Livro Makuxi Final

7/25/2019 Livro Makuxi Final

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Memria e Cultura

MakuxiPor Jaider Esbell

Simone OliveiraVerli Petri

(Orgs.)


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3

Memria e Cultura

MakuxiPor Jaider Esbell

Simone OliveiraVerli Petri(Orgs.)

EditoraPrograma de Ps-Graduao em etras ! PPG"niversidade #ederal de Santa $aria ! "#S$

Santa $aria ! %S.

&'


4/56

%E*+O% ,- "#S$Paulo -.onso /urmann

,*%E+O% ,O 0E1+%O ,E -%+ES E E+%-SPedro /rum Santos

0OO%,E1-,O%- ,O PPGE+%-SSara %egina S2otta 0abral

0OO%,E1-,O%- ,O -/O%-+3%*O 0O%P"S-manda Eloina S24erer

E,*+O% 05E#E ,O PPG E,*+O%ESEn6ias +avares

E,*+O%-78OSimone de $ello de Oliveira

%EV*S8O

9ell: #ernanda Guasso da Silva

E;m Esbell< Jaider$emria e 0ultura $a=u>i ?re2urso eletr@ni2oA B

Por Jaider Esbel C Simone Oliveira< Verli Petri (orgs.). !Santa $aria< %S D aboratrio 0orusBPPGB"#S$< &'.

e-/oo=

. ntroologia 2ultural &. Fndios $a=u>i3. 0ultura . $emrias . ,eoimentos H. 0onto

*. Oliveira< Simone **. Petri< Verli. ***. +Itulo

0," 3;(KLK;)*S/1 ;K-K-&;-3H-K

#i24a 2atalogrMi2a elaborada or $aristela E2=4ardt 0%/-'B;3;/ibliote2a 0entral ! "#S$

$aterial roduNido a artir da e>osio 1eusa 0arsonDIngua e $emria. +e>tos e imagens gentilmente 2edidosor Jaider Esbell $a=u>i.


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EQPOS*78ONEUSA CARSON: LNGUA E MEMRIA

0OO%,E178O GE%Proa. ,r. manda Eloina S24erer

0OO%,E178O EQE0"+*VProa. ,r. Simone de $ello de Oliveira

ER"*PE 0"%+O%*Pro. ,r. El2io GimeneN %ossini ("#S$)

Proa. ,r. arissa $ontagner 0ervo ("#S$)Proa. ,r. u2Ilia $aria Sousa %omo ("SP)Proa. ,r. $arIlia de rauo /ar2ellos ("#S$)Proa. ,r. 1ara 0ristina Santos ("#S$)Proa. ,r. 1Mdia %6gia $ai 1e2=el ("1*S")Proa. ,r. 1ada de 0arval4o amas ("1*V*E)

EQPOG%#*

Pro. ,r. El2io GimeneN %ossini ("#S$)

SSESSO%* ,O0"$E1+rTuivista 0arla Saldan4a da Silva ("#S$)

PO*O 0"%+O%*,aniela do 0anto (S*B"#S$),6bora Gasaretto (,outoranda rtes Visuais PPGVB"#%GS)0arlos ,onaduNNi ($estrando rtes Visuais PPG%+B"#S$)0arolina Ja2Tues (Graduanda ,esen4o *ndustrialB"#S$)Estevan S. Gar2ia (Graduando rtes VisuaisB"#S$)*Nabelli Oliveira (Graduanda Produo EditorialB"#S$)ndrea 0assa (Graduanda rtes VisuaisB"#S$)9auU Grindi (Graduando rtes VisuaisB"#S$)


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H

0O$*+ 0*E1+F#*0OProa. ,r. manda Eloina S24erer ("#S$)Pro. ,r. El2io GimeneN %ossini ("#S$)

Pro. ,r. En6ias #arias +avares ("#S$)Proa. ,r. 5elga 0orrUa ("#S$)Proa. ,r. *rWne #enoglio (*+E$B01%SB#rana)Proa. ,r. arissa $ontagner 0ervo ("#S$)Proa. ,r. u2Ilia $aria Sousa %omo ("SP)Proa. ,r. $Mr2ia 0ristina 0orrUa ("#S$)Proa. ,r. $arIlia de rauo /ar2ellos ("#S$)Proa. ,r. 1Mdia %6gia $ai 1e2=el ("1*S")

