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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
RAFAELA GOMES DA SILVA
INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO: UM ESTUDO DE CASO NA JUSTIÇA
FEDERAL NO RIO GRANDE DO NORTE
Natal/RN
2018
RAFAELA GOMES DA SILVA
INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO: UM ESTUDO DE CASO NA JUSTIÇA
FEDERAL NO RIO GRANDE DO NORTE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do curso de Administração da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Administração.
Orientadora: Lilia Asuca Sumiya, Dra.
Natal/RN
2018
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte.
UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
Silva, Rafaela Gomes da.
Inovação no Setor Público: um estudo de caso na Justiça Federal no Rio Grande do
Norte / Rafaela Gomes da Silva. - 2018.
62f.: il.
Monografia (Graduação em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências
Administrativas. Natal, RN, 2018.
Orientador: Profa. Dra. Lilia Asuca Sumiya.
1. Gestão Pública - Monografia. 2. Inovação - Monografia. 3. Tecnologia da
Informação - Monografia. 4. Justiça Federal -Rio Grande do Norte - Monografia. I.
Sumiya, Lilia Asuca. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 35:005.342
RAFAELA GOMES DA SILVA
INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO: UM ESTUDO DE CASO NA JUSTIÇA
FEDERAL NO RIO GRANDE DO NORTE
Monografia apresentada e aprovada em 13/12/2018 pela Banca
Examinadora composta pelos seguintes membros:
Profa. Dra. Lilia Asuca Sumiya
Orientadora
Prof. Dr. Hironobu Sano
Examinador
Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias
Examinador
Dedico este trabalho a minha amada mãe,
Aldeniza Rodrigues, mulher guerreira e
bondosa, melhor exemplo de vida e razão
da minha motivação.
AGRADECIMENTOS
Acima de tudo, o meu principal agradecimento é a Deus, que me guia no
caminho da verdade e me protege com seu infinito amor. A Ele agradeço
imensamente por ter me dado força suficiente para concluir este trabalho e
consequentemente minha graduação.
Aos meus familiares, em especial a minha querida mãe Aldeniza, por me
motivar em cada fase da vida, por ser meu melhor e maior exemplo, mostrando que
tudo pode ser alcançado com sua perseverança, fé e seu grandioso amor. A meu pai
Genival, que com o seu jeito particular, ajuda-me a superar qualquer obstáculo. Aos
meus irmãos, Vanessa, Sara e Marcelo pela companhia, amizade verdadeira e por
todas as orientações de vida pessoal e acadêmica.
À minha orientadora Lilia, agradeço grandemente por ter me acolhido, ter
acreditado em mim como discente, ter me motivado e por sempre estar disponível
para ajudar e dar os melhores direcionamentos.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, agradeço pela oportunidade
única de aprendizagem e crescimento pessoal e profissional.
Aos colegas de graduação, em especial à Eloisa, Leonardo, Emerson, Vania,
Elyab, Valentina, Ana Clara, Elder e Tacyara agradeço pelos momentos de alegria,
pelo apoio nas horas de desespero, por dividirmos anseios, responsabilidades e
trabalhos.
A Justiça Federal no Rio Grande do Norte gostaria de agradecer pela
experiência como estagiária, por todo aprendizado adquirido e todas as amizades
construídas. Agradeço ainda, pela oportunidade de desenvolver esse trabalho nesta
instituição que é exemplo de organização pública.
Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que contribuíram direta ou
indiretamente para a conclusão deste trabalho.
“E, acima de tudo, tenham amor, pois o
amor une perfeitamente todas as coisas”.
(Colossenses 3: 4)
RESUMO
A inovação no setor público está em evidência devido à sua importância para o desenvolvimento das atividades governamentais e, com recursos escassos para atender as demandas crescentes da sociedade, tem-se mostrado uma forma de resolver diversos desafios e entraves que assolam atualmente a gestão pública. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é analisar a Residência em Tecnologia da Informação, na Justiça Federal no Rio Grande do Norte sob a ótica da inovação pública. No tocante a metodologia, a pesquisa é do tipo exploratória e descritiva, de natureza qualitativa e apresenta como estratégia de pesquisa o estudo de caso. As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram a entrevista, com base em roteiro de perguntas predefinidas e a consulta no portal da residência na intranet da instituição. Os resultados evidenciam que a residência surgiu da necessidade de mão de obra do Núcleo de Tecnologia da Informação que não conseguia atender, de forma satisfatória, as demandas de novas soluções em tecnologia da informação. Ademais, o processo de implementação foi conduzido de forma eficiente na organização, o qual resultou em dezessete projetos, aprimorando os processos de trabalho, a comunicação e a facilidade de acesso dos usuários externos aos sistemas da instituição. Conclui-se que o projeto é considerado inovador em virtude da parceria firmada com outra instituição pública, pela redução dos custos e por resolver os problemas da própria organização, ao mesmo tempo em que promove o ensino e contribui com a carreira profissional dos residentes.
Palavras-chave: Inovação. Tecnologia da Informação. Gestão Pública. Justiça Federal no Rio Grande do Norte.
ABSTRACT
The inovation at the public sector is in evidence due to its importance to the development of the governmental organizations and, with the scarce resources to meet the growing demands of society, has show a way to resolve several challenges and obstacles that plague currently the public administration. In this sense, the objective of this work is to analyze the Residence in Information Technology, Federal Justice in Rio Grande do Norte from the perspective of public innovation. Regarding the methodology, the research is exploratory and descriptive, has a qualitative nature and presents as strategy of research the case study. The used techniques for data collection were interviews, based on the script of predefined questions and the query on the residence portal on the institution's intrane. The results shows that the residence arose from the need of manpower of the Nucleus of Information Technology that could not meet, in a satisfactory way, the demands of new solutions in information technology. In addition, the implementation process was conducted efficiently in the organization, which resulted in seventeen projects, improving the work processes, communication and and the ease of access of external users to the institution's systems. It is concluded that the project is considered innovative due to the partnership signed with another public institution, reduction of costs and to solve the problems of the organization itself, at the same time that promotes education and contributes to the professional career of residents. Key Words: Inovation. Information Tecnology. Public Administration. Federal Justice of Rio Grande do Norte.
LISTA DE SIGLAS
CNJ Conselho Nacional de Justiça
CONSAD Conselho Nacional de Secretários e Estado da Administração
CPF Cadastro de Pessoas Físicas
JFRN Justiça Federal no Rio Grande do Norte
NTI Núcleo de Tecnologia da Informação
PJE Sistema de Processo Judicial Eletrônico
SEI Sistema eletrônico de Informações
TCE/RN Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte
TED Termo de Execução Descentralizada
TI Tecnologia da Informação
TJRN Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte
TRF5 Tribunal Regional Federal da 5ª Região
TRT 21ª Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Panorama da inovação no setor público.................................................23
Figura 02 - Resumo da Residência em TI.................................................................36
Figura 03 - Metodologia geral....................................................................................37
Figura 04 - Ciclo de desenvolvimento dos projetos...................................................38
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Resultado de pesquisa na biblioteca digital de monografias................16
Quadro 02 - Definições de inovação.........................................................................19
Quadro 03 - Tipos de inovação no setor público.......................................................25
Quadro 04 - Barreiras externas e internas à inovação..............................................28
Quadro 05 - Barreiras à inovação no setor público...................................................29
Quadro 06 - Quadro de servidores do NTI................................................................40
Quadro 07 - Descrição de projetos finalizados..........................................................45
Quadro 08 - Descrição de projetos em andamento...................................................48
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA .................................. 13
1.2. OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................... 15
1.2.1. Objetivo geral ............................................................................................... 15
1.2.2. Objetivos específicos ................................................................................... 15
1.3. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ........................................................................ 15
1.4. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO .......................................................... 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 18
2.1. CONCEITO DE INOVAÇÃO ............................................................................ 18
2.2. INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO ................................................................. 21
2.3. TIPOS DE INOVAÇÃO .................................................................................... 24
2.4. BARREIRAS À INOVAÇÃO............................................................................. 28
3. METODOLOGIA ................................................................................................. 32
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .............................................................. 32
3.2. PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS ................................................ 33
3.3. PROCEDIMENTOS DA ANÁLISE DE DADOS ............................................... 34
4. ANALISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ................................................... 35
4.1. DESCRIÇÃO E METODOLOGIA DO PROJETO ............................................ 35
4.2. NECESSIDADE DA ADMINISTRAÇÃO .......................................................... 39
4.3. PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO NA JUSTIÇA FEDERAL ....................... 42
4.4. PRINCIPAIS RESULTADOS ........................................................................... 44
4.4.1. PROJETOS FINALIZADOS ......................................................................... 45
4.4.2. PROJETOS EM ANDAMENTO .................................................................... 47
4.5. DESAFIOS E AVALIAÇÃO DA RESIDÊNCIA EM TI ...................................... 50
4.6. INOVAÇÃO NA RESIDÊNCIA EM TI .............................................................. 51
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56
APÊNDICES ............................................................................................................. 59
ANEXOS ............................................................................................................... 5663
13
1. INTRODUÇÃO
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA
Inovação se refere à criação de novas realidades, podendo ser o processo e o
resultado de fazer algo que não havia e de dar novo formato ou utilidade a algo que
já existia. “Ela passa a ser compreendida como um conjunto estruturado de ações
ou operações visando a um resultado e, portanto, a inovação é propensa a ser
estimulada, promovida e gerida” (PLONSKI, 2017, p. 7).
As organizações privadas insistem em buscarem, com a inovação, maiores
margens de lucro, realizar novas estratégias, apresentar diferencial competitivo,
adotar procedimentos mais rápidos e eficientes e aumentar sua participação e
posicionamento no mercado. Tendo em vista a sua importância, a qual é
compreendida, atualmente, como essencial para a sobrevivência no contexto
altamente competitivo e globalizado.
Nesse sentido, a inovação contribui para o crescimento econômico, a
transformação industrial e a vantagem competitiva. Segundo Cavalcante e Camões
(2017), além desses fatores, ela colabora com a melhora da qualidade e eficiência
do serviço público ao aumentar a capacidade governamental em resolver problemas.
Seja organizações públicas ou privadas, ambas estão preocupadas com o processo
de inovação. No entanto, é difícil lidar com o desafio de utilizar recursos
normalmente escassos de forma mais eficaz ou de se tornar mais ágil e flexível em
resposta a um cenário diverso ou novo (TIDD; BESSANT, 2015).
Cavalcante e Cunha (2017, p.121) afirmam que “o tema deixou de ser uma
questão exclusiva de corporações e empresas privadas para ser relevante também
em organizações públicas ao redor do mundo”. Tidd e Bessant (2015, p. 5)
acreditam que “os serviços públicos podem até não gerar lucros, mas afetam a
qualidade de vida de milhões de pessoas”. Acreditam ainda, que ideias brilhantes e
consequentemente bem implementadas podem conduzir a novos serviços valiosos e
à prestação eficiente dos já existentes.
Nesse contexto, as organizações públicas vêm ao longo do tempo
atravessando períodos de rápidas transformações, sendo elas influenciadas por
questões econômicas, ambientais, sociais, tecnológicas e políticas. Cavalcante e
14
Cunha (2017), afirmam que as organizações públicas passaram cada vez mais a se
preocupar com o fomento da prática inovadora em resposta a essas constantes
mudanças.
