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ANO XXI Nº 455 01 A 15 DE JULHO DE 2013 SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR LEIA TAMBÉM Funcionários do Bradesco arrancam proposta para reabilitação profissional Página 7 Sindicato entrega reivindicações ao Santander e cobra mais emprego Página 6 Bancários retomam as negociações sobre a pauta específica com o HSBC Página 6 Empregados da Caixa protestam para exigir melhores condições de trabalho Página 7 SEU EMPREGO ESTÁ EM RISCO Projeto de Lei 4330, arquitetado pelos empresários, escancara a terceirização e coloca em perigo direitos históricos conquistados pelos trabalhadores. Movimento sindical organiza resistência, com protestos nos dias 4 e 9 de julho Um projeto de lei que praticamente acaba com as leis trabalhistas está prestes a ser votado pelo Congresso Nacional e, se aprovado, colocará em risco todos os direitos conquistados pelos trabalhadores em décadas de luta. Trata-se do PL 4330, apresentado pelo deputado Sandro Mabel (PMDB) em 2004, e que agora, no dia 9 de julho, será votado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara. A proposta libera a terceirização no Brasil de forma tão escancarada que as empresas podem fazer o que bem entender. Para impedir que este projeto seja aprovado, o Sindicato, a CUT e as demais centrais estão mobi- lizados e prometem realizar grandes atos de protesto nos próximos dias 4, 8, 9 e 11. Página 5 Bancários começam os preparativos para a Campanha Nacional 2013 Os bancários de Pernambuco deram início, no dia 29 passado, às discussões sobre as rei- vindicações e estratégias para a Campanha Nacional 2013. Os debates realizados no Encontro Estadual serão levados à Conferência Regional do Nordeste e para a Conferência Nacional, que ocorre entre os dias 19 e 21 de julho, quando a pauta de reivindicações será fechada. Página 4 FESTA JUNINA - Cerca de 500 pessoas encheram o Clube de Campo do Sindicato e se divertira no “Arraiá dos Bancários”, realizado no dia 29 de junho. O Sindicato também montou um camarote para os associados curtirem o tradicional São João de Arcoverde. Página 8 @bancariospe /bancariospe BETO OLIVEIRA

Jornal dos Bancários - ed. 455

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ANO XXI • Nº 455 • 01 A 15 DE JULHO DE 2013 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

LEIA TAMBÉMFuncionários do Bradesco arrancamproposta para reabilitação profissional Página 7

Sindicato entrega reivindicações aoSantander e cobra mais empregoPágina 6

Bancários retomam as negociaçõessobre a pauta específica com o HSBCPágina 6

Empregados da Caixa protestam paraexigir melhores condições de trabalho Página 7

SEU EMPREGOESTÁ EM RISCO Projeto de Lei 4330, arquitetado pelos empresários, escancara a terceirização e coloca em perigo direitos históricos conquistados pelos trabalhadores.Movimento sindical organiza resistência,com protestos nos dias 4 e 9 de julho

Um projeto de lei que praticamente acaba com as leis trabalhistas está prestes a ser votado pelo Congresso Nacional e, se aprovado, colocará em risco todos os direitos conquistados pelos trabalhadores em décadas de luta. Trata-se do PL 4330, apresentado pelo deputado Sandro Mabel (PMDB) em 2004, e que agora, no dia 9 de julho, será votado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara. A proposta libera a terceirização no Brasil de forma tão escancarada que as empresas podem fazer o que bem entender. Para impedir que este projeto seja aprovado, o Sindicato, a CUT e as demais centrais estão mobi-lizados e prometem realizar grandes atos de protesto nos próximos dias 4, 8, 9 e 11.

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Bancários começam os preparativos para a Campanha Nacional 2013

Os bancários de Pernambuco deram início, no dia 29 passado, às discussões sobre as rei-vindicações e estratégias para a Campanha Nacional 2013. Os debates realizados no Encontro Estadual serão levados à Conferência Regional do Nordeste e para a Conferência Nacional, que ocorre entre os dias 19 e 21 de julho, quando a pauta de reivindicações será fechada.

