Coordenação SST Empreendimentos Da Construção - Guia Prático ACT

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  • Guias Prticos

    Coordenao da segurana e sade no

    trabalho dos empreendimentos da

    construo

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    2

    AUTORES

    Jos Manuel Santos

    Maria Antnia Batista

    Ftima Palos

    Manuel Maduro Roxo

    EDITOR

    ACT - Autoridade para as Condies do Trabalho

    Lisboa, dezembro 2011

    ISBN

    978-989-8076-68-7 (web pdf)

    Esta publicao e o trabalho que descreve visa dar a conhecer a reflexo feita pelos profissionais da Autoridade para as

    Condies do Trabalho (ACT) sobre boas prticas e sobre a melhor forma de dar cumprimento lei. Contudo, os pontos

    de vista expressos no refletem necessariamente a posio oficial da ACT.

    Catalogao Recomendada

    COORDENAO DA SEGURANA E SADE NO TRABALHO DOS

    EMPREENDIMENTOS DA CONSTRUO

    Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo /

    Jos Manuel Santos [et al.]. Lisboa : ACT, 2011. 52p. ; 29,7cm

    Construo e obras pblicas / Coordenao de segurana / Plano de segurana /

    Preveno de riscos profissionais / Legislao / Portugal

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

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    ndice

    Introduo. ........................................................... 5

    1. Segurana e sade no trabalho em empreendimentos da construo ...................... 6

    1.2 Princpios de ao .............................................................................................. 9

    1.3 mbito de atuao ........................................................................................... 10

    2. Sistema de coordenao de segurana ................................................................... 12

    2.1 Distino de papis: coordenador de segurana e tcnico de segurana e

    higiene do trabalho ................................................................................................ 12

    2.2 A misso dos coordenadores de segurana ...................................................... 12

    2.3 Obrigao da nomeao dos coordenadores de segurana ............................... 14

    2.4 Exerccio da coordenao de segurana ........................................................... 17

    2.4.1 Garantias de que dispem os coordenadores de segurana ..................... 17

    2.4.2 Requisitos para o exerccio da funo de coordenador de segurana e

    sade ............................................................................................................... 18

    2.5 Incompatibilidades no exerccio da funo de coordenador de segurana ....... 18

    2.6 Registo das atividades de coordenao de segurana nos empreendimentos da

    construo ............................................................................................................. 19

    3. Planeamento da segurana e sade e os instrumentos de coordenao em

    empreendimentos da construo .................................................................... 21

    3.1 Comunicao prvia de abertura do estaleiro ................................................... 21

    3.1.1 Elaborao: quem e quando .................................................................... 21

    3.1.2 Contedo da comunicao prvia ............................................................ 22

    3.1.3 Comunicao relativa s alteraes ......................................................... 23

    3.1.4 Afixao da comunicao prvia no estaleiro .......................................... 23

    3.2 Plano de segurana e sade ............................................................................. 23

    3.2.1 Objectivo do plano de segurana e sade ................................................ 23

    3.2.2 Elaborao do plano de segurana e sade ............................................. 24

    3.2.3 Referenciais para o plano de segurana e sade em projeto ................... 25

    3.2.4 Avaliao dos riscos profissionais e medidas de preveno a incluir no

    plano segurana e sade em projeto ................................................................ 26

    3.2.5 Desenvolvimento e especificao do plano de segurana e sade ........... 27

    3.2.6 Estrutura do plano de segurana e sade para execuo da obra ............ 28

    3.2.7 Plano de segurana e sade para execuo da obra: informao

    complementar .................................................................................................. 30

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    3.2.8 Aprovao do plano de segurana e sade pelo dono de obra e proposta

    de alteraes .................................................................................................... 30

    3.2.9 Incluso do plano de segurana nos processos contratuais de edificao

    ......................................................................................................................... 30

    3.2.10 Aplicao do plano de segurana e sade .............................................. 31

    3.2.11 Controlo do plano de segurana e sade ............................................... 31

    3.3 Ficha de procedimentos de segurana .............................................................. 32

    3.3.1 Elaborao da ficha de procedimentos de segurana ............................... 32

    3.3.2 Contedo da ficha de procedimentos de segurana ................................. 33

    3.3.3 Aplicao da ficha de procedimentos de segurana ................................. 34

    3.3.4 Controlo pblico da ficha de procedimentos de segurana ...................... 34

    3.4 Compilao tcnica da obra .............................................................................. 35

    3.4.1 Objetivo da compilao tcnica da obra .................................................. 35

    3.4.2 Elaborao da compilao tcnica da obra .............................................. 35

    3.4.3 Contedo da compilao tcnica da obra ................................................. 36

    3.4.4 Atualizao da compilao tcnica da obra .............................................. 36

    3.4.5 Receo provisria da obra ..................................................................... 37

    4. Responsabilidades dos diversos intervenientes...................................................... 38

    4.1 Dono da obra .................................................................................................... 38

    4.2 Autor do projeto ............................................................................................... 40

    4.3 Entidade executante ......................................................................................... 41

    4.4 Empregador ...................................................................................................... 43

    4.5 Trabalhador independente ............................................................................... 44

    5. Sistema de registos dos intervenientes no estaleiro .............................................. 46

    5.1 Registo a organizar pela entidade executante .................................................. 46

    5.2 Registo a organizar por todos os empregadores ............................................... 47

    6. Comunicao de acidentes de trabalho mortais ou graves ..................................... 49

    Referncias bibliogrficas.. ................................................................. 51

    Resumo.. .......................................................... 52

    Rsum. .............................................................. 52

    Abstract ................................................................. 52

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    5

    Introduo

    O ato de construir reveste-se de um conjunto significativo de especificidades que levaram

    adoo, pela Unio Europeia, de uma diretiva relativa ao sistema de coordenao da segurana

    e sade no trabalho, nos estaleiros temporrios ou mveis da construo (Diretiva n.

    92/57/CEE, do Conselho, de 24 de Junho). Esta medida visou a implementao e o

    desenvolvimento adequados da filosofia da preveno de riscos profissionais contida na

    Diretiva-Quadro para a segurana e sade no trabalho (Diretiva n. 89/391/CEE, do Conselho

    de 12 de Junho) s caractersticas especficas da atividade de construo de edifcios e de

    outras obras de engenharia civil.

    A transposio da diretiva europeia Estaleiros temporrios ou mveis foi efetuada, pelo nosso

    pas, em 1995, atravs do Dec. Lei n. 155/95, de 1 de Julho. Passados quase oito anos de

    vigncia desse normativo, entendeu-se deverem ser aprofundados alguns aspetos que a

    referida transposio no havia tratado de forma suficientemente explcita, atravs da

    publicao do Dec. Lei n. 273/2003, de 29 de Outubro.

    A presente publicao tem por objetivo fazer uma apresentao sucinta da disciplina do Dec. Lei

    n. 273/2003, que permita, s equipas de projeto, aos agentes econmicos do sector donos

    de obra, empreiteiros e subempreiteiros aos seus quadros tcnicos e aos profissionais da

    segurana e sade do trabalho, percecionar as solues contempladas e, dessa forma, melhor

    perspetivarem a sua concretizao no plano operacional.

    Para o efeito procede-se a uma caracterizao das duas ideias transversais ao diploma legal, a

    preveno de conceo e de reforo da coordenao, no captulo 1, bem como identificao

    do faseamento do ato de construir e das intervenes relevantes para a ao preventiva no

    captulo 2. O captulo 3 faz uma apresentao dos instrumentos de apoio atividade de

    coordenao: a comunicao prvia de abertura do estaleiro, o plano de segurana e sade no

    trabalho, a ficha de procedimentos de segurana e a compilao tcnica. A delimitao das

    responsabilidades de cada um dos decisores da ao preventiva, o dono de obra, o autor do

    projeto, a entidade executante, o empregador e o trabalhador, o objeto do captulo 4. Os

    captulos 5 e 6 referem-se a alguns aspetos procedimentais que acompanham a atividade de

    coordenao ao nvel dos registos da subcontratao que devem ser formalizados e das

    comunicaes de acidentes que devem ser concretizadas.

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    1. Segurana e sade no trabalho em empreendimentos

    da construo

    1.1 Condicionantes especficas

    O regime jurdico da promoo da segurana e da sade no trabalho (Lei n 102/2009, de 10

    de Setembro) que transpe a Diretiva Quadro para a segurana e sade do trabalho (Diretiva

    n. 89/391/CEE) comete ao empregador uma obrigao geral de preveno dos riscos

    profissionais: assegurar aos trabalhadores condies de segurana e de sade em todos os

    aspetos do seu trabalho.

    Esta obrigao geral, de acordo com os termos da sua definio, est configurada como uma

    obrigao de resultado, uma vez que so fixados ao empregador os objetivos a atingir, mas a

    concretizao dos meios indispensveis para os atingir deixada ao seu critrio, com uma

    amplitude considervel. Entretanto, precisado um conjunto de definies sistmicas sobre a

    estrutura procedimental necessria consecuo dessa obrigao de resultado e aos inerentes

    processos de deciso. A este propsito devem destacar-se os aspetos essenciais seguintes:

    o O dever de definir e desenvolver uma poltica global de segurana e sade do trabalho;

    o O dever de o empregador desenvolver as atividades preventivas de acordo com uma ordem

    fundamental de princpios gerais de preveno;

    o O dever fundamental de o empregador promover a avaliao dos riscos que no puderam

    ser evitados, no mbito da hierarquia estabelecida nos princpios gerais de preveno;

    o A promoo um quadro de participao na empresa para potenciar a ao preventiva;

    o A obrigao de desenvolver a cooperao e a coordenao sempre que se realizem

    simultaneamente atividades, com outros empregadores e com os respetivos trabalhadores,

    no mesmo local de trabalho;

    o A organizao e disponibilizao de recursos adequados implementao das medidas de

    preveno de forma integrada no processo produtivo, na gesto e em todas as dimenses

    da empresa, de entre os quais avulta a obrigao de constituio de servios de segurana,

    higiene e sade no trabalho.

