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HISTÓRICO DA FITOTERAPIA Fernanda Penteado A fitoterapia cresce em importância na medida em que o homem vai se tornando pequeno frente ao desenvolvimento tecnológico espantoso, que ele mesmo criou. Este mesmo conhecimento tecnológico levou-o a perceber o quanto estava se afastando da natureza, de quem tanto o recebeu. 7 A tecnologia que, por um lado torna o homem pequeno, por outro, quando associada por ele à natureza, nos leva ao fantástico mundo da moderna fitoterapia. Fitoterapia originada no conhecimento empírico, respaldada por resultados de cromatografias, cortes histológicos, avaliações microscópicas e microbiológicas, confirmadas por ensaios farmacológicos e clínicos. 7 DEFINIÇÃO DE FITOTERAPIA Fitoterapia é uma palavra que deriva do grego. Phyton significa planta e Therapeia, terapia. Assim, é chamado de fitoterapia o tratamento das doenças através das plantas medicinais. Pode-se afirmar que o hábito de recorrer às virtudes curativas de certos vegetais é uma das primeiras manifestações do esforço do homem para compreender e utilizar a natureza. 7 Na antiguidade, o homem sempre buscou a solução de seus males na natureza. As propriedades curativas das plantas foi, no início, meramente

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HISTÓRICO DA

FITOTERAPIA

Fernanda Penteado

A fitoterapia cresce em importância na medida em que o homem vai se

tornando pequeno frente ao desenvolvimento tecnológico espantoso, que ele

mesmo criou. Este mesmo conhecimento tecnológico levou-o a perceber o

quanto estava se afastando da natureza, de quem tanto o recebeu.7

A tecnologia que, por um lado torna o homem pequeno, por outro,

quando associada por ele à natureza, nos leva ao fantástico mundo da

moderna fitoterapia. Fitoterapia originada no conhecimento empírico,

respaldada por resultados de cromatografias, cortes histológicos, avaliações

microscópicas e microbiológicas, confirmadas por ensaios farmacológicos e

clínicos. 7

DEFINIÇÃO DE FITOTERAPIA

Fitoterapia é uma palavra que deriva do grego. Phyton significa planta e

Therapeia, terapia. Assim, é chamado de fitoterapia o tratamento das doenças

através das plantas medicinais. Pode-se afirmar que o hábito de recorrer às

virtudes curativas de certos vegetais é uma das primeiras manifestações do

esforço do homem para compreender e utilizar a natureza. 7

Na antiguidade, o homem sempre buscou a solução de seus males na

natureza. As propriedades curativas das plantas foi, no início, meramente

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intuitiva ou, observando os animais que, quando doentes, buscavam nas

ervas cura para suas afecções (restaurar suas feridas ou diminuir suas

enfermidades). 7

“Que o teu alimento seja o teu remédio e que o teu

remédio seja o teu alimento” – esta frase, atribuída à

Hipócrates, foi registrada há mais de 3 mil anos, sendo uma

das provas mais antigas de que comida e cura estão

relacionadas desde os primórdios. Desta forma, não se sabe

a data precisa do início da utilização das plantas sob a

forma medicinal, pois a sua história se entrelaça

diretamente à própria história da humanidade, acumulando um

conhecimento de milhares de anos. 5

Acredita-se, entretanto, através dos estudos da arqueologia, que há

mais de 3.000 anos as ervas são utilizadas como alimentos, medicamentos e

cosméticos. 7

Numerosas etapas marcaram a evolução da arte de curar, porém, torna-

se difícil delimitá-las com exatidão, já que a medicina esteve longamente

associada a práticas mágicas, místicas, ritualísticas.9

MITO E MAGIA DAS PLANTAS

O homem primitivo buscava satisfazer todas as suas necessidades

através da natureza. Assim, dependentes

das plantas os seres humanos se

voltaram para o reino vegetal na busca

de ajuda na luta indômita para dominar

o meio ambiente e o destino. 8

A partir da Antiguidade, ou talvez

até antes dela, passou-se a acreditar que

o domínio da magia do reino vegetal

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repousava no conhecimento dos espíritos das plantas – habitantes do plano

astral que aspiravam elevar-se até a condição humana. Segundo a crença,

retomada pelo alquimismo e sustentada pelo ocultismo, estes seres, dotados

de inteligência instintiva e de intenso poder sobre o plano material, poderiam

efetuar curas surpreendentes, bastando para isso, serem bem dirigidos. 9 O

domínio do poder mágico das plantas, sem dúvida traria alivio da infelicidade

e da doença, controle do futuro e paz com os deuses. 8 A magia foi

reconhecida como instrumento de saúde, felicidade e sucesso, vinculada a

tabus, superstições, histórias fantásticas, imaginação e folclore. 14

Inúmeras espécies foram testadas por feiticeiros, que esperavam

conquistar esse poder. Muitos nomes de plantas dão

testemunho de tais experiências, mesmo muito tempo depois

de as próprias plantas terem perdido sua fama sobrenatural.

Verbena, por exemplo, é o nome genérico de muitos arbustos

e ervas. Lembra o uso de uma das espécies, a V. officinalis, a

verbena propriamente dita (foto ao lado), em festas religiosas

da Roma antiga. 8

Alguns exemplos típicos relacionados à crença na magia e misticismo

das plantas são citados abaixo:

GIRASSOL (Helianthus annuus L.) – No Peru, os

índios que adoravam o sol, veneravam o girassol como a

encarnação terrena do astro, pois este acompanhava o

movimento do sol no céu;

IPOMÉIAS

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No Japão, as ipoméias, também chamadas de “glórias da manhã”, eram

conhecidas como as “jóias do céu”, porque sua beleza atraía a deusa Sol

de volta ao céu ao amanhecer;

ERVAS AROMÁTICAS - cheiro teve muita importância na escolha das

ervas para as curas serem efetuadas. Na Idade Média acreditava-se que

determinados aromas espantavam os espíritos das doenças que acometiam o

corpo. Os antigos egípcios há 4.500 anos a.C., utilizavam grande variedade de

aromas consagrados a certas divindades.

TOMILHO (Thymus vulgaris) - Desde a

Antigüidade, o tomilho tem sido amplamente

usado em terapias por suas propriedades

estimulantes e purificadoras. O aroma desta planta

é considerado energizante. Uma tradição muito

antiga recomendava que, no final de um dia

cansativo, era só amassar levemente entre as mãos

alguns ramos de tomilho e aspirar o perfume para recuperar a energia e

aumentar a disposição para o sexo.

URUCUM (Bixa orellana L.) - O urucum tornou-se muito conhecido graças ao

pigmento extraído de suas sementes. Originária

da América tropical, é planta espontânea na

região que vai das Guianas até a Bahia. A pintura

do corpo com o pó de urucum faz parte das

tradições indígenas, sendo usada há séculos, em

cerimônias e rituais. Na medicina popular, o

urucum é utilizado desde o século XVII. Os

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indígenas usam o pó das sementes como afrodisíaco e como um remédio

contra a intoxicação pela ingestão da mandioca-brava

ALHO

O alho (Allium sativum), planta que há muito desfruta da

fama de instrumento de magia branca – teria o poder de

repelir as forças malignas da magia negra. Se a magia está

na capacidade de impedir a má nutrição, o alho é sem

dúvida algo mágico. Durante séculos, essa erva doméstica

não apenas acrescentou vitaminas e minerais aos alimentos,

mas também consta a tradição popular que tenha defendido

pessoas contra vampiros e contra a peste. 8

Para os egípcios, o alho, além de servir de alimento, estimulava a boa

voz e a coragem. Nero, imperador romano, com freqüência comia os bulbos do

alho chegando às vezes interromper o consumo de qualquer outro alimento.

A mandrágora, erva comum em toda região do Mediterrâneo adquiriu

fama de ter poderes mágicos em parte devido a sua

toxicidade. Essa planta potente é capaz de matar os

incautos, embora também tenha servido como

importante fonte de remédios. Aumentando a

mística em torno da mandrágora, há a aparência da

raiz. Grossa e tuberosa, pode-se imaginar que se

assemelha a um pequeno ser humano. Além disso,

é uma planta fosforescente e às vezes, a noite,

substâncias químicas em suas

com o orvalho e emitem luz clara.

Esse fenômeno, hoje explicado pela

ciência, era atribuído a espíritos e forças mágicas.

bagas reagem

8

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Flavius Josephus, general, estadista e historiados judeu do primeiro

século d.C. descreveu os perigos da colheita da mandrágora. Embora seu

brilho a tornasse fácil de localizar, a erva se encolhia sempre que alguém se

aproximava dela; e o simples contato podia se revelar fatal. Uma forma de

colher a erva era cavar cuidadosamente em toda a

sua volta, até que só uma parte da raiz

permanecesse coberta. O colhedor amarrava então

um cachorro à raiz e afastava-se. O animal

arrancava a planta, num esforço suicida para

alcançar o dono. Mas em troca de sua morte, o

dono ganhava um amuleto infalível contra os

demônios. Outros acreditavam que a mandrágora

protegia contra ferimentos em combate, curava

todas as doenças, trazia sorte no amor, promovia a

fertilidade, garantia uma pontaria perfeita e permitia o descobrimento de

tesouros enterrados. 8

Segundo relatos, Joana Darc foi considerada

feiticeira e queimada por usar a mandrágora para

atormentar os ingleses, durante as guerras. Essa planta,

assim como o meimendro, era considerada diabólica

devido seu poder mágico.21

A mirra (Myrrha commifora abissynica) desempenhava um papel vital

nas cerimônias religiosas dos egípcios. Quando

queimada, liberava uma fragrância que eles acreditavam

agradar aos deuses. Como não se podia encontra mirra

no Egito, a rainha Hatshepsut mandou cinco navios à

Terra do Ponto, uma região da África equatorial, famosa

MIRRA

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pela produção de mirra. Os egípcios trocaram machado, faca, miçangas,

colares e anéis por ébano, marfim, ouro canela, animais, sacos de mirra e 31

mudas da planta.8

BABOSA (Aloe sp) - É considerada uma planta

poderosa há muito tempo. Antigos muçulmanos

e judeus acreditavam que a babosa representava

uma proteção para todos os males e, por isso,

usavam as folhas até penduradas na porta de

entrada da casa. Alexandre, o Grande, teria

conquistado as Ilhas de Socotorá, no Oceano

Índico (século IV a.C.), porque lá vegetava

abundantemente um tipo de babosa que

produzia uma tinta violácea. Há quem diga, entretanto, que na verdade, o

conquistador conhecia os poderes cicatrizantes da babosa e seu principal

interesse nas ilhas era ter plantas suficientes para curar os ferimentos dos

seus soldados após as batalhas.

MITOLOGIA GREGA

Os mitos gregos são histórias criadas para explicar fenômenos naturais

ou ajudar a definir o papel do sobrenatural na vida cotidiana. Sem dúvida os

gregos brilharam na inventividade de superstições com plantas.8

Estes povos, assim como os

romanos, acreditavam que as plantas

aromáticas procediam dos deuses e

deusas. Segundo os gregos, doze deuses

governavam os céus, a terra, o mar e a

região dos mortos, e viviam no cume do

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Monte Olimpo, ao norte da Grécia. Cada um dos deuses olímpicos tinha

atributos distinto e uma personalidade especial, além de terem também suas

plantas favoritas.8

Essas plantas aparecem como símbolos de respectivos deuses. Também

eram considerados elos vivos com eles.

A vegetação é protegida pela maioria das

divindades femininas grego-romanas: Deméter

(deusa das alternâncias entre a vida e a morte,

bem como das terras cultivadas, deusa da

agricultura), Afrodite (Vênus, deusa da

fecundidade), Artemis (Diana, selvagem deusa da

natureza), além de algumas entidades

masculinas como Ares (Marte, que simboliza a

força bruta, é, também, protetor das colheitas,

um dos deveres do guerreiro) e Dioniso (Baco,

símbolo das forças de dissolução da

personalidade, deus da fecundidade, da vegetação, das vinhas). 14

ZEUS NO OLIMPO

Acredita-se que os afrodisíacos tenham surgido na Grécia Antiga,

quando os gregos cultuavam Afrodite - a deusa do

amor, da beleza e da fecundidade - com cerimônias e

rituais especiais, nos quais eram ingeridas poções do

amor, na esperança de que

aumentassem o vigor e o

prazer sexual. Ervas, flores

e especiarias regidas por

Afrodite (Vênus, para os

romanos) eram usadas como

ingredientes no preparo

dessas poções e, com isso, ganharam a fama de

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"afrodisíacos". A imagem de belas feiticeiras preparando "poções do amor" à

base de plantas e flores faz parte da mitologia desses povos. 17

O povo chegou a consumir tantos materiais aromáticos para perfumar-

se que no ano de 565 foi decretada uma lei que proibia utilizar essenciais

aromáticas pelas pessoas com temor de não ter suficiente incenso para

queimar nos altares das divindades.

EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO

Sem dúvida, a fitoterapia é considerada a medicina mais ancestral por

excelência e Hipócrates, Galeno e Dioscorides são considerados seus

iniciadores.16

Hipócrates, médico grego, considerado o Pai da

Medicina, reuniu a totalidade dos conhecimentos médicos

de seu tempo no conjunto de tratados conhecidos pelo nome

de Corpus Hipocraticum, onde, para cada enfermidade,

descreve um remédio vegetal e o tratamento

correspondente.7 No total os textos de Hipócrates citam 300

a 400 plantas medicinais e suas propriedades.8

Suas doutrinas dão grande ênfase à dieta, estilo de

vida, ao exercício, luz do sol e água. Seus conhecimentos e ensinamentos

atravessaram os tempos e são seguidos até hoje em alguns tratamentos

medicinais. 17

O autor farmacêutico mais influente da Antiguidade (primeiro século

d.C.) foi o médico grego Dioscorides. 8 Ele inventariou, em seu trabalho, De

Materia Medica, mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral e animal. 7

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Dioscorides

Especificou remédios provindos dos

três reinos da natureza (animal,

vegetal e mineral). Do reino vegetal,

diversas espécies são descritas e seu

modo de aplicação explicado.

Ilustração da De Materia Medica, obra que

descreve as plantas curativas.

Foi médico de Nero (imperador romano) e com ele e seus soldados viajou

por todo o mundo mediterrâneo, colecionando centenas de tipos de plantas. 17

O exemplar mais antigo que se conhece da sua obra De Materia Medica

encontra-se em Viena, está escrito em grego e possui uma grande quantidade

de desenhos ilustrativos.16

Finalmente, o grego Galeno, ligou o seu

nome ao que ainda se denomina “farmácia

galênica”, onde as plantas não são mais

usadas na forma de pó e sim em preparações,

nas quais são usados solventes como álcool,

água ou vinagre, e servem para conservar e

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concentrar os componentes ativos das plantas, sendo utilizadas para preparar

ungüentos, emplastros e outras formas galênicas. 7

Galeno (130-200 a.C.) foi um dos mais famosos médicos de seu tempo.

Encontrou inspiração intelectual no pensamento grego, sobretudo na

medicina de Hipócrates, na ciência de Aristóteles e na filosofia de Platão.

Acreditava no método empírico de testar remédios, uma prática bastante

moderna para a época.8

Foi inicialmente médico dos gladiadores e logo passou a corte como

médico dos imperadores Marco Aurélio, Cômodo e Sétimo Severo.16 Escreveu

mais de duzentas obras, sendo que cerca de cem são hoje reconhecidas como

de sua autoria.17

PERSONAGENS IMPORTANTES

ARISTÓTELES

Depois de Hipócrates, veio Aristóteles, cuja obra inclui

uma tentativa de catalogar as propriedades de diferentes

ervas medicinais. 8

Aristóteles de Estagira, 384 a.C. – 322 a.C. filósofo

grego, um dos maiores pensadores de todos os tempos. Suas

reflexões filosóficas — por um lado originais e por outro

reformuladoras da tradição grega — acabaram por configurar

um modo de pensar que se estenderia por séculos. Prestou inigualáveis

contribuições para o pensamento humano, destacando-se: ética, política,

física, metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia,

história natural e outra áreas de conhecimento. É considerado por muitos o

filósofo que mais influenciou o pensamento ocidental.23

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AVICENA

Dentre os principais médicos árabes destaca-se Avicena (980-1037).9 A

mais importante de suas obras, o volumoso Cânone da Medicina, baseia-se

nos textos de Hipócrates, Aristóteles, Dioscorides, Galeno e

outros. 8

Aos dezessete anos já era um mestre na arte de

curar, tendo já sua fama se espalhado pelo mundo árabe.

Usava lavanda, camomila e menta em seus preparos e

ficou conhecido por mais de seis séculos como o "Príncipe

dos Médicos".17

Cânone da Medicina foi o livro usado por toda a Europa até meados do

século XVII, e é estudado no oriente ainda hoje. 8

TEOFRASTO

O primeiro cientista botânico conhecido da história foi o filósofo grego

Teofrasto (371 a.C – 287 a.C). Estendendo às plantas um

sistema de classificação criado por seu mestre Aristóteles,

ele escreveu duas obras O Cultivo das Plantas e

Investigação das Plantas, que cobriam cerca de 500 tipos

de vegetais, desde a Europa até a Índia. Essas obras

foram as primeiras a classificar as plantas por forma e

estrutura, prefigurando o sistema de Lineu usado hoje.8,17

Teofrasto foi discípulo predileto de Aristóteles que,

pouco antes de morrer, designou-o seu sucessor e o

encomendou-o a tarefa de cuidar de seu jardim botânico. 16

PARACELSO

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No processo de evolução, a arte de curar recebeu um poderoso impulso

dos alquimistas. Estes em seus laboratórios, enquanto procuravam descobrir

a fórmula para transformar metal em ouro e o elixir da longa vida, realizaram

experiências valiosíssimas, introduzindo a aplicação de enxofre, mercúrio,

zinco e outros elementos inorgânicos na cura das doenças. 9

ALQUIMISTA

Dentre os alquimistas destaca-se Theophrastus Bombastus von

Hohenheim, mais conhecido como Paracelso (1493-1541).9 Médico suíço,

realizou um trabalho pioneiro na extração de essências vegetais e no uso de

tinturas. Publicou pesquisas em farmacologia, e seu

inacabado herbário, Das Virtudes das Plantas, Raízes e

Sementes revela um extenso trabalho com fitoterapia,

em laboratório e prática.8

A doutrina das assinaturas nas plantas, baseada

na analogia entre as propriedades curativas de uma

planta ou animal e a sua forma, seu aspecto e sua cor,

está presente muitas vezes em suas obras e nos textos

de seus influentes seguidores. 8,9

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Essa doutrina, surgiu na época de Hipócrates. Exemplos da ligação

entre a forma e a cor das flores com a doença a ser tratada, são: as flores

amarelas da calêndula e do dente-de-leão seriam usadas para curar a

hepatite; os frutos e as flores vermelhas, para os males da circulação, e as

raízes retorcidas e cheias de nós das figueiras seria remédio ideal para as

varizes.14

Doutrina das Assinaturas

CALÊNDULA Calendula officinalis L.

DENTE-DE-LEÃO Taraxacum officinale

Paracelso não escrevia suas observações em latim, a língua culta da

época, mas em linguagem comum e ainda tinha a audácia de comparar

importantes estudos médicos com a sabedoria popular.17 Paracelso introduziu

as tinturas terapêutica como forma galênica. 16

HAHNEMANN

Médico alemão, Samuel Hahnemann (1755-

1843), fundador de um sistema alternativo de

medicina – a homeopatia, colaborou com um resumo

completo de uma nova forma de tratamento. Baseada

na regra de semelhança, combate as causas e os

sintomas das doenças com remédios destinados a

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agravar inicialmente as doenças para, então, curá-las. 8,9

Sua obra, Matéria Medica Pura, compreende resumos de “provas” da

eficiência de muitas substâncias, sobretudo de origem vegetal.8

CONHECIMENTO FITOTERÁPICO

A seguir, veremos como foi se originando o conhecimentos botânico e

fitoterápico nas principais culturas da antiguidade.

FITOTERAPIA NA CHINA

Tem-se que o tratamento com remédios de origem vegetal começou na

Índia. Acredita-se que depois a técnica tenha viajado para a China. Ainda

hoje, entretanto, a China é conhecida como o país com mais longa e

ininterrupta tradição nas ervas. 5

Os documentos médicos mais antigos que se referem às propriedades

medicinais das plantas é um tratado médico datado de 3.700 a.C, da China,

escrito por Shen Nung, um imperador sábio que fazia experiências com as

plantas.17 Com o título de Pen-Tsao, nele era dito que para cada enfermidade

havia uma planta que seria um remédio natural. Estão registrados nesse livro

mais de 300 preparados com ervas medicinais, classificados segundo seu

grau de importância, freqüência de administração e/ou

O Pen Tsao, como

grau de toxicidade.16

as farmacopéias que o

seguiram, tenta fornecer uma pesquisa oficial,

desco

atualizada, dos preparados medicinais da época.

Entre muitas outras plantas relacionadas estão o

cânhamo e a papoula, além do ruibarbo e acônito. 14

Ao imperador, também é atribuído a

berta do chá. Conta uma lenda chinesa que no

ano 2737 a.C., Shen Nung ordenou que todos fervessem sua água, antes de

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bebê-la, por razões de higiene. Num determinado dia,

enquanto descansava sob uma árvore, e fervia sua água,

uma leve brisa carregou algumas folhas de um arbusto

para dentro do recipiente em que a água era fervida. Um

delicioso aroma teria saído da infusão e, então, Shen

Nung resolveu provar aquela bebida, aprovando o sabor.

Nascia aí, o chá. 5

Esta lenda é divulgada como a primeira referência

de ch

hin-Kei, o “Hipócrates chinês”, é o que existe

e mais destacado na farmacognosia – parte da farmacologia que trata de

à infusão das folhas á verde, provenientes da planta Camellia sinensis,

originária da China e da Índia. 5

A obra do imperador Cho-C

substâncias medicinais que não são manipuladas. Nela, por exemplo, a raiz

de Ginseng é consagrada como a cura para diversas doenças; são

mencionadas ainda as propriedades curativas do ruibarbo, do acônito e da

cânfora. 9,20

GINSENG AMERICANO

Panax quinquefolius L.

RUIBARBO

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ACÔNITO

Aconitum napellus

Atualmente, a China mantém diversos laboratórios de pesquisa e grupos

de cientistas trabalhando exclusivamente para o desenvolvimento de novos

produtos farmacêuticos a partir de ervas medicinais da tradição popular. 20

FITOTERAPIA NO EGITO

Na faixa histórica, seguem-se os egípcios, que deixaram papiros

preciosos. Um dos mais famosos, escrito no século XVI a.C, conhecido como

Papiro Ebers, nome do egiptólogo alemão George

Ebers. Este papiro constitui um documento de

extraordinária importância e foi achado em Luxor, no

ano de 1873. 16 Após ter decifrada a introdução, foi

surpreendido pela frase: "Aqui começa o livro relativo à

preparação dos remédios para todas as partes do

corpo humano". Provou-se, mais tarde que este

manuscrito era o primeiro tratado médico egípcio

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conhecido.7 Este herbário ainda hoje, está em exibição no Museu de Leipzig.

Media 20 metros e continha entre outras coisas 870 prescrições a base

de mirra, flores de cipreste, azeite de rícino, 16 receitas referentes babosa,

absinto, hortelã, meimendro, mandrágora, óleo de cânhamo. 8

Nele podemos ver que os egípcios utilizavam ervas aromáticas na

medicina, cosmética, culinária e, sobretudo, em sua técnica, nunca superada,

de embalsamento. A arte de embalsamar cadáveres evitava que estes

entrassem em estado

de putrefação. 5

Grande quantidade de

extratos perfumados,

anti-sépticos, gomas e

diversas matérias de

origem vegetal eram

utilizadas no

embalsamento de

múmias. 20

Dentre as plantas mais utilizadas pelos egípcios é indispensável citar o

zimbro, a semente de linho, o funcho, o alho, a folha de sene, o lírio, o

tomilho, o anis, o coentro, o cominho, a papoula e a cebola. 7

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CEBOLA Allium cepa L.

PAPOULA Papaver rhoeas

ALHO Allium sativum L.

COENTRO Coriandrum sativum

LIRIO COMINHO Cominum cyminum

ZIMBRO-COMUM Juniperus communis L.

SENE Cássia occidentalis L.

FUNCHO Foeniculum vulgare

Quando o Egito se fez um país forte, seus

governantes importaram de terras distantes

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incenso, sândalo, mirra e canela. Esses tesouros aromáticos eram exigidos

como tributo aos povos conquistados e se trocavam inclusive por ouro. Os

faraós se orgulhavam em oferecer às deusas e aos deuses enormes

quantidades de madeiras aromáticas e perfumes de plantas, queimando

milhares de caixas desses materiais preciosos. Muitos chegaram a gravar em

pedras semelhantes façanhas. 15

Os materiais das plantas aromáticas eram entregues como tributos ao

estado, e doados a templos especiais, onde se conservavam sobre altares

como oferendas aos deuses e deusas. Todas as manhãs as estátuas eram

untadas pelos sacerdotes com óleos aromáticos. Queimava-se muito incenso

nas cerimônias do templo, durante a coroação dos faraós e rituais religiosos.

Queimava-se em enterros para extrair do corpo mumificado os espíritos

negativos. 15

Sem dúvida o incenso egípcio mais famoso foi o Kyphi. O Kyphi se

queimava durante as cerimônias religiosas para dormir, aliviar ansiedade e

os. iluminar os sonh

Cleópatra foi a última Rainha da Dinastia

ptolomaica que dominou o Egito após a Grécia ter

invadido aquele país. Tinha uma grande preocupação com

o luxo da corte e com a vaidade. Costumava enfeitar-se

com jóias de ouro e pedras preciosas (diamantes,

esmeraldas, safiras e rubis), que encomendava de

artesãos ou ganhava de pessoas próximas e familiares. 14

Cleóprata motivou a pesquisa cosmética e, um

primeiro formulário Cleopatre gynoecirium libri foi

editado durante seu reinado. Nesse formulário foram

descritos cuidados higiênicos e tratamentos de diversas

afecções da pele, sem, no entanto, dispensar pomadas

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coloridas e linimentos à base de plantas e óleos vegetais, com finalidade

terapêutica e cosmética. 7

Cleópatra fazia uso da Beladona (Atropa belladona), pois esta planta

possui virtudes embelezadoras. Seu fruto era colocado em água e a

solução era aplicada sobre os olhos, causando efeito midriático. 16

Os pergaminhos egípcios, contendo conhecimentos médicos e

citações de determinadas ervas ficaram de herança para os gregos,

babilônicos e mais tarde, para os romanos. 5

Em 1924, na Inglaterra, os técnicos do Museu Britânico conseguiram

identificar 250 vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes

terapêuticas eram conhecidas pelos médicos babilônios. Nos pergaminhos da

época são citadas ervas como o cânhamo indiano, utilizado como analgésico,

nos casos de reumatismo. 7

FITOTERAPIA NA MEDICINA SUMÉRIA, ASSÍRIA E BABILÔNICA

Esses povos faziam menção as virtudes terapêuticas de

aproximadamente 250 espécies vegetais, entre as quais se destacavam: mirra,

aloe, beladona, entre outras.16

As placas de barro babilônicas, de 3.000 a.C., ilustravam tratamentos

médicos e registram importações das ervas. A farmacopéia babilônia abrangia

cerca de 1400 plantas. Em 700 a.C., o rei da Babilônia tinha um jardim com

pepinos, limões, tomilho, açafrão, romazeira, beldroega, loureiro-rosa, mirra,

cana, alcaçuz, zimbro, etc. Tudo para fins medicinais. 16,17

Relatos de historiadores da Antigüidade, ao descreverem os Jardins

Suspensos da Babilônia, construídos por Nabucodonosor, fazem referência ao

fato de que, entre flores e árvores, eram plantados o alecrim e o açafrão.16

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JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA Os Jardins Suspensos da Babilônia foram construídos pelo Rei

Nabucodonosor, no século VI a.C, para agradar e consolar uma de suas mulheres,

Semiramis, que sentia saudades das montanhas de sua terra. O jardim eram seis

montanhas artificiais, apoiadas em colunas de 25 a 100 metros de altura, ao sul do

rio Eufrates. Ficavam a duzentos metros do palácio real. Os terraços foram

construídos um em cima do outro, e eram irrigados pela água bombeada do rio

Eufrates. Nesses terraços estava plantadas árvores e flores tropicais, assim como

alamedas de altas palmeiras.

Dos jardins podia-se ver as belezas das cidades abaixo. Conta-se que

Nabucodonosor enlouqueceu ao contemplar essa obra. Alguns historiadores, no

entanto, atribuem o trabalho a rainha Semiraris. Tudo foi destruído em data

desconhecida. 22

Na Mesopotâmia, os sumérios tiveram uma grande influência dos

babilônios, e transcreveram muita da literatura dos seus antepassados para o

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idioma sumério. Ambos os povos usavam o incenso. Os sumérios ofereciam

bagas de junípero como incenso à deusa Inanna. Mais tarde os babilônios

continuaram um ritual queimando esse suave aroma nos altares de Ishtar. 16

Nos escritos sumérios há referências à erva-doce, beldroega e alcaçuz.5

ALCAÇUZ Glycyrrhiza glabra L.

ERVA DOCE

Pimpinella anisum L.

AÇAFRÃO

CONTRIBUIÇÃO GREGA

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Cabe ressaltar, que a história grega está embutida nas concepções

mágico-religiosas que deram origem a mitologia grega. 16 O deus

Esculápio, filho de Apolo, era considerado o deus

da cura. Tinha como símbolo à serpente

enroscada num bastão – o caduceu, ainda hoje

símbolo da medicina .8

ESCULÁPIO

Os médicos gregos tornaram-se célebres pelo seu renome e pelos

sucessos obtidos em todos os países do Mediterrâneo e fixaram-se

principalmente em Roma, onde muitos deles fizeram uma brilhante carreira.

Os gregos adquiriram seus conhecimentos de ervas na Índia, Babilônia,

Egito e até na China. Tais conhecimentos resultaram no “Corpus

Hipocratium”, um estudo feito por Hipócrates, que cita um remédio diferente

para cada doença e qual seria o seu tratamento.5

Das obras médico-botânicas escritas na Grécia se considera a mais

antiga a pertencente a Teofrasto, que em seu livro História das Plantas

(dividido em 9 volumes) faz menção de 455 plantas, entretanto, em sua

maioria são de confusa interpretação. 16

No primeiro século a.C., a Grécia produziu a precursora de todas as

farmacopéias modernas, e o que se tornou o texto oficial da medicina

botânica. De Materia Medica, essa obra apresentou centenas de plantas

medicinais. Seu autor, Dioscorides, um dos últimos gregos antigos a inspirar

os futuros criadores da medicina moderna.8

Galeno foi um importante médico grego. A ele se atribui as primeiras

preparações obtidas pela mistura de diferentes ervas medicinais em um

mesmo preparado, surgindo assim, as formulações galênicas.16

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Em resumo, aos gregos se deve, de alguma maneira, a transição do

período mitológico para o cientifico, pois os primeiros pensadores gregos

tentaram associar as doenças com as relações humanas. Assim, o homem

começou a entender a função dos elementos lógicos-pragmáticos, separando-

os das questões mágico-religiosas.16

FITOTERAPIA NA ÍNDIA

Os Vedas, poemas épicos encontrados em escavações arqueológicas em

cidades da Índia, referem-se ao emprego de plantas medicinais desde a

Antiguidade. Acredita-se que esses escritos correspondem aos anos de 1500-

1000 a.C. Fazem menção de plantas aromáticas com fins alimentícios:

gengibre, noz moscada, pimenta, alho, cominho, etc. 16

GENGIBRE Zingiber officinale Roscoe

PIMENTA

Na Índia, muitas gerações de tradição médica foram registradas no

Ayurveda, uma coletânea de saber médico hindu, compilada pela primeira vez

por volta da época de Cristo. Os Vedas, escritos originalmente em sânscrito,

também faziam muitas referências a plantas curativas, incluindo a raiz

Rauvolfia sepentina, usada na Índia para tratar picadas de cobras, epilepsias,

problemas mentais e outras doenças. A R. reserpina é fonte de reserpina,

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agente tranqüilizante e hipotensivo, largamente empregado na farmácia

moderna. 8

Rauvolfia serpentina

CONHECIMENTO E PROGRESSO ROMANO

A prática médica romana incluía dieta, medicamentos e cirurgia.

Foi nessa época de ascensão de Roma que surgiu a triaga, um

tratamento para mordidas de animais. A triaga era uma combinação de

muitas ervas, sobretudo opiáceos e antiespasmódicos. Era tida com a

panacéia de tudo.

Uma famosa triaga, conhecida como “Antídoto de Mitridates” foi criada

no primeiro século a.C., por Mitridates Eupator, rei do Ponto, um reino nas

margens do Mar Negro conquistado pelo general romano Pompeu em 66 a.C.

O soberano Mitridates com medo de ser envenenado tomava doses diárias

crescentes de um antídoto preparado com plantas tóxicas para tentar se

tornar imune aos venenos. 8

Dentre os médicos que merecem destaque estão: Galeno, grego que

passou a residir em Roma (revolucionou a medicina fazendo experiências

com animais, além de vegetais, desenvolvendo as primeiras teorias médico

científicas baseadas em experimentação científica) e Dioscorides, médico de

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Nero, viajou por todo o mundo mediterrâneo, colecionando centenas de tipos

de plantas, catalogando-as em sua obra "De Materia Médica". 14,17.

O romano Plínio era um grande estudioso da natureza. Sua obra,

História Natural, escrita em I d.C., era a compilação de milhares de tratados

gregos e romanos. Composta de 37 volumes, foi uma grande fonte para

botânicos e herbolários desde os tempos medievais até o século XVII. Seus

livros tratam de botânica e farmacologia das plantas. Defendia a idéia de que

a natureza é serva dos seres humanos, ou seja, as plantas existem para

satisfazer as necessidades das pessoas, e todas as que não são visivelmente

úteis como alimento, roupa e abrigo podem possuir propriedades

medicinais.8,16

PLINIO

MEDICINA ÁRABE

Com o declínio do Império Romano, no século V, e a desestruturação de

sua sociedade pelas invasões bárbaras, a importância da medicina retornou

ao Oriente, tendo em Avicena seu médico maior (autor do Cânone da

Medicina). 14

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O centro da cultura migrou para Constantinopla e Pérsia onde se

conservaram as idéias de Galeno e Hipócrates. A elas se somou a tradição

judaica, de grande importância, sobre os hábitos de higiene para prevenção

das enfermidades, sobretudo das infecciosas. 16

Tanto os árabes quanto os persas agregaram como fruto de sua

experiência, as propriedades terapêuticas do almíscar, noz vomica, entre

outras. Foram os árabes que induziram na Europa as bases dos processos

químicos extrativos tais como destilação e sublimação. 16 Foram os

iniciadores dos cultivos de cana-de-açúcar, arroz, algodão e açafrão. 8

NOZ VOMICA Strychnos nux-vomica

ALGODÃO Gossypium hipersutum L.

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ARROZ Oryza sativa

Por intermédio dos árabes criou-se a peculiar mistura de filosofia e

química conhecida como alquimia. Muitos médicos árabes foram alquimista,

entre eles Avicena e Rhazes. Fizeram experiências com usos medicinais dos

minerais, tentando transformá-los para que funcionassem com mais eficácia.

O principal entre esses minerais era o mercúrio, que empregaram

extensamente no tratamento de doenças da pele.8 As primeiras farmácias,

instaladas em Bagdá, datam desta época.16

ALQUIMISTA

CONHECIMENTO INDÍGENA

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Cerca de três quartos de todas as drogas medicinais de origem vegetal

hoje conhecidas provêm de fórmulas

aperfeiçoadas pelos índios. Com exceção de

algumas rubiáceas, não há nenhuma espécie

empregada na moderna farmacopéia cujas

propriedades não eram conhecidas pelos

índios – pelo contrário, há muitas espécies

cujo uso conhecem e que permanecem

desconhecidas pelos ocidentais.25

A primeira referência ao uso de ervas

medicinais na América é o Manuscrito

Badanius, o herbário asteca, do século XVI.

Acredita-se, portanto, que as ervas eram utilizadas por muitas tribos

indígenas da América do Sul. No Brasil, desde a época do descobrimento, os

colonizadores observavam e anotavam o uso freqüente de ervas pelos Índios.5

Entre 1560 e 1580, o padre José de Anchieta detalhou as plantas

comestíveis e medicinais do Brasil em suas cartas ao Superior Geral da

Companhia de Jesus. Descreveu em detalhes alimentos como o feijão, o trigo,

a cevada, o milho, o grão-de-bico, a lentilha, o cará, o palmito e a mandioca,

que era o principal alimento dos índios. Anchieta citou também verduras

como a taioba-roxa, a mostarda, a alface, a couve, falou das frutas nativas

como a banana, o marmelo, a uva, o citrus e o melão, e mostrou a

importância que os índios davam às pinhas das araucárias. 24

Os índios aperfeiçoaram remédios e drogas de todos os tipos. Eméticos

(a ipecacuanha é o mais conhecido), purgantes (salsaparrilha, batata-de-

purga, látex de ficus, entre outros), controladores de distúrbios gástricos

(como a hortelã-pimenta), bálsamos cicatrizadores (jaborandi, por exemplo),

adstringentes (cambará), anti-hemorrágicos, colírios, anti-térmicos (sobretudo

a quinina), anti-diarréicos, antídotos, sedativos, afrodisíacos,

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anticoncepcionais, anestésicos etc. A farmacopéia indígena incluía também

drogas cerimoniais, algumas das quais tiveram seu uso difundido no mundo

ocidental; o tabaco e a coca são as mais conhecidas, embora outras fossem

empregadas. Os índios conheciam também uma grande variedade de venenos

(entre eles o curare e o timbó), além de tônicos e estimulantes, como por

exemplo, o guaraná e a erva-mate, que acabaram fazendo parte da dieta

ocidental. 14,24

JABORANDI

Pilocarpus jaborandi

GUARANÁ ERVA-MATE

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MEDICINA X IGREJA

De cerca de 400 a 1500 d.C., período que inclui a Inquisição e as

Cruzadas, a Igreja controlou praticamente todo o conhecimento médico, e

aspirou ao domínio absoluto em seu campo. Como os males e as doenças

eram vistas como castigos para o pecado, acreditava-se que podiam ser

curados com preces e arrependimentos. 8

Assim, na Europa, os progressos em relação a um maior conhecimento

das propriedades das ervas foram dificultados pelas Instituições Religiosas,

que condenavam a aprendizagem científica. 5 A medicina sofreu um processo

de estancamento, onde poucos tinham acesso as obras escritas em latim,

grego e árabe.16

A utilização das ervas estava reduzida aos mosteiros (monges e clérigos)

e curandeiros isolados.5 Os estudiosos dos mosteiros tinham a função de

transcrever, copiar e traduzir os documentos antigos de médicos gregos e

latinos preservando assim o conhecimento. 8 Dessa maneira é que se pôde

conhecer nos dias de hoje obras clássica de Hipócrates, Dioscorides e Galeno. 16

Embora a Igreja fizesse questão de desacreditar grande parte do

progresso dos estudiosos não-cristãos, suas leis oficiais não chegavam aos

jardim de ervas dos mosteiros e dos camponeses. Ali, a fitoterapia continuou

em grande parte imperturbada, embora com uma crescente orientação cristã. 8 Dentre os monastérios com jardins de ervas medicinais se destacam o St.

Gallen (França), construído no ano de 829 e o de Schaffhausen (Alemanha).

Este último, com o passar dos anos foi tomando grandes dimensões e passou

a ser dirigido por Leonhard Fuchs, considerado um dos pais da botânica.16

FITOTERAPIA NA ÉPOCA DO RENASCIMENTO

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Durante o século XV, houve uma retomada aos estudos das

propriedades medicinais das ervas, a partir da observação dos remédios a

base de plantas já utilizados na época. Este período foi chamado de

Renascimento. Entretanto, as mulheres eram proibidas de estudar, e os

curandeiros populares eram considerados hereges.5

O período do Renascimento até os tempos modernos foi de acaloradas

disputas na medicina. O estabelecimento de escolas de medicina e de um

sistema de educação médica formal, combinado a uma compreensão cada

vez mais precisa da fisiologia humana, fazia com que a prática médica

passasse da arte a ciência e profissão. 8

Durante esses anos, figuras como Copérnico, Kepler e mais tarde

Galileu, deram origem ao que é chamado de Ciências Naturais, e este talvez

foi momento que a filosofia e a religião decidem se parar e tomar caminhos

próprios. A igreja como instituição, não podia dar uma resposta intelectual a

tantas mudanças, assim, ela não teve mais o que fazer a não ser censurar a

ciência.16

Nesta época, inicia-se a reforma da igreja, que dá lugar a fanatismos

religiosos e começa a forjar-se como instituição própria e implantar a Santa

Inquisição.16

MEDICINA MODERNA

A curiosidade científica despertada durante o Renascimento foi aos

poucos aumentando os conhecimentos que as pessoas tinham de si mesmas.

O avanço da ciência promovido por Galileo, Bacon, Newton e Descartes,

determinou que o melhor caminho para se chegar ao conhecimento efetivo era

através do Método Científico. Dessa maneira surge a metodologia que se

define como “aquela parte da lógica encarregada de estudar os métodos de

maneira sistemática e crítica.” 16

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Com a criação do microscópio o ritmo das descobertas se aceleraram de

maneira impressionante. Microrganismos patogênicos foram descobertos, o

uso do éter como anestésico em cirurgias, os conceitos de assepsia, e o

aparecimento de instrumentos para diagnóstico

como o raio X.

Paralelamente à súbita explosão científica e

tecnológica, a história das plantas como

medicamentos continuou se desenvolvendo,

discreta e independentemente.

Assim, os químicos aprenderam a isolar substância e produtos

farmacêuticos sintéticos se espalharam pelo mercado. Surgiu uma verdadeira

farmácia, dedicada à compreensão de como as drogas atuam e porque o corpo

reage a elas de determinadas maneiras. 8

MEDICINA FITOTERÁPICA HOJE

A expansão do uso da medicina tradicional, e de plantas, vêm ao longo

dos anos ganhando reconhecimento global. Não somente as

plantas medicinais continuam sendo utilizadas em países em

desenvolvimento, mas também em países onde a medicina

convencional é predominante. 10

O interesse em medicamentos oriundo de plantas deve-se a algumas

razões: por ser a medicina convencional às vezes ser ineficiente devido aos

seus efeitos adversos, uso abusivo e mesmo incorreto por parte da população

levando à efeitos indesejáveis, além de muitos outros problemas. 1

O mercado global de medicamentos está estimado hoje em US$ 280

bilhões, dos quais cerca de US$ 14 bilhões (cerca de 5% do global) referem-se

a medicamentos fitoterápicos. Somente a Alemanha é responsável por 50% do

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mercado europeu e mais de 20% do mercado mundial de fitoterápicos (mais

de US$ 3 bilhões), com consumo anual per capita deUS$ 39,00. 3

Aproximadamente 25% dos medicamentos prescritos no mundo inteiro,

originam-se de plantas, sendo 121 compostos ativos utilizados em uso

comum.1 De 252 medicamentos considerados como básicos e essenciais pela

Organização Mundial de Saúde (OMS), 11% são exclusivamente obtidos de

plantas medicinais e um número significante são drogas sintéticas obtidas de

fonte natural.1,2 Ainda de acordo com a OMS,

aproximadamente 80% da população mundial utiliza

medicamentos tradicionais, básicos para a saúde, a

maioria envolvendo uso de extrato de plantas ou

compostos ativos isolados das mesmas.4

Dentre os produtos naturais isolados de plantas

superiores destacam-se a quinina e quinidina (extraído da Chinchona spp.), a

atropina (da Atropa belladona), digoxina (obtido da Digitalis spp.), morfina e

codeína (da Papaver soniferum), vincristina e vinblastina (da Catharanthus

roseus), além de muitas outras.

Atropa belladona Extração da atropina

Para se ter uma idéia da potencialidade dos produtos naturais, dentre

520 novos fármacos aprovados, no período de 1983-1994, pelo FDA ou outra

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entidade comparável de outros países, 196 vieram direta ou indiretamente de

fonte natural. 6

De acordo com Information Resources Inc. hoje em dia, dez fitoterápicos

mais vendidos são: Ginseng, Alho, Gingko biloba, Echinacea, Erva-de-São-

João, Serenoa repens, Hidrastis canadensis/echinacea, Extrato de semente de

Vitex, Hidrastis canadensis e Oenothera biennis. 10

No Brasil, a fitoterapia

desenvolveu-se muito até

meados do século XX, com

grande número de médicos,

farmacêuticos dedicados ao

estudo e utilização dos vastos

recursos da nossa flora, além de

contar com vários laboratórios

especializados trabalhando na

produção de fitoterápicos. 8

Entretanto ainda não há

estrutura cultural suficiente

entre os cientistas e indústrias

para gerar pesquisas e colocá-

las à disposição do país. Há resistência política à colaboração com o setor

industrial e mesmo oposição ideológica contra a idéia de patentes, o que tem

inviabilizado o uso da potencial diversidade da flora brasileira. Essas

contradições vêm sendo usadas pelas indústrias internacionais, que têm

investigado, descoberto e patenteado muitas plantas brasileiras, como por

exemplo, a camu-camu da Amazônia (Myrciaria dúbia). Está planta

caracteriza-se por possuir um fruto avermelhado, rico em vitamina C. Está

patenteada pelo Japão desde o ano de 1992 como matéria-prima de sucos e

sobremesas.3

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CAMU-CAMU

Myrciaria dúbia

Apesar dos avanços da química, biologia molecular, pesquisa de

genomas, as plantas medicinais permanecem ainda como importante

alternativa de estudos, principalmente devido a sua grande diversidade

química. 12

A tendência observada para a fitoterapia é que esta, assim como no

passado, desempenhará um papel cada vez mais importante na assistência à

saúde da população.10 Seguindo esse pensamento, o futuro dos fármacos,

oriundos de plantas, requer a utilização de métodos seguros para o

isolamento e caracterização e exploração dos métodos qualitativos e

quantitativos que possam contribuir para uma eficiente descoberta,

desenvolvimento e comercialização de fitoterápicos.13

É importante a avaliação dos efeitos terapêuticos de cada um dos

fitoterápicos, através de estudos randomizado, duplo-cego e controlado por

placebos, envolvendo um número significante de pessoas, garantindo assim,

dados farmacocinéticos, farmacodinâmicos e toxicológicos desses produtos. 10

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