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Líder/Embratel: sem férias trabalhadores param Indignados por já estarem com duas férias vencidas ou a vencer e sem previsão de gozá-las ou de receber o que lhes é devido, cerca de 30 trabalhadores da Líder Te- lecom, que prestam serviços para a Embratel, cruzaram os braços na quinta feira, dia 15, e vieram ao Sindicato. O clima era de indignação, e eles tinham razão de sobra para isso. O diretor do Sint- tel-Rio, Valdo Leite, recebeu os trabalhadores e entrou imediatamente em contato com o diretor de Recursos Humanos e Relações Traba- lhistas (RH/RT) da empresa, Wagner Cruz, em São Paulo. O Sindicato exigiu uma reunião em caráter de urgên- cia para revolver o impasse. Wagner marcou uma reunião para o mesmo dia à tarde. Chegou à sede da entidade e reuniu-se com os dirigentes e com os trabalhadores. O resultado dessa reunião foi o compromisso assumido por Wagner de apresentar até hoje, dia 21, um crono- grama completo de férias e o respectivo pagamento de todos os funcionários com férias vencidas ou a vencer, não apenas dos que pararam. Os demais terão suas férias agendadas para antes do vencimento de um segundo período. Exemplo: quem tem férias agora em janeiro deve gozá-la até dez/2015 e assim por diante. A empresa se comprometeu a enviar esse cronograma ao Sinttel até hoje, dia 21, e colocá-lo à disposição de todos os trabalhadores no RH da empresa. É importante destacar que essa vitória é resultado da mobilização e da confiança dos trabalhadores no seu Sindicato. Está marcado para o dia 28 de janeiro em todo o Brasil, o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Empregos e dos Direitos. O local e o horário da manifestação do Rio serão definidos pelas enti- dades e divulgados na próxima edição do jornal. A ação é uma das duas grandes mobilizações unificadas em defesa dos empre- gos, direitos e pela revogação das Medidas Provisórias 664 e 665, anunciadas pelo governo no final de 2014, que reduzem direitos referentes ao seguro- desemprego, abono salarial (PIS-Pasep), pensão por morte e o auxílio-doença. A Marcha da Já as outras empresas do setor (Atento, Warm, In- ternáutica, Brasilcenter, Número Um, entre outras), representadas pelo sindicato patronal (Sinterj), também se comprometeram a reunir-se com o Sinttel e a Comissão para apresentarem uma nova proposta. VOCÊ DECIDE Diante dessa situação, a diretoria do Sinttel-Rio deci- diu consultar a categoria sobre os rumos da campanha salarial. Fará isso nos dias 28 e 29 de janeiro, quando levará urnas aos diversos sites da Contax, Atento e de- mais empresas do setor para que o trabalhador decida livremente os rumos e o futuro dessa campanha. A data base da categoria como todos sabem é 1º de janeiro. Estamos chegando ao final do mês sem nenhuma definição da campanha e isso só está acontecendo por absoluta responsabilidade das empresas que se negaram a acatar a decisão dos trabalhadores, que rejeitaram majoritariamente sua proposta de pagar apenas o salário mínimo e reajustar o tíquete em R$ 0,50. Estava claro que a categoria não estava disposta a continuar na mesma situação e exigia melhorias. Diante da intransigência patronal, os trabalhadores deliberaram pela greve de advertência, e colocaram mais de 15 mil pessoas nas portas dos principais sites, consolidando a primeira greve do setor no Rio de Janeiro. Ao invés de recuarem e voltarem a negociar com o Sindicato, as empresas preferiram partir para a retaliação aos grevistas, numa atitude retrógrada e anti-sindical. Essa postura da empresa aumentou a indignação na categoria. O Sindicato, por sua vez, durante todo esse período não deu trégua às empresas insistindo e cobrando a retoma- da das negociações e exigindo a melhoria da proposta. Aliada a isso, manteve a categoria mobilizada. Mas agora é preciso avaliar e decidir sobre o futuro da campanha. É chegado o momento de você decidir através do voto sobre a nova proposta das empresas que será apresentada até o final dessa semana. Vamos decidir sobre o fim do impasse ou ajuizamento da questão. Lembramos que o principal responsável por toda esta situação são os patrões, que se recusaram a acreditar na capacidade de organização e luta da nossa categoria. Parece