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Revista de Informação.

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  • D E Z E M B R O 2 0 1 1 | Fale! 1

    UMA ENTREVISTA COM O ECONOMISTA GUSTAVO LOYOLARevista de informaoANO X N 86OMNI EDITORAwww.revistafale.com.br

    97715199

    5309

    ISSN 1519-9533 OMNI EDITORA >

    R$ 12,00

    0086

  • Untitled-1 1 01/12/11 10:45

  • 4 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    R E V I S T A D E I N F O R M A O

    EDITOR&PUBLISHER LUS-SRGIO SANTOS

    EDITOR ASSOCIADO Lus Carlos Martins EDITOR DE ARTE Jon Romano REDAO Larissa Sousa, Juliana Dias, Luiz Antonio Alencar COLABORADORES Fernando Maia, Roberto Martins Rodrigues

    e Roberto Costa

    ARTE Larissa Sousa

    JURDICO Mauro Sales BRASLIA (61) 8188.8873SO PAULO (11) 6497.0424

    IMAGEM Agncia Brasil, AE, Reuters REDAO E PUBLICIDADE Omni Editora Associados Ltda. Rua Joaquim S, 746 n Fones: (85) 3247.6101 n CEP 60.130-050, Aldeota, Fortaleza, Cear n e-mail: [email protected] n home-page: www.revistafale.com.br Fale! publicada pela Omni

    Editora Associados Ltda. Preo da assinatura anual no Brasil (12 edies): R$ 86,00 ou o preo com desconto anunciado em promoo. Exemplar em venda avulsa: R$ 12,00, exceto em promoo com

    preo menor. Nmeros anteriores podem ser solicitados pelo correio ou fax. Reprintes podem ser adquiridos pelo telefone (85) 3247.6101. Os artigos assinados no refletem necessariamente o pensamento da revista. Fale! no se responsabiliza pela devoluo de matrias editoriais no solicitadas. Sugestes e comentrios sobre o contedo editorial de Fale! podem ser feitos por fax, telefone ou e-mail. Cartas e mensagens devem trazer o nome e endereo do autor. Fale!

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    reservados. IMPRESSO Celigrfica n Impresso no Brasil/Printed in Brazil. Fale! is published monthly by Omni Editora Associados Ltda. A yearly subscription abroad costs US$ 99,00. To

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    TIRAGEM DESTA EDIO: 13.600 EXEMPLARES

    DIRETOR EDITOR LUS-SRGIO SANTOS

    ISSN 1519-9533

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    Presidenta Dilma Rousseff e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante Natal com servidores e Cantata de Natal com apresentao do Coral da UnB. As duas executivas do o tom da gesto federal onde as mulheres tm papel indito na histria do Brasil. A partir da presidncia. .FOTO FABIO RODRIGUES POZZEBOM _ ABR

    O cenrio nebuloso da economia europia que acaba contaminando os mercados globais no tira a viso relativamente otimista da presidente Dilma Rousseff. No s estamos encerrando o ano com estabilidade e crescimento, mas sobretudo com viso de que 2012 ser necessariamente melhor do que 2011. PGINA8 .

    OBRASILEM2012

    TalkingHeads, 6 Braslia, DF, 7 Economia, 8Cear, 18 Persona,43

    FRASE. Nada teria acontecido se eu no tivesse mantido esse relacionamento consensual, mas estpido. DOMINIQUE STRAUSS-KAHN, ex-chefe do fmisobre a acusao de estupro que custou a candidatura presidncia da frana, em 30 de novembro

    PIC.

    Uma economiaconsistente. assim que classifica o Brasil hoje o economista Gustavo Loyola. Ele acredita que a economia brasileira mostrar crescimento j no comeo de 2012.PGINA12 .

    Cibercultura, 26 Sade, 36 Poltica, 22MeioAmbiente, 41 Artigo,50

  • 6 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    Sabe que dia eu vou inspecionar So Paulo? No

    dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. um Tribunal de Justia fechado, refratrio a qualquer ao do CNJ, e o

    presidente do Supremo Tribunal Federal paulista.

    MINISTRA ELIANA CALMON, corregedora-geral do Conselho Nacional de Justia

    (CNJ) acusada de estar promovendo quebra de sigilo de juzes e servidores da Justia

    FOTO AGENCIA BRASIL

    E C O N O M I A

    O risco de uma exploso da Europa nunca foi to grande. Devemos reformar a Europa, devemos repensar a Europa.

    NICOLAS SARKOZY, presidente da Frana

    Ou a Europa far Histria ou a Histria vai apagar a Unio Europeia.

    GEORGE PAPANDREOU, ex-premier da Grcia

    No vamos enfrentar a crise com recesso.

    DILMA ROUSSEFF, presidente do Brasil

    Quando a gente pensa que as coisas podem melhorar em nosso pas, se tivssemos mais pessoas com a coragem de Eliana Calmon, a realidade nos joga outra vez nas trevas do atraso do corporativismo, bem na poca da renovao de esperanas no Ano Novo.

    RICARDO KOTSCHO, jornalista, sobre a liminar do ministro Marco Aurlio Mello que enfraquece o Conselho Nacional de Justia

    Com 16 anos de clube, eu no consigo ser s profissional. s vezes, fao as coisas com o corao, como um verdadeiro torcedor. Eu gosto demais do Palmeiras e s fao as coisas para ajudar. Mas sei que isso s vezes atrapalha.

    MARCOS, ex-goleiro do Palmeiras, que se aposentou. Em 2002, Marcos foi titular do Brasil na conquista da Copa do Mundo

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    Mobilidade urbana, um desfio

    Construo civil, inflao de 5,65%

    A inflao medida pelo ndice Nacional da Construo Civil fechou dezembro em 0,12%, abaixo da taxa do ms anterior (0,37%). O ndice tambm inferior variao de 0,26% registrada em dezembro de 2010. Com o resultado, o ndice relativo aos gastos com a construo no pas encerrou o ano com alta acumulada de 5,65%, inferior ao acumulado um ano antes (7,36%).

    De acordo com do IBGE, em 2011 os materiais subiram 2,64%, menos do que o verificado no ano anterior (5,24%). A parcela referente mo de obra tambm subiu com menos fora do que em 2010 e acumulou elevao de 9,60%. Um ano antes, o acumulado estava em 10,24%.

    Economia pode crescer em 3,3%

    A estimativa de analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) para o crescimento da economia Produto Interno Bruto (PIB) este ano foi mantida em 3,3%. H quatro semanas, estava em 3,4%.

    Essa projeo est no boletim Focus, publicao semanal do BC elaborada com base em estimativas de analistas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.

    A expectativa para o crescimento da produo industrial, em 2012, tambm foi mantida, em 3,43%. A projeo para a relao entre a dvida lquida do setor pblico e o PIB passou de 37,35% para 37,40%.

    Como turbinar o seu salrio

    Um jeitinho bem original. O pagamento de megassalrios a autoridades tem decorrido em muito da participao em conselhos de administrao e fiscais de empresas estatais e privadas. E o tema est dividindo o governo.

    Muitos ministros e secretrios do Executivo esto recebendo

    rendimentos superiores a R$ 32 mil por ms. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, contra, embora at mesmo seu marido, o ministro das Comunicaes, Paulo Bernardo, seja um dos beneficiados.

    Gleisi continua favorvel incluso das verbas recebidas de conselhos, conhecidas como jetons, no clculo do teto constitucional do funcionalismo, correspondente ao vencimento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente de R$ 26.723,13.

    A Lei de Diretrizes da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana um importante instrumento colocado nas mos de prefeitos e vereadores e tambm da sociedade civil e do Ministrio Pblico para que se possa melhorar as condies de mobilidade urbana nas cidades, conforme avalia o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea), Alexandre Gomide.A Nova Lei de Diretrizes da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana, ele explicou que a legislao dispe sobre os direitos

    dos usurios de servios de trasporte pblico, regulamenta o planejamento e a gesto do setor e altera mecanismos de regulao e fixao das tarifas de transporte pblico.A sociedade civil vai ter que aprender a lgica dessa lei e o Poder Pblico tambm. O que garante mesmo a aplicabilidade vai ser a atuao do Poder Pblico em querer utilizar os instrumentos que a lei dispe e, caso o Poder Pblico no fizer uso da lei, cabe sociedade e ao Ministrio Pblico exigir polticas mais efetivas e sustentveis,

    No faa o que mais gostaria de fazer. Faa o que o seu adversrio menos gostaria que fizesse. SUN TZU

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    O cenrio nebuloso da economia europia que acaba contaminando os mercados globais no tira a viso relativamente otimista da presidente Dilma Rousseff. No s estamos encerrando o ano com estabilidade e crescimento, mas sobretudo com viso de que 2012 ser necessariamente melhor do que 2011, o que no pouca coisa diante da crise e da insensatez poltica que vivenciamos este ano nos EUA e na Europa. O IBGE apurou que a economia brasileira estagnou no terceiro trimestre de 2012.

    A taxa de crescimento acumulado do PIB brasileiro em 2011 de 3,2%. Nossa si-tuao hoje muito diferente de muitos pases do mundo que ainda esto submetidos s regras do FMI, a uma desregulamentaco financeira absurda e perda de capaci-dade de seus estados de agir sobre suas economias. Para Dilma os analistas erraram em suas previses sobre o desempenho brasileiro diante da turbulncia internacional. Aqueles que no incio deste ano previram uma crise cambial e disseram que nos te-

    O Brasil em 2012A presidente Dilma acredita que 2012 ser necessariamente melhor para economia

    A presidenta Dilma Rousseff visita o ex-presidente Luiz Incio Lula da Silva em So Bernardo, SP

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    ramos graves problemas diante do encolhimento do mercado mundial no foram corretos em suas previ-ses, disse. Ns sabemos, por ter passado por isso, que combater cri-se com recesso no d certo.

    Trechos da fala da presiden-te Dilma. Eu sei que 2011 no foi um ano fcil para o mundo, princi-palmente, mas em relao ao mun-do foi um ano bem melhor para o Brasil. Ns sabemos que uma crise de confiana hoje atinge os pases desenvolvidos, principalmente os pases do Hemisfrio Norte, sobretu-do os Estados Unidos e os pases da

    Zona do Euro, da Unio Europia. Nesses pases, a crise vem se tradu-zindo em recesso, instabilidade, sobretudo, num grande mal que o desemprego.

    Ns vemos taxas de desemprego assustadores por todos os pases da Europa e pelos Estados Unidos. Sa-bemos tambm que, no mundo glo-balizado, nenhum pas est imune aos efeitos da crise. O Brasil tecni-camente no est imune aos efeitos da crise, mas o Brasil conquistou e construiu todas as condies para transformar esse momento de crise no s num momento em que a gen-te tem capacidade de reagir e resistir,

    mas em um momento em que temos capacidade de construir oportuni-dades diante da crise; no que ns vamos considerar que quanto pior o mundo, melhor para ns. No se trata disso, pelo contrario, ns sabemos que temos uma relao estreita com todo mundo, mas o Brasil at que porque enfrentou 20 anos de estagnao, recesso, desemprego se preparou e che-gou aqui em 2011, com condies de reagir. E, sobretudo, contando com as suas foras, contando so-bretudo com as suas foras.