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    Neste contexto, o dever de atender hierarquia estabelecida nos princpios gerais de

    preveno (art. 15 da Lei n. 102/2009, de 10 de Setembro e art. 6. da Diretiva n.

    89/391/CEE) significa a matriz de regras de conduo da atividade preventiva considerada

    adequada consecuo da obrigao de resultado referida. Tais princpios conhecem a seguinte

    enunciao:

    1. Evitar os riscos;

    2. Avaliar os riscos que no puderam ser evitados;

    3. Combater os riscos na origem;

    4. Adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere conceo

    dos postos de trabalho, bem como escolha dos equipamentos de trabalho

    e dos mtodos de trabalho e de produo;

    5. Ter em conta o estado de evoluo da tcnica;

    6. Substituir o que perigoso pelo que isento de perigo ou menos perigoso;

    7. Planificar a preveno com um sistema coerente que integre a tcnica, a

    organizao do trabalho, as condies de trabalho, as relaes sociais e a

    influncia dos fatores ambientais do trabalho;

    8. Dar prioridade s medidas de proteo coletiva em relao s medidas de

    proteo individual;

    9. Dar instrues adequadas aos trabalhadores.

    Ora, uma tal disciplina, por si s, dificilmente conseguiria abranger e enquadrar toda a

    complexidade inerente ao desenrolar normal da atividade da construo de edifcios e outras

    obras de engenharia civil. Desde logo esta atividade tem como caracterstica fundamental a sua

    estruturao produtiva que decorre sempre em torno de um projeto insuscetvel de repetio

    em todos os seus aspetos. Quase se poder dizer que neste sector de atividade se edificam,

    permanentemente, objetos singulares. De facto, de projeto para projeto, variam as

    caractersticas fsicas do empreendimento, variam as envolventes ambientais, varia a

    envolvente social e cultural onde se executa, varia o ambiente humano e as diversas equipas de

    trabalho que se mobilizam para o construir e, finalmente, este conjunto de variveis

    desmultiplica-se ao longo de todo o processo, desde o projeto sua execuo.

    Com efeito, a atividade inerente ao sector da construo civil e obras pblicas apresenta um

    significativo conjunto de particularidades que a distinguem das demais atividades produtivas.

    Dessas particularidades relevam, em especial:

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    o A existncia de trs fases distintas no processo produtivo: conceo, organizao e

    execuo dos trabalhos que se desenvolvem em funo de vrios parmetros, de entre os

    quais avulta a utilizao final perspetivada para a edificao;

    o A existncia de um decisor, sempre presente ao longo daquelas fases o dono da obra

    que est acima do empregador o empreiteiro , cuja interveno acontece,

    fundamentalmente, numa daquelas fases, a fase de execuo da edificao;

    o A relevncia das opes de projeto, quer no domnio da arquitetura, quer no domnio

    estrutural e, at, dos materiais, na realizao dos trabalhos em obra;

    o A pluralidade de intervenientes em cada uma das fases, de que resulta uma natural

    conflitualidade.

    Donode

    obra

    Donode

    obra

    Equipa deprojecto

    Equipa deprojecto

    SubempreiteiroSubempreiteiro

    Entidade

    executanteEntidade

    executante

    Programa

    ProjectoProjecto

    Edificao

    AdjudicaoAdjudicao

    EstaleiroEstaleiro

    concepoconcepo

    organizaoorganizao

    execuoexecuo

    SubempreiteiroSubempreiteiro

    utilizaoutilizao

    Figura 1: Especificidades da atividade da construo

    Por outro lado, na atividade da construo o processo produtivo no se desenvolve de forma

    esttica, em torno de uma mquina, mas antes em funo da dinmica um projeto que se

    materializa e que assume, mesmo quando se repete, diferentes enquadramentos e atores

    distintos.

    Neste processo destaca-se a presena constante de um decisor ao longo de qualquer daquelas

    fases o dono da obra e a interveno das equipas de projeto, cujos papis no so

    contemplados pelo regime jurdico de enquadramento da segurana e sade do trabalho

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    enquanto sujeitos de uma obrigao legal de natureza preventiva. As decises do dono de obra,

    no plano econmico e as opes dos projetistas, no plano arquitetnico e das escolhas tcnicas,

    revestem-se, sobretudo as primeiras, de importncia fundamental na definio do objeto a

    edificar, com repercusses ao nvel da segurana e da sade, tanto no que diz respeito aos

    trabalhos a executar em estaleiro, como sua utilizao ulterior e s intervenes construtivas

    que no futuro a se tenham que realizar. Por isso, a observncia de aspetos determinantes que

    constituem o objeto dos princpios gerais de preveno esto intimamente relacionados com as

    prprias definies do projeto da edificao. Alis, o prprio prembulo da Diretiva n.

    92/57/CE evidencia expressamente que ...as escolhas arquitetnicas e/ou organizacionais

    inadequadas ou uma m planificao dos trabalhos na elaborao do projeto da obra

    contriburam para mais de metade dos acidentes de trabalho nos estaleiros da Comunidade.

    Nestas circunstncias, o executante (empreiteiro, subempreiteiro) destinatrio de um

    conjunto de definies que foram estabelecidas em momento anterior, quer em projeto, quer na

    fase de negociao e de organizao dos trabalhos e que so as condicionantes dos seus

    processos de gesto da segurana e sade do trabalho a que por lei est obrigado. Acresce,

    ainda, nesta fase de realizao de obra, de acordo com o prembulo da mesma Diretiva, que

    ...uma falha de coordenao, designadamente devido presena simultnea ou sucessiva de

    empresas diferentes num mesmo estaleiro temporrio ou mvel, pode provocar um nmero

    elevado de acidentes de trabalho.

    Este conjunto de fatores, associados reconhecida penosidade do trabalho desenvolvido em

    obra, expe os trabalhadores a riscos elevados e constituem a justificao para a necessidade

    de uma abordagem que contemple as especificidades referidas.

    1.2 Princpios de ao

    O Dec. Lei n. 273/2003 estabelece regras gerais de planeamento, organizao e coordenao

    para promover a segurana, higiene e sade no trabalho em estaleiros da construo. A

    preveno de conceo e o planeamento da segurana e sade nos empreendimentos da

    construo constituem os eixos fundamentais deste diploma. Para tanto, considera-se a

    realidade do empreendimento construtivo na sua globalidade, desde a conceo sua execuo

    e posterior utilizao, bem assim como o jogo de atores que a se desenvolve, seja em cada

    uma dessas fases, seja na transio entre fases.

    A sua disciplina legal assenta em dois objetivos fundamentais:

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    10

    o Levar a filosofia consagrada nos princpios gerais de preveno ao ato de projetar a

    edificao, designadamente quanto s opes arquitetnicas e escolhas tcnicas a

    materializar (preveno de conceo), momento em que a aplicao dos princpios gerais

    de preveno (cfr. art. 4 do Dec. Lei n. 273/2003), em especial os seis primeiros,

    permite maior eficcia na configurao da segurana e da sade do trabalho na execuo da

    obra, nas intervenes ulteriores sua concluso e, at, durante o ciclo da sua utilizao;

    o Reforar a coordenao entre os diferentes intervenientes, desde a elaborao do projeto

    da obra e tambm durante a realizao da obra, para dinamizar a articulao e a sucesso

    de intervenes, contemplando a diferente exigncia de planeamento da segurana e sade

    do trabalho no mbito de um empreendimento construtivo (cfr. art. 5 do Dec. Lei n.

    273/2003), por relao ao mbito desse planeamento numa empresa, mesmo que ela seja

    do sector da construo.

    1.3 mbito de atuao

    O Dec. Lei n. 273/2003 aplica-se atividade de construo, empreendida por todos os ramos

    de atividade dos sectores privado, cooperativo e social, administrao pblica central, regional

    e local, aos institutos pblicos e demais pessoas conectivas de direito pblico, bem como a

    trabalhadores independentes, no que respeita, nomeadamente, aos seguintes trabalhos de

    construo de edifcios e de outras obras engenharia civil, relativos, quer a obras pblicas, quer

    a obras particulares:

    o Escavao;

    o Terraplenagem;

    o Construo, ampliao, alterao, reparao, restauro, conservao e limpeza de edifcios;

    o Montagem e desmontagem de elementos pr-fabricados;

    o Montagem e desmontagem de andaimes;

    o Montagem e desmontagem de gruas e outros aparelhos elevatrios;

    o Demolio;

    o Construo, manuteno, conservao e alterao de vias de comunicao rodovirias,

    ferrovirias e aeroporturias e suas infraestruturas;

    o Construo, manuteno, conservao e alterao de obras fluviais ou martimas;

    o Construo, manuteno, conservao e alterao de tneis e obras de arte;

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    11

    o Construo, manuteno, conservao e alterao de barragens;

    o Construo, manuteno, conservao, alterao de silos e chamins industriais;

    o Trabalhos especializados no domnio da gua, tais como sistemas de irrigao, de

    drenagem, de abastecimento de gua e de guas residuais;

    o Intervenes nas infraestruturas de transporte e distribuio de eletricidade, gs e

    telecomunicaes;

    o Montagem e desmontagem de instalaes tcnicas e de equipamentos diversos;

    o Isolamentos e impermeabilizaes.

    As atividades de perfurao e extrao que tenham lugar no mbito das indstrias extrativas

    so excludas do mbito de aplicao do Dec. Lei n. 273/2003. A indstria extrativa enquanto

    tal, por relevar de outro tipo de especificidades produtivas, tem uma disciplina legal prpria: o

    Dec. Lei n. 162/90, de 22 de Maio, o Dec. Lei n. 324/95, de 29 de Novembro e as Portarias

    n. 197/96 e n. 198/96, ambas de 4 de Junho.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

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    12

    2. Sistema de coordenao de segurana

    2.1 Distino de papis: coordenador de segurana e

    tcnico de segurana e higiene do trabalho

    A gesto da segurana e sade do trabalho dever reportar-se realidade do empreendimento

    e no apenas da empresa, devendo ser estruturada de molde a garantir uma relao

    equilibrada e fivel entre todos os intervenientes no processo construtivo.

