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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei n.° 8.429/92) - Resumo IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei n.° 8.429/92) improbidade é desonestidade; ato de improbidade em si não é crime, tanto que aquele que o pratica é julgado na esfera cível, entretanto, se a conduta praticada também for tipificada como um crime pela legislação penal, aquele que praticou a conduta será responsabilizado na esfera cível pelo ato de improbidade e também a esfera penal pelo crime praticado. Modalidades de Improbidade a) Atos que geram enriquecimento ilícito (art. 9° da Lei n.° 8.429/92) – exige o dolo; b) Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10 da Lei n.° 8.429/92) – exige dolo ou culpa; c) Atos que afrontam os princípios da Administração (art. 11 da Lei n.° 8.429/92) – exige dolo. Sanções - O art. 37, §4°, da CF prevê as seguintes sanções àquele que cometa ato de improbidade: Ressarcimento ao erário; Suspensão dos direitos políticos; O responsável por cometer ato de improbidade sofrerá a sanção de suspensão dos direitos políticos, pena esta aplicável a todas as hipóteses de cometimento de ato de improbidade. Gabarito preliminar: CORRETA Alteração de gabarito: RECURSO DEFERIDO COM ANULAÇÃO Justificativa: Algumas decisões do STJ trazem exemplos de responsabilização de pessoas jurídicas pelo ato de improbidade. Nesses casos, portanto, não caberia suspensão dos direitos políticos, pois a Pessoa Jurídica seria responsabilizada. Por esse motivo, opta-se pela anulação do item (Delegado AL – CESPE/2012). Indisponibilidade dos bens; Perda da função pública. OBS .: A Lei de Improbidade prevê as quatro sanções mencionadas anteriormente e mais duas que são: a multa civil e a proibição de contratar com a Administração e receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios. Algumas sanções previstas na Lei de Improbidade podem ser aplicadas de forma gradativa, ou seja, podem ser mais leves ou mais graves, dependendo da modalidade de improbidade que foi praticada, conforme estabelece o art. 12 da Lei n.° 8.429/92: Enriquecimento ilícito Prejuízo ao Erário Afronta aos princípios da Administração Ressarcimento integral Se houver dano Sim Se houver dano Perda da função pública Sim Sim Sim Suspensão dos direitos políticos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos Multa civil Até 3x o valor do acréscimo Até 2x o valor do dano Até 100x o valor da remuneração Proibição de contratar com a Administração 10 anos 5 anos 3 anos Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio Sim Se houver acréscimo Não

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei n.° 8.429/92) - ResumoIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei n.° 8.429/92) improbidade é desonestidade; ato de improbidade em si não é crime, tanto que aquele que o pratica é julgado na esfera cível, entretanto, se a conduta praticada também for tipificada como um crime pela legislação penal, aquele que praticou a conduta será responsabilizado na esfera cível pelo ato de improbidade e também a esfera penal pelo crime praticado.Modalidades de Improbidade

a)     Atos que geram enriquecimento ilícito (art. 9° da Lei n.° 8.429/92) – exige o dolo;b)     Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10 da Lei n.° 8.429/92) – exige dolo ou culpa;c)     Atos que afrontam os princípios da Administração (art. 11 da Lei n.° 8.429/92) – exige dolo.

Sanções- O art. 37, §4°, da CF prevê as seguintes sanções àquele que cometa ato de improbidade:        Ressarcimento ao erário;        Suspensão dos direitos políticos;  O responsável por cometer ato de improbidade sofrerá a

sanção de suspensão dos direitos políticos, pena esta aplicável a todas as hipóteses de cometimento de ato de improbidade. Gabarito preliminar: CORRETA Alteração de gabarito: RECURSO DEFERIDO COM ANULAÇÃO Justificativa:  Algumas decisões do STJ trazem exemplos de responsabilização de pessoas jurídicas pelo ato de improbidade. Nesses casos, portanto, não caberia suspensão dos direitos políticos, pois a Pessoa Jurídica seria responsabilizada. Por esse motivo, opta-se pela anulação do item (Delegado AL – CESPE/2012).        Indisponibilidade dos bens;        Perda da função pública.

