia verdadeira cicatriza as feridas abertas pelas re­voluções."

Enquanto existir um ferimento por pensar, enquanto restar,·no peito de UD1 irmão, uma dor doendo, não teremos condições derestabelecer a Inteireza inconsútil da unidade nacional.

Partamos então para o perdão generalizado.O povo brasileiro está esperando por esse ato de D1agnanlmi­

dade do Presidente Ernesto Geisel. Quem, como S. Ex.", em tantasoportunidades exercitou o poder da força, haverá de sentir-se ver­dadeiramente engrandecido ao exercer o poder da graça.

A anistia ampla e irrestrita, aos acusados e aos condenadospor crímes políticos, será a demonstração prática - estreme dequalquer dúvida '- de que realmente o sistema se dispõe a devol­ver o Brasil à normalidade deD1ocrática.

Sem tolerância, e sem. a superação de certas divergências pe~­soais, não .se pode chegar ao congraçamento geral. E sem apagar osúltimos rf?'Ssentimentos, não disporemos dos meios Indispensáveisque nos faculte partir para a reconstrução dum estado de tran­qli1lidade duradora, em que todos, em igualdade de condições, pos­sam progredir e participar do desenvolvimento sócio-econômieodo País.

Será que a maioria no poder desde 1964 esteve sempre certa?Ao que se sabe, o juizo dos homens é falivel.

Se já sofremos nossos momentos máxiD10s de provação, have­remos de estar redimidos até das maIores faltas. Se isso é proc~­

dente perante o tribunal de Deus, por que não o será face ao juízoda Revolução?

l!: tempo, então, de reconciliação.É chegada, então, a hora da anistia.Que pode temer a Revolução com toda sua onipotêneia? Com

todo seu poder absoluto e infinito?A anistia pode perfeitamente ser conferida aos autores de

crimes políticos e de delitos a estes conexos, sem sequer abalar osalicerces da estrutura revolucionária.

O povo sempre quer ver seus dirigentes se destacando em todosos sentIdos, em todos os setores, em todas as frentes, em todasa dimensões de sua grandeza.

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Setembro de 1977 Dl.'\RiO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Quarta-feira '1 7843

Caxias era grande na guerra e maior na paz. Por isso é sem­pre exibido pelas Forças Armadas, e pelo poder civil, como o fe­cundo exemplo do homem público brasileiro. Nenhum guerreiropátrio lutou tanto para a manutenção ou reparo da unidade po­lítica nacional, inumeradas vezes ameaçada por desinteligênciasinternas. Mas nenhum outro patricia também perdoou mais os ad­versários da véspera, que, tão logo anistiado, se convertiam noscolaboradmes do dia. Era o segredo de sua força, eis que a anistiasoma. E só a anistia detém poderes para espancar até as últimaslllágoas entre os filhos da mesma pátria.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, acabamos de elaborar projetode lei intentanto venha a ser concedida a anistia a todos os bra··sUeiros que, direta ou indiretamente, hajam sido envolvidos em de··litos de natureza política, ou, em razão destes, tenham sofrido pu··nição, no período de 1.° de março de 1964 até a data de publicaçãoda lei consectária.

Essa anistia beneficiará, igualmente, a quantos, por força delei, tendo adquirido o direíto de residência no País, participaramdesses delitos, ou em decorrência dos mesmos hajam sido castiga.dos.

Noutr'J dispositivo, asseguramos a reversão dos militares e al'eadmissão dos funcionários civis, respectivamente, aos postos ec.os cargos de que foram afastados, as quais se efetivarão observa­das as alterações havidas nos mesmos, e atendido o direito que te-

. riam uns e outros para ocupá-los, se houvessem permanecido noexercicio de suas funções.

A reversão e a readmissão atendidas processar-se-ão medianterequerimento do interessado, que deverá ser dirigido ao Ministro deEstado a cuja Pasta estiver subordinada sua unidade ou repartição.

Como nos cumpria, Sr. Presidente, previmos que a anistia emcausa não beneficiará - em hipótese alguma - os autores decrímes de corrupção, os autores de crimes dolosos contra a vida econtra o patrimônio público ou particular.

E objetivando desimpedir a tramitação da medida, e alcançar,afinal, sua aprovação, estabelecemos que sob nenhum pretexto osalcançados por essa anistia terão direito a vencimentos atrasados,a diferença dos mesmos, ou a qualquer indenização, seja a que tí­tulo for.

O Sr. Cantídio Sampaio - Permite V. Ex." um aparte?

O SR. FLORIM COUTINHO - l1: com prazer que ouço V. Ex."

O Sr. Cantídio Sampaio - Nobre Deput?-do Florim Coutinho,sabe V. Ex.a da admiração que desperta em todos os colegas nestaCasa, principalmente em mim, modesto Deputado que o aparteia.Sendo V. Ex.a um dos mais probos e destacados membros das For­ças Armadas nacionaís, quando V. Ex." defende uma tese, o fazcom objetividade, com alto espirito público, colocando a questãosem esses toques de faccíosismo que muitas vezes fazem com quea verdade se deforme das palavras, do pensamento, das intençõessobre apenas um rescaldo desprezivel. V. Ex." é um homem vivido,experimentado, tem talento bastante para estudar a nossa rea­lidade e a realidade mundial; acompanhou o drama argentino e apaCificação genérica promovida pelos seus líderes, nela incluindo oERP e os montoneros, e pôde ver no que resultou: no terrível ba­nho de sangue que sofreu aquela nação - e até agora está sofren­do. V. Ex" apresenta um projeto de lei visando à reconciliaçãol\acional, mas sabe perfeitamente que há um resíduo que nãopode ser reintegrado numa sociedade sã, que pretende realmentelevar para a frente ...

O SR. FLORIM COUTINHO - Isso consta de meu projeto, no­bre Deputado. Esses não voltarão. Não queremos mais badernas,Excelência.

O Sr. Cantídio Sampaio - ... essa cruzada nacional que visaao nosso desenvolvimento e à nossa felicidade.

O SR. FLORIM COUTINHO - Perfeitamente.O Sr. Cantídio Sampaio - V. Ex.1> exclui do seu projeto os

corruptos, os terroristas ...O SR. FLORIM COUTINHO - Exatamente, nobre colega.O Sr. Cantídio Sampaio - Tenho certeza de que o faz tangido

pelo melhor espírito público. Mas, com toda a admiração que nutropelo nobre colega, permita-me, no que tange ao seu projeto, ba­seado nas melhores intenções, que faça um pequeno reparo. O art.57 da Constituição Federal, que me disponho a ler na parte que in­teressa à propositura de V. Ex.", assim estabelece: "Jl: da compe­tência exclusiva do Presidente da República a iniciativa das leisque ... VI - concedam anistia relativa a crimes políticos, ouvidoo Conselho de Segurança Nacional". Deduzo daqui, nobre Deputadoque a iniciativa deste projeto que, como disse, está imbuído dosmelhores propósitos, infelizmente não é da competência dos Depu­tados. O Presidente da República, por força de um imperativoconstitucional, é a autoridade a quem compete julgar, ouvido oConselho de Segurança Nacíonal, da melhor oportunidade para

encaminhar a esta Casa um projeto de lei concedendo anistia am­pla ou parcial para a pacificação tão sonha<ia e tão pretendida portodos os brasileiros. Era o pequeno reparo que queria fazer, nãodeixando de, mais uma vez, reiterar a minha admi:caçâo pelo ele­vado espírito público que novamente V. Ex.a externa neste seuprimoroso trabalho.

O SR. FLORIM COUTINHO .- Nobre Deputado Cantidio 'Sam­paio, ouvi com atenção o aparte de V. Ex.1> No meu modesto pro­nunciamento refiro-me ao art. 57, que V. Ex. lIo acabou de citar, combrilhantismo.

Contim.:o, Sr. Presidente.

Perguntar-me-ão, surpresos, os .dignos Parlamenta.res presen­tes: "Então ignora V. Ex.... o que determina a Constituição vigente,a respeito de anistia?"

Disciplinando-a, determina categoricamente a Carta Magna,no art. 43 e seu inciso VIII:

"Art. 43 - Cabe ao CongresllO Nacional, com a sanção doPresidente da República, ~por sobre todas as matériasde competência da União, -e;llpecialmente:

'" VIII - concessã() de anistia".Todavia, o art. 57 no caput, e. no último inciso, veio a pre,:er:

"li: da competência. exclusi'Vtl. do Presidente da Repúblicaa iniciativa das leis que (lô~edam anistia relativa a cri­mes políticos, ouvido o Conselho de Segurau.;a Nacional."

"Por que, diante del;lsa expressa disposição, V. Ex.... tomouiniciativa de prQpor nova lei de alÚstia?" V{)lta.rão ti- indagar-nos.

Inicialmente, cumpre-nos lem,blar aos eminentes colegas ­se é que necessário - que o projeto de Constituição submetidoao Congresso Nacional pelo plimei.«l Presidente da República daRevolução, o General Castello Brazmo, de saudosa memória, nãocontinha tal dispositivo. E o Estatum Máximo que Q Congresso Na­cional decretou e promulgou .- invocando a proteção de Deus ­cuidou dos casos de competência exclusiva do Presidente da Re­pública no art. 60, sem alusão alguma à iniciativa de proj{ltos delei sobre anistia.

Foi a Emenda n.o 1, dos Minis'l;ros da Marinha de Guerra, doExército e da Aeronáutica Militar, l'llle inseriu no contexto cons­titucional mais essa atribuição da competência exclusiva do pre­sldente da República.

Contudo, em mais de uma oportunidade o Chefe Supremo doPoder Executivo já sancionou lei cuja iniciativa estava inscritana Constituição como de sua competência exclusiva, e 'o foi deParlamentar.

A maioria dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, desde avigência da Carta Magna de 1946, sempre entendeu - chegandoa fixar em súmula - que "a sanção presidencial supre a falta deiniciativa da lei". Se a Constituição diz que a iniciativa de de­terminada lei cabe ao Presidente da República, e o Parlamentarainda assim a pôs em prática, e o projeto, aprovado, passando pelaCâmara e pelo Senado, chegou ao Palácio do Planalto, e o Presi­dente da República o sancionou, supriu a falta de iniciativa e alei é legitima.

Nós, sem falsa modéstia, como somos mais rigorosos com aterminologia legislativa, repetimos que, em tais hipóteses, a san­ção convalidou a iniciativa imperfeita, ou tomada contra literaldispositivo constitucional.

Entendendo a maioria dos congressistas nacionais chegada ahora da anistia, deverão aperfeiçoar e aprovar nossa proposição,submetendo-a à sanção presidencial. E compreendendo o Presi­dente Ernesto Geisel não lhe ser possível deixar escapar tão opor­tuno ensejo de decretar a reconciliação de 110 milhões de brasi­leiros sob seu esclarecido comando, por certo convalidará a. ini­ciativa do projeto em questão, sancionando-o.

É com prazer que ouço V. Ex...., nobre Deputado Tarcísl0Delgado.

O Sr. Tarcísio Delgado - Nobre Deputado Florim Coutinho,quero dizer a V. Ex.a que a quesl;ão levantada pelo nobre Líder doGoverno, Deputado Cantídlo Sampaio, de forma alguma invalidaa iniciativa de V. Ex.e., que é, sob todos os aspectos, oportuna.Quando vemos nesta Casa e fora dela, a aceleração dos debates emtorno da pacificação e da integração nacional, é, sem dúvida,oportuno que, além de pronunciamentos nesta Casa e de falas deParlamentares fora daqui, de membros da Igreja, de pessoas au­torizadas para a pregação da a,nistia, também tenhamos, comoV. Ex." bem o faz, um projeto objetivando esse ideal. Porque, se oprojeto de V. Ex.", aprovado na Casa, viesse a alcançar a sanção- V. Ex.... já bem o disse, está mais do que definido - supririao defeito de iniciativa. Mas ainda que isso não possa ocorrer, ainiciativa de V. Ex." é de grande alcance, porque não será o pri­meiro caso. IRá precedentes de projetos cuja iniciativa não pode-

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ria ser de membros do Congresso Nacional que aqui tiveram ini­ciativa e, na sua tramitação, chamaram a atenção do Governo.

O SR. FLORIM COUTINHO - V. Ex." confirma, mais uma vez,° que acabo de declarar: é uma incongruência.O Sr. Tarcísio Delgado - O caso da contagem recíproca do

tempo. de serviço é típico. V. Ex."s apresentavam projetos sobre amatéria, o Poder Executivo não os sancionava, a Maioria não osdeixava aprovar aqui, inquinando-os de inconstitucionais. Depois,o próprio Poder Executivo enviou à Casa um projeto no sentido deresolver esta situação. Então V. Ex." levanta, na hora mais opor­tuna e maís propícia, com um projeto de lei. este assunto querealmente envolve o interesse da Nação brasileira. É preciso que aspessoas entendam perfeitamente o que quer dizer anístia, porque noBrasil, parece que a anistia pregada por alguns está quase signi­ficando uma revanche, quando anístia é o contrário da revanche;significa a pacificação, a harmonia da família brasileira. A anistiatem fundamento teológico; seu sentido mais profundo está nadoutrina cristã. Vem do Cristianismo a pregação da anistia, querepresenta a pacüicação, o ·perdão, a harmonia. A anistia temum sentido bilateral: é perdão para ambos os lados, para aquelesque hoje estão punidos e foram vítimas de violência e tambémpara aqueles que exercitaram a violência contra os punidos. Aanistia deve ser ampla, realmente, como V. Ex." já bem o disse, esignifica o esquecimento, um chamado à pacificação da família

'. brasileira, ao desarmamento dos espíritos. Por isto, a anistia temgrande imantação. Quando se fala em anistia, há comoção e po­larização dos sentimentos, da vontade, dos desejos de toda a Na­ção brasileira, porque realmente é ela a única coisa que pode noslevar, autenticamente, à pacificação definitiva d'a família bra­3ileira. Parabéns a V. Ex," pelo pronunciamento e pelo projetoque, se outra medida não ocasionar, pelo menos provocará umachamada objetiva de atencão dos poderes constituídos no sentídode caminharmos para a integração nacional que desejamos e queé praticamente impossível, se não partirmos para a anistia amplae geral de todos os brasileiros.

O SR. FLORIM COUTINHO - Honra-me bastante seu aparte,nobre Deputado, que vem fortalecer este meu humilde pronuncia­mento.

Declaro que desejo uma anistia de irmão para irmãos, de umirmão maior para outros brasileiros.

Prossigo, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

O jurista José Gomes da Silva, in "Repertório Enciclopédic()do Direito Brasileiro", ferindo o assunto, prelecionou que anistia.significa o -esqueCimento da culpa.

Medida tipicamente política, inspirada em razões de Estado-e nas conveniências da ordem dominante, teve, no passado, apli­cação restrita aos delitos de opinião, de rebelião e conexos. Hoje,estende-se às infrações administrativas, às faltas de ordem traba­lhista, a crimes de imprensa, militares e até aos comuns. É causaextintiva da punibilidade (C.P, art. 108-I!; C.P. Militar, art.104-lI) .

Sua finalidade clássica é o apazíguamento dos espíritos, comopreliminar da concórdia que se queira restabelecer numa nação.Deste teor, por exemplo, é o ato de D. Pedro e José Bonifácio(Dec. de 18 de setembro de 1822), o primeiro depois da indepen­dência e que teve por escopo declarado conciliar com a nova or­dem os "dissidentes da grande causa". Mas, também, é freqüentea sua concessão como prêmio aos vencedores de uma revol)lção,aos que cooperaram para seu triunfo, aos heróis de guerra e seusparentes, ou para captar a simpatia popular para um g(,!Vernoou regime que se inicia. Quando mudam as circunstâncias poli..ticas que determinam a punição, é curial que cesse a ação da leicontra os rebeldes. .

Como observa Carlos Maximiliano, ela não é concedida porsentimentalismo, simples bondade, simpatia pelo vencido ou mise­ricórdia pessoal ("Com. Cons. Bras.", pág. 408).

Não é, como se afirma geralmente, ato de clemência, nem amantlestação de graça, embora tenha estado, em certo estágio dacivilização, à discrição da munificência do Príncipe, que, de resto,enfeixava nas mãos todos os poderes. É o mais flexivel instru­mento de ação política.

Pode ser declarada antes, durante e depois do processo e al­cança os casos julgados.

Em suas origens (lex oblivionis, abolitio publica. e amnestia),na Grécia e em Roma, essa medida era tomada quando o exigiamos interesses de ordem estatal, ou para celebrar a divindade. Nocurso de sua evolução, até certo tempo, cingiu-se a sua aplicaçãoaos crimes politicos, de rebelião e conexos. Em vários textos quea concederam, houve formal repulsa aos comuns. Entretanto, po 11­co a pouco, ao influxo das circunstâncias, foi-se-lhe vulgarizanqoa aplicação.

Não há limites ao exercicio do poder anistiante. Este é o únicojuiz da oportunidade e da extensão do ato (Ac. Suo Trib. Federalin "O Direito" v. 59-545, 71-511 e Dic. Piragibe, vol. 1-75).

Ao órgão que faz a lei cabe anistiar.No Império, era atribuição ordinária da Assembléia Geral, a

que competia "fazer as leis, interpretá-las, suspendê-las e revo­gá-las"; e extraordinária, do Poder Moderador, em "caso urgentee aconselhável pela humanidade em bem do Estado". (Const. 1824,arts. 8.° e 101, n.O 9). Na realidade, este, mais que aquela, se uti­lizou da faculdade, pois, enquanto a Assembléia três vezes votouleis nesse sentido (duas em 1835 e uma em 1836), a Regência delase utilizou uma vez (1831), e Pedro U, sete, sendo três em 1844e as outras em 1840, 1841 e 1849.

Na última semana, o ex-Senador Josaphat MarInho, do MDBbaiano, em entrevista ao Jornal da Bahia, defendeu a anistiaampla de todos os atingidos no País pelos atos de exceção, comoaiternativa para que se crie um estado de espírito propício ao en­tendimento de antigos adversários e ao desenvolvimento da ativi­dade politica.

"A tradição do País", disse S. s.a, "é de fazer a pacificaçãoatravés da anistia, e portanto não há por que temê-la.Não existem exemplos entre nós de que a anistia tenhadado motivo a atos de vingança contra os antigos domi­nadores."

Sr. Presidente, eminentes colegas, como sabem V. Ex.as, a anis­tia constitui uma das causas extintivas da punibilidade. Decreta,irrevogavelmente, o perpétuo silêncio referente aos delitos abran­gidos.

Aloysio de Carvalho Filho, em "Comentários ao Código Penal",assinala:

"A Constituição imperiai de 1824 inscreve, entre as atri­buições do monarca, no exercício do Poder Moderador, operdão e a comutação de penas impostas, e, para caso ur­gente, quando assim aconselhassem "a humanidade e bemdo Estado", a anistia (art. 101, n.OS 8 e 9).Então, entra o direito de graça, através, principalmente,da anistia - sua mais expressiva modalidade, ou únicamodalidade hoje aceitável - a concorrer, constante e efi­ciente. para a tarefa do primeiro império e da regência,pela consolidação, da autonomia; e, do mesmo passo,' daunidade territorial e política do País.Tendências liberais e sentimentos humanitários, que ha­víam de caracterizar uma sociedade política nascida e for­mada sob generosas dádivas de terras a fidalgos e mercêsde perdão a criminosos, imprimiram, assim, ao direito degraça, sob a feição da anistia. o sentido de instituto i1til,usado, na monarquia e na república, em maior ou menorfreqüência, e quase sempre, sem dúvida, com prudentesabedoria, cumprindo, algumas vezes, missão de apazigua­mento das paixões políticas e renascimento da confiançageral.

Continuou na Constituição republicana de 1891, distri­buído, agora, ao Poder Legislativo, entre cujas atribuiçõesficava a anistia (art. 34, n.O 27), e ao Poder Executivo, a

. que competiam o indulto e a comutação de penas (art. 48,n.O 6).

Indulto e anistia figuraram, pouco antes, no Código Penalde 1890, com as conseqüências próprias de extinção da penae de extinção da ação e da pena, respectivamente. As Car­tas Constitucionais posteriores mantiveram o direito degraça, com modificações, que lhe não alteraram, entre­tanto, o conteúdo, nem terão embaraçado a prática daanistia, dentro do espírito de conciliação e das finalidadesincontestavelmente úteis que assinalam a sua existênciasecular no direito brasileiro.Fiel a essa tradição, o novo Código dá à graça um lugarentre as causas extintivas da punibilidade.A anistia extingue a ação ou a condenação. Pode vir, assim,antes ou depois da pena imposta. Retroage, para alcançaro crime, cujas conseqüências penais faz desaparecer. Émedida de concórdia e conciliação, muitas vezes a ,únicamedida indicada para desanuviar o ambiente social e po­litico, restabelecendo a paz nos espíritos, conturbados porprofundas desinteligências de natureza política. "Núnciade paz e conselheira de concórdia, parece antes do céuprudente aviso que expediente de homens", dela escreveuJoão Barbalho.Usada com sabedoria, sem condições que humilhem ourestrições que desiguaiem os beneficiados, é providênciade aplaudir, pelos seus incontestáveis efeitos para o apazi­guamento geral. Como já se tem dito, exprime, mais doque perdão, esquecimento. Esquecimento total. Nada, do

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Setembro de 1977 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira '7 7845

crime, subsiste, para punição. Suprime-se do rol ~os culpa­dos o nome dos criminosos. Um "perpétuo silêncio" descesobre os fatos e os seus autores. O Estado renuncia, for­malmente, ao exercício do poder repressivo.A anistia pode vir a qualquer tempo. Antes da ação, im­pede que esta se instale. Antes da condenação, cancela oprocesso, extinguindo todos os efeitos penais. Depois dacondenação, evita ou encerra o cumprimento da penaimposta.Sendo a anistia medida política de concórdia, no ídeal deapaziguar os ânimos, basta .produzir efeitos no campopropriamente penal. E com o perdoar-se a pena, conside­rando-se inexistente o crime, vai um passo completo paraa desejada harmonia social, que a infração perturbou.O poder competente para anistiar é o Legislativo. E omotivo é claro: anistiar, seja a condenados, seja a simplesindiciados, é reconhecer que um interesse político predo-_minante sobre o interesse social de punir recomenda anão-aplicação da norma penal a certo fato, que importoua sua violação. Há, evidentemente, a suspensão, pafa de­terminado crime, em dadas circunstâncias, da vigência dalei penal. O poder que faz a lei é que a pode suspender,ou revogar. Só ele, que conheceu das necessidades e exi­gências coletivas quando elaborou a norma, é que estáhabilitado a apreciar as razões, duradouras ou temporá­rias, que ditam a revogação ou suspensão da mesma nor­ma, para o caso concreto. Como faz ver Pontes de Miranda,a Justiça não poderia conceder anistia "sem quebra de suadefinição, que é a missão de julgar". Restaria a compe­tência dos outros dois poderes. E afirma: "se cabe aoPresidente ou se cabe às Assembléias, di-lo o grau de demo­cracia do Estado. É um índice."