    At outubro deste ano, por exem-plo, foram gerados 2,2 milhes de

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    novos empregos, de janeiro a outu-bro. Ns temos, hoje, uma das ta-xas mais baixas: 5,8%. O PIB que ns tivemos de, deliberadamente, diminuir o ritmo de acelerao que ns estvamos vivendo cresceu, apesar de todas as consequncias da crise, 3,2%. Exportamos US$ 234 bilhes at novembro, recorde histrico e, melhor ainda, as nos-sas exportaes vm crescendo a uma taxa superior s importaes. E aqueles que, no incio desse ano, previam e predisseram uma crise cambial e disseram que ns ter-amos graves problemas diante do encolhimento do mercado interna-cional, no foram corretos nas suas previses.

    Ns recebemos at outubro 56 bilhes de investimentos diretos externos e, tanto nossas reservas externas como a nossa capacida-de de gerar crdito diante da crise, permanecem fontes seguras de que o Brasil tem hoje uma situao de maior solidez.

    Ns podemos dizer que tivemos um ano, em relao ao mundo, muito bem sucedido. Com o traba-lho de todos os brasileiros e muita obstinao, ns soubemos adminis-trar as ameaas que atingem a todas as economias do mundo. E admi-nistrar as suas caractersticas mais perigosas e conseguimos, sobretudo, nos antecipar a algumas dificulda-des. Porque percebemos, de forma um pouco anterior a muitos outros, que haveria uma situao muito grave na Europa, situao essa que, at agora, no foi solucionada. E, por isso, tomamos vrias medidas, em tempo hbil, de proteo da in-dstria e da economia, do setor agr-cola e do setor de servios.

    No s estamos encerrando o ano com estabilidade e com cresci-mento, mas, sobretudo, com viso de que 2012 ser, necessariamente, melhor que 2011, o que no pouca coisa diante da crise e da insensa-tez poltica que ns vivenciamos ao longo deste ano, tanto nos Estados Unidos como na Europa. Muitas

    O Brasil recebeu at outubro 56 bilhes de investimentos

    diretos externos e, tanto nossas

    reservas externas como a nossa capacidade de gerar crdito diante da crise,

    permanecem fontes seguras.

    pessoas podem esperar que tero, necessariamente, uma situao em 2012 diferente da de 2011. Essas pessoas que esperam isso, elas esto certas.

    Ns aprendemos que a melhor ferramenta que a sociedade pode contar para estimular seu desen-volvimento social e econmico ter, de fato, uma parceria entre o setor pblico e a sociedade, as empresas privadas, os trabalhadores. E, ao ter clareza de que o Brasil hoje se constitui, alm disso, numa demo-cracia forte, ns sabemos que a nos-sa situao, hoje, muito diferen-te de muitos pases do mundo que ainda esto submetidos s regras do Fundo Monetrio Internacional. H uma desregulamentao finan-ceira absurda e, sobretudo, h per-da de capacidade de seus Estados de agirem sobre a sua sociedade, suas economias.

    Daqui at 2014 eu asseguro a vocs que muita coisa vai mudar no Brasil e vai mudar para melhor.

    Ns vamos preparar o Brasil e os brasileiros para essa era do conhe-cimento, para essa era que tem na cincia, na tecnologia e na inova-o um dos seus grandes marcos e, por isso mesmo, para um perodo de grande prosperidade. No s vamos nos livrar da extrema pobre-za como tambm vamos buscar, a cada dia mais, aperfeioar a qua-lidade do servio pblico prestado. Isso condio para que este pas tenha, de fato, uma grande classe mdia, cada vez mais numerosa, e que construa uma base slida para que ns nos transformemos num dos polos mais dinmicos da so-ciedade, da cultura e da economia internacional.

    Aqui, hoje, ns temos duas ati-vidades importantssimas para o nosso pas: a cultura e o esporte. E eu acredito que um pas que no incentive sua cultura, que no di-versifique suas manifestaes cultu-rais, um pas que no expande a sua alma. A alma do nosso pas uma alma diversificada, multitni-ca, com manifestaes culturais das mais variadas.

    Ns temos aqui grandes artistas que foram premiados justamen-te, homens e mulheres. Ns temos, tambm, uma premiao do espor-te, que muito importante para um pas que vai sediar a Copa do Mun-do e as Olimpadas, mas que, sobre-tudo, percebe que tanto a cultura como o esporte so instrumentos de elevao social to importantes como a educao, a distribuio de renda, o Bolsa Famlia, e todas as polticas sociais do meu governo.

    Por isso, eu queria encerrar di-zendo: ns vamos continuar traba-lhando para fazer do Brasil um pas mais justo, um pas em que toda a sua riqueza, tanto a material como a cultural, se manifesta de forma ampla e que envolva principalmen-te a nossa juventude.

    Vocs no tenham dvida: ns comeamos, no ano de 2011, uma era de prosperidade para este pas e para os brasileiros. n

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    A ECONOMIA BRASILEI-RA ATIngiu nos ltimos anos uma musculatura tal que, mesmo com uma ruptura global, o Produ-to Interno Bruto (PIB) encerraria 2012 com crescimen-to de 1,5% a 2%. A observao do ex-presidente do Banco Central (BC) e scio-diretor da Tendncias Consultoria Inte-grada, Gustavo Loyola, e no se baseia em mero exerccio de oti-mismo. Resulta da confiana em uma economia que nos ltimos 20 anos soube se preparar para enfrentar crises. Num cen-rio mais provvel, o PIB cresce 3,3%, a inflao fecha em 5,4% e a Selic, em 9,50%.

    Em entrevista Agncia Estado, Loyola faz seu prognstico para a economia brasileira em 2012, lista avanos, aponta falhas e identifica o que para ele ser o maior desafio da presidente Dilma Rousseff e de sua equipe econmica: substituir a poltica que busca crescimento por meio de estmulos demanda por outra que compreenda estmulos ampliao da oferta. O ex-BC cri-tica a poltica de ajuste do salrio mnimo, que em 2012 ser aumen-tado em 14% nominais, por enten-der que alm de impactar os gastos da Previdncia com penses e apo-sentadorias, poder impulsionar a demanda. A seguir, os principais trechos da entrevista.

    Qual a sua expectativa para a economia brasileira em 2012?Loyola. A economia mostrar crescimento j no comeo do ano. Diria que comea relativamen-te baixa, mas a tendncia, com os efeitos da reduo da taxa de juros e afrouxamento das medidas ma-croprudenciais, dever ganhar ve-locidade ao longo de 2012.

    UMA ECONOMIACONSISTENTEO economista Gustavo Loyola acredita que a economia brasileira mostrar crescimento j no comeo de 2012

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    Qual a taxa de crescimento que o senhor espera para o ano que vem? Loyola. Estamos com crescimen-to em torno de 3,2% e 3,3%.

    um crescimento baixo, no ?Loyola. , mas possvel. O pano de fundo um crescimento baixo no mundo, principalmente na Eu-ropa, Japo e Estados Unidos. No um cenrio dos mais favorveis para o PIB domstico. Mas no d para acelerar demais porque no h como se fazer isso sem trazer dese-quilbrios para a economia. Para o Brasil, crescimento em torno de 3% um nmero bom, dado a este am-biente que existe no mundo.

    E quais so os setores que podem ajudar mais neste crescimento?Loyola. Os setores que tendem a ser menos atingidos e, portanto, os mais favorecidos no ano que vem so os voltados para o mercado domstico.

    E qual sua previso para a inflao?Loyola. Estamos com um IPCA de 5,4%, abaixo da inflao que se observa em 2011. Ficaremos acima do centro da meta, de 4,5%, mas dentro da margem de tolerncia, que vai at 6,5%.

    uma combinao boa, PIB de 3,3% e uma inflao de 5,5%?Loyola. No boa porque a infla-o relativamente alta Preferia um IPCA mais baixo porque esta inflao ruim para a atividade econmica e, principalmente, por-que corri o poder de compra dos mais pobres. Mas, dadas s cir-cunstncias externas e s nossas dificuldades estruturais, teremos o que possvel.

    O senhor a favor desse novo modus operandi do Banco Central?

    Loyola. Eu no sei se o BC mudou o modus operandi. Diria que tem reagido s mudanas da conjuntu-ra econmica. O que ele (BC) diz que h uma conjuntura ruim, com riscos de crise na Europa a qual vem se antecipando. Talvez voc se refere mudana no sentido de um BC mais disposto a se expor ao risco inflacionrio. At admito que dependendo da conjuntura pode--se ter uma inflao acima da meta e que o BC aceite isso. Mas o pr-prio Tombini [Alexandre Tombi-ni, presidente do Banco Central do Brasil) diz que no isso. Que ele ]est buscando a meta. Nesse caso, nenhuma crtica a fazer.

    O aumento de 14% do sa-lrio mnimo em 2012 no acaba dificultando o traba-lho do BC?Loyola. Sem dvida! Essa poltica do mnimo muito ruim do ponto de vista da poltica econmica. A

    ideia de que se pode aumentar sa-lrios impunemente ilusria. Ter o objetivo de, no longo prazo, de aumentar os salrios muito bom. Mas at que ponto se faz isso por decreto? A gente tem que ir numa trajetria de recuperao do m-nimo que possa ser absorvida pelo sistema produtivo. Esse aumento no representa impacto apenas so-bre as contas da Previdncia. Do ponto de vista da demanda, ele expansionista. O BC precisa tomar cuidado porque os juros agem com certa defasagem. Mexe na alavanca hoje e s v o resultado daqui a um tempo. Por isso os BCs precisam ser cautelosos para evitar erros tanto para mais como para menos.

    Existe algum risco de o BC ter que retomar as altas de juros?Loyola. No o cenrio mais provvel, mas algo que deve ser considerado, sim. Dependendo da velocidade de recuperao da atividade no segundo semestre de 2012, h o risco de ter que se voltar a subir os juros. Uma coisa baixar os juros e ficar nisso. Outra coisa o governo disparar todas as ba-terias que tem para obter o maior PIB possvel. Numa situao desta, eventualmente, voc pode ter um excesso de estmulos.

    Em 2012 o governo ter de tirar do papel os investimen-tos para as obras da Copa do Mundo e outros projetos Loyola. Pois ! Em 2012 o governo no ter como fazer uma expanso fiscal vis--vis. Eu acho muito di-fcil embora o ministro Man-tega [Guido Mantega, ministro da Fazenda] esteja insistindo neste ponto que o governo consiga em 2012 uma execuo fiscal igual a de 2011, economizando 3,1% do PIB.

    A Tendncias trabalha com quanto?Loyola. Trabalhamos com um su-pervit primrio entre 2,6% e 2,7%

    Uma coisa baixar os juros e ficar nisso. Outra coisa o governo

    disparar todas as baterias para

    obter o maior PIB possvel. Numa situao desta, eventualmente, voc pode ter

    um excesso de estmulos.

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    do PIB. No estou dizendo que seja um nmero ruim porque diante das circunstncias, de fato, no . Mas no deixa de representar uma expanso nos gastos em relao a este ano.

    O senhor considera que o go-verno fez a parte dele este ano, usando a poltica fiscal para ajudar o BC no comba-te inflao e reduo da demanda?Loyola. Sem dvida que sim. Esta uma coisa que precisamos reco-nhecer. De fato o governo andou na mesma direo do BC e certa-mente ajudou a abreviar o ciclo de alta. Talvez a trajetria de alta da Selic tivesse sido maior se no fosse este esforo conjunto. Ago-ra, de todo modo, apesar de todo esse esforo, ainda temos uma in-flao alta no Pas, especialmente a de servios, que pouco sensvel taxa de juros.

