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Mdulo 4
Como intervir em
casos de abuso
ou dependnciade lcool e
outras drogas:
modalidades de
tratamento eencaminhamento
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A9| Modelos de tratamentos para pessoas com dependncia
de lcool e outras drogas
A10| Tratamento de pessoas dependentes de substncias em
Comunidades Teraputicas
A11| A importncia das redes sociais na recuperao e
reinsero social de usurios e dependentes de lcool e
outras drogas
A12| Como as lideranas religiosas e lideranas de
movimentos afns podem intervir em situaes de uso e
dependncia de lcool e outras drogas
Aps o estudo deste mdulo, os alunos devero ser capazes de:
identificar as principais modalidades de tratamento e formas de reduo de
danos
conhecer a histria e a importncia das Comunidades Teraputicas
compreender a importncia das Redes Sociais na preveno do uso de
drogas
Como intervir em casos de abuso ou
dependncia de lcool e outras drogas:modalidades de tratamento e encaminhamento
MDULO 4
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Aula 9
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Aula 9
Modelos de tratamentos para pessoas com
dependncia de lcool e outras drogas
OS OBJETIVOS DESTA AULA SO:
conhecer as principais modalidades de tratamento conhecer a Reduo de Danos
TPICOS
Introduo
Tratamentos formais
Tratamentos informais
Reduo de Danos decorrentes do uso de drogas
Concluso Bibliografia
Atividades
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INTRODUO
Embora um grande nmero de pesquisas seja realizado sobre o tema de
abuso/dependncia de drogas, no existe uma concluso sobre qual omelhor tratamento. Ao que parece, os bons resultados de um tratamento vo
muito alm do modelo de tratamento em si e incluem o perfil psicolgico
do dependente, o tipo de droga, o grau da dependncia, doenas associadas,
estrutura familiar, vontade de parar o uso da droga, entre outros fatores.
Portanto, h tratamentos diferentes para um mesmo tipo de dependncia.
Sabe-se que entre 30% e 40% dos usurios conseguem parar o uso de drogas,
quase que independentemente do tratamento ao qual se submeteram.
Entretanto, algumas abordagens tm se mostrado um pouco mais eficazes,de acordo com o perfil do paciente.
Nesta e nas prximas aula, sero apresentadas as principais modalidades de
tratamento:
Tratamentos formais (farmacoterapia e psicoterapia)
Tratamentos informais (alcolicos annimos, narcticos
annimos, Comunidades Teraputicas, terapia comunitria)
Abordaremos, tambm, a questo da comorbidade, ou seja, quando houtras doenas associadas dependncia. Falaremos tambm de Reduo de
Danos, isto , aes para diminuir os efeitos negativos das drogas enquanto
a pessoa no consegue parar totalmente de usar.
Tratamentos formais x tratamentos informais
Os tratamentos formais so aqueles estruturados com base em pesquisas
cientficas. Assim, o modo como determinado medicamento ou tcnica depsicoterapia so utilizados deve seguir padres avaliados em pesquisas e sua
efetividade deve ser comprovada.
Por outro lado, os tratamentos informais no se baseiam em mtodos
cientficos para avaliao de seus resultados. Entretanto, isso no significa
que so ineficazes; apenas que ainda no foram testados cientificamente.
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TRATAMENTOS FORMAIS
Atendimento no Sistema nico de Sade SUS
Desde 2002, o Ministrio da Sade vem aperfeioando o modelo deassistncia oferecido pelo Sistema nico de Sade (SUS) s pessoas que
sofrem de transtornos mentais e aos usurios de lcool e outras drogas.
Atravs da Coordenao de Sade Mental, so implementadas iniciativas
de preveno, promoo e tratamento. Para tal, foram criadas unidades
de tratamento chamadas de Centros de Ateno Psicossocial CAPSe
tambm os chamados CAPS-ad, que so centros especializados na ateno
s questes relacionadas ao uso de lcool e outras drogas. O objetivo desses
centros a formao de uma rede de cuidados voltada para a reabilitao ea reinsero social das pessoas de uma forma aberta e territorializada, tendo
em vista que os CAPS-ad se localizam na prpria comunidade em que o
usurio vive, permitindo que o cuidado ocorra perto da famlia.
O tratamento nos CAPS-ad tem por objetivo melhorar a qualidade de vida
do usurio, atravs da ateno integral. Para isso, necessrio trabalhar
outras questes que vo alm da sade, atravs de parcerias que incluam o
usurio em outros espaos de cidadania. O objetivo geral dessa abordagem
a ampliao do acesso ao tratamento, modificando o antigo modelo
assistencial que se centrava apenas na hospitalizao, reduzindo, assim, aexcluso e evitando internaes desnecessrias.
Atravs de uma equipe multiprofissional, os CAPS-ad oferecem ateno
ambulatorial diria aos dependentes qumicos, desenvolvendo atividades
que englobam desde o atendimento individual (medicamentoso,
psicoterpico, de orientao etc.), at atendimentos em grupo, oficinas
teraputicas e visitas domiciliares.
Nos ltimos anos, o crescimento dos problemas e a preocupao com o uso
de drogas por pessoas que vivem na rua motivaram o Governo Federal ainserir nas polticas sobre drogas novos equipamentos de cuidado, como as
Unidades de Acolhimento e o dispositivo Consultrios na Rua.
A Unidade de Acolhimento um servio residencial para usurios de lcool
e outras drogas em situao de fragilidade social e rompimento dos vnculos
familiares e/ ou comunitrios. Tem por objetivo intensificar o cuidado,
aumentar a autonomia, ampliar a convivncia, resgatar os laos sociais, otrabalho, o lazer e diminuir o preconceito.
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O Consultrio na Rua um servio que oferece cuidado para as pessoas
em seus prprios contextos de vida. A equipe de sade procura abordar
de maneira cuidadosa a pessoa em situao de vulnerabilidade (situao
de rua) com o objetivo de aproximao, acolhimento, vinculao e
encaminhamento aos demais servios da rede, como sade, educao
e servios sociais. Essa abordagem respeita o momento de cada um, nolimita o cuidado sade a simplesmente a pessoa parar de usar drogas, e
sim oferece possibilidades flexveis de cuidado, visando prevenir e mesmo
cuidar de doenas associadas ou no ao uso de drogas, como tuberculose,
diabetes, presso alta, doenas sexualmente transmissveis, entre outras.
Assim, essa forma de cuidar possibilita melhorias na qualidade de vida
dessas pessoas.
Para fortalecer a Rede Social como um todo, a rede do SUS para
atendimento de lcool e outras drogas deve estar integrada com os outrosservios de sade existentes, permitindo, assim, a construo de redes
de suporte social, bem como aes intersetoriais que envolvam tambm
educao, trabalho, promoo social, cultura, esporte e lazer e todas as
reas importantes para a promoo da sade, preveno e tratamento do
uso de lcool e outras drogas.
Tanto a rede de CAPS e CAPS-ad como outros equipamentos que fazem
parte do cuidado aos usurios de lcool e outras drogas vm sendo ampliados
a cada ano, atravs de investimentos macios do Governo Federal nos
estados e municpios, com o objetivo de implantar, fortalecer e manter o
funcionamento dessa rede.
Farmacoterapia
Os medicamentos utilizados no tratamento da dependncia de drogas
incluem trs grandes grupos:
Medicamentos que tratam da sndrome de abstinncia(sinais e sintomas que aparecem quando o uso da droga
repentinamente interrompido ou diminudo).
Medicamentos oferecidos em tratamentos aversivos(tratamentos que fazem com que o indivduo sinta algum
mal-estar ao usar a substncia).
Aqueles que tratam da compulso (desejo incontrolvel) ao
uso da droga.
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Vale ressaltar que existem tratamentos especficos somente para alguns tipos
de dependncia de drogas. Veja a seguir:
lcool
Tratando a sndrome de abstinncia
Uma caracterstica comum na sndrome de abstinncia a ansiedade
(nervosismo, inquietao). Em geral, para aliviar essa ansiedade, utiliza-se,
como o prprio nome diz, um ansioltico (medicamento para diminuio
da ansiedade). Esses medicamentos so chamados de benzodiazepnicos
(vide Mdulo 2). Por exemplo, na sndrome de abstinncia do lcool, a
ansiedade muito forte e, muitas vezes, o indivduo sente-se agitado, com
falta de sono, tremores e aumento na transpirao.
Os benzodiazepnicos, alm de aliviarem a ansiedade, evitam tambm o
aparecimento de outros sintomas da sndrome de abstinncia alcolica,
inclusive as convulses, que podem levar morte.
Um termo comum quando se fala de tratamento da dependncia
a desintoxicao.
Tratamentos farmacolgicos aversivos
Existe um tratamento desse tipo para o alcoolismo. Trata-se de um
medicamento chamado dissulfiram que provoca grande desconforto
quando associado ao uso de bebidas alcolicas. Assim, se a pessoa beber
enquanto estiver usando o dissulfiram, ter os seguintes sintomas:
vermelhido no rosto, sudorese, mal-estar, acelerao dos batimentos do
corao, nuseas/vmitos. O objetivo fazer com que o paciente no beba
por saber que, se o fizer, ir sentir-se mal.
