6
Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXX – Nº 02 – 18 de janeiro de 2016 ACESSE A VERSÃO DIGITAL TRABALHADORES(AS) APOSENTADOS(AS) E APOSENTÁVEIS TEM ENCONTRO NESSA SEXTA(22) PÁGINA 2 INFLAÇÃO DA EDUCAÇÃO ENCERROU 2015 COM ALTA DE 9,25% PÁGINA 2 Depois de declarações na semana passada do Governador Rui Costa sobre iniciativas de Parceria Público Privado (PPP) nas empre- sas Embasa (Feira de Santana) e Emasa (Itabuna), entidades que for- mam o Observatório do Saneamento Básico na Bahia entre outras, divulgaram uma nota pública esclarecendo para a população baiana o que estaria por detrás dessa vontade do governo em passar o servi- ço público de saneamento para iniciativas privadas. A nota lembra que em outros governos a população foi contra a privatização da Embasa. Sobre o futuro da Emasa o interesse seria passar para o grupo Ode- brecht. Segundo o Secretário Josias Lisboa, o desejo é pela fusão en- tre Emasa e Embasa, disse ao Sindicato em última reunião. O governo contraria o discurso sobre escassez de recurso, quando repassa para essas empreiteiras milhões decorrente de contratos rmados na mo- dalidade de PPP. PÁGINA 2 CHUVA NO INTERIOR DO ESTADO TRAZ ALEGRIA PARA QUEM VIVE NO SEMI-ARIDO PÁGINA 3 www.sindae-ba.org.br Governador Rui Costa: Governador Rui Costa: A Embasa não está à venda. A Embasa não está à venda. ACERVO SINDAE VENDA PROIBIDA

Gota D'água - Ed. n.02- Janeiro 2016

  • Upload
    sindae

  • View
    226

  • Download
    1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXX – Nº 02 – 18 de janeiro de 2016

AC

ESSE

A V

ERSÃ

O D

IGIT

AL

TRABALHADORES(AS) APOSENTADOS(AS) E

APOSENTÁVEIS TEM ENCONTRO NESSA SEXTA(22)

PÁGINA 2

INFLAÇÃO DA EDUCAÇÃO ENCERROU 2015 COM ALTA

DE 9,25%PÁGINA 2

Depois de declarações na semana passada do Governador Rui Costa sobre iniciativas de Parceria Público Privado (PPP) nas empre-sas Embasa (Feira de Santana) e Emasa (Itabuna), entidades que for-mam o Observatório do Saneamento Básico na Bahia entre outras, divulgaram uma nota pública esclarecendo para a população baiana o que estaria por detrás dessa vontade do governo em passar o servi-ço público de saneamento para iniciativas privadas. A nota lembra que em outros governos a população foi contra a privatização da Embasa. Sobre o futuro da Emasa o interesse seria passar para o grupo Ode-brecht. Segundo o Secretário Josias Lisboa, o desejo é pela fusão en-tre Emasa e Embasa, disse ao Sindicato em última reunião. O governo contraria o discurso sobre escassez de recurso, quando repassa para essas empreiteiras milhões decorrente de contratos fi rmados na mo-dalidade de PPP. PÁGINA 2

CHUVA NO INTERIOR DO ESTADO TRAZ ALEGRIA PARA

QUEM VIVE NO SEMI-ARIDOPÁGINA 3

www.sindae-ba.org.br

Governador Rui Costa:Governador Rui Costa:A Embasa não está à venda.A Embasa não está à venda.

ACERVO SINDAE

VENDA PROIBIDA

2

No apagar das luzes o executivo no município de Sobradinho promoveu uma mudança na razão social da antiga Empre-sa Municipal de Água e Esgoto (EMSAE) para Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), tornando assim uma autarquia. Há anos o Sindicato vem cobrando realização de concurso público e nessa manobra po-lítica, sem nenhuma discussão a prefeitura encaminhou o projeto para a câmara, on-

de foi aprovado, deixando de lado o pre-enchimento das vagas através de concurso público. O Sindicato foi afastado da repre-sentação dos trabalhadores do “EMSAE” decorrente de perseguição política. Ainda há um medo no ar sobre a fi liação da clas-se trabalhadora. No entanto, o Sindicato irá garantir o princípio pela luta de classe e avançar nas demandas dos companheiros e companheiras daquele SAAE.

