Improbidade Administrativa

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Direito Administrativo - Lei 2973_Capitulo Improbidade Administrativa.pdf

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    DIREITO ADMINISTRATIVO

    Captulo do Livro On Line: Improbidade Administrativa

    1. Generalidades e Sujeitos:

    - Improbidade Administrativa tem fundamento no Art. 37, caput da CF; moralidade

    = base jurdica da improbidade;

    - Improbidade corresponde a uma imoralidade qualificada, pela presena do

    elemento subjetivo;

    - Art. 37, 4 da CF = previso de improbidade administrativa = grifar todo esse

    pargrafo; improbidade no tem uma feio penal;

    - Lei de Improbidade n 8.429/92;

    - Decreto 201/67;

    1.1. Ativo: sujeito ativo do ATO de improbidade; aquele que pratica o ato; pode

    ser:

    a) agente pblico (o conceito de agente pblico muito maior do que o conceito de

    servidor / servidor uma categoria de agente; agentes = envolvem os militares,

    particulares em colaborao, agentes polticos e servidores);

    b) terceiros que lidam com a Administrao e se beneficiam da pratica da

    improbidade; ex; empreiteiros, licitantes; Art. 3 da Lei 8429/92;

    Art. 1 Os atos de improbidade praticados por qualquer agente pblico, servidor ou no, contra a administrao direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, de Territrio, de empresa incorporada ao patrimnio pblico ou de entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com mais de cinqenta por cento do patrimnio ou da receita anual, sero punidos na forma desta lei.

    Art. 2 Reputa-se agente pblico, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou funo nas entidades mencionadas no artigo anterior. (Art. 327 CP = conceito amplo para servidor)

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    OBS: O STF julgando a Reclamao 2138 afastou a lei de improbidade

    administrativa a determinados agentes POLTICOS: Presidente da Repblica e

    Ministros de Estado, aplicando-se para essas unicamente os crimes de

    responsabilidade, previstos na Lei 1.079/50.

    Art. 3 As disposies desta lei so aplicveis, no que couber, quele que, mesmo no sendo

    agente pblico, induza ou concorra para a prtica do ato de improbidade ou dele se beneficie sob

    qualquer forma direta ou indireta.

    OBS: O terceiro isoladamente, NO pratica improbidade. necessria a

    participao de um agente pblico. O terceiro sozinho causa um dano. O

    litisconsrcio entre o agente e o terceiro apenas facultativo.

    OBS: O parecerista RESPONDE por ato de improbidade quando, a sua pea

    opinativa constitui em documento dolosamente elaborado, no intuito de camuflar ou

    calar uma ilegalidade; entendimento do STJ;

    1.2. Passivo: a Administrao Pblica; Direta, Indireta; Art. 1 da Lei 8429/92; o

    sujeito passivo patrimnio pblico; o dinheiro pblico; cabe tambm

    improbidade envolvendo pessoa privadas que recebam recursos pblicos,

    limitando-se quilo que pblico;

    Art. 1 - (...) contra a administrao direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, de Territrio, de empresa incorporada ao patrimnio pblico ou de entidade (...)

    Pargrafo nico. Esto tambm sujeitos s penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimnio de entidade que receba subveno, benefcio ou incentivo, fiscal ou creditcio, de rgo pblico bem como daquelas para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com menos de cinqenta por cento do patrimnio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sano patrimonial repercusso do ilcito sobre a contribuio dos cofres pblicos.

    2. Ao por Improbidade:

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    - Sujeitos da AO: autor e ru da ao judicial, que visa punir os responsveis

    pela pratica do ato de improbidade;

    2.1. Autor: pode ser o Ministrio Pblico; pessoa jurdica lesada;

    OBS: Cidado NO pode ser autor de ao de improbidade;

    OBS: O MP quando no for parte, atuar como fiscal da lei;

    2.2. Ru: pode ser o agente pblico ou agentes pblicos e/ou terceiros que lidam

    com a Administrao Pblica;

    OBS: vedado acordo ou transao envolvendo a ao por improbidade;

    indisponibilidade do interesse pblico;