Tratando a compulso
Existem alguns estudos de tratamento especficos para compulso do
uso de lcool. Uma droga chamada naltrexone diminui a vontade de
beber e atua melhor nos casos em que o paciente apresenta um desejo
incontrolvel (compulso) pela bebida. Porm, diversas outras substncias
ATENOO paciente sempre deve serinformado sobre as reaesprovocadas pela medicao
(dissulfiram) e deve ser orientado
a no consumir lcool emhiptese alguma (para algunspacientes, vinagre, perfume edesodorante podem ocasionarreaes leves), pois uma reao
grave pode levar morte dopaciente.
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esto sendo estudadas e j esto sendo muito utilizadas pelos pacientes,
principalmente em outros pases. Um dos exemplos a carbamazepina,
que tambm muito utilizada na rede pblica brasileira.
TabacoNos ltimos anos, desenvolveram-se alguns tratamentos especficos para
a dependncia de nicotina (tabaco). Eles diminuem o desejo pelo cigarro
e, alm disso, diminuem o desconforto que a pessoa sente quando para
de fumar, tais como nervosismo, perda de sono, aumento exagerado do
apetite, dores de cabea. Um deles a reposio de nicotina (sob a forma
de adesivos ou chicletes). Algumas substncias tambm podem ser teis,
como bupropiona, que diminui tanto o desejo de usar nicotina como a
sndrome de abstinncia provocada pela interrupo repentina do tabaco.A vareniclina atua bloqueando diretamente os receptores de nicotina no
crebro, fazendo com que o cigarro no cause prazer. importante saber
que essas medicaes s devem ser usadas sob prescrio mdica e com
superviso de profissionais especializados.
Opiceos (vide Mdulo 2)
Utiliza-se com frequncia a terapia de substituio para os indivduosdependentes de herona e morfina. Substitui-se lentamente a droga por
outra substncia do mesmo tipo, que tem menor efeito no crebro e cujo uso
monitorado por profissionais habilitados. Aos poucos, retira-se a herona
e aumenta-se a administrao da droga de substituio (a metadona). Uma
vez que o dependente j esteja usando apenas a metadona, retira-se esta aos
poucos, um procedimento mais simples do que retirar herona ou morfina.
Internao hospitalar
Muitas famlias veem a internao hospitalar para o usurio de drogas como
a soluo ideal que, muitas vezes, vem acompanhada da falsa esperana de
que assim o usurio ficar curado. Porm, no isso o que acontece.
A internao deve ser destinada apenas queles usurios que esto muito
envolvidos com a droga e afetados por suas consequncias.
ImportanteA internao pode ajudar a
romper o vnculo estabelecidcom a droga e com o ambient
de uso.
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Em poucos casos, admite-se a internao contra a vontade do
usurio quando, por exemplo, ele perde totalmente a capacidade de
julgamento, fica agressivo, colocando em risco a prpria segurana
ou a de outros.
Todavia devemos ressaltar que, sempre que o usurio estiver com sua
capacidade de julgamento razoavelmente preservada, a internao dever
ser permitida por ele. Se, por alguma razo, o usurio no for capaz de
se responsabilizar por sua internao, essa responsabilidade dever ser de
algum familiar.
PsicoterapiasExistem vrias modalidades psicoterpicas e muitas definies para
psicoterapia.
As sesses de psicoterapia podem ser realizadas:
Individualmente (psicoterapia individual)
Em grupos (psicoterapia de grupo)
Em casais (psicoterapia de casal)
Em famlias (psicoterapia familiar)
De modo geral, psicoterapia um tratamento psicolgico cujo
objetivo mudar pensamentos, sentimentos e comportamentos
problemticos, criando um novo modo de enfrentar as situaes
do dia a dia.
H vrias linhas de psicoterapia: a psicanlise, a cognitiva, a corporal,entre outras.
Para o bom andamento da psicoterapia, dois aspectos so essenciais: o
vnculo estabelecido com o psicoterapeuta, que se d pela empatia entre
paciente-terapeuta, e o desejo do paciente de se submeter ao tratamento.
fato comum no tratamento das dependncias de drogas a recada, ou
seja, a volta ao uso das drogas aps um perodo de abstinncia. Esse
ImportanteA psicoterapia para dependentesdeve ser iniciada com o paciente
j desintoxicado. Algumasvezes, necessria tambm uma
abordagem farmacolgica.
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processo (abstinncia/recada/abstinncia) deve auxiliar o terapeuta no
conhecimento dos fenmenos psicolgicos envolvidos na dependncia de
drogas e no deve ser visto como um desestmulo ao tratamento.
A dependncia de drogas pode ser vista como uma perda da liberdade
de escolha do indivduo frente a uma determinada substncia. Em outras
palavras, o dependente no escolhe se vai ou no usar drogas, ou aquantidade que usar ele se sente obrigado a usar, seja para diminuir
os efeitos desagradveis que a falta da droga est provocando ou mesmo
para tentar buscar o efeito que vai se perdendo ao longo do tempo pelo
uso continuado.
A terapia pode ajudar o paciente a perceber o papel que a droga desempenha
em sua vida, suas consequncias e ajud-lo a redesenhar seu projeto de vida,
sem a necessidade do uso da droga.
Interveno Breve motivacional
A Interveno Breve motivacional uma forma de Interveno Breve que
leva a considerao a vontade e motivao que a pessoa tem para fazer o
tratamento.
Essa interveno estruturada dependendo do estgio de prontido ou
de motivao do usurio para mudana do comportamento de consumo de
substncias, no momento em que avaliado.
Oprimeiro estgio chamado de Pr-contemplao e refere-se quele usurio que ainda no est pensando em mudar seu
comportamento de uso de drogas. A interveno, nesse caso,
consiste em dar informaes e orientaes sobre os problemas
associados ao uso da substncia e encorajar a pessoa a refletir
sobre o assunto, no sentido de procurar despertar sua motivao
para mudar.
O segundo estgio denominado Contemplaoe refere-sequele usurio que j pensa na possibilidade de mudar seus
hbitos de uso de drogas, mas ainda no tem determinao
suficiente para isso, ou seja, ora quer parar de usar, ora quer
continuar o uso. Nesse caso, deve-se fornecer informaes
pessoa e tentar ajud-la a refletir sobre as vantagens e
desvantagens relativas ao consumo da substncia.
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O terceiro estgio denominado Preparao para a aoe corresponde ao momento em que a pessoa reconhece
claramente que o uso da droga a est prejudicando e deseja
mudar seu comportamento. Nesse caso, deve-se desenvolver
um planejamento de atitudes que possam modificar seu
comportamento, a partir do reconhecimento dos fatores derisco e estratgias para enfrent-los.
O quarto estgio denominadoAoe refere-se atitude dousurio que comea a colocar em prtica o que foi planejado,
mudando seus hbitos e o comportamento de uso.
O quinto estgio denominado Manuteno e relaciona-se com as intervenes dirigidas para a manuteno de
comportamentos que evitem a recada para o consumo, que
j tinha sido interrompido. Nesse estgio, importante oincentivo e o estmulo ao usurio, no sentido de ele continuar
a no usar drogas.
Abordagem familiar sistmica
Na abordagem familiar sistmica, o problema do consumo de substncias
no focalizado s no usurio, mas sim visto como um problema a ser
considerado dentro de suas relaes afetivas mais importantes (quenormalmente o grupo familiar).
Assim, o tratamento deve incluir o usurio e todos aqueles que, de alguma
forma, so prximos ou ligados a ele e que podem ser considerados como
sua famlia. Nessa abordagem, o comportamento de consumo prejudicial
de drogas no considerado um problema individual, mas sim familiar, o
que implica em tratar a famlia como um todo.
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TRATAMENTOS INFORMAIS
Grupos de autoajuda
Em 1931, Roland Hazard,um banqueiro americano, procurou o famoso
psicanalista Carl Gustav Jung para se tratar da sua dependncia de lcool.
Os resultados no tiveram efeito e o prprio Jung recomendou que Roland
procurasse uma experincia espiritual ou religiosa. Roland buscou um
movimento evanglico, oOxford Group, e conseguiu parar de beber.
A partir da se formou um grupo de alcoolistas dentro do Oxford Group,
fundando-se, ento, osAlcolicos Annimos (AA), em 1935, em Akron,
Ohio (Estados Unidos). As razes religiosas do movimento so mantidas at
os dias de hoje.
Os AA cresceram rapidamente e estima-se que hoje existem 98.710
grupos com 1.989.124 membros em 150 pases diferentes. No Brasil, a
estimativa de 6.000 grupos com 121.000 membros. A experincia do
AA expandiu-se e hoje existem centenas de tipos de grupos de autoajuda
dedicados a problemas como tabagismo, sexo, jogo e alimentao. O
grupo que mais cresce o de Narcticos Annimos (NA), com mais de
25.000 reunies semanais no mundo inteiro.
Todas essas organizaes de autoajuda tm grupos paralelos e semelhantes
para os amigos e familiares do dependente e utilizam, para identificar o
tipo de grupo, nomes como Al-Anon para AA e Nar-Anon para NA.