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FESTA JUNINA - Cerca de 500 pessoas encheram o Clube de Campo do Sindicato e se divertira no “Arraiá dos Bancários”, realizado no dia 29 de junho. O Sindicato também montou um camarote para os associados curtirem o tradicional São João de Arcoverde. Página 8

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Desde meados de junho, milhares de brasileiros es-tão nas ruas em protesto por um país melhor. As mani-festações, que começaram contra o aumento da passa-gem de ônibus em várias cidades, ganharam fôlego e hoje tem uma pauta tão diversificada quanto compli-cada. Especialistas e analistas nas mais diversas áreas tentam entender os protestos que já são considerados os maiores desde o Fora Collor, no início dos anos 90. E, quem disser que entendeu o sentido das manifestações está mal informado.

O problema é que, sem um foco es-pecífico e uma pauta bem fechada de reivindicações, os protestos abriram es-paço para que os setores mais conserva-dores da sociedade também saíssem às ruas para colocar as suas demandas que, em geral, são prejudiciais para os traba-lhadores e a população mais carente. Outro problema é que os protestos, contra tudo, podem acabar em nada.

É por isso que a CUT, junto com outras centrais, de-cidiram engrossar os protestos e colocar no debate a pauta da classe trabalhadora. No próximo dia 11, os movimentos sindical e social realizarão um grande ato por todo o país, com paralisações, greves e manifes-tações. O objetivo: destravar a pauta da classe traba-lhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos ministérios, além de construir e impulsionar a pauta progressista que veio das ruas nas manifestações rea-lizadas até agora.

Além de mais investimentos em saúde, educação e

transporte público de qualidade, como os manifestan-tes pediram e que é também pauta das trabalhadoras e trabalhadores, os atos de julho irão reivindicar o fim dos leilões do petróleo, o fim do fator previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais sem re-dução do salário, a reforma agrária e o fim do Projeto de Lei 4330 – essa proposta nefasta que acaba com as relações de trabalho no Brasil (veja reportagem na

página 4).Apesar dos problemas que o país ain-

da vive, também não podemos esquecer que o Brasil melhorou muito nos últi-mos dez anos. Para avançar ainda mais, o Sindicato, assim como a CUT, acre-dita que é preciso mudar a estrutura ar-caica que atrasa o desenvolvimento do Brasil, com reformas que modernizem

o Estado. Uma dessas reformas é a política, proposta pela presidenta Dilma e recusada, de cara, pela oposi-ção e pela grande imprensa.

Dilma chegou a propor um plebiscito para consultar a população sobre a Reforma Política, mas as velhas raposas, incluindo a mídia, são contra. Independente-mente do debate técnico sobre a constitucionalidade ou não da consulta popular, a proposta é positiva porque a sociedade tem de ter mecanismos para vigiar os polí-ticos e combater os desvios. Afinal, o recado das ruas, embora desorganizado, foi claro: O povo não aguenta mais e quer participar da política e da construção de um país mais justo.

EdITORIAL Tema livre

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Circulação quinzenalRedação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, RecifeTelefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul, Sulamita Esteliam e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 12.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA

Secretário-GeralFabiano FélixComunicaçãoAnabele SilvaFinançasSuzineide RodriguesAdministraçãoEpaminondas FrançaAssuntos JurídicosJustiniano JuniorBancos PrivadosGeraldo TimesBancos PúblicosDaniella Almeida

Cultura, Esportes e LazerAdeílton Filho

Saúde do TrabalhadorWellington Trindade

Secretaria da MulherSandra Trajano

FormaçãoJoão Rufino

Ramo FinanceiroFlávio Coelho

IntersindicalRenato Tenório

AposentadosLuiz Freitas

PresidentaJaqueline Mello

Humor

O Brasil nas ruas

LIBÓRIO MELO

Os Sindicatos vão às ruas no dia 11 de julho para colocar a pauta dos

trabalhadores em destaque

A injustiçA do itAúO Itaú é um banco de dois pesos e

duas medidas. Os bancários sofrem com milhares de demissões, falta de funcio-nários, metas inatingíveis, condições precárias de trabalho, insegurança e adoe-cimento. Já os 15 diretores do Itaú vivem outra realidade. Cada um deles ganhou, em média, R$ 9,05 milhões em 2012, o que representa 234 vezes a mais do que ganhou o bancário que recebe o piso.

o desrespeito do sAntAnder O Santander liderou em maio, pelo

quarto mês seguido, o ranking de recla-mações do Banco Central (BC) dentre as instituições com mais de 1 milhão de clientes. Foram 2.361 demandas conside-radas procedentes em maio.

novAs regrAs pArA os bAncosO plenário do Senado aprovou no

último dia 18 a Medida Provisória 608, também chamada de MP de Basileia. A medida estabelece novas regras para a constituição do chamado patrimônio de referência dos bancos e cria novas opções de capitalização dessas instituições finan-ceiras, entre outros pontos.