    Neste contexto, os coordenadores de segurana e sade em projeto e em obra assumem

    um papel fulcral no mbito da gesto da segurana e sade do trabalho prpria dos

    empreendimentos da construo, no qual se situam como pivots e garantes da implementao

    efetiva e da sua coerncia durante todas as fases do processo e junto de todos os

    intervenientes.

    O papel dos coordenadores de segurana e sade para o sector da construo no deve ser

    confundido com o consignado legalmente para os tcnicos de segurana e higiene do trabalho

    (art. 100 da Lei n. 102/2009) ou para os mdicos do trabalho (art. 103 da Lei n.

    102/2009) os quais, no exerccio dessas funes, se inserem no contexto da gesto do sistema

    de segurana e sade no trabalho prprio das empresas. Importa ter presente que o campo de

    gesto da empresa do sector da construo no coincide com a gesto de um empreendimento

    construtivo. Com efeito, nesta atividade os empregadores empreiteiros e subempreiteiros

    desenvolvem uma atividade que, por natureza, se traduz, correntemente, na mobilizao de

    recursos prprios para a execuo de diversos empreendimentos construtivos onde outras

    empresas estaro, normalmente, presentes. Neste plano, a gesto da segurana e sade no

    trabalho da empresa do sector da construo, valem integral e plenamente os dispositivos da lei

    da promoo da segurana e sade no trabalho, bem como dos demais diplomas sobre

    prescries mnimas de segurana e sade no trabalho.

    2.2 A misso dos coordenadores de segurana

    Os coordenadores de segurana em projeto e em obra desempenham um papel fundamental de

    aconselhamento e apoio tcnico aos processos de deciso do dono de obra e de dinamizao da

    ao dos diversos intervenientes no que se refere observncia dos princpios gerais de

    preveno nas fases de elaborao do projeto, de contratualizao da empreitada, de execuo

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

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    13

    dos trabalhos de construo e, at, quanto considerao das intervenes subsequentes

    concluso da edificao.

    Neste quadro os coordenadores de segurana devem desenvolver, nomeadamente, as seguintes

    atividades (art. 19 do Dec. Lei n. 237/2003) em projeto e em obra.

    Em projeto, distinguem-se as seguintes atividades do coordenador de segurana:

    o Assegurar que os autores do projeto tenham em ateno a integrao dos princpios gerais

    da preveno de riscos profissionais no respetivo projeto;

    o Elaborar ou validar tecnicamente o plano de segurana e sade, quando este for elaborado

    por outra pessoa designada pelo dono da obra;

    o Iniciar a organizao da compilao tcnica da obra e complet-la quando no existir

    coordenador de segurana em obra;

    o Prestar informaes ao dono da obra no mbito da segurana e sade no trabalho;

    o Apoiar o dono de obra, nos processos de contratualizao da empreitada e nos atos

    preparatrios da execuo da obra na parte respeitante segurana e sade no trabalho.

    Em obra, distinguem-se as seguintes atividades do coordenador de segurana:

    o Apoiar o dono da obra na elaborao e atualizao da comunicao prvia;

    o Apreciar o desenvolvimento e as alteraes do plano de segurana e sade para a execuo

    da obra e, sendo caso disso, propor entidade executante as alteraes adequadas com

    vista sua validao tcnica;

    o Analisar a adequabilidade da ficha de procedimentos de segurana e, sendo caso disso,

    propor entidade executante as alteraes adequadas;

    o Verificar a coordenao das atividades das empresas e dos trabalhadores independentes que

    intervm no estaleiro, tendo em vista a preveno dos riscos profissionais;

    o Promover e verificar o cumprimento do plano de segurana e sade, bem como das outras

    obrigaes da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores independentes,

    nomeadamente no que se refere organizao do estaleiro, ao sistema de emergncia, s

    condicionantes existentes no estaleiro e na rea envolvente, aos trabalhos que envolvam

    riscos especiais, aos processos construtivos especiais, s atividades que possam ser

    incompatveis no tempo ou no espao e ao sistema de comunicao entre os intervenientes

    na obra;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    14

    o Coordenar o controlo da correta aplicao dos mtodos de trabalho, na medida em que

    daqui decorram influncias na segurana e sade no trabalho;

    o Promover a divulgao recproca entre todos os intervenientes no estaleiro de informaes

    sobre riscos profissionais e a sua preveno;

    o Registar as atividades de coordenao em matria de segurana e sade no livro de obra,

    nos termos do regime jurdico aplicvel ou, na sua falta, de acordo com um sistema de

    registos apropriado que deve ser estabelecido para cada obra;

    o Assegurar que a entidade executante tome as medidas necessrias para que o acesso ao

    estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

    o Informar o dono da obra sobre o resultado da avaliao da segurana e sade existente no

    estaleiro, bem como sobre as suas responsabilidades no mbito do presente diploma;

    o Analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro;

    o Integrar na compilao tcnica da obra os elementos decorrentes da execuo dos trabalhos

    que dela no constem.

    2.3 Obrigao da nomeao dos coordenadores de

    segurana

    Os coordenadores de segurana, quer em projeto, quer em obra, so nomeados pelo dono da

    obra (art. 9 do Dec. Lei n. 273/2003). Os coordenadores de segurana representam o dono

    da obra em matria de segurana e sade no trabalho, devendo a sua interveno contribuir

    para a melhoria dos nveis de preveno dos riscos profissionais reportados a cada tipo de

    interveno.

    A obrigao de nomear de coordenadores de segurana, quer para a fase de projeto quer para

    a fase de obra (art. 9 do Dec. Lei n. 273/2003), verifica-se em circunstncias determinadas

    cujo denominador comum se relaciona com a circunstncia de haver ou de se perspetivar a

    interveno de uma pluralidade de sujeitos. Esta perspetiva est associada previsibilidade que

    decorre do uso da experincia comum das pessoas e entidades que exercem a sua atividade

    profissional seja qual for a sua posio: de promoo ou de execuo de atividades

    construtivas, onde a subcontratao a regra corrente de relao.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    15

    Em projeto verifica-se a obrigao de nomear coordenador de segurana:

    o Quando o projeto da obra for elaborado por mais de um sujeito, desde que as opes

    arquitetnicas e as escolhas tcnicas dos projetistas impliquem complexidade tcnica para a

    integrao dos princpios gerais de preveno de riscos profissionais; ou,

    o Quando os trabalhos a executar envolvam os seguintes riscos especiais (art. 7 do Dec. Lei

    n. 273/2003):

    Que exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento ou de

    queda em altura, particularmente agravados pela natureza da atividade ou dos meios

    utilizados, ou do meio envolvente do posto, ou da situao de trabalho, ou do

    estaleiro;

    Que exponham os trabalhadores a riscos qumicos ou biolgicos suscetveis de causar

    doenas profissionais;

    Que exponham os trabalhadores a radiaes ionizantes, quando for obrigatria a

    designao de zonas controladas ou vigiadas;

    Efetuados na proximidade de linhas eltricas de mdia e alta tenso;

    Efetuados em vias ferrovirias ou rodovirias que se encontrem em utilizao, ou na

    sua proximidade;

    De mergulho com aparelhagem ou que impliquem risco de afogamento;

    Em poos, tneis, galerias ou caixes de ar comprimido;

    Que envolvam a utilizao de explosivos, ou suscetveis de originarem riscos

    derivados de atmosferas explosivas;

    De montagem e desmontagem de elementos pr-fabricados ou outros, cuja forma,

    dimenso ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;

    Que o dono da obra, o autor do projeto ou qualquer dos coordenadores de segurana

    fundamentalmente considere suscetveis de constituir risco grave para a segurana e

    sade dos trabalhadores.

    o Ou, ainda, quando for prevista a interveno na execuo da obra de duas ou mais

    empresas, incluindo a entidade executante e subempreiteiros.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    16

    Figura 2: Nomeao do coordenador de segurana em projeto

    Em obra verifica-se a obrigao de nomear coordenador de segurana:

    o Quando na obra intervierem duas ou mais empresas, incluindo a entidade executante e

    subempreiteiros;

    o Quando uma obra executada por um consrcio existe a obrigatoriedade de nomear um

    coordenador de segurana, uma vez que o consrcio no tem personalidade jurdica,

    constitudo por um grupo de empresas que se juntam para executar um determinado

    projeto, no podendo, por isso, substituir-se nos direitos e obrigaes das empresas que o

    compem.

    Figura 3: Nomeao do coordenador de segurana em obra

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    17

    Em sntese, pode dizer-se que a obrigao de o dono de obra nomear coordenadores de projeto

    e coordenadores de obra est relacionada com as seguintes circunstncias fundamentais a

    existncia ou no de projeto, a possvel configurao de riscos especiais (enumerados no art.

    7 do Dec. Lei n. 273/2003) e a pluralidade de intervenientes, tanto na fase de projeto, como

    na fase de obra.

    2.4 Exerccio da coordenao de segurana

    2.4.1 Garantias de que dispem os coordenadores de segurana

    O exerccio da atividade de coordenador de segurana, quer em projeto, quer em obra, deve ser

    objeto de contratualizao (art. 9/3/4 do Dec. Lei n. 273/2003) que se exprime sob a forma

    de declarao escrita do dono da obra, com a incluso dos seguintes elementos:

    o A identificao da obra, do(s) coordenador(es) de segurana em projeto e em obra;

    o A identificao nominal, do(s) coordenador(es) de segurana, quando a coordenao estiver

    cometida a uma pessoa coletiva;

    o O objetivo de coordenao e as funes atribudas a cada um dos coordenadores;

    o Os recursos a afetar ao exerccio da coordenao;

    o A referncia obrigatoriedade de todos os intervenientes cooperarem com os coordenadores

    durante a elaborao do projeto e a execuo da obra.

