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República Federativa do Brasil Estado do Piauí Ministério Público do Estado do Piauí Diário Oficial Eletrônico ANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação: Quarta-feira, 6 de Maio de 2020 PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA Procuradora-Geral de Justiça MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNES Subprocuradora de Justiça Institucional LEONARDO FONSECA RODRIGUES Subprocurador de Justiça Administrativo CLEANDRO ALVES DE MOURA Subprocurador de Justiça Jurídico CLÉIA CRISTINA PEREIRA JANUÁRIO FERNANDES Chefe de Gabinete RAQUEL DO SOCORRO MACEDO GALVÃO Secretária-Geral / Secretária do CSMP Assessor Especial de Planejamento e Gestão _____________________________ CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO LUÍS FRANCISCO RIBEIRO Corregedor-Geral LENIR GOMES DOS SANTOS GALVÃO Corregedora-Geral Substituta JOÃO PAULO SANTIAGO SALES Promotor-Corregedor Auxiliar RODRIGO ROPPI DE OLIVEIRA Promotor-Corregedor Auxiliar ANA ISABEL DE ALENCAR MOTA DIAS Promotor-Corregedor Auxiliar COLÉGIO DE PROCURADORES ANTÔNIO DE PÁDUA FERREIRA LINHARES ANTÔNIO GONÇALVES VIEIRA TERESINHA DE JESUS MARQUES ALÍPIO DE SANTANA RIBEIRO IVANEIDE ASSUNÇÃO TAVARES RODRIGUES ANTÔNIO IVAN E SILVA MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNES ROSANGELA DE FATIMA LOUREIRO MENDES CATARINA GADELHA MALTA MOURA RUFINO LENIR GOMES DOS SANTOS GALVÃO HOSAIAS MATOS DE OLIVEIRA FERNANDO MELO FERRO GOMES JOSÉ RIBAMAR DA COSTA ASSUNÇÃO TERESINHA DE JESUS MOURA BORGES CAMPOS RAQUEL DE NAZARÉ PINTO COSTA NORMANDO ARISTIDES SILVA PINHEIRO LUÍS FRANCISCO RIBEIRO ZÉLIA SARAIVA LIMA CLOTILDES COSTA CARVALHO HUGO DE SOUSA CARDOSO _____________________________ CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA Presidente LUÍS FRANCISCO RIBEIRO Corregedor-Geral IVANEIDE ASSUNÇÃO TAVARES RODRIGUES Conselheira MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNES Conselheira FERNANDO MELO FERRO GOMES Conselheiro RAQUEL DE NAZARÉ PINTO COSTA NORMANDO Conselheira

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República Federativa do BrasilEstado do Piauí

Ministério Público do Estado do Piauí

Diário Oficial EletrônicoANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação:

Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA

CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de Justiça

MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNESSubprocuradora de Justiça Institucional

LEONARDO FONSECA RODRIGUESSubprocurador de Justiça Administrativo

CLEANDRO ALVES DE MOURASubprocurador de Justiça Jurídico

CLÉIA CRISTINA PEREIRA JANUÁRIO FERNANDESChefe de Gabinete

RAQUEL DO SOCORRO MACEDO GALVÃOSecretária-Geral / Secretária do CSMP

Assessor Especial de Planejamento e Gestão

_____________________________

CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

LUÍS FRANCISCO RIBEIROCorregedor-Geral

LENIR GOMES DOS SANTOS GALVÃOCorregedora-Geral Substituta

JOÃO PAULO SANTIAGO SALESPromotor-Corregedor Auxiliar

RODRIGO ROPPI DE OLIVEIRAPromotor-Corregedor Auxiliar

ANA ISABEL DE ALENCAR MOTA DIASPromotor-Corregedor Auxiliar

COLÉGIO DE PROCURADORES

ANTÔNIO DE PÁDUA FERREIRA LINHARES

ANTÔNIO GONÇALVES VIEIRA

TERESINHA DE JESUS MARQUES

ALÍPIO DE SANTANA RIBEIRO

IVANEIDE ASSUNÇÃO TAVARES RODRIGUES

ANTÔNIO IVAN E SILVA

MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNES

ROSANGELA DE FATIMA LOUREIRO MENDES

CATARINA GADELHA MALTA MOURA RUFINO

LENIR GOMES DOS SANTOS GALVÃO

HOSAIAS MATOS DE OLIVEIRA

FERNANDO MELO FERRO GOMES

JOSÉ RIBAMAR DA COSTA ASSUNÇÃO

TERESINHA DE JESUS MOURA BORGES CAMPOS

RAQUEL DE NAZARÉ PINTO COSTA NORMANDO

ARISTIDES SILVA PINHEIRO

LUÍS FRANCISCO RIBEIRO

ZÉLIA SARAIVA LIMA

CLOTILDES COSTA CARVALHO

HUGO DE SOUSA CARDOSO

_____________________________

CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAPresidente

LUÍS FRANCISCO RIBEIROCorregedor-Geral

IVANEIDE ASSUNÇÃO TAVARES RODRIGUESConselheira

MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNESConselheira

FERNANDO MELO FERRO GOMESConselheiro

RAQUEL DE NAZARÉ PINTO COSTA NORMANDOConselheira

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1. SECRETARIA GERAL []

1.1. PORTARIAS PGJ11564 PORTARIA PGJ/PI Nº 937/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA, no uso das atribuições conferidas pelo art. 12, incisoXIV, alínea "f", da Lei Complementar Estadual nº 12/93, e em conformidade com o Ato PGJ nº 835/2018,RESOLVE:DESIGNAR o Promotor de Justiça FRANCISCO DE ASSIS RODRIGUES DE SANTIAGO JÚNIOR, titular da Promotoria de Justiça de Itaueira,para atuar na Notícia de Fato SIMP nº 000035-100/2020, em razão de suspeição arguida pelo Promotor de Justiça titular da 4ª Promotoria deJustiça de Floriano.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 05 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 971/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, carmelina maria mendes de moura, no uso das atribuições legais,R E S O L V ESUSPENDER ad referendum do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí 30 (trinta) dias de férias da Promotora de JustiçaFABRÍCIA BARBOSA DE OLIVEIRA, titular da Promotoria de Justiça de Capitão de Campos, referentes ao 1º período do exercício de 2020,anteriormente de previstas para o período de 04 de maio a 02 de junho de 2020, conforme escala publicada no DEMPPI n° 543, de 13/12/2019,ficando os 30 (trinta) dias para usufruto em data oportuna.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 30 de abril de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 987/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, carmelina maria mendes de moura, no uso das atribuições legais,R E S O L V ECONCEDER ad referendum do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí o adiamento de 30 (trinta) dias de férias doProcurador de Justiça ANTÔNIO DE PÁDUA FERREIRA LINHARES, referentes ao 1º período do exercício de 2020, anteriormente previstaspara o período de 04 de maio a 02 de junho de 2020, conforme escala publicada no DEMPPI n° 543, de 13/12/2019, para que sejam gozadas noperíodo de 01 a 30 de julho de 2020.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 04 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 988/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, carmelina maria mendes de moura, no uso das atribuições legais,R E S O L V ECONCEDER ad referendum do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí a suspensão do gozo de 30 (trinta) dias de férias doPromotor de Justiça CARLOS ROGÉRIO BESERRA DA SILVA, titular da Promotoria de Justiça de Luzilândia, referentes ao 1º período doexercício de 2020, anteriormente previstas para o período de 04 de maio a 02 de junho de 2020, conforme escala publicada no DEMPPI n° 543,de 13/12/2019, ficando os 30 (trinta) dias para usufruto em data oportuna.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 04 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 989/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA, no uso das atribuições legais,R E S O L V ESUSPENDER 30 (trinta) dias de licença-prêmio da Promotora de Justiça LUZIJONES FELIPE DE CARVALHO FAÇANHA, titular da 4ªPromotoria de Justiça de Teresina, previstas para o período de 03/02 a 03/03/2020, conforme a escala de licença-prêmio republicada noDOEMPPI nº 553, de 14/01/2019, ficando os trinta dias para usufruto em data oportuna.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 04 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 990/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, carmelina maria mendes de moura, no uso das atribuições legais,R E S O L V ECONCEDER ad referendum do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí o adiamento de 30 (trinta) dias de férias daPromotora de Justiça DÉBORA MARIA FREITAS SAID, titular da 17º Promotoria de Justiça de Teresina, referentes ao 1º período do exercício de2020, anteriormente previstas para o período de 04 de maio a 02 de junho de 2020, conforme escala publicada no DEMPPI n° 543, de13/12/2019, para que sejam gozadas no período de 01 a 30 de setembro de 2020.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 04 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 991/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, carmelina maria mendes de moura, no uso das atribuições legais,R E S O L V ESUSPENDER ad referendum do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí 30 (trinta) dias de férias da Promotora de JustiçaCLEIA CRISTINA PEREIRA JANUÁRIO FERNANDES, titular da 40º Promotoria de Justiça de Teresina, referentes ao 1º período do exercício de2020, anteriormente previstas para o período de previstas para o período de 04 de maio a 02 de junho de 2020, conforme escala publicada noDEMPPI n° 543, de 13/12/2019, ficando os 30 (trinta) dias para usufruto em data oportuna.

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação: Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

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2. PROMOTORIAS DE JUSTIÇA []

2.1. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE FRONTEIRAS-PI11544

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 04 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 993/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 12, incisoXIV, alínea "f", da Lei Complementar Estadual nº 12/93, em conformidade com o Ato PGJ/PI nº 835/18;R E S O L V EDESIGNAR o Promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Júnior, titular da 6ª Promotoria de Justiça de Picos, para, sem prejuízo de suasfunções, responder pela 8ª Promotoria de Justiça de Picos, de 01 a 31 de maio de 2020, com efeitos retroativos.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 04 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 996/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, carmelina maria mendes de moura, no uso das atribuições legais,R E S O L V ECONCEDER ad referendum do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí a suspensão do gozo de 30 (trinta) dias de férias daPromotora de Justiça KARLA DANIELA FURTADO MAIA CARVALHO, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Pedro II, referentes ao 2º períododo exercício de 2020, anteriormente previstas para o período de 04 de maio a 02 de junho de 2020, conforme escala publicada no DEMPPI n°543, de 13/12/2019, ficando os 30 (trinta) dias para usufruto em data oportuna.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 04 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 997/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, carmelina maria mendes de moura, no uso das atribuições legais,R E S O L V ECONCEDER ad referendum do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí a suspensão do gozo de 30 (trinta) dias de férias doPromotor de Justiça RUSZEL LIMA VERDE CAVALCANTE, titular da 3ª Promotoria de Justiça de Parnaíba, referentes ao 2º período doexercício de 2020, anteriormente previstas para o período de 04 de maio a 02 de junho de 2020, conforme escala publicada no DEMPPI n° 543,de 13/12/2019, ficando os 30 (trinta) dias para usufruto em data oportuna.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 04 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 999/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA, no uso das atribuições conferidas pelo artigo 12, incisoXIV, alínea "f", da Lei Complementar Estadual nº 12/93, e em conformidade com o Ato PGJ/PI nº 611/16,R E S O L V EDESIGNAR a Procuradora de Justiça CATARINA GADELHA MALTA de MOURA RUFINO, titular da 15ª Procuradoria de Justiça, para, semprejuízo de suas funções, responder pela 13ª Procuradoria de Justiça, de 04 de maio a 02 de junho de 2020, com efeitos retroativos, em razãodas férias da titular.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 05 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 1003/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA, no uso de suas atribuições legais,R E S O L V EDESIGNAR servidor para atuação em Plantão Ministerial na forma especificada abaixo:ESCALA DE SERVIDORES PLANTÃO MINISTERIAL DE MAIO/2020SEDE: PICOS/PI

DIA PROMOTORIA DE JUSTIÇA SERVIDOR

23 2ª Promotoria de Justiça de Valença do Piauí Andressa Maria Ferreira Barbosa de Aguiar*

*Substituição de ServidorREGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 05 de maio de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de Justiça

PORTARIA Nº 19/2020PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 04/2020Objeto: Instaurar Procedimento Administrativo visando acompanhar as ações dos Municípios de Fronteiras, Alegrete do Piauí e São Julião nocombate e prevenção do Coronavírus.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por sua representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Fronteiras/PI, no uso dasatribuições previstas nos arts. 129, III, da CF/88 e art. 8º, III e IV, da Resolução CNMP Nº 174/2017;CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público "a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da CF/88);CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde em 30 dejaneiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO a Portaria nº 188/GM/MS, de 4 de fevereiro de 2020, que Declara Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação: Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

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2.2. 3ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PICOS-PI11548

(ESPIN), em decorrência da Infecção Humana pelo novo coronavírus (2019-nCoV);CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta n. 1/2020-CES/CNMP/1.ª CCR, do Conselho Nacional do Ministério Público, Comissão de Saúde e1.ª Câmara de Coordenação e Revisão - Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral do MPF, publicada em 26 de fevereirode 2020, referente ao Processo Administrativo Nº 19.00.5000.0001454/2020-28;CONSIDERANDO a Portaria nº 356, de 11 de março de 2020, do Ministro de Estado da Saúde, que dispõe sobre a regulamentação eoperacionalização do disposto na Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que estabelece as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO a classificação da situação atual do Novo Coronavírus como pandemia;CONSIDERANDO que o art. 196 da Constituição Federal assevera que "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;"CONSIDERANDO que o art. 37, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil estabelece que a administração pública direta e indiretade qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficiência;CONSIDERANDO que o Procedimento Administrativo, instituído pela Resolução CNMP Nº 174/2017, é o instrumento adequado para apurar fatoque enseje a tutela de interesses individuais indisponíveis e embasar outras atividades não sujeitos a inquérito civil;RESOLVE:Instaurar o PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 04/2020/PJF-MPPI, a fim de acompanhar as ações dos Municípios de Fronteiras-PI,Alegrete do Piauí-PI e São Julião-PI - no combate e prevenção do Coronavírus, e determinando desde logo:AUTUAÇÃO da presente Portaria e registro dos autos em livro próprio;REMESSA desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI,para conhecimento;REMESSA desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria-Geral de Justiça;4. EXPEDIÇÃO DE RECOMENDAÇÃO aos Exmos. Senhores Prefeitos para que determinem e intensifiquem a fiscalização sobre ocomércio local, observando as disposições constantes dos Decretos Estaduais 18.901 e 18.902, devendo manter-se aberto somente osestabelecimentos relacionados às atividades essenciais excepcionadas pelos Decretos, os quais deverão funcionar de acordo com asdeterminações sanitárias expedidas pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí, sendo vedado o consumo de alimentos no local dopróprio estabelecimento, e devendo haver, obrigatoriamente, o controle do fluxo de pessoas, de modo a impedir aglomerações,podendo recorrer aos órgãos de segurança pública para a garantia de cumprimento das medidas determinadas visando a contenção dapropagação do novo coronavírus;NOMEIA-SE a Assessora de Promotoria Paula Rayane de Sousa Alencar - mat-15.652, para secretariar este procedimento, como determina oArt. 4º, inciso V da Resolução nº 23 do CNMP;Após autuação, registro, cumprimento do despacho e esgotados os prazos estabelecidos, retornem os autos conclusos para as demaisprovidências.Fronteiras-PI, 03 de maio de 2020.EDUARDO PALÁCIO ROCHAPromotor de Justiça

PA N. 15/2020 - SIMP N. 000757-361/2019INTERESSADA: Ana Vitória da Conceição Carvalho BarrosPROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTOO presente procedimento tem por objeto apurar a notícia de que não foi assegurada à pessoa portadora de deficiência Ana Vitória da ConceiçãoCarvalho Barros, beneficiária do Passe Livre Intermunicipal, expedido pela Secretaria de Estado para Inclusão da Pessoa com Deficiência - SEID,conforme a Lei Estadual n. 5.583/2006, passagem para o trecho intermunicipal Picos-Teresina/PI junto à Empresa Líder, no horário de 16h30min,no dia 08 de agosto de 2019, conforme comunicação apresentada a este órgão do Ministério Público por Ivanilda de Carvalho Santos.Este Parquet expediu, por despacho, ofício à Empresa Lí- der (MANOEL BARBOSA LIMA Ltda.), requisitando informações, as quais foramprestadas. A empresa representada informou que a noticiante não apresentou documento que demonstre a negativa de emissão da passa- gemsolicitada, não tendo feito qualquer reclamação à empresa. Alega que o Decreto n. 13.025, de 2 de abril de 2008, que regulamenta a Lei Estadualn. 5.583/2006, dispõe que o portador do passe ou seu representante deverá solicitar a reserva do assento junto à empresa prestadora do serviçode transporte intermunicipal de passageiros com antecedência mínima de 4 (quatro) horas do horário da partida. Continua dizendo que, deacordo com art. 2º, caput, do Decreto n. 12.569/2007, a gratuidade é garantida apenas em ônibus do serviço "convencional" de transportecoletivo intermunicipal de passageiros, ou seja, a empresa não está obrigada, por lei, a conceder a gratuidade em ônibus cujo serviço seja do tipo"executivo", aduzindo que o horário de 16h 30min é reservado a um serviço executivo. Assere, ainda, que, mesmo ante todas as explicaçõesdadas, a empresa tem a destacar que já vem atendendo ao Dec. n. 12.569/2007, bem como que, indepen- dente da legislação que rege amatéria, a Empresa Líder já vinha conce- dendo cortesias em tais casos.Em sequência, notificada, a noticiante apresentou res- posta ao que lhe foi solicitado, informando não haver a falta da emissão de passagenspara si (acompanhante) e para a beneficiária do Passe Livre pela Empresa Líder, tendo a negativa ocorrido uma vez apenas, no dia 08 de agostode 2019, sendo que no dia e horário referido havia o ônibus da categoria "executivo", tendo sido regularizada a situação, não havendo ra- zãopara continuidade da demanda.A informação prestada pela representante vai ao encontro das informações oferecidas pela Empresa Líder, no sentido da inexistência deirregularidade, sendo certo que o Decreto n. 12.569/2007, em seu art. 2º, determina que aos "beneficiários da gratuidade versada no artigo 1ºdeste Decreto, serão reservados até 2 (dois) assentos em cada veículo do serviço convencional de transporte coletivo intermunicipal depassageiros".Nesse contexto, tendo em vista a normalidade na presta- ção do serviço público de transporte intermunicipal de passageiros pela re- presentada,não resta a este órgão ministerial outra providência senão o arquivamento dos presentes autos. Falta o interesse em seguir-se com esteprocedimento para atendimento da representação inicial, na medida em que a própria representante afirmou sobre a garantia da gratuidade paraa deficiente beneficiária do Passe Livre nos serviços convencionais da noti- ciada.Assim sendo, promovo o arquivamento do presente pro- cedimento administrativo, na forma dos arts. 12 e 13 da Resolução n. 174/2017 doCNMP, com a devida comunicação ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, sem necessidade de remessa dos autos paradeliberação.Cientifique-se a noticiante sobre esta decisão de arqui- vamento, da qual cabe recurso ao Conselho Superior do Ministério Pú- blico, no prazo de10 (dez) dias.Publique-se no DEMPPI.Após os registros de praxe, não havendo recurso, ar-quive-se.

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2.3. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BOM JESUS-PI11550

Picos, 23 de abril de 2019.ANTONIO CESAR GONCALVES BARBOSA:55274706304Assinado de forma digital por ANTONIO CESAR GONCALVES BARBOSA:55274706304 Dados: 2020.04.23 22:33:44 -03'00'ANTÔNIO CÉSAR GONÇALVES BARBOSAPromotor de Justiça

Ref. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) n. 03/2020SIMP Nº 000038-082/2020RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 05/2020CONSIDERANDO a tramitação nesta Promotoria de Justiça Regional Procedimento Administrativo instaurado com o objetivo de acompanhar efiscalizar, no ano de 2020, no Município de Bom Jesus-PI as medidas de controle e prevenção de proliferação do Coronavírus, no âmbito doSistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria de Saúde Municipal e a adoção de medidas compulsórias para o enfrentamento deemergência de saúde pública decorrente do Novo Coronavírus (COVID-19). Com efeito;CONSIDERANDO que já são quase 6 mil infectados em todo o mundo, já sendo 18 países com casos confirmados de infecção;CONSIDERANDO que no Brasil o Ministério da Saúde informou (em 26/04/2020) 61.888 casos confirmados de contaminação pelo Coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que no Estado do Piauí o Ministério da Saúde informou (em 26/04/2020) 331 casos confirmados de contaminação peloCoronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, de acordo com Lei Complementar 141/2012, os estados e municípios devem instituir e manter em funcionamento oConselho de Saúde (art. 22, parágrafo único, inciso II, c/c a Lei 8.142, de 28/12/1990), órgão colegiado, de caráter permanente e deliberativo,integrante da estrutura básica da Secretaria Municipal de Saúde, que tem como missão a deliberação, fiscalização, acompanhamento emonitoramento das políticas públicas de saúde;CONSIDERANDO que é por meio do conselho de saúde municipal que os cidadãos podem influenciar as decisões do governo relacionadas aoplanejamento e à execução de políticas de saúde, tais como: a) fiscalização da aplicação do dinheiro público na saúde; b) verificação se aassistência à saúde prestada no município está atendendo às necessidades da população; e c) verificação se as políticas de saúde orientam ogoverno a agir de acordo com o que a população precisa;CONSIDERANDO que, de acordo com a Resolução 453/2012, Lei Complementar 141/2012 e Decreto 7.508/2011, os conselhos poderão avaliara organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde e, além disso, examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades,responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito dedeliberações do conselho, nas suas respectivas instâncias;CONSIDERANDO que a fiscalização exercida pelo conselho de saúde não está subordinada ao prefeito, governador ou secretário de saúde,devendo atuar de forma independente e imparcial;CONSIDERANDO que o montante de recursos previsto para transferência da União, com base no Plano Nacional de Saúde, pactuado entre aUnião, Estados e Municípios (Lei Complementar 141, de 2012, art. 17, § 3º) deve ser conhecido pelo Conselho Municipal;CONSIDERANDO que é dever do gestor municipal do SUS, até o dia 30 de março, enviar ao Conselho Municipal o Relatório de Gestão quedemonstre a elaboração dos Relatórios detalhados quadrimestrais, contendo as seguintes informações: I - montante e fonte dos recursosaplicados no período; II - auditorias realizadas ou em fase de execução no período e suas recomendações e determinações; III - oferta eprodução de serviços públicos na rede assistencial própria, contratada e conveniada, cotejando esses dados com os indicadores de saúde dapopulação em seu âmbito de atuação (Lei Complementar 141, de 2012, art. 36, § 1º);O Ministério Público do Estado do Piauí, presentado pelo signatário, RECOMENDA AO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE BOMJESUS, em 72 (setenta e duas) horas:1)visitar, juntamente com funcionários da Vigilância Sanitária (municipal ou estadual) as unidades de saúde do Município para saber, dandoênfase especial ao cumprimento da legislação sanitária editada por ocasião da Pandemia do Coronavírus: o cumprimento de horários pelosfuncionários, a qualidade do atendimento (cordialidade, tempo de espera, emissão dos resultados) e as condições de acesso por parte dosusuários, propondo sugestões para simplificação e melhoria do atendimento; quantos atendimentos são realizados mensalmente na unidade;quais as especialidades consultadas e o número de consultas por especialidade; quantos leitos hospitalares da rede pública eparticular/conveniada com o SUS existem no município e qual é a procura por esses leitos; em quais casos os pacientes são direcionados paraoutro município para tratamento e para quais cidades vão; existência de transporte da Prefeitura para transportar esses pacientes para outrascidades; se os funcionários estão todos trabalhando conforme previsto, confrontando com a folha de pagamento das unidades e com o númerode funcionários que realmente trabalham na unidade (folha de ponto), dada a necessidade de força máxima em razão da Pandemia doCoronavírus;2)verificar, na visita, se as especialidades profissionais contratadas atendem realmente às necessidades da unidade de saúde, especialmente,as comorbidades que agravam o estado de saúde em razão do coronavírus;3)visitar o local de armazenagem dos medicamentos, observando: o estoque de vacinas ou recibo de compra de vacinas e o número de criançase idosos vacinados, especialmente, por vírus da gripe; quais medicamentos estão em falta, há quanto tempo, o motivo para estarem em falta e aprevisão de solução do problema, especialmente, os relacionados ao coronavírus; solicitar o controle de estoque e proceder a contagem dasmercadorias estocadas, verificando se o controle eletrônico reflete o estoque físico; verificar as condições de armazenamento e as datas devalidade dos produtos; confrontar o estoque com a média de consumo para verificar se a quantidade de produtos estocados é suficiente ouexagerada, evitando sua falta ou compras desnecessárias;4) verificar, na visita, se as equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial,agentes comunitários de saúde e agente de combate a endemias) estão atendendo a demanda e se também estão trabalhando de acordo comas normas sanitárias (EPIs: gorro, óculos de proteção ou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas deprocedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANOESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado doPiauí);5)verificar, na visita, se o Município capacitou todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde ede combate a endemias, para atuar em face do Coronavírus;6)verificar, na visita, como está estruturada a saúde municipal: quantidades de postos de saúde, unidades de saúde e hospitais, SAMU etc;7)verificar, na visita, como está ocorrendo o fluxo para referenciamento do COVID-19: entrada do paciente com sintomas de tosse e febre,paciente com febre persistente e dispneia, paciente com síndrome respiratória aguda grave;8) verificar, na visita, se no Município tem ala separada só para atendimento a pacientes com sintomas e, em caso negativo, qual o protocoloseguido na transferência para outra unidade;9)verificar, na visita, a dinâmica dos testes rápidos na rede municipal: quantidade adquirida pelo Município e por repasse do Estado; quantidadedoada por particulares; quantidade de pessoas testadas;10) apresentar relatório detalhado da visita/inspeção, inclusive, com fotografias, vídeos e o que mais for possível.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-fé

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2.4. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SÃO JOÃO DO PIAUÍ-PI11551

ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria Regional de Bom Jesus, pelo [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimento destaRecomendação, ao final do prazo de 10 (dez) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria-Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), emarquivo editável, e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, daResolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.PROCEDA ao encaminhamento da presente recomendação à comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remoto disponíveis, para amplocontrole social.Publique-se, registre-se e cumpra-se.Bom Jesus-PI, 04 de maio de 2020.Gerson Gomes PereiraPromotor de Justiça Titular da Promotoria Regional de Bom Jesus

PORTARIA N° 061/2020PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 46/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, no uso das atribuições previstasno art. 32, XX, da Lei Complementar Estadual nº 12/93 e, com fulcro no disposto no art. 129, III, e 225, ambos da Constituição Federal e no art.8º, parágrafo 1º, da Lei nº 7.347/85, e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do art. 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que este órgão ministerial tomou conhecimento de que as recentes análises das condições atmosféricas fornecidas pelosclimatologistas sinalizam o aumento exponencial da umidade canalizada do Oceano Atlântico para o Nordeste, favorecendo o surgimento deconsiderável volume de chuvas no Estado do Piauí no primeiro trimestre de 2020, as quais poderão resultar em enchentes, inundações oumovimento de massas em áreas urbanas e rurais;CONSIDERANDO que "os desastres representam um motivo de crescente preocupação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pelaevolução da urbanização sem planejamento; o subdesenvolvimento; a degradação do meio ambiente; as mudanças climáticas; a concorrênciapelos recursos escassos; e o impacto de epidemias pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia mundial, a população doplaneta e para o desenvolvimento sustentável"[1];CONSIDERANDO que esse preocupante quadro fático demanda a atuação do Parquet Estadual, o qual deverá buscar a integração dos órgãosambientais, sanitários e de defesa civil, visando à adoção de medidas preventivas e mitigadoras a essa possível adversidade natural;CONSIDERANDO que, sobre o tema, o art. 2º, caput, da Lei nº 12.608/2012, preconiza que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre;CONSIDERANDO que a mesma lei, em seu art. 2º, § 2º, dispõe que "a incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoçãodas medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco";CONSIDERANDO que, como se percebe, a atividade de defesa civil, por se tratar de questão de segurança pública em situações de desastres, éum serviço público essencial à coletividade, fato que enseja a supervisão direta do Ministério Público;CONSIDERANDO que, em reunião realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Ministério Público do Estado do Piauí, o Secretário Estadual deDefesa Civil, Geraldo Magela, destacou a necessidade de que os municípios com risco de ocorrência de enchentes promovam medidas decaráter preventivo, notadamente a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreasurbanas, com fins de diminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;CONSIDERANDO que, objetivando a mitigação de tais efeitos, foi sugerida a criação das equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fitode acolher e atender eventuais desabrigados, bem como a essencialidade de cada município definir três locais que possam ser utilizados emsituação de enchentes, a saber, um para o Comando de Operações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, casonecessário, e um último para alojar possíveis desabrigados;CONSIDERANDO que, além disso, sugeriu que as escolas não sejam utilizadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em taiscircunstâncias;CONSIDERANDO que se pontuou, ainda, que é preciso que cada município esteja cadastrado no sistema S2ID (Sistema Integrado deInformações sobre Desastres), visando a uma maior integração com o sistema federal de defesa civil;CONSIDERANDO que, ainda como decorrência das enchentes, acúmulo desordenado e indevido de águas pluviais e dos consequentesdesabrigamentos de pessoas econômica e socialmente vulnerabilizadas, impõe-se que os Municípios organizem sua rede de assistência social,com o fito de adotar todas as medidas necessárias ao acolhimento e amparo integral às famílias atingidas pelos efeitos das chuvas, em face doprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.742/93;CONSIDERANDO que os benefícios eventuais são de caráter suplementar e provisório, prestados aos cidadãos e às famílias em virtude denascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742/1993 - LeiOrgânica de Assistência Social/LOAS, em seu art. 22; a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307/2007;CONSIDERANDO que o benefício eventual deve ser oferecido, dentre outras hipóteses, nos casos de vulnerabilidade temporária, para oenfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometama sobrevivência; e de calamidade pública, para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo deassegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas;CONSIDERANDO as fortes chuvas que vem acontecendo nos últimos dias;CONSIDERANDO que o Procedimento Administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de formacontinuada, políticas públicas ou instituições, conforme o que estatui o art. 8º, II, da Resolução CNMP nº 174/2017;RESOLVE instaurar o presente PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO para acompanhar a adoção de medidas preventivas, mitigadoras eassistenciais em caso de possíveis enchentes no primeiro semestre deste ano, no município de Pedro Laurentino.Inicialmente, DETERMINO, a adoção das seguintes providências:1. Autuação e registro da presente Portaria em livro da Promotoria de Justiça;2. Indicação, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, da servidora Amanda Damasceno Carvalho e Sousa Borges ou eventual servidor

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substituto em casos de licenças, férias ou impedimentos;3. Comunicação da instauração deste Procedimento ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, enviando-lhes cópia destaPortaria;4. Encaminhamento de cópias da presente para as publicações devidas, em especial no Mural desta Promotoria de Justiça e no Diário Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí;5. Expedição de ofício ao Município de Pedro Laurentino requisitando, no prazo de 10 (dez) dias, o seguinte: a) realização de vistoria com oobjetivo de promover o mapeamento das áreas urbanas e rurais sujeitas a risco de enchentes; b) informações atualizadas sobre a existência delei municipal acerca de concessão de benefício assistencial eventual; c) esclarecimentos a respeito da existência de famílias desabrigadas emvirtude de enchentes no Município e, em caso positivo, se essas famílias são cadastradas para fins de recebimento do benefício eventualreferente à calamidade pública;6. Expedição de recomendação ao Município de Pedro Laurentino, para que, no prazo de 10 (dez) dias, adote as providências adiantedelineadas:a) identificar e mapear in loco as áreas de risco de desastres, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de2020;b) promover a fiscalização das áreas de risco de desastres e vedar novas ocupações nessas áreas, no que tange à possibilidade de ocorrênciade enchentes no primeiro semestre de 2020;c) verificando a necessidade, declarar situação de emergência e estado de calamidade pública quanto à ocorrência de enchentes no primeirosemestre de 2020;d) vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de altorisco ou das edificações vulneráveis, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de 2020;e) promover a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreas urbanas, com fins dediminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;f) promover a criação de equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fito de acolher e atender eventuais desabrigados;g) definir três imóveis na área urbana do município que possam ser utilizados em situação de enchentes, a saber, um para o Comando deOperações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, caso necessário, e um último para alojar possíveis desabrigados,observando-se que as escolas não sejam usadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em tais circunstâncias;h) promover o cadastramento do Município de Pedro Laurentino no S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), caso não o seja,objetivando maior eficiência de movimentação dos órgãos competentes no caso de enchentes e outros tipos de desastres, promovendo, dessaforma, o fiel acompanhamento da ocorrência de eventuais desastres naturais, bem como a eficiência das medidas profiláticas em taiscircunstâncias;Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.São João do Piauí/PI, 22 de abril de 2020.Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça[1] Estudos sobre Desastres. Capacitação básica em Defesa Civil. Florianópolis: CAD UFSC, 2012. fl. 46.RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 98/2020Referente: Perigo de enchentes.Ao Excelentíssimo Senhor (a)Leôncio Leite de SousaPrefeito Municipal de Pedro Laurentino-PIO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, com fundamento no art. 27,parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafo único, inciso IV, da LeiComplementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual), e ainda,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do art. 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que este órgão ministerial tomou conhecimento de que as recentes análises das condições atmosféricas fornecidas pelosclimatologistas sinalizam o aumento exponencial da umidade canalizada do Oceano Atlântico para o Nordeste, favorecendo o surgimento deconsiderável volume de chuvas no Estado do Piauí no primeiro trimestre de 2020, as quais poderão resultar em enchentes, inundações oumovimento de massas em áreas urbanas e rurais;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, instaurou o Procedimento Administrativo nº 46/2020, com o objetivo deacompanhar a adoção de medidas preventivas, mitigadoras e assistenciais em caso de possíveis enchentes no primeiro semestre deste ano, nomunicípio de Pedro Laurentino;CONSIDERANDO que "os desastres representam um motivo de crescente preocupação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pelaevolução da urbanização sem planejamento; o subdesenvolvimento; a degradação do meio ambiente; as mudanças climáticas; a concorrênciapelos recursos escassos; e o impacto de epidemias pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia mundial, a população doplaneta e para o desenvolvimento sustentável"[1];CONSIDERANDO que esse preocupante quadro fático demanda a atuação do Parquet Estadual, o qual deverá buscar a integração dos órgãosambientais, sanitários e de defesa civil, visando à adoção de medidas preventivas e mitigadoras a essa possível adversidade natural;CONSIDERANDO que, sobre o tema, o art. 2º, caput, da Lei nº 12.608/2012, preconiza que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre;CONSIDERANDO que a mesma lei, em seu art. 2º, § 2º, dispõe que "a incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoçãodas medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco";CONSIDERANDO que, como se percebe, a atividade de defesa civil, por se tratar de questão de segurança pública em situações de desastres, éum serviço público essencial à coletividade, fato que enseja a supervisão direta do Ministério Público;CONSIDERANDO que, em reunião realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Ministério Público do Estado do Piauí, o Secretário Estadual deDefesa Civil, Geraldo Magela, destacou a necessidade de que os municípios com risco de ocorrência de enchentes promovam medidas decaráter preventivo, notadamente a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreasurbanas, com fins de diminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;CONSIDERANDO que, objetivando a mitigação de tais efeitos, foi sugerida a criação das equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fitode acolher e atender eventuais desabrigados, bem como a essencialidade de cada município definir três locais que possam ser utilizados emsituação de enchentes, a saber, um para o Comando de Operações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, casonecessário, e um último para alojar possíveis desabrigados;CONSIDERANDO que, além disso, sugeriu que as escolas não sejam utilizadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em taiscircunstâncias;CONSIDERANDO que se pontuou, ainda, que é preciso que cada município esteja cadastrado no sistema S2ID (Sistema Integrado deInformações sobre Desastres), visando a uma maior integração com o sistema federal de defesa civil;

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CONSIDERANDO que, ainda como decorrência das enchentes, acúmulo desordenado e indevido de águas pluviais e dos consequentesdesabrigamentos de pessoas econômica e socialmente vulnerabilizadas, impõe-se que os Municípios organizem sua rede de assistência social,com o fito de adotar todas as medidas necessárias ao acolhimento e amparo integral às famílias atingidas pelos efeitos das chuvas, em face doprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.742/93;CONSIDERANDO que os benefícios eventuais são de caráter suplementar e provisório prestados aos cidadãos e às famílias em virtude denascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742/1993 - LeiOrgânica de Assistência Social/LOAS, em seu art. 22; a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307/2007;CONSIDERANDO que o benefício eventual deve ser oferecido, dentre outras hipóteses, nos casos de vulnerabilidade temporária, para oenfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometama sobrevivência; e de calamidade pública, para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo deassegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas;CONSIDERANDO as fortes chuvas que vem acontecendo nos últimos dias;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata, assim como resposta porescrito;RESOLVERECOMENDAR ao Município de Pedro Laurentino, por meio do Prefeito Municipal, que adote, no prazo de 10 (dez) dias, as seguintesprovidências, destinadas à defesa civil e assistência social em relação aos atingidos por enchentes em áreas urbanas e rurais desse município:a) identificar e mapear in loco as áreas de risco de desastres, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de2020;b) promover a fiscalização das áreas de risco de desastres e vedar novas ocupações nessas áreas, no que tange à possibilidade de ocorrênciade enchentes no primeiro semestre de 2020;c) verificando a necessidade, declarar situação de emergência e estado de calamidade pública quanto à ocorrência de enchentes no primeirosemestre de 2020;d) vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de altorisco ou das edificações vulneráveis, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de 2020;e) promover a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreas urbanas, com fins dediminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;f) promover a criação de equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fito de acolher e atender eventuais desabrigados;g) definir três imóveis na área urbana do município que possam ser utilizados em situação de enchentes, a saber, um para o Comando deOperações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, caso necessário, e um último para alojar possíveis desabrigados,observando-se que as escolas não sejam usadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em tais circunstâncias;h) promover o cadastramento do Município de Pedro Laurentino no S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), caso não o seja,objetivando maior eficiência de movimentação dos órgãos competentes no caso de enchentes e outros tipos de desastres, promovendo, dessaforma, o fiel acompanhamento da ocorrência de eventuais desastres naturais, bem como a eficiência das medidas profiláticas em taiscircunstâncias;SOLICITAR que seja informado a este Órgão Ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 05 (cinco) dias,sobre o acatamento dos termos desta Recomendação.Por fim, fica advertido o destinatário dos seguintes efeitos das recomendações expedidas pelo Ministério Público: (a) constituir em mora odestinatário quanto às providências recomendadas, podendo seu descumprimento implicar na adoção de medidas administrativas e açõesjudiciais cabíveis; (b) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude; (c) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade paraviabilizar futuras responsabilizações por eventual ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido; e (d) constituir-seem elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário Eletrônico do Ministério Público, bem como se remetam cópias aoConselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA) e aosrespectivos destinatários.São João do Piauí/PI, 23 de abril de 2020.(Assinado digitalmente)Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça[1] Estudos sobre Desastres. Capacitação básica em Defesa Civil. Florianópolis: CAD UFSC, 2012. fl. 46.PORTARIA N° 060/2020PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 45/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, no uso das atribuições previstasno art. 32, XX, da Lei Complementar Estadual nº 12/93 e, com fulcro no disposto no art. 129, III, e 225, ambos da Constituição Federal e no art.8º, parágrafo 1º, da Lei nº 7.347/85, e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do art. 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que este órgão ministerial tomou conhecimento de que as recentes análises das condições atmosféricas fornecidas pelosclimatologistas sinalizam o aumento exponencial da umidade canalizada do Oceano Atlântico para o Nordeste, favorecendo o surgimento deconsiderável volume de chuvas no Estado do Piauí no primeiro trimestre de 2020, as quais poderão resultar em enchentes, inundações oumovimento de massas em áreas urbanas e rurais;CONSIDERANDO que "os desastres representam um motivo de crescente preocupação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pelaevolução da urbanização sem planejamento; o subdesenvolvimento; a degradação do meio ambiente; as mudanças climáticas; a concorrênciapelos recursos escassos; e o impacto de epidemias pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia mundial, a população doplaneta e para o desenvolvimento sustentável"[1];CONSIDERANDO que esse preocupante quadro fático demanda a atuação do Parquet Estadual, o qual deverá buscar a integração dos órgãosambientais, sanitários e de defesa civil, visando à adoção de medidas preventivas e mitigadoras a essa possível adversidade natural;CONSIDERANDO que, sobre o tema, o art. 2º, caput, da Lei nº 12.608/2012, preconiza que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre;CONSIDERANDO que a mesma lei, em seu art. 2º, § 2º, dispõe que "a incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoçãodas medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco";CONSIDERANDO que, como se percebe, a atividade de defesa civil, por se tratar de questão de segurança pública em situações de desastres, é

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um serviço público essencial à coletividade, fato que enseja a supervisão direta do Ministério Público;CONSIDERANDO que, em reunião realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Ministério Público do Estado do Piauí, o Secretário Estadual deDefesa Civil, Geraldo Magela, destacou a necessidade de que os municípios com risco de ocorrência de enchentes promovam medidas decaráter preventivo, notadamente a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreasurbanas, com fins de diminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;CONSIDERANDO que, objetivando a mitigação de tais efeitos, foi sugerida a criação das equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fitode acolher e atender eventuais desabrigados, bem como a essencialidade de cada município definir três locais que possam ser utilizados emsituação de enchentes, a saber, um para o Comando de Operações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, casonecessário, e um último para alojar possíveis desabrigados;CONSIDERANDO que, além disso, sugeriu que as escolas não sejam utilizadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em taiscircunstâncias;CONSIDERANDO que se pontuou, ainda, que é preciso que cada município esteja cadastrado no sistema S2ID (Sistema Integrado deInformações sobre Desastres), visando a uma maior integração com o sistema federal de defesa civil;CONSIDERANDO que, ainda como decorrência das enchentes, acúmulo desordenado e indevido de águas pluviais e dos consequentesdesabrigamentos de pessoas econômica e socialmente vulnerabilizadas, impõe-se que os Municípios organizem sua rede de assistência social,com o fito de adotar todas as medidas necessárias ao acolhimento e amparo integral às famílias atingidas pelos efeitos das chuvas, em face doprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.742/93;CONSIDERANDO que os benefícios eventuais são de caráter suplementar e provisório, prestados aos cidadãos e às famílias em virtude denascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742/1993 - LeiOrgânica de Assistência Social/LOAS, em seu art. 22; a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307/2007;CONSIDERANDO que o benefício eventual deve ser oferecido, dentre outras hipóteses, nos casos de vulnerabilidade temporária, para oenfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometama sobrevivência; e de calamidade pública, para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo deassegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas;CONSIDERANDO as fortes chuvas que vem acontecendo nos últimos dias;CONSIDERANDO que o Procedimento Administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de formacontinuada, políticas públicas ou instituições, conforme o que estatui o art. 8º, II, da Resolução CNMP nº 174/2017;RESOLVE instaurar o presente PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO para acompanhar a adoção de medidas preventivas, mitigadoras eassistenciais em caso de possíveis enchentes no primeiro semestre deste ano, no município de João Costa.Inicialmente, DETERMINO, a adoção das seguintes providências:1. Autuação e registro da presente Portaria em livro da Promotoria de Justiça;2. Indicação, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, da servidora Amanda Damasceno Carvalho e Sousa Borges ou eventual servidorsubstituto em casos de licenças, férias ou impedimentos;3. Comunicação da instauração deste Procedimento ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, enviando-lhes cópia destaPortaria;4. Encaminhamento de cópias da presente para as publicações devidas, em especial no Mural desta Promotoria de Justiça e no Diário Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí;5. Expedição de ofício ao Município de João Costa requisitando, no prazo de 10 (dez) dias, o seguinte: a) realização de vistoria com o objetivo depromover o mapeamento das áreas urbanas e rurais sujeitas a risco de enchentes; b) informações atualizadas sobre a existência de lei municipalacerca de concessão de benefício assistencial eventual; c) esclarecimentos a respeito da existência de famílias desabrigadas em virtude deenchentes no Município e, em caso positivo, se essas famílias são cadastradas para fins de recebimento do benefício eventual referente àcalamidade pública;6. Expedição de recomendação ao Município de João Costa, para que, no prazo de 10 (dez) dias, adote as providências adiante delineadas:a) identificar e mapear in loco as áreas de risco de desastres, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de2020;b) promover a fiscalização das áreas de risco de desastres e vedar novas ocupações nessas áreas, no que tange à possibilidade de ocorrênciade enchentes no primeiro semestre de 2020;c) verificando a necessidade, declarar situação de emergência e estado de calamidade pública quanto à ocorrência de enchentes no primeirosemestre de 2020;d) vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de altorisco ou das edificações vulneráveis, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de 2020;e) promover a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreas urbanas, com fins dediminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;f) promover a criação de equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fito de acolher e atender eventuais desabrigados;g) definir três imóveis na área urbana do município que possam ser utilizados em situação de enchentes, a saber, um para o Comando deOperações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, caso necessário, e um último para alojar possíveis desabrigados,observando-se que as escolas não sejam usadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em tais circunstâncias;h) promover o cadastramento do Município de João Costa no S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), caso não o seja,objetivando maior eficiência de movimentação dos órgãos competentes no caso de enchentes e outros tipos de desastres, promovendo, dessaforma, o fiel acompanhamento da ocorrência de eventuais desastres naturais, bem como a eficiência das medidas profiláticas em taiscircunstâncias;Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.São João do Piauí/PI, 22 de abril de 2020.Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça[1] Estudos sobre Desastres. Capacitação básica em Defesa Civil. Florianópolis: CAD UFSC, 2012. fl. 46.RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 97/2020Referente: Perigo de enchentes.Ao Excelentíssimo Senhor (a)Gílson Castro de AssisPrefeito Municipal de João Costa-PIO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, com fundamento no art. 27,parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei

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Complementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual), e ainda,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do art. 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que este órgão ministerial tomou conhecimento de que as recentes análises das condições atmosféricas fornecidas pelosclimatologistas sinalizam o aumento exponencial da umidade canalizada do Oceano Atlântico para o Nordeste, favorecendo o surgimento deconsiderável volume de chuvas no Estado do Piauí no primeiro trimestre de 2020, as quais poderão resultar em enchentes, inundações oumovimento de massas em áreas urbanas e rurais;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, instaurou o Procedimento Administrativo nº 45/2020, com o objetivo deacompanhar a adoção de medidas preventivas, mitigadoras e assistenciais em caso de possíveis enchentes no primeiro semestre deste ano, nomunicípio de João Costa;CONSIDERANDO que "os desastres representam um motivo de crescente preocupação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pelaevolução da urbanização sem planejamento; o subdesenvolvimento; a degradação do meio ambiente; as mudanças climáticas; a concorrênciapelos recursos escassos; e o impacto de epidemias pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia mundial, a população doplaneta e para o desenvolvimento sustentável"[1];CONSIDERANDO que esse preocupante quadro fático demanda a atuação do Parquet Estadual, o qual deverá buscar a integração dos órgãosambientais, sanitários e de defesa civil, visando à adoção de medidas preventivas e mitigadoras a essa possível adversidade natural;CONSIDERANDO que, sobre o tema, o art. 2º, caput, da Lei nº 12.608/2012, preconiza que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre;CONSIDERANDO que a mesma lei, em seu art. 2º, § 2º, dispõe que "a incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoçãodas medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco";CONSIDERANDO que, como se percebe, a atividade de defesa civil, por se tratar de questão de segurança pública em situações de desastres, éum serviço público essencial à coletividade, fato que enseja a supervisão direta do Ministério Público;CONSIDERANDO que, em reunião realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Ministério Público do Estado do Piauí, o Secretário Estadual deDefesa Civil, Geraldo Magela, destacou a necessidade de que os municípios com risco de ocorrência de enchentes promovam medidas decaráter preventivo, notadamente a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreasurbanas, com fins de diminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;CONSIDERANDO que, objetivando a mitigação de tais efeitos, foi sugerida a criação das equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fitode acolher e atender eventuais desabrigados, bem como a essencialidade de cada município definir três locais que possam ser utilizados emsituação de enchentes, a saber, um para o Comando de Operações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, casonecessário, e um último para alojar possíveis desabrigados;CONSIDERANDO que, além disso, sugeriu que as escolas não sejam utilizadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em taiscircunstâncias;CONSIDERANDO que se pontuou, ainda, que é preciso que cada município esteja cadastrado no sistema S2ID (Sistema Integrado deInformações sobre Desastres), visando a uma maior integração com o sistema federal de defesa civil;CONSIDERANDO que, ainda como decorrência das enchentes, acúmulo desordenado e indevido de águas pluviais e dos consequentesdesabrigamentos de pessoas econômica e socialmente vulnerabilizadas, impõe-se que os Municípios organizem sua rede de assistência social,com o fito de adotar todas as medidas necessárias ao acolhimento e amparo integral às famílias atingidas pelos efeitos das chuvas, em face doprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.742/93;CONSIDERANDO que os benefícios eventuais são de caráter suplementar e provisório prestados aos cidadãos e às famílias em virtude denascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742/1993 - LeiOrgânica de Assistência Social/LOAS, em seu art. 22; a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307/2007;CONSIDERANDO que o benefício eventual deve ser oferecido, dentre outras hipóteses, nos casos de vulnerabilidade temporária, para oenfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometama sobrevivência; e de calamidade pública, para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo deassegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas;CONSIDERANDO as fortes chuvas que vem acontecendo nos últimos dias;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata, assim como resposta porescrito;RESOLVERECOMENDAR ao Município de João Costa, por meio do Prefeito Municipal, que adote, no prazo de 10 (dez) dias, as seguintes providências,destinadas à defesa civil e assistência social em relação aos atingidos por enchentes em áreas urbanas e rurais desse município:a) identificar e mapear in loco as áreas de risco de desastres, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de2020;b) promover a fiscalização das áreas de risco de desastres e vedar novas ocupações nessas áreas, no que tange à possibilidade de ocorrênciade enchentes no primeiro semestre de 2020;c) verificando a necessidade, declarar situação de emergência e estado de calamidade pública quanto à ocorrência de enchentes no primeirosemestre de 2020;d) vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de altorisco ou das edificações vulneráveis, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de 2020;e) promover a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreas urbanas, com fins dediminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;f) promover a criação de equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fito de acolher e atender eventuais desabrigados;g) definir três imóveis na área urbana do município que possam ser utilizados em situação de enchentes, a saber, um para o Comando deOperações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, caso necessário, e um último para alojar possíveis desabrigados,observando-se que as escolas não sejam usadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em tais circunstâncias;h) promover o cadastramento do Município de João Costa no S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), caso não o seja,objetivando maior eficiência de movimentação dos órgãos competentes no caso de enchentes e outros tipos de desastres, promovendo, dessaforma, o fiel acompanhamento da ocorrência de eventuais desastres naturais, bem como a eficiência das medidas profiláticas em taiscircunstâncias;SOLICITAR que seja informado a este Órgão Ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 05 (cinco) dias,sobre o acatamento dos termos desta Recomendação.Por fim, fica advertido o destinatário dos seguintes efeitos das recomendações expedidas pelo Ministério Público: (a) constituir em mora o

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destinatário quanto às providências recomendadas, podendo seu descumprimento implicar na adoção de medidas administrativas e açõesjudiciais cabíveis; (b) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude; (c) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade paraviabilizar futuras responsabilizações por eventual ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido; e (d) constituir-seem elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário Eletrônico do Ministério Público, bem como se remetam cópias aoConselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA) e aosrespectivos destinatários.São João do Piauí/PI, 23 de abril de 2020.(Assinado digitalmente)Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça[1] Estudos sobre Desastres. Capacitação básica em Defesa Civil. Florianópolis: CAD UFSC, 2012. fl. 46.PORTARIA N° 059/2020PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 44/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, no uso das atribuições previstasno art. 32, XX, da Lei Complementar Estadual nº 12/93 e, com fulcro no disposto no art. 129, III, e 225, ambos da Constituição Federal e no art.8º, parágrafo 1º, da Lei nº 7.347/85, e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do art. 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que este órgão ministerial tomou conhecimento de que as recentes análises das condições atmosféricas fornecidas pelosclimatologistas sinalizam o aumento exponencial da umidade canalizada do Oceano Atlântico para o Nordeste, favorecendo o surgimento deconsiderável volume de chuvas no Estado do Piauí no primeiro trimestre de 2020, as quais poderão resultar em enchentes, inundações oumovimento de massas em áreas urbanas e rurais;CONSIDERANDO que "os desastres representam um motivo de crescente preocupação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pelaevolução da urbanização sem planejamento; o subdesenvolvimento; a degradação do meio ambiente; as mudanças climáticas; a concorrênciapelos recursos escassos; e o impacto de epidemias pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia mundial, a população doplaneta e para o desenvolvimento sustentável"[1];CONSIDERANDO que esse preocupante quadro fático demanda a atuação do Parquet Estadual, o qual deverá buscar a integração dos órgãosambientais, sanitários e de defesa civil, visando à adoção de medidas preventivas e mitigadoras a essa possível adversidade natural;CONSIDERANDO que, sobre o tema, o art. 2º, caput, da Lei nº 12.608/2012, preconiza que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre;CONSIDERANDO que a mesma lei, em seu art. 2º, § 2º, dispõe que "a incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoçãodas medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco";CONSIDERANDO que, como se percebe, a atividade de defesa civil, por se tratar de questão de segurança pública em situações de desastres, éum serviço público essencial à coletividade, fato que enseja a supervisão direta do Ministério Público;CONSIDERANDO que, em reunião realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Ministério Público do Estado do Piauí, o Secretário Estadual deDefesa Civil, Geraldo Magela, destacou a necessidade de que os municípios com risco de ocorrência de enchentes promovam medidas decaráter preventivo, notadamente a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreasurbanas, com fins de diminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;CONSIDERANDO que, objetivando a mitigação de tais efeitos, foi sugerida a criação das equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fitode acolher e atender eventuais desabrigados, bem como a essencialidade de cada município definir três locais que possam ser utilizados emsituação de enchentes, a saber, um para o Comando de Operações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, casonecessário, e um último para alojar possíveis desabrigados;CONSIDERANDO que, além disso, sugeriu que as escolas não sejam utilizadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em taiscircunstâncias;CONSIDERANDO que se pontuou, ainda, que é preciso que cada município esteja cadastrado no sistema S2ID (Sistema Integrado deInformações sobre Desastres), visando a uma maior integração com o sistema federal de defesa civil;CONSIDERANDO que, ainda como decorrência das enchentes, acúmulo desordenado e indevido de águas pluviais e dos consequentesdesabrigamentos de pessoas econômica e socialmente vulnerabilizadas, impõe-se que os Municípios organizem sua rede de assistência social,com o fito de adotar todas as medidas necessárias ao acolhimento e amparo integral às famílias atingidas pelos efeitos das chuvas, em face doprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.742/93;CONSIDERANDO que os benefícios eventuais são de caráter suplementar e provisório, prestados aos cidadãos e às famílias em virtude denascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742/1993 - LeiOrgânica de Assistência Social/LOAS, em seu art. 22; a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307/2007;CONSIDERANDO que o benefício eventual deve ser oferecido, dentre outras hipóteses, nos casos de vulnerabilidade temporária, para oenfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometama sobrevivência; e de calamidade pública, para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo deassegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas;CONSIDERANDO as fortes chuvas que vem acontecendo nos últimos dias;CONSIDERANDO que o Procedimento Administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de formacontinuada, políticas públicas ou instituições, conforme o que estatui o art. 8º, II, da Resolução CNMP nº 174/2017;RESOLVE instaurar o presente PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO para acompanhar a adoção de medidas preventivas, mitigadoras eassistenciais em caso de possíveis enchentes no primeiro semestre deste ano, no município de Capitão Gervásio Oliveira.Inicialmente, DETERMINO, a adoção das seguintes providências:1. Autuação e registro da presente Portaria em livro da Promotoria de Justiça;2. Indicação, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, da servidora Amanda Damasceno Carvalho e Sousa Borges ou eventual servidorsubstituto em casos de licenças, férias ou impedimentos;3. Comunicação da instauração deste Procedimento ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, enviando-lhes cópia destaPortaria;4. Encaminhamento de cópias da presente para as publicações devidas, em especial no Mural desta Promotoria de Justiça e no Diário Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí;5. Expedição de ofício ao Município de Capitão Gervásio Oliveira requisitando, no prazo de 10 (dez) dias, o seguinte: a) realização de vistoriacom o objetivo de promover o mapeamento das áreas urbanas e rurais sujeitas a risco de enchentes; b) informações atualizadas sobre a

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existência de lei municipal acerca de concessão de benefício assistencial eventual; c) esclarecimentos a respeito da existência de famíliasdesabrigadas em virtude de enchentes no Município e, em caso positivo, se essas famílias são cadastradas para fins de recebimento do benefícioeventual referente à calamidade pública;6. Expedição de recomendação ao Município de Capitão Gervásio Oliveira, para que, no prazo de 10 (dez) dias, adote as providências adiantedelineadas:a) identificar e mapear in loco as áreas de risco de desastres, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de2020;b) promover a fiscalização das áreas de risco de desastres e vedar novas ocupações nessas áreas, no que tange à possibilidade de ocorrênciade enchentes no primeiro semestre de 2020;c) verificando a necessidade, declarar situação de emergência e estado de calamidade pública quanto à ocorrência de enchentes no primeirosemestre de 2020;d) vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de altorisco ou das edificações vulneráveis, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de 2020;e) promover a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreas urbanas, com fins dediminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;f) promover a criação de equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fito de acolher e atender eventuais desabrigados;g) definir três imóveis na área urbana do município que possam ser utilizados em situação de enchentes, a saber, um para o Comando deOperações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, caso necessário, e um último para alojar possíveis desabrigados,observando-se que as escolas não sejam usadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em tais circunstâncias;h) promover o cadastramento do Município de Capitão Gervásio Oliveira no S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), caso nãoo seja, objetivando maior eficiência de movimentação dos órgãos competentes no caso de enchentes e outros tipos de desastres, promovendo,dessa forma, o fiel acompanhamento da ocorrência de eventuais desastres naturais, bem como a eficiência das medidas profiláticas em taiscircunstâncias;Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.São João do Piauí/PI, 22 de abril de 2020.Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça[1] Estudos sobre Desastres. Capacitação básica em Defesa Civil. Florianópolis: CAD UFSC, 2012. fl. 46.RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 95/2020Referente: Perigo de enchentes.Ao Excelentíssimo Senhor (a)Gabriela Coelho da LuzPrefeita Municipal de Capitão Gervásio Oliveira-PIO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, com fundamento no art. 27,parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafo único, inciso IV, da LeiComplementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual), e ainda,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do art. 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que este órgão ministerial tomou conhecimento de que as recentes análises das condições atmosféricas fornecidas pelosclimatologistas sinalizam o aumento exponencial da umidade canalizada do Oceano Atlântico para o Nordeste, favorecendo o surgimento deconsiderável volume de chuvas no Estado do Piauí no primeiro trimestre de 2020, as quais poderão resultar em enchentes, inundações oumovimento de massas em áreas urbanas e rurais;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, instaurou o Procedimento Administrativo nº 44/2020, com o objetivo deacompanhar a adoção de medidas preventivas, mitigadoras e assistenciais em caso de possíveis enchentes no primeiro semestre deste ano, nomunicípio de Capitão Gervásio Oliveira;CONSIDERANDO que "os desastres representam um motivo de crescente preocupação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pelaevolução da urbanização sem planejamento; o subdesenvolvimento; a degradação do meio ambiente; as mudanças climáticas; a concorrênciapelos recursos escassos; e o impacto de epidemias pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia mundial, a população doplaneta e para o desenvolvimento sustentável"[1];CONSIDERANDO que esse preocupante quadro fático demanda a atuação do Parquet Estadual, o qual deverá buscar a integração dos órgãosambientais, sanitários e de defesa civil, visando à adoção de medidas preventivas e mitigadoras a essa possível adversidade natural;CONSIDERANDO que, sobre o tema, o art. 2º, caput, da Lei nº 12.608/2012, preconiza que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre;CONSIDERANDO que a mesma lei, em seu art. 2º, § 2º, dispõe que "a incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoçãodas medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco";CONSIDERANDO que, como se percebe, a atividade de defesa civil, por se tratar de questão de segurança pública em situações de desastres, éum serviço público essencial à coletividade, fato que enseja a supervisão direta do Ministério Público;CONSIDERANDO que, em reunião realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Ministério Público do Estado do Piauí, o Secretário Estadual deDefesa Civil, Geraldo Magela, destacou a necessidade de que os municípios com risco de ocorrência de enchentes promovam medidas decaráter preventivo, notadamente a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreasurbanas, com fins de diminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;CONSIDERANDO que, objetivando a mitigação de tais efeitos, foi sugerida a criação das equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fitode acolher e atender eventuais desabrigados, bem como a essencialidade de cada município definir três locais que possam ser utilizados emsituação de enchentes, a saber, um para o Comando de Operações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, casonecessário, e um último para alojar possíveis desabrigados;CONSIDERANDO que, além disso, sugeriu que as escolas não sejam utilizadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em taiscircunstâncias;CONSIDERANDO que se pontuou, ainda, que é preciso que cada município esteja cadastrado no sistema S2ID (Sistema Integrado deInformações sobre Desastres), visando a uma maior integração com o sistema federal de defesa civil;CONSIDERANDO que, ainda como decorrência das enchentes, acúmulo desordenado e indevido de águas pluviais e dos consequentesdesabrigamentos de pessoas econômica e socialmente vulnerabilizadas, impõe-se que os Municípios organizem sua rede de assistência social,com o fito de adotar todas as medidas necessárias ao acolhimento e amparo integral às famílias atingidas pelos efeitos das chuvas, em face doprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem

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como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.742/93;CONSIDERANDO que os benefícios eventuais são de caráter suplementar e provisório prestados aos cidadãos e às famílias em virtude denascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742/1993 - LeiOrgânica de Assistência Social/LOAS, em seu art. 22; a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307/2007;CONSIDERANDO que o benefício eventual deve ser oferecido, dentre outras hipóteses, nos casos de vulnerabilidade temporária, para oenfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometama sobrevivência; e de calamidade pública, para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo deassegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas;CONSIDERANDO as fortes chuvas que vem acontecendo nos últimos dias;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata, assim como resposta porescrito;RESOLVERECOMENDAR ao Município de Capitão Gervásio Oliveira, por meio da Prefeita Municipal, que adote, no prazo de 10 (dez) dias, as seguintesprovidências, destinadas à defesa civil e assistência social em relação aos atingidos por enchentes em áreas urbanas e rurais desse município:a) identificar e mapear in loco as áreas de risco de desastres, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de2020;b) promover a fiscalização das áreas de risco de desastres e vedar novas ocupações nessas áreas, no que tange à possibilidade de ocorrênciade enchentes no primeiro semestre de 2020;c) verificando a necessidade, declarar situação de emergência e estado de calamidade pública quanto à ocorrência de enchentes no primeirosemestre de 2020;d) vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de altorisco ou das edificações vulneráveis, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de 2020;e) promover a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreas urbanas, com fins dediminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;f) promover a criação de equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fito de acolher e atender eventuais desabrigados;g) definir três imóveis na área urbana do município que possam ser utilizados em situação de enchentes, a saber, um para o Comando deOperações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, caso necessário, e um último para alojar possíveis desabrigados,observando-se que as escolas não sejam usadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em tais circunstâncias;h) promover o cadastramento do Município de Capitão Gervásio Oliveira no S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), caso nãoo seja, objetivando maior eficiência de movimentação dos órgãos competentes no caso de enchentes e outros tipos de desastres, promovendo,dessa forma, o fiel acompanhamento da ocorrência de eventuais desastres naturais, bem como a eficiência das medidas profiláticas em taiscircunstâncias;SOLICITAR que seja informado a este Órgão Ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 05 (cinco) dias,sobre o acatamento dos termos desta Recomendação.Por fim, fica advertido o destinatário dos seguintes efeitos das recomendações expedidas pelo Ministério Público: (a) constituir em mora odestinatário quanto às providências recomendadas, podendo seu descumprimento implicar na adoção de medidas administrativas e açõesjudiciais cabíveis; (b) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude; (c) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade paraviabilizar futuras responsabilizações por eventual ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido; e (d) constituir-seem elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário Eletrônico do Ministério Público, bem como se remetam cópias aoConselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA) e aosrespectivos destinatários.São João do Piauí/PI, 23 de abril de 2020.(Assinado digitalmente)Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça[1] Estudos sobre Desastres. Capacitação básica em Defesa Civil. Florianópolis: CAD UFSC, 2012. fl. 46.PORTARIA N° 058/2020PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 43/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, no uso das atribuições previstasno art. 32, XX, da Lei Complementar Estadual nº 12/93 e, com fulcro no disposto no art. 129, III, e 225, ambos da Constituição Federal e no art.8º, parágrafo 1º, da Lei nº 7.347/85, e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do art. 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que este órgão ministerial tomou conhecimento de que as recentes análises das condições atmosféricas fornecidas pelosclimatologistas sinalizam o aumento exponencial da umidade canalizada do Oceano Atlântico para o Nordeste, favorecendo o surgimento deconsiderável volume de chuvas no Estado do Piauí no primeiro trimestre de 2020, as quais poderão resultar em enchentes, inundações oumovimento de massas em áreas urbanas e rurais;CONSIDERANDO que "os desastres representam um motivo de crescente preocupação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pelaevolução da urbanização sem planejamento; o subdesenvolvimento; a degradação do meio ambiente; as mudanças climáticas; a concorrênciapelos recursos escassos; e o impacto de epidemias pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia mundial, a população doplaneta e para o desenvolvimento sustentável"[1];CONSIDERANDO que esse preocupante quadro fático demanda a atuação do Parquet Estadual, o qual deverá buscar a integração dos órgãosambientais, sanitários e de defesa civil, visando à adoção de medidas preventivas e mitigadoras a essa possível adversidade natural;CONSIDERANDO que, sobre o tema, o art. 2º, caput, da Lei nº 12.608/2012, preconiza que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre;CONSIDERANDO que a mesma lei, em seu art. 2º, § 2º, dispõe que "a incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoçãodas medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco";CONSIDERANDO que, como se percebe, a atividade de defesa civil, por se tratar de questão de segurança pública em situações de desastres, éum serviço público essencial à coletividade, fato que enseja a supervisão direta do Ministério Público;CONSIDERANDO que, em reunião realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Ministério Público do Estado do Piauí, o Secretário Estadual deDefesa Civil, Geraldo Magela, destacou a necessidade de que os municípios com risco de ocorrência de enchentes promovam medidas decaráter preventivo, notadamente a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreasurbanas, com fins de diminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;CONSIDERANDO que, objetivando a mitigação de tais efeitos, foi sugerida a criação das equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fitode acolher e atender eventuais desabrigados, bem como a essencialidade de cada município definir três locais que possam ser utilizados em

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situação de enchentes, a saber, um para o Comando de Operações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, casonecessário, e um último para alojar possíveis desabrigados;CONSIDERANDO que, além disso, sugeriu que as escolas não sejam utilizadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em taiscircunstâncias;CONSIDERANDO que se pontuou, ainda, que é preciso que cada município esteja cadastrado no sistema S2ID (Sistema Integrado deInformações sobre Desastres), visando a uma maior integração com o sistema federal de defesa civil;CONSIDERANDO que, ainda como decorrência das enchentes, acúmulo desordenado e indevido de águas pluviais e dos consequentesdesabrigamentos de pessoas econômica e socialmente vulnerabilizadas, impõe-se que os Municípios organizem sua rede de assistência social,com o fito de adotar todas as medidas necessárias ao acolhimento e amparo integral às famílias atingidas pelos efeitos das chuvas, em face doprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.742/93;CONSIDERANDO que os benefícios eventuais são de caráter suplementar e provisório, prestados aos cidadãos e às famílias em virtude denascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742/1993 - LeiOrgânica de Assistência Social/LOAS, em seu art. 22; a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307/2007;CONSIDERANDO que o benefício eventual deve ser oferecido, dentre outras hipóteses, nos casos de vulnerabilidade temporária, para oenfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometama sobrevivência; e de calamidade pública, para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo deassegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas;CONSIDERANDO as fortes chuvas que vem acontecendo nos últimos dias;CONSIDERANDO que o Procedimento Administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de formacontinuada, políticas públicas ou instituições, conforme o que estatui o art. 8º, II, da Resolução CNMP nº 174/2017;RESOLVE instaurar o presente PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO para acompanhar a adoção de medidas preventivas, mitigadoras eassistenciais em caso de possíveis enchentes no primeiro semestre deste ano, no município de Campo Alegre do Fidalgo.Inicialmente, DETERMINO, a adoção das seguintes providências:1. Autuação e registro da presente Portaria em livro da Promotoria de Justiça;2. Indicação, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, da servidora Amanda Damasceno Carvalho e Sousa Borges ou eventual servidorsubstituto em casos de licenças, férias ou impedimentos;3. Comunicação da instauração deste Procedimento ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, enviando-lhes cópia destaPortaria;4. Encaminhamento de cópias da presente para as publicações devidas, em especial no Mural desta Promotoria de Justiça e no Diário Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí;5. Expedição de ofício ao Município de Campo Alegre do Fidalgo requisitando, no prazo de 10 (dez) dias, o seguinte: a) realização de vistoria como objetivo de promover o mapeamento das áreas urbanas e rurais sujeitas a risco de enchentes; b) informações atualizadas sobre a existência delei municipal acerca de concessão de benefício assistencial eventual; c) esclarecimentos a respeito da existência de famílias desabrigadas emvirtude de enchentes no Município e, em caso positivo, se essas famílias são cadastradas para fins de recebimento do benefício eventualreferente à calamidade pública;6. Expedição de recomendação ao Município de Campo Alegre do Fidalgo, para que, no prazo de 10 (dez) dias, adote as providências adiantedelineadas:a) identificar e mapear in loco as áreas de risco de desastres, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de2020;b) promover a fiscalização das áreas de risco de desastres e vedar novas ocupações nessas áreas, no que tange à possibilidade de ocorrênciade enchentes no primeiro semestre de 2020;c) verificando a necessidade, declarar situação de emergência e estado de calamidade pública quanto à ocorrência de enchentes no primeirosemestre de 2020;d) vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de altorisco ou das edificações vulneráveis, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de 2020;e) promover a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreas urbanas, com fins dediminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;f) promover a criação de equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fito de acolher e atender eventuais desabrigados;g) definir três imóveis na área urbana do município que possam ser utilizados em situação de enchentes, a saber, um para o Comando deOperações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, caso necessário, e um último para alojar possíveis desabrigados,observando-se que as escolas não sejam usadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em tais circunstâncias;h) promover o cadastramento do Município de Campo Alegre do Fidalgo no S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), caso nãoo seja, objetivando maior eficiência de movimentação dos órgãos competentes no caso de enchentes e outros tipos de desastres, promovendo,dessa forma, o fiel acompanhamento da ocorrência de eventuais desastres naturais, bem como a eficiência das medidas profiláticas em taiscircunstâncias;Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.São João do Piauí/PI, 22 de abril de 2020.Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça[1] Estudos sobre Desastres. Capacitação básica em Defesa Civil. Florianópolis: CAD UFSC, 2012. fl. 46.RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 95/2020Referente: Perigo de enchentes.Ao Excelentíssimo Senhor (a)Israel Odílio da MataPrefeito Municipal de Campo Alegre do Fidalgo-PIO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, com fundamento no art. 27,parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafo único, inciso IV, da LeiComplementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual), e ainda,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do art. 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que este órgão ministerial tomou conhecimento de que as recentes análises das condições atmosféricas fornecidas pelosclimatologistas sinalizam o aumento exponencial da umidade canalizada do Oceano Atlântico para o Nordeste, favorecendo o surgimento de

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considerável volume de chuvas no Estado do Piauí no primeiro trimestre de 2020, as quais poderão resultar em enchentes, inundações oumovimento de massas em áreas urbanas e rurais;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí, instaurou o Procedimento Administrativo nº 43/2020, com o objetivo deacompanhar a adoção de medidas preventivas, mitigadoras e assistenciais em caso de possíveis enchentes no primeiro semestre deste ano, nomunicípio de Campo Alegre do Fidalgo;CONSIDERANDO que "os desastres representam um motivo de crescente preocupação mundial, pois a vulnerabilidade exacerbada pelaevolução da urbanização sem planejamento; o subdesenvolvimento; a degradação do meio ambiente; as mudanças climáticas; a concorrênciapelos recursos escassos; e o impacto de epidemias pressagiam um futuro de ameaça crescente para a economia mundial, a população doplaneta e para o desenvolvimento sustentável"[1];CONSIDERANDO que esse preocupante quadro fático demanda a atuação do Parquet Estadual, o qual deverá buscar a integração dos órgãosambientais, sanitários e de defesa civil, visando à adoção de medidas preventivas e mitigadoras a essa possível adversidade natural;CONSIDERANDO que, sobre o tema, o art. 2º, caput, da Lei nº 12.608/2012, preconiza que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre;CONSIDERANDO que a mesma lei, em seu art. 2º, § 2º, dispõe que "a incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoçãodas medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco";CONSIDERANDO que, como se percebe, a atividade de defesa civil, por se tratar de questão de segurança pública em situações de desastres, éum serviço público essencial à coletividade, fato que enseja a supervisão direta do Ministério Público;CONSIDERANDO que, em reunião realizada no dia 17 de fevereiro deste ano, no Ministério Público do Estado do Piauí, o Secretário Estadual deDefesa Civil, Geraldo Magela, destacou a necessidade de que os municípios com risco de ocorrência de enchentes promovam medidas decaráter preventivo, notadamente a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreasurbanas, com fins de diminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;CONSIDERANDO que, objetivando a mitigação de tais efeitos, foi sugerida a criação das equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fitode acolher e atender eventuais desabrigados, bem como a essencialidade de cada município definir três locais que possam ser utilizados emsituação de enchentes, a saber, um para o Comando de Operações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, casonecessário, e um último para alojar possíveis desabrigados;CONSIDERANDO que, além disso, sugeriu que as escolas não sejam utilizadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em taiscircunstâncias;CONSIDERANDO que se pontuou, ainda, que é preciso que cada município esteja cadastrado no sistema S2ID (Sistema Integrado deInformações sobre Desastres), visando a uma maior integração com o sistema federal de defesa civil;CONSIDERANDO que, ainda como decorrência das enchentes, acúmulo desordenado e indevido de águas pluviais e dos consequentesdesabrigamentos de pessoas econômica e socialmente vulnerabilizadas, impõe-se que os Municípios organizem sua rede de assistência social,com o fito de adotar todas as medidas necessárias ao acolhimento e amparo integral às famílias atingidas pelos efeitos das chuvas, em face doprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.742/93;CONSIDERANDO que os benefícios eventuais são de caráter suplementar e provisório prestados aos cidadãos e às famílias em virtude denascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742/1993 - LeiOrgânica de Assistência Social/LOAS, em seu art. 22; a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307/2007;CONSIDERANDO que o benefício eventual deve ser oferecido, dentre outras hipóteses, nos casos de vulnerabilidade temporária, para oenfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometama sobrevivência; e de calamidade pública, para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o objetivo deassegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas;CONSIDERANDO as fortes chuvas que vem acontecendo nos últimos dias;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata, assim como resposta porescrito;RESOLVERECOMENDAR ao Município de Campo Alegre do Fidalgo, por meio do Prefeito Municipal, que adote, no prazo de 10 (dez) dias, as seguintesprovidências, destinadas à defesa civil e assistência social em relação aos atingidos por enchentes em áreas urbanas e rurais desse município:a) identificar e mapear in loco as áreas de risco de desastres, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de2020;b) promover a fiscalização das áreas de risco de desastres e vedar novas ocupações nessas áreas, no que tange à possibilidade de ocorrênciade enchentes no primeiro semestre de 2020;c) verificando a necessidade, declarar situação de emergência e estado de calamidade pública quanto à ocorrência de enchentes no primeirosemestre de 2020;d) vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de altorisco ou das edificações vulneráveis, em relação à possibilidade de ocorrência de enchentes no primeiro semestre de 2020;e) promover a limpeza de canais, galerias e bueiros, além do desassoreamento de rios e riachos, sobretudo em áreas urbanas, com fins dediminuir o potencial das enchentes e facilitar o escoamento pluvial;f) promover a criação de equipes de Defesa Civil e Assistência Social, com o fito de acolher e atender eventuais desabrigados;g) definir três imóveis na área urbana do município que possam ser utilizados em situação de enchentes, a saber, um para o Comando deOperações no município, outro para alojamento do Corpo de Bombeiros, caso necessário, e um último para alojar possíveis desabrigados,observando-se que as escolas não sejam usadas como a primeira opção para alojamento de desabrigados em tais circunstâncias;h) promover o cadastramento do Município de Campo Alegre do Fidalgo no S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), caso nãoo seja, objetivando maior eficiência de movimentação dos órgãos competentes no caso de enchentes e outros tipos de desastres, promovendo,dessa forma, o fiel acompanhamento da ocorrência de eventuais desastres naturais, bem como a eficiência das medidas profiláticas em taiscircunstâncias;SOLICITAR que seja informado a este Órgão Ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 05 (cinco) dias,sobre o acatamento dos termos desta Recomendação.Por fim, fica advertido o destinatário dos seguintes efeitos das recomendações expedidas pelo Ministério Público: (a) constituir em mora odestinatário quanto às providências recomendadas, podendo seu descumprimento implicar na adoção de medidas administrativas e açõesjudiciais cabíveis; (b) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude; (c) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade paraviabilizar futuras responsabilizações por eventual ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido; e (d) constituir-seem elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário Eletrônico do Ministério Público, bem como se remetam cópias aoConselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA) e aos

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respectivos destinatários.São João do Piauí/PI, 23 de abril de 2020.(Assinado digitalmente)Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça[1] Estudos sobre Desastres. Capacitação básica em Defesa Civil. Florianópolis: CAD UFSC, 2012. fl. 46.RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 99/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça, por intermédio do Promotor de abaixo assinado, comfundamento no art. 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafoúnico, inciso IV, da Lei Complementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual) e;CONSIDERANDOqueo Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí/PI instaurou o Procedimento Administrativo nº 23/2020 - SIMP 000254-310/2020, com o objetivo de acompanhar o surgimento e propagação do COVID-19 no município de São João do Piauí/PI, respectivamente, parafins de prevenção, controle e contenção de riscos à saúde da população, em decorrência do surto da doença causada pelo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constituiu Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDOque, no Brasil, o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN foi declarado em 3 de fevereiro de2020, por meio da edição da Portaria MS nº 188, nos termos do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novocoronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em âmbito nacional editou-se a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, sobre as medidas para enfrentamentoda emergência de saúde pública de importância internacional (ESPIIN) decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, comalterações posteriores via Medidas Provisórias;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo Federal nº 6, 20 de março de 2020, que reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhadapor meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020; o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado doPiauí, que declarou estado de calamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão dagrave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que, em decorrência da situação de emergência sanitária, vários entes federados, dentre os quais o Governo do Estado doPiauí, adotou providências que, em conjunto com a Portaria Ministério da Saúde n° 356/2020, buscaram mitigar os efeitos dessa crise sanitária ede saúde pública, como se vê no Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas paraenfrentamento da situação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeuatividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta queimplicassem em aglomeração de pessoas;CONSIDERANDO ainda o Decreto estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial; o Decretoestadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medida adicional aoenfrentamento da Covid-19; e o Decreto estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que, dentre outras medidas, prorrogou até a data de 21de maio de 2020 as medidas sanitárias determinadas pelos Decretos estaduais 18.901 e 18.902;CONSIDERANDOque, até o dia 30 de abril de 2020, o Brasil havia registrado 5.901 (cinco mil novecentos e uma) mortes decorrentes dapropagação do COVID-19, conforme dados oficiais do Ministério de Saúde;CONSIDERANDO que, no Estado do Piauí, até a mesma data, foram registrados 24 (vinte e quatro) óbitos e 600 (seiscentos) casos confirmados,segundo dados da SESAPI;CONSIDERANDO que no dia 01 de maio de 2020, no município de São João do Piauí, foi registrado o primeiro caso confirmado da COVID-19,segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde;CONSIDERANDOque a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, estabelecendo que, para tanto, as autoridades poderãoadotar medidas, no âmbito de suas competências (art. 3º);CONSIDERANDO que o art. 3º, §4º, da Lei nº 13.979/2020, estabelece que as pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidasprevistas, e o descumprimento de tais medidas poderá acarretar a responsabilização, inclusive penal, nos termos dos delitos previstos nos artigos268, 131 e 132 do Código Penal;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 196, da Constituição Federal, e, nesse cenário depandemia, necessário se faz resguardar a saúde da população, evitando transmissões comunitárias, principalmente, através da mitigação docontato entre as pessoas, para controle da disseminação do vírus;CONSIDERANDO o elevado risco de que uma contaminação simultânea de grande parte da população do Estado do Piauí pela Covid-19acarrete um colapso ao sistema de saúde, em decorrência da virtual insuficiência de profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos nasredes pública e privada para tratar, ao mesmo tempo, milhares de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória aguda, tratamentoeste que, numa quantidade considerável de casos, exige entubação para ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI);CONSIDERANDO as medidas de distanciamento social recomendadas pelos órgãos de saúde, que objetivam, principalmente, reduzir econtrolar a velocidade de transmissão do vírus, para que, assim, o sistema de saúde tenha tempo de reforçar sua estrutura comequipamentos (EPIs, respiradores e testes de diagnóstico) e recursos humanos capacitados;CONSIDERANDO que a alta velocidade da taxa de propagação da doença, associada à insuficiente realização de testes da Covid-19 noEstado do Piauí e à deficiente estruturação dos hospitais de todo estado prenunciam um cenário catastrófico;CONSIDERANDO que é função primordial da Administração Pública, neste momento de emergência sanitária, adotar as providênciasnecessárias a impedir aglomerações e tumultos em filas de agências bancárias, especialmente neste período em que as pessoas têm buscado orecebimento do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal;CONSIDERANDO que as providências adotadas até agora pelo Município de São João do Piauí/PI não estão se mostrando eficazes paraorganizar filas externas às agências bancárias e casas lotéricas, evitando aglomerações de pessoas com o distanciamento necessário;

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CONSIDERANDO que ao agente público são outorgados poderes administrativos para a consecução dos interesses da coletividade, interessesesses consubstanciados, no atual contexto, em proteção da saúde e da vida das pessoas, diante da pandemia da Covid-19;CONSIDERANDO que o Chefe do Poder Executivo Municipal tem o poder-dever de adotar providências hábeis a sanar o problema notório erecalcitrante de aglomerações na área externa das agências bancárias situadas na cidade de São João do Piauí/PI;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça a expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata; assim como resposta porescrito;RESOLVE:RECOMENDAR, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária e outras com elasconvergentes:I) AO EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO PIAUÍ/PI: ADOTE todas as medidas administrativas necessárias para a fiscalização de aglomerações de filas de espera em todas as agênciasbancárias e casas lotéricas de São João do Piauí/PI, bem como de quaisquer outros locais onde se devolvam atividades ou serviçosessenciais em que possam ocorrer filas e/ou aglomerações, devendo ser garantida a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre aspessoas que estejam aguardando atendimento, e, para tanto:a) Em relação à agência da Caixa Econômica Federal, proceda, a partir de 48 (quarenta e oito) horas do recebimento desta recomendação,à interdição de parte da via pública para o tráfego de veículos, do trecho que compreenda o quarteirão onde está localizada a referidaagência bancária, evitando, assim, que as filas fiquem concentradas nas calçadas e facilitando que as pessoas respeitem a distância umas dasoutras, e, se possível, aplicando medida idêntica em relação via públicas onde estão situadas as Casas Lotéricas;b) Proceda, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, à marcação do posicionamento dos clientes em fila na Caixa Econômica Federal enas Casas Lotéricas, com uso de adesivos, pinturas provisórias ou outros meios, da distância mínima de 2 (dois) metros entre osclientes, e, caso seja insuficiente, busque outras opções para que não haja aglomerações e seja respeitada a distância mínima;c) Mantenha interlocução com os representantes das agências bancárias e casas lotéricas localizadas nessa municipalidade, emespecial com o Gerente de Agência da Caixa Econômica Federal de São João do Piauí e proprietários das casas lotéricas, acerca desoluções conjuntas, rápidas e eficazes aos problemas das aglomerações em filas;d) Promova a distribuição de máscaras no local onde ocorre a formação de filas e nos pontos de maiores aglomerações, orientando apopulação sobre as medidas de prevenção covid-19;e) Disponibilize pontos públicos de higienizações das mãos e dos objetos tocados pela população e pelos trabalhadores nos serviçospúblicos essenciais, especialmente nos locais em que haja a maior concentração de pessoas, como agências bancárias, lotéricas,supermercados e outros verificados pelas equipes sanitárias;f) Disponibilize pessoal, devidamente protegido com máscaras e outros EPIs devidos, para organizar as filas externas de todas asagências bancárias e lotéricas de São João do Piauí/PI, sendo observada a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas queestejam aguardando atendimento;g) Expeça todos os atos administrativos necessários a viabilizar o exercício do poder-dever de agir da Administração Pública, com vistasa evitar aglomerações nos arredores das agências bancárias e lotéricas;h) Divulgue as ações implementadas.II. AO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL: INTENSIFIQUE a fiscalização nas imediações de agências bancárias, principalmente da Caixa Econômica Federal, casas lotéricas do municípiode São João do Piauí/PI e demais pontos de aglomeração, ao tempo em que oriente a população acerca das medidas de prevenção à Covid-19 eda necessidade de obediência do distanciamento mínimo de 2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardando atendimento em filas,com vistas a evitar a disseminação do vírus.IMPORTANTE: Aos destinatários da presente recomendação, em caso de aglomerações e tumultos, na área externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, que comuniquem o fato imediatamente às autoridades policiais do município, para adoção dasprovidências cabíveis.COMUNIQUE-SE a este órgão ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 48 horas do recebimento deste,as medidas adotadas, especialmente quanto ao acatamento da presente Recomendação.Consigne-se que o não cumprimento desta Recomendação pelas autoridades públicas implicará na adoção das medidas extrajudiciais e judiciaiscabíveis à espécie, inclusive, responsabilidade por ato de improbidade administrativa e/ou criminal.E DETERMINAR que:a) ENCAMINHE-SE, urgentemente, a presente Recomendação ao Prefeito do Município de São João do Piauí/PI e ao órgão de VigilânciaSanitária Municipal, para fins de conhecimento, cumprimento e divulgação;b) REMETA-SE cópia da presente Recomendação às emissoras de rádio locais e aos "blogs" da região, para fins de divulgação à população;c) REMETA-SE cópia da presente Recomendação ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), para fins de conhecimento econtrole, via e-mail;d) PUBLIQUE-SE a presente Recomendação no Diário Oficial do Ministério Público - DOEMPI.Cumpra-se.São João do Piauí/PI, 05 de maio de 2020.[Assinado digitalmente]Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 100/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça, por intermédio do Promotor de abaixo assinado, comfundamento no art. 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafoúnico, inciso IV, da Lei Complementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual) e;CONSIDERANDOqueo Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí/PI instaurou o Procedimento Administrativo nº 24/2020 - SIMP 000255-310/2020, com o objetivo de acompanhar o surgimento e propagação do COVID-19 no município de Nova Santa Rita/PI, respectivamente, parafins de prevenção, controle e contenção de riscos à saúde da população, em decorrência do surto da doença causada pelo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constituiu Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDOque, no Brasil, o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN foi declarado em 3 de fevereiro de

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2020, por meio da edição da Portaria MS nº 188, nos termos do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novocoronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em âmbito nacional editou-se a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, sobre as medidas para enfrentamentoda emergência de saúde pública de importância internacional (ESPIIN) decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, comalterações posteriores via Medidas Provisórias;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo Federal nº 6, 20 de março de 2020, que reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhadapor meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020; o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado doPiauí, que declarou estado de calamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão dagrave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que, em decorrência da situação de emergência sanitária, vários entes federados, dentre os quais o Governo do Estado doPiauí, adotou providências que, em conjunto com a Portaria Ministério da Saúde n° 356/2020, buscaram mitigar os efeitos dessa crise sanitária ede saúde pública, como se vê no Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas paraenfrentamento da situação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeuatividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta queimplicassem em aglomeração de pessoas;CONSIDERANDO ainda o Decreto estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial; o Decretoestadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medida adicional aoenfrentamento da Covid-19; e o Decreto estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que, dentre outras medidas, prorrogou até a data de 21de maio de 2020 as medidas sanitárias determinadas pelos Decretos estaduais 18.901 e 18.902;CONSIDERANDOque, até o dia 30 de abril de 2020, o Brasil havia registrado 5.901 (cinco mil novecentos e uma) mortes decorrentes dapropagação do COVID-19, conforme dados oficiais do Ministério de Saúde;CONSIDERANDO que, no Estado do Piauí, até a mesma data, foram registrados 24 (vinte e quatro) óbitos e 600 (seiscentos) casos confirmados,segundo dados da SESAPI;CONSIDERANDO que no dia 01 de maio de 2020, no município de São João do Piauí, foi registrado o primeiro caso confirmado da COVID-19,segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde;CONSIDERANDOque a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, estabelecendo que, para tanto, as autoridades poderãoadotar medidas, no âmbito de suas competências (art. 3º);CONSIDERANDO que o art. 3º, §4º, da Lei nº 13.979/2020, estabelece que as pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidasprevistas, e o descumprimento de tais medidas poderá acarretar a responsabilização, inclusive penal, nos termos dos delitos previstos nos artigos268, 131 e 132 do Código Penal;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 196, da Constituição Federal, e, nesse cenário depandemia, necessário se faz resguardar a saúde da população, evitando transmissões comunitárias, principalmente, através da mitigação docontato entre as pessoas, para controle da disseminação do vírus;CONSIDERANDO o elevado risco de que uma contaminação simultânea de grande parte da população do Estado do Piauí pela Covid-19acarrete um colapso ao sistema de saúde, em decorrência da virtual insuficiência de profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos nasredes pública e privada para tratar, ao mesmo tempo, milhares de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória aguda, tratamentoeste que, numa quantidade considerável de casos, exige entubação para ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI);CONSIDERANDO as medidas de distanciamento social recomendadas pelos órgãos de saúde, que objetivam, principalmente, reduzir econtrolar a velocidade de transmissão do vírus, para que, assim, o sistema de saúde tenha tempo de reforçar sua estrutura comequipamentos (EPIs, respiradores e testes de diagnóstico) e recursos humanos capacitados;CONSIDERANDO que a alta velocidade da taxa de propagação da doença, associada à insuficiente realização de testes da Covid-19 noEstado do Piauí e à deficiente estruturação dos hospitais de todo estado prenunciam um cenário catastrófico;CONSIDERANDO que é função primordial da Administração Pública, neste momento de emergência sanitária, adotar as providênciasnecessárias a impedir aglomerações e tumultos em filas de casas lotéricas, especialmente neste período em que as pessoas têm buscado orecebimento do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal;CONSIDERANDO que as providências adotadas até agora pelo Município de Nova Santa Rita/PI não estão se mostrando eficazes paraorganizar filas externas às casas lotéricas, evitando aglomerações de pessoas com o distanciamento necessário;CONSIDERANDO que ao agente público são outorgados poderes administrativos para a consecução dos interesses da coletividade, interessesesses consubstanciados, no atual contexto, em proteção da saúde e da vida das pessoas, diante da pandemia da Covid-19;CONSIDERANDO que o Chefe do Poder Executivo Municipal tem o poder-dever de adotar providências hábeis a sanar o problema notório erecalcitrante de aglomerações na área externa das casas lotéricas situadas na cidade de Nova Santa Rita/PI;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça a expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata; assim como resposta porescrito;RESOLVE:RECOMENDAR, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária e outras com elasconvergentes:I) AO EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE NOVA SANTA RITA/PI: ADOTE todas as medidas administrativas necessárias para a fiscalização de aglomerações de filas de espera em todas as casaslotéricas de Nova Santa Rita/PI, bem como de quaisquer outros locais onde se devolvam atividades ou serviços essenciais em que possamocorrer filas e/ou aglomerações, devendo ser garantida a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento, e, para tanto:a) Em relação as Casas Lotéricas, proceda, a partir de 48 (quarenta e oito) horas do recebimento desta recomendação, à interdição departe da via pública para o tráfego de veículos, do trecho que compreenda o quarteirão onde está localizada a referida casa lotérica,evitando, assim, que as filas fiquem concentradas nas calçadas e facilitando que as pessoas respeitem a distância umas das outras;b) Proceda, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, à marcação do posicionamento dos clientes em fila nas Casas Lotéricas, com uso deadesivos, pinturas provisórias ou outros meios, da distância mínima de 2 (dois) metros entre os clientes, e, caso seja insuficiente, busqueoutras opções para que não haja aglomerações e seja respeitada a distância mínima;c) Mantenha interlocução os proprietários das casas lotéricas de Nova Santa Rita, acerca de soluções conjuntas, rápidas e eficazes aosproblemas das aglomerações em filas;d) Promova a distribuição de máscaras no local onde ocorre a formação de filas e nos pontos de maiores aglomerações, orientando a

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população sobre as medidas de prevenção covid-19;e) Disponibilize pontos públicos de higienizações das mãos e dos objetos tocados pela população e pelos trabalhadores nos serviçospúblicos essenciais, especialmente nos locais em que haja a maior concentração de pessoas, como agências bancárias, lotéricas,supermercados e outros verificados pelas equipes sanitárias;f) Disponibilize pessoal, devidamente protegido com máscaras e outros EPIs devidos, para organizar as filas externas de todas aslotéricas de Nova Santa Rita/PI, sendo observada a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardandoatendimento;g) Expeça todos os atos administrativos necessários a viabilizar o exercício do poder-dever de agir da Administração Pública, com vistasa evitar aglomerações nos arredores das lotéricas;h) Divulgue as ações implementadas.II. AO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL: INTENSIFIQUE a fiscalização nas imediações das casas lotéricas do município de Nova Santa Rita/PI e demais pontos de aglomeração, aotempo em que oriente a população acerca das medidas de prevenção à Covid-19 e da necessidade de obediência do distanciamento mínimo de2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardando atendimento em filas, com vistas a evitar a disseminação do vírus.IMPORTANTE: Aos destinatários da presente recomendação, em caso de aglomerações e tumultos, na área externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, que comuniquem o fato imediatamente às autoridades policiais do município, para adoção dasprovidências cabíveis.COMUNIQUE-SE a este órgão ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 48 horas do recebimento deste,as medidas adotadas, especialmente quanto ao acatamento da presente Recomendação.Consigne-se que o não cumprimento desta Recomendação pelas autoridades públicas implicará na adoção das medidas extrajudiciais e judiciaiscabíveis à espécie, inclusive, responsabilidade por ato de improbidade administrativa e/ou criminal.E DETERMINAR que:a) ENCAMINHE-SE, urgentemente, a presente Recomendação ao Prefeito do Município de Nova Santa Rita/PI e ao órgão de VigilânciaSanitária Municipal, para fins de conhecimento, cumprimento e divulgação;b) REMETA-SE cópia da presente Recomendação às emissoras de rádio locais e aos "blogs" da região, para fins de divulgação à população;c) REMETA-SE cópia da presente Recomendação ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), para fins de conhecimento econtrole, via e-mail;d) PUBLIQUE-SE a presente Recomendação no Diário Oficial do Ministério Público - DOEMPI.Cumpra-se.São João do Piauí/PI, 5 de maio de 2020.[Assinado digitalmente]Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 101/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça, por intermédio do Promotor de abaixo assinado, comfundamento no art. 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafoúnico, inciso IV, da Lei Complementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual) e;CONSIDERANDOqueo Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí/PI instaurou o Procedimento Administrativo nº 25/2020 - SIMP 000256-310/2020, com o objetivo de acompanhar o surgimento e propagação do COVID-19 no município de Lagoa do Barro do Piauí/PI,respectivamente, para fins de prevenção, controle e contenção de riscos à saúde da população, em decorrência do surto da doença causada peloCoronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constituiu Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDOque, no Brasil, o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN foi declarado em 3 de fevereiro de2020, por meio da edição da Portaria MS nº 188, nos termos do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novocoronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em âmbito nacional editou-se a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, sobre as medidas para enfrentamentoda emergência de saúde pública de importância internacional (ESPIIN) decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, comalterações posteriores via Medidas Provisórias;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo Federal nº 6, 20 de março de 2020, que reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhadapor meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020; o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado doPiauí, que declarou estado de calamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão dagrave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que, em decorrência da situação de emergência sanitária, vários entes federados, dentre os quais o Governo do Estado doPiauí, adotou providências que, em conjunto com a Portaria Ministério da Saúde n° 356/2020, buscaram mitigar os efeitos dessa crise sanitária ede saúde pública, como se vê no Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas paraenfrentamento da situação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeuatividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta queimplicassem em aglomeração de pessoas;CONSIDERANDO ainda o Decreto estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial; o Decretoestadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medida adicional aoenfrentamento da Covid-19; e o Decreto estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que, dentre outras medidas, prorrogou até a data de 21de maio de 2020 as medidas sanitárias determinadas pelos Decretos estaduais 18.901 e 18.902;CONSIDERANDOque, até o dia 30 de abril de 2020, o Brasil havia registrado 5.901 (cinco mil novecentos e uma) mortes decorrentes dapropagação do COVID-19, conforme dados oficiais do Ministério de Saúde;

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CONSIDERANDO que, no Estado do Piauí, até a mesma data, foram registrados 24 (vinte e quatro) óbitos e 600 (seiscentos) casos confirmados,segundo dados da SESAPI;CONSIDERANDO que no dia 01 de maio de 2020, no município de São João do Piauí, foi registrado o primeiro caso confirmado da COVID-19,segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde;CONSIDERANDOque a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, estabelecendo que, para tanto, as autoridades poderãoadotar medidas, no âmbito de suas competências (art. 3º);CONSIDERANDO que o art. 3º, §4º, da Lei nº 13.979/2020, estabelece que as pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidasprevistas, e o descumprimento de tais medidas poderá acarretar a responsabilização, inclusive penal, nos termos dos delitos previstos nos artigos268, 131 e 132 do Código Penal;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 196, da Constituição Federal, e, nesse cenário depandemia, necessário se faz resguardar a saúde da população, evitando transmissões comunitárias, principalmente, através da mitigação docontato entre as pessoas, para controle da disseminação do vírus;CONSIDERANDO o elevado risco de que uma contaminação simultânea de grande parte da população do Estado do Piauí pela Covid-19acarrete um colapso ao sistema de saúde, em decorrência da virtual insuficiência de profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos nasredes pública e privada para tratar, ao mesmo tempo, milhares de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória aguda, tratamentoeste que, numa quantidade considerável de casos, exige entubação para ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI);CONSIDERANDO as medidas de distanciamento social recomendadas pelos órgãos de saúde, que objetivam, principalmente, reduzir econtrolar a velocidade de transmissão do vírus, para que, assim, o sistema de saúde tenha tempo de reforçar sua estrutura comequipamentos (EPIs, respiradores e testes de diagnóstico) e recursos humanos capacitados;CONSIDERANDO que a alta velocidade da taxa de propagação da doença, associada à insuficiente realização de testes da Covid-19 noEstado do Piauí e à deficiente estruturação dos hospitais de todo estado prenunciam um cenário catastrófico;CONSIDERANDO que é função primordial da Administração Pública, neste momento de emergência sanitária, adotar as providênciasnecessárias a impedir aglomerações e tumultos em filas de casas lotéricas, especialmente neste período em que as pessoas têm buscado orecebimento do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal;CONSIDERANDO que as providências adotadas até agora pelo Município de Lagoa do Barro do Piauí/PI não estão se mostrandoeficazes para organizar filas externas às casas lotéricas, evitando aglomerações de pessoas com o distanciamento necessário;CONSIDERANDO que ao agente público são outorgados poderes administrativos para a consecução dos interesses da coletividade, interessesesses consubstanciados, no atual contexto, em proteção da saúde e da vida das pessoas, diante da pandemia da Covid-19;CONSIDERANDO que o Chefe do Poder Executivo Municipal tem o poder-dever de adotar providências hábeis a sanar o problema notório erecalcitrante de aglomerações na área externa das casas lotéricas situadas na cidade de Lagoa do Barro do Piauí/PI;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça a expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata; assim como resposta porescrito;RESOLVE:RECOMENDAR, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária e outras com elasconvergentes:I) AO EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE LAGOA DO BARRO DO PIAUÍ/PI: ADOTE todas as medidas administrativas necessárias para a fiscalização de aglomerações de filas de espera em todas as casaslotéricas de Lagoa do Barro do Piauí/PI, bem como de quaisquer outros locais onde se devolvam atividades ou serviços essenciais em quepossam ocorrer filas e/ou aglomerações, devendo ser garantida a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento, e, para tanto:a) Em relação as Casas Lotéricas, proceda, a partir de 48 (quarenta e oito) horas do recebimento desta recomendação, à interdição departe da via pública para o tráfego de veículos, do trecho que compreenda o quarteirão onde está localizada a referida casa lotérica,evitando, assim, que as filas fiquem concentradas nas calçadas e facilitando que as pessoas respeitem a distância umas das outras;b) Proceda, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, à marcação do posicionamento dos clientes em fila nas Casas Lotéricas, com uso deadesivos, pinturas provisórias ou outros meios, da distância mínima de 2 (dois) metros entre os clientes, e, caso seja insuficiente, busqueoutras opções para que não haja aglomerações e seja respeitada a distância mínima;c) Mantenha interlocução com os proprietários das casas lotéricas de Lagoa do Barro do Piauí, acerca de soluções conjuntas, rápidas eeficazes aos problemas das aglomerações em filas;d) Promova a distribuição de máscaras no local onde ocorre a formação de filas e nos pontos de maiores aglomerações, orientando apopulação sobre as medidas de prevenção covid-19;e) Disponibilize pontos públicos de higienizações das mãos e dos objetos tocados pela população e pelos trabalhadores nos serviçospúblicos essenciais, especialmente nos locais em que haja a maior concentração de pessoas, como agências bancárias, lotéricas,supermercados e outros verificados pelas equipes sanitárias;f) Disponibilize pessoal, devidamente protegido com máscaras e outros EPIs devidos, para organizar as filas externas de todas ascasas lotéricas de Lagoa do Barro do Piauí/PI, sendo observada a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento;g) Expeça todos os atos administrativos necessários a viabilizar o exercício do poder-dever de agir da Administração Pública, com vistasa evitar aglomerações nos arredores das lotéricas;h) Divulgue as ações implementadas.II. AO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL: INTENSIFIQUE a fiscalização nas imediações das casas lotéricas do município de Lagoa do Barro do Piauí/PI e demais pontos de aglomeração,ao tempo em que oriente a população acerca das medidas de prevenção à Covid-19 e da necessidade de obediência do distanciamento mínimode 2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardando atendimento em filas, com vistas a evitar a disseminação do vírus.IMPORTANTE: Aos destinatários da presente recomendação, em caso de aglomerações e tumultos, na área externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, que comuniquem o fato imediatamente às autoridades policiais do município, para adoção dasprovidências cabíveis.COMUNIQUE-SE a este órgão ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 48 horas do recebimento deste,as medidas adotadas, especialmente quanto ao acatamento da presente Recomendação.Consigne-se que o não cumprimento desta Recomendação pelas autoridades públicas implicará na adoção das medidas extrajudiciais e judiciaiscabíveis à espécie, inclusive, responsabilidade por ato de improbidade administrativa e/ou criminal.E DETERMINAR que:a) ENCAMINHE-SE, urgentemente, a presente Recomendação ao Prefeito do Município de Lagoa do Barro do Piauí/PI e ao órgão deVigilância Sanitária Municipal, para fins de conhecimento, cumprimento e divulgação;b) REMETA-SE cópia da presente Recomendação às emissoras de rádio locais e aos "blogs" da região, para fins de divulgação à população;c) REMETA-SE cópia da presente Recomendação ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), para fins de conhecimento econtrole, via e-mail;

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d) PUBLIQUE-SE a presente Recomendação no Diário Oficial do Ministério Público - DOEMPI.Cumpra-se.São João do Piauí/PI, 5 de maio de 2020.[Assinado digitalmente]Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 102/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça, por intermédio do Promotor de abaixo assinado, comfundamento no art. 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafoúnico, inciso IV, da Lei Complementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual) e;CONSIDERANDOqueo Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí/PI instaurou o Procedimento Administrativo nº 26/2020 - SIMP 000257-310/2020, com o objetivo de acompanhar o surgimento e propagação do COVID-19 no município de Campo Alegre do Fidalgo/PI,respectivamente, para fins de prevenção, controle e contenção de riscos à saúde da população, em decorrência do surto da doença causada peloCoronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constituiu Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDOque, no Brasil, o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN foi declarado em 3 de fevereiro de2020, por meio da edição da Portaria MS nº 188, nos termos do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novocoronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em âmbito nacional editou-se a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, sobre as medidas para enfrentamentoda emergência de saúde pública de importância internacional (ESPIIN) decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, comalterações posteriores via Medidas Provisórias;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo Federal nº 6, 20 de março de 2020, que reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhadapor meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020; o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado doPiauí, que declarou estado de calamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão dagrave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que, em decorrência da situação de emergência sanitária, vários entes federados, dentre os quais o Governo do Estado doPiauí, adotou providências que, em conjunto com a Portaria Ministério da Saúde n° 356/2020, buscaram mitigar os efeitos dessa crise sanitária ede saúde pública, como se vê no Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas paraenfrentamento da situação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeuatividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta queimplicassem em aglomeração de pessoas;CONSIDERANDO ainda o Decreto estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial; o Decretoestadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medida adicional aoenfrentamento da Covid-19; e o Decreto estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que, dentre outras medidas, prorrogou até a data de 21de maio de 2020 as medidas sanitárias determinadas pelos Decretos estaduais 18.901 e 18.902;CONSIDERANDOque, até o dia 30 de abril de 2020, o Brasil havia registrado 5.901 (cinco mil novecentos e uma) mortes decorrentes dapropagação do COVID-19, conforme dados oficiais do Ministério de Saúde;CONSIDERANDO que, no Estado do Piauí, até a mesma data, foram registrados 24 (vinte e quatro) óbitos e 600 (seiscentos) casos confirmados,segundo dados da SESAPI;CONSIDERANDO que no dia 01 de maio de 2020, no município de São João do Piauí, foi registrado o primeiro caso confirmado da COVID-19,segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde;CONSIDERANDOque a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, estabelecendo que, para tanto, as autoridades poderãoadotar medidas, no âmbito de suas competências (art. 3º);CONSIDERANDO que o art. 3º, §4º, da Lei nº 13.979/2020, estabelece que as pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidasprevistas, e o descumprimento de tais medidas poderá acarretar a responsabilização, inclusive penal, nos termos dos delitos previstos nos artigos268, 131 e 132 do Código Penal;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 196, da Constituição Federal, e, nesse cenário depandemia, necessário se faz resguardar a saúde da população, evitando transmissões comunitárias, principalmente, através da mitigação docontato entre as pessoas, para controle da disseminação do vírus;CONSIDERANDO o elevado risco de que uma contaminação simultânea de grande parte da população do Estado do Piauí pela Covid-19acarrete um colapso ao sistema de saúde, em decorrência da virtual insuficiência de profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos nasredes pública e privada para tratar, ao mesmo tempo, milhares de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória aguda, tratamentoeste que, numa quantidade considerável de casos, exige entubação para ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI);CONSIDERANDO as medidas de distanciamento social recomendadas pelos órgãos de saúde, que objetivam, principalmente, reduzir econtrolar a velocidade de transmissão do vírus, para que, assim, o sistema de saúde tenha tempo de reforçar sua estrutura comequipamentos (EPIs, respiradores e testes de diagnóstico) e recursos humanos capacitados;CONSIDERANDO que a alta velocidade da taxa de propagação da doença, associada à insuficiente realização de testes da Covid-19 noEstado do Piauí e à deficiente estruturação dos hospitais de todo estado prenunciam um cenário catastrófico;CONSIDERANDO que é função primordial da Administração Pública, neste momento de emergência sanitária, adotar as providênciasnecessárias a impedir aglomerações e tumultos em filas de casas lotéricas, especialmente neste período em que as pessoas têm buscado orecebimento do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal;CONSIDERANDO que as providências adotadas até agora pelo Município de Campo Alegre do Fidalgo/PI não estão se mostrandoeficazes para organizar filas externas às casas lotéricas, evitando aglomerações de pessoas com o distanciamento necessário;

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CONSIDERANDO que ao agente público são outorgados poderes administrativos para a consecução dos interesses da coletividade, interessesesses consubstanciados, no atual contexto, em proteção da saúde e da vida das pessoas, diante da pandemia da Covid-19;CONSIDERANDO que o Chefe do Poder Executivo Municipal tem o poder-dever de adotar providências hábeis a sanar o problema notório erecalcitrante de aglomerações na área externa das casas lotéricas situadas na cidade de Campo Alegre do Fidalgo/PI;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça a expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata; assim como resposta porescrito;RESOLVE:RECOMENDAR, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária e outras com elasconvergentes:I) AO EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE CAMPO ALEGRE DO FIDALGO/PI: ADOTE todas as medidas administrativas necessárias para a fiscalização de aglomerações de filas de espera em todas as casaslotéricas de Campo Alegre do Fidalgo/PI, bem como de quaisquer outros locais onde se devolvam atividades ou serviços essenciais em quepossam ocorrer filas e/ou aglomerações, devendo ser garantida a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento, e, para tanto:a) Em relação as Casas Lotéricas, proceda, a partir de 48 (quarenta e oito) horas do recebimento desta recomendação, à interdição departe da via pública para o tráfego de veículos, do trecho que compreenda o quarteirão onde está localizada a referida casa lotérica,evitando, assim, que as filas fiquem concentradas nas calçadas e facilitando que as pessoas respeitem a distância umas das outras;b) Proceda, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, à marcação do posicionamento dos clientes em fila nas Casas Lotéricas, com uso deadesivos, pinturas provisórias ou outros meios, da distância mínima de 2 (dois) metros entre os clientes, e, caso seja insuficiente, busqueoutras opções para que não haja aglomerações e seja respeitada a distância mínima;c) Mantenha interlocução com os proprietários das casas lotéricas de Campo Alegre do Fidalgo, acerca de soluções conjuntas, rápidas eeficazes aos problemas das aglomerações em filas;d) Promova a distribuição de máscaras no local onde ocorre a formação de filas e nos pontos de maiores aglomerações, orientando apopulação sobre as medidas de prevenção covid-19;e) Disponibilize pontos públicos de higienizações das mãos e dos objetos tocados pela população e pelos trabalhadores nos serviçospúblicos essenciais, especialmente nos locais em que haja a maior concentração de pessoas, como agências bancárias, lotéricas,supermercados e outros verificados pelas equipes sanitárias;f) Disponibilize pessoal, devidamente protegido com máscaras e outros EPIs devidos, para organizar as filas externas de todas ascasas lotéricas de Campo Alegre do Fidalgo/PI, sendo observada a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento;g) Expeça todos os atos administrativos necessários a viabilizar o exercício do poder-dever de agir da Administração Pública, com vistasa evitar aglomerações nos arredores das lotéricas;h) Divulgue as ações implementadas.II. AO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL: INTENSIFIQUE a fiscalização nas imediações das casas lotéricas do município de Campo Alegre do Fidalgo/PI e demais pontos deaglomeração, ao tempo em que oriente a população acerca das medidas de prevenção à Covid-19 e da necessidade de obediência dodistanciamento mínimo de 2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardando atendimento em filas, com vistas a evitar a disseminação dovírus.IMPORTANTE: Aos destinatários da presente recomendação, em caso de aglomerações e tumultos, na área externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, que comuniquem o fato imediatamente às autoridades policiais do município, para adoção dasprovidências cabíveis.COMUNIQUE-SE a este órgão ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 48 horas do recebimento deste,as medidas adotadas, especialmente quanto ao acatamento da presente Recomendação.Consigne-se que o não cumprimento desta Recomendação pelas autoridades públicas implicará na adoção das medidas extrajudiciais e judiciaiscabíveis à espécie, inclusive, responsabilidade por ato de improbidade administrativa e/ou criminal.E DETERMINAR que:a) ENCAMINHE-SE, urgentemente, a presente Recomendação ao Prefeito do Município de Campo Alegre do Fidalgo/PI e ao órgão deVigilância Sanitária Municipal, para fins de conhecimento, cumprimento e divulgação;b) REMETA-SE cópia da presente Recomendação às emissoras de rádio locais e aos "blogs" da região, para fins de divulgação à população;c) REMETA-SE cópia da presente Recomendação ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), para fins de conhecimento econtrole, via e-mail;d) PUBLIQUE-SE a presente Recomendação no Diário Oficial do Ministério Público - DOEMPI.Cumpra-se.São João do Piauí/PI, 5 de maio de 2020.[Assinado digitalmente]Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 103/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça, por intermédio do Promotor de abaixo assinado, comfundamento no art. 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafoúnico, inciso IV, da Lei Complementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual) e;CONSIDERANDOqueo Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí/PI instaurou o Procedimento Administrativo nº 27/2020 - SIMP 000258-310/2020, com o objetivo de acompanhar o surgimento e propagação do COVID-19 no município de Capitão Gervásio Oliveira/PI,respectivamente, para fins de prevenção, controle e contenção de riscos à saúde da população, em decorrência do surto da doença causada peloCoronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constituiu Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDOque, no Brasil, o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN foi declarado em 3 de fevereiro de2020, por meio da edição da Portaria MS nº 188, nos termos do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento em

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que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novocoronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em âmbito nacional editou-se a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, sobre as medidas para enfrentamentoda emergência de saúde pública de importância internacional (ESPIIN) decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, comalterações posteriores via Medidas Provisórias;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo Federal nº 6, 20 de março de 2020, que reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhadapor meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020; o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado doPiauí, que declarou estado de calamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão dagrave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que, em decorrência da situação de emergência sanitária, vários entes federados, dentre os quais o Governo do Estado doPiauí, adotou providências que, em conjunto com a Portaria Ministério da Saúde n° 356/2020, buscaram mitigar os efeitos dessa crise sanitária ede saúde pública, como se vê no Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas paraenfrentamento da situação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeuatividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta queimplicassem em aglomeração de pessoas;CONSIDERANDO ainda o Decreto estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial; o Decretoestadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medida adicional aoenfrentamento da Covid-19; e o Decreto estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que, dentre outras medidas, prorrogou até a data de 21de maio de 2020 as medidas sanitárias determinadas pelos Decretos estaduais 18.901 e 18.902;CONSIDERANDOque, até o dia 30 de abril de 2020, o Brasil havia registrado 5.901 (cinco mil novecentos e uma) mortes decorrentes dapropagação do COVID-19, conforme dados oficiais do Ministério de Saúde;CONSIDERANDO que, no Estado do Piauí, até a mesma data, foram registrados 24 (vinte e quatro) óbitos e 600 (seiscentos) casos confirmados,segundo dados da SESAPI;CONSIDERANDO que no dia 01 de maio de 2020, no município de São João do Piauí, foi registrado o primeiro caso confirmado da COVID-19,segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde;CONSIDERANDOque a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, estabelecendo que, para tanto, as autoridades poderãoadotar medidas, no âmbito de suas competências (art. 3º);CONSIDERANDO que o art. 3º, §4º, da Lei nº 13.979/2020, estabelece que as pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidasprevistas, e o descumprimento de tais medidas poderá acarretar a responsabilização, inclusive penal, nos termos dos delitos previstos nos artigos268, 131 e 132 do Código Penal;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 196, da Constituição Federal, e, nesse cenário depandemia, necessário se faz resguardar a saúde da população, evitando transmissões comunitárias, principalmente, através da mitigação docontato entre as pessoas, para controle da disseminação do vírus;CONSIDERANDO o elevado risco de que uma contaminação simultânea de grande parte da população do Estado do Piauí pela Covid-19acarrete um colapso ao sistema de saúde, em decorrência da virtual insuficiência de profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos nasredes pública e privada para tratar, ao mesmo tempo, milhares de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória aguda, tratamentoeste que, numa quantidade considerável de casos, exige entubação para ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI);CONSIDERANDO as medidas de distanciamento social recomendadas pelos órgãos de saúde, que objetivam, principalmente, reduzir econtrolar a velocidade de transmissão do vírus, para que, assim, o sistema de saúde tenha tempo de reforçar sua estrutura comequipamentos (EPIs, respiradores e testes de diagnóstico) e recursos humanos capacitados;CONSIDERANDO que a alta velocidade da taxa de propagação da doença, associada à insuficiente realização de testes da Covid-19 noEstado do Piauí e à deficiente estruturação dos hospitais de todo estado prenunciam um cenário catastrófico;CONSIDERANDO que é função primordial da Administração Pública, neste momento de emergência sanitária, adotar as providênciasnecessárias a impedir aglomerações e tumultos em filas de casas lotéricas, especialmente neste período em que as pessoas têm buscado orecebimento do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal;CONSIDERANDO que as providências adotadas até agora pelo Município de Capitão Gervásio Oliveira/PI não estão se mostrandoeficazes para organizar filas externas às casas lotéricas, evitando aglomerações de pessoas com o distanciamento necessário;CONSIDERANDO que ao agente público são outorgados poderes administrativos para a consecução dos interesses da coletividade, interessesesses consubstanciados, no atual contexto, em proteção da saúde e da vida das pessoas, diante da pandemia da Covid-19;CONSIDERANDO que o Chefe do Poder Executivo Municipal tem o poder-dever de adotar providências hábeis a sanar o problema notório erecalcitrante de aglomerações na área externa das casas lotéricas situadas na cidade de Capitão Gervásio Oliveira/PI;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça a expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata; assim como resposta porescrito;RESOLVE:RECOMENDAR, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária e outras com elasconvergentes:I) A EXMA. SRA. PREFEITA DO MUNICÍPIO DE CAPITÃO GERVÁSIO OLIVEIRA/PI: ADOTE todas as medidas administrativas necessárias para a fiscalização de aglomerações de filas de espera em todas as casaslotéricas de Capitão Gervásio Oliveira/PI, bem como de quaisquer outros locais onde se devolvam atividades ou serviços essenciais em quepossam ocorrer filas e/ou aglomerações, devendo ser garantida a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento, e, para tanto:a) Em relação as Casas Lotéricas, proceda, a partir de 48 (quarenta e oito) horas do recebimento desta recomendação, à interdição departe da via pública para o tráfego de veículos, do trecho que compreenda o quarteirão onde está localizada a referida casa lotérica,evitando, assim, que as filas fiquem concentradas nas calçadas e facilitando que as pessoas respeitem a distância umas das outras;b) Proceda, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, à marcação do posicionamento dos clientes em fila nas Casas Lotéricas, com uso deadesivos, pinturas provisórias ou outros meios, da distância mínima de 2 (dois) metros entre os clientes, e, caso seja insuficiente, busqueoutras opções para que não haja aglomerações e seja respeitada a distância mínima;c) Mantenha interlocução com os proprietários das casas lotéricas de Capitão Gervásio Oliveira, acerca de soluções conjuntas, rápidas eeficazes aos problemas das aglomerações em filas;d) Promova a distribuição de máscaras no local onde ocorre a formação de filas e nos pontos de maiores aglomerações, orientando apopulação sobre as medidas de prevenção covid-19;e) Disponibilize pontos públicos de higienizações das mãos e dos objetos tocados pela população e pelos trabalhadores nos serviços

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públicos essenciais, especialmente nos locais em que haja a maior concentração de pessoas, como agências bancárias, lotéricas,supermercados e outros verificados pelas equipes sanitárias;f) Disponibilize pessoal, devidamente protegido com máscaras e outros EPIs devidos, para organizar as filas externas de todas aslotéricas de Capitão Gervásio Oliveira/PI, sendo observada a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento;g) Expeça todos os atos administrativos necessários a viabilizar o exercício do poder-dever de agir da Administração Pública, com vistasa evitar aglomerações nos arredores das lotéricas;h) Divulgue as ações implementadas.II. AO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL: INTENSIFIQUE a fiscalização nas imediações das casas lotéricas do município de Capitão Gervásio Oliveira/PI e demais pontos deaglomeração, ao tempo em que oriente a população acerca das medidas de prevenção à Covid-19 e da necessidade de obediência dodistanciamento mínimo de 2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardando atendimento em filas, com vistas a evitar a disseminação dovírus.IMPORTANTE: Aos destinatários da presente recomendação, em caso de aglomerações e tumultos, na área externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, que comuniquem o fato imediatamente às autoridades policiais do município, para adoção dasprovidências cabíveis.COMUNIQUE-SE a este órgão ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 48 horas do recebimento deste,as medidas adotadas, especialmente quanto ao acatamento da presente Recomendação.Consigne-se que o não cumprimento desta Recomendação pelas autoridades públicas implicará na adoção das medidas extrajudiciais e judiciaiscabíveis à espécie, inclusive, responsabilidade por ato de improbidade administrativa e/ou criminal.E DETERMINAR que:a) ENCAMINHE-SE, urgentemente, a presente Recomendação a Prefeita do Município de Capitão Gervásio Oliveira/PI e ao órgão deVigilância Sanitária Municipal, para fins de conhecimento, cumprimento e divulgação;b) REMETA-SE cópia da presente Recomendação às emissoras de rádio locais e aos "blogs" da região, para fins de divulgação à população;c) REMETA-SE cópia da presente Recomendação ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), para fins de conhecimento econtrole, via e-mail;d) PUBLIQUE-SE a presente Recomendação no Diário Oficial do Ministério Público - DOEMPI.Cumpra-se.São João do Piauí/PI, 5 de maio de 2020.[Assinado digitalmente]Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 104/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça, por intermédio do Promotor de abaixo assinado, comfundamento no art. 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafoúnico, inciso IV, da Lei Complementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual) e;CONSIDERANDOqueo Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí/PI instaurou o Procedimento Administrativo nº 28/2020 - SIMP 000259-310/2020, com o objetivo de acompanhar o surgimento e propagação do COVID-19 no município de João Costa/PI, respectivamente, para fins deprevenção, controle e contenção de riscos à saúde da população, em decorrência do surto da doença causada pelo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constituiu Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDOque, no Brasil, o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN foi declarado em 3 de fevereiro de2020, por meio da edição da Portaria MS nº 188, nos termos do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novocoronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em âmbito nacional editou-se a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, sobre as medidas para enfrentamentoda emergência de saúde pública de importância internacional (ESPIIN) decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, comalterações posteriores via Medidas Provisórias;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo Federal nº 6, 20 de março de 2020, que reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhadapor meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020; o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado doPiauí, que declarou estado de calamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão dagrave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que, em decorrência da situação de emergência sanitária, vários entes federados, dentre os quais o Governo do Estado doPiauí, adotou providências que, em conjunto com a Portaria Ministério da Saúde n° 356/2020, buscaram mitigar os efeitos dessa crise sanitária ede saúde pública, como se vê no Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas paraenfrentamento da situação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeuatividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta queimplicassem em aglomeração de pessoas;CONSIDERANDO ainda o Decreto estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial; o Decretoestadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medida adicional aoenfrentamento da Covid-19; e o Decreto estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que, dentre outras medidas, prorrogou até a data de 21de maio de 2020 as medidas sanitárias determinadas pelos Decretos estaduais 18.901 e 18.902;CONSIDERANDOque, até o dia 30 de abril de 2020, o Brasil havia registrado 5.901 (cinco mil novecentos e uma) mortes decorrentes dapropagação do COVID-19, conforme dados oficiais do Ministério de Saúde;CONSIDERANDO que, no Estado do Piauí, até a mesma data, foram registrados 24 (vinte e quatro) óbitos e 600 (seiscentos) casos confirmados,segundo dados da SESAPI;

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CONSIDERANDO que no dia 01 de maio de 2020, no município de São João do Piauí, foi registrado o primeiro caso confirmado da COVID-19,segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde;CONSIDERANDOque a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, estabelecendo que, para tanto, as autoridades poderãoadotar medidas, no âmbito de suas competências (art. 3º);CONSIDERANDO que o art. 3º, §4º, da Lei nº 13.979/2020, estabelece que as pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidasprevistas, e o descumprimento de tais medidas poderá acarretar a responsabilização, inclusive penal, nos termos dos delitos previstos nos artigos268, 131 e 132 do Código Penal;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 196, da Constituição Federal, e, nesse cenário depandemia, necessário se faz resguardar a saúde da população, evitando transmissões comunitárias, principalmente, através da mitigação docontato entre as pessoas, para controle da disseminação do vírus;CONSIDERANDO o elevado risco de que uma contaminação simultânea de grande parte da população do Estado do Piauí pela Covid-19acarrete um colapso ao sistema de saúde, em decorrência da virtual insuficiência de profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos nasredes pública e privada para tratar, ao mesmo tempo, milhares de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória aguda, tratamentoeste que, numa quantidade considerável de casos, exige entubação para ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI);CONSIDERANDO as medidas de distanciamento social recomendadas pelos órgãos de saúde, que objetivam, principalmente, reduzir econtrolar a velocidade de transmissão do vírus, para que, assim, o sistema de saúde tenha tempo de reforçar sua estrutura comequipamentos (EPIs, respiradores e testes de diagnóstico) e recursos humanos capacitados;CONSIDERANDO que a alta velocidade da taxa de propagação da doença, associada à insuficiente realização de testes da Covid-19 noEstado do Piauí e à deficiente estruturação dos hospitais de todo estado prenunciam um cenário catastrófico;CONSIDERANDO que é função primordial da Administração Pública, neste momento de emergência sanitária, adotar as providênciasnecessárias a impedir aglomerações e tumultos em filas de casas lotéricas, especialmente neste período em que as pessoas têm buscado orecebimento do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal;CONSIDERANDO que as providências adotadas até agora pelo Município de João Costa/PI não estão se mostrando eficazes paraorganizar filas externas às casas lotéricas, evitando aglomerações de pessoas com o distanciamento necessário;CONSIDERANDO que ao agente público são outorgados poderes administrativos para a consecução dos interesses da coletividade, interessesesses consubstanciados, no atual contexto, em proteção da saúde e da vida das pessoas, diante da pandemia da Covid-19;CONSIDERANDO que o Chefe do Poder Executivo Municipal tem o poder-dever de adotar providências hábeis a sanar o problema notório erecalcitrante de aglomerações na área externa das casas lotéricas situadas na cidade de João Costa/PI;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça a expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata; assim como resposta porescrito;RESOLVE:RECOMENDAR, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária e outras com elasconvergentes:I) AO EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JOÃO COSTA/PI: ADOTE todas as medidas administrativas necessárias para a fiscalização de aglomerações de filas de espera em todas as casaslotéricas de João Costa/PI, bem como de quaisquer outros locais onde se devolvam atividades ou serviços essenciais em que possam ocorrerfilas e/ou aglomerações, devendo ser garantida a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardandoatendimento, e, para tanto:a) Em relação as Casas Lotéricas, proceda, a partir de 48 (quarenta e oito) horas do recebimento desta recomendação, à interdição departe da via pública para o tráfego de veículos, do trecho que compreenda o quarteirão onde está localizada a referida casa lotérica,evitando, assim, que as filas fiquem concentradas nas calçadas e facilitando que as pessoas respeitem a distância umas das outras;b) Proceda, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, à marcação do posicionamento dos clientes em fila nas Casas Lotéricas, com uso deadesivos, pinturas provisórias ou outros meios, da distância mínima de 2 (dois) metros entre os clientes, e, caso seja insuficiente, busqueoutras opções para que não haja aglomerações e seja respeitada a distância mínima;c) Mantenha interlocução com os proprietários das casas lotéricas de João Costa, acerca de soluções conjuntas, rápidas e eficazes aosproblemas das aglomerações em filas;d) Promova a distribuição de máscaras no local onde ocorre a formação de filas e nos pontos de maiores aglomerações, orientando apopulação sobre as medidas de prevenção covid-19;e) Disponibilize pontos públicos de higienizações das mãos e dos objetos tocados pela população e pelos trabalhadores nos serviçospúblicos essenciais, especialmente nos locais em que haja a maior concentração de pessoas, como agências bancárias, lotéricas,supermercados e outros verificados pelas equipes sanitárias;f) Disponibilize pessoal, devidamente protegido com máscaras e outros EPIs devidos, para organizar as filas externas de todas ascasas lotéricas de João Costa/PI, sendo observada a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardandoatendimento;g) Expeça todos os atos administrativos necessários a viabilizar o exercício do poder-dever de agir da Administração Pública, com vistasa evitar aglomerações nos arredores das lotéricas;h) Divulgue as ações implementadas.II. AO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL: INTENSIFIQUE a fiscalização nas imediações das casas lotéricas do município de João Costa/PI e demais pontos de aglomeração, ao tempoem que oriente a população acerca das medidas de prevenção à Covid-19 e da necessidade de obediência do distanciamento mínimo de 2 (dois)metros entre as pessoas que estejam aguardando atendimento em filas, com vistas a evitar a disseminação do vírus.IMPORTANTE: Aos destinatários da presente recomendação, em caso de aglomerações e tumultos, na área externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, que comuniquem o fato imediatamente às autoridades policiais do município, para adoção dasprovidências cabíveis.COMUNIQUE-SE a este órgão ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 48 horas do recebimento deste,as medidas adotadas, especialmente quanto ao acatamento da presente Recomendação.Consigne-se que o não cumprimento desta Recomendação pelas autoridades públicas implicará na adoção das medidas extrajudiciais e judiciaiscabíveis à espécie, inclusive, responsabilidade por ato de improbidade administrativa e/ou criminal.E DETERMINAR que:a) ENCAMINHE-SE, urgentemente, a presente Recomendação a Prefeita do Município de João Costa/PI e ao órgão de Vigilância SanitáriaMunicipal, para fins de conhecimento, cumprimento e divulgação;b) REMETA-SE cópia da presente Recomendação às emissoras de rádio locais e aos "blogs" da região, para fins de divulgação à população;c) REMETA-SE cópia da presente Recomendação ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), para fins de conhecimento econtrole, via e-mail;d) PUBLIQUE-SE a presente Recomendação no Diário Oficial do Ministério Público - DOEMPI.Cumpra-se.