Os membros desses grupos denominam-se adictos em recuperao,
renem-se regularmente com o propsito de manter a abstinncia e
levar o conhecimento do programa aos usurios que ainda sofrem com o
problema.
A base do programa de recuperao desses grupos consiste em umasrie de atividades conhecidas como Doze Passos. Nas reunies, cada
membro partilha experincias pessoais com os outros, buscando ajuda
no como profissionais, mas simplesmente como pessoas que tiveram
problemas semelhantes e encontraram uma soluo. Entretanto, existe a
figura de um conselheiro, que o padrinho ou madrinha, um membro
experiente que oferece ajuda informal aos membros mais recentes.
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Os programas de AA e NA usam o conceito de dependncia qumica como
doena, baseado na prpria experincia, acreditando que a aceitao da
dependncia como doena algo eficaz para ajud-los. A nica exigncia
para se tornar membro um desejo de parar de usarlcool ou outras
drogas.
Doze Passosso sugeridos aos membros dos grupos de autoajuda comoum processo til para atingir e manter a abstinncia. Foram escritos no
plural e no passado, como sugestes dos primeiros alcoolistas que tiveram
sucesso na aplicao do programa.
Segundo a filosofia dos grupos de autoajuda, o passo fundamental o
primeiro, em que a pessoa admite que haja algo (droga, jogo, sexo etc.)
mais forte que ela e que no tem controle sobre o mesmo.
Voc encontrar, abaixo, todos os doze passos preconizados pelos AA e que
deram origem aos movimentos semelhantes.
Os Doze Passos dos Alcolicos Annimos (AA)
1. Admitimos que ramos impotentes perante o lcool (ou
qualquer outra droga, sexo, jogo etc.), que tnhamos perdido o
domnio sobre nossas vidas
2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a ns mesmos
poderia devolver-nos sanidade
3. Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados
de Deus na forma em que O concebamos
4. Fizemos um minucioso e destemido inventrio moral de ns
mesmos
5. Admitimos perante Deus, perante ns mesmos e perante outro
ser humano a natureza exata de nossas falhas
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removessetodos esses defeitos de carter
7. Humildemente pedimos a Ele que nos livrasse de nossas
imperfeies
8. Fizemos uma relao de todas as pessoas a quem tnhamos
prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados
9. Fizemos reparaes diretas dos danos causados a tais pessoas,
Saiba Mais...Voc pode encontrar mais
informaes sobre o AA e o NAnos sites:
;
.
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sempre que possvel, salvo quando faz-lo significasse prejudic-
las ou a outrem
10. Continuamos fazendo o inventrio pessoal e, quando estvamos
errados, ns o admitamos prontamente
11. Procuramos, atravs da prece e da meditao, melhorar
nosso contato consciente com Deus, na forma em que O
concebamos, pedindo apenas o conhecimento de Sua vontade
em relao a ns, e foras para realizar essa vontade
12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graas a estes
passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcolicos e
praticar estes princpios em todas as nossas atividades
Terapia comunitria
Adalberto Barreto, mdico psiquiatra, telogo, antroplogo, terapeuta
familiar, criou em Fortaleza, no ano de 1988, a terapia comunitria.
Terapia comunitria um espao aberto a todas as pessoas, de
todas as idades, credos, raas, onde se desenvolve a capacidade de
ouvir atentamente o outro e de falar de si com simplicidade.
A terapia comunitria um espao comunitrio que procura dividir
experincias de vida entre os participantes do grupo. um instrumento que
possibilita a preveno do uso de drogas, a identificao, o acolhimento
e o encaminhamento de usurios e dependentes, no qual vrios aspectos
da vida do indivduo e do grupo social podem ser trabalhados, como a
famlia, o trabalho, a cultura, a comunidade, entre outros.
um espao de promoo de encontros interpessoais e intercomunitrios,
objetivando a valorizao das histrias dos participantes, o fortalecimentodas relaes sociais, a restaurao da autoestima, a ampliao da percepo
dos problemas e possibilidades de resoluo. Tem como base de sustentao
o estmulo para o desenvolvimento ou a criao de uma rede de apoio social
e de solidariedade.
A Terapia Comunitria contribui para realizar as aes envolvendo a
comunidade propostas nas polticas pblicas destinadas reduo da
demanda do uso de drogas. Nesse sentido, a Terapia Comunitria (TC)
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coloca-se como um servio comunidade que possibilita intervir em vrios
nveis:
1. Antecipar-se ao uso indevido de drogas, trabalhando possveis
motivadores para o consumo, analisando riscos e fortalecendo
fatores de proteo;
2. Para aqueles que j so usurios e suas famlias, visa oferecer
um espao de acolhimento, amparo e auxlio na mudana da
compreenso quanto ao uso ou abuso de drogas e contribuir
para a reduo dos riscos e danos associados ao uso;
3. Facilitar a identificao da necessidade e dos meios para
o tratamento de dependentes ou usurios e suas famlias,
contribuir para a adeso e permanncia no atendimento;
4. Favorecer a criao ou o resgate da Rede Social do usurio.Esse contexto de possibilidades de expresso dos conflitos, medos e dvidas,
em um ambiente livre de julgamentos, onde se valorizam as diferenas
individuais e as experincias de vida de cada um, favorece a preveno, o
tratamento e a reinsero social de usurios e famlias.
REDUO DE DANOS DECORRENTES DO USO DE
DROGAS
A Reduo de Danos um conjunto de aes e estratgias especficas,
voltadas para o campo da sade pblica e dos direitos humanos, que tem
como objetivo a diminuio do impacto dos problemas socioeconmicos,
culturais e dos agravos sade associados ao uso de lcool e outras drogas.
Desde a dcada de 1980, no Brasil e em vrios pases do mundo, a Reduo
de Danos (RD) deixou de ser apenas um conjunto de aes isoladas de
determinados grupos sociais para se tornar uma estratgia das polticas de
sade pblica.
De acordo com a Poltica Nacional sobre Drogas, as intervenes e aes
de Reduo de Danos devem ser embasadas em conhecimento tcnico-
cientfico, considerando a qualidade de vida, o bem-estar individual e
comunitrio, as caractersticas locais, o contexto de vulnerabilidade e o
risco social existente.
Saiba mais...Mais informaes sobre aTerapia Comunitria na
preveno do uso de drogaspodem ser obtidas por meio do
portal do Observatrio Brasileirode Informaes sobre Drogas(OBID), atravs do endereo
eletrnico:, na cartilha A prevenodo uso de drogas e a terapia
comunitria, disponvel no itemPublicaes.
ImportanteO Governo Brasileiro reconhece
a estratgia de Reduo de
Danos, amparada pelo artigo196 da Constituio Federal,como medida de interveno
preventiva, assistencial, depromoo da sade e dos direitoshumanos (Diretrizes, 3.2.1 da
PNAD).
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As bases para as aes dos programas de Reduo de Danos so:
Reduzir o risco de os usurios de drogas contrarem doenasinfecciosas como AIDS, hepatite B ou C e tuberculose, ou de
sofrer overdose.
Reduzir a possibilidade de os usurios de drogas se envolveremem atividades criminosas ou indesejveis, que causam danos a
si mesmos e aos outros.
Aumentar as chances de que os usurios de drogas ajamresponsavelmente em relao aos outros, cuidem de suas
famlias, estudem e consigam emprego.
Aumentar a possibilidade de reinsero social dos usuriosde drogas que optaram em resgatar sua cidadania, valorizando
o que lhe vital e construtivo, evitando que venham a sofrerexcluso social e cultural em decorrncia do uso.
CONCLUSO
No existe o melhor tratamento para a dependncia de drogas. Vale muito,
para o bom resultado, a vontade do indivduo em livrar-se da dependncia.
No h caminhos simples ou mgicos; um processo que leva tempo erequer muitos esforos.
A identificao do paciente com determinado tratamento parece contribuir
para melhores resultados.
As recadas durante o tratamento podem ser frequentes e no devem ser
vistas com pessimismo, nem diminuir o entusiasmo com o tratamento.
Todas as aes para que os danos provocados pelas drogas sejam amenizados
so bem-vindas.
de fundamental importncia para o bom tratamento mdico identificar
outros fatores associados dependncia, que muitas vezes impedem a
recuperao do dependente. A identificao desses fatores (chamados de
comorbidades) deve ser feita por profissionais capacitados em identific-los
e trat-los.
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Modelos de tratamentos para pessoas com dependncia de lcool e outras drogas | Au
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ATIVIDADES
1. Em relao s estratgias de Reduo de Danos (RD),
CORRETO afirmar que:
( ) a. So estratgias que tm por objetivo alcanar a interrupodo uso de drogas.
( ) b. Desenvolvem aes, exclusivamente, com grupos de maiorrisco, como os portadores de HIV.
( ) c. As intervenes tm por objetivo diminuir os danosdecorrentes do uso de droga e garantir o direto sade.
( ) d. O contexto de vulnerabilidade, o risco social e oconhecimento cientfico no interferem no desenvolvimentodessas estratgias.
2. A terapia pode ajudar o paciente a perceber o papel que a
droga est desempenhando em sua vida e como redesenhar o
seu projeto de vida, sem a necessidade do uso. Pensando nessa
estratgia de tratamento, qual o tipo de psicoterapia pode ser
utilizado com o usurio de drogas?