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NOTAS

Sindicato completa visita aos bancários do Sertão

O Sindicato visitou em junho os municípios de Afogados da Ingazeira, Flores, Car-

naíba, Triunfo e Betânia. Eles tinham sido os únicos que não foram visita-dos no final de maio, quando o Sin-dicato teve de refazer o percurso da caravana para dirigir-se até Afrânio, onde uma agência do Banco do Bra-sil tinha sido alvo de assalto.

A dupla de diretores Adeílton Filho e Gilvan Santana conversou

com os bancários sobre os proble-mas do dia-a-dia e sobre os debates da Campanha Nacional que está co-meçando (leia mais na página 4).

O único incidente da viagem ocorreu no BB de Afogados da In-gazeira, onde os dirigentes sindicais foram impedidos de entrar na agên-cia e tiveram de esperar no autoa-tendimento para conversar com os trabalhadores.

“Este tipo de ação antissindical

nunca tinha acontecido antes. Pelo contrário. Geralmente, chegamos um pouco antes ou depois do horá-rio de atendimento aos clientes para não atrapalhar o serviço e costuma-mos ser bem recebidos”, afirma Gil-van Santana.

Segundo ele, entre os problemas encontrados nas visitas, destaca-se a falta de itens de segurança nas agências, principalmente nos ban-cos privados.

JUSTIçA

Funcionário é reintegrado em tempo recorde no Bradesco

Demitido pelo Bradesco no iní-cio do ano, apesar de ser portador de doença ocupacional, Gilvan Gomes foi reintegrado ao quadro de funcionários do banco em tem-po recorde. Os advogados do Sin-dicato entraram com o processo no dia 11 de junho. No dia seguinte, a tutela antecipada havia sido garan-tida pela juíza Keitiane da Rocha Porter, da 2ª Vara do Trabalho em Igarassu.

“O inusitado desta ação foi o tempo recorde de concessão e cumprimento da liminar. Com 24 horas, o processo foi despachado e em 48 horas, o oficial de justiça cumpriu a decisão”, afirma Pedro

Paulo, advogado que presta servi-ços ao Sindicato.

Reintegrado no dia 13 de junho, Gilvan foi convocado pelo banco para realizar, no dia 25, os exames de retorno. No entanto, os médicos da empresa consideraram que ele não tinha condições de retornar ao trabalho. “Vamos entrar em con-tato com o Bradesco para definir como fica a situação dele”, explica o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade.

Gilvan tem uma trajetória de 27 anos como bancário. Passou pelo Itaú, pelo Banco Francês Brasilei-ro e pelo BCN, depois incorpora-do pelo Bradesco. Tem, também,

um histórico de quase 15 anos de doença ocupacional, com lesões nos punhos, antebraço e ombros. Em 2001, ainda no BCN, chegou a ser demitido e reincorporado aos quadros do banco, desta vez sem necessidade de procurar a via judicial.

CARAvANAS PARA O INTERIOR

Gilvan Santana

vote Chapa 1 na eleição da Fundação Itaú-UnibancoA Fundação Itaú Unibanco, que abriga os diversos planos de previ-dência complementar da instituição financeira, realiza entre os dias 13 a 22 de julho, até às 18h, eleição para escolha de seus representantes ao Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Comitês de Planos. A Con-traf-CUT e o Sindicato de Pernam-buco apoiam a Chapa 1 - Convicção e Experiência. As entidades também apoiam candidatos avulsos aos Co-mitês de Gestão de todos os planos. Confira a relação dos candidatos em www.bancariospe.org.br.

Empregados do BNDES definem reivindicaçõesO 2º Congresso Nacional dos Empregados do Sistema BNDES, realizado nos dias 22 e 23 de junho, no Rio de Janeiro, definiu a pauta de reivindicações específicas para a Campanha Nacional 2013. Os funcionários também aprovaram a criação de um grupo para discutir os problemas da Fapes, o fundo de pensão dos empregados. Leia mais em www.bancariospe.org.br.

