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IMPLEMENTAO DE UM MTODO DE VOLUMES FINITOS DE ORDEM
SUPERIOR COM TRATAMENTO MULTIBLOCO APLICADO SIMULAO DE
ESCOAMENTO DE FLUIDOS VISCOELSTICOS
Eduardo Moreira de Lemos
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de
Ps-graduao em Engenharia Qumica, COPPE,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessrios obteno do
ttulo de Doutor em Engenharia Qumica.
Orientadores: Evaristo Chalbaud Biscaia Junior
Argimiro Resende Secchi
Rio de Janeiro
Junho de 2011
IMPLEMENTAO DE UM MTODO DE VOLUMES FINITOS DE ORDEM
SUPERIOR COM TRATAMENTO MULTIBLOCO APLICADO SIMULAO DE
ESCOAMENTO DE FLUIDOS VISCOELSTICOS
Eduardo Moreira de Lemos
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ
COIMBRA DE PS-GRADUAO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE DOUTOR EM
CINCIAS EM ENGENHARIA QUMICA.
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Evaristo Chalbaud Biscaia Junior, D.Sc.
________________________________________________ Prof. Argimiro Resende Secchi, D.Sc.
________________________________________________ Prof. Pramo Albuquerque Melo Junior, D.Sc.
________________________________________________ Prof. Nisio de Carvalho Lobo Brum, D.Sc.
________________________________________________ Prof. Luiz Fernando Lopes Rodrigues Silva, D.Sc.
________________________________________________ Prof.a Mnica Feij Naccache, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
JUNHO DE 2011
iii
Lemos, Eduardo Moreira de
Implementao de um Mtodo de Volumes Finitos de
Ordem Superior com Tratamento Multibloco Aplicado
Simulao de Escoamento de Fluidos Viscoelsticos/
Eduardo Moreira de Lemos. Rio de Janeiro:
UFRJ/COPPE, 2011.
XXII, 267 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: Evaristo Chalbaud Biscaia Junior
Argimiro Resende Secchi
Tese (doutorado) UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Qumica, 2011.
Referencias Bibliogrficas: p. 259-267.
1. Fluidodinmica Computacional. 2. Mtodo de
Volumes Finitos. 3. Mtodos de Alta Ordem. 4.
Tratamento Multibloco. 5. Fluidos Viscoelsticos. I.
Biscaia Junior, Evaristo Chalbaud et al. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de
Engenharia Qumica. III. Ttulo.
iv
"Um homem precisa viajar. Por sua conta, no por
meio de histrias, imagens, livros ou TV. Precisa
viajar por si, com seus olhos e ps, para entender o
que seu. Para um dia plantar as suas rvores e dar-
lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E
o oposto. Sentir a distncia e o desabrigo para estar
bem sob o prprio teto. Um homem precisa viajar
para lugares que no conhece para quebrar essa
arrogncia que nos faz ver o mundo como o
imaginamos, e no simplesmente como ou pode
ser; que nos faz professores e doutores do que no
vimos, quando deveramos ser alunos, e
simplesmente ir ver.
Amyr Klink
v
Dedico este trabalho a todos que me
ajudaram e me apoiaram nos momentos
mais difceis. Sem vocs, concluir este
trabalho jamais seria possvel.
Tudo tem o seu tempo determinado e h tempo para todo propsito debaixo do cu: h
tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraar e
tempo de afastar-se; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de
paz. Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha? Tenho visto o trabalho
que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar. Tudo fez formoso em
seu tempo; tambm ps o mundo no corao do homem, sem que este possa descobrir a
obra que Deus fez desde o princpio at ao fim.
Eclesiastes 3, 1-11
A meus pais Noberto e Diomarina:
Tudo o que sou devo ao amor incondicional de
vocs.
Obrigado por tudo!
vi
AGRADECIMENTOS
Aps longos anos de trabalho, em que por vrias vezes imaginei que este dia
nunca chegaria, enfim a tese est finalizada. Foram momentos muito difceis e tambm
muito felizes. O amadurecimento, o conhecimento, o crescimento e a superao neste
perodo foram enormes. E nada mais justo do que agradecer aqueles que tornaram este
sonho possvel. Minha eterna gratido a todos vocs, meus grandes amigos e minhas
mais sinceras desculpas aqueles que porventura eu esqueci.
Primeiramente agradeo a Deus Pai todo poderoso pela imensa graa de terminar
este trabalho. Neste momento onde me faltam palavras, cito a regra de So Bento que
diz: Pela graa de Deus sou o que sou e tambm Santa Tereza de vila Nada te
perturbe. Nada te espante. Tudo passa. S Deus no muda. A pacincia tudo alcana.
Quem tem a Deus nada lhe falta. S Deus basta. Obrigado meu Deus por todas as
graas realizadas em minha vida!
Agradeo aos meus pais, Noberto e Diomarina, meus maiores exemplos de vida,
que mesmo com as poucas oportunidades que tiveram na vida sempre buscaram me
proporcionar o melhor que podiam, muitas vezes abrindo mo de seus sonhos para
investir nos meus. Graas a vocs aprendi que amor, educao, dedicao, apoio e
amizade so capazes de levar uma pessoa a qualquer lugar. Aprendi que famlia a base
de tudo e que o amor capaz de tornar qualquer sonho real. Obrigado meu pai e minha
me pelo exemplo que so para minha vida e por tudo que conquistei graas ao amor
incondicional de vocs. Amo muito vocs! Agradeo a toda a minha famlia, em
especial a minhas tias: Guiomar e Osmarina, meus primos: Paulinho e Rogrio, minha
comadre Maira e meus afilhados que sempre estiveram junto a mim em todos os
momentos com seu apoio, carinho e oraes.
minha namorada Cristiane por todo amor, apoio, amizade, companheirismo e
compreenso. Foram muitos feriados e fins de semana separados e muitas
comemoraes onde no pude estar presente enquanto trabalhava na tese. Muito
obrigado, amor meu, por toda amizade e apoio nos momentos de dificuldade e por me
ajudar a construir este sonho.
Aos meus orientadores Evaristo e Argimiro, pela oportunidade de realizar este
trabalho. Obrigado por todo conhecimento compartilhado, por todas as opinies,
vii
sugestes, crticas e conselhos que tanto contriburam para o meu crescimento
profissional e pessoal. Muito obrigado pela orientao e amizade ao longo dessa tese e
acima de tudo por acreditar no meu trabalho.
Aos amigos do LMSCP, o eterno lar dos trogloditas, local onde o
conhecimento e a amizade caminham lado a lado. Dividimos por longos anos nossos
sonhos e pesadelos, nossas vitrias e fracassos, nosso conhecimento e ignorncia. Meu
agradecimento a Fabiano, Helosa, Castoldi, Schwaab, Diego, Andr, Joo, Fabrcio,
Kese, Pedro, Cau, caro, Willian e Isaas. Agradeo em especial a Rogrio Pagano e a
Eduardo Lima. Cursamos praticamente as mesmas disciplinas, fizemos muitas listas e
trabalhos juntos. O compartilhamento de conhecimento e informaes ajudou em meu
crescimento.
Estes anos de PEQ me proporcionaram o privilgio de conhecer pessoas
fantsticas, grande amigos e excelentes profissionais, gente de bom corao, sempre
dispostas a ajudar e compartilhar o conhecimento, pessoas as quais agradeo muito pois
sem sua ajuda, incentivo e apoio jamais teria concludo este trabalho. Rogrio Pagano,
uma pessoa simples, de pacincia e conhecimento fantsticos, que me socorreu vrias e
vrias vezes nos momentos de dificuldades. Joo Batista (Dr. Chuchuzinho), um
irmo de todas as horas e momentos, devo muito a voc meu amigo. Andr (Ded), o
cara cujo corao to grande quanto sua inteligncia. Kese, minha irmzinha do
corao, mineirinha fantstica. Fabrcio (Miss simpatia), sempre franco, verdadeiro e
amigo. Cau (o rei do improviso), outra pessoa de corao fantstico, sempre disposto
a ajudar. Jos da Paixo, cultura e diverso garantida. Pedro (Vampetinha),
diretamente da Bahia o maior botafoguense que j conheci, um grande amigo de todas
as horas, partilhamos muitas vitrias e fracasso ao longo desta convivncia (tanto de
time como de tese). Todos vocs tiveram uma importncia fundamental na minha
formao profissional e pessoal. Todas as vezes que olhar para o meu diploma
lembrarei-me de vocs, amigos, pois foram co-responsveis por ele. Todos vocs so
profissionais fantsticos, dotados de extrema inteligncia e capacidade. Foi um grande
privilgio trabalhar com vocs, obrigado, muito obrigado por tudo! Quem dera
pudssemos trabalhar todos juntos...
Aos meus amigos de longa data, alguns antes de eu sonhar em ser engenheiro,
que sempre estiveram presentes com seu apoio e amizade. Henrique, Luciana, Paulo,
viii
Bruno e Thiago. Meus compadres Leonardo e Renata, muito obrigado pelos conselhos e
apoio nos momentos difceis.
Agradeo ao Jovani e a Thais do LTFD.
Aos professores do PEQ e de outros departamentos com quem cursei disciplinas,
por todo conhecimento adquirido, e ao pessoal da secretaria, em especial a Paulinha e
ao Arthur.
Meu muito obrigado aos meus professores da PUC-RIO, Eduardo Brocchi,
Francisco Moura, Roberto de Carvalho e Jos D'Abreu. Agradeo em especial a
professora Maria Isabel por toda ajuda, conselhos e apoio a minha vinda para o PEQ.