Segundo Tidd e Bessant (2015, p. 4) “a inovação é movida pela habilidade de
estabelecer relações, detectar oportunidades e tirar proveito delas”. Se trata de um
processo de transformar as oportunidades em novas ideias que tenham amplo uso
prático. Então, nessa linha de pensamento, inovar é algo maior do que conceber
uma ideia, se trata do processo de desenvolver e viabilizar seu uso prático.
“Depende tanto do capital intelectual de seus colaboradores, quanto da estruturação
de um ambiente favorável à troca, à transferência, à adaptação e à aplicação das
ideias” (SILVA; BUVINICH, 2017, p. 207).
Cavalcante et al., (2017) relata que no Brasil, os Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, apresentam iniciativas em relação a inovação no setor
público a todo tempo no país. Seja em diversas esferas e poderes dos governos, há
uma busca por inovações na gestão pública que lhes permitam atender aos anseios
crescentes da cidadania, num contexto de constrição de recursos e retração
acentuada da credibilidade dos governantes (PLONSKI, 2017).
No âmbito do Judiciário, a Justiça Federal no Rio Grande do Norte,
organização da Administração Pública Direta de nível Federal, apresenta essa
preocupação com a busca por inovação. Entre os projetos considerados inovadores
pela instituição, se destaca a “Residência em Tecnologia da Informação”, constituída
por um grupo de 12 alunos de pós-graduação da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), que buscam desenvolver pesquisa, inovação e soluções
de TI (Tecnologia da Informação) para os mais diversos espaços da Justiça Federal,
proporcionando melhorias nos métodos de trabalho da instituição.
É relevante considerar que a adoção de uma inovação por si só não pode ser
entendida como um valor positivo a ser buscado, mas que os efeitos da inovação
podem sim, contribuir significativamente para a geração de valor no setor público,
tornando possível enfrentar os variados e complexos desafios atuais (CAVALCANTE
et al., 2017). Assim, considerando a importância da inovação para as organizações
públicas e a necessidade de compreender os motivos que fazem uma ação ser
inovadora, a problemática que norteará este trabalho é apresentada da seguinte
forma: Quais aspectos da inovação pública estão presentes na Residência em
Tecnologia da Informação na Justiça Federal no Rio Grande do Norte?
15
1.2. OBJETIVOS DA PESQUISA
1.2.1. Objetivo geral
Analisar a Residência em Tecnologia da Informação, na Justiça Federal no
Rio Grande do Norte sob a ótica da inovação pública.
1.2.2. Objetivos específicos
a) Descrever o projeto Residência em Tecnologia da Informação;
b) Compreender o contexto da necessidade de criação do projeto;
c) Analisar o processo de implementação da residência e indicar os
resultados preliminares obtidos para a instituição.
1.3. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
A inovação no setor público está em evidência devido à sua importância para
o desenvolvimento das atividades governamentais. Com recursos escassos para
atender as demandas crescentes da sociedade, ela tem se mostrado uma forma de
resolver diversos desafios e entraves que assolam atualmente a administração
pública (MACHADO; RUPPHENTALl, 2013). Essa realidade atrai a atenção para se
discutir a implantação de tais inovações, principalmente pelos reais benefícios que
podem ser gerados para as organizações públicas.
A escolha da Justiça Federal no Rio Grande do Norte se deve ao fato de
conhecê-la, por atuar como estagiária e ao interesse de contribuir com a discussão
da prática inovadora presente no órgão. Além da facilidade de acesso direto a
documentos, dados e gestores do projeto, uma vez que, esse contato possibilita
agilidade nos possíveis entraves relacionados ao acesso à informação.
O trabalho também se justifica pela relevância no âmbito acadêmico. Em
consulta à biblioteca digital de monografias da UFRN, repositório digital que
organiza, armazena, preserva e disponibiliza as monografias e outros produtos de
trabalhos de conclusão de cursos de graduação e especialização da instituição, foi
16
realizada pesquisa, em primeiro momento, com os seguintes filtros: buscar em todo
o repositório, por “inovação” com filtros correntes por assunto que contenha o tema.
E foram identificados 15 trabalhos que variam entre os anos de 2012 a 2018. Em
segundo momento, foi efetuada nova pesquisa com os filtros: buscar no curso de
graduação em administração, por “inovação” com filtros correntes por assunto que
contenha o tema. E foram identificados 5 trabalhos, que estão especificados no
Quadro 01.
Quadro 01 – Resultado de pesquisa na biblioteca digital de monografias
Ano de publicação
Título Autor
2012 Barreiras e incentivos do intraempreendedorismo: Caso CREA-RN.
COSTA, Klausto Carlos Xavier
2014 Plano de negócios: CH Consult - Groupmarhet & Associados.
BEZERRA, Chudson Honorato
2015 Plano de negócios: motos e rotas - movidos pela paixão.
DIAS, Bruna Barbosa
2016 Programa agente local de inovação: um estudo de caso sob a perspectiva da resource-based view.
ALVES, Ítalo Bruno Gomes
2017 Inovação nas empresas familiares do mercado imobiliário brasileiro.
ABREU, Carolina Amaral
Fonte: Acervo do autor com base na Biblioteca Digital de Monografias da UFRN, 2018.
Dos resultados encontrados na segunda pesquisa, apenas um trabalho é
voltado para a administração pública, mostrando a carência de trabalhos nessa linha
de pesquisa, tanto nos diversos cursos de graduação da instituição, quanto no curso
de graduação em administração. Neste cenário, o presente trabalho poderá servir de
base para estudos futuros, ampliando o debate sobre inovação no setor público.
1.4. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
A Justiça Federal no Rio Grande do Norte (JFRN) é um órgão da
Administração Pública Direta, pertencente ao Poder Judiciário de nível Federal. No
âmbito geral, a Justiça Federal foi criada no Brasil com a Proclamação da República
17
e posteriormente extinta com o advento do Estado Novo (1937). Foi recriada em
1965 e reorganizada através da Lei de nº 5.010 de 1966, na qual impôs que cada
Estado, Território e Distrito Federal passassem a ser uma Seção Judiciária
(PORTAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA 5ª REGIÃO, 2018).
Dessa forma, em cada Estado da Federação existe uma Seção Judiciária da
Justiça Federal, com Varas instaladas, prioritariamente, nas capitais e, quando
necessário, em cidades interioranas de porte relevante. Cada uma dessas Varas é
presidida por um Juiz Federal, nomeado após aprovação em concurso de provas e
títulos (PORTAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA 5ª REGIÃO, 2018). A Sessão Judiciária
no Rio Grande do Norte é vinculada ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região em
Recife, na qual compreende também os Estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco,
Paraíba e Ceará.
Quanto à competência, na Justiça Federal são julgadas, dentre outras,
causas em que a União, autarquias ou empresas públicas federais forem
interessadas, bem como os crimes praticados contra bens, serviços ou interesses
destes entes. São também julgados, os crimes contra o sistema financeiro e a ordem
econômica. Atualmente, o maior volume de processos diz respeito a benefícios
previdenciários (PORTAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA 5ª REGIÃO, 2018).
No que se refere à organização, segundo a Resolução nº 11 de 29 de junho
de 2016, publicada pelo Conselho de Administração, a Justiça Federal no Rio
Grande do Norte é composta por 15 Varas Federais, sendo oito localizadas em
Natal, onde atua também a Turma Recursal (uma espécie de segunda instância para
o Juizado Especial Federal), três em Mossoró e uma em Caicó, Assu, Pau dos
Ferros e Ceará-Mirim. Distribuídas em Varas comuns, privativas em matéria penal,
privativas das execuções fiscais, e ainda, o Juizado Especial. O Anexo A ilustra
como a instituição é composta em sua totalidade.
Faz-se necessário destacar que, para esta pesquisa a unidade estudada é
composta pelo Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), sendo esse responsável
pela Residência em TI. O núcleo é formado pelo Gabinete do Diretor de Núcleo e
pelas Seções de Gestão e Desenvolvimento de Sistemas; Suporte, Infraestrutura e
Redes; Gestão da Informação e da Inteligência Organizacional; e Planejamento e
Projetos de TI. O NTI é parte integrante da Secretaria Administrativa da instituição, a
qual também abrange o Núcleo Financeiro e Patrimonial, o Núcleo de
Administração, o Núcleo de Gestão de Pessoas e o Núcleo Judiciário.
18
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. CONCEITO DE INOVAÇÃO
Primeiramente, faz-se necessário considerar que a inovação é
frequentemente confundida com invenção. Nesse sentido, abordar a distinção entre
os dois conceitos é essencial para o entendimento do tema. Segundo Tigre (2006) a
invenção se refere à criação de um processo, técnica ou produto inédito. Ela pode
ser divulgada através de artigos técnicos e científicos, registrada em forma de
patente, visualizada e simulada através de protótipos e plantas piloto sem, contudo,
ter uma aplicação comercial efetiva. Já a inovação ocorre com a efetiva aplicação
prática de uma invenção. Assim, a invenção é o primeiro passo de um longo
processo para fazer uma boa ideia difundir-se e ser útil (TIDD; BESSANT, 2015).
Dessa forma, Rodrigues (2009) distingue claramente essa diferença, sendo a
invenção a geração de uma ideia, enquanto a inovação a incorporação da invenção
e exploração. Ele ainda afirma que, a questão da distinção entre inovação e
invenção, para Schumpeter (1883-1950), baseia-se no impacto econômico, no qual
as invenções podem permanecer muito tempo sem aplicação e, portanto, não têm
impacto econômico, só o têm se forem aplicadas em novos produtos, novos
processos produtivos ou novas formas de organização, e aqui surge a inovação.
Conforme a etimologia da palavra, inovação deriva do latim – innovare, que
significa “fazer algo novo” (TIDD; BESSANT, 2015, p.19). Segundo Fayet (2010), a
palavra inovação atualmente tem sido empregada com frequência no mundo
empresarial e pela sociedade no sentido de designar algo novo, inédito e renovador.
Apesar do claro significado da palavra, as definições relativas à inovação podem
variar na teoria, não sendo um conceito homogêneo, de significado linear, dado à
diversidade de abordagens, além da abrangência e diversidade das atividades de
inovação (RODRIGUES, 2009). Nesse contexto, o tema vem sendo discutido por
diversos autores, ao longo do tempo, conforme as diversas definições evidenciadas
no Quadro 02.
19
Quadro 02 – Definições de inovação
Autores Definição
Rogers e Shoemaker
(1971) citado por Tigre
(2006)
Inovação é uma ideia, uma prática ou um objeto percebido
como novo pelo indivíduo.
Chris Freeman (1982)
citado por Tidd e
Bessant (2015)
A inovação industrial abrange as atividades técnicas,
comerciais, de projetos, de manufatura e de gestão que
estão envolvidas no marketing de um novo (ou
aperfeiçoado) produto ou no primeiro uso comercial de um
novo (ou aperfeiçoado) processo ou equipamento.
Roy Rothwell e Paul
Gardiner (1985) citado
por Tidd e Bessant
(2015)
A inovação não é apenas a comercialização de um grande
avanço no estado tecnológico da arte (uma inovação
radical), mas até mesmo a utilização de mudanças de
pequena escala no know-how tecnológico (uma inovação
adicional ou de aperfeiçoamento).
Peter Drucker (1985)
citado por Tidd e
Bessant (2015)
A inovação é a ferramenta específica dos empreendedores,
pela qual eles se aprofundam nas mudanças como uma
oportunidade para negócios ou serviços diferentes. Ela
pode ser considerada uma disciplina, ser aprendida e ser
praticada.