que desta vez, após a nossa vitoriosa greve de 24h, realizada dia 17 de dezembro, eles decidiram levar a sério nossas reivindicações. Vamos aguardar a nova proposta e avaliar bem seu conteúdo para decidirmos juntos nos dias 28 e 29 o melhor caminho a seguir. Após a greve realizada pela categoria no dia 17 de dezembro, a Atento, em mais atitude autoritária, impediu o acesso dos dirigentes sindicais às dependências da empresa e fez isso formalmente em comunicado ao Sinttel. Devido à gravi- dade da ação, o Sindicato não silenciará, denunciará a prática da empresa a todos os fóruns sindicais e trabalhistas do Brasil e do mundo. Esta prática de retaliação não condiz com o selo internacional de qualidade SA 8000 recebido pela Atento e concedido a empresas de excelência, que possuem ações focadas na responsabilidade social e que respeitam a livre associação e or- ganização dos trabalhadores. Tudo que a Atento não faz. A pergunta que não quer calar: como a Atento conseguiu esse selo? No Documento Guia do selo, entre os requisitos sobre responsabilidade social, está Liberdade de Associação & Direito à Negociação, onde consta o critério: “A em- presa deve assegurar que os representantes de tais funcionários não sejam sujeitos à discriminação e que tais representantes tenham acesso aos membros de seu sin- dicato no local de trabalho". O Sindicato questiona a certificação SA 8000 da Aten- to, uma empresa que descumpre com as normas internacionais e é incoerente em suas ações , que desrespeitam os direitos dos trabalhadores. Além de impedir a atuação do Sindicato nos locais de trabalho, a empresa deixa a desejar, também na negociação da campanha salarial. Até agora a Atento não apresentou nenhuma nova proposta. Com o bloqueio do acesso dos diretores à empresa, os trabalhadores perdem o canal de comunicação com o Sindicato e a sua representatividade, o que contradiz o compromisso assumido pela empresa para a obtenção do certificado. O Sindi- cato questiona a validação do SA 8000 da Atento, uma empresa que mantém uma postura anti-sindical. Centrais sindicais realizam Dia Nacional de Luta Classe Trabalhadora acontecerá no dia 26 de fevereiro, em São Paulo. Estava agendada para o dia 19 de janeiro, terça, uma reunião das centrais com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto, e do Trabalho, Manoel Dias, mas, até o fechamento desta edição, ainda não havia sido divulgado o resultado da mesma. Na oca- sião, os dirigentes cobrariam a manutenção de um canal de interlocução permanente com o governo e a garantia de que os trabalhadores não sofrerão com os ajustes na economia. A Presidente da CUT, Carmen Foro, afirmou que as centrais também exigem que o governo utilize mecanismos legais para que as empresas beneficiadas por incentivos federais assu- mam contrapartidas sociais e o compromisso de não demitirem e garantirem empregos. Categoria vai às urnas para definir futuro da campanha A Contax se reuniu dia 16 de janeiro, sexta passada, com a comissão de trabalhadores e a diretoria do Sinttel-Rio para discutir o impasse na campanha salarial do teleatendimento no Rio de Janeiro. A empresa garantiu que apresentará uma nova proposta até o fim desta semana. Sinttel consegue bloquear créditos da AJCL O departamento jurídico do Sinttel conseguiu o bloqueio dos créditos da empresa AJCL, por meio de uma medida cautelar. A empresa prestava serviços à Ma- rinha e encerrou suas atividades sem quitar as verbas rescisórias de 14 telefonistas que foram demitidas em outubro do ano passado. Em dezembro de 2014, estas trabalhadoras procuraram o Sindi- cato para buscar orientação sobre o problema. O Sinttel entrou com uma ação civil coletiva para garantir o pagamento de todos os crédi- tos devidos. A medida bloqueia qualquer crédito da empresa em poder da União Federal, ainda que proveniente de outro contrato, que ficará à disposição do juiz. Com isso, o Sindicato espera que, na audiência a ser marcada, os créditos sejam liberados para o pagamento dos direitos trabalhistas. SA 8000 Atento veta acesso de dirigentes sindicais FOTOS CAMILA PALMARES #BagaTogether "Nenhuma vida vale mais que outra": #BagaTogether lembra os mortos no massacre na Nigéria Contax Mackenzie Atento Madureira