    OBS: Quando o MP o autor da ao, deve ser dada cincia a pessoa jurdica

    lesada, para que busque o integral ressarcimento do prejuzo que lhe causado;

    Ao Civil Pblica condena em dinheiro e vai para um fundo; Ao por Improbidade

    visa o ressarcimento da pessoa lesada;

    - Art. 17 da Lei 8429/92;

    Art. 17. A ao principal, que ter o rito ordinrio, ser proposta pelo Ministrio Pblico ou pela pessoa jurdica interessada, dentro de trinta dias da efetivao da medida cautelar. 1 vedada a transao, acordo ou conciliao nas aes de que trata o caput. 2 A Fazenda Pblica, quando for o caso, promover as aes necessrias complementao do ressarcimento do patrimnio pblico. 3

    o No caso de a ao principal ter sido proposta pelo Ministrio Pblico, aplica-se, no que couber,

    o disposto no 3o do art. 6

    o da Lei n

    o 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redao dada pela Lei n

    9.366, de 1996) 4 O Ministrio Pblico, se no intervir no processo como parte, atuar obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

    OBS: O nome da ao Ao Civil Por Improbidade Administrativa;

    OBS: Na ao por improbidade, a citao do ru, NO a primeira medida adota

    pelo Juiz. Isso porque, antes de citado o ru, ser feita a NOTIFICAO DO

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    REQUERIDO, para apresentar MANIFESTAO por escrito. Se aps essa

    manifestao o Juiz receber a petio inicial da ao por improbidade, a sim, ser

    o ru citado para apresentar a contestao.

    Isso corresponde a uma bifurcao da angularizao processual, e visa impedir o

    uso poltico da ao por improbidade;

    - Art. 17, 7 e 9 da Lei 8429/92;

    7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandar autu-la e ordenar a notificao do

    requerido, para oferecer manifestao por escrito, que poder ser instruda com documentos e justificaes, dentro do prazo de quinze dias.

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    o Recebida a petio inicial, ser o ru citado para apresentar contestao.

    OBS: A ausncia da notificao ANTES da citao implica nulidade absoluta do

    processo, desde que comprovado o prejuzo defesa; NO existe nulidade sem

    prejuzo;

    OBS: A deciso de recebimento da inicial pode ser concisa quanto a

    fundamentao; Toda deciso judicial tem que ser fundamentada, mas para

    receber a inicial, pode ser em trs linhas;

    OBS: In dbio pro societate, se o juiz tiver duvida entre receber ou no a inicial, o

    juiz dever receber em prol do interesse da sociedade;

    OBS: NO cabe habeas corpus para trancar ao civil por improbidade; A

    improbidade no tem caracterstica penal;

    OBS: Cabe reexame necessrio obrigatrio na sentena de improcedncia da ao

    por improbidade;

    OBS: Cabe na Ao por improbidade, pedido de liminar;

    a) A liminar para a indisponibilidade dos bens do indiciado;

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    b) NO esquecer, pedir que seja oficiado o cartrio de imveis e o DETRAN, para

    a indisponibilidade dos bens; efetivao da medida liminar (pode oficiar tambm o

    Banco Central, por exemplo);

    c) A liminar alcana quebra do sigilo bancrio, alcana tudo (antes e depois);

    d) A liminar alcana tambm a multa aplicada em razo da improbidade;

    Art. 6 No caso de enriquecimento ilcito, perder o agente pblico ou terceiro beneficirio os bens ou valores acrescidos ao seu patrimnio. Art. 7 Quando o ato de improbidade causar leso ao patrimnio pblico ou ensejar enriquecimento ilcito, caber a autoridade administrativa responsvel pelo inqurito representar ao Ministrio Pblico, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. Pargrafo nico. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recair sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acrscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilcito.

    Art. 16. Havendo fundados indcios de responsabilidade, a comisso representar ao Ministrio Pblico ou procuradoria do rgo para que requeira ao juzo competente a decretao do seqestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimnio pblico.