    Qual o principal desafio para o governo a partir de 2012?Loyola. O desafio para a presi-dente Dilma do ponto de vista da poltica econmica passar de uma poltica que busca aumentar

    em infraestrutura, que aumentem nossa capacidade produtiva e me-lhore a nossa competitividade. O Brasil tem se defrontado com difi-culdades de competitividade. Pre-cisamos de medidas na direo da melhora da produtividade.

    Qual a sua previso para a taxa de juros no ano que vem?Loyola. Estamos trabalhando com a continuidade do ciclo de queda para, no mnimo, 9,5% ao ano. Mas pode ir at mais, depen-dendo do cenrio externo.

    De modo geral, percebe-se que o senhor no v 2012 como um ano muito bom, mas nada de catastrfico tambm, no ?Loyola. Eu acho que o cenrio no catastrfico. O caso do ce-nrio catastrfico viria se ocorresse uma ruptura na economia mun-dial. Mesmo num quadro de ruptu-ra, o Brasil tem todas as condies de se defender razoavelmente bem. Eu acho que o Brasil, por exemplo, no teria um cenrio de recesso. No cresceria 3,5%, mas expandiria algo entre 1,5% e 2%. n

    Mesmo num quadro de ruptura

    da economia global, o Brasil tem todas as condies de se defender

    razoavelmente bem. Eu acho

    que o Brasil, por exemplo, no

    teria um cenrio de recesso.

    o crescimento atravs de estmulos demanda para outra que tenha a ver com o deslocamento para mais oferta. Isso significa medidas volta-das para reformas e investimentos

    ENTRADA DE DLARES NO PAS SUPEROU SADA EM US$ 65,279 BILHES EM 2011

    As sadas de dlares superaram as entradas, em dezembro de 2011, segundo dados do Banco Central (BC). Em dezembro de 2011, o saldo negativo do fluxo cambial ficou em US$ 1,943 bilho.

    Em todo 2011, a entrada foi maior do que a sada, registrando saldo positivo de US$ 65,279 bilhes, com aumento de 168% em relao aos US$ 24,354 bilhes de 2010. Foi o segundo melhor supervit cambial da srie histrica, atrs apenas do de 2007, quando o saldo lquido de dlares no pas chegou a US$ 87,45 bilhes, nas contas do BC.

    O segmento financeiro (registro de investimentos em ttulos, aes, remessas de lucros e dividendos ao exterior, entre outras operaes) registrou saldo negativo de US$ 3,625 bilhes no ms passado, e acumulou no ano resultado positivo de US$ 21,329 bilhes.

    ENQUANTO ISSO, NO JAPOAs reservas em moeda estrangeira do

    Japo cresceram em dezembro pelo terceiro ms consecutivo e alcanaram o montante recorde de US$ 1,54 trilho, segundo o Banco do Japo (BOJ).

    As reservas registraram alta de 13,5% com relao a dezembro de 2010 devido necessidade do banco central japons de injetar liquidez ao sistema bancrio para estimular a economia.

    As reservas japonesas, menores apenas que as da China, cresceram principalmente pelas operaes de venda de ienes efetuadas pelo governo e o Banco do Japo para desvalorizar a moeda local, que nos ltimos meses registrou vrios mximos histricos frente ao euro e ao dlar. n

    O fluxo comercial relacionado a operaes do comrcio exterior ficou positivo em US$ 1,681 bilho, no ms, e em US$ 43,950 bilhes, em 2011.

    O BC tambm informou que a posio de cmbio dos bancos ficou vendida, o que indica aposta na queda do dlar, em US$ 1,583 bilho, em dezembro. Em novembro, essa posio era comprada (indicando expectativa de alta do dlar) em US$ 1,031 bilho. n

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    AO QUE PARECE AS PROJEES sobre as possveis configu-raes do quadro econmi-co se mostram no mnimo promissoras para o Governo

    brasileiro. A presidenta do Brasil Dilma Roussef acredita que no que se refere crise financeira mundial, que teve um efeito no mximo mo-derado sobre a economia brasilei-ra, o pior j passou, no havendo maiores expectativas em torno de impactos negativos futuros. Ela ga-rante ainda que 2012, ser um ano muito melhor do que 2011.

    J o ministro da Fazenda, Gui-do Mantega, por sua vez, assinala

    PROJEES DIVERGENTESBanco Central e Governo tm nmeros diferentes sobre o crescimento da economia brasileira em 2012

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a diretora-gerente do Fundo Monetrio Internacio-nal (FMI), Christine Lagarde, em encontro em BrasliaFOTO MARCELLO CASAL JR._ABR

  • 16 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    que o Brasil ir crescer no mnimo 4,5%, acima da mdia de 4% dos oito anos do governo do presiden-te Lula. Mantega e Dilma Rousseff prefixaram uma marca de 5% do crescimento do Produto Interno Bruto Brasileiro, para 2012, e Rous-seff justifica esta postura positiva, asseverando que o Brasil dispe de recursos prprios para fazer frente crise, alm de muita sade no sis-tema financeiro, e reservas interna-cionais considerveis.

    Guido Mantega por outro lado, menciona as medidas de barate-amento do crdito e as isenes fiscais estabelecidas como estimu-ladoras do consumo, como fato-res de impulso desse crescimento previsto. Em contrapartida, o pre-sidente do Banco Central, Alexan-dre Tombini, teria revelado em conversa com economistas, que as projees do BC, diferem das pers-pectivas do Ministrio da Fazen-da, partindo da premissa de que, enquanto o primeiro se volta mais para o mercado, o segundo se de-tm mais nas expectativas dos con-sumidores. Tombini adianta ainda que no primeiro trimestre de 2012, a economia brasileira apresentar sintomas de recuperao, poden-do inclusive fechar o ano com um crescimento de acima de 4%. Todo esse panorama de esperanas de um upgrade na economia brasilei-ra, se resume numa frase at em-blemtica de Dilma Rousseff sobre o assunto:Vamos entrar o ano em ritmo de cruzeiro, enfatiza a pre-sidenta.

    O mercado financeiro a seu tur-no, no deixa por menos, fazendo coro a toda esse compasso de co-memorao antecipada de uma possvel recuperao no cenrio

    econmico brasileiro, ao estabele-cer um consenso de 5% de cresci-mento do PIB, com expectativas de uma inflao controlada na faixa dos 5,5%, e o ndice de desemprego na casa dos 6%.

    Todo esse otimismo encontra respaldo na prpria inteno do ministro da Fazenda Guido Mante-ga no sentido de manter um clima positivo em torno de uma estima-tiva de crescimento do PIB, dentro de uma filosofia do prprio Gover-no brasileiro no sentido de evitar que estimativas adversas de um crescimento menor, contaminem as possveis perspectivas de investi-mento, com reflexos marcantemen-te negativos para a prpria econo-

    mia do pas em si. Assim sendo, as projees de PIB do Ministrio da Fazenda acabam sendo mais altas do que as Banco Central,por exem-plo, que por sua vez so assentadas de repente em bases mais tcnicas e realistas e menos comprometidas com manobras possivelmente oti-mizadoras da poltica econmica brasileira.

    As 153 pginas do Relatrio Tri-mestral do Banco Central se apre-sentam por demais reducionistas em relao as projees de Mante-ga, ao estabelecer uma previso de crescimento de apenas 3,5% para 2012, o que fez com que o Minis-tro da Fazenda a considerasse me-nos precisa, j que no bate com os 4,5% anunciados por ele.

    Os dados do Relatrio do BC ainda vo mais alm ao apontar para um crescimento de 2% para a indstria, 2,9% para o comrcio, e um percentual de consumo das fa-mlias, em torno de 4%. Nmeros pouco expressivos, mas suficientes tocar o barco para a frente, acon-tece que o diretor de poltica eco-nmica do Banco Central, Carlos Hamilton, advertiu que se o cres-cimento econmico ficar muito concentrado no segundo semestre de 2012, poder em decorrncia gerar presses inflacionrias em 2013. Resumindo, enquanto as metas e dados de crescimento do governo visam criar um clima de estmulo ao aquecimento da eco-nomia brasileira, as estimativas de fontes menos comprometidas com esse desiderato governamental apresentam dados bem mais frios e realistas em torno das expecta-tivas de crescimento econmico politicamente to acalentadas e difundidas. n

    Posso assegurar que em 2012

    o Brasil estar crescendo mais do que em 2011.

    Teremos um cmbio mais favorvel

    indstria e o crdito mais

    barato para os consumidores.

    GUIDO MANTEGA

    A N O T E . O principal instrumento usado pelo BC para alcanar essa meta de inflao a alterao na taxa bsica de juros, a Selic, que atualmente est em 11% ao ano. A expectativa a taxa ao final de 2012 permanece em 9,5% ao ano.

  • D E Z E M B R O 2 0 1 1 | Fale! 17

    BRASIL, SEXTA POTNCIA ECONMICAO Brasil fechou o ano de 2011, como a sexta potncia econmica mun-

    dial, desbancando a Inglaterra, e ficando atrs apenas dos Estados Unidos, China, Japo, Alemanha e Frana, e a estimativa de que ele ultrapasse todas as economias europeias, inclusive a Alemanha, por volta de 2020. A classificao confirmada pelo Centro de Pesquisa Econmica e Negcios, encontrou respaldo na imprensa britnica, a ponto de o jornal britnico Daily Mail afirmar que o Brasil est se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia global.

    Dados generosos apontam para as potencialidades que propiciam o Brasil a se tornar um expressiva potncia no cenrio econmico internacional, como uma diversidade climtica propiciante de uma produo agrcola bem variada, com vrias safras anuais uma produo industrial de destaque, e uma imensa costa de 7.000 km facilitando a sada de sua produo para outros pases. O privilgio de ter a quinta maior populao e a quinta maior extenso de terra do mundo, alm da maior biodiversidade, completa o elenco de atributos conducentes do Brasil a condio de uma relevante potncia no cenrio internacional.

    Acontece que problemas bsicos e graves ainda recorrentes por baixo do verniz de pas emergente ainda precisam ser resolvidos para que o Brasil possa usufruir com a plenitude a condio de sexta potncia mundial. A tributao elevada, a baixa qualidade da educao, a desigualdade social gritante, a alta concentrao de renda, as diferenas regionais muito marcantes, a falta de infraestrutura, e os j famosos e notrios ndices de violncia, ainda so entra-ves bsicos para que o Brasil possa ostentar com letras garrafais o pomposo ttulo de grande potncia mundial. Estatisticamente os nmeros apontam para um crescimento, que para que se consolide se faz necessrio ser socialmente partilhado, j que no que se refere ao fator social, o Brasil ainda est muito longe de se ombrear a uma potncia, deixando ainda muito a desejar. n

    D E Z E M B R O 2 0 1 1 | Fale! 17

  • 18 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    O INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATGIA ECONMICA Cearense-IPECE, rgo vinculado Secretaria de Planeja-mento e Gesto (Seplag) do Governo do Estado prev para comear, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Cear em 5,0% para 2012, um ndice superior at ao desempenho nacional previsto de 3,4 % para o mesmo perodo. A projeo inclui ainda um crescimento de in-vestimentos em diferentes reas, principalmente nos setor social e no segmento de infraestrutura.