Jornal do Sinttel-Rio nº 1.447

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Categoria vai às urnas para definir futuro da campanha

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Page 1: Jornal do Sinttel-Rio nº 1.447

Líder/Embratel: sem férias trabalhadores param

Indignados por já estarem com duas férias vencidas ou a vencer e sem previsão de gozá-las ou de receber o que lhes é devido, cerca de 30 trabalhadores da Líder Te-lecom, que prestam serviços para a Embratel, cruzaram os braços na quinta feira, dia 15, e vieram ao Sindicato.

O clima era de indignação, e eles tinham razão de sobra para isso. O diretor do Sint-tel-Rio, Valdo Leite, recebeu os trabalhadores e entrou imediatamente em contato com o diretor de Recursos Humanos e Relações Traba-lhistas (RH/RT) da empresa, Wagner Cruz, em São Paulo.

O Sindicato exigiu uma reunião em caráter de urgên-cia para revolver o impasse. Wagner marcou uma reunião para o mesmo dia à tarde. Chegou à sede da entidade e reuniu-se com os dirigentes e com os trabalhadores.

O resultado dessa reunião foi o compromisso assumido por Wagner de apresentar até hoje, dia 21, um crono-grama completo de férias e o respectivo pagamento de todos os funcionários com férias vencidas ou a vencer, não apenas dos que pararam. Os demais terão suas férias agendadas para antes do vencimento de um segundo período. Exemplo: quem tem férias agora em janeiro deve gozá-la até dez/2015 e assim por diante.

A empresa se comprometeu a enviar esse cronograma ao Sinttel até hoje, dia 21, e colocá-lo à disposição de todos os trabalhadores no RH da empresa. É importante destacar que essa vitória é resultado da mobilização e da confiança dos trabalhadores no seu Sindicato.

Está marcado para o dia 28 de janeiro em todo o Brasil, o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Empregos e dos Direitos. O local e o horário da manifestação do Rio serão definidos pelas enti-dades e divulgados na próxima edição do jornal. A ação é uma das duas grandes mobilizações

unificadas em defesa dos empre-gos, direitos e pela revogação das Medidas Provisórias 664 e 665, anunciadas pelo governo no final de 2014, que reduzem direitos referentes ao seguro-desemprego, abono salarial (PIS-Pasep), pensão por morte e o auxílio-doença. A Marcha da

Já as outras empresas do setor (Atento, Warm, In-ternáutica, Brasilcenter, Número Um, entre outras), representadas pelo sindicato patronal (Sinterj), também se comprometeram a reunir-se com o Sinttel e a Comissão para apresentarem uma nova proposta.

VOCÊ DECIDEDiante dessa situação, a diretoria do Sinttel-Rio deci-

diu consultar a categoria sobre os rumos da campanha salarial. Fará isso nos dias 28 e 29 de janeiro, quando levará urnas aos diversos sites da Contax, Atento e de-mais empresas do setor para que o trabalhador decida livremente os rumos e o futuro dessa campanha.

A data base da categoria como todos sabem é 1º de janeiro. Estamos chegando ao final do mês sem nenhuma definição da campanha e isso só está acontecendo por absoluta responsabilidade das empresas que se negaram a acatar a decisão dos trabalhadores, que rejeitaram majoritariamente sua proposta de pagar apenas o salário mínimo e reajustar o tíquete em R$ 0,50.

Estava claro que a categoria não estava disposta a continuar na mesma situação e exigia melhorias. Diante da intransigência patronal, os trabalhadores deliberaram pela greve de advertência, e colocaram mais de 15 mil pessoas nas portas dos principais sites, consolidando a

primeira greve do setor no Rio de Janeiro. Ao invés de recuarem e voltarem a negociar com o

Sindicato, as empresas preferiram partir para a retaliação aos grevistas, numa atitude retrógrada e anti-sindical. Essa postura da empresa aumentou a indignação na categoria.

