EIA

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHOSECRETARIA MUNICIPAL DE SERVIOS BSICOS - SEMUSB

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTALCENTRAL DE TRATAMENTO E DESTINAO DE RESDUOS SLIDOS DE PORTO VELHO - RO

EIA

MAIO DE 2011

I

APRESENTAO

O presente documento tcnico representa o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto de implantao da Central de Tratamento e Destinao de Resduos Slidos do Municpio de Porto Velho, Estado de Rondnia, Regio Norte do Brasil, elaborado conforme exigncia da Resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA - n 001, de 23 de janeiro de 1986, que define, em seu Artigo 2, Inciso X, a necessidade de licenciamento ambiental no rgo estadual competente de atividade modificadora do meio ambiente do tipo Aterro sanitrio, processamento e destino final de resduos txicos ou perigosos. A implantao do aterro sanitrio de Porto Velho parte integrante do conjunto de medidas compensatrias a serem executadas pela contratante do estudo, a Santo Antnio Energia S.A., devido implantao da Usina Hidreltrica Santo Antonio no rio Madeira, distante cerca de 20 km do centro de Porto Velho. A equipe tcnica deste estudo coordenada pela ENGEMAB - Engenharia e Meio Ambiente Ltda., possui carter multidisciplinar configurado por profissionais das reas de conhecimento relativas Biologia, Geologia, Economia, Engenharia Sanitarista e Ambiental, Engenharia Agrnoma e Cartografia, com ampla experincia no licenciamento ambiental de equipamentos da infra-estrutura urbana. Este EIA encontra-se organizado em 3 volumes distintas mas inter-relacionadas da seguinte forma: VOLUME 1 Parte I - Caracterizao do Empreendimento e Definio de suas Alternativas Locacionais e reas de Influncia; Parte II - Diagnstico Ambiental do Empreendimento - Estudos dos componentes dos Meios Fsico, Bitico e Antrpico; Parte III - Prognstico Ambiental do Empreendimento - Anlise de Impactos e Proposio de Medidas Mitigadoras e de Controle Ambiental Parte IV - Proposio de Plano Bsico Ambiental e Concluses do Estudo de Impacto Ambiental. VOLUME 2 Relatrio de impacto Ambiental RIMA VOLUME 3 Cartografia

II

EQUIPE TCNICA

Coordenao Geral Economista Msc. Elio Batistello CORECON/SC 1.449 CTF/IBAMA 236.669 Coordenao Tcnica Bilogo Rafael Garziera Perin CRBio 28.416-03 CTF/IBAMA 537614 Estudos do Meio Fsico Geloga Msc. Ana Carolina Nowatzki CREA/RS 114019 CTF/IBAMA 5253314 Geloga Msc. Karla Petry CREA/RS 143709 CTF/IBAMA 5099448 Gelogo Daniel Vargas CREA/RS CTF/IBAMA Estudos do Meio Bitico Bilogo Rafael Garziera Perin CRBio 28.416-03 CTF/IBAMA 537614 Bilogo Diego Miguel Perez CRBio 17.410-03 CTF/IBAMA 229710 Estudos do Meio Antrpico Engenheiro Sanitarista e Ambiental Vambl dos Santos CREA/SC 0868747-7 CTF/IBAMA 3368128 Engenheiro Agrnomo Daniel Alexandre Heberle CREA/SC 085128-8 CTF/IBAMA 3368128 Cartografia e Sensoriamento Remoto Tcnico Agrimensor Jorge Luis Fernandes CREA/SC xxxxxx CTF/IBAMA xxxxx Apoio Tcnico Biloga Sumitra ria Fernandes CRBio 66.819-07 CTF/IBAMA 5256155

III

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURASABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas AID - rea de Influncia Direta AII - rea de Influncia Indireta APP - rea de Preservao Permanente CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (Servio Geolgico Brasileiro) CTR - Centro de Tratamento e Destinao de Resduos Slidos DBO - Demanda Bioqumica de Oxignio DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DQO - Demanda Qumica de Oxignio GPS - Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais NBR - Norma Tcnica Brasileira PEAD - Polietileno de Alta Densidade SAD - South American Datum (Datum da Amrica do Sul) SEDAM - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental SEMUSB - Secretaria Municipal de Servios Bsicos SST - Slidos Suspensos Totais UHE - Usina Hidreltrica UTM - Universal Transverse Mercator (projeo Universal Transversa de Mercator)

IV

DADOS DO EMPREENDEDORPrefeitura Municipal de Porto Velho CNPJ 05.903.125/0001-45 Administrao 2008 - 2011 Prefeito Roberto Eduardo Sobrinho Rua Dom Pedro II, 826 - Palcio Tancredo Neves - Centro CEP 78.900-000 - Porto Velho - RO Chefia de Gabinete do Prefeito (69) 3901-3634 www.portovelho.ro.gov.br

V

DADOS DA EMPRESA CONSULTORAENGEMAB - Engenharia e Meio Ambiente Ltda. CNPJ 07.757.510/0001-57 Responsvel Tcnico Eng. Agrnomo Luis Augusto Portella CREA/SC 017779-5 Rua Alba Dias Cunha, 222 - Trindade CEP 88.036-020 - Florianpolis - SC (48) 3333-1155 www.engemab.com

EIA RIMA elabarado com recursos:SANTO ANTNIO ENERGIA Rua Tabajara, 824 Olaria CEP: 76.801-316 Porto Velho/RO Tel.: (69) 3216-1600 www.santoantonioenergia.com.br

SUMRIOI II III IV V APRESENTAO.................................................................................................................................... 3 EQUIPE TCNICA ................................................................................................................................. 5 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................................................... 7 DADOS DO EMPREENDEDOR .......................................................................................................... 9 DADOS DA EMPRESA CONSULTORA ............................................................................................. 9

PARTE I CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO1. 2. 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.5.1 2.5.2 2.6 2.7 2.8 2.8.1 2.8.2 2.8.3 2.9 2.9.1 2.9.2 2.9.3 2.9.4 JUSTIFICATIVAS DE IMPLANTAO............................................................................................. 19 INFORMAES DO PROJETO BSICO .......................................................................................... 19 Concepo Tcnica ................................................................................................................................. 20 Localizao Situao e Clculo de rea ............................................................................................... 22 Identificao e Mapeamento no Terreno Alvo do Licenciamento.................................................... 22 rea de Preservao Permanente (APP), Unidades de Conservao da Natureza e Demais reas Protegidas por Lei .......................................................................................................... 24 Proximidade de Aeroporto e Aerdromo ............................................................................................ 26 Marco Normativo da Segurana Aeroporturia.................................................................................. 26 Insero Espacial do Aterro Sanitrio .................................................................................................. 26 Vias de Acesso Internas e Externas, Existentes e Projetadas ............................................................. 28 Previso de Trfego de Veculos nas Fases de Construo e Operao ........................................... 29 Proteo Isolamento e Sinalizao da rea do Empreendimento .................................................... 29 Proteo e Isolamento da rea .............................................................................................................. 29 Sinalizao ................................................................................................................................................ 30 Proteo Arbrea (Cinturo Verde) ..................................................................................................... 30 Caractersticas de Implantao.............................................................................................................. 31 Mo-de-obra nas Fases de Construo e Operao ........................................................................... 31 Canteiro de Obras ................................................................................................................................... 31 Uso e Destinao da rea e Edificaes ............................................................................................... 31 Limpeza do Terreno ................................................................................................................................ 32

2.9.5 2.9.6 2.9.7 2.9.8 2.9.9 2.9.10 2.10 2.10.1 2.10.2 2.10.3 2.10.4 2.11 2.11.1 2.11.2 2.11.3 2.11.4 2.11.5 2.11.6 2.11.7 2.11.8 2.11.9 2.12 3.

Movimentao de Terra.......................................................................................................................... 32 Locais de Emprstimo e Bota-Espera ................................................................................................... 33 Demanda e Origem de gua e Energia ................................................................................................ 33 Localizao da Captao de gua e de Lanamento de Efluentes Lquidos ................................... 33 Localizao das Jazidas ........................................................................................................................... 34 Equipamentos e Tcnicas Construtivas ............................................................................................... 34 Caracterizao dos Resduos e Efluentes ............................................................................................. 37 Caracterizao dos Resduos a serem Recebidos ................................................................................ 37 Caracterizao Qualitativa ..................................................................................................................... 37 Caracterizao Quantitativa .................................................................................................................. 38 Caracterizao dos Efluentes Lquidos Gerados ................................................................................. 39 Metodologias de Projeto......................................................................................................................... 41 Sondagem ................................................................................................................................................. 41 Ensaio de Vazo ....................................................................................................................................... 42 Drenagem Sub-Superficial ..................................................................................................................... 42 Sistema de Controle de Recebimento de Todos os Resduos ............................................................ 43 Sistema de Impermeabilizao Inferior................................................................................................ 44 Sistema de Drenagem de guas Pluviais.............................................................................................. 45 Sistema de Drenagem e Tratamento dos Efluentes Percolados ......................................................... 46 Sistema de Drenagem de Gases ............................................................................................................. 50 Sistema de Tratamento e Disposio Final dos Resduos Slidos de Servio de Sade .................................................................................................. 51 Justificativas Tcnicas para as Tecnologias Adotadas ......................................................................... 52 DEFINIO DAS ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E REAS DE INFLUNCIA DO EMPREENDIMENTO .................................................................... 52