( ) a. Psicoterapia Individual e de Casal.
( ) b. Psicoterapia de Grupo.
( ) c. Psicoterapia Familiar.
( ) d. Todas as alternativas acima.
3. Em relao utilizao da Terapia Comunitria para pessoas
com problemas decorrentes ao uso de lcool e outras drogas,
assinale a alternativa INCORRETA:
( ) a. uma tcnica utilizada no tratamento, e no na preveno,pois favorece a identificao dos elementos motivadores parao consumo.
( ) b. uma tcnica que facilita a identificao da necessidade e dosmeios para o tratamento.
( ) c. Favorece a criao ou o resgate da rede social do usurio.( ) d. Contribui para qualidade das relaes afetivas e sociais junto
aos diferentes grupos aos quais o usurio pertence.
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4. Temos 3 grandes grupos de medicamentos utilizados no
tratamento da dependncia de drogas. Assinale a alternativa
CORRETA:
I. Medicamentos que tratam de sinais e sintomas que aparecem
quando o uso da droga interrompido ou diminudo tratam
de forma abrupta, tratam da..................II. Medicamentos que fazem com que o indivduo sinta algum mal-
estar ao usar a substncia so chamados de............................
III. Medicamentos utilizados para reduzir o desejo incontrolvel
de usar a droga tratam da.............................
( ) a. I Sndrome de abstinncia; II aversivos e III- compulso.
( ) b. I- averso; II- compulso e III- tolerncia.
( ) c. I- tolerncia; II- aversivos e III tolerncia.
( ) d. I- sndrome de abstinncia; II- tolerncia e III- compulso.
Reflita a respeito...
Em sua regio, quais so as possibilidades de tratamento para
usurios de lcool e outras drogas? Como esto estruturados?
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Tratamento de pessoas dependentes de
substncias em Comunidades Teraputicas
OS OBJETIVOS DESTA AULA SO:
conhecer a histria das Comunidades Teraputicas conhecer a importncia das Comunidades Teraputicas
TPICOS
Histrico
Synanon: a primeira Comunidade Teraputica
Abordagem da Comunidade Teraputica
Perspectiva da Comunidade Teraputica
Comunidade Teraputica como famlia Comunidade Teraputica como microssociedade
Papel da equipe na Comunidade Teraputica
CT saudvel e CT doente
Bibliografia
Atividades
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HISTRICO
O Grupo de Oxford (por vezes chamado de movimento) foi uma
organizao religiosa fundada na segunda dcada do sculo XX por
Frank Buchman, ministro evanglico luterano. Seu primeiro nome, First
Century Christian Fellowship, transmitia sua mensagem essencial um
retorno pureza e inocncia dos primrdios da Igreja Crist.
A misso de Oxford para o renascimento espiritual dos cristos
acomodava de modo amplo todas as formas de sofrimento
humano. Embora no fosse o foco principal, os transtornos mentais
e o alcoolismo, na qualidade de eroso espiritual, segundo a viso
do grupo de Oxford, eram contemplados pelas preocupaes do
movimento.
Parte das ideias e prticas comumente sustentadas inclua a tica do trabalho,
o cuidado mtuo, a orientao partilhada e os valores evanglicos da
honestidade, da pureza, do altrusmo e do amor, o autoexame, a reparao
por danos causados e o trabalho conjunto.
A influncia do Grupo de Oxford sobre a Irmandade de Alcolicos Annimos
(AA) se associa a pessoas especficas. Rowland H., um dependente de lcool
cuja recuperao teve como base a converso religiosa no Grupo de Oxford
(abrigado na Igreja episcopal do reverendo doutor Sam Shoemaker, em
Nova York), fez da salvao de outros dependentes sua misso pessoal.
Um dos convertidos foi Ebby T., que tentou ajudar Bill W., um antigo
compatriota dado a beber (final de 1934), falando de religio e das ideias
do Grupo de Oxford. Mas foi durante uma subsequente hospitalizao por
desidratao que Bill W. passou por um despertar espiritual para manter
a sobriedade, ao que parece influenciado pelo livro de William James,
Variedades da Experincia Religiosa.Durante uma viagem de negcios a Akron, Bill W. sentiu forte desejo de
beber. Henrietta Sieberling, associada ao Grupo de Oxford em Akron,
indicou a Bill W. o nome de Bob S., outro dependente de lcool. A conversa
entre os dois homens foi o momento fundador dos AA. A experincia de
troca mtua desencadeou sua prpria misso de ajudar outros alcoolistas.
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Os Doze Passos e as Doze Tradies do AAso os princpios que
guiam o indivduo no processo de recuperao.
Esses passos e tradies enfatizam a perda de controle da pessoa com
relao substncia e a entrega a um poder superior, o autoexame, a
busca de ajuda do poder superior de cada um para a mudana do prprio
eu, reparao de males que se tenham causado aos outros, a orao na luta
pessoal e o oferecimento de ajuda a outras pessoas para que se empenhem
num processo semelhante.
A experincia do Hospital Belmont, para pacientes com problemas
psiquitricos e idealizada por Maxwell Jones e seus colegas, foi de
grande importncia para fundamentar o conceito de comunidade(conceitos da natureza teraputica do ambiente) como mtodo
para as CTs de tratamento de substncias psicoativas.
As principais caractersticas da CT psiquitrica so:
a organizao como um todo responsvel pelo resultadoteraputico;
a organizao social til para aumentar os resultadosteraputicos;
estimulo participao ativa de todos nos assuntos da CT;
todos os relacionamentos so potencialmente teraputicos;
a qualidade do ambiente social e sua harmonia ajudammuito no processo teraputico; as pessoas aprendem na
convivncia em comunidade a aceitao, o controle, a
tolerncia com respeito aos comportamentos inadequados;
estmulo ao dilogo amistoso;
estmulo e organizao do grupo para o trabalho;
uso de estratgias educativas e estabelecimento deobjetivos a serem alcanados.
(Kennard, 2003)
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SYNANON: A PRIMEIRA COMUNIDADE TERAPUTICA
No dia 18 de setembro de 1958, Chuck Dederiche um pequeno grupo
de dependentes de lcool em recuperao decidiram viver juntos para,alm de ficar em abstinncia, buscar um estilo alternativo de vida. Assim,
eles fundaram, em Santa Mnica, na Califrnia, a primeira Comunidade
Teraputica (CT), que se chamou Synanon. O grupo adotava um sistema
de relacionamento direcionado, em uma atmosfera quase carismtica, o
que, naquelas circunstncias, foi muito teraputico.
O comeo foi despretensioso e tinha as caractersticas clssicas de
autoajuda. Dederich, ao lado de vrios companheiros de AA, iniciou em
seu apartamento grupos semanais de associao livre.Os participantes consideravam o grupo um novo tipo de terapia. Um ano
mais tarde, as reunies semanais deram origem Comunidade Teraputica
residencial, e em agosto de 1959 a organizao foi, oficialmente, fundada
para tratar todos os usurios abusivos, independentemente da substncia
de escolha.
A Synanon definiu como requisito para participar do programa a
interrupo do uso de drogas. Assim, ao contrrio das reunies do AA,
que contavam com a presena de pessoas que no tinham parado de beber,os residentes da Synanon tinham de ficar livres de substncias como
condio participao no programa. As CTs contemporneas mantm
essa regra fundamental de no uso de drogas, embora ao longo dos anos
sua reao a violaes tenha adquirido maior flexibilidade.
Embora os conceitos bsicos de autoexame e de ajuda mtua dos AA
tenham sido incorporados pela Synanon, a nfase dos AA a um poder
superior espiritual foi substituda por ideias no religiosas, focando
na autodeterminao e na responsabilidade individual. Para a CT, o
poder de mudana est na pessoa, sendo ativado por sua participao na
comunidade de pessoas com problemas semelhantes.
Em resumo, a CT Synanondeu nova forma a vrias influncias, pois
herdou elementos morais e espirituais do Grupo de Oxford e dos AA e
parte dos 12 princpios e das 12 tradies deste ltimo. Integraram a esses
elementos outras influncias sociais, psicolgicas e filosficas, todas com o
objetivo no s de manter a sobriedade, como tambm de mudar o estilo
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de vida. O mais importante que, num ambiente residencial de 24 horas,
os indivduos ficavam afastados dos elementos sociais, circunstanciais e
interpessoais da comunidade mais ampla, que poderiam influenciar seu
uso de substncias.
Nesses ambientes, a CT desenvolveu uma tecnologia de aprendizagem
social que usava a totalidade da vida comunitria para alcanar metascomplexas. Assim, a CTSynanonrepresentou um passo evolutivo com
relao a seus precursores, mas tambm foi revolucionria ao introduzir
uma abordagem basicamente inovadora para o tratamento de dependncia
de drogas lcitas e ilcitas.
Esse tipo de abordagem teraputica se firmou e deu origem a outras CTs,
que, conservando os conceitos bsicos, aperfeioaram o modelo proposto
pela Synanon.
