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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Políticas públicas de incentivos ao processo de
internacionalização de empresas brasileiras:
Um estudo das ações do BNDES e da APEX
Igor Guzati
ALVORADA
2016/2
Igor Guzati
Políticas públicas de incentivos ao processo de
internacionalização de empresas brasileiras:
Um estudo das ações do BNDES e da APEX
Pesquisa acadêmica apresentado
como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Administração pela Faculdade
Luterana São Marcos.
Orientador: Esp. Prof. Luiz Fernando Oliveira da Silva
Alvorada
2016/2
Resumo
O presente artigo tem como propósito desvendar se as estratégias de
apoio do BNDES e APEX são fatores preponderantes para a internacionalização das empresas brasileiras atualmente. A pesquisa está alicerçada em referencial teórico pertinente aos negócios internacionais. Para atingir os objetivos do artigo, foram utilizados estudos exploratórios e descritivos com características quantitativas investigando as ações de apoio ao processo de inserção bem como a percepção e compreensão das empresas multinacionais brasileiras sobre o tema proposto. Como ferramenta de pesquisa a escolha foi por questionário de natureza estruturada, aplicado diretamente nas principais empresas multinacionais brasileiras. Considerando o levantamento dos dados realizados, é possível constatar de maneira geral, que os planos de apoio ao processo de inserção internacional patrocinado pelo governo brasileiro, notadamente através do BNDES e APEX não são fatores de maior impacto ou importância quando as empresas brasileiras buscam a inserção internacional como forma de incremento de desempenho e competitividade.
Palavras-chave: Internacionalização. Politicas Publicas. Negócios Internacionais
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1. INTRODUÇÃO
A internacionalização das organizações é uma megatendência que impulsionada pelos avanços tecnológicos em diversas áreas como na área da informação, e na área dos transportes, tem causado grandes e constantes mudanças nos cenários do comércio tanto nacional como internacional. Notadamente as empresas buscam no mundo, estratégias que garantam ganhos de vantagens competitivas neste mercado globalizado.
Os avanços tecnológicos conduzidos por um mercado mais ativo e pela frequente troca de cultura e conhecimento, o surgimento de corporações multinacionais e das empresas Born Global, focadas totalmente no mercado internacional, evidenciam esta megatendência de sacramentar o crescimento das empresas através do âmbito mundial.
Este cenário motiva e induz as empresas a se modernizar e por consequência buscar a internacionalização de suas atividades, assim ingressando nesta nova tendência de realidade de negócios.
Desta forma, a estratégia de internacionalizar a empresa está relacionada à intensificação e abrangência de suas atividades de negócios, bem como, a forma de adquirir vantagens competitivas, uma vez que, a empresa poderá se instalar em locais que possuam custos de mão-de-obra menor, melhores condições de escoamento da produção e fundamentalmente ter acesso mais fácil e barato aos tipos de matérias-primas, reduzindo com isto, o custo e o valor de transporte do produto e, consequentemente tornando-se mais competitiva no mercado.
Ressalta-se que empresas atuantes no comércio internacional, possuem capacidade de reduzir a dependência de vendas internas, pois muitas vezes as vendas externas podem suprir eventuais quedas no mercado doméstico ou vice-versa.
Do ponto de vista do global sourcing, as empresas compram pelo mundo inteiro procurando cumprir com seus objetivos estratégicos de eficiência para continuar sendo competitivas. Verifica-se a inclinação, nesse caso, para a terceirização de mercado, onde a questão principal é justamente encontrar o local mais acessível para a fabricação de seu produto.
As empresas brasileiras no qual este trabalho se concentra, foram retiradas do ranking das empresas com maior grau de transnacionalidade, fornecida pela fundação Dom Cabral. Dentre as escolhidas há um grande grau de heterogeneidade, pois as empresas são atuantes em diversos setores, tal qual o grupo Odebrecht que tem seus negócios no ramo da construção pesada, ou a Stefanini uma multinacional que presta serviços na área da informática. Esta heterogeneidade também é visível nas formas e estratégias utilizadas para o processo de internacionalização.
Ressalta-se que em 2015, data de publicação do ranking anteriormente citado que por volta de 65% das empresas estudadas tinham projetos para
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expansão, e que 44% delas estavam com outros países em vista para ampliar seus negócios.
No contexto das empresas brasileiras, em face da complexidade e variáveis envolvidas no processo de internacionalização, tais como riscos legais, culturais e financeiros, bem como riscos de natureza política no exterior, existem ações públicas de estímulo e fortalecimento de empresas de capital nacional no mercado internacional.
Nessa ordem, destacam-se duas instituições que realizam os programas de fomento ao processo junto às empresas, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que atua na concessão de crédito facilitado para a operação de internacionalização, e a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), que auxilia fornecendo informações sobre o mercado visado pela empresa. Ambos ligados ao governo federal, com foco visando à aceleração do processo com apoio financeiro e avaliação de implementação.
Diante de tais apontamentos, o presente artigo busca argumentos de resposta para o seguinte questionamento. As estratégias do BNDES e APEX são fatores preponderantes para a internacionalização das empresas brasileiras?
Para responder ao problema da pesquisa, propõe-se o seguinte objetivo geral: desvelar e analisar as ações e as estratégias utilizadas pelo BNDES e APEX para apoiar as empresas brasileiras no processo de internacionalização.
Para alcançar o objetivo geral deste artigo, propõe-se a utilização dos seguintes objetivos específicos:
• Descrever as ações de implementação e alinhamento estratégico utilizadas no processo de internacionalização das principais empresas multinacionais brasileiras;
• Quantificar a participação do BNDES e APEX na implementação do processo de internacionalização;
• Sugerir ações para incentivar e estimular empresas brasileiras com atuação nacional, a buscarem o caminho da internacionalização.
Por fim, considerando que os negócios internacionais são tendências irreversíveis no contexto do crescimento das organizações atualmente, e que a maioria dos países desenvolvidos subsidia as suas empresas para atuar no mercado global, esta pesquisa é sobremaneira importante para verificar se as ações do governo brasileiro pertinentes ao tema são efetivas.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A exposição teórica de autores da literatura tem como objetivo principal, sustentar a coleta de dados com assuntos relevantes para que assim possa criar um embasamento teórico satisfatório do estudo buscando o melhor andamento da pesquisa.
Procura-se apresentar os principais autores na área pertinente ao tema e relacionar suas bibliografias para sustentar esse artigo.
2.1 internacionalizações de empresas
A internacionalização das empresas reflete-se em uma expansão natural, que amplia de forma sistemática as dimensões das organizações em suas atividades comerciais, ampliando o alcance que a empresa possui em relação a clientes e também a sua cadeia logística (CAVUSGIL, 2010). Pois segundo Dalla Costa (2011) apenas o crescimento físico e financeiro de uma empresa já pode extrapolar as fronteiras de seu país de origem, tendo em vista o pressuposto que toda empresa busca elevar e maximalizar suas atividades e sua taxa de lucro.
É possível analisar que os autores descrevem a internacionalização como algo natural, que a partir de certo ponto não há mais atrativos no mercado interno, ou a estrutura da empresa já extrapolou as fronteiras nacionais, então se busca oportunidades no mercado externo. Os autores também dizem que de forma mais genérica e ampla as empresas buscam se internacionalizar para aumentar as vantagens competitivas, as oportunidades e o lucro.
No limite, a internacionalização das atividades econômicas (bens e serviços) de uma empresa originou-se, basicamente a partir do processo dinâmico-temporal de acumulação (ou redução) de recursos, capacidades e busca por novos mercados (recursos naturais, trabalho, consumidor, tecnológico etc.), embora não sejam os únicos fatores capazes de explicar esse processo. (DALLA COSTA, 2011, p.10)
Para Alem, Cavalcanti (2005) há duas instâncias principais durante o processo de internacionalização, a primeira instância parte do atendimento do mercado externo via exportação, e a segunda se refere, ao investimento direto estrangeiro (IDE), tanto para instalações de representantes comerciais como para implantação de unidades produtivas.
Para Cavusgil (2010) existem dois tipos de motivos para a internacionalização estes são: Os pro-ativos que se caracterizam por buscar oportunidades de negócios no mercado estrangeiro. Os re-ativos que se
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caracterizam de uma necessidade de atender clientes que já se internacionalizaram.
A partir desses tipos de motivos Cavusgil (2010), também aponta nove fundamentos específicos para a internacionalização:
a) Oportunidades de crescimento tendo em vista a diversificação do mercado.
b) Maiores margens de lucro. c) Obter novas ideias de produtos, serviços e forma de negociação. d) Atender clientes importantes que se internacionalizaram. e) Obter vantagens no global sourcing e nas cadeias de fornecimento. f) Obter insumos mais baratos. g) Desenvolver economia de escala em suprimentos, produção, marketing
e P&D. h) Obter vantagens com concorrentes tanto nacionais como internacionais. i) Investir em relacionamentos vantajosos com parceiro estrangeiros.
Todas essas razões possuem forte impacto estratégico nas empresas com o foco no aumento na competitividade, no lucro e desenvolvimento empresarial.
A figura a seguir apresenta as principais formas de inserção internacional.
