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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XIII - Número 694 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, 12 de abril de 2012 Aborto de anencéfalos é discutido no Supremo Tribunal Federal O ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação sobre aborto de anencéfalos, ouve apresentação do ad- vogado da Confed- eração Nacional dos Trabalhadores na Saúde, Luís Roberto Barroso Pág. 3 Jovens ainda entram na universidade e vi- ram fumantes Pág. 2 Conheça mais sobre aulas de Iniciação Musical para crianças Pág. 4 Descriminalização da interrupção da gestação de feto anencéfalo, sim ou não? Pág. 2 Saúde Educação Decisão

LONA 694 - 12/04/2012

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quinta-feira, 12 de abril de 2012

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lona.up.com.br

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XIII - Número 694Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, 12 de abril de 2012

Aborto de anencéfalos é discutido no Supremo Tribunal Federal

O ministro Marco

Aurélio Mello, relator

da ação sobre aborto

de anencéfalos, ouve

apresentação do ad-

vogado da Confed-

eração Nacional dos

Trabalhadores na

Saúde, Luís Roberto

Barroso

Pág. 3

Jovens ainda entram na universidade e vi-

ram fumantes

Pág. 2

Conheça mais sobre aulas de Iniciação

Musical para crianças

Pág. 4

Descriminalização da interrupção da gestação de feto anencéfalo, sim

ou não?

Pág. 2

Saúde Educação Decisão

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Curitiba, quinta-feira, 12 de abril de 2012 2 2 2 2

Reitor: José Pio Martins|Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani |Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino|Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira|Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima|Editoras-chefes: Renata Silva Pinto, Suelen Lorianny e Vi-tória Peluso|Editorial: Matheus Klocker.

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pe-dro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conecto-ra 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Editorial

Marcela Andressa, aluna do 3 º período do curso de Jornalismo

Policiais ou marginais?

Depois da lei que proibiu as pessoas de fumarem em locais fechados de uso coletivo como bares, casas no-turnas, shoppings e universidades, foram proibidos também os cigarros com sabor. Estão querendo criminalizar o fumo do cigarro e tem gente que entra na faculdade e vira fumante.

Isso porque se descobriu a relação entre o cigarro e os mais diversos tipos de câncer. Porque o fumo passivo é a terceira maior causa de mortes evitáveis no mundo. Que jovens começam a fumar por se sentirem atraídos por cigarros de chocolate e canela e isso faria deles os futuros fumantes.

Caminho contrário esse, que leva contra o raciocínio coletivo. Podemos andar pela Universidade Positivo e ver pontas de cigarro por toda parte. Nas escadas externas, onde existiam cinzeiros presos à parede e que foram retirados depois que a lei anti-fumo entrou em vigor.

Uma ponta de cigarro acesa quase caiu nas minhas costas. É que as lixeiras foram retiradas, mas os alunos não foram proibidos de fumar no local. Pode ser que se elas ainda estivessem ali, a “bituca”, não iria voar es-cada a baixo e pode ser também, que a escadaria fosse mais limpa.

Expediente

Um feto anencéfalo não pode ser considerado vida. Como disse o próprio rela-tor da ação proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saú-de, o ministro Marcos Au-rélio Mello, “Neste caso, não existe vida possível”.

Quando uma pessoa so-fre “morte cerebral” o que é feito com ela? Os médi-cos e familiares continuam a acreditar que ali ainda está a alma? O que difere esta morte da vida que ain-da nem existiu?

O único preço a ser pago por levar uma gra-videz como esta adiante pode ser a vida da mãe, se-não na gestação ou no par-to, durante o resto da sua sobrevivência em função daquele ser (me perdoem pela palavra). Vamos dar o direito de escolha às mães e não as tornemos crimino-sas por isso.