    A declarao do dono da obra deve ser acompanhada de uma declarao de aceitao

    subscrita pelo(s) coordenador(es).

    O dono de obra deve dar a conhecer estas declaraes a todos os membros da equipa de

    projeto, ao fiscal da obra e entidade executante. (art. 9/5 do Dec. Lei n. 273/2003).

    A entidade executante, para alm do dever de as transmitir a todos os subempreiteiros e

    trabalhadores independentes por si contratados, tem tambm o dever de as afixar no estaleiro

    em local bem visvel (art. 9/5 do Dec. Lei n. 273/2003).

    Existe a possibilidade de nomeao de mais do que um coordenador de segurana em obra

    para uma s empreitada, especialmente no caso de obras de grande extenso das frentes de

    trabalho. Com efeito, a lei comunitria prescreve expressamente que O dono da obra ou o

    diretor/fiscal da obra... deve nomear ...para um estaleiro em que vo operar vrias

    empresas, um ou vrios coordenadores em matria de segurana e de sade (art. 3/1 da

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    18

    Diretiva n. 92/57/CEE) e a lei nacional no contraria esta assuno. O que a lei exige ao dono

    de obra que, de forma consonante com a filosofia de gesto da preveno que pretenda

    implantar para o empreendimento, confira e formalize o mandato aos coordenadores que

    nomeie em declarao escrita acompanhada de declarao de aceitao (art. 9/3 do Dec. Lei

    n. 273/2003), para se obter a necessria transparncia nas relaes entre os diversos actores

    presentes em obra.

    2.4.2 Requisitos para o exerccio da funo de coordenador de

    segurana e sade

    As atividades inerentes ao exerccio da funo de coordenador de segurana, quer em projeto,

    quer em obra devero ser exercidas por pessoa qualificada nos termos previstos em legislao

    especial, a publicar.

    A qualificao para o exerccio da funo de coordenador de segurana dever assentar em trs

    pilares fundamentais: a habilitao escolar de base nas valncias cientficas ou tcnicas

    relacionadas ou relevantes para a atividades que vai ser exercida, a experincia profissional no

    sector e a frequncia com aproveitamento de formao profissional especfica no mbito da

    coordenao de segurana na construo.

    Como ainda no foi publicada legislao que defina a qualificao dos coordenadores de

    segurana em projeto e em obra, o dono de obra detm uma amplitude de escolha dos

    coordenadores de segurana e sade em projeto e em obra, sendo que a sua responsabilidade

    in eligendo se circunscreve seleo de pessoa que, no seu entender, rena as competncias

    necessrias ao nvel dos conhecimentos tericos e prticos e a experincia adequadas ao tipo

    de obra que vai ser executada, tendo para o efeito presente a discriminao de funes de

    coordenao previstas na lei (art. 19 do Dec. Lei n. 273/2003). A essa responsabilidade

    corresponde uma outra, a responsabilidade in vigilando, que lhe permite aferir do acerto da sua

    escolha e da correta execuo das respetivas funes de acordo com a filosofia de coordenao

    que quer ver implantada.

    2.5 Incompatibilidades no exerccio da funo de

    coordenador de segurana

    O coordenador de segurana em obra no pode intervir na execuo da obra como entidade

    executante, subempreiteiro ou trabalhador independente na aceo da lei, nem ser trabalhador

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    19

    por conta da entidade executante ou de qualquer subempreiteiro (art. 3 e art. 9/6 do Dec.

    Lei n. 273/2003).

    Com a fixao de regras de incompatibilidade funcional do coordenador de segurana pretende-

    se configurar um estatuto de equidistncia face aos interesses de que so portadores os demais

    intervenientes no projeto, na adjudicao e no estaleiro que lhe permita o exerccio credvel da

    sua funo.

    Em funo desta finalidade, no existe incompatibilidade no caso em que o coordenador de

    segurana em obra integra a equipa de fiscalizao da obra (art. 9/6 do Dec. Lei n.

    273/2003).

    De igual modo, no existe incompatibilidade no caso em que o coordenador de segurana em

    projeto integra a respetiva equipa de projeto.

    2.6 Registo das atividades de coordenao de

    segurana nos empreendimentos da construo

    As atividades relativas coordenao de segurana e sade devero ser objeto de registo (art.

    19/2/h do Dec. Lei n. 273/2003). Este registo, que integra o plano de segurana e sade,

    deve conter os elementos constantes do n.5, do Anexo III, do Dec. Lei n. 273/2003).

    As atividades do coordenador de segurana em obra, so objeto de registo no que

    respeita a:

    o Promover e verificar o cumprimento do plano de segurana e sade por parte da entidade

    executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores independentes que intervm no

    estaleiro;

    o Coordenar as atividades da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores

    independentes, tendo em vista a preveno dos riscos profissionais;

    o Promover a divulgao recproca entre todos os intervenientes no estaleiro de informaes

    sobre riscos profissionais e sua preveno.

    As atividades da entidade executante so objeto de registo no que respeita a:

    o Promover e verificar o cumprimento do plano de segurana e sade, bem como das

    obrigaes dos empregadores e dos trabalhadores independentes;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    20

    o Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na qualidade de empregadores, as obrigaes

    gerais de segurana e sade e, em especial, as obrigaes de informao e comunicao, de

    organizao do trabalho e de cooperao com outros intervenientes (art. 22 do Dec. Lei

    n. 273/2003);

    o Assegurar que os trabalhadores independentes cumpram as obrigaes especiais de

    segurana e sade e, em especial, no domnio da organizao do trabalho e da cooperao

    com outros intervenientes (art. 23 do DL n. 273/2003);

    o Reunies entre os intervenientes no estaleiro sobre a preveno de riscos profissionais, com

    indicao de datas, participantes e assuntos tratados.

    As atividades de avaliao de riscos profissionais efetuadas no estaleiro so objeto de

    registo com indicao das datas, de quem as efetuou, dos trabalhos sobre que incidiram, dos

    riscos identificados e das medidas de preveno preconizadas.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    21

    3. Planeamento da segurana e sade e os instrumentos

    de coordenao em empreendimentos da construo

    3.1 Comunicao prvia de abertura do estaleiro

    3.1.1 Elaborao: quem e quando

    A comunicao prvia da abertura do estaleiro dever ser efetuada pelo dono da obra aos

    servios da ACT (art. 15/1 do Dec. Lei n. 273/2003) e dirigida aos respetivos servios locais

    que tenham sob sua responsabilidade a rea do territrio nacional onde o empreendimento vai

    ser edificado.

    A comunicao prvia prossegue dois objetivos fundamentais. Por um lado, (i) publicitar

    perante toda a populao presente no estaleiro as caractersticas fundamentais da edificao a

    construir e a identificao dos principais atores com relevncia para a segurana e sade do

    trabalho, respetivos papis e responsabilidades e, por isso, deve ser afixada no estaleiro. Por

    outro lado, a comunicao prvia visa (ii) possibilitar ACT o conhecimento de determinados

    empreendimentos construtivos que, pela sua dimenso ou complexidade devam ser objeto de

    interveno a anteceder o incio dos trabalhos em estaleiro ou ser alvo de acompanhamento

    inceptivo. A ACT ter assim a possibilidade de, por via desta interveno a montante, contribuir

    para a definio de um bom nvel de segurana inerente execuo da obra.

    A comunicao prvia dever ser elaborada, sempre que seja previsvel que a execuo da obra

    envolva uma das seguintes situaes:

    o Um prazo total superior a 30 dias e, em qualquer momento, a utilizao simultnea de mais

    de 20 trabalhadores; ou,

    o Um total de mais de 500 dias de trabalho, correspondente ao somatrio dos dias de trabalho

    prestados por cada um dos trabalhadores.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    22

    Figura 4: Obrigatoriedade de elaborao da comunicao prvia

    3.1.2 Contedo da comunicao prvia

    A comunicao prvia a efetuar aos servios da ACT deve identificar os seguintes elementos de

    caracterizao do empreendimento e de identificao dos intervenientes (art. 15/2 do Dec.

    Lei n. 273/2003):

    1. O endereo completo do estaleiro;

    2. A natureza dos trabalhos e a utilizao prevista para a obra;

    3. O dono da obra, o autor ou autores do projeto e a entidade executante,

    bem como os respetivos domiclios ou sedes;

    4. O fiscal ou fiscais da obra, o coordenador de segurana em projeto e o

    coordenador de segurana em obra, bem como os respetivos domiclios;

    5. O diretor tcnico da empreitada e o representante da entidade executante,

    se for nomeado para permanecer no estaleiro durante a execuo da obra,

    bem como os respetivos domiclios, no caso de empreitada de obra pblica;

    6. O responsvel pela direo tcnica da obra e o respetivo domiclio, no caso

    de obra particular;

    7. As datas previsveis para incio e termo dos trabalhos no estaleiro;

    8. A estimativa do nmero mximo de trabalhadores por conta de outrem e

    independentes que estaro presentes em simultneo no estaleiro, ou do

    somatrio dos dias de trabalho prestado por cada um dos trabalhadores,

    consoante a comunicao prvia seja baseada nas circunstncias que do

    origem sua existncia;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    23

    9. A estimativa do nmero de empresas e de trabalhadores independentes a

    operar no estaleiro;

    10. A identificao dos subempreiteiros j selecionados.

    A comunicao prvia deve, ainda, ser acompanhada dos seguintes elementos:

    o Declarao do autor ou autores do projeto e do coordenador de segurana em projeto,

    identificando a obra;

    o Declaraes da entidade executante, do coordenador de segurana em obra, do fiscal ou

    fiscais da obra, do diretor tcnico da empreitada, do representante da entidade executante e

    do diretor da obra, identificando o estaleiro e as datas previstas para incio e termo dos

    trabalhos.