Com o tema “Perspectivas, lutas e desafi os”, o 3º Encontro dos (as) Apo-sentados (as) e Aposentáveis do Sane-amento Ambiental será nessa sexta--feira (22). O evento marca o Dia do Aposentado(a) que é comemorado no dia 24 de janeiro. Em sua terceira edição, o encontro tem como papel fundamen-tal debater sobre as demandas da clas-se trabalhadora que já se encontram ou que estejam caminhando para a fase de aposentadoria. No Brasil, existem em torno de 28 milhões de aposentados(a). São inúmeras as difi culdades após com-pletar o ciclo de contribuição para a pre-vidência e chegar nessa fase com saúde, equilíbrio fi nanceiro e um bom plano de pós-carreira são elementos estruturan-tes para continuar seguindo a chamada “vida ativa”. Quem desejar participar do evento, deve entrar em contato com a secretaria do Sindicato através do e-mail: [email protected] ou pelo te-lefone (71) 3111-1700. Será oferecido um café da manhã. Vagas limitadas.

Entidades divulgaram uma nota sobre a manobra do governo do estado que tenta por vários caminhos entregar o serviço de saneamento básico para iniciativas privadas. Há uma forte preocupação com o posicio-namento do Governador Rui Costa em si-nalizar que a alternativa para melhoria do serviço público seja a Parceria Público Pri-vada, conhecida como PPP. A nota cita como exemplo a entrega do complexo Arena Fon-te Nova que teve recurso público e hoje ad-ministrado pela iniciativa privada. Existe uma incoerência no discurso sobre a falta de re-curso ao tempo que empresas privadas são fi nanciadas pelo Estado brasileiro para en-trar no negócio do Saneamento Básico. Em Itabuna o Governo informa que a solução é uma PPP já que a empresa municipal Ema-sa e a estadual Embasa teriam sufi ciência fi -nanceira e administrativa para resolver o problema de abastecimento na cidade con-forme investimento previsto no Plano Muni-cipal de Saneamento Básico na ordem dos R$ 350 milhões ao longo de 20 anos. Sendo que essas mesmas empresas possuem fatu-ramento de R$ 50 milhões e R$ 2,2 bilhões respectivamente, superando assim a média de R$ 17 milhões para investimentos anuais.

“São elevados os investimentos efetu-ados pela Embasa. Nos últimos 9 anos fo-

Conforme edital publicado no último boletim, os (as) trabalhadores (as) dos SA-AES terão nessa semana aprovação da pau-ta de reinvindicações. Essa é a primeira eta-pa no processo da Campanha Salarial 2016. É de grande importância que os (as) traba-lhadores (as) leiam a pauta e opinem sobre

as demandas para a categoria. Já na próxima semana será a vez dos Saae´s: Macarani, Jua-zeiro, Santa Rita de Cássia, Itapetinga, Sento Sé, Barra, Itororó, Xique-Xique, Jussari, Pin-dobaçu e Itajuípe. A participação de todos (as) será de grande êxito para iniciarmos uma campanha com unidade de classe:

DIA 8h 14h18 Valença, Curaçá e Santa Maria da Vitória Correntina19 Taperoá, Casa Nova e São Felix do Coribe Coribe20 Alagoinhas, Remanso e Carinhanha - 21 Catu, Pilão Arcado e Bom Jesus da Lapa Paratinga 22 Ibicaraí e Macaúbas -

Prefeitura de Sobradinho altera regime de “empresa” para “autarquia”

Trabalhadores (as) Aposentados(as) e Aposentáveis tem

encontro nessa sexta(22)

Governo da Bahia faz manobra para privatizar empresas de saneamento

“Água é direito humano fundamental e não pode ser transformada em mercadoria!”

ram assegurados/aplicados R$ 7,6 bilhões, entre recursos próprios, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), BNDES e Caixa Econômica Federal, além de estar sendo negociado recursos superiores a R$ 1,0 bilhão para novos investimentos. Com isso foi possível ampliar em 35% a oferta de água, atendendo mais 5 milhões de baianos e aumentar em 101% a rede de esgotamen-to sanitário, benefi ciando mais 2 milhões de

baianos. Ou seja, existe dinheiro público para obras, basta buscar acesso aos fi nanciamen-tos e aos orçamentos do Estado e da União, com contrapartida dos municípios.”

