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lona.redeteia.com Opinião Colunistas Página 5 “Esses números provam que não adianta encher as ruas de policiais, promover rondas e fazer as pessoas se esconderem em casa.” “O valor gasto pe- los “reis do camaro- te” em apenas uma noite, corresponde a quase sete anos de trabalho de um trabalhador assala- riado”, Lis Cláudia Ferreira. O que fazem os estudantes de jor- nalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluno Felipe Rocha. Editorial Reis do camarote Por onde anda? Notícia Antiga O guerrilheiro Carlos Marighella morre assassinado em São Paulo. Edição 862 Curitiba, 04 de novembro de 2013 “Mas nunca fui da- queles que acompa- nham o progresso gráfico com olhos analistas. Sem dú- vidas ele impressio- na, mas o público e o mercado an- dam visualizando a caminhada das novas plataformas com vista focada no processamen- to das máquinas, e por vezes esque- cem o que elas são capazes de fazer,” Maximilian Rox. Games Universitários falam sobre os prós e contras de trabalhar ou estagiar e estudar durante a faculdade Quatro estudantes sendo dois que trabalham e dois que tem o tempo livre para os estudos, falaram para o Lona os prós e contras de traba- lhar/estagiar durante a faculdade. Os principais pontos ressaltados por eles é a dificuldade de manter os conteú- dos em dia e ter um rendimento aca- dêmico alto. A psicóloga Eloisa Fiori, também falou sobre a importância do descanso e do lazer na vida dos universitários que têm uma rotina de estudos corrida e agitada. Página 4 MP cria núcleo para atendimento à mulher Com o slogan de “Quebre o si- lêncio: o MP quer ajudar você”, o Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves) tem o objetivo de auxiliar vítimas de estupro maiores de 18 anos. Segundo a Central de Atendimento à Mu- lher, houve, de janeiro à junho, 646 denúncias de estupro, mas os dados são contestados pelo número de mulheres vítimas de violência sexual atendidas pelo SUS no ano passado, que passa de 18.000. Página 3 Wikimedia Wikimedia Wikimedia

Lona 862 - 04/11/2013

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LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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lona.redeteia.com

Opinião

Colunistas

Página 5

“Esses números provam que não adianta encher as ruas de policiais, promover rondas e fazer as pessoas se esconderem em casa.”

“O valor gasto pe-los “reis do camaro-te” em apenas uma noite, corresponde a quase sete anos de trabalho de um trabalhador assala-riado”, Lis Cláudia Ferreira.

O que fazem os estudantes de jor-nalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluno Felipe Rocha.

Editorial Reis do camarote Por onde anda?

Notícia AntigaO guerrilheiro Carlos Marighella morre

assassinado em São Paulo.

Edição 862 Curitiba, 04 de novembro de 2013

“Mas nunca fui da-queles que acompa-nham o progresso gráfico com olhos analistas. Sem dú-vidas ele impressio-na, mas o público e o mercado an-dam visualizando

a caminhada das novas plataformas com vista focada no processamen-to das máquinas, e por vezes esque-cem o que elas são capazes de fazer,” Maximilian Rox.

Games

Universitários falam sobre os prós e contras de trabalhar ou estagiar e estudar durante a faculdade

Quatro estudantes sendo dois que trabalham e dois que tem o tempo livre para os estudos, falaram para o Lona os prós e contras de traba-lhar/estagiar durante a faculdade. Os principais pontos ressaltados por eles é a dificuldade de manter os conteú-dos em dia e ter um rendimento aca-dêmico alto. A psicóloga Eloisa Fiori, também falou sobre a importância do descanso e do lazer na vida dos universitários que têm uma rotina de

estudos corrida e agitada.

Página 4

MP cria núcleo para atendimento à mulherCom o slogan de “Quebre o si-lêncio: o MP quer ajudar você”, o Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves) tem o objetivo de auxiliar vítimas de estupro maiores de 18 anos. Segundo a Central de Atendimento à Mu-lher, houve, de janeiro à junho, 646 denúncias de estupro, mas os dados são contestados pelo número de mulheres vítimas de violência sexual atendidas pelo SUS no ano passado, que passa de 18.000.