PARTE IIDIAGNSTICO AMBIENTAL DAS REAS DE INFLUNCIA4. 4.1 4.2 4.2.1 4.2.2 4.3 4.3.1 4.3.2 4.3.4 4.3.5 4.3.6 4.3.7 4.3.8 4.3.8.1 4.3.8.2 4.3.8.3 4.3.8.4 5. 5.2 5.2.1 5.2.2 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.3 5.3.4 6. 6.1 6.2 6.2.1 MEIO FSICO .......................................................................................................................................... 57 Metodologia ............................................................................................................................................. 57 Caracterizao Climtica ....................................................................................................................... 59 Precipitao, temperatura e umidade relativa do ar............................................................................. 60 Caracterizao dos ventos ....................................................................................................................... 64 Evoluo geolgica .................................................................................................................................. 65 Lineamentos estruturais .......................................................................................................................... 68 Contexto Geolgico ................................................................................................................................ 70 Direitos Minerrios .................................................................................................................................. 78 Contexto Geomorfolgico ..................................................................................................................... 79 Pedologia Regional.................................................................................................................................. 85 Hidrologia Regional ................................................................................................................................ 91 Hidrogeologia Regional.......................................................................................................................... 94 Qualidade da gua subterrnea na AID BR 364 .................................................................................. 95 Teste de Vazo na AID BR 364 .............................................................................................................. 99 Qualidade da gua subterrnea na AID Linha do Gara .................................................................. 100 Sazonalidade ........................................................................................................................................... 101 MEIO BITICO..................................................................................................................................... 102 Vegetao................................................................................................................................................. 103 Configurao Fitogeogrfica .................................................................................................................. 103 Caracterizao Fitofisionmica das Alternativas Locacionais ........................................................... 106 Fauna........................................................................................................................................................ 111 Ictiofauna ................................................................................................................................................. 111 Herpetofauna ........................................................................................................................................... 112 Avifauna ................................................................................................................................................... 113 Mastofauna .............................................................................................................................................. 114 MEIO ANTRPICO .............................................................................................................................. 117 Histrico .................................................................................................................................................. 117 Dados Demogrficos ............................................................................................................................. 119 Populao Urbana e Rural ..................................................................................................................... 119

6.3 6.3.1 6.3.2 6.3.3 6.3.4 6.3.4.1 6.3.4.2 6.3.4.3 6.3.4.4 6.3.4.5 6.3.4.6 6.3.4.7 6.4 6.5 6.5.1 6.6 6.6.1 6.7 6.8 6.9 6.10 6.11 6.11.1 6.11.2 6.11.3 6.11.4 6.11.5 6.11.6 6.11.7 6.11.8 6.11.9 6.11.10 6.11.11 6.12

Economia e PIB ...................................................................................................................................... 120 Agricultura............................................................................................................................................... 120 Indstria................................................................................................................................................... 121 Servios..................................................................................................................................................... 121 Infraestrutura .......................................................................................................................................... 122 Energia Eltrica ....................................................................................................................................... 122 Abastecimento de gua .......................................................................................................................... 122 Esgoto Sanitrio ...................................................................................................................................... 123 Sistema de Telecomunicao .................................................................................................................. 123 Porto ......................................................................................................................................................... 123 Aeroporto ................................................................................................................................................. 124 Sistema Virio ......................................................................................................................................... 124 IDH .......................................................................................................................................................... 127 Educao ................................................................................................................................................. 128 Ensino superior........................................................................................................................................ 128 Sade ........................................................................................................................................................ 129 Aspectos Epidemiolgicos .................................................................................................................... 132 Recursos minerrios .............................................................................................................................. 134 Organizao territorial e Benfeitorias do Entorno ............................................................................ 137 Patrimnio Arqueolgico...................................................................................................................... 139 Legislao Incidente ............................................................................................................................... 139 Diagnstico Social e Econmico da Vila Princesa............................................................................. 141 Aspectos Metodolgicos........................................................................................................................ 141 Dados Gerais ........................................................................................................................................... 141 Educao ................................................................................................................................................ 142 Caractersticas Domiciliares ................................................................................................................. 143 Saneamento ............................................................................................................................................. 144 Aspectos Socioeconmicos ................................................................................................................... 145 Cooperativa e Comrcio........................................................................................................................ 146 Transporte ............................................................................................................................................... 146 Grau de Satisfao .................................................................................................................................. 146 Sade ........................................................................................................................................................ 147 Opinio da Comunidade referente ao futuro Aterro Sanitrio ........................................................ 147 Caracterizao do Sistema de Limpeza Urbano Atual ...................................................................... 148

PARTE IIIPROGNSTICO AMBIENTAL7. 7.1 7.1.1 7.1.2 7.1.3 7.1.4 7.1.5 7.1.6 7.1.7 7.1.8 7.1.9 7.1.10 7.2 7.2.1 7.2.2 7.2.3 7.2.4 7.2.5 7.2.6 7.3 7.3.1 7.3.2 7.3.3 7.3.4 7.3.5 7.3.6 7.3.7 7.3.8 7.3.9 7.4 7.4.1 7.4.2 ANLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSIO DE MEDIDAS MITIGADORAS E DE CONTROLE AMBIENTAL......................................................................... 153 MEIO FSICO ......................................................................................................................................... 157 Alterao de curso dgua e nascentes ................................................................................................. 157 Canalizao de cursos dgua que cortam as reas ............................................................................ 157 Contaminao das guas superficiais .................................................................................................. 157 Contaminao do lenol fretico ......................................................................................................... 157 Recuperao ambiental do Lixo da Vila Princesa ............................................................................ 158 Alterao topogrfica ............................................................................................................................. 158 Remoo de cobertura de solo ............................................................................................................. 158 Contaminao do solo ........................................................................................................................... 158 Eroso ...................................................................................................................................................... 159 Emisso de poluentes atmosfricos e gerao de rudos................................................................... 159 MEIO BITICO .................................................................................................................................... 159 Supresso de Floresta Ombrfila Aberta ............................................................................................. 159 Supresso de vegetao em APP de corpos hdricos ......................................................................... 160 Perda de hbitat terrestre para a fauna ................................................................................................ 160 Perda de hbitat aqutico para a fauna ................................................................................................ 161 Perda de cobertura vegetal do solo ...................................................................................................... 161 Controle populacional de fauna sinantrpica .................................................................................... 161 MEIO ANTRPICO ............................................................................................................................. 162 Exposio da comunidade local e funcionrios emisso de gases do Aterro e odores desagradveis......................................................................................................... 162 Exposio da comunidade local e funcionrios elevao dos nveis de rudo ............................ 162 Poluio visual para os transeuntes .................................................................................................... 163 Aumento da incidncia de animais atropelados ............................................................................... 163 Gerao de emprego e renda ................................................................................................................ 163 Desvalorizao imobiliria ................................................................................................................... 163 Melhoramento na Infraestrutura da Vila Princesa ........................................................................... 164 Melhorias nos Acessos para o Aterro Sanitrio.................................................................................. 164 Sinalizao ............................................................................................................................................... 167 PROGNSTICO COM E SEM A PRESENA DO EMPREENDIMENTO ................................. 167 O que pode acontecer se o Aterro Sanitrio no for Instalado?....................................................... 167 E se o Aterro Sanitrio for Instalado? .................................................................................................. 168

PARTE IVPROPOSIO DE PLANO BSICO AMBIENTAL8. 8.1 8.2 8.3 8.4 8.4.1 8.4.2 8.5 8.6 8.7 8.8 8.9 8.10 8.11 8.12 8.13 8.14 8.15 8.16 9. 10. PROPOSIO DE PLANO BSICO AMBIENTAL ........................................................................ 173 Programa de Gesto Ambiental (PGA)............................................................................................... 173 Programa Ambiental para a Construo (PAC) ................................................................................ 173 Programa de Recuperao de reas Degradadas (PRAD) ............................................................... 173 Programa de Monitoramento dos Recursos Hdricos e Qualidade das guas .............................. 174 Subprograma de Monitoramento da Qualidade das guas Subterrneas (Lenol Fretico) ................................................................................................. 174 Subprograma de Monitoramento da Eficincia do Sistema de Tratamento de Percolado (Chorume) ....................................................................................................................... 174 Programa de Monitoramento dos Recalques do Aterro ................................................................... 174 Programa de Monitoramento de Processos Erosivos ........................................................................ 174 Programa de Controle dos Nveis de Rudo e Vibrao.................................................................... 174 Programa de Acompanhamento da Supresso Vegetal ..................................................................... 175 Programa de Reposio Florestal Obrigatria ................................................................................... 175 Programa de Monitoramento da Fauna .............................................................................................. 175 Programa de Controle de Vetores e Zoonoses ................................................................................... 175 Programa de Comunicao Social (PCS) ........................................................................................... 175 Plano de Segurana e Sade dos Trabalhadores................................................................................. 175 Programa de Desapropriao e Indenizao ...................................................................................... 175 Programa de Educao Ambiental ...................................................................................................... 176 Programa de Melhoramento na Infraestrutura da Vila Princesa..................................................... 176 CONCLUSES DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL......................................................... 177 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................................... 179

PARTE ICaracterizao do Empreendimento

1.