O Sindicato, por sua vez, durante todo esse período não deu trégua às empresas insistindo e cobrando a retoma-da das negociações e exigindo a melhoria da proposta. Aliada a isso, manteve a categoria mobilizada. Mas agora é preciso avaliar e decidir sobre o futuro da campanha.

É chegado o momento de você decidir através do voto

sobre a nova proposta das empresas que será apresentada até o final dessa semana. Vamos decidir sobre o fim do impasse ou ajuizamento da questão.

Lembramos que o principal responsável por toda esta situação são os patrões, que se recusaram a acreditar na capacidade de organização e luta da nossa categoria. Parece que desta vez, após a nossa vitoriosa greve de 24h, realizada dia 17 de dezembro, eles decidiram levar a sério nossas reivindicações. Vamos aguardar a nova proposta e avaliar bem seu conteúdo para decidirmos juntos nos dias 28 e 29 o melhor caminho a seguir.

Após a greve realizada pela categoria no dia 17 de dezembro, a Atento, em mais atitude autoritária, impediu o acesso dos dirigentes sindicais às dependências da empresa e fez isso formalmente em comunicado ao Sinttel. Devido à gravi-dade da ação, o Sindicato não silenciará, denunciará a prática da empresa a todos os fóruns sindicais e trabalhistas do Brasil e do mundo.

Esta prática de retaliação não condiz com o selo internacional de qualidade SA 8000 recebido pela Atento e concedido a empresas de excelência, que possuem ações focadas na responsabilidade social e que respeitam a livre associação e or-ganização dos trabalhadores. Tudo que a Atento não faz. A pergunta que não quer calar: como a Atento conseguiu esse selo?

No Documento Guia do selo, entre os requisitos sobre responsabilidade social, está Liberdade de Associação & Direito à Negociação, onde consta o critério: “A em-presa deve assegurar que os representantes de tais funcionários não sejam sujeitos à discriminação e que tais representantes tenham acesso aos membros de seu sin-

dicato no local de trabalho". O Sindicato questiona a certificação SA 8000 da Aten-to, uma empresa que descumpre com as normas internacionais e é incoerente em suas ações , que desrespeitam os direitos dos trabalhadores.

Além de impedir a atuação do Sindicato nos locais de trabalho, a empresa deixa a desejar, também na negociação da campanha salarial. Até agora a Atento

não apresentou nenhuma nova proposta.Com o bloqueio do acesso dos diretores

à empresa, os trabalhadores perdem o canal de comunicação com o Sindicato e a sua representatividade, o que contradiz o compromisso assumido pela empresa para a obtenção do certificado. O Sindi-cato questiona a validação do SA 8000 da Atento, uma empresa que mantém uma postura anti-sindical.

Centrais sindicais realizam Dia Nacional de Luta Classe Trabalhadora acontecerá no dia 26 de fevereiro, em São Paulo.

Estava agendada para o dia 19 de janeiro, terça, uma reunião das centrais com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto, e do Trabalho, Manoel Dias, mas,

até o fechamento desta edição, ainda não havia sido divulgado o resultado da mesma. Na oca-sião, os dirigentes cobrariam a manutenção de um canal de interlocução permanente com o governo e a garantia de que os trabalhadores não sofrerão com os ajustes na economia.

A Presidente da CUT, Carmen Foro, afirmou que as centrais também exigem que o governo utilize mecanismos legais para que as empresas beneficiadas por incentivos federais assu-mam contrapartidas sociais e o compromisso de não demitirem e garantirem empregos.

Categoria vai às urnas para definir futuro da campanhaA Contax se reuniu dia 16 de janeiro, sexta passada, com a comissão de trabalhadores e a diretoria do Sinttel-Rio para discutir o impasse na campanha salarial do teleatendimento no Rio de Janeiro. A empresa garantiu que apresentará uma nova proposta até o fim desta semana.