Financiários dão início à campanha salarialTrabalhadores de financeiras em Per-nambuco deliberam, no dia 2 de ju-lho, sobre a minuta de reivindicações da categoria. A assembleia, que acon-tece às 9h30, na sede da BV Finan-ceira, é o início da campanha salarial dos financiários.

Acordo Marco com o Banco do BrasilA UNI Américas assinou no dia 19, em Brasília, a renovação do Acordo Marco com o Banco do Brasil, que garante aos funcionários do BB no continente americano os mesmos di-reitos daqui do Brasil. O acordo foi assinado pela primeira vez em 2011, com participação da Contraf-CUT.

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Os bancários de Pernambuco deram início, no dia 29 pas-sado, às discussões sobre

as reivindicações e estratégias para a Campanha Nacional 2013. O En-contro Estadual, realizado na sede do Sindicato, contou com a participação do presidente da Contraf-CUT (Con-federação Nacional dos Trabalhado-res do Ramo Financeiro), Carlos Cor-deiro, que comandou um interessante debate sobre as perspectivas e desa-fios da Campanha deste ano.

Para a presidenta do Sindicato, Ja-queline Mello, o Encontro Estadual é o pontapé inicial das organizações da Campanha Nacional. “Agora, va-mos levar o debate que fizemos neste sábado para a Conferência Regional dos Bancários do Nordeste, que será realizada no primeiro final de sema-na de julho, em Maceió. Em seguida, levaremos as contribuições da nossa região para a Conferência Nacional, que ocorre entre os dias 19 e 21 de ju-lho, em São Paulo. Lá, vamos fechar a pauta de reivindicações que será entre-gue aos bancos e, no início de agosto, colocaremos a nossa Campanha nas ruas para pressionar a Fenaban e ga-rantir que as negociações sejam pro-dutivas. Mais uma vez, a mobilização dos bancários será fundamental para conquistarmos nossas reivindicações e encerrarmos mais uma Campanha com vitória”, afirma Jaqueline.

Durante os debates do Encontro Estadual, o presidente da Contraf--CUT destacou os eixos que os ban-cários deverão colocar em pauta na Campanha deste ano, como as reivin-dicações para o emprego, remunera-ção, saúde e condições de trabalho. “Nossa campanha é chamada de na-cional, e não salarial, porque não te-mos apenas reivindicações econômi-cas. Queremos mais saúde, condições de trabalho, igualdade de oportunida-des. E, para conquistarmos tudo isso,

precisamos de quatro coisas: espe-rança, ousadia, mobilização e unida-de”, afirmou Carlão.

EMPREGOO presidente da Contraf-CUT

apresentou dados alarmantes sobre a situação do emprego dos bancários. Só no ano passado, os bancos priva-dos cortaram quase 11 mil postos de trabalho, sendo 8 mil apenas no Itaú. No primeiro trimestre deste ano, os bancos privados e mais o Banco do Brasil fecharam 2,3 mil empregos.

“Isso sem contar as milhares de demissões de bancários que ganham salários maiores e são substituídos por outros com ganhos menores. No ano passado foram 40 mil demissões de trabalhadores que acabaram sendo substituídos por outros que ingressa-

ram nos bancos ganhando 38,9% a menos. Essa rotatividade, que é pés-sima para os bancários e ótima para os bancos, precisa ser combatida”, disse Carlão.

REMUNERAçãODesde 2004, a luta dos bancários

tem garantido aumento real de salá-rios em todas as Campanhas. De lá para cá, o reajuste foi 16,2% a mais que a inflação, sendo que o piso foi mais valorizado ainda: 35,6% de aumento real. “Só que o salário mé-dio dos bancários continua o mesmo desde 2004 justamente por causa da rotatividade”, comentou.

Para Carlão, é preciso lutar para acabar com a desigualdade nos ban-cos. “Um diretor executivo do Itaú, por exemplo, ganha 190,45 vezes

mais do que um caixa. Isso quer di-zer que o caixa precisa trabalhar mais do que 16 anos para ganhar o que o diretor executivo ganha em um mês. Precisamos brigar para garantir uma distribuição salarial mais justa e, nes-se ponto, é importante lutarmos por planos de cargos e salários transpa-rentes em todos os bancos”, disse.