JUSTIFICATIVAS DE IMPLANTAO

O crescimento populacional e o conseqente aumento do consumo de alimentos e bens materiais resultam num contnuo, elevado e crescente incremento da gerao de resduos slidos nos centros urbanos, configurando um dos principais problemas ambientais a serem enfrentados em escala mundial. No Brasil, a promulgao da Lei n 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos, representa um esforo da sociedade na busca de uma soluo equilibrada para a gesto destes resduos na medida em estabelece os fundamentos da responsabilidade compartilhada entre o setor produtivo, o poder pblico e a sociedade. Ou seja, somos todos responsveis pela gesto destes resduos que deve ocorrer de maneira integrada para alcance da eficcia necessria. O municpio de Porto Velho apresentou nos ltimos 10 anos evoluo considervel de seu contingente populacional; segundo o Censo 2010 do IBGE, o municpio teve um aumento de cerca de 27,5 % de sua populao neste perodo, passando de 334.661 cidados em 2000 para 426.558 em 2010, sendo 391.014 concentradas na rea urbana. Foram 91.897 pessoas a mais em 10 anos convivendo no centro urbano de Porto Velho, o que resultou num aumento expressivo da demanda por servios bsicos de saneamento ambiental, em especial a gesto de resduos slidos. preciso considerar ainda a gerao de resduos provenientes dos municpios existentes no entorno de Porto Velho como Candeias do Jamari, Itapu do Oeste e Alto Paraso que so coletados e transportados para a capital, onerando os quantitativos do municpio. Assim, a implantao de um aterro sanitrio para recebimento, tratamento e destinao final de resduos slidos urbanos de extrema importncia para Porto Velho tanto sob os aspectos ambientais, que so ntidos e indiscutveis, quanto sociais, na medida em estes resduos podem oportunizar gerao de renda e emprego para classes sociais menos favorecidas. Soma-se ainda o fato do municpio contar atualmente apenas com um lixo a cu aberto, conhecido como Lixo da Vila Princesa devido comunidade que se instalou em seu entorno e que obtm renda a partir da catao de materiais reciclveis, o qual deve ser recuperado com o objetivo de evitar danos ambientais presentes e futuros e proporcionar condies dignas s pessoas que dependem desta atividade por meio da instalao de uma Central de Triagem de Resduos Slidos para aproveitamento dos materiais reciclveis.

2.

INFORMAES DO PROJETO BSICO1

Em novembro de 2010 foi elaborado pela empresa VEREDA Estudos e Execuo de Projetos Ltda., sediada no municpio do Rio de Janeiro, o Projeto Bsico e Alternativas1 Todas as informaes contidas no item 2 deste relatrio foram extradas do Projeto Bsico e Alternativas Tecnolgicas, elaborado pela empresa Vereda Estudos e Execuo de Projetos Ltda Novembro 2010.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

Tecnolgicas para implantao do aterro sanitrio de resduos slidos urbanos de Porto Velho que dever denominar-se Central de Tratamento e Destinao de Resduos Slidos de Porto Velho - CTR/PV. 2.1 Concepo Tcnica

Este projeto foi desenvolvido com base na norma tcnica da ABNT NBR 8.419 Apresentao de projetos de aterros sanitrios de resduos slidos urbanos, e contempla ainda uma unidade de tratamento de resduos slidos de servios de sade com a utilizao de autoclavagem e uma estao para tratamento dos efluentes lquidos percolados que pode ser esquematizado conforma a Figura 1 a seguir:

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

Figura 1 - Representao esquemtica de um Aterro Sanitrio.

Em linhas gerais, opo operacional sugerida foi de aterramento misto, em rampa e rea. Na primeira possibilidade de operao o lixo compactado contra uma inclinao determinada, j na segunda, a compactao do lixo horizontal. Visando a proteo das nascentes e o alvio de presso da base do aterro, foi projetado um sistema de drenagem de base (subsuperficial), para as guas de fundao, composta por drenos de brita, manta geotxtil e tubos de perfurados. Est prevista a implantao desta drenagem em, no mnimo 3,00m de profundidade abaixo da camada impermeabilizante da fundao do aterro, ficando inclusive, com a funo Aterro Sanitrio de Resduos Urbanos de Porto Velho de drenos-testemunhos do desempenho dos sistemas de coleta de percolados e camada impermeabilizante. Os solos mais argilosos que sero usados para compor a camada impermeabilizante

20

de argila compactada com permeabilidade da ordem de 10-6 cm/s sero retirados de jazida dentro da rea do empreendimento. Os solos menos nobres utilizados para cobertura diria da clula de resduos podero ser obtidos totalmente no prprio local. A camada impermeabilizante de fundao, liner duplo, foi projetada composta por solo argiloso compactado, formando uma camada de 0,70m de espessura total, com permeabilidade igual ou inferior a 1.10-6 cm/s, sobreposta por uma geomembrana em PEAD (Polietileno de Alta Densidade) com 2,00mm de espessura. Por sobre esta geomembrana ser aplicado 0,40m de solo argiloso compactado para proteo mecnica e, aps este, os resduos devero ser dispostos por fases de operao do aterro. Este sistema tem a funo de isolar os resduos e os percolados do contato com o solo natural, evitando-se a percolao dos lixiviados para o lenol fretico local e conseqentemente para o sistema aqfero regional. Por sobre este sistema impermeabilizante foi concebido o sistema de drenagem de lquidos percolados de base, em contato direto com os resduos, composto por drenos de pedra e tubos perfurados, dispostos em malha tipo espinha de peixe, com a funo de retirar os percolados e encaminh-los ao sistema de tratamento, com capacidade projetada em funo da anlise do balano hdrico. A cada camada de resduos com 5,00m de altura final, sero instalados drenos cegos de brita n 4, interconectando s vrias camadas subseqentes com a drenagem de base atravs dos drenos verticais de biogs.ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

Para a construo das plataformas de lixo sero utilizados tratores de esteira (D6 ou similares), com ocupao da arena formada pela topografia natural da gleba, reconformada para a implantao do liner, em plataformas de 5,00 metros de altura, declividade da frente dos taludes de 1:2,5 (V:H) e bermas de 5,00m de largura. A cobertura dos resduos, ao final de cada jornada de trabalho, se dar diariamente por solo compactado com espessura mxima de 0,20m, compondo a cobertura operacional. A cobertura definitiva do aterro, que dever ser implantada ao final de cada camada de disposio de resduos com altura final de 5,00m, dar-se- primeiramente com solo compactado argiloso, com 0,50m de espessura. Por sobre esta camada ser implantada uma manta de PEAD (1,00mm de espessura), com a finalidade impermeabilizante. Por sobre esta ser adicionada uma camada de proteo de terra vegetal com 0,40m de espessura para substrato do plantio de gramnea. Foram concebidas 08 (oito) plataformas de disposio de resduos com a cota mnima da primeira etapa em 105,00m e a ltima na cota mxima de 145,00m. O controle de entrada e sada dos veculos ser feito por uma balana rodoviria eletrnica de 60 toneladas na unidade de Pesagem e Inspeo, conforme normas tcnicas.

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2.2

Localizao Situao e Clculo de rea

A Central de Tratamento e Disposio de Resduos de Porto Velho CTR Porto Velho ser implantada em frente do atual lixo de Vila Princesa, cujo acesso se d pela Rodovia Federal BR-364 (sentido Rio Branco/AC) no km 10. As coordenadas geogrficas do local no sistema UTM, considerando o DATUM Horizontal SAD 69 so: 9.021.350 S e 396.913 E. Na rea da CTR Porto Velho devero ser construdos, alm do aterro sanitrio de resduos urbanos, as estruturas de apoio como Balana, Guarita, Oficina e Galpo para Autoclave de Tratamento de Resduos de Sade. A gleba de efetiva implantao de propriedade de Jos Costa, estando localizado dentro da zona de expanso urbana setor sul, margem da BR-364, e como tal, apresenta paisagem antropizada caracterizada pela presena de terra removida, queimadas, pastagens e mata secundria. O terreno selecionado para tal empreendimento tem rea total de 635.881,00m (63,59ha) e permetro total de 3.386,51m. As dimenses do terreno so: nordeste 984,73m; sudeste 424,82m; sudoeste 863,68m; noroeste (onde margeia a BR-364) 1.103,42m e ao norte - 9,86m. A conformao topogrfica do terreno em declive na direo contrria rodovia, tendo cota mxima de 137,00m (margeando a BR-364) e cota mnima de 96,00m no fundo do terreno, onde existe um acmulo de gua, tendo desnvel de 41,00m entre a parte mais alta e o fundo do vale. A parte norte do terreno tem um plat com cotas entre 135,00m e 131,00m, ocupando 25% da rea total. O talvegue principal coincide com um curso de gua vindo de uma nascente localizada dentro do terreno. O relevo no apresenta inclinaes significativas, podendo ser feita terraplanagem de regularizao para a implantao da clula de aterro sanitrio, bem como as instalaes de apoio. Deve-se, no entanto, considerar a proteo desta nascente e das reas de APP. Caso seja necessria a sua utilizao, o poder pblico dever consider-la rea de Utilidade Pblica e assim permitir a utilizao da APP para fins de implantao do empreendimento. 2.3 Identificao e Mapeamento no Terreno Alvo do Licenciamento

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O municpio dispe de um zoneamento Scio Econmico e Ecolgico, elaborado pela Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenao Geral SEPLAN. Segundo o Plano Diretor de Porto Velho (2009), o local indicado para instalao do aterro sanitrio est inserido no limite da Zona 1, em uma rea de expanso urbana sentido sul. Como diretriz geral, deve ser estimulada na Zona 1 o desenvolvimento de atividade primaria em reas j desmatadas ou antropizadas, com prticas adequadas no uso dos recursos naturais, em particular do solo.

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No caso, a rea indicada encontra-se situada em frente ao atual vazadouro de lixo do municpio de Porto Velho, localizada no Km 10 da rodovia BR-364 sentido Rio Branco/AC. Dista aproximadamente 5,00km da margem direita do Rio Madeira, 2,00km do Campus da Universidade Federal de Rondnia UNIR, 12,00km da zona urbana de Porto Velho, e a 16,50km do Aeroporto Internacional de Rondnia. Entre a nova rea prevista para a instalao do aterro sanitrio e o atual lixo est situada a comunidade da Vila Princesa, onde vivem 193 famlias, todas sobrevivendo da catao de resduos. Segundo informao histrica da zona em questo, o uso anterior do terreno selecionado consistia em atividade agropecuria intensiva, e recentemente de extrao de cascalho, evidenciada pela presena de extensas reas degradadas com buracos de extrao e movimento de terra. O local indicado encontra-se representado pela poligonal na cor vermelha, conforme a Figura 2.

Figura 2 - Insero espacial do terreno selecionado, com destaque nos distanciamentos at o aeroporto e o centro da cidade.

