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Introdução à Introdução à Psicopatologia e Psicopatologia e PsicofarmacologiaPsicofarmacologia
Prof. MSc. Marco A. G. Del’ Aquilla
Aspectos geraisAspectos gerais Rápida transformação da psiquiatria nos últimos 30
anos: psicanálise psiquiatria biológica
Surgimento de novas medicações e novos usos para as já existentes
Desafio: integrar abordagens biológicas e psicoterápicas
Duas abordagens equivocadas psicofarmacologia como essência da psiquiatria medicamentos simplesmente mascaram doenças, atuam de
forma contrária à resolução de conflitos, interferem na terapia, ...
Aspectos geraisAspectos gerais Uma nova psiquiatria como especialidade médica
• teorias psicossociais• psicobiológicas• psicofarmacologia
Drogas psicotrópicas• benefícios na cognição, humor comportamento• nem sempre modificam o processo mórbido subjacente• fatores de estresse intrapsíquicos, interpessoais e psicosociais
Resultados finais benéficos• redução de sintomas• promoção das capacidades em adaptar-se às exigências de
sua vida
Saúde mentalSaúde mentalSaúde em geralSaúde em geral O tratamento de diversas doenças clínicas têm
incorporado abordagens psicosociais• hipertensão, artrite reumatóide, diabetes juvenil
Psiquiatras que imaginam que a psicofarmacologia é o princípio e o fim de tudo
• clínico que acredita que tratar hipertensão é prescrever diurético
Psicanalistas não devem esperar a cura de sintomas vegetativos em pacientes deprimidos endógenos sem o uso de medicação adequada
Conceitos básicos em Conceitos básicos em farmacologia - Dimensõesfarmacologia - Dimensões
Farmacocinética o que o corpo faz com a droga
• absorção• distribuição• metabolização• excreção
Farmacodinâmica o que a droga faz com o corpo
• mecanismos de receptor• curva dose-resposta• desenvovlimento de tolerância, fenômenos de abstinência
Curvas dose-respostaCurvas dose-resposta
Escolha da medicaçãoEscolha da medicação Diagnóstico
Identificação de sintomas alvo
Dentre as drogas apropriadas para um dado diagnóstico história de resposta prévia no paciente história de resposta prévia em familiares perfil de efeitos colaterais experiência clínica
Diagnóstico - históricoDiagnóstico - histórico DSM (1952 - Associação Americana de Psiquiatria) – 106 categorias de
Desordens Mentais. Tentativa de unificar estatísticas vindas de Hospitais Psiquiátricos no pós-guerra.
DSM II (1968) – 182 Desordens
DSM III (1980) – Robert Spitzer - Amplia leque de diagnósticos psiquiátricos – incorpora conhecimento biológico e sociológico. Passa a servir como base para pesquisas científicas – apresenta 265 categorias diagnósticas. Cada um dos transtornos mentais é concebido como uma síndrome
clinicamente significativa, comportamental ou psicológica
DSM-III rapidamente se espalhou a nível internacional, sendo usado por muitos profissionais e tendo sido considerado uma revolução da psiquiatria
Diagnóstico - históricoDiagnóstico - histórico DSM-III (1980)
• rigor ao diagnóstico e classificação• critérios diagnósticos detalhados• diagnósticos descritivos
Versões posteriores refinaram esses critérios diagnósticos e fizeram alterações com base em novos dados empíricos e pesquisas de campo DSM-III-R (1987) – 292 categorias DSM-IV (1994) – 297 transtornos DSM-IV-TR (2000) – informações extras em cada
diagnóstico.Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorder (Assoc. Americana de Psiquiatria)
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
DiagnósticoDiagnóstico Sistema Multi-axial
O DSM-IV organiza cada diagnóstico psiquiátrico em cinco níveis (eixos) relacionando diferentes aspectos das desordens ou desabilidades:
DiagnósticoDiagnóstico Eixo I: transtornos clínicos, incluindo
principalmente transtornos mentais, bem como problemas do desenvolvimento e aprendizado;
Eixo II: transtornos de personalidade ou invasivos, bem como retardo mental;
Eixo III: condições médicas agudas ou desordens físicas;
DiagnósticoDiagnóstico Eixo IV: fatores ambientais ou psicossociais
contribuindo para desordens;
Eixo V: Avaliação Global das Funções (Global Assessment of Functioning) ou Escala de Avaliação Global para Crianças (Children’s Global Assessment Scale) para jovens abaixo de 18 anos (numa escala de 0 a 100).
DiagnósticoDiagnóstico
É comum o Eixo I incluir transtornos como: depressão, ansiedade, distúrbio bipolar, TDAH e Esquizofrenia.