Proa. ,r. 1ada de 0arval4o amas ("1*V*E)Proa. ,r. 1ara 0ristina Santos ("#S$)Pro. ,r. Pedro /rum dos Santos ("#S$)Proa. ,r. Simone de $ello de Oliveira (P1P,B0PESB"#S$)Proa. ,r. +aIs da Silva $artins ("#S$)Proa. ,r. Verli Petri da Silveira ("#S$)Proa. ,r. X6lia $aria Viana Paim (P1P,B0PESB"#S$)

0O$*SS8O O%G1*X,O%Proa. ,r. manda Eloina S24erer ("#S$)Proa. ,r. Simone de $ello de Oliveira (P1P,B0PESB"#S$)Proa. ,r. +aIs da Silva $artins ("#S$)Proa. ,r. Verli Petri da Silveira ("#S$)Proa. ,r. X6lia $aria Viana Paim (P1P,B0PESB"#S$)


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;

SumMrio

resentao

Da organizao da exposio Ne!sa Carson: L"ng!a e

Me#$ria e do ar%!i&o 'in(dispon"&e)*

K

,eoimentoMkr atauxinpanpman korene

E)e +i,o! #!i-o ani#ado

%egistro otogrMi2o

Me#$ria e C!)-!ra Ma.!xi

0onto

O Canai#/ C!r!#i#

PosM2io

0os+1,io o! so2re a partilha do sensvel


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K

resentao

Da organizao da exposio

Ne!sa Carson: )"ng!a e #e#$ria

e do ar%!i&o 'in(dispon"&e)*

Proa. ,r. Simone de $ello de Oliveira

(PesTuisadora do aboratrio 0orusBPPGB"#S$)

OrganiNar uma e>osio sobre o #undo ,o2umental

1eusa 0arson (#,10)< sob 2ustdia do aboratrio 0orus

desde &'< oi um belo resente e tamb6m um grande desaio.

#oi re2iso ensar 1eusa 0arson em suas dierentes a2etasosio dieren2iado< bem 2omo

trabal4ar e retrabal4ar 2ada materialidade em sua essUn2ia e

em sua suerI2ie observMvel. Partindo do Tue tIn4amos no#,10< do2umentos e otograias< Tue ensamos ser

e>lorados 2omo obetos e>ogrMi2os< estabele2emos< unto

2om a eTuie 2uratorial< o desen4o da e>osio< os ase2tos

a serem ressaltados e o obeto da esTuisa de 1eusaD um dos

/olsista 0PESBP1P, *nstitu2ional &' ! &'.


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elementos rin2iais e massivamente resente Tue 2are2ia de

inormaYes visuais or estar sob a orma de do2umentostos< anotaYes e Mudios. Em determinado momento< isso se2olo2ou 2omo um limite a ser suerado. 1o en2ontramosis< ovo 2om o Tual a esTuisadora

2onviveu e estabele2eu ortes vIn2ulos no erIodo de 2oleta dedados sobre a Ingua $a=u>i ara sua esTuisa de tese de

doutoramento na "niversidade do 9ansas< nos Estados

"nidos. Z dessa roblemMti2a Tue surge a designao do

arTuivo 2omo (in)disonIvel< era 2omo estar dentro e estar

ora ao mesmo temo. JM 4avia uma gama de do2umentos Tue

2onstituiria a e>osio< muitos do2umentos in2lusive Tue no

2aberiam e i2ariam de ora da e>osio< mas 2onvivIamos

2om a alta. E isso nos erturbava.

0om o intuito de 2onseguirmos otograias tanto do

territrio Tuanto das essoas ara 2omor o elemento 2entral

da e>osio< um ni24o 2entral o2ado no ovo $a=u>ii. l6m do

registro otogrMi2o< o autor nos brindou 2om um 2onto< O

,anai#/ ,!r!#i#&< e 2om um deoimento Tue es2reveu

araBsobre 1eusa 0arson< intitulado Mkr atauxinpanpman

korene3 E)e +i,o! #!i-o ani#ado. Se o nosso leitor estiver se

erguntando or Tue a ne2essidade das otograias[ 1s

& Esse 2onto oi originalmente ubli2ado no livro 3erreiro deMa.!nai#a 4 Mi-os5 Lendas e es-$rias e# &i&6n,ias< roeto

sele2ionado ela /olsa #unarte de 0riao iterMria &''.