Neste local foram realizadas sondagem e avaliao in-loco de Compostos Orgnicos Volteis (VOCs). Estes levantamentos foram realizados nos meses de julho e agosto de 2010, no sendo observados passivos ambientais decorrentes da proximidade com o lixo de Vila Princesa. No caso, foram levantados tambm dados socioeconmicos e ambientais da rea, os quais foram apresentados no documento Diagnostico Ambiental. possvel verificar a

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grande presena de espcies de gramneas e outras herbceas ao longo de todo o terreno. Algumas espcies encontradas na rea em questo, como Braquiaria decumbens, Andropogum sp., Panicum maximum e Lantana camara, esto dispersas por toda a extenso. A presena de vegetao arbrea caracterizada por indivduos isolados. Por toda a faixa perimetral da rea selecionada existem limites de rea degradada pela ao antrpica, conforme descrio anterior, com reas caracterizadas como Floresta Ombrfila Densa em diversos estgios de regenerao. As rvores no interior da rea apresentam pequeno porte, ao contrrio das rvores presentes nos fragmentos circunvizinhos, que j apresentam mdio e grande portes. 2.4 rea de Preservao Permanente (APP), Unidades de Conservao da Natureza e Demais reas Protegidas por Lei As unidades de conservao so regidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC), regulado pela Lei 9.985 de 18 de julho de 2000. As unidades de conservao federais (APAs, REBIOs, ESECs, etc) so administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio). Segundo o Plano Diretor de Porto Velho, o municpio de Porto Velho abriga trs Terras Indgenas e 14 unidades de conservao, sendo trs reas de Proteo Ambiental (Rio Madeira), duas estaes ecolgicas (ESEC), trs Florestas de Rendimento Sustentvel, trs Florestas Extrativistas, duas Floretas Nacionais, e um Parque Nacional. A Figura 3. a seguir, ilustra as APAs localizadas em Porto Velho/RO (Coordenao Regional n1 CR 1-).

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Figura 3 - Unidades de Conservao em Porto Velho, estrela branca ndica o local em estudo. (Fonte: Mapa de APAs/IBAMA 2010)

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As reas de Preservao Permanente (APP) so reas de grande importncia ecolgica, cobertas ou no por vegetao nativa, que tm como funo preservar os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica, a biodiversidade, o fluxo gnico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar dos seres humanos. Como exemplos de APPs esto as: a) reas de mananciais; b) encostas com mais de 45 graus de declividade; c) manguezais e as matas ciliares. Essas reas so protegidas pela Lei Federal n 4.771/65 (alterados pela Lei Federal n 7.803/89). Qualquer interveno em APP deve requerer autorizao do rgo estadual de proteo aos recursos naturais. Caso contrrio, ser considerado crime ambiental, conforme dispe a Lei Federal n 9.605/98. Notamos que no Art. 2 considera-se de preservao permanente, pelo s efeito desta Lei, as nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos-dgua, qualquer que seja a sua situao topogrfica, num raio mnimo de 50 (cinqenta) metros de largura. O Plano Topogrfico na Figura 4 mostra a existncia de um curso de gua no local de estudo, o qual dever ser considerado como uma APP.

Figura 4 - Representao do mapa topogrfico da rea escolhida

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2.5

Proximidade de Aeroporto e Aerdromo

2.5.1 Marco Normativo da Segurana Aeroporturia A Resoluo CONAMA n4/95 em seu artigo 1, estabelece a rea de Segurana Aeroporturia (ASA), como sendo a rea abrangida a partir do centro geomtrico do aerdromo, at um raio de 20,00km, para aeroportos que operam de acordo com as regras de vo por instrumentos (IFR), e de 13,00km para os demais aerdromos (operao VFR). Em seu artigo 2, determina que no permitida a implantao de atividade de natureza perigosa dentro da ASA, entendidas como foco de atrao de pssaros, como matadouros, curtumes, vazadouros de lixo ou quaisquer outras atividades que possam proporcionar riscos semelhantes s operaes areas. O artigo 46 da portaria n 1.141/GM5 estabelece, em seu caput, que nas reas de aproximao e reas de transio dos aerdromos e heliportos no so permitidas implantaes de natureza perigosa, mesmo no ultrapassando os gabaritos fixados. Em seu pargrafo 1, denomina como implantao de natureza perigosa uma srie de atividades, dentre elas os matadouros, vazadouros de lixo, culturas agrcolas que atraiam pssaros, assim como outras que podem proporcionar riscos semelhantes s operaes areas. J em seu pargrafo 3, d competncia ao Comando Areo Regional (COMAR) para decidir contrria ou favoravelmente sobre a execuo da implantao. Nesse contexto, cabe observar que as reas estabelecidas pela legislao citada determinam a rea de influncia direta, no que diz respeito ao perigo aerovirio, referente a cada instrumento normativo, devendo, primeiramente, ser observado o seu cumprimento. 2.5.2 Insero Espacial do Aterro Sanitrio Considerando a Figura 5 abaixo, o Aterro Sanitrio de Porto Velho esta projetado a uma distancia linear de 16,50km do Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira de Oliveira, no municpio de Porto Velho/RO, com altitude de 88m ou 290 ps. Atualmente o aeroporto com maior ndice de movimento do estado de Rondnia, o terceiro da Regio Norte, e o 28 mais movimentado do Brasil. Este aeroporto opera Aterro Sanitrio de Resduos Urbanos de Porto Velho de acordo com regras de vo por instrumentos (IFR), portanto, segundo a resoluo CONAMA n 4, em seu artigo 1, o raio de projeo da rea de Segurana Aeroporturia (ASA) deve medir 20,00km a partir do centro geomtrico do aerdromo em questo. Norteado pela Portaria n 1.141/GM5 de 08 de Dezembro de 1987, seguindo Plano de Zoneamento de Proteo de Aerdromos (PZPA) para pistas de nvel 4, foi feita a projeo da rea cnica de aproximao e decolagem para este aeroporto.

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No caso, para pistas de nvel 4 o ngulo de abertura do cone de projeo deve ser de 7,12 a partir do centro geomtrico da pista, seguindo a direo longitudinal at a extenso final de 15,00Km. Como fator de segurana, para nossa projeo foi adotado o ngulo de 8,0 e uma distncia linear de 16,00km. Conforme se observa na Figura abaixo, a rea escolhida para a implantao do aterro sanitrio de Porto Velho est localizada dentro da rea de Segurana Aeroporturia, no entanto fora da rea do cone de aproximao e decolagem. Ressaltando que o aeroporto est localizado a uma altitude de 88 metros, estando a base e o topo do aterro projetado, respectivamente, nas cotas 105,00m e 145,00m, conclui-se que a diferena entre as cotas de topo do aterro e de base do aeroporto de 57,00m, distante dos 150,00m de limite imposto pelo PZPA.

Figura 5 - Imagem area do Google Earth com a localizao das reas. Fonte: Image 2010 GeoEye, Europe Tchnologies

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2.6

Vias de Acesso Internas e Externas, Existentes e Projetadas

Segundo o Plano Diretor, em Porto Velho existe uma mistura desordenada de trfego de caminhes e automveis. Para diminuir o trfego pesado, especialmente na principal rodovia (BR-364) que atravessa o centro urbano da cidade, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) tem uma alternativa de ligao da BR-364 ao atual porto sem passar pelo centro urbano, por intermdio de uma variante a ser construda a Leste do mesmo, conectando-se em seu trecho final com a Avenida Imigrante, que dever ser readequada para este fim. A segunda variante a ser construda ao Sul permitir a retirada do trfego pesado no trecho da BR-364 que corta o tecido urbano, isolando a rea Sul da cidade e transformado-a igualmente em via urbana. A implantao dessa variante especialmente importante pelo fato de a construo da Usina de Santo Antnio exigir o transporte de equipamentos de grande porte. Este prolongamento Sul da BR-364 ter uma extenso de 15,30km e servir tambm como via para o transporte de lixo desde o setor Leste da cidade, sem passar pelo Centro. Os acessos internos sero construdos conforme projeto, a serem detalhados no projeto executivo. As pistas de acesso interno foram planejadas sendo niveladas e tratadas com uma camada de pedra britada compactada de 5,00cm de espessura, com declividades e dispositivos de drenagem, convenientemente dimensionados, para assegurar o adequado escoamento de guas superficiais durante o perodo operacional e aps o encerramento da disposio de resduos. Esto previstos acessos internos provisrios e definitivos. Os acessos internos definitivos sero aqueles que tero a funo de assegurar o trnsito dos equipamentos desde o incio at o trmino da operao do aterro, sem sofrer grandes alteraes, enquanto que os acessos internos provisrios correspondero aos de uso temporrio para cada fase da obra e sero reaterrados pela disposio de resduos slidos nas fases seguintes de operao. As vias internas do aterro devero seguir o greide do terreno natural, de modo a evitar declives muito acentuados, possibilitando, assim, um trfego normal e facilidade de implantao de sistemas de drenagem pluviais. De modo a conceder as condies necessrias ao trfego de veculos pesados e equipamentos, os acessos devero ser executados de forma a garantir plataformas com largura mnima de 8,00m, rampa mxima de 12% e raio de curvatura mnima de 25,00m, sempre obedecendo s recomendaes e normas exigidas pelos rgos competentes, como a ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). As pistas de servio sero executadas com os prprios equipamentos do aterro com antecedncia suficiente para que no ocorra o estrangulamento na entrada de resduos no aterro, por falta de acessos s frentes de servio. Para tanto, o projeto executivo do aterro ser

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desenvolvido considerando as particularidades regionais o regime de chuvas e as demandas de resduos, com projeo de crescimento reavaliada a cada seis meses. Tal procedimento ter como objetivo bsico antever as eventuais necessidades do preparo e/ou recuperao de frentes de acessos, e impedir a interrupo das operaes de descarga, uma vez que tais servios envolvem responsabilidades que podem afetar a descarga dos caminhes coletores. As eventuais recuperaes deste sero executadas com o auxlio dos prprios equipamentos do aterro. Sobre a superfcie regularizada, ser executado o revestimento com brita, de forma a assegurar o trnsito normal dos veculos para qualquer poca do ano. O transporte e lanamento da brita sero realizados com caminhes basculantes, sendo, ento, espalhada por meio de trator de esteira com potncia adequada. A compactao ser executada inicialmente pelo trnsito dos equipamentos de transporte e, caso necessrio, pelo emprego de rolos compactadores vibratrios apropriados. 2.7 Previso de Trfego de Veculos nas Fases de Construo e Operao

2.8

Proteo Isolamento e Sinalizao da rea do Empreendimento

2.8.1 Proteo e Isolamento da rea Toda a rea do empreendimento j possui cerca de isolamento de arame farpado. Paulatinamente, as cercas existentes sero substitudas por um padro de cerca de divisa com moures de concreto com um mnimo de 1,80m de altura, devendo ser instalada em todo o permetro da rea de implantao do aterro sanitrio de forma que permite o fechamento correto, evitando assim a entrada de animais e intrusos. A proteo de todo o sistema de destinao final ficar assegurada, inclusive com a existncia de uma guarda patrimonial. No ser permitida a entrada de pessoas ou resduos sem a devida identificao e autorizao por parte do responsvel pelo empreendimento.