É comum o Eixo II incluir transtornos como: transtornos de personalidade borderline, transtorno de personalidade esquizóide, transtorno de personalidade anti-social, transtorno de personalidade narcisista e leve retardo mental.
DiagnósticoDiagnóstico Abordagem tradicional = parear um determinado
tratamento a um diagnóstico específico
Muitos pacientes com transtorno não facilmente classificado numa síndrome específica
Alguns pacientes com um transtrono aparentemente clássico podem não responder a uma droga convencional
Várias drogas demonstram ter ações mais amplas que o sugerido pelo nome de sua classe
DSM-IVDSM-IV Transtornos afetivos
• transtronos depressivos• transtornos bipolares
Esquizofrenia e outros transtornos do espectro da esquizofrenia
Transtornos ansiosos Transtornos somatoformes Transtornos de personalidade Transtornos relacionados ao uso de substâncias
psicoativas Transtornos da infância e adolescência
Transtornos afetivos do Transtornos afetivos do DSM-IVDSM-IV Transtornos depressivos
Transtorno depressivo maior• individual, recorrente• melancólico, psicótico, atípico, sazonal
Transtorno distímico• início precoce, tardio
Depressão sem outra especificação Transtornos bipolares
Bipolar I• maníaco, misto, depressivo
Bipolar II• hipomaníaco, depressivo
Transtorno ciclotímico Transtorno bipolar SOE
Outros transtornos afetivos
Transtornos do espectro da Transtornos do espectro da esquizofrenia do DSM-IVesquizofrenia do DSM-IV Esquizofrenia
Paranóide Desorganizada Indiferenciada Catatônica Residual
Transtorno esquizofreniforme
Transtorno esquizoafetivo
Transtornos ansiosos do Transtornos ansiosos do DSM-IVDSM-IV Transtorno do pânico sem agorafobia Transtorno do pânico com agorafobia Agorafobia sem história de ataques de pânico Fobia específica Fobia social Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) Transtorno de estresse pós-traumático Transtorno de estresse agudo Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) TA devido a uma condição médica geral TA ansioso induzido por drogas TA sem outra especificação
Transtornos somatoformes do Transtornos somatoformes do DSM-IVDSM-IV
Queixas físicas sem base orgânica objetiva Transtorno de somatização
Transtorno de conversão
Transtorno doloroso (somatoforme)
Hipocondria
Transtorno dismórfico corporal
Transtornos de personalidade Transtornos de personalidade DSM-IVDSM-IV Diagnóstico feito no Eixo II
De modo geral, não responsivos a farmacoterapia
Transtorno de personalidade borderline (fronteirço)
Transtorno de personalidade paranóide
Transtorno de personalidade anti-social
Transtornos relacionadas a Transtornos relacionadas a substâncias DSM-IVsubstâncias DSM-IV
Abuso
Dependência
Outros transtornos do Outros transtornos do DSM-IVDSM-IV Transtornos alimentares
Bulimia
Transtornos da infância/adolescência Transtorno de deficit de atenção / hiperatividade
Tratamento de transtornos Tratamento de transtornos específicos X redução de sintomasespecíficos X redução de sintomas FDA
Aprovação de medicamentos específicos para determinados transtornos
• velafaxina para depressão maior• fluoxetina para TOC
Recentemente, início de aprovação de uso de medicamentos para a redução de sintomas de múltiplos transtornos
• olanzapina IM para tratamento agudo de agitação• antipsicóticos atípicos para psicoses/desinibição
comportamental na doença de Alzheimer
ReferênciasReferências Sadock BJ, Sadock VA. Kaplan & Sadock’s Comprehensive
Textbook of Psychiatry, VII ed. [on CD-ROM]. Baltimore MD, Lippincott Williams & Wilkins Publishers, 2000.
Schatzberg AF, Cole JO, DeBattista C. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 4a ed. Tradução de Fernando Diniz Mundim, revisão técnica de Marco Antonio Alves Brasil. Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan, 2004.
Org. Eduardo P de Sena et al. Irismar: Psicofarmacologia Clínica. 3ª Ed. Brasil, R.J. Editora MedBook, 2011.