    O CEAR PROJETA 2012Banco Central e Governo tem nmeros diferentes sobre o ccrescimento da economia em 2012

    De acordo com o diretor geral do IPECE, eonomista Flvio Atali-ba, o volume de investimentos p-blicos realizados no Cear nos l-timos anos, vem garantindo uma dinmica prpria na economia cearense, propiciando um cresci-mento muitas vezes at superior mdia nacional.

    Ataliba adianta ainda que os resultados previstos para 2012, so at superiores aos alcanados no ano anterior, mas para que isso acontea, necessrio se faz que segmentos como o Comr-cio Varejista e a Construo Civil, continuem a apresentar o mesmo desempenho positivo, bem como se verifique uma recuperao das atividades industriais cearenses.

    Contudo, apesar da corren-te de comrcio internacional do Cear, correspondente soma das exportaes e importaes, apresentar uma previso de cres-cimento para 2012, dado o com-portamento do setor externo nos

    ltimos meses, a possibilidade de recesso na Europa e a lenta recuperao da economia norte--americana, poder ser um fator de influncia nos resultados pro-jetados para o corrente ano.

    Finanas pblicas. Por outro lado h uma estimativa de receita de, cerca de R$ 17,02 bilhes, por parte do Governo do Cear, e uma des-pesa de R$ 16, 75 bilhes, gerando assim a projeo de um supervit primrio de R$ 262 milhes.

    Um dos fatores que podero contudo afetar o ritmo de cresci-mento da economia cearense, de acordo com o diretor geral do Ipe-ce, justamente a queda de repas-ses do Fundo de Participao dos Estados (FPE), por conta da recen-te reduo da alquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por parte do Governo Fede-ral para alguns produtos, visando um aumento de consumo de bens por parte da populao.

    Por sua vez, o incremento da arrecadao de Imposto sobre Consumo de Mercadorias e Ser-vios (ICMS), pode se tornar um fator compensatrio de parte da reduo das despesas estaduais, decorrente do FPE.

    Algumas aes da Secretaria da Fazenda, esto projetadas para contribuir para crescimento da ar-recadao estadual em 2012, como a reduo em mdia de 10,45% da base de clculo do Imposto sobre Propriedade de Veculos Automo-tores (IPVA), bem como a conti-nuidade da poltica de reduo e iseno do ICMS sobre produtos selecionados, que tem colaborado para a ampliao da base de inci-dncia do imposto, e consequen-temente, aumento da arrecadao.

    O estudo do Ipece assinala ainda a ampliao do Programa Notal Fiscal Eletrnica, a moder-nizao do setor de tecnologia da SEFAZ atravs da implemen-tao do Sistema de Gesto Tri-butria SIGET, a implementao

    5,0% a projeo mdia de

    crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) a preo de mercado do Cear em 2012, podendo oscilar entre

    4,5 e 5,5%, o que superior estimativa de fechamento que

    foi de 4,10%.

    25,8% o percentual para a educao previsto no

    Oramento do Cear de 2012 acima dos limites legais estabelecidos R$ 2,8

    bilhes. Na sade a cifra de R$ 1,51 bilho. J a despesa

    com pessoal est prevista em 39,51% da receita corrente

    lquida.

  • D E Z E M B R O 2 0 1 1 | Fale! 19

    39,4%

    10,4%

    7,0%

    4,5%

    4,5%

    4,3%

    3,7%

    3,7%

    3,4%

    3,4%

    1,3%

    -15,5%

    -15,6%

    -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0

    Agropecuria

    Alojamento e Alimentao

    Outros servios

    Construo

    Eletricidade, Gs e gua

    Comrcio

    PIB

    Transportes

    Aluguis

    Intermediao Financeira

    Administrao Pblica

    Transformao

    Comrcio

    A E C O N O M I A C E A R E N S E N O 3 T R I M E S T R E D E 2 0 1 1Taxas trimestrais do PIB e das atividades econmicas do Cear no 3 trimestre de 2011

    FONTE: IBGE E IPECE - INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEGIA ECONOMICA DO CEARA

    de seis scanners para o combate ao contrabando e sonegao fis-cal em postos de fiscalizao na divisa do Cear e a ampliao do uso de carto de crdito para o pagamento de impostos esta-duais, como medidas de reforo para a arrecadao prevista para 2012. Essas aes garantem o fi-nanciamento dos investimentos previstos para o presente ano de R$ 3,8 bilhes.

    Oramento. A previso oramen-tria de 2012 estabelece o percen-tual de 25,8% para a educao e 14,8% para a sade, representando respectivamente R$ 2,8 bilhes e R$ 1,51 bilho, enquanto a despesa com pessoal prev o percentual de 39,51% da receita corrente lquida.

    J o montante destinado em 2012 para a rea social atinge o valor de R$ 4,71 bilhes, enquan-to so destinados R$ 460 milhes

    para o setor agrrio, R$ 253, 5 mi-lhes para desenvolvimento social e trabalho, e R$ 213 milhes para a rea de segurana pblica.Essas perspectivas se encontram na edio especial do Ipece- In-forme nmero 22 de dezembro de 2011, em matria que tem como ttulo Perspectivas da Economia Cearense. Acesso completo ao trabalho pelo site www. Ipecde.ce.gov.br. n

    Algumas aes da Secretaria da Fazenda, esto projetadas para contribuir para crescimento da arrecadao estadual em 2012, como a reduo em mdia de 10,45% da base de clculo do Imposto sobre Propriedade de Veculos Automotores

  • 20 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    O emprego na indstria caiu pelo terceiro ms consecutivo. Em novembro de 2011, a taxa de ocupao no setor foi de -0,1%, comparada ao ms anterior. A reduo do contingente de trabalhadores j tinha atingido taxas negativas em setembro (-0,4%) e outubro (-0,5%), na comparao ms a ms.

    Na comparao com o mesmo ms do ano anterior, a reduo do nmero de vagas na

    indstria foi de 0,5%, a mais intensa, desde janeiro de 2010. O recuo foi registrado em sete das 14 regies pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE.

    De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salrio, a indstria paulista foi a que mais impactou a mdia global entre as regies pesquisadas. A taxa de emprego industrial em So Paulo foi de -3,7%,

    provocada por taxas negativas em 15 dos 18 setores investigados. A maior reduo no total do pessoal ocupado foi registrada nas indstrias de borracha e plstico (-11,9%), seguida pela indstria de alimentos e bebidas (-3,9%), de produtos de metal (-6,5%), de calados de couro (-15,9%), de vesturio (-5,8%) e de metalurgia bsica (-9,0%).

    As contribuies positivas sobre o total do pessoal ocupado

    vieram do Paran (5,3%), regio Norte e Centro-Oeste (2,4%), Rio Grande do Sul (2,2%) e Minas Gerais (1,6%). Apesar de o setor de alimentos e bebidas ter sido um dos responsveis pelas taxas negativas tanto de So Paulo, onde a queda no setor foi de 3,9%, quanto de outros estados como o Cear (4,5%), esse segmento foi apontado pelo IBGE como um dos que impactaram mais positivamente a mdia global do emprego industrial. n

    O NDICE DE CONFIANA DA CONSTRUO (ICST), calcu-lado pela Fundao Getulio Vargas (FGV), registrou queda de 9,9% no ltimo trimestre do ano passado, na comparao com igual perodo de 2010. O ndice mdio passou de 138,7 pontos para 125,0 pontos.Esse recuo, no entanto, foi menos intenso do que os regis-trados nos trimestres terminados nos dois meses anteriores: em outu-bro (-10,4%) e novembro (-10,2%), segundo mostra a pesquisa Sonda-gem da Construo, da FGV.

    Entre os grupos que mais indicaram queda na confiana esto a construo de edifcios e obras civis com 124,1 pontos ante 140,0 pon-

    CONFIANA MENORConfiana da construo civil recua no ltimo trimestre de 2009, aponta Fundao Getlio Vargas

    tos no ltimo trimestre de 2010; aluguel de equipamentos de cons-truo e demolio (de 133,1 para 111,6 pontos).

    As quedas foram menos acentu-adas nas atividades de preparao do terreno (de 134,0 para 126,2 pontos), obras de infraestruturas para engenharia eltrica e teleco-municaes (de 129,4 para 125,2 pontos) e obras de acabamento (de 127,3 para 125,0 pontos).

    O que mais influenciou o re-sultado foi a avaliao sobre o mo-mento atual dos negcios. O n-dice da Situao Atual (ISA-CST) passou de 136,7 pontos para 119,2 pontos, um recuo de 12,8%.

    Foram consultadas 704 em-presas e 34,8% dos entrevistados apontaram a situao atual como boa, ante 49,6% que tinham fei-to a mesma avaliao em igual perodo de 2010. Para 9,7% dos entrevistados, a classificao foi de um quadro ruim, o que signi-fica aumento do pessimismo j que, no ano anterior, a taxa tinha atingido 5,4%. n

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  • 22 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    AS ELEIES MUNICIPAIS DO ANO QUE VEM J COMEAM a movimentar os bastidores da poltica brasileira. Na cor-rida para as principais prefeituras do Pas, alguns can-didatos sem histrico em uma disputa desse porte esto apostando boa parte de suas fichas nos padrinhos polti-cos Um dos casos mais emblemticos o do ex-presiden-

    te Luiz Incio Lula da Silva, que tem forte apelo popular e con-seguiu emplacar o ministro da Educao, Fernando Haddad,

    para disputar a maior prefei-tura do Pas, a de So Paulo, pelo Partido dos Trabalhado-res, desbancando nomes tra-dicionais como a da senadora e ex-prefeita Marta Suplicy.

    Apesar da fora poltica do ex--presidente Lula, que atualmen-

    Apesar da fama dos apadrinhamentos polticos nas eleies municipais, o socilogo Alberto Carlos Almeida afirma no acreditar que Lula possa influenciar sobre o voto do eleitorado nas prximas eleies para prefeito. POR ELIZABETH LOPES

    ELEIES MUNICIPAIS APADRINHAMENTO FUNCIONA?

  • D E Z E M B R O 2 0 1 1 | Fale! 23

    te est fazendo tratamento para combater um cncer na laringe, mas j prometeu voltar ativa em breve, inclusive com a pro-messa de subir nos palanques de seus afilhados polticos, h quem duvide da inf luncia de tais pa-drinhos sobre o eleitorado nesse tipo de eleio. Em entrevista ex-clusiva Agncia Estado, o soci-logo e cientista poltico Alber-to Carlos Almeida, do Instituto Anlise, atesta: "O apoio do Lula numa eleio municipal mito." Segundo Alberto, que tambm autor dos livros "A Cabea do Brasileiro", "A Cabea do Eleitor" e "Erros nas Pesquisas Eleitorais e de Opinio", muitos candida-tos apoiados por Lula nas eleies municipais de 2008 perderam o pleito, inclusive a ex-prefeita Mar-ta Suplicy, derrotada pelo atual prefeito Gilberto Kassab (PSD).

    As eleies municipais do ano que vem podem ser en-carada como um trampolim

    Alberto. Eu creio que vai estar se definindo as foras que disputa-ro a sucesso ao governo estadu-al em 2014. Isso o mais impor-tante. Como o Kassab tende a ser candidato ao governo paulista, crucial para ele manter o contro-le da Prefeitura. E seguindo essa lgica, o seu candidato tem nome e sobrenome: Henrique Meirel-les (ex-presidente do Banco Cen-tral, recm filiado ao PSD de So Paulo).