A nota ainda destaca a construção do Sistema de Disposição Oceânica do Jagua-ribe num contrato fi rmado com o grupo Odebrecht por 15 anos com valor de R$ 619 milhões, custando atualmente aos co-

fres da Embasa R$ 5,3 milhões ao mês pa-go a essa empreiteira. Outra abordagem que o documento traz é com relação ao papel do setor privado que visa distribuição de lu-cro aos seus acionistas. O documento fi nali-za convidando a sociedade para defender o serviço público e passa uma mensagem (em destaque) sobre a importância da água.

Para ter acesso a nota completa, visite o site do Sindae: www.sindae-ba.org.br

Semana de aprovação de pauta nos Saae´CAMPANHA SALARIAL 2016

“Quando se perde o respeito pela verdade, nem que seja só um bocadinho, tudo se torna duvidoso

Santo Agostinho ”3

A Secretaria Nacional do Meio Am-biente da CUT coloca à disposição da militância da Central a cartilha “Agrotó-xicos: Impactos na Vida e no Trabalho”, uma produção com a parceria do Fórum Nacional de Combate aos Agrotóxicos, do MPA (Movimento dos Pequenos Agri-cultores) e da Via Campesina, com apoio do Solidarity Center da AFLCIO.

A publicação traz dados essenciais e atualizados sobre os malefícios dos agrotó-xicos sobre trabalhadores e consumidores brasileiros e apresenta propostas de ação para que o tema seja debatido com a popu-lação, de modo a vencer a máquina de pro-paganda favorável aos venenos, representa-da pelos meios de comunicação tradicionais.

“A indústria multinacional dos agro-tóxicos está destruindo nossos rios, nos-sas matas e trazendo alimentos envene-nados à mesa das famílias. Nossa tarefa é denunciar essa fábrica de doenças e todos os instrumentos que utiliza para que as pessoas não tenham consciência das reais consequências de sua atuação. E mostrar que a agricultura familiar é a consequências de sua atuação. E mostrar que a agricultura familiar é a alternativa de trabalho e vida saudável que o Brasil deve adotar em escala cada vez maior”, comenta Jasseir Fernandes, secretário de Meio Ambiente na gestão 20122015 e que é atualmente presidente da CUTES.

Fonte: www.cut.org.br

Os brasileiros lidaram com o aumen-to de preços de diversos produtos e ser-viços em 2015. Com o início mais um ano letivo, é o momento de quem estuda ou tem fi lhos em idade escolar deparar-se com os efeitos da infl ação sobre a edu-cação. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pe-lo Instituto Brasileiro de Geografi a e Es-tatística (IBGE), fechou 2015 com alta de 10,67%, a infl ação da educação, segundo o IBGE, foi 9,25%.

Nesse aumento estão incluídos gastos como mensalidades de cursos, fotocópias e artigos de papelaria. Segundo o IBGE, cada um desses itens é levado em conta para formação do índice global da educa-

ção, bem como os custos em cada região metropolitana, com diferentes pesos. Nos gastos com cursos regulares, a creche re-gistrou a maior alta.

De acordo com o IBGE, o custo de co-locar o fi lho em uma creche subiu 15,77% no acumulado de janeiro a dezembro de 2015. A segunda maior infl ação no período foi a da educação infantil (10,54%); e a ter-ceira, a do ensino fundamental (10,36%). O ensino médio também acumulou infl a-ção na casa dos dois dígitos em 2015, de 10,32%. Os custos do ensino superior e da pós-graduação tiveram os menores au-mentos, 8,51% e 6,17% respectivamente.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Depois de longa estiagem nos últi-mos meses, em diversas localidades no interior do estado a mudança climática trouxe chuva para a região. Cidades co-mo Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado, Paulo Afonso, Senhor do Bomfi m castiga-das pela forte seca, teve um cenário dife-rente com a chegada da chuva que trou-xe alegria à população desses municípios. O longo período de seca ocasionou inú-meros mananciais sem água comprome-tendo o abastecimento para a população. A chuva também pode conter o recente incêndio na Chapada Diamantina, devol-vendo a beleza dos rios, cachoeiras e la-gos. Turistas que visitaram o local na úl-tima semana fi caram encantados com o que viram. A previsão é de que as chuvas continuem nos próximos dias.

Na fi nal da tarde dessa terça-feira(12), o Sindicato se reuniu com o Secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, pa-ra esclarecer sobre boatos que circulavam em alguns blogs, na internet, sobre possível estudo que o governo estaria fazendo para venda de 49% das ações da Embasa.