A CT Daytop Village o exemplo mais significativo desse tipo
de abordagem. Foi fundada em 1963, pelo Monsenhor William
OBrien e David Deitch, tornando-se um programa teraputico
muito articulado em todo o mundo.
O ex-psicanalista americano Hobart O. Mowrey, impressionado
positivamente pela capacidade de recuperao atravs da abordagem de
CTs, confirmou que a espiritualidade um elemento importante, pois todosesses grupos so capazes de resgatar e mobilizar a energia espiritual de seus
componentes, para que encontrem a coragem necessria para enfrentar e
buscar os objetivos propostos. A energia espiritual pode reintegrar a pessoa
consigo mesma, com o grupo, com a comunidade, com a sociedade, com
seu poder superior. A CT tem a capacidade de criar um ambiente ecumnico
e oferece os instrumentos para que o indivduo tenha a oportunidade e
a liberdade necessrias para procurar sua prpria origem e responder de
maneira adequada sua prpria dimenso espiritual.
Comunidades Teraputicas no Brasil
No Brasil o marco da expanso das CTs foi a partir de 1978, com a fundao
da Fazenda do Senhor Jesus, em Campinas SP, pelo Padre Haroldo J.
Rahm. Observando que somente os recursos teraputicos da CT, para
alguns dependentes de drogas, eram insuficientes, o padre inseriu na
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equipe da CT profissionais que puderam contribuir com outras abordagens
psicossociais. Porm, cabe ressaltar que h locais que se denominam CT,
porm no possuem conhecimento e treinamento adequados nesse modelo,
sendo, segundo o prprio Pe. Haroldo, simples centros de acolhimento.
Essa indistino pode ser considerada como uma das dificuldades de
reconhecimento das CTs, relacionadas principalmente pelo baixo ndice derecuperao demonstrado por alguns estudos.
Em 2001, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) adotou
a Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC)-101/01, que regulamentou o
funcionamento das CTs, com o objetivo de normatizar o funcionamento
dos servios pblicos e privados que oferecem tratamento a pessoas com
transtornos decorrentes do uso de Substncias Psicoativas (SPA), de acordo
com o modelo da ateno psicossocial. Em 2011, foi criada a RDC-29 para
regulamentar o funcionamento tcnico das CTs em relao organizaodo servio (gesto pessoal e infraestrutura) e no processo assistencial pessoa
usuria de substncias psicoativas (desde admisso at sua alta, englobando
normas de conduta claras para as situaes de desistncia, desligamento
administrativo, desligamento administrativo em caso judicial e fugas). Esta
resoluo revogou a RDC-101/01.
ABORDAGEM DA COMUNIDADE TERAPUTICASegundo Elena Goti (1997), a abordagem da Comunidade Teraputica:
Deve ser aceita voluntariamente;
No se destina a todo tipo de dependente. Isso ressalta aimportncia fundamental da triagem, como incio do processo
teraputico. Muitas vezes, algumas CTs, por meio de suas
equipes, se sentem todo-poderosas e adoecem, acreditando
que se o residente no quer ficar na CT porque no querrecuperao. No consideram que o residente tem o direito de
escolher como e onde quer se tratar;
Deve reproduzir, o melhor possvel, a realidade exterior parafacilitar a volta sociedade;
Deve fornecer modelo de tratamento residencial altamenteestruturado;
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Deve estimular a explicao da patologia do residente, frentea seus pares;
Deve ver os residentes como um espelho da consequnciasocial de seus atos;
Deve abranger um clima de tenso afetiva;
Deve ver o residente como o principal ator de seu tratamento.A equipe oferece apenas apoio e ajuda.
PERSPECTIVA DA COMUNIDADE TERAPUTICA
Da perspectiva da CT, o abuso de substncias um transtorno que
afeta a vida da pessoa como um todo e tambm das pessoas que estoao seu redor. Esto tipicamente envolvidos problemas do funcionamento
geral da pessoa, que implicam alteraes de comportamentos, bem
como perturbaes do humor, como manifestaes de irritabilidade,
agressividade, entre outras. O pensamento pode mostrar-se irrealista ou
desorganizado; h confuso ou inexistncia de valores, podendo ocorrer
demonstrao de descaso com os sentimentos de outros . Alm disso, a
pessoa pode no assumir a responsabilidade por situaes desencadeadas
por seus comportamentos relacionados obteno e consumo delcool e outras drogas. So frequentes as dificuldades na comunicao
de sentimentos e pensamentos, podendo, at mesmo, comprometer a
capacidade de ler, escrever e at de realizar tarefas do dia a dia. evidente
a falncia espiritual, descrita em termos psicolgicos ou existenciais.
Costuma-se perguntar a pessoas recm-admitidas em CTs: Qual o
seu problema?.
Sua resposta usual: Drogas, eu uso drogas.
Recebe invariavelmente a seguinte rplica: Isso o seu sintoma,
no o seu problema.
Quem busca admisso em CTs residenciais de longo prazo apresenta um
quadro de transtorno que vai alm do simples uso de substncias.
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De modo geral, o quadro que os indivduos apresentam ao entrar em
CTs de risco para a sade e associada crises sociais.
O uso de drogas est ou esteve h pouco tempo fora de controle;
O indivduo revela pouca ou nenhuma capacidade de mantera abstinncia sozinho;
H um prejuzo no funcionamento social e interpessoal;
O uso que faz de drogas parte de um estilo socialmenteexcludente ou se transformou em tal estilo.
Ainda que a gravidade, o grau ou a durao dos problemas em cada uma
dessas reas estejam sujeitos a variaes, para estabilizar sua vida psicolgica,
social e familiar e iniciar um processo de longo prazo de mudana pessoal
e de estilo de vida, todos esses indivduos precisam da CT residencial para
interromper um estilo de vida que promove a autodestruio ou leva acomportamentos derrotistas.
COMUNIDADE TERAPUTICA COMO FAMLIA
Os programas de CT tambm se autodefinem como famlias, ou melhor,
famlias substitutas, que corrigem danos histricos causados pelas famlias
disfuncionais dos clientes a quem servem. Assim, a CT se empenha em
manter as principais caractersticas da famlia saudvel: estrutura para
proporcionar ordem vida cotidiana; ateno amorosa e acolhedora, por
meio de segurana fsica e psicolgica; aceitao da pessoa e estmulo a
ela, com a nica condio da participao honesta na luta pela mudana;
e transmisso de valores por meio de uma rotina diria de atividades
voltadas para a aprendizagem social.
Termos vinculados famlia so muito usados entre participantes para
se designar mutuamente como o caso de famlia, irmo e irm. Soatribudas com menor frequncia as referncias me e pai (substituto/a) a
membros do corpo funcional. A prpria experincia de tratamento vista
em termos maturacionais. Por exemplo, ex-residentes de CTs costumam
referir-se a seus programas como o lugar em que cresceram, no como
aquele em que se recuperaram da dependncia de substncias lcitas e
ilcitas.
Importante
Os termos famlia ecomunidade se tornamintercambiveis nas CTs
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COMUNIDADE TERAPUTICA COMOMICROSSOCIEDADE
Com a total proibio do uso de substncias e do comportamentoantissocial, a CT contm grande parte dos elementos da
macrossociedade mais ampla uma rotina diria de trabalho e
educao, relaes sociais e, de modo particular, uma estrutura
ocupacional.
A progresso individual pela hierarquia de funes de trabalho se assemelha
bastante passagem ascendente pelos degraus ocupacionais do mundo
real. Mas h uma diferena fundamental: a CT promove a aprendizagem
por tentativa e erro, proporcionando um ambiente no qual se pode errar
com segurana.
Isso contrasta com o mundo exterior, que envolve um maior risco de perdas,
humilhaes e punies decorrentes de fracasso na realizao de tarefas.
Assim, a CT considerada uma microssociedade que prepara o indivduo
para uma nova vida na macrossociedade do mundo real.
PAPEL DA EQUIPE NA COMUNIDADE TERAPUTICA
O programa teraputico-educativo, a ser desenvolvido no perodo de
tratamento da CT, tem como objetivo ajudar o dependente a se tornar uma
pessoa livre pela mudana de seu estilo de vida. A proposta da CT deve
considerar que o dependente pode se desenvolver nas diversas dimenses de
um ser humano integral por meio de uma comunicao livre entre a equipe
e os residentes, em uma organizao solidria, democrtica e igualitria.A equipe deve oferecer ajuda eficaz para quem tem necessidade de liberar as
prprias energias vitais, para poder tornar-se um SER HUMANOem seu
sentido pleno, adulto e independente, capaz de realizar um projeto de vida
construtivo, de aprender a estar bem consigo mesmo e com os outros, sem
o uso de substncias psicoativas.
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Podemos utilizar a definio de CT de Maxwell Jones para o termo
comunidade:
...grupo de pessoas que se unem com um objetivo comum;
na maioria das vezes, surge em um momento de crise em que o
indivduo apresenta uma desestruturao na sua vida em todas as
reas: fsica, mental, espiritual, social, familiar e profissional.
nesse momento que as pessoas diminuem as defesas, as resistncias e
demonstram maior disponibilidade e abertura a mudanas, porque no
tm nada a perder. O objetivo da CT o crescimento das pessoas por um
processo individual e social; e o papel da equipe ajud-las a desenvolver
seu potencial.