AnsiolíticosAnsiolíticos
Drogas ansiolíticasDrogas ansiolíticas
Benzodiazepínicos
Barbitúricos
Buspirona
-bloqueadores
Nomes comerciaisNomes comerciais Benzodiazepínicos
ALPRAZOLAM: Apraz, Frontal, Tranquinal BROMAZEPAM: Brozepax, Deptran, Lexotam, Nervium,
Novazepam, Somalium, Sulpam CLOBAZAM: Frizium, Urbanil CLONAZEPAM: Rivotril CLORDIAZEPÓXIDO: Psicosedim CLOXAZOLAM: Elum, Olcadil DIAZEPAM: Ansilive, Calmociteno, Diazepam, Kiatriun,
Noam, Somaplus, Valium LORAZEPAM: Lorium, Lorax, Mesmerin
Nomes comerciaisNomes comerciais Barbitúricos
Nome Genérico Nome Comercial Duração da Ação
Amobarbital Amytal Ação curta a intermediária
Barbital Veronal Ação prolongada
Butabarbital Butisol Ação curta a intermediária
Fenobarbital Gardenal, Luminal Ação prolongada
Hexobarbital Evipal Ação curta a intermediária
Mefobarbital Mebaral Ação prolongada
Pentobarbital Nembutal Ação curta a intermediária
Secobarbital Seconal Ação curta a intermediária
Tiamilal Surital Ação ultra-curta
Tiopental Delvinal Ação curta a intermediária
Nomes comerciaisNomes comerciais Buspirona
Ansitec
Buspanil
Buspar
Nomes comerciaisNomes comerciais -bloqueadores: betabloqueadores se subdividem em cardioseletivos
(Metoprolol) e não cardioseletivos (Propranolol)
PROPANOLOL – Antitensin; Inderal; Rebaten la
ATENOLOL – Atenopress; Atenol; Ateneo
METOPROLOL – Seloken; Selozok
NADOLOL - Corgard
PINDOLOL - Visken; Viskaldix
Drogas ansiolíticasDrogas ansiolíticas Drogas psicotrópicas mais comumente usadas A maioria esmagadora das prescrição não é feita
por psiquiatras (< 20%) Grande variedade de pacientes que não
apresentam um transtorno primário de ansiedade Barbitúricos
primeiro grupo ansiolítico importante introduzidos no início do sec XX sedativos, hipnóticos, anticonvulsivantes menos seguros que os benzodiazepínicos em
superdosagem fenobarbital - único no mercado brasileiro,
anticonvulsivante
BenzodiazepínicosBenzodiazepínicos Desenvolvidos originalmente como relaxantes
musculares Introduzidos nos anos 1960 Propriedades ansiolítico-hipnóticas, maior segurança
em superdosagem, potencial para dependência Indicações
ansiedade tensão muscular insônia estado de mal epiléptico epilepsia anestesia pré-operatória abstinência do álcool
BenzodiazepínicosBenzodiazepínicos Eficácia:
transtorno de ansiedade generalizada (FDA) transtorno do pânico (FDA)
Efeitos colaterais sedação, fadiga, dependência / abstinência
Segurança em intoxicação seguros em intoxicações até 30x a dose diária normal sedação, sonolência, ataxia, fala pastosa depressão respiratória em combinação com outros
depressores do SNC Suspensão
maximo de 25% da dose total por semana abstinência inclui: insônia, agitação, ansiedade, convulsões
(mais raras)
BenzodiazepínicosBenzodiazepínicos Duração do tratamento
ansiedade mais aguda, estresse específico• 1 - 2 semanas
quadros ansiosos mais crônicos (6 meses)• 4 - 6 semanas, redução gradual
TAG• tratamentos mais prolongados, vale a pena tentar antidepressivo
Idealmente, tratamento com duração limitada
Mecanismo de ação• facilitam a transmissão GABA (neurotransmissor inibitório)
BenzodiazepínicosBenzodiazepínicos Drogas de meia-vida curta e início de ação
rápido hipnóticos• ex. midazolam
Drogas de meia-vida mais longa, início de ação mais lento ansiolíticos
• ex. diazepam
Drogas de metabolização menos complexa (utilidade em doença hepática, idosos)
• ex. lorazepam
BuspironaBuspirona Ansiolítico não BZD, não sedativo
Percepção de que seja mais fraca e de início mais lento que os BZds não procede buspirona e BZDs podem levar de 2 - 4 sem
Bem tolerada em pacientes idosos e com doenças clínicas
Efeitos colaterias cefaléia, náuseas, tonturas e tensão não deprime função respiratória não altera coordenação motora
-bloqueadores-bloqueadores
Uso não aprovado pelo FDA para ansiedade hipertensão, profilaxia de angina, arritmias, cefaléias
enxaquecosas e estenose hipertrófica subaórtica
Úteis no controle de manifestações somáticas de ansiedade palpitações, tremores, acatisia
Doses mais baixas que as necessárias para controle de hipertensão
HipnóticosHipnóticos Insônia é um problema comum
mais freqüentemente secundário a outra condição• ex. insônia terminal da depressão
apnéia do sono, narcolepsia e síndrome de pernas inquietas
Recomendação para não se utilizar hipnóticos regularmente BZDs de ação rápida (Clonazepam – Rivotril)
maior potencial para dependência
Zolpidem (Stilnox; Lioram; não barbitúrico quase que totalmente excretado antes da manhã seguite