Sinttel consegue bloquear créditos da AJCL

O departamento jurídico do Sinttel conseguiu o bloqueio dos créditos da empresa AJCL, por meio de uma medida cautelar. A empresa prestava serviços à Ma-rinha e encerrou suas atividades sem quitar as verbas rescisórias de 14 telefonistas que foram demitidas em outubro do ano passado.

Em dezembro de 2014, estas trabalhadoras procuraram o Sindi-cato para buscar orientação sobre o problema. O Sinttel entrou com uma ação civil coletiva para garantir o pagamento de todos os crédi-tos devidos. A medida bloqueia qualquer crédito da empresa em poder da União Federal, ainda que proveniente de outro contrato, que ficará à disposição do juiz. Com isso, o Sindicato espera que, na audiência a ser marcada, os créditos sejam liberados para o pagamento dos direitos trabalhistas.

SA 8000

Atento veta acesso de dirigentes sindicais

FOTOS CAMILA PALMARES

#BagaTogether"Nenhuma vida vale mais que outra":

#BagaTogether lembra os mortosno massacre na Nigéria

Contax Mackenzie

Atento Madureira

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humor 1.447

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DIRETOR DE IMPRENSAMarcello Miranda

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EDIÇÃO Socorro Andrade

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REDAÇÃOSocorro Andrade e

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ILUSTRAÇÃO Alexandre Bersot

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DIAGRAMAÇÃOL&B Comunicação Ltda

IMPRESSÃOGráfica do SINTTEL-Rio:Jorge Motta Reg. 17.924 DRT /RJ (prod. gráfica)

Valdir Tedesco (impressor)

CIRCULAÇÃO Semanal

TIRAGEM 12 mil exemplares

A Telebrás que queremos

Tão logo tomou posse, o novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, declarou que uma maior aproximação da Anatel com o Mini-com e a Telebrás é importante para a construção de um verdadeiro Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

Para o Instituto Telecom, uma oferta adequada de banda larga passa pela utilização de uma rede pública, com preços/tarifas justos, qualidade de serviço e definição de metas de universalização a serem cumpridas pelas empresas do setor, algumas das quais já colocadas na consulta pública da Anatel, encerrada no dia 26 de dezembro de 2014.

Outra questão fundamental é o papel da Telebras nesse processo. Em maio de 2010, a empresa foi recriada. No modelo até agora estabelecido, à Telebrás caberiam as obrigações de universalização, isto é, levar banda larga para os mais pobres enquanto as concessionárias permaneceriam com o modelo que sempre defenderam: oferecer banda larga somente para quem pode pagar por ela.

Durante a Copa do Mundo, a Tele-bras demonstrou que tem condições de ser um importante instrumento na real universalização da banda larga no Brasil. Foi ela a responsável pela construção da rede de fibra óptica usada na transmissão de imagens de alta definição (HDTV - vídeo e áudio) entre as 12 Arenas na Copa do Mundo e o Centro Internacional de Coordenação de Transmissão (IBC) no Rio de Janeiro. Foi ainda a Telebras quem interligou os centros de treinamento das seleções de todos os países ao IBC.

Com a utilização do Satélite Geoes-tacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), seria possível à Telebras ampliar o acesso à internet por meio do PNBL, como complemento da rede terrestre.

O Instituto Telecom tem clareza da força das concessionárias e da importância das redes construídas. Mas, insistimos: se o ministro quer a participação ativa da sociedade, é urgente a reconvocação do Fórum Brasil Conectado, inclusive, para que fique claro o papel dos vários atores nesse processo.

Leia mais emwww.institutotelecom.com.br

Errata Colônia de férias Carnaval

Na edição 1445 do jornal, infor-mamos que os pacotes de Carna-val para as colônias Graham Bell, em Miguel Pereira, na Região Serrana, e em Barra de São João, na Região dos Lagos, incluem pensão completa (café, almoço e jantar). Porém, na colônia de Barra de São João o pacote só tem café da manhã e almoço. Vale lembrar que o pagamento pode ser parcelado em até 5 cheques: o primeiro para 6 de fevereiro e os demais para 10 de março, 10 de abril, 10 de maio e 10 de junho ( a partir de R$ 1.200,00 pode parcelar c/ 6 cheques). Informações e reservas pelos tels: 2568-0572 e 2204-9300.