Figura 1 – Formas de inserção internacional
Fonte: Cavusgil, 2010 adaptado pelo autor
Exportações
Diretas
Franchising
Internacional Inserção Internacional
Investimento Direito
Estrangeiro Exportações
Indiretas
Aquisições/ Fusões Alianças
Estratégicas
Licenciamento
Joint Ventures
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2.1.1 Abordagem teórica
O modelo padrão do processo de internacionalização foi criado na década de 1970, nele está descrito internacionalização como um processo evolutivo, longo e gradual, com etapas bem definidas, começando tradicionalmente por exportações indiretas e terminando no IDE (investimento direto estrangeiro), atividade mais complexa dentro das atividades internacionais (CAVUSGIL,2010).
Dalla Costa (2011) reforça afirmando que o processo de internacionalização assume desde uma pequena atividade exportadora até a implantação efetiva de unidades no exterior, podendo possuir diversos ritmos, pois este varia de acordo com a empresa.
Também é apresentado por Cavusgil (2010) que o desenvolvimento inicial da internacionalização se apresenta como uma inovação, mas se não for acompanhado de muitos planejamentos e analises racionais por parte dos supervisores do processo, a própria natureza lenta, gradual e incremental da internacionalização acaba por gerar duvidas e inseguranças sobre o processo, principalmente quando não há informações satisfatórias sobre o mercado estrangeiro.
O processo de internacionalização em teoria possui cinco estágios, sendo eles conhecidos como: Foco doméstico, etapa referente ao período no qual a empresa não tem interesse no mercado internacional e também não possui conhecimento necessário para ingressar no comercio internacional. Etapa pré-exportação, a empresa geralmente avança para essa etapa quando um comprador externo envia um pedido para a empresa e esse pedido desperta o interesse da administração da empresa que começa estudar a viabilidade do comercio internacional. O envolvimento experimental, caracterizado por uma atividade limitada de caráter experimental além-fronteiras. Nesta fase começa a se obter informações e vislumbrar uma posição mais favorável em relação a um envolvimento mais ativo para com os negócios internacionais. Assim entrando na etapa do envolvimento ativo, onde a empresa já atua de forma sistemática com o mercado internacional, também é comum existir departamentos focados no comercio internacional. A etapa do comprometimento total é onde efetivamente ocorre a internacionalização. A empresa compromete grande parte de seus recursos para o comércio internacional, normalmente é fundada uma diretoria especifica para cuidar dos negócios internacionais, nesta fase as empresas visam o mercado estrangeiro por meio de diversas formas de inserção como, por exemplo, o IDE (investimento direto estrangeiro), franquias e parcerias com empresas estrangeiras (CAVUSGIL,2010).
Posto isto, e considerando a grande complexidade do processo de internacionalização, pois envolve empresas e países com estruturas bem diferentes, não se pode assumir que haverá apenas uma teoria geral sobre o
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processo, possuindo a abordagem eclética como a mais aceita (ALEM, CAVALCANTI, 2005).
A abordagem eclética defende que para a empresa se internacionalizar ela necessita de certas vantagens sobre seus fornecedores, as vantagens que justifique o investimento direto no estrangeiro (ALEM, CAVALCANTI, 2005)
Esse conceito tinha por objetivo oferecer uma análise holística pela qual seria possível identificar e avaliar os principais fatores que realmente influenciariam a ação inicial de internacionalizar a produção das firmas (tomada de decisão) e, consequentemente, seu crescimento (expansão física e econômico-financeira). (DALLA
COSTA, 2011, p.27)
2.1.2 Abordagem Econômica
De forma muito profunda, a internacionalização impacta os sistemas
monetários e financeiros globais. Para a realização de vendas, transações internacionais e obrigações comerciais, é necessário que as empresas busquem moedas fortes, exemplo o dólar norte americano. Esta necessidade obriga as nações a trocarem divisas entre si, gerando assim o mercado cambial, que nada mais é que um mercado global de compra e venda de moedas nacionais. Este mercado não possui estrutura fixa, mas ocorrem por meio de um processo de compra e venda continuada entre governos, bancos e corretoras. Os negócios internacionais seriam impossíveis sem o mercado cambial (CAVUSGIL, 2010).
As moedas não possuem o mesmo valor, esta diferença se denomina taxa cambial, e varia de acordo com a situação econômica do país. Esta variação pode representar um risco em transações internacionais conhecido como risco cambial, que consiste na alteração da taxa envolvida na operação. Desta forma, o candidato a internacionalizar suas atividades, deverá conhecer essa condição, de forma prévia a tomada de decisão (CAVUSGIL, 2010).
2.1.3 Abordagem Estratégica.
Como dito anteriormente, há diversas estratégias para a internacionalização, O principal modificador destas estratégias são as diferentes formas de inserção existentes. Para (PIPKIN,2010) para adotar uma estratégia correta de ingresso no mercado global, é necessário que a organização leve em consideração todas as peculiaridades de seus produtos e de suas operações.
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2.1.4 Exportação
A exportação e a forma mais básica de entrada no mercado internacional. Mas por si não caracteriza uma internacionalização, está só ocorre a partir do momento que a empresa possui uma estrutura no exterior. Esta também é a forma preferida de entrada das pequenas e medias empresas. Em comparação as outras estratégias mais complexas, a exportação é uma modalidade mais flexível, permitindo uma entrada ou saída do mercado internacional, com o mínimo de risco e custo (CAVUSGIL,2010).
A exportação pode ocorrer através de exportações diretas ou indiretas. A indireta se caracteriza através da existência de um terceiro, como no caso de trading companies1, ou de importadores estrangeiros que possuem sede no pais de origem da exportação, que opera como um intermediário entre o exportador e o importador, neste caso o exportador apenas fabrica o produto não se envolvendo diretamente com a operação. Este tipo de operação não necessita de grandes níveis de investimento, logo, não gera risco muito grande, esta forma, porém, entrega um reduzido grau de controle para a empresa sobre a operação, o que reduz o retorno potencial do investimento realizado (PIPKIN, 2010).
Ao optar pela inserção direta, a empresa realizará exportações sem a utilização de intermediários. Esta forma permite uma maior interação entre a organização e o mercado que ela está entrando, consequentemente obtendo um maior grau de conhecimento e controle sobre suas exportações. Do ponto de vista dos investimentos necessários, esta forma de inserção exige um maior montante, principalmente com investimento em pessoal, equipamentos e instalações, o que por consequência aumenta os riscos das operações, mas, ainda se enquadra como um dos riscos mais baixos. Apesar do baixo envolvimento em relação ao mercado entrante, é comum as empresas que praticam exportações diretas criem um departamento específico para as exportações (PIPKIN, 2010).
2.1.5 Investimento direto Estrangeiro
O Investimento direto estrangeiro por outro lado e a forma mais complexa de inserção. (CAVUSGIL, 2010) aponta seis peculiaridades que caracteriza esta forma de inserção. O investimento direto estrangeiro tem um comprometimento maior de recursos, sendo necessário uma maior presença no local, a fim de manter contado direto com clientes e futuros parceiros. Essa forma de inserção permite alcançar eficiência na escala global escolhendo o local com base nas vantagens comparativas que ela apresenta. Envolve
1 Trading companies, em tradução livre empresas comerciais, refere-se às empresas que intermediam relações entre exportador e importador na exportação indireta(pipkin,2010).
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também riscos e incertezas mais substanciais, principalmente pelo fato de expor a empresa à riscos políticos como intervenções do governo pois envolve maior comprometimento de recurso e também reduz a flexibilidade da empresa, expõe o investidor de forma mais intensa a risco sociocultural e por último a obrigação de se manter socialmente responsável nos países que recebem a multinacional.
Para (PIPKIN, 2010) o investimento direto pode trazer uma grande gama de vantagens para a empresa, isto é, dependendo das características do mercado e da organização, uma vez que a empresa passa a ter o total controle dos investimentos, mas também expõe a empresa a grandes riscos presentes no mercado internacional.
Nesse tipo de ingresso, há um grande envolvimento com o mercado mediante um contato mais profundo com o governo, clientes, fornecedores locais e distribuidores e, consequentemente, melhor adaptação do composto mercadológico ao ambiente local de marketing (PIPKIN, p.88, 2010).
2.1.6 Formas contratuais de inserção
Formas contratuais de inserção referencia-se normalmente a propriedade intelectual. Este tipo de comércio caracteriza-se por um regimento contratual da relação entre a empresa e seus parceiros. Existem dois tipos de entrada contratual: O licenciamento e a franquia.
O licenciamento “é um acordo em que o proprietário da propriedade intelectual concede a outra empresa o direito de usar esta propriedade por um período determinado de tempo em troca de royalties ou outra compensação” (CAVUSGIL, p 338.2010). Para (PIPKIN, 2010) o licenciamento busca uma forma de obtenção de tecnologia com baixo custo.
Já a franquia ou em termos internacionais o franchising é um arranjo em que a empresa confere a outra o direito de utilizar um sistema de negócios completo em troca de taxas, royalties ou outras formas de compensação”
(CAVUSGIL, p,338.2010). A franchising e uma forma de inserção rápida, que através da combinação do conhecimento do franqueador, com a proximidade da cultura local do franqueado. Esta forma possui certa simpatia do âmbito legal, uma vez que fomenta o mercado local (PIPKIN, 2010).