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O sistema de transporte para os resduos que se destinar CTR Porto velho dar-se-, exclusivamente, na modalidade rodoviria. Para tanto, torna-se imprescindvel uma anlise de toda a infraestrutura para assegurar a operao dos veculos destinados CTR Porto Velho e ao trfego, em geral, da regio. Todo o acesso Central de Tratamento e Destinao de Resduos de Porto Velho passar pela BR-364, cujas condies de trafegabilidade sero avaliadas basicamente na capacidade desta rodovia em absorver a demanda de trfego gerada pelo empreendimento, tendo como metodologia a apresentao dos pontos crticos e indicaes de melhorias para mitigao dos impactos gerados considerando o prolongamento Sul da BR-364 que ter uma extenso de 15,30km, a qual servir como via para o transporte de lixo desde o setor Leste da cidade, sem passar pelo Centro.

2.8.2 Sinalizao Tendo em vista a organizao do fluxo de veculos em direo ao empreendimento e o encaminhamento correto ao local de descarga dos resduos, sero implantadas placas de sinalizao, a serem afixadas nas vias de acesso externas e/ou internas, classificadas em duas categorias: placas regulamentares: placas a serem afixadas ao longo da via principal de acesso (BR-364), indicativas da localizao do empreendimento e de conformidade com as normas tcnicas do DNIT. Sua fabricao e afixao devero ser prvia e adequadamente autorizadas pelo departamento local. Inclui-se nesta categoria a placa referente ao licenciamento da instalao e operao do empreendimento pelo rgo ambiental local, a ser afixada junto interseco da BR-364 com a via de acesso interna ao mesmo e a placa do CREA indicando a Responsabilidade Tcnica pela construo. placas de sinalizao: placas a serem afixadas nos acessos internos do empreendimento, a fim de facilitar o encaminhamento dos veculos para o local correto de descarga so classificadas como placas de identificao, de direo e de advertncia. As placas de identificao sero afixadas junto ao acesso principal, a todas e cada uma das diversas unidades do empreendimento, contendo sua designao. Ex.: Guarita de Controle; Sede Administrativa; Autoclave para RSSS; Unidade de Manuteno de Mquinas; Clula de Aterro Sanitrio; Sistema de Tratamento de Efluentes (Chorume) e demais unidades. As placas de direo sero afixadas em pontos estratgicos do sistema virio, de modo a organizar e disciplinar o fluxo de veculos em direo frente de operao, sendo idnticas (na forma, dimenses e contedo das mensagens) quelas utilizadas, para o mesmo fim, nas vias urbanas e rodovias. As placas de advertncia devero ser afixadas principalmente nos cruzamentos da via interna principal (perifrica) do empreendimento com suas derivaes, assim como nos locais em que estejam sendo realizados servios e/ou obras (de manuteno, ou referentes progressiva implantao do aterro sanitrio). 2.8.3 Proteo Arbrea (Cinturo Verde) A rea do empreendimento receber um cinturo verde com bosque misto com 20,00m de largura mdia, revegetado com espcies nativas de Floresta Amaznica e com leguminosas de rpido crescimento. O processo ser feito atravs do plantio direto com espaamento 2,00m x 2,00m. Os bosques mistos sero implantados com espcies que j ocorram na regio e que estejam adaptadas aos ecossistemas locais. Espcies pouco exi-

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gentes quanto s condies do solo, que favoream a reduo dos custos com insumos e com o controle de doenas fito-sanitrias. 2.9 Caractersticas de Implantao

2.9.1 Mo-de-obra nas Fases de Construo e Operao A mo-de-obra necessria nas fases de construo e operao da CTR Porto Velho dever ser oriunda de comunidades prximas ao empreendimento. Est estimada uma demanda de mo-de-obra de at 50 funcionrios na fase de construo, enquanto para a fase de operao a previso de 42 funcionrios. Esta demanda dever ser calculada no projeto executivo. 2.9.2 Canteiro de Obras O canteiro de obras especfico para a obra de implantao ser instalado em contineres para a gerncia imediata das obras e para as instalaes sanitrias necessrias. As instalaes estaro localizadas na entrada do local prximo a BR-364 e prximas futura guarita. Estima-se um canteiro de obras com instalaes para atender a toda obra e a demanda de mo-de-obra de at 50 funcionrios. O esgoto sanitrio proveniente das instalaes ser tratado com sistema de fossa, filtro e sumidouro. Haver refeitrio, mas no sero preparadas refeies no local, estas sero adquiridas em restaurante na cidade. Salienta-se que est prevista a contratao de mo-de-obra local, dispensando assim o uso de alojamentos, visando gerao de empregos no municpio. Quanto desativao do canteiro de obras, estima-se que a obra seja realizada em seis meses, sendo este, portanto, o tempo necessrio do canteiro, com uma desmobilizao de 15 dias da infra-estrutura. 2.9.3 Uso e Destinao da rea e Edificaes As edificaes presentes dentro da rea do empreendimento ocupam no total uma rea de, aproximadamente, 7.292,50m e encontram-se fora da rea (frentes de servio) de implantao e operao do aterro, onde sero utilizadas, caso seja necessrio, como apoio logstico. Dentro da rea reservada ao empreendimento, aproximadamente 63,59 hectares, 20 hectares so destinados rea de operao e construo do macio de aterro propriamente dito. As instalaes de apoio previstas para a CTR Porto Velho esto listadas a seguir: Guarita com 105,00m de rea construda; Balana, com 143,50m;

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Escritrio de administrao, com cerca de 600,00m; Vestirios e refeitrio para os funcionrios, com 200,00m; Centro de Educao Ambiental, com 875,00m; Instalao para tratamento de RSSS, com Autoclave com 245,00m; Oficina de manuteno dos equipamentos e vestirios, com 1.024,00m; Estao para Tratamento de Lquidos Percolados de 4.100,00m2. A seguir, descrevem-se os procedimentos e obras a serem implantadas anteriores operao do aterro sanitrio propriamente dito. 2.9.4 Limpeza do Terreno A limpeza deve ocorrer na rea do acesso principal para que algumas atividades de implantao possam ser executadas gradualmente. A tarefa de limpeza ir compreender a completa remoo de vegetao, entulhos e outros materiais que ali estiverem principalmente onde sero construdos os acessos internos e as plataformas iniciais. No haver supresso de vegetao. Ser necessria a demolio de pequena construo de aproximadamente 30,00m presente na rea. Finalizados os trabalhos de limpeza e raspagem est prevista a regularizao da superfcie de base do aterro por meio de servios de terraplanagem, a fim de obter nivelamento e condies geotcnicas que atendam s especificaes da fundao do empreendimento. Assim, sero definidas as cotas bsicas para o desenvolvimento do aterro sanitrio, com a execuo dos sistemas que possibilitem a sua operao. Estes procedimentos devero ser realizados em fases, dentro do planejamento de execuo, de maneira a se ter uma frente de trabalho atuando em perodos da ordem de seis meses a um ano de operao do aterro sanitrio. Todo o material gerado nas atividades de limpeza do terreno ser depositado, temporariamente, na rea destinada bota-espera de material. Quando da obteno da licena de operao do empreendimento este material ser encaminhado para disposio no aterro sanitrio. 2.9.5 Movimentao de Terra Os solos provenientes do corte sero armazenados dentro do prprio local, em uma rea destinada bota-espera. Este procedimento possibilitar que o solo seja escavado e armazenado prximo rea de disposio, facilitando as operaes das mquinas. No armazenamento os solos sero dispostos formando elevaes de alturas superiores a 2,00 metros e separados por leiras de solos compactados e valas escavadas no solo natural, de maneira a evitar processos erosivos durante a ocorrncia de chuvas.