O Secretário recebeu como surpresa a informação e disse que desconhecia qual-quer iniciativa sobre o assunto. “Não há nada materializado e não sei de onde partiu es-se assunto, disse ele”. Sobre a declaração do Governador Rui Costa durante uma inaugu-ração de uma obra em Feira de Santana no último dia 8, o secretário assegura que foi uma fala chamando o prefeito do município para o debate, já que o mesmo não está que-rendo avançar sobre a renovação do contra-to de programa com a Embasa.

Feira de Santana é o segundo muni-cípio que tem maior arrecadação para a empresa. Sobre a tentativa de uma PPP no municio de Itabuna, qualquer iniciativa do estado, depende da autorização do Prefeito de Itabuna, já que a titularidade da conces-são do saneamento é do município. Josias afi rmou que o Governo tem buscado con-versar com o prefeito de Itabuna e vê como uma grande possibilidade uma fusão entre Emasa e Embasa. O Secretário se colocou à disposição para dialogar mais com o Sin-dicato sobre o assunto PPP quando soube da iniciativa da criação do Observatório do Saneamento Básico da Bahia, que prevê fi s-calização do saneamento no estado.

Na oportunidade, o Sindicato aprovei-tou para cobrar o acesso ao Programa Ha-bitacional do Estado para os funcionários

CUT Nacional divulga cartilha sobre o impacto do agrotóxico na vida dos (as)

trabalhadores (as)

Chuva no interior do estado traz

alegria para quem vive no semiárido

Sindicato cobra explicações do governo sobre boatos de que estaria planejando a venda da Embasa

da Embasa e CERB, como fi cou acordado com o governo no ano passado em reunião com o governador Rui Costa. O secretá-rio informou que o programa habitacional está sendo reformulado e a proposta com o novo modelo já tramita nas instâncias de governo, mas que não vê difi culdades para avançar no cumprimento do acordo. O Sin-dicato se mantém vigilante sobre a questão.

Inflação da educação encerrou 2015 com alta de 9,25%

EDMILSON BARBOSA

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913Email: [email protected]

SIGA-NOS:

RECICLÁVEL

TOMENotaPLANO DE SAÚDEOs (as) trabalhadores (as) da Em-

basa que possuem dependentes nos planos de Saúde e Odontológico, devem entregar o comprovante de matrícula dos respectivos benefi ciários até o dia 31/01 na Divisão de Administração do Plano de Saúde (GPSA). Esse procedi-mento é em atendimento ao previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (2015-2016) para permanência no plano. Maio-res informações: (71) 3373-7534.

VAI ROMPERUma adutora no parque do cabula

(R7) parece mais uma mangueira para irrigar jardim com tantos furos existen-tes. Uma rede daquele porte e “taru-gada” representa grande risco para os que transitam no local e numa possí-vel manutenção de emergência geran-do uma interrupção no fornecimento. Enquanto a empresa faz campanha “Eu Economizo Água” está deixando a de-sejar dentro de sua própria casa. É mui-to desperdício...

CETRANÉ assim que a CERB está sendo

apelidada nos últimos dias. Com a mu-dança de governo e disputa de espa-ços (“cargos”) nas empresas públicas, o ambiente está mais para uma ex-tensão de um departamento que lida com legislação de trânsito (“Detran”) que empresa de Saneamento. É preciso aproveitar a mudança na diretoria da empresa convocando os classifi cados no último concurso e promover um novo concurso.

FÓRUM SOCIALAcontece entre os dias 19 e 23 de

janeiro, em Porto Alegre-RS, a decima quinta edição do Fórum Social Temático. O evento que já é destaque internacio-nal tem como característica sua capaci-dade de articulação de inúmeras temá-ticas anti-capitalista e sua metodologia radicalmente participativa e horizontal. O Sindicato estará presente no evento participando de mesas como: Mulher, Meio Ambiente e Comunicação.

CAPACITAÇÃOO Ministério das Cidades, por

meio do Programa Nacional de Capa-citação das Cidades (PNCC), oferece novas turmas de cursos na modalidade à distância. Na lista estão disponíveis di-versos temas para área de saneamento. Quem desejar se inscrever deve aces-sar o site: capacidades.gov.br.