Concedo o aparte ao Deputado Humberto Lucena.O Sr. Humberto Lucena - Parabenizo V. Ex.a , nobre Deputado

Florim Coutinho, pelo seu oportuno pronunciamento em favor da:anistia, que é uma tradição no Brasil e, hoje em dia, diante dasmanifestações populares que por ai andam, no meio das ruas, emfavor da normalidade democrática, representa um anseio nacional.Quanto aos aspectos jurídicos da questão, abordados no aparte doemínente Deputado Cantídio Sampaio, no exercício da Líderancada. Maioria nesta Casa, creio que V. Ex.a , com muita propriedade,secundado pelo nobre Deputado Tarcisio Delgado, já respondeudevidamente, argumentando inclusive com as súmulas da juris­:prudência do Supremo Tribunal Federal a respeito da constitucio­nalidade das leis. Desejava, vindo ao encontro de V. Ex.a , lembrar­lhe que, se, por acaso, o projeto de lei ordinário de sua autorianão pudesse prosperaJi, ainda teria V. Ex.a um remédio dentro da-Constituição, dessa própria Carta outorgada pelos três Ministrosmilitares, que ainda no momento se encontra em vigor no Bràsil,.que seria uma proposta de lei delegada, de acordo com o seu-art. 52, que diz:

"As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da Re­pública, comissão do Congresso Nacional ou de qualquerde suas Casas.Parágrafo único. Não serão objeto de delegação os atosda competência exclusiva do Congresso Nacional, nem osda competência privativa da Câmara dos Deputados ou doSenado Federal, nem a legislação sobre: I - a organizaçãodos juízes e tribunais e as garantias da magistratura; II ­a nacionalidade, a cidadania, os direitos políticos e o di­reito eleitoral; e lU - o sistema monetário."

Por.tanto, se V. Ex.a não pudesse fazê-lo por lá, faria por aqui,e estana de qualquer modo apresentando a sua proposição paraexame do Sr. Presidente da República.

9 SR. FLORIM COUTINHO - Com muita honra, considero omeu modesto pronunciamento valorizado pelo aparte de V. Ex." Equeria acrescentar ao nobre Líder e ilustre companheiro de partido.que ora me aparteia que, c_omo representante do povo, segundo aminha consciência, cumpro o meu dever de solicitar anistia paraaqueles que foram castigados pela Revolução. Antes de mais nada,urge anistiar, perdoar aqueles que estão marginalizados, aquelesque foram punidos pela Revolução de 1964.

Prossigo, Sr. Presidente."Nas Constítuições modernas domina a preferência pelacompetência legislativa, sendo algumas explícitas, até emproclamarem que a anistia somente por lei pode ser con­cedída."

Sr. Presidente, ilustres Srs. Deputados, na lição do Padre Fer­nando Bastos de Avila, a palavra anistia provém do termo gregoamnestía, formado do prefixo "a", igual a privação, mais mnésias,que significa lembrança.

Etímologicamente, portanto, anistia traduz esquecimento.

Él o perdão concedido pelo Governo aos rebeldes, sediciosos, au-tores de delitos políticos. .

O termo surgiu na Grécia antiga, por ocasião da vitória deTrasíbulo (± 388 A.C.) sobre os trinta tiranos que vinham domi­nando o pais. Foi por ele determinado que ninguém sofresse per­seguição por motivo de delito político cometido durante o periodode tírania, excetuados os trinta tiranos, que foram condenados.

A anistia não atinge os réus comuns, como homicidas e ladrões,os quais podem obter comutação ou perdão individual da pena,sem que cesse a desonra ou ignomínia da sentença condenatória.

A anistia é sempre coletiva e, ao ser suprimida a pena, supri-me-se, também, o fato que deu origem à sentença. .

Evidentemente, a anistia é uma medida eventual e não se jus­tifica que alguém se envolva em complicações políticas, por entu­siasmo irrefletido e sem base, na esperança de que uma futuraanistia venha a trazer não apenas a reposição dos direitos anterio­res, como também indenizações por prejuízos sofridos. Convicçõesprofundas de estar servindo à Pátria são a única base para mo­vimentos e atos que escapem ao quadro normal da estrutura políticado País, e só essas convicções. pelas quais o indivíduo se dispõe asacrificar tudo, podem entrar em jogo na hora das grandes de­cisões.

A anistia, entre nós, é ato do Poder Público que, por motivode utilidade social, declara impuníveis todos quantos, até certadata, cometeram determinados deUtos, geralmente políticos, querfazendo cessar as diligências persecutórias, quer declarando nulase de nenhum efeito as condenações a que deram origem.

Caxias, o Patrono do Exército Brasileiro, o reparador e con­solidador da imiqade nacional no Império e na República, foi umcampeonissimo aplicador do instituto da anistia.

Superadas as divergências, aquietados os ânimos, recompostaa integridade política do País, não tinha sentido deixar qualquerresquício de azedume que lembrasse as lutas fraticidas. Urgia umagrande esponja, umedecida no patriotismo, que a tudo apagasse.Caxias, ent9,2, lançava mão da ani.stia.

A Revista Militar Brasileira, vol. LIX, 1953, transcreve a res­peito:

"Grande perturbação nas consciências, anarquia no regimeeclésiástico, o cisma em começo de verificar-se, desordementre a Igreja e o Estado. As conseqüências podem serfunestas. Sem falar na tendência inconveniente para aseparação de dois poderes, que continua a oferecer aosaventureiros e especuladores sobeja matéria para desvai­rarem a população, máxime em uma quadra climatéria talcomo a das eleições agravada pela reforma do processo e,especialmente, pelo novo sistema de alistamento militar,pelo censeamento.Urge pôr termo a esse estado de coisas; o meio mais pro­fícuo, conforme ditanos a consciência da própria respon­sabilidade é a Anistia. O bem do Estado e a humanidadeaconselham o emprego de tão salutar providência."(Trecho da Exposição de Motivos de Caxias, na qualidadede Primeiro-Ministro, pleiteando a concessão de anistiano incidente dos Bispos de Olinda e do Pará.)"As lutas passadas estão terminadas e esquecidas.""O Governo é conservador, progressista e progressista­conservador. Aceita todas as questões políticas que têmsido pontos de divergência até agora, para, na calma daspaixões, discuti-las e solvê-las."(Proclamação de Caxias, quando Ministro da Guerra:)

"Rio-grandenses: é, sem dúvida, de inexplicável prazer oter de anunciarvos que a guerra civil, que por pouco maisde nove anos devastou esta bela Provincia, está terminada.Uma só vontade nos une. Rio-grandense, maldição eternaa quem ousar recordar-se das nossas dissenções passadas."(Proclamação de Caxias ao povo do Rio Grande do Sul,após o término da Guerra dos Farrapos.)

Na Constituição do Império, de 25 de março de 1824, a anistia.visava o Homem e o bem do Estado.

Rezava o art. 101:

"O Imperador exerce o poder moderador:

9.°) Concedendo anistia em caso urgente e que assim acon­selham a humanidade e o bem do Estado."

A Constituição de 1891 previu, no art. 34:

"Compete privativamente ao Congresso Nacional:

27) Conceder anistia."

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'1846 Quarta-feira "I DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977s

A de '1934, no, art. 5.°:

"Compete privativamente à Un~o:

XVIn - conceder anistia."I

A de 1937 repetiu o mesmo texto no art. 15.

A de 1946, no art. 66:"l!; da competência exclusiva do Congresso Nacional:V - conceder anistia."

A anistia, que sobremiramos alcançar, presentemente, sobreconfigurar providência de considerável sabedoria do Poder Público,constituirá mais um favor à família e à sociedade brasileiras doque mesmo a seus destinatários.

De acentuar-se, ainda, por relevante, a circunstância de queos abrangidos pelas medidas de exceção, nesse periodo, eram, aotempo, em sua grande maioria, jovens irrefletidos e impulsivos,ludibriados e conduzidos pela própria autoridade pública às ati­tudes que deram lugar às punições que a Revolução de 1964 efetuou,mas que hoje, chefes de família, integrados em seus afazeres so­bremaneira absorventes, amadurecidos e com perfeita noção desuas' responsabilidades seriam incapazes de repetir.

Do Império à República, de 1822 a 1963, tivemos meia centenade diplomas legais concedentes de anistia, reveladores da inclina­ção nacional pelo perdão coletivo, quando em mira o restabeleci­mento do espírito de concórdia, responsável pela normalização davida social e econômica do Pais.

Escrevendo ou legislando reférentemente à anistia, não é lícitoa ninguém abstrair-se de citar a magistral página de Ruy Barbosa:

"São bem conhecidas as características da anistia. O "véude eterno esquecimento", em que os publicistas e crimina­listas dizem por ela envolvidas as desordens sociais, objetodesse ato de alta sabedoria política, não é vulgar metáfora,mas a fórmula de uma instituição soberana. Por eia, nãosó se destroem todos os efeitos da sentença, e até a sentençadesaparece, senão que, remontando-se ao delito, se lhe eli­mina o caráter criminoso, suprimindo-se a própria infra­ção. Por ela, ainda mais, além de se extinguir o própriodelito, se repõem as coisas no mesmo estado em que esta­riam se a infração nunca- se tivesse cometido. Esta é aanistia verd~deira, a que cicatriza as feridas abertas pelasrevoluções, aquela cujas virtudes o historiador grego cele­brava nestas palavras de eloqüente concisão: "Eles per­doaram, e dai avante conviveram em democracia - Thucy­dides, VIII, 73.""Anistia é a desmemória plena, absoluta, abrangendo aprópria culpa em sua existência primitiva. Não só apagaa sentença irrevogável, aniquilando, retroativamente, todosos efeitos por ela produzidos, corno vai até a abolição dopróprio crime, puuido ou puníveL"

Não somos comunista, não somos subversivo e não somos nemjamais fornos contra a Revolução de 1964. Mas não é por isso quevamos deixar de reconhecer chegada a hora de anistiar as vítimasda. Revolução.

O atraso na concessão desse benefício vem privando o Paísde mão-de-obra e de cooperação altamente especializadas, man­tendo no exterior: técnicos, mestres e doutores de elevado gabaritoe proclamada sabedoria em vários setores da ciência, sobretudo noscampos da física nuclear, da medicina, da economia e de outras,de importâncias idênticas. Técnicos e cientistas que, enquanto le­cionam nas mais expressivas e famosas universidades do mundo ­nos Estados Unidos, Israel e França - deixam-nos sem o alento

. de seus oportunos ensinamentos, com prejuízos de cuja extensãotoda a Nação brasileira já tem consciência.

Confiantes, pois, de que mais uma vez vai prevalecer o bom­senso nacional, e que teremos em breve nova lei de pacificaçãonacional, empreguemos todos os esforços ao nosso alcance paralograrmos essa anistia, a qual significará reposição de direitos,apagamento e eterno olvido de infrações de ordem política, extinçãode possibilidades de processos contra brasileiros que, por entusias­mo irrefletido, ou obedientes mesmo à disciplina, opuseram-se aosdesígnios da Revolução de 1964.

É da tradição nacional a concessão da anistia, nos momentoshistóricos em que ela se impõe.

Anistiemos, pois, nossos irmãos, repetindo com Caxias, o su­premo anístiador que nossa História consagrou:

"Maldição eterna a quem ousar recordar-se das nossasdissenções passadas."

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o ódio separa. A anistia une.Para sermos grandes e para sermos fortes, necessitamos da uniãode todos. Os expatriados precisam ser repatriados. A Pátria cons­titui um bem inalienável, cujo valor só apreciamos quando somos

dele privados. A Pátria é a soma de todos. Melhor do que ninguémdisse-o Ruy Barbosa:

"A Pátria não é ninguém, são todos; e cada qual tem noseio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação.A Pátria não é um sistema, nem um monopólio, nem umaforma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, aconsciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos ante­passados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade.Os que a servem são os que não invejam, os que não cons­piram, os que não sublevam, os que não desalentam, osque não emudecem,' os que não se acobardam, mas resis­tem, mas ensinam, mas esforçam, mas pacificam, mas dis­cutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo.Porque todos os sentimentos grandes são benignos e residemoriginariamente no amor."

Eis, Srs. Deputados, nos modestos limites de nossa participa­ção, uma das válidas contribuições do MDB para a pacificaçãodos espíritos, que somente uma renitente miopia política poderásubestimar.

Ouvido o Conselho de Segurança Nacional, ou S. Ex.a o Presi­dente Ernesto Geisel agiliza a iniciativa dum diploma legal anis­tiador, concebido em termos os mais amplos, ou facilita a tramita­ção de nosso projeto para sancioná-lo como a lei resgatadora detantos irmãos que se estíolam entre nós, exilados dos quadrospolíticos, ou morrem no exterior, de saudade do Brasil!

Era o que tinha a dizer. (Palmas:. O orador é cumprimentado.)

Durante o discurso do Sr. Florim Coutinho, o Sr. MarcoMaciel, Presidente, deixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. Norberto Schmidt, Suplente de Secre­tário.

O SR. PRESIDENTE (Nol"berto Sebmült) - Nos termos doinciso IV do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra aoSr. Nina Ribeiro, na qualidade de Lider da Aliança RenovadoraNacional.

O SR. NINA RmEIRO (ARENA - RI. Como Líder. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, todos os meus dis­cursos são modestos, mas este será mais ainda. Valerá, a rigor,menos de que o aparte que - tenho certeza - vou receber logoa seguir. Assim como o acessório cede ao principal, brocardo jáiluminado pela sabedoria latina, ~stou convicto de que o eminenteDeputado Cantidio Sampaio não deixará de me apartear, na me­dida em que isso traduza a continuação do seu pensamento queainda nesta mesma sessão o levou a dizer que era contra as denún­cias que reiteradamente trazemos à tribu~ desta Casa. Tenhoa maior admiração pelo talento, pela desenvoltura verbal, portodas as virtudes que ornam a personalidade de S. Ex.a Mas con­fesso, como o demonstrei ao encerrar a minha fala alguns instan­tes atrás, a minha perpleXidade em face de ser S. Ex.a contra adenúncia a que procedemos sobre a exploração desapiedada deempórios multinacionais, característica da fase de evolução do ,ca­pitalismo mundial em que nos encontramos, que nos faz defrontarverdadeiros monstros tentaculares, assim classificados por RalphNader. Se compararmos o faturamento de uma multinacional comoa General Motors, por exemplo, com o Produto Nacional Brutode um país como a França, podemos dizer, sem receio de errar,que a General Motors é mais importante do que a França. Secompararmos o faturamento de empresas fabricantes de compu­tadores, as ligadas ao ramo do petróleo ou as da indústria aero­náutica com o Produto Nacíonal Bruto de países corno a Holanda,a Bélgica ou a Suécia, veremos que, não obstante o alto grau decivilização que aqueles países europeus conseguiram, eles são menosimportantes do que esses empórios multinacionais.

O enfoque que damos, portanto, na defesa do consumidorcomeça exatamente pela desproporção e pelo gigantismo das for­ças chamadas a intervir. Lamentavelmente, nem sempre a idéiade progresso, o desejo imoderado de lucro ou de faturamento des­sas empresas multinacionais coincidem com o ideal do bem comum,quer numa nação forte economicameme, quer sobretudo numanação que luta pelo desenvolvimento. \

Ora, ainda ontem tive ocasião de encontrar líderes trabalhis­tas americanos filiados à poderosa AFL-CIO, presidida pelo Sr.George Meany, e eles me mostravam, entre outros dados referentesao combate às multinacionais, que mesmo numa economia fortecomo a americana têm sido lmensos os danos causados por essesgrandes empórios, porque, limitando a oportunidade de emprego,ceifando a ocupação legitima do operário americano, indo buscara mão-de-obra em outros paises onde ela se apresenta mais baratae, às vezes, lançando mão do subfaturamento ou do superfatura­menta, de alquimias e de contratos mirabolantes de natureza téc­nica, importando know-how e usando de outros expedientes, i!lesvulneram e prejudicam realmente a economia sob o ponto de vistado bem comum ou das classes menos favorecidas. Se isso sucedemesmo em países do porte econômico dos Estados Unidos' da

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América, o que não dizer dos países que, como o nosso, lutam pelodesenvolvimento?

As multínacíonais querem obter lucr.os, querem desapiedáda­mente impor o seu produto. Dividem o mundo todo em áreas dereserva de mercado. As empresas não podem mais, pelo jogo da li­vre concorrência, oferecer o melhor produto. Um acerto aproximaesses grupos de interesses comuns, em detrímento do público emgeral. Foí com este conceito que vi ocupar-se, por muitas horasinsones de trabalho, nos Estados Unidos, a equipe do ProfessorNader. O que mais preocupa aquele grupo abnegado é o conceitomoderno da obsoiecência programada, segundo Q qual se usamtodas as inventivas e todos os r-ecursos da ciência para. fazer comque um determinado produto - seja uma caneta, seja uma lâm­pada ou um acessório de automóvel - dure menos do que poderiadurar, para quebrar mais vezes e ensejar maior número de com­pras.

Já houve tempo em que à concorrência existia no mercado,e isto beneficiava o conslimidor. Já houve tempo em que determi-'nada firma de geladeiras ou automóveis se esmerava .em produzirbem, mas a outra fazia um prod\lto ainda- melhor, porque havialuta pela conquista do mercado.

Atualmente o mundo se tornou pequeno, e a divisão de áreasdefinidas nos continentes já faz com que um acerto reúna emtorno da mesma mesa os interesses inconfessáveis dessas grandesfirmas. E foi assim que o trust que controla as lâmpada.s, por exem­plo, pôde diminuir a duração de & mil horas úteis das lâmpadasnormaís para mil e duzentas, sem baixar o preço do produto, vul­nerando, com isso, interesse legítimo de milhões e milhões deconsumidores em dezenas de países. Mas brada aos céus quandoem setores outros,como o da indústria automobilística, há faltade equipamentos fundamentais à proteção da vida humana. Exi­gência assente em muitos países europeus ou nos Estados Unidosda América é teimosamente desrespeitada entre nós. A única des­culpa é a de que a nossa legislação ainda não exige, como se oescrúpulo da consciência humana dependesse, em todos os setores,da lei, lei que é dificultada muitas vezes, lei que é atravancada,inclusive neste Congresso, com-toda a ordem de entraves burocrá­ticos que caracterizam a tramitação de um projeto de lei.

Mais chocante ainda, Srs. Deputados, é a parte que diz respeitoaos remédios. Remédios proibidos em seus países de origem con­tinuam a ser vendidos no Brasil, em que pese à ação desencadeadaem múltiplos setores pelo Ministério da Saúde, cujos esforços lou­vamos, mas temos de reconhecer também que a batalha ainda nãoestá ganha e muito há que se fazer, sobretudo neste outro capítuloa que dedico uma atenção toda especial no dia de hoje, exatamenteo dos remédios perigosos. Sua venda não é proibída, repito, maseles são vendidos no Brasil, como em outros países da América doSul, sem as informações devidas. Em primeiro lugar, exageramsuas virtudes. Vendem os remédios nos Estados Unidos com 4 ou5 indicações definidas; no Brasil eles têm de 15 a 20, como semultiplicassem suas virtudes. Ao contrário, no reverso da medalha,as contra-indicações, os efeitos colaterais são omitidos proposital­mente, e com isso não se baixa a venda do produto, mas ensejam­se diagnósticos errados, diagnósticos equivocados e muitos casosfatais.

Este é um tema que nos apaixona e, a rigor, isso move a todosnós. E é em função exatamente das nossas opiniões que podemos,num consenso geral, conseguir pôr um paradeiro a esses abusos,votando medidas que contenham os apetites vorazes nos seus es­treitos limites, para que não mais venham a. sofrer tantos irmáosnossos, brasileiros, sobretudo os menos afortunados, os menos fa­vorecidos.

Tem o aparte o nobre Deputado Jerônimo Santana.

O Sr. Jerônimo Santana - Nobre Deputado Nina Ribeiro,V. Ex.a aborda tema dos mais palpitantes, que foi inclusive objetoda constituição da CPI do Consumidor.

O SR. NINA RIBEIRO - Eu a requeri.O Sr. Jerônimo Santana - Mas verifico que o pronunciamento

de V. Ex.a é tipico de um parlamentar de oposição ,à política doGoverno no setor econômico. Na CPI da Política Mineral váriasautoridades governamentais, inclusive o ex-Ministro Dias Leite,informaram que o Governo adotou o modelo tripartite para efeitodo capital estrangeiro, ou seja, empresa nacional 1/3, empresamultinacional 1/3, empresa estatal 1/3. Essa seria a sistemáticaque o Governo oficializou. Quer dizer, quem está incentivando aatuação das multinacionais no País é justamente o Governo. Opróprio Ministro Reis Velloso proclama a todo momento o modelotripartite, que, na verdade, não é tripartite: muitas vezes a em­presa nacional, nominalmente aceita como associada por dar amaioria nacional, também â uma empresa de papel, manipuladapor um grupo multinaciona1. V. Ex.a está justamente focalizandoum dos aspectos mais cruciais da definição da política governa­mental quanto'à penetração ou ao privilégio do capital estrangeirono País. Se na indústria farmacêutica não existe o modelo tripar­tite, os grandes laboratórios atuam à vontade, talvez por dísporem

de sofisticado Imow-how. Noutros setores, como o de bens de ca­pital ou de mineração, por exemplo, é proclamado pelo Governoo modelo tripartite. Compete a todos nós, do MDB ou da ARENA,como bem faz V. Ex.a nesta tarde, combater essa politica gover­namental, esse modelo tripartite ou. outro modelo qualquer queconceda privilégios ao capital estrangeiro.

O SR. NINA RIBEIRO - Agradeço a V. Ex.a , eminente Depu­tado Jerônimo Santana, o aparte, mas quero ponderar que fazeruma crítica construtiva ou propor uma legislação não é privilégioda honrada e briosa Oposição nesta Casa. Também nos reserva­mos o direito de oferecer medidas legislativas, de aprimorar o es­forço levado a efeito pelo Executivo. Não deixei de reconhecer osméritos do Ministério da Saúde e de outros setores competentesquanto a esta matéria. Não há imobilismo, não está o GovernolJarado, Inerte - apenas a tarefa é muito grande. Não podemostambém deixar de reconhecer o empenho do Poder Legislativo.'remos um papel a cumprir nesta Casa, e, quando encareço a ne­cessidade de novas' leis, não assumo uma posição de repúdio àpolítica governamental, uma pctSição que V. Ex.a diz que eu te­nho ou deveria ter. Não aceito que a Oposição tenha o monopóliode iniciativa das leis, de propor medidas que alterem o panoramaem que nos encontramos.