OBS.: A Lei de Improbidade prevê as quatro sanções mencionadas anteriormente e mais duas que são: a multa civil e a proibição de contratar com a Administração e receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios. Algumas sanções previstas na Lei de Improbidade podem ser aplicadas de forma gradativa, ou seja, podem ser mais leves ou mais graves, dependendo da modalidade de improbidade que foi praticada, conforme estabelece o art. 12 da Lei n.° 8.429/92:

Enriquecimento ilícito Prejuízo ao Erário Afronta aos princípios da

Administração

Ressarcimento integral Se houver dano Sim Se houver danoPerda da função pública Sim Sim SimSuspensão dos direitos

políticos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos

Multa civil Até 3x o valor do acréscimo

Até 2x o valor do dano Até 100x o valor da remuneração

Proibição de contratar com a Administração 10 anos 5 anos 3 anos

Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao

patrimônioSim Se houver acréscimo Não

OBS.: As sanções previstas na Lei de Improbidade poderão ser aplicadas CUMULATIVAMENTE e independem da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, logo, basta a prática da conduta para que o agente seja punido por um ato de improbidade, independente do resultado alcançado, salvo quanto ao ressarcimento ao erário, que apenas será aplicado quando houver efetivo prejuízo ao patrimônio público. Quando a conduta praticada for enquadrada em mais de uma modalidade de improbidade, as sanções poderão ser aplicadas cumulativamente e, na impossibilidade, será aplicada a sanção mais grave (princípio da subsunção).Informações Importantes

         Não há foro privilegiado para o julgamento da ação de improbidade, que tramita  justiça comum pelo rito ordinário. É importante lembrar que alguns agentes, ao praticarem ato de improbidade, praticam crime de responsabilidade, e serão processados e julgados por determinados órgãos, conforme prevê a CF. Ex.: compete ao Senado Federal processar e julgar o Presidente da República pelos crimes de responsabilidade (art. 52, I, da CF).

         Sujeito passivo da conduta é a Administração direta e indireta ou qualquer entidade em que o Poder Público tenha concorrido com pelo menos 50% do patrimônio dela. Estão também sujeitos às penalidades os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

         Sujeito ativo da conduta é qualquer agente público (ocupe cargo ou emprego, desempenhe função ou mandato) – atos de improbidade próprios – ou o particular que concorreu ou se beneficiou com a prática do ato – atos de improbidade impróprios ou por equiparação.

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         Magistrados e membros do MP: STF já decidiu que a Lei n.° 8.429/92 não se aplica aos agentes políticos, inclusive aos magistrados e membros do MP, já que os agentes políticos praticam crime de responsabilidade, devendo ser regulados pela Lei n.° 1.079/50 (Lei dos Crimes de Responsabilidade) – divergência na doutrina. STJ – MAGISTRADOS são agentes públicos para fins de aplicação da Lei de Improbidade Administrativa, cabendo contra eles a respectiva ação, na forma dos arts. 2° e 3° da Lei n.° 8.429/92 (REsp n.° 1.249.531). Consoante entendimento do STJ, eventualilícito praticado no exercício da atividade judicante também poderá ser enquadrado como ato de improbidade, respondendo o magistrado por tal fato.