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São João do Piauí/PI, 5 de maio de 2020.[Assinado digitalmente]Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 105/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça, por intermédio do Promotor de abaixo assinado, comfundamento no art. 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafoúnico, inciso IV, da Lei Complementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual) e;CONSIDERANDOqueo Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de São João do Piauí/PI instaurou o Procedimento Administrativo nº 29/2020 - SIMP 000260-310/2020, com o objetivo de acompanhar o surgimento e propagação do COVID-19 no município de Pedro Laurentino/PI, respectivamente, parafins de prevenção, controle e contenção de riscos à saúde da população, em decorrência do surto da doença causada pelo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constituiu Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDOque, no Brasil, o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN foi declarado em 3 de fevereiro de2020, por meio da edição da Portaria MS nº 188, nos termos do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novocoronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em âmbito nacional editou-se a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, sobre as medidas para enfrentamentoda emergência de saúde pública de importância internacional (ESPIIN) decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, comalterações posteriores via Medidas Provisórias;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo Federal nº 6, 20 de março de 2020, que reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhadapor meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020; o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado doPiauí, que declarou estado de calamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão dagrave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que, em decorrência da situação de emergência sanitária, vários entes federados, dentre os quais o Governo do Estado doPiauí, adotou providências que, em conjunto com a Portaria Ministério da Saúde n° 356/2020, buscaram mitigar os efeitos dessa crise sanitária ede saúde pública, como se vê no Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas paraenfrentamento da situação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeuatividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta queimplicassem em aglomeração de pessoas;CONSIDERANDO ainda o Decreto estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial; o Decretoestadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medida adicional aoenfrentamento da Covid-19; e o Decreto estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que, dentre outras medidas, prorrogou até a data de 21de maio de 2020 as medidas sanitárias determinadas pelos Decretos estaduais 18.901 e 18.902;CONSIDERANDOque, até o dia 30 de abril de 2020, o Brasil havia registrado 5.901 (cinco mil novecentos e uma) mortes decorrentes dapropagação do COVID-19, conforme dados oficiais do Ministério de Saúde;CONSIDERANDO que, no Estado do Piauí, até a mesma data, foram registrados 24 (vinte e quatro) óbitos e 600 (seiscentos) casos confirmados,segundo dados da SESAPI;CONSIDERANDO que no dia 01 de maio de 2020, no município de São João do Piauí, foi registrado o primeiro caso confirmado da COVID-19,segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde;CONSIDERANDOque a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, estabelecendo que, para tanto, as autoridades poderãoadotar medidas, no âmbito de suas competências (art. 3º);CONSIDERANDO que o art. 3º, §4º, da Lei nº 13.979/2020, estabelece que as pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidasprevistas, e o descumprimento de tais medidas poderá acarretar a responsabilização, inclusive penal, nos termos dos delitos previstos nos artigos268, 131 e 132 do Código Penal;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 196, da Constituição Federal, e, nesse cenário depandemia, necessário se faz resguardar a saúde da população, evitando transmissões comunitárias, principalmente, através da mitigação docontato entre as pessoas, para controle da disseminação do vírus;CONSIDERANDO o elevado risco de que uma contaminação simultânea de grande parte da população do Estado do Piauí pela Covid-19acarrete um colapso ao sistema de saúde, em decorrência da virtual insuficiência de profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos nasredes pública e privada para tratar, ao mesmo tempo, milhares de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória aguda, tratamentoeste que, numa quantidade considerável de casos, exige entubação para ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI);CONSIDERANDO as medidas de distanciamento social recomendadas pelos órgãos de saúde, que objetivam, principalmente, reduzir econtrolar a velocidade de transmissão do vírus, para que, assim, o sistema de saúde tenha tempo de reforçar sua estrutura comequipamentos (EPIs, respiradores e testes de diagnóstico) e recursos humanos capacitados;CONSIDERANDO que a alta velocidade da taxa de propagação da doença, associada à insuficiente realização de testes da Covid-19 noEstado do Piauí e à deficiente estruturação dos hospitais de todo estado prenunciam um cenário catastrófico;CONSIDERANDO que é função primordial da Administração Pública, neste momento de emergência sanitária, adotar as providênciasnecessárias a impedir aglomerações e tumultos em filas de casas lotéricas, especialmente neste período em que as pessoas têm buscado orecebimento do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal;CONSIDERANDO que as providências adotadas até agora pelo Município de Pedro Laurentino/PI não estão se mostrando eficazes paraorganizar filas externas às casas lotéricas, evitando aglomerações de pessoas com o distanciamento necessário;CONSIDERANDO que ao agente público são outorgados poderes administrativos para a consecução dos interesses da coletividade, interessesesses consubstanciados, no atual contexto, em proteção da saúde e da vida das pessoas, diante da pandemia da Covid-19;

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2.5. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PORTO-PI11552

CONSIDERANDO que o Chefe do Poder Executivo Municipal tem o poder-dever de adotar providências hábeis a sanar o problema notório erecalcitrante de aglomerações na área externa das casas lotéricas situadas na cidade de Pedro Laurentino/PI;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça a expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata; assim como resposta porescrito;RESOLVE:RECOMENDAR, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária e outras com elasconvergentes:I) AO EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE PEDRO LAURENTINO/PI: ADOTE todas as medidas administrativas necessárias para a fiscalização de aglomerações de filas de espera em todas as casaslotéricas de Pedro Laurentino/PI, bem como de quaisquer outros locais onde se devolvam atividades ou serviços essenciais em que possamocorrer filas e/ou aglomerações, devendo ser garantida a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento, e, para tanto:a) Em relação as Casas Lotéricas, proceda, a partir de 48 (quarenta e oito) horas do recebimento desta recomendação, à interdição departe da via pública para o tráfego de veículos, do trecho que compreenda o quarteirão onde está localizada a referida casa lotérica,evitando, assim, que as filas fiquem concentradas nas calçadas e facilitando que as pessoas respeitem a distância umas das outras;b) Proceda, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, à marcação do posicionamento dos clientes em fila nas Casas Lotéricas, com uso deadesivos, pinturas provisórias ou outros meios, da distância mínima de 2 (dois) metros entre os clientes, e, caso seja insuficiente, busqueoutras opções para que não haja aglomerações e seja respeitada a distância mínima;c) Mantenha interlocução com os proprietários das casas lotéricas de Pedro Laurentino, acerca de soluções conjuntas, rápidas e eficazesaos problemas das aglomerações em filas;d) Promova a distribuição de máscaras no local onde ocorre a formação de filas e nos pontos de maiores aglomerações, orientando apopulação sobre as medidas de prevenção covid-19;e) Disponibilize pontos públicos de higienizações das mãos e dos objetos tocados pela população e pelos trabalhadores nos serviçospúblicos essenciais, especialmente nos locais em que haja a maior concentração de pessoas, como agências bancárias, lotéricas,supermercados e outros verificados pelas equipes sanitárias;f) Disponibilize pessoal, devidamente protegido com máscaras e outros EPIs devidos, para organizar as filas externas de todas ascasas lotéricas de Pedro Laurentino/PI, sendo observada a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento;g) Expeça todos os atos administrativos necessários a viabilizar o exercício do poder-dever de agir da Administração Pública, com vistasa evitar aglomerações nos arredores das lotéricas;h) Divulgue as ações implementadas.II. AO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL: INTENSIFIQUE a fiscalização nas imediações das casas lotéricas do município de Pedro Laurentino/PI e demais pontos de aglomeração, aotempo em que oriente a população acerca das medidas de prevenção à Covid-19 e da necessidade de obediência do distanciamento mínimo de2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardando atendimento em filas, com vistas a evitar a disseminação do vírus.IMPORTANTE: Aos destinatários da presente recomendação, em caso de aglomerações e tumultos, na área externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, que comuniquem o fato imediatamente às autoridades policiais do município, para adoção dasprovidências cabíveis.COMUNIQUE-SE a este órgão ministerial, através do e-mail [email protected], no prazo de 48 horas do recebimento deste,as medidas adotadas, especialmente quanto ao acatamento da presente Recomendação.Consigne-se que o não cumprimento desta Recomendação pelas autoridades públicas implicará na adoção das medidas extrajudiciais e judiciaiscabíveis à espécie, inclusive, responsabilidade por ato de improbidade administrativa e/ou criminal.E DETERMINAR que:a) ENCAMINHE-SE, urgentemente, a presente Recomendação a Prefeita do Município de Pedro Laurentino/PI e ao órgão de VigilânciaSanitária Municipal, para fins de conhecimento, cumprimento e divulgação;b) REMETA-SE cópia da presente Recomendação às emissoras de rádio locais e aos "blogs" da região, para fins de divulgação à população;c) REMETA-SE cópia da presente Recomendação ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), para fins de conhecimento econtrole, via e-mail;d) PUBLIQUE-SE a presente Recomendação no Diário Oficial do Ministério Público - DOEMPI.Cumpra-se.São João do Piauí/PI, 5 de maio de 2020.[Assinado digitalmente]Jorge Luiz da Costa PessoaPromotor de Justiça

PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PORTO RECOMENDAÇÃO Nº 30 /2020OBJETO: NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO DA CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2020.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio da Promotora de Justiça signatária, no uso das atribuições que lhe sãoconferidas pelos arts. 127 e 129, inc. II, da Constituição Federal e art. 12, inc. XVIII, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO a declaração de pandemia em relação ao novo coronavírus (Covid-19) pela Organização Mundial da Saúde - OMS, de 11 demarço de 2020, assim como a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da OMS, de 30 de janeiro de2020;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS no 188/2020, declarou "emergência em saúde pública deimportância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgente de

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2.6. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PAULISTANA-PI11555

medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, em seu artigo 3º, II,§ 1º, autoriza a adoção da quarentena, desde que embasada em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas emsaúde;CONSIDERANDO que o inciso II do art. 2º da Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, inclui a restrição de atividades dentre o rol demedidas que podem ser adotadas durante a quarentena;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelos Decretos Estaduaisde nº 18.901 e 18.902 até 21 de maio de 2020;CONSIDERANDO o Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas para enfrentamento dasituação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeu atividades coletivasou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta que implicassem em aglomeração depessoas;CONSIDERANDO o Decreto estadual nº 18.901, de 19 de março de 2020, que determinou algumas ações excepcionais voltadas para oenfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente da COVID-19, dentre as quais a suspensão de todas as atividades em bares,restaurantes, cinemas, clubes, academias, casas de espetáculo e clínicas de estética; das atividades de saúdeodontológica, públicas e privadas, exceto aquelas relacionadas aos atendimentos de urgência e emergência; de eventos esportivos; e dasatividades comerciais em shopping centers; CONSIDERANDO o Decreto estadual n° 18.902, de 23 de março de 2020, que estabeleceu medidasno sentido de suspender as atividades comerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumasatividades de caráter essencial, tudo com o objetivo primordial de evitar a aglomeração de pessoas nos espaços públicos, bem comodeterminação às pessoas que ingressassem no Estado por via rodoviária, aeroportuários ou marítimos, a observância de quarentena mínima de07 (sete) dias, medidas que devem permanecer em vigor até 30 de abril de 2020, por força do Decreto estadual nº 18.913, de 30 de março de2020;.CONSIDERANDO o Decreto estadual 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou até o dia 21 de maio de 2020 as medidas elencadas nosDecretos estaduais 18.901, 18.902 e 18.947, bem como suspendeu as aulas nas redes públicas estadual, municipais e privadas de ensino, bemcomo nas instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com exceção de atividades realizadas com uso de plataformas eletrônicas, quedispense atividade presencial, até 31 de julho de 2020.CONSIDERANDO a publicação no Diário dos Municípios em 30 de abril de 2020, sob a denominação de CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº002/2002, que indica a abertura de Licitação para a PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EESGOTAMENTO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE PORTO-PI;CONSIDERANDO que, segundo a publicação oficial, o edital e seus anexos poderão ser adquiridos na Sede da Prefeitura Municipal de Porto,das 08:00 às 13:00 horas a partir da data de hoje (04/05/2020), e que a SESSÃO PÚBLICA TERÁ INÍCIO NO DIA 18/06/2020, às 09:00horas, na Sede da Comissão Permanente de Licitação, sediada na Avenida Presidente Vargas, 212, centro, Porto;CONSIDERANDO que tal ato administrativo vai na contramão da decisão das autoridades públicas piauienses de adotar medidas para conter adisseminação da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), dentre as quais prepondera recomendação de isolamento social para evitaraglomerações de pessoas em espaços fechados e públicos, especialmente, no presente caso, a realização de sessões públicas presenciais delicitações relacionadas à contratação de objetos que não dizem respeito ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO que os órgãos municipais reduziram o quadro de servidores e/ou limitarem o acesso público as suas dependências, e,consequentemente, os licitantes poderão ter dificuldades na obtenção de certidões necessárias para participação nos certames ou, ainda, vercomprometida a comprovação de habilitação técnica mediante a apresentação de atestados de qualificação técnica;CONSIDERANDO que diversos potenciais interessados poderão abster-se de participar das sessões de procedimentos licitatórios presenciaiscom receio de se contaminar ou transmitir o vírus, havendo, inclusive, risco aos servidores que compõem as Comissões de Licitações ou ocupamcargos de Pregoeiro ou equipe de apoio a este, que ficam expostos e nem sempre recebem adequados EPIs (equipamentos de proteçãoindividual) para a continuidade dos trabalhos.RESOLVE:RECOMENDAR aos Prefeito do Município de Porto, Sr. DOMINGOS BACELAR DE CARVALHO que, no prazo de 48h (quarenta e oito horas),com o objetivo de assegurar a saúde pública, e como medida de prudência, pelo risco de lesão aos princípios regentes da condução dosprocedimentos licitatórios, QUE DETERMINE A SUSPENSÃO das sessões de licitações públicas presenciais agendadas até enquanto perduraras medidas das autoridades públicas de que se evite a aglomerações de pessoas em ambientes fechados.Fixa-se o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presente Recomendação.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas cabíveis, inclusive judiciais. A partir da data decientificação da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍconsidera seu destinatário como pessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, para fins de demonstração da consciência dailicitude do recomendado.À Secretaria-Geral da Promotoria de Justiça de Porto para cientificação dos destinatários e publicação no Diário Oficial Eletrônico do MinistérioPúblico.De Teresina para Porto, 04 de maio de 2020.

PORTARIA Nº 16/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;

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CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Coronavírus COVID-19,situando o Brasil, no momento, no nível de resposta 3: "emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN)";CONSIDERANDO que os estados e municípios vêm elaborando seus planos de contingência locais, inclusive acatando recomendaçõesexpedidas pelo MPPI;CONSIDERANDO que o Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, decretou situação de emergênciaem saúde, devido ao aumento do número de casos suspeitos e a confirmação de casos de contaminação pela COVID-19 no Estado do Piauí,dispondo sobre diversas medidas para enfrentamento e contenção da infecção humana pelo novo coronavírus;CONSIDERANDO que o Município de Acauã do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 012/06.04.2020, que dispõem sobre asmedidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19, adotandoprovidências para conter a disseminação do vírus, dentre as quais a suspensão das aulas presenciais em todas as unidades escolares;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente garantem a toda criança eadolescente, com absoluta prioridade, direitos fundamentais, assegurando-lhe primazia em receber proteção e socorro, precedência noatendimento nos serviços públicos, preferência na formulação de políticas e destinação privilegiada de recursos para sua proteção;CONSIDERANDO que a educação é direito fundamental e social, conforme firmado no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que segundo o art. 205 da Constituição Federal, "a educação é direito de todos e dever do Estado e da família";CONSIDERANDO as disposições da Lei n. 9.394/90 Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no sentido que: "O dever do Estado com educaçãoescolar pública será efetivado mediante a garantia de [...] atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio deprogramas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde" (art. 4º, VIII, LDB);CONSIDERANDO que a situação demanda a adoção urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos àsaúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença;CONSIDERANDO que a Lei de Diretrizes e Bases prevê, para a educação infantil (art. 31, II) e para a educação básica como um todo (art. 24, I),o mínimo, anual, de 800 horas-aula, distribuídas em 200 dias letivos;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Educação (CNE), ainda em 2009, elaborou o Parecer CNE/CEB nº19/2009, deixando claro que omínimo de duzentos dias letivos deverá ser rigorosamente cumprido, em qualquer situação, mesmo as de maior excepcionalidade, ainda quedisso decorra a defasagem entre o ano letivo e o ano civil;CONSIDERANDO que, no contexto da atual pandemia, o CNE lançou primeira Nota de Esclarecimento, em 13 de março, para que sejamadotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos de parâmetrosorganizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, propondo-se formas de reposição de dias e horas de efetivotrabalho escolar, submetendo-as à aprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;CONSIDERANDO que, em 18 de março, o Conselho apresentou nova Nota de Esclarecimento, apontando que, no exercício de sua autonomiae responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos e dos sistemas de ensino, compete às autoridades dos sistemas deensino federal, estaduais, municipais e distrital, em conformidade com o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, autorizar a realização deatividades a distância nos ensino fundamental e médio, na educação profissional técnica de nível médio, na educação especial e na educação dejovens e adultos (item 5);CONSIDERANDO que a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), elaborou uma série de propostas sobre medidas aserem adotadas pelos municípios na área educacional, em caráter de sugestão;CONSIDERANDO, por fim, que, nos termos do Art.8º da Resolução nº174/2017-CNMP, o Procedimento Administrativo é a espécie extrajudicialadequada ao acompanhamento e fiscalização de políticas públicas;RESOLVE: Instaurar o Procedimento Administrativo, com base nos documentos que ladeiam esta Portaria, para o devido acompanhamento dasmedidas destinadas à garantia do direito fundamental à educação no contexto da atual pandemia de COVID-19;O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Acauã-Piauí para que apresente, no prazo de 48(quarenta e oito) horas, Plano de Contingência para garantia do direito à educação no município, compreendendo as medidas a serem adotadaspara o cumprimento da quantidade mínima de dias letivos e carga horária anuais.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 15/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a medida de suspensão das aulas pelos sistemas de ensino brasileiros, estratégia adotada por inúmeros países para tentarconter a propagação do coronavírus, tem levado a uma série de questionamentos, tanto por parte dos gestores públicos como dos conselhossetoriais de políticas públicas, assim como dos próprios membros do Ministério Público, acerca da possibilidade da utilização dos recursos daalimentação escolar para prover as necessidades alimentares dos alunos em tempos da pandemia;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO o disposta na Lei 11.346/2006 que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN, com vistas aassegurar o direito humano à alimentação adequada, prevendo que o poder público deve adotar as políticas e ações que se façam necessáriaspara promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, levando em conta as dimensões ambientais, culturais, econômicas,

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regionais e sociais;CONSIDERANDO que a alimentação escolar é estratégia de segurança alimentar de crianças, adolescentes e jovens e, portanto, um direito dosalunos da educação básica pública, configurando-se como dever do Estado a sua efetiva execução, em consonância com as diretrizes presentesna referida lei e na Resolução CD/fNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, respaldada pelo artigo 208, VII da Constituição federal e pelo artigo 4º,VIII da Lei nº 9.394/96 (LDB);CONSIDERANDO que, durante o tempo de suspensão do calendário escolar nas escolas, não há como deixar de reconhecer que, para grandeparte da população brasileira em idade escolar, a alimentação ofertada pelas redes públicas de ensino é determinante na garantia do acesso àalimentação, sendo de importância fundamental em momentos como este - onde milhares de alunos no país encontram-se privados do acesso àescola e, consequentemente, à alimentação escolar - que sejam planejadas e executadas ações administrativas a serem adotadas pelo PoderExecutivo para a oferta regular e permanente de insumos e alimentos necessários para o abastecimento das famílias;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento acerca dos alimentos escolares eventualmente já adquiridos e emaquisição a fim de que sejam destinadas às famílias dos alunos em situação de vulnerabilidade durante o período de suspensão das aulas emdecorrência do Corona Vírus no município de Acauã/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Acauã-Piauí para que apresente, no prazo de 48(quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o fornecimento de alimentação escolar.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 17/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Coronavírus COVID-19,situando o Brasil, no momento, no nível de resposta 3: "emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN)";CONSIDERANDO que os estados e municípios vêm elaborando seus planos de contingência locais, inclusive acatando recomendaçõesexpedidas pelo MPPI;CONSIDERANDO que o Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, decretou situação de emergênciaem saúde, devido ao aumento do número de casos suspeitos e a confirmação de casos de contaminação pela COVID-19 no Estado do Piauí,dispondo sobre diversas medidas para enfrentamento e contenção da infecção humana pelo novo coronavírus;CONSIDERANDO que o Município de Betânia do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 013/16.04.2020, que dispõem sobre asmedidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19, adotandoprovidências para conter a disseminação do vírus, dentre as quais a suspensão das aulas presenciais em todas as unidades escolares;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente garantem a toda criança eadolescente, com absoluta prioridade, direitos fundamentais, assegurando-lhe primazia em receber proteção e socorro, precedência noatendimento nos serviços públicos, preferência na formulação de políticas e destinação privilegiada de recursos para sua proteção;CONSIDERANDO que a educação é direito fundamental e social, conforme firmado no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que segundo o art. 205 da Constituição Federal, "a educação é direito de todos e dever do Estado e da família";CONSIDERANDO as disposições da Lei n. 9.394/90 Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no sentido que: "O dever do Estado com educaçãoescolar pública será efetivado mediante a garantia de [...] atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio deprogramas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde" (art. 4º, VIII, LDB);CONSIDERANDO que a situação demanda a adoção urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos àsaúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença;CONSIDERANDO que a Lei de Diretrizes e Bases prevê, para a educação infantil (art. 31, II) e para a educação básica como um todo (art. 24, I),o mínimo, anual, de 800 horas-aula, distribuídas em 200 dias letivos;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Educação (CNE), ainda em 2009, elaborou o Parecer CNE/CEB nº19/2009, deixando claro que o

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mínimo de duzentos dias letivos deverá ser rigorosamente cumprido, em qualquer situação, mesmo as de maior excepcionalidade, ainda quedisso decorra a defasagem entre o ano letivo e o ano civil;CONSIDERANDO que, no contexto da atual pandemia, o CNE lançou primeira Nota de Esclarecimento, em 13 de março, para que sejamadotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos de parâmetrosorganizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, propondo-se formas de reposição de dias e horas de efetivotrabalho escolar, submetendo-as à aprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;CONSIDERANDO que, em 18 de março, o Conselho apresentou nova Nota de Esclarecimento, apontando que, no exercício de sua autonomiae responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos e dos sistemas de ensino, compete às autoridades dos sistemas deensino federal, estaduais, municipais e distrital, em conformidade com o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, autorizar a realização deatividades a distância nos ensino fundamental e médio, na educação profissional técnica de nível médio, na educação especial e na educação dejovens e adultos (item 5);CONSIDERANDO que a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), elaborou uma série de propostas sobre medidas aserem adotadas pelos municípios na área educacional, em caráter de sugestão;RESOLVE: Instaurar o Procedimento Administrativo, com base nos documentos que ladeiam esta Portaria, para o devido acompanhamento dasmedidas destinadas à garantia do direito fundamental à educação no contexto da atual pandemia de COVID-19;O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Betânia-Piauí para que apresente, no prazo de48 (quarenta e oito) horas, Plano de Contingência para garantia do direito à educação no município, compreendendo as medidas a seremadotadas para o cumprimento da quantidade mínima de dias letivos e carga horária anuais.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 18/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a medida de suspensão das aulas pelos sistemas de ensino brasileiros, estratégia adotada por inúmeros países para tentarconter a propagação do coronavírus, tem levado a uma série de questionamentos, tanto por parte dos gestores públicos como dos conselhossetoriais de políticas públicas, assim como dos próprios membros do Ministério Público, acerca da possibilidade da utilização dos recursos daalimentação escolar para prover as necessidades alimentares dos alunos em tempos da pandemia;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO o disposta na Lei 11.346/2006 que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN, com vistas aassegurar o direito humano à alimentação adequada, prevendo que o poder público deve adotar as políticas e ações que se façam necessáriaspara promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, levando em conta as dimensões ambientais, culturais, econômicas,regionais e sociais;CONSIDERANDO que a alimentação escolar é estratégia de segurança alimentar de crianças, adolescentes e jovens e, portanto, um direito dosalunos da educação básica pública, configurando-se como dever do Estado a sua efetiva execução, em consonância com as diretrizes presentesna referida lei e na Resolução CD/fNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, respaldada pelo artigo 208, VII da Constituição federal e pelo artigo 4º,VIII da Lei nº 9.394/96 (LDB);CONSIDERANDO que, durante o tempo de suspensão do calendário escolar nas escolas, não há como deixar de reconhecer que, para grandeparte da população brasileira em idade escolar, a alimentação ofertada pelas redes públicas de ensino é determinante na garantia do acesso àalimentação, sendo de importância fundamental em momentos como este - onde milhares de alunos no país encontram-se privados do acesso àescola e, consequentemente, à alimentação escolar - que sejam planejadas e executadas ações administrativas a serem adotadas pelo PoderExecutivo para a oferta regular e permanente de insumos e alimentos necessários para o abastecimento das famílias;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento acerca dos alimentos escolares eventualmente já adquiridos e emaquisição a fim de que sejam destinadas às famílias dos alunos em situação de vulnerabilidade durante o período de suspensão das aulas emdecorrência do Corona Vírus no município de Betânia/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;

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A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Betânia-Piauí para que apresente, no prazo de48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o fornecimento de alimentação escolar.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 19/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Coronavírus COVID-19,situando o Brasil, no momento, no nível de resposta 3: "emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN)";CONSIDERANDO que os estados e municípios vêm elaborando seus planos de contingência locais, inclusive acatando recomendaçõesexpedidas pelo MPPI;CONSIDERANDO que o Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, decretou situação deemergência em saúde, devido ao aumento do número de casos suspeitos e a confirmação de casos de contaminação pela COVID-19 no Estadodo Piauí, dispondo sobre diversas medidas para enfrentamento e contenção da infecção humana pelo novo coronavírus;CONSIDERANDO que o Município de Jacobina do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 224/31.03.2020, que dispõem sobre asmedidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19, adotandoprovidências para conter a disseminação do vírus, dentre as quais a suspensão das aulas presenciais em todas as unidades escolares;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente garantem a toda criança eadolescente, com absoluta prioridade, direitos fundamentais, assegurando-lhe primazia em receber proteção e socorro, precedência noatendimento nos serviços públicos, preferência na formulação de políticas e destinação privilegiada de recursos para sua proteção;CONSIDERANDO que a educação é direito fundamental e social, conforme firmado no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que segundo o art. 205 da Constituição Federal, "a educação é direito de todos e dever do Estado e da família";CONSIDERANDO as disposições da Lei n. 9.394/90 Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no sentido que: "O dever do Estado com educaçãoescolar pública será efetivado mediante a garantia de [...] atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio deprogramas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde" (art. 4º, VIII, LDB);CONSIDERANDO que a situação demanda a adoção urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos àsaúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença;CONSIDERANDO que a Lei de Diretrizes e Bases prevê, para a educação infantil (art. 31, II) e para a educação básica como um todo (art. 24, I),o mínimo, anual, de 800 horas-aula, distribuídas em 200 dias letivos;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Educação (CNE), ainda em 2009, elaborou o Parecer CNE/CEB nº19/2009, deixando claro que omínimo de duzentos dias letivos deverá ser rigorosamente cumprido, em qualquer situação, mesmo as de maior excepcionalidade, ainda quedisso decorra a defasagem entre o ano letivo e o ano civil;CONSIDERANDO que, no contexto da atual pandemia, o CNE lançou primeira Nota de Esclarecimento, em 13 de março, para que sejamadotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos de parâmetrosorganizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, propondo-se formas de reposição de dias e horas de efetivotrabalho escolar, submetendo-as à aprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;CONSIDERANDO que, em 18 de março, o Conselho apresentou nova Nota de Esclarecimento, apontando que, no exercício de sua autonomiae responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos e dos sistemas de ensino, compete às autoridades dos sistemas deensino federal, estaduais, municipais e distrital, em conformidade com o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, autorizar a realização deatividades a distância nos ensino fundamental e médio, na educação profissional técnica de nível médio, na educação especial e na educação dejovens e adultos (item 5);CONSIDERANDO que a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), elaborou uma série de propostas sobre medidas aserem adotadas pelos municípios na área educacional, em caráter de sugestão;CONSIDERANDO, por fim, que, nos termos do Art.8º da Resolução nº174/2017-CNMP, o Procedimento Administrativo é a espécie extrajudicialadequada ao acompanhamento e fiscalização de políticas públicas;RESOLVE: Instaurar o Procedimento Administrativo, com base nos documentos que ladeiam esta Portaria, para o devido acompanhamento dasmedidas destinadas à garantia do direito fundamental à educação no contexto da atual pandemia de COVID-19;O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Jacobina-Piauí para que apresente, no prazo de48 (quarenta e oito) horas, Plano de Contingência para garantia do direito à educação no município, compreendendo as medidas a seremadotadas para o cumprimento da quantidade mínima de dias letivos e carga horária anuais.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônico

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do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 20/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a medida de suspensão das aulas pelos sistemas de ensino brasileiros, estratégia adotada por inúmeros países para tentarconter a propagação do coronavírus, tem levado a uma série de questionamentos, tanto por parte dos gestores públicos como dos conselhossetoriais de políticas públicas, assim como dos próprios membros do Ministério Público, acerca da possibilidade da utilização dos recursos daalimentação escolar para prover as necessidades alimentares dos alunos em tempos da pandemia;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO o disposta na Lei 11.346/2006 que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN, com vistas aassegurar o direito humano à alimentação adequada, prevendo que o poder público deve adotar as políticas e ações que se façam necessáriaspara promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, levando em conta as dimensões ambientais, culturais, econômicas,regionais e sociais;CONSIDERANDO que a alimentação escolar é estratégia de segurança alimentar de crianças, adolescentes e jovens e, portanto, um direito dosalunos da educação básica pública, configurando-se como dever do Estado a sua efetiva execução, em consonância com as diretrizes presentesna referida lei e na Resolução CD/fNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, respaldada pelo artigo 208, VII da Constituição federal e pelo artigo 4º,VIII da Lei nº 9.394/96 (LDB);CONSIDERANDO que, durante o tempo de suspensão do calendário escolar nas escolas, não há como deixar de reconhecer que, para grandeparte da população brasileira em idade escolar, a alimentação ofertada pelas redes públicas de ensino é determinante na garantia do acesso àalimentação, sendo de importância fundamental em momentos como este - onde milhares de alunos no país encontram-se privados do acesso àescola e, consequentemente, à alimentação escolar - que sejam planejadas e executadas ações administrativas a serem adotadas pelo PoderExecutivo para a oferta regular e permanente de insumos e alimentos necessários para o abastecimento das famílias;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento acerca dos alimentos escolares eventualmente já adquiridos e emaquisição a fim de que sejam destinadas às famílias dos alunos em situação de vulnerabilidade durante o período de suspensão das aulas emdecorrência do Corona Vírus no município de Jacobina/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Jacobina-Piauí para que apresente, no prazo de48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o fornecimento de alimentação escolar.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 21/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde pública

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de importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Coronavírus COVID-19,situando o Brasil, no momento, no nível de resposta 3: "emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN)";CONSIDERANDO que os estados e municípios vêm elaborando seus planos de contingência locais, inclusive acatando recomendaçõesexpedidas pelo MPPI;CONSIDERANDO que o Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, decretou situação deemergência em saúde, devido ao aumento do número de casos suspeitos e a confirmação de casos de contaminação pela COVID-19 no Estadodo Piauí, dispondo sobre diversas medidas para enfrentamento e contenção da infecção humana pelo novo coronavírus;CONSIDERANDO que o Município de Paulistana do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 105/03.04.2020, que dispõem sobre asmedidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19, adotandoprovidências para conter a disseminação do vírus, dentre as quais a suspensão das aulas presenciais em todas as unidades escolares;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente garantem a toda criança eadolescente, com absoluta prioridade, direitos fundamentais, assegurando-lhe primazia em receber proteção e socorro, precedência noatendimento nos serviços públicos, preferência na formulação de políticas e destinação privilegiada de recursos para sua proteção;CONSIDERANDO que a educação é direito fundamental e social, conforme firmado no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que segundo o art. 205 da Constituição Federal, "a educação é direito de todos e dever do Estado e da família";CONSIDERANDO as disposições da Lei n. 9.394/90 Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no sentido que: "O dever do Estado com educaçãoescolar pública será efetivado mediante a garantia de [...] atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio deprogramas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde" (art. 4º, VIII, LDB);CONSIDERANDO que a situação demanda a adoção urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos àsaúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença;CONSIDERANDO que a Lei de Diretrizes e Bases prevê, para a educação infantil (art. 31, II) e para a educação básica como um todo (art. 24, I),o mínimo, anual, de 800 horas-aula, distribuídas em 200 dias letivos;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Educação (CNE), ainda em 2009, elaborou o Parecer CNE/CEB nº19/2009, deixando claro que omínimo de duzentos dias letivos deverá ser rigorosamente cumprido, em qualquer situação, mesmo as de maior excepcionalidade, ainda quedisso decorra a defasagem entre o ano letivo e o ano civil;CONSIDERANDO que, no contexto da atual pandemia, o CNE lançou primeira Nota de Esclarecimento, em 13 de março, para que sejamadotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos de parâmetrosorganizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, propondo-se formas de reposição de dias e horas de efetivotrabalho escolar, submetendo-as à aprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;CONSIDERANDO que, em 18 de março, o Conselho apresentou nova Nota de Esclarecimento, apontando que, no exercício de sua autonomiae responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos e dos sistemas de ensino, compete às autoridades dos sistemas deensino federal, estaduais, municipais e distrital, em conformidade com o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, autorizar a realização deatividades a distância nos ensino fundamental e médio, na educação profissional técnica de nível médio, na educação especial e na educação dejovens e adultos (item 5);CONSIDERANDO que a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), elaborou uma série de propostas sobre medidas aserem adotadas pelos municípios na área educacional, em caráter de sugestão;CONSIDERANDO, por fim, que, nos termos do Art.8º da Resolução nº174/2017-CNMP, o Procedimento Administrativo é a espécie extrajudicialadequada ao acompanhamento e fiscalização de políticas públicas;RESOLVE: Instaurar o Procedimento Administrativo, com base nos documentos que ladeiam esta Portaria, para o devido acompanhamento dasmedidas destinadas à garantia do direito fundamental à educação no contexto da atual pandemia de COVID-19;O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Paulistana-Piauí para que apresente, no prazode 48 (quarenta e oito) horas, Plano de Contingência para garantia do direito à educação no município, compreendendo as medidas a seremadotadas para o cumprimento da quantidade mínima de dias letivos e carga horária anuais.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 22/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a medida de suspensão das aulas pelos sistemas de ensino brasileiros, estratégia adotada por inúmeros países para tentarconter a propagação do coronavírus, tem levado a uma série de questionamentos, tanto por parte dos gestores públicos como dos conselhos

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setoriais de políticas públicas, assim como dos próprios membros do Ministério Público, acerca da possibilidade da utilização dos recursos daalimentação escolar para prover as necessidades alimentares dos alunos em tempos da pandemia;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO o disposta na Lei 11.346/2006 que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN, com vistas aassegurar o direito humano à alimentação adequada, prevendo que o poder público deve adotar as políticas e ações que se façam necessáriaspara promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, levando em conta as dimensões ambientais, culturais, econômicas,regionais e sociais;CONSIDERANDO que a alimentação escolar é estratégia de segurança alimentar de crianças, adolescentes e jovens e, portanto, um direito dosalunos da educação básica pública, configurando-se como dever do Estado a sua efetiva execução, em consonância com as diretrizes presentesna referida lei e na Resolução CD/fNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, respaldada pelo artigo 208, VII da Constituição federal e pelo artigo 4º,VIII da Lei nº 9.394/96 (LDB);CONSIDERANDO que, durante o tempo de suspensão do calendário escolar nas escolas, não há como deixar de reconhecer que, para grandeparte da população brasileira em idade escolar, a alimentação ofertada pelas redes públicas de ensino é determinante na garantia do acesso àalimentação, sendo de importância fundamental em momentos como este - onde milhares de alunos no país encontram-se privados do acesso àescola e, consequentemente, à alimentação escolar - que sejam planejadas e executadas ações administrativas a serem adotadas pelo PoderExecutivo para a oferta regular e permanente de insumos e alimentos necessários para o abastecimento das famílias;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento acerca dos alimentos escolares eventualmente já adquiridos e emaquisição a fim de que sejam destinadas às famílias dos alunos em situação de vulnerabilidade durante o período de suspensão das aulas emdecorrência do Corona Vírus no município de Paulistana/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Paulistana-Piauí para que apresente, no prazode 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o fornecimento de alimentação escolar.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 23/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Coronavírus COVID-19,situando o Brasil, no momento, no nível de resposta 3: "emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN)";CONSIDERANDO que os estados e municípios vêm elaborando seus planos de contingência locais, inclusive acatando recomendaçõesexpedidas pelo MPPI;CONSIDERANDO que o Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, decretou situação deemergência em saúde, devido ao aumento do número de casos suspeitos e a confirmação de casos de contaminação pela COVID-19 no Estadodo Piauí, dispondo sobre diversas medidas para enfrentamento e contenção da infecção humana pelo novo coronavírus;CONSIDERANDO que o Município de Queimada Nova do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 021/20.03.2020, que dispõemsobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19,adotando providências para conter a disseminação do vírus, dentre as quais a suspensão das aulas presenciais em todas as unidades escolares;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente garantem a toda criança eadolescente, com absoluta prioridade, direitos fundamentais, assegurando-lhe primazia em receber proteção e socorro, precedência noatendimento nos serviços públicos, preferência na formulação de políticas e destinação privilegiada de recursos para sua proteção;CONSIDERANDO que a educação é direito fundamental e social, conforme firmado no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que segundo o art. 205 da Constituição Federal, "a educação é direito de todos e dever do Estado e da família";CONSIDERANDO as disposições da Lei n. 9.394/90 Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no sentido que: "O dever do Estado com educação

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escolar pública será efetivado mediante a garantia de [...] atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio deprogramas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde" (art. 4º, VIII, LDB);CONSIDERANDO que a situação demanda a adoção urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos àsaúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença;CONSIDERANDO que a Lei de Diretrizes e Bases prevê, para a educação infantil (art. 31, II) e para a educação básica como um todo (art. 24, I),o mínimo, anual, de 800 horas-aula, distribuídas em 200 dias letivos;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Educação (CNE), ainda em 2009, elaborou o Parecer CNE/CEB nº19/2009, deixando claro que omínimo de duzentos dias letivos deverá ser rigorosamente cumprido, em qualquer situação, mesmo as de maior excepcionalidade, ainda quedisso decorra a defasagem entre o ano letivo e o ano civil;CONSIDERANDO que, no contexto da atual pandemia, o CNE lançou primeira Nota de Esclarecimento, em 13 de março, para que sejamadotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos de parâmetrosorganizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, propondo-se formas de reposição de dias e horas de efetivotrabalho escolar, submetendo-as à aprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;CONSIDERANDO que, em 18 de março, o Conselho apresentou nova Nota de Esclarecimento, apontando que, no exercício de sua autonomiae responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos e dos sistemas de ensino, compete às autoridades dos sistemas deensino federal, estaduais, municipais e distrital, em conformidade com o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, autorizar a realização deatividades a distância nos ensino fundamental e médio, na educação profissional técnica de nível médio, na educação especial e na educação dejovens e adultos (item 5);CONSIDERANDO que a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), elaborou uma série de propostas sobre medidas aserem adotadas pelos municípios na área educacional, em caráter de sugestão;CONSIDERANDO, por fim, que, nos termos do Art.8º da Resolução nº174/2017-CNMP, o Procedimento Administrativo é a espécie extrajudicialadequada ao acompanhamento e fiscalização de políticas públicas;RESOLVE: Instaurar o Procedimento Administrativo, com base nos documentos que ladeiam esta Portaria, para o devido acompanhamento dasmedidas destinadas à garantia do direito fundamental à educação no contexto da atual pandemia de COVID-19;O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Queimada Nova-Piauí para que apresente, noprazo de 48 (quarenta e oito) horas, Plano de Contingência para garantia do direito à educação no município, compreendendo as medidas aserem adotadas para o cumprimento da quantidade mínima de dias letivos e carga horária anuais.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 24 /2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a medida de suspensão das aulas pelos sistemas de ensino brasileiros, estratégia adotada por inúmeros países para tentarconter a propagação do coronavírus, tem levado a uma série de questionamentos, tanto por parte dos gestores públicos como dos conselhossetoriais de políticas públicas, assim como dos próprios membros do Ministério Público, acerca da possibilidade da utilização dos recursos daalimentação escolar para prover as necessidades alimentares dos alunos em tempos da pandemia;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO o disposta na Lei 11.346/2006 que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN, com vistas aassegurar o direito humano à alimentação adequada, prevendo que o poder público deve adotar as políticas e ações que se façam necessáriaspara promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, levando em conta as dimensões ambientais, culturais, econômicas,regionais e sociais;CONSIDERANDO que a alimentação escolar é estratégia de segurança alimentar de crianças, adolescentes e jovens e, portanto, um direito dosalunos da educação básica pública, configurando-se como dever do Estado a sua efetiva execução, em consonância com as diretrizes presentesna referida lei e na Resolução CD/fNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, respaldada pelo artigo 208, VII da Constituição federal e pelo artigo 4º,VIII da Lei nº 9.394/96 (LDB);CONSIDERANDO que, durante o tempo de suspensão do calendário escolar nas escolas, não há como deixar de reconhecer que, para grandeparte da população brasileira em idade escolar, a alimentação ofertada pelas redes públicas de ensino é determinante na garantia do acesso àalimentação, sendo de importância fundamental em momentos como este - onde milhares de alunos no país encontram-se privados do acesso àescola e, consequentemente, à alimentação escolar - que sejam planejadas e executadas ações administrativas a serem adotadas pelo PoderExecutivo para a oferta regular e permanente de insumos e alimentos necessários para o abastecimento das famílias;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridos

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com recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento acerca dos alimentos escolares eventualmente já adquiridos e emaquisição a fim de que sejam destinadas às famílias dos alunos em situação de vulnerabilidade durante o período de suspensão das aulas emdecorrência do Corona Vírus no município de Queimada Nova/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Educação de Queimada Nova-Piauí para que apresente, noprazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o fornecimento de alimentação escolar.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatário;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº20/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em relação à questão pedagógica, o Conselho Nacional de Educação, através de Nota de Esclarecimento, traçouorientações aos sistemas de ensino e estabelecimentos de ensino de todos os níveis, etapas e modalidades, que tenham a necessidade dereorganizar as atividades acadêmicas ou de aprendizagem em face da suspensão das atividades escolares por conta da necessidade de açõespreventivas à propagação do coronavírus;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.913/2020, de 30.03.2020, prorrogou a suspensão estabelecida no arts. 1º, inc. I e 2º do DecretoEstadual nº 18.884, das aulas da rede pública estadual de ensino, além de recomendar a suspensão das aulas pelas redes municipais eprivadas, bem como pelas instituições de ensino superior públicas ou privadas;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é um direito fundamental do ser humano, reconhecido internacionalmente pela DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos (art. 25) e pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais - PIDESC (art. 11), sendoinerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder públicoadotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, como dispostona Lei Nº 11.346/06 que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar;CONSIDERANDO que o programa de merenda escolar é uma das mais antigas políticas sociais do Brasil, sendo reconhecida tanto como políticaeducacional, dados os resultados em termos de melhoria cognitiva e redução da evasão escolar; quanto política de saúde, uma vez que aalimentação na infância apresenta resultados contundentes ao crescimento infantil, desenvolvimento físico e cognitivo da criança;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor HILDEVAN JOSÉ GOMES, SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ACAUÃ/PI, em cumprimento às disposições de ordemconstitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente, garanta:I - A continuidade do fornecimento de alimentação escolar a todos os alunos que dela necessitem (utilizando-se dos estoques existentesindependentemente da origem financeira) durante o período de suspensão das aulas, em especial àqueles pertencentes às famílias vulneráveissocialmente, e/ou havendo suspensão do transporte coletivo e/ou na impossibilidade dos pais ou responsáveis legais retirarem os itens, deverá

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ser viabilizada a distribuição na residência do estudante (ou núcleos próximos à residência) ou mediante fornecimento de cartão alimentação oucongênere, sem prejuízo da substituição por outras estratégias legais a serem implementadas pelo Poder Executivo;II- Que tal distribuição seja realizada de forma a evitar aglomerações e adotando, em qualquer caso, todas as medidas profiláticas recomendadaspelas autoridades sanitárias para preservação da saúde dos servidores envolvidos e eventuais voluntários, vedando-se a venda ou a destinaçãopara finalidade diversa dos bens ofertados;III- Que seja dada ampla publicidade ao fornecimento da alimentação, de forma a garantir que aqueles que dela necessitam tenhamconhecimento de tal benefício;IV - Que a Secretaria de Educação realize o controle efetivo da alimentação escolar devidamente entregue, no qual deverá constar o dia, local ealuno contemplado, a fim de assegurar a regularidade do fornecimento;V - Que, em relação aos alimentos perecíveis que excederem a quantia distribuída e ainda estejam válidos para consumo, sejam entregues àsfamílias dos estudantes de baixa renda e, caso suprida esta demanda, para outras famílias vulneráveis;VI - Que não seja utilizada tal distribuição para promoção pessoal de agente público, sob pena de reconhecimento de prática de ato deimprobidade administrativa, tipificado no art. 11 da Lei nº 8.429/1992;VII - Que seja realizada licitação ou dispensa de licitação, observando diretrizes legais emergenciais que o caso exige, visando a aquisiçãodos insumos necessários para continuidade do fornecimento da alimentação escolar e reposição da alimentação escolar já utilizada que estavaem estoque, para que tão logo se iniciem as atividades escolares não faltem os insumos/produtos necessários;VIII - Que, na licitação ou dispensa de licitação de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da fome de crianças e adolescentesvulneráveis em razão da pandemia Coronavírus (Covid-19), sejam cumpridos os requisitos legais e, quanto à dispensa de licitação, aquelesdo art. 26, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 e art. 4º da Lei nº 13.979/2020;IX - Caso verificado manifesto sobrepreço nos itens pesquisados e resistência do particular em promover o fornecimento pelo justo e real preçode mercado, delibere motivadamente quanto à adoção da requisição administrativa, na forma do art. 5º, inciso XXV, da Constituição daRepública; art.1.228, § 3º, do Código Civil; e art. 15, inciso III, da Lei no 8.080/1990. Optando-se pela requisição administrativa, sua execuçãodeve ocorrer em procedimento administrativo próprio, de forma fundamentada e mediante a fixação do justo preço, que deve ser posteriormentepago ao particular.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate àCorrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO n.º 21/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e a Lei nº 8069/90, em seu artigo 4º, estabelecem, como dever da família, da sociedadee do Estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade, dentre outros direitos à saúde e à educação;CONSIDERANDO que o estatuto protetivo determina que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, punidona forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais (art.5º, Lei nº 8069/90);CONSIDERANDO que a educação é um direito social previsto no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que em razão da pandemia do COVID-19, o município de Acauã-PI publicou Decreto nº012, 06 de abril de 2020, determinou ofechamento das escolas públicas, das escolas particulares e que o Estado do Piauí igualmente, no Decreto nº 18913, 30 de março de 2020,suspendeu as atividades nas unidades de ensino estaduais, alterando, dessa forma, o fluxo do calendário escolar;CONSIDERANDO que o artigo 24, I da LDB dispõe que "A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com asseguintes regras comuns: I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio,distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver";CONSIDERANDO que o artigo 47 do mesmo diploma legal dispõe acerca cumprimento dos 200 dias de trabalho acadêmico efetivo na EducaçãoSuperior;CONSIDERANDO que alguns municípios estão encerrando as atividades escolares em razão do COVID-19, inclusive antecipando parcialmente orecesso escolar (férias);CONSIDERANDO que a extensão do período de paralisação pode acarretar a necessidade de reposição das aulas;CONSIDERANDO a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, evitando qualquer prejuízo aos educandos, bem comoverificar se os municípios anteciparam o recesso escolar;CONSIDERANDO ainda a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, diante da paralisação ocorrida, objetivando evitarqualquer prejuízo aos educandos, pois a ausência de planejamento na reposição das aulas interfere na aquisição de conteúdos.RESOLVE, sem prejuízo de outras medidas cabíveis, RECOMENDAR à Secretaria de Educação do Município de Acauã-PI, se houvernecessidade:1)que apresente planejamento de reposição das aulas, quando do retorno das atividades escolares;2)que esclareça se há possibilidade de realização de atividades extraclasse que possam ser realizadas (ou foram realizadas) durante o períodode paralisação, para cumprimento da carga horária estabelecida na LDB;3)que sejam adotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos deparâmetros organizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, em especial os artigos 24 (cumprimento dos 200dias de efetivo trabalho escolar, bem como da carga horária mínima anual de 800 horas na Educação Básica) e 47 (cumprimento dos 200 dias detrabalho acadêmico efetivo na Educação Superior);4)que no exercício de sua autonomia e responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos, respeitando-se os parâmetros legaisestabelecidos, os estabelecimentos de ensino proponham formas de reposição de dias e horas de efetivo trabalho escolar, submetendo-as àaprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;5)que a reorganização do calendário escolar em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino seja feita com a participação dos colegiadosdas instituições de ensino, notadamente, dos professores e da equipe pedagógica e administrativa do estabelecimento, bem como de alunos e

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seus familiares e demais setores envolvidos na organização das atividades escolares;6)que seja assegurado no processo de reorganização dos calendários escolares que a reposição de aulas e atividades escolares que foramsuspensas possam ser realizadas de forma a preservar o padrão de qualidade previsto no inciso IX do artigo 3º da LDB e inciso VII do art. 206 daConstituição Federal;Expeça-se ofício à Secretaria Municipal de Educação de Acauã-PI, encaminhando-lhe cópia da presente Recomendação, para que, no prazo de48 (quarenta e oito) horas, informe a esta Promotoria de Justiça se acata as determinações aqui contidas.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI),para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, viae-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO n.º 22/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e a Lei nº 8069/90, em seu artigo 4º, estabelecem, como dever da família, da sociedadee do Estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade, dentre outros direitos à saúde e à educação;CONSIDERANDO que o estatuto protetivo determina que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, punidona forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais (art.5º, Lei nº 8069/90);CONSIDERANDO que a educação é um direito social previsto no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que em razão da pandemia do COVID-19, o município de Betânia do Piauí-PI publicou Decreto nº013, 16 de abril de 2020,determinou o período de 16 a 30 de abril como férias escolares e que o Estado do Piauí igualmente, no Decreto nº 18913, 30 de março de 2020,suspendeu as atividades nas unidades de ensino estaduais, alterando, dessa forma, o fluxo do calendário escolar;CONSIDERANDO que o artigo 24, I da LDB dispõe que "A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com asseguintes regras comuns: I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio,distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver";CONSIDERANDO que o artigo 47 do mesmo diploma legal dispõe acerca cumprimento dos 200 dias de trabalho acadêmico efetivo na EducaçãoSuperior;CONSIDERANDO que alguns municípios estão encerrando as atividades escolares em razão do COVID-19, inclusive antecipando parcialmente orecesso escolar (férias);CONSIDERANDO que a extensão do período de paralisação pode acarretar a necessidade de reposição das aulas;CONSIDERANDO a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, evitando qualquer prejuízo aos educandos, bem comoverificar se os municípios anteciparam o recesso escolar;CONSIDERANDO ainda a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, diante da paralisação ocorrida, objetivando evitarqualquer prejuízo aos educandos, pois a ausência de planejamento na reposição das aulas interfere na aquisição de conteúdo.RESOLVE, sem prejuízo de outras medidas cabíveis, RECOMENDAR à Secretaria de Educação do Município de Betânia do Piauí-PI, se houvernecessidade:1)que apresente planejamento de reposição das aulas, quando do retorno das atividades escolares;2)Esclareça se há possibilidade de realização de atividades extraclasse que possam ser realizadas (ou foram realizadas) durante o período deparalisação, para cumprimento da carga horária estabelecida na LDB;3)que sejam adotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos deparâmetros organizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, em especial os artigos 24 (cumprimento dos 200dias de efetivo trabalho escolar, bem como da carga horária mínima anual de 800 horas na Educação Básica) e 47 (cumprimento dos 200 dias detrabalho acadêmico efetivo na Educação Superior);4)que no exercício de sua autonomia e responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos, respeitando-se os parâmetros legaisestabelecidos, os estabelecimentos de ensino proponham formas de reposição de dias e horas de efetivo trabalho escolar, submetendo-as àaprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;5)que a reorganização do calendário escolar em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino seja feita com a participação dos colegiadosdas instituições de ensino, notadamente, dos professores e da equipe pedagógica e administrativa do estabelecimento, bem como de alunos eseus familiares e demais setores envolvidos na organização das atividades escolares;6)que seja assegurado no processo de reorganização dos calendários escolares que a reposição de aulas e atividades escolares que foramsuspensas possam ser realizadas de forma a preservar o padrão de qualidade previsto no inciso IX do artigo 3º da LDB e inciso VII do art. 206 daConstituição Federal;Expeça-se ofício à Secretaria Municipal de Educação de Betânia do Piauí-PI, encaminhando-lhe cópia da presente Recomendação, para que, noprazo de 48 (quarenta e oito) horas, informe a esta Promotoria de Justiça se acata as determinações aqui contidas.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI),para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, viae-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação: Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

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RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 23/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em relação à questão pedagógica, o Conselho Nacional de Educação, através de Nota de Esclarecimento, traçouorientações aos sistemas de ensino e estabelecimentos de ensino de todos os níveis, etapas e modalidades, que tenham a necessidade dereorganizar as atividades acadêmicas ou de aprendizagem em face da suspensão das atividades escolares por conta da necessidade de açõespreventivas à propagação do coronavírus;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.913/2020, de 30.03.2020, prorrogou a suspensão estabelecida no arts. 1º, inc. I e 2º do DecretoEstadual nº 18.884, das aulas da rede pública estadual de ensino, além de recomendar a suspensão das aulas pelas redes municipais eprivadas, bem como pelas instituições de ensino superior públicas ou privadas;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é um direito fundamental do ser humano, reconhecido internacionalmente pela DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos (art. 25) e pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais - PIDESC (art. 11), sendoinerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder públicoadotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, como dispostona Lei Nº 11.346/06 que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar;CONSIDERANDO que o programa de merenda escolar é uma das mais antigas políticas sociais do Brasil, sendo reconhecida tanto como políticaeducacional, dados os resultados em termos de melhoria cognitiva e redução da evasão escolar; quanto política de saúde, uma vez que aalimentação na infância apresenta resultados contundentes ao crescimento infantil, desenvolvimento físico e cognitivo da criança;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor MAXIMIANO COELHO RODRIGUES, SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE BETÂNIA/PI, em cumprimento às disposiçõesde ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente, garanta:I - A continuidade do fornecimento de alimentação escolar a todos os alunos que dela necessitem (utilizando-se dos estoques existentesindependentemente da origem financeira) durante o período de suspensão das aulas, em especial àqueles pertencentes às famílias vulneráveissocialmente, e/ou havendo suspensão do transporte coletivo e/ou na impossibilidade dos pais ou responsáveis legais retirarem os itens, deveráser viabilizada a distribuição na residência do estudante (ou núcleos próximos à residência) ou mediante fornecimento de cartão alimentação oucongênere, sem prejuízo da substituição por outras estratégias legais a serem implementadas pelo Poder Executivo;II- Que tal distribuição seja realizada de forma a evitar aglomerações e adotando, em qualquer caso, todas as medidas profiláticas recomendadaspelas autoridades sanitárias para preservação da saúde dos servidores envolvidos e eventuais voluntários, vedando-se a venda ou a destinaçãopara finalidade diversa dos bens ofertados;III- Que seja dada ampla publicidade ao fornecimento da alimentação, de forma a garantir que aqueles que dela necessitam tenhamconhecimento de tal benefício;IV - Que a Secretaria de Educação realize o controle efetivo da alimentação escolar devidamente entregue, no qual deverá constar o dia, local ealuno contemplado, a fim de assegurar a regularidade do fornecimento;V - Que, em relação aos alimentos perecíveis que excederem a quantia distribuída e ainda estejam válidos para consumo, sejam entregues àsfamílias dos estudantes de baixa renda e, caso suprida esta demanda, para outras famílias vulneráveis;VI - Que não seja utilizada tal distribuição para promoção pessoal de agente público, sob pena de reconhecimento de prática de ato deimprobidade administrativa, tipificado no art. 11 da Lei nº 8.429/1992;VII - Que seja realizada licitação ou dispensa de licitação, observando diretrizes legais emergenciais que o caso exige, visando a aquisiçãodos insumos necessários para continuidade do fornecimento da alimentação escolar e reposição da alimentação escolar já utilizada que estavaem estoque, para que tão logo se iniciem as atividades escolares não faltem os insumos/produtos necessários;VIII - Que, na licitação ou dispensa de licitação de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da fome de crianças e adolescentesvulneráveis em razão da pandemia Coronavírus (Covid-19), sejam cumpridos os requisitos legais e, quanto à dispensa de licitação, aquelesdo art. 26, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 e art. 4º da Lei nº 13.979/2020;IX - Caso verificado manifesto sobrepreço nos itens pesquisados e resistência do particular em promover o fornecimento pelo justo e real preçode mercado, delibere motivadamente quanto à adoção da requisição administrativa, na forma do art. 5º, inciso XXV, da Constituição daRepública; art.1.228, § 3º, do Código Civil; e art. 15, inciso III, da Lei no 8.080/1990. Optando-se pela requisição administrativa, sua execução

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deve ocorrer em procedimento administrativo próprio, de forma fundamentada e mediante a fixação do justo preço, que deve ser posteriormentepago ao particular.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate àCorrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se e encarte-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº24/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em relação à questão pedagógica, o Conselho Nacional de Educação, através de Nota de Esclarecimento, traçouorientações aos sistemas de ensino e estabelecimentos de ensino de todos os níveis, etapas e modalidades, que tenham a necessidade dereorganizar as atividades acadêmicas ou de aprendizagem em face da suspensão das atividades escolares por conta da necessidade de açõespreventivas à propagação do coronavírus;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.913/2020, de 30.03.2020, prorrogou a suspensão estabelecida no arts. 1º, inc. I e 2º do DecretoEstadual nº 18.884, das aulas da rede pública estadual de ensino, além de recomendar a suspensão das aulas pelas redes municipais eprivadas, bem como pelas instituições de ensino superior públicas ou privadas;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é um direito fundamental do ser humano, reconhecido internacionalmente pela DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos (art. 25) e pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais - PIDESC (art. 11), sendoinerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder públicoadotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, como dispostona Lei Nº 11.346/06 que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar;CONSIDERANDO que o programa de merenda escolar é uma das mais antigas políticas sociais do Brasil, sendo reconhecida tanto como políticaeducacional, dados os resultados em termos de melhoria cognitiva e redução da evasão escolar; quanto política de saúde, uma vez que aalimentação na infância apresenta resultados contundentes ao crescimento infantil, desenvolvimento físico e cognitivo da criança;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor GEELDO DE SOUSA SILVA, SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE JACOBINA/PI, em cumprimento às disposições deordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente, garanta:I - A continuidade do fornecimento de alimentação escolar a todos os alunos que dela necessitem (utilizando-se dos estoques existentesindependentemente da origem financeira) durante o período de suspensão das aulas, em especial àqueles pertencentes às famílias vulneráveissocialmente, e/ou havendo suspensão do transporte coletivo e/ou na impossibilidade dos pais ou responsáveis legais retirarem os itens, deveráser viabilizada a distribuição na residência do estudante (ou núcleos próximos à residência) ou mediante fornecimento de cartão alimentação oucongênere, sem prejuízo da substituição por outras estratégias legais a serem implementadas pelo Poder Executivo;II- Que tal distribuição seja realizada de forma a evitar aglomerações e adotando, em qualquer caso, todas as medidas profiláticas recomendadaspelas autoridades sanitárias para preservação da saúde dos servidores envolvidos e eventuais voluntários, vedando-se a venda ou a destinaçãopara finalidade diversa dos bens ofertados;III- Que seja dada ampla publicidade ao fornecimento da alimentação, de forma a garantir que aqueles que dela necessitam tenham

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação: Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

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conhecimento de tal benefício;IV - Que a Secretaria de Educação realize o controle efetivo da alimentação escolar devidamente entregue, no qual deverá constar o dia, local ealuno contemplado, a fim de assegurar a regularidade do fornecimento;V - Que, em relação aos alimentos perecíveis que excederem a quantia distribuída e ainda estejam válidos para consumo, sejam entregues àsfamílias dos estudantes de baixa renda e, caso suprida esta demanda, para outras famílias vulneráveis;VI - Que não seja utilizada tal distribuição para promoção pessoal de agente público, sob pena de reconhecimento de prática de ato deimprobidade administrativa, tipificado no art. 11 da Lei nº 8.429/1992;VII - Que seja realizada licitação ou dispensa de licitação, observando diretrizes legais emergenciais que o caso exige, visando a aquisiçãodos insumos necessários para continuidade do fornecimento da alimentação escolar e reposição da alimentação escolar já utilizada que estavaem estoque, para que tão logo se iniciem as atividades escolares não faltem os insumos/produtos necessários;VIII - Que, na licitação ou dispensa de licitação de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da fome de crianças e adolescentesvulneráveis em razão da pandemia Coronavírus (Covid-19), sejam cumpridos os requisitos legais e, quanto à dispensa de licitação, aquelesdo art. 26, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 e art. 4º da Lei nº 13.979/2020;IX - Caso verificado manifesto sobrepreço nos itens pesquisados e resistência do particular em promover o fornecimento pelo justo e real preçode mercado, delibere motivadamente quanto à adoção da requisição administrativa, na forma do art. 5º, inciso XXV, da Constituição daRepública; art.1.228, § 3º, do Código Civil; e art. 15, inciso III, da Lei no 8.080/1990. Optando-se pela requisição administrativa, sua execuçãodeve ocorrer em procedimento administrativo próprio, de forma fundamentada e mediante a fixação do justo preço, que deve ser posteriormentepago ao particular.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate àCorrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se e encarte-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO n.º 25/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e a Lei nº 8069/90, em seu artigo 4º, estabelecem, como dever da família, da sociedadee do Estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade, dentre outros direitos à saúde e à educação;CONSIDERANDO que o estatuto protetivo determina que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, punidona forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais (art.5º, Lei nº 8069/90);CONSIDERANDO que a educação é um direito social previsto no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que em razão da pandemia do COVID-19, o município de Jacobina-PI publicou Decreto nº224, 31 de março de 2020,determinou a suspensão das aulas nas rede pública municipal e privada e que o Estado do Piauí igualmente, no Decreto nº 18913, 30 de marçode 2020, suspendeu as atividades nas unidades de ensino estaduais, alterando, dessa forma, o fluxo do calendário escolar;CONSIDERANDO que o artigo 24, I da LDB dispõe que "A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com asseguintes regras comuns: I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio,distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver";CONSIDERANDO que o artigo 47 do mesmo diploma legal dispõe acerca cumprimento dos 200 dias de trabalho acadêmico efetivo na EducaçãoSuperior;CONSIDERANDO que alguns municípios estão encerrando as atividades escolares em razão do COVID-19, inclusive antecipando parcialmente orecesso escolar (férias);CONSIDERANDO que a extensão do período de paralisação pode acarretar a necessidade de reposição das aulas;CONSIDERANDO a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, evitando qualquer prejuízo aos educandos, bem comoverificar se os municípios anteciparam o recesso escolar;CONSIDERANDO ainda a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, diante da paralisação ocorrida, objetivando evitarqualquer prejuízo aos educandos, pois a ausência de planejamento na reposição das aulas interfere na aquisição de conteúdo.RESOLVE, sem prejuízo de outras medidas cabíveis, RECOMENDAR à Secretaria de Educação do Município de Jacobina-PI, se houvernecessidade:1)que apresente planejamento de reposição das aulas, quando do retorno das atividades escolares;2) que esclareça se há possibilidade de realização de atividades extraclasse que possam ser realizadas (ou foram realizadas) durante o períodode paralisação, para cumprimento da carga horária estabelecida na LDB;3)que sejam adotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos deparâmetros organizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, em especial os artigos 24 (cumprimento dos 200dias de efetivo trabalho escolar, bem como da carga horária mínima anual de 800 horas na Educação Básica) e 47 (cumprimento dos 200 dias detrabalho acadêmico efetivo na Educação Superior);4)que no exercício de sua autonomia e responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos, respeitando-se os parâmetros legaisestabelecidos, os estabelecimentos de ensino proponham formas de reposição de dias e horas de efetivo trabalho escolar, submetendo-as àaprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;5)que a reorganização do calendário escolar em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino seja feita com a participação dos colegiadosdas instituições de ensino, notadamente, dos professores e da equipe pedagógica e administrativa do estabelecimento, bem como de alunos eseus familiares e demais setores envolvidos na organização das atividades escolares;6)que seja assegurado no processo de reorganização dos calendários escolares que a reposição de aulas e atividades escolares que foramsuspensas possam ser realizadas de forma a preservar o padrão de qualidade previsto no inciso IX do artigo 3º da LDB e inciso VII do art. 206 daConstituição Federal;Expeça-se ofício à Secretaria Municipal de Educação de Jacobina-PI, encaminhando-lhe cópia da presente Recomendação, para que, no prazode 48 (quarenta e oito) horas, informe a esta Promotoria de Justiça se acata as determinações aqui contidas.