O ·Sr. Jerônimo Santana _ :Mru:vo a coragem de V. Ex."O SR. NINA RIBEIRO - Estou respondendo ao aparte de

"V. Ex." Depois concederei outro, mas permita-me responder aoanterior. Há ainda um outro aspecto. V. Ex.a , liminarmente, con­dena as multinacionais. Eu não teria, assim, tanta pressa, tantasofreguidão em condenar o ideal das multinacionais em si, atéporque o Brasil é sede de algumas multinacionais. Sabe V. Ex.aque a BRASPETRO é multinacional. O Banco do Brasil não deixade ser multinacional, e há outros exemplos que poderiam ser in­vocados. Então, não podemos condenar liminarmente uma formade atuação no mundo econômico de hoje que inclusive favorece aeconomia brasileira em alguns setores. Quando a BRASPETROpesquisa em territórios alienígenas o petróleo que nos falta, semdúvida está agindo como uma multinacional, mas, neste caso emparticular, em favor da economia brasileira. Mesmo em outrocampo - V. Ex.a citou o retor de exploração dos nossos recursos- não creio, desde que devidamente policiado, seja um mal abso­luto, total, a participação, em mínima parcela que seja, de con­glomerados alienígenas, por uma singela razão: a falta de recur­sos. Só podemos desenvolver o nosso País se tivermos capital oupoupança Interna para atacar todas as frentes. Ou temos o con­(:urso disciplinado e policiado, isto é preciso ser sublinhado, desetores estrangeiros para desenvolver segmentos da nossa econo­mia, ou ficaremos emparedados e atingiremos a meta com 200ou 300 anos, quando poderíamos fazê':'lo em duas ou três décadas.

Até a China Continental, eminente Deputado Jerônimo San­tana, que palmilhava exatamente a, idéia que V. Ex.a alicerçouno seu aparte, fez uma revisão dos seus conceitos e, hoje, abre- escancara mesmo - as suas porbas para a economia ociden­tal. Então, veja V. Ex.a, a complementação, quer em capitais,quer em equipamentos, éj necessária. V. Ex.'" sabe que os equipa­mentos são limitados no .mundo hoje. Mesmo que tivéssemos umpotencial inesgotável, a pesquisa e lavra de determinados recur­sos minerais ficariam limitadas pela indisponibilidade desse equi­pamento, que geralmente são obtidos sob a modalidade de leasing.Portanto, este concurso de empresa de outros países não repugnaà primeira vista. Agora, se eles têm a parte do leão, se eles ex­ploram, se eles realmente vêm espoliar o que é nosso, 'é evidenteque não se pode, em sã consciência, permitir isto. Aí V. Ex.a temrazão. Mas é preciso distinguir que :não é toda e qualquer uniãocom companhias estrangeiras que merece nosso repúdio, a nãoser que tenhamos uma visão canhestra, acanhada ou xenófo­ba das coisas, o que, sem dúvida, vai custar-nos muito na sendado progresso, sobretudo em termos de tempo.

Mas volto a tratar do setor espel:ifico dos remédios, tema queestou ferindo da tribuna. Este modesto discurso nada mais é doque um apêndice ao aparte que já me deu o eminente DeputadoCantídio Sampaio e ao que S. Ex.a vai dizer-me. .

Quero ponderar aos Srs. Deputados, como já o disse ao nobl'eDeputado Getúlio Dias, que a Central de Medicamentos realmen­te empolga. Nós fizemos nascer, no :Brasil, no tempo do GovernoMédici, uma instituição modelar. Basta dizer que o modelo foícopiado até pela Suécia e por outros países. Agora, infelizmente,a Central de Medicamentos não cresceu como estimaríamos queacontecesse. Ainda está em tempo de salvar a Central de Medi­camentos, e isto é uma necessidade. Não é só produzir mais ba­rato; há que se seguir um padrão de seriedade, de honestidade.Sabemos que os exemplos aí estão para frutificar. A Santa Casade Misericórdia de São Paulo resolveu produzir alguns medica­mentos para fazer face às suas necessidades. Note-se, eminenteDeputado. que, sem contar com uma economia de escala parareduzir os custos do produto, a Santa Casa de Misericórdia deSão Paulo conseguiu produzír alguns medicamentos 20, 30, 40,70% mais baratos. E num caso, o do desínfetente chamado per-

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manganato de potássio, conseguiu produzi-lo por um preço 2 milpor cento mais barato em relação ao do mercado. Isto mostra,entre outros, os abusos das multinacionais que, com sede no ex-ot'erior, controlam 84'7, da venda de remédios no Brasil. Lucramdesmesuradamente, exploram o povo na sua boa-fé, estimulama automedicação, bombardeiam os nossos meios de publicidadepara fazer crer que os brasileiros precisam de remédios para dor··mil', para acordar, para ter fome ou d,eixar de ter fome. Procuram,por meios subliminares intoxicar este Pais de remédios, quandonoções simples e sadias de higiene deveriam' ser difundidas paramost·rar que um organismo não pejado pela doença não precisade remédio algum e que. com muito mais propriedade, se conse··guem vitaminas numa quitanda do que numa farmácia.

Sou a favor da Central de Medicamentos, como também soufavorável à REMOBRÁS, para controlar o comércio do sangue es-eus 'derivados em nosso País. Tenho, aliás, proposição a esserespeito.

O que eu' quero ponderar é que os abusos precisam ser conti··dos. E vozes como a de V. Ex.a , Deputado Jerônimo Santana, ede outros que aqui combatem essas distorções são bem-vindas,na medida em que ·traduzem um sentimento de patriotismo. O quenão podemos realmente compreendel' é que essas empresas con··tinuem explorando a boa-fé do nosso povo, teimando em esca­motear os efeitos colaterais ·e as contra-indicações dos remédios,às vezes vendendo remédios cuja comercialização é proibida nasua terra de origem. O que não é bom para os filhos, para os fa··miliares dos dirigentes desses empórios ou para o seu respectivopovo, infelizmente é vendido em países africanos e também ofe..recído a paises sul-americanos, inclusive o nosso.

E, aliás, isso não ocorre só no setor específico de remédios.Fungicidas, herbicidas. inseticidas. de efeito desfolhante, algunsjá proibidos e que foram até utilizados como arma de guerra, la..mentavelmente continuam a ser impingidos, às vezes até sob c·er··tas formas de coação psicológica, ao agricultor brasileiro, qUE'muitas vezes não tem capacidade de discernimento para identi··ficar o mau produto, pois, infelizmente, na sua boa-fé, na suaalma simples. acredita no homem da cidade. no homem engrava··tado, no homem importante que vai bater à sua porta com pro..messas de multiplicar a sua produção, mas que lhe esconde exa..tamente os ·efeitos colaterais daquele produto que pode envenenaro seu rebanho, os animais caseiros e até prejudicar a saúde dosseus familiares.

É diante desta falta de honestidade, desta falta de informa..ções corretas sobre os produtos no m-ercado em geral e no merca..do especifico do remédio - o que é gravíssimo, porque já temensejado tantas mortes - que nós clamamos por esta obrigaçãode respeito ao CÓdIgO Penal vigente, às 1eis que temos e ao prin..cípio ético que deve traduzir o elementar sentido de respeito àcriatura humana: a solidariedade humana.

Concedo o aparte ao .eminente Líder Cantídio sampaio que,aliás, motivou toda esta nossa perlenga doutrinária. pois todoeste nosso pronunciamento nada mais foi do que um apêndice aoaparte que S. Ex.a ainda vai dar.

O Sr. Cantídio Sampaio - Nobre Deputado Nina Ribeiro, creioque V. Ex.a não ignora o quanto o admiro e quanto prazer tenhode vê-lo e ouvi-lo da tribuna. com sua fluência, com seu entusias­mo, notas características da mocidade exuberante que V. Ex.·'ostenta e qlJe eu gostaria de também ostentar, porque assim nãoprecisaria, por exemplo, esperar de pé 14 minutos pela concessãodo aparte. Não tivesse V. Ex." tido a gentileza de, por um sinal,recomendar que eu me sentasse, nesta minha idade não seria bomficar 14 minutos de pé, aguardando seu aparte,' embora sempreadmirando o seu talento e as suas qualidades oratórias ilimitadas.Estranhou V. Ex.a que e.u pudesse discordar do seu ponto de vísta.Concordo que seria realmente uma temeridade discordar de V. Ex.a "porque, com sua cultura, com sua disposição de estudar meti­culosamente cada problema que se propõe abordar, V. Ex.a prati­camente fecha todas as brechas a uma argumentação contráriaao seu ponto de vista. É, realmente, um atrevimento discordar dE'V. Ex.a Entretanto, sei que V. Ex.a é um democrata, e não há qual­quer incompatibilidade, quer constitucional, quer de fato, em serdemocrata e ser talentoso. De modo que eu me abalanço a dis­cordar de V. Ex.a não no conteúdo, não na essência, mas em algunS'pormenores da sua colocação.

Eu, como V. Ex.a, não tenho ojeriza por empresas estrangeiras.ainda que sejam multinacionais. Assumo a posição de cautela doPresidente Geisel, que acha que essas empresas prestam relevan­tes serviços à Nação, mas devem estar sob a atenção diturna,das autoridades do Pais em que se implantem. Como não podemosprescindir de seu capital, de sua capacidade de investir, temos aobrigação - porque não somos um país africano - 'de dispor dE;uma estrutura capaz de evitar que distorções pratiquem, elas ouqualquer empresa nacional. Existe legislação aprovada por estaCasa, recentemente: a Lei n.O 6.360, de 1976, que dispõe sobre a,vigilância sanitária. Essa lei foi elaborada no Governo do Pre··

sidente Geisel, graças ao atual Ministro da Saúde, Almeida Ma­chado. Ela propicía todos os recursos para que a autoridade admi­mstrativa frustre qualquer tentativa, seja por empresa nacional,seja por empresa estrangeira, de prática ae mal contra a incolu­midade do povo brasileiro. Conquanto nos mereça fé, V. Ex.a acabade relatar uma série de crimes que estariam sendo praticados porempresas estrangeiras contra o povo brasileiro. V. Ex.a, que é umjurista, se dispõe dessas provas, eu penso que devera ir direta­mente à polícia, exibi-las e promover um processo-crime contraessas empresas. Mas até agora só houve generalidades. Não ouvide V. Ex.a a citacão de um fato concreto. V. Ex.a remete à res­ponsabilidade dessas empresas a comissão de crimes bárbaros, poromitirem cuidados que devem ser tomados na administração dedeterminados remédios, entre eles, 'a advertência para efeitos co­laterais que podem causar a morte. Ora. V. Ex.a sabe que este éum caso típico de dolo genérico. Da mesma forma que V. Ex.a ,que qualquer membro da Oposição ou do Governo, que qualquerbrasileiro, nós também estamos preocupados com a saúde de nossopovo. Por isso, não podemos receber de braços cruzados noticiascomo esta. Daí pedir a V. Ex.a que, com seu espírito público, comsua invejável formação de homem público, traduza toda essaacusação não em termos relativamente vagos - porque a dialéticade V. Fx.a é algo que todos admiramos - mas de forma concreta,trazendo para cá, objetivamente, esses fatos, para que nós - eume proponho, juntamente com V. Ex.a , a procurar os PoderesPúblicos - providenciemos para que esses crimes não fiquemimpunes, não tenham prosseguimento. Que eles sejam caracteriza­dos, a fim de que não se cometa injustiça contra empresas de talresponsabilidade, que estariam sendo acusadas sem sequer ter odireito de defesa. No Judiciário, poderão defender-se e, evidente­mente, praticar aquele diálogo jurídico que é, a meu ver, a base,o fundamento dos próprios cânones democráticos.

O SR. NINA RIBEIRO - Eminente Deputado Cantídio Sam­paio, V. Ex." não deveria estranhar ficar de pé. V. Ex.a diz istocomo se fosse penoso ficar de pé para me dar a honra do aparte.Além das virtudes que ornam sua personalidade, do ponto de vistamoral e intelectual, sei também que há virtudes físicas. Se nãocometo nenhuma indiscrição, V. Ex.a é um desportista que todasas manhãs demonstra um vigor próprio de quem não pode sofrermossa pelo símples fato de assim se postar.

O Sr. Cantídio Sampaio - Por isso que à tarde estou cansado,Excelência.

O SR. NINA RIBEIRO - Além dist(J, nada mais estaria ha­vendo do que reciprocidade, pois sempre que o ouço, faço-o de pé,por uma questão de respeito e consideração pelos seus discursos,em que traz à tribuna assuntos da máxima ímportâncIa para ocenário brasileiro. E, mais, foi de pé que aguardei, pacientemente,horas a fio, para poder responder ao seu aparte dado ao meudiscurso anterior, no Grande Expediente da sessão de hoje. Assim,estaria havendo não um sacrifício, mas uma reciprocidade de .tra­tamento, embora nem sempre a postura possa traduzir a admira­ção que nutrimos pelo alto grau de espirito público que semprecaracteriza seus pronunciamentos.

O Sr. Cantídio Sampaio - Estar de pé, para V. Ex.a , é umesporte; para mim, uma provação. A diferença de idades nos colocaem posições não recíprocas, mas, de certa maneira, simétricas.

O SR. NINA RillEIRO - A diferença de idades apenas nosafasta, porque concede a V. Ex.a mais experiência do que a mim,mas não no que concerne ao vigor físico. Embora não seja esteo tema que nos traz à tribuna, tenho certeza de que V. Ex.a temprimado exatamente por alcançar indices expressivos no campodesportista ainda hoje, o que bem atesta a força daquela máximajá na Antiguidade Clássica propallj.da: "mens sana in corporesana". No campo específico dos remédios, V. Ex.a diz que todaminha denúncia se firmava em aspectos de dolo genérico. Lembroa V. Ex.a , também cultor do Direito Penal, que o dolo genéricotambém é punível.

O Sr. Cantídío Sampaío - Perfeitamente.

O SR. NINA RIBEIRO - O dolo não precisa ser específicocom o sentido que se 'traduz na linguagem técnica ...

O Sr. Cantidio Sampaio - Foi o que afirmei.

O SR. NINA RIBEIRO - ... para merecer punibilidade. O dologenérico também merece punibilidade, quer do ponto de vistaético, quer do ponto de vista estritamente jurídico. V. Ex.a diz quequer fatos concretos e invoca a Lei n.O 6.360 e a atividade de­senvolvida pelos órgãos públicos desta Nação. Em nenhum mo­mento deixei de reconhecer o mérito daqueles que se empenhamnessa campanha, nem tampouco o progresso que, sem sombra dedúvida, representou o advento dessa lei. Apenas afirmo que elanão resolve todos os casos e deixa muitas brechas por onde pene­tram os apetites inescrupulosos dessas multinacionais.

O art. 81 da lei que V. Ex.a invocou dá o prazo ete um ano àsempresas farmacêuticas para elaborarem alterações e adaptaçõesnecessárIas. Repito~ o prazo é muito longo. Enquanto isso, os

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doentes vão morrendo pelo caminho. Também não há qualquerexigência quanto à publicação das substâncias que entram nacomposição de cosméticos e de produtos de beleza. Sabemos quemanifestações alérgicas têm ocorrido e podem continuar a ocorrerem virtude das substâncias que compõem esses produtos.

Há um terceiro aspecto mais grave: a burla relativamente ànão indicação dos efeitos colaterais. A lei existente, ao contráriodo que prevê o Projeto n.O 3.442/77, de minha autoria, não impedea prática de certas infrações. Os laboratórios farmacêuticos deempresas multinacionais em nosso País, que controlam 84% domovimento de venda de remédios - e que só em 1974 faturaramum bilhão de dólares - indicam apenas alguns efeitos para "inglêsver", por sinal os de menor importância. Eles mencionam que talremédio produz ou pode produzir, raramente - mas produz ­dores de cabeça, náuseas, vômitos etc., mas omitem que aqueladroga pode provocar, por exemplo, apoplexia, parada cardíacaou a síndrome de Gray~ a morte do recém-nascido, como sucede nouso do clorafenicol. No nosso projeto exigimos que os mesmosefeitos colaterais indicados nos Estados Unidos, sob a chancelada "Food and Drug Administration", sejam: também publicados noBrasil.

O Sr. Cantidio Sw:nP4rio - Permite-me V. Ex.a um aparte?O SR. NINA RffiEIRD _ O meu projeto exige essa publicação

para que, nesses desvãos, nessas malhas, não se acumpliciem essesinteresses inconfessáveis.

Mas, eminente Deputado Cantídio Sampaio, V. Ex.a pediu fatosconcretos. Tenho uma longa lista, objeto de pesquisa nos EstadosUnidos e de contato pessoal com o grupo do Sr. Ralpf Nader.Posso invocar estudos de maior seriedade, como o do Prof. MiltonSilverman, publicado J?elí:l: Universidade da Califórnia, e que constada Biblioteca do Congresso americano. Há uma comparação entreas bulas dos remédios do mundo inteiro, incIustve das informaçõesda literatuta médica especializada. V. EX,a V'erá que nas bulasdos remédios produzi(ios nos países african-os e nos países latino­americanos, inclusive no Brasil, estão faltando as contra-indicaçõese os efeitos colaterais enunciados nos países europeus e nos 'EstadosUnidos. Refiro-me ao livro do Prof. Milton Silverman chamado"The Druging in the Americas" que invoco como testemunho.Além disso há a justificativa do meu projeto.

V. Ex.a quer casos concretos e eu posso dá-los, não um nemdois, mas as dezenas, eminente Deputado Cantídio Sampaio. Possocitar o caso de antibióticos. Qual é o capítulo que V. Ex.a quer?Posso citar o caso das pílulas anticoncepcionais, o caso dos hor­mônios esteróides, dos tranqüilizantes, dos antidepressivos e dosantireumáticos. Fornecerei a V. Ex.a dezenas de marcas e labora­tórios.

O Sr. Cantídio Sampaio - Permite-me V. Ex.a um aparte?O SR. NINA RIBEIRO - Mencionarei apenas casos especificos.

Eu precisaria de mais três horas, pelo menos, para citar todo oelenco dos remédios e das distorções que caracterizam, em nossomeio, o abuso praticado pelas multinacionais.

Peço desculpas, eminente Presidente, mas trata-se de um temaque apaixona - quero crer - a todos brasileiros.

O Sr. Cantídio Sampaio - Permite-me V. Ex.a um aparte?

O SR. NINA RffiJ!;IltO·· - Se houver possibilidade, darei oaparte.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Peço que seja breve,para que se possa cumprir o Regimento.

O Sr. Cantídio Sampaio - Serei breve. Referiu-se V. Ex.a àomissão nas bulas da indicação de certos efeitos colaterais quepodem causar a morte. N-aturalmente, eles já os terão causados, oque é crime. É o que chanw de dolo genérico. Eu não disse que odolo genérico não é crime. Se tem V. Ex.a esses dados, custa-mecrer que já não tenha promovido uma ação criminal contra os res­ponsáveis, pois a não pllblicação nas bulas nacionais de dadoscontidos nas estrangeiras constitui uma omissão passível de pu­nição. Em essência, era o que eu queria dizer. Por isso, de certamaneira, concito V. Ex.a a tomar uma atitude concreta, porquemuito admiramos sua capacidade de discursar. Sabemos bem queV. Ex.a é um grande advogado criminal, capaz de chamar à res­ponsabilidade todo aquele que cometer um crime dessa natureza,ou seja, quase um genocídio contra o povo que representamos.

O SR. NINA RIBEIRO - Eminente Deputado Cantídio Sam­paio, creio que V. Ex.a poderia me dar lições de Direito ProcessualPenal. Mas posso lembrar a V. Ex.a que existe, em matéria penal,a ação pública, dependente' de Representação, e a ação privada.Os casos - ou esse caso - que V. Ex.a acaba de referir em seuaparte são tipicamente de ação pública. Então, não preciso tomariniciativa alguma, além da que já tomeI, ou seja, usar a tribunado Congresso para denunciar esses fatos, porque, sendo a açãopública, nos termos da lei processual penal, o seu deflagramento

cabe ao Ministério Público. Mas concito V. Ex.a, como a todos, adarmos o necessário prosseguimento.

Indago, Sr. Presidente, se disponho de mais alguns IllÍnutos.O SR. PRESIDENTE (Mar(:o Maciel) - O tempo do eminente

orador já se expirou. Peço, pois, que conclua a sua oração.O SR. NINA RffiEIRO - Passarei às mãos de V. Ex.a , Depu­

tado Cantídio Sampaio, logo em seguida, a justificativa do Pro­jeto n.o 3.442, de 1977, que apresentei a esta Casa e que ainda seencontra na Comissão de Constituição e Justiça. Nessa justlfi­cativa descrevo amplamente o que eu - se tivesse tempo - diria,agora, da tribuna. São dezenas e dezenas de exemplos de remédioscujas bulas, lamentavelmente, no Brasil, como em outros paisesda América.. do Sul, omitem os efeitos colaterais mais graves e ascontra-indicações, o que tem ensejado até a morte de muitos bra­sileiros, o que brada aos céus. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Nina Ribeiro, o Sr. NorbertoSchmidt, Suplente de Secretário, deixa a cadeira da pre3i­dêncí.z, que é ocupada pelo Sr. Marco Maciel, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -Discussão única do projeto de Lei TI.e 457-A, de 1975,

que autoriza os estabelecimentos de ensíno superior a ins­tituir cursos de tradutores e intérpretes; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça, pela constituciona­lidade; da Comissão de Educação e Cultura, pela aprovação,com substitutivo; e, da Comissão de' Finanças, pela apro!.vação. (Do Sr. Faria Lima.) - Relatores: Srs. Jairo Ma­galhães, Alcir Pimenta e Ruy Côdo..

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Célio Marques Fernandes, para diScutir o projeto.

(Pausa.)

Não está presente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Daso Coimbra, para discutir o projeto.

O SR. DASO COIMBRA (AR,ENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o nobre Deputado Faria Limaapresentou, no ano de 1975, projeto de lei que tomou o n.o 457 eque recebeu p:lrecer favorável da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade. A Comissão de Educação e Culturaapresentou um substitutivo. A Comissão de Finanças manifestousua aprovação.

O nobre Deputado Faria Lima deseja criar, nos estabelecimen­tos de ensino superior, cursos de graduação de tradutores e in­térpretes.