Destaca-se também como estratégia, Iniciativas colaborativas internacionais ou Joint Ventures que para Cavusgil (2010) é uma parceria entre empresas com objetivo de concluir um projeto. “A colaboração ajuda as empresas a superar riscos substanciais e os custos elevados dos negócios internacionais” (CAVUSGIL, p,321.2010).
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Pipkin (2010) vê a Joint Venture como uma forma de diluir riscos entre os parceiros do empreendimento, esta forma se destaca pela abordagem colaborativa, onde duas ou mais empresas se juntam para formar uma nova.
2.2 Riscos Inerentes ao processo de internacionalização
As perdas que ocorrem no processo de internacionalização nascem em função a riscos de natureza política, cultural, financeira ou legal. Segundo análise de tipos de riscos realizada pelo (Banco do Brasil, 2016).
Cavusgil (2010) classifica os riscos da seguinte maneira:
Riscos culturais causados pelo choque entre a cultura da empresa com a cultura do país a ser entrado, o que obriga a organização se adequar a certos costumes. Não se enquadrando nesta cultura a empresa pode até não ser aceita no mercado.
Risco de natureza política, causado por mudanças no cenário político do País a ser adentrado pela empresa, como por exemplo, eleições, onde o novo governante não é simpático a entrada de empresas estrangeiras.
Riscos de natureza legal, através de dificuldades legislativas, vindo da falta de conhecimento da constituição do País.
Riscos de natureza financeira, causada pela escassez de divisas no mercado entrante.
2.3 Negócios Internacionais
Os negócios internacionais existem a vários séculos, mas recentemente tem ganhado mais força, as empresas buscam fabricar e comercializar produtos em escala global, buscam clientes estrangeiros e parcerias com empresas estrangeiras, e mais do que nunca as empresas têm buscado oportunidades fora das fronteiras de sua pátria-mãe. É o que afirma (CAVUSGIL, 2010). O autor também interliga a crescente dos negócios internacionais com a globalização dos mercados, assunto que será abordado mais adiante, e define como o desempenho de atividades de comércio e investimento por empresas, através das fronteiras entre países.
A rápida integração das economias mundiais é alimentada, como mencionado na parte introdutória, por fatores como os avanços nas tecnologias de informação e de transportes, o declínio das barreiras comerciais, a liberalização de mercados e o notável crescimento econômico dos países emergentes.
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2.3.1 Teorias de Comércio e Investimento
O comércio e os investimentos mundiais são as formas mais tradicionais de negócios internacionais (CAVUSGIL,2010). Cavusgil explica que comércio internacional nada mais é que as operações de exportação e importação envolvendo tanto mercadorias como serviços, podendo ser realizado de forma direta, quando uma empresa realiza sozinha o processo de exportação ou importação, quanto de forma indireta, que se utiliza terceiros para realizar os processos. Os números do comércio internacional têm superado os números do comércio doméstico. Ilustrando o aumento da velocidade do ritmo da globalização. Cavusgil (2010) aponta que o principal fator deste crescimento vem por causa dos países com a economia avançada, já que estes adquirem produtos de países com baixo custo de manufatura.
O investimento internacional, diferente do comércio onde os bens e serviços atravessam a fronteira, o investimento é a própria empresa que transfere seus ativos ou adquire ativos de outras empresas, esses ativos normalmente incluem capital, tecnologia, habilidades gerenciais e infraestrutura, comumente chamados de fatores de produção (CAVUSGIL,2010).
Para o referido autor, existem dois tipos de investimento internacionais. O investimento de portfólio, que é a propriedade passiva de títulos estrangeiros apenas com propósito de gerar retornos financeiros em curto prazo, e o investimento direto estrangeiro, já citado anteriormente, que é o último estágio de internacionalização, possuindo forte envolvimento com o mercado externo, praticado por empresas fortemente ativas no mercado internacional.
2.3.2 A globalização dos Mercados
A globalização dos mercados e a crescente integração e interdependência das economias dos países (CAVUSGIL, 2010). Ela é o vislumbre de um mercado mundial integrado, visível através das economias globais cada dia mais interdependente uma das outras, com o grande crescimento tecnológico na área de informação e transporte e com os declínios das barreiras comerciais.
Com a intensificação da globalização, as empresas estão sendo forçadas a reagir, buscando formas de obter vantagens deste fenômeno, assim buscando os processos de internacionalização. Em níveis empresariais, a globalização leva a reconfiguração das cadeias de valor, afetando as áreas de suprimentos, produção, distribuição e marketing em uma escala global, podendo a empresa buscar locais onde sua manufatura possui maior valor
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agregado, reduzindo custos de pesquisa e desenvolvimento e se posicionando mais próximo de seus consumidores (CAVUSGIL,2010).
Há muitas controvérsias no que se refere as consequências da globalização, a internacionalização dos mercados e a interconectividade econômicas dos países, também pode interferir na soberania das nações, capacidade de governabilidade de um país sem interferência externa. A realocação das produções para locais com manufatura mais barata também através de subsidiarias ou de fornecedores independentes, de forma geral a globalização reduz a pobreza no mundo, mas aumenta a defasagem entre ricos e pobres. A industrialização irrestrita pode prejudicar o meio ambiente, e a internacionalização de valores e costumes acaba por ofuscar culturas regionais (CAVUSGIL, 2010).
2.3.3 O Global Sourcing
Para Cavusgil (2010, P.361) “O global sourcing é a aquisição de produtos ou serviços de fornecedores independentes ou de subsidiárias da própria empresa localizadas no exterior para o consumo no país de origem ou em outro país”. Em outras palavras globais sourcing e a importação de produtos realizada de forma continuada, buscando matéria-prima e mercadorias por todo o mundo com o propósito de adquirir vantagens estratégicas e competitividade.
Cavusgil (2010) explica que o global sourcing se relaciona com a terceirização de tarefas por serviços de filiais ou de fornecedores independentes. Ao optar por serviços de filiais, a organização busca locais no exterior para instalar uma subsidiaria. Esta operação é um investimento direto estrangeiro, para abastecer a empresa, que recolhe os insumos e montam o produto final. Esta operação pode ser denominada como suprimento cativo. Por outro lado, as empresas focais podem buscar suprimentos a partir de fornecedores independentes, este e um cenário cada vez mais provável, pois firmar parcerias com empresas estrangeiras e aproveitar suas capacidades, exige um menor investimento de risco e apresenta resultados mais rapidamente.
A figura a seguir exemplifica o funcionamento do Global Sourcing.
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Figura 2- O Global Sourcing
Fonte: Cavusgil, 2010 adaptado pelo autor
2.4 Programas de Apoio ao processo de Internacionalização no Brasil
As políticas públicas e programas de apoios agem de forma a ritmar e motivar os relacionamentos das empresas com o mercado internacional (SANTOS,2014).“Grande parte dos governos já reconhecem que, em uma economia internacional, marcada por uma concorrência acirrada por mercados, os investimentos diretos no exterior são necessários para aumentar a
Tela de LCD de uma
fábrica na Coreia do Sul
(LG Philips LCD)
Bateria de uma Fábrica de
propriedade Norte-
Americana na Malásia
(Motorola)
Ventilador de uma
fábrica no Taiwan
(Auras)
Modem de uma
fábrica na China
(Foxconn)
HD de uma fábrica
Japonesa que fica em
Filipinas (Toshiba)
Placa mãe de uma fábrica Coreana na China
(Samsung)
Teclado de uma fábrica de
propriedade Japonesa
(Alpes) na China
Microprocessador Intel
de uma Fábrica da Intel
na China, Malásia,
Filipinas ou Costa Rica
Memória de uma Fábrica
no Japão (Elpida)
ou Alemanha (Infenion)
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competitividade e melhorar o desempenho nacional.”(ALEM,CAVALCANTI, P.66,2005).
Como é apontado por (FIOCCA, 2006) a internacionalização potencializa a competitividade interna e externa das empresas brasileiras.
Entre os tipos de políticas públicas de apoio à internacionalização (FIOCCA, 2006) aponta a liberação das restrições ao IDE ao que se refere a saída de divisas, acordos e instrumentos internacionais que protejam os investimentos no exterior, apresentação de informações e assistência técnica para auxiliar no processo, incentivos fiscais e financiamentos.
A tabela a seguir, apresenta as principais experiências de apoio ao processo de internacionalização de diversos países do mundo.
Quadro 1- Política Públicas-Experiência Internacional
Informações e assistência técnica Financiamento Seguros e Garantias
Informações Missões Desev.do Projeto
Austrália x x Áustria x x x Bélgica x x x Canadá x x X x Dinamarca X x x Finlândia x x X x x França x X x Alemanha x x X x x Itália x x X x x Japão x x X x x Países Baixos
x x x x
Nova Zelândia
x X
Noruega x x X x x Portugal x x x Espanha x x x Suécia x X Suíça x x X x x Reino Unido X x Estados Unidos
x x X x x
Fonte: Fiocca, 2006
16
2.4.1 O apoio do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma das principais ferramentas do Governo Federal Brasileiro para financiar investimentos em todos os segmentos da economia brasileira. Por não ser um banco comercial, o BNDES busca avaliar o impacto econômico e socioambiental que suas concessões de crédito geram para o Brasil, sempre visando o desenvolvimento e incentivando a inovação no pais como prioridade para o BNDES (site BNDES,2016).