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Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania(CAODEC) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resoluçãon. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO n.º 26/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e a Lei nº 8069/90, em seu artigo 4º, estabelecem, como dever da família, da sociedadee do Estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade, dentre outros direitos à saúde e à educação;CONSIDERANDO que o estatuto protetivo determina que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, punidona forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais (art.5º, Lei nº 8069/90);CONSIDERANDO que a educação é um direito social previsto no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que em razão da pandemia do COVID-19, o município de Paulistana-PI publicou Decreto nº105, 03 de abril de 2020,determinou a antecipação das férias escolares na rede pública municipal e que o Estado do Piauí igualmente, no Decreto nº 18913, 30 de marçode 2020, suspendeu as atividades nas unidades de ensino estaduais, alterando, dessa forma, o fluxo do calendário escolar;CONSIDERANDO que o artigo 24, I da LDB dispõe que "A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com asseguintes regras comuns: I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio,distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver";CONSIDERANDO que o artigo 47 do mesmo diploma legal dispõe acerca cumprimento dos 200 dias de trabalho acadêmico efetivo na EducaçãoSuperior;CONSIDERANDO que alguns municípios estão encerrando as atividades escolares em razão do COVID-19, inclusive antecipando parcialmente orecesso escolar (férias);CONSIDERANDO que a extensão do período de paralisação pode acarretar a necessidade de reposição das aulas;CONSIDERANDO a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, evitando qualquer prejuízo aos educandos, bem comoverificar se os municípios anteciparam o recesso escolar;CONSIDERANDO ainda a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, diante da paralisação ocorrida, objetivando evitarqualquer prejuízo aos educandos, pois a ausência de planejamento na reposição das aulas interfere na aquisição de conteúdo.RESOLVE, sem prejuízo de outras medidas cabíveis, RECOMENDAR à Secretaria de Educação do Município de Paulistana-PI, se houvernecessidade:1)que apresente planejamento de reposição das aulas, quando do retorno das atividades escolares;2) que esclareça se há possibilidade de realização de atividades extraclasse que possam ser realizadas (ou foram realizadas) durante o períodode paralisação, para cumprimento da carga horária estabelecida na LDB;3)que sejam adotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos deparâmetros organizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, em especial os artigos 24 (cumprimento dos 200dias de efetivo trabalho escolar, bem como da carga horária mínima anual de 800 horas na Educação Básica) e 47 (cumprimento dos 200 dias detrabalho acadêmico efetivo na Educação Superior);4)que no exercício de sua autonomia e responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos, respeitando-se os parâmetros legaisestabelecidos, os estabelecimentos de ensino proponham formas de reposição de dias e horas de efetivo trabalho escolar, submetendo-as àaprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;5)que a reorganização do calendário escolar em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino seja feita com a participação dos colegiadosdas instituições de ensino, notadamente, dos professores e da equipe pedagógica e administrativa do estabelecimento, bem como de alunos eseus familiares e demais setores envolvidos na organização das atividades escolares;6)que seja assegurado no processo de reorganização dos calendários escolares que a reposição de aulas e atividades escolares que foramsuspensas possam ser realizadas de forma a preservar o padrão de qualidade previsto no inciso IX do artigo 3º da LDB e inciso VII do art. 206 daConstituição Federal;Expeça-se ofício à Secretaria Municipal de Educação de Paulistana-PI, encaminhando-lhe cópia da presente Recomendação, para que, no prazode 48 (quarenta e oito) horas, informe a esta Promotoria de Justiça se acata as determinações aqui contidas.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania(CAODEC) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resoluçãon. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 27/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;

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CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em relação à questão pedagógica, o Conselho Nacional de Educação, através de Nota de Esclarecimento, traçouorientações aos sistemas de ensino e estabelecimentos de ensino de todos os níveis, etapas e modalidades, que tenham a necessidade dereorganizar as atividades acadêmicas ou de aprendizagem em face da suspensão das atividades escolares por conta da necessidade de açõespreventivas à propagação do coronavírus;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.913/2020, de 30.03.2020, prorrogou a suspensão estabelecida no arts. 1º, inc. I e 2º do DecretoEstadual nº 18.884, das aulas da rede pública estadual de ensino, além de recomendar a suspensão das aulas pelas redes municipais eprivadas, bem como pelas instituições de ensino superior públicas ou privadas;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é um direito fundamental do ser humano, reconhecido internacionalmente pela DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos (art. 25) e pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais - PIDESC (art. 11), sendoinerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder públicoadotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, como dispostona Lei Nº 11.346/06 que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar;CONSIDERANDO que o programa de merenda escolar é uma das mais antigas políticas sociais do Brasil, sendo reconhecida tanto como políticaeducacional, dados os resultados em termos de melhoria cognitiva e redução da evasão escolar; quanto política de saúde, uma vez que aalimentação na infância apresenta resultados contundentes ao crescimento infantil, desenvolvimento físico e cognitivo da criança;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE RECOMENDAR:À Senhora JULIA MARIA OELHO DE SOUSA, SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PAULISTANA/PI, em cumprimento àsdisposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente, garanta:I - A continuidade do fornecimento de alimentação escolar a todos os alunos que dela necessitem (utilizando-se dos estoques existentesindependentemente da origem financeira) durante o período de suspensão das aulas, em especial àqueles pertencentes às famílias vulneráveissocialmente, e/ou havendo suspensão do transporte coletivo e/ou na impossibilidade dos pais ou responsáveis legais retirarem os itens, deveráser viabilizada a distribuição na residência do estudante (ou núcleos próximos à residência) ou mediante fornecimento de cartão alimentação oucongênere, sem prejuízo da substituição por outras estratégias legais a serem implementadas pelo Poder Executivo;II- Que tal distribuição seja realizada de forma a evitar aglomerações e adotando, em qualquer caso, todas as medidas profiláticas recomendadaspelas autoridades sanitárias para preservação da saúde dos servidores envolvidos e eventuais voluntários, vedando-se a venda ou a destinaçãopara finalidade diversa dos bens ofertados;III- Que seja dada ampla publicidade ao fornecimento da alimentação, de forma a garantir que aqueles que dela necessitam tenhamconhecimento de tal benefício;IV - Que a Secretaria de Educação realize o controle efetivo da alimentação escolar devidamente entregue, no qual deverá constar o dia, local ealuno contemplado, a fim de assegurar a regularidade do fornecimento;V - Que, em relação aos alimentos perecíveis que excederem a quantia distribuída e ainda estejam válidos para consumo, sejam entregues àsfamílias dos estudantes de baixa renda e, caso suprida esta demanda, para outras famílias vulneráveis;VI - Que não seja utilizada tal distribuição para promoção pessoal de agente público, sob pena de reconhecimento de prática de ato deimprobidade administrativa, tipificado no art. 11 da Lei nº 8.429/1992;VII - Que seja realizada licitação ou dispensa de licitação, observando diretrizes legais emergenciais que o caso exige, visando a aquisiçãodos insumos necessários para continuidade do fornecimento da alimentação escolar e reposição da alimentação escolar já utilizada que estavaem estoque, para que tão logo se iniciem as atividades escolares não faltem os insumos/produtos necessários;VIII - Que, na licitação ou dispensa de licitação de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da fome de crianças e adolescentesvulneráveis em razão da pandemia Coronavírus (Covid-19), sejam cumpridos os requisitos legais e, quanto à dispensa de licitação, aquelesdo art. 26, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 e art. 4º da Lei nº 13.979/2020;IX - Caso verificado manifesto sobrepreço nos itens pesquisados e resistência do particular em promover o fornecimento pelo justo e real preçode mercado, delibere motivadamente quanto à adoção da requisição administrativa, na forma do art. 5º, inciso XXV, da Constituição daRepública; art.1.228, § 3º, do Código Civil; e art. 15, inciso III, da Lei no 8.080/1990. Optando-se pela requisição administrativa, sua execuçãodeve ocorrer em procedimento administrativo próprio, de forma fundamentada e mediante a fixação do justo preço, que deve ser posteriormentepago ao particular.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o

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cumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania(CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se e encarte-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO n.º 28/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e a Lei nº 8069/90, em seu artigo 4º, estabelecem, como dever da família, da sociedadee do Estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade, dentre outros direitos à saúde e à educação;CONSIDERANDO que o estatuto protetivo determina que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, punidona forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais (art.5º, Lei nº 8069/90);CONSIDERANDO que a educação é um direito social previsto no art. 6º da Constituição Federal;CONSIDERANDO que em razão da pandemia do COVID-19, o município de Queimada Nova-PI publicou Decreto nº021, 20 de março de 2020,determinou a suspensão das aulas na rede pública municipal por tempo indeterminado, além de considerar a antecipação das férias escolares eque o Estado do Piauí igualmente, no Decreto nº 18913, 30 de março de 2020, suspendeu as atividades nas unidades de ensino estaduais,alterando, dessa forma, o fluxo do calendário escolar;CONSIDERANDO que o artigo 24, I da LDB dispõe que "A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com asseguintes regras comuns: I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio,distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver";CONSIDERANDO que o artigo 47 do mesmo diploma legal dispõe acerca cumprimento dos 200 dias de trabalho acadêmico efetivo na EducaçãoSuperior;CONSIDERANDO que alguns municípios estão encerrando as atividades escolares em razão do COVID-19, inclusive antecipando parcialmente orecesso escolar (férias);CONSIDERANDO que a extensão do período de paralisação pode acarretar a necessidade de reposição das aulas;CONSIDERANDO a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, evitando qualquer prejuízo aos educandos, bem comoverificar se os municípios anteciparam o recesso escolar;CONSIDERANDO ainda a necessidade de acompanhar o calendário das unidades de ensino, diante da paralisação ocorrida, objetivando evitarqualquer prejuízo aos educandos, pois a ausência de planejamento na reposição das aulas interfere na aquisição de conteúdo.RESOLVE, sem prejuízo de outras medidas cabíveis, RECOMENDAR à Secretaria de Educação do Município de Queimada Nova-PI, se houvernecessidade:1)que apresente planejamento de reposição das aulas, quando do retorno das atividades escolares;2)Esclareça se há possibilidade de realização de atividades extraclasse que possam ser realizadas (ou foram realizadas) durante o período deparalisação, para cumprimento da carga horária estabelecida na LDB;3)que sejam adotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos deparâmetros organizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, em especial os artigos 24 (cumprimento dos 200dias de efetivo trabalho escolar, bem como da carga horária mínima anual de 800 horas na Educação Básica) e 47 (cumprimento dos 200 dias detrabalho acadêmico efetivo na Educação Superior);4)que no exercício de sua autonomia e responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos, respeitando-se os parâmetros legaisestabelecidos, os estabelecimentos de ensino proponham formas de reposição de dias e horas de efetivo trabalho escolar, submetendo-as àaprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanente do seu sistema de ensino;5)que a reorganização do calendário escolar em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino seja feita com a participação dos colegiadosdas instituições de ensino, notadamente, dos professores e da equipe pedagógica e administrativa do estabelecimento, bem como de alunos eseus familiares e demais setores envolvidos na organização das atividades escolares;6)que seja assegurado no processo de reorganização dos calendários escolares que a reposição de aulas e atividades escolares que foramsuspensas possam ser realizadas de forma a preservar o padrão de qualidade previsto no inciso IX do artigo 3º da LDB e inciso VII do art. 206 daConstituição Federal;Expeça-se ofício à Secretaria Municipal de Educação de Queimada Nova-PI, encaminhando-lhe cópia da presente Recomendação, para que, noprazo de 48 (quarenta e oito) horas, informe a esta Promotoria de Justiça se acata as determinações aqui contidas.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania(CAODEC) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resoluçãon. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 29/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);

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CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em relação à questão pedagógica, o Conselho Nacional de Educação, através de Nota de Esclarecimento, traçouorientações aos sistemas de ensino e estabelecimentos de ensino de todos os níveis, etapas e modalidades, que tenham a necessidade dereorganizar as atividades acadêmicas ou de aprendizagem em face da suspensão das atividades escolares por conta da necessidade de açõespreventivas à propagação do coronavírus;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.913/2020, de 30.03.2020, prorrogou a suspensão estabelecida no arts. 1º, inc. I e 2º do DecretoEstadual nº 18.884, das aulas da rede pública estadual de ensino, além de recomendar a suspensão das aulas pelas redes municipais eprivadas, bem como pelas instituições de ensino superior públicas ou privadas;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é um direito fundamental do ser humano, reconhecido internacionalmente pela DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos (art. 25) e pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais - PIDESC (art. 11), sendoinerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder públicoadotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, como dispostona Lei Nº 11.346/06 que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar;CONSIDERANDO que o programa de merenda escolar é uma das mais antigas políticas sociais do Brasil, sendo reconhecida tanto como políticaeducacional, dados os resultados em termos de melhoria cognitiva e redução da evasão escolar; quanto política de saúde, uma vez que aalimentação na infância apresenta resultados contundentes ao crescimento infantil, desenvolvimento físico e cognitivo da criança;CONSIDERANDO, ademais, a Lei n° 13.987/2020, determina que durante o período de suspensão das aulas em razão de situação deemergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar (Pnae) aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica.CONSIDERANDO que o artigo 21-A da referida lei prevê "Durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básicaem razão de situação de emergência ou calamidade pública, fica autorizada, em todo o território nacional, em caráter excepcional, a distribuiçãoimediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, com acompanhamento pelo CAE, dos gêneros alimentícios adquiridoscom recursos financeiros recebidos, nos termos desta Lei, à conta do Pnae";CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, 02 de abril 2020, a qual o Governo do Estado do Piauí determinou a distribuição imediata aos paisou responsáveis dos estudantes, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante o período desuspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública.RESOLVE RECOMENDAR:À Senhora EDLEUSA DIAS AMORIM, SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE QUEIMADA NOVA/PI, em cumprimento às disposiçõesde ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente, garanta:I - A continuidade do fornecimento de alimentação escolar a todos os alunos que dela necessitem (utilizando-se dos estoques existentesindependentemente da origem financeira) durante o período de suspensão das aulas, em especial àqueles pertencentes às famílias vulneráveissocialmente, e/ou havendo suspensão do transporte coletivo e/ou na impossibilidade dos pais ou responsáveis legais retirarem os itens, deveráser viabilizada a distribuição na residência do estudante (ou núcleos próximos à residência) ou mediante fornecimento de cartão alimentação oucongênere, sem prejuízo da substituição por outras estratégias legais a serem implementadas pelo Poder Executivo;II- Que tal distribuição seja realizada de forma a evitar aglomerações e adotando, em qualquer caso, todas as medidas profiláticas recomendadaspelas autoridades sanitárias para preservação da saúde dos servidores envolvidos e eventuais voluntários, vedando-se a venda ou a destinaçãopara finalidade diversa dos bens ofertados;III- Que seja dada ampla publicidade ao fornecimento da alimentação, de forma a garantir que aqueles que dela necessitam tenhamconhecimento de tal benefício;IV - Que a Secretaria de Educação realize o controle efetivo da alimentação escolar devidamente entregue, no qual deverá constar o dia, local ealuno contemplado, a fim de assegurar a regularidade do fornecimento;V - Que, em relação aos alimentos perecíveis que excederem a quantia distribuída e ainda estejam válidos para consumo, sejam entregues àsfamílias dos estudantes de baixa renda e, caso suprida esta demanda, para outras famílias vulneráveis;VI - Que não seja utilizada tal distribuição para promoção pessoal de agente público, sob pena de reconhecimento de prática de ato deimprobidade administrativa, tipificado no art. 11 da Lei nº 8.429/1992;VII - Que seja realizada licitação ou dispensa de licitação, observando diretrizes legais emergenciais que o caso exige, visando a aquisiçãodos insumos necessários para continuidade do fornecimento da alimentação escolar e reposição da alimentação escolar já utilizada que estavaem estoque, para que tão logo se iniciem as atividades escolares não faltem os insumos/produtos necessários;VIII - Que, na licitação ou dispensa de licitação de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da fome de crianças e adolescentesvulneráveis em razão da pandemia Coronavírus (Covid-19), sejam cumpridos os requisitos legais e, quanto à dispensa de licitação, aquelesdo art. 26, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 e art. 4º da Lei nº 13.979/2020;IX - Caso verificado manifesto sobrepreço nos itens pesquisados e resistência do particular em promover o fornecimento pelo justo e real preçode mercado, delibere motivadamente quanto à adoção da requisição administrativa, na forma do art. 5º, inciso XXV, da Constituição daRepública; art.1.228, § 3º, do Código Civil; e art. 15, inciso III, da Lei no 8.080/1990. Optando-se pela requisição administrativa, sua execuçãodeve ocorrer em procedimento administrativo próprio, de forma fundamentada e mediante a fixação do justo preço, que deve ser posteriormentepago ao particular.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária como

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pessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania(CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprioConselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégiode Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se e encarte-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 35 /2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação;"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 127, da Constituição Federal, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regimedemocrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 129, da Constituição Federal, é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeitodos serviços de relevância pública, bem como a proteção dos direitos difusos e coletivos;CONSIDERANDO que a luta global contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e todas as suas formas emanifestações é uma prioridade, nos termos da Declaração e Programa de Ação de Durban;CONSIDERANDO a necessidade de fomentar a adoção de políticas públicas, programas e ações para promoção dos direitos dos povos ecomunidades tradicionais (Lei nº 12.888/2010 - Estatuto da Igualdade Racial, arts. 27 e 34), inclusive, se necessário, em parceria com outrasinstituições afins e lideranças dos povos e comunidades;CONSIDERANDO que o Estado de Piauí possui atualmente cerca de 64 (sessenta e quatro) comunidades quilombolas, localizadas quase queexclusivamente no interior do Estado, em locais de difícil acesso, (http://www.interpi.pi.gov.br/download/201803/INTERPI04_64e1fb902f.pdf;http://www.incra.gov.br/sites/default/files/incra-andamentoprocessos-quilombolas_quadrogeral.pdf)CONSIDERANDO que essas comunidades desenvolvem uma diversidade de modos e condições de vida, de acesso a serviços essenciais, comosaúde, assistência social e saneamento básico, abastecimento de água, etc., no que concerne ao universo desses povos;CONSIDERANDO que, muitas vezes, para terem acesso a serviços de saúde e a bens essenciais faz-se necessário o deslocamento paramunicípios ou comunidades vizinhas;CONSIDERANDO que muitas famílias das comunidades quilombolas vivem da renda gerada pela produção e venda de produtos agrícolas e que,neste momento, muitos trabalhadores não estão se deslocando até as "roças" em observância às medidas de isolamento social, determinadaspelo Governo do Estado, e estão encontrando dificuldades para vender os alimentos produzidos devido à ausência de compradores nosmercados;CONSIDERANDO que não só a comercialização de produtos agrícolas, mas toda a comercialização de produtos habitualmente destinada àgeração de renda para os povos e comunidades tradicionais está atualmente prejudicada;CONSIDERANDO que a necessidade de isolamento social decorrente do Coronavírus tem impactado o setor de serviços que também empregacidadãos das comunidades quilombolas;CONSIDERANDO que a histórica situação de vulnerabilidade social das comunidades quilombolas fica severamente agravada em consequênciadessas medidas, exacerbando o flagelo da fome e da privação de acesso a serviços essenciais;CONSIDERANDO o que foi divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no último dia 11 de março, declarando que o novo vírusdenominado Coronavírus - COVID-19 evoluiu para pandemia, e que, na sequência, vem apresentando um aumento significativo no número depessoas mortas e infectadas, sendo que a mais recente informação da Secretaria de Saúde do Estado de Piauí noticia 186 (cento e oitenta eseis) casos confirmados do Novo Coronavírus - COVID -19 e 14 (quatorze) mortes no Estado (última atualização em 20 de abril de 2020);RESOLVE RECOMENDAR: às Secretárias Municipais de Saúde e de Assistência Social de Acauã/PI, em cumprimento às disposições deordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente:1. Implemente ações emergenciais e pontuais:a) Para a diminuição dos efeitos do Coronavírus/ COVID-19 nas comunidades quilombolas tais como acesso à saúde, à assistência social, a itensde higienização, dentre outras necessidades identificadas;b) Para garantir o abastecimento de água nas localidades onde o abastecimento é inexistente ou irregular;c) Para fazer chegar de forma eficiente às comunidades quilombolas informações sobre a prevenção e as providências a serem adotadas emcaso de contaminação, bem como os recursos destinados ao combate ao Coronavírus;d) Para a garantia da segurança alimentar e nutricional das comunidades quilombolas, tais como a distribuição de cestas básicas e de kits dealimentação para os estudantes que têm, no momento, as aulas suspensas;e) Para viabilizar o acesso seguro dos membros das comunidades quilombolas às agências bancárias, por vezes localizadas a quilômetros dedistância dos seus territórios, para o saque do Bolsa Família, e, por ventura, o auxílio emergencial;f) Para viabilizar às comunidades quilombolas o acesso à vacinação contra a gripe, conforme o calendário de vacinação nacional, de formaeficiente e sem que estes sejam expostos à aglomerações em filas e transporte público;Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-fé

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ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI) e aopróprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 doColégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 35/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que o direito à saúde e à moradia são direitos fundamentais expressamente tutelados pela Constituição Federal de 1988,incorporados ao rol de direitos sociais, além de serem reconhecidos por diversos Tratados de Direito Internacional dos quais o Brasil é signatário,tais como Declaração Universal dos Direitos Humano, que prevê o direito à habitação e à saúde como os componentes mínimos existenciais paraa dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil de construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir odesenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, e promover o bem de todos,sem qualquer forma de preconceito ou discriminação, conforme expresso no artigo 3º, da Constituição Federal;CONSIDERANDO o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB), que situa a pessoa como centro daspreocupações estatais;CONSIDERANDO que a garantia do direito à saúde e à moradia constitui competência comum dos entes federados, nos termos do art. 23, II e IXda Carta Maior;CONSIDERANDO a situação de crise na saúde pública vivenciada atualmente em todo o mundo, decorrente da rápida propagação do novoCoronavírus (COVID-19), tendo sido classificada como Pandemia pela Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 188 de 03 de fevereiro de 2020, declarou Emergência em Saúde Públicade Importância Nacional (ESPIN) e que o Governo do Estado do Piauí decretou situação de emergência em saúde pública, através do Decreto nº18.895, de 19 de março de 2020;CONSIDERANDO que, da mesma forma, o Município de Acauã-PI decretou situação de Emergência em Saúde, Decreto nº 011 de 19 de marçode 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, declarou estado de Calamidade Pública Nacional, o que libera osentes federados da obrigação de cumprimento da meta fiscal para 2020, suspendendo medidas de ajustes das contas públicas presentes na Leide Responsabilidade Fiscal e possibilitando o aumento de gastos no combate à propagação do Coronavírus;CONSIDERANDO a condição de transmissão comunitária do coronavírus (Covid-19) e a necessidade premente de envidar todos os esforços emreduzir a transmissibilidade e oportunizar manejo adequado dos casos leves na rede de atenção primária à saúde e dos casos graves na rede deurgência/emergência e hospitalar, conforme previsto na Portaria nº 454, de 20 de março de 2020, do Ministério da Saúde;CONSIDERANDO que as principais orientações dos órgãos de saúde nacionais e internacionais para evitar uma maior propagação do COVID-19é o isolamento social, devendo ser evitado ao máximo contato com grande número de pessoas, e a adoção de medidas restritas de higienepessoal;CONSIDERANDO a situação de extrema vulnerabilidade social das pessoas em situação de rua, juridicamente caracterizadas - conforme oparágrafo único do art. 1º do Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua - como "pertencente agrupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e inexistência demoradia convencional regular, utilizando os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de formatemporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória";CONSIDERANDO que as pessoas em situação de rua encontram-se em posição ainda mais vulnerável diante da pandemia do Coronavírus, vistoque estão sem acesso à moradia digna e, portanto, sem qualquer possibilidade de isolamento, além de estarem submetidas a condiçõesprecárias de higiene e de alimentação/hidratação;CONSIDERANDO que a manutenção desses indivíduos nas ruas representa grande risco à própria saúde deles, bem como a de toda apopulação, visto que o Coronavírus se dissemina com grande facilidade por meio de contato pessoal;CONSIDERANDO a importância da prevenção nos estágios iniciais do contágio, como forma de controlar a velocidade de propagação do vírus,que tem sido entendida como a medida mais efetiva para proteger os cidadãos e obstar o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, no caso das pessoas em situação de rua, a medida mais eficaz para protegê-las e para proteger toda a população, seriapossibilitar o isolamento social em moradias temporárias, uma vez que os abrigos existentes na cidade não proporcionam o adequadoisolamento;CONSIDERANDO, ainda, que o Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, elenca objetivos,em seu artigo 7º, dentre os quais: "XIII - implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acessopermanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade", o que se vislumbra ação ainda mais importante nocenário atual, tendo em vista que uma alimentação/hidratação adequada favorece a saúde do indivíduo em situação de rua, essencial em razãoda propagação do Covid-19;CONSIDERANDO que, da mesma forma, a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua determina que seja assegurado a essesindivíduos acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde e moradia (art. 7º, inciso I).Desse modo, é necessário que as pessoas em situação de rua estejam contempladas nos planos de saúde pública emergenciais adotados peloPoder Público Municipal diante da Pandemia do Coronavírus, sendo essencial o fornecimento de material de higiene pessoal, adoção de medidaseficazes de isolamento desses indivíduos, fornecimento de alimentação/hidratação adequadas, além de outras medidas que se mostremnecessárias à proteção da vida e da saúde da população em situação de rua do município;CONSIDERANDO que são princípios da Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, entre outros, a igualdade, a equidade, adignidade da pessoa humana, o respeito à vida, o atendimento humanizado e universalizado (art. 5º); e que são diretrizes dessa Política apromoção de direitos civis, a articulação de políticas públicas federais, estaduais e municipais, bem como a superação do preconceito e o

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respeito no atendimento desse grupo populacional (art. 6º), esses indivíduos não podem ficar excluídos dos planos de contingência voltados aocombate ao Coronavírus, devendo receber atenção adequada por parte do Poder Público, ante a sua vulnerabilidade;CONSIDERANDO que a Lei nº 7.359, 17 de fevereiro de 2020, que institui a Política Estadual para a população em situação de rua no Estado doPiauí.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Acauã-PI, em cumprimento as disposições acimareferidas e diante da situação de crise vivenciada em decorrência da Pandemia do Coronavírus (COVID-19):I Que seja apresentado plano de contingência, voltado à população em situação de rua, esclarecendo as responsabilidades estabelecidas paraatender a emergência e conter o alastramento do vírus;II Que sejam apresentadas quais as medidas estão sendo adotadas, em casos de indivíduos sintomáticos, diante da extrema vulnerabilidade dapopulação em situação de rua;III Que sejam ampliadas e disponibilizadas, com urgência, vagas no Programa de Locação Social a serem destinadas às pessoas em situação derua, com o fito de possibilitar o isolamento social desses indivíduos ante a propagação do Coronavírus;IV Que seja providenciada a alocação de pessoas em situação de rua em prédios ociosos e subutilizados que disponham de condições dehabitabilidade na cidade;V Que seja disponibilizado material para que as pessoas em situação de rua possam realizar condutas de higiene pessoal, uma vez que essa éuma das principais formas de combater e evitar a transmissão do Coronavírus;VI Que seja disponibilizada alimentação e hidratação adequadas para as pessoas em situação de rua, tendo em vista que uma alimentaçãosaudável e uma boa hidratação garantem a saúde do indivíduo, tornando-o mais saudável e menos vulnerável ao vírus;Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate àCorrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 36/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que o direito à saúde e à moradia são direitos fundamentais expressamente tutelados pela Constituição Federal de 1988,incorporados ao rol de direitos sociais, além de serem reconhecidos por diversos Tratados de Direito Internacional dos quais o Brasil é signatário,tais como Declaração Universal dos Direitos Humano, que prevê o direito à habitação e à saúde como os componentes mínimos existenciais paraa dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil de construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir odesenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, e promover o bem de todos,sem qualquer forma de preconceito ou discriminação, conforme expresso no artigo 3º, da Constituição Federal;CONSIDERANDO o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB), que situa a pessoa como centro daspreocupações estatais;CONSIDERANDO que a garantia do direito à saúde e à moradia constitui competência comum dos entes federados, nos termos do art. 23, II e IXda Carta Maior;CONSIDERANDO a situação de crise na saúde pública vivenciada atualmente em todo o mundo, decorrente da rápida propagação do novoCoronavírus (COVID-19), tendo sido classificada como Pandemia pela Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 188 de 03 de fevereiro de 2020, declarou Emergência em Saúde Públicade Importância Nacional (ESPIN) e que o Governo do Estado do Piauí decretou situação de emergência em saúde pública, através do Decreto nº18.895, de 19 de março de 2020;CONSIDERANDO que, da mesma forma, o Município de Betânia-PI decretou situação de Emergência em Saúde, Decreto nº 004 de 20 de marçode 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, declarou estado de Calamidade Pública Nacional, o que libera osentes federados da obrigação de cumprimento da meta fiscal para 2020, suspendendo medidas de ajustes das contas públicas presentes na Leide Responsabilidade Fiscal e possibilitando o aumento de gastos no combate à propagação do Coronavírus;CONSIDERANDO a condição de transmissão comunitária do coronavírus (Covid-19) e a necessidade premente de envidar todos os esforços emreduzir a transmissibilidade e oportunizar manejo adequado dos casos leves na rede de atenção primária à saúde e dos casos graves na rede deurgência/emergência e hospitalar, conforme previsto na Portaria nº 454, de 20 de março de 2020, do Ministério da Saúde;CONSIDERANDO que as principais orientações dos órgãos de saúde nacionais e internacionais para evitar uma maior propagação do COVID-19é o isolamento social, devendo ser evitado ao máximo contato com grande número de pessoas, e a adoção de medidas restritas de higienepessoal;CONSIDERANDO a situação de extrema vulnerabilidade social das pessoas em situação de rua, juridicamente caracterizadas - conforme oparágrafo único do art. 1º do Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua - como "pertencente agrupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e inexistência demoradia convencional regular, utilizando os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de formatemporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória";CONSIDERANDO que as pessoas em situação de rua encontram-se em posição ainda mais vulnerável diante da pandemia do Coronavírus, vistoque estão sem acesso à moradia digna e, portanto, sem qualquer possibilidade de isolamento, além de estarem submetidas a condiçõesprecárias de higiene e de alimentação/hidratação;

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CONSIDERANDO que a manutenção desses indivíduos nas ruas representa grande risco à própria saúde deles, bem como a de toda apopulação, visto que o Coronavírus se dissemina com grande facilidade por meio de contato pessoal;CONSIDERANDO a importância da prevenção nos estágios iniciais do contágio, como forma de controlar a velocidade de propagação do vírus,que tem sido entendida como a medida mais efetiva para proteger os cidadãos e obstar o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, no caso das pessoas em situação de rua, a medida mais eficaz para protegê-las e para proteger toda a população, seriapossibilitar o isolamento social em moradias temporárias, uma vez que os abrigos existentes na cidade não proporcionam o adequadoisolamento;CONSIDERANDO, ainda, que o Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, elenca objetivos,em seu artigo 7º, dentre os quais: "XIII - implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acessopermanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade", o que se vislumbra ação ainda mais importante nocenário atual, tendo em vista que uma alimentação/hidratação adequada favorece a saúde do indivíduo em situação de rua, essencial em razãoda propagação do Covid-19;CONSIDERANDO que, da mesma forma, a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua determina que seja assegurado a essesindivíduos acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde e moradia (art. 7º, inciso I).Desse modo, é necessário que as pessoas em situação de rua estejam contempladas nos planos de saúde pública emergenciais adotados peloPoder Público Municipal diante da Pandemia do Coronavírus, sendo essencial o fornecimento de material de higiene pessoal, adoção de medidaseficazes de isolamento desses indivíduos, fornecimento de alimentação/hidratação adequadas, além de outras medidas que se mostremnecessárias à proteção da vida e da saúde da população em situação de rua do município;CONSIDERANDO que são princípios da Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, entre outros, a igualdade, a equidade, adignidade da pessoa humana, o respeito à vida, o atendimento humanizado e universalizado (art. 5º); e que são diretrizes dessa Política apromoção de direitos civis, a articulação de políticas públicas federais, estaduais e municipais, bem como a superação do preconceito e orespeito no atendimento desse grupo populacional (art. 6º), esses indivíduos não podem ficar excluídos dos planos de contingência voltados aocombate ao Coronavírus, devendo receber atenção adequada por parte do Poder Público, ante a sua vulnerabilidade;CONSIDERANDO que a Lei nº 7.359, 17 de fevereiro de 2020, que institui a Política Estadual para a população em situação de rua no Estado doPiauí.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Betânia-PI, em cumprimento as disposições acimareferidas e diante da situação de crise vivenciada em decorrência da Pandemia do Coronavírus (COVID-19):I Que seja apresentado plano de contingência, voltado à população em situação de rua, esclarecendo as responsabilidades estabelecidas paraatender a emergência e conter o alastramento do vírus;II Que sejam apresentadas quais as medidas estão sendo adotadas, em casos de indivíduos sintomáticos, diante da extrema vulnerabilidade dapopulação em situação de rua;III Que sejam ampliadas e disponibilizadas, com urgência, vagas no Programa de Locação Social a serem destinadas às pessoas em situação derua, com o fito de possibilitar o isolamento social desses indivíduos ante a propagação do Coronavírus;IV Que seja providenciada a alocação de pessoas em situação de rua em prédios ociosos e subutilizados que disponham de condições dehabitabilidade na cidade;V Que seja disponibilizado material para que as pessoas em situação de rua possam realizar condutas de higiene pessoal, uma vez que essa éuma das principais formas de combater e evitar a transmissão do Coronavírus;VI Que seja disponibilizada alimentação e hidratação adequadas para as pessoas em situação de rua, tendo em vista que uma alimentaçãosaudável e uma boa hidratação garantem a saúde do indivíduo, tornando-o mais saudável e menos vulnerável ao vírus;Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate àCorrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 36 /2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação;"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;

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CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 127, da Constituição Federal, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regimedemocrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 129, da Constituição Federal, é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeitodos serviços de relevância pública, bem como a proteção dos direitos difusos e coletivos;CONSIDERANDO que a luta global contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e todas as suas formas emanifestações é uma prioridade, nos termos da Declaração e Programa de Ação de Durban;CONSIDERANDO a necessidade de fomentar a adoção de políticas públicas, programas e ações para promoção dos direitos dos povos ecomunidades tradicionais (Lei nº 12.888/2010 - Estatuto da Igualdade Racial, arts. 27 e 34), inclusive, se necessário, em parceria com outrasinstituições afins e lideranças dos povos e comunidades;CONSIDERANDO que o Estado de Piauí possui atualmente cerca de 64 (sessenta e quatro) comunidades quilombolas, localizadas quase queexclusivamente no interior do Estado, em locais de difícil acesso, (http://www.interpi.pi.gov.br/download/201803/INTERPI04_64e1fb902f.pdf;http://www.incra.gov.br/sites/default/files/incra-andamentoprocessos-quilombolas_quadrogeral.pdf)CONSIDERANDO que essas comunidades desenvolvem uma diversidade de modos e condições de vida, de acesso a serviços essenciais, comosaúde, assistência social e saneamento básico, abastecimento de água, etc., no que concerne ao universo desses povos;CONSIDERANDO que, muitas vezes, para terem acesso a serviços de saúde e a bens essenciais faz-se necessário o deslocamento paramunicípios ou comunidades vizinhas;CONSIDERANDO que muitas famílias das comunidades quilombolas vivem da renda gerada pela produção e venda de produtos agrícolas e que,neste momento, muitos trabalhadores não estão se deslocando até as "roças" em observância às medidas de isolamento social, determinadaspelo Governo do Estado, e estão encontrando dificuldades para vender os alimentos produzidos devido à ausência de compradores nosmercados;CONSIDERANDO que não só a comercialização de produtos agrícolas, mas toda a comercialização de produtos habitualmente destinada àgeração de renda para os povos e comunidades tradicionais está atualmente prejudicada;CONSIDERANDO que a necessidade de isolamento social decorrente do Coronavírus tem impactado o setor de serviços que também empregacidadãos das comunidades quilombolas;CONSIDERANDO que a histórica situação de vulnerabilidade social das comunidades quilombolas fica severamente agravada em consequênciadessas medidas, exacerbando o flagelo da fome e da privação de acesso a serviços essenciais;CONSIDERANDO o que foi divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no último dia 11 de março, declarando que o novo vírusdenominado Coronavírus - COVID-19 evoluiu para pandemia, e que, na sequência, vem apresentando um aumento significativo no número depessoas mortas e infectadas, sendo que a mais recente informação da Secretaria de Saúde do Estado de Piauí noticia 186 (cento e oitenta eseis) casos confirmados do Novo Coronavírus - COVID -19 e 14 (quatorze) mortes no Estado (última atualização em 20 de abril de 2020);RESOLVE RECOMENDAR: às Secretárias Municipais de Saúde e de Assistência Social de Betânia/PI, em cumprimento às disposições deordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente:1. Implemente ações emergenciais e pontuais:a) Para a diminuição dos efeitos do Coronavírus/ COVID-19 nas comunidades quilombolas tais como acesso à saúde, à assistência social, a itensde higienização, dentre outras necessidades identificadas;b) Para garantir o abastecimento de água nas localidades onde o abastecimento é inexistente ou irregular;c) Para fazer chegar de forma eficiente às comunidades quilombolas informações sobre a prevenção e as providências a serem adotadas emcaso de contaminação, bem como os recursos destinados ao combate ao Coronavírus;d) Para a garantia da segurança alimentar e nutricional das comunidades quilombolas, tais como a distribuição de cestas básicas e de kits dealimentação para os estudantes que têm, no momento, as aulas suspensas;e) Para viabilizar o acesso seguro dos membros das comunidades quilombolas às agências bancárias, por vezes localizadas a quilômetros dedistância dos seus territórios, para o saque do Bolsa Família, e, por ventura, o auxílio emergencial;f) Para viabilizar às comunidades quilombolas o acesso à vacinação contra a gripe, conforme o calendário de vacinação nacional, de formaeficiente e sem que estes sejam expostos à aglomerações em filas e transporte público;Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional da Saúde (CAODS) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conformedisposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seusrespectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 37/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que o direito à saúde e à moradia são direitos fundamentais expressamente tutelados pela Constituição Federal de 1988,incorporados ao rol de direitos sociais, além de serem reconhecidos por diversos Tratados de Direito Internacional dos quais o Brasil é signatário,tais como Declaração Universal dos Direitos Humano, que prevê o direito à habitação e à saúde como os componentes mínimos existenciais paraa dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil de construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir odesenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, e promover o bem de todos,sem qualquer forma de preconceito ou discriminação, conforme expresso no artigo 3º, da Constituição Federal;CONSIDERANDO o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB), que situa a pessoa como centro daspreocupações estatais;CONSIDERANDO que a garantia do direito à saúde e à moradia constitui competência comum dos entes federados, nos termos do art. 23, II e IX

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da Carta Maior;CONSIDERANDO a situação de crise na saúde pública vivenciada atualmente em todo o mundo, decorrente da rápida propagação do novoCoronavírus (COVID-19), tendo sido classificada como Pandemia pela Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 188 de 03 de fevereiro de 2020, declarou Emergência em Saúde Públicade Importância Nacional (ESPIN) e que o Governo do Estado do Piauí decretou situação de emergência em saúde pública, através do Decreto nº18.895, de 19 de março de 2020;CONSIDERANDO que, da mesma forma, o Município de Jacobina-PI decretou situação de Emergência em Saúde, Decreto nº 122 de 17 demarço de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, declarou estado de Calamidade Pública Nacional, o que libera osentes federados da obrigação de cumprimento da meta fiscal para 2020, suspendendo medidas de ajustes das contas públicas presentes na Leide Responsabilidade Fiscal e possibilitando o aumento de gastos no combate à propagação do Coronavírus;CONSIDERANDO a condição de transmissão comunitária do coronavírus (Covid-19) e a necessidade premente de envidar todos os esforços emreduzir a transmissibilidade e oportunizar manejo adequado dos casos leves na rede de atenção primária à saúde e dos casos graves na rede deurgência/emergência e hospitalar, conforme previsto na Portaria nº 454, de 20 de março de 2020, do Ministério da Saúde;CONSIDERANDO que as principais orientações dos órgãos de saúde nacionais e internacionais para evitar uma maior propagação do COVID-19é o isolamento social, devendo ser evitado ao máximo contato com grande número de pessoas, e a adoção de medidas restritas de higienepessoal;CONSIDERANDO a situação de extrema vulnerabilidade social das pessoas em situação de rua, juridicamente caracterizadas - conforme oparágrafo único do art. 1º do Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua - como "pertencente agrupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e inexistência demoradia convencional regular, utilizando os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de formatemporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória";CONSIDERANDO que as pessoas em situação de rua encontram-se em posição ainda mais vulnerável diante da pandemia do Coronavírus, vistoque estão sem acesso à moradia digna e, portanto, sem qualquer possibilidade de isolamento, além de estarem submetidas a condiçõesprecárias de higiene e de alimentação/hidratação;CONSIDERANDO que a manutenção desses indivíduos nas ruas representa grande risco à própria saúde deles, bem como a de toda apopulação, visto que o Coronavírus se dissemina com grande facilidade por meio de contato pessoal;CONSIDERANDO a importância da prevenção nos estágios iniciais do contágio, como forma de controlar a velocidade de propagação do vírus,que tem sido entendida como a medida mais efetiva para proteger os cidadãos e obstar o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, no caso das pessoas em situação de rua, a medida mais eficaz para protegê-las e para proteger toda a população, seriapossibilitar o isolamento social em moradias temporárias, uma vez que os abrigos existentes na cidade não proporcionam o adequadoisolamento;CONSIDERANDO, ainda, que o Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, elenca objetivos,em seu artigo 7º, dentre os quais: "XIII - implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acessopermanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade", o que se vislumbra ação ainda mais importante nocenário atual, tendo em vista que uma alimentação/hidratação adequada favorece a saúde do indivíduo em situação de rua, essencial em razãoda propagação do Covid-19;CONSIDERANDO que, da mesma forma, a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua determina que seja assegurado a essesindivíduos acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde e moradia (art. 7º, inciso I).Desse modo, é necessário que as pessoas em situação de rua estejam contempladas nos planos de saúde pública emergenciais adotados peloPoder Público Municipal diante da Pandemia do Coronavírus, sendo essencial o fornecimento de material de higiene pessoal, adoção de medidaseficazes de isolamento desses indivíduos, fornecimento de alimentação/hidratação adequadas, além de outras medidas que se mostremnecessárias à proteção da vida e da saúde da população em situação de rua do município;CONSIDERANDO que são princípios da Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, entre outros, a igualdade, a equidade, adignidade da pessoa humana, o respeito à vida, o atendimento humanizado e universalizado (art. 5º); e que são diretrizes dessa Política apromoção de direitos civis, a articulação de políticas públicas federais, estaduais e municipais, bem como a superação do preconceito e orespeito no atendimento desse grupo populacional (art. 6º), esses indivíduos não podem ficar excluídos dos planos de contingência voltados aocombate ao Coronavírus, devendo receber atenção adequada por parte do Poder Público, ante a sua vulnerabilidade;CONSIDERANDO que a Lei nº 7.359, 17 de fevereiro de 2020, que institui a Política Estadual para a população em situação de rua no Estado doPiauí.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Jacobina-PI, em cumprimento as disposições acimareferidas e diante da situação de crise vivenciada em decorrência da Pandemia do Coronavírus (COVID-19):I Que seja apresentado plano de contingência, voltado à população em situação de rua, esclarecendo as responsabilidades estabelecidas paraatender a emergência e conter o alastramento do vírus;II Que sejam apresentadas quais as medidas estão sendo adotadas, em casos de indivíduos sintomáticos, diante da extrema vulnerabilidade dapopulação em situação de rua;III Que sejam ampliadas e disponibilizadas, com urgência, vagas no Programa de Locação Social a serem destinadas às pessoas em situação derua, com o fito de possibilitar o isolamento social desses indivíduos ante a propagação do Coronavírus;IV Que seja providenciada a alocação de pessoas em situação de rua em prédios ociosos e subutilizados que disponham de condições dehabitabilidade na cidade;V Que seja disponibilizado material para que as pessoas em situação de rua possam realizar condutas de higiene pessoal, uma vez que essa éuma das principais formas de combater e evitar a transmissão do Coronavírus;VI Que seja disponibilizada alimentação e hidratação adequadas para as pessoas em situação de rua, tendo em vista que uma alimentaçãosaudável e uma boa hidratação garantem a saúde do indivíduo, tornando-o mais saudável e menos vulnerável ao vírus;Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI),para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, viae-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIOR

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Promotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 38/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que o direito à saúde e à moradia são direitos fundamentais expressamente tutelados pela Constituição Federal de 1988,incorporados ao rol de direitos sociais, além de serem reconhecidos por diversos Tratados de Direito Internacional dos quais o Brasil é signatário,tais como Declaração Universal dos Direitos Humano, que prevê o direito à habitação e à saúde como os componentes mínimos existenciais paraa dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil de construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir odesenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, e promover o bem de todos,sem qualquer forma de preconceito ou discriminação, conforme expresso no artigo 3º, da Constituição Federal;CONSIDERANDO o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB), que situa a pessoa como centro daspreocupações estatais;CONSIDERANDO que a garantia do direito à saúde e à moradia constitui competência comum dos entes federados, nos termos do art. 23, II e IXda Carta Maior;CONSIDERANDO a situação de crise na saúde pública vivenciada atualmente em todo o mundo, decorrente da rápida propagação do novoCoronavírus (COVID-19), tendo sido classificada como Pandemia pela Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 188 de 03 de fevereiro de 2020, declarou Emergência em Saúde Públicade Importância Nacional (ESPIN) e que o Governo do Estado do Piauí decretou situação de emergência em saúde pública, através do Decreto nº18.895, de 19 de março de 2020;CONSIDERANDO que, da mesma forma, o Município de Paulistana-PI decretou situação de Emergência em Saúde, Decreto nº 099 de 20 demarço de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, declarou estado de Calamidade Pública Nacional, o que libera osentes federados da obrigação de cumprimento da meta fiscal para 2020, suspendendo medidas de ajustes das contas públicas presentes na Leide Responsabilidade Fiscal e possibilitando o aumento de gastos no combate à propagação do Coronavírus;CONSIDERANDO a condição de transmissão comunitária do coronavírus (Covid-19) e a necessidade premente de envidar todos os esforços emreduzir a transmissibilidade e oportunizar manejo adequado dos casos leves na rede de atenção primária à saúde e dos casos graves na rede deurgência/emergência e hospitalar, conforme previsto na Portaria nº 454, de 20 de março de 2020, do Ministério da Saúde;CONSIDERANDO que as principais orientações dos órgãos de saúde nacionais e internacionais para evitar uma maior propagação do COVID-19é o isolamento social, devendo ser evitado ao máximo contato com grande número de pessoas, e a adoção de medidas restritas de higienepessoal;CONSIDERANDO a situação de extrema vulnerabilidade social das pessoas em situação de rua, juridicamente caracterizadas - conforme oparágrafo único do art. 1º do Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua - como "pertencente agrupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e inexistência demoradia convencional regular, utilizando os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de formatemporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória";CONSIDERANDO que as pessoas em situação de rua encontram-se em posição ainda mais vulnerável diante da pandemia do Coronavírus, vistoque estão sem acesso à moradia digna e, portanto, sem qualquer possibilidade de isolamento, além de estarem submetidas a condiçõesprecárias de higiene e de alimentação/hidratação;CONSIDERANDO que a manutenção desses indivíduos nas ruas representa grande risco à própria saúde deles, bem como a de toda apopulação, visto que o Coronavírus se dissemina com grande facilidade por meio de contato pessoal;CONSIDERANDO a importância da prevenção nos estágios iniciais do contágio, como forma de controlar a velocidade de propagação do vírus,que tem sido entendida como a medida mais efetiva para proteger os cidadãos e obstar o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, no caso das pessoas em situação de rua, a medida mais eficaz para protegê-las e para proteger toda a população, seriapossibilitar o isolamento social em moradias temporárias, uma vez que os abrigos existentes na cidade não proporcionam o adequadoisolamento;CONSIDERANDO, ainda, que o Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, elenca objetivos,em seu artigo 7º, dentre os quais: "XIII - implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acessopermanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade", o que se vislumbra ação ainda mais importante nocenário atual, tendo em vista que uma alimentação/hidratação adequada favorece a saúde do indivíduo em situação de rua, essencial em razãoda propagação do Covid-19;CONSIDERANDO que, da mesma forma, a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua determina que seja assegurado a essesindivíduos acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde e moradia (art. 7º, inciso I).Desse modo, é necessário que as pessoas em situação de rua estejam contempladas nos planos de saúde pública emergenciais adotados peloPoder Público Municipal diante da Pandemia do Coronavírus, sendo essencial o fornecimento de material de higiene pessoal, adoção de medidaseficazes de isolamento desses indivíduos, fornecimento de alimentação/hidratação adequadas, além de outras medidas que se mostremnecessárias à proteção da vida e da saúde da população em situação de rua do município;CONSIDERANDO que são princípios da Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, entre outros, a igualdade, a equidade, adignidade da pessoa humana, o respeito à vida, o atendimento humanizado e universalizado (art. 5º); e que são diretrizes dessa Política apromoção de direitos civis, a articulação de políticas públicas federais, estaduais e municipais, bem como a superação do preconceito e orespeito no atendimento desse grupo populacional (art. 6º), esses indivíduos não podem ficar excluídos dos planos de contingência voltados aocombate ao Coronavírus, devendo receber atenção adequada por parte do Poder Público, ante a sua vulnerabilidade;CONSIDERANDO que a Lei nº 7.359, 17 de fevereiro de 2020, que institui a Política Estadual para a população em situação de rua no Estado doPiauí.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Paulistana-PI, em cumprimento as disposições acimareferidas e diante da situação de crise vivenciada em decorrência da Pandemia do Coronavírus (COVID-19):I Que seja apresentado plano de contingência, voltado à população em situação de rua, esclarecendo as responsabilidades estabelecidas paraatender a emergência e conter o alastramento do vírus;II Que sejam apresentadas quais as medidas estão sendo adotadas, em casos de indivíduos sintomáticos, diante da extrema vulnerabilidade dapopulação em situação de rua;III Que sejam ampliadas e disponibilizadas, com urgência, vagas no Programa de Locação Social a serem destinadas às pessoas em situação derua, com o fito de possibilitar o isolamento social desses indivíduos ante a propagação do Coronavírus;

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IV Que seja providenciada a alocação de pessoas em situação de rua em prédios ociosos e subutilizados que disponham de condições dehabitabilidade na cidade;V Que seja disponibilizado material para que as pessoas em situação de rua possam realizar condutas de higiene pessoal, uma vez que essa éuma das principais formas de combater e evitar a transmissão do Coronavírus;VI Que seja disponibilizada alimentação e hidratação adequadas para as pessoas em situação de rua, tendo em vista que uma alimentaçãosaudável e uma boa hidratação garantem a saúde do indivíduo, tornando-o mais saudável e menos vulnerável ao vírus;Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate àCorrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 39/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante legal infrafirmado, no uso de suas atribuições, com fulcro nos artigos129, III e VI, da CF/88, 7º, I, da Lei Complementar nº 75/93, 26, I e 27, da Lei nº 8.625/93, e na Resolução do CNMP nº 174/2017, de 04.07.2017;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO que o direito à saúde e à moradia são direitos fundamentais expressamente tutelados pela Constituição Federal de 1988,incorporados ao rol de direitos sociais, além de serem reconhecidos por diversos Tratados de Direito Internacional dos quais o Brasil é signatário,tais como Declaração Universal dos Direitos Humano, que prevê o direito à habitação e à saúde como os componentes mínimos existenciais paraa dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil de construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir odesenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, e promover o bem de todos,sem qualquer forma de preconceito ou discriminação, conforme expresso no artigo 3º, da Constituição Federal;CONSIDERANDO o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB), que situa a pessoa como centro daspreocupações estatais;CONSIDERANDO que a garantia do direito à saúde e à moradia constitui competência comum dos entes federados, nos termos do art. 23, II e IXda Carta Maior;CONSIDERANDO a situação de crise na saúde pública vivenciada atualmente em todo o mundo, decorrente da rápida propagação do novoCoronavírus (COVID-19), tendo sido classificada como Pandemia pela Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 188 de 03 de fevereiro de 2020, declarou Emergência em Saúde Públicade Importância Nacional (ESPIN) e que o Governo do Estado do Piauí decretou situação de emergência em saúde pública, através do Decreto nº18.895, de 19 de março de 2020;CONSIDERANDO que, da mesma forma, o Município de Queimada Nova-PI decretou situação de Emergência em Saúde, Decreto nº 021 de 20de março de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, declarou estado de Calamidade Pública Nacional, o que libera osentes federados da obrigação de cumprimento da meta fiscal para 2020, suspendendo medidas de ajustes das contas públicas presentes na Leide Responsabilidade Fiscal e possibilitando o aumento de gastos no combate à propagação do Coronavírus;CONSIDERANDO a condição de transmissão comunitária do coronavírus (Covid-19) e a necessidade premente de envidar todos os esforços emreduzir a transmissibilidade e oportunizar manejo adequado dos casos leves na rede de atenção primária à saúde e dos casos graves na rede deurgência/emergência e hospitalar, conforme previsto na Portaria nº 454, de 20 de março de 2020, do Ministério da Saúde;CONSIDERANDO que as principais orientações dos órgãos de saúde nacionais e internacionais para evitar uma maior propagação do COVID-19é o isolamento social, devendo ser evitado ao máximo contato com grande número de pessoas, e a adoção de medidas restritas de higienepessoal;CONSIDERANDO a situação de extrema vulnerabilidade social das pessoas em situação de rua, juridicamente caracterizadas - conforme oparágrafo único do art. 1º do Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua - como "pertencente agrupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e inexistência demoradia convencional regular, utilizando os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de formatemporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória";CONSIDERANDO que as pessoas em situação de rua encontram-se em posição ainda mais vulnerável diante da pandemia do Coronavírus, vistoque estão sem acesso à moradia digna e, portanto, sem qualquer possibilidade de isolamento, além de estarem submetidas a condiçõesprecárias de higiene e de alimentação/hidratação;CONSIDERANDO que a manutenção desses indivíduos nas ruas representa grande risco à própria saúde deles, bem como a de toda apopulação, visto que o Coronavírus se dissemina com grande facilidade por meio de contato pessoal;CONSIDERANDO a importância da prevenção nos estágios iniciais do contágio, como forma de controlar a velocidade de propagação do vírus,que tem sido entendida como a medida mais efetiva para proteger os cidadãos e obstar o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, no caso das pessoas em situação de rua, a medida mais eficaz para protegê-las e para proteger toda a população, seriapossibilitar o isolamento social em moradias temporárias, uma vez que os abrigos existentes na cidade não proporcionam o adequadoisolamento;CONSIDERANDO, ainda, que o Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, elenca objetivos,em seu artigo 7º, dentre os quais: "XIII - implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acessopermanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade", o que se vislumbra ação ainda mais importante nocenário atual, tendo em vista que uma alimentação/hidratação adequada favorece a saúde do indivíduo em situação de rua, essencial em razãoda propagação do Covid-19;