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Expediente

Quando se começa a comem-orar os maiores investimentos em segurança pública no Paraná, a ani-mação já passa ao descobrir que o estado ainda mantém índices altos de homicí-dios, latrocínios e roubos a banco. Sendo que o lat-rocínio subiu em 25% mesmo com os investimentos e o Paraná ainda

é o estado com o maior registro de roubos a bancos.Esses números provam que não adianta encher as ruas de policiais, promover rondas e fazer as pessoas se esconderem em casa. Os gastos com segurança público são ape-nas tratamento de sintomas e não, de fato, soluções. Au-mentar o policia-mento serve ape-

nas para passar a sensação de segu-rança para alguns e inibir o compor-tamento suspeito de outros. Nos lo-cais onde os olhos policiais não alca-nçam, a violência continua.Essa violência que se vê nas ruas é, na verdade, um reflexo de uma violência menos concreta, mas nem por isso me-nos relevante. A

violência da seg-regação e da mi-séria é a causa-dora desses males tão comuns em cidades grandes. Para evitar que um cidadão cresça e não se sinta na necessidade de se tornar um crim-inoso, certos va-lores devem ser ensinados desde cedo em casa e na escola. Sendo que nem sempre esses dois lugares fa-

Felipe Rocha

Reitor: José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia SebastianiCoordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

Professora-orientadora: Ana Paula MiraEditores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina GeronazzoEditorial: Da Redação

zem parte da cri-ação dos jovens brasileiros.Estamos no camin-ho certo, talvez: os investimentos de 75% dos royalties em educação pode ser uma solução para uma gera-ção não tão dis-tante. Uma gera-ção com uma boa educação, índice de violência baixo. A violência atual é reflexo de uma geração passada,

desprovida de re-cursos e educação, fazendo com que o preceito de meri-tocracia na classe média fizesse o pa-pel de instituição social, mantendo uma coesão míni-ma para os índices progressistas dos países emergentes, com isso, a boa im-agem no exterior.

Editorial

Um pouco depois que me formei (2012) participei de um proces-so seletivo para a ÓTV (afiliada RPC TV), que de-morou cerca de 4 meses até a sele-tiva final. Desde junho deste ano, estou contratado pelo canal como Produtor de En-tretenimento - produzo todo o conteúdo que diz respeito aos pro-

gramas de en-tretenimento do canal: pauta, pré entrevista, grava-ção, apresentação de programas, pré edição. Além disso, mantenho a minha carreira como DJ tocando em várias cidades, além de Curitiba. Também tenho trabalhado com a Ventura Pro-duções (minha produtora desde 2010) e produzin-

Por Onde Anda? do diversos shows e festas na cidade. O mais recente foi da cantora Clarice Falcão. A faculdade foi super essencial para que meu tra-balho seja desen-volvido da melhor forma possível na ÓTV, como ela-borar uma pauta, principais tópicos que devem ser abordados nesta construção, como se portar frente às

Uma garrafa de bom senso, sem gelo por favor

Lis Claudia Ferreira

onde o entrevista-do assume (entre outras coisas igual-mente bizarras) que apesar de preferir vodka, bebe cham-pagne por que isso “dá status”.Não pretendo me alongar aqui sobre o fato de um homem de 39 anos se orgu-lhar pelo fato de ter em seu camarote, mulheres lindas que ficam instantanea-mente amistosas ao perceberem que ele solicitou mais gar-rafas de champag-

ne que o cliente do camarote ao lado. Não acho justo jul-gá-lo. Afinal, cada ser humano tem os amigos que conse-gue ter.O que surpreende é que essa matéria te-nha sido publicada na revista cujo slo-gan contém a pala-vra “indispensável”. É indispensável –no ponto de vista des-ta escritora- que a população brasilei-ra esteja informada sobre os números que denunciam a