O BNDES acredita que apoiar as empresas em seus processos de internacionalização gera um fortalecimento das empresas, aumento na exportação e nos empregos no Brasil. Em vista destes pontos, a partir de 2002 foi aprovado pelo estatuto social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o financiamento para investimento direto estrangeiro (IDEs). Os beneficiários dos apoios a investimento direto estrangeiro são as empresas de capital com atividades industriais ou serviços de engenharia que possuam a intenção de se internacionalizarem ou obras de infraestrutura no exterior que promovam as exportações brasileiras, as empresas apoiadas possuem obrigações especiais como metas de desempenho na exportação, manutenção do controle nacional do capital da empresa durante o prazo da operação financeira, estas obrigações, possuir a intenção de manter o subsidio fornecido por meio do BNDES sobre controle nacional e promover o foco do ganho econômico para o pais (FIOCCA, 2006).
2.4.1.1 BNDES Finem - Internacionalização
O BNDES Finem-Internacionalização de acordo com o site do BNDES (2016) é uma linha de financiamento que disponibiliza valores acima de R$ 20 milhões para empresas brasileiras que desejam realizar projetos ou/e investimentos no exterior. Esta linha de financiamento pode ser solicitada por qualquer empresa brasileira, inclusive com subsidiárias no exterior, ou empresas estrangeiras no qual o maior acionista que exerce influência dominante sobre as atividades seja de nacionalidade brasileira. O BNDES participa com no máximo de 80% do valor dos itens financiáveis, os prazos variam de acordo com o caso, e a taxa de juros do financiamento depende da forma no qual ele e solicitado, quando a solicitação e feita diretamente ao BNDES, chamada ‘Apoio direto’, os juros seguem a formula apresentada na tabela a seguir.
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Quadro 2 - Taxa de juros apoio direto
Micro, pequenas e médias empresas.
Custo financeiro
Taxa do BNDES
TJLP (7,5% ao ano) + De 1,9% a 5,68% ao ano (a.a.)
Médias-grandes e grandes empresas.
Custo financeiro
Taxa do BNDES
Referenciais de custo de mercado
+ De 1,9% a 5,68% ao ano (a.a.)
Fonte: BNDES
. A taxa de juros do financiamento solicitado por meio de uma instituição financeira credenciada pelo BNDES, chamada ‘Apoio indireto’, estão representadas na tabela a seguir.
Quadro 3 - Taxa de juros apoio indireto
Micro, pequenas e médias empresas.
Custo financeiro
Taxa do BNDES
Taxa do Agente Financeiro
TJLP (7,5% ao ano) + 1,6% ao ano + Negociada entre a Instituição e o
cliente
Micro, pequenas e médias empresas.
Custo financeiro
Taxa do BNDES
Taxa do Agente Financeiro
Referenciais de custo de mercado
+ 2,0% ao ano + Negociada entre a Instituição e o
cliente
Fonte: BNDES
2.4.2 O apoio da APEX-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de exportação e Investimentos
A agência brasileira de promoção de exportação e investimento (Apex-Brasil), e um órgão cuja função é promover o Brasil no exterior, assim como seus produtos e serviços, e também buscar investimento direto estrangeiro em setores chave da economia brasileira. A agência busca apoiar as empresas brasileiras em realizar de forma eficiente a inserção de seus produtos e serviços no mercado internacional. A Apex tem sede em Brasília, mais 38
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escritórios em 13 estados brasileiros e mais 9 escritórios internacionais nos principais mercados globais(Apex-Brasil,2014).
Em relação a exportação é função da Apex buscar oportunidade para as empresas exportadoras brasileiras, e selecionar a forma de inserção mais adequada para atender essa demanda. Para aumentar a competitividade brasileira, a agência auxilia empresas de todos os portes, e em todos os estágios de maturidade exportadora, principalmente através de parcerias com entidades representativas do setor produtivo. Entre as principais ações que buscam a promoção e o fortalecimento da imagem do brasil e de seus produtos e serviços no exterior estão, as missões comerciais, as ações de marketing de relacionamento, rodadas de negócios, a participação em grandes feiras internacionais e a visita de compradores, investidores e formadores de opinião estrangeira para conhecer a estrutura produtiva do pais. Todas as informações foram retiradas do site da Apex e do relatório da gestão 2014.
A Apex atuando para promover a competitividade internacional das empresas brasileiras baseada em ações de diversos tipos, como apresentado no quadro a seguir;
Quadro 4 – estratégias Apex
Estratégia Descrição
Inteligência de mercado Estudo e analises de mercado para orientar as empresa para as melhores oportunidades de negócios.
Qualificação empresarial Capacitação, consultorias e assessorias com o objetivo de aumentar a competitividade e promover a cultura
exportadora na empresa.
Estratégias para internacionalização
Conjunto de serviços que tem em vista orientar as empresas na definição de estratégias para a inserção e
o avanço no processo de internacionalização.
Promoção de negócios e imagem
Ações que buscam melhorar a imagem e facilitar o acesso das empresas ao mercado internacional.
Atração de investimento Foco em promover o Brasil como destino de capital estrangeiro, estas iniciativa de atração colabora para
adensar a cadeia produtiva, aumenta a competitividade, gera empregos e auxilia o desenvolvimento econômico
e tecnológico do pais.
Competitividade inovação e sustentabilidade
Ações transversais voltadas às entidades setoriais, às empresas e aos parceiros institucionais as agencia, com
o objetivo de contribuir para a criação de diferenciais competitivos, com base em sustentabilidade e inovação.
Defesa de interesses setoriais
Articulação de atores na esfera governamental, organismos de apoio e representantes empresariais no Brasil e no exterior. A meta é facilitar o comercio dos produtos e serviços brasileiros no mercado externo,
além de posicionar o país como destino de investimento estrangeiro.
Fonte: adaptado do relatório de gestão Apex (2014)
19
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Nesta seção, são apresentados de maneira formal, o tipo de pesquisa adotada, bem como os métodos e as técnicas utilizadas pelo pesquisador, descrevendo detalhadamente a metodologia usada na realização do artigo. Pesquisa pode ser descrita como “o processo formal e sistemático de desenvolvimento de método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos” (GIL, 2008, p.26).
Diante dos objetivos propostos, as investigações adotadas por este estudo são de pesquisas exploratória e descritiva.
A investigação exploratória utilizada tem como foco o levantamento das formas de inserções utilizadas pelas principais empresas multinacionais brasileiras e os respectivos incentivos usados no processo de internacionalização de suas atividades, proporcionando uma visão global sobre o tema. De acordo com (VERGARA, 2010) a investigação exploratória tem como características um comportamento de sondagem e não comportar hipóteses durante a construção da pesquisa e para (KLEIN, 2015, p.32) “pesquisas exploratórias são estudos realizados quando se tem necessidade de identificar, conhecer, levantar ou descobrir informações sobre determinado tema”.
Quanto ao caráter descritivo da pesquisa do artigo, busca-se, através do conhecimento das empresas multinacionais brasileiras, descrever as ações e os processos de implementação utilizados, suas variáveis e principais características visando identificar informações conclusivas sobre a importância do apoio do governo no processo de inserção internacional das empresas. A pesquisa descritiva, segundo (VERGARA, 2010) tem por objetivo expor as características de determinados fenômenos ou populações, e pode também estabelecer correlações entre os mesmos. Já para Klein (2015, p.33) “as pesquisas descritivas compreendem os estudos que pretendem caracterizar, descrever ou traçar informações sobre um determinado assunto”.
No tocante aos meios ou estratégias utilizadas no decorrer da pesquisa, foram utilizados estudos de naturezas bibliográfica, documental e de campo.
A pesquisa bibliográfica é parte integrante dos estudos, pois tem como base livros e materiais de sites que constituem a fundamentação teórica. (VERGARA, 2010) define conceitualmente pesquisa bibliográfica como a que utiliza livros, revistas, jornais ou qualquer outro material acessível ao público geral. (KLEIN, 2015) se refere a pesquisa bibliográfica a estratégia de pesquisa que se utiliza de matérias, trabalhos ou outros conteúdos já publicado como material de estudo.
20
Contempla também no artigo, estudo documental face a análise e verificação em documentos disponibilizados no mercado pelas empresas conforme faculta as leis das sociedades anônimas constituídas sob a forma de capital aberto. Segundo (VERGARA, 2010) a investigação documental caracteriza-se por utilizar de documentos guardados no interior de órgãos públicos ou privados.
A pesquisa de campo também é utilizada e tem como foco a busca de informações sobre as estratégias e ações realizadas no processo de internacionalização coletadas diretamente junto as empresas consideradas multinacionais, visando alcançar os objetivos do artigo. Este tipo de pesquisa se destaca por seu caráter direto em relação ao entrevistado (KLEIN, 2015).