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&

resonderemosD orTue aNem arte do arTuivo de 1eusa

0arson< na 2on2eo de arTuivo de a2ordo 2om PU24eu>

(&''< . )< enTuanto 2amo de do2umentos ertinentessobre um tema. s otograias aNem arte do arTuivo da

1eusa< mas no esto disonIveis< no 2omYem os

do2umentos do #,10. %oudines2o (&''H) trata dessa Tuesto

sob o bin@mio e>2esso e alta. Ruando tratamos de arTuivo2esso e a alta. Entre as il4as dedo2umentos< livros< obetos e a alta de algo Tue se 2olo2a

2omo indisensMvel ara o 2onunto do arTuivo atinente ao

assunto tratado.

Eis nossa Tuesto< eis nosso traeto er2orrido. Esta 6

nossa 2ontribuio e a 2on2retiNao do 2omromisso irmado

2om Jaider Esbell $a=u>i. grade2emos a Jaider Esbell elo

emen4o em atender \s nossas demandas< ela resteNa de

seus retornos e rin2ialmente ela in2omensurMvel

2ontribuio 2om a E>osio ]1eusa 0arsonD Ingua e

$emria]< sem a Tual nosso trabal4o no teria sido ossIvel.

o leitor< aresentamos a obra artIsti2a de um Indio $a=u>ii< 3 anos. 1as2eu na +erra indIgena %aosa !Serra do Sol B %%< no e>tremo norte brasileiro. 1o 2onte>to< 6 oartista indIgena mais imortante da maN@nia na atualidade.0ontatosD es.b_4otmail.2om e ```.a2eboo=Baider.esbell.


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ntes desses 2ontatos diretos 2om 2ulturas to

dierentes< as euroeias< os $a=u>is M estabele2iam 2ontatos

2om 2ulturas similares< 2om outros ovos reresentantes denaYes indIgenas Tue 4abitavam milenarmente a ran2a regio

4oe denominada maN@nia e 0aribe< e< assim< M o2uavam

seus esaos naTueles temos.

2ultura $a=u>i talveN sea a maior rova de Tue

adatar-se 6 a ni2a orma de sobreviver< daI avanamosrMido no temo< vindo de lM ara os dias atuais.

2ontribuio de trabal4os 2omo o da doutora 1eusa 0arsonis< em ese2ial< vivemos ainda 4oe e

semre viveremos em 2onstante adatao. O trabal4o da


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H

doutora 1eusa 0arson 2ontinua vivo< atual< ertinentee2tativa de se manter viva a 2ultura

or meio da lIngua. o mesmo temo< os $a=u>is adotamoutras lInguas e linguagens ara alar de suas traetrias e de

suas ne2essidades atuais e uturas.

1a o2asio da assagem de 1eusa 0arson 2omo

esTuisadora entre os $a=u>is do /rasil< estes lideravam um

grandioso movimento Tue< no 2onte>to geral< 2ontou 2om oaoio de outros ovos viNin4os< outras igreas< outros aIses e

diversos militantes. +al movimento< Tue nessa o2asio M

estava 2onsolidado 2omo o 0*% ! 0onsel4o *ndIgena de

%oraima !< 2res2ia 2om o rosito de ser um 2entro de

arti2ulao olIti2a e so2ial Tue 2onsolidasse os interesses de

dierentes ovos rente a demandas urgentes< 2omo terra< no

termo amlo e irrestrito< garantia de moradia e de dignidade

lena. 1eusa 0arson 2olaborou ao seu modo 2om esse

movimento.

5oe< deois de muita luta< luta Tue M 2ontabiliNa mais

de '' anos< os $a=u>is odem ol4ar 2om irmeNa ara o

uturo. Por6m< Tuando aNem isso< 2om a mesma irmeNai dos dias atuais ol4a 2om irmeNa< o uturo surge< turvoe2tativa de um uturo in2erto

ainda sea viver< essen2ialmente< os $a=u>is eretuam-se.5oe< deois da se2ular e drMsti2a bai>a na demograiais avanaram e seguem

avanando em todas as Mreas da e>e2tativa de vida< 2omo

edu2ao< sade< demar2ao de arte de seus territrios

tradi2ionais< bus2a or esaos e reresentaYes olIti2asauas< em todosesses aNeres e saberes< os $a=u>is 2ontinuam vivos.