Transtornos ansiosos do Transtornos ansiosos do DSM-IVDSM-IV Transtorno do pânico sem agorafobia Transtorno do pânico com agorafobia Agorafobia sem história de ataques de pânico Fobia específica Fobia social Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) Transtorno de estresse pós-traumático Transtorno de estresse agudo Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) TA devido a uma condição médica geral TA ansioso induzido por drogas TA sem outra especificação
AntidepressivosAntidepressivos
DepressãoDepressão Por quase 2.500 anos, descrições de um dos problemas de
saúde mais freqüentes da humanidade
OMS - 4o problema de saúde mundial
US Agency for Health Care Policy and Research:• dor, HAS, diabetes, doença coronariana, depressão• incapacidade provocada por depressão: = ou >
Afeta cerca de 20% das mulheres e 12% dos homens em algum momento da vida
Risco de suicídio: cerca de 15% dos deprimidos
4 das 10 drogas mais vendidas nos EUA são antidepressivos
HistóricoHistórico Antidepressivos clássicos foram descobertos por acaso
início da década de 1950: iproniazida - droga usada no tratamento da tuberculose, IMAO
MAO - degrada noradrenalina e serotonina
Antidepressivos tricíclicos - ATC (1958) imipramina: em investigação para tratamento da
esquizofrenia - elevação do humor sem aliviar psicose
Pesquisa da indústria farmacêutica por drogas com a eficácia dos ATC, sem muitos efeitos adversos (cardiotoxicidade) droga protótipo - 1972 fluoxetina - 1988 (EUA) - primeiro inibidor seletivo da
recaptura de serotonina (ISRS)
HistóricoHistórico Pesquisa por drogas mais seletivas originou a
descoberta de novas classes de antidepressivos venlafaxina = inibidor seletivo de recaptura de serotonina e noradrenalina mirtazapina reboxetina = inibidor seletivo de recaptura de noradrenalina
Novas drogas segurança e tolerabilidade ainda com latência de resposta (3 semanas ou mais)
Critérios diagnósticos para episódio Critérios diagnósticos para episódio depressivo maior - DSM IVdepressivo maior - DSM IV
Ao menos 5 dos seguintes por 2 semanas (itens 1 ou 2 obrigatórios)
• 1*. Humor deprimido• 2*. Diminuição acentuada do interesse ou do prazer• 3. Perda de peso significativa (5% em 1 mês) sem dieta ou
ganho de peso; diminuição ou aumento do apetite• 4. Insônia ou hipersônia• 5. Agitação ou retardo psicomotor• 6. Fadiga ou perda de energia• 7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva /
inapropriada• 8. Diminuição da capacidade de pensar ou se concentrar• 9. Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida,
tentativa de suicídio
Tipos de depressãoTipos de depressão Melancólico
• depressão mais severa (anedonia), sintomas vegetativos proeminentes, flutuação circadiana dos sintomas
• melhor resposta à medicação Atípico
• humor reativo, sintomas vegetativos invertidos (ganho de peso, hipersônia)
• melhor resposta a alguns medicamentos Sazonal
• períodos do ano com menor incidência de luz (hemisfério norte)• fototerapia
Psicótico• alucinações, delírios• tratamento combinado antidepressivos + antipsicóticos• ECT
NeurobiologiaNeurobiologia Aminas biogênicas
• reserpina: depleta aminas e provoca depressão em alguns pacientes
• antidepressivos: aumentam atividade de diversos sistemas de aminas biogênicas
• noradrenalina / serotonina
• dopamina
Tratamento da Tratamento da depressãodepressão Psicoterapias
intervenções dirigidas para tratamento de depressão técnicas cognitivas (ou comportamentais) duração limitada
Antidepressivos inibidores seletivos de recaptura de serotinina (ISRS) venlafaxina bupropiona mirtazapina tricíclicos outros: IMAOs, antagonistas 5HT2 (…)
ISRSISRS Fluoxetina, paroxetina, citalopram (escitalopram),
sertralina Efeitos colaterais
• gastro-intestinais: náusea, diarréia, azia• disfunção sexual: libido, orgasmo retardado• cefaléia• insônia/sonolência
Segurança• geralmente seguros em doses excessivas (convulsões raras)
Indicações• depressão, transtornos de ansiedade, bulimia, transtorno
disfórico pré-menstrual
ISRSISRS Dose e administração
dose inicial já é ou está próxima da dose eficaz avaliar resposta inicial em 3- 4 sem aumentos de dose a cada 2 sem até dose max
Benefícios totais em 4-8 semanas Suspensão abrupta
parestesias, náuseas, cefaléia, sintomas gripais (1 a 7 dias) - menos prováveis com fluoxetina
níveis séricos de diversos medicamentos• Paroxetina > Fluoxetina > Sertralina > Citalopram