Para que a equipe seja eficaz, muito importante acreditar,
independentemente de qualquer comportamento que o residente tenha
tido, que se pode mudar. Se no houver essa credibilidade por parte da
equipe, porque alguns residentes esto mais comprometidos e com maiores
dificuldades para mudar, existe o risco de abandono desses residentes. Ou
seja, se a equipe acreditar que todos podem mudar, dedicar a ateno de
que cada um precisa para que a mudana de fato ocorra.
Outro aspecto importante a ser ressaltado a respeito da equipe a
interdisciplinaridade. Esse conceito interliga todos os setores e asresponsabilidades tornam-se transferveis. Por exemplo: o psiclogo pode
assumir a responsabilidade da enfermeira, em uma situao de primeiros
socorros, assim como orientar o residente responsvel pelo setor de
limpeza sobre como deve ser feita a faxina geral da CT.
Nenhum elemento da equipe fica restrito, limitado ao seu cargo, pois em
termos de funes existe um leque de responsabilidades. evidente que
essa interdisciplinaridade deve estar clara para todos da equipe para que
no aconteam melindres ou atropelamentos nas funes especficas decada cargo, como o atendimento psicolgico, que de responsabilidade
exclusiva do psiclogo.
Os residentes so apoiados e atendidos pela equipe interdisciplinar.
Existe uma diviso de trabalho e um investimento real na CT, sendo que,
algumas vezes, esse investimento visa prpria sobrevivncia da CT. O
enfoque deve ser sobre o processo e, se for correto, h grandes chances de
obter um resultado positivo como consequncia.
ImportanteAntes de serem os profissiona
da CT, eles so participantese devem conhecer e respeitaras regras para que as relaesaconteam em um ambientefamiliar, lembrando que em
uma famlia as pessoas serelacionam como pessoas, e n
na qualidade de cargos ou deprofisses.
ImportanteAs fronteiras da CT devem seprotegidas, mas as informae
devem entrar e sair.
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O programa, para ser eficaz, deve ser aberto tanto internamente entre os
membros que fazem parte do ambiente social, quanto externamente com
os devidos cuidados e respeito s regras fundamentais.
claro que, como diz Harold Bridges, uma organizao aberta :
... mais exposta s transformaes e, justamente por isso, mais
vulnervel. O processo positivo, mas apresenta riscos, pois existem
pessoas que querem alcanar resultados sem ter experincia para tal.
Na CT preciso considerar tudo o que possibilita a criao de um
ambiente teraputico e educativo, j que ela um grupo de autoajuda
permanente, em que os componentes interagem a todo o momento.
necessrio considerar: Nmero de residentes
Suas experincias
Idade
Classe socioeconmica e cultural
Organizao e regras
Valores
Diviso do trabalho e respectivas funes
Administrao da autoridade
Instrumentos teraputicos
Estmulos educativos
Nmero e qualificao da equipe interdisciplinar
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CT SAUDVEL E CT DOENTE
Conhea a seguir alguns exemplos de Comunidades Teraputicas
saudveis e Comunidades Teraputicas doentes.
CT saudvel
Prope uma experincia educativa - a equipe considera oindivduo que praticou o ato e procura, pela experincia, fazer
com que ele reflita sobre seu comportamento. Exemplo: um
residente que se atrasa para acordar dever, por uma semana,
ser o despertador de toda a CT
Sempre que possvel, as experincias educativas devem serindividualizadas
A equipe, quando comete erros ou injustias, pratica os 12passos de Alcolicos Annimos e oferece exemplo de humildade
concreta aos residentes. Na prtica, essa postura faz com que o
residente respeite ainda mais o trabalho da equipe
Postura da equipe com autoridade e no autoritarismo
Uma residente que no sabia nem fritar um ovo, ao ser escalada
para laborterapia e receber o apoio da equipe para umaaprendizagem social, no s aprendeu a fazer muito bem o seu
trabalho na cozinha, como deixou para outras pessoas como
ela um livro especial de receitas: com todas as dicas que no so
encontradas nos livros
Quando algum familiar insiste, por gratido, em dar umpresente, orientado a presentear a CT e no algum em
especial
A equipe trata os residentes de maneira igualitria, semdistino de raa, credo religioso, condio social, econmica
e cultural
A equipe fala a mesma linguagem e demonstra postura emharmonia com os princpios da CT. Princpios acima das
personalidades
A equipe tem uma carga horria compatvel (40 h), assimcomo folgas
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CT doente
Diante de um comportamento inadequado, o residente ficao dia todo na enxada. Muitas vezes, h residentes que se
escondem no trabalho, e deix-lo o dia todo na enxada s
refora esse mecanismo
A equipe, por preguia, no observa quem est comcomportamento inadequado, aplicando a experincia educativa
a todos. Exemplo: Perda de atividades de lazer e at de direitos
bsicos, como a carne da refeio
Cobrar valor extra para trabalhar a sexualidade dos residentes.Como? Levando-os a casas de prostituio
Residente no tem direito a questionamentos, pois a palavra-
chave aceitao. Algumas equipes produzem situaes paratestar a aceitao do residente. Esquecem que Animal a gente
adestra, ser humano a gente educa (Paulo Freire). Consideram
que a equipe jamais comete erros
Posturas autoritrias da equipe, por medo de perder o controle
Explorao de uma determinada habilidade do residente pelaequipe, prejudicando o tratamento como um todo
O residente utilizado para trabalhos particulares para a equipe(infrao ao Cdigo de tica da Federao Brasileira de CTs)
A equipe faz distino entre os residentes, principalmente naquesto econmica. Se a famlia do residente paga um valor
alto, ele ter direitos especiais (outra infrao)
A equipe recebe presentes dos residentes e de familiares e,muitas vezes, privilegia esses residentes (outra infrao ao
Cdigo de tica)
A equipe tem pessoas inseguras que, para demonstrar poder,desautorizam orientaes dadas por outros, deixando os
residentes confusos
A equipe trabalha 21 dias e folga sete. Isso prejudica a sademental da equipe e a relao com os residentes
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Consideraes Finais
As Comunidades Teraputicas oferecem um tipo de tratamento para pessoas
com dependncia qumica grave que no tiveram sucesso com outros tipos
de tratamento.
As Comunidades Teraputicas contemporneas usam da espiritualidade etambm dos 12 Passos, alm de profissionais com experincia na rea.
No omita e no seja cmplice de trabalhos realizados inadequadamente.
Procure ter muita habilidade para propor mudanas e acredite que elas so
possveis. Vamos finalizar com a histria do beija-flor:
Uma floresta estava em chamas e todos os animais correndo do
fogo, quando um beija-flor foi visto jogando uma gotinha de gua
no incndio. O elefante, vendo aquilo, ficou perplexo e disse: Beija flor, por que voc, que pode voar, no vai para bem
longe deste fogo, ao invs de tentar apag-lo com essas gotinhas
insignificantes?
O beija-flor respondeu:
Se todos os animais, ao invs de correrem, comeassem a me
ajudar, principalmente voc, elefante, com essa tromba, talvez
pudssemos salvar a floresta, salvar a nossa casa.
Isso pode nos lembrar de que as Comunidades Teraputicas precisam demuitos beija-flores que fiscalizem o trabalho das prprias Comunidades
Teraputicas, assim como dos servios que se propem a tratar pessoas
com dependncia de drogas, para que propostas de trabalho srias sejam
valorizadas e que iniciativas inadequadas sejam coibidas.
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Tratamento de pessoas dependentes de substncias em Comunidades Teraputicas | Aula
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ATIVIDADES
1. Quanto s caractersticas importantes para o bom
funcionamento das Comunidades Teraputicas contemporneas,
assinale a afirmao INCORRETA:
( ) a. Contribuir para o crescimento das pessoas por um processoindividual e social.
( ) b. Utilizar dos exemplos dos pares para a noo deconsequncias sociais dos prprios atos.
( ) c. O tratamento residencial no apresenta nenhuma diviso detrabalho e as tarefas so realizadas ao acaso, por qualquerpessoa.
( ) d. O papel da equipe interdisciplinar ajudar os residentes a
desenvolver o seu potencial.2. Quanto ao papel das equipes da CT, assinale a alternativa
INCORRETA:
( ) a. Decidem o que melhor para todos os residentes.
( ) b. Oferecem ajuda na construo de um plano de vida.
( ) c. ajudam o dependente a mudar seu estilo de vida.
( ) d. Ajudam e apoiam na construo de valores e habilidadessociais.
3. Em relao s caractersticas da CT Doente, podemos afirmar
que:
I. A postura da equipe deve ser com autoridade e no
autoritarismo.
II. A equipe recebe presentes dos residentes e de familiares e,
muitas vezes, privilegia esses residentes.
III. Um residente tem uma determinada habilidade e a equipe
explora isso.
IV. A equipe fala a mesma linguagem e demonstra postura em
harmonia com os princpios da CT.
( ) a. Todas as alternativas so corretas;
( ) b. Todas as alternativas so incorretas.
( ) c. As alternativas I e II so corretas.
( ) d. As alternativas II e III so corretas.