Elisa Shneider

Opinião

Foi fechada no dia 26 de janeiro uma mansão que funcionava como casino ilegal, no bairro Parolin, em Curitiba, por um grupo de policiais civis. Aproxi-madamente quarenta poli-ciais estavam envolvidos na operação e agora se encontram banidos da po-lícia, com o argumento de que agiram sem comunicar seus superiores.

Perto de fazer três me-ses, a operação não teve continuidade e ainda não se sabe quem eram os en-volvidos com esse casino. Desde que o casino foi fe-chado todos os envolvidos estão sendo chamados para dar satisfação à Correge-doria da Policia Civil, do porque de não terem co-municado seus superiores sobre a operação.

Outras coisas estranhas também aconteceram nes-se caso. Possíveis fotos do gerente do cassino desa-pareceram e R$ 3.350 fo-ram depositados na conta do mesmo, valor referente ao dinheiro retirados dos caça-níqueis da mansão. Detalhes como esses faz com que muito se questio-ne sobre quem realmente está por trás desse cassino.

A perseguição e descri-minação que os policiais vêm sofrendo é grande. Não há motivo para que toda essa punição aconte-ça. Percebe-se que o foco de toda essa operação não está mais na apuração dos crimes e sim na punição dos envolvidos. Muito se fala sobre o ocorrido e pouco se entende. Não era necessário tamanho es-cândalo, os policiais não fizeram mais do que o seu dever.

Chega a ser ridículo pensar que homens da lei que fecharam uma casa, onde funcionava um ca-sino clandestino que tam-bém servia como casa de prostituição, estão sendo punidos pelos seus atos pelo simples motivo de não terem um delegado presente com eles.

Seria sensata a punição dos policiais se a operação não tivesse sido um suces-so ou se iniciativas bruscas – como agressões e coisas do gênero – tivessem sido tomadas. O policial civil é treinado para agir de for-ma correta e rápida. Eles fizeram um bem para a so-ciedade e estão sendo apre-sentados como marginais.

Fumar ainda parece bonito?

Aborto de feto anencefálicosPermitir ou não permitir?

Jefferson Nunes aluno do 7 º período do curso de Jornalismo

Sim, aborte!Não aborte!Ao ouvir uma história

recentemente sobre fami-liares de um colega com um caso de gravidez e anence-falia, pude crer ainda mais no que sempre acreditei: na força de um Deus. Defen-do a vida e sou totalmente contra a decisão de inter-romper uma gravidez.

Já presenciei, vivi e conheço histórias em que o impossível aconteceu. Assim como esta em que a mãe estava gestando um bebê anencéfalo e as chan-ces de vida do bebê nascer com cérebro eram nulas.

Mas por forças da pró-pria mãe e dos planos de um Deus, o bebê nasceu completamente saudável para o espanto de todos os médicos. Como cristã, creio fortemente numa fra-se escrita em Lucas 19:27 “O que é impossível para os seres humanos é possí-vel para Deus”.

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Curitiba, quinta-feira, 12 de abril de 2012 3

O Supremo Tribunal iniciou nesta quarta-feira (11) a votação que deci-de a descriminalização do aborto de anencéfalos no Brasil. O julgamento foi transmitido ao vivo pela TV Justiça.

Atualmente, pela lei brasileira, a interrupção da gravidez só é possível em casos de estupro ou em que há risco para a vida da mãe.

O relator do processo, ministro Marco Aurélio Mello, alega que ser con-siderado crime o aborto de crianças sem cérebro é inconstitucional. O pe-

STF iniciou votação ontem sobre descrimi-nalização do aborto de anencéfalosDecisão sobre o aborto de fetos sem cérebro deve formalizar entendimento, já que não há lei específica

Daiane NogocekeFlávia ProençaJulia Willich

dido do ministro é que o STF passe a interpretar de forma diferente a interven-ção na gestação em casos como esse. De acordo com o portal G1, uma das justi-ficativas de Mello é que o feto anencéfalo é conside-rado morto juridicamente, não tendo direito, portan-to, à proteção do Estado.

Desde 2011 tramitam no Congresso Nacional duas propostas buscando

a legalização do aborto em casos especiais.

Um dos entraves para aprovação das propostas seria a questão religiosa, já que igrejas e outras enti-dades, inclusive a bancada evangélica, são contra o aborto. O pastor Celso Mis-feldt, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, afirma ser contrário

à prática do aborto por ir contra princípios do livro sagrado da religião. “As pessoas, nessas horas, só pensam na mãe, mas não levam em conta a vida da criança. A Bíblia condena toda forma não-natural de morte e interrupção da gra-videz”, conta ele.

Mifeldt diz, porém, que é uma opinião muito pes-soal e que pode variar en-tre pastores e praticantes

da religião, já que a Igreja Luterana não tem uma po-sição oficial sobre o assun-to.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (dados de 1998), o Brasil seria o quarto país do mundo com maior incidência de anen-cefalia fetal: um em cada mil fetos seriam gerados sem cérebro. Segundo in-

formações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nas-cem anualmente 2 944 928 crianças vivas no país, se-gundo levantamento rea-lizado em 2006. Isso sig-nificaria que cerca de três mil anencéfalos são dados à luz por ano.

A questão de saúde, apoiada pelos dados da OMS, é o principal ar-gumento dos ministros a favor da legalização do aborto. Para o médico Marcos Takimura, o abor-to em casos de anencefalia deveria ser aprovado pois as crianças anencefálicas que sobrevivem à gravidez (muitos são natimortos) têm poucas chances de vida, sendo que muitas fa-lecem de meningite antes de alcançar os dois anos de idade. O obstetra informou ainda que, quando o bebê consegue sobreviver, ele permanece em estado qua-se vegetativo.

Takimura opina que a lei não protege as mães e que a legislação deveria ser alterada, mas acredita que isso “não é uma coisa simples”. Ele ainda conta que, se o aborto for reali-zado no início da gestação e em ambiente hospitalar adequado, os riscos para a mãe são poucos.

Quanto mais avançado o estado de gravidez, mais danoso o aborto pode ser

para a mulher.A discussão teve gran-

de repercussão nas redes sociais. No Twitter, pala-vras-chave relacionadas ao caso, como ‘STF’, ‘TV Justiça’ e ‘Marco Aurélio’ [Mello, relator do proces-so] estavam entre as mais comentadas mundialmen-te. A “hashtag” #afavor-davida (criação desco-nhecida) foi usada pelos usuários do microblog para expressar contrariedade a projeto; o oposição se ba-seia marjoritariamente em princípios religiosos.

O pastor evangélico Silas Malafaia chegou a pedir aos seus “seguido-res” no site que envias-sem emails ao STF, pe-dindo que o projeto não fosse aprovado.

Até o fechamento des-ta edição do Lona, o jul-gamento para legalização do aborto de anencéfalos estava cinco a um a favor, no fim do dia a votação foi suspensa. O julga-mento volta hoje.

No total, dez dos onze ministros do Supremo participam. Conforme in-formação do portal G1, o ministro Dias Toffoli teria se declarado impedido de participar da votação por ter anteriormente emitido parecer a favor da legali-dade do ato durante sua gestão como advogado-geral da União.

Representantes da sociedade civil e religiosos assistem sessão de julgamento Agência Brasil

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Curitiba, quinta-feira, 12 de abril de 2012 4 Geral

Aulas de música auxiliam no aprendizado das crianças

Você já deve ter ou-vido falar em aulas de iniciação musical. Mas o que é exatamente isso? E pra que serve?

Há duas espécies de iniciação musical: aquela em que se aprende a ou-vir a música e aquela em que se aprende a praticá-la.

A iniciação é um meio de desenvolvimento ar-tístico e um elemento de cultura geral, uma vez que a criança trabalha os aspectos dinâmicos, sen-soriais, afetivos, mentais e espirituais, colaboran-do no desenvolver do ser humano e da personali-dade humana.

O método é totalmente lúdico: ensina a criança por meio da recreação. Esta iniciação pode ser

mática.“As pessoas costumam

dizer que na música mui-tas coisas são matemáti-cas e numerais. Isso por-que trabalharmos com o tempo e as numerações, compassos, contando rit-mos, o que auxilia no ra-ciocínio lógico-matemá-tico”.

Tiago descatou a im-portância de uma ativida-de de extensão da UFPR, realizada há dois anos, que atendeu cerca de 300 crianças. “Percebemos que a cultura da cida-de mudou um pouco por conta da abrangência do curso. Depois dele, mui-tas pessoas passaram a procurar a música como atividade extra.”

A procura por esses cursos aumentou muito, segundo Tiago. Há 5 ou 6 anos, não havia muita au-dência. Os pais preferiam colocar os filhos em prá-ticas esportivas.

“Hoje a cultura tem um peso maior sobre a educa-ção. Os pais querem que os filhos absorvam tam-bém esse conhecimento para que seja aliado na educação básica”, afirma.

Os pais também parti-cipam, pois crianças de até 4 anos precisam de acompanhantes. De 4 a 8 anos, elas ficam sozinhas; de 6 a 8 anos, as crianças já começam a conhecer

diferentes instrumentos musicais, como um in-centivo para que esco-

lham um ou mais entre eles para se aperfeiçoar.

Quando questionado sobre as aulas para adul-tos, Tiago diz que as pes-soas as têm procurado cada vez por conta dos filhos.

“Há um envolvimento muito grande por parte dos pais. Às vezes entra alguém que não conhe-ce muito do curso e vê o desenvolvimento dos fi-lhos. Essa pessoa acaba se envolvendo tanto que acabam divulgando pra outras pessoas, e muitos deles acabam aprendendo música para tocar com os filhos, para passar mais tempo em família.”

Para a psicóloga Ana Paula Noronha, a muis-calização na infânia é es-sencial e pode ser uma peça-chave na formação.

“O contato com a mú-sica torna os individuos mais descontraídos e tira

o medo de nos socia-lizarmos. A manipulação dos instru-mentos faz com que a criança te-nha controle sobre eles e se sinta mais c o n f i a n t e , ao ver que o instrumento responde ao seu coman-

do”, diz Ana Paula. A pedagoga Eliziane

Berno diz que infeliz-mente nas escolas públi-cas a musicalização não é uma obrigatoriedade curricular. “Alguns pro-fessores individualmente trabalham esse aspecto, mas isso é complicado, porque você só consegue passar para os alunos o que você aprendeu du-rante a sua formação. O Governo Estadual propôs atender 200 mil crianças até dezembro em ativida-des de educação integral, gostaria que dentre es-sas atividades estivesse a musicalização.”

Os preços variam entre R$ 120 e R$ 150 mensais na região de Curitiba, e são aproximadamente 20 escolas na capital que oferecem o curso.

começada a partir dos 6 meses de idade e vai até os 8 anos, quando a crian-ça começa a aprender um instrumento de fato.

A musicalização é um contato direto com rit-mos, compassos, estilos músicais, conhecendo instrumentos e familiari-zando-se com eles.

Para o professor de ini-cialização musical Tiago Madalozzo, o principal aspecto que diferencia a iniciação musical de ou-tros tipos de atividade recreativas é que o objeti-vo principal é a formação musical.

“Isso atribui uma série de beneficios extramusi-cais, como aprender a tra-balhar em grupo, aprender limites, principalmente entre as relações inter-pessoais, para fazer com que a criança se socialize com as outras”, diz.

Aprendizado

A música também pode servir de suporte para a melhoria do aprendizado nas escolas. Ao trabalhar concentração e limites, em se tratando da mate-

“O contato com a música torna os indivíduos mais descontraídos e

tira o medo de nossocializarmos com os outrosindivíduos...”

Daiane NogocekeFlávia ProençaJulia Willich