Considerando as características e condições técnicas da pesquisa, o sujeito do estudo é profissional da área de comércio exterior, cujo universo da pesquisa são as empresas multinacionais citadas no ranking de multinacionalidade empresarial2 produzido pela fundação Dom Cabral. A seleção da amostra é de forma aleatória, considerando um número de vinte e três empresas multinacionais brasileiras, respondentes do questionário de um total de quarenta e nove, consequentemente alcançar o objetivo geral proposto. Conforme (KLEIN, 2015) o universo da pesquisa e um número definido de elementos que possuem uma característica comum, já a amostra e uma parcela desta população que por meios estatísticos podem representar a população geral.
A coleta de dados foi realizada por meio de questionário de natureza estruturada, que segundo (VERGARA, 2010) mantém questões claras para o entendimento do entrevistado. Os tipos de questões adotadas são fechadas, pois nelas apresentam-se opções de respostas já definidas e assim facilitam a quantificação e estrutura dos dados obtidos. O método de quantificação é através de tabelas e gráficos.
Estudos quantitativos são utilizados na realização deste artigo, por demonstrar eficiência em seus métodos de levantamento e análise de dados. Também será utilizado esse tipo de pesquisa, pois é proposto como objetivo, quantificar a relação das políticas públicas de incentivo ou processo de internacionalização fornecida pela APEX e pelo BNDES. (KLEIN, 2015) afirma que dados quantitativos podem ser analisados por meios estatísticos e podem ser coletados de origem numérica ou qualquer questionário fechado que permita tal conversão. Complementarmente aos resultados obtidos via questionário, busca-se respaldo de informações que foram obtidas através de pesquisa complementar de dados junto a órgãos intervenientes do governo federal, tais como BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e APEX - Agência de Promoção e Investimento ás Exportações Brasileiras.
A pesquisa apresenta limitações quanto ao tamanho da amostra, por tratar-se de informações que são parcialmente interpretadas como tecnologia comercial é por consequência como confidencial. Outra limitação está
2 Multinacionalidade empresarial, nível de internacionalidade de uma empresa, o quanto a organização e internacional.(fundação Dom Cabral,2015).
21
relacionada à incerteza do conhecimento sistêmico do entrevistado sobre o tema abordado. Entretanto essas limitações não inviabilizaram a realização da pesquisa, uma vez que se obtiveram informações importantes através da amostra obtida. Vergara (2010) afirmar ser natural haver limitações no método, mas é saudável antever as críticas futuras para demonstrar coerência.
4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
Considerando os dados e as informações obtidas, fruto da coleta de dados
da pesquisa, pretende-se nesta seção, descrever o resultado dos dados
pesquisados visando encontrar respostas para verificar se as estratégias do
BNDES e APEX são fatores preponderantes para a internacionalização das
empresas brasileiras, através da compreensão e entendimento de suas ações
e estratégias implementadas.
Inicialmente, as análises e interpretações foram com base em relatório
enviado pelo BNDES que será apresentado na continuidade. Cabe ressaltar
que o referido órgão, para liberar essas informações, solicitou a anuência das
empresas brasileiras para não ferir o sigilo bancário das mesmas.
A seguir, apresenta-se o quadro fornecido pelo BNDES- Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social, onde consta Informações sobre os
desembolsos financeiros realizados no período de 2005 – 2016 visando a
inserção das empresas brasileiras no comércio internacional, considerando
como objetivo da operação: Internacionalização, tipo de linha:
Internacionalização e Período: último dez anos. Como as informações de
desembolso permitiria a identificação de liberação por cliente, ferindo o sigilo
bancário, o relatório foi gerado considerando esses filtros.
O cumprimento das informações solicitadas e fornecidas pelo BNDES
foram devidamente identificadas conforme segue:
Protocolo: No. 124491C1/2016
Perfil: Pessoa Física
Área de Atuação: Estudante/pesquisadores
Assunto: Estudos e Publicações
Solicitações: Igor Guzati
22
Quadro 5 – Desembolsos BNDES valores em R$ – Período 2005 – 2014 – Linha Finem – Internacionalização Modo Direto
Nome Completo do Cliente Final
Descrição do Projeto
Data da Contratação
Valor Contratado
em R$
Valor convertido em USD na
data da Contratação
Forma de
Apoio
ANDRADE GUTIERREZ
ENGENHARIA S/A
Exportação de bens destinados a
execução do projeto bayovar /peru
16/03/2010 30.572.237,64 17.305.693,22 Direta
BEMATECH S/A aquisição da empresa
americana Logic Controls.
25/03/2010 6.299.400,00 3.499.666,67 Direta
BRASKEM IDESA S.A.P.I.
Implantação de um polo petroquímico na cidade de Nanchital de Lazaro Cardenas
del Rio, no estado de Veracrus no México.
19/12/2012 1.117.687.025,
22 537.582.139,01 Direta
COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL
LAR
Implantação de duas unidades de
armazenamento e beneficiamento de grãos, Caaguazu e
Alto Paran, no Paraguai.
30/11/2005 6.018.000,00 2.726.778,43 Direta
EUROFARMA LABORATORIOS
S.A.
Aquisição do laboratório argentino
"Quesada Farmaceutica",
localizado em Buenos Aires.
10/06/2010 13.050.000,00 7.179.402,54 Direta
EUROFARMA LABORATORIOS
S.A.
Aquisição do laboratório argentino
"Quesada Farmaceutica",
localizado em Buenos Aires.
10/06/2010 1.019.999,99 561.148,70 Direta
FITESA S/A
Aquisição realizada pelo grupo Evora, das
participações societárias detidas
pelo grupo Fiberweb nas sociedades
sediadas no Brasil, Inglaterra, EUA, Holanda, Itália,
Alemanha e Suécia.
29/07/2014 71.999.999,98 32.318.879,60 Direta
FITESA S/A
Aquisição realizada pelo grupo Evora, das
participações societárias detidas
pelo grupo Fiberweb nas sociedades
sediadas no Brasil, Inglaterra, EUA, Holanda, Itália,
Alemanha e Suécia.
29/07/2014 245.999.999,98 110.422.838,67 Direta
ITAUTEC S/A - GRUPO ITAUTEC
Aquisição de empresa distribuidora de
produtos de informática nos EUA
e capitalização de subsidiarias no
exterior.
18/07/2007 34.646.000,00 18.617.873,07 Direta
JBS S/A
Aquisição de 75% da participação acionaria
da Swift Armour Sociedad Anonima
Argentina.
19/08/2005 187.464.000,00 77.094.916,93 Direta
23
WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A
Implantação de fabrica na índia para a produção de motores elétricos de grande
porte.
13/10/2010 265.374,00 160.308,08 Direta
WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A
Implantação de fabrica na índia para a produção de motores elétricos de grande
porte.
13/10/2010 69.269.494,99 41.844.566,26 Direta
AMBEV S.A.
Subscrição de debêntures simples
de emissão da empresa em
distribuição publica de debêntures.
02/08/2006 131.701.180,00 60.355.244,95 Direta
ANDRADE GUTIERREZ
ENGENHARIA S/A
Exportação de bens e serviços de engenharia
destinados a execução da segunda
etapa do projeto Bayovar /Peru
16/03/2010 30.572.238,00 17.305.693,42 Direta
IOCHPE-MAXION S.A.
Reestruturação do perfil da divida da
empresa. 18/04/2013 48.000.000,00 23.818.975,78 Direta
JBS S/A
Investimentos no âmbito da estratégia
de internacionalização
da empresa.
18/03/2008 1.109.267.813,
00 652.241.908,04 Direta
JBS S/A Projeto não
apresenta objetivo 29/12/2009
3.479.600.000,00
1.997.359.508,64 Direta
MARFRIG GLOBAL FOODS S.A
Apoio com subscrição de
debentures conversíveis.
09/08/2010 2.500.000.000,
00 1.425.557.392,94 Direta
Total 9.083.432.762,
74 5.025.952.934,95
Fonte: dados fornecidos pelo BNDES adaptado pelo autor.
Constata-se através dos números apresentados, um desembolso total de
R$9.083.432.763,00 (Nove Bilhões, oitenta e três milhões, quatrocentos e trinta
e dois mil e setecentos e sessenta e dois reais) que convertidos em dólares
americanos utilizando a taxa de conversão PTAX4 condição venda do Banco
Central do Brasil nas datas das contratações equivale a 5,025 bilhões no
período de dez anos específicos para o financiamento do processo de
internacionalização através da linha Finem Internacionalização modo direto.
Foram montantes importantes para o processo de internacionalização
considerando o total dos desembolsos nos últimos dez anos. Portanto
evidencia-se existência do apoio financeiro direcionado para esse fim. Percebe-
se também que o destino desses recursos são concentrados e direcionados
para empresas de grande porte e com experiências no mercado internacional
pois a característica principal do crédito é justamente direcionada a
empreendimentos superiores a R$ 20 milhões. Os montantes não são
24
demasiadamente expressivos, pois obteve-se informações de apenas uma
linha de financiamento, porem, há de se considerar a existência desse apoio
financeiro específico. Ressalta-se o papel de destaque da internacionalização
no desempenho exportador das empresas e consequentemente no
desenvolvimento do país. De acordo com o ranking do Ministério da Indústria e
Comercio Exterior – MDIC, as vinte maiores empresas multinacionais
brasileiras exportaram o equivalente a 62,7 bilhões de dólares no exercício de
2015, representando o equivalente a 32,82% do total da balança comercial
brasileira de 191,13 bilhões de dólares. Atualmente, muitos países consideram
e entendem que em uma economia globalizada, onde existe uma concorrência
muito forte por mercados, os investimentos diretos estrangeiros são
demasiadamente importantes e necessários para aumentar a competitividade
das empresas e por consequência, melhorando o desempenho em seu
mercado local. Portanto as empresas brasileiras consideradas
internacionalizadas desempenham um papel importante para o
desenvolvimento do país.