    E Meirelles tende a ser um nome competitivo, j que no tem experincia numa eleio majoritria?Alberto. Antes de preparar o Meirelles para essa disputa, tem uma coisa que antecede os planos de Kassab: melhorar a avaliao de sua administrao frente da Prefeitura de So Paulo. O seu candidato pode ter o maior ca-risma do mundo, mas se sua ad-

    ministrao no tiver aprovao da populao, ele no elege nem o Lula. Caso ele consiga melhorar o ndice de aprovao, inteiramen-te possvel preparar Meirelles, que um nome forte, para essa disputa. E o ministro Fernando Ha-ddad, pode levar vantagem por ter o apoio de um padri-nho poltico de peso, como o ex-presidente Lula?Alberto. O apoio do Lula um mito. Lula apoiou muitos candida-tos nas eleies municipais de 2008 e muita gente perdeu. Marta Su-plicy foi derrotada em So Paulo e este s um exemplo entre tantos. At em Pernambuco, onde ele era ou ainda considerado um santo, enfrentou dificuldades e tambm perdeu em algumas localidades, como em Jaboato. O apoio im-portante quando tem o ocupante do cargo (querendo fazer o sucessor). O Lula na eleio em 2008 no foi fundamental para eleger prefeito, mas foi em 2010 para eleger sua su-cessora, a presidente Dilma Rous-seff. O prefeito crucial para eleger o prefeito, governador para eleger o governador e o presidente para ele-ger presidente. Fora disso, mito.

    E a escolha de Fernando Ha-ddad para disputar a prefei-tura pelo PT foi acertada?Alberto. A escolha muito boa para o PT porque o partido j ter os votos macios da periferia da ci-dade, como os da zona leste e extre-ma zona sul. Com o Haddad, o par-tido tenta escolher um candidato palatvel para alm da periferia. Os votos da periferia sero dados para o candidato do PT, qualquer que seja ele, se for voc, eu ou o Haddad. Ele poder tentar abrir uma mar-gem, uma folga muito grande no eleitorado de classe mais baixa ou poder tentar investir mais no elei-torado de classe mais alta. Mas, sem dvida alguma, a escolha foi certa.

    E quanto ex-prefeita e atu-al senadora Marta Suplicy?

    ELEIES MUNICIPAIS APADRINHAMENTO FUNCIONA?

    para a sucesso presidencial de 2014?

    Alberto Carlos Almeida. Ao contrrio do que muitos imagi-nam, ela no influenciar em nada o pleito presidencial de 2014. Nas eleies municipais de 2008, por exemplo, Gilberto Kassab venceu a disputa para a maior prefeitura do Pas (So Paulo) e o impacto disso na eleio presidencial (que elegeu Dilma Rousseff em 2010) foi nulo.

    E o que est em jogo na dis-puta que ser travada pela maior Prefeitura do Pas, a de So Paulo?

    Ela [ a presidente

    Dilma] no uma pessoa

    que tenha sido socializada no

    mundo eleitoral, como o Lula, que tem as eleies e a poltica nas

    veias, desde os tempos de

    sindicato.

  • 24 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    Alberto. Marta era a certeza da derrota e o Haddad a incerteza, tanto da vitria quanto da derrota. Ele, certamente no tem esse ponto negativo da Marta, que a certeza da derrota

    E a escolha do deputado Ga-briel Chalita para disputar a Prefeitura de So Paulo pelo PMDB foi uma boa aposta, ele um nome competitivo?Alberto - Acho que ser uma cam-panha difcil para ele, pois j existe na Capital uma disputa clara entre PT, PSDB e a Prefeitura, hoje ocu-pada pelo Kassab. Para o PMDB entrar nesse terreno j dominado, no ser nada trivial, (Chalita) ter de mostrar muito servio. J com relao ao PSDB, que ainda no definiu o nome, qualquer que seja o escolhido, a expectativa que te-nha um bom desempenho.

    Com Haddad, Chalita e Mei-relles na disputa em So Paulo, podemos dizer que essa eleio ter o novo em pauta? Alberto. No creio, pois de novo, temos apenas os nomes dos candida-tos, j que todos passam pelas gran-des estruturas partidrias, das foras polticas j presentes em So Paulo.

    E qual a sua viso das elei-es municipais em outras cidades do Pas?Alberto. As candidaturas dos prefeitos das capitais sempre apon-

    tam para uma provvel candidatu-ra mais frente no nvel regional, ou seja, governo estadual. Temos mais de 5.500 municpios em todo o Pas, no possvel imaginar que um prefeito eleito ter influncia numa eleio presidencial. O Serra (ex-governador tucano Jos Serra) apoiou o Kassab (no pleito mu-nicipal de 2008) e teve o apoio do

    Q U E M . Alberto Carlos Almeida cientista poltico, socilogo e professor universitrio. Discpulo do socilogo Roberto DaMatta, Alberto autor do livro A Cabea do brasileiro e tambm A Cabea do eleitor, ambos da Editora Record. Na primeira obra, ele apresenta a Pesquisa Social Brasileira em poucos conceitos de fcil compreenso . A segunda obra oferece um retrato das pesquisas eleitorais, revelando a lgica do pensamento do eleitor. Alberto dirigiu entre 2002 e 2004 as pesquisas de opinio da Fundao Getulio Vargas e entre 2005 e 2007 as pesquisas de opinio da Ipsos. Alberto tambm presidente do Instituto Anlise, que atua na rea de Pesquisa de Mercado e Opinio Pblica.

    O Lula, na eleio de

    2008, no foi fundamental para eleger

    prefeito, mas foi em 2010 para eleger

    sua sucessora. O prefeito crucial para

    eleger o prefeito, governador

    para eleger o governador.

    prefeito na eleio presidencial de 2010, mesmo assim foi derrotado.

    E a presidente Dilma Rous-seff, deve entrar nessa cam-panha municipal, como fazia seu antecessor, o ex-presi-dente Lula?Alberto. difcil dizer, pois ela no parece estar muito preocupada com isso, veja bem, foi a primeira eleio que a Dilma disputou. Ela no uma pessoa que tenha sido so-cializada no mundo eleitoral, como o Lula, que tem as eleies e a po-ltica nas veias, desde os tempos de sindicato. A princpio, no parece ser do feitio da Dilma esse tipo de envolvimento, o que pode ser bom, inclusive, na medida em que ela no dever se envolver em certos confli-tos. Sem o apoio explcito assim: se (o candidato) ganhar, voc aprovei-ta menos, mas se perder, voc no se d to mal.

    E quais sero os grandes te-mas em debate nessas elei-es municipais?Alberto. Uma eleio municipal acaba se pautando mais pelos temas de interesse local do eleitorado. Por-tanto, nas grandes cidades, os temas tendem a ser bem variados, mas nas pequenas e mdias, um tema obriga-trio a sade. Alis, este sempre um tema em pauta porque no tem sada, no tem soluo, um proble-ma insolvel. No h recurso que d conta da sade, alm de tudo, o mo-delo do SUS insustentvel. n

  • M A I O 2 0 1 2 , F O R T A L E Z A , C E A R

    1. OBJETIVOSPremiar anualmente 30 Cearenses utilizando o critrio de influncia. No famoso Dicionrio Aurlio o adjetivo influente definido como quem influi ou exerce influncia. Trata-se de um fato ou ao que afeta pessoas, coisas ou o curso de um evento, especialmente quando funciona sem qualquer esforo aparente direto. Influncia tambm se traduz no poder de influenciar ou afetar, sustentado no prestgio, riqueza, habilidade ou posio. Em qualquer situao, traduz reconheci mento e credibilidade.

    2. O PROCESSOO Processo de escolha se inicia em consulta aberta na internet. A lista final fechada por equipe da Omni Editora. Os escolhidos so comunicados por Carta protocolada assinada pela direo da Omni.

    3. O EVENTOO evento da entrega do Prmio totalmente patrocinado pela Omni Editora. Sero entregues diploma e trofu aos homenageados que comparecem ao evento. Simultaneamente circular edio especial da revista Fale! com o perfil e retrato de todos os Influentes. A edio 2012 acontecer em maio e ter convidado especial que falar sobre O Brasil e as Megatendncias Globais e Regionais.

    4. CATEGORIASSO SEIS CATEGORIAS1. Politicos 2. Empresrios&Empreendedores 3. Artistas&Intelectuais 4. Profissionais Liberais 5. Esportes. 6. cone

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  • 26 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    A partir do sucesso da estratgia de Barack Obama na sua campanha nas eleies presidenciais norte-americanas de 2008, polticos do mundo inteiro adotaram a Internet como a nova mdia imediata, e tambm como tribuna virtual. No para menos, j que Obama fez farto uso da Web, ao utilizar redes sociais como Facebook, Myspace, Youtube, Flickr, AsianAve e Twitter.

    Poltica e Cidadaniaem compasso virtualAs novas tecnologias garantem vias de acesso e perspectivas abertas para o pleno exerccio de uma poltica bem mais cidad. Parlamentares e comunidade interagem virtualmente na elaborao de projetos e pautas de reivindicao Por Luiz Antnio Alencar

    Estimulados pelo sucesso de seu colega americano, chefes de esta-do como Slvio Berlusconi( Itlia), Angela Merkel( Alemanha) e Ni-colas Sarkozy(Frana) passaram a adotar a Internet como mdia difu-sora prioritria de suas plataformas e idias, at mesmo por conta de sua notria e relevante abrangncia e alcance global.

    A faanha de Barack Obama tanto criou escola, como abriu um novo portal para a prtica do exer-ccio poltico virtual.

    As mdias sociais ganharam re-levncia com a campanha digital do presidente eleito dos EUA, Ba-rack Obama, por conta de fatores bvios e determinantes para a sua expressiva vitria nas urnas ameri-canas.

    Ambos os candidatos, ou sejam,

    Cibercultura

    26 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

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  • 28 Fale! | D E Z E M B R O 2 0 1 1

    Tanto Obama como John McCain, possu-am contas em diversas mdias sociais, acontece que a utilizao do pri-meiro de tais mdias, foi bem mais expressiva. Para come-ar, Obama contava com 130 mil seguidores no Twitter, nmero que deve ter aumentado, j que conta-va com atualizaes dirias, e seu perfil no Youtube possua em torno de 1.800 vdeos postados, com 14 milhes de visualizaes em ape-

    nas um vdeo no Youtube,, alm de um grupo no Facebook, com 2,3 milhes de membros.

    At no Flickr, Obama teve sor-te, j que a maioria das fotos de seu perfil no era registrada por profissionais e sim por eleitores voluntrios.

    John McCain por sua vez apre-sentou um nmero bem mais pfio de adeses virtuais com menos de

    cinco mil seguidores no Twitter sem atualizaes dirias, pouco mais de 330 vdeos postados no Youtube, e ausncia de perfis no Facebook e Flickr.

    E para completar Obama criou uma rede social, no caso a myba-rackobama.com, atravs da qual os eleitores puderam criar seus pr-prios blogs para discurso e o en-vio de recomendaes e mini-sites para arrecadaes de aes e orga-nizao de eventos. Sedimentando a sua base virtual, Obama ainda

    Tres momentos de Barack Obama usando o Twitter, uma rede social bem popular. Acima, a pgina no Twitter remete para o site de campanha que pede doaes (ao lado) e, no detalhe, tenta envolver o eleitor tornando-o militante e doador

    Cibercultura

  • D E Z E M B R O 2 0 1 1 | Fale! 29

    criou depois de eleito o change.gov, um ambiente onde a comunidade pode propor novas idias e emitir opinies sobre os temas os mais diversos, criando um link virtual-mente democrtico de participao social pura e simples no governo, uma aproximao Estado e povo sem precedentes na prpria hist-ria poltica mundial. Assim, sendo, bingo, est gerada uma nova forma de exerccio da cidadania.