Michael Porter (1990)
citado por Tidd e
Bessant (2015)
As empresas obtêm vantagem competitiva por meio de
ações inovadoras. Elas abordam a inovação em seu sentido
mais amplo, incluindo tanto novas tecnologias quanto novas
maneiras de fazer as coisas.
Pereira (2002) citado
por Rodrigues (2009)
Inovação organizacional é todo o processo de organização
e/ou gestão da empresa/organização ou de parte desta,
que é reconhecido como novo num determinado contexto e
é susceptível de reformar ou melhorar processos
empresariais e de trazer valor acrescentado para a
empresa e para os trabalhadores.
20
Autores Definição
Avermaete, Viaene,
Morgan, Crawford
(2003) citado por
Rodrigues (2009)
Inovação é um processo contínuo de partida - pesquisa -
exploração, que resulta em: novos produtos, novas
técnicas, novas formas de organização, novos mercados,
como resultado de mudanças simultâneas em diferentes
domínios.
Unidade de Inovação,
UK Department of
Trade and Industry
(2004) citado por Tidd
e Bessant (2015)
A inovação é a boa exploração de novas ideias.
OCDE (2005) citado
por Coral, Ogliari e
Abreu (2008)
Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou
serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um
processo, ou um novo método de marketing, ou um novo
método organizacional nas práticas de negócios, na
organização do local de trabalho ou nas relações externas.
Dornelas (2008)
Inovação tem a ver com a mudança, é fazer as coisas de
forma diferente, criar algo novo, transformar o ambiente
onde se está inserido. É algo mais abrangente que apenas
a comum relação que se faz com a criação de novos
produtos ou serviços.
Rodrigues (2009)
Inovação consiste em produzir, assimilar e explorar com
êxito novidades relevantes para a empresa e para o
mercado.
Capaldo (2014)
Inovação é a comercialização de uma invenção por meio da
produção e venda de um bem ou serviço novo, ou por meio
da introdução de um novo método de produção.
Tidd e Bessant (2015) Inovação é um processo de transformar as oportunidades
em novas ideias que tenham amplo uso prático.
21
Autores Definição
Plonski (2017) Inovação é a criação de novas realidades.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Capaldo (2014); Coral, Ogliari e Abreu (2008); Dornelas (2008); Plonski (2017); Rodrigues (2009); Tidd e Bessant (2015); e Tigre (2006).
Logo, há muitas formas de apresentar o conceito de inovação. No entanto, de
modo geral, a sua definição é sintetizada mediante aos pontos abordados por
Rodrigues (2009): a inovação não é apenas tecnológica; pressupõe relacionamento
com o meio envolvente; tem a ver com práticas organizacionais; implica mudança;
pode ser uma melhoria numa solução já existente; é uma vantagem competitiva e
aumenta o desempenho; e está ligada ao conhecimento.
Destaca-se como base para esta pesquisa a conceituação de Tidd e Bessant
(2015) que, além da ideia de novidade e mudança, traz a perspectiva do uso prático.
Os autores avançam no sentido de perceber que a inovação é movida pela
habilidade de estabelecer relações, detectar oportunidades e tirar proveito delas.
Então, nessa linha de pensamento, os autores concluem que, inovar é algo maior do
que conceber uma ideia, se trata do processo de desenvolver e viabilizar seu uso
prático.
2.2. INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO
A temática da inovação sempre acompanhou a humanidade. Contudo,
recentemente, a necessidade por inovar e caracterizar o que é novo, e também em
como fazê-lo, ganhou dimensão mundial. Governos, academia e iniciativa privada
passaram a tratar esse tema com ênfase (CORAL; OGLIARI; ABREU, 2008).
Segundo Cunha (2017) intuitivamente, o termo inovação não tende a ser associado
de uma maneira automática ao setor público.
Embora menos enfatizada quando comparada ao setor privado, a inovação
vem recebendo, atualmente, atenção na administração pública e no campo
acadêmico (CAMÕES; SEVERO; CAVALCANTE, 2017). Scherer (2015)
complementa essa ideia afirmando que a inovação vem ganhando cada vez mais
22
espaço no setor público, no qual gestores públicos começam a enxergar as
possibilidades decorrentes de uma abordagem estruturada de gestão da inovação.
Neste contexto, inovação no setor público tem se constituído em um campo
próprio e de destaque. No aspecto conceitual, “inovação em governo pode ser
entendida como o processo de criação de novas ideias e sua transformação em
valor para a sociedade” (BASON, 2010 apud CUNHA, 2017 p. 43). Para Moreira et
al., (2016, p. 63), entende-se por inovação no setor público a “ideia de mudança,
introdução de novidade em relação ao modo antigo de se fazer as coisas em
determinado contexto público”. Ainda segundo os autores a inovação deve também
gerar valor para a sociedade e usuários, de modo que a exploração bem-sucedida
de uma ideia proporcione mudança positiva, consistente e duradoura para as
pessoas.
Por sua vez, Mulgan (2007 apud OLIVEIRA; JÚNIOR, 2017) apresenta de
forma mais ampla essa discussão, ressaltando que a definição da inovação no setor
público engloba ideias que são eficazes para criar valor público, sendo necessário
que essas sejam, ao menos em parte, novas; estejam implementadas; e apresentem
utilidade. Destacando ainda, a necessidade de se verificar os impactos quanto à
entrega do valor público delas esperado.
A inovação no setor público, ganha impulso na medida em que os governos
buscam atender às demandas contínuas por, entre outros, maior transparência,
qualidade, eficiência e eficácia de suas ações, mediante processos interativos com
cidadãos, empresas e sociedade (OCDE, 2015 apud CAVALCANTE; CUNHA,
2017). Para Scherer (2015), os desafios relacionados ao setor público são muitos. O
combate à desigualdade, o excesso de burocracia, serviços ineficientes (em
qualidade ou quantidade), o combate à corrupção ou mesmo a mudança das
expectativas dos cidadãos quanto aos serviços prestados pressionam os
governantes.
No estudo desenvolvido por Cavalcante e Cunha (2017, p. 28), a inovação no
setor público é abordada de forma mais ampla:
“As atuações do setor público, tanto voltadas ao fomento à inovação no setor privado quanto interna, ultrapassam a visão restrita do papel do Estado na correção de falhas de mercado, incorporando outras perspectivas, como a construção de sistemas de inovações. As inovações também se justificam pelas falhas de governo, crescimento de problemas cada vez mais complexos, transversais, incertos e estruturantes (wicked problems), além de demandas por
23
melhores serviços e mais participação social no processo decisório de políticas públicas”.
Ainda segundo Cavalcante e Cunha (2017) a busca por soluções inovadoras
pelo setor público, seja voltada ao setor privado ou voltada à própria administração
pública, visa promover o desenvolvimento social e econômico das nações ou
unidades subnacionais. De modo a sintetizar essas afirmações, os autores
apresentam uma tentativa de panorama da inovação no setor público, visualizada na
Figura 01.
Figura 01 – Panorama da inovação no setor público
Fonte: Cavalcante e Cunha, 2017.
A Figura 01 mostra que apesar da finalidade macro ser comum em promover
capacidades e soluções inovadoras, os ativadores dos dois arranjos são diferentes.
De um lado, no sistema de inovação com foco no mercado, os ativadores são a
aversão ao risco de investimentos de longo prazo da iniciativa privada, as
necessidades de aumento da produtividade e competitividade das empresas
nacionais e, mais recentemente, a sustentabilidade. De outro lado, a inovação com
foco no governo é motivada pelas notórias falhas de governo, os wicked problems,
bem como pelas crescentes demandas por melhores serviços e mais participação
social.
Em ambos os casos, todavia, há um espaço de convergência bastante
evidente. Nele se destacam os princípios fundamentais que norteiam os processos
24
de inovação no setor público, são eles: interação, colaboração, tentativa-erro, foco
no conhecimento e perspectiva de longo prazo na maturação das inovações
(CAVALCANTE; CUNHA, 2017).
Assim, o setor público é desafiado a prover políticas inovadoras, visto que os
ajustes graduais e mudanças previsíveis de antemão têm impacto cada vez mais
reduzido. Em muitos casos, a inovação se tornou um imperativo e não uma mera
opção e para realmente ampliar a qualidade e disponibilidade dos serviços públicos,
será necessário desenvolver inovações na forma como eles são entregues e
executados (SCHERER, 2015).
2.3. TIPOS DE INOVAÇÃO
Inovação diz respeito a mudanças e novidades. As mudanças podem ser
relativas tanto ao produto e ao processo, quanto na forma organizacional e de
trabalho, na tecnologia, mercado e negócios. Já as novidades podem ter vários
níveis de magnitude: incrementais, radicais, plataformas, disruptivas e com base em
novos valores (TAKAHASHI, 2011). Assim há necessidade de se explorar os
diferentes tipos de inovação existentes na literatura. Para Tidd e Bessant (2015),
inovação está relacionada com diversas formas de mudança, havendo quatro
categorias abrangentes:
Inovação de produto – mudanças no que (produto ou serviços) uma empresa
oferece;
Inovação de processo – mudanças na forma como os produtos/serviços são
criados e entregues;
Inovação de posição – mudanças no contexto em que produtos/serviços são
introduzidos;
Inovação de paradigma – mudanças nos modelos mentais subjacentes que
orientam o que a empresa faz.
Segundo Takahashi (2011) a inovação possui três tipologias: inovação em
ciência, inovação em tecnologia e inovação em produto/processo. A inovação em
ciência é desenvolvida pela pesquisa básica, tendo como principal objetivo a
promoção do novo conhecimento e o entendimento de algum fenômeno, em geral, é
25
desenvolvida nas universidades e centros de pesquisa, embora algumas empresas
buscam inovar neste sentido. A inovação em tecnologia é desenvolvida pela
pesquisa aplicada, cuja finalidade é promover o conhecimento aplicável às
necessidades comerciais para o futuro desenvolvimento de novos produtos e
processos, podendo ser desenvolvida nas universidades, centros de pesquisa e
empresas. Já a inovação de produto e processo é resultado da aplicação e/ou de
combinação da tecnologia, sendo o produto desenvolvido em vista a um
determinado mercado, cujo objetivo é comercializá-lo.
Por sua vez, Fayet (2010) relata que a inovação pode ser radical ou
incremental. A primeira se refere ao desenvolvimento e a introdução de um novo
produto, processo ou forma de organização da produção inteiramente nova.
Podendo romper uma estrutura já existente e criar indústrias, setores e mercados ou
ainda significar redução de custos e aumento de qualidade em produtos existentes.
Já a segunda diz respeito a qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou
produção.
Essa classificação tem a ver com o grau de novidade, apresentado por Tidd e
Bessant (2015), os autores enfatizam que a inovação pode ser dividida em
dimensões de acordo com o grau de novidade envolvido em sua difusão. Se a
inovação decorre de melhorias de performance e a novidade se dá apenas na
organização adotante, trata-se de uma inovação incremental. Por sua vez, se há
uma mudança significativa na criação de uma composição que é nova também para
o mercado, diz respeito a uma inovação radical.
Em relação especificamente ao setor público, é imprescindível um consenso
no que tange à formulação de suas tipologias. Apesar do principal foco da temática
está voltada para o setor privado, a abordagem no setor público vem ganhando
espaço nas discursões. No Quadro 03, elencam-se os principais tipos de inovação
encontrados na literatura abordados por Moreira et al., (2016).
Quadro 03 – Tipos de inovação no setor público
Tipo Definições Autores
Inovação de
produtos
Introdução de bem novo ou significativamente
melhorado comparado com os serviços e
bens já existentes na organização.