"Pelo amor de deus, pelo que você mais ama no mundo, não vá ao banhei-ro", foi o que disse uma teleatendente ao repórter do Portal Repórter Brasil (RB). Ela conta que já ouviu esse apelo algumas vezes de sua supervisora em uma das unidades da Contax do Recife (PE), onde trabalha como atendente de telemarketing da operadora de celular Oi. Em geral, o apelo acontece em dias de medição da Anatel, uma vez ao mês. Mas as restrições às idas para satisfazer as necessidades fisiológicas são cotidianas.

No Rio de Janeiro não há esse tipo de apelo. De acordo com relatos de trabalhadores ao Sinttel-Rio, aqui os supervisores e coordenadores, em geral partem logo para a intimidação e o assédio, com ameaças de punição, demissão, etc.

Em maio de 2013, a Repórter Brasil acompanhou a fiscalização da Supe-rintendência Regional do Trabalho e Emprego de Pernambuco nas unidades da Contax no Recife. Ao perceberem a presença dos auditores fiscais do Minis-tério do Trabalho, acompanhados de agentes da Polícia Federal, dezenas de pessoas, em sua grande maioria mulhe-res jovens, se aproximam e começam a falar sem parar sobre os abusos sofridos.

Na Contax, os funcionários têm de

cumprir pausas programadas: 20 minu-tos para as refeições e dois intervalos de 10 minutos cada. Fora desses horários, as pausas são consideradas pessoais e, por isso, o trabalhador pode perder parte de seu salário e até levar suspensões.

VIOLAÇÃO DO ANEXO II"A gente é muito perseguida, moni-

torada, temos de trabalhar em cima de metas. Não podemos ir ao banheiro, é como se estivéssemos prejudicando a supervisora. A minha disse que eu só poderia ir se estivesse muito, muito, muito, apertada”. "Venha falar comigo e eu vejo se você pode ir", te-ria dito a supervisora. O depoimento dramático é igual a dezenas de outros que são repetidos diariamente aos diretores no Sinttel, nos locais de trabalho ou na própria entidade, pelos trabalhadores da Contax do Rio e de

outras empresas do setor. O Sinttel exige das empresas o

cumprimento do Anexo II da NR 17, conquistado graças à luta da entidade, mas que as empresas insistem em desrespeitar. O anexo II veda qualquer restrição por parte das empresas para ida ao banheiro. A violação sistemática é motivo de várias denúncias ao Minis-tério Público do Trabalho do Rio.

ADOECIMENTOA sensação é de que estes traba-

lhadores têm muito o que dizer, mas precisam voltar da pausa programada a qualquer momento. Uma das jovens, grávida, reclama que sua condição exige diversas idas ao sanitário e já se conformou em não ganhar a chamada remuneração variável por isso. Mesmo assim, sofre assédio de sua supervisora. Um absurdo que se repete em várias

Hemorio: bancos de sangue em baixa

Os bancos de sangue dos hospitais es-tão com seus estoques reduzidos e isso é muito grave tendo em vista que estamos às véspera do Carnaval. Para estimular a doação de sangue e facilitar o acesso da população, o Hemorio realiza coletas móveis em universidades, empresas, igrejas, serviços de saúde, associações etc. Para pedir esse tipo de coleta, é necessário agendar pelo telefone 2505-0750 r: 2255 ou pelo e-mail [email protected]. Em seguida, um profissional do Hemorio marca uma visita ao local para avaliar as instalações, marcar a coleta e dar início ao processo de sensibilização do público alvo para a doação de sangue. Também são disponibilizados cartazes promocionais e folders para divulgação da campanha de doação de sangue. Os profissionais do Hemorio - captadores - realizam palestras sobre o processo de doação, esclarecem dúvidas e distribuem material educativo e informativo para as lideranças da comunidade efetua-rem a divulgação e multiplicação das informações.Todos que doarem, serão contemplados, obrigatoriamente com o abono do dia (Lei nº 1075 de 27/03/50 e no decreto lei nº 229 de 28/02/67);

No artigo 54 da Constituição de 1988, referente à proibição da concessão de frequência em rádio e TV para parlamen-tares, o texto é claro. Pela legislação, o parlamentar não pode ser dono de "con-cessionária de serviço público". Porém, o que se vê atualmente é bem diferente e contradiz o texto constitucional.