CONdIçõES dETRABALhO

Outro dado assustador apresenta-do pelo presidente da Contraf-CUT mostra que, só nos últimos três meses do ano passado, 4.066 bancários fo-ram afastados pelo INSS com doen-ças ocupacionais. Neste grupo, 25% sofria com doenças psíquicas.

“Os bancos estão acabando com a saúde física e mental dos bancários. As metas exageradas e a pressão, que acaba se transformando em assédio moral, não estão apenas adoecendo a nossa categoria, mas estão matando. Lutar contra esta estrutura perver-sa de trabalho criada pelos bancos é de extrema importância para garan-tirmos a nossa saúde e qualidade de vida”, afirmou.

ENCONTRO ESTAdUAL

Bancários de PE dão início aosdebates da Campanha Nacional

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, comandou as discussões. Abaixo, na mesa de abertura do Encontro, a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, entre o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, e o presidente da Contraf

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TERCEIRIzAçãO

Projeto de Lei põe em risco os direitos dos trabalhadoresSindicatos prometem não deixar passar o PL 4330, que escancara a terceirizaçãoe precariza trabalho. Protestos nos dias 4, 8, 9 e 11 de julho pressionam o Congresso

No próximo dia 9 de julho, volta à pauta da Comissão de Constituição, Justiça e

Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados o substitutivo do deputado Artur Maia (PMDB-BA), relator do Projeto de Lei 4330/2004 do depu-tado Sandro Mabel (PMDB-GO). O projeto regulamenta a terceirização e ameaça os direitos trabalhistas e a or-ganização dos trabalhadores.

Os sindicatos estão mobilizados e na luta para não deixar o projeto pas-sar. A exemplo do que aconteceu no dia 11 de junho, quando a pressão do movimento sindical adiou a votação, os trabalhadores vão para as ruas nos próximos dias 4, 8, 9 e 11 para pres-sionar o Congresso Nacional e barrar a proposta.

O projeto libera, por exemplo, a ter-ceirização para atividade-fim. Significa que, caso aprovado, as empresas pode-rão contratar prestadores para toda e qualquer atividade. Ou seja, um banco poderá funcionar sem qualquer bancá-rio, com caixas e gerentes fornecidos por empresas terceirizadas.

Atualmente, a Justiça do Trabalho condena esse procedimento como prá-tica de intermediação ilegal de mão-de--obra. A nova lei resolveria o problema para os bancos. “Se, atualmente, os cor-respondentes bancários, a terceirização dos call centers e de algumas áreas da retaguarda já afetam o emprego dos bancários, imagine o que vai acontecer se até mesmo a atividade-fim puder ser terceirizada?”, questiona a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

O PL 4330 também enterra definiti-vamente a possibilidade de responsa-bilidade solidária entre a empresa que contrata os serviços e a prestadora. Ou seja, caso a terceirizada não cumpra

com suas obrigações trabalhistas ou descumpra normas de saúde e seguran-ça, a tomadora de serviços não precisa arcar com os prejuízos do trabalhador.

Tem mais: a proposta autoriza a ter-

ceirização infinita, de forma que os ban-cos poderão terceirizar todos os seus serviços, a empresa contratada também poderá repassá-los a uma “quarteiriza-da”, e assim sucessivamente.

Também admite a formação de em-presas prestadoras de serviços forma-das por uma única pessoa - a PJ, ou Pessoa Jurídica. “Um patrão poderia, por exemplo, pressionar os seus ge-rentes a tornarem-se Pessoa Jurídica e, assim, abdicarem de todos os seus direitos trabalhistas, uma vez que se trata da relação entre empresas”, ex-plica o diretor do Sindicato, Expedito Solaney, que é secretário de Políticas Sociais da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

PRECARIzAçãODe acordo com um estudo de 2011

da CUT e do Departamento Intersin-dical de Estatísticas e Estudos Socioe-conômicos (Dieese), o trabalhador ter-ceirizado permanece 2,6 anos a menos no emprego do que o trabalhador con-tratado diretamente; tem uma jornada semanal superior em três horas; recebe em média salários 27% menores, sem benefícios. A cada 10 acidentes de tra-balho fatais, oito ocorrem entre traba-lhadores terceirizados.