No seu art. 1.0, S. Ex.a estabeleceu o tempo de duração dessescursos, ou sej 1, duração minima de três anos letivos, dizendo quecompetirá ao Conselho Federal de Educação fixar o currículominimo e a carga horária.

Quando apreciado na Comissão de Educação e Cultura, oRelator, Deputado Alcir Pimenta, cortou a parte final do art. 1.0,referente à duração mínima do curso, ou seja, de três anos, dei­xando que essas normas concernentes à matéria fossem estabele­cidas pelo Conselho Federal de Educação, a quem cabe, aliás, afixação dessas mesmas normas.

Sr. Presidente, o projeto tem seu mérito, porque, hoje em dia,cada vez mais se torna importante a difusão das idéias e que elassejam difundidas de maneira a mai.s clara. Daí a necessidade depreparação de pessoas especializada!! para a tradução dos livros einterpretação oas idéias, quando apresentadas em conferênciasou simpósios.

Acontece, no entanto que a Lei n.e 5.540, de 28 de novembrode 1966, que fixa normas para organização e funcionamento doensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outrasprovidências, diz, no seu art. 18:

"Além dos cursos correspondentes às profissões reguladasem lei, as universidades e estabelecimentos isolados pode­rão organizar outros, para atender às exigências da sua.programação específica e fazer face às peculiaridades do.mercado de trabalho regional."

Portanto, deve haver uma autorização para que sejam criados.novos cursos e profissões reguladas ,em lei.

No art. 26, a mesma lei diz o seguinte:

"O Conselho Federal d~! Educação fixará o currículo mí­nimo" - é atribuicão do Conselho Federal de Educacão- "e a duração mínima dos. cursos superiores correspón­dentes ... "

'Portanto, não podemos legislar sobre a duração dos cursos.

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E diz, mais:

" . " profissões reguladas em lei e oútras, necessárias aodesenvolvimento nacional."

O projeto do nobre Deputado não contraria o art. 18. Há ape­nas, uma redundância, uma permissão que já existe no art. 18.

Mas o projeto contraria o art. 26, o que o substitutivo, nonosso entender, não faz.

O sr. Cantídio Sampaio - Nobre Deputado, o dispositivo cita..do autoriza o Conselho Federal de Educação a instituir eSses cursos,se bem entendi. Então, o projeto não"é redundante. A proposiçãoautoriza os estabelecimentos de ensino superior a instituí-los {)obriga o Conselho Federal de Educação a estabelecer o curriculo.Parece-me que há uma diferença flagrante. Da forma como oprojeto está réàigido - veja bem V. Ex.a - há, realmente, essaautorização. Hoje, um estabelecimento de ensino superior nãopode, sem ordem do Conselho Federal de Educação, instltuir unicurso àesse tipo. Creio que o projeto peca, a meu ver, pela sua ge..neralidade, porque permite, por exemplo, que uma Faculdade deMedicina institua um curso desse em graduação. Uma EscolaPolitécnica, com qualquer curso superior, poderia fazer aquilo aque, atualmente, não estão autorizadas. Sem a licença do ConselhoFederal de Educação, instituto superior algum pode instituir umcurso para o qual não tenha sido autorizado. A sutileza do projeto,a meu ver, está aqui. De pleno direito, a matéria concede autoriza­ção a qualquer instituto superior para criar um curso dessa es··pécie, pelo periodo de três anos de graduação, paralelamente aoscursos de que já dispusera. Eu pediria a V. Ex.a que atentasse ­sei que V. Ex.a é um estudioso da matéria educacional - paraesse ângulo que tento colocar no exame do projeto.

O SR. DASO COIMBRA --;- Obrigado pelas considerações deV. Ex."

Sr. Presidente, no nosso entender, o substitutivo da Comissãode Educação é mais apropriado e mais condizente com o que pr~­ceitua o art. 36 da Lei n.o 5.540, razão por que, pessoalmente, soufavorável ao substitutivo apresentado por aquele órgão técnico.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Não havendo mais ora­

dores inscritos, declaro encerrada a discussão.Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Cantídio Sampaio, para encaminhar a votação.

O SR. CANTíDIO SAMPAIO (ARENA - SP. Sem revisão doorader.) - Sr. Presidente, sinceramente, não vejo diferença defundo entre () substitutivo da Comissão de Educação e o projetooriginaL O substitutivo é um pouco mais prolixo, talvez redigidocom um pouco mais de cuidado, no que tange à forma. Mas, elediz absolutamente a mesma coisa. Está se tornando um hábitonesta Casa, de certa maneira, 'grilar" um pouco da autoria dosnossos projetos de lei, através de substitutivos que ou mudammuito pouco ou não mudam coisa alguma.

Sr. Presidellte, de certa maneira, a proposição, na forma ge­nérica que assume, pode causar um certo estremecimento, umacerta confusão na sistemática da legislação que rege os nossoscursos superiores, porque sabemos muito bem que qualquer cursosuperior depenae, para funcionar, em primeiro lugar, de autoriza­ção do Conselho Federal de Educação e, depois, preenchidas asformalidades também instituídas na legislação pertinente, esscscursos vêm a Ecr reconhecidos.

Ora, Sr. Presidente, o projeto, na forma em que está, autorizanão o Conselho Federal de Educação a instituir esses cursos, masos estabelecimentos de ensino superior, à revelia do ConselhoFéderal de Educação, o número de cursos dessa natureza creSCfraté causarem um trauma no nosso já cambaleante sistema su­perior de ensino.

Penso, portanto, Sr. Presidente, que se trata de m-atéria a sermelhor estudada. Nos termos em que estão, tanto o projeto quanto° substitutivo, parece-me temerária sua aprovação. A idéia meparece razoável, mas a forma deixa a desejar.

Por esta razão, Sr. Presidente, a Liderança da Maioria votarácontra o projeto.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Tarcísio Delgado, para encaminhar a votação.

O SR. TARCíSIO DELGADO (MDB - MG. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, embora o projeto realmente tenha muitode redundante, porque prevê o que já está estabelecido em lei ­autoriza os estabelecimentos de ensino superior a instituírem novoscursos, no caso de tradutor e intérprete - não nos parece quepossa causar qualquer mal.

Por isso, votaremos favoravelmente ao Substitutivo da Comis­são de Educação e Cultura, que realmente está melhor redigidc).

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - A Comissão de Educa­ção e Cultura. ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou sub­meter a votos o seguinte

SUBSTITUTIVO

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° Ficam os estabeleCimentos de ensino superior autori­zados a instituir Cursos de Tradutores e Intérpretes, em consonân­cia com as necessidades do mercado de trabalho local ou regional,e atendidas as normas do Oonselho Federal de Educação Cú11cer­nentes à matéria.

Art. 2.° O Conselho Federal de Educação fixará o curriculomínimo e a carga horária para integralização do curso previstono artigo anterior.

Art. 3.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Rejeitado.O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vou submeter a votos

o seguinte:

PROJETO N.o 457-A, DE 1975O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ficam os estabelecimentos de ensino superior autori..zados a instituir cursos de graduação de tradutores e intérpretes,com a duração minima de três anos letivos.

Art. 2.° O Conselho Federal de Educação fixará o currículomínimo e a carga horária do curso previsto no artigo anterior.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os S1's. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Rejeitado.

Vai ao Arquivo.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) -Discussão única do Projeto de Lei n.O 490-A, de 197;'.

que dá nova redação aos arts. 79 e 80 da Consolidação dasLeis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, deL° de maio de 1943, dispondo sobre a remuneração e oregime de trabalho do menor aprendiz, e dá outras provi­dências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade e juridicidade; da Comis­são de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação, comSubstitutivo, com voto em separado, favorável, do Sr.Francisco Amaral; e da Comissão de Financas, pela apro­vação, com adoção do Substitutivo da Comissão de Traba­lho e Legislação Social (Do Sr. Daso Coimbra.) - Relato­res: Srs. Joel Lima e Roberto Carvalho.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Daso Coimbra, para discutir o proj eto.

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr.. Presidente, Srs. Deputados, a matéria em discussão é denossa autoria. Apresentada à Casa em 1975, logrou aprovação naComissão de Constituição e Justiça. A Comissão de Trabalho elegislação Social apresentou um substitutivo, sobre o qual falare­mos mais adiante, que realmente aperfeiçoou nosso projeto, o qual,posteriormente, foi aprovado na Comissão de Finanças

Sr. Presidente, esta propositura visa a resolver o problema daociosidade do menor e da falta de escolas profissionalizantes emnosso País. O menor, normalmente, ao trabalhar numa empresacomo aprendiz, percebe 50% do salário minimo. Acontece quemuitas vezes ele precisa estudar durante o dia, por não haver cursonoturno em sua cidade. Por este motivo, solicita ao patrão licençapara sair mais cedo e completar seus estudos. Forma-se um circulovicioso: não conseguem emprego nas indústrias porque são pordemais onerosos, já que, embora não trabalhando todas as horas,têm que ser remunerados como se trabalhassem todo o período,estando, além do mais, aprendendo um oficio. Por esta razão,esta­belecemos, na proposição, um período de 4 horas de trabalho. Eletrabalharia pela manhã ou à tarde e poderia estudar, pela manhãou à tarde. A remuneração, no caso, seria condizente com o númerode horas que o menor trabalhasse, ou seja, 25% do salário minimo.

Sr. Presidente, esta é a modificação que fizemos no art. 79 daConsolidação das Leis do Trabalho.

Mas, fizemos uma outra, no art. 80, também da CLT, em queestabelecemos o prazo mínimo de dois anos para o aprendizado domenor, a fim de que o patrão não fique eternamente explorando-o,não permitindo que ele trabalhe mais horas, apesar de já terminado

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Setembro de 1ft77 DIÁRW DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira "I 7851

o período de aprendizagem. Conforme explicitado no nosso traba­lho esse prazo poderá ser de cinco, sete, oito ou dez meses, atédois anus. no máximo, com base no fato de que o Poder Executivo,através do :Vrinistério do Trabalho, estabeleceria, para cada caso,o programa e a duração. Há profissões que precisariam de doismeses, enquanto há aquelas que demandariam dois anos.

Sr. Presidente, depois de apresentado o projeto e remetido ~s

Comissões, soubemos que já estão catalogados, no Ministério doTrabalho, 77 oficios diferentes, com o periodo de aprendizagemfixado em três anos. Portanto, essa modificação do art. 80 temuma falha. Reconhecendo-a, estamos apresentando uma emendaao nosso Projeto de Lei n.O 490-A/75, nos seguintes termos:

"Dê-se ao li 3.0 do art. 80 da Consolidação das Leis do Tra··balho, de que trata o Substitutivo da Comissão de Tra­balho e Legislação Social - e já aqui estamos encampandoo referido Substitutivo, que aperfeiçoou um pouco nossaredação - ao Projeto de Lei n.o 490-A175, a seguinte re-dação: .

"Art. 80. .§ 3.° - O período de aprendizagem do menornão ultrapassará quatro anos e corresponderá, em cadacaso, ao programa e à duração que forem estabelecidosem decreto pelo Poder Executivo."

Assim justificamos a emenda:

"Há ocupações cuja complexidade exige maior prazo deaprendizagem. Existem já classificados pelo Ministério doTrabalho, 77 ofícios com períodos de aprendízagem fixadosem três anos."

Sr. Presidente, não há possibilidade de estabelecermos escolasprofissionalizantes em todas as regiões do País, para todo os ofí­cios, de imediato. Logo, temos de buscar uma solução, para nãodeixarmos o menor sem especialização, para não deixarmos o me­nos na ociosidade. Este é o objetivo do projeto apresentado, apro­vado nas Comissões e agora submetido à consideração do Plenáriodesta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Célío Marques Fernandes, para discutir o projeto.

(Pausa.)

Não está presente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Norberto Schmidt, para discutir o projeto.

O SR. NORBERTO SCHMIDT (ARENA - RS. Sem revisão dQorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, pela palavra do emi­nente autor da proposição, nosso eminente colega Daso Coimbra,conhecemos perfeitamente o objetivo a que ele visa. A proposi­ção, inegavelmente, tem um longo alcance, porque pretende so­correr o menor desamparado, o menor desempregado, que causatremendos problemas à Nação.

Na sua justificação, o Deputado Daso Coimbra diz com todaa clareza:

"O problema do menor precisa ser solucionado por meiode leis que lhe permitam uma ocupação honesta, metó­dica, remunerada, que evite continuem marginalizados mi­lhares de menores desprotegidos pela atual legislação quelhes impede conoorrerem ao mercado de trabalho, isto àguisa de sua proteção.Não podemos continuar dependente de reduzido númerode escolas profissionalizantes existentes e nem persistirna espera de que a grande indústria possa absorver, so­zinha, a mão-de-obra disponivel,"

Gostaria de dizer, Sr. presidente, que ninguém mais do que eu1utou para que este objetivo fosse amplamente alcançado. Vimpara esta Casa em 1960, quando apresentei uma proposição esta­belecendo um escalonamento de 50% do salário mínimo J5ara omenor de 14 aos 16 anos e de 75% para o menor de 16 aos 18anos. Não consegui a aprovação deste projeto, na época, porqueera inconstitucional. Voltei à carga em 1963 e consegui, em 1967,ver transformada na Lei n.O 5.274 uma proposição de minhaautoria, que tirou, sem favor algum, milhões de menores brasi­leiros, durante os 7 anos da sua vigência, da ociosidade, do perigo,do preâmbulo para o crime, que é o ócío, ao qual, infelizmente,são compulsoriamente relegados porque não conseguem emprego,tendo que receber o menor o mesmo salário do maior. Esta leitornou-se vitoriosa e trouxe beneficios imensos. Foi dito que umadas leis sociais de maior alcance, no Brasil, foi exatamente a deTI.O 5.274. Para meu desespero, no meio ócio, que esta Casa teveque suportar também, na época pré-eleitoral de 1974, vi um pro­jeto, que veio do Senado Federal para cá, ser aprovado, sim­plesmente revogando a lei oriunda da minha proposição, e vimoslargados na rua do desamparo, do desemprego, condenados àDciosidade, milhões de brasileiros que hoje não conseguem mais€mprego porque ninguém paga o mesmo salário a um menor de

12 anos - uma vez que, hoje, a Constituição permite ao jovem de12 anos em diante ter uma ocupação lucrativa - e a um traba­lhador maior de 21. Na oportunidade, desesperei-me ao ver estalei aprovad'a - e o foi por um equívoco lamentável que ocorreunesta Casa. E sei que foi um equivoco porque tive conhecimentodisto, pois a Liderança não queria que a lei fosse aprovada.

Estou lamentando e chorando até hoje, com a alma mais com­pungida do que o Deputado Daso Coimbra, porque vi revogada umalei, de minha autoria, em plena vigência. .

Está tramitando na Casa o Projeto n.O 113175, mas tambémde minha autoria, que ainda não foi apreciado em toda a sua ple­nitude.

Queremos, Deputado Daso Coimbra, resolver o problema dosbrasileiros que representam o futuro do nosso pàís, destes jovensque, como sempre se alardeia nesta Casa, comaJ;].darão esta Nação.

Quero dizer, SF. Presidente, que estou inteiramente de acordocom a proposição do Deputado Daso Coimbra, mas quero que oProjeto de Lei n.O 113175 venha a este plenário.

Desejo, também, fazer um apelo, nesta Casa, para que os quemais clamam em favor do operário, do homem pobre deste Pais,votem o meu projeto, mas o façam com a consciência, com ocoração voltamos para o futurQ do Brasil. Que se dê aos menoresde 14 aos 18 anos uma nova oportunidade para buscarem empre­gos, restabelecendo na integra o disposto na Lei n.O 5.274, sem aalteração nem de uma virgula, porque qualquer desvirtuamentofará com que ela perca o sentido. É uma burla que se faz paraanular uma lei quando uma emenda, sem número, citada, éapreciada, e, se acolhida, tira o efeito da nossa proposição.

Parabenizo-me com o Deputado Daso Coimbra, que está fa­zendo o que venho praticando há 17 anos. E tive a felicidade dever milhões de menores empregados, tornados úteis. Anseio, hádois anos, por ver esse projeto vir a plenário. Duvido que al­guém, em sã consciência, vote contrariamente à minha proposição.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o Sr.Antônio Bresolin, para discutir o projeto.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN <MDB - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em primeiro lugar,deseio fazer minhas as palavras do eminente Deputado NorbertoSchmidt. Nesta Casa, sempre acompanhei esse trabalho de S. Ex.a

Fiz uma série de pronunciamentos sobre ele, recebi cartas de apoioda Federação das Associações Comerciais do Rio de Janeiro e daFederação das !í.ssociações Comerciais do Rio Grande do Sul. Efe­tivamente, é uma grande injustiça que o projeto de S. Ex." nãotenha sido incluído, até hoje, na Ordem do Dia.

E aqui, neste dia, venho trazer minha integral solidariedadeao Deputado Daso Coimbra.

Fui, no meu tempo de jornalista, durante 12 anos, Comissáriode Menores. Fui o criador de duas grandes instituições, a de as­sistência ao menor abandonado e a de educação para o filho deoperários, situadas, ambas, no Município de Ijuí. A Escola 25 deJulho é uma das maiores do Rio Grande do Sul. Sou o pai dessaescola, Sr. Presidente, e aqui, em Brasília, tenho acompanhado deperto o drama do menor. A grande maioria dos menores se perdemporque não têm mercado de trabalho onde possam defender o pãode cada dia.

O Sr. Norberto Schmidt - PerÍnita-me, nobre Deputado. Antesde mais nada, quero agradecer a V. Ex.a as generosas referênciasa mim feitas e também lembrar que, toda vez que falo sobre oprnblema do menor, encontro V. Ex." a meu lado, como um va­lioso trabalhador, como, de resto, o é em todas as suas atividades.Gostaria de dizer a V. Ex." que tive a honra de ver meu trabalhocomentado por um advogado de São Paulo, Dr. Luiz Mesquita, emtrês tomos. Nele, S. S." ressalta o alto valor da minha proposição.Possuo esse livro, com dedicatória do escritor. Isso demonstra queo nosso trabalho realmente atendeu aos objetivos a que VIsava,uma vez que recebeu apoio até através de um liVro. Tenho tam­bém certeza de que com o nosso trabalho estamos prestando umdos melhores, senão o melhor serviço ao País, com referência aomenor, cujos problemas todos os dias aparecem nos jornais, causan­do preocupações à Nação. Todos os dias, famílias choram o in­fortúnio de seus filhos, que sáo escorraçados pela sociedade, quelhes nega o direito de participar, como elemento ativo, do trabalhode engrandecimento da Pátria. Era isso, Deputado Antônio Breso­lin, o que eu queria dizer neste meu aparte, que, aliás, não sejustifica, porque V. Ex." defende muito bem meus pontos de vista.Parece que temos algo em comum, principalmente quando se tratado menor brasileiro. Muito obrigado.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito obrigado a V. Ex."Quero dizer ao eminente Deputado Cantidio Sampaio, de quem

sou admirador, que espero que a emenda apresentada a esse pro­jeto pela ilustrada Liderança da ARENA. não constitua um motivosimplesmente para a não rejeição do projeto no dia de hoje; mas

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que essa emenda tenha o objetivo, sim, de aperfeiçoá-lo e que,quando ele retornar a este plenário, seja aprovado. Pode estarcerta V. Ex.'" de que ao aprovar este projeto, além de prestigiarum dos maiores Deputados da ARENA, o ilustre Deputado DasoCoimbra, a Liderança, neste particular, estará prestando um dosmaiores serviços à Pátria.

O Sr. Cantídio Sampaio - Nobre Deputado Antônio Breso··lin, agradeço a gentileza dos seus conceitos. Sabe V. Ex.'" que arecíproca é absolutamente verdadeira. Admiro V. Ex.'" desde (I

primeiro dia em que ocupou a tribuna desta Casa. Seu espíritopúblico, sua dedicação, a forma como V. Ex.'" cuida dos seus afa..zeres e seu relacionamento com o povo da sua terra é alguma coisade exemplar para todos nós.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito obrigado.

O Sr. Cantídio Sampaio - Eu o admiro sinceramente. V. Ex.'"só tem um defeito, que devo confessar de público: estar no MDB.V. Ex.'" devia' estar conosco, na ARENA, e seria um colega porcujo passe pagariamos alta quantia. Mas, nobre Deputado, per··doe-me, entretanto, discordar de V. Ex.'" quanto à emenda. Nãopoderia haver tantos elogios sem um porém. Na realidade, V. Ex."incide num equívoco: a emenda não é da Liderança da ARENA, édo próprio autor, o eminente Deputado Daso Coimbra. E, comosabe V. Ex.a, por força de disposição regimental, a apresentaç':lo deuma emenda neste instante da tramitação do .projeto implica seuretorno às Comissões. Evidentemente, este Projeto será, votadonuma próxima sessão. E, como a emenda o altera, ainda quehouvesse alguma posição a assumir no dia de hoje, favorávelou contrariamente ao Projeto, a própria emenda pode modificaro ponto de vista da Liderança, que na ocasião poderá tambémnão estar sendo exercida por mim. Portanto, embora lamentenão poder fazer uma declaração no sentido do apelo de V. Ex."',quero deixar bem claro que é possível que a Liderança, exami­nando a nova emenda e o contexto do Projeto, venha a aprová­lo. E sabemos muito bem que uma propositura de autoria doDeputado Daso Coimbra é algo que deve merecer da Liderançae do Governo a melhor e a mais alta consideração.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito obrigado a V. Ex.'" Peçoescusas pelo equívoco que ocorreu porque, quando o projeto co­meçou a ser discutido, eu me encontrava no meu gabinete. Masas palavras de V. Ex.'" me tranqüilizaram, pelo que lhe sou muitograto.

Devo reiterar, Sr. Presidente, que o projeto do Deputado DasaCoimbra, que tive a oportunidade' de examinar com atenção, mes­mo porque sou grandemente interessado pela solução do problemado menor, é da maior importância. E disse antecipadamente aS. Ex.a que era um grande admirador do trabalho que estava rea­lizando, objetivando o bem, quem sabe, de milhões de criançasque hoje seguem a estrada larga da perdição. Não há quem nãosaiba, por exemplo, que 60% dos criminosos que vivem nas prisõesprocedem de menores abandonados.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Não havendo mais ora­dores inscritos, declaro -encerrada a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tendo sido oferecidauma emenda ao Projeto n.O 490-A, de 1975, em discussão única.volta o mesmo às Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.

Dê-se ao § 3.0 do art. '80 da Consolidacão das Leis do Trabalho.de que trata o Substitutivo da Comissão de Trabalho e LegislaçãoSocial ao Projeto de Lei n.O 490/75, a seguinte redação:

"Art. 80. . .