Obrigado aos membros da banca, por todas as correes e sugestes.
Ao CNPq pelo suporte financeiro.
Sem vocs, concluir este trabalho jamais seria possvel, pois um sonho que se
sonha s, s um sonho que se sonha s, mas sonho que se sonha junto realidade.
Graas a vocs este sonho se tornou realidade.
Meu muitssimo obrigado a todos vocs, que tornaram tudo isso possvel e, mais
uma vez, minhas sinceras desculpas aqueles que porventura eu esqueci.
Um grande abrao.
ix
Resumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios
para a obteno do grau de Doutor em Cincias (D.Sc.)
IMPLEMENTAO DE UM MTODO DE VOLUMES FINITOS DE ORDEM
SUPERIOR COM TRATAMENTO MULTIBLOCO APLICADO SIMULAO DE
ESCOAMENTO DE FLUIDOS VISCOELSTICOS
Eduardo Moreira de Lemos
Junho/2011
Orientadores: Evaristo Chalbaud Biscaia Junior
Argimiro Resende Secchi
Programa: Engenharia Qumica
O presente trabalho apresenta uma nova metodologia numrica para a resoluo
de escoamentos bidimensionais baseada no mtodo de volumes finitos em malha
estruturada e arranjo co-localizado, com aplicao especial simulao de escoamentos
de fluidos viscoelsticos. A potencialidade desse procedimento est no acoplamento de
frmulas de interpolao de quarta ordem tcnica multibloco, que garante
flexibilidade para gerao de malhas localmente refinadas.
O procedimento proposto foi aplicado resoluo de diversos exemplos
tradicionalmente usados para comparao de mtodos, entre estes: o escoamento entre
placas paralelas, o escoamento entre placas paralelas precedido de uma superfcie livre
de cisalhamento (slip-stick), o escoamento de sada de placas paralelas para uma
superfcie livre de cisalhamento (stick-slip), o escoamento em uma contrao plana e
o escoamento em cavidade quadrada (lid-driven), aplicados tanto simulao de
escoamento de fluidos newtonianos como viscoelsticos. Em todos os casos de estudo a
aplicao da metodologia foi capaz de obter resultados com maior ou igual acurcia,
usando malhas mais grosseiras com refinamento local, quando comparada a mtodos de
volumes finitos de segunda e quarta ordens com refinamento global, demandando um
menor esforo computacional.
x
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
IMPLEMENTATION OF A HIGH ORDER FINITE VOLUME METHOD WITH
MULTIBLOCK TREATMENT APPLIED TO SIMULATION OF VISCOELASTIC
FLUIDS FLOW
Eduardo Moreira de Lemos
June/2011
Advisors: Evaristo Chalbaud Biscaia Junior
Argimiro Resende Secchi
Department: Chemical Engineering
This work presents a new numerical methodology to solve two-dimensional
flow based on finite volume method in structured mesh and co-located arrangement,
with special application to simulation of viscoelastic fluid flows. The potentiality of this
procedure is the coupling of the fourth-order interpolation schemes and the multiblock
technique, which provides flexibility to the generation of locally refined meshes.
The proposed procedure was applied to solve several examples, traditionally
used for comparison of methods, among them: the flow between parallel plates, the flow
between parallel plates preceded by a shear-free surface ("slip-stick"), the output flow
from parallel plates to a shear-free surface ("stick-slip"), the flow in a plane contraction
and the flow in a square cavity ("lid-driven"), applied to simulations of both newtonian
and viscoelastic fluid flow. In all cases studied the application of the methodology was
able to obtain results with higher or equal accuracy, using coarser meshes with local
refinement when compared to finite volume methods for the second and fourth-order
with global refinement, requiring less computational effort.
xi
SUMRIO
1. INTRODUO .................................................................................................................. 1
1.1. MOTIVAO ................................................................................................................. 2 1.2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 7 1.3. ORGANIZAO ............................................................................................................. 8
2. FLUIDOS VISCOELSTICOS ...................................................................................... 10
2.1. FLUIDOS VISCOELSTICOS ........................................................................................ 13 2.2. NMEROS ADIMENSIONAIS CARACTERSTICOS E FUNES MATERIAIS ................... 15 2.3. EQUAES CONSTITUTIVAS PARA FLUIDOS VISCOELSTICOS ................................. 19
2.3.1. Fluido Newtoniano Generalizado (FNG) .............................................................. 21 2.3.2. Fluido Viscoelstico Linear .................................................................................. 22 2.3.3. Fluido Viscoelstico No Linear Modelos Diferenciais .................................... 22 2.3.4. Fluido Viscoelstico No Linear Modelos Integrais .......................................... 30 2.3.5. Seleo da Equao Constitutiva .......................................................................... 32
2.4. PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS PARA SIMULAO ................................ 33 2.4.1. Implementao das Condies de Contorno ......................................................... 35 2.4.2. Relao entre o Refinamento da Malha e o Nmero de Weisenberg .................... 39
3. A MECNICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL E O MTODO DE VOLUMES FINITOS ............................................................................................................... 44
3.1. A MECNICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL .......................................................... 45 3.1.1. Breve Histrico da Fluidodinmica Computacional ............................................. 45 3.1.2. Aplicaes da Fluidodinmica Computacional .................................................... 48 3.1.3. Descrio Matemtica de um Problema ............................................................... 50 3.1.4. Resoluo das Equaes que Compem o Modelo ............................................... 53
3.2. O MTODO DOS VOLUMES FINITOS ........................................................................... 57 3.2.1. Gerao da Malha ................................................................................................. 57 3.2.2. Aplicao da Metodologia .................................................................................... 62 3.2.3. Aproximao dos Termos Advectivos .................................................................... 65 3.2.4. Aproximao dos Termos Difusivos ...................................................................... 72 3.2.5. Aproximao no Tempo ......................................................................................... 74 3.2.6. Aproximao do Termo Fonte ............................................................................... 77 3.2.7. Tratamento das Condies de Contorno ............................................................... 78 3.2.8. Metodologias Utilizadas na Resoluo do Sistema Discretizado ......................... 81 3.2.9. Acoplamento Presso-Velocidade ......................................................................... 84
4. APROXIMAES DE ALTA ORDEM E PARTIO MULTIBLOCO ................. 95
4.1. ESQUEMAS DE ALTA ORDEM ..................................................................................... 96 4.2. TRATAMENTO DAS OSCILAES NUMRICAS ......................................................... 102 4.3. TRATAMENTO MULTIBLOCO .................................................................................... 106
5. METODOLOGIA PROPOSTA .................................................................................... 111
5.1. MODELAGEM MATEMTICA DO PROBLEMA ........................................................... 112 5.1.1. Modelo Matemtico para Fluidos Viscoelsticos ............................................... 113
xii
5.1.2. Condies de Contorno ....................................................................................... 115 5.1.3. Adimensionamento do Conjunto de Equaes .................................................... 118 5.1.4. Aplicao do Mtodo de Volumes Finitos ........................................................... 120
5.2. DESENVOLVIMENTO DOS ESQUEMAS DE ALTA ORDEM .......................................... 124 5.2.1. Aplicao da Aproximao de Lagrange aos Termos Advectivos ...................... 124 5.2.2. Aplicao da Aproximao de Lagrange aos Termos Difusivos ......................... 126 5.2.3. Aplicao da Aproximao de Lagrange aos Termos No Lineares .................. 126 5.2.4. Aplicao da Tcnica de Desconvoluo ............................................................ 130
5.3. TRATAMENTO MULTIBLOCO .................................................................................... 132 5.4. PROCEDIMENTO PROPOSTO PARA TRATAMENTO DAS OSCILAES - WENO ........ 141
5.4.1. Estnceis para aproximao de Lagrange de 4 Ordem ..................................... 142
6. RESULTADOS ............................................................................................................... 144
6.1. AVALIAO DA TCNICA DE CONEXO MULTIBLOCO ........................................... 146 6.2. EQUAO DA ADVECO-DIFUSO BIDIMENSIONAL ............................................. 160 6.3. ESCOAMENTO DE FLUIDOS NEWTONIANOS ............................................................. 165
6.3.1. Escoamento Slip-Stick ......................................................................................... 165 6.3.2. Escoamento Stick-Slip ......................................................................................... 176 6.3.3. Escoamento em Cavidade Quadrada .................................................................. 187
6.4. ESCOAMENTO DE FLUIDOS VISCOELSTICOS .......................................................... 194 6.4.1. Escoamento entre Placas Plana e Paralelas ....................................................... 194 6.4.2. Escoamento Slip-Stick ......................................................................................... 199 6.4.3. Escoamento Stick-Slip ......................................................................................... 214 6.4.4. Escoamento em Cavidade Quadrada .................................................................. 226 6.4.5. Escoamento em Contrao Plana ....................................................................... 228
7. CONCLUSES E SUGESTES .................................................................................. 236
7.1. CONCLUSES ........................................................................................................... 237 7.2. SUGESTES .............................................................................................................. 239
8. APNDICE ..................................................................................................................... 242
8.1. DETERMINAO DOS COEFICIENTES DA APROXIMAO PARA OS TERMOS ADVECTIVOS ......................................................................................................................... 243 8.2. DETERMINAO DOS COEFICIENTES DA APROXIMAO PARA OS TERMOS DIFUSIVOS ............................................................................................................................. 243 8.3. DETERMINAO DOS COEFICIENTES DA APROXIMAO PARA OS TERMOS NO LINEARES NA PAREDE DO VOLUME DE CONTROLE .............................................................. 244 8.4. DETERMINAO DOS COEFICIENTES DA APROXIMAO PARA OS TERMOS NO LINEARES NO CENTRO DO VOLUME DE CONTROLE .............................................................. 247 8.5. DETERMINAO DOS COEFICIENTES DA APROXIMAO PARA OS TERMOS NO LINEARES RELACIONADOS DERIVADA NO CENTRO DO VOLUME DE CONTROLE .............. 249