Bloch (2010), citado
por Brandão e Bruno
Faria (2013).
26
Tipo Definições Autores
Inovação de
serviço
Novas formas de prestação de serviços aos
usuários. Hartley (2005).
Inovação em
comunicação
Implementação de um novo método de
promoção da organização ou de seus serviços
e bens, ou novos métodos para influenciar o
comportamento de indivíduos ou outras
organizações.
Bloch (2010), citado
por Brandão e Bruno
Faria (2013).
Inovação de
processo
Implementação de método de produção ou
entrega de serviços ou bens novo ou
significativamente melhorado, comparado com
os processos já existentes na organização.
Foco na melhoria da qualidade dos serviços
públicos.
Bloch (2010), citado
por Brandão e
Brandão e Bruno
Faria (2013); Alberti
e Bertucci (2006);
Hartley (2005).
Inovação
organizacional
Implementação de novo método
organizacional ou gerencial que difere
significativamente dos métodos já existentes
na organização; novos processos ou técnicas
de gerenciamento na administração pública.
Bloch (2010), citado
por Brandão e Bruno
Faria (2013); Alberti
e Bertucci (2006).
Inovações
institucionais
Foco na renovação das instituições
estabelecidas e/ou criação de novas
instituições.
Alberti e Bertucci
(2006).
Inovações
conceituais
Foco na introdução de novas formas de
governança (formulação interativa de
políticas, participação popular, entre outras).
Alberti e Bertucci
(2006); Hartley
(2005).
Inovação
econômico-
financeira
Orientação para eficiência, “fazer mais com
menos”; reformas e inovação de primeira
geração. Tem como princípios a
economicidade e a produtividade e criação de
valor para o contribuinte.
Coelho, F. S. (2012).
27
Tipo Definições Autores
Inovação
administrativo-
institucional
Orientação para eficácia, “fazer o certo”;
reformas e inovação de segunda geração.
Tem como princípio a qualidade (percebida) e
criação de valor para o usuário.
Coelho, F. S. (2012).
Inovação
sociopolítica
Orientação para efetividade, “fazer diferença”;
reformas e inovação de terceira geração. Tem
como princípios a equidade e participação e
criação de valor para o cidadão.
Coelho, F. S. (2012).
Inovação de
posição
Mudança no contexto, novos usuários, em
que produto/serviços são introduzidos. Hartley (2005).
Inovação
estratégica Novas metas e propósitos da organização. Hartley (2005).
Inovação
retórica Nova linguagem e novos conceitos.
Hartley (2005).
Fonte: Moreira et al., 2016.
Percebe-se assim, que existem diversos tipos de inovação na literatura
relacionados ao setor público. Considerando essa extensão, o estudo de Moreira et
al., (2016), evidencia uma adaptação que consiste em agrupá-las em três grandes
categorias de inovação, capazes de abarcar as suas principais vertentes no setor
público: inovação em serviços (novas formas de provimento de serviços pelos
governos aos usuários); inovação em arranjos organizacionais (formas de
organização interna do governo) e arranjos institucionais (tratam da essência
normativa e também cultural que rege o funcionamento das organizações no setor
público). Segundo os autores, não se pretende esgotar as possibilidades de
classificações, mas sim, apresentar possibilidades de melhor compreensão.
28
2.4. BARREIRAS À INOVAÇÃO
As atividades de inovação podem ser dificultadas por diversos fatores,
podendo não ser iniciada, ser interrompida ou ter um efeito negativo sobre os
resultados esperados. Incluem-se a essas possibilidades fatores econômicos,
corporativos, culturais e legais (CORAL; OGLIARI; ABREU, 2008). Fayet (2010)
aborda que uma das dificuldades à inovação diz respeito ao fato de que a mudança
é um processo dolorido e exige o “abandono” de conceitos, princípios e práticas já
estabelecidas e em certa medida, até então, com sucesso, situação essa que muitas
organizações não estão dispostas a enfrentar.
As barreiras à inovação podem ser classificadas de diversas maneiras
existindo atualmente diferentes tipologias. Para Hadjimanolis (2003, p. 560 apud
BRANDÃO; FARIA, 2017), essas barreiras se referem a “qualquer fator que
influencia negativamente o processo de inovação”. Ainda segundo o autor, uma
classificação útil é aquela que distingue barreiras internas e externas. As externas
têm sua origem no ambiente externo e não podem ser influenciadas pela
organização, enquanto as internas podem ser objeto de ação direta da organização.
O Quadro 04 descreve alguns exemplos de barreiras internas e externas à inovação.
Quadro 04 – Barreiras externas e internas à inovação
Barreiras externas
Relacionadas
ao mercado
Dificuldade em capturar rendas e lucros das inovações, risco de
mercado, tamanho inadequado de pesquisa e desenvolvimento
(P&D), foco no curto prazo e disponibilidade de financiamento.
Relacionadas
ao governo Políticas, leis, padrões e regulamentações.
Outras Tecnologia, propriedade intelectual, relações societárias, relações
com fornecedores, consumidores e redes interorganizacionais.
29
Barreiras internas
Relacionadas
às pessoas
Percepções, falta de motivação, déficit de habilidades, existência
de interesses e objetivos pessoais diferentes da organização, falta
de comprometimento de dirigentes, falta de iniciativa e medo do
desconhecido.
Relacionadas à
estrutura
Fluxos de comunicação inadequados, sistemas de incentivo
inadequados, obstruções por parte de outros departamentos,
centralização do poder, falta de tempo, inércia cultural e jogos
políticos internos e falha na busca por informação em fontes
externas.
Relacionadas à
estratégia
Falta de conhecimento sobre estratégias e objetivos, aversão ao
risco, falta de recursos, capacidades difíceis de serem imitadas
pelos concorrentes e falta de recursos orçamentários.
Fonte: Adaptado de Hadjimanolis (2003) apud Brandão e Faria (2017).
No âmbito do setor público, estudos específicos sobre fatores que se
constituem barreiras à inovação são encontrados ainda em pequeno número
(BRANDÃO; FARIA, 2017). Com base em Scherer (2015, p. 08) “inúmeras barreiras
existem no setor público para que a inovação possa se tornar uma realidade, essas
barreiras são de ordem legal, administrativa, cultural ou mesmo políticas”. O Quadro
05 expõe as principais barreiras apresentadas pelo autor.
Quadro 05 – Barreiras à inovação no setor público
Barreira Descrição
Falta de apoio das
lideranças políticas e
técnicas
Falta de visão das lideranças quanto à importância de
estruturar a inovação e dos impactos positivos que podem
advir dessas iniciativas.
Falta de incentivos
para os funcionários
Limitação legal ou de política de recursos humanos que não
incentiva a participação e promoção da criatividade.
30
Barreira Descrição
Resistência dos
funcionários
Decorrente da visão que inovar significa mais
responsabilidades ou trabalho sem retornos mensuráveis.
Aceitação do incerto
pelos usuários dos
seus serviços
Baixa predisposição dos usuários de serviços em aceitar
mudanças ou novidades que demandem o desenvolvimento
de novas habilidades.
Exigências
regulamentares
Excesso de burocracia que torna o processo de inovação
lento ou restringe a possibilidade de execução de projetos
com maior grau de incerteza.
Falta de recursos
humanos ou
financeiros
Insuficiência de planejamento ou disponibilidade de recursos
que possam ser alocados em projetos inovadores.
Cultura de aversão
ao risco
Baixa aceitação ao risco e necessidade de previsibilidade no
desenvolvimento dos projetos.
Resultados de curto
prazo
Muitos gestores levam em consideração a questão temporal
no desenvolvimento dos projetos, querendo angariar
resultados políticos provenientes das inovações. Nem
sempre o processo de desenvolvimento e difusão pode ser
conectado com os mandatos.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Scherer (2015).
Neste panorama, Mulgan (2007 apud BRANDÃO; FARIA, 2017) identifica
como principais barreiras à inovação no setor público: aversão ao risco, excesso de
regras, incerteza quanto aos resultados, baixa integração entre os departamentos e
estruturas inadequadas. Ainda segundo o autor, o ambiente em que o governo opera
coloca mais peso em desencorajar o risco do que premiá-lo. A mídia, por exemplo,
desempenha um papel importante nesse processo, dando mais destaque às falhas
que aos sucessos do serviço público. Bommert (2010, p. 21 apud BRANDÃO;
FARIA, 2017) contribui com esse pensamento ao concluir que “uma razão para a
31
aversão ao risco é o medo de ser considerado culpado publicamente pelo fracasso
ou a imagem de que o governo faz apostas arriscadas com o dinheiro público”.
Faz-se necessário destacar a importância de analisar as barreiras
relacionadas à inovação que podem ocorrer em diferentes tipologias e em diferentes
realidades do setor público. Segundo Coral, Ogliari e Abreu (2008), com o propósito
de definir uma estrutura organizacional adequada e eficiente, é imprescindível que a
organização tenha claro como determinadas variáveis podem afetar o seu potencial
inovador e identifique formas para transpor as barreiras mais significativas, que
poderão impedi-la de atingir os resultados esperados no processo de inovação.
32
3. METODOLOGIA
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Este trabalho busca compreender a seguinte problemática: Quais aspectos da
inovação pública estão presentes na Residência em Tecnologia da Informação na
Justiça Federal no Rio Grande do Norte. A pesquisa caracteriza-se como sendo
qualitativa, uma vez que, segundo Goldenberg (2015), o caráter qualitativo se
evidencia na preocupação do pesquisador em aprofundar a compreensão do projeto
estudado, e não com a representatividade numérica desse, apresentando assim,
caráter subjetivo.
Quanto ao objetivo geral, pode-se afirmar que esse estudo se define como
sendo exploratório e descritivo. Fundamentando-se em Gil (2008), o caráter
exploratório se revela por esta pesquisa buscar investigar uma temática pouco
explorada: a inovação na gestão pública no âmbito do Poder Judiciário. Assume
também caráter descritivo, com base nas explicações de Diehl e Tatim (2004), por
se propor a descrever o projeto da Residência em Tecnologia da Informação,
abordando seu contexto dentro da instituição, o processo de implementação e os
resultados obtidos.
Ademais, adotou-se como estratégia de pesquisa o estudo de caso.
Baseando em Yin (2005) essa é a estratégia escolhida ao se examinarem
acontecimentos contemporâneos, mas quando não se podem manipular
comportamentos relevantes. Para Goldenberg (2015) o estudo de caso apresenta o
objetivo de aprender a totalidade de uma situação e descrever a complexidade de
um caso concreto. Ela considera a unidade social estudada como um todo, com a
finalidade de compreendê-los em seus próprios termos.
A unidade estudada é composta pelo Núcleo de Tecnologia da Informação
(NTI) da Justiça Federal no Rio Grande do Norte, no qual abrange o Gabinete do
Diretor de Núcleo, a Seção de Gestão e Desenvolvimento de Sistemas, a Seção de
Suporte, Infraestrutura e Redes, a Seção de Gestão da Informação e da Inteligência
Organizacional, e a Seção de Planejamento e Projetos de TI. O NTI possui
atualmente doze servidores e sete estagiários e dentro desse quantitativo foram
selecionados dois gestores: o Supervisor da Seção de Planejamento e Projetos de
33
TI e o Supervisor da Seção de Gestão da Informação e Inteligência Organizacional.
A escolha dos cargos para as entrevistas se justifica pela ligação direta desses
servidores com a Residência em TI, sendo um deles gestores do projeto na
instituição, possuindo conhecimento de todas as suas fases.