    3.1.3 Comunicao relativa s alteraes

    Sempre que ocorram alteraes aos dados inicialmente constantes da comunicao prvia e

    tratando-se de elementos de informao constantes dos n.s 1 a 9 do contedo da comunicao

    referido anteriormente, o dono da obra deve comunic-los:

    o ACT nas 48 horas seguintes;

    o Ao coordenador de segurana em obra e entidade executante, com a maior brevidade

    possvel (art. 15/4 do Dec. Lei n. 273/2003).

    Tratando-se de elementos de informao constantes do n. 10, o dono da obra deve comunic-

    los mensalmente, ACT (art. 15/5 do Dec. Lei n. 273/2003).

    3.1.4 Afixao da comunicao prvia no estaleiro

    A entidade executante dever afixar no estaleiro, em local bem visvel, cpia da comunicao

    prvia e das suas atualizaes (art. 15/6 do Dec. Lei n. 273/2003). Esta afixao um

    instrumento de transparncia sobre os papis de cada interveniente no estaleiro e de suporte a

    um relacionamento correto entre eles.

    3.2 Plano de segurana e sade

    3.2.1 Objectivo do plano de segurana e sade

    O plano de segurana e sade um instrumento de preveno de riscos profissionais da maior

    relevncia, de acordo com a filosofia da diretiva Estaleiros temporrios ou mveis da

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    24

    construo. O dono da obra tem a obrigao de iniciar durante a fase de projeto a elaborao

    desse instrumento de preveno, cabendo entidade executante o seu desenvolvimento e

    especificao, nomeadamente quanto avaliao e hierarquizao dos riscos e

    implementao das respetivas medidas de preveno.

    De realar, tambm, a previso da sua atualizao e reformulao, ao longo do processo

    construtivo, para os casos em que o projeto da obra no se encontre concludo at ao incio dos

    trabalhos no estaleiro. Admite-se, pois, pragmaticamente, que no incio dos trabalhos do

    empreendimento construtivo o plano de segurana e sade no analise as operaes

    construtivas e no contemple as propostas preventivas especficas relativamente totalidade

    dos trabalhos a executar, salvaguardando, contudo, que nenhuma operao de construo

    possa ser iniciada, sem que, previamente, tenha sido prevista e materializada a preveno dos

    riscos profissionais, inerentes sua execuo.

    3.2.2 Elaborao do plano de segurana e sade

    O plano de segurana e sade deve ser iniciado em simultneo com o comeo das atividades de

    conceo (art. 6 do Dec. Lei n. 273/2003), dever exprimir-se durante toda a elaborao do

    projeto e ser materializado antes do momento da adjudicao da obra (art. 8 do Dec. Lei n.

    273/2003). O seu desenvolvimento e especificao (art. 11 do Dec. Lei n. 273/2003) visam

    dotar a execuo da obra de um instrumento atualizado e eficaz que contenha a identificao

    dos riscos em presena, bem como das medidas concretas de preveno a adotar.

    Quando o projeto se desenvolva em diversas fases e diferentes momentos, a elaborao do

    plano de segurana e sade deve adequar-se a esta especificidade e ter em conta a evoluo do

    prprio projeto.

    A elaborao do plano de segurana e sade obrigatria (art. 5/4 do Dec. Lei n.

    273/2003), em:

    o Obras sujeitas a projeto e que envolvam trabalhos que impliquem riscos especiais; ou

    o Obras sujeitas a projeto e obrigatria a comunicao prvia.

    A existncia do plano de segurana e sade da responsabilidade do dono da obra que dever

    assegur-la, ainda na fase de projeto, atravs das seguintes frmulas:

    o Elaborao pelo coordenador de segurana em projeto; ou, em alternativa,

    o Elaborao por outro tcnico por si designado devendo, neste caso, o coordenador de

    segurana validar tecnicamente o plano elaborado nestes termos.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    25

    * Elaborado pelo coordenador de segurana em projecto ou por tcnico

    designado pelo dono de obra

    Existe

    projectoExiste

    projecto

    obrigatria a

    Comunicao Prvia obrigatria a

    Comunicao Prvia Plano de

    Segurana

    e Sade

    *

    Plano de

    Segurana

    e Sade

    *Os trabalhos implicam riscos especiais

    Os trabalhos implicam

    riscos especiais

    Regime

    geral da SHSTRegime

    geral da SHST

    Regime

    geral da SHSTRegime

    geral da SHST

    No

    Sim

    No

    Sim

    Sim

    Figura 5: Obrigatoriedade de elaborao do plano de segurana e sade

    Para a execuo da obra, o dono da obra dever dispor do desenvolvimento do plano de

    segurana e sade iniciado na fase do projeto. Cabe entidade executante desenvolver e

    especificar o plano de segurana e sade atravs, nomeadamente, da avaliao dos riscos

    associados execuo da obra e da definio das respetivas medidas de preveno (art. 5/3

    e 11 do Dec. Lei n. 273/2003).

    3.2.3 Referenciais para o plano de segurana e sade em projeto

    Na fase de projeto, o plano de segurana e sade deve ter em conta as definies deste, bem

    como todas as condies estabelecidas para a execuo da obra, entretanto definidas e

    relevantes para o planeamento da preveno de riscos profissionais (art. 6/1 do Dec. Lei n.

    273/2003), nomeadamente:

    o O tipo da edificao, o uso previsto, as opes arquitetnicas, as definies estruturais e das

    demais especialidades de projeto, as solues construtivas preconizadas, os produtos e

    materiais a utilizar, devendo ainda incluir as peas escritas e desenhadas dos projetos, que

    sejam relevantes para a preveno de riscos profissionais;

    o As caractersticas geolgicas, hidrolgicas e geotcnicas do terreno, as redes tcnicas areas

    ou subterrneas, as atividades que eventualmente decorram no local ou na sua proximidade

    e outros elementos envolventes que possam ter implicaes para a preveno de riscos

    profissionais, durante a execuo dos trabalhos;

    o As especificaes sobre a organizao e programao da execuo da obra a incluir no

    eventual concurso da empreitada;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    26

    o As especificaes sobre o desenvolvimento do plano de segurana e sade quando vrias

    entidades executantes realizam partes distintas da obra.

    3.2.4 Avaliao dos riscos profissionais e medidas de preveno a

    incluir no plano segurana e sade em projeto

    O plano de segurana e sade deve constituir-se como suporte de registo da avaliao dos

    riscos profissionais e de definio das medidas de preveno especficas a adotar (art. 6/2 e

    anexo I, do Dec. Lei n. 273/2003). Para tanto, dever ter em considerao os aspetos

    seguintes de informao e avaliao de riscos profissionais:

    o Identificao das situaes suscetveis de causar risco e que no puderem ser evitadas em

    projeto, bem como as respetivas medidas de preveno;

    o Os tipos de trabalho a executar;

    o As metodologias relativas aos processos construtivos, bem como os materiais e produtos

    que sejam definidos no projeto ou no caderno de encargos;

    o As fases da obra e programao da execuo dos diversos trabalhos;

    o Os riscos especiais para a segurana e sade dos trabalhadores.

    Este instrumento fundamental no domnio do planeamento e gesto da preveno de riscos

    profissionais nos empreendimentos da construo deve, ainda, integrar os aspetos relativos

    gesto e organizao geral do estaleiro da obra, nomeadamente:

    o Os domnios da responsabilidade de cada interveniente;

    o A instalao e o funcionamento de redes tcnicas provisrias, nomeadamente de

    eletricidade, gs e comunicaes, infraestruturas de abastecimento de gua e sistemas de

    evacuao de resduos;

    o A delimitao, acessos, circulaes horizontais e verticais e permanncia de veculos e

    pessoas;

    o A movimentao mecnica e manual de cargas;

    o As instalaes e os equipamentos de apoio produo;

    o A informao sobre os materiais, produtos, substncias e preparaes perigosas a utilizar

    em obra;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    27

    o A planificao das atividades que visem evitar riscos inerentes sua sobreposio ou

    sucesso, no espao e no tempo;

    o O cronograma dos trabalhos a realizar em obra;

    o As medidas de socorro e evacuao;

    o A arrumao e a limpeza do estaleiro;

    o As medidas correntes de organizao do estaleiro;

    o As modalidades e a cooperao entre a entidade executante, subempreiteiros e

    trabalhadores independentes;

    o A difuso da informao aos diversos intervenientes, nomeadamente, empreiteiros,

    subempreiteiros, tcnicos de segurana e higiene do trabalho, trabalhadores por conta de

    outrem e trabalhadores independentes;

    o As instalaes sociais para o pessoal empregado na obra, nomeadamente, dormitrios,

    balnerios, vestirios, instalaes sanitrias e refeitrios.

    Finalmente, deve ser tido em conta um reparo particular: o plano de segurana e sade deve

    efetuar, com o grau de detalhe adequado, a previso de medidas destinadas a prevenir os

    riscos especiais (art. 7 do Dec. Lei n. 273/2003) para a segurana e sade dos

    trabalhadores.

    3.2.5 Desenvolvimento e especificao do plano de segurana e

    sade

    O plano de segurana e sade iniciado com o comeo dos trabalhos de conceo do

    empreendimento construtivo carece de ser desenvolvido, especificado e complementado pela

    entidade executante, tendo em vista a sua aplicao efetiva realizao dos trabalhos de

    construo (art. 11 do Dec. Lei n. 273/2003) e ter na devida conta a sua prpria

    organizao de meios, bem como a tipologia de processo construtivo que perspetiva executar.