Vários deputados são donos de rádios e TV, o que configura abuso poder, já que os empresários de meio de comunicação utilizam a concessão para defender po-sições políticas que lhe favoreçam. Em seu primeiro pronunciamento, o novo Ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, demonstrou vontade política em reabrir o debate sobre regulamenta-ção econômica da mídia e já sentiu a fúria da oposição do Congresso Nacional.

O projeto "Donos da Mídia" é uma pesquisa que cruzou informações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), entre os anos 1987 e 2008, levantou que, até 2008, 271 políticos estavam ligados, direta ou indiretamen-te, em negócios com 324 empresas de comunicação.

No ranking da pesquisa, os partidos políticos que mais possuem parlamen-tares e prefeitos donos de TV são, ironi-camente, aqueles que discursam contra a regulação econômica dos meios de comunicação. O DEM é o líder no que-sito, com 58 parlamentares (21,4%); em

seguida vem o PMDB com 48 políticos (17,71%); em terceiro lugar aparece o PSDB 43 políticos (15,87%).

O governo José Sarney (1985-1990) foi o que liderou o número de outorgas de rádio e TV: 527 concessões e permissões de emissoras de rádio e TV. De acordo com a pesquisa, a maior parte das con-cessões foram para parlamentares que "posteriormente votaram pela aprovação do quinto ano de seu mandato".

CORONÉIS DA MÍDIAO Intervozes - Coletivo Brasil de

Comunicação Social lançou no fim de 2014 a campanha "Fora Coronéis da Mídia", que tem por objetivo chamar a atenção para o fato de, ainda hoje, dezenas de políticos serem donos de

canais de TV e rádio. De acordo com a campanha, apesar de inconstitucio-nal, o fato de políticos serem donos de TV e rádio é pouco divulgado, por isso criou uma lista com os principais políticos do Brasil que fazem parte do chamado "coronelismo eletrônico". Entre eles, destaque para: Aécio Neves (PSDB-MG) - Rádio Arco Íris - Jovem Pan, José Agripino (DEM-RN) - TV Tropical, Tasso Jereissati (PSDB-CE) - Senador - Band - TV Jangadeiro, Anto-nio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) - Rede Bahia de Televisão - Correio (Jornal), Renan Calheiros Filho (PM-DB-AL) - Rádio CBN - Rádio Correio, Agripino Maia - (DEM- RN) - Record, e Fernando Collor de Melo - (PTB-AL) - Senador - Globo.

FISCALIZAÇÃO DO MTE - Parte II

“Pelo amor de deus, não vá ao banheiro”Na unidade da Contax no Recife, atendentes de telemarketing fazem questão de falar do assédio, de doenças físicas e psicológicas e intervalos muito curtos para as refeições. Um problema que se repete no Rio e demais estados.

outras empresas em todo o país.Outras trabalhadoras reclamam da

exigência de metas impossíveis de serem cumpridas, dos poucos minutos que têm para almoçar ou jantar, dos xingamentos e gritos que ouvem dos superiores, dos problemas no ouvido, na coluna e nas articulações, adquiridos por conta do trabalho que fazem. Observam que os médicos do trabalho, contratados pela Contax, são coniventes com a empresa e muitas vezes não dão atestado médico.

O resultado de tudo isso é o adoe-cimento. É comum tanto na Contax Recife quanto aqui na Contax Rio os problemas, o elevado índice de tra-balhadores com depressão, síndrome de pânico, de Burnot e muitas outras doenças nervosas, além das lesões por esforço repetitivo, tudo decorrente da pressão e do assédio moral constantes no ambiente de trabalho.

Os donos da mídia é que vão votar a regulação