VenlafaxinaVenlafaxina Inibidor seletivo da recaptura de serotonina e
noradrenalina Efeitos colaterais
• ~ ISRS (mais insônia, náusea)• hipertensão: 5% com doses até 200mg/d• menor inibição de enzimas microssomais (menos
interferência com outros medicamentos) Dose a administração
• formulação XR permite dose única• iniciar com dose baixa• requer ajustes de dose (3/3 dias, semanalmente)• meia-vida curta, suspensão deve ser feita gradualmente
VenlafaxinaVenlafaxina Indicações
depressão transtorno de ansiedade generalizada condições dolorosas crônicas outras condições:
• TDAH• fobia social• transtorno de estresse pós traumático
Duloxetina• novo antidepressivo com mecanismo de ação semelhante, recém
lançado
BupropionaBupropiona Mecanismo de ação não é claro, parece envolver
DA e NA (antidepressivo “ativador”) Preparação de liberação lenta
ainda requer doses divididas acima de um certo patamar - manhã / tarde
Efeitos colaterais:• insônia, boca seca, tremor• convulsões: <1% em doses <400mg/d (SR); uso de álcool,
cocaína, estimulantes; bulimia/anorexia; antecedentes de convulsões, TCE
• não interfere com apetite, não induz disfunção sexual Tratamento do tabagismo
MirtazapinaMirtazapina Ação NA/5HT Efeito anti-histamínico
sedação, apetite peso em 20% dos casos predomina em doses baixas contrabalançado em doses mais altas por efeito
noradrenérgico (ativador) Baixo risco de interação medicamentosa Poucos efeitos sexuais Dosagem e administração
• dose única à noite• doses mais baixas: insônia importante, idosos
ISRS – Nome comercialISRS – Nome comercialANTIDEPRESSIVOS ISRS
Nome Químico Nome Comercial
Fluoxetina Prozac, Daforim, Deprax, Fluxene, Nortec, Verotina
Nefazodona Serzone
Paroxetina Aropax, Cebrilim, Pondera, Benepax
Sertralina Zoloft, Tolrest, Novativ, Assert
Citalopram Cipramil, Procimax, Cittá
TricíclicosTricíclicos Imipramina, clomipramina, amitriptilina, nortritpilina,
(maprotilina) Efeitos colaterais:
• Anticolinérgicos: boca seca, obstipação, retenção urinária, visão turva
• Ganho de peso, sedação• Disfunção sexual• Hipotensão ortostática, taquicardia, alterações de condução cardíaca• Risco de crises convulsivas• Sudorese
Segurança• letais em doses excessivas (arritimias cardíacas)• atualmente, 2a ou 3a linha
TricíclicosTricíclicos Dose e administração
• iniciar com doses baixas• múltiplos ajustes antes de se chegar à dose eficaz (mais 2 semanas
para observar resposta)• monitorar ECG• nível sérico - nortriptilina
Indicações• depressão• transtorno do pânico• TOC• síndromes dolorosas• profilaxia da enxaqueca• enurese
Interação com diversos medicamentos
Tricíclicos – Nome Tricíclicos – Nome comercialcomercial
Amitriptilina - Tryptano, Amytril
Maprotilina - Ludiomil
Nortriptilina - Pamelor
IMAOsIMAOs IMAOs de primeira geração (tranilcipromina) – Nome
comercial - PARNATE poucos efeitos sobre recaptação ou bloqueio de receptores inibem a MAO em vários órgãos
• MAO-A - NA, 5-HT• MAO-B - outras monoaminas (DA)
MAO-A também é encontrada na mucosa do trato gastro-intestinal
Inibidores seletivos e reversíveis da MAO• MAO-B: selegilina (l-deprenil)• MAO-A: moclobemida (IMAR)
IMAOsIMAOs Indicações
depressão (que não respondeu a outros medicamentos) ansiedade social transtorno do pânico doença de Parkinson
Interações medicamentosas opióides: crise hipertensiva (contra-indicado) bupropiona: crise hipertensiva, convulsões ATC: associação possível, mas complicada ISRS: síndrome serotoninérgica carbamazepina: crise hipertensiva simpatomiméticos: crise hipertensiva tiramina = diversos alimentos
IMAOs X alimentosIMAOs X alimentos Evitar completamente
• cerveja, vinho tinto (chianti)• queijos curados (cottage / requeijão permitidos)• salsicha seca• peixe defumado• fígado
Evitar grandes quantidades• álcool• abacate maduro, banana madura• iogurte• molho de soja
Antes considerados problemáticos• chocolate, figo, amaciente de carne, bebidas com cafeína, passas
Escolhendo a medicaçãoEscolhendo a medicação Levar em conta efeitos colaterais (desejáveis e
indesejáveis)• Considerar uso de outros medicamentos, condição de saúde
Eficácia antidepressiva comparável (50-70%)• Critério remissão (ao invés de “melhora”) - drogas de ação
mais complexa > ISRS• Depressão melancólica - medicação essencial• Depressão atípica - ISRS, bupropiona; IMAOs• Pacientes geriátricos: citalopram, sertralina, venlafaxina e
mirtazapina; se tricíclico, nortriptilina• Homens - drogas mais NA• Mulheres - drogas mais 5HT ?