Foram selecionados ainda, o Diretor do Núcleo Financeiro e Patrimonial e o
Supervisor da Assessoria Jurídica da instituição, tendo em vista que, ambos
participaram da fase inicial de viabilização e implementação do projeto. A justificativa
para a seleção desses dois gestores, além da participação no projeto, destaca-se
pela importância da visão de outros servidores que não fazem parte do Núcleo de
Tecnologia da Informação, possibilitando uma percepção mais ampla da residência
na Justiça Federal no Rio Grande do Norte.
3.2. PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS
Como instrumento de pesquisa para a coleta de dados, primeiramente
adotou-se a entrevista, que segundo Diehl e Tatim (2004) trata-se de uma
conversação efetuada face a face, de maneira metódica, que proporciona ao
entrevistador, verbalmente, a informação necessária. Esse tipo de técnica é
considerada por Yin (2005) a mais importante fonte de informação para um estudo
de caso. O tipo de entrevista, segundo o propósito do estudo, é a semiestruturada, a
qual possibilita ampla exploração de uma questão, seguindo estrutura predefinida
pelo pesquisador (MICHEL, 2009).
O roteiro das entrevistas foi composto por perguntas predefinidas, de acordo
com a relação do entrevistado com o projeto, cuja distribuição ocorreu em três
partes: a primeira formada por questões que visavam identificar o contexto histórico
do projeto; a segunda composta por questões referentes ao processo de
implementação da Residência em TI; e a terceira parte constituída por questões
relacionadas com os resultados obtidos com o projeto. Foram realizadas no período
de 12 de setembro a 13 de novembro de 2018, na Justiça Federal no Rio Grande do
Norte.
Adotou-se ainda, como técnica de coleta de dados, a consulta ao site da
Residência em TI, na intranet da instituição. O site aborda uma visão geral do
34
projeto, apresentando a metodologia de trabalho, a equipe, o processo de imersão,
os projetos finalizados e em andamento, o diário de atividade com todos os passos
da residência, notícias sobre prêmios e participações em eventos. Mostrando-se
assim, uma importante ferramenta de obtenção de dados.
3.3. PROCEDIMENTOS DA ANÁLISE DE DADOS
Com o propósito de alcançar o objetivo da pesquisa em analisar os motivos
que fazem do projeto Residência em Tecnologia da Informação, na Justiça Federal
do Rio Grande do Norte, um projeto inovador, foi utilizada a análise de conteúdo.
Para Michel (2009) essa análise refere-se à técnica de levantamento de dados que
utiliza textos, falas e informações já coletadas, de forma extensiva. Sua condução
está centrada na análise aprofundada de conteúdo, com a preocupação de verificar
incoerência/coerência entre a realidade explícita e a implícita do conteúdo em
estudo.
A técnica foi escolhida por entender que por meio deste procedimento seria
possível chegar a uma compreensão do conteúdo das entrevistas, já que ela permite
aprofundar a análise de conteúdo das informações prestadas pela pessoa que
forneceu os dados, procurando verificar e analisar a pertinência das respostas, a
lógica, a coerência, a fidedignidade dos dados informados, eventuais distorções e
omissões voluntárias.
35
4. ANALISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
4.1. DESCRIÇÃO E METODOLOGIA DO PROJETO
A Residência em Tecnologia da Informação é um programa de pós-
graduação criada a partir do convênio firmado entre a Justiça Federal no Rio Grande
do Norte (JFRN) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) através
do Instituto Metrópole Digital da universidade, em outubro de 2017. O programa
conta com doze alunos denominados residentes, sendo esses distribuídos em três
grandes áreas: Desenvolvimento de Software, Infraestrutura e Redes, e Business
Intelligence. Conta ainda, com dois gestores que fazem parte do Núcleo de
Tecnologia da Informação na JFRN e três coordenadores que atuam na área de
Ciências da Computação na UFRN.
O Convênio é amparado pela Resolução nº 061/2016 do Conselho Nacional
de Secretários e Estado da Administração (CONSAD), que trata da gestão e
desenvolvimento de projetos acadêmicos pela UFRN. Segundo a fonte de recursos,
o projeto da residência enquadra-se no tipo B, descrito no Art. 3º, inciso I, no qual
estabelece a realização de execução descentralizada dos recursos por meio do
instrumento denominado Termo de Execução Descentralizada (TED). O artigo 1º, §
1º, inciso III, do Decreto n° 8.180/2013, que dispõe sobre as normas relativas às
transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse,
apresenta a definição de TED:
Termo de execução descentralizada - instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática (BRASIL, 2013).
Logo, o TED foi o instrumento adotado pela Justiça Federal no Rio Grande do
Norte para a transferência de recursos operacionais para a universidade, visando o
pagamento de professores que ministram as disciplinas, da bolsa auxílio para os
residentes e outras despesas administrativas.
A missão da Residência em TI é desenvolver pesquisa, inovação e soluções
em tecnologia da informação para os mais diversos espaços da JFRN,
36
proporcionando melhorias nos métodos de trabalho da instituição (PORTAL DA
RESIDÊNCIA, 2018). Na visão do supervisor da Seção de Planejamento e Projetos
em TI da Justiça Federal, a residência trata-se de um “laboratório de pensar coisas
novas, de analisar processos, verificar se eles podem ser melhorados com o uso de
tecnologia”.
Os projetos desenvolvidos devem estar alinhados com a Direção Geral e com
as necessidades da instituição, como também, ao objetivo de possibilitar
conhecimento aos residentes, permitindo a associação da teoria ministrada na
UFRN com a prática vivenciada na JFRN. Assim, a residência representa um espaço
de estudos e aprofundamento das técnicas e metodologias de tecnologia da
informação. A Figura 02 evidencia uma visão geral dos aspectos relacionados ao
seu funcionamento.
Figura 02 – Resumo da Residência em TI
Fonte: Portal da Residência em TI (2018).
O Núcleo de Tecnologia da informação é o setor responsável pela residência
na Justiça Federal, o qual realiza o acompanhamento do funcionamento e
desenvolvimento do projeto, por um período de 18 meses. Os residentes recebem
37
uma bolsa no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mês e devem
cumprir uma carga horária de 24 horas semanais na JFRN e de 6 horas na UFRN.
No tocante a metodologia realizada pela residência, o aspecto acadêmico
contempla os seguintes componentes: aulas teóricas de conhecimento comum e
específico; palestras com o objetivo de complementar a formação dos residentes; e
relatório final de conclusão de curso, elaborado de forma individual pelos residentes.
No âmbito profissional desenvolvido na JFRN, foram adotadas duas
ferramentas para auxiliar no desenvolvimento das atividades, o Kanban que consiste
em um quadro de tarefas, sendo possível a visualização das atividades de forma
simplificada, otimizando o fluxo de trabalho. E o Scrum, relacionado ao método
usado para a organização, planejamento e gerenciamento dos projetos relacionados
à criação de softwares. O objetivo final das metodologias mencionadas consiste na
criação de soluções na área de tecnologia da informação voltadas para as
necessidades da instituição (PORTAL DA RESIDÊNCIA, 2018), cujo resumo é
exposto na Figura 03.
Figura 03 – Metodologia geral
Fonte: Portal da Residência em TI, 2018.
A ferramenta Scrum na Residência em TI é um ciclo adaptado de acordo com
as necessidades do projeto, abrangendo a iniciação, desenvolvimento e análise do
processo de aprendizagem e do produto gerado, como mostra a Figura 04.
38
Figura 04 – Ciclo de desenvolvimento dos projetos
Fonte: Junior, Oliveira e Nunes, 2018.
A primeira etapa do processo é a imersão, na qual os residentes coletam e
organizam ideias apresentadas pelos servidores e magistrados, catalogando
possíveis projetos. Com base no supervisor da Seção de Planejamento e Projetos
em TI, na primeira versão do site da residência na intranet da instituição, existia um
campo aberto para sugestões, sendo essa a forma encontrada para interagir com as
pessoas e captar possíveis projetos. Segundo Junior, Oliveira e Nunes (p. 1970,
2018), “o objetivo é capturar uma ideia dada por servidores e magistrados da JFRN
e aprimorar o seu conceito”.
Logo após, entrevistas são agendadas com os proponentes para obtenção de
mais informações relativas às necessidades apresentadas no processo de imersão.
Em seguida, é elaborada uma ficha inicial do projeto contendo as informações
fornecidas pelos entrevistados, acontecendo o mesmo procedimento para cada ideia
nova apontada. As fichas passam por um processo de priorização onde a
administração da JFRN recebe o documento e analisa a relevância e o impacto da
sua execução, priorizando o desenvolvimento de acordo com os parâmetros
estratégicos da instituição (JUNIOR; OLIVEIRA; NUNES, 2018).
Com o projeto selecionado, é realizada uma reunião de planejamento, com
duração média de uma hora, tendo por finalidade a definição de metas a serem
39
alcançadas no processo de desenvolvimento, tarefas a serem realizadas e a equipe
de trabalho. Os residentes podem escolher os projetos que mais se identificam e se
sentem motivados. Posteriormente, a equipe inicia suas tarefas, e esse processo de
desenvolvimento é chamado de Sprint e tem duração média de quinze a trinta dias
(JUNIOR; OLIVEIRA; NUNES, 2018).
Diariamente é realizada uma reunião, cuja duração média corresponde a dez
minutos, sendo executada com todos em pé na sala de trabalho, visando a sua
rapidez. Os residentes participam com o intuito de responder três perguntas
básicas: o que foi feito pelo residente até o momento? Em que ele estará
trabalhando nas próximas horas? Há algum impedimento que atrapalha o
desenvolvimento da sua tarefa no momento?
Segundo o supervisor da Seção de Planejamento e Projetos em TI, essa
prática integra o grupo de trabalho e evita a execução da mesma atividade por parte
de dois ou mais residentes. Além disso, contribui para o acompanhamento dos
gestores na identificação de problemas.
Com base em Junior, Oliveira e Nunes (2018) ao final da Sprint acontece uma
reunião para entrega do projeto, com duração média de uma hora. Os participantes
são: os requerentes, os gestores do projeto, os professores e os próprios residentes.
Esses, por sua vez, elaboram apresentação da entrega identificando se a meta foi
ou não atingida. Enquanto que, o requerente define se a entrega foi aceita sem ou
com ressalvas, ou rejeitada. Se o produto for aceito sem ressalvas, ele é aplicado
em produção e logo entregue. No entanto, caso seja aprovado com ressalvas ou
rejeitado, serão realizadas novas atividades, definidas em outra reunião de
planejamento e desenvolvidas em uma nova Sprint.
Por fim, é planejada uma reunião de retrospectiva, com duração de uma hora,
apresentando análise do trabalho efetuado, os pontos positivos, negativos e dúvidas
que surgiram no desenvolvimento dos projetos, promovendo reflexão para o
aprimoramento do trabalho (JUNIOR; OLIVEIRA; NUNES, 2018).
4.2. NECESSIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
No tocante ao problema enfrentado pela instituição, destaca-se o cenário de
escassez de recursos humanos na área de tecnologia da informação e a crescente
40
necessidade de soluções alternativas para criação e melhoria de tecnologias na
Justiça Federal no Rio Grande do Norte. Na visão do diretor do Núcleo Financeiro e
Patrimonial, o NTI não apresentava capacidade suficiente para atender, na
velocidade necessária, todas as demandas provenientes da Instituição e
principalmente da Direção Geral.