9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................... 259
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Representao ilustrativa do escoamento de Poiseuille entre placas (FITIER e DEVILLE, 2003). ....................................................................................... 35
Figura 3.1: Elemento (1234) e os volumes de controles gerados pela aplicao do mtodo das medianas (MALISKA, 2004). ..................................................................... 56
Figura 3.2: Ilustrao de um mapeamento estruturado em que as linhas delimitam as faces do volume de controle e os crculos representam os ns. ..................................... 58
Figura 3.3: Representao ilustrativa de uma malha: (a) Estruturada no uniforme; (b) Bloco-estruturada e (c) No estruturada. ........................................................................ 60
Figura 3.4: Ilustrao de uma malha que utiliza arranjo co-localizado das variveis. ... 61
Figura 3.5: Ilustrao de uma malha que utiliza arranjo desencontrado das variveis. . 61
Figura 3.6: Representao do volume de controle. ........................................................ 62
Figura 4.1: Representao de uma malha justaposta. ................................................... 108
Figura 4.2: Representao de uma malha sobreposta. .................................................. 108
Figura 4.3: Representao de uma interface com volumes coincidentes (MALISKA, 2005). ............................................................................................................................ 108
Figura 4.4: Representao de uma interface com volumes no coincidentes (MALISKA, 2005). ............................................................................................................................ 108
Figura 5.1: Representao ilustrativa das direes normal e tangente sobre um contorno qualquer. ....................................................................................................................... 115
Figura 5.2: Esquema de interpolao de Lagrange de 4a ordem aplicado ao tratamento multibloco, utilizando grau de refinamento par............................................................ 132
Figura 5.3: Esquema de interpolao de Lagrange de 4a ordem aplicado ao tratamento multibloco, utilizando grau de refinamento impar. ...................................................... 132
Figura 5.4: Bloco conectado por malhas de igual refinamento. ................................... 134
Figura 5.5: Bloco com ndice de refinamento superior. ............................................... 135
Figura 5.6: Bloco com ndice de refinamento inferior. ................................................ 135
Figura 5.7: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB1 aplicada a malhas de igual refinamento. ......................................................................................................... 135
Figura 5.8: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB1 aplicada a malhas com ndice de refinamento superior. ............................................................................ 135
Figura 5.9: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB1 aplicada a malhas com ndice de refinamento inferior. ............................................................................. 136
Figura 5.10: Representao ilustrativa dos pontos localizados prximos a interface de conexo que podem ser includos na conexo entre os blocos. .................................... 136
Figura 5.11: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB1 aplicada a malhas com ndice de refinamento superior para pontos prximos a interface de conexo. .... 136
xiv
Figura 5.12: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB1 aplicada a malhas com ndice de refinamento inferior para pontos prximos a interface de conexo, usando apenas pontos internos. ................................................................................................. 137
Figura 5.13: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB1 aplicada a malhas com ndice de refinamento inferior para pontos prximos a interface de conexo, usando informaes do bloco vizinho....................................................................................... 137
Figura 5.14: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB2 aplicada a malhas com ndice de refinamento superior. ............................................................................ 138
Figura 5.15: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB2 aplicada a malhas com ndice de refinamento inferior. ............................................................................. 138
Figura 5.16: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB2 aplicada a malhas com ndice de refinamento inferior para pontos prximos a interface de conexo, usando informaes do bloco vizinho....................................................................................... 139
Figura 5.17: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB3 aplicada a malhas com ndice de refinamento superior. ............................................................................ 140
Figura 5.18: Representao ilustrativa da conexo multibloco MB3 aplicada a malhas com ndice de refinamento inferior. ............................................................................. 140
Figura 5.19: Representao esquemtica dos estnceis propostos para o esquema de Lagrange de 4 ordem. .................................................................................................. 143
Figura 6.1: Representao esquemtica do escoamento entre placas planas e paralelas. ...................................................................................................................................... 146
Figura 6.2: Estrutura de refinamento realizada ao longo do escoamento Arranjo 1. 147
Figura 6.3: Estrutura de refinamento realizada ao longo do escoamento Arranjo 2. 147
Figura 6.4: Estrutura de refinamento realizada prximo a parede Arranjo 3. ........... 148
Figura 6.5: Estrutura de refinamento realizada prximo a simetria Arranjo 4. ......... 148
Figura 6.6: Perfil de velocidade vx para o procedimento MB1 aplicando: (a) Arranjo 1, (b) Arranjo 2 e (c) Arranjo 3. ....................................................................................... 149
Figura 6.7: Perfil de presso para o procedimento MB1: (a) Arranjo 1; (b) Arranjo 2 e (c) Arranjo 3. ................................................................................................................ 150
Figura 6.8: Perfil de velocidade vx para o procedimento MB1 na interface da conexo multibloco x=5,0 Arranjo 1. ...................................................................................... 151
Figura 6.9: Perfil de presso para o procedimento MB1 na interface da conexo multibloco y=0,5 Arranjo 3. ...................................................................................... 151
Figura 6.10: Representao esquemtica do procedimento de interpolao para malha de maior grau de refinamento. ........................................................................................... 152
Figura 6.11: Perfil de velocidade vx para o procedimento MB1 com nova frmula de conexo para malha de maior refinamento: (a) Arranjo 1 e (b) Arranjo 2. .................. 152
Figura 6.12: Perfil de presso para o procedimento MB1 com nova frmula de conexo para malha de maior refinamento: (a) Arranjo 3 e (b) Arranjo 4. ................................ 153
Figura 6.13: Perfil de velocidade vx na interface de conexo aplicando o procedimento MB1 com nova frmula de conexo: (a) Arranjo 1 e (b) Arranjo 2. ............................ 153
xv
Figura 6.14: Perfil de presso na interface de conexo aplicando o procedimento MB1 com nova frmula de conexo: (a) Arranjo 3 e (b) Arranjo 4. ..................................... 154
Figura 6.15: Perfil para diferentes cortes em x utilizando o procedimento MB1 com nova frmula de conexo multibloco e Arranjo 3: (a) Velocidade vx e (b) Presso. .... 154
Figura 6.16: Perfil de velocidade vx para o procedimento MB2: (a) Arranjo 1; (b) Arranjo 4 e (c) Arranjo 2. ............................................................................................. 156
Figura 6.17: Perfil de velocidade vx para o procedimento MB3 considerando o arranjo 1. ...................................................................................................................................... 156
Figura 6.18: Perfil de velocidade vx para o procedimento MB3: (a) Arranjo 2 e (b) Arranjo 3. ...................................................................................................................... 157
Figura 6.19: Comparao de solues entre os procedimentos MB2 e a referncia: (a) Perfil de velocidade vx com arranjo 1 e (b) Perfil de presso com arranjo 4. ............... 158
Figura 6.20: Comparao de solues entre os procedimentos MB3 e a referncia: (a) Perfil de velocidade vx com arranjo 2 e (b) Perfil de presso com arranjo 3. ............... 158
Figura 6.21: Comparao entre o procedimento com incluso dos pontos localizados prximos interface de conexo na frmula multibloco (MB11) e a soluo com refinamento homogneo para: (a) Perfil de velocidade vx e (b) Perfil de presso. ....... 159
Figura 6.22: Malha computacional necessria para obteno da soluo convergida para o problema da adveco-difuso primeiro caso de estudo. ....................................... 162
Figura 6.23: Curva de nvel obtida pela aplicao do esquema LAG4 Nx=Ny=30 para o problema da adveco-difuso primeiro caso de estudo. .......................................... 162
Figura 6.24: Comparao entre os perfis obtidos pela aplicao dos esquema QUICK e LAG4 para o problema da adveco-difuso primeiro caso de estudo.. ................... 162
Figura 6.25: Estrutura da malha computacional aplicando o procedimento multibloco para o problema da adveco-difuso primeiro caso de estudo. ............................... 163
Figura 6.26: Curva de nvel obtida atravs da aplicao do procedimento multibloco para o problema da adveco-difuso primeiro caso de estudo. .............................. 163
Figura 6.27: Perfil em diferentes cortes em y comparando a soluo de referncia soluo obtida atravs da aplicao da tcnica multibloco para o problema da adveco-difuso primeiro caso de estudo. ............................................................................... 163
Figura 6.28: Curva de nvel obtida pela aplicao do esquema LAG4 Nx=Ny=40 para o problema da adveco-difuso segundo caso de estudo. ........................................... 164
Figura 6.29: Malha computacional necessria para obteno da soluo convergida para o problema da adveco-difuso segundo caso de estudo. ........................................ 164
Figura 6.30: Comparao entre os perfis obtidos pela aplicao dos esquemas QUICK e LAG4 para o problema da adveco-difuso segundo caso de estudo. ..................... 164
Figura 6.31: Representao esquemtica do escoamento slip-stick. ......................... 166
Figura 6.32: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema CDS com diferentes refinamentos de malha para o escoamento slip-stick newtoniano: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy e (c) Presso. ............................................................ 167
xvi
Figura 6.33: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema LAG4 com diferentes refinamentos de malha para o escoamento slip-stick newtoniano: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy e (c) Presso. ............................................................ 169