Dose /Dose /Duração do tratamentoDuração do tratamento Dose ideal = menor dose eficaz
• menos efeitos colaterais Sem melhora após 4 semanas
• pequena probabilidade de reposta Resposta parcial em 4 semanas
• prediz resposta mais completa em 8 semanas, mesmo sem aumento de dose
• aumentos graduais (2 sem) Tratamento de um episódio
• duração de 6-12 meses após a remissão Episódiso recorrentes
• considerar manutenção (dose mais baixa?)
ReferênciasReferências Sadock BJ, Sadock VA. Kaplan & Sadock’s Comprehensive
Textbook of Psychiatry, VII ed. [on CD-ROM]. Baltimore MD, Lippincott Williams & Wilkins Publishers, 2000.
American Psychiatric Association. Practice Guidelines for the Treatment of Psychiatric Disorders. Washington DC, APA, 2000.
Schatzberg AF, Cole JO, DeBattista C. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 4a ed. Tradução de Fernando Diniz Mundim, revisão técnica de Marco Antonio Alves Brasil. Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan, 2004.
ReferênciasReferências Sadock BJ, Sadock VA. Kaplan & Sadock’s Comprehensive
Textbook of Psychiatry, VII ed. [on CD-ROM]. Baltimore MD, Lippincott Williams & Wilkins Publishers, 2000.
Org. Eduardo P de Sena et al. Irismar: Psicofarmacologia Clínica. 3ª Ed. Brasil, R.J. Editora MedBook, 2011.
Schatzberg AF, Cole JO, DeBattista C. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 4a ed. Tradução de Fernando Diniz Mundim, revisão técnica de Marco Antonio Alves Brasil. Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan, 2004.
Antipsicóticos
Histórico Primeiro antipsicótico: clorpromazina (1950)
pesquisa de medicação pré-anestésica indiferença em relação ao ambiente, tranqüilidade 1952: efetividade para tratar mania e esquizofrenia inaugurada a era da psicofarmacologia moderna incontáveis estudos confirmando achados originais
Inicialmente chamados de “tranqüilizantes maiores”
Drogas mais potentes são menos sedativas ex. haloperidol efeitos colaterais na motricidade (extrapiramidais) “neurolépticos”
Histórico Termo “antipsicótico” descreve melhor o efeito
Não são exclusivos para o tratamento de psicoses: também são úteis no tratamento da mania, agitação psicomotora e alterações comportamentais na demência.
Antipsicóticos atípicos (década de 1990) clozapina (década de 1970) risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e aripiprazol praticamente tomaram o lugar das drogas “típicas” menor risco de efeitos extrapiramidais possibilidade de atuação em sintomas negativos
Mecanismo de ação
Bloqueadores razoavelmente potentes dos receptores dopaminérgicos tipo D2 - exceto a clozapina (mais efeitos D1)
AP atípicos também bloqueiam receptores para serotonina 5-HT2
Vias dopaminérgicas
Bloqueio nigro-estriatal: efeito AP e sintomas extra-piramidais.