escandalosa desi-gualdade social no Brasil. Informar sobre essa injusti-ça social é dever do jornalismo.Porém, a revista Veja parece não se sentir incomodada por constatar que o valor gasto pelos “reis do camaro-te” em apenas uma noite, corresponde a quase sete anos de trabalho de um tra-balhador assalaria-do. Pelo contrário, a revista parece se orgulhar de poder

entrevistar o “dono da festa”.A revista Veja é vis-ta por muitos brasi-leiros como sinôni-mo de informação e reflexo de credibi-lidade. Em dias em que muito tem se falado sobre a ética e o compromisso social dos grandes veículos de jornalis-mo – ou falta deles – é necessária uma análise sobre o pa-pel do jornalismo nas mudanças que se esperam para o Brasil.

Cabe a cada veículo e a cada jornalista, a decisão entre infor-mar para transfor-mar, ou aceitar os rumos que o Brasil tem tomado, mes-mo que isso signifi-que que o jornal seja indispensável ape-nas para a menor parcela dos brasilei-ros: os que podem comprar dignidade.

Nesta segunda-fei-ra, 04, a Revista “Veja São Paulo” publicou em seu site uma matéria intitulada “Os sul-tões do camarote”. No texto, vários “playboys profissio-nais” falam sobre as maravilhas que o dinheiro compra nos camarotes das baladas mais caras de São Paulo.Além disso, a ma-téria apresenta um vídeo com os “Dez mandamentos do rei do camarote”

câmeras, entona-ção na fala, edição, construção do VT de forma adequa-da. Enfim, foi real-mente a base para o meu trabalho na TV. Obviamen-te, algumas coisas que aprendi não utilizo ou coloco em prática, por-que decidi seguir a área televisiva, mas, se algum dia eu decidir mudar de veículo, terei a base necessária.

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3Notícias do Dia

MP inaugura núcleo exclusivo para mulheres vítimas de estuproA inauguração acontece na próxima quarta. O Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro, Naves, tem slogan “Que-bre o silêncio: o MP quer ajudar você”

O Ministério Pú-blico do Esta-do do Paraná irá inaugurar na pró-xima quarta-feira (06), o Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves). A inauguração será às 10 horas, na subsede do MP na Rua Tibagi, em Curitiba. O servi-ço será prestado apenas às vítimas de estupro maio-res de 18 anos. O objetivo é criar outro meio de es-cape para as víti-mas de violência sexual, para ame-nizar os resulta-dos decorrentes do trauma. Segundo dados da Secretaria de Po-líticas para as Mu-lheres, de janeiro a junho deste ano a Central de Aten-dimento à Mulher registrou apenas 646 denúncias de estupro, notícia que seria boa se não fosse o ceti-cismo: a probabi-lidade de mulhe-res receosas de notificar as auto-

Lucas de Lavor

ridades é muito grande compa-rado ao número de mulheres víti-mas de agressão no ano passado. Em 2012, foram 18.007 mulheres vítimas de violên-cia sexual atendi-das pelo Sistema Único de Saúde (SUS).A procuradora de Justiça Rosange-la Gaspari, da 4ª Procuradoria de Justiça Criminal e coordenará o nú-cleo, explica que a assistência à ví-tima fazendo com que ela creia que não está sozinha é um dos principais pontos positivos e diferenciais do núcleo. O núcleo acompanhará os inquéritos poli-ciais e suas inves-tigações e orien-tará as vítimas todo o momento, com presença efe-tiva para auxílio das mulheres. “O Naves surgiu, na verdade, a partir da situação que as graves conse-

quências que as vítimas sofrem” explica Rosan-gela. “Estresse, depressão, insô-nia. Preocupados com o bem estar, tentaremos mini-mizar as conse-quências, e tam-bém sabemos que muitas vezes ela não procura a po-lícia, nem para prosseguir com o processo e nem para nada, e isso é muito prejudicial, porque ela preci-sa de um apoio, o que será bom para ela e para a sociedade com a punição do estu-prador”.O estuprador, ex-plica Rosangela, tem um perfil que sempre leva para um novo ataque, fazendo mais uma vítima. “A prática demonstra que ele comete essa atrocidade, te-mos que dar um basta”. A procu-radora conta ain-da que o diferen-cial do serviço está no próprio

slogan: “Quebre o silêncio: o MP quer ajudar você”. É essa ajuda que fará a diferença na vida de muitas mulheres, para