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4. Com relao abordagem das Comunidades Teraputicas e ao
perfil dos seus residentes, marque a alternativa CORRETA:
( ) a. O usurio deve ir de forma voluntria para tratamento nasCTs.
( ) b. A equipe preparada e emptica o principal fator do sucessodo tratamento do usurio.
( ) c. Destinam-se a qualquer tipo de dependente, no sendonecessria triagem dos residentes.
( ) d. No necessrio que um nico profissional responda pelasquestes operacionais durante o seu perodo defuncionamento, uma vez que a equipe tem um trabalhointerdisciplinar.
Reflita a respeito...
Indique como poderia ser o servio de uma Comunidade
Teraputica, considerando as necessidades dos residentes como
seres sociais e psicolgicos, a complexidade do transtorno, o
funcionamento e a forma do tratamento abordados pelas CTs.
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Aula 11
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Aula 11
A importncia das Redes Sociais na recuperao
e reinsero social de usurios e dependentes delcool e outras drogas
OS OBJETIVOS DESTA AULA SO:
conhecer os objetivos das Redes Sociais conhecer o funcionamento das Redes Sociais
saber como utilizar as Redes Sociais na preveno do
uso de drogas e a importncia da participao coletiva
TPICOS
Rede Social
Objetivos das Redes Sociais
Caractersticas a serem identificadas e desenvolvidasno trabalho em rede
Participao comunitria e a construo de Redes
Sociais
As Redes Sociais e a preveno do uso de drogas
Desafios no trabalho preventivo nas comunidades de
baixa renda
Importncia da participao de todos
Bibliografia
Atividades
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A importncia das Redes Sociais na recuperao e reinsero social de usurios e dependentes de lcool e outras drogas | Aula
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REDE SOCIAL
O conceito de Rede Social, como um conjunto de relaes que vinculam
indivduos a outros indivduos, vem se ampliando dia a dia, medida
que se percebe o poder da cooperao como uma atitude que enfatiza
pontos comuns em um grupo, gerando solidariedade e parceria.
O homem comea a estabelecer sua rede de relaes desde o momento em
que nasce. A convivncia com a famlia fornece os primeiros aprendizados
e a aquisio dos hbitos da cultura a socializao, que depois se estende
para outros pontos da Rede Social. pela convivncia com pessoas e grupos
que se moldaro muitas caractersticas pessoais e valores determinantes
para sua identidade social.
Identidade social o conjunto de caractersticas individuais
reconhecido pela comunidade da qual a pessoa faz parte.
Surge, assim, o reconhecimento da influncia dos grupos como elemento
decisivo para a manuteno do sentimento de valorizao pessoal e de
pertencimento a uma comunidade. Todo indivduo precisa de aceitao, e
nos relacionamentos, na amizade e na vida em grupo que ele ir expressar
e suprir essa necessidade. Os vnculos estabelecidos entre as pessoas so
definidos por afinidades e interesses comuns. O grupo, ento, passa a
influenciar o comportamento, funcionando como um ponto em uma
rede de referncia, que composta tambm por outros grupos, pessoas ou
instituies, cada qual com uma funo especfica na vida da pessoa.
o equilbrio dessas interaes que vai determinar a qualidade das
relaes sociais e afetivas do indivduo com os pontos de sua rede, que
so: a famlia, a escola, os amigos, os colegas de trabalho, a insero
comunitria, entre outros.
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OBJETIVOS DAS REDES SOCIAIS
Favorecer o estabelecimento de vnculos positivos por meio dainterao entre os indivduos;
Gerar oportunidades de um espao para reflexo, troca deexperincias e busca de solues para problemas comuns;
Estimular o exerccio da solidariedade e da cidadania;
Mobilizar pessoas, grupos e instituies para a utilizao derecursos existentes na prpria comunidade;
Estabelecer parcerias entre setores governamentais e nogovernamentais, para colocar em prtica os programas de
orientao e preveno, relacionados a problemas especficos
apresentados pelo grupo.
Pensar em rede traz a possibilidade de desenvolver capacidades e
potencialidades, seja de pessoas, instituies ou comunidades. A rede
promove um aumento da integrao, modificando as condies de
vida, no apenas em relao satisfao das necessidades bsicas, mas
melhorando o relacionamento entre todos e suas responsabilidades para
com o grupo.
Uma Rede Social se estabelece e se consolida medida que se
associam os princpios da responsabilidade pela busca de solues
com os princpios da solidariedade.
preciso que cada indivduo busque, dentro de si, o verdadeiro
sentido da gratificao pessoal atravs da participao,
potencializando aes para o fortalecimento das redes sociais.
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CARACTERSTICAS A SEREM IDENTIFICADAS EDESENVOLVIDAS NO TRABALHO EM REDE
Acolhimento:capacidade de acolher e compreender o
outro, sem impor quaisquer condies ou julgamentospessoais.
Cooperao: demonstrao do real interesse em ajudar e decompartilhar responsabilidades na busca das solues.
Disponibilidade: demonstrao e associao a umcompromisso solidrio.
Respeito s diferenas tnicas, econmicas, religiosas esociais:reconhecimento da diversidade e respeito por ela.
Tolerncia: capacidade de suportar a presena ou
interferncia do outro sem sentimento de ameaa ou
invaso.
Generosidade: demonstrao de um clima emocionalpositivo (apoio, carinho, ateno e dar sem exigir retorno).
A figura abaixo ilustra um exemplo da articulao das caractersticas de
rede:
ImportanteA rede , ao mesmo tempo, um
proposta de ao e um modoespontneo de organizao,
atravs do qual se tornapossvel criar novas formas dconvivncia entre as pessoas.
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PARTICIPAO COMUNITRIA E A CONSTRUODE REDES SOCIAIS
A fora da participao em um projeto social ou em uma comunidade vai
alm do suprimento de carncias econmicas, pois a vivncia comunitria um dos veculos para a ampliao da viso de mundo das pessoas e
gerao de conhecimentos.
Na ao comunitria, o importante a cooperao, cuja fora se
d no estabelecimento de uma corrente solidria em que cada
pessoa importante tanto quanto sua necessidade como em
relao sua disponibilidade para ajudar, participando ativamente
da formao da rede.
A ao comunitria constitui tambm um exerccio para a cidadania e
transformao social, a partir dos valores que fazem parte da realidade do
grupo. Por exemplo, pessoas que pertencem a uma comunidade religiosa
podem se sentir mais fortalecidas por compartilharem valores e crenas.
Assim, a instituio fortalece no indivduo o sentimento de pertencere se
torna para ele um espao de acolhimento espiritual e suporte afetivo.
O trabalho comunitrio pode ser definido a partir de duas dimenses:
A participao, que gera mudanas na maneira de as pessoasse posicionarem diante do problema. Esse trabalho adquire,
assim, mais fora, porque se fundamenta na contribuio e no
compromisso de todos.
As parcerias mltiplas, que permitem a identificao dosrecursos presentes na comunidade, sejam eles materiais,
culturais ou espirituais, evitando que a interveno seja restrita
ao de especialistas. O trabalho exige a utilizao de recursos
existentes na comunidade, que muitas vezes so desconhecidos.
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AS REDES SOCIAIS E A PREVENO DO USO DEDROGAS
O uso de drogas um importante problema de sade pblica, com enorme
repercusso social e econmica para nossa sociedade. Apesar dos esforosdo poder pblico e da sociedade civil na busca de alternativas, o aumento
do consumo e o fato de as pessoas experimentarem vrios tipos de drogas
cada vez mais cedo deixam um alerta em uma direo comum:
preciso prevenir!
Prevenir no sentido de educar o indivduo para assumir atitudes
responsveis frente s situaes de risco que possam ameaar a
opo pela vida.
Essa viso enfatiza a preveno no apenas como um pacote pronto
de divulgao de informaes sobre drogas, mas como um processo
que envolve a contribuio de todos, partilhando responsabilidades,
estreitando parcerias e aproveitando o que h de positivo na comunidade.
Assim, ganha destaque o saber construdo entre todos no encontro de
vrias experincias.
A articulao de diferentes pontos da Rede Social pode melhorar osespaos de convivncia positiva entre as pessoas, favorecendo a troca de
experincias para a identificao de situaes de risco pessoal e possveis
fragilidades sociais que possam levar ao uso de drogas.
importante observar que, segundo a Organizao Mundial da
Sade - OMS, so fatores de risco ao uso de drogas:
Ausncia de informaes adequadas sobre as drogas;
Insatisfao com a qualidade de vida;
Pouca integrao com a famlia e a sociedade;
Facilidade de acesso s drogas.
H um carter transformador nessa nova forma de pensar e prevenir o
uso de drogas a partir do trabalho comunitrio e de construo de Redes
Sociais, tendo em vista que este deixa de focalizar exclusivamente os
profissionais e inclui a participao de toda a comunidade.
LembreteLembre-se de que a preveno
uso de drogas:
Envolve a todos os membro
de uma comunidade
No deve ser monoplio do
especialistas
Resulta de aes
compartilhadas por toda asociedade
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impossvel a proteo de todos os riscos, mas preciso criar condies
para enfrent-los. Por exemplo, ao fornecer valores e referenciais slidos
aos indivduos, as instituies religiosas ajudam as pessoas a fazerem
escolhas saudveis para suas vidas.