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Os solos provenientes do material excedente das operaes de corte, das etapas do planejamento executivo, sero armazenados em reas prximas e/ou em reas livres ao aterro em operao, dependendo muito da dinmica aplicada, utilizando-se os mesmos procedimentos citados no pargrafo anterior. Inicialmente prev-se a utilizao dos solos excedentes na operao de aterro. O projeto do aterro foi elaborado levando-se em conta que os solos gerados nos trabalhos de corte e preparao de uma nova plataforma (adjacente) sejam utilizados na operao de cobertura do aterro em plataforma anterior. Assim este balanceamento otimizar os espaos e os impactos do processo: corte, transporte, armazenamento, transporte e uso/aterro. 2.9.6 Locais de Emprstimo e Bota-Espera No haver local de emprstimo e nem necessidade de bota-espera fora do local da construo do aterro. Estes locais sero na prpria rea de implantao e de carter temporrio durante a operao do aterro. As operaes de corte para construo da drenagem sub-superficial, bem como as escavaes de regularizao do terreno iro gerar volume de solo necessrio, por sua vez, para a implantao da plataforma de base do aterro e para a construo da plataforma para Estao de Tratamento de Chorume, da implantao do acesso interno e como reserva para o uso como material de cobertura operacional diria do aterro. 2.9.7 Demanda e Origem de gua e Energia O fornecimento de energia eltrica ser feito pela concessionria de energia eltrica e fornecer energia compatvel com os padres tcnicos exigidos. Estima-se que o consumo de energia eltrica, a ser fornecido pela concessionria ser de aproximadamente 7.000 kw/ms, conforme consumo mdio de outros aterros existentes, incluindo iluminao externa dos ptios e acessos e consumo das edificaes de apoio. Nas frentes de servios sero utilizadas torres de iluminao com grupo gerador a diesel, se necessrio em urgncias perodos de operao noturna. Estima-se que o consumo de gua, a ser fornecido pelo sistema de abastecimento ser de aproximadamente 500 m/ms, j includos o consumo das edificaes de apoio e o uso operacional na lavagem dos equipamentos e irrigao de pistas. 2.9.8 Localizao da Captao de gua e de Lanamento de Efluentes Lquidos A captao de gua para abastecimento das instalaes de apoio ser realizada por poos profundos, sendo um implantado junto ao futuro escritrio do empreendimento e outro poo junto ao galpo da autoclave e da oficina. Junto ao poo de abastecimento do escritrio ser instalado um reservatrio elevado. J, junto ao poo de captao da autoclaveESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

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ser instalada uma estao elevatria transferindo vazo para reservatrio apoiado em elevao a ser calculada no projeto executivo. A opo de captao e tratamento de gua superficial para uso menos nobres como limpeza e urbanismo, dever ser estudada com maior profundidade no decorrer do detalhamento do projeto executivo. 2.9.9 Localizao das Jazidas A argila a ser utilizada na construo do liner de impermeabilizao ser fornecida pelas operaes de corte na prpria rea onde ser implantado o aterro. A medida que acontecerem os cortes para implantao das plataformas gera-se material solo suficiente para a necessidade de aterro em argila. O relatrio de sondagem mostra a presena de extenso manto de argila com profundidade de at 15,00 metros e com baixa permeabilidade natural. Com o objetivo de manter a permeabilidade natural mais preservada possvel, a obra de explorao desta argila deve ser o mais rasa possvel. 2.9.10 Equipamentos e Tcnicas Construtivas a)ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

Equipamentos

Na implantao e operao da CTR Porto Velho sero utilizados equipamentos apropriados, tais como trator de esteiras, escavadeira hidrulica, retro-p carregadeira, caminho basculante e caminho irrigadeira (pipa), moto-niveladora (patrol), dentre outros equipamentos. Para a implantao do aterro sanitrio prev-se inicialmente a utilizao dos seguintes equipamentos listados na Tabela 1.Tabela 1 - Equipamentos a serem utilizados na fase de implantao da CTR Porto Velho. Equipamento Trator de esteira (02 equipamentos) Escavadeira hidrulica (01 equipamento) Retro/p carregadeira (01 equipamento) Moto-niveladora (01 equipamento) Descrio Peso operacional 16t, modelo D6 (Caterpillar) ou similar Modelo PC 150 ou similar Ao Corte espalhamento e compactao dos solos. Carregamento de terra para execuo de corte e carga, tanto para terraplanagem da infraestrutura quanto para implantao da macro drenagem Construo da rede de drenagem pluvial e outros servios Distribuio e uniformizao das camadas de terra durante a recuperao e na conservao dos acessos internos

CAT 416 ou similar Modelo CAT 135 (Caterpillar) ou similar

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Equipamento Rolo compactador Vibratrio autopropulsor (01 equipamento) Caminho basculante (06 equipamentos) Caminho irrigadeira

Descrio Modelo CA25 (Dynapac) ou similar Capacidade volumtrica mnima de 8,00m

Ao Compactao da camada de capeamento trecho a trecho da pavimentao, e na conservao das vias internas. Transporte de terra Umedecimento peridico das vias de acesso e da preparao do liner, se necessrio, em pocas de estiagem.

Sendo necessrio, est previsto o uso de caminho oficina e de abastecimento at que as instalaes definitivas estejam prontas. J na fase de operao estima-se que sero utilizados: 02 tratores de esteira tipo CAT D6, ou similar; 01 p-carregadeira tipo CAT 924F, ou similar; 01 retroescavadeira tipo CAT 416C, ou similar; 04 caminhes basculantes 8,00m; 01 caminho pipa, 5.000 litros; De maneira descontinua ser utilizada 01 (uma) moto-niveladora. b) Tcnicas Construtivas Conforme j descrito, devido s caractersticas fsicas e geogrficas da rea, foi adotada a opo operacional de aterramento misto, ou seja, mtodo do tipo rampa e mtodo tipo rea. Estes mtodos constituem uma operao convencional, ou seja, os veculos transportadores de resduos so orientados a descarregarem o material na frente de servio, ao p dos taludes ( jusante da frente de servios), mantendo a menor frente possvel. Aps o processo de descarga, ser realizada a terraplanagem atravs de equipamento apropriado (trator D6) que empurrar os resduos e os compactar em camadas finas sobre a superfcie, construindo assim as camadas com declividade (talude) do macio de 1:2,5 (V:H) e com alturas de, aproximadamente, 5,00m. Ao final de cada jornada, estas frentes de servio so recobertas no topo com uma camada contnua de material inerte (solo) com espessura que varia na ordem de 0,10m a 0,20m. Quando da retomada dos trabalhos na jornada seguinte, este recobrimento poder ser retirado ou escarificado para manter a continuidade da massa dos resduos. Ao final do ltimo dia de trabalho de cada semana, ou sempre que a operao em uma determinada frente de servio for paralisada por mais de 48 horas, dever ser feito o capeamento da rampa (talude) frontal da clula, sem, no entanto, compactar essa parcela inclinada da capa. Quando vier a ser retomado o trabalho nesse segmento do aterro, esse trecho do capeamento dever ser removido,ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

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antes da conformao de uma nova clula sobre sua superfcie, de forma a que o mesmo no venha a configurar um obstculo ao fluxo dos gases em direo aos drenos verticais. Este capeamento, ou cobertura, justifica a operao, pois no se admite em aterro sanitrio que qualquer parcela de resduo permanea sem cobertura por mais de 24 horas seguidas e tambm para evitar a disperso do lixo pela ao do vento, evitar a presena de urubus e o surgimento de vetores (moscas, ratos e outros). Ser evitado o uso dos substratos de solos mais marcadamente argilosos e de baixa permeabilidade, encontrados durante as operaes de corte, na conformao do capeamento dirio. Tais materiais devero, prioritariamente e tanto quanto seja vivel na prtica, ser reservados para a conformao da camada impermeabilizante das plataformas e taludes intermedirios da base do aterro, assim como da camada de capeamento final das parcelas acabadas do aterro, fase a fase. Os trabalhos de operao na frente de servio do aterro sanitrio consistiro nas atividades de espalhamento, compactao e recobrimento dos resduos slidos ali lanados. Visando a obteno de material para a execuo da base do aterro, bem como paracobertura das clulas, esto previstos cortes de material em reas imediatamente adjacentes e/ou montante da frente de servio operante. Portanto, estas frentes sero dimensionadas e ajustadas, fase a fase, de forma a atender tanto intensidade de fluxo e freqncia de descarga dos veculos coletores, quanto capacidade operacional do trator de esteiras.ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

Ser prevista e mantida uma rea operacional mnima, destinada descarga emergencial, no perodo de chuvas excessivas e tambm sero implantados os sistemas mais modernos de controle ambiental entre materiais e processos. Visando o controle ambiental, esto previstas as seguintes tcnicas: Instalao de uma base de impermeabilizao de liner duplo composto de argila compactada (0,70m + 0,40m) e geomembrana de PEAD de 2,00mm; Implantao de uma rede de drenagem sub-superficial para captao e transferncia de afloramentos (drenagem envelopada); Sistema de drenagem de lquidos percolados; Drenagem do biogs gerado no aterro; Drenagem pluvial; Instalaes de instrumentos de monitoramento (poos de monitoramento da gua subterrnea, piezmetros e outros para o monitoramento geotcnicos); Fechamento correto do entorno evitando a entrada de animais e intrusos; Implantao de rvores e arbustos configurando assim o cinturo verde.