    Vitrine poltica na internet. No Brasil j se dispe de um site, o Politweets, onde se pode ter acesso a dados sobre vrios polticos bra-sileiros, reunindo perfis de repre-sentantes pblicos, a maioria deles deputados federais, segundo dados mais recentes. Nele alm de se dis-ponibilizar uma avaliao pblica virtual do homem pblico, se pode at simular pleitos virtuais, no caso, a twitteleio.

    O Politweets assinala tambm o Twitter, microblog que aceita no mximo 140 caracteres, como a fer-ramenta favorita dos polticos bra-sileiros, at mesmo pela sua funcio-nalidade a partir da facilidade de postagens tanto por computador, como atravs de telefone celular.

    Enquanto isso, a Cmara dos Deputados lanou sua rede social, o e-democracia, enquanto o Minis-trio da Cultura lanou a Cultural Digital voltado para uma discusso aberta sobre polticas pblicas de cultura digital. Como se trata de um expediente usado livremente e sem direcionamento ideolgico ou terico estabelecido, partin-do do princpio de que a Internet um espao aberto e sem a trava de jurisprudncias e legislaes lo-calizadas, o exerccio da cidadania tem o desempenho garantido em dimenso virtual ampla e aberta, numa web democracia acolhedora de todas as informaes, tendn-cias, opinies e idias, configuran-do consequentemente uma espcie de gora grega informatizada. (A gora era a praa na Grcia Antiga

    aonde o cidado tinha viva voz). A mdia social atua assim com desen-voltura nesse leque de possibilida-des e disponibilidades tecnologica-mente instrumentalizadas.

    Afinal, o que mdia social? Trocado em midos, a mdia social pode ser definida como a produ-o de contedos sem monitorao editorial de grandes grupos, de for-ma descentralizada, portanto, em suma uma imenso dilogo parti-lhado por uma grande diversidade de pessoas, utilizando expedientes e ferramentas de tecnologia online.

    As mdias sociais apresentam diferentes formatos tais como blo-gs, mensagens instantneas, com-partilhamento de msicas, e-mails, etc, e diferentemente das mdias tradicionais como televiso, jor-nais, rdio ou livros, dependem da interao entre pessoas para se concretizar, pura e simplesmente, da o nome-mdias sociais. A parti-lha de contedos usando a tecnolo-gia como condutor tambm outra de sua caracterstica bsica.

    Entre os exemplos de aplica-o de mdias sociais destacamos os blogs publicaes edito-

    riais independentes Google Groups(redes sociais, referncias ,Wikipedia (referncia), MyS-pace (rede social)Last.fm (com-partilhamento de msica e rede social), Youtube (rede social e com-partilhamento de vdeo), Second Life(realidade virtual), Facebook (rede social), Flickr (rede social e compartilhamento de fotos), Twit-ter ( rede social e microblogging, Wikis (compartilhamento de co-nhecimento), entre outros servios similares.

    Por outro lado, com o surgi-mento de novas ferramentas por conta da prpria tecnologia vir-tual, as mdias sociais adquirem amplitude, gerando uma relevante mudana na prpria estrutura de poder social, a partir da possibili-dade aberta legada ao cidado co-mum, de influenciar comunidades e pessoas a partir da gerao de novas temticas e contedos, em uma nova e livre performance de cidadania aberta. Assim sendo, as mdias sociais se estabelecem como uma das mais abrangentes formas de mdia surgidas at hoje.

    Enquanto isso, diversas empre-sas brasileiras j apostam nas m-dias sociais como um importante instrumento de comunicao, re-lacionamento, vendas e at atendi-mento de seus clientes.

    Exemplos como o atendimento pelo Twitter, que a Sky Brasil faz a seus assinantes, a estratgia de divulgao e relacionamento usada pela Rede Glo-bo, e at a estratgia de aproveitamento de contedo de blogueiros por parte da Editora Abril, so claro demons-trativos de que as mdias sociais se tor-nam gradualmente um dado positivo at mesmo nos esquemas de intera-o produtiva das grandes empresas e corporaes brasileiras. Com isso, j comea a se configurar um mercado novo, j que se estabelece a urgncia das empresas contratarem profis-sionais especialistas em mdia so-cial, uma tendncia comportamen-tal e tecnolgica que ao que tudo indica, veio para ficar. n

    O Brasil dispe de um site, o Politweets,

    onde se pode ter acesso a dados sobre

    vrios polticos brasileiros.

    HERMAN HESSE, coordenador de comuni-cao social da Assembleia Legislativa

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    Glossrio das Mdias SociaisAs mdias sociais

    representam um mercado emergente dentro das vrias opes de investimentos na Internet. Acontece que o surgimento de novas ferramentas, redes e formas de desempenho a uma velocidade crescente, pede uma atualizao constante de termos e inovaes que assomam a cada dia nesse novo e fascinante mercado. Vamos a alguns deles

    BLOG. Um blog uma pgina da Web estruturada de modo a permitir uma atualizao rpida de informaes, geralmente em torno de uma mesma temtica. Trata-se de uma ferramenta que pode por exemplo, ser utilizada em uma empresa ou entidade visando otimizar a comunicao entre equipes, departamentos e pessoas.

    E-MAIL MARKETING. Peas publicitrias em formato HTML destinadas a usurios cadastrados e que deram autorizao do recebimento das informaes referentes marca ou empresa.

    BUZZ MARKETING.Termo referente a uma estratgia de marketing visando incentivar um indivduo a repassar a outros de seu mbito social, certas

    informaes acerca de um produto, servio, etc.

    REDES SOCIAIS ONLINE. Define-se como rede social uma estrutura que abrange, organizaes ou pessoas, conectadas por uma ou vrios tipos de relaes, e com valores, interesses e objetivos comuns. As Redes Sociais atuam em nveis diferenciados, como por exemplo, as redes de relacionamento como:-Facebook-Orkut-Twitter-Myspace,Ou ento em redes profissionais (linkedin), ou mesmo as redes comunitrias, como por exemplo, as redes sociais em bairros ou cidades, ou em um caso mais especfico, em redes polticas. Elas permitem uma anlise bem ampla de dados relevantes como a forma de desenvolvimento das atividades das organizaes, o meio de alcance de objetivos por parte de indivduos, e at a mensurao, ou seja a medida do capital social obtido pelos indivduos como a rede social.

    LINK BUILDING. O processo de estruturamento do total de links externos para um site.

    NEWSLETTERS.

    Informativos com artigos, notcias e sugestes que so remetidos a e-mails com cadastro prvio.

    BUSCA ORGNICA. Links em ordem de relevncia em uma pgina de resultados.

    FEED. Termo oriundo do idioma ingls, que significa alimentar, os feeds so utilizados para que um usurio da Internet, possa ter acesso e acompanhamento de diversos artigos ou contedos de um site ou blog, sem que precise visita-lo.

    WOMMWORD OF MOUTH MARKETING. Estratgias de marketing que estimulam indivduos a repassar uma mensagem de marketing para outros, potencializando o contedo dessa mesma mensagem.

    TRANSMDIA STORYTELLING.Narrativas e contedos que lanam mo de diferentes mdias para completar uma mensagem inicial. Trata-se de uma tcnica adequada para atingir pblicos diversificados visando criar engajamento sobre uma marca ou um produto.

    MARKETING VIRAL.Tambm chamado

    de publicidade viral, refere-se a tcnicas de marketing que buscam explorar redes sociais pr-existentes, visando a produo de aumentos exponenciais em conhecimento de marca.

    MDIAS SOCIAIS.Contedo online criado por indivduos utilizando tecnologias de publicao como blogs, Facebook, Orkut, Twitter, Myspace, Youtube, etc.

    SMO. Social Media Optimization um conjunto de prticas visando gerenciar a presena digital de uma marca nos diversos canais e mdias sociais existentes na web.

    WIKI. As expresses wiki e Wiki/Wiki so usadas para definir uma modalidade especfica de coleo ou documentos em hipertexto ou software colaborativo utilizado para cria-lo.

    SEEDING. Tcnica usada em buzz marketing, representando o ato de disseminar a informao nas redes sociais.

    SEM. Search Engine Marketing ou Marketing de Busca, todo o conjunto de estratgias para sites de busca, envolvendo otimizao de sites e links patrocinados.

    Cibercultura

  • D E Z E M B R O 2 0 1 1 | Fale! 31

    Penaforte

    Jardim

    Jati

    Brejo SantoPorteiras

    Mauriti

    Barro

    AbaiafaMilagre

    Altanera

    Ipaumirim

    Pereiro

    Cedro

    Erer

    Potiretama

    Iracema

    Jaguaribara

    Alto Santo

    Tabuleiro do NorteS. Joo do Jaguaribe

    QuixerIbicuitinga

    IcapuItaiaba

    Jaguaruama

    Palhano

    Fortim

    BeberibeChorozinho

    Pindoretama

    AquirazMaranguape

    Guaiuba

    GuaramirangaMulungu

    AratubaCapistrano

    OcaraItapiuna

    Itarema

    M. Velha

    Caririau

    GranjeiroV. Alegre

    Farias Brito

    Crato

    Nova Olinda

    AraripeSalitre

    Campos SalesAssar

    TarrafasCaris

    Saboeiro

    Aiuaba

    Parambu

    Quiterianpoles

    Catarina

    Jucs

    AcopiaraQuixel

    Piquet Carneiro

    Solonpole

    Quixeramobim

    MilhaSenador Pompeu

    Novo Oriente

    Independncia

    Ipaporanga

    PorangaArarenda

    Ipueiras

    Croat

    Gua. do Norte

    Carnaubal

    Granja

    Barroquinha

    Jijoca de Jericoacoara

    Cruz

    Amontada TrairiParaipaba

    Paracuru

    Itarema

    Tamboril

    Nova Russas Catunda

    Mons. Tabosa

    Boa Viagem

    ChorMadalena

    Itatira

    Santa Quitria

    HidrolndiaIpu

    Pires Ferreira

    VarjotaReriutaba

    GraaPacuja

    MucamboFlecheirinha

    Corea

    Alcntaras

    Moraujo

    MartinopoleBela Cruz

    MarcoSenador S

    Massare

    Carir

    Forquilha

    Miraima

    Irauuba

    TururuUmirim

    Tejuuoca

    So Luis do CuruApuiars

    Gen. Sampaio

    Chaval

    Jardim

    Camocim

    a

    Acara

    Viosa do Cear

    Sobral

    Ubajara

    Pacoti

    Fortaleza

    Morada Nova

    Russas

    Aracati

    Limoeiro do Norte

    S. Gonalo do Amarante

    Caucaia

    Cascavel

    Quixad

    JaguaribeTau

    Iguatu

    Juazeiro do Norte

    Mombaa

    Canind

    Uruburetama

    Crates

    Itapipoca

    Antonina do Norte

    Arneiroz

    Barbalha

    Santana Cariri

    Potengi

    Aurora

    BaixioUmari

    L. da Mangabeira

    Ic

    Ors

    Irapuan Pinheiro

    Jaguaretama

    Banabuiu

    EusbioPacatuba

    Itaitinga

    Palmcia

    Baturit

    AcarapeBarreira

    RedenoPacajus

    Horizonte

    Maracana

    Paramoti

    Pentecoste

    Itapaj

    Aracoiaba

    Santana AcaradoMeruoca

    Uruoca Morrinhos

    So Benedito

    Ipiapina

    Tiangu

    Groaras

    CINTURO VIRTUAL UNIFICA O CEAR

    3.020 KM DE FIBRA tica, em um investimento de em torno de R$ 65 milhes, o programa Cinturo Digital do Cear disponibiliza internet em banda larga para prefeituras e rgos pblicos do interior do Cear, com a vantagem adicional de oferecer uma melhoria de infraestrutura prpria comunidade em geral.