Rosangela. “For-talecer as vítimas, a partir do mo-mento em que a população e a ví-tima saibam que ela não está so-zinha, ela vai se sentir mais segura e fortalecida para seguir em frente” diz. “A sensação é que a vítima tem e que ela está mui-to sozinha, nos vamos acompa-nhar e dar apoio”. Questionada so-bre a ineficácia de outros órgãos de atendimento a mulher, Rosange-la optou por não se pronunciar até o funcionamento do núcleo. Sobre o atendi-mento exclusivo

às mulheres ape-nas vítimas de es-tupro e maiores de 18 anos, Rosange-la declara que o ideal é esse e que já existe a promo-toria especiali-zada no assunto. “O atendimento à crianças e ado-lescentes não será feito pelo núcleo, pois já existe pro-motoria especiali-zada no assunto”. Para o atendimen-to a mulher víti-ma de violência doméstica há o Núcleo de Gênero e Enfrentamento à violência Do-méstica e Fami-liar contra a Mu-lher, além da 13ª e 12ª Promotoria de Justiça.

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4 Geral

Estudantes conciliam a rotina de trabalho e estudo para não deixar o desempenho acadêmico cair

A grande maioria dos estudantes do ensino superior trabalha ou faz algum estágio relacionado à sua área de formação, isso implica que tenham um tempo bem cronometrado para as rotinas do cotidiano

Fazer estágios e trabalhar na área de formação du-rante a Univer-sidade auxilia na formação de qual-quer profissional, para muitos, es-tudar e trabalhar são atividades co-muns no dia a dia de um estudan-te. São poucos os universitários que concluem o ensi-no superior sem trabalhar ou fazer algum estágio na sua área de atua-ção.Aos estudan-tes, é fundamen-tal acompanhar como é a rotina de um profissional da área, mas existem dificuldades para adaptar o trabalho com o estudo. A estudante de direi-to, Rutiane Fadter, conta que trabalha em um escritó-rio de advocacia e cumpre 8 horas de serviço por dia e estuda no período noturno “quando eu chego à facul-dade não tenho toda aquela dispo-sição que deveria ter, mas procuro me dedicar ao má-ximo para man-ter o rendimento sempre alto”, fala Rutiane. A aluna ainda diz que o la-zer às vezes tem de ser esquecido para se dedicar aos es-tudos “em muitas ocasiões eu queria sair com os ami-gos, mais tinha

Alessandra Becker

que por os traba-lhos em dia, então preferia ficar em casa”, completa a estudante. A estudante de Administração, Silvana Ribeiro, faz estágio com carga horária de 6 horas por dia

em uma rede de supermercados, e contou a repor-tagem que em se-manas de prova a rotina fica muito mais corrida “à tarde tenho um tempo livre que eu uso para estu-dar e colocar as matérias em dia, mas nem sempre esse tempo é o su-ficiente”, ela ainda fala sobre a dificul-dade de conciliar os conteúdos das

disciplinas “a gen-te precisa ter uma noção e divisão de tempo enorme para conseguir entregar tudo no prazo, tudo é mui-to difícil, mas vale a pena”, finaliza Silvana. A psicóloga, Eloi-

sa Fiori, falou que é importante para a formação de um profissional con-ciliar trabalhos ou estágios com os estudos, mas faz uma orientação “o estudante não deve usar todo o seu tempo livre para os estudos, o lazer e o descanso também são fun-damentais para repor as energias necessárias”, outro ponto ressaltado

pela psicóloga é uma boa noite de sono “às vezes os alunos deixam de dormir para co-locar os conteú-dos em dia, mas na sala de aula ele tem tendência a não prestar mui-ta atenção no que

está sendo explica-do”, explica a pro-fissional.