Adicionalmente, a seguir, apresenta-se exposição e significado do
levantamento de dados através de questionário e entrevistas realizados
diretamente com as empresas multinacionais citadas no ranking de
multinacionalidade empresarial produzido pela Fundação Dom Cabral no
exercício de 2015 com vistas a ratificar o nível de significância das ações e
estratégias do governo como forma de apoio para as empresas anteriormente
citadas.
Para atender o conteúdo do questionário enviado e adequação aos
propósitos da pesquisa, foi escolhido o setor de comércio exterior das
empresas, por conveniência, envolvidos no tema de internacionalização.
Ressalta-se considerável burocracia por parte das empresas para formalizar o
retorno do questionário. Por isso, utilizou-se a estratégia de realizar a pesquisa
por telefone junto as empresas. O questionário está dividido em dois
momentos. O primeiro busca-se analisar o perfil dos respondentes como forma
de validar seu conhecimento e compreensão em relação ao processo de
internacionalização. Já no segundo momento, tem como foco identificar a
percepção das empresas, frente as políticas públicas de apoio ao processo de
internacionalização empreendidas pelo BNDES e APEX.
A seguir, relacionam-se gráficos que representam o perfil dos
respondentes do questionário:
25
Gráfico 1 : Qual seu cargo na empresa?
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Constata-se no gráfico um, que 57% dos respondentes ocupam cargo de
nível gerencial e 43% como Analistas. Esse resultado evidencia um grau
importante de influência e envolvimento com a empresa possibilitando maior
segurança e robustez nos questionamentos realizados.
Gráfico 2: Quantos anos você atua na empresa, na área internacional?
Fonte: dados da pesquisa (2016)
As informações contidas no gráfico dois demonstram que 13% dos
respondentes atuam de quatro a seis anos na área internacional da empresa,
17% atuam de dois a quatro anos e a maioria com 70% trabalham a mais de
seis. Constata-se, portanto, que os respondentes de um modo geral
apresentam um tempo considerável de atuação na área, refletindo em
experiência na área internacional e consequentemente contribuindo de uma
forma mais confiável nas respostas do questionário proposto.
0%
57%
43%
0%
Diretor
Gerente
Analista
Assistente
70%
13%
17%
0%
mais de 6 Anos
de 4 a 6 Anos
de 2 a 4 Anos
Até 2 Anos
26
Gráfico 3: Qual o seu grau de envolvimento na área internacional da empresa?
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Verifica-se no gráfico três, que 44% dos respondentes possuem níveis
médio e alto de envolvimento com a área em foco, e a maioria com 56%
possuem pleno envolvimento com a área internacional da empresa e isso
possibilita retornos mais confiáveis e consistentes nas respostas.
Dados conclusivos indicam nesse primeiro momento do questionário,
tratar-se de respondentes com níveis satisfatórios de conhecimento,
envolvimento e experiência na área internacional das empresas,
sacramentando confiabilidade nos retornos.
A seguir, na continuidade e prosseguimento da análise dos resultados,
apresentam-se dados quantitativos e interpretações do retorno dos
respondentes sobre o impacto das políticas de apoio ao processo de
internacionalização das empresas brasileiras.
Quadro 6 - Qual o método de inserção no processo de internacionalização
utilizado pela empresa?
Forma de inserção Incidência do Método
Exportação 23
Investimento direto 17
Joint venture 13
Formas contratuais 19
outros 15
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Todas as empresas responderam que utilizaram mais de uma forma de
inserção. Começando com exportações diretas, formas contratuais,
investimento direto estrangeiro e Joint Ventures, entre outras. O numero de
incidência aponta a quantidade de empresas que assinalaram esta opção.
22%
56%
22%
0% 0%
alto
pleno
médio
Pouco
Nenhum
27
Gráfico 4 - A empresa utilizou capital de terceiros para custear o processo de
internacionalização?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
O gráfico 4 indica que 43% das empresas não utilizaram capital de
terceiros para custear o processo de internacionalização, isto é, bancaram a
inserção com recursos próprios e 57% informaram que utilizaram recursos
externos para bancar o processo. Esta questão teve o propósito de identificar
se efetivamente as empresas usaram recursos de terceiros para financiar seu
processo de inserção. A pergunta seguinte corrobora com estas respostas.
Gráfico 5 - A empresa utilizou capital e/ou recursos do BNDES para o processo
de internacionalização?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
Já quando indagadas sobre se utilizaram capital e/ou recursos do BNDES
para o processo de internacionalização indicadas no gráfico cinco, 57% delas
responderam que sim e 43% responderam que não.
43%
57%
Não
Sim
43%
57%
Não
Sim
28
Gráfico 6 - Empresa tem conhecimento das linhas de financiamento do BNDES
exclusivas para o processo de internacionalização?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
A questão identificada no gráfico 6 teve o propósito de verificar se a falta
de conhecimento tem como causa da não utilização do programa de apoio.
Isso não se confirmou, pois todas as empresas entrevistadas informaram que
tem conhecimento do programa institucional patrocinado pelo BNDES para
internacionalizar as empresas.
Gráfico 7 - Estas linhas do BNDES têm taxas de juros atrativas em relação ao
mercado?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
O gráfico 7 indica que, 22% das empresas afirmam que as taxas
praticadas pela linha de financiamento não é atrativa em relação ao mercado.
100%
0%
Sim
Não
39%
39%
22%
Não sei responder
Sim
Não
29
39% não souberam responder e 39% afirmaram que sim, a taxa é atrativa.
Apesar desses dados não serem conclusivos, porém remetem a um possivel
entendimento que o diferencial do apoio do BNDES não está nas taxas de juros
praticadas e sim na forma de apoio direto, sem a utilização de bancos agentes
nas operações.
Gráfico 8.- O quanto de importância o apoio do BNDES teve para o
processo de internacionalização da empresa?
Fonte: dados da pesquisa (2016)
Verifica-se no gráfico 8 que 39% das empresas afirmaram que o
programa de apoio do BNDES para o processo de internacionalização não foi
relevante para alavancar o processo de inserção. O mesmo percentual de
empresas afirmaram ter pouca relevância e 22% ratificaram ter um nível médio
de relevância. Esses dados corroboram com as informações contidas no
gráfico oito, evidenciando de que as empresas que utilizaram esse apoio
tiveram outros motivos no qual não foi identificado por esta pesquisa. O que se
pode afirmar é de que a utilização de forma direta, sem a utilização de banco
avalista, possa ter levado as empresas a utilizar esses recursos, ou utilizaram
de forma parcial para compor os pagamentos de seus investimentos diretos no
exterior.
As análises a seguir têm como propósito verificar as contribuições da
Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos – APEX no
processo de internacionalização das empresas brasileiras.
39%
39%
22%
0% 0%
Nenhuma
pouca
média
Alta
Vital
30
Gráfico 9 - A empresa participou de alguma feira internacional, com o apoio da
APEX?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
O gráfico 9 indica que 57% das empresas entrevistadas afirmam que não
utilizaram a estrutura da APEX como ferramenta de apoio para participar em
feiras internacionais, enquanto que 43% disseram que sim, utilizaram os
serviços da Agência. Mesmo que a maioria das empresas não utilizam os
serviços de apoio para esse quesito, ressalta-se uma participação
relativamente considerável, o que não invalida a ajuda técnica para as
empresas nesse instrumento de marketing internacional.
Gráfico 10 - A empresa participou de alguma missão internacional com o apoio
da APEX?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
Percebe-se no gráfico 10, que a utilização desse instrumento de apoio de
comercio internacional para as empresas, fornecidas pela APEX, também teve
43%
57%
0%
Sim
Não
Não sei responder
43%
57%
0%
Sim
Não
Não sei responder
31
uma participação relativa com percentual de 43%, enquanto que 57% não
usam a agência para auxiliar em missões internacionais de negócios. Esses
números vão ao encontro, ou seja, corroboram com as considerações
explicitadas por ocasião da análise do gráfico 9.
Gráfico 11 - A empresa tem conhecimento dos programas de apoio da Apex?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
No gráfico 11, por unanimidade, as empresas afirmam conhecer sobre as
formas de incentivo prestadas pela agência no processo de
internacionalização. Considerando as características de multinacionalidade das
empresas pesquisadas, esperava-se essa condição de resposta.
Gráfico 12 - A empresa utilizou algum programa de apoio da Apex?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
O gráfico 12 demonstra que 57% das empresas não utilizaram nenhum
programa de apoio da agência de promoção, mesmo tendo conhecimento de
0%
100%
Não
Sim
43%
57%
Sim
Não
32
todos os instrumentos de apoio. Já 43% informam que utilizaram o programa.
Essa pergunta foi realizada justamente para cruzar informações e validar os
questionamentos apresentados pelas empresas nos gráficos 9 e 10 do
instrumento de coleta.