Bloqueio tuberoinfundibular: aumento de prolactina
Bloqueio mesolímbico e mesocortical: efeito AP
Classificação
Antipsicóticos
Primeira geração ou típicos ou convencionais
Segunda geração ou atípicos ou nova geração
Antipsicóticos atípicosAntipsicóticos atípicos
Eficácia esquizofrenia (todos
aprovados pelo FDA) esquizofrenia
resistente ao tratamento (clozapina)
mania (olanzapina aprovada pelo FDA)
depressão, ansiedade, agitação
aripiprazol
ziprasidona
quetiapina
olanzapina
risperidona
clozapina
APatípicos
asenapina
Antipsicóticos atípicos
Principais Antipsicóticos Atípicos
Nome Quimico Nome Comercial
AMISULPRIDA Socian
CLOZAPINA Leponex
OLANZAPINA Zyprexa
QUETIAPINA Seroquel
RISPERIDONA Risperidal, Risperdol
ZIPRAZIDONA Geodon
ARIPIPRAZOL Abylife
Antipsicóticos atípicos
Efeitos colaterias• ganho de peso (menor com ziprasidona?)• sedação• acatisia• hipotensão ortostática• tonturas triglicérides• sintomas extrapiramidais (menos que drogas típicas)• síndrome neuroléptica maligna (rara)• agranulocitose (clozapina)• convulsões (clozapina)
Antipsicóticos atípicos Benefícios integrais
4 semanas a 6 meses
Suspensão
sintomas físicos desagradávies recidiva rápida reduzir tão gradualmente quanto ocorreu o aumento
Antipsicóticos atípicosÚnico tetracíclico
Novo fármaco - ASENAPINA Ação mais complexa (Dopamina e 5HT) Comprimido sublingual (só beber água
após 15 minutos) ansiedade e sonolência Ainda pouco utilizado na clínica (maio
2012) – portanto ainda pouco conhecido Nome comercial - Saphris
Antipsicóticos típicos Clorpromazina, flufenazina, trifluoperazina,
haloperidol, levomepromazina
Eficácia esquizofrenia (sintomas positivos) - FDA Mania (apenas clorpromazina - FDA) Depressão psicótica (+ antidepressivos) Psicose induzida por drogas Agitação, náuseas e soluços
Antipsicóticos típicos
Efeitos colaterais extrapiramidais - drogas de alta
potência boca seca, obstipação, retenção
urinária, sedação, ganho de peso - mais comuns com drogas de baixa potência
endócrinos: prolactina, galactorréia
Eficácia Todos os antipsicóticos disponíveis são mais eficazes
que placebo (esquizofrenia aguda e crônica)
Natureza e escala temporal da resposta clínica é insatisfatória sob muitos aspectos
• 6 semanas: 75% melhoram (25% com placebo)• muitos nunca chegam a obter remissão completa• 30% dos que não respondem a um antipsicótico típico
respondem a clozapina em 12 semanas• outros 15-30% respondem entre 6-12 meses
Tendem a agir de modo lento e gradativo
Princípios gerais de uso
Efeitos colaterais devido ao bloqueio D2
Efeitos colaterais extrapiramidais Mais prováveis com AP típicos e de alta potência Também são possíveis com AP atípicos ou típicos de baixa potência
Distonia• primeiras horas ou dias
Pseudo-parkinsonismo• 5 dias a 4 semanas
Acinesia• redução de movimentos espontâneos
Acatisia• sensação de inquietude
Discinesia tardia• movimentos involuntários, surge com tempos prolongados
Síndrome neuroléptica maligna• hipertermia, quadro extrapiramidal grave (ex. rigidez muscular), disfunção autonômica
Efeitos colaterais histaminérgicos
Efeitos colaterais anticolinérgicos
Critérios diagnósticos para esquizofrenia - DSM IV Ao menos 2 dos seguintes por pelo menos 1 mês:
• delírios• alucinações• discurso desorganizado• comportamento amplamente desorganizado ou catatônico• sintomas negativos: embotamento afetivo, alogia, abulia
Disfunção social/ocupacional Duração: 6 meses
• pelo menos 1 mês de fase ativa + pródromo/residual Exclusão de transtorno afetivo Exclusão de substância / condição médica geral
Apenas 1 sintoma de fase aguda se delírios bizarros, alucinações com vozes que comentam comportamento/pensamento, duas ou mais vozes conversando entre si
Tratamento antipsicótico agudo Tarefa mais complexa com as drogas atípicas
geralmente, primeira linha = atípicos• eficácia para sintomas positivos e negativos• relativa ausência de sintomas extrapiramidais
antipsicóticos típicos• psicose com agitação aguda - necessidade de medicação IM• droga mais sedativa, se ansiedade (clorpromazina)• droga mais potente, se agitação, possibilidade de dose sem
hipotensão olanzapina e risperidona - boa ação sobre quadro agudos clozapina e quetiapina - podem requerer mais tempo Ziprasidona e olanzapina - também disponíveis IM
Aguardar resposta 2 sem: pacientes acentuadamente psicóticos 5-6 sem: quadros mais leves ou com resposta inicial
Tratamento antipsicótico de manutenção Esquizofrenia é doença crônica, com exacerbações e
remissões manutenção quase sempre necessária 25-50% de recidiva em 2 anos, mesmo com boa aderência à
medicação 85% de recidiva em 2 anos com placebo antipsicóticos atípicos
• menor risco de discinesia tardia, efeitos cognitivos• melhora de sintomas negativos• ganho de peso (olanzapina, clozapina)
antipsicóticos típicos• melhor resposta em alguns pacientes• freqüentemente dose menor que no episódio agudo• possibilidade de preparações depot
Transtorno bipolar Além de lítio e valproato, diversos pacientes
requerem antipsicóticos para se manterem estáveis clozapina
• t. esquizoafetivo, bipolar resistente ao tratamento
risperidona• pode melhorar mania, pode precipitá-la• adicionada a estabilizadores de humor (melhor que placebo)
olanzapina• aprovada pelo FDA para mania aguda• dados sobre utilidade na profilaxia (ganho de peso?)