§ 3.0 O período de aprendizagem dos menores não ultra­passará a 4 (quatro) anos e corresponderá, em cada caso,ao programa e à duração que forem estabelecidos em de­creto pelo Poder Executivo."

Justificação

Há. ocupações cuja complexidade exige um prazo maior deaprendizagem, existindo atualmente classificados, pelo Ministériodo Trabalho, 77 ofícios com períodos de aprendizagem fixados emtrês anos.

Sala das Sessões, 6 de setembro de 1977. - a) Daso Coimbra.

VII - O SR. PRESIDENTE (Marco M:aciel) - Vai-se passar aoperíodo destinado às Comunicações Parlamentares.

Tem a palavra o Sr. Jerônimo Santana.

O SR. JERôNIMO SANTANA (MDB - RO. Pronuncia o seguin­te discurso.) - 8r. Presídente, 81'S. Deputados, gostaria de chamara atenção do Sr. Procurador-Geral da República, Prof. HenriqueFonseca de Araújo, para a grilagem de terras feita dentro do

próprio INCRA de Rondônia, através do chamado grupamento fa-miliar, criado, sem amparo legal, pelo INCRA. '

A Acão popular requerida pelo Vereador Noé Inácio dos Santoscontra José Mílton Rios, INCRA e Governo de Rondônia, perantea Justiça Federal de Brasília, tem a interveniência do MinistérioPúblico Federal, cuja petição inicial denuncia as ilegalidades do!NCRA, o que, por certo, a Procuradoria-Geral da República ana­lisará com o cuidado que o caso merece.

A petição inicial desta Ação Popular é uma grave denúnciafeita pelo advogado Agenor Martins de Carvalho, de Porto Velho.A contestação produzida nesta Ação não convence a ninguém.Os despachos do INCRA deferindo os Grupamentos Familiares naárea de Muqui se constituem em arranjo fora da lei, pois têmpor objeto o patrimônio público, as terras devolutas, que pode­riam ser destinadas aos milhares de colonos sem terra em Ron­dônia.

Passo a ler os termos da Ação Popular requerida contra o!NCRA e o Governo de Rondônia:

Dos Fatos"I. As terras que compõem o Município de Porto Velho,Território Federal de Rondônia, por força do Decreto-lein.O 5.812, de 1943, e 9.760, de 1946, são do domínio da Uniãoe prioritárias para fins de Reforma Agrária e, ainda, porse situarem em zona de fronteira, são de interesse à Se­gurança Nacional, por força do Decreto n.o 67.557/70 eDecreto-lei n.O 1.164/71 que assim considerou o Município.

Nesse Município, à margem 'weita da BR-364, distantede Porto Velho cerca de 400 quilômetros, está encravadaa gleba que outrora compunha o Seringal Muqui, conhe­cido pela tensão social que nele se Vem verificando, nas­cida da violência perpetrada por José Milton de AndradeRios para regularizar, em seu nome e interesse, mais 21.000(vinte e um mil) hectares dessas terras, ocupadas, háanos, por centenas de posseiros com condições de legiti­mação de suas posses, a partir da determinação constitu­cional (art. 171 da CF) e de leis ordinárias (art. 97, item rI,e 102 do Estatuto da Terra), que, in verbis, determinam:"Art. 171. A lei federal disporá sobre as condições de le­gitimação da posse e de preferência para aquisição atécem hectares de terras públicas, por aqueles que a torna­ram produtivas com o seu trabalho e o de sua família.

Parágrafo único. Salvo para execução de planos de re­forma agrária, não se fará, sem prévia aprovação do Se­nado Federal, alienação ou concessão de terras públicascom área superior a três mil hectares."

"Art. 97. Quanto aos legítimos possuidorel? de terras de­volutas federais, observar-se-á o seguinte:I - o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrá­ria promoverá a discriminação das áreas ocupadas porposseiros, para a progressiva regularização de suas condi­ções de uso e posse da terra, providenciando. nos casos econdições previstas nesta Lei, a emissão dos titulos dedomínio;

Ir - todo trabalhador agricola que, à data da presenteLei, tiver ocupado, por um ano, terras devolutas, terá pre­ferência para adquirir um lote da dimensão ao módulode propriedade rural que for estabelecido para a região,obedecidas as prescrições da lei."

"Art. 102. Os direitos dos legítimos possuidores de terrasdevolutas federais estão condicionados ao implemento dosrequisitos absolutamente indispensáveis da cultura efetivae da morada habitual."

De sorte que por nunca ter sido destacada do domínioda União, as terras que compõem o conhecido SeringalMuqui continuam incorporadas' ao domínio público, e aipermanecerão enquanto não forem, regularmente, deledesmembradas.

Não obstante a legislação citada, mas pela clareza comque trata o assunto, convém ser transcrita lapidar lição domestre Aliomar Baleeiro:

"As terras do Brasil foram objeto de conquista e posse,por Pedro Alvares Cabral, para o Rei de Portugal. Elapassou a ser uma fazenda do Rei, ficando no dominio realaté à Independência, quando foi transferida para o Pa­trimônio Nacional, lá permanecendo todo o tempo do Im­pério, até que o art. 64 da Constituição de 1891 a distribuiuaos Estados em cujos limites se encontrava. Então osEstados, como sucessores da Nação brasileira, e a Naçãobrasileira, como sucessora do patrimônio pessoal do Reide Portugal, não necessitam trazer nenhum título. O títuloé a posse histórica, o fato daquela conquista da terra. A

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setetnbro de 1917 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção i) Quarta-feira 7 7853

terra no Brasil originariamente era pública. O Rei des­membrou pedações, áreas enormes, as chamadas sesma­rias, e doou-as. Houve esse processo até quase à 'Indepen­dência. Depois da Independência, estabeleceu-se que nãomais poderiam ser objeto de doações ou concessões. Deve­riam ser vendidas. Ora, o Rei de Portugal não dava terras.Ele fazia uma espécie de concessão aos sesmeiros, parasua efetiva utilização econômica. O que queria era fundarum Império. Queria que o sujeito trouxesse dinheiro, ho­mens, ferramentas, animais, lavrasse a terra, valorizasse-a,com o que o Rei receberia seus impostos, tanto que reser­vava certos direitos regaleanos. Basta o fato de não teremcumprido suas obrigações - como geralmente não cum­priam - para com a Coroa Portuguesa para que caissemem comisso, por diferentes maneiras. O Estado de Goiásnão precisa provar nada. A presunção é que a terra é dele.

O particular é que tem de provar, por uma cadeia suces­sória, que as terras foram desmembradas do patrimôniopúblico. Não há nenhuma dúvida a respeito disso." (Rec.Ext. n.O 51.290 - GOLA União cometeu à autarquia Ré, Instituto Nacional deColonização e Reforma Agrária, os trabalhos que colimema regularização do sistema de posse e uso de suas terras,submetendo a alienação ou concessão aos termos da Cons­tituição Federal, reforçada pelo art. 407 do RegimentoInterno do Senado Federal e, ainda, ao art. 143 do De­creto-lei n.a 200 de 25-2-1967.No Território Federal de Rondônia, por força do convêniofirmado em 21 de julho de 1971 entre o Instituto Nacionalde Colonização e Reforma Agrária e o Governo do Ter­ritório Federal de Rondônia (doc. ), dando os motivosque menciona, os signatários vêm promovendo a regula­rização das ocupações, em todo o Território. Mas nemsempre observ..m as tlisposições legais atinentes à regu­larizaçao como no caso sub jndice, onde, apesar da cla­reza e precisão da legislação específica tentam regulari­zar 21.000 hectares que os réus pretensamente afirmampossmr.

Nega essa posse o fato notório e do conhecimento públi­co de que os réus N·eusa Passos Bentes. Antômo PassosBentes, Maria das Graças Rios Duarte, Maria da Consola­ção Rios Bezerra, João Tadeu Louzada Rios e José Cae­tano Louzada Rios, nunca exerceram as atividades de se­ringalista na área e, pois, jamais a ocuparam, por si, pre­postos ou antecessores, porque são comerciantes - ex­ceção de Antônio Passos Bentes, bancário com atividadejunto ao Banco do Bra.sil SIA., agência de Porto Velho-RO.Ipso facto tal assertiva leva à conclusão lógica da ino­corrência de morada habitual e cultura efetiva na área,conforme exigem as leis, corroboradas nessa parte, pelaExposição de Motivos MAICSN n.o 6/76, aprovada peloExcelentissimo Senhor Pr·esidente da República, em30-6-1976 (doc. l, situação que incluem-nos na quali­ficação de "grileiros inescrupulosos e aproveitadores" quepretendem se beneficiar da faculdade contida na Exposi­cão de Motivos ou, então, meros testas-de-ferro de José:Mllton de Andrade Rios na obstinada, sistemática e sutilmanobra para regularizar, no interesse deste, nada me­nos que 21 000 (vinte e um mil) hectares de terras pú­blicas, além dos 9.304 (nove mil, trezentos e quatro) hec­tares dessas mesmas terras de que já detém o dominioútil, por força da Escritura Pública Compra e Venda irre­gularmente transcrita à fI. 5. Livro 3-E do Registro Imo­biliário de Porto Velho - RO.

Nesses 9.304 situa-se a sede da fazenda de Zé Milton,cujo dominio útil se verá acrescido de mais 21.000 hec­tares de terras públicas, caso não haja a interferênciasaneadora do Judiciário. Esta circunstância, anteriormen­te, foi denunciada pela própria Autarquia Ré (doc. )quando informava ao Juizo de Direito de Porto Velho- RO, em Mandado de Segurança impetrado pelo réuJosé Milton Rios contra o INCRA.Sob qualquer prisma que se veja a pretensão dos réus,encontra ela barreira na proibição contida nos dispositi­tívos legais supracitados que, obstinadamente, insistemem afrontar.Meros aproveitadores inescrupulOsos, não' preenchem :Osréus, os requisitos da morad~ habitual e cultural efetiva so­bre o imóvel.Apenas são parentes de confiança de José MIlton e a esteemprestam seus nomes, dando cunho de- legalidade a'uma transação nebulosa, ilegal e lesiva aos .interesses dacomunidade em'~eral e da União em particular.

3. Considerando os seis últimos réus como interpostaspessoas de José Milton Rios, a quem emprestam seus no­mes, como aparentes prepostos. a pretensão também coli­de com o parecer da Consultoria Geral da República, aIJi'o­vado pela Presidência da República, na parte que interes­sa à disceptação dos fatos, assim está vazado:

"Consultoria Geral da República - Pareceres n.os L-116,de 13 de setembro de 1976. "Aprovo. Em 11-11-76". Proces­so: 3~.C-'I:J - Aviso - 163.'16. CSN.Assunto: Interposição da figura de preposto na legitima­ção de terras devolutas.

Ementa: A eXigência do Estatuto da Terra, de que a possehábil, para a legitimação e preferência para a aquisição deterras devolutas, seja manifestada pela cultura efetiva emorada habitual, bem como a norma programática do art.171 da Constituição não compadecem em que a realizaçãoe a satisfação dos requisitos se façam por interposição depreposto, representante ou .servidor da posse, que não di­retamente pelo posseiro, como titular da posse e benefiCiá­rio do favor legal. T,em inteira consonância com as pres­supostos e as intenções da. medida a determinação cons­tante da Exposição de Motivos n.a 6, de 1976, da Secreta­ria Geral do Conselho de Segurança Nacional e do Minis­tério da Agricultura, de aplicar o princípio excludente dopreposto na ocupação habilitante à aquisição de área aci­ma de cem hectares."

O teor do parecer encontra-se no documento anexo, n.a

por fotocópia.

Tão notória a regulamentação no interesse de José MiltonRios que .jornais regionais e de âmbito nacional a vem no­ticiando, evidenciando. sempre o nome do seringalista réu,conforme se verifica do O Guaporé, ed. de 5-5-1976, ma­téria sob ü titulo "INCRA autoriza demarcação do seringalMuqui" (doc. ) e do O Estado de S. Paulo, ed. de 19 defevereiro de 1977, matéria sob ü titulo "Seringalistas têmatenção do INCRA" (doc. ).4. O caso em exame é daqueles em que o INCRA e o Go­verno do Terntório de Rondônia, afrontando a legislaçãoagrária, vêm regularizando enormes áreas a particular,levando em consideração a chamada força familiar outronco familiar deste, atitude que não encontra respaldoem nenhuma legislação genérica ou específica, salientan­do-se que, no caso presente. as pessoas usadas como tron­co familiar, de forma alguma são membros da família deJosé Milton Rios, na forma como este instituto é vistopela legislação citada que considera membros da famíliaapenas os filhos, esposa e esposo que trabalharam na fainadiária do amanho da terra, deram a esta o seu verdadeirodestino não só com o trabalho extrativista como, princi­palmente no agrícola para, dentro. dos parâmetros legais,receberem a terra como prêmio.

Dar elasticiQade ao conceito de família para alcançar si­tuação de meros t·estas-de-ferro arranjadcs de última horapara dissimular ilegalidade, é praticar gritante e gravemutilação ao patrimônio da União; é descuidar-se injusti­ficavelmente da coisa pública, o que não encontra guandano seio da Justiça. .

5. José Milton Rios há muito vem tentando, de todas asformas apropriar-se dessa extensa área para vendê-la (aexemplo dos 36.000 (trinta e seis mil) hectares que ven­deu para José Maria Branco conforme documento n.a )a quem der m'ais, espe~ulando no comércio aberto de ter­ras públicas, com a condescendência e, data maxima ve­Dia facilidade dos órgãos encarregados da Reforma Agrá­ria, num total desvio de suas finalidades, conforme incasu se verifica. '

A violência, a perseguição, o suoorno são meios constante­mente usados pelo seringalista na obstinada caminhadapara a aquisição de mllhar,es de hectares de terra.s públi­cas que fazem parte de seringais nascidos do trabalho doespoliado seringueiro, em regime que desperta inveja aoescravagista,

A legitimação da posse do seringueiro não vem sendo preo­cupação prioritária das autoridades rés.A perseguição e a viOlência mencionadas, o réu José MiltonRios as vêm .praticando contra o .pequeno agricultor e se­ringueiro que explorou, sempre com o apoio dQs ,PQliciais­do Território, processados e condenados por ab'Usôs ·cieautoridade e corrupção. .'6. O INeRA e o Governo do Território que, no principi(Jda corrida para as tel"raS de Rondônia 'vinham demons-­trando forças para evitar as ilegalidades perpetràqã.s:n:ãosomente pelo réu Zé Mílton como, também, por latifun-

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'1854 Quarta-feira 7 DIARIO DO CONGRES.SO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977

diários que hoje pululam no Território, consubstanciadas,as forgas, quer na repulsa de requerimentos de seringa­listas inescrupulo.ws nos quais colitnavam, sempre, regu­larizagão de milhares de hectares de terras; quer. peladefesa de agricultores e seringueiros que vinha patroci­nando, na forma do que faculta o Decreto n.o 70.430; querpela oposição, em nome da União, que vinham interpon­do em possessórias ajuizadas contra infortunados e doen­tios agricultores, se quedam, agora, as autoridades, nodescaso, na indiferença, na agressão aos pequenos agri­cultores; na afronta a situações juridicas consolidadas ea direitos líquidos e certos; no acato e guarida a transa­ções nebulosas e ilegais, em nome, apenas de uma forçafamiliar inexistente na legislação.7. Assim é que, inobstante as flagrantes irregularidadese ilegalidades apontadas, as pessoal! jurídicas de direitopúblico, desprezando toda a legislação pertinente e o seupróprio posicionamento anterior (doc. ) arrimando-$eem pálida e inexpressiva Resolução Interna determin~'l1

a demarcação da imensa área de 21.000 hectares, autori­zando, nesse mesmo ato (does. ) a expedição de Titu­los Dominiais a favor dos réus o que, materializado, cau­sará profunda mutilação no patrimônio da União, comprejuízos irreparáveis aos legítimos ocupantes da á,rea, oque pode e deve ser evitado por meio da Ação ora pro­posta.8. Acerca da participação do INCRA e do Governo doTerritório na perseguição desenfreada, desencadeada porJosé Milton Rios aos colonos, leía-se a sentença profe­rida pelo probo magistrado Francisco César Soares deMontenegro, de Porto Velho (Ro), repelindo a ação ne­fasta e arbitrária de Policiais e da própria Autarquia Récontra posseiros (doc. ) decisão que, inobstante aveemência de .seus termos, é desrespeitada pelos órgãospúblicos réus, sempre no sentido de beneficiar o grileiro,o latifundiário, cujas transações, por ilegais, serão dL~­

cutidas e anuladas através de ações populares, a seutempo.O caso ora deduzido não é impar no Território.Outros há de maior gravidade e proporção."A ação popular é o meio constitucional posto à óisposi­ção de qualquer cidadão para obter a invalidação de atosou contratos administrativos - ou a estes equiparados .­ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual e muni­cipal, ou de suas autarquias, entidades paraestatais epessoas jurídicas subvencionadas com dinhair03 públi­cos", conforme a vê o festejado Hely Lopes Meireles, inMandado de Segurança e Ação Popular, 4.0. edição, pág. flS.

Por outro làdo, a Popular tem caráter preventivo quandoo ato inquinado de ilegal, embora ainda não se tenhamaterializado em sua plenitude, já Se encontra autoriza­do pela autoridade administrativa, como in casu (doc.).nada impedindo - a não ser a sua própria ilegalidade- sua consumação no âmbito administrativo, ou temcaráter repressivo, quando visa desfazer situação Ou atoilegal já consumado."

Procedemos à leitura deste documento, Sr. Presidente, a fimde que dele tomem conhecimento as autoridades competentes.Refere-se à grilàgem de terras devolutas em Rondônia, que vemsendo feita e patrocinada pelo próprio !NCRA, com os denomin~L­

dQ8 grupos familiares, hoje objeto de Ação Popular, por estar serl­do jogado, desperdiçado o patrimônio público, ao arrepio da lEl­glslação agrária e da Constituição. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Jerônimo Santan'a, o Sr.Marco Maciel, Presidente, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Norberto Schmidt, Suplente áeSecretário.

O SR. PRESIDENTE (Norberto Schmldt) - Tem a palavra o:Sr. Valdomiro Gonçalves. (Pausa.)

O SR. VALDOMIRO GONÇALVES (ARENA,...- MT. Pronunciao seA'Uinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no cumpri­mento de sua histórica trajetória de Governo, o Presidente Geisel,após conclusão dos estudos que mandou elaborar consoante metaspreestabelecidas no tocante à redivisão territorial do País, acabade encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei complementarcriando o Estado de Mato Grosso do Sul, desmembrado de partedo território de Mato Grosso.

Três foram as diretrizes fundamentais que nOl;tearam a me­dida em apreço: elaboração de legislação básica dispondo sobrea criação de Estados e Territórios, consoante a Lei Complementarn.O 20, de 1.0 de julho de 1974; a segunda, prevista no Capitulo IIda aludida Lei, estabeleceu a fusão dos Estados do Rio de Janeiroe Guanabara, medida concretizada e em consolidação; a terceira

foi a recomendação presidencial para que se processassem osnecessál"Íos estudos para a divisão do Estado de Mato Grosso.

Os estudos básicos foram elaborados pela SUDECO, compre­endendo aspectos geográficos, econômicos, demográficos e admi­nistrativos.

Geograficamente, evitou~se a divisão de municípios, procuran­do-se conservar as própriaS' regiões homogêneas, estabelecidaspelo IBGE, baseadas em aspectos ecológicos, econômicos e demo­gráficos.

Assim, foram mantidos íntegros todos os municípios locali­zados na divisa do novo Estado e procurado o melhor posiclona­mentQ geográfico. ,

O Estado de Mato Grpsso ficou dividido em 38 municípios,distribuídos enl. 6 microrregiões homogêneas, totalizando uma su­perfície de 881.000 km:l. Sua população, consoante o censo demo­-gráfico -de 1970, alcançava 601 mil habitantes, sendo 233 mil nazona urbana -e 368 mil na zona rural, com densidade -demográficade 0,68-hablkm:!, população e3ta que deverá atingir. no final doeorrente ano, cer.ca de 900 ~l habitantes.

O Estado de Mato Grosso do Sul ficou composto de 55 municí­pios, agrupados em sete microrregiões homogêneas. Sua população,em 1970, eIa de um milhão de habitantes, sendo 453 mil na zonaurbana e 547 mil na. zona rural, devendo o Estado atingir, nofinal deste exercício, a um milhão e quatrocentos mil habitantes,aproximadamente.

A região do PllJltanal ficará parte no Estado de Mato Grosso- o (lenom:lnado Pantanal Norte, na área do Poconê - e parteno novo Estado, ambas se beneficiando do Programa de Desen­volvimento da Região do Pantanal, que objetiva a execução deobras .de infra-estrutura, ou S?ja, estradas, energia elétrica e sa­neamento geral e de expansão da pecuária de corte, em razão danatural vocação da área para o desenvolvimento dessa atividadeeconômica.

Da -evolução histórica, atingimos a um quadro real, com asatisfaçãQ da populàção mato-grossense do cone sul, de obtersua autonomia administrativa, com ressalvas à paz e à concórdiaa-os mato-grossenses do Norte que, por situação geográfica, per­manecerão no Estado-Matriz, des.envolvendo, como missão profícua,o Noroeste do Brasil, no qual se inclui a continental Região Ama­zôníca.

Ao ser criada a Capitania de Mato Grosso, em 1748, desmem­brada de São Paulo, seu primeiro governador demandou para oNoroeste, a fim de :fundar a capital em local que assegurasse a­posse regional, face a possíveis avanços espanhóis. Somente em1835 a capital foi instalada em Cuiabá, estabilizando-se, após ociclo do ouro, ua Região Norte, circundada pela monumentalfloresta amazonica, pelos chapadões e seus cerrados e pelo grandepantanal. Nessa ocasião, o Sul do Estado recebia o afluxo de imi­grantes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e, com a implantaçãoda Ferrona Noroeste do Brasil, de São Paulo. Mais tarde, com odesbravamento do norte paranaense, tornou-se expressivo oafluxo de nordestinos. Ativando-se o desenvolvimento do Sul doEstado, a parte Norte so:fria o isolamento decorrente da falta detransportes, porquanto a navegação fluvial era insuficiente e asrodovias não passavam de trilhas feitas pelos pneus dos veículos.