Neste contexto, o supervisor da Seção de Gestão da Informação e
Inteligência Organizacional, complementa que o NTI não atendia de forma
satisfatória todas as demandas de novas soluções, tendo em vista o elevado fluxo
do núcleo em atividades contínuas do dia a dia, as quais são essenciais para o bom
funcionamento da JFRN. O núcleo não apresentava com clareza o conhecimento de
todas as demandas por novos sistemas existentes na instituição. Tais necessidades
só foram listadas e organizadas com a atuação da residência, processo que ocorreu
com a imersão, que corresponde a primeira fase do projeto.
Segundo o supervisor da Seção de Planejamento e Projetos em TI, há
carência de profissionais da área, na instituição. Isso ocorre, principalmente, em
virtude da dificuldade em encontrar profissionais com conhecimento na área
judiciária e nas tecnologias utilizadas no Poder Judiciário. Diante do exposto, faz-se
necessário abordar o quadro de servidores do Núcleo de Tecnologia da Informação,
com base na Resolução do Conselho de Administração nº 11/2016. O Quadro 06
denota as seções, cargos e quantidade de servidores.
Quadro 06 – Quadro de servidores do NTI
Seção Cargo Quantidade
Gabinete de Diretor de Núcleo Diretor de Núcleo 01
Seção de Gestão e Desenvolvimento de
Sistemas
Supervisor de Seção 01
Supervisor-Assistente 01
Assistente-Técnico III 02
Seção de Suporte, Infraestrutura e Redes
Supervisor de Seção 01
Supervisor-Assistente 01
Assistente-Técnico III 02
Seção de Gestão da Informação e
Inteligência Organizacional
Supervisor de Seção 01
Supervisor-Assistente 01
Seção de Planejamento e Projetos de TI Supervisor de Seção 01
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Resolução 11/2016 do Conselho de
Administração, 2016.
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O Núcleo de Tecnologia da Informação é composto por um gabinete de
direção e quatro seções, abrangendo cargos de diretor de núcleo, supervisor de
seção, supervisor assistente e assistente técnico III. No total são doze servidores,
divididos entre efetivos aprovados em concursos da JFRN (quatro servidores) e
requisitados de outros órgãos da administração pública (oito servidores). A Seção de
Gestão e Desenvolvimento de Sistemas, conta ainda, com sete estagiários na sua
composição, os quais participam das atividades desenvolvidas diariamente.
A formação profissional dos servidores é um fator que merece destaque, dos
quatro servidores efetivos, apenas dois possuem formação na área de TI. Enquanto
aos requisitados, todos possuem ou estão em processo de formação em áreas de
tecnologia da informação.
A fim de solucionar o problema enfrentado pelo NTI, o supervisor da
Assessoria Jurídica afirma que existiam algumas opções, como a contratação de
mão de obra terceirizada e a abertura de concurso público para o ingresso de novos
servidores. Entretanto, analisando a contratação de serviços terceirizados, o
supervisor concluiu que essa solução possuía rígidas normas exigidas pelos órgãos
de controle, os quais afirmam que a atividade fim da instituição não pode ser
terceirizada.
Para a criação de novas vagas por meio de concursos públicos, além de ser
algo demorado e oneroso, não depende somente da instituição, por se tratar de lei
específica e condições políticas. O convênio com a UFRN aparece como solução
mais viável, menos burocrática e mais econômica, pautado na união da necessidade
de mão de obra da instituição e no interesse da Universidade na promoção de
ensino.
Desse modo, a Residência em Tecnologia da Informação surgiu na JFRN, por
iniciativa da Direção Geral da instituição, conhecida como Direção do Foro, que
levou a ideia de implementação ao Núcleo de Tecnologia da Informação. Segundo o
supervisor da Seção de Planejamento e Projetos de TI, a iniciativa teve por base a
experiência com residência semelhante no Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Norte (TJRN) formada em parceria com a UFRN.
Nessa expectativa, para o supervisor, a residência é considerada uma janela
de oportunidades, com referência no projeto do TJRN, visto que a ideia poderia ser
adaptada para a realidade da instituição. Assim, a Direção do Foro tomando
conhecimento de tal projeto, começou a discutir com as áreas interessadas a
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viabilidade de criação de uma residência em TI capaz de atender à necessidade
existente na instituição.
Um dos fatores que nortearam a escolha dessa solução foi o custo do projeto.
O valor mensal por pessoa é de R$ 3.385,89 (três mil, trezentos e oitenta e cinco
reais e oitenta e nove centavos), esse cálculo levou em consideração a duração do
projeto, a quantidade de residentes, o pagamento de professores e os gastos
administrativos. Para o supervisor da Assessoria Jurídica, tal valor é considerado
menor que os valores pagos aos servidores e em contratos existentes no mercado.
De acordo com essa conclusão, o supervisor da Seção de Planejamento e
Projetos de TI elaborou análise de viabilidade do projeto, mostrando que o custo de
contratar um residente que atua por 6 horas é bem menor que admitir um serviço
terceirizado e contratar servidores, tanto concursados quanto requisitados. Assim,
contratar uma turma por um período de tempo limitado mostrou-se viável por
questões orçamentárias, não comprometendo a receita do ano seguinte.
Conforme o supervisor da Seção de Gestão da Informação e Inteligência
Organizacional, outra questão analisada para viabilização do projeto, diz respeito à
oportunidade de atuação dos residentes no mercado, visto que esses são capazes
de aplicar os conceitos teóricos, tanto da graduação quanto os desenvolvidos na
pós-graduação.
Portanto, a Residência em TI nasceu desse contexto, com interesse inicial da
Direção do Foro e necessidade motivada pela carência de servidores disponíveis e
especializados, capazes de produzir novas soluções de tecnologia da informação,
com preço acessível e dentro da situação financeira do órgão. Essa foi a alternativa
para o problema enfrentado pelo núcleo, uma estratégia tida como um “braço” pelo
supervisor da Seção de Planejamento e Projetos de TI para o desenvolvimento do
pensar e fazer coisas novas.
4.3. PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO NA JUSTIÇA FEDERAL
A viabilidade da Residência em TI envolveu, além do Núcleo de Tecnologia
da Informação, outras áreas da instituição, como a Seção de Licitações e Contratos
(formalização do convênio), a Assessoria Jurídica (enquadramento legal) e a Seção
de Orçamento e Finanças (elementos orçamentários).
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Com a finalidade de organização do projeto, houve reuniões entre a JFRN e a
UFRN, inicialmente para definição de valores, visando à elaboração da análise de
viabilidade e da tabela de gastos, ambos desenvolvidas pelo NTI. Com o custo, o
enquadramento legal e os elementos orçamentários definidos, foi realizada última
reunião na Universidade envolvendo os gestores das duas instituições para ajustes
finais.
No primeiro momento, a Justiça Federal no Rio Grande do Norte faria parceria
com o Tribunal Regional do Trabalho 21ª Região (TRT 21ª), no entanto esse desistiu
por não conseguir viabilizar e concretizar questões financeiras. Segundo o
supervisor da Seção de Infraestrutura e Redes a parceria foi firmada e
consequentemente implementada com o Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Norte (TCE/RN), essa colaboração refere-se ao compartilhamento da
turma de pós-graduação, cujos residentes da JFRN assistem aulas teóricas na
UFRN juntamente com os residentes do TCE/RN, aplicando os conhecimentos em
realidades diferentes. Os custos com o projeto foram rateados entre os dois órgãos
de forma proporcional ao número de participantes, diminuindo assim, o custo final
para cada órgão.
No processo de implementação do projeto houve a preocupação inicial em
relação ao espaço de instalação da turma de residentes. A sala escolhida fica no
“aquário”, onde se localiza a maioria dos setores da área administrativa, no primeiro
andar da instituição. Foram realizados alguns ajustes, como a troca e diminuição de
setores. No espaço da residência, atuava a Seção de Orçamento e Finanças que
passou a funcionar na sala do Diretor do Núcleo Financeiro e Patrimonial, e esse
começou dividir a sala com a Seção de Licitações e Contratos, apesar de pequena,
a reorganização foi necessária.
A escolha do ambiente, de acordo com o supervisor da Seção de Gestão da
Informação e Inteligência Organizacional, foi realizada de forma estratégica. Era
necessário um lugar próximo ao NTI que proporcionasse boa visibilidade da
residência para o núcleo, mas não dentro do próprio núcleo. Essa ideia apresenta
como justificativa a preocupação da possibilidade dos residentes se envolverem com
questões operacionais do dia a dia, não sendo esse o objetivo da residência.
Inicialmente não foi realizada nenhuma aquisição de materiais para compor a
sala dos residentes, a instituição já possuía os equipamentos inicias para suprir a
necessidade de instalação. Os computadores tinham em estoque em quantidade
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suficiente. Em relação às mesas e cadeiras foi realizada uma mobilização para
encontrar materiais adequados à sala, havendo trocas em alguns setores da
instituição. Todavia, ao decorrer do projeto, algumas necessidades foram surgindo
em razão de alguns aparatos tecnológicos não atenderem a determinadas
demandas, sendo necessário viabilizar equipamentos melhores.
Com relação às dificuldades específicas da fase de implementação, nenhum
problema foi relatado pelos envolvidos na residência. Na visão do supervisor da
Seção de Gestão da Informação e Inteligência Organizacional, como o projeto tem
apoio direto da Direção do Foro, o andamento tornou-se mais fácil, no sentindo de
sua viabilização. Ademais, acrescenta ainda que a ideia da residência foi bem
recebida pelos servidores da instituição, não havendo resistências. Para o
supervisor da Seção de Planejamento e Projetos de TI existiu apenas preocupação
de como a residência ia ser operacionalizada, como o corpo técnico iria atuar, por se
tratar de um projeto totalmente novo para a instituição.
4.4. PRINCIPAIS RESULTADOS
Para o supervisor da Seção de Planejamento e Projetos de TI, o principal
benefício proporcionado para a instituição com a residência, refere-se à capacidade
de entrega constante de projetos de tecnologia da informação, com o suporte
oferecido pelos residentes. Vários projetos já foram entregues, suprindo demandas,
não só do NTI, mas de toda a instituição. Complementando essa visão, o supervisor
da Seção de Gestão da Informação e Inteligência Organizacional afirma que há
melhorias na produtividade do núcleo em desenvolver novas ferramentas e entregar
novos produtos.
A Residência em Tecnologia da Informação está em processo de execução
desde outubro de 2017 e até então, são quatorze meses de funcionamento na
Justiça Federal no Rio Grande do Norte. Mesmo sem sua finalização, que acontece
em abril de 2019, é possível identificar dezessete projetos divididos entre finalizados
e em andamento, no qual atendem as demandas das Varas, Secretaria
Administrativa e do próprio Núcleo de tecnologia da Informação, que serão listados
nos tópicos seguintes.
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4.4.1. PROJETOS FINALIZADOS
Há dez projetos finalizados pela residência, com base no portal da intranet,
nas três áreas de atuação: desenvolvimento de software, infraestrutura e redes, e
business intelligence. As primeiras versões funcionais dos projetos já foram
entregues, sendo passíveis de aperfeiçoamentos. O Quadro 07 mostra uma breve
descrição de cada projeto, juntamente com os prazos de início e término, seguindo a
sua ordem de criação.
Quadro 07 – Descrição de projetos finalizados
Projeto Descrição Prazos
Portal da
Residência
Site criado na intranet da instituição. Nele é
apresentado, para toda a comunidade da JFRN, a
equipe, os projetos e a metodologia de trabalho
utilizada. O portal também é o canal de comunicação
da Residência em TI com a Justiça Federal, sendo
possível enviar ideias e agendar visitas de imersão,
espaço aberto apenas na fase inicial, para o
desenvolvimento de futuros projetos.
