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Febre Maculosa 1801051 Sabrina Gerônimo dos Santos 1801053 Eduarda Gomes da Costa 1801058 Maria Eduarda Vieira Ribeiro da Costa 1801059 Fabiano Nunes 1801060 Thaís Perissotto Departamento de Morfologia e Patologia Básica Disciplina de Parasitologia Prof. Dra. Juliana Quero Reimão Dalla Zanna Prof. Dra. Alcione Vendramin Gatti

Febre Maculosa Departamento de Morfologia e Patologia Básica … · 2019-10-14 · Febre Maculosa Generalidades Zoonose transmitida ao ser humano e aos animais. Doença infecciosa,

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Febre Maculosa1801051 Sabrina Gerônimo dos Santos1801053 Eduarda Gomes da Costa1801058 Maria Eduarda Vieira Ribeiro da Costa 1801059 Fabiano Nunes1801060 Thaís Perissotto

Departamento de Morfologia e Patologia BásicaDisciplina de Parasitologia

Prof. Dra. Juliana Quero Reimão Dalla ZannaProf. Dra. Alcione Vendramin Gatti

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Febre Maculosa

Generalidades

● Zoonose transmitida ao ser humano e aos animais.● Doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável.● Causada por bactéria do gênero Rickettsia.

Agente Etiológico

● Rickettsia rickettsii (parasita intracelular obrigatório).● Transmitida pela picada do carrapato do gênero Amblyomma.

○ Principalmente pelo A. cajennense (carrapato-estrela ou carrapato vermelho).

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Epidemiologia Brasil

● Maior ocorrência na região sudeste (MG e SP). ● Destaque também para região sul (SC). ● Casos registrados: 237 (2018) e 37 (até 13/06/2019)

Outros países

● Endemicamente: Estados Unidos (Febre Maculosa das Montanhas Rochosas), no México (Febre Manchada), Colômbia (Febre de Tobia), Costa Rica e Panamá.

● Nos Estados Unidos, R. rickettsii é transmitida por carrapatos do gênero Dermacentor. ● Nos demais países, incluindo o Brasil, a bactéria é transmitida por carrapatos do gênero

Amblyomma.

SAZONALIDADE

Entre Abril e Outubro há uma maior incidência de casos.

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Epidemiologia

Fonte: Sinan - atualizado em 13/06/2019

De acordo com a Portaria do MS de consolidação Nº 4 de 03 de outubro de 2017 todo caso de febre maculosa é de

notificação obrigatória às autoridades locais de saúde.

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CarrapatosOs carrapatos são parasitas oportunistas que atacam a pele de hospedeiros vertebrados.

Estão em primeiro lugar em importância de vetores de doenças infecciosas para animais e em segundo lugar para humanos.

A Febre Maculosa é a principal doença transmitida por carrapatos no Brasil.

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Ixodidae

Os carrapatos são artrópodes da classe Arachnida, subclasse Acari e ordem Ixodida. Dentro dessa ordem existem três famílias: Nuttalliellidae, Argasidae e Ixodidae (conhecida como carrapato duro).

Os Ixodidae são conhecidos como carrapatos duros devido a um escudo duro (queratinizado) nas costas.

Amblyomma cajennense é uma das principais espécies de carrapato duro.

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Morfologia Ixodidae

Morfologia externa: dividido em gnatossoma (ou capítulo) e idiossoma1. Gnatossoma: base, peças bucais

(duas quelíceras e hipóstomo) e dois palpos

2. Idiossoma: na face dorsal, escudo e olhos simples; na face ventral, patas

Morfologia interna: os órgãos internos estão localizados, em sua maioria, no idiossoma.

Apresentam dimorfismo sexual.

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Ciclo de Vida ● Carrapato Trioxêno● Larvas: fixação no hospedeiro

e Repasto (linfa, sangue e tecidos digeridos)

● Mudança para o estágio de Ninfa

● A ninfa pode permanecer em jejum (sem nenhum hospedeiro) por até um ano.

● 2°Hospedeiro alimentação por 4 a 7 dias

● 2° muda mudança para a fase adulta.

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Ciclo de Vida

● Após 25 dias macho ou fêmea ● Os adultos podem permanecer por até 24

meses em jejum, aguardando no ambiente.

● 3° Hospedeiro acasalamento ● Fêmea fertilizada Repasto tissular e

ingurgitamento ● Fêmeas ingurgitadas e fecundadas se

desprendem do hospedeiro e vão para o solo, onde realizam uma postura única de ovos, dando início a uma nova geração.

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Ciclo de Vida● O carrapato permanece infectado por toda sua

vida, que dura, em média, 18 meses. ● A infecção, nos carrapatos, é passada de modo

transovárica e transestadial. ● A transmissão para o ser humano ocorre

através da picada do carrapato infectado, o qual precisa ficar aderido à nossa pele por alguma horas (4 a 6 horas).

● Pode ocorrer também infecção através de lesões na pele, pelo do esmagamento do carrapato.

● Não ocorre transmissão de pessoa para pessoa. ● Carrapato: vetor e reservatório da bactéria

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Ciclo de Vida

● O homem adquire a bactéria após ter sido picado pelo carrapato.

● Período de incubação: 2 a 14 dias para apresentar os primeiros sintomas.

● A bactéria ataca as células que revestem as células sanguíneas, ocasionando graves distúrbios circulatórios no organismo, gerando todo o quadro clínico da doença.

● Sazonalidade: ocorre maior incidência da doença durante a primavera e o verão.

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Patogenia● Febre acima de 39ºC e calafrios, de início súbito● Dor de cabeça intensa● Náuseas e vômito● Diminuição de apetite● Diarreia e dor abdominal● Dor muscular constante● Dor nas articulações● Cansaço● Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés● Gangrena nos dedos e orelhas● Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada

respiratória

Além disso, com a evolução da Febre Maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

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Diagnóstico● Diagnóstico precoce é muito difícil.