4

Um local muito frequentado por tu-ristas de várias localidades, a praia de Pa-ramana, que fi ca na Ilha dos Frades, pede socorro. O cenário de beleza contrasta com o descaso pela falta de esgotamento sanitário. Esgoto a céu aberto e a falta de infraestrutura para embarque e desembar-que de passageiros é o cartão de visita para quem chega ao vilarejo. Lá vivem cerca de dois mil habitantes. Várias denúncias foram feitas para diversos órgãos sobre a situa-ção e até o momento só promessas. No desembarque é possível ver o esgoto in natura sendo despejado no mar. A Embasa, responsável por não atender a população corretamente, precisa enviar urgente uma equipe no local para resolver de alguma forma o problema ali instalado. A Ilha dos

Trabalhadores (as) da Embasa estão sofrendo com o “calor” durante sua jor-nada de trabalho. É que o Sindicato tem re-cebido várias denúncias de locais que não dispõe ou estão com equipamentos de ar condicionado danifi cados. No setor que fi -ca o serviço social da empresa a situação é ainda mais precária. Há cerca de 6 meses os profi ssionais que lidam com demandas ligada à saúde dos (as) trabalhadores(as) da empresa, carecem de um ambien-te climatizado conforme prevê a Norma Regulamentadora Nº 17, que estabelece em um dos seus itens a temperatura am-

biente deve estar entre 20ºC e 23ºC. No município de Presidente Dutra o escritó-rio (EL) é um verdadeiro forno. Assim fi -ca difícil atender o cliente com qualidade onde a temperatura média no município fi ca em torno dos 37ºC. Na unidade da Federação (UMF) a sala da programação, os trabalhadores (as) já perderam as es-peranças. Já na captação em Pedra do Cavalo, não houve uma resposta sobre a substituição ou instalação de novos equipamentos. A Embasa deveria mudar sua campanha publicitária de verão, com imagens das suas próprias instalações.

População de Paramana pede socorro por falta de esgotamento sanitário

Trabalhadores(as) da Embasa sofrem com o calor nos escritórios

Frades possui outras praias, mas segundo moradora, ali é a que possui maior gravi-dade. Por dentro da comunidade, morado-res utilizam de madeiras no chão para não ter que pisar no esgoto que corre entre as casas. A praia de Paramana pertence à ci-dade de Salvador e seu acesso é feito pelo município de Madre de Deus.

EDMILSON BARBOSA

Entidades denunciam manobra do governo PPP no saneamento da Bahia é jogo de cartas marcadas para entregar o patrimônio

público a empresas privadas

É extremamente preocupante e estranha a simpatia do governador Rui Costa pelo uso da parceria público-privada, especialmente na área de saneamento básico, uma ação essencial à promoção da saúde pública. Mais conhecida pela sigla PPP, essa “parceria” é uma forma de privatização de serviços públicos que são entregues à iniciativa privada sob o argumento infundado da falta de recursos públicos. Ao mesmo tempo em que o patrimônio público é entregue, o governo remunera com extrema generosidade as empresas privadas, como é o caso da Arena Fonte Nova construída com recursos públicos e hoje operada pela iniciativa privada. Contrariando o discurso da escassez de recursos, as empresas privadas têm sido financiadas pelo Estado brasileiro para entrar no negócio do saneamento básico. Isso facilita a corrupção e retira direitos conquistados pelos trabalhadores e coletividade. O governador está propondo uma PPP com um discurso de que vai resolver a questão do saneamento básico de Itabuna, que vive uma grave crise no abastecimento de água. A desculpa é de que nem a empresa municipal, a Emasa, nem a estadual, a Embasa, têm recursos para investir. Não é bem assim. O Plano Municipal de Saneamento Básico do referido município prevê investimentos de R$ 350 milhões ao longo de 20 anos para garantir abastecimento de água e esgotamento sanitário a toda população, algo em torno de R$ 17 milhões ao ano. Ora, o faturamento anual da Emasa é de R$ 50 milhões. Já a Embasa teve faturamento de R$ 2,2 bilhões em 2014. Ele também está propondo uma PPP para o abastecimento de água de Feira de Santana. São elevados os investimentos efetuados pela Embasa. Nos últimos 9 anos foram assegurados/aplicados R$ 7,6 bilhões, entre recursos próprios, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), BNDES e Caixa Econômica Federal, além de estar sendo negociado recursos superiores a R$ 1,0 bilhão para novos investimentos. Com isso foi possível ampliar em 35% a oferta de água, atendendo mais 5 milhões de baianos e aumentar em 101% a rede de esgotamento sanitário, beneficiando mais 2 milhões de baianos. Ou seja, existe dinheiro público para obras, basta buscar acesso aos financiamentos e aos orçamentos do Estado e da União, com contrapartida dos municípios. Apresentar a PPP como alternativa é pretexto para drenar grandes volumes de dinheiro para empreiteiras – muitas delas envolvidas em esquemas de corrupção, como a Operação Lava Jato, na qual figura a Odebrecht -, uma das interessadas em prestar tal serviço em Itabuna. É por meio de uma PPP que a Odebrecht construiu e opera o Sistema de Disposição Oceânica do Jaguaribe, o segundo emissário submarino construído em Salvador, mediante contrato de 15 anos no valor de R$ 619 milhões, embora cerca de 70% da obra tenha sido financiada com recursos do governo federal. Além disso, a Embasa remunera essa empreiteira com R$ 5,3 milhões ao mês. Ao final do contrato terá pago mais de um R$ 1 bilhão, valor que evidencia o grande negócio e a capacidade do Estado em implantar e operar o empreendimento. Até porque construiu e opera o primeiro emissário submarino da capital baiana, o do Rio Vermelho. Estudos técnicos da própria Embasa indicam que, se a empresa estivesse operando o emissário da Boca do Rio, o custo seria reduzido em mais de 50% do que é pago. É preciso lembrar que a empresa privada tem como principal compromisso o lucro dos seus acionistas e quase nenhum com o interesse público e ambiental. É só olhar a crise hídrica em São Paulo provocada pela omissão da empresa estadual, a Sabesp, que abriu seu capital para o setor