Início: 30/10/2017 Término: 13/11/2017
Imersão na
Área de TI –
Sistemas
Projeto de mapeamento e criação de inventário
detalhado de todos os sistemas desenvolvidos ou
não, pela Justiça Federal no Rio Grande do Norte
com objetivo de compreender as tecnologias
utilizadas no desenvolvimento e armazenamento das
informações.
Início: 13/11/2017 Término: 24/11/2017
Imersão na
Área de TI –
Infraestrutura
Processo de imersão na infraestrutura do NTI, na qual
informações foram levantadas sobre a infraestrutura e
o sistema de redes. A equipe da residência detectou
gargalos e apresentou melhorias, gerando dois outros
projetos, o Farol JFRN e a implementação de boas
práticas para a rede lógica.
Início: 13/11/2017 Término: 30/11/2017
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Projeto Descrição Prazos
Farol JFRN
Sistema capaz de monitorar e informar quando algum
serviço fica indisponível, de forma clara e objetiva. Os
componentes críticos a serem monitorados, são os
sistemas internos e externos da instituição: PJE, SEI,
site JFRN, intranet e nuvem JFRN.
Início: 04/12/2017 Término: 19/02/2018
Framework
Sistema que proporciona maior segurança de dados,
redução no seu volume, aumentando a performance
do sistema e a automatização de tarefas que antes
eram feitas com muito custo. O framework é
construído com tecnologias atuais de forma a ficar
alinhado com as tecnologias utilizadas pelo TRF5.
Início: 15/01/2018 Término: 28/05/2018
Sistema de
Adesão à
Citação
Eletrônica
Projeto com finalidade de oferecer plataforma que
facilite o cumprimento da Resolução 234/16 do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), permitindo a
realização de cadastro de forma simplificada de
pessoas jurídicas no sistema de processo eletrônico.
Início: 29/01/2018 Término: 08/03/2018
Botão do
Pânico
Sistema que aciona, de forma emergencial, o serviço
de segurança dos magistrados, prontificando as
equipes de segurança de forma imediata para atender
a ocorrência no local que foi solicitado. Essa
demanda surgiu do Gabinete de Segurança
Institucional.
Início: 06/03/2018 Termino: 04/04/2018
Carta de
Serviços
Sistema que atende a Lei nº 13.460/2018 com a
divulgação da Carta de Serviços ao Usuário. Foi
criada na forma de site, para facilitar o acesso do
usuário final. O portal irá disponibilizar todos os
serviços fornecidos pela Justiça Federal no Rio
Grande do Norte permitindo fácil visualização e a
utilização de filtros.
Início: 23/04/2018 Término: 21/06/2018
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Projeto Descrição Prazos
Check-In da
Quinta
Jurídica
Sistema de check-in para inscrição e confirmação de
presença no evento da instituição chamado Quinta
Jurídica, o qual é acessado através de um qrcode.
Com um leitor de qrcode do celular, o usuário é
levado ao sistema de check-in da quinta jurídica,
onde lá, ele informa o evento que deseja participar e
seu CPF. Podendo confirmar presença ou se
inscrever no evento.
Início: 07/08/2018 Término: 21/09/2018
Painel de
Ponto
Sistema que acompanha as horas trabalhadas de
cada residente. Possibilitando uma análise mais
dinâmica, como gráficos por período, contendo horas
previstas e aplicadas, status do ponto e pendências.
Início: 01/08/2018 Término: 31/10/2018
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Portal da Residência em TI, 2018.
Conclui-se que, dos dez projetos finalizados, três são destinados aos usuários
externos com o objetivo de facilitar o acesso aos serviços oferecidos pela instituição,
são eles: o Check-In da Quinta Jurídica, a Carta de Serviços e o Sistema de Adesão
à Citação Eletrônica. Os demais projetos estão ligados às áreas internas da Justiça
Federal com a finalidade de melhorar os processos de trabalho e a comunicação.
4.4.2. PROJETOS EM ANDAMENTO
Com base no Portal da Residência em TI, os projetos em andamento
desenvolvidos na instituição correspondem atualmente a sete unidades, distribuídos
nas três áreas de atuação: desenvolvimento de software, infraestrutura e redes, e
business intelligence. O Quadro 08 aborda a descrição de cada projeto, juntamente
com o prazo de início, seguindo a sua ordem de criação.
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Quadro 08 - Descrição de projetos em andamento
Projeto Descrição Prazo
Proergo
Projeto voltado à qualidade de vida dos integrantes da
instituição. Apresenta como objetivo a análise e
adoção de medidas relacionadas a postura
ergonômica e ao desenvolvimento de ações focadas
na segurança do trabalho. O sistema identificará
situações em que o servidor se encontra e irá trazer
alguns exercícios que devem ser feitos para melhorar
a postura ergonômica. O aplicativo em
desenvolvimento vai apresentar perguntas para o
colaborador e a partir das respostas serão sugeridos
exercícios para melhorar a postura.
Início:
01/04/2018
Painel de
Estatísticas
Processuais
Sistema que consiste em substituir relatórios emitidos
pelos sistemas PJe e Tebas por painéis de inteligência
de negócio. O painel apresenta movimentações
processuais através de variáveis quantitativas
relacionadas às entradas e saída de processos.
Início:
22/05/2018
Painel
Financeiro
O sistema tem como objetivo resumir as
movimentações financeiras feitas na Justiça Federal
no Rio Grande do Norte, para facilitar o
acompanhamento e controle dos contratos e
aquisições pelos fiscais e membros do Núcleo
Financeiro, assim como eventuais consultas pelos
demais integrantes instituição quando necessário.
Início:
01/06/2018
Segmentação
da Rede
O projeto tem por finalidade a segmentação da rede
da instituição visando a melhoria da segurança e o
aproveitamento dos recursos da rede, sendo essa
uma demanda interna do setor de infraestrutura do
Núcleo de Tecnologia da Informação.
Início:
11/06/2018
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Projeto Descrição Prazos
Centro de
Inteligência
Sistema que operacionaliza a prevenção das
demandas repetitivas. É um portal que poderá
informar os temas que foram debatidos pelos
magistrados e um painel de votação para os
temas. Esse projeto também abrange a melhoria do
painel eletrônico de votação, uma ferramenta de
avaliação de notas técnicas sobre temas pertinentes
ao judiciário.
Início:
26/06/2018
Consulta
Processual
Unificada
Sistema que realize a pesquisa processual em um
único local e em todos os sistemas processuais
utilizados pela instituição, independente do sistema
que o processo esteja tramitando. A demanda
justifica-se devido à dificuldade na busca de
processos nos diversos sistemas da Justiça Federal
do Rio Grande do Norte, com objetivo de facilitar tal
consulta.
Início:
26/06/2018
Painel de
Relatório de
Processos
Sistema integrante do projeto Portal de Business
Intelligence do Tribunal Regional Federal da 5ª
Região, o qual possibilita análise dinâmica, unificada e
padronizada das informações processuais. Através da
substituir os relatórios emitidos pelos sistemas em
painéis de inteligência de negócio – BI.
Início:
01/08/2018
Fonte: Elaborado pelo autor com base no portal da Residência em TI, 2018.
Percebe-se que, dos sete projetos em desenvolvimento pela residência, a
Consulta Processual Unificada é o único destinado aos usuários externos,
apresentando como objetivo a facilidade de acesso aos serviços oferecidos pela
instituição. Os demais são voltados aos processos internos de trabalho, seja pela
promoção da facilidade no seu desenvolvimento, pela segurança das informações
ou até mesmo pela saúde dos servidores da instituição. Logo, o foco da Residência
em TI tem sido desenvolver projetos para o ambiente interno da instituição.
50
Dessa forma, o Núcleo de Tecnologia da Informação ganhou reforço e
produtividade com a residência por meio de pessoas capacitadas, para atender
necessidades identificadas na instituição, desde as mais simples até as complexas,
garantindo aprendizagem não só para os residentes, mas também para toda
organização.
4.5. DESAFIOS E AVALIAÇÃO DA RESIDÊNCIA EM TI
No que diz respeito aos principais desafios enfrentados pela Residência em
Tecnologia da Informação, primeiramente destaca-se a saída de três residentes do
projeto. Com base no supervisor da Seção de Gestão da Informação e Inteligência
Organizacional, as razões então ligadas à oferta de emprego e aprovação em
concurso público de dois residentes, sendo difícil conciliar os horários das duas
atividades. Já o outro residente saiu por alegar desestímulo, não sentindo-se
integrado ao modelo, apesar das várias tentativas de mantê-lo no grupo.
Diante dessa situação, foram realizados novos procedimentos para o
preenchimento das vagas, sendo que uma delas não foi ocupada. Quando os
primeiros residentes saíram, ainda estava em tempo hábil de adaptação de outros
ao projeto. Mas houve caso em que um residente entrou no andamento do projeto,
gerando para a UFRN a necessidade de criação de um mecanismo que integrasse o
acadêmico por meio da recuperação de aulas perdidas. Já para a JFRN, coube a
responsabilidade de interação do residente, a instituição, à equipe e aos projetos.
Outro desafio refere-se à capacidade dos gestores do projeto em lidar com a
expectativa dos residentes, os quais sempre buscam elaborar projetos de forma
rápida e ainda ter agilidade no aprendizado. Segundo o supervisor da Seção de
Gestão da Informação e Inteligência Organizacional, ao mesmo tempo em que,
entregam-se demandas, não é necessário somente monitorá-los, é preciso conceder
subsídios que possam auxiliar o desenvolvimento dos projetos. Os gestores buscam
o equilíbrio na oferta de liberdade aos residentes e simultaneamente a cobrança de
resultados, criando metas para o estímulo da produção e motivação da equipe.
Priorizar as demandas que foram identificadas no processo de imersão
desenvolvido pelos residentes, também foi considerada uma dificuldade para os
gestores. O supervisor da Seção de Gestão da Informação e Inteligência
51
Organizacional afirma que optar por projetos que possam ser mantidos é a maior
preocupação. A instituição é responsável pelos projetos que foram escolhidos, e tal
escolha deve levar em consideração aquilo que poderá trazer mais benefícios.
Em relação à avaliação da Residência em Tecnologia da Informação, na
visão geral dos entrevistados, o projeto vem cumprindo o esperado. O conhecimento
está sendo gerado para os residentes e a experiência com novos projetos está
sendo proporcionada a JFRN. Para o supervisor da Seção de Gestão da Informação
e Inteligência Organizacional, a rapidez de entrega de resultados poderia ser melhor,
mas como não há prática em lidar com uma residência na instituição, acredita-se
que o projeto está sendo administrado de forma eficiente apesar na inexperiência.
É importante ressaltar que o foco do projeto para a Justiça Federal está
relacionado com o equilíbrio entre a resolução dos problemas da instituição e a
promoção do aprendizado aos residentes. Em consonância com o supervisor da
Seção de Gestão da Informação e Inteligência Organizacional, houve uma boa
divisão entre os dois objetivos, a qual foi conduzida de forma flexível pela instituição.
O supervisor da Assessoria Jurídica afirma que a divisão não poderia ser
diferente, uma vez que, é inerente da natureza dos convênios possuir benefícios
para ambos os lados e sem tal relação de equilíbrio não existiria interesse mútuo
dos órgãos. Isso explica a preocupação da JFRN com o aprendizado dos residentes
e não somente com a resolução dos seus problemas através da criação de projetos.