Figura 6.34: Perfis obtidos para posio x=3,6667 pela aplicao do esquema LAG4 com diferentes refinamentos de malha para o escoamento slip-stick newtoniano: (a) Velocidade vx e (b) Velocidade vy. ............................................................................... 171
Figura 6.35: Perfis obtidos para posio x=3,6667 pela aplicao do esquema LAG4 com diferentes refinamentos de malha para o escoamento slip-stick newtoniano para a Presso. ......................................................................................................................... 172
Figura 6.36: Curvas de nvel e linhas de corrente obtidas pela aplicao dos esquemas LAG4 com uma Malha 12080 para o escoamento slip-stick newtoniano: (a) Curva de nvel para a velocidade vx; (b) Curva de nvel para a velocidade vy; (c) Curva de nvel para a Presso e (d) Linhas de corrente. ....................................................................... 173
Figura 6.37: Curvas de nvel obtidas aplicando o procedimento multibloco para o escoamento slip-stick newtoniano: (a) Estrutura da malha; (b) Curva de nvel para a velocidade vx; (c) Curva de nvel para a velocidade vy e (d) Curva de nvel para a presso. ......................................................................................................................... 174
Figura 6.38: Comparao entre os perfis para diferentes cortes em y: utilizando a malha de refinamento homogneo (representada por linhas) e malha multibloco (representada por pontos) para o escoamento slip-stick newtoniano: (a) Velocidade vx; (b) velocidade vy e (c) Presso. .......................................................................................... 175
Figura 6.39: Representao esquemtica do escoamento stick-slip. ......................... 177
Figura 6.40: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema CDS com diferentes refinamentos de malha para o escoamento stick-slip newtoniano: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy e (c) Presso. ............................................................ 178
Figura 6.41: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema LAG4 com diferentes refinamentos de malha para o escoamento stick-slip newtoniano: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy e (c) Presso. ............................................................ 180
Figura 6.42: Perfis obtidos para posio x=3,6667 pela aplicao do esquema LAG4 com diferentes refinamentos de malha para o escoamento stick-slip newtoniano: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy e (c) Presso. ............................................................ 182
Figura 6.43: Curvas de nvel obtidas pela aplicao dos esquemas LAG4 com uma malha 12080 para o escoamento stick-slip newtoniano: (a) Curva de nvel para a velocidade vx e (b) Curva de nvel para a velocidade vy. .............................................. 183
Figura 6.44: Curvas de nvel e linhas de corrente obtidas pela aplicao dos esquemas LAG4 com uma malha 12080 para o escoamento stick-slip newtoniano: (a) Curva de nvel para a presso e (b) Linhas de corrente. .............................................................. 184
Figura 6.45: Resultados obtidos aplicando o procedimento multibloco para o escoamento stick-slip newtoniano: (a) Estrutura da malha; (b) Curva de nvel a para velocidade vx; (c) Curva de nvel para a velocidade vy e (d) Curva de nvel para a presso .......................................................................................................................... 185
Figura 6.46: Comparao entre os perfis para diferentes cortes em y: utilizando a malha de refinamento homogneo (representada por linhas) e malha multibloco (representada por pontos) para o escoamento stick-slip newtoniano: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy e (c) Presso. .......................................................................................... 186
xvii
Figura 6.47: Representao esquemtica do escoamento em cavidade. ....................... 188
Figura 6.48: Comparaes entre os perfis de velocidade aplicando o esquema LAG4 usando malha 2020 e 5050 com resultados retirados da literatura para o escoamento em cavidade newtoniano: (a) Perfil de velocidade vx na linha vertical central (x=0,5) e (b) Perfil de velocidade vy na linha horizontal central (y=0,5). .................................... 190
Figura 6.49: Comparaes entre os perfis de velocidade aplicando o esquema LAG4 usando malha 2020, 3030, 4040 e 5050 com resultados retirados da literatura para o escoamento em cavidade newtoniano: (a) Perfil de velocidade vx na linha vertical central (x=0,5) e (b) Perfil de velocidade vy na linha horizontal central (y=0,5). ......... 192
Figura 6.50: Curvas de nvel obtidas pela aplicao do esquema LAG4 com uma malha 5050 para o escoamento em cavidade newtoniano: (a) Curva de nvel para a velocidade vx; (b) Curva de nvel para a velocidade vy; (c) Curva de nvel para a presso e (d) Vetor velocidade. ................................................................................................. 193
Figura 6.51: Perfis obtidos pela aplicao do esquema LAG4 na sada da placa usando uma malha 1010 (representada por pontos) e perfis obtidos atravs da soluo analtica (representada por linhas) com diferentes valores de We para o escoamento entre placas viscoelstico: (a) Velocidade vx; (b) Tenso xx e (c) Tenso xy. ................................. 197
Figura 6.52: Perfis obtidos pela aplicao do esquema LAG4 na sada da placa usando uma malha 1010 (representada por pontos) e perfis obtidos atravs da soluo analtica (representada por linhas) com diferentes valores de e, para o escoamento entre placas viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso xy. ............................................................... 198
Figura 6.53: Perfis de tenso normal xx obtidos pela aplicao do esquema LAG4 na sada da placa com diferentes valores de We para o escoamento entre placas viscoelstico. ................................................................................................................ 199
Figura 6.54: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema CDS com diferentes refinamentos de malha para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Velocidade vx e (b) Velocidade vy. ............................................................................... 200
Figura 6.55: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema CDS com diferentes refinamentos de malha para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Presso; (b) Tenso xx; (c) Tenso yy e (d) Tenso xy. ............................................... 201
Figura 6.56: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema LAG4 com diferentes refinamentos de malha para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy; (c) Presso; (d) Tenso xx; (e) Tenso yy e (f) Tenso xy. ................................................................................................................................. 202
Figura 6.57: Perfis obtidos para posio x=5,6667 pela aplicao do esquema LAG4 com diferentes refinamentos de malha na regio prxima a parede para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Velocidade vx e (b) Tenso xx. ...................................... 203
Figura 6.58: Curvas de nvel obtidas pela aplicao dos esquemas LAG4 com uma Malha 6040 para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Velocidade vx e (b) Velocidade vy. ............................................................................................................... 204
Figura 6.59: Curvas de nvel obtidas pela aplicao dos esquemas LAG4 com uma Malha 6040 para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Presso; (b) Tenso xx; (c) Tenso yy e (d) Tenso xy. ...................................................................................... 205
Figura 6.60: Perfis obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 com uma malha 6040 utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do
xviii
parmetro E, We=0,1 e Re=0,1 para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Velocidade vx; (b) Tenso xx; (c) Tenso yy e (d) Tenso xy. ..................................... 206
Figura 6.61: Perfis obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 com uma malha 6040 utilizando o modelo SPTT com diferentes valores do parmetro , E=0,5, We=0,1 e Re=0,1 para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ............................................................................................................... 207
Figura 6.62: Estrutura da malha computacional e curvas de nvel obtidas pela aplicao do esquemas multibloco para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Estrutura da malha; (b) Velocidade vx; (c) Velocidade vy e (d) Presso. .......................................... 208
Figura 6.63: Curvas de nvel obtidas pela aplicao do esquemas multibloco para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ........................ 209
Figura 6.64: Comparao entre os perfis, para diferentes cortes em y, utilizando o esquema LAG4 com uma malha 6060 (representada por linhas) e o procedimento multibloco (representada por pontos) para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy. ................................................................................. 209
Figura 6.65: Comparao entre os perfis, para diferentes cortes em y, utilizando o esquema LAG4 com uma malha 6060 (representada por linhas) e o procedimento multibloco (representada por pontos) para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Presso; (b) Tenso xx; (c) Tenso yy e (d) Tenso xy. ............................................... 210
Figura 6.66: Perfis de tenso obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 usando malha 6010 e 6020 utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do parmetro We para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ............................................................................................................... 212
Figura 6.67: Perfis de tenso xx obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do parmetro We para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Malha 6010 e (b) Malha 3040. ........... 213
Figura 6.68: Perfis de tenso obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema multibloco e pela aplicao do procedimento de refinamento homogneo usando malha 6010 utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do parmetro We para o escoamento slip-stick viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ..................... 214
Figura 6.69: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema CDS com diferentes refinamentos de malha para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy; (c) Tenso xx e (d) Tenso yy. ............................... 215
Figura 6.70: Perfis obtidos para posio y=0,90 pela aplicao do esquema LAG4 com diferentes refinamentos de malha para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy; (c) Tenso xx e (d) Tenso yy. ............................... 216
Figura 6.71: Perfis obtidos para posio x=5,6667 pela aplicao dos esquemas CDS e LAG4 com diferentes refinamentos de malha na regio prxima a parede para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Velocidade vx com CDS e (b) Velocidade vx. ...................................................................................................................................... 217
Figura 6.72: Perfis obtidos para posio x=5,6667 pela aplicao dos esquemas CDS e LAG4 com diferentes refinamentos de malha na regio prxima a parede para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Tenso xx com CDS e (b) Tenso xx com LAG4. ........................................................................................................................... 218