Estas, as condicionantes para a formação da população mato­grossense: a do Norte, tendo como pólo logístico Cuiabá, enquantoa do Sul era fortemente influenciada pelo dinamismo de paulistas,mineiros, gaúchos e nordestinos. Ao Norte, a população com en­tusiasmo e destemor, enfrentava o desafio amazônico, enquanto ado Sul atacava seu desenvolvimento. Neste cenário, o Estado Con­tinenml, ora amazônico, ora integrado na Bacia do Prata, vivia emconflito com a natureza, sendo objeto, em várias oportunidades,de estudos para seu desmembramento, somente agora levado aefeito pela coragem e objetividade do Presidente Geisel.

Constituirá imperativo nacional dar-se especial atenção à ex­pansão do Estado de Mato Grosso, fato atendido na Mensagemque, além de outras providências, integrou o Estado na área dachamada Amazônia Legal, permitindo a aplicação, em todo seuterritório, dos incentivos fiscais do FINAM, gerido pela SUDAM,em estreita articulação com a SUDECO.

Se atentarmos para o fato de que os quatro maiores Estadosbrasileiros ocupam 55,.05% do território nacional, abrigando apenas10,49% da população do País, enquanto os demais Estados e Ter­ritórios ocupam 44,95 %, abrigando 89,51% de nossa população,podemos vislumbrar como ainda é precária a distribuição demo­gráfica em nosso território.

No Brasil, durante séculos, a população concentrou-se nasáreas litorâneas, deixando o grande vazio demográfico de seuimenso interior. Com Brasilia e suas vias de comunicação, con­seguiu-se melhor integração, que alcança novo alento com o novoato presidencial.

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Setembro de 1977 DIÁRIO DO 'CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira "I 7855

Temos a certeza de que, em futuro próximo, outros gover­nantes complementarão as medidas indispensáveis para obtençãode uma política territorial compatível com as reais necessidadesexigidas pela nossa realidade, como componente indispensável aodesiderato desenvolvimentista que perseguimos, a fim de tornaresta Nação forte, pujante e respeitada.

O Brasil tem, em seus filhos irmanados, a maior riqueza e,em suas Unidades Federativas, o instrumental necessário ao pro­gresso pela faculdade de dinamizar, de forma rápida e eficaz, suasrespectivas administrações.

Destarte, o surgimento de um novo Estado na Federação, pelodesmembramento de parte da área do Estado de Mato Grosso,possibilita gestão administrativa mais racional. Com uma superfíciede cerca de 1,2 milhão de km2 , com áreas extremamente diferen­ciadas, com a, Região Sul concentrando a maior parte da população,e exigindo-se maior atenção ao desenvolvimento da Região Norte,tornou-se impraticável a administração adequada de tão extensaregião.

Com o desmembramento, são previstos 'planos desenvolvimen­tistas para os dois Estados.

O Estado de Mato Grosso do Sul nasce com condições de fi­gurar ao lado das demais progressistas Unidades da Federação,porquanto possui terras de excelente qualidade, minérios em abun­dância, parte do Pantanal, cuja fauna e beleza a todos encanta,além de possuir o segundo maior rebanho pecuário do Pais e sero maior produtor de arroz.

Torna-se, por outro lado, indispensávei, ao lado dos que estãoem execução com resultados satisfatórios, um plano global de de­senvolvimento, compreendendo:

a) criação de Programa Especial semelhante ao Programa deDesenvolvimento da região do Grande Dourados, para o BolsãoMato-grossense, integrando as cidades de Três Lagoas, Paranaíba,Cassilândia, Aparecida do Taboado, Inocência, Brasilândia, Pa­taguaçu, Água Clara, Selvília e os Distritos de Arapuá, Garcias,Xavantina, Tamandaré, Indaiá do Sul, Capela, Costa Rica, Paraísoe Alto Sucuriu. Este Programa consubstanciaria os mesmos ob­jetivos do PRODEGRAN para a região compreendida pelas uni­dades acima enumeradas;

b) implantação da FERMAT - Companhia Siderúrgiea deTrês Lagoas;

c) criação de uma Universidade em Dourados, com Faculdadesnas cidades de Nova Andradina, Glória de Dourados, Fátima doSul, Caarapó, Navirai, Ponta Porã, Amambaí e Ivinhema;

d) criação de uma universidade em Três Lagoas, com Facul­dades nas cidades de Cassilândia, Paranaíba e Aparecida do Ta­boado;

e) asfaltamento da BR-262, no trecho Três Lagoas-CampoGrande, bem como da BR-158, no trecho Aparecida do Taboado­Selvília, Selvílla-Três Lagoas-Pataguassú, e da BR-OaO, nos tre­chos Jataí (GO) - Campo Grande-Bela Vista, na fronteira com{l Paraguai;

f) inclusão, no Plano Nacional de Viação, djl. rodovia ligandoParanaíba a Campo Grande;

g) retificação do traçado da Estrada de Ferro Noroeste doBrasil no trecho Três Lagoas-Campo Grande e sua eletrificaçãoem todo seu percurso;

h) urbanização da Lagoa Maior, situada no perímetro urbanode Três Lagoas;

i) criação dos Municipios de Xavantina, Selvilia, Costa Rica,lndápolis, Culturama, Douradina, Jutl, Lagoa Bonita, Porto Vilma,Nova Esperança, Cristalina, São Gabriel e Ipezal;

j) asfaltamento da MT-428, de Cassilândia a Alto Araguaia;k) construção da ponte rodo-ferroviária de Alencastro;I) do Plano de Desenvolvimento do Pantanal, consta a con­

clusão das obras da rede viária e de emergência,- para preveniras cheias; daí, a necessidade de execução das barragens de con­tenção dos rios que descem para a região;

m) prosseguimento dos Polocentros - com maior flexibilidadegeográfica e de recurSOS - com toda a área de cerrados no Estadoora criado considerada em um só programa;

n) agilização do PRODEGRAN, com implantação do sistemavíário, asfaltamento das rodovias, inclusive vicinais, eletrificaçãorural, instalações para armazenamento e fortalecimento imediatodas cooperativas para melhor comercialização dos produtos;

o) construção da ferrovia Mirando-Paranaguá, que possibi­litará a exportação de minérios de ferro e de manganês de Co­rumbá, bem como o transporte de calcário de Botoquena para todaa região agrícola e o escoamento das safras exportáveis;

p) conjugação corumbá-Três Lagoas em um pólo siderúrgico;

q) implantação da indÚStr.ia de celulose que emerge pujante-mente; .

r) desenvolvimento de pólos industriais nas cidades mais pro­picias;

s) programa específico de turismo para Três Lagoas e o Pan-tanal Mato-grossense;

t) criação da Zona Franca de Corumbá e Ladário;u) exploração do Pantanal Mato-grossense pela PETROBRÁS;v) ligação ferrovi(uia' Campo. Grande-Bl'asilía. .

Estes, Sr. Presidente e Srs. Deputados, são alguns dos aspectosbásicos exígidos pelo novo Estado, a fim d~ que possa agilizar,com a possível rapidez, seu desenvolvimento. .

CongratuIo..me, nesta oportunidade, com o insigne PresidenteGeisel pelo envío da importanl.e M~nsagem ao Cóngresso Nacional,ato que demonstra, 'mais uma vez, que, quando o Governante per­segue objetivos válidos e importantes, fundamentais para no/;!sodesenvolviment/J, desaparecem, como por encanto, todos os. tabus.Manteve o PresIdente, atendendo aos anseios gerais, a de:w>minaçáode Mato Grosso ~o Sul para o novo Estado.

Reconhecemos e prestamos, igualmente, nossa h@l11enagem àimprensa, que, de modo geral, dispensou tratamento simpático epatríóticÇ), em todas as suas tases, ao assunto. Nossa imprensa, acada dia que passa, revela alto grau de responsabilidade em suas.atIvidades, orientando e informando à opinião pública de formacorreta, criticando desacertos, apoIando medidas fundamentais e,o que é mais importante, comparando-se às mais desenvolvidas.

Reconhecemos também o esforço desenvolvido pelos insignesMinistros Maurício Rangel Reis, do Interior, Armando Falcão, daJustiça, e João Paulo dos Reis Velloso, da Secretaria de Planeja­mento, no notável trabalho a que se 'dedicaram no âmbito de suasrespectivas Pastas, equacionando todos os problemas que surgiamdentro da complexidade do assunto em estudo, apresentando, aofinal, resultados dignos dos melhores encômios.

A estes ilustres brasileiros e as seus competentes auxiliares amanifestação de nossas homenagens que, queremos crer, são as detodo o povo mato-grossense.

O SR. PRESIDENTE (Norberto SchD1idt) - Nada mais haven­do a tratar, vou levantar a sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:Pel'nambueo

Jarbas Vasconcelos - MDB; Joaquim Guerra - ARENA.Bahiia

Henrique Cardoso - MDB.Rio de Janeiro

Amaral Netto - ARENA; Flex~L Ribeiro - ARENA; José Mariade Carvalho - MDa

São PlluIoOdemir Furhln - MDB; salvador JullaneUi - ARENA.

ParanáBraga Ramos - ARENA; Hermes Macêdo - ARENA.vm - O SR. PRESIDENTE I(Norberto Schmidt) - Levanto

a sessão designando para a. ordinária da. próxima quinta-feira, a.seguinte:

ORDEM no DIASessão. em 8 ele setembro de 19"17

(Quinta-feira)TRAMITA~AO

EM PRIORIDADEDiscussão

1PROJETO DE LEI N.o 3.444-A, DE 1977

Discussão única do Projeto de Lei n.O 3.444-A, de 1977, queconcede pensão especial a Amarina de Loyola Pessoa; tendo pare­ceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionali­dade, juridicidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Finan­ças, pela aprovação. (Do Poder Executivo.) - Relatores: Srs. AlceuCollares e Adriano Valente.

EM ORDINARIA

votação

zPROJETO DE LEI N'.o 388-A, DE 1975

Votação, em discussão única, do Projeto de Leí n.O 388-A, de1975, que declara a gra~uidade da emissão da Carteira de Saúde

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1856 Quarta-feira 7 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977

nfembrosEfetivos

Comissão Especial

ARENAGeraldo GuedesLauro LeitãoJoão Linhares

MDBIsrael Dias-NovaesMac Dowell Leite de Castro

CÓDIGO DE PROCESSO PENALComissão Especial

nfembrosEfetivosARENA

Adriano ValenteClaudino SalesIvahir Garcia

José Bonifácio NetoPeixoto Filho

VagoFernando GonçalvesHugo Napoleão

Geraldo FreireIbrahim Abi-AckelSantos Filho

Cleverson TeixeiraIgo LossoRaimundo Diniz

MDB

Lidovino FantonRosa Flores

ARENA

Suplentes

Eduardo GalilGastão MüllerIgo Losso

MDB

Airton Soares Celso BarrosJoel Ferreira José CostaRubem Dourado

Presidente: Sérgio MuriloVice-Presidente: Peixoto FilhoVice-Presidente: Santos FilhoRelator-Geral: Geraldo Freire

Relatores Parciais:

Deputado Santos Filho:Livro X - Disposições Finais e Transitórias (arts. 921 a. 937)Livro I - Disposições Introdutórias (arts. 1.0 a 20)

Deputado Peixoto Filho:Livro II - Da Justiça Penal (arts. 21 a 122)Deputado Lidovino Fanton:Livro UI - Dos Atos Processuais (arts. 123 e 224)Livro VIII - Das Relações Jurisdicionais com Autoridades

Estrangeiras (arts. 821 a 828)Deputado Ivahir Garcia:Livro IV - Do Processo de Conhecimento até o Titulo II ­

Do Procedimento Ordinário - Capitulo In - da Representação doOfendido (arts. 225 a 264)

Deputado Adriano Valente:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Titulo II - Do

Procedimento Ordinário' - Capitulo IV - Da Denúncia ou Queixaaté o Capitulo XII - Da Coisa Julgada (arts. 265 a 445)

Deputado José Bonifácio Neto:Livro IV - Do Processo de Conhecimento - Titulo III ­

Dos Procedimentos Incidentes até o final do Livro IV (arts..446a 625) .

Deputado Claudino Sales:Livro V - Do Procedimento Sumário - eLivro VI - Procedimentos Especiais (arts. 626 a 635 e 636 a 785)

Deputado Freitas Nobre:Livro VII - Da Reparação do Dano Causado pelo crime (arts.

786 a 820)Deputado Ibrahim Abi-Ackel:Livro IX - Do Processo Executório Penal (arts. 829 a 1120)Prazo na Comissão: até 25-8-77.Obs.: (Para apresentação dos Pareceres às emendas ao Pro­

jeto de Côdigo de Processo Penal.)

CóDIGO CIVIL

DATA DIA DA SEMANA NOME

Cardoso de Almeida - ARENA08 Quinta-feira Argilano Dario - MDB

Milton Steinbruch - MDB09 Sexta-feira Ary Kffuri - ARENA

12 Segunda-feiraAlípio Carvalho - ARENAJosé Zavaglia - MDB

13 Terça-feiraHomenagem à memória-doex-Deputado João d'Abreu

14 Quarta-feiraHomenagem ã memória doSr. Vitorino FreireMarcondes Gadelha - MDB

15 Quinta-feira Nereu Guidi - ARENA

Salvador JulianelJi - ARENA16 Sexta-feira Octacílio Almeida - MDB

João Gilberto - MDB19 Segunda-feira Oswaldo Zanello - ARENA

Homenagem ao Senador20 Terça-feira Paulo Guerra

Quarta-feiraNosser Almeida _ ARENA li

21 Rubem Dourado - MDB

Quinta-feiraMário Frota - MDB

22 Célio Marques Fernandes - ARENANunes Leal - ARENA

23 Sexta-feira Jerônimo Santana - MDB

Segunda-feiraFlorim Coutinho - MDB

26 Antônio Morimoto - ARENA

Terça-feiraSinval Boaventura - ARENA

27 Antônio Pontes - MDB

Quarta-feiraAlcir Pimenta - MDB

28 A.H. Cunha Bueno - ARENA

Quinta-feiraJoão Pedro - ARENA

29 Minoru Massuda - MDB

Sexta-feiraHildérico Oliveira - MDB

30 Theobaldo Barbosa - ARENABrígido Tínoco

Obs.: Caso não se realize a sessão ou o Grande Expediente tenha Celso Barrosoutra finalidadE', a inscrição ficará adiada para a sessão seguinte. Tancredo Neves

Discussão3

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.O 24-A, DE 1975

Discussão única do Projeto de Lei Complementar n.O 24-A,de 1975, que acrescenta dispositivo à Lei Complementar n.O 7, de7 de setembro de 1970, que "institui o Programa de IntegraçãoSocial, e dá outras providências"; tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridicidade;da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela rejeição, contrao voto em separado do Sr. Carlos Cotta; e, da Comissão de Finan­ças, pela aprovação. IDo Sr. Joaquim Bevilacqua.) - Relatores:Srs. Jorge Uequed e Adriano Valente.

4PROJETO DE LEI N.o 619-A, DE 1975

Discussão única do Projeto de Lei n.O 619-A, de 1975, queacrescenta dispositivo ao art. 8.° da Lei n.o 5.107, de 13 de setem­bro de 1966 (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço); tendopareceres: da· Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Comissão deTrabalho e Legislação Social, pela aprovação e rejeição dos a eleanexados; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação. - Relato­res: Srs. Osmar Leitão e Pinheiro Machado.

AvisosSECRETARIA-GERAL DA MESA

RELAÇAO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NOGRANDE EXPEDIENTE

nfês de Setennbro

e o fornecimento de atestados médicos, pelos órgãos públicos fe­derais, para os fins que especifica; tendo pareceres: da Comissão{le Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridicidade;e, das Comissões de Saúde e de Finanças, pela aprovação. (Do Sr.Inocêncio Oliveira.) - Relatores: Srs. Cantídio Sampaio, UlissesPotiguar e Moacyr Dalla.

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8etenlbro de 1977 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quarta-feira "I "1857

3) Reunião: 21-9-77Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento dos Srs. Dr. Karlos Rischbieter, Pre­

sidente do Banco do Brasil; e Dr. José Ribamar Melo, Diretor deCrédito Rural do Banco Central.4) Reunião: 22-9-77

Hora: IO:OO hPauta: Comparecimento do Dr. Geraldo Gurgel de Mesquita,

Governador do Estado do Acre.5) Reunião: 12-10-77

Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Dr. Amaro Gomes da Silva, Pre­

sidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil.6) Reunião: 20-10-77

Hora: 10:00 h

Pauta: Comparecinlento do Prof. Osmar Fontinelli, Diretordo Departamento Nacional de Obras Contra aR Secas - DNOCS.

2Comissão de Ciêneia e Tecnologiá

Reuniões: 18, 19 e 20-10-'17Pauta: Forum de Debates sobre Ciência e Tecnologia.

3Comissão do Desenvolvimento da. Região Sul

Reunião: 14-9-77Hora: 10:00 h

Pauta: COnlparecimento do Dr. Mauricio Rangel Reis, Ministrodo Interior.

MDBMário MoreiraOswaldo Lima

Suplentes

ARENACid FurtadoVagoTheobaldo Barbosa.

Antônio MorimotoHenrique CórdovaMarcelo Linhares

Erasmo Martins PedroFernando CoelhoTarcísio Delgado

Presidente: Deputado Tancredo NevesVice-Presidente: Deputado Brigido TinocoVice-Presidente: Deputado Igo LossoRelator-Geral: Deputado João Ltnhares

Relatores Parciais:Deputado Brígida Tinoco:

Parte-GeralDeputado Raitnundo Diniz:Livro I - ObrigaçõesDeputado Geraldo Guedes:Livro II - Atividades NegociaisDeputado Lauro Leitão:Livro III - Das CoisasDeputado Cleverson Teixeira:Livro IV - Da Família

Deputado Celso Barros:Livro V - Sucessões e' Livro Complementar

COMISSÕES DE INQUÉRITO

1) COMISSliO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA AINVESTIGAR AS ATIVIDADES LIGADAS AO SISTEMA FUNDIA­

RIO EM TODO O TERRITóRIO NACIONAL

<RESOLUÇAO N.o 23/76)Prazo: 25-11-76 a 30-9-77

Presidente: Odemir FurlanVice-Presidente: Genervino FonsecaRelator: Jorge ArbageRelator-Substituto: Nosser Almeida

2) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA AINVESTIGAR E AVALIAR A POLíTICA MINERAL BRASILEIRA

(REQUERIMENTO N.o 108177-CPI)Prazo: 29-4-77 a 26-9-77

Presidente: Oswaldo LimaVice-Presidente: Jerônimo SantanaRelator: Prisco Viana

xxx

3) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA AAPURAR DENúNCIAS RELATIVAS A INVASÃO DE RESERVASINDíGENAS E AVALIAR O SISTEMA DE MEDIDAS DESENVOL­VIDAS, NO SENTIDO DE RESGUARDAR A FIXAÇAO DOS GRU-

POS INDíGENAS NOS RESPECTIVOS HABITATS

<REQUERIMENTO N.o 107/77-CPI)Prazo: 5-5-77 a 2-10-77

Presidente: Israel Dias-NovaesVice-Presidente: Osvaldo BuskeiRelator: Ubaldo CorrêaRelator-Substituto: Siqueira Campos'

Comissões Técnicas

1

COnlissão de Agricultura.. e Política. Rural

1) Reunião: 14-9-77Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Dr. Benedito Fonseca Moreira,

Diretor da CACEX.

2) Reunião: 15-9-77Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Dr. Roberto Midlei, Secretâr1o- ,

Geral da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. ­CEPLAC.

4Comissão de Redivisão Territorial e Política Demográfica.

Reunião: 20-9-77Hora: 10:00 h

Pauta: Comparecimento do ex-Deputado Federal MaurIcioToledo.

CONGRESSO NACIONAL1

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 8/77"Eleva o Territôrio Federal de Rondônia à categoria de EBtado,

cria novos Municípios, e dá .outras providências." Autor: Sr. Jerô­nimo Santana.

Comissão Mista

Presidente: Senador Adalberto SenaVice-Presidente: Senador Braga JuniorRelator: Deputado Josias Leite

Prazo

Até dia 31-10-77 - no Congresso Nacional.

2

PROPOSTA' DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 13/77"Altera a redação do parágrafO único do art. 92 da Consti­

tuição Federal." (As mulheres e eclesiásticos ficam isentos do servi­ço militar em tempo de paz.) Autor: Sr. João Menezes.

Comissão Mista.Presidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Senador otto LehmannRelatoI': Deputado Paulo Studart

Prazo

Até dia 10-9-77 - na COmissão Mista;

Até d~a 9-11-77 - no Congresso Nacional.

3PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.o 14/77

"Acrescenta parágrafo ao art. 104 da COnstituição." (Acumu­lação do mandato de vereador C/o cargo de secretário municipale diretor-geral de autarquia.) - Autor: Sr. Alexandre Machado.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Aloísio SantosVice-Presidente: Deputado Henrique BritoRelator: Senador Osires Teixeira

PrazoAté dia 17-9-77 - na Comissão Mista;

Até dia 16-11-77 - no COngresso Nacional.

Page 46: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

7858 Quarta-feira '" DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) SeteDlbro de 1971

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.o 15/77-CN"Cria o Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras provi­

dências."Conrlssáo Mista

Presidente: Deputado Fernando CunhaVice-Presidente: Deputado Adriano ValenteRelator: Senador Osires Teixeira

PrazoAté dia 14-9-77 - na Comissão Mista;

. Até dia 4-10-77 - no Congresso Nactonal.5

PROJETO DE LEI N.o 12/77-CN

"Autoriza o Poder Executivo a abrir crédito especial até olimite de Cr$ 286.589.000,00 (duzentos e oitenta e seis milhões,quinhentos e oitenta e nove mil cruzeiros), para indenização àCompanhia Doeas da Bahia, e dá outras providências." Autor:Poder Executivo - (Mens. n,o 257/77),

CODlissão MistaPresidente: Deputado Ney FerreiraVice-Presidente: Deputado Rômulo GalvãoRelator: Senador Ruy Santos

PrazoAté dia 18-9-77 - no Congresso Nacional.

6

PROJETO DE LEI N.o 13/77-CN"Dispõe sobre a organização política e administrativa dos Mu­

nicipios dos Territórios, e dá outras providências." Autor: PoderExecutivo - (Mens. n.o 283/77).

Conrlssão MistaPresidente: Deputado Jerônimo SantanaVice-Presidente: Senador Henrique de La RocqueRelator: Deputado Hélio Campos

PrazoAté dia 13-9-77 - na Comissão Mista;Até dia 3-10-77 - no Congresso Nacional.

'1PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGIsLATIVA N.O 1, DE 1976"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para

elaboração de Lei criando o Ministério da Ciência e Tecnologia,e deternlinando outras providências."