Este é o cenário que pode passar a valer para todos os trabalhadores caso seja aprovado o PL 4330. Hoje já é uma prática comum dos bancos demitir um bancário para contratar outro mais barato. Pesquisa feita pela Contraf e Dieese mostra que, no ano passado, o salário dos admitidos era quase 40% menor que o dos desligados.

Para Jaqueline, o PL atenta também contra a organização dos trabalha-dores. “Um banco poderia ter caixas contratados em uma empresa; escri-turários em outra; gerentes Pessoas Jurídicas... Isso levaria a uma maior divisão da classe e pulverização das entidades sindicais, enfraquecendo a representação”, afirma.

A TERCEIRIzAçãO dEFENdIdA PELOS TRABALhAdORES

O movimento sindical também tem propostas para regulamentar a terceirização. Confira:

1. Os trabalhadores terceirizados e diretos devem ter as mesmas condições de trabalho e salário e os mesmos direitos previstos em Convenções e Acordos Coletivos.

2. O sindicato e os trabalhadores devem ser consultados antes de possíveis terceirizações em uma empresa.

3. Não se pode terceirizar postos de trabalho nas atividades que representam a natureza econômica das empresas (atividade-fim), evitando que existam empresas sem trabalhadores diretos.

4. A empresa contratante deve ser responsável por todas as obri-gações trabalhistas, tanto quanto a empresa prestadora de serviços.

5. A Justiça deve punir duramente as empresas que retiram direitos.

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Sindicato entrega reivindicaçõesao banco e cobra mais emprego

Negociações sobre a pauta específica começam no dia 2

Associados elegem conselheiros deliberativos

Os funcionários do Santander en-tregaram ao banco a sua pauta de rei-vindicações específicas, em reunião realizada no último dia 26, em São Paulo. O documento foi recebido pelo novo superintendente de rela-ções sindicais, Luiz Cláudio Xavier.

Entre as principais reivindicações dos bancários estão questões rela-cionadas ao emprego, saúde, condi-ções de trabalho e remuneração.

Segundo o secretário de Admi-nistração do Sindicato, Epaminon-das Neto, as negociações com o

banco começam no próximo dia 4 de julho.

“Agora é hora de esquentar a mobilização dos funcionários do Santander e lutar para garantir que nossa pauta seja atendida”, afirma Epaminondas.

O Sindicato e a Contraf-CUT entregaram no dia 19 passado à direção do HSBC, em São Paulo, a pauta de reivindica-

ções específicas dos funcionários. Durante a reunião, os representantes dos bancários e do banco agendaram a primeira rodada de negocia-ções para o dia 2 de julho.

Entre as prioridades estão o fim das demis-sões e a implantação de dispositivos de garan-tia de emprego, além da contratação urgente de mais bancários e o fim das terceirizações.

Segundo o diretor do Sindicato, Alan Patrício, esta é a primeira vez que os bancários entregam ao HSBC uma pauta de reivindicações na forma de minuta, visando aprimorar o processo nego-cial e o fechamento de um Acordo Coletivo adi-tivo à Convenção Coletiva.

“Esperamos seriedade do banco para que o processo negocial seja produtivo. Vamos cobrar respostas às reivindicações apresentadas já no

próximo encontro”, afirma Alan, que também é secretário de Assuntos Jurídico da Contraf-CUT.

Além da negociação do dia 2, o Sindicato e o banco agendaram a segunda rodada de discus-sões para o dia 30 de julho e pré-agendaram o terceiro encontro para o dia 31 de julho.

PRESSãO PELOEMPREGO

Os bancários do HSBC paralisaram a agência centro do Recife, no dia 25, em protesto contra as demissões que vêm atingindo os funcionários em vários países. A agência, localizada na aveni-da Conde da Boa Vista, um dos mais importantes corredores bancários da capital pernambucana, permaneceu fechada até o meio-dia.

Segundo o diretor do Sindicato e funcionário do HSBC, Pedro Villa Chan, a mobilização tam-bém reforçou as principais reivindicações dos tra-balhadores brasileiros.