xix
Figura 6.73: Curvas de nvel obtidas pela aplicao dos esquemas LAG4 com uma Malha 6040 para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Velocidade vx; (b) Velocidade vy; (c) Presso e (d) Tenso xx; (d) Tenso yy e (e) Tenso xy. ................ 219
Figura 6.74: Perfis obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 com uma malha 6040 utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do parmetro E, We=0,1 e Re=0,1 para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Velocidade vx; (b) Tenso xx; (c) Tenso yy e (d) Tenso xy. ..................................... 220
Figura 6.75: Perfis obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 com uma malha 6040 utilizando o modelo SPTT com diferentes valores do parmetro , E=0,5, We=0,1 e Re=0,1 para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso xy. ............................................................................................................... 221
Figura 6.76: Curvas de nvel obtidas pela aplicao do esquemas multibloco para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Velocidade vx e (b) Velocidade vy; (c) Tenso xx e (d) Tenso yy. ........................................................................................................ 222
Figura 6.77: Comparao entre os perfis para diferentes cortes em y utilizando o procedimento LAG com uma malha 6060 (representada por linhas) e procedimento multibloco (representada por pontos) para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Velocidade vx e (b) Velocidade vy. ............................................................................... 222
Figura 6.78: Comparao entre os perfis para diferentes cortes em y utilizando o procedimento LAG com uma malha 6060 (representada por linhas) e procedimento multibloco (representada por pontos) para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ........................................................................................... 223
Figura 6.79: Perfis de tenso obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 usando malha 3020 e 4050 utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do parmetro We para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ............................................................................................................... 224
Figura 6.80: Perfis de tenso obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 com as malhas 3020 e 3040 utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do parmetro We para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ............................................................................................................... 225
Figura 6.81: Perfis de tenso obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema LAG4 com as malhas 5010 e 4050 utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do parmetro We para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ............................................................................................................... 225
Figura 6.82: Perfis de tenso obtidos para posio y=0,9 pela aplicao do esquema multibloco utilizando o modelo de Oldroyd-B com diferentes valores do parmetro We e pela aplicao do procedimento de refinamento homogneo usando malha 3040 para o escoamento stick-slip viscoelstico: (a) Tenso xx e (b) Tenso yy. ..................... 226
Figura 6.83: Comparaes entre os perfis de velocidade para o esquema LAG4 usando malha 2020 e 4040 e os resultados obtidos por YAPICI et al. (2009) para o escoamento em cavidade viscoelstico: (a) Perfil de velocidade vx na linha vertical central (x=0,5) e (b) Perfil de velocidade vy na linha horizontal central (y=0,5). ......... 228
Figura 6.84: Representao esquemtica do escoamento em uma contrao plana. .... 229
Figura 6.85: Estrutura de refinamento multibloco aplicando 3.400 volumes de controle para o escoamento em contrao viscoelstico. ........................................................... 230
xx
Figura 6.86: Perfis obtidos para linha horizontal para diferentes cortes em y aplicando o esquema CDS (representada por linhas) e aplicando o procedimento multibloco (representada por pontos) para o escoamento em contrao viscoelstico para a velocidade vx. ................................................................................................................ 230
Figura 6.87: Perfis obtidos para linha horizontal para diferentes cortes em y aplicando o esquema CDS (representada por linhas) e aplicando o procedimento multibloco (representada por pontos) para o escoamento em contrao viscoelstico: (a) Velocidade vy; (b) Tenso xx e (c) Tenso yy. ................................................................................ 231
Figura 6.88: Curvas de nvel obtidas pela aplicao do esquemas multibloco para o escoamento em contrao viscoelstico: (a) Velocidade vx e (b) Tenso xx. ............... 232
Figura 6.89: Curvas de nvel obtidas pela aplicao do esquemas multibloco para o escoamento em contrao viscoelstico: (a) Tenso yy e (b) Linhas de Corrente. ...... 233
Figura 6.90: Perfis obtidos para linha horizontal y=0,45 aplicando o esquema CDS (representada por linhas) e aplicando o procedimento multibloco (representada por pontos) para o escoamento em contrao viscoelstico para a velocidade vy. ............. 233
Figura 6.91: Perfis obtidos para linha horizontal y=0,45 aplicando o esquema CDS (representada por linhas) e aplicando o procedimento multibloco (representada por pontos) para o escoamento em contrao viscoelstico: (a) Tenso xx; (b) Tenso yy e (c) Tenso xy. ............................................................................................................... 234
xxi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Comparao entre metodologias para imposio de condies de contorno para escoamento de fluidos viscoelsticos (XIE e PASQUALI, 2004): ........................ 39
Tabela 3.1: Alguns dos esquemas de aproximaes utilizados na literatura para aproximao dos termos difusivos. ................................................................................ 73
Tabela 6.1: Diferena entre as solues de referncia e MB1. ..................................... 155
Tabela 6.2: Diferena entre as solues de referncia e MB2 e MB3. ......................... 158
Tabela 6.3: Diferena entre as solues de referncia e MB11. ................................... 159
Tabela 6.4: Diferena entre as solues de referncia e a soluo multibloco para o primeiro caso de estudo. ............................................................................................... 163
Tabela 6.5: Diferena entre as solues obtidas pelo esquema CDS aplicando diferentes refinamentos de malha para o escoamento slip-stick newtoniano. ........................... 168
Tabela 6.6: Diferena entre as solues obtidas pelo esquema LAG4 e para o esquema CDS aplicando malhas de diferentes refinamentos para o escoamento slip-stick newtoniano. .................................................................................................................. 170
Tabela 6.7: Diferena entre as solues obtidas pela aplicao da tcnica multibloco e as solues obtidas utilizando o grau de refinamento homogneo para o escoamento slip-stick newtoniano. ........................................................................................................ 176
Tabela 6.8: Diferena entre as solues obtidas pelo esquema CDS aplicando diferentes refinamentos de malha para o escoamento stick-slip newtoniano. ........................... 179
Tabela 6.9: Diferena entre as solues obtidas pelo esquema LAG4 e para o esquema CDS aplicando malhas de diferentes refinamentos para o escoamento stick-slip newtoniano. .................................................................................................................. 181
Tabela 6.10: Diferena entre as solues obtidas pela aplicao da tcnica multibloco e as solues obtidas utilizando o grau de refinamento homogneo para o escoamento stick-slip newtoniano. ............................................................................................... 187
Tabela 6.11: Valores das velocidades mnimas e mximas em x=0,5 e y=0,5 retiradas da literatura para o escoamento em cavidade newtoniano com Re=100. .......................... 189
Tabela 6.12: Valores das velocidades mnimas e mximas em x=0,5 e y=0,5 aplicando o esquema LAG4 usando diferentes refinamentos de malha para o escoamento em cavidade newtoniano com Re=100. .............................................................................. 189
Tabela 6.13: Valores das velocidades mnimas e mximas em x=0,5 e y=0,5 retiradas da literatura e obtidos pelo esquema LAG4 para o escoamento em cavidade newtoniano com Re=400. ................................................................................................................. 191
Tabela 6.14: Diferena entre as solues obtidas pela aplicao do esquema LAG4 e soluo analtica com diferentes valores de We para o escoamento entre placas viscoelstico. ................................................................................................................ 197
Tabela 6.15: Diferena entre as solues obtidas pela aplicao do esquema LAG4 e soluo analtica com diferentes valores de E para o escoamento entre placas viscoelstico. ................................................................................................................ 198
xxii
Tabela 6.16: Diferena entre as solues obtidas pela aplicao da tcnica multibloco e as solues obtidas utilizando o grau de refinamento completo para o escoamento slip-stick viscoelstico. ...................................................................................................... 211
Tabela 6.17: Diferena entre as solues obtidas pela aplicao da tcnica multibloco e as solues obtidas utilizando o grau de refinamento completo para o escoamento stick-slip viscoelstico. ............................................................................................. 223
Tabela 6.18: Valores das velocidades mnimas e mximas em x=0,5 e y=0,5 para o escoamento em cavidade viscoelstico......................................................................... 227
1
1. Introduo
The important thing in science is not so much to obtain new facts as to discover new ways of thinking about them.
Sir William Bragg
Neste captulo apresentada uma breve introduo
sobre o trabalho proposto, incluindo a motivao,
os objetivos principais e a estrutura de organizao
da tese.
2
1.1. Motivao
Materiais polimricos podem ser utilizados para as mais diversas finalidades.
Esta ampla gama de aplicaes est associada as suas boas propriedades tais como alta
durabilidade, baixo preo, boas condies de processamento e alta resistncia mecnica.
Tais propriedades permitem que estes materiais atuem como substitutos diretos de
vrios outros tipos de materiais, tal como o vidro por PET na produo de garrafas, o
papel por plstico na confeco de embalagens, metal por plstico no acabamento de
automveis e a madeira por PVC em materiais de construo.
Esta grande variedade de aplicaes faz com que existam diferentes processos
que transformam o polmero em um bem de consumo, so exemplos destes processos:
pultruso, extruso, moldagem por injeo ou por sopro, termoformagem, dentre outros
(OSSWALD e HERNNDEZ-ORTIZ, 2006). A possibilidade de utilizar a
fluidodinmica computacional (CFD) na avaliao destes processos pode gerar reduo
significativa dos custos do processo, melhora de propriedades de interesse do bem de
produo, projeto de novas unidades e treinamento de pessoal.