         Prefeitos: STJ – os PREFEITOS podem ser processados por seus atos pela Lei n.° 8.429/92, eis que não se enquadram entre as autoridades submetidas à Lei n.° 1.079/50. O precedente do STF (Rcl n.° 2.138) reforça a tese sobre o cabimento da ação de improbidade em face de agente político de qualquer esfera dos Poderes da União, Estados e Municípios, ressalvando-se apenas as hipóteses em que houver demanda ajuizada contra Ministros de Estado. Assim, os autos devem retornar ao Tribunal “a quo” para que seja processada a ação civil de improbidade administrativa. A jurisprudência desta Corte Superior é assente no sentido de que não há óbices para a aplicação concomitante do Decreto-Lei n.° 201/67 e Lei n.° 8.429/92, pois, "o primeiro impõe a prefeito e vereadores um julgamento político, enquanto a segunda submete-os ao julgamento pela via judicial, pela prática do mesmo fato" (REsp n.° 1.106.159).Cumpre ressaltar que aos prefeitos e vereadores será aplicada a Lei n.° 8.429/92, já que eles não foram albergados pela Lei n.° 1.079/50, por isso, são processados e julgados na justiça comum. Sendo assim, é possível afirmar que um prefeito poderá ser julgado por ato de improbidade pelo juízo singular, com base na Lei n.° 8.429/92, e também pelo crime de responsabilidade, julgado pela Câmara dos Vereadores com base no Decreto-Lei n.° 201/67.Indisponibilidade dos bens  prova do fumus boni iuris  não é sanção é garantiaSTJ – se a pessoa estiver sendo acusada de ter praticado atos de improbidade administrativa, poderá ser decretada a indisponibilidade de seus bens. Para isso, deverá ser provado o “fumus boni iuris”, ou seja, que há fortes indícios de que essa pessoa realmente praticou atos de improbidade. Não é necessário, contudo, provar o “periculum in mora”, ou seja, que a pessoa está se desfazendo de seu patrimônio para evitar o ressarcimento. O requisito cautelar do “periculum in mora” estáimplícito, já que o bloqueio de bens visa a “assegurar o integral ressarcimento do dano”. Em outras palavras, a indisponibilidade de bens é medida que, por força do art. 37, §4°, da CF, decorre AUTOMATICAMENTE do ato de improbidade. Havendo fortes indícios de que a pessoa praticou o ato ímprobo, deverá ser decretada cautelarmente a indisponibilidade, ainda que o agente não esteja praticando qualquer ato para se desfazer de seu patrimônio.OBS.: A indisponibilidade de bens não constitui propriamente uma sanção, mas medida de GARANTIA destinada a assegurar o ressarcimento ao erário (DPE/MA – CESPE/2011).STJ – pode ser decretada a indisponibilidade sobre bens que o acusado possuía ANTES da suposta prática do ato de improbidade? SIM. A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes como depois da prática do ato de improbidade. A indisponibilidade pode recair até mesmo sobre os bens adquiridos antes do início da vigência da Lei de Improbidade Administrativa.

a)     A ação de improbidade será proposta pelo MP ou pessoa jurídica interessada;b)     O MP, quando não for parte na ação, obrigatoriamente atuará como fiscal da lei (custus legis);c)     É vedada, nas ações de improbidade, qualquer transação, acordo ou conciliação;d)     A ação de improbidade poderá ser proposta independente da aprovação ou rejeição de contas públicas,

seja pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas, logo, aquele que praticou o ato de improbidade poderá ser processado mesmo que as contas tenham sido aprovadas;

e)     O STJ já decidiu que a alegação do princípio da insignificância não afasta a aplicação de penalidade com base na Lei n.° 8.429/92 àquele que tenha praticado ato de improbidade;

f)      O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente estará sujeito às previsões da Lei n.° 8.429/92, no que couber, até o limite do valor da herança;

g)     A ação de improbidade deverá ser proposta dentro dos seguintes prazos prescricionais:Até 5 anos, contados do término do mandato, cargo em comissão ou função comissionada;No mesmo prazo prescricional previsto em lei específica para a aplicação da penalidade de demissão

a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego público (de acordo com a Lei n.° 8.112/90, esse prazo é de 5 anos contados do conhecimento do fato).ATENÇÃO: As ações de improbidade que visam o ressarcimento ao erário são IMPRESCRITÍVEIS, conforme prevê a lei e a CF.Procedimento na LIA:Do Procedimento Administrativo e do Processo JudicialRepresentação: que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação dorepresentante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.Rejeição pela autoridade: se esta não contiver as formalidades estabelecidas no §1° deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.Ação principal: terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público (ação civil pública de improbidade) ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar. Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do

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requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de 15 dias.OBS.: STJ – a falta de notificação do acusado para apresentar defesa prévia nas ações submetidas ao rito da Lei de Improbidade Administrativa (art. 17, §7°, da Lei n.° 8.429/1992) é causa de nulidade RELATIVA (EDcl no REsp n.° 1.194.009).Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação davia eleita.  Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

Decisão que receber a petição inicial   caberá agravo de instrumento.

Fonte: http://cadernosparaconcursos.blogspot.com.br/2013/07/improbidade-administrativa-

lei-n-842992.html