Depressão Depressão psicótica
antidepressivo + antipsicótico
ECT é uma opção
antipsicóticos típicos• risco de discinesia tardia
antipsicóticos atípicos• uso tem aumentado
Transtornos ansiosos Ansiedade generalizada
doses baixas 2 a 3x/dia ou o equivalente ao deitar não extensamente estudado
TOC antipsicóticos podem ser úteis particularmente se personalidade esquizotípica /
esquizofrenia combinação com antidepressivos
Menos dados Transtorno do pânico Transtorno do estresse pós-traumático
Quadros orgânicos Delirium
Outros transtornos com agitação retardo mental
demências
Estabilizadores do Humor
Estabilizadores do humor
Termo aplicado inicialmente aos sais de lítio (Carbolitium) tratamento de mania aguda profilaxia de episódios maníacos e depressivos (TAB)
Alguns anticonvulsivantes• Valproato (Depakene, Depakote)• Carbamazepina (Tegretol)• Oxcarbazepina (Trileptal)• Gabapentina (Neurontin)• Lamotrigina (Lamictal, Lamitor)• Topiramato (Topamax)
Olanzapina (antipsicótico atípico) - Zyprexa
Transtorno afetivo bipolar Em 90% dos casos os episódios
tendem a se repetir ao longo da vida
eutimia
Mania/hipomania
depressão
Critérios diagnósticos para episódio maníaco - DSM IV
3 (ou +) dos seguintes sintomas * por uma semana ou mais **
auto-estima inflada ou grandiosidade redução da necessidade de sono mais falante que o habitual ou pressão para falar fuga de idéias ou experiência subjetiva de aceleração
do pensamento distratibilidade ( atenção p/ estímulos irrelevantes) aumento da atividade, agitação psicomotora envolvimento excessivo em atividades prazerosas com
alto potencial para conseqüências dolorosas
* 4+ se humor apenas irritável** qualquer duração se hospitalização necessária
Episódio depressivo Sintomas depressivos por pelo
menos 2 semanas Mesmos critérios diagnósticos para o
episódio depressivo unipolar Depressão psicótica e depressão
puerperal são sugestivas de TAB. Antecedente familiar para TAB
Estado Misto Sintomas depressivos e maníacos
acentuados ocorrendo simultaneamente
Agitação, aceleração e insônia e ao mesmo tempo angústia, desesperança e idéia de suicídio
Deprimido de manhã e com o passar do dia eufórico ou vice-versa.
Deve durar no mínimo 1 semana.
Referências Sadock BJ, Sadock VA. Kaplan & Sadock’s Comprehensive
Textbook of Psychiatry, VII ed. [on CD-ROM]. Baltimore MD, Lippincott Williams & Wilkins Publishers, 2000.
Org. Eduardo P de Sena et al. Irismar: Psicofarmacologia Clínica. 3ª Ed. Brasil, R.J. Editora MedBook, 2011.
Schatzberg AF, Cole JO, DeBattista C. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 4a ed. Tradução de Fernando Diniz Mundim, revisão técnica de Marco Antonio Alves Brasil. Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan, 2004.
Referências Sadock BJ, Sadock VA. Kaplan & Sadock’s Comprehensive
Textbook of Psychiatry, VII ed. [on CD-ROM]. Baltimore MD, Lippincott Williams & Wilkins Publishers, 2000.
Schatzberg AF, Cole JO, DeBattista C. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 4a ed. Tradução de Fernando Diniz Mundim, revisão técnica de Marco Antonio Alves Brasil. Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan, 2004.
Stefan M, Travis M, Murray RM. An Atlas of Schizophrenia. London, The Parthenon Publishing Group, 2002.
Obrigadovvvv