    Com previso de conexo para 92 cidades, o Cinturo Digital do Cear estabeleceu uma conexo inicial instalada na sede de 53

    DIELTRICODWDM - CHESFOPGW a ser lanadoOPMWADSS Urbano

    Rede de FibraLegendas

    municpios, o que

    corresponde a 85% da populao

    urbana do estado.A partir da economia

    resultante da digitalizao, o governo prev a recuperao do investimento em dois

    anos. O programa no estabelece contudo a abertura do sinal para a populao, mas se prope a baratear o custo de sua utilizao na iniciativa

    privada, de modo que a promessa do governo justamente oferecer

    30 megabytes por segundo ao mercado atravs de uma empresa pblica a ser criada. O programa Cinturo Digital

    do Cear contempla todas as escolas pblicas estaduais com

    acesso banda larga. A Empresa de Tecnologia de Informao do Cear ( ETICE) recebeu em agosto de 2011, licena do Servio de Comunicao Multimdia (SCM) para operar o Cinturo Digital no Cear. n

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    A Assemblia Legislativa do Estado do Cear conta com uma rede de ao interativa com base na Tecnologia da Informao visando gerar todo um painel transparncia e visibilidade no intuito de tornar virtualmente pblico o trabalho da casa legislativa.

    Alm das mdias tradicionais a Assemblia tem utilizado com nfase a re-des sociais, principalmente o Twitter. Agncia AL, a TV Assemblia e a FM As-semblia atuam tambm virtualmente, ao darem acesso a toda a comunidade de internautas para interao atravs do twitter e do Facebook. Verses das mdias impressas como a Revista Plenrio e o Jornal AL se encontram disponveis na web, alm do acesso ao udio de pronunciamentos de parlamentares disponveis toda a comunidade, inclusive radialistas que quiserem reproduzir as falas dos deputados em seus programas radiofnicos.

    A mdia social no parlamentoAs novas tecnologias garantem vias de acesso e perspectivas abertas para o pleno exerccio de uma poltica bem mais cidad. Parlamentares e comunidade interagem virtualmente na elaborao de projetos e pautas de reivindicao Por Luiz Antnio Alencar

    A TV Assemblia lana tambm a sua enquete virtual sobre temas de maior relevncia para a comunidade, com significativa participao popular como um oportuno aferidor de opin-io pblica de modo a at servir de referncia popular na desenvoltura do desempenho legislativo.

    A chefe da Agncia de Notcias da Assemblia Legislativa jornalista Clara Guimares, menciona o boletim eletrni-co e o mailing da casa como outras vias virtuais de modo a compor todo o painel de mdia social da AL, garantindo que a participao de internautas devidamente cadastrados para receberem informaes com periodicidade at de tempo real dos eventos da AL, tende a crescer cada vez mais. O cidado pode cadastrar-se na agncia de notcias, e ficar tambm tendo acesso dados informativos no mesmo compasso e agilidade, recurso disponi-bilizado, claro, para outras unidades de

    Cibercultura

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    mdia, por exemplo. Outra via de acesso possibilita acompanhar atravs de men-sagens no celular toda a programao de eventos da AL, outra vertente de mdia social a possibilitar mais uma interao popular nos acontecimentos e fatos do cotidiano do palcio legislativo.

    O sistema wireless de acesso virtual interno da AL, atende por sua vez a trs categorias-visitantes, autoridades e par-lamentares, visando controlar o acesso internet no recesso da AL, no sentido at mesmo de evitar navegaes e incurses em sites indevidos.

    A grande novidade por outro lado a implantao do sistema digital na TV Assemblia a partir de 2012, com bvia garantia de qualidade e-upgrade nas suas transmisses televisivas. Trata-se de mais um demonstrativo de que a Assemblia Legislativa do Estado do Cear se mostra cada vez disposta a intensificar esse link cada vez mais preciso entre a ao poltica

    e a prxis legisladora e as novas e emer-gentes tecnologias, compondo assim o quadro cada vez mais ampliado das m-dias sociais crescentemente atuantes nesse segmento especfico.

    A editora de Mdias Sociais da Assem-blia, Juliana Sampaio, por sua vez explica que as notcias da Agncia AL, os projetos que tramitam em plenrio e os eventos da Casa, podero ser acompanhados em tempo real pelo usurio que seguir o en-dereo. A pgina garante a velocidade das nossas notcias e a transparncia do Poder. Qualquer pessoa esteja onde es-tiver, pode participar de manifestaes, enviar sugestes e crticas, afirma a jor-nalista. Segundo ainda a comunicadora, o nmero de seguidores do

    twitter da Assemblia chega a 3.963, enquanto o facebook rene 402 segui-dores, uma comunidade virtual que inclui polticos, jornalistas e o pblico erm geral, geralmente apresentando sugestes pas-

    sveis de se tornarem temas em pauta no plenrio e at futuros projetos de lei.

    Essa busca de uma proximidade com o cidado fez com que a Assemblia comeasse a abrir canais de redes sociais em 2009, quando foi criado o @Assem-bleia CE no twitter. S no microblog a Assembleia possui 2.893 seguidores, o que demonstra que a aproximao entre o Poder Legislativo Cearense e a comuni-dade se acentua e adquire cada vez mais desenvoltura e transparncia atravs das redes sociais.

    Alm disso as principais aes do legislativo estadual podem ser acompan-hadas pelo Facebook, na fan page oficial Assemblia Legislativa do Cear. Con-cluindo uma frase do gestor de Comuni-cao Social da Casa, jornalista Hermann Hesse define a postura da Assemblia Leg-islativa em relao utilizao racional e direcionada da mdia Social: Acredito que temos que ir onde o pblico est. n

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    INTERNET E C IDADANIAConhea quais as redes sociais que os parlamentares estaduais cearenses mais usam para informar e interagir e como eles avaliam os resultados do uso dessas ferramentas

    FERNANDO HUGO. O Deputado Estadual Fernando Hugo declara encontrar nas ferramentas virtuais, um amplo suporte para o seu desempenho como parlamentar. Segundo as suas prprias palavras, e na eloquncia que lhe peculiar: A vida moderna atinge o seu degrau superior, fazendo com que um embricamento instantneo una pela preciosidade da informao os povos, bem como os continentes. A vida poltica ultramoderna tem no toque genialesco da informtica a peculiaridade de transportar idias, fatos e aes no imediatismo do pensamento, universalizando desde a cmara parlamentar mais humilde at as hostes congressionais mais imponentes. Isto propicia percucientemente o entendimento popular to indispensvel boa cidadania, propiciando a todos que tm acesso prola da modernidade que a informtica, conhecimento, debates, propostas e reivindicaes instantneas aos representantes dos poderes. Utilizando com mais assiduidade as ferramentas do Facebook e Twitter, Fernando Hugo enfatiza que incocebvel se falar em poltica nesse incio do sculo 21, sem a utilizao da mais audaciosa forma de comunicao at hoje existente.

    MALSON CRUZ. O deputado estadual Malson Cruz, do Partido Republicano Brasileiro, um amplo usurio do Twitter e do Facebook, e prioriza o uso da Internet, como um frum virtual de intercmbio de idias e revalidao dos preceitos democrticos. Tendo criado um grupo virtual de dilogo e interao com a comunidade, acolhendo tambm crticas e sugestes, o parlamentar criou o projeto Cidade Virtual nos municpios cearenses de Tau e Limoeiro do Norte, que ganhou inclusive o Prmio Idias Inovadoras do Sebrae. Apesar de considerar a Internet, uma mdia ainda segmentada, Malson Cruz acredita e aposta na eficcia de seu desempenho como ferramenta de interao social e poltica, bem como um plano aberto de exerccio democrtico da cidadania e da ao poltica como um todo, um novo polo de integrao entre o parlamentar e a comunidade. Quanto ao seu Projeto Cidade Digital, ele est propiciando o acesso Internet s cidades as quais abrange, dentro da filosofia do Projeto Cinturo Digital do Governo do Estado do Cear, que visa informatizar com custos reduzidos 86% da populao urbana do Cear com Internet banda larga. Quanto ao Cidade

    Digital, foi criada inclusive uma Praa Virtual para moradores de Limoeiro do Norte interagirem como nas velhas praas interioranas.

    HEITOR FRRER. O deputado estadual Heitor Frrer, do PDT, se considera um dos grandes entusiastas da Internet na Assemblia Legislativa, sendo at enftico ao afirmar que a democracia agradece a essa nova ferramenta que abre um espao valioso para a participao popular, se constituindo assim uma tribuna virtual aberta, com nveis de divulgao, transparncia e rapidez da maior expressividade. Trata-se de um mecanismo extraordinariamente barato e transparente, e utilizo como um meio privilegiado de divulgao dos meus propsitos. Heitor Frrer, manifesta uma predileo especial pelo Twitter e pelo Facebook, e enfatiza que as mdias sociais criam um espao de atuao e transcendncia parlamentar, para muito alm dos limites do prprio plenrio legislativo estadual.

    PAULO DUARTE. O deputado estadual Paulo Duarte, da sigla Democratas, assevera que a Internet, democratizou a

    Cibercultura

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    democracia, segundo suas prprias palavras, a partir da abertura da participao popular, criando assim um novo polo virtual de exerccio da prpria cidadania. Para o parlamentar, trata-se de uma ferramenta indispensvel que possibilita comunidade, tanto um acompanhamento cotidiano de toda a atividade do representante pblico, bem como uma interao dessa mesma comunidade com o parlamentar. Utilizando preferencialmente, o Twitter e o Facebook, Paulo Duarte na Internet como uma transcendncia os prprios limites da Casa legislativa, democratizando o acesso do eleitor ao homem pblico, e vice-versa.

    FERREIRA ARAGO. O deputado estadual Ferreira Arago, tambm apresentador televisivo do Programa Comando 22, na TV Dirio, alm de um recordista em audincia e produo legislativa, garante utilizar o facebook como mdia social favorita, deixando claro que a internet uma ferramenta altamente importante para a comunicao e para o exerccio pleno da cidadania, alm de ser uma canal da maior valia no que se refere ao propiciamento da participao popular. Integrado comunidade at mesmo por conta de sua atuao como parlamentar e como comunicador, Ferreira Arago se posiciona nitidamente favorvel utilizao do espao virtual como desenvoltura plena da cidadania como conceito e ao.