Comissão MistaPresidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Arnon de MelloRelator: Deputado Parsifal Barrow

8PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N.o 3/76

Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da Repú­blica para elab-Jração de Lei criando o Ministério dos Esportes, edetermina outras providências. (Art. 54 da Constituição Federale arts. 117 a 127 do Regimento Comum.) - Autor: Sr. Pedro Lauro.

Comissão Mista

Presidente: Senador Roberto SaturninoVice-Presidente: Senador Saldanha DerziRelator: Deputa-do Hélio Mauro

9REQUERIMENTO N.o 15/76-CN

"Cria Comissão Parlamentar MIsta de Inquérito para exami~nar a situação da mulher em todos os setores de atividades."

Comissão Parlamentar Mista de InquéritoPresidente: Senador Gilvan RochaVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelatora: Deputada Lygia Lessa Bastos

Prazo

Seis meses (180 dias). o'

10MENSAGEM N.o 7l/77-CN

Submete à deliberação do congresso Nacional texto do Decre·,I;o-lei n.o 1.557, de 14 de junho de 1977, que "dispõe wbre a parti-

cipação acionária da União no capital do Banco da Amazônia S.A.e a concessão de incentivos fiscais às pessoas físicas que adquiremações do mesmo estabelecimento". Autor: Poder E~ecutivo ­(Mens. n.o 207177),

Comissão Mista.

presidente: Deputado Epitácio CafeteiraVice-Presidente: Deputado Rafael FaracoRelator: Senador Braga Júnior

PrazoAté dia 14-9-77 - no Congresso Nacional.

11MENSAGEM N.o 72/77-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto­lei n.O 1.558, de 17 de junho de 1977, que "altera a redação doart. 4.°, e seu parágrafo, do Decreto-lei n.o 1.312, de 15 de fevereirode 11174". Autor: Poder Executivo - (Mens. n,o 208/77).

Comissão Mista

Presidente: Senador Roberto SaturninóVice-Presidente: Senador Helvídio NunesRelator: Deputado Adriano Valente

PI'azoAté dia 16-9-77 - no Congresso Nacional.

12MJ):NSAGEM N.o 73/77-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.o 1. 559, de 29 de junho de 1977, que "fi~a percentuaisde depreciação aplicáveis a bens desembaraçados com a isenção deque tratam os incisos IV e V do art. 15 do Decreto-lei n.O 37,de 18 de novembro de 1966". Autor: Poder Executivo - (Mens.n.o 242/77), ,

Conrlssão MistaPresidente: Deputado Argllano DarioVice-Presidente: Deputado Passos PôrtoRelator: Senador Murilo Paraíso

PrazoAté dia 29-9-77 - no Congresso Nacional.

13MENSAGEM N.o 74177-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto­lei n.O 1.560, de 30 de junho de 1977, que "dispõe sobre a trib.Itaçãode rendimentos das obrigações ao portador da ELETROBRA6".Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 243/77).

Comissão MistaPresidente: Senador Gllvan RochaVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Deputado Gomes da Silva

Prazo

Até dia 29-9-77 - no Congresso Nacional.

14MENSAGEM N.O 78/77-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.O 1.561, de 13 de julho de 1977, que "dispõe sobre a ocupaçãode terrenos dil. União, e dá outras providências." (Autor: PoderExecutivo - Mens. n.o 258/77.)

Comissão MistaPresidente: Senador Adalberto SenaVice-Presidente: Senador Otair BeckerRelator: Deputado Vllmar Pontes

PrazoAté dia 12-9-77 - na Comissão MIsta;Até dia 29-9-77 - no Congresso Nacional.

15MENSAGEM N.o 80-/77-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o 1.562, de 19 de julho de 1977, que "aumenta os limi­

, tes do Decreto-lei n.O 1.312, de 15 de fevereiro de 1974, alterado­pelo Decreto-lei n.o 1.460, de 22 de abril de 1976, e dá outras pro­vidências". Autor: Poder Executivo - <Mens. n.O 261/77).

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRt:SSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira '7 7859

COllÚssão MistaPresidente: Peputado Silvio Abreu JúniorVice-Presidente: ~putado Nosser AlmeidaRelator: Senador Wilson Gonçalves

PrazoAté dia 12-9-77 - na Comissão Mista;Até 29-9-77 - no Congresso Nacional.

16MENSAGEM N.o 82177-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.o 1.563, de 29 de julho de 1977, que "dispõe sobre a criaçãode Fundos de Investimentos, altera a Legislação do Imposto sobreao Renda relativa a incentivos fiscais, e dá outras providências".

COllÚssão MistaPresidente: Senador Dirceu CardosoVice-Presidente: Senador Renato FrancoRelator: Deputado Moacyr Dalla

PrazoAté dia 18-9-77 - na Comissão Mista;Até dia 30-9-77 - no Congresso Nacional.

17MENSAGEM N.o 83/77-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.o 1.56<1, de 29 de julho de 1977, que "altera incentivou:fiscais do Imposto sobre a Renda para empreendimentos locali·:zados nas áreas da SUDAM e da SUDENE.

COllÚssão MistaPresidente: Deputado Celso BarrosVice-Presidente: Deputado Jonas CarlosRelator: Senador Dinarte Mariz

PrazoAté dia 19-9-77 - na Comissão Mista;Até dia 30-9-77 - no Congresso Nacional.

18MENSAGEM N.o 84-77-CN

Submete J. deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto­lei n.O 1.565, d':l julho de 1977, que "estabelece condições especiaispara importação de bens destinados à produção de petróleo brutoe gás natural na Bacia de Campos, na Plataforma ContinentalBrasileira, e dá outras providéncias.

COllÚssão MistaPresidente: Senador Gilvan RochaVice-Presidente: Senador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Darcilio Ayres

PrazoAté dia 19-9-77 - na Comissão Mista;Até dia 30-9-77 - no Congresso Nacional.

19MENSAGEM NP 85177-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto­. lei n.o 1.566, de 1.0 de agosto de 1977, que "autoriza a subscrição,

pelo Tesouro Nacional, de ações da Siderurgia Brasileira S.A. ­SIDERBRÁS, e dá outras providências".

COllÚssão MistaPresidente: Deputado Walmor de LucaVice-Presidente: Deputado Luiz RochaRelator: Benador Lenoir Vargas

PrazoAté dia 20-9-77 - na Comissão Mista;Até dia 1.°-10-77 - no Congresso Nacional.

20MENSAGEM N.o 86177-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.o 1.565, de 1.0 de agosto de 1977, que "dispõe sobre aplicaçãodas normas nrevistas no art. 3.° e seu parágrafo do Decreto-lein.O 1. 531, de 30 de março de 1977, aos contratos de financiamentode que trata o art. 1.0 do Decreto-lei n.O 1.452, de 30 de março de1976." ..

COllÚssão MistaPresidente: Senador Marcos FreireVice-Presidente: Senador Henrique de La RocqueRelator: peputado Ricardo Fiuza

PrazoAté dia 21-9-77 - na Comissão Mista;Até dia 1.°-10-77 - no Congresso Nacional.

21VETO TOTAL: PROJETO DE LEI N.o 622/75

"Dá nova redação ao caput do art. 1.0 do Decreto-lei n.O 1.301,de 31 de dezembro de 1973, assegurando ao cônjuge que opta pelatributação de seus rendimentos, separadamente do cabeça-do­casal, metade do valor de encargos de familia. (Mens: n.as 75j'17-CNe 248/77-PE.)

Comissã.o MistaPresidente: Senador Gilvan RochaVice-Presidente: Benador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Gomes da Silva .

Prazo

Até dia 30-9-77 - no Congresso Nac!onal.

22VETO TOTAL: PROJETO N.o 206/75

"Revoga dispositivos da Lei n.O 5.108, de 21 de setembro de 1966(Código Nacional de Trânsito). •

Comissão Mista

Presidente: Senador Roberto SaturninoVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado José Ribamar Machado

Pra,zo

Até dia 7-9-77 - na Comissão Mista;Até dia 2-10-77 - no Congresso Nacional.

23VETO PARCIAL: PROJETO N.o 9/77-CN

"Dispõe sobre as entidades de previdência privada, e dá outra.sprovidências:'

Comissão Mista

Presidente: Deputado Athiê CouryVice-Presidente: Deputado Theobaldo BarbosaRelator: Senador Saldanha Derzi

Prazo

Até dia 10-9-77 - na Comissão Mista;Até dia 5-10-77 - no Congresso Nacional.

IX - Levanta-se a sessão às 18 horas e 30 minutos.

Page 48: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

'7860 Quarta-feira '7 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977,-----------------------------

MESA LIDERANÇASPresiden1Je:

Marco Maeiel - ARENA

l.°-Vlce-Presidente:João Linhares - ARENA

2.°_Vice-Presidente:Adhemar Santillo - MDB

1.o-Secretário:Djalma Bessa - ARENA

2.o-Secretário:Jader Barbalho - MDB

3.0 -Secretário:JoãO Clímaco - ARENA

4.o-Secretário:José Camargo - MDB

SUPLENTES

Diogo Nomura - ARENANorberto Schmidt - ARENAPeixoto Filho - MDBAntonio Morais - MDB

ARENA _. MAIORIA

LideI':

José Bonilfácio

Vice-IJderes:

Herbert LoevyAiron RiosAlípio CarvalhoAugusto 'l'reinBlota JúniorCantídio SampaioEduardo GalilIbrahim Abi-AckeIJorge VargasJosé AlvesMarcelo LinharesParente FrotaVasco NetoViana NetoDib Cherém

MDB - MINORIA

Líder:

Freitas Nobre

Vice-Líderes:

Marcondes Gadelha

Alvaro Dias

Ario Theodoro

Epitácio Cafeteira

Fernando Lyra

Figueiredo Correia

Francisco Studart

Getúlio Dias

Jo~quim Bevilacqua

Lidovino Fanton

Odacir Klein

Tarcísio Delgado

DEPARTAMENTO DE COMISSÕES

COMISSÕES PERMANENTES1) COMISSAO DE AGRICULTURA E POLfrlCA

RURAL

Diretor: Paulo ROcha

Local: Anexo II - Ramal 661

Coordenação de Comissões Permanentes

Diretora: Geny Ravier Marques

Local: Anexo n - Telefones: 24-5179 e25-4805 - Ramais: 001 e 619

Presidente: Vinicius Cansanção -- MDB

Turma A

Vice-Presidente: Henrique Cardoso - MDB

Turma.B

Vice-Presidente: Antonio Gomes - ARENA

TitularesARENA

Turma BAfrísío Vieira LimaBlota JúniorIbrahim Abi-AckelGomes da SilvaLauro LeitãoLuiz BrazHenrique CórdovaNunes ROcha

MDBTarcísio DelgadoJarbas VasconcelosJoaquim BevilacquaLidovino Fanton 'Miro TeixeiraEloy Lenzi

Suplentes

ARENAJarmund NauerMoacyr DaJlaNereu GuldiN<>guejra. d1:t Resen<JjQBma.r LeltãiParente ~..a

Raimundo P!! """l!!!!!'"n.Viana. NetoVago

Suplentes

ARENAJorge ArbageMagno BacelarMinoro MiyamotoOswaldo ZanelloPassos Pôrto

MDBMário FrotaMilton SteinbruchVagoVago

Dias Mene7,csEloy LenzyJoão Gilberto

Abel AvilaAntónio FerreiraAugusto TreinBlota JúniorEdison Bonna.

REUNIõESQuartas e quintas-feiras. às 10:00 hora9Local: Anexo lI-Sala 6-Ramais 653 e 654.Secretária; lole La.zzanl1i

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇAPresidente: Célio Borja - ARENA

Tunna AVice-Presidente: Jairo Magalhães - AREN~

Tunna B

Vice-Presidente: Erasmo Martins Pedro - MDB

Titulares

ARENA

Turma. AAltair ChagasAntônio MarizClaudíno SalesCleverson 'TeixeiraRicardo FIUZa.Theobaldo BarbosaWilmar Guimarães

Alceu CollaresCelso BarrosFernando CoelhoJoão GilbertoJosé Bonifácio NetoNoide CerqueiraJosé Maurício

Antônio MorlmotaOantídio Sampa.iaDib CheremEduardo GalilHenrique PrettlH«nero santos19o :u.oDuo Colmbta

MDBJaison BarretoNelson ThibauVago

MDB0ctacüío QueirozUlysses Guimarães

ARl!."NAJarmund NasserJlOSias GomesNina Ribeiro

Supl'entel5

ARENAGabriel HennesJoaquim GuerraMurilo RezendeUbaldo Harém

Presidente: Oswaldo Lima - MDBVice-Presidente: Joel t,ima - MDB

Vice-Presidente: Mauricio Leite - ARENA

Titulares

.ARENAMário MondinoNorbertn SChmldtValdomiro (lonçal_Vieira da sn.".

Alair Ferreira.Correia. LimaDibCherémGerson Camata.GWa. .rániOll.'

Getúlio DiasJorge UequedLuiz Couto

Ary KffuriCélio Marques

FernandesCorreia LimaDiogo Nomura

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horB.III

Local: Anexo II - Sala 11 - Ramal 621Secretário: Eni Machado Coelho

Presidente: Pedro Faria - MDB

Vice-Presidente: Mário Moreira - MDB

Vice-Presidente: Vingt 'Rosado - .ARENA

Titullares

2) COMISSAO DE CIENCIA E TECNOLOGIA

Abdon GonçalvesAluizio ParaguassuDias MenezesHélio de Almeida.

REUNIOESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo n - Ramal 664

secretária: Maria LUZiIl Brandão da Silva

J4DB ,Auréllo campos ~, J()fge paQtóHumberto Lucena·-, ,. ..rono Vlveir01Joel~

3) COMISSAO DE COMUNICAÇÕES

Antônio FlorêncioBatista MirandaEdison Bonna

'Flávio Giovini

Turma. B

Celso CarvWhoElcival CaiadoFerraz EgrejaGeraldo BulhõesJuvêncio DiasMelo FreireVasco Amaro

MDBLul2l CoutoOi:valdo BuskelPedro LauroRoberto CanalhoYasunort Xun1goVago

Antonio AnnibemAntônio BresolinFrancisco LibardoniJosé ZavagliaJOSé Mandem

Turma A

Alexandre MachadoBenedito CanellasCardoso de AlmeidaErnesto ValenteHenrique BritoHumberto SoutoJoão Durval

MDBJuarez BemardesNelson MaculanPacheco ChavesRenato AzaredoWalber Guimarâell

SuplentesARENA

Alcides Franciscato Jorge VargasAntônio Ueno José Ribamar MachadoBatista Miranda Maurício LeiteFlávio Giovini Menandro MinahimFrancisco Bilac Pinto Prisco VianaHOII.'ácio Matos Ruy BacelarInocêncio Oliveira Sinval BoaventuraJoaqulm Coutinho

Eloy LenziEml!6to de Marcol'tUtlval NasclmelntoJOIlé C06ta

, , JGllé Ma.uricioJuarez Batista

Page 49: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

Setembro de 1577 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (,Seção I) Quarta-feira 7 7861

5) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDúSTRIA ECOAURCIO

REUNIOES

Terças, quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo 11 - sala 17 - Ramal 626

Secretária: Silvil.l. Barroso Martins

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 4 - Ramal 631

secretária: Delzuite Macedo de Avelar VillasBoas

Presidente: Antonio Carlos de Oliveira - MDB

Turma A

Vice-Presidente: Sílvio Abreu Júnior - MDB

TurmaB

Vice-Presidente: A. H. Cunha Bueno~ARENA

Titulares

ARENA

MDB•José Carlos Teixeira.Lauro RodriguesLeônidas sampaioSilvio Abreu JúniorVago

MDBNelson ThibauPedro LauroRubem DouradoSamuel Rodrigues.W·almor de Luca

SuplentesARENA

José MachadoLins e SilvaLuiz RochaOduIfo DominguesSiqueira. CamposWilmar DallanholVago

Titula.resARENA

Manoel NovaesMinoro MiyamotoNasser AlmeidaOswaldo ZanelloSinval BoaventuraTheóduIo Albuquerque

MDB

JOsé ThoméLéo SimõesPeixoto Fli1hoWalter Silvavagovago

Suplentes,AREN~

João CasteloLauro LeitãoLomantó JuniorMarcelo LinhaI'esMário MondinoWanderley MariZWílsdn FalCão

MDBVagoVagoVagOVagOVagO

Airton Soarescarlos CottaFrederico BrandãoJoão ArrUdaJoel LimaJorge Moura

Presidente: Ubaldo Corrêa - ARENAVice-Presidente: Hélio Levy - ARENAVice-l'reSidente: Yasunori Kunigo - MDB

TitularesARENA

Jutahy Magalliáes.Newton BarreiraPaulino Cícero de

VasconcellosPrisco Viana.Rafael FaraCO

Alberto LavinasAlvaro Dia.~

Israel DiaS··NovaesJerônimo SantanaJorge Ferraz

Aécio CunhaAlacid NunesAntônio FerreiraCantidio SllmpaioGonzaga VasconcelosHorácio MatosJoão Pedro

ário ~t'heodoro

Epitácio Cafe~aJoaquim BeVilacqua.José Bonifácio NetoJ 0\Sé Carlos Teixeiraoctacilio Queiroz

Airton SandovalAluiZio ParaguassuAntonio MoraisDis,s Mene7..esErnes1\Q de Marco

Benedito CanellasCarlos, Alberto

Oliveira.Ferraz Egl"ejaFrancelino Pereira.Gastãt) MüllerHugo NapoleãoJosias GOmell

Alberto HoffmannArlindo KunzlerEurico RibeiroGabriel HermesJoão VargasJorge Arbage

REUNIOESQuartas e quintas-feiras. às 10:00 horQllLocal: Anexo II - SaIa 15 (Auditório Nereu

Rnmos) - R. 665secretário: Walter Gouvêa COsta

9) (OMISSÃ.O DE MINAS E ENERGIA

REUNIOESQUà.rtas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala '[ - Ramal 6608ecretá.rio: Luiz de Oliveira Pinto

Aécio CunhaAlvaro ValleDarcílio AYresDayl de AlmeidaFernando OOIll}alvesGeraldo Freirelvahir Garcia

8) COMISS,ÃO DE FISCALlZACÃO FINANCEItA.E 'rOMllDA DE CONTAS •

Presidente: Furtado Leite - ARENAVice-Presidente: Josias Leite - ARENAVice-Presidente: Marcelo Medeiros - MDB

ARENAMarão FilhoMelo FreireNelson MarchezanPedro CaroloPedro ColinRaimundo DinizWilson BragaVago

MDB

Marcelo MedeirosOdemir FurlanVagoVagoVagoVago

MDB

Genival TourinhoPaulo MarquesJG de Araújo JorgeJosé Maria de CarvalhoHildérico OliveiraVago

Slllplentes

ARENANorton MacedoNosser AlmeidaOssian AraripePaulo FerrazRafael FaracoSilvio VenturalliTemistocles Teixeira

Aluízio ParaguassuAntonio Carlos

de' OliveiraArna.Ido LafayetteDias MenezesFlorim CoutinhoJosé Bonifácio Neto

Antônio JoséAthiê CouryEmanoel WaismanEpitácío CafeteiraJoão Menezes

MDB

Lauro RodriguesMagnus GUimarãesOlivir GabardoOctacílio AlmeidaVagoVago

REUNIOES

Quartas-feiras, às 10:00 haras

Local: Anexo II - Sala 9 - Ramal 639

secretária: Marta Clélia Orrico

TunnaA TunnaB4driano Valente Jair BrasileiroAntônio Morimoto Jorge VargasCarlos Alberto Oliveira José AlvesDyrno Pires José Ribarnar MachadoFrancisco Bilac Pinto Pinheiro MachadoHomero Santos Temístocles TeixeiraJoão Castelo Vago

MDBMilton SteinbruchOdacir KleinRoberto CarvalhoRuy CôdoVago

Suplentes

Airton SoaresAlcir PimentaDaniel SilvaEdgar MartinsFigueiredO Correia

Aderbal' JuremaAntônio MarizGomes da SilvaHerbert LevyHydekel Freitas.Jairo MagalhãesJutahy MàgalhãesLuiz Braz

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horas

Local: Anexo II - sala 16 - Ramais 642, 643e 644 (direto 24-666!H,

Secretário: Ruy Ornar Prudêncio da Siln.

7) COMISSAO DE FINANÇAS

Presidente: Gomes do Amaral - MDB

TunnaA.

Vice-Presidente: João Cunha - MDB

TunnaB

Vice-Presidente: Moacyr Dalla - ARENA.

TitularesARENA

Álvaro DiasAntônio MoraisArgilano DarioAno TheodoroCelso BarrosExpedito Zanotti

, Alair FerreiraAngelino RosaAntônio FlorêncioArlindo KunzlerCarlos WilsonCelso CarvalhoJosias Leite

Turma B

Amaral FurlanAugusto TreinCarlos WílsonHerbert LevyNOrton MacedoViana NetoVago

MDBGenervino FonsecaMarcondes GadelhaRubem MedinaSantilli SobrinhoTancredo Neves

MDB

Thales RamalhoWalber GuimarãesWalter SilvaVagoVagoVagoVago

Suplentes

ARENAHumberto SoutoJanuário FeitosaPaulino 'Cicero de

VasconcelosRicardo FiuzaRogério RêgoUlisses PotiguarVago

MDBMílton SteinbruchOtávio CeccatoRuy CMosebastião Rodrigues Jr.Vinicius Cansanção

Ãlvaro ValleBraga RamosDarcilio AyresDaso CoimbraD1I81 de AlmeidaFlexa RibeiroGeraldo Freire

6) COMISSÃO DE E~UCAÇÃO E CUltURA

Presidente: Salvador Julianelli - ARENA

Vice-Presidente: Leur Lomanto - ARENA.

Vice-Presidente: Antunes de Oliveira - MDB

Titulares

ARENA

Hélio MauroLygia Lessa BastosMagno BacelarManoel de AlmeidaMenandro MinahímRômulo Galvão

Turma A

Amaral NettoAngelino ROSl1­Fernando GonçalvesIgo LossoJosé HaddadMarão Filho

Airon RiosAlberto HoffmannAlexandre MachadoAltair ChagasCardoso de AlmeidaDyrno PiresFaria Lima

Antonio PontesCesar NascimentoFernando GamaGomes do AmaralJorge UequedJuarez Batista

Aldo FagundesJoão ArrudaHarry SauerLaert,p Vieira

Figueiredo CorreiaFrancisco StudartHumberto LUC€na.Jorge UequedRubem DouradoSérgio MuriloSílvio Abreu ,.Ir.