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CONSIDERANDO que, da mesma forma, a Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua determina que seja assegurado a essesindivíduos acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde e moradia (art. 7º, inciso I).Desse modo, é necessário que as pessoas em situação de rua estejam contempladas nos planos de saúde pública emergenciais adotados peloPoder Público Municipal diante da Pandemia do Coronavírus, sendo essencial o fornecimento de material de higiene pessoal, adoção de medidaseficazes de isolamento desses indivíduos, fornecimento de alimentação/hidratação adequadas, além de outras medidas que se mostremnecessárias à proteção da vida e da saúde da população em situação de rua do município;CONSIDERANDO que são princípios da Política Nacional para as Pessoas em Situação de Rua, entre outros, a igualdade, a equidade, adignidade da pessoa humana, o respeito à vida, o atendimento humanizado e universalizado (art. 5º); e que são diretrizes dessa Política apromoção de direitos civis, a articulação de políticas públicas federais, estaduais e municipais, bem como a superação do preconceito e orespeito no atendimento desse grupo populacional (art. 6º), esses indivíduos não podem ficar excluídos dos planos de contingência voltados aocombate ao Coronavírus, devendo receber atenção adequada por parte do Poder Público, ante a sua vulnerabilidade;CONSIDERANDO que a Lei nº 7.359, 17 de fevereiro de 2020, que institui a Política Estadual para a população em situação de rua no Estado doPiauí.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Queimada Nova-PI, em cumprimento as disposiçõesacima referidas e diante da situação de crise vivenciada em decorrência da Pandemia do Coronavírus (COVID-19):I Que seja apresentado plano de contingência, voltado à população em situação de rua, esclarecendo as responsabilidades estabelecidas paraatender a emergência e conter o alastramento do vírus;II Que sejam apresentadas quais as medidas estão sendo adotadas, em casos de indivíduos sintomáticos, diante da extrema vulnerabilidade dapopulação em situação de rua;III Que sejam ampliadas e disponibilizadas, com urgência, vagas no Programa de Locação Social a serem destinadas às pessoas em situação derua, com o fito de possibilitar o isolamento social desses indivíduos ante a propagação do Coronavírus;IV Que seja providenciada a alocação de pessoas em situação de rua em prédios ociosos e subutilizados que disponham de condições dehabitabilidade na cidade;V Que seja disponibilizado material para que as pessoas em situação de rua possam realizar condutas de higiene pessoal, uma vez que essa éuma das principais formas de combater e evitar a transmissão do Coronavírus;VI Que seja disponibilizada alimentação e hidratação adequadas para as pessoas em situação de rua, tendo em vista que uma alimentaçãosaudável e uma boa hidratação garantem a saúde do indivíduo, tornando-o mais saudável e menos vulnerável ao vírus;Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Combate àCorrupção e Defesa do Patrimônio Público - (CACOP), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários.Publique-se, registre-se.Paulistana/PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 50/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 127, da Constituição Federal, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regimedemocrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 129, da Constituição Federal, é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeitodos serviços de relevância pública, bem como a proteção dos direitos difusos e coletivos;CONSIDERANDO que a luta global contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e todas as suas formas emanifestações é uma prioridade, nos termos da Declaração e Programa de Ação de Durban;CONSIDERANDO a necessidade de fomentar a adoção de políticas públicas, programas e ações para promoção dos direitos dos povos ecomunidades tradicionais (Lei nº 12.888/2010 - Estatuto da Igualdade Racial, arts. 27 e 34), inclusive, se necessário, em parceria com outrasinstituições afins e lideranças dos povos e comunidades;CONSIDERANDO que o Estado de Piauí possui atualmente cerca de 64 (sessenta e quatro) comunidades quilombolas, localizadas quase queexclusivamente no interior do Estado, em locais de difícil acesso, (http://www.interpi.pi.gov.br/download/201803/INTERPI04_64e1fb902f.pdf;http://www.incra.gov.br/sites/default/files/incra-andamentoprocessos-quilombolas_quadrogeral.pdf)CONSIDERANDO que essas comunidades desenvolvem uma diversidade de modos e condições de vida, de acesso a serviços essenciais, comosaúde, assistência social e saneamento básico, abastecimento de água, etc., no que concerne ao universo desses povos;CONSIDERANDO que, muitas vezes, para terem acesso a serviços de saúde e a bens essenciais faz-se necessário o deslocamento paramunicípios ou comunidades vizinhas;CONSIDERANDO que muitas famílias das comunidades quilombolas vivem da renda gerada pela produção e venda de produtos agrícolas e que,neste momento, muitos trabalhadores não estão se deslocando até as "roças" em observância às medidas de isolamento social, determinadaspelo Governo do Estado, e estão encontrando dificuldades para vender os alimentos produzidos devido à ausência de compradores nosmercados;CONSIDERANDO que não só a comercialização de produtos agrícolas, mas toda a comercialização de produtos habitualmente destinada àgeração de renda para os povos e comunidades tradicionais está atualmente prejudicada;

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CONSIDERANDO que a necessidade de isolamento social decorrente do Coronavírus tem impactado o setor de serviços que também empregacidadãos das comunidades quilombolas;CONSIDERANDO que a histórica situação de vulnerabilidade social das comunidades quilombolas fica severamente agravada em consequênciadessas medidas, exacerbando o flagelo da fome e da privação de acesso a serviços essenciais;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento sobre a implementação de políticas públicas às comunidadesquilombolas em situação de vulnerabilidade em decorrência do Corona Vírus no município de Acauã/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça;Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação às Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social de Acauã-Piauí para queapresente, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o caso das políticas públicas sobre a situação devulnerabilidade das comunidades quilombolas;Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 52/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 127, da Constituição Federal, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regimedemocrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 129, da Constituição Federal, é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeitodos serviços de relevância pública, bem como a proteção dos direitos difusos e coletivos;CONSIDERANDO que a luta global contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e todas as suas formas emanifestações é uma prioridade, nos termos da Declaração e Programa de Ação de Durban;CONSIDERANDO a necessidade de fomentar a adoção de políticas públicas, programas e ações para promoção dos direitos dos povos ecomunidades tradicionais (Lei nº 12.888/2010 - Estatuto da Igualdade Racial, arts. 27 e 34), inclusive, se necessário, em parceria com outrasinstituições afins e lideranças dos povos e comunidades;CONSIDERANDO que o Estado de Piauí possui atualmente cerca de 64 (sessenta e quatro) comunidades quilombolas, localizadas quase queexclusivamente no interior do Estado, em locais de difícil acesso, (http://www.interpi.pi.gov.br/download/201803/INTERPI04_64e1fb902f.pdf;http://www.incra.gov.br/sites/default/files/incra-andamentoprocessos-quilombolas_quadrogeral.pdf)CONSIDERANDO que essas comunidades desenvolvem uma diversidade de modos e condições de vida, de acesso a serviços essenciais, comosaúde, assistência social e saneamento básico, abastecimento de água, etc., no que concerne ao universo desses povos;CONSIDERANDO que, muitas vezes, para terem acesso a serviços de saúde e a bens essenciais faz-se necessário o deslocamento paramunicípios ou comunidades vizinhas;CONSIDERANDO que muitas famílias das comunidades quilombolas vivem da renda gerada pela produção e venda de produtos agrícolas e que,neste momento, muitos trabalhadores não estão se deslocando até as "roças" em observância às medidas de isolamento social, determinadaspelo Governo do Estado, e estão encontrando dificuldades para vender os alimentos produzidos devido à ausência de compradores nosmercados;CONSIDERANDO que não só a comercialização de produtos agrícolas, mas toda a comercialização de produtos habitualmente destinada àgeração de renda para os povos e comunidades tradicionais está atualmente prejudicada;CONSIDERANDO que a necessidade de isolamento social decorrente do Coronavírus tem impactado o setor de serviços que também empregacidadãos das comunidades quilombolas;CONSIDERANDO que a histórica situação de vulnerabilidade social das comunidades quilombolas fica severamente agravada em consequênciadessas medidas, exacerbando o flagelo da fome e da privação de acesso a serviços essenciais;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento sobre a implementação de políticas públicas às comunidadesquilombolas em situação de vulnerabilidade em decorrência do Corona Vírus no município de Jacobina/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça;Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação às Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social de Jacobina-Piauí para queapresente, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o caso das políticas públicas sobre a situação devulnerabilidade das comunidades quilombolas;Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterior

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analise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 53/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 127, da Constituição Federal, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regimedemocrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 129, da Constituição Federal, é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeitodos serviços de relevância pública, bem como a proteção dos direitos difusos e coletivos;CONSIDERANDO que a luta global contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e todas as suas formas emanifestações é uma prioridade, nos termos da Declaração e Programa de Ação de Durban;CONSIDERANDO a necessidade de fomentar a adoção de políticas públicas, programas e ações para promoção dos direitos dos povos ecomunidades tradicionais (Lei nº 12.888/2010 - Estatuto da Igualdade Racial, arts. 27 e 34), inclusive, se necessário, em parceria com outrasinstituições afins e lideranças dos povos e comunidades;CONSIDERANDO que o Estado de Piauí possui atualmente cerca de 64 (sessenta e quatro) comunidades quilombolas, localizadas quase queexclusivamente no interior do Estado, em locais de difícil acesso, (http://www.interpi.pi.gov.br/download/201803/INTERPI04_64e1fb902f.pdf;http://www.incra.gov.br/sites/default/files/incra-andamentoprocessos-quilombolas_quadrogeral.pdf)CONSIDERANDO que essas comunidades desenvolvem uma diversidade de modos e condições de vida, de acesso a serviços essenciais, comosaúde, assistência social e saneamento básico, abastecimento de água, etc., no que concerne ao universo desses povos;CONSIDERANDO que, muitas vezes, para terem acesso a serviços de saúde e a bens essenciais faz-se necessário o deslocamento paramunicípios ou comunidades vizinhas;CONSIDERANDO que muitas famílias das comunidades quilombolas vivem da renda gerada pela produção e venda de produtos agrícolas e que,neste momento, muitos trabalhadores não estão se deslocando até as "roças" em observância às medidas de isolamento social, determinadaspelo Governo do Estado, e estão encontrando dificuldades para vender os alimentos produzidos devido à ausência de compradores nosmercados;CONSIDERANDO que não só a comercialização de produtos agrícolas, mas toda a comercialização de produtos habitualmente destinada àgeração de renda para os povos e comunidades tradicionais está atualmente prejudicada;CONSIDERANDO que a necessidade de isolamento social decorrente do Coronavírus tem impactado o setor de serviços que também empregacidadãos das comunidades quilombolas;CONSIDERANDO que a histórica situação de vulnerabilidade social das comunidades quilombolas fica severamente agravada em consequênciadessas medidas, exacerbando o flagelo da fome e da privação de acesso a serviços essenciais;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento sobre a implementação de políticas públicas às comunidadesquilombolas em situação de vulnerabilidade em decorrência do Corona Vírus no município de Paulistana/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça;Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação às Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social de Paulistana-Piauí paraque apresente, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o caso das políticas públicas sobre a situação devulnerabilidade das comunidades quilombolas;Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 54/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, nostermos do artigo 196 da Constituição federal;CONSIDERANDO a necessidade de reafirmar a necessidade de se colocar a vida e a dignidade humana, núcleo dos direitos sociais, no centrodas decisões e arranjos possíveis para as políticas públicas;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 127, da Constituição Federal, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime

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democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 129, da Constituição Federal, é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeitodos serviços de relevância pública, bem como a proteção dos direitos difusos e coletivos;CONSIDERANDO que a luta global contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e todas as suas formas emanifestações é uma prioridade, nos termos da Declaração e Programa de Ação de Durban;CONSIDERANDO a necessidade de fomentar a adoção de políticas públicas, programas e ações para promoção dos direitos dos povos ecomunidades tradicionais (Lei nº 12.888/2010 - Estatuto da Igualdade Racial, arts. 27 e 34), inclusive, se necessário, em parceria com outrasinstituições afins e lideranças dos povos e comunidades;CONSIDERANDO que o Estado de Piauí possui atualmente cerca de 64 (sessenta e quatro) comunidades quilombolas, localizadas quase queexclusivamente no interior do Estado, em locais de difícil acesso, (http://www.interpi.pi.gov.br/download/201803/INTERPI04_64e1fb902f.pdf;http://www.incra.gov.br/sites/default/files/incra-andamentoprocessos-quilombolas_quadrogeral.pdf)CONSIDERANDO que essas comunidades desenvolvem uma diversidade de modos e condições de vida, de acesso a serviços essenciais, comosaúde, assistência social e saneamento básico, abastecimento de água, etc., no que concerne ao universo desses povos;CONSIDERANDO que, muitas vezes, para terem acesso a serviços de saúde e a bens essenciais faz-se necessário o deslocamento paramunicípios ou comunidades vizinhas;CONSIDERANDO que muitas famílias das comunidades quilombolas vivem da renda gerada pela produção e venda de produtos agrícolas e que,neste momento, muitos trabalhadores não estão se deslocando até as "roças" em observância às medidas de isolamento social, determinadaspelo Governo do Estado, e estão encontrando dificuldades para vender os alimentos produzidos devido à ausência de compradores nosmercados;CONSIDERANDO que não só a comercialização de produtos agrícolas, mas toda a comercialização de produtos habitualmente destinada àgeração de renda para os povos e comunidades tradicionais está atualmente prejudicada;CONSIDERANDO que a necessidade de isolamento social decorrente do Coronavírus tem impactado o setor de serviços que também empregacidadãos das comunidades quilombolas;CONSIDERANDO que a histórica situação de vulnerabilidade social das comunidades quilombolas fica severamente agravada em consequênciadessas medidas, exacerbando o flagelo da fome e da privação de acesso a serviços essenciais;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento sobre a implementação de políticas públicas às comunidadesquilombolas em situação de vulnerabilidade em decorrência do Corona Vírus no município de Queimada Nova/PI.O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça;Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação às Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social de Queimada Nova-Piauípara que apresente, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas para o caso das políticas públicas sobre a situação devulnerabilidade das comunidades quilombolas;Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI) e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento,conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, eaos seus respectivos destinatários;A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 66/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação;"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que as ações de segurança alimentar devem receber especial destaque em momentos de calamidade pública;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é direito humano fundamental e está intimamente relacionada aos direitos à saúde e à vida e aoprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que a pessoa malnutrida se torna fraca, irritada, desanimada. Portando, a nutrição adequada é fundamental para asobrevivência, o crescimento físico, o desenvolvimento mental, o desempenho, a produtividade, a saúde e o bem-estar;CONSIDERANDO que de acordo com o artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, "toda a pessoa tem direito a um nível

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de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação...";CONSIDERANDO que, de igual modo, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948, dispõe, em seu artigo XI, que: "todapessoa tem direito a que sua saúde seja resguardada por medidas sanitárias e sociais relativas à alimentação;"CONSIDERANDO que o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, aprovado pelo Decreto Legislativo n 226/91e promulgado pelo Decreto n 591/92, enuncia, em seu artigo 11 que: "Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoaa um nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoriacontinua de suas condições de vida. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo,nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento;"CONSIDERANDO o que dispõe o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos,Sociais e Culturais de 1.988, aprovado pelo Decreto Legislativo n° 26/95, e promulgado pelo Decreto n.º 3.231/99, no seu artigo 12: Direito àAlimentação, toda pessoa tem direito a nutrição adequada, que lhe assegure a possibilidade de gozar do mais alto nível de desenvolvimentofísico, emocional e intelectual;CONSIDERANDO que o artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal dispõe como princípio fundamental da República Federativa do Brasil adignidade da pessoa humana, e que conforme acima exaustivamente exposto o direito à alimentação faz parte da dignidade humana;CONSIDERANDO que, no Brasil, a alimentação adequada passou a ser expressamente reconhecida como direito humano fundamental pelaConstituição da República a partir da Emenda Constitucional n.º 64/10 - que conferiu nova redação ao art. 6º -, com a atribuição daresponsabilidade, de forma ampla, ao Estado, em sua efetivação;CONSIDERANDO que o artigo 2º, da Lei 11.346/2006, reafirma que a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente àdignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar aspolíticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população;CONSIDERANDO que o artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei 11.346/2006 dispõe que é dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover,informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para suaexigibilidade;CONSIDERANDO o Decreto Federal nº 7.053/2009, que institui a política nacional para a situação da população de rua, o qual estipula comoobjetivos, no seu artigo 7º, assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas desaúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda, além, de implementar ações desegurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua àalimentação, com qualidade;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 7.359/2020, que institui política estadual para a situação da população de rua no Estado do Piauí;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento das Políticas Públicas destinadas a segurança alimentar da Populaçãoem situação de Rua, especificamente no momento da pandemia COVID-19, no município de Queimada Nova/PI.Determino, inicialmente, as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Assistência Social de Queimada Nova-Piauí para queapresente, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas ao caso.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se. Oficie-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 67/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação;"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que as ações de segurança alimentar devem receber especial destaque em momentos de calamidade pública;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é direito humano fundamental e está intimamente relacionada aos direitos à saúde e à vida e ao

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princípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que a pessoa malnutrida se torna fraca, irritada, desanimada. Portando, a nutrição adequada é fundamental para asobrevivência, o crescimento físico, o desenvolvimento mental, o desempenho, a produtividade, a saúde e o bem-estar;CONSIDERANDO que de acordo com o artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, "toda a pessoa tem direito a um nívelde vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação...";CONSIDERANDO que, de igual modo, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948, dispõe, em seu artigo XI, que: "todapessoa tem direito a que sua saúde seja resguardada por medidas sanitárias e sociais relativas à alimentação;"CONSIDERANDO que o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, aprovado pelo Decreto Legislativo n 226/91e promulgado pelo Decreto n 591/92, enuncia, em seu artigo 11 que: "Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoaa um nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoriacontinua de suas condições de vida. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo,nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento;"CONSIDERANDO o que dispõe o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos,Sociais e Culturais de 1.988, aprovado pelo Decreto Legislativo n° 26/95, e promulgado pelo Decreto n.º 3.231/99, no seu artigo 12: Direito àAlimentação, toda pessoa tem direito a nutrição adequada, que lhe assegure a possibilidade de gozar do mais alto nível de desenvolvimentofísico, emocional e intelectual;CONSIDERANDO que o artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal dispõe como princípio fundamental da República Federativa do Brasil adignidade da pessoa humana, e que conforme acima exaustivamente exposto o direito à alimentação faz parte da dignidade humana;CONSIDERANDO que, no Brasil, a alimentação adequada passou a ser expressamente reconhecida como direito humano fundamental pelaConstituição da República a partir da Emenda Constitucional n.º 64/10 - que conferiu nova redação ao art. 6º -, com a atribuição daresponsabilidade, de forma ampla, ao Estado, em sua efetivação;CONSIDERANDO que o artigo 2º, da Lei 11.346/2006, reafirma que a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente àdignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar aspolíticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população;CONSIDERANDO que o artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei 11.346/2006 dispõe que é dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover,informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para suaexigibilidade;CONSIDERANDO o Decreto Federal nº 7.053/2009, que institui a política nacional para a situação da população de rua, o qual estipula comoobjetivos, no seu artigo 7º, assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas desaúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda, além, de implementar ações desegurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua àalimentação, com qualidade;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 7.359/2020, que institui política estadual para a situação da população de rua no Estado do Piauí;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento das Políticas Públicas destinadas a segurança alimentar da Populaçãoem situação de Rua, especificamente no momento da pandemia COVID-19, no município de Paulistana/PI.Determino, inicialmente, as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Assistência Social de Paulistana-Piauí para que apresente, noprazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas ao caso.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se. Oficie-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 68/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação;"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o risco

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potencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que as ações de segurança alimentar devem receber especial destaque em momentos de calamidade pública;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é direito humano fundamental e está intimamente relacionada aos direitos à saúde e à vida e aoprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que a pessoa malnutrida se torna fraca, irritada, desanimada. Portando, a nutrição adequada é fundamental para asobrevivência, o crescimento físico, o desenvolvimento mental, o desempenho, a produtividade, a saúde e o bem-estar;CONSIDERANDO que de acordo com o artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, "toda a pessoa tem direito a um nívelde vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação...";CONSIDERANDO que, de igual modo, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948, dispõe, em seu artigo XI, que: "todapessoa tem direito a que sua saúde seja resguardada por medidas sanitárias e sociais relativas à alimentação;"CONSIDERANDO que o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, aprovado pelo Decreto Legislativo n 226/91e promulgado pelo Decreto n 591/92, enuncia, em seu artigo 11 que: "Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoaa um nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoriacontinua de suas condições de vida. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo,nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento;"CONSIDERANDO o que dispõe o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos,Sociais e Culturais de 1.988, aprovado pelo Decreto Legislativo n° 26/95, e promulgado pelo Decreto n.º 3.231/99, no seu artigo 12: Direito àAlimentação, toda pessoa tem direito a nutrição adequada, que lhe assegure a possibilidade de gozar do mais alto nível de desenvolvimentofísico, emocional e intelectual;CONSIDERANDO que o artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal dispõe como princípio fundamental da República Federativa do Brasil adignidade da pessoa humana, e que conforme acima exaustivamente exposto o direito à alimentação faz parte da dignidade humana;CONSIDERANDO que, no Brasil, a alimentação adequada passou a ser expressamente reconhecida como direito humano fundamental pelaConstituição da República a partir da Emenda Constitucional n.º 64/10 - que conferiu nova redação ao art. 6º -, com a atribuição daresponsabilidade, de forma ampla, ao Estado, em sua efetivação;CONSIDERANDO que o artigo 2º, da Lei 11.346/2006, reafirma que a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente àdignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar aspolíticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população;CONSIDERANDO que o artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei 11.346/2006 dispõe que é dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover,informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para suaexigibilidade;CONSIDERANDO o Decreto Federal nº 7.053/2009, que institui a política nacional para a situação da população de rua, o qual estipula comoobjetivos, no seu artigo 7º, assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas desaúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda, além, de implementar ações desegurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua àalimentação, com qualidade;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 7.359/2020, que institui política estadual para a situação da população de rua no Estado do Piauí;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento das Políticas Públicas destinadas a segurança alimentar da Populaçãoem situação de Rua, especificamente no momento da pandemia COVID-19, no município de Jacobina/PI.Determino, inicialmente, as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Assistência Social de Jacobina-Piauí para que apresente, noprazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas ao caso.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.Cumpra-se. Oficie-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº69/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça da comarca de Paulistana-PIno uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, e alíneas,da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação;"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;

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CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que as ações de segurança alimentar devem receber especial destaque em momentos de calamidade pública;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é direito humano fundamental e está intimamente relacionada aos direitos à saúde e à vida e aoprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que a pessoa malnutrida se torna fraca, irritada, desanimada. Portando, a nutrição adequada é fundamental para asobrevivência, o crescimento físico, o desenvolvimento mental, o desempenho, a produtividade, a saúde e o bem-estar;CONSIDERANDO que de acordo com o artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, "toda a pessoa tem direito a um nívelde vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação..."CONSIDERANDO que, de igual modo, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948, dispõe, em seu artigo XI, que: "todapessoa tem direito a que sua saúde seja resguardada por medidas sanitárias e sociais relativas à alimentação;"CONSIDERANDO que o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, aprovado pelo Decreto Legislativo n 226/91e promulgado pelo Decreto n 591/92, enuncia, em seu artigo 11 que: "Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoaa um nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoriacontinua de suas condições de vida. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo,nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento;"CONSIDERANDO o que dispõe o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos,Sociais e Culturais de 1.988, aprovado pelo Decreto Legislativo n° 26/95, e promulgado pelo Decreto n.º 3.231/99, no seu artigo 12: Direito àAlimentação, toda pessoa tem direito a nutrição adequada, que lhe assegure a possibilidade de gozar do mais alto nível de desenvolvimentofísico, emocional e intelectual;CONSIDERANDO que o artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal dispõe como princípio fundamental da República Federativa do Brasil adignidade da pessoa humana, e que conforme acima exaustivamente exposto o direito à alimentação faz parte da dignidade humana;CONSIDERANDO que, no Brasil, a alimentação adequada passou a ser expressamente reconhecida como direito humano fundamental pelaConstituição da República a partir da Emenda Constitucional n.º 64/10 - que conferiu nova redação ao art. 6º -, com a atribuição daresponsabilidade, de forma ampla, ao Estado, em sua efetivação;CONSIDERANDO que o artigo 2º, da Lei 11.346/2006, reafirma que a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente àdignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar aspolíticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população;CONSIDERANDO que o artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei 11.346/2006 dispõe que é dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover,informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para suaexigibilidade;CONSIDERANDO o Decreto Federal nº 7.053/2009, que institui a política nacional para a situação da população de rua, o qual estipula comoobjetivos, no seu artigo 7º, assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas desaúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda, além, de implementar ações desegurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua àalimentação, com qualidade;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 7.359/2020, que institui política estadual para a situação da população de rua no Estado do Piauí;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento das Políticas Públicas destinadas a segurança alimentar da Populaçãoem situação de Rua, especificamente no momento da pandemia COVID-19, no município de Betânia/PI.Determino, inicialmente, as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Assistência Social de Betânia-Piauí para que apresente, noprazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas ao caso.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se. Oficie-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 70 /2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça da comarca dePaulistana-PI no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26,inciso I, e alíneas, da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO as funções institucionais, previstas no "caput" do artigo 127 e no inciso II, do artigo 129 da Constituição federal, bem como aprescrição constante do Mapa Estratégico Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, de eficiência do exercício institucional, por meioda atuação proativa, efetiva, preventiva e resolutiva, respeitando as competências constitucionais;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação;"CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde pública

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de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que as ações de segurança alimentar devem receber especial destaque em momentos de calamidade pública;CONSIDERANDO que a alimentação adequada é direito humano fundamental e está intimamente relacionada aos direitos à saúde e à vida e aoprincípio da dignidade da pessoa humana;CONSIDERANDO que a pessoa malnutrida se torna fraca, irritada, desanimada. Portando, a nutrição adequada é fundamental para asobrevivência, o crescimento físico, o desenvolvimento mental, o desempenho, a produtividade, a saúde e o bem-estar;CONSIDERANDO que de acordo com o artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, "toda a pessoa tem direito a um nívelde vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação...";CONSIDERANDO que, de igual modo, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948, dispõe, em seu artigo XI, que: "todapessoa tem direito a que sua saúde seja resguardada por medidas sanitárias e sociais relativas à alimentação;"CONSIDERANDO que o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, aprovado pelo Decreto Legislativo n 226/91e promulgado pelo Decreto n 591/92, enuncia, em seu artigo 11 que: "Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoaa um nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoriacontinua de suas condições de vida. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo,nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento;"CONSIDERANDO o que dispõe o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos,Sociais e Culturais de 1.988, aprovado pelo Decreto Legislativo n° 26/95, e promulgado pelo Decreto n.º 3.231/99, no seu artigo 12: Direito àAlimentação, toda pessoa tem direito a nutrição adequada, que lhe assegure a possibilidade de gozar do mais alto nível de desenvolvimentofísico, emocional e intelectual;CONSIDERANDO que o artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal dispõe como princípio fundamental da República Federativa do Brasil adignidade da pessoa humana, e que conforme acima exaustivamente exposto o direito à alimentação faz parte da dignidade humana;CONSIDERANDO que, no Brasil, a alimentação adequada passou a ser expressamente reconhecida como direito humano fundamental pelaConstituição da República a partir da Emenda Constitucional n.º 64/10 - que conferiu nova redação ao art. 6º -, com a atribuição daresponsabilidade, de forma ampla, ao Estado, em sua efetivação;CONSIDERANDO que o artigo 2º, da Lei 11.346/2006, reafirma que a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente àdignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar aspolíticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população;CONSIDERANDO que o artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei 11.346/2006 dispõe que é dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover,informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para suaexigibilidade;CONSIDERANDO o Decreto Federal nº 7.053/2009, que institui a política nacional para a situação da população de rua, o qual estipula comoobjetivos, no seu artigo 7º, assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas desaúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda, além, de implementar ações desegurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua àalimentação, com qualidade;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 7.359/2020, que institui política estadual para a situação da população de rua no Estado do Piauí;RESOLVE: Instaurar Procedimento Administrativo de Acompanhamento das Políticas Públicas destinadas a segurança alimentar da Populaçãoem situação de Rua, especificamente no momento da pandemia COVID-19, no município de Acauã/PI.Determino, inicialmente, as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Determinar, de imediato, que se expeça Recomendação à Secretaria Municipal de Assistência Social de Acauã-Piauí para que apresente, noprazo de 48 (quarenta e oito) horas, as medidas a serem adotadas ao caso.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Cumpra-se. Oficie-se.Paulistana-PI, 20 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 71/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";

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CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Município de Acauã do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 012/06.04.2020, que dispõem sobre asmedidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19, adotandoprovidências para conter a disseminação do vírus;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012.RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Acauã/PI" determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Recomendar a senhora Laurenice de Jesus Rodrigues Silva, Secretária Municipal de Saúde do município de Acauã-PI, em cumprimentoàs disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:3.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual

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situação da enfermidade no âmbito do município de Acauã-PI;3.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Acauã-PI contenha, como elementos mínimos a realidadee estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;3.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);3.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );3.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;3.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;3.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;3.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 50/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana-PI, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;

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CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pelo agente ministerial adiante subscrito, no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR a senhora Laurenice de Jesus Rodrigues Silva, Secretária Municipal de Saúde do município de Acauã-PI, emcumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elaconvergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Acauã-PI;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Acauã-PI contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo queem tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doPROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO PARA O NOVO CORONAVÍRUS , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA OENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa das Saúde (CAODS), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), paraconhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mailinstitucional, e aos seus respectivos destinatários.Paulistana/PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 72/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,

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CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Município de Betânia do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 013/16.04.2020, que dispõem sobre asmedidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19, adotandoprovidências para conter a disseminação do vírus;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012.RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendo

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por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Betânia/PI" determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Recomendar a senhora Lásara Emanoella Sousa Santana, Secretária Municipal de Saúde do município de Betânia-PI, em cumprimentoàs disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:3.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Betânia-PI;3.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Betânia-PI contenha, como elementos mínimos arealidade e estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providênciasnecessárias de modo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados decoronavírus;3.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);3.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );3.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;3.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;3.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;3.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº51 /2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana-PI, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços de

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saúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pelo agente ministerial adiante subscrito, no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR a senhora Lásara Emanoella Sousa Santana, Secretária Municipal de Saúde do município de Betânia-PI, em cumprimentoàs disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Betânia-PI;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Betânia-PI contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo queem tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doPROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO PARA O NOVO CORONAVÍRUS , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA OENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao

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Centro de Apoio Operacional de Defesa das Saúde (CAODS), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), paraconhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mailinstitucional, e aos seus respectivos destinatários.Paulistana/PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 73/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Município de Jacobina do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 224/31.03.2020, que dispõem sobre asmedidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19, adotandoprovidências para conter a disseminação do vírus;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais de

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Contingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012.RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Jacobina/PI" determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Recomendar a senhora Tailane da Cruz Carvalho, Secretária Municipal de Saúde do município de Jacobina-PI, em cumprimento àsdisposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:3.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Jacobina-PI;3.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Jacobina-PI contenha, como elementos mínimos arealidade e estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providênciasnecessárias de modo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados decoronavírus;3.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);3.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );3.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;3.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;3.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;3.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 52 /2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana-PI, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações

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emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pelo agente ministerial adiante subscrito, no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR a senhora Tailane da Cruz Carvalho, Secretária Municipal de Saúde do município de Jacobina-PI, em cumprimento àsdisposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Jacobina-PI;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Jacobina-PI contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo queem tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doPROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO PARA O NOVO CORONAVÍRUS , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA OENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;

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8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa das Saúde (CAODS), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), paraconhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mailinstitucional, e aos seus respectivos destinatários.Paulistana/PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 74/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELO

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CORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Município de Paulistana do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 105/03.04.2020, que dispõem sobre asmedidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19, adotandoprovidências para conter a disseminação do vírus;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012.RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Paulistana/PI" determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Recomendar a senhora Isabel Cristina Oliveira Ramos Cavalcanti, Secretária Municipal de Saúde do município de Paulistana-PI, emcumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elaconvergentes:3.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Paulistana-PI;3.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Paulistana-PI contenha, como elementos mínimos arealidade e estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providênciasnecessárias de modo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados decoronavírus;3.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);3.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );3.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;3.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;3.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;3.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 53 /2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana-PI, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para

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sua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pelo agente ministerial adiante subscrito, no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR a senhora Isabel Cristina Oliveira Ramos Cavalcanti, Secretária Municipal de Saúde do município de Paulistana-PI, emcumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elaconvergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Paulistana-PI;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Paulistana-PI contenha, como elementos mínimos a realidadee estrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo queem tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);

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4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doPROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO PARA O NOVO CORONAVÍRUS , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA OENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa das Saúde (CAODS), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), paraconhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mailinstitucional, e aos seus respectivos destinatários.Paulistana/PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 75/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinação

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de realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Município de Queimada Nova do Piauí, por seu Prefeito Municipal, publicou o Decreto 021/20.03.2020, que dispõemsobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus-COVID-19,adotando providências para conter a disseminação do vírus;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012.RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Queimada Nova/PI" determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Recomendar a senhora Maria Nazaré Coelho Carvalho, Secretária Municipal de Saúde do município de Queimada Nova-PI, emcumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elaconvergentes:3.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Queimada Nova-PI;3.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Queimada Nova-PI contenha, como elementos mínimos arealidade e estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providênciasnecessárias de modo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados decoronavírus;3.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);3.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );3.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;3.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;3.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;3.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Encaminhe-se cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário Oficial Eletrônicodo Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), e ao próprio ConselhoSuperior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio deProcuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.

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Paulistana-PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 54 /2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Paulistana-PI, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos artigos 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pelo agente ministerial adiante subscrito, no exercício de suas atribuições

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legais, resolveRECOMENDAR a senhora Maria Nazaré Coelho Carvalho, Secretária Municipal de Saúde do município de Queimada Nova-PI, emcumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elaconvergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Queimada Nova-PI;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus do município de Queimada Nova-PI contenha, como elementos mínimos arealidade e estrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doPROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO PARA O NOVO CORONAVÍRUS , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA OENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Paulistana/PI, pelo [email protected] e [email protected] , as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 48 (quarenta e oito) horas.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e, portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa das Saúde (CAODS), e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), paraconhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mailinstitucional, e aos seus respectivos destinatários.Paulistana/PI, 23 de abril de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 76/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio da Procuradora-Geral de Justiça signatária, no uso das atribuições que lhesão conferidas pelos arts. 127 e 129, inc. II, da Constituição Federal e art. 12, inc. XVIII, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que compete ao Parquet promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparação dosdanos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO a declaração de pandemia em relação ao novo coronavírus (Covid-19) pela Organização Mundial da Saúde - OMS, de 11 demarço de 2020, assim como a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da OMS, de 30 de janeiro de2020;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS no 188/2020, declarou "emergência em saúde pública deimportância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgentedemedidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, em seu artigo 3º, II, § 1º, autoriza a adoção da quarentena, desdeque embasada em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde;CONSIDERANDO que o inciso II do art. 2º da Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, inclui a restrição de atividades dentre o rol demedidas que podem ser adotadas durante a quarentena;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS no 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei no13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, instado a se manifestar sobre a divisão constitucional de competência legislativa entre União,

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Estados, Municípios e Distrito Federal na edição de atos normativosvoltados ao enfretamento do COVID-19, assegurou o exercício dacompetência concorrente aos Governos Estaduais e Distrital e suplementar aos Governos Municipais (ADI 6341 e ADPF 672);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, além de reconhecer a necessidade de pautar-se imperativamente pelas conclusões dacomunidade científica nacional e internacional em matéria de saúde, possui jurisprudência consolidada no sentido de que, em matéria de tutelaao meio ambiente e à saúde pública, devem-se observar os princípios da precaução e da prevenção (ADI 5592, ADI 4066, RE 627189);CONSIDERANDO que nas recentes decisões concessivas de liminar nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental de nº 668 e669, em curso no Pretório Excelso, foi consignado pelo Min. Roberto Barroso que "havendo qualquer dúvida científica acerca da adoção damedida sanitária de distanciamento social - o que, vale reiterar, não parece estar presente - a questão deve ser solucionada em favor do bemsaúde da população.";CONSIDERANDO que os Municípios, no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, somente estão autorizadosa intensificar o nível de proteção estabelecidos pela União e pelo Estado mediante a edição de atos normativos que venham a tornar maisrestritivas as medidas concebidas pelos referidos entes federativos;CONSIDERANDO que os Municípios, ainda no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, jamais podemconfrontar, diametral e profundamente, as normas estaduais;CONSIDERANDO que os Decretos Estaduais de nº 18.901, de 19 de março de 2020; nº 18.902, de 23 de março de 2020; e nº 18.913, de 30 demarço de 2020, pautados em informações técnicas e científicas,adotaram a quarentena no Estado do Piauí, suspende do atividades comerciais ede prestação de serviços;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelos Decretos Estaduaisde nº 18.901 e 18.902 até 21 de maio de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelo Decreto Estadual denº 18.913 até 31 de julho de 2020;CONSIDERANDO a natureza transfronteiriça do COVID-19, que não se compatibiliza com a invocação de interesse local para a adoção demedidas mais brandas daquelas estabelecidas a nível estadual;CONSIDERANDO que a alta escalabilidade viral do COVID-19 impõe a necessidade de robusta infraestrutura hospitalar (pública ou privada),com profissionais qualificados, leitos e aparelhos respiradores em número suficiente para atender a população infectada;CONSIDERANDO que, mesmo com a adoção de medidas sanitárias, é fato amplamente noticiado que grandes centros urbanos do país jáatingiram a capacidade máxima de atendimento de pacientes na rede hospitalar;CONSIDERANDO que está além da capacidade operacional e financeira de qualquer centro médico deste Estado atender a demanda por leitosem caso de interrupção das medidas sanitárias de controle;CONSIDERANDO o efeito do descontrole na disseminação viral coloca em situação de extremo perigo a população, sendo, por ora,indispensáveis as medidas sanitárias transitórias de quarentena para evitar a sobrecarga e o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que a circulação de pessoas, decorrente da reabertura do comércio nos municípios implicará uma sobrecarga de outrosserviços, tais como atividades de fiscalização para verificação do cumprimento das condicionantes normativas, implicando sobrecargadesnecessária de suas capacidades, com ampliação do risco de contágio;CONSIDERANDO, também, que a flexibilização das restrições pode atrair pessoas residentes em outras localidades, repercutindo no contágioem municípios fronteiriços e provocando aglomeração de um número imprevisível de pessoas;CONSIDERANDO a limitação da capacidade hospitalar no País e que o aumento do número de pessoas infectadas pressionará a carga nosistema de saúde, especialmente do Estado do Piauí, em que os picos das epidemias de Dengue e Influenza contribuem para o aumento donúmero de internações;CONSIDERANDO o papel de toda a sociedade no esforço conjunto de conter a disseminação da doença (COVID-19), respeitando-se os direitosfundamentais de toda a população, a partir de uma perspectiva de solidariedade social;CONSIDERANDO a crescente disseminação do vírus SARSCoV-2 no Brasil, contando com 96.559 (noventa e seis mil, quinhentos e cinquenta enove) casos confirmados e 6.750 (seis mil, setecentos e cinquenta) mortes oficialmente informadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde até apresente data, inclusive com vítimas jovens;CONSIDERANDO que, mesmo diante do grande número de casos confirmados, há suspeita de subnotificação da doença;RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto O acompanhamento e fiscalização do Cumprimento, pelo Prefeito Municipal da cidade de Acauã-PI, daquilo que foirecomendado pela Procuradora Geral de Justiça do Piauí, na Recomendação PGJ-PI Nº 03/2020, cujo objetivo é a observância pelosmunicípios, das normas estaduais que determinam a suspensão de atividades comerciais e de prestação de serviços como forma decombate a epidemia causada pelo Covid-19, determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Oficiar a Prefeitura de Acauã-PI, requisitando informações sobre o cumprimento do determinado na Recomendação PGJ n°003/2020, e quanto aelaboração do decreto municipal tratando sobre o assunto objeto da referida recomendação.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 04 de maio de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 77/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio da Procuradora-Geral de Justiça signatária, no uso das atribuições que lhesão conferidas pelos arts. 127 e 129, inc. II, da Constituição Federal e art. 12, inc. XVIII, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que compete ao Parquet promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparação dosdanos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO a declaração de pandemia em relação ao novo coronavírus (Covid-19) pela Organização Mundial da Saúde - OMS, de 11 demarço de 2020, assim como a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da OMS, de 30 de janeiro de2020;

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CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS no 188/2020, declarou "emergência em saúde pública deimportância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgentedemedidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, em seu artigo 3º, II, § 1º, autoriza a adoção da quarentena, desdeque embasada em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde;CONSIDERANDO que o inciso II do art. 2º da Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, inclui a restrição de atividades dentre o rol demedidas que podem ser adotadas durante a quarentena;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS no 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei no13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, instado a se manifestar sobre a divisão constitucional de competência legislativa entre União,Estados, Municípios e Distrito Federal na edição de atos normativosvoltados ao enfretamento do COVID-19, assegurou o exercício dacompetência concorrente aos Governos Estaduais e Distrital e suplementar aos Governos Municipais (ADI 6341 e ADPF 672);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, além de reconhecer a necessidade de pautar-se imperativamente pelas conclusões dacomunidade científica nacional e internacional em matéria de saúde, possui jurisprudência consolidada no sentido de que, em matéria de tutelaao meio ambiente e à saúde pública, devem-se observar os princípios da precaução e da prevenção (ADI 5592, ADI 4066, RE 627189);CONSIDERANDO que nas recentes decisões concessivas de liminar nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental de nº 668 e669, em curso no Pretório Excelso, foi consignado pelo Min. Roberto Barroso que "havendo qualquer dúvida científica acerca da adoção damedida sanitária de distanciamento social - o que, vale reiterar, não parece estar presente - a questão deve ser solucionada em favor do bemsaúde da população.";CONSIDERANDO que os Municípios, no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, somente estão autorizadosa intensificar o nível de proteção estabelecidos pela União e pelo Estado mediante a edição de atos normativos que venham a tornar maisrestritivas as medidas concebidas pelos referidos entes federativos;CONSIDERANDO que os Municípios, ainda no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, jamais podemconfrontar, diametral e profundamente, as normas estaduais;CONSIDERANDO que os Decretos Estaduais de nº 18.901, de 19 de março de 2020; nº 18.902, de 23 de março de 2020; e nº 18.913, de 30 demarço de 2020, pautados em informações técnicas e científicas,adotaram a quarentena no Estado do Piauí, suspende do atividades comerciais ede prestação de serviços;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelos Decretos Estaduaisde nº 18.901 e 18.902 até 21 de maio de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelo Decreto Estadual denº 18.913 até 31 de julho de 2020;CONSIDERANDO a natureza transfronteiriça do COVID-19, que não se compatibiliza com a invocação de interesse local para a adoção demedidas mais brandas daquelas estabelecidas a nível estadual;CONSIDERANDO que a alta escalabilidade viral do COVID-19 impõe a necessidade de robusta infraestrutura hospitalar (pública ou privada),com profissionais qualificados, leitos e aparelhos respiradores em número suficiente para atender a população infectada;CONSIDERANDO que, mesmo com a adoção de medidas sanitárias, é fato amplamente noticiado que grandes centros urbanos do país jáatingiram a capacidade máxima de atendimento de pacientes na rede hospitalar;CONSIDERANDO que está além da capacidade operacional e financeira de qualquer centro médico deste Estado atender a demanda por leitosem caso de interrupção das medidas sanitárias de controle;CONSIDERANDO o efeito do descontrole na disseminação viral coloca em situação de extremo perigo a população, sendo, por ora,indispensáveis as medidas sanitárias transitórias de quarentena para evitar a sobrecarga e o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que a circulação de pessoas, decorrente da reabertura do comércio nos municípios implicará uma sobrecarga de outrosserviços, tais como atividades de fiscalização para verificação do cumprimento das condicionantes normativas, implicando sobrecargadesnecessária de suas capacidades, com ampliação do risco de contágio;CONSIDERANDO, também, que a flexibilização das restrições pode atrair pessoas residentes em outras localidades, repercutindo no contágioem municípios fronteiriços e provocando aglomeração de um número imprevisível de pessoas;CONSIDERANDO a limitação da capacidade hospitalar no País e que o aumento do número de pessoas infectadas pressionará a carga nosistema de saúde, especialmente do Estado do Piauí, em que os picos das epidemias de Dengue e Influenza contribuem para o aumento donúmero de internações;CONSIDERANDO o papel de toda a sociedade no esforço conjunto de conter a disseminação da doença (COVID-19), respeitando-se os direitosfundamentais de toda a população, a partir de uma perspectiva de solidariedade social;CONSIDERANDO a crescente disseminação do vírus SARSCoV-2 no Brasil, contando com 96.559 (noventa e seis mil, quinhentos e cinquenta enove) casos confirmados e 6.750 (seis mil, setecentos e cinquenta) mortes oficialmente informadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde até apresente data, inclusive com vítimas jovens;CONSIDERANDO que, mesmo diante do grande número de casos confirmados, há suspeita de subnotificação da doença;RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto O acompanhamento e fiscalização do Cumprimento, pelo Prefeito Municipal da cidade de Betânia-PI, daquilo que foirecomendado pela Procuradora Geral de Justiça do Piauí, na Recomendação PGJ-PI Nº 03/2020, cujo objetivo é a observância pelosmunicípios, das normas estaduais que determinam a suspensão de atividades comerciais e de prestação de serviços como forma decombate a epidemia causada pelo Covid-19, determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Oficiar a Prefeitura de Betânia-PI, requisitando informações sobre o cumprimento do determinado na Recomendação PGJ n°003/2020, e quantoa elaboração do decreto municipal tratando sobre o assunto objeto da referida recomendação.

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A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 04 de maio de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 78/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio da Procuradora-Geral de Justiça signatária, no uso das atribuições que lhesão conferidas pelos arts. 127 e 129, inc. II, da Constituição Federal e art. 12, inc. XVIII, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que compete ao Parquet promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparação dosdanos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO a declaração de pandemia em relação ao novo coronavírus (Covid-19) pela Organização Mundial da Saúde - OMS, de 11 demarço de 2020, assim como a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da OMS, de 30 de janeiro de2020;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS no 188/2020, declarou "emergência em saúde pública deimportância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgentedemedidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, em seu artigo 3º, II, § 1º, autoriza a adoção da quarentena, desdeque embasada em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde;CONSIDERANDO que o inciso II do art. 2º da Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, inclui a restrição de atividades dentre o rol demedidas que podem ser adotadas durante a quarentena;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS no 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei no13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, instado a se manifestar sobre a divisão constitucional de competência legislativa entre União,Estados, Municípios e Distrito Federal na edição de atos normativosvoltados ao enfretamento do COVID-19, assegurou o exercício dacompetência concorrente aos Governos Estaduais e Distrital e suplementar aos Governos Municipais (ADI 6341 e ADPF 672);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, além de reconhecer a necessidade de pautar-se imperativamente pelas conclusões dacomunidade científica nacional e internacional em matéria de saúde, possui jurisprudência consolidada no sentido de que, em matéria de tutelaao meio ambiente e à saúde pública, devem-se observar os princípios da precaução e da prevenção (ADI 5592, ADI 4066, RE 627189);CONSIDERANDO que nas recentes decisões concessivas de liminar nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental de nº 668 e669, em curso no Pretório Excelso, foi consignado pelo Min. Roberto Barroso que "havendo qualquer dúvida científica acerca da adoção damedida sanitária de distanciamento social - o que, vale reiterar, não parece estar presente - a questão deve ser solucionada em favor do bemsaúde da população.";CONSIDERANDO que os Municípios, no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, somente estão autorizadosa intensificar o nível de proteção estabelecidos pela União e pelo Estado mediante a edição de atos normativos que venham a tornar maisrestritivas as medidas concebidas pelos referidos entes federativos;CONSIDERANDO que os Municípios, ainda no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, jamais podemconfrontar, diametral e profundamente, as normas estaduais;CONSIDERANDO que os Decretos Estaduais de nº 18.901, de 19 de março de 2020; nº 18.902, de 23 de março de 2020; e nº 18.913, de 30 demarço de 2020, pautados em informações técnicas e científicas,adotaram a quarentena no Estado do Piauí, suspende do atividades comerciais ede prestação de serviços;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelos Decretos Estaduaisde nº 18.901 e 18.902 até 21 de maio de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelo Decreto Estadual denº 18.913 até 31 de julho de 2020;CONSIDERANDO a natureza transfronteiriça do COVID-19, que não se compatibiliza com a invocação de interesse local para a adoção demedidas mais brandas daquelas estabelecidas a nível estadual;CONSIDERANDO que a alta escalabilidade viral do COVID-19 impõe a necessidade de robusta infraestrutura hospitalar (pública ou privada),com profissionais qualificados, leitos e aparelhos respiradores em número suficiente para atender a população infectada;CONSIDERANDO que, mesmo com a adoção de medidas sanitárias, é fato amplamente noticiado que grandes centros urbanos do país jáatingiram a capacidade máxima de atendimento de pacientes na rede hospitalar;CONSIDERANDO que está além da capacidade operacional e financeira de qualquer centro médico deste Estado atender a demanda por leitosem caso de interrupção das medidas sanitárias de controle;CONSIDERANDO o efeito do descontrole na disseminação viral coloca em situação de extremo perigo a população, sendo, por ora,indispensáveis as medidas sanitárias transitórias de quarentena para evitar a sobrecarga e o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que a circulação de pessoas, decorrente da reabertura do comércio nos municípios implicará uma sobrecarga de outrosserviços, tais como atividades de fiscalização para verificação do cumprimento das condicionantes normativas, implicando sobrecargadesnecessária de suas capacidades, com ampliação do risco de contágio;CONSIDERANDO, também, que a flexibilização das restrições pode atrair pessoas residentes em outras localidades, repercutindo no contágioem municípios fronteiriços e provocando aglomeração de um número imprevisível de pessoas;

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CONSIDERANDO a limitação da capacidade hospitalar no País e que o aumento do número de pessoas infectadas pressionará a carga nosistema de saúde, especialmente do Estado do Piauí, em que os picos das epidemias de Dengue e Influenza contribuem para o aumento donúmero de internações;CONSIDERANDO o papel de toda a sociedade no esforço conjunto de conter a disseminação da doença (COVID-19), respeitando-se os direitosfundamentais de toda a população, a partir de uma perspectiva de solidariedade social;CONSIDERANDO a crescente disseminação do vírus SARSCoV-2 no Brasil, contando com 96.559 (noventa e seis mil, quinhentos e cinquenta enove) casos confirmados e 6.750 (seis mil, setecentos e cinquenta) mortes oficialmente informadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde até apresente data, inclusive com vítimas jovens;CONSIDERANDO que, mesmo diante do grande número de casos confirmados, há suspeita de subnotificação da doença;RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto O acompanhamento e fiscalização do Cumprimento, pelo Prefeito Municipal da cidade de Jacobina-PI, daquilo que foirecomendado pela Procuradora Geral de Justiça do Piauí, na Recomendação PGJ-PI Nº 03/2020, cujo objetivo é a observância pelosmunicípios, das normas estaduais que determinam a suspensão de atividades comerciais e de prestação de serviços como forma decombate a epidemia causada pelo Covid-19, determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Oficiar a Prefeitura de Jacobina-PI, requisitando informações sobre o cumprimento do determinado na Recomendação PGJ n°003/2020, e quantoa elaboração do decreto municipal tratando sobre o assunto objeto da referida recomendação.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 04 de maio de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 79/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio da Procuradora-Geral de Justiça signatária, no uso das atribuições que lhesão conferidas pelos arts. 127 e 129, inc. II, da Constituição Federal e art. 12, inc. XVIII, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que compete ao Parquet promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparação dosdanos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO a declaração de pandemia em relação ao novo coronavírus (Covid-19) pela Organização Mundial da Saúde - OMS, de 11 demarço de 2020, assim como a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da OMS, de 30 de janeiro de2020;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS no 188/2020, declarou "emergência em saúde pública deimportância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgentedemedidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, em seu artigo 3º, II, § 1º, autoriza a adoção da quarentena, desdeque embasada em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde;CONSIDERANDO que o inciso II do art. 2º da Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, inclui a restrição de atividades dentre o rol demedidas que podem ser adotadas durante a quarentena;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS no 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei no13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, instado a se manifestar sobre a divisão constitucional de competência legislativa entre União,Estados, Municípios e Distrito Federal na edição de atos normativosvoltados ao enfretamento do COVID-19, assegurou o exercício dacompetência concorrente aos Governos Estaduais e Distrital e suplementar aos Governos Municipais (ADI 6341 e ADPF 672);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, além de reconhecer a necessidade de pautar-se imperativamente pelas conclusões dacomunidade científica nacional e internacional em matéria de saúde, possui jurisprudência consolidada no sentido de que, em matéria de tutelaao meio ambiente e à saúde pública, devem-se observar os princípios da precaução e da prevenção (ADI 5592, ADI 4066, RE 627189);CONSIDERANDO que nas recentes decisões concessivas de liminar nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental de nº 668 e669, em curso no Pretório Excelso, foi consignado pelo Min. Roberto Barroso que "havendo qualquer dúvida científica acerca da adoção damedida sanitária de distanciamento social - o que, vale reiterar, não parece estar presente - a questão deve ser solucionada em favor do bemsaúde da população.";CONSIDERANDO que os Municípios, no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, somente estão autorizadosa intensificar o nível de proteção estabelecidos pela União e pelo Estado mediante a edição de atos normativos que venham a tornar maisrestritivas as medidas concebidas pelos referidos entes federativos;CONSIDERANDO que os Municípios, ainda no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, jamais podemconfrontar, diametral e profundamente, as normas estaduais;CONSIDERANDO que os Decretos Estaduais de nº 18.901, de 19 de março de 2020; nº 18.902, de 23 de março de 2020; e nº 18.913, de 30 de

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março de 2020, pautados em informações técnicas e científicas,adotaram a quarentena no Estado do Piauí, suspende do atividades comerciais ede prestação de serviços;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelos Decretos Estaduaisde nº 18.901 e 18.902 até 21 de maio de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelo Decreto Estadual denº 18.913 até 31 de julho de 2020;CONSIDERANDO a natureza transfronteiriça do COVID-19, que não se compatibiliza com a invocação de interesse local para a adoção demedidas mais brandas daquelas estabelecidas a nível estadual;CONSIDERANDO que a alta escalabilidade viral do COVID-19 impõe a necessidade de robusta infraestrutura hospitalar (pública ou privada),com profissionais qualificados, leitos e aparelhos respiradores em número suficiente para atender a população infectada;CONSIDERANDO que, mesmo com a adoção de medidas sanitárias, é fato amplamente noticiado que grandes centros urbanos do país jáatingiram a capacidade máxima de atendimento de pacientes na rede hospitalar;CONSIDERANDO que está além da capacidade operacional e financeira de qualquer centro médico deste Estado atender a demanda por leitosem caso de interrupção das medidas sanitárias de controle;CONSIDERANDO o efeito do descontrole na disseminação viral coloca em situação de extremo perigo a população, sendo, por ora,indispensáveis as medidas sanitárias transitórias de quarentena para evitar a sobrecarga e o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que a circulação de pessoas, decorrente da reabertura do comércio nos municípios implicará uma sobrecarga de outrosserviços, tais como atividades de fiscalização para verificação do cumprimento das condicionantes normativas, implicando sobrecargadesnecessária de suas capacidades, com ampliação do risco de contágio;CONSIDERANDO, também, que a flexibilização das restrições pode atrair pessoas residentes em outras localidades, repercutindo no contágioem municípios fronteiriços e provocando aglomeração de um número imprevisível de pessoas;CONSIDERANDO a limitação da capacidade hospitalar no País e que o aumento do número de pessoas infectadas pressionará a carga nosistema de saúde, especialmente do Estado do Piauí, em que os picos das epidemias de Dengue e Influenza contribuem para o aumento donúmero de internações;CONSIDERANDO o papel de toda a sociedade no esforço conjunto de conter a disseminação da doença (COVID-19), respeitando-se os direitosfundamentais de toda a população, a partir de uma perspectiva de solidariedade social;CONSIDERANDO a crescente disseminação do vírus SARSCoV-2 no Brasil, contando com 96.559 (noventa e seis mil, quinhentos e cinquenta enove) casos confirmados e 6.750 (seis mil, setecentos e cinquenta) mortes oficialmente informadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde até apresente data, inclusive com vítimas jovens;CONSIDERANDO que, mesmo diante do grande número de casos confirmados, há suspeita de subnotificação da doença;RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto O acompanhamento e fiscalização do Cumprimento, pelo Prefeito Municipal da cidade de Paulistana-PI, daquilo que foirecomendado pela Procuradora Geral de Justiça do Piauí, na Recomendação PGJ-PI Nº 03/2020, cujo objetivo é a observância pelosmunicípios, das normas estaduais que determinam a suspensão de atividades comerciais e de prestação de serviços como forma decombate a epidemia causada pelo Covid-19, determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Oficiar a Prefeitura de Paulistana-PI, requisitando informações sobre o cumprimento do determinado na Recomendação PGJ n°003/2020, equanto a elaboração do decreto municipal tratando sobre o assunto objeto da referida recomendação.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 04 de maio de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019PORTARIA Nº 80/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio da Procuradora-Geral de Justiça signatária, no uso das atribuições que lhesão conferidas pelos arts. 127 e 129, inc. II, da Constituição Federal e art. 12, inc. XVIII, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que compete ao Parquet promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparação dosdanos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO a declaração de pandemia em relação ao novo coronavírus (Covid-19) pela Organização Mundial da Saúde - OMS, de 11 demarço de 2020, assim como a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da OMS, de 30 de janeiro de2020;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS no 188/2020, declarou "emergência em saúde pública deimportância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgentedemedidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, em seu artigo 3º, II, § 1º, autoriza a adoção da quarentena, desdeque embasada em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde;

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2.7. Grupo Regional de Promotorias Integradas no Acompanhamento da COVID-19/PIRIPIRI-PI11556