Os associados da Bandeprev es-colhem no próximo dia 4 de julho os novos membros do Conselho Deliberativo do fundo de pensão do antigo Bandepe. Os candidatos dos bancários da ativa são Eleonora Cos-ta, João Carlos Campos de Melo e Josias Teixeira do Amaral. Pelos as-sistidos, disputam a eleição os candi-

datos Agostinho Batista Crisóstomo, Carlos Lindberg Lins, José Honório de Morais e Maurílio de Souza Luna.

Segundo o secretário de Admi-nistração do Sindicato, Epaminon-das França, a diretoria da entidade decidiu apoiar a candidata Eleono-ra Costa para assumir o Conselho Deliberativo da Bandeprev, repre-

sentando o pessoal da ativa. “Preci-samos eleger uma pessoa que esteja realmente empenhada em defender os interesses dos associados, como é o caso da companheira Eleonora”, diz Epaminondas, lembrando que a diretoria da Asfabe (Associação dos Aposentados do Bandepe) também está apoiando Eleonora.

Epaminondas Neto

diretoria do Sindicato apoia Eleonora Costa

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BRAdESCO

Protesto dos bancários exige condições dignas de trabalho

Funcionários arrancam propostapara reabilitação profissional

Está marcada para o dia 12 de setembro a audiência de razões finais na ação movida pelo Sindicato contra o Plano de Funções do Banco do Brasil. O processo está correndo na 13ª Vara do Trabalho e no último dia 25 de junho foi realizada a audiência inicial. O Sindicato foi representado pelo secretário de Assuntos Jurídicos, Justiniano Júnior.

Para o Sindicato, o Plano de Funções do banco vai de encontro a acordos firmados em negociação coleti-va. Implantado unilateralmente pela empresa, ele traz vários prejuízos para os trabalhadores. O banco, no en-tanto, insiste em alegar que a empresa pode fazer um Plano como lhe convenha. “Como se trata de matéria de direito, teremos agora apenas a audiência de razões fi-nais e, depois, será dada a sentença”, explica Justiniano.

CAREFO candidato Rafael Matos, apoiado pelo Sindicato,

foi eleito representante dos funcionários ao Conselho de Administração (Caref) do Banco do Brasil no segun-do turno da eleição direta, realizada entre os dias 24 e 28 de junho. Rafael teve 21.081 votos contra 18.008 de Ronaldo Zeni. Os dois candidatos foram os mais vota-dos no primeiro turno, ocorrido entre 3 e 7 de junho.

BANCO dO BRASIL

Audiência de razões finais sobre o Plano de Funções será em setembro

Os bancários da Caixa reali-zaram no dia 20 de junho uma série de protestos e

manifestações em todo o Brasil em mais um Dia Nacional de Luta por condições dignas de trabalho. Em Pernambuco, o protesto se concen-trou na agência de Peixinhos, sím-bolo do descaso do banco com seus clientes e empregados.

Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, as agências e postos de atendimento da Caixa estão um verdadeiro caos. “A agência de Pei-xinhos, por exemplo, tem apenas sete empregados para atender um sem

número de pessoas que passam todos os dias pela unidade. Não há nem os itens básicos de segurança na unida-de, já que o local é muito pequeno. Não há espaço para os biombos entre os caixas, por exemplo, e os empre-gados e clientes ficam expostos e vul-neráveis”, explica.

Jaqueline conta que todas as agên-cias inauguradas recentemente pela Caixa em Pernambuco estão nessas condições: pouquíssimos bancários e muitos clientes. “Também estamos protestando contra as metas abusivas e o assédio moral, que estão acaban-do com a saúde dos bancários”, diz.

O Sindicato e a Contraf-CUT se reuniram no dia 19 de junho com o Bradesco para discutir uma das principais reivindicações dos funcioná-rios: o programa de reabilitação profissional dos afastados por doença ocupacional. Nesta primei-ra reunião, o Bradesco apresentou as premissas para a elaboração de uma proposta, que inclui a implantação de uma equipe multiprofissional para assegurar ao funcionário a realização de atendimentos especializados e exames.

Segundo a secretária de Finanças do Sindi-cato, Suzineide Rodrigues, que representa Per-nambuco na Comissão Nacional dos Funcio-nários do Bradesco, os sindicatos vão analisar as propostas apresentadas pelo Bradesco para verificar se ela contempla as reivindicações dos

bancários. “Vamos voltar a nos reunir com o banco no próximo dia 3 de julho para negociar e construir uma proposta conjunta que contem-ple as nossas demandas”, afirma Suzi.