Gráfico 13 - O quanto de importância o apoio da Apex teve no processo de
internacionalização?
Fonte: dados da pesquisa ( 2016)
Questionadas sobre a importância efetiva da APEX no processo de
internacionalização, verifica-se no gráfico 13 que 52% das empresas
argumentaram ter pouca importância, 13% média importância, 17% nenhuma
importância e 18% importância significativa. Isto posto, considera-se que
mesmo empresas que não utilizam os instrumentos de apoio da agência,
entendem que o apoio possui algum nível de importância no processo de
internacionalização.
De forma consolidada, através das informações obtidas, pode-se
constatar algumas definições com relação as políticas públicas de incentivo ao
processo de internacionalização implementadas pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e pela Agência Brasileira de
Promoção as Exportações e Investimentos – APEX a saber:
1º) Os valores financiados pelo BNDES através Finem-Internacionalização de
modo direto foram montantes importantes considerando grandes empresas e
com projetos direcionados para a inserção com valores superiores a R$ 20
milhões.
2°) Constata-se por parte das empresas, um valor baixo de percepção na
importância do apoio prestado por meio do BNDES, porém esta afirmação
pode estar diretamente ligada com a opinião pessoal do funcionário
respondente e não com o entendimento da organização.
0%
18%
13%
52%
17%vital
alta
media
pouca
Nenhuma
33
3°) A divulgação do apoio se mostrou satisfatório, uma vez que, não houve
empresas afirmando não ter conhecimento das linhas de financiamento do
BNDES exclusivas para o processo de internacionalização.
4°) Os serviços prestados por meio da Apex-Brasil, tem valor estratégico,
fornecendo informações e criando redes de contados para as empresas
brasileiras no exterior, por este motivo parte das empresas respondentes
perceberam algum grau de importância em relação ao processo de
internacionalização, Entretanto entre alta e média, foram apenas 31%.
Praticamente a mesma visão sobre o BNDES, as empresas, na maioria,
considera pouca a importância tanto do BNDES quanto da APEX.
5°) Identificou-se que, todas as empresas possuem conhecimento do apoio
prestado por meio da Apex-Brasil e do BNDES.
6°) As estratégias utilizadas para a execução do processo de
internacionalização, mostrou-se muito variável mesmo dentro da própria
empresa, ao perguntar qual a forma de inserção utilizada, as empresas
assinalaram varias opções, demostrando a utilização de varias estratégias,
afim de obter o maior êxito na entrada em um mercado estrangeiro.
Por fim, considerando o conhecimento do apoio do governo brasileiro no
que diz respeito ao processo de inserção internacional para as empresas
brasileiras, ambiciona-se nesse artigo, sugerir as seguintes ações com o
propósito de estimular e incentivar não somente as grandes empresas, mas
também as pequenas e médias empresas a buscarem o caminho da
internacionalização:
1. Verificar na organização, condições estruturais para o processo de inserção,
notadamente em capacidade fabril e tecnológica. Havendo essas
características, então, buscar o apoio de uma instituição técnica na área de
internacionalização, para em conjunto com a direção, definir qual a estratégia a
ser utilizada para a busca da inserção internacional.
2. Participar em feiras internacionais. Esse instrumento de promoção comercial
é diferenciado por apresentar o produto diretamente ao potencial mercado
comprador. Existem no mercado, instituições que auxiliam na utilização dessa
ação de marketing.
3. Divulgar para todas as áreas estratégicas da organização, a importância da
utilização da estratégia de internacionalizar-se como condição de sobrevivência
e de continuidade e perpetuação da companhia, face a tendência irreversível
do mercado globalizado atualmente;
4. Apresentar para a alta administração, as vantagens da utilização do global
sourcing na cadeia de fornecimento. Via de regra, essa condição leva a
34
obtenção de insumos mais baratos e consequentemente maior competitividade
a nível nacional e global;
5. Estruturar na companhia, uma divisão de negócios internacionais,
destacando a formação técnica de executivos estratégicos para atuar na
respectiva área.
6. Realizar estudo de viabilidade de demanda externa para os principais
produtos comercializados. Esse estudo poderá ser realizado utilizando fontes
secundárias de marketing tais como: Câmaras de Comércio, consulados, entre
outros.
7. Participar de rodadas de negócios no exterior, com objetivo de provar o
mercado.
8. Tomada a decisão de inserção das atividades produtivas, as empresas
brasileiras estruturam um projeto de internacionalização, identificando a
composição dos custos, inclusive se necessário a inclusão de Investimento
direto no exterior, levam a apreciação do BNDES e o projeto poderá ser objeto
de financiamento em até 80% dos valores necessários para a realização.
9. Divulgar as vantagens da internacionalização das atividades, destacando
entre outras, crescimento das vendas e por consequência o aumento do lucro,
competitividade a nível global, diminuição da dependência das vendas internas,
incremento de participação de mercado, proximidades de inovações
tecnológicas, experiência em negócios internacionais, acesso a incentivos
fiscais e financeiros por parte do governo, fortalecimento da marca, entre
outros.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Retoma-se a questão problemática desse artigo: As estratégias do
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e da APEX
– Agencia Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos são
preponderantes para a internacionalização das empresas brasileiras? De
maneira geral, é possível constatar que os planos de apoio ao processo de
inserção internacional patrocinado pelo governo brasileiro, através do BNDES e
APEX não são percebidos como fatores de maior impacto ou importância
quando as empresas brasileiras buscam a inserção internacional como forma
de incremento de desempenho e competitividade.
35
Embora os respondentes evidenciaram que não percebem como
relevante o apoio de ambas as instituições, a maioria pesquisada utilizou os
recursos do BNDES para a finalidade de internacionalização, bem como, uma
significativa parcela contratou os serviços da APEX
Nessa ordem, esses dados levantados corroboram com o objetivo geral
da pesquisa cuja proposta pressupõe desvelar e analisar as ações e
estratégias utilizadas pelo governo para apoiar as empresas brasileiras no
processo de internacionalizações das atividades produtivas. Considerando os
objetivos específicos, com relação ao primeiro, ao descrever as ações de
implementação e alinhamento estratégico utilizadas no processo de inserção
internacional das principais empresas brasileiras, contata-se uma grande
pluralidade nas formas utilizadas, entretanto em seu escopo de inserção, as
práticas de apoio utilizadas pelo governo federal, notadamente realizadas pelo
BNDES e APEX não são destacadas como variáveis consideradas relevantes
para a tomada de decisão de internacionalização as atividades.
Quanto ao segundo objetivo especifico cujo formato define a
quantificação da participação do BNDES e da APEX-Brasil no apoio ao
processo de inserção, verifica-se uma participação concentrada por meio da
linha de financiamento Finem-Internacionalização de modo direto do BNDES
do ponto de vista de desembolso de recursos para o processo de inserção
internacional para as grandes empresas brasileiras com empreendimentos
superiores a 20 milhões de reais. Com relação à agência APEX percebe-se
também uma participação não expressiva do ponto de vista de auxilio
estratégico, embora as empresas considerem a existência da agência como
positiva para o desenvolvimento dessa atividade de inserção internacional.
Por fim, alcança-se a formatação do terceiro objetivo específico desse
artigo, através de listagem de sugestões de ações para incentivar e estimular
as empresas brasileiras a buscarem a inserção internacional como condições
de competitividade e incremento de desempenho dos negócios, considerando
uma característica de mercado globalizado. Através do referencial teórico
exposto neste artigo, fica claro e evidenciado que os negócios internacionais
são tendências irresistíveis no contexto do crescimento das organizações
atualmente não só no mercado internacional, mas também para o mercado
local de atuação.
A definição dos resultados apurados na realização dessa pesquisa e as
ações de incentivos e estímulos para as empresas brasileiras buscarem o
caminho da internacionalização, tem como sustentação a teoria exposta no
referencial teórico pertinente ao tema, bem como os conhecimentos
acadêmicos adquiridos durante a realização do curso de administração na
instituição. Agrega-se a isso, a experiência cientifica alcançada na realização
do artigo.
36
Considerando esse cenário e a complexidade e atualidade do tema,
recomenda-se a realização de outros artigos com o objetivo de aprofundar
conhecimentos empíricos sobre experiências de empresas brasileiras na
atualização de formas de inserção internacional, notadamente em
investimentos diretos no exterior.
37
REFERÊNCIAS
ALEM, Ana Claudia; CAVALCANTI, Eduardo Carlos. O BNDES e o Apoio à Internacionalização das Empresas Brasileiras: Algumas Reflexões. Revista do BNDES, V. 12, N. 24, P. 43-76, DEZ. 2005.
APEXBRASIL. Relatório de gestão 2014. Disponível em: http://www.apexbrasil.com.br/quem-somos. Acesso em: 14 de abril de 2016
Banco do Brasil. Tipos de Riscos. Disponível em: http://www.bb.com.br/portalbb/page3,136,2545,0,0,1,8.bb. Acesso em: 20 de maio de 2016
BNDES. BNDES Finem – Internacionalização. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/bndes-finem-internacionalizacao. Acesso em: 14 de setembro de 2016
BNDES. Quem somos. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/quem-somos/. Acesso em: 7 de agosto de 2016
CAVUSGIL, S. Tamer; KNIGHT, Gary; RIESENBERGER, John R. Negócios Internacionais. 1.Ed. Londres:Pearson, 2010.