    Para o efeito, dever ter em considerao os seguintes aspetos essenciais:

    o As definies do projeto e outros elementos resultantes do contrato entre o dono da obra e

    a entidade executante que sejam relevantes para a segurana e sade dos trabalhadores

    durante a execuo da obra;

    o As atividades simultneas ou incompatveis que decorram no estaleiro ou na sua

    proximidade;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    28

    o Os processos e mtodos construtivos, incluindo os que exijam uma planificao detalhada

    das medidas de segurana;

    o Os equipamentos, materiais e produtos a utilizar;

    o A programao dos trabalhos, a interveno de subempreiteiros e trabalhadores

    independentes, incluindo os respetivos prazos de execuo;

    o As medidas especficas respeitantes a riscos especiais;

    o O projeto de estaleiro, incluindo os acessos, as circulaes, a movimentao de cargas, o

    armazenamento de materiais, produtos e equipamentos, as instalaes fixas e demais

    apoios produo, as redes tcnicas provisrias, a evacuao de resduos, a sinalizao e

    as instalaes sociais;

    o A informao e a formao dos trabalhadores;

    o O sistema de emergncia, incluindo as medidas de preveno, controlo e combate a

    incndios, de socorro e evacuao de trabalhadores.

    3.2.6 Estrutura do plano de segurana e sade para execuo da

    obra

    O plano de segurana e sade a desenvolver no mbito da execuo da obra deve observar a

    seguinte estrutura (anexo II. do Dec. Lei n. 273/2003):

    o Avaliao e hierarquizao dos riscos reportados ao processo construtivo, abordado

    operao a operao de acordo com o cronograma dos trabalhos, com a previso dos riscos

    correspondentes a cada uma dessas operaes por referncia sua origem, e a explicitao

    das adequadas tcnicas de preveno que devem ser objeto de representao grfica

    sempre que se afigure necessrio;

    o Projeto do estaleiro e memria descritiva, contendo informaes sobre sinalizao,

    circulao, utilizao e controlo dos equipamentos, movimentao de cargas, apoios

    produo, redes tcnicas, recolha e evacuao dos resduos, armazenagem e controlo de

    acesso ao estaleiro;

    o Requisitos de segurana e sade segundo os quais devem decorrer os trabalhos;

    o Cronograma detalhado dos trabalhos;

    o Condicionantes seleo de subempreiteiros, trabalhadores independentes, fornecedores

    de materiais e equipamentos de trabalho;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    29

    o Diretrizes da entidade executante relativamente aos subempreiteiros e trabalhadores

    independentes com atividade no estaleiro, em matria de preveno de riscos profissionais;

    o Meios para assegurar a cooperao entre os vrios intervenientes na obra, tendo presentes

    os requisitos de segurana e sade estabelecidos;

    o Sistema de gesto de informao e comunicao entre todos os intervenientes no estaleiro,

    em matria de preveno de riscos profissionais;

    o Sistemas de informao e de formao de todos os trabalhadores presentes no estaleiro,

    em matria de preveno de riscos profissionais;

    o Procedimentos de emergncia, incluindo medidas de socorro e evacuao;

    o Sistema de comunicao da ocorrncia de acidentes e incidentes no estaleiro;

    o Sistema de transmisso de informao ao coordenador de segurana em obra para a

    elaborao da compilao tcnica da obra;

    o Instalaes sociais para o pessoal empregado na obra, de acordo com as exigncias legais,

    nomeadamente dormitrios, balnerios, vestirios, instalaes sanitrias e refeitrios.

    Plano de Segurana e SadePlano de Segurana e Sade

    Gesto de riscos

    Papeis e responsabilidades

    Redes tcnicasCirculao e acessosMovimentao de cargasInstalao de equipamentosInformao sobre perigosPlanificao dos trabalhosSocorro e evacuaoArrumao e limpezaComunicao entre actoresInstalaes sociais

    Gesto de riscos

    Papeis e responsabilidades

    Redes tcnicasCirculao e acessosMovimentao de cargasInstalao de equipamentosInformao sobre perigosPlanificao dos trabalhosSocorro e evacuaoArrumao e limpezaComunicao entre actoresInstalaes sociais

    Riscos

    especiaisRiscos

    especiais

    Avaliaode riscos

    Em projecto

    Tipos de trabalhos

    Processos construtivosMateriais ProdutosProgramao

    dos trabalhos

    Riscos especiais

    Avaliaode riscos

    Em projecto

    Tipos de trabalhos

    Processos construtivosMateriais ProdutosProgramao

    dos trabalhos

    Riscos especiais

    Informao

    ProjectoEspecificao

    sobre riscos

    especiais

    Organograma do estaleiro

    Sistema de registos

    Informao

    ProjectoEspecificao

    sobre riscos

    especiais

    Organograma do estaleiro

    Sistema de registos

    Figura 6: Contedo mnimo do plano de segurana e sade

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    construo construodocumento]

    30

    3.2.7 Plano de segurana e sade para execuo da obra: informao

    complementar

    O plano de segurana e sade dever, ainda, incluir os seguintes elementos de informao

    (anexo III do Dec. Lei n. 273/2003):

    o Peas de projeto com relevncia para a preveno de riscos profissionais;

    o Especificao e detalhe relativos a trabalhos que apresentem riscos especiais;

    o Organograma do estaleiro com definio de funes, tarefas e responsabilidades;

    o Registo das atividades inerentes preveno de riscos profissionais, tais como fichas de

    controlo de equipamentos e instalaes, modelos de relatrios de avaliao das condies

    de segurana no estaleiro, fichas de inqurito de acidentes de trabalho e notificao de

    subempreiteiros e de trabalhadores independentes.

    3.2.8 Aprovao do plano de segurana e sade pelo dono de obra e

    proposta de alteraes

    O desenvolvimento e especificao do plano de segurana e sade, a cargo da entidade

    executante, devero ser sujeitos aprovao do dono da obra, com base em parecer tcnico do

    coordenador de segurana em obra (art. 12/1 do Dec. Lei n. 273/2003).

    Os subempreiteiros podero sugerir entidade executante solues alternativas s

    preconizadas no plano de segurana e sade, desde que justificadas e que no diminuam os

    nveis de segurana definidos no plano (art. 11/3 do Dec. Lei n. 273/2003).

    A entidade executante pode, tambm, propor ao dono da obra a adoo de solues

    alternativas que respeitem os pressupostos enunciados no pargrafo anterior.

    3.2.9 Incluso do plano de segurana nos processos contratuais de

    edificao

    O dono de obra, aps validao tcnica das eventuais sugestes por parte do coordenador de

    segurana em obra, proceder aprovao das alteraes, passando estas a integrar o plano

    de segurana e sade para a realizao da obra (art. 12/1 do Dec. Lei n. 273/2003).

    O plano de segurana e sade deve integrar determinadas fases do processo edificatrio (art.

    8 do Dec. Lei n. 273/2003).

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    31

    Assim, no regime de empreitadas de obras pblicas, o plano de segurana e sade deve:

    o Ser includo pelo dono da obra no conjunto de elementos que servem de base ao concurso;

    o Ficar anexo ao contrato de empreitada, qualquer que seja o tipo de procedimento adotado

    no concurso.

    Tratando-se de obras abrangidas pelo regime da edificao e urbanizao o plano de segurana

    e sade deve ser includo pelo dono da obra no conjunto dos elementos que serve de base

    negociao, para que a entidade executante o conhea no momento de contratar a empreitada.

    3.2.10 Aplicao do plano de segurana e sade

    Na aplicao do plano de segurana e sade dever ter-se em conta o seguinte (art. 13 do

    Dec. Lei n. 273/2003):

    o A entidade executante s pode iniciar a implantao do estaleiro depois da aprovao pelo

    dono da obra do plano de segurana e sade para a execuo da obra;

    o O dono da obra deve impedir que a entidade executante inicie a implantao do estaleiro

    sem estar aprovado o plano de segurana e sade para a execuo da obra;

    o A entidade executante deve assegurar que o plano de segurana e sade e as suas

    alteraes estejam acessveis, no estaleiro, aos subempreiteiros, trabalhadores

    independentes e aos representantes dos trabalhadores para a segurana, higiene e sade

    que nele trabalhem.

    o Os subempreiteiros e os trabalhadores independentes devem cumprir o plano de segurana

    e sade para a execuo da obra, devendo esta obrigao ser mencionada nos contratos

    celebrados com a entidade executante ou o dono da obra.

    3.2.11 Controlo do plano de segurana e sade

    A ACT pode determinar a apresentao do plano de segurana e sade, ao dono de obra, ou

    entidade executante, quer na fase de projeto, quer na fase de obra (art. 6/3 e art. 13/5 do

    Dec. Lei n. 273/2003).

    Sendo, ainda, o plano de segurana e sade a matriz da preveno de riscos profissionais nos

    empreendimentos de construo, a ACT ter presente, nos diferentes momentos da sua ao, o

    interesse e a necessidade de conhecimento desse instrumento.

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    construo construodocumento]

    32

    3.3 Ficha de procedimentos de segurana

    3.3.1 Elaborao da ficha de procedimentos de segurana

    A entidade executante deve elaborar a ficha de procedimentos de segurana sempre que se

    esteja em presena de trabalhos para os quais no seja obrigatria a elaborao do plano de

    segurana e sade, mas que impliquem os seguintes riscos especiais (art. 14 do Dec. Lei n.

    273/2003):

    o Que exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de aprofundamento ou de queda

    em altura, particularmente agravados pela natureza da atividade ou dos meios utilizados,

    ou do meio envolvente do posto, ou da situao de trabalho, ou do estaleiro;

    o Que exponham os trabalhadores a riscos qumicos ou biolgicos suscetveis de causar

    doenas profissionais;

    o Que exponham os trabalhadores a radiaes ionizantes, quando for obrigatria a

    designao de zonas controladas ou vigiadas;

    o Efetuados na proximidade de linhas eltricas de mdia e alta tenso;

    o Efetuados em vias ferrovirias ou rodovirias que se encontrem em utilizao, ou na sua

    proximidade.

    o De mergulho com aparelhagem ou que impliquem risco de afogamento;

    o Em poos, tneis, galerias ou caixes de ar comprimido;

    o Que envolvam a utilizao de explosivos, ou suscetveis de originarem riscos derivados de

    atmosferas explosivas;

    o De montagem e desmontagem de elementos pr-fabricados ou outros, cuja forma,

    dimenso ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;

    o Que o dono da obra, o autor do projeto ou qualquer dos coordenadores de segurana,

    fundamentalmente, considerem suscetveis de constituir risco grave para a segurana e

    sade dos trabalhadores (art. 7 do Dec. Lei n. 273/2003).