PROTESTOEnquanto a negociação se desenrolava em

São Paulo, os bancários do Bradesco no Re-cife realizavam um protesto para pressionar o banco e garantir avanços nas discussões. As atividades na capital pernambucana foram con-centradas nas agências de Afogados, Estrada dos Remédios e Imbiribeira. Para o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Ti-mes, a mobilização foi bastante positiva e sur-tiu efeito nas negociações.

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Page 8: Jornal dos Bancários - ed. 455

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01 a 15 de julho de 2013

Dezenas de bancários passaram pela subsede do Sindicato em Arco-verde nos dias 21, 22 e 23 de junho , quando o espaço se transformou em camarote vip para o tradicional São João do município.

Chamada de Casa dos Bancários de Arcoverde, a subsede do Sindi-cato ganhou uma bela decoração

junina e recebeu bancários de quase todos os bancos, alguns vindos de outras cidades, como Petrolina e Belo Jardim.

“Os bancários trouxeram seus fa-miliares e aproveitaram muito a Fes-ta de São João de Arcoverde. Além de curtir a vista privilegiada para o palco dos shows, todos puderam se

integrar em um momento agradável de confraternização”, afirma o dire-tor do Sindicato, Chico Assis.

Durante os três dias em que a Casa dos Bancários de Arcoverde funcionou, passaram pelo palco da festa atrações como Gabi Amaran-tos, Paulinho Leite, Margareth Me-nezes, Cavalo de Pau e Lirinha.

FESTA JUNINA

Arraial do Sindicato reúne mais de quinhentas pessoas

Cerca de 500 pessoas presti-giaram o “Arraiá dos Ban-cários” realizado no dia

29, no Clube de Campo do Sindica-to, em Aldeia. Animados pelas ban-das “Vôte o que é isso?” e “Forró só na manha”, bancários da ativa e aposentados, juntamente com fami-liares e amigos, caíram no forró e abrilhantaram a festa. Foram mais de seis horas de arrasta pé, com o salão tomado pelos casais.

Para recompor as energias, nada melhor que os deliciosos pratos da culinária junina oferecidos a preços bem camaradas. Uma enorme fo-gueira, a belíssima decoração, sob os cuidados do diretor do Sindicato

e artista plástico Chico Assis, e uma quadrilha improvisada compunham o clima de festa matuta.

Entusiasmado com o resultado do trabalho da comissão organi-zadora do evento e com o sucesso do “Arraiá”, o secretário de Cul-tura, Esportes e Lazer do Sindi-cato, Adeílton Filho, não poupou elogios à festa. “Foi formidável. Toda a equipe de organização da festa conseguiu se superar. Princi-palmente a decoração. E temos que agradecer a todos os bancários que participaram dessa festa maravi-lhosa”, comentou.

Ao que tudo indica, o forró dos bancários já caiu no gosto da ca-

tegoria. Quem participa, volta. “É uma festa maravilhosa. Eu já ha-via participado dessa festa junto com a minha família e com alguns amigos. Agora, nesse São João, resolvemos fazer nossa confrater-nização aqui, no Arraiá dos Ban-cários”, explica Márcia Cristina, bancária da Agência Marim do Ca-etés do Banco do Brasil.

Os que participaram pela primei-ra vez, também rasgaram elogios à festa. É o caso de Nivaldo Ferreira, que trabalha na agência Imbiribei-ra da Caixa. “A festa foi excelente, muito bem organizada, com som de qualidade”, comentou.

Em virtude do São João dos Ban-

cários, o tradicional café da manhã dos aposentados, que o Sindicato realiza mensalmente, acabou sendo substituído, agora em junho, pela festa. Com isso, os bancários que não estão mais na ativa participa-ram em peso do Arraiá e elogiaram a decisão de juntar os dois eventos.

“Eu achei a ideia muito boa por-que juntou o mês festivo de São João com o encontro com os ami-gos aposentados e os da ativa tam-bém. Foi uma festa maravilhosa. Muito animada, o povo alegre e a decoração muito bonita. O Sindi-cato está de parabéns”, disse Mari-luce Feitosa, aposentada do extinto Bandepe.

Três dias de animação na Casados Bancários de Arcoverde

Chico Assis

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