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%egistro #otogrMi2o

Me#$ria e C!)-!ra Ma.!xi

#otograia '' ! Jaider Esbell $a=u>i< 3 anos. 1as2eu na +erra*ndIgena %aosa ! Serra do SolB%%< no e>tremo nortebrasileiro. Z o artista indIgena mais imortante da maN@nia naatualidade. Sua imortn2ia estM no modo 2omo se 2omuni2a.Jaider Esbell 6 o retrato da 4istria amaN@ni2a e se e>ressaem dierentes linguagens< 2omo intura< sua vertente artIsti2amais 2on4e2ida< e 2omo es2ritor< videoma=er< rodutor

2ultural< arte edu2ador e gegrao ese2ialista.


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&'

#otograia ''& ! %ito de deumao (otograia de $ar2elo0ama24o). Os ritos de deumao so rMti2as an2estrais Tueainda 4oe so mantidas e estimuladas entre os ovensindIgenas. Embora 2om ou2as adesYes< o ritual 6 a rMti2a damM>ima esiritualidade< em termos inten2ionais< em estado deaN< ou sea< na 2ondio de normalidade< sem Tue 4aa ane2essidade de maniestaYes de entidades sueriores< o Tuere2isaria da interveno de >ams e reNadores e>erientes oumesmo de a6s. Esta otograia reresenta a deumao oubUno de abertura ara um novo esao de interao 2oletivaara os ovos indIgenas. mul4er Tue estM deumando 6Vanda $a=u>i< a6 e arti2uladora 2ultural do 9aoi< gruo2oletivo multi2ultural de Indios urbanos da 2idade de /oa Vista

! 0aital do Estado de %oraima.


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&

#otograia ''3 ! caNa=M. Mrvore da vida< de todas as rutasima

da 2osmoviso mais amla< muito mais abrangente do Tue arria 2ons2iUn2ia e a 2iUn2ia oderiam al2anar. 0oisa dedeuses e de adoradores. 0a24oeira de lMgrimas e onte dedeseos. %eresenta a sabedoria lena< in2ontestMvel e aomesmo temo mutMvel< adatMvel \ essoalidade. +ransmitealento< erturbao e abstrao. 0onsiderada vida nalenitude da ao e do termo< re2urso maior.


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&&

#otograia '' ! 0a>iri. O 2a>iri 6 um alimento Tue atravessouo temo< oi \ rente dos $a=u>is. ! M estava a mul4eriri. $esmoTue nun2a mais 24egue um ni2o Indio< a 2uia deve estarrearada.


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&3

#otograia '' ! Pari>ara. ,iN a lendaD oram os urubus Tueensinaram as danas do +u=ui e Pari>ara aos $a=u>is. "m

urubu em ese2ial< numa o2asio igualmente ese2ial. S sedana o Pari>ara em dias eliNes< ento< 2ada dia dana-semenos e son4a-se mais. Pari>ara 6 um momento Imar< umU>tase< um transe 2oletivo^


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&

#otograia ''H ! Panelas. "m dia< um ser suerior oiobservado or uma mul4er $a=u>i. mul4er $a=u>i viu< sem

ser vista< 2omo eram eitas a anela e todas as vasil4as debarro. mul4er $a=u>i arendeu bem e viu tudo ao redorim. O ama>im 6um arteato de uso rMti2o no dia a dia das aldeias< 6 um2argueiro usado ara levar tudo o Tue or re2isoD len4aim. Semre4M o Tue 2arregar. 1a memria ou \s 2ostas< a 2arga 4M deestar. "ma ibra no tranado 6 um momento na 4istria< umretal4o no temo< essen2ial. $a=u>is e ama>ins so r>imos2omo iabas e gua>inins. O aNer< o rati2ar< a memria a

eretuar.