O presente trabalho apresenta uma nova metodologia numrica para resoluo
de escoamento bidimensionais baseada no mtodo de volumes finitos em malha
estruturada e arranjo co-localizado, com aplicao especial a simulao de escoamentos
de fluidos viscoelsticos. Este novo procedimento aplica os princpios bsicos do
mtodo de volumes finitos (MVF), utilizando uma malha estruturada e um arranjo co-
localizado das variveis do problema. A grande potencialidade deste cdigo est no
acoplamento dos esquemas de alta ordem utilizados nas aproximaes dos termos
lineares e no lineares e as tcnicas de partio multibloco aplicadas no refino da malha
do problema. A juno destas duas tcnicas permitiu o desenvolvimento de um cdigo
que integra a acurcia da utilizao dos esquemas de alta ordem flexibilidade para
gerao da malha do tratamento multibloco. Assim foi possvel geral um procedimento
numrico capaz de obter resultados com maior acurcia que os procedimentos
tradicionais utilizando recursos computacionais mais reduzidos, caractersticas
importantes para simulao de fluidos viscoelsticos.
Neste procedimento, os valores mdios lineares e no lineares das variveis nas
interfaces dos volumes de controle so aproximados atravs de esquemas de alta ordem,
que utilizam os valores mdios das variveis nos centros dos volumes de controle
3
vizinhos. Embora esta metodologia utilize diretamente os valores mdios, possvel
obter os valores pontuais das variveis, ao final do procedimento, atravs da aplicao
da tcnica de desconvoluo. O esquema de alta ordem desenvolvido e aplicado neste
trabalho foi o esquema de Lagrange de 4 ordem. importante ressaltar que, embora
tenha sido utilizado o esquema de Lagrange de 4 ordem, a metodologia pode ser
facilmente reduzida ao esquema de Lagrange de 3 ordem ou estendida a esquemas de
ordens superiores.
Para casos de escoamentos que envolvam geometrias complexas ou envolvam
regies que apresentem determinados fenmenos de interesse, como por exemplo,
gradientes elevados, descontinuidades ou recirculaes, desejvel e muitas vezes
necessrio realizar o refino da malha para que determinados fenmenos sejam avaliados
de forma mais precisa. Entretanto, a utilizao de uma malha estruturada, aplicada na
sua forma bsica, no permite que o refino da malha seja feito localmente. Desta forma,
refinar uma determinada regio de interesse implica tambm em aumentar a malha em
outra regio na qual no existe necessidade alguma, aumentando desnecessariamente o
esforo computacional necessrio resoluo do problema. Visando superar este
problema, o procedimento aqui proposto fez uso de tcnicas de partio multibloco para
conexo de blocos da malha com diferentes graus de refinamento, permitindo assim que
apenas regies de interesse sejam refinadas. Os procedimentos de conexo dos blocos
foram desenvolvidos utilizando diretamente as funes de interpolao de Lagrange,
permitindo manter a ordem global da aproximao de forma simples e de fcil
implementao computacional.
O modelo matemtico utilizado para descrever o escoamento isotrmico de um
fluido incompressvel sem efeito de foras de campo pode ser representado atravs do
seguinte conjunto de equaes:
( ) 0= U 1.1
( ) ( ) UUU +=+
pt
1.2
em que U representa o vetor velocidade, a massa especfica, p a presso e o
tensor tenso (BIRD et al., 2002).
4
As Equaes 1.1 e 1.2 so classificadas como um sistema diferencial
incompleto. Para que este sistema de equaes possa ser resolvido, alm das condies
de contorno e condio inicial, necessria a incluso de relaes matemticas capazes
de descrever determinadas propriedades de transporte do fluido (por exemplo,
viscosidade, densidade, capacidade calorfica, etc.) e equaes constitutivas capazes de
descrever o comportamento reolgico do fluido, principalmente quando se trata de
fluidos no newtonianos.
Para fluidos newtonianos, o tensor tenso ( ) pode ser relacionado diretamente
ao tensor taxa de deformao do material (D), atravs da viscosidade newtoniana ( ),
segundo a expresso:
D 2=N 1.3
O tensor taxa de deformao representado pela expresso:
( )TUUD +=21
1.4
Como as Equaes 1.3 e 1.4 apresentam uma relao explcita com os termos de
velocidade, pode-se substituir diretamente a Equao 1.3 na equao da conservao da
quantidade de movimento, Equao 1.2. Deste modo, a simulao de escoamento
isotrmico de fluidos newtonianos implica na resoluo de sistemas de equaes
diferenciais parciais constitudos pelas equaes da continuidade e do movimento que
apresentam como incgnitas as variveis presso e componentes do vetor velocidade.
No caso de fluidos viscoelsticos, no possvel representar as propriedades
fsicas atravs de uma constante material, como no caso newtoniano, uma vez que as
propriedades destes fluidos so funo da taxa de deformao e do tempo, dentre outras.
Assim, para fluidos polimricos mais correto utilizar funes materiais no lugar de
constantes materiais. Neste tipo de fluido no possvel, na maioria dos casos, a
obteno de uma relao explcita entre o tensor tenso e os componentes do vetor
velocidade. Desta maneira, as equaes constitutivas utilizadas para a definio do
tensor tenso passam a fazer parte do sistema de equaes a ser resolvido, que agora
apresenta como variveis no apenas a presso e os componentes do vetor velocidade,
como no caso newtoniano, mas tambm os componentes do tensor tenso. Para este tipo
5
de escoamento usual representar o componente do tensor tenso como a soma das
contribuies newtoniana e polimrica, segundo a expresso:
PN += 1.5
Existe na literatura um grande nmero de equaes constitutivas que buscam
descrever o comportamento reolgico dos fluidos viscoelsticos. O modelo mais
simples, que contempla o carter viscoso e elstico em uma nica equao, o modelo
de fluido viscoelstico linear, que pode ser representado utilizando o modelo de
Maxwell utilizando a formulao multimodo pelo seguinte conjunto de equaes (BIRD
et al., 1987):
Nkt PkPk
kPk ,,2 ,12 L==
+ D
1.6
=
=N
kPkP
1 1.7
em que o termo N representa o nmero de modos de relaxao utilizados e as
constantes k e Pk so, respectivamente, o tempo de relaxao e a viscosidade
polimrica taxa de deformao nula para cada modo de relaxao. Desta forma o
nmero de equaes que constitui o sistema a ser solucionado ter ligao direta com o
nmero de modos de relaxao utilizados. A utilizao da formulao multimodo torna
possvel a obteno de solues mais condizentes com situaes reais, entretanto, o uso
de multimodos exige um esforo computacional maior, pois cada modo adicional
implica em uma equao constitutiva tensorial a mais no modelo.
A grande diferena entre o custo computacional envolvido no escoamento de
fluidos newtonianos e viscoelstico pode ser evidenciada atravs de um clculo simples,
apresentado a seguir. Na simulao de um escoamento bidimensional, para cada volume
de controle so resolvidas trs equaes no caso de um fluido newtoniano, que
apresentam como incgnitas presso, vx e vy. No caso de um fluido viscoelstico, tem-se
para cada volume de controle o acrscimo de N 3 equaes diferenciais provenientes
das equaes para determinao dos componentes polimricas do tensor tenso em cada
um dos modos de relaxao ( xxPk , xyPk e
yyPk ). Em uma malha computacional com NV
volumes de controle isso resulta em VN 3 equaes para fluidos newtonianos e
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( ) VNN 1 3 + para fluidos viscoelsticos. Considerando uma malha computacional com 100 volumes de controle e somente quatro modos de relaxao existe uma diferena de
1.200 equaes a mais para simulao de fluidos viscoelsticos. Logo, reduzir a malha
computacional para este tipo de escoamento significa reduzir consideravelmente o
esforo e, consequentemente, o tempo computacional empregado na simulao, o que
certamente justifica o emprego neste tipo de problema de esquemas de alta ordem aliado
a tcnicas de partio multibloco.
Alm do nmero de Reynolds, no estudo de fluidos viscoelsticos existem dois
nmeros adimensionais de grande importncia, o nmero de Deborah que define a razo
entre o tempo de relaxao do polmero e um determinando tempo caracterstico do
escoamento, e o nmero de Weissenberg, que definido como o produto do tempo de
relaxao do polmero por uma taxa de deformao caracterstica do escoamento. A
soluo de escoamento de fluidos viscoelsticos que apresenta valores elevados destes
nmeros adimensionais de difcil obteno devido presena de gradientes elevados
gerados pelo aumento da elasticidade do fluido. Em tais condies, grande parte das
ferramentas disponveis apresenta dificuldades para resolver o problema, o que restringe
a simulao a baixos valores destes parmetros. Como os mtodos de alta ordem
apresentam uma melhor acurcia que esquemas de baixa ordem comparados sob
mesmas malhas computacionais, possvel obter resultados melhores com a aplicao
de tais esquemas. Adicionalmente, a aplicao da tcnica multibloco permite refinar o
domnio do problema nas regies onde gradientes elevados ocorrem, otimizando assim
o refino da malha e, consequentemente, reduzindo o esforo computacional empregado.
Portanto, a utilizao de esquemas de alta ordem em conjunto com tcnicas de partio
multibloco pode possibilitar melhorias significativas na simulao de fluidos
viscoelsticos, especialmente em situaes nas quais elevados nmeros de Deborah ou
Weissenberg forem empregados.
Como o escoamento de fluidos viscoelsticos caracterizado por ocorrer em
baixos nmeros de Reynolds, a incluso de modelos de turbulncia , geralmente,
desnecessria na simulao deste tipo de problema (MUNIZ et al., 2005).