DALLA COSTA, Armando João e colaboradores. Internacionalização de Empresas Brasileiras.1. Ed. Curitiba: juruá, 2011.
FIOCCA, Demian. BNDES e a Internacionalização das O BNDES e a Internacionalização das Empresas Brasileira. In: SEMINÁRIO “AS NOVAS MULTINACIONAIS BRASILEIRAS”. Rio de Janeiro. 2006
Fundação Dom Cabral, Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras, Minas Gerais. 2014
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.Ed. São Paulo: atlas, 2008.
KLEIN, Amarolinda Zanela e colaboradores. Metodologia de pesquisa em administração. 1. Ed. São Paulo: atlas, 2015.
PIPKIN, Alex. Marketing internacional, uma abordagem estratégica. 3.Ed. São Paulo: Aduaneira, 2010.
SANTOS, Leandro Bruno. Políticas públicas e internacionalização de empresas brasileiras. Universidade estadual paulista, Ourinhos, São Paulo, 2014
VERGARA, Sylvia Constante. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 12. Ed. São Paulo: atlas, 2010
1
APÊNDICES
APÊNDICE A – Instrumento para coleta de dados- Questionário
Prazo de retorno__/__/__
Prezados senhores:
Este instrumento de coleta de dados é parte integrante do trabalho de
conclusão do curso de Administração, e possui o objetivo de compor uma
pesquisa de campo para verificar e quantificar o impacto que as políticas
públicas por meio do BNDES e APEX possuem como forma de apoio ao
processo de internacionalização das empresas brasileiras. O questionário foi
elaborado com doze perguntas objetivas, que são decisivas para a avaliação
da referida pesquisa e servirão como premissa para verificar a efetividade dos
instrumentos de apoio do Governo Brasileiro. Meu nome é Igor Guzati, sou
aluno concluinte do curso na Faculdade Luterana São Marcos e desde já
agradeço a sua valiosa participação.
Perfil do entrevistado
1. Qual seu cargo na empresa:
Assistente Analista Gerente Diretor
2. Quantos anos você atua na empresa
Até 2 Anos de 2 a 4 Anos de 4 a 6 Anos mais de 6 Anos
3. Qual o seu grau de conhecimento em relação à área internacional da
empresa
Nenhum pouco médio alto
pleno
Questões sobre o tema
1. Qual o método de inserção no processo de internacional utilizado pela
empresa
Exportação Investimento direto Joint ventures
Outras Formas contratuais
2
2. A empresa utilizou capital externo para custear o processo de
internacionalização
Sim Não
3. A empresa utilizou capital do BNDES para o processo de internacionalização
Sim Não
4. A empresa tem conhecimento das linhas de capital do BNDES exclusivas
para o processo de internacionalização
Sim Não
5. Estas linhas do BNDES têm taxas de juros atrativas em relação ao mercado
Sim Não Não sei responder
6. O quanto de importância o apoio do BNDES teve para o processo de
internacionalização da empresa
Nenhuma pouca média alta
vital
7. A empresa participou de alguma feira internacional, com o apoio da APEX
Sim Não Não sei responder
8. A empresa participou de alguma missão internacional com o apoio da APEX
Sim Não Não sei responder
9. A empresa tem conhecimento dos programas de apoio da Apex
Sim Não
10. A empresa utilizou algum programa de apoio da Apex
Sim Não
11. O quanto de importância o apoio da Apex teve no processo de
internacionalização
Nenhuma pouca média alta
Vital
3
Apêndice B – Relação de Contatos - entrevistas por telefone
Empresa Nome Data/Hora Telefone
fitesa André lima 19/9/16 14h10min (51) 3489-7000
artecola Jonathan Andrade 19/9/16 14h40min (51) 3778-5200
camil Jeniffer Souza 21/9/16 13h00min (51) 3671-7300
natura Cleia Nunes 22/9/16 13h00min 0800 115 566
random Gustavo Gularte 22/9/16 15h30min (51) 3477-1833
Weg Fernando Dias 26/9/16 12h40min (47) 3276 4000
Alpargatas Julia Soares 26/9/16 13h10min (11) 3847-7211
Braskem Leonardo silva 26/9/16 13h40min (11) 4478-1515
BRF Fabricio Armani 30/9/16 13h00min (51) 3204-7100
intercement Bruno Mendes 3/10/16 13h00min (15) 3552-1344
Stefanini Vinicios silverio 4/10/16 13h00min (51) 3016-5900
Magnesita João Vitor Delacosta
5/10/16 13h00min (11)2188-0155
Vale Patricia Malavez 7/10/16 13h10min (21) 3485-3628
Vicunha têxtil Jose Antunes 13/10/16 12h30min 0800 721 0719
neogrid Luis Viventino 13/10/16 13h10min (51) 3378-9000
bematech Aramis Lopes 14/10/16 12h20min (51) 3406-7700
Cemig Gregori Cunha 14/10/16 13h30min 0800 721 0116
4
Apêndice C – E-mail BNDES
De: [email protected] <[email protected]> Enviado: quinta-feira, 15 de setembro de 2016 14:08 Para: [email protected] Assunto: Enc: [124491C1/2016] [2016-08-18] Estudos e Publicacoes
Prezado Igor, Em primeiro lugar, agradecemos o contato e interesse no BNDES e suas linhas de financiamento. Em relação à sua demanda, encaminhamos informações sobre desembolsos financeiros realizados nos últimos anos visando a inserção das empresas brasileiras no comércio internacional, tendo sido considerados os seguintes filtros:
Objetivo da operação: Internacionalização Linha de Internacionalização Período: 2005 a 2016 (últimos 10 anos)
Como as informações de desembolso permitiria a identificação de liberações por cliente, ferindo o sigilo bancário, geramos as informações de contratações para o filtro solicitado. Atenciosamente, Central de Atendimento do BNDES Atendimento telefônico: 0800-702-6337 | Fale Conosco:
[www.bndes.gov.br/faleconosco]www.bndes.gov.br/faleconosco
Visite o Portal BNDES em: [www.bndes.gov.br]www.bndes.gov.br
ECSM
5
ANEXO
Anexo A –ranking de multinacionalidade Fundação Don Cabral 2015
6
7
Anexo B –Tabela fornecida pelo BNDES.
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Data da Apuração
02/09/2016
CNPJ do ClienteUF
Nº do ContratoData da
Contratação
Valor
Contratado
R$
Ramo/Gênero de AtividadeForma de Apoio
Número da
OperaçãoÁrea OPE
Depto OPENome Gerente
07526557000100SP
0620001102/08/2006
131.701.180INDUSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO/FABRICACAO DE PRODUTOS ALIMENTICIOSDireta
1505132/0001AI DECOS
CONRADO LEIRAS MATOS
17262213000194MG
0920987116/03/2010
30.572.238COMERCIO E SERVICOS/OBRAS DE INFRA-ESTRUTURADireta
2136023/0002AEX DECEX2
LUIZ FILIPE DE C NEVES
61156113000175SP
1360037118/04/2013
48.000.000INDUSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO/FABRICACAO DE VEICULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIASDireta
5149172/0001AIB DEBK
LEONARDO M L FIGUEIREDO
02916265000160GO
0860032218/03/2008
1.109.267.813INDUSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO/FABRICACAO DE PRODUTOS ALIMENTICIOSDireta
1821764/0001AI DEAGRO
MARCOS ROSSI MARTINS
02916265000160IE
0960136229/12/2009
3.479.600.000INDUSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO/FABRICACAO DE PRODUTOS ALIMENTICIOSDireta
2231068/0001AI DEAGRO
JALDIR FREIRE LIMA
03853896000140SP
1060077209/08/2010
2.500.000.000INDUSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO/FABRICACAO DE PRODUTOS ALIMENTICIOSDireta
2714582/0001AI DEAGRO
JALDIR FREIRE LIMA MARFRIG GLOBAL FOODS S.A
Outras operações contratadas do Sistema BNDES - Valores em R$
PERÍODO: 2005 a 2016
Nome Completo do Cliente Final
SUBSCRI€AO DE DEBÒNTURES SIMPLES DE EMISSAO DA EMPRESA EM DISTRIBUI€AO PUBLICA DE DEBÒNTURES.
EXPORTACAO DE BENS E SERVICOS DE ENGENHARIA DESTINADOS A EXECUCAO DA SEGUNDA ETAPA DO PROJETO BAYOVAR REFERENTE A IMPLANTACAO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE AGUA DO MAR (30.240 M3/DIA), DESSALINIZADA (10.400 M3/DIA) E POTAVEL (60 M3/DIA).
REESTRUTURACAO DO PERFIL DA DIVIDA DA EMPRESA.
INVESTIMENTOS NO AMBITO DA ESTRATEGIA DE INTERNACIONALIZACAO DA EMPRESA.
XXXXXXX PROJETO NAO APRESENTA OBJETIVO XXXXXXX
APOIO COM SUBSCRICAO DE DEBENTURES CONVERSIVEIS.
Descrição do Projeto
AMBEV S.A.
ANDRADE GUTIERREZ ENGENHARIA S/A
IOCHPE-MAXION S.A.
JBS S/A
JBS S/A