    1 O pedido de seqestro ser processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Cdigo de Processo Civil.

    2 Quando for o caso, o pedido incluir a investigao, o exame e o bloqueio de bens, contas bancrias e aplicaes financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

    2.3. Prescrio:

    - Art. 23 da Lei 8.429/92;

    - O primeiro critrio envolve o exerccio de cargo em comisso, exerccio de funo

    de confiana e o exerccio de mandato;

    - O segundo critrio envolve cargo pblico efetivo ou emprego pblico efetivo;

    - O prazo prescricional se d em cinco anos, a contar no da prtica do fato, MAS

    do trmino do exerccio;

    Art. 23. As aes destinadas a levar a efeitos as sanes previstas nesta lei podem ser propostas: I - at cinco anos aps o trmino do exerccio de mandato, de cargo em comisso ou de funo de confiana; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei especfica para faltas disciplinares punveis com demisso a bem do servio pblico, nos casos de exerccio de cargo efetivo ou emprego.

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    - Ao que visa o ressarcimento ao errio imprescritvel; Art. 37, 5 da CF;

    - Art. 8 da Lei 8429/92;

    3. Atos de Improbidade X Sanes:

    - Art. 9 at 11 da Lei 8429/92 = para os atos;

    a) Ato de enriquecimento ilcito: SOMENTE pode ser doloso;

    b) Ato de leso ao errio: pode ser doloso e culposo;

    c) Ato que atenta contra os princpios da Administrao Pblica: SOMENTE pode

    ser doloso;

    - Art. 12 da Lei 8429/92 traz as sanes para os atos praticados;

    a) Quando o ato for do art. 9 = inciso I;

    b) Quanto o ato for do art. 10 = aplica o inciso II;

    c) Quando o ato for do art.11 = aplica o inciso III;

    OBS: Se os atos praticados forem mais de um dos artigos, a sano aplicada ser

    a MAIS GRAVE;

    4. O que ocorrer:

    - Art. 13 da Lei 8429/92;

    - Declarao de bens; ver qual foi a evoluo patrimonial da pessoa;

    - 3 = punio = nunca mais volta para nenhum servio pblico;

    - Art. 13, 5 da Lei 8112/90 = servidor federal tambm tem que apresentar

    declarao de bens com base nessa lei;

    Art. 13. A posse e o exerccio de agente pblico ficam condicionados apresentao de declarao dos bens e valores que compem o seu patrimnio privado, a fim de ser arquivada no servio de pessoal competente. (Regulamento) (Regulamento) 1 A declarao compreender imveis, mveis, semoventes, dinheiro, ttulos, aes, e qualquer outra espcie de bens e valores patrimoniais, localizado no Pas ou no exterior, e, quando for o caso, abranger os bens e valores patrimoniais do cnjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependncia econmica do declarante, excludos apenas os objetos e utenslios de uso domstico. 2 A declarao de bens ser anualmente atualizada e na data em que o agente pblico deixar o exerccio do mandato, cargo, emprego ou funo.

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    3 Ser punido com a pena de demisso, a bem do servio pblico, sem prejuzo de outras sanes cabveis, o agente pblico que se recusar a prestar declarao dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. 4 O declarante, a seu critrio, poder entregar cpia da declarao anual de bens apresentada Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislao do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessrias atualizaes, para suprir a exigncia contida no caput e no 2 deste artigo.

    5. Normas e dispositivos legais pertinentes ao tema:

    ASSUNTO NORMA

    CONSTITUCIONAL

    LEI(S) CORRELATAS(S)

    IMPROBIDADE

    ADMINISTRATIVA

    . 37;

    . 37, 4

    . lei 8.4294/92

    . lei 8.112/90 (art. 142)

    . Cdigo Penal (art. 109)

    . Lei 1.079/50

    . Dec 200/67

    6. Aspectos jurisprudenciais

    Smula 703/STF

    7. Questes sobre o tema QUESTES SOBRE O TEMA (EXTRADAS DO

    NOSSO LIVRO DE DIREITO MATERIAL E QUESTES)

    UnB / CESPE OAB Exame de Ordem 2007.1

    Questo 1

    Pedro, ex-prefeito do municpio X, est sendo processado pelo

    Ministrio Pblico por ato de improbidade, j que teria utilizado,

    em sua propriedade, veculos e pessoal do servio pblico

    municipal para construo de uma churrasqueira.