No trabalho de preveno, umlder religioso exerce um importante
papel ao estabelecer um vnculo de confiana e escutar as pessoas
da comunidade. Dessa forma, ajuda a reforar as Redes Sociais
e auxilia o grupo tambm na preveno do uso de drogas e na
construo de novos fatores de proteo.
Para a preveno, preciso mobilizar todos os grupos de uma determinada
comunidade. Por exemplo, pode-se falar de sade comunitria quando as
pessoas pertencem a um mesmo grupo, refletem em conjunto sobre os seusproblemas de sade, expressam suas necessidades prioritrias (pessoais,
familiares, sociais e espirituais) e participam ativamente na construo e
avaliao de aes para suprir suas carncias e problemas.
O trabalho comunitrio e de construo de Redes Sociais confere
preveno do uso de drogas um carter transformador, tendo em vista
que d nfase ao encontro dos saberes e das crenas da comunidade na
construo do saber coletivo. O movimento permanente de integrao
entre os diferentes indivduos abre caminho para a transformao darealidade local.
Um novo olhar sobre o uso de drogas
O modelo tradicional, baseado na represso que estigmatiza o
usurio e promove o amedrontamento das pessoas, vm sendo
superado. Sabemos que, quando o medo toma conta, a Rede Social
fica fragilizada, perde-se a solidariedade, a vontade de aprender, a
curiosidade e a criatividade, restando apenas:
O isolamento A violncia
O esquecimento da prpria histria
A indiferena
A desconfiana
Esses fatores debilitam a Rede Social e impedem que os usurios
identifiquem as pessoas e os servios que lhe oferecem suporte e
ajuda para a soluo dos problemas.
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DESAFIOS NO TRABALHO PREVENTIVO NASCOMUNIDADES DE BAIXA RENDA
possvel que alguns moradores de comunidades de baixa renda encontrem
no trfico de drogas e no crime organizado uma referncia de poder,autoridade, controle e at mesmo de proteo como um suporte para as
dificuldades vividas em comunidades excludas.
Nesse caso, algumas questes precisam ser discutidas antes de qualquer
interveno:
O que se pode fazer em comunidades em que a presena dotrfico de drogas significativa?
Como trabalhar com a preveno ao uso de drogas numa
situao em que tudo est em risco, at a prpria vida?
Quais as possibilidades de se falar sobre drogas numacomunidade regida pela lei do silncio?
Como superar a passividade e a cumplicidade geradas pelomedo?
Como mobilizar o potencial criativo dessas comunidades paraque se produza algo novo?
O que possvel mudar e qual o preo dessa mudana? Com quem podemos contar como aliados nesse trabalho?
Essas questes devem ser debatidas pelos grupos envolvidos
em aes de preveno ao uso de drogas, inclusive igrejas e
grupos religiosos, e avaliadas de acordo com a realidade de cada
comunidade, para estabelecer uma proposta de participao
conjunta.
O trabalho comunitrio desenvolvido a partir de diferentes atividades
planejadas pela prpria comunidade pode melhorar a qualidade de vida
das pessoas e agir sobre as carncias que levam as pessoas a buscar a melhora
atravs do consumo de drogas.
Nesse contexto, alm de aspectos como a curiosidade, a busca de prazer,
baixa autoestima, baixo rendimento escolar ou no trabalho, diversos
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fracassos nas tentativas de melhoria social, conflitos nas relaes familiares,
falta de apoio e de compreenso, o consumo de drogas representa tambm
uma busca de alvio imediato para diversas privaes sociais, afetivas e
dificuldades envolvendo precrias condies de vida, resultando em
sofrimento.
As diversas carncias vividas agravam as angstias naturais em relao starefas sociais e s responsabilidades como membros de uma comunidade.
Nesse sentido, a droga pode ser eleita como uma verdadeira estratgia de
sobrevivncia, pois permite que a pessoa fique indiferente a uma realidade
deprimente, dando-lhe algum prazer, mesmo que momentneo.
Muitas vezes, nessas comunidades, uma forma encontrada para sair do
envolvimento com as drogas a aproximao com alguma instituio de
carter religioso. A espiritualidade e a crena numa fora maior podem
permitir a mudana de hbitos e modos de vida. Essa ideia de transformaoatravs da f encontrada na maioria das crenas religiosas e, por isso, essas
instituies funcionam como grandes e importantes ferramentas no auxlio a
usurios e dependentes de drogas.
O envolvimento com uma crena, uma f ou uma religio podem
trazer novamente a dimenso da esperana. Os problemas
enfrentados passam a ser vistos como oportunidades para um novo
comeo, pois a mudanafaz parte da vida de qualquer ser humano. preciso confiar no potencial positivo de mudana, principalmente
quando este ancorado nas relaes comunitrias e nas redes
sociais.
IMPORTNCIA DA PARTICIPAO DE TODOS
As aes preventivas no trabalho comunitrio assumem uma natureza
abrangente e, por essa razo, os lderes religiosos e espirituais precisam
estar preparados e integrados junto s redes profissionais para realizar um
trabalho solidrio, cooperativo e de ajuda efetiva. importante que se
incentive a troca de experincias, para que vises diferentes do problema
se complementem e promovam a solidariedade diante das dificuldades.
Ao mesmo tempo em que a preveno ao uso abusivo de drogas exige
conhecimentos, o trabalho comunitrio de construo das Redes Sociais
mostra que, quanto maior a participao de todos, mais consistentes e
satisfatrias sero as aes.
ImportanteEnquanto houver vida, hesperana de mudana, e
preciso sempre recriar os laos de
solidariedade e fraternidade.
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As parcerias construdas devem ser complementares e as instituies e os
profissionais se constituem no apenas como parceiros, mas em pessoas
comprometidas com os movimentos da rede em construo.
Cada pessoa tem um papel a desempenhar e uma competncia a oferecer
para o objetivo comum de fortalecer a Rede Social.
A unio de esforos d incio a um processo de construo de um
novo saber, o saber comunitrio. No saber comunitrio, o saber
espiritual e o popular juntam-se ao saber acadmico e ao saber
poltico para construir o conhecimento de todos.
A diversidade de experincias e vises sobre o problema, graas
participao dos diferentes profissionais, lderes religiosos ou das pessoas
interessadas em querer solucion-lo, enriquece a comunidade, pois todos
tm alguma contribuio a dar, independentemente do papel social
desempenhado. Religiosos, pais, filhos, amigos, empresrios, educadores,
enfim, todos podem e devem ser envolvidos no trabalho de preveno.
O desafio fundamental de quem trabalha na rea comunitria enfrentar
o sentimento de impotncia diante de problemas de natureza social e
econmica. Nesse caso, pertencer a uma Rede Social tambm oferece um
importante suporte, centrado na integrao que se estabelece em torno deum objetivo comum ao grupo. A partir desse modelo de atuao surgem
novas maneiras de encarar o problema e abrem-se novas perspectivas,
pois a crise considerada como momento de enorme potencial para a
mudana e para o surgimento de novas possibilidades.
Nas comunidades nas quais os habitantes esto prximos uns dos outros e
costumam unir-se na busca de solues coletivas h uma maior proteo
entrada das drogas. O potencial dos vnculos afetivos e das relaes de
solidariedade ainda uma das melhores formas de lidar com o aumentoda violncia, do trfico e do consumo de drogas. Por isso mesmo preciso
investir mais nas pessoas, no potencial de cada comunidade para construir
novas vias de soluo para os conflitos.
Pertencer a uma Rede Social promove o resgate de valores da
convivncia positiva entre jovens e adultos, dilogo entre pais e filhos,
respeito ao outro e, sobretudo, cuidado consigo prprio, com o corpo
e com as emoes.
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preciso que as aes preventivas sejam inseridas no contexto de vida
das pessoas, em seu dia a dia, atravs de programas preventivos dirigidos
no apenas a indivduos isolados, mas aos sistemas sociais, humanos e
religiosos dos quais tambm fazem parte.
Otrabalho comunitrioem Redes Sociais incentiva o desenvolvimento
do potencial humano da famlia, da comunidade e dos profissionaisenvolvidos nos projetos de preveno.
Destaques desta aula
Os grupos so elementos decisivos para a manuteno dosentimento de pertinncia e valorizao pessoal, influenciando
comportamentos e atitudes e funcionando como ponto em
uma rede de referncia;
Os pontos de uma Rede Social de referncia so: a famlia, aescola, os amigos e os colegas de trabalho, a comunidade de
insero, entre outros;
A articulao de diferentes pontos da Rede Social podeotimizar espaos de convivncia positiva que reforam a troca
de experincias na identificao de situaes de risco pessoal e
possveis vulnerabilidades sociais;
Ao articular redes de preveno, importante considerar algunsfatores de risco e proteo ao uso de drogas nos diferentes
domnios da vida;
Na ao comunitria, a ideia principal a cooperao, cuja
fora se d no estabelecimento de uma corrente solidria, na
qual cada pessoa importante na sua necessidade de ajuda ou
na disponibilidade para ajudar.
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