CONSIDERANDO que o inciso II do art. 2º da Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, inclui a restrição de atividades dentre o rol demedidas que podem ser adotadas durante a quarentena;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS no 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei no13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, instado a se manifestar sobre a divisão constitucional de competência legislativa entre União,Estados, Municípios e Distrito Federal na edição de atos normativosvoltados ao enfretamento do COVID-19, assegurou o exercício dacompetência concorrente aos Governos Estaduais e Distrital e suplementar aos Governos Municipais (ADI 6341 e ADPF 672);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, além de reconhecer a necessidade de pautar-se imperativamente pelas conclusões dacomunidade científica nacional e internacional em matéria de saúde, possui jurisprudência consolidada no sentido de que, em matéria de tutelaao meio ambiente e à saúde pública, devem-se observar os princípios da precaução e da prevenção (ADI 5592, ADI 4066, RE 627189);CONSIDERANDO que nas recentes decisões concessivas de liminar nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental de nº 668 e669, em curso no Pretório Excelso, foi consignado pelo Min. Roberto Barroso que "havendo qualquer dúvida científica acerca da adoção damedida sanitária de distanciamento social - o que, vale reiterar, não parece estar presente - a questão deve ser solucionada em favor do bemsaúde da população.";CONSIDERANDO que os Municípios, no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, somente estão autorizadosa intensificar o nível de proteção estabelecidos pela União e pelo Estado mediante a edição de atos normativos que venham a tornar maisrestritivas as medidas concebidas pelos referidos entes federativos;CONSIDERANDO que os Municípios, ainda no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, jamais podemconfrontar, diametral e profundamente, as normas estaduais;CONSIDERANDO que os Decretos Estaduais de nº 18.901, de 19 de março de 2020; nº 18.902, de 23 de março de 2020; e nº 18.913, de 30 demarço de 2020, pautados em informações técnicas e científicas,adotaram a quarentena no Estado do Piauí, suspende do atividades comerciais ede prestação de serviços;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelos Decretos Estaduaisde nº 18.901 e 18.902 até 21 de maio de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelo Decreto Estadual denº 18.913 até 31 de julho de 2020;CONSIDERANDO a natureza transfronteiriça do COVID-19, que não se compatibiliza com a invocação de interesse local para a adoção demedidas mais brandas daquelas estabelecidas a nível estadual;CONSIDERANDO que a alta escalabilidade viral do COVID-19 impõe a necessidade de robusta infraestrutura hospitalar (pública ou privada),com profissionais qualificados, leitos e aparelhos respiradores em número suficiente para atender a população infectada;CONSIDERANDO que, mesmo com a adoção de medidas sanitárias, é fato amplamente noticiado que grandes centros urbanos do país jáatingiram a capacidade máxima de atendimento de pacientes na rede hospitalar;CONSIDERANDO que está além da capacidade operacional e financeira de qualquer centro médico deste Estado atender a demanda por leitosem caso de interrupção das medidas sanitárias de controle;CONSIDERANDO o efeito do descontrole na disseminação viral coloca em situação de extremo perigo a população, sendo, por ora,indispensáveis as medidas sanitárias transitórias de quarentena para evitar a sobrecarga e o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO que a circulação de pessoas, decorrente da reabertura do comércio nos municípios implicará uma sobrecarga de outrosserviços, tais como atividades de fiscalização para verificação do cumprimento das condicionantes normativas, implicando sobrecargadesnecessária de suas capacidades, com ampliação do risco de contágio;CONSIDERANDO, também, que a flexibilização das restrições pode atrair pessoas residentes em outras localidades, repercutindo no contágioem municípios fronteiriços e provocando aglomeração de um número imprevisível de pessoas;CONSIDERANDO a limitação da capacidade hospitalar no País e que o aumento do número de pessoas infectadas pressionará a carga nosistema de saúde, especialmente do Estado do Piauí, em que os picos das epidemias de Dengue e Influenza contribuem para o aumento donúmero de internações;CONSIDERANDO o papel de toda a sociedade no esforço conjunto de conter a disseminação da doença (COVID-19), respeitando-se os direitosfundamentais de toda a população, a partir de uma perspectiva de solidariedade social;CONSIDERANDO a crescente disseminação do vírus SARSCoV-2 no Brasil, contando com 96.559 (noventa e seis mil, quinhentos e cinquenta enove) casos confirmados e 6.750 (seis mil, setecentos e cinquenta) mortes oficialmente informadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde até apresente data, inclusive com vítimas jovens;CONSIDERANDO que, mesmo diante do grande número de casos confirmados, há suspeita de subnotificação da doença;RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo, na forma dos artigos 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, tendopor objeto O acompanhamento e fiscalização do Cumprimento, pelo Prefeito Municipal da cidade de Queimada Nova-PI, daquilo que foirecomendado pela Procuradora Geral de Justiça do Piauí, na Recomendação PGJ-PI Nº 03/2020, cujo objetivo é a observância pelosmunicípios, das normas estaduais que determinam a suspensão de atividades comerciais e de prestação de serviços como forma decombate a epidemia causada pelo Covid-19, determinando as seguintes providências:O Registro e Atuação da presente Portaria juntamente com os documentos que originaram sua instauração, numerando-se e rubricando-setodos as folhas, bem como, o registro dos autos em livro próprio desta Promotoria de Justiça como Procedimento administrativo;A nomeação das assessoras, Taires Oliveria Borges e Erica Ravenne Oliveira Santos Sousa, para secretariar o presente procedimento nestaPromotoria de Justiça.Oficiar a Prefeitura de Queimada Nova-PI, requisitando informações sobre o cumprimento do determinado na Recomendação PGJ n°003/2020, equanto a elaboração do decreto municipal tratando sobre o assunto objeto da referida recomendação.A ciência da portaria em exame à Comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotos disponíveis, para amplo controle social.Levadas a efeito as referidas diligências e esgotadas os prazos fixados, façam-me os autos conclusos, com tramitação virtual, para ulterioranalise.Publique-se. Cumpra-se.Paulistana-PI, 04 de maio de 2020.RAIMUNDO NONATO RIBEIRO MARTINS JÚNIORPromotor de Justiça Titular da 01º Promotoria de EsperantinaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Paulistana- Portaria PGJ/PI nº 3441/2019

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 01/2020 - GRPJI/PIRIPIRI/MPPIEMENTA - Recomenda ao Hospital Regional Chagas Rodrigues, por meio da Diretora, Sra Nádia Costa, que sejam adotadas as medidasabaixo descritas para assegurar o diagnóstico e tratamento da Covid-19 e, evitar a disseminação do vírus no âmbito do HOSPITALREGIONAL CHAGAS RODRIGUES, localizado no município de Piripiri-PI, hospital de referência para a COVID-19 no Território dos

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Cocais.URGENTE!O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por meio do Grupo Regional de Promotorias Integradas no Acompanhamento da COVID-19 - Piripiri-PI, no exercício de suas atribuições, com esteio nos art. 127, caput, e art. 129 da Constituição Federal de 1988; na Resolução CNMPnº 174/2017; nos art. 36 e art. 37 da Lei Complementar Estadual nº 12/1993; na Resolução CPJ/PI nº 02/2020 e PORTARIA PGJ/PI Nº 928/2020;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparaçãodos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de Procedimento Administrativo, paraacompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO as premissas da Resolução CPJ nº 02, de 07 de abril de 2020, que introduziu no Ministério Público do Estado do Piauí osGrupos Regionais de Promotorias Integradas, visando a promoção de medidas alinhadas à atuação em nível estadual e nacional, para fins deimplementações das ações estratégicas, enquanto durar a pandemia do Covid-19, segundo os critérios utilizados no Ato PGJ nº 956/2019;CONSIDERANDO que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelonovo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional - o mais alto nível de alerta daOrganização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional, e em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pelaOMS como uma pandemia;CONSIDERANDO que até o dia 10 de abril de 2020, o Ministério da Saúde confirmou o total de 19.943 (dezenove mil, novecentos e quarentatrês) casos de contaminação por COVID-19 no Brasil, bem como o total de 1.074 (um mil, setenta e quatro) mortes no país e, conforme Boletimda Secretaria de Saúde do Piauí até, o dia 12 de abril de 2020, são 51 (cinquenta e um) casos confirmados de contaminação por COVID-19 noEstado do Piauí, com 7 (sete) mortos, sem divulgar os casos suspeitos no Estado;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, mediante o Decreto Estadual nº 18.895/2020, foi declarado estado de calamidade pública no Estado doPiauí, ao passo em que a União reconheceu calamidade pública em âmbito nacional em razão da Pandemia da COVID-19, no dia seguinte(20/03/2020), mediante Decreto Legislativo n. 6/2020;CONSIDERANDO a publicação dos Decretos Estaduais nºs. 18.901/2020 e 18.902/2020, que tratam sobre as medidas excepcionais voltadaspara o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicizado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo Coronavirus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que o HOSPITAL REGIONAL CHAGAS RODRIGUES foi considerado pelo ESTADO DO PIAUÍ\SESAPI como sendo ohospital de referência para atendimento de pacientes com a COVID-19 no Território dos Cocais;CONSIDERANDO a alta escala viral do COVID-19, exigente de uma infraestrutura hospitalar (pública ou privada) adequada, incluindo aqueladestinada ao diagnóstico seguro do quadro evolutivo da doença, com equipamentos e aparelhos apropriados, equipes de profissionaiscapacitados, com uso dos EPIs de maneira evitar o contágio e disseminação do patógeno dentro do próprio hospitalCONSIDERANDO que o HOSPITAL REGIONAL CHAGAS RODRIGUES - HRCR somente dispõe de 05 (cinco) LEITOS DE UTI e que, até apresente data, não houve ampliação da sua capacidade instalada (número de leitos) para o atendimento, tampouco de recursoshumanos ou de equipamentos;CONSIDERANDO que o HRCR funciona com fragilidades sanitárias, com parque tecnológico defasado e equipamentos antigos, com número deprofissionais de saúde insuficientes para atender a demanda ordinária;CONSIDERANDO que já existem 10 casos confirmados no município de Piripiri-PI e que a maioria dos casos foram oriundos de profissionais desaúde do Hospital, o que está causando grande temor à população local.CONSIDERANDO as medidas estabelecidas no "Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus (2019-nCoV)", do Ministério daSaúde, (https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/11/protocolo-manejo-coronavirus.pdf), replicadas no "PLANOOPERATIVO EMERGENCIAL PARA ENFRENTAMENTO DO COVID19: PROTOCOLOS E MANEJO CLÍNICO" do HCRC;CONSIDERANDO, o artigo 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei Federal n.º 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, que faculta ao Ministério Públicoexpedir Recomendação Administrativa aos órgãos da administração pública federal, estadual e municipal;RESOLVE:RECOMENDAR à Direção do Hospital Regional Chagas Rodrigues, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes, a fim de que adotem a seguintes medidas:REALIZAR, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, testes rápidos para diagnosticar COVID-19 em todos os profissionais de saúde e doserviço de apoio (limpeza, copeiros, maqueiros e motoristas) atuantes no Hospital Regional Chagas Rodrigues - HRCR, isolando osservidores com resultado positivo, tudo em consonância com as orientações e recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundialde Saúde. Após, encaminhar imediatamente os resultados das testagens a este Grupo Regional, por meio do [email protected] com que os profissionais de saúde e do serviço de apoio (limpeza, copeiros, maqueiros e motoristas) CUMPRAM todas as medidasestabelecidas no "Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus (2019-nCoV)", do Ministério da Saúde, e replicadas no "PLANOOPERATIVO EMERGENCIAL PARA ENFRENTAMENTO DO COVID19: PROTOCOLOS E MANEJO CLÍNICO", do HCRC, para evitar contágiopor vírus causadores de Síndrome Gripal no Hospital Regional Chagas Rodrigues, devendo fornecer EPIs apropriados aos referidosprofissionais, uma vez que a situação já é de transmissão comunitária.ENCAMINHAR ao GRPJI no Acompanhamento da COVID-19 - PIRIPIRI-PI, pelo e-mail [email protected], relação de todos osprofissionais que eventualmente descumprirem as medidas para evitar contágio por vírus causadores de Síndrome Gripal, estabelecidas no"Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus (2019-nCoV)", do Ministério da Saúde, e no "PLANO OPERATIVO EMERGENCIALPARA ENFRENTAMENTO DO COVID19: PROTOCOLOS E MANEJO CLÍNICO do HRCR, para constituir-se em elemento probatório emsede de possíveis ações cíveis ou criminais;Fica o destinatário da recomendação advertido dos efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais;d) fixa-se o prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar do recebimento, para que o destinatário manifeste-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar ao GRPJI de Piripiri-PI, pelo e-mail [email protected], as providências tomadas e adocumentação hábil a provar o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário Oficial do Ministério Público do Estado do Piauí, bem como seremetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de Apoio Operacional da Saúde e ao respectivodestinatário.Piripiri-PI, 02 de maio de 2020.

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NIVALDO RIBEIROPromotor de Justiça titular da 3ª PJ de Piripiri-PICoordenador do GRPJI no Acompanhamento da COVID-19 - PIRIPIRI-PIRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 02/2020 - GRPJI/PIRIPIRI/MPPIEMENTA - Recomenda ao Hospital Regional Chagas Rodrigues, por meio da Diretora-Geral, Sra. Nádia Maria Franca Costa, a adoção deprovidências no sentido realizar o gerenciamento de resíduos sólidos de acordo NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020¹ eResolução RDC/Anvisa no 222, de 28 de março de 2018²;O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por meio do Grupo Regional de Promotorias Integradas no Acompanhamento da COVID-19 - Piripiri-PI, no exercício de suas atribuições, com esteio nos art. 127, caput, e art. 129 da Constituição Federal de 1988; na Resolução CNMPnº 174/2017; nos art. 36 e art. 37 da Lei Complementar Estadual nº 12/1993; na Resolução CPJ/PI nº 02/2020 e PORTARIA PGJ/PI Nº 928/2020;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparaçãodos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de Procedimento Administrativo, paraacompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO as premissas da Resolução CPJ nº 02, de 07 de abril de 2020, que introduziu no Ministério Público do Estado do Piauí osGrupos Regionais de Promotorias Integradas, visando a promoção de medidas alinhadas à atuação em nível estadual e nacional, para fins deimplementações das ações estratégicas, enquanto durar a pandemia do Covid-19, segundo os critérios utilizados no Ato PGJ nº 956/2019;CONSIDERANDO que o momento atual exige do Ministério Público uma atuação integrada, coletiva, sem protagonismo individual, priorização aprevenção do conflito, sendo a atuação extrajudicial, em regra, o melhor caminho para a pacificação social, tendo a ação judicial como medidaexcepcional;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atualCONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, determina que os estabelecimentos de serviços essenciais devemfuncionar de acordo com determinações sanitárias expedidas pela Secretaria Estadual de Saúde, bem como, que seja adotado controle de fluxode pessoa, de modo a impedir aglomerações;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que determina ser obrigatório o uso de máscara de proteção facialsempre que houver necessidade de sair de casa, deslocar-se por via pública ou permanecer em espaços onde circulem outras pessoas;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que dispõe Dispõe sobre os prazos de prorrogação e vigência doDecreto nº 18.901, de 19 de março de 2020, do Decreto nº 18.902, de 23 de março de 2020, do Decreto nº 18.913, de 30 de março de 2020, e doDecreto nº 18.947, de 22 de abril de 2020, visando combater a COVID-19, na forma que especifica, e dá outras providências;CONSIDERANDO que a alta escalabilidade viral da COVID-19 impõe a necessidade de robusta infraestrutura hospitalar (pública ou privada),com profissionais qualificados, leitos e aparelhos respiradores em número suficiente para atender a população infectada;CONSIDERANDO que o Hospital Regional Chagas Rodrigues - HRCR, referência para atendimento de pacientes com a COVID-19 noTerritório dos Cocais, funciona com fragilidades sanitárias históricas, com parque tecnológico defasado, equipamentos antigos e número deprofissionais de saúde insuficientes para atender a demanda ordinária.CONSIDERANDO que o HRCR dispõe somente de 05 (cinco) leitos de UTI e que, até a presente data, não houve ampliação da sua capacidadeinstalada (número de leitos) para o atendimento, tampouco de recursos humanos ou de equipamentos;CONSIDERANDO a crescente disseminação do vírus SARSCoV-2 no Brasil, inclusive com vítimas jovens, Vejamos o último boletim da situaçãoepidemiológica da COVID-19 no Brasil - 03/05 às 14h, divulgado pelo Ministério da Saúde:CONSIDERANDO que, em face da gravidade dessa doença, para além dos cuidados com a transmissão decorrente do contato entre pessoas, énecessário atentar para o perigo que o manuseio dos resíduos e rejeitos representam, uma vez que, segundo evidências científicas, ocoronavírus possui um tempo relativamente extenso de permanência nos objetos, com potencial infectante durante todo esse período;CONSIDERANDO que, especificamente em relação à desinfecção de locais públicos durante a pandemia da COVID-19, outra providênciar e c o m e n d a d a n e s t e d o c u m e n t o , a A g ê n c i a N a c i o n a l d e V i g i l â n c i a S a n i t á r i a e x p e d i u a N o t a T é c n i c a n º22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, em que apresenta recomendações e alertas para a execução correta dessa atividade;CONSIDERANDO que a ANVISA alerta também que, antes de realizar os procedimentos, os empregadores devem desenvolver políticas paraproteção dos trabalhadores e fornecer treinamento a toda a equipe de desinfecção no local, sendo que o treinamento deve incluir quais EPIs sãonecessários, bem como a maneira de vestir, utilizar, retirar e descartar corretamente os mesmos;CONSIDERANDO que a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), no art. 3º, inciso VII, prevê que a destinação finalambientalmente adequada inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outrasdestinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, dentre elas, a disposição final, obedecendo a normasoperacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minorar os impactos ambientais adversos;CONSIDERANDO que o art. 6º da mesma lei estabelece os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos, dentre os quais, com relação àsmedidas sugeridas, se destacam a prevenção e a precaução; a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveisambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; o desenvolvimento sustentável; a cooperação entre as diferentes esferasdo poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade e a razoabilidade e proporcionalidade;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 7.783/1989, assim como o inciso IX do art. 3º do Decreto nº 10.282/2020, que regulamentou a Lei nº13.979/2020, reconhecem a captação e o tratamento do lixo como serviços públicos essenciais (inciso VI do art. 10 da Lei), ao passo que a LeiFederal nº 11.445/2007 considera como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de limpeza urbana

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2.8. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE DEMERVAL LOBÃO-PI11558

e manejo de resíduos sólidos, entendidos como o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas (alínea "c" doinciso I do art. 3º da Lei), entre outros serviços;CONSIDERANDO que, afora os aspectos estritamente sanitários e ambientais, deve-se pontuar que é direito dos trabalhadores, além de outrosque visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança, deacordo com o artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal;CONSIDERANDO que as medidas de prevenção e controle propostas nessa recomendação, a serem viabilizadas pelos profissionais que atuamnos serviços de saneamento básico e pela própria sociedade, encontram ampla fundamentação legal,CONSIDERANDO a NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020, que dispõe orientações para serviços de saúde: medidas deprevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus(sars-cov-2). (atualizada em 31/03/2020). Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04--2020+GVIMS-GGTES-ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28;CONSIDERANDO que todos os resíduos provenientes da assistência a pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus(2019-nCoV) devem ser enquadrados na categoria A1, conforme Resolução RDC/Anvisa no 222, de 28 de março de2018.Disponível em:http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271855/RDC+222+de+Mar%C3%A7o+de+2018+COMENTADA/edd85795-17a2-4e1e-99ac-df6bad1e00ceCONSIDERANDO que os resíduos devem ser acondicionados, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de suacapacidade ou pelo menos 1 vez a cada 48 horas e identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho econtornos pretos. Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura, vazamento e tombamento,com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados;CONSIDERANDO que estes resíduos devem ser tratados antes da disposição final ambientalmente adequada;CONSIDERANDO que chegou ao conhecimento deste Grupo Regional, na presente data, por meio de denúncia anônima, vídeo gravadopor funcionário da empresa responsável pela limpeza pública no município de Piripiri-PI. Na mídia enviada, é possível observardiversas irregularidades no gerenciamento de resíduos sólidos do Hospital Regional Chagas Rodrigues - HRCR, situado em Piripiri-PI.(mídia em anexo).CONSIDERANDO, o artigo 27, parágrafo único, inciso IV, da Lei Federal n.º 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, que faculta ao Ministério Públicoexpedir Recomendação Administrativa aos órgãos da administração pública federal, estadual e municipal.RESOLVE RECOMENDAR à Direção do Hospital Regional Chagas Rodrigues, em cumprimento às disposições de ordem constitucional,legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes, a fim de que adotem a seguintes medidas:I - REALIZAR IMEDIATAMENTE o gerenciamento de resíduos sólidos do Hospital Regional Chagas Rodrigues - HRCR de acordo com asorientações da NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020¹ e conforme a Resolução RDC/Anvisa no 222, de 28 de março de 2018²;II - APRESENTAR a este Grupo Regional, pelo e-mail [email protected],, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, o Planode Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS do HRCR, apontando e descrevendo todas as ações relativas aogerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, observadas suas características e riscos, contemplando os aspectos referentes à geração,identificação, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, destinação e disposição final ambientalmente adequada, bemcomo as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do meio ambiente.III - APRESENTAR, no prazo de 10 (dez) dias, por meio do e-mail [email protected], DEFESA acerca das irregularidadesdenunciadas (vídeo em anexo).Fixa-se o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar do recebimento, para que o destinatário manifeste-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar ao GRPJI de Piripiri-PI, pelo e-mail [email protected], as providências tomadas e adocumentação hábil a provar o seu cumprimento.Ficam cientes os notificados de que a presente notificação tem natureza RECOMENDATÓRIA e PREMONITÓRIA, no sentido de prevenirresponsabilidade civil administrativa e penal, nomeadamente a fim de que no futuro não se alegue ignorância quanto à extensão e o caráter ilegaldos fatos noticiados.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário Oficial do Ministério Público do Estado do Piauí, bem como seremetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de Apoio Operacional da Saúde e ao respectivodestinatário.Piripiri-PI, 04 de maio de 2020.NIVALDO RIBEIROPromotor de Justiça titular da 3ª PJ de Piripiri-PICoordenador do GRPJI no Acompanhamento da COVID-19

PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE DEMERVAL LOBÃO/PIReferência:Procedimento Administrativo nº 09/2020 (SIMP Nº 151-150/2020)RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 20/2020 - PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE DEMERVAL LOBÃO/PIO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de Demerval Lobão/PI, com fundamento no art. 27,parágrafo único, inciso IV, da Lei n° 8.625, de 12.02.93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público) e art. 38, parágrafo único, inciso IV, da LeiComplementar n° 12, de 18.12.93 (Lei Orgânica Estadual), e ainda:CONSIDERANDOqueo Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que a Promotoria de Justiça de Demerval Lobão/PI instaurou o Procedimento Administrativo nº 09/2020 (SIMP Nº 151-150/2020) para fins de acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Demerval Lobão/PI;CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constituiu Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDOque, no Brasil, o Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN foi declarado em 3 de fevereiro de2020, por meio da edição da Portaria MS nº 188, nos termos do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novocoronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o risco

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potencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em âmbito nacional editou-se a Lei Federal nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, sobre as medidas para enfrentamentoda emergência de saúde pública de importância internacional (ESPIIN) decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019, comalterações posteriores via Medidas Provisórias;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo Federal nº 6, 20 de março de 2020, que reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhadapor meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de 2020; o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado doPiauí, que declarou estado de calamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão dagrave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que, em decorrência da situação de emergência sanitária, vários entes federados, dentre os quais o Governo do Estado doPiauí, adotou providências que, em conjunto com a Portaria Ministério da Saúde n° 356/2020, buscaram mitigar os efeitos dessa crise sanitária ede saúde pública, como se vê no Decreto estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que, dentre as medidas regulamentadas paraenfrentamento da situação de ESPIIN (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) decorrente do novo coronavírus, suspendeuatividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta queimplicassem em aglomeração de pessoas;CONSIDERANDO ainda o Decreto estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial; o Decretoestadual nº 18.947, de 22 de abril de 2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medida adicional aoenfrentamento da Covid-19; e o Decreto estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que, dentre outras medidas, prorrogou até a data de 21de maio de 2020 as medidas sanitárias determinadas pelos Decretos estaduais 18.901 e 18.902;CONSIDERANDOque, até o dia 30 de abril de 2020, o Brasil havia registrado 5.901 (cinco mil novecentos e uma) mortes decorrentes dapropagação do COVID-19, conforme dados oficiais do Ministério de Saúde;CONSIDERANDO que, no Estado do Piauí, até a mesma data, foram registrados 24 (vinte e quatro) óbitos e 600 (seiscentos) casos confirmados,segundo dados da SESAPI;CONSIDERANDOque a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, estabelecendo que, para tanto, as autoridades poderãoadotar medidas, no âmbito de suas competências (art. 3º);CONSIDERANDO que o art. 3º, §4º, da Lei nº 13.979/2020, estabelece que as pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidasprevistas, e o descumprimento de tais medidas poderá acarretar a responsabilização, inclusive penal, nos termos dos delitos previstos nos artigos268, 131 e 132 do Código Penal;CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 196, da Constituição Federal, e, nesse cenário depandemia, necessário se faz resguardar a saúde da população, evitando transmissões comunitárias, principalmente, através da mitigação docontato entre as pessoas, para controle da disseminação do vírus;CONSIDERANDO o elevado risco de que uma contaminação simultânea de grande parte da população do Estado do Piauí pela Covid-19acarrete um colapso ao sistema de saúde, em decorrência da virtual insuficiência de profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos nasredes pública e privada para tratar, ao mesmo tempo, milhares de pessoas com sintomas graves de insuficiência respiratória aguda, tratamentoeste que, numa quantidade considerável de casos, exige entubação para ventilação mecânica e internação em unidade de terapia intensiva (UTI);CONSIDERANDO as medidas de distanciamento social recomendadas pelos órgãos de saúde, que objetivam, principalmente, reduzir econtrolar a velocidade de transmissão do vírus, para que, assim, o sistema de saúde tenha tempo de reforçar sua estrutura comequipamentos (EPIs, respiradores e testes de diagnóstico) e recursos humanos capacitados;CONSIDERANDO que a alta velocidade da taxa de propagação da doença, associada à insuficiente realização de testes da Covid-19 noEstado do Piauí e à deficiente estruturação dos hospitais de todo estado prenunciam um cenário preocupante;CONSIDERANDO que é função primordial da Administração Pública, neste momento de emergência sanitária, adotar as providênciasnecessárias a impedir aglomerações e tumultos em filas de agências bancárias, especialmente neste período em que as pessoas têm buscado orecebimento do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal;CONSIDERANDO que as providências adotadas até agora pelo Município de Demerval Lobão/PI, amiúde, nem sempre se mostrameficazes para organizar filas externas às agências bancárias e casas lotéricas, evitando aglomerações de pessoas com odistanciamento necessário, a exemplo do que se observara, há alguns dias, em imagens veiculadas, em redes sociais, de aglomerações depessoas em filas na Casa Lotérica, localizada nesta municipalidade;CONSIDERANDO que ao agente público são outorgados poderes administrativos para a consecução dos interesses da coletividade, interessesesses consubstanciados, no atual contexto, em proteção da saúde e da vida das pessoas, diante da pandemia da Covid-19;CONSIDERANDO que o Chefe do Poder Executivo Municipal tem o poder-dever de adotar providências hábeis a sanar o problema notório erecalcitrante de aglomerações na área externa das agências bancárias situadas na cidade de Demerval Lobão/PI;CONSIDERANDO que o art. 38, parágrafo único, inciso IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, autoriza o Promotor de Justiça a expedirrecomendações aos órgãos e entidades públicos, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata, assim como resposta porescrito;RESOLVE:RECOMENDAR, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária e outras com elasconvergentes:I) AO EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE DEMERVAL LOBÃO/PI: ADOTE todas as medidas administrativas necessárias para a fiscalização de aglomerações de filas de espera em todas as agênciasbancárias e casas lotéricas do município, bem como de quaisquer outros locais onde se devolvam atividades ou serviços essenciais em quepossam ocorrer filas e/ou aglomerações, devendo ser garantida a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas que estejamaguardando atendimento, e, para tanto:a) PROCEDA, até às 8h de 08/05/2020, na parte externa dos estabelecimentos, à marcação do posicionamento dos clientes em fila nasagências bancárias e casas lotéricas, com uso de adesivos, pinturas provisórias ou outros meios, da distância mínima de 2 (dois)metros entre os clientes, e, caso seja insuficiente, busque outras opções para que não haja aglomerações e seja respeitada a distância mínima;b) Mantenha interlocução com os representantes das agências bancárias e casas lotéricas localizadas nessa municipalidadeacerca desoluções conjuntas, rápidas e eficazes aos problemas das aglomerações em filas;c) Disponibilize pontos públicos de higienizações das mãos e dos objetos tocados pela população e pelos trabalhadores nos serviçospúblicos essenciais, especialmente nos locais em que haja a maior concentração de pessoas, como agências bancárias, lotéricas,supermercados e outros verificados pelas equipes sanitárias;d) Disponibilize pessoal, devidamente protegido com máscaras e outros EPIs devidos, para organizar as filas externas de todas asagências bancárias e lotéricas de Demerval Lobão/PI, sendo observada a distância de, pelo menos, 2 (dois) metros entre as pessoas queestejam aguardando atendimento;e) Expeça todos os atos administrativos necessários a viabilizar o exercício do poder-dever de agir da Administração Pública, com vistasa evitar aglomerações nos arredores das agências bancárias e lotéricas;

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2.9. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE OEIRAS-PI11559

2.10. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE ALTOS-PI11560

f) Divulgue as ações implementadas.II. AO ÓRGÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL: INTESIFIQUE a fiscalização nas imediações de agências bancárias, casa lotérica e demais pontos de aglomeração no município de DemervalLobão/PI, ao tempo em que oriente a população acerca das medidas de prevenção à Covid-19 e da necessidade de obediência dodistanciamento mínimo de 2 (dois) metros entre as pessoas que estejam aguardando atendimento em filas, com vistas a evitar a disseminação dovírus.IMPORTANTE: Aos destinatários da presente recomendação, em caso de aglomerações e tumultos, na área externa dosestabelecimentos, ou descumprimento das medidas de prevenção, que comuniquem o fato imediatamente às autoridades policiais domunicípio, para adoção das providências cabíveis.COMUNIQUE-SE a este órgão ministerial, através do email [email protected], no prazo de 72h do recebimento deste, asmedidas adotadas, especialmente quanto ao acatamento da presente Recomendação.Consigne-se que o não cumprimento desta Recomendação pelas autoridades públicas implicará na adoção das medidas extrajudiciais e judiciaiscabíveis à espécie, inclusive, responsabilidade por ato de improbidade administrativa e/ou criminal.E DETERMINAR que:a) ENCAMINHE-SE, urgentemente, a presente Recomendação ao Prefeito do Município de Demerval Lobão/PI e ao órgão de VigilânciaSanitária Municipal, para fins de conhecimento, cumprimento e divulgação;b) REMETA-SE cópia da presente Recomendação às emissoras de rádio locais, para fins de divulgação à população;c) REMETA-SE cópia da presente Recomendação ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), para fins de conhecimento econtrole, via e-mail;d) PUBLIQUE-SE a presente Recomendação no Diário Oficial dos Municípios, no Diário da Justiça e DOEMPPI.Cumpra-se.Demerval Lobão, 04 de maio de 2020.(assinado digitalmente)Rita de Cássia de Carvalho Rocha Gomes de SouzaPromotora de Justiça

INQUÉRITO CIVIL Nº 22/2020Portaria n.º 38/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça Titular da 2ª Promotoria de Oeiras-PI, face o dispostono artigo 129, III da Constituição Federal, no artigo 36, IV, "b" da Lei Complementar Estadual n.º 12/93 e artigo 8º, parágrafo 1º da Lei nº7.347/85, com o fito de apurar supostos atos de improbidade administrativa relacionados a irregularidades apontadas no PregãoPresencial nº 26/2020 da Prefeitura Municipal de Oeiras-PI (objeto: registro de preços para aquisição futura e parcelada de benscomuns, material permanente e informática), em decisão monocrática proferida no Processo nº TC/004445/2020 - TCE/PI, RESOLVE, nostermos legais, instaurar o presenteINQUÉRITO CIVILpara coleta de informações, documentos, depoimentos, perícias, dentre outras provas, ressaltando que a posteriori será analisada a necessidadede celebração de termo de ajustamento de conduta, ajuizamento de Ação Civil Pública ou possível arquivamento.Inicialmente, DETERMINO:A autuação da presente portaria, sendo que uma cópia deverá ser mantida em pasta própria;O registro da instauração do presente Inquérito Civil e de toda a sua movimentação no SIMP, bem como anote-se no livro respectivo;Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, Tatiana Melo de Aragão Ximenes, assessora da 2ª Promotoria de Justiça de Oeiras, oueventual servidor substituto em casos de licenças, férias ou impedimentos;Comunique-se a instauração deste Inquérito Civil ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí e ao Centro de ApoioOperacional de Combate à Corrupção - CACOP, enviando-lhes cópias da presente;A publicação desta Portaria no Diário Oficial do Ministério Público do Piauí, a fim de conferir a publicidade exigida pelo artigo 4º, inciso VI, daResolução n° 23/2007 do CNMP;Junte-se aos autos a decisão monocrática proferida pelo Cons. Delano Carneiro da Cunha Câmara, no Processo nº TC/004445/2020 - TCE/PI,documento extraído do site do TCE-PI;REQUISITE-SE à Prefeitura Municipal de Oeiras/PI, no prazo de 10 (dez) dias úteis, preferencialmente através do [email protected], a apresentação de: a) cópia, em documento digital, do Procedimento Administrativo que deuembasamento ao Pregão nº 26/2020 - SRP/PMO da Prefeitura Municipal de Oeiras; b) justifique o motivo pelo qual optou pela realização doPregão nº 26/2020 - SRP/PMO de forma presencial em vez do pregão eletrônico, mesmo diante de todas as recomendações dos órgãos desaúde acerca do isolamento social, e dos decretos estaduais e municipal em vigor; c) esclareça o porquê das exigências de marcas e fabricantesespecíficos nas descrições de alguns objetos; d) informe e acoste documentação relativa à pesquisa de preços que balizou o pregão emcomento;Comuniquem-se eventuais interessados acerca da presente instauração, com cópia da presente portaria;Após o cumprimento de tais diligências, tornem os autos conclusos para novas deliberações.Cumpra-se.Oeiras - PI, 29 de abril de 2020.VANDO DA SILVA MARQUESPromotor de Justiça

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 009/20202ª PJAPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 008/2020Ementa: Conselho Tutelar. Adequação do funcionamento das sedes dos Conselhos Tutelares. Estado de emergência decretado em razão dapandemia do Novo Coronavírus (COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por intermédio do Promotor de Justiça titular da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca deAltos/PI, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 129, incisos III, VI e IX, da Constituição Federal de 1988; artigo 26, inciso I, ealíneas, da Lei Federal nº 8.625/93, artigo 7º, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 75/93;CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;

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CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, a vista que a situação atual demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Coronavírus COVID-19,situando o Brasil, no momento, no nível de resposta 3: "emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN)";CONSIDERANDO que os estados e municípios vêm elaborando seus planos de contingência locais, inclusive acatando recomendaçõesexpedidas pelo MPPI;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do NovoCoronavírus;CONSIDERANDO que o artigo 227 da Constituição da República e o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente garantem a toda criançae adolescente, com absoluta prioridade, direitos fundamentais, assegurando-lhe primazia em receber proteção e socorro, precedência noatendimento nos serviços públicos, preferência na formulação de políticas e destinação privilegiada de recursos para sua proteção;CONSIDERANDO o caráter essencial do serviço prestado pelos Conselhos Tutelares, conforme artigos 131 a 137 do Estatuto da Criança e doAdolescente (Lei 8.069/90), devendo o Município prover as instalações, servidores e assegurar o integral funcionamento da secretaria e dosConselhos Tutelares;CONSIDERANDO que o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelocumprimento dos direitos da criança e do adolescente, conforme inteligência do artigo 131 da Lei nº 8.069/90;CONSIDERANDO que o Conselho Tutelar não pode funcionar com menos de 05 (cinco) integrantes, que se constitui no "número legal", paracomposição do colegiado, devendo haver imediata convocação de suplentes para o preenchimento da vaga em caso de afastamento dequaisquer dos membros titulares, ainda que por férias, conforme o artigo 16 da Resolução 170 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança edo Adolescente (CONANDA);CONSIDERANDO as atribuições do Conselho Tutelar quanto à aplicação de medidas de proteção as crianças e adolescentes e medidaspertinentes aos genitores quando houver risco a integridade física, psíquica, emocional ou moral de crianças e adolescentes, conforme se infereda interpretação sistemática dos artigos 136, 101 e 129 da Lei nº 8.069/90;CONSIDERANDO ser função do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aosdireitos assegurados na Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia, nos exatos termos do artigo 129, inciso II, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que é dever do Poder Público assegurar as crianças e adolescentes, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitosreferentes à vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao esporte, ao lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito e aconvivência familiar e comunitária;CONSIDERANDO a TOTAL EXCEPCIONALIDADE DO CASO QUE EXIGE UMA POSTURA DIFERENCIADA E EMERGENCIAL PELO PODERPÚBLICO;CONSIDERANDO, por fim, a necessidade de evitar prejuízos de maior monta;RESOLVE, em nome da proteção das crianças, dos adolescentes, da cidadania, bem como do patrimônio público e social, em observância aosprincípios da legalidade, impessoalidade e moralidade, RECOMENDAR aos municípios de Altos, Coivaras e Pau D' Arco do Piauí na pessoa deseus secretários de Desenvolvimento Social /ou Assistência Social; aos Conselheiros Tutelares e ao Conselho Municipal dos Direitos da Criançae do Adolescente (CMDCA) que apresentem Plano de Contingência com relação ao funcionamento do Conselho Tutelar, abordando os seguintestópicos:1) Disciplinamento, em conjunto e administrativamente, acerca do atendimento a população, contemplando medidas aptas a garantir:1.1) O funcionamento ininterrupto do Conselho Tutelar, em sistema de rodízio, com apossibilidade de manutenção de pessoal mínimo para assegurar o atendimento, inclusive em regime de plantão;1.2) A orientação e a comunicação a população quanto as restrições dos atendimentos naforma presencial, os quais devem ser reservados, excepcionalmente, para casos emergenciais, para evitar aglomeração de pessoas;1.3) A priorização do atendimento via telefone e e-mail, com ampla divulgação deste informação e dos telefones e endereços eletrônicos para acomunidade;2) Adoção de medidas preventivas no âmbito do órgão visando à redução dos riscos de contaminação e propagação da doença, informando:2.1) Como será e/ou está sendo assegurado o fornecimento de insumos para higienização e lavagem de mãos e para limpeza do imóvel em quefuncionar o Conselho Tutelar;3) organização e adequação das rotinas administrativas internas de trabalho, de modo que as atividades do órgão não sofram descontinuidade(registro dos atendimentos/registro de presença/plantão/manutenção de contato com demais órgãos do sistema de garantia de direitos,informando:3.1) Como se dará o funcionamento do órgão caso haja necessidade, afastamento e isolamento temporário de Conselheiros(as) Tutelares comidade acima de 60 (sessenta) anos, gestantes, lactantes e aqueles portadores de doenças crônicas que integram o grupo de risco de mortalidadepor COVID-19;3.2) Como será dada continuidade aos casos em andamento;4) Viabilização da efetiva utilização pelos Conselhos Tutelares das ferramentas tecnológicas necessárias para a realização de trabalhoremoto, garantindo a regularidade das solicitações e requisições de serviços por meios virtuais, bem como a participação porvideoconferência em reuniões, cumprindo a periocidade prevista no regimento interno do órgão, de modo a assegurar a integração dasatividades entre os conselheiros e destes com os demais órgãos da rede de proteção;5) Como será ou está sendo assegurada a regularidade do apoio administrativo, do fornecimento de veículo, telefones moveis, internet, uso decorreios eletrônicos, dentre outras medidas necessárias ao efetivo desempenho das atividades dos conselheiros tutelares;6) Como será ou está ocorrendo a divulgação entre os membros do Conselho Tutelar os fluxos definidos pela rede local, notadamente nasdemandas da população no período de emergência de saúde pública, em especial junto ao CRAS, CREAS, Unidade de Acolhimento Institucional,Serviço Especial de Abordagem Social, Equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), Vigilância Epidemiológica, dentre outros, de modo aassegurar que não haja prejuízo no pronto atendimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social ou vítimas de violaçõesde direitos;7) Que haja publicidade as medidas de contingência em instrumento normativo (Portaria ou Decreto) devidamente fundamentado e motivado.O Ministério Público Estadual deverá ser comunicado (através do endereço eletrônico e-mail: [email protected]), no prazo de 72(setenta e duas) horas, a partir do recebimento da presente, se as autoridades acolherão ou não a RECOMENDAÇÃO, com o encaminhamentode documento haveis a comprovar a efetivação das medidas, caso positiva a resposta, sob pena de, não adotando as providências, seremadotadas as medidas cabíveis em desfavor do responsável.As alterações porventura ocorridas no Plano de Contingência de que trata esta Recomendação devem ser encaminhadas a esta Promotoria,notadamente as motivadas por alterações legais posteriores, pelo e-mail acima, de forma permitir o monitoramento integrado as ações.Registre-se que, com o recebimento da presente Recomendação, fica prejudicada eventual alegação de "desconhecimento" para fins decaracterização do dolo da conduta.Encaminhe-se cópia desta Recomendação ao Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude.Publique-se no Diário do MPPI. Registre-se.

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2.11. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PARNAÍBA-PI11561

2.12. 3ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE CAMPO MAIOR-PI11562

Altos, 03 de Maio de 2020.PAULO RUBENS PARENTE REBOUÇASPromotor de Justiça

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍGABINETE DA 2° PROMOTORIA DE JUSTIÇACOMARCA DE PARNAÍBA-PIRua Projetada S/N, Bairro Conselheiro Alberto Silva, Parnaíba-PITelefone: (86) 3321-3020 - E-mail: [email protected]

RECOMENDAÇÃO Nº 010/2020

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante signatário em exercício na 2ª Promotoria de Justiça de Parnaíba-PI, nouso de suas atribuições legais, e, com fulcro nas disposições contidas nos artigos 127 e 129, incisos II e III, da Constituição Federal; artigo 26,incisos I, e artigo 27 e parágrafo único, inciso IV, da Lei Federal de nº 8.625/93; e artigo 37 da Lei Complementar Estadual nº 12/93;CONSIDERANDO que após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar pandemia do COVID-19 (coronavírus) e seguida pelas medidas deemergência de saúde pública, oriundas da Lei Estadual 13.979/2020, Decreto nº 18.884/2020 e Decreto nº 18.902/2020;CONSIDERANDO que a finalidade da presente Notificação Recomendatória é garantir o abastecimento do mercado e atender as necessidadesdos consumidores, em situação de grande procura, enquanto e durante a pandemia do Novo Coronavírus, além de contribuir para que aspessoas não saiam de casa e respeitem as orientações das autoridades de saúde pública mundial, nacional, estadual e municipal e coibir oaumento abusivo dos preços dos produtos essenciais;CONSIDERANDO o que o artigo 1º da Resolução nº 164/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, dispõe que a recomendaçãoé instrumento de atuação extrajudicial do Ministério Público por intermédio do qual este expõe, em ato formal, razões fáticas e jurídicas sobredeterminada questão, com o objetivo de persuadir o destinatário a praticar ou deixar de praticar determinados atos em benefício da melhoria dosserviços públicos e de relevância pública ou do respeito aos interesses, direitos e bens defendidos pela instituição, atuando, assim, comoinstrumento de prevenção de responsabilidades ou correção de condutas.CONSIDERANDO que o Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, como preceitua o art. 127 da Carta Magna;CONSIDERANDO que o art. 4º do CDC dispõe que a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento dasnecessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da suaqualidade de vida, bem como a transparência e a harmonização das relações consumeristas, atendidos, entre outros: I - reconhecimento davulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor.CONSIDERANDO que a Recomendação n° 002/2020 trata da adoção de providências por parte dos representantes legais dos estabelecimentosdo comércio varejista e atacadista de produtos farmacêuticos e hospitalares dos municípios de Parnaíba-PI e Ilha Grande-PI, quando a abstençãode aumento abusivo do preço de produtos voltados a prevenção/proteção e combate contra o novo coronavírus; ajuste imediato caso tenhaprocedido ao aumento; racionalizar a venda de produtos destinados a prevenção do COVID-19; e as empresas CEPISA e AGESPISA para nãosuspenderem o fornecimento de serviços essenciais a população;CONSIDERANDO que a Recomendação n° 008/2020 tem por finalidade garantir o abastecimento do mercado e atender as necessidades dosconsumidores, em situação de grande procura, enquanto e durante a pandemia do coronavírus, além de contribuir para que as pessoas nãosaiam de casa e respeitem as orientações das autoridades de saúde pública mundial, nacional, estadual e municipal e coibir o aumento;CONSIDERANDO a edição do Decreto Estadual n° 18.947/2020, que dispõe sobre o uso obrigatório de máscara de proteção facial, como medidaadicional necessária ao enfrentamento da covid-19, no âmbito do Estado do Piauí;A 2° Promotoria de Justiça de Parnaíba-PI, RECOMENDA, em complemento as Recomendações n° 002/2020 e 008/2020:a) à sindicatos, redes e grupos de supermercados; comércio varejista de gêneros alimentícios em geral; mercados públicos; e farmácias situadosna cidade de Parnaíba-PI e Ilha Grande-PI para que durante a vigência do Decreto Estadual n° 18.947/2020, de lavra do Governado do Estadodo Piauí, somente permitam a entrada de consumidores em seu interior se estes estiverem usando máscara de proteção facial, medida estanecessária a prevenção ao COVID-19.b) que além das medidas já asseveradas nas recomendações anteriores, que sindicatos, redes e grupos de supermercados; comércio varejistade gêneros alimentícios em geral; mercados públicos; e farmácias situados na cidade de Parnaíba-PI e Ilha Grande-PI também só permitam queseus colaboradores desenvolvam suas atividades se estiverem usando os EPIs necessários a prevenção ao COVID-19, à exemplo de máscaras,em conformidade com o Decreto Estadual anteriormente citado.c) que seja encaminhado cópia desta Recomendação as Promotorias de Justiça que compõem o Grupo Regional, para fins de conhecimento;A presente recomendação dá ciência e constitui em mora o destinatário quanto às providências solicitadas e poderá implicar a adoção de todasas providências processuais cabíveis, em sua máxima extensão, em face da violação dos dispositivos legais acima referidos. A presenterecomendação não exclui outras medidas porventura necessárias para corrigir ou punir os atos praticados em desacordo com a legislação citada.Fica consignado o prazo de 10 (dez) dias corridos para as Notificadas se manifestarem sobre o acatamento desta NotificaçãoRecomendatória, através do e-mail: [email protected] omissão na remessa de resposta no prazo estabelecido será considerada como recusa ao cumprimento da recomendação, ensejando aadoção das medidas legais pertinentes.ENCAMINHE-SE cópia desta recomendação à PGJ, Procon estadual, Procon municipal, às redes e grupos de supermercados, comercio varejistade gêneros alimentícios em geral, farmácias, associações comerciais, todos com circunscrição as cidades de Parnaíba-PI e Ilha Grande-PI,preferencialmente, por meio eletrônico.PUBLIQUE-SE a presente recomendação no diário oficial eletrônico do MPPI.Parnaíba-PI, 04 de maio de 2020CRISTIANO FARIAS PEIXOTOPromotor da 2ª Promotoria de Justiça

SIMP nº 000031-063/2020D E C I S Ã OTrata-se de protocolo registrado em SIMP de ofício, com vistas a aferir a existência de procedimento destinado ao acompanhamento documprimento do TAC nº 014/2018, celebrado no ICP nº 067/2014.000053-063/2014.Certificou-se a existência do PATAC nº 023/2019.000085-063/2019, portaria juntada em SIMP na data de 26/03/2020.É um sucinto relatório. Passo a decidir.Tendo em vista a existência de procedimento próprio para acompanhamento do TAC referido, desnecessária a conversão deste protocolo emnotícia de fato ou procedimento outro.

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2.13. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE CAMPO MAIOR-PI11563

2.14. 43ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA-PI11565

Assim, pelos motivos expostos, INDEFIRO a instauração de notícia de fato, uma vez que o fim a que se destina já é objeto de procedimentopróprio, a saber, o PATAC nº 023/2019.000085-063/2019.Junte-se cópia da sentença homologatória nos autos do PATAC nº 023/2019.000085-063/2019 .Publique-se em DOEMP. Comunique-se ao E. CSMP.Após, arquive-se o feito em promotoria, com as baixas e registros necessários. Cumpra-se.Campo Maior/PI, datado e assinado eletronicamente pelo R. MP.Mauricio Gomes de SouzaPromotor de Justiça

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 36/2020 SIMP Nº 000306-308/2020PORTARIA Nº 36/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo art. 129, III, daConstituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n° 8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que ao Ministério Público foi dada legitimação ativa para a defesa judicial e extrajudicial dos interesses e direitos dacoletividade (artigo 127, caput, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover condições indispensáveis ao seu plenoexercício e que as pessoas que necessitam do serviço público de saúde tem direito de serem satisfatoriamente atendidas, qualquer que seja anatureza do atendimento (art. 2º da Lei nº 8080/90);CONSIDERANDO o inciso II, do artigo 7º, da Lei Federal nº 8080/90, prega a "integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado econtínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade dosistema";CONSIDERANDO que "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade,o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivênciafamiliar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (art.227 da CF);CONSIDERANDO que "Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais." (Art. 5º da Lei nº8.069/1998 - Estatuto da Criança e do Adolescente);CONSIDERANDO que "É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente." (Art. 70 da Leinº 8.069/1998 - Estatuto da Criança e do Adolescente);CONSIDERANDO a Resolução nº 174/2017 do CNMP, que Disciplina, no âmbito do Ministério Público, a instauração e a tramitação da Notíciade Fato e do Procedimento Administrativo;CONSIDERANDO o teor do Art. 196 da Lei Magna o qual confere a assistência à saúde o status de direito fundamental, sendo suas ações eserviços considerados de relevância pública, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e deagravos;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8.080/90 (Lei Orgânica Nacional da Saúde) em seu art. 43, é incisiva ao dispor sobre a gratuidade dasações e serviços de saúde nos serviços públicos contratados;CONSIDERANDO o teor do Art. 196 da Lei Magna o qual confere a assistência à saúde o status de direito fundamental, sendo suas ações eserviços considerados de relevância pública, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e deagravos;CONSIDERANDO o comunicado da Sra. Antônia Furtado da Silva Façanha, a qual informa que é portadora de aparelho de marca-passos, e quenecessita com urgência da substituição do mesmo, tendo em vista o esgotamento de sua bateria. A Sra. Antônia informou ainda, que já solicitou arealização de sua cirurgia junto à Fundação Municipal de Saúde de Teresina, entretanto, nenhuma providência foi tomada.RESOLVE-SE INSTAURAR o presente Procedimento Administrativo sob o nº 36/2020, registrado sob o protocolo SIMP nº 000306-308/2020,determinando-se inicialmente:Autuação da presente portaria, registrando-se em livro próprio, arquivando-se cópia na pasta respectiva;A remessa desta portaria, por meio eletrônico, ao CAODS/MPPI, para conhecimento, conforme determina o art. 6º, § 1º da Resolução nº 01/2008,do Colendo Colégio de Procuradoresde Justiça do Estado do Piauí;Determino a remessa desta portaria, por meio eletrônico, para a Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devidadivulgação na imprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça, conformeartigo 4º, inciso VI, e artigo 7º, § 2º, inciso II da Resolução nº 23, de 17 de setembro de 2007, do Conselho Nacional do Ministério Público;Adotar providências que se forem mostrando necessárias no curso do processamento deste Procedimento Administrativo e, inicialmente:Expedição de ofício ao CAODS, solicitando apoio ao presente caso, notadamente, quais medidas devem ser adotadas, a fim de que a cirurgiapara troca de aparelho marca-passos da Sra. Antônia Furtado da Silva Façanha seja realizada com urgência.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, o servidor LUCAS ALVES PINTO, lotado nesta 2ª Promotoria de Justiça de CampoMaior.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações. Campo Maior - PI, 04 de maio de 2020.CEZARIO DE SOUZA CAVALCANTE NETOPromotor de Justiça

PORTARIA Nº 005/2020Dispõe sobre a prorrogação, no âmbito da 43ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado do Piauí, do período de teletrabalho e dasuspensão do expediente presencial, em caráter temporário e excepcional, como medida de prevenção ao contágio pelo Novo Coronavírus(COVID -19), conforme Ato PGJ Nº 1003/2020.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 43ª Promotoria de Justiça de Teresina, no uso das atribuições previstas nos arts.127, caput , art. 129, I e II , da Constituição da República;CONSIDERANDO a Portaria Nº 004/2020da 43ª Promotoria de Justiça publicada no Diário Oficial nº 618 - Disponibilização: Segunda-feira, 20 deAbril de 2020 - Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020.CONSIDERANDO o ATO PGJ nº 1003/2020 que alterou o art. 1º do ATO PGJ Nº 997/2020, de 20 de março de 2020, passando a vigorar com aseguinte alteração: "Art. 1º Instituir, em caráter temporário e excepcional, o regime de teletrabalho, nos termos do ATO PGJ Nº 995/2020(alterado pelo ATO PGJ Nº 996/2020), com a suspensão do expediente presencial do Ministério Público do Estado do Piauí, inclusive aparticipação dos membros nos atos, sessões colegiadas e audiências judiciais, até o dia 15 de maio de 2020, como meio de restringir o contatosocial, diminuindo a circulação e aglomeração de pessoas com o fim de prevenir e conter o contágio pelo COVID-19 em prol da saúde pública,

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação: Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

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2.15. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE COCAL-PI11566

ressalvadas situações que impossibilitem a sua adoção."RESOLVE:Art. 1º . Prorrogar o REGIME DE TELETRABALHO para todas as servidoras lotadas na unidade, as assessoras de promotoria, Raíssa Sá LopesSantos, Matrícula 15269, Carolina Silva Santos, Matrícula 15417 e a estagiária Sarinne Cunha Soares Rodrigues, Matrícula 2194, a ser cumpridodas 08h às 13h, no período de "quarentena" destacado no art. 2º, Ato PGJ nº 995/2020, observadas as seguintes diretrizes:§ 1º O regime de TELETRABALHO compreende a análise e elaboração de minuta para posterior estudo, validação e assinatura pelo Membrotitular da 43ª Promotoria de Justiça ou substituto legal;§ 2º A confecção da minuta descrita no parágrafo anterior deverá ser realizada em documento editável do Word Office. Em seguida, deverá sersalva na "nuvem" da 43ª Promotoria de Justiça, onde o Membro terá acesso para fins do § 1º;§ 3º. Atendendo ao art. 3º, I, do Ato PGJ nº 995/2020, durante o período referido no caput, as Servidoras Raíssa Sá Lopes Santos e CarolinaSilva Santos, assessoras de promotoria, ficarão responsáveis pelos sistemas não presenciais de comunicação, incluindo o aparelho celularinstitucional nº 86 98185-7038, e-mail funcional ([email protected]/ [email protected]), sem prejuízo dos demais canais àdisposição do público, consoante Ato PGJ nº 995/2020;Art. 2º. Não haverá sistema de rodízios de servidores, uma vez que o regime de TELETRABALHO deverá ser implementando imediatamentepara todo o corpo de trabalho, pelas razões expostas nas considerações acima.§ 1º. Todos as servidoras descritas ficam dispensadas da fiscalização eletrônica de frequência.Art. 3º. Determinar que seja cientificado da presente, preferencialmente por meio eletrônico, a Exma. Sra. Procuradora Geral de Justiça, Dra.Carmelina Maria Mendes de Moura, o Exmo. Sr. Corregedor Geral do Ministério Público, Dr. Luís Francisco Ribeiro, o MM. Juíza de Direito queatua perante a 5ª Vara de Família e Sucessões, Dra. Tânia Regina Sousa Guimarães e a Coordenadora do Núcleo de Família e Sucessões, Dra.Ana Lúcia Soares de Sousa Almeida.Art. 5º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.Publique-se. Registre-se. Dê-se ciência e Cumpra-se.Teresina, 30 de Abril de 2020.Édsel de Oliveira Costa Belleza do NascimentoPromotor de Justiça

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 18/2020(Procedimentos Administrativos nº 10/2020 e 11/2020)(Simp nº 000386-199/2020 e 000387-199/2020)O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante abaixo assinado, atuando na Promotoria de Justiça de Cocal/PI, nouso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts.127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", daLei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93, e:CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, e que a situação atual demanda o emprego urgente de medidasde prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06/02/2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúdepública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO o Decreto estadual nº 18.901, de 19 de março de 2020, que determinou algumas ações excepcionais voltadas para oenfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente da COVID-19, dentre as quais a suspensão de todas as atividades em bares,restaurantes, cinemas, clubes, academias, casas de espetáculo e clínicas de estética; das atividades de saúde odontológica, públicas e privadas,exceto aquelas relacionadas aos atendimentos de urgência e emergência; de eventos esportivos; e das atividades comerciais em shoppingcenters;CONSIDERANDO o Decreto estadual n° 18.902, de 23 de março de 2020, estabeleceu medidas no sentido de suspender as atividadescomerciais e de prestação de serviços no âmbito do Estado do Piauí, ressalvando apenas algumas atividades de caráter essencial, tudo com oobjetivo primordial de evitar a aglomeração de pessoas nos espaços públicos;CONSIDERADO o disposto no art. 4º do Decreto nº 18.902 supracitado, que determina que as pessoas que ingressarem no Estado por viarodoviária, aeroportuária ou marítima, observem a quarentena mínima de 07 (sete) dias, bem como estabelece que as pessoas que estiveremapenas de passagem ou cuja permanência seja inferior a 07 (sete) dias deverão seguir protocolo equivalente à quarentena;CONSIDERANDO o disposto no art. 1º do Decreto nº 18.966, de 30/04/2020, que prorrogou até 21 de maio de 2020 as medidas sanitáriasdeterminadas pelo Decreto nº 18.901 e pelo Decreto nº 18.902, e no seu § 1º, que prorrogou até a mesma data as medidas sanitáriasdeterminadas pelo Decreto nº 18.947, de 22/04/2020;CONSIDERANDO o disposto no parágrafo único do art. 3º do Decreto nº 18.966/2020, prescrevendo que as medidas determinadas pelosdecretos indicados no caput ( nrs. 18.901, 18.902, 18.913 e 18.947) constituem medidas sanitárias destinadas a impedir a propagação da COVID-19, podendo sujeitar o infrator à responsabilização penal, nos termos do art. 268, do Código Penal, independentemente deresponsabilização nas esferas civil e administrativa.CONSIDERANDO que, o Governo do Estado do Piauí editou norma decretando estado de calamidade pública para os fins do art. 65 da Lei deResponsabilidade Fiscal (Decreto estadual nº 18.895, de 19 de março de 2020), que foi devidamente reconhecido pela Assembleia Legislativa doEstado do Piauí pela edição do Decreto Legislativo nº 565, de 23 de março de 2020;CONSIDERANDO que observou-se que alguns órgãos vinculados à administração pública estadual e municipal decidiram manter a realizaçãode sessões públicas presenciais de licitações relacionadas à contratação de objetos que não dizem respeito ao enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO que a conduta de manter as sessões públicas presenciais de licitações em locais fechados, tidas por "nãoessenciais", além de ir contra as recomendações acima, pode gerar graves prejuízos à competitividade e à isonomia, tendo em vistaque diversos licitantes tiveram suas atividades suspensas no Piauí a partir de 23.03.2020;CONSIDERANDO que em razão de diversos órgãos estaduais e municipais reduzirem o quadro de servidores e/ou limitarem o acesso público assuas dependências, os licitantes poderão ter dificuldades na obtenção de certidões necessárias para participação nos certames ou, ainda, vercomprometida a comprovação de habilitação técnica mediante a apresentação de atestados de qualificação técnica;CONSIDERANDO que diversos potenciais interessados poderão abster-se de participar das sessões de procedimentos licitatórios presenciaiscom receio de se contaminar ou transmitir o vírus, havendo, inclusive, risco aos servidores que compõem as Comissões de Licitações ou ocupamcargos de Pregoeiro ou equipe de apoio a este, que ficam expostos e nem sempre recebem adequados EPIs (equipamentos de proteçãoindividual) para a continuidade dos trabalhos;

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2.16. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PEDRO II-PI11568

CONSIDERANDO a Nota Técnica nº 02/2020 emitida pelo Centro de Apoio Operação de Combate à Corrupção - CACOP, onde sugere àsPromotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público do Piauí a expedição de Recomendação para os gestores públicos para suspenderemas sessões de licitações públicas presenciais agendadas para o período compreendido entre 23.03.2020 a 30.04.2020, ou que ainda estãopor vir, até enquanto perdurar as medidas das autoridades públicas de que se evite a aglomerações de pessoas em ambientes fechados, além dasuspensão das atividades dos setores relacionado aos objetos licitados, bem como que declarem nulas as sessões públicas de procedimentolicitatório que tenham sido realizadas em período no qual havia determinações das autoridades públicas para evitar aglomerações e atédeslocamentos em razão da pandemia causada pela COVID-19, violando-se a competitividade e a isonomia entre os licitantes, abstendo-se dehomologar ou adjudicar as referidas licitações;RESOLVE RECOMENDAR aos Municípios de Cocal-PI e Cocal dos Alves-PI, por intermédio dos Exmos. Prefeitos municipais, Sr.RUBENS DE SOUSA VIEIRA e Sr. OSMAR DE SOUSA VIEIRA, respectivamente, que:SUSPENDAM as sessões de licitações públicas presenciais agendadas para o período compreendido entre 23.03.2020 a 30.04.2020, ou queainda estão por vir, até enquanto perdurar as medidas das autoridades públicas de que se evite a aglomerações de pessoas em ambientesfechados, bem como da suspensão das atividades dos setores relacionado aos objetos licitados;DECLAREM NULAS as sessões públicas de procedimento licitatório que tenham sido realizadas em período no qual havia determinações dasautoridades públicas para evitar aglomerações e até deslocamentos em razão da pandemia causada pela COVID-19, violando-se acompetitividade e a isonomia entre os licitantes, ABSTENDO-SE de homologar ou adjudicar as referidas licitações.Ficam os destinatários desta Recomendação advertidos de que a sua não observância implicará na adoção das medidas administrativas ejudiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, inclusive para viabilizar futurasresponsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidade administrativa e/ou em sede criminal.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera seus destinatários comopessoalmente CIENTES da situação ora exposta.Fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do seu recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Cocal-PI, pelo e-mail ([email protected]) as providências tomadas e adocumentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário Eletrônico do Ministério Público, bem como remetam-se cópias aoConselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção-CACOP, e aosrespectivos destinatários.Cocal-PI, 03 de maio de 2020.Francisco Túlio Ciarlini MendesPromotor de Justiça

2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PEDRO IIRECOMENDAÇÃO Nº 28/2020PROCEDIMENTO ADMINITRATIVO 17/2020OBJETO: NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA, PELOS MUNICÍPIOS DE PEDRO II, LAGOA DE SÃO FRANCISO, MILTON BRANDÃO EDOMINGOS MOURÃO, DA NORMA ESTADUAIS QUE DETERMINOU A SUSPENSÃO DE ATIVIDADES COMERCIAIS E DE PRESTAÇÃO DESERVIÇOS COMO FORMA DE COMBATE À EPIDEMIA PROVOCADA PELO VÍRUS SARS- COV- 2, CAUSADOR DA COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio da Procuradora-Geral de Justiça signatária, no uso das atribuições que lhesão conferidas pelos arts. 127 e 129, inc. II, da Constituição Federal e art. 12, inc. XVIII, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127 daConstituição Federal;CONSIDERANDO que compete ao Parquet promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparação dosdanos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO a declaração de pandemia em relação ao novo coronavírus (Covid-19) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 demarço de 2020, assim como a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), em 30 de janeiro de 2020;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificados comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS no 188/2020, declarou "emergência em saúde pública deimportância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgente demedidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979/2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública deimportância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê, como medidas para o enfrentamento da infecção, o isolamento, a quarentena, adeterminação de realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicosespecíficos;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 13.979/2020, em seu artigo 3º, II, § 1º, autoriza a adoção da quarentena, desde que embasada emevidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde;CONSIDERANDO que o inciso II do art. 2º da Lei Federal nº 13.979/2020 inclui a restrição de atividades dentre o rol de medidas que podem seradotadas durante a quarentena;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS no 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei no13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, instado a se manifestar sobre a divisão constitucional de competência legislativa entre União,Estados, Municípios e Distrito Federal, no que se refere à edição de atos normativos voltados ao enfretamento do COVID- 19, assegurou oexercício de competência concorrente dos Governos Estaduais e Distrital, bem assim suplemenar m relação aos Governos Municipais (ADI 6341e ADPF 672);CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, além de reconhecer a necessidade de pautar-se imperativamente pelas conclusões dacomunidade científica nacional e internacional em matéria de saúde, possui jurisprudência consolidada no sentido de que, em matéria de tutelaao meio ambiente e à saúde pública, devem-se observar os princípios da precaução e da prevenção (ADI 5592, ADI 4066, RE 627189);

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2.17. 1ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PIRACURUCA-PI11569

CONSIDERANDO que, nas recentes decisões concessivas de liminar nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental de nº 668 e669, em curso no Pretório Excelso, foi consignado pelo Min. Roberto Barroso que "havendo qualquer dúvida científica acerca da adoção damedida sanitária de distanciamento social - o que, vale reiterar, não parece estar presente - a questão deve ser solucionada em favor do bemsaúde da população.";CONSIDERANDO que os Municípios, no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, somente estão autorizadosa intensificar o nível deproteção estabelecidos pela União e pelo Estado mediante a edição de atos normativos que venham a tornar mais restritivas as medidasconcebidas pelos referidos entes federativos;CONSIDERANDO que os Municípios, no exercício de sua competência legislativa suplementar em matéria de saúde, não poderão confrontar asnormas estaduais;CONSIDERANDO que os Decretos Estaduais de nº 18.901, de 19 de março de 2020; nº 18.902, de 23 de março de 2020; e nº 18.913, de 30 demarço de 2020, pautados em informações técnicas e científicas, adotaram a quarentena no Estado do Piauí, suspendendo atividades comerciaise de prestação de serviços;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelos Decretos Estaduaisde nº 18.901 e 18.902 até 21 de maio de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, prorrogou as medidas sanitárias impostas pelo Decreto Estadual denº 18.913 até 31 de julho de 2020;CONSIDERANDO a natureza transfronteiriça do COVID-19, que não se compatibiliza com a invocação de interesse local para a adoção demedidas mais brandas daquelas estabelecidas a nível estadual;CONSIDERANDO que a alta escalabilidade viral do COVID-19 impõe a necessidade de robusta infraestrutura hospitalar (pública ou privada),com profissionais qualificados, leitos e aparelhos respiradores em número suficiente para atender a população infectada;CONSIDERANDO que, mesmo com a adoção de medidas sanitárias, é fato amplamente noticiado que grandes centros urbanos do país jáatingiram a capacidade máxima de atendimento de pacientes na rede hospitalar;CONSIDERANDO que está além da capacidade operacional e financeira de qualquer centro médico deste Estado atender à demanda por leitosem caso de interrupção das medidas sanitárias de controle;CONSIDERANDO o efeito do descontrole na disseminação viral coloca em situação de extremo perigo a população, sendo, por ora,indispensáveis as medidas sanitárias transitórias de quarentena para evitar a sobrecarga e o colapso do sistema de saúde;CONSIDERANDO, também, que a flexibilização das restrições pode atrair pessoas residentes em outras localidades, repercutindo no contágioem municípios fronteiriços e provocando aglomeração de um número imprevisível de pessoas;CONSIDERANDO a limitação da capacidade hospitalar no País e que o aumento do número de pessoas infectadas pressionará a carga nosistema de saúde, especialmente do Estado do Piauí, em que os picos das epidemias de Dengue e Influenza contribuem para o aumento donúmero de internações;CONSIDERANDO o papel de toda a sociedade no esforço conjunto de conter a disseminação da doença (COVID-19), respeitando-se os direitosfundamentais de toda a população, a partir de uma perspectiva de solidariedade social;CONSIDERANDO a crescente disseminação do vírus SARS- CoV-2 no Brasil, contando com 96.559 (noventa e seis mil, quinhentos e cinquentae nove) casos confirmados e 6.750 (seis mil, setecentos e cinquenta) mortes oficialmente informadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde,dados coletados até o três de maio corrente, inclusive com vítimas jovens;CONSIDERANDO que, mesmo diante do grande número de casos confirmados, há suspeita de subnotificação da doença;RESOLVE, com o objetivo de resguardar a saúde pública, RECOMENDAR aos Prefeitos dos Municípios de Pedro II, Lagoa de São Francisco,Milton Brandão e Domingos Mourão que, no prazo de quarenta e oito horas:- DETERMINEM, por meio de ato apropriado, caso ainda não tenham providenciado, a medida de suspensão das atividades comerciais e deprestação de serviços impostas pelos Decretos Estaduais nº 18.901 e nº. 18.902, até, pelo menos, 21 de maio de 2020, data fixada pelo DecretoEstadual nº 18.966/2020;- DETERMINEM a prorrogação da medida sanitária de suspensão das aulas da rede pública municipal e privada até 31 de julho de 2020, naforma do Decreto Estadual nº 18.966/2020;III- emitam decreto prorrogando as medidas sanitárias estabelecidas nos anteriores decretos municipais, também os adequando aosdecretos estaduais, em caso de eventual dissonância ou confrontação, dando continuidade às ações de enfrentamento à disseminação donovo coronavírus;- ABSTENHAM-SE de editar atos normativos que relativizem ou confrontem diametralmente com as disposições constantes nos decretosestaduais sobreditos e ANULEM OU REVOGUEM os que já foram editados;- Fixa-se o prazo de quarenta e oito horas, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presente Recomendação, devendo enviarmanifestação e esclarecimento sobre as providências adotadas ao endereço eletrônico [email protected] do acatamento ou rejeição aos termos deste ato recomendatório, ficam requisitados os decretos que tenham sido publicadospor cada municipalidade e ainda não remetidos a este órgão, especialmente os editados posteriormente ao Decreto Estadual nº 18.966/2020.Desde já, adverte-se que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas cabíveis, inclusive judiciais, servindo opresente instrumento à caracterização da ciência da autoridade destinatária sobre as irregularidades aqui suscitadas, para viabilizar possíveis efuturas responsabilizações.Encaminhe-se cópia ao CAODS e ao Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público, para publicação.