Page 50: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

7862 Quarta-feil'a 7 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977

12) COMISSÃO DE SAODE

REUNIõES

Quartas e quin'1M-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala I - Ramal 677Secretário: Paulo Jooé Maestrali

Presidente: Jaison Barreto - MDBVice-Presidente: Pedro Lucena - MDBVice-Presidente: Mauro Sampaio - ARENA

Titulares

ARENA

MDBItutival NascimentoJuarez BatistaNabor JúniorOtávio Ceccato

SuplentesARENA

Ubaldo CorrêaVasco AmaroVasco NetoVicente VuoloVilmar PontesVago

15) COMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇAOSOCIALPresidente: Wilson Braga - ARENA

Vice-Presidente: Wilmar Dallanl10i - ARENAVice-Presidente: Frederico Brandão - MDB

Titula.resARENA

Nelson MarchezanOsmar LeitãoRaimundo ParenteSiqueira CamposVasco NetoVilmar PontesVago

MDBJosé CostaMário FrotaOctávio TorrecillaRosa FloresRuy BritoVago

SuplentesARENA

Ibrahim Abi-Ackelítalo ContiJosé HaddadLygia Lessa Basto.>Murilo BadaróNina RibeiroRezende MonteiroSantos Filho

Presidente: Nunes Leal - ARENAVice-Presidente: Henrique Pretti - ARENAVice-Presidente: Octacílio Almeida - MDB

TitularesARENA

Lomanto JúniorMurilo RezendeResende MonteiroRuy BacelarSantos Filho

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioEduardo GalilJacob CaroloJoáo Alv:esLuiz FernandoLuiz Rocha

Aurélio CamposGamaliel GalváoGenival TourinhoPeixoto FilhoRuy Côdo

Ademar PereimAntônio GomesElcival CaiadoFurtado LeiteGeraldo BulhõesGloia JúniorHélio MauroHenrique Córdova

Aloísio SantosArgilano DarioArnaldo LafayetteCarlos CottaFernando CunhaJorge Moura

Abel AvilaAlcides FranciscatoBento GonçalvesHermes MacedoHydekel FreltasJoaquim Guerra

Alípio CarvalhoHélio CamposHélio LevyJoão PedroNavarro VieiraNunes RochaRalll Bernardo

MDBAlceu ColIares Fernando CoelhoAntonio Annibelli Joel FerreiraDias Menezes José CostaErasmo Martins Pedro Pedro Lucena

REUNIõESQuartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 12 - Ramal 694Secretário: Hélio Alves Ribeiro

MDBSilvie> de Abreu JúniorTarcísio DelgadoVagoVagoVagovagoVagoVago

REUNIõESQuartas e quintaS-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 647secretario: Nelson Oliveira de Souza

16) COMISSAO DE TRANSPORTES

Antonio MataFernando LyraFrancisco RochaHélio de AlmeidaHenrique Eduardo

Alves

Dias MenezesOdemir FurlanSamuel Rodrigues

,Francisco RollembergJonas CarlosJosé Ribamar MachadoNewton BarreiraTeotônio Neto

MDB

Parente FrotaPaulo StudartSylvio VenturolliVicente Vuolo

MDBNey FerreiraRuy LinoVago

Suplentes

ARENA

MDB

odemir FurlanOsvaldo BuskeiWalter de Castro

Suplentes

ARENA

Manoel NovaesSalvador J1.llianelliTheódlllo Albuq\WrqueVingt Rosado -Vago

Ossian AraripePassos PortoPalllo FerrazRalll BernardoWanderley Mariz

MDB

Léo SimõesSebastião Rodrigues Jr.Sérgio Murilo

Suplentes

ARENA

Mauro SampaioNunes LealRômulo GalvãoTheobaldo BarbosaVieira. da Silva

AIípio CarvalhoCélio Marques

FernandesJanuário FeitosaOdulfo Domingues

Antônio PontesCesar NascimentoLauro Rodrigues

Amaral FurlanCid FurtadoClaudino SalesErnesto ValenteEurico RibeiroManoel de Almeida

Afrisio Vieira LimaAlacid NunesBento GonçalvesCélio BorjaFlávio Marcilio

Expedito ZanottiFlorim CoutinhoMinoru Massuda

14) COMISSAO DE SERVIÇO PÚBLICOPresidente: Paes de Andrade - MDB

Vice-Presidente: Gamaliel Galvão - MDBVice-Presidente: Agostinho Rodrigues - ARENA

TitularesARENA

Ary KffuriFrancelino PereiraGeraldo GuedesIvahir GarciaJonas Carlos

MDBAthiê Coury Walmor de Luca.Carlos Cotta Yasunori KunigoJoaquim Bevllacqua VagoMarcondes Gadelha Vago

REUNIõESQuartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramal 682secretária: Iná Fernandes Costa

Abdon GonçalvesFábio FonsecaLeônidas sampaio

Adriano ValenteBraga RamosHenrique BritoJoão AlvesJoão DurvalJosé Alves

13) COMI55l0 DE SEGURANÇA NACIONALPresidente: Hélio Campos -ARENA

Vice-Presidente: ítalo Contl - AREJ.~A

VICe-Presidente: José Carlos Teixeira - MDB

Titulares

ARE:NA

Aldo FagundesAluizio ParaguassuErasmo Martins PedroJG de Araújo Jorge

REUNIõESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo lI-Sala 13-Ramais 688 e 689Secretário: Zorando Moreira de Oliveira

Inocêncio Oliveira.Navarro VieiraOnísio Ludovicomisses PotiguarWilson Falcoo

MDB

Mac Dowel Leitede Castro

Magnus GuimarãesOlivir GabardoPadre NobreThales Ramalho

João VargasJuvênclo DiasLeur LomantoLuiz FernandoNorberto SchmidtPaulo StudartPinheiro MachadoWaldomiro Gonçalves

MDB

Paes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhoSérgio Murilomysses GuimarãesYasurwri Kunigo

Antônio Bresolin

Suplentes

ARENA

Theobaldo Barbosa

Suplentes

ARENA

11) COMISSÃO DE RELAÇõES EXTERIORESPresidente: Flávio Marcilio - ARENA

Vice-Presidente: Pedro CoIlin - ARENAVice-Presidente: Adalberto Camargo - MDB

• Titulares

ARENA

Marcelo LinharesMurilo BadaróNogueira de RezendeRaimundo DinizRogério RêgoTeotônio NetoUbaldo Barém

Edgar Martins

MDB

Henrique Cardoso

REUNIÕES

Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal 672secretário: JOsé Lyra Barroso de Ortegal

Diogo NomuraPrisco Viana

Alcir Pimenta

Adernar PereiraAiron RiosCarlos Alberto

OliveiraDi.ogo NomuraFrancilico Rollemberg

Antônio UenoCid FurtadoFaria LimaHugo NapoleãoJoaquim CoutinhoJosé MachadoLins e Silva

Alberto LavinasAldo FagundesAntunes de OliveiraDaniel SilvaDias MenezesJG de Araújo JorgeJoão Menezes

A. H. Cunha BuenoAdhemar GhisiAlvaro GaudêncioCleverson TeixeiraFlexa RibeiroGeraldo Guedes 'Gerson CamataHermes Macedo

Ano TheodoroBrigido TinocoCarlos SantosCotta BarbosaFernando GamaFrancisco StudartJairo Brum

10) COMISSAO DE REDAÇAOPresidente: Daso Coimbra - ARENA

Vcie-Presidente: João Castelo - ARENA

TitularesARENA

José Ribamar Machado

MDB

Page 51: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

Setembro de 197\ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 7 7863

1) COMISSÃO DA AMAZõNIA

2) COMISSÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

COMISSÕES ESPECIAIS

Diretora: Gilda Amora de Assis Republioon.oLocal: Anexo II - Ramal 749

MDB

Airton SoaresCelso BarrosJoel FerreÍl'lLJosé CostaRubem Dourado

MDB

Padre NobrePeixoto FilhoSalvador Julianelli

MDB

José Bonifácio NetoLidovino FantonRosa Flores

MDB

Erasmo Martin:;; PedroTarcísio DelgadoFernando CoelhoMário Moreira.Oswaldo Lima

MDB

celso BarrosMac Dowel Leite de

Ca.stroIsrael Dias-Novaes

Suplentes

Suplentes

SuplentesMDB

Adriano ValenteGenival TourinhoJairo BrumJosé Bonifácio NetoOlivir Gabardo

REUNIOES

Quintas-feiras, às 16 :30 horasú:lcaJ: An,exD lI-Sala 8-A-Ra.1nais 603 e Wsecretária: Vânia Garcia Dórea

ARENA

Blota Juni<>rCleverson TeixeiraGeralldo FreireNavano Vieira.

ARENA

Adriano ValenteClaudino SallesIbrahim Abi-AckelIvahir Garcia.

REUNIõES

Local: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 603 e 604Secretário: Antônio Fernando Borges Manzan

1) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETO N.D 633, DE 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPõE SOBREO CóDIGO DE PROCESSO PENAL

Presidente: SérgiO Murilo - MDBVice-Presidente: Peixoto Filho - MDBVice-Presidente: Santos Filho - ARENA

Relator-Geral: Geraldo Freire - ARENA

Titulares

ARENA

Marcelo LinharesHenrique CórdovaAntônio MorimotoTheobaldo BarbosaCid FurtadoVago

Presidente: Figueiredo Correia. - MDBVice-Presidente: Magnus Guimarães - MDB

Relator ('..eraI: Cid Furtado - ARENA

Titu1arell

Al'tENA

Faria LimaNosser Almeida.Paulo StudartOSwalod ZanelloRafael Faraco

6) COMISSJ\O ESPECIAL DESTINADA A DAR­PARECER AO PROJETO N.o 634, DE 1975,DO POI)ER EXECUTIVO, QUE DISPõE SOBREO CõDIIGO CIVIL

. ARENA

Cleverson TeixeiraLauro LeitãoGeraldo GuedesRaymundo Diniz

8) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO­RAR PROJETO DE LEI SOBRE A ESTABILI­DADE f)A FAMILIA BRASILEIRA

ARENA

Eduardo GalilFernando GonçalvesGastão MiillerHugo NapoleãoIgo LossoVago

l"residente: Tancredo Neves - MDBVice-Presidente: Brígido Tinoco - MDBVice-Presidente: Igo Losso - ARENA

Relator-Geral: João Linhares - ARENA

TituIares

REUNIõES

Local: Anexo li - Sala 8-B - Ramais 603e6ll4

Secretária: MaRia Izabel Azevedo

MnBJaison BarretoOdacir KleinVagoVagoVago

MDB

Walter de Castro

MDB

Aluízio ParaguassuAntônío AnnibelliDias MenezesErnesto de Marco

Suplentes

SuplentesARENA

• Ubaldo BarémVicente VuoloWilmar GUimarães

Presidente: Fernando ClUlM - MDBVice-Presidente: GenerVino :Fonseca - MDBVIce-Presidente: ValdQmiro Gonçalves - ARENA

TitularesARENA

Onisio LudQvicoRezende Monteiro

Benedito CanellasGastão MüllerJarmund Nasser

Presidente: Inocêncio Oliveira - ARENAVice-Presidente: Dyrno Pires - ARENAVice-Presidente: Carlos Cotta. - MDB

EfetivosARENA

Ernesto ValenteJutahy Magalhães

MDBCelso Barros José costaJarbas Vasconcelos Genival Tourinho

SllplentesARENA

Menandro MinahimPinheiro MachadoWanderley Mariz

MDBFernando LyraOctacílio Queiroz

ARENAAdriano ValenteArlindo KunzlerHenrique CórdovaHermes MacedoVasco AmaroWilmar Dallanhol

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo III - Sala 8-B - Comissões

Especiais - Te!.: 24-6719 - Ramais 607/608Secretário: Agassis Nylander Brito

celso CarvalhoGeraldo Guedes

Humberto SoutoJanuáriD FeitosaManoel de Almeida

ARENA

Abel ÁvilaJoão VargasLauro LeitãoPedro Colin

5) COMISSÃO DO POLlGONO DAS SECAS

3) COMISSÃO ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTODA REGIÃO CENTRO-OESTE

MDBrturival Nascimento VagoVago Vago

REUNIõESQuintas-feiras, às 10:00 horasLocal: AnexO II - SaIa 8-B - Ramal 685Secretário: Romualdo Fernandes Arnoldo

4) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO SUL

Presidente: Antônio Uen.o - ARENAVice-Presidente: Alexandre Machado-ARENAVice-Presidente: Eloy Lenzi - MDB

Tfitulares

Fernando CoelhoFigueiredo Correia.José Carlos Teixeira

REUNIOES

Quintas-feiras, às 11 horasLocal: Anexo II - Sala 8-ATelefont!: 23-7289 (Direto) e Ramal 695Secretário: José Salomão Jacobina AireIl

Antonio Carlosde Oliveira

Juarez Bernardes

Hélio LevyNunes RochaSiqueira Campos

MDB

Antônio JoséNei FerreiraThales RamalhoVagoVago

MDBJosé Carlos TeixeiraJosé CostaVinicius Cansanção

MDB

José MandelliMário MoreiraOdacir KleinPedro LauroRuy Côdo

Suplentes

TitularesARENA

Juvênci() DiasRaimundo Parente

MOB

Jerônimo SantanaNabor Júnior

SuplentesARENA

Siqueira CamposTemístocles TeixeiraUbaldo Corrêa

Antonil> Carlosde Oliveira

Dias MenezesErnesto de MarcoFrancisco LibardoniJairo Brum

Seçã.o de Comissões Especia.is*Chefe: Stella Prata da Silva Lopes

Local: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 604

Presidente: Nosser Almeida - ARENAVice-Presidente: Rafael Faraco - ARENAVice-Presidente: Mário Frota - MDB

Alacid NunesGabriel Hermes

Antoni() PontesEpitácio Cafeteira

COORDENAÇÃO DE COMISSÕESTEMPORARIAS

Seçã.o de Comissões de Inquérito

Chefe: Luiz Antônio de Sá Cordeiro da Silva.Local: Anexo II - Ramal 612 - 23-3239 (Diret()

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 3 - Ramal 611secretária: Marci Ferreira Borges

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :30 horasLocal: AnexO II - Sala 5 - Ramal 696secretário: Carlos Brasil de Araújo

Joel Fel'reiraJúlio Viveiros

Edison BonnaElcival CaiadoHélio Campos

Presidente: Hildérico Oliveira - MDBVice-Presidente: Cotta Barbosa - MDBVioe-Presidente: Menandro Minahim - ARENA

Titulares

MDB

Ruy LinoVagoVago

REUNIOES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II-Sala 8-A-Ramais 606/616Secretária: Jacy da Nova Amarante

ARENABento GonçalvesGeraldo BulhóesManoel NovaesRicardo FiúzaRogério Rêgo

ARENA

Francisco RollembergJairo MagalhãesJosias LeitePassos Pôrtopaulino Cicero

de VasconcellosPrisco Viana.

Page 52: DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD07SET1977.pdfCÂMAllA DOS DEPUTADOS suwIARIO 1 - ATA DA 98.3 SESSAo DA 3.a SESSlíO LEGISLATIVA DA 8.a LEGISLATURA El\1 6 DE SETEMBRO

'1864 Quarta-feira '1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro ~e 1977

Hélio CamposVicente VuoloWalter de Castro

MDB

Sa.nülli Sobrinho

MlDB

Jerônimo Santana.Octacílio Quet.roz

MDB

José CarlOlS Teixeira.Vago.

SuplentesARENA

Darcílio Ayre.5Ernesto Valente

3) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQutRITODESTINADA A APURAR DENQNCIAS RE'LAnVAS À INVASÃO DE RESERVAS INDIGEttASE AVALIAR O SISTEMA DE MEDIDAS DE.SENVOLVIDAS, NO SENTIDO DE RESGUARDARA FIXAÇAO DOS GRUPOS IND1GENAS NOSRESPECTIVOS "HABJTATS"

REQUERIMENTO N.o lG7177-CPIPrazo: 5-5-77 a 2-10-77

Presidente: Israel Dias-NDvaes - MDBVice-Presidente: - MDB

Relator: Ubaldo Corrêa. - ARENARelator-Subst.: Siqueira Campos - ARENA

TitularesARENA

Airton SoaresLauro RodrigUes

Aloisio SantosEpitácio CafeteiraFernando Cunha.

REUNIõES

Terças-feiras, às 9:00 horas eQuintas-feiras, às 14:30 horas.Local: Anexo II - Plenário da. Comissão de

ComunicaçõesTelefones: Ramais 655 e 656 (Anexo lI)secretária: Regina Maria Zaniolo de Carvalho

Noide cerqueiraTarcísio DelgadoOctacilio Queiroz

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Plenário das CPIsTelefone: R. 497 (Anexo III)secretária: Lya de Linul, Borges

Afrísio Vieira LimaNewton BarreiraAntônio Ferreira

Rafael FaracoJoão PedroMoacyr DaUa

MnB

.Jorge Ferraz

TitularesARENA

Paulino CíceroRuy Bacelar

TitularesARF..NA

Siqueira CamposVilmar Pontes

MDB

Paulo Marques

Supll:ntesARENA

Magno BacelarNina RibeiroAry Kj'!uri

Sup1entesARJ~NA

2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUftITODESTINADA A INVESTIGAR EAVALIAR A Po­LlTICA MINERAL BIU~SILEIRA

MOB.José Mandelli1Va1ber GUimarães

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 16:00 horasLocal: Anem II - Plenário das CPIsTelefone: R-soe (Anexo III)

secretária: Haydéa Pires

Adhemar SantilloJader Barbalho

(Requerimento n.O l08/77-CPI)Prazo: 29-4-77 a 26-9-77

Presidente: Oswaldo Lima - MDBVice-Presidente: Jerônimo Santana - MDB

Relator: Prisco Viana - ARENA

Batista MirandaAugusto TreinJoão Pedro

Adhemar GhisiWilmar DallanholGabriel Hermes

Jerônimo SantanaMário Frota

Antônio PontesWalmor de Luca

Antônio Gomes Mauricio LeiteBenedito Canellas Nunes RochaJ06é Ribamar Machado Rafael Faraco

MDB

Antonio PontesJoão GilbertoJoaquim Bevila.cqua

MDB

Antônio BresolinJerônimo SantanaNabor JúniorPedro LucenaPeixoto FilhoRuy Côdo

Titulares

Suplentes

COMISSOES DE INQUtRITO

1) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

DESTINADA A INVESTIGAR AS ATIVIDADESLIGADAS AO SISTEMA FUNDIARIO EM TODOO TERRITóRIO NACIONAL

(RESOLUÇÃO N.O 23/76)Prazo: 25-11-76 a 30-9-77

Pr'l!Sidente: Odemir Furlan - MDBVice-Presidente: Genervino Fonseca - MDB

Relator: .Jorge Arbage - ARENARelator-Substituto: Nosser Almeida. - ARENA

ARENA

Francisco RolembergGeraldo BUlhõesHenrique Brito

9) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA À ELA·BDRAÇAO DE PROJETOS DE LEI SOBREREDIVISÃO TERRITORIAL E POL1TICA DEMO- Angelino RosaGRAFICA ítalo Conti

Presidente: Siqueira Camp06 - ARENAVice-Presidente: Vicente Vuolo - ARENA

Relator Geral: Alcir Pimenta - MDBRelator de Redivisão: JG de Araújo Jorge -

MDB

Sub-Relator de Redivisão: Daso Coimbra ­ARENA

Relator de Política Demográfica: João Alves ­ARENA

Sub-Relator de Política Demográfica: AntonioCarlos de Oliveira - MDB

ARENA

Gastão MüllerHélio CamposHumberto Souto.Jorge ArbageLygia I.ea.sa. BastosNasser Almeida.RaImundo Parente

REUNIõES

Terças-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo 11 - Sala 8-A - Ramal 605secretário: Antônio Estanislau Gomes

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Setembro de 1977 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta..feira 7 7865

olARIO DO CONGRESSO NACIONAL

PREÇO DE ASSINATURA

SeçAo I (Ctmara dos Deputados)

Via-Superfície:Semestre • ooo• o., o• o•• Cr$ 200,00

Ano ooooo. oo.•. ooo• oo. Cr$ 400,00

Exemplar avulso ooooooo Cr$ 1,00

Via-Aérea:

Semestre • oooo•••• o... Cr$ 400,00

Ano oo. ooo• o•••• oooooo Cr$ 800,00

Exempl,ar avulso •••.••• Cr$ 2,00

SeçAo 11 (Senado Federal)

Via-Superfície:

Semestre ... o.. .. .. ... Cr$ 200,00Ano oooooo••• oo•• o• • •• Cr$ 400,00Exemplar avulso • oo'•• o. Cr$ 1,00

Via-Aérea:

Semestre ooo••• oo.••.• Cr$ 400,00

Ano o' ooo• o.. oo" •. o". Cr$ 800,00Exemplar avulso ooooo". Cr$ 2,00

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, Vale Postal.pagáveis em Brasília ou Ordem de Pagamento pelo Banco do Brasil SoA. ­Agência Parlamento, Conta-Corrente n9 498705/5, a favor do:

CENTRO. GRAFJCO DO SENADO FEDERAL,

Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1.203 - Brasília - DF

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'1866 Quarta-feira '1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1977

SEGURANCA NACI'ONAL. "

1-'Le9islação Constitucional

11- Quadro eomparativo: Decreto-Lei n9 EJ98/69Decreto-Lei n' !)10169·Decreto-Lei n' 314/67Lei 09 ".802/53

111--:- Notas

IV - Jurisprudência

"Revista de Informação Legis~ativar~ n' 39

421 pAginas

PREÇO: Cr$ 25,00

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos II "SUBSECRETARIA DE EDIÇOE!» TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL'

Ed.Anexo 1.119 andar. Praça dos Três Poderes-70000- BRASíLlA- Df,acompanhados de cheque nominal. visado. pagável em BraslJia e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERALou pelo sistema de Reembolso Postal.

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Setenabro de 1977 DIAlilO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

CONSTITU~ÇÃODA REPÚBLICA

FEDERATIVA DO BRASIL

, Emendas Constitucionaisn9 1, de 1969,nC;- 2, de 1972~

n9 3, dle 1972,'n9 - 4, de -1975n9 5~. ~e 1975,n9 6~ de 1976"n9 . 7, de 1917,n9 8, de 1977 en9" 9, de 1977 ri,

EDIÇÃOJUNHO DE'1977(formato bolso)

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aColT;lpa!1h.add~·d8.cheque' nominal. visado. I,agével em Brasilia e emitido a favor do-. . . ., CENTRO GRÂFICO DO SENADO FEDERAL

I 'ou pelo sistema de REEMBOLSO POSTAL.

Quarta-feira "I 7867

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