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&H

#otograia ''K ! 0aando tatu (intura em a2rIli2o sobre tela'>&' 2m). artista 0arm6Nia Elimiano 6 $a=u>i e tamb6m

uma grande intora nai de K anos. 0arm6Nia nas2eu onde4oe 6 a +erra *ndIgena %aosa ! Serra do Sol. intura de0arm6Nia reresenta< 2om muita roriedade< toda a2on2eo do esao imaginado na relao dos Indios $a=u>is2om o seu temo e esaoD o ato do Indio 2aando numterreno aradisIa2o 2om toda a e>ubern2ia da artura e dovigor da natureNa. Z assim a terra do ovo $a=u>i< uma Mreasagrada< dividida na e>ata rooro ara rover a

sobrevivUn2ia dos modos distintos dos ovos Tue ali 4abitam.s serras ou os 2amos< os 24amamos lavrados< so o2uadosor tribos e aldeias an2estrais Tue estabele2em 4oe< segundoa geograia do lugar< relaYes muito arti2ulares 2om osre2ursos naturais e tamb6m 2om a esiritualidade. 2one>o2ultural dessas essoas se 2omlementa 2om as dierentesenergias 2smi2as luIdas nessas aisagens.


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&;

#otograia '' ! /rinTuedos de $a=unaIma. $a=unaIma 6 um

dos deuses< um irmo dos $a=u>is. Essa relao seestabele2eu 4M muito temo< num temo to remoto Tuenossa memria re2isaria voar ara tentar al2anar. 1essetemo< o mundo era visto elos ol4os de uma 2riana< uma2riana saudMvel< Tue ao mesmo temo era muitas outras e aomesmo temo era tudo. Gente e bi24o eram a mesma 2oisais 6 assim< um 2amo 2arregado de uma energiaoderosa< 2ontagiante e eusiva< Tue l4e en2anta ao simlesol4ar. +em luN e magia< vento e roe2ia. Ruando um $a=u>isai no 2amo< todos os viventes se levantam e saem a oa2oman4ar. Se 4M temo< todos se Yem a brin2ar.


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&K

#otograia '' ! +erra do ogo. Tui tamb6m M oi mar. 5Mmuito temo< essas terras eram 2obertas de Mgua e 4abitadas

or outros seres magnIi2os. O temo ento mudou< essasterras emergiram e novos seres a o2uaram e or aTui viverosuas rrias eternidades. "m dos viventes Tue seestabele2eu oi o ogo< Tue assa de veN em Tuando ardendotudo< ondo tudo a agitar< a ugir< a 2orrer< a morrer. O ogoassa no vento e vai levando tudo. Ruando o ogo assa' 2m< Jaider Esbell< &'&). intura registra um momentodeterminante na 4istria re2ente do ovo $a=u>iD a instalao

de aNendas de 2riao de gado nos 2amos e serras. 2enasela as relaYes ren6ti2as dos Indios 2om os aNendeirosti2o< a imosio. $uito da 2ultura $a=u>i se disersouTuando as aNendas 24egaram e< no entanto< os aNendeirosbran2os diNiam e deendiam Tue tin4am uma relao de2onvivUn2ia a2Ii2a 2om os Indios. relao a2Ii2a< nati2a do aNendeiro< eraD Fndio< dei>a eu o2uar teu esaooval da mul4er $a=u>i. Serve ara ter oil4o semre no 2olo< erto do 2oro< enTuanto aN suasatividades rotineiras. otograia mostra aenas as mos< masTuem estM aNendo a tioia 6 um 4omem. 1o 6 muito 2omum4omens aNerem tioias< mas< nesse 2aso< testemun4ei essegrande ato de 2arin4o de um 4omem ela mul4er Tue vai serme de um il4o seu.


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3

#otograia '3 ! 2asa do $a=u>i do lavrado. Visoanormi2a de uma 2asa tIi2a de uma amIlia de Indios

$a=u>is 4abitantes do lavrado nos dias atuais. Per2ebam oNelo< a limeNa do terreiro< o verde das lantas ao redor Tuetensos reuINos.


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3

#otograia 'H ! O ovo $a=u>i e a arte. arte lMsti2ais< 6 um eventorelativamente novo. Para muitos ainda no 4M uma2omreenso e>ata de 2omo esse re2urso visual ode serusado ositivamente. Para outros< sim< 6 uma erramentaoderosa de 2omuni2ao e transmisso de valores ou umaorma de manter assuntos imortantes em 2onte>tos

imortantes. s es2olas avaliam esse re2urso 2omo umaossibilidade de aumentar e mel4orar a relao dos alunos2om seus ares e amiliares. Essas relaYes de diMlogoenvolvendo o aNer artIsti2o odem estimular as amIlias abus2arem 2on4e2er mais e mel4or suas rrias 4istrias etraetrias< reletindo ositivamente na manuteno da2ultura. ssim< a arte entre os Indios deve< antes de tudoana< aresentam< 2om elegn2ia< alguns dos arteatosusados no dia a dia da vida nas aldeias. eneira< usada ararearar a massa Tue serve ara aNer o bei< a arin4a etamb6m a taio2a. darruana< bolsa de al4a de buriti< usadaelas mul4eres em suas viagens. O tiiti< usado no rearo damassa de mandio2a< ara esremer< tirar todo o sumovenenoso da mandio2a braba< o tu2ui. O remo< usado araremar as 2anoas e tamb6m ara me>er a arin4a no orno.