    HERMNIO RESENDE. O deputado estadual pelo PSL, Hermnio Resende utiliza o Facebook e o Twitter como ferramentas prediletas na qual, segundo ele, se instrumentaliza todo tipo de participao popular atravs desse tipo de interao aberta, no que o leva a concluir que a Internet se configura como um equipamento relevante para a consolidao da democracia pura e simples. Ximenes ressalta ainda a transparncia do poder legislativo, tanto no espao virtual como tambm em outras mdias.

    CARLOMANO MARQUES. O deputado estadual Carlomano Marques, assinala o exemplo da revoluo do mundo rabe, a Primavera rabe, para ilustrar as importncia interativa da Internet como expediente de interao social. Segundo ele, trata-se de um autntico observatrio eletrnico do que acontece dentro da prpria Assemblia Legislativa, a partir do princpio de que cada frase, ou afirmao, por parte de um parlamentar pode suscitar toda uma onda de comentrios virtuais, o que confere mdia social todo um papel de consolidao da prpria democracia em sua essncia maior.

    Carlomano Marques, que prefere ferramentas de pesquisa como Google, Skype e Hotmail assinala a criao do Projeto Cinturo Digital, por parte do Governo do Estado do Cear, que atravs de 260km de cabos de fibra tica, pretende interligar virtualmente 92 municpios cearenses, beneficiando 86% da populao urbana do Cear.

    HERMANN HESSE O jornalista Hermann Hesse, coordenador de Comunicao Social da Assemblia Legislativa do Estado do Cear assinala que a utilizao da mdia social confere uma maior transparncia s aes do poder legislativo. Hermann Hesse adianta ainda que a comunicao do poder legislativo atua como uma resposta articulada grande mdia que trata a informao do poder legislativo com desdm, enquanto que o setor de comunicao da Assemblia Legislativa do Cear, por exemplo, procura atingir um pblico cada vez maior, utilizando as ferramentas com a maior capilaridade possvel, haja visto o fato do Twitter da Assemblia Legislativa contar com quase quatro mil seguidores. O jornalista ressalta tambm toda a interrelao entre as vrias modalidades de ferramentas aplicadas no complexo miditico da casa legislativa, principalmente no sentido de tornar pblica a ao dos 46 parlamentares, alm de atrair o internauta para a mdia convencional, servindo assim de suporte para essas mesmas mdias, quais sejam, o rdio, a TV, etc. n

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    ODONTOLOGIA

    DR. WAGNER ARAJO DE NEGREIROS Professor universitrio de cursos de ps-graduao (Especializao e Mestrado), e tambm doutor e mestre em prtese dental (UNICAMP-SP); Especialista em Implantodontia (SP).

    J imaginou o uso de dentes de elefantes (marfim) para a confeco de prtese dentria? Os dentes so utilizados por muitos animais como instrumentos de autodefesa ou de ataque, mas, h tempos atrs, eram matria-prima para o uso dessas indispensveis estruturas trituradoras de alimentos. Achados arqueolgicos antes de Cristo das civilizaes grega e egpcia mostraram que pedras, ossos e conchas tambm serviram para substituir dentes ausentes. Estamos no sculo das inovaes tecnolgicas. Por Juliana Dias

    UMA REVOLUOTECNOLGICA NA

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    CERCA DE 20% DA POPULAO NACIONAL NUNCA TEVE acesso a qualquer tipo de tratamento odontolgico. Para se ter uma idia da situao em nosso meio, o acesso a uma simples prtese total (dentadura) em um Centro de Especialidades Odontolgicas de Fortaleza pode fazer o cidado enfrentar uma fila de at 10.000 pacientes. Tratamentos mais especializados como prteses fixas no so uma rotina nesses servios pblicos. Pesquisas mostraram que milhes

    de indivduos no utilizam a escova de dente, dentre outros motivos, por no poder compr-la. Muitas vezes, famlias de cinco membros dividem uma s escova dental. Certamente o problema no a falta de profissionais, pois existe um dentista para cada 863 brasileiros, sendo esse nmero maior que o estipulado pela Organizao Mundial de Sade (OMS) para pases em desenvolvimento e equivale a quantidade de registros de profissionais dos Estados Unidos e Canad, juntos. Alm disso, o Brasil responsvel pela formao de 11% dos dentistas atuantes no mundo. Polticas pblicas bem intencionadas tm sido sugeridas, como a Portaria N 398 de 28 de julho de 2011 que faz a incluso de implantes dentrios para acesso junto ao Servio nico de Sade (SUS). Contudo o impasse est na implementao dessas medidas, pois quanto maior a complexidade dos tratamentos maior a necessidade de investimentos estruturais e de capacitao profissional. Acredita-se que cada real gasto com preveno em sade bucal corresponda a 36 reais gastos em tratamento odontolgico.

    A Odontologia e outros segmentos dependentes diretos de materiais e tcnicas experimentam uma revoluo de tecnologia, e isto permitiu Cincia Odontolgica alcanar um aperfeioamento significativo no que se refere preveno, restaurao e substituio dos dentes ausentes. A Odontologia Baseada em Evidncias (O.B.B. termo que exprime a realizao e a aplicao da pesquisa cientfica na rea odontolgica) tem permitido aos dentistas a execuo de procedimentos clnicos com ex-trema eficincia, segurana e previsibilidade.

    Para saber mais sobre o assunto, consultamos o doutor Wagner Arajo de Negreiros, que pro-fessor universitrio e de cursos de ps-graduao (Especializao e Mestrado), e tambm doutor e mestre em prtese dental (UNI-CAMP-SP); Especialista em Im-plantodontia (SP).O que a perda dos dentes provoca?

    Grande parte da populao brasileira perdeu a capacidade de mastigar os alimentos e de sorrir com naturalidade. Geralmente a falta de informao conduz o indi-vduo a uma rotina de hbitos ali-mentares no saudveis e a uma m higiene bucal, causando destrui-o da estrutura dentria, cries e problemas gengivais que motivam a reabsoro ssea e a conseqen-te perda dos dentes. Uma pessoa desdentada, alm de sorrir me-nos, perde a autoconfiana e pode at ser excludo mais facilmente do mercado de trabalho. Estudos mostraram que grande parte dos pacientes Para saber mais sobre o assunto, consultamos o doutor Wagner Arajo de Negreiros, que professor universitrio e de cur-sos de ps-graduao Especia-

    lizao e Mestrado , e tambm doutor e mestre em prtese den-tal pela Universidade de Campinas, em so Paulo e Especialista em Implantodontia, em So Paulo.

    O que a perda dos dentes provoca?wGrande parte da po-pulao brasileira per-deu a capacidade de mastigar os alimentos e de sorrir com natu-ralidade. Geralmente a falta de informao conduz o indivduo a uma rotina de hbitos alimentares no saud-veis e a uma m higiene bucal, causando des-

    1. Dente ausente

    2. Perfurao e instalao do implante

    3. Exposio do implante

    4. Preparo para a prtese

    5. Resultado externo

    6. Resultado interno

    P A S S O A P A S S O D O I M P L A N T E D E N T R I OSaiba como acontece o processo que deixa pacientes com o sorriso aberto

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    truio da estrutura dentria, cries e problemas gengivais que motivam a reabsoro s-sea e a conseqente perda dos dentes. Uma pessoa desdenta-da, alm de sorrir menos, perde a autoconfiana e pode at ser excludo mais facilmente do mercado de trabalho. Estudos mostraram que grande parte dos pacientes que usam prte-se total (dentadura) apresenta at sete vezes menos fora na mastigao e menor perfor-mance mastigatria (capaci-dade de triturar os alimentos), reduzem a ingesto de frutas e verduras, fazem maior uso de medicaes gastrointestinais (alimentos mal processados ao chegar no estmago), en-fim, tem uma insatisfao ge-ral com a prpria vida.

    Nossa populao tem dificuldade na re-posio de dentes perdidos? ainda difcil o acesso aos ser-vios especializados de sade bucal apesar de melhoras na ltima dcada. Sessenta e nove por cento dos adultos tem a necessidade de algum tipo de prtese, sendo que a maioria (41%) relativa prtese par-cial em um maxilar. Em 1,3% dos casos, h necessidade de prtese total (dentadura) em pelo menos um maxilar. Im-portante destacar que este percentual em 2003 era de 4,4% Ministrio da Sade, 2010.

    Como substituir os dentes ausentes? Os dentes podem ser substitu-dos por meio de prteses fixas e/ou removveis, parciais (par-te da arcada) ou totais (toda a arcada dentria). As prteses removveis (exemplos: prteses parciais removveis ou brid-ges, e as prteses totais ou den-taduras) tm as vantagens de serem removidas para higieni-zao e de terem baixo custo,

    apesar de oferecerem menor conforto durante a fala e a mas-tigao, e do aspecto antiestti-co em vrias situaes (visuali-zao de grampos metlicos no sorriso). As prteses fixas so preferveis pela maioria dos pa-cientes por simularem melhor as funes dos dentes naturais, oferecendo maior performance mastigatria (habilidade de tri-turar os alimentos), conforto e possibilidades estticas (novos materiais restauradores). As prteses fixas podem ser supor-tadas por dentes ou por implan-tes dentrios.

    Quais so esses novos materiais restau-radores?A Odontologia restauradora tem avanado muito no desen-volvimento e no aprimoramen-to de materiais restauradores que substituam as prteses me-tlicas (coroas e pontes fixas prateadas ou douradas) que, apesar do bom comporta-mento funcional, podem ge-rar uma aparncia desagrad-vel. Esse fato motivado pela nova moda da Odontologia nas ltimas dcadas, que tem preconizado dentes brancos, alongados e caninos sem cs-pides evidentes. Assim diversos grupos de cermicas (ou por-celanas) odontolgicas foram produzidos e pesquisados nos ltimos anos ( base de Leuci-ta, Dissilicato de Ltio, Alumina e Zirconia), substituindo, com vantagens, as prteses de ouro ostentadas no passado como padro de beleza. Essas cermi-cas tm sido bastante utilizadas, por exemplo, na confeco de facetas (lminas de cermica) que so fixadas (coladas) na superfcie vestibular (na frente) dos dentes anteriores, modifi-cando sensivelmente a forma, textura e cor (branca) da denti-o durante o sorriso. Essa in-terveno clnica tem sido mui-

    Preparao para implante na arcada inferior

    Aplicao de parafusos para o implante

    Aplicao de gel para proteo das gengivas durante o implante dentrio

    Finalizao do implante. Arcadas superior e inferior com dentes. Gengivas saudveis.

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    to procurada por profissionais do meio artstico (atores e apresenta-dores) no sentido de reconstruir seus sorrisos. As prteses brancas podem ser fixadas sobre dentes na-turais ou sobre os implantes dent-rios.

    O uso de implantes dentrios recente?A utilizao da tcnica foi mais intensificada no final do Sc. XIX e incio do Sc XX, quando im-plantes sub-periosteais, agulhados e laminados (em ouro, cobalto--cromo, platina, carbono), eram instalados em pacientes sem qual-quer protocolo cirrgico seguro, baseado apenas no empirismo. De maneira inusitada, um mdico or-topedista de nome P.I. Branemark (1969), descobriu o conceito da Osseointegrao que diz respeito a ancoragem eficiente do implante ao osso humano. Esse pesquisador estudava a microcirculao ssea em tbias de coelhos (cobaias) e observou uma grande dificuldade na remoo de cmaras de titnio do contato com esse osso animal, surgindo a ideia de implantar in-tencionalmente esse artefato em mandbulas humanas desdenta-das. Posteriormente A. Schroeder (1976) observou