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    construo construodocumento]

    33

    * Elaborado pela entidade executante

    Existe

    projectoExiste

    projecto

    Os trabalhos implicam

    riscos especiaisOs trabalhos implicam

    riscos especiais

    Ficha de

    Procedimentos

    de Segurana

    *

    Ficha de

    Procedimentos

    de Segurana

    *

    Regime

    geral da SHSTRegime

    geral da SHSTNo

    Sim

    No

    Figura 7: Obrigatoriedade de elaborao de ficha de procedimento de segurana

    3.3.2 Contedo da ficha de procedimentos de segurana

    A ficha de procedimentos de segurana deve conter os seguintes elementos mnimos essenciais

    (art. 14/2 do Dec. Lei n. 273/2003):

    o A identificao, caracterizao e durao da obra;

    o A identificao dos intervenientes no estaleiro que sejam relevantes para os trabalhos em

    causa;

    o As medidas de preveno a adotar tendo em conta os trabalhos a realizar e os respetivos

    riscos;

    o As informaes sobre as condicionantes existentes no estaleiro e na rea envolvente,

    nomeadamente as caractersticas geolgicas, hidrolgicas e geotcnicas do terreno, as redes

    tcnicas areas ou subterrneas e as atividades que eventualmente decorram no local que

    possam ter implicaes na preveno de riscos profissionais associados execuo dos

    trabalhos;

    o Os procedimentos a adotar em situaes de emergncia.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    34

    Figura 8: Contedo mnimo da ficha de procedimentos de segurana

    3.3.3 Aplicao da ficha de procedimentos de segurana

    Os trabalhos no estaleiro s podero ser iniciados pela entidade executante quando estiver

    disponvel a respetiva ficha de procedimentos de segurana, cuja adequabilidade deve ser

    previamente analisada pelo coordenador de segurana (quando for obrigatria a sua

    nomeao).

    Podero ser introduzidas alteraes aos contedos da ficha de procedimentos de segurana,

    nomeadamente por proposta do coordenador de segurana em obra, desde que justificadas e

    que no diminuam os nveis de segurana definidos na ficha.

    A ficha de procedimentos de segurana deve estar acessvel, no estaleiro, a todos os

    intervenientes (art. 14/3/4/5 do Dec. Lei n. 273/2003).

    3.3.4 Controlo pblico da ficha de procedimentos de segurana

    A ACT pode determinar entidade executante a apresentao da ficha de procedimentos de

    segurana (art. 14/6 do Dec. Lei n. 273/2003).

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    35

    3.4 Compilao tcnica da obra

    3.4.1 Objetivo da compilao tcnica da obra

    A compilao tcnica da obra constitui um registo de informaes relativas a diversos aspetos

    da estrutura edificada que permitir, durante o ciclo de vida til do edifcio, encarar as

    intervenes posteriores do ato de construir, possibilitando a preveno dos riscos profissionais

    associados a essas intervenes (art. 16 do Dec. Lei n. 273/2003).

    Este instrumento permitir, igualmente, equacionar as questes relativas utilizao do

    edifcio, situao particularmente relevante nos casos em que os espaos edificados se destinem

    a usos relacionados com locais e postos de trabalho e respetivas envolventes prximas e

    remotas, no mbito da instalao de atividades produtivas. Perspetiva-se, assim, a abordagem

    e a antecipao de riscos profissionais inerentes s situaes de trabalho que possam emergir

    na utilizao corrente da edificao, na sua conservao, no restauro, na alterao e, at, na

    sua eventual demolio. Desta forma, visam-se dois objetivos fundamentais necessrios

    concretizao dos princpios gerais de preveno:

    o Suscitar a incorporao na estrutura da edificao de solues, sistemas e dispositivos

    permanentes de preveno e proteo;

    o Reunir a informao necessria que permita uma correta avaliao de riscos que no foram

    evitados e que possam estar presentes nos trabalhos a realizar durante a vida til da

    edificao.

    3.4.2 Elaborao da compilao tcnica da obra

    O dono da obra deve elaborar ou mandar elaborar uma compilao tcnica da obra que inclua

    os elementos teis a ter em conta na utilizao futura da edificao, bem como em trabalhos

    posteriores sua concluso, para preservar a segurana e sade de quem os executar (art.

    16/1 do Dec. Lei n. 273/2003).

    Dada a finalidade que preside obrigao de disponibilizar este documento, a sua elaborao

    deve acompanhar a dinmica prpria do ato de construir, desde a fase de conceo at

    concluso da sua execuo.

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    construo construodocumento]

    36

    3.4.3 Contedo da compilao tcnica da obra

    A compilao tcnica da obra deve incluir, nomeadamente, os seguintes elementos (art. 16/2

    do Dec. Lei n. 273/2003):

    o Identificao completa do dono da obra, do autor ou autores do projeto, dos coordenadores

    de segurana em projeto e em obra, da entidade executante, bem como de subempreiteiros

    ou trabalhadores independentes cujas intervenes sejam relevantes nas caractersticas da

    edificao;

    o Informaes tcnicas relativas ao projeto geral e aos projetos das diversas especialidades,

    incluindo as memrias descritivas, projeto de execuo e telas finais, que refiram os aspetos

    estruturais, as redes tcnicas e os sistemas e materiais utilizados que sejam relevantes para

    a preveno de riscos profissionais;

    o Informaes tcnicas respeitantes aos equipamentos instalados que sejam relevantes para a

    preveno dos riscos da sua utilizao, conservao e manuteno;

    o Informaes teis para a planificao da segurana e sade na realizao de trabalhos em

    locais da obra edificada cujo acesso e circulao apresentem riscos.

    Figura 9: Contedo mnimo da compilao tcnica da obra

    3.4.4 Atualizao da compilao tcnica da obra

    O dono da obra deve assegurar que a compilao tcnica seja atualizada com os elementos

    relevantes (art. 16/4 do Dec. Lei n. 273/2003) em intervenes posteriores que afetem as

    caractersticas e as condies de execuo de trabalhos inerentes utilizao e da edificao,

    bem como dos trabalhos de conservao, de restauro, de alterao ou mesmo, de demolio.

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    37

    Em funo dos objetivos propostos para a compilao tcnica, excetuam-se do dever de

    atualizao as operaes de conservao, reparao e limpeza da obra, uma vez que, por regra,

    tais operaes no afetam a configurao de situaes de risco.

    3.4.5 Receo provisria da obra

    O dono da obra pode recusar a receo provisria da obra enquanto a entidade executante no

    prestar os elementos necessrios elaborao da compilao tcnica (art. 16/3 do Dec. Lei

    n. 273/2003).

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    38

    4. Responsabilidades dos diversos intervenientes

    A distribuio de responsabilidades pelos diferentes intervenientes relaciona-se com o papel que

    desenvolvem, com a capacidade de intervir e de influenciar em cada uma das fases do ato de

    construir e com da repercusso que as opes tomadas possam ter sobre a configurao dos

    riscos profissionais que podem suscitar-se, seja durante a execuo da obra em estaleiro, seja

    sobre a utilizao da edificao uma vez concluda, seja sobre as intervenes construtivas

    ulteriores, designadamente a sua manuteno, alterao ou demolio.

    Figura 10: responsabilidade dos intervenientes no ato de construir

    4.1 Dono da obra

    O dono da obra representa, no mbito da atividade da construo, o primeiro nvel de deciso.

    a partir deste nvel de deciso que os trabalhos inerentes, quer conceo, quer execuo

    dos empreendimentos da construo se desenvolvem, naturalmente condicionados pelas

    decises do dono da obra. Por outro lado, a partir do dono de obra que se gera e desenvolve

    toda uma cadeia especfica de responsabilidades que, claramente, transporta o sector da

    construo para uma necessidade de abordagem especfica da preveno de riscos

    profissionais.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    39

    O papel do dono da obra, no que diz respeito preveno de riscos profissionais, assume

    expresso significativa no quadro das opes conceptuais, da programao e preparao da

    execuo e da execuo propriamente dita, nos seguintes aspetos (art. 17 do Dec. Lei n.

    273/2003):

    o Nomear os coordenadores de segurana, quer em projeto, quer em obra, sempre que exista

    essa obrigatoriedade;

    o Elaborar ou mandar elaborar o plano de segurana e sade, quando tal for obrigatrio;

    o Assegurar a divulgao do plano de segurana e sade nos seguintes mbitos:

    Nas empreitadas de obras pblicas, onde o plano de segurana e sade deve ser

    includo no conjunto dos elementos que servem de base ao concurso, ficando anexo

    ao contrato da empreitada;

    Nas obras particulares, nas quais o plano de segurana e sade deve ser includo no

    conjunto dos elementos que servem de base negociao;

    o Aprovar o desenvolvimento e as alteraes do plano de segurana e sade para a execuo

    da obra;

    o Dar conhecimento, por escrito, entidade executante, do plano de segurana e sade

    aprovado;

    o Impedir que a entidade executante inicie a implantao do estaleiro sem que esteja

    aprovado o plano de segurana e sade para a execuo da obra;

    o Comunicar previamente a abertura do estaleiro ACT, nas situaes em que exista essa

    obrigatoriedade, entregando cpia dessa comunicao entidade executante;

    o Comunicar ACT nas 48 horas seguintes, qualquer alterao dos elementos da comunicao

    prvia e dar conhecimento das mesmas ao coordenador de segurana em obra e entidade

    executante;

    o Comunicar mensalmente ACT a atualizao da identificao dos subempreiteiros presentes

    em obra;

    o Elaborar ou mandar elaborar a compilao tcnica da obra quando intervierem duas ou mais

    entidades executantes na obra, designar a entidade que deve tomar as medidas

    necessrias, para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

    o Assegurar o cumprimento das regras de gesto e organizao geral do estaleiro includo no

    plano de segurana e sade.