privado e repassou R$ 4,5 bilhões nos últimos 10 anos aos seus acionistas, lucro obtido com tarifas reajustadas bem acima da inflação, além de não realizar obras fundamentais para o abastecimento de água da população. Para exemplificar ainda mais os conflitos entre o público e o privado, o caso da Samarco, subsidiária da Vale que foi privatizada na década de 90, também é emblemático. Por falta de responsabilidade socioambiental, provocou o mais grave desastre ambiental do Brasil, deixando romper uma de suas barragens de rejeitos, atingindo extensa área da bacia hidrográfica do rio Doce em Minas Gerais e Espírito Santo. O que se pretende em Itabuna é doar uma empresa pública (a Emasa) para empresários, numa criminosa entrega de patrimônio público (a Vale foi vendida por cerca de R$ 4 bilhões, quando seu valor de mercado era superior a R$ 90 bilhões). Além disso, a falsa solução com a PPP poderá significar aumentos exorbitantes de tarifas, precarização do trabalho, queda na qualidade do serviço e demissões em massa, e quem mais vai sofrer o ônus dessa operação meramente econômica é a população mais pobre. No caminho oposto ao que se pretende adotar em Itabuna, mais de 200 cidades no mundo já retomaram seus sistemas de abastecimento de água das mãos de empresas privadas. Itália, Uruguai, Bolívia e Argentina rejeitaram a privatização, além de Paris, em razão dos aumentos abusivos nas tarifas, péssima qualidade nos serviços prestados, contaminação bacteriológica da água e intermitência no abastecimento. A população do Chile vem tentando o mesmo. O abastecimento de água em Nova Iorque é totalmente público. A Bahia viveu uma tentativa de privatização da Embasa na década de 90, rechaçada por mais de 70% da população. É fato que, hoje, o empresário não quer mais a privatização plena, com a aquisição total da empresa pública. Prefere a PPP, pois por meio dela recebe dinheiro do Estado para investir e assegura lucro excepcional, isso porque se o negócio der prejuízo o Estado paga a conta, ou seja, o contribuinte. É importante que a sociedade baiana saiba dessas iniciativas do Governo do Estado e defenda o patrimônio público. Por acreditar na capacidade do Estado em prover a população com serviços públicos universais e de qualidade é que as entidades abaixo listadas e o recém-criado Observatório do Saneamento Básico da Bahia conclamam a sociedade baiana para a defesa intransigente do saneamento básico público em nosso estado. Água é direito humano fundamental e não pode ser transformada em mercadoria! Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia-SINDAE Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Seção Bahia-ABES/BA Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento-ASSEMAE Coletivo de Luta pela Água-SP Federação Nacional dos Urbanitários-FNU Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental-FNSA Grupo Ambientalista da Bahia-GAMBÁ Observatório de Saneamento Básico da Bahia