7
1.2. Objetivos
A proposta principal deste trabalho o desenvolvido de um mtodo de volumes
finitos de alta ordem utilizando tcnicas de partio multibloco do domnio do problema
para simulao de escoamento de fluidos viscoelsticos.
Os objetivos deste trabalho englobam o desenvolvimento e implementao
computacional de um procedimento de aproximao de alta ordem que deve ser capaz
de manter sua ordem de aproximao global para todo domnio do problema e o
desenvolvimento e implementao computacional de uma tcnica de conexo
multibloco que permita conectar blocos com diferentes graus de refinamento sem
reduzir a ordem da aproximao.
O esquema de alta ordem utilizado neste trabalho foi o esquema de Lagrange de
4 ordem. Para que a ordem global do procedimento fosse mantida, foi necessrio o
desenvolvimento de uma srie de funes de interpolao especficas a pontos contidos
em regies prximas aos contornos do problema. importante ressaltar que a maioria
dos trabalhos da literatura utiliza aproximaes de ordem mais baixa em tais regies,
evitando assim a necessidade de ter de recalcular as frmulas de aproximao nestas
regies. Entretanto, a utilizao de aproximaes de ordem mais baixas nos contornos
faz com que os erros de truncamentos associados sejam propagados e,
consequentemente, reduzam a preciso global do mtodo. Neste trabalho, buscou-se
desenvolver as aproximaes para os termos advectivos, termos difusivos, termos no
lineares na parede do volume de controle e termos no lineares no centro do volume de
controle, que normalmente constituem o modelo de fluidos viscoelsticos, de forma que
todos estes termos apresentem preciso de 4 ordem, independente das regies do
domnio do problema nas quais so empregadas. Com isso, espera-se a obteno de
resultados mais acurados que aqueles obtidos com procedimentos tradicionalmente
utilizados.
A tcnica de conexo multibloco desenvolvida utiliza as prprias funes de
interpolao de Lagrange de 4 ordem para conexo dos blocos com diferentes graus de
refinamento, garantindo assim a manuteno da ordem global da aproximao. A
aplicao desta tcnica s foi possvel graas metodologia desenvolvida para gerao
da malha que permite a conexo direta entre os blocos. Observa-se que os
procedimentos utilizados na literatura normalmente realizam uma ponderao entre
pontos localizados na fronteira dos blocos de diferentes refinamentos, sem a
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preocupao da manuteno da ordem da aproximao. Da mesma forma que para os
contornos do problema, os erros associados reduo da ordem utilizados pela tcnica
de conexo multibloco se propagam reduzindo a ordem global do procedimento. Como
a tcnica de conexo proposta neste trabalho permite utilizar diretamente a funo de
interpolao o procedimento mais acurado e flexvel.
1.3. Organizao
Este documento encontra-se dividido em sete captulos cujo contedo descrito
nos pargrafos a seguir.
No Captulo 2 apresentada a reviso bibliogrfica sobre fluidos viscoelsticos,
as principais equaes constitutivas utilizadas para descrever seu comportamento
reolgico so devidamente detalhadas junto s principais dificuldades reportadas na
literatura para a simulao deste tipo de escoamento.
No Captulo 3 apresentada uma breve reviso sobre a fluidodinmica
computacional, englobando uma sucinta descrio sobre as principais tcnicas
numricas utilizadas pela literatura para a resoluo de problemas de CFD. Neste
captulo tambm apresentada uma reviso sobre os princpios bsicos de aplicao do
mtodo de volumes finitos (MVF), e a descrio da malha de integrao, suas diferentes
formas de construo e os tipos de arranjo das variveis em seu domnio. Em seguida, o
mtodo dos volumes finitos apresentado, os principais esquemas de interpolao
utilizados pela literatura para aproximao dos termos advectivos e difusivos so
revisados, bem como a forma de tratamento de no linearidades, do termo fonte, das
condies de contorno e das condies de entrada, sada, simetria e parede. A seguir,
so apresentadas as tcnicas utilizadas para resoluo do sistema discretizado, gerado na
aplicao do MVF. O captulo ento finalizado com uma reviso dos algoritmos
utilizados no tratamento do acoplamento presso-velocidade.
No Captulo 4 apresentada uma reviso da literatura relativa aos esquemas de
alta ordem, aos procedimentos de tratamento de oscilaes numricas e s tcnicas de
partio multibloco.
No Captulo 5, o procedimento proposto neste trabalho descrito. So
apresentados os esquemas de alta ordem propostos para aproximao dos termos
advectivos, difusivos e no lineares e a tcnica de partio multibloco para conexo dos
blocos com diferentes graus de refinamento de malha.
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No Captulo 6 so apresentados os resultados obtidos atravs do procedimento
numrico proposto. So tratados problemas envolvendo o escoamento de fluidos
newtonianos e viscoelsticos. Foram considerados como, problemas teste, o escoamento
entre placas paralelas, o escoamento entre placas paralelas precedido de uma superfcie
livre de cisalhamento (slip-stick), o escoamento de sada de placas paralelas para uma
superfcie livre de cisalhamento (stick-slip), o escoamento em uma contrao plana e
o escoamento em cavidade quadrada sob a ao de uma placa deslizante (lid-driven).
No captulo 7 so apresentadas as concluses e sugestes para trabalhos futuros.
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2. Fluidos Viscoelsticos
What we know is a drop. What we dont know is an ocean.
Sir. Isaac Newton
Neste captulo apresentada a reviso
bibliogrfica sobre fluidos viscoelsticos. As
principais equaes constitutivas utilizadas para
descrever o comportamento reolgico desse tipo
de fluido so devidamente detalhadas. Ao final do
captulo, so apresentas as principais dificuldades
reportadas na literatura para simulao deste tipo
de escoamento.
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Embora a formao clssica de um engenheiro seja direcionada ao estudo de
fluidos que apresentam comportamento newtoniano, so inmeras as aplicaes de
materiais que apresentam comportamento completamente distinto ao comportamento
deste tipo de fluido. O que o caso dos fluidos viscoelsticos, que hoje em dia esto
presentes em inmeras aplicaes do dia a dia, como em embalagens, em peas para
indstria de construo civil, nas indstrias automobilstica e eletroeletrnica, dentre
inmeras outras aplicaes.
De uma forma geral, a diferena bsica entre fluidos newtonianos e fluidos
viscoelsticos ocorre quando tais fluidos forem submetidos a uma tenso. No caso de
fluidos newtonianos, a tenso de cisalhamento aplicada diretamente proporcional ao
gradiente de velocidade na direo normal, em que a constante que define esta
proporcionalidade a chamada viscosidade. J fluidos viscoelstico respondem de uma
forma completamente distinta ao de uma tenso de cisalhamento, no existindo uma
constante que permita relacionar diretamente a tenso aplicada sobre o fluido sua taxa
de deformao. Fazendo uma analogia aos fluidos newtonianos como se a viscosidade
variasse em funo da tenso aplicada sobre o fluido. Segundo BIRD 2004 et al. (2004),
esta grande distino de comportamento apresentada por este tipo de fluido deve-se a
sua composio qumica. Os fluidos viscoelsticos apresentam cadeias de elevada
massa molecular com muitos graus internos de liberdade, o que permite a formao de
cadeias lineares ou ramificadas que geralmente esto entrelaadas formando estruturas
complexas que podem ser modificadas quando submetidas a uma tenso. Devido
enorme possibilidade de arranjos que as cadeias polimricas podem assumir estes
materiais podem assumir uma infinidade de conformaes.
Em relao formulao do modelo matemtico, a grande distino ocorre no
prprio conjunto de equaes utilizadas para descrever o fluido. No caso de fluidos
newtonianos, o modelo matemtico constitudo pela equao da continuidade e pelas
equaes de conservao da quantidade de movimento, visto que para este caso as
equaes constitutivas utilizadas para descrever o comportamento reolgico do fluido
podem ser diretamente substituda na equao da conservao da quantidade de
movimento. No caso de fluidos viscoelsticos, para a maioria dos casos, as equaes
constitutivas no apresentam uma relao explcita entre os componentes do tensor
tenso com as demais variveis que compem o modelo, isso faz com que estas
equaes sejam partes integrantes do sistema de equaes a ser solucionado. Ou seja, o
12
modelo matemtico utilizado para fluidos viscoelsticos composto, como no caso
newtoniano, pela equao da continuidade e pelas equaes de conservao da
quantidade de movimento acrescido das equaes constitutivas utilizadas para descrever
o comportamento do tensor tenso. Existe na literatura uma grande quantidade de
equaes constitutivas, entretanto, mesmo com todo o esforo envolvido, no existe
ainda uma equao multi-propsito que seja capaz de representar adequadamente o
comportamento de qualquer polmero, o que existe so equaes especficas para
substncias especficas e muitas vezes limitadas tambm por condies operacionais.
Para construo de um modelo matemtico que seja capaz de representar
adequadamente o escoamento, especialmente de materiais polimricos, de extrema
importncia formular corretamente as relaes matemticas que descrevem o
comportamento reolgico do fluido. Normalmente na literatura este comportamento
pode ser classificado dentre os seguintes grupos (FAVERO, 2009):
Slidos de Hooke: slidos, perfeitamente elsticos que, quando submetidos a
uma tenso sofrem uma deformao finita, recuperam a sua conformao inicial uma
vez retirada a tenso. Apresentam uma relao linear entre a tenso e a deformao dada
pelo mdulo de Young, tambm chamado de mdulo elstico.