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O controle de entrada e sada ser feito por sistema com uma balana eletrnica com capacidade de 60 toneladas, equipamento utilizado para pesagem de todo o resduo que entra portaria para controle de acesso e fiscalizao da operao. 2.10 Caracterizao dos Resduos e Efluentes

2.10.1 Caracterizao dos Resduos a serem Recebidos A CTR Porto Velho est projetada com base na Norma Tcnica Brasileira da ABNT, a NBR 8.419 - Apresentao de projetos de aterros sanitrios de resduos slidos urbanos. Tendo ento como finalidade o recebimento dos resduos slidos de origem domstica, varrio de vias pblicas e comrcios. Notamos que apenas 2,0% das residncias de Porto Velho no so atendidas com o servio de coleta de lixo urbano feito pela prefeitura da capital. Dados da Semusb (Secretaria Municipal de Servios Bsicos) apontam que a cobertura dos servios de limpeza e coleta domiciliar alcana 98% dos lares. A populao atendida predominantemente de classe baixa (pobre), encontrando-se abaixo da linha de pobreza. A quantidade coletada corresponde a aproximadamente 250 toneladas/dia de resduos. A quilometragem mdia percorrida para a coleta e transporte do lixo domiciliar de 1.916,42 km/dia til. Com relao coleta e ao transporte de resduos de construo e demolio, o servio feito por particulares, quando de origem particular. O entulho depositado em via e logradouro pblico ou de origem pblica removido pela prefeitura, que detm equipamentos apropriados para a remoo e transporte deste material. Para uma melhor utilizao do lixo proveniente da construo civil (entulho) a prefeitura tem a previso de instalar uma usina de reciclagem deste material para a produo de agregados com posterior utilizao em obras pblicas sem fins estruturais. 2.10.2 Caracterizao Qualitativa O servio de limpeza pblica urbana abrange coleta de lixo domiciliar, pblico e hospitalar, varrio de vias pblicas, limpeza de feiras, mercados e reas aps eventos e jardins, limpeza de cemitrios, limpeza de trreos baldios, limpeza de canais e rios, poda de rvores, remoo de animais mortos, capina e roagem. Do total do lixo coletado, 50,62% so matrias orgnicas, enquanto que 16,5o% referem-se a resduos slidos como vidro (3,50%), papelo (3,71%), papel (4,1%), plstico rgido (1,27%), plstico pet (1,55%), alumnio (0,47% e material ferroso (1,90%). Todo esse mate-

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rial tem grande potencial de reciclagem. Outros tipos de materiais correspondem a 31,65% do lixo que recolhido em Porto Velho. 2.10.3 Caracterizao Quantitativa A CTR Porto Velho um empreendimento pblico-privado, sujeito demanda de mercado para o servio de tratamento e disposio de resduos slidos. Para objetivar o planejamento, os estudos de viabilidade tcnica, econmica e ambiental, foi adotada como premissa a demanda de 300 toneladas dirias de resduos. Considerando as camadas com altura final de 5,00m e a inclinao dos taludes de 1V:2,5H, o aterro sanitrio se desenvolver entre as cotas 105,00m e 145,00m. Visando atender a uma vida til estimada de 25 anos, a capacidade volumtrica foi calculada considerando-se: 300 t/dia x 26 dias teis por ms = 7.800 t/ms; 7.800 t/ms x 12 meses = 93.600 t/ano; Para 25 anos, 93.600 t/ano x 25 = 2.340.000 toneladas de resduos. Para calcular o volume necessrio em m, tem-se: Densidade mdia dos resduos slidos urbanos = 800 kg/m ou 0,80 t/m;ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

Densidade = Massa / Volume; 0,80 = 2.340.000 / V - V = 2.340.000 / 0,80 - V = 2.925.000m de resduos. Para a capacidade total do aterro, deve-se considerar ainda o material de recobrimento a ser utilizado na operao. Para este projeto foi adotado o valor de 18% do volume da capacidade total do aterro, utilizando-se a regra de trs para achar o valor total: Volume de resduos = 82%; Volume de material de recobrimento = 18%; Volume total = 100%; 2.925.000 - 82% V - 100%; 82V = 2.925.000 x 100 V = 3.567.073,17m. Concluindo o clculo da volumetria, descreve-se a seguir o volume total estimado por cada camada de disposio de resduos e o volume total obtido: 1 camada (cota 105 a 110) = 129.466,62m;

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2 camada (cota 110 a 115) = 236.421,68m; 3 camada (cota 115 a 120) = 353.915,60m 4 camada (cota 120 a 125) = 489.665,70m 5 camada (cota 125 a 130) = 690.771,87m 6 camada (cota 130 a 135) = 703.717,40m; 7 camada (cota 135 a 140) = 554.084,30m 8 camada (cota 140 a 145) = 417.309,58m; Totalizando um volume de 3.575.352,75m. Se necessrio, a capacidade volumtrica total poder ser aumentada com alguns procedimentos operacionais, como a raspagem diria do recobrimento da frente de descarga antes de dispor os resduos do dia seguinte, conseguindo-se s vezes a recuperao de at 40% deste solo. Ainda pode-se usar como opo de cobertura operacional os enlonados e/ou encerados, ou seja, est opo estar acondicionada caso o trabalho de aterramento dos resduos se sobreponha ao de raspagem de cobertura para reutilizao, dificultando a operao ou at mesmo nos perodos de chuva excessiva. Destaca-se que, a favor da segurana, estas prticas no foram consideradas no clculo da capacidade do aterro. 2.10.4 Caracterizao dos Efluentes Lquidos Gerados Os efluentes lquidos a serem gerados na CTR Porto Velho so os lquidos percolados (chorume) e os efluentes do esgotamento sanitrio das instalaes de apoio. a) Efluentes do Esgotamento Sanitrio O efluente resultante da operao da CTR Porto Velho ser composto por produtos oriundos do esgotamento sanitrio, do sistema de higienizao e dos lavadores de veculos. Os efluentes sero encaminhados ao Sistema de Tratamento de Efluentes Lquidos Percolados e ser tratado juntamente com o chorume, conforme descrito no item referente. b) Lquido Percolado (Chorume) A produo e composio fsico-qumica do lquido percolado (chorume) varia substancialmente de um aterro para outro e dentro de um mesmo aterro ao longo do tempo. Muitos fatores concorrem para tal variabilidade, dentre os quais se destacam: a natureza dos resduos dispostos, a localizao do aterro, as caractersticas do regime operacional, climticas e hidrolgicas. No caso, a classificao climtica dessa regio, segundo Kppen, do tipo Aw,ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

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tropical Chuvos, com uma estao relativamente seca durante o ano (entre os meses de maio e setembro). A temperatura mdia do ar apresenta pouca variao ao longo do perodo, apresentando mdias anuais de 25,5C, com mxima de 31,5C e mnima de 20,7C. O regime pluviomtrico caracterizado por um perodo mais chuvoso, com precipitaes superiores a 220,0mm. O perodo mais seco (entre os meses de maio e setembro) tem precipitaes inferiores a 55,0mm, sendo o ms de julho mais seco e com a menor mdia (31,2mm). O ms de janeiro o mais chuvoso, com mdia de 330,9mm. Os meses de junho a agosto so os meses de transio entre um regime e outro. A umidade relativa mdia do ar elevada no decorrer do ano, em torno de 88% no vero e valores inferiores no outono inverno com mdia, em torno de 75%. Neste ambiente, a degradao dos resduos slidos ocorre, essencialmente, em funo de processos biolgicos, sendo que as alteraes fsicas e qumicas, a produo de percolado e a gerao de gases esto diretamente relacionadas atividade biolgica no interior do aterro. A biodegradabilidade do chorume varivel em funo do tempo. Inicialmente a relao DBO/DQO maior ou igual a 0,50. Valores desta relao entre 0,4 e 0,6 indicam que a matria orgnica facilmente biodegradvel. Em aterros maduros, esta relao freqentemente varia entre 0,05 a 0,2. Nestes casos, a relao tem valores baixos, porque o chorume de aterros maduros contm cidos hmicos e flvicos, que no so biodegradados com facilidade.ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

Devido grande variao das caractersticas do chorume, os sistemas de tratamento so complexos, podendo ser diferentes em funo do tempo, da vida do aterro e at mesmo diferentes para pontos distintos de um mesmo aterro. A produo e composio fsico-qumica do lquido percolado (chorume) variam substancialmente de um aterro para outro e dentro do mesmo aterro ao longo do tempo (Tabela 2).TABELA 2 - Caracterizao fsico-qumica tpica do chorume de aterros sanitrios novos e maduros.Constituinte DBO COT DQO SST N (Orgnico) N (Amoniacal) Nitratos P (Total) Orto - P Alcalinidade (CaCO3) Unidade mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l Aterros Novos (menos de 2 anos) Faixa Tpico 2.000- 30.000 1.500-20.000 3.000-60.000 200-2.600 10-800 10-800 5-40 5-100 4-80 1.000-10.000 10.000 6.000 18.000 500 200 200 25 30 20 3.000 Aterros Maduros (mais de 10 anos) 100-200 80-160 100-500 100-400 80-120 20-40 5-10 5-10 4-8 200-1.000

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Constituinte Dureza (CaCO3) Ca Mg K Na Cloretos Sulfatos Fe (Total)

Unidade mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l mg/l

Aterros Novos (menos de 2 anos) Faixa Tpico 300-10.000 200-3.000 50-1.500 200-1.000 200-2.500 200-3.000 50-1.000 50-1.200 3.500 1.000 250 300 500 500 300 60

Aterros Maduros (mais de 10 anos) 200-500 100-400 50-200 50-400 100-200 100-200 20-50 20-500

Fonte: Memorial Descritivo CTR Nova Iguau/RJ - Engecorps (2001)

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Metodologias de Projeto

2.11.1 Sondagem Os trabalhos de sondagem para instalao de piezmetros foram contratados pela Empresa Vereda Estudos e Execues de Projetos LTDA, incumbindo PLACAM a construo dos poos. Foi proposta a malha de poos, abrangendo uma rea contgua Vila Princesa, incluindo uma instalao inserida no seu limite leste. A rea selecionada compreende parte de um plat elevado no quadrante noroeste, gradando para um declive suave para leste e cortado por um igarap no quadrante sul, incluindo sua nascente. Os trabalhos tiveram incio no dia 22 de julho e foi concludo em 17 de agosto de 2010, utilizando-se dois tipos de equipamentos, um trado manual com quatro polegadas de dimetro de perfurao chegando at o nvel da laterita. A partir deste horizonte foi utilizada uma sonda rotativa, marca SONDEQ modelo SS-21, equipada com uma broca de 4, revestida com vdia (FeC), com capacidade de perfurao de 100,00 metros. Suas caractersticas e dimenses encontram-se apresentadas no Anexo II, juntamente com fotos ilustrativas de cada poo. Os piezmetros concludos tm os seguintes parmetros, nomenclaturas e dimenses:TABELA 3 - Caractersticas dos piezmetros instalados Nome MN 1 MN 2 MN 3 MN 4 MN 5 MN 6 Cota 122 123 123 113 98 101 Profundidade (m) 31 28 31 13 15 9 Revestimento (m) 30 28 30 13 15 9 Nvel gua (m) 24 18 18 9 12 N/C*

*Sondagem concluda no granito com resqucios de gua.