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    40

    4.2 Autor do projeto

    O papel do autor do projeto afigura-se fundamental no mbito do processo construtivo, uma

    vez que as suas opes nos domnios da conceo arquitetnica e das opes tcnicas revelam-

    se determinantes para a criao do ambiente de segurana e sade apropriado execuo da

    obra e aos trabalhos a desenvolver durante o ciclo de vida til da edificao.

    A Diretiva Estaleiros temporrios ou mveis (Diretiva n. 92/57/CEE) assinala a relevncia do

    princpio da preveno de conceo para a configurao do ambiente da segurana em obra.

    Neste quadro, aos projetistas competir, nomeadamente, integrar os princpios gerais de

    preveno nas suas opes relativas conceo e avaliar o impacto das suas opes no mbito

    dos diversos projetos, equacionando as formas seguras de executar as solues por si

    preconizadas.

    Ao autor do projeto competir, em especial (art. 18 do Dec. Lei n. 273/2003):

    o Na elaborao do projeto da obra, ter em conta os princpios gerais de preveno de riscos

    profissionais, designadamente nos seguintes domnios (art. 4 do Dec. Lei n. 273/2003);

    o No que diz respeito s opes arquitetnicas;

    o No mbito das escolhas tcnicas equacionadas e desenvolvidas no projeto, incluindo as

    metodologias relativas aos processos e mtodos construtivos, bem como os materiais e

    equipamentos a incorporar na edificao;

    o Nas definies relativas aos processos de execuo do projeto, incluindo as relativas

    estabilidade e s diversas especialidades, as condies de implantao da edificao e os

    condicionalismos envolventes da execuo dos trabalhos;

    o No que diz respeito s solues organizativas que se destinem a planificar os trabalhos ou

    as suas fases, bem como a previso do prazo da sua realizao;

    o Quanto aos riscos especiais para a segurana e sade enumerados na lei (art. 7 do Dec.

    Lei n. 273/2003);

    o Nas definies relativas utilizao, manuteno, conservao e demolio da edificao.

    O autor do projeto da obra deve, ainda:

    o Colaborar na elaborao da compilao tcnica da obra;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    41

    o Prestar informaes ao coordenador de segurana em obra e entidade executante sobre

    aspetos relevantes dos riscos associados execuo do projeto;

    o Elaborar o plano de segurana e sade em projeto, e iniciar a compilao tcnica da obra

    nas situaes em que no haja coordenador de segurana em projeto;

    o Recolher junto da entidade executante os elementos necessrios para completar a

    compilao tcnica da obra, nas situaes em que no haja coordenador de segurana em

    obra nem em projeto.

    4.3 Entidade executante

    entidade executante cabe, de acordo com a relao contratual estabelecida com o dono da

    obra, assegurar a execuo da totalidade ou de parte da obra. A entidade executante,

    habitualmente designada como adjudicatrio ou empreiteiro geral, fornece os equipamentos

    de trabalho, seleciona os mtodos de trabalho que entende mais adequados realizao da

    obra, decide sobre a organizao do trabalho no estaleiro da obra, constitui e/ou define a

    necessidade de constituio das equipas de trabalho. Encontra-se, pois, em posio adequada

    para promover o desenvolvimento do planeamento da preveno de riscos profissionais iniciado

    na fase de projeto e para equacionar estes aspetos no quadro dos mecanismos de contratao

    de subempreiteiros e trabalhadores independentes.

    Assim, entidade executante dever caber, nomeadamente (art. 20 do Dec. Lei n.

    273/2003) assegurar as atividades que se enumeram a seguir.

    No que diz respeito ao planeamento da preveno de riscos profissionais:

    o Avaliar os riscos associados execuo da obra e definir e implementar as medidas de

    preveno adequadas;

    o Mobilizar os recursos adequados dos seus servios de preveno;

    o Propor ao dono da obra o desenvolvimento e a adaptao do plano de segurana e sade,

    quando este for obrigatrio;

    o Elaborar a ficha de procedimentos de segurana para os trabalhos que impliquem riscos

    especiais e assegurar que os subempreiteiros e trabalhadores independentes e os

    representantes dos trabalhadores para a segurana, higiene e sade no trabalho que

    trabalhem no estaleiro tenham conhecimento das mesmas;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    42

    o Assegurar a aplicao do plano de segurana e sade e da ficha de procedimentos de

    segurana por parte dos seus trabalhadores, de subempreiteiros e trabalhadores

    independentes;

    o Tomar as medidas necessrias a uma adequada organizao e gesto do estaleiro, incluindo

    a organizao do sistema de emergncia;

    o Tomar as medidas necessrias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas

    autorizadas.

    No que diz respeito transmisso da informao relevante no domnio da preveno de riscos

    profissionais:

    o Afixar cpias da comunicao prvia e das suas atualizaes, no estaleiro, em local bem

    visvel;

    o Dar a conhecer o plano de segurana e sade para a execuo da obra e as suas alteraes

    aos subempreiteiros e trabalhadores independentes, ou pelo menos a parte que os mesmos

    necessitam de conhecer por razes de preveno;

    o Afixar no estaleiro em local bem visvel as declaraes de contratualizao do dono da obra

    com o(s) coordenador(es) de segurana em projeto e em obra, assim como a declarao de

    aceitao subscrita pelo(s) respetivo(s) coordenador(es);

    o Organizar e comunicar mensalmente ao dono da obra um registo atualizado dos

    subempreiteiros e trabalhadores independentes por si contratados com atividade no

    estaleiro.

    No mbito da sua relao de coordenao com outros intervenientes no estaleiro:

    o Assegurar que os subempreiteiros e trabalhadores independentes cumpram as suas

    obrigaes no mbito da segurana, higiene e sade no trabalho;

    o Colaborar com o coordenador de segurana em obra, bem como cumprir e fazer respeitar

    por parte de subempreiteiros e trabalhadores independentes as diretivas daquele;

    o Fornecer ao dono da obra as informaes necessrias elaborao e atualizao da

    comunicao prvia;

    o Fornecer os elementos necessrios elaborao da compilao tcnica.

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    43

    4.4 Empregador

    Todos os intervenientes no estaleiro, nomeadamente as entidades que desenvolvam trabalhos

    com o recurso de trabalhadores a si (subordinados) juridicamente vinculados devero

    enquadrar-se e cumprir os aspetos relacionados com o planeamento da preveno de riscos

    profissionais e assegurar a esses trabalhadores condies de segurana e de sade em todos os

    aspetos relacionados com o trabalho, tendo em ateno e observando as obrigaes gerais de

    preveno e, em especial (art. 22 do DL n. 273/2003), as que se indicam a seguir.

    No plano do registo e comunicao de informao:

    o Comunicar, pela forma mais adequada, aos respetivos trabalhadores e aos trabalhadores

    independentes por si contratados o plano de segurana e sade ou a ficha de procedimento

    de segurana, no que diz respeito aos trabalhos por si executados, e fazer cumprir as suas

    especificaes;

    o Comunicar, ACT e ao coordenador de segurana em obra, qualquer acidente de trabalho

    de que resulte a morte ou a leso grave de trabalhadores;

    o Organizar um registo dos seus trabalhadores e trabalhadores independentes por si

    contratados que trabalhem no estaleiro durante um prazo superior a 24 horas;

    o Informar e consultar os trabalhadores e os seus representantes para a segurana, higiene e

    sade no trabalho sobre a aplicao das disposies do presente diploma.

    No domnio da organizao do trabalho no estaleiro da obra:

    o Manter o estaleiro em boa ordem e em estado de salubridade adequado;

    o Garantir as condies de acesso, deslocao e circulao necessrias segurana em todos

    os postos de trabalho no estaleiro;

    o Garantir a correta movimentao dos materiais e utilizao dos equipamentos de trabalho;

    o Efetuar a manuteno e o controlo das instalaes e dos equipamentos de trabalho antes da

    sua entrada em funcionamento e com intervalos regulares durante a laborao;

    o Delimitar e organizar as zonas de armazenagem de materiais, em especial de substncias,

    preparaes e materiais perigosos;

    o Recolher, em condies de segurana, os materiais perigosos utilizados;

    o Armazenar, eliminar, reciclar ou evacuar resduos e escombros;

  • Coordenao da segurana e sade no trabalho dos empreendimentos da construo

    construo construodocumento]

    44

    o Determinar e adaptar, em funo da evoluo do estaleiro, o tempo efetivo a consagrar aos

    diferentes tipos de trabalho ou fases do trabalho.

    No que diz respeito cooperao com outros intervenientes no estaleiro:

    o Cooperar na articulao dos trabalhos por si desenvolvidos com outras atividades

    desenvolvidas no local ou no meio envolvente;

    o Cumprir as indicaes do coordenador de segurana em obra e da entidade executante;

    o No mbito das obrigaes genricas:

    o Mobilizar os recursos adequados dos seus servios de segurana, higiene e sade no

    trabalho;

    o Adotar as prescries mnimas de segurana e sade no trabalho previstas em

    regulamentao especfica.

    4.5 Trabalhador independente

    Os trabalhadores independentes devero respeitar os princpios que visam promover a

    segurana, higiene e sade no exerccio da sua atividade, tendo em ateno e observando as

    obrigaes gerais de preveno e, em especial nos domnios a seguir referidos (art. 23 do

    Dec. Lei n. 273/2003).

    No domnio da organizao do trabalho e do planeamento da preveno de riscos

    profissionais:

    o Cumprir as disposies do plano de segurana e sade para a execuo da obra;

    o Manter o estaleiro em boa ordem e em estado de salubridade adequado;

    o Garantir as condies de acesso, deslocao e circulao necessrias segurana em todos

    os postos de trabalho no estaleiro;

    o Garantir a correta movimentao dos materiais e utilizao dos equipamentos de trabalho;

    o Efetuar a manuteno e o contr