Fluidos newtonianos: fluidos puramente viscosos que apresentam uma relao
linear entre a taxa de deformao e a tenso aplicada dada pela viscosidade.
Enquadram-se nesta categoria gases e lquidos com peso molecular menor que cerca de
5000 g/mol (BIRD et al., 2004) como, por exemplo: gua e ar.
Fluidos puramente viscosos no newtonianos: fluidos puramente viscosos, mas
que no apresentam uma relao linear entre a tenso e a taxa de deformao. So
materiais que apresentam a viscosidade dependente do tempo e/ou da taxa de
deformao. A relao entre tenso e taxa de deformao dada atravs de uma
equao constitutiva, geralmente explcita em termos da taxa de deformao, de forma
que o nmero de equaes e incgnitas do problema no alterado quando comparado
ao modelo de um fluido newtoniano. So exemplos de materiais que apresentam
viscosidade que depende da taxa de deformao: pseudoplstico no qual a viscosidade
aparente diminui com o aumento da taxa de deformao (Ex: polpa de papel e tinta de
impressora), dilatante em que a viscosidade aparente aumenta com o aumento da taxa de
deformao (Ex: suspenso de amido) e plstico de Bingham que se comporta como um
slido at que uma tenso mnima seja atingida e, aps, apresenta uma relao linear
13
entre tenso e taxa de deformao (Ex: pasta de dente). Fluidos que apresentam a
viscosidade como funo do tempo so denominados: tixotrpico que apresenta
diminuio da viscosidade aparente com o tempo sob a ao de uma tenso de
cisalhamento constante (Ex: Ketchup) e reopticos que apresenta aumento da
viscosidade aparente com o tempo, sob a ao de uma tenso de cisalhamento constante
(Ex: Maionese).
Fluidos viscoelsticos: fluido que apresenta uma associao do comportamento
viscoso e elstico. Uma descrio mais detalhada deste tipo de fluido apresentada no
item a seguir.
2.1. Fluidos Viscoelsticos
Um fluido classificado como elstico quando a aplicao de um campo de
tenso gera uma deformao no material que naturalmente desaparece logo aps
cessada a fora. Um fluido classificado como viscoso quando a aplicao de um
campo de tenso causa uma deformao que mantida logo depois de retirada esta
fora. Fluidos viscoelsticos so assim chamados, pois apresentam em conjunto
caractersticas elsticas e viscosas (BIRD et al., 2002).
A resposta viscoelstica de materiais polimricos um assunto que tem sido
fonte de inmeras pesquisas e desenvolvimento durante as ltimas dcadas e mesmo
nos dias de hoje ainda existe uma grande quantidade de trabalhos direcionados ao
melhor entendimento deste fenmeno. Este crescente interesse da literatura deve-se a
grande quantidade de substncias polimricas que apresentam aplicaes industriais,
como o caso do plstico e da borracha.
O tempo e a temperatura exercem uma grande influncia nas propriedades
mecnicas do polmero, dependncia esta que muito maior que em outros materiais
como, por exemplo, em metais. Assim, uma compreenso do comportamento
viscoelstico fundamental para a manufatura e a utilizao do polmero. Entretanto, a
viscoelasticidade um assunto de grande complexidade que apresenta uma srie de
dificuldades conceituais (SHAW e MACKNIGHT, 2005).
Existe uma srie de experimentos que evidenciam a clara distino entre o
comportamento de fluidos newtonianos e polimricos (BIRD et al., 1987 e FERRY,
1980). Um destes experimentos submeter o fluido a uma taxa de deformao constante
at que o estado estacionrio seja atingido e aps decorrido um determinado tempo,
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interromper o movimento. Para fluidos newtonianos imediatamente a tenso cai a zero,
j para fluidos viscoelsticos a tenso apresenta um valor finito e decai
exponencialmente com tempo, normalmente conhecido como tempo de relaxao.
Outro experimento que tambm demonstra um comportamento bastante distinto
dos fluidos polimricos o Rod-Climbing que consiste em colocar o fluido contido
em um bcher sob agitao atravs de um eixo rotatrio. Para o fluido newtoniano
possvel observar a formao de um vrtice junto ao eixo do agitador. J no caso de
fluidos polimricos observa-se que o fluido sobe junto ao eixo do agitador. Isso ocorre
porque as linhas de corrente so crculos fechados e as tenses normais ao longo das
linhas de corrente estrangulam o fluido gerando uma fora que age para dentro em
oposio a fora centrfuga e para cima oposta a fora gravitacional (BIRD et al., 1987).
Outro efeito caractersticos de fluidos viscoelsticos o efeito de inchamento do
estruturado (Extrudate Swell ou die Swell), no qual observado um aumento de
tamanho da seo vertical, que pode chegar at 300% do dimetro original, quando uma
substancia polimrica sai de um tubo devido s propriedades elsticas do fluido. No
caso de fluidos newtonianos, quando submetidos ao mesmo experimento no existe
mudanas significativas neste dimetro (BIRD et al., 1987).
Todos os produtos de origem polimrica passam por algum processo que
transforma o produto bruto, que a resina virgem, em um bem de consumo final.
Exemplos destes processos de transformao so: o processo de pultruso, extruso,
moldagem por injeo ou sopro, dentre muitos outros. Cada um destes processos
destina-se a produo de um determinado bem de consumo. Entretanto, na grande
maioria dos casos o que ocorre a fuso do material para que seja processado,
assumindo a forma de interesse final. O desenvolvimento de um modelo matemtico
que permita descrever adequadamente esses processos permite que inmeros estudos
possam ser conduzidos, na grande maioria das vezes de forma mais econmica e segura,
possibilitando o estudo de condies operacionais, da relao com que tais condies
afetam o processo e at mesmo das propriedades mecnicas finais do polmero.
Podendo assim proporcionar melhoras significativas no processo e consequentemente
no produto, reduzindo o custo de operao e aumentando o lucro.
15
2.2. Nmeros adimensionais Caractersticos e Funes Materiais
Grande parte dos fenmenos caractersticos dos fluidos viscoelsticos deve-se s
tenses geradas no escoamento devido ao estiramento e alinhamento das cadeias
polimricas ao longo das linhas de corrente. Em um processo transiente de relaxao de
tenses o tempo que o material leva para retornar a sua conformao de menor energia
conhecido como tempo de relaxao. Deste tempo, que caracterstico do fluido,
decorre um nmero que de fundamental importncia para o escoamento de fluidos
viscoelsticos, chamado de nmero de Deborah (De), que define a razo entre o tempo
de relaxao do polmero () e um tempo caracterstico do escoamento (tc), definido
pela equao:
ctDe =
2.1
O nmero de Deborah est diretamente relacionado com o efeito elstico do
material. Quanto maior este nmero, mais pronunciado o efeito elstico, sendo nulo
para fluidos newtonianos. No existe um nico tempo de relaxao para um polmero, o
que existe na realidade um espectro de relaxao, pois um polmero formado por
diversas cadeias de diferentes tamanhos e conformaes, cada qual com um tempo de
relaxao caracterstico e este tempo tambm depende da geometria. No clculo do
nmero de Deborah o tempo de relaxao caracterstico recomendado pode ser o maior
ou o que apresenta maior importncia dentro do espectro de relaxao.
Outro nmero adimensional de extrema importncia o nmero de Weissenberg
(We), que definido pelo produto entre o tempo de relaxao do polmero () e uma
taxa de deformao caracterstica do escoamento (c), definido pela equao:
cWe = 2.2
A menos que a deformao seja muito pequena ou muito lenta o comportamento
de um fluido viscoelstico no linear, o nmero de Weissenberg tem como finalidade
descrever esta no linearidade e tambm indicar o grau de anisotropia ou de orientao
gerada por uma deformao transitria. O nmero de Weissenberg tambm apropriado
para descrever os escoamentos que apresentam um estiramento constante ao longo do
tempo. Em contrapartida, o nmero de Deborah governa o grau de elasticidade que se
manifesta em resposta a uma deformao transitria e deve ser usado para descrever os
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escoamentos que apresentam estiramentos variveis ao longo do tempo, e fisicamente
representa a taxa na qual a energia elstica armazenada ou liberada (DEALY 2010;
BIRD et al., 1987).
Se o nmero de Deborah for pequeno, o movimento trmico mantm as
molculas mais ou menos em sua configurao de equilbrio e o lquido polimrico
apresenta um comportamento prximo a de um fluido newtoniano. dito que o
comportamento de um fluido newtoniano atingido quando De0. Em contrapartida,
se o nmero de Deborah for grande as molculas polimricas que forem distorcidas pelo
escoamento no tero tempo de mudar de conformao durante a escala de tempo do
processo ou do experimento. No limite, quando De o experimento acontece to
rpido que as molculas do polmero no tm tempo de mudar de configurao e o
comportamento do fluido mais ou menos como o de um slido de Hooke (BIRD et al.,
1987).
Tais nmeros surgem naturalmente durante o procedimento de
adimensionamento das equaes constitutivas para fluidos viscoelsticos, da mesma
forma que o nmero de Reynolds surge no adimensionamento das equaes de
conservao de quantidade de movimento, sendo definido pela expresso:
UL
=Re
2.3
em que representa a massa especfica, U a velocidade, L um comprimento
caracterstico e a viscosidade dinmica taxa de deformao caracterstica do