● Sintomas parecidos com outros problemas de saúde, como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, encefalite, malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia.

● “Onde você mora ou se esteve em locais com grandes chances de ter sido picado por um carrapato?”

● Testes laboratoriais mais indicados para diagnóstico específico:

➔ RIFI➔ Exame de Imunohistoquímica➔ PCR➔ Isolamento da bactéria

● Os testes laboratoriais mais indicados para diagnóstico inespecífico e complementares são: Hemograma e Enzimas

Células do carrapato infectadas

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Tratamento

A introdução precoce do tratamento antibiótico tem impacto importante na redução da letalidade da doença.

➔ Doxiciclina 100 mg, via oral, a cada 12 horas para adultos e crianças acima de 45 kg

➔ Cloranfenicol 1 g a cada 6 horas para adultos; para crianças, a dose total diária varia de 50 a 75 mg/kg/dia, dividida em 4 tomadas

O tratamento específico deve ser mantido por um período mínimo de 7 dias, ou até 2 a 3 dias após o término da febre.

Atenção: A falta ou demora no tratamento pode afetar o sistema nervoso central e causar encefalite, confusão mental, delírios, convulsões e coma. Rins podem ser afetados, apresentando insuficiência renal aguda e inchaço por todo o corpo. Os pulmões também podem ser atingidos, em casos mais graves.

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Fatores de Risco

• Viver em uma área onde a doença é comum, como locais rurais ou arborizados

• Convivência com cachorro, cavalo, vaca e capivara com carrapatos

• Se um carrapato infectado se prender à sua pele, é possível contrair febre maculosa ao remover o carrapato.

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Prevenção e Controle● É mais comum entre junho e novembro, período em que predominam as formas jovens do

carrapato, conhecidas como micuins

● Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro.

● Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas

● Evite andar em locais com grama ou vegetação alta

● Use repelentes de insetos

● Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos

● Remova um carrapato com uma pinça: pegue com cuidado o carrapato. Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água

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Caso Clínico

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Apresentação do casoIdentificação: L.L., 16 anos, masculino, branco, natural de Botucatu, Fazenda Lageado, onde sempre residiu.

QPD: Há 10 dias, febre e fraqueza nas pernas.

HPMA: Refere o pai que, sem antes nada sentir, o paciente apresentou febre de início abrupto, com calafrios e cefaléia que o obrigou a deixar o trabalho. À noite desse mesmo dia, teve "alteração do comportamento". Sentiu na manhã seguinte intensa dor de garganta e muita sede. Permaneceu em casa por 7 dias, onde recebeu Melhoral e chás caseiros. Não houve melhora e, após esse período, foi internado, onde administraram-lhe: Megapen, Quemicetina, Pulmocilin, Plasil e Novalgina. Permaneceu internado por 3 dias, onde apresentou febre de 40 °C do tipo contínua e um episódio de hematúria. Com essa história foi encaminhado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, onde foi internado.

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Antecedentes pessoais: foi referido sarampo, vacinação anti-tetânica e anti-variólica. Trabalhou em um charco que possuía "água contaminada" onde existiam ratos e carrapatos.

Exame físico geral: Apresentava-se em mau estado, obnubilado, delirando e febril. Fácies congesta com vespertílio exantemático. Ritmo respiratório do tipo Biot. Pele: exantema máculo-papular generalizado, atingindo inclusive a palma das mãos e planta dos pés. Nestas áreas, além de máculo-papular, eram hemorrágicas. Mucosas: úmidas, intensa congestão conjuntival e discreto sangramento da mucosa bucal. Icterícia discreta conjuntival. Musculatura: dor à compressão das panturrilhas e do apêndice xifóide. Ossos: sem deformidades e sem edema inflamatório nas articulações. PA = 12x7, FC = 100, T = 37,8 °C

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Exame físico especial: Congestão e hiperemia conjuntival, icterícia discreta. Hiperemia de tonsilas palatinas. Gânglios cervicais não dolorosos, móveis à palpação. Palpação profunda: fígado a 2cm do rebordo costal direito, bordas finas, superfície lisa e discretamente doloroso, consistência amolecida. Edema inflamatório de glande, prepúcio e da bolsa escrotal.

Exames complementares: Leptospirose-soroaglutinação = negativa

Hemograma: Glóbulos brancos = 31.300 e Glóbulos vermelhos = 4.900.000; Uréia = 216.57

Diagnósticos diferenciais: Meningococcemia, Febre Purpúrica Brasileira, Sarampo, Febre Tifóide, Dengue, Febre Amarela, Leptospirose, Doença de Lyme.

Testes sorológicos: Reação positiva de Weil-Felix; Reação de Fixação de Complemento Positiva

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Referências http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=727&sid=8http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/fmaculosa.htmhttp://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-maculosahttp://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/14/Casos-de-Febre-Maculosa.pdfhttp://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/14/Obitos-por-febre-maculosa.pdfhttp://saude.sp.gov.br/sucen-superintendencia-de-controle-de-endemias/programas/febre-maculosa/doencahttps://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/14/Casos-de-Febre-Maculosa.pdfhttps://para-sita.blogspot.com/2010/11/febre-maculosa.htmlhttp://www.blogdotoninho.com.br/febre-maculosa-entenda-o-ciclo-de-transmissao-e-os-sintomas-da-doenca/https://www.saolucas.edu.br/repositorio/1-PIMedicina-Ixodidae(CarrapatosDuros).pdfhttp://www.infobibos.com/Artigos/FebreMaculosa/FebreMaculosa.htm