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O material utilizado no revestimento do tipo PVC geomecnico, DN-50, padro americano com rosca e duas polegadas de dimetro. Os filtros contm ranhura padro com 0,5mm de espessura, todos de fabricao da EAGLE PIPERS Ltda de Atibaia- SP e fornecidos pela TUBOGEO Comercio de Tubos de Poos Artesianos Ltda de Americana-SP. O pr-filtro compe-se de quartzo bem selecionado entre 2,00mm e 5,00mm, contornando o revestimento a partir da presena de camadas potencialmente aqferas. Os piezmetros esto cimentados e concretados na superfcie com uma caixa de concreto de 0,30m x 0,30m, tampados e lacrados com cabos de ao e cadeados. Os perfis construtivos e descritivos com os dados geolgicos encontram-se anexos, com todos os dados pertinentes. Os piezmetros foram construdos de acordo com as instrues emanadas das NBR 12212, 12244 e 15495-1 da ABNT. Todos com nvel fretico determinado, com exceo com do MN-6, o qual interceptou a rocha fresca, impenetrvel nos moldes propostos para esta sondagem. Os resultados destas sondagens foram altamente satisfatrios. Primeiro porque o nvel de lenol fretico profundo (>9,00m). Os valores de resistncia a penetrao foram, em geral, todos maiores (a partir de 4,00m a 5,00m). Em todo o perfil foi constatada uma formao de laterita granulada e argila nos primeiros 15,00m a 20,00m, tendo sido posteriormente encontrada areia mdia e grossa (ver relatrio no Anexo II). 2.11.2 Ensaio de VazoESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA - CTR/Porto Velho - RO

O teste de vazo foi feito nos dias 16 e 17 de setembro, no perodo da estiagem amaznica. O poo testado foi o MN-1, pois no foi permitida a entrada no stio pelo proprietrio, o Sr. Jos Costa, de acordo com o aviso do Sr. Manoel Sales, vigia contratado pelo referido proprietrio. Os testes duraram dois dias, estabilizando-se um nvel dinmico de 27,70 metros para um nvel esttico de 23,00 metros no dia 16 de setembro. A vazo medida foi de 96 litros por hora, recuperando-se ao nvel esttico em 18 minutos. O equipamento utilizado foi um compressor Deutz, com 3,0cv de potncia e capacidade de 100 psi. 2.11.3 Drenagem Sub-Superficial Tendo em vista a presena de nascente na rea escolhida, onde as guas surgentes seguem um caminho natural por um dos talvegues do terreno, o projeto bsico prev a execuo de uma drenagem especfica. Esta drenagem, chamada de Drenagem Sub-Superficial, ser implantada no terreno ainda natural at uma profundidade de 3,00m, sob o aterro para conformao da base da clula, atravs de drenos profundos para a conduo das guas limpas, encaminhando-as a um local distante da clula de disposio de resduos.

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Estes drenos sero robustos o bastante para garantir a segurana do sistema e evitar a presso negativa sob o aterro de conformao da base. As suas dimenses devem ter capacidade hidrulica para escoar a vazo das guas com um elevado coeficiente de segurana. Os drenos subterrneos sero acessados pelo sistema de monitoramento ambiental, utilizados como testemunhos da qualidade da gua natural, bem como monitoramento da integridade do sistema de proteo exercida pela impermeabilizao da base (liner duplo + PEAD). Este sistema consiste na regularizao do terreno natural, respeitando sua inclinao, sendo feitas escavaes com equipamentos adequados para o surgimento de uma vala de seo trapezoidal e profundidade mnima de 3,00m. Esta vala ser revestida de manta geotxtil 100% polipropileno (bidin RT-10), tendo preenchimento parcial com brita. Em seguida, ser instalado o tubo dreno em concreto armado (dimetro nominal estimado de 800,00mm) e o espao restante ser preenchido tambm com brita. Por fim, a vala ser fechada com a manta geotxtil, acompanhando a declividade do terreno e coberta com uma camada de argila compactada, finalizando a drenagem. 2.11.4 Sistema de Controle de Recebimento de Todos os Resduos Conforme s normas brasileiras NBR 8.419 (j citada) e NBR 10.004 (Resduos Slidos Classificao), a CTR Porto Velho poder receber para a disposio final de resduos slidos urbanos. Para o Tratamento de Resduos de Servios de Sade RSSS na unidade de autoclave sero recebidos os resduos com caractersticas admitidas e regulados pelas Resolues CONAMA n 05/1993, n 283/2001 e n 358 /2005 para tratamento e disposio final de resduos de sade. Observada a condio geral supracitada, podero ser recebidos na CTR Porto Velho, os seguintes resduos: resduos slidos urbanos de origem domiciliar e comercial, dos servios de capina, varrio, poda ou outras origens que tenham sua classificao como Classe II (No perigosos) comprovada por laudo tcnico de anlises laboratoriais, conforme Normas da ABNT. Destaca-se a obrigatoriedade do cadastro de todos os veculos transportadores de resduos slidos - Classe II (No perigosos) que forem dispor os mesmos dentro da rea do aterro sanitrio, com registro de sua tara especfica, onde sofrero vistoria qualitativa e quantitativa, quando da chegada ao aterro. O controle qualitativo dessa carga ser feito antes de ser pesado, exigindo-se o manifesto de resduos emitido pelo rgo ambiental competente devidamente preenchido. Na descarga do material sero conferidas as informaes contidas no manifesto apresentado pela equipe de fiscalizao da frente de servio. O controle quantitativo ser efetuado por uma balana eletrnica, informatizada, onde sero emitidos trs recibos, distribudos da seguinte forma: um para o motorista do veculo transportador, um para controle interno da empresa operadora do aterro e o terceiro para o rgo ambiental.

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2.11.5 Sistema de Impermeabilizao Inferior O sistema de tratamento de base tem a funo de proteger a fundao do aterro, evitando-se a contaminao do solo e do aqfero. Sobre o plano bsico de terraplanagem e sobre a drenagem sub-superficial para guas limpas, foi concebido um sistema de impermeabilizao de base para o aterro sanitrio (liner). Esta impermeabilizao ser composta por, primeiramente, uma camada de solo argiloso compactado de 0,70m de espessura, seguido por uma geomembrana tipo PEAD (polietileno de alta densidade) de 2,00mm de espessura, sendo esta por sua vez recoberta por outra camada de solo compactado de 0,40m de espessura para proteo mecnica da manta. A primeira camada argilosa de impermeabilizao (e = 0,70m) ser executada com rigoroso controle tecnolgico de compactao que garanta um coeficiente de permeabilidade de no mnimo de K= 1. 10-6 cm/s. A segunda camada, a de proteo, (e = 0,40m) ser executada com cuidados para no danificar a geomembrana. As fotos a seguir exemplificam uma seqncia construtiva do liner duplo proposto no local escolhido.

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Os procedimentos executivos sero adequados de maneira a definir a faixa de especificao do grau de compactao e desvio de umidade mais conveniente para execuo deste sistema, atravs da realizao de ensaios de permeabilidade em laboratrio com variao das caractersticas de compactao, realizando-os quando da execuo da camada impermeabilizante, associado ao prprio controle tecnolgico executivo de campo. Nas regies de aclives, medida que for aumentando as cotas de disposio no aterro, ser implantada a manta de impermeabilizao de geomembrana assegurando a estanqueidade aos taludes. O emprego dessa impermeabilizao ser paulatino medida que forem sendo dispostos os resduos de baixo para cima. 2.11.6 Sistema de Drenagem de guas Pluviais O sistema de drenagem ser pensado segundo a pluviometria mdia anual e os episdios de altas precipitaes. No caso, Porto Velho registrou no dia 14 de maro de 2010, segundo a imprensa local, a maior e mais intensa tempestade de todos os tempos. Os registros foram aferidos na estao meteorolgica automtica operada pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) desde 11 de julho de 2007. Em apenas uma hora, caram 78,4 milmetros de chuva. Durante o ano de 2008, a mesma estao do INMET registrou o maior acumulado em 24 horas de 80,4 mm no dia 09 de outubro. J em 2009, o maior volume de chuva registrado em um prazo de 24 horas foi de 58,8 mm no dia 10 de abril. Por outro lado, outra estao oficial, que funciona no aeroporto Governador Jorge Teixeira de Oliveira, detm o maior ndice pluviomtrico acumulado em um prazo de 24 horas de 157,6 milmetros, registro esse do dia 15 de outubro de 1979. Maro o ms mais chuvoso em Porto Velho, segundo a climatologia estabelecida pela OMM (Organizao Meteorolgica Mundial) que visa dados coletados no perodo de 30 anos entre 1961 e 1990; So 323,9 mm de chuva distribuda ao longo dos 31 dias do ms. No caso, o sistema de drenagem de guas pluviais previsto para a CTR Porto Velho compor-se- de uma rede definitiva, a ser implantada nas ombreiras a montante do macio do empreendimento, e de uma rede provisria, a ser implantada paulatinamente, medida da evoluo fsica da instalao (progressiva) do aterro. Para a construo da rede definitiva, deve ser implantado montante do aterro (nas mais altas elevaes) um canal trapezoidal para coleta de guas que fluem para o macio do aterro e encaminh-las para as escadas hidrulicas a serem construdas em concreto. Os pontos de lanamento das guas no curso dgua esto apontados e devem ser precedidos de estruturas de dissipao de energia e enroncamentos de pedra. Estas estruturas canais, escadas, bueiros, canaletas de guas pluviais da rede definitiva devero ter seo conforme dimensionamento a ser definido no projeto executivo.

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Na conformao final dos taludes e bermas dever ser instalada uma rede de canaletas de concreto pr-moldado de 800mm de dimetro para drenar as guas que precipitam sobre o aterro. Sero conformadas