    Considerando a situao acima, redija um texto

    fundamentado esclarecendo qual a natureza jurdica dos atos

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    de improbidade administrativa praticados pelo ex-prefeito e

    qual o rgo do Poder Judicirio competente para julgar tais

    atos.

    COMENTRIOS

    O ordenamento jurdico ptrio estabelece, em diversos dispositivos e na

    prpria Constituio Federal, diversas regras de natureza cogente impondo a

    absoluta retido s condutas dos agentes pblicos em geral, que devem atender,

    ainda, aos princpios informativos do regime jurdico administrativo, dentre os quais o

    postulado da moralidade.

    No caso em tela, a conduta do ex-prefeito do municpio X atenta contra o

    referido princpio, caracterizando ato de improbidade administrativa previsto no art.

    37, 4 da CF.

    Regulamentando o referido texto constitucional, a Lei 8.429/92 prev, nos

    arts. 9, 10 e 11, trs diferentes espcies de atos de improbidade administrativas, isto

    , atos de improbidade que causam enriquecimento ilcito do agente, atos de

    improbidade que causam prejuzo ao errio e os atos de improbidade atentatrios

    aos princpios da administrao pblica.

    No caso em tela, os atos praticados pelo ex-agente poltico caracteriza ato de

    improbidade que causa enriquecimento ilcito, expressamente previsto no art. 9, IV,

    da referida Lei, in verbis:

    Art. 9. - Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilcito auferir

    qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razo do exerccio de cargo, mandato,

    funo, empregou ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1. desta Lei, e

    notadamente:

    ...

    IV utilizar, em obra ou servio particular, veculos, mquinas, equipamentos ou material de

    qualquer natureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidades mencionadas no

    art. 1. desta Lei, bem como o trabalho de servidores pblicos, empregados ou terceiros

    contratados por essas entidades;.

    Finalmente, considerando inexistir qualquer privilgio de foro aos prefeitos em

    razo de ato de improbidade administrativa, ser competente para processar e julgar

    a ao o Juzo da Direito de primeiro grau, valendo ressaltar que o art. 29, X, da CF,

    que estabelece o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justia, refere-se a

    aes de natureza penal, hiptese distinta, portanto, das aes envolvendo a prtica

    de atos de improbidade administrativa.

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    OAB 2009.1 Padro de resposta oficial-Cespe

    Questo 1

    Joo, prefeito municipal, na vigncia de seu mandato, permitiu

    locao de bem por preo superior ao de mercado, alm de ter

    percebido diretamente vantagem econmica para facilitar a

    a l i e n a o d e b e m p b l i c o

    por preo inferior ao valor de mercado. O mandato de Joo

    terminou em 31/12/2003, e, em 10/12/2008, o Ministrio Pblico

    ajuizou ao de improbidade administrativa contra ele, que foi

    regularmente citado em 19/12/2008. Em sua defesa, Joo alegou

    p r e s c r i o d o s a t o s a e l e i m p u t a d o s .

    Considerando a situao hipottica acima apresentada e a

    corrente doutrinria que admite que prefeito municipal

    responda por atos de improbidade administrativa, esclarea se

    houve prescrio dos atos imputados a Joo. Caso a resposta

    seja afirmativa, justifique-a, caso seja negativa, indique, com a

    devida fundamentao, as cominaes a que Joo est sujeito.