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'

#otograia '&& ! Fndios na 2idade[ Fndios da 2idade[ (#otograiade $ar2elo 0ama24o.) So 2omuns as erguntas e asinterretaYes sobre 2omo o Indio $a=u>i ou outro< de outraetnia< estabele2e sua relao 2om a 2idade. 5M uma variadareserva de interretaYes ara esse en@meno< desde oiniYesmais 2onservadoras< Tue se re2usam a a2eitar< at6 outras maistolerantes< Tue 2omreendem o ato 2omo 2onsolidado eirreversIvel. 1o 2aso de %oraima e de sua 2aital /oa Vista< em

uma anMlise mais rounda< ver-se-M Tue a rria origem da2idade< do lugar< se deu or uma aldeia de Indios e Tue elesermane2eram no lugar< embora invisIveis 2ulturalmente ortoda a sua 2onigurao. O ato 6 Tue Indios e 2idade odem2oe>istir< devem 2oe>istir< sem Tue 4aa a des2onstruo desuas rrias identidades. Para Tue isso a2ontea< 2abe aorrio Indio otar.


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#otograia '&3 ! Sobrevoo (intura em madeira< de autoria deJaider Esbell< otograia de Jorge $a2edo). Esta obra oies2ol4ida ara ilustrar uma 2aman4a oular sobre a no2onstruo de uma 4idrel6tri2a nas 2orredeiras do /em-Tuerero delas< era o mesmo Tue estar

num abrigo ou numa 2averna mida.

Era ali Tue os 2urumins armavam as arau2as ara

egar uruti. Passavam 4oras es2ondidos ali< vigiando as

armadil4as. #orravam o 24o rio 2om ol4as de eniao elorao Tue ouvira ou mesmo Tue

tirava da rria ideia.

Viviam nesse mundo inantil< en2antado e imaginMrio

de atrevimento 2om aTuela vontade in2ontida de ir semremais.

O tu>aua um dia tin4a sido um desses tamb6m.

%eunira um bando de moleTues Tue ensavam ser

e>loradores.

gora tin4a Tue desiludir os 2urumins Tue andavam no

2amo< aNendo 2oisas Tue ele mesmo eN um dia.

+in4a Tue a24ar um eito ara diNer Tue naTuele ardim

sem taman4o 4avia um guardio Tue aare2ia< de veN em

Tuando< ara uma visita ineserada.

malo2a i2ava na enseada< lantada no meio de um

teso de moitas de 2aimb6s e outras Mrvores Tue untas se

sustentavam. O 2amo ia i2ando mais limo \ medida Tue se

aastava da serra e os miri>iNeiros atraIam os eriTuitos Tue

agitavam as tardes morma2entas.


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;

O vel4o tu>aua des2ansava deitado num 2o24ilo

involuntMrio< no balano da rede< \s duas da tarde< Tuando o

vento 2essara de reente e o 2alor dominava. E>austo deensar em 2omo diNer ara os 2urumins Tue assear no

2amo< seguindo 2anto de assarin4o< Tue es2utar e Tuerer

24egar \ 2a24oeira oderia ser erigoso demais.

Sabia Tue no seria M2il aNer os 2urumins entenderem

e se no osse to 2onvin2ente< seu lano odia no ter oeeito eserado.

0anaim6 no 6 lenda^ Z um sueito erverso< meio

4omem meio bi24o< diNem< mas de uma beleNa indes2ritIvel.

$ora longe nas serras altas do outro lado do rio< num lugar

Tue s eles 2on4e2em.

1o ala orTue 6 meio bi24o meio 4omem. enas

grita e anda saltando no meio do mato. Z inalIvel no ataTue e

a essoa Tuando no morre na 4ora< vai morrer em 2asa

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Livro Makuxi Final