AVELAR MARINHO

Pedro II, 04 deAsmsinaadiooddeefo2rm0a2d0ig.italpor AVELAR MARINHOFORTES DOFORTES DOREGO:6160594834 REGO:61605948349

17:08:57 -03'00'

9 Avelar MarinDhadoosF: 2o0r20t.e0s5.0d4o Rêgo Promotor de Justiça

1ª Promotoria de Justiça de PiracurucaAv. Landri Sales, nº 545, Centro, CEP 64.240-000, Piracuruca - PIProcedimento Investigatório Criminal nº 004/2020PORTARIA Nº 016/2020O Ministério Público do Estado do Piauí, pela 1ª Promotoria de Justiça de Piracuruca, com esteio nos arts. 127 e 129, da Constituição Federal,

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2.18. 24ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA-PI11570

c/c art. 1º1 e seguintes da Resolução CNMP nº 181/2017, que regulamenta a instauração de Procedimentos Investigatórios Criminais peloMinistério Público.CONSIDERANDO que o art. 1º da Resolução nº 181 do CNMP estabelece que "o procedimento investigatório criminal é instrumento sumário edesburocratizado de natureza administrativa e investigatória, instaurado e presidido pelo membro do Ministério Público com atribuição criminal, eterá como finalidade apurar a ocorrência de infrações penais de iniciativa pública, servindo como preparação e embasamento para o juízo depropositura, ou não, da respectiva ação penal";Considerando o atendimento realizado nesta 1º Promotoria de Justiça na data de 10/03/2020, onde Vinicius Ascaris Mota, relatou que foiameaçado por João Victor Brito Oliveira Torres, tendo para tanto declinado testemunhas que presenciaram os fatos;Considerando a instauração da Notícia de Fato nº 005/2020, no âmbito desta 1ª Promotoria de Justiça, cujo o objetivo era apurar possívelprática do delito de ameaça, previsto no art. 147, do Código Penal, por parte de João Victor Brito Oliveira Torres, contra o ofendido ViniciusAscaris Mota;Considerando ainda o Boletim de Ocorrência de nº 011492/2020 registrado pela vítima Vinicius Ascaris Mota na Delegacia de Polícia dePiracuruca, relatando que na data de 10 de março 2020, por volta das 10h00min, no Fórum Dr. Walter Spíndola e Silva nesta urbe, João VictorBrito Oliveira Torres, ao sair sala de audiências proferiu ameaça contra sua pessoa dizendo: "Quando eu sair do Presídio vou comer teucoração com farinha, safado";Considerando que, o art. 147 do Código Penal, tipifica como crime de ameaça: "Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualqueroutro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave";Considerando por fim a necessidade de oferecimento de denúncia, o que não se mostra viável no bojo da Notícia de Fato destinada tão somentea diligências preliminares;Converta-se a Notícia de Fato nº 005/2020 no Procedimento Investigatório Criminal nº 004/2020, determinando-se, desde já:1 - Sejam procedidas as alterações necessárias à identificação do procedimento, tais como capa, numeração adequada das folhas e do PIC;2 - Seja comunicada a instauração do PIC ao Conselho Superior do MPPI e ao CAOCRIM, com cópia da portaria, por meio eletrônico;3 - Seja minutada a denúncia sobre os fatos narrados no presente procedimento;4- Publique-se a presente portaria no Diário Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí;5 - Seja registrada a instauração do presente PIC no livro competente e no SIMP;Piracuruca (PI), 04 de maio de 2020MÁRCIO GIORGI CARCARÁ ROCHAPromotor de Justiça

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 09/2020Procedimento Administrativo nº 000129-172/2020PP.1.27.000.000403/2020-10O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por meio da Procuradoria da República no Estado do Piauí, e o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADODO PIAUÍ, através da 24ª Promotoria de Justiça de Teresina-PI, com fundamento no art. 27, parágrafo único, IV, da Lei Federal n° 8.625/93(Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), e ainda,Considerando que ao Ministerio Publico incumbe a defesa da ordem juridica, do regime democratico e dos interesses sociais e individuaisindisponiveis, e que o Ministerio Publico tem como funcoes institucionais a promocao do inquerito civil e da acao civil publica para a protecao dopatrimonio publico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, nos termos dos arts. 127, caput, e 129, II e VI, daConstituicao da República;Considerando que, conforme o art. 129, II, da Constituicao da República, e funcao institucional do Ministerio Publico zelar pelo efetivo respeitodos Poderes Publicos e dos servicos de relevancia publica aos direitos assegurados nesta Constituicao, promovendo as medidas necessarias asua garantia;Considerando que a Procuradoria da República no Estado do Piauí instaurou o Procedimento Preparatório n. 1.27.000.000403/2020-10, com oobjetivo de acompanhar a atuação do órgão ambiental federal na proteção de áreas do bioma Mata Atlântica em Teresina-PI, em face de recenteorientação do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Despacho nº 4.410/2020[1];Considerando que esse Despacho, em alteração de entendimento consolidado, reconheceu a prevalência do Código Florestal (Lei Federal nº12.651/2012) sob a Lei da Mata Atlântica (Lei Federal nº 11.428/2006), permitindo, a partir de agora, a consolidação de ocupação de Áreas dePreservação Permanente e de Reserva Legal desmatadas ilegalmente até 22 de julho de 2008 em áreas do bioma Mata Atlântica;Considerando que, visando a aferir a aplicação pelo órgão ambiental estadual do mesmo Despacho, a 24ª Promotoria de Justiça de Teresina-PI,Meio Ambiente e Urbanismo, instaurou o Procedimento Administrativo nº 045/2020;Considerando que cabe ao Ministerio Publico a expedicao de recomendacoes, visando a melhoria dos servicos de relevancia publica, bem comoo respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoavel para a adocao das providencias cabiveis;Considerando que o art. 225 da Constituicao da República estabelece que todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bemde uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Publico e a coletividade o dever de defende-lo e preserva-lopara as presentes e futuras geracoes, de modo que o direito constitucional ao meio ambiente equilibrado implica, necessariamente, no correlatodever fundamental de atuacao protetiva do meio ambiente pelos orgaos publicos;Considerando que o art. 23, VII, dispõe sobre a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para apreservação das florestas, da fauna e da flora;Considerando o conceito de área rural consolidada trazido pela Lei Federal nº 12.651/2012 para as Áreas de Preservação Permanente eReservas Legais situadas em imóveis rurais, e que foram desmatadas e objeto de ocupação antrópica anteriormente à data de 22 de julho de2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio)[2];Considerando que a Mata Atlântica foi elevada pelo art. 225, § 4o, da Constituição da República, ao status de patrimônio nacional, assim comose dispôs que a sua utilização apenas pode ocorrer, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente,inclusive quanto ao uso dos recursos naturais;Considerando que o bioma Mata Atlântica apresenta alto índice de biodiversidade da flora e da fauna:(...) as projeções são de que possua cerca de 20.000 espécies de plantas, ou seja, entre 33% e 36% das existentes no País. Em relação à faunaos levantamentos indicam que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 demamíferos e cerca de 350 espécies de peixes. Por outro lado, a Mata Atlântica abriga também o maior número de espécies ameaçadas: são 185espécies de vertebrados ameaçados (69,8 % do total de espécies ameaçadas no Brasil), dos quais 118 aves, 16 anfíbios, 38 mamíferos e 13répteis. Das 472 espécies da flora brasileira que constam da Lista Oficial de Espécies ameaçadas de Extinção, 276 espécies (mais de 50%) sãoda Mata Atlântica. (...) [3]Considerando que a preservação da biodiversidade da Mata Atlântica exerce inúmeras funções das quais dependem a maior parcela dapopulação brasileira, podendo-se citar exemplificativamente: a) o fornecimento de água potável oriunda dos mananciais; b) controle daestabilidade do solo, evitando o assoreamento dos rios, enchentes e o deslizamento de encostas e morros, o que poupa vidas e diversos outrosprejuízos ambientais, econômicos e sociais; c) controle térmico, de precipitações pluviométricas mais extremas, de elevação do nível do mar e deoutros eventos catastróficos; d) controle da desertificação; e) nas cidades, ajuda a diminuir o desconforto do calor, traz melhoria na qualidade do

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ar, a redução na velocidade dos ventos e na poluição sonora, o auxílio na retenção e escoamento de águas pluviais e uma melhoria na estéticaurbana; f) aspecto paisagístico e o bem-estar físico e psíquico; g) turismo, etc.;Considerando a importância de lembrar, especialmente em tempos da pandemia do coronavírus, que há diversos estudos científicos queapontam a relação entre o desmatamento e diminuição da biodiversidade nos ecossistemas com o aparecimento e ampliação das doençasemergentes e reemergentes[4];Considerando que, no Brasil, segundo o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases ("SEEG") do Observatório do Clima, a maior fonte degases de efeito estufa decorre do desmatamento e das mudanças de uso de solo;Considerando que aproximadamente cento e cinquenta milhões de brasileiros que vivem na abrangência do bioma Mata Atlântica dependemdireta ou indiretamente das múltiplas e indispensáveis funções ambientais mencionadas, e que a preservação e recuperação dos remanescentesde vegetação do bioma Mata Atlântica também são essenciais para a sustentabilidade econômica brasileira;Considerando que, desde o ano de 1990, a legislação federal especial prevê um regime diferenciado de utilização e preservação da MataAtlântica em relação aos demais biomas brasileiros, o que se justifica em razão da sua submissão histórica a um processo desenfreado desupressão e degradação, bem como diante da necessidade de atendimento ao comando constitucional previsto expressamente no art. 225, § 4º,da Constituição da República;Considerando que a Lei Federal nº 11.428/2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do bioma Mata Atlântica,determina em seu art. 5º que:"Art. 5º A vegetação primária ou a vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração do Bioma Mata Atlântica não perderão estaclassificação nos casos de incêndio, desmatamento ou qualquer outro tipo de intervenção não autorizada ou não licenciada."Considerando que, no âmbito de abrangência do bioma Mata Atlântica, se as ocupações de Áreas de Preservação Permanente ou de ReservaLegal se originaram de desmatamento, incêndio ou qualquer outra intervenção não autorizada, o art. 5º da Lei Federal nº 11.428/2006 exige amanutenção do tratamento legal conferido ao estágio de sucessão de regeneração da vegetação anteriormente à promoção do seu corte ousupressão não autorizados e, consequentemente, inviabiliza a aplicação dos arts. 61-A, 61-B e 67 da Lei Federal nº 12.651/2012 e qualquerpretensão de consolidação de ocupação desses espaços;Considerando que quanto aos desmatamentos não autorizados de vegetação do bioma Mata Atlântica, inclusive se situados em Áreas dePreservação Permanente e Reservas Legais, não se permite a compensação ambiental em outros locais, nos termos do art. 17, § 2º, da LeiFederal nº 11.428/2006[5];Considerando a clara especialidade da Lei da Mata Atlântica (Lei Federal nº 11.428/2006) em relação à Lei Federal nº 12.651/2012, porque, emresumo: a) a Lei da Mata Atlântica possui abrangência apenas em relação a esse bioma (13% do território nacional), o qual possui razõesconcretas para a aplicação de um regime especial até mesmo em obediência ao disposto no art. 225, § 4º, da Constituição da República; b) o art.1o da Lei Federal nº 11.428/2006 demonstra a relação de complementariedade dessa lei quanto à legislação ambiental aplicável direta ouindiretamente no âmbito de abrangência do aludido bioma, tal como ocorre com o tratamento genérico atribuído pela Lei Federal nº 12.651/2012à vegetação, às Áreas de Preservação Permanente e às áreas de Reserva Legal[6]; c) a repercussão criminal às agressões à vegetação dobioma Mata Atlântica, diferentemente das vegetações dos demais biomas, baseia-se em tipo penal específico inserido no art. 38-A da Lei Federalnº 9.605/98; d) a Lei Federal nº 12.651/2012 não revogou a Lei Federal nº 11.428/2006 e eventuais conflitos normativos devem ser resolvidos apartir do cumprimento do princípio lex posteriori generalis non derogat priori specialli;Considerando que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro[7] estatui em seu art, 2º, parágrafos 1º e 2º, que a lei geral, ainda queposteriormente editada, não prevalece sobre a lei especial se esta não foi expressamente revogada:"Art. 2º Não se destinando a vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente amatéria de que tratava a lei anterior.§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior."Considerando a especialidade da Lei Federal nº 11.428/2006 impõe a sua prevalência sobre a Lei Federal nº 12.651/2012 nas questões deconflito aparente de normas mencionadas;Considerando que o Superior Tribunal de Justiça - STF, já declarou uma relação de coexistência e complementariedade da Lei da Mata Atlânticaem relação aos demais microssistemas-irmãos que compõem a ordem jurídica florestal[8] e que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região jádeterminou a aplicação da Lei da Mata Atlântica em detrimento do Código Florestal e da Resolução CONAMA nº 369/2006, no que tange àconfiguração das hipóteses de utilidade pública e interesse social, com base no princípio da especialidade[9];Considerando que, desde a data de 26 de setembro de 1990, a legislacao especial sobre a Mata Atlantica torna incompativel a eventualpretensao de consolidacao de áreas de desmatamento ou intervencao nao autorizada em razao da aplicacao do art. 1º do Decreto Federal nº99.547/90 (em vigencia de 26 de setembro de 1990 ate 10 de fevereiro de 1993) e do art. 8º do Decreto Federal nº 750/93 (em vigencia de 10 defevereiro de 1993 ate 26 de dezembro de 2006) e da Lei Federal nº 11.428/2006, em vigência a partir de 26 de dezembro de 2006;Considerando, no entanto, que por provocação do setor econômico vinculado ao agronegócio e do Ministério de Agricultura e Pecuária eAbastecimento (MAPA), o Ministro do Meio Ambiente publicou, na data de 06.04.2020, o Despacho nº 4.410/2020, que permite a consolidação deocupação de Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal desmatadas ilegalmente até 22 de julho de 2008, em áreas do bioma MataAtlântica;Considerando que o parecer emitido pela AGU e que deu base ao Despacho nº 4.410/2020 emitido pelo Ministro do Meio Ambiente:a) equivoca-se ao expor como motivação uma preocupação exclusivamente econômica de origem localizada em pequena porção da abrangênciado bioma Mata Atlântica (Campos de Altitude situados na região sul do Brasil), materializada por um estudo unilateral promovido pela Embrapa,que além das claras impropriedades técnicas, não contém qualquer levantamento específico a respeito da ocupação ou não das Áreas dePreservação Permanente para fins de discussão sobre a pretensa aplicação dos arts. 61-A e 61-B da Lei Federal nº 12.651/2012, e que, portanto,não pode sequer constituir fundamento para tratar da realidade econômica em toda a abrangência do bioma Mata Atlântica (17 Estados daFederação) e, por consequência, pretender afastar a prevalência da especialidade da Lei Federal nº 11.428/2006;b) equivoca-se ao afirmar que os arts. 61-A e 61-B da Lei Federal nº 12.651/2012 devem ser aplicados ao bioma Mata Atlântica em razão doSupremo Tribunal Federal não ter feito ressalva, nas ações que discutiam a inconstitucionalidade da Lei Federal nº 12.651/2012, "quanto àaplicabilidade do seu entendimento a determinadas frações do território brasileiro", isso porque se deve presumir que Corte Suprema tem comopraxe respeitar os princípios gerais do direito, tal como o princípio lex posteriori generalis non derogat priori specialli, e a Lei de Introdução àsNormas do Direito Brasileiro, e portanto, que não tergiversaria a especialidade da Lei da Mata Atlântica;c) equivoca-se ao afirmar não haver antinomia entre a Lei Geral e a Lei Especial, pois olvida que a Lei Federal nº 11.428/2006 não permite, noâmbito específico da abrangência do bioma Mata Atlântica, a consolidação de ocupação de vegetação nativa desmatada ilegalmente, ao contráriodo que preveem de modo geral os arts. 61-A, 61-B e 67 da Lei Federal nº 12.651/2012;d) equivoca-se ao defender que o fato da Lei Federal nº 11.428/2006 não regular de modo completo o tratamento das Áreas de PreservaçãoPermanente implicaria na obrigatoriedade de aplicação dos arts. 61-A e 61-B da Lei Federal nº 12.651/2012, mesmo claramente em prejuízo àproteção do bioma Mata Atlântica e em afronta ao seu regime jurídico especial, tanto que se assim fosse, a mesma lógica obtusa seria aplicadaindevidamente a todas as Unidades de Conservação de Proteção Integral, também regidas por uma legislação especial que trata do SistemaNacional de Unidades de Conservação (Lei Federal nº 9.985/2000) e que não regula as Áreas de Preservação Permanente;e) equivoca-se e se contradiz ao afirmar que não haveria antinomia entre a Lei Geral (Lei Federal nº 12.651/2012) e a Lei Especial (Lei Federal nº11.428/2006) porque apenas haveria a incidência da Lei da Mata Atlântica em relação aos remanescentes de vegetação nativa e não às áreas jáocupadas, olvidando que não somente a Lei Federal nº 11.428/2006 não admite consolidação de áreas ilegalmente desmatadas (arts. 5º e 17, §

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2º) como a legislação especial que a antecedeu também continha idêntica vedação (art. 8º do Decreto Federal nº 750/1993), legislação essainclusive citada expressamente no referido parecer;Considerando que o cumprimento e aplicação do Despacho nº 4.410/2020 emitido pelo Ministro do Meio Ambiente tem como consequênciadireta negar vigência à Lei da Mata Atlântica, em especial à vedação de consolidação de ocupação de Áreas de Preservação Permanente e deReserva Legal situadas em imóveis abrangidos pelo bioma Mata Atlântica, proveniente de desmatamento ou intervenção não autorizada a partirde 26 de setembro de 1990;Considerando que o cumprimento e aplicação do Despacho nº 4.410/2020 emitido pelo Ministro do Meio Ambiente também pode implicar nocancelamento indevido de milhares de autos de infração ambiental e termos de embargos lavrados a partir da constatação de supressões, cortese intervenções danosas e não autorizadas à Mata Atlântica, assim como na abstenção indevida da tomada de providência e do regular exercíciodo poder de polícia em relação a desmatamentos ilegais;Considerando que a responsabilidade civil por danos ambientais e objetiva e solidaria, podendo alcancar todos aqueles que, por acao ouomissao, contribuirem para a degradacao do meio ambiente ou para a sua consolidação, conforme arts. 3º, IV, e 14, §1º da Lei Federal nº6.938/81;Considerando que a Recomendação Administrativa é um importante instrumento de que dispõe o Ministério Público para ver respeitado oordenamento jurídico sem que haja a necessidade da judicialização de eventuais conflitos, alertando seus destinatários sobre a existência denormas vigentes e da necessidade de seu estrito cumprimento, sob pena de responsabilização;RECOMENDAM, nos termos do art. 27, inciso II, da Lei Federal nº 8.625/93:a) ao atual Superintendente Estadual do IBAMA, Sr. San Martin Coqueiro Linhares, ou quem vier a lhe fazer as vezes no futuro, que seabstenha de aplicar o entendimento fixado no Despacho nº 4.410/2020 emitido pelo Ministro do Meio Ambiente, assim como de promoverqualquer ato tendente ao cancelamento de autos de infração ambiental, termos de embargos e interdição e termos de apreensão lavrados combase na constatação de ocupação de Áreas de Preservação Permanente com atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural, oude ocupação de áreas de Reserva Legal com uso alternativo do solo, proveniente de desmatamento ou intervenção não autorizada a partir de 26de setembro de 1990 até 22 de julho de 2008;b) à atual Secretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Sra. Sádia Gonçalves de Castro, ou quem vier a lhe fazer as vezesno futuro, que:b.1) se abstenha de aplicar o entendimento fixado no Despacho nº 4.410/2020 oriundo do Ministro do Meio Ambiente, assim como de promoverqualquer ato tendente ao cancelamento de autos de infração ambiental, termos de embargos e interdição e termos de apreensão lavrados combase na constatação de ocupação de Áreas de Preservação Permanente com atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural, oude ocupação de áreas de Reserva Legal com uso alternativo do solo, proveniente de desmatamento ou intervenção não autorizada a partir de 26de setembro de 1990 até 22 de julho de 2008;b.2) se abstenha de aplicar o entendimento fixado no Despacho nº 4.410/2020 oriundo do Ministro do Meio Ambiente, no âmbito da análise dosCadastros Ambientais Rurais que indicarem pretensão, com base nos arts. 61-A, 61-B e 67 da Lei Federal nº 12.651/2012, de consolidação deocupação de Áreas de Preservação Permanente com atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural, ou de ocupação de áreas deReserva Legal com uso alternativo do solo, promovendo, sem prejuízo de outras diligências, a verificação por meio de imagens aéreas ou desatélite se a referida consolidação foi proveniente de desmatamento ou intervenção não autorizada a partir de 26 de setembro de 1990;b.3) na hipótese de constatação de que a pretensa consolidação em Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal foi proveniente dedesmatamento ou intervenção não autorizada a partir de 26 de setembro de 1990, abstenha-se de homologar os Cadastros Ambientais Ruraissem que haja a celebração de Termo de Compromisso para a recuperação integral das áreas, assim como se abstenha de emitir Certidão deRegularidade Ambiental.Como dever funcional, prevenindo atuais e futuras infracoes aos interesses difusos coletivos que defende, o Ministerio Publico expede apresente, para o fim de: (a) dar ciencia e constituir em mora o(s) destinatario(s) quanto ao objeto da Recomendacao, que, em caso dedescumprimento injustificado, podera implicar na adocao de todas as providencias judiciais cabíveis, em sua maxima extensao, para a defesa daordem juridica; (b) comprovar o dolo do(s) destinatario(s), se vier(em) a praticar quaisquer atos em desacordo com a legislacao vigente, pois arecomendacao evidenciara a ciencia dos dispositivos legais citados e das penalidades decorrentes de eventual descumprimento destas, paratodos os fins.Comuniquem-se aos destinatários, assinalando-lhes o prazo máximo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento desta, para que informemexpressamente se acataram essa Recomendação e quais as providências adotadas, através dos e-mails [email protected] [email protected], ressaltando-se que o silêncio será entendido como não acatamento.Cumpra-se.Teresina/PI, 30 de abril de 2020.______________________________________TRANVANVAN DA SILVA FEITOSAProcurador da República______________________________________GIANNY VIEIRA DE CARVALHOPromotora de Justiça[1]. No Diário Oficial da União (DOU) de 06/04/2020, seção 1, página 74, foi publicado o Despacho nº 4.410/2020, do Ministro do Meio Ambiente,que aprova a Nota nº 00039/2020/CONJUR-MMA/CGU/AGU e revoga o Despacho nº 64773/2017- MMA, tendo em vista o PARECER nº00115/2019/DECOR/CGU/AGU, aprovado pelo Advogado-Geral da União (Processo Administrativo Eletrônico NUP/Sapiens nº21000.019326/2018-18).[2]. O art. 61-A da Lei Federal Nº 12.651/2012 prevê que: "nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a continuidadedas atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008". O art. 61-B da LeiFederal Nº 12.651/2012 prevê que: "aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008, detinham até 10 (dez)módulos fiscais e desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente é garantido que aexigência de recomposição, nos termos desta Lei, somadas todas as Áreas de Preservação Permanente do imóvel, não ultrapassará: I - 10%(dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com área de até 2 (dois) módulos fiscais; II - 20% (vinte por cento) da área total doimóvel, para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) e de até 4 (quatro) módulos fiscais". Já o art. 67 da Lei Federal Nº 12.651/2012 prevêque: "nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que possuam remanescente devegetação nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a Reserva Legal será constituída com a área ocupada com a vegetação nativaexistente em 22 de julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo".[3]. É o que afirmou sobre a Mata Atlântica brasileira a ex-Ministra do Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira, in: CAMPANILI, Maura;SCHAFFER, Wigold Bertoldo (Org.). Mata Atlântica: patrimônio nacional dos brasileiros. Brasília: MMA, 2010. p.10.[4]. A título de exemplo, cita-se o estudo realizado por Jean Carlos Ramos Silva sobre a relação da biodiversidade e a saúde na Mata Atlântica.In: SILVA, Jean Carlos Ramos. Biodiversidade e Saúde. In: FRANKE, Carlos Roberto; ROCHA, Pedro Luis Bernardo da.; KLEIN, Wilfried;GOMES, Sérgio Luiz (Org.). Mata Atlântica e biodiversidade. Salvador: Edufba, 2005.[5]. Art. 17 (...) § 2º A compensação ambiental a que se refere este artigo não se aplica aos casos previstos no inciso III do art. 23 desta Lei ou decorte ou supressão ilegais.[6]. Vide art. 1º da Lei Federal nº 12.651/2012.

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2.19. DIREÇÃO DE SEDE DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE PARNAÍBA - PI11571

[7]. Instituída pelo Decreto-Lei Federal nº 4.657/42, mas com redação dada pela Lei Federal nº 12.376/2010.[8]. "(...) A ordem juridica florestal , no cotejo com a ordem juridica ambiental , e tao so uma entre varias que no corpo desta se alojam, prisioneiraaquela de inescapavel vocacao de unidade e coexistencia harmonica com os microssistemas-irmaos elementares e tematicos (faunistico, hidrico,climatico, de Unidades de Conservacao, da Mata Atlantica), tudo em posicao de subserviencia aos dominios da norma constitucional e da nave-mae legislativa ambiental - a Lei da Politica Nacional do Meio Ambiente -, que a eles todos se sobrepoem e contra eles todos prevalecem.Dispensavel, nesse diapasao, advertir que a possibilidade de conflito somente se coloca entre duas normas que se encontrem, hierarquicamente,em pe de igualdade". (STJ, PET no REsp 1240122/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/10/2012, DJe19/12/2012).[9]. "(...) Ocorre que esta Resolução foi editada antes da Lei Federal nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização eproteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, cuja Lei, por ser especial, elenca taxativamente os casos de utilidade pública ou interessesocial autorizativos da supressão dessa vegetação específica, e, dentre eles, não se enquadra a atividade minerária. Esse artigo da Resolução,portanto, não tem eficácia ou validade perante a Lei Federal nº 11.428/2006". (TRF4, Agravo de Instrumento 2009.04.00.038102-3/SC. Des.Relatora Maria Lúcia Luz Leiria. Unanimidade. Julgamento em 20.04.2010).PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 045/2020SIMP: Nº 000129-172/2020OBJETO: Acompanhar o cumprimento integral da Recomendação Administrativa nº 09/2020, realizada em conjunto com o Ministério PúblicoFederal - MPF, expedida à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMAR e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis - IBAMA. (Mata Atlântica - Área de Preservação Permanente - APP e Reserva Legal).Representante: 24ª PJInteressado: SociedadeLocal: TERESINA-PIAutuaçãoAos 30 de Abril de 2020, autuei a Portaria nº 111/2020, com os documentos que acompanham. Eu, _____ Assessora de Promotoria, autuei esubscrevo.PORTARIA Nº 111/2020Procedimento Administrativo nº 045/2020Objeto: Acompanhar o cumprimento integral da Recomendação Administrativa nº 09/2020, realizada em conjunto com o Ministério PúblicoFederal - MPF, expedida à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMAR e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis - IBAMA. (Mata Atlântica - Área de Preservação Permanente - APP e Reserva Legal).O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 24ª Promotoria de Justiça de Teresina-PI, por intermédio da Promotora deJustiça em exercício nesta promotoria, no uso de suas atribuições legais, e,CONSIDERANDO que a Resolução nº 174/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público prescreve em seu artigo 8º que "o procedimentoadministrativo é o instrumento próprio da atividade - fim destinado a: II - acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ouinstituições";CONSIDERANDO que o Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, como preceitua o art. 127 da Carta Magna;CONSIDERANDO que o Ministério Público tem o dever de adotar medidas preventivas, frente à proteção dos interesses individuais indisponíveis,difusos e coletivos relativos ao consumidor;CONSIDERANDO a necessidade deste Procedimento Administrativo para acompanhar o cumprimento integral da RecomendaçãoAdministrativa nº 09/2020, realizada em conjunto com o Ministério Público Federal - MPF, expedida à Secretaria Estadual do Meio Ambiente eRecursos Hídricos - SEMAR e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. (Mata Atlântica - Área dePreservação Permanente - APP e Reserva Legal).R E S O L V E:Instaurar o presente PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 045/2020, na forma do Art. 8º, da Resolução nº 174/2017, do Conselho Nacionaldo Ministério Público, com a finalidade de acompanhar o cumprimento integral da Recomendação Administrativa nº 09/2020, realizada emconjunto com o Ministério Público Federal - MPF, expedida à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMAR e ao InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. (Mata Atlântica - Área de Preservação Permanente - APP e ReservaLegal).REGISTRE-SE E CUMPRA-SE.Teresina-PI, 30 de abril de 2020.GIANNY VIEIRA DE CARVALHOPromotora de Justiça

PORTARIA DA DIREÇÃO DA SEDE DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE PARNAÍBA/PIAUÍRetifica a escala semanal de audiências de custódia nos dias úteis dos meses de setembro de 2019 a agosto de 2020, para as Promotorias deJustiça Criminais em Parnaíba/PI.O DIRETOR DA SEDE DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE PARNAÍBA, Dr. Edilvo Augusto de Oliveira Santana, no uso de suasatribuições normativas,CONSIDERANDO que o Ato PGJ/PI nº 822/2018, em seu art. 3º, inciso VI, estabeleceu ser atribuição do Coordenador do Núcleo dasPromotorias de Justiça Criminais a elaboração e publicação, quando necessárias, das escalas de participações dos Promotores de Justiçaintegrantes do Núcleo em audiências judiciais, na forma da Resolução CPJ nº 03/2018;CONSIDERANDO que o Ato PGJ/PI nº 823/2018, em seu art. 3º, §2º estabeleceu que inexistindo na Comarca o Coordenador de Núcleo dePromotorias de Justiça, asatribuições deste competem ao Diretor de sede;CONSIDERANDO que o atual coordenador do Núcleo das Promotorias de Justiça Criminais está exercendo o Cargo de Subprocurador deJustiça Administrativo na cidade de Teresina/PI;CONSIDERANDO que o Núcleo das Promotorias de Justiça Criminais em Parnaíba é composto por 04 (quatro) unidades ministeriais, quaissejam: 05ª, 06ª, 07ª e 08ª Promotorias de Justiça;CONSIDERANDO que, atualmente, a 05ª Promotoria de Justiça está sob respondência do titular da 01ª Promotoria de Justiça de Parnaíba;CONSIDERANDO que, atualmente, a 06ª Promotoria de Justiça está sob respondência do titular da 07ª Promotoria de Justiça de Parnaíba;CONSIDERANDO que a administração pública deve orientar-se pelo princípio da eficiência, dentre outros, nos termos do art. 37 da Carta daRepública de 1988, a fim de que, no âmbito do Sistema de Justiça, Ministério Público e Judiciário, em união de esforços, possam entregar, emtempo razoável, escorreita prestação jurisdicional à sociedade;CONSIDERANDO a inexistência de oposição formal à sequência e continuidade da escala de audiências anteriormente estabelecida;CONSIDERANDO que, ao longo da semana, as audiências de custódia em Parnaíba estão sendo realizadas por magistrado designado para talfim;

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação: Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

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CONSIDERANDO a necessidade de se estabelecer critério objetivo e impessoal para a distribuição dos trabalhos, o que aqui se faz tomando porreferência todo o quanto acima anotado,RESOLVE:DESIGNAR, sem prejuízo de eventuais participações "ad hoc" de órgãos ministeriais com atribuição criminal em Parnaíba, osPromotores de Justiça, titulares ou respectivos substitutos, das Promotorias de Justiça abaixo discriminadas, todos com atuação naárea criminal, para participarem das audiências de custódia na Comarca de Parnaíba/PI nos dias úteis dos meses de setembro de 2019a agosto de 2020, conforme escala abaixo:

PROMOTORIA DE JUSTIÇA DATAS (POR SEMANA)

02 de setembro a 06 de setembro

30 de setembro a 03 de outubro

28 de outubro a 01º de novembro

5ª Promotoria 25 de novembro a 29 de novembro

07 de janeiro a 10 de janeiro

03 de fevereiro a 07 de fevereiro

02 de março a 06 de março

30 de março a 03 de abril

27 de abril a 30 de abril

25 de maio a 29 de maio

22 de junho a 26 de junho

29 de junho a 03 de julho

20 de julho a 24 de julho

17 de agosto a 21 de agosto

09 de setembro a 13 de setembro

07 de outubro a 11 de outubro

04 de novembro a 08 de novembro

6ª Promotoria 02 de dezembro a 06 de dezembro

13 de janeiro a 17 de janeiro

10 de fevereiro a 14 de fevereiro

09 de março a 13 de março

06 de abril a 08 de abril

04 de maio a 08 de maio

01 de junho a 05 de junho

29 de junho a 03 de julho

27 de julho a 31 de julho

24 de agosto a 28 de agosto

16 de setembro a 20 de setembro

14 de outubro a 18 de outubro

11 de novembro a 14 de novembro

7ª Promotoria 09 de dezembro a 13 de dezembro

20 de janeiro a 24 de janeiro

17 de fevereiro a 21 de fevereiro

16 de março a 20 de março

13 de abril a 17 de abril

11 de maio a 15 de maio

08 de junho a 12 de junho

06 de julho a 10 de julho

03 de agosto a 07 de agosto

31 de agosto a 04 de setembro

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 627 Disponibilização: Terça-feira, 5 de Maio de 2020 Publicação: Quarta-feira, 6 de Maio de 2020

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3. OUVIDORIA []

3.1. 49ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA-PI11545

23 de setembro a 27 de setembro

21 de outubro a 25 de outubro

18 de novembro a 22 de novembro

16 de dezembro a 19 de dezembro

8ª Promotoria 27 de janeiro a 31 de janeiro

27 e 28 de fevereiro

23 de março a 27 de março

20, 22, 23 e 24 de abril

18 de maio a 22 de maio

15 de junho a 19 de junho

13 de julho a 17 de julho

10 de agosto a 14 de agosto

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE e CUMPRA-SE.Por meio eletrônico, cópias à Secretaria-Geral e à Corregedoria-Geral do MPPI, cópias às 01ª e 02ª Varas Criminais de Parnaíba/PI e cópias atodas as Promotorias Criminais de Parnaíba/PI.Direção da Sede das Promotorias de Justiça de Parnaíba, 05 de maio de 2020.EDILVO AUGUSTO DE OLIVEIRA SANTANADiretor da Sede das Promotorias de Justiça de Parnaíba

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA49ª PROMOTORIA DE JUSTIÇAAV. LINDOLFO MONTEIRO, 911 - BAIRRO DE FÁTIMA - TERESINA - PICEP: 64.049-440 - FONE: 3216-4550 / RAMAL 513 e [email protected] / Celular Institucional: (86) 9 8114-5518NOTÍCIA DE FATO Nº 005-A/2020PORTARIA Nº 053/2020 (SIMP nº 000015-383/2020)O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por intermédio da 49ª Promotoria de Justiça de Teresina, Promotoria de Justiça da Cidadaniae Direitos Humanos, no âmbito de suas atribuições legais, com fundamento nas normas do art. 129, da Constituição Federal; art. 26, inciso I,alíneas "a" a "c", e inciso II, da Lei Federal nº 8.625/93; e art. 37, inciso I, alíneas "a" e "b", e inciso II, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, ao teor do art. 127, caput, da Constituição Federal;CONSIDERANDO ser da competência do Ministério Público a defesa da ordem jurídica e dos interesses sociais e individuais, a teor do art. 127,da Constituição Federal, e art. 141, da Constituição do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público a promoção de Procedimentos Administrativos, Inquéritos Civis e Ações CivisPúblicas, para proteção de direitos difusos e coletivos, segundo o que prevê o art. 129, inciso II, da Constituição Federal;CONSIDERANDO que o teor do Ofício Nº 23/2020 - NPJDCMA Teresina, 28 de abril de 2020, oriundo da Coordenação do Núcleo dasPromotorias de Justiça da Cidadania e Meio Ambiente, o qual encaminhou a esta 49ª Promotoria de Justiça Carta Aberta pedindo providênciaspor parte do Ministério Público quanto a possíveis violações de direitos humanos na Penitenciária Professor José de Ribamar Leite, unidade dosistema prisional de Teresina;CONSIDERANDO que tal Carta Aberta fora firmada por diversas entidades, grupos de familiares, movimentos organizados da sociedade civil,partidos políticos e Conselhos de Direitos, a saber: Grupo de Pesquisa e Extensão em Direitos Humanos e Cidadania - DiHuCi - UniversidadeFederal do Piauí - UFPI; Grupo de familiares das pessoas em situação de prisão no Estado do Piauí; Grupo de Trabalho sobre Encarceramento -Universidade Federal do Piauí - UFPI; Associação de Assessoria Técnica Popular em Direitos Humanos - Coletivo Antônia Flor; Núcleo deEstudos e Pesquisa sobre Sociedade, Estado e Políticas Públicas - NUDISPP - Universidade Federal do Piauí - UFPI; Núcleo de Pesquisas sobreCrianças, Adolescentes e Jovens - NUPEC - Universidade Federal do Piauí - UFPI; Movimento Perifala - organização de jovens da Vila IrmãDulce; Centro de Defesa Ferreira de Sousa; Ocorre Diário; Programa de Ações Integradas de Promoção e Defesa de Direitos Humanos, Sociais eCidadania - PRAIDIH - Universidade Federal do Piauí - UFPI; Projeto de Assessoria Jurídica Popular - CAJUÍNA - Universidade; MovimentoOrganizar o Poder Popular - OPA 13; Partido Comunista Brasileiro - PCB-CR-PI; Corpo de Assessoria Jurídica Estudantil - CORAGE - UESPI;Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia - ABJD; Núcleo de Pesquisa sobre Africanidades e Afrodescendência - IFARADÁ -Universidade Federal do Piauí - UFPI; Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos - PI - CEDDH;CONSIDERANDO que a Carta Aberta traz relatos de práticas de tortura; falta de fornecimento regular de alimentação; falta de colchões, lençóis econdições para repouso noturno; falta de condições para manter processos de higienização nas celas e espaços comuns; disponibilizaçãoimediata dos materiais necessários para medidas de prevenção e controle (sabão líquido, álcool em gel, máscaras, higienizantes do ambiente,etc.), tudo em face decorrência da supressão de visitas, que se deu como medida de prevenção da proliferação do novo coronavírus (COVID-19);RESOLVEInstaurar a Notícia de Fato nº 005-A/2020, para adotar as medidas pertinentes à resolução da denúncia acima citada.Para tanto, DETERMINO:· Seja registrado no livro próprio e no SIMP, a instauração da presente Notícia de Fato;· Seja encaminhada cópia dessa Portaria, para conhecimento e publicação, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e daCidadania-CAODEC e ao Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí;Após, voltem-me conclusos.Cumpra-se.Teresina, 04 de Maio de 2020MYRIAN LAGO

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4. LICITAÇÕES E CONTRATOS []

4.1. COMPRAS DE ABRIL/202011547

5. GESTÃO DE PESSOAS []

5.1. PORTARIAS RH/PGJ-MPPI 11557

Promotora de Justiça49ª Promotoria de JustiçaPromotoria da Cidadania e Direitos HumanosPROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA49ª PROMOTORIA DE JUSTIÇAAV. LINDOLFO MONTEIRO, 911 - BAIRRO DE FÁTIMA - TERESINA - PICEP: 64.049-440 - FONE: 3216-4550 / RAMAL 513 e 574INQUÉRITO CIVIL Nº 001-A/2020PORTARIA Nº 054/2020(SIMP: 000133-034/2019)O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por sua representante signatária, no uso das atribuições constitucionais conferidas pelo art.129, da Constituição Federal; art. 26, inciso I, alíneas "a" e "c", e inciso II, da Lei Federal nº 8.625/93; e art. 37, inciso I, alíneas "a" e "b", e incisoII, da Lei Complementar Estadual nº 12/93;CONSIDERANDO que o Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, ao teor do art. 127, caput, da Constituição Federal;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público a promoção de Procedimentos Administrativos, Inquéritos Civis e Ações CivisPúblicas, para proteção de direitos difusos e coletivos, segundo o que prevê o art. 129, inciso II, da Constituição Federal;CONSIDERANDO a tramitação do Procedimento Preparatório nº 029/2019 (SIMP: 000133-034/2019), que tem por objeto a inserção do Estadodo Piauí na Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas;CONSIDERANDO que referido Procedimento Preparatório se encontra com o prazo de conclusão esgotado, sendo necessária a continuidadedas investigações;RESOLVEConverter o Procedimento Preparatório nº 029/2019 em Inquérito Civil, visando à apuração dos fatos noticiados na portaria originária e acimareiterados, nos termos do art. 2º, § 6º, da Resolução CNMP nº 23/2017;Dê-se ao Inquérito Civil o nº 001-A/2020, em razão de, no presente momento, esta Promotoria de Justiça encontrar-se em trabalho remoto, nãotendo acesso à numeração sequencial atestada em livro próprio, fazendo-se a correção quando do retorno aos trabalhos presenciais.Determino a autuação desta Portaria, com o devido registro no livro próprio e no SIMP, bem como a atualização da capa, fazendo-se acomunicação da presente conversão ao Egrégio Conselho Superior do Ministério Público-CSMP.Publique-se e cumpra-se.Teresina-PI, 04 de Maio de 2020MYRIAN LAGO49ª Promotoria de Justiça de Teresina-PIPromotoria da Cidadania e Direitos Humanos

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇACOORDENADORIA DE LICITAÇÕES E CONTRATOSAtendendo ao disposto no art. 16 da Lei nº 8.666/1993, a Coordenadoria de Licitações e Contratos vem tornar público as compras realizadas peloMPE-PI no mês de Abril/2020.Compras/empenhos/contratações por licitação/registro de preços/dispensa/inexigibilidade/adesão

Nº do Proc. Adm. / CLC Modalidade de Licitação Objeto Empenho (nº) Elemento de despesa Contratado Valor Contratado

OBS.: Não houve empenhos no mês de abril/2020.Teresina, 05 de maio de 2020.Carmelina Maria Mendes de Moura - Procuradora-Geral de Justiçafranio Oliveira da Silva - Coordenador de Licitações e ContratosCeliane Azevedo da Fonseca- Técnica Ministerial

PORTARIA RH/PGJ-MPPI Nº 261/2020 - Republicação por incorreçãoA COORDENADORA DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, no uso da atribuição que lhe foidelegada pelo inciso I e II, do art. 1º, do Ato PGJ nº 558, de 26 de fevereiro de 2016,RESOLVE:Art. 1º Conceder férias aos servidores, relativas ao período aquisitivo 2016/2017, na forma especificada no quadro abaixo:

PROGRAMAÇÃO DE FÉRIAS DEZEMBRO /2019

CONCESSÃO DE FÉRIAS

MAT. NOME DIAS PERÍODO

15143 ANAYELTON BRITO FERREIRA 10 04 a 13/12/2019

298 MARCIO DOUGLAS PEREIRA DE SOUSA 10 04 a 13/12/2019

104 MARCOS MACIEL MARTINS BRITO 03 14 a 16/12/2019

Art. 2º Retroagir os efeitos da presente portaria ao dia 01 de dezembro de 2019, revogadas as disposições em contrário.Teresina (PI), 15 de abril de 2020.ROSÂNGELA DA SILVA SANTANACoordenadora de Recursos HumanosPORTARIA RH/PGJ-MPPI Nº 275/2020A COORDENADORA DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, no uso da atribuição que lhe foi

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6. OUTROS []

6.1. 7ª ZONA ELEITORAL DO PIAUÍ - CAMPO MAIOR11567

delegada pelo inciso I, do art. 1º, do Ato PGJ nº 558, de 26 de fevereiro de 2016,RESOLVE:CONCEDER, nos termos do art. 77 e seguintes da Lei Complementar Estadual nº 13, de 03 de janeiro de 1994, licença para tratamento de saúdeaos servidores do Ministério Público do Piauí, na forma especificada no quadro abaixo:

Mat. Nome Dias Período

15360 VALERIA MARIA FONTENELE DE OLIVEIRA 01 28/04/2020

15402 JOSE OEIRENSE PAIS LANDIM NETO 07 04 a 10/05/2020

Retroaja-se os efeitos da presente Portaria ao dia 28 de abril de 2020.Teresina (PI), 05 de maio de 2020.ROSANGELA DA SILVA SANTANACoordenadora de Recursos Humanos

PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO ELEITORAL Nº 05/2020SIMP Nº 000005-222/2020PORTARIA ELEITORAL Nº 05/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, através do Promotor Eleitoral da 7ª. Zona Eleitoral de Campo Maior/PI, no uso de suas atribuições legaise na forma como dispõem os arts. 37, § 1º, e 127 da Constituição Federal; Lei Complementar Federal nº 75/93; Lei Federal nº 8.625/93 (LeiOrgânica Nacional do Ministério Público); Lei Federal nº 9.504/97 (Lei das Eleições) e demais disposições legais aplicáveis à espécie, e;CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica e do regime democrático (art. 127 da CF/88), bem assim oacompanhamento de todas as fases do processo eleitoral (art. 72 da Lei Complementar Federal nº. 75/93);CONSIDERANDO que a democracia pressupõe liberdade e autonomia do eleitor na escolha de seus candidatos;CONSIDERANDO que o abuso do poder econômico e do poder político, como também o uso indevido dos veículos e meios de comunicaçãosocial constituem expedientes que atentam contra a isonomia de oportunidades dos candidatos e contra a liberdade de escolha dos eleitores,afetando a normalidade e a legitimidade das eleições;CONSIDERANDO que a Constituição Federal de 1988 consagra o princípio da impessoalidade para Administração Pública Direta e Indireta dequalquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 37, caput da CF/88);CONSIDERANDO que representa conduta vedada a agentes públicos fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido políticoou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público, ficando proibidaainda, no ano em que se realizar a eleição, a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto emcasos de calamidade pública, estado de emergência ou de programas sociais já em execução (art. 73, IV c/c/ art. 73, §10, da Lei 9.504/97);CONSIDERANDO ainda que o art. 73, § 11, da Lei n. 9.504/97, veda, em ano de eleições, a execução de programas sociais governamentais porintermédio (mediante subvenção, termo de cooperação técnica, convênio, dentre outras formas) de entidades nominalmente vinculadas acandidatos ou por estes mantidas;CONSIDERANDO que a Portaria 188, de 03 de fevereiro de 2020, do Ministério da Saúde, declarou Emergência em Saúde Pública deImportância Nacional (ESPIN) decorrente de Infecção Humana pelo novo coronavírus (2019-nCoV), conforme Decreto nº 7.616, de 17 denovembro de 2011;CONSIDERANDO o disposto no Decreto n.º 18.884, de 16 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que regulamentou a Lei nº13.979, de 06 de fevereiro de 2020, para dispor no âmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importânciainternacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novo coronavírus como pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, edá outras providências;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Medida Provisória nº 926/2020 alterou o texto da Lei 13.979/2020 e acrescentou hipótese de dispensa de licitação paraaquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO que os casos de calamidade pública e de estado de emergência, que autorizam a exceção permissiva da concessão dobenefício, devem ser caracterizados por critérios objetivos e resultar de decisão expressa da autoridade competente;CONSIDERANDO que neste ano de 2020 não podem ser criados programas sociais de auxílio à população, mas apenas mantidos os que jáobjeto de execução orçamentária desde pelo menos 2019;CONSIDERANDO que a execução orçamentária em 2019 pressupõe previsão na respectiva LOA (lei do orçamento anual) votada e sancionadaem 2018 ou em lei posterior de suplementação orçamentária e que esta última integra o orçamento anual desde que os novos recursos nelaprevisto resultem de anulação de rubricas ou excesso de arrecadação;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Eleitoral o acompanhamento da execução financeira e administrativa dos programassociais mantidos em ano de eleição;CONSIDERANDO que constituem crimes previstos no artigo 334 do Código Eleitoral, utilizar organização comercial de vendas, distribuição demercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores, com pena de detenção de seis meses a um ano e cassação doregistro se o responsável for candidato; bem como no artigo Art. 299 do Código Eleitoral, dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si oupara outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a ofertanão seja aceita, com pena de reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.CONSIDERANDO ainda que dispensar licitação fora das hipóteses legais ou ainda, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensaou à inexigibilidade é crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, que comina pena de detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa;CONSIDERANDO que o Ministério Público, na defesa do regime democrático e da lisura do pleito, prefere atuar preventivamente, contribuindopara que se evitem os atos viciosos das eleições - como os aqui indicados - e se produzam resultados eleitorais legítimos;CONSIDERANDO o Ofício Circular nº 02/2020 GABPRE/PRPI, que tem por objeto orientações técnicas na utilização das espéciesprocedimentais previstas na Portaria PGR/PGE nº 01/2019;CONSIDERANDO a Orientação Técnica nº 01/2020, do Procurador Regional Eleitoral PRE/PI, que estabelece diretrizes para a atuação dosPromotores Eleitorais do Estado do Piauí na fiscalização da legalidade eleitoral das medidas adotadas, por gestores públicos, voltadas aoenfrentamento da situação de emergência e de calamidade pública decorrente da pandemia do Covid-19 (Coronavírus);CONSIDERANDO que o referido expediente orienta a instauração de Procedimento Preparatório Eleitoral - PPE, para encaminhamento deRecomendação aos gestores públicos em razão da Orientação Técnica PRE/PI nº 01/2020;

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CONSIDERANDO que o artigo 58 da Portaria PGR/PGE 01/2019 preconiza: "O Procedimento Preparatório Eleitoral, de natureza facultativa,administrativa e unilateral, será instaurado para coletar subsídios necessários à atuação do Ministério Público Eleitoral perante a Justiça Eleitoral,visando à propositura de medidas cabíveis em relação aos ilícitos eleitorais de natureza não criminal. §1º. O Procedimento Preparatório Eleitoralnão é condição de procedibilidade para o ajuizamento de ações ou adoção de quaisquer medidas a cargo do Ministério Público Eleitoral. § 2º. OProcedimento Preparatório Eleitoral poderá ser instaurado diretamente ou com base em notícia de fato previamente autuada a partir decomunicações e representações de atribuição do Ministério Público Eleitoral";CONSIDERANDO, até o presente momento, a manutenção do Calendário das eleições de 2020, tendo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)confirmado a data de 4 de abril próximo como limite para a filiação partidária de pretensos candidatos às eleições municipais do corrente ano eesclarecido, em sessão de 19 de março de 2019, que, dado que o calendário das eleições municipais está previsto na Lei das Eleições(9.504/1997), a Justiça Eleitoral não tem competência para alterá-lo, inclusive no que diz respeito ao prazo para filiação partidária, tratando-se dematéria de competência reservada ao Poder Legislativo.RESOLVE instaurar o presente PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO ELEITORAL - PPE Nº 05/2020, registrado sob o Protocolo SIMP nº000005-222/2020, com o fito de acompanhar eventual distribuição gratuita à população de bens, serviços, valores ou benefícios, diante dasituação de emergência declarada após o surto do novo coronavírus (COVID-19) por parte de agentes públicos, bem assim oacompanhamento dos programas sociais em continuidade no ano de 2020 nos municípios de Campo Maior-PI, Jatobá do Piauí-PI,Sigefredo Pacheco-PI e Nossa Senhora de Nazaré-PI, os procedimentos de dispensa de licitação pelos ditos entes municipais emdecorrência da situação de emergência declarada após o surto do novo coronavírus (COVID-19), nos termos da Medida Provisória nº926/2020 e da Lei nº 13.979/2020.Em completude, determina-se o registro e autuação da presente portaria, a publicação deste ato no Diário de Justiça Eletrônico do TRE/PI, noDiário Eletrônico do MPPI e no Diário dos Municípios e a comunicação da instauração deste Procedimento ao Exmo. Sr. Dr. Procurador RegionalEleitoral no Piauí, bem assim ao Exmo. Sr. Coordenador do CACOP/MPPI.Expeça-se recomendação administrativa aos agentes públicos dos municípios que compõem a Zona Eleitoral acerca da temática.Nomeia-se o Assessor de Promotoria de Justiça Lucas Alves Pinto, para secretariar este Procedimento, como determina o art. 4º, inciso V, daResolução n.º 23 do CNMP.Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.Campo Maior-PI, 04 de maio de 2020.CEZARIO DE SOUZA CAVALCANTE NETOPromotor de Justiça EleitoralPROCEDIMENTO PREPARATÓRIO ELEITORAL - PPE Nº 05/2020SIMP Nº 000005-222/2020RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA ELEITORAL Nº 01/2020Assunto: Recomendação aos agentes públicos/políticos durante o período de pandemia pelo coronavírus.O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, através do Promotor Eleitoral da 7ª Zona Eleitoral de Campo Maior, no uso de suas atribuições legais ena forma como dispõem os arts. 37, § 1º e 127 da Constituição Federal, Lei Complementar Federal nº 75/93; Lei Federal nº 8.625/93 (LeiOrgânica Nacional do Ministério Público); Lei Federal nº 9.504/97 (Lei das Eleições) e demais disposições legais aplicáveis à espécie, e;CONSIDERANDO ser atribuição legal do Ministério Público expedir recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, especialmente ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover (art. 6º, inciso XX, da LC 75/93);CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica e do regime democrático (art. 127 da CF/88), bem assim oacompanhamento de todas as fases do processo eleitoral (art. 72 da Lei Complementar Federal n. 75/93);CONSIDERANDO que a democracia pressupõe liberdade e autonomia do eleitor na escolha de seus candidatos;CONSIDERANDO que o abuso do poder econômico e do poder político, como também o uso indevido dos veículos e meios de comunicaçãosocial constituem expedientes que atentam contra a isonomia de oportunidades dos candidatos e contra a liberdade de escolha dos eleitores,afetando a normalidade e a legitimidade das eleições;CONSIDERANDO que a Constituição Federal de 1988 consagra o princípio da impessoalidade para Administração Pública Direta e Indireta dequalquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 37, caput, da CF/88);CONSIDERANDO que representa conduta vedada a agentes públicos fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido políticoou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público, ficando proibidaainda, no ano em que se realizar a eleição, a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto emcasos de calamidade pública, estado de emergência ou de programas sociais já em execução (art. 73, IV c/c art. 73, §10, da Lei 9.504/97);CONSIDERANDO ainda que o art. 73, § 11, da Lei n. 9.504/97, veda, em ano de eleições, a execução de programas sociais governamentais porintermédio (mediante subvenção, termo de cooperação técnica, convênio, dentre outras formas) de entidades nominalmente vinculadas acandidatos ou por estes mantidas;CONSIDERANDO que a Portaria 188, de 03 de fevereiro de 2020, do Ministério da Saúde, declarou Emergência em Saúde Pública deImportância Nacional (ESPIN) decorrente de Infecção Humana pelo novo coronavírus (2019-nCoV), conforme Decreto nº 7.616, de 17 denovembro de 2011;CONSIDERANDO o disposto no Decreto n.º 18.884, de 16 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que regulamentou a Lei nº13.979, de 06 de fevereiro de 2020, para dispor no âmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importânciainternacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novo coronavírus como pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, edá outras providências;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Medida Provisória nº 926/2020 alterou o texto da Lei 13.979/2020 e acrescentou hipótese de dispensa de licitação paraaquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO que os casos de calamidade pública e de estado de emergência, que autorizam a exceção permissiva da concessão dobenefício, devem ser caracterizados por critérios objetivos e resultar de decisão expressa da autoridade competente;CONSIDERANDO que neste ano de 2020 não podem ser criados programas sociais de auxílio à população, mas apenas mantidos os que jáobjeto de execução orçamentária desde pelo menos 2019;CONSIDERANDO que a execução orçamentária em 2019 pressupõe previsão na respectiva LOA (lei do orçamento anual) votada e sancionadaem 2018 ou em lei posterior de suplementação orçamentária e que esta última integra o orçamento anual desde que os novos recursos nelaprevistos resultem de anulação de rubricas ou excesso de arrecadação;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Eleitoral o acompanhamento da execução financeira e administrativa dos programassociais mantidos em ano de eleição;CONSIDERANDO que constituem crimes previstos no artigo 334 do Código Eleitoral, utilizar organização comercial de vendas, distribuiçãode mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores, com pena de detenção de seis meses a um ano e cassação doregistro se o responsável for candidato; bem como no artigo art. 299 do Código Eleitoral, dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para siou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta

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não seja aceita, com pena de reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa;CONSIDERANDO que dispensar licitação fora das hipóteses legais ou ainda deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou àinexigibilidade é crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, que comina pena de detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa;CONSIDERANDO que o Ministério Público, na defesa do regime democrático e da lisura do pleito, prefere atuar preventivamente, contribuindopara que se evitem os atos viciosos das eleições - como os aqui indicados - e se produzam resultados eleitorais legítimos;CONSIDERANDO que a recomendação do Ministério Público é instrumento de orientação que visa a antecipar-se ao cometimento do ilícito e aevitar a imposição de sanções, muitas vezes graves e com repercussões importantes na candidatura;CONSIDERANDO o Ofício Circular nº 02/2020 GABPRE/PRPI, que tem por objeto orientações técnicas na utilização das espéciesprocedimentais previstas na Portaria PGR/PGE nº 01/2019;CONSIDERANDO a Orientação Técnica nº 01/2020, do Procurador Regional Eleitoral PRE/PI, que estabelece diretrizes para a atuação dosPromotores Eleitorais do Estado do Piauí na fiscalização da legalidade eleitoral das medidas adotadas, por gestores públicos, voltadas aoenfrentamento da situação de emergência e de calamidade pública decorrente da pandemia do Covid-19 (Coronavírus);CONSIDERANDO que o referido expediente orienta a instauração de Procedimento Preparatório Eleitoral - PPE, para encaminhamento deRecomendação aos gestores públicos em razão da Orientação Técnica PRE/PI nº 01/2020;CONSIDERANDO que o artigo 58 da Portaria PGR/PGE 01/2019 preconiza: "O Procedimento Preparatório Eleitoral, de natureza facultativa,administrativa e unilateral, será instaurado para coletar subsídios necessários à atuação do Ministério Público Eleitoral perante a Justiça Eleitoral,visando à propositura de medidas cabíveis em relação aos ilícitos eleitorais de natureza não criminal. §1º. O Procedimento Preparatório Eleitoralnão é condição de procedibilidade para o ajuizamento de ações ou adoção de quaisquer medidas a cargo do Ministério Público Eleitoral. § 2º. OProcedimento Preparatório Eleitoral poderá ser instaurado diretamente ou com base em notícia de fato previamente autuada a partir decomunicações e representações de atribuição do Ministério Público Eleitoral";CONSIDERANDO, até o presente momento, a manutenção do calendário das eleições de 2020, tendo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)confirmado a data de 4 de abril próximo como limite para a filiação partidária de pretensos candidatos às eleições municipais do corrente ano eesclarecido, em sessão de 19 de março de 2019, que, dado que o calendário das eleições municipais está previsto na Lei das Eleições(9.504/1997), a Justiça Eleitoral não tem competência para alterá-lo, inclusive no que diz respeito ao prazo para filiação partidária, tratando-se dematéria de competência reservada ao Poder Legislativo;RECOMENDA (art. 6°, XX, da LC n.º 75/93) a todos os agentes públicos (Prefeitos, Secretários Municipais, Vereadores, servidores públicose demais agentes que se enquadrem nessa definição) dos municípios de Campo Maior-PI, Jatobá do Piauí-PI,e Sigefredo Pacheco-PI eNossa Senhora de Nazaré-PI, entes municipais integrantes desta 7ª Zona Eleitoral de Campo Maior:1) Não distribuam nem permitam a distribuição, a quem quer que seja, pessoas físicas ou jurídicas, de bens, valores ou benefícios durantetodo o ano de 2020, como doação de gêneros alimentícios, materiais de construção, passagens rodoviárias, quitação de contas de fornecimentode água e/ou energia elétrica, doação ou concessão de direito real de uso de imóveis para instalação de empresas, isenção total ou parcial detributos, dentre outros, salvo se encontrarem diante de alguma das hipóteses de exceção previstas no mencionado art. 73, § 10, da Lei dasEleições: calamidade, emergência e continuidade de programa social;2) Caso haja a distribuição gratuita à população de bens, serviços, valores ou benefícios, diante da situação de emergência declaradaapós o surto do novo coronavírus (COVID-19), seja feita do seguinte modo:2.1. Com prévia fixação de critérios objetivos (quantidade de pessoas a serem beneficiadas, renda familiar de referência para a concessão dobenefício, condições pessoais ou familiares para a concessão, dentre outros) e estrita observância do princípio constitucional da impessoalidade;2.2. Sendo vedado o uso promocional em favor de agente público, candidato, partido ou coligação, da distribuição gratuita de bens, serviços,valores ou benefícios;2.3. Com comunicação à Promotoria Eleitoral da 7a. Zona Eleitoral, expedidora da presente recomendação, no prazo de cinco dias apósa execução ou a distribuição gratuita de bens, serviços, valores ou benefícios, para fins de acompanhamento da execução financeira eadministrativa, bem assim do controle de atos que eventualmente excedam os limites da legalidade e afetem a isonomia entre os candidatos.3) Caso seja realizada dispensa de licitação por esse Ente municipal em decorrência da situação de emergência declarada após o surtodo novo coronavírus (COVID-19), nos termos da Medida Provisória nº 926/2020 e da Lei 13.979/2020, deve ser feita comunicação àPromotoria Eleitoral expedidora da presente recomendação, no prazo de cinco dias após a abertura do procedimento. Também devedisponibilizar, imediatamente, em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), além das informações previstas no § 3º doart. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazocontratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição, em estrita observância ao que dispõe o §2º, do artigo 4º, da Lei n.13.979/2020;4) No caso de existirem programas sociais em continuidade no ano de 2020, verifiquem se eles foram instituídos em lei (ou outro atonormativo) e se estão em execução orçamentária desde pelo menos 2019, ou seja, se eles integraram a LOA aprovada em 2018 e executada em2019. Neste caso, não será permitida alterações e incrementos substanciais que possam ser entendidos como um novo programa social ou comoincremento com fins eleitorais;5) Não efetuem e suspendam, se for o caso, o repasse de recursos materiais, financeiros ou humanos a entidades nominalmente vinculadas acandidatos, ou pré-candidatos, ou por eles mantidas, que executem programas de distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios;6) Não permitam a continuidade de programas sociais da administração municipal que proporcionem, mesmo que dissimuladamente, apromoção de filiados, pré-candidatos e candidatos às eleições de 2020, valendo-se, por exemplo, da afirmação de que o programa social ésua iniciativa, ou que sua continuidade depende do resultado da eleição, ou da entrega, junto ao benefício distribuído, de material de campanhaou de partido;Não permitam o uso dos programas sociais mantidos pela administração municipal para a promoção de candidatos, partidos e coligações,cuidando de orientar os servidores públicos incumbidos da sua execução quanto à vedação de qualquer propaganda ou enaltecimento decandidato, pré-candidato ou partido;RECOMENDA, outrossim, ao Sr. Presidente da Câmara Municipal que não dê prosseguimento e não coloque em votação no Plenário, nopresente ano de 2020, projetos de lei que permitam a distribuição gratuita de bens, valores e benefícios a pessoas físicas ou jurídicas.SALIENTA, por oportuno, que a inobservância das mencionadas vedações sujeita o infrator, agente público ou não, à pena pecuniária de 5.000 a100.000 UFIR (R$ 5.320,50 [cinco mil, trezentos e vinte reais e cinquenta centavos] a R$ 106.410,00 [cento e seis mil, quatrocentos e dez reais])e à cassação do registro ou do diploma do candidato beneficiado (art. 73, §§ 4º e 5º, da Lei n. 9.504/97), além da inelegibilidade decorrente doabuso de poder ou da conduta vedada (art. 1º, I, "d" e "j", da LC n. 64/90);SOLICITA, para efeito do acompanhamento a que se refere o art. 73, § 10, da Lei n. 9.504/97, informarem à Promotoria Eleitoral da 7ª. ZonaEleitoral, em 10 (dez) dias, com envio preferencialmente por meio eletrônico, documentos em PDF, através dos e-mails:[email protected]. e [email protected] :1) Os programas sociais mantidos em 2020, inclusive os que resultam de parceria financeira com os governos estadual e federal, nestecaso informando:1.1. Nome do programa;1.2. Data da sua criação;1.3. Instrumento normativo de sua criação;1.4. Público alvo do programa;1.5. Espécie de bens, valores ou benefícios distribuídos;

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7. GRUPOS REGIONAIS DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOPANHAMENTO DO

COVID - 19 []

7.1. GRUPO REGIONAL DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NA DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA (SUS)11546

1.6. Por ano, quantas pessoas ou famílias vem sendo beneficiadas, desde a sua criação;1.7. Rubrica orçamentária que sustenta o programa nos anos de 2019 e 2020.2) Os programas sociais que estão sendo executados por entidades não governamentais com recursos públicos, informando:2.1. Nome e endereço da entidade;2.2. Nome do programa;2.3. Data a partir da qual o Município passou a destinar recursos para a entidade;2.4. Rubrica orçamentária que sustenta a destinação de recursos à entidade nos anos de 2019 e 2020;2.5. Valor anualmente destinado à entidade, desde o início da parceria;2.6. Público alvo do programa;2.7. Número de pessoas/famílias beneficiadas pela entidade, anualmente, desde o início da parceria;2.8. Espécie de bens, valores ou benefícios distribuídos;Declaração de existência, ou não, de agente político ou pré-candidato vinculado nominalmente ou mantenedor da entidade.3. Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em ações eleitorais,cíveis ou criminais;c) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar ao Promotor Eleitoral da 7ª Zona Eleitoral de Campo Maior as providências tomadas e a documentaçãohábil a provar o fiel cumprimento, com envio preferencialmente por meio eletrônico, documentos em PDF, através dos e-mails:[email protected]. e [email protected] .Em completude, determina-se a publicação deste ato no Diário de Justiça Eletrônico do TRE/PI, no Diário Eletrônico do MPPI e no Diário dosMunicípios e a comunicação ao Exmo. Sr. Dr. Procurador Regional Eleitoral no Piauí, ao Exmo. Sr. Coordenador do CACOP/MPPI e ao CartórioEleitoral da 7ª Zona Eleitoral.Encaminhe-se a Recomendação através dos endereços oficiais eletrônicos dos destinatários.Também sejam encaminhadas cópias à Assessoria de Imprensa do MPPI, para divulgação e à Secretaria Geral do MPPI, para fins de publicação.Campo Maior/PI, 04 de maio de 2020.CEZARIO DE SOUZA CAVALCANTE NETOPromotor de Justiça

PORTARIA GRPJI Nº 003/2020 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 003/2020Objeto: acompanhar aquisição,armazenamento e distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos profissionais de saúde da redepública estadual e testes rápidos para COVID19.OMINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por meio do GrupoRegional de Promotorias de Justiça Integradas na Defesa da Saúde Pública (SUS), por intermédio dos Promotores de Justiça ora signatários, nouso das atribuições previstas nos arts. 129, III, da CF/88 e art. 8º, III eIV,da Resolução CNMP Nº174/2017;CONSIDERANDOque incumbe ao Ministério Público "a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art.127 da CF/88);CONSIDERANDOque a Constituição Federal estabelece, em seu artigo 196, que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantidomediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário àsações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDOque a Constituição Federal de 1988 nos incisos I, II e V do artigo 37, erigiu um verdadeiro direito fundamental de acesso aoscargos públicos, ao estabelecer, primeiro, que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham osrequisitos estabelecidos em lei;CONSIDERANDOque o art. 37,caput,da Constituição da República Federativa do Brasil estabelece que a administração pública direta e indiretade qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade eeficiência;CONSIDERANDOque o Coronavírus teve início na China e tem causado uma grande preocupação em todos os países, com milhares de mortescausadas pelo vírus, no Brasil e nomundo;CONSIDERANDOque já são mais de dois milhões e meio de casos confirmados de COVID-19, em todos os continentes;CONSIDERANDOque no Brasil o Ministério da Saúde informou mais de quarenta e três mil casos, inclusive mais de duas centenas confirmadosno estado do Piauí;CONSIDERANDOque, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDOo notório estado de emergência presente no mundo em razão da disseminação do novo coronavírus COVID-19, levando aOrganização Mundial da Saúde - OMS a declarar situação de pandemia no dia 11.3.2020, ao passo em que pleiteou, por parte de todos ospaíses, uma "ação urgente e agressiva" para sua contenção;CONSIDERANDOque a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDOque o vírus, de origem provável na cidade de Wuhan, na República da China, possui uma extraordinária facilidade detransmissão e intriga cientistas do mundo todo, o qual vem causando muitos casos confirmados e um grande número de mortes;CONSIDERANDOas consequências da ausência de medidas rápidas e efetivas de prevenção da disseminação do vírus são da maisaltagravidade;CONSIDERANDOque a progressão do coronavírus COVID-19 tem sido exponencial em todo o mundo, de forma tal que todos os Governos -incluído o brasileiro- têm buscado tomar as medidas de forma urgentíssima. É certo que cada país apresenta uma trajetória distinta no número de casosconfirmados, tendo em vista diversos fatores que influenciam a propagação da doença pulmonar causada e ao volume de testes disponibilizadospara a sua detecção;CONSIDERANDOque é consenso mundial a ideia de que, para que qualquer sistema de saúde não sofra colapso, é necessário reduzir a curvaepidêmica, principalmente através do isolamento social. Epidemiologistas e autoridades da saúde mantêm o foco nessa curva de crescimento,com o objetivo de evitar o ritmo acelerado das enfermidades causadas pelo COVID-19. Isso porque se o crescimento inicial é íngreme demais, onúmero de casos pode rapidamente ultrapassar a capacidade de atendimento do sistema desaúde;

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7.2. GRUPO REGIONAL DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOMPANHAMENTO DO COVID-19 DE

TERESINA – REGIONAL CAMPO MAIOR-PI11549

CONSIDERANDOo Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDOque já foi reconhecida oficialmente, em âmbito federal , estadual e municipal, a transmissão comunitária do novo coronavírus;CONSIDERANDOo disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional em virtude do coronavírus;CONSIDERANDO que o Ministério Público do Estado do Piauí, através da 12ª Promotoria de Justiça de Teresina, ingressou com a Ação CivilPública (0807693-94.2020.8.18.0140), que tramita na 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública de Teresina, visando o fornecimento dosequipamentos de proteção individual a todos os profissionais de saúde da rede pública estadual.CONSIDERANDO que foi concedida liminar, determinando que o Estado do Piauí, através da SESAPI, forneça de forma integral eininterrupta os EPIs a todos os profissionais de saúde do estado e que comprove regularmente a dispensação;CONSIDERANDOque o Procedimento Administrativo, instituído pela Resolução CNMP Nº 174/2017, é o instrumento adequado para apurar fatoque enseje a tutela de interesses individuais indisponíveis e embasar outras atividades não sujeitos a inquéritocivil;RESOLVE:Instaurar oProcedimento Administrativo GRPJI Nº 03/2020, a fim de acompanhar aquisição, armazenamento e distribuição deEquipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos profissionais de saúde da rede pública estadual e testes rápidos para COVID 19, edeterminando desdelogo:Oficie-se a SESAPI, para que demonstre claramente, com documentos comprobatórios, o cumprimento da liminar em relação aos EPIs e quedemonstre também a aquisição e distribuição dos testes rápidos COVID19;Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração e registro nas pastas próprias deste Grupo deAtuação Integrada, conforme determina o Art. 8º da Resolução nº 001/2008, do Colendo Colégio de Procuradores de Justiça do Estado doPiauí;Envio de cópia desta Portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde e Cidadania -CAODS, para conhecimento,por meio exclusivamente eletrônico, aplicando por analogia o dispostonoart. 6º, § 1º, da Resolução nº 01/2008, do Colendo Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí;Publique-se e registre-se esta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça, por analogia ao que dispõe o artigo 4º, inciso VI eartigo 7º, § 2º, inciso II, da Resolução nº 23, de 17 de setembro de 2007, do Conselho Nacional do Ministério Público;Publique-se e Cumpra-se.Teresina, 19 de Abril de 2020.ENY MARCOS VIEIRAPONTES:32776411391Assinado de forma digital por ENY MARCOS VIEIRA PONTES:32776411391

Dados: 2020.04.29 14:08:29 -03'00'ENY MARCOS VIEIRA PONTESPromotor de Justiça 29ª e 12ª PJ deTeresinaCoordenador doGRPJIPLÍNIO FABRÍCIO DE CARVALHO FONTESPromotor de Justiça 6ª PJ de TeresinaSubcoordenador do GRPJIFLÁVIO TEIXEIRA DE DE ABREU JÚNIORPromotor de Justiça 2ª PJ de José de FreitasMembro do GRPJIMÁRIO ALEXANDRE COSTA NORMANDOPromotor deJustiçaPJ de Água Branca Membro do GRPJIPAULO RUBENS PARENTE REBOUÇASPromotor de Justiça 2ª PJ de AltosMembro do GRPJI

GRUPO REGIONAL DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOMPANHAMENTO DA COVID-19 - Regional Campo MaiorRua Cel. Eulálio Filho, 722, bairro Centro, CEP 64.280-000, Campo Maior/PIPORTARIA N° 04/2020OBJETO: Instaura Procedimento Administrativo nº 04/2020 para acompanhar a IMPLEMENTAÇÃO DE PLANO OPERATIVO EMERGENCIALDO HOSPITAL REGIONAL DE CAMPO MAIOR para atender a demanda decorrente da COVID-19, sito no município de Campo Maior/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por meio do Promotor de Justiça infra-assinado, titular da 1ª Promotoria de Justiça de CampoMaior/PI, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37,incisos I, V e VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art. 5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, § 2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal n. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispôs medidas para enfrentamento da emergência desaúde publica de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS/GM nº 356, de 11 de março de 2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização dodisposto na Lei nº 13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente

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do coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em 16/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.884/2020, dispondo, no âmbito do Estado do Piauí, sobre asmedidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novo coronavíruscomo pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.895/2020, que declara estado de calamidade pública, para os finsdo art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, edispõe sobre as suas repercussões nas finanças públicas estaduais;CONSIDERANDO que, na mesma data, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.901/2020, que determina as medidas excepcionais voltadas parao enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo nº 6, 20 de março de 2020 reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maiode 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhada por meio daMensagem nº 93, de 18 de março de 2020;CONSIDERANDO que, em 20/03/2020, o Ministério da Saúde reconheceu, por meio da Portaria n. 454/2020, o estado de transmissãocomunitária do coronavírus em todo o território nacional;CONSIDERANDO o Decreto Nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir osserviços públicos e as atividades essenciais;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020, que altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para dispor sobreprocedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, que determina a suspensão das atividades comerciais e de prestaçãode serviços, em complemento ao Decreto nº 18.901, de 19 de março de 2020, que determina as medidas excepcionais que especifica, voltadaspara o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo Coronavírus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, segundo previsto no referido plano, o Estado do Piauí deverá se adaptar às necessidades de ampliação do serviçohospitalar aos hospitais regionais dos territórios como retaguarda para dar cobertura em todo o Estado;CONSIDERANDO que o Hospital Regional de Campo Maior integra a rede de assistência hospitalar do Estado para atendimento da COVID-19como porta de entrada e referência estadual, conforme definido no sobredito Plano de Contingência;CONSIDERANDO que segundo definido no FLUXO PARA REFERENCIAMENTO DA COVID-19: PACIENTES DA REDE ASSISTENCIAL -OUTROS MUNICÍPIOS, os Hospitais Regionais de Referência Estadual realizarão a assistência aos pacientes referenciados pela rede hospitalardos municípios do interior do estado que apresentem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), bem como farão a regulação para asreferências terciárias (Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela-IDTNP, Maternidade Dona Evangelina Rosa e Hospital Infantil LucídioPortela);CONSIDERANDO que a criação de planos de ações emergenciais para assistência e mitigação de danos às pessoas infectadas pela COVID-19no âmbito dos hospitais possibilitará aos profissionais de saúde um rápido acesso as condutas e protocolos que devem ser seguido, auxiliando-osno exercício pleno da atenção à saúde, bem como permitindo atualização da matéria;CONSIDERANDO que todas essas medidas têm o escopo de retardar o pico da epidemia e, consequentemente, evitar que os serviços de saúdeestaduais entrem em colapso;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, que recomendaaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO que o inc. II do art. 8º da Resolução nº 174, de 04 de julho de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, determinaque o procedimento administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticaspúblicas ou instituições;CONDIDERANDO, a demanda distribuída no SIMP sob registro 000004- 410/2020, com o respectivo tema objeto deste procedimento;RESOLVE:INSTAURAR o presente Procedimento Administrativo PA-004/2020, com o objetivo de acompanhar a IMPLEMENTAÇÃO DO PLANOOPERATIVO EMERGENCIAL DO HOSPITAL REGIONAL DE CAMPO MAIOR para atender a demanda decorrente da COVID19, sito em CampoMaior/PI, adotando de imediato as seguintes providências:1. Expedição de ofício à Direção Geral do Hospital Regional de Campo Maior, requisitando, no prazo de 48 horas, seja apresentado planooperativo emergencial do hospital para assistência e mitigação de danos às pessoas infectadas pelo vírus, contendo as seguintes informações:a) o planejamento da assistência contendo o fluxo do atendimento (descrever as unidades de saúde públicas, privadas e filantrópicas contratadasque integrarão a rede de assistência de suporte ao Hospital);b) recursos humanos (qual o aporte de pessoal além dos descritos no CNES que atuarão em cada unidade de saúde acima descrita);c) investigação diagnóstica (quais os serviços de imagem e laboratorial contratados para dar o suporte ao Hospital);2. Em igual prazo, informar quantos leitos de enfermaria e de UTI, dentro da própria estrutura do HOSPITAL REGIONAL DE CAMPO MAIOR,estão disponíveis para atendimento de casos de COVID-19 e se há dentro do plano de ação emergencial a possibilidade de aumentar osnúmeros de leitos, em caso de aumento de incidência dos casos;3. Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração (instrumentos normativos e notas técnicascitadas), e registro dos autos em livro próprio;4. Remessa desta Portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI,por e-mail, para conhecimento;5. Remessa desta Portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;6. A juntada aos autos os Decretos Estaduais nº 18.884/2020, 18.895/2020 e 18.901/2020, do Plano de Contingência do Piauí e do Fluxograma

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Covid-19;7. Nomeio a técnica ministerial, Laíza dos Santos Carvalho, para secretariar este procedimento;Publique-se. Cumpra-se.Campo Maior, 28 de Abril de 2020.Marcondes Pereira de OliveiraPromotor de JustiçaPORTARIA Nº 014/2020OBJETO: Instaurar Procedimento Administrativo nº 14/2020 para acompanhar e fiscalizar a política educacional durante a determinação desuspensão das atividades escolares como medida de prevenção à propagação do COVID-19, nos municípios de Assunção do Piauí/PI, Buriti dosMontes/PI, Campo Maior/PI, Castelo do Piauí/PI, Jatobá do Piauí/PI, Juazeiro do Piauí/PI, Nossa Senhora de Nazaré/PI, São João da Serra/PI,São Miguel do Tapuio/PI e Sigefredo Pacheco/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por meio do Promotor de Justiça infra-assinado, titular da 1ª Promotoria de Justiça de CampoMaior/PI, no uso de suas atribuições legais e, com fulcro nas disposições contidas nos artigos 127 e 129, incisos I e III, da Constituição Federalde 1988; artigo 26, inciso I da Lei Federal de nº 8.625/93, artigo 8º, § 1º da Lei nº 7.347/85 e artigo 37 da Lei Complementar Estadual nº 12/93, eCONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público à defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuaisindisponíveis (artigo 129 da CF e artigo 141 da Constituição do Estado do Piauí);CONSIDERANDO que, em 30/01/2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países, devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03/02/2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicanacional", em decorrência da infecção humana pelo coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgente de prevenção,controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11/03/2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus como pandemia significa o risco potencial da doença infecciosaatingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido infectadas como de transmissão interna;CONSIDERANDO que as medidas a serem adotadas pelas redes de educação podem evitar o fluxo de contaminação para familiares, muitosdeles idosos, grupo mais vulnerável em razão da idade e comorbidades, conforme posicionamento sobre o COVID19, da Sociedade Brasileira deGeriatria e Gerontologia - SBGG1, publicada em 15/03/2020;CONSIDERANDO que em relação à questão pedagógica, o Conselho Nacional de Educação, através de Nota de Esclarecimento, traçouorientações aos sistemas de ensino e estabelecimentos de ensino de todos os níveis, etapas e modalidades, que tenham a necessidade dereorganizar as atividades acadêmicas ou de aprendizagem em face da suspensão das atividades escolares por conta da necessidade de açõespreventivas à prorrogação do coronavírus;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 19.913/2020, de 30.03.2020, prorrogou por 30 dias a suspensão estabelecida no arts. 1º, inc. I e 2ºdo Decreto Estadual nº 18.884, das aulas da rede pública estadual de ensino, além de recomendar a suspensão das aulas pelas redesmunicipais e privadas, bem como pelas instituições de ensino superior públicas ou privadas;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, de 02 de abril de 2020 que autoriza, em caráter excepcional, a distribuição imediata aos pais ouresponsáveis dos estudantes nelas matriculados, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursos financeiros à conta do PNAE, durante operíodo de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão de situação de emergência ou calamidade pública, e dáoutras providências;CONSIDERANDO que o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação eCidadania (CAODEC) e do Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público (CACOP), emitiu a NotaTécnica Conjunta nº 02/2020/CAODEC/CACOP/MPPI, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada aoenfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania(CAODEC), através da Nota Técnica nº 04/2020/CAODEC/MPPI, renovou o entendimento firmado por meio da Nota Técnica Nº02/2020/CAODEC/MPPI, especialmente no que diz respeito a continuidade das atividades escolares por meio de plataforma eletrônica, quedispense atividade presencial (§2º, art.1º do Decreto nº 18.913/2020, de 30 de março de 2020);CONSIDERNANDO que o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação eCidadania (CAODEC) e do Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público (CACOP), emitiu Nota Técnicaorientando os gestores municipais do Piauí sobre a manutenção dos contratos temporários de professores, em razão da suspensão das aulasprevista no Decreto 18.884 e no Decreto 18.913, observadas as diretrizes traçadas pelos centros;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG), por seu GrupoNacional de Direitos Humanos (GNDH), através da Comissão Permanente de Educação (COPEDUC), expediu a NOTA PÚBLICA nº 01/2020-GNDH/CNPG/COPEDUC sobre alimentação escolar, trazendo prioridades na atuação do Ministério Público, a fim de evitar dano ao erário, comperecimento e descarte de alimentos;CONSIDERANDO que o art. 8º, II da Resolução 174/2017 do CNMP, dispõe que o procedimento administrativo é o instrumento próprio daatividade-fim destinado "acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições" e que "será instaurado por portariasucinta, com delimitação de seu objeto, aplicando-se, no que couber, o princípio da publicidade dos atos, previsto para o inquérito civil (art.9º)".CONDIDERANDO, a demanda distribuída no SIMP sob registro 000014-410/2020, com o respectivo tema objeto deste procedimento;RESOLVE:INSTAURAR o Procedimento Administrativo, PA-014/2020, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar as medidas destinadas à garantia dodireito fundamental à educação no contexto da atual pandemia de COVID19, nos municípios de Assunção do Piauí/PI, Buriti dos Montes/PI,Campo Maior/PI, Castelo do Piauí/PI, Jatobá do Piauí/PI, Juazeiro do Piauí/PI, Nossa Senhora de Nazaré/PI, São João da Serra/PI, São Migueldo Tapuio/PI e Sigefredo Pacheco/PI, DETERMINANDO, desde já, as seguintes diligências:a) Nomeação da técnica ministerial, Laiza dos Santos Carvalho, para secretariar este procedimento;b) Autue-se, rubrique-se e numere-se a presente portaria de instauração, realizando as devidas anotações no livro próprio e tabela deacompanhamento, afixando-a cópia da portaria em local de costume e arquivando-se cópia em pasta própria do Grupo Regional de PromotoriasIntegradas;c) Seja remetida cópia desta portaria ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC) e ao Centro de Apoio deDefesa da Infância e Juventude (CAODIJ), para conhecimento, conforme determina o art. 6º, 1º da Resolução nº 01/2018;d) Comunique-se, preferencialmente por via eletrônica, ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, acerca da referidainstauração, com envio da presente Portaria;e) Encaminhe-se cópia da presente portaria em formato Word à Secretaria Geral, via e-mail, para fins de publicação da no Diário Oficial doMinistério Público;f) Expeça-se ofícios requisitando às Secretarias Municipais e à Secretaria Estadual, relativamente aos municípios que integram este grupo

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7.3. GRUPO REGIONAL DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOMPANHAMENTO DO COVID-19 DE

TERESINA – REGIONAL OEIRAS-PI11553

regional, informações acerca de implementações de política e de ações tendente ao distanciamento social no âmbito das escolas municipais eestaduais, bem como enviando os documentos citados (Nota Técnica nº 02/2020/CAODEC/MPPI, Nota Técnica nº 04/2020/CAODEC/MPPI eNOTA PÚBLICA nº 01/2020-GNDH/CNPG/COPEDUC).CUMPRA-SE. Expedientes necessários.Campo Maior/ PI, 28 de Abril de 2020.Marcondes Pereira de OliveiraPromotor de Justiça

PORTARIA Nº 002/2020Instaura Procedimento Administrativo nº 002/2020, para Acompanhamento da utilização de leitos do Hospital Estadual José de Moura Fé, emSimplício Mendes, para cuidados prolongados em atendimento dos pacientes crônicos oriundos de Unidade de Terapia Intensiva e leitos deenfermaria de hospitais de referência ao COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seus representantes, membros do Grupo Regional de Promotorias Integradas de Oeiras,no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b",da Lei n° 8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e art. 2° da Resolução CPJ n° 02/2020 e:CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a alta escalabilidade viral do COVID-19, exigente de infraestrutura hospitalar (pública ou privada) adequada, com leitossuficientes e composta com aparelhos respiradores em quantidade superior à população em eventual contágio, o que está fora da realidade;CONSIDERANDO o teor da Portaria n. 561/2020 do Ministério da Saúde, a qual autoriza a utilização de leitos de hospitais de pequeno porte paracuidados prolongados em atendimento dos pacientes crônicos oriundos de Unidade de Terapia Intensiva e leitos de enfermaria de hospitais dereferência ao COVID-19;CONSIDERANDO que o art. 1º, §1º da referida portaria determina que poderão ser contemplados os estabelecimentos hospitalares com o totalde leitos existentes entre 31 e 49, desde que haja Leito SUS;CONSIDERANDO que, consoante informações repassadas durante a reunião da CIR do Vale do Canindé, ocorrida em 21/04/2020, o HospitalEstadual José de Moura Fé, situado em Simplício Mendes, se encontra inserido dentro dos critérios fixados pela Portaria expedida pelo Ministérioda Saúde;CONSIDERANDO que a autorização temporária dos leitos de cuidado prolongado ocorrerá a partir da solicitação do gestor local, o qual deveráencaminhar um ofício via e-mail à Coordenação-Geral e Atenção Hospitalar e domiciliar - CGAHD ([email protected]), o qual deverá nominar:a relação dos estabelecimentos hospitalares; o quantitativo de leitos a serem autorizados; e o RH disponível para o funcionamento dos leitosCONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO a criação pelo Ministério Público do Estado do Piauí dos Grupos Regionais de Promotorias Integradas, através da ResoluçãoCPJ n° 02/2020;

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7.4. GRUPO GRUPO DE TRABALHO PARA AUXÍLIO E EXECUÇÃO DE MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO AO

COVID-19 DE PICOS-PI11554

CONSIDERANDO o teor do Regimento Interno dos referidos grupos, publicado do Diário Oficial eletrônico do Ministério Público do Estado doPiauí em 20 de abril de 2020;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 002/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto o acompanhamento da utilização de leitos do Hospital Estadual José de Moura Fé, em Simplício Mendes, para cuidadosprolongados em atendimento dos pacientes crônicos oriundos de Unidade de Terapia Intensiva e leitos de enfermaria de hospitais de referênciaao COVID-19, nos termos da Portaria nº 561/2020 do Ministério da Saúde, determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Solicite-se à Coordenadora da Comissão Intergestores Regional de Saúde Vale do Canindé, Sra. AURIDENE MARIA DA SILVA MOREIRA DEFREITAS TAPETY, o envio, no prazo de 05 (cinco) dias, de cópia da ata da reunião da CIR Vale do Canindé ocorrida em 21 de abril de 2020;5. Expeça-se ofício à Secretária de Saúde de Simplício Mendes, Sra. MARIA DO CÉO DAMASCENO MOURA FÉ, solicitando, no prazo de 05(cinco) dias, quais as medidas adotadas pelo município para implementação da utilização de leitos do Hospital Estadual José de Moura Fé paracuidados prolongados em atendimento dos pacientes crônicos oriundos de Unidade de Terapia Intensiva e leitos de enfermaria de hospitais dereferência ao COVID-19, nos termos da Portaria nº 561/2020 do Ministério da Saúde.6. Nomeia-se, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores designados para atuação no Grupo Regional.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Oeiras, 30 de abril de 2020.VANDO DA SILVA MARQUESPromotor de Justiça - COORDENADOREMMANUELLE MARTINS NEIVA DANTAS RODRIGUES BELOPromotora de Justiça - SUBCOORDENADORAJOSÉ SÉRVIO DE DEUS BARROSPromotor de Justiça - MEMBROFRANCISCO DE ASSIS RODRIGUES SANTIAGO JÚNIORPromotor de Justiça - MEMBRO

PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE PICOS GRUPO DE TRABALHO PARA AUXÍLIO EMMEDIDAS DE COMBATE AO COVID-19 - PGJ/PI 866/2020 e 928/2020Ref. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) n. 14/2020 SIMP 00011-370/2020RECOMENDAÇÃO DO GRUPO REGIONAL Nº 06/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seus presentantes signatários, com atuação perante o Grupo de Trabalho, instituído pelaPortaria PGJ/PI 866/2020, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n°7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n° 8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa da ordemjurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, segundo disposição contida no caput do artigo 127, daConstituição Federal;CONSIDERANDO que compete ao Parquet promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção, a prevenção e a reparação dosdanos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus(COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o risco potencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, nãose limitando a locais que já tenham sido identificadas como de transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito doEstado do Piauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situaçãomundial do novo coronavírus;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.901, de 19 de março de 2020, que determina as medidas excepcionais específicas, voltadas para oenfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do COVID-19;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, que determina a suspensão das atividades comerciais e de prestaçãode serviços, em complemento ao decreto nº 18.901, de 19 de março de 2020;CONSIDERANDO a alta escalabilidade viral do COVID-19, exigente de infraestrutura hospitalar (pública ou privada) adequada, com leitossuficientes e composta com aparelhos respiradores em quantidade superior à população em eventual contágio, o que está fora da realidade de

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qualquer centro médico deste Estado;CONSIDERANDO a Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, a qual prevê, em seu Anexo CII, o regramento relacionado aoPlanejamento, Execução e Avaliação das Ações de Vigilância e Assistência à Saúde em Eventos de Massa;CONSIDERANDO que a sobredita Portaria tem por finalidade prevenir e mitigar os riscos à saúde a que está exposta a população envolvida emeventos de massa, a partir da definição de responsabilidades dos gestores do SUS, da saúde suplementar e do estabelecimento de mecanismosde controle e coordenação de ação durante todas as fases de desenvolvimento dos eventos com foco nas ações de atenção à saúde, incluindopromoção, proteção e vigilância e assistência à Saúde. (Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 2º);CONSIDERANDO a Portaria Interministerial n° 5, de 17 de março de 2020,editada pelos Ministros de Estado da Justiça e Segurança Pública e da Saúde, que "dispõe sobre a compulsoriedade das medidas deenfrentamento da emergência de saúde pública previstas na Lei n. 13.979, 6 de fevereiro de 2020";CONSIDERANDO, ainda, a decisão do c. Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da Medida Cautelar na Ação Direta deInconstitucionalidade nº 6.341/DF proferida no dia 24 de março de 2020, na qual o E. Ministro Marco Aurélio de Melo entendeu que as previsõescontidas na Medida Provisória nº 926/2020 editada pelo Presidente da República, "não afastam atos a serem praticados por Estado, DistritoFederal e Município considerada a competência concorrente na forma do artigo 23, inciso II, da Lei Maior", reconhecendo, portanto, a autonomiados entes municipais e estaduais na edição das medidas de prevenção destacadas acima;CONSIDERANDO a publicação Decreto Estadual nº 18.966, de 30 de abril de 2020, que dispõe sobre os prazos de prorrogação e vigência doDecreto nº 18.901, de 19 de março de 2020, do Decreto nº 18.902, de 23 de março de 2020, do Decreto nº 18.913, de 30 de março de 2020, e doDecreto nº 18.947, de 22 de abril de 2020, visando combater a COVID19, na forma que especifica;CONSIDERANDO a PRORROGAÇÃO do Decreto Estadual nº 18.901, de 19 de março de 2020, até o dia 21 de maio de 2020, que determinaas medidas excepcionais voltadas para o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, que determina a suspensão das atividades comerciais e deprestação de serviços, complementou o decreto nº 18.901, de 19 de março de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Estadual nº 18.901, de 19 de março de 2020, com o complemento advindo do Decreto Estadual nº 18.902, de23 de março de 2020, tem teor mais restritivo que o Decreto Municipal SEC/GOV nº 25/2020, de 30 de abril de 2020;CONSIDERANDO que o Decreto Municipal nº 07/2020, de 31 de Março de 2020, o qual "dispõe da prorrogação das medidas excepcionais,voltadas ao enfrentamento dagrave crise de saúde pública decorrente do COVID-19, no âmbito do Município de Aroeiras do Itaim;CONSIDERANDO que os Municípios podem suplementar as determinações Estaduais, mas nunca as confrontar, diametral e profundamente;CONSIDERANDO que Decreto Municipal nº 07/2020, de 31 de Março de 2020 teve sua vigência vencida;CONSIDERANDO que a circulação de pessoas, decorrente da reabertura do Comércio local de Francisco Santos, implicará uma sobrecarga deoutros serviços, tais como atividades de fiscalização para verificação do cumprimento das condicionantes constantes no decreto, implicandosobrecarga desnecessária de suas capacidades, com ampliação do risco de contágio;CONSIDERANDO ainda que os gestores locais só podem adotar algumas das medidas previstas, e, dentre elas, algumas dependem deautorização do Ministério da Saúde;CONSIDERANDO, também, que a flexibilização das restrições pode atrair pessoas residentes em municípios vizinhos com Decretos mais rígidose restritivos, e, ainda, desestimular o distanciamento social;CONSIDERANDO que o Poder Executivo Municipal pode estabelecer medidas mais restritivas do que aquelas estabelecidas pelo PoderExecutivo Estadual ou Federal, não podendo, porém, estabelecer medidas mais brandas;CONSIDERANDO a limitação da capacidade hospitalar no País e que o aumento do número de pessoas infectadas pressionará a carga nosistema de saúde, especialmente do Estado do Piauí, em que os picos das epidemias de Dengue e Influenza contribuem para o aumento donúmero de internações;CONSIDERANDO, ainda, que a autoridade de saúde local deverá, no âmbito de suas competências, acompanhar as medidas paraenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19) previstas no art3º da Lei nº 13.979, de 2020 (art. 9º da Portaria MS nº 356/2020);CONSIDERANDO o papel de toda a sociedade no esforço conjunto de conter a disseminação da doença (COVID-19), respeitando-se os direitosfundamentais de toda a população, a partir de uma perspectiva de solidariedade social;CONSIDERANDO o atual estágio do chamado novo coronavírus no Brasil, numa crescente vertiginosa, contando com incríveis 88.994 (oitenta eoito mil, novecentos e noventa e quatro) casos confirmados e 6.111 (seis mil e cento e onze) mortes oficialmente informadas pelas SecretariasEstaduais de Saúde até a presente data, atualizados a cada momento e momento, inclusive com vítimas jovens, nos candidatam infelizmente "aonovo epicentro da pandemia mundial" sendo certo que há suspeita de subnotificação da doença e que provavelmente o corrente mês de maioserá o mais difícil e sangrento para todos, especialmente em termos de perdas de vidas humanas;CONSIDERANDO que a livre iniciativa foi consagrada no artigo 170 da Constituição da República e deve ser guiada pela consecução dadignidade da vida humana, inserida na Lei Maior vigente com status de fundamento do Estado Democrático de Direito (art. 1º, III), a impor-secomo vetor do ordenamento jurídico e valor orientador da interpretação do sistema constitucional;CONSIDERANDO que, em um exercício de ponderação de valores, diante de uma pandemia e a atividade econômica, sem descurar de suaimportância, não pode sobressair esta sobre a vida humana, uma vez que não há economia sem vida, razão pela qual, na esteira dasituação enfrentada mundialmente, o exercício do livre comércio deve ceder em face da preservação da saúde pública e da vida, tomando-se como vetor de concretização da norma constitucional o princípio da dignidade da pessoa humana e a garantia do direito à saúde em vista dasituação objetiva posta;CONSIDERANDO que o "abrandamento" das medidas de isolamento, por decreto, ocorreram, ainda, sem motivação hábil a justificá-lo, antessequer de chegarmos ao pico da crise sanitária, estimada para o final de maio e início de junho do corrente ano;CONSIDERANDO, por fim, que a principal preocupação do momento temque ser o respeito à vida, sendo razoável sustentar que, quanto mais rápido resolvermos o problema da saúde, mais rápidoconseguiremos fazer a travessia para um "novo normal" e a recuperação da economia ocorrerá melhor;CONSIDERANDO que o referido Decreto municipal, determinou a suspensão, até o dia 30.4.2020, de todas as atividades em bares,restaurantes, academias, casas de espetáculo e clínicas em geral, entre outras atividades consideradas não essenciais, bem como controlando ofluxo de pessoas que adentram o município, em todo o território do Município de Aroeiras do Itaim - PI.RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor WESLEY GONÇALVES DE DEUS, PREFEITO MUNICIPALDO MUNICÍPIO DE AROEIRAS DO ITAIM/PI, que, no prazo de 48h (quarenta e oito horas), com o objetivo de assegurar a saúde pública:- PRORROGUE, dando continuidade às ações de enfrentamento à disseminação do novo coronavírus, em todo o Município, o prazo desuspensão das aulas e determine a suspensão dos serviços não essenciais à comunidade, conforme o art. 1º, do Decreto Municipal nº 07/2020,de 31 de Março de 2020.- ABSTENHA-SE de editar novos decretos que relativizem ou confrontem diametralmente com as disposições constantes nos decretos estaduaissobreditos.Fixa-se o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, em razão da urgência, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Picos-PI, pelo e-mail ([email protected] [email protected]) as providências tomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.

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7.5. GRUPO REGIONAL DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOMPANHAMENTO DO COVID-19 DE

TERESINA – EIXO TEMÁTICO SEGURANÇA PÚBLICA E SISTEMA PRISIONAL11572

Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, a má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DEIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA quando tal elementosubjetivo for exigido.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera seu destinatário comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria-Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), assim como ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), emarquivo editável, e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, daResolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.ENCARTE-SE, por fim, uma via da Notificação Recomendatória em tablado aos autos da PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) n. 14/2020,ante a urgência da situação, bem como se proceda ao encaminhamento dela à comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotodisponíveis, para amplo controle social.Picos (PI), 01 de maio de 2020.ITANIELI ROTONDO SA:77511646387Assinado de forma digital por ITANIELI ROTONDO SA:77511646387 Dados: 2020.05.01 18:04:32 -03'00'Itanieli Rotondo SáPromotora de JustiçaMicheline Ramalho Serejo SilvaPromotora de JustiçaPaulo Maurício Araújo GusmãoPromotor de Justiça

CLEANDRO ALVES DE

Assinado de forma digital por CLEANDRO ALVES DEMOURA:3069740936 MOURA:306974093688 Dados: 2020.05.01 19:07:53Cleandro Alv-e03s'0d0'e MouraPromotor de JustiçaAntônio César Gonçalves BarbosaPromotor de JustiçaMaurício Verdejo G. JúniorPromotor de JustiçaRomana Leite VieiraPromotora de JustiçaRafael Maia NogueiraPromotor de JustiçaRaimundo Nonato Ribeiro Martins JúniorPromotor de JustiçaTALLITA LUZIA BEZERRA Assinado de forma digital por TALLITALUZIA BEZERRA ARAUJO:00500067384ARAUJO:00500067384 Dados: 2020.05.01 18:44:44 -03'00'Tallita Luzia Bezerra AraújoPromotora de JustiçaEduardo Palácio RochaPromotor de JustiçaKarine Araruna XavierPromotora de Justiça

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO INTEGRADO Nº 07/2020PORTARIA Nº07/2020Objeto: Atuação do Grupo Regional de Teresina no Acompanhamento da COVID-19 integrado com o Grupo de Atuação Especial da AtividadePolicial - GACEP e a 56ª Promotoria de Justiça. Eixo Temático. Segurança Pública e Sistema Prisional. Mapeamento de risco de propagaçãodo novo coronavírus no âmbito dos órgãos de segurança pública do Estado do Piauí. Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo.Higienização e sanitização de equipamentos, viaturas e unidades policiais. Equipamentos de uso compartilhado. Polícia Militar. Corpo deBombeiro Militar. Polícia Civil. Departamento de Polícia-Científica. Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí.O Grupo Regional de Promotorias Integradas no Acompanhamento da COVID-19 de Teresina - Eixo temático Segurança Pública eSistema Prisional e o Grupo de Atuação Especial Controle Externo da Atividade Policial - GACEP, no exercício de suas atribuições, comesteio nos art. 127, caput, e art. 129 da Constituição Federal de 1988; na Resolução CNMP nº 174/2017; nos art. 36 e art. 37 da LeiComplementar Estadual nº 12/1993; na Resolução CPJ/PI nº 02/2020 e PORTARIAS PGJ/PI Nº 928/2020, 945/2020;Considerando que, consoante dispõe a Constituição da República, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regimedemocrático de direito e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, sendo função institucional o exercício do controle externo da atividadepolicial, na forma do inciso VII do art. 129 da CF;Considerando que estão sujeitos ao controle externo do Ministério Público, na forma do art. 129, inciso VII, da Constituição Federal, dalegislação em vigor e da Resolução CNMP nº 20/2007, os organismos policiais relacionados no art. 144 da Constituição Federal, bem como aspolícias legislativas ou qualquer outro órgão ou instituição, civil ou militar, à qual seja atribuída parcela de poder de polícia, relacionada com asegurança pública e persecução criminal;Considerando que a Constituição da República Federativa do Brasil assegura ser a SAÚDE um direito social que assiste ao nacional e vincula oente estatal em dever de prestação, conforme mandamento expresso do Art. 6º da CRFB;Considerando a Lei nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para o enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19);Considerando que a Organização Mundial de Saúde - OMS recomendou aos países com transmissão comunitária do novo coronavírus (SARS-CoV-2) que providencie duas medidas essenciais para a contenção da doença: (1) isolamento social; e (2) testagem em massa;Considerando que os funcionários dos órgãos de segurança pública, assim como os profissionais de saúde, exercem atividades consideradas

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essenciais, sendo que o isolamento social recomendo pela OMS não é uma opção para este grupo;Considerando que diante da inevitabilidade da circulação dos profissionais de segurança pública e do consequente contato direto destes com apopulação que atende no seu dia-a-dia, faz-se imperioso que ditos servidores públicos estejam municiados de todo o equipamento de proteçãoindividual necessário à realização de suas funções, com destaque para as máscaras faciais, o álcool gel 70% , as luvas e uso de algemasdescartáveis[1];Considerando que os EPIs citados tratam-se de medida mínima a garantir a esses servidores a dignidade do exercício profissional;Considerando que tais medidas encontram-se lastreadas em diversos documentos, destacando-se o Manual de Recomendações de protocoloprocedimental para as Forças de Segurança Pública expedido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, por meio do qual orienta a atuaçãodos agentes de segurança pública, determinando o uso de Equipamentos de Segurança Individual (máscaras cirúrgicas, luvas de procedimentos,álcool em gel 70%, etc) nos atendimentos de pessoas com sintomas de COVID-19, nas atuações em descumprimento de medida sanitáriapreventiva e na abordagem, condução/prisão de pessoas durante todo o período de propagação do vírus;Considerando a necessidade de realizar o mapeamento, análise e avaliação das atividades de risco dos policiais, com a adequação dosequipamentos de proteção individual e coletivo no bojo das atividades dos órgãos policiais;Considerando a necessidade de garantir a entrega efetiva de tais equipamentos de proteção a todos os profissionais de segurança pública, deacordo com as suas respectivas atividades;Considerando que para garantir a entrega efetiva dos citados equipamento é imprescindível que a Secretaria de Segurança Pública e demaisórgãos de segurança pública (PCPI, PMPI, DPCT, CBMPI) façam o planejamento de aquisição, o levantamento da necessidade específica decada unidade, da quantidade diária de equipamentos de proteção individual e coletivo e da efetiva distribuição às respectivas unidades;Considerando a elaboração de ato normativo no âmbito de cada órgão (PMPI[2], PCPI[3], DPCT[4], CBMPI[5]), dispondo sobre o uso de EPIs, oque comprova a necessidade de uma proteção qualificada para as forças de segurança, grupo que está no front das ações de manutenção daordem e paz públicas;Considerando a Portaria nº 138, de 23 de março de 2020, expedida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da qual autoriza autilização excepcional dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, repassados no exercício de 2019, aos Fundos Estaduais eDistrital, para ações de segurança pública e defesa social necessárias ao combate dos efeitos da pandemia do coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19);Considerando a videoconferência realizada no dia 20 de abril de 2020, com membros do Ministério Público do Piauí e autoridades da SegurançaPública, dentre elas o Secretário de Segurança Pública do Estado do Piauí, na qual foram abordadas questões sobre o fornecimento deEquipamentos de Proteção Individuais (EPIs) contra a COVID-19 aos agentes de segurança pública (Corpo de Bombeiro Militar, Polícia Militar,Polícia Civil, Departamento de Polícia-Técnico e Científico - DPTC);Considerando que foi esclarecido pelo Secretário de Segurança Pública na referida videoconferência que os recursos financeiros da SSP e doFundo Estadual de Segurança Pública não seriam disponibilizados e empenhados para aquisição de EPIs, uma vez que o fornecimento destesestava sendo realizado e operacionalizado por meio da Secretaria de Saúde do Estado do Piauí, envio da Secretaria Nacional de SegurançaPública e doações de outras instituições;Considerando que, conforme destacado pelo Diretor do DPTC, os peritos legistas necessitam, além dos EPIs ordinários como luvas e máscaras,de equipamentos específicos, iguais aos disponibilizados para os médicos das unidades de saúde, como pro-pés e aventais;Considerando que consoante informado na citada videoconferência não há programação e cronograma de envio de EPIs pela SESAPI à SSP, ofluxo decorre apenas de pedidos feitos pela SSP, que demoram cerca de 5 (cinco) a 7 (sete) dias para serem atendidos;Considerando ainda que em videoconferências realizadas com a equipe da Secretária Estadual de Segurança Pública, nos dias 22 e 28 de abrilde 2020, o Secretário de Saúde respondeu que inexiste instrumento formalizado entre SESAPI e SSP a respeito do repasse de EPIs, que talajuste foi deliberado em reuniões realizadas pelo COE;Considerando a informação também repassada pelo Secretário de Saúde nas citadas videoconferências de que a SESAPI só teria capacidadeoperacional e financeira para atender as demandas dos órgãos de segurança pública por mais 30 (trinta) dias, e que a Secretaria deAdministração e Previdência do Estado do Piauí -SEADPREV estaria procedendo à realização de procedimento licitatório para a aquisições deEPIs para os demais órgãos públicos do Estado, inclusive de segurança pública[6];Considerando, desta forma, a necessidade de assegurar condições adequadas de trabalho aos agentes de segurança pública no atual exercíciode suas funções ordinárias, bem como daquelas excepcionais de fiscalização do cumprimento de normas legais e infralegais que regem a vidaem sociedade nesse momento excepcional de situação de pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) (tais com o aquelas contendo proibiçãode funcionamento de comércios, de aglomeração de pessoas etc), eis que, evidentemente, ao desempenharem tais funções, os policiais estãoexpostos à contaminação, razão pela qual o poder público deve proporcionar-lhes adequadas condições de trabalho;Considerando que, além das orientações gerais de higiene pessoal e do uso de equipamento de proteção individual, é imprescindível ahigienização adequada e sanitização das instalações e equipamento de uso compartilhado das unidades dos órgãos de segurança pública doEstado, com a devida assepsia dos objetos, superfícies e dependências desses locais;Considerando que as medidas de proteção ao COVID-19 adotadas pelas forças policiais, como o uso de máscaras e luvas, devem ter caráterperene, persistindo mesmo após o término do prazo de vigência das medidas excepcionais adotadas pelo Governo do Estado do Piauí, uma vezque ainda não há tratamento ou medicação específica para imunizar a população e conter o avanço do novo coronavírus;Considerando a mobilização generalizada de instituições públicas e organismos governamentais no sentido de empreender esforços paraprevenção e combate à disseminação da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) e a necessidade de serem adotadas providências para aproteção de tais profissionais da segurança púbica, prevenindo que sejam contaminados e que funcionem como vetores de propagação dadoença;Considerando, por fim, que o cenário apresentado evidencia a necessidade de adoção imediata de providências por parte do Ministério Público,a fim de cobrar uma atuação mais eficiente dos órgãos de segurança pública no tocante ao abastecimento e aquisição de equipamentos deproteção individual e coletivo, higienização e sanitização de equipamentos e dependências, para salvaguardar a saúde e a vida dos agentes;Considerando que, no âmbito do Ministério Público, consoante o art. 8º, inciso II, da Resolução CNMP nº 174/2017, o procedimentoadministrativo é o instrumento apto para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;RESOLVE instaurar o Procedimento Administrativo Integrado nº 06/2020, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Controle Externo daAtividade Policial - GACEP e a 56ª Promotoria de Justiça de Teresina-PI, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar:i) Mapeamento de risco de propagação do novo coronavírus no âmbito dos órgãos de segurança pública do Estado do Piauí, submetidopreviamente a aprovação da Vigilância Sanitária Estadual da Secretaria Estadual de Saúde;ii) Planejamento, aquisição e efetiva distribuição de Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo para os profissionais de segurança públicano âmbito do Estado do Piauí;iii) Higienização e sanitização de equipamentos, viaturas e unidades policiais.Determinando-se:sejam comunicados ao CAOCRIM e ao Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do contágio pelo Coronavírus a instauração do presenteprocedimento, via e-mail;b) sejam oficiados ao Secretário Estadual de Segurança Pública, ao Comandante-Geral da Polícia Militar, ao Comandante-Geral do Corpo deBombeiro Militar, ao Delegado-Geral da Polícia Civil e ao Diretor do DPCT dando ciência da instauração do presente procedimento erequisitando, no prazo de 72 (setenta e duas) horas,as seguintes informações:b.1) Mapeamento de risco de propagação do novo coronavírus no âmbito dos órgãos de segurança pública do Estado do Piauí (item i):

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b.1.1) Foi realizado o mb.1.2) O mapeamento foi acompanhado e aprovado pela vigilância sanitária?b.1.3) Quais providências foram adotadas no âmbito de cada órgão após o mapeamento?b.1.4) Caso as respostas dos itens acima sejam negativas, que sejam adotadas providências urgentes para a sua consecução.b.2) Planejamento, aquisição e distribuição de Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo para os profissionais de segurançapública no âmbito do Estado do Piauí:b.2.1) Quais as articulações realizadas com a Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Piauí - SESAPI?b.2.2) Quais produtos de fato foram e serão recebidos e em qual quantidade?b.2.3 ) Qual período de duração do estoque de EPIs existente?b.2.4) Por quanto tempo (meses, semanas) a SESAPI irá fornecer de fato os EPIs aos órgãos de segurança pública?b.2.5) Foi formalizado algum instrumento (Convênio/Acordo) entre as Secretarias de Segurança Pública e de Saúde firmando o compromisso derepasse dos citados EPIs?b.2.6 ) Foi realizado levantamento prévio da quantidade diária, semanal e mensal de EPIs e dos tipos necessários em cada órgão (Corpo deBombeiro, Polícia Militar, Polícia Civil, DPCT) e respectivas unidades?b.2.7) Foi realizado levamento da quantidade de EPIs e dos tipos necessários ao Instituto de Medicina Legal do DPCT, o qual possui estruturas enecessidade inerentes aos dos hospitais?b.2.8 ) Existe alguma articulação formal com a SENASP para o envio de EPIs?b.2.8.1) Qual a quantidade será enviada?b.2.8.2) A quantidade enviada abastecerá os órgãos por quanto tempo?b.2.9) Caso a SESAPI e a Senasp deixem de fornecer os EPIs, existe outro plano da SSP/PI e demais órgãos para a aquisição e distribuição deEPIs?b.2.10) Considerando a abertura de crédito extraordinário, publicada por meio doDecreto nº18.950/2020, no dia 23 de abril de 2020, no DiárioOficial do Estadonº73, para despesas inerentes ao enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do Coronavirus, no valor global deR$ 286.413.229,00 em favor de diversos órgãos e secretarias, tendo sido suplementado para a Secretaria Estadual de Segurança Pública o valorde R$27. 229.600,00, quanto deste valor será destinado para aquisição de EPIs e produtos e serviços necessários para sanitização ehigienização (item b.3)?b.3) Higienização e sanitização de equipamentos, viaturas e unidades policiaisb.3.1) A SSP e demais órgãos possuem cronograma de higienização e sanitização das dependências das unidades dos órgãos de segurançapública, especialmente, onde há maior fluxo de pessoas, como nas centrais de flagrantes, bem como os produtos necessários em quantidadesuficiente para realização da referida higienização e sanitização?b.3.2) Existe algum protocolo para a higienização e sanitização de espaços e bens de uso compartilhadas, incluindo-se viaturas policiais,alojamentoe armamentos?c) seja oficiada à Secretaria de Administração e Previdência do Estado do Piauí, requisitando que informe, no prazo de 72 (setenta e suas) horas,a existência de processo licitatório para a aquisição de equipamentos de proteção individual e coletivo para os profissionais de segurança públicado Estado do Piauí.c.1) Caso exista, informar se a referida aquisição está sendo substanciada em consulta ou levamento prévio da necessidade específica de cadaórgão (PCPI, DPCT, PMPI, CBMPI).d) seja oficiada a DEFESP3, Divisão Residual de Segurança Pública do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, encaminhando cópia destaPortaria inaugural, para fins de conhecimento e adoção das providências que entender cabíveis, tendo em vista o Acordo de Cooperação Técnicanº 02/2019 celebrado entre TCE/PI e o MPPI;e) Seja oficiado ao Governador do Estado do Piauí, via Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do contágio pelo Coronavírus do MPPI, parafins de ciênciada instauração do presente procedimento e adoção das providências que entender cabíveis, em razão do disposto no §6º do art.144 da Constituição Federal[7];f) Seja oficiada a Procuradoria-Geral do Estado do Piauí, na forma do inciso XII e do§2º do Art. 2º da Lei Complementar Estadual nº 56/2005[8],para fins de ciência da instauração do presente procedimentoe adoção de providências cabíveis;g) Sejam juntados ao presente procedimento: g.1) o Manual de Recomendações de protocolo procedimental para as Forças de SegurançaPública expedido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública; g.2) Ata da Reunião realizada no dia 20 de abril de 2020, com integrantes daSegurança Pública do Estado do Piauí; g.3) a Ata das Reuniões realizadas nos dias 22 e 28 de abril de 2020, com o Secretário de Saúde doEstado do Piauí;g.4) Ofício SESAPI/GAB nº1466/2020; g.5) Ofício nº21/2020/GAPC - COVID-19.Registre-se no SIMP. Publique-se.Distribua-se o procedimento a um dos membros deste Grupo.Teresina, 04 de maio de 2020.

Gianny Vieira de CarvalhoPromotora de JustiçaCoordenadora do Grupo Regional de Teresina - Segurança Pública eSistema Prisional

Liana Maria Melo LagesPromotora de Justiça56ª Promotoria de Justiça

Fabrícia Barbosa de OliveiraPromotora de JustiçaCoordenadora do GACEP

Maria do Amparo de SousaPromotora de JustiçaMembro do Grupo

Elói Pereira de SousaJúniorPromotor de JustiçaMembro do Grupo

Sávio Eduardo Nunes deCarvalhoPromotor de JustiçaMembro do Grupo

Luzijones Felipe de Carvalho FaçanhaPromotora de JustiçaMembro do Grupo

Nielsen Silva MendesLimaPromotor de JustiçaMembro do Grupo

Renata Marcia RodriguesSilvaPromotora de JustiçaMembro do Grupo

[1]http://www.amazonas.am.gov.br/2020/03/para-atuacao-no-combate-ao-coronavirus-policiais-militares-recebem-equipamentos-de-protecao-individual/[2] Portaria nº 130/2020, que disciplina os procedimentos a serem adotados no âmbito da PMPI relacionados à contenção da disseminação nonovo coronavírus no Estado do Piauí;Diretriz nº 01-GCG/2020, que contém orientações e procedimentos policial de abordagem, prisão, condução e higienização durante o período depropagação do novo coronavírus.[3] Portaria nº 016-GDG/2020/NA, que fixa procedimentos a serem adotados no âmbito da Delegacia-Geral da Polícia Civil, com vistas a auxiliarna contenção da disseminação do novo coronavírus no Estado do Piauí;Portaria nº 017-GDG/2020/NA que altera a Portaria nº 016-GDG/2020/NA; Portaria nº 01/2020, que disciplina o funcionamento da Central deFlagrantes e Central de Flagrantes Gênero de Teresina em razão da Pandemia do COVID-19;Portaria º23-GDG/AN/2020, fixa procedimentos para o uso de EPIs e sanitização de ambientes.

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[4] Portaria nº 02/DPTC/2020, que dispõe sobre o plano de contingência e adoção de medidas preventivas objetivando reduzir os riscos decontágio e disseminação pelo COVID - 19 no âmbito do DPTC/PC/PI;[5] Portarias nº 40/2020 - GAB. CMDO GERAL/CBMEPI e nº 41/2020 - GAB. CMDO GERAL/CBMEPI, expedida pelo Corpo de Bombeiros,ambas tratam das medidas de emergência adotadas em razão da pandemia da COVID-19;[6] Informações também ratificadas por meio do Ofício SESAPI/GAB nº1466/2020[7] Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e daincolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as políciascivis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 104, de 2019)[8]Art. 2º À Procuradoria Geral do Estado compete:XII - propor ao Governador, para os entes da administração direta e indireta, medidas de caráter jurídico que visem a proteger-lhes o patrimônioou aperfeiçoar as práticas administrativas;§ 2º Qualquer cidadão ou entidade, pública ou privada, poderá representar à Procuradoria Geral do Estado contra atos ilegais ou lesivos aopatrimônio público da administração direta ou indireta, para adoção das providências cabíveis.

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