Neste contexto é interessante abordar que, existe interesse por parte da
JFRN em viabilizar a segunda edição da Residência em TI. A justificativa, segundo o
supervisor da Seção de Gestão da Informação e Inteligência Organizacional diz
respeito à avaliação positiva da primeira edição e a não resolução de todas as
necessidades identificadas no processo de imersão. Entretanto, o grande empecilho
tem sido a questão orçamentária, uma das barreiras à inovação na gestão pública
apresentada por Scherer (2015).
4.6. INOVAÇÃO NA RESIDÊNCIA EM TI
O projeto Residência em Tecnologia da Informação é considerado inovador,
na percepção de todos os entrevistados. O supervisor da Seção de Planejamento e
Projetos de TI baseia sua afirmação ao considerar que a solução encontrada pela
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instituição para o problema foi pensada “fora da caixa”, uma vez que, existiam outras
soluções consideradas comuns para o problema de mão de obra. Ele relata ainda
que além da ideia do projeto, os produtos criados também podem ser considerados
inovadores, nos quais os residentes sempre pensam além dos padrões definidos.
Para o diretor do Núcleo Financeiro e Patrimonial, o principal elemento
inovador é a parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Por sua
vez, o supervisor da Seção de Gestão da Informação e Inteligência Organizacional,
relata que a ideia é inovadora por mostrar que é possível aplicar residências em
outras áreas de atuação diferentes da área médica. Outro fator apresentado pelo
supervisor está ligado à oxigenação da equipe do NTI, proporcionando ao núcleo a
reinvenção na criação e execução das atividades.
Na percepção do supervisor da Assessoria Jurídica, a inovação está
diretamente relaciona a parceria firmada entre as duas instituições que possuem
diferentes finalidades. A residência proporcionou a união de esforços capazes de
oferecer resultados benéficos tanto para a JFRN quanto para a UFRN. O supervisor
ainda aborda que ideias de parcerias como essa deveriam ser difundidas entre os
órgãos públicos para a minimização de gastos e maximização de resultados.
Faz-se necessário analisar o projeto na perspectiva da teórica revisada.
Assim, fundamentando-se no conceito de inovação apresentado por Tidd e Bessant
(2015), a residência adequa-se a uma ideia inovadora, uma vez que apresenta
novidade e mudança referente à maneira de solucionar o problema de mão de obra
por meio da parceria com outra instituição pública. Além disso, o uso prático resulta
em novos projetos, os quais são capazes de atender as necessidades da instituição.
Complementando tal afirmação é essencial abordar a visão de inovação
especificamente no setor público apresentada por Moreira et al., (2016). Os autores
trazem a ideia de introdução de novidade em relação ao modo antigo adotado em
determinado contexto público, proporcionando mudança positiva e consistente.
Nessa linha de pensamento, a Residência em Tecnologia da Informação na Justiça
Federal no Rio Grande do Norte, apresenta perfil inovador, diante das suas
características de novidade na resolução do problema apresentado pelo NTI, na
avaliação positiva da instituição, nos resultados reais, na redução de custos e ainda,
na contribuição da formação de profissionais.
No que diz respeito ao tipo de inovação e com base no descrito por Fayet
(2010) a Residência em TI apresenta características do tipo radical, levando em
53
consideração o desenvolvimento de uma solução inteiramente nova para a
instituição e para todo o Poder Judiciário, implicando na redução de custos.
54
5. CONCLUSÃO
A inovação vem recebendo atualmente atenção na administração pública e no
campo acadêmico, embora menos enfatizada quando comparada ao setor privado
(CAMÕES; SEVERO; CAVALCANTE, 2017). Ela ganha impulso na medida em que
os governos buscam atender às demandas contínuas por maior transparência,
qualidade, eficiência e eficácia de suas ações, mediante processos interativos com
cidadãos, empresas e sociedade. Essa realidade atrai a atenção para se discutir a
implantação de tais inovações, principalmente pelos reais benefícios que podem ser
gerados para as organizações públicas.
Diante deste cenário, o objetivo do trabalho baseou-se em analisar a
Residência em Tecnologia da Informação, na Justiça Federal no Rio Grande do
Norte sob a ótica da inovação pública. Primeiramente destacou-se a necessidade de
descrevê-lo e entender sua metodologia. O projeto refere-se a um programa de pós-
graduação composto por doze residentes, criada a partir de convênio firmado entre a
Justiça Federal e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ele apresenta
etapas e ciclos bem definidos, com finalidade na criação de novas soluções para a
instituição, como também na promoção do aprendizado aos residentes.
Quanto ao contexto do surgimento e da necessidade de implementação da
residência na instituição, percebe-se que o interesse da Direção do Foro norteou o
advento da ideia. A residência resolve o problema da escassez de recursos
humanos no Núcleo de Tecnologia da Informação, apenas de forma temporária,
durante seu período de execução. Assim, cabe à organização promover outras
edições do projeto ou viabilizar novas medidas, tendo em vista que, necessidades
de soluções em TI surgem a todo tempo na instituição.
Conclui-se ainda que o processo de implementação na residência foi
conduzido de forma eficiente na organização, sem custos adicionais e sem barreiras
para a sua viabilização. No tocante aos benefícios ofertados para a JFRN é possível
listar dezessete projetos entre finalizados e em andamento, os quais proporcionaram
benfeitorias nos processos de trabalho, na comunicação e na facilidade de acesso
dos usuários externos aos sistemas da instituição.
É possível inferir que a Residência em Tecnologia da Informação é
considerada um projeto inovador. Esse fato pode ser atribuído à ideia da parceria
55
firmada com outra instituição pública para resolução do problema enfrentado pela
Justiça Federal; pela redução de custos, sendo essa a solução mais econômica
dentre as opções abordadas pelo núcleo; por promover o ensino; e contribuir com a
carreira profissional dos residentes.
Conforme relata Coral, Ogliari e Abreu (2008), as oportunidades de inovação
oferecidas pela parceria com universidades e institutos de pesquisa têm sido pouco
exploradas. Então, é de suma importância destacar que, o desenvolvimento de
parcerias inovadoras entre órgãos públicos merece atenção e precisa ser
estimulado, tornando esta pesquisa um exemplo de resultado positivo obtido através
de tal relação.
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REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista exploratória com o Supervisor da Seção de
Seção de Planejamento e Projetos em TI
DADOS GERAIS
Cargo do entrevistado
Função no projeto
Data da entrevista
CONTEXTO E HISTÓRICO
Nº Perguntas
01 O que consiste o projeto Residência em TI?
02 De quem foi a iniciativa?
03 Como surgiu a ideia do projeto?
04 Qual foi a necessidade/problema que motivou a implementação do
projeto?
05 Quais os motivos que nortearam a escolha dessa solução?
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
06 Como foi o processo de implementação do projeto?
07 Houve mudanças na organização da estrutura física da instituição?
08 Foi necessário adquirir novos recursos?
09 Houve alguma dificuldade no processo?
RESULTADOS
10 O que melhorou com a implementação do projeto? Quais os principais
benefícios para a Justiça Federal?
11 O projeto pode ser considerado inovador? Por quais motivos?
12 Quais os principais desafios?
13 Qual é a avaliação atual do projeto?
14 É possível pensar em nova edição da Residência em TI?
15 Poderia indicar outras pessoas que conhecem o projeto?
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APÊNDICE B – Roteiro de entrevista exploratória com o Diretor do Núcleo
Financeiro e Patrimonial
DADOS GERAIS
Cargo do entrevistado
Relação com o projeto
Data da entrevista
CONTEXTO E HISTÓRICO
Nº Perguntas
01 Como é composto o Núcleo de Tecnologia da Informação?
02 O que consiste o projeto Residência em TI?
03 De quem foi a iniciativa? Como surgiu a ideia do projeto?
04
Qual foi a necessidade/problema que motivou a implementação do projeto?
Qual o problema a Residência em TI pretende resolver?
05 Quais os motivos que nortearam a escolha dessa solução? O custo para
Administração teve algum impacto na escolha?
06 O foco maior é o de proporcionar aprendizagem para os residentes ou para
resolver os problemas da organização?
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
07 Qual a relação do Projeto com o TCE/RN?
08 Como foi o processo de implementação do projeto? Houve mudanças na
organização da estrutura física da instituição?
09 Houve mudanças na organização da estrutura física da instituição?
10 Foi necessário adquirir novos recursos?
11 Houve alguma dificuldade no processo?
RESULTADOS
12 O que melhorou com a implementação do projeto?
13 Quais os principais benefícios para a Justiça Federal?
14 O projeto pode ser considerado inovador? Por quais motivos?
15 É possível pensar em nova edição da Residência em TI?
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APÊNDICE C – Roteiro de entrevista exploratória com o Supervisor da Assessoria
Jurídica
DADOS GERAIS
Cargo do entrevistado
Relação com o projeto
Data da entrevista
CONTEXTO E HISTÓRICO
Nº Perguntas
01 O que consiste o projeto Residência em TI?
02 De quem foi a iniciativa?
03 Como surgiu a ideia do projeto?
04
Qual foi a necessidade/problema que motivou a implementação do projeto?
05 Qual o problema a Residência em TI pretende resolver?
06 Quais os motivos que nortearam a escolha dessa solução?
07 O custo para Administração teve algum impacto na escolha?
08 O foco maior é o de proporcionar aprendizagem para os residentes ou para
resolver os problemas da organização?
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
09 Como foi o processo de implementação do projeto?
11 Houve mudanças na organização da estrutura física da instituição?
12 Houve mudanças na organização da estrutura física da instituição?
13 Foi necessário adquirir novos recursos?
RESULTADOS
14 E para a Justiça de modo geral, quais são os principais benefícios?
15 O projeto pode ser considerado inovador? Por quais motivos?
16 É possível pensar em nova edição do projeto?
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APÊNDICE D – Roteiro de entrevista exploratória com o Supervisor da Seção de
Gestão da Informação e Inteligência Organizacional
DADOS GERAIS
Cargo do entrevistado
Relação com o projeto
Data da entrevista
CONTEXTO E HISTÓRICO
Nº Perguntas
01 Como é composto o Núcleo de Tecnologia da Informação - NTI? E os
estagiários do núcleo, como são divididos?
02 O que consiste o projeto Residência em TI?
03 De quem foi a iniciativa? Como surgiu a ideia do projeto?
04 Quais os motivos que nortearam a escolha dessa solução? O custo para
Administração teve algum impacto na escolha?
05 O foco maior é o de proporcionar aprendizagem para os residentes ou para
resolver os problemas da organização?
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
06 Qual a relação do Projeto com o TRT21? Atualmente existe alguma ligação
com o TCE?
07 Como foi o processo de implementação do projeto? Houve mudanças na
organização da estrutura física da instituição?
08 Foi necessário adquirir novos recursos?
09 Houve alguma dificuldade nesse processo?
RESULTADOS
10 O que melhorou para o Núcleo com a implementação do projeto?
11 E para a Justiça de modo geral, quais são os principais benefícios?
12 Qual é a avaliação atual do projeto? Está cumprindo o esperado?
13 Quais os principais desafios da Residência em TI?
14 É possível pensar em nova edição do projeto?
15 O projeto pode ser considerado inovador? Por quais motivos?
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ANEXOS
ANEXO A – Organograma da Justiça Federal no Rio Grande do Norte
Fonte: Intranet da JFRN apud Silva, 2017.