    DISCURSIVA DIREITO ADMINISTRATIVO QUESTO 1

    Quesito avaliado Faixa de

    Valores

    Atendiment

    o ao

    Quesito

    1 Apresentao, estrutura textual e correo gramatical 0,00 a 0,20

    2 Fundamentao e consistncia

    2.01 No-ocorrncia da prescrio 0,00 a 0,20

    2.02 Sanes: Lei n. 8.429/1992, art. 12, I (0,20) e II

    (0,20) 0,00 a 0,40

    3 Domnio do raciocnio jurdico (adequao da

    resposta ao problema; tcnica profissional

    demonstrada; capacidade de interpretao e

    0,00 a 0,20

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    10

    exposio)

    OAB 2009.3 Padres de resposta oficial-Cespe

    Questo 5

    O Ministrio Pblico Federal ajuizou ao de improbidade

    administrativa contra agentes pblicos que simularam gastos

    para o recebimento indevido de R$ 100.000,00 em desfavor do

    municpio M, que tambm ingressou na ao no plo ativo.

    Antes da deciso condenatria, os referidos agentes

    promoveram, em juzo, o ressarcimento, ao errio, da quantia

    indevidamente recebida e postularam autoridade julgadora a

    extino do processo, sob o fundamento de que o

    ressarcimento integral do dano patrimonial causado ao errio

    implicaria ausncia de prejuzo aos cofres pblicos, de modo a

    no mais se justificar a aplicao das sanes da lei que

    dispe sobre improbidade administrativa (Lei n.o 8.429/1992).

    A autoridade julgadora, em ateno aos princpios

    constitucionais do contraditrio e da ampla defesa, intimou o

    municpio para que se manifestasse acerca do alegado.

    Em face dessa situao hipottica, responda, de forma

    fundamentada, se h amparo legal pretenso deduzida pelos

    agentes.

    PADRO DE RESPOSTA

    Deve-se destacar que o ressarcimento ao errio no implica anistia do ato de

    improbidade, mas dever dos agentes. Isso porque, nos termos do art. 12 da Lei n.

    8.429/1992, se os agentes no promoverem o ressarcimento de forma espontnea,

    so compelidos a faz-lo pela sentena condenatria.

    Assim, ainda que haja o integral ressarcimento do dano patrimonial ao errio, tal fato

    no elide a condenao dos agentes mprobos no tocante s demais sanes

    previstas na lei de improbidade administrativa. Com efeito, a Lei n. 8.429/1992 tem

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    por finalidade precpua coibir, punir e afastar da atividade pblica os agentes que

    praticam condutas incompatveis com o cargo pblico ocupado. Nesse sentido, o art.

    12 do aludido diploma legal estabelece, para cada uma das condutas descritas na lei,

    as respectivas sanes cabveis. Para todas as condutas descritas encontra-se

    prevista a sano de ressarcimento integral do dano, quando houver.

    Dessa forma, a reparao do dano o mnimo a ser atendido pelo agente diante da

    prtica de um ato de improbidade que configure leso ao errio. Tal atitude, todavia,

    no elide as demais sanes previstas nos incisos do referido art. 12, pois a

    reparao do prejuzo no constitui, por si s, elemento suficiente para atender ao

    esprito da Lei n. 8.429/1992, sob pena de esvaziamento da sua prpria essncia,

    visto que tem como um de seus principais objetivos inibir a reiterao da conduta

    ilcita. Portanto, embora seja certo que as sanes constantes do art. 12 do diploma

    legal no so necessariamente aplicveis cumulativamente, tambm verdade que,

    diante do ato de improbidade, a sano no pode limitar-se ao ressarcimento dos

    danos, embora a autoridade julgadora deva, com fundamento na proporcionalidade e

    razoabilidade, considerar o ressarcimento quando da dosimetria da sano a ser

    imposta.

    Deve-se, portanto, destacar que a hiptese no de extino do processo.

    8. Questes (extras) sobre o tema (TRATAREMOS DESSAS QUESTES NA LTIMA SEMANA DO NOSSO CURSO, QUANDO FAREMOS A REVISO DE DIREITO MATERIAL):

    . De quem a competncia para julgar ex-prefeito por ato de improbidade

    administrativa?

    . De quem a competncia para julgar Governador por ato de improbidade

    administrativa?

    . Nas hipteses em que um ato de improbidade configure tambm um ilcito

    administrativo e um ilcito penal, como se dar a contagem da prescrio?

    . Explique como se d a contagem de prescrio da ao por atos de

    improbidade envolvendo um indivduo ocupante de funo de confiana.