O outro lado

Os estudantes que não trabalham e nem fazem está-gio, defendem o tempo livre para o estudo e ainda ressaltam o quão melhor é o desen-volvimento acadê-mico. A estudante de Design, Viviane da Luz, conta que

mantém os con-teúdos e os traba-lhos todos em dia, mas que se traba-lhasse a história ia ser diferente “sou muito desorgani-zada com horário acho que não ia dar conta de tra-balhar e estudar,

meu de-sempenho ia ser pés-simo”, fala Viviane. A estudan-te ainda fala que

tem muita admi-ração por quem trabalha e estuda e mantêm um bom desenvolvimento na faculdade “na minha sala muitas pessoas trabalham e vão bem nas ava-liações e entregam os trabalhos sem-pre nos prazos, eu os admiro muito”, comenta a aluna.Já o estudante de Engenharia Civil, Jair Folmer, conta que saiu do tra-

balho de 8 horas diárias em uma empresa para de-dicar-se somente a faculdade, e que o resultado foi sa-tisfatório “minhas notas não eram boas porque eu não tinha muito tempo para estu-dar, pedi para sair do meu emprego e meu rendimento na faculdade me-lhorou”, fala Jair. Ele ainda conta que só saiu porque os pais têm boas condições finan-ceiras para susten-tá-lo “infelizmente não são todos que tem essa oportu-nidade, se eu real-mente precisasse do meu salário ia ter que me desdo-brar para ter um bom desempenho em ambos os luga-res”, finaliza o estu-dante.

“Quando eu chego à faculdade não tenho toda aquela disposição que deveria ter, mas procuro me dedicar ao máximo para manter

o rendimento sempre alto” – Rutiane Fadter, estudante de Direito.

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5Colunistas

Press Start

Esqueçam os gráficos

Maximilian Rox

Lembro-me de quando com-prei minha primeira revis-ta de videoga-mes. Naquele tempo, falava-se sem parar da entrada da Sony no mer-cado, que a empresa estava trazendo um console revo-lucionário, que os games nunca mais seriam o mesmo depois do PlayStation. Tinham até al-gumas imagens dos primeiros jogos em de-senvolvimento, algo como um jogo de tan-que cujas ex-plosões eram feitas de imen-sos quadrados p i x e l i z a d o s em vermelho. Mas era revo-lucionário: o mercado esta-va saindo dos cartuchos para ingressar nas mídias digitais mais conden-sadas. Se com-pararmos com os dias de hoje, a diferença é brutal – afi-nal, mais do que apenas al-cançar gráficos cada vez mais detalhados, os v i d e o g a m e s estão aproxi-mando o ser humano do en-t r e t e n i m e n t o digital realista.

Mas nunca fui daqueles que acompanham o progresso grá-fico com olhos analistas. Sem dúvidas ele i m p r e s s i o n a , mas o público e o mercado andam visua-lizando a ca-minhada das novas platafor-mas com vis-ta focada no processamento das máquinas, e por vezes es-quecem o que elas são capa-zes de fazer. As vendas dis-cretas do Wii U podem ser utilizadas para teorizar parte desse vício das desenvolvedo-ras em entre-gar produtos que impressio-nem pelo vi-sual, e não pela proposta. As ideias inovado-ras e criativas estão reserva-das aos conso-les portáteis e às produtoras i n -

d e p e n d e n t e s , enquanto os jogadores da próxima gera-

ção só se im-portam em comparar grá-ficos e ver o quanto a tex-tura ficou mais d e t a l h a d a .Deixem de ser frenéticos por texturas e detalhes: eles e v o -luí-r a m e m um ritmo mui-to mais lento comparado aos demais saltos da indústria. Tudo isso me deixou atual-mente cansa-do de compa-rações entre PlayStation e Xbox – o que realmente im-porta para mim são pro-postas novas. Para se extasiar com o visual não foi preci-so saltar de ge-ração, bastou chegar GTA V. Enquanto isso, a lista dos jo-gos que che-garão com o

PlayStation 4 e Xbox One con-tam com a

mesmi-ce de sempre:

tiro, ação, es-porte. Precisa-mos de surpre-sas, inovações. Em meio aos l a n ç a m e n t o s parecidos e jo-gos com a mes-ma ideia, fo-mos surpresos pela simplici-dade de Jour-ney. Quando os games de ti-ros não conse-guiam desviar do foco mul-tiplayer e do enredo super-ficial, chegou Bioshock: In-finite. Quando poucos títulos c o n s e g u i a m explorar a his-

tória e a am-bientação, che-

garam The Last of Us e Beyond: Two Souls. Tudo no mes-mo ano – justa-mente o tempo em que mar-ca a transição de consoles. P r e c i s áv a m o s mesmo espe-rar todo esse tempo para receber todas essas novas a b o r d a g e n s ?O PlaySta-tion 4 e Xbox One chegam no mercado no final desse mesmo mês, e n c a m i n h a -dos especial-mente para o Natal de 2013. Enquanto os l a n ç a m e n t o s de jogos são exibidos nas

prateleiras da nova e velha geração, o grande dife-

rencial para os novos video-

g a m e s

são, apa-rentemente, a qualidade grá-fica, além de um ou outro exclusivo. E, convenhamos, que qualidade cara: só no Bra-sil estarão ta-xados em valo-res muito altos – enquanto o console da Mi-crosoft chega por R$ 2.199, o da Sony está R$ 3.999. Um preço um pouco salga-do para quem ainda apresen-ta os mesmos jogos da gera-ção anterior.Em tempo de portáteis cria-tivos e preços altos, ainda dá tempo para es-perar por no-vas propostas – nem que

elas demo-rem uma g e r a ç ã o i n t e i r a para che-g a r e m .

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NOTÍCIANTIGA O que fazer em Curitiba?

Há 44 anos, o guerrilhei-ro Carlos Ma-righella, líder da luta armada foi assassinado em São Paulo por agentes da di-tadura militar. Marighella foi político e ainda é ainda é conside-rado um poeta brasileiro, no dia 4 de novembro de 1969, com

57 anos, o Car-los Marighella se encontrava desarmado, cer-ca de 29 agen-tes participaram da emboscada que o matou. A TV Tupi regis-trou uma das únicas imagens em movimento de Marighella, sendo mostrado morto. As ima-gens podem ser

encontradas no site do Banco de Conteúdos Cul-turais. Na época da ditadura mi-litar, foi consi-derado um dos mais procurados inimos do regi-me militar. Foi um dos princi-pais opositores durante a época que Getúlio Var-gas comandava o Estado Novo.

Galeria Teix

De 5 a 30 de setembro, na Galeria Teix (Rua Vicente Machado, 666), fica a exposição “Quanto um Chapéu de Palha”, e reúne 11 obras inéditas em tecido, borda-das e pintadas à mão do artista Alexandre Linhares. Informações: (41) 3018-2732.

Exposição “Consciente do Inconsciente” no MASAC

De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Or-dem - Setor Histórico), tem a exposição São Francisco de Assis – O Homem Atemporal, com esculturas da ar-tista plástica Nilva Rossi.

Memorial de Curitiba

Até dia 3 de novembro, no Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79 – Setor Histórico) fica a ex-posição “Curitiba Protesta”. As recentes manifestações populares que tomaram conta das ruas de todo o país são tema da exposição Curitiba Protesta. Integram a mostra 60 imagens feitas por fotojornalistas que acom-panharam as manifestações, apresentando um recorte visual dos principais momentos dos atos que lotaram ruas e avenidas do centro da capital. Entrada